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10/7/2014 O caminho do yogue | Revolução Interior

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O caminho do yogue
Até agora vimos o que são as etapas do faquir e do monge, a primeira como o início da transformação de
cada defeito e a outra etapa como o momento em que a pessoa compreende e muda os valores que
tinha, que a mantinha aprisionada ao erro.

Estas duas etapas não são sequenciais, ou seja, é ilusório crer que só se inicia o caminho do monge
depois que se trilhou o caminho do faquir. A divisão, neste caso, obedece mais o critério dos
resultados que propriamente da ação, ou seja, no início só o que vemos é o resultado da renúncia
(faquir), para mais adiante começar a perceber os resultados da mudança de valores (monge).

A partir de um certo momento em que já começamos a sentir o sabor desses resultados do


caminho do monge, começamos a experimentar uma agradável sensação de expansão, como se
estivéssemos diante de um vasto oceano de novas possibilidades interiores. Começa-se a notar
aspectos que antes não se notava, dada a fascinação com valores que produziam um aumento da nossa
densidade. Esses aspectos vêm na forma de flashs de lucidez, de inspiração, de motivação e também de
percepção extra-sensorial.

Geralmente, todo aspirante à sabedoria iniciática sonha com o momento em que começará a ouvir os
sons das dimensões superiores e ver a aura das pessoas que estão à volta, etc. Mas isso não ocorre bem
assim. As faculdades extra-sensoriais desenvolvem-se mediante uma sutilização da percepção
física e num primeiro momento é praticamente impossível perceber que aquilo são os primeiros lampejos
da clarividência, da clariaudiência, da intuição, etc. Essa percepção sutil vai se mostrando
primeiramente por um aumento significativo na qualidade de nossa auto-observação (ver o
artigo “a auto-observação“), fazendo com que as imagens que brotam de nosso subconsciente sejam
percebidas com mais nitidez mesmo diante do tumulto do dia-a-dia; começamos a perceber mais
claramente os momentos em que um eu psicológico emite um conceito; e também conseguimos nos
posicionarmos de forma neutra diante das reações psicológicas que vão surgindo, como um expectador
atento, imparcial.

Também vamos aos poucos notando uma certa capacidade de “prever” as


intenções, tanto internas quanto de outras pessoas, como se
conseguissemos “ler” melhor os eventos. Além disso, começamos a sentir
uma convicção interior muito forte nos apontando uma escolha a tomar, em
situações simples do dia-a-dia. Aparentemente, nada disso tem relação
com as famosas faculdades parassenssoriais, mas é o início de um
despertar, que com o treinamento vai se refinando, como um instrumento
que aprendemos lentamente a colocar cada corda no tom certo.

Uma outra característica que evidencia essa terceira etapa, que é o


O caminho do yogue aparece
caminho do yogue, é a lucidez e a nitidez das visões nos sonhos e
quando sentimos uma profunda
em experiências de meditação. Começamos a ter cada vez mais necessidade de mergulhar em
frequentes determinadas vivências internas que ficam vibrando em nossa nosso mundo interior

memória, dada a força de seus simbolismos. E tais experiências se


aceleram muitíssimo se o estudante pratica regularmente a meditação.

Nessa etapa em que começamos a sentir essas possibilidades florescendo em nosso universo interior,
inevitavelmente criamos uma grande necessidade por aperfeiçoar nossa capacidade de
direcionar a atenção e canalizar esforços, para que tudo isso vá adquirindo mais lucidez e tenhamos

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mais controle sobre esses processos, para poder reproduzi-los à vontade, a qualquer momento. Às vezes
é tamanho o fascínio que isso exerce sobre nós, que as coisas ao nosso redor vão perdendo um pouco
do brilho e não vemos a hora de chegar em casa e mergulharmos novamente nesse mundo inebriante
que repousava silencioso em nossa cegueira.

O caminho do yogue constitui essa etapa em que as transformações do etapa do monge já


produziram efeitos suficientes para que nossos olhos para os mundos internos se abram e
possamos vislumbrar a verdadeira origem da luz. Constitui-se, como nos demais, em uma
necessidade interior, em um despertar, que amadurece quando já conseguimos colocar a cabeça para
fora do mundo subjetivo que nós criamos, mundo esse que é tão bem demonstrado no livro “O Pequeno
Príncipe”, que não devia ser visto apenas como literatura infantil, pois apresenta uma realidade concreta
da natureza humana.

Cada caminho tem métodos concretos para produzir seus efeitos em nós. O caminho do faquir tem como
principal prática a reflexão, para que haja a tomada de consciência da mudança; o caminho do monge tem
o trabalho de compreensão e transformação psicológica, buscando refúgio nas forças superiores através
da oração e da meditação, para conseguir penetrar nessas áreas obscuras do subconsciente. O
caminho do yogue tem como práticas todos os exercícios que se realiza com a finalidade de
adquirir a capacidade de permanecer lúcido. São práticas como concentração, meditação,
relaxamento, vocalização, desdobramento astral, etc. Nessas, o objetivo é aprender a sustentar a
capacidade de saber quem se é e o que se está fazendo, elementos indispensáveis para poder desfrutrar
com lucidez das vivências nos mundos superiores da natureza.

Se antes o praticante apoiava-se nas crenças e também em um trabalho psicológico, agora começa a
descobrir que o esoterismo autêntico não está em nenhum livro, por mais sagrado que seja. A
verdadeira sabedoria está nos mundos superiores, presente nas memórias da natureza e no verbo
de todos os grandes mestres da humanidade que lá continuam existindo. Nos mundos superiores, existem
templos da natureza e templos de sabedoria que nos possibilitam o acesso aos mesmos recursos que
dispuseram os grandes sábios de todos os tempos.

O caminho do yogue relaciona-se ao elemento terra e à ciência, pois é o que nos dá bases sólidas
para seguir em nosso próprio caminho, sustentados pela nossa própria experiência. Com o tempo de
prática, começamos a descobrir as nossas próprias vias de acesso, ou seja, os métodos e práticas que
para nós produzem resultados visivelmente melhores, e assim vamos construindo nosso próprio caminho,
segundo nossa vivência.

Por fim, existe um quarto aspecto, um quarto nível de excelência, muito superior aos demais e que vai
surgindo exatamente quando já temos uma certa bagagem de experiência própria. Mas o que pode existir
que seja superior a essa etapa do caminho do yoque? É o que vamos estudar em nosso próximo artigo, o
caminho do homem equilibrado.

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