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INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES

Licenciatura em Engenharia Informática e de Telecomunicações

Sistemas de Rádio-Comunicações

Trabalho de Investigação

Turma: I41

Tema: Sistema de Radiodifusão de Vídeo Digital Por Satélite (DVB-S)

Discente: Wagmer José Devete

Docente: Eng. Nelson Mandava

Maputo, Julho de 2020


Índice
1. Introdução....................................................................................................................................1
2. Desenvolvimento.........................................................................................................................2
2.1 Digital Video Broadcasting (DVB)........................................................................................2
2.2 Digital Video Broadcasting –Satellite (DVB-S)....................................................................3
2.2.1 Modulação de DVB-S.....................................................................................................4
2.2.2 Transmissor DVB-S........................................................................................................6
2.2.3 Receptor...........................................................................................................................8
3. Conclusão..................................................................................................................................10
4. Bibliografia................................................................................................................................11
1. INTRODUÇÃO
As tecnologias de comunicação apresentam um triângulo que é formado pela informação,
computação e telecomunicações, e como o desenvolvimento de um dos vértices obriga os outros
dois a adaptarem-se como se de um ecossistema se tratasse. Neste caso, o DVB (Digital Video
Broadcast) pertence ao vértice das telecomunicações uma vez que corresponde a transmissão de
informação. Acontece que a quantidade de informação a transmitir aumentou e o meio de
transmissão teve que se adaptar.

Sabemos que as televisões mais antigas, que possuem um sistema analógico, não terão
capacidade para desmodular sinais digitais, e para tal terão que ser acopladas a um
descodificador, seja qual for o standard (terrestre, cabo ou satélite). Apesar de o princípio ser
comum a todos os standards do DVB, existem diferenças que os distinguem, diferenças que se
destinam a adequar o sinal transmitido ao meio de comunicação usado.
No satélite o sinal a transmitir irá percorrer grandes distâncias, no cabo existe o problema das
interferências eletromagnéticas, no sistema terrestre, existe o eco do sinal transmitido nos
edifícios em redor da receção. Como tal, cada um dos standards foi desenvolvido para ser imune
a cada um destes efeitos sobre o canal de transmissão.

O principal objetivo deste trabalho consiste em investigar DVB-S,

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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 DIGITAL VIDEO BROADCASTING (DVB)


“Digital Video Broadcasting - é um conjunto de nível internacional de  padrões
abertos para televisão digital, as normas DVB são mantidos pelo DVB Project que é um
consórcio internacional, indústria com mais de 270 membros de 15 países.” (“DVB-S - DVB-S -
Qwe.Wiki” n.d.).

Por meio do Document AO12 for Digital Terrestrial Television, que contém uma generalização
da versão Standar e HDTV pertencente a TV Digital, os europeus optaram por implementar a
versão Standard, que possibilita mais de um canal de TV Digital em cada banda de 8MHz e so
em 1998 começou-se a introduzir o padrão HDTV. Este que trabalha com conteudos audiovisual
em 3 modos de configuração de qualidade de imagem, (Camargo et al. 2015):
 SDTV – transmissão de 480 linhas interlaçadas;
 EDTV – transmissão de 480 linhas progressivas;
 HDTV – transmissão de 1080 linhas interlaçadas;

Numa primeira fase para englobar todos os meios de televisão, a DVB consistiu o seu trabalho
criação de normas ou padrões para a transmissão digital com os meios tradicionais, e neste
período surgiram 3 grandes padrões:
 DVB-S – para as redes de satélite;
 DVB-C – para as redes de cabo;
 DVB-T – para as redes terrestres;
Estas foram as primeiras tecnologias a imergir, tendo em conta que com o andar do tempo
surgiram outras e para cada uma existe a sua variação. Exemplo: DVB-S: DVB-S2 e DVB-SH;
DVB-C: DVB-C2; DVB-T: DVB-T2 e DVB-H. E o presente trabalho consistira na DVB-S. O
esquema abaixo ilustra o seu funcionamento.

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Fig. 1: Diagrama do processo de DVB.

O áudio, vídeo e dados (data) são multiplexados num Multiplexing Scrambling, ou seja, são
codificados e passam a partilhar o mesmo canal. Depois, passam a constituir um fluxo de dados,
designado por Transport Stream, para, em seguida, serem transmitidos pelo sistema mais
adequado ao que se pretende. O trabalho vai consitirá na DVB-S.

2.2 DIGITAL VIDEO BROADCASTING –SATELLITE (DVB-S)


“DVB-S tem a sua original em  DVB padrão para televisão por satélite e a foi criada em 1993 e
começou a ser usada no ano seguinte” (Camargo et al. 2015). “É definido na norma ES 300 421
em 1994, desenvolvido pelo European Telecommunications Standards Institute (ETSI)” (ETSI,
1993). Esta surgiu no período em que as transmissões digitais por meio de satélites se eram
economicos e viáveis, proporcionando serviços para os operadores e também para os
telespectadores. Esta apresenta serviços direct-to-home (DTH) aos consumidores e serviços de
transmissão televisiva via satélite para as headends dos sistemas de TV por cabo.

Uma transmissão por satelíte apresenta uma maoir largura banda disponível, mas a sua potência
é limitada possibilitando erros no sistema e o DVB-S traz consigo uma solução a esse problema
que é a codificação Reed-Solomon (RS), que garante mais robustez e uma modulação com alta
imunidade ao ruído, que impede as falhas.

Essa condificação funciona da seguinte maneira: Ela adiciona a cada um dos pacotes de dados
transmitidos, uma quantidade extra de bytes, a cada 188 bytes enviados, são adicionados 16
bytes, ou seja, 8,5% a mais de dados. Essas informações “extras” são, na verdade, códigos que
têm capacidade de corrigir eventuais erros (Assunção, s/d).

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O DVB-S traz soluções que facilitam a existência de serviços inter-activos, acesso à Internet,
aplicações que facilitam a distribuição de conteúdo entre estúdios e unidades remotas e até
mesmo as transmissões em directo de notícias e eventos. Também é apto para as transmissões de
canais em alta definição e vem sendo utilizado para esse fim por operadores como BSkyB, no
Reino Unido e Irlanda; Premiere, na Alemanha; e Sky, na Itália.

2.2.1 MODULAÇÃO DE DVB-S

A DVB-S usa a modulação QPSK ou 4PSK. “Possui uma baixa SNR e a largura de banda
disponível é bastante alta; a modulação da amplitude é difícil devido à alta atenuação.”
(Anastassiou 1994).

Asseguir é apresentado o diagrama de blocos da modulação de DVB-S

Fig. 2: Diagrama de Blocos da Modulação na DVB-S

A figura acima mostra o processo de modulação na DVB-S:

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 Os dados (pacotes de transporte MPEG-2) são randomizados por um gerador de
sequência pseudo-aleatória (Fig. 2.1). O byte de sincronismo do pacote MPEG não é
randomizado, a cada 8 pacotes, o byte de sincronismo MPEG é invertido, sinalizando
assim a reinicialização do randomizador.

Fig. 2.1: Randomizador DVB-S

 Um código Reed Solomon (204, 188, t = 8) sobre o pacote randomizado, de acordo com a
fig. 2.2.

Fig. 2.2. Codificação Reed-Solomon

 O intercalamento temporal inicial obedece ao esquema da Fig. 2.3

Fig. 2.3: Primeiro Intercalamento Temporal DVB-S

 O bloco de conformação de pulsos consiste de um filtro cuja resposta em frequência


atende ao critério de Nyquist, com transição na forma “cosseno levantado”, com fator de
expansão a=0,35.

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 A modulação DVB-S opera com relação Eb/N0 de 4,5 dB (com taxa convolucional de ½)
até 6,4 dB (taxa de 7/8). Para transponders com banda típica de 33 MHz, as taxas úteis
respectivas vão de 33 a 44 Mb/s.

2.2.2 TRANSMISSOR DVB-S

Asseguir é apresentado do dia grama de blocos do transmissor DVB-S

Fig. 3: Diagrama de blocos do tramissor DVB-S

Codificador de Fonte
O padrão DVB-S emprega o codificador Moving Picture Experts Group 2 (MPEG-2) com o intuito de
reduzir a quantidade de bits transmitidos. Para enviar o fluxo de bits, criou-se o conceito de Transport
Stream (TS) ou fluxo de transporte cuja função é transportar áudio, vídeo e dados digitais através de
meios ruidosos, imprevisíveis e instáveis.

Codificador de Canal
No padrão DVB-S, a codificação de canal tem o intuito de aumentar a robustez da comunicação através
da inserção de códigos corretores e detectores de erro (MOON, 2002), e este por sua vez é realizada em
cinco etapas:

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 Adaptação e dispersão de energia: nesta etapa todos os bytes do pacote TS, com exceção do
byte de sincronismo, são transformados em uma sequência pseudoaleatória. Tal aleatorização
elimina sequências longas de zeros ou uns e visa dispersar a energia do espectroirradiado.
 Codificador Externo ou Codificador de Reed-Solomon: o codificador Reed-Solomon (RS) e o
codificador cíclico binário (BCH) são codificadores cíclicos corretores de erros comumente
utilizados. Os códigos RS baseiam-se em corpos de Galois ou campos finitos (CLARKE, 2002).

 Embaralhamento Externo ou Interleaving: este procedimento aumenta a eficiência do


codificador RS na correção de erros. O interleaving permuta a posição dos bytes de uma
sequência de símbolos. Com isso, envia-se uma versão embaralhada dos bytes do pacote TS e
caso ocorram mais de 8 erros consecutivos (burst), o receptor ainda poderá recuperar os dados
originais (AMADO, 2015).
 Codificador Interno ou Codificador Convolucional: o codificador convolucional é uma
estrutura matemática empregada para correção de erros em tempo real. Os bits codificados
dependem tanto dos bits actuais quanto dos bits anteriores. O codificador convolucional consiste
em um registrador de deslocamento de seis estados e dois caminhos pelos quais o sinal de entrada
é misturado como conteúdo do registrador de deslocamento.
 Puncturing: é a ultima etapa do codificador de canal. Segundo o padrão DVB-S (ETSI, 1993),
utiliza-se um código convolucional com a comprimento de K = 7 e uma taxa 1/2. A taxa de
código pode ser incrementada utilizando um padrão de perfuração sendo possível aumentar a
eficiência da largura de banda.

o Modulação por Chaveamento Quadrifásico (QPSK) – no chaveamento quadrifásico (QPSK), a


informação portada pelo sinal transmitido está contida na fase. Para nosso caso, a fase da
portadora θn assume um dentre quatro valores igualmente espaçados segundo a equação abaixo

onde n=1,2,3,4. θn = (2n−1)π/4


o O sinal transmitido é definido conforme a equação abaixo, onde E s é a energia por símbolo e Ts é

a duração do símbolo, e a frequência da portadora f c é igual a n c/T s para algum número inteiro

fixo n c diferente de zero.

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2.2.3 RECEPTOR
O sistema para a transmissão digital via satélite, mas a parte do receptor é deixada relativamente livre
para acomodar diferentes soluções de implementação (ETSI, 1993). Pode-se considerar a parte da
recepção como o processo inverso da transmissão, mas com algumas considerações importantes no
demodulador, decodificador de canal e decodificador de fonte. logo, cada bloco no transmissor tem seu
bloco correspondente no receptor.

Fig. 1: Diagrama de blocos do sistema de recepção DVB-S

Demodulador QPSK
O sinal recebido deve ser filtrado para eliminar ruído e possíveis interferências fora da banda de interesse.
Para minimizar os efeitos de ISI, o filtro casado deve obedecer ao critério de Nyquist. Após a
demodulação e a amostragem, o sinal recebido, antes real, é representado por uma sequência complexa
cuja parte real e imaginária estão associadas, respectivamente, aos dados em fase e quadratura que foram
mapeadas pelo receptor em uma constelação QPSK. Cabe ao demodulado rmapear os símbolos QPSK em
bits.

Decodificador de Canal
No decodificar de canal realiza-se as seguintes operações:

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1. De-puncturing - é o processo de adequar a taxa de bits do sinal recebido à taxa de bits que o
decodificador de Viterbi precisa para realizar a decodificação convolucional.
2. Decodificador interno ou decodificador de Viterbi - é um método de correção de erros
altamente eficiente. Mesmo quando não consegue corrigir os erros, o decodificador de Viterbi os
minimiza, deixando assim a tarefa mais leve para o decodificador RS (VITERBI, 1967; FORNEY
G., 1973).
3. De-embaralhamento externo o Deinterleaver - é o complemento do interleaver. O deinterleaver
permuta o conjunto de bytes para obter a ordem original dos símbolos enviados no transmissor.
4. Decodificador exterior ou decodificador RS – completa a tarefa de correção de erros de um
receptor DVB-S.

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3. CONCLUSÃO

A evolução do Homem sempre tem sido marcada por grandes e notáveis avancos ou inovações e
pelo aprimoramento das técnicas já existentes. Com isso o surgimento da TV Digital que mais
um exemplo de uma grande inovação em desenvolvimento tecnológico.

Neste trabalho foi apresentada a tecnologia DVB que possui 3 variações, com destaque para a
DVB-S (Digital Video Broadcasting – Satellite), desenvolvido pelo European
Telecommunications Standards Institute (ETSI)” (ETSI, 1993), que traz consigo os serviços
direct-to-home (DTH) aos consumidores e serviços de transmissão televisiva via satélite para
as headends dos sistemas de TV por cabo.

Se analisarmos bem uma transmissão por satelíte por possuir potência limitada apresenta erros
no sistema e o DVB-S apresenta uma solução a esse problema que é a codificação Reed-
Solomon (RS), que garante mais robustez e uma modulação com alta imunidade ao ruído, que
impede as falhas. Essa condificação tem o seguinte principio: acrescentar a cada pacote de dados
transmitidos, uma quantidade extra de bytes, essa informação extra é, na verdade, um conjunto
de códigos que têm capacidade de corrigir eventuais erros.

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4. BIBLIOGRAFIA

Anastassiou, Dimitris. 1994. “Digital Television.” Proceedings of the IEEE 82 (4): 510–19.
https://doi.org/10.1109/5.282227.

Camargo, Edilson Alexandre, Marcelo Pereira Lima, Marcus Renato, Ribeiro Gaios, and
Rodrigo Medeiros Teodoro. 2015. “TV DIGITAL – UM ESTUDO DOS PADRÕES TV
DIGITAL – UM ESTUDO DOS PADRÕES,” no. April.
https://doi.org/10.13140/RG.2.1.4172.2407.

“DVB-S - DVB-S - Qwe.Wiki.” n.d. Accessed July 1, 2020. https://pt.qwe.wiki/wiki/DVB-S.

Assunção, Pedro (s/d). Sistema DVB para Transmissão de Televisão Digital. Instituto de
Telecomunicações. Coimbra. [em linha] http://www.img.lx.it.pt/~fp/cav/Additional_material/
Transmissao_DVB.pdf. Acesso em 31 de Janeiro de 2010.

ETSI. Padrão europeu EN 300 421 do DVB-S. 1993. Http://www.etsi.org. Acesso em:
24/07/2014. Citado 4 vezes nas páginas 15, 26, 33 e 37;

ETSI. 1997. “Digital Video Broadcasting (DVB): Framing Structure, Channel Coding and
Modulation for 11/12 GHz Satellite Services.” En 300 421 1.1.2: 1–24. https://doi.org/EN
300 421 V1.1.2.

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