Você está na página 1de 25

ESTRUTURAS DE AÇO

Caroline Rainha Bubach


AÇÕES EM ESTRUTURAS

(I) DEFINIÇÃO
Qualquer influência ou conjunto de influências capaz de produzir estados de
tensão, deformação ou movimento de corpo rígido de uma estrutura.

(II) CLASSIFICAÇÃO
No projeto estrutural, as ações são classificadas em:
 Permanentes;
 Variáveis;
 Excepcionais.
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(II) CLASSIFICAÇÃO
• Permanentes: praticamente invariáveis ao longo da vida útil da estrutura, e se
subdividem em:

• Diretas: o peso próprio da estrutura e de todos os elementos componentes da


construção (pisos, paredes permanentes, revestimentos etc.).
• Indiretas: a protensão, os recalques de apoio e a retração dos materiais.
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(II) CLASSIFICAÇÃO
• Variáveis: variam com o tempo, podendo ter natureza e intensidade normais
(uso regular, cotidiano e permanente) ou especiais (transporte de grande peso
ou abalo sísmico, portanto ocasionais/transitórias).

Normais: sobrecargas em pisos e estruturas, equipamentos e divisórias móveis, vento usual, variação de
temperatura (causada pelo clima e equipamento).
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(II) CLASSIFICAÇÃO
• Excepcionais: variam com o tempo, mas assumem valores significativos apenas
durante uma fração muito pequena da vida útil da estrutura e, além disso, têm
baixa probabilidade de ocorrência (como explosões, choques de veículos ou
embarcações, furacões, incêndio etc.). Não é possível anular os efeitos deste tipo
de ação.
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(II) CLASSIFICAÇÃO

As ações variáveis especiais e as ações excepcionais não são abordadas nesta


disciplina, tendo em vista as condições climáticas e de subsolo do Brasil não
proporcionarem a ocorrência de ventos extraordinários e de efeitos sísmicos
significativos.
Além disso, as ações decorrentes de transporte eventual de equipamentos de
grande peso, de explosão e de choque de veículos e embarcações dificilmente
precisam ser levadas em conta nas edificações usuais.
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(III) INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE AÇÕES PERMANENTES E VARIÁVEIS

As ações permanentes podem ser


determinadas a partir dos pesos específicos
dos materiais de construção.
A ABNT NBR 6120:1980 fornece, para os
casos em que não houver determinação
experimental, valores de muitos materiais
constantemente utilizados.
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(III) INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE AÇÕES


PERMANENTES E VARIÁVEIS

Entre as ações variáveis, as mais comuns


são as de sobrecargas nos pisos e
coberturas das edificações, referentes a
pessoas, móveis, utensílios e veículos.
Supõe-se que as sobrecargas sejam
uniformemente distribuídas, e seus valores
mínimos são previstos pela ABNT
NBR 6120:1980, para algumas situações
usuais.
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(IV) SIGNIFICADO DOS VALORES DAS AÇÕES

Os valores das ações, fornecidos por normas e especificações, são , de modo geral,
característicos. O valor característico é definido assim:
 Permanente (AG,k): é o valor médio, que difere muito pouco do máximo;
AÇÕES EM ESTRUTURAS

(IV) SIGNIFICADO DOS VALORES DAS AÇÕES

Os valores das ações, fornecidos por normas e especificações, são , de modo geral,
característicos. O valor característico é definido assim:
 Variáveis (AQ,k): valor que tem entre 25% e 35% de probabilidade de ser
ultrapassado durante a vida útil da edificação.
{
𝑹𝒅 ≥ 𝑺𝒅
𝑆𝑑 : SOLICITAÇÃO DE CÁLCULO
ou...

𝑅𝑑 : RESISTÊNCIA DE CÁLCULO 𝜽 𝑹𝒅 , 𝑺𝒅 ≥ 𝟎

ÍNDICE 𝑑 → “DE CÁLCULO” (design) ABNT NBR 8681 (2004)


Ações e segurança nas estruturas - Procedimento

Portanto é necessário determinar:

• Ações de cálculo;
• Resistências de cálculo;
• Coeficientes (ponderação e redução);
RUPTURA, DESEQUILÍBRIO, HIPOSTATICIDADE

ESTADO LIMITE DE ÚLTIMO (ELU)

ESTADO LIMITE DE SERVIÇO (ELS)


ESTÉTICA, DURABILIDADE, CONFORTO
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

DE ONDE VEM
A CARGA P?

𝑷 → 𝑴, 𝑽, 𝑵, …
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS
AÇÕES: classificação quanto à
variabilidade:
Peso Próprio
Equipamentos fixos
Empuxos de Terra PERMANENTES (G)
Protensão
INDIRETAS
Recalques
Vento
Pessoas
Mobília VARIÁVEIS (Q)
Temperatura
Empuxos de Água
Explosões
Incêndios EXCEPCIONAIS (E) Não serão estudadas nesta disciplina.
Sismos
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

Ações: PERMANENTES (G) VARIÁVEIS (Q)

COMO SOMAR AS AÇÕES PARA OBTER AS


SOLICITAÇÕES DE CÁLCULO?

? 𝑭𝒅 = 𝑭𝑮 + 𝑭𝑸

? 𝑭𝒅 = 𝑭𝑮,𝒌 + 𝑭𝑸,𝒌

? 𝑭𝒅 = 𝜸𝑮 𝑭𝑮,𝒌 + 𝜸𝑸 𝑭𝑸,𝒌

𝒎 𝒏

? 𝑭𝒅 =
𝒊=𝟏
𝜸𝒈𝒊 ∙ 𝑭𝑮𝒊,𝒌 +
𝒋=𝟏
𝜸𝒒𝒋 ∙ 𝑭𝑸𝒋,𝒌
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

Ações: PERMANENTES (G) VARIÁVEIS (Q)


𝑭𝒅 : VALOR DE CÁLCULO
𝑭𝒌 : VALOR CARACTERÍSTICO DA AÇÃO
COMO SOMAR AS AÇÕES PARA OBTER AS
SOLICITAÇÕES DE CÁLCULO? 𝜸: COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO
𝝍: FATORES DE REDUÇÃO E COMBINAÇÃO
𝝍𝑝 : PRINCIPAL
𝝍𝑎 : DE ACOMPANHAMENTO

FÓRMULA BÁSICA PARA COMBINAÇÃO DE CARGAS:


𝒎 𝒏

𝑭𝒅 = 𝜸𝒈𝒊 𝑭𝑮𝒊,𝒌 + 𝜸𝒒𝟏 𝝍𝒑 𝑭𝑸𝟏,𝒌 + 𝜸𝒒𝒋 𝝍𝒂 𝑭𝑸𝒋,𝒌


𝒊=𝟏 𝒋=𝟐
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

Ações: PERMANENTES (G) VARIÁVEIS (Q)

COMO SOMAR AS AÇÕES PARA OBTER AS


SOLICITAÇÕES DE CÁLCULO?

Caso atuem na estrutura mais de uma


ação variável, é bastante improvável que
todas elas estejam com valor igual ou
superior ao característico ao mesmo tempo,
durante o período de vida útil da
edificação.

FÓRMULA BÁSICA PARA COMBINAÇÃO DE CARGAS:


𝒎 𝒏

𝑭𝒅 =
𝒊=𝟏
𝜸𝒈𝒊 𝑭𝑮𝒊,𝒌 + 𝜸𝒒𝟏 𝝍𝒑 𝑭𝑸𝟏,𝒌 +
𝒋=𝟐
𝜸𝒒𝒋 𝝍𝒂 𝑭𝑸𝒋,𝒌
{ 𝐶1 : 𝐴𝐺,𝑘 + 𝐴𝑄,𝑠𝑐,𝑘 + 𝐴𝑄,𝑣𝑒,𝑟𝑒𝑑

𝐶2 : 𝐴𝐺,𝑘 + 𝐴𝑄,𝑣𝑒,𝑘 + 𝐴𝑄,𝑠𝑐,𝑟𝑒𝑑


SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS
FÓRMULA BÁSICA PARA COMBINAÇÃO DE CARGAS: 𝑭𝒅 : VALOR DE CÁLCULO
𝒎 𝒏
𝑭𝒌 : VALOR CARACTERÍSTICO DA AÇÃO
𝑭𝒅 = 𝜸𝒈𝒊 𝑭𝑮𝒊,𝒌 + 𝜸𝒒𝟏 𝝍𝒑 𝑭𝑸𝟏,𝒌 + 𝜸𝒒𝒋 𝝍𝒂 𝑭𝑸𝒋,𝒌
𝜸: COEFICIENTE DE PONDERAÇÃO
𝒊=𝟏 𝒋=𝟐
𝝍: FATORES DE REDUÇÃO E COMBINAÇÃO
𝝍𝑝 : PRINCIPAL
NORMAIS
𝝍𝑎 : DE ACOMPANHAMENTO
ESPECIAIS
(ELU)
DE CONSTRUÇÃO
EXCEPCIONAIS

QUASE PERMANENTES
(ELS) FREQUENTES
RARAS
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

𝑚 𝑛

(ELU) NORMAIS 𝐹𝑑 =
𝑖=1
𝛾𝑔𝑖 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝛾𝑞1 𝐹𝑄1,𝑘 +
𝑗=2
𝛾𝑞𝑗 𝜓0𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘

𝑚 𝑛

QUASE PERMANENTES 𝐹𝑑 = 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝜓2𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘


𝑖=1 𝑗=1

𝑚 𝑛

(ELS) FREQUENTES 𝐹𝑑 = 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝜓1 𝐹𝑄1,𝑘 + 𝜓2𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘


𝑖=1 𝑗=2

OBS.: nesta disciplina as 𝑚 𝑛


combinações ELS serão utilizadas
apenas para verificação de flecha.
RARAS 𝐹𝑑 = 𝐹𝐺𝑖,𝑘 + 𝐹𝑄1,𝑘 + 𝜓1𝑗 𝐹𝑄𝑗,𝑘
𝑖=1 𝑗=2
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

𝜸≥1
COMO OBTER OS COEFICIENTES DE
PONDERAÇÃO (𝛾) E DE REDUÇÃO (𝜓)? 𝝍<1 𝝍0 > 𝝍1 > 𝝍2

ESTRUTURAS DE AÇO → ABNT NBR 8800:2008 Tabela 1, Tabela 2


SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

COMO OBTER OS COEFICIENTES DE


PONDERAÇÃO (𝛾) E DE REDUÇÃO (𝜓)?

a Os valores entre parênteses


correspondem aos coeficientes para as
ações permanentes favoráveis à
segurança; ações variáveis e excepcionais
favoráveis à segurança não devem ser
incluídas nas combinações.
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

COMO OBTER OS COEFICIENTES DE


PONDERAÇÃO (𝛾) E DE REDUÇÃO (𝜓)?
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

DETALHES IMPORTANTES A RESPEITO DE COMBINAÇÕES DE CARGA:

AÇÃO FAVORÁVEL vs. AÇÃO VARIÁVEL PRINCIPAL &


AÇÃO DO VENTO
AÇÃO DESFAVORÁVEL AÇÕES VARIÁVEIS SECUNDÁRIAS

𝒎 𝒏

𝑭𝒅 = 𝑭𝑮𝒊,𝒌 + 𝑭𝑸𝟏,𝒌 + 𝝍𝟏𝒋 𝑭𝑸𝒋,𝒌


𝒊=𝟏 𝒋=𝟐

Atenção na escolha dos coeficientes de ponderação. Deve haver no máximo uma hipótese Gerar n combinações de forma que em cada
de vento em cada combinação de carga. uma seja escolhida uma ação principal distinta.
SOLICITAÇÕES RESISTÊNCIAS

valores dos coeficientes de ponderação:

𝒇𝒌
ESTRUTURAS DE AÇO → ABNT NBR 8800:2008 Tabela 3 𝒇𝒅 =
𝜸
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

O piso mostrado a seguir, pertencente a um edifício industrial, é constituído pelas vigas V1, V2 e
V3, todas birrotuladas, sobrepostas por uma laje de concreto armado maciça, moldada no local,
sem revestimento, de 10 cm de espessura. Sobre o piso atua uma sobrecarga de 6 kN/m2, além de
uma carga devida a um equipamento móvel, que eventualmente passa pelo piso, igual a 14 kN/m2.
Sabendo disso, determine os momentos fletores solicitantes de cálculo máximos das vigas V1 e V2.
Não há pesos ou equipamentos que permaneçam fixos por longos períodos de tempo, nem
elevadas concentrações de pessoas.

Você também pode gostar