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Aluna: Larissa Moraes Miranda

Data de Entrega: 22/06/2023

Resumo do artigo: Introdução a Televisão Digital

A televisão é uma das fontes de entretenimento mais disseminadas e presente


no dia a dia da sociedade. Para obtenção de um serviço de qualidade como o da televisão
digital, comparado ao serviço da televisão analógica, há um grande planejamento para
que na migração os telespectadores não sejam impactados, ou seja, existe uma
relevância na análise dos diversos fatores que podem influenciar na escolha do padrão
adequado e que tem como objetivo alcançar a todos os interessados nessa grande
mudança.

Com a intensão de melhorar a qualidade do sinal de transmissão, principalmente


qualidade de imagem e som, que os centros tecnológicos mundiais (EUA, Europa e
Japão) começaram nessa “corrida” aos padrões digitais terrestres, e foi a partir da
década de 90 que os padrões ATSC (dvanced Television Systems Committee), DVB-T
(Digital Video Broadcasting Terrestrial) e ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting
Terrestrial) foram desenvolvidos nos Estados Unidos, Europa e Japão, respectivamente.
Ademais, todos esses padrões conseguem fazer uso da largura de faixa dedicada para a
televisão analógica graças à combinação de modulações digitais e técnicas de
compressão de vídeo.
Sabendo que o interesse no HDTV (High Definition Television) estava em alta, o
ATSC foi o primeiro padrão desenvolvido para suportar essa resolução de alta definição
utilizando a técnica de modulação 8-VSB, baseada no AM/VSB, uma das técnicas de
modulação analógica. Já os padrões DVB-T e ISDB-T, que foi inspirado no padrão
Europeu, utilizam a modulação COFDM (Coded Orthogonal Frequency Division
Multiplexing), ou seja, faz a divisão do sinal de transmissão em várias portadoras, que
podemos chamar de subportadoras e que cada uma delas acaba obtendo uma taxa de
dados menor, e que mais adiante, são consolidadas através do processo de OFDM, que
devido à existência da banda de guarda torna o sistema mais robusto em canais com
multipercursos.

Além do multipercurso, que será explicado mais a frente, existem outros tipos de
interferências em um canal de transmissão e que podem acabar limitando a sua
capacidade. Um tipo de ruído que não tem como ser evitado, é o ruído branco. Na
televisão analógica ele é perceptível através dos “chuviscos” que podem aparecer no
televisor, e isso ocorre devido a diminuição da relação sinal/ruído que
consequentemente reduz a qualidade da imagem. Já na televisão digital, uma vez que
ocorre a diminuição da relação sinal/ruído, há uma maior probabilidade de ocorrer erro
de bit. Contudo, uma das contra-medidas dos padrões já apresentados são os códigos
de correção de erro. Logo, esses códigos podem corrigir os erros introduzidos caso a taxa
de erro esteja abaixo de um limiar específico.
O multipercurso é um fator que ocorre bastante nos sistemas de radiodifusão e
é representado pelo cenário em que vários sinais chegam na recepção através de
percursos diferentes. Na televisão analógica ele é perceptível através dos “fantasmas”
que podem aparecer no televisor e que são causados através da sobreposição de
imagens. Já na televisão digital é causada a interferência intersimbólica (ISI). No padrão
ATSC, a contra-medida ao mutipercurso é a utilização de equalizadores no domínio do
tempo. Nos padrões DVB-T e ISDB-T a contra-medida está diretamente relacionada ao
tipo de modulação utilizada, COFDM.

Conforme já mencionado, a migração da televisão analógica para a televisão


digital, deve ser realizada de maneira que não gere impactos. Como a maioria da
população possivelmente não terá acesso aos televisores digitais, entra em campo os
chamados sets boxes, ou receptores analógicos. Estes receptores fazem a conversão de
sinais digitais em sinais analógicos sem ser necessário a troca de televisor. Contudo, além
da utilização dos sets boxes, ainda sim será preciso uma dedicação a mais por parte das
emissoras no que diz respeito a manter a infraestrutura do sistema atual (analógico) e
do sistema que será migrado (digital), ou seja, cabe aos órgãos regulamentadores ceder
um canal extra para que as emissoras possam duplicar a sua infraestrutura.

No Brasil, foi a partir de 1994 que iniciaram as análises do processo de migração


da televisão analógica para digital. Ademais, foi preciso que a ANATEL se debruçasse nos
testes adequados para determinação do padrão que seria adotado pelo Brasil. Os
padrões ATSC, VDB-T e ISDB-T foram submetidas aos seguintes testes: interferência
entre sinais analógicos e digitais, cobertura de sinal transmitido, condições domésticas
de recepção e qualidade de recepção móvel. Nesses testes, os padrões que utilizam a
modulação COFDM foram os que obtiveram os melhores resultados, porém o ISDB-T
apresentou indicadores melhores no que diz respeito ao sistema.

Embora os fatores técnicos sejam de extrema importância para a decisão do


melhor padrão, este não é o único que deve ser levado em consideração. Por isso a
importância em manter boas relações com os países detentores dessas tecnologias.
Assim, se o acordo for realizado com sucesso, pode ser que algumas questões possam
ser facilitadas.

A adoção da televisão digital está se expandindo nos países desenvolvidos devido


aos avanços na qualidade visual e sonora. Contudo, é preciso garantir que essa transição
seja realizada e acompanhada de perto para que os investimentos sejam aplicados de
forma correta e de acordo com comportamento do mercado. Por fim, essa pesquisa e
desenvolvimento de padrões digitais para radiodifusão terrestre de televisão marcou
uma transformação significativa na indústria, impulsionando a transição da televisão
analógica para a televisão digital em todo o mundo.

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