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Receptor

A recepção doméstica é composta por dois sub-componentes: Antena e Receptor digital. A


antena é utilizada para as tecnologias de radiodifusão e satélite, captando o sinal difundido
antes dele ser processado pelo receptor digital. No caso da tecnologia via cabo, o sinal vai
direto para o receptor digital. O receptor digital recebe o sinal da antena e envia para o
monitor do telespectador. Este receptor é um equipamento que pode estar embutido no
aparelho de televisão ou pode ser encontrado à parte. Nesse último caso, o equipamento é
tecnicamente conhecido por STB

(Set Top Box). O nome surgiu pelo fato do aparelho ser semelhante a uma caixa que
normalmente fica por cima do televisor do usuário. O STB é um aparelho com uma
tecnologia semelhante à dos decodificadores de TV por assinatura (cabo ou satélite).
Consiste em um hardware adaptador agregado à televisão analógica que tem a função de
converter o sinal digital recebido em um sinal analógico compatível com o sinal dos
aparelhos de televisão convencionais. Para que seja possível um nível de interatividade
mais intenso entre o telespectador e o provedor de serviços é necessário um canal de
retorno, também conhecido como canal de interação. Nesse caso, quando ocorre interação,
o STB é conhecido como Set Top Box interativo. Uma TV digital completa não precisa de
um STB, pois, neste caso, considera-se que a televisão já possui internamente antena,
sintonizador, demodulador, demultiplexador e decodificador. Porém, um aparelho de
televisão completamente digital ainda não é uma tecnologia acessível devido ao seu alto
custo principalmente em Angola onde o custo de vida é bastante alto, actualmente um Set-
Top-Box do padrão ISDB-T Full HD custa aproximadamente 39.498,00Kz.

Limiar de Operação do Receptor

O limiar do receptor é o mínimo sinal requerido para que o demodulador trabalhe com uma
taxa de erro máxima específicada. A seguir serão calculados os parâmetros para se ter esse
limiar de operação do receptor:

• Potência do Ruído Térmico no Receptor

N = k ×TS × B (watts)

onde:
k = Constante de Boltzmann (1.38 × 10−23 J/K)

TS = temperatura do receptor (K)

B = largura de banda do receptor.

Para: B = 6 MHz e TS = 290 K:

NT = 1.38 × 10−23 × 290 × 6 × 106 = 24 × 10−15W = -106.2 dBm

• Potência Mínima Necessária na Entrada:

PMR = NT + C/N + NF (dBm)

onde:

NT = Ruído térmico na entrada

C/N = Limiar de recepção característico da modulação

NF = Figura de Ruído do receptor

Para ISDB-T, 64-QAM, 7/8, NF = 7 dB:

PMR = -106.2 dBm + 22 dB + 7 dB = -77,2 dBm

• Potência Mínima na Antena:

PMA = PMR + D + L – GR (dBm)

onde:

PMR = Potência mínima na entrada do receptor

D = Degradação por interferências e outras fontes de ruído

L = Atenuação da linha de transmissão

GR = Ganho relativo da antena

Receptor da TDT - O Set-Top-Box

O principal elemento físico do middleware é o Set-Top-Box, conhecido como Unidade


Receptora-Decodificadora. É um aparelho que dispõe de hardware, bem como de software
e cujas funções incluem:
- Demultiplexar o sinal digital recebido;

- Decodificar informações de áudio e vídeo;

- Processar os dados recebidos e, se for o caso, sincronizá-los com a programação.

- Enviar dados via canal de retorno;

- Construir a imagem a ser exibida no aparelho de TV e convertê-las para o sinal analógico.

Figura - 1.6: Esquema funcional de um Set-Top-Box do sistema ISDB.

Vale ressaltar que, as aplicações são independentes do Set-Top-Box, porém dependem do


padrão de middleware adoptado, ou seja, uma aplicação desenvolvida, por exemplo, para o
middleware DASE não é compatível com o MHP e o ARIB.

1.2.1.2.7. Interatividade

A interatividade pode ser definida ou conceitualizada como a capacidade de um dispositivo


interagir ou permitir interação com seu respectivo usuário.

A TV digital interativa apresenta um sistema dividido em três partes fundamentais:

Um difusor, que gera a programação de TV e fornece serviços interativos aos


telespectadores;

Um receptor, no caso o set-top-box, que recebe o conteúdo produzido pela geradora e


possibilita o usuário interagir ou reagir na programação;

Um meio de difusão, que faz o envio do conteúdo de áudio, vídeo e dados originados no
provedor de serviços até casa do usuário.
Figura – 1.7: Modo de funcionamento da interatividade

O canal de retorno

A interatividade é o maior atrativo da televisão digital, mas toda esta tecnologia só pode ser
usada mediante a um canal de retorno, responsável pela interação do usuário com o
conteúdo oferecido por cada emissora de televisão. Existem diversos níveis de
interatividade, entre eles o canal de retorno não-dedicado e o dedicado. No primeiro caso é
utilizada uma rede diferente do sistema de televisão para a troca de informações. Já no
canal de retorno dedicado, o usuário necessitaria de antenas para poder transmitir as
informações em uma rede sem fio.

A dificuldade para a implantação de um canal de retorno é grande. Apesar de uma vasta


gama de tecnologias que podem ser utilizadas para implantar a TV digital, fatores sociais e
econômicos, em função da extensão geográfica de cada país. Angola ainda em fase piloto
para a implementação da TDT não possui um canal de retorno o que significa que ainda não
existe a interatividade nesta fase de implementação piloto.

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