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Língua Portuguesa

Língua Portuguesa
Sumário
1. A Língua Portuguesa nas Igrejas.................................................................................................................7
2. Substantivo.................................................................................................................................................8
3. Adjetivo.....................................................................................................................................................10
4. Artigo........................................................................................................................................................12
5. Pronome...................................................................................................................................................13
6. Numeral....................................................................................................................................................16
7. Verbo........................................................................................................................................................17
8. Advérbio...................................................................................................................................................18
9. Preposição................................................................................................................................................20
10. Conjunção...............................................................................................................................................21
11. Interjeição...............................................................................................................................................22
12. O novo acordo ortográfico: algumas regras............................................................................................23
13. A construção do texto: coesão e coerência textuais...............................................................................26
14. Erros que devem ser evitados.................................................................................................................28
15. Literatura................................................................................................................................................32
1. A Bíblia, o Manual da Ética Cristã..............................................................................................................44
2. O que é Ética Cristã?.................................................................................................................................46
3. A História dos Filósofos na Ética...............................................................................................................48
4. A Ética Cristã na Família............................................................................................................................50
5. Diferença Entre a Ética Cristã e a Ética Do Mundo....................................................................................52
6. Diferença Entre a Ética Secular e a Ética Cristã.........................................................................................53
7. A Ética Natural..........................................................................................................................................54
8. O Ensino se Jesus Sobre a Ética Cristã.......................................................................................................56
9. A Unidade da Ética Cristã..........................................................................................................................59
10. Conteúdo da Ética Cristã.........................................................................................................................61
11. O Motivo da Ética Cristã..........................................................................................................................62
12. O Princípio da Ética Cristã.......................................................................................................................63
13. O Poder Da Ética Cristã..........................................................................................................................64
14. A Ética Cristã Nos Relacionamentos........................................................................................................65
15. A Ética Cristã no Casamento...................................................................................................................68
16. O Divórcio à Luz aa Bíblia........................................................................................................................69
17. A Ética Cristã nos Dias Atuais..................................................................................................................71
2
Sumário
1. A Língua Portuguesa nas Igrejas.................................................................................................................7
2. Substantivo.................................................................................................................................................8
3. Adjetivo.....................................................................................................................................................10
4. Artigo........................................................................................................................................................12
5. Pronome...................................................................................................................................................13
6. Numeral....................................................................................................................................................16
7. Verbo........................................................................................................................................................17
8. Advérbio...................................................................................................................................................18
9. Preposição................................................................................................................................................20
10. Conjunção...............................................................................................................................................21
11. Interjeição...............................................................................................................................................22
12. O novo acordo ortográfico: algumas regras............................................................................................23
13. A construção do texto: coesão e coerência textuais...............................................................................26
14. Erros que devem ser evitados.................................................................................................................28
15. Literatura................................................................................................................................................32
1. A Bíblia, o Manual da Ética Cristã..............................................................................................................44
2. O que é Ética Cristã?.................................................................................................................................46
3. A História dos Filósofos na Ética...............................................................................................................48
4. A Ética Cristã na Família............................................................................................................................50
5. Diferença Entre a Ética Cristã e a Ética Do Mundo....................................................................................52
6. Diferença Entre a Ética Secular e a Ética Cristã.........................................................................................53
7. A Ética Natural..........................................................................................................................................54
8. O Ensino se Jesus Sobre a Ética Cristã.......................................................................................................56
9. A Unidade da Ética Cristã..........................................................................................................................59
10. Conteúdo da Ética Cristã.........................................................................................................................61
11. O Motivo da Ética Cristã..........................................................................................................................62
12. O Princípio da Ética Cristã.......................................................................................................................63
13. O Poder Da Ética Cristã..........................................................................................................................64
14. A Ética Cristã Nos Relacionamentos........................................................................................................65
15. A Ética Cristã no Casamento...................................................................................................................68
16. O Divórcio à Luz aa Bíblia........................................................................................................................69
17. A Ética Cristã nos Dias Atuais..................................................................................................................71
2
1. A História da Igreja Primitiva....................................................................................................................78
2. A Igreja do Período Pentecostal................................................................................................................80
3. Expansão do Cristianismo Século I............................................................................................................81
4. A Vida da Igreja.........................................................................................................................................82
5. Primeiras Perseguições.............................................................................................................................83
6. A Igreja Entre os Gentios...........................................................................................................................84
7. As Perseguições Imperiais.........................................................................................................................85
8. A Igreja Imperial........................................................................................................................................86
9. A Igreja Medieval......................................................................................................................................87
10. A Igreja Reformada.................................................................................................................................88
11. LUTERO – O Homem Que Abalou O Mundo...........................................................................................90
12. Reação do Papa Contra Martinho Lutero................................................................................................97
13. A Origem do Evangelho na América Latina...........................................................................................100
14. O Movimento Missionário Moderno....................................................................................................101
15. As Assembleias de Deus no Brasil E Em Portugal.................................................................................102
16. Resumo da História do Movimento Pentecostal Em Portugal.............................................................104
17. Origem E Desenvolvimento Das Assembleias De Deus.........................................................................105
18. Resumo Da História Das Assembleias De Deus No Brasil......................................................................108
19. O Credo Da Igreja..................................................................................................................................110
1. Antiga Mesopotâmia...............................................................................................................................113
2. História do Egito Antigo..........................................................................................................................119
3. O Código de Hamurabi............................................................................................................................122
4. A História do Judaísmo...........................................................................................................................124
5. História dos Hebreus, Persas E Fenícios..................................................................................................127
6. A Saída Do Povo De Israel Do Egito.........................................................................................................130
7. A Monarquia dos Hebreus......................................................................................................................133
8. Os Hebreus nos Dias de Hoje..................................................................................................................135
1. O Líder....................................................................................................................................................181
2. Qualidades do líder ideal........................................................................................................................182
3. Qualidades intelectuais...........................................................................................................................187
4. Conhecimentos gerais.............................................................................................................................188
5. Qualidades sociais...................................................................................................................................189
6. Qualidades morais..................................................................................................................................192
7. O Líder Desenvolvendo Suas Habilidades...............................................................................................195
3
1. A História da Igreja Primitiva....................................................................................................................78
2. A Igreja do Período Pentecostal................................................................................................................80
3. Expansão do Cristianismo Século I............................................................................................................81
4. A Vida da Igreja.........................................................................................................................................82
5. Primeiras Perseguições.............................................................................................................................83
6. A Igreja Entre os Gentios...........................................................................................................................84
7. As Perseguições Imperiais.........................................................................................................................85
8. A Igreja Imperial........................................................................................................................................86
9. A Igreja Medieval......................................................................................................................................87
10. A Igreja Reformada.................................................................................................................................88
11. LUTERO – O Homem Que Abalou O Mundo...........................................................................................90
12. Reação do Papa Contra Martinho Lutero................................................................................................97
13. A Origem do Evangelho na América Latina...........................................................................................100
14. O Movimento Missionário Moderno....................................................................................................101
15. As Assembleias de Deus no Brasil E Em Portugal.................................................................................102
16. Resumo da História do Movimento Pentecostal Em Portugal.............................................................104
17. Origem E Desenvolvimento Das Assembleias De Deus.........................................................................105
18. Resumo Da História Das Assembleias De Deus No Brasil......................................................................108
19. O Credo Da Igreja..................................................................................................................................110
1. Antiga Mesopotâmia...............................................................................................................................113
2. História do Egito Antigo..........................................................................................................................119
3. O Código de Hamurabi............................................................................................................................122
4. A História do Judaísmo...........................................................................................................................124
5. História dos Hebreus, Persas E Fenícios..................................................................................................127
6. A Saída Do Povo De Israel Do Egito.........................................................................................................130
7. A Monarquia dos Hebreus......................................................................................................................133
8. Os Hebreus nos Dias de Hoje..................................................................................................................135
1. O Líder....................................................................................................................................................181
2. Qualidades do líder ideal........................................................................................................................182
3. Qualidades intelectuais...........................................................................................................................187
4. Conhecimentos gerais.............................................................................................................................188
5. Qualidades sociais...................................................................................................................................189
6. Qualidades morais..................................................................................................................................192
7. O Líder Desenvolvendo Suas Habilidades...............................................................................................195
3
8. Quais São os Caminhos Que o Líder Deve Tomar Para Ter Sucesso em Reuniões?................................199
9. O Líder e os Cuidados Com Negociações................................................................................................202
10. O Líder e a Formação de Novos Líderes................................................................................................205
11. Métodos Para Escolher Novos Auxiliares..............................................................................................207
3. O Que é Neopentecostalismo?...............................................................................................................218
4. A Teologia Da Prosperidade....................................................................................................................220
5. Biblicamente Existem Maldições Hereditárias?......................................................................................223
6. Batalha Espiritual Ou Valorização Dos Demônios?.................................................................................225
7. O Que São ss Católicos Carismáticos?.....................................................................................................227
8. A Importância do Discernimento Bíblico.................................................................................................230
9. A Igreja de Deus Como Voz Profética Para o Mundo..............................................................................232
10. Quais São os Aspectos da Verdadeira Igreja de Deus...........................................................................234
1. O Que É Missão Transcultural.................................................................................................................240
2. Porque Orar Pelas Nações......................................................................................................................241
3. Você Conhece as 62 Nações da Janela 10/40?........................................................................................242
4. Missões Sem Fronteiras..........................................................................................................................243
5. Como Fazer Missões...............................................................................................................................272
6. Londres – Inglaterra................................................................................................................................273
7. Missão é Algo Realmente Necessário?...................................................................................................274
8. Perseguição.............................................................................................................................................275
9. Jim Stier..................................................................................................................................................276
10. Missões: A torre de babel do século 21................................................................................................277
11. Entrevista Com Billy Graham................................................................................................................278
13. Soon Ok Lee..........................................................................................................................................280
14. Missões A Janela 10/40.........................................................................................................................283
15. Referências Bíblicas Sobre Missões......................................................................................................285
1. Conhecimento popular...........................................................................................................................288
2. Conhecimento filosófico.........................................................................................................................288
3. Conhecimento religioso..........................................................................................................................288
4. Conhecimento científico.........................................................................................................................288
5. Natureza da ciência.................................................................................................................................289
6. Componentes da ciência.........................................................................................................................289
4
8. Quais São os Caminhos Que o Líder Deve Tomar Para Ter Sucesso em Reuniões?................................199
9. O Líder e os Cuidados Com Negociações................................................................................................202
10. O Líder e a Formação de Novos Líderes................................................................................................205
11. Métodos Para Escolher Novos Auxiliares..............................................................................................207
3. O Que é Neopentecostalismo?...............................................................................................................218
4. A Teologia Da Prosperidade....................................................................................................................220
5. Biblicamente Existem Maldições Hereditárias?......................................................................................223
6. Batalha Espiritual Ou Valorização Dos Demônios?.................................................................................225
7. O Que São ss Católicos Carismáticos?.....................................................................................................227
8. A Importância do Discernimento Bíblico.................................................................................................230
9. A Igreja de Deus Como Voz Profética Para o Mundo..............................................................................232
10. Quais São os Aspectos da Verdadeira Igreja de Deus...........................................................................234
1. O Que É Missão Transcultural.................................................................................................................240
2. Porque Orar Pelas Nações......................................................................................................................241
3. Você Conhece as 62 Nações da Janela 10/40?........................................................................................242
4. Missões Sem Fronteiras..........................................................................................................................243
5. Como Fazer Missões...............................................................................................................................272
6. Londres – Inglaterra................................................................................................................................273
7. Missão é Algo Realmente Necessário?...................................................................................................274
8. Perseguição.............................................................................................................................................275
9. Jim Stier..................................................................................................................................................276
10. Missões: A torre de babel do século 21................................................................................................277
11. Entrevista Com Billy Graham................................................................................................................278
13. Soon Ok Lee..........................................................................................................................................280
14. Missões A Janela 10/40.........................................................................................................................283
15. Referências Bíblicas Sobre Missões......................................................................................................285
1. Conhecimento popular...........................................................................................................................288
2. Conhecimento filosófico.........................................................................................................................288
3. Conhecimento religioso..........................................................................................................................288
4. Conhecimento científico.........................................................................................................................288
5. Natureza da ciência.................................................................................................................................289
6. Componentes da ciência.........................................................................................................................289
4
7. O conhecimento científico é objetivo.....................................................................................................289
8. O conhecimento científico é factual.......................................................................................................290
9. O Conhecimento Científico é Transcendente aos Fatos..........................................................................291
10. O conhecimento científico é analítico...................................................................................................291
11. O Conhecimento Científico É Claro E Preciso........................................................................................291
12. O conhecimento científico....................................................................................................................292
13. O conhecimento científico....................................................................................................................292
14. O conhecimento científico é dependente de investigação metódica...................................................292
15. O conhecimento científico....................................................................................................................293
16. O conhecimento científico....................................................................................................................293
17. O conhecimento científico....................................................................................................................293
18. O conhecimento científico....................................................................................................................293
19. O conhecimento científico....................................................................................................................294
20. O Conhecimento Científico...................................................................................................................296
21. Ciência e sua classificação.....................................................................................................................296
22. Unidade da ciência................................................................................................................................296
23. Espírito científico..................................................................................................................................297
24. Classificação Da Ciência........................................................................................................................298
1. O Que é Administração?.........................................................................................................................304
2. Como Ser Um Administrador?................................................................................................................306
3. Dois Fundamentos Da Administração Eclesiástica..................................................................................307
4. Os Sistemas Administrativos os Sistemas Administrativos Presentes no Brasil......................................309
5 Democracia Espiritual.............................................................................................................................310
6. Evidências de Um Líder Autêntico..........................................................................................................312
7. O Apóstolo Paulo disse aos anciões da Igreja em Éfeso..........................................................................313
8. A Administração e as Quatro Tentações do Sucesso..............................................................................315
9. Mordomia Cristã.....................................................................................................................................317
10. Ajude as Pessoas a Alcançarem o Seu Potencial Flagre-as Fazendo Alguma Coisa Certa......................318
11. Não Espere Até Que As Pessoas Façam Alguma Coisa Certa Para Elogia-las........................................319
12. O Feedback é o Desjejum Dos Campeões.............................................................................................319
13. Ninguém Pode Fazer Você Se Sentir Inferior Sem o Seu Consentimento.............................................319
14. Nenhum de Nós é Tão Esperto Quanto Nós Juntos..............................................................................319
15. As Coisas Que Não Valem a Pena Ser Feitas Não Valem a Pena Ser Bem Feitas...................................320
16. O Sucesso Não É Eterno e o Fracasso Não é Fatal.................................................................................320
17. Quando Você Para de Aprender, Para de Progredir.............................................................................320
5
7. O conhecimento científico é objetivo.....................................................................................................289
8. O conhecimento científico é factual.......................................................................................................290
9. O Conhecimento Científico é Transcendente aos Fatos..........................................................................291
10. O conhecimento científico é analítico...................................................................................................291
11. O Conhecimento Científico É Claro E Preciso........................................................................................291
12. O conhecimento científico....................................................................................................................292
13. O conhecimento científico....................................................................................................................292
14. O conhecimento científico é dependente de investigação metódica...................................................292
15. O conhecimento científico....................................................................................................................293
16. O conhecimento científico....................................................................................................................293
17. O conhecimento científico....................................................................................................................293
18. O conhecimento científico....................................................................................................................293
19. O conhecimento científico....................................................................................................................294
20. O Conhecimento Científico...................................................................................................................296
21. Ciência e sua classificação.....................................................................................................................296
22. Unidade da ciência................................................................................................................................296
23. Espírito científico..................................................................................................................................297
24. Classificação Da Ciência........................................................................................................................298
1. O Que é Administração?.........................................................................................................................304
2. Como Ser Um Administrador?................................................................................................................306
3. Dois Fundamentos Da Administração Eclesiástica..................................................................................307
4. Os Sistemas Administrativos os Sistemas Administrativos Presentes no Brasil......................................309
5 Democracia Espiritual.............................................................................................................................310
6. Evidências de Um Líder Autêntico..........................................................................................................312
7. O Apóstolo Paulo disse aos anciões da Igreja em Éfeso..........................................................................313
8. A Administração e as Quatro Tentações do Sucesso..............................................................................315
9. Mordomia Cristã.....................................................................................................................................317
10. Ajude as Pessoas a Alcançarem o Seu Potencial Flagre-as Fazendo Alguma Coisa Certa......................318
11. Não Espere Até Que As Pessoas Façam Alguma Coisa Certa Para Elogia-las........................................319
12. O Feedback é o Desjejum Dos Campeões.............................................................................................319
13. Ninguém Pode Fazer Você Se Sentir Inferior Sem o Seu Consentimento.............................................319
14. Nenhum de Nós é Tão Esperto Quanto Nós Juntos..............................................................................319
15. As Coisas Que Não Valem a Pena Ser Feitas Não Valem a Pena Ser Bem Feitas...................................320
16. O Sucesso Não É Eterno e o Fracasso Não é Fatal.................................................................................320
17. Quando Você Para de Aprender, Para de Progredir.............................................................................320
5
18. Na Vida, Tudo Aquilo Que Você Resiste, Persiste.................................................................................320
19. Não Trabalhe Com Mais Força – Trabalhe Com Mais Inteligência........................................................321
20. Os Caras Certinhos Aparentemente São Os Últimos A Terminar Alguma Coisa, Mas Em Geral Estão
Disputando Uma Competição Diferente.....................................................................................................321
21. Quando Se Administram Pessoas, é Mais Fácil Diminuir do Que Aumentar o Controle.......................321
22. Qualquer Coisa Que Valha a Pena Ser Feita,.........................................................................................321
Não Precisa Ser Feita Com Perfeição – No Início........................................................................................321
23. O Que Motiva Uma Pessoa Pode Não Motivar Outra...........................................................................322
24. A Vida Toda Gira em Torno de Tirar Uma Nota 10................................................................................322
25. A Sabedoria E O Poder Milagroso De Viver Em Equipe!........................................................................322
26. O Sábio Salomão...................................................................................................................................323
32 A Solução...............................................................................................................................................326
6
18. Na Vida, Tudo Aquilo Que Você Resiste, Persiste.................................................................................320
19. Não Trabalhe Com Mais Força – Trabalhe Com Mais Inteligência........................................................321
20. Os Caras Certinhos Aparentemente São Os Últimos A Terminar Alguma Coisa, Mas Em Geral Estão
Disputando Uma Competição Diferente.....................................................................................................321
21. Quando Se Administram Pessoas, é Mais Fácil Diminuir do Que Aumentar o Controle.......................321
22. Qualquer Coisa Que Valha a Pena Ser Feita,.........................................................................................321
Não Precisa Ser Feita Com Perfeição – No Início........................................................................................321
23. O Que Motiva Uma Pessoa Pode Não Motivar Outra...........................................................................322
24. A Vida Toda Gira em Torno de Tirar Uma Nota 10................................................................................322
25. A Sabedoria E O Poder Milagroso De Viver Em Equipe!........................................................................322
26. O Sábio Salomão...................................................................................................................................323
32 A Solução...............................................................................................................................................326
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Lição 1
1. A Língua Portuguesa nas Igrejas
Grande parte das pessoas pertencentes a um segmento religioso, seja ele tradicional ou
pentecostal, acaba acreditando que não é necessário aprimorar-se mais em sua língua. É certo que,
para ser salvo, não é necessário ser um poliglota. Sim, concordamos com isso. Todavia, a sabedoria
e todo o conhecimento adquirido são extremamente importantes, como vemos no livro de Provérbios,
capítulo 8 e versículo 1.
Ser humilde não significa que não devemos buscar conhecimento e aprimorar as nossas
habilidades, pois quanto maior o nosso campo de conhecimento, maior será o agir de Deus em
nossas vidas. O conhecimento nos leva a reflexões e nos permite desenvolver uma visão crítica das
coisas, principalmente sobre aquilo que lemos, como é o caso da Bíblia; e essa visão crítica faz com
que tenhamos mais cuidado com o texto, valorizando-o.
No caso da língua portuguesa, a nossa língua materna, é o idioma por meio do qual temos
acesso a leituras e informações em geral. Para analisa-las e entendê-las, faz-se necessário um
domínio da norma culta da língua, também conhecida como norma padrão. Vamos, então, analisar a
atual situação da língua portuguesa nas igrejas A Origem das Línguas se deu na Construção da
Torre de Babel - Gn.11
A Deficiência Do Português Nas Igrejas
Pessoas que ocupam uma posição da igreja são bastante visadas pelos membros. Pastores,
dirigentes do círculo de oração, líderes de mocidade, pregadores, enfim, todos falam em público e
para o público. Uma pessoa que não possui boa dicção e retórica, dificilmente conseguirá organizar
suas ideias de modo coerente. Essa deficiência provém da falta de leitura atenta e organizada, em
que são observados elementos como coesão, coerência e, principalmente, a gramática da língua.
É comum vermos obreiros e pregadores cometendo erros do tipo pra mim fazer..., Jesus, a
qual realizou milagres... Além disso, não se dá a devida atenção aos nomes dos livros bíblicos, o que
é vergonhoso. É muito comum, por exemplo, que alguém diga: Primeiro aos Coríntios, ou, então,
Primeira Reis, esquecendo-se de que o numeral primeiro deve concordar com a função do livro, ou
seja, Paulo escreveu uma carta ao povo de Corinto, portanto, o correto é dizer Primeira carta aos
Coríntios. O mesmo ocorre com o livro de Reis, cuja expressão correta é Primeiro livro dos Reis.
Isso tudo parece ser bastante simples, mas se alguém que ocupa um cargo de confiança não
se esforçar para dominar as coisas simples, como ficarão, então, as coisas mais complexas?
Devemos nos lembrar de que servimos a um Deus grande e, por isso, não podemos fazer a obra de
qualquer maneira. E isso não inclui apenas a questão de espiritualidade, mas todo um conjunto
daquele que se apresenta diante da igreja.
Por isso, a ideia deste curso é levá-los a uma reflexão sobre a importância da língua,
permitindo uma melhor organização das ideias e, consequentemente, um melhor domínio e
expressão daquela. Cabe então a vocês, estudantes de teologia, a responsabilidade de fazer a
diferença diante de Deus e, também, diante da igreja.
Tenha certeza, meu querido irmão, minha querida irmã, que um maior conhecimento da língua
portuguesa lhe permitirá não só crescer em conhecimento, tornando-se alguém mais respeitado,
como também em graça, pois o perfeito entendimento da língua fará com que você olhe os textos
Bíblicos de outra maneira, com uma visão mais crítica, o que lhe permitirá um maior aprofundamento
na palavra de Deus, e nunca mais dirá a famosa frase: Eu não leio a Bíblia porque não entendo. O
conhecimento apresentado aqui, somado ao seu conhecimento teológico, o prepararão melhor para a
vida cristã.
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Lição 1
1. A Língua Portuguesa nas Igrejas
Grande parte das pessoas pertencentes a um segmento religioso, seja ele tradicional ou
pentecostal, acaba acreditando que não é necessário aprimorar-se mais em sua língua. É certo que,
para ser salvo, não é necessário ser um poliglota. Sim, concordamos com isso. Todavia, a sabedoria
e todo o conhecimento adquirido são extremamente importantes, como vemos no livro de Provérbios,
capítulo 8 e versículo 1.
Ser humilde não significa que não devemos buscar conhecimento e aprimorar as nossas
habilidades, pois quanto maior o nosso campo de conhecimento, maior será o agir de Deus em
nossas vidas. O conhecimento nos leva a reflexões e nos permite desenvolver uma visão crítica das
coisas, principalmente sobre aquilo que lemos, como é o caso da Bíblia; e essa visão crítica faz com
que tenhamos mais cuidado com o texto, valorizando-o.
No caso da língua portuguesa, a nossa língua materna, é o idioma por meio do qual temos
acesso a leituras e informações em geral. Para analisa-las e entendê-las, faz-se necessário um
domínio da norma culta da língua, também conhecida como norma padrão. Vamos, então, analisar a
atual situação da língua portuguesa nas igrejas A Origem das Línguas se deu na Construção da
Torre de Babel - Gn.11
A Deficiência Do Português Nas Igrejas
Pessoas que ocupam uma posição da igreja são bastante visadas pelos membros. Pastores,
dirigentes do círculo de oração, líderes de mocidade, pregadores, enfim, todos falam em público e
para o público. Uma pessoa que não possui boa dicção e retórica, dificilmente conseguirá organizar
suas ideias de modo coerente. Essa deficiência provém da falta de leitura atenta e organizada, em
que são observados elementos como coesão, coerência e, principalmente, a gramática da língua.
É comum vermos obreiros e pregadores cometendo erros do tipo pra mim fazer..., Jesus, a
qual realizou milagres... Além disso, não se dá a devida atenção aos nomes dos livros bíblicos, o que
é vergonhoso. É muito comum, por exemplo, que alguém diga: Primeiro aos Coríntios, ou, então,
Primeira Reis, esquecendo-se de que o numeral primeiro deve concordar com a função do livro, ou
seja, Paulo escreveu uma carta ao povo de Corinto, portanto, o correto é dizer Primeira carta aos
Coríntios. O mesmo ocorre com o livro de Reis, cuja expressão correta é Primeiro livro dos Reis.
Isso tudo parece ser bastante simples, mas se alguém que ocupa um cargo de confiança não
se esforçar para dominar as coisas simples, como ficarão, então, as coisas mais complexas?
Devemos nos lembrar de que servimos a um Deus grande e, por isso, não podemos fazer a obra de
qualquer maneira. E isso não inclui apenas a questão de espiritualidade, mas todo um conjunto
daquele que se apresenta diante da igreja.
Por isso, a ideia deste curso é levá-los a uma reflexão sobre a importância da língua,
permitindo uma melhor organização das ideias e, consequentemente, um melhor domínio e
expressão daquela. Cabe então a vocês, estudantes de teologia, a responsabilidade de fazer a
diferença diante de Deus e, também, diante da igreja.
Tenha certeza, meu querido irmão, minha querida irmã, que um maior conhecimento da língua
portuguesa lhe permitirá não só crescer em conhecimento, tornando-se alguém mais respeitado,
como também em graça, pois o perfeito entendimento da língua fará com que você olhe os textos
Bíblicos de outra maneira, com uma visão mais crítica, o que lhe permitirá um maior aprofundamento
na palavra de Deus, e nunca mais dirá a famosa frase: Eu não leio a Bíblia porque não entendo. O
conhecimento apresentado aqui, somado ao seu conhecimento teológico, o prepararão melhor para a
vida cristã.
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2. Substantivo
Quadrilha
João amava Tereza que amava Raimundo que amava
Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes,
que não tinha entrado na história.
É a classe de palavra que se caracteriza por significar o que convencionalmente chamamos
objetos substantivos, isto é, em primeiro lugar, substâncias homem, casa, livro e, em segundo lugar,
quaisquer outros objetos mentalmente apreendidos como substâncias, como qualidades bondade,
brancura, estados saúde, doença, processos chegada, entrega, aceitação, sentimentos amor,
ódio etc. Resumindo, substantivos são palavras que designam os seres.
Substantivos concretos e abstratos
Os substantivos concretos designam os seres de existência independente, ou seja, os seres
reais ou que a imaginação apresenta como tal. Por exemplo: mar, automóvel, filho, mãe, fada,
lobisomem, dragão etc.; já os substantivos abstratos são aqueles que designam os seres cuja
existência depende de pessoa ou coisa. Por exemplo: prazer, beijo, saudade, amor, ironia, trabalho
etc.
Os substantivos concretos dividem-se em duas classes: próprios e comuns. Os substantivos
próprios aplicam-se a um objeto ou a um conjunto de objetos, mas sempre individualmente.
Resumindo, são aqueles que se aplicam a um ser em particular. Por isso,
cada João, cada Isabel, cada Açores é uma pessoa ou ilha considerada
como indivíduo para as demais pessoas. Os substantivos próprios mais importantes são os
antropônimos, que se aplicam a pessoas que, em geral, têm prenome nome próprio individual e
sobrenome ou apelido, ao passo que os topônimos aplicam-se a
lugares e acidentes geográficos. É comum o emprego de
Os substantivos comuns aplicam-se a um ou mais objetos substantivos abstratos como
particulares que reúnem características comuns e inerentes a comuns, quando aplicados a
dada classe: homem, mesa, livro, cachorro, lua, sol, fevereiro, nomes de coisas relacionadas
segunda-feira, pastor, menino, galo etc. com o ato ou qualidade que
designam. Quando dizemos que
Substantivo simples e composto um país precisa de
inteligências, facilmente
Os substantivos simples são formados por apenas um percebemos que o substantivo
elemento. Por exemplo: moleque, flor, amor, pedra, tempo, sol,
inteligências, que é abstrato,
mesa, livro etc.; já os substantivos compostos são formados por
está sendo usado como se fosse
dois ou mais elementos. Por exemplo: couve-flor, pé-de-
moleque, passatempo, girassol, guarda-chuva, controle-remoto substantivo concreto, pois, na
etc. verdade, o que se quer dizer é
que o país precisa de pessoas
Substantivos primitivos e derivados inteligentes
Os substantivos primitivos são aqueles que não derivam
de nenhuma outra palavra dentro da própria língua. Por
exemplo: piano, ferro, noite etc.; já os substantivos derivados são aqueles que se originam de outras
palavras. Por exemplo: pianista, ferreiro, noitada etc.
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2. Substantivo
Quadrilha
João amava Tereza que amava Raimundo que amava
Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes,
que não tinha entrado na história.
É a classe de palavra que se caracteriza por significar o que convencionalmente chamamos
objetos substantivos, isto é, em primeiro lugar, substâncias homem, casa, livro e, em segundo lugar,
quaisquer outros objetos mentalmente apreendidos como substâncias, como qualidades bondade,
brancura, estados saúde, doença, processos chegada, entrega, aceitação, sentimentos amor,
ódio etc. Resumindo, substantivos são palavras que designam os seres.
Substantivos concretos e abstratos
Os substantivos concretos designam os seres de existência independente, ou seja, os seres
reais ou que a imaginação apresenta como tal. Por exemplo: mar, automóvel, filho, mãe, fada,
lobisomem, dragão etc.; já os substantivos abstratos são aqueles que designam os seres cuja
existência depende de pessoa ou coisa. Por exemplo: prazer, beijo, saudade, amor, ironia, trabalho
etc.
Os substantivos concretos dividem-se em duas classes: próprios e comuns. Os substantivos
próprios aplicam-se a um objeto ou a um conjunto de objetos, mas sempre individualmente.
Resumindo, são aqueles que se aplicam a um ser em particular. Por isso,
cada João, cada Isabel, cada Açores é uma pessoa ou ilha considerada
como indivíduo para as demais pessoas. Os substantivos próprios mais importantes são os
antropônimos, que se aplicam a pessoas que, em geral, têm prenome nome próprio individual e
sobrenome ou apelido, ao passo que os topônimos aplicam-se a
lugares e acidentes geográficos. É comum o emprego de
Os substantivos comuns aplicam-se a um ou mais objetos substantivos abstratos como
particulares que reúnem características comuns e inerentes a comuns, quando aplicados a
dada classe: homem, mesa, livro, cachorro, lua, sol, fevereiro, nomes de coisas relacionadas
segunda-feira, pastor, menino, galo etc. com o ato ou qualidade que
designam. Quando dizemos que
Substantivo simples e composto um país precisa de
inteligências, facilmente
Os substantivos simples são formados por apenas um percebemos que o substantivo
elemento. Por exemplo: moleque, flor, amor, pedra, tempo, sol,
inteligências, que é abstrato,
mesa, livro etc.; já os substantivos compostos são formados por
está sendo usado como se fosse
dois ou mais elementos. Por exemplo: couve-flor, pé-de-
moleque, passatempo, girassol, guarda-chuva, controle-remoto substantivo concreto, pois, na
etc. verdade, o que se quer dizer é
que o país precisa de pessoas
Substantivos primitivos e derivados inteligentes
Os substantivos primitivos são aqueles que não derivam
de nenhuma outra palavra dentro da própria língua. Por
exemplo: piano, ferro, noite etc.; já os substantivos derivados são aqueles que se originam de outras
palavras. Por exemplo: pianista, ferreiro, noitada etc.
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Substantivos coletivos
Os substantivos coletivos são aqueles que, no singular, designam uma classe de seres. Veja, a
seguir, alguns substantivos coletivos:
Substantivo Correspondência Substantivo Correspondência
alcateia de lobos armada de navios de guerra
arquipélago de ilhas banca de examinadores
banda de músicos bando de aves, de ciganos,
batalhão de soldados cancioneiro de canções
caravana de viajantes cardume de peixes
colmeia de abelhas constelação de estrelas
elenco de atores exército de soldados
matilha de cães de caça multidão de pessoas
plateia de espectadores ramalhete de flores
resma de folhas de papel tripulação de tripulantes
Os substantivos podem ser flexionados em:
a) Número: singular e plural;
b) Gênero: masculino e feminino;
c) Grau: aumentativo e diminutivo.
Quanto à função sintática, o substantivo exerce por excelência a função de sujeito da oração:
Eduardo anda muito pela manhã
O avô deu um brinquedo ao neto
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Substantivos coletivos
Os substantivos coletivos são aqueles que, no singular, designam uma classe de seres. Veja, a
seguir, alguns substantivos coletivos:
Substantivo Correspondência Substantivo Correspondência
alcateia de lobos armada de navios de guerra
arquipélago de ilhas banca de examinadores
banda de músicos bando de aves, de ciganos,
batalhão de soldados cancioneiro de canções
caravana de viajantes cardume de peixes
colmeia de abelhas constelação de estrelas
elenco de atores exército de soldados
matilha de cães de caça multidão de pessoas
plateia de espectadores ramalhete de flores
resma de folhas de papel tripulação de tripulantes
Os substantivos podem ser flexionados em:
a) Número: singular e plural;
b) Gênero: masculino e feminino;
c) Grau: aumentativo e diminutivo.
Quanto à função sintática, o substantivo exerce por excelência a função de sujeito da oração:
Eduardo anda muito pela manhã
O avô deu um brinquedo ao neto
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3. Adjetivo
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que a ela só por prêmio pretendia
Os dias na esperança de um só dia
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe deu Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Assim lhe era negada a sua pastora
Como se a não tivera merecida;
Começou a servir outros sete anos,
Dizendo: Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida.
Luiz Vaz de Camões
Adjetivo pode ser definido como palavra variável, caracterizada por constituir a delimitação do
substantivo, ou seja, é o termo que, na frase, modifica o substantivo, atribuindo-lhe qualidades,
defeitos, características, aparência, estado dos seres etc.
Locução adjetiva
Trata-se de expressões formadas por preposição + substantivo ou equivalente, que assume a
função de adjetivo.
Exemplos:
Locução adjetiva Adjetivo
homem sem capacidade homem incapaz
material de escola material escolar
amor de filho amor filial
casa do pai casa paterna
amor sem limites amor ilimitado
Porém, é importante nos lembrarmos de que nem toda locução adjetiva pode ser substituída
por um adjetivo correspondente. Por exemplo:
Livro de Ana Sala de televisão
Aula de física Parede de concreto
Dia de jogo Cama com lençol
Flexões do adjetivo
Número — o adjetivo acompanha o número do substantivo a que se refere: aluno estudioso,
alunos estudiosos. O adjetivo, portanto, conhece os dois números que vimos no substantivo: o
singular e o plural.
Gênero — Diferente do substantivo, o adjetivo não possui gênero. Concorda em gênero com o
substantivo a que se refere como simples repercussão da relação sintática de concordância que se
instaura entre o determinado substantivo e o determinante adjetivo. Por exemplo: tempo bom, vida
boa.
Grau — nessa definição enquadram-se as seguintes classes:
a) Gradação do adjetivo: há três tipos de gradação na qualidade expressa pelo adjetivo
— positivo, comparativo e superlativo
 O positivo, que não constitui a rigor uma gradação, enuncia simplesmente a qualidade. Por
exemplo: O rapaz é cuidadoso.
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3. Adjetivo
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que a ela só por prêmio pretendia
Os dias na esperança de um só dia
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe deu Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Assim lhe era negada a sua pastora
Como se a não tivera merecida;
Começou a servir outros sete anos,
Dizendo: Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida.
Luiz Vaz de Camões
Adjetivo pode ser definido como palavra variável, caracterizada por constituir a delimitação do
substantivo, ou seja, é o termo que, na frase, modifica o substantivo, atribuindo-lhe qualidades,
defeitos, características, aparência, estado dos seres etc.
Locução adjetiva
Trata-se de expressões formadas por preposição + substantivo ou equivalente, que assume a
função de adjetivo.
Exemplos:
Locução adjetiva Adjetivo
homem sem capacidade homem incapaz
material de escola material escolar
amor de filho amor filial
casa do pai casa paterna
amor sem limites amor ilimitado
Porém, é importante nos lembrarmos de que nem toda locução adjetiva pode ser substituída
por um adjetivo correspondente. Por exemplo:
Livro de Ana Sala de televisão
Aula de física Parede de concreto
Dia de jogo Cama com lençol
Flexões do adjetivo
Número — o adjetivo acompanha o número do substantivo a que se refere: aluno estudioso,
alunos estudiosos. O adjetivo, portanto, conhece os dois números que vimos no substantivo: o
singular e o plural.
Gênero — Diferente do substantivo, o adjetivo não possui gênero. Concorda em gênero com o
substantivo a que se refere como simples repercussão da relação sintática de concordância que se
instaura entre o determinado substantivo e o determinante adjetivo. Por exemplo: tempo bom, vida
boa.
Grau — nessa definição enquadram-se as seguintes classes:
a) Gradação do adjetivo: há três tipos de gradação na qualidade expressa pelo adjetivo
— positivo, comparativo e superlativo
 O positivo, que não constitui a rigor uma gradação, enuncia simplesmente a qualidade. Por
exemplo: O rapaz é cuidadoso.
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 O comparativo compara qualidades entre dois ou mais seres, estabelecendo:
Uma igualdade: o rapaz é tão cuidadoso quanto ou como os outros;
Uma superioridade: o rapaz é mais cuidadoso que ou como os outros;
Uma inferioridade: o rapaz é menos cuidadoso que ou do que os outros.
O superlativo ressalta, com vantagens ou desvantagens, a qualidade do ser em relação a
outros seres: O rapaz é o mais cuidadoso dos ou dentre os pretendentes ao emprego; O rapaz é o
menos cuidadoso dos pretendentes. Além de indicar que a qualidade do ser ultrapassa a noção
comum que temos dessa mesma qualidade. Por exemplo: O rapaz é muito cuidadoso ou o rapaz é
cuidadosíssimo.
Adjetivos diminutivo: as formas diminutivas de adjetivos precedidas ou não de muito, mais,
tão, bem adquirem valor superlativo: Blusa amarelinha, garoto bonitinho etc.
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 O comparativo compara qualidades entre dois ou mais seres, estabelecendo:
Uma igualdade: o rapaz é tão cuidadoso quanto ou como os outros;
Uma superioridade: o rapaz é mais cuidadoso que ou como os outros;
Uma inferioridade: o rapaz é menos cuidadoso que ou do que os outros.
O superlativo ressalta, com vantagens ou desvantagens, a qualidade do ser em relação a
outros seres: O rapaz é o mais cuidadoso dos ou dentre os pretendentes ao emprego; O rapaz é o
menos cuidadoso dos pretendentes. Além de indicar que a qualidade do ser ultrapassa a noção
comum que temos dessa mesma qualidade. Por exemplo: O rapaz é muito cuidadoso ou o rapaz é
cuidadosíssimo.
Adjetivos diminutivo: as formas diminutivas de adjetivos precedidas ou não de muito, mais,
tão, bem adquirem valor superlativo: Blusa amarelinha, garoto bonitinho etc.
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4. Artigo
Porquinho da Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-Índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos e limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
Artigo é a palavra que se antepõe ao substantivo para defini-lo ou indefini-lo.
Emprego
Emprega-se geralmente o artigo definido quando o ser ou o objeto em questão é conhecido ou
já foi mencionado anteriormente. Emprega-se artigo indefinido quando o ser ou o objeto em questão
não é do conhecimento do falante nem do ouvinte.
Artigo definido
São artigos definidos: o, as, os, as.
Emprega-se geralmente o artigo definido:
a. Antes de nomes de países, regiões, continentes, montanhas, vulcões, lagos, oceanos e rios:
A Inglaterra — o Brasil — o Pacífico — os Andes — o Amazonas — o Norte — a Europa — o
Nordeste.
b. Antes de nomes de pessoas, quando utilizadas no plural: Os Almeidas — os Junqueiras — os
Oliveiras
c. Depois das palavras ambos ou ambas: Ou então fazia ambas as coisas, e tocava falando,
soltava a rédea dos dedos...
d. Depois das palavras todos ou todas, quando estas vierem acompanhadas de numeral
seguido de substantivo: Todos os quatro representantes eram incompetentes
e. Depois da palavra todo ou toda, se tiver o significado de inteiro ou inteira: Seu vasto coração
abriga todo o colégio
O colégio inteiro
Artigo indefinido
O artigo indefinido pode dar maior realce a um substantivo, fazendo com que este, no singular,
represente toda a espécie. Em suma, o artigo indefinido generaliza o termo que posposto a ele. São
artigos indefinidos: um, uns, uma, umas. não era um ser humano, era um bicho. Este é, de fato, um
cão de guarda. Hoje à tarde vi um avião passando baixinho, baixinho. Deus tem reservado para nós
uma coroa de glória
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4. Artigo
Porquinho da Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-Índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos e limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
Artigo é a palavra que se antepõe ao substantivo para defini-lo ou indefini-lo.
Emprego
Emprega-se geralmente o artigo definido quando o ser ou o objeto em questão é conhecido ou
já foi mencionado anteriormente. Emprega-se artigo indefinido quando o ser ou o objeto em questão
não é do conhecimento do falante nem do ouvinte.
Artigo definido
São artigos definidos: o, as, os, as.
Emprega-se geralmente o artigo definido:
a. Antes de nomes de países, regiões, continentes, montanhas, vulcões, lagos, oceanos e rios:
A Inglaterra — o Brasil — o Pacífico — os Andes — o Amazonas — o Norte — a Europa — o
Nordeste.
b. Antes de nomes de pessoas, quando utilizadas no plural: Os Almeidas — os Junqueiras — os
Oliveiras
c. Depois das palavras ambos ou ambas: Ou então fazia ambas as coisas, e tocava falando,
soltava a rédea dos dedos...
d. Depois das palavras todos ou todas, quando estas vierem acompanhadas de numeral
seguido de substantivo: Todos os quatro representantes eram incompetentes
e. Depois da palavra todo ou toda, se tiver o significado de inteiro ou inteira: Seu vasto coração
abriga todo o colégio
O colégio inteiro
Artigo indefinido
O artigo indefinido pode dar maior realce a um substantivo, fazendo com que este, no singular,
represente toda a espécie. Em suma, o artigo indefinido generaliza o termo que posposto a ele. São
artigos indefinidos: um, uns, uma, umas. não era um ser humano, era um bicho. Este é, de fato, um
cão de guarda. Hoje à tarde vi um avião passando baixinho, baixinho. Deus tem reservado para nós
uma coroa de glória
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5. Pronome
Adormecida
Uma noite, e me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo,
E o pé descalço do tapete rente
Stava aberta a janela... Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço de horizonte,
Via-se a noite plácida e divina
...
Castro Alves
Pronome é a palavra que substitui ou determina o nome.
Classificação dos pronomes
Os pronomes podem ser classificados em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,
interrogativos e relativos.
Pronomes pessoais
Substituem as pessoas do discurso: Veja a tabela a seguir:
Singular Plural
1ª pessoa — Eu 1ª pessoa — Nós
2ª pessoa — Tu 2ª pessoa — Vós
3ª pessoa — Ele/Ela 3ª pessoa — Eles/Elas
Os pronomes pessoais podem ser classificados em retos e oblíquos. Para melhor entendê-los,
veja a tabela a seguir:
Reto Oblíquo
Átonos sem prep. Tônicos com prep.
Singular 1ª pessoa eu me mim, comigo
2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela se, lhe, o, a si, consigo, ele, ela
Plural 1ª pessoa nós nos nós, convosco
2ª pessoa vós vos vos, convosco
3ª pessoa se, lhes, os, as se, lhe, os, as si, consigo, eles, elas
Uso
Os pronomes retos funcionam geralmente como sujeito:
Eu canto porque o instante existe... C. Meireles
Tu aprenderas meu nome. E eu já aprendera a te amar C. H. Cony
Os pronomes oblíquos funcionam como objeto ou complemento:
Esses infelizes não me inspiram simpatia. G. Ramos
Quero rever-te, pátria minha... V. de Morais
Os pronomes oblíquos podem ser:
a) Átonos empregados sem preposição:
Desta vez julguei-me perdido L. Cardoso
b) Tônicos sempre precedidos de preposição:
...quando caio em mim estou mordendo os beiços a ponto de tirar sangue. G. Ramos
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5. Pronome
Adormecida
Uma noite, e me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo,
E o pé descalço do tapete rente
Stava aberta a janela... Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço de horizonte,
Via-se a noite plácida e divina
...
Castro Alves
Pronome é a palavra que substitui ou determina o nome.
Classificação dos pronomes
Os pronomes podem ser classificados em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,
interrogativos e relativos.
Pronomes pessoais
Substituem as pessoas do discurso: Veja a tabela a seguir:
Singular Plural
1ª pessoa — Eu 1ª pessoa — Nós
2ª pessoa — Tu 2ª pessoa — Vós
3ª pessoa — Ele/Ela 3ª pessoa — Eles/Elas
Os pronomes pessoais podem ser classificados em retos e oblíquos. Para melhor entendê-los,
veja a tabela a seguir:
Reto Oblíquo
Átonos sem prep. Tônicos com prep.
Singular 1ª pessoa eu me mim, comigo
2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela se, lhe, o, a si, consigo, ele, ela
Plural 1ª pessoa nós nos nós, convosco
2ª pessoa vós vos vos, convosco
3ª pessoa se, lhes, os, as se, lhe, os, as si, consigo, eles, elas
Uso
Os pronomes retos funcionam geralmente como sujeito:
Eu canto porque o instante existe... C. Meireles
Tu aprenderas meu nome. E eu já aprendera a te amar C. H. Cony
Os pronomes oblíquos funcionam como objeto ou complemento:
Esses infelizes não me inspiram simpatia. G. Ramos
Quero rever-te, pátria minha... V. de Morais
Os pronomes oblíquos podem ser:
a) Átonos empregados sem preposição:
Desta vez julguei-me perdido L. Cardoso
b) Tônicos sempre precedidos de preposição:
...quando caio em mim estou mordendo os beiços a ponto de tirar sangue. G. Ramos
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Pronomes possessivos
Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes posse de algo: Veja a tabela a seguir
Singular Plural
1ª meu, minha, meus, minhas 1ª pessoa nosso, nossa, nossos, nossas
pessoa
2ª teu, tua, teus, tuas 2ª pessoa vosso, vossa, vossos, vossas
pessoa
3ª seu, sua, seus, suas 3ª pessoa seu, sua, seus, suas
pessoa
Exemplos do emprego dos pronomes possessivos
O meu porquinho da Índia foi a minha primeira namorada.
Sua aparência não é das melhores, Joana. Você precisa se cuidar mais.
Nossos filhos são o orgulho da família.
Prometo que não mais incomodarei vosso
sono. Os pronomes possessivos seu, sua, seus,
suas, podem referir-se não só à 3ª pessoa
Pronome de tratamento gramatical, mas também à 2ª pessoa. Por isso, seu
A estes pronomes de tratamento emprego pode gerar ambiguidade.
pertencem as formas de reverência que consiste
em nos dirigirmos às pessoas pelos seus Eles disseram que sua casa é confortável...
atributos ou posições que ocupam:
O pronome sua pode referir-se tanto ao ouvinte
Tratamento casa do ouvinte quanto ao locutor casa do
Pronome Abreviatura locutor.
para
Príncipes e
Vossa Alteza V.A. Para desfazer a ambiguidade, poder-se-ia dizer:
duques
Vossa Eles disseram que vossa casa é bonita
V.Em.ª Cardeais
Eminência
Altas patentes
militares,
ministros,
Presidente da
Vossa
V.Ex.ª República,
Excelência
pessoas de alta
categoria,
bispos e
arcebispos
Vossa Reitores de
V.Mag.ª
Magnificência universidades
Vossa Reis,
V.M.
Majestade imperadores
Pessoa de
Vossa Mercê V.M. tratamento
cerimonioso
Vossa Não se usa
Deus
Onipotência abreviadamente
Vossa
V.Rev.ma Sacerdotes
Reverendíssima
Vossa
V.S. Papa
Santidade
Oficiais até
coronel,
funcionários
Vossa senhoria V.S.ª
graduados,
pessoas de
cerimônia
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Pronomes possessivos
Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes posse de algo: Veja a tabela a seguir
Singular Plural
1ª meu, minha, meus, minhas 1ª pessoa nosso, nossa, nossos, nossas
pessoa
2ª teu, tua, teus, tuas 2ª pessoa vosso, vossa, vossos, vossas
pessoa
3ª seu, sua, seus, suas 3ª pessoa seu, sua, seus, suas
pessoa
Exemplos do emprego dos pronomes possessivos
O meu porquinho da Índia foi a minha primeira namorada.
Sua aparência não é das melhores, Joana. Você precisa se cuidar mais.
Nossos filhos são o orgulho da família.
Prometo que não mais incomodarei vosso
sono. Os pronomes possessivos seu, sua, seus,
suas, podem referir-se não só à 3ª pessoa
Pronome de tratamento gramatical, mas também à 2ª pessoa. Por isso, seu
A estes pronomes de tratamento emprego pode gerar ambiguidade.
pertencem as formas de reverência que consiste
em nos dirigirmos às pessoas pelos seus Eles disseram que sua casa é confortável...
atributos ou posições que ocupam:
O pronome sua pode referir-se tanto ao ouvinte
Tratamento casa do ouvinte quanto ao locutor casa do
Pronome Abreviatura locutor.
para
Príncipes e
Vossa Alteza V.A. Para desfazer a ambiguidade, poder-se-ia dizer:
duques
Vossa Eles disseram que vossa casa é bonita
V.Em.ª Cardeais
Eminência
Altas patentes
militares,
ministros,
Presidente da
Vossa
V.Ex.ª República,
Excelência
pessoas de alta
categoria,
bispos e
arcebispos
Vossa Reitores de
V.Mag.ª
Magnificência universidades
Vossa Reis,
V.M.
Majestade imperadores
Pessoa de
Vossa Mercê V.M. tratamento
cerimonioso
Vossa Não se usa
Deus
Onipotência abreviadamente
Vossa
V.Rev.ma Sacerdotes
Reverendíssima
Vossa
V.S. Papa
Santidade
Oficiais até
coronel,
funcionários
Vossa senhoria V.S.ª
graduados,
pessoas de
cerimônia
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Pronomes demonstrativos
São os que indicam a posição dos seres em Também podem ser
relação às três pessoas do discurso: Essa localização considerados numerais:
pode ser no tempo, no espaço ou no discurso.
Este — esta — isto: o ser está próximo ao falante. a) Palavras que designam um
Esse — essa — isso: O ser está próximo ao ouvinte. conjunto exato de seres, por
Aquele — aquela — aquilo: o ser está afastado do ouvinte exemplo: par, novena,
e do falante. dezena, década, dúzia,
centena, milheiro etc.
Pronomes indefinidos b) O zero. Por exemplo:
São os que se aplicam à 3ª pessoa quando têm Comprei um carro zero
sentido vago ou exprimem quantidade indeterminada: São quilômetro.
exemplos de pronomes indeterminados: c) As palavras ambas e
ambos.
Variáveis Invariáveis Ambos os bandidos foram
algum, alguma, alguns, alguém presos.
algumas
nenhum, nenhuma, ninguém
nenhuns, nenhumas
todo, toda, todos, todas tudo
outro, outra, outro, outras outrem
muito, muita, muitos, nada
muitas
pouco, pouca, poucos, cada
poucas
certo, certa certos, certas algo
quanto, quanta, quantos, quem
quantas
qualquer, quaisquer
Pronomes interrogativos
São os pronomes indefinidos quem, que, qual e quanto que se empregam nas perguntas,
diretas ou indiretas: Quem veio aqui? Que cabeça, senhora? Que compraste? Neste caso, pode-se,
também, usar a forma enfática O que Qual autor desconhece? Qual consideras melhor? Quantos
vieram? Quantos anos tens?
Pronomes relativos
Referem-se a termos já expressos e, ao mesmo tempo, introduzem uma oração dependente.
Esta é a pessoa que eu amo. Neste caso, o pronome que refere-se à palavra pessoa e introduz uma
oração dependente dessa palavra.
Quando o antecedente do pronome que for um substantivo, ele pode ser substituído por o
qual, a qual, os quais, as quais O pronome quem é utilizado apenas para pessoa ou coisa
personificada. Cujo equivale a do qual, de quem, de que. Portanto, tem valor possessivo.
Quanto sempre tem por antecedentes os pronomes indefinidos tudo, todas, todos.
Onde é utilizado quando se faz referência a lugares. Pode, em alguns casos, aparecer
precedido de preposição, aglutinando-se com duas delas: a e de. No entanto, vale ressaltar que a
forma aonde só pode ser empregada mediante ao uso de verbos de movimento, como ir.
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Pronomes demonstrativos
São os que indicam a posição dos seres em Também podem ser
relação às três pessoas do discurso: Essa localização considerados numerais:
pode ser no tempo, no espaço ou no discurso.
Este — esta — isto: o ser está próximo ao falante. a) Palavras que designam um
Esse — essa — isso: O ser está próximo ao ouvinte. conjunto exato de seres, por
Aquele — aquela — aquilo: o ser está afastado do ouvinte exemplo: par, novena,
e do falante. dezena, década, dúzia,
centena, milheiro etc.
Pronomes indefinidos b) O zero. Por exemplo:
São os que se aplicam à 3ª pessoa quando têm Comprei um carro zero
sentido vago ou exprimem quantidade indeterminada: São quilômetro.
exemplos de pronomes indeterminados: c) As palavras ambas e
ambos.
Variáveis Invariáveis Ambos os bandidos foram
algum, alguma, alguns, alguém presos.
algumas
nenhum, nenhuma, ninguém
nenhuns, nenhumas
todo, toda, todos, todas tudo
outro, outra, outro, outras outrem
muito, muita, muitos, nada
muitas
pouco, pouca, poucos, cada
poucas
certo, certa certos, certas algo
quanto, quanta, quantos, quem
quantas
qualquer, quaisquer
Pronomes interrogativos
São os pronomes indefinidos quem, que, qual e quanto que se empregam nas perguntas,
diretas ou indiretas: Quem veio aqui? Que cabeça, senhora? Que compraste? Neste caso, pode-se,
também, usar a forma enfática O que Qual autor desconhece? Qual consideras melhor? Quantos
vieram? Quantos anos tens?
Pronomes relativos
Referem-se a termos já expressos e, ao mesmo tempo, introduzem uma oração dependente.
Esta é a pessoa que eu amo. Neste caso, o pronome que refere-se à palavra pessoa e introduz uma
oração dependente dessa palavra.
Quando o antecedente do pronome que for um substantivo, ele pode ser substituído por o
qual, a qual, os quais, as quais O pronome quem é utilizado apenas para pessoa ou coisa
personificada. Cujo equivale a do qual, de quem, de que. Portanto, tem valor possessivo.
Quanto sempre tem por antecedentes os pronomes indefinidos tudo, todas, todos.
Onde é utilizado quando se faz referência a lugares. Pode, em alguns casos, aparecer
precedido de preposição, aglutinando-se com duas delas: a e de. No entanto, vale ressaltar que a
forma aonde só pode ser empregada mediante ao uso de verbos de movimento, como ir.
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6. Numeral
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o medido:
— Diga trinta e três
— Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
—Respire.
—O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
—Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
—Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Manuel Bandeira
É a palavra de função quantificadora que denota valor definido, ou seja, a é a palavra que
indica quantidade de seres ou lugar que os mesmos ocupam em uma série:
O numeral pode ser:
Cardinal: indica quantidade exata de seres. Por exemplo: Cinco milhões de cartas.
Ordinal: indica a ordem dos seres em uma determinada série. Por exemplo: O Brasil foi o segundo
país do mundo a emitir um selo
Multiplicativo: indica aumento proporcional da quantidade, podendo ter valor de adjetivo ou de
substantivo. Por exemplo: Hoje o Brasil produz cinco vezes mais do que produzia na década
de 1970
Fracionário: indica diminuição proporcional da quantidade. Por exemplo:
Fabiano recebeu na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça parte dos cabritos.
Flexão
Números cardinais — são invariáveis, com exceção de:
 Um, dois as centenas a partir de duzentos, que variam em gênero: uma, duas, duzentas,
trezentas etc.
 Milhão, bilhão etc., que variam em número: um milhão, dois milhões etc.
Numerais ordinais — variam em gênero e número: primeiro, primeira, primeiros, primeiras.
Numerais multiplicativos — são variáveis em gênero e número quando têm valor
adjetivo: doses duplas são invariáveis quando têm valor de substantivo: o dobro etc.
Numerais fracionários — concordam com os cardinais que indicam números das partes: um terço,
dois quartos etc.
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6. Numeral
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o medido:
— Diga trinta e três
— Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
—Respire.
—O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
—Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
—Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Manuel Bandeira
É a palavra de função quantificadora que denota valor definido, ou seja, a é a palavra que
indica quantidade de seres ou lugar que os mesmos ocupam em uma série:
O numeral pode ser:
Cardinal: indica quantidade exata de seres. Por exemplo: Cinco milhões de cartas.
Ordinal: indica a ordem dos seres em uma determinada série. Por exemplo: O Brasil foi o segundo
país do mundo a emitir um selo
Multiplicativo: indica aumento proporcional da quantidade, podendo ter valor de adjetivo ou de
substantivo. Por exemplo: Hoje o Brasil produz cinco vezes mais do que produzia na década
de 1970
Fracionário: indica diminuição proporcional da quantidade. Por exemplo:
Fabiano recebeu na partilha a quarta parte dos bezerros e a terça parte dos cabritos.
Flexão
Números cardinais — são invariáveis, com exceção de:
 Um, dois as centenas a partir de duzentos, que variam em gênero: uma, duas, duzentas,
trezentas etc.
 Milhão, bilhão etc., que variam em número: um milhão, dois milhões etc.
Numerais ordinais — variam em gênero e número: primeiro, primeira, primeiros, primeiras.
Numerais multiplicativos — são variáveis em gênero e número quando têm valor
adjetivo: doses duplas são invariáveis quando têm valor de substantivo: o dobro etc.
Numerais fracionários — concordam com os cardinais que indicam números das partes: um terço,
dois quartos etc.
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7. Verbo
Duas forças, porém, além de uma terceira, compelia-me a tornar à vida agitada de costume: Sabina
e Quincas Borba. Minha irmã encaminhou a candidatura conjugal de Nhã-loló de um modo
verdadeiramente impetuoso. Quando dei por mim estava com a moça quase nos braços. Quanto ao
Quincas Borba, expôs-me enfim o Humanitismo, sistema de filosofia destinado a arruinar todos os
demais sistemas.
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Verbo é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno,
situando-os no tempo. A classe dos verbos é, dentro da língua portuguesa, a que apresenta o maior
número de flexões.
Os tempos do verbo são:
Presente
Em referência a fatos que se passam ou se estendem ao momento em que falamos. Por
exemplo: eu canto.
Pretérito
Em referência a fatos anteriores ao momento em que falamos e subdividido em imperfeito,
perfeito e mais-que-perfeito. Por exemplo, cantava imperfeito, cantei perfeito e cantara mais-que-
perfeito.
Futuro
Em referência a fatos ainda não realizados e subdivididos em futuro do presente e futuro do
pretérito. Por exemplo: cantarei futuro do presente e cantaria futuro do pretérito.
Os modos do verbo
Indicativo
Em referência a fatos verossímeis ou tidos como tais: canto, cantei, cantava, cantarei.
Subjuntivo
Em referência a fatos incertos: talvez cante, se cantasse.
Imperativo
Quando o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um pedido: corra, faça, beba etc.
As formas nominais do verbo
Infinitivo
São os verbos com terminações ar, er e ir. Por exemplo: andar, comer, sair etc.
Gerúndio
São os verbos com terminação ndo. Por exemplo: comendo, dançando, estudando etc.
Particípio
São os verbos dom terminação do. Por exemplo: pensado, tomada, cercado etc.
Locução verbal
É formulada por um verbo auxiliar seguido de um verbo principal. O verbo auxiliar aparece
conjugado e o principal, em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. A locução
verbal constitui um todo indivisível; os vários componentes constituem, na realidade, um só elemento.
Os verbos auxiliares indicam apenas as flexões de tempo, modo, pessoa, número, voz e aspecto.
Sem os verbos principais, os auxiliares não teriam sentido.
As locuções verbais mais empregadas em português são:
1 Ter de ou haver de + verbo principal no infinitivo:
Temos de trabalhar...
Havemos de trabalhar...
2 Ser + verbo principal no particípio:
Fomos isolados.
Serão refeitos.
3 Ter e haver + particípio:
Tínhamos saído.
Havíamos comprado.
4 Estar + gerúndio ou infinitivo:
Estava falando.
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7. Verbo
Duas forças, porém, além de uma terceira, compelia-me a tornar à vida agitada de costume: Sabina
e Quincas Borba. Minha irmã encaminhou a candidatura conjugal de Nhã-loló de um modo
verdadeiramente impetuoso. Quando dei por mim estava com a moça quase nos braços. Quanto ao
Quincas Borba, expôs-me enfim o Humanitismo, sistema de filosofia destinado a arruinar todos os
demais sistemas.
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Verbo é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno,
situando-os no tempo. A classe dos verbos é, dentro da língua portuguesa, a que apresenta o maior
número de flexões.
Os tempos do verbo são:
Presente
Em referência a fatos que se passam ou se estendem ao momento em que falamos. Por
exemplo: eu canto.
Pretérito
Em referência a fatos anteriores ao momento em que falamos e subdividido em imperfeito,
perfeito e mais-que-perfeito. Por exemplo, cantava imperfeito, cantei perfeito e cantara mais-que-
perfeito.
Futuro
Em referência a fatos ainda não realizados e subdivididos em futuro do presente e futuro do
pretérito. Por exemplo: cantarei futuro do presente e cantaria futuro do pretérito.
Os modos do verbo
Indicativo
Em referência a fatos verossímeis ou tidos como tais: canto, cantei, cantava, cantarei.
Subjuntivo
Em referência a fatos incertos: talvez cante, se cantasse.
Imperativo
Quando o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um pedido: corra, faça, beba etc.
As formas nominais do verbo
Infinitivo
São os verbos com terminações ar, er e ir. Por exemplo: andar, comer, sair etc.
Gerúndio
São os verbos com terminação ndo. Por exemplo: comendo, dançando, estudando etc.
Particípio
São os verbos dom terminação do. Por exemplo: pensado, tomada, cercado etc.
Locução verbal
É formulada por um verbo auxiliar seguido de um verbo principal. O verbo auxiliar aparece
conjugado e o principal, em uma das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. A locução
verbal constitui um todo indivisível; os vários componentes constituem, na realidade, um só elemento.
Os verbos auxiliares indicam apenas as flexões de tempo, modo, pessoa, número, voz e aspecto.
Sem os verbos principais, os auxiliares não teriam sentido.
As locuções verbais mais empregadas em português são:
1 Ter de ou haver de + verbo principal no infinitivo:
Temos de trabalhar...
Havemos de trabalhar...
2 Ser + verbo principal no particípio:
Fomos isolados.
Serão refeitos.
3 Ter e haver + particípio:
Tínhamos saído.
Havíamos comprado.
4 Estar + gerúndio ou infinitivo:
Estava falando.
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8. Advérbio
Profundamente
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam...
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dorminido
Profundamente
Manuel Bandeira
Advérbio é a palavra que modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração
inteira.
1 Advérbio modificando um verbo:
Ontem adormeci.
Hoje levantei bem cedo
2 Advérbio modificando adjetivo ou outro advérbio:
Noite muito escura
Dormindo muito profundamente
3 Advérbio modificando oração inteira:
Lamentavelmente todos estavam mortos.
Locução adverbial
Muitas vezes aparece um conjunto de palavras que tem a função de advérbio. A esse
conjunto dá-se o nome de locução adverbial. Apenas de vez em quando
Classificação
Tanto os advérbios como as locuções adverbiais classificam-se de acordo com a circunstância
que expressam.
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8. Advérbio
Profundamente
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam...
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dorminido
Profundamente
Manuel Bandeira
Advérbio é a palavra que modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração
inteira.
1 Advérbio modificando um verbo:
Ontem adormeci.
Hoje levantei bem cedo
2 Advérbio modificando adjetivo ou outro advérbio:
Noite muito escura
Dormindo muito profundamente
3 Advérbio modificando oração inteira:
Lamentavelmente todos estavam mortos.
Locução adverbial
Muitas vezes aparece um conjunto de palavras que tem a função de advérbio. A esse
conjunto dá-se o nome de locução adverbial. Apenas de vez em quando
Classificação
Tanto os advérbios como as locuções adverbiais classificam-se de acordo com a circunstância
que expressam.
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Circunstânci Advérbio Locução adverbial
a
1. Afirmação Sim, certamente, deveras, Com certeza, por certo, sem dúvida, de
realmente, incontestavelmente fato etc.
2. Dúvida Talvez, acaso, porventura,
provavelmente
3. Intensidade Bastante, bem, demais, mais, De muito, de pouco, de todo, em
menos, muito, pouco, assaz, quase, demasia, em excesso, por completo etc.
quanto, tanto, tão, demasiado, meio,
todo, completamente,
demasiadamente, excessivamente,
apenas etc.
4. Lugar Abaixo, acima, adiante, aí, aqui, À direita, à esquerda, à distância, ao
além, ali, aquém, cá, acolá, atrás, lado, de longe, de perto, para dentro, por
através, dentro, fora, perto, longe, aqui, em cima, por fora, para onde, por
junto, onde, defronte, detrás etc. ali, por dentro etc.
5. Modo Assim, bem, mal, depressa, Às cegas, às claras, à toa, à vontade, às
devagar, pior, melhor, como, alerta, pressas, a pé, ao léu, às escondidas, em
suavemente, lentamente, e quase geral, em vão, passo a passo, de cor,
todos os advérbios terminados em frente a frente, lado a lado etc.
-mente
6. Negação Não De forma alguma, de jeito algum, de
modo algum, de jeito nenhum etc.
7. Tempo Hoje, ontem, amanhã, agora, À noite, à tarde, às vezes, de repente, de
depois, antes, já, anteontem, manhã, de vez em quando, de súbito, de
sempre, junca, tarde, jamais, quando em quando, em breve, de tempos
outrora, raramente, sucessivamente em tempos, vez por outra, hoje em dia
etc. etc.
Flexão
Os advérbios são invariáveis
Grau comparativo
O advérbio, tal qual o adjetivo, não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau
utilizam-se apenas as formas tão ... quanto, mais ... que, menos ... que etc.
De igualdade: O homem vai tão devagar quando como o cachorro.
De superioridade: O cachorro vai mais devagar que o burro.
De inferioridade: O burro vai menos devagar que o cachorro
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Circunstânci Advérbio Locução adverbial
a
1. Afirmação Sim, certamente, deveras, Com certeza, por certo, sem dúvida, de
realmente, incontestavelmente fato etc.
2. Dúvida Talvez, acaso, porventura,
provavelmente
3. Intensidade Bastante, bem, demais, mais, De muito, de pouco, de todo, em
menos, muito, pouco, assaz, quase, demasia, em excesso, por completo etc.
quanto, tanto, tão, demasiado, meio,
todo, completamente,
demasiadamente, excessivamente,
apenas etc.
4. Lugar Abaixo, acima, adiante, aí, aqui, À direita, à esquerda, à distância, ao
além, ali, aquém, cá, acolá, atrás, lado, de longe, de perto, para dentro, por
através, dentro, fora, perto, longe, aqui, em cima, por fora, para onde, por
junto, onde, defronte, detrás etc. ali, por dentro etc.
5. Modo Assim, bem, mal, depressa, Às cegas, às claras, à toa, à vontade, às
devagar, pior, melhor, como, alerta, pressas, a pé, ao léu, às escondidas, em
suavemente, lentamente, e quase geral, em vão, passo a passo, de cor,
todos os advérbios terminados em frente a frente, lado a lado etc.
-mente
6. Negação Não De forma alguma, de jeito algum, de
modo algum, de jeito nenhum etc.
7. Tempo Hoje, ontem, amanhã, agora, À noite, à tarde, às vezes, de repente, de
depois, antes, já, anteontem, manhã, de vez em quando, de súbito, de
sempre, junca, tarde, jamais, quando em quando, em breve, de tempos
outrora, raramente, sucessivamente em tempos, vez por outra, hoje em dia
etc. etc.
Flexão
Os advérbios são invariáveis
Grau comparativo
O advérbio, tal qual o adjetivo, não é flexionado no grau comparativo. Para indicar esse grau
utilizam-se apenas as formas tão ... quanto, mais ... que, menos ... que etc.
De igualdade: O homem vai tão devagar quando como o cachorro.
De superioridade: O cachorro vai mais devagar que o burro.
De inferioridade: O burro vai menos devagar que o cachorro
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9. Preposição
Os Lusiadas Canto I
As armas e os barões assinalados
Qua da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
...
Luis Vaz de Camões
Preposição é a palavra invariável que relaciona dois termos. Nessa relação, um termo
completa ou explica o sentido do outro. Veja outros exemplos: Soprar sobre a cidade. a preposição
sobre estabelece entre os dois termos uma relação de lugar. Aguardando com ansiedade. a
preposição com estabelece entre os dois termos uma relação de modo. Aconteceu em julho. a
preposição em estabelece entre os dois termos uma relação de tempo.
Podemos classificar as preposições em essenciais e acidentais.
Essenciais
São palavras que sempre foram preposições e só funcionam como tal; São elas: a, ante,
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para pra, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Acidentais
São as palavras que embora pertençam a outras classes gramaticais podem exercer o papel
de preposição. Exemplos: afora, como, confirme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, menos,
salvo, segundo, visto.
Locução prepositiva
Ao grupo de duas ou mais palavras com valor de preposição dá-se o nome de locução
prepositiva. Exemplos: abaixo de, acima de, a fim de, além de, apesar de, atrás de, através de, junto
de, de acordo com, por causa de, por trás de, a despeito de, devido a, em virtude de, a favor de, sob
pena de etc.
Não confunda:
Ele foi o segundo aluno a entrar na
sala. numeral
Ele agiu segundo suas convicções
preposição
Ao se ler um texto, é necessário uma
avaliação criteriosa das palavras para
um perfeito entendimento. Tome
cuidado para não cair em armadilhas
como as apresentadas anteriormente.
20
9. Preposição
Os Lusiadas Canto I
As armas e os barões assinalados
Qua da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
...
Luis Vaz de Camões
Preposição é a palavra invariável que relaciona dois termos. Nessa relação, um termo
completa ou explica o sentido do outro. Veja outros exemplos: Soprar sobre a cidade. a preposição
sobre estabelece entre os dois termos uma relação de lugar. Aguardando com ansiedade. a
preposição com estabelece entre os dois termos uma relação de modo. Aconteceu em julho. a
preposição em estabelece entre os dois termos uma relação de tempo.
Podemos classificar as preposições em essenciais e acidentais.
Essenciais
São palavras que sempre foram preposições e só funcionam como tal; São elas: a, ante,
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para pra, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Acidentais
São as palavras que embora pertençam a outras classes gramaticais podem exercer o papel
de preposição. Exemplos: afora, como, confirme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, menos,
salvo, segundo, visto.
Locução prepositiva
Ao grupo de duas ou mais palavras com valor de preposição dá-se o nome de locução
prepositiva. Exemplos: abaixo de, acima de, a fim de, além de, apesar de, atrás de, através de, junto
de, de acordo com, por causa de, por trás de, a despeito de, devido a, em virtude de, a favor de, sob
pena de etc.
Não confunda:
Ele foi o segundo aluno a entrar na
sala. numeral
Ele agiu segundo suas convicções
preposição
Ao se ler um texto, é necessário uma
avaliação criteriosa das palavras para
um perfeito entendimento. Tome
cuidado para não cair em armadilhas
como as apresentadas anteriormente.
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10. Conjunção
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui.
Quando vinha para casa de taxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá
em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a
cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para
mim:
— O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra — pura, perfeita e
linda.
— Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou
guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
—Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse uma boa noite e um muito obrigado ao senhor tão
sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
Rubem Braga
Conjunção é uma palavra invariável que liga duas orações ou termos semelhantes de uma
mesma oração. Porém, para classificar as conjunções, devemos levar em conta dois processos
básicos de construção de frases: a coordenação e a subordinação.
Coordenação
A coordenação é um tipo de construção em que os termos se ordenam em uma sequencia co +
ordenação. Na coordenação, cada termo ou cada oração vale por si, não dependendo, portanto, um
do outro. O significado total consiste da soma dos termos ou das orações. Vejamos: Chegou e ficou
feliz.
Como pode ser visto no exemplo apresentado anteriormente, as duas frases chegou / ficou
feliz são independentes, ou seja, há o ato de chegar e o de ficar feliz. No entanto, não há uma
relação de dependência entre eles. Vejamos outro exemplo. Juliano arrumou-se, mas ficou em casa.
Nesse caso também há duas frases: arrumou-se + ficou em casa. O fato de arrumar-se não está
propriamente vinculado ao fato de ficar em casa, e vice-versa.
Conjunções coordenativas
As conjunções aditivas ligam orações independentes e termos semelhantes de uma mesma
oração. Podem ser aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Aditivas
Estabelecem uma relação de soma ou adição entre dois termos ou duas orações. São
conjunções aditivas: e empregada em orações afirmativas e nem empregada em orações negativas
Ela é bonita e inteligente. Ele não fuma nem bebe.
Adversativas
Estabelecem uma relação de oposição entre dois termos ou duas orações. São conjunções
adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão etc. Chamou-o, mas ele não
respondeu. Não demonstrava pressa, porém o seu rosto denunciava insegurança.
Alternativas
Estabelecem uma relação de alternância entre dois termos ou duas orações, pois os dois fatos
não podem acontecer ao mesmo tempo. São conjunções alternativas: ou, ora... ora, quer... quer,
seja... seja etc. Há ainda um rádio com defeito que, ora vai no lombo da jumenta, ora vai na mão de
Zenaide. Guardo o dinheiro ou viajo.
Conclusiva
Estabelecem uma relação de conclusão, consequência. São conjunções conclusivas: logo,
portanto, pois posposto ao verbo, assim etc. É um ser humano, logo merece todo nosso respeito. É
um ser humano, portanto merece todo nosso respeito.
Explicativa
Estabelecem uma relação de explicação. A segunda oração explica ou justifica a ideia expressa
na primeira. São conjunções explicativas: porque, que, pois anteposto ao verbo, porquanto etc. Não
saiam, pois o professor já vem.
Conjunções subordinativas
Ligam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra.
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10. Conjunção
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui.
Quando vinha para casa de taxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá
em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de Lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a
cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal fechado para voltar-se para
mim:
— O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra — pura, perfeita e
linda.
— Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou
guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
—Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse uma boa noite e um muito obrigado ao senhor tão
sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
Rubem Braga
Conjunção é uma palavra invariável que liga duas orações ou termos semelhantes de uma
mesma oração. Porém, para classificar as conjunções, devemos levar em conta dois processos
básicos de construção de frases: a coordenação e a subordinação.
Coordenação
A coordenação é um tipo de construção em que os termos se ordenam em uma sequencia co +
ordenação. Na coordenação, cada termo ou cada oração vale por si, não dependendo, portanto, um
do outro. O significado total consiste da soma dos termos ou das orações. Vejamos: Chegou e ficou
feliz.
Como pode ser visto no exemplo apresentado anteriormente, as duas frases chegou / ficou
feliz são independentes, ou seja, há o ato de chegar e o de ficar feliz. No entanto, não há uma
relação de dependência entre eles. Vejamos outro exemplo. Juliano arrumou-se, mas ficou em casa.
Nesse caso também há duas frases: arrumou-se + ficou em casa. O fato de arrumar-se não está
propriamente vinculado ao fato de ficar em casa, e vice-versa.
Conjunções coordenativas
As conjunções aditivas ligam orações independentes e termos semelhantes de uma mesma
oração. Podem ser aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Aditivas
Estabelecem uma relação de soma ou adição entre dois termos ou duas orações. São
conjunções aditivas: e empregada em orações afirmativas e nem empregada em orações negativas
Ela é bonita e inteligente. Ele não fuma nem bebe.
Adversativas
Estabelecem uma relação de oposição entre dois termos ou duas orações. São conjunções
adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão etc. Chamou-o, mas ele não
respondeu. Não demonstrava pressa, porém o seu rosto denunciava insegurança.
Alternativas
Estabelecem uma relação de alternância entre dois termos ou duas orações, pois os dois fatos
não podem acontecer ao mesmo tempo. São conjunções alternativas: ou, ora... ora, quer... quer,
seja... seja etc. Há ainda um rádio com defeito que, ora vai no lombo da jumenta, ora vai na mão de
Zenaide. Guardo o dinheiro ou viajo.
Conclusiva
Estabelecem uma relação de conclusão, consequência. São conjunções conclusivas: logo,
portanto, pois posposto ao verbo, assim etc. É um ser humano, logo merece todo nosso respeito. É
um ser humano, portanto merece todo nosso respeito.
Explicativa
Estabelecem uma relação de explicação. A segunda oração explica ou justifica a ideia expressa
na primeira. São conjunções explicativas: porque, que, pois anteposto ao verbo, porquanto etc. Não
saiam, pois o professor já vem.
Conjunções subordinativas
Ligam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra.
21
Causais
Iniciam uma oração que indica circunstância de causa. São conjunções causais: porque, pois,
como, que, portanto etc. Eu não gostaria de chamar o humor de arma, porque sou uma pessoa
extremamente pacifista.
Comparativas
Iniciam uma oração que é o segundo elemento de uma comparação. São conjunções
comparativas; como, qual, que, do que depois de mais, menos, maior, melhor e pior. Sou quieta como
a folha de outono.
Condicionais
Iniciam uma oração que indica condição ou hipótese. São conjunções condicionais: se, caso
etc. Se não casarmos, meu amor, até sou capaz de morrer.
Conformativas
Iniciam uma oração que indica circunstância de conformidade ou acordo. São conjunções
conformativas: conforme, como, segundo, consoante etc. Era capaz de viver conforme desejava.
Consecutivas
Iniciam uma oração que indica uma consequência do fato expresso na oração anterior. São
orações consecutivas: que precedido de tal, tanto, tão ou tamanho. Estava tão casado que mal
conseguia respirar.
Concessiva
Iniciam uma oração que indica contradição a outro fato. Essa contradição, no entanto, não
impede que o fato se realize. Conjunção: embora. Embora estivesse ferido, continuava lutando.
Finais
Iniciam uma oração que indica circunstância de finalidade. São conjunções finais: porque, que.
Queria comprar uma moto porque precisava trabalhar.
Proporcionais
Iniciam uma oração que indica um fato que foi realizado ao mesmo tempo em que outro ou que
vai realizar-se ao mesmo tempo em que outro. São conjunções proporcionais: à medida que, à
proporção que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto mais... menos etc. Quanto mais os jovens
se tratam com ternura, mais se tornam ativos...
Temporais
Iniciam uma oração que indica circunstância de tempo. São conjunções temporais: quando, mal,
apenas etc. Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar a cadeira para a
sala.
Integrantes
Iniciam uma oração que vai completar o sentido de outra. Enquanto as demais conjunções
introduzem orações que indicam circunstância, com as integrais isso não acontece. São conjunções
integrais: que no caso de certeza, se quando há incerteza, dúvida. Ninguém sabia ao certo se a
Machona era viúva ou desquitada.
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Causais
Iniciam uma oração que indica circunstância de causa. São conjunções causais: porque, pois,
como, que, portanto etc. Eu não gostaria de chamar o humor de arma, porque sou uma pessoa
extremamente pacifista.
Comparativas
Iniciam uma oração que é o segundo elemento de uma comparação. São conjunções
comparativas; como, qual, que, do que depois de mais, menos, maior, melhor e pior. Sou quieta como
a folha de outono.
Condicionais
Iniciam uma oração que indica condição ou hipótese. São conjunções condicionais: se, caso
etc. Se não casarmos, meu amor, até sou capaz de morrer.
Conformativas
Iniciam uma oração que indica circunstância de conformidade ou acordo. São conjunções
conformativas: conforme, como, segundo, consoante etc. Era capaz de viver conforme desejava.
Consecutivas
Iniciam uma oração que indica uma consequência do fato expresso na oração anterior. São
orações consecutivas: que precedido de tal, tanto, tão ou tamanho. Estava tão casado que mal
conseguia respirar.
Concessiva
Iniciam uma oração que indica contradição a outro fato. Essa contradição, no entanto, não
impede que o fato se realize. Conjunção: embora. Embora estivesse ferido, continuava lutando.
Finais
Iniciam uma oração que indica circunstância de finalidade. São conjunções finais: porque, que.
Queria comprar uma moto porque precisava trabalhar.
Proporcionais
Iniciam uma oração que indica um fato que foi realizado ao mesmo tempo em que outro ou que
vai realizar-se ao mesmo tempo em que outro. São conjunções proporcionais: à medida que, à
proporção que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto mais... menos etc. Quanto mais os jovens
se tratam com ternura, mais se tornam ativos...
Temporais
Iniciam uma oração que indica circunstância de tempo. São conjunções temporais: quando, mal,
apenas etc. Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar a cadeira para a
sala.
Integrantes
Iniciam uma oração que vai completar o sentido de outra. Enquanto as demais conjunções
introduzem orações que indicam circunstância, com as integrais isso não acontece. São conjunções
integrais: que no caso de certeza, se quando há incerteza, dúvida. Ninguém sabia ao certo se a
Machona era viúva ou desquitada.
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11. Interjeição
...
Ah! Rostabal, Rostabal! Se Guanes, passando aqui sozinho,
tivesse achado este ouro, não divida conosco, Rostabal!
...
Oh! D. Rui, o avisado, era veneno! Porque Guanes,
apenas chegara a Retortilho, mesmo antes de comprar os alforjes,
correra cantando a uma viela, por detrás da catedral,
a comprar ao velho droguista judeu o veneno que, misturado ao vinho,
o tornaria a ele, a ele somente, dono de todo o tesouro...
Eça de Queirós
Interjeição é a palavra que expressa os estados emotivos e cumprem, basicamente, duas
funções: Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, animação etc. Sintetizar
uma frase apelativa. As interjeições aparecem quase sempre seguidas de um ponto de exclamação !,
que pode ser imediatamente depois delas ou no fim da frase: Ai!... que preguiça...
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11. Interjeição
...
Ah! Rostabal, Rostabal! Se Guanes, passando aqui sozinho,
tivesse achado este ouro, não divida conosco, Rostabal!
...
Oh! D. Rui, o avisado, era veneno! Porque Guanes,
apenas chegara a Retortilho, mesmo antes de comprar os alforjes,
correra cantando a uma viela, por detrás da catedral,
a comprar ao velho droguista judeu o veneno que, misturado ao vinho,
o tornaria a ele, a ele somente, dono de todo o tesouro...
Eça de Queirós
Interjeição é a palavra que expressa os estados emotivos e cumprem, basicamente, duas
funções: Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, animação etc. Sintetizar
uma frase apelativa. As interjeições aparecem quase sempre seguidas de um ponto de exclamação !,
que pode ser imediatamente depois delas ou no fim da frase: Ai!... que preguiça...
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12. O novo acordo ortográfico: algumas regras
O objetivo deste texto é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na
ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa,
em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo
Decreto Legislativo n. 54, de 18 de abril de 1995. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto,
restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as
diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas
é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países. Como o documento oficial
do Acordo não é claro em vários aspectos, elaboramos um roteiro com o que foi possível estabelecer
objetivamente sobre as novas regras. Esperamos que este guia sirva de orientação básica para
aqueles que desejam resolver rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na
ortografia brasileira, sem preocupação com questões teóricas.
Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo
passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Trema
Não se usa mais o trema ¨, sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser
pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como era Como fica
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
eloqüente eloquente
Atenção
O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller,
mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1 Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas palavras que
têm acento tônico na penúltima sílaba.
Como era Como fica
alcalóide alcaloide
alcateia alcateia
andróide androide
apóia verbo apoiar apoia
apóio verbo apoiar apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colmeia colmeia
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12. O novo acordo ortográfico: algumas regras
O objetivo deste texto é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na
ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa,
em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo
Decreto Legislativo n. 54, de 18 de abril de 1995. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto,
restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as
diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas
é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países. Como o documento oficial
do Acordo não é claro em vários aspectos, elaboramos um roteiro com o que foi possível estabelecer
objetivamente sobre as novas regras. Esperamos que este guia sirva de orientação básica para
aqueles que desejam resolver rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na
ortografia brasileira, sem preocupação com questões teóricas.
Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo
passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Trema
Não se usa mais o trema ¨, sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser
pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Como era Como fica
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
eloqüente eloquente
Atenção
O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller,
mülleriano.
Mudanças nas regras de acentuação
1 Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas palavras que
têm acento tônico na penúltima sílaba.
Como era Como fica
alcalóide alcaloide
alcateia alcateia
andróide androide
apóia verbo apoiar apoia
apóio verbo apoiar apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colmeia colmeia
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Atenção
Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as
palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2 Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois
de um ditongo.
Como era Como fica
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
Atenção
Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final ou seguidos de s, o acento
permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôos.
Como era Como fica
abençôo abençoo
crêem creem
dêem deem
dôo doo
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pélas/ pelas, pelo s/pelos,
pólo s/polos.
Uso do hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de
matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos
um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as
novas orientações estabelecidas pelo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen
em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como:
aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro,
hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro,
semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
Emprego do hífen com prefixos: regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
• Sem hífen diante de vogal diferente:
Autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com hífen diante de mesma vogal:
Contra-ataque, micro-ondas.
2. Prefixo terminado em consoante:
• Com hífen diante de mesma consoante:
Inter-regional, sub-bibliotecário.
• Sem hífen diante de consoante diferente:
Intermunicipal, supersônico.
• Sem hífen diante de vogal: interestadual,
Superinteressante.
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Atenção
Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as
palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2 Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois
de um ditongo.
Como era Como fica
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
Atenção
Se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final ou seguidos de s, o acento
permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôos.
Como era Como fica
abençôo abençoo
crêem creem
dêem deem
dôo doo
4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, pélas/ pelas, pelo s/pelos,
pólo s/polos.
Uso do hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de
matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos
um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as
novas orientações estabelecidas pelo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen
em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como:
aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro,
hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro,
semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
Emprego do hífen com prefixos: regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
• Sem hífen diante de vogal diferente:
Autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com hífen diante de mesma vogal:
Contra-ataque, micro-ondas.
2. Prefixo terminado em consoante:
• Com hífen diante de mesma consoante:
Inter-regional, sub-bibliotecário.
• Sem hífen diante de consoante diferente:
Intermunicipal, supersônico.
• Sem hífen diante de vogal: interestadual,
Superinteressante.
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Observações
1. Com o prefi xo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-
raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano,
subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por
o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-
aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
O que foi apresentado aqui é a penas um resumo de algumas regras do Novo Acordo
Ortográfico. Muitas lacunas foram deixadas no tratado, mas foram normatizadas pela comissão de
Lexicologia da Academia Brasileira de Letras, e estão disponíveis no VOLP –Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa – lançado no mês de março.
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Observações
1. Com o prefi xo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-
raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano,
subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por
o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-
aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
O que foi apresentado aqui é a penas um resumo de algumas regras do Novo Acordo
Ortográfico. Muitas lacunas foram deixadas no tratado, mas foram normatizadas pela comissão de
Lexicologia da Academia Brasileira de Letras, e estão disponíveis no VOLP –Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa – lançado no mês de março.
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13. A construção do texto: coesão e coerência textuais
Para a construção de um texto é necessária a junção de vários fatores que dizem respeito
tanto aos aspectos formais, como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e
os elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação etc. Um texto bem construído e,
naturalmente, bem interpretado, vai apresentar o que chamamos de textualidade, ou seja, conjunto de
características que o tornam um texto, e não uma sequência de frases. Podemos apontar alguns
aspectos que são responsáveis pela construção de um bom texto:
Coerência
É o aspecto que assumem os conceitos e relações subtextuais, em um nível ideativo. A
coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos,
visto que a interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores.
Um texto é coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor. Observar a
coerência é interessante, porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas é
construído pela relação emissor-receptor-mundo.
Coesão
É a manifestação linguística da coerência. Provém da forma como as relações lógico-
semânticas do texto são expressas na superfície textual. Assim, a coesão de um texto é verificada por
meio da análise de seus mecanismos lexicais e gramaticais de construção.
Intertextualidade
Concerne aos fatores que tornam a interpretação de um texto dependente da interpretação de
outros. Cada texto constrói-se, não isoladamente, mas em relação a outro já dito, do qual abstrai
alguns aspectos para dar-lhes outra feição. O contexto de um texto também pode ser outros textos
com os quais se relaciona.
A coerência textual
Coerência pode ser entendida como uma propriedade ideativa do texto, e enumera as quatro
regras que um texto coerente deve apresentar:
Repetição
Diz respeito à necessária retomada de elementos no decorrer do discurso. Um texto coerente
tem unidade, já que nele há a permanência de elementos constantes no seu desenvolvimento. Um
texto que trate a cada passo de assuntos diferentes sem um explícito ponto comum não tem
continuidade. Um texto coerente apresenta continuidade semântica na retomada de conceitos, ideias.
Isto fica evidente na utilização de recursos linguísticos específicos como pronomes, repetição de
palavras, sinônimos, hipônimos, hiperônimos etc. Um elemento coesivo sem referente expresso, ou
com mais de um referente possível, torna o texto mal-formado.
Progressão
O texto deve retomar seus elementos conceituais e formais, mas não deve limitar-se a isso.
Deve, sim, apresentar novas informações a propósito dos elementos mencionados. Os acréscimos
semânticos fazem o sentido do texto progredir. No plano da coerência, percebe-se a progressão pela
soma das ideias novas às que são já tratadas.
Não-contradição
Um texto precisa respeitar princípios lógicos elementares. Não pode afirmar A e o contrário de
A. Suas ocorrências não podem se contradizer, pelo contrário, devem ser compatíveis entre si e com
o mundo a que se referem, visto que o mundo textual deve ser compatível com o mundo que
representa. Essa não-contradição expressa-se nos elementos linguísticos, no uso do vocabulário, por
exemplo. Em redações escolares, costuma-se encontrar significantes que não condizem com os
significados pretendidos. Isso resulta do desconhecimento, por parte do emissor, do vocabulário a
que recorreu.
Relação
Um texto articulado coerentemente possui relações estabelecidas, firmemente, entre suas
informações, e essas têm a ver umas com as outras. A relação em um texto refere-se à forma como
seus conceitos se encadeiam, como se organizam, que papéis exercem uns em relação aos outros.
As relações entre os fatos têm de estar presentes e ser pertinentes.
A coesão textual
Um texto, seja oral ou escrito, está longe de ser um mero conjunto aleatório de elementos
isolados, antes, deve apresentar-se como uma totalidade semântica, em que os componentes
estabelecem, entre si, relações de significação. Contudo, ser uma unidade semântica não basta. Essa
unidade deve revestir-se de um valor intersubjetivo e pragmático, isto é, deve ser capaz de
representar uma ação entre interlocutores, dentro de um padrão particular de produção. A capacidade
de um texto possuir um valor intersubjetivo e pragmático está no nível argumentativo das produções
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13. A construção do texto: coesão e coerência textuais
Para a construção de um texto é necessária a junção de vários fatores que dizem respeito
tanto aos aspectos formais, como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e
os elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação etc. Um texto bem construído e,
naturalmente, bem interpretado, vai apresentar o que chamamos de textualidade, ou seja, conjunto de
características que o tornam um texto, e não uma sequência de frases. Podemos apontar alguns
aspectos que são responsáveis pela construção de um bom texto:
Coerência
É o aspecto que assumem os conceitos e relações subtextuais, em um nível ideativo. A
coerência é responsável pelo sentido do texto, envolvendo fatores lógico-semânticos e cognitivos,
visto que a interpretabilidade do texto depende do conhecimento partilhado entre os interlocutores.
Um texto é coerente quando compatível como conhecimento de mundo do receptor. Observar a
coerência é interessante, porque permite perceber que um texto não existe em si mesmo, mas é
construído pela relação emissor-receptor-mundo.
Coesão
É a manifestação linguística da coerência. Provém da forma como as relações lógico-
semânticas do texto são expressas na superfície textual. Assim, a coesão de um texto é verificada por
meio da análise de seus mecanismos lexicais e gramaticais de construção.
Intertextualidade
Concerne aos fatores que tornam a interpretação de um texto dependente da interpretação de
outros. Cada texto constrói-se, não isoladamente, mas em relação a outro já dito, do qual abstrai
alguns aspectos para dar-lhes outra feição. O contexto de um texto também pode ser outros textos
com os quais se relaciona.
A coerência textual
Coerência pode ser entendida como uma propriedade ideativa do texto, e enumera as quatro
regras que um texto coerente deve apresentar:
Repetição
Diz respeito à necessária retomada de elementos no decorrer do discurso. Um texto coerente
tem unidade, já que nele há a permanência de elementos constantes no seu desenvolvimento. Um
texto que trate a cada passo de assuntos diferentes sem um explícito ponto comum não tem
continuidade. Um texto coerente apresenta continuidade semântica na retomada de conceitos, ideias.
Isto fica evidente na utilização de recursos linguísticos específicos como pronomes, repetição de
palavras, sinônimos, hipônimos, hiperônimos etc. Um elemento coesivo sem referente expresso, ou
com mais de um referente possível, torna o texto mal-formado.
Progressão
O texto deve retomar seus elementos conceituais e formais, mas não deve limitar-se a isso.
Deve, sim, apresentar novas informações a propósito dos elementos mencionados. Os acréscimos
semânticos fazem o sentido do texto progredir. No plano da coerência, percebe-se a progressão pela
soma das ideias novas às que são já tratadas.
Não-contradição
Um texto precisa respeitar princípios lógicos elementares. Não pode afirmar A e o contrário de
A. Suas ocorrências não podem se contradizer, pelo contrário, devem ser compatíveis entre si e com
o mundo a que se referem, visto que o mundo textual deve ser compatível com o mundo que
representa. Essa não-contradição expressa-se nos elementos linguísticos, no uso do vocabulário, por
exemplo. Em redações escolares, costuma-se encontrar significantes que não condizem com os
significados pretendidos. Isso resulta do desconhecimento, por parte do emissor, do vocabulário a
que recorreu.
Relação
Um texto articulado coerentemente possui relações estabelecidas, firmemente, entre suas
informações, e essas têm a ver umas com as outras. A relação em um texto refere-se à forma como
seus conceitos se encadeiam, como se organizam, que papéis exercem uns em relação aos outros.
As relações entre os fatos têm de estar presentes e ser pertinentes.
A coesão textual
Um texto, seja oral ou escrito, está longe de ser um mero conjunto aleatório de elementos
isolados, antes, deve apresentar-se como uma totalidade semântica, em que os componentes
estabelecem, entre si, relações de significação. Contudo, ser uma unidade semântica não basta. Essa
unidade deve revestir-se de um valor intersubjetivo e pragmático, isto é, deve ser capaz de
representar uma ação entre interlocutores, dentro de um padrão particular de produção. A capacidade
de um texto possuir um valor intersubjetivo e pragmático está no nível argumentativo das produções
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linguísticas, mas a sua totalidade semântica decorre de valores internos à estrutura de um texto e se
chama coesão textual. Assim, estudar os elementos coesivos de um texto nada mais é do que avaliar
os componentes textuais cuja significação depende de outros dentro do mesmo texto ou no mesmo
contexto situacional.
Os processos de coesão textual são eminentemente semânticos, e ocorrem quando a
interpretação de um elemento no discurso depende da interpretação de outro. Embora seja uma
relação semântica, a coesão envolve todos os componentes do sistema léxico-gramatical. Portanto,
há formas de coesão realizadas por meio da gramática e, também, por meio d léxico. Deve-se ter em
mente que a coesão não é condição necessária nem suficiente para a existência do texto. Podemos
encontrar textualidade em textos que não apresentam recursos coesivos; em contrapartida, a coesão
não é suficiente para que um texto tenha textualidade. Veja, a seguir, alguns elementos que
contribuem para um texto coeso:
Elipse
A elipse consiste na omissão de um termo já citado na frase, e que é subentendido na
seguinte. Por exemplo: Paulo foi ao mercado, Juliana, foi ao cabeleireiro.
Conjunção
Esse tipo de coesão permite estabelecer relações significativas entre elementos e palavras do
texto. Realiza-se por meio de conectores como e, mas, depois etc. Há elementos meramente
continuativos: agora abre um novo estágio na comunicação, um novo ponto de argumentação,
ou atitude tomada ou considerada pelo falante.
Pronomes
O uso de pronomes na frase estabelece uma boa coesão, visto que retoma um termo já
expresso, porém, sem repeti-lo. Por exemplo: Carolina está usando um belo vestido, pois hoje vai ao
baile de formatura. Percebe-se que ela está bastante ansiosa.
Coesão sequencial
Para se escrever um bom texto, é necessário relacionar todos os seus elementos. Portanto,
chamamos de coesão sequencial o conjunto de procedimentos linguísticos que relacionam o que foi
dito ao que vai ser dito, estabelecendo relações semânticas e/ou pragmáticas à medida que faz o
texto progredir. Vejamos alguns desses elementos:
a implicação entre um antecedente e um consequente: se etc.
b restrição, oposição, contraste: ainda que, mas, no entanto, contudo, todavia, entretanto etc
c soma de argumentos a favor de uma conclusão: e, bem como, também etc.
d justificativa, explicação do ato de fala: pois, isto é etc.
e introdução de exemplificação ou especificação: seja... seja, como etc.
f alternativa: ou.
g extensão, amplificação: aliás, também etc.
O uso desses elementos permite que o leitor seja guiado de maneira fluente pelo texto,
compreendendo o seu significado e sentido. Portanto, caro aluno, ao escrever um texto, tenha
sempre em mente que esses e outros elementos devem ser levados em conta para que suas ideias
possam ser expressas de modo coerente e coeso, visto que seu leitor não consegue visualizar seu
campo de reflexão, apenas o que foi expresso por você.
Porém, isso não vale apenas para quem escreve, mas também para quem lê. Ao se ler um
texto complexo e rebuscado, como é o caso da Bíblia, o domínio da coesão e coerência textuais
permite ao leitor uma melhor compreensão do que está escrito. Embora muitos pensem que para se
entender o texto sagrado é necessário apenas um elevado grau de espiritualidade, nós sabemos que
é preciso, além disso, considerar que ela está escrita; esse texto escrito implica leitura, ou seja, um
entendimento da sequencia de palavras que a compõe. Portanto, apenas espiritualidade não traz
entendimento, mas o entendimento e conhecimento aliado à espiritualidade tornam o leitor uma
pessoa extremamente cheia de autoridade. E é isso que faz a diferença quando falamos de Deus!
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linguísticas, mas a sua totalidade semântica decorre de valores internos à estrutura de um texto e se
chama coesão textual. Assim, estudar os elementos coesivos de um texto nada mais é do que avaliar
os componentes textuais cuja significação depende de outros dentro do mesmo texto ou no mesmo
contexto situacional.
Os processos de coesão textual são eminentemente semânticos, e ocorrem quando a
interpretação de um elemento no discurso depende da interpretação de outro. Embora seja uma
relação semântica, a coesão envolve todos os componentes do sistema léxico-gramatical. Portanto,
há formas de coesão realizadas por meio da gramática e, também, por meio d léxico. Deve-se ter em
mente que a coesão não é condição necessária nem suficiente para a existência do texto. Podemos
encontrar textualidade em textos que não apresentam recursos coesivos; em contrapartida, a coesão
não é suficiente para que um texto tenha textualidade. Veja, a seguir, alguns elementos que
contribuem para um texto coeso:
Elipse
A elipse consiste na omissão de um termo já citado na frase, e que é subentendido na
seguinte. Por exemplo: Paulo foi ao mercado, Juliana, foi ao cabeleireiro.
Conjunção
Esse tipo de coesão permite estabelecer relações significativas entre elementos e palavras do
texto. Realiza-se por meio de conectores como e, mas, depois etc. Há elementos meramente
continuativos: agora abre um novo estágio na comunicação, um novo ponto de argumentação,
ou atitude tomada ou considerada pelo falante.
Pronomes
O uso de pronomes na frase estabelece uma boa coesão, visto que retoma um termo já
expresso, porém, sem repeti-lo. Por exemplo: Carolina está usando um belo vestido, pois hoje vai ao
baile de formatura. Percebe-se que ela está bastante ansiosa.
Coesão sequencial
Para se escrever um bom texto, é necessário relacionar todos os seus elementos. Portanto,
chamamos de coesão sequencial o conjunto de procedimentos linguísticos que relacionam o que foi
dito ao que vai ser dito, estabelecendo relações semânticas e/ou pragmáticas à medida que faz o
texto progredir. Vejamos alguns desses elementos:
a implicação entre um antecedente e um consequente: se etc.
b restrição, oposição, contraste: ainda que, mas, no entanto, contudo, todavia, entretanto etc
c soma de argumentos a favor de uma conclusão: e, bem como, também etc.
d justificativa, explicação do ato de fala: pois, isto é etc.
e introdução de exemplificação ou especificação: seja... seja, como etc.
f alternativa: ou.
g extensão, amplificação: aliás, também etc.
O uso desses elementos permite que o leitor seja guiado de maneira fluente pelo texto,
compreendendo o seu significado e sentido. Portanto, caro aluno, ao escrever um texto, tenha
sempre em mente que esses e outros elementos devem ser levados em conta para que suas ideias
possam ser expressas de modo coerente e coeso, visto que seu leitor não consegue visualizar seu
campo de reflexão, apenas o que foi expresso por você.
Porém, isso não vale apenas para quem escreve, mas também para quem lê. Ao se ler um
texto complexo e rebuscado, como é o caso da Bíblia, o domínio da coesão e coerência textuais
permite ao leitor uma melhor compreensão do que está escrito. Embora muitos pensem que para se
entender o texto sagrado é necessário apenas um elevado grau de espiritualidade, nós sabemos que
é preciso, além disso, considerar que ela está escrita; esse texto escrito implica leitura, ou seja, um
entendimento da sequencia de palavras que a compõe. Portanto, apenas espiritualidade não traz
entendimento, mas o entendimento e conhecimento aliado à espiritualidade tornam o leitor uma
pessoa extremamente cheia de autoridade. E é isso que faz a diferença quando falamos de Deus!
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14. Erros que devem ser evitados
Na língua portuguesa, bem como em qualquer outra língua, é muito comum haver deslizes na
hora de se falar e escrever. Agora, veremos alguns dos erros mais comuns e como evita-los.
1- Mal cheiro, mau-humorado. Mal se opõe a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro bom
cheiro, mal-humorado bem-humorado. Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-
estar.
2- Fazem cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. Fazia dois
séculos. Fez 15 dias.
3- Houveram muitos acidentes. Haver, no sentido de existir, também é invariável: Houve
muitos acidentes. Havia muitas pessoas. Deve haver muitos casos iguais.
4- Existe muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o
plural: Existem muitas esperanças. Bastariam dois dias. Faltavam poucas peças. Restaram alguns
objetos. / Sobravam ideias.
5- Para mim fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu
dizer, para eu trazer.
6- Entre eu e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. Entre eles e ti.
7- Há dez anos atrás. Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez
anos atrás.
8- Entrar dentro. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de
ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9- Venda à prazo. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja
subentendida a palavra moda: Salto à moda de.
10- Porque você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que
separado: Por que razão você foi? Não sei por que razão ele faltou. Explique por que razão você se
atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11- Vai assistir o jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à
sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou desagradou à população. Eles obedeceram
desobedeceram aos avisos. Aspirava ao cargo de diretor. Pagou ao amigo. Respondeu à carta.
Sucedeu ao pai. Visava aos estudantes.
12- Preferia ir do que ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É
preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13- O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado.
Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não
existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14- Não há regra sem exceção. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre
parênteses, a forma correta: paralisar paralisar, beneficente beneficente, xuxu chuchu, previlégio
privilégio, vultuoso vultoso, cincoenta cinquenta, zuar zoar, frustado frustrado, calcário calcário,
advinhar adivinhar, benvindo bem-vindo, ascenção ascensão, pixar pichar, empecilho empecilho,
envólucro invólucro.
15- Quebrou os óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma:
Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16- Comprei ele para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim:
Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17- Nunca lhe vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado
com objeto direto: Nunca o vi. Não o convidei. A mulher o deixou. Ela o ama.
18- Aluga-se casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam se casas. Fazem-se consertos.
É assim que se evitam acidentes. Compram-se terrenos. Procuram-se empregados.
19- Chegou em São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo.
Vai amanhã ao cinema. Levou os filhos ao circo.
20- Atraso implicará em punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso
implicará punição. Promoção implica responsabilidade.
21- Vive as custas do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não em vias
de: Espécie em via de extinção. Trabalho em via de conclusão.
22- Todos somos cidadãos. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres de
caráter, juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
23- O ingresso é gratuito. A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito
o acento não existe e só indica a letra tônica. Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro,
ibéro, pólipo.
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14. Erros que devem ser evitados
Na língua portuguesa, bem como em qualquer outra língua, é muito comum haver deslizes na
hora de se falar e escrever. Agora, veremos alguns dos erros mais comuns e como evita-los.
1- Mal cheiro, mau-humorado. Mal se opõe a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro bom
cheiro, mal-humorado bem-humorado. Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-
estar.
2- Fazem cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. Fazia dois
séculos. Fez 15 dias.
3- Houveram muitos acidentes. Haver, no sentido de existir, também é invariável: Houve
muitos acidentes. Havia muitas pessoas. Deve haver muitos casos iguais.
4- Existe muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o
plural: Existem muitas esperanças. Bastariam dois dias. Faltavam poucas peças. Restaram alguns
objetos. / Sobravam ideias.
5- Para mim fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu
dizer, para eu trazer.
6- Entre eu e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. Entre eles e ti.
7- Há dez anos atrás. Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez
anos atrás.
8- Entrar dentro. O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de
ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9- Venda à prazo. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja
subentendida a palavra moda: Salto à moda de.
10- Porque você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que
separado: Por que razão você foi? Não sei por que razão ele faltou. Explique por que razão você se
atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11- Vai assistir o jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à
sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou desagradou à população. Eles obedeceram
desobedeceram aos avisos. Aspirava ao cargo de diretor. Pagou ao amigo. Respondeu à carta.
Sucedeu ao pai. Visava aos estudantes.
12- Preferia ir do que ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É
preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13- O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado.
Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não
existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14- Não há regra sem exceção. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre
parênteses, a forma correta: paralisar paralisar, beneficente beneficente, xuxu chuchu, previlégio
privilégio, vultuoso vultoso, cincoenta cinquenta, zuar zoar, frustado frustrado, calcário calcário,
advinhar adivinhar, benvindo bem-vindo, ascenção ascensão, pixar pichar, empecilho empecilho,
envólucro invólucro.
15- Quebrou os óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma:
Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16- Comprei ele para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim:
Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17- Nunca lhe vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado
com objeto direto: Nunca o vi. Não o convidei. A mulher o deixou. Ela o ama.
18- Aluga-se casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam se casas. Fazem-se consertos.
É assim que se evitam acidentes. Compram-se terrenos. Procuram-se empregados.
19- Chegou em São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo.
Vai amanhã ao cinema. Levou os filhos ao circo.
20- Atraso implicará em punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso
implicará punição. Promoção implica responsabilidade.
21- Vive as custas do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não em vias
de: Espécie em via de extinção. Trabalho em via de conclusão.
22- Todos somos cidadãos. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres de
caráter, juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
23- O ingresso é gratuito. A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito
o acento não existe e só indica a letra tônica. Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro,
ibéro, pólipo.
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24- A última seção de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo
de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de
cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
25- Vendeu uma grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro,
vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal,
etc.
26- Por isso. Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
27- Não viu qualquer risco. É nenhum, e não qualquer, que se emprega depois de negativas:
Não viu nenhum risco. Ninguém lhe fez nenhum reparo. Nunca promoveu nenhuma confusão.
28- Soube que os homens feriram-se. O que atrai o pronome: Soube que os homens se
feriram. A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e
os advérbios: Não lhe diga nada. Nenhum dos presentes se pronunciou. Quando se falava no
assunto... Como as pessoas lhe haviam dito... Aqui se faz, aqui se paga. Depois o procuro.
29- O peixe tem muito espinho. Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O fuzil
fusível queimou. Casa germinada geminada, ciclo círculo vicioso, cabeçário cabeçalho.
30- Não sabiam aonde ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com
verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. Aonde vamos?
31- Obrigado, disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: Obrigada, disse a moça.
Obrigado pela atenção. Muito obrigados por tudo.
32- O governo interviu. Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma
forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse,
reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
33- Ela era meia louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
34- A questão não tem nada haver com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou
nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
35- A corrida custa 5 real. A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
36- Vou emprestar dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro
emprestado. Ou: Vou emprestar o livro ceder ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu
emprestadas duas malas.
37- Foi taxado de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. Foi tachado
de leviano.
38- Ele foi um dos que chegou antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos
que chegaram antes dos que chegaram antes, ele foi um. Era um dos que sempre vibravam com a
vitória.
39- Tinha chego atrasado. Chego não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
40- Queria namorar com o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
41 As pessoas esperavam o. Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e
as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. Dão-nos, convidam na, põe-nos,
impõem-nos.
42- Chegou a duas horas e partirá daqui a cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz,
enquanto a exprime distância ou tempo futuro não pode ser substituído por faz: Chegou há faz
duas horas e partirá daqui a tempo futuro cinco minutos. O atirador estava a distância pouco menos
de 12 metros. Ele partiu há faz pouco menos de dez dias.
43- A artista deu à luz a gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz
quíntuplos. Também é errado dizer: Deu a luz a gêmeos.
44- Estávamos em quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. Éramos seis.
Ficamos cinco na sala.
45- Sentou na mesa para comer. Sentar-se ou sentar em é sentar-se em cima de. Veja o
certo: Sentou-se à mesa para comer. Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
46- Ficou contente por causa que ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe.
Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
47- O time empatou em 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele
ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
48- À medida em que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se
espalhava... Existe ainda na medida em que tendo em vista que: É preciso cumprir as leis, na
medida em que elas existem.
49- Eles têm razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo
ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
50- Acordos políticos-partidários. Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia:
acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-
financeiras, partidos social-democratas.
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24- A última seção de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo
de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de
cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
25- Vendeu uma grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro,
vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal,
etc.
26- Por isso. Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.
27- Não viu qualquer risco. É nenhum, e não qualquer, que se emprega depois de negativas:
Não viu nenhum risco. Ninguém lhe fez nenhum reparo. Nunca promoveu nenhuma confusão.
28- Soube que os homens feriram-se. O que atrai o pronome: Soube que os homens se
feriram. A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e
os advérbios: Não lhe diga nada. Nenhum dos presentes se pronunciou. Quando se falava no
assunto... Como as pessoas lhe haviam dito... Aqui se faz, aqui se paga. Depois o procuro.
29- O peixe tem muito espinho. Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O fuzil
fusível queimou. Casa germinada geminada, ciclo círculo vicioso, cabeçário cabeçalho.
30- Não sabiam aonde ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com
verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. Aonde vamos?
31- Obrigado, disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: Obrigada, disse a moça.
Obrigado pela atenção. Muito obrigados por tudo.
32- O governo interviu. Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma
forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse,
reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
33- Ela era meia louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
34- A questão não tem nada haver com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou
nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
35- A corrida custa 5 real. A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
36- Vou emprestar dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro
emprestado. Ou: Vou emprestar o livro ceder ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu
emprestadas duas malas.
37- Foi taxado de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. Foi tachado
de leviano.
38- Ele foi um dos que chegou antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos
que chegaram antes dos que chegaram antes, ele foi um. Era um dos que sempre vibravam com a
vitória.
39- Tinha chego atrasado. Chego não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
40- Queria namorar com o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
41 As pessoas esperavam o. Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e
as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. Dão-nos, convidam na, põe-nos,
impõem-nos.
42- Chegou a duas horas e partirá daqui a cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz,
enquanto a exprime distância ou tempo futuro não pode ser substituído por faz: Chegou há faz
duas horas e partirá daqui a tempo futuro cinco minutos. O atirador estava a distância pouco menos
de 12 metros. Ele partiu há faz pouco menos de dez dias.
43- A artista deu à luz a gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz
quíntuplos. Também é errado dizer: Deu a luz a gêmeos.
44- Estávamos em quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. Éramos seis.
Ficamos cinco na sala.
45- Sentou na mesa para comer. Sentar-se ou sentar em é sentar-se em cima de. Veja o
certo: Sentou-se à mesa para comer. Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
46- Ficou contente por causa que ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe.
Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
47- O time empatou em 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele
ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
48- À medida em que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se
espalhava... Existe ainda na medida em que tendo em vista que: É preciso cumprir as leis, na
medida em que elas existem.
49- Eles têm razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo
ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
50- Acordos políticos-partidários. Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia:
acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-
financeiras, partidos social-democratas.
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51- Andou por todo país. Todo o ou a é que significa inteiro: Andou por todo o país pelo país
inteiro. Toda a tripulação a tripulação inteira foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer:
Todo homem cada homem é mortal. Toda nação qualquer nação tem inimigos.
52- Todos amigos o elogiavam. No plural, todos exigem os: Todos os amigos o elogiavam. Era
difícil apontar todas as contradições do texto.
53- Favoreceu ao time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa
A decisão favoreceu os jogadores.
54- Ela mesmo arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma
própria arrumou a sala. As vítimas mesmas recorreram à polícia.
55- Chamei-o e o mesmo não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome
ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o
país conhecerá a decisão dos servidores e não dos mesmos.
56- Vou sair essa noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta
noite, esta semana a semana em que se está, este dia, este jornal o jornal que estou lendo, este
século o século 20.
57- A temperatura chegou a 0° graus. Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro,
zero hora.
58 A promoção veio de encontro aos seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma
situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição
contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às foi contra expectativas da categoria.
59- Comeu frango ao invés de peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de
peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
60- Ele intermedia a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele
intermedeia ou medeia a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma:
Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
61- Evite que a bomba expluda. Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i:
Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale exploda ou expluda, substituindo essas
formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim,
não existem as formas precavejo, precavês, precavém, precavenho, precavenha, precaveja, etc.
62- A tese onde... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. Veja o jardim
onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. O
livro em que... A faixa em que ele canta... Na entrevista em que...
63- Já foi comunicado da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém é comunicado
de alguma coisa. Assim: Já foi informado cientificado, avisado da decisão. Outra forma errada: A
diretoria comunicou os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão
aos empregados. A decisão foi comunicada aos empregados.
64- Venha por a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo
ocorre com pôde passado: Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos cabelo, cabelos, pára
verbo parar, péla bola ou verbo pelar, pélo verbo pelar, pólo e pólos. Perderam o sinal, no en-
tanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
65- Inflingiu o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir
e não inflingir significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
66- A modelo pousou o dia todo. Modelo posa de pose. Quem pousa é ave, avião, viajante,
etc. Não confunda também iminente prestes a acontecer com eminente ilustre. Nem tráfico
contrabando com tráfego trânsito.
67- Comprou uma TV a cores. Veja o correto: Comprou uma TV em cores não se diz TV a
preto e branco. Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
68- O fato passou desapercebido. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado.
Desapercebido significa desprevenido.
69- Haja visto seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho.
Haja vista seus esforços. Haja vista suas críticas.
70- A moça que ele gosta. Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente:
O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu e não que assistiu, a prova de que participou, o
amigo a que se referiu, etc.
71- É hora dele chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome,
nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois
de esses fatos terem ocorrido...
72- Vou consigo. Consigo só tem valor reflexivo pensou consigo mesmo e não pode
substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é
para o senhor e não para si.
31
51- Andou por todo país. Todo o ou a é que significa inteiro: Andou por todo o país pelo país
inteiro. Toda a tripulação a tripulação inteira foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer:
Todo homem cada homem é mortal. Toda nação qualquer nação tem inimigos.
52- Todos amigos o elogiavam. No plural, todos exigem os: Todos os amigos o elogiavam. Era
difícil apontar todas as contradições do texto.
53- Favoreceu ao time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa
A decisão favoreceu os jogadores.
54- Ela mesmo arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma
própria arrumou a sala. As vítimas mesmas recorreram à polícia.
55- Chamei-o e o mesmo não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome
ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o
país conhecerá a decisão dos servidores e não dos mesmos.
56- Vou sair essa noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta
noite, esta semana a semana em que se está, este dia, este jornal o jornal que estou lendo, este
século o século 20.
57- A temperatura chegou a 0° graus. Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro,
zero hora.
58 A promoção veio de encontro aos seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma
situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição
contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às foi contra expectativas da categoria.
59- Comeu frango ao invés de peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de
peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
60- Ele intermedia a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele
intermedeia ou medeia a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma:
Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
61- Evite que a bomba expluda. Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i:
Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale exploda ou expluda, substituindo essas
formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim,
não existem as formas precavejo, precavês, precavém, precavenho, precavenha, precaveja, etc.
62- A tese onde... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. Veja o jardim
onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. O
livro em que... A faixa em que ele canta... Na entrevista em que...
63- Já foi comunicado da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém é comunicado
de alguma coisa. Assim: Já foi informado cientificado, avisado da decisão. Outra forma errada: A
diretoria comunicou os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão
aos empregados. A decisão foi comunicada aos empregados.
64- Venha por a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo
ocorre com pôde passado: Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos cabelo, cabelos, pára
verbo parar, péla bola ou verbo pelar, pélo verbo pelar, pólo e pólos. Perderam o sinal, no en-
tanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
65- Inflingiu o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir
e não inflingir significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
66- A modelo pousou o dia todo. Modelo posa de pose. Quem pousa é ave, avião, viajante,
etc. Não confunda também iminente prestes a acontecer com eminente ilustre. Nem tráfico
contrabando com tráfego trânsito.
67- Comprou uma TV a cores. Veja o correto: Comprou uma TV em cores não se diz TV a
preto e branco. Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.
68- O fato passou desapercebido. Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado.
Desapercebido significa desprevenido.
69- Haja visto seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho.
Haja vista seus esforços. Haja vista suas críticas.
70- A moça que ele gosta. Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente:
O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu e não que assistiu, a prova de que participou, o
amigo a que se referiu, etc.
71- É hora dele chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome,
nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois
de esses fatos terem ocorrido...
72- Vou consigo. Consigo só tem valor reflexivo pensou consigo mesmo e não pode
substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é
para o senhor e não para si.
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73- Já é 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. Já é
e não são 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
74- A festa começa às 8 hs.. As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem
ponto. Assim: 8 h, 2 km e não km, 5 m, 10 kg.
75- Dado os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das
pesquisas... Dado o resultado... Dadas as suas ideias...
76- Ficou sobre a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do
assaltante. Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de:
77- Ao meu ver. Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
E os dez mais graves
Alguns erros revelam maior desconhecimento da língua que outros. Os dez abaixo estão
nessa situação.
1- Quando estiver voltado da Europa. Nunca confunda tiver e tivesse com estiver e estivesse.
Assim: Quando tiver voltado da Europa. Quando estiver satisfeito. Se tivesse saído mais cedo. Se
estivesse em condições.
2- Que seje feliz. O subjuntivo de ser e estar é seja e esteja: Que seja feliz. Que esteja e
nunca esteje alerta.
3- Ele é de menor. O de não existe: Ele é menor.
4- A gente fomos embora. Concordância normal: A gente foi embora. E também: O pessoal
chegou e nunca chegaram. A turma falou.
5- De formas que. Locuções desse tipo não têm s: De forma que, de maneira que, de modo
que, etc.
6- Fiquei fora de si. Os pronomes combinam entre si: Fiquei fora de mim. Ele ficou fora de si.
Ficamos fora de nós. Ficaram fora de si.
7- Acredito de que. Não use o de antes de qualquer que: Acredito que, penso que, julgo que,
disse que, revelou que, creio que, espero que, etc.
8- Fale alto porque ele houve mal. A confusão está-se tornando muito comum. O certo é: Fale
alto porque ele ouve mal. Houve é forma de haver: Houve muita chuva esta semana.
9- Ela veio, mais você, não. É mas, conjunção, que indica ressalva, restrição: Ela veio, mas
você, não.
10 Fale sem exitar. Escreva certo: hesitar. Veja outros erros de grafia e entre parênteses a
forma correta: aeroporto aeroporto, metereologia meteorologia, deiche deixe, enxergar enxergar,
exiga exija. E nunca troque menos por menas, verdadeiro absurdo linguístico.
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73- Já é 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. Já é
e não são 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
74- A festa começa às 8 hs.. As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem
ponto. Assim: 8 h, 2 km e não km, 5 m, 10 kg.
75- Dado os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das
pesquisas... Dado o resultado... Dadas as suas ideias...
76- Ficou sobre a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do
assaltante. Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de:
77- Ao meu ver. Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
E os dez mais graves
Alguns erros revelam maior desconhecimento da língua que outros. Os dez abaixo estão
nessa situação.
1- Quando estiver voltado da Europa. Nunca confunda tiver e tivesse com estiver e estivesse.
Assim: Quando tiver voltado da Europa. Quando estiver satisfeito. Se tivesse saído mais cedo. Se
estivesse em condições.
2- Que seje feliz. O subjuntivo de ser e estar é seja e esteja: Que seja feliz. Que esteja e
nunca esteje alerta.
3- Ele é de menor. O de não existe: Ele é menor.
4- A gente fomos embora. Concordância normal: A gente foi embora. E também: O pessoal
chegou e nunca chegaram. A turma falou.
5- De formas que. Locuções desse tipo não têm s: De forma que, de maneira que, de modo
que, etc.
6- Fiquei fora de si. Os pronomes combinam entre si: Fiquei fora de mim. Ele ficou fora de si.
Ficamos fora de nós. Ficaram fora de si.
7- Acredito de que. Não use o de antes de qualquer que: Acredito que, penso que, julgo que,
disse que, revelou que, creio que, espero que, etc.
8- Fale alto porque ele houve mal. A confusão está-se tornando muito comum. O certo é: Fale
alto porque ele ouve mal. Houve é forma de haver: Houve muita chuva esta semana.
9- Ela veio, mais você, não. É mas, conjunção, que indica ressalva, restrição: Ela veio, mas
você, não.
10 Fale sem exitar. Escreva certo: hesitar. Veja outros erros de grafia e entre parênteses a
forma correta: aeroporto aeroporto, metereologia meteorologia, deiche deixe, enxergar enxergar,
exiga exija. E nunca troque menos por menas, verdadeiro absurdo linguístico.
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15. Literatura
Embora a mídia veicule textos de diversos tipos, é na literatura que encontramos os textos
mais bem elaborados. Estamos falando aqui de literatura de boa qualidade, não só dos grandes
autores, como Machado de Assis e Manuel Bandeira no Brasil, Camões e Fernando Pessoa em
Portugal, nomes já consagrados pelos maiores críticos, mas também dos contemporâneos, como
Ruben Fonseca e José Saramago. Falar em literatura é, com certeza, falar de texto bem construído,
em que são explorados recursos psicológicos, linguísticos, semânticos, sonoros... enfim, na literatura
tudo é possível para que o objetivo final seja alcançado: produzir um bom texto.
Convido-os, então, para viajarmos juntos por alguns textos de nossa literatura, explorando os
aspectos anteriormente citados.
Carlos Drummond de Andrade
Nascido em 31 de outubro de 1902, o menino Carlos frequentava durante quatro anos o
Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito. Mas são o solar da rua Municipal, transfigurado pela presença
invisível de seus antepassados, o velho agente de correio, Fernando Terceiro, a desfilar diariamente
por aquela rua, o movimento inusitado dos dias de júri, a caça aos passarinhos , ou os banhos de
bica na praia do Rosário. Drummond é valorizado pela crítica por sua temática, facilidade de lidar com
as palavras e expor pensamentos, críticas, amores, des ilusões. É um poeta que trabalha com as
palavras e, criando-as ou recriando-as, enriquece seu texto com um estilo próprio e pessoal.
Algumas obras
Alguma poesia 1934
José 1942
A Rosa do povo 1945
Claro enigma 1951
Boitempo 1968
Esquecer para lembrar 1979
A paixão medida 1980
Amar se aprende mando 1985
Amor natural 1988
Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus
Tempo de absoluta depuração
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
Mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
E ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios.
Provam apenas que a vida prossegue
E nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
Preferiram os delicados morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
José
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
33
15. Literatura
Embora a mídia veicule textos de diversos tipos, é na literatura que encontramos os textos
mais bem elaborados. Estamos falando aqui de literatura de boa qualidade, não só dos grandes
autores, como Machado de Assis e Manuel Bandeira no Brasil, Camões e Fernando Pessoa em
Portugal, nomes já consagrados pelos maiores críticos, mas também dos contemporâneos, como
Ruben Fonseca e José Saramago. Falar em literatura é, com certeza, falar de texto bem construído,
em que são explorados recursos psicológicos, linguísticos, semânticos, sonoros... enfim, na literatura
tudo é possível para que o objetivo final seja alcançado: produzir um bom texto.
Convido-os, então, para viajarmos juntos por alguns textos de nossa literatura, explorando os
aspectos anteriormente citados.
Carlos Drummond de Andrade
Nascido em 31 de outubro de 1902, o menino Carlos frequentava durante quatro anos o
Grupo Escolar Dr. Carvalho Brito. Mas são o solar da rua Municipal, transfigurado pela presença
invisível de seus antepassados, o velho agente de correio, Fernando Terceiro, a desfilar diariamente
por aquela rua, o movimento inusitado dos dias de júri, a caça aos passarinhos , ou os banhos de
bica na praia do Rosário. Drummond é valorizado pela crítica por sua temática, facilidade de lidar com
as palavras e expor pensamentos, críticas, amores, des ilusões. É um poeta que trabalha com as
palavras e, criando-as ou recriando-as, enriquece seu texto com um estilo próprio e pessoal.
Algumas obras
Alguma poesia 1934
José 1942
A Rosa do povo 1945
Claro enigma 1951
Boitempo 1968
Esquecer para lembrar 1979
A paixão medida 1980
Amar se aprende mando 1985
Amor natural 1988
Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus
Tempo de absoluta depuração
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
Mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
E ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios.
Provam apenas que a vida prossegue
E nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
Preferiram os delicados morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
José
E agora, José?
A festa acabou,
A luz apagou,
33
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, José?
E eu agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, José?
Está sem mulher,
Está sem discurso,
Está sem carinho,
Já não pode beber,
Já não pode fumar,
Cuspir já não fome,
A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio,
O riso não veio,
Não veio a utopia
E tudo acabou
E tudo fugiu
E tudo mofou
E agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
Seu instante de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
Quer abrir a porta,
Não existe porta;
Quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro, José?
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato,
Sem teogonia,
Sem parede nua
Para se encostar,
Sem cavalo preto
Que fuja a galope,
Você marcha, José!
José, para onde?
34
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, José?
E eu agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, José?
Está sem mulher,
Está sem discurso,
Está sem carinho,
Já não pode beber,
Já não pode fumar,
Cuspir já não fome,
A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio,
O riso não veio,
Não veio a utopia
E tudo acabou
E tudo fugiu
E tudo mofou
E agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
Seu instante de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
Quer abrir a porta,
Não existe porta;
Quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro, José?
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato,
Sem teogonia,
Sem parede nua
Para se encostar,
Sem cavalo preto
Que fuja a galope,
Você marcha, José!
José, para onde?
34
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela
Não distribuirei entorpecentes ou cartas suicida,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptada por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes.
Manuel Bandeira
Manuel Bandeira, juntamente com Oswald e Mário de Andrade, formam a tríade maior da
primeira fase modernista, responsável pela divulgação e pela solidificação do movimento em nosso
país.
O poeta nasceu em Recife, fez os estudos secundários no Rio de Janeiro e iniciou o curso de
Arquitetura em São Paulo, mas foi obrigado a abandoná-lo em virtude de uma crise de tuberculose,
que nele se manifestava em 1904. Tratou-se em várias cidades do país e, inclusive, na Suíça, entre
1913 e 1914, onde conheceu o jovem e mais tarde famoso escritor dadaísta e surrealista francês Paul
Éluard, internado na mesma clínica.
Éluard colocou Bandeira a par das inovações artísticas que vinham ocorrendo na Europa,
entre as quais o emprego do verso livre na poesia. Esse aspecto técnico já fazia parte das
preocupações de Bandeira, que hoje é considerado o mestre do verso livre no Brasil
Algumas obras
A cinza das horas 1917
Carnaval 1919
Estrela da manhã 1936
Obra poética 1956
Estrela da tarde 1963
Estrela da vida inteira 1966
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três... Trinta e três... Trinta e três...
— Respire
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não e possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar o tango argentino.
Teresa
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
35
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.
Mãos dadas
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
Não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela
Não distribuirei entorpecentes ou cartas suicida,
Não fugirei para as ilhas nem serei raptada por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes.
Manuel Bandeira
Manuel Bandeira, juntamente com Oswald e Mário de Andrade, formam a tríade maior da
primeira fase modernista, responsável pela divulgação e pela solidificação do movimento em nosso
país.
O poeta nasceu em Recife, fez os estudos secundários no Rio de Janeiro e iniciou o curso de
Arquitetura em São Paulo, mas foi obrigado a abandoná-lo em virtude de uma crise de tuberculose,
que nele se manifestava em 1904. Tratou-se em várias cidades do país e, inclusive, na Suíça, entre
1913 e 1914, onde conheceu o jovem e mais tarde famoso escritor dadaísta e surrealista francês Paul
Éluard, internado na mesma clínica.
Éluard colocou Bandeira a par das inovações artísticas que vinham ocorrendo na Europa,
entre as quais o emprego do verso livre na poesia. Esse aspecto técnico já fazia parte das
preocupações de Bandeira, que hoje é considerado o mestre do verso livre no Brasil
Algumas obras
A cinza das horas 1917
Carnaval 1919
Estrela da manhã 1936
Obra poética 1956
Estrela da tarde 1963
Estrela da vida inteira 1966
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três... Trinta e três... Trinta e três...
— Respire
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não e possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar o tango argentino.
Teresa
A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
35
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.
Profundamente
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente
Trem de ferro
Café com pão
36
Achei também que a cara parecia uma perna
Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse
Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.
Profundamente
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente
Trem de ferro
Café com pão
36
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Ôo...
Foge bicho,
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Ôo...
Quando me predero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Ôo...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo...
Vou depressa
Vou ceorrendo
Vou na toda
Que só levo
37
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Ôo...
Foge bicho,
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Ôo...
Quando me predero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Ôo...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo...
Vou depressa
Vou ceorrendo
Vou na toda
Que só levo
37
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo:
— Passei o dia à toa, à toa!
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa...
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... De desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
Eça de queirós
José Maria Eça de Queirós nasceu em Póvoa de Varsin, em 1845. Em Coimbra, estudo
Direito e liga-se a uma ruidosa geração acadêmica, entusiasmada com as ideias de Proudhon e de
Comte. Reunindo condições pessoais e históricas propiciadoras do trabalho intelectual, Eça de
Queirós tornou-se um dos maiores prosadores em Língua Portuguesa, alcançando uma espécie de
divisor de águas linguístico entre a tradição e a modernidade e exerce considerável influência em
Portugal e no Brasil até os dias atuais.
Algumas obras
O crime do Padre Amaro 1875
O Primo Basílio 1878
A Relíquia 1887
Os Maias 1888
A ilustre casa de Ramires 1900
A cidade e as serras 1901
O tesouro
I
Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram então, em todo o Reino das Astúrias, os
fidalgos mais famintos e mais remendados. Nos Paços de Medranhos, a que o vento da serra levava
vidraça e telha, passavam eles as tardes desse Inverno, engelhados nos seus pelotes de camelão,
batendo as solas rotas sobre as lajes da cozinha, diante da vasta lareira negra, onde desde muito não
estalava lume, nem fervia a panela de ferro. Ao escurecer devoraram uma côdea de pão negro,
esfregada com alho. Depois, sem candeia, através do pátio, fendendo a neve, iam dormir à
estrebaria, para aproveitar o calor das três éguas lazarentas que, esfaimadas como eles, roíam as
traves da manjedoura. E a miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.
Ora, na Primavera, por uma silenciosa manhã de domingo, andando todos os três na mata de
Roquelanes a espiar pegadas de caça e a apanhar tortulhos entre os robles, enquanto as três éguas
pastavam a relva nova de Abril — os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de um moita de
espinheiros, numa cova de rocha, um velho cofre de ferio. Como se o resguardasse uma torre segura,
conservava as suas três chaves nas suas três fechaduras. Sobre a tampa, mal decifrável através da
ferrugem, corria um dístico em letras árabes. E dentro, até às bordas, estava cheio de dobrões de
ouro.
No terror e esplendor da emoção, os três senhores ficaram mais lívidos que círios. Depois,
mergulhando furiosamente as mãos o couro, estalaram a ria, num riso de tão larga rajada que as
folhas tenras dos olmos, em roda, tremiam... E de novo recuaram, bruscamente se encararam, com
os olhos a flamejar, numa desconfiança tão desabrida que Guanes e Rostabal apalpavam nos cintos
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Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo:
— Passei o dia à toa, à toa!
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa...
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento... De desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... Remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre
Deixando um acre sabor na boca.
Eu faço versos como quem morre.
Eça de queirós
José Maria Eça de Queirós nasceu em Póvoa de Varsin, em 1845. Em Coimbra, estudo
Direito e liga-se a uma ruidosa geração acadêmica, entusiasmada com as ideias de Proudhon e de
Comte. Reunindo condições pessoais e históricas propiciadoras do trabalho intelectual, Eça de
Queirós tornou-se um dos maiores prosadores em Língua Portuguesa, alcançando uma espécie de
divisor de águas linguístico entre a tradição e a modernidade e exerce considerável influência em
Portugal e no Brasil até os dias atuais.
Algumas obras
O crime do Padre Amaro 1875
O Primo Basílio 1878
A Relíquia 1887
Os Maias 1888
A ilustre casa de Ramires 1900
A cidade e as serras 1901
O tesouro
I
Os três irmãos de Medranhos, Rui, Guanes e Rostabal, eram então, em todo o Reino das Astúrias, os
fidalgos mais famintos e mais remendados. Nos Paços de Medranhos, a que o vento da serra levava
vidraça e telha, passavam eles as tardes desse Inverno, engelhados nos seus pelotes de camelão,
batendo as solas rotas sobre as lajes da cozinha, diante da vasta lareira negra, onde desde muito não
estalava lume, nem fervia a panela de ferro. Ao escurecer devoraram uma côdea de pão negro,
esfregada com alho. Depois, sem candeia, através do pátio, fendendo a neve, iam dormir à
estrebaria, para aproveitar o calor das três éguas lazarentas que, esfaimadas como eles, roíam as
traves da manjedoura. E a miséria tornara estes senhores mais bravios que lobos.
Ora, na Primavera, por uma silenciosa manhã de domingo, andando todos os três na mata de
Roquelanes a espiar pegadas de caça e a apanhar tortulhos entre os robles, enquanto as três éguas
pastavam a relva nova de Abril — os irmãos de Medranhos encontraram, por trás de um moita de
espinheiros, numa cova de rocha, um velho cofre de ferio. Como se o resguardasse uma torre segura,
conservava as suas três chaves nas suas três fechaduras. Sobre a tampa, mal decifrável através da
ferrugem, corria um dístico em letras árabes. E dentro, até às bordas, estava cheio de dobrões de
ouro.
No terror e esplendor da emoção, os três senhores ficaram mais lívidos que círios. Depois,
mergulhando furiosamente as mãos o couro, estalaram a ria, num riso de tão larga rajada que as
folhas tenras dos olmos, em roda, tremiam... E de novo recuaram, bruscamente se encararam, com
os olhos a flamejar, numa desconfiança tão desabrida que Guanes e Rostabal apalpavam nos cintos
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os cabos das grandes facas. Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado, ergueu os braços
como u árbitro, e começou por decidir que o tesouro, ou viesse de Deus ou do Demônio, pertencia
aos três, e entre eles se repartiria, rigidamente, pesando-se o ouro em balanças. Mas como poderiam
carregar para Medranhos, para os cimos da serra, aquele cofre tão cheio? Nem convinha que
saíssem da mata com o seu bem, antes de cerrar a escuridão. Por isso ele entendia que o mano
Guanes, como mais leve, devia trotr para a vila vizinha de Retortilho, levando já ouro na bolsilha, a
comprar três alforjes de couro, três maquias de cevada, três empadões de carne e três botelhas de
vinho. Vinho e carne eram para eles, que não comiam desde a véspera: a cevada era para as éguas.
E assim refeitos, senhores e cavalgaduras, ensacariam o ouro nos alforjes e subiriam para
Medranhos, sob a segurnça da noite sem lua.
— Bem tramado! — gritou Rostabal, homem mais alto que um pinheiro, de longa guedelha, e com
uma barba que lhe caía desde os olhos raiados de sangue até a fivela do cinturão.
Mas Guanes não se arredava do cofre, enrugado, desconfiado, puxando entre os dedos a pele negra
do seu pescoço de grou. Por fim, brutalmente:
— Manos! O cofre tem três chaves... Eu quero fechar a minha fechadura e levar a minha chave!
— Rambém eu quero a minha, mil raios! — rugiu logo Rostabal.
Rui sorriu. Decerto, decerto! A cada dono do ouro cabia uma das chaves que o guardavam. E cada
um em silêncio, agachando ante o cofre, cerrou a fechadura com força. Imediatamente Guanes,
desanuviado, saltou na égua, meteu pela verede de olmos, a caminho de Retortilho, atirado aos
ramos a sua cantiga costumada e dolente:
Olé! Olé!
Sale La cruz de La iglesa,
Vestida de negro luto..
II
Na clareira, em frente à moita que encobria o tesouro e que os três tinham desbastado a cutiladas um
fio de água, brotando entre as rochas: caía sobre uma vasta laje escavada, onde fazia como um
tanque, claro e quieto, antes de se escoar para as relvas altas. E ao lado, na sombra de uma faia,
jazia um velho pilar e granito, tombado e musgoso. Ali vieram sentar-se Rui e Rostabal, com os seus
tremendos espadões entre os joelhos. As duas éguas retouçavam a boa erva pintalgada de papoulas
e botões-de-ouro. Pela ramaria andava um melro a assobiar. Um cheiro errante de violetas adoçava o
ar luminoso. E Rostabal, olhando o sol, bocejava com fome.
Então Rui, que tirara o sombreiro e lhe confiava as velhas plumas roxas, começou a considerar, na
sua fala avisada e mansa, que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de
Roquelanes. E assim era a sorte ruim! Pois que se Guanes tivesse quedado em Medranhos, só eles
dois teriam descoberto o cofre, e só entre eles dois se dividiria o ouro! Grande pena! Tanto mais que
a parte de Guanes seria em breve dissipada, com rufiões, aos dados, pelas tavernas.
— Ah! Rostabal, Rostabal! Se Guanes, passando aqui sozinho, tivesse achado este ouro, não
dividiria conosco, Rostabal.
O outro rosnou surdamente e com furor, dando um puxão às barbas negras:
— Não, mil raios! Guanes é sôfrego... Quando o ano passado, se te lembras, ganhou os cem
ducados ao espadeiro de Fresno, nem me quis emprestar três para eu comprar um gibão novo!
— Vês tu? — gritou Rui, resplandecendo
Ambos se tinham erguido do pilar de granito, como levados pela mesma ideia, que os deslumbrava.
E, através das suas largas passadas, as ervas altas silvavam.
— E para quê — prosseguia Rui — Para que lhe serve todo o ouro que nos leva? Tu não o ouves, de
noite, como tosse? Ao redor da palha em que dorme, todo o chão está negro do sangue que escarra!
Não dura te as outras neves, Rostabal! Mas até lá terá dissipado os bons dobrões que deviam ser
nossos, para levantarmos a nossa casa, e para tu teres ginetes, e armas, e trajes nobres, e o teu
terço de solarengos, como compete a quem é, como tu, o mais velho dos Medranhos.
— Pois que morra, e morra hoje — bradou Rostabal.
— Queres?
Vivamente, Rui agarrara o braço do irmão e apontava a vereda dos olmos, por onde Guanes partira
cantando:
— Logo adiante, ao fim do trilho, há um sítio bom, nos silvados. E hás-de ser tu. Rostabal, que é o
mais forte e o mais destro. Um golpe de ponta pelas costas. E é justiça de Deus que sejas tu, que
muitas vezes, nas tavernas, sem pudor, Guanes te tratava de cerdo e de torpe, por não saberes a
letra nem os números.
— Malvado!
— Vem!
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os cabos das grandes facas. Então Rui, que era gordo e ruivo, e o mais avisado, ergueu os braços
como u árbitro, e começou por decidir que o tesouro, ou viesse de Deus ou do Demônio, pertencia
aos três, e entre eles se repartiria, rigidamente, pesando-se o ouro em balanças. Mas como poderiam
carregar para Medranhos, para os cimos da serra, aquele cofre tão cheio? Nem convinha que
saíssem da mata com o seu bem, antes de cerrar a escuridão. Por isso ele entendia que o mano
Guanes, como mais leve, devia trotr para a vila vizinha de Retortilho, levando já ouro na bolsilha, a
comprar três alforjes de couro, três maquias de cevada, três empadões de carne e três botelhas de
vinho. Vinho e carne eram para eles, que não comiam desde a véspera: a cevada era para as éguas.
E assim refeitos, senhores e cavalgaduras, ensacariam o ouro nos alforjes e subiriam para
Medranhos, sob a segurnça da noite sem lua.
— Bem tramado! — gritou Rostabal, homem mais alto que um pinheiro, de longa guedelha, e com
uma barba que lhe caía desde os olhos raiados de sangue até a fivela do cinturão.
Mas Guanes não se arredava do cofre, enrugado, desconfiado, puxando entre os dedos a pele negra
do seu pescoço de grou. Por fim, brutalmente:
— Manos! O cofre tem três chaves... Eu quero fechar a minha fechadura e levar a minha chave!
— Rambém eu quero a minha, mil raios! — rugiu logo Rostabal.
Rui sorriu. Decerto, decerto! A cada dono do ouro cabia uma das chaves que o guardavam. E cada
um em silêncio, agachando ante o cofre, cerrou a fechadura com força. Imediatamente Guanes,
desanuviado, saltou na égua, meteu pela verede de olmos, a caminho de Retortilho, atirado aos
ramos a sua cantiga costumada e dolente:
Olé! Olé!
Sale La cruz de La iglesa,
Vestida de negro luto..
II
Na clareira, em frente à moita que encobria o tesouro e que os três tinham desbastado a cutiladas um
fio de água, brotando entre as rochas: caía sobre uma vasta laje escavada, onde fazia como um
tanque, claro e quieto, antes de se escoar para as relvas altas. E ao lado, na sombra de uma faia,
jazia um velho pilar e granito, tombado e musgoso. Ali vieram sentar-se Rui e Rostabal, com os seus
tremendos espadões entre os joelhos. As duas éguas retouçavam a boa erva pintalgada de papoulas
e botões-de-ouro. Pela ramaria andava um melro a assobiar. Um cheiro errante de violetas adoçava o
ar luminoso. E Rostabal, olhando o sol, bocejava com fome.
Então Rui, que tirara o sombreiro e lhe confiava as velhas plumas roxas, começou a considerar, na
sua fala avisada e mansa, que Guanes, nessa manhã, não quisera descer com eles à mata de
Roquelanes. E assim era a sorte ruim! Pois que se Guanes tivesse quedado em Medranhos, só eles
dois teriam descoberto o cofre, e só entre eles dois se dividiria o ouro! Grande pena! Tanto mais que
a parte de Guanes seria em breve dissipada, com rufiões, aos dados, pelas tavernas.
— Ah! Rostabal, Rostabal! Se Guanes, passando aqui sozinho, tivesse achado este ouro, não
dividiria conosco, Rostabal.
O outro rosnou surdamente e com furor, dando um puxão às barbas negras:
— Não, mil raios! Guanes é sôfrego... Quando o ano passado, se te lembras, ganhou os cem
ducados ao espadeiro de Fresno, nem me quis emprestar três para eu comprar um gibão novo!
— Vês tu? — gritou Rui, resplandecendo
Ambos se tinham erguido do pilar de granito, como levados pela mesma ideia, que os deslumbrava.
E, através das suas largas passadas, as ervas altas silvavam.
— E para quê — prosseguia Rui — Para que lhe serve todo o ouro que nos leva? Tu não o ouves, de
noite, como tosse? Ao redor da palha em que dorme, todo o chão está negro do sangue que escarra!
Não dura te as outras neves, Rostabal! Mas até lá terá dissipado os bons dobrões que deviam ser
nossos, para levantarmos a nossa casa, e para tu teres ginetes, e armas, e trajes nobres, e o teu
terço de solarengos, como compete a quem é, como tu, o mais velho dos Medranhos.
— Pois que morra, e morra hoje — bradou Rostabal.
— Queres?
Vivamente, Rui agarrara o braço do irmão e apontava a vereda dos olmos, por onde Guanes partira
cantando:
— Logo adiante, ao fim do trilho, há um sítio bom, nos silvados. E hás-de ser tu. Rostabal, que é o
mais forte e o mais destro. Um golpe de ponta pelas costas. E é justiça de Deus que sejas tu, que
muitas vezes, nas tavernas, sem pudor, Guanes te tratava de cerdo e de torpe, por não saberes a
letra nem os números.
— Malvado!
— Vem!
39
Foram. Amos se emboscaram por trás de um silvado que dominava o atalho, estreito e pedregoso
como um leito de torrente. Rostabal, assolado na vala, tinha já a espada nua. Um vento leve arrepiou
na encosta as folhas dos álamos — e sentiram o repique leve dos sinos de Retortilho. Rui, coçando a
barba, calculava as horas pelo Sol, que já se inclinava para as serras. Um bando de corvos assou
sobe eles, grasnando. E Rostabal, que lhes seguira o rôo, recomeçou a bocejar, com fome, pensando
nos empadões e no vinho que o outro trazia nos alforjes.
Enfim! Alerta! Era, na vereda, a cantiga dolente e rouca, atirada aos remos:
Olé! Olé!
Sale La cruz de La iglesia,
Vestida de negro...
Rui murmurou: — Na ilharga! Mal que passe! — O chouto da égua bateu o cascalho, uma pluma num
sombrero vermelhejou por sobre a ponta das silva.
Rostabal rompeu de entre a saca por uma brecha, atirou o braço, a longa espada— e toda a lâmina
se embebeu molemente na ilharga de Guanes, quando ao rumor, bruscamente ele se virara na sela.
Com o surdo arranco, tombou de lado, sobre as pedras. Já Rui se arremessava aos freios da égua —
Rostabal, caindo sobre Guanes, que arquejava, de novo lhe mergulhou a espada, agarrada pela folha
como um punhal, no peito e na garganta.
— A chave! — gritou Rui.
E arrancada a chave do cofre ao seio do morto, ambos largaram pela vereda — Rostabal adiante,
fugindo, com a pluma do sombrero quebrada e torta, a espada ainda nua entalada sob o braço, todo
encolhido, arrepiado com o sabor do sangue que lhe espirrara para a boca: Rui, atrás, puxada
desesperadamente os freios da égua, que, de patas fincadas no chão pedregoso, arreganhando a
longa dentuça amarela, não queria deixar o seu amo assim estirado, abandonado, ao comprido das
sebes.
Teve de lhe espicaçar as ancas lazarentas com a ponta da espada — e foi correndo sobre ela, de
lâmina alta, com se perseguisse um mouro, que desembocou na clareira onde o sol já não dourava as
folhas. Rostabal arremessara para a relva o sombrero e a espada; e debruçado sobre a laje escavada
em tanque, de mangas arregaçadas, lavava, ruidosamente, a face as barbas.
A égua, quieta, recomeçou a pastar, carregada com os alforjes novos que Guanes comprara em
Retortilho. Do mais largo, abarrotado, surgiam dois gargalos de garrafas. Então Rui tirou, lendamente,
do cinto, a sua larga navalha. Sem um rumor na relva espessa, deslizou até Rostabal, que
resfolegava, com as longas barbas pingando. E serenamente, como se pregasse uma estaca num
canteiro, enterrou a folha toda no largo dorso dobrado, certeira sobre o coração.
Rostabal caiu sobre o tanque, sem um gemido, com a face na água, os longos cabelos flutuando na
água. A sua velha escarcela de couro ficara entalada sob a coxa. Para tirar de dentro a terceira chave
do cofre, Rui solevou o corpo — e o sangue mais grosso jorrou, escorreu pela borda do tanque,
fumegando.
III
Agora eram dele, só dele, as três chaves do cofre!. E Rui, alargando os braços, respirou
deliciosamente. Mal a noite descesse, com o ouro metido nos alforjes, guiando a fila das éguas pelos
trilhos da serra, subiria a Medranhos e enterraria na adega o seu tesouro! E quando ali na fonte, e
além rente aos silvados, só restassem, sob as neves de Dezembro, alguns ossos sem nome, ele seria
o magnífico senhor de Medranhos, e na capela nova do solar renascido mandaria dizer missas ricas
pelos seus dois irmãos mortos... Mortos como? Como devem morrer os de Medranhos — a pelejar
contra o Turco!
Abriu as três fechaduras, apanhou um punhado de dobrões, que fez retinir sobre as pedras. Que puro
ouro, de fino quilate! E era o seu ouro! Depois foi examinar a capacidade de os alforjes — e
encontrando as duas garrafas de vinho, e um gordo capão assado, sentiu uma imensa fome. Desde a
véspera só comera uma lasca de peixe seco. E há quanto tempo não provava capão!
Com que delícia se sentou na relva, com as pernas abertas, e entre elas a ave loura, que recendia, e
o vinho cor de âmbar! Ah! Guanes fora bom mordomo — nem esquecera azeitonas. Mas por que
trouxera ele, para três convivas, só duas garrafas? Rasgou uma asa do capão: devorava a grandes
dentadas. A tarde descia, pensativa e doce, como nuvenzinhas cor-de-rosa.
Para além, na vereda, um bando de corvos grasnava. As éguas fartas dormitavam, com o focinho
pendido. E a fonte cantava, lavando o morto.
Rui erguei à luz a garrafa de vinho. Com aquela cor velha e quente, não teria custado menos de três
maravedis. E pondo o gargalo à boca, bebeu em sorvos lentos, que lhe faziam ondular o pescoço
peludo. OH!, vinho bendito, que tão prontamente aquecia o sangue! Atirou a garrafa vazia —
destapou a outra. Mas, como era avisado, não bebeu, porque a jornada para a serra, com o tesouro,
requeria firmeza e acerto. Estendido sobre o cotovelo, descansado, pensava em Medranhos coberto
40
Foram. Amos se emboscaram por trás de um silvado que dominava o atalho, estreito e pedregoso
como um leito de torrente. Rostabal, assolado na vala, tinha já a espada nua. Um vento leve arrepiou
na encosta as folhas dos álamos — e sentiram o repique leve dos sinos de Retortilho. Rui, coçando a
barba, calculava as horas pelo Sol, que já se inclinava para as serras. Um bando de corvos assou
sobe eles, grasnando. E Rostabal, que lhes seguira o rôo, recomeçou a bocejar, com fome, pensando
nos empadões e no vinho que o outro trazia nos alforjes.
Enfim! Alerta! Era, na vereda, a cantiga dolente e rouca, atirada aos remos:
Olé! Olé!
Sale La cruz de La iglesia,
Vestida de negro...
Rui murmurou: — Na ilharga! Mal que passe! — O chouto da égua bateu o cascalho, uma pluma num
sombrero vermelhejou por sobre a ponta das silva.
Rostabal rompeu de entre a saca por uma brecha, atirou o braço, a longa espada— e toda a lâmina
se embebeu molemente na ilharga de Guanes, quando ao rumor, bruscamente ele se virara na sela.
Com o surdo arranco, tombou de lado, sobre as pedras. Já Rui se arremessava aos freios da égua —
Rostabal, caindo sobre Guanes, que arquejava, de novo lhe mergulhou a espada, agarrada pela folha
como um punhal, no peito e na garganta.
— A chave! — gritou Rui.
E arrancada a chave do cofre ao seio do morto, ambos largaram pela vereda — Rostabal adiante,
fugindo, com a pluma do sombrero quebrada e torta, a espada ainda nua entalada sob o braço, todo
encolhido, arrepiado com o sabor do sangue que lhe espirrara para a boca: Rui, atrás, puxada
desesperadamente os freios da égua, que, de patas fincadas no chão pedregoso, arreganhando a
longa dentuça amarela, não queria deixar o seu amo assim estirado, abandonado, ao comprido das
sebes.
Teve de lhe espicaçar as ancas lazarentas com a ponta da espada — e foi correndo sobre ela, de
lâmina alta, com se perseguisse um mouro, que desembocou na clareira onde o sol já não dourava as
folhas. Rostabal arremessara para a relva o sombrero e a espada; e debruçado sobre a laje escavada
em tanque, de mangas arregaçadas, lavava, ruidosamente, a face as barbas.
A égua, quieta, recomeçou a pastar, carregada com os alforjes novos que Guanes comprara em
Retortilho. Do mais largo, abarrotado, surgiam dois gargalos de garrafas. Então Rui tirou, lendamente,
do cinto, a sua larga navalha. Sem um rumor na relva espessa, deslizou até Rostabal, que
resfolegava, com as longas barbas pingando. E serenamente, como se pregasse uma estaca num
canteiro, enterrou a folha toda no largo dorso dobrado, certeira sobre o coração.
Rostabal caiu sobre o tanque, sem um gemido, com a face na água, os longos cabelos flutuando na
água. A sua velha escarcela de couro ficara entalada sob a coxa. Para tirar de dentro a terceira chave
do cofre, Rui solevou o corpo — e o sangue mais grosso jorrou, escorreu pela borda do tanque,
fumegando.
III
Agora eram dele, só dele, as três chaves do cofre!. E Rui, alargando os braços, respirou
deliciosamente. Mal a noite descesse, com o ouro metido nos alforjes, guiando a fila das éguas pelos
trilhos da serra, subiria a Medranhos e enterraria na adega o seu tesouro! E quando ali na fonte, e
além rente aos silvados, só restassem, sob as neves de Dezembro, alguns ossos sem nome, ele seria
o magnífico senhor de Medranhos, e na capela nova do solar renascido mandaria dizer missas ricas
pelos seus dois irmãos mortos... Mortos como? Como devem morrer os de Medranhos — a pelejar
contra o Turco!
Abriu as três fechaduras, apanhou um punhado de dobrões, que fez retinir sobre as pedras. Que puro
ouro, de fino quilate! E era o seu ouro! Depois foi examinar a capacidade de os alforjes — e
encontrando as duas garrafas de vinho, e um gordo capão assado, sentiu uma imensa fome. Desde a
véspera só comera uma lasca de peixe seco. E há quanto tempo não provava capão!
Com que delícia se sentou na relva, com as pernas abertas, e entre elas a ave loura, que recendia, e
o vinho cor de âmbar! Ah! Guanes fora bom mordomo — nem esquecera azeitonas. Mas por que
trouxera ele, para três convivas, só duas garrafas? Rasgou uma asa do capão: devorava a grandes
dentadas. A tarde descia, pensativa e doce, como nuvenzinhas cor-de-rosa.
Para além, na vereda, um bando de corvos grasnava. As éguas fartas dormitavam, com o focinho
pendido. E a fonte cantava, lavando o morto.
Rui erguei à luz a garrafa de vinho. Com aquela cor velha e quente, não teria custado menos de três
maravedis. E pondo o gargalo à boca, bebeu em sorvos lentos, que lhe faziam ondular o pescoço
peludo. OH!, vinho bendito, que tão prontamente aquecia o sangue! Atirou a garrafa vazia —
destapou a outra. Mas, como era avisado, não bebeu, porque a jornada para a serra, com o tesouro,
requeria firmeza e acerto. Estendido sobre o cotovelo, descansado, pensava em Medranhos coberto
40
de telha nova, nas altas chamas da lareira por noites de neve, e o seu leito com brocados, onde teria
sempre mulheres.
De repente, tomado de uma ansiedade, teve pressa de carregar os alforjes. Já entre os troncos a
sombra se adensava. Puxou uma das éguas para junto do cofre, ergueu a tapa, tomou um punhado
de ouro... Mas oscilou, largando os dobrões, que retilintaram no chão, e levou as duas mãos aflitas ao
peito. Que é, D. Rui? Raios de Deus! Era um lume, um lume vivo, que se lhe acendera dentro, lhe
subia até às goelas. Já rasgara o gibão, atirava os passos incertos, e, a arquejar, com a língua
pendente, limpava as grossas bagas de um suor horrendo que o regelava como neve. Oh Virgem
Mãe! Outra vez o lume, mais forte, que se alastrava, o roia! Gritou:
— Socorro! Alguém! Guanes! Rostabal!
Os seus braços torcidos batiam o ar desesperadamente. E a chama dentro galgava — sentia os
ossos a estalarem como as traves de uma casa em fogo.
Cambaleou até a fonte para apanhar aquela labareda, tropeçou sobre Rostabal; e foi com o joelho
fincado no morto, arranhando a rocha, que ele, entre uivos, procurava o fio de água, que recebia
sobre os olhos, pelos cabelos. Mas a água mais o queimava, como se fosse um metal derretido.
Recuou, caiu para cima da relva, que arrancava aos punhados, e que o mordia, mordendo os dedos,
para lhe sugar a frescura. Ainda se ergueu, co ua baba densa a escorrer-lhe nas barbas: e de
repente, esbugalhando pavorosamente os olhos, berrou, como se compreendesse enfim a traição,
todo o horror:
— E veneno!
Oh D. Rui, o avisado, era veneno! Porque Guanes, apenas chegara a Retortilho, mesmo antes de
comprar os alforjes, correra cantando a uma viela, por detrás da catedral, a comprar ao velho
droguista judeu o veneno que, misturado ao vinho, o tornaria a ele, a ele somente, dono de todo o
tesouro.
Anoiteceu. Dois corvos, de entre o bando que grasnava além nos silvados, já tinham pousado
sobre o corpo de Guanes. A fonte, cantando, lavava o outro morto. Meio enterrado na erva negra,
toda a face de Rui se tornara negra. Uma estrelinha tremeluzia no céu.
O tesouro ainda está lá, na mata de Roquelanes
41
de telha nova, nas altas chamas da lareira por noites de neve, e o seu leito com brocados, onde teria
sempre mulheres.
De repente, tomado de uma ansiedade, teve pressa de carregar os alforjes. Já entre os troncos a
sombra se adensava. Puxou uma das éguas para junto do cofre, ergueu a tapa, tomou um punhado
de ouro... Mas oscilou, largando os dobrões, que retilintaram no chão, e levou as duas mãos aflitas ao
peito. Que é, D. Rui? Raios de Deus! Era um lume, um lume vivo, que se lhe acendera dentro, lhe
subia até às goelas. Já rasgara o gibão, atirava os passos incertos, e, a arquejar, com a língua
pendente, limpava as grossas bagas de um suor horrendo que o regelava como neve. Oh Virgem
Mãe! Outra vez o lume, mais forte, que se alastrava, o roia! Gritou:
— Socorro! Alguém! Guanes! Rostabal!
Os seus braços torcidos batiam o ar desesperadamente. E a chama dentro galgava — sentia os
ossos a estalarem como as traves de uma casa em fogo.
Cambaleou até a fonte para apanhar aquela labareda, tropeçou sobre Rostabal; e foi com o joelho
fincado no morto, arranhando a rocha, que ele, entre uivos, procurava o fio de água, que recebia
sobre os olhos, pelos cabelos. Mas a água mais o queimava, como se fosse um metal derretido.
Recuou, caiu para cima da relva, que arrancava aos punhados, e que o mordia, mordendo os dedos,
para lhe sugar a frescura. Ainda se ergueu, co ua baba densa a escorrer-lhe nas barbas: e de
repente, esbugalhando pavorosamente os olhos, berrou, como se compreendesse enfim a traição,
todo o horror:
— E veneno!
Oh D. Rui, o avisado, era veneno! Porque Guanes, apenas chegara a Retortilho, mesmo antes de
comprar os alforjes, correra cantando a uma viela, por detrás da catedral, a comprar ao velho
droguista judeu o veneno que, misturado ao vinho, o tornaria a ele, a ele somente, dono de todo o
tesouro.
Anoiteceu. Dois corvos, de entre o bando que grasnava além nos silvados, já tinham pousado
sobre o corpo de Guanes. A fonte, cantando, lavava o outro morto. Meio enterrado na erva negra,
toda a face de Rui se tornara negra. Uma estrelinha tremeluzia no céu.
O tesouro ainda está lá, na mata de Roquelanes
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Referências
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem e estrela da manhã. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2000.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2004.
CARDOSO, Elis de Almeida. O criador de palavras. In: Revista Língua Portuguesa, ano II, n. 23, set.
2007.
CEGALA, Domingos Paschoal. Nova minigramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2004.
CIVITA, Richard ed.. Literatura comentada: Carlos Drummond de Andrade. São Paulo. Nova Cultural,
1981.
JÚNIOR, Luis Costa Pereira. Bandeira de uma vida inteira. In: Revista Língua Portuguesa, ano III, n.
35, set. 2008.
MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo, 3. ed. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1997.
MEIRELES, Cecília. Poesia completa, volume único. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1960.
Professor.................................................................................
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Referências
BANDEIRA, Manuel. Libertinagem e estrela da manhã. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2000.
BECHARA, Evanildo. Gramática escolar da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Lucerna, 2004.
CARDOSO, Elis de Almeida. O criador de palavras. In: Revista Língua Portuguesa, ano II, n. 23, set.
2007.
CEGALA, Domingos Paschoal. Nova minigramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2004.
CIVITA, Richard ed.. Literatura comentada: Carlos Drummond de Andrade. São Paulo. Nova Cultural,
1981.
JÚNIOR, Luis Costa Pereira. Bandeira de uma vida inteira. In: Revista Língua Portuguesa, ano III, n.
35, set. 2008.
MARTINS, Eduardo. Manual de Redação e Estilo, 3. ed. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1997.
MEIRELES, Cecília. Poesia completa, volume único. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1960.
Professor.................................................................................
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Prova de Português
Aluno a:......................................................................................................data............/............../..............
Marque C para Correta - E para Errada
1. Línguas: A Origem das Línguas se deu na Construção da Torre de Babel - Gn.11
 Certo
 Errado
2. Pronome é a palavra que substitui ou determina o nome.
 Certo
 Errado
3. Verbo é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-
os no tempo. A classe dos verbos é, dentro da língua portuguesa, a que apresenta o maior número de
flexões.
 Certo
 Errado
4. Advérbio é a palavra que modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira.
 Certo
 Errado
5. Preposição é a palavra que dá nomes a seres
 Certo
 Errado
6. Conjunção é uma palavra que conjuga os verbos
 Certo
 Errado
7. Interjeição é a palavra que expressa os estados emotivos e cumprem, basicamente, duas funções:
 Certo
 Errado
8. O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo
passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
 Certo
 Errado
9. Erros que devem ser evitados: Mal cheiro, mau-humorado. Mal opõe-se a bem e mau, a bom.
Assim: mau cheiro bom cheiro, mal-humorado bem-humorado. Igualmente: mau humor, mal-
intencionado, mau jeito, mal-estar.
 Certo
 Errado
10. Erros que devem ser evitados: Fazem cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal:
Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
 Certo
 Errado
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Prova de Português
Aluno a:......................................................................................................data............/............../..............
Marque C para Correta - E para Errada
1. Línguas: A Origem das Línguas se deu na Construção da Torre de Babel - Gn.11
 Certo
 Errado
2. Pronome é a palavra que substitui ou determina o nome.
 Certo
 Errado
3. Verbo é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno, situando-
os no tempo. A classe dos verbos é, dentro da língua portuguesa, a que apresenta o maior número de
flexões.
 Certo
 Errado
4. Advérbio é a palavra que modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira.
 Certo
 Errado
5. Preposição é a palavra que dá nomes a seres
 Certo
 Errado
6. Conjunção é uma palavra que conjuga os verbos
 Certo
 Errado
7. Interjeição é a palavra que expressa os estados emotivos e cumprem, basicamente, duas funções:
 Certo
 Errado
8. O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo
passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
 Certo
 Errado
9. Erros que devem ser evitados: Mal cheiro, mau-humorado. Mal opõe-se a bem e mau, a bom.
Assim: mau cheiro bom cheiro, mal-humorado bem-humorado. Igualmente: mau humor, mal-
intencionado, mau jeito, mal-estar.
 Certo
 Errado
10. Erros que devem ser evitados: Fazem cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal:
Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
 Certo
 Errado
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Ética Cristã
Lição 1
1. A Bíblia, o Manual da Ética Cristã
Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para [ensinar], para [redarguir], para
[corrigir], para [instruir em justiça]; para que o [homem de Deus seja perfeito],
e perfeitamente [instruído] para toda a boa obra 2 Tm. 3.16,17.
A popularidade da Bíblia, a faz ser o livro mais lido do planeta. E temos a satisfação de incluí-la
nesta série de lições como o livro-texto, pois ela é o único manual do crente na vida cristã e no
trabalho do Senhor. O crente foi salvo para servir ao Senhor 1 Ts 1.8,9; Ef 2.10. Sendo a Bíblia o
livro-texto do cristão, é importante que este a manuseie bem para o eficiente desempenho de sua
missão 2 Tm 2.15. Um bom profissional sabe empregar bem as ferramentas de seus ofícios. Essa
eficiência não vem de forma automática; mas pelo estudo e pela prática.
1. A bíblia como Manual de Todas as Gerações. A Bíblia como manual de Ética está explicita
em 1 Pd 3.15; 2 Tm 2.15; Is 34.16; Sl 119.130. Isto nos conduz a dois pontos de suma importância:
Por que devemos estudar a Bíblia e como devemos estuda-la? Segundo o professor H. Richard
Nieburhr, a Bíblia sempre foi, e indubitavelmente continuará sendo, o livro básico para o estudo da
Ética Cristã. Devemos lê-la a fim de adquirir sabedoria, praticá-la para sermos santos e acreditar para
sermos salvos.
a Uma manual para geração passada – A palavra de Deus tem sido um ponto de equilíbrio
para a humanidade, principalmente para seu povo Dt 30.14. A ética do Antigo Testamento
interessava-se com o modo de vida que a antiga aliança prescrevia a aprovava Êx 20. Para o hebreu,
a Ética costumes não era um conceito abstrato, mas concreto e sempre relacionado com a disciplina,
o ensino e o modo de vida do individuo.
b Um manual para geração presente – A Bíblia elabora uma série de ais para aqueles que a
desprezam Lc 10.13; 11.44; 17.1. A geração do presente século precisa entender que a Bíblia
alimenta a alma Mt 4.4; Jr 15.16; 1 Pe 2.1,2. O estudo da Palavra de Deus traz nutrição e
crescimento espiritual. O texto de 1 Pe 2.2, fala do intenso apetite do recém-nascido, relacionando-o
com o nosso desejo pela Palavra de Deus. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde espiritual.
c Um manual para gerações futuras – Assim como a Palavras de Deus mudou a vida de
muita gente, com provas riquíssimas descritas pela história, temos argumentos para dizer que
continuará mudando vidas nas gerações futuras. Abrahan Lincoln disse: Creio que a Bíblia é o melhor
presente que Deus já deu ao homem. Todo o bem, da parte do salvador mundo, nos é transmitido
mediante este livro. As gerações futuras terão que se basearem na Bíblia pelo fato de ser um livro
profético e sempre atual Sl 119.111.
2. A Bíblia e sua Influencia Ética. É impressionante a mudança que a Palavra de Deus gera
na vida das pessoas 1 Pe 1.3,4. Nós mesmos, certamente, temos um relato positivo da influencia que
a Bíblia teve e continua tendo em nossas vidas Pv 2.1-5. A Bíblia, no decorrer dos séculos foi
perseguida por homens ímpios, que caíram; foi rejeitada por nações, que fracassaram; foi
vilipendiada por homens como Antíoco 198 a.C ou Voltaire 1694-1778, e tiveram um fim trágico.
Contudo, ela vive porque seu autor vive, e é o livro mais divulgado e lido no mundo Mc 13.31.
a Na vida de reis e príncipes – Muitos reis e príncipes foram beneficiados pela Palavra de
Deus Pv 3.13-16. Os vários desvios da nação de Israel surgiram em consequência da ignorância da
Palavra 2 Cr 36.16. Por outro lado, quando o rei buscava ao Senhor e voltava-se para a Palavra, a
nação prosperava 2 Cr 26.5. Essa é uma constante na História de Israel: queda e levantamento. Na
época dos juízes, temos vários relatos das consequências desastrosas da desobediência de Israel Jz
21.25. Josué recebeu sérias recomendações para observar os preceitos Lei do Senhor Js 1.7,8. Sua
obediência lhe valeu o sucesso.
b Nos tempos de Esdras – Conforme o plano de Deus, Zorobabel conduziu um grupo de
remanescentes judeus exilados de volta à Palestina. Ali, o Senhor encarregava Esdras, o sacerdote
para promover a maior reconstrução espiritual: o retorno à Bíblia Ne 8. Esse capítulo descreve um
dos maiores avivamentos da história. A Palavra de Deus remodelou seu povo e gerou em seus
corações uma grande fome espiritual, mudando suas atitudes pecaminosas renovando suas forças
Ne 8.5-6,10.
45
c Na vida dos profetas – Os profetas eram movidos pela Palavra resultante da inspiração
divina. A inspiração, de acordo com 2 Pe 1.21 é a tradução do termo grego: Feromenoi com o
sentido de mover e suportar, ou ser dirigido segundo a vontade de outrem. A Palavra era usada
também para suportar, transmitir ou anunciar uma proclamação divina e pode ter o sentido de
produzir.
3. A Bíblia Como Manual de Ensino Ético. O ministério do ensino se expõe de maneira
incisiva e clara nas Escrituras Êx 18.20; Lc 19.47. O propósito e os métodos deste ministério podem
ser vistos tanto no Antigo como no Novo Testamento. Jesus, disse: A minha doutrina não é minha,
mas daquele que me enviou Jo 7.16. Esta declaração veio dos lábios do próprio Jesus, revelando o
propósito da Palavra como manual de ensino.
a Nos tempos da Lei – O Antigo Testamento, não tenta ensinar apenas para desenvolver o
intelecto, mas comunicar; ensinar a viver de acordo com suas crenças e de acordo com suas
necessidades éticas Êx 20.1-17; 21.1-16. O conceito que se tem a simples vista do ensino do Antigo
Testamento, é que apenas os israelitas tinham que aprender longos relatos de seus antepassados e
históricos de suas experiências na trajetória até a terra de Canaã Dt 4.1. Porém se olharmos para o
conceito que se tinha do ensino e do aprendizado veremos que isto vai muito além do que sabemos.
b No Novo Testamento – A palavra Didasko é geralmente usada quando se trata de instrução
verbal, no entanto, também pode ser usada para dizer: Mostra-nos. Outras vezes esta palavra tem
duplo sentido: fazer e ensinar Mt 5.19; At 1.1. Também pode ser traduzida como se instruir
mutuamente Cl 3.16. Entretanto, a palavra Paideúco, dá ideia de educar uma criança At 7.22; 22.3.
Também aplicam neste ensino, disciplina e correção 1 Co 11.21; 1 Tm 1.20; Tt. 2.12.
c Na atualidade – Na atualidade, pela graça de Deus, temos métodos diversificados de ensino
bíblico. O Espírito de Deus tem despertado vidas para darem ênfase a esse ensino. Historicamente,
na Idade Média, houve algumas barreiras religiosas por parte da Igreja Católica e algumas ideologias
amedrontadoras àqueles que liam a Bíblia: Dizia-se que quem lesse a Bíblia ficava doido.
Felizmente, houve um despertamento progressivo desde que Deus levantou Lutero, o reformador,
para devolver a Bíblia às nações.
4. Razões por que Devemos Estudar A Bíblia. Compreender a origem, propósito e alcance da
Bíblia são condições indispensáveis a todos quantos buscam compreender a boa, santa e agradável
vontade de Deus, a fim de estarem habilitados para toda boa obra 2 Tm 2.15. Assim como o corpo
físico necessita de alimentos e proteínas, também, o nosso espírito necessita de alimento espiritual e
esse alimento é o estudo pessoal da Palavra de Deus Sl 1.1-3. Seria interessante fazer uma auto-
avaliação e verificar quanto tempo do dia, estamos dedicando ao estudo pessoal da Palavra de Deus.
Jesus, disse: Nenhuma hora pudeste velar comigo? Mt 26.40.
a Devemos estudá-la porque é o nosso manual – A Bíblia é o único manual do crente na vida
cristã e no trabalho do Senhor 2 Tm 4.13, pois fomos salvos para servi-lo Sl 100.2; Ef 2.10. Sendo a
Bíblia o livro-texto do cristão, é de capital importância maneja-la bem para que haja um eficiente
desempenho na missão pessoal de cada crente 2 Tm 2.15.
b Devemos estuda-la porque é o instrumento que o Espírito Santo usa – A Bíblia é o
instrumento do Espírito Santo Ef 6.17. Se em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito
terá o instrumento com que operar Cl 3.16. É preciso, pois sempre meditar nela Sl 1.2; Js 1.8 e
deixar que ela domine todas as esferas de nossas vidas, nosso pensamento, nosso coração e assim
molde todo nosso viver diário Fp 4.8.
c Devemos estudá-la porque enriquece, espiritualmente, a vida do cristão – Essas
riquezas vêm pela revelação do Espírito Ef 1.17. O leitor que procurar entender a Bíblia somente
através do intelecto, muito cedo desistirá da tentativa. Só o Espírito de Deus conhece as coisas de
Deus 1 Co 2.10. Um renomado expositor cristão afirma que há 32.000 promessas na Bíblia toda!
Entre as riquezas derivadas da Bíblia está a formação do caráter ideal, bem como a formação da vida
cristã 1 Tm 4.12.
Podemos reiterar que a Bíblia é o maior manual de Ética de todos os tempos. Nenhum outro
texto irá superá-la, pois é a Palavra de nosso Deus, a revelação de Deus à humanidade. Tudo que
Deus quer à humanidade. Tudo que Deus quer para o homem ou requer do homem e que o homem
precisa saber espiritualmente da parte de Deus, quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade
eterna estão reveladas na Bíblia. Deus não tem outra revelação além do livro divino. O Autor da Bíblia
é Deus, seu real interprete é o Espírito Santo, e o tema central é o Senhor Jesus.
46
2. O que é Ética Cristã?
Ética Cristã
Ao escolher a ética cristã como tema, estaremos tratando de uma questão que tem
atormentado o mundo atual, de norte a sul do planeta, em todos os campos da vida humana.
Seja na política, seja nas artes, seja na ciência, seja na economia, todos os povos estão
observando um clamor, uma exigência por padrões de ética. Cada vez um maior número de pessoas
está a exigir dos líderes, dos cientistas, dos empresários, dos trabalhadores, enfim, de todos os
segmentos da população, que haja uma atitude ética nos relacionamentos humanos. Quando falamos
sobre Ética, não estamos alheios ao assunto, pois, temos ouvido esta palavra quase que
quotidianamente nesses tempos de tantas cobranças. A cobrança de posturas éticas vem da parte da
sociedade em todos os sentidos. Parece que há um clamor pela ética, entretanto, esse clamor revela
ausência dessa virtude tão necessária para todas as épocas. O clamor do mundo mostra que a Igreja
deve encarar o tema com bastante seriedade.
1. Os Diversos Conceitos Sobre Ética
Ao analisar o tema, verifica-se que é muito abrangente, pois a ética é exigida em todas as
ciências e profissões. Temos muitas definições sobre o assunto; entre elas: Ética é a parte da filosofia
e da teologia, também chamada moral. O objetivo da Ética como ciência é aprimorar o conhecimento
das leis e ideais da verdade moral e ainda as regras idôneas para governar com acerto a própria vida.
a. O conceito filósofo – Como conceito, a filosofia moral é investigação cientifica de
julgamentos morais. Dentro deste parecer filosófico a definição mais expressiva é: A Ética é a
conduta ideal do indivíduo. Segundo a definição de Aristóteles, todas as instituições humanas são
ramos da Ética porque todas têm alguma coisa a ver com a atuação do homem dentro da sociedade.
b. O conceito político – Estamos vivendo momentos de cobranças Éticas em todos os
sentidos, principalmente no meio político. Esta ausência gera o descrédito da população em relação á
postura profissional dos políticos. Um governo não pode exibir uma Ética apenas empírica; pois os
padrões éticos são pré-determinados pela mente divina; portanto, devem ser progressivos e
sistemáticos.
c. O conceito bíblico – Que pode a moral bíblica obter da Ética filosófica? Uma resposta
óbvia é que a Bíblia fornece-nos um vasto repertório de material ético em diferentes formas literárias e
de diferentes contextos históricos e culturais. Temos um sumário nos Dez Mandamentos, uma
casuística aplicação de caso no Código Mosaico, sabedoria em epigramas nos Provérbios, reflexões
sobre o significado da vida e valores no livro de Eclesiastes, pregação de justiça social nos profetas.
Sermões dirigidos aos homens nos Evangelhos e afirmações sistemáticas nas epistolas de Paulo. Um
homem que estuda a Bíblia, consequentemente é envolvido pelos preceitos éticos nela prescritos 2.
Tm 3.14,15.
2. Ética, Bíblica – O termo ético se deriva do vocábulo grego ethos. A palavra maneiras é
usada para denotar conduta ou prática; esse uso corresponde ao significado do termo grego em 1
Co. 15:33, bons costumes ethe cresta. A ética se refere, portanto, a maneira de vida ou de conduta.
No Novo Testamento o termo usado para denotar a maneira de vida é, mais caracteristicamente,
anástrofe conduta, e seu verbo correspondente 2 Pe. 3.11. A ética bíblica diz respeito à maneira de
vida que a Bíblia prescreve e aprova. De conformidade maneiras nunca podem ser desassociadas em
comportamento observável. A ética que é requerida pela Bíblia diz respeito ao coração do homem,
porque dele procedem às fontes da vida e como imagina em sua alma, assim ele é Pv 4.23; 23.7; Mc
7.1821; Lc 16.15; Hb 4.12. Os mandamentos de Deus são frequentemente vasados em termos da
ação externa requerida ou proibida. Porém, não devemos supor que esses mandamentos dizem
respeito meramente às ações Mt 5.28; Rm 13.9,10.
3. Este clamor por ética reflete o grande vazio espiritual que tem sido vivido pela humanidade,
pois a discussão sobre a falta de ética que hoje se verifica em todos os setores da vida humana, nada
mais é que uma universal constatação de que os homens perderam o rumo, o norte, que andam de
47
um lado para outro, como ovelhas desgarradas que não têm pastor Mt. 9:36, exatamente porque se
recusaram a seguir a Deus e a observar os Seus mandamentos.
4. Com efeito, quando se fala em ética, fala-se em conduta ideal do indivíduo. A ética é o
conjunto de padrões, de condutas, de atitudes que devem ser observados pelos indivíduos. Toda
atividade humana tem um padrão a ser observado, tem a sua ética. A discussão a respeito de como
deve o homem se comportar é algo que vem sendo efetuado desde os primórdios da civilização
humana, pois Deus fez o homem como um ser moral, ou seja, como um ser responsável, que tem
consciência do que deve, ou não, fazer, porque e para que deve agir num determinado sentido. Tanto
assim é que, logo após ser colocado no jardim do Éden, por Deus, o primeiro casal recebeu logo uma
determinação de Deus: De toda a árvore do jardim, comerás livremente; mas da árvore da ciência do
bem e do mal, dela não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente, morrerás.
Gn.2:16,17.
Como se percebe, portanto, o homem foi feito um ser eminentemente moral, ou seja, um ser
ético, pois a palavra mos, moris em latim nada mais é que a tradução da palavra grega ethos e,
desde então, a história da humanidade tem refletido este embate entre o comportamento exigido por
Deus e o comportamento que o homem escolhe, dentro de seu livre-arbítrio, para si,
independentemente da vontade humana. O resultado da desobediência do homem e da sua tentativa
de construir para si padrões de conduta alheios à vontade de Deus resultou nos grandes dilemas que
hoje, como em nenhum outro momento da história humana, vivemos nesta grande aldeia global em
que se tornou o nosso planeta, dilemas estes que, não raro, abalam a fé de muitos servos de Deus
que, à revelia da própria Palavra de Deus, acabam cedendo a padrões, princípios e procedimentos
que são radicalmente contrários à vontade do Senhor. O homem, imerso no pecado Rm 3:9-12,23,
separado de Deus Is. 59:2, cegado pelo deus deste século 2 Co.4:4, não pode ter senão
comportamentos e condutas que desagradam a Deus, estabelecendo-se, pela arrogância dos
homens, um relativismo ético, ou seja, um conjunto de condutas e de regras de comportamento que
se alteram conforme a conveniência e de acordo com as circunstâncias, a gerar uma tolerância
ilimitada, um verdadeiro caminho largo, em que tudo é permitido Mt.7:13. O resultado disto é o
surgimento de um vazio espiritual, de uma falta de orientação e de princípios, que deixa a
humanidade perdida e sem qualquer direção, com funestas consequências, como as que temos visto
nos nossos dias e que estão levando à indignação e a este clamor por uma ética mínima nos
relacionamentos humanos.
5. Busca o homem uma referência, uma base, um fundamento, esquecido que somente um é
absoluto neste universo, somente um tem o direito de impor uma conduta a todos os homens, que é o
nosso Deus, o Criador dos céus e da terra, o Soberano Senhor.
6. Nesta busca pela ética, que nada mais é que uma sede de Deus deve a Igreja
corajosamente, como agência do reino de Deus, clamar ao mundo que a ética tão desejada, que a
conduta ideal tão almejada, não se encontra nos direitos humanos, na busca e maior justiça nas
relações socioeconômicas, mas naquEle Deus que, desde a criação do homem, tem querido
determinar como devemos proceder. Em Deus se encontra a verdadeira ética e, portanto, para os
diversos dilemas morais vividos pelo homem, existe uma única resposta: a Palavra de Deus. Que
neste assunto, possamos observar a resposta divina aos diversos e relevantes problemas morais
vividos pela humanidade e que não só nos adequamos às exigências bíblicas em nossa conduta o
que é o primeiro passo para quem quer servir a Deus, como também contribuamos para a conversão
das almas que, sem orientação e perdidas, andam de um lado para outro como ovelhas desgarradas
sem ter pastor, lembrando-se de que, se somos, verdadeiramente, servos do Senhor, devemos ter o
Seu mesmo sentimento ao ver estas multidões desorientadas Fp. 2:5, a saber: grande compaixão
Mt.9:36.
48
3. A História dos Filósofos na Ética
1 - Aristóteles – Filósofo grego 384-322 a.C. - Nasceu em Estagira, na Macedônia, filho de
Nicômaco, médico do rei. Com 18 anos, ingressou na Academia de Platão e ali estudou cerca de 20
anos. Foi considerado o mais brilhante aluno de Platão. Com a morte de Platão, Aristóteles
abandonou Atenas e se tornou o tutor de Alexandre, o Grande. Regressou a Atenas em 335 a.C. e
fundou a Escola Peripatética. Suas ideias filosóficas tiveram grande influência, inclusive na teologia,
visto que são aristotélicas as ideias de muitos teólogos da Idade Média, em especial, Tomás de
Aquino.
2 - Jean Paul Sartre – Filósofo francês 1905-1980 - Nascido em Paris, na França, estudou na
École Normale Supérieure e na Universidade de Freiburgo. Foi prisioneiro de guerra na Segunda
Guerra Mundial e membro da resistência subterrânea francesa. Considerado o principal filósofo
existencialista da França, defendendo o ateísmo e a incondicional liberdade do homem.
3 - Nicolau Maquiavel - Niccolò Machiavelli – Filósofo político italiano 1469-1527 - Nascido
em Florença, na Itália. Suas obras revelam uma teoria de conquista e conservação do poder político
sem quaisquer conotações morais, baseadas no oportunismo e no pragmatismo. É considerado o pai
da ciência política moderna. Deu origem ao adjetivo maquiavélico, que é, precisamente, a qualidade
que descreve a conduta ou o comportamento oportunista, sem qualquer moralidade.
4 - Platão – Filósofo grego 428-347 a.C. - Nasceu em Atenas, na Grécia. Considerado um dos
maiores filósofos de todos os tempos, foi o maior estudante de Sócrates e o mestre de Aristóteles.
Com quarenta anos, deu início à sua própria Academia, após ter voltado de Siracusa, para onde fora
após a morte de Sócrates. Suas ideias filosóficas tiveram grande influência, inclusive na teologia,
visto que são platônicas as ideias de muitos teólogos cristãos, a começar de Agostinho.
5 - Sócrates – Filósofo grego 469-399 a.C. - Nasceu em Atenas, na Grécia. Considerado o
primeiro filósofo da filosofia grega clássica. Foi um filósofo extremamente preocupado com os
problemas éticos. Não deixou obras escritas, sendo que seu pensamento foi conhecido através das
obras de seu principal discípulo, Platão.
49
Exercício 1
1. Quais são as razões por que devemos estudar a Bíblia?
2. O que significa na língua grega a palavra Ética?
3. Qual foi o filósofo que foi considerado o pai da ciência política moderna?
4. Quem foi o primeiro aluno de Sócrates?
5. Quem foi Sócrates?
50
Lição 2
4. A Ética Cristã na Família
Apesar dos conselhos expostos na Palavra de Deus, é público e notório que a família,
indistintamente, passa por uma das piores crises, desde o seu estabelecimento por Deus no Éden.
Ignorar esta realidade é dar as costas às evidências. Por todos os meios disponíveis, as forças
venenosas do mal têm combatido esta sagrada instituição com o fim de prejudicar o plano divino para
humanidade. Entre os elementos da sociedade, a família é o mais importante, porque nela, o
individuo recebe as primeiras instruções para o cumprimento da missão neste mundo. Assim sendo
toda base Ética para vida recebe-se da família.
1. A Origem da Família. Um dos princípios básicos que temos é que a família, célula materna
da sociedade, é instituição divina Gn 2.23,24. Família é uma reunião de pessoas unidas pelo sangue
formando uma pequena sociedade, base da sociedade universal. É a primeira ponte colocada por
Deus entre o individuo e a sociedade. Qualquer conceituação sobre família que não esteja alicerçada
numa origem divina desloca o seu foco do aspecto mais importante, que é o espiritual 1 Pe 3.1-7.
a. Foi Deus quem constituiu a primeira família – Mais do que criar o homem e a mulher Gn
1.27, Deus o fez um para o outro, e isto, a partir da necessidade de achar companhia para o homem:
Não é bom que o homem esteja só Gn 2.18. Neste processo, vamos perceber que, após formar a
mulher, Deus apresenta a Adão como sua companheira: e trouxe-a a Adão Gn 2.22. Aqui está a ação
divina em prol da família. Todo casal que pretender constituir uma família vitoriosa precisa seguir este
modelo, ou seja, ter participação de Deus Sl 128.1.
b. Parceira, o sistema de convivência do casal – Vivemos numa sociedade masculinizada e
machista, onde tendenciosamente o homem tem maltratado, explorado e humilhado as mulheres. Isto
nunca fez parte de projeto de Deus para a família. O próprio fato de Deus ter tomado uma costela do
homem para dela formar uma mulher Gn 2.2, se por um lado revela que a hierarquia divina prevê
uma liderança do homem Ef 5.22-33, por outro demonstra que o objetivo primordial é o bem comum.
c. O roteiro de Deus para a formação da família – Os três verbos empregados em Gn 2.24:
deixar, unir; e tornar-se, nos fornece os passos para a constituição da família conforme os planos de
Deus. Os jovens precisam deixar os pais para formarem o seu lar. A perpetuação desses vínculos
muitas vezes tem sido nociva para famílias jovens. O passo seguinte é a união, através do
casamento. A terceira etapa diz respeito à comunhão mais intima da relação conjugal, que é o ato
sexual: Tornar-se uma só carne, faz referencia à nova realidade que a soma das partes faz nascer
com o casamento.
2. A Influência da Ética Cristã na Família
A família em que os membros são polidos, e cristãos corteses, exercem
vasta influência para o bem Gn 12.3. Outras famílias notarão os resultados
conseguidos para um lar assim, e seguirão o exemplo dado, guardado, por
sua vez, o lar contra as influencias satânicas Mt 12.25. Uma família bem
ordenada, bem disciplinada, fala mais em favor do Cristianismo do que todos
os sermões que se possam pregar.
a. Maravilhosas possibilidades – não podemos passar por esta vida senão uma vez; tiremos,
pois, então, o melhor proveito dela Ec 5.18,19. Entretanto, a tarefa a que somos chamados não
requer riquezas, posição social, nem grandes capacidades. O que se requer é um espírito bondoso e
desprendido, e firmeza de propósitos Mt 7.12. Uma luz, por pequena que seja, se está sempre
brilhando, pode servir para acender muitas outras Mt 5.15.
b. Um poderoso argumento – Quando nossa própria casa for o que deve ser Sl 128.3, não
deixaremos que nossos filhos cresçam na ociosidade e indiferença para com os reclamos de Deus
em favor dos necessitados que os rodeiam Pv 21.13. Como herança do Senhor, eles estarão
habilitados para empreender a obra social. De tais lares resplandecerá uma luz que se revelará em
favor dos ignorantes, levando-os à fonte de todo conhecimento.
51
c. Lares alegres influenciarão vizinhos – Precisamos de lares radiantes e de cristãos felizes
Sl 128.2. Achamo-nos demasiados fechados em nós mesmos. Por vezes, as palavras bondosas e
animadoras, o sorriso alegre, são retidas de nossos filhos Cl 3.21. A presença do Espírito Santo na
família gera condições de vencer obstáculos intransponíveis, e isso se constitui a influência poderosa
entre nossos vizinhos.
3. Os Deveres dos Cônjuges na Família. A Ética na família inicia-se com uma boa
comunicação; que é o intercâmbio de pensamentos, ideias, sonhos, preocupações, planos, alvos
realizações, visando o entendimento 1 Pe 3.7. Isso exige conhecimento das reações de um para com
o outro. O diálogo deve levar a um entendimento, e não a uma discussão interminável Am 3.3.
a. Os deveres do marido – Os maridos devem amar a esposa, com o mesmo amor com que
Cristo amou a Igreja Ef. 5.25. Ele a amou voluntariamente, profundamente, sacrificialmente e com
amor eterno. O marido não deve se irritar com ela Cl 3.19, isto quer dizer que os maridos não devem
ficar impacientes com suas esposas, nem provocá-las ou encolerizar-se contra elas. Situações como
essas, são difíceis ao homem natural, mas para o transformado é possível Cl 3.19.
b. Os deveres da esposa – Biblicamente, a esposa deve ser submissa ao marido Ef 5.22: Com
fidelidade Ct 4.7, santidade Ct 4.7, alegria Sl 100.2 e reverencia Ef 5.3b. Deve ser também
auxiliadora no sentido afetivo, profissional e espiritual. Assim, se manifestarão nela as qualidades de
mulher virtuosa Pv 31.10.
c. Os deveres dos pais – Os pais devem ensinar aos filhos o caminho do Senhor Pv 22.6. Em
Dt 6.7, Moises disse: ... ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo
caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.... Assentado em tua casa nos ensina o dever do culto
doméstico. Para ensinar, os pais precisam ter autocontrole; paciência; perseverança e boa vontade.
4. As Necessidades Éticas da Família Cristã. Uma família sem problemas é um verdadeiro
céu na terra, porém, isto é algo inconsistente e inconcebível Jo 16.33. Existem problemas normais,
inerentes ao próprio viver em suas diversas fases e contextos, para os quais devemos nos preparar
Fp 4.12. Mas há problemas que poderão ser evitados ou enfrentados de maneira mais eficaz se
forem detectados, estudados e enfrentados com as armas que dispomos do ponto de vista espiritual 2
Co 10.4.
a. A família e sua base espiritual – Pode ser que sua família não tenha começado bem, com a
consulta a Deus, nem esteja bem, mas nunca é tarde para buscar a base espiritual tão necessária
para o seu fortalecimento Ef 6.10,11. Só com o temor do senhor, o principio da sabedoria Pv 1.7, se
poderá construir uma família onde o respeito, o carinho e a alegria estão presentes.
b. A família e sua convivência sadia – Um dos fatores que muito ajudam na construção de
uma família onde os seus membros se entendem e discutem os problemas internos, é o diálogo Rm
12.13. Dialogar não é digladiar, mas sim partilhar ideias e receber contribuições. A fraqueza e
interesse no sucesso dos empreendimentos familiares são importantes para o lar 1 Tm 5.4.
c. Os membros da família devem demonstrar interesse uns pelos outros – Há aquelas
pessoas que têm tempo para todo mundo, menos para os que estão mais próximos. Jesus deixou-
nos o mandamento de amar ao próximo Mt 22.39. Quem está mais próximo do que os nossos
familiares? Lembremo-nos do que Paulo recomendou: Façamos bem a todos, mas principalmente
aos domésticos da fé Gl 6.10. Se nossos familiares são crentes, mas do que nunca devemos zelar
com carinho por eles 1 Tm 5.8.
Não se discute a importância da família, pois isso já está assentado entre nós. Deve-se, porém
avaliar até que ponto o valor que damos à família tem sido correspondido em dedicação, amor e zelo
na preservação desta instituição. O nosso empenho em prol da família começa na própria
constatação do que se passa em nossa sociedade atual. Novas formas de relacionamentos entre os
sexos têm sido adotadas, destoando completamente daquilo que os cristãos entendem ser o modelo
de família. Por isso, entender a função ética da família nesses últimos dias é de capital importância;
pois somos o sal da terra e a luz do mundo.
52
5. Diferença Entre a Ética Cristã e a Ética Do Mundo
Etimologia
1- Etimologicamente a palavra Ética vem do grego ethos, que quer dizer costume, hábito,
disposição. Em latim, a palavra usada para dar a mesma ideia é mos, moris. Advém daí que,
etimologicamente, temos que ética e moral se confundem, pois ambas dizem respeito ao Conjunto
de padrões e de atitudes que as pessoas devem ter no seu dia-a-dia, no seu cotidiano.
2- A ética, portanto, preocupa-se com a conduta ideal do indivíduo, ou seja, qual deve ser o
comportamento do indivíduo ao exercer uma determinada atividade, ao desempenhar uma
determinada ação, ou seja, como o indivíduo deve agir enquanto vive.
... A ética é a ciência da conduta ideal. Aborda a conduta ideal do indivíduo, isto é, nossa
responsabilidade primária. Os Evangelhos nos ensinam que a transformação moral nos conduz às
perfeições de Deus Pai Mt.5.48. E daí, parte-se para a transformação de acordo com a imagem do
Filho de Deus Rm. 8.29; 2 Co. 3.18. Precisamos cuidar de nosso próprio desenvolvimento espiritual
como indivíduos. Essa transformação reflete em nossa conduta pessoal, pois a conversão cristã gera
essa transformação na vida do ser humano direcionando-o à ética pessoal 2 Co. 5.17
3- A Bíblia nos mostra que Deus fez o homem dotado de moralidade, pois feito à imagem e
semelhança de Deus Gn.1:26 e Deus é um ser eminentemente moral, de forma que o homem não
poderia ser diferente. Como demonstração desta moralidade ínsita à natureza humana, Deus
estabeleceu, já no jardim do Éden, uma regra a ser observada, referente à árvore da ciência do bem
e do mal Gn.2:16,17. Neste estabelecimento da regra, Deus denuncia não só a moralidade do
homem como a sua liberdade. Assim, a vida do homem está envolvida, integralmente, com a ética,
com a conduta que deve seguir.
4- Não é, portanto, desarrazoado que, desde as épocas mais antigas, tenha o homem se
debruçado sobre a questão do comportamento que deve ser seguido no viver cotidiano, a ponto de
uma das partes tradicionais da filosofia ser, exatamente, a ética, aqui concebida como a reflexão de
como deve ser o agir humano de qual a conduta ideal do indivíduo.
5 - Desde a criação, portanto, ao homem tem sido proposta uma conduta ideal, qual seja, a
obediência a Deus e a Seus mandamentos, que é a ética divina, a verdadeira ética que conduz o
homem à comunhão com seu Criador e à vida eterna, mas o homem, desde a queda, tem
enveredado por outros caminhos, buscando, dentro de sua capacidade e de seus pensamentos,
outras condutas de vida, outras formas de comportamento, que dão ensejo às diversas éticas que
têm sido criadas ao longo da história da humanidade.
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6. Diferença Entre a Ética Secular e a Ética Cristã
A Diferença da Ética
1- Quando se fala, portanto, em conduta ideal do indivíduo, em forma de agir, em
comportamentos adequados, sempre teremos, de um lado, o comportamento exigido por Deus,
proposto pelo Criador, determinado pelo Soberano Senhor dos céus e da terra, como, também, de
outro lado, as propostas humanas de conduta e de comportamento, fruto da rebeldia do ser humano e
de seu estado pecaminoso.
2- ... Todos nós tomamos diariamente dezenas de decisões, resolvendo aquilo que tem a ver
com nossa vida, a vida da empresa e de nossos semelhantes. Ninguém faz isso no vácuo.
Antigamente pensava-se que era possível pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma
inteiramente objetiva, isto é, isenta de quaisquer pré-concepções. Hoje, sabe-se que nem mesmo na
área das chamadas ciências exatas é possível fazer pesquisa sem sermos influenciados pelo que
cremos. Ao elegermos uma determinada solução em detrimento de outra, o fazemos baseados num
padrão, num conjunto de valores do que acreditamos é certo ou errado. É isso que chamamos de
ética: o conjunto de valores ou padrão pelo qual uma pessoa entende o que seja certo ou errado e
toma decisões. Cada um de nós tem um sistema de valores interno que consulta nem sempre, a
julgar pela incoerência de nossas decisões...! no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos
conscientes dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciado decisivamente
nossas opções. Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com
o seu princípio orientador fundamental.
As chamadas Éticas Humanísticas tomam o ser humano como seu princípio orientador,
seguindo o axioma de Protágoras, o homem é a medida de todas as coisas. O hedonismo, por
exemplo, ensina que o certo é aquilo que é agradável.
Frequentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. O
individualismo e o materialismo modernos são formas atuais de hedonismo. Já o utilitarismo tem
como princípio orientador o que for útil para o maior número de pessoas. O nazismo, dizimando
milhares de judeus em nomes do que é útil, demonstrou que na falta de quem decida mais
exatamente o sentido de útil, tal princípio orientador acaba por justificar os interesses de poderosos
inescrupulosos e o egoísmo dos indivíduos. O existencialismo, por sua vez, defende que o certo e o
errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais
absolutos. Seu principio orientador é que o certo é ter uma experiência, é agir - o errado é vegetar,
ficar inerte. O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna, que tende a
validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual.
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7. A Ética Natural
1. A Ética Naturalística toma como base o processo e as leis da natureza. O certo é o
natural - a natureza nos dá o padrão a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina
que somente os mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e
desaparecer na medida em que a natureza evolui. Logo, tudo que contribuir para a seleção do mais
forte e a sobrevivência do mais apto, é certo. Numa sociedade dominada pela teoria evolucionista não
foi difícil para esse tipo de ética encontrar lugar. Cresce a aceitação pública do aborto em caso de
fetos deficientes e da eutanásia elimina doentes, velhos e inválidos.
2. Jesus, ao vir ao mundo para ser a suprema revelação do Pai Hb.1:1; Jo.14:8-11; 17:3-7,
igualmente nos mostrou qual a conduta que devemos ter neste mundo Jo.17:14-23; Mt.7:24-27;
1 Co.11:1; I Pe.2:21-25, ou seja, qual a ética do servo de Deus.
3. É, portanto, imperioso que o cristão tenha um comportamento diferente do que não é
cristão, pois somente o cristão genuíno está a se conduzir conforme a vontade de Deus, conforme a
regra determinada por Deus. Não é possível que alguém seja considerado verdadeiro servo de Deus
se não tiver este comportamento diferente, pois somos um povo separado e de boas obras 1 Pe.2:9;
Tt. 2:11-14. É somente através deste comportamento que poderemos levar os homens a glorificar a
Deus Mt.5:13-16.
4. A ética cristã, portanto, em primeiro lugar, caracteriza-se por ser um comportamento
assumido por um indivíduo que o faz exclusivamente pela fé. Sim, o cristão passa a ter um
determinado comportamento porque crê que aquele comportamento, aquelas atitudes são agradáveis
a Deus, que é o galardoador dos que O buscam Hb. 11:6. Cremos em Deus e na Sua Palavra e é por
isso que passamos a agir conforme os Seus mandamentos. É por isso que Paulo afirma que tudo que
não é de fé é pecado Rm.14:23.
5. Cumprimos a Palavra de Deus, praticamos as ações e atitudes que a Bíblia nos determina,
porque, antes, cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e a única regra de fé e prática que deve ser
seguida. Temos a convicção, que nasce em nós por dom de Deus Ef.2:8, pela aceitação da ação de
convencimento do Espírito Santo Jo.16:8-11.
6. Destarte, quem não tem fé verdadeira e genuína, não pode, em absoluto, ter um
comportamento ou conduta que esteja de acordo com a Palavra de Deus, ou seja, a ética cristã exige
uma verdadeira conversão do indivíduo. É por isso que vemos com preocupação a constatação de
que a ética tem sido relegada a um plano absolutamente secundário na pregação do evangelho nos
nossos dias, tanto que o fenômeno tem sido observado até por sociólogos da religião, como Antonio
Flávio Pierucci, que o denominou de desmoralização religiosa, algo, aliás, que já tinha sido previsto
nas Escrituras 2 Pe.2:1-3
7. Os cristãos entendem que éticas baseadas exclusivamente no homem e na natureza são
inadequadas, já que ambos, como os temos hoje, estão profundamente afetados pelos efeitos da
entrada do pecado no mundo. A Ética Cristã, por sua vez, parte de diversos pressupostos
associados com o Cristianismo histórico. Tem como fundamento principal a existência de um único
Deus, criador dos céus e da terra. Vê o homem, não como fruto de um processo evolutivo o que o
eximiria de responsabilidades morais, mas como criação de Deus, ao qual é responsável moralmente.
Entende que o homem pecou, afastando-se de Deus; como tal, não é moralmente neutro, mas
naturalmente inclinado a tomar decisões movido acima de tudo pela cobiça e pelo egoísmo por
natureza, segue uma ética humanística ou naturalística. Outro postulado é o de que Deus enviou seu
Filho Jesus Cristo ao mundo para salvar o homem. Mediante a fé em Jesus Cristo, o homem decaído
é restaurado, renovado e capacitado a viver uma vida de amor a Deus e ao próximo. À vontade de
Deus para a humanidade encontra-se na Bíblia. Ela revela os padrões morais de Deus, como
encontramos nos 10 mandamentos e no sermão do Monte. Mais que isso, ela nos revela o que Deus
fez para que o homem pudesse vir a obedecê-lo.
A Ética Cristã, em resumo, é o conjunto de valores morais totais e unicamente baseados nas
Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta nesse mundo, diante de Deus, do
próximo e de si mesmo. Não é um conjunto de regras pelas quais o homem poderá chegar a Deus -
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mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o redimiu. Por ser baseada na
revelação divina, acredita em valores morais absolutos, que é a vontade de Deus para todos os
homens, de todas as culturas e em todas as épocas.
8. A existência de um comportamento distinto e de acordo com a Palavra de Deus foi algo
que faltou na geração do êxodo entre os filhos de Israel, tanto que foi o responsável, ao lado da
incredulidade Hb.3:19, pelo fracasso e morte daquele povo no deserto. Deus não Se agradou
daqueles que tomaram um comportamento semelhante aos dos outros povos, que assumiram as
mesmas ações e condutas decorrentes de pensamentos humanos e rebeldes contra Deus. O
resultado de tal atitude inconsequente foi a sua própria destruição e prostração no deserto
1Co.10:5. Quem quer agradar ao mundo, às éticas fundadas no pecado e na rebeldia, torna-se
inimigo de Deus Tg.4:4.
9. Sob um discurso de tolerância e de liberdade, o mundo, hodiernamente, defende a ideia do
relativismo ético, ou seja, nega que haja padrões de comportamento válidos para todos os homens,
independentemente da época, da cultura ou da vontade de cada ser humano. Dentro deste
pensamento, não é considerado exigível dos homens qualquer conduta estabelecida a priori por
quem quer que seja. Deste modo, entende-se que não possa ser imposto qualquer comportamento a
qualquer homem, sendo fanáticos e intolerantes aqueles que assim não entendem.
10. Entretanto, este tipo de pensamento é antibíblico, porquanto é mera consequência do
pecado do homem, da sua recusa em obedecer a Deus e à ética estabelecida pelo Criador dos céus
e da terra. Não negamos a liberdade de cada indivíduo de viver conforme a sua vontade, pois o livre-
arbítrio foi dado ao homem pelo próprio Deus e, desta forma, é igualmente antibíblico agir de forma a
negá-lo ou procurar massacrá-lo, mas não resta dúvida de que existe uma ordem universal instituída
por Deus e que esta ordem deve ser observada pelo homem.
11. Portanto, existe, sim, uma conduta que deve ser perseguida pelo ser humano, que é a
conduta determinado por Deus, por Ele revelado em Sua Palavra, que deve ser a nossa única regra
de fé e prática. Ao contrário do que se diz no mundo, existe, sim, um padrão universal de conduta,
que independe de cultura, de época ou da vontade de cada ser humano: o padrão bíblico, o padrão
estabelecido por Deus e revelado ao homem por Sua Palavra.
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8. O Ensino se Jesus Sobre a Ética Cristã
1- O Mestre Jesus, ensinador por excelência, inicia agora seu maravilhoso discurso,
popularmente conhecido como Sermão da Montanha. Nunca um discurso foi tão universal. O
Sermão da Montanha não proferido para judeus, mas era eficaz para tantos quanto ouvissem Mt
7.24. Aqui, não há questões culturais. Aqui não há exteriorização. Aqui, são as profundezas do
coração humano que são sondados. Jesus identificou em todo esse discurso que o primeiro alvo do
evangelho genuíno é transformar o interior do homem. O resto é de acordo com o querer do Espírito
pela atuação da Palavra. O sermão do monte não é mandamento, é ideal, alvo a ser perseguido.
Sabemos perfeitamente que ser humano algum pode alcançar tão altas exigências de amor e
santidade pelo braço da carne, mas somente pelo poder do Espírito e pela graça de Deus. Se o
sermão da montanha fosse mandamento, estaríamos em situação difícil, com certeza Jesus teria
mentido quanto ao seu jugo suave e fardo leve Mt 11.28. Mas todos os salvos almejam e procuram
viver de acordo com esta ética do reino. Aleluias!!! Sermos súditos do Reino implica empenharmo-nos
resolutamente para viver o padrão ético de Deus para seu povo... Existe uma ética, uma legislação
vigente neste reino: A legislação vigente do reino é de uma simplicidade e de uma profundidade
espiritual muito grande. O Teu trono, oh Deus, é para todo o sempre; cetro de equidade é o cetro do
teu reino. Amas a justiça e odeias a iniquidade; Sl 45.6,7a... Com o propósito de responder a todas as
indagações e estabelecer o padrão de conduta dos cidadãos do reino, Jesus proferiu um discurso-
chave popularmente conhecido como Sermão do Monte. Este sermão nos mostra que a real vida em
Cristo requer a substituição de nosso padrão de justiça. Ser um cidadão do reino independe do que
temos ou fazemos, mas do que somos. É um estado interior. O Sermão do Monte é a base para todos
os que desejam viver realmente o Cristianismo bíblico.
2- A inobservância do padrão bíblico gera a ira de Deus sobre os desobedientes Rm.1:18 e o
resultado desta recusa à ética divina é o abandono de Deus, de forma que haja a concupiscência dos
corações humanos à imundícia e toda a sorte de desordem, de desequilíbrio e de iniquidade no seio
da humanidade Rm.1:26-32.
3- A maldade humana tem gerado nas pessoas uma total falta de caráter quando diz respeito às
coisas de Deus. Quase sempre os seres humanos estão dispostos a se tornarem bons conhecedores
das verdades bíblicas, sem, contudo, ter a intenção de se tornarem praticantes.
4- Jesus quer não somente a nossa fé, mas também a nossa fidelidade. Fé é crença, enquanto
fidelidade é prática da vontade de Deus. Fidelidade e obediência é a mesma coisa nesse sentido.
Essa deve ser a marca ou o ponto distinto entre os discípulos de Jesus e os escribas e fariseus.
Enquanto escribas e fariseus são excelentes professores de leis que só passam por seus livros e
intelectos, os discípulos devem se tornar homens com o coração cheio de verdades para a vida
diária...
5- Por causa do relativismo ético, é que se tem um vazio nas relações humanas, uma
perplexidade quanto aos rumos e às orientações que se devam tomar no tratamento dos principais
problemas morais, tentando o homem em vão buscar a solução para este vazio em técnicas de auto-
ajuda ou em valores como os direitos humanos. A solução para o homem está em acolher a ética
divina, constante da Palavra de Deus e exemplificada de forma ímpar na vida e no ministério de
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
6- Ora, Deus, após ter revelado Sua ética na Sua Palavra e no exemplo de Jesus Cristo,
constituiu um povo Seu para viver conforme a Sua vontade Gl. 6:15,16, a saber, a Sua Igreja, que
tem um dever indeclinável sobre a face da terra, qual seja, o de pregar o evangelho, ou seja, anunciar
aos homens que existe uma salvação e que é possível a transformação da vã maneira de viver que
tem sido vivida pela humanidade I Pe.1:18.
7- Como povo de Deus, como anunciadora das boas-novas da salvação, a Igreja tem de pregar,
a todo o momento, que o homem deve assumir o comportamento exigido por Deus deve se
reconciliar com seu Criador e isto impõem a assunção de uma vida de santidade e de agrado a Deus.
É necessário que, com desenvoltura, a Igreja proclame que o mundo deve se arrepender e se salvar
desta geração perversa At.2:37-40.
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8- Mas, para fazer esta proclamação, a Igreja deve se comportar como Jesus, ou seja, deve
pregar a ética divina com autoridade Mt. 7:29, ou seja, deve ter, ela própria, uma vida tal que faça
com que todos lhe indiquem como sendo cristã, ou seja, parecida com Cristo At.11:26, pois, caso
contrário, acabará repetindo o fracasso representado pelos escribas e fariseus Mt.23:2-4, prestando,
assim, enorme desserviço à obra de Deus, com graves consequências para os que assim agirem
Mt.7:20-23; 25:31-46.
9- O propósito da doutrina de Cristo é a mudança da vida dos cristãos, pelo que o termo não
deve subentender meros conceitos intelectuais e religiosos. E, para tanto, temos que entender
aqueles ensinos usados pelo Espírito Santo a fim de transformar almas humanas, tornando-as
semelhantes ao seu Mestre. As doutrinas dos credos religiosos tendem a estagnar a viva energia dos
ensinamentos de Cristo. Quando Ele disse: aprendei de mim não estava pensando em alguma
sistematização de ideias a Seu respeito e, sim, na capacidade transformadora de Sua doutrina e
Espírito, capaz de transformar Seus discípulos. Portanto, a doutrina de Cristo não consiste somente
naquilo em que cremos. Antes, trata-se de uma maneira de viver. De outra sorte, a fé cristã seria
apenas outra filosofia e a comunidade cristã seria apenas mais uma religião. Em outras palavras: o
propósito da doutrina de Jesus não é somente para que possamos crer em Suas palavras e na Sua
pessoa, mas também devemos viver o que Ele ensinou... Não é o bastante crer, é necessário praticar,
edificar a casa sobre a Rocha e, se necessário, cavar fundo, lançando os alicerces com segurança...
10- A Igreja é, portanto, um povo que, liberto do mal Jo.17:15, bem como do pecado Jo.8:32-
36, tem o devido discernimento do que é certo ou errado, do que agrada e do que não agrada a Deus
e, portanto, age com plena liberdade, pois não está mais escravizada pelo pecado. A liberdade do
cristão, entretanto, sempre é responsável e segue a padrões estabelecidos por Deus, a Quem
servimos e a Quem queremos agradar. Tudo é lícito ao cristão, vez que não tem ele mais malícia nem
maldade, mas nem tudo lhe convém I Co.10:23, vez que, agora, a vida que vive, vive-a em e para
Cristo Gl. 2.20.
11- O cristão somente deve praticar o que seja bom para edificação, o que seja verdadeiro,
honesto, justo, puro, amável, de boa fama e em que haja alguma virtude e algum louvor Fp.4:8,
coisas que correspondem ao fruto do Espírito e contra o que não há lei humana que possa querer
evitar Gl. 5:22,23.
12- O objetivo do cristão deve ser, sempre, a glória de Deus, daí porque Jesus ter nos alertado
de que as nossas obras farão os homens glorificarem a Deus Mt. 5:16. Aliás, foi este o propósito de
todo o ministério terreno de Cristo Jo.17:4. Tudo o que fizermos deve redundar na glorificação do
Senhor I Co.10:31 e isto no relacionamento com todos os homens, indistintamente, pertençam eles a
qualquer um dos três povos da terra judeus, gentios e igreja I Co.10:33.
13- Quando se fala em escândalo ante judeus, gentios e igreja de Deus I Co.10:33, devemos
salientar que a Palavra de Deus assim considera aqueles que, dizendo-se cristãos, não estiverem
sendo fiéis e forem apanhados em pecado, trazendo, assim, escândalo, ou seja, perplexidade
resultante da discordância entre o que é dito e pregado e o que é vivido pelo suposto servo de Deus.
Em hipótese alguma, poderemos considerar escândalo toda e qualquer calúnia ou injúria que for
levantada contra um sincero servo de Deus, como fruto da oposição satânica a seu fiel proceder
diante de Deus. Pelo contrário, antes de maldição, esta circunstância é, segundo a Palavra de Deus,
uma bem-aventurança, uma bênção, um motivo para o regozijo do crente Mt. 5:11, 12; I Pe.2:19-25.
14- Será que o nosso comportamento tem sido desta ordem no meio dos homens? Será que
nossa conduta revela que somos sal da terra e luz do mundo, ou já estamos irremediavelmente
comprometidos com os princípios, valores, crenças e comportamento mundanos? Será que nossa
conduta tem servido para a glória de Deus, ou temos sido motivos de escândalos nas igrejas, entre os
judeus ou entre os gentios? Nesta matéria de Ética Cristã nos levará de encontro a alguns dos
principais dilemas morais da humanidade nos dias de hoje e qual a resposta bíblica, ou seja, a
resposta divina a estas questões. Será que poderemos dizer que nossa conduta é a esperada por
Deus? Que Deus nos abençoe e nos faça melhorar os nossos caminhos, para que, a cada dia,
possamos nos santificar ainda mais Ap.22:11, pois Jesus está às portas e, no arrebatamento,
somente levará para Si aqueles que forem achados fiéis Mt. 24:45-47.
58
Exercício 2
1. Onde o ser humano recebe as primeiras instruções da vida?
2. Quais são os deveres do marido e da mulher?
3. Pode existir uma família que não tenha problemas?
4. Quem defende que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem
valores morais ou espirituais absolutos?
5. Escreva com sua palavra: O que a família precisa para ser bem estruturada?
59
Lição 3
9. A Unidade da Ética Cristã
1. A Unidade da Ética Cristã. Poderia ser facilmente asseverado que não existe unidade
básica na ética que a Bíblia prescreve e que é exemplificada nas várias eras da história bíblica. Ao
tratar dessa questão diversas observações e distinções têm de ser feitas.
a. Precisamos admitir o fato e a simplificação de uma revelação progressiva. Deus foi revelando
Sua vontade progressivamente aos homens. Portanto, nos primeiros anos da história da revelação, a
regra de conduta não era tão plenamente revelada como o foi em períodos posteriores. A revelação
em que respeita à história deste mundo atingiu seu final no Novo Testamento, focalizando
principalmente na vinda e realização de Cristo. Temos nestes últimos dias a plenitude da revelação e
da graça de levar a revelação da vontade de Deus até sua frutificação mais rica. Para quem tanto é
requerido, mas é exigido. Isso explica porque certas práticas dos santos do Antigo Testamento,
claramente inconsistentes com a ética do Novo Testamento, foram toleradas e não foram visitadas
com penalidades religiosas ou civis durante o período do Antigo Testamento.
b. A prática atual dos santos não deve ser equiparada com a ética bíblica; esta última se refere
àquilo que Deus exige, e não às falhas ou realizações dos homens.
c. A queda do homem afetou materialmente o conteúdo da ética que governa a conduta do
homem. Novas provisões foram necessárias para tratar com a situação radicalmente diferente que foi
criada. Por exemplo, por motivo do pecado e da vergonha resultante, o vestuário seria uma instituição
que não teria qualquer relevância necessária num estado impecável Gn. 2:25; 3:21. E as diversas
sanções penais surgiram em vista da presença do pecado. A unidade da ética bíblica toma plena
consideração das exigências criadas pelo pecado e pela culpa.
d Devemos distinguir entre permissão e sanção, tolerância e aprovação, quando estivermos
tratando das práticas prevalentes no período do Antigo Testamento. Nosso Senhor enuncia
claramente essa distinção em conexão com o divórcio permitido por Moisés Dt 24:1-4. Moisés, diz
ele, permitiu o divórcio, entretanto, não foi assim desde o princípio Mt 19-8. A ordenança
original de Gn 2:24, para a qual Jesus apelou Mt 19:5, não provia oportunidade de tal divórcio, e de
modo algum devemos inferir que a instituição de Gn 2:24 foi suspensa ou ab-rogada. Essa
passagem, semelhantemente, diz respeito à questão da poligamia, e a mesma distinção deve ser
aplicada.
e A redenção tem seu efeito sobre a história da humanidade. Assim como a situação criada
pelo pecado exigiu novas provisões reguladoras, assim também a redenção introduz instituições que
afetam profundamente a conduta humana que não teriam qualquer relevância num estado não
pecaminoso.
Há, entretanto, certa unidade que caracteriza a ética bíblica através de todos os períodos da
história humana. As ordenanças da criação são claramente estabelecidas em Gn 1 e 2. Essas são as
ordenanças da procriação, do encher a terra, de subjugá-la, de exercer domínio Gn 1:28, do Sábado
Gn 2:2,3, do trabalho Gn 2:15, do casamento, e da monogamia Gn 2:23,24. É óbvio que a proibição
de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, por mais importante que fossem para Adão e
Eva, bem como para a raça humana inteira, pertence a uma categoria diferente; só podia ter
relevância no estado original de integridade, e por ser distinguida como uma ordenança de provação.
Quando examinamos essas ordenanças da criação vemos quão relevantes elas são para os instintos
básicos e para os interesses que estão mais próximos do coração, quão inclusivas são das
ocupações que teriam tido lugar no pensamento e na ação do homem, e como se complementam e
condicionam uma às outras. Tocam em cada área de vida e comportamento. Poderíamos pensar que
a alteração provocada pela entrada do pecado e suas misérias resultantes haveriam de exigir a ab-
rogação ou pelo menos a modificação dessas ordenanças. Porém, tal não foi o caso. A santidade
dessas ordenanças é preservada, e sua relevância e obrigação permanentes são claramente
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estabelecidas na história subsequente da revelação Gn 3:16, 19; 4:1, 2 17, 25; 5:1-3; 9:7; 11:1-8. Os
Dez Mandamentos fornecem o âmago da ética bíblica. Porém, pode-se perceber imediatamente quão
íntimos são os pontos de contato entre o Decálogo e as ordenanças da criação. Apesar de que
condições e as circunstâncias foram revolucionadas pelo pecado, a estrutura básica desta terra e da
vida humana na mesma não foi destruída.
Poderíamos esperar que essa unidade só fosse realidade quanto a princípios gerais. O homem
foi à imagem de Deus. A norma reguladora fundamental da obrigação humana deve, portanto, ser
semelhanças a Deus naqueles pontos que são apropriados à natureza de criatura possuída pelo
homem. A lei de Deus para o homem é simplesmente a perfeição de Deus que se expressou visando
regulamentar o pensamento e a conduta humanos constantemente com essa perfeição. Visto que
Deus não muda, e visto que a obrigação a Deus não pode ser ab-rogada, qualquer alteração radical
na ética imperativa é algo simplesmente inconcebível.
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10. Conteúdo da Ética Cristã
1. O conteúdo da ética bíblica é a soma total dos informes relatórios exibido nas
Escrituras que dizem respeito ao comportamento humano. Essa soma total compreende grande
variedade. Inclui o registro dos erros cometidos, bem como a desaprovação divina contra os mesmos, e
também os mandamentos e o registro da boa prática e sua consequente aprovação divina. Que há
muitos lados no testemunho bíblico é, portanto, algo evidente, e até mesmo uma exposição passageira
requereria volumes para que o fizesse. Essa complexidade procede da complexidade da vida humana e
das inumeráveis variedades das situações em que os homens podem encontrar-se. A grandiosidade da
revelação bíblica é que, por sua riqueza e plenitude, ela é adequada para cada situação em que
porventura sejamos colocados. As escrituras foram designadas para a educação na justiça, a fim de
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra 2 Tm 3:16 e Seg..
2. Porém, embora existisse essa variegada diversidade, torna-se igualmente claro que a Bíblia
nos prevê com um sumário daquilo que é normativo para o pensamento, a vida e o comportamento. O
testemunho bíblico, naquilo que respeita à complexidade da vida e ao vasto alcance da obrigação
divina, está organizada em torno de um âmago central de princípios éticos. Esses são os dez
mandamentos. Conforme foram promulgados no Sinai, foram a forma concreta e prática dos princípios
que não estavam recebendo pela primeira vez a sua relevância. Temos evidência explicita de que se
estava em vigor e foram sancionadas antes do Sinai Gn 2:2,3; Êx 16:22,23; Gn 4:10-12,23,24; 6:11;
9:5,6; 26:9,10; 39:9. Visto que não começaram a ter relevância no Sinai, semelhantemente não
cessaram de ter relevância quando a economia mosaica foi ab-rogada. Nosso Senhor mesmo, ao
promulgar a lei do Seu reino, disse: Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas Mt 5:17, e no
discurso subsequente Ele indicou como isso diz respeito ao Decálogo. Ele passou a interpretar e aplicar
diversos desses mandamentos e a vindicar sua santidade no reino que veio estabelecer Mt 5:21-
26,27,28, 33-37. Paulo, semelhantemente, quando está tratando sobre os detalhes da obrigação do
crente, ilustra a lei que o amor cumpre ao citar cinco desses mandamentos Rm 13:9. E Tiago
caracteristicamente zeloso pelas boas obras que são os frutos e a prova da fé, mostra-se insistente
sobre a necessidade de Ter consideração pela lei de Deus em sua inteireza, dizendo: Pois, qualquer
que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que
disse: Não adulterarás, também ordenou: Não matarás Tg 2:10,11. Nesses mandamentos temos um
índice daquilo que Tiago queria dizer ao falar sobre a lei da liberdade como critério do bem e norma de
julgamento.
3. Os Dez Mandamentos dizem respeito às mais fundamentais de nossas relações,
primeiramente para com Deus, e então para com nossos semelhantes humanos. Nenhum sumário
poderia ser mais exclusivo. Enunciam as santidades básicas que governam a crença, a adoração e a
vida – a santidade do ser de Deus, de Sua adoração, de Seu nome, de Seu dia como dia de descanso
e adoração, a santidade da honra aos pais, da vida, do sexo, da propriedade, da verdade, e do
contentamento com nossa sorte. Que esses mandamentos governam o comportamento na esfera da
redenção é deixado claro desde a ocasião de sua promulgação no Sinai. Sua santidade é destacada
pelo seu prefácio: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão Êx
20.2. Quanto maior é a obrigação derivada da redenção da qual o Êxodo foi um mero tipo!
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11. O Motivo da Ética Cristã
1. A confusão tem frequentemente surgido com referencia à palavra de Cristo que ensina
que de dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas Mt. 22.37-40; Mc 12.30,31; Lc 10.27;
Dt 6.5 e com referencia ao ensino de Paulo de que o cumprimento da lei é o amor Rm 1310. Tais
textos têm sido interpretados como se significassem que na ética cristã o amor substituído à lei.
Não podemos torcer tanto as palavras de Jesus ou a afirmação de Paulo. O lugar do amor deve ser
completamente apreciado. Mas o amor não deve imaginar que possa ab-roga-la.
2. Nas palavras de Jesus e de Paulo existe uma óbvia distinção entre o amor e a lei que
depende do mesmo, e entre o amor e a lei que aquele cumpre. O amor não é essa lei. Portanto, há
certa parte da lei que não pode ser definido pelo próprio amor. E Paulo deixa claro o que ele queria
dizer por lei como algo distinto do amor, ao citar, no contexto anterior, diversos preceitos do
Decálogo Rm 13:9. Portanto, não podemos falar sobre a lei do amor, se com isso estamos
querendo dizer que esse amor é a própria lei.
3. O amor é o comprimento da lei, porque constrange a assentimento e a cumprimento
daquilo que a lei prescreve. O amor é ao mesmo tempo emotivo e motivador. Visto que o amor é
emotivo, cria afinidade com um objeto e afeição pelo mesmo. O cumprimento que o amor
constrange, portanto, não é forçado nem involuntário, mas antes, trata-se de uma obediência alegre
e espontânea. Fora desse constrangimento e amor impelidor, não existe cumprimento da lei.
Cumprimento é obediência, e obediência sempre subentende no consentimento voluntário do
coração e da vontade. Quando o amor é todo-infiltrador, então o cumprimento da lei se torna
completo. Esse é o testemunho das Escrituras, do princípio ao fim. O exemplo supremo é aquele
que é dado por nosso Senhor Sl 40:8; Jo 4:34. O salmista e o apóstolo confessam a mesma coisa
Sl 119:97; Rm 7:22.
4. O pecado é inimizade contra Deus, e a inimizade é o oposto ao amor. Visto que todos
pecaram, somente pela força da redenção do homem. È da chama do amor de Deus, manifestado
no Dom de Seu Filho, que o amor pode ser incendiado em nossos corações. Esse é justamente o
sentido da Escritura que diz: Nós amamos porque ele nós amou primeiro 1 Jo 4:19, e os versículos
anteriores 7-18 desdobram a sequência. Nesse ponto é que podemos encontrar a força motivadora
do amor. Quando o amor de Deus para conosco é derramado em nossos corações Rm 5:5, então o
amor por Ele cativa os nossos corações e nos impulsiona para a piedade. O constrangimento do
amor e da misericórdia só pode ser conhecido pelo indivíduo que é remido.
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12. O Princípio da Ética Cristã
O temor do Senhor é o principio da sabedoria, mas os loucos
desprezam a sabedoria e o ensino Pv 1.7.
O princípio governador da ética pode ser afirmado de várias maneiras.
1. É semelhante com Deus. O alvo final do processo ético é conformidade com a imagem do
Filho de Deus Rm 8:29; 2 Co 3:18; Fp 3:21. Se esse é o alvo, deve ser constantemente regulador de
todo comportamento. O exemplo de nosso Senhor, por esse motivo, bem como por outros, é
supremamente normativo. Jesus era santo, inofensivo, sem mácula, e separado dos pecadores, e de
nenhum outro poderíamos ser levados face a face com as exigências da santidade e da verdade se
não contemplando o Seu exemplo. Até mesmo as realizações sem igual e transcendentais de Sua
entrega são aduzidas como coisas que nos fornecem um exemplo que nos permite seguir em Seus
passos Mt 20:25-24, não porque O sigamos na desincumbência dessas realizações sem paralelo,
mas porque Sua devoção sem reservas à vontade do Pai, em Sua tarefa distintiva, deve ser o
exemplo para nós naquela chamada com a qual fomos chamados. Essa conformidade ou
semelhança com Cristo, entretanto, é igualmente conformidade com a imagem de Deus. Cristo é a
imagem de Deus. Eis porque a semelhança com o Pai é apresentada como norma do comportamento
do crente. Esse é o próprio sumário de Jesus sobre a lei de seu reino: Portanto, sede vós perfeitos
como perfeito é o vosso Pai celeste Mt 5:48. Sendo criaturas feitas à imagem de Deus, estamos
obrigados a nada menos que a perfeição conformável com aquela perfeição do Pai, como norma e
alvo da exigência ética. É semelhança com o Pai que João tinha em mente ao dizer: E a si mesmo se
purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro 1 Jo 3:3.
2. É obediência aos mandamentos de Deus. Esse princípio foi escrito a respeito da relação
do homem para com Deus desde o princípio: a proibição do Éden Gn 2:17 a sumarizava; a
interrogação feita a Adão, após a queda, o colocou em foco agudo Gn 3:17. A revelação redentora
toma a forma da aliança administrativa, e obedecer à voz e aos preceitos de Deus é a resposta
recíproca Gn 17:10; Êx 19:5; 20:1-17; 24:7. Nosso Senhor mesmo confirmou esse mesmo princípio
ao dizer: Se me amais, guardareis os meus mandamentos Jo 14:15. E João, que conhecia a vontade
do seu Senhor, reiterou a mesma coisa: Ora, sabemos que os temos conhecido por isto: Se
guardamos os seus mandamentos 1 Jo 2:3; Rm 6:16,17; 2 Co 10:5; Hb 5:9.
3. Deve ser agradável a Deus. Nenhuma consideração brilha mais alta, no pensamento do
indivíduo santificado, que a necessidade de ser e fazer aquilo que é provado por Deus. Enoque
andava com Deus, e o tributo que lhe foi prestado é que agradou a Deus Hb 11:5. A aplicação prática
feita por Paulo quando ao ensino de sua epístola principal começa com a enunciação desse cânon
Rm 12:1,2. Ele defende seu próprio comportamento apelando para o mesmo como o princípio
orientador de sua vida 1 Ts 2:4; Gl 1:10; 1 Ts 4:1. A soberania de Cristo como Senhor, tanto de
mortos como de vivos Rm 14:9; Fp 2:9-11. O culto a Cristo como Senhor é a garantia de que somos
aceitos a Deus Rm 14:18. A benção não pode implorar benefício maior do que ser tornado perfeito
em cada boa obra, para fazer a vontade de Deus, e isso é definido como operação em nós daquilo
que é agradável diante dele Hb 12:21.
De qualquer ângulo que essa questão seja considerada, pode ser reduzida até à vontade de
Deus e conformidade com a mesma é do princípio orientador da vida estabelecida nas Escrituras.
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13. O Poder Da Ética Cristã
1. A importância total da natureza humana caída é salientada no testemunho da Bíblia.
Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus Rm 8:8. A única esperança para
alguém realizar as existências da ética bíblica reside nas provisões da redenção, e somente aqueles
trazidos para dentro do âmbito da redenção é que são os participantes dessa provisão. Muitos fatores
estão incluídos nessa provisão. Umas poucas delas exigem atenção particular.
2. É a relação que o crente sustenta para com a morte e a ressurreição de Cristo que
assegura a novidade de vida que a ética bíblica exige. O crente morreu com Cristo e ressuscitou com
Ele para novidade de vida Rm 6:1-10; 2 Co 5:14,15; Ef 2:1-7; Cl 3:1-4; 1 Pe 4:1- 4. Há um
rompimento definitivo com o pecado, em sua contaminação e poder, envolvido nessa união, e
também há uma entrega definitiva à justiça e à santidade Rm 6:14-18. Porém, a virtude derivada da
morte e da ressurreição de Cristo é permanente; reside em Cristo com quem os crentes estão unidos.
È essa virtude, que emana de Cristo na qualidade de ressurreto e assunto Senhor, que é o poder
contínuo que faz a exigência ética produzir fruto. A comunicação permanente com Cristo e a
comunicação com Ele são as garantias de desejar e fazer as coisas de acordo com a boa vontade de
Deus.
3. A ressurreição de Cristo está intimamente relacionada com a obra do Espírito Santo Jo
14:16, 17, 26; 15:26; 16:7; At 2:32,33. Cristo, mediante a ressurreição, é feito Espírito vivificador 1
Co 15:45, e Ele é o Senhor do Espírito 2 Co 3:18. O poder da ética bíblica é, por conseguinte, o
próprio Espírito Santo na qualidade de Espírito de Cristo. A novidade de vida que é conforme o
padrão da ressurreição de Jesus é a novidade de espírito Rm 7:6. Os filhos de Deus são conduzidos
pelo Espírito Rm 8:14, andam pelo Espírito Gl 5:16, 17, 25, suas virtudes são o fruto do Espírito Gl
5:22-24, o amor que é o cumprimento da lei é o amor do Espírito Rm 15:30 . O crente é controlado
pelo Espírito que nele habita 1 Co 2:15, e visto que o Espírito da verdade Jo 14:17; 1 Jo 5:6 e do
amor, sua presença permanente traz a verdade até à realização e o amor até seu exercício eficaz.
4. Assim como a iluminação, a orientação e o poder do Espírito Santo são trazidos à
consciência do crente, nenhuma reação afeta o comportamento ético de modo mais profundo do que
o temor de Deus. O mandamento de amar ao Senhor de todo o coração e alma e mente, é o primeiro
e maior mandamento Mt 22:37,38. É o primeiro e é o maior porque Deus é Grande. E nessa
grandeza de Deus é a Sua majestade, refletida na consciência humana em forma de respeito
referente. Esse temor de Deus é o coração da piedade, e consiste na profunda apreensão de Sua
majestade, o senso de Sua presença toda-penetrante, e a constante consciência do fato que, em
cada detalhe da vida, Sua boa vontade deve ser nossa principal preocupação. Essa é a força
constrangedora, e o amor é mero sentimento exceto quando é condicionado pelo senso da grandeza
de Deus. O amor precisa ser informado pela verdade, e o temor de Deus é o começo do
conhecimento e da sabedoria Sl 111:10; Pv 1:7; 9:10.
Quanto à ética que as Escrituras exigem e aprovam, a fé em Deus é sua fonte, o amor a Deus
é seu motivo impelidor, a lei de Deus é o princípio orientador, e a glória de Deus é seu alvo
dominante. Esses, em resumo, são os critérios, e se interpenetram mutuamente.
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14. A Ética Cristã Nos Relacionamentos
A pessoa que aceita Jesus como seu Salvador tem a sua maneira de agir totalmente
modificada, pelo fato de, com o novo nascimento, torna-se uma nova criatura, que passa a atuar de
maneira diferente e a frequentar ambientes também diferentes. No dizer de Paulo, o cristão é uma
carta lida pela sociedade: Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por
todos os homens. E ainda: Porque já é manifesto que vos sois a carta de Cristo, ministrada por nós,
escrita, não com tinta, mas com Espírito de Deus vivo 2 Co 3.2,3.
1. O Comportamento Humano. Uma série de fatores atua no ser humano e dá motivo para
que a pessoa venha agir ou reagir desta ou daquela maneira. Estes agentes atuantes podem ser de
natureza interna, isto é, partindo do próprio indivíduo, como também podem ser de natureza externa,
partindo de estímulos ambientais. Seja de uma ou de outra forma, o homem tem sempre condições
de reagir ao estimulo com uma resposta que é o seu comportamento, através do qual ele ficará
conhecido no seu meio ambiente Pv 12.8.
a. O homem é dotado de livre arbítrio – O livre-arbítrio é a liberdade de escolha. Ele pode
preferir o obedecer ou o desobedecer a Deus, através de suas palavras, de seus atos, de suas ações.
Entretanto, deve ser notado que liberdade implica em responsabilidade. O mesmo Deus que criou o
homem, dotado-o de livre-arbítrio declarou que do uso dessa liberdade dependeria a sua felicidade Dt
30.19; Gl 5.13.
b. O comportamento do cristão frente ao mundo – O verdadeiro cristão procura comportar-
se de maneira a agradar a Deus. Por essa razão, procura ser um imitador de Cristo, pois sabe que o
mundo e a igreja são dois grupos distintos. O mundo está sob o domínio de Satanás Jo 12.31, a
igreja pertence exclusivamente a Deus Ef 5.23,24; Ap 21.2. Amar o mundo significa dedicar-se aos
seus valores, interesses e prazeres. Significa ter satisfação naquilo que ofende a Deus.
c. Andar em integridade – O cristão deve ser integro tanto em suas ações Mt 12.33; Rm
6.22 como em suas palavras Cl 4.6; Mt 5.37. Cabe ao mesmo, andar com sabedoria e ter uma
palavra sempre agradável e temperada. A conversa do crente deve ser cativante, amável e graciosa.
Os filhos de Deus devem ter uma linguagem originada na graça de Deus e marcada pela pureza Ef
4.29. Linguagem a atitude indecente podem se tornar em hábitos tão arraigados que estouram
subitamente em circunstancias inesperadas Mc 14.71.
2. O Amor Como Fonte de Conduta. O amor deve ser alicerce de toda a conduta do cristão
pelo fato de ser um sentimento sublime, envolvente, que produz bem-estar e felicidade tanto ao que
oferece como ao que recebe 1 Co 10.14. Foi o próprio Deus quem criou a lei do amor para o bem da
humanidade Lv 19.18.
a. Amor a Deus – Jesus disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda
a tua alma, e de todo o teu pensamento Mt 22-37. Significa que devemos amar a Deus com todo o
nosso ser e quando isso acontece a nossa conduta passa a ser influencia por tal amor. Amar a Deus
é, sem dúvida alguma, e motivação para uma vida equilibrada, feliz e próspera Sl 1.
b. Amor ao próximo – A Bíblia é rica em referencias a esse respeito Mt 22.39; Mc 12.31,
significando que este assunto tem muita relação com a conduta do Filho de Deus. O amor ao próximo
não deve ser apenas mencionado, mas deve ser acima de tudo exercido, e isso pode ser feito de
diversas formas, quer seja em forma de ajuda material quer de ajuda espiritual.
c. Amor a si próprio – Jesus ensinou que o individuo deve amar o próximo como ama a si
mesmo. E, ninguém quer o mal para si, nem deseja fracassos ou derrotas em sua própria vida Pv
11.17. Gostar de si mesmo, sem extremismo, sem adoração do próprio eu, isto é, a egolatria, é um
referencial para se gostar do próximo Fp 2.3,4.
3. A Natureza Moral do Homem. O homem possui valores e virtudes em sua própria
natureza que lhe conferem condições de bem-viver, desde que esses valores e virtudes sejam
considerados e bem administrados. O habito é uma disposição adquirida pela experiência. O hábito é
uma aptidão que a pessoa adquire e quanto mais é praticado, mais perfeito e mais automático ele se
torna.
a. Os maus hábitos – Devem ser evitados. O hábito exerce grande influencia na formação do
caráter, sendo necessário que haja certo cuidado a fim de que os maus hábitos não sejam
apreendidos. Existe uma série de maus hábitos que mesmo depois de apreendidos, podem e devem
ser evitados ou mudados para que os bons hábitos possam ser instalados e vivenciados, segundo
Paulo Cl 3.38-10.
b Os bons hábitos – Devem ser desenvolvidos e cultivados, pois são próprios a uma vida
transformada pelo poder do Evangelho de Jesus Ef 5.1-21. Dentre as muitas virtudes e as qualidades
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morais que devem enriquecer o individuo, o amor é a grande principal. Ao adquirirmos os hábitos
salutares, que só servirão para enobrecer o nosso viver, vamos nos tornar agradáveis e de boa fama.
Sempre será melhor para nós falar bem de alguém, que mal, ajuda, ao invés de prejudicar, bendizer
em lugar de amaldiçoar. Mas para agirmos assim, temos que seguir o verdadeiro padrão divino Tg
4.7-12.
c A temperança – Significa usar com sabedoria e moderação as coisas relativas ao corpo e
ao espírito; significa sobriedade, moderação, comedimento 1 Tm 3.2.11; Tt 2.2; Rm 12.3; Gl 22. O
equilíbrio do homem é algo que se pode evidenciar na vida do crente. É preciso controle sobre seus
impulsos, apetites e seus atos, isto é, negar a si mesmo e seguir a Jesus.
4. Resultados da Ética no Ser Humano. Dentre as muitas virtudes que enriquece o homem,
o caráter do individuo é fundamental na sua honradez. Para se alcançar respeito, admiração e,
sobretudo, confiança tanto das pessoas mais próximas como daquelas que só, em negócios ou
mesmo socialmente nos rodeiam, temos que viver eticamente.
a A justiça – Consiste em oferecer a cada um aquilo que lhe compete, aquilo que lhe é por
direito, mesmo que sejam coisas pequenas e insignificantes. A Bíblia é rica em conselhos a esse
respeito. Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte Pv 10.2; Sl
82.3,4; 11.5,6; 14.34; 21.3; 1 Tm 6.11; 2 Tm 2.22.
b A prudência – Como prudência entende-se a maneira de agir com moderação e cautela.
Significa procurar o caminho reto e segui-lo, evitando o que considera ser fonte de erro ou de dano,
não só para si mesmo como também para outrem Pv 9.10; 13.16; 14.15; 27.12; Mt 7.24; 10.16; Ef
5.15.
c A perseverança – É a qualidade que consiste na firmeza, na constância, de se perseguir
um objetivo até conquistá-lo. Ser perseverante é estar envolvido de uma coragem especial para
prosseguir, conservar-se firme no propósito, persistir, permanecer fiel, mesmo que para isso tenha de
sofrer dificuldades. A Bíblia aconselha: sede firmes e constantes 1 Co 15.58. O céu será o ganho
para aquele que for fiel, para aquele que preservar na fé Mc 13.13.
A Bíblia é o único livro que tem por autor o próprio Deus. Ela é um instrumente útil para
ensinar o homem a comportar-se de maneira correta em relação a Deus, ao seu próximo e até com
relação a si mesmo. A pessoa que aplica os ensinamentos da Palavra de Deus à sua vida
profissional, certamente terá um comportamento exemplar. Esse equilíbrio moral é o que conduz a
vida a uma existência mais feliz, porque a Bíblia prevê uma vida de bom comportamento, de pureza,
de santidade Sl 34.12-14.
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Exercício 3
1. Onde está escrito: O temor do Senhor é o principio da sabedoria, mas os loucos desprezam a
sabedoria e o ensino.
2. Qual é o maior e o primeiro mandamento?
3. Onde está escrito: Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos
os homens.
4. Onde está escrito: Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste
5. Escreva com suas palavras: Por que o Cristão precisa da Ética Cristã?
68
Lição 4
15. A Ética Cristã no Casamento
Venerado seja entre todos o matrimonio e o leito sem mácula... Hb. 13.4.
1. O Casamento. Do ponto de vista divino, o casamento foi e é uma instituição divina. Isso se
deu, conforme está dito, logo no inicio da Bíblia Gn. 1.27,28; 2.18-24. Do ponto de vista social,
porém, o casamento é praticado em todas as sociedades; o individuo é responsável perante o seu
grupo social. Em geral, a família constitui o agente de uma comunidade mais ampla, e através dela
tende à regular-se o comportamento do indivíduo. O matrimônio é uma das formas de comportamento
que propende a ser muito cuidadosamente regulamentada em todas as sociedades, visto que envolve
a criação de laços íntimos, não só entre os indivíduos que se casam, mas também entre as suas
famílias. No casamento se estabelece o parentesco entre dois grupos, e não apenas entre dois
indivíduos.
2. As Formas de Casamento. O casamento torna o casal membro de uma família elementar
diferente daquela em que nasceu. Assim, em cada sociedade, um adulto moral pertence a duas
famílias nucleares: a de Orientação onde nasceu e a de Procriação que constituiu. Na primeira, ele é
filho e irmão; na segunda, marido e pai. A família, portanto, em geral, é considerado o fundamento
básico e universal das sociedades, por se encontrar em todos os agrupamentos humanos, embora
variem as estruturas e o funcionamento. De modo geral, é o casamento que estabelece os
fundamentos legais da família, mas pode haver famílias sem casamento, mas isso no contexto social
e divino é ilegal. As sociedades, de modo geral, estabelecem certas regras para o casamento,
permitindo ou restringindo outras, tais como:
a. Endogamia. Essa forma de casamento atinge um pouco mais de 10% das culturas
mundiais. O exemplo mais típico de endogamia encontra-se nas costas da Índia. Endogamia endo,
dentro; gamo: casamento significa a regra de casamento que obriga o individuo a escolher seu
cônjuge dentro do mesmo grupo, local, ou de parentesco, de status, étnicos, etc.
b. Exogamia. Essa forma de casamento é o universo da outra. Isto é, da Endogamia.
Exogamia, que significa fora de gamo = casamento, quer dizer regra social que exige o casamento de
uma pessoa com outra fora do grupo a que pertence local, de parentesco, de status ou qualquer
gênero. A exogamia é bastante aceita entre índios da América do Norte 83 %, e entre as populações
mediterrâneas 34%.
c. Pré-marital. A maior proporção dos que aceitam essa forma de união encontra-se na área
do Pacífico 75%; e uma parte das sociedades mediterrâneas e adjacentes 41%. Das 863 sociedades
constantes do Atlas Etnográficos, afirma que 67 % das sociedades aceitam este tipo de
comportamento, sendo, porém, restrito nos meios religiosos.
d. Monogamia. A monogamia consiste no casamento de um homem ou mulher com apenas
um cônjuge, como ocorre na sociedade ocidental. Consequentemente, essa foi e é a forma
estabelecida por nosso Senhor Jesus Cristo Mt. 19.2-9.
e. Poligamia. A poligamia refere-se ao casamento do homem ou da mulher com dois
cônjuges. Essa prática é bastante aceita no Oriente Médio; especialmente no Egito.
69
16. O Divórcio à Luz aa Bíblia
Infelizmente, aumenta a cada dia o número de divórcios entre os cristãos. Apesar de
biblicamente permitido em circunstâncias especificas, traz irreparáveis consequências tanto para os
cônjuges quanto para os filhos, Vejamos qual o ponto de vista bíblico para esta questão tão grave.
1. Casamento, uma Instituição Divina
a. Definição. O casamento é a união legitima entre um homem e uma mulher. No sentido
bíblico, o casamento ideal faz parte do plano de Deus para a vida dos cônjuges, indo além da
procriação e dos costumes sociais.
b. Instituição divina. Deus estabeleceu o casamento na primeira família da terra. Ele o
instituiu logo no inicio, no jardim do Éden, antes da queda do homem Gn 1.27,28; Mt 19.4,5. Portanto,
o casamento é uma instituição divinamente ordenança; é uma união que somente pode ser dissolvida
pela morte de um dos cônjuges. O matrimonio é uma união tanto física quanto espiritual Mt 19.6; o
Estado apenas reconhece como legitimo algo que Deus instituiu desde o começo.
c. Importância espiritual. Tanto no judaísmo quanto no Cristianismo o casamento é visto
como algo que fortalece a comunidade, ajudando as pessoas a cumprirem os ditames sagrados. A
família, por conseguinte, é o meio pelo qual os princípios da fé em Deus são fortalecidos. Qualquer
abalo em sua estrutura prejudica claramente o propósito divino, desestruturando consequentemente
toda a comunidade. O casamento no Novo Testamento não aparece como algo meramente secular. É
também uma união espiritual. Deve fazer parte da dinâmica da vida cristã por isso a proibição bíblica
quanto a casamentos mistos. Propósitos espirituais estão envolvidos no casamento, incluindo o
serviço cristão, a adoração e o desenvolvimento espiritual. O casamento produz filhos que serão ou
deveriam ser criados para servirem a Deus, glorificando-o em tudo. É o início de um lar que propiciará
o ambiente ideal de crescimento espiritual para as crianças.
d. Felicidade conjugal. Essa felicidade, tão almejada, é o resultado da harmonia espiritual,
amorosa, física e emocional entre os cônjuges. Ela não é conseguida através de teorias ou do esforço
intelectual de ambos. Sendo também o casamento uma união de espíritos, o jugo desigual com os
incrédulos deve ser completamente descartado. Quem melhor do que o próprio Deus, que o
constituiu, para ensinar o caminho da felicidade conjugal? Paulo afirma que Ele nos abençoou com
todas as bênçãos Ef 1.3, inclusive a habilidade para fazer do casamento um sucesso. A presença
divina no casamento é garantia de alegria duradoura Jo 2.1-11.
2. O Divorcio à Luz da Bíblia. O divorcio é também um problema espiritual que está
relacionado às consequências da queda do homem – o pecado e o endurecimento dos corações.
a. A causa do divórcio. Jesus é enfático ao dizer que o divorcio foi permitido e não instituído
por Moisés devido à dureza do coração dos homens e de sua obstinação. O divórcio tornou-se uma
das maiores manifestações da condição pecaminosa do homem. Assim, faz-se necessário
reconhecer os primeiros sinais deste sintoma fatal. Quando se permite que a vontade humana
prevaleça sobre a de Deus, a semente da obstinação floresce e gera rebelião espiritual, que leva ao
endurecimento do coração, provocando morte espiritual e conjugal.
b. Como prevenir. Assim que se percebe que a relação conjugal está sofrendo algum tipo de
desgaste, é obrigação dos cônjuges atentarem para, pelo menos, três pontos fundamentais da
conveniência sadia, rogando a ajuda do Espírito a fim de pô-los em prática.
Comunicação. Comunicação é a transferência de informação de uma pessoa para outra.
Pode ser verbal palavra oral ou escrita e não verbal todas as formas de expressões e atitudes
capazes de traduzir sentimentos e emoções. Desta forma, devem os cônjuges nutrir suas aspirações
e se ajudarem mutuamente.
Unidade de propósitos. O casal deve atentar para os mesmos valores espirituais, orando
sempre, para que o casamento supere todos os obstáculos. Observe: ambos precisam querer a
mesma coisa Mt 18.19 e estar interessados na estabilidade do casamento.
Humildade. É imprescindível que cônjuges tenham disposição para refletir sobre seus
equívocos comportamentais, e recuarem quando necessário. Por sua vez, deve o outro cônjuge
conduzir-se sabiamente de maneira a perdoar e não aviltar a dignidade do que se humilha.
c. Quando o divorcio é permitido. De uma forma geral, ao crente não é permitido divorciar e
casar-se outra vez. Deus forneceu diretrizes para o casamento e sua estabilidade, e não para o
70
divorcio. Embora o divórcio seja uma tragédia, a infidelidade conjugal é um pecado tão cruel contra o
cônjuge inocente, que este tem o justo direito de pôr termo ao casamento mediante divorcio. Neste
caso, ele ou ela esta livre para casar-se de novo com um crente Mt 19,9. Não devemos, porém,
descartar a possibilidade do perdão por parte do ofendido. Se a parte ofensora demonstrar
arrependimento, que a parte ofendida busque em Deus a força necessária para perdoar e recuperar o
cônjuge faltoso. Paulo acrescenta outra exceção: quando um cônjuge incrédulo deseja separar-se do
cônjuge crente. Neste caso, o crente fica livre de suas obrigações conjugais, podendo casar-se
novamente, dede que com outro crente 1 Co 7.15. Mas o cônjuge crente deve fazer de tudo para
ganhar o descrente para Jesus, conforme a recomendação de Pedro 1 Pe 3.1-6.
3. Desastrosas Consequências
a. Altos riscos de problemas psiquiátricos e doenças físicas. O Dr. David Larson,
psiquiatra e pesquisador americano, chegou a algumas conclusões sobre as consequências do
divorcio:
Os indivíduos divorciados acham-se mais vulneráveis ao câncer do que as pessoas bem
casadas. As taxas de morte prematura são significativamente mais altas entre homens e mulheres
divorciados. Os médicos acreditam que isto se deve ao trauma emocional que estressa o corpo, e
reduz o sistema de defesa imunológica do organismo.
b. Os filhos. O desenvolvimento emocional dos filhos está diretamente ligado à interação
contínua, cuidadosa e sustentadora entre ambos os pais. Estudos revelam que 90% dos filhos de pais
divorciados são vitimas de um sentimento agudo de choque quando a separação ocorre, incluindo
profunda mágoa e temores irracionais. Neste particular, o maior problema do divorcio é o sentimento
de rejeição dos filhos e a dificuldade que têm de se sentirem amados. Decorrem destes sentimentos
delinquências, dependências de drogas, suicídios, agressividade, depressão etc.
Considerando todas as questões discutidas, não espere um colapso conjugal para então buscar
solução no divórcio; renove, melhore e recicle seu relacionamento conjugal e fuja de todas as
possibilidades que desemboquem numa catástrofe desta natureza. O ideal, portanto, é que os
cônjuges permaneçam unidos até que a morte os separe.
71
17. A Ética Cristã nos Dias Atuais
1. A Ética Cristã nos Dias Atuais. Nos dias atuais, não difere das definições já expostas, tais
como conduta ou prática de vida. Temos uma boa referencia em 1 Co 15.33 quando Paulo diz que:
Às más conversações corrompem os bons costumes. Tradução da expressão grega: Ethe chresth.
Palavra que denota as exigências da Ética Cristã. O conceito que nos estudamos, encontramos
fundamentalmente na Bíblia Sagrada; que nos ensina a maneira de vida e conduta.
a. A conduta moral – A Ética traz os argumentos básicos para que se possa conhecer os
princípios de tomadas de decisões, como também a introdução á revolução moral. Leva também ao
conhecimento moral das obrigações, dos direitos humanos, das punições impostas aos infratores, do
sexo e casamento. O que faz do homem um ser imoral? Teologicamente como resposta cabal
podemos dizer que é a ausência de Deus na vida. Quem tem a mente de Cristo não mente, não mata,
não rouba, não comete adultérios, etc., 1 Co 2.16.
b. A conduta Cristã – Normalmente quando alguém se identifica como cristão; o nome já
requer atitudes Éticas, tendo em vista que o livro texto do cristão é a Bíblia Sagrada. Esse conceito
pode nos deixar pensativos no que tange ao que não devemos fazer. Mas o propósito do nosso viver
deve ser aquele que Pedro repetiu em sua epistola: Sede santos, porque Eu Sou Santo 1 Pe 1.16. O
conceito de viver de uma forma santa significa mostrar nas suas boas ações de cristão o exemplo
encontrado na vida e ensinamentos de Jesus.
c. A conduta pessoal – A Ética é a ciência da conduta ideal. Aborda a conduta ideal do
individuo, isto é, nossa responsabilidade primária. Os Evangelhos nos ensinam que a transformação
moral nos conduz as perfeições de Deus Pai Mt 5.48. E daí, parte-se para a transformação de acordo
com a imagem do Filho de Deus Rm 8.29; 2 Co 3.18. Precisamos cuidar de nosso próprio
desenvolvimento espiritual como indivíduos. Essa transformação reflete em nossa conduta pessoal,
pois a conversão cristã gera transformação na vida do ser humano direcionando-o a Ética pessoal 2
Co 5.17.
2. O Valor da Ética Cristã. Numa sociedade corrompida, a Ética Cristã, gera impacto em
todos os sentidos. Quando um cristão se recusa a mentir, se drogar ou cometer adultério, revela a
sua submissão ao Espírito Santo Lc 14.33. Nesse caso, a Ética Cristã supera as demais éticas, pelo
fato de ser gerada pela presença do Espírito santo Gl 5.25.
a. Nos novos convertidos – Um novo convertido demonstra sua nova vida através da ação
do Espírito de Deus no seu interior, como disse Paulo nova criatura 2 Co 5.17, ou como disse o
Senhor Jesus: Aquele que não nascer de novo Jo 3.3. O maior impacto da Ética no novo convertido
surge através da mudança de comportamento.
b. Na sociedade – Jesus disse em Mt 5.13,14: Vos sois o sal da terra, e a luz do mundo. Os
dois valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão, portanto, deve ser
exemplo para o mundo e, ao mesmo tempo, deve militar contra o mal e a corrupção na sociedade. O
sal também representa as ações de ordem e equilíbrio que os cristãos exercem na sociedade.
c. No lar – A tragédia dentro do lar começa quando perdemos alguns valores Lc 15.9.
Quando há prioridade para a Palavra e a oração, certamente, os valores éticos ressurgem. Para
encontrar a moeda perdida, a mulher, em Lc 15, teve de fazer três coisas fundamentais: acender a
candeia; varrer a casa; e buscar até acha-la.
3. A Bíblia Como Referencial de Ética. Não somente o Novo Testamento, como toda Bíblia
está repleta de exemplos éticos, tendo em vista que ela é um manual de todas as éticas.
Procuraremos demonstrar apenas três exemplos de ética no Novo Testamento, mas devemos
procurar outros exemplos éticos em toda Bíblia, afinal ela é nosso manual por excelência.
a. O exemplo de Zaqueu – A confissão genuína do pecado e a verdadeira fé, que produz
salvação em Cristo resultam na transformação da conduta externa da pessoa Rm 10.9. Zaqueu
demonstrou arrependimento e conversão com uma atitude espontânea de restituir e repartir os bens.
A presença de Cristo em sua vida o transformou em um homem ético com exemplos práticos de uma
nova vida Lc 19.8.
72
b. O exemplo de Paulo a Filemom – Paulo escreveu esta carta da prisão Fp 1.9 a um
homem chamado Filemom, mais provavelmente durante sua primeira prisão em Roma. Filemom era
um Senhor de escravos Fp 1.16 e membro da Igreja de Colossos. Onésimo era um escravo de
Filemom que fugira para Roma; Ali, teve contato com Paulo e entregou sua vida a Jesus. Paulo
dentro da Ética devolve a Filemom o seu escravo Onésimo com uma carta de intercessão.
Certamente Onésimo seria muito útil a Paulo na prisão, mas não era ético ficar com ele.
c. A cobrança de uma postura Ética – A Bíblia mostra Ananias e Safira que combinaram
vender uma propriedade e entregar parte do valor como se fosse o todo At 5.2. Seu verdadeiro
objetivo era obter prestígio e mentiram diante da Igreja a respeito de suas contribuições At 5.3. Deus
considerou um delito grave contra o Espírito Santo disciplinando-os com a morte At 5.5. Já pensou se
todos os crentes infiéis morressem iguais a Ananias e Safira? At 5.10. Que tragédia! As mortes de
Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para com qualquer coração
enganoso entre aqueles que professam ser cristãos At 5.11.
O conceito da Ética Cristã sobrepuja todos os demais conceitos, pelo fato de ser embasado
na Bíblia. Somente o Cristianismo puro reúne as condições necessárias para a moralidade. E só ele
pode estimular uma vida salutar do ponto de vista ético ideal. Mas precisamos adotar os preceitos
divinos. Portanto, sejamos éticos em nossa maneira de viver.
73
Exercício 4
1. O que é Poligamia?
2. O que é Monogamia?
3. O que é o matrimonio?
4. Quais são as pessoas mais vulneráveis ao câncer?
5. Escreva com suas palavras: Por que o Cristão não pode casa-se com uma pessoa que não é
crente?
74
Bibliografia
 BAP - Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD.
 Bíblia de Estudo Thompson, VIDA.
 Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
 Bíblia de Estudo Anotada, Mundo Cristão.
 Bíblia de Tradução Almeida, Revista e Corrigida,
CPAD.
 Novo Dicionário Bíblico, VIDA.
 Comentário Bíblico, CPAD.
 Vários Sites da Internet.
 Comentário Bíblico, Eliézer Lira, CPAD.
 Noções do Grego Bíblico, Vida Nova.
 Comentário Bíblico, Betel.
 Pequena Enciclopédia Bíblica, CPAD.
 Dicionário da Língua Portuguesa, Fênix.
 Educação Cristã, Josiel Saraiva Lima, ITADESP.
ATENÇÃO!
Fica proibida a reprodução total ou parcial desta
obra sem prévia autorização por escrito do autor.
Todos os direitos reservados.
Lei Federal 5088 de 14 de dezembro de 1973.
75
Prova de Ética Cristã
Alunoa.......................................................................................................data.........../............../.............
Marque um X na alternativa correta
1. Quem disse: Creio que a Bíblia é o melhor presente que Deus já deu ao homem.
 Daniel Berg
 Abraan Lincoln
 Um erudito judeu
2. Quem disse: A Bíblia sempre foi, e indubitavelmente continuará sendo, o livro básico para o
estudo da Ética Cristã.
 Abraan Lincoln
 Um erudito judeu
 O professor H. Richard Nieburhr
3. Foi um filósofo extremamente preocupado com os problemas éticos:
 Sócrates
 Jean Paul Sartre
 Nicolau Maquiavel
4. O que fala mais em favor do Cristianismo do que todos os sermões que se possam pregar?
 A Ética cristã
 A Ética natural
 Uma família bem ordenada, bem disciplinada
5. O que afetou materialmente o conteúdo da Ética que governa a conduta do homem?
 A queda do homem
 As decisões da ONU
 A falta da Ética natural
6. O mandamento de amar ao Senhor de todo o coração e alma e mente, é o:
 Mandamento Ético
 Mandamento da Ética natural
 Primeiro e maior mandamento
7. A onde está escrito: Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações,
conhecida e lida por todos os homens.
Em Efésios
Em Romanos
Em 2 Coríntios
8. O jugo desigual para o casamento com os incrédulos deve ser completamente:
 Aceito
 Obedecido
 Descartado
9. Qual é a porcentagem que os estudos revelam que dos filhos de pais divorciados são
vitimas de um sentimento agudo de choque quando a separação ocorre?
 10%
 30%
 90%
10. Quando que os valores éticos ressurgem na família cristã?
 Quando há prioridade para a Televisão e novelas
 Quando há prioridade para a Palavra e brincadeiras
 Quando há prioridade para a Palavra e a Oração
Observação: Só existe uma alternativa correta em cada questão, e cada questão vale 1 Ponto.
76
História da Igreja
Introdução

A curiosidade pelo passado é uma das características do homem, desde pessoas como o
antiquário Nabonido da Caldeia até os arqueólogos e historiadores de hoje. Os cristãos nutrem um
interesse especial pela história, porque os fundamentos da sua fé estão firmados na história. Deus
fez-se homem e viveu no tempo e no espaço na pessoa de Cristo.
O Cristianismo tem sido a mais global e universal de todas as religiões que surgiram no
passado no Oriente Próximo e no Oriente Médio.
Além disso, tem sido cada vez mais influente na história da raça humana. A história da igreja
é, pois, um assunto de enorme relevância para o cristão que deseja estar informado sobre sua
herança espiritual, para imitar os bons exemplos do passado, e evita os erros que a igreja
frequentemente tem cometido.

78
Lição 1
1. A História da Igreja Primitiva

O Pentecostes


Início da Igreja

É tão impossível escrever a história da Igreja sem começar pela vinda do Espírito Santo no dia
de Pentecostes do ano 30 d.C., como escrever a história de Cristo sem partir da Encarnação do
Verbo no dia da Anunciação. Num como noutro caso, estamos em presença de acontecimentos que
pertencem à história da salvação e se situam ao mesmo tempo na trama da história empírica. Seria
desnaturá-los por completo se os considerássemos apenas sob o segundo aspecto. Rudolf Bultmann
mostrou bem o mau-gosto insuportável das biografias de Jesus. O mesmo se diga das histórias da
Igreja, que quisessem abstrair de sua dimensão divina.
Sobre este ponto, o testemunho dos Atos dos Apóstolos é capital. Apresentam-nos a criação
da Igreja como acontecimento da história santa. Tal testemunho não pode por razão alguma ser posto
em dúvida. Faz jus a unanimidade da tradição cristã primitiva. Não poderia aliás merecer suspeição, a
não ser por preconceitos racionalistas que recusassem a prioridade a existência de acontecimentos
sobrenaturais. Os dados essenciais do acontecimento são os seguintes: de um lado, trata-se da
missão do Espírito At 2,4 criador e santificador; além disso, o objeto desta missão diz respeito a
comunidade constituída por Cristo durante sua vida pública: é sobre os doze reunidos At 2,1 que se
derrama o Espírito; finalmente, os doze são investidos pelo Espírito de uma autoridade e de um poder
que os transforma em pregadores e despenseiros das riquezas de Cristo ressuscitado.
Se o acontecimento como tal é de uma historicidade incontestável, a apresentação que lhe dá
São Lucas merece precisões. Que se tenha realizado no último dia da festa das Semanas do ano 30
e em Jerusalém é historicamente possível. Os doze, mesmo no caso de se terem dispersado após o
domingo da Páscoa, poderiam ter voltado a Jerusalém, para a peregrinação de Pentecostes. A
existência dum fenômeno de glossolalia parece mesmo provável. Encontramo-lo de fato em outras
ocasiões da vida da comunidade arcaica At 10,46; 11,15; I Cor 14,23. Lucas não teria motivo algum
para o inventar. Pelo contrário, como ainda veremos, procura dissimulá-lo.
Mas o discurso de Pedro At 2,14-36 parece um esquema querigmático arcaico. O painel dos
povos lembra o do Gn 10. Sobretudo, diversos traços mencionados por São Lucas sublinham o
paralelo entre a revelação do Sinai e a do Cenáculo. Assim a alusão ao vento violento e às línguas de
fogo evoca a descrição que Filo dá sobre a teofania do Sinai Dec., 9 e 11. O milagre das línguas pode
ser cotejado com uma tradição rabínica relativa à revelação do Sinai. Contrariamente ao que pensa
Trocmé, parece provável que Lucas interprete a glossolalia como milagre de plurilinguismo.
Após a festa de Pentecostes, começa a pregação do Evangelho pelos Apóstolos; e em
particular por Pedro, que fala no meio deles e em nome deles. Escolhidos por Jesus durante a vida
pública, investidos por ele de um mandato oficial, haviam recebido plenos poderes para
testemunharem sobre o acontecimento salvífico da ressurreição e para tratarem em nome de Deus
das condições em que os homens poderiam receber-lhe os efeitos. Mas foi somente a partir de
pentecostes que, cheios do Espírito Santo, eles começam a exercer os poderes. As circunstâncias da
pregação sublinham o caráter oficial de sua missão. Os exegetas realçaram o caráter solene da

79
introdução do primeiro discurso de 1 Pe 2,14. O segundo teve lugar no Templo 3,1 1, 0 terceiro diante
da assembleia regularmente constituída dos chefes do povo de Israel.
O objeto do querigma é a ressurreição de Jesus 2,24; 2,30; 3,15; 4,10. Tal acontecimento se
deu por obra de Deus: Deus o ressuscitou 2,24. Desta afirmação inaudita, os Apóstolos apresentam
tríplice justificação. A primeira é seu testemunho 2,32; 3,15. Empenham nele toda a sua
responsabilidade. O testemunho frisou essencialmente o fato de terem visto Cristo ressuscitado. As
aparições de Cristo ressuscitado entre Páscoa e Ascensão recebem daqui todo o seu sentido.
Visavam fundamentar a fé dos Apóstolos. São Paulo no-las apresenta como pontos essenciais da
tradição que ele recebeu dos apóstolos I Co. 15,5-8. Ter sido testemunha de Cristo ressuscitado é
condição para alguém ser Apóstolo 1,22. Como o último a quem Cristo ressuscitado apareceu é que
São Paulo foi agregado aos doze 1 Co 15,9. Eis o testemunho dos Apóstolos que será transmitido
pela Igreja: a tradição é tradição dos Apóstolos.
A segunda prova em favor da ressurreição de Cristo é a das obras poderosas cumpridas pêlos
Apóstolos. Numerosos eram os milagres e prodígios realizados pelos Apóstolos 2,43. Os Atos narram
em particular a cura do paralítico. Tais obras que revelam poder lançam o povo em estupor e
assombro, quer dizer, os judeus reconhecem nelas a passagem de Deus 3,10. Tais milagres se
realizam em nome de Jesus 3,16. Pela fé nele é que se curou o paralítico 3,16. O milagre aparece
assim não apenas como ato maravilhoso que se realiza para apoiar uma afirmação, mas também
como a própria eficácia da ressurreição, que começa a manifestar-se. Atesta a presença nos
Apóstolos de uma virtude divina que opera neles e por eles obras divinas, pelas quais os homens
podem reconhecer uma presença de Deus e render-Lhe gloria.
Resta-nos afinal ainda uma prova que visa em particular os judeus: o cumprimento das
profecias. No caso dos judeus, o problema da conversão a Cristo se apresenta de modo bem
particular; não precisam converter-se a Deus: creem nEle. Não precisam nem mesmo converter-se à
vinda de Deus entre os homens: esperam-na. O único passo que lhes pedem é que reconheçam em
Cristo a realização desta espera, mostrando que nEle as profecias concernentes ao fim dos tempos
estavam cumpridas. É o que explica a importância considerável de tal argumento nos discursos dos
Atos. Trata-se de levar os judeus a reconhecer, na ressurreição de Jesus, o acontecimento
escatológico anunciado pelos profetas. É mesmo isso que entende São Pedro, uma vez que, desde o
começo de seu primeiro discurso, ele prova que em Pentecostes se deu a efusão do Espírito
anunciado pelos profetas para os últimos dias 2,17. E esta expressão deve ser tomada ao pé da letra.
A finalidade do querigma é de fazer reconhecer aos judeus que aquilo que se cumpriu em
Jesus é ação de Deus. Trata-se, pois de conseguir reviravolta total na atitude em relação a Jesus,
uma conversão. Apelam à conversão os discursos de Pedro 2,38; 3,19. Os judeus terão que
reconhecer que se enganaram, desconhecendo o caráter divino de Cristo e condenando-o como
blasfemo, porque Ele reivindicava a dignidade divina. Agindo assim, afastaram-se de Deus, como os
ancestrais ao perseguirem os profetas. Reconhecer a divindade de Jesus significa, pois converter-se
a Deus 3,19. A ressurreição manifestou que aquilo que em Jesus se cumpriu era divino. A fé na
ressurreição, pelo testemunho dos Apóstolos, é ao mesmo tempo reconhecimento da falta que
cometeram ao crucifica-lo.

Síntese
A Igreja do Senhor Jesus, começou apenas com 12 discípulos, e hoje em pleno século XXI, já
somos um numero aproximado de 1 Bilhão. As pesquisas revelam que no ano de 2025, chegará
aproximadamente 1/5 Bilhão de Evangélicos Pentecostais no mundo.
Glória a Deus por isso!

80
2. A Igreja do Período Pentecostal


Desde a Ascensão de Cristo, 30 d. C.
Até a Pregação de Estevão, 35 d. C.

O primeiro Concilio de Jerusalém ocorreu em 50 d.C.

A igreja cristã em todas as épocas quer na passada, presente ou futura, é formada por todos
aqueles que creem em Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. No ato de crer está implícita a aceitação de
Cristo por seu Salvador pessoal, para obedecer-lhe como a Cristo, o Príncipe do reino de Deus sobre
a terra. A igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de caráter mundial, no Dia de
Pentecostes, no fim da primavera do ano 30, cinquenta dias após a ressurreição do Senhor Jesus, e
dez dias depois de sua ascensão ao céu. Durante o tempo em que Jesus exerceu seu ministério, os
discípulos criam que Jesus era o almejado Messias de Israel, o Cristo. Ora, Messias e Cristo são
palavras idênticas. Messias é palavra hebraica e Cristo é palavra grega. Ambas significam O Ungido,
o Príncipe do Reino Celestial. Apesar de Jesus haver aceitado esse título de seus seguidores mais
chegados, proibiu-lhes, contudo, proclamarem essa verdade entre o povo, antes que ele
ressuscitasse de entre os mortos, e nos quarenta dias que precederam sua ascensão, isto é, até
quando lhes ordenou pregassem o Evangelho. Mas deviam esperar o batismo do Espírito Santo, para
então serem testemunhas em todo o mundo.
Na manhã do Dia de Pentecostes, enquanto os seguidores de Jesus, cento e vinte ao todo,
estavam reunidos, orando, o Espírito Santo veio sobre eles de forma maravilhosa. Tão real foi aquela
manifestação, que foram vistas descer do alto, como que línguas de fogo, as quais pousaram sobre a
cabeça de cada um.

O efeito desse acontecimento foi tríplice:


a. Iluminou as mentes dos discípulos, dando-lhes um novo conceito do reino de Deus.
b. Compreenderam que esse reino não era um império político, mas um reino espiritual, na
pessoa de Jesus ressuscitado, que governava de modo invisível a todos aqueles que o aceitavam
pela fé.
c. Aquela manifestação revigorou a todos, repartindo com eles e fervor do Espírito, e o poder
de expressão que fazia de cada testemunho um motivo de convicção naqueles que os ouviam. O
Espírito Santo, desde então, ficou morando permanentemente na igreja, não em sua organização ou
mecanismo, mas como possessão individual e pessoal do verdadeiro cristão. Desde o derramamento
do Espírito Santo, naquele dia, a comunidade daqueles primeiros anos foi chamada com muita
propriedade, Igreja Pentecostal.
A igreja teve seu início na cidade de Jerusalém. Evidentemente, nos primeiros anos de sua
história, as atividades da igreja limitaram-se àquela cidade e arredores. Em todo o país,
especialmente na província setentrional da Galileia, havia grupos de pessoas que criam em Jesus
como o rei-Messias, porém não chegaram até nós dados ou informações de nenhuma natureza que
indiquem a organização, nem o reconhecimento de tais grupos como igreja. As sedes gerais da igreja
daquela época eram o Cenáculo, no Monte de Sião, e o Pórtico de Salomão, no Templo.

81
3. Expansão do Cristianismo Século I

1. Começando em Jerusalém
A igreja Cristã começou em Jerusalém desse centro irradiou-se entre os samaritanos, e
depois aos estrangeiros simpatizantes do culto a Deus dentro do país. Depois partiram para
Antioquia, que veio a constituir-se em novo centro de propaganda da fé cristã, de onde alcançou os
habitantes da Ásia Menor e grande parte da Europa. Esses três passos foram dados apesar da
oposição e, às vezes, da violência dos judeus mais conservadores. Houve dias perigosos através dos
quais o novo movimento teve de passar, mas as fogueiras da perseguição apenas espalharam
faíscas e chamas; surgiram novos centros de influência cristã por toda a vastidão do Império Romano.
2. Indo mais além
Tão severa foi a perseguição, que dispersou os membros da igreja em Jerusalém, exceto os
apóstolos. Os dispersos pela região da Judeia e Samaria iam por toda parte testemunhando de
Cristo. A Filipe, um dos sete diáconos da igreja em Jerusalém, coube a ação pioneira de evangelizar
os samaritanos. Pouco depois, Pedro, que havia por fim saído a campo a convite do centurião
Cornélio, foi a Cesareia, onde anunciou Jesus a uma assistência totalmente gentílica. Estavam
vencidos os primeiros obstáculos e fora dado o primeiro passo na libertação do Cristianismo nos
moldes judaicos. A igreja em Jerusalém ainda que não convencida completamente, submeteu-se,
mas nada fez para levar o Evangelho aos gentios dentro e fora do país.
3. Paulo entra em cena
O crescimento da igreja em Antioquia, capital da Síria, tornou-se notório chegando ao
conhecimento dos líderes da igreja em Jerusalém. Para ver o que de fato acontecia em Antioquia, a
igreja em Jerusalém enviou Barnabé, então tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-
se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor At 11.23.
Provavelmente Barnabé continuou em Antioquia e dentro em pouco ele tinha mais trabalho a fazer do
que de fato era capaz. Assim partiu para Tarso em busca de Saulo e, tendo-0 achado, levou-o a
Antioquia, onde durante um ano inteiro se reuniram com a igreja, e instruíram muita gente. Foi em
Antioquia o lugar onde os discípulos, pela primeira vez, foram chamados cristãos. Até esse tempo
parece que a propagação do Cristianismo ainda não havia sido planejada pelos discípulos. Antes,
fora-lhe imposta pela liderança da providência. Agora chegara a hora para um esforço mais agressivo
e mais abrangente.
4. Paulo e Barnabé enviados como missionários
Por orientação do Espírito Santo, a igreja em Antioquia separou e enviou Paulo e Barnabé
para a obra missionária. Em obediência à chamada divina, partiram em sua primeira viagem que os
levou através da ilha de Chipre e a certas cidades importantes da Ásia Menor. Ao logo dessa viagem,
igrejas iam sendo formadas e obreiros estabelecidos para cuidar delas. Paulo fez mais duas longas
viagens missionárias através da Ásia Menor e sudoeste da Europa, atravessando a Macedônia e a
Grécia, e talvez chegando até a Costa do mar Adriático. De volta da sua terceira viagem, Paulo foi
preso em Jerusalém, daí levado a Cesareia onde ficou por dois anos e posteriormente foi conduzido
para Roma, onde foi conservado preso pelo menos dois anos, desfrutando, porém, de liberdade para
pregar e escrever. Depois, parece ter sido libertado, porém, logo em seguida, numa viagem ao Leste,
foi preso outra vez, e finalmente foi martirizado em Roma.
Com exceção de Pedro, pouco se sabe das atividades dos outros apóstolos. A tradição
posterior à era dos apóstolos atribui grandes atividades missionárias a cada um, e pode haver alguma
base para essas conjecturas, mas nada de positivo se sabe. O certo é que no fim do primeiro século,
a igreja se firmara nos grandes centros do Império Romano, progredindo em regiões mais remotas.
Em alguns lugares os cristãos constituíam elemento de influência na sociedade. O Primeiro Concilio
de Jerusalém se deu no ano 50 d.C.

82
4. A Vida da Igreja

1. O governo da igreja
As igrejas primitivas eram autônomas, com governo próprio, que decidiam os seus negócios e
resolviam os seus problemas. Os cristãos, insistentemente afirmavam que pertenciam à igreja
Universal, pois todos eram UM em Cristo, porém, nenhuma organização, como convenção, por
exemplo, exercia controle sobre as demais congregações espalhadas por toda parte. Os primeiros
apóstolos eram amados e respeitados como líderes espirituais, pela vida santa que manifestavam e,
de modo especial, em virtude da vivência que tiveram com Cristo. Por essa razão exerciam relativa
autoridade sobre a igreja, principalmente no que diz respeito à doutrina, como se verifica na decisão
tomada quanto aos cristãos gentios e a lei judaica, no Concílio de Jerusalém, registrado no Antigo
Testamento 15. Paulo exercia autoridade sobre as igrejas da sua época em virtude da sua posição de
apóstolos e do seu trabalho de fundação e extraordinário cuidado em favor dessas mesmas igrejas.
Além dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, e mestres Ef 4.11, o Novo Testamento
trata ainda de outra natureza de ministério comum à igreja primitiva. Diz respeito aos negócios
humanitários e filantrópicos das congregações. Este era exercido pelos diáconos – homens de
excelentes qualidades espirituais e morais. Eles dedicavam-se ao serviço de atendimento aos
necessitados materialmente, enquanto que os demais do ministério se davam aos encargos da
pregação e do ensino.
2. A comunhão da igreja
Um ponto marcante na vida da igreja primitiva ponto que distinguia os cristãos dos pagãos,
era a comunhão que os unia. Desse modo eles estavam presos uns aos outros pela mesma fé e pelo
mesmo amor. Enfim, eram unidos em todos os aspectos da vida cristã. Eles tratavam-se como irmãos
e irmãs na fé em Cristo. Olhavam com especial cuidado os órfãos, as viúvas, os anciãos. Não havia
diferenças sociais dentro dessas igrejas. Escravos e senhores eram igualados diante de Cristo.
3. O gozo da igreja
Os cristãos primitivos tinham gozo no amor de Deus o Pai; na comunhão do Cristo ressurreto;
no perdão total dos pecados e na certeza da vida eterna. Desconheciam, pois as tristezas e horrores
de uma vida morna, vazia e sem sentido, bem como o desespero que oprimia a muitos que os
cercavam. Essas qualidades espirituais e morais dos cristãos primitivos ornavam e embelezavam o
Evangelho, constituindo-se numa poderosa recomendação para o Cristianismo promovendo o seu
desenvolvimento.
4. A crença da igreja
A igreja primitiva não adotou declarações formais de fé. O chamado Credo dos Apóstolos
apareceu somente no século II. Por isto, para conhecermos o que criam os primitivos cristãos,
precisamos recorrer ao texto do Novo Testamento. Fazendo isto é que sabemos que eles:
1. Criam em Deus Pai, em Jesus Cristo o Filho, e também no Espírito Santo. Isto é, eles
tinham consciência da presença da Trindade divina a inspira-los na adoração e no serviço cristão.
2. Criam que os pecados, uma vez confessados e abandonados, eram completamente
perdoados.
3. Do ensino de Jesus, que pregava o amor a todos os homens, faziam a base do seu viver
moral diário;
4. Aguardavam a volta de Jesus para executar o julgamento final sobre os ímpios e conduzir
ao céu todos os que O seguissem.
5. Criam na ressurreição dos mortos e na intercessão de Cristo em favor do crente em suas
fraquezas.
6. Todos os seus pensamentos sobre a vida espiritual tinham como centro a pessoa de Jesus
Cristo.

83
5. Primeiras Perseguições

Antes do ano 64, não encontramos nenhuma referência histórica indicando as autoridades
romanas como responsáveis por perseguições aos cristãos.

1. Nero o perseguidor
Nero, porém, viria quebrar essa linha de procedimento mantida pelos seus antecessores.
Embora nos primeiros anos de seu reinado, o evangelho gozasse de relativa liberdade, possuindo até
seguidores entre os altos funcionários do império e até entre os membros da própria casa imperial, no
ano 55, Nero começou a sua escalada de violência. Nesse ano, por ocasião de uma festa, Nero
envenenou Britânico, seu irmão adotivo. No ano 60 mandou matar Agripina sua própria mãe. Ordenou
a morte de Otávia, sua esposa, para casar-se com Pompeia.
2. Perseguição aos cristãos
No verão do ano de 64, com o fim de reedificar Roma, fez lançar fogo a um bairro da cidade,
acusando então os cristãos como responsáveis por tão grosseiro crime. O que os cristãos sofreram
em decorrência dessa falsa acusação, morte terrível, diz certo historiador que: Alguns foram vestidos
de peles e despedaçados pelos cães; outros morreram numa cruz ou nas chamas; ainda outros foram
queimados depois do por do sol, para assim iluminar as trevas. Nero mesmo cedeu os seus jardins
para o espetáculo: deu uma exibição no circo e vestiu-se de cocheiro; ora associando-se com o povo,
ora guiando o próprio carro.
3. Assim morreram eles
Nesse primeiro período de perseguição sofrida pela igreja, não poucos dos seus líderes desde
Estevão, sofreram o mais cruel tipo de morte.

Segundo a tradição:

Mateus sofreu martírio pela espada, na Etiópia.


Marcos foi arrastado por um animal pelas ruas de Alexandria, até morrer.
Lucas foi enforcado em uma oliveira, na Grécia.
João foi lançado numa caldeira de óleo fervente, desterrado para a ilha de Patmos, depois
morreu em Éfeso.
Tiago irmão de Jesus, foi decapitado por ordem de Herodes, em Jerusalém. 62 d.C.
Tiago, o menor, foi lançado do templo abaixo, ao verificarem que ainda vivia, mataram-no a
pauladas.
Filipe foi enforcado em Hierápolism na Frigia.
Bartolomeu tiraram a pele por ordem de um rei bárbaro.
Tomé foi amarrado a uma cruz, e ainda assim, pregou o evangelho de Cristo até morrer.
André foi atravessado por uma lança.
Judas foi morto a flechadas
Simão o zelote, foi crucificado na Pérsia
Matias foi primeiramente apedrejado e depois decapitado
Pedro foi crucificado de cabeça para baixo.
Paulo acorrentado em um cárcere romano, disse: Já estou sendo oferecido por aspersão de
sacrifício, e o tempo de minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira,
guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará
naquele dia, e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda II Tm 4.6-8. Não
muito depois de haver escrito estas palavras, foi decapitado por ordem do imperador.

84
Lição 2
6. A Igreja Entre os Gentios

SEGUNDO PERÍODO GERAL AS PERSEGUIÇÕES IMPERIAIS

Desde a morte de João, 100 a.D.

Até ao Edito de Constantino, 313 a.D.

1. As Causas das Perseguições Imperiais


O Caráter Inclusivo do Paganismo e Caráter Exclusivo do Cristianismo.
A Adoração aos Ídolos Entrelaçada com Vida
A Adoração ao Imperador
O Judaísmo Reconhecido
As Reuniões Secretas dos Cristãos
A Igualdade na Igreja Cristã
Os Interesses Econômicos.
2. Fases da Perseguição
Desde Trajano até Antonino Pio, 98-161 d.C,. Mártires: a Simeão b Inácio
Marco Aurélio, 161-180, Mártires: a Policarpo b Justino Mártir
Septímio Severo, 193-211 Mártires: a Leônidas b Perpétua e Felícitas
Décio, 249-251
Valeriano, 253-260, Mártires: a Cipriano b Sexto, 258
Diocleciano, 284-305, Galério, 305-311, Edito de Constantino 313

3. Formação do Cânon do Novo Testamento


Desenvolvimento da Organização Eclesiástica
4. Causas:
Perda de Autoridade Apostólica.
Crescimento e Expansão da Igreja.
Perseguições Imperiais
O Aparecimento de Seitas e Heresias.
Analogia do Governo Imperial.
5. Desenvolvimento da Doutrina
Escola de Alexandria.
Escola da Ásia Menor.
Escola do Norte da África.
6. O Aparecimento de Seitas e Heresias
Agnósticos.
Ebionitas.
Maniqueus.
Montanistas.
7. A Condição da Igreja
Uma Igreja Purificada.
O Ensino Unificado da Igreja
A Organização da Igreja
O Crescimento da Igreja.

85
7. As Perseguições Imperiais

Segundo Período Geral


Desde a Morte de João, 100 A.D.
Até ao Edito de Constantino, 313 A.D.

O fato de maior destaque na História da Igreja no segundo e terceiro séculos foi, sem dúvida,
a perseguição ao Cristianismo pelos imperadores romanos. Apesar de a perseguição não haver sido
contínua, contudo ele se repetia durante anos seguidos, por vezes. Mesmo quando havia paz, a
perseguição podia recomeçar a qualquer momento, cada vez mais violenta. A perseguição, no quarto
século, durou até o ano 313, quando o Edito de Constantino, o primeiro imperador cristão, fez cessar
todos os propósitos de destruir a igreja de Cristo. Surpreendente é o fato de se constatar que durante
esse período, alguns dos melhores imperadores foram mais ativos na perseguição ao Cristianismo,
ao passo que os considerados piores imperadores, eram brandos na oposição, ou então não
perseguiam a igreja. Antes de apresentar a história, investiguemos alguns dos motivos que forçavam
o governo, de um modo geral justo e que procurava o bem estar de seus concidadãos, a tentar
durante duzentos anos, suprimir uma instituição tão reta, tão obediente à lei e tão necessária, como
era o Cristianismo. Podem-se apresentar várias causas para justificar o ódio dos imperadores ao
Cristianismo.
O paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam
surgindo, enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração. Onde os deuses
já se contavam aos centos, talvez aos milhares, mais um ou menos um não representava diferença.
Quando os habitantes de uma cidade desejavam desenvolver o comércio ou a imigração, construíam
templos aos deuses que se adoravam em outros países ou cidades, a fim de que os habitantes
desses países ou cidades fossem adorá-los. Eis por que nas ruínas da cidade de Pompeia, Itália, se
encontra um templo de Isis, uma deusa egípcia. Esse templo foi edificado para fomentar o comércio
de Pompeia com o Egito, fazendo com que os comerciantes egípcios se sentissem como em seu
próprio país. Por outro lado, o Cristianismo opunha-se a qualquer forma de adoração, pois somente
admitia adoração ao seu próprio Deus.
A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As imagens eram
encontradas em todos os lares para serem adoradas. Em todas as festividades eram oferecidas
libações aos deuses. As imagens eram adoradoras em todas as cerimônias cívicas ou provinciais. Os
cristãos, claro, não participavam dessas formas de adoração. Por essa razão, o povo não dado a
pensar considerava-os como seres insociáveis, taciturnos, ateus que não tinham deuses, e
aborrecedores de seus companheiros. Com reputação tão desfavorável por parte do povo em geral,
apenas um passo os separava da perseguição. A adoração ao imperador era considerada como
prova de lealdade. Nos lugares mais visíveis de cada cidade havia uma estátua do imperador
reinante, e ainda mais, aos deuses. Parece que em uma das primeiras epístolas de Paulo há uma
referência cautelosa contra essa forma de idolatria. Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração,
mesmo um simples oferecimento de incenso sobre o altar. Pelo fato de cantarem hinos e louvores e
adorarem a outro Rei, um tal Jesus, eram considerados pelo povo como desleais e conspiradores de
uma revolução.
A primeira geração de cristãos era tida como relacionada com os judeus e o Judaísmo era
reconhecido pelo governo como religião permitida apesar de os judeus viverem separados dos
costumes idólatras e não comerem alimentos usados nas festas dos ídolos. Essa suposta relação
preservou os cristãos por algum tempo da perseguição. Entretanto, após a destruição de Jerusalém,
no ano 70, o Cristianismo ficou isolado, sem nenhuma lei que protegesse seus seguidores do ódio
dos inimigos.
As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas. Eles se reuniam antes de nascer
do sol, ou então à noite, quase sempre em cavernas ou nas catacumbas subterrâneas. A esse
respeito circulavam falsos rumores de que entre eles praticavam-se atos imorais e criminosos. Além
disso, o governo autocrático do império suspeitava de todos os cultos e sociedades secretas,
temendo propósitos desleais. A celebração da Ceia do Senhor, da qual eram excluídos os estranhos,
repetidas vezes eram causa de acusações e de perseguições.

86
8. A Igreja Imperial

Desde o Edito de Constantino, 313


Até à Queda de Roma, 476
Vitória do Cristianismo

No período que agora vamos tratar, o fato mais notável, e também o mais influente, tanto
para o bem como para o mal, foi a vitória do Cristianismo. No ano 305, quando Diocleciano abdicou o
trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram
castigados com torturas e morte. Contra o Cristianismo estavam todos os poderes do Estado.
Entretanto, menos de oitenta anos depois, em 380, o Cristianismo foi reconhecido como religião
oficial do Império Romano, e um imperador cristão exercia autoridade suprema, cercado de uma
corte formada de cristãos professos. Dessa forma passaram os cristãos, de um momento para o
outro, do anfiteatro romano onde tinham de enfrentar os leões, a ocupar lugares de honra junto ao
trono que governava o mundo! Logo após a abdicação de Diocleciano, no ano 305, quatro aspirantes
à coroa estavam em guerra.
Os dois rivais mais poderosos eram Maxêncio e cujos exércitos se enfrentaram na ponte
Múvia sobre o Tibre, a dezesseis quilômetros de Roma, no ano 312. Constantino era favorável aos
cristãos, apesar de ainda não se confessar como tal. Ele afirmou Ter visto no céu uma cruz luminosa
com a seguinte: In Hoc Signo Vinces por este sinal vencerás, e mais tarde, adotou essa inscrição
como insígnia do seu exército. A vitória entre Constantino e Maxêncio pertenceu ao primeiro, sendo
que Maxêncio morreu afogado no rio Tibre. Pouco tempo depois, em 313, Constantino promulgou o
famoso Edito de Tolerância, que oficialmente terminou com as perseguições. O caráter de
Constantino não era perfeito. Apesar de ser considerado justo, de um modo geral, contudo,
ocasionalmente era cruel e tirano. Dizia-se que a realidade do seu Cristianismo era melhor do que a
sua qualidade. Ele retardou o ato de seu batismo até às vésperas da morte, julgando que o ato do
batismo lava todos os pecados cometidos anteriormente, ideia que prevalecia entre os cristãos,
naquela época. Se Constantino não foi um grande cristão, foi, sem dúvida, um grande político, pois
teve a ideia de unir-se ao movimento que dominaria o futuro do seu império.
Da repentina mudança de relações entre o império e a igreja surgiram resultados de alcance
mundial. Cessaram, como já dissemos, todas as perseguições, para sempre. Durante duzentos anos
antes, em nenhum momento os cristãos estiveram livres de perigos, acusações e morte. Entretanto,
desde a publicação do Edito de Constantino, no ano 313, até ao término do império, a espada foi não
somente embainhada; foi enterrada.
Os templos das igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte. No período
apostólico celebravam-se reuniões em casas particulares e em salões alugados. Mais tarde, nos
períodos em que cessavam as perseguições, construíam-se templos para as igrejas. Na última
perseguição, durante o tempo de Diocleciano, alguns desses templos foram destruídos e outros
confiscados pelas autoridades. Todos os templos que ainda existiam quando Constantino subiu ao
poder. Foram restaurados e aqueles que tinham sido destruídos, foram pagos pelas cidades em que
estavam. A partir dessa época os cristãos gozaram de plena liberdade para edificar templos que
começaram a ser erguidos, por toda parte. Esses templos tinham a forma e tomavam o nome de
basílica romana ou salão da corte, isto é um retângulo dividido por filas de colunas, tendo na
extremidade uma plataforma semicircular com assentos clérigos. O próprio Constantino deu o
exemplo mandando construir templos em Jerusalém, Belém, e na nova capital, Constantinopla. Duas
gerações após, começaram a aparecer as imagens nas igrejas. Os cristãos primitivos tinham horror a
tudo que pudesse conduzir à idolatria.
Nessa época a adoração pagã ainda era tolerada, porém haviam cessado os sacrifícios
oficiais. O fato significativo de uma mudança tão rápida e tão radical em costumes que estavam
intimamente ligados a todas as manifestações cívicas e sociais prova que os costumes pagãos eram
então mera formalidade e não expressavam a crença das pessoas inteligentes. Em muitos lugares os
templos pagãos foram dedicados ao culto cristão. Esses fatos sucediam principalmente nas cidades,
enquanto nos pequenos lugares a crença e a adoração pagãs perduraram durante gerações. A
palavra pagão, originalmente significava morador do campo. Mais tarde, porém, passou a significar,
um idólatra, que não pratica a verdadeira adoração.

87
9. A Igreja Medieval

Desde a Queda de Roma, 476


Até à Queda de Constantinopla, 1453
Progresso do Poder Papal

No período que vamos considerar, que durou quase mil anos, nosso interesse se dirigirá
para a Igreja Ocidental, ou Latina, cuja sede de autoridade estava em Roma, que continuava a ser
a cidade imperial, apesar de seu poder político haver desaparecido. Não relacionamos os
acontecimentos por ordem cronológica, porém examinaremos os grandes movimentos, muitas
vezes, paralelamente uns com os outros.
O fato mais notável nos dez séculos da Idade Média foi o desenvolvimento do poder papal.
Já notamos em capítulos anteriores que o papa de Roma afirmava ser bispo universal, e chefe da
igreja. Agora o veremos reclamando a posição de governante de nações, acima de reis e
imperadores. Esse desenvolvimento teve três períodos: crescimento, culminância e decadência.
O período de crescimento do poder papal começou com o pontificado de Gregório I, o
grande, e teve o apogeu no tempo de Gregório VII, mais conhecido por Hildebrando. É bom notar
que desde o princípio, cada papa, ao assumir o cargo, mudava de nome. Gregório VII foi o único
para cujo nome de família se destacou na história depois de sua ascensão à cadeira papal. É
acerca de Gregório I, que se conta a conhecida história de que, ao ver alguns escravos em Roma,
de cabelos louros e olhos azuis, perguntou quem eram. Disseram-lhe, então, que eram angli, isto
é, ingleses, ao que ele respondeu: Non aangli, sed angeli, quer dizer, não ingleses, mas anjos.
Mais tarde, quando foi eleito papa, enviou missionários à Inglaterra a fim de cristianizar o povo.
Gregório expandiu o reino de sua igreja objetivando a conversão das nações da Europa que ainda
se conservavam pagãs, conseguindo levar à fé ortodoxa os visigodos arianos da Europa.
Gregório resistiu com êxito às pretensões do patriarca de Constantinopla, que desejava o
título de bispo universal. Tornou a igreja praticamente governadora da província nas vizinhanças
de Roma, preparando, assim, caminho para a conquista do poder temporal. Também desenvolveu
certas doutrinas na igreja romana, especialmente a adoração de imagens, o purgatório, a
transubstanciação, isto é, a crença de que na missa ou comunhão, o pão e o vinho se
transformam milagrosamente no verdadeiro corpo e sangue de Cristo. O papa Gregório foi um
dos fortes defensores da vida monástica, havendo sido um dos monges da época. Foi um dos
administradores mais competentes da história da igreja romana, e por isso mereceu o título de
Gregório o Grande. Sob o governo de uma série de papas, durante alguns séculos, a autoridade
do pontificado romano aumentou e em geral era reconhecida. São várias as razões para justificar
o crescente poder do papado.
Uma das razões por que o governo da sede romana era tão amplamente aceito no início
desse período explica-se pelo fato de que, naquele período, a influência dos papas era sentida
principalmente no fortalecimento da justiça. A igreja se pôs entre os príncipes e seus súditos, a
fim de reprimir a tirania e a injustiça, para protege os fracos e para exigir os direitos do povo. Nos
palácios dos governantes, mais de uma governante foi obrigado a receber a esposa que repudiara
sem causa, e a observar pelo menos as formas exteriores da decência, por imposição os papas.
Houve, é certo, muitas exceções, pois houve papas que cortejavam reis e príncipes ímpios.
Contudo, em sentido geral, o papado, no início da Idade Média, era favorável aos governos justos
e honestos.
As rivalidades e as incertezas dos governos seculares estavam em acentuado contraste
com a firmeza e uniformidade do governo da igreja. Durante quase todos os séculos a Europa
viveu em condições dissolventes, pois os governantes levantavam-se e caíam, lutava um castelo
contra outro, enfim não havia autoridade completa e duradoura. O antigo império caiu no quinto
século, e a Europa esteve à beira de caos, até o nono século, quando o império de Carlos Magno
se estabeleceu. Quase todos os seus sucessores foram homens fracos; muitos deles procuraram
o auxílio de Roma, e dispuseram-se a fazer concessões de poder a fim de obtê-lo. Uma vez
conquistado poder que pertencera ao Estado, a igreja o mantinha firmemente.

88
10. A Igreja Reformada

Século XVI a XVII 1517-1648 d.C.


Fim da Guerra dos Trinta Anos

Neste período o grande acontecimento que despertou a atenção geral foi a Reforma,
iniciada na Alemanha, espalhou-se por todo o norte da Europa e teve como resultado o
estabelecimento de Igrejas nacionais que não prestavam obediência nem fidelidade a Roma.
Observemos algumas das forças que conduziram à Reforma e ajudaram de forma notável o seu
progresso.

I- Era da Reforma
Preparação:
Por volta de 1500, os fundamentos da velha sociedade medieval esta ruindo e uma nova
sociedade com uma dimensão geográfica muito ampla e com transformações nos padrões
políticos, econômicos, intelectuais e religiosos, começava surgir. As mudanças foram realmente
revolucionárias, por sua natureza e pela força de seus efeitos sobre a ordem social.
1- Mudanças Geográficas. O conhecimento geográfico do homem medieval sofreu
mudanças fundamentais entre 1492 e 1600. A civilização da Idade Medieval tem sido chamada de
talássica, por Ter-se desenvolvido em torno dos mares Mediterrâneo e báltico. Em 1517 as
descobertas de Colombo e de outros exploradores inauguraram uma era de civilização oceânica,
em que os mares do mundo tornaram-se as estradas do mundo. No tempo em que Lutero
traduziu o Novo Testamento para o alemão, em 1522, o navio de Magalhães completava a sua
volta ao mundo. As rotas marítimas para as riquezas do Oriente Antigo era já uma realidade.
2- Mudanças Políticas. O conceito medieval de um Estado universal estava dando lugar
a um novo conceito de Nação – Estado. As Nações Estados, com poder central e com governos
fortes, servidas por uma força militar e civil eram nacionalistas, opondo-se a um governo religioso
universal. Alguns daqueles estavam interessados em apoiar a reforma, a fim de poderem
controlar mais efetivamente as Igrejas Nacionais. Diante da independência de cada Estado o novo
princípio do balanço do poder orientador das relações internacionais, tomou o seu lugar de
importância nas guerras religiosas do século XVI e de princípios do século XVII.
3- Mudanças Econômicas. Durante a Idade Média a economia dos países a Europa baseava-
se na agricultura, sendo que fazia do solo a base de sua riqueza. Por volta de 1500, o ressurgimento
das cidades, a abertura de novos mercados e a descoberta de fontes de matéria prima nas recentes
terras descobertas inauguraram uma era de comércio, em que a classe média mercantil tomou a
frente da nobreza feudal na liderança da sociedade. A classe média capitalista emergente não
interessava o envio de suas riquezas à Igreja Universal sob a liderança do papa em Roma. Pelo
menos no Norte da Europa, esta reação influenciou a Reforma
4- Mudanças Sociais. A organização social horizontal da sociedade medieval, onde se morria
na classe em que se nascia, foi substituída por uma sociedade organizada sob traços verticais. Era
possível alguém da classe baixa emergir na alta. Em 1500 os homens estavam ascendendo por
forças dos negócios a altos níveis sociais. A escravidão estava desaparecendo e uma nova classe
média inexistente na sociedade medieval, formada especialmente por proprietários livres, pela
pequena nobreza da cidade e pela classe mercantil começou a surgir. Em linhas gerais, foi essa
classe média fortalecida que garantiu as mudanças introduzidas pela Reforma no noroeste da
Europa.
5- Mudanças Intelectuais. As transformações intelectuais provocadas pelo Renascimento ao
Norte e sul dos Alpes, criaram um clima intelectual que favoreceu o desenvolvimento do
protestantismo. O interesse pela volta às fontes do passado levou os humanistas cristãos do Norte ao
estudo da Bíblia nas línguas originais. Deste modo as diferenças entre a Igreja do Novo Testamento e
a Igreja Católica Romana tornaram-se claras, para prejuízo da organização eclesiástica medieval e
papista. A ênfase renascentista no indivíduo foi um fator preponderante no desenvolvimento do
ensino protestante de que a salvação era uma questão pessoal a ser resolvida pelo indivíduo em
íntima relação com seu Deus sem a interferência de um sacerdote como mediador humano. O espírito
crítico do Renascimento foi usado pelos reformadores para justificar sua crítica à hierarquia e aos
sacramentos, mediante comparação com as Escrituras.
6- Mudanças Religiosas. A autoridade da Igreja Romana foi substituía pela autoridade da
Bíblia, de leitura livre a qualquer um. O crente, individualmente, seria agora o seu próprio sacerdote e
o menor de sua própria vida religiosa em comunhão com Deus, depois de aceitar seu Filho como seu
salvador, pela fé somente.

89
II- O que quer dizer Reforma?

1- Visão dos historiadores. Historiador católico romano – entendem apenas como uma
revolta de protestantes contra a Igreja Universal. Historiador Secular – interpreta-a como um
movimento revolucionário. Historiador protestante – considera-a como uma reforma que fez a vida
religiosa voltar aos padrões do Novo Testamento. O bem conhecido termo Reforma Protestante
foi consagrado pelo tempo. Porque a Reforma procurava voltar à pureza original do Cristianismo
do Novo Testamento e que se continuou a usar o termo para descrever o movimento religioso de
1517 a 1545. Os reformadores estavam interessados em desenvolver uma teologia que estivesse
em completa concordância com o Novo Testamento, eles criam que isto seria possível a partir do
instante em que a Bíblia se tornasse a autoridade final da Igreja.

2- Causas da Reforma.
a. Fator Político. As Nações – Estados centralizados no noroeste da Europa se opunham a
noção de uma Igreja Universal que reivindicava jurisdição sobre o Estado Nacional e seu governo.
b. Fator Econômico. As terras da Igreja Romana na Europa ocidental eram cobiçadas
pelos governantes nacionais, pela nobreza e pela classe média das Nações – Estados. Os
governantes lamentavam a perda do dinheiro enviado para o tesouro papal em Roma.
c. Fator Intelectual. Deve-se à postura crítica adotada por homens de mentes lúcidas e
secularizadas diante da vida religiosa dos seus dias como proposta pela Igreja Católica Romana.
d. Fator Moral. Os estudiosos humanistas que possuíam o Novo Testamento em grego
perceberam logo as discrepâncias entre a Igreja sobre a qual liam no Novo Testamento e a Igreja
Católica Romana que viam.
e. Fator Social. Mudança da estrutura social aumentava a decepção das pessoas com a
Igreja Romana. O surgimento das cidades e de uma próspera classe média urbana criou um
espírito novo do individualismo. A nova economia do dinheiro libertou os homens da dependência
do solo como principal meio de vida. Os artesãos das cidades e os lavradores começaram a
entender a injustiça e uma ordem social em que eram oprimidos por uma minoria. A insatisfação
social e a preeminência de uma mudança no fator social fundamental na erupção da Reforma.
f. Fator Teológico. Desejo dos reformadores de voltar à fonte clássica da fé cristã, a Bíblia,
a fim de refutar o ensino da teologia tomística segundo a qual a salvação era obtida através dos
sacramentos da graça ministrados pela hierarquia.

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Lição 3
11. LUTERO – O Homem Que Abalou O Mundo

Os séculos 15o,16o e 17o são dentre todos os mais acidentados na história do mundo, e
especialmente na história do Cristianismo. Houve uma quase que continua revolução dentro da Igreja
Católica - tanto na Grega como na Romana - procurando uma reforma. Este despertar das
consciências há muito adormecidas, o desejo de uma reforma genuína, começou realmente no século
13, ou possivelmente, um pouco antes. A História certamente parece indicar isto.
Voltemos um pouco. A Igreja Católica por seus muitos desvios do Novo Testamento, suas
muitas estranhas e cruéis leis e por seu estado moral desesperadamente decaído e suas mãos e
roupas manchadas com o sangue de milhões de mártires, tomou-se repreensível e dolorosamente
repulsiva a muitos dos seus próprios adeptos, que eram muito melhores que seus próprios sistemas,
leis, doutrinas e práticas. Vários de seus mais destemidos, melhores e mais espirituais sacerdotes e
demais líderes, um por um, procuraram sinceramente reformar muitas de suas mais censuráveis leis
e doutrinas e fazê-la voltar, o quanto antes, ao nível dos ensinos do Novo Testamento. Vamos dar
alguns exemplos indiscutíveis. Notemos, não somente onde e quando começa e até que ponto vai o
fogo da reforma, mas notemos também os seus lideres. Os lideres eram, ou tinham sido, todos
sacerdotes católicos ou oficiais do clero. Havia, portanto, um pouco de bom entre o muito mal.
Contudo, por esse tempo, provavelmente não havia nenhuma única doutrina do Novo Testamento
observada-sua pureza original - mas notemos agora alguns reformadores e onde trabalhavam.
É bom observar, todavia, que nos vários séculos anteriores a esse grande período de reforma,
havia um número de importantes caracteres que se rebelaram contra os terríveis excessos do
catolicismo e sinceramente procuraram permanecer leais à Bíblia - mas um rasto de sangue foi tudo o
que deles ficou. Vamos estudar, por um momento, o período mais importante - o da Reforma. De
1320 a 1384 viveu na Inglaterra um homem que atraiu a atenção de todo o mundo. Seu nome era
João Wycliff. Foi ele o primeiro dos destemidos que tiveram a coragem de intentar uma real reforma
dentro da Igreja Católica. A História refere-se a ele varias vezes, como a Estrela d'Alva da Reforma.
Viveu uma vida sincera e frutífera. Precisaríamos, sem dúvida, escrever vários volumes para contar
de algum modo a historia de João Wycliff. Ele foi odiado, terrivelmente odiado, pelos lideres da
hierarquia. Sua vida foi persistentemente buscada. Finalmente morreu paralítico. Anos depois, era tão
grande o ódio católico para com ele, que seus ossos foram desenterrados, queimados e as cinzas
lançados às águas.
Seguindo bem de perto as pegadas de Wycliff veio João Huss, 1373-1415, um distinto filho da
longínqua Boêmia. Sua alma correspondeu ao sentimento da brilhante luz da Estrela d'Alva da
Reforma. Sua vida foi destemida e cheia de eventos, mas dolorosa e miseravelmente curta. Ao invés
de despertar um ambiente favorável a uma verdadeira reforma entre os católicos, ele despertou
medo, aversão e oposição, que resultaram na sua morte amarrado a um poste e queimado - um
mártir entre os seus. Todavia, ele procurou o bem de seu próprio povo. Amou o seu Senhor e o seu
povo. Todavia, ele foi apenas um entre os milhões que morreram por essa causa.
Depois de João Huss da Boêmia, veio um maravilhoso filho da Itália, o mui eloquente
Savonarola, 1452-1498. Huss foi queimado em 1415 e Savonarola nasceu 37 anos depois. Ele como
Huss, ainda que católico devoto encontrou os lideres de seu povo - povo da Itália - como os da
Boêmia, contrários a qualquer reforma. Mas por sua eloquência poderosa, foi bem sucedido no
despertar de algumas consciências e assegurou um considerável número de seguidores. Uma
reforma real, porém, na hierarquia significava ruína absoluta para os superiores desta organização.
Assim, Savonarola, tão bom quanto Huss, devia morrer. E também ele foi amarrado num poste e
queimado. Dos homens eloquentes desse grande período, Savonarola, possivelmente, a todos
suplantava. Não obstante lutava contra uma organização poderosa e sua « existência reclama que
combatessem a reforma, e desta forma Savonarola devia morrer.
Naturalmente, muitos nomes de reformadores desse período têm sido deixados. Só os mais
proeminentes na História são aqui mencionados. Seguindo a Savonarola, a voz de ouro da Itália, vem
um líder da Suíça. Zwingli nasceu antes da morte de Savonarola. Viveu de 1484 a 1531. O espírito da
Reforma alastrava por toda a terra. Seu fogo abria caminho e espalhando-se muito rapidamente,
tornou difícil refreá-lo. O fogo ateado por Zwingli não tinha sido senão parcialmente sufocado e já um
mais sério que todos os outros irrompera na Alemanha. Zwingli morreu na batalha.
Martinho Lutero - provavelmente o mais importante de todos os reformadores do 15o e 16o
séculos, viveu de 1483 a 1546, e como se pode ver pelas datas era quase contemporâneo de Zwingli.
Nasceu 1 ano antes de Zwingli e viveu 15 anos mais. Seus grandes predecessores tornaram-lhes
mais fácil o caminho que devera trilhar, talvez muito mais do que encontramos registrado na História.
Além disso, Lutero aprendeu pela dura experiência deles, bem como das que ele próprio teve mais

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tarde, que uma verdadeira reforma no seio da Igreja Católica seria claramente impossível. Assim
mesmo, muitas medidas reformatórias seriam necessárias. Uma exigia outra e outras exigiam ainda
outras e assim por diante.
Assim, Martinho Lutero, depois de ter tido muitas e difíceis batalhas com os líderes do
Catolicismo foi auxiliado por Melancton e outros proeminentes alemães, tornando-se cerca de 1530 o
fundador de uma organização cristã inteiramente nova, agora conhecida por Igreja Luterana, que se
tornaria em breve a Igreja da Alemanha. Esta foi a primeira das novas organizações a sair
diretamente de Roma, renunciando toda lealdade à Igreja Mãe como é chamada para continuar a
viver.
Deixando por um pouco a Igreja da Inglaterra, que teve seu começo logo depois da luterana,
seguiremos a Reforma no continente. De 1509 a 1564 viveu outro dos maiores reformadores. Era
João Calvino, um francês, mas que parecia ao mesmo tempo ter vivido na Suíça. Era um homem
realmente poderoso. Foi contemporâneo de Martinho Lutero por 30 anos, e tinha 22 anos quando
Zwingli morreu. Calvino é apontado como fundador da Igreja Presbiteriana. Alguns historiadores,
contudo, admitem Zwingli se bem que as mais fortes evidências favoreçam a Calvino.
Indiscutivelmente o trabalho de Zwingli, tanto quanto o de Lutero, tornou muito mais fácil o trabalho de
Calvino. Data de 1541, exatamente 11 anos parece ser esse ano depois da fundação da Igreja
Luterana por Lutero, o início da Igreja Presbiteriana. Esta igreja, como no caso do Luteranismo, foi
conduzida por um sacerdote ou oficial, que era católico reformado. Este seis - Wycliff, Huss,
Savonarola, Zwingli, Lutero e Calvino, grandes líderes em suas batalhas para a reforma, feriram o
catolicismo até o tornar cambaleante.

1- Formação de Lutero 1483 – 1546.


Nasceu no centro da Alemanha, na região da Turíndia, em Esleben, Saxônia Prussiana, a 10
de novembro de 1483. O pai de Lutero pertencia a uma família de camponeses, mas teve êxito na
indústria de mineração de maneira que teve condições para pagar uma excelente educação para seu
filho. Educado sob a dura disciplina daquela época, Lutero contou que uma vez apanhou de sua mãe
até sangrar por Ter roubado uma noz. Certa vez na escola latina de Mansfeld, ele levou 15
chicotadas porque não conseguiu declinar um substantivo em latim. Após um breve período numa
escola de irmãos de vida comum em Magdeburg, Lutero foi mandado para uma escola em Eisenach,
ficando aí de 1498 a 1501. Recebeu o grau de bacharel em 1502 e o de mestre em 1505. Em
consonância com os desejos do pai começou a estudar Direito quando o encontro com a morte,
durante uma tempestade acompanhada por raios, em julho de 1505, levou-o a fazer o voto de tornar-
se monge, entrando para o Convento dos Agostinianos em Erfurt. Desejava a certeza da salvação
mais do que qualquer outra coisa, por isso fez vários jejuns e sacrilégios que iam alem de sua
capacidade física.

2- Lutero num Mosteiro.


Entrou num mosteiro da ordem agostiniana em Erfrut. Aí , em 1507, foi ordenado e celebrou
sua primeira missa. No inverno de 1508, ensinou teologia por um semestre na nova universidade
fundada em Wittemberg em 1502 por Frederico I, eleitor da Saxônia. Entre 1507 – 12 Lutero passou
por intensas lutas espirituais enquanto procurava merecer a sua própria salvação através da
observância cuidadosa da regra monástica, a confissão constante e a mortificação de si mesmo. No
inverno de 1510 e 1511, sua ordem o enviou a Roma a negócios. Lá ele viu um pouco da corrupção e
da luxúria da Igreja Romana e começou a compreender a necessidade de uma reforma. Em 1511,
Lutero foi transferido para Wittenberg. Durante o ano seguinte, tornou-se professor de Bíblia e
recebeu seu título de doutor em teologia. Lutero, então, passou a ensinar os livros da Bíblia. Aos
poucos desenvolveu a ideia de que somente na Bíblia podia encontrar a verdadeira autoridade. Entre
1512 a 1516 quando preparava suas aulas, encontrou a paz interior. A leitura do verso 17 do capítulo
I de Romanos convenceu-o de que somente pela fé em Cristo era possível alguém se tornar justo
diante de Deus.

3- As Indulgências de Tetzel.
Numa localidade próxima a Wettenberg, em 1517, apareceu um homem chamado Tetzel,
enviado pelo arcebispo de Mongúncia para vender as indulgências emitidas pelo papa. De toda parte,
muita gente comprar as indulgências. Elas ofereciam diminuição das penas do purgatório. O produto
da indulgência visava a construção da basílica de São Pedro, iniciada em 1506 por Júlio II e que Leão
X queria ver levantada. Com a propaganda de Tetzel, o povo pensava que a compra das
indulgências, conseguiria o perdão dos pecados. O que chegou ao conhecimento de Lutero através
do confessionário convenceu-o de que o tráfico de indulgências estava desviando o povo do ensino a
respeito de Deus e do pecado e enfraquecendo seriamente a vida moral de todo o povo. Tetzel

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apregoava o valor da indulgência, exaltando-a como se fosse a dádiva mais preciosa e sublime de
Deus. Eu não trocaria os meus privilégios pelos que São Pedro tem no céu, porquanto tenho salvado
mais almas com as minhas indulgências do que São Pedro com os seus discursos. Inculcava o valor
delas sobre os pecados passados, presentes e futuros, bem como sobre as penas do purgatório.
Escutai os vossos parentes e os vossos amigos que morreram e que vos gritam do fundo do abismo: -
Estamos sofrendo o martírio! Uma esmolinha nos livraria. Podeis e não quereis dar. No mesmo
instante em que a moeda retine no fundo do cofre, liberta-se a alma do purgatório e voa livre para o
céu. Eu vos declaro que ainda que tenhais um só vestido, devereis tirá-lo e vendê-lo a fim de
obterdes esta graça. O Senhor nosso Deus já não é Deus. Entregou todo seu poder ao papa. Sobre o
pecado futuro também exaltava o poder da mercadoria. Vinde e eu vos darei cartas munidas de selos
pelas quais mesmos os pecados que tiverdes vontade de cometer no futuro vos serão perdoados.
Havia preço especial para os pecados privados:
Poligamia – seis ducados. Roubos – nove ducados. Homicídio – oito ducados. Feitiçaria
– dois ducados. Não há pecado tão enorme que a indulgência não possa perdoar. Lutero: Se Deus o
permitir eu farei um buraco no seu tambor.

4- As Noventa e Cinco Teses afixadas por Martinho Lutero na Abadia de Wittenberg a 31


de outubro de 1517, fundamentalmente Contra o Comércio das Indulgências:
Essas teses foram afixadas na porta da Igreja do Castelo da Wittenberg a 01 de outubro de
1517. Era este o modo usual de se anunciar uma disputa, instituição regular da vida universitária e
não havia nada de dramático no ato. Lutero confiava receber o apoio do papa pelo fato de revelar os
males do tráfico das indulgências. Uma disputa do Mestre Martinho Lutero, teólogo, para elucidação
da virtude das indulgências. Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da
verdade, discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. Padre Martinho Lutero, o que segue.
Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão
fazer por escrito.

Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

1ª Tese. Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos... etc., certamente quer
que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo e ininterrupto arrependimento.
2ª Tese. E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como se referindo ao
sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo dos sacerdotes.
3ª Tese. Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o
arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz
toda sorte de mortificação da carne.
4ª Tese. Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura
enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à entrada para a vida eterna.
5ª Tese. O papa não quer e não pode dispensar de outras penas além das que impôs ao seu
alvitre ou nem acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese. O papa não pode perdoar dívida, senão declarar e confirmar aquilo que já foi
perdoado por Deus, ou então o faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se
desprezados, a dívida em absoluto deixaria de ser anulada ou perdoada.
7ª Tese. Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera
humildade, ao ministro, seu substituto.
8ª Tese. Cânones poenitentiales, que são as ordenanças de prescrição da maneira em que se
deve confessar e expiar, apenas são impostos aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças,
não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese. Eis por que o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo este de todos
os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.
10ª Tese. Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõe aos
moribundos penitências canônicas ou para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese. Este joio, que é o de transformar a penitência e satisfação, prevista pelos cânones
ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado enquanto os bispos dormiam.
12ª Tese. Outrora canônica poenae, ou seja, penitência e satisfação por pecados cometidos,
eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do
arrependimento e do pesar.
13ª Tese. Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito
canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese. Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte,
necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menos o amor, tanto maior o temor.

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15ª Tese. Este temor e espanto em si tão só, sem nos referirmos a outras coisas, basta para
causar o tormento e o horror do purgatório, pois se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese. Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o
desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese. Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas,
também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese. Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razões e nem pela Escritura,
que as almas do purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese. Parece ainda não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham
certeza de sua salvação e não receiem mais por ela, não obstante nós termos esta certeza.
20ª Tese. Por isso o papa não quer dizer e nem compreender com as palavras perdão
plenário de todas as penas o perdão de todo o tormento, mas tão só as penas por ele impostas.
21ª Tese. Eis por que erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem
perdoado de todas as penas e salvo mediante indulgência do papa.
22ª Tese. Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas do purgatório das que,
segundo os cânones da igreja, deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese. Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será
dado aos mais perfeitos, que são muitos poucos.
24ª Tese. Logo, a maioria do povo é ludibriado com as pomposas promessas do indistinto
perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese. Exatamente o mesmo poder geral que o papa tem sobre o purgatório, qualquer
bispo e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para
com os seus em particular.
26ª Tese. O papa faz muito bem em não conceder o perdão às almas em virtude do poder das
chaves coisa que não possui, mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27ª Tese. Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda
soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese. Certo é que, no momento em que a moeda soa na caixa, vem lucro, e o amor ao
dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da igreja tão só correspondem à vontade
e ao agrado de Deus.
29ª Tese. E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há
quem diga o que sucedeu com S. Severino e Pascoal.
30ª Tese. Ninguém tem certeza da suficiência do arrependimento e pesar verdadeiros, muito
menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese. Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e pesar verdadeiros, tão
raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se
encontram.
32ª Tese. Irão para o diabo, juntamente com os seus mestres, aqueles que julgam obter
certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese. Há que acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do
papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dádiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado
com Deus.
34ª Tese. Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória,
estipulada por homens.
35ª Tese. Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do
purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36ª Tese. Tudo o cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar
por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem
breve de indulgência.
37ª Tese. Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens
de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese. Entretanto se não devem desprezar o perdão e a distribuição deste pelo papa. Pois,
conforme declarei, o seu perdão consiste numa declaração do perdão divino.
39ª Tese. Ë extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do
povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e, ao contrário, o verdadeiro arrependimento
e pesar.
40ª Tese. O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão
da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade
para tanto.

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41ª Tese. É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal, para que o homem
singelo não julgue erradamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor
do que elas.
42ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a
aquisição de indulgências de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos, proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta ao
necessitado do que os que compram indulgência.
44ª Tese. É que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais
piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
45ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade
e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgência do papa, mas desafia a
ira de Deus.
46ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário
para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos ser a compra de indulgência livre e não ordenada.
48ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos que se o papa precisa conceder mais indulgências,
mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos serem muito boas as indulgências do papa enquanto
o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em consequência delas, se perde o temor
de Deus.
50ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos que se o papa tivesse conhecimento da traficância
dos apregoadores de indulgência, preferiria ver a basílica de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser
edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51ª Tese. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por um dever seu, preferiria distribuir o
seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgência,
vendendo, se necessário, a própria basílica de São Pedro.
52ª Tese. Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o
comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua alma como garantia.
53ª Tese. São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências
proíbem a palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese. Comete-se injustiça contra a palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se
consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da palavra do Senhor.
55ª Tese. A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a coisa
menor, com um toque de sino, uma pompa, uma cerimônia, enquanto o evangelho, que é o essencial,
importa ser anunciado mediante cem toques de sino, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese. Os tesouros da igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são
bastante mencionados e nem suficientemente conhecidos na Igreja de Cristo.
57ª Tese. É evidente que não são bens temporais, porquanto muitos pregadores não os
distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese. Também não são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto este sempre
são suficientes, e, independente do papa, operam graça do homem interior e são a cruz, a morte e o
inferno do homem exterior.
59ª Tese. São Lourenço chama aos pobres, os quais são membros da Igreja, tesouros da
Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60ª Tese. Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são
as chaves da Igreja, que lhe foram dadas pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese. Evidente é que, para o perdão das penas e para a absolvição em determinados
casos, o poder do papa por si só basta.
62ª Tese. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de
Deus.

63ª Tese. Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os
primeiros sejam os últimos.
64ª Tese. Enquanto isso o tesouro das indulgências é notoriamente o mais apreciado, porque
faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese. Por essa razão os tesouros evangélicos foram outrora as redes com que se
apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese. Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as
riquezas dos homens.
67ª Tese. As indulgências, apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça,
decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.

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68ª Tese. Nem por isso semelhante indulgência é a mais ínfima graça, comparada com a
graça de Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese. Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das
indulgências apostólicas com toda reverência.
70ª Tese. Entretanto tem muito maior dever de conservar abertos os olhos e ouvidos, para
que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não apregoem os seus
próprios sonhos.
71ª Tese. Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado
e maldito.
72ª Tese. Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos
apregoadores de indulgências, seja abençoado.
73ª Tese. Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão
aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese. Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob
pretexto de indulgências, prejudicam a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agirem.
75ª Tese. Considerar a indulgência do papa tão poderosa, a ponto de absolver alguém dos
pecados, mesmo que coisa impossível de se expressar tivesse deflorado a mãe de Deus, significa ser
demente.
76ª Tese. Bem ao contrário afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo pode anular o
menor pecado venial no que diz respeito a culpa que representa.
77ª Tese; Afirmar que nem mesmo São Pedro, se no momento fosse papa, poderia dispensar
maior indulgência, constitui insulto contra São Pedro e o papa.
78ª Tese. Dizemos, ao contrário, que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de
muito maior indulgência, isto é, o evangelho, dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1 Co 12.6-
9.
79ª Tese. Alegar ter a cruz de indulgências, erguida e adornada com as armas do papa, tanto
valor como a própria cruz de Cristo é blasfêmia.
80ª Tese. Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do
povo, terão de prestar contas desta atitude.
81ª Tese. Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a indulgência, torna
difícil até homens doutos defenderem a honra e dignidade do papa contra a calúnia e as perguntas
mordazes e astutas dos leigos.
82ª Tese. Haja vista exemplo como este: Por que o papa não livra duma só vez todas as
almas do purgatório, movido pela santíssima caridade e considerando a mais premente necessidade
das mesmas, havendo santa razão para tanto, quando, em troca de vil dinheiro para a construção da
basílica de São Pedro, livra inúmeras delas, logo por motivo bastante infundado?
83ª Tese. Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas
dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para esse fim ou não se permite os doadores
busquem de novo os benefícios ou prebendas oferecidos em favor dos mortos, quando já não é justo
continuar a rezar pelos que se acham remidos?
84ª Tese. E: Que nova santidade de Deus e do papa é esta a consentir a um ímpio e inimigo
resgate uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não livrar esta mesma alma
piedosa e amada por Deus do seu tormento por amor espontâneo e sem paga?
85ª Tese. E: Por que os cânones de penitência, isto é, os preceitos de penitência, que faz
muito caducaram e morreram de fato pelo desuso, tornam a remir mediante dinheiro, pela concessão
de indulgência, como se continuassem em vigor e bem vivos?
86ª Tese. E: Por que o papa, cuja fortuna é maior do que a de qualquer Creso, não prefere
construir a basílica de São Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de cristãos
pobres?
87ª Tese. E: Que perdoa ou concede o papa pela sua indulgência àqueles que pelo
arrependimento completo tem direito ao perdão ou indulgência plenária?
88ª Tese. Afinal: Que benefício maior poderia receber a igreja se o papa, que atualmente o
faz uma vez ao dia cem vezes ao dia concedesse aos fiéis este perdão a título gratuito?
89ª Tese. Visto o papa visar mais a salvação das almas mediante a indulgência do que o
dinheiro, por que razão revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, quando tem
sempre as mesmas virtudes?
90ª Tese. Desfazer estes argumentos muito sutis dos leigos, recorrendo apenas à força e não
por razões sólidas apresentadas, significa expor a igreja e o papa ao escárnio dos inimigos e
desgraçar os cristãos.
91ª Tese. Se, portanto, a indulgência fosse apregoada no espírito e sentido do papa, estas
objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.

96
92ª Tese. Fora, pois, com todos este pregadores que dizem à igreja de Cristo: Paz! Paz! Sem
que haja paz!
93ª Tese. Abençoados, porém, sejam todos os pregadores que dizem à igreja de Cristo: Cruz!
Cruz! Sem que haja cruz!
94ª Tese. Admoeste-se os cristãos a que se empenhem em seguir seu Cabeça, Cristo,
através da cruz, da morte e do inferno;
95ª Tese. E desta maneira mais esperem entrar no reino dos céus por muitas aflições do que
confiando em promessas de paz infundadas.

***

Nas universidades medievais era costume a pôr-se em lugares públicos, a defesa ou ataque de
certas opiniões.
Esses escritos eram chamados teses nas quais se debatiam as ideias e se convidavam todos
os interessados para o debate.
Em 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de Todos os Santos, quando enorme multidão
comparecia à Igreja do Castelo, na cidade de Wittenberg, Lutero colocou às portas dessa Igreja as 95
teses que tratavam do caso das indulgências.
Princípios das teses de Lutero:
Nelas, condenava os abusos do sistema das indulgências e desafiava a todos para um debate
sobre o assunto.
Lutero estava criticando os abusos do sistema das indulgências, na intenção de reformá-lo.
As indulgências eram nula para o efeito de remover a culpa ou afetar a situação das almas no
purgatório.
O cristão arrependido tinham seu perdão vindo diretamente de Deus sem a intervenção das
indulgências.
As teses negavam o pretenso poder da igreja de ser mediadora entre o homem e Deus e de
conferir perdão aos pecadores.

97
12. Reação do Papa Contra Martinho Lutero

Enquanto cópias das teses eram vendidas por toda Alemanha, o papa Leão X começou a
agir contra Lutero.
Intimou Lutero a ir a Roma, o que significaria morte certa.
O eleitor da Saxônia, interessado pelo famoso professor da sua universidade, protegeu-o,
ordenando que seu caso fosse discutido e ouvido na Alemanha. Em Augsburgo se realizou o seu
encontro com o legado papal, o cardeal Caetano. Nada resultou dessa entrevista, o mesmo
acontecendo com o cardeal Miltitz 1518. Em julho de 1519, no debate de Leipzeg, Lutero
questionou a autoridade do papado, bem como a infabilidade dos concílios eclesiásticos, e insistiu
na primazia das Escrituras. Isso levou seu oponente Johann Eck, a identificá-lo como o herege da
Boêmia, John Huss, num esforço para desacreditar Lutero.
A disputa de Leipzeg mostrou a Lutero até que ponto havia avançado na sua repulsa as
doutrinas da Igreja, e que já não era possível ocultar a sua separação de Roma. A Alemanha
alegrou-se com isso, o povo mostrou o seu apoio ao Reformador, os pobres e oprimidos
camponeses depositaram nele as suas esperanças de libertação.
Em 1520 escreveu três panfletos de grande relevância: Oração e nobreza cristã na nação
alemã – conclamou os alemães a reformarem a nação e a sociedade, visto que o papado e os
concílios eclesiásticos não tinham conseguido fazê-lo. Cativeiro Babilônico da Igreja – colocou
Lutero claramente nas fileiras dos heterodoxos, porque atacou a totalidade do sistema
sacramental da igreja medieval. Lutero afirmava que havia apenas dois sacramentos, o batismo e
a Ceia do Senhor. Ele também negou as doutrinas da transubstanciação e da missa sacrificial. A
Liberdade do Cristão – foi escrito para o papa. Era não polêmico, e ensinava claramente a
doutrina da justificação pela fé somente.

1. Lutero é Excomungado
Em 15 de julho de 1520 veio a bula de excomunhão, e no dia 10 de Dezembro Lutero com
incrível coragem, e tendo previamente anunciado em Wittenberg o que ia fazer, lançou pública e
solenemente às chamas de uma fogueira acesa a bula papal. Estava consumado o grande cisma
que iria arrancar dos grilhões espirituais de Roma centena de almas.

2. Dieta de Wormas 1521


Foi conclamada a retratar-se quanto aos seus ensinos, mas ficou firme, desafiando a
autoridade do imperador Carlos V, sendo que este o submeteu ao interdito imperial e ordenou que
todos os seus livros fossem queimados. Proclamou a alto e bom som os imprescritíveis direitos da
consciência humana, e a supremacia da Palavra de Deus. Instado com ameaças a retratar-se do
que havia escrito, proferiu estas palavras: Não me retrato de coisa alguma, a não ser que me
convençam pela Escritura ou por meio de argumentos irrefutáveis. É claro como a luz do dia que
tanto papas como concílios tem algumas vezes errado. A minha consciência tem que submeter-se
a Palavra de Deus; proceder contra a consciência é ímpio e perigoso; portanto, não posso nem
quero retratar-me. Amém.
Na volta de Worms, Lutero foi sequestrado por amigos que o levaram ao castelo de
Wartburg, onde permaneceu escondido durante quase um ano. Enquanto estava em Wartburg,
escreveu uma série de panfletos atacando práticas católicas, e começou sua tradução da Bíblia
para o alemão. Em 1522, Lutero voltou para Wittemberg para tratar das desordens que tinham
irrompido na sua ausência. Em 1525, casou-se com Catarina von Borla, uma ex-freira que lhe deu
seis filhos.

3. As Dietas de Spira
Na primeira 1526m forçado pelas circunstâncias difíceis em que se achava, o imperador
foi forçado a conceder algumas regalias aos reformados, dando aos estados alemães a liberdade
de declarar qual a religião que se processaria dentro das suas fronteiras. O edito imperial
autorizava os estados a tomarem as decisões que entendessem em matéria de religião.
Na Segunda 1529 o imperador, então desafogado de inimigos tentou por em prática seu
velho plano de esmagar a Reforma. Declarou por intermédio de seu representante, que se
recusava a reconhecer o decreto de 1526, e que o decreto de Worms estava em pleno vigor,
ficando proibida as inovações, sendo permitida a celebração da missa romana. A minoria
evangélica da Dieta lançou então o seu histórico Protesto em nome da sua consciência: Em
questões que dizem respeito à glória de Deus e a salvação de cada um de nós, é nosso imperioso
dever, segundo o preceito divino, e por causa das nossas próprias consciências, respeitar, antes

98
de tudo, ao Senhor nosso Deus. Esse protesto tem a data de 24 de abril de 1529 é dele que se
descreve o nome Protestante.

4. A confissão de Augsburgo
Em 1530, Filipe de Melachton, professor de grego e discípulo de Lutero, redigiu uma
profissão de fé, denominada confissão de Augsburgo apresentada na cidade do mesmo nome, no
qual expôs os princípios da nova doutrina.
Princípios da fé de Augsburgo: As Escrituras Sagradas constituem os únicos dogmas. A fé
é a única fonte de salvação. Aceitação de dois sacramentos: Batismo e Ceia. Negação da
presença real do corpo e sangue de Cristo na hóstia e no vinho. Utilização do idioma nacional nas
cerimônias religiosas em substituição ao latim Supressão do clero regular do celibato e das
imagens. O imperador fez algemas tentativas para assegurar um acordo doutrinário entre os
romanistas e luteranos, com o propósito de trazer os últimos a velha igreja dos papas. Vista a
impossibilidade, a maioria católica romana da dieta decretou que, depois de abril de 1531, o
protestantismo seria exterminado pela guerra.

5. As Quatro Colunas que Firmam a Reforma


Sacerdote individual. Livre interpretação da Bíblia. Graça salvadora, justificação pela fé. A
Bíblia como autoridade máxima.

6. O que Lutero conseguiu na Alemanha


Antes que viesse a guerra, faleceu Lutero aos 63 anos. Traduziu a Bíblia toda das línguas
originais para as línguas do seu povo. Conseguiu reunir muitos homens poderoso e fez que esse
grande movimento prosseguisse sem desfalecimento. Viu a maior parte do império alemão ganha
para a religião evangélica. Nas igrejas o evangelho era pregado na língua comum do povo. Nos
púlpitos e nos bancos das igrejas havia cópias da Bíblia traduzida por Lutero. Cantavam-se por
toda Alemanha hinos evangélicos e salmos, muitos dos quais escritos pelo próprio Lutero. Dentre
estes se destacava Castelo forte é o nosso Deus. Eram organizadas escolas onde existisse uma
igreja. O governo da igreja tinha sido reorganizado, cada príncipe superintendia a igreja nos seus
territórios.

7. A Paz Religiosa de Augsburg


A guerra do imperador Carlos V contra o protestantismo começou em 1546. Pouco tempo
depois, Maurício de Saxônia expulsou-o da Alemanha. Entristecido por isso e por outros
fracassos, Carlos entregou a direção do império às mãos de seu irmão Fernando. Sob o governo
deste, foi feita a Paz de Augsburgo na Dieta de 1555, a qual determinava que cada príncipe
decidisse qual seria a religião do seu próprio território. Por este instrumento de paz reconhecia-se
o protestantismo como movimento legal dentro do império alemão e assegurados, por parte do
povo alemão, os frutos da grande separação de Roma.

8. A Obra de Lutero fora da Alemanha


A influência de Lutero foi sentida em muitos outros países além do seu.
Seu movimento se fortificou na Boêmia, Hungria, Polônia, Inglaterra, Escócia, França,
Países Baixos, Escandinávia, e mesmo na Espanha e Itália.

9. Revolução e Reconstrução – Reforma em outros países


Enquanto a Reforma estava ainda em início na Alemanha, eis que o mesmo espírito
despontou também em muitos países da Europa. No sul, como na Itália e Espanha, a Reforma foi
sufocada impiedosamente. Na França e nos Países Baixos as causas da Reforma pendiam na
balança da incerteza. Em todas as nações do norte a nova religião apresentava-se vitoriosa sobre
toda posição romana e começava a dominar esses países.
a- Suíça - Zuigli Calvino
A Suíça no século XVI se dividia em pequenos estados independentes chamados cantões.
Regime de governo – forte democracia, e isto favorecia a Reforma. Hulrico Zuinglio 1484 – 1531.
Nasceu dois meses depois de Lutero, em Weldhaus. Ajudado pelo seu tio pároco recebeu uma
boa educação e foi conduzido a universidade de Viena e de Basileia. Seus mestres foram:
humanistas da renascença, o que lhe deu uma mentalidade nova. Tornou-se sacerdote por
tradição familiar. Sua primeira paroca foi a Glarus, onde continuou a estudar a Bíblia. Em 1516,
copiou a mão as epístolas de Paulo e as lia constantemente. Entristecia-se com as superstições
alimentadas pela própria igreja Católica Romana. Gradativamente suas ideias se inclinavam para
as Reformadas. Em 1519 por ser notável pregador foi a Zurique e recebeu forte influência de

99
Lutero, que fortalece suas convicções. Uma grava doença levou-o a aprofundar-se na sua
religiosidade. Em 1522 publicou um livro anunciando seu afastamento do papado. No Concílio de
Zurique, Zuinglio declara seus pontos de vista. Pontos doutrinários defendidos por Zuinglio:
Sacerdócio dos cristãos. Salvação pela fé. Exaltação da Bíblia Crítica ao papa, à missa e ao
celibato.
No concílio de Zurique, Zuinglio e o cantão de Zurique rompem com o papa. E a partir daí
surge sua Reforma. Pontos da Reforma de Zuinglio Como conseguiu reformar o Zurique a Suíça?
Com cuidado Zuinglio expunha seus planos ao povo, em sermões. Gradualmente, o culto, os
costumes religiosos e a pregação foram alterados para se adaptarem à concepção reformada do
Cristianismo. A partir de 1525 clímax da Reforma a Ceia era oferecida em lugar da missa, sem a
presença da cruz. Sacerdotes, monges e freiras se casavam. Sistema de educação pública feita
sem distinção de classes. Pregadores leigos propagavam as doutrinas reformadas por outras
regiões da Suíça Obras Literárias Em 1522 publicou num livro as suas crenças evangélicas.
Escreveu uma declaração que tinha o princípio fundamental da Reforma. Não muito depois da
morte de Zuinglio surgiu um líder ainda maior para tomar a direção do protestantismo na Suíça –
João Calvino.

a. Calvino 1509 – 1564


Educação. Teve sua educação elementar no seio de uma nobre família francesa, e esta
refinada educação social fê-lo sempre reservado, polido e nobre cavalheiro francês. Estudou em
Paris – Preparatório para sua carreira eclesiástica. João Calvino era um homem realmente
poderoso. Foi contemporâneo de Martinho Lutero por 30 anos, e tinha 22 anos quando Zwingli
morreu. Calvino é apontado como fundador da Igreja Presbiteriana. Alguns historiadores,
contudo, admitem Zwingli se bem que as mais fortes evidências favoreçam a Calvino.
Indiscutivelmente o trabalho de Zwingli, tanto quanto o de Lutero, tornou muito mais fácil o
trabalho de Calvino. Data de 1541, exatamente 11 anos parece ser esse ano depois da
fundação da Igreja Luterana por Lutero, o início da Igreja Presbiteriana.
Esta igreja, como no caso do Luteranismo, foi conduzida por um sacerdote ou oficial, que
era católico reformado. Este seis - Wycliff, Huss, Savonarola, Zwingli, Lutero e Calvino, grandes
líderes em suas batalhas para a reforma, feriram o catolicismo até o tornar cambaleante. Em
1560, 19 anos depois da primeira organização Calvinista em Genebra, Suíça, João Knox,
discípulo de Calvino, estabeleceu a primeira Igreja Presbiteriana na Escócia, e justamente 32
anos depois, em 1592, o Presbiterianismo tornou-se ali a religião de Estado.

100
Lição 4
13. A Origem do Evangelho na América Latina

Como o Evangelho chegou na América Latina?

Entre os anos de 1860 e 1864, registrou-se um movimento na capital da República do México


em favor do Evangelho, do qual resultou a formação de vários núcleos inteiramente de caráter
nacional, formados por pessoas que repudiavam as doutrinas estranhas praticadas pela igreja de
Roma, e que aceitavam somente as doutrinas bíblicas. Nesses núcleos haviam também padres
convertidos, entre os quais se contavam o padre Palácios e o ilustre presbítero Manoel Águas,
formoso por sua resposta dada ao bispo Lavastida. Arcadio Morales, que mais tarde se tornou
dirigente do presbiterianismo no México, relata sua própria conversão, em 1869, quando assistiu a um
culto protestante dirigido por Sóstenes Juarez.
Na fronteira mexicana com os EUA, dedicada à evangelização, visitando a cidade de
Monterrey, trabalhou Melinda Rankin, a qual desde de1885 desenvolvera intensa atividade entre os
mexicanos residentes na cidade de Brownsville, Texas, e em outras cidades do mesmo estado.
Igualmente, Tiago Kichey ali desenvolveu atividades evangelizantes, levando uma remessa de Bíblias
até Monterrey, em cuja cidade organizou uma congregação batista, em 1864, da qual foi pastor T. W.
Westrup. A junta americana de Missões Domésticas iniciou suas atividades no ano de 1870.
A Junta Congregacional Americana, em 1872, enviou à cidade de Guadalajara, México,
dois missionários, Stephens e Watkins. Nessa cidade, em meio a manifestação de fanatismo e forte
perseguição, organizou-se uma igreja del Mercado, no ano de 1874. Muitos outros mártires
mexicanos foram vítimas de atentados semelhantes durante aqueles anos de fanatismo, nos quais o
populacho atiçado pelas intrigas do clero sem temor de Deus perseguia as testemunhas do Senhor.
Em 1882, foi enviados a Guadalajara, pela mesma Junta Congregacional, João Howland e
esposa, modelos dignos da missão que desempenhavam, por sua fé e consagração à obra que
representavam. O Dr. Howland, cuja morte ocorreu em 1939, é um nome ilustre na história das
missões.
A missão Congregacional de Chihuahua iniciou suas atividades sob a direção de Tiago Eaton
um homem amável, e de grande visão, e sob sua orientação construíram-se templos amplos e
atrantes em pontos estratégicos como Chihuahua, Parral. Tiago era ativo distribuidor de leitura
evangélica. A obra Congregacional ampliou-se pelos estados do noroeste e foi notável também ali o
impulso que se deu à educação.

101
14. O Movimento Missionário Moderno

A Igreja no século Vinte

Durante um período de mil anos, a partir dos dias apostólicos, o Cristianismo foi uma
instituição ativa na obra missionária. Nos primeiros quatro séculos de sua história, a igreja
converteu o império romanos ao Cristianismo. Depois seus missionários encontraram-se com as
hordas dos bárbaros que avançavam, e os conquistaram antes que os bárbaros conquistassem o
império Ocidental. Depois do século dez, a igreja e Estado, o papa e o imperador estavam em luta
pelo domínio supremo, de modo que o espírito missionário esfriou, embora não tenha
desaparecido inteiramente. A Reforma estava interessada no propósito de purificar e reorganizar
a igreja, antes de expandi-la. Já demonstramos que no último período da Reforma, o primeiro
movimento para cristianizar o mundo pagão não foi realizado por protestantes, mas pelos
católicos romanos, sob a orientação de Francisco Xavier.
Desde 1732 os morávios iniciaram o estabelecimento de missões estrangeiras, enviando
Hans Egede à Groelândia, e logo após a mesma igreja estava trabalhando entre os índios da
América do Norte, entre os pretos das Índias Ocidentais e nos países orientais.
Proporcionalmente ao pequeno número de membros em seu país, nenhuma outra denominação
sustentou tantas missões como a igreja morávia em toda a sua história.
O fundador das missões modernas da Inglaterra foi Guilherme Carey. Inicialmente foi
sapateiro, mas educou-se por si mesmo, e em 1789 tornou-se ministro da Igreja Batista. Tendo
contra si próprio forte oposição, insistiu em enviar missionários ao mundo pagão. Um sermão que
pregou em 1792, e que tinha dois títulos, Empreendei grandes coisas para Deus e Esperai
grandes coisas de Deus, foi a causa da organização da Sociedade Missionária Batista, e também
contribuiu para o envio de Carey à Índia. Carey foi impedido de desembarcar pela Companhia
Inglesa da Índia Oriental, a qual na época governava a Índia, porém, foi acolhido em Serampore,
uma colônia dinamarquesa próxima a Calcutá. Apesar de não haver recebido educação em sua
mocidade, Carey chegou a ser um dos homens mais eruditos do mundo, no que diz respeito à
língua sânscrito e a outras línguas orientais. Suas gramáticas e dicionários são usados ainda
hoje. De 1800 a 1830 foi professor de literatura oriental no Colégio de Fort William em Calcutá.
Carey morreu em 1834, reverenciado por todo o mundo, como o pai de um grande movimento
missionário.
O movimento missionário na América do Norte teve sua primeira inspiração na famosa
reunião de oração que se realizou no colégio Williams, em Massachussetts, no ano de 1811. Um
grupo de estudantes reuniu-se no campo para orar acerca demissões. Nessa ocasião desabou
fortíssima tempestade. Os estudantes refugiaram-se em um depósito de feno, e ali consagraram
suas vidas à obra de Cristo no mundo pagão.
Como resultado dessa reunião, fundou- se a Junta Americana de Comissionados para
Missões Estrangeiras, a qual, no princípio, era interdenominacinal; mais tarde, porém, outras
igrejas fundaram suas próprias sociedades e a junta Americana ficou pertencendo às igrejas
Congregacionais. A Junta Americana enviou inicialmente quatro missionários, a saber: Newel e
Hale, à Índia; Judson e Rice, se dirigiam ao Extremo Oriente, mas durante a viagem mudaram de
ideia acerca de batismo nas águas, e desligaram-se da Junta Americana. Essa atitude fez com
que se organizasse a sociedade Missionária Batista Americana, e Judson e Rice iniciaram o
trabalho na Birmânia. O exemplo por outras denominações, de modo que depois de alguns anos
cada igreja tinha sua própria junta e seus próprios missionários. Atualmente, quase não há país
na terra que não conheça o Evangelho. Escolas cristãs, hospitais, orfanatos e outras instituições
filantrópicas estão semeadas em todo o mundo pagão, resultantes da obra missionária, e os atos
anuais das diferentes juntas ascendem a muitos milhões de dólares.

102
15. As Assembleias de Deus no Brasil E Em Portugal

De 1910 até os dias atuais

A maior igreja pentecostal de todos os tempos foi fundada a 18 de junho de 1911 na cidade
brasileira de Belém, capital do estado do Pará. Toda a sua história está marcada por fatos
sobrenaturais, acontecimentos evidenciadores da presença do Espírito Santo, o que a coloca como
fiel e digna sucessora da igreja nascida no Dia do Pentecostes.
Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, este ex-pastor da Swedish Baptist Church,
Igreja Batista Sueca, de Menominee, Michigan, EUA, foram os apóstolos tomados por Deus para o
lançamento das primeiras sementes: o Senhor os aproximou por ocasião de uma convenção de
igrejas batistas reavivadas, em Chicago, quando sentiram o chamado para terras distantes. Em
mensagem profética, o Senhor lhes falou, mais tarde, na cidade de South Bend, quando pela primeira
vez ouviram o nome Pará. Consultaram um mapa e souberam, então, que se tratava de uma
Província estado do Brasil. Empreenderam uma jornada em que muitos acontecimentos
surpreendentes se verificaram, constituindo todos eles evidentes provas de que Deus lhes Testava a
fé. A 5 de novembro de 1910, os dois suecos deixaram Nova Iorque, a bordo do navio Clement,
oportunidade em que promoveram a evangelização dos tripulantes e passageiros, registrando-se
algumas decisões para Cristo. A chegada a Belém do Pará deu-se a 19 de novembro.
Alojados no porão da Igreja Batista, na rua Balby n.º 406, permaneciam muitas horas em
orações, suas vidas no altar de Deus. E, tão-logo começaram a falar em língua portuguesa, iniciaram
trabalho evangelístico, enquanto doutrinavam a respeito do batismo com o Espírito Santo. Na
pequena igreja opunham-se alguns, com grande resistência, aos ensinos dos dois missionários. A 8
de junho de 1911, Celina Albuquerque recebia o batismo com o Espírito Santo e, no dia seguinte
Maria Nazaré, sua irmã, tinha a mesma experiência espiritual. Juntamente com elas, outros membros
e congregados foram expulsos do templo e organizavam, a 18 de junho de 1911, na residência de
Henrique Albuquerque, no bairro da Cidade Velha, Belém, a primeira igreja no mundo a adotar a
denominação de Assembleia de Deus. Os outros componentes da igreja recém-fundada foram José
Plácido da Costa, até então Superintendente da Igreja Batista e que veio a ser o primeiro missionário
brasileiro enviado a Portugal em 1913, Manoel Maria Rodrigues, Jerusa Dias Rodrigues, José Batista
de Carvalho, Maria José Batista de Carvalho, Antônio Mendes Garcia, Manoel Dias Rodrigues, Emílio
Dias Rodrigues, Joaquim Silva, Benvinda Silva, Ana Silva, Teresa Silva, Isabel Silva e João
Domingues. Gunnar Vingren foi, então, aclamado pastor da igreja. Sucederam-no os pastores Samuel
Nystron, Nels Julius Nelson, Francisco Pereira do Nascimento, José Pinto Menezes, Alcebíades
Pereira Vasconcelos e Firmino Assunção Gouveia.
Da igreja pioneira de Belém irradiou-se a obra pentecostal a todas as regiões do Brasil, Vindo
a corresponder, a partir de 1960, a 70 por cento no quadro do evangelismo nacional. As Assembleias
de Deus congregam 50 por cento dos evangélicos brasileiros, predominando nas zonas rurais e no
interior, procurando alcançar, sobretudo, as classes sociais mais humildes.
Durante algumas décadas solitárias na aceitação da doutrina pentecostal, as Assembleias de
Deus constituíam uma minoria crueldade perseguida. Nas pequenas cidades, o clero católico romano,
dominante e implacável, contava sempre com o apoio de autoridades arbitrárias que fechavam
templos e agrediam e aprisionavam os membros da igreja. Muitas vezes eram os crentes alvo de
pistoleiros, que feriam e matavam, ocasiões em que costumavam ocorrer impressionantes
interferências divinas. Estas levaram muitos inimigos a se curvarem a Cristo, aceitando a mensagem
da Bíblia Sagrada. Fazendeiros, pequenos comerciantes, operários hostis ao Evangelho foram sendo
tocados pelo poder de Deus e hoje predominam, ao lado dos primeiros profissionais liberais, militares
e funcionários públicos que passam a aceitar que a concessão dos dons espirituais não se
circunscreve aos dos dias apostólicos, mas alcança os homens de todos os séculos, depois que
Jesus prometeu enviar o Consolador.
Dezenas de milhares de membros das igrejas conservadoras batistas, presbiterianas,
metodistas e outras buscam atualmente o batismo com o Espírito Santo e experimentam um
avivamento sem precedentes. Enquanto as denominações tradicionais em sua maioria estacionam ou
decrescem em número de fiéis e de templos, os pentecostais inclusos os avivamentos, como são
conhecidos os não integrantes das Assembleias de Deus crescem em todos os sentidos. As igrejas
que creem nos dons espirituais, e os buscam, constroem dezenas e dezenas de templos, alguns com
capacidade para milhares de pessoas. As Assembleias de Deus se deslocam dos subúrbios e das
fazendas para o centro das grandes cidades.
A igreja pentecostal pioneira, pela sua condição de majoritária, lidera na evangelização, com
dezenas de programas radiofônicos e freqüentes campanhas que reúnem dezenas de milhares de
pessoas em praças e estádios. A obra missionária é também enfatizada em várias igrejas. A

103
Assembleias de Deus em São Cristóvão, Rio de Janeiro, destaca-se neste trabalho. É responsável
pelo envio de missionários a vários países da América do Sul e África. Outras igrejas, como de São
Madureira, RJ; Belém e Brás, bairros da cidade de São Paulo; Santo André, SP; Belém, PA, de
estado do Sul e alguns da região nordeste, também participam do esforço missionário, que se torna a
paixão de muitos homens e mulheres.
Entre os nomes mais expressivos das Assembleias de Deus no passado, aos quais se deve a
obra monumental que elas realizam, então, além dos já aludidos: Adriano Nobre, Absalão Piano,
Almeida Sobrinho, Otto Nelson, Joel Carlson, Clímaco Bueno Aza, Plácido Aristóteles, Josino Galvão,
Bruno Skolimowski, Gustavo Nordlund, Nils Kastberg, Antônio de Rego Barros, José Bezerra
Cavalcânti, Nels J. Nelson, José Pinto de Menezes, José Teixeira Rego, Algot Svenson, Silvino
Silvestre Silva, Antônio Petronilo dos Santos, Waldomiro Martins Ferreira e José Amaro dos Santos.
Na literatura, destacam-se os nomes de Emílio Conde, que durante vários anos dirigiu, como
jornalista, os órgãos de divulgação das Assembleias de Deus no Brasil e representou a igreja em
congresso internacionais, e de O. S. Boyer, o mais prolífero autor pentecostal radicado em terras
brasileiras.
Fato novo e altamente significativo que se registra no meio pentecostal, nos últimos anos, é o
departamento para o aprendizado, para o estudo sistemático da Palavra de Deus. Alguns institutos
passaram a funcionar e outros se organizam e neles jovens de todo o País, ao lado de obreiros
veteranos, que também se despertam para o estudo, capacitam-se a prosseguir, acompanhando a
igreja no seu progresso e nos desafios que se lhe apresentam na hora presente. Mantendo fidelidade
às suas origens de igreja que reconhece ser imprescindível a direção do Espírito Santo, as
Assembleias de Deus conscientizam-se da extraordinária responsabilidade que passaram a Ter como
a maior comunidade pentecostal de todo o mundo.
Segundo informação da Secretária da Junta Executiva das Deliberações da Convenção Geral
das Assembleias de Deus no Brasil, atualmente as Assembleias de Deus no Brasil reúnem
aproximadamente 7 milhões de membros e 3 milhões de congregados.

Joanyr de Oliveira

104
16. Resumo da História do Movimento Pentecostal Em Portugal

O Movimento pentecostal português está ligado, no seu princípio, ao do Brasil nas pessoas
dos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren. Entre os primeiros 18 crentes da primeira
Assembleia de Deus na cidade de Belém do Pará, encontrava-se o português José Plácido da Costa,
que regressa à sua pátria em 1913 para testificar do seu Senhor.
No ano de 1921 outro português é enviado com sustento da Suécia: o irmão José de Matos,
que percorre o país de Norte a Sul estabelecendo contatos e fundando igrejas no Algarve e nas
Beiras. Entretanto chega à cidade do Porto o missionário Daniel Berg, o qual se ajunta com o irmão
José Plácido da Costa para estabelecerem as Assembleias de Deus no Norte de Portugal,
cooperando com eles p missionário Holger Backstrom.
Em Lisboa, onde o Movimento havia posteriormente de tomar maiores proporções, a obra é
iniciada no ano de 1932, pelo missionário sueco Jack Hardstedt, para o que alugou uma velha capela
católica, deixando a igreja cinco anos depois com 18 membros em comunhão. Depois dele veio o
missionário Samuel Nystrom que continuou até fins de 1938, deixando seu lugar ao missionário Tage
Stahlberg com uns 70 membros arrolados. Além da sede havia dois pontos de pregações. Mais tarde
os doutores Bowkers, missionários ingleses, aceitaram o testemunho pentecostal e abriram trabalho
em várias terras. Sempre foi alvo dos missionários abrir igrejas locais, autônomas e independentes de
qualquer influência estrangeiras, estabelecendo um trabalho totalmente português, para o qual Deus
levantou nacionais aptos para o executarem. E assim a Obra desenvolveu-se por todo o País.
Tiveram grande influência no sentido da unificação deste Movimento as anuais, que
começaram em 1939, onde todos os obreiros se reúnem para tratar de assuntos vitais da Vinha do
Senhor. As Escolas Bíblicas, que se seguiram imediatamente, continuam a ser um viveiro para novos
obreiros e cooperadores. Mais tarde fundou-se um Instituto Bíblica, Pastores e outros colaboradores
para a grande Seara.
Onde a cooperação das igrejas se manifesta mais nítida é concernente à Missão interna e
externa. Devido à independência das antigas colônias, os missionários tiveram de retirar-se de
Angola, Moçambique e Timor, mas a Missão conserva laços de amizade fraterna com esses povos
enviando gratuitamente literatura evangélica, e mantendo trabalho missionário nos Açores, Madeira e
República de S. Tomé. Devido ao esforço e vocação missionária desta Assembleias, existem dezenas
de igrejas de expressão portuguesa na África do Sul, Rodésia, Austrália, França, Canadá, e Estados
Unidos da América.
É também notória a obra social, que além da assistência beneficente das igrejas locais, conta
com duas Casas de Repouso para a terceira idade e um orfanato em nível nacional. No presente ano
foi iniciada a obra de auxílio aos drogados e delinquentes – Desafio Jovem Teen Challenge, com a
instalação de um Café Convívio num sítio central de Lisboa e um Centro de Recuperação numa
Quinta adquirida nos arredores da cidade.
Pela rádio do Continente, das Ilhas, Repúblicas de S. Tomé, etc., a mensagem pentecostal
faz-se ouvir semanalmente por gente de variadíssimas raças. O Instituto de Correspondência
Internacional, com sede em Falhões, tem dezenas de milhares de alunos. Não obstante tudo o que
temos visto realizado no nosso meio cremo estar apenas no início de uma Obra gigantesca que Deus
quer fazer entre o povo português. Resta informar que se calcula em 30.000 os crentes batizados e
agregados, incluindo os alunos das Escolas Dominicais. 300 Congregações são servidas por 60
pastores e evangelistas que dedicam todo seu tempo à Obra do Senhor. Cooperam com eles 300
anciões, Evangelistas, Diáconos e Auxiliares. Em cerca de 200 Escolas Dominicais estão a ser
doutrinadas mais de 5.000 crianças.

105
17. Origem E Desenvolvimento Das Assembleias De Deus

O Concílio Geral das Assembleias de Deus na América do Norte surgiu como resultado do
movimento religioso que teve origem no início do presente século, e que se espalhou, mais tarde,
com rapidez, por todo o mundo.
Uma intensa sede espiritual, em razão da qual se efetuaram reuniões de oração entre grupos
de crentes de várias denominações, foi uma das características que se evidenciaram nas igrejas, no
fim do século passado. Como resultado das atividades desses grupos de crentes, produziram-se
avivamentos em vários lugares nos Estados Unidos e na Europa. Caracterizavam-se esses
avivamentos por um intenso fervor de evangelização e um profundo espírito de oração. Da mesma
forma dava-se ênfase aos dons espirituais e à sua operação, inclusive cura divina, e falar em outras
línguas, como sinal da recepção do batismo do Espírito Santo At 2.4.
Predominava também entre eles o zelo missionário baseado na profunda convicção
relacionada com a vinda iminente do Senhor Jesus Cristo e bem assim a consciência da
responsabilidade que cabia aos crentes batizados com o Espírito Santo, no sentido de obedecer à
última ordem de Jesus. A origem do movimento pentecostal não se pode atribuir a determinada
pessoa, pois existem evidências do derramamento simultâneo do Espírito Santo em vários lugares.
Um ministro evangélico chamado Daniel Awrey recebeu o batismo do Espírito Santo, em sua
plenitude pentecostal, em janeiro de 1890, na cidade de Delaware, estado de Ohio, América do Norte.
Um grupo de crentes pentecostais realizou uma convenção em 1897, na Nova Inglaterra. Mais ou
menos na mesma época, manifestou-se um avivamento no estado de Carolina do Norte. No estado
de Tennessee, segundo testemunho de Clara Smith, que mais tarde foi missionária no Egito, havia no
ano de 1900 cerca de quarenta ou cinquenta pessoas batizadas com o Espírito Santo. No mesmo ano
manifestou-se um avivamento pentecostal entre um grupo de crentes de nacionalidade sueca na
cidade de Moorhead, Estado de Minnesota, cujos resultados são notáveis ainda na atualidade.
Muitas das pessoas que participaram desses avivamentos participam, atualmente, do Concílio
Geral das Assembleias de Deus. Contudo, essa organização religiosa deve sua existência
primeiramente ao derramamento do Espírito santo sobre um grupo de crentes sinceros na cidade de
Topeka, estado de Kansas, no ano de 1901. Pequenos grupos de obreiros cristãos, procedentes
desse avivamento, espalharam-se pelos estados de Kansas, Oklahoma, e posteriormente Texas. Foi
assim que se formaram assembleias de crentes, os quais, mais tarde, se reuniram em Concílio Geral.
Um desses grupos iniciou reuniões na cidade de Houston, Texas. Foi ali que W.J. Seymour, pregador
de cor, pertencente ao grupo denominado Santidade, recebeu a mensagem, antes mesmo de ser
batizado com o Espírito Santo. Ele foi convidado a pregar as Boas Novas a um grupo de pessoas de
cor na cidade de Los Angeles, Califórnia. Nessa cidade Seymour pregou a mensagem pentecostal, de
modo que renasceu a fé no coração dos ouvintes, realizando reuniões de oração de intenso fervor.
No mês de abril de 1906, um grupo de crentes recebeu o batismo do Espírito Santo, na cidade de Los
Angeles, acompanhado do falar em outras línguas. Iniciou-se, então a distribuição gratuita de uma
revista, de modo que as notícias se espalharam por toda parte.
Numeroso crentes que sentiam sede espiritual viajaram para a cidade de Los Angeles, a fim
de se inteirarem, pessoalmente, do que estava acontecendo. Muitos daqueles que observaram as
manifestações de caráter divino creram, humilharam-se ante a presença do Deus, e buscaram o
batismo do Espírito Santo. Outros, porém, endureceram os corações e zombaram do que viram. Foi
por meio da palavra oral e escrita que as notícias chegaram a todos os lugares. Simultaneamente
chegavam notícias de que manifestações semelhantes do Espírito Santo aconteceram nas cidades do
leste e do centro dos Estados Unidos, e também no Canadá, Chile, Índia, Noruega e nas Ilhas
Britânicas. Enquanto se realizava um derramamento do Espírito Santo na cidade de Los Angeles,
efetuaram-se, também, reuniões pentecostais nos acampamentos da cidade de Ashdond, próximo de
Duxbury, em Massachussetts. Em ambos os lugares os crentes receberam o batismo do Espírito
Santo, acompanhado do sinal de falar outras línguas. A mensagem pentecostal espalhou-se com tal
rapidez, que recebeu o nome de Movimento. Por essa razão o termo Movimento Pentecostal passou
a designar todos os grupos que enfatizavam a recepção do batismo com o Espírito Santo,
acompanhado do sinal de falar em outras línguas, segundo a inspiração divina. Era inevitável,
contudo, que aparecessem diferentes opiniões acerca das doutrinas e da prática, pois aqueles que
formavam o novo movimento procediam de várias escolas de pensamento religioso.
Além disso, o movimento necessitava de autoridade executiva e de organização central que
determinasse a política a seguir. Em razão dessa necessidade, que era patente a todos, um grupo de
ministros pentecostais representativos decidiu solicitar a formação de um Concílio Geral, segundo o
modelo do Concílio de que se fala no capítulo quinze do livro de Atos dos Apóstolos, a fim de
estabelecer normas acerca dos ensinos e práticas do movimento. O pedido foi feito pelo Rev. E. N.
Bell e por um grupo de associados. O Ver. E. N. Bell exercia as funções de diretor da revista mensal

106
independente denominada Word and Witness Palavra e Testemunho, que se publicava na cidade de
Malvern, Arkansas. Como resposta a essa solicitação, reuniu-se o primeiro Concílio na cidade de Hot
Springs, Arkansas, nos dias 2 a 12 de abril de 1914. A maioria daqueles que apoiaram a convocação
do Concílio procedia dos primeiros grupos pentecostais do centro oeste dos Estados Unidos, e de Los
Angeles.
Participaram do primeiro Concílio cerca de trezentos ministros e delegados, procedentes de
igrejas pentecostais independentes de todo o país. A criação do Concílio não obedecia a um desejo
de organizar um corpo eclesiástico que exercesse jurisdição sobre as igrejas pentecostais livres, mas
somente para estreitar os vínculos da unidade cristã e estabelecer bases bíblicas para a comunhão,
trabalho e atividades em favor da extensão do reino de Cristo. Foi nesses termos que se redigiu uma
declaração de princípios de igualdade, de unidade e de cooperação, garantindo, ao mesmo tempo, os
direitos e a soberania de todas as igrejas locais filiadas ao Concílio, enfatizando os princípios claros
referentes aos laços de comunhão e cooperação que governariam as relações entRE ministros e
entre as congregações. No mês de novembro do mesmo ano 1914, realizou-se o segundo Concílio na
cidade de Chicago. A organização começou a adquirir uma forma mais definida, contudo não se
aprovaram sistemas doutrinários nem dogmas de fé. Resolveu-se, nessa ocasião, que o mais
conveniente seria concordar com o princípio de que as Escrituras em si mesmas constituem regra
suficiente para a fé e a prática, deixando a cada ministros a liberdade de interpretá-las
individualmente.

1. Igreja Assembleia de Deus no Brasil


Gunnar Vingren e Daniel Berg receberam o batismo com Espírito Santo e após uma ampla
troca de informações, experiências e ideias, Daniel Berg e Gunnar Vingren descobriram que Deus os
estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los com a mensagem do
Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para onde seriam enviados.
Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela visita,
quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma mensagem
profética, que eles deveriam partir para pregar o Evangelho e as bênçãos do Avivamento Pentecostal.
O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia aquela localidade.
Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que lhes indicasse onde
o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado do Norte do Brasil. No
início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de origem protestante e do
valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas tradicionais, nosso país era ainda quase que
totalmente católico. A origem das Assembleias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que
varreu o mundo por volta de 1900, início do século 20, especialmente na América do Norte.
Os participantes desse reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que os
discípulos e os seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja
Primitiva Atos cap. 2. Assim, eles foram chamados de pentecostais. Exatamente como os crentes que
estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do século 20 falaram em outras línguas que
não as suas originais quando receberam o batismo no Espírito Santo. Outras manifestações
sobrenaturais tais como profecia, interpretação de línguas, conversões e curas também aconteceram
Atos cap. 2.
Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de
1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento
que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus
Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do Batismo no Espírito
Santo e dos dons espirituais. As igrejas existentes na época – Batista de Belém do Pará,
Presbiteriana, Anglicana e Metodista, ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos
missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino
pentecostal. A irmã Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira
crente a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros
irmãos.
O clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros
curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Resultado:
eles e mais dezenove irmãos acabaram sendo desligados da Igreja Batista. Convictos e resolvidos a
se organizar, fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde, em 1918,
ficou conhecida como Assembleia de Deus.
Em poucas décadas, a Assembleia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde nasceu,
começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes centros urbanos como São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em virtude de seu fenomenal crescimento, os
pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro. De repente, o clero católico

107
despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a tornar-se, no futuro, uma
nação protestante.
A Assembleia de Deus é uma comunidade protestante, segundo os princípios da Reformada
Protestante pregada por Martinho Lutero, no século 16, contra a Igreja Católica. Cremos que qualquer
pessoa pode se dirigir diretamente a Deus baseada na morte de Jesus na cruz. Este é um
relacionamento pessoal e significativo com Jesus. Embora sejamos menos formais em nossa
adoração a Deus do que muitas denominações protestantes, a Assembleia de Deus se identifica com
eles na fundamentação bíblica-doutrinária, com exceção da doutrina pentecostal Hb 4.14-16; 6.20; Ef
2.18.
A Assembleia de Deus é uma igreja evangélica pentecostal que prima pela ortodoxia
doutrinária. Tendo a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, acha-se comprometida com a
evangelização do Brasil e do mundo, conformando-se plenamente com as reivindicações da Grande
Comissão. A doutrina que distingue as Assembleias de Deus de outras igrejas diz respeito ao batismo
no Espírito Santo. As Assembleias de Deus creem que o batismo no Espírito Santo concede aos
crentes vários benefícios como estão registrados no Novo Testamento. Estes incluem poder para
testemunhar e servir aos outros; uma dedicação à obra de Deus; um amor mais intenso por Cristo,
sua Palavra, e pelos perdidos; e o recebimento de dons espirituais At 1.4,8; 8.15-17.
As Assembleias de Deus creem que quando o Espírito Santo é derramado, ele enche o crente
e fala em outras línguas como aconteceu com os 120 crentes no Cenáculo, no Dia de Pentecoste.
Embora esta convicção pentecostal seja distintiva, a Assembleia de Deus não a tem como mais
importante do que as outras doutrinas At 2.4. O seu Credo de Fé realça a salvação pela fé no
sacrifício vicário de Cristo, a atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais e a
bendita esperança na segunda vinda do Senhor Jesus. Consciente de sua missão, a Assembleia de
Deus não prevalece do fato de ter, segundo dados do IBGE Censo 2000, mais de oito milhões de
membros. Apesar de sua força e penetração social, optou por agir profética e sacerdotalmente. Se
por um lado, protesta contra as iniquidades sociais, por outro, não pode descuidar de suas
responsabilidades intercessórias.

2. Sua estrutura Administrativa


As igrejas Assembleias de Deus atuam em cada lugar sem estarem ligadas
administrativamente à uma instituição nacional. A ligação nacional entre as igrejas é feita através dos
seus pastores que são filiados à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil CGADB, com
sede no Rio de Janeiro. Em cada Estado os pastores estão ligados à convenções regionais ou a
ministérios. Essas convenções, em geral, credenciam evangelistas e pastores, cuidam de assuntos
da liderança e de direção das igrejas. Essas convenções operam um tipo de liderança regional entre
a igreja local e a Convenção Geral. A CGADB é dirigida por uma Mesa Diretora, eleita a cada dois
anos numa Assembleia Geral. Para várias áreas de atividades da Assembleia de Deus a CGADB tem
um conselho ou uma comissão. Desta forma, existem o Conselho Administrativo da Casa Publicadora
CPAD, o Conselho de Educação e Cultura Religiosa, o Conselho de Doutrinas, o Conselho Fiscal, o
Conselho de Missões, a Secretaria Nacional de Missões SENAMI, e a Escola de Missões das
Assembleias de Deus EMAD.

3. O Compromisso com a Proclamação da Palavra de Deus


Sendo uma comunidade de fé, serviço e adoração, a Assembleia de Deus não pode furtar-se
às suas obrigações – proclamar o Evangelho de Cristo e promover espiritual, moral e socialmente o
povo de Deus. Somente assim, estaremos nos firmando, definitivamente, como agência do Reino de
Deus. As Assembleias de Deus não são a única igreja. Deus está usando muitos outros para alcançar
o mundo para Ele. Nos cenários brasileiro e mundial somos uma das muitas denominações
comprometidas em conduzir crianças, adolescentes, jovens e adultos a Cristo. Nossa oração nas
Assembleias de Deus é que sejamos usados por Deus para ajudar os perdidos e propiciar um
ambiente onde o Espírito Santo possa realizar sua obra especial na vida dos que creem.

108
18. Resumo Da História Das Assembleias De Deus No Brasil

Daniel Berg e Gunnar Vingren


Pouco tempo depois, Gunnar Vingren participou de uma convenção de igrejas batistas, em
Chicago. Essas igrejas aceitaram o Movimento Pentecostal. Ali ele conheceu outro jovem sueco que
se chamava Daniel Berg. Esse jovem também fora batizado com o Espírito Santo.
Após uma ampla troca de informações, experiências e ideias, Daniel Berg e Gunnar Vingren
descobriram que Deus os estava guiando numa mesma direção, isto é: o Senhor desejava enviá-los
com a mensagem do Evangelho a terras distantes, mas nenhum dos dois sabia exatamente para
onde seriam enviados.
Algum tempo depois, Daniel Berg foi visitar o pastor Vingren em South Bend. Durante aquela
visita, quando participavam de uma reunião de oração, o Senhor lhes falou, através de uma
mensagem profética, que eles deveriam partir para pregar o Evangelho e as bênçãos do Avivamento
Pentecostal. O lugar tinha sido mencionado na profecia: Pará. Nenhum dos presentes conhecia
aquela localidade. Após a oração, os dois jovens foram a uma biblioteca à procura de um mapa que
lhes indicasse onde o Pará estava localizado. Foi quando descobriram que se tratava de um estado
do Norte do Brasil. Extraído do livro História das Assembleias de Deus, Emílio Conde - CPAD

Primeiro Templo da Assembleia de Deus, inaugurado em 08/11/1914

No início do século XX, apesar da presença de imigrantes alemães e suíços de


origem protestante e do valoroso trabalho de missionários de igrejas evangélicas
tradicionais, nosso país era ainda quase que totalmente católico. A origem das
Assembleias de Deus no Brasil está no fogo do reavivamento que varreu o mundo por
volta de 1900, início do século 20, especialmente na América do Norte. Os
participantes desse reavivamento foram cheios do Espírito Santo da mesma forma que
os discípulos e os seguidores de Jesus durante a Festa Judaica do Pentecostes, no início da Igreja
Primitiva Atos cap. 2. Assim, eles foram chamados de pentecostais.
Exatamente como os crentes que estavam no Cenáculo, os precursores do reavivamento do
século 20 falaram em outras línguas que não as suas originais quando receberam o batismo no
Espírito Santo. Outras manifestações sobrenaturais tais como profecia, interpretação de línguas,
conversões e curas também aconteceram Atos cap. 2.
Quando Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará, em 19 de novembro de
1910, ninguém poderia imaginar que aqueles dois jovens suecos estavam para iniciar um movimento
que alteraria profundamente o perfil religioso e até social do Brasil por meio da pregação de Jesus
Cristo como o único e suficiente Salvador da Humanidade e a atualidade do Batismo no Espírito
Santo e dos dons espirituais. As igrejas existentes na época – Batista de Belém do Pará,
Presbiteriana, Anglicana e Metodista, ficaram bastante incomodadas com a nova doutrina dos
missionários, principalmente por causa de alguns irmãos que se mostravam abertos ao ensino
pentecostal. A irmã Celina de Albuquerque, na madrugada do dia 18 de junho de 1911 foi a primeira
crente a receber o batismo no Espírito Santo, o que não demorou a ocorrer também com outros
irmãos.
O clima ficou tenso naquela comunidade, pois um número cada vez maior de membros
curiosos visitava a residência de Berg e Vingren, onde realizavam reuniões de oração. Resultado:
eles e mais dezenove irmãos acabaram sendo desligados da Igreja Batista. Convictos e resolvidos a
se organizar, fundaram a Missão de Fé Apostólica em 18 de junho de 1911, que mais tarde, em 1918,
ficou conhecida como Assembleia de Deus.

Segundo Templo da Assembleia de Deus, em Belém do Pará


Em poucas décadas, a Assembleia de Deus, a partir de Belém do Pará, onde
nasceu, começou a penetrar em todas as vilas e cidades até alcançar os grandes

109
centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em virtude de seu
fenomenal crescimento, os pentecostais começaram a fazer diferença no cenário religioso brasileiro.
De repente, o clero católico despertou para uma possibilidade jamais imaginada: o Brasil poderia vir a
tornar-se, no futuro, uma nação protestante.

O que é a Assembleia de Deus?


A Assembleia de Deus é uma comunidade protestante, segundo os princípios da Reformada
Protestante pregada por Martinho Lutero, no século 16, contra a Igreja Católica. Cremos que qualquer
pessoa pode se dirigir diretamente a Deus baseada na morte de Jesus na cruz. Este é um
relacionamento pessoal e significativo com Jesus. Embora sejamos menos formais em nossa
adoração a Deus do que muitas denominações protestantes, a Assembleia de Deus se identifica com
eles na fundamentação bíblica-doutrinária, com exceção da doutrina pentecostal Hb 4.14-16; 6.20; Ef
2.18.
A Assembleia de Deus é uma igreja evangélica pentecostal que prima pela ortodoxia
doutrinária. Tendo a Bíblia como a sua única regra de fé e prática, acha-se comprometida com a
evangelização do Brasil e do mundo, conformando-se plenamente com as reivindicações da Grande
Comissão. A doutrina que distingue as Assembleias de Deus de outras igrejas diz respeito ao batismo
no Espírito Santo. As Assembleias de Deus creem que o batismo no Espírito Santo concede aos
crentes vários benefícios como estão registrados no Novo Testamento. Estes incluem poder para
testemunhar e servir aos outros; uma dedicação à obra de Deus; um amor mais intenso por Cristo,
sua Palavra, e pelos perdidos; e o recebimento de dons espirituais At 1.4,8; 8.15-17.
As Assembleias de Deus creem que quando o Espírito Santo é derramado, ele enche o crente
e fala em línguas estranhas como aconteceu com os 120 crentes no Cenáculo, no Dia de Pentecoste.
Embora esta convicção pentecostal seja distintiva, a Assembleia de Deus não a tem como mais
importante do que as outras doutrinas Atos 2.4.
O seu Credo de Fé realça a salvação pela fé no sacrifício vicário de Cristo, a atualidade do
batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais e a bendita esperança na segunda vinda do Senhor
Jesus. Consciente de sua missão, a Assembleia de Deus não prevalece do fato de ter, segundo
dados do IBGE Censo 2000, mais de oito milhões de membros. Apesar de sua força e penetração
social, optou por agir profética e sacerdotalmente. Se por um lado, protesta contra as iniquidades
sociais, por outro, não pode descuidar de suas responsabilidades intercessórias.

O que é a CGADB?
Sua estrutura Administrativa / Mesa Diretoria da CGADB
As igrejas Assembleias de Deus atuam em cada lugar sem estarem ligadas
administrativamente à uma instituição nacional. A ligação nacional entre as igrejas é feita através dos
seus pastores que são filiados à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil CGADB, com
sede no Rio de Janeiro.
Em cada Estado os pastores estão ligados à convenções regionais ou a ministérios. Essas
convenções, em geral, credenciam evangelistas e pastores, cuidam de assuntos da liderança e de
direção das igrejas. Essas convenções operam um tipo de liderança regional entre a igreja local e a
Convenção Geral.
A CGADB é dirigida por uma Mesa Diretora, eleita a cada dois anos numa Assembleia Geral.
Para várias áreas de atividades da Assembleia de Deus a CGADB tem um conselho ou uma
comissão. Desta forma, existem o Conselho Administrativo da Casa Publicadora CPAD, o Conselho
de Educação e Cultura Religiosa, o Conselho de Doutrinas, o Conselho Fiscal, o Conselho de
Missões, a Secretaria Nacional de Missões SENAMI, e a Escola de Missões das Assembleias de
Deus EMAD.
Para finalizamos: O livro de Atos dos Apóstolos é um livro do Novo Testamento que não
termina com a última palavra Amém, como são os demais livros do N.T. Sendo Assim a História da
Igreja ainda não terminou, pois fazemos parte desta linda História, que só terminará no
Arrebatamento da Igreja 1 Ts. 4.16,17.
ORA VEM, SENHOR JESUS!

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19. O Credo Da Igreja

O CREDO DA IGREJA
CREMOS:

1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito


Santo Dt. 6.4; Mt. 28.19; Mc. 12.29.
2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a
vida e o caráter cristão 2 Tm. 3.14-17.
3) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua
ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus Is. 7.14;
Rm. 8.34; At. 1.9.
4) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o
arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode
restaurar a Deus Rm. 3.23 e At. 3.19.
5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante
do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos
Céus Jo. 3.3-8.
6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da
alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo
em nosso favor At. 10.43; Rm. 10.13; 3.24-26 e Hb. 7.25; 5.9.
7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus
Cristo Mt. 28.19; Rm. 6.1-6 e Cl. 2.12.
8) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra
expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador
e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do
poder de Cristo Hb. 9.14 e 1 PE. 1.15.
9) No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão
de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade
At. 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7.
10) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua
edificação, conforme sua soberana vontade 1Co. 12.1-12.
11) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira – invisível
ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação;
segunda – visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo
durante mil anos 1 Ts. 4.16,17; 1. Co. 15.51-54; Ap. 20.4; Zc. 14.5 e Jd. 14.
12) Que todos os Cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber a
recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra 1Co. 5.10.
13) No juízo vindouro que recompensará os fieis e condenará os infiéis Ap. 20.11-15.
14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fieis e de tristeza e tormento para os
infiéis Mt. 25.46.

111
Prova de História da Igreja
Alunoa:.........................................................................................................data.........../............./..........

Marque um X na alternativa correta

1. Qual é o documento principal de que dispomos para conhecer as primeiras décadas da


Igreja?

 A Septuaginta
 Os Evangelhos
 Atos dos apóstolos
2. Em que ano ocorreu o Dia de Pentecostes?
 30 d.C.
 40 d.C..
 70 d.C.
3. A onde Martinho Lutero fixou suas teses?
 No seu livro de teses
 Na porta da catedral de Roma
 Na porta da catedral de Wittemberg
4. A onde Cornélio morava quando Pedro pregou-lhe o Evangelho?
 Em Roma
 Em Samaria
 Em Cesareia
5. Em que ano morreu Tiago, irmão do Senhor Jesus?
 Em 62 d.C.
 Em 77 d.C.
 Em 88 d.C.
6. Em que ano ocorreu o primeiro Concilio de Jerusalém?
 Em 50 d.C.
 Em 70 d.C.
 Em 100 d.C.
7. Um grupo de crentes recebeu o batismo com o Espírito Santo, na cidade de Los Angeles,
USA. acompanhado do falar em outras línguas. Quando isto ocorreu?
 No mês de abril de 1900
 No mês de abril de 1906
 No mês de Janeiro de 1850
8. Quais foram os dois fundadores da Igreja Assembleia de Deus no Brasil?
 Daniel Berg e Martinho Lutero
 Daniel Berg e Gunnar Vingren
 Gunnar Vingren e Martinho Lutero
9. Em que ano Daniel Berg e Gunnar Vingren, chegaram a Belém do Pará?
 Em 19 de novembro de 1910
 Em 19 de novembro de 1911
 Em 25 de novembro de 1915
10. Qual era o Nome Primitivo das Assembleias de Deus no Brasil? e que ano foi dado o nome
Assembleia de Deus?
 Foi fundada em 18 de junho de 1911, como Missão de Fé, e mudou em 1918.
 Foi fundada em 18 de junho de 1911, como Missão de Fé Bíblica, e mudou em 1918.
 Foi fundada em 18 de junho de 1911, como Missão de Fé Apostólica, e mudou em 1918.

Observação: Só existe uma alternativa correta em cada questão, e cada questão vale 1 Ponto.

112
A História do Povo
Hebreu
Lição 1
1. Antiga Mesopotâmia

A Mesopotâmia
Nome grego que significa entre rios meso - pótamos - é uma região de interesse histórico e
geográfico mundial. Trata-se de um planalto de origem vulcânica localizado no Oriente Médio,
delimitado entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado pelo atual território do Iraque e terras
próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos.
Inserida na área do Crescente Fértil - de Lua crescente, exatamente por ela ter o formato de
uma Lua crescente e de ter um solo fértil -, uma região do Oriente Médio excelente para a agricultura,
exatamente num local onde a maior parte das terras vizinhas era muito árida para qualquer cultivo, a
Mesopotâmia tem duas regiões geográficas distintas: ao Norte a Alta Mesopotâmia ou Assíria, uma
região bastante montanhosa, desértica, desolada, com escassas pastagens, e ao Sul a Baixa
Mesopotâmia ou Caldeia, muito fértil em função do regime dos rios, que nascem nas montanhas da
Armênia e desaguam separadamente no Golfo Pérsico.

História
A Mesopotâmia é considerada o berço da civilização, já que foi na Baixa Mesopotâmia onde
surgiram as primeiras civilizações por volta do VI milênio a.C. As primeiras cidades foram o resultado
culminante de uma sedentarização da população e de uma revolução agrícola, que se originou
durante a Revolução Neolítica. O homem deixava de ser um coletor que dependia da caça e dos
recursos naturais oferecidos, um a nova forma de domínio do ambiente é uma das causas possíveis
da eclosão urbana na Mesopotâmia.
A partir do III milênio cidades como Lagash, Uma, Kish, Ur, Uruk, Gatium e a região do Elam
se desenvolvem e a atividade comercial entre eles se torna mais intensa. Os templos passam a gerir
a economia e muitos zigurates são construídos.
Porém, Richard Leakey, em seu livro A evolução da Humanidade, relata como Jack Harlan
demonstrou que coletores poderiam ter um armazenamento de alimentos significativo: sua
experiência se deu utilizando uma foice de sílex colhendo trigo e cevada selvagens. Portanto, as
primeiras comunidades que abandonam o nomadismo poderiam ser de caçadores-coletores não
restringindo o sedentarismo unicamente à agricultura ou a domesticação de animais, o que também
se fez importante nesse processo de urbanização.
O surgimento dos primeiros núcleos urbanos na região foi acompanhado do desenvolvimento
de um complexo sistema hidráulico que favorecia a utilização dos pântanos, evitava inundações e
garantia o armazenamento de água para as estações mais secas. Fazia-se necessária a construção
dessas estruturas para manter algum tipo de controle sobre o regime dos rios Tigre e Eufrates. Esses
rios gêmeos, em função do relevo que os envolve, correm de noroeste para sudeste, num sentido
oposto ao rio Nilo, sendo as enchentes na Mesopotâmia muito mais violentas e sem uniformidade e a
regularidade apresentada pelo Nilo. A recompensa - terra para lavrar, água para irrigar, tâmaras para
colher e pastos para a criação - fixou o homem à terra PINSKY, 1994 Somente o trabalho coletivo
permitiu que se pudesse dominar os rios, o homem que se afastava das cidades se afastava das
áreas irrigadas, pondo-se à margem desse processo.
Os mesopotâmicos não se caracterizavam pela construção de uma unidade política. Entre
eles, sempre predominaram os pequenos Estados, que tinham nas cidades seu centro político,
formando as chamadas cidades-Estados. Cada uma delas controlava seu próprio território rural e
pastoril e a própria rede de irrigação. Tinham governo e burocracia próprios e eram independentes.
Mas, em algumas ocasiões, em função das guerras ou alianças entre as cidades, surgiram os
Estados maiores, sempre monárquicos, sendo o poder real caracterizado de origem divina. Porém,
essas alianças eram temporárias. Apesar de independentes politicamente, esses pequenos Estados
mesopotâmicos eram interdependentes na economia, o que gerava um dinâmico processo de trocas.
Segundo Pierre Lévêque o Estado mesopotâmico é, primeiro que tudo, uma cidade, à qual o príncipe
está ligado por estreitos laços; é igualmente uma dinastia, legitimação do seu poder.
Os vestígios arqueológicos são limitados e por isso não se pode definir como a organização
política e social se dava exatamente dentro de algumas dessas primeiras cidades. Uma das fontes de
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referência para o estudo da Mesopotâmia, que não um dos documentos encontrados nas escavações
na região, é a bíblia. Nela se fazem referências as cidades de Ur, Nínive e Babilônia. Muitas das
histórias presentes no Antigo Testamento são possivelmente derivadas de tradições dessa região, por
exemplo, o dilúvio. Os autores da Antigüidade como Heródoto, Beroso, Estrabão e Eusébio também
fazem referências à Mesopotâmia. Por isso ao estudar a Mesopotâmia deve-se atentar para a
construção de uma proto-história baseada em evidências fragmentadas e esparsas, já que as
escavações só se iniciam a partir do século XIX, e ainda hoje muitas lacunas estão expostas.

Povos da Mesopotâmia
A Mesopotâmia foi uma região por onde passavam muitos povos nômades oriundos de
diversas regiões. A terra fértil fez com que alguns desses povos aí se estabelecessem. Do convívio
entre muitas dessas culturas floresceram as sociedades mesopotâmicas. Os povos que ocuparam a
mesopotâmia foram os sumérios, os acádios, os amoritas ou antigos babilônios, os assírios, os
elamitas e os caldeus ou novos babilônios. Como raramente esses Estados atingiam grandes
dimensões territoriais, conclui-se que apesar da identificação econômica, social e cultural entre essas
civilizações, nunca houve um Estado mesopotâmico, mas Estados Mesopotâmicos.

Sumérios e Acadianos antes de 2000 a.C.


Venerador mesopotâmico de 2.750-2.600 a.C. Os sumérios foram provavelmente
os primeiros a habitar o sul da Mesopotâmia. A região foi ocupada em 5000 a.C. pelo povo
sumério, que ali construiu as primeiras cidades de que a humanidade tem conhecimento,
como Ur, Uruk e Lagash. As cidades foram erigidas sobre colinas e fortificadas para que
pudessem ser defendidas da invasão de outros povos que buscavam um melhor lugar
para viver. Sua organização política era semelhante a uma confederação de cidades-Estado,
governadas por um chefe religioso e militar que eram denominados patesi.
Como a maioria dos povos antigos, os sumérios eram politeístas. Porém os deuses serviam
mais para resolver problemas terrenos do que solucionar os problemas que fazem parte após a
morte. Na visão dos sumérios, os deuses tinham comportamentos parecidos com o das pessoas,
praticavam o bem e o mal, e eram muito mais temidos do que amados. Desde o quarto milênio a.C.,
os sumérios realizavam obras de irrigação e utilizavam técnicas de metalurgia do bronze e utilizavam
uma escrita cuneiforme. Sua organização social influenciou muitos povos que os sucederam na
região.
Após um período de domínio dos reis elamitas viviam no sudoeste do atual Irã, os
sumerianos voltaram a gozar de independência. Grupos de nômades, vindos do deserto da Síria,
começaram a penetrar nos territórios ao norte das regiões sumerianas. Conhecidos como acadianos,
dominaram as cidades-estados da Suméria por volta de 2550 a.C.

Amoritas 2000 a.C.-1750 a.C.


No início do segundo milênio a.C., a região da Mesopotâmia constitui-se em um grande e
unificado império que tinha como centro administrativo a cidade da Babilônia, situada nas margens do
rio Eufrates. Os amoritas, povos semitas proveniente da Arábia, edificaram o Primeiro Império
Babilônico. Este povo é conhecido também como antigos babilônicos, o que os diferencia dos
caldeus, fundadores do Segundo Império Babilônico, denominados NEOBABILÔNICOS.
O soberano que mais se destacou foi Hamurabi 1728 a 1686, elaborando leis que ficaram
conhecidas como Código de Hamurabi, que tinha como base um código sumeriano Ur-nammu. O
Código de Hamurabi. O caratér das leis que constituíam o Código de Hamurabiera bastante severo -
a pena era equivalente à falta cometida.
Se um filho agredisse um pai, teria as mãos decepadas. Caso um médico perdesse seu
paciente, responderia pelos seus erros, tendo também as mãos decepadas. Dessa forma, pode-se
dizer que as leis destes governantes se baseavam no príncipio do olho por olho, dente por dente.
Apresenta uma série de penas para delitos domésticos, comerciais, ligados à propriedade, à herança,
à escravidão e a falsas acusações, sempre baseadas na Lei de Talião. Após sua morte, a
Mesopotâmia foi abalada por sucessivas invasões, até a chegada dos assírios.

Assírios 1300 a.C.-612 a.C.


De origem semita, os assírios viviam do pastoreio e habitavam as margens do rio Tigre. A
partir do final do segundo milênio a.C., passaram a se organizar como sociedade altamente militar e
expansionista. Realizaram diversas conquistas e expandiram seu domínio para além da própria
Mesopotâmia, chegando ao Egito. O centro administrativo do império assírio era Nínive. O exército
assírio era um dos mais notáveis da Antigüidade, fato que proporcionou aos assírios o poder de

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conquistar diversos territórios. A cada território o exército aumentava ainda mais por causa do
alistamento obrigatório que esses implementaram. Alguns historiadores acreditam que os assírios
pudessem colocar ate 100 mil soldados em campo. Mesmo com o exército, o império nao conseguiu
se sustentar em grande parte pelo fato de que a maioria da população do império nao gostava do
regime ao qual estavam submissas. Um dos reis que mais se destacou foi Assurbanípal.

Curiosidade
Certa vez, os Assírios iriam destruir completamente um povoado para extrair suas riquezas e
exterminar aquele povo. Sabendo disso, o chefe daquele povoado teve a brilhante ideia de promover
um acordo entre eles. Enviou um mensageiro para propôr o tal acordo que dizia: Se o seu exército
não derramar uma gota de sangue, nós o-entregaremos nossas riquezas. Os Assírios concordaram e
não derramaram uma gota de sangue como haviam prometido, porém se apossaram de toda a
riqueza e enterraram todos completamente vivos.

Caldeus 612 a.C.-539 a.C.


Povo de origem semita que se estabeleceu na Mesopotâmia no início do primeiro milênio a.C.,
os caldeus foram os principais responsáveis pela derrota dos assírios e pela organização do novo
império babilônico. Nabucodonosor foi o soberano mais conhecido dos caldeus. Governou por quase
sessenta anos e após sua morte os persas dominaram o novo império babilônico. O Império dos
caldeus durou pouco, 73 anos, pois foi incorporado ao Império Persa.

Economia e sociedade
Em linhas gerais pode-se dizer que a forma de produção predominante na Mesopotâmia
baseou-se na propriedade coletiva das terras administrada pelos templos e palácios. Os indivíduos só
usufruíam da terra enquanto membros dessas comunidades. Acredita-se que quase todos os meios
de produção estavam sobre o controle do déspota, personificação do Estado, e dos templos. O
templo era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acordo com as necessidades,
alem de proprietário de boa parte das terras: é o que se denomina cidade-templo.
Estudos recentes mostram que, além do setor da economia dos templos e do palácio, havia
um setor privado que participava, também, da economia da cidade-estado. Administradas por uma
corporação de sacerdotes, as terras, que teoricamente eram dos deuses, eram entregues aos
camponeses. Cada família recebia um lote de terra e devia entregar ao templo uma parte da colheita
como pagamento pelo uso útil da terra. Já as propriedades particulares eram cultivadas por
assalariados ou arrendatários.
Entre os sumerianos havia a escravidão, porém o número de escravos era relativamente
pequeno. Em contraste com as cheias regulares e benéficas do Nilo, o fluxo das águas dos rios Tigre
e Eufrates, ao subir à Leste pelos Montes Tauro, é irregular e imprevisível, produzindo condições de
seca em um ano e inundações violentas e destrutivas em outro. Para manter algum tipo de controle,
fazia-se necessário a construção de açudes e canais, alem de complexa organização. A construção
dessas estruturas também era dirigida pelo Estado. O controle dos rios exigia numerosíssima mão-
de-obra, que o governo recrutava, organizava e controlava. As principais atividades econômicas da
Mesopotâmia eram:
A Agricultura. Era base da Economia. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do
terceiro milênio a.C., baseava-se na agricultura de irrigação. Cultivavam trigo, cevada, linho, gergelim
sésamo, de onde extraiam o azeite para alimentação e iluminação, árvores frutíferas, raízes e
legumes. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral de pedra, madeira e barro. O
bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C., porem, a verdadeira revolução
ocorreu com a sua utilização, isto já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado
semeador, a grade e carros de roda;
A Criação de Animais. A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante
desenvolvida;
O Comércio. Os comerciantes eram funcionários a serviço dos templos e do palácio. Apesar
disso, podiam fazer negócios por conta própria. A situação geográfica e a pobreza de matérias primas
favoreceram os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores iam vender seus produtos
e buscar o marfim da Índia, a madeira do Líbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso.
Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes. As transações
comerciais eram feitas na base de troca, criando um padrão de troca inicialmente representado pela
cevada e depois pelos metais que circulavam sobre as mais diversas formas, sem jamais atingir, no
entanto, a forma de moeda. A existência de um comercio muito intenso deu origem a uma
organização economia sólida, que realizava operações como empréstimos a juros, corretagem e
sociedades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas de crédito. O comercio foi uma figura

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importante na sociedade mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil provocou mudanças
significativas, que acabaram por influenciar na desagregação da forma de produção templário-
palaciana dominante na Mesopotâmia.

As 3 principais ciências estudadas foram:


1. A Astronomia. Entre os babilônicos, foi a principal ciência. Notáveis eram os
conhecimentos dos sacerdotes no campo da astronomia, muito ligada e mesmo subordinada a
astrologia. As torres dos templos serviam de observatórios astronômicos. Conheciam as diferenças
entre os planetas e as estrelas e sabiam prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em
meses, os meses em semanas, as semanas em sete dias, os dias em doze horas, as horas em
sessenta minutos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada pelos
mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram origem à astronomia
dos europeus;
2. A Matemática. Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As necessidades do dia-a dia
levaram a certo desenvolvimento da matemática.Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático
sexagesimal baseado no número 60. Eles conheciam os resultados das multiplicações e divisões,
raízes quadradas e raíz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a
serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais divulgaram as
formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos exemplos desnecessárias. Também
dividiram o círculo em 360 graus, elaboraram tábuas correspondentes às tábuas dos logarítimos
atuais e inventaram medidas de comprimento, superfície e capacidade de peso;
3. A Medicina. Os progressos da medicina foram grandes catalogação das plantas
medicinais, por exemplo. Assim como o direito e a matemática, a medicina estava ligada a
adivinhação. Contudo, a medicina não era confundida com a simples magia. Os médicos da
Mesopotâmia, cuja profissão era bastante considerada, não acreditavam que todos os males tinham
origem sobrenatural, já que utilizavam medicamentos à base de plantas e faziam tratamentos
cirúrgicos. Geralmente, o medico trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os demônios, e
recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males.

Letras
Escrita cuneiforme gravada numa escultura do século XXII a.C. Museu do Louvre, Paris. A
linguagem escrita é resultado da necessidade humana de garantir a comunicação e o
desenvolvimento da técnica.
Escrita
A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas,
surgiu ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o
objeto representado expressava uma ideia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios,
que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e
escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma relação com o
objeto representado. As convenções eram conhecidas por eles, os encarregados da linguagem culta,
e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal representava um som. Surgia
assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C., já era utilizado nos registros de
contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry C.
Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de Behistun, na qual estava
gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de comprimento por 7 de altura. A mensagem fora
talhada na pedra pelo rei Dario, e Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita antigo persa,
elamita e acádio - também chamado de assírio ou babilônico. O alemão Georg Friederich
Grotefend e o francês Jules Oppent também se destacaram nos estudos da escrita sumeriana.
Literatura
Era pobre. A que foi encontrada é uma literatura a serviço do poder do Estado, da religião e
dos negócios. Há crônicas sobre os feitos dos governantes e dos deuses, hinos, fábulas, versos, além
de anotações de comerciantes. Tudo isso encontra-se registrado em tábuas de argila, em escritas
cuneiforme, assim denominada porque seus caractere têm forma de cunha. Destacam-se apenas o
Mito da Criação e a Epopeia de Guilgamesh - aventura de amor e coragem desse herói deus, cujo
objetivo era conhecer o amor da imortalidade.
Direito
O Código de Hamurabi, até pouco tempo o primeiro código de leis que se tinha notícia, é uma
compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele apresenta uma diversidade de
procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta gama de crimes. Contém 282 leis,
abrangendo praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo comércio,
propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas acusações e escravidão. Suas

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principais características são: Pena ou Lei de Talião, isto é, olho por olho, dente por dente o
castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele cometido,
desigualdade perante a lei as punições variavam de acordo com a posição social da vitima e do
infrator, divisão da sociedade em classes os homens livres, os escravos e um grupo
intermediário pouco conhecido – os mushkhinum e igualdade de filiação na distribuição da
herança. O Código de Hamurábi reflete a preocupação em disciplinar a vida econômica controle dos
preços, organização dos artesãos, etc. e garantir o regime de propriedade privada da terra. Os
textos jurídicos mesopotâmicos invocavam os deuses da justiça, os mesmos da adivinhação, que
decretavam as leis e presidiam os julgamentos.
Anterior ao Código de Hamurábi tem-se o Código de Ur-Nammu, descoberto em 1952 pelo
assiriólogo e professor Samuel Noah Kromer.
Artes
A Arquitetura. A mais desenvolvida das artes, porém não era tão notável quanto a egípcia.
Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram
considerados cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na região;. O
zigurate, torre piramidial, de base retangular, composto de vários pisos superpostos, formadas por
sucessivos andares, cada um menor que o anterior. Construção característica das cidades-estados
sumerianos. Nas construções, empregavam argilas, ladrilhos e tijolos. Provavelmente só os
sacerdotes tinham acesso à torre, que tanto podia ser um santuário, como um local de observações
astrônomicas. As muralhas construidas por Nabucodonosor eram tão largas, que sobre elas
realizavam-se corridas de carros. Mais famosas foi as portas, cada uma dedicada a uma divindades e
ornamentadas com grandes figuras em relevo. O caminho das procissões e a porta azul de Ishatar
deusa do amor e da fertilidade eram decorados com figuras em cerâmicas esmaltada. A porta
encontra-se no Museu de Berlim, mas suas cores desaparecem.
Escultura e a pintura. Tanto a escultura quanto a pintura eram fundamentalmente decorativas.
A escultura era pobre, representada pelo baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca
e original. Os relevos do palácio de Assurbanipal são obras de artistas excepcionais. A pintura mural
existia em função da arquitetura. Um dos raros testemunhos da pintura mesopotâmica foi
encontrados no Pálacio de Mari, descoberto entre 1933 e 1955. Embora as tintas utilizadas fossem
extremamente vulneráveis ao tempo, nos poucos fragmentos que restaram é possível perceber o seu
brilho e vivacidade. Seus artistas possuíam uma técnica talvez superior à que lhes era permitido
demonstrar.

Leis da frontalidade. Como era preciso colocar figuras tridimensionais, em uma superficíe
bidimensional, a imagem sofria um rígido processo de distorção: onde a cabeça, pernas e pés eram
representados de perfil e o busto de frente.
Música e dança
A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião.
Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de
música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: Glória, louvor tal deus; quero
cantar os louvores de tal deus, seguindo a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele
pode esperar o fiel. Nas cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: aí de nós,
exclamavam eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que
desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos acompanhavam essa recitação e
no corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopeias ua, ui, ua, sucederem-se
em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retoma-la senão quando
todos, em coro tivessem gemido bastante.
A procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as
cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da
cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta diante do vencedor,
precedida de música, enquanto as mulheres do cortejo batem palmas à oriental para compassar a
marcha. Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de guerra, cantos
de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.
A dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é
mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra, de caça, de amor etc.
Danças rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em
Thecheme-Ali, perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa,
cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao vento, executando
uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos festins sagrados tumbas reais de Ur.
Religião

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Lista de deuses em língua suméria a partir da Escrita cuneiforme no século XXIV a.C. Os
deuses, extremamente numerosos, eram representados à imagem e semelhança dos seres humanos.
O sol, a lua, os rios, outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais, também eram
cultuados. Embora cada cidade possuísse seu próprio deus, havia entre os sumérios algumas
divindades aceitas por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o bem e o mal, tanto que
adotavam castigos contra quem não cumpria com as obrigações. O centro da civilização sumeriana
era o templo, a casa dos deuses que governava a cidade, além de centro da acumulação de riqueza.
Ao redor do templo desenvolvia-se a atividade comercial. O sacerdote representava o deus e
combinava poderes políticos e religiosos.
Apenas ao sacerdote era permitida a entrada no templo e dele era a total responsabilidade de
cuidar da adoração aos deuses e fazer com que atendessem as necessidades da comunidade. Os
sacerdotes do templo estavam livres dos trabalhos nos campos, dirigiriam os trabalhos de construção
de canais de irrigação, reservatórios e diques. O deus através dos sacerdotes emprestava aos
camponeses animais, sementes, arados e arrendava os campos. Ao pagar o empréstimo, o devedor
acrescentava a ele uma oferenda de agradecimento. Com a necessidade de controlar os bens
doados aos deuses e prestar contas da administração das riquezas do templo iniciou-se o sistema de
contagem e a escrita cuneiforme. Como exemplo do poder dos deuses em Lagash, o campo era
repartido nas posses de aproximadamente 20 divindades, uma destas, Baú, possui cerca de 3250
hectares, das quais três quartos atribuídos, um em lotes, as famílias singulares, um quarto cultivado
por assalariados, por arrendatários que pagam um sétimo ou um oitavo do produto ou pelo trabalho
gratuito dos outros camponeses. Em seu templo trabalham 21 padeiros auxiliados por 27 escravas,
25 cervejeiros com 6 escravos, 4 mulheres encarregadas do preparo da lã, fiandeiras, tecelãs, um
ferreiro, alem dos funcionários, dos escribas e dos sacerdotes.
A concepção de uma vida além-túmulo era confusa. Acreditavam que os mortos iam para
junto de Nergal, o deus que guardava um reino de onde não se poderia voltar.

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Lição 2
2. História do Egito Antigo

Religião politeísta, Economia, Sociedade, pirâmides, faraós, cultura e ciência dos egípcios, 
escrita hieroglífica, Rio Nilo, história da África, desenvolvimento científico, cultura e arte, resumo

Pirâmides de Gizé no Egito

Introdução 
A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano margens
do rio Nilo entre 3200 a.C unificação do norte e sul a 32 a.C. domínio romano.
Como a região é formada por um deserto Saara, o rio Nilo ganhou uma extrema
importância para os egípcios. O rio era utilizado como via de transporte através de
barcos de mercadorias e pessoas. As águas do rio Nilo também eram utilizadas
para beber, pescar e fertilizar as margens, nas épocas de cheias, favorecendo a
agricultura.
A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó
era a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra.
Sacerdotes, militares e escribas responsáveis pela escrita também ganharam importância na
sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e
pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram
pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água
e comida.  
Hieróglifos: a escrita egípcia. A escrita egípcia também foi algo importante para este povo,
pois permitiu a divulgação de ideias, comunicação e controle de impostos. Existiam duas formas de
escrita: a demótica mais simplificada e a hieroglífica mais complexa e formada por desenhos e
símbolos. As paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do
faraó, rezas e mensagens para espantar possíveis saqueadores. Uma espécie de papel chamado
papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome, também era utilizado para registrar
os textos.
A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura que era realizada,
principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de
mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó
para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas canais de irrigação, pirâmides, templos,
diques.  
A religião egípcia era repleta de mitos e crenças interessantes. Acreditavam na existência de
vários deuses muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado
que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito
realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que
ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus protetor e templos
religiosos em sua homenagem. .
Como acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os
em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo para a vida seguinte. Esta seria definida, segundo
crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus
da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado que tiveram
uma vida de atitudes ruins e para outra vida boa aqueles de coração leve. Muitos animais também
eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam :
chacal esperteza noturna, gato agilidade, carneiro reprodução, jacaré agilidade nos rios e
pântanos, serpente poder de ataque, águia capacidade de voar, escaravelho ligado a
ressurreição.
A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram
conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos.
Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o
funcionamento do corpo humano.

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A Civilização Egípcia

  Múmias, pirâmides monumentais, faraós poderosos e muito


mistério. A civilização egípcia surgiu há mais de 6 mil anos, no vale
do rio Nilo.
Nilo, o coração do Egito
  O rio Nilo nasce na África Central; a chuva que ocorre próxima às
nascentes mantém o rio perene em pleno deserto. De julho a dezembro,
o rio transborda, fertilizando as terras ribeirinhas.

Um grande rio como o Nilo só pode ser aproveitado de forma ampla se houver o esforço
coletivo para o tratamento rápido do solo para o plantio e a construção de canais de irrigação. O
historiador grego Heródoto chamava o Egito de Dádiva do Nilo. A história do Egito pode ser
dividida em Período Pré-Dinástico, com início em 4000 a.C. e término em 3200 a.C., e Período
Dinástico, que termina com a invasão dos persas.
Durante milhares de anos, os povos que ocuparam o vale do Nilo fixaram-se em aldeias. As
aldeias agrupavam-se em unidades de administração independentes, chamadas nomos. O único
chefe, líder político, militar e juiz era conhecido como nomarca. Eventualmente, os nomos
reuniam-se para atender a uma necessidade em comum, geralmente tarefas de interesse coletivo,
como obras junto ao rio Nilo. Com o crescimento da população, os nomos passaram a guerrear
entre si pelas melhores terras. Ao final destes conflitos, que duraram séculos, formaram-se dois
reinos, o Baixo Egito e o Alto Egito. Em 3200 a.C., o rei Menés, do Alto Egito, conquistou o Baixo
Egito, formando um único reino, tornando-se o primeiro faraó.
Dinastia Egípcia
Com a junção dos dois reinos, o faraó passa a usar uma coroa dupla, branca e vermelha,
cores de cada um dos antigos reinos, e portava um cetro, símbolo do poder. O faraó possuía várias
esposas, geralmente parentes, mas apenas a primeira mulher recebia o título de rainha. O Estado
egípcio era baseado na teocracia, um governo em que a classe sacerdotal detém o poder político.
A religião, portanto, era muito importante e o faraó era considerado um deus. O respeito pela
divindade do faraó mantinha o Egito unido. A partir do faraó, a vida egípcia era dividida em uma
hierarquia social:
Nobres: parentes do faraó, comandantes do exército e nomarcas, que passaram a ser, após
a unificação, chefes locais da administração.
Sacerdotes: altamente prestigiados pela população, diziam ter intimidade com os deuses.
Além de seus conhecimentos, possuíam riquezas, pois eram intermediários no processo de
doação às divindades.
Escribas: jovens que recebiam instruções nas escolas do palácio, aprendendo os detalhes
da leitura e escrita de hieróglifos. Tinham também conhecimentos de aritmética, cuidavam dos
trabalhos administrativos e da coleta de impostos. Eram imprescindíveis ao governo do faraó.
Soldados: pouco prestigiados pela população, viviam dos produtos recebidos com os
saques em guerras. No exército egípcio, os soldados estrangeiros recebiam um pedaço de terra
por seus serviços.
Camponeses e artesãos: a base da sociedade egípcia era a atividade agrícola e o trabalho
de marceneiros, pintores, escultores, tecelões e ourives.
Todos trabalhavam para o faraó e sua nobreza, recebendo como pagamento parte da produção.
Como acreditavam na vida após a morte, guardavam parte de seus proventos para o próprio
funeral, não se importando em ter uma vida humilde.
Escravos: prisioneiros de guerra, que trabalhavam em serviços pesados, por exemplo, na
construção de templos, palácios e pirâmides. Em geral, eram bem tratados pelos egípcios em
comparação ao que outros povos faziam com os escravos.
O Antigo Império 3200-2200 a.C.

121
   A fase de maior prosperidade do Antigo Império foi em 2800 a.C. Mênfis tornou-se a capital
do império e foram construídas as famosas pirâmides de Gizé, dedicadas aos faraós Quéops,
Quefrén e Miquerinos.

As pirâmides de Gizé, dos faraós Quéops, Quefrén e Miquerinos


possuíam mastabas, outras pequenas pirâmides, que abrigavam os
corpos dos funcionários mais próximos ao faraó.

  Entre 2400 e 2000 a.C. os nomarcas e a nobreza, descontentes com o poder absoluto do
faraó, provocaram crises políticas e revoltas internas.

O Médio Império 2000-1750 a.C.


   No ano de 2000 a.C., houve um movimento na cidade de Tebas para restauração do poder
faraônico. Com a vitória sobre os nomarcas, o Egito novamente retoma a expansão.

   Tebas torna-se capital do império e o Egito investe nas conquistas militares, ocupando a
Palestina e a Núbia atual Sudão. O Egito sofre invasão dos hicsos, povo asiático que ocupou a
região do delta do Nilo. A vitória dos hicsos deu-se principalmente pelo uso de seus carros de
guerra puxados por cavalos.
   Neste período também chegaram ao Egito os hebreus.
Novo Império 1580-670 a.C.
   Com a expulsão dos hicsos em 1580 a.C. e aproveitando os conhecimentos adquiridos com
eles, houve a invasão da Síria e da Palestina sob o comando de Tutmés III, levando o domínio
egípcio até o rio Eufrates.

   Com as riquezas e os escravos obtidos com conquistas, o Egito atingiu seu apogeu. Os
sacerdotes passaram a ter grande prestígio, ameaçando constantemente o poder dos faraós.
   Ramsés II manteve um governo extremamente militarista. Com sua morte, porém, iniciam-se
disputas internas pelo poder, enfraquecendo o governo e facilitando a ação de invasores.
   No final do século VII a.C., os assírios invadiram o país. A independência egípcia foi
reconquistada com a invasão persa, mas não de forma duradoura. Em 332 a.C., o Egito foi
dominado por Alexandre Magno e em 30 a.C. pelos romanos.

122
3. O Código de Hamurabi

O que é o Código de Hamurabi?


Hamurabi, rei da Babilônia 1792-1750 ou 1730-1685 a.C., criador do império babilônico. O
seu código é uma das leis mais antigas da humanidade e está gravado em uma estela cilíndrica de
diorito, descoberta em Susã e conservada no Louvre.
O Código de Hamurabi protege a propriedade, a família, o trabalho e a vida humana ... O
autor de roubo por arrombamento deveria ser morto e enterrado em frente ao local do fato ... As
penas eram cruéis: jogar no fogo roubo em um incêndio, cravar em uma estaca homicídio
praticado contra o cônjuge, mutilações corporais, cortar a língua, cortar o seio, cortar a orelha,
cortar as mãos, arrancar os olhos e tirar os dentes.  Trecho da obra: Criminologia, do Des. Álvaro
Mayrink da Costa, Ed. Forense, vol. 1, p. 23.
O Código possui 282 artigos e tem como preâmbulo o seguinte texto: Quando o alto Anu, Rei
de Anunaki e Bel, Senhor da Terra e dos céus, determinador dos destinos do mundo, entregou o
governo de toda a humanidade a Marduc; quando foi pronunciado o alto nome da Babilônia; quando
ele a fez famosa no mundo e nela estabeleceu um duradouro reino cujos alicerces tinham a firmeza
do céu e da terra, por esse tempo Anu e Bel me chamaram, a mim Hamurabi, o excelso príncipe, o
adorador dos deuses, para implantar justiça na terra, para destruir os maus e o mal, para prevenir a
opressão do fraco pelo forte, para iluminar o mundo e propiciar o bem estar do povo. Hamurabi,
governador escolhido por Bel, sou eu; eu o que trouxe a abundância à terra; o que fez obra completa
para Nippur e Dirilu; o que deu vida à cidade de Uruk; supriu água com abundância aos seus
habitantes; o que tornou bela a nossa cidade de Brasíppa; o que encelerou grãos para a poderosa
Urash; o que  ajudou o povo em tempo de necessidade; o que estabeleceu a segurança na Babilônia;
o governador do povo, o servo cujos feitos são agradáveis a Anuit.
O capítulo I do Código dedica-se aos Sortilégios, juízo de Deus, falso testemunho,
prevaricação de Juízes. A seguir alguns artigos referentes às penalidades aplicadas, nota-se desde
logo a influência do Talião:
Art. 1º - Se alguém acusa outro, lhe imputa um sortilégio, mas não pode dar prova disso,
aquele que acusou deverá ser morto.
Art. 3º - Se alguém em um processo se apresenta como testemunha de acusação e não prova
o que disse, se o processo importa perda de vida, ele deverá ser morto.
Art. 4º - Se alguém se apresenta como testemunha por grão e dinheiro, deverá suportar a
pena cominada no processo.
No art. 5º está estabelecido que o juiz prolator de uma sentença errada será punido com o
pagamento das custas multiplicadas por 12, e ainda será expulso publicamente de sua cadeira
Art. 15 - Se alguém furta pela porta da cidade um escravo ou uma escrava da Corte, ou
escravo ou escrava de um liberto, deverá ser morto......................................................
Art. 16 - Se alguém acolhe em sua casa um escravo ou escrava fugidos da Corte ou de um
liberto e depois da proclamação pública do mordomo, não apresenta, o dono da casa deverá ser
morto.
Art. 127 - Se alguém difama uma mulher consagrada ou a mulher de um homem livre e não
pode provar, se deverá arrastar esse homem perante o Juiz e tosquiar-lhe a fronte.
Art. 128 - Se alguém toma uma mulher, mas não conclui contrato com ela, essa mulher não é
esposa.
Art. 129 – Se a esposa de alguém é encontrada em contato sexual com um outro, deve-se
amarrá-los e lançá-los n'água, salvo se o marido perdoar à sua mulher e o rei a seu escravo.
Art. 130 – Se alguém viola a mulher que ainda não conheceu homem e vive na casa paterna e
tem contato com ela e é surpreendido, este homem deverá ser morto e a mulher irá livre.

123
Art. 131 – Se a mulher de um homem livre é acusada pelo próprio marido, mas não
surpreendida em contato com outro, ela deverá jurar em nome de Deus e voltar à sua casa.
195. Se um filho espanca seu pai, dever-se-lhe-á decepar as mãos.

Sobre delitos e penas:.


Art. 198 – Se alguém arranca o olho de um liberto, deverá pagar uma mina.
Art. 199 – Se ele arranca um olho de um escravo alheio, ou quebra um osso ao escravo
alheio, deverá pagar a metade do seu preço.
Art. 201 - Se ele partiu os dentes de um liberto, deverá pagar um terço de mina.
Art. 203 - Se um nascido livre espanca um nascido livre de igual condição, deverá pagar uma
mina.
Art. 204 - Se um liberto espanca um liberto, deverá pagar dez siclos.
Art. 209 – Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez siclos pelo
feto.
Art. 210 – Se essa mulher morre, então se deverá matar o filho dele.
Sobre o exercício da Medicina:.........................................................................................
Art. 215 – Se um médico trata alguém de uma grave ferida com a lanceta de bronze e o cura
ou se ele abre a alguém uma incisão com a lanceta de bronze e o olho é salvo, deverá receber dez
siclos.
Art. 218 – Se um médico trata alguém de uma grave ferida com a lanceta de bronze e o mata,
ou lhe abre uma incisão com a lanceta de bronze e o olho fica perdido, dever-se-lhe-á cortar as mãos.
Art. 219 – Se o médico trata o escravo de um liberto de uma ferida grave com a lanceta de
bronze e o mata, deverá dar escravo por escravo.

Sobre o exercício da Engenharia:.


Art. 229 – Se um arquiteto constrói para alguém e não o faz solidamente e a casa que ele
construiu cai e fere de morte o proprietário, esse arquiteto deverá ser morto.
Art. 233 – Se um arquiteto constrói para alguém uma casa e não a leva ao fim, se as paredes
são viciosas, o arquiteto deverá à sua custa consolidar as paredes.
Sobre a navegação:.
Art. 236 – Se alguém freta o seu barco a um bateleiro e este é negligente, mete a pique ou faz
que se perca o barco, o bateleiro deverá ao proprietário barco por barco.
Art. 237 – Se alguém freta um bateleiro e o barco e o provê de trigo, lã, azeite, tâmaras e
qualquer outra coisa que forma a sua carga, se o bateleiro é negligente, mete a pique o barco e faz
que se perca o carregamento, deverá indenizar o barco que fez ir a pique e tudo que ele causou
perda.
Art. 240 – Se um barco a remos investe contra um barco de vela e o põe a pique, o patrão do
barco que foi posto a pique deverá pedir justiça diante de Deus; o patrão do barco a remos, que
meteu a fundo o barco a vela, deverá indenizar o seu barco e tudo quanto se perdeu.

Desta forma termina o Código de Hamurabi:


As justas leis que Hamurabi, o sábio rei, estabeleceu e com as quais deu base estável ao
governo: - Eu sou o governador guardião. Em meu seio trago o povo das terras de Sumer e Acad. em
minha sabedoria eu os refreio, para que o forte não oprima o fraco e para que seja feita justiça à viúva
e ao órfão. Que cada homem oprimido compareça diante de mim, como rei que sou da justiça. Deixai-
o ler a inscrição do meu monumento. Deixai-o atentar nas minhas ponderadas palavras. E possa o
meu monumento iluminá-lo quanto à causa que traz e possa ele compreender o seu caso. Possa ele
folgar o coração exclamado: - Hamurabi é na verdade como um pai para o seu povo; estabeleceu a
prosperidade para sempre e deu um governo puro à terra. Nos dias a virem, por todo tempo futuro,
possa o rei que estiver no trono observar  as palavras da justiça que eu tracei em meu monumento.

124
4. A História do Judaísmo

Os Hebreus têm três Nomes:


1º Hebreus – vem do Tataravô de Abraão?, que tinha o nome de EBER Gn. 10.21.
2° Israelitas – veio na mudança do nome de Jacó para Israel, pelo o Anjo do Senhor Gn. 32.28.
3° Judeus – veio por motivo da tribo de Judá, ser a principal tribo de Israel Mq. 5.2; Mt. 2.1. O

História dos judeus - Livros sagrados - Símbolos e rituais - Festas religiosas


É reconhecida como a primeira religião da humanidade e cronologicamente a primeira das
três religiões oriundas de Abraão, junto com o cristianismo e o islamismo. O judaísmo acredita em um
Deus único, onipotente e onisciente, que criou o mundo e os homens. Esse Deus fez um pacto com
os hebreus, tornando-os o seu povo escolhido, e prometeu-lhes uma terra. O judaísmo possui fortes
características étnicas, nas quais nação e religião se mesclam.
A História dos Judeus
Segundo a Bíblia, Abraão recebe uma revelação de Deus, abandona o politeísmo e muda-se
para Canaã, atual Palestina, em torno de 1800 a.C. De Abraão descendem Isaque e o filho deste
Jacó. Jacó um dia luta com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Seus doze filhos
dão origem às doze tribos do povo judeu. Em 1700 a.C., os hebreus vão para o Egito, onde são
escravizados por 400 anos. Libertam-se por volta de 1300 a. C., liderados por Moisés, descendente
de Abraão, que recebe as tábuas com os Dez Mandamentos no monte Sinai. Por decisão de Deus,
peregrinam no deserto por 40 anos, aguardando a indicação da terra prometida, Canaã.
O rei Davi transforma Jerusalém em centro religioso e seu filho, Salomão, constrói um templo
em seu reinado. Depois de Salomão, as tribos dividem-se em dois Reinos, o de Israel, na Samaria, e
o de Judá, com capital em Jerusalém. Com a cisão, surge a crença na vinda de um messias o
enviado de Deus para restaurar a unidade do povo judeu e a soberania divina sobre o mundo, que
persiste até hoje. O Reino de Israel é devastado em 721 a.C. pelos assírios. Em 586 a.C., o
imperador babilônico Nabucodonosor II invade o Reino de Judá, destrói o Templo de Jerusalém e
deporta a maioria dos habitantes para a Babilônia, iniciando a diáspora judaica
Livros Sagrados - O texto da Bíblia judaica é fixado no final do século I. Divide-se em três
livros: Torá, a escritura sagrada, Os Profetas Neviim e os Escritos Ketuvim. Os judeus acreditam que
a Torá, ou Pentateuco, foi revelada pelo próprio Deus. Ela reúne os livros Gênesis, o Êxodo, o
Levítico, Os Números e o Deuteronômio. A Torá e os Profetas são escritos antes do exílio na
Babilônia; os textos de Os Escritos, depois. No inicio da Era Cristã, as tradições orais são registradas
no Talmude, dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.

No ano 70 d.C., os romanos invadem Jerusalém a cidade é destruída, iniciando o períodos de  


invasões estrangeiras. Depois de serem espalhados por todos os continentes, os judeus começam
a voltar a Palestina. A dispersão só termina em 539 d.C., onde reconstroem a
 independência, interrompidos por região torna-se província de Roma. e arruínam o segundo
templo. Apesar os judeus mantêm a unidade cultural e 1948, com a criação do Estado de Israel.
.
Símbolos e Rituais - Os serviços religiosos judaicos são realizados nos templos, chamados
sinagogas, e conduzidos por um rabino, sacerdote habilitado a comentar textos sagrados. O símbolo
do judaísmo é o menorá, candelabro sagrado com sete braços. Entre suas práticas estão a
circuncisão dos meninos, aos 8 dias de vida, e a iniciação na vida adulta: Bar Mitzvah para os
meninos aos 13 anos e o Bat Mitzvah para as meninas aos 12 anos. Quando reza, um homem judeu
habitualmente cobre a cabeça com a kippa, peça semelhante a uma pequena touca, em sinal de
respeito a Deus. O templo, chamado Sinagoga, é o principal ponto de encontro da comunidade e
abriga sempre uma Arca, armário em que são guardados os pergaminhos sagrados da Torá usados
nas cerimônias.
Festas Religiosas - Elas são definidas por um calendário lunisolar e, por isso, têm datas
móveis. As principais são Purim, Pessach, Shavuót, Rosh Hashaná, Yom Kipur, Sucót, Chanucá e
Simchat Torá. No Purim comemora-se a salvação de um massacre planejado pelo rei persa Assucro.
A Páscoa Pessach celebra a libertação da escravidão egípcia, em 1330 a.C. Shavuót homenageia a
revelação da Torá ao povo de Israel, em aproximadamente 1300 a.C. Rosh Hashaná é o Ano-Novo
dos judeus. A partir de Rosh Hashaná, começam os Dias Temerosos, em que se faz um balanço do
ano terminado. Eles culminam no Yom Kipur, dia do perdão, quando os judeus jejuam 25 horas para
purificar o espírito. Sucót rememora a peregrinação pelo deserto, após a saída do Egito. Chanucá
homenageia a vitória contra o domínio assírio e a restauração do Templo de Jerusalém, no século V
a.C. O Simchat Torá comemora a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.

125
A história dos judeus, Livros sagrados, Símbolos e rituais da religião judaica, Festas
religiosas.

TORÁ: Livro Sagrado do Judaísmo

O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como


crença principal a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um
acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a
terra prometida. Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo, porém é no estado
de Israel que se concentra um grande número de praticantes.

Conhecendo a história do povo judeu. A Bíblia é a referência para entendermos a história


deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 a.C, Abraão recebeu uma sinal
de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã atual Palestina. Isaque, filho de Abraão,
tem um filho chamado Jacó. Este luta, num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado
para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta
de 1700 a.C, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por
aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 a.C. A fuga do Egito
foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40
anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra
prometida, Canaã.
Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho
de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos: Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de
separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o
poder de Deus sobre o mundo.  Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O
imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta
grande parte da população judaica. No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o
templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda
diáspora judaica. Após estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a
religião. Em 1948, o povo judeu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.

Os livros sagrados dos judeus. A Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é


considerado o livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. Fazem parte da Torá: Gênesis, o
Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições
orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.

Rituais e símbolos judaicos. Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de
sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por rabino. O símbolo sagrado do judaísmo
é o memorá, candelabro com sete braços.
Memorá: candelabro sagrado
Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos aos 8 anos de idade e o Bar Mitzvah
que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas aos 12
anos de idade. Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que representa o respeito a Deus no
momento das orações. Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre Deus e o
Povo Judeu. Nesta arca são guardados os pergaminhos sagrados da Torá.

As Festas Judaicas. As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um
calendário lunisolar. As principais são as seguintes: Purim - os judeus comemoram a salvação de um
massacre elaborado pelo rei persa Assucro. Páscoa Pessach - comemora-se a libertação da
escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 a.C.  Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de
Israel, por volta de 1300 a.C. Rosh Hashaná - é comemorado o  Ano-Novo judaico. Yom Kipur -
considerado o dia do perdão. Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito.
Sucót -  refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito.  
Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém.   Simchat
Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.

Contexto Histórico dos Judeus. Os Judeus há aproximadamente 3.000 anos consideram a


Terra de Israel sua pátria como a Terra Santa e a Terra Prometida . A Terra de Israel guarda um
lugar especial nas obrigações religiosas judaicas, incluindo as ruínas do Segundo Templo. É o lugar
onde tanto o Judaísmo e o Cristianismo nasceram, e contêm muitos outros lugares de grande
significância espiritual no Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Uma série de História da antiga Israel

126
e Judá, reinos judaicos e estados existiram interminantemente na região por mais de um milênio até
que o fracasso da Grande Revolta Judaica contra o Império Romano resultou em uma expulsão em
massa dos Judeus de sua terra natal e amada capital, Jerusalém por volta de 25% da população
judaica, ver Destruição de Jerusalém e em Propylä en der Weltgeschichte, ed. Golo Mann.
Após esmagar a Revolta de Bar Kokhba em 135, o Imperador Hadrian renomeou a Província Judeia
para Província Síria Palestina, um nome grego derivado de Filisteia.

Raízes Históricas. Os judeus há aproximadamente 3.000 anos consideram a Terra de Israel


sua pátria — como a Terra Santa e a Terra Prometida. A Terra de Israel guarda um lugar especial nas
obrigações religiosas judaicas, incluindo as ruínas do Primeiro e Segundo Templo. Foi nesta região
que o Judaísmo e o Cristianismo nasceram, milênios atrás, e aqui se encontram ainda hoje muitos
lugares de grande significância espiritual para Judaísmo, Cristianismo e Islã. Uma série de reinos
judaicos e estados existiram intermitantemente na região por mais de um milênio paralelamente aos
fatos bíblicos, consta que foi o fracasso de uma suposta Grande Revolta Judaica contra o Império
Romano que resultou em uma expulsão em massa dos Judeus de sua terra natal e amada capital,
Jerusalém por volta de 25% da população judaica, ver Destruição de Jerusalém e em Propyläen der
Weltgeschichte, ed. Golo Mann. Após esmagar a Revolta de Bar Kokhba em 135, o Imperador
Adriano renomeou a Província Judá e a para Província Síria Palestina, um nome grego derivado de
Filisteia.

Nascimento de Israel. Dispersos pelo mundo há mais de 2400 anos, os judeus depois da
segunda guerra mundial se organizam e elaboram uma doutrina simpática à transferência dos Judeus
da Polônia, Alemanha e Áustria para um país mais livre, embora naturais de nações longínquas, eles
decidem que esse novo lugar deve ser na Cisjordânia, uma estratégica faixa de terras unindo a Ásia à
África que fora recentemente liberta do julgo turco por tribos árabes. Nessa época a Cisjordânia era o
nome oficioso da Palestina que se encontrava ainda administrada por britânicos. Até então uma
região pacata habitado por tribos nômades de árabes e judeus árabes os yahood's como eram
tratados de um momento para o outro viram-se diante de um novo mandatário em substituição aos
ingleses. Conta a história que a ONU ao tomar frente das negociações e de um limitado número de
representantes internacionais diplomaticamente despreparados valeu-se do voto de Minerva de um
conceituado brasileiro a favor da existência de Israel, Embora esquecendo-se totalmente os
interesses dos Palestinos nativos na região, no dia 14 de maio de 1948 o movimento Sionista
proclama a criação do Estado de Israel.

Base para o conflito Árabe-Isralense. O Conflito Israelo-palestino Brasil ou conflito Israelo-


palestiniano Portugal é a designação dada à luta armada entre israelenses e palestinos, sendo parte
de um contexto maior, o conflito árabe-israelense. Seu início de fato remonta ao imediato período do
pós-Segunda Guerra Mundial quando instruídos pelos Aliados inúmeros judeus mudaram-se da
região da Alemanha e Polônia e Áustria na Europa para a região da Terra Prometida por Deus com a
intenção de viverem uma nova fase na milenar Palestina. Isto fez o fluxo migratório para esta região
crescer consideravelmente e logo aumentaram os atritos entre os emigrantes e os administradores
ingleses que dominavam a região, que coincidindo com fim do mandato britânico na Palestina o atrito
transferiu-se aos residentes palestinos que logo transformou-se em uma confrontação militar entre os
povos nativos de direito e os recém-chegados israelenses, povos ricos de cultura mais avançada que
logo dominaram toda a região deram início a existência do Estado de Israel. Ver mais detalhes no
artigo Conflito israelo-palestino.

127
Lição 3
5. História dos Hebreus, Persas E Fenícios

A história dos hebreus, História dos Persas e História dos Fenícios, Religião hebraica
judaísmo, religião e cultura dos persas e fenícios, Zoroastrismo, economia e política.

História do povo Hebreu


Os filhos de Noé foram Sem, Cão e Jafé. Eles foram distribuídos pelos Continentes da Terra.
Jafé foi para Europa. Cão foi para África. Sem foi para Ásia. A linhagem do Messias Cristo foi de Sem.
Veja o gráfico abaixo:

JAFÉ

Europa SEM

Ásia

América

Oceania

CÃO

África

A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras
sagradas, por volta de 1800 a.C, Abraão recebeu um sinal de Deus para abandonar o politeísmo Js
24.2, e para viver em Canaã atual Palestina. Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó.
Este luta, num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos
de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo hebreu. Por volta de 1800 a.C, o povo
hebreu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 430 anos Êx.
12.40. A libertação do povo hebreu ocorreu por volta de 1400 a.C. A fuga do Egito foi comandada por
Moisés, que recebeu as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficaram
peregrinando pelo deserto, até receberem um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida,
Canaã.

Moisés recebendo as tábuas dos Dez Mandamentos


Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão,
filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos: Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento
de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o
poder de Deus sobre o mundo. Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O
imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta
grande parte da população judaica.
No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século
seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes
episódios, os hebreus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo
hebreu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.

História dos Persas


Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a região da Pérsia atual Irã.
Este povo dedicou-se muito ao comércio, fazendo desta atividade sua principal fonte econômica. A
política era toda dominada e feita pelo imperador, soberano absoluto que mandava em tudo e em
todos. O rei era considerado um deus, desta forma, o poder era de direito divino. Ciro, o grande, foi o

128
mais importante imperador dos medos e persas. Durante seu governo 560 a.C - 529 a.C , os persas
conquistaram vários territórios, quase sempre através de guerras. Em 539 a.C, conquistou a
Babilônia, levando o império de Helesponto até as fronteiras da Índia.

Ciro, o grande: imperador Persa


A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou Masdeísmo, criada em
homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o profeta e líder espiritual criador da religião.

História dos Fenícios


A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano. No aspecto
econômico, este povo dedicou-se e obteve muito sucesso no comércio marítimo. Mantinha contatos
comerciais com vários povos da região do Oriente. As cidades fenícias que mais de desenvolveram
na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.

Relevo de um barco fenício


A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cada cidade possuía seu deus
baal = senhor. Acreditavam que através do sacrifício de animais e de seres humanos podiam diminuir
a ira dos deuses. Por isso, praticavam esses rituais com certa freqüência, principalmente antes de
momentos importantes.

Quem são os HEBREUS?


Os Hebreus são semitas que viviam em tribos nômades, conduzidas por chefes. Eles
atravessam a Palestina na época de Hamurabi, penetram no Egito, retornam o Êxodo à Palestina e
instalam-se aí entre os Hititas e os Egípcios, provavelmente nos inícios do século XII. O Êxodo, fuga
do povo hebreu da perseguição e da escravidão faraônica no Egito, foi comandado por Moisés,
grande líder e legislador. Veja figura acima. A época em que viveu Moisés, assim como o período
histórico do Êxodo, ainda é um problema para os historiadores. Uma corrente defende que o faraó
opressor dos hebreus teria sido Ramsés II e o faraó do êxodo, seu sucessor Menephtah, por volta de
1230 a.C.
O direito hebraico é um direito religioso. Religião monoteísta, muito diferente dos politeísmos
que a rodeavam na antiguidade. Religião que, através do cristianismo que dela deriva, exerceu uma
profunda influência no Ocidente. O direito é dado por Deus ao  seu povo.  O direito é desde logo
imutável; só Deus o pode modificar, ideia que reencontraremos no direito canônico e no direito
mulçumano. Os intérpretes, mais especialmente os rabinos, podem  interpretá-lo para o adaptar à
evolução social; no entanto, eles nunca o podem modificar. Há uma espécie de  aliança entre Deus e
o povo que ele escolheu; o Decálogo ditado a Moisés é a Aliança do Sinai, o Código da Aliança de
Jeová; o Deuteronômio é também uma forma de aliança.
A Bíblia é um livro sagrado; contém a Lei revelada por Deus aos Israelitas. Compreende na
sua parte pré-cristã, isto é, o Antigo Testamento três grupos de livros. O Pentateuco tem para os
Judeus o nome de Tora, quer dizer, a lei escrita revelada por Deus; ela é atribuída, segundo a
tradição judia, a Moisés, donde a sua denominação usual de Leis de Moisés. Compõe-se de Cinco
Livros: Génese a Criação, a vida dos patriarcas; o Êxodo estadia no Egito e volta à Canaã; o Levítico
livro de prescrições religiosas e culturais; os Números sobretudo a organização da força material; o
Deuteronômio, complemento dos  quatro precedentes; os Profetas que diz respeito, sobretudo, à
história; os Hagiógrafos sobretudo, costumes e instituições.
O Código da Aliança, conservado no Êxodo XX, 22, a XXIII, 33; pela sua forma e pelo seu
fundo, tem um texto que se assemelha às codificações mesopotâmicas e hititas, nomeadamente ao
Código de Hamurabi. A Tora conservou uma autoridade considerável, mesmo nos nossos dias;
qualquer interpretação do direito hebraico apoia-se num versículo  da Bíblia. A Bíblia, além de fonte
formal de direito, também ainda é a principal fonte histórica para conhecimento do povo hebreu.
Conforme se deduz da leitura do Levítico, o apedrejamento era o modo ordinário de se aplicar
a pena capital, prescrita pela lei dos hebreus: Fala aos filhos de Israel nestes termos: quem ultraja o
seu Deus, suportará o castigo do seu delito. Aquele que proferir blasfêmias contra o nome do Senhor,
será punido com a morte e toda a congregação o apedrejará. Quer seja estrangeiro, quer seja natural
do país, se proferir blasfêmias contra o nome do Senhor, será punido com a morte 24:15,16.
Os hebreus arrancavam todas as roupas do condenado á lapidação, exceto uma faixa, que
lhe cingia os rins. Depois a primeira testemunha o arremessava ao solo, do alto de um   tablado com
dez pés de altura. E a segunda  testemunha, lançando uma pedra, queria atingi-lo no peito, bem
acima do coração. Se este ato não lhe desse a morte, as outras pessoas ali presentes o cobriam de
pedradas, até o momento da morte do condenado. Cumprida a sentença, o cadáver era queimado ou
dependurado numa árvore. Uma testemunha apenas não leva à pena de morte: Todo homem que

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matar outro, será morto, ouvidas as testemunhas, mas uma só testemunha não pode em seu
depoimento condenar. Nm. 35:30.
A lei mosaica também condenava a serem lapidados os que não guardavam o dia de sábado.
O Números é o livro da Bíblia que relata a história do povo hebreu, desde os episódios do monte Sinai
até o começo de sua fixação na terra prometida, mas é também uma obra onde aparece, de modo
eloquente, toda a severidade de Moisés na aplicação da pena de morte: Durante a sua permanência
no deserto, os filhos de Israel encontraram um homem a apanhar lenha, em dia de sábado. Os que o
encontraram a apanhar lenha, conduziram-no à presença de Moisés e de Arão, diante de toda a
congregação. Colocaram em prisão, porque não fora ainda declarado o que se lhe deveria fazer.
Então o Senhor disse a Moisés: Esse homem deve ser punido com a morte, toda a congregação o
apedrejará fora do acampamento. E toda a congregação o levou para fora do acampamento,
apedrejando-o até morrer, como o Senhor tinha ordenado a Moisés Nm 15:32-36
Outra forma de aplicar a pena de morte era o enforcamento, também descrito em Números:
Quando os israelitas se estabeleceram em Sitim, perto das fronteiras de Jericó, eles cometeram os
maiores excessos sexuais com as mulheres da terra de Moab. Ajoelharam-se diante dos ídolos
dessas mulheres e renderam culto a Baal-Fagor ou Baal-Peor, o deus da luxúria. Por causa disso,
segundo informa o livro Números, a cólera do Senhor inflamou-se sobre Israel. E  o Altíssimo ordenou
a Moisés: Reúna todos os chefes do povo e manda-os enforcar, perante o Sol, em nome do Senhor,
para que a ira divina se afaste de Israel; Então Moisés disse aos juízes de Israel: Mate cada um os
seus homens que se juntaram a Baal-Peor. Num 25:1-5.

130
6. A Saída Do Povo De Israel Do Egito

Quem foi RAMSÉS III?

Ramsés III foi rei do Egito durante os anos de 1182 à 1151 a.c., 20ª Dinastia. Como o último
dos grandes reis do Egito antigo, líder militar, passou boa parte do seu reinado defendendo o Egito de
invasores e perto do fim de seu reinado sofreu algumas conspirações.
No Egito antigo cabia ao faraó  o papel principal na confecção das leis, embora não se tenha
até hoje encontrado qualquer código, a exemplo do Código de Hamurabi, todos os conhecimentos
relativos à administração da justiça daquele povo são oriundos do trabalho dos historiadores Como
nas demais civilizações daquela época, havia a pena de morte, a qual era aplicada por diversos
modos: crocodilos, estrangulamento, decapitação, fogueira, embalsamamento em vida, empalação,
etc. Vários daqueles que conspiraram contra Ramsés III foram condenados à morte: Condenados a
serem colocados sobre a madeira, segundo o que ficou registrado; ficando a dúvida entre os
historiadores se esses condenados foram empalados suplício antigo, que consistia em espetar o
condenado em uma estaca, pelo ânus, deixando-o assim até morrer, ou se foram amarrados em um
poste até que a morte sobreviesse.
A mutilação também era uma pena muito aplicada na época e os órgãos afetados por essa
pena cruel eram: o nariz, os olhos, as mãos e a língua. Havia também penas de trabalhos forçados
nas fronteiras do país, nas colônias ou nas pedreiras; a multa, a bastonada, etc.

Pintura na antiga cidade de Tebas, da rainha de Ramsés III


No período final do reinado de Ramsés III foi marcado pelas variadas conspirações. Em um
papiro conhecido por Papiro Judicial de Turim, os envolvidos na conspiração ocorrida no harém foram
oficiais seniores do palácio, mulheres, guardas, porteiros, o chefe do Tesouro, o comandante das
tropas do sul, o comandante do exército, o diretor da Biblioteca Religiosa, o sumo sacerdote de
Sekhmet e outros eclesiásticos importantes. Nesse grande processo do Estado, é de se notar que
havia prejulgamentos que alteravam os nomes dos acusados. Assim, um homem supostamente
chamado de Rá-O-Ama surge no registro de Mesed-su-Rá como Rá-O-Odeia; outros acusados,
considerados culpados e já julgados aparecem como Pai-Bak-Kamem, Esse Escravo Cego, Pen-
Huy-Bin, Ele, o do Grito Terrível, Bin-Em-Waset, O Malévolo de Tebas e Pa-Re-Kamenef, Rá Irá
Cegá-lo. Tais nomes criminais significavam a transformação do caráter do acusado e indicavam suas
punições. Alguns eram tornados cegos e enviados como escravos para trabalhar nas pedreiras;
outros, segundo os registros, tinham orelhas e narizes cortados. Aqueles cujos nomes significavam
que eles odiavam os deuses tinham que ser executados. Um foi deixado talvez trancafiado, e diz-se
que teria cometido suicídio. Um outro acusado, anônimo, foi somente severamente repreendido
com palavras terríveis, mas nenhuma penalidade foi dada a ele.

O ÊXODO

A Aliança e o Povo de Deus / Deus Conduz o Seu Povo


A palavra Êxodo significa Saída. Após tal façanha os Israelitas se inflamam com a grandeza
do acontecido e junto com Moisés, com o acompanhamento de sua irmã Maria e todas mulheres,
entoaram e dançaram um poema tal como é muito comum ainda no Oriente Médio Êx 15,1-21.
Entoam um canto a Iahweh reconhecendo Seu Poder e Soberania, bem como a força do Seu Espírito
sopro, entre todos os deuses, como se fora um Hino da Independência, mencionando sua
santidade, forma de caracterizar biblicamente a transcendência de Deus, separado e distinto dos
seres que criou e tendo sobre eles ainda pleno domínio:
Ao sopro das tuas narinas amontoaram-se as águas, as correntes pararam como montão; os
abismos coalharam-se no coração do mar. O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei, repartirei os
despojos; deles se satisfará a minha alma; arrancarei a minha espada, a minha mão os destruirá.
Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu; afundaram-se como chumbo em águas profundas.
Quem entre os deuses é como tu, ó Senhor? Quem é como tu poderoso em santidade, admirável em
louvores, operando maravilhas? Estendeste a mão direita, e a terra os tragou. Êx 15,8-12.
Realçam a misericórdia de Deus libertando e conduzindo o Povo de Israel para a Terra
Prometida, aqui referenciada com uma frase que fora introduzida no poema para esclarecimento
tempos depois. Isso aconteceu quando se assumiu a posse dela, nela residindo e estabelecido, já
com uma organização ritual do Templo, aqui denominado de santuário, e tendo sido derrotados e
dominados os pagãos ou gentios tal como se lê: Na tua bondade guiaste o povo que remiste; na tua
força o conduziste à tua santa habitação. Os povos ouviram e estremeceram; dores apoderaram-se
dos habitantes da Filisteia. Então os príncipes de Edom se pasmaram; dos poderosos de Moab

131
apoderou-se um tremor; derreteram-se todos os habitantes de Canaã. Sobre eles caiu medo, e pavor;
pela grandeza do teu braço emudeceram como uma pedra, até que o teu povo passasse, ó Senhor,
até que passasse este povo que adquiriste. Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua
herança, no lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste para a tua habitação, no santuário, ó Senhor, que as
tuas mãos estabeleceram. O Senhor reinará eterna e perpetuamente Êx 15,13-18.
Não se pode deixar de registrar essa inclusão de esclarecimentos com fatos ocorridos no
futuro que mostra algo muito comum na confecção das Escrituras Sagradas e que muitas das vezes
confunde o estudioso. Um exemplo claro disso foi a frase usada na narrativa da saída do Egito em
que se diz que Deus levou-os não pelo caminho habitual da terra dos filisteus Êx 13,17, sabendo-se
que a esse tempo os filisteus ainda não habitavam na Palestina. Narra-se o acontecimento com a
cultura e os conhecimentos que se tem na ocasião da narrativa e não conforme a ocasião em que
aconteceram realmente. Também, costuma o narrador mesclar algum versículo estranho ao contexto
e fora do assunto, tal como nesse poema, acrescentado muito tempo depois, trechos fora de lugar e
entrecortados por uma espécie de parêntesis, destinados à satisfação de algum esclarecimento
exigido por tradição oral distinta da narrada. Neste ponto parece que se extravia do assunto para
outro aspecto da viagem, abrindo-se uma espécie de parêntesis, dizendo:
Depois Moisés fez partir a Israel do Mar Vermelho, e saíram para o deserto de Sur;
caminharam três dias no deserto, e não acharam água. E chegaram a Mara, mas não podiam beber
das suas águas, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra
Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe
uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram doces. Ali Deus lhes deu um estatuto
e uma ordenança, e ali os provou, dizendo: Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e
fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e
guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre
os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara. Então vieram a Elim, onde havia doze fontes de
água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas, acamparam Êx 15,22-27. O povo hebreu saiu do
Egito por volta do ano 1400 a.C.
Não se pode deixar de lado e esquecer a presença na vida humana das consequências do
pecado e se manifestar sempre, mesmo com os eleitos, os escolhidos por Deus para uma missão.
Deus usa delas para os amadurecer, prova-los Êx 15,25, em outras palavras mais adequadas à
realidade, tempera-los ou mesmo prepara-los, para aquilo que deles espera; pois, já os conhece
bem e não necessita submeter ninguém à prova, para saber com quem lida 1 Sm 16,7; 11,20; Jó
10,4; Jr 17,10; Is 55,8-9; Jo 2,25. Também não se pode deixar de lado que a Bíblia não é um livro
especializado em História ou em Psicologia ou em qualquer ciência e que o centro gravitacional dela
é a fé em Iahweh. Além de tudo isso não se pode analisar um fato do passado apressadamente sem
considerar o situação real do acontecimento, ou com a cultura atual. Principalmente ainda pelo fato
de que a Bíblia teria sido escrita não para o homem atual mas para os israelitas daquele tempo e a
disposição lógica dos fatos do que se narra se adequava a eles, com a sua cultura e modo de
raciocinar. As narrativas daquele tempo nem sempre se identificam ao sistema atual de relatar fatos
ou acontecimentos nem seguem a mesma ordem lógica ou cronológica.
Tomando-se em consideração todos esses fatores pode-se agora examinar o que se refere ao
clima originário entre os israelitas por causa da falta de água. Tudo indica que a reclamação teria sido
séria e até mesmo quase próxima ao desespero. Mas, é isso mesmo que soe acontecer a um povo
sedentário que de uma hora para outra vai às pressas para a vida nômade, completamente
despreparado para ela. Na realidade vivia no Egito na amargura de uma servidão, mas tinham água
para beber e comida com a fartura necessária para manter-se e a própria família. Não era um regime
de escravidão plena como se pensa e muitas vezes se propaga, mas um sistema econômico que
reduziu todo o povo a um regime de servidão semelhante ao que se denomina corveia, onde não
lhes faltava o alimento necessário à subsistência, para manter o ritmo do trabalho e da produção Êx
14,12; 16,3.
Agora, porém, sem esse conforto, caminhando errante num deserto com todos os familiares,
expostos a toda a sorte de intempéries, tendo que encontrar uma fonte de água para se dessedentar,
com o pão ainda sem o fermento mal preparado e agora esgotado, sem mais alimentos e não
conhecendo ainda a vida no deserto, é muito natural que se desesperem. De novo se observa que
não desertaram, procuraram Moisés e Aarão e reclamaram. É essa transformação de vida que o
narrador quer mostrar e a situação em que se encontravam, demonstrando pelo resultado alcançado
que não houve uma sedição propriamente dita, mas uma situação de emergência contornada da qual
o povo saiu amadurecido e preparado para o prosseguimento da peregrinação em busca da
consumação da Promessa da Terra Prometida que apenas se iniciava. Deus os prepara desde já e tal
como com os Patriarcas pelo sofrimento, pelo que recebem de Deus a aprovação: Ali Deus lhes deu
um estatuto e uma ordenança, e ali os provou, dizendo: Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu

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Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e
guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre
os egípcios; porque eu sou o Senhor que te cura Êx 15,25-26.
Essas palavras não se aplicariam a um povo rebelde que tivesse realmente se revoltado
contra Deus. Recorreram a quem deveriam recorrer e pelo fato da prática adquirida por Moisés da
vida no deserto, onde aprendeu os seus segredos e as condições necessárias para a sobrevivência
nele e nas mais adversas, foi tudo solucionado. É que o Povo de Israel seguia o mesmo trajeto, que
lhe era muito familiar, até atingir o Monte Sinai, onde Deus lhe aparecera e onde apascentava o
rebanho de seu sogro Êx 3,1. No local onde Deus seria adorado Êx 3,12 quando fosse libertado,
comprovando-se assim o cumprimento da promessa de Deus de libertá-lo, em que acreditavam, ele e
o Povo. Por causa disso é que Moisés soube que tipo de madeira colocar na água para a adoçar.
Aqui é que não se pode analisar como se fora uma narração comum, mas deve-se levar em conta a
fé, já que tanto a água amarga como seu adoçante é como que figuras das muitas dificuldades
encontradas trazendo o amadurecimento dos israelitas no contato com a vida selvagem e rude: Então
vieram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali, junto das águas,
acamparam Êx 15,27.
Quando muitas vezes não se entende o que se lê na Bíblia é que foi deixado de lado o sentido
religioso que, por excelência, foi escrito com primazia. Também, o Povo Israelita não era apenas um
amontoado de pessoas com costumes, sentimentos, ambições, história e normas comuns, mas um
povo organizado em torno de uma religião comum, centro irradiador de todos os demais elementos
constitutivos de sua realidade. Então o significado imediato do versículo acima transcrito não se limita
a um relato apenas cronológico ou sequencial da peregrinação. É que as doze fontes são como que
representação das doze tribos dos filhos de Israel, frutos das setenta pessoas que desceram ao Egito
Êx 1,5; Gn 46,27, representadas pelas setenta palmeiras, onde fertilmente se proliferaram e
acamparam junto das águas rio Nilo, qual seja de seu Senhor, recebem a Sua Bênção, a fonte da
fecundidade, motivo da grande proliferação dos Filhos de Israel Êx 1,7.12.
Inegavelmente a libertação do Povo de Israel do Egito é um mistério insondável. Por isso,
muitas das vezes se diz que aquelas pragas não passaram de fenômenos naturais elevados ao grau
máximo pelo nacionalismo e que seriam lendas. Porém, com a passagem do Mar Vermelho, não se
tem outro recurso e não se pode deixar de reconhecer a presença ativa de Deus que o liberta. Da
mesma forma se diz das águas amargas que Moisés adoçou com um pedaço de madeira Êx 15,23-
24, do fenômeno das codornizes atravessando o mar em busca de terra firme Êx 16,13 com que se
fartaram de carne e da água do rochedo Êx 17,1-7 com que saciaram a sede; e, também, quando se
esbarra com o Maná, impõe-se o reconhecimento da mesma presença ativa de Deus Êx 16,9-35:
Depois disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à presença
do Senhor, porque ele ouviu as vossas murmurações. E quando Aarão falou a toda a congregação
dos filhos de Israel, estes olharam para o deserto, e eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem
Êx 16,9-10.
São relatos do que a vida dura no deserto esculpiu na personalidade e no caráter do Povo de
Deus amadurecendo-o para a envergadura da missão que o aguardava assumindo a Aliança de
Abraão, Isaac e Jacó. Deus levou-o com uma pedagogia apropriada à tomada de consciência de sua
tarefa de Povo Primogênito, as primícias da fecundidade do Senhor Gn 49,3, sustentado e
alimentado pelo próprio Deus, com o Maná, figura da Eucaristia, do mesmo modo que irá alimentar o
Povo da Nova Aliança com o Corpo e Sangue de Seu Filho: Ora, os filhos de Israel comeram o maná
quarenta anos, até que chegaram a uma terra habitada; comeram o maná até que chegaram aos
termos da terra de Canaã Êx 16,35. A significação messiânica desses fenômenos religiosos será
constatada de várias formas, tal como fez São Paulo 1 Co 10,1-4, quando se cumprirem em Jesus
Mt 5,17, destacando-se o Maná: Pois não quero, irmãos, que ignoreis que nossos pais estiveram
todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar; e, na nuvem e no mar, todos foram batizados
em Moisés, e todos comeram do mesmo alimento espiritual; e beberam todos da mesma bebida
espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os acompanhava; e a pedra era Cristo 1 Co 10,1-4. 

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7. A Monarquia dos Hebreus

A Bíblia é a fonte por excelência para o conhecimento da História do povo Hebreu, apesar de
não se tratar de uma literatura que corresponda ao conceito de história contemporâneo, pois o
historiador hebreu só se interessava pelo passado em função do presente e mesmo do futuro, as
mensagens messiânicas dominam toda a narrativa bíblica. O apogeu do reino de Israel situava-se na
época de Davi 1029/1015? – 975/960? a.C., segundo rei de Israel e sucessor de Saul. É um reinado
assinalado por ações militares. O rei-profeta conquista Jerusalém tornando-a capital política e
religiosa do povo de Israel; luta contra os filisteus, amonitas, arameus, moabitas e edomitas. A zona
de influência do poderio de Davi estendia-se desde o Mar Vermelho até as cercanias do Eufrades.
Para manter essa influência, o soberano organizou um exército no qual existiam numerosos
mercenários estrangeiros.

Estátua do Rei Davi


Como os demais povos do Oriente, os hebreus possuíam escravos. A lei mosaica não instituiu
a escravidão, pois a mesma já existia desde a época dos patriarcas. Distinguiam-se entre os hebreus
duas classes de escravos: o escravo hebreu e o estrangeiro. No Direito Penal dos hebreus havia mais
humanidade e igualdade, além da religiosidade, do que no  direito dos demais povos do Oriente
Próximo, e os delitos podiam ser classificados em: Delitos contra a Divindade; Delitos praticados pelo
homem contra o seu semelhante; Delitos contra a honestidade; Delitos contra a propriedade; e Delitos
contra a honra.
Quanto ao homicídio, a Bíblia distingue o voluntário do involuntário, aquele punido com a
morte após um processo que houvesse, ao menos, duas testemunhas. E esse, o involuntário, não era
punido com a morte: o acusado podia buscar refúgio em cidades escolhidas como asilos. O
infanticídio era punido com a morte, as lesões corporais se puniam com a indenização, pagando-se o
tempo que a vítima perdera e as despesas com remédio. O crime de adultério, delito contra a
honestidade, era punido, de regra, com a morte de ambos adúlteros. Os delitos contra a propriedade
eram punidos com penas pecuniárias.
Havia diversas maneiras de ser executada a pena  capital: lapidação, morte pelo fogo,
decaptação etc... A lapidação era a forma mais comum. A fogueira era mais rara, foi aplicada aos
incestuosos e à filha do sacerdote, ré do crime de fornicação Lv 20,14;21;9. Também encontramos
entre os hebreus as penas de flagelação, prisão, internação, anátema, pena pecuniária e, finalmente,
a pena de Talião. A flagelação consistia em estender no chão ou amarrado a uma coluna o culpado
que era batido com varas. Não deviam, porém, dar-lhe mais de quarenta golpes e a presença do juiz
era indispensável Dt 25,1-3.
O anátema era a ex-comunhão, constituía-se em uma verdadeira morte civil do culpado,
aplicada aos atentados contra os princípios religiosos mais importantes. A prisão servia para o réu
aguardar o julgamento ou a aplicação imediata de outra pena.
A história da sucessão do trono por Davi 2 Sm 2,9-20, 1 Rs 1,2, quando este tinha por volta
de 33 anos, é a narração bíblica que mais se aproxima do conceito moderno de História. O autor
presta atenção aos detalhes dos eventos e personagens e interpreta o curso dos acontecimentos à
luz das motivações humanas, nela encontramos uma pena aplicada por David contra os assassinos
do rei Isboset Isbaal, que havia se refugiado na Transjordânia, mandando arrancar as mãos e os pés
dos culpados: Recab e Baana, filhos de Remon de Berot, chegaram à casa de Isboset na hora mais
quente do dia, quando Isboset dormia, entraram sem serem percebidos, foram até a cama de Isboset
e o mataram e após cortarem-lhe a cabeça, carregaram-a andando a noite toda pela estrada do
deserto.

Levaram a cabeça de Isboset a David em Hebron, e disseram ao rei: Aqui está a cabeça de
Isbosetl, filho de Saul, o inimigo que queria matar você. Javé trouxe hoje ao senhor meu rei uma
vingança contra Saul e sua descendência 2 Sm 2:8.

134
David, porém, dirigiu-se a Recab e seu irmão Baana, filhos de Remon de Berot, e lhes disse:
Pela vida de Javé Jehovah, que me salvou a vida de todo perigo! Quem anunciou a morte de Saul,
acreditava que estava trazendo uma boa notícia! Pois eu o prendi e o matei em Siceleg, em troca da
boa notícia!  Com maior razão ainda, será que não devo pedir contas a vocês do sangue de Isboset e
fazê-los desaparecer da face da terra, por terem matado um homem honesto dentro de sua casa,
enquanto dormia na sua cama? 2 Sm 2:9,10,11.
Então Davi ordenou a seus homens que matassem Recab e Baana. Eles cortaram as mãos e
os pés dos dois e penduraram seus corpos perto do açude de Hebron. Depois pegaram a cabeça de
Isboset e a enterraram no túmulo de Abner, em Hebron.

135
Lição 4
8. Os Hebreus nos Dias de Hoje

Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida


Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam
Haja paz dentro dos teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios
Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz em ti Sl 122.3,6-8.

1. Israel
O Oriente Médio é a região mais conturbada do planeta desde os tempos antigos. Hoje é
conhecido como Barril de Pólvora e Estopim do Mundo. Havia um ditado em Roma que dizia que
quem governasse bem a Judeia estaria apto para governar Roma. A Bíblia diz: E depois das sessenta
e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá
com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações Dn 9.26. Essa
profecia começou a se cumprir com a morte de Jesus e a destruição de Jerusalém em 70 d.C.
A crise do Oriente médio é algo complexo e muito profundo. Por isso que inúmeras tentativas
já foram feitas para se estabelecer uma paz duradoura e todas fracassaram. Os dois tratados, com a
Jordânia e o Egito, ainda vigentes não garantem a paz porque são apenas um começo das
negociações de paz e porque há diversos grupos radicais que são contra a existência do Estado de
Israel e defendem a luta armada: o terrorismo. Além disso, não é muito comum o cumprimento de
tratados e acordos no Oriente Médio.

2. A Palestina
a. O levante de Bar Cochba. Quando a cidade de Jerusalém foi destruída, um grupo de
judeus foi viver em Yavne ou Jâmnia, uma região na faixa de Gaza, entre 70 e 132 d.C.. Os rabinos
estabeleceram um governo provisório, pois aguardavam a restauração de sua nação naqueles dias.
Nessa ocasião o guerreiro Bar Cochba, nome aramaico que significa Filho da Estrela foi apresentado
pelo rabino Akiva como Messias de Israel. O povo creu nele e mais uma vez se insurgiu contra Roma.
Bar Cochba pretendia reorganizar o estado em ambos os lados do Jordão, pois a maioria dos
combatentes era proveniente do outro lado do Jordão
Em 132 d.C. o imperador Adriano foi pessoalmente à região, esfolou Bar Cochba vivo. Irritado
com a grande baixa de seu exército e pela teimosia do povo judeu que resolutamente rejeitava o jugo
romano, os romanos decidiram exterminar para sempre a Terra ludeorum. Uma das medidas para
essa finalidade foi trocar toda a nomenclatura usual entre os judeus que pudesse relembrar seus
vínculos a um estado independente e soberano. A começar por Jerusalém, deu aspecto pagão a
Cidade Santa, mudando seu nome para Aelia Capitolina, em honra a Júpiter, deus máximo dos
pagãos, e proibiu os judeus de entrarem em Jerusalém sob pena de morte.
b. Origem do nome Palestina. O nome Eretz Israe, Terra de Israel, soava e ainda soa muito
forte na alma e no íntimo do povo judeu. Depois, para humilhar os vencidos, os romanos mudaram
esse nome para Palestina. um antigo inimigo de Israel que habitava a faixa costeira mediterrânea,
em hebraico se chama Pelishtim: os conhecidos filisteus. Daí veio o nome Falastim Palestina, que
significa Terra dos Filisteus.
O país foi dividido em três regiões: Palestina Prima: Judeia e Samaria, ficando Cesareia
Marítima como capital, pois era a residência do governador romano; Palestina Secunda: Galileia, Galã
e algumas áreas do outro lado do rio Jordão, sendo Séforis sua capital; e a Palestina Tertia: incluindo
o sul da Terra Santa até o mar Vermelho, sendo Petra sua capital. Essa divisão se manteve durante
os períodos bizantino e persa, sendo alterado com a chegada dos muçulmanos, no século VII.

3. Os Árabes
a. Origem. Nem todos os árabes são muçulmanos e nem todos os muçulmanos são árabes.
Os árabes são descendentes de Ismael, filho de Abraão com a concubina egípcia Agar: E Agar deu
um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que tivera de Agar, Ismael Gn 16.15. Muitos
árabes do oriente Médio são descendentes dos povos antigos que desapareceram, portanto, nem
todos os árabes são Ismaelitas. Ismaelitas e midianitas se confundem em Gn 37.25-28. Depois do
nascimento de Isaque Sara mandou que Abraão despedisse Agar com seu filho. O conflito começou
desde que Agar ainda estava grávida. Quando Isaque foi desmamado, em virtude da zombaria de
Ismael, cerca de dezoito anos mais velho que Isaque, Sara não quis que Ismael fosse herdeiro de
Abraão, junto com Isaque Gn 16.4-11; 21.8-13.

136
b. Promessa de Deus aos Ismaelitas. No deserto de Berseba, sem água, Agar deixou seu
filho debaixo de uma árvore para não ver a morte de Ismael. Mas Deus enviou o seu anjo para
socorrer o menino. Deus prometeu fazer dele uma grande nação: porque dele farei uma grande
nação Gn 21.18. Depois disso Ismael se casou com uma moça egípcia e foi habitar na terra de Parã.
Seus descendentes povoaram desde Havilá até Sur. Qahtan, o Joctã de Gn 10.25, é o pai dos
habitantes do sul de Península arábica; e Adnam, o pai dos habitantes do norte, era ismaelita Leia:
Gn 21.19-21; 25.12-18. Deus fez promessas também aos descendentes de Ismael: E, quanto a
Ismael, também te tenho ouvido: eis aqui o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e fá-lo-ei multiplicar
grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação. O meu concerto, porém,
estabelecerei com Isaque, o qual Sara te dará neste tempo determinado, no ano seguinte Gn
17.20,21. A bênção de Ismael não é espiritual, pois essa Deus prometeu a Isaque. Deus cumpriu
essa promessa, os filhos de Ismael se multiplicaram e Deus lhes deu o petróleo.
c. Quando árabes e judeus foram antigos. Os séculos que se seguiram a ascensão do
Islamismo, na Espanha, árabes e judeus foram bons amigos e juntos fizeram muita coisa. Os judeus
procuraram aproximação com os muçulmanos em virtude de sua religião se parecer mais com a deles
do que com catolicismo romano e em virtude das hostilidades dos católicos contra os Judeus. O
período áureo da cultura Judaica ocorreu durante a ocupação islâmica da Península Ibérica nos
séculos X e XI. O norte da Espanha estava sob a administração dos cristãos, no minúsculo Reino das
Astúrias. No sul estava o principado de Córdoba, independente da dinastia dos abássidas, de Bagdá.
Nessa época a cultura árabe chegou ao topo, eles saíam na linha de frente da época. O
Judeu Samuel ibn Nagrela foi vizir governador ou ministro nomeado por um soberano muçulmano do
califado de Córdoba. Nesse período surgiram Sh’lomo ibn G’vrol, Ibn Pakuda, Avraham ibn Ezra, o
rabino Moshé Rambam ibn Maimonides e outros. Veja que eles se identificam como ibn, filho, em
árabe ao invés de ben, mesma palavra em hebraico. Escreveram muitos tratados em árabe, sendo
eles judeus.

d. Os muçulmanos em Eretz Israel. O califa Omar chegou em Jerusalém em 636. Ele


removeu os escombros do templo de Jerusalém, destruído pelos romanos em 70, e no local construiu
uma mesquita. Em 691, o emir al-Malik, da dinastia dos Omíadas, reformou essa mesquita dando a
forma que ela apresenta ainda hoje. A mesquita de cúpula dourada, que identifica a cidade de
Jerusalém, no monte do Templo. Hoje é conhecida como Mesquita de Omar ou Domo da Rocha. A
dinastia dos Omíadas, de Damasco, foi se exaurindo com o passar do tempo e depois da segunda
metade do séc. VIII, o califado foi transferido rara Bagdá, no Iraque, era a dinastia dos Abássidas.
Com ela começa a destruição e a desintegração geral de Eretz Israel. A terra produtiva foi
transformada em desolação e espanto era o cumprimento de Ezequiel 33.28, além de outras
profecias bíblicas. Apesar da Diáspora, grandes comunidades judaicas habitaram o país.
Os turcos otomanos ocuparam a região desde 1500 ao fim da Primeira Guerra. Eles cobravam
impostos da população da Palestina por arvores plantadas. Durante essa Diáspora a palestina ficou
em total abandono.

4. As Imigrações Judaicas
a. Os judeus de Eretz Israel. Os judeus de Em 1880, cerca de 24.000 judeus religiosos
viviam em Jerusalém e em Hebrom, Jafa e Tiberíades, além de Safed, cidade mística no norte de
Israel. Dedicados à leitura dos livros sagrados, viviam em extrema pobreza, de donativos
provenientes da Europa Ocidental. Eles não se preocupavam com a construção de uma pátria para
os Judeus, até porque eles; desde aquela época, acreditavam que o Messias Viria primeiro. O que
eles queriam era ter o privilégio de morrer na Terra Santa
b. A primeira imigração. Em 1882, os judeus provenientes da Rússia czarista, vítimas dos
progrons de Alexandre III. Nos anos seguintes, outros imigrantes estavam determinados em
estabelecer à pátria do povo judeu na terra de seus antepassados. Muitos grupos vieram da Rússia
nessa década. Até 1904 cerca de 25.000 deles chegaram à Terra Santa. Encontraram o país em
miséria e desolado. Muitos deles morreram vítima de malária. O Barão de Rothschild, banqueiro
francês, destinou uma verba graúda para ajudar nesse processo imigratório.
c. A segunda imigração. Essa imigração aconteceu entre 1904 e 1914. Foram criados
partidos políticos e organizações. O sionismo se encontrava em franco progresso. O hebraico já era a
língua usada em cerca de 20 escolas. Eliezer ben Yehuda nessa época estava em Israel atuando
nessa área, pois entendia que para existir um estado seria necessário uma língua nacional, que
segundo ele seria o hebraico.

d. A Declaração Balfour. Trata-se de um documento expedido pelo Governo britânico que


reconhecia a palestina como lar nacional dos judeus. O cientista judeu, Chaim Weizmann, havia

137
adquirido notoriedade pela sua descoberta científica, a fórmula para a produção em grande escala da
acetona, material extremamente necessário para a fabricação de projéteis, que era muito importante
para o Ministério das Munições Britânico, com isso teve a oportunidade de entrar em estreitos
contatos com os círculos governamentais. Amigo íntimo do Ministro das Relações Exteriores, Lord
Arthur Balfour, que assinou a conhecida Declaração que leva o seu nome. O documento diz: O
Governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento de um lar nacional para o povo
judeu na Palestina, e usará seus melhores esforços para facilitar a realização desse objetivo.
e. Reações positivas dos árabes. Nessa época os árabes viam com simpatia a Organização
Sionista Mundial. Em 2 de novembro de 1919 os líderes árabes enviaram um telegrama de
felicitações pelo 2º aniversário dá Declaração Balfour. Na Conferência de Paz de Paris, Chaim
Weizmann, então Presidente da Organização Sionista Mundial e Feiçal, príncipe, filho de Hussein, de
Meca, assinaram um acordo de colaboração e boa vizinhança entre o futuro Estado Judeu e o grande
Estado Árabe independente.
Nesse acordo está subtendido o reconhecimento da Declaração Balfour, pois ela previa o
reconhecimento dos direitos civis e religiosos dos não judeus: ficando claramente compreendido que
nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas
existentes na Palestina. Há registros de outras manifestações árabes em apoio aos judeus. Aos
árabes foi prometido um Estado e, no entanto, eles são l7, e os judeus um, e mesmo assim querem
extermina-lo. Chaim Weizmann, representante dos judeus e Emir Feiçal dos árabes, em 1919
assinaram um acordo reconhecendo os direitos nacionais para ambos povos. Mas a ascensão de Haj
Amin al-Husseini, em 1920, pôs fim às esperanças de paz entre árabes e judeus.
f. O Estado de Israel. A Declaração de Independência de Israel, diz entre outras coisas: Nós
estendemos a mão da amizade, da paz e da boa vizinhança a todos os Estados que nos cercam e a
seus povos, e os convidamos a cooperar com a Nação Judia Independente, para o bem comum. O
Estado de Israel está pronto para colaborar com o progresso do Oriente Médio. Veja que essa mão
estendida foi oferecida mesmo numa época de intensos conflitos, em 1948

5. O Estado Palestino
a. Existe o Estado Palestino? A Jordânia é a antiga região bíblica de Moabe, Amon e das
duas tribos e meia de Israel: Rúben, Gade e meia tribo de Manassés, ou seja, a Transjordânia ou
Palestina Oriental. O lado ocidental do rio Jordão, Estado de Israel, juntamente com o lado oriental,
Reino Haschemita da Jordânia, formam o que ao longo da história foi conhecido como Palestina. A
região que compreende hoje Israel e Jordânia era conhecida como Palestina desde 132 d.C. A edição
de 1910 da Encyclopaedia Britannica chama toda essa região de Palestina. O rio Jordão marca uma
linha de delimitação entre a Palestina ocidental e a oriental. Isso significa que, quando a
Transjordânia se tomou Jordânia em 1946, surgia o Estado Palestino dos árabes.
Ainda hoje 70% da população da Jordânia são palestinos. O jornal The Jerusalém Post jornal
israelense de língua inglesa era antes de 1948, chamado de The Palestine Post. Assim, Israel seria o
Estado Palestino dos judeus. O rei Abdulah I, avô do rei Hussein, quis dar o nome de Palestina ao
seu país, mas dissuadido por seus conselheiros britânicos que sugeriram o nome Jordânia, alegando
que esse nome acentuaria o poder do rei sobre as duas margens do Jordão. Se o nome Palestina
fosse dado ao país talvez não houvesse necessidade de se criar mais um Estado Palestino. A
Palestina de Yasser Arafat é, no dizer de Moshe Aumann, um estado sanduíche, entre a Palestina
dos judeus e a dos árabes.
b. A Criação da OLR. A OLP Organização para a Libertação da Palestina foi criada
inicialmente pelos países árabes como instrumento para exterminar o Estado de Israel, varrendo-o do
mapa. Em 1968 Mohamed Abed Arouf Arafat, conhecido mundialmente pelo nome Yasser Arafat,
assumiu o comando da OLP. Arafat era integrante do exército da República Árabe Unida e participou
da Campanha do Sinai, segunda guerra de Israel contra os árabes, em 1956. Depois disso fundou no
Kwait a al-Fatah, grupo terrorista, de resistência segundo eles, que veio a ser um braço armado da
OLP. Em 1970 disse que para ele a paz é o extermínio de Israel.
c. Uma questão de ordem espiritual. A existência do Estado de Israel per si está afirmando
que o Islamismo é falso. Outro ponto importante saber é que Arafat insuflou no povo palestino o ódio
contra Israel e pregou a vida inteira extinção do Estado judeu. Ainda que a nova posição tomada
sobre Israel para um diálogo que resultou na criação da Autoridade Palestina, no Tratado de Oslo
assinado por Itzhak Rabin e Yasser Arafat, seja genuína, todavia esse ódio tornou-se cultura, que não
se muda rapidamente. Para muitos, a luta não é para a criação de um Estado Palestino, mas para
expulsar os Judeus do Oriente Médio e eliminar Estado de Israel. O primeiro ministro de Israel, era
Ariel Sharon, ocupa algumas cidades como jenin, Nablus, Jamallah, Tucaren e Belém em busca
desses ativistas que não reconhecem o direito de Israel existir. Isso porque Arafat, como presidente
da Autoridade Palestina não o faz. Não importa qual seja a posição de Israel sobre os palestinos, os

138
radicais usam sempre o terrorismo para boicotar qualquer negociação de paz.

Conclusão
Conquistada pelos egípcios, assírios, babilônicos, persas, gregos, sírios, romanos, bizantinos,
árabes, cruzados, turcos, ingleses e muitos outros; muitos povos, de diferentes etnias e religiões,
jamais qualquer um dele fez da região seu país e muito menos de Jerusalém sua capital, exceto os
judeus. Por mais de 3.000 anos os judeus têm sido o denominador demográfico comum da Palestina.
A Palestina é a região do mundo onde mais se fala de paz. A saudação judaica é SHALOM e árabe é
salem, ambas palavras significam PAZ. E como disse o profeta Jeremias: Paz, paz, quando não há
paz Jr 6. 14. O fracasso da várias tentativas de paz no Oriente Médio é uma prova de que tal objetivo
é competência do Príncipe da Paz, além de mostrar a veracidade da Bíblia, quando, entre outras
passagens, diz: ... e até ao fim haverá guerra Dn 9.26. Devemos orar pela paz de Jerusalém. Jesus
disse: Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus Mt 5.9.

Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam


Haja paz dentro dos teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácio

139
Exercício

1. Os Árabes são descendentes de quem?

2. Quem construiu a Mesquita em Jerusalém?

3. Quem destinou uma verba graúda para ajudar processo imigratório dos judeus?

4. Como é a saudação judaica?

5. Escreva com suas palavras: O que os judeus precisam fazer para ter Paz nos dias atuais?

140
Bibliografia

Bíblia de Tradução Almeida, Revista e Corrigida, CPAD.


Dicionário da Língua Portuguesa, Fênix.
Fontes: História da Antiguidade Oriental, Mário Curtis Giordani, Ed. Vozes, 10ª ed., 1997.
História Ilustrada do Egito Antigo, Paul Johnson, Ediouro. 2002.
Fontes: Origem dos Direitos dos Povos, Ed. Ícone, 6ªed., 1995.
Criminologia, do Des. Álvaro Mayrink da Costa, Ed. Forense, vol. 1, 1992.
Almanaque Abril CD-ROM, 1996.
Geografia Bíblica, ITADESP, Josiel Saraiva Lima
A Bíblia Sagrada. Edição revista e corrigida no Brasil. Ed. Vida, SP, 1981.
A bíblia Sagrada. Edição Revista e Atualizada no Brasil. Ed. Vida Nova, SP, 1986.
OBRAS HITÓRICAS
JOSEFO, flávio. Antigüidades Judaicas.
JOSEFO, flávio. Guerras Judaicas.
HERÓDOTO, historiador Grego. Ephaneroth ton Persa.
Texto em Grego Instrumental. Babilon ton Kainos.
OBRAS GEOGRÁFICAS
Da Bíblia e do Cristianismo. Atlas, Vida Novas, SP, 1799.

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141
Prova de História do Povo Hebreu

Alunoa:....................................................................................................data............/.............../...........

Marque um X na alternativa correta

1. A onde é considerada o berço da civilização?


 Suméria
 Palestina
 Mesopotâmia
2. Os sumérios, os acádios, os amoritas ou antigos babilônios, os assírios, os elamitas e os
caldeus ou novos babilônios.
 Foram os povos que ocuparam o Egito
 Foram os povos que ocuparam a Babilonia
 Foram os povos que ocuparam a mesopotâmia
3. As 3 principais ciências estudadas foram:
 Lingua, Medicina. Geografia
 Matemática, Medicina. Geografia
 Astronomia, Matemática, Medicina.
4. Em que ano os romanos destruíram a cidade de Jerusalém?
 No ano 70 d.C.
 No ano 80 d.C.
 No ano 90 d.C.
5. Quais são os livros que fazem parte da TORÁ, livro sagrado dos judeus?
 Gênesis até Malaquias.
 Gênesis até Apocalipse.
 Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e Deuteronômio.
6. A libertação do povo Hebreu do Egito ocorreu por volta de que ano?
 1400 a.C.
 1450 a.C.
 1500 a.C.
7. Quem foi o fundador do Judaísmo?
 Noé
 Abraão
 Moisés
8. De que linhagem veio Jesus Cristo?
Sem, filho de Noé.
Cão, filho de Noé.
Jafé, filho de Noé.
9. Os Árabes são descendentes de quem?
 Ismael, filho de Abraão com Bila.
 Os árabes são descendentes de povos orientais
 Ismael, filho de Abraão com a escrava egípcia Agar.
10. Como é a saudação judaica?
 Adonay
 Shalom
 El-shaday

142
Ética Pastoral
Lição 1
Introdução

Meu ilustre aluno, nesta matéria nós vamos tratar de um sistema étnico completamente
voltado para o ministério pastoral. A Ética como ciência filosófica é uma matéria grande envergadura.
Pois ela é estudada em todas as faculdades do mundo inteiro.
A Ética está incorporada nos seis sistemas tradicionais da filosofia a saber. 1 a Política que é
conduta ideal do estado, 2 a Lógica que afirma ser o raciocínio quem guia o pensamento, 3 a
Gnosiologia que é a teoria do conhecimento, 4 a Estética que é a teoria das belas-artes, 5 a
Metafísica que estuda a verdadeira natureza na existência, e por fim, 6 a Ética que estuda a conduta
ideal do indivíduo. Como já vimos, a Ética é um ramo de filosofia, porque examina e investiga uma
parte da experiência humana, a que concerne à vontade responsável e à conduta moral.
Neste tratado, iremos estudar alguns princípios éticos bem adaptados ao nosso sistema social
e religioso, visando auxiliar o ministro evangélico e todos os obreiros que almejam fazer carreira
pastoral, porque, quem aspira o episcopado, excelente obra deseja 2 Tm 3.1. É bom lembrar que o
mero estudo da Ética não é o suficiente para tornar alguém ético. A ciência lança luz na mente do
homem, mas só o Espírito de Deus lança poder na alma do homem. A Ética só produz efeitos
duradouros na vida de qualquer indivíduo quando é praticada voluntariamente, radiantemente. Mas
quando ela se torna algo compulsório, prova que é hipócrita e está à beira da falência.

Definição do termo
A palavra Ética no grego se escreve ethos que significa costume, disposição ou hábito. No
latim se escreve mos moris que significa vontade, costume, uso ou regra. Ética Ministerial é o
relacionamento padrão do pastor com o ministério em que preside. É a ciência que define o
comportamento do pastor junto ao ministério.
A Ética estuda a natureza do bem procurando como ele pode ser alcançado. A filosofia moral
é um estudo científico que envolve julgamentos morais a fim de determinar o que é bom, mau, certo
ou errado. O final de tudo isto visa determinar o que deve e o que não deve ser feito. O alvo da Ética
é a conduta ideal o homem, baseada no desenvolvimento da sua virtude especial. Em última análise,
a Ética é a ciência que determina a conduta ideal do indivíduo. No presente estudo, dizemos que a
Ética é a disciplina que leva o ministro evangélico a se moldar numa conduta ideal. Mas, qual seria
essa conduta ideal? A resposta está nas lições em que passaremos a estudar.
Atualmente, quase todas as profissões no seguimento secular dispõe-se de um código de
ética profissional, visando a orientação no comportamento do seu quadro de seus associados. E no
ministério cristão, será que não teria que ter também uma regra, uma linha de conduta a ser seguida,
a fim de que o pastor não se torne uma pedra de tropeço? Não vos torneis causa de tropeço nem a
judeus, nem a gregos, nem a igreja de Deus; assim como também eu em tudo procuro agradar a
todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos 1 Co 10.32-33.
A fim de não se tornar uma pedra de tropeço tanto para a igreja quanto aos que estão fora, o
ministro evangélico precisa seguir uma ética fundamentada na infalível Palavra de Deus. Aqueles que
resistem à verdade não querendo se enquadrar nos princípios éticos, gradativamente vão se
corroendo até se esmoronar de vez. E por fim o escândalo.

Indagação
Com respeito a Ética pastoral, alguém pode perguntar: - Existe um padrão ou dois padrões
sobre o que é certo ou errado no governo eclesiástico? Se existe, que padrão seria ele? E em que se
baseia este padrão? Qual seria as definições no que diz respeito a bondade e maldade na atitude de
um pastor? Qual é o dever de um pastor na frente de um rebanho? E o que fazer para alcançar tudo
isto? As considerações Éticas no governo da igreja são passageiras ou eternas? A Ética pastoral é
algo universal ou parcial?
Estas perguntas são de suma importância, e na medida em que o aluno vai estudando ele vai
adquirindo capacidade para responder todas elas. Entretanto, neste tratado, não temos o propósito de
estabelecer arbitrariamente uma regra a ser seguida, mas tão somente procurar orientar os novos
obreiros a não cair em determinados erros que muitos já caíram. E não somente os novos, mas
também os veteranos que desejam mudar o que deve ser mudado. É como diz o adágio popular: é
vendo os erros dos outros que a gente aprende. Ou, é vivendo e aprendendo. A filosofia oriental
ensina que devemos evitar o evitável e suportar o inevitável.

O pastor
A palavra Pastor vem do vocábulo pasto ou pastagem. Visto que função do pastor é

144
apascentar, levando o seu rebanho a pastar na pastagem. O pastor que não apascenta não pode ser
chamado de pastor, pode até ser um sedutor, mas nunca um pastor.
E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros
como pastores e mestres Ef 4.11. Pastor é aquele homem dotado de conhecimento para continuar o
trabalho do evangelista, que possui poderes de consolação, que é entendido em governo e simpático
com os problemas dos outros. Tanto os apóstolos como os profetas eram mestres, e nenhum pastor
pode verdadeiramente ser pastor se não for mestre, isto é, apto para ensinar Mt 28.20; 1 Tm 3.2-11.
Nenhum homem é apto para ser pastor se não souber ensinar, e o mestre precisa do
conhecimento que a experiência pastoral lhe confere. A tarefa do pastor como mestre na igreja, é de
transmitir conhecimentos, inspirar aos crentes com grandes verdades, e assim, através da instrução
geral conferida à igreja, contribuir para levar os crentes mais perto do ideal da imagem de Cristo;
porque leva-os a perceber a grandiosidade de Cristo, os seus propósitos no mundo, a
responsabilidade do crente individual como membro da comunidade cristã, e a necessidade de
santidade e consagração.

A ética horizontal e a mística vertical


A Ética horizontal é o meu comportamento para com os homens de Deus. A Mística vertical é
o meu comportamento para com o Deus dos homens. Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu
coração, de toda a sua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo
como a ti mesmo Lc 10.27.

Auto amor e alo-amor


Alguém já me perguntou: amar a mim mesmo não é praticar o amor próprio é professar
egoísmo? Ao que eu lhe respondi: sim, amar a si mesmo é ter amor próprio, mas não é egoísmo.
Amor próprio é auto amor incluindo alo-amor. Jesus recomendou que o homem amasse os outros
como ama a si mesmo. Jesus recomendou o auto amor como um ponto de referência para o alo-
amor. Quem não tem auto amor não existe. Visto que ausência de auto amor é inexistência.
Se Deus não estivesse em mim, eu não poderia amar a mim sem ser egoísta. Se o Deus que
está em mim não estivesse no tu, eu não poderia amar o tu como a mim. Jesus disse: Eu e o Pai
somos um Jo 10.30. Paulo afirmou: não vivo eu, mas Cristo vive em mim Gl 2.20. Se Deus não
estivesse em mim, como poderia ama-lo de todo o meu coração, de toda a minha alma e de todo o
meu entendimento? Mt 22.37.
Todo o amor verdadeiro é auto amor, porque também é Teo-amor. E esse Teo-amor também
é tu-amor. Sendo assim, eu posso amar a Deus no tu como amo Deus em mim. Porque o Deus que
está em mim também está em tu. Mas quem pode ver isso? Tem gente que só consegue ver Deus
nele – não admite Deus nos outros. Por isso não ama os outros. Mas quem ver o Deus de si, nos
outro, pode amar os outros como ama a si mesmo. Quem ver Deus em tudo pode amar tudo em Deus
amar o Deus do mundo de Deus.
Mas como poderia eu amar o Deus em si, se não o conheço o Deus em mim. Conhecer a
verdade em mim é conhecer o Deus da verdade. Porque a verdade é liberdade – liberdade é
felicidade. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertarás Jo 8.32. Isto significa que quem ama o
Deus dos homens e não ama os homens de Deus, nada de especial está fazendo, e muito menos
praticando o verdadeiro amor. Mas o que devo fazer para amar os homens de Deus como amo o
Deus dos homens? Praticando a ética horizontal como pratica a mística vertical. Esse é o verdadeiro
perfil do ministro padrão.

Andando com o deus dos homens e com os homens de Deus


Tenho ouvido muitas pessoas dizerem que andar com Deus é algo muito difícil. No entanto,
quem diz isto está errado. Muitos pastores ensinam os homens a andar apenas com Deus; e se
esquecem de ensina-los a andar também com homens de Deus. Difícil é andar com os homens de
Deus, fácil é andar com Deus dos homens. Não basta andar com Deus dos homens – é necessário
também andar com os homens de Deus.
É importante o homem praticar religião, mas isto não é tudo. Melhor que praticar religião é ser
religioso. Nem todos que praticam religião são bons, mas todo homem bom é essencialmente
religioso. Se fosse tão grande o número dos homens bons como os dos homens religiosos talvez
não houvesse quem se dissesse ateu. O homem meramente religioso acha suficiente entender-se
com Deus, isto é, ser bom diante dele – ao passo que o homem realmente bom tem de entender-se
com os homens, o que é muito mais difícil do que o entendimento com Deus. Para se entender com
Deus que é infinita retitude, baste Ter reto e bem intencionado, traçar o seu pensar e agir como linha
paralela à grande paralela da vontade de Deus. Mas, para não entrar em conflito com as mil e uma
linhas tortas dos homens, e isto sem entortar a própria consciência, requer uma grande geometria tão

145
engenhosa e uma e uma ginástica tão heroica que só mesmo um homem intimamente bom a
consegue realizar sofrivelmente. E assim dominados pela lei da inércia e do menor esforço, milhares
de homens preferem ser religiosos a serem bons, porque ser bom é difícil, e ser religioso é mais
fácil. Muitos chegam ao ponto de se sentirem como que dispensados de serem bons pelo fato de
serem religiosos.
Capitalistas da religiosidade tornam-se verdadeiros indigentes da bondade – e por isso
abrem falência diante de Deus. O homem religioso julga desobrigar-se diante de Deus, cultuando-o,
segundo certos ritos em determinados períodos, nas alturas do Gerizim ou templo de Jerusalém, Jo
4.20 ao passo que o homem bom se julga obrigado a cultuar a Divindade em todo lugar. Em espírito e
em verdade. Jo 4.21-24. É muito fácil subir ao monte Gerizim ou entrar no templo de Jerusalém, mas
é imensamente difícil levantar dentro do próprio Eu um altar em que arda, perenemente, o fogo
sagrada da bondade e do amor.
É triste o estado do homem falto de bondade – mas é tristíssimo o estado do homem saturado
de religião e vazio de bondade. É que o homem religioso dificilmente se convence da sua indigência
ética, em face da sua abundância dogmática; sendo missionário de atos culturais, não acredita na sua
mendicidade ética... acumulou, através de anos e decênios, enorme capital de atos religiosos,
verdadeiras montanhas de valores dogmáticos-litúrgicos, a ponto de se sentir como credor de Deus.
Tal homem experimenta em si tão forte plenitude cultural que se julga pouco ou nada obrigado a
praticar, ainda por cima, atos de benevolência. Um tipo clássico desse homem saturado de
religiosidade e vazio de ética eram aqueles dois funcionários eclesiásticos que o divino Mestre se
referiu na parábola do Bom Samaritano Lc 10.30-33.

A postura do pastor
Aqui passaremos a dar alguns conselhos éticos, visando ajudar pastores e obreiros nos seus
relacionamentos com a igreja e com os seus companheiros de ministério. Vivemos em uma época,
em que tudo se evoluiu. As nossas igrejas, mesmo aquelas mais distantes na periferia da cidade
estão cheias de pessoas com formação universitária. Uns são professores, outros médicos,
advogados, engenheiros, delegados, profissionais liberais, políticos, empresários, artistas e etc.
No próprio ministério da igreja, encontramos muitos obreiros com formação universitária. Isto
significa que o povo evangélico mudou muito. Já não somos mais aquele povo tão simples, onde
ninguém reparava nada. Hoje, em certas igrejas centrais e até em muitas congregações na periferia,
o pastor está conduzindo o culto e o povo está observando a sua postura, a sua maneira de tratar os
visitantes, de se dirigir ao plenário, e até mesmo de se assentar.
Conhece crente que se orgulham do pastor que têm. Visto que tal pastor se procede
altamente ético. Mas também conheço casos de crentes que não tem coragem de convidar o seu
patrão, seu professor ou um colega de trabalho para vir assistir um culto porque tem medo de sair
envergonhado do templo ao ver tal pessoa ser maltratada pelo seu pastor. Há crentes que diz: olha,
você precisa ir à minha igreja para conhecer meu Pastor! Você precisa ver como ele é um homem
usado por Deus! Vai lá, porque eu tenho certeza que Deus vai falar com você por intermédio dele! E
esse crente se orgulha ao ver o seu pastor falar a Palavra de Deus com uma postura de homem de
Deus e não de um fanático desorientado.

A pregação
 Faça favor de não ler o sermão e evite consultas frequentes ao esboço.
 Nunca improvise um sermão. Deus não abençoa preguiçosos. Não grite exageradamente – o
evangelho é uma proclamação – não é leilão, nem desespero – use seu entusiasmo e não
gritaria – você está na casa de Deus, não na feira.
 Não fale demais – vá parando quando os ouvintes começarem a consultar o relógio.
 Tenha compostura no púlpito, não fique andando para lá e para cá. Cuide do vestuário, da
aparência pessoal. Ao pregar não fique olhando para o teto e nem para o assoalho. Olhe para
o auditório.
 Seja humilde – sufoque a vaidade.
 Seja pontual - não faça Deus esperar - não roube o tempo do povo.
 Viva o seu sermão – que ele não saia apenas dos lábios, mas do coração e da alma.
 Viva como se a morte fosse amanhã, estude como se a sua vida fosse eterna, pregue como
se fosse seu último sermão.
 Ore, e busque a mensagem divina de joelhos, e não dos esboços alheios Tg 1.17.

Aconselhamento pastoral
Pois os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens
procurar a instrução, por que ele é mensageiro do Senhor dos exércitos Ml 2.7. O povo crente e até

146
mesmo alguns não crentes vêem no pastor os oráculos sagrados. Eles confiam que o pastor tem de
Deus a resposta para seus problemas. Sendo assim, o pastor deve se esmerar para fazer cumprir em
sua vida aquilo que o povo espera. O pastor não pode ser um homem neófito, porque ele é procurado
por todos os crentes de todas as faixas etárias de vida. Ele precisa ouvir e considerar os problemas
dos crentes. Ele nunca deve dar conselho precipitados. Se não tiver certeza do que vai aconselhar
então é melhor que não aconselhe. Quando isto acontece, encaminhe o crente à oração e diz que
também vai orar sobre o assunto a fim de adquirir de Deus uma resposta satisfatória.
Caso o pastor precise aconselhar uma mulher ou vice versa que foi abandonada pelo
esposo, o pastor nunca deve falar mal do esposo, porque um dia ele pode voltar e ela contar todo o
mal que o pastor falou dele. Qualquer conselho que o pastor tiver que dar à luz da Bíblia Sagrada.
Primeiro porque ela é a Palavra de Deus. E segundo, porque a sua responsabilidade diminui.
Em hipótese alguma o pastor deve revelar os segredos que ouve dos crentes. Isto equivale
em trair a sua confiança. Alguns pastores perguntam: e ser uma confissão de pecado, eu não tenho
que revelar à igreja? A igreja não precisa tomar conhecimento dos pecados alheios. Pecados
cometidos secretamente, e que ainda não se tornou um escândalo público não se deve ser trazido a
público pelo pastor, exceto se a pessoa quiser que seja assim. Tais pecados devem ser tratados com
sabedoria para não destruir lares. Existem várias maneiras de disciplinar um membro que cometeu
pecado passivo de disciplina sem que a igreja participe.
O trabalho do pastor não é por lenha na fogueira agravar mais ainda um problema nem tão
pouco colocar fezes no ventilador, mas tão somente apaziguar e solucionar os problemas. Lembro-
me de uma ocasião em que um presbítero trouxe um problema muito sério para ser resolvido pelo
seu pastor. Tratava-se de uma mulher que havia caído em adultério. Ela confessou ao presbítero o
seu pecado. Queria ser perdoada, mas não queria que isso fosse levado ao conhecimento da igreja,
porque senão o seu esposo que não era crente lhe mataria ou no mínimo lhe abandonaria; e ela
tinha seis filhos para criar. O pastor aconselhou o presbítero a tratar do problema secreto. Mas o
presbítero disse que isso seria pôr pano quente no problema. Ao que o pastor lhe perguntou: - Você
cuidaria dos filhos dela caso seja abandonada pelo esposo?
Temos que tomar muito cuidado, porque ao invés de solucionar um problema, criaremos outro
bem maior. Veja o que Jesus disse: Ora, se teu irmão pecar, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te
ouvir, terás ganho teu irmão, mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca
de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dizei-o à igreja; e, se
também recusar, considera-o como gentio e publicano Mt 18.15-17.
Tem pastor que pensa que a disciplina só é valida quando toda a igreja toma ciência do
pecado do disciplinado. Mas, quanto mais o pastor manter a igreja isenta dos pecados alheios, mais
ela será edificada. Porém, pecados que veio a público, o pastor não deve tratar em secreto. Nesse
caso, toda a igreja tem que participar. O pastor não deve manter ninguém na vida noturna de seus
pecados. Mas isso não significa que ele tem que revelar à igreja todos os pecados que lhes são
confessados. Até porque grande parte dos crentes principalmente os novos convertidos não tem
estrutura para presenciar certos tipos de escândalos. Sendo assim, o último mal seria pior do que o
primeiro. Em certos casos, não é bom arrancar o joio subitamente, é melhor deixá-lo crescer, até que
Deus traga uma solução Mt 13.30. Ao revelar certos tipos de pecados à igreja, em alguns casos o
pastor estará agravando a situação do pecador e envolvendo a igreja em coisas que não constrói,
mas destrói.

Visitação pastoral
O trabalho de visitas no ministério pastoral é de grande importância. Dentro do templo todos
os crentes parecem serem iguais. Mas é visitando cada um que o pastor vai saber quem é quem. É
no trabalho de visita que o pastor passa a conhecer melhor as suas ovelhas. Ali ele passa a saber
dos problemas existentes na vida dos membros de sua igreja, e muito ele pode fazer para ajudá-los.
Em suas casas, os crentes se sentem mais a vontade para abrir o seu coração para o seu pastor:
contando suas lutas e vitórias. A visita não deve ser feita somente a crentes, mas também a
desviados, simpatizantes do evangelho e outros. O pastor deve ir em busca de ovelhas desgarrada e
perdida. Logo depois disso, andava Jesus de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e
anunciando o evangelho do reino de Deus; e iam com ele os doze Lc 8.1. Veja ainda: Lc 15.1-10. No
Antigo Testamento Deus prometeu julgar os pastores que não cuidavam das suas ovelhas. Ai dos
pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. Portanto assim diz o
Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as
minhas ovelhas, e as afugentastes, e não visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas
ações, diz o Senhor Jr 23.1-2. Veja ainda: Ez 34.2,4,31.

147
Prudência
Apesar de ser de alta importância e necessidade o trabalho de visita, o pastor deve fazê-lo
com muita cautela e prudência.
 O pastor precisa tomar cuidado para não tomar tanto gosto pelas visitas e depois negligenciar
os outros departamentos da igreja.
 O pastor não deve concentrar suas visitas somente na casa dos crentes mais chegados a ele,
ou dos que têm um padrão de vida financeira melhor.
 O pastor não deve se tomar demasiadamente intimo aos crentes, a fim de que eles não vêm
mais tarde tirar proveitos disso.
 Ao visitar alguém principalmente do sexo oposto o pastor nunca deve ir só, mas sempre
acompanhado da sua esposa ou de outro obreiro da sua confiança. Mas a melhor companhia
nesse trabalho é a esposa.
 Tenha muito cuidado em ouvir desabafo de algumas esposas contra seus maridos. Procure
sempre aconselhá-las à lua da Bíblia e nunca dê lugar para a carne operar.
 Na o leve ao púlpito da igreja o que viu na casa dos irmãos, exceto se for algo construtivo.

Coisas que o pastor deve evitar maus comportamentos no púlpito da igreja


O pastor já se acostumou tanto com o púlpito, que sentar ali parece algo tão comum quanto
sentar em qualquer outro lugar no templo. Porém, o púlpito é um lugar de destaque e tudo quanto é
feito ali todos notam. Por isso o pastor deve evitar uma série de coisas para não ser taxado por
alguns medíocres ou matutos.
 Evitar dormir no púlpito da igreja.
 Evitar ficar enfiando o dedo no nariz.
 Evitar cacoetes gestos extravagantes.
 Evitar coçar lugares indecentes no púlpito.
 Evitar o posicionamento indiscreto nas mãos.
 Conversar demasiadamente no púlpito da igreja.
 Ler a Bíblia enquanto outro pastor está pregando.
 Evitar cobrir o microfone de saliva enquanto prega.
 Não sentar-se indecentemente na cadeira do púlpito.
 Não escorar no púlpito enquanto prega ou dar avisos.
 Evitar falar gírias e contar piadas enquanto está pregando.

Precisa também tomar muito cuidado para não confundir certos nomes parecidos, como:
Narizeu com nazireu ou, Arã com Arão. Cão com Acã, Saul com Saulo, Antílope com Etíope, espargir
com aspergir etc.
 No final da oração, o pastor deve evitar dizer: é o que te peço em nome do Pai do Filho e do
Espírito Santo. Quem pediu em nome da trindade pediu a quem? Jesus ensinou orar em seu
nome e não em nome da trindade Jo 14.13; 15.16; 16.24.
 Não ficar abotoando e desabotoando o paletó na hora da pregação, e nem manter as mãos
enterradas nos bolsos da calça ou do paletó e nem cruzadas atrás das costas enquanto
prega.
 Em suas pregações, o obreiro não deve fazer uso demasiado do lenço enxugando o suor ou o
canto da boca.

Brincadeiras
Alguns obreiros ou crentes, para demonstrar santidade se isolam do mundo vivendo
acabrunhados com um aspecto de sem graça como se estivessem deprimidos. Entendem que só
entra no gozo celestial quem antes viveu sisudos e acabrunhados na face da terra. O coração alegre
aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o espírito se abate Pv 15.13. Regozijai-vos sempre do
Senhor, outra vez digo, regozijai-vos Fp 4.4. O obreiro deve ser um homem equilibrado, exteriorizado
a alegria da salvação em seu rosto. Não é pecado expressarmos a nossa alegria cristã com um
equilibrado senso de humor. Mas temos que tomarmos cuidado para não exagerar esse senso de
humor. O pastor não deve ser um homem antipático, carrancudo, com aspecto de cangaceiro. Mas
também não pode ser um homem vulgar, zombador e frívolo. Ele deve ser equilibrado, evitando as
brincadeiras exageradas principalmente no púlpito da igreja. Isso além de depreciar o ministério
desagrada a Deus.
Em suas brincadeiras o obreiro deve evitar causar constrangimentos nas pessoas chamando-
as por apelido ou vulgo, como: irmão escurinho, o cabeçudo, o gordo, o negrão, o bigode, o crioulo, o
japa, o barrigudo e etc. O obreiro deve evitar também qualquer tipo de piadas e brincadeiras étnicas,
como: baiana, portuguesada e etc. Isso é encarado com preconceito racial. Portanto, é crime. Devem

148
ser evitadas também, as brincadeiras que humilha as pessoas ao enfatizar suas fraquezas e
deficiências como: ceguinho, gaguinho, aleijado, gordo e etc. Qualquer tipo de brincadeira que venha
causar prejuízos para o seu próximo, o ministro deve evitar.
Como o louco que atira tições, flechas, e morte, assim é o homem que engana o seu próximo,
e diz: Fiz isso por brincadeira Pv 26.18-19. O homem de Deus deve evitar também qualquer tipo de
brincadeira com insinuações sexuais ou linguagem pornográfica. Isso além de ser indecente é
pecado. Nem baixeza, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essa não convêm; mas
antes ações de graças Ef 5.4. Veja ainda: Ef 4.29; 1 Tm 3.8; 1 Pe 5.2; Tt 1.7,11; Cl 3.8. Que as
nossas brincadeiras sejam de modo criativo, construtivo e respeitoso. Que seja tirado do repertório do
obreiro tudo aquilo que não condigam com a sua condição de embaixador do grande rei.

Piadas com coisas santas


Não podemos esquecer que uma coisa é ser simpático e Ter alegria e bom humor na casa de
Deus, e outra muito diferente é profanar o que é santo, desrespeitando o nome do nosso Deus, bem
como tudo aquilo que está associado ao seu culto divino. Sendo assim, o obreiro deve evitar não
somente as piadas seculares como também as chamadas Piadas Evangélicas. No meio evangélico
tem circulado piadas em que trechos da Bíblia aparecem em forma de gracejo. Certo dia um obreiro
me perguntou se eu já tinha ouvido a piada do tu me cantas? Ao perceber que eu não gostei da
infame pergunta, ele logo mudou de assunto com uma cara sem graça. Numa ocasião, eu vi um
obreiro perguntar ao outro: Você já viu a piada do Espírito Santo? Goste quem gostar, mas eu não
tolero esse tipo de comportamento. Eu encaro esse tipo de atitude com uma espécie de blasfêmia
contra o Espírito santo; e o obreiro que cometer tal ato, pra mim não passa de um homem sem
caráter e sem postura de crente.

Apresentação de visitantes
Ao apresentar um companheiro, o pastor deve evitar dizer está conosco este grande servo de
Deus. Se ele é grande então não é servo. Se ele é servo, então não é grande. Ao apresentar alguém
ou uma família, toma muito cuidado para nessa apresentação não haver uma conotação antagônica
como está conosco um casal de Cascavel. Se referindo a um casal de uma cidade do Paraná
chamada Cascavel. Nesse caso o pastor deve dizer está conosco um casal vindo da cidade de
Cascavel. Um dia eu vi um pastor apresentar um casal dizendo: está conosco um casal de Garça. Ele
se referiu a um casal de irmãos que vieram da cidade de Garça, uma cidade do interior de São
Paulo mas foi infeliz na sua colocação, e isto levou a igreja cair na gargalhada.

Perigos que rodeiam o ministro


Embora sendo a igreja um jardim fechado Ct 4.12 Satanás vive diuturnamente rondando a
vida do obreiro, buscando uma brecha para ele entrar. Ele sabe que derrubando o obreiro uma boa
parte da igreja fica desorientada. Sendo assim, o pastor precisa se precaver contra uma série de
ataques luciféricos. O que faz parte de uma boa ética.

Sexo
O sexo é algo inerente a matéria. Sendo assim, ele tem sido uma das causas principais na
queda de muitos obreiros. Muitos homens que realizam grandes obras no ministério sagrado tiveram
sua moral dizimada pela prática do sexo ilícito. Ninguém adultera de um dia pro outro. Tudo é questão
de tempo. Pecado e santidade ocorrem na vida de quem se faz receptível. E a prática do adultério
acontece quando o homem dá as seguintes aberturas:
Descuidar da autodisciplina. Não relacionar bem com a esposa. Fomentar os pensamentos
sensuais. Não andar na companhia da esposa. Dar liberdades as mulheres sensuais. Andar a sós
com pessoas do sexo oposto.
Envolver-se com alguma irmã, prolongando o tempo de conversação. Se envolver em
problemas matrimoniais de membros da igreja, em vez de aconselha-los à luz da Bíblia Para se livrar
destas tentações, o obreiro precisa Ter uma vida de intimidade com Deus e tomar as seguintes
precauções: Reconhecer que ele é carne, e não um super homem e que a carne é fraca, mas o
Espírito prevalece quando o homem busca a sua plenitude. Ser humilde e autodisciplinado. E não um
mero disciplinado. Sanar os problemas conjugal, procurando um relacionamento melhor com a
esposa, voltando ao primeiro amor. Quebrar os laços de afinidade com outras mulheres de idade
similar. Evitar ficar a sós com pessoas do sexo oposto. Sempre refletir a imagem de um santo homem
de Deus 2 Rs 4.9.

149
Dinheiro
Quando o pastor é assalariado pela igreja, então que honre esse salário. Não faça disso um
bico. Se a igreja está lhe mantendo é pra você cuidar dela e não usá-la como um bico. Tem pastor
que é assalariado pela igreja mas tem outras atividades seculares. Uns em vez de está orando a
Deus para lhe abrir a porta da Palavra, fazendo visita aos enfermos internados em hospitais, fazendo
um estudo bíblico para dar a noite, estão fazendo rolo barganha em carro velho, relógio e etc. Ora,
se não está satisfeito com o salário que a igreja lhe dá porque acha pouco, então que se demita e dê
o lugar a outro que quer fazer a obra de Deus com amor e dedicação.
Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da
fé e se traspassaram a si mesmo com muitas dores 1 Tm 6.10. Tem pastor que de tanto contar
dinheiro não tem mais tempo para orar nem tão pouco para ler a Bíblia. São aqueles que esquecem
que a sua função não é contar dinheiro, mas alimentar o povo de Deus com a Palavra de Deus. Na
maioria das igrejas hoje em dia, as finanças são administradas pelo pastor. Mas não é esse o
exemplo bíblico. Veja: E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável
que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas At 6.2.
Os apóstolos sabiam que todo progresso de qualquer trabalho de ordem espiritual, depende
da espiritualidade de quem faz esse trabalho. Por isso elegeram homens de confiança os diáconos
para cuidar das finanças da igreja. Não há nenhum pecado o pastor administrar as finanças da igreja.
Mas esta não é a sua função. Cada pastor deve nomear um tesouro da sua confiança e fazer como
os apóstolos coloca-lo sobre esse negócio. Para os obreiros que administram o dinheiro da igreja, o
conselho é o seguinte: Evitar reformas supérfluas. Não enfiar a igreja em dívidas. Não pedir
empréstimos a agiota. Comprar somente o necessário. Não misturar da igreja com o seu. Zelar pelo
dinheiro da igreja como zela do seu. Não dá um de Judas, porque o fim será trágico. Livrar-se de
qualquer suspeita, mantendo a igreja informada das entradas e saídas. Não adulterar nota fiscal
visando desviar alguns trocos para o seu bolso, porque Deus cobrará com juros.

Atitudes do pastor para com a igreja que preside


Como já vimos, a palavra Pastor vem do vocábulo pasto ou pastagem. Visto que a função do
pastor é apascentar, levando o seu rebanho a pastar na pastagem. Um dos grandes erros que o
pastor não pode cometer, mas que muitos cometem, é edificar a igreja sobre ele. O pastor pode até
ser o fundador de uma determinada igreja em uma determinada cidade ou região, mas nunca pode
esquecer que Cristo é o fundamento desta igreja. Se um dia ele cair a igreja continua edificada em
Cristo o firme fundamento, a rocha inabalável onde a igreja deve está edificada. Aleluia!
Na minha experiência cristã, tenho visto casos de pastor que quando cai, leva consigo uma
grande quantidade de crentes, visto que ele tinha edificado estes crentes sobre ele e não sobre
Cristo. Meu ignoto obreiro edifique a igreja em Cristo Jesus e nunca em voc6e mesmo. Que Deus
ajude que você nunca venha a cair, mas se um dia você vier a cair pelo menos à igreja de Cristo
estará salva; e nesta hora ela terá graça e poder para orar por você a fim de que Deus te reabilite
novamente, e você não ficará prostrado nas malhas luciféricas.

150
Lição 2
Atitudes do pastor para com o seu antecessor

Na minha vivência pastoral, tenho percebido que o maligno tem encontrado terreno altamente
fértil no tratamento de certos pastores com os seus antecessores e vice versa. Há casos de pastores,
que são grandes amigos. Estão sempre juntos e até confidenciam segredos. Mas quando um é
substituído pelo outro, veja o que acontece! Isto não está certo, isto está errado, ele não deveria Ter
feito isso por causa disso ou daquilo, e vai indo... Fofoca daqui, fofoca dali, e logo começam as
inimizades. Dentro de pouco tempo, aqueles dois grandes amigos se tornam em grandes inimigos.
Tem pastor que quando toma posse de uma igreja, age como se por ali nunca estivesse
passado outro pastor. Ele desconhece todo o trabalho, que com muito sofrimento o seu companheiro
realizou naquela igreja, ou naquele campo de trabalho. Nunca cita o nome do antigo pastor em
hipótese alguma; alguns hipocritamente ainda citam com certos disfarces, outros, nem por hipocrisia.
Age como se ele fosse o autor de tudo que ali foi realizado no passado. Nunca convida o
antigo pastor para qualquer evento que ali se realiza. Talvez com meio de se sentir eclipsado pelo
antecessor. Conheço caso, em que o pastor mudou até a arquitetura do prédio do templo, a fim de
banir de vez o nome do seu antecessor e não ser mais lembrado. Isto normalmente acontece com
obreiros inseguros, que tem complexo de inferioridade e não tem certeza da sua chamada divina. Age
como um namoro que morre de ciúmes da sua namorada, temendo perdê-la para o seu antigo
namorado. Mas quem tem certeza da sua chamada para o ministério sagrado, não tem medo de
perder a sua posição para ninguém não precisa apagar a luz dos outros a fim de que a sua possa
luzir.
Depois de aproximadamente três anos em que eu havia saído de uma igreja que pastoreava,
um dia senti o desejo de fazer uma visita ali. Como é de praxe, a princípio fui apresentado, e às vinte
horas e quinze minutos o meu sucesso me deu a oportunidade para falar a Palavra a igreja, e disse-
se publicamente: o irmão vai pregar somente até as vinte e trinta porque eu tenho muita coisa para
tratar ainda hoje com a igreja.
Eu não fui ali para pregar, porque isso já fazia quase todos os dias em igrejas bem maiores
que aquela. Fui ali somente para rever aos irmãos que não via a tanto tempo. Mas fui tratado assim.
Ao terminar de falar à igreja, na hora exata que ele me mandou parar eu parei e tomei o assento.
Logo ele tomou a palavra, e ficou pregando das vinte e trinta até as vinte e uma horas. Na realidade,
ele não tinha nada de especial para tratar com a igreja, fez aquilo somente com a finalidade de
humilhar-me. No final do culto alguns irmãos vieram me confortar pelo medíocre comportamento
daquele pastor. Mas não foi somente comigo que isso aconteceu, já vi coisas assim e até piores
acontecendo com outros.
Existe obreiro, que quando assume a direção de uma igreja, se faz inimigo de todos os
membros e obreiros que são amigos do antigo obreiro. Qualquer obreiro que comete essa aberração
não passa de um medíocre vulgar com escrúpulo, sem amor e sem ética. Eu digo isso porque já
passei por essa amarga experiência. Não falo por ressentimento e nem tão pouco com atitude de
desabafo, mas com o intuito de confortar aqueles que estão passando por tal experiência e ensinar
aqueles que ainda não passaram por esta experiência.
Por questão de ética e de sentimento cristão, quando um pastor ou presbítero for empossado
em uma determinada igreja ou congregação, nunca deve desmerecer o seu antecessor, visto que ele
é seu companheiro de ministério, e acima da tudo é seu irmão em Cristo Jesus. Não importa, se o
obreiro antecessor foi bem sucedido ou não no período da sua gestão, o que importa é que ele
trabalhou ali como um obreiro do Senhor, por isso, o seu sucessor deve honrá-lo com estima. Há
casos em que o sucessor não desonra diretamente o seu antecessor, mas faz isto indiretamente. Isto
só trás prejuízo para tal obreiro, porque sempre tem alguém ali na igreja que tinha grande estima pelo
antigo pastor. É certo dizer que ninguém consegue agradar a todo mundo. Mas é quase impossível
uma pessoa ser antipática a todo mundo.
O pastor deve sempre lembrar o trabalho que o companheiro que lhe antecede realizou na
igreja. Isto deve ser feito sem exagero a fim de não parecer algo hilariante. Isto tanto é bom para o
pastor quanto para todos os membros que apreciam a administração do antecessor, até porque, o
pastor anterior deve ter feito algum bem durante o período de sua gestão.
É sempre bom o pastor lembrar, que muitas coisas certas ou erradas que foram realizadas na
gestão do pastor anterior, teve a participação de alguns membros que estão sentados no banco o
observando. Se o antigo pastor fez alguma coisa que o atual pastor entende ter sido errado, não cabe
a ele critica-lo abertamente, Deus é quem julga os atos e atitudes de todos. Sobre este assunto, o
apóstolo Paulo disse: quem és tu, que julgas o servo alheio? Gl 14.4

151
É bom lembrar que o novo pastor não incorra no erro de mudar bruscamente os métodos que
o antigo pastor usava na administração da igreja. Este ato constitui em desrespeito ao seu amigo de
ministério, com o agravante de causar tristeza em muitos crentes que apreciam tal método. Além
disso, o novo pastor não pode esquecer, que mais do que ele, seu antecessor tinha conhecimento de
causa na situação, e por isto deve ter bons motivos para agir como agiu. Além disso, é possível que
outros irmãos, membros da igreja, tenham tido alguma participação no planejamento de tais medidas,
e uma alteração sumária incorreta em ofensas para eles. Sendo assim, um pastor prudente não deve
se apressar em qualquer mudança no governo da igreja. Ele deve procurar tomar pé da situação, e
quando conhecer todos os aspectos daquela congregação, aí sim ele se sente capaz de fazer
qualquer mudança sem ofender o seu antecessor e nem os membros das igrejas.
Faz muito bem, sempre que pode o pastor convidar o seu antecessor para participar de um
culto ou um evento na sua congregação. Neste convite é sempre bom pedi-lo para trazer também
consigo a igreja em que está presidindo. Isto faz o companheiro se sentir honrado e seguir o mesmo
exemplo de considerações e ética.

Ciúmes. Tem pastor que arde de ciúme ao perceber que o evangelista ou um pastor visitante
caiu na graça da sua igreja. Ao perceber isto, ele toma logo a defensiva do ego, e parte para ofensiva
do tu. Ao se sentir agredido, ele agride o pretenso agressor. Procura apagar a luz do companheiro a
fim de que a sua possa brilhar. Mas isto é sinal de inveja e insegurança. E toda inveja é sinal de
maledicência, de confissão de fraqueza e de mesquinhez. Há também casos, em que o pastor
mantém debaixo dos seus pés certos obreiros que ele vê que a igreja gosta muito de vê-lo pregar,
ensinar ou desempenhar um ministério que de Deus recebeu. O pastor que age assim não tem
segurança de si mesmo, e muito menos certeza da sua chamada para o ministério. Por isso, procura
apagar a luz dos outros pra que a sua possa brilhar. Este espírito de ciúmes é o mesmo que
despertou em Saul que passou todo o seu reinado perseguindo Davi, porque viu que todo Israel tinha
grande simpatia por Davi, veja: E as mulheres, dançando, cantavam umas para outras, dizendo: Saul
feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares. Então Saul se indignou muito, pois aquela
palavra pareceu mal aos seus olhos, e disse: Dez milhares atribuíram a Davi, e a mim somente
milhares; que lhe falta, senão só o reino? Daquele dia em diante, Saul trazia Davi sob suspeita 1 Sm
18.7-9.

Atitudes do pastor para com o seu sucessor. O pastor que ontem foi sucessor de um
antecessor, amanhã estará na mesma condição de antecessor. Sendo assim, é necessário que hoje
ele seja cortes com o seu antecessor porque em breve ele virá a ser antecessor.
Se porventura o pastor conhece os atributos morais e intelectuais do seu sucessor, é
importante que ele o recomende a igreja. Por falta de ética e de capacidade interna alguns evitam
fazer isto. Talvez, para não se sentir diminuído. Mas ninguém pode admitir ninguém. O homem é que
se sente exaltado ou humilhado. Exaltação ou humilhação são coisas que nos acontecem pelo lado
de outro. O homem que descobriu o seu valor permite o Criador não se sente mais nem exaltado e
nem humilhado pela criatura. A criatura homem não tem poder para modificar o que o Criador Deus
realizou dentro de outra criatura homem. Ninguém pode te fazer melhor ou pior – você é que pelo
livre arbítrio se faz melhor ou pior.
Quando o Pastor entrega a direção da igreja para outro, é necessário que ele corte todas as
suas funções pastorais naquela igreja. Se um dia quiser visita-la, faça isto, mas como uma pessoa
comum. Se nesta visita o seu sucessor honra-lo que é o seu dever que não abusa da honra do seu
companheiro a fim de lhe causar problemas futuros.
Ao visitar uma cidade, onde pastoreou uma igreja, é sempre bom ele procurar em primeiro
lugar o pastor daquela igreja. Se não tiver condições de ficar hospedado em um hotel, então fique
hospedado na casa do pastor atual. Não havendo lugar na casa do atual pastor para o pastor
visitante hospedar, um dos membros daquela igreja voluntariamente oferecê-lo hospedagem, então o
pastor visitante deve comunicar ao pastor da igreja a atitude de boa vontade deste membro para
depois aceitar o convite. Se porventura ele ouvir alguma crítica referente ao atual pastor feito pela
família anfitriã, procure não inflamar, mas aconselha-la, recomendando a oração para que Deus
resolva todos os possíveis problemas. Mesmo que o pastor da igreja esteja errado em qualquer
questão, o pastor visitante não deve por lenha na fogueira, a fim de que satanás não ache brecha
para operar. O máximo que ele deve fazer é aconselhar o companheiro em alguma dificuldade, e
nunca deixar o companheiro entender que ele tem desejos a voltar pastorear aquela igreja. Porque
isto pode despertar um espírito de ciúme no atual pastor e o visitante pode com isso perder o seu
companheiro.
Em algumas igrejas, os crentes gostam de organizar uma festa de aniversário do pastor, e
alguns até lhe trazem presentes. O pastor anterior não deve se sentir enciumado ao ver o seu

152
sucessor ganhar presentes dos membros da sua antiga igreja, visto que ele não é mais pastor
daquela igreja. Alguns chegam a dizer: no meu tempo não faziam isso! Hora, se não faziam, ou era
porque o pastor não merecia, ou porque não era simpático ao povo.
Quando os membros da igreja se dirigem ao ex pastor, lhe pedindo conselho sobre qualquer
coisa que esteja ligada a administração da igreja, tal pastor deve se mostra ético, encaminhando
aqueles crentes até o atual pastor. Com esta atitude, o ex pastor evita causar transtornos na
administração do atual pastor e o nome do Senhor é glorificado.
O ex pastor deve procurar gentilmente evitar convite dos membros da sua ex igreja para fazer
cerimônias como: casamento, noivado, batismo, apresentação de crianças etc. Nenhum pastor gosta
de ver outro se interferindo na administração da igreja em que preside. Tem pastor que quando
entrega a igreja para outro fica torcendo para o insucesso do seu sucessor. Está sempre perguntando
aos seus confidentes como está indo os trabalhos da igreja, a fim de fazer fofoca da gestão do atual
pastor.
E quando ouve alguém dizer que a igreja está indo bem se contorce de raiva. A queda da
igreja, para ele é motivo de alegria, quando deveria ser de tristeza. Mas quando ouve alguém dizer
que os trabalhos estão indo mal, ele ouve isto como uma satisfação e sente uma felicidade no seu
ego. Alguns dizem: quando era no meu tempo essa igreja era uma benção. O sucessor de um pastor
precisa e merece toda a assistência do pastor anterior a fim de poder desenvolver com êxito o seu
ministério na nova igreja. Essa assistência pode ser grande ou pequena, mas nunca deve ser
dispensada.
Ao passar a direção da igreja para o seu sucessor, o pastor deve dá o relatório de tudo o que
acontece naquela igreja. Quanto entra em dinheiro, quanto sai o que tem dado certo, o que não tem
dado certo, o dia da Santa Ceia, da reunião de obreiros, etc. O pastor deve também dar toda
característica de todos os obreiros que atuam naquela congregação, inclusive os tribulosos a fim de
que o novo pastor fique de olhos abertos e precavidos.

Cuidado com os bajuladores. Assim que um pastor assume a direção de uma igreja, logo
começa se aproximar dele aqueles crentes ou obreiros que nada sabem a não ser bajular o pastor a
fim de adquirir alguma posição na administração do novo pastor. Grande parte deles apresenta
argumentos diretos ou indiretos contra a administração do pastor anterior. Muitos agem assim porque
as suas opiniões na administração do pastor anterior não foram consideradas. Você já imaginou se o
pastor fosse considerar a opinião que todos os membros lhe dão? Ninguém agrada todo mundo.
Estes crentes insatisfeitos normalmente são aqueles que não se davam bem com o pastor anterior.
Mas é aí onde m ora o perigo. Nessa hora, o sucessor tem que tomar muito cuidado, porque esses
membros bajuladores e descontentes com o antigo pastor pode se virar a qualquer momento contra
ele porque esta é a natureza. O sucessor não deve dar ouvido ás críticas de tais pessoas contra o
pastor anterior, porque isto é falta de ética e desrespeito pelo seu companheiro de ministério. Mas
também não pode desprezá-lo sumariamente, porque com essa atitude ele poderá começar o seu
pastorado já com problemas. Pode ser também que essas pessoas insatisfeitas com a administração
do antigo pastor, tenham boas razões para isto.
É aí onde o sucessor precisa ser prudente, para não ser antiético com o seu antecessor e
nem desagradar os descontentes, arrumando problemas logo no início do seu pastorado. Por via de
regra, o bom crente, o bom obreiro, não vive bajulando pastor. Quem assim age, prova que não é
sincero. Faz isto para tirar proveito pessoal. O bom crente, o bom obreiro, respeita, considera, ama e
obedece ao seu pastor em tudo, sem bajulá-lo quando ele está em alta e sem desprezá-lo quando
está em baixa. O obreiro que um dia descobriu a sua posição e o seu valor diante de Deus e dos
homens, nem exalta o seu superior para conseguir ser grande, nem humilha seu subalterno porque
se sente grande.

Casamento. É muito comum ocorrer casos em que crentes em sua simplicidade, venham a
convidar o pastor anterior par fazer o seu casamento. Coisa que não pode ser feita, exceto quando de
comum acordo com o atual pastor. Se o crente quer que o pastor anterior faça o seu casamento, não
há nenhum motivo que possa impedir o pastor atual proibir, uma vez que o membro lhe pediu
autorização para tal coisa. O que jamais deve ser feito, é o pastor anterior fazer o casamento de um
membro da sua antiga igreja sem comunicar com o atual pastor. Isto é um ato de desrespeito ao atual
pastor, porque o governo daquela igreja agora está sobre o atual pastor, e qualquer evento sem sua
aprovação implica em ato de desrespeito e desconsideração.
É também bastante comum, um rapaz de uma igreja se casar com uma moça de outra igreja.
E às vezes a moça quer que o casamento seja feito pelo seu pastor na igreja na igreja do rapaz ou
vice versa. Quando isto acontecer, é aconselhável que os dois pastores tomem parte da cerimônia.

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Atitudes do pastor para com o evangelista. É natural o evangelista ou pregador avivalista
atrair a atenção do povo. Mas isto não pode mexer com o equilíbrio emocional de tal pregador ao
ponto dele se sentir superior ao pastor, porque se ele for colocado no lugar do pastor, pode ser que
logo o povo enjoará do seu barulho e pedirá o pastor de volta. O ministério da igreja, não é composto
somente de pastores, e nem tão pouco só de evangelistas. Como já vimos em Ef 4.11-12, Jesus
presenteou a igreja com apóstolos, profetas, evangelistas, doutores e pastores. Tudo isto, foi visando
o aperfeiçoamento da igreja.
O trabalho do evangelista se caracteriza pelo desbravamento que ele faz entre os não
crentes, e também pelo avivamento que ele realiza através dos dons espirituais que lhe foram
confiados por Deus entre os crentes. Sendo assim, o seu relacionamento com o pastor de uma
determinada igreja que o convida, também deve se submeter a certo código de ética. Qualquer atrito
existente entre o pastor e o evangelista principalmente no meio de uma campanha evangelística
implicará em grandes perdas tanto para um como para o outro. Entretanto, quem mais perde com
tudo isto é a igreja do Senhor, e tanto um quanto o outro responderá diante de Deus pelo dano
causado á igreja que é a noiva do cordeiro.
É natural o evangelista ou pregador avivalista atrair a atenção do povo. Mas isto não pode
mexer com o equilíbrio emocional do pastor ao ponto dele se sentir inferiorizado ou enciumado. O
pastor deve saber que cada um tem o seu valor diante de Deus, e que o evangelista não é maior e
nem menor por ser evangelista, e nem tão pouco ele é menor ou maior por ser pastor. Ambos são
importantes para o aperfeiçoamento da igreja. E que o importante não é o cargo de evangelista ou
pastor, mas ter o nome escrito no livro da vida

Agendamento. Quando um pastor agendar um evangelista para realizar em sua igreja uma
campanha de avivamento, cura divina e evangelização, que mostre o máximo de consideração pelo
companheiro. Fale bem do evangelista, fazendo menção do seu nome e do bom trabalho que ele tem
prestado a igreja em vários lugares. Peça à igreja que ore por ele, a fim de que Deus o use nos
trabalhos que estão previstos. Isto levará a igreja a confiar mais no trabalho do evangelista, porque
antes do início do evento, ela a igreja já está participando através da oração e do jejum.
Alguns pastores, quando organizam uma campanha evangelística, um congresso com a
mocidade ou com as irmãs do círculo de oração, pedem oração somente pelos trabalhos
desenvolvidos, mas nunca pelo evangelista que irá desenvolver os trabalhos. Divulgar o nome do
evangelista também é muito importante, não com a atitude de torna-lo famoso, mas para que os
crentes estejam sempre lembrando do seu nome nas suas orações.

Cancelamento de agenda. Quando um pastor agendar um evangelista pregar em sua igreja,


nunca cancele o evento em cima da hora, visto que o evangelista tem uma agenda a ser obedecida.
A agenda do evangelista é feita com bastante antecedência. Sendo assim, ele já deve ter evitado
vários convites para pregar, e considerando que o sustento seu e de sua família vem deste trabalho
que ele presta ás igrejas, significa que além de prejuízos morais, ele sofrerá também prejuízos
materiais. Entretanto, assim como o pastor não gosta que o evangelista cancele abruptamente um
compromisso agendado com antecedência, ele também não deve agir com tal procedimento.
Conheço um caso, em que o pastor agendou um evangelista para pregar em sua empresa
num outro estado da federação. Depois de ter passado por um período de oração e jejum, o
evangelista viajou para aquele estado onde iria realizar uma campanha de avivamento. Ao chegar lá,
pronto para pregar a Palavra de Deus, ficou sabendo que o evento havia sido cancelado. Procurou
pelo pastor e foi informado que o pastor estava pescando em um rio naquelas imediações. Depois se
muitos gastos com a viagem, hospedagem e alimentação, o evangelista voltou decepcionado com a
atitude do seu companheiro de ministério. Que vergonha para aquele pastor!

Remuneração do evangelista. Tem pastor que convida um evangelista para vir pregar num
evento em sua igreja, e depois que termina o evento, com ar de satisfação ele pergunta a igreja: os
irmãos querem que o irmão fulano volte de novo? Ao que a igreja em uma só voz responde: amém!
Após isto, ele volta para o evangelista e diz: meu irmão a porta está aberta, volte sempre.
Termina o culto com um excelente saldo positivo, dá um forte abraço no evangelista e
agradece-o. O pastor descansado, porque não se esforçou pregando volta para casa satisfeita com
o resultado do evento, e o evangelista cansado, suado e rouco de tanto pregar, volta para sua casa
com os bolsos vazios. Ao chegar em casa a esposa pergunta: como foi o culto? Ele diz: foi uma
benção. Ela volta a perguntar: E quanto lhe deram? Ao que ele responde: somente uma volta de
novo, porque as portas estão abertas. Em minha opinião, isto é um abuso da parte de tal pastor que
aproveita da boa vontade dos evangelistas. Alguns mais conscientes colocam no bolso do evangelista
uma pequena importância e diz: essa é uma gasolinazinha pra você. Hora, quem vive de gasolina é o

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automóvel que conduz o evangelista. O evangelista e sua família vivem não somente das Palavras
que saem da boca de Deus, mas também de pão. Em reuniões de obreiros, o pastor José Welington
B. da Costa, maior líder evangélico do Brasil sempre diz: companheiros, nunca despeça vazio o
pregador que você convida.

Critério de remuneração do evangelista. Não existe um critério que define a remuneração


do evangelista. Mas para todos os critérios deve existir um plano ético. Cada caso é um caso.
Depende muito do evangelista. Uns têm um padrão de vida muito alto, outros mais baixos. Alguns
não dependem exclusivamente da igreja porque tem outras atividades seculares etc. Alguns pastores
prometem dar ao evangelista todas as ofertas que entrarem no período da campanha. Outros
estipulam previamente um determinado valor. Outros nem prometem nem estipulam nada, o
evangelista deixa tudo a cargo da sua consciência.
Há casos em que o pastor combina com o evangelista, que todas as ofertas que entrarem no
período do evento será dele, mas quando termina o evento, ele destina ao evangelista somente uma
pequena parte do que foi arrecadado. Muitas vezes, o evangelista não sabe quanto entrou, por isto
não pode reclamar. Isto é uma grande falta de ética da parte do pastor. O pastor que pratica tal ação,
além de está roubando o direito do evangelista, está também dando um péssimo exemplo para seu
tesoureiro e os diáconos que recolheram as contribuições.
Em final de congresso ou conferência, já presenciei horríveis litígios entre pastor e evangelista
na hora do acerto de conta. Em alguns casos, percebi que o evangelista estava errado, porque
reclamava pela pequena oferta que havia entrado durante o período do congresso. Ora, se ele
combinou com o pastor que a arrecadação de ofertas durante o período em que ele ministrava lhe
seria destinado, então não havia motivo para reclamação. Mas já presenciei também, casos em que o
pastor estava errado, porque faltou com a palavra ao perceber a grande soma nas arrecadações, e
destinou ao evangelista somente uma pequena parcela do total arrecadado.
Tudo isto é vergonhoso e desagradável tanto para um, como para o outro. Este espírito de
ganância não pode existir nem no pastor que convida o evangelista para ministrar a Palavra numa
conferência, e nem no evangelista que de bom grado aceita o convite. É lamentável que uma
campanha evangelística que começa pelo Espírito venha terminar na carne. Este assunto está
enquadrado nas palavras do apóstolo Paulo que disse: Sois vós tão insensatos? Tendo começado
pelo Espírito, é pela carne que agora acabareis? Gl 3.3.

Despesas. Ao convidar um evangelista, o pastor deve procurar saber qual é o seu padrão de
vida financeira. Pra ver as há possibilidade para pagar suas despesas e hospeda-lo bem. Procurar
saber se ele vem de avião, de automóvel ou de ônibus, pra ver se a igreja tem condições de cobrir
suas despesas Lc 14.28-31. Tem evangelista, que por suas muitas ocupações ou pela grande
distancia, não pode ir de ônibus, só vai de avião. É necessário considerar o padrão de vida financeira
do evangelista. Para não Ter que colocar o que tem um baixo padrão financeiro numa humilde casa
de família, ou numa pensão.
Tem pastor que sem pensar nas consequências, convida um evangelista de alto nível social
para pregar em sua igreja, e na hora do acerto de contas, fica arrancando os cabelos desesperado
procurando dinheiro emprestado para pagar-lhe as despesas. Isto significa colocar o chapéu onde a
mão não alcança. A maioria dos que agem assim, faz para aparecer, mostrando ter o que não tem ou
ser o que não é. Sacrificam a igreja, só para ter a vaidade de dizer que um pregador famoso aceitou o
seu convite para pregar em sua igreja. Que absurdo!
Ao pensar em realizar um evento na igreja, em primeiro lugar o pastor deve procurar saber
quanto vai custar esse evento, e se a igreja tem condições de arcar com as despesas desse evento.
Se não pode convidar um pregador de cinco estrelas, então convide um de uma estrela. Porque o
Deus que opera na pregação do de cinco estrelas, opera também na pregação do de uma estrela,
porque quem vai operar não são as estrelas. Às vezes as cinco estrelas não estão bem lucificadas.
Sendo assim eu prefiro uma estrela com muita luz a cinco com pouca luz, ou até mesmo sem
nenhuma luz; como ocorre em muitos casos. Não digo isto com a intenção de desmerecer os
pregadores de cinco estrelas, mas com a finalidade de valorizar a Palavra de Deus e os considerados
humildes pregadores.

Cuidado com os mercenários. Existem obreiros que comercializam os dons espirituais. São
como Balaão que profetizava por dinheiro. Estes não eram convidados para realizar nenhum tipo de
trabalho na igreja, porque normalmente terminam causando sérios problemas para o pastor no final
da festa. E uma festa que começa com muita alegria, pode terminar com tristeza.
Ao convidar um evangelista para pregar, é sempre bom o pastor pedir várias informações
sobre ele. Informe-se com mais de um pastor onde ele já pregou. Porque em uma determinada igreja

155
ele pode Ter se comportado bem, por isso ou por aquilo, e em outra ele pode Ter revelado o seu mau
caráter. Por isso é bom se precaver para depois não ter que chorar pelo leite derramado. Procura
saber se ele sabe manejar bem a Palavra, se é conhecedor das doutrinas bíblicas, se é apto para o
trabalho que deseja realizar, se é respeitador, modesto, fiel, etc. Tudo isto deve ser feito a fim de que
não tenha o dissabor de convidar um elemento dinheirista, luxento, mulherengo, trapaceiro e por fim,
sensacionalista.
Aí deles! Porque foram pelo caminho de Caim, e por amor do lucro se atiraram ao erro de
Balaão, e pereceram na rebelião de Coré Jd 11. Veja ainda: 2 Pe 2.15. Hoje em dia, a maioria dos
chamados pregadores itinerantes cobram uma fortuna para pregar em um evento nas igrejas. E o
mais interessante em tudo isto, é que eles possuem uma grande freguesia. O pior em tudo isto, é que
muitos obreiros novos, em vez de se espelhar num evangelista sério, comprometido com a Palavra de
Deus e com a verdade, se espelham nesses tipos de mercenários inescrupulosos. O exercício dos
dons espirituais, não é para enriquecer ninguém. Quem quiser se enriquecer, então deve procurar
outra atividade, mas nunca a igreja. A remuneração que a igreja dá para o obreiro não é para
enriquecê-lo, mas tão somente para sustentá-lo no serviço sagrado.

Cuidado com os obreiros paraquedistas. Quem são os paraquedistas? Não são os oficiais
da Aeronáutica que pulam de paraquedas. São aqueles obreiros que aparecem na última hora, sem
serem convidados ou esperados. Quando você menos espera, eles aparecem. Não se sabe de onde
vêm, nem para onde vão. E aonde chegam, dizem que foram enviados por Deus. Eles andam sem
destino, vivem perambulando pelas igrejas, sem dá nenhuma satisfação aos seus pastores – se é que
têm pastores.

Onde eles atacam. Os obreiros paraquedistas atacam em todo canto. Mas, eles têm
preferência pelo trabalho das irmãs do circulo de oração. Os pastores normalmente não estão
presentes nesses trabalhos que é um grande erro. Sendo assim, os paraquedistas atuam com mais
liberdade, visto que as irmãs são presas simples e vulneráveis. Em suas pregações, eles gostam
muito de atacar os pastores, ou no mínimo fazer insinuações malignas contra os pastores dizendo
que ele foi enviado por Deus para falar isso ou aquilo, que não devemos obedecer ou temer o
homem, pastor que Deus vai tirar o pastor da direção da igreja etc. Os paraquedistas não gostam de
trabalhar. Dizem que vivem pela fé, e por isso, normalmente são pidões. Pede dinheiro ofertas,
relógios, Bíblias, harpas, roupas ou até automóvel. O pior de tudo, é que fazem isto em nome de
Deus. Uns vêm com a desculpa de que está construindo uma igreja lá no sertão ou na tribo dos
Índios. Outros dizem que Deus o enviou a África, lugar muito pobre e que precisa de Bíblia, dinheiro
para ajudar aquele povo sofrido etc. Dependendo do lugar eles contam uma história diferente. É de
acordo com a cara do freguês igreja. Eu conheço um, que diz que sua mãe morreu e que ele está
sem nenhum centavo, por isso precisa ajudar os irmãos para poder ir à sua terra fazer o enterro da
sua pobre mamãe. Esse já matou sua mãe tantas vezes, que a pobre parece Ter mais vidas do que
gato.
O pior de tudo, é que a maioria desses elementos tem família. Eles expõem a família ao
ridículo, deixam-na passando necessidade e privações, para andar por aí comendo e bebendo nas
casas dos crentes, e dizendo que estão fazendo a obra de Deus. Mas existem alguns, que por onde
andam levam a família, e aonde chega, despeja mulher e filhos e o dono da casa que se vire. Ao
chegar um pedinte, o pastor precisa ter muita cautela, para não correr o risco de está ajudando
manter vagabundo preguiçoso. Com isto, não quero dizer que todos os pedem nossa ajuda são desta
marca, porque existem muitos homens de Deus necessitando de nossa ajuda para um fim justificável.

Pregadores sensacionais, Quem são os pregadores sensacionais? São aqueles que para
aparecerem procuram levar o povo ao delírio com mentiras; dizendo que está vendo: anjo, tocha de
fogo, lençol aberto sobre a igreja, etc. Os pregadores sensacionalistas, normalmente são
mercenários. Os pregadores sensacionalistas gostam de manipular seus ouvintes com estórias e
ilustrações emocionais, que parecem verdadeiras, mas a maioria delas são mentirosas. Eles
normalmente exageram quando dão testemunho de alguma obra que Deus realizou. Isso é pecado.
Veja: Ef 4.25; Pv 12.19. Eles gostam de pregar aquilo que as pessoas gostam de ouvir em vez de
pregar as verdades bíblicas At 4.20. Eles pregam a Palavra de Deus sem que ele seja uma realidade
em suas vidas. Fazem isso por mero profissionalismo. Normalmente eles caem em contradição,
porque a mentira tem perna curta.

Atitudes do evangelista para com o pastor. Em primeiro lugar, o evangelista deve ser grato
ao pastor por tê-lo convidado e lhe confiado o púlpito da sua igreja. O evangelista deve se preocupar
em ser fiel ao pastor, mostrando-se cheio de considerações e honrando-o perante a igreja. É natural o

156
evangelista ou pregador avivalista atrair a atenção do povo. Mas isto não pode mexer com o equilíbrio
emocional de tal pregador ao ponto dele se sentir superior ao pastor, porque se ele for colocado no
lugar do pastor, logo o povo enjoará do seu baralho e pedirá o pastor de volta.
Se porventura, alguns membros insatisfeitos com o pastor, vierem a citar algumas falhas do
pastor, porque ninguém é perfeito e nem pode agradar a todos e convidar o evangelista a ser o
pastor deles, o evangelista deve descartar completamente tal proposta, a procurar mostrar as
qualidades do pastor, a fim de tirar a má imagem que tais membros têm dele. O evangelista, ou o
pregador visitante, não pode esquecer que se ele está ali é porque o pastor da igreja o convidou, ou
pelo menos autorizou alguém a convidá-lo. Sendo assim, ele deve evitar qualquer convite dessa
natureza, porque se ele agir ao contrário estará traindo o pastor e mais tarde traidor um dia será
traído.

Cancelamento de agenda. Há casos, em que o evangelista agenda com o pastor para pregar
em sua igreja. E quando ele é convidado para pregar em outra igreja maior do que a primeira, onde
entende que o retorno financeiro será maior, imediatamente ele cancela aquele compromisso anterior.
Alguns menos piores, as vezes mandam um representantes no seu lugar, outros mais irresponsáveis,
nem representantes mandam. Cancelam abruptamente a agenda sem dar nenhuma satisfação ao
pastor que o convidou com muita estima. Quando isto acontece, o pastor fica constrangido perante a
igreja, e se sente envergonhado, porque dá uma conotação de desconsideração do evangelista para
com ele. Se o evangelista cancela o agendamento em tempo hábil, ainda dá pra salvar a situação,
convidando outro pregador para o evento. Mas quando isto ocorre na última hora, o pastor não tem
como convidar outro pregador, visto que os bons pregadores normalmente fazem suas agendas com
muita antecedência. Sendo assim, o pastor tem que pegar a laço o primeiro pregador que aparece em
sua frente, ou então ele mesmo faz o papel do evangelista sem nenhum preparo prévio. Isto se torna
mais agravante quando o pastor divulga através de cartazes, rádios e outros meios de comunicações
a presença do evangelista.

O uso do púlpito. Sempre que o evangelista for convidado para pregar em uma determinada
igreja, ele deve procurar saber de alguém quer conhece o pastor da igreja, quais são os usos e
costumes que o pastor preserva. Na Assembleia de Deus, por exemplo, tem pastor que é contra o
uso de televisão, mulher cortar cabelo, raspar pernas etc., enquanto outros não se importam com
nada disto. Existem também casos, em que o evangelista faz questão de frisar certos usos e
costumes que o pastor não pronuncia nem contra nem a favor. E quando isto acontece, o pastor se
sente desmoralizado perante a sua igreja. Existem pregadores que se envolvem com assuntos locais
e melindrosos, e em vez de pregar a Palavra que edifica, fica falando de coisas corriqueiras e
particulares coisas que nem o pastor da igreja não se intromete.
Conheço um famoso evangelista americano que nunca foi convidado para pregar na
Assembleia de Deus do Brasil porque, uma vez enquanto ministrava a Palavra, disse que não é
pecado a mulher usar calça comprida. Ora, se isto é pecado ou não, não compete ao evangelista,
mas tão somente ao pastor da igreja, a não ser que tal evangelista pertença à mesma igreja, e tenha
liberdade outorgada pelo pastor para falar de tais coisas melindrosas.
Uma vez eu fui convidado para pregar num congresso de mocidade no Sábado, numa igreja
onde o pastor era contra a mulher usar cabelos soltos, e no Domingo eu estava agendado para
pregar em outra igreja onde o pastor era contra usar coque, ou seja, cabelos enrolados. O mais
interessante em tudo isso é que as duas igrejas pertencem ao mesmo ministério da Assembleia de
Deus.
Se existem essas diferenças na mesma denominação, imagine quando se trata de diversos
grupos eclesiásticos. Nesse caso, o evangelista deve ser prudente e pregar as doutrinas
fundamentais da Palavra de Deus ande não há divergência de interpretação, a fim de não se colocar
com as opiniões do pastor local. Quando o evangelista insiste em querer fazer prevalecer suas
opiniões, com respeito a usos e costumes, ele termina criando uma divisão na igreja causando sérios
danos na administração do pastor. O evangelista não pode esquecer que se a sua pregação chocar
com as opiniões do pastor, será desfeitas pelo pastor nos cultos posteriores.

Remuneração. Este assunto já foi comentado quando falamos da atitude do pastor para com
o evangelista. Entretanto, farei aqui algumas observações sobre atitudes que os evangelistas não
podem tomar contra o pastor. No caso do evangelista não receber um tratamento como esperava,
boa hospedagem, boa alimentação deve concluir seus trabalhos sem reclamações para não causar
prejuízos nem para ele nem para a igreja que não tem nenhuma culpa. Quando isso ocorrer, é só o
evangelista recusar futuros convites para pregar na igreja de tal pastor.
Assim como tem direito de não convidar mais um evangelista que não atendeu seus anseios,

157
o evangelista também tem direito de recusar um próximo convite de um pastor que não o tratou bem.
Com respeito a dinheiro ou a objetos de valor, o evangelista precisa ser muito prudente. Não deve
receber nenhuma quantia diretamente do povo, sem notificar o pastor, a fim de que isso possa ser
registrado como parte da oferta que a igreja lhe fizer. Em hipótese alguma, o evangelista deve
distribuir para os membros da igreja, envelopes ou carnês pedindo contribuição para qualquer
trabalho que ele esteja realizando seja revista, jornal ou missão sem o consentimento ou aprovação
prévia do pastor.
Se o pregador trouxe alguma coisa como revista, jornal, disco, fita K7, livros e etc. para
vender aos crentes, é sempre bom pedir ao pastor da igreja que autorize a fazer isto. Porque além da
autorização, o pastor poderá ajudá-lo também, incentivando os crentes a comprar o seu produto. Um
dia vi um pastor proibir publicamente a venda de alguns produtos do pregador da noite, na porta da
igreja, porque não sabia que pertencia ao pregador. Isto significa que se o pregador pedisse
autorização ao pastor para vender o seu material, não teria passado aquele vexame.
Em uma convenção, visando vender fitas de vídeo certo pregador renomeado colocou o
seu stand, uma televisão para os pastores assistirem algumas das suas fitas que estavam a venda.
Mas o pastor da igreja que hospedava a convenção, era diametralmente contra televisão. Por isso,
mandou um dos seus obreiros que ordenasse ao pregador a tirar imediatamente a televisão dali. O
mais agravante em tudo isto, é que, o pastor dono da televisão, estava agendado para ser um dos
pregadores daquela convenção. Não sei qual dos dois foi menos ético. Se foi o pregador que trouxe a
televisão, ou o pastor que mandou tirar a televisão.

Ao terminar o trabalho volta pra casa. Normalmente os eventos especiais em que se


convida um pregador se dá em final de semana. Isto significa que na Segunda ou na Terça, o
pregador esta retornando para sua casa ou para atender outro evento em outra igreja, numa outra
cidade. Se ele estiver hospedado num hotel tem que desocupar, para não dar despesas que não
estavam previstas pelo pastor que o convidou. Se ele estiver hospedado em casa de família, não é
muito diferente, porque segunda-feira é dia de trabalho e o dono da casa vai trabalhar e não é bom
que o evangelista fique a sois com sua esposa, porque vai dá o que falar.
Retire o teu pé da casa do teu próximo, para que não se enfade de ti, e te aborreça Pv 25.17.
Tem pregador, que quando terminam um trabalho em uma determinada cidade, continua por ali, no
hotel dando despesas para a igreja, ou na casa de alguém onde está hospedado. Este tipo de
comportamento não pega bem para o evangelista. Porque logo o povo começa a perguntar: será que
ele não tem o que fazer?
Mesmo que o pastor vier a convida-lo para ficar mais uns dias visitando as congregações que
normalmente diz por educação o pregador deve agradecer cordialmente a rejeitar tal convite,
porque vai dar uma conotação de que ele o evangelista não tem o que fazer, ou é um homem
desocupado. E isto não pega bem pro evangelista. É claro que existem várias exceções em tudo isto.
Se por alguma razão justa, o evangelista precisar ficar na cidade por mais alguns dias, a convite de
algum membro da igreja ou por vontade própria, então ele deve comunicar isto ao pastor da igreja a
fim de que este venha pensar algo antagônico sobre ele. E quando ele for embora, procure rejeitar
qualquer convite feito pelos crentes daquela cidade com a finalidade de dirigir cultos ou qualquer
trabalho que venha a causar prejuízos para o pastor da igreja daquela cidade.

Atitudes do pastor na recepção dos ministros visitantes. É muito comum aparecer nas
igrejas ministros visitantes. Como o pastor deve tratar estes obreiros, sem saber quem é quem, e não
correr o risco de dar honra a quem não tem honra, ou não honra a quem tem honra?
Disfarçadamente, o pastor deve procurar saber se ele foi convidado por algum membro da sua igreja,
se é um dos seus predecessores no pastorado, ou se está de passagem por ocasião de uma viagem
de férias ou a serviço secular.
Se professa a mesma fé, ou se é de um credo diferente. Ao constatar por meio de
documentos credencial de ministro evangélico o pastor deve reconhecê-lo publicamente se caso
for reconhecível convidando-o a tomar assento no púlpito. Nesse caso, o mínimo que o pastor deve
fazer, é dar oportunidade para fazer uma oração ou a leitura oficial da noite; e o máximo, e convidá-lo
para pregar a mensagem da noite. Mas isso só pode ocorrer quando o pastor estiver certo de que o
tal visitante é idôneo e não venha causar um transtorno no andamento do culto, trazendo fogo
estranho. Sendo assim, recomendamos que o pastor nunca entregue o púlpito da igreja para
estranho.

A família do ministro visitante. É muito comum um pastor convidar outro para pregar em
sua igreja, e quando este chega com a sua família, ele já tem lugar reservado no púlpito, e se o
púlpito estiver completo, o pastor da igreja manda acrescentar mais uma cadeira ou manda que

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algum de seus obreiros desocupe uma cadeira para dar lugar ao pastor visitante. Mas, e a família do
pastor visitante?
Em muitas igrejas, a família do pastor visitante é tratada da forma ridícula. Às vezes o
pregador se atrasa um pouco por causa do trânsito ou porque teve dificuldades em encontrar o
endereço da igreja. E ao chegar com sua família encontra o templo superlotado. O pastor da igreja se
preocupa em acomodar bem o pregador, mas esquece da família do pregador. O lugar do pregador
está normalmente reservado, e a sua família onde vai sentar-se? Tenho observado que pouca
importância é dada à família do pastor visitante. O máximo que fazem é apresenta-la e dar boas
vindas, nada mais. A família do pastor visitante deve ser tão bem honrada quanto ele.
Um dia fui convidado para pregar num congresso em uma determinada igreja. Comecei Ter
problemas logo na chegada, porque não tinha mais nenhum lugar perto do templo para que eu
pudesse estacionar o carro. Tive que estacionar o carro quase meio quilômetro distante do templo. E
ao entrar no templo com a minha família, esposa e dois filhos não encontrei nenhum lugar onde eles
pudessem se assentar. O meu lugar já estava reservado bem ao lado do pastor, e a minha família
ficou desaparecida no meio da multidão sem que ninguém se importasse com ela.
Quando um pastor convidar outro para pregar em sua igreja, ele deve instruir os diáconos a
reservar uma vaga na frente ou perto do templo para que o pregador estacione o seu automóvel.
Deve instruir os diáconos a acomodar bem a família do pregador. Não precisa coloca-la no púlpito,
como já vi alguns fazerem mas também não deve deixá-la perdida no meio da multidão. sugestão
da minha esposa.

O dever dos ministros visitantes. Ao chegar a uma igreja, onde não é conhecido pelo pastor
local, em primeiro lugar, o ministro deve se identificar ao diácono e tomar assento junto com os
membros. Se porventura o pastor convida-lo para tomar assento no púlpito ótimo, mas se não
convidá-lo, que ele continue no seu lugar normalmente. Neste caso, não importa quem está dirigindo
o culto se é o pastor, um presbítero, um diácono, um cooperador ou até mesmo um membro. O que
importa é que quem está na frente do trabalho está exercendo função pastoral, e por isso deve ser
respeitado e tratado pelo visitante na qualidade de pastor. Ele pode não ser um pastor, mas está ali
como representante do seu pastor. Tem pastor que ao visitar uma igreja, e ficar sabendo que a
pessoa que está dirigindo o culto não é o pastor, se sente no direito de exercer autoridade sobre o
dirigente do culto.
Se o pastor der oportunidade ao ministro visitante para pregar somente o tempo necessário
sem abusar. Procure honrar o pastor enquanto estiver com a palavra. Não deve fazer isto como um
bajulador medíocre e vulgar, mas como um homem honrado agradecido pela confiança que lhe foi
dada.

159
Lição 3
Assentos no púlpito da igreja

O púlpito é um lugar reservado para o pastor e os seus auxiliares. Pode se assentar lá


também outros obreiros visitantes; mas somente quando for convidado pelo pastor ou por qualquer
pessoa que esteja dirigindo o culto. Existe púlpito que tem muitas cadeiras, outros menos. Depende
muito do tamanho do templo ou da organização interna. Já vi templos grandes com um púlpito
pequeno, e também templos pequenos e púlpito grande.
O tamanho do púlpito não importa muito; o que é muito importante é o comportamento de
quem toma assento nele, visto que está na mira de todos os que estão na nave do templo. Tem
obreiro que tem paixão por púlpito, se não convida-lo para tomar assento lá ele fica aborrecido. Tem
igreja que só se assenta no púlpito o dirigente do culto e o seu auxiliar, por isso não há necessidade
de Ter púlpito tão grande. Já em outras, todos podem se assentar lá, começando do cooperador até o
pastor. Já fui a igrejas que tinha mais gente no púlpito do que na nave do templo.
Quando um obreiro for convidado para tomar assento no púlpito da igreja, procure não
assentar nas primeiras fileiras de cadeiras, a não ser que o pastor que o convidou o mande se
assentar ali. A primeira fileira de cadeira, normalmente é reservada para pessoas mais ilustre, por
isso não fica bem para um obreiro ser convidado a se retirar da primeira fileira porque acabou de
chegar outro mais importante do que ele. Sabemos que diante de Deus todos são iguais, mas
sabemos também que diante dos homens as coisas não são as mesmas. Eu acho que cada um de
nós devemos por obrigação conhecer o nosso lugar na sociedade.
Mas, quando fores convidado, vai e reclina-te no último lugar, para que, quando vier o que te
convidou, te diga: Amigo, sobe mais para cima. Então terás hora diante de todos os que estiverem
contigo à mesa Lc 14.10. Veja ainda: Ec. 6.2; At 28.10; Rm. 13.7. Numa certa ocasião, eu fui
convidando para pregar num congresso de mocidade em uma determinada igreja. E atrasei-me um
pouco por causo do trânsito que estava muito intenso. E quando cheguei à igreja, que estava
superlotada o púlpito estava com as cadeiras da frente todas ocupada. Depois de orar, sentei-me em
uma cadeira que estava na última fileira.
Fiquei vermelho de vergonha ao ver o pastor da igreja pedir que um dos obreiros que estava
assentado na fileira da frente se retirar pra me dar o lugar. Eu quis recusar a troca, mas o pastor
insistiu e para não piorar a situação eu aceitei sentar-me no lugar que aquele irmão ocupava. Na
igreja onde congrego ninguém se assenta nas duas cadeiras mais próximas da cadeira do meu pastor
José Welington uma a sua direita e outra a sua esquerda. Sem ninguém falar nada, todos entendem
que a qualquer momento, pode chegar uma pessoa mais ilustre e quem estiver assentado ali tem que
sair para dar lugar. Eu acho aquilo uma grande lição de ética de púlpito.

O dever do pastor local para com o pastor presidente. Quem é o pastor local e quem é o
pastor presidente? O pastor local é aquele obreiro a quem o pastor presidente lhe confiou dirigir um a
congregação ou um campo. Quando o ministério é grande, como acontece na Assembleia de Deus
a responsabilidade tanto do pastor presidente quanto a do pastor local é maior. Sendo assim, o pastor
local não é propriamente dito o pastor da igreja, mas não tão somente um auxiliar do pastor
presidente naquela congregação ou naquele campo de trabalho. Nesse caso, ele não pode tomar
nenhuma decisão na administração da congregação sem que primeiro comunique ao seu pastor
presidente.
Quando o pastor presidente chegar a uma determinada congregação, o pastor local não deve
apresentá-lo a igreja, porque ele é o pastor da igreja, por isso dispensa qualquer apresentação. Com
a chegada do pastor presidente, ou do campo o pastor local deve imediatamente lhe entregar a
direção do culto sem apresentar. Se o pastor presidente pegou o culto em andamento, o pastor local
deve informá-lo do andamento do culto até ali; ou seja, se a leitura oficial já foi feita ou não, os hinos
que já foram cantados, os grupos que já cantaram, os que faltam cantar, etc. Se, por uma questão de
ética, o pastor presidente recusar dirigir o culto pedindo ao pastor local que prossiga que seja feito
como lhe foi determinado. E na hora da mensagem oficial, ele passa a direção do culto para o pastor
presidente, que irá pregar e posteriormente falar o que for necessário á igreja.

O perfil do pastor perante pessoas de outras denominações. Alguns pastores sectaristas,


se isolam em suas igrejas como se Cristo fosse exclusivamente dele e de sua denominação. Não
aceita convite para ir a outra igreja de outra denominação, e muito menos convida outros pastores de
outras denominações a vir em sua igreja. Já outros da mente mais aberta, aceitam convite como
também convidam pastores de outras denominações. É claro que não devemos nos misturar com
certas denominações heréticas, mas também não devemos nos isolar do mundo cristão como se

160
Deus estivesse somente conosco. Existem muitas igrejas sérias e comprometidas com a verdade
bíblica. O fato de um pastor se isolar de outros seguimentos cristãos, não incorre em nenhuma falta
de ética. O que não é certo é tal pastor atacar outras igrejas dizendo que somente a sua anda nos
padrões cristãos.

Prática de Proselitismo. O que é praticar proselitismo? É quando você procura convencer


uma pessoa a mudar de igreja, ou seja, sair da igreja dele para vir congregar na sua. Isto é pratica de
proselitismo. Vivemos em uma época de grande migração religiosa, e nunca existiram tantos crentes
em transito como hoje. São muitas pessoas que mudam de igreja como mudam de roupa. Se
aproveitando desta situação, muitos pastores convidam crentes de outras igrejas para vir congregar
em sua igreja. Isto é uma grande falta de ética. Jesus não nos chamou para irmos à busca de ovelhas
no curral dos outros, mas de ovelhas perdidas sem curral e sem pastor.
O pastor que anda convidando crentes de outras igrejas para congregar na sua igreja prova
que não tem capacidade para ganhar almas, por isso, sai em busca de almas já ganhas. O mais
agravante de tudo isto, é que os pastores que convidam crentes de outras igrejas para virem
congregar na sua igreja, faz isto difamando o outro pastor e a outra igreja, usando vários tipos de
argumentos pérfidos e traiçoeiro. Com isto, eu não quero dizer que o pastor não deve receber
ninguém que vem de outras igrejas. Uma vez que o crente está vindo voluntariamente, com carta de
mudança e em perfeita comunhão coma sua antiga igreja, não há nada que venha impedir de ser
recebido em outra igreja. Todo mundo é livre para congregar onde bem quiser.

Cultos ecumênicos. Quando um pastor for convidado para pregar em um culto de caráter
interdenominacional, que o tal não tome atitude de tirar proveitos denominacional nesta ocasião. Em
certas ocasiões, como culto em comemoração pelo dia da Bíblia, festa de natal, aniversário da
cidade, ações de graças pelo aniversário do pastor etc., crentes e pastores de várias denominações
se reúnem. Caso um determinado pastor seja convidado para pregar, que ele procure pregar uma
mensagem que possa ser aceita por todos. Isto não é difícil, uma vez que todas as igrejas estão
fundamentadas na Palavra de Deus. Tal pregador não deve se meter em assuntos restritos a sua
denominação, a fim de querer demonstrar que a sua igreja é a que está certa, ou pelo menos a mais
certa. Este conselho se aplica também em todos os lugares fora da sua função pastoral.

Programas radiofônico. Tem ‘pastor que prepara um estudo bíblico, endereçado a uma
determinada seita ou uma denominação, e desce a lenha. Hoje em dia, isso acontece muito nas
chamadas rádios piratas, visto que os programas normalmente são feitos por pessoas sem preparo. A
pregação radiofônica deve ser construtiva visando salvação de almas e não criticar esta ou aquela
denominação. Sendo assim , quando um pregador faz críticas a esta ou aquela igreja, em vez de
estar construindo ele está destruindo, porque os ouvintes não crentes ficam confusos sem saber
quem está certo ou errado. Tanto no rádio como em cultos evangelísticos, o pregador deve ensinar o
povo a conhecer somente a voz do bom pastor, sem se importar com o mercenário. ...as ovelhas o
seguem, porque conhecem a sua voz, mas de modo algum seguirão o estranho, antes fugirão dele,
porque não conhecem a voz dos estranhos Jo 10.4-5.
Jesus não disse que devemos conhecer a voz do estranho, mas tão somente a do bom
pastor. Quem conhece a voz do bom pastor não dá ouvidos a nenhuma outra voz. Eu quero dizer
com isso, que nos programas radiofônicos e evangelísticos, só temos que ensinar aos nossos
ouvintes seguirem a voz do bom pastor, a saber, Jesus Cristo. Com isso não quero dizer que não
devemos nos precaver contra as falsas doutrinas, porque o próprio Senhor Jesus e o apóstolo Paulo
já advertiam contra tais heresias futuras 1 Tm 4.6. Sendo assim, os pastores devem doutrinar suas
igrejas, alertando os crentes contra as heresias que surgem a cada dia. Mas isto é algo que deve ser
feito com ética e sem causar escândalo para os que estão de fora.

Cultos fúnebres. O culto fúnebre é um momento de profunda reflexão, porque ali o homem
se conscientiza do seu fim na terra dos viventes. Esse culto é ideal para proclamar as boas novas do
evangelho, porque normalmente é composto de um público heterogêneo. Mas o pregador deve se
dirigir aos ouvintes com muita prudência, pregando uma mensagem apropriada, e não se comportar
como se estivesse em uma campanha evangelística. Sendo assim, a mensagem deve ser breve,
simples e objetiva, fácil de ser entendida pelos eventuais ouvintes. O pregador deve levar os ouvintes
a se refletirem ao ponto de sentirem o peso da responsabilidade que envolve a criatura para com o
Criador.
Sempre que um pregador for convidado para pregar em culto fúnebre de pessoas que não
pertencem à mesma fé, procure sempre evitar insinuações que venha causar tristezas e
aborrecimentos para a família do defunto e constrangimentos para os eventuais ouvintes. Nunca diga

161
e nem insinue que o defunto por não ter sido crente está se queimando no fogo do inferno, e que os
ouvintes que ainda estão vivos têm chance de se salvar aceitando Jesus daquele lugar onde o
defunto está sofrendo. A verdadeira conversão não ocorre por medo do inferno, e nem tão pouco pela
ambição do céu, mas por uma íntima conscientização e pela percepção da necessidade de salvação.
Este assunto é estudado na matéria de Soteriologia ‘Doutrina da Salvação.
Isto não significa que o pregador deve dizer que uma pessoa não crente está na glória
celestial, só para confortar os familiares do defunto. Exemplo de um sermão fúnebre, que serve
tanto para crentes como para os não crentes. Combati o combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e
não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda 2 Tm 4.7-8.
Muitos se preocupam em preparar o homem para enfrentar a morte, quando devia ser o
contrário. Porque se boa foi a tua vida, não será má a tua morte. A morte é o corolário da vida – o
morrer é o eco do viver. Como podia ser má tua morte, se boa foi a tua vida? Por que hesitaria a fruta
madura em desprender-se da haste? Porque se desprenderia com dor o que amadureceu com amor?
Meu querido amigo; tu que tens saúde e inteligência. Tu, que entras no mundo de braços abertos. Tu,
que inicias e vive a primavera da vida. Tu, que inicias a grande viagem. Não deves falar em preparar-
te para a morte antes de te preparar para a vida; prepara-te para a vida! Não morras antes de viver,
não faças o segundo antes do primeiro! Não faças a causa de depender do efeito! Não penses no
sono noturno, antes de entregar-te aos labores diurnos! A morte não te fará o que a vida não te fez! A
morte não retoca tua alma, ela revela apenas o que a vida fotografou. Prepara-te para a vida, e a
morte dirá o que foi a tua vida. Faz da vida uma sementeira do bem, e terás na morte uma colheita de
gozo e felicidade.
Ninguém será no além da eternidade, o que não foi no aquém da atualidade. Por isso, e por
muito mais, devemos nos preparar par andarmos no cenário da vida, desempenhando bem o nosso
papel na terra dos viventes. Porque todos nós sairemos da vida como na vida vivemos. Não
entraremos na eternidade diferente do que fomos à atualidade. Serei no além, o que não fui ao
aquém.

Invasão de campo. Desta maneira esforcei-me por anunciar o evangelho, não onde Cristo já
fora nomeado, para não edificar sobre fundamentos alheio. Antes, como está escrito: aqueles a quem
não foi anunciado, o verão, e os que não ouviram, o entenderão Rm 15.20-21.
Apesar deste assunto ser muito complexo, existe uma ética que o envolve. O que é que
entendemos por invasão de campo? Invasão de campo é a prática de abrir igrejas numa cidade ou
num bairro onde já existe outra igreja da mesma fé. Os invasores de campo normalmente se
justificam dizendo que o pastor local não está atendendo a necessidade. O pior em tudo isto, é que a
maioria destes trabalhos começam com crentes dissidentes da igreja local. São crentes e obreiros
que saem excluídos por diversas razões. Só toma este tipo de atitude obreiros inescrupulosos que
para fazer crescer o seu rebanho, recebe tudo quanto é tipo de gente, sem se importar com a
condição moral e espiritual.
Com o rápido crescimento das igrejas e multiplicação das denominações em vez de ficar mais
fácil para pastorear ficou mais difícil. Hoje em dia tem tantas igrejas que os crentes escolhem onde
congregar. Não é como antigamente, que os crentes andavam uma longa distancia para achar uma
igreja católica evangélica. Hoje tem igrejas por todos os lugares e para todos os gostos. E isto dificulta
muito para um pastor segurar um crente descontente com sua igreja. As igrejas pentecostais que são
as que mais crescem são mais ou menos similares, com pequenas discrepâncias. Umas batem
palmas, outras não, umas são mais avivadas, outras mais conservadoras. Umas exigem mais nos
usos e costumes, outras não exigem nada. E assim vai indo.
Diante de uma situação como está, o que deve o pastor fazer para não perder crentes para
outras igrejas e nem Ter que mudar a doutrina e nem entortar a sua própria consciência? Neste caso,
o pastor precisa ser um tanto maleável, nem ser um rigorista inflexível e nem tão pouco um laxista
relaxado. Ele precisa tratar os crentes com amor e compreensão, dando lhes sempre o alimento
celestial, e justificar biblicamente as exigências da sua administração.

Alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram


O que você acha ser mais difícil, chorar com os que choram ou alegrar-se com os que se
alegram? Pense um pouco nesta pergunta, antes de continuar a leitura. Tenho quase certeza que
você pensou que alegrar-se com os que se alegram é bem mais fácil do que chorar com os que
choram, não foi? No entanto, quem pensa assim está errado, porque se existe uma coisa difícil para o
homem profano é se alegrar com a vitória dos outros. Para o homem profano, é bem mais fácil chorar
pela derrota de alguém do que se alegrar com a vitória desse alguém. ...alegrai-vos com os que se
alegram; chorai com os que choram Rm 12.15... mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo

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que se irou Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante Gn 4.5.
De todas as coisas difíceis, uma das mais difíceis é essa: celebrar triunfos alheios. Difícil é
tolerar derrotas próprias dificílimo, é tolerar vitórias alheias. Quem suporta sereno e calmo, um
fracasso pessoal é forte. Mas quem pode de coração sincero, felicitar a outrem por um triunfo é herói.
Para o homem profano, toda grandeza alheia, parece amesquinhar os direitos dele. Todo bem que de
outros dizem, parece diminuição do seu bem. Basta que fulano tenha valor, e logo ele se sente
desvalorizado. Basta que brilhe a inteligência de sicrano, e logo ele se sente menos inteligente. Basta
que digam que beltrano é homem de bem, pra lhe parecer que lhe chamam malfeitor. Por isso, ele
toma logo a defensiva do ego e passa a ofensiva do tu. Ao se sentir agredido, ele agride o pretenso
opressor. Procura apagar outras luzes porque não se sente forte a sua luz. Só os vaga-lumes
precisam da noite para luzir.
Toda inveja é confissão da fraqueza e mesquinhez. Quem goza saúde perfeita pode tolerar
que os outros gozem perfeita saúde. Somente os fracos chamam débeis os fortes, para parecer forte
ele mesmo. Só os semi-cegos, chamam cegos os videntes, para ser o único vidente entre os cegos.
Somente o enfermo nega saúde aos sãos para parecer rei entre escravos. Só pode alegrar com os
triunfos dos outros, quem possui bastante força moral dentro de si, e não mede o seu valor pelo
desvalor relativo dos outros. O homem de espírito livre e largo, não afere a sua plenitude pela
vacuidade do próximo. Dar esmola a um indigente não é difícil. Socorrer um necessitado também não
é. Apresentar condolências a uma vítima é muito fácil. Porque em tudo isso, o homem pode gozar a
própria fortuna em face do infortúnio do próximo. Pode saborear a sorte feliz, na sorte adversa do
outro. Muitos dizem: Ainda bem que não foi comigo, coitado. Mas, quando o outro é bem sucedido
ninguém diz: melhor ele do que eu. Mas, para expulsar interiormente com o triunfo de um homem
feliz, requer-se grande heroísmo na alma.

Algumas observações que fazem parte da ética pastoral. Quando um crente necessitar de
uma ajuda da igreja para suprir alguma necessidade, e o pastor levantar uma oferta para ajuda-lo,
que não decline o nome da pessoa a fim de humilha-la. Também não deve mencionar o nome da
pessoa que contribuiu e pediu que não fosse notificada; e muito menos estar sempre mencionando o
nome de crentes que contribuem com dízimos e ofertas gordas. O pastor não deve dar e nem vender
a mala direta da sua igreja a algum agente ou vendedor. Também não deve enviar a outras pessoas
pedintes ou vendedor somente para se ver livre dele.
Enquanto estiver pregando ou fazendo algum comentário administrativo, o pastor não deve se
dirigir sempre a mesma pessoa, como se ela fosse à única pessoa presente na igreja, dizendo: não é
mesmo fulano? Não foi assim irmã fulana? Isso pode despertar-nos outros um pensamento negativo
e na pessoa mencionada pode despertar um sentimento de favoritismo. Sendo assim o pastor deve
variar entre um e outro.
O pastor não deve fazer a igreja promessas que não possa cumprir. Ele não deve afirmar que
fará isto ou aquilo. Porque com certeza ele será cobrado; e não cumprindo o que prometeu ele vai
perdendo crédito perante os membros de sua igreja. Seja, porém o vosso falar: Sim, sim; não, não;
pois o que passa daí vem do Maligno Mt 5.37. Ao dirigir a parte do louvor, o obreiro não deve fazer
comentários demasiados entre um hino e outro, caso não seja ele o pregador oficial.
Também quando for recolher as ofertas, nunca diz: vamos tirar as ofertas. Oferta não é tirada
é recolhida. A gente tira sapato, roupa, luva, dentes, retrato, etc. A palavra tirar terra conotação de
violência. Seus sinônimos são: arrebatar, sacar, tornar, transladar, arrancar, extrair, etc. As ofertas
não são tiradas, são arcadadas, visto que são dadas voluntariamente. Se fossem tiradas seria
compulsoriamente. O pastor também nunca deve dizer: vamos cantar um hino para arrecadar as
ofertas. O hino não é para arrecadar ofertas, mas para louvor a Deus.
Ao invés disso, o pastor então deve dizer: vamos cantar o hino tal, e nesse espaço de tempo
em que estivermos louvando a Deus, vamos contribuir com os nossos dízimos e ofertas para o
trabalho do Senhor. Ao ser convidado para fazer uma oração, o obreiro não deve aproveitar a
oportunidade e tomar muito tempo orando, nem falar muito, antes ou depois da oração porque ele foi
convidado somente para fazer a oração, e nada mais. E ao orar, o obreiro não deve mencionar
somente o nome de pessoas proeminentes, quando estas estiverem presentes somente para fazer
média com elas. Isso é falta de caráter.
Quando um obreiro recebe uma oportunidade para dar uma saudação à igreja, que o tal não
tome muito tempo. Uma saudação deve durar no mínimo cinco minutos, e no máximo oito. Já vi
obreiros gastar quarenta minutos dando uma saudação. Já imaginou quando tempo ele não gastaria
entregando a mensagem oficial? Ao pregar um sermão estruturado no esboço de outro pregador, é
sempre bom mencionar o nome do tal pregador a fim de que o pastor não venha a ser culpado de
plágio. Quem faz citações de outro sem lhe dar o devido crédito equivale a furtar suas palavras e
receber uma honra que não é sua Portanto, eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que

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furtam as minhas palavras, cada um ao seu próximo Jr 23.30.

Traje e aparência pessoal. O pastor é visto como uma autoridade na comunidade onde vive.
Ele é o representante legal da igreja na cidade ou bairro onde mora. Isto significa que de certa forma,
a sua aparência pessoal reflete a aparência do seu povo. Sendo assim, ele não deve trajar
vulgarmente porque os olhos de todos estão voltados para ele. Com isso, não quero dizer que o
pastor deve se trajar exuberamente como se fosse uma estrela de cinema. Devemos seguir o
exemplo de Jesus que nem andava no lixo e nem no luxo, não se vestia de púrpuras e linho finíssimo
como rico da parábola, Lc 16.19-20 nem andava em frangalhos como o mendigo Lázaro.
O ministro deve se apresentar modestamente bem vestido, para não se expor ao ridículo. Não
deve usar roupas de cores berrantes ou fora do contexto social. Não digo que o pastor tem que andar
na moda, mas também não deve se trajar o seu tataravô. A combinação da roupa é muito importante.
Um dia vi um pastor trajando calça vermelha, sapatos pretos, camisa roxa e gravata florida. O pastor
é um homem de Deus, um embaixador do grande Rei e não um folião de carnaval.
Tem obreiro que mora na rua de terra sem asfalto. Por isso, em tempo de chuva ele tem que
amassar barro até chegar a igreja. Digo isto por experiência própria, porque já passei muito por isto,
mas nunca cheguei à igreja distribuindo lama pelo corredor e emporcalhando o assoalho do púlpito,
cena que já tive o dissabor de presenciar em muitos lugares. O ministro deve andar com os sapatos
engraxados sem rasgão na sola, pra não causar aparência de que está com os pés enterrados num
sapo caruru, vestir roupas bem passadas, pra não dar a impressão de que dormiu com aquela roupa,
não usar meias rasgadas etc. Sabemos que a maioria dos obreiros não têm um alto salário para que
possam possuírem um bom guarda-roupas. Mas isto não dá o dinheiro a alguns a andarem tão
desarrumados ao ponto de parecerem um Jeca tatu da vida.

Higiene. Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós,
o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmo? Porque fortes comprados por preço;
glorificai, pois a Deus no vosso corpo 1 Co 6.19-20. A higiene na vida do pastor é uma das coisas
primordiais, visto que ele é um homem público e está sempre lhe dando com o povo, tanto crentes
como não crentes.
Uma das minhas grandes preocupações ao terminar um culto era Ter que receber o abraço de
um dos presbíteros que cooperava comigo. Aqueles homens parecem que não conhecia sabão e
muito menos desodorante. Confesso que quando ele me abraçava eu ficava sufocado, com o
estômago embrulhado, envolvido naquele horrível cheiro de onça. É verdade que alguns ministros
não vivem do tesouro da igreja, por isso precisam trabalhar para ganhar o pão. Uns são pintores,
outros pedreiros, eletricistas, mecânicos etc. Toda profissão é honrada por Deus e pelos homens,
cada um faz o que sabe; o apóstolo Paulo fazia tendas. Ninguém ignora ver um pastor trajando
roupas sujas quando sua profissão obriga-o, mas, é inadmissível o pastor fora do seu ambiente de
trabalho andar com as unhas sujas e compridas, até porque nos cultos de santa ceia é ele que vai
cortar o pão, e a igreja está observando tudo. Ter o cabelo sempre bem aparado e penteado, a barba
feita periodicamente, também faz parte de uma boa higiene. Por falar de cabelo e barba, o obreiro
deve aparar também aqueles fios que crescem dentro das narinas, para não parecer que engoliu um
pássaro preto e ficou com as asas de fora.
O obreiro precisa cuidar bem dos dentes pra que possa sorrir sem nenhum constrangimento,
se for necessário deve se valer dos serviços odontológicos, que hoje em dia não são muito caro. Uma
boca mal cuidada e desdentada é algo repugnante. Sejam naturais ou postiços, os dentes ajudam
muito na apresentação pessoal. O uso da escova de dente é indispensável e deve ser feito no mínimo
duas vezes por dia. Hoje em dia se encontra pasta e escova de dente em qualquer lugar, mas se
estas faltarem, poderão ser substituídas por sal ou bicarbonato que não têm o mesmo sabor da pasta,
mas fazem o mesmo efeito.
O banho deve ser tomado pelo menos uma vez ao dia. Isso além de ser higiênico evita muitas
doenças e ajuda muito a conservar a saúde. Após o banho, é sempre bom usar desodorante ou
algum tipo de perfume, mas, sempre após o banho, por que o uso de desodorante num corpo
fedorento é a coisa mais horrível. Sendo assim, nunca substitua o banho pelo desodorante.

Higiene na santa ceia. O culto de santa ceia, é um dos mais marcantes na vida da igreja. E
por se tratar de uma reunião onde há ingestão de alimentos pão e vinho alguns princípios éticos
precisam ser observados. Ao orar pelo pão e pelo vinho, o pastor deve elevar a bandeja acima da
boca ou ao lado, a fim de não salpicar saliva dentro da bandeja enquanto está orando. Tem gente que
quando começa falar parece um chuveiro respingando saliva em todos os que estão em sua volta.
Algumas igrejas adotam o sistema de tomara vinho que não é vinho, em um só cálice. O
diácono passa servindo os crentes com um guardanapo branco limpando a boca do copo após a

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golada que cada um dá. E em cada uma destas goladas, sempre volta para o copo um pouquinho de
saliva. Sendo assim, os últimos são obrigados a tomar vinho misturado com uma boa porcentagem de
saliva que os primeiros deixaram.
Outra prática que deveria ser mudada porque acontece na maioria das igrejas é o modo de
lavar as mãos para cortar o pão. Um dos obreiros passa com uma bacia com água, onde só o
primeiro lava as mãos. Porque do segundo em diante, só molham as mãos na água em que outros se
lavaram. Para evitar isso, o pastor deve construir em qualquer lugar no púlpito da igreja um pequeno
lavatório com água corrente. Outra coisa deve ser observada, é a maneira de cortar o pão. Tenho
percebido que na maioria das igrejas, os pastores apoiam o prato no colo enquanto cortam o pão. Se
você com a sua família fosse a um restaurante almoçar, e ao chegar lá avistasse o garçom com a
bandeja de alimentos no colo, você teria coragem de comer ali?
Para evitar isso, o pastor deve colocar no púlpito uma mesa comprida, onde todos podem
cortar o pão em cima em vez de ser no colo da mesa na presença da igreja. Se o púlpito for pequeno
para o tamanho da mesa, então a coloque embaixo, isto é, na frente do púlpito.
Mas alguém pode dizer: a santa ceia é uma cerimônia sagrada, é um ato de fé, por isso não
há necessidade de tanta higiene. Pois é ai que muitos se enganam. Por que se existe uma ocasião
onde a higiene deve ser mais observada é nas reuniões sagradas. Deus sempre exigiu muita higiene
do seu povo. Veja: Dt. 23.9-14; Lv. 11-12, 14-15-17; Nm. 19.7-21. A higiene física no povo de Israel
refletia na vida espiritual; e quando esta não era devidamente praticada implicava em severas penas.
Os utensílios usados nas cerimônias do culto judaico se fossem de barro tinham que serem
quebrados, mas se fossem de metal ou de madeira, deveriam ser muito bem lavados, Lv 6.28.15.12.
Quando o sacerdote entrava no Tabernáculo para ministrar o culto divino, ele tinha que se lavar a fim
de não ser fulminado por Deus. É verdade que aquelas exigências físicas tinham conotações
espirituais. Mais isso não quer dizer que temos que negligenciar tudo o que é físico.
Disse mais o Senhor a Moisés: Farás também uma pia de bronze com a sua base de bronze,
para lavatório; e a porás entre a tenda das revelações e o altar, e nela deitarás água, com a qual Arão
e seus filhos lavarão as mãos e os pés; quando entrares na tenda da revelação lavar-se-ão com
água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para fazer oferta
queimada ao Senhor. Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por
estatuto perpétuo a ele e à sua descendência pelas suas gerações Êx 30.17-21.

O pastor e a política
Definição. O que é política? Segundo o dicionário Aurélio, Política é a ciência dos fenômenos
referente ao Estado. Define-se também como um sistema de regra respeitante a direção dos
negócios públicos. O escritor Josué Sylvestre acrescenta: é a ciência que define programas e
propriedades de administração pública no interesse do bem comum. Sendo assim, política está na
Bíblia desde os primeiros capítulos de Gênesis, veja: Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai
e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e
sobre os animais que se arrastam sobre a terra. Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os
animais do campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e
tudo o que o homem chamou ao ser vivente, isso foi o seu nome Gn 1. 28; 2.19.
No texto em foco, encontramos Deus delegando a Adão poderes para governar a terra e tudo
que nela há. O que significa tudo isso, senão Deus entregando poder político a Adão? Ou seja, poder
para governar? Sem política, não há administração pública, não há aplicação de lei, não há justiça
social, não há organização da sociedade e muito menos desenvolvimento. Algumas pessoas dizem
que exercer cargos políticos é pecado. Mas, onde está o pecado em praticar política? O pecado é um
mal cósmico, e ele atua em todos os segmentos da sociedade. Ele está na medicina, na economia,
nas forças armadas, nas escolas e até mesmo na ‘religião.
O pecado atua onde encontra lugar. Na política, o pecado está presente na vida de homens
corruptos, opressor, enganador, mentirosos, explorador etc. Tais homens não são verdadeiramente
políticos, mas politiqueiros e fazem da boa política politicalha, ou politiquice. Eis aí a necessidade de
termos homens verdadeiramente políticos. Homens comprometidos com a verdade, governando em
prol de uma sociedade justa. A Bíblia diz: Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo
que ele escolheu para sua herança Sl 33.12.
Você já imaginou, se o congresso nacional fosse composto somente de crentes? Se todos os
juízes fossem crentes? Se todos os delegados, professores, empresários, médicos, advogados etc.
fossem crentes? Não seria glorioso qualquer serviço público ou privado ser iniciado com uma oração?
Mas alguém pode dizer: isso é impossível, porque achar um crente no governo é como encontrar uma
agulha no palheiro. Mas, quem são os culpados? Em parte somos nós, que por isto ou aquilo não
votamos em nossos irmãos. Você já leu a fábula do beija-flor? Dizem que uma floresta inteira estava
incendiando. E um beija-flor trabalhava incansavelmente jogando água tentando apagar o incêndio.

165
Alguém que ia passando lhe perguntou: o que você está fazendo? Ao que ele respondeu, ajudando
apagar o incêndio. E você acha que vai conseguir? E o beija-flor respondeu; sei que sozinho não
posso, mas estou fazendo a minha parte. Querido irmão, você está fazendo a sua parte?

Código de ética pastoral. Considerando que o Ministério Pastoral é instituído pelo Senhor da
Igreja; Considerando que o pastor, que é chamado para exercer o Ministério, deve ser modelo e
exemplo dos fiéis 1 Tm 4.12; Considerando que a Escritura estabelece critérios sobre a conduta e o
comportamento do pastor; Considerando que um texto sobre a ética pastoral foi apresentado e
debatido em diversos concílios e Convenções. Foi proposto que na Convenção Nacional da AD
aprove o Código de Ética Pastoral com a seguinte redação:
Introdução: O pastor é chamado para pastorear o rebanho de Deus sob o Bom Pastor, Jesus
Cristo 1 Pe 5.2,4. Há regras de conduta bem específicas para os obreiros de Deus na Escritura. Elas
mencionam a capacidade de trabalho, a motivação pessoal, a conduta social e os proibitivos.
Encontram-se em 1 Pe 5.1-4; 1 Tm 3.1-7; 4.16; 2 Tm 2.24-25; 4.2,5; Tt 1.7-9; 2.1,7-8:
1. Capacidade de trabalho para cumprir o ministério:
a. O ministro deve ser apegado à Palavra e ter cuidado da sã doutrina não pode ser neófito;
b. o ministro deve pregar a Palavra, instar com integridade, reverência, com linguagem sadia
e irrepreensível;
c. o ministro deve ser apto para ensinar e instruir, como evangelista e despenseiro de Deus;
d. o ministro deve exortar, convencer, disciplinar, corrigir, repreender - com mansidão e
longanimidade;
e. o ministro deve suportar aflições.
2. Motivações pessoais:
a. O ministro deve ser piedoso;
b. o ministro deve ser espontâneo e ter boa vontade;
c. o ministro deve ter cuidado de si e ter domínio de si.
3. Conduta social:
a. O ministro deve ser irrepreensível, com bom testemunho dos de fora;
b. o ministro deve ter família padrão: uma só mulher, filhos educados;
c. o ministro deve ser hospitaleiro, amigo do bem, padrão de boas obras, modelo;
d. o ministro deve ser temperante, sóbrio, modesto, cordato, inimigo de contendas, brando,
paciente, justo.
4. Proibitivos:
O ministro não pode ser constrangido ao ofício, ganancioso avarento, cobiçoso, dominador,
violento, arrogante, irascível, que goste de contenda e de muito vinho. A espiritualidade recebida pela
fé está continuamente sob ataque da natureza corrompida. Isto torna também o pastor frágil. Pode
sentir-se exausto e sem recursos espirituais, seguido de um sentimento de frustração, fracasso ou
revolta. A verdadeira espiritualidade só pode ser dada pela meditação no evangelho, que é o poder
de Deus que cria e move a fé. A devoção diária com estudo e oração é básica para o pastor. Como
espiritual, aceita os seguintes princípios de conduta na grande tarefa de equipar, preparar e
aperfeiçoar o povo de Deus Ef 4.12 para serviço que são extensivos aos obreiros de todas as
categorias dentro da Igreja Evangélica AD.

1. Aceitar Autoridade. Há um elemento muito sensível que garante a existência da sociedade


e que, no entanto, está sob contínuo ataque na rebelião do homem: a autoridade. Como o homem em
rebelião não aceita que Deus é Deus, assim ele também não quer servir sob nenhuma autoridade.
Mas o espírito voluntário Sl 51.12 do cristão aceita a autoridade.
1. Como cristão e pastor, eu aceito pela fé, acima de tudo, a autoridade de Deus e de sua
Palavra, revelada em lei e evangelho na Sagrada Escritura. Minha primeira resposta é a adoração,
demonstrada na confissão da fé, na oração e no culto pessoal ao meu Deus.
2. Como cristão e pastor luterano, eu aceito a autoridade do Credo da CGADB.
3. Como cristão e pastor, eu aceito a autoridade daqueles que são colocados por Deus acima
de mim nas diferentes ordens sociais: na relação familiar e econômica, no governo e na igreja.
4. Como pastor eu aceito, especialmente, a autoridade daqueles que foram eleitos para
governarem na igreja: o presidente e a direção da igreja, os conselheiros, a diretoria da congregação,
e outros que receberam esta autoridade. Entendo que também os colegas me foram dados por Deus
para mútuo conselho e exortação necessários para um ministério mais espiritual e eficiente. Onde eu
mesmo exerço esta autoridade, seja na igreja, na congregação ou na família, entendo que não o
posso fazer como dominador 1 Pe 5.3. Entendo que preciso exercer a autoridade recebida como
quem serve em humildade ao meu próximo, Jo 13.14-17 de quem recebi esta autoridade.
5. Como pastor, eu aceito a autoridade de uma congregação que me chama, e respeito o seu

166
direito de receber uma imediata participação do seu recebimento e uma pronta solução para o
chamado. Estando a serviço de outra congregação, reconheço o direito desta de opinar comigo sobre
o novo chamado. Reconheço que chamado é coisa pública na ordem social da igreja, ficando,
inclusive, sob a autoridade do seu presidente e dos seus conselheiros distritais, com os quais preciso
me comunicar. Reconheço que a congregação o segmento da igreja que me chamou também tem o
direito de reavaliar o chamado e propor modificações.
6. Como cristão, eu aceito a autoridade de todo aquele que se dirige a mim por carta ou por
outra forma de comunicação pessoal, reconhecendo a necessidade de dar uma resposta adequada
dentro do menor prazo possível.
7. Como cristão, eu aceito a autoridade de todos os que vivem comigo na família, com os
quais pratico a submissão mútua Ef 5.21 porque abri espaço com ternura para viverem comigo.
Lembro que nem mesmo sou a única autoridade sobre o meu corpo, pois o uni à esposa.

2. Aceitar a Liberdade e seus Limites. A liberdade sempre é dada: Deus a dá e distribui. Há


uma liberdade de mim mesmo, que Deus me dá pela fé. Esta liberdade me determina como aquele
que está aí para servir o seu Senhor, servindo ao seu próximo. Como o meu próximo tem a mesma
liberdade, surge o limite pela vocação de cada um.
8. Como pastor, eu aceito a liberdade de filho de Deus e a coloco à disposição do meu Senhor
para servir ao meu próximo.
9. Como cristão, eu aceito a liberdade de dispor do meu tempo, dos meus bens, dos meus
dons, da minha nova vida em Cristo para servir sob o reino de Deus.
10. Como cristão, eu aceito o limite da minha liberdade, procurando respeitar o tempo, os
bens e a vida do meu próximo.
11. Como cristão, eu respeito o direito que meu próximo tem à sua privacidade, afastando-me
de qualquer tentativa de especular a respeito de suas vantagens ou de seus defeitos.
12. Como cristão e pastor, eu aceito o direito à privacidade dos congregados, não procurando
penetrar, curiosamente em seu mundo de erros e ofensas quando não são conhecidos e públicos.
13. Como cristão e pastor, eu aceito o direito dos outros de modelar a sua vida de acordo com
os privilégios éticos que lhes cabem. Nesse sentido, procurarei não impor os meus padrões nem
abusar de seu tempo por visitas alongadas, nem os sobrecarregando com os problemas dos outros.
14. Como cristão e pastor, lembrarei aos congregados o meu direito de ser consultado em
assuntos que dizem respeito à minha Congregação. Nesse sentido, falarei com meus colegas para
não aceitarem meus irmãos para aconselhamento sem que o tenhamos acertado devidamente.
Também não aceitarei pessoas de outras congregações para aconselhamento sem acerto devido
com o colega.
15. Como cristão e pastor, eu aceito o direito que meu colega, que me precedeu no ministério
em determinado lugar tem de ver o seu nome protegido de falsas interpretações. Nesse sentido,
procurarei sempre falar bem do colega, interpretando tudo da melhor maneira.
16. Como cristão e pastor, eu aceito o direito e responsabilidade pastoral de meu colega
pastor, não me intrometendo em sua área de trabalho nem oficiando em sua congregação sem
autorização clara dele, de sua congregação ou da presidência da Sede.
17. Como cristão e pastor, eu aceito a liberdade de trabalhar em equipe com os outros, tanto
com os líderes das Igrejas como com os colegas pastores, sem ver neles concorrentes, mas dons de
Deus para aperfeiçoamento dos santos Ef 4.12. Entendo que trabalho em equipe também inclui
aceitar admoestação quando eu faltar a compromissos assumidos.

3. Respeitar a Escala de Valores. Como cristãos, nós entendemos que há certas prioridades
numa escala de valores. Estas precisam estar sempre claramente diante de nós quando precisamos
decidir.
18. Como cristão, eu aceito uma escala de valores em que o espiritual tem precedência sobre
o físico e o material. Lembro-me de que uma pessoa tem mais valor do que todo o mundo, e que o
reino e sua justiça vem em primeiro lugar, sendo depois acrescentadas as coisas.
19. Como cristão, eu aceito a primazia do reino de Deus sobre as coisas, procurando distribuir
meu tempo, meus bens e meus talentos de acordo com esta escala de valores. Assim com espírito
voluntário Sl 51.12 buscarei, em primeiro lugar, uma orientação segura na Palavra do Senhor para
então fazer a distribuição do meu tempo, meus bens e dos meus talentos nas ordens sociais em que
Deus me colocou por sua vocação. Entendo que equipar, preparar e aperfeiçoar os santos Ef 4.12 é
tarefa básica do pastor.
20. Como cristão e pastor, eu quero discernir entre tarefas urgentes e outras menos urgentes,
entre tarefas necessárias e outras menos necessárias.

167
4. Defender a Honra do Próximo. O mundo entende que é fácil destruir alguém, destruindo a
sua honra. Já se matava com a língua nos tempos bíblicos. O cristão entende que a honra pode ser
considerada uma ordem social, pois Deus defende a honra do próximo no oitavo mandamento.21.
Como cristão e pastor, eu me comprometo a guardar o sigilo confessional. Minha congregação
precisa saber que jamais trairei segredos que me foram confiados em confissão ou no
aconselhamento pastoral.
22. Como cristão e pastor, eu quero falar pelo mudo Pv 31.8. Sei que preciso falar sempre
quando alguém é acusado injustamente.
23. Como cristão e pastor, eu vou procurar cobrir, o quanto possível, os pecados dos irmãos.
Nesse sentido, quero ser um consolador e ajudador e quero estar aí para os outros, para ajudar a
carregar o peso de sua vida.
24. Como cristão e pastor, eu quero interpretar tudo da melhor maneira, defendendo os meus
colegas no ofício, meu presidente, meu conselheiro, minha diretoria, minha igreja, os membros da
minha congregação e meu próximo.
25. Como cristão e pastor, eu quero usar de moderação ao julgar os outros, sabendo que
também eu tenho minhas fraquezas, que precisam de perdão.

5. Reconhecer os Direitos de Propriedade. Cada pessoa tem certos bens que são suas
conquistas na vida. Podem ser propriedades, invenções, ideias. O mundo reconhece que quem
inventou, pode patentear sua invenção. O cristão também reconhece que o próximo tem direito a sua
propriedade. Ela não está simplesmente à minha disposição.
26. Como cristão e pastor, eu reconheço o direito do meu próximo sobre a sua propriedade.
Desta forma, não posso simplesmente invadir a sua propriedade nem fazer uso dela sem a sua
autorização.
27. Como cristão, reconheço também que todos os bens que me foram confiados por Deus
possuem uma variada finalidade. Suprir minhas necessidades e de minha família, mas também as da
próximo como parte do meu culto a Deus. Desta forma não devo utilizar meus bens egoisticamente,
mas administrá-los para Deus dentro das ordens sociais.
28. Como cristão e pastor, não quero enfeitar-me com plumas alheias. Assim, quando quero
usar pensamentos, sermões, poesias e artigos de outros que não são de domínio público eu quero,
primeiro, verificar se tenho autorização para usá-los. E quando o fizer, eu quero dar o crédito ao seu
autor, citando as fontes. 29. Como cristão e pastor, eu quero valorizar os esforços dos outros que me
ajudaram a crescer. Sei que não me diminui quando reconheço e valorizo a aprendizagem que fiz
com alguém.
30. Como cristão e pastor, quero ser muito cuidadoso e consciencioso com valores que me
foram confiados. Sei que preciso administrar os bens que me foram confiados e prestar contas com
exatidão a quem nos confiou.

6. Equilibrar Responsabilidades. Quando uma pessoa fica envolvida demasiadamente com


certo assunto, ela pode ficar unilateral em seu julgamento ou em suas ações. Todos nós pertencemos
a todas as ordens sociais: família, governo e igreja. Em cada uma temos certas responsabilidades.
31. Como cristão e pastor, eu quero cuidar para equilibrar minhas responsabilidades como
pastor com as demais responsabilidades como esposo, pai, assalariado, súdito e como membro da
minha sociedade e do meu país. Nesse sentido preciso reavaliar continuamente minha permanência
na mesma congregação ou tarefa por tempo acima ou abaixo do conveniente e produtivo.
32. Como pastor, reconheço minha responsabilidade de pastor-mestre para equipar, preparar
e aperfeiçoar os santos Ef 4.12 na congregação ou outra atividade da igreja. Entendo que só assim
cada um do povo de Deus poderá desempenhar sua tarefa como membro do corpo de Cristo.
Reconheço a responsabilidade de equipar os congregados para viverem sua vida cristã de adoração
a Deus em confissão de fé e missão, em oração e culto doméstico e público. Da mesma forma,
preciso equipar os santos para viverem a sua fé em amor e serviço ao próximo nas inúmeras
oportunidades de sua vocação nas diferentes ordens sociais. Ainda preciso equipa-los para
compreenderem a vida sob a cruz na esperança cristã.
33. Como cristão e pastor, eu quero dividir bem o meu tempo para atender todos os meus
compromissos. Lembro especialmente o meu compromisso de pregar, de escrever devoções e
artigos, de estudar, de visitar, de aconselhar, e de instruir para equipar, preparar e aperfeiçoar os
santos. Para isso, preciso buscar energias novas e conhecimentos atualizados em conferências,
concílios e outras oportunidades de estudo, na certeza de que não estou caminhando sozinho nesta
tarefa sublime.
34. Como cristão e pastor, reconheço minha responsabilidade com a sociedade em que vivo,
usando a linguagem, os modos e os trajes adequados a cada momento de convívio social. Entendo

168
que também tenho responsabilidade com minha saúde pessoal e social, dando um bom exemplo de
preparo físico e mental, de limpeza e asseio pessoal, de equilíbrio entre trabalho e lazer, de sensatez
e seriedade na administração dos recursos disponíveis, de moderação no comer e no beber, evitando
drogas e vícios da sociedade e guardando distância da poluição moral do mundo em que vivemos.

7. Respeitar a Responsabilidade dos Outros. A tendência humana é sentir-se o centro do


mundo. Achamos que temos soluções para os problemas do mundo. Desta forma, muitas vezes
tomamos a liberdade de decidirmos pelos outros, não dando-lhes a oportunidade de tomarem a sua
decisão ética que Deus requer.
35. Como cristão e pastor, eu quero aprender a incentivar os outros a tomar as suas decisões
diante de Deus. Entendo que ninguém pode crer pelo outro, ninguém pode viver pelo outro, e que
ninguém, por isso, deveria decidir pelo outro. Pois cada um será responsabilizado diante de Deus.
36. Como cristão e pastor, quero ajudar o meu próximo e, especialmente, meu congregado, a
tomar as suas decisões, ensinando-lhe o processo de decisão. Entendo que o processo de decisão,
depois de ter recebido de Deus, pela fé, um espírito voluntário, é o seguinte: 1. Conhecer a lei
imutável de Deus, os Dez Mandamentos; 2. Conhecer as leis variáveis de Deus, como são verificadas
nas diversas ordens sociais e na experiência do povo de Deus; 3. Pedir em oração que Deus me faça
decidir bem; 4. Fazer a minha decisão, na certeza de que Deus me guia e que me quer perdoar os
erros; 5. Agradecer a Deus quando me permitiu decidir bem; voltar a Deus, em arrependimento,
quando decido erradamente; 6. Viver a vida com alegria, quando houve boa decisão; fazer nova
decisão quando possível, quando esta não foi correta.
37. Como cristão e pastor, quero estar à disposição do meu próximo para aconselhar e ajudar,
respeitando, no entanto, a sua responsabilidade de decidir. Mesmo que nem sempre possa concordar
com a sua decisão, quero aprender a respeitar a decisão do meu próximo, pois ele será
responsabilizado por Deus.
38. Como cristão e pastor, entendo que não há espaços livres de pecado, porque
continuamos a ser simultaneamente justos pelo evangelho e pecadores pela lei. Como, no entanto,
pela fé recebemos a verdadeira espiritualidade a minha decisão como cristão será a favor da justiça e
contra a injustiça. Isto não garante sempre uma decisão entre certo e errado. Muitas vezes deverá ser
uma decisão entre menos e mais prejudicial. Mesmo sabendo que não serei perfeito, eu sou chamado
a decidir continuamente como um pecador espiritual que recebeu um novo espírito voluntário pela fé.

169
Lição 4
Ética Pastoral

Princípios do trabalho pastoral

O pastor geralmente se considera uma pessoa de ação, de movimento. As igrejas gostam


muito de dizer: Nosso pastor é muito ativo. Visita e prega todos os dias. No entanto, essa atividade
intensa geralmente não produz os melhores frutos. Também não permitem pastorados de longo
alcance. Por quê? Porque a tarefa de dirigir uma igreja não é tão simples como parece. É um trabalho
complexo. É uma responsabilidade que não exige unicamente ação visível, mas orientação clara,
motivação bem definidas, atitudes positivas, compreensão e visão panorâmica, planejamento e
execução cuidadosa. Tudo isso precedido por uma vida de íntimo relacionamento com quem guia a
Igreja, o Espírito Santo, e uma capacidade cada vez maior de discernimento da mente e planos
divinos para seu corpo.
Jesus em seu ministério terreno soube dedicar o tempo necessário às multidões que o
seguiam. E, quando foi necessário, não hesitou em escapar delas por algum tempo, sair para o mar
ou para um monte para orar, descansar, estar com seu círculo mais íntimo, ou talvez ainda, meditar.
Ele dedicou o tempo necessário para ensinar a quem ia encarregar à continuidade de seu trabalho.
Ele organizou seus métodos de ensino, inclusive, os aspectos que podia ensinar-lhes em
determinado tempo e os outros que requeriam deles maior maturidade e compreensão.
Para quem tem trabalhado muito tempo com pessoas, é sempre instrutivo ver com que
determinação Jesus, algumas vezes, ensinou seus discípulos a atender às multidões além de suas
próprias capacidades, recursos e tempo, e outras vezes, em que, simplesmente os afastou delas e os
levou a um lugar à parte. Também é importante ver como o Senhor, no devido tempo, os enviou a
pregar, ensinar, curar, libertar de opressões satânicas, mediante instruções muito cuidadosas e
claras. Depois escutava seus relatórios e, com base em tais experiências, ensinava-lhes coisas
novas.
O ministério de Paulo mostrou algo parecido. Ainda que sua conversão tenha sido
extraordinária e ele tenha tido o privilégio de receber o evangelho por revelação direta do Senhor, o
grosso de seu ministério não começou senão uns quinze anos mais tarde. E o exame de seu trabalho
nos mostra que ele tinha determinados objetivos e determinados planos de trabalho. E que, conforme
foi passado o tempo e a obra foi se desenvolvendo, Paulo orientava e reorientava seu trabalho e com
ele a vida das igrejas.
Em Jesus e em Paulo temos exemplo de dois homens que desempenharam intensa atividade.
Mas tal atividade era sustentada por ideias claras, por uma visão definida do que se queria, e por uma
execução também inteligente. Em minha própria experiência pastoral tenho aprendido a verdade de
alguns ditados populares, entre eles: Quem corre logo cansa... O estudo da Palavra de Deus e a
contínua avaliação do meu próprio trabalho, bem como do de outros colegas, me levou a entender e a
organizar o trabalho pastoral e evangelístico de forma mais racional. Não tenho descuidado da oração
nem do relacionamento com a Mente que guia a Igreja. Pelo contrário. Mas esta afinidade com o
Senhor me tem instado a amadurecer o ministério.
Para que a tarefa seja bem feita, considero indispensáveis os conceitos que se seguem, em
forma de plataforma teórica do pastorado. Possivelmente sejam conceitos rudimentares e
incompletos, mas têm me ajudado a entender por que estou no ministério e para que o Senhor me
tenha nele. De forma que tem sido mais fácil para eu orientar o trabalho prático diário, mensal, anual
ou por longos períodos. E, com a bênção dos céus, os frutos têm sido muito abundantes.
Quando começava o ministério, por volta de 1954, um pastor já maduro me dizia: Cachorro
novo late correndo. Cachorro velho late sentado. Creio que os anos me têm mostrado que às vezes
preciso latir correndo e outras vezes, sentado. O importante, então, é saber por que, para que e
como se fazem as coisas. Daí a necessidade de considerar os fundamentos do ministério pastoral.

170
Capítulo 1 Pressuposições Teológicas do Trabalho Pastoral

1 Timóteo 3.1: Este ensino é verdadeiro: Se alguém deseja muito ser bispo na Igreja deseja
excelente trabalho. O bispo deve ser... O fundamento do trabalho pastoral repousa na Palavra de
Deus. A autoridade que reveste esta obra não procede de uma simples tradição religiosa ou cultural.
Também não se fundamenta em um determinado sistema de organização social, econômica ou
política. O pastorado tem fundamentos próprios que são de valor permanente e universal. Três são os
enunciados básicos: a existência de um Deus; a existência de um povo escolhido por Deus; e a tarefa
que ambos estão executando.

1. Deus Está Presente e Ativo no Mundo. O Deus que a Bíblia apresenta criou os céus e a
terra. Criou o homem e a mulher. E ainda que não seja visto, nele vivemos, nos movemos e existimos
At 17.28. Ao entrar no mundo, o pecado separou o ser humano de Deus. Mas não deixou Deus
distante, nem fez com que ele se desinteressasse por sua obra, e muito menos se esquecesse dela.
Pode-se afirmar com plena certeza que, apesar do pecado, Deus continua presente no
mundo, e que sua presença implica uma ação sem paralelo. Talvez, a própria obra da criação, no
princípio, não teve o significado que tem sua ação a partir da queda do ser humano. Afirmamos isto
porque, se bem que a criação tenha sido algo produzido pelo amor, sabedoria e poder divino, no
presente a esses fatores se soma outro: a dor divina. Ao ver a maldade humana isso lhe pesou no
coração Gn 6.6. A obra suprema de Deus, a redenção do mundo por meio de seu Filho, foi todo um
cálice de amargura e dor. O Verbo se fez carne. Humilhou-se e entregou-se pelos pecadores. Ainda
que, por pouco tempo, Deus assim armou sua tenda entre nós. Mas não nos deixou sozinhos. Veio o
outro Consolador para ficar conosco para sempre Jo 1.1,14; 14.16; Fp 2.1-11; At 2.1-21. Não há
nada tão claro na Bíblia como a contínua presença do Senhor no mundo. E não há nada tão claro
como sua incansável ação. Is 42.4 expressou isso desta forma: Não desanimará nem se quebrará
até que ponha na terra o direito...
Deus está intensamente preocupado e ocupado com o destino do ser humano. De dia e de
noite, do oriente ao ocidente e de sul a norte, estende-se sua mão redentora. Sua preocupação inclui
os negros, os brancos, os amarelos e quantas cores existirem na pele humana. Inclui os pobres, os
ricos, os sábios e os ignorantes. É nesta verdade que está fundamentado o pastorado. Esta obra é
uma obra de Deus. E corresponde às suas profundas aspirações. O trabalho pastoral está no plano
de Deus para a humanidade caída. Não tem sua origem nos programas humanos, mas no programa
divino.
Sem pretender com isto exaltar uma função, e muito menos os funcionários, é necessário,
sim, reconhecer, sobretudo a enorme seriedade e importância que esta obra encerra. Por isso, toda a
pessoa que serve ou aspira servir no pastorado deve reconhecer se sua motivação provém de outras
convicções ou fontes, ou se está centrada concretamente na dimensão divina. Pode haver uma
grande variedade de motivações para o trabalho pastoral: colaboração com Deus; o amor à
humanidade; simples filantropia; desejo de expressar-se; modelo econômico de vida; fama e, ainda,
domínio sobre as pessoas. Há uma gama muito extensa que vai desde as atitudes mais sadias até
aquelas com paixões ocultas e perigosas. Quem aspira a esta obra deve reconhecer primeiro e acima
de tudo se seu sentir é o sentir de Deus, e se sua mente está correta sintonia com a mente de Deus.
Somente assim será possível distinguir quando se realiza a obra dos homens e quando a obra de
Deus. Porque Deus abençoa o que lhe pertence. E assim nós, pastores, não trabalharemos em vão.

2. Há um Povo Especial no Mundo. Deus não atua sozinho no mundo. Mesmo tendo anjos,
que são seus servidores imediatos, estes nem sequer podem participar como gostariam 1 Pe 1.12.
Deus depende de seu povo, que comprou com o sangue do Cordeiro 1 Pe 2.9-10. O plano de Deus
vai sendo realizado em estreita colaboração entre ele e os seus redimidos. Tão importante é a
posição e ação dos cristãos sobre a terra que Jesus disse uma vez que se estes se calassem as
pedras clamariam. Deus chamou se povo de: testemunhas, sal e luz do mundo, embaixadores,
pacificadores, raça escolhida, sacerdotes do Rei, nação santa e muitos outros qualificativos At 1.18;
Mt 5.9, 13-16; 2 Co 5.20; 1 Pe 1.9-10. O mais significativo de tudo isso não é que Deus queria exaltar
o ego dos que creem, mas fazê-los entender que pelo relacionamento que adquiriram com Ele, têm
uma função específica a cumprir. O povo de Deus não vive somente para crer. Crê e vive para
servir Ef 2.10.
No Antigo Testamento pode-se ver como Deus haveria de atuar no mundo através de seu
povo, Israel. Diante da deserção deste, a Igreja constitui-se o instrumento principal da vontade de
Deus. Desta forma a Igreja, no presente, não somente vem a constituir a reunião dos herdeiros do
reino, mas é a principal executora dos planos divinos. Isto significa que há um Deus presente e ativo
no mundo e um povo através do qual ele atua Rm 10.11. Este povo deve conhecer profundamente a

171
Deus. Deve ser companheiro de Deus. Deve conhecer os planos de Deus. E deve identificar-se e
comprometer-se com a ação de Deus. O trabalho pastoral se fundamenta também neste princípio.
Reconhece a realidade terrena de um povo que está vinculado à realidade de um Deus presente e
ativo no mundo. O pastorado é, então, visto como um empreendimento de implicações eternas em
que Deus e o ser humano se dão as mãos. Nele Deus e seus filhos sofrem e se alegram juntos. Nele
Deus e seus servos trabalham ombro a ombro. E nele Deus e seus herdeiros triunfarão e desfrutarão
eternamente.

3. O Povo de Deus Necessita de Direção. Por ser tão grande a tarefa de Deus e a tarefa de
seu povo na terra necessita-se de orientação. A Bíblia afirma em repetidas oportunidades que o
próprio povo de Deus pode perder seu sabor e seu rumo. Por ser constituído de seres humanos,
ainda que arrependidos, às vezes a força do pecado e do mundo faz com que percam de vista seus
objetivos principais. E às vezes o cansaço, próprio do ser humano, faz com que ele fuja à luta, ou que
se refugie em lugar de segurança e comodidade Mt 5.13; Hb 10.35-39.
Por isto o Espírito Santo, que é o Guia do povo de Deus, distribui dons a cada um 1 Co 12.7;
1 Pe 4.10. Mas também dá ministério à Igreja, como os apóstolos, os profetas, os evangelistas, os
pastores e os mestres Ef 4.11. Eles dão direção ao povo. Alguns costumam dizer que se Jesus é a
cabeça da Igreja e esta é seu corpo, o ministério neste caso, os pastores vêm a constituir o pescoço.
É o vínculo entre Jesus e seu povo a fim de que marchem e trabalhem juntos.
Deus quer que seu povo cresça em números através do arrependimento e fé em Jesus, para
que a visão apocalíptica de uma multidão incalculável seja uma realidade Ap 7.9-17. Mas ele
igualmente quer que essas pessoas não somente creiam e se salvem. Ele quer que se formem à
imagem de seu Filho 2 Co 3.18; Ef 4.13. E Ele quer que aprendam a edificar e a sobre edificar o
edifício de Deus 1 Co 3.9-15. E quer que seu povo aprenda a ser verdadeira luminária do mundo Mt
5.14-16. E, inclusive, Deus quer que seu povo se prepare agora para servir no reino vindouro de
Jesus 1 Co 6.2-3.
A obra pastoral se fundamenta, também, nesta terceira verdade. É necessário guiar o povo de
Deus em direção a esses pastos. A tarefa, então, não é fácil nem simples. A imagem tradicional que
se tem do pastor, é a daquele que guia o povo à tranquilidade e quietude. Às vezes, esta imagem tem
tomado formas de paternalismo e conformismo. É a de alguém que cuida, protege, e ainda
superprotege o povo de qualquer coisa que o contamine ou lhe tire a paz. Muitos grupos têm
promovido um modelo de pastor do tipo que é pago para fazer tudo. Desta forma o povo é mais nada
que um grupo passivo, que não participa ativamente da realização dos planos de Deus.
O fundamento bíblico do pastorado é muito sério. Requer dos pastores que antes de serem
servidores sejam verdadeiros seguidores e imitadores de Jesus 1 Co 11.1. Requer deles serem
modelos da Igreja. Requer deles serem visionários, porque a visão o povo perece. Requer deles
terem uma visão dinâmica da igreja para comprometê-la nos planos de Deus. Requer deles não se
deixarem levar por atitudes pessoais ou coletivas que queiram fazer da igreja outra coisa que não
seja o que Deus tem proposto. Requer dos pastores que conheça também sua cultura, a maneira de
ver, sentir e reagir das pessoas de seu meio. E assim, com os princípios da Palavra divina e com a
direção do Espírito, planejam uma ação pastoral que seja fiel à vontade divina adequada à situação
em que vivem. Requer capacidade para motivar, treinar e mobilizar o povo para os propósitos
celestiais Ef 4.12.
A partir deste ponto de vista pensamos nos pastores como aqueles que foram postos pelo
Espírito Santo em uma igreja para dirigi-la, e que estão convictos de tal coisa At 20.28. Passou-se por
aulas de uma instituição teológica ou não; se ostentam algum título ou não; se têm colarinho clerical
ou não, isso é secundário ou complementar. O que interessa são as convicções fundamentais da
obra e a prática delas. O treinamento teórico pode ir-se dando de muitas maneiras. Os títulos são
secundários. O fundamental é que Deus está muito ocupado e apressado no mundo e necessita que
nós, pastores, saibamos cumprir totalmente a tarefa proposta. Aos pastores de hoje, Deus apresenta
a exortação feita a um obreiro do primeiro século. E digam a Arquipo: Procure cumprir bem a tarefa
que você recebeu no serviço do Senhor Cl 4.17.

172
Capítulo 2 Os Objetivos do Pastorado

O trabalho pastoral necessita ter uma direção precisa. Deve ter pontos de referência bem
concretos em direção aos quais guiar a ação da igreja. Paulo afirmou que lutava não como dando
golpes ao ar. Ele sabia onde, de que forma, e quando, dar seus golpes. Muitos pastores não podem
ver fruto permanente de seus esforços porque seu trabalho carece de orientação. Assumiram a ideia
de que ser pastor é pregar, visitar irmãos para lembrar-lhes de vir ao culto, e oficiar certas cerimônias.
Os que têm visão missionária dedicam parte de seu tempo à abertura de novos trabalhos. Mas aos
poucos percebem que a vida e o tempo lhes escapam e que não avançam como gastariam.
Há pastores que têm grandes dificuldades em mobilizar suas igrejas para tarefas que são sua
própria vida, como a evangelização, cultos ao ar livre, campanhas, etc. E se o conseguem é por breve
tempo. Alguns afirmam que através de campanhas e outros meios podem abrir novas igrejas em
pouco tempo. Mas logo não sabem o que fazer com a nova igreja. Os convertidos continuam com
suas fofocas, se vêem envolvidos continuamente em brigas, intrigas e ressentimentos. Falta
colaboração. E com freqüência aparecem também as divisões.
Quando se trabalha na obra com base em um programa inadequado, os problemas
mencionados e outros mais não somente aparecem, mas também se tornam males crônicos. Por isso
é tão importante que cada pastor conheça a fundo os objetivos de sua tarefa. Assim poderá orientar
melhor sua obra. Poderá escolher os meios mais adequados. E poderá formar seu próprio programa
de ação. Enfim, poderá desenvolver uma pastoral própria, eficaz, e que satisfaça ao Senhor, à igreja
e a si mesmo.

Primeiro Objetivo: Dar À Igreja um Lugar em sua Comunidade. Uma igreja pode ter um
templo na parte central ou na periferia da cidade. Pode não ter templo e reunir-se em casas. Pode
ainda reunir-se em um parque ou em uma praça. A localização geográfica não é de maior
importância. O importante é que a igreja seja conhecida, e que as referências que a comunidade não-
cristã tenha de seu testemunho e de sua presença sejam favoráveis.
É possível que a igreja não seja muito bem vista, no princípio, por tratar-se de uma igreja não-
católica, como geralmente acontece em nosso continente. Mas, se apesar disso, as atitudes do grupo
cristão, suas normas de vida, sua harmonia interna, e sua vida cotidiana forem realmente uma luz,
essa igreja ganhará seu lugar na comunidade. Sua tarefa é, então, facilitada. Pelo contrário, uma
igreja que está presente em sua comunidade, mas vivem em desordem, disputas, sempre atacando
as outras igrejas, ainda que tenha um bom prédio, tem arriscado seu lugar na comunidade. Esta
igreja está destruindo as possibilidades de desenvolver e ampliar seu ministério. Seu futuro está
completamente minado.
Por esta razão o trabalho pastoral deve procurar consciente e inteligentemente fazer com que
a igreja não seja um tumor ou corpo estranho na comunidade, mas que seja parte integrante dela.
Deve levá-la a entender e a viver a posição que Deus lhe atribui como luz, sal e comunidade
pacificadora. Pastor e igreja devem ser livros abertos para sua comunidade. Quando existem duas ou
mais igrejas cristãs em uma cidade a situação requer ser muito bem manejada. Se entre os pastores
não houver um bom relacionamento, se não se visitarem, e talvez até se atacarem no púlpito e isto é
ainda pior se usam alto-falantes, as pessoas da cidade logo criticarão tais atitudes e resistirão à sua
mensagem. Essas igrejas e pastores simplesmente estarão prejudicando seu próprio ministério.
Portanto, todo pastor deve procurar fazer com que sua igreja ganhe seu lugar na comunidade.
É o que o Novo Testamento chama de achar graça ou Ter o favor de todo o povo. Isso é o que
permite, em parte, que o Senhor possa acrescentar à Igreja, cada dia, os que hão de ser salvos At
4.47.

Segundo Objetivo: Reconciliar e Unir as Pessoas Com Deus. Este objetivo pertence ao
mais profundo desejo de Deus. Ele não quer que o ser humano fique separado dele, mas que vivam
em diálogo contínuo. Nas Escrituras Sagradas é claro o fato de que Deus tem procurado restabelecer
o diálogo com suas criaturas. Tudo isso teve sua expressão máxima na encarnação do Verbo, sua
morte, ressurreição e ascensão, e depois na vinda e ação atual do Espírito Santo. Então Deus, hoje
tanto quanto ontem, quer que as pessoas saibam que Ele existe; que creiam no que Ele diz; que O
busquem; que O encontrem; que O sigam; e que, no final, desfrutem eternamente dEle e com Ele. A
missão da Igreja neste mundo corresponde à vontade anteriormente exposta. Não cabe à Igreja
andar a busca de missões ou tarefas. Deus já traçou isso muito claramente. Por isso Paulo,
apostólica e pastorialmente, o expressou da seguinte maneira: ... estamos aqui falando em nome de
Cristo, como se o próprio Deus estivesse pedindo por meio de nós: Em nome de Cristo, deixem que
Deus os transforme de inimigos em amigos dele 2 Co 5.20.
Portanto, o trabalho pastoral também deve apontar, sem rodeios, naquela direção.

173
Este objetivo de reconciliar e unir as pessoas com Deus se expressa na tarefa evangelizadora
como a obra suprema que toda a igreja cristã deve realizar. Daí o trabalho pastoral deve se projetar
definitivamente em direção à motivação, treinamento e ação evangelizadora permanente da igreja. Há
o caso das conhecidas campanhas evangelísticas que são ações temporárias. Consegue-se formar
conjuntos musicais e corais e nomear conselheiros. Mas na hora do trabalho de integração dos novos
crentes, que são frutos da campanha, geralmente o pastor é o único que leva a carga. E sabe-se
muito bem que uma vez que o evangelista tenha ido embora e tenha passado toda a emoção da
campanha, a igreja volta a cair no mesmo espírito de passividade ou imobilidade. Daí os frutos das
campanhas serem muito baixos. Geralmente se consegue integrar apenas 2% a 4%. Há exceções.
Esta situação tão conhecida e comentada pode ser enfrentada de outra maneira, e pode e
deve ser tocada a partir de suas próprias raízes. E tudo isso deve começar por reconhecer que toda a
Igreja tem uma tarefa suprema que é a evangelização, e que o pastorado existe para motivar, treinar,
organizar e mobilizar permanentemente a igreja em função deste objetivo primordial. O pastor é, pois,
o primeiro que deve conhecer sua tarefa e não desculpar-se com a conhecida frase: Eu sou pastor.
Não sou evangelista. A igreja igualmente deve dizer: Eu sou evangelista. Portanto, é a tarefa pastoral
formar e orientar a igreja para esta obra. Desta maneira, o objetivo de reconciliar e unir as pessoas
com Deus será uma tarefa mais fácil, mais ampla e mais rápida.

Terceiro Objetivo: Formar e Aperfeiçoar os Cristãos. Paulo deixou muito claro este
propósito quando expressou que dirigiria seus esforços. Para trazer todos à presença de Deus, como
pessoas espiritualmente adultas e unidas a Cristo Cl 1.28; Ef 4.13. A medida do crescimento de cada
cristão é o próprio Jesus. A aspiração de todos nós deve ser crescer até sua estatura. Isso quer dizer
que o trabalho pastoral deve ser feito de tal maneira que no dia final os fiéis estejam perfeitos.
O trabalho pastoral requer que se dê hoje a importância devida a este ponto. Geralmente em
nossas igrejas dá-se uma ênfase desmedida à conversão, ao novo nascimento, e se descuida de
todo o processo seguinte. Por isso, há tantos cristãos que não crescem, não colaboram,
simplesmente esquentam bancos nos templos. E é por isso que há tantos cristãos que continuam
arrastando pecados e costumes da velha vida. Abandonam algumas coisas exteriores e visíveis
quando se convertem. Mas conservam muitas coisas que às vezes são piores, como o ressentimento,
o orgulho, as fofocas, a desobediência, a falta de submissão ao Senhor e à Igreja, a preguiça de
servir e muitas outras. Isto indica que falta uma clara visão do que é a vida cristã. Ela parte, sim, de
uma conversão genuína, de um batismo no Espírito Santo, mas deve ser seguida por um processo
definido, de amadurecimento e aperfeiçoamento.
Pedro expressa a urgente necessidade deste processo quando estabelece que à fé deve ser
acrescentado bondade, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, amizade entre
irmãos, amor 2 Pe 1.5-8. Paulo expressa isso no sentido de olhar para Jesus com o rosto descoberto
para irmos sendo transformados na sua imagem 2 Co 3.18. A vivência cristã inclui não somente
deixar pecados e hábitos da velha vida, que é o aspecto negativo, mas avançar até perecermos com
Jesus. Isto significa que todo o convertido deve aspirar amar, como fez Jesus; ser justo como Jesus;
servir como Jesus; ser santo como Jesus. E não somente aspirar a essas coisas, mas dar ao Espírito
Santo toda a liberdade e ação para que realize essas transformações permanentemente.
Enquanto não existir essa perspectiva no trabalho pastoral, este seguirá manquejando, pois
continuara enfatizando os esforços evangelísticos, gastando muitos recursos para converter pessoas,
crendo que pelo fato de levantar a mão, ser batizada, saber a doutrina da igreja, e assistir
regularmente às reuniões, a pessoa já está completa. A conversão constitui apenas o primeiro passo
na vida de fé. É apenas o passo para o outro lado da porta. Mas a partir daí deve iniciar-se um
programa sério de formação a fim de que o cristão saiba onde está, para onde vai e o que deve fazer.
Isso implica uma constante revisão do programa e uma avaliação da própria vida que a igreja vai
desenvolvendo. Necessita-se um programa mais concreto que tenda a realizar as aspirações de Deus
para com seus filhos, para que deixem de ser crianças em Cristo e avancem até a perfeição At 6.1;
1Co 3.1.
Este assunto conduz ao estudo de outros fatores muito importantes. É o caso da continuidade
pastoral. Há denominações que costumam mudar ou revezar pastores a cada ano ou a cada dois
anos. E há pastores que se acostumam a ficar em uma igreja por períodos como esses. O pastor
experiente sabe muito bem que um ou dois anos é apenas o tempo necessário para que comece a
conhecer uma igreja e uma comunidade, e para que a igreja comece a conhecê-lo. E é apenas o
tempo necessário para traçar planos sérios.
Então quando uma denominação, uma igreja ou um pastor se acostumam a este tipo de
rotatividade, criam uma vida artificial tanto para um como para outro. Os pastores se contentam, com
programinhas simples, apenas para passar o tempo. Há muito que, inclusive, mantém um arquivo de
sermão que vão passando de uma igreja para outra da mesma forma. Aniquilam assim a criatividade

174
e a seriedade na comunicação da mensagem quente de Deus a seu povo. As igrejas também
aprendem a ser entretidas, há passar o tempo, a não edificar a si mesmas, pois sabem que terão uma
voz nova a cada ano ou a cada dois anos.
Também deve ser levado em conta a próprio compromisso do pastor neste processo. Toda a
igreja será o que é o pastor. Não será tanto o que ele prega, mas o que ele viveu. Desta forma um
pastor intolerante que pensa mal de outras igrejas, consciente ou inconscientemente, formará uma
igreja que crê que as demais são ruins. Um pastor que não tem compreendido o amor e a
misericórdia, e em suas pregações somente ataca o pecado, formará uma igreja negativa e
criticadora. Um pastor legalista, que não tem compreendido bem o que é a liberdade do evangelho e
do Espírito Santo, Gl 5.1; 2Co 3.17 formará uma igreja em que todos estarão constantemente
examinando e julgando uns aos outros pela roupa que usam ou por coisas secundárias. Um pastor
que é preguiçoso, que se levanta tarde, que não estuda, que não se organiza, terá uma igreja sem
alvos, desorganizada e que não coopera.
O pastor que leva Jesus a sério motivará seu povo a viver como ele. O que ama e tem
misericórdia ensinará o mesmo. O que serve ensinará a servir. O que madruga para trabalhar,
estudar e orar transmitirá isso também. Isso mostra que o compromisso do pastor é fundamental. O
pastor forma sua igreja mais pelo que faz do que pelo que diz 1 Co 11.1. O trabalho pastoral exige
continuidade. Exige seriedade. Exige programar-se. Exige compromisso dos pastores. Exige
compromisso das igrejas. Exige renovação e mudança. Exige a melhoria, não somente da pregação,
mas do programa total. Por isso o objetivo de formar e aperfeiçoar os cristãos deve partir do próprio
pastor. Ele próprio deve ser o exemplo. Ele mesmo deve procurar parecer- se com Jesus. Ele mesmo
deve estar profundamente comprometido com o programa total da igreja e ir em frente. Então o
rebanho será como seu pastor. Então o pastor e ovelhas crescerão se aperfeiçoarão e se
apresentarão juntos como abra já completa na presença do Senhor Fp 3.12-18.

Quarto Objetivo: Criar e Amadurecer Relacionamento. É muito comum pensar que uma
igreja é um grupo de pessoas que se reúne para louvar o Senhor. Está é uma meia verdade. A Igreja
é muito mais que gente reunida sob um mesmo teto. E é mais que um grupo que confessa
verbalmente uma mesma fé. Os coríntios, uma igreja primitiva, criam em Cristo e se reuniam para
louva-lo. Mas eles viviam divididos em facções. Viviam em disputas uns com os outros. Viviam sem
disciplina. Tinham diversas práticas sem importar-se com os demais. Tomavam a Santa Ceia, mas
humilhavam os pobres. Possuíam todos os dons do Espírito, mas os usavam para destacar a si
próprios. A eles Paulo disse: Experimentem e julguem a si mesmos, para ver se estão firmes na fé 2
Co 13.5. De outra igreja primitiva, a de Jerusalém, diz Lucas que: Todos continuavam juntos; tinham
as coisas em comum; repartiam o dinheiro de acordo com a necessidade de cada um; nas casas
partiam o pão; comiam com alegria e humildade. At. 2.42-46.
Da igreja em Colossos Paulo afirmou que se alegrava de ver que estavam unidos e firmes na
fé em Cristo Cl 2.5. Em nossos dias, à ênfase do crescimento numérico das igrejas, devem ser
acrescentados os devidos complementos. Um grupo cristão que não desenvolve relacionamentos
novos e próprios do Espírito Santo, não somente pode ser um engano, mas é um escândalo para o
mundo. O crescimento numérico deve estar sempre acompanhado por um amadurecimento nos
relacionamentos. E se este objetivo não estiver claro na obra, seja ela missionária ou pastoral, o
trabalho não somente é parcial, mas falta-lhe verdadeiro conteúdo.
Esta é a razão pela qual ainda que se abram igrejas facilmente hoje, por todos os lados, com
a mesma facilidade muitos morrem. Outras vão se apagando até ficar reduzidas a um grupo pequeno.
Outras não são mais que ninhos de problemas. Formar uma igreja não é somente converter pessoas
e reuni-las. É necessário aplicar às igrejas o mesmo princípio das árvores: precisam ser endireitadas
desde pequenas. Assim, é necessário ensinar à igreja, desde seu nascimento, quais são suas áreas
de relacionamento, como alcança-las e como mantê-las. Portanto, é necessário ensinar
primeiramente aos irmãos como relacionar-se com Deus. Mas juntamente com isso, como relacionar-
se uns com os outros e com a igreja como comunidade de fé e de serviço, para que trabalhem juntos
para Deus e para as pessoas. Devem aprender a manter a ordem interna. Devem aprender a
relacionar-se com ministério da igreja e sujeitar-se a ele. Que aprendam também a relacionar-se com
os vizinhos, colegas de estudo, companheiros de trabalho, de esporte, com os amigos e familiares.
Há igrejas em que se celebrem cultos muitos bonitos, muito formais. Mas as pessoas entram e
saem sem se importar com e nem saber quem está ao seu lado. O culto é nada mais que uma
cerimônia que, diz-se, dirige-se a Deus, mas não leva em conta que essa adoração a Deus deve
estar intimamente relacionada com a expressão de amor ao irmão 1 Jo 4.20. Um culto que tenda
somente ao relacionamento com Deus e que, ao mesmo tempo, não abra as portas ao
relacionamento de uns com os outros, pode ser uma simples falsificação do culto cristão.

175
Basta recordar que a própria Mesa do Senhor na Igreja primitiva não tinha a formalidade e a
frieza existente em muitas igrejas hoje. Pelo contrário, era uma refeição com conjunto, uma festa de
amor no Espírito dirigida a Deus, e também uma manifestação de grande amor de uns para com os
outros. Uma das responsabilidades do trabalho pastoral é criar e aperfeiçoar relacionamentos. Para
isso o pastor conta com a ação do Espírito Santo, a direção da Palavra de Deus e a autoridade
espiritual com a qual Deus o investe.

Quinto Objetivo: Organizar e Mobilizar Capacidades. A Igreja é um organismo vivo,


dinâmico. Vive não somente porque crê e para crer. Vive para servir. No Novo Testamento não há
lugar para igrejas de turistas. Também não há lugar para os que adquirem o bilhete da salvação e se
sentam no trem tranquilamente, a esperar que Jesus regresse ou que Deus os leve. Jesus nos chama
a crer nEle como Salvador. Também a crer nEle como Senhor. E por isto nos chama a ser como Ele:
Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir...
Mc 10.45 Paulo afirma que o Espírito Santo reparte seus dons sobrenaturais a cada um. Estes são
dados para as edificações de todo o corpo. Concedidos para que cada um cumpra, pelo menos, uma
função específica, ou seja, que todo o crente tenha pelo menos uma área de serviço na igreja 1Co
12 a 14; Rm 12.3-8; 1Pe 4.10. O próprio Espírito Santo estabelece a função dos ministérios na igreja.
Diz que os apóstolos, os profetas, as evangelistas, os pastores e mestres, têm seu propósito.
Preparar o povo de Deus para o serviço cristão... Ef 4.11-1 Os pastores, então, não são dados
à igreja para que façam todo o trabalho, mas para aperfeiçoar ou amadurecer os irmãos para que
eles façam a obra de Deus. E aqui se chega a um dos pontos mais delicados do trabalho pastoral.
Quando um pastor se queixa desta maneira: Tenho de fazer tudo nesta igreja. Ninguém me ajuda;
quando a esposa toca o piano ou o órgão por anos e anos, ela e o pastor são os que geralmente
dirigem os cultos, fazem o trabalho evangelístico, visitam os irmãos, oram pelos enfermos e ajudam
os necessitados, a culpa não é da igreja. O problema está no próprio trabalho pastoral que centraliza
a tarefa e não sabe motivar, orientar, treinar e mobilizar sua gente.
O mais grave de tudo isso é que no meio evangélico formou-se uma mentalidade muito
comum, tanto nos seminários, entre os pastores e missionários , como nas igrejas, de que o pastor é
contratado e pago para que pregue, visite, evangelize e oficie cerimônias. Este não é o modelo
bíblico. Ainda que recebam salários e moradia, os pastores não vivem para fazer tudo, mas para
ensinar os irmãos a fazer a obra de Deus. Este deve ser um objetivo fundamental do trabalho
pastoral. E dadas as características da Igreja na América Latina, e da magnitude da obra que há pela
frente, é urgente dar a este princípio bíblico da mobilidade do povo de Deus o valor e a importância
que ele merece.
A ação pastoral que parte do Novo Testamento é de conjunto. Toda a igreja está incluída.
Todo o irmão pode e deve servir. Deus pedirá contas de sua obra tanto a pastores como até ao irmão
que se considera mais inútil Mt 25.14-46; 1Co 3.10-15. Por isso, o pastorado tem o claro objetivo de
fazer da igreja um organismo, em que todos participem, de fazer dela um conjunto em que todos
aprendam, se alegrem, sofram e trabalhem juntos. O caminho pastoral pelo qual muitos tem optado –
o de pregar e visitar – é o caminho do menor esforço. Deus nos chama a mobilizar seu povo para
fazer dele uma verdadeira comunidade pastoral.

176
Capítulo 3 Alvos Finais do Pastorado

Em um estudo realizado com pastores de vários países latino-americanos foi feita a eles a
seguinte pergunta: Qual é, para você, o alvo final do trabalho pastoral? Muitos não responderam. Boa
parte deles respondeu: Salvar almas. Um especificou: A união final dos crentes com seu Senhor.
Outro: Preparar o crente para a eternidade e para o mundo atual.
É curioso notar que os pastores pregam muito sobre a eternidade e sobre a salvação de
almas. Mas às vezes, não percebem com clareza o que implica a eternidade ou o futuro do cristão. O
ensinamento e a pregação comum parecem ensinar que o céu que os crentes herdarão é um lugar
somente de almas, algo assim como nuvens de fumaça, de seres informes, uma situação em que os
espíritos estarão flutuando no universo por toda a eternidade. Uma imagem tão vaga sobre o futuro
do povo de Deus impede o pastor de planejar sua ação de uma forma mais definida. Por isso é
importante entender claramente o que Deus se propôs a fazer com seu povo futuro. De outro modo,
se conseguirá apenas ver os problemas que diariamente se apresentam na igreja; ou somente se
perceberá o sermão que se deve preparar para o Domingo ou os dois ou três próximos domingos e,
nem o pastor nem a igreja, poderão levantar os olhos, ver seu futuro, e preparar-se devidamente para
ele.
Deus deu a Abraão promessas sobre o futuro de sua família. E sem compreender bem o
presente, ele saiu sem saber para onde ia. Através dessa visão, teve fé. E soube agir com firmeza.
Também a José Deus deu visão futura. Preparou-o com vários anos de antecedência. Desta forma
salvou o Egito e o nascente Israel. O profeta Daniel percebeu muitas coisas que haviam de acontecer
no futuro de seu povo e ainda no final dos tempos. Paulo e os outros apóstolos tinham muito clara a
visão do futuro. E o livro de Apocalipse apresenta um quadro desafiador, especialmente nos últimos
capítulos. Quando não há visão o povo perece. A visão é necessária para o ministério pastoral.
Propomos considerar os seguintes alvos finais.

1. Apresentar Perfeitos os Crentes. A tarefa pastoral é muito mais que converter pessoas. É
muito mais que batizar. É muito mais que cantar com a assistência regular de pessoas aos cultos. É
muito mais que ensinar o dízimo. É muito mais que saber que as pessoas são batizadas no Espírito
Santo. A tarefa pastoral procura apresentar ao Senhor pessoas maduras, adultas na fé, perfeitos em
Cristo Jesus Cl 1.28. Um pastor não pode se contentar em ver nos membros da igreja apenas certas
coisas muito próprias dos costumes e princípios denominacionais. Deus quer mais. Ele quer que nós,
pastores, entreguemos a ele a obra acabada.
Isto implica várias coisas:
1) Todo o pastor deve participar desta visão.
2) Todo o trabalho pastoral deve tender para o mesmo fim.
3) Ainda que, na formação de um cristão ou de uma igreja intervenham diferentes pastores
através dos anos, deve existir um plano geral uma continuidade, um avanço e uma
harmonização na obra pastoral.

Como esta visão se vê afetada na realidade de muitas regiões? Tomemos o seguinte caso
real. Em uma pequena cidade há grande concentração urbana de umas 45.000 pessoas. Nela se
aglomeram umas 30 igrejas evangélicas de diferentes denominações. Cada templo se situa entre
uma a três quadras do outro. É muito fácil observar que, quando os crentes não gostam de algum
procedimento na igreja ou de algum sermão, simplesmente nos próximos domingos eles caminham
uns poucos metros a mais - ou a menos - e vão à outra igreja. Isto tem provocado não apenas uma
rotatividade contínua e descontrolada dos irmãos de uma igreja para outra, mas uma qualidade de
vida cristã que tem muito pouco a oferecer à população não-cristã. Não há coordenação entre os
pastores. Então as pessoas nãos vão além de uma profissão de fé e da estagnação em uma etapa
permanente da infância em Cristo. Outro caso é o seguinte: há pastores que atendem uma igreja por
um ou dois anos, não mais. Seu trabalho consiste em manter o culto e os crentes. Quando este fato
se repete, e um pastor se vai e vem outro sem um programa, sem uma relação de trabalho com o
outro, cabe perguntar-se: está-se caminhando em direção àquele alvo final de apresentar os crentes
perfeitos ao Senhor?
O trabalho pastoral, então, deve obedecer não somente a criatividade momentânea de um
pastor, ou sua boa pregação, mas um plano geral mais amplo, mais concreto, mais relacionado em
todas as suas partes. O trabalho pastoral é muito mais que entreter irmãos até que volte o Senhor. É
trabalhar intencionalmente no aperfeiçoamento deles. O pastorado segue a Jesus naquilo que Ele
expressou: ... Terminei o trabalho que me deste para fazer Jo 17.4. Por isso Deus não leva à sua
presença as pessoas assim que se convertem, salvo exceções, mas as deixa sob os cuidados de
seus pastores para seu respectivo amadurecimento.

177
2. Preparar os Cristãos para Servir no Reino Terreno de Jesus. Normalmente pregamos
que haverá um milênio, que Jesus reinará sobre a terra, que o fará com cetro, que serão mil anos de
paz, justiça e prosperidade. Mas não é muito comum escutar que os crentes deverão estar
preparados para esse período, não apenas como pessoas salvas, mas devidamente preparadas para
servir ao Rei e reinar com ele. E a tarefa pastoral de hoje deve dirigir-se também em direção a este
alvo. Quando os coríntios combatiam uns aos outro Paulo fê-los ver o seguinte: Que não estavam
crescendo em sua capacidade de relacionarem-se uns com os outros. Que não estavam crescendo
em sua capacidade de entender os problemas e soluciona-los.
Então sua repreensão se baseou em que eles agiam assim porque esqueciam que haviam de
julgar o mundo vindouro e que haveriam de julgar os anjos 1 Co 6.2-3. O que isto significa para os
pastores e igrejas de nossos dias? Simplesmente que uma parte da vida gloriosa dos filhos de Deus
no futuro será servir ao lado do Rei; e que o período em que estamos agora objetivas, em parte,
que aprendemos a servir àquele futuro glorioso; e, portanto, devemos aprender a desenvolver
algo mais que a fé. Precisamos aprender a desenvolver a capacidade de entender situações, resolver
problemas, entrar em acordo, tomar decisões e trabalhar juntos.
A igreja é uma escola em que se aprende a servir no presente e é uma escola que prepara
para servir no futuro com o Rei Jesus. Ignoramos agora quantas formas de serviço haverá em todos
os níveis quando Jesus estiver governando as nações. Mas sabemos que trabalharemos a seu lado.
Por isto, o Senhor espera que nos preparemos e aprendemos a ser fiéis tanto no pouco como no
muito; e que aprendemos a utilizar as capacidades e dons, conforme o Senhor nos tenha dado cinco,
dois ou um Mt 25.14-30. Aqueles que pensam que a função da igreja é somente fazer o tempo passar
até Jesus regresse vão Ter uma grande surpresa. A igreja que não vive para servir no presente vai
encontrar-se em sérios problemas no futuro.

3. Apresentar uma Igreja Unida. Jesus procura apresentar a si mesmo uma Igreja gloriosa.
Este afã divino deve fazer parte do alvo final de todo o trabalho pastoral. Este deve buscar a
numerosidade, a santidade e a unidade da igreja Ap 7.9-17; Ef 4.1-6; Jo. 17; Ef 5.27. Se só existe no
pastor e na igreja uma consciência localista, egocêntrica, no que diz respeita à própria igreja, ou se
existe um acúmulo de atitudes centradas unicamente na própria denominação, sem enxergar-se além
da realidade do corpo de Cristo, não se está de acordo com o plano de Deus.
O trabalho de cada pastor deve enxergar uma realidade maior que a igreja local, o que ele e
sua igreja fazem não é nada mais que uma parte de uma grande totalidade. Que ainda que cada um
construa separadamente, no final cada parte deve harmonizar com todo o resto. A edificação do
corpo de Cristo é semelhante a que realizam muitas empresas construtoras. Se for levantar-se um
grande edifício, o arquiteto e os engenheiros traçam todos os planos. Mas encarregam a outros a
estrutura básica. Encarregam outros de fazer janelas. Outros as portas. Outros as fechaduras das
portas. Outros o sistema elétrico. Outros o sistema hidráulico. Outros os sistema de esgoto. Outros a
mobília.
Cada firma pode trabalhar separadamente fazendo a sua parte. Mas todas seguem um
mesmo plano. De modo que, no final, as janelas não estão maiores e nem menores. Cada uma se
encaixa corretamente em seu respectivo lugar. O mesmo acontece com as portas e as fechaduras. E
o mesmo com todo o restante. Tudo encontra seu lugar exato. Uma visão deste tipo é um desafio ao
amor e ao respeito que os cristãos devem um ao outro. É um chamado à compreensão entre os
órgãos. É um chamado à comunhão e à colaboração entre as igrejas cristãs.
Isto pode se expressar de muitas formas como reuniões periódicas de pastores de uma
cidade ou região para orar, estudar a Palavra de Deus, ajudar-se mutuamente para realizar
programas conjuntos de evangelização, abertura de novos campos missionários com as colaborações
de várias igrejas; realização de intercâmbios periódicos entre uma ou mais igrejas, programas
conjuntos de formação pastoral, acordos mútuos e assim evitar a competição e os mal-entendidos. E
também podem reunir-se para a celebração conjunta de datas especiais como o dia da Reforma
protestante, dias nacionais e outras mais. Enfim, podem reunir-se para tudo aquilo que, sob a direção
do Espírito Santo, pode-se fazer para que haja harmonia nos relacionamentos do povo de Deus, e
também harmonia no crescimento de todo o corpo.

Conclusão Em suma, como cristão e pastor, quero praticar o que Paulo diz ao pastor Tito:
... vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente.

178
Prova de Ética Pastoral

Alunoa:.......................................................................................................data........./............/..............

Marque um X na alternativa correta

1. É o relacionamento padrão do pastor com o ministério em que preside. É a ciência que


define o comportamento do pastor junto ao ministério...
 Ética Padrão
 Ética Nominal
 Ética Ministerial
 Ética Social
 Ética Secular
2. A onde está Escrito: E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como
evangelistas, e outros como pastores e mestres
 Em Mateus
 Em Romanos
 Em Efésios
 Em Gálatas
 Em Hebreus
3. A onde está Escrito: Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto,
diz o Senhor. Portanto assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que
apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não
visitastes. Eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor
 Em Jeremias
 Em Daniel
 Em Mateus
4. Ao chegar em uma igreja, onde não é conhecido pelo pastor local, em primeiro lugar, o
ministro deve se identificar ao:
 Membro e tomar assento junto com os membros
 Diácono e tomar assento junto com os membros
 Pastor assento junto com os membros
Evangelista e tomar assento junto com os membros
5. Destro da Ética quem tem a máxima autoridade?
 Os Membros
 O Presbítero
 O Evangelista
 O Pastor

179
Liderança Cristã
Introdução

Meu caro leitor, se você deseja assumir uma posição de dirigente, de chefe, de líder, então
preste bem atenção nos requisitos exigidos para essa função listados nessa obra. Ao preparar este
livro, consultamos varias obras de grandes envergaduras, escritas por autores consagrados pela
opinião publica. Isto feito decidiu traçar o perfil de um líder num contexto mais abrangente do que
aquele que pudemos ver em algumas obras.
Alguns autores especializados em liderança só falam de liderança no mercado de trabalho.
Outros se limitam ao aspecto político e outros falam apenas da liderança no meio evangélico. Aqui,
nós procuramos não ficarmos limitados às estreitas clausuras de um seguimento econômico, social,
político ou religioso. Portanto, achamos conveniente desenhar o perfil de um líder ideal em qualquer
seguimento da sociedade. Pois o ignoto leitor pode não estar interessado em lições de liderança no
aspecto religioso, mas no mercado de trabalho. Mas é claro que por estarmos contextualizados ao
seguinte religioso, enfatizamos aqui a liderança no campo evangélico. Até porque, o próprio título do
livro exige que seja assim.
O mundo, de modo geral, esta sofrendo uma grande crise de lideres competente. Essa crise
tem chegado aos arraiais da igreja. A questão é que, com a mudança dos tempos, os homens
parecem querer mudar os antigos modelos de liderança, e isso é praticamente impossível porque
liderar é influenciar pessoas, incentivando-as a nos seguir à algum propósito. Isso são coisas que a
tecnológica não pode superar.
A tecnologia tem ajudado muito os lideres lhes oferecendo recursos para eles trabalhar com
seus súditos, mas ela não pode em hipótese alguma substituí-los. Hoje em dia o comunicador usa os
meios de comunicação para expor suas ideias e apontar o caminho a ser seguido pelo seu publico. O
rádio, a televisão, a imprensa, o avião e tantos outros recursos modernos têm facilitado ao homem
moderno chagar ao cimo da liderança. Mas mesmo assim, atualmente não temos conhecimento de
grandes lideres como aqueles que impressionaram o mundo nos tempos antigos. Isso tanto no
seguimento social como no religioso. Homens como os grandes imperadores do passado, como os
grandes reformadores das religiões e tantos outros, parece que não nascem mais.
Quando pensamos em homens como Maomé, Sidarta Gautama Buda, Confúcio, Lao Tse,
Sócatres, Mahatma Gandhi, os profetas do Antigo Testamento, o apostolo Paulo e outros, temos um
pressentimento de que esses homens nunca serão superados. O que eles fizeram, disseram e
escreveram, - embora alguns deles nem escreveram – ainda hoje continua sendo vividamente o
principal objeto de apreciação de todos os homens.
Nessa obra não temos a pretensão de, num passo de mágica, transformar o ignoto leitor um
grande líder nos moldes dos referidos acima. Mas lhe ajudar a sair da inércia e partir para uma vida
vitoriosa e bem-sucedida nos negócios materiais e na obra de Deus.

181
Lição 1
1. O Líder

1. O que é um líder? No conceito geral, líder é qualquer pessoa chefia, governa, comanda e
orienta em qualquer tipo de ação. É aquela pessoa que age como um guia, um chefe, um condutor
que representa um grupo, ou uma corrente de opinião, etc. é aquele indivíduo que com sua
habilidade, influencia outras pessoas a segui-lo a algum propósito ou desafio. Sua administração é
sempre profícua porque até nos erros e no insucesso ele pode ver um fator positivo. O líder é o dono
da situação, da conversa, dos planos e do negócio. É o que sabe mandar e ser obedecido com
satisfação. É ele quem faz a diferença no andamento de uma organização. O líder é aquele indivíduo
que inspira confiança. Portanto, faz as coisas acontecer através dos outros. É aquele que as pessoas
ouvem e confiam porque sabe que ele tem sempre solução para o problema.
Acima de qualquer coisa, o líder cristão crê e confia somente em Deus, e após isso, só em si
mesmo. Pois ele tem dentro de si determinação e força para combate e nunca se deixa abater. É
positivo e otimista, e sabe adaptar-se a qualquer situação, enfrentando as aparências e os
preconceitos. Possui em alto grau a fé, a coragem, a presteza, a perspicácia, a tenacidade e a
vontade indomável de vencer. Sofre corajosamente, e até dos seus erros e aparentes fracassos sabe
tirar grandes lições para se fortalecer na batalha. Na luta não retrocede, mas enfrenta o inimigo de
frente como um soldado destemido que conhece o seu dever 2 Tm. 2.3.
O líder cristão é homem de espírito decidido e vigoroso, e por conhecer seu ministério e sua
vocação no corpo de Cristo, ele determina os acontecimentos. Sai da fila quando a sorte demora a
aparecer. Não espera oportunidade, mas cria oportunidades, cumprindo sempre o seu papel como
alguém que sabe o que quer e o que deve fazer 2 Tm. 4.5. O líder revela-se pelo que é, pelo vigor
com que age, pela maneira decidida como usa suas próprias faculdades, o que o leva a se destacar
do grupo e assumir posições de lideranças. Todos vêem nele a personificação da força, da destreza,
da coragem e da determinação, por isso o segue.

2. O que é liderança? É tão difícil definir liderança quanto definir a dor. A dor se revela de
vários modos, em múltiplos sentimentos. A liderança é semelhante. Ela é verificada no desempenho
do líder de várias maneiras – depende muito de cada líder. Portanto, liderança é a função de um líder,
é o espírito de governo, de chefia, é uma forma de dominação baseada no prestigio pessoal e aceita
pelos dirigidos. A liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações recíprocas bem-
sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a energia humana, que delas se deriva,
encaminha-se em beneficio de uma causa comum. A Liderança é o esforço de exercer
conscientemente uma influencia especial dentro de um grupo no sentido de levá-lo a atingir metas de
permanente beneficio que atendam as necessidades reais do grupo John Haggai. Liderar não é
dominar, mas sim, a arte de convencer as pessoas a trabalharem em vista de um objetivo comum
Daniel Goleman.

Liderança é um dom Inato ou é Algo que precisa ser Aprendido? Essa é uma pergunta
que sempre fazem em palestras sobre liderança. Alguns acham que a habilidade para dirigir,
comandar, liderar é um dom inato, mas outros pensam que essas habilidades podem ser aprendidas.
De qualquer forma, sendo aprendidas ou inatas, elas precisam ser exercidas e treinadas a fim de
serem bem aperfeiçoadas. Conforme as definições de lideranças apresentadas acima, podemos
observar que ela é uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida por meio de treinamento.
Mas não temos nenhuma dúvida, quem sai na frente são sempre aqueles que nasceram com essas
habilidades e as aperfeiçoaram. Qualquer pessoa, se bem ensinada, pode aprender jogar futebol,
mas nunca será um Pelé. Há não ser que tenha nascido com esse talento em alto nível como foi o
caso dele. É fato comprovado que existem muitas pessoas que já nascem com determinados
talentos. Mas isso não significa que elas nascem sabendo de tudo – elas precisam aperfeiçoar seus
talentos inatos através de treinamento e métodos modernos. Sendo assim podemos afirmar que a
liderança é um dom inato que precisa ser aperfeiçoado por meio de aprendizagem. Isso não acontece
somente com a liderança, mas também com outros talentos.
Roberto Carlos se tornou o maior gênio da música popular brasileira, mas algumas vezes foi
reprovado de calouro porque não se mostrava preparado para ser o que se tornou através de muitos
estudos e treinamentos. Pelé se tornou rei do futebol, mas teve que trilhar uma longa jornada para se
aperfeiçoar. Outra pessoa desprovida do talento que ele tinha, ainda que empregasse todo o seu
tempo se aperfeiçoando, nunca seria o que ele foi.
Albert Einstein, o maior físico do mundo, foi reprovado em matemática, no ensino
fundamental, mas movido pela vontade de vencer e pela dedicação, se tornou o maior gênio da física.

182
Não foi somente o estudo acadêmico que o fez ser o maior gênio da física, mas também o talento que
residia nele em estado de potencialidade. Conforme vemos, esses homens nasceram com
determinadas habilidades, mas precisaram aperfeiçoa-las através de muito estudo e treinamento.
A dupla caipira, Tonico e Tinoco, concederam uma entrevista para a televisão, falando de
como desenvolveram o talento de cantar. Um deles falava do prejuízo que deram a gravadora quando
pela primeira vez, foram gravar um disco, eles detonaram o microfone do estúdio. Naquele tempo um
microfone custava muito caro porque era importante. Eles tinham uma bela voz, mas não sabia usá-la
adequadamente. Portanto tiveram que se submeter a um longo treinamento para educar a voz, não
só para estourar mais o microfone, mas para entoar as notas de forma apropriada. A capacidade de
liderar resulta da soma de várias habilidades que podem ser aprendidas e com o tempo,
aperfeiçoadas. O artista plástico, o cantor, o atleta, para serem bem-sucedidos só precisam
concentrar suas atenções num único aspecto – na arte. Mas o líder tem que concentrar suas
atenções em vários aspectos da vida. Pois lhe dar com pessoas heterogenias, e muitas delas também
são líderes. O cantor, o atleta e outros lhes dão apenas com a arte, mas o líder lhe dar com pessoas
de várias classes sociais e de natureza heterogênea. Ele, para ser bem-sucedido precisa ter uma
visão tridimensional, precisa enxergar o futuro no presente. Pois o seu sucesso no futuro depende do
seu planejamento no presente.

3. Dois tipos de líder: o comum e o cristão


a. O Líder comum. Por líder comum, referimos aqui a aquelas pessoas que aprenderam ou
desenvolveram as técnicas de liderar um grupo de pessoas, uma empresa, uma organização, uma
instituição ou até mesmo uma nação. Podemos tomar aqui como exemplo, um gerente ou
administrador de uma empresa, um oficial militar, um diretor de programa de televisão, um síndico de
condomínio, um prefeito, um governador, um presidente de uma nação e etc. Esses homens para
serem bem-sucedidos só precisam aprender a lhe dar com o povo, conhecendo seus problemas,
suas emoções, suas aspirações, seus desejos e etc. Os lideres comum trabalham de acordo as
regras pré-estabelecidas e previsíveis. Eles se orientam pelos resultados das estatísticas. Importam-
se apenas com resultados quantitativos. São frios, calculistas e mecânicos. A justiça deles é humana,
sem misericórdia, portanto, cega. Eles são rígidos por uma inteligência analiticamente glacial.
b. O Líder cristão. Por líder cristão, referimos aqui qualquer pessoa do sexo masculino ou
feminino que lidera, que desempenha no ministério da igreja qualquer papel de liderança. Pode ser
um maestro de orquestra, de coral, uma pessoa que coordena o grupo de mocidade, departamento
feminino, de uma agência missionária etc. Sobretudo, referimos aqui a um obreiro que administra
uma igreja, seja ele um diácono, um presbítero ou um pastor. O líder cristão é uma pessoa totalmente
comprometida com o povo de Deus e com o Deus do povo. Portanto, ele não anda segundo a sua
vontade, mas segundo a vontade e a orientação de Deus. Ele é dirigido por Deus em todos os seus
projetos. Ele não se orienta somente pelo conselho dos homens, mas, sobretudo por sua intuição e
pela iluminação divina.
c. A diferença entre o Líder Cristão e o Líder Comum. A grande diferença do líder cristão
para o líder comum é que o primeiro trabalha como voluntário e o segundo trabalha como
profissionais remunerados ou com subalternos compulsivos. Nas empresas e nos negócios, o líder é
obedecido na forma do salário e dos benefícios que seus funcionários recebem. Pois quando todo
argumento se esgota, o dinheiro vem e salva a situação. Nas forças armadas, o líder é obedecido
pela imposição da patente – os subalternos obedecem a seus superiores com medo da disciplina e do
inevitável castigo. É nas instituições voluntárias onde o homem prova que é verdadeiramente um
líder. Pois ali as pessoas o obedecem pelo poder da influência que ele exerce sobre elas. Nas igrejas,
por exemplo, o povo não tem nenhuma razão para obedecer a um líder, se não for pelo poder da
influência. E a influência do líder cristão, no desempenho do seu trabalho, é verificada no seu dom
carisma e no seu caráter. O líder comum é aquele que simplesmente aprende as técnicas de liderar.
Ele só precisa aprender como lhe dar com o povo – fazer o que o povo gosta e com isso, obter
resultados positivos para o seu empreendimento. Muitas vezes ele precisa ser hipócrita para parecer
simpático e agradar os seus subalternos. Normalmente ele trabalha com regras exatas e pré-
estabelecidas. O líder cristão não pode trabalhar dessa forma, pois a sua liderança está condicionada
à vontade de Deus. É Deus quem determina como as coisas devem ser. De vez em quando, Deus
muda as regras do jogo, deixando os homens admirados. Portanto, o líder cristão para ser bem-
sucedido, deve se colocar à total disposição de Deus – deve se sentir totalmente dependente de
Deus – precisa deixar Deus liderar seus propósitos, suas metas, enfim, sua vida.

183
2. Qualidades do líder ideal

O líder ideal deve ser natural, simples sem qualquer espécie de fatuidade ou presunção,
qualidades negativas que predispõem os subordinados à insubordinação. Um dirigente orgulhoso,
fátuo, petulante, humilha primeiro e irrita depois 1 Rs 12.14. Torna-se antipático, uma qualidade
negativa e contra indica para as funções diretivas, logo se manifestando reações nocivas e
contraindicadas para as funções diretivas, logo se manifestando reações nocivas à vida normal da
igreja ou de uma empresa qualquer. Uma pessoa assim humilha e amesquinha os tímidos. Os mais
audaciosos procuram logo encontrar no líder um ponto franco para ferirem o seu orgulho, para
ridiculariza-lo 1 Rs 12.17. Um líder, para ser bem-sucedido, deve possuir algumas qualidades
naturais, aptidões e capacidades necessárias a desempenho da sua missão de comando.

1. Qualidades físicas
a. Saúde. A saúde é uma das qualidades indispensáveis para o progresso de qualquer
pessoa em qualquer atividade, especialmente do líder. Naturalmente uma pessoa doente não pode
ser indicada para fins diretivos, não tem condições para assumir a liderança em qualquer sentido.
Uma pessoa constantemente enferma é obrigada a interromper constantemente a sua atividade. A
quebra da continuidade no comando obriga a uma paralisação dos assuntos ate que o dirigente se
restabeleça. Em consequência, a pessoa perde, muitas vezes, o contato com os seus colaboradores
e subordinados.
Mesmo que a pessoa continue na direção do serviço, tal direção nunca corresponde às
necessidades da empresa, igreja ou qualquer organização. Faltam ainda ao dirigente enfermo,
condições para tomar resoluções importantes. A enfermidade enfraquece a resistência moral do
homem, diminui o seu poder de raciocínio, modifica as suas capacidades intelectuais. Doente, uma
pessoa toma, muitas vezes, resoluções que não adotaria em perfeita saúde. Outra coisa: uma pessoa
enferma tem, instintivamente, necessidade de poupar esforços. Assim, necessita confiar nos outros.
Ausente do serviço ou da chefia durante algum tempo, outros graves problemas aparecem – serviços
multiplicados, situações graves necessitando soluções urgentes, etc. Tal acúmulo de serviços e de
dificuldades, por sua vez, constitui fonte de novas perturbações nervosas.
O chefe pouco saudável vai perdendo progressivamente o domínio da função orientadora.
Nunca dirigira de fato, mas terá de aguentar com todas as responsabilidades dessa direção. Assim
sendo, além de uma boa saúde, o homem que dirige necessita possuir grandes resistências à fadiga.
Na direção de qualquer organização, a condição de chefe acarreta grandes esforços, contrariedades
e abalos, etc. O homem que se encontra a braços frequentemente com a fadiga, nunca pode esta a
altura de sua missão de chefe. A fadiga deprime o homem e muda a sua disposição mental. Um
indivíduo cansado cede com facilidade a qualquer sugestão estranha, ao contrário do indivíduo em
condições normais. Muitas vezes comete injustiças, não porque seja injusto, mas porque não tem
forças para resistir à injustiça.

b. A Idade. Outro ponto ainda que deva ser considerado é a idade. Chefes muitos novos nem
sempre possuem a serenidade e a prudência que a função de liderança requer. A idade implica
naturalmente, experiência, moderação, equilíbrio, etc. Com pouca idade, o líder jovem, ainda que
competente, é inexperiente, e mesmo que seja competente e experiente, normalmente é vaidoso. E a
sua vaidade nasce exatamente do fato de que é competente. O que mais faz os líderes de idade mais
avançada manter reserva contra lideres jovem é o fato destes se demonstrarem vaidosos. Por via da
regra, as pessoas de mais idade manifestam instintiva má vontade contra os dirigentes mais novos. E
os mais novos sabem disso porque os mais velhos não conseguem esconder sua indiferença Jó
32.6-9. Embora a idade não dê qualidades diretivas a quem não os possui, no entanto, apura as
aptidões daqueles que as tem; modera os impulsos da mocidade, dando à pessoa aquilo que
chamamos experiência. Um chefe deve impor-se. Já se disse que a primeira qualidade de um líder é
ser reconhecido como tal. Chefe contestado é chefe fraco.

2. Qualidades psíquicas
a. Coragem. Coragem é bravura em face do perigo, intrepidez, resolução, ousadia etc. A
coragem não é a ausência de medo, é fazer o que se tem medo de fazer. Karl Barth, teólogo suíço,
define coragem como sendo o medo entregue em oração. A coragem é uma qualidade indispensável
para qualquer pessoa que deseja assumir a direção de qualquer organização. É triste o estado de
um homem medroso – é tristíssima a situação de um líder tímido. É até difícil, senão impossível,
conceber a ideia de um líder medroso. Winston Churchill, primeiro-ministro britânico disse que a
coragem é corretamente considerada primeira qualidade humana... porque é a qualidade que
garantem todas as outras. Martin Luther King Jr., líder do Movimento de Direitos Civis, expressou: A

184
capacidade máxima de um homem não se mede dos momentos de conforto e conveniente, mas nos
tempos de desafio e controvérsia.
Se de muita coragem necessita um líder secular, mas ainda precisa um ministro de Deus;
porque para este a quantidade e a qualidade de inimigos só bem maiores. Sabendo disso, Paulo
escreveu a Timóteo o seguinte: Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de
amor, e de moderação 2 Tm. 1.7. Um exemplo clássico de um líder medroso é Saul. Pois quando, de
longe, ele viu o exercito dos filisteus, tremeu e estremeceu muito o seu coração 1 Sm. 28.5. O homem
medroso se faz derrotado antes da batalha iniciar. E a derrota foi inevitável; até porque ele já estava
derrotado pelo seu medo.
Homem corajoso não é aquele que vive a procura de desafio, mas aquele que enfrenta com
determinação possíveis de serem vencidos. Quanto a isso Plutarco disse: O homem verdadeiramente
corajoso não busca perigos – enfrenta-os. Ainda sobre esse tema, Leon Tolstoi disse: É corajoso
quem teme o que se deve temer, e não teme o que não se deve temer. Um líder precisa ser
energético e corajoso. Com isso não queremos dizer que ele deve ser um valentão, mas ser
possuidor de uma coragem que configura um estado de bravura. Um dirigente tem por obrigação, o
dever de ser corajoso. Pois os seus subalternos esperam isso dele; caso contrário, ele se torna uma
verdadeira decepção para todos os que pretendem o seguir.
A mulher e os filhos esperam do seu líder o pai da família uma atitude corajosa na hora da
adversidade. Os membros de uma igreja esperam do seu pastor uma atitude corajosa nos momentos
críticos. A coragem de um líder entusiasma os seus seguidores envolvendo-os em seu propósito. As
pessoas ficam tão entusiasmadas com a coragem do seu líder que se comprometem a segui-lO em
qualquer propósito. Billy Graham, considerado o maior evangelista do século, declarou que a
coragem é contagiosa. Ele disse que quando um homem corajoso assume uma posição, os demais
se aprumam. Um chefe necessita ter coragem para tomar resoluções penosas, tem que dar
exemplos, nunca pode vacila frente a qualquer injustiça, tem que coloca acima das paixões, o seu
dever. Tem sempre a coragem moral de vencer as suas fraquezas. Ele está ali para melhorar e
aperfeiçoar a instituição que dirige, ainda que tenha que tomar decisões enérgicas.
O sucesso de uma instituição só é possível se o seu líder for um homem corajoso. Digo isso
porque os obstáculos são grandes e muitos. Ao observarmos o processo de uma organização,
podemos ter certeza de que o seu líder tomou decisões corajosas. A posição de liderança não faz de
nenhum líder um homem corajoso, mas a coragem de um homem pode torná-lo um grande líder. Para
espiar a terra de Canaã, Moises escolheu, de cada tribo, um príncipe Nm. 13.3. Tratava-se de cabeça
de tribos, homens que tinham a obrigação de serem corajosos, mas infelizmente não foram exceto
Josué e Calebe.
 Dez medrosos voltaram amedrontados daquela importante missão e trouxeram o seguinte
relatório: O povo, porem, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e mui
grandes; e também ali vimos os filhos de Enaque Nm. 13.28
 Dois homens corajosos voltaram da mesma missão entusiasmada animando o povo para
conquistar a terra Nm. 13.30
 Dez tímidos relataram que os inimigos eram mais fortes e que a luta não adiantaria. Nm
13.31
 Dois homens corajosos indignados rasgaram as vestes e disseram: A terra pela qual
passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor se agradar de nós, então no porá nesta
terra, e no-la dar; terra que mana leite e mel Nm. 14.7-8
 Dez medrosos disseram que a terra consumia seus moradores Nm 13.32
 Dois homens estrépitos animavam o povo dizendo que a terra era boa Nm. 14.8Dez covardes
se queixaram dizendo que os habitantes da terra eram gigantes Nm 13.33
 Dois corajosos não se cansavam de dizer que a terra era uma dádiva de Deus: Tão somente
não sejais rebeldes contra o Senhor, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles
nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o Senhor é conosco, não os temais Nm. 14.8

Quero que o leitor saiba que Deus não tem negocio com homens tímidos. Deu não tem
negocio com homens medrosos, que para no meio da jornada. O compromisso de Deus é com
homens resolutos e de fibra. Portanto, para governar o povo de Deus, além de outras qualidades, o
líder deve ser destemido, determinado, resoluto e valente. Agora veja o que Deus tem preparado
para homens medrosos, tímidos e sem fé. Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os
mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte Ap.
21.8.
 O líder covarde faz o povo chorar Nm 14.1
 O líder medroso faz o povo murmurar Nm 14.2-3,27

185
 O líder frouxo faz o povo sentir vontade de retroceder Nm 14.2-3
 O líder tímido faz o povo rebelar-se contra o seu líder Nm 14.10
 O líder medroso provoca a ira de Deus Nm 14.12
 O líder frouxo faz o povo mudar de direção Nm 4.12.

a. Iniciativa A iniciativa é outra grande qualidade que não deve faltar ao homem que
comanda. Realmente, não é possível compreender a função diretiva, sem o espírito de iniciativa. O
chefe que nada tenta, sempre receoso de errar ou de comprometer; o chefe que se limita a dar o
expediente e a caminhar, sempre na mesma rota, é um funcionário, um burocrata, um executor, tudo,
menos um chefe e tal pessoa nunca chegará a ser um dirigente. A iniciativa é uma das qualidades do
verdadeiro líder e sem ela não há progresso nem sucesso. O individuo que faz apenas aquilo que lhe
é mandado ou que vê os outros fazer, nunca será um chefe. Ser líder é mais que fazer algo, é criar a
possibilidade do fazer.
b. Visão Global. Outra das grandes qualidades que um líder necessita possuir no mais alto
grau é o que chamamos visão global. O homem que deseja ser um líder precisa ter visão larga e
longa – frontal e horizontal. Ele não pode ver as coisas apenas de perto, mas também de longe. O
líder deve ter uma visão total das coisas e não apenas de uma parte delas, como ocorre com as
pessoas comuns. Ele jamais poderá estabelecer um controle geral se não tem uma visão gera das
coisas. A rigidez austera e a obediência cega a um fato conduzem a erros graves, porque se
subordina o todo a uma parte.
A visão é tudo para um líder. É absolutamente indispensável. Por quê? Porque a visão lidera o
líder. Ele desenha o alvo. Acende e alimenta a chama interior e impele o líder para frente. Ela
também acende aqueles que seguem o líder. Mostre-me um líder sem visão e eu lhe mostro alguém
que não vai a lugar algum. Na melhor das hipóteses, está andando em círculos John Maxwell. O
dirigente de um veículo que não tem total visão da estrada por onde anda, não demora a se
acidentar. Ele precisa tomar muito cuidado, especialmente com as curvas. Gosto do seguinte ditado:
Uma curva no caminho não é o fim da estrada, a não ser que você falha ao faze-la. Na trajetória de
um líder há muitas curvas perigosas; portanto, ele precisa ter visão de águias para não se acidentar.
Um dirigente nunca pode ser um homem de análise, nunca pode deixar-se absorver e dominar pela
especialização deformadora. Todos os problemas devem ser integrados no conjunto da função
diretiva e do interesse orgânico geral.
c. Visão ostensiva. O líder também não deve ficar nas visões, mas também nas realizações.
Caso contrário ele será sempre um voluntario quimérico, nada mais. Uma visão sem realização não é
visão, mas tão-somente um sonho, uma utopia. Conheço muitos pastores que no papel, ele faz tudo,
mas na realidade, ele não faz nada. Desenha grande visão no papel escola, templo etc. e mostra para
todo mundo, mas nunca realiza o que desenhou. O líder deve sonhar com as coisas que deseja
realizar, mas acordado para a realidade das coisas realizáveis.
d. Prudência. Quase todos os males dos povos e dos indivíduos provem de não haverem
sido prudentes nem enérgicos durante um momento histórico, que nunca mais voltará. O Senhor
Jesus declarou: sede prudentes como a serpente e simples como as pombas Mt. 10.16. O líder deve
ser um homem prudente. Deve procurar andar sempre com segurança. Nunca prometer o que não
pode cumprir. Caso ele tenha que fazer alguma mudança na organização que dirige, deve sempre se
aconselhar com seus colaboradores, especialmente se ele estiver trabalhando com voluntários, como
é o caso dos pastores evangélicos. Ao se ver pressionado por forças alheias, ele não deve se
apressar em tomar decisões impensadas. Mas mostrar-se completamente, decidindo com coerência.
O líder inteligente não acata coisa nenhuma, sem antes comparar fatos com fatos, ideias com
ideias, doutrinas com doutrinas. Sobretudo, existem quatro coisas que um líder deve tomar muito
cuidado na sua trajetória de vida: com as mulheres, com o dinheiro e com o poder.
Mulheres – Muitos líderes já caíram do mais alto degrau porque se deixaram levar pela
sedução das mulheres. O maior exemplo está na Bíblia – o rei Salomão 1 Rs. 11.1-8. Nesses últimos
dias temos observado uma avalanche de pastores – alguns até muito proeminentes – sendo
arrastados pelo sexo oposto. A mulher é como o dinheiro na vida do dirigente cristão; se por Deus é
uma grande benção, mas se enviada pelo diabo, é uma grande maldição, e só serve de atraso de
vida.
Dinheiro – O dinheiro também é outro fator que tem causado a queda de muitos líderes.
Sabedor disso, o apóstolo Paulo disse a Timóteo: Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se transpassaram a si mesmos com muitas dores
1 Tm. 6.10. Pedro por sua vez, exorta os obreiros a não serem gananciosos, mas apascentar o
rebanho do Senhor com o desejo de servir 1 Pe. 5.3.

186
Poder – O poder é o alvo que todos os líderes desejam atingir. Pois ele proporciona muitas
coisas de grande valor para o homem, como: conforto, primazia, dinheiro, mulheres, prazeres e etc. O
poder é um terreno fértil para nascer no líder, o pai de todos os pecados – o orgulho. O rei Uzias foi
um dos homens mais ajudado por Deus na Bíblia. E quando ele se viu no cimo da liderança, se
orgulhou e se corrompeu 2 Cr 26.8,16. Na minha avaliação, o poder nas mãos de uma líder insensato
é como navalha em mãos de criança. O poder é como o dinheiro – é um ótimo servo, mas um
péssimo senhor. A questão do poder, bem como no dinheiro, reside simplesmente no fato de saber
usá-los. É só seguir a sabedoria que dizia o seguinte: Abusar é proibido; Recusar é permitido; Usar é
recomendável. Trocando isso em miúdos podemos dizer o seguinte: O líder insensato abusa do
poder; O líder fraco recusa o poder; O líder sábio e inteligente simplesmente usa o poder.
As pesquisas têm comprovado que 95% dos homens bem-sucedidos não sobrevivem ao
sucesso. Mas qual é a razão de tudo isso? Falta de prudência e de humildade. O homem prudente e
humilde não deixa o poder subir à cabeça. Ele sabe que o mesmo povo que o elevou ao cimo do
sucesso, é o mesmo que pode derruba-lo de lá. Qual a razão de muitos políticos ganharem uma
eleição com uma votação expressiva, e na próxima eleição perder com uma votação insignificante?
Temos aí no mínimo dois motivos: ou eles não foram bons administradores do dinheiro do povo, ou o
poder lhe subiu à cabeça e eles se esqueceram do povo.
De uma coisa o líder não pode se esquecer: ele não governa para si próprio, mas para o povo.
Alias, nós, seres humanos, vivemos uns para os outros. Graça nenhuma teria a vida se eu fosse o
único ser humano da face da terra. Pois parece guerra assim que Adão se sentia Gn. 2.20.
e. Evitar o evitável e suportar o inevitável – A sabedoria estóica que o homem deve evitar o
evitável e suportar o inevitável. Isto feito, o líder deve se esforçar para evitar tudo àquilo que possa
ser evitado. Mas, em face de um infortúnio, ele não deve ficar acabrunhado lamentando o leite
derramado. Isso denota fraqueza e mesquinhez – o que fica bem para um homem que exerce um
cargo diretivo. Deve levantar a cabeça e ter em conta o prejuízo, algo que trouxe experiência de vida.
Nunca lamente seus infortúnios pessoais ou familiares, nem se deixe levar pelo pessimismo. Quanto
aos seus subordinados, olhe-os bem de frente e tenha sempre a coragem de repreendê-los ou punir,
quando necessário.
f. Tomar cuidado com os bajuladores – o homem prudente sabe desprezar a adulação e
temer a lisonja. Numa empresa ou numa igreja, há sempre em torno do dirigente alguns bajuladores.
Quem são eles? São aquelas pessoas que não têm qualidades suficientes para exercerem um cargo
desejado, e ficam sempre bajulando o chefe na esperança de serem promovidas. Não deveria, mas
na igreja tem muito disso. O que também não deveria, mas sempre acontece, é o fato de que eles
sempre conseguirem o que planejam. Parece que as maiorias dos líderes não resistem a forte
massagem que os bajuladores fazem no seu ego. Por isso se capitulam com muita facilidade.
O dirigente ideal é aquele que um dia descobre a sua posição e o seu valor diante de Deus e
dos homens, nem exalta o seu superior para conseguir ser grande, nem humilha seu subalterno
porque se sente grande. Procura agir como agiu seu Mestre Jesus, que não pisava nos miseráveis,
nem bajulava os poderosos. Disse Sêneca, filósofo grego: Quem é prudente é moderado; quem é
moderado é constante; quem é constante é imperturbável, quem é imperturbável vive sem tristeza,
quem vive sem tristeza é feliz; logo o prudente é feliz.

187
Lição 2
3. Qualidades intelectuais

Quem aspira qualquer posto no mundo da liderança precisa mostrar-se inteligente. Pois a
inteligência ocupa primeiro lugar entre todas as qualidades que um líder deve ter. Ele deve possuí-la
em alto grau. A incapacidade para compreender e para aprender as coisas resulta em grande
prejuízo para um homem que esta na direção de uma instituição. Uma pessoa que não atinge o fundo
os problemas, que não sabe conduzir dentro da lógica, qualquer raciocínio, que não sabe dominar
mentalmente os assuntos, nunca poderá exercer com eficiência um cargo de chefia. Nessas
condições, a pessoa seria objeto de escárnio, ficaria sob a influência de qualquer subordinado, que o
manejaria à vontade.
a. Agilidade – Para exercer a função de dirigente, não basta o indivíduo ser inteligente, ele
precisa também ser ágil em decisão – precisa usar a inteligência com rapidez. Uma pessoa que
raciocine com lentidão é absolutamente contraindicada para a função de chefia. Um indivíduo pode
ser muito inteligente, mas se possui o raciocínio lento, jamais será um bom dirigente. Tal pessoa é
inteligente, compreende bem as coisas, mas para compreender, necessita de muito tempo. Tal
pessoa não consegue ver os problemas, não encontra para eles qualquer solução senão depois de
muito tempo, muita meditação. Ora, uma pessoa nestas condições, pode possuir belíssimas aptidões
para desempenhar outros cargos pode ser um especialista, um erudito, um analista, um técnico, um
investigador, um homem de gabinete, mas nunca um bom líder.
O dirigente necessita muitas vezes, em face de um problema novo, de compreendê-lo e
resolver rapidamente. Na direção de qualquer organismo o fator tempo é da maior importância, pois
uma oportunidade pode ser perdida e nunca mais voltar, com prejuízo para a instituição. O sucesso,
na maioria das vezes, é uma questão de saber aproveitar as oportunidades, é uma questão de
rapidez. Assim, o homem que compreende mais depressa um problema e mais depressa o resolve,
triunfa logo, tanto na igreja como no comércio, na indústria ou em qualquer setor em que preste
serviço. Conclui-se daí que o chefe deve possuir inteligência e rapidez de raciocínio.
b. Profundidade – outro fator muito importante para o líder inteligente é a capacidade de
inteligir com profundidade. Um chefe pode possuir raciocínio rápido, ser muito inteligente, mas ser
muito superficial. Conhecemos muitas pessoas assim, cuja superficialidade tem enganado muita
gente que acham o líder dotado de espírito brilhante. Tal categoria de inteligência, entretanto, é
insuficiente, por demasiado vaga e abstrata. Nunca vê os problemas integrados em seu conjunto.
Uma inteligência analítica, que realiza sistematicamente uma profunda e exaustiva análise dos
problemas, é muitíssimo útil aos técnicos, mas prejudicial ao homem encarregado de governar. Uma
inteligência dessa natureza conduz naturalmente à especialização, o que é extremamente nocivo
para o dirigente.
O homem que governa deve ter um forte poder de síntese, deve poder centralizar
rapidamente qualquer problema urgente, necessidade raciocinar rapidamente sobre problemas
sempre novos ou que se renovam incessantemente; sob a influência tão variadas circunstâncias. Ao
mesmo tempo a pessoa não deve ser exclusivista, a ponto de julgar-se ser a sua inteligência superior
a todas as outras, recusando sistematicamente, a colaboração alheia, ainda mesmo a mais talentosa.
Deve, pelo contrario, ter uma inteligência acolhedora, capaz de aceitar as ideias dos outros,
modificando-as, adaptando-as aos princípios diretivos que informam a situação. Logicamente,
ninguém pode ver tudo sob todos os aspectos. Daí a necessidade de se aproveitar e aperfeiçoar as
ideias que lhe são propostas ou sugeridas.
c. Poder de Comunicação – Um chefe deve ainda saber transmitir aos seus colaboradores e
subalternos, as suas ideias e as suas ordens de um modo sistemático, sem qualquer divulgação, sem
prolixidade, sem palavras supérfluas. O indivíduo prolixo, de ideias vagas e confusas, têm igualmente,
uma linguagem vaga e confusa. Esquece o essencial, perde-se nos pormenores. Um líder não deve
limitar-se a transmitir aos seus subordinados as suas ideias de modo completo e sistemático. Deve
ainda impor a todos os que estão sob as suas ordens, esse mesmo processo expositivo de educação.

188
4. Conhecimentos gerais

A primeira coisa que um líder inteligente precisa, é conhecer a si mesmo, para depois
conhecer o povo com quem trabalha. Isso facilita a sua marcha para o sucesso, partindo do princípio
de que aquele que se conhece, é mais forte e mais poderoso e justamente por o homem não se
conhecer é que acontecem tantas coisas desagradáveis, dando que ele tem que viver com os
demais. Para Sócrates o saber fundamental é o saber a respeito do homem, daí a sua máxima:
conhece-te a ti mesmo. Não é possível conceber um chefe sem um mínimo de conhecimentos
gerais. Pense num pastor presidente desprovido de conhecimentos gerais e verás um verdadeiro
fiasco.
Os dirigentes subalternos, os colaboradores de nível inferior podem, em certos casos,
prescindir de uma preparação de alto nível. Mas aqueles que têm sobre os ombros a
responsabilidade de chefia geral, esses não podem dispensar a posse de uma boa cultura, além de
uma especifica, condigna de acordo com as suas funções.
Um chefe deve estudar muito e meditar mais ainda. Sua cultura não pode ser exclusivamente
pratica, nem exclusivamente teórica. Deve, portanto, procurar atualizarem-se constantemente através
de novas leituras, contínuas observações, estatísticas, e etc.
O líder não precisa ser um especialista, mas precisa conhecer um pouco de cada coisa que os
especialistas conhecem. Os especialistas sabem as coisas com especialidade – o líder sabe mandá-
los de acordo com a necessidade. Sem conhecimentos gerais o líder jamais terá uma visão global das
coisas que lhe rodeiam. Só uma cultura geral pode dar ao homem uma visão ampla do mundo e das
coisas; só ela prepara e consola as inteligências fundamentais, capazes de tudo compreenderem.

189
5. Qualidades sociais

A função do dirigente, do líder, do homem que conduz outros homens, do individuo que
orienta, do chefe, exige, além das qualidades já indicadas, algumas outras que podemos classificar
como qualidades sociais. O líder precisa ser um homem solidário e altamente social. Pois o homem
retraído, pouco sociável, inimigo do convívio, egoísta e sorumbático, não tem condições para
qualquer espécie de liderança ou chefia.

a. Organização. Todo o dirigente tem de possuir um grande poder organizador ou capacidade


organizadora. Tal qualidade não pode ser considerada apenas como uma simples ramificação do
método, pois uma pessoa pode ser metódica sem possuir, no entanto, qualidades organizadoras, que
exigem da pessoa uma visão e capacidade para saber movimentar, com um determinado objetivo, os
homens e as coisas, sem criar complicações e sem imprevidência. Tal pessoa sabe estabelecer a
distância precisa entra o geral e o particular, entre o todo e a parte. Sabe igualmente como atribuir a
cada pessoa a sua missão específica, colocar sempre o homem certo no lugar certo, da maneira a
prevenir choques de competências ou atribuições, evitando assim, erros de direção.
Um chefe que conceba planos muito minuciosos no campo da teoria, que se prende com
infinitas minúcias a projetos complicados e mesquinhos, que pretende prever e regulamentar todos os
movimentos do homem, ainda os mais insignificantes, é sempre um mau organizador, pois cria
sempre uma cisão entre o pensamento e a ação. Já se disse que, na indústria principalmente, o
excesso de organização pode constituir um defeito tão grande como a ausência de organização. O
mesmo pode dizer da igreja. Tal fato tanto pode prejudicar a igreja como o comercio ou ainda
qualquer outra organização, porque toma o trabalho moroso, fatigante, complicado. A tendência da
organização consiste unicamente em simplificar, podendo ser complexa, mas não complicada. Assim
só é bom dirigente aquele que simplifica ao invés de complicar.
b. Metódico. Um líder deve adotar métodos para não ter que estar sempre mudando de
opinião. O chefe que, a cada passo, muda de planos, de ideias de atividades, demonstra instabilidade
perante a opinião dos seus liderados e, portanto, se o tal, tinha algum prestigio termina perdendo e se
nunca teve nunca terá. Um bom dirigente é sempre constante no esforço e exige dos seus
subordinados essa mesma regularidade, e para tanto, exige-se método. Sem ordem e sem método
ninguém realiza qualquer obra de valor.
A falta de persistência, a inconstância prejudica sempre a função diretiva. Assim, um dirigente
que trabalha com brilhante entusiasmo e amanha mostra-se desanimado; que hoje impõe aos seus
subordinados esforços violentos e amanha os deixam sem serviço; que hoje quer trabalho perfeito e
amanha aceita tudo quanto lhe chega as mãos, é naturalmente contraindicado para qualquer função
diretiva. Tal dirigente deve ser afastado para beneficio da organização. Um homem sem qualquer
noção de método, que não sabe onde Poe as coisas, que não sabe orientar progressivamente os
trabalhos, que não sabe dar ordens, que faz e desfaz ao mesmo tempo, que começa tudo e não
acaba nada, que começa as coisas pelo fim, que complica o que é fácil – um homem assim
representa a própria negação das funções diretivas.
Um indivíduo assim é uma fonte permanente de indisciplinas, de desordem, de confusão.
Sobrecarregará os demais de serviços e terá pouco rendimento; não poderá distinguir entre os seus
subordinados aqueles que trabalham durante e os que apenas fingem trabalhar. O ambiente será
também de continuo mal-estar. Haverá muitas injustiças, muitos castigos e poucos responsáveis, com
os consequentes ressentimentos. Naturalmente, a culpa do chefe terá que recair sobre os inferiores,
que serão sistematicamente punidos, enquanto o verdadeiro responsável, o chefe desorientado, dá
ordens e contraordens sem qualquer coordenação. Da mesma forma, o individuo nessas condições
impõe, muitas vezes, métodos absurdos de trabalho ou contrario a todas as leis da experiência.
Frequentemente perde documentos e recrimina funcionários; dá despachos levianos e desculpa-se
com os inferiores; obriga a trabalhar fora das horas normais, quando foi ele quem impediu o trabalho
durante as horas normais, acarretando prejuízos para a organização com o pagamento de horas
extras.
A ótima hora é que um chefe se lembra de mandar ao pessoal, montanhas de serviços
urgentes, contra todas as normas do bom-senso. E não é só isso: acumula processos e só se lembra
deles nos últimos momentos, impondo um trabalho apressado, quando havia tempo de sobra para
realizar tal serviço com tranquilidade e perfeição. Um chefe sem método constitui uma fonte de
conflitos, de incidentes e de fadiga profissional. Os serviços sob a sua direção oferecem pouco
rendimento e regra geral, são mal feitos.
c. Solidariedade. Quanto ao espírito de solidariedade, esta é uma qualidade realmente
indispensável ao indivíduo investido nas funções de líder ou dirigente. Naturalmente, um chefe
necessita ter uma fecunda vida interior que lhe permita meditar e concentrar-se, o que não quer dizer

190
que deve cair no isolamento, afastando-se totalmente dos demais. Um dirigente tem necessidade de
conhecer as pessoas que o cercam e muito especialmente aqueles que dirigem. Isto, entretanto, só é
possível através de frequentes contatos com os mesmos.
A ação diretiva é, em muitos casos, uma ação persuasiva, de auxilio mútuo, de colaboração,
visando sempre a formação do espírito de grupo, do espírito de equipe. Assim, o chefe terá de se
colocar, em espírito, na posição dos subordinados, para que os possa conduzir bem. O espírito de
solidariedade dá a quem o possui capacidade conciliadora para evitar ou suprimir desinteligências.
Dirigir não é apenas mandar nem impor trabalho aos outros, mas é ainda solicitar aos outros a
colaboração necessária, é colaborar o próprio chefe com os seus dirigidos. A isso chamamos
sentimento do auxilio mutuo que o egoísta geralmente não vê, pois o isolamento impede a
compreensão de tais verdades. A função diretiva deve ser desempenhada apenas por indivíduos com
sentimentos sociais desenvolvidos. Homem egoísta e sorumbático, não tem condições para
desenvolver a solidariedade.
D. Senso de Dignidade. O senso de dignidade constitui outra importante qualidade exigida
para os que desempenham cargos de direção. Logicamente, aquele que não procede corretamente,
fica desmoralizado antes seus colaboradores, aos quais nunca poderá exigir aprumo, dignidade e
respeito. A dignidade na função diretiva representa um dos mais importantes problemas das
organizações e empresas. Mesmo que um dirigente mantenha o aprumo no exercício das suas
funções, fora delas igualmente terá que proceder do mesmo modo.
Alguns chefes alegam que o que faz fora das suas funções não interessa absolutamente aos
demais, pois são casos particulares. Entretanto, não é tarefa simples separar o dirigente responsável
do homem cá fora, na sua vida particular. Um subordinado que encontre seu chefe bêbado, por
exemplo, embora isto aconteça fora das horas de trabalho, num bar ou mesmo em casa, nunca
conseguirá respeita-lo. Um homem que exerça cargos de direção deve proceder, normalmente, de
molde a dignidade a profissão e o cargo que desempenha. Deve proceder de maneira que a sua
pessoa nunca se sinta diminuída, pois isto resulta em uma quebra angustiosa para a função que
exerce.
Um chefe precisa possuir prestigio. Como, no entanto, possuir tal prestigia inspirando piedade
nas pessoas, ocasionando vexames? Procede-se de forma a merecer dos seus colaboradores ou
inferiores, críticas desfavoráveis, mas justas, seu prestigio estará irremediavelmente perdido. Quando
não é consolidado pelo prestigio pessoal, o prestigio adquirido resulte das funções que o individuo
desempenha, é profundamente abalado. Disse certa vez um eminente pensador que prestigio que se
discute já não é prestigio. Um dirigente, um líder, tem de se haver perante grupos de indivíduos ou
multidões. Sua atividade é uma função social e, assim sendo, a perda de prestigio perante o grupo ou
perante a multidão, implica necessariamente, diminuição da sua capacidade de comando, de
liderança. O prestigio se adquire através da firmeza e do equilíbrio da direção.
e. Falar Pouco. O dirigente que fala muito está longe de ser um chefe eficiente. Da palavra
sugestiva deve passar-se à respectiva ação. O verdadeiro chefe fala pouco, apenas o necessário e
nos momentos oportunos. Ate nas suas ordens é discreto e sóbrio. Por via de regra, falar muito e fora
do tempo, não faz bem pra ninguém. Tiago relatou: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para
falar Tg. 1.19. Plutarco disse: Para saber falar é preciso saber escutar. Isto feito, o falar do líder deve
resultar sempre do que ele ouve ou vê. O líder deve fugir do que se chamam jogar conversa fora.
Jogar conversa fora é falar coisas que não se aproveita. E cada palavra dita por um líder é avaliada e
aproveitada, ainda que contra ele.
É muito feio para um líder ter que estar sempre se retratando com a população por ter dito
palavras que não deveria dizer. Já vi muitos casos de políticos envergonhados na televisão,
desdizendo o que disseram, dizendo que disseram aquilo por brincadeira. As palavras do líder têm
valor, elas devem ser pesadas e medidas antes de serem ditas, porque elas poderão ser usadas
contra ou a favor dele. Ele deve se esforçar para sufocar suas emoções – não falando tudo aquilo que
vem ao seu coração.
O dirigente discreto, que fala pouco e bem, é sempre respeitado. Ouvir muito, falar apenas o
necessário, eis o que deve ser feito. O individuo reservado é sempre olhado com um misto de
admiração e respeito. É sempre olhando com simpatia. Há um ditado que diz: a distancia cria o
prestigio. De fato, sob o ponto de vista psicológico, é nocivo o convívio permanente com os
subordinados. Quem fala muito erra muito, diz muitas vezes o que não quer, o que não convém, o
que não deve Pv. 25.12; 29.20. O líder não é aquele que fala muito, mas o que fala palavras
persuasivas. Falar muito, às vezes se torna muito irritante.
Falar pouco de si – O líder não deve exibir, nem divulgar seus talentos, suas qualidades e
sua competência para mostrar que ele é o chefe. Gosto do ditado que diz: caráter não se questiona,
ou você têm ou você não tem. Essa regra vale também para as qualidades. O mesmo podemos
falar da liderança: ou você é ou você não é um líder. Uma grande montanha não precisa propagar

191
sua grandeza – todos veem que ela é grande. A primeira ministra da Inglaterra, Margaret Thatcher
declarou: estar no poder é como ser uma dama. Se você tem de dizer às pessoas que você é, então
você não é. Assim é aquele que se acha no cargo diretivo – todos vêem o que ele é realmente.
Quando o líder tiver que elogiar ou repreender um subordinado, ele nunca deve ficar contando
historias do tempo em que ele era empregado subordinado. Todo homem quando galga certa
posição, fica com a mania de ser modelo. Para animar, para entusiasmar, não há necessidade de se
cair no autoelogio.
a. Humor. É desastrosa a situação de um individuo que um dia aparece bem disposto,
sorrindo para os seus colaboradores e outro com aspecto carrancudo; um dia ele é todo benevolente
e outro é implacável; hoje ele aprova aquilo que amanha reprova, desorienta a todos os que com ele
convivem e necessitam de orientação firme para o bom desempenho do trabalho. Infelizmente, não
precisa andar muito para encontrar nas diversas organizações religiosas e comerciais, homens
desempenhando funções diretivas, absolutamente sem qualidades necessárias que tal função requer.
Essa desigualdade de humor constitui uma terrível inferioridade para qualquer pessoa. Para um líder,
então é desastroso.
Conforme a sua disposição no momento julga as coisas boas ou más, de forma que os
colaboradores ou subordinados nunca sabem como trata-lo. Se teve qualquer problema em casa com
a esposa ou os filhos trouxeram notas más, ou se sofreu qualquer prejuízo ou ainda se o tempo está
úmido ou chuvoso, tanto basta para que tal chefe amole a aparência de tudo e de todos.
Naturalmente que tal atitude é ilógica e injusta, pois as outras pessoas sofridas por ele. Dada a sua
condição de dirigente, seu dever é mostrar-se sempre e sempre superior a tais contrariedades e não
despejar os subordinados a sua irritação.
Um indivíduo assim nunca faz amigos entre as pessoas que com ele ou para ele trabalham.
Há dias em que ninguém o pode abordar em quem ninguém se atreve a falar-lhe, porque nesses dias,
ele recusara o que concedeu no dia anterior; castigará pelos mesmos motivos pelos quais premiou na
véspera; criticara o que na véspera achou muito bom. Tal maneira de agir representa a própria
negação das funções diretivas. Um dirigente tem a mais absoluta obrigação de dominar seus
humores e tratar o pessoal sempre da mesma maneira; deve julgar os fatos sempre em obediência ao
mesmo critério.

192
6. Qualidades morais

a. Caráter. Se me perguntasse qual é a qualidade mais importante para um líder cristão,


talvez eu não soubesse responder por que são muitas. Mas se eu fosse pressionado para dar uma
resposta rápida, possivelmente eu diria que é o caráter. O líder cristão pode ter todas as qualidades
mencionadas nesse livro, mas se ele não tiver um bom caráter, ainda não tem nada que o qualifique
para a liderança cristã.
Definição – O que é caráter? É a qualidade inerente a uma pessoa. É o conjunto das
qualidades boas ou más de um indivíduo, e que lhe determina a conduta e a concepção moral. O
caráter é a marca de uma pessoa. É ele quem determina o que uma pessoa é. O caráter é o rotulo de
uma pessoa. O rotulo externo define a qualidade interna de um objeto. O nosso caráter interno é
conhecido pelas nossas ações externar. Caráter é uma coisa que todo mundo tem – bom ou mau.

 O caráter é a força surda e constante da vontade.


 O nosso caráter é o resultado do nosso procedimento
 O nosso caráter é a nossa fisionomia moral do homem.
 Quem não tem caráter não é homem, é coisa.
Onde se revela o caráter? – Alguns autores dizem que o caráter se revela nos momentos
mais críticos. Mas isso não pode ser uma regra, porque muitos homens revelaram um caráter oculto
em momentos de bonança. Um exemplo disso é o rei Davi e o seu filho Salomão 2 Rs 11.1-7; 2 Sm.
11.2. Gosto das seguintes palavras de Napoleão Bonaparte, imperador francês: O verdadeiro
caráter sempre aparece nas grandes circunstancias. Por grandes circunstancias Napoleão se
referia a momentos de grandes destaques.
Davi era um homem integro, mas quando se achou ocioso, nasceu-lhe um mau caráter. E isso
lhe custou muito caro 2 Sm. 11.2. Sabemos que ele se arrependeu do seu pecado e buscou o perdão
de Deus. Mas ele teve que carregar consigo o estigma da sua transgressão para o resto da sua vida.
A verdade é que o caráter oculto de uma pessoa pode se revelar em qualquer situação. Mas é nos
momentos cruciais da vida, onde ele mais se revela. Foi nos momentos mais cruciais da sua vida que
José mostrou o seu bom caráter Gn. 37.18-28; 39.7-8. Pedro exteriorizou seu caráter transformando
diante do Sinédrio num momento altamente critico At. 4.19-20.
O caráter do líder cristão é manifesto nas seguintes circunstâncias: Na maneira como ele se comporta
fora da igreja. Na sua forma de tratar os ricos e os pobres, negros e brancos. Na forma que ele
administra o dinheiro da igreja. No trato que ele faz com as pessoas. Nas promessas que ele faz à
igreja. Na maneira de agir com o sexo oposto. Na forma que ele trata a esposa e os filhos em casa.
Na sua reação aos opositores. Em face de concorrentes. Nas horas de crise financeira. Nos
momentos de muita abundância. Quando é preterido. Quando é exaltado. Quando tem que chorar
com os que choram, e se alegrar com os que se alegram Rm. 12.15.

Talento e caráter – Já falamos que o líder nasce com os talentos de liderança. O mesmo
podemos dizer do caráter. Falamos também que os talentos inatos devem ser aperfeiçoados através
do treinamento. Essa mesma regra vale também para o caráter. Portanto, assim como os talentos
inatos devem ser aperfeiçoados, também devemos aperfeiçoar o nosso caráter. O errar é humano,
mas persistir no erro é falta de caráter.
Carisma é um dom, mas caráter é uma escolha – O homem carismático que não cultiva o
seu caráter é um verdadeiro desperdício. Pelo nosso Seminário, passaram dói professores que era
verdadeiramente carismático, porém mau caráter. Eu chamo isso de desperdício humano. O pior de
tudo isso, é que eu tenho observado que essas pessoas nunca mudam. São verdadeiros talentos
jogados fora.
Minhas qualidades não cobrem meus defeitos – Paulo Sérgio, famoso cantor da Jovem-
Guarda, fez uma música em que o refrão diz: sei que minhas qualidades cobrem meus defeitos. Mas
será que cobrem mesmo? Claro que não. A prova disso é que não cobriu os dele. Tenho visto muitos
gênios talentosos agir como se estivessem acima das limitações do seu caráter. Isso se verifica no
esporte, na música, na política e no ministério da igreja. Conheço homens que galgaram o mais topo
do sucesso, e por falta de um bom caráter, desceram tão rapidamente quanto subiram.
Bom pregador, mau caráter – Tem obreiro que o púlpito da igreja revela ser um anjo de
Deus, mas no negócio, são verdadeiros pilantras – compra, mas não paga, mente, engana, trapaça
etc. Alguns quando são arguidos, dizem: negócio é negocio, religião é religião – precisamos separar
as coisas. Em face dessa declaração sofista eu digo: o verdadeiro líder cristão não separa seu Cristo
dos seus negócios. Se todos os talentos da igreja tivessem bom caráter, possivelmente haveria muito
pouco quem se dissesse não-cristão. Muitos talentos do púlpito e dos discos pelo seu mau caráter
193
repelem do Cristo muitos que tinham intenção de ser cristão. Estou falando daqueles líderes que, pelo
seu mau caráter, espalhou mais do que ajuntou – repeliu do Cristo mais do que aquilo que ajuntou
para o Cristo. Triste é o estado do homem que por fanatismo e ignorância, repelem almas do Cristo –
tristíssimo é o estado do homem que pelo seu mau caráter, expulsa muitas almas do Cristo e impede
que muitas venham.
É lamentável, mas o título pastor já não é mais tão bem como antigamente. Mas porque isto
está ocorrendo? É porque muitos líderes, até de renome, por não vigiar, se revelaram mau caráter.
Nunca se viu tanto escândalo evangélico como nesses últimos dias. Uma onda de adultério, pedofilia,
calote, corrupção, roubo, suborno, enriquecimento ilícito etc., tem invadido os arraiais da igreja
nesses últimos dias, tanto na América do Norte como no Brasil. Contra os tais, o Senhor Jesus disse:
Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele
homem por quem o escândalo vem! Mt. 18.7.
Rouba, mas faz – A frase rouba, mas faz, foi usada como Slogan na campanha política de
um político muito influente de São Paulo. Precisamos tomar cuidado para que essa prática não salte
da política para o púlpito da igreja. Estou falando isso porque já vi crente ser partidário de pastor que
se mostra grande líder, porém mau caráter.
Ser alguém é melhor que fazer algo – Pouco importa o que o homem diz ou faz – tudo
importa o que ele é – ser é mais importante que fazer. Melhor é ser alguém do que fazer algo. É muito
bom, e de grande importância o homem fazer algo externamente tanto para humanidade como para
Deus. Mas para que o seu fazer tenha garantia de perpetuidade, precisa nascer de um grande ser. O
homem que faz algo sem ser alguém está perdendo o seu tempo, marcando passos na velha ego
idade humana. O grande sábio judeu Alberto Einstein disse: do mundo dos fatos não existe nenhum
caminho que conduz para o mundo dos valores. Fazer o bem é fato, ser bom é valor. Ninguém é bom
pelo simples fato de ter feito isso ou aquilo. Nesse caso, pode o homem praticar o bem sem ser bom;
ou seja, fazer algo sem ser alguém.

b. Carisma. Carisma – eis ai uma das maiores qualidades de um líder eficiente. No atual
contexto, carisma é habilidade de atrair pessoas para si. Esse dom, embora seja inato, pode ser
aprendido e desenvolvido. É claro que quem não nasce com essa capacidade, embora possa obtê-la
pela aprendizagem, nunca a terá em alto grau. Muitas pessoas se esforçam para se mostrarem
carismáticas, mas agem assim, artificialmente. São diferentes daqueles que são carismáticos de
berço. Um homem antipático, egoísta, altivo, arrogante e presunçoso, está longe de ser um líder. O
líder carismático é totalmente inverso a tudo isso. O carisma de um líder eficiente se revela as
seguintes qualidades:
 Amigo de todos;
 Eleva a alto-estima das pessoas;
 Dá esperança para as pessoas;
 Compartilha sua vida com as pessoas;
 Preocupa-se com as pessoas;
 Valoriza as pessoas;
 E entende as pessoas.
c. Sinceridade. Sincero é o homem que se expressa sem artifício, sem intenção de enganar.
Ele é franco, é leal e autentico. Ele não usa máscara para se disfarçar, nem usa de subterfúgio com
os seus colaboradores. A sinceridade é uma qualidade que o dirigente deve possuir em larga escala.
Muitos chefes são desobedecidos porque os subordinados sabem que não são de algum modo,
sinceros. Essa, é também, uma questão de caráter, o Senhor Jesus nunca mentiu 1 Pe 2.22,
portanto, como seus imitadores, devemos seguir o seu bom exemplo Mt. 5.48. O dirigente não deve
fazer à igreja promessas que não possa cumprir. Ele não deve afirmar que fará isto ou aquilo. Porque
com certeza ele será cobrado; e não cumprindo o que prometeu ele vai perdendo crédito perante os
membros da sua igreja.
Conheci um pastor que não afirmava à noite que ele tratou durante o dia. Normalmente ele se
negava a afirmar o que a poucas horas havia dito. Para mim e para muitos obreiros mais jovens, esse
homem nunca deu exemplo de líder fiel. No campo da sinceridade, nunca aprendi nada de bom com
aquele homem. Uma das suas especialidades era colocar os obreiros uns contra os outros. Essa era
a sua estratégia para se manter fortalecido no poder.
Há indivíduos que dá ordens, defendem doutrinas e ideias sem a necessária convicção. Na
presença dos demais, colaboradores subordinados, em toda a parte, proclamam a necessidade do
trabalho, da justiça, da economia, da sobriedade, mas todos sabem que tal pessoa não pratica tais
virtudes. Outras vezes proclamam a sua intenção de fazerem justiça cometem, entretanto,

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clamorosas iniquidades. Tal falta de sinceridade compromete irremediavelmente a função diretiva.
Quando não há convicções fortes, não podem transmitir convicções aos outros. Uma pessoa desleal
nunca pode ser um bom guia um chefe honesto.
Ser exemplar. Ao perguntar a Napoleão, imperador francês, qual o melhor presente que um
pai deveria dar ao seu filho, ele respondeu: três coisas: exemplo, exemplo e exemplo. Exemplo é o
grande legado que um líder deixa para os seus seguidores. Mas ele não deve viver preocupado em
dar exemplo, mas em ser exemplo. Esse procedimento deve ser espontâneo. Deve ser vivido como
quem quer e não como quem deve. Sabedor do valor do exemplo, o Senhor Jesus reivindicou o seu
procedimento exemplar a ser imitado pelos seus discípulos Jo. 13.15; 1 Tm. 1.6. E Pedro entendeu
essa grande lição 1 Pe. 2.21.
 Paulo combateu a ociosidade com o seu exemplo 2 Ts. 3.9
 Paulo ordenou que Timóteo fosse, em tudo, exemplo dos fies 1 Tm 4.12
 O mesmo recomendou a Tito Tt 2.7-8
 Pedro recomendou aos presbíteros a serem o exemplo da igreja 1 Pe. 5.3
O filosofo norte-americano, Emerson, disse certa vez, a um homem que falava muito em paz,
mas não a possuía dentro de si: Não posso ouvir o que dizes, porque aquilo que és troveja muito alto.
Aquele homem mostrou ser um mau exemplo para o filosofo. Portanto, não conseguiu atraí-lo para
Cristo. Isto feito devo dizer que, a melhor maneira de pregar o evangelho é viver o evangelho. Porque
tem pastor que grita e vocifera no púlpito da igreja esperando com isso, ser ouvido, mas sem nenhum
sucesso? É porque ele não dá bom exemplo ao seu rebanho! O povo não muda porque não vê
concretizado na vida dele aquilo que ele ensina – não se convertem porque não o vê convertido.
Um dia ouvi uma reclamação de um pastor, dizendo que seus obreiros se mostravam
preguiçosos não indo aos domingos aos trabalhos de evangelização. Ao que lhe perguntei: o senhor
faz esse trabalho? Ele respondeu-me: não, porque esse não é o meu trabalho. Meu trabalho é
pastorear – ovelha é quem gera ovelha. Logo eu entendi o porquê da preguiça dos seus obreiros.
O Senhor Jesus nunca ordenou seus discípulos a fazerem alguma coisa que ele não pudesse
fazer, e nunca os ensinou algo que ele não pudesse viver. Grande parte dos seus ensinamentos eram
alto-vividos e não apenas excogitados. No túmulo de um bispo anglicano foram encontradas as
seguintes palavras que ele mandou escrever após sua morte:
Quando eu era jovem livre, e minha imaginação não tinha limites, sonhei em mudar o mundo.
À medida que envelheci tornei-me mais sábio e vi que o mundo não seria transformado. Então
retrocedi nos meus sonhos e nos meus ideais. E pensei... Vou mudar só o meu País. Logo observei
que também meu País não queria ser mudado. À medida que cheguei aos meus últimos anos, em um
gesto desesperado, retrocedi tudo o que eu podia retroceder e pensei... Vou mudar a minha família e
aqueles que estão mais próximos de mim. Mas ninguém queria saber disso. Agora em meu leito de
morte, eu deveria querer mudar a mim mesmo. Assim, pelo meu exemplo, minha família teria sido
mudada. Minha família mudada inspirava outros, e o meu País poderia ser diferente. Quem sabe se
tivesse mudando a mim mesmo eu tivesse mudado o mundo. As palavras desse frustrado bispo
cristão, revela o que se concretizou no procedimento de um hindu chamado Mahatma Gandhi. Pois
esse homem conseguiu, somente com o seu exemplo, a independência da Índia sem um único
derramamento de sangue dos hindus e dos ingleses. Ele revolucionou o seu País após ter
revolucionado a sua vida. Não somente os lideres, mas todos os crentes devem viver uma vida
exemplar 1 Ts. 1.7.

195
7. O Líder Desenvolvendo Suas Habilidades

1. Convivência
O processo de condução de uma equipe é às vezes prazeroso e às frustramente. O líder
entende que seu próprio desenvolvimento é assunto muito importante. Ele sabe que estreito contato
com os membros da equipe ajuda em tempos difíceis. O líder precisa estar equipado e pronto para
conduzir bem. Siga as dicas abaixo para desenvolver suas habilidades de liderança. Hb 13.17.
a. A leitura. Todos nós somos encorajados a ler muito 1 Tm. 4.13. O líder vê nisso prioridade.
O líder também deve recomendar e selecionar bons livros para os que com ele trabalham.
b. Interaja com outros líderes. Um líder encontra quem o encoraja e quem o ouça quando
ele se relaciona com outros líderes fora de seu círculo costumeiro.
c. Apoie sempre. Membros de uma equipe encontram segurança em um ambiente de
trabalho onde há coleguismo e apoio mútuo.
d. Evite tendências de cultura. Nós todos tendemos a nos refugiarmos em nossa cultura,
experiência e formação pessoal. Estas inclinações são boas, mas não melhores que a cultura da
Palavra de Deus.
e. Veja a equipe como sendo importante. Muitos líderes não dão atenção devida aos
membros de equipe. Facilmente eles perdem interesse ou são absorvidos por alguma novidade na
área administrativa.
f. Mantenha contato regular. Bons líderes tentam e mantêm contato com todos os membros
da equipe de uma forma informal. Use o telefone, fax, correio e formas privadas de comunicação para
garantir este contato.
g. Ensine com frequência. O líder sabe que uma equipe se conduz da forma que ela foi
instruída a se conduzir.
h. Viaje! Isto permite tanto a equipe quanto ao líder espaços de aprendizagem. Quando o
líder está fora, a equipe aprende coisas novas e consegue expandir suas ideias.
i. Ria! Trabalho em equipe precisa ser divertido e agradável. Se momentos regulares de
distração e humor não forem incluídos no menu da equipe, muito cedo o entusiasmo morre.
j. Mantenha a equipe focalizada. Pense na equipe regularmente quando na iminência de
mudanças ou quando decisões a serem tomadas possam afeta-la.

2. Oportunidade
Uma equipe necessita sentir-se parte vital da visão e que eles não estão lá como meros
promotores das vontades do líder. Os colaboradores precisam ter oportunidade de trazer inovações e
influenciar nas decisões do grupo. Existem numerosas formas do líder facilitar estas oportunidades. O
líder precisa aprender a colocar perguntas inteligentes. Fm 4-5

a. Você já viu isto ser realizado antes? Esta pergunta ajuda a equipe experimentar outro
estilo de solução de problemas. Isto mostra também que o líder não está forçando seu estilo sobre a
equipe.
b. Você fez a coisa certa? Esta pergunta permite que o colaborador reflita sobre o
desempenho e que apresente uma justificativa clara do método adotado na solução do problema.
Este procedimento incentiva a excelência de desempenho na equipe.
c Você acha que você deveria refazer isto? É formal um integrante de equipe errar na
execução de uma tarefa. Esta questão coloca-o no processo de pensar onde o erro foi cometido e
como ele pode corrigir o resultado. É uma maneira de por responsabilidade sobre o ombro do
cooperador.
d. O que você quer que eu faça? Quando o problema acontece, os membros da equipe
aguardam com expectativa uma reação do líder, principalmente se o problema for sério. Antes que
você entre em cena, é melhor conhecer a expectativa da equipe em relação à sua postura.
e. Você pode me ajudar com isto? Muitos líderes esperam obediência. Eles acreditam que
salário ou oportunidade de estar na equipe é suficiente para serem obedecidos. Esta questão mostra
que o líder necessita do apoio da equipe. Um líder não consegue ser autossuficiente em tudo.
f. Você tem alguma sugestão? As ideias fluem da equipe quando boas perguntas são feitas.
É sábio permitir que funcionários e cooperadores entrem com sugestões sobre problemas e
indecisões.
g. Fizemos algo errado? Esta é uma pergunta poderosa quando feita durante a análise de
um problema. A questão significa coesão e responsabilidade grupal. Isto mostra também que você é
parte da equipe.

196
h. Aonde você quer chegar? Bons líderes auxiliam seus cooperadores a se sobrepujarem.
Este era o modelo de Jesus. Ele esperava que Seus discípulos fizessem coisas maiores do que Ele
fez.
i. Como posso ajuda-lo alcançar seu objetivo? Os membros de uma equipe permanecem
nela por mais tempo quando têm consciência que o líder faz o melhor para ajudá-los a progredir e a
alcançar seus objetivos pessoais.
j. Como podemos fazer isso melhor? O sucesso está ligado a excelência. Peça à equipe
uma alternativa melhor.

3. Recompensado
Os membros de uma equipe têm necessidade como qualquer pessoa. Eles têm necessidade
de elogio e recompensa. Um líder que pratica esses gestos tem cooperadores mais contentes e
duradouros na equipe. O líder deve ajudar para que todos os elementos da equipe alcancem êxito em
seus projetos pessoais pelo simples fato de estarem na equipe. 1 Tm 6.2
a. Encoraje-os. Este é um fator motivador bastante forte e promove um sentimento de
importância e felicidade na pessoa liderada. Cooperadores são alvos de constante entusiasmo, e isto
se consegue através de encorajamento consistente e honesto.
b. Reconheça-os. Quando tudo vai bem e a visão vai se tornando uma realidade, o líder
geralmente esquece que os membros de sua equipe necessitam ser reconhecidos pelos seus
esforços.
c. Faça-os crescer. Provoque em seus cooperadores o desejo de superar suas
potencialidades enquanto estiverem em sua equipe. Dê-lhes tarefas que os façam sentirem
pressionados pelo desafio e necessitados de se superarem.
d. Dê-lhes tarefas que estimulam. Os elementos da equipe precisam estar ativos em
atividades empolgantes e motivantes, não apenas realizando coisas ordinárias do dia a dia.
e. Demonstre entusiasmo. A equipe é um reflexo do líder. Os membros agem, falam e até se
vestem como o líder. Ainda que isto não seja uma boa coisa, deixe-os adquirir o seu entusiasmo.
f. Permita que eles façam à diferença. Elementos da equipe costumam trazer diversidade e
novidade para o local de trabalho. Deixe que isto aconteça e evite, a todo custo, o perigo da imitação.
g. Permita-os competir. Quando a equipe está crescendo e achando seu lugar, começa a
surgir competição. Isto é natural, e quando bem administrada pode trazer crescimento e boas
mudanças.
h. Deixe-os auto gerenciar. O líder deve dar ensinamentos e orientações no tocante às
tarefas colocadas, e gerenciar o cronograma de atividades. Mas o membro da equipe deve ter
liberdade de auto conduzir na tarefa.
i. Deixe-os criar. Reflexão e criatividade em um ambiente de equipe são fundamentais para o
crescimento e realização da visão. O líder precisa apoiar estas atitudes, pois são uma filosofia e estilo
de vida.
j. Ensine-os noções de equipe. O líder pode fazer isto dividindo o grupo em subgrupos e,
para esses, designarem um responsável.

4. Motivando. Motivação e recompensa são princípios importantes. Eles são tão importantes
que Deus dirige seu Reino desta forma. A recompensa incentiva e faz crescer. Esta área em geral é
uma fraqueza para muitos líderes. Ou eles não sabem ou não querem implantá-las. Abaixo estão
algumas dicas simples e econômicas de recompensa dos membros da equipe e do líder! 1 Co 3.14
a. Diga muito obrigado. Muitos líderes assumem que a equipe acha-o agradecido. Eles
também imaginam que o salário ou a chance de estarem na equipe são agradecimentos por si sós.
Isto não é verdade, e um muito obrigado ocasional pode fazer uma grande diferença.
b. Leve a equipe com voc. Se o líder sai em viagem ou para um pequeno deslocamento,
uma recompensa eficaz é convidar um membro da equipe para acompanhá-lo. Isso pode ser
aproveitado como um tempo de aprendizado.
c. Deixe pessoas da equipe ouvir seus agradecimentos. Reconhecimento público é
excelente, mas quando a equipe está reunida é muito eficaz para o líder pôr ênfase em um ou dois
cooperadores que tenham desempenhado bem.
d. Mostre-se interessado. Ache tempo para descobrir pequenos detalhes que estão
acontecendo na vida de seus cooperadores.
e. Mostre que você se importa. A pressão às vezes torna-se tão intensa que o líder pode
não perceber eventuais sofrimentos de seus cooperadores. Gaste tempo para poder demonstrar
interesse e descobrir como cada membro da equipe está suportando o trabalho.
f Almoço cortesia! Um simples e econômico almoço, de vez em quando, pode mostrar não
só gratidão, mas também que o líder reconhece um trabalho bem feito.

197
g. Surpreenda-as. Lembrar de datas de aniversário e promover pequenos eventos sociais,
especialmente após a realização de uma tarefa difícil, são recursos que mostram gratidão e que
podem ser adotados de surpresa.
h. Escreva um bilhete. Envie um pequeno cartão com uma mensagem ou nota de
agradecimento ao membro da equipe. Isto demonstra atenção e encorajamento.
i. Compre um presente. O período de Natal e datas especiais são boas oportunidades para
se dar pequenas, mas significativas lembranças à sua equipe. Seus cooperadores vão gostar e
ficarão sensibilizados pelo seu gesto.
j. Reconheça desempenhos acima da média. Quando um membro da equipe se
desempenha acima da média ou vai além de seu dever na função, nunca deixe que isto passe
despercebido.

5. Desempenho
Algumas vezes, nem todas as expectativas do líder em relação à equipe ocorrem conforme
planejado. Conflitos, desavenças e perturbações são comuns acontecerem. Cabe ao líder repreender,
relembrar. Reprovar e mesmo criticar o comportamento de uma determinada pessoa da equipe.
Essas são situações desagradáveis e que consomem tempo e energia. Quando você necessitar agir
de forma corretiva siga os princípios abaixo. 2 Tm 1.6
a. Critique o desempenho. Costuma ser tentadora a vontade de atacar o caráter da pessoa,
mas concentre a repreensão sobre o desempenho, nunca sobre a pessoa em si.
b. Reúna todas as informações necessárias. Ajunte fatos de todas as procedências antes
de tratar do problema abertamente. Certifique-se de que as informações sejam factuais e não
conceituais originadas de algum outro membro em desavença.
c. Mantenha as ocorrências registradas Costuma ser uma boa ideia manter um arquivo no
qual você possa guardar datas, horas, e anotar os detalhes das ocorrências.
d. Reveja sua motivação. Antes de um confronto, o líder deve estar consciente de que o
motivo da repreensão é o beneficio de todos e a consecução da visão.
e. Coloque o problema de forma clara. O tratamento do problema não pode fugir do objetivo
que é sempre o desempenho, e isto precisa estar claro durante a abordagem. Intuição e emoções
pessoais devem ficar de fora da discussão.
f. Apegue-se ao assunto. É fácil escapar da questão principal para assuntos periféricos. Uma
coisa pode puxar outra e antes de percebermos deixamos de lado o ponto relevante.
g. Faça acordos para mudar Quando você está tratando questões de desempenho com um
membro da equipe é bom pensar em atualizar suas expectativas. Procure acordos nesta área antes
de fechar questão.
h. Planeje retornar ao problema. Separe espaços em sua agenda para retornar ao problema
e tratar das questões de desempenho.
i. Seja positivo. O conflito que surge nessas ocasiões pode se tornar bastante negativo caso
o líder não se esforce em mostrar o lado positivo da correção.
j. Dê o direito de expressão. Após o líder colocar seu enfoque e dar tratamento aos
problemas de desempenho, é natural que os membros da equipe queiram se expressar. Facilite-os
oportunidade de estarem a sós para refletir e se apoiarem nos colegas.

6. Conflito
Toda equipe enfrenta períodos de conflito e desavenças internas. É da responsabilidade do
líder resolver e dissipar rapidamente os aspectos negativos desses conflitos. Um bom líder está
sempre atento a isto e pronto para intervir e eliminar as brechas de relacionamento. Abaixo estão
alguns passos que podem ajudar o líder ser eficaz em relações conflituosas. Atos 15.7

a. Evite os conflitos. O líder deve estar atento a situações externas que podem perturbar e
criar conflito na equipe. É seu dever esforçar-se para identificar esses sinais e tapar as brechas.
b. Adote procedimentos claros. O líder deve garantir a existência de normas claras e
escritas para o tratamento de conflitos. Estas normas precisam ser partes da filosofia da equipe.
c. Identifique o conflito. Normalmente um conflito está ligado e relacionamentos
interpessoais. Ou seja, conflito pode ser um problema de diferenças de personalidades. Um bom líder
consegue identificar facilmente a causa do conflito.
d. Identifique quem é quem na equipe. Pode haver muitas ‘vozes’ num conflito, mas
frequentemente apenas uns poucos membros estão envolvidos. Essas pessoas devem ser
identificadas e tratadas em separado.
e. Converse em separado primeiro. Gaste um pouco de tempo com cada membro da equipe
antes de entrar com uma solução. Talvez baste conversar para resolver o problema.

198
f. Pesquise os fatos. Surgirão muitas opiniões e pontos de vista. Requer-se do líder buscar
os fatos e entende-los claramente antes de tentar resolver.
g. Não tome partido. O líder precisa ser neutro ao intervir num conflito. É preciso que ele
mostre competência e neutralidade quando estiver lidando com argumentos, opiniões e pontos de
vista de membros do grupo.
h. Procure reconciliar as partes. Isto significa que o líder deve aproximar as duas ou mais
partes antes de resolver o conflito. Os elementos da equipe precisarão continuar trabalhando juntos,
portanto eles precisam de reconciliação.
i. Procure um resultado. Nunca deixe um problema sem uma solução sólida e definitiva, a
qual todas as partes tenham efetivamente concordado. Proponha encontrar uma solução positiva
para o conflito antes do retorno ao trabalho.
j. Planeje reunião de verificação. Uma vez obtido acordo satisfatório entre as partes, reserve
com brevidade outra ocasião para verificação e reflexão. Isto pode ser feito com o líder
separadamente ou em conjunto.

7. Modelando comportamentos
É responsabilidade de o líder mostrar como uma equipe deve funcionar. É uma verdade o
ditado que diz que um bom líder é primeiro um bom comandado. Esta atitude precisa ser praticada na
equipe e deve começar no líder. É essencial que atitudes como estas sejam absorvidas pela equipe.
Tiago 1.19
a. Sacrifício. Esta marca precisa ser vista e vivida no líder. O sacrifício, quando necessário,
precisa ser compartilhado. Muito frequentemente perde-se a motivação quando parte da equipe sofre,
mas outros continuam desfrutando de vantagens.
b. Consideração Para uma equipe funcionar bem, todos os seus integrantes precisam
demonstrar simpatia e consideração pelas necessidades e lutas dos companheiros. Se isto não for
evidente na equipe, o moral baixo rapidamente.
c. Responsabilidade Assumida. Um líder não pode esperar que seus cooperadores
assumam responsabilidade pelos seus atos se ele mesmo não assume pelas dele. Esta é uma área
importante e os integrantes precisam estar conscientes de que todos sofrem quando negligenciada.
d. Lealdade. Um líder só recebe lealdade quando ele mesmo demonstra ser leal. Cargo não
garante lealdade. Ela é adquirida quando os integrantes a experimentam de fato.
e. Confiança. Se um líder espera pontualidade e compromisso, então ele mesmo precisa dar
o exemplo. Comece reuniões na hora marcada e jamais se atrase!
f. Adaptabilidade. Um líder deve aprender-se às necessidades e sentimentos dos integrantes
de sua equipe. Em retorno, os integrantes de sua equipe. Em retorno, os integrantes se adaptarão ao
líder.
g. Apresentação pessoal. Isto é algo que precisa estar incutido na mente do líder. Um líder
precisa se apresentar bem em todas as áreas da vida para que esta característica contagie a equipe.
Aqui incluídos estão a fala, roupa, postura, etc.
h. Abertura . Esta é uma característica que normalmente falta na dinâmica de uma equipe. A
força de uma equipe está na sua capacidade de permanecer aberta às circunstâncias internas e
externas ao âmbito da equipe.
i. Dedicação. Dedicação no trabalho e a visão se adquirem e não se compra. O líder precisa
ser dedicado para obter dedicação dos demais integrantes.
j. Entusiasmo. Esta marca é chave para o sucesso de qualquer equipe. Entusiasmo contagia.
Esforça-se para transformar o ambiente onde o entusiasmo é uma marca do grupo.

199
Lição 3
8. Quais São os Caminhos Que o Líder Deve Tomar Para Ter Sucesso em Reuniões?

1. Liderança e reuniões
Reuniões de equipe é uma parte importante do processo de aprendizagem de trabalho
coletivo, e como um recurso para o desenvolvimento da visão. O líder é responsável pelas reuniões e
precisa conduzi-las com forte sentido de direção e objetivo. Os integrantes de equipe esperam que o
líder tenha ampla capacidade de dirigi-las eficazmente. Ef 2.21
a. Gaste tempo pensando sobre a reunião. Um líder precisa preparar-se bem para uma
reunião. Ele deveria reservar tempo suficiente para pensar, se antecipando as questões e problemas
em potencial.
b. Estabeleça o propósito. Uma reunião precisa ter um propósito ligado à visão geral do
ministério. Este propósito precisa ser claramente dito antes da reunião de forma que os integrantes
possam se preparar para atingir o resultado esperado.
c. Perguntas. É uma boa ideia refletir sobre questões que eventualmente surgem entre os
participantes, conforme cada item é discutido. Pense em perguntas que possam surgir na reunião.
d. Ponha vida na reunião. Providencie para ter apenas os integrantes necessários na
reunião. Enfado representa um destruidor da motivação.
e. Opte por alternativa. A reunião é necessária? Existe alternativa de comunicação com a
equipe? Estas questões podem evitar preparações e reuniões desnecessárias.
f. Lugar. Faz-se necessário reunir, providencie local apropriado. Isto vale também para a hora
e as facilidades. O ambiente pode ter um grande efeito sobre o tom ou resultado da reunião.
g. Planeje. Boas reuniões são decorrentes de uma boa pauta, objetivos escritos e bem
pensados. Gaste tempo pensando nestes ingredientes.
h. Pré-informe a agenda. Passe antecipadamente aos participantes o maior número possível
de informações para evitar debates e discussões supérfluas durante a reunião. Faça isto em favor da
qualidade do tempo de reunião.
i. Contato prévio. O líder pode conseguir se preparar melhor para a reunião contatando
integrantes chaves, ou todos, antecipadamente, para uma reflexão preliminar sobre os assuntos. Isto
pode economizar muitas horas de reunião.
j. Equipamento. Providencie todos os apoios retro projetor, vídeo, som papel, lápis, etc. com
antecedência a fim de evitar desperdício de tempo da reunião.

2. Princípios
Um líder precisa levar em conta vários princípios ao conduzir uma reunião. Os principais são:
negociação, facilitação, e tomada de decisão. O líder é responsável por conduzir a equipe de forma
que os participantes cheguem em um acordo e tomem atitudes de ação. Reuniões longas e
irrelevantes não fomentam o espírito de equipe. 1 Co 12.12
a. Marque a hora. Comece todas as reuniões na hora marcada mesmo que alguns
integrantes atrasem. Isto ajuda a equipe a avançar e passa uma mensagem da importância da
reunião.
b. Pauta. Tenha uma pauta escrita e distribuída a todos os participantes da reunião. Prenda-
se aos assuntos da pauta sem vacilar. Se for preciso dar tempo a discussão, coloque este tempo na
pauta.
c. Apresentações pessoais. Separe um pequeno tempo para apresentar novas pessoas e
assuntos novos, particularmente àqueles de interesse da equipe.
d. Dirija. Reuniões podem ser dominadas por integrantes que gostam de falar e por outras
ingerências. É importante que você conduza o grupo ao resultado desejado, de forma rápida e
eficiente.
e. Procure o acordo. Esforce-se para conseguir logo o consenso sobre os tópicos da pauta.
Acautele-se para que uma vez alcançado acordo você não retorne desapercebidamente a assuntos
encerrados.
f. Mantenha o controle. Evite que o controle da condução da reunião se perca por uma
reação emotiva, comentários negativos ou detalhes menores.
g. Faça ata. A medida que a reunião se desenvolve, certifique-se que um secretário esteja
registrando as deliberações e consensos. Faça com freqüência referencia aos itens passados para a
ata. Nunca dirija uma reunião sem tomar notas.

200
h. Atribua tarefas. Conforme a reunião prossegue e os assuntos vão se definindo, indique, na
hora, quem da equipe estará encarregado de prosseguir na execução e nas providências.
i. Resuma. Antes de encerrar a reunião o líder deve resumir o que ficou acertado, relembrar
as tarefas atribuídas e os pontos salientes.
j. Término. Procure encerrar a reunião sempre bem, com uma observação positiva, e no
tempo previsto. Se você fizer disto uma característica de suas reuniões, os integrantes terão maior
prazer nelas e serão mais participativos.

3. Problemas
O líder enfrenta, em reuniões de trabalho, situações e momentos difíceis. Um líder deve
preparar-se bem para enfrentar obstáculos e dificuldades. Integrantes e assuntos problemáticos
costumam demandar atenção extra após a reunião, mas às vezes a dificuldade surge no meio do
processo. Experimente algumas das recomendações abaixo nessas ocasiões. At 15.5
a. Esteja alerta. Seja o primeiro a chegar na sala de reunião. Assim você poderá medir a
temperatura emocional dos integrantes e avaliar as discussões antes da reunião iniciar.
b. Mantenha-se concentrado. Quando interrupções e dissensões surgirem, lembre-se o
grupo do objetivo dos trabalhos e sugira outra hora mais apropriada para lidar com a questão que
está desviando a reunião.
c. Conduta. Como líder você precisa experimentar estilos variados de condução da reunião
conforme as circunstancias do momento. Às vezes um estilo mais descontraído e descompromissado
é recomendável, mas há ocasiões em que uma postura mais determinada é necessária.
d. Leia os comportamentos Preste atenção na linguagem corporal e no tom de voz do
integrante. Isto pode indicar surgimento de problemas em potencial e vai ajudá-lo a se preparar para
lidar com dificuldades futuras.
e. Transfira assuntos. É comum surgirem tópicos e questionamentos que não diz respeito à
pauta da reunião. Sugira tratar daquele assunto numa outra ocasião.
f. Tempo. Se assuntos ou integrantes começam a arrastar a reunião, sugira limites de tempo
para cada item da pauta. Faça que todos se atenham no tempo e no assunto.
g. Conheça os integrantes. Um líder bem preparado sabe de antemão como determinadas
pessoas reagirão a determinados assuntos. Faça um simulado mental da reunião e esteja preparado
para responder conforme o caso.
h. Paradas. Se o problema vai se tornando intenso e enraizado, pense dar uma breve parada
na reunião. Use este intervalo para conversar com a pessoa e descobrir como resolver o problema.
i. Reaja. O líder pode necessitar reagir a um integrante que esteja causando problemas,
demonstrando abertamente seus pensamentos e preocupações. Esta atitude permitirá que os demais
apoiem o líder e que o ajude avançar a reunião.
j. Pergunte. Se a reunião não transcorre bem, pergunte aos integrantes como elas podem ser
melhoradas.

4. Pré – planejamento
Reuniões são inevitáveis. Um líder está sempre envolvido em reuniões; são reuniões de
conselho, de diretoria, de grupos de estudos, e muitas outras. Ele deve aprender a utilizar a
oportunidade da reunião a favor da sua visão. Infelizmente muitos as acham um atraso ou que são de
pouca utilidade. Use as dicas abaixo para um bom planejamento de uma reunião. Hb 10.25.
a. A reunião é necessária? É comum um líder acha-se envolvido em um círculo de reuniões,
não raras vezes, desnecessárias. Esclareça-se do propósito e intenção de todas as reuniões que
participar.
b. Qual é o objetivo maior? Toda reunião precisa de um objetivo claro. Mesmo reuniões que
são parte de um projeto em andamento precisam de objetivos claros.
c. A reunião tem um bom planejamento? Ela está estruturada, de forma que seus
participantes produzam o máximo nela?
d. Ela foi preparada adequadamente? A maioria das reuniões bem sucedidas são aquelas
para as quais os participantes vêm bem preparados. Apesar de uma reunião ter outros objetivos, ele
deve agregar ideias e ação.
e. O ambiente é condizente? Há reuniões que são realizadas em lugares inapropriados,
criando desconfortos.
f. Quê interferências poderia ocorrer? É impossível realizar reuniões curtas são
satisfatórias por fax, telefone e celular tocando.
g. As pessoas certas foram chamadas? Acontece de uma reunião não alcançar seus
objetivos porque reúne as pessoas erradas e deixa de fora as certas.

201
h. O dirigente da reunião é capaz? Conduzir uma reunião requer habilidades e experiência.
O líder dela precisa estar pronto para uma série de imprevistos.
i. Serão tomadas decisões? Muitas reuniões tornam-se discussões ao invés de plataformas
de tomada de decisão. Acerte primeiro as decisões que precisam ser tomadas, e então, persiga-as.
j. Você está adotando os princípios de uma boa reunião? Existem vários princípios para
uma boa reunião que são frequentemente violados. Ache-os e use-os.

202
9. O Líder e os Cuidados Com Negociações

1. Liderança e negociação
Quando se trabalha com equipe ou grupo de pessoas encontra muitos tipos estão listados
abaixo. Pessoas podem ser boas, más, cooperadoras ou perturbadoras. Um líder lida com estes tipos
todo o tempo. É prudente ter consciência de que estas pessoas existem no grupo e estão prontas
para complicar e obstruir seu trabalho. 1 Co 12.18
a. O exibicionista. Estes querem estar no centro da atenção todo o tempo. Seus recursos
são a boca e as emoções. E eles estão lá para controlar e chamar a atenção.
b. O sabotador Este tipo que trabalha silenciosamente minando o líder e a equipe. Aqui é
onde o poder da negociação torna-se fundamental, porque, como um terrorista, só se para de
negociar após domina-lo.
c. Os maravilhosos. Esses são os amáveis, educados e corteses; doce como mel. Na
verdade eles são poderosos e frequentemente põem gente boa para correr.
d. Os santos. São do tipo monumentos espirituais com pouco interesse em nada mais a não
ser neles mesmos e na sua comunhão com Deus. Eles têm a mente tanto no céu que para pouco
servem aqui na terra.
e. Os desajustados emocionais Estas pessoas perturbam o grupo com suas constantes
depressões e explosões emocionais.
f. Os atrasadores. Essas pessoas são duras de negociar ou lidar, pois se comprometem em
fazer tudo, mas raramente cumprem metade do que assumem.
g. O jogador de manto. É aquela pessoa capaz de controlar outros pelo negativismo e pela
anulação da criatividade. Para elas nada é possível.
h. O linguarudo. São aquelas pessoas que sempre têm um comentário a fazer sobre
qualquer assunto. Eles nunca sabem quando ficar quietos ou se controlar.
i. O analisador. É aquela pessoa que nunca toma decisões rápidas ou que prende o projeto
porque precisa de tempo.
j. Entenda esses tipos de pessoas. Um líder bom em negociação percebe logo esses
sintomas no grupo e trabalha rápido para ajusta-las.

2. Origem da autoridade
Para negociar bem e angariar, o líder precisa reconhecer a necessidade de iniciar numa
posição de força. No texto, Paulo era um servo e Apóstolo. Essas duas faces andam juntas e é uma
combinação de poder. Alguns pensam que ser servo significa abrir mão de direitos, etc. Bons
negociadores têm uma origem de autoridade. Algumas dessas fontes são dadas abaixo. Romanos
1.1.
a Conheça seus dons. O líder que tem consciência de seus dons, e confia neles, faz crescer
seu ministério sobre os dons de Deus, e não sobre sua própria capacidade.
b. Desenvolva seus dons. Liderança é uma habilidade que se aprende. O líder que deseja
ser bem sucedido na arte de negociar precisa achar pessoas e experiências que lhe transmitirão as
habilidades necessárias.
c. Precedente. Se um integrante da equipe quiser discutir mudança de valores, use o
argumento da abertura de precedentes para dar força à sua negociação.
d. Integrante. Quando se entra na arena da negociação, um dos mais poderosos argumentos
é a integridade.
e. Expectativas
Ter expectativas predeterminadas e anunciadas ao grupo, antes de se iniciar uma
negociação, é muito importante.
f. Equidade O líder justo, honesto e reto, nas suas atitudes com as pessoas, sempre termina
bem qualquer negociação. As pessoas ouvem falar de sua reputação e desejam negociar com ele.
g. Dando opções. Muitas negociações falham por que o líder tem uma atitude do tipo ‘é ou é’.
Isto pode tornar-se ainda mais complicado quando o outro lado comporta-se da mesma forma. Crie e
dê opções.
h. Informações. Um líder bem informado na negociação, sempre tem melhores chances de
sucesso do que os que são mal informados.
i. Tomada de decisão. Bons negociadores sabem quando e como conduzir o processo para
uma tomada de decisão. Muitos líderes não fazem isso bem e perdem.
j. Eu ganho, ele ganha. Negociações que terminam em resultados satisfatórios para todos os
envolvidos adotam o principio do todos ganham.
3. Táticas e ciladas

203
Muitas vezes o líder depara-se com pessoas e táticas difíceis que perturbam o processo de
negociação. Isso significa que o líder é forçado a reagir de uma forma desagradável para todos os
envolvidos. Um líder pode encontrar enormes dificuldades, pois há pessoas dispostas a quase tudo
para preservar suas regalias. Abaixo estão algumas ciladas para se acautelar. At 23.17-22.
a. Mocinho - bandido. Tornada famosa pelos filmes policiais, esta tática envolve duas
pessoas. Um é duro, perverso e possivelmente fora de controle. O outro é legal, agradável e busca o
bem. Isto é usado para enfraquecer a negociação ou gerar resultado sem vitória.
b. Choro. Famosa pelas crianças, esta tática começa com um pedido único, mas concessões
sucessivas vão minando a capacidade do líder de se impor.
c. Avanços. Significa que quando o acordo é efetivado um lado tenta obter mais do que o
acertado.
d. Autoridade limitada. Normalmente a negociação é suspensa porque um lado precisa
consultar uma autoridade mais elevada.
e. Surpresa. Significa uma surpresa desagradável é indesejada que traz muitos dissabores.
Quando acontece é preciso reagir no ato.
f. Embromação. Uma negociação pode ser facilmente postergada por gente que acredita que
deixar o tempo correr ajuda no processo de decisão. Isto é uma saída para escapar do assunto.
g. Pedido exagerado. Tornada famosa pelos sindicatos, esta tática usa a reivindicação
excessiva para obter maiores ganhos. A ideia é a de que quanto maior o pleito maior o lucro.
h. 50/50. É a tática de se rachar o espólio. Nem todas as boas soluções baseiam-se nos 50%
Salomão é um bom exemplo disso!. Algumas soluções na negociação necessitam de mais
pensamento e criatividade.
i. Caio fora. Esta é a linha dura que diz que se as coisas não forem como quero, estou fora. É
uma tática de gente egoísta.
j. Ataques pessoais. Bons negociadores devem ficar cautelosos para não permitir que
referencias grosseiras à aparência ou personalidade entrem na discussão ou nos elementos de
negociação. Isto impede qualquer negociação.

4. Ladrões de credibilidade
Muitas vezes, no processo de solucionar um conflito ou desavenças, um líder acha-se
perdendo na negociação por causa de atitudes que roubam a sua credibilidade. São coisas pequenas
que trazidas para a mesa de negociação minam todo o processo. Deve-se observá-las e monitorá-las
cuidadosamente para não fugirem do controle. Algumas dessas atitudes são listadas abaixo.
a. Má ideia. Tem muita influencia numa negociação quando alguém se refere a uma ideia
como má ideia. Outras pessoas concordam simplesmente pelo fato de não gostarem da ideia.
b. Interrupções. O processo de solução de conflito pode ser mutilado quando ocorrem muitas
interrupções indesejadas e instigadas pela outra parte, crianças, perguntas, idas ao banheiro.
c. Nervosismo. As partes podem precisar de tempo para se conhecer e sentirem-se
confortáveis com o processo e circunstâncias de negociação, antes de as discussões progredirem.
d Indecisão. Este pode não ser um problema para o líder, mas pode ser para as partes
envolvidas também.
e. Desculpas. As partes podem sentir-se culpadas ou mesmo responsáveis pela sequência
de eventos que conduziram à reunião ou à negociação. Não permita que a parte que pede desculpas,
por culpa, iniba o processo de negociação.
f. Negativismo. Algumas pessoas podem se tornar extremamente amargas e negativistas
antes de a negociação e solução acontecerem. Isto precisa ser contornado.
g. Expressão corporal. Observe como as partes se comportam à medida que entram na sala
ou se dirigem à outra parte ou a integrantes da equipe. Expressão corporal pode dar um aviso nítido
de que a pessoa faz resistência ao processo de negociação.
h. Responsabilidade. Muitas vezes alguns integrantes da equipe, ou das partes, resistem à
necessidade de assumir responsabilidade pelas ações e situação. Para viabilizar o processo,
encoraje as partes a assumirem responsabilidade.
i. Linguagem. Linguagem que desmoraliza ou acusa não ajuda. Palavras e linguagem usadas
por ambas as partes deveriam ser centradas no problema e não nas pessoas.
j. Posição. O líder precisa gozar de uma reputação de confiança compromisso para ser um
bom negociador. As pessoas precisam sentir que favoritismos e discriminações não é parte de seu
processo de tomada de decisão.

5. Fraquezas
Um líder precisa constantemente ajudar pessoas, apaziguado seus conflitos e solucionando
seus problemas. Às vezes ele precisa tomar as dores da parte afetada para promover uma

204
negociação. Infelizmente, esta característica do líder pode ser uma fraqueza sua. Fraquezas de
líderes, como negociadores, estão listadas abaixo. Gn 18.16-32
a. Não ser assertivo. Isto significa que o líder é incapaz de dizer clara e firmemente a posição
das partes envolvidas ou a sua própria, a fim de provocar um avanço no processo de negociação.
b. Não organizado. Para o sucesso nesta área o líder precisa concentrar-se em muitos
detalhes consequências. Anotações e informações precisam ser coletadas e, as ideias, reunidas.
Capacidade de organização ajuda nesta área.
c. Ingenuidade. Isto se referindo ao fato de o líder ter apenas conhecimento superficial e
romântico do problema. Capacidade de negociação requer profundidade de conhecimento na área
problemática.
d. Falta de objetividade. Um líder necessita de visão e objetivos claros ao tentar resolver
conflitos e problemas em torno da mesa de negociação, particularmente os conflitos relacionados ao
ministério.
e. Dados técnicos. Muitas negociações fracassam porque o líder não dispõe dos dados e
informações relevantes ou, o que é mais sério, o líder não tem interesse nesses dados.
f. Cuidados com detalhes. Se o trato de detalhes não é um forte do líder, ele não dará em
bom negociador. Em tempos de conflito, detalhes podem ser muito importantes.
g Desconhecimento das pessoas. O líder precisa tornar-se um estudioso das pessoas, a fim
de poder desenvolverem-se nas áreas mencionadas acima.
h Orientação por fatos. Muitas vezes negociações de conflito são centradas em percepções
e sentimentos, mas do que em fatos. Se o líder baseia-se em fatos, a solução normalmente é a
melhor.
i. Conversa. A dica de uma boa negociação está em ouvir atentamente e dar respostas sob
medida. Um líder muito falador, normalmente não é bem sucedido na arte de negociar.
j. Conselheiro. Negociadores NÃO são conselheiros. Aconselhamento pode ser parte do
acordo ou resultado, mas não deve ser parte do processo. O líder deve apenas identificar os
interesses comuns e buscar o acordo.

205
Lição 4
10. O Líder e a Formação de Novos Líderes

1. Liderança e facilitação
O líder torna-se um formador de novos líderes, quando ele trabalha com a visão do Reino de
Deus. Este aspecto da liderança é frequentemente mal-entendido. Um líder coopera para que o
ministério se desenvolva e cresça. Seu papel é o de gerar obreiros talentosos e aptos a responderem
às suas chamadas. O líder atua para realizar a sua visão, mas também para ajudar outros servirem
os objetivos mais amplos do Reino. Formar líderes é uma arte de auxiliar outros a se tornarem
obreiros, e a ajudar esses a serem bem sucedidos. Para se tornar um bom formador de líderes,
pratique as dicas abaixo. Ne 2.20
a. Entenda o ser humano. Pessoas são as ferramentas com as quais o facilitador tem de
trabalhar. Um bom entendimento tem de trabalhar. Um bom entendimento da dinâmica do
comportamento humano é importante, antes de se tentar obter o resultado esperado.
b. Valorize a formação de grupos. Pequenos grupos formam os chamados núcleos de
facilitação. Esses núcleos geram uma rede valiosa de cooperadores.
c. Treinamento. Líderes precisam ser treinados, e estarem prontos para treinar obreiros.
d. Interação. O líder é aquele que dá a outros a oportunidade de desenvolvimento e
amadurecimento. Assim como a água é indispensável para a vida, a interação constante é
fundamental para estimular o crescimento.
e. Profissionalismo. O facilitador, para ser eficaz, deve demonstrar um alto nível de
competência e experiência.
f. Zelo. Um facilitador pela visão, e pela visão, e pela pessoa com quem ele trabalha, para que
ambos sejam bem sucedidos.
g. Investimento de tempo. Isto significa que um bom período de tempo, dedicado ao estudo
e ao planejamento, precisa ser separado e investido na tarefa de preparação de obreiros.
h. Experiência. Bons facilitadores usam a experiência como auxilio è instrução e ensino.
Essas experiências pessoais, e muitas vezes dolorosas, ajudam a equipe entender a adquirir
sabedoria.
i. Função executiva. Facilitadores precisam agir como executivos que mostram direção e
rigor quando necessário.
2. Qualidades psíquicas
j. Liberdade. O líder precisa sentir-se liberto do desejo de controlar e permitir ao aprendiz ter
a oportunidade de crescer livremente. Se isto é difícil para um líder então ele não é um bom
facilitador.

2. Grupos
Um líder de se ocupar ativamente em facilitar a qualquer pessoa ser bem sucedida no
ministério. Muitas vezes essa facilitação ocorre no âmbito de pequenos grupos e através dos líderes
desses grupos. O líder não precisa temer a necessidade de administrar através de grupos. Ele deve
compreender a necessidade do trabalho coletivo e perseguir o objetivo da visão através desses
grupos. Nee 3.1-8
a. Metas claras. Isto significa que o grupo deve ter uma meta comum e bem especifica. Estas
metas precisam estar integralmente ligadas à visão geral.
b. Realimentação. Facilitação, para tornar-se efetiva, requer um sistema de realimentação
para ajudar os membros e o grupo atingirem seus objetivos.
c. Clima favorável. O grupo precisa sentir o apoio dado a cada integrante através do
relacionamento com o facilitador.

3. Papéis
Importa ao líder ser um facilitador. Ser facilitador significa ter capacidades e talentos
incomuns. É necessário que o líder faça crescer suas potencialidades para facilitar a ampliação das
possibilidades de seus obreiros. Facilitação é uma atitude a partir da qual usamos nossa influência,
talentos e experiência para ajudar e encorajar outros a crescerem. Isto requer a prática de certos
papéis de forma que o líder possa relacionar-se bem com os integrantes de sua equipe. Alguns
papéis exercidos pelo líder estão listados abaixo. 2. Tm 2.2
a. Iniciativa. O facilitador deve gerar e encorajar o surgimento de novas ideias entre os
integrantes da equipe. É seu papel inspirar o surgimento de iniciativas e o pensamento criativo.

206
b. Passando informações. Liberar e passar informações ao grupo ou membro de equipe é
um papel importante do facilitador. O facilitador não somente assimila informação, mas também
dissemina informação.
c. Opiniões. Na facilitação se oferece e recebe opiniões. O líder não deve sentir-se ofendido
com recusas ou adaptações à sua opinião.
d. Esclarecimento. Um líder deve dar esclarecimentos e utilizar de ilustrações a fim de
facilitar o entendimento de fatos, circunstâncias e decisões.
e. Diagnóstico. Este papel é semelhante ao de um médico ou mecânico, onde o líder
identifica o problema e dá claras recomendações e sugestões.
f. Resumo. Resumir é bastante útil quando o facilitador trabalha com grupos. Ao resumir o
líder reúne as ideias e tira conclusões sem ser tendencioso.
g. Avaliação. Desempenho, atitude e caráter dos integrantes precisam estar sob o estreito
controle do líder, mas feito de forma descontraída.
h. Mediação. É comum surgirem problemas entre integrantes do grupo requerendo a
intervenção do líder. Um facilitador aprende a mediar conflitos buscando a adoção de compromissos
por ambas as partes envolvidas.
i. Conduta prescrita. Significa instituir e prescrever comportamentos, procedimentos, nível de
produtividade e conduta para o grupo e seus integrantes individualmente.
j. Maturidade. A pessoa ou grupo, com o qual o líder trabalha, deve desenvolver maturidade,
sabedoria e atitude adulta.

4. Dinâmica
Existe um número de dinâmicas de dinâmicas comportamentais facilmente identificadas
em um grupo. Essas dinâmicas podem apresentar dificuldades ao líder durante o processo de
facilitação. Elas apenas tornam-se complexas quando o líder cede à pressão, ao invés de trabalhar a
pressão. As dinâmicas comportamentais que podem gerar problemas estão listadas abaixo. 1 Cor
5.2
a. Desafiador. Essa pessoa é aquela que acha necessário desafiar, argumentar e confrontar
qualquer que seja o assunto ou pessoa que ela entenda estar no seu caminho.
b. O Autoconfesso. Algumas pessoas sentem necessidade de usar a audiência como um
púlpito para expressar seus problemas pessoais.
c. O Vagante. O líder deve acautelar-se com aquelas pessoas que induzem o grupo a se
desviar do objetivo para assuntos irrelevantes.
d. O Sabe-tudo. Essa pessoa é uma autoridade... em tudo.
e. O Playboy. Há pessoas que se tornam perigosas quando não conseguem enquadrar na
cultura do grupo. São cínicos e irônicos que não revelam nenhum envolvimento ou compromisso com
o grupo e liderança.
f. O Agressor. Essa pessoa acha necessário atacar as aspirações, pontos de vista
contribuições dos outros.
g. O Caçador de Reconhecimento. São pessoas egocêntricas e que chamam
deliberadamente a atenção sobre si. São pessoas incompletas no sentido de que não conseguem
achar contentamento neles mesmo.
h. O Obstruidor. Essas bloqueiam agressividade os pontos de vista e opiniões da liderança.
Usam para isso de comentários vazios e agressivos, como Esta é uma ideia idiota.
i. O Monopolizador. São os que inibem outros no grupo de terem a oportunidade de
contribuir. Eles fazem todo o possível para serem o centro das atenções.
j. O Encrenqueiro. São tipos que perambulam de um lado a outro atrás de uma chance para
irritar ou provocar divisão no grupo. Um bom facilitador sabe que terá de confronta-los.

207
11. Métodos Para Escolher Novos Auxiliares

Conforme sabemos, a escolha de novos colaboradores é tarefa difícil. Até os apóstolos se


equivocaram na escolha de certos elementos para auxiliá-los na obra de Deus. Paulo se decepcionou
com um tal de Demas 2 Tm. 4.10; sofreu muitos males com um tal de Alexandre 2 Tm 4.14; em
Roma, foi covardemente abandonado por dois auxiliares chamado Figelo e Hermógenes 2 Tm 2.15;
era combatido por dois obreiros Himeneu e Fileto 2 Tm. 2.17 João sofria com um tal de Diótrefes III
Jo. 9. Isso sem falar dos obreiros que se debandaram para as seitas gnósticas. Com essas palavras,
não estou desanimando o amigo leitor de buscar novos auxiliares. Muito pelo contrario, estou lhe
conscientizando de que se você errar na sua escolha de um novo auxiliar, não se desanime, porque
até os apóstolos se equivocaram e não ficaram impunes pelo equivoco. A seguir, sugerimos alguns
métodos para se escolher um auxiliar:

1. O método do Conhecimento
a. Cuidado com as recomendações – não é porque o individuo veio bem recomendado, que
você imediatamente lhe deve entregar responsabilidades, seja elas grandes ou pequenas. Embora
seja uma grande falta de ética, mas ás vezes um pastor recomenda bem um determinado obreiro
somente para se livrar dele. Mas há também aqueles casos em que um obreiro pode ser muito útil
para um pastor, porem inútil para outro. Às vezes o individuo não é um mau elemento, mas não se
adapta bem ao método de trabalho de outro pastor. Sendo assim, só o tempo é quem vai dizer se o
auxiliar será útil ou não ao novo pastor.
b. Cuidado com os presentes de grego – Presente de grego são os espiões. Trata-se
daqueles obreiros que vem com ótima referencia, porém mal intencionados. Muitos vêm com a
missão de proselitismo ou até mesmo de dividir trabalhos. Para evitar tudo isso, o conhecimento é
uma grande arma preventiva.
c. Não seja precipitado – Tenho visto pastores agir como precipitação na escolha de novos
cooperadores. Consagra qualquer um sem a menor avaliação. Isso ocorre muito com pastores de
igrejas pequenas. No afã de encher a igreja da noite para o dia, eles tropeçam na precipitação. E
muitas vezes terminam perdendo até o pouco que tem. O apostolo Paulo alertou Timóteo desse
perigo 1 Tm 5.22. Certo é o ditado popular que diz: o apressado come cru. A escolha de um obreiro
para fazer parte do ministério é coisa muito seria. É como um casamento – poderá trazer muitas
alegrias, mas também muitas tristezas. Se muitos casamentos em que os cônjuges se conhecem há
tanto tempo terminam em grandes desavenças, imagina um casamento em que os cônjuges
acabaram de se conhecer recentemente! Portanto, vale a pena deixar o tempo passar para conhecer
bem a pessoa com quem deseja trabalhar na obra de Deus.

2. O Método da Provação
O método da provação é um aspecto do método do conhecimento. Pois nesse método o
pastor prova o pretendido auxiliar para conhecê-lo por dentro. Napoleão Bonaparte disse: Não se
deve julgar os homens pela fisionomia, mas sim os submetendo a provação.
Saber provar para não matar – Por não saber provar um obreiro, muitos líderes terminam
matando uma pessoa que poderia ser muito útil no seu ministério. Provar não é humilhar muito menos
maltratar, mas experimentar. O cozinheiro prova experimentar a comida antes de servi-la na mesa.
No Sl 34.8 Davi relata: Provai, e vede que o Senhor é bom. O próprio Deus exige que dele façamos
prova Ml. 2.10. O apostolo João nos recomenda a provar os espíritos para saber se os mesmos são
de Deus 1 Jo 4.1. Provar é tomar gosto de uma coisa, é sentir o seu verdadeiro sabor. Provar uma
pessoa é tomar profundo conhecimento dela, é criar uma condição propícia para que ela exteriorize o
que está escondido no seu coração. Não sabemos o que uma pessoa tem no seu coração. Por isso
precisamos criar uma condição apropriada para que ela possa botar para fora suas atitudes
escondidas.
Provamos uma pessoa a fim de que, por meio da aprovação, ela se revele de forma mais
clara quem ela realmente é. Fazemos isso para que possamos saber com segurança quem é a
pessoa em que estamos confiando. O que não queremos é ficar desapontados com pessoas em que
desejamos depositar confiança. Por isso colocamos as pessoas em prova. Não se prova uma comida
se abstendo dela, mas comendo-a. o mesmo pode falar do auxiliar. Prova-se uma pessoa fazendo-a
realizar algo em que deseja utiliza-la sempre. Ninguém gosta de ser provado, nem por Deus. Provar
também não é uma tarefa muito agradável. Mas ainda é a melhor forma de escolher nossos
colaboradores.

3. O método de pedir aprovação de Deus

208
Conhecer bem uma pessoa prová-la nos trabalhos diretivos, são métodos muito importantes
para se escolher o líder certo, mas isso não é tudo. Pode uma pessoa de boa aparência, bem
conhecida e bem aprovada ser uma verdadeira decepção para um líder. O certo é que nem mesmo
as pessoas se conhecem totalmente. Ninguém sabe do que é capaz no dia de amanhã. Por isso,
precisamos da ajuda de Deus na hora de escolher os nossos colaboradores. Devemos fazer a nossa
parte, mas não devemos confiar exclusivamente em nossa pericia. Somente Deus conhece o
profundo do coração de uma pessoa e do que ela é capaz no dia de amanhã.
O método de pedir a orientação de Deus na hora de escolher uma pessoa para nos ajudar
administrar a obra do Senhor não é nenhuma inovação atual, mas uma pratica bíblica. Os apóstolos
pediram a orientação do Senhor na hora de escolher o substituto de Judas At. 1.24. Em Israel havia
muitos homens fies I Rs. 19.18, mas a escolha de Eliseu para substituir Elias foi feita por Deus I Rs.
19.16. O mesmo pode falar de Josué para substituir Moises, de Davi para substituir Saul e etc.
Por mais que pensamos que acertamos na escolha de uma auxiliar, essa pratica é sempre um
risco que temos que correr. Pois o homem só é bom enquanto não torna-se mal. Assim foi com
satanás – assim é com nossos colaboradores. Portanto, uma escolha só poderá ser segura, se ela
tiver a aprovação de Deus.

209
Bibliografia

 Dicionário Aurélio
 Bíblia Explicada Semcnar – Editora CPAD
 Bíblia Sagrada – Expedições Contemporânea – Editora VIDA
 Bland Glenn – Sucesso
 Davis Billie, ICI – Pessoas tarefas e Alvos.
 Dicas para uma boa liderança – Imprensa Batista Regular
 Douglas Stephen B, e Cook Bruce E, e Hendricks Hokard G. O ministério de Administração.
 Elias Maria Jose de Almeida – Propostas bíblicas para a Liderança Crista
 Finzel Hans – Dez erros eu um líder não pode cometer
 Haggai John – Seja um líder de verdade
 Hybls Bill – Liderança corajisa
 Hocking Davis – As sete leis da liderança
 Steuernagel Valdir e Souza Ricardo Barbosa – Nova liderança.
 Wilkes c. Gene – o ultimo degrau da liderança.

Atenção!
Fica proibida a reprodução total ou parcial desta
Obra sem prévia autorização por escrito do autor.
Todos os direitos reservados.
Lei Federal 5088 de 14 de dezembro de 1973

Professor......................................................................................................

210
Prova de Liderança Cristã

Aluno a:..............................................................................................data............/............/............

Marque um X na alternativa correta

1. Um líder deve sempre elogiar os companheiros.


 O líder deve criar conflitos para encorajar seus companheiros.
 As reuniões devem ser longas e proveitosas.

2. As reuniões devem ser feitas somente pelos líderes


 As reuniões não precisam nunca terminar na hora marcada;
 O líder deve ser o primeiro a chegar na sala de reuniões.

3. O líder deve às vezes descontraído divertido;


 Tratar de assuntos que não estiverem em pauta é sempre recomendável
 Se a reunião ocorre bem é melhor termina-la.

4. Reuniões devem ser feitas diariamente.


 Os participantes de uma reunião devem preparar-se na hora.
 Os participantes de uma reunião devem estar sempre muito bem preparados, para que seja
proveitosa.
5. Um líder não necessita ser sempre honesto e sincero;
 O líder precisa Ter uma reputação de confiança e compromisso;
 O aconselhamento não faz parte do caráter de um líder.

211
Apologética
Defesa da Fé Cristã
Lição 1
1. G-12

O que o G-12?
Alguns segmentos evangélicos vivem em função de ondas espirituais. O que eles sempre
alegam é que Deus está dando uma nova revelação para a sua obra. Até este ponto, tudo bem.
Cremos de fato que Deus dá diretrizes para a sua obra, entretanto, o que nos preocupa são os
movimentos que se denominam como únicos, e os seus líderes se comportam como se toda verdade
estivesse só do lado deles. Várias ondas já surgiram e desapareceram. A explicação é simples, na
sua maioria, são sem consistência teológica, sobrevivem só enquanto durar a febre ou até que uma
outra onda apareça. Uma das mais recentes novidades que atingiu esses segmentos e merecem uma
atenção especial por parte da Igreja é o G-12.

1. Uma síntese histórica do G-12


O passado mais recente da história do G-12 está ligado a um pastor da Colômbia, que relata
em seus livros e conferências ter recebido através de visões, estratégias para o crescimento da Igreja
nos dias atuais. Conforme ele próprio relata, no ano de 1983 ele teve uma experiência com Deus que
o chamava para pastorear. No ano de 1991, ele recebeu as diretrizes para entrar no processo de
multiplicação.
a. Porque G-12? Segundo o idealizador do movimento, o G-12 foi uma estratégia dada por
Deus: Pedi direção do Senhor, e Ele prometeu dar-me a capacidade de preparar a liderança em
menos tempo. Pouco depois abriu um véu em minha mente dando-me o entendimento em algumas
áreas das Escrituras, e perguntou-me: quantas pessoas Jesus Treinou? Começou desta maneira a
mostrar-me o revolucionário modelo da multiplicação através dos doze.
b. O G-12 no Brasil. No Brasil esta visão foi abraçada, principalmente, pelos movimentos
neopentecostais. Segundo conta, um dos expoentes mais influente desta visão no Brasil, certa vez,
enquanto orava, Deus falou com ele sobre a importância de um ato profético que marcasse o inicio
de uma nova fase na conquista da nação. Dentre os detalhes desta visão, este ato simbolizava o
sepultamento da estrutura da Igreja herdada de Roma, com caixão e tudo significando que a
estrutura atual da Igreja está ultrapassada. E não apenas isso, ela está também fora dos propósitos
de Deus.
c. Os conceitos da visão dos 12. A visão tem por princípio dividir a Igreja em pequenos
grupos. O pastor da igreja escolhe doze pessoas para treina-las, produzindo nelas a sua visão e o
seu caráter. Cada pessoa devidamente treinada se torna líder de uma célula. O trabalho desse líder
será de fazer esta célula se multiplicar, através da escolha de seus doze. Estes outros doze trabalha
também visando a multiplicação, e assim sucessivamente. Segundo essa visão um pastor não pode
discipular, de fato, mais do que doze pessoas. Se isso fosse possível, Jesus o teria feito. Essa
premissa não é uma verdade bíblica, pois no princípio da Igreja não foi assim At 2.41; 4.4; 9.31;
11.21-23.

2. Encontro ou desencontros?
A palavra encontro faz parte da linguagem da nossa visão, afirmam eles. Para que o crente
tenha êxito em todas as áreas de sua vida, é preciso que ele passe por alguns encontros, que são
retiro de três dias, durante os quais o novo crente compreende a dimensão do significado do
arrependimento, recebe cura interior e é liberto de qualquer maldição que tenha imperado em sua
vida.
a. A integração na visão. Para se encaixar dentro da visão a pessoa tem que passar por
várias etapas: O pré-encontro, realizado no templo ou na célula, onde a pessoa recebe orientações
para o encontro. O Enco
ntro, um retiro espiritual por três dias em uma chácara onde só podem participar as pessoas
que já passaram pelo pré-encontro. A ênfase das administrações está nas áreas de arrependimento,
quebra de maldições, cura interior e batismo no Espírito Santo. No encontro, a pessoa também toma
conhecimento da visão. E, por último, o pós-encontro, realizado no templo ou em outro lugar
conveniente com objetivo de ensinar às pessoas a lidar com os contra-ataques de Satanás.
b Métodos Antibíblicos. Existem métodos que são utilizados nos encontros que fogem
totalmente aos padrões bíblicos e que são motivos de questionamento. Dentre eles, a cura interior
que envolve regressão psicológica, atividade que só pode ser exercida por profissionais da área de
psicologia, mesmo assim com riscos para a pessoa. Todos nós precisamos de saúde espiritual,
porém ela não depende de nenhum ritual, conforme Ef. 2.4-6.

213
c. Métodos estranhos. Ainda faz parte dos rituais do encontro, a pessoa escrever os seus
pecados em pedaços de papel e depois queimar em uma fogueira acesa para este fim. Esta prática
procura anular a eficácia do sangue de Jesus: Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está temos
comunhão um com os outros, e o sangue de Jesus Cristo seu Filho, nos purifica de todo pecado I Jo
1.7.
3. Os desvios doutrinários do G-12
Apesar das veementes defesas que as lideranças deste movimento têm feito, não há como
negar os grandes problemas que ele tem trazido à obra de Deus I Co 14.33. Essa afirmativa, não é
nenhuma leviandade, mas é a constatação da prática de igrejas que se dividiram , crentes que
desviaram desiludidos e nas igrejas que entraram para a visão, os crentes que não quiseram passar
pelos encontros foram descriminados I Co 1.10. Vejamos alguns problemas do G-12.
a. Exclusivismo. Para os líderes do G-12, essa é a visão de Deus para este momento da
Igreja. E não apenas isto, mas a única saída para o crescimento veja o que escreveu o seu líder
maior em um de seus livros: frutificação neste milênio será tão incalculável, que a colheita só poderá
ser alcançada por aquelas igrejas que tenha entrado na visão celular. Não há alternativa: a igreja
celular é a igreja do século XXI. Esquecem-se eles que, quem dá crescimento à Igreja é Deus I Co
3.6, Ele é a razão da multiplicação da Igreja I Co 3.7.
b. Desvios doutrinários. Desviar-se da doutrina é deixar de ensinar e trilhar na boa
doutrina e escolher caminhos próprios de interpretação Tt 2.1. Na medida em que as práticas
adotadas nos encontros exigem da pessoa: quebra de maldição hereditária, regressão psicológica,
escrever o pecado em pedaços de papel e depois queimá-los, todo o passado de vida cristã é
desconsiderado. Quanto a isto a Bíblia nos ensina que o nosso passado foi esquecido por Deus em
Cristo, quando o confessamos Hb 8.12; 10.14,17.
c. Divisão no corpo de Cristo. Um gravíssimo problema que tem acontecido no Brasil
depois da chegada da visão G-12, é a divisão nas igrejas locais Rm 16.17. É sabido de todos, que as
igrejas inteiras que tentaram implantar a visão se dividiram, umas chegando quase a desaparecer ao
tentarem se reerguerem, pagaram um alto preço I Co 16.9. Contabiliza-se ainda um número muito
grande de pessoas que se afastaram de vez da Igreja Hb 10.25.

4. O parecer da convenção nacional em relação ao G-12


A Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, preocupada e com muito zelo pela
obra de Deus, resolveu em Assembleia Geral o seu parecer contrário ao movimento G-12. Isso
caracteriza o cuidado com o rebanho de Deus I Pe 5.2-4.
a Quanto a Cura Interior. O grupo utiliza-se de hipnose e aplica a técnica de regressão
etária para ensinar aos que participam do encontro à libertação de perdão contra ofensas recebidas
desde a fase embrionária, ao pai, à mãe, aos irmãos, aos familiares e até mesmo a Deus. A cura
interior que nós cremos e a Bíblia respalda á aquela operada pelo Espírito Santo Jo 16.8-13; Rm 8.1;
I Co 2.16; Fp 3.12-14; Hb 4.12; 9.14, onde não precisa de ajuda do homem.
b Quebra de maldição. De acordo com o manual que rege os encontros, eles usam
citações bíblicas Êx 20.1-5 sobre o tema, e dizem: a maldição é a permissão dada ao Diabo para
causar danos à vida das pessoas. Caem em contradição na mesma referência bíblica, pois o
versículo 5, na parte b, afirma que é o próprio Deus quem amaldiçoa. Fica, portanto bem claro que a
liderança do movimento não aprecia os princípios da hermenêutica. Cristo anulou na cruz todo o
efeito de nossos pecados, quando de nossa entrega incondicional a Ele Pv 3.33; II Co 5.17; Cl 3.13;
Hb 7.25.
c. A fogueira para queimar pecado. Eles registram seus pecados em uma folha de papel,
e esta é lançada, posteriormente, em uma fogueira preparada previamente. No momento de tal ação
dizem: estão anulados todos os argumentos sobre a minha vida; e deve-se cantar um hino de vitória.
A doutrina da salvação é por si mesma completa, sendo desnecessário inovações fogueira, etc., pois
pelo sangue de Jesus Cristo a obra redentora foi consumada Jo 19.30; At 20.28; Hb 10.14; I Jo 1.7;
Ap 5.9.
A Igreja precisa estar alerta quanto às novidades que surgem de tempos em tempos, para
não abandonar aquilo que a Bíblia ensina. Os tempos são difíceis, exatamente como previa Paulo a
Timóteo. Para não sofrermos danos na vida espiritual, necessário se faz, termos muita cautela e
acima de tudo, apego à Palavra de Deus. Toda inovação nestes últimos dias deve ser vista como
cumprimento das profecias que nos alertam para o surgimento de falsos mestres e falsos pastores.
Todo cuidado é pouco!

214
2. O QUE NOVA ERA?

 Símbolos da NOVA ERA

As heresias são tão antigas, quanto o próprio homem. Mescladas com a verdade, usando a
religião e penetrando dentro da própria ciência parece sempre oferecer respostas para as grandes
questões da vida. O movimento Nova Era é hoje, uma espécie de um guarda-chuva, que sob si,
abriga todos os tipos de heresias e apostasias. Devemos, portanto, não dar ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas de demônios.

1. Conhecendo as Origens da Nova Era


Quando se estuda qualquer seita, geralmente é fácil encontrar informações a respeito delas.
Isso não acontece com o movimento da Nova Era. Isto porque, diferentemente das seitas, onde há
fatos precisos, o movimento da Nova Era tem muito poucos destes elementos. Mas, sua ausência não
faz desta seita um movimento qualquer. O movimento Nova Era tem exercido uma admiração no meio
dos intelectuais, principalmente, através das suas literaturas, hoje muito divulgadas entre aqueles que
estão dentro desta ciranda mística. Vamos buscar compreender um pouco deste movimento que é
hoje um dos maiores sinais da vinda de Cristo Mt 24.24.

a. Porque Nova Era? O nome Nova Era, que no inglês é New Age, serve exatamente para
designar a era de aquários, que segundo seus divulgadores será uma era iluminada. Não é assim que
a Bíblia entende, ao contrário, ela chama a presente era de tempos difíceis I Tm 3.1-8. A Igreja
espera, portanto, eternidade com Cristo nos céus I Ts 4.17.
b. Seus idealizadores e atuais divulgadores. Apesar de antiquíssima, quanto as suas
crenças, a Nova Era teve na pessoa de Helena Petrovina Blasvastky, uma russa que nasceu no ano
de 1831 e viveu até o ano de 1891, o seu expoente maior. No ano de 1875, morando na cidade de
Nova York, ela fundou a sociedade Teosófica. A Teosofia ensina que todas religiões têm verdades e
princípios comuns. No Brasil, são diversos os seus divulgadores, sendo o mais conhecido deles,
Paulo Coelho e Lauro Trevisan.
c. Qual é o Objetivo da Nova era. O objetivo idealizador da Nova é Era alcançar o
estabelecimento de uma Nova Ordem Mundial, e é, justamente, neste sentido, que o planeta está
caminhando. Só que a pretensão do movimento vai mais longe, quer também só uma religião com um
só líder, e, na área da política, pretendem um governo central. É claro que, na medida em que o palco
vai sendo armado e suas peças vão sendo colocadas, a Igreja vê o cumprimento das profecias
bíblicas II Ts 2.2-4.

2. Os enfoques contraditórios da Nova Era


Segundo Mcdowell: uma seita é uma perversão, uma distorção do cristianismo bíblico e ou
a rejeição dos ensinos históricos da Igreja Cristã. A Nova era, do ponto de vista teológico se constitui
num verdadeiro sincretismo religioso, misturando filosofias orientais com espiritismo, cristianismo e
outras doutrinas e religiões.

a. O que ensinam sobre Deus. Para a Nova Era, Deus é tudo e tudo é Deus. A natureza é
Deus e Deus é a natureza, ou seja, o Criador e a criação se misturam. Isto revela o ensino Panteísta,
onde tudo é Deus. Entretanto, a Bíblia mostra o contrário, a natureza revela o poder criador de Deus
Rm 1.19,20. Para esse movimento herético, Deus não é uma pessoa, apenas uma fonte de energia
cósmica de onde emanaram as demais coisas existentes. Para nós, cristãos Deus é uma pessoa da
Trindade Gn 1.26, o soberano Criador do universo Sl 33.6,9, através do qual todas as coisas
subsistem.

215
b. O que ensinam sobre Jesus. Para os seguidores da Nova Era, Jesus não é uma
pessoa única e distinta. A Ele se assemelham os grandes mestres espirituais que já existiram tais
como: Buda, Maomé, Krishna e outros mestres que existem até hoje. Ele é simplesmente um
iluminado, como muitos. Para eles, todos estes possuíram também uma percepção cristológica, não
sendo um atributo exclusivo de Jesus. Eles ensinam que o primeiro e bom mestre de todos os
tempos, e guardado por eles é Maytreya, o novo Cristo. Entretanto, a Bíblia nos ensina que Jesus é
Deus: Eu e o Pai somos um Jo 10.30. Ele é o Salvador e a propiciação pelos nossos pecados I Jo
2.2. Ele é o criador e sustentador de todas as coisas Cl 1.16,17.
c. O que ensinam sobre a Bíblia. Eles não valorizam a Bíblia como sendo a Palavra de
Deus II Pe 1.21. Simplesmente emprestam a ela uma interpretação esotérica. Há alguns escritos de
Paulo Coelho, o mago da Nova Era, que utiliza textos da Bíblia e até capítulos inteiros, mas nunca
dando a interpretação literal do texto sagrado II Pe 2.1. Eles dão às Palavras de Jesus o sentido que
elas não têm. Rechaça a Bíblia quanto à questão do diabo, afirmando que essa é uma ideia do
passado. Todas as definições Bíblicas são mitológicas: pecado, salvação, céu, inferno, ressurreição,
juízo, etc. O Salmista, no entanto declara: Para sempre, ó Senhor tua palavra permanece no céu
Sl 119.89.

3. As distorções na doutrina da Salvação


Para Nova Era, o problema do homem é porque ainda não evoluiu suficientemente, ele
ainda vive no plano inferior. Mas na medida em que cresce em sua divindade, porque todos têm em si
a divindade latente, estará com todos seus problemas resolvidos, inclusive a sua salvação. Em tudo
isso a Bíblia afirma o contrário; o homem só resolverá os seus problemas em Cristo Jo 15.1-5.

a. Pecado, um problema antigo. Não é de hoje que o diabo leva o homem no cabresto do
engano, já no Jardim do Éden ele trabalhou o coração do homem, despertando nele o desejo
frenético de ser igual a Deus: Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abriram os
vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal Gn 3.5. Esse sentido tem aflorado de
forma cada vez mais intensa nos corações dos homens na medida em que a Igreja avança rumo aos
fins dos tempos.
b. O que dizem sobre a salvação. A salvação para Nova Era está dentro do próprio
homem, na medida em que ele evoluir rumo a sua divindade, já que seu problema é a ignorância da
mesma, estará atingindo o seu estado de perfeição. É neste ponto que, o Espiritismo e a Nova Era:
equiparam-se na questão reencarnação. É o princípio de que, através de sucessivas encarnações, a
alma humana vai se aperfeiçoando até atingir o seu estado máximo de consciência de sua divindade
cósmica. A Bíblia é totalmente contra a este princípio, ela diz que aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo Hb 9.27.
c. O Enfoque verdadeiro A Bíblia nos mostra que na plenitude dos tempos, Cristo morreu,
embora nada tivéssemos que nos recomendasse, na verdade tínhamos tudo contra nós. Acontece
que a morte de Cristo na cruz foi um ato de amor que nos possibilitou encontrar em Jesus, o único e
suficiente salvador de nossas almas.

4. É já a última hora
João escreveu, advertidamente: Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o
anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que já é última hora I
Jo 2.18. Evidente que a referência que João faz a anticristo pode ser entendida como aqueles que
se opõem a cristo, ou querem se colocar no lugar de Cristo II Ts 2.1-11.
a. Busquemos fortalecer nossa fé. Causa-nos espanto e preocupação como os falsos
ensinos atacam a fé, I Tm 1.19. Infelizmente, nem todos estão devidamente arraigados na Palavra Cl
1.23. É hora do povo de Deus se decidir mais ao estudo da Bíblia, porque só ela tem o antídoto
contra as venenosas filosofia humanistas. O lugar da Palavra no culto tem que ser assegurado, pois
Deus mesmo disse: meu povo foi destruído, porque lhes faltou o conhecimento... Os 4.6.
b. Devemos renovar nossa esperança. A terra está ferida pela maldade do homem, a
violência campeia num verdadeiro processo de auto destruição I Jo 5.19. É hora de renovar nossas
esperanças nas preciosas promessas divinas I Ts 5.1-4.
c. Vivendo em discernimento. O diabo sempre trabalha com o plágio, com a imitação, com
a aparência, Transfigurando, muitas vezes, em anjo de luz II Co 11.14. É preciso tomar cuidado com
o relativismo, não chamar o mal de bem, não chamar o pecado de simples ignorância e não misturar
o santo com profano Tt 1.15.

216
O tempo aguardado pela Igreja de Cristo, não é o mesmo aguardado pela Nova Era, nós
aguardamos a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo. Enquanto eles pregam sucessivas reencarnações para se chegar ao divino, nós
aguardamos a ressurreição dos que já morreram em Cristo, e a transformação dos crentes vivos para
o arrebatamento glorioso da Igreja. Enquanto eles pregam que a solução está dentro do próprio
homem, a Igreja descansa na graça salvadora do sangue de Cristo.

217
Exercício 1

1. O G 12 ensinam que os seus adeptos devem escrever seus pecados em papel e depois será
queimados em fogueiras .Esta Informação É:
[ ] Verdadeira
[ ] Falsa

2. Qual é o Objetivo da Nova Era?

3. O que a Nova Era ensina sobre Deus?

4. O que a Nova Era ensina sobre a Bíblia?

5. Qual é um grande escritor brasileiro que faz parte da Nova Era?

218
Lição 2
3. O Que é Neopentecostalismo?

Estamos vivemos no período do cumprimento bíblico da a era dos modismos teológicos, e


uma grande avidez por novidades. É preciso provar e testar se que o se pretende é bíblico. É
importante estar alerta com as principais tendências doutrinárias que têm afetado a igreja nos dias
atuais, confrontando-as com o legítimo cristianismo. Precisamos fazer uma avaliação à luz da Bíblia
das nossas práticas cristãs, é nelas que iremos encontrar o modelo da igreja ideal. Apesar de sermos
parte de um mundo totalmente diferente da era cristã, a mente de quem concebeu fez isto de forma
tão perfeita, que qualquer prática estranha adotada incomoda, causando rejeição.

1. A Origem e Fundamento do Pentecostalismo


A declaração da Bíblia nos enfatiza o pentecostes, dizendo: Cumprindo-se o dia de
Pentecostes, estava todos reunidos no mesmo lugar... E todos foram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem At 2.1-4.
Eis aqui o inicio da história do maior e mais puro avivamento já experimentado pela Igreja de Cristo
aqui na terra, fruto da busca e da obediência At 1.4-8, eles foram os primeiros irmãos em Jerusalém,
na festa do Pentecostes Lv 23.15,16.
a. A origem do Pentecostes baseado na doutrina dos apóstolos. Dentro do NT existem
duas palavras gregas empregadas para doutrina. A primeira é didaskalia, e a Segunda didache,
ambas significam tanto o ato como o conteúdo do ensino. A referência de Lucas: E perseveravam na
doutrina dos apóstolos At 2.42a. Havia uma constante preocupação dos apóstolos quanto à infiltração
de falsos ensinos I Tm 1.3,4, o que os levou a escrever cartas às Igrejas estabelecidas, fazendo
surgir através delas um sistema doutrinário fundamentado naquilo que Cristo começou a ensinar At
1.1 e que ficou como tarefa para os seus apóstolos concluírem At 28.31.
b. O Pentecostes e a União. É quase impossível ler a história da Igreja Primitiva e não
encontrar fortes traços de uma comunhão verdadeira. A palavra comunhão usada por Lucas: e
perseveraram... na comunhão At 2.42 do grego é Koinonia que segundo estudiosos pode ser
entendida num sentido absoluto, como parte essencial da vida de adoração. É fácil entender isto
pelas muitas alusões bíblicas quanto às ações da Igreja no sentido de apoiar a as pessoas
individualmente At 4.32; e não apenas isto, mas na Koinonia a pessoa era constrangida pelo Espírito
a compartilhar o vínculo comum e íntimo de companheirismo com sua comunidade At 4.34,35.
c. O Pentecostes e Oração. Um dos pontos fortes do pentecostalismo primitivo foi à vida
devocional, incluindo aí a oração At 2.42b. A Igreja nasceu em uma atmosfera de oração At 1.12,13.
Foi em resposta às orações, que o Espírito Santo desceu no dia de Pentecostes At 2.1-4.
Consultando a história da Igreja vemos que existia uma observância rígida a períodos estritos de
oração At 3.1. A razão da manifestação do Espírito Santo conferindo à Igreja poder para dar
testemunho de Cristo estava ligada à vida de oração de seus membros At 4.31.

2. A Origem do Pentecostalismo no Brasil


O movimento pentecostal no Brasil teve inicio no ano de 1911, com a chegada de dois jovens
suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren. Eles assumiram o desafio do Espírito Santo para serem
missionários em terras brasileiras. Suas vidas estavam ardendo no poder Pentecostal, e, em uma
reunião de oração, foram levantados pelo poder do Espírito Santo para trazerem ao Brasil a
mensagem pentecostal. Esse avivamento mudou a história da igreja evangélica brasileira.
a. O Resultado da Evangelização da Igreja. A grande marca do movimento Pentecostal no
Brasil foi o despertamento para a evangelização Lc 4.18. Não foi necessário mais que trinta anos
para que o trabalho das Assembleias de Deus, pioneiras do Movimento Pentecostal, estivesse
espalhado por todas as capitais do Brasil At 13.52.
b. A Igreja Vivendo na Palavra. A Igreja pentecostal no Brasil se estruturou e cresceu em
cima de práticas bíblicas Mt 7.24. A ênfase da sua mensagem era basicamente no arrependimento,
na transformação, na santificação, no batismo no Espírito Santo, nos dons espirituais, na esperança
na volta de Cristo e no dever que cada crente tinha de pregar o Evangelho I Co 2.4,5; Rm 8.14.

219
c. Vocação de ser apenas igreja. Essa talvez seja uma das grandes virtudes de uma igreja
triunfante, conhecer seu espaço e papel I Pe 2.5. A igreja que perde a noção da sua importância
como igreja, cedo ou tarde deixara de triunfar no papel a que foi destinada para se ver refém de uma
vocação a que não foi chamada I Co 7.20-23; Gl 5.13.

3. A Origem do Neopentecostalismo
Traçamos nas linhas anteriores o perfil do pentecostalismo histórico, suas origens, sua
mensagem e suas práticas. Sabe-se que é resultado de movimentos que começaram a acontecer nos
Estados Unidos por volta das décadas de 60 e 70. No Brasil mais recente, por volta do ano de 1975.
A principal característica foi a mudança no enfoque doutrinário, principalmente com relação a fé.
a. O Inicio. O surgimento do neopentecostalismo no Brasil está primeiramente ligado à
sujeição da cultura norte-americana. No tempo teológico não tem sido diferente, a Igreja acaba
consumindo o que se produz nos EUA. Dentro desse contexto, segundo alguns estudiosos, está uma
gama de fatores, que estão ligados á fragilidade teológica da Igreja, à vocação mística do brasileiro,
obsessão pela praticidade e pelo utilitarismo. O evangelho neopentecostal volta todas suas
atenções para uma cultura de consumo e sucesso Fp 1.15.
b. A Variação do Neopentecostalismo. Por ser excessivamente tolerante o
neopentecostalismo se tornou um movimento de inclusão, aceitando no seu seio todo tipo de
pensamento e prática. Por ser pluralista é um movimento que agrega, sem critérios, toda nova visão
que aparece, desde que a mesma venha acompanhada de uma virtual autoridade I Jo 4.1. É um
movimento que não valoriza a reflexão bíblica, até porque a Bíblia é um instrumento adaptado aos
propósitos de sua teologia, e se nega a sujeitar àquilo que realmente ela diz, enfocando apenas o que
se quer I Tm 4.1,2.
c. Mensagem Atraente. A ênfase de sua mensagem recai, quase que exclusivamente na fé,
como um instrumento não de salvação, mas de trazer para a existência a prosperidade financeira a e
saúde perfeita I Co 2.5. O movimento trabalha muito mais a dimensão física de pessoa do que a sua
dimensão espiritual I Tm 4.8. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de
todos os homens I Co 15.19.

4. Quais são as Inovações do Neopentecostalismo


É preciso salientar que a obra de Deus precisa de dinamismo, criatividade, estratégias e
fervor. Não se pode prescindir os dons, da capacidade, do arrojo dos homens e das mulheres de
Deus I Ts 5.12,13. Entretanto, é preciso se resguardar de práticas que não contam com o apoio
bíblico. Já no Antigo Testamento temos o exemplo dos filhos de Arão, Nadabe e Abiú, que morreram
por se apresentarem a Deus com fogo estranho Lv 10.1,2. É necessário entender que funcionalidade
não é garantida de prática correta.
a. Uma inovação chama outra inovação. Igrejas que fundamentam seus cultos, seus
trabalhos, suas programações exclusivamente em cima de inovações pagarão um alto preço, o dia
em que elas deixarem de existir I Tm 6.3-5.
b. A valorização dos símbolos. Embora o Antigo Testamento seja rico em tipologia,
exatamente com função de tornar mais fácil a comunicação de Deus com seu povo Hb 10.1, no Novo
Testamento esses símbolos ficaram reduzidos basicamente a três: Água no batismo, o pão e o vinho
na Santa Ceia I Jo 5.7,8. Só que o neopentecostalismo inovou, criando um conjunto de práticas que
jamais se viu na história, boa parte destas inovações cheiram a superstições e alguns símbolos e
objetos passam a servir de amuletos.
c. As fantasias teológicas. O neopentecostalismo, por não Ter a preocupação quanto às
doutrinas, restringe basicamente a sua teologia em verdadeira fantasia, a deificação humana: você
não tem um Deus dentro de você. Você é um Deus. Ensinam o rebaixamento de Cristo: O crente
foi uma encarnação tanto quanto foi Jesus de Nazaré. A fé de Deus: Deus é um ser dotado de
fé, afirmam os pregadores do movimento da fé. Enfatizam ainda a quebra de maldição hereditária, a
confissão positiva, a fé na fé e tantas outras aberrações teológicas. É importante salientar que nossa
reflexão visa dar elementos para que possamos avaliar práticas e métodos não endossáveis pela
Bíblia Sagrada. Não é intenção nossa, ser juiz e nem ir contra aqueles que sinceramente procuram
fazer a obra de Deus imbuídos de honestidade. É preciso reconhecer aqueles que estão
verdadeiramente comprometidos com uma visão sadia.

220
4. A Teologia Da Prosperidade

A teologia da prosperidade, ou teologia da saúde e prosperidade, como também é chamada, é


um ensino que, entre tantas coisas, afirma que o crente não pode adoecer, passa por privações,
dificuldades financeiras ou outros tipos de adversidade. Segundo este ensino, a presença destas
situações na vida do cristão é sinal de que ele fracassou na fé ou carrega consigo algum tipo de
pecado. Conquanto, seja uma mensagem atrativa, ela trás consigo muitos desvios doutrinários. A
Igreja, portanto, precisa estar alerta.

1. Raízes Históricas da Teologia da Prosperidade


Ao discorrermos sobre a teologia da prosperidade, não estamos tratando propriamente de
uma seita. Estamos sim, cuidando de advertir contra as distorções dos ensinos que ela traz para
perverter a genuína fé cristã At 20.28-30. O seu surgimento está ligado a um conjunto de valores,
como: pessoas, lugares e épocas. Situar historicamente se torna o primeiro passo a ser dado para
sua compreensão e perceber que, qual uma onda, procura esconder as verdades mais singelas de
um Evangelho simples e descomplicado, propondo outro evangelho II Co 11.3,4.

a. O surgimento de uma heresia. Paulo escrevendo aos Gálatas exorta, exatamente,


àqueles que mudam repentinamente do Evangelho da Graça para outro evangelho Gl 1.6-8. No
grego outro é heteron, outro de um tipo diferente. Por volta da década de 40 um pregador por
nome Essek William Kenyon passou a ensinar que a saúde e a prosperidade são direitos de todos os
crentes, nascia o chamado Movimento da Fé. Muitos outros vieram e formaram a imensa galeria dos
tais chamados pregadores da prosperidade. No Brasil, principalmente, no chamado movimento
neopentecostal é grandemente difundida essa teologia.
b. Como se manifestou essa heresia. Esta heresia, como todo falso ensino, surgiu a partir
de revelações extrabíblicas e práticas de uma hermenêutica desonesta que força a interpretação do
texto, mutilando o seu sentido. Essek William Kenyon, pai desses ensinos, teve sua vida e ministério
fortemente influenciados pelas seitas Ciência de mente e Ciência Cristã. A partir dele, de Kenneth
Hagin e outros, O Evangelho da Prosperidade, como também é conhecido, ganhou fama e peso nos
movimentos neopentecostais.
b. A razão do crescimento. Estas heresias crescem tanto por algumas razões básicas:
Primeiro: porque é muito atrativo, satisfaz exatamente aquilo que o homem mais gosta, uma vida
financeira tranquila Lc 12.16-19. Segundo: porque as pessoas não parecem tão dispostas a
assumirem as regras do verdadeiro discipulado Mc 10.21,22. Terceiro: mudança de conceito, o
temporal passa a Ter mais valor do que o eterno. O exemplo da Igreja Primitiva nos ensina
exatamente o contrário At 2.44-46.

2. Os Pressupostos de Teologia da Prosperidade


Na medida em que a ênfase dessa teologia estabelece como referência de fé as pessoas que
conseguem sucesso na vida financeira, valores de vida cristã como salvação e vida eterna passam a
condições de secundários II Ts 2.2. Este ensino acaba restringindo as bênçãos de Deus na vida do
cristão.
a. A prosperidade como objetivo e não como consequência. A ênfase da teologia da
prosperidade inverte os valores da vida, ao invés de valorizar o ser, valoriza o Ter Fp 4.11,12; Mc
10.21-24. A experiência de Paulo estaria equivocada Fp 3.10-19 e Tiago teria ensinado heresia Tg
1.2-5.
b. Prosperidade como referência de quem vive a fé. Para os pregadores da prosperidade o
sucesso na vida financeira é a marca de um cristão fiel e a resposta às orações é uma prerrogativa do
filho de Deus Tg 4.1-3. No entanto a maior injustiça fica por conta de se colocar um peso sobre os
ombros de quem não alcançam a tal prosperidade: Estão em pecado e não vivem com fé, ou estão
debaixo de uma maldição.
c. A teologia da saúde perfeita. A cura divina é uma realidade que todos nós cristãos
acreditamos Tg 5.14-15. É uma ordem de Jesus Mc 16.14-18. Mas afirmar que o crente não pode

221
ficar doente, porque não faz parte da vontade de Deus para sua vida, é um grande engano. A vida
tem dias bons e maus Ec 7.14; 11.8.

3. As Influências da Teologia da Prosperidade na Igreja


Não é de hoje que a igreja precisa tomar uma posição mais refletida sobre as
influências que estes ou outros ensinos, de forma lisonjeira, têm sido introduzidos no seu
seio. A melhor posição diante desses desafios é adotar a posição dos crentes de Bereia
At 17.10-11. A valorização do ensino e o estímulo para a leitura da Bíblia são os
melhores instrumentos de defesa contra as influências das falsas doutrinas I Tm 4.13-16.
a. A influência sobre a visão da Igreja. Visão é ao mesmo tempo capacidade de perceber a
realidade como ela é, bem como projetar algo. A teologia da prosperidade tem influenciado a visão da
Igreja na medida em que ela absorve valores que alteram a sua forma de ser II Co 11.3,4; At 5.42.
b. A influência sobre a mensagem da Igreja. Quem muda a visão, muda também o
discurso. E, a primeira baixa sofrida é no conteúdo teológico da mensagem, onde a fé passa a Ter
mais valor do que o próprio Deus, a bênção é mais valorizada que o abençoador e a ânsia por
bênçãos materiais tomam conta dos cultos, cuja liturgia perde seu caráter contemplativo e o
resultado, é a ausência total de reflexão bíblica II Tm 4.2-5.
c. A influência sobre a teologia da Igreja. A mudança na visão e mensagem cria uma Igreja
teologicamente vulnerável, abrindo espaço no seu seio, para heresias II Pe 2.1, Ninguém voz
domine o seu bel-prazer Cl 2.18,19, foi a advertência que Paulo fez à Igreja. Precisamos resistir a
toda mensagem que questione a suficiência de Cristo e roube nossa liberdade em servi-lo com uma
consciência pura e tranquila Gl 5.1.

4. A Prosperidade sob a Perspectiva Bíblica


Uma perspectiva correta da prosperidade, à luz da Bíblia, pode nos levar a desfrutar o melhor
de Deus para nossas vidas Ef 1.3. Ao falar assim, evocamos sua soberania nas nossas orações ideia
abominável para aqueles que acham que Deus é obrigado a atender os nossos pedidos I Jo 5.14,15.
a. Deus e as nossas necessidades. Deus é conhecido na sua palavra como Jeová Jirê, O
Senhor proverá Gn 22.8. O crente em Cristo já experimentou pessoalmente os cuidados de Deus em
sua vida. Quem já não leu os confortantes Salmos da Bíblia, os conselhos de Pedro I Pe 5.7, as
palavras de Jesus aos seus discípulos Mt 6.25-34, e a confiança expressada por Habacuque? Hb
3.17,18. Tudo isso revela que Deus está atento às nossas necessidades Jo 6.1-12.
b. Deus e os nossos desejos. Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, credes
que o recebereis e tê-lo-eis Mc 11.24. No entanto, o contexto desta passagem deixa claro que há
condições para que os nossos desejos sejam satisfeitos, é necessário o perdão Mc 11.26. Os nossos
desejos, para serem prontamente atendidos, precisam estar em consonância com a vontade de Deus
Tg 4.3; I Jo 5.14.
c. Ser próspero é ume responsabilidade. Deus não é contrário à prosperidade de ninguém,
no entanto adverte seriamente, em pelo menos três coisas em relação às riquezas I Tm 6.17-19:
primeiro, que não se deve colocar nelas o coração, pois não podem proporcionar à vida a devida
segurança I Tm 6.10. Segundo, não confiar nelas, pois toda riqueza é passageira Tg 1.10,11, e
terceiro, não administrar mal, pois a quem muito é dado muito será exigido Lc 12.48.
A busca de respostas aos nossos anseios tem que passar necessariamente pelo crivo da
soberania de Deus. Aprender a orar sabiamente é o grande desafio da vida cristã e só conseguem
essa façanha aqueles que aprenderam que a maior busca da vida deve ser à busca da vontade
divina. Portanto, não é a pobreza nem a riqueza que definem a performance na vida espiritual, mas a
nossa capacidade de nos situar adequadamente dentro dos propósitos divinos.

222
Exercício 2

1. Em que ano o Movimento Pentecostal chegou ao Brasil?

2. Quais são as três razões do crescimento da teologia da prosperidade?

3. A onde iniciou-se o Neopentecostalismo?

4. Quais são os três símbolos do NT mais importante?

5. Escreva com suas palavras: O Crente pode ser Prospero

223
5. Biblicamente Existem Maldições Hereditárias?

Como todo ensino controverso, a Teologia da Maldição Hereditária foi concebida a partir da
má interpretação bíblica, e faz parte de um pacote de novidades que surgem periodicamente em
nosso meio, é como um novo produto no mercado. E, muitas vezes, por encontrar terreno apropriado,
essas novidades acabam se enraizando, criando sérios problemas para a vida da Igreja.

1. A Maldição Hereditária como Engano Doutrinário


Esse ensino diz que qualquer pessoa, mesmo aquelas já convertidas à Cristo, que carregam
consigo certos problemas, não conseguirão se libertar deles, se não quebrar as maldições das
gerações passadas Ez 18.20. Se acontecer na vida da pessoa ou de sua família problemas, porque
seus ancestrais deram lugar ao diabo, e agora sua família está sob a maldição hereditária, entretanto,
a Bíblia afirma, que os que estão em Cristo Jesus, são novas criaturas: as coisas velhas ficaram
para trás II Co 5.17.
a. A punição dos pecados dos pais nos filhos. Esse é um dos textos prediletos dos
pregadores que ensinam sobre a crença na maldição hereditária. Não te curvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, Sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos
até a terceira e Quarta geração daqueles que me aborrecem Êx 20.5,6. No entanto, no texto o que
está em foco não são maldições hereditárias e sim os efeitos do pecado. A Bíblia deixa muito claro
que a responsabilidade pelos pecados é individual Ez 18.1-4.
b. Doenças como maldição hereditária. Assim, se uma pessoa é acometida com certa
enfermidade, como câncer, por exemplo, é porque essa doença se fez presente em gerações
passadas, é uma maldição herdada que precisa ser quebrada. Jesus certa vez foi arguido pelos seus
discípulos sobre um determinado cego de nascença, e respondeu: Nem ele pecou nem seus pais,
mas foi assim para que se manifestem nele às obras de Deus Jo 9.2,3.
c Maldição de nomes próprios. Outra crença desta teologia é de que há nomes próprios
cujos significados são carregados de uma carga negativa muito grande, e uma vez que se dá um
desses nomes a uma pessoa, o mesmo pode se constituir um fator de maldição na vida dela. Há
inúmeros nomes na Bíblia cujos significados não corresponderam àquilo que as pessoas foram na
prática: Absalão - pai da paz; Judas- louvor; Apolo-nome de um deus da mitologia grega. O que faz o
nome é o caráter da pessoa. Um dia, todos os salvos terão um novo nome Ap 2.17.

2. Há Poder em Suas Palavras?


Um chavão que se tornou comum no meio evangélico é: há poder em suas palavras Pv
18.21. Segundo este astuto ensino, as palavras estão encarregadas de poder, tanto para abençoar,
como para amaldiçoar, basta que sejam pronunciadas e assim acontecerão. É certo que todos nós
temos que Ter cuidado e responsabilidade com aquilo que pronunciamos, até mesmo em função da
nossa condição de filhos de Deus Pv 13.3; 21.23, mas não há nenhum apoio bíblico para a crença de
que a palavra tem poder objetivo em si mesma.
a. O poder de amaldiçoar e abençoar. As condições para as bênçãos e as maldições estão
fixadas pela Palavra de Deus, e se relacionam diretamente com obediência. E será que se ouvires a
voz do Senhor, teu Deus... Dt 28.15. Nenhuma palavra tem poder em si mesma de abençoar e
amaldiçoar.
b. Palavras, poder absoluto ou influência? Não podemos ignorar influência relativa que a
palavra pode exercer na vida das pessoas. Uma criança, que vive em um ambiente de ódio,
discórdias e mentiras tem maiores possibilidades de desenvolver um caráter baseado nestes valores
do que uma que vive em um lar cheio de amor, concórdia e verdade I Co 15.33. A isso podemos
chamar de influência relativa da palavra Ef 4.29. O que fazer com os inimigos; Jesus nos ensinou a
cerca dos nossos inimigos. Mt 5.43,44. As atitudes do cristão em relação ao seu próximo, mesmo que
ele o odeie está expresso nestas célebres palavras de Jesus, registradas no texto acima.

3. A Responsabilidade é Individual
Que culpa tem a pessoa pelos pecados que os seus antepassados praticaram? Deveriam ler
a Bíblia, pois ela ensina que a responsabilidade é individual Ez 18.20. Ao contrário, é preciso que ela
creia no poder da salvação, que quebra todas as maldições Rm 8.1.
a. Mania de transferência. Em Ez.18.1,4, o profeta exorta o povo a tomar consciência da
individualidade na responsabilidade pelo pecado. Ele descreve nesta profecia três gerações para

224
mostrar que cada uma sofreu pelos seus próprios pecados. Entretanto, o homem sempre foi buscar
fora de sua vida as razões e os motivos de seus erros Lm 3.39. Adão culpou Eva, que por sua vez
culpou a serpente Gn 3.12,13. Infelizmente, a teologia das maldições hereditárias faz parte dessa
mania milenar.
b. O medo de assumir. O medo de assumir responsabilidades é uma das atitudes mais
devastadoras da natureza humana. Gn 4.9; Js 7.10,11; I Sm 13.11; II Sm 12.5,7. Certamente aí
reside a causa de tantas pessoas espiritualmente enfermas, que ao invés de crerem no poder da
confissão como único caminho capaz de quebrar as maldições, ficam adiando benção do perdão Hb
4.14-16.
c. A lei da semeadura. Paulo afirmou: Não erreis; Deus não se deixa escarnecer; porque
tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o semeia na sua carne, da carne ceifará a
corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna Gl 6.7,8. Quando o homem
escolhe uma ação, ele escolhe também as consequências advindas dessa ação. Essa é a lei da
semeadura, ou seja, a semente colhida terá sempre a natureza da semente semeada.

4. Maldição Hereditária ou Falta de Santificação


Se o cristão tem problemas que o afligem em sentido geral sentenciando-o a viver uma vida
de lamúrias e sofrimentos, não existe caminho melhor do que confiar na capacidade do amor de Deus
Hb 4.16; chegando com confiança diante do trono da graça e recebendo pela confissão, o perdão de
seus pecados Fp 3.13,14.
a. As maldições das atitudes. A porta de entrada das bênçãos de Deus em nossas vidas
são as nossas atitudes, principalmente a de obedecer-lhe, mesmo que nos custe algum sacrifício,
assim como fez Moisés Hb 11.24-26. Se o homem preferir uma vida de distanciamento e
desobediência receberá o prêmio da condenação presente em formas de maldições e, por fim, se não
arrepender, a condenação eterna Mc 16.16.
b. Uma bênção chamada conversão. Na parábola do filho pródigo, Jesus exemplificou
através do filho mais moço, as duas condições em que o homem pode-se achar: estar em Cristo, ou
estar fora dele; nunca nas duas condições ao mesmo tempo. Estar nele é de todas a maior benção
Lc 15.18. Estar fora dele é a maior maldição. O que determina uma ou a outra condição é a atitude
que o homem toma em relação a Deus. Tiago escreveu: Chegai-vos a Deus, e Ele se achegará a
vós Tg 4.8. Assim sendo, a única maneira de se quebrar a maior de todas as maldições é através de
uma conversão genuinamente verdadeira Rm 8.1.
c. Uma saída chamada santificação. A quebra de maldição hereditária induz o crente a
viver irresponsavelmente a sua vida cristã, porque atribui àquilo que ele faz de negativo, como sendo
o reflexo do que as suas gerações passadas praticaram; ao passo que a Bíblia nos desafia a uma
vida de renuncia às obras da carne Gl 5.16-21 e o cultivo de uma vida de profunda devoção a Deus
Cl 3.1-3.
Temos de ser cautelosos, pois vivemos em um tempo de inverdades em que as experiências
parecem estar mais valorizadas do que a própria Palavra. E para este tempo do fim, nada melhor do
que submetermos todas as dimensões do nosso viver ao crivo das Sagradas Escrituras: Quem tem
ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas Ap 2.29.

225
6. Batalha Espiritual Ou Valorização Dos Demônios?

Batalha espiritual tem sido um tema bastante discutido ultimamente. Não resta a menor dúvida
de que vivemos experimentalmente em nossas vidas a batalha espiritual, como também é verdade
que há uma valorização extremada dos demônios por parte de pessoas que têm uma teologia
desequilibrada a respeito do assunto. É importante estudar a verdade sobre este tema para não
incorrermos no equívoco de dar aos problemas, diagnósticos que não correspondem à realidade.

1. Diferentes Reações Frente à Batalha Espiritual


Por ser um assunto que gera muitas controvérsias, quanto os pontos de vista vão desde o
extremo do ceticismo ao extremo do supersticiosíssimo, é sempre bom analisar todos os fenômenos à
luz de que a Bíblia diz. Ela sim é a maior autoridade do assunto. Há pelo menos três reações
perigosas que precisam ser evitadas.
a. A reação da incredulidade. Existem aqueles que acham que é pura fantasia da mente a
existência dos demônios, chegando até ridicularizar a ideia de sua realidade Sl 89.48. Por não
acreditarem: estas pessoas estarão sujeitas a riscos que podem gerar grandes prejuízos em suas
vidas. Podem ser enganadas, como Eva II Co 11.3, e podem Ter suas mentes obscurecidas quanto
às suas ações, uma vez que não creem na realidade de sua existência. Paulo advertiu: ... para que
não sejamos vencidos por Satanás, porque não ignoramos as suas ardilezas II Co 2.10,11.
b. A reação de indiferença. São pessoas que não buscam informações bíblicas a respeito do
assunto, preferindo manter uma atitude de total desinteresse At 17.32,33. Como os incrédulos, elas
também correm os mesmos riscos, sendo susceptíveis de nunca neutralizarem as ações do mal que
podem afetar as suas vidas II Co 4.4. Pedro exorta-nos a viver com discernimentos e critério dizendo:
...sedes sóbrios... I Pe 5.8.
c A reação do fascínio. São aquelas pessoas que vivem sob o constante estímulo de achar
que na vida tudo é uma questão de guerra entre o bem e o mal Rm 7.19. Valorizam exageradamente
o tema, a ponto de adotarem elementos supersticiosos à fé cristã At 17.22. Esse fascínio de que tudo
é demônio pode levar a pessoa à nunca corrigir os seus problemas de caráter e nunca se desviar do
caminho do mal Sl 1.1,2.

2. A Realidade da Batalha Espiritual


Uma vez que a Bíblia trata da existência de uma intensa batalha envolvendo o reino de Deus
e o reino das trevas, não podemos ficar alheios a esse assunto. Primeiro, porque nós estamos
envolvidos, e qualquer cristão pode atestar essa realidade nas suas próprias experiências II Co 12.7.
Segundo, porque é nossa missão contribuir para a libertação espiritual de outras pessoas Mt 10.1,8;
Mc 16.17.
a. Bíblia expõe tal batalha. Jó foi afligido Jó 1.6-12, o homem de Gadara estava possesso
por uma legião de demônios e Jesus expulsou Lc 8.26-39. Em outra oportunidade, expulsou da vida
de uma mulher sete demônios Lc 8.2, havia outra mulher há dezoito anos sofrendo como uma
prisioneira de Satanás e Jesus a libertou Lc 13.10-17. Paulo também, no exercício de seu ministério,
deparou com pessoas possessas At 16.16,18. Ainda hoje a Igreja luta contra as forças das trevas Ef
6.12.
b. Ela é uma realidade em nosso contexto. O Brasil é um terreno fértil para a manifestação
das forças do mal. Primeiro, a formação étnica e cultural da nação abre espaço para todo tipo de
manifestação e invocação de demônios. Segundo, apesar do crescimento do Evangelho, o país ainda
hoje, recebe o título de uma das maiores nações espíritas do mundo. Terceiro, vivemos em um país
onde grande parte da mídia nacional dá espaço, valorizando e divulgando, toda forma de cultos e
invocação aos demônios. É necessário orar pelo Brasil II Tm 2.1-5.
c. Uma realidade na experiência pessoal. Quem de nós não é alvo dos constantes ataques
de satanás? Se há uma coisa certa, é que, ele nunca desistiu de nós. O grande aviso foi dado por
Pedro: Sedes sóbrios, vigiai, porque o diabo, o nosso adversário, anda em derredor, bramando como
leão, buscando a quem possa tragar; aos quais resistir firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições
se cumprem entre os vossos irmãos no mundo I Pe 5.8,9. O apóstolo Paulo enfrentou na sua vida

226
constantes ataques de Satanás II Co 12.7, foi certa vez impedido de visitar Tessalônica I Ts 2.18. O
crente, no entanto, não precisa temer as forças do mal, pois sua vida está guardada em Cristo Cl 3.3.

3. O Perigo da Valorização dos Demônios


Uma posição perigosa é emprestar valor demasiado aos demônios, mania que muitos crentes
têm, para todos os fatos infortúnios da vida Ef 4.27. É preciso Ter muito cuidado, principalmente com
a literatura nesta área, hoje, muito explorada e às vezes sem o devido conteúdo bíblico.
Examinaremos três situações preocupantes, quando o assunto é valorização dos demônios.
a. A preocupação na liturgia do culto. Em At 42-47, temos os registros das primeiras
atividades da Igreja Primitiva, O culto naquela Igreja contemplava, prioritariamente o ensino da
Palavra, com ênfase na Doutrina dos Apóstolos. Isso fazia aquela Igreja atrativa, caindo na graça do
povo. No entanto, vivemos hoje uma situação, em que muitas igrejas mudaram a centralidade de
seus cultos. Dá-se exagerada importância a batalha espiritual, como se o culto fosse de seu início ao
fim uma disputa entre forças do bem e as forças do mal, amarrando todos os demônios Rm 16.20.
b. Nas circunstâncias da vida. É preciso de uma vez por todas, saber discernir entre as
obras da carne e as ações do inimigo I Jo 4.1. Existem muitos crentes que interpretam aquilo que
fazem de errado como se fossem demônios, quando na verdade são atitudes carnais Gl 5.19-21.
c. A falta de apoio bíblico. Existem algumas práticas adotadas pelos pregadores e alguns
escritores de batalha espiritual que são questionáveis à luz da Bíblia. Uma delas diz respeito à
exorcização, na hora de expulsar o demônio a pessoa fica tentando manter diálogo e ordenando a
sua manifestação. Não vamos encontrar Jesus ensinando e nem praticando este tipo de exorcismo,
ao contrário, a sua presença era bastante para que eles se manifestassem Mc 1.23-27. Os apóstolos
também não adotaram tal prática, o exemplo é de Paulo na cidade de Filipos At 16.16-18.

4. Perguntas que Merecem Respostas


Um dos grandes desafios na área de batalha espiritual é saber separar as diversas formas de
Satanás agir. Sabemos que em até um anjo de luz ele se transfigura II Co 11.14. Algumas questões
têm suscitado muitas dúvidas em alguns crentes: Pode um cristão ser possesso? O que é uma
opressão maligna? Como e quem pode expulsar demônios? Vejamos o que a Bíblia diz a respeito a
esses assuntos.
a. Pode um cristão ser possesso? Crente nascido de novo, que já renunciou uma vida de
pecado agora vive para Deus, não pode ficar possesso I Jo 5.18, isso porque, o crente é habitação e
santuário do Espírito Santo I Co 6.19,20. Não há concórdia entre Cristo e Belial, afirma o apóstolo
Paulo II Co 6.15.
b. O que é opressão maligna? A palavra opressão significa: ato de oprimir, carregar com
peso, apertar, comprimir, afligir. São estas as atitudes do inimigo em relação aos crentes: Todo crente
precisa ter consciência de que por trás de uma vida santa e piedosa há sempre perseguições II Tm
3.12.
c. Como expulsar os demônios? O maior poder de Satanás está na mentira Jo 8.44; Rm
1.21. Portanto a melhor arma contra Satanás é a verdade: Jo 8.32. Assim, qualquer crente cheio do
Espírito Santo pode exercer autoridade sobre os demônios Lc 9.11 e expulsa-los em nome de Jesus.

Evitar sempre os exageros, e procurar conhecer o mundo espiritual à luz da Bíblia, são os
primeiros passos para que não se cometa aberrações quando o assunto é batalha espiritual. A
finalidade com que estudamos esta lição é exatamente para podermos estabelecer um ponto de
equilíbrio que nos dê uma compreensão teológica sobre guerra espiritual. Que Deus use cada um de
seus filhos para a obra de libertação que Ele quer realizar, principalmente na vida daqueles que ainda
não o conhecem.

227
7. O Que São ss Católicos Carismáticos?

O movimento da renovação Católica Carismática é um dos que mais cresce no Brasil nos dias
atuais, graças, principalmente, ao apoio que recebe por parte da grande mídia nacional. Por não
abandonar práticas condenáveis pela própria bíblia se tornou alvo de muito questionamento quanto à
sua originalidade. Neste assunto trataremos dos pontos que podem trazer luz a respeito do referido
movimento.

1. Renovação Católica Carismática


O termo carismático deriva-se de carisma, tradução da palavra grega Charisma, que
significa dom. Assim, quando se fala em carismáticos é uma referência aos que creem nos dons
espirituais dados à Igreja Primitiva e que estão disponíveis ou ao alcance da Igreja nos dias atuais I
Co 12.1. Esse termo em referência aos Católicos serve para designar aqueles que dentro do
catolicismo acreditam e buscam as manifestações dos dons espirituais.
a. A origem desse movimento. Por volta do ano de 1996, dois professores leigos de teologia
da Universidade de Duquesne, uma instituição de ensino católica, na cidade de Pittsburgh, no estado
da Pensilvânia, Estados Unidos, iniciaram em uma busca por satisfação espiritual em suas vidas.
Ralph Kefer e Bill Storey , após a leitura dos livros A cruz e o punhal de David Wilkerson e Eles
falam em outras línguas de John Herrill, descobriram que a promessa do batismo no Espírito Santo
como está em At 2.39, dizia respeito a eles também. Foi aí que começaram a busca, procurando
encontros de oração em igrejas pentecostais, num desses encontros, eles foram batizados no Espírito
Santo. A Partir daí, começaram a se reunir em grupos de oração, em retiros, em vigílias, e outros
também vieram a Ter a mesma experiência.
b. O que mudou com a renovação Carismática. Aquela liturgia latinizada e de certa forma
enrijecida, deu lugar a uma mais solta e mais alegre. O louvor ficou mais contagiante, palmas e
gestos deram um brilho especial aos cânticos, claro que, com as músicas evangélicas Lc 16.8.
c. O que não mudou com esse movimento. Houve de fato um derramar do espírito Santo
sobre os sedentos Is 44.3. Como a Igreja católica dá muita ênfase às tradições, e a autoridade é da
instituição e não da Bíblia, ao longo do tempo perderam a objetividade do batismo com o Espírito
Santo Jo 16.13-14. A idolatria e a mariolatria continuaram formas vivas no culto carismático,
resguardando às exceções de uns poucos católicos que abandonaram estas práticas e conseguiram
se manterem dentro da Igreja.

2. Os Alvos da Renovação Católica Carismática


Querendo ser o porta-voz das classes menos favorecidas, mas sem uma objetividade
pastoral, perdeu-se em discussão e pregações evasivas, envolvendo-se com a política, deixando de
cumprir a missão da igreja que é pregar o Evangelho Mc 16.15. O movimento carismático encontrou
nestas ovelhas desgarradas o seu maior desafio e passou a trabalhar em cima de alguns objetivos e
direções.
a. Buscaram em direção interna. O movimento Carismático visou desenvolver aos que
permaneceram fiéis ao catolicismo, o orgulho de serem católicos. Através de campanhas bem
elaboradas, apelaram para o sentimento dos fiéis no sentido de detê-los dentro da igreja através de
slogans e chamadas à consciência católica.
b. Buscaram uma direção externa. O alvo principal era aqueles que migravam para o
movimento pentecostal em busca de uma experiência de salvação e de renovação nas suas vidas
Rm 1.16,17. Vale ressaltar aqui que o movimento de Renovação Carismática em está preocupado
simplesmente fazer crescer numericamente o rebanho que já começava ficar desestimulado com uma
prática litúrgica envelhecida e atraídos pela vida dos cultos pentecostais Mt 15.6-9.
c. A importância suprema da figura de Maria. Infelizmente, para esse movimento, Maria
está no centro. Os apelos são sempre muitos sentimentalistas, porém não convencem àqueles que
conhecem o lugar exato do Salvador e da mãe do Salvados I Tm 2.5; Lc 16.13.

3. A Missão do Espírito Santo nos dias atuais


O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade divina Mt 28.19, aquele que executa os
desígnios de Deus aqui na Terra e cumpre harmoniosamente o seu trabalho Jo 16.13.
a. Ele convence o mundo do pecado. Jesus afirmou acerca da obra do Espírito Santo Jo
16.7,8. Ora, se a obra do Espírito Santo é convencer o mundo do pecado, creio que não existe

228
pecado maior do que rejeitar Jesus, como Senhor e Salvador Jo 12.48, seguindo após outros deuses.
A idolatria foi causa de juízo e castigo por parte de Deus contra o seu povo no passado Êx 32.25-29.
Jamais Ele mudaria de opinião Ml 3.6.
b. Ele glorifica a Jesus. A Missão do Espírito Santo é unicamente de glorificar a Jesus Jo
16.14 e não Maria. Por ocasião do milagre da transformação da água em vinho, ela reportou-se aos
empregados da casa e disse: Fazei tudo quanto ele vos disser Jo 2.5. Isso implica em obedecer-
lhe, então ela obedeceu a Jesus. Jamais o Espírito Santo nos levará a falar com Maria, pois Ele
sempre fala do próprio Deus Jo 16.13.
c. Ele transforma a Igreja. A missão do Espírito Santo é o responsável por nos transformar
segundo a imagem de Cristo II Co 3.18. É função do Espírito Santo levar a Igreja à santificação, por
isso, Ele não pode habitar em um coração cheio de idolatria Rm 8.8,9.

4. A Verdadeira Renovação
A verdadeira renovação é aquela que emana de Deus Tt 3.5, trazendo vida, no sentido de
demonstração prática e desejo incontido de fazer a vontade daquele que nos chamou das trevas para
sua gloriosa luz Is 6.1-9, Lv 10.10.
a. A renovação traz consciência do pecado. Qualquer renovação divorciada da consciência
do pecado ou desejo de uma vida mais santificada é mera emoção Rm 12.2. A Bíblia fala-nos de
renovação nacional, no caso de Israel, mas fala também de renovação individual. Em todas, o que é
comum, é a consciência do pecado e o desejo ardente de arrependimento. Foi assim nos dias do rei
Josias II Rs 22, nos dias de Esdras Ed 9. Assim também aconteceu no chamamento profético de
Isaías Is 6.5.
b. A renovação nos afasta de práticas pecaminosas. A grande evidência de uma vida
renovada é o desejo incontido em se afastar da vida de pecado Ed 10.1-3. A ação do Espírito é tão
dinâmica e perfeita que a pessoa perde o prazer pelo pecado e passa uma vida absorvida por Cristo:
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo
na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim Gl 5.20.
c. A verdadeira renovação é Cristocêntrica. A renovação cristã coloca Jesus no centro da
fé e não divide com Maria e nem com José a suficiência salvadora que há no seu nome: Porque há
um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem I Tm 2.5. O simples ato
de falar em outras línguas não é garantia de novo nascimento, portanto não garante salvação: Muitos
me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós no teu nome? E, em teu nome, não
fizemos muitas maravilhas? E, então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim,
vós que praticais a iniquidade Mt 7.22,23.

Embora possa ser considerado por muitos um movimento legítimo, é difícil aceitar a ideia, de
que, onde há realmente a genuína manifestação do Espírito Santo, as pessoas continuam praticando
um culto idólatra. A última advertência bíblica quanto aos que não entrarão na cidade santa pelas
portas, incluem os que praticam a idolatria Ap 22.15. Ninguém é dono da renovação espiritual Jo 3.8,
mas o Espírito Santo, para não nos deixar confusos, só age dentro daquilo que a própria Palavra
estabelece. Nesse caso nenhuma experiência pode servir de regra para normatizar o ensino bíblico
deste importante assunto.

229
Exercício 3

1. Cite um versículo que é contra a maldição hereditária...

2. Cite pelo menos dois casos que Jesus libertou pessoas de demônios...

3. Este aviso foi dado por quem: Sedes sóbrios, vigiai, porque o diabo, o nosso adversário, anda em
derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; aos quais resistir firmes na fé,
sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.

4. Pode um Cristão Fiel ser possesso por demônios?

5. Escreva com suas palavras: O ímpio pode receber o Batismo no Espírito Santo?

230
Lição 4
8. A Importância do Discernimento Bíblico

As Três Classes de Pessoas


O Apóstolo Paulo na primeira carta que escreveu aos Coríntios falou sobre três tipos de
homens, e descreveu a forma como cada um deles reage às realidades espirituais I Co 2.14. De
acordo com a sua colocação, fica claro que cada pessoa se enquadra em uma das três categorias:
ele pode ser natural, espiritual, ou carnal. Vejamos, portanto, como estes três tipos podem influenciar
nossa vida espiritual.
a. O homem natural. Paulo nos informa que, o homem natural não compreende as coisas do
Espírito I Co 2.14a. Ele sustenta a sua afirmação colocando para isso duas razões principais:
Primeira razão, porque lhe parece loucura. O homem que não é nascido de novo, portanto privado
do Espírito Santo, não tem interesse e nem apreço pela Palavra Nm 15.31. Ele só não acha loucura
ficar ocupando seu tempo com coisas espirituais, como também aceita-las como verdades vindas de
Deus, por isso acha mais importante ocupar sua mente com a sabedoria do mundo I Co 1.18-23.
b. O homem espiritual. O homem que antes andava pelos seus próprios caminhos, não
discernindo a importância das coisas de Deus e nem se importando com elas, mediante a obra da
regeneração é despertado para reagir favoravelmente às realidades espirituais II Pe 1.3,4. É que ele,
como resultado de uma nova lei que se planta na sua interioridade, deixa de viver apenas em função
da sua natureza temporal para viver uma perspectiva eterna e espiritual I Pe 2.1-5. E dentre as muitas
características desse novo viver, estão aquelas que lhe permitem ser um homem de discernimento I
Co 2.15.
c. O homem carnal. Infelizmente, para alguns crentes, Paulo disse: E eu, irmãos, não vos
pude falar como as espirituais, mas como as carnais como a meninos em Cristo I Co 3.1. Neste texto,
ele não está tratando com as pessoas descrentes, mas com os próprios crentes, só que carnais. O
crente carnal é aquele que já foi regenerado, mas vive como se não fosse. É crente guiado e
controlado pela carne Rm 8.8. A este, a verdade espiritual parece ficar entre fumaças e aquilo que
poderia ser Claro à sua mente passa a ser indiscernível I Co 11.29.

2. As Causas da Falta de Discernimento


Entende-se por discernimento a capacidade que a pessoa tem de estabelecer diferença.
Segundo Aurélio, é faculdade de julgar as coisas claras e sensatamente. Concernente ao âmbito
espiritual da vida é a capacidade de distinguir entre as alternativas, qual é a que mais se aproxima
daquilo que a Bíblia tem a dizer no tocante a determinado tema Hb 5.14. É algo que vem de Deus: A
teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna
entre o bem e o mal. Porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo? I Rs 3.11.
a. A falta de leitura bíblica. Quando falamos em leitura estamos nos reportando ao hábito
diário que cada crente deve Ter em relação à Bíblia. Não há de que duvidar, a falta de discernimento
está ligada direta e proporcionalmente à falta de leitura acompanhada de meditação das Sagradas
Escrituras. Se nós cristãos como um todo, nos despertássemos para essa prática, fecharíamos de
vez as portas para as seitas e heresias I Tm 4.15,16. Só o conhecimento da Palavra de Deus pode
fazer a defesa certa contra os ataques das seitas 119.105.
b. A falta de oração. Sabedoria e discernimento são duas virtudes que caminham
inseparáveis, e a forma de adquiri-las está definida por Tiago Tg 1.5. Quando o crente ora pedindo
discernimento ele está dando liberdade ao Espírito Santo em sua vida, para que Ele possa conduzi-lo
nas circunstâncias difíceis I Cr 21.10-13. O grande exemplo está no próprio Jesus orando para a
escolha dos seus discípulos, foi uma noite inteira de oração Lc 6.12-16.
c. A falta de crescimento espiritual. De todos os apóstolos, Paulo foi o que mais se
preocupou com o crescimento espiritual da Igreja e de seus membros individualmente Ef 4.15. Em
todas as cartas que escreveu foi o único assunto que não deixou de abordar em nenhuma delas Fp
3.1. Ele fez a seguinte exortação quando escreveu a sua primeira carta aos Coríntios para dar
instruções acerca de excessos quanto às manifestações dos dons espirituais: irmãos, não sejamos
meninos na malícia e adultos no entendimento I Co 14.20.

3. A Falta de Discernimento e suas Implicações

231
Não há prejuízo maior para a Igreja e seus membros individualmente do que a falta de
discernimento espiritual I Co 12.10. A falta dele faz o povo ficar vulnerável aos ventos de doutrinas
com implicações sérias para a saúde espiritual do corpo Gl 5.9. Um dos maiores desafios do
ministério de Jesus foi combater contra o fermento dos fariseus Lc 12.11.
a. A falta de discernimento traz problemas para a Igreja. A primeira implicação que falta de
discernimento traz, é vida espiritual confusa. Esta foi a situação em que ficou a igreja de Corinto, onde
Paulo teve que escrever uma carta para por fim a confusão I Co 11.18. Quando o povo não sabe
discernir, se não houver uma liderança espiritual vigorosa o povo se corrompe.
b. A falta de discernimento traz problemas para a vida cristã. Cresce a cada dia o número
de crentes espiritualmente enfermos, porque ao buscar uma ajuda espiritual, a palavra que, às vezes
ouve, acrescenta mais confusão do que esclarecimento I Sm 28.11-15. É cada vez maior o abandono
da Bíblia como fonte de revelação de Deus para o viver diário, e a busca por soluções em fontes nem
sempre confiáveis Jr 2.13. A ânsia das pessoas por profecias e revelações tem dado a Bíblia a
conotação de um livro de Segunda necessidade Is 34.16.
c. A falta de discernimento pode levar à apostasia. Paulo nos advertiu I Tm 4.1. Essa é
consequência da falta de discernimento espiritual. Primeiro vem a dúvida, ela alimentada, gera
interiormente uma barreira de resistência à Palavra de Deus Hb 3.7,8. A resistência não quebrada
finalmente leva a pessoa à apostasia, que é decair na fé I Tm 4.1, desviar-se do Deus vivo Hb
3.12.

4. A Necessidade do Discernimento
Deus não espera outra coisa de seu povo neste tempo de apostasias e inverdades, que não
seja uma vida de discernimento. O homem espiritual discerne bem todas as coisas e sabe distinguir
entre o falso e o verdadeiro, o que edifica e o que não edifica, o que vê, o que ouve e o que lê At
17.10,11.
a. É preciso o apoio pastoral para o discernimento. A pior situação espiritual é a do crente
que não tem pastor Mt 9.36. O crente que não tem pastor, ele bebe em muitas fontes e nunca
aprende a submeter-se à autoridade espiritual, e submissão é condição imprescindível para nos
situarmos corretamente no reino de Deus. Infelizmente, o crente que não tem pastor sobre sua vida,
nos momentos de dificuldades torna-se presa fácil dos lobos At 20.22,30, pois não sabe discernir
entre o certo e o errado.
b. É preciso ter senso de valor. O crente precisa ter senso de valor, saber o que é mais ou
menos importante para sua vida espiritual. O caráter e a conduta começam na mente I Co 2.16.
Nossas ações são afetadas pelas coisas que habitam os nossos pensamentos. Paulo adverte seus
leitores a se concentrarem nas coisas que resultarem nas coisas que resultarão na vida correta e na
paz de Deus Fp 4.8.
c. É preciso uma avaliação pessoal. Paulo disse: Examinai-vos a vos mesmos se
permaneceis na fé, provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo
está em vós? II Co 13.5. Não raro, os nossos alvos ficam desvirtuados, é preciso estarmos sempre
avaliando algumas áreas da nossa vida. É preciso avaliar as nossas atitudes, se elas estão dentro do
padrão de Deus para elas I Co 11.28; Gl 6.4. É preciso avaliar o nosso nível de devoção a Deus e à
sua Palavra Jo 8.31. É preciso avaliar os sintomas que medem nosso crescimento espiritual Fp
3.13,14.

Para a firmeza da fé é preciso viver com discernimento. Quem não discerne, jamais
conseguirá afirmação como um crente maduro e equilibrado. É sabendo fazer diferença entre coisas
e coisas, que a nossa fé ganha grandeza. Há uma grande necessidade de sabermos discernir os
dias atuais, pois são dias de grande confusão espiritual, onde o crente é confrontado com as seitas
e ideologias humanas. Vigiemos, pois e sejamos sóbrios.

232
9. A Igreja de Deus Como Voz Profética Para o Mundo

Qual o verdadeiro papel profético da Igreja? A igreja quanto mais afinada com a Palavra de
Deus torna-se mais credenciada para ser um instrumento e cumprir com os propósitos divinos aqui na
Terra. Enquanto ela cumpre a missão delegada por Deus, se torna também bênção para aqueles que
são alcançados pelas verdades que ele prega. Vamos estudar sobre a verdadeira voz profética da
Igreja e o seu papel de despertar a consciência humana para Deus.

1. A Verdadeira Voz Profética é Solitária


Um dos maiores equívocos do homem está expresso na seguinte frase: a voz
do povo é a voz de Deus. Em sua absoluta perfeição moral, a veracidade se torna o
aspecto do caráter de Deus que mais confronta o homem desviado da verdade Rm 3.4.
a Solitária por sua natureza. Por seu caráter, a voz profética é de natureza solitária Jo 1.23.
Se tomarmos como exemplo os homens que falaram da parte de Deus no passado iremos constatar
que, na maioria das vezes, eles falavam sozinhos, ou sejam, não faziam coro com a multidão. Micaías
por exemplo, ficou sozinho para dizer a verdade ao rei Acabe I Rs 22.14, contra os profetas
mentirosos I Rs 22.6. Elias teve que lutar contra a mentira e a idolatria um dos piores períodos da sua
nação I Rs 18.22. Com a Igreja não é diferente, o mundo moderno conspira contra a própria noção da
verdade Rm 1.24.25, e para ser verdadeira voz profética a Igreja precisa aceitar a solidão do seu
ofício.
b Solitária por sua hora. Historicamente, a manifestação da verdadeira voz profética se deu
nos momentos de maior crise. Talvez aí se explique o seu caráter solitário. Elias chegou a se queixar
a Deus por se sentir só I Rs 19.10. João Batista, como uma voz clamava em tempos difíceis,
anunciando a chegada de um novo tempo Lc 3.1-16. Somos parte de uma geração que precisa
conhecer a nossa hora, principalmente do ponto de vista dos acontecimentos proféticos.
c Solitária por sua aspiração. Os homens mais solitários são aqueles em quem é confiada
uma mensagem verdadeiramente profética Lc 5.16. Por causa do seu zelo e de suas aspirações,
dificilmente são cercados de multidões. Não é fácil acompanhar um profeta como Noé, que pregou a
mensagem de arrependimento aos seus contemporâneos sem que uma alma se arrependesse Hb
11.7; II Pe 2.5. Seguir os passos de um Paulo que ansiava por ver o mundo convertido a Cristo, mas
convivia com sentimentos de solidão: Bem sabeis isto: que os que estão na Ásia todos se apartaram
de mim; dentre os quais foram Fígelo e Hermógenes II Tm 1.15. Se a Igreja sonha com a verdade, a
justiça, o perdão, a paz, ela deve estar preparada para não contar com as multidões.

2. A Verdadeira Voz Profética é Reflexiva


O nosso tempo é caracterizado pela falta de reflexão, principalmente quando o assunto está
relacionado a temas bíblicos. A Igreja para se constituir em verdadeira voz profética nestes dias
precisa aferir a sua mensagem com a Palavra de Deus I Jo 1.5. A nossa orientação atual, tanto
quanto a escatológica, deve receber luz daquilo que já está escrito II Pe 1.19. A reflexão auxiliada
pelo Espírito Santo confere à mensagem profética autoridade e autenticidade, pois ninguém pode
falar senão pelo Espírito Jo 16.13.
a. A voz profética precisa ter pertinência. Isso significa dizer que, para ser a verdadeira voz
profética, a mensagem da Igreja precisa ter relevância Mc 1.22, Jo 10.41. Esta é notadamente a era
das inverdades, do relativismo, das coisas falsificadas, das coisas aparentes e para ser
verdadeiramente voz profética neste tempo, a Igreja precisa se manter fiel à verdade I Tm 3.15.
b. A profecia de João Batista. O ministério de João Batista é descrito brevemente nos quatro
evangelhos. A narrativa do arrependimento, que utilizou com lema as palavras de Isaías 40.3: Voz do
que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endiretai no ermo a vereda a nosso Deus Mt
3.1-3; Mc 1.2-4; Lc 3.3-6. O teor da sua mensagem profética era a manifestação do messias a Israel,
fato cumprido na pessoa de Cristo.
c. A voz profética tem caráter confrontativo. A Igreja precisa compreender a importância
que ela tem no contexto atual e assumir a responsabilidade de ser uma voz profética de confrontação.
Confrontar os homens quanto aos pecados Mc 6.18, quanto à santidade de Deus I Pe 1.15, às
justiças sociais Am 5.11-15, desigualdades Lc 3.11, à fonte da salvação At 4.12 e quanto ao tempo
da salvação: Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto Is 55.6.

233
3. A Verdadeira Voz Profética é Denunciativa
Equilíbrio, essa é a palavra de ordem quando a Igreja exerce o seu papel de verdadeira voz
profética quanto ao mundo At 20.27. Não estamos autorizados a falar além do que a própria Palavra
de Deus nos autoriza II Co 4.2. É preciso ter senso e muita submissão ao Espírito Santo para não
assumirmos posições extremadas que, ora condena tudo, ou ora aceita tudo Cl 2.8,18; I Tm 4.3. O
certo é que qualquer dom exercitado tem que ter como base o amor I Co 13.2.
a. A Igreja denuncia o pecado. É preciso que se denuncie a consequências do pecado, o
seu poder destruidor de aniquilar as vidas, separar a família, separar o homem de Deus, trazer pestes
e doenças, ódios e desavenças, inimizades e condenação. É de absoluta importância que se fale de
seu salário: Porque o salário do pecado é a morte Rm 6.23.
b. A Igreja aponta para o amor de Deus. A mesma voz que denuncia: O salário do pecado é
a morte, é a mesma que declara o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso
Senhor Rm 6.23. A mesma voz que denuncia: todo mundo está no maligno I Jo 5.19, é a mesma que
declara: para isto o filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo I Jo 3.8.
c. A Igreja chama ao arrependimento. A Igreja deve imitar o evangelista João: E naqueles
dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizendo: Arrependei-vos, porque é
chegado o Reino dos Céus Mt 3.1,2. É regra que ao final de toda boa mensagem segue-se o apelo Is
53.1. O grande êxito do cristianismo reside no chamamento que a Igreja, através da sua mensagem
salvadora, faz ao mundo. Pedro, no dia de pentecostes, tomado de poder e graça no espírito
conclamou o povo ao arrependimento At 2.37.

4. A Verdadeira Voz Profética em uma Cultura Caótica


Nunca os valores da nossa cultura atingiram índices tão baixos no que diz respeito aos
valores éticos e cristãos. É na verdade a cultura do caos, e nos parece que, aqui se cumpre, na sua
plenitude, a palavra de João: Sabemos que somos de Deus e que todo mundo está no maligno I Jo
5.19. É preciso que a Igreja aprenda a levantar a sua voz, o exemplo que fez João Batista quando
denunciou o adultério de Herodes com a irmã de seu irmão Felipe, Herodias Lc 3.19,20.
a. Uma cultura fundamentalmente mentirosa. Cultura é complexo dos padrões de
comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos
coletivamente e característicos de uma sociedade. Só podemos lamentar o estado em que vivem
nossas instituições. A nossa cultura está impregnada de mentira II Tm 3.13. Nessa hora que a Igreja
tem que lembrar das palavras do Mestre: Vós sois o sal da Terra Mt 5.13. Jesus ao se referir à
mentira diz que ela tem por pai o diabo Jo 8.44. Quanto a sentença dos mentirosos da Bíblia diz que
o destino deles será o lago que arde com fogo e enxofre Ap 21.8.
b. Uma cultura fundamentalmente permissiva. Quando falamos de cultura permissiva nos
referimos ao ato de tolerância a todas as práticas, quer certas ou erradas Ap 2.20. Em função da sua
cegueira espiritual, a permissividade dá ao homem o direito de julgar os seus próprios atos, sem que
para isto tenha que prestar contas. A Palavra de Deus rejeita essas práticas Rm 1.26-32. A Igreja que
quer ser a verdadeira voz profética de Deus precisa se manifestar contrária a este estado de caos, do
contrário deixa de ser sal e luz Fp 2.15.
c. Uma cultura a beira do colapso. A nossa cultura, se continuar caminhando sem limites
rumo à medida plena do caos, provocará o maior esfacelamento social de toda a história, trazendo
enormes prejuízos para a principal instituição social que é a família I Tm 5.8. Por esta razão a igreja
deve trabalhar como guardiã dos verdadeiros princípios éticos e cristãos, a fim de ser considerada
como Igreja de Filadélfia Ap 3.8-10.
Mesmo diante de situações de adversidades é importante saber se Deus está trabalhando em
favor de sua Igreja. Essa premissa nos garante que se estivermos atentos ao que Deus quer fazer
através de nós, as nossas vidas poderão constituir-se em um verdadeiro farol neste tempo de
obscuridade espiritual. Consideremos, portanto, a importância da verdadeira Igreja em tempos de
crise!

234
10. Quais São os Aspectos da Verdadeira Igreja de Deus

Ao ler os Evangelhos encontramos a história do ministério terreno de Jesus. Em Atos


encontramos o estabelecimento histórico da Igreja em Jerusalém. Das Epístolas herdamos as bases
doutrinárias da Igreja. Assim sendo, nelas podemos encontrar o perfil ideal de uma igreja
genuinamente bíblica.

1. A Igreja deve dar Primazia à Bíblia


A grande marca de uma Igreja verdadeira é sua paixão e devoção pela Palavra de Deus At
17.11. Com a verdadeira fé vem Rm 10.17 o equilíbrio.
a. A suficiência da Bíblia, como revelação de Deus. Encontramos uma definição de
Grudem sobre a suficiência da Bíblia que é bastante para compreendermos a importância dela como
revelação de Deus: Dizer que as Escrituras são suficientes significa dizer que a Bíblia contém todas
as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em cada estágio da história da redenção e que
hoje contém todas as palavras de Deus que precisamos para a salvação, para que, de maneira
perfeita, nele possamos confiar e ele obedecer II Tm 3.16.
b. O erro de não conhecer a Bíblia. Jesus asseverou que o grande erro dos saduceus era
não conhecer a Palavra Mc 12.24. Ora, é evidente que Jesus confrontava acerca daquilo que Moisés
já havia escrito, e eles por ignorância ainda não tinham compreendido. Não conhecer a Bíblia é não
conhecer Jesus, pois Ele é o seu tema central Jo 1.1-14.
c. O erro em não aplicar a Bíblia. Existem três situações quanto à aplicação da Bíblia. A
primeira dela é não aplicar de forma alguma aquilo que ele diz ou prescreve Tg 1.23-24. A segunda
diz respeito a sua má aplicação, isso tem a ver com as leis de interpretação da hermenêutica bíblica.
A terceira fala da sua boa aplicação; que resulta de uma saudável interpretação. Uma Igreja que tem
a Bíblia como aferidora da sua mensagem e conduta, não pode colocar os seus regimentos e nem
suas tradições acima do que ela prega Mt 15.6.

2. A Igreja deve Pregar um Cristo Suficiente


Jesus foi enfático: Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são
elas que de mim testificam Jo 5.39. Jesus censurou os estudiosos de seu tempo por não conhecerem
as Escrituras Mc 12.24; Lc 24.45. A igreja que se propõe pregar a Bíblia tem que aceitar o fato de
que Cristo é suficiente. Não pode baratear o Evangelho como muitos fazem nos dias atuais, com
pregação inócuas, e sem a presença do Cristo vivo. Toda boa mensagem tem que partir de Cristo e
retornar a Ele I Co 1.23,24.
a. Cristo como profeta. Em Dt 18.15-22, Moisés predisse o levantar de um poderoso profeta
no meio do povo de Israel, numa ilusão clara a Cristo. Ele como profeta revela-nos Deus Jo 1.1-14;
14.6-11, e ensina-nos a sua Palavra Jo 14.10. A grande segurança da Igreja está na garantia que
Cristo lhe deu Mt 24.35.
b. Cristo como Sacerdote. Uma igreja que prega que Cristo morreu pela remissão dos
pecados da humanidade, não pode ficar inventando meios e nem fórmulas, sob pena de estarem
anulando a eficácia de seu sacrifício Hb 9.12. É importante conservamos na memória que o sacrifício
de Cristo foi único e perfeito e que de uma vez por todas preencheu todos os requisitos exigidos por
Deus Hb 9.26.
c. Cristo como Rei e Senhor. Dizer que só Cristo é o Senhor envolve em assumir as
implicações dessa afirmativa I Co 12.3. Jesus nasceu para ser Senhor e Rei Jo 18.37; 6.15. Uma das
implicações mais sérias dessa afirmativa é a de que ela nos tira do trono para colocar Jesus. Nada
está acima dele, quer sejam principados, potestades, instituições, personalidades Cl 1.16,17.
Precisamos resgatar a mensagem que evidencia o Senhorio de Cristo e coloca o homem e as
instituições em seus devidos lugares.

3. A Igreja deve Pregar a Salvação pela Graça


Para ser uma Igreja de perfil bíblico, implica em pregar que a salvação é pela graça, e não por
méritos. Quando falamos de graça estamos ressaltando o caráter sobrenatural da salvação Ef 2.8.

235
Alguém já declarou que, a misericórdia retém o julgamento que um homem merece, mas a
graça outorga alguma bênção que esse homem não merece At 15.11.
a. A graça que aceita. Crer que algo pode ser feito a fim de alcançarmos os favores de Deus,
é diminuir a grandeza da graça II Tm 1.9. É necessário entender que o preço da nossa liberdade foi o
sangue de Cristo Rm 3.24. Paulo afirma que a graça traz salvação a todos os homens Tt 2.11. É um
verdadeiro desprezo à graça, quando o homem valoriza as obras como pré-requisitos para a
salvação, e não como uma consequência de quem já foi graciosamente perdoada, e por esta razão
quer agora, em função de sua nova vida, produzir frutos Jo 15.1-5.
b. A graça que transforma. Da mesma forma que a graça nos aceita, ela é capaz de agir em
nossas vidas no sentido de transformá-la. Paulo coloca isto de forma bem clara quando escreveu sua
carta aos Romanos: Rm 8.30. Fica evidente aí a atuação da graça divina nos vários estágios da
salvação. Nenhum de nós seríamos capazes de vivermos uma vida transformada, senão pela ação
direta do Espírito Santo de Deus em nossas vidas II Co 3.18.
c. A graça que santifica. Quem de nós daria conta de abandonar o pecado para viver uma
vida de santidade senão pela graça? Rm 5.20. Quem prega a santificação como algo que se
processa de fora para dentro, esquece-se que o Espírito Santo tem que trabalhar na interioridade da
pessoa a fim de que ela possa responder satisfatoriamente as exigências de Deus I Ts 5.23; Ef 1.3-7.

4. A Igreja tem Respostas Equilibradas


Para o presente tempo, a igreja precisa saber dar respostas equilibradas aos grandes
desafios que aparecem pelo caminho I Pe 3.15. Nos seus quase dois mil anos, nada foi exatamente
fácil para ela, houve momentos de sua história que seus líderes tiveram que pagar com a própria vida
em defesa da fé Ap 2.10. Não será agora que as coisas serão diferentes II Tm 3.12.
a. A igreja sabe refutar quando precisa. A igreja que não aprende a rejeitar aquilo que é
prejudicial à fé de seus membros, está contribuindo para o fracasso dos mesmos. É dever da Igreja
se posicionar coerentemente com a Palavra, para evitar transtornos no corpo de Cristo Fp 1.16. Essa
é uma prática que devemos aprender com a Igreja primitiva At 11.17,18.
b. A igreja sabe ser sensível a obra do Espírito. Sensibilidade espiritual é a grande
característica de uma igreja que não quer fugir do modelo bíblico Fp 1.3-6. Se crermos que é o
Espírito Santo quem faz a obra, não resta outra alternativa, senão ser sensíveis à sua direção Rm
8.14. Nos parece ter sido esta a grande marca da Igreja Primitiva que buscava resolver todos os seus
problemas à luz da direção do Espírito: E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo:
Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e
pondo sobre eles as mãos, os despediram At 13.2,3. É notória a atitude de submissão da Igreja nos
primeiros séculos de sua existência, e se ela nos dias atuais, quiser ver realizados os propósitos de
Deus terá que percorrer o mesmo caminho.
c. A igreja conhece os grandes momentos de Deus. Deus espera que a Igreja esteja na
vanguarda. Que nos grandes momentos da história, saiba se posicionar coerentemente, com o fim de
cumprir os desígnios de Deus aqui na Terra I Tm 3.15. Conhecer os grandes momentos de Deus é a
arte de manter todos os sentidos da alma humana atentos para o que Ele tem a mostrar: Clama a
mim, e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes Jr 33.3. Aos
discípulos de Jesus é dado conhecer os mistérios do reino dos céus Mt 13.11.

Esperamos que, na busca de ser uma igreja cada vez melhor, haja de fato o
comprometimento com um projeto de espiritualidade integral. Que nada possa roubar as nossas
forças ao fazer o melhor para Deus. Devemos sempre trazer à memória as palavras do apóstolo
Paulo nos ensinando a ser firmes e constantes, porque o nosso trabalho não é vão no Senhor I Co
15.58.

236
Exercício 4

1. Quais são as três classes de pessoas?

2. Quem disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endiretai no ermo a
vereda a nosso Deus.

3. A onde está escrito: Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

4. A onde está escrito: Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas
que de mim testificam.

5. Escreva com suas palavras: Por que temos que defender a nossa Fé Cristã?

237
Bibliografia

 Bíblia de Tradução Almeida, Revista e Corrigida, CPAD.


 Noções do Grego Bíblico, Vida Nova.
 Pequena Enciclopédia Bíblica, CPAD.
 Dicionário da Língua Portuguesa, Fênix.
 Comentário Bíblico, Lourival Dias Neto, Betel.

238
Prova de Apologética Cristã

Aluno:.....................................................................................................data.........../........../........

Marque um X na alternativa correta

1. O G - 12 ensina que os seus adeptos devem escrever seus pecados em papel e depois será
queimado em fogueira. Esta Informação É:
 Verdadeira
 Falsa
2. Qual é o Objetivo da Nova Era?
 O objetivo unificar a Fé e as trevas
 O objetivo unificar o bem com mal
 O objetivo tornar o homem a ser deus
 O objetivo idealizador da Nova é Era alcançar o estabelecimento de uma Nova Ordem
Mundial
3. Em que ano o Movimento Pentecostal chegou ao Brasil?
 No ano de 1911
 No ano de 1915
 No ano de 1925
 No ano de 1950
 No ano de 1970
4. Quem respondeu sobre um cego: Nem ele pecou nem seus pais, mas foi assim para que se
manifestem nele às obras de Deus.
 Paulo
 Pedro
 João
 Tiago
 Jesus
5. Pode um Cristão Fiel ser possesso por demônios?
 Sim
 Não

239
Missão Transcultural
1. O Que É Missão Transcultural

Não podemos falar sobre missão transcultural sem pelo menos tentar entender o que é
cultura. Muitas vezes dizemos que fulano tem muita cultura porque ele ouve música clássica, gosta de
teatro ou sabe usar todos os garfos e colheres que estão na mesa durante um jantar sofisticado. E
dizemos que uma pessoa não tem cultura quando não se comporta de modo civilizado. Cultura, no
entanto envolve toda a criação humana. Ela é constituída do estilo de vida de toda uma sociedade, ou
de um grupo especifico dentro da mesma.
Portanto, quando falamos de missão transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em
cruzar qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo. Para se engajar na missão
transcultural, você não tem que, prioritariamente cruzar barreiras político-geográficas. Porém, em
nosso caso teremos que necessariamente cruzar barreiras mais conhecidas como a da linguística,
dos costumes, das etnias, das religiões, além das sociais, morais e etc.
É difícil para muitos falarem sobre a tarefa da missão transcultural, quando muitas outras
tarefas ainda continuam, diante da Igreja de Deus, por serem realizadas em nosso próprio contexto e
local. Aquilo que é necessário ser feito localmente, tanto dentro como fora da igreja, demanda muito
tempo e esforço das comunidades, acabando por ofuscar a visão das mesmas para a tarefa mais
importante da Igreja, nesta virada de século e milênio, que é a evangelização transcultural.
Consequentemente, nós poderíamos dizer que o resultado desse tipo de atitude é que 25% da
população mundial, ou seja, 1,5 bilhões de pessoas, nunca ouviram do evangelho sequer uma vez.
Porém, se falarmos em número de povos, vamos descobrir que da tabela dos 11.874 povos, 3.915
deles nunca ouviram do evangelho. E o que dizer das 240 tribos indígenas brasileiras, das quais 126
não possui presença missionária evangélica, enquanto que 06 tem situação indefinida. Será que
estas pessoas não o direito de ouvir pelo menos uma vez na vida a mensagem de salvação?
É nesse sentido que a missão transcultural e/ou a evangelização transcultural deve ser a mais
alta prioridade no evangelismo, hoje. Precisamos alcançar estes 1,5 bilhões de pessoas que estão
distantes culturalmente de nós e que nunca ouviram as boas novas de salvação em Cristo Jesus.
Tornar a igreja acessível para cada um desses povos e permitir que eles entendam claramente a
mensagem e tenham condição de responde-la positivamente é nossa missão.
O Deus da Bíblia é o Deus da História. Ele tem um propósito para ela. A Bíblia toda é clara
quanto a isso e descreve este propósito do inicio ao fim. Se cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus
devemos crer necessariamente que missões transculturais é o programa de Deus, visto que de
Gênesis ao Apocalipse ela nos revela o amor de Deus pelas nações da terra. Gn.12:3b; Is.49:6;
Ap.5:9.

241
2. Porque Orar Pelas Nações

Porque a intercessão é uma das formas mais elevadas de oração porque trata com uma das
coisas mais preciosas que existem: as almas dos homens e mulheres. Atualmente, a igreja cristã está
enfrentando um desafio espiritual - o desafio do Islamismo, Budismo e Hinduísmo, que tem se
espalhado em cada continente da terra. George Otis Jr. escreveu: Enquanto a igreja avança para o
ano 2008... multidões ainda esperam no vale da decisão; a questão é quem vai alcançá-los primeiro.
Nunca antes a igreja teve que enfrentar tal diversidade de rivais comprometidos com os princípios do
ativismo. O Último dos Gigantes.
Enquanto Deus escolhe seus vasos, e Seu sacerdócio real, não podemos ignorar nossa
responsabilidade para com esta geração de pessoas, desde a África até a Ásia, da Europa até o
Oriente Médio. Devemos entrar na batalha. É surpreendente a evidência de como a oração é efetiva e
faz uma diferença no destino de pessoas e nações. Certamente Deus está disposto a responder
orações. Resta aos homens e mulheres que se agarrem as vastas promessas que Sua palavra
contém sobre a oração. E.M. Bounds declara que oração é a linguagem de um homem carregado
com um sentido de necessidade... Não orar não é apenas declarar que nada é necessário, mas
admitir a não realização dessa necessidade.
Por razões além do nosso entendimento, parece que Deus se fez dependente de nossas
orações. Isso é particularmente verdade em como Deus depende da oração intercessória para
preparar os não salvos para a salvação. Andrew Murray disse: O intenso desejo de Deus de abençoar
parece que de alguma maneira está limitado a Sua dependência em intercessão como a mais
elevada expressão da disposição de Seu povo em receber e submeter-se totalmente ao exercício de
Seu poder. Além disso, R.A. Torrey escreveu: ... tem havido reavimento sem muita pregação,
mas nunca houve avivamento sem oração poderosa.
Necessitamos agora que Deus mova as nações da JANELA 10/40. Felizmente, é para esses
momentos que Ele prometeu através do profeta Joel derramar Seu Espírito sobre toda carne. Jl 2:28.
Quando participamos em orar pelos países da Janela 10/40 podemos estar seguros de que Jesus
estenderá Seu Reino através de nossa intercessão. Enquanto chegamos a Sua presença com
corações limpos e cheios de fé sabemos que Ele prometeu: Pede-me e te darei as nações por
herança e os fins da terra por tua possessão. Sl.2:8.

242
3. Você Conhece as 62 Nações da Janela 10/40?

Conheça um pouco sobre as nações da Janela 10/40. Incentivamos você a participar de


maneira mais direta no alcance destas nações... através da intercessão, ou até mesmo indo. A nossa
oração é que ao ler essas informações, Deus esteja falando ao seu coração e te chamando para um
compromisso verdadeiro e profundo para orar pelos povos menos evangelizados do mundo.

AS 62 NAÇÕES:

- ÍNDIA Evangélicos 1% - MAURITÂNIA Evangélicos 0 % - SUDÃO Evangélicos 3% - AFEGANISTÃO


Evangélicos 0,02% - JAPÃO Evangélicos 3% - GUINÉ-BISSAU Evangélicos 1,2% - KUWEIT
Evangélicos 0,5 % - BANGLADESH Evangélicos 0,2 % - BUTÃO Evangélicos 0,03 % - ARÁBIA
SAUDITA Evangélicos 0,007% - GUINÉ Evangélicos 0,75 % - TAILÂNDIA Evangélicos 0,3 % - NIGER
Evangélicos 0,1 % - KIRGHIZISTÃO Evangélicos 0,003 % - IRÃ Evangélicos 0,05 % - BUKINA-FASO
Evangélicos 3 % - MALI Evangélicos 0,9 % - AZERBAIDJÃO Evangélicos 0,003 % - BENIM
Evangélicos 2 % - INDONÉSIA Evangélicos 6 % - LAOS Evangélicos 1,9 % - SAARA OCIDENTAL
Evangélicos 0% - EGITO Evangélicos 0,8 % - UZBKISTÃO Evangélicos 0,001 % - NEPAL
Evangélicos 0,5 % - EMIRADOS ARABES Evangélicos 0,7 % - ALBÂNIA Evangélicos 5 % -
MARROCOS Evangélicos 0,01 % - IRAQUE Evangélicos 0,5 % - SRI LANCA Evangélicos 0,9 % -
ISRAEL Evangélicos 0,35 % - TADJIKISTÃO Evangélicos 0,001 % - CHINA Evangélicos 4 % -
DJIBUTI Evangélicos 0,03 % - LEMEN Evangélicos 0,01 % - VIETNÃ Evangélicos 0,6 % - FORMOSA
Evangélicos 3 % - BAHREIN Evangélicos 1,5 % - BRUNEI Evangélicos 0,06 % - LÍBANO Evangélicos
4,3 % - CATAR Evangélicos 0,007 % - TURKOMENISTÃO Evangélicos 0,001 % - ETIOPIA
Evangélicos 10 % - BISMÂNIA Evangélicos 4% - TIBET Evangélicos 0,02 % - ARGÉLIA Evangélicos
0,01 % -LÏBIA Evangélicos 0,1 % - MALÁSIA Evangélicos 2 % - OMÃN Evangélicos 0,1 % -
CAZAQUISTÃO Evangélicos 0,004 % - TUNÍSIA Evangélicos 0,001 % - CAMBOJA Evangélicos 0,05
% - TURQUIA Evangélicos 0,03 % - COREIA DO NORTE Evangélicos 0,5 % - SOMÁLIA Evangélicos
0,01 % - PAQUISTÃO Evangélicos 0,5 % - NIGÉRIA Evangélicos 17 % - MALDIVAS Evangélicos 0,1
% - JORDÂNIA Evangélicos 0,4 % - SENEGAL Evangélicos 0,1 % - SIRIA Evangélicos 0,1 % -
MONGÓLIA Evangélicos 0,1 %.

Se você deseja saber mais sobre as nações da JANELA 10/40, entre em contato com o
Ministério de Intercessão & Eventos, JOCUM. intercessao@jocumorg.br

243
4. Missões Sem Fronteiras

Como iniciar um departamento missionário em sua igreja?


Eu me encontrava no meio de uma igreja muito grande e bonita. Parecia-me que éramos em
torno de 15 mil pessoas em um auditório arredondado e confortável. Um culto maravilhoso. Daqueles
em que você não tem vontade de sair e pede a Deus para nunca acabar.
O coral cantava uma música celestial; dava para vislumbrar a presença de anjos levando e
trazendo os louvores aos céus. Interessante é que, no meio dos coristas notei a presença de uma
pessoa distinta, a sua voz destacava-se pelo timbre e entonação. Meu Deus! Olha quem está
cantando? É o grande tenor internacional Luciano Pavarotti. Jamais imaginei que ele se converteria e
seria levita um dia. Realmente, o Pavarotti cantava ao vivo naquela igreja.
A igreja estava repleta de pessoas comprometidas com o evangelho. Dava para sentir em
seus rostos o brilho de Cristo. Todos cantavam e salmodiavam a Deus, alguns subiam a plataforma
para testemunhar. Na beleza da liturgia, havia uma banda musical bem aparelhada, tocando
fluentemente louvores ao Senhor. Que impressionante! O guitarrista é alguém conhecido no meio
popular. Ele agora é um cristão também? Que igreja visionária, está alcançando as grandes figuras
populares para Cristo.
Olhei mais apuradamente e notei que o guitarrista era o Pepeu Gomes. Que joia, ele não toca
mais nos carnavais da Bahia. Ele toca para Jesus, somente para Jesus. Vejo na plataforma um
homem carismático, liderando o louvor da igreja. O seu jeito de segurar o microfone é conhecido.
Será que, é quem eu estou pensando? Jesus amado é ele mesmo! Roberto Carlos cantando para
Deus aquele corinho antigo: ressuscitou, ressuscitou, ressuscitou aleluia! Oh morte, onde está oh
morte... Ele não canta mais exaltando Maria e sim adora a Jesus Cristo. Já pensou ter em sua igreja
um ministro de louvor do calibre de Roberto Carlos? Era o que eu estava vendo naquela igreja!
Eu olhava para a multidão e começava a reconhecer algumas pessoas notáveis. O guri que
me pediu um trocado no semáforo da via expressa em Belo Horizonte. Ele fazia parte do coro infantil.
A secretária do pediatra de meu filho, também estava lá adorando a Deus. O mecânico que fez a
revisão do meu carro era o diácono que conseguia e organizava os lugares para os visitantes. O
policial de trânsito, a professora do meu sobrinho, o vendedor de cachorro quente e outros mais.
Eram pessoas comuns, porém felizes.
De repente, notei que um jovem careca e forte, de semblante alegre, subiu a plataforma para
testemunhar de um grande milagre ocorrido em sua vida há alguns dias. Ele foi curado do joelho! O
que há de espetacular nisso? Quando se trata do Ronaldinho, o melhor jogador de futebol do mundo
é um grande milagre. As suas palavras eram firmes e contundentes, parecia-me que ele dominava
bem a retórica da palavra. Usava até jargões do evangeliquês, tais como: Tô na bênção, o inimigo
está amarrado, tô andando no Espírito e outros. O mais interessante era que, ele repetia várias vezes
que Jesus mudou o seu viver!
A cada testemunho relatado na plataforma, a plateia dava gritos de alegria e aplaudia a Jesus.
Outros choravam e se abraçavam de emoção. Olhei na terceira fileira dos bancos da igreja e vi um
homem barbudo, usando uma roupa verde do exército. Era o Fidel Castro, ele observava atentamente
o desenrolar do culto. Nas horas necessárias, ele curvava sua fronte e falava com Deus. Ao seu lado,
estava o presidente dos Estados Unidos, na mesma empolgação de Fidel. Observei que o dirigente
do culto pediu para que todos dessem as mãos e orassem uns pelos outros. Fidel rapidamente
segurou na mão do seu companheiro, deu-lhe um forte abraço e disse: - Eu te amo no amor de
Jesus. - Eu também - Respondeu o presidente.
Não posso acreditar no que estou vendo. Não pode ser verdade. Jamais imaginaria que
chegaríamos a ver uma cena como essa, ex-inimigos se abraçando e orando uns pelos outros. Mas
vi, com os meus próprios olhos. Se alguém me contasse eu não acreditaria. Mas, eu mesmo vi tudo,
claramente naquela igreja grande e bonita. Só há uma observação que deixei fazer no início dessa
história. Talvez não tenha muita importância, mas devo fazer. Tudo isso aconteceu na minha igreja
imaginária. Era apenas um sonho. Aquela igreja que eu creio que Deus pode estabelecer na terra.
Sem preconceito, sem racismo, sem maldade e, acima de tudo, sem fronteiras. Por isso trabalhamos
para Deus, com o objetivo de alcançar todos os povos da terra, sem exceção.
Já pensou se tudo isso fosse realidade? Você já imaginou um dia ver as pessoas mais
distantes e duras serem alcançadas pelo evangelho? Espero que sim, pois essa é a vontade de
Deus, que todos sejam alcançados. Por isso a revelação de Ap 5: 9 é ampla e clara quando diz: E
cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste
morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação.
Missões Sem Fronteiras, chega até você com esta proposta: Despertar o seu coração para a grande
necessidade do mundo: o Evangelho. Também, fornecer-lhe uma ferramenta simples e prática sobre
a necessidade de implantar um departamento missionário em sua igreja. Ou, se já existe um

244
envolvimento seu em missões, ajudar-lhe a desenvolver esse compromisso através das ideias
contidas neste livro.
Espero que, ao término da leitura, você não engavete o livro, mas coloque-o em um lugar de
fácil acesso para utiliza-lo como um material de pesquisa sobre os termos usados em missões e as
estatísticas contidas no final do mesmo. Que o Senhor o abençoe nesta leitura e as histórias contidas
aqui possam te incentivar a fazer ou a continuar fazendo missões.

245
Capítulo 1 O que é missões?

Um casal de missionários recém chegado para trabalhar na Índia estavam à beira do rio
Ganges - rio que corta quase todo país indiano. O casal orava e observava atentamente as pessoas
que ali faziam suas preces, que se banhavam nas águas sujas do rio, depositavam os cadáveres de
seus entes queridos seguindo as leis do Hinduísmo e a multidão de turistas que ali estava para
fotografar e receber uma bênção especial do rio mais sagrado, misterioso e adorado da Ásia.
De repente, uma cena estranha e bizarra lhes roubou a atenção. Uma mulher que descia em
direção ao rio, com passos firmes e rápidos, segurava em seus braços uma criança imóvel e indefesa.
Aquela mulher ao aproximar-se da margem do rio, desenrolou a criança que estava se mexendo
lentamente e a lançou com toda força nas correntezas do Ganges. Tudo foi muito rápido, estranho e
inesperado. As águas barrentas do rio engoliram ferozmente a pobre criança indefesa, que não teve
nem tempo de dar o último suspiro. Como será a reação de alguém que está se afogando em águas
fundas e escuras de um rio? E como se sente uma criança de colo que se afoga sem ter o direito de
chorar?
Após essa ação trágica e triste, a jovem mulher prostrou-se diante das águas e começou a
fazer alguns rituais e súplicas. Coisas estranhas aos olhos de um cristão, que não está acostumado a
ver tais práticas. O casal de missionários, perplexo, resolveu se aproximar da jovem mulher para
abordá-la, fazer-lhe algumas perguntas e, quem sabe, ajuda-la a mudar de vida: - Quem era aquela
criança? - Perguntou o casal. - Era meu filho - Respondeu firmemente a jovem mulher. - Você o
amava? - Claro que sim, eu o amava muito. Era meu único filho. - Então, por que você o jogou no rio
para que ele morresse? - Porque o deus que eu sirvo me pediu como sacrifício vivo. Apenas o
obedeci!
Naquele instante, diante de tal resposta, o casal movido de muita compaixão e amor por
aquela mulher que estava cega pela religião hindu, começou a falar-lhe sobre o amor de Deus por
nós e o sacrifício que já foi feito por Jesus na cruz, para que não precisássemos mais fazer esse tipo
oferenda viva. Eles gastaram algumas horas conversando e orando por aquela jovem senhora. Ela
entendeu o plano de salvação e com o coração quebrantado e arrependido, entregou a sua vida para
Jesus. Decidiu abandonar aquela religião maldita.
Depois que entendeu o erro que havia cometido ao lançar o único filho ao rio, a mulher com
os olhos cheios de lágrimas e soluços, fitou o casal de missionários e exclamou em alta voz: - Se
vocês tivessem vindo a algumas horas antes, para me falar sobre Jesus e o amor de Deus, o meu
filho não estaria morto. Eu ainda o teria comigo em meus braços! O que você faria se fosse um dos
missionários que presenciou aquela cena inusitada? Qual seria a sua resposta à aquela jovem e triste
mãe? De quem é a culpa, quando tanta gente morre sem conhecer a Cristo?
Cenas como essa estão se repetindo diariamente no mundo. Pessoas que vivem debaixo do
jugo do diabo e clamam pelo evangelho. Pessoas que precisam apenas de alguém que vá até elas
para lhes falar do amor de Deus. Pessoas que não sabem para onde ir, que necessitam de ajuda
espiritual e ser alcançadas pela graça de Deus através da sua igreja. Quando pensamos em missões,
pesa sobre nós uma grande responsabilidade e privilégio de sermos co-participantes com Cristo na
ação redentora da humanidade. Privilégio tal, que nem os anjos poderiam desfrutar, pois foi conferido
apenas aos embaixadores de Cristo na terra. Você e eu!
Hoje, fala-se muito sobre missões no Brasil. Usamos até jargões que dizem: missões está no
coração de Deus, ou, Deus tinha um único Filho e fez dEle um missionário, quem sabe esse outro
que diz: pede-me e te darei as nações por herança, ou ainda, o versículo mais usado nas
conferências missionárias, que nos exorta dizendo: Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria, e
até os confins da terra. At 1: 8.
A primeira parte do versículo é fácil de ser explanada. Quem não gostaria de ser cheio do
Espírito Santo? Quem não gosta de poder? Mas, espere um pouco antes de você almejar ser cheio
do Espírito. O restante do versículo é banhado de compromisso e muita responsabilidade. Será que
estamos dispostos a obedecer ao chamado de Jesus? Transmitir esse poder como testemunhas
vivas, aos que ainda não o conhecem?
Alguns até obedecem e focalizam apenas Jerusalém. Outros vão até a Judeia e Samaria. Mas
quem se arrisca ir até os confins da terra? A verdade é que, omitimo-nos quando temos que assumir
a responsabilidade de orar, alcançar as nações, ou enviar um missionário a um povo nos confins da
terra que está distante do nosso arraial. É mais cômodo trabalhar num lugar onde vemos os
resultados imediatos; que poderão ser trazidos para nossa igreja. Até deturpamos a Palavra de Jesus
dizendo que devemos alcançar primeiramente a nossa Jerusalém cidade onde moramos, depois ir
para Samaria, até chegar aos confins. Se você observar nas entrelinhas do versículo acima proferido
por Jesus, notará que o Senhor não nos ensinou assim e a palavra não pode ser traduzida pela

246
metade, o chamado é integral. Ele disse que a nossa responsabilidade de alcançar Jerusalém é a
mesma que temos para atingir os confins da terra. Por isso ele usou os termos tanto - como. Que
quer dizer que o trabalho deve ser desenvolvido simultaneamente. Isto é, tanto no bairro onde eu
moro, como nas montanhas geladas do Tibete.
Tanto em Contagem, cidade onde moro, como nas aldeias indígenas. Tanto em Minas Gerais,
estado onde eu moro, como na Arábia Saudita. Tanto no Brasil, país onde eu moro, como na
América, África, Europa, Ásia, Oceania, ou em qualquer outro lugar do mundo onde existem pessoas
que precisam ouvir sobre as Boas Novas de Salvação. A responsabilidade é a mesma e esta foi dada
a igreja. O trabalho deve ser feito ao mesmo tempo. A igreja foi chamada para evangelizar, ser luz e
sal neste mundo tenebroso. Quando perde ou não vive essa visão, não tem motivo para existir, pois o
fim das coisas que fazemos na terra, não deve ser a nossa própria glória mas sim a glória de Deus.
Isso só pode ser alcançado quando nos envolvemos na obra de reconciliação da humanidade com
Cristo, que veio para salvar o que se havia perdido.
Entendemos, então, que missões é mais do que realizarmos uma conferência missionária
uma vez por ano em nossas igrejas. É saber que existe uma grande massa de pessoas que precisa
ser evangelizada. Que precisa ser discipulada, e este envolvimento deve ser sempre, o ano inteiro.
Missões é se envolver de corpo e alma no maior projeto de vida estabelecido pelo próprio Senhor
Jesus Cristo. É ter a consciência que Deus nos chamou para esse projeto tão espetacular e a Sua
palavra nos garante esse chamado. Vejamos abaixo o que a bíblia nos diz sobre missões e o nosso
envolvimento com o alcance mundial:

1- Somos chamados para sairmos pelo mundo e pregarmos o evangelho. E disse-lhes:


Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura Mc 16:15. As Boas Novas do Evangelho
foram deixadas na terra por Jesus, para toda a raça humana. Por isso, devemos ir por todo mundo, e
não apenas para algumas regiões. O Ide é imperativo e não opcional. Este é o nosso chamado como
corpo de Cristo, é a nossa responsabilidade: ir e pregar o evangelho.
2- O Senhor nos capacita e nos dá poder para realizarmos a obra missionária. E eis que
sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade, até que do alto sejais revestidos de
poder Lc 24:49. E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios;
falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará
dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados Mc 16:17,18.
O Senhor nos chama, o Senhor nos capacita! Ele quer que façamos a obra missionária com
um coração cheio de amor pelas almas perdidas e cheios do Seu Poder, para podermos impactar
aqueles que estaremos evangelizando. Só podemos fazer assim quando somos cheios do Espírito
Santo. Se não for assim, faremos apenas um mero trabalho evangelístico. Para vermos grandes
resultados e termos uma boa colheita para o Reino de Deus, é necessário o trabalho do nosso
ajudador, o Espírito Santo.
3- Somos chamados para discipularmos as nações. Portanto ide, fazei discípulos de todas
as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar
todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos Mt 28:19,20. O evangelho é completo. Quando alcançamos as pessoas
para Jesus, temos a obrigação de ajudá-las, isto é, discipulando-as, ensinando-as, ajudando-as a
guardar a palavra de Deus e treinando-as para que possam continuar a jornada passo a passo com
Jesus, pois mesmo diante das perseguições e tribulações, estarão arraigadas e fundamentadas na
Palavra de Deus. Para isso acontecer, é necessário tempo e disposição do discipulador. Tempo esse
que será de grande importância para aqueles que estão dando os primeiros passos nos caminhos do
Senhor, para aqueles que estão tomando o leite espiritual.
4- O próprio Senhor Jesus Cristo é quem nos envia ao mundo. Disse-lhes, então, Jesus
segunda vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós Jo 20:
21. Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e
simples como as pombas Mt 10:16. Não teríamos razão ou motivação para fazermos a obra de Deus,
se não fosse debaixo da autoridade de Jesus. O grande segredo está em saber que o próprio Senhor
da terra nos envia para anunciar a salvação. A igreja apenas cumpre o papel de intermediária em
missões. Cumpre a responsabilidade de cooperadora com Cristo. Mas o envio é feito pelo Senhor
Jesus, e é isto que nos garante a vitória e os resultados do trabalho.
5- Depois de cumprirmos a grande comissão, virá o fim. E este evangelho do reino será
pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim Mt 24:14. Sabemos
que existe uma grande mobilização missionária entre as agências e organizações. Nunca houve tanta
integração entre os líderes de missões como nos últimos tempos. A urgência é tamanha, a
necessidade é agora e o Senhor tem pressa. Por isso, o Espírito de Deus está inquietando muita
gente na igreja para fazer missões.

247
Não podemos nos desanimar quando nos deparamos com os gigantes que estão pela frente.
Quando olhamos as estatísticas dos povos que ainda precisam ser alcançados, principalmente na
Janela 10/40. A nossa responsabilidade com estes povos não é de salvá-los, e sim alcançá-los com o
evangelho; de pregar a palavra de Deus para eles. A outra parte é do Espírito Santo, que veio para
convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo.
Se desgastarmos as nossas forças achando que temos de salvar todos, jamais cumpriremos o
ide; nunca virá o fim e jamais Jesus voltará. Portanto, não se desanime com os desafios, apenas
obedeça a Deus pregando o evangelho. Por isso que Jesus deixou para dar a comissão aos
discípulos nos últimos dias seus aqui na terra. Para que essa mensagem missionária jamais saísse
dos seus corações. Para que fosse maior o amor pelos perdidos e a disposição de evangelizá-los do
que o medo de não conseguir cumprir o ide diante da realidade do mundo atual.

248
Capítulo 2 A realidade do mundo atual

Era uma tarde de sábado, quente e tranquila. A rodovia era larga e bem sinalizada. O trânsito
fluía normalmente. A paisagem era muito bonita; as montanhas despontavam brilhantemente a cada
curva, as nuvens pareciam tímidas, mas seguras. O vento soprava suavemente nas árvores. Lá no
fim do horizonte, surgia uma nuvem carregada e escura, parecia que a chuva chegaria e nos
alcançaria rapidamente.
Estávamos a caminho de Denver, uma cidade americana, situada no estado do Colorado.
Quem não se lembra das notícias que sacudiram o mundo em 1999? Quando alguns garotos,
fortemente armados, invadiram uma escola em Denver e mataram vários colegas; que se
encontravam nos corredores, salas e biblioteca da escola.
Era justamente para lá que estávamos nos dirigindo, com o intuito de orar naquele colégio e
quebrar em intercessão a influência ruim que aquela história causou em vários colégios do Brasil,
onde adolescentes começaram a ir para a escola portando uma arma na cintura.
As informações que tínhamos sobre o ocorrido eram poucas, mas dava para tocar e
quebrantar qualquer coração sensível à real situação do mundo. Sabíamos do sofrimento recente
daquela cidade, principalmente dos pais que perderam seus filhos naquela tragédia. A dor ainda era
notada nos rostos das poucas pessoas que circulavam pelas ruas, pois o incidente havia acontecido
há alguns meses atrás. Ainda, alguns repórteres permaneciam na cidade e faziam a cobertura do
ocorrido.
Enquanto não chegávamos no local desejado, eu e mais quatro amigos missionários que se
encontravam no interior do veículo resolvemos gastar o nosso tempo da viagem orando pelos
Estados Unidos, que sempre têm sido vítima ou cúmplice desse tipo de massacre entre os jovens.
Depois de um bom tempo de oração pela nação americana o Gláucio, um missionário brasileiro,
casado com uma americana, que morava há mais de cinco anos naquela região em Colorado
Springs, resolveu nos contar uma história muito interessante sobre o massacre. Ele já vinha
acompanhando o caso de Denver pela imprensa há vários meses.
Uma das adolescentes que morreu naquela tragédia era uma cristã recém-convertida. Ela era
envolvida com satanismo antes de sua conversão. Seus pais já não sabiam mais o que fazer, pois a
menina era muito agressiva e rebelde. Até que um dia uma amiga sua a convidou para participar de
um acampamento cristão. Ela aceitou o convite, pensando ser um acampamento qualquer. Mas
quando chegou lá se surpreendeu, a sua vida foi totalmente transformada pelo Senhor Jesus Cristo.
Ela se converteu ao evangelho. Até seus pais notaram a diferença em sua vida após o acampamento.
Ela deixou para trás o satanismo e passou a seguir a Cristo. Estava andando em um novo estilo de
vida!
Ela começou a escrever em um diário a sua nova experiência de vida. Declarando que agora
era uma nova criatura e que estava muito feliz com Jesus. Que se fosse necessário morreria por amor
ao evangelho. No dia do massacre, essa garota se encontrava na biblioteca da escola lendo um livro.
Os garotos que invadiram o colégio, segundo informações da cidade, faziam parte de uma seita
satânica pela internet. E o objetivo deles ao invadir o colégio era matar os negros, judeus e
evangélicos. Eles conseguiram realizar alguns assassinatos ali. No final treze pessoas morreram,
inclusive eles próprios se suicidaram após o massacre. Dos treze mortos, oito eram cristãos.
Em meio ao tumulto e correria diante dos tiros que eram dados para todo lado, a garota
recém-convertida permanecia na biblioteca tranquila e lendo o seu livro. Parecia que a gritaria e
tumulto lá fora não despertava o seu interesse em sair e ver o que estava acontecendo. Até que um
dos garotos armado, entrou apressadamente na biblioteca. Muitos alunos já estavam escondidos
atrás dos livros e carteiras e observavam medrosa e atentamente o que aconteceria naquele
momento. Pois era o confronto da luz com as trevas.
- Garota, você ama a Deus? - Perguntou brutalmente o jovem adolescente endemoninhado.
Sim e acho que você deveria ama-lo também - respondeu firme e imediatamente a garota. Sem
tempo de se defender ou levantar-se e correr. Enquanto respondia surpreendentemente aquela
pergunta, com uma arma apontada para sua cabeça, a menina não teve tempo de mais nada. O tiro
foi certeiro e fatal. O garoto a acertou na cabeça e depois se suicidou com outro tiro maligno no peito.
Os alunos que ali se encontravam presenciaram toda a cena. Ficaram impressionados com a
coragem daquela jovem. O assunto se espalhou pela cidade. As pessoas comentavam sobre a garota
que amava a Deus e que não teve medo de entregar a sua própria vida para não negar o evangelho.
A imprensa resolveu dar uma maior ênfase sobre a vida dessa menina. O resultado foi
impressionante! Mais de mil pessoas vieram para as igrejas de Denver e aceitaram a Cristo, por
causa do testemunho daquela corajosa e destemida adolescente. Essa é a realidade do mundo atual.
Por um lado, o diabo tenta acabar com a raça humana, promovendo tragédias, guerras, acidentes,
massacres, genocídios e outras formas malignas de destruição. Usando pessoas que parecem ser

249
comuns. Mas Deus entra na história e transforma uma situação de tristeza em alegria, para que seu
nome seja glorificado.
Hoje o mundo se encontra em densas trevas. Meninos que são jogados nos rios sagrados,
adolescentes que matam seus colegas, filhos que são desprezados e deserdados por mudar de
religião, bombas que explodem aviões e muitas tragédias que acontecem à nossa volta. A realidade é
que o mundo clama! Clama pela justiça, pelo amor, pela Palavra de Deus. A responsabilidade é
nossa, é da igreja que foi chamada para mudar essa situação. Não podemos fechar os olhos e fingir
que nada está acontecendo! Pelo contrário, devemos mantê-los bem abertos para detectarmos os
lugares mais carentes e vazios da Palavra Deus para podermos nos mobilizar e alcançá-los com o
evangelho. Precisamos entender que: para fazermos missões não existem fronteiras que possam
nos impedir de cumprirmos o ide de Jesus, na realidade a maior fronteira que precisa ser
quebrada é a do nosso coração, e essa fronteira atrapalha muito o desempenho da obra.
Segue-se abaixo algumas informações sobre o mundo atual. Essas informações servirão
como um ponto de partida para você que está começando a se envolver com missões. Creio também
que poderá lhe ajudar a ter uma visão maior do Reino de Deus, que não está limitado àquilo que
vemos e sentimos. A visão de Deus é Universal. Para entendê-la melhor é necessário conhecer a
necessidade do mundo, pois Jesus veio para salvar o que se havia perdido. Então, o que está perdido
e o que precisa ser encontrado? O que precisamos fazer para mudar esse triste quadro? Que
quadro? O mundo atual. Pense reflexivamente sobre isso.

A Janela 10/40
Creio que a busca de recursos e estratégias para alcançar os países da Janela 10/40 seja um
dos assuntos mais abordados pelas igrejas, agências missionárias e organizações que se interessam
em fazer parte da grande comissão.
Chamamos essa região de Janela 10/40, porque está localizada entre os paralelos 10/40 do
globo terrestre, um espaço comparado a uma janela retangular, que se estende desde o oeste da
África até o leste da Ásia. Os países dessa região são considerados o Cinturão da Resistência, ou
seja, um número expressivo de povos não alcançados pelo evangelho. Ao todo são 62 países
localizados na Janela 10/40. O maior desafio missionário dos últimos tempos. Para você que está
iniciando um departamento missionário em sua igreja é necessário conhecer um pouco dessa
realidade.
É justamente nessa região onde acontece o maior número de guerras e tragédias no mundo.
Lá também, está o maior índice de analfabetismo e mortalidade infantil. Ali está o berço do mundo,
onde há três religiões que crescem muito: Budismo, Islamismo e Hinduísmo. Por isso, estarei
focalizando, no último capítulo deste livro, as necessidades dos países da Janela 10/40, com algumas
estatísticas recentes sobre o número de cristãos, índice de analfabetismo, mortalidade infantil, renda
per capita e outras. A fim de que você possa conhecer um pouco da realidade do mundo atual e
através dessas informações mobilizar sua igreja para orar mais detalhadamente por esses países.

As três religiões Maiores da Janela 10/40


Budismo, Islamismo e Hinduísmo são as três religiões que mais crescem nesses países.
Religiões que anualmente têm matado milhares de pessoas e adeptos, por causa das facções
existentes entre eles mesmos e da perseguição causada contra os cristãos residentes nessas áreas
de risco. Ali ter a liberdade de expressão e adorar ao Deus verdadeiro é quase uma blasfêmia contra
as ideologias pregadas pelos líderes dessas religiões. Vejamos abaixo um pouco sobre os
fundamentos dessas religiões.

1. Budismo. Foi fundado na Índia, por volta do século VI a.C. por um pregador chamado
Buda. Em várias épocas, o budismo tem sido a força religiosa, cultural e social dominante na maior
parte da Ásia, especialmente na Índia, na China, no Japão, na Coreia, no Vietnã e no Tibet. Em cada
região, o budismo combinou-se com elementos de outras religiões, como o hinduísmo e o xintoísmo.
Atualmente, o budismo tem cerca de 613 milhões de adeptos no mundo. A maior parte deles vive em
Sri-Lanka, nas nações do interior do Sudeste da Ásia e no Japão.

As Crenças do Budismo
Todos os budistas têm fé em: 1 - Buda; 2 - Em seus ensinamentos, chamados de Darma; 3 -
Na comunidade religiosa que ele fundou, chamada Sanga.
Os budistas chamam Buda, Darma e Sanga de os Três Refúgios ou as Três Joias.
BUDA - Nasceu por volta de 563 a.C. no Sul do Nepal. Seu nome verdadeiro era Sidarta
Gautama. Era membro de uma rica e poderosa família real. Com cerca de 29 anos, Gautama
convenceu-se de que a vida estava cheia de sofrimento e tristeza. Essa convicção o levou a

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abandonar a esposa e o filho recém-nascido, e procurar a iluminação religiosa como monge viajante.
Depois de percorrer o nordeste da Índia por aproximadamente seis anos, Guatama teve a iluminação.
Ele acreditou ter descoberto a causa de a vida estar cheia de sofrimento e como o homem poderia
escapar dessa existência infeliz. Após outras pessoas terem tomado conhecimento de sua
descoberta, passaram a chamá-lo de Buda, que significa o iluminado.

2. Islamismo. A palavra Islamismo significa submissão a Deus, e muçulmano é aquele que


segue as leis islâmicas. A revelação do islamismo foi dada a Maomé, que é reverenciado pelos
muçulmanos como o maior profeta. Maomé não é apenas um nome, mas um título - Aquele que é
adorado.

A vida de Maomé
Maomé nasceu em 570 d.C., em Meca, uma cidade da Arábia. Seu pai morreu antes do seu
nascimento. Era membro do clã Hashim e de uma poderosa tribo Quraysh. A mãe de Maomé morreu
quando ele tinha apenas seis anos de idade. Maomé foi viver com o avô, que era guardião de Ka’aba.
Tristemente, dois anos depois, seu avô também morreu e desde a idade de 8 anos Maomé foi criado
por seu tio, Abul Talib, que era um mercador nas rotas de camelos mercantes.
Cresceu durante uma época de insegurança econômica e descontentamento com as
diferenças entre os muito ricos e os pobres. A adoração a deuses pagãos era muito comum na
Arábia. Estima-se que existiam cerca de 360 deuses a serem aplacados, com mais de 124.000
profetas conhecidos. Consta nos arquivos da história muçulmana que, desde menino, Maomé
detestava a adoração aos ídolos e que levava uma vida moral pura.
Maomé foi empregado por Khadija, uma rica viúva, para administrar a caravana mercante.
Ficou conhecido como Al-Amin, o Digno de Confiança, e foi um proeminente membro da associação
mercante de Meca. Aos 25 anos casou-se com Khadija com quem teve 6 filhos; todos morreram,
menos a filha caçula - Fátima. Maomé e Kahadija ficaram casados 25 anos. Mais tarde, depois da
morte de Khadija, Maomé aprovou a poligamia e casou-se com várias mulheres.
Aos 40 anos, ficou muito preocupado com a situação de seus compatriotas e gastou muito de
seu tempo em meditação sobre assuntos religiosos. Durante sua vida, Maomé conheceu muitos
cristãos, sacerdotes e judeus. Muitas vezes, buscou conselho de um monge jacobino que lhe ensinou
vários aspectos dos costumes religiosos judaicos.
Durante o mês de Ramadam, Maomé retirava-se para uma caverna na encosta do Monte
Hira, a três milhas de Meca. Foi durante uma dessas ocasiões, que ele começou a receber
revelações e instruções que acreditava serem do arcanjo Gabriel. Estes escritos formam a base do
Alcorão. Junto com o Alcorão, há o livro de Hadiths. Nele contém os ensinos de Maomé, e é tão
importante quanto o Alcorão em todas as áreas da vida do muçulmano. Maomé declarou que o
Alcorão era a revelação final e superior do único e supremo Deus. Proibiu a adoração aos ídolos e
ensinou que a vida do muçulmano deve ser completamente submissa a Alá, com abluções rituais
antes das cinco orações diárias, voltados para Meca. A sexta-feira tornou-se o dia separado para
adoração conjunta na mesquita.

3. O Hinduísmo. A origem do hinduísmo se encontra num sincretismo que vem a ser um


confronto entre o hinduísmo e o islamismo, e inaugura uma nova fase no desenvolvimento religioso
na Índia. É resultante de tentativas de fusão das religiões dominantes, trazidas para a Índia há mais
de três mil anos, por povos cuja origem é incerta e cujas crenças já existiam. O hinduísmo prega a
existência de um número imenso de deuses, embora considere Brama o primeiro grande deus, de
onde provêm outros milhares de deuses. Quanto à origem dos seres e do próprio Brama, segundo o
ensinamento do hinduísmo, havia antes um mundo submerso na escuridão; sem atributos,
imperceptível ao raciocínio, não revelado e como que entregue inteiramente ao sono. Além de Brama
existem Sirva e Vishnu, os quais formam a trindade hindu.
No hinduísmo, a natureza dos deuses é muito variável, isto é, determinado deus pode ser
bondoso ou favorável numa circunstância e violento e cruel em outra. Vishnu é tido como conservador
e Sirva como destruidor, podendo ambos tomar formas diferentes e terríveis. Em relação aos animais,
as crenças hinduístas são complexas: a vaca sem exceção das diferentes seitas é considerada
sagrada, não pode ser morta nem comida. O rato, por exemplo, é considerado deus e come comida
suficiente para alimentar toda a população do Canadá.
Até o começo deste século, alguns ramos do hinduísmo ofereciam aos deuses sacrifícios
humanos. Viver é sofrer - Sentimento idêntico ao do budismo - e deixar de viver é alcançar a paz
eterna do nirvana, contínuo renascer; para muitos hinduístas há uma lei fatal, a lei do Karma destino .
Hoje existem cerca de 716 milhões de hindus no mundo e eles possuem estratégias como: meditação
transcendental, yoga, pensamento nova era e krishna.

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Diante dessa tão triste realidade, cabe a nós como igreja nos levantarmos para fazer algo por
tanta gente que tem vivido debaixo do jugo de satanás através das religiões, que não seguem o termo
original da palavra: religar. Mas ao contrário disso, distancia a raça humana de Deus. Como igreja
temos a função restauradora de trazer de volta o relacionamento do homem com Deus. Para isso,
precisamos saber como se encontra o homem e como podemos nos posicionar, levantar e fazer um
trabalho de adoção daqueles que são órfãos espirituais, ou melhor, daqueles que precisam conhecer
o verdadeiro amor de Deus.

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Capítulo 3 Adote um povo e conheça os termos usados em missões

Com o intuito de estabelecer critérios e evitar confusões linguísticas seguem-se os principais


termos e conceitos utilizados no plano Adote Um Povo. Tê-los em mente, nos ajudará a compreender
melhor a magnitude da tarefa e o processo natural que implica em adotar um povo. Que eles - os que
jamais ouviram de nosso glorioso Senhor Jesus Cristo e seu amor redentor - possam conhecê-lO e
fazer parte de sua família espiritual.

Como ver nosso mundo e nossa tarefa:


Mundo A. O esquema dos três mundos que alguns missiológicos usam, refere-se ao mundo
não-evangelizado, ou seja, toda a população que jamais ouviu falar de Jesus Cristo.
Mundo B. No esquema acima citado, dos três mundos, faz referência ao mundo
evangelizado, mas não cristão.
Mundo C. No mesmo esquema, significa o mundo cristão, ou seja, todos aqueles que se
consideram cristãos incluindo, obviamente, todos os nominais.
Janela 10/40. É a região entre o Atlântico e o Pacífico, e entre os paralelos 10 e 40 de latitude
norte, onde vive a maior população mundial com menos oportunidade de ouvir o evangelho.
Evangelismo E0, E1, E2, E3. Escala usada para medir a distância cultural que o missionário
deve atravessar desde sua própria cultura para evangelizar e estabelecer igrejas.

 E0 - Refere-se à tarefa de ganhar para Cristo os filhos de crentes.


 E1 - Quando se evangeliza cristãos nominais.
 E2 - Quando se evangeliza gente de uma cultura parecida, mas não idêntica à do missionário.
 E3 - Quando o missionário deve evangelizar gente de uma cultura diferente da sua.

Os segmentos humanos
Segmentação É o processo de dividir a população do mundo em pequenos segmentos. É útil
para desenvolver estratégias missionárias, de tal maneira que sejam mais facilmente selecionados
para evangelizar. Alguns dos segmentos mais úteis são países, povos etnolinguísticos, grupos
humanos, e cidades.
País. As entidades geopolíticas 225 das quais são membros da ONU são identificadas por
suas fronteiras estabelecidas e governos mundialmente conhecidos.
Povo Grupo Humano. Um grupo de indivíduos, sociologicamente falando, significativamente
grande, que tem uma afinidade comum porque compartilham do mesmo idioma, etnicidade, religião,
residência, profissão, classe social, casta, situação, etc., ou uma combinação de alguns destes
fatores.
Metrópole. Cidade com uma população acima de cem mil habitantes.
Megacidade. Metrópole ou cidade com uma população acima de um milhão de habitantes.

Tipos de Povos
Povo Etnolinguístico. É um grupo étnico ou racial, distinto de outros, que fala o mesmo
idioma ou língua materna. Pode se encontrar vivendo dentro de um só país ou distribuído por vários.
Também conhecido como Etno-Povo.
Mega Povo. Um povo etnolinguístico com população acima de um milhão.
Mini Povo. Tipo de povo etnolinguístico, só que menor. Muitas vezes um povo etnolinguístico
grande mega povo contém vários mini povos. Do ponto de vista evangelístico, trata-se do maior grupo
dentro do qual o evangelho pode se espalhar através de um movimento de implantação de igrejas
sem encontrar barreiras de entendimento ou aceitação. Também conhecido como povo unimax.
Povo Socioeconômico. Um grupo humano cujos membros se sentem vinculados por algum
tipo de afinidade ligada à classe econômica, profissão, bairro, hobby, orientação política ou religiosa.

ALCANÇADO UM POVO

Povo não alcançado. Um grupo humano povo dentro do qual não existe uma comunidade de
crentes que dispõe de pessoas ou recursos suficientes para evangelizar o restante do próprio povo e,
portanto, precisam de um esforço missionário de fora, principalmente transcultural.
Povo fronteiriço. Este termo enfatiza a necessidade de que alguém atravesse certas
barreiras culturais ou linguísticas que separam o povo dos demais onde já existe uma igreja que pode
alcançá-lo. Sinônimo de povo não alcançado.

253
Povo oculto. Esta denominação salienta que o grupo, falando em termos práticos, está fora
de vista e consideração atenção da igreja de Jesus Cristo, mesmo que se encontre dentro de seu
alcance geográfico. Sinônimo de povo não alcançado.
Povo não-penetrado. Esta expressão destaca a ideia da necessidade de um esforço
missionário transcultural inicial, para depois continuar com o trabalho evangelístico normal do povo.
Sinônimo de povo não alcançado.
Movimento de povo. Trata-se de quando um determinado povo responde ao evangelho de
forma tão positiva que produz uma conversão maciça.
Movimento missionário. Quando uma igreja, implantada num campo missionário,
transformar-se numa força que envia missionários transculturais para levar o evangelho a outros
povos não-alcançados.

TIPOS DE PAÍSES E MISSIONÁRIOS

País de acesso restrito, limitado ou criativo. País cujo governo limita, por razões políticas
ou religiosas, a entrada de missionários estrangeiros que desejam se radicar nele. Frequentemente,
tal acesso se limita devido a cotas reduzidas para vistos missionários, ou prazos de permanência
cada vez mais curtos.
País fechado. País cujo governo fechou as portas para a entrada de missionários, negando-
lhes vistos de permanência.
Missionário bi-vocacional, fazedor de tendas. Missionário com uma profissão dupla,
servindo como profissional em um país de acesso restrito ou fechado, e realizando, ao mesmo tempo,
um ministério evangelístico de tempo parcial.
Missionário não-residente. Missionário que está servindo em algum país de acesso restrito
ou fechado, e que por isso se vê impossibilitado de residir ali. Desenvolve seu trabalho a partir de um
país próximo visitando frequentemente o país-alvo e realizando seu ministério de forma itinerante.

ETAPAS PARA SE ADOTAR UM POVO

Normalmente, para levar o evangelho a um povo virgem e implantar uma igreja autóctone
dentro dele, leva um período relativamente longo, provavelmente vários anos. Para nossa
mentalidade latina, acostumada com o improviso e querendo ver resultados quase imediatos, convém
compreender bem que se tratando de missões pioneiras e povos não alcançados, não poderemos
esperar frutos tão rápidos como os que temos aqui. Segue-se um esboço das etapas que
naturalmente seguem o processo de adotar um povo, esclarecendo, assim, as fases pelas quais
teremos que passar para atingir um povo não alcançado.
Etapa 1. Alguém informa que um determinado povo existe e ainda não foi alcançado.
Etapa 2. Comprova-se, através de fontes confiáveis que, de fato, trata-se de um povo que
precisa ser alcançado.
Etapa 3. Realiza-se uma pesquisa levantando dados precisos que possam ajudar a entender
melhor o povo e até mesmo estabelecer uma estratégia para alcança-lo.
Etapa 4. Uma denominação, igreja ou agência missionária resolve iniciar um esforço
missionário para alcançá-lo com o evangelho.
Etapa 5. Uma igreja ou um grupo de igrejas associação, junta, ou agência missionária assume
o compromisso de enviar missionários para alcançar, com o evangelho, o povo selecionado.
Etapa 6: Iniciação. Os missionários chegam ao povo adotado e iniciam seu trabalho
missionário transcultural pregando o evangelho e implantando igrejas autóctones.
Etapa 7: Alcançando. O povo conta com uma igreja autóctone com crentes e recursos
suficientes para alcançar o restante do próprio povo, sem necessidade ou com pouca necessidade de
ajuda externa.
Agência missionária. Qualquer organização, pequena ou grande, seja uma junta de missões
de uma denominação, uma agência interdenominacional, um conselho comitê, comissão missionário
de várias igrejas de diversas denominações, etc... Que atua como treinador, facilitador ou enviador de
missionários. Fontes: Comibam Internacional, julho de 1992, tradução, expansão e adaptação: Ted Limpic,
Sepal. Há uma grande necessidade de termos uma igreja treinada e informada sobre as últimas
fronteiras missionárias. Para isso, o departamento missionário tem a responsabilidade de se informar
e informar a igreja sobre o que está acontecendo no mundo e quais são os desafios estabelecidos
pelos pesquisadores de missões dos últimos tempos. É indispensável o conhecimento atual do
mundo, pois só conhecendo as necessidades é que podemos nos mobilizar para adotar os povos.

254
Capítulo 4 O pacto de Lausanne

Nós, membros da Igreja de Jesus Cristo, procedentes de mais de 150 nações, participantes
do CONGRESSO INTERNACIONAL DE EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL, em Lausanne, louvamos a
Deus por sua grande salvação e nos regozijamos na comunhão que Ele nos tem proporcionado
consigo e bem assim entre nós. Sentimo-nos profundamente movidos pela obra que Deus realiza em
nossos dias. Nossas falhas nos levam a uma atitude de contrição e somos desafiados ao
contemplarmos a tarefa, ainda por terminar, de evangelizar. Estamos convictos de que o evangelho
representa as Boas Novas para todo o mundo e estamos decididos, pela graça de Deus, a obedecer
a comissão de Cristo de proclama-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações.
Desejamos, portanto, reafirmar a nossa fé e resolução, tornando público este nosso pacto.

I. O Propósito de Deus
Afirmamos a nossa crença no Deus eterno, Criador e Senhor do mundo. Pai, Filho e Espírito
Santo, que governa todas as coisas segundo o propósito da sua vontade. Ele tem chamado do
mundo um povo para si, enviando-o novamente ao mundo como servos e testemunhas, para
promoverem o crescimento do Seu Reino, a edificação do Corpo de Cristo e para glorificarem o Seu
nome. Confessamos, envergonhados, que muitas vezes renegamos a nossa vocação e falhamos em
nossa missão, em razão de nos termos conformado com o mundo ou por nós termos nos isolado
demasiadamente. Contudo, alegramo-nos no fato de que, embora conduzido em vasos de barro, o
evangelho continua sendo o mesmo tesouro precioso. O nosso desejo é novamente dedicarmos à
tarefa de tornar conhecido esse tesouro, no poder do Espírito Santo Is 40.28; Mt 28.19; Ef 1.11; At
15.14; Jo 17.6,18; Ef 4.12; I Co 5.10; Rm 12.2; 2Co 4.7.

II. A Autoridade da Bíblia


Afirmamos a divina inspiração, veracidade e autoridade das Escrituras tanto do Antigo como
do Novo Testamento, em sua totalidade, como a única Palavra de Deus escrita, isenta de qualquer
erro em tudo quanto afirma, e a única regra infalível de fé e prática. Também afirmamos da Escritura
Sagrada para efetuar o propósito de Deus na salvação do homem. A revelação divina em Cristo é
imutável. Através dela, o Espírito Santo fala ainda hoje. Ele ilumina a mente do povo de Deus, em
todos os meios culturais, para perceberem a sua vontade em primeira mão, por si mesmos, e assim
revela a toda a Igreja, mais e mais da multiforme sabedoria de Deus 2Tm 3.16; 2 Pe 1.21; Jo 10.35;
Is 55. 11; 1Co 1.21; Rm 1.16; Mt 5.17,18; Jd 3; Ef1.17,18; 3.10,18.

III. A Natureza Ímpar e Universal de Cristo


Afirmamos que só existe um Salvador e um só evangelho, embora haja uma variedade de
maneiras de se realizar a obra de evangelização. Reconhecemos que todos os homens têm algum
conhecimento de Deus através de sua revelação geral na natureza. Mas contestamos que tal
conhecimento possa salvar alguém, pois os homens detém a verdade pela injustiça. De igual modo,
rejeitamos como sendo depreciativa a Cristo e ao evangelho toda a forma de sincretismo ou de
diálogo que implique em concordarmos que Cristo fale de modo igual através de todas as religiões e
ideologias. Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e o homem. Não existe outro nome pelo qual
devamos ser salvos. A humanidade perece por causa do pecado, mas Deus ama todos os homens,
não querendo que nenhum deles se perca, mas que todos cheguem ao arrependimento. Todavia,
todos que rejeitam a Cristo recusam o gozo da salvação e a si mesmos se condenam à eterna
separação de Deus. Proclamar a Jesus como SALVADOR DO MUNDO não é o mesmo que afirmar
que todas as religiões são do mundo pecador, é convidar a todos os homens a aceitá-lo como
Salvador e Senhor, através de uma entrega pessoal e honesta, acompanhada de arrependimento e
fé. Jesus Cristo foi exaltado sobre todo e qualquer nome: anelamos pelo dia em que todo o joelho se
dobrará perante Ele e toda a língua o confessará como Senhor Gl 1.6; Rm 1.18-32; 1 Tm 2.5,6; At
4.12; Jo 3.16-19; 2 Pe 3.9; 2 Ts 1.7-9; Jo 4.42; Mt 11.28; Ef 1.20,21; Fp 2. 9-11.

IV. A Natureza da Evangelização


Evangelizar é divulgar as Boas Novas de que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados e
ressuscitou dentre os mortos, segundo as Escrituras, e que como Senhor e Rei Ele agora oferece
perdão dos pecados e o dom libertador do Espírito a todos que se arrependem e crêem. A nossa
presença cristã no mundo é indispensável à evangelização, e assim é também o diálogo que tem por
propósito ouvir conscientemente, para melhor compreender. Mas a evangelização em si é a
proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o propósito de persuadir os
homens a se chegarem a Ele individualmente e assim reconciliados com Deus. Na proclamação do
convite do evangelho, não temos o direito de ocultar o preço do discipulado. Jesus continua a

255
requerer de todos que desejam segui-Lo que se neguem a si mesmos, tomem a sua cruz e
identifiquem-se com a sua nova comunidade. Os resultados do evangelho incluem obediência a
Cristo, inclusão no seio de igreja e serviço fidedigno no mundo 1 Co 15.3,4; At 2.32-39, Jo 20.21; 1
Co 1.23; 2 Co 4.5; 5.11,20; Lc 14.25-33; Mc 8.34; At 2.40,47; Mc 10.43-45.

V. A Responsabilidade Social Cristã


Afirmamos que Deus é tanto Criador como juiz de todos os homens. Portanto, devemos
participar dessa solicitude divina pela justiça e reconciliação em toda a sociedade humana, e pela
libertação do homem de toda forma de opressão. Sendo o ser humano feito à imagem de Deus, toda
pessoa, independentemente de raça, religião, cor, cultura, camada social, sexo ou idade, possui uma
dignidade intrínseca, razão pela qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Quanto a isso,
também, externamos o nosso arrependimento por nossa negligência por termos, às vezes,
considerado a evangelização e a ação social como mutuamente incompatíveis. Embora a
reconciliação do homem com o homem não signifique reconciliação deste com Deus, nem a ação
social, evangelização, e nem a emancipação política salvação, contudo, afirmamos que a
evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parcelas do nosso dever cristão.
Ambos são expressões necessárias das nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, do
nosso amor para com o próximo e da nossa obediência a Jesus cristo. A mensagem da salvação
implica também em uma mensagem de juízo sobre toda a forma de alienação, opressão e
discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que prevaleçam.
Quando alguém recebe a Cristo, nasce de novo no seu reino e, consequentemente, deve buscar não
somente manifestar como também divulgar a sua justiça em meio a um mundo ímpio. A salvação que
afirmamos usufruir deve produzir em nós uma transformação total, em termos de nossas
responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta At 17.26,31; Gn 18.25; Is 1.17; Sl
45.7; Gn 1.26,27; Tg 3.9; Lv 19.18; Lc 6.27,35; Tg 2.14-26; Jo 3.3-5; Mt 5.20; 6.33; 2 Co 3.18; Tg
2.20.
VI. A Igreja e a Evangelização
Afirmamos que Cristo envia os seus redimidos ao mundo, assim como o Pai o enviou, e isso
requer uma penetração de igual modo profunda e sacrificial. É necessário que larguemos os nossos
guetos eclesiásticos e que impregnemos a sociedade não-cristã. O serviço de evangelização
abnegada figura como tarefa mais urgente da Igreja. A evangelização mundial requer que a Igreja
toda leve a todo mundo o evangelho integral. A Igreja ocupa o ponto central do propósito divino para
com o mundo e é o instrumento escolhido por Deus para a divulgação do evangelho. Todavia, uma
igreja que prega a cruz deve também levar as marcas da cruz. A Igreja torna-se pedra de tropeço
para a evangelização quando ela trai o evangelho ou quando lhe falta a fé viva em Deus, o amor
genuíno pelas almas, ou quando deixa de ser escrupulosamente honesta em todas as coisas,
inclusive nas áreas de promoção e finanças. A Igreja é a comunidade do povo de Deus e não uma
mera instituição. Ela não deve ser identificada com nenhuma cultura em particular, nem com qualquer
sistema social ou político, e nem com ideologias humanas Jo 17.18; 20.21; Mt 28.19,20; At 1.8;
20.27; Ef 1.9,10; 3.9-11; Gl 6.14-17; 2Co 6.3,4; 2Tm 2.19-21; Fp 1.27.

VII. A Cooperação na Evangelização


Afirmamos que o propósito de Deus é que haja, na Igreja, unidade visível de pensamento
quanto à verdade. A evangelização também nos convoca à unidade, posto que a união de forças
robustece o nosso testemunho, assim com a desunião solapa o evangelho da reconciliação.
Reconhecemos, porém, que a união puramente oriunda de organização pode se apresentar de várias
formas, sem, contudo, necessariamente contribuir para a intensificação da evangelização. Todavia,
nós é que compartilhamos da mesma fé bíblica, devemos estar estreitamente unidos pelos laços da
comunhão fraternal, da obra e do testemunho. Confessamos que o nosso testemunho, às vezes, tem
sido desvirtuado pelo individualismo culposo e pela desnecessária duplicação de esforços. Dispomo-
nos a buscar uma união mais profunda em torno da verdade, do culto a Deus, da profunda fé em
torno da verdade, do culto a Deus, da santidade e da nossa missão. Recomendamos
encarecidamente, que se estabeleça uma cooperação regional e funcional para melhor implemento
da missão da Igreja, para cuidar de planejamento estratégico, para encorajamento mútuo e para
compartilhar recursos e experiências. Jo 17.21,23; Ef4. 3,4; Jo 13.35; Fp 1.27; Jo 17.11-23.

VII. Esforço Conjugado de Igrejas na Evangelização


Regozijamo-nos com o advento de uma nova era de missões. O papel proeminente das
missões ocidentais está rapidamente declinando. Deus está levantando, de entre as igrejas, jovens
novos, e grandes recursos para a evangelização do mundo, demonstrando de modo evidente que a

256
responsabilidade da evangelização cabe a todo Corpo de Cristo. Todas as igrejas devem, portanto,
estar perguntando a Deus e a si mesmas o que devem fazer para evangelizar a sua área e para
enviar missionários a outras partes do mundo. Deve ser permanente o processo de reavaliação da
nossa responsabilidade missionária e do papel que devemos desempenhar. Dessa forma haverá um
crescente esforço conjugado da parte das igrejas, que revelará com maior clareza a natureza
universal da Igreja de Cristo. Agradecemos a Deus pelas instituições ora empenhadas na tradução da
bíblia, na educação teológica, na comunicação em massa, na literatura evangélica, na evangelização,
nas missões, na renovação da Igreja em outros campos especializados. Também elas devem praticar
uma autocrítica contínua, visando avaliar a eficácia de seus esforços no cumprimento da missão da
igreja Rm 1.8; Fp 1.5; At 13.1-3; 1Ts 1.6-8.

IX. A Urgência da Obra Missionária


Mais de dois bilhões e setecentos milhões de seres humanos, número que representa cerca
de dois terços da humanidade, ainda não foram evangelizados. Sentimo-nos envergonhados da
nossa negligência para com tanta gente; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a
Igreja. Há, no momento, todavia, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes
para com o Senhor Jesus Cristo. Estamos convictos de que esta é a hora de as igrejas e outras
instituições orarem fervorosamente pela salvação do povo não evangelizado e de lançarem novos
programas visando a evangelização total do mundo. Uma redução do número de missionários
estrangeiros e de verba para o trabalho missionário num país evangelizado pode, às vezes, ser
necessária para ensejar o crescimento da igreja nacional na área da autoconfiança e, ao mesmo
tempo, para transferir recursos para regiões não evangelizadas. Deve haver um fluxo cada vez mais
livre de missionários entre todos os continentes, num espírito de abnegação e prontidão em servir. O
alvo deve ser o de conseguir, por todos os meios possíveis e no menor espaço de tempo, que toda
pessoa tenha oportunidade de ouvir, de compreender e de receber as Boas Novas. Não podemos
esperar alcançar esta meta sem sacrifício. Todos nós sentimos repugnância ante a pobreza de
milhões de seres humanos e ficamos perturbados ao saber das injustiças que a provocam. Nós, que
vivemos em condições de abastança, aceitamos como obrigação a observância de um viver simples,
a fim de contribuirmos mais generosamente tanto para assistência social como para a evangelização
Jo 9.4; Mt 9. 35-38; Rm 9.1-3; 1Co 9.19-23; Mc 16.15; Is 58.7,7; Tg 1.27; 2.1-9; Mt 25.31-46; At
2.44,45; 4.34,35.

X. A Evangelização e a Cultura
O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e
criativa. Com a bênção de Deus, o resultado será o surgimento de igrejas profundamente enraizadas
em Cristo e estreitamente relacionadas à cultura local. A cultura deve sempre ser julgada e provada
pelas Escrituras. Uma vez que o homem é criatura de Deus, parte de sua cultura é rica em beleza e
bondade. Pelo fato de o homem ter caído, toda a sua cultura usos e costumes está marcada pelo
pecado e, parte dela, é de inspiração demoníaca. O evangelho não pressupõe a superioridade de
uma cultura sobre outra, mas avalia todas elas segundo o seu próprio critério de verdade e justiça, e
insiste na aceitação de valores morais absolutos, qualquer que seja a cultura em questão. As
organizações missionárias, muitas vezes, têm exportado, juntamente com o evangelho, a cultura de
seu país de origem, e tem acontecido de igrejas ficarem submissas aos ditames de uma determinada
cultura, em vez de às Escrituras. Os evangelistas de Cristo devem, humildemente, procurar esvaziar-
se de tudo, exceto de sua autenticidade pessoal, a fim de se tornarem servos dos outros. As igrejas
devem se empenhar em enriquecer e transformar a cultura local, tudo para a glória de Deus Mc
7.8,9,13; Gn 4.21,22; 1Co 9.19-23; Fp 2.5-7; 2Co 4.5.

XI. A Educação e a Liderança


Confessamos que, às vezes, temos nos empenhado em conseguir o crescimento numérico da
igreja em detrimento do espiritual, divorciando a evangelização do trabalho pastoral. Também
reconhecemos que algumas das nossas missões têm sido muito remissas em treinar e incentivar os
líderes nacionais a assumir as justas responsabilidades. Todavia, apoiamos integralmente os
princípios que regem a formação de uma igreja de fato nacional e ardentemente desejamos que toda
igreja tenha líderes nacionais que revelem estilo cristão de liderança, não em termos de domínio,
mas, sim, de serviço. Reconhecemos a grande necessidade de melhorar a educação teológica,
especialmente em se tratando de líderes de igrejas. Em toda nação e em toda cultura, há
necessidade de um eficiente programa de ensino e treinamento, para pastores e leigos, em doutrina,
discipulado, evangelismo, trabalho pastoral e serviço. Esse treinamento não deve depender de uma
metodologia estereotipada; esta deve ser desenvolvida por iniciativa local, e segundo as normas que
a Bíblia apresenta Cl 1.27,28; At 14.23; Tt 1.5,9; Mc 10.42,45; Ef 4.11,12.

257
XII. O Conflito Espiritual
Cremos que estamos envolvidos em guerra constante contra os principados e potestades do
mal, que buscam destruir a Igreja e malograr sua tarefa de evangelização mundial. Reconhecemos a
necessidade de nos revestirmos da armadura de Deus e entrar nessa batalha com as armas da
verdade e da oração. Percebemos a atividade do nosso inimigo, não somente nas falsas ideologias
fora da Igreja, mas também dentro dela, na existência de falsos evangelhos que torcem as Escrituras
e colocam o homem na posição de Deus. A situação demanda vigilância e discernimento para
salvaguardar o evangelho genuíno. Reconhecemos que nós mesmos não estamos imunes ao
mundanismo, quer de pensamento ou de ação, isto é, não somos imunes ao perigo de capitularmos
ao secularismo. Por exemplo: embora tendo à nossa disposição pesquisas bem preparadas, valiosas,
sobre o crescimento da Igreja, tanto no sentido numérico como espiritual, às vezes não as temos
utilizado. Por outro lado, por vezes tem acontecido que, na ânsia de conseguir um aumento de
números, temos comprometido a mensagem, manipulando os nossos ouvintes pelo uso de técnicas
de pressão, e ficado excessivamente preocupados com as estatísticas, ou até mesmo as utilizado
desonestamente: tudo isso é mundanismo. A Igreja precisa estar no mundo, mas o mundo não pode
estar na Igreja Ef 6.12; 2Co 4.3; Ef 6.11, 13-18; 2 co 10.3-5; 1 Jo 2.18-26; 4.1,3; Gl 1.6-9; 2 Co 2.17;
4.2; Jo 17.15.

XIII. Liberdade e Perseguição


É a obrigação estabelecida por Deus que todo governo assegure condições de paz, justiça e
liberdade para que a Igreja possa obedecer a Deus, servir ao Senhor Jesus Cristo e pregar o
evangelho sem impedimentos. Por conseguinte, oramos pelos líderes das nações e apoiamos a eles
que garantam a liberdade de pensamento e consciência, e liberdade de praticar e propagar o
cristianismo de acordo com a vontade de Deus, conforme consta também da Declaração Universal de
Direitos Humanos. Também externamos nosso profundo cuidado por nossos irmãos que sofrem por
causa do testemunho do Senhor Jesus. Prometemos orar e trabalhar pela libertação deles. Ao
mesmo tempo, recusamo-nos a ser intimidados por sua situação. Deus nos ajudando, nós também
procuraremos nos opor a toda injustiça e permanecer fiéis ao evangelho, seja qual for o preço a
pagar. Não nos esquecemos de que Jesus nos advertiu de que a perseguição é inevitável 1Tm 1.1-4;
At 4.19; 5.29; Cl 3.24; Hb 13.1; Lc 4.18; Gl 5.11; 6.12; Mt 5.10-12; Jo 15.18-21.

XIV. O Poder do Espírito Santo


Cremos no poder do Espírito Santo. O Pai enviou seu Espírito para dar testemunho do Seu
Filho; sem esse testemunho, o nosso seria em vão. A convicção de pecado, a fé em Cristo, o novo
nascimento e o crescimento, tudo é a obra Sua. Além disso, o Espírito Santo tem profundo interesse
missionário. Consequentemente, a evangelização deve surgir espontaneamente de uma igreja
quando ela está cheia do Espírito Santo. A evangelização mundial só se tornará realidade quando o
Espírito renovar a Igreja na verdade, na sabedoria, na fé, na santidade, no amor e no poder. Portanto,
convocamos todos os cristãos a orarem por tal visitação do soberano Espírito de Deus, para que seu
fruto se manifeste em todo o seu povo e todos os seus dons possam enriquecer o Corpo de Cristo. Só
então a Igreja toda se tornará um instrumento em suas mãos para que a terra, toda ela, ouça a sua
voz 1Co 2.4; Jo 15.26,27; 16.8-11; 1Co 12.3; Jo 3.6-8; Co 3.18; Jo 7.37-39; 1 Ts 5.19; At 1.8; Sl
85.4-7; 67.1-3; Gl 5.22,23; 1Co 12.4-31; Rm 12.3-8.

XV. O Retorno de Cristo


Cremos que Jesus Cristo voltará pessoal e visivelmente à terra, em poder e glória, a fim de
consumar a salvação e o juízo. Essa promessa de sua vinda representa mais incentivo à
evangelização, pois lembramo-nos de que disse que o evangelho deve primeiramente ser pregado a
todas as nações. Cremos que o período intermediário entre a ascensão de Cristo e seu retorno deve
ser usado para o cumprimento da missão do povo de Deus, que não poderá parar esta obra enquanto
não vier o Fim. Também nos lembramos das advertências de que apareceriam falsos cristos e falsos
profetas como precursores do Anticristo. Portanto, rejeitamos como sendo apenas um sonho
orgulhoso e autoconfiante a ideia de que o homem possa, algum dia, construir uma utopia nesse
mundo. A nossa confiança cristã é esta, que Deus aperfeiçoará o seu Reino, e com grande anelo
esperamos por esse dia, e pelo novo céu e nova terra, onde haverá justiça, e onde Deus reinará
eternamente. Enquanto isso, nos rededicamos ao serviço de Cristo e dos homens, alegremente nos
submetendo à sua autoridade sobre nossa vida Mc14.62; Hb9.28; Mc 13.10; At 1.8-11; Mt 28.20; Mc
13.21-23; Jo 2.18; 4. 1-3; Lc 12.32; Ap 21. 1-5; 2Pe 3.13; Mt 18.18.
Portanto, à luz desta nossa fé e resolução, comprometemo-nos solenemente diante de Deus e
mutuamente entre nós a orar, a planejar e a trabalhar juntos pela evangelização da totalidade do

258
mundo. Convocamos outros a se unirem conosco. Que Deus nos ajude pela sua graça e, para sua
glória a sermos fiéis a este pacto! Amém! Aleluia!
Capítulo 5 As 4 categorias da igreja missionária

A igreja de Cristo tem uma visão. Se não tem, algo está errado na sua existência e forma de
ver a vida e o mundo. Somos chamados para realizar o sonho de Deus e este é uma visão.
Automaticamente, precisamos ter e conhecer essa visão. Que visão é essa? Trazer de volta para si o
relacionamento com o homem, quebrado pelo pecado sob a influência do diabo lá no jardim do Éden.
Religião significa religar, e o propósito de Deus ao enviar o seu único filho a terra para morrer na cruz,
foi justamente esse: religar, reconstruir o relacionamento com o homem, dar-lhe uma nova chance
para tê-lo no convívio celestial em plena comunhão com o Pai, Filho e Espírito Santo.
Segue-se abaixo uma visão panorâmica de Deus sobre missões e uma exaustiva, mas
necessária busca na Bíblia com referências sobre a chamada principal da igreja, que se chama:
Relacionar-se com o Senhor e trazer o homem de volta para Deus, através do amor de Cristo,
materializado em ações práticas de intercessão, evangelização e ação social, MISSÕES.

Respaldo bíblico para fazermos missões


A autoridade e veracidade das Escrituras: A Bíblia é a inspiração e revelação de Deus para
toda raça humana. Garante sua veracidade e relevância em tudo o que ela afirma. Toda a Escritura é
divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em
justiça II Tm 3:16.
A soberania de Deus na terra: O Senhor é o soberano de toda a terra. Foi Ele o criador e é o
sustentador de toda vida, é o Senhor da história, o Eterno Juiz diante do qual todos prestarão conta
um dia de tudo que fizeram de bom ou ruim na terra. Quando Abrão tinha noventa e nove anos,
apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença, e sê
perfeito Gn 17:1.
O amor de Deus para com o homem: Deus ama todos os homens indistintamente e com a
mesma força, quer que todos sejam salvos e sejam religados na comunhão com Ele. Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna Jo 3:16.
A condição pecaminosa do ser humano: A Bíblia nos afirma que todo ser humano está
debaixo da lei do pecado, porque pecaram e o pecado separa o homem de Deus, gera morte.
Ninguém é inocente diante das práticas erradas cometidas aqui na terra. Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus Rm 3:23. Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a
impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se
pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o
seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos
mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis Rm 1:18-20.
Apenas Jesus pode levar o homem a Deus: Ele é o único mediador entre o homem e Deus,
somente através dEle o homem pode encontrar a salvação eterna. Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim Jo 14: 6. E em nenhum outro há
salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos
ser salvos At 4: 12.
O trabalho do Espírito Santo na terra: Ele é aquele que convence o pecador de sua
necessidade de salvação. Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o
Ajudador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu
Pai, e não me vereis mais, e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado Jo 16:7-11.

Jesus é o referencial para fazermos missões


Ele veio para salvar o mundo: Ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele
salvará o seu povo dos seus pecados Mt 1:21.
Ele estabeleceu na igreja uma visão ampla do reino: Também vos digo que muitos virão do
oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus Mt 8:11.
Ele cumpriu o chamado de Deus na terra: Depois lhe disse: São estas as palavras que vos
falei, estando ainda convosco, que importava que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na
Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos Lc 24:44.
Ele doou a sua vida para realizar a obra missionária na terra: Pois também o Filho do
homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos Mc
10:45.

259
Ele renunciou grandes privilégios para fazer missões na terra: Tende em vós aquele
sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não
considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a
forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a
si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou
soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo
é Senhor, para glória de Deus Pai Fp 2:5-11.

O Espírito Santo é o maior cooperador em missões


O Espírito foi enviado para guiar a igreja: Quando vier, porém, aquele, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver
ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras Jo 16.13.
O Espírito veio para dar vida à Igreja: E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a
Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os
vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita Rm 8:11.
O Espírito nos enche de poder e ousadia para fazermos a obra: Então Pedro, cheio do
Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e vós, anciãos At 4:8.
O Espírito nos impulsiona para realizarmos a obra missionária: Porque não ousarei falar
de coisa alguma senão daquilo que Cristo por meu intermédio tem feito, para obediência da parte dos
gentios, por palavra e por obras, pelo poder de sinais e prodígios, no poder do Espírito Santo; de
modo que desde Jerusalém e arredores, até a Ilíria, tenho divulgado o evangelho de Cristo Rm 15:18-
19.

A primeira igreja e o seu compromisso com missões


A expansão da igreja primitiva a partir de Jerusalém segue o roteiro determinado por Jesus e
orientado pelo Espírito Santo, chegando ao restante da Judeia, a Samaria e aos confins da terra.
O surgimento da igreja em Jerusalém foi debaixo de uma visão missionária: Ao cumprir-
se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar At 1:1. E com muitas outras
palavras dava testemunho, e os exortava, dizendo: salvai-vos desta geração perversa. De sorte que
foram batizados os que receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas; e
perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada
alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos At 2:40-43.
A igreja é perseguida para assumir a visão e receber uma consciência missionária:
Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto
os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e da Samaria At 8:1.
O Evangelho chega a Samaria: No entanto os que foram dispersos iam por toda parte,
anunciando a palavra. E descendo Filipe à cidade de Samaria, pregava-lhes a Cristo At 8:4-5.
A expansão do evangelho para outras partes do mundo: Aqueles, pois, que foram
dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram até a Fenícia, Chipre e
Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Havia, porém, entre eles
alguns cíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram também aos gregos,
anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles, e grande número creu e se converteu
ao Senhor At 11:19-21.
A prioridade ministerial da Igreja - alcançar os não-alcançados: Deste modo esforçando-
me por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre
fundamento alheio; antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão; e os que
não ouviram, entenderão. Pelo que também muitas vezes tenho sido impedido de ir ter convosco;
mas agora, não tendo mais o que me detenha nestas regiões, e tendo já há muitos anos grande
desejo de ir visitar-vos Rm 15:20-23. Compreender as 4 categorias da Igreja missionária é a mesma
coisa que; saber qual a função de um guarda de trânsito, qual a responsabilidade de um professor na
sala de aula, qual é o papel de um engenheiro civil em uma obra inacabada e o que faz um
embaixador no país designado pelo presidente.

Primeira categoria da Igreja missionária


A Igreja que vai pregar o evangelho a toda criatura: Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai,
porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, e os reis, e os
filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe cumpre padecer pelo meu nome At 9:15-16.
Quando falamos em missões não podemos esquecer-nos do homem que compreendeu
claramente a essência do chamado missionário da igreja. O apóstolo Paulo nos exorta a deixarmos
de lado as coisas que não produzem resultados espirituais e nos levantarmos para anunciar as Boas

260
Novas de salvação. O nosso compromisso como igreja é de sair pelo mundo e pregar o evangelho.
Para isso, Deus nos comissionou e demonstrou essa preocupação através dos mártires do passado
que prepararam o caminho com as suas próprias vidas, que foram derramadas em adoração a Deus
nas nações para que eu e você estivéssemos aqui hoje. O sangue desses desbravadores produziram
sementes que, ao serem jogadas no chão, frutificaram e trouxeram para Deus homens e mulheres de
várias partes do mundo.
Um dos mais famosos missionários morávios, conhecido como o Eliot do Ocidente, foi David
Zeisberger. Desde 1735, ele trabalhou 62 anos entre as tribos Huron e outras, na América. Numa
determinada ocasião, depois de ter pregado sobre Isaías 64:8: Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso
pai, nós somos o barro, e tu és o nosso oleiro; e todos nós obras das tuas mãos. Era manhã de
domingo, em Agosto de 1781, a igreja e suas dependências foram invadidas por bandos de
salteadores indígenas e nos incêndios que se seguiram, Zeisberger perdeu todos os seus
manuscritos das traduções das Escrituras, hinos e anotações extensas sobre as línguas dos índios.
Mas, Zeisberger abaixou a cabeça em mansa submissão diante da providência soberana de Deus e
reiniciou seu trabalho que levaria anos novamente.
Que exemplo de dedicação para com a obra missionária. Deus nos chama para assumirmos
como igreja esse tipo de compromisso com o Reino. Ir para fazer diferença, mesmo que esta seja
notada pelas pessoas anos, ou quem sabe, décadas depois da nossa morte. Segue-se abaixo
algumas perguntas que poderão despertar em você posições que precisam ser tomadas sobre
missões a partir de agora:
Qual a nossa realidade hoje?
Que tipo de igreja somos?
O que vamos apresentar ao Senhor no final de tudo?
Qual tem sido a nossa responsabilidade para com os perdidos?
Que tipo de Evangelho temos vivido? Onde está o nosso coração?
Qual a nossa responsabilidade para com aqueles que estão no campo alcançando os
perdidos?

A segunda categoria da Igreja missionária


A Igreja que envia os missionários ao campo: Como, pois invocarão aquele em quem não
creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem
pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Assim como está escrito: Quão formosos os pés
dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas! Rm 10:14-15
Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado
Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles ministravam
perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os
despediram At 13:1-3. Para que as pessoas sejam alcançadas pelo evangelho é necessário que
missionários sejam enviados e, para que missionários sejam enviados, é necessário que a liderança e
a igreja tenha consciência desse compromisso do envio.
Dr. Russel Shedd, ao ministrar no congresso brasileiro de missões em Caxambu, MG no ano
de 1993, durante uma palestra sua, afirmou o seguinte na explanação dos versículos acima:
O Espírito Santo comunicou sua vontade aos líderes, que em seguida passaram o recado
para a igreja. Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado. No
versículo 2, o termo grego proskeklemai, no tempo perfeito, indica que essa não era a primeira vez
que Deus transmitiu Sua vontade missionária àqueles homens. Sabemos que logo após a conversão
de Saulo, foi revelado a Ananias que ele era um instrumento escolhido para levar o meu nome de
Deus perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel At 9:15.
A igreja não se opôs à ordem de Deus nem foi deixada sem liderança, continua Dr. Shedd.
Dos cinco líderes pastores, três continuariam ministrando em Antioquia. A igreja local não deve ser
enfraquecida pelo envio dos melhores obreiros para a seara, mas fortalecida. O texto no Versículo 3
declara que jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados assim pelo
Espírito, viajaram para a ilha de Chipre. Aparentemente, Barnabé o primeiro líder da equipe decidiu
que Chipre, terra ainda não alcançada por missionários, seria o local mais indicado.

A terceira categoria da Igreja missionária


A Igreja que ora pelos obreiros que estão no campo: Pedro, pois, estava guardado na
prisão; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele At 12:5. Em meio à perseguição, a ação de
Deus na terra para livrar o seu povo do mal é maior do que, durante o tempo de bonança e
tranquilidade, pois quando vêm as perseguições, sentimos a necessidade de orar mais. Ele apenas

261
espera que a igreja aprenda a orar como convém. Aprenda a amar a oração. Infelizmente, por onde
tenho passado, observo que são poucas as pessoas que dão o valor devido à intercessão. Portanto,
para conhecermos os resultados surpreendentes da oração em missões, precisamos aprender mais
um pouco sobre a oração.

Segue-se abaixo, sete pontos importantes que a igreja precisa saber sobre a oração.
1- Deus ouve nossas orações: A ti ó Deus, confiança, e louvor em Sião! e a ti se pagará o
voto. Ó tu que escutas a oração, a ti virão todos os homens Sl 65:1-2. Deus ouve a oração, mas não
quer dizer que reponde toda oração que fizermos a Ele. Existem empecilhos à nossas orações.

Quais são os empecilhos à oração?


O pecado - Pois separa o homem de Deus.
A falta de fé - Sem fé é impossível agradar a Deus.
Falta de disciplina
Não saber expressar as necessidades.
Não useis de vãs repetições - No grego significa APOLOGEO: isto é, falar sem pensar.

2- Devemos orar em nome de Jesus: Naquele dia nada me perguntareis. Em verdade, em


verdade vos digo, se pedirdes alguma coisa ao Pai, Ele vo-la concederá em meu nome Jo 16:23. Ter
a consciência e liberdade de entrar no Santo dos santos através dEle Ter a capacidade de ouvi-lo na
oração para que o relacionamento seja completo.

3- A oração é imposta: Orai sem cessar I Ts 5:17. É um chamado para: Jovens, velhos e
crianças. TODA a igreja é chamada para orar. Orar sem cessar é desenvolver uma vida de oração
diária. Precisamos aprender a amar a oração. Aprender a exercita-la diariamente, como trocamos de
roupa e nos alimentamos.

4- Devemos orar de todo coração: Então me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos
ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração Jr 29:12-13. É
deixar para trás a prática idólatra da reza e se achegar a Deus com dedicação, sabendo que oração é
acima de tudo um íntimo relacionamento com o Pai.

5- Quando oramos somos vitoriosos: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e


abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á Mt
7:7-8. Já pensou ter a vitória em sua vida? Sabendo que você busca e encontra, pede e recebe, bate
e a porta se abre. É assim que Deus deseja que vivamos no dia a dia através da oração.

6 - Cristo é nosso maior exemplo de oração: Naqueles dias retirou-se para o monte a fim
de orar, e passou a noite orando a Deus Lc 6:12. Jesus precisava orar, sim ou não? Se a sua
resposta for não, então, por que Ele orava? PARA TER COMUNHÃO COM O PAI, SAUDADE DOS
TEMPOS BONS LÄ NO CÉU.

7 - Orar segundo a Palavra de Deus, direcionado pelo Espírito Rm 8:26-28: ... não
sabemos o que havemos de pedir como convém... Devemos tomar cuidado para não fazer da nossa
oração, bruxaria. Usar a oração como bruxaria é orar segundo a vontade egoísta do nosso coração.
Por isso precisamos orar segundo a Palavra e direcionados pelo Espírito, para não cometermos o
erro de usar a oração para fins maléficos.

A quarta categoria da Igreja missionária


A Igreja que sustenta os seus missionários: Ora, muito me regozijo no Senhor por terdes
finalmente renovado o vosso cuidado para comigo; do qual na verdade andáveis lembrados, mas vos
faltava oportunidade. Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com
as circunstâncias em que me encontre Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda
maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto
em ter abundância, como em padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição. Também vós sabeis, ó filipenses, que, no
princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo no sentido de
dar e de receber, senão vós somente; porque estando eu ainda em Tessalônica, não uma só vez,
mas duas, mandastes suprir-me as necessidades. Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que
cresça para a vossa conta. Mas tenho tudo; tenho-o até em abundância; cheio estou, depois que
recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro suave, como sacrifício

262
aceitável e aprazível a Deus. Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas
riquezas na glória em Cristo Jesus Fp 4:10-19.
Dinheiro nunca foi o maior empecilho para o missionário permanecer no campo. A falta de
visão e obediência da Igreja sim, essa pode retardar o trabalho. Paulo sabia muito bem do que estava
falando. Por um lado, exaltava a visão da igreja filipense que o mantinha no campo e ao mesmo
tempo exortava àquelas igrejas que não estavam engajadas na visão de sustenta-lo. Embora
saibamos muito bem que, em várias igrejas no Brasil, missões não é prioridade, alegramo-nos por
aqueles que, mesmo diante das dificuldades, estão participando no sustento dos obreiros.
Não temos condições, estamos em construção, quem sabe no próximo ano estaremos
enviando uma oferta missionária para o ministério de vocês. Quantos missionários já ouviram essas
frases? Quantas promessas como essas nunca foram cumpridas?
Dinheiro não é problema que possa impedir a igreja de fazer missões, pois o dono do ouro e
da prata é o seu Senhor. O problema é como têm sido canalizado esses recursos. Um dia, um pastor
amigo meu me afirmou que a junta de missões da convenção de sua igreja, arrecadava milhares de
reais por mês, para o sustento dos missionários, só que esse dinheiro nunca chegava até o campo,
pois era gasto na administração da junta e em outras coisas que não têm nada a ver com missões.
Segundo alguns missiólogos, a Igreja arrecada ao redor do mundo em torno de 2,5 trilhões de
dólares. Se apenas um por cento dessa arrecadação fosse enviada para o campo, poderia sustentar
cem mil novos missionários. Faça a matemática e pense um pouco comigo, não seria mais fácil a
manutenção dos obreiros?
A visão integral da Igreja no Reino de Deus deve ser debatida mais em nossas conferências
missionárias, para que mais pessoas sejam despertadas a se envolverem com o apoio financeiro dos
obreiros. Bem afirmou Davi ao retornar da batalha: As partes das riquezas despojos que seriam
divididas entre o povo, deveriam ser iguais para todos. Tanto para os que foram para a batalha
missionários, para os que ficaram na beira do rio guardando as bagagens intercessores, quanto para
os que permaneceram na cidade mantenedores. Todos receberiam partes iguais ver I Sm 30:22-25.
Assim também fará o Senhor na hora de entregar o galardão a igreja. O importante é que todos
tenham participado do trabalho.

263
Capítulo 6 Começando do ponto zero para implantar um departamento missionário na igreja

Visão, amor pelos perdidos e disposição


Para iniciar um departamento missionário numa igreja, é necessário primeiramente que,
aquelas pessoas interessadas em fazê-lo, se prontifiquem a compreender a vontade de Deus em
relação ao assunto. Para isso, precisam ter a visão certa: a visão de Deus. Então podemos fazer
algumas perguntas para entendermos melhor sobre essa necessidade. As perguntas lhe ajudarão a
saber em que posição missionária você se encontra e quais são as áreas que precisam melhorar em
sua vida. Responda friamente e faça uma análise do ponto mais fraco em sua vida que você acha
que precisa mudar.

 O que você sente no coração quando ouve alguém falar sobre as necessidades do mundo?
 Ideias novas e diferentes surgem em sua mente quando alguém lhe fala sobre missões?
 Você ora constantemente pelos missionários que estão no campo?
 Você tem influenciado outros para se envolverem com missões?
 Quando alguém compartilha contigo a respeito do seu chamado, você o incentiva a continuar?
 Você já mobilizou pessoas alguma vez a enviar uma oferta missionária para missões?
 Você gosta de participar de conferências, congressos, acampamentos que abordam o tema
missões?
 Você envia periodicamente oferta para algum missionário no campo?
Deu para sentir que as perguntas acima apontam uma ligação inquebrável das três áreas
necessárias na vida da igreja, para alguém iniciar um departamento missionário. Essas áreas são, na
verdade, a essência do compromisso missionário que todo cristão deve ter no seu dia a dia, elas são:

VISÃO + AMOR PELOS PERDIDOS + DISPOSIÇÃO = MISSÕES

VISÃO - Olhar para o mundo sob a perspectiva bíblica. Saber que Jesus morreu por todos os
homens. Conhecer as necessidades do homem e ter a verdadeira consciência sobre as
responsabilidades conferidas a você para mudar tal situação.
AMOR PELOS PERDIDOS - Uma paixão desenfreada por aqueles que se perdem no mundo.
Preocupação autêntica com as pessoas que ainda não foram alcançadas pelo evangelho. Sofrimento
e dor quando ouve alguma notícia sobre a situação caótica da raça humana. Sente a
responsabilidade de mudar a situação.
DISPOSIÇÃO - Levanta-se para fazer algo concreto em benefício das pessoas. Não mede
esforços para trabalhar na casa de Deus. Está sempre alegre em saber que tudo aquilo que é feito
para a obra de Deus é bom e satisfatório. Não importa o resultado imediato, o importante é que o
nome do Senhor está sendo glorificado. Dispõe-se debaixo de uma vívida e empolgante
responsabilidade para mudar a situação.
Visão = Conhecer a responsabilidade.
Amor pelos perdidos = Sentir a responsabilidade.
Disposição = Agir sob a responsabilidade.

VISÃO - AMOR PELOS PERDIDOS - DISPOSIÇÃO. São na realidade três ferramentas


poderosas. Ambas devem estar interligadas no departamento missionário, para que o trabalho seja
integral e constante. Por quê? Observemos, numa pequena comparação, o que acontece no
demonstrativo abaixo, se não existir essa interligação, ou, existir apenas dois pontos interligados para
iniciar o departamento. O problema que pode surgir no início ou processo da implantação do trabalho.
Comparação das três ferramentas missionárias: VISÃO - AMOR PELOS PERDIDOS =
Conhecimento e sentimento momentâneo, sem ação prática. O trabalho nunca é iniciado, pois está
baseado apenas nas informações recebidas na igreja. Nunca é feito algo mais concreto para começar
a trabalhar no departamento. Fica limitado apenas na teoria e sentimento das coisas.
VISÃO - DISPOSIÇÃO = Conhecimento e trabalho, sem motivação e sentimento. Corre o risco
de fazer a obra por fazer, sem a direção de Deus. Ao invés de fluir no Reino e influenciar a igreja,
pode surgir um grande elefante branco para ser administrado e o objetivo não ser realizado: fazer
missões.
AMOR PELOS PERDIDOS - DISPOSIÇÃO = Sentimento e trabalho, sem conhecimento da
causa e o preparo necessário para envolver outros no departamento. O trabalho é desenvolvido pela
emoção e depende basicamente das coisas que estão acontecendo na igreja. Inicia o trabalho com

264
boa motivação, mas não vai muito longe, porque não tem base bíblica e a primeira tempestade a
frente é motivo para desistir e parar tudo.

Os pequenos começos
Nunca devemos desprezar os pequenos começos, assim a palavra de Deus nos exorta. Se
queremos iniciar o departamento, precisamos saber que as coisas não vão acontecer rapidamente na
igreja. É necessário paciência e perseverança. Mas isso, não é motivo para não começarmos. O mais
importante é iniciarmos o departamento com o que temos em mãos: visão, amor pelos perdidos e
disposição. Saiba que, no começo do departamento tudo será difícil, até a igreja entender sobre a
importância de fazer missões, até se tornar como uma coisa normal no meio da igreja. Será como um
leque que vai se abrindo gradativamente até chegar no seu ponto desejado. Quando começamos o
departamento no ponto zero com nada em mãos é gratificante, porque veremos os resultados
surgirem passo a passo, a cada dia. Seremos co-participantes com Cristo nos resultados.
Não podemos esquecer que no início de tudo devemos estabelecer alvos, mesmo que, como
brasileiros não estejamos muito acostumados a projetar as coisas, geralmente agimos na emoção,
precisamos nos disciplinar e estabelecer alvos. Pois assim vamos saber se o departamento está
fluindo ou não e o que pode ser melhorado no curso do trabalho. Por exemplo:
 Quantos missionários a igreja pretende sustentar mensalmente até o final de dois anos?
 Quantos pretende treinar e mandar para o campo?
 Quantos mantenedores serão mobilizados na igreja?
 Quantos intercessores estarão envolvidos no trabalho?

Para isso, é necessário haver alvos, pois o Senhor vai honrar os alvos. Os mesmos são uma
prática organizada da fé, onde os resultados são colhidos palpavelmente. Não estabeleça os alvos
apenas pela necessidade do campo. Pergunte a Deus em oração, quais são os alvos missionários
que Ele tem para sua igreja. Com certeza, Ele vai dar a direção certa. Mas os alvos são
indispensáveis no departamento missionário. Conheço uma igreja no interior da Bahia que sustenta
mais de cento e oitenta missionários no campo. Por quê? Porque um dia eles estabeleceram alvos.

Descobrindo na Igreja as pessoas certas para o departamento


Deve haver orações para pedir a orientação do Senhor e sob a direção do conselho da igreja
na escolha dos membros do departamento missionário. Portanto, tais pessoas devem possuir
qualidades específicas. Tais como: Ser membro ativo da igreja. Serem cheios do Espírito Santo. Vida
de oração. Visão missionária. Devem ser contribuintes fiéis dízimo e oferta. Desejo de crescer no
conhecimento das atividades missionárias, que poderá ser desenvolvidos através de treinamentos
específicos: leitura de boas literaturas sobre o assunto missionário e participar sempre que possível
de eventos com enfoque missionário.

Debaixo da autoridade e bênção do pastor


Bom seria se toda iniciativa de começar um departamento missionário na igreja, partisse do
pastor. Porque ficaria mais fácil a mobilização de outras pessoas no trabalho. Nem sempre acontece
assim, talvez porque o pastor já esteja envolvido com muitas atividades na igreja e não tem mais
tempo para assumir outro desafio. Ele geralmente passa a responsabilidade para uma irmão a de sua
inteira confiança. Não podemos esquecer que, para o bom andamento do departamento é necessário
haver uma unidade de visão entre os componentes do grupo e o pastor, mesmo que ele não esteja
ligado diretamente no departamento.
Para haver um fluir e bom desenvolvimento, após a seleção dos participantes peça ao pastor
que num culto público da igreja seja feito um mini-comissionamento dos membros do departamento.
Por quê? Responsabilidade sem autoridade não é saudável. Como seria isso? É fácil, chame o grupo
à frente e juntamente com a liderança da igreja, imponha as mãos e ore por eles e se possível unja-
os com óleo com a aprovação da congregação. Essa atitude terá uma grande significância para o
departamento. Primeiro, porque estará debaixo da autoridade do pastor e, segundo porque a
congregação vai reconhecer o departamento como uma parte importante e indispensável na igreja.

Casamento entre: intercessão e missões


Geralmente, são dois departamentos distintos na igreja. Cada um tem a sua atividade
separada. A proposta é que, seja feito uma fusão entre os dois departamentos. Pois, intercessão não
tem como andar sem as informações missionárias e missões não têm como se desenvolver sem a
cobertura de oração. Por que então, não fazer uma fusão entre os dois?

265
INTERCESSÃO X MISSÕES = Despertamento e provisão divina

Quando nos colocamos na brecha de oração por missões e temos a incumbência de mobilizar
pessoas, há maiores condições de desenvolver o departamento numa escala de liberdade bem mais
ampla. Intercessão traz o coração de Deus em relação às nações para o centro do departamento e
ambos terão condições de envolver toda a igreja nessa visão.

266
Capítulo 7 Não esqueça a sua cidade

Era uma manhã bonita e ensolarada, as pessoas chegavam de várias partes da cidade. O trio
elétrico já estava estacionado em frente a praça do coreto, faltavam apenas alguns detalhes para
iniciarmos o louvor. Críamos que aquela Marcha Para Jesus seria diferente das outras marchas que
tínhamos realizado nos anos anteriores. Por quê? Deus havia nos dado uma nova estratégia naquele
ano: o percurso seria o mesmo, o local de concentração também, a divulgação foi mais abrangente,
mas havia um pequeno detalhe na programação que com certeza faria muita diferença naquela
marcha. Qual seria?
Quando ainda nos reuníamos para orar com a equipe de pastores organizadores da marcha,
Deus falou claramente ao meu coração sobre a chave da cidade. O que seria isso? São os portais de
influência da cidade, onde entra tudo de ruim através do pecado praticado pelo povo. Mas esse triste
quadro em Contagem, nossa cidade, poderia ser mudado através de uma ação profética da igreja.
Continuou o Senhor a falar ao meu coração. É quase comum nas cidades do Brasil, o prefeito como
autoridade conferida entregar a chave da cidade ao rei Momo durante os festejos do carnaval. Por
que então, não mudarmos essa situação e pedir ao prefeito para dar a chave da cidade à igreja?
Assim nasceu a visão de durante a programação da marcha fazermos esse cerimonial.
Mandamos um convite ao Dr. Paulo Mattos, prefeito de Contagem explicando o objetivo da cerimônia,
ele aceitou prontamente. Mandamos confeccionar uma bonita chave de madeira para usarmos
durante a marcha.
Começamos o louvor na Avenida João Cézar de Oliveira, e depois nos dirigimos ao centro
comercial de Contagem, no Bairro Eldorado. Tudo estava acontecendo como Deus havia nos
direcionado. Quando chegamos em frente a feira da cuco, um local muito movimentado no dia de
sábado. Convidamos o prefeito para subir ao trio e entregamos a palavra a ele, que proferiu
rapidamente o seguinte discurso: Eu, como autoridade desta cidade, reconheço que precisamos da
oração da igreja. Neste momento, entrego a chave da cidade a igreja evangélica e a Jesus, porque
realmente precisamos de vocês. Naquele instante, alguns pastores subiram a plataforma e fizeram
uma oração a Deus pelo prefeito e pela cidade. O que você acha que aconteceu depois desse ato
profético na Marcha Para Jesus em Contagem? Enquanto escrevo essa história, já estamos às
vésperas da próxima marcha e em poucas palavras posso alistar abaixo alguns resultados da última:
O maior bingo da cidade foi fechado inclusive, funcionava na avenida onde foi realizado a
marcha. A maior boate da cidade foi fechada inclusive, funcionava na avenida onde foi realizado a
marcha. Uma igreja que estava quase fechando as portas, por haver muitos problemas e falta de
pessoas, foi restaurada e em menos de oito meses mais de oitenta pessoas foram recebidas lá.
Várias igrejas de Contagem experimentaram um crescimento espetacular no último ano. Outros
resultados que não podemos ver agora, mas com certeza, ao longo dos anos, testemunharemos.
Deus nos chamou para sermos restauradores de brechas e cabe a nós essa responsabilidade.

Onde estão os reparadores de brechas da Cidade?


E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante
mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei Ez 22:30. Assim, a palavra
de Deus nos exorta e chama-nos a atenção para a responsabilidade da igreja em relação a oração
intercessória pela cidade. O Senhor busca na terra aqueles que estão dispostos a tapar as brechas
nas cidades, causadas pelo pecado e pelo inimigo.
A intercessão é uma das formas mais elevadas de oração para tapar essas brechas, porque
trata com uma das coisas mais preciosas e importantes que existem na face da terra: As almas dos
homens e mulheres. Num departamento missionário, deve haver essa preocupação, principalmente
em relação à aqueles que estão em nossa volta, que são o nosso campo missionário mais próximo.
Fomos chamados por Deus para fazermos diferença no mundo em que vivemos. E o mínimo
de diferença que podemos fazer é orando pela cidade. Enquanto Deus escolhe Seus vasos, e Seu
sacerdócio real, não podemos ignorar nossa responsabilidade para com esta geração de pessoas,
que estão cativas em trevas espirituais e precisam da nossa ajuda. Certamente Deus está disposto a
responder orações. Resta aos homens e mulheres que se agarrem as vastas promessas que Sua
palavra contém sobre a oração. E.M. Bounds declara que: Oração é a linguagem de um homem
carregado com um sentido de necessidade... Não orar não é apenas declarar que nada é necessário,
mas admitir a não realização dessa necessidade.

Tudo começa no bairro


Onde quer, pois, que entrava, fosse às aldeias, nas cidades ou nos campos, apresentavam os
enfermos nas praças, e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos a orla do seu manto; e todos os
que a tocavam ficavam curados Mc 6:56. Numa batalha, existe a estratégia de ataque e defesa.

267
Quando pensamos em alcançar a cidade para Cristo, estamos focalizando os bairros. Por quê? As
pessoas moram lá, a vida acontece lá, as notícias são veiculadas lá, a vida acompanha o desenrolar
do dia a dia no bairro. É a vizinha que perdeu seu filho num acidente, é a família que acaba de chegar
de viagem de férias, é o garoto que quebra a vidraça do colégio, o homem que bebe muito e não
deixa ninguém dormir, o cachorro que não pára de latir e outras coisas mais.
A igreja é implantada no bairro, as mudanças devem acontecer no bairro. A nossa focalização,
portanto deve ser o bairro. Jesus percorria os bairros para curar as pessoas, para encontra-las e
salva-las. Hoje, Ele nos chama a atenção para voltarmos às raízes missionárias e batalharmos para
atingir os vilarejos da nossa cidade, os lugares distantes onde quase não existe acesso à palavra de
Deus. A estratégia de defesa na batalha espiritual é a manutenção da obra nos grandes centros da
cidade, e a de ataque é entrar com o evangelho nos lugares desprezados pela sociedade, tais como:
bairros violentos, favelas, prostíbulos, centros espíritas e área rural. A igreja precisa defender e
também avançar!

O crescimento da igreja acontece na cidade


...louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor
os que iam sendo salvos At 2:47. Na maioria dos avivamentos ocorridos no passado, o resultado
claro e contundente dos acontecimentos era o crescimento da Igreja. Sabedores desta verdade não
podem esquecer-nos de pedir a Deus que aumente o número de pessoas salvas em nossas igrejas,
pois, com certeza, serão mais pessoas envolvidas em missões.
O interessante era que: Quando Deus derramava o seu Espírito numa cidade ou nação, as
pessoas sentiam a ação do sobrenatural no cotidiano. Muitos eram curados, libertos e havia uma
presença palpável da santidade de Deus nas ruas, ao ponto de muitos homens sentirem convicção de
pecado, pelo simples fato de andarem nos lugares onde estava acontecendo os cultos e reuniões de
oração.
Quem não se lembra da história dos avivalistas que pregavam sermões longos, mas ungidos.
As pessoas ao ouvirem esses sermões, se agarravam às colunas do templo em desespero e com
medo do futuro, suplicando aos berros a ajuda para que pudessem conhecer o plano de salvação.
Assim aconteceu com Carlos Finney, Jonh Wesley e outros. Havia uma grande necessidade de
buscar a Deus na cidade. Muitas vezes, era necessário parar o funcionamento das fábricas, fechar as
portas dos estabelecimentos comerciais para o povo orar e receber a salvação. Devemos pedir a
Deus para que esse tipo de mover volte a acontecer em nosso meio.
Assim foi depois do pentecostes, durante os avivamentos na Europa e América e pode ser em
nossos dias. Basta a Igreja entender a importância da oração e clamar constante e
desesperadamente ao Senhor um derramar de seu Espírito em nosso meio. Com certeza, isto vai
trazer um grande crescimento para a igreja.
Você já imaginou, quando começar acontecer durante os cultos de domingo, em várias igrejas
do Brasil, na hora do louvor, muitas pessoas entrarem na reunião em completo desespero, gritando e
pedindo que alguém lhe fale sobre a salvação em Jesus? Isso é possível e faz parte da visão de
missões da igreja.

Violência urbana, responsabilidade da igreja


Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; guarda-me dos homens violentos Sl 140:1. O povo
brasileiro está assustado com os últimos acontecimentos na nação. A violência tem atingido todos os
segmentos da sociedade. As pessoas andam amedrontadas pelas ruas. Os pais temem mandar seus
filhos para a escola. O que parece ser seguro torna-se inseguro, o que parece estar protegido torna-
se um campo aberto para a marginalidade. O que fazer diante de tanta violência praticada em nossas
cidades nos últimos dias?
A palavra de Deus nos adverte: Por aumentar as iniquidades o amor de muitos se esfriaria. Na
realidade, é o que mais está acontecendo em nossos dias. A violência salta diante dos nossos olhos,
e não sabemos o que fazer, ou sabemos e não temos forças para agirmos, diante da proliferação da
maldade humana. Qual a posição da igreja diante de tudo isso?
Será que temos feito o necessário e o possível para promovermos a paz pela cidade? O
mínimo que podemos fazer é orar e desenvolver projetos de evangelização! Mesmo que esse mínimo
seja talvez a única esperança para a cidade. Pois quando evangelizamos e oramos pedindo Deus
para mudar o rumo da nossa cidade, estamos dispostos a tomarmos certas posições que irão
incentivar outros a fazer o mesmo. Se não fazemos nada, com certeza cai sobre nós a
responsabilidade dos males da cidade. Portanto, chore por sua cidade, clame a Deus, coloque a boca
no pó, pois ainda há esperança. Nós podemos trazer a verdadeira paz para a cidade e o
departamento missionário deve estar envolvido nessa visão.

268
Unidade na cidade: uma visão possível
Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, a fim de que o mundo
conheça que tu me enviaste, e que os amaste a eles, assim como me amaste a mim Jo 17:23. É
impossível alcançar uma cidade sem a focalização da unidade do povo de Deus. Os pastores
precisam tomar essa consciência e instruir o seu rebanho a pratica-la. Unidade, não é fazer as
mesmas coisas e andar do mesmo jeito. Está acima disso! É ter no coração o mesmo sentimento que
houve em Cristo Jesus.
Unidade é reconhecida através da ação viva e prática do amor no meio da igreja. É quando
nos unimos para alcançar um bairro, sabendo que nem todos após a conversão vão congregar em
nossa igreja. Mesmo assim, trabalhamos, visando almas, e não os números. Devemos entender que,
para vivermos a verdadeira unidade, o amor de Deus deve estar acima das nossas diferenças
ideológicas ou costumes. Nós somos o corpo de Cristo, e ele não pode vencer dividido.
A nossa focalização deve ser Jesus. Pensarmos como Ele, andarmos como Ele e sentir como
Ele. O que Ele sente atualmente em relação a unidade da igreja na cidade? O que temos feito para
isso acontecer? Vamos promovê-la? Vamos vivê-la! Não de palavras, mas em ações vívidas e
eternas. Uma maneira prática de envolver outras igrejas nessa visão de unidade é promover reuniões
de oração que focalizem a necessidade missionária e tentar fazê-los participar com novas ideias e
sugestões.
Se essas igrejas não possuem um departamento missionário, procure incentivá-las a
implantar também. Pode haver trocas de figurinhas, como dizem no ditado popular. Pode até
organizar intercâmbios entre os departamentos. O importante é não se fechar apenas em sua igreja,
mas procurar envolver outras da cidade.

269
Capítulo 8 Ideias práticas para o departamento

Estamos cientes que, ao iniciar um departamento missionário, enfrentaremos algumas


dificuldades até que esse seja estabelecido e estruturado, para conseguir a aceitação e participação
da igreja. Esse é o preço que devemos pagar. Para isso é necessário que tenhamos bons
argumentos e projetos com o intuito de convencer o povo sobre a importância de se envolver em
missões. Talvez, a depender do lugar, será como uma goteira d’água num pedaço de madeira, vai
pingando, pingando até conseguir amolecê-la e fura-la. O mais importante é perseverar na visão que
Deus te deu e esperar os resultados que irão surgir ao longo do processo.
Os membros do departamento devem levar a igreja a prática missionária por meio de
programas concretos que irão envolver outros que não estão ligados diretamente ao departamento.
Segue-se abaixo algumas ideias sobre como implementar o departamento e mantê-lo sempre
atualizado na igreja.

Realize eventos missionários na igreja para promover a visão, principalmente entre os


mais desligados
1- Se possível, separe um domingo por mês, de preferência o último e faça um culto
missionário. Sempre que for oportuno, convide um missionário para trazer testemunhos sobre as
práticas do campo.
2- Neste domingo missionário, desafie o povo a trazer uma oferta específica para missões,
que poderá ser consagrada no culto à noite.
3- Crie um envelope específico para missões e distribua-o um domingo antes na igreja, com o
objetivo de evitar confusão na hora de recolher a oferta. Desafie o povo a trazer o melhor para Deus,
pois Deus deu o melhor para nós: Seu Filho Jesus.
4- Tente personalizar esse envelope para haver uma identificação melhor, como por exemplo:
Oferta Missionária, Oferta de Sacrifício, Oferta para Missões, Oferta para o Campo Missionário.
Algumas igrejas colocam no envelope, os nomes dos missionários por elas adotadas. Fazendo assim,
facilita o envio da contribuição, pois a pessoa que vai ajudar tem a liberdade de escolher para quem
vai a sua oferta.
5- No culto missionário, ornamente a igreja com banners e materiais ilustrados que lembrem o
povo sobre a necessidade do mundo. Tente usar o melhor, pois, fazendo assim, haverá uma
participação maior das pessoas.
6- Confeccione ou compre bandeiras das nações, para serem expostas durante o culto
missionário. A bandeira traz uma lembrança clara de compromisso missionário. Como são mais de
duzentos no mundo, faça a coleção das bandeiras aos poucos. Nunca me esqueço quando, em 1999,
entrei no templo da New Life Church em Colorado Springs nos Estados Unidos. Foi uma das visões
mais bonitas e impressionantes que tive em toda a minha vida. Havia bandeiras de todas as nações
do mundo penduradas no teto. Aquela igreja realmente respira e vive missões.
7- Crie um boletim missionário mensal, ou, sempre que for possível coloque informações
missionárias e relatórios no boletim da igreja. Isso ajuda a lembrar do povo sobre o compromisso
missionário que temos com os obreiros no campo.
8- Crie programas que envolva as crianças da igreja na visão missionária. Ore a Deus e peça
a Ele para ajuda-los nessa estratégia.
9- Como nos dia de hoje com a globalização, temos acesso mais fácil às informações do
mundo. Através da internet, podemos colher muitas informações importantes sobre as nações e
repassá-las para a igreja.
10- Crie um programa de oração anual por povos não alcançados. Simplifique a visão. As
pessoas, quando recebem esse tipo de material, envolvem-se. Basta apenas ter a estratégia correta.
Por exemplo: faça um cartão de oração contendo estatísticas recentes sobre esses povos No último
capítulo do livro você terá à disposição estatísticas recentes sobre os países da Janela 10/40, para
ser usado justamente nesse tipo de programa de oração pelas nações.
11- Faça lembretes relâmpagos na igreja. Como seria isso? Utilize pequenas estatísticas
sobre o mundo ou alguma reportagem de revista ou TV, mostrando ao povo a importância de orar
pelas nações.
12- Promova uma vez por ano, um evento especial sobre missões. Exemplo: Feira das
Nações. Consiga material sobre nações, barracas típicas com comidas diferentes de vários países,
roupas típicas e se possível, faça um dia de exposição missionária. À noite, realize uma grande
conferência missionária. Hoje é mais fácil conseguir no Brasil bons preletores envolvidos com a
evangelização mundial.
Para maior facilidade no departamento, divida-o em projetos
Sugestão de projetos, baseados em nomes retirados da Bíblia:

270
PROJETO ANTIOQUIA

Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado
Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles ministravam
perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a
que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os
despediram At 13:1-3. Preparar e enviar ao campo irmãos com chamado para a obra missionária. O
objetivo desse projeto é incentivar aqueles que são chamados para a obra, dando-lhes ferramentas e
preparo necessário para se envolverem com missões. Para isso existem as agências missionárias
que treina e equipa o missionário.

PROJETO BARNABÉ

Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé que quer dizer, filho de consolação, levita,
natural de Chipre, possuindo um campo, vendeu-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos
apóstolos At 4:36-37. Levantar recursos financeiros para enviar aos irmãos que estão nos campos
missionários. Cadastrando mantenedores que são aqueles que sustêm as cordas.
Estratégias: Distribuir mensalmente envelopes personalizados para cada mantenedor.
Manter o controle destas ofertas e envia-las ao campo. Ter certeza que toda igreja esteja envolvida
nesta visão.

PROJETO EPAFRODITO

Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro


nas lutas, e vosso enviado para me socorrer nas minhas necessidades Fp 2:25. Envolvimento
temporário de cooperadores ao campo missionário.
Estratégia: Participar de impactos evangelísticos no período de férias. Indo ao campo em
tempos de férias para adquirir experiência no trabalho. Passar um dia conhecendo locais como:
agência missionária e casa de recuperação.

PROJETO FILIPENSE

Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta. Mas tenho tudo;
tenho-o até em abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi
enviado, como cheiro suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus Filipenses 4:17-18.
Recolher objetos de: Uso pessoal: roupas, calçados e material de higiene Material escolar
para os filhos dos missionários. Medicamentos. Objetivo: Sustentar missionários nas suas
necessidades básicas.
Estratégia: Mensalmente, deverão ser distribuídos entre os mantenedores lembretes
indicando qual objeto que deverão trazer.

PROJETO MURO DE DAMASCO

E logo nas sinagogas pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus. Todos os seus ouvintes
pasmavam e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam esse nome, e para
isso veio aqui, para leva-los presos aos principais sacerdotes? Saulo, porém, se fortalecia cada vez
mais e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que Jesus era o Cristo.
Decorridos muitos dias, os judeus deliberaram entre si mata-lo. Mas as suas ciladas vieram ao
conhecimento de Saulo. E como eles guardavam as portas de dia e de noite para tirar-lhe a vida, os
discípulos, tomando-o de noite, desceram-no pelo muro, dentro de um cesto At 9:20-25. Suprir
necessidades emergenciais de missionários que se encontrarem em apuros. Às vezes, o obreiro está
trabalhando num país que estoura uma guerra civil e precisa ser removido de lá rapidamente.
Estratégia: Ter um fundo de reserva através da realização de: Cantina. Jantares típicos.
Bazares. Chá missionário.

PROJETO PAULO

Começamos outra vez a recomendar-nos a nós mesmos? Ou, porventura, necessitamos,


como alguns, de cartas de recomendação para vós, ou de vós? Vós sois a nossa carta, escrita em
nossos corações, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifestos como carta de Cristo,

271
ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de
pedra, mas em tábuas de carne do coração II Co 3:1-3. Divulgar o movimento de missões na igreja
através das notícias recebidas dos missionários que estão nos campos. Enviar ao campo palavras de
encorajamento através de correspondências.
Estratégia: Distribuir endereços dos missionários para todos os membros da igreja.

PROJETO TRÔADE

E tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho
permitiu. Então, passando pela Mísia, desceram a Trôade. De noite apareceu a Paulo esta visão:
estava ali em pé um homem da Macedônia, que lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos At 16:7-
9. Despertar, motivar e manter na igreja um movimento de oração pró-missões.
Estratégia: Se possível, ter uma reunião de oração semanal.
Organizar reuniões de oração: Pelo Brasil. Por sua cidade. Ter uma sala própria para
realização das reuniões com: Fotos. Mapas. Objetos típicos de nações. Ler notícias dos campos
incluindo os pedidos de oração dos missionários.

Conclusão:
Saiba que fazer missões é possível! Basta apenas ter a disposição necessária para
desenvolver aquilo que Deus tem direcionado, através de Sua Palavra. Quando nos levantamos para
impactar o mundo através de nossa obediência a Deus, conseguimos atingir o alvo oportuno de levar
as pessoas ao evangelho de Cristo. Isso é fazer missões. Espero que esse livro sirva para você como
um manual prático de missões. Que as ideias expostas aqui permitam-lhe fazer o que a Bíblia diz: Ide
por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Missões, é possível porque: Jesus morreu na
cruz para nos possibilitar. Jesus enviou Seu Santo Espírito para nos possibilitar. O Espírito Santo
trabalha como ajudador e nos possibilita.

Wal Cordeiro - Missionário e Diretor de Intercessão de JOCUM - Jovens Com Uma Missão. Contagem – MG -
2000 e-mail: walcordeiro@jocum.org.br - As informações sobre os países da Janela 10-40 estarão disponíveis
no endereço www.lagoinha.com

272
5. Como Fazer Missões

Visão, amor pelos perdidos e disposição


Para iniciar um departamento missionário numa igreja, é necessário primeiramente que,
aquelas pessoas interessadas em fazê-lo, se prontifiquem a compreender a vontade de Deus em
relação ao assunto. Para isso, precisam ter a visão certa: a visão de Deus. Então podemos fazer
algumas perguntas para entendermos melhor sobre essa necessidade.
 O que você sente no coração quando ouve alguém falar sobre as necessidades do mundo?
 Ideias novas e diferentes surgem em sua mente quando alguém lhe fala sobre missões?
 Você ora constantemente pelos missionários que estão no campo?
 Você tem influenciado outros para se envolverem com missões?
 Quando alguém compartilha contigo a respeito do seu chamado, você o incentiva a continuar?
 Você já mobilizou pessoas alguma vez a enviar uma oferta missionária para missões?
 Você gosta de participar de conferências, congressos, acampamentos que abordam o tema
missões?
 Você envia periodicamente oferta para algum missionário no campo?
Deu para sentir que as perguntas acima apontam uma ligação inquebrável das três áreas
necessárias na vida da igreja, para alguém iniciar um departamento missionário. Essas áreas são, na
verdade, a essência do compromisso missionário que todo cristão deve ter no seu dia a dia, elas são:

VISÃO + AMOR PELOS PERDIDOS + DISPOSIÇÃO = MISSÕES

Mais de dois bilhões e setecentos milhões de seres humanos, número que representa cerca
de dois terços da humanidade, ainda não foram evangelizados. Sentimo-nos envergonhados da
nossa negligência para com tanta gente; continua sendo uma reprimenda para nós e para toda a
Igreja. Há, no momento, todavia, em muitas partes do mundo, uma receptividade sem precedentes
para com o Senhor Jesus Cristo. Estamos convictos de que esta é a hora de as igrejas e outras
instituições orarem fervorosamente pela salvação do povo não evangelizado e de lançarem novos
programas visando a evangelização total do mundo. CONGRESSO INTERNACIONAL DE
EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL, Lausanne;
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura Mr 16:15.
As Boas Novas do Evangelho foram deixadas na terra por Jesus, para toda a raça humana.
Por isso, devemos ir por todo mundo, e não apenas para algumas regiões. O Ide é imperativo e não
opcional. Este é o nosso chamado como corpo de Cristo, é a nossa responsabilidade: ir e pregar o
evangelho.
VISÃO - Olhar para o mundo sob a perspectiva bíblica. Saber que Jesus morreu por todos os
homens. Conhecer as necessidades do homem e ter a verdadeira consciência sobre as
responsabilidades conferidas a você para mudar tal situação.
AMOR PELOS PERDIDOS - Uma paixão desenfreada por aqueles que se perdem no mundo.
Preocupação autêntica com as pessoas que ainda não foram alcançadas pelo evangelho. Sofrimento
e dor quando ouve alguma notícia sobre a situação caótica da raça humana. Sente a
responsabilidade de mudar a situação.
DISPOSIÇÃO - Levanta-se para fazer algo concreto em benefício das pessoas. Não mede
esforços para trabalhar na casa de Deus. Está sempre alegre em saber que tudo aquilo que é feito
para a obra de Deus é bom e satisfatório. Não importa o resultado imediato, o importante é que o
nome do Senhor está sendo glorificado. Dispõe-se debaixo de uma vívida e empolgante
responsabilidade para mudar a situação.
Visão = Conhecer a responsabilidade.
Amor pelos perdidos = Sentir a responsabilidade.
Disposição = Agir sob a responsabilidade.
Fazer missões é algo imperativo para o povo de Cristo. O Ide é uma ordem do próprio Senhor
Jesus.
Neste site www.lagoinha.com , você poderá fazer o download do livro Missões sem Fronteiras de Wal
Cordeiro - Dir. Intercessão & Eventos da JOCUM. Nele, você poderá encontrar estratégias de como criar um
departamento missionário em sua Igreja

273
6. Londres – Inglaterra

Igrejas cristãs em Londres pedem oração contra um projeto de lei, que está para ser aprovado
no parlamento, que proíbe contrariar outra religião, ou seja, não poderá ser dito, por exemplo, que só
Jesus salva porque estaria desmerecendo as outras religiões. Sendo assim, as igrejas poderão ser
fiscalizadas para o cumprimento da determinação. A rádio Premier de Londres está colhendo
assinaturas para representação dos cristãos no parlamento para barrar a promulgação desta lei.

TESTEMUNHOS

Enquanto a minoria cristã iraquiana luta para vencer uma onda inédita de ataques e
sequestros, bombardeios de carros continuam a matar e ferir iraquianos de todas as posições sociais.
Um oficial de recrutamento iraquiano não-identificado, que foi atingido por um metal voador e por
concreto em uma recente explosão, contou que ele acredita que os iraquianos têm sido pagos para
serem bombardeiros suicidas para militantes islâmicos estrangeiros que estão determinados em
transformar o Iraque em um cemitério.
Uma recente explosão aconteceu um pouco depois que os líderes cristãos expressaram
preocupação a respeito do extremismo islâmico diante da transferência da soberania dos iraquianos,
no dia 30 de junho. Nós estamos sofrendo de dois a três sequestros por semana, contou
recentemente o líder cristão local Bashar Warda, que ensina na Faculdade Babel de Filosofia e
Teologia dos cristãos caldeus em Bagdá. Os caldeus, afirmou ele, formam aproximadamente 3% da
população; contudo, eles estão em maior proporção quanto à posse de ensino superior, incluindo
centenas de engenheiros e médicos, que foram especialmente alvos de sequestros, assim como suas
famílias.
Somando às dificuldades, existem informações de que muitos cristãos estão trabalhando para
forças da colisão e são, frequentemente, escolhidos para ataques mortais. As forças de coalisão
empregam cem cristãos, e trinta deles foram mortos, afirmou Bashar Warda. Cinco a dez famílias
caldeias estão deixando o Iraque diariamente. Em outras, os esposos estão primeiramente enviando
suas esposas e filhos para longe e, mais tarde, irão segui-los se a situação de segurança não
melhorar, adicionou ele, principalmente para a Síria, Jordão e Emirados Árabes Unidos.
O Fundo Barnabé e a Anistia Internacional também têm informado um aumento da violência
contra os cristãos, embora um bispo advertiu que muçulmanos comuns também têm estado sofrendo.
Além disto, oficiais associados ao governo de transição foram assassinados há poucos dias, incluindo
Ghazi Talabani, o chefe da segurança da Companhia do Petróleo do Norte Northern Oil Co, o
deputado ministro estrangeiro, Bassam Salih Kubba e Kamal Jarrah, que intermediou contatos
culturais com países estrangeiros no ministério da educação.
Não somente os curdos são mortos, mas também os Shi’ites e os Sunnis, aqueles que
colaborarem com a coalisão – mesmo os trabalhadores de lavanderia – e aqueles que não
colaborarem; aqueles que trabalharem no setor de energia elétrica e aqueles que supervisionarem o
encanamento, afirmou o bispo caldeu Jacques Ishaq, em uma entrevista com o serviço de notícias
por Internet Asia News. Todos esses elementos que estão trabalhando para a normalização da
situação no Iraque são o alvo. Eu acredito que tudo isto esteja acontecendo para impedir o
desenvolvimento do país, afirmou ele.

274
7. Missão é Algo Realmente Necessário?

O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz;


sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz. Isaias 9.2.

Quando uma igreja cristã nasce, vários departamentos são criados na intenção de organizar
as atividades exercidas pela instituição. Começa-se pela administração, os grupos de oração, louvor,
intercessão, dança etc. Esses setores são os primeiros membros da Noiva de Cristo, a Igreja. E como
são muitos os ministérios, as preferências por um departamento ou outro são inevitáveis, no entanto,
um ministério em especial não tem recebido a devida atenção dos irmãos em Jesus: o ministério de
missões.
Interessante notar como a Igreja do Senhor não tem se envolvido diretamente na construção e
manutenção deste ministério que abençoa pessoas em todo o mundo e nas regiões mais distantes do
país, e como é comum ouvir irmãos dizerem: Eu não preciso ajudar os responsáveis por este
ministério não precisam de mim. Mas como pode um ministério caminhar sozinho sem o clamor, a
oração, as doações de roupas, Bíblias, alimentos, etc., se a Igreja toda não se envolver? Será que as
Missões são realmente necessárias na Igreja? Ou será que não é melhor criar um setor independente
que se responsabilize sozinho pela vida daqueles que não têm acesso a Cristo seja por questões
políticas, financeiras e culturais? É possível o Corpo funcionar bem se um dos membros ou órgãos
vitais não funcionam bem?
Sabemos quão difícil, e às vezes caro, é manter as missões evangelísticas, porém se não
houver cristãos que saiam de suas cidades e até países para levar a Palavra de Deus em um lugar
intocável, Jesus vai voltar e encontrar uma terra cheia de regiões de conversão, onde um vizinho
converteu seu vizinho da direita e da esquerda, mas não se sentiu incomodado em não evangelizar
seu conhecido que mora na cidade ao lado da sua.
Imagine o que seria o Brasil, país onde a maioria da população ainda é católica se os
missionários vindos de outros países não tivessem nos alcançado? Como Jesus chegaria àqueles
que vivem em regiões de difícil acesso e pobreza extrema? Quem levaria a Palavra de fé e libertação
aos cativos? Pense nisso.

275
8. Perseguição

Mais violência

Segunda-feira, dia 14 de junho, um carro-bomba matou onze pessoas, incluindo cinco


contratantes estrangeiros e deixou mais de sessenta feridos. A explosão ocorreu no distrito comercial
de Bagdá durante a hora mais movimentada da manhã. Enquanto visitava o local da explosão de
quinta-feira, o primeiro-ministro iraquiano provisório Iyad Allawi, enfatizou que os responsáveis por
este ataque covarde somente estavam tentando criar instabilidade no Iraque. Ele acusou países
estrangeiros sem citar os nomes, mas advertiu que eles não conseguirão impedir o progresso do
Iraque com relação à paz e à estabilidade.
Ele ressaltou que esta é uma escalada que nós temos aguardado. Nós enfrentaremos todas
as dificuldades desta escalada. Por isso, nós enfrentaremos os inimigos do Iraque e o povo iraquiano
triunfará, prometeu ele. …dando sempre graças por tudo ao nosso Deus e Pai... Ef 5:20. Louvamos
ao Senhor por mais esta vitória! Aprila, a menina que estava internada desde a quinta-feira passada
02/10, recebeu alta neste último sábado. Foram 8 dias de internação 4 na UTI e 4 na enfermaria num
hospital particular. Além da anemia profunda, malária com suspeita de dengue e pneumonia, os
médicos não descartam a possibilidade de que ela também esteja com tuberculose e doença de pele.
Entretanto, ela teve uma boa resposta à transfusão de sangue e aos medicamentos e continuará a
receber cuidados intensivos na casa.
Também será necessário realizar alguns exames complementares nos próximos dias e
consultas regulares à clínica e ao hospital até que haja o total restabelecimento. As despesas
médicas diversas foram acima do esperado, pois contávamos com apenas 3 ou 4 dias de internação,
mas o Senhor supriu cada uma de nossas necessidades.
A equipe se mobilizou para qualquer emergência e durante todo o período de internação de
Aprila, conseguimos manter um plantão de 24 horas com as obreiras. O hindu, médico da família,
como já é chamado, esteve acompanhando o caso e dará prosseguimento ao tratamento iniciado.
Agradecemos mais uma vez aos nossos intercessores e mantenedores que sempre estiveram
conosco. Seja como for, cremos que Deus continuará no controle de todas as coisas. Basta
lembrarmos dos milagres que ele tem feito entre nós, para nos fortalecermos em Sua Graça. No ano
de 2001, tivemos o caso de várias meninas cerca de uma dúzia com sinais e sintomas de
tuberculose. Passado o choque inicial, levantamos um clamor a Deus e nossas orações foram
atendidas sem demora. Exames posteriores revelaram a ausência do bacilo de Koch na grande
maioria e algumas receberam medicamentos por um certo período com boa recuperação. Glória a
Deus! Cremos no poder da cura divina.
Vale lembrar, que os casos de tuberculose, AIDS e outras doenças infectocontagiosas na
Índia são em grande número, e aumentam a cada ano de modo alarmante. Infelizmente, o
atendimento médico mesmo em hospitais particulares é bastante deficiente falta equipamento e
pessoal especializado, deixando o paciente à mercê de infecções hospitalares e complicações
diversas. É impressionante o número de pessoas que morrem por falta de atendimento básico.
No jornal Times of Índia desta semana, foram publicadas várias matérias sobre a preocupação
da comunidade médica em relação aos casos recentes de malária e dengue na cidade de Mumbai,
onde moramos. Já foram constatadas algumas mortes, principalmente devido à hemorragia
decorrente da dengue. O clima de monções, com as fortes chuvas, contribui para a proliferação do
mosquito causador da doença. Medidas preventivas tem sido tomadas.
Ore para que o Pai continue a nos fortalecer e que estejamos sempre bem equipados para os
momentos de ataque ofensivo do inimigo em nossas vidas. Vimos a mão do Senhor nesta situação,
dando-nos mais uma vez o privilégio de servi-lo, com alegria! Ore para que Aprila, que já
experimentou o cuidado do Pai em sua vida, continue firme e seja solo fértil. A semente já foi lançada.
Que possa florescer e dar frutos para a glória daquele que nos enviou para libertar os cativos. É Ele
quem nos capacita.
Continue na brecha. O nosso desejo é compartilhar com vocês as nossas lutas e
principalmente as vitórias conquistadas em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.

276
9. Jim Stier

Missão está no coração de deus. Muitas pessoas têm deixado suas coisas, suas famílias
rumo ao centro de treinamento missionário na Brasil e exterior. Entre essas agências missionárias,
está a jovens com uma missão – Jocum -, fundada em 1960 por Loren Cunningham, um norte-
americano que iniciou um trabalho com jovens nos Estados Unidos que hoje atinge 135 países,
envolvendo mais de 30 mil pessoas espalhadas pelo mundo. Mais de 12.500 missionários trabalham
em tempo integral levando a Palavra de Deus para as pessoas de varias culturas. Jim Stier é diretor
geral da Jocum no Brasil, Diretor para as Américas e faz parte da liderança mundial de Jovens com
uma missão. Ele chegou ao Brasil em 1975 e desde então tem feito um trabalho exclusivamente ao
jesusparaomundo.com sobre missões e o significado do que é ser missionário hoje em dia.
Acompanhe!
1. O que significa ser um missionário transcultural hoje? Existem fatores hoje que ajudam
um missionário transcultural. Boas comunicações, bons meios de transporte, e globalização fazem
com que o isolamento hoje não seja o mesmo de antiguidade. Portanto, mudar de cultura, língua,
clima, amigos, comida e país continuam sendo uma das coisas mais difíceis que um ser humano
pode tentar. Missionários que permanecem no campo são heróis dignos de honra.
2. Qual o maior desafio de um missionário além de proclamar o Evangelho? O maior
desafio espiritual do missionário é o de manter Deus no centro de sua vida. A busca por cada vez
mais intimidade com o Senhor é fundamental para uma vida produtiva no campo. O maior desafio no
nível humano é de manter bons relacionamentos com os colegas. O maior desafio estratégico é de se
entregar no contexto cultural/linguístico do campo.
3. Fala-se muito em missões e evangelizações. Defina para o internauta o que é ser um
missionário fora do seu país. Em missões, tudo depende das conversões entre o povo alvo. Muitas
vezes, ela tem todos os tipos de necessidade ao redor, e devemos ministrar aos pobres. Porém,
nunca podemos esquecer que Jesus é a pérola de grande valor, e temos se encarna-lo e revela-lo
entre os povos. Evangelização é básica e indispensável. Numa cultura e língua diferentes, o desafio é
muito grande. Tem-se de dominar esses assuntos. Muitas vezes, também, tudo tem de ser feito sob
perseguição. É uma vida cheia de desafios dos mais interessantes.
4. De modo geral, como tem sido a manutenção de missionários em todo o mundo?
Como é administrado e de onde vem o sustento deles? Todos os grandes e históricos
movimentos missionários dependem de unidade entre agências missionárias e as Igrejas locais. Os
missionários precisam contar primeiro com a fidelidade de Deus em suprir suas necessidades, mas
quase sempre Deus usa a participação do povo dele para sustentar os obreiros no campo. A Igreja no
Brasil tem bastantes recursos para manter um grande movimento missionário e fazer um grande
impacto ao redor do mundo.
5. É importante que o missionário e sua família voltem ao seu país para um período de
reciclagem? Qual a periodicidade para isso acontecer? O missionário tem família e amigos no seu
país de origem. É muito importante que mantenha contato, inclusive, os seus mantenedores, sejam
indivíduos ou igrejas, têm as instalações sanitária que o governo exige. Muitas dessas igrejas têm
pequenas congregações que sempre se reúnem em lojas, em prédios remodelados ou em lares.
As igrejas evangélicas protestam alegando que muitas são as pequenas demais e não
dispõem de recursos para providenciar as instalações que normalmente se vêem nas grandes
catedrais católicas. O governo justificou à medida que tomou depois da denuncia por excesso de
ruído, salientando que muitas igrejas evangélicas se reúnem em áreas residenciais, enquanto a
maioria das igrejas católicas romanas fica em áreas comerciais e tem parques públicos ou área livre à
sua volta.
O protesto de Avendaño provocou uma resposta rápida das autoridades do governo. Delia
Villalobos, vice-ministra da saúde, concordou em negociar com Avendaño e os lideres da Federação
Aliança Evangélica de Costa Rica. Na negociação, o governo concordou em permitir que todas as
igrejas reabram desde que providenciem as instalações necessárias dentro de um determinado
prazo. Por sua vez, as autoridades da igreja concordaram que as igrejas diminuam o volume de seus
alto-falantes, respeitando a orientação do governo. Os líderes da igreja afirmaram em tom acusativo
que na Costa Rica é mais fácil fechar uma igreja evangélica que fechar um bar, um club de strip tease
ou uma casa de prostituição.

277
10. Missões: A torre de babel do século 21

Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma Gn 11.1

A terra é um lugar que Deus criou, e que apesar da diversidade cultural, possui um ser de
características únicas e diferentes ao mesmo tempo: o homem. Este ser criado por Deus comunicava-
se em somente um idioma e uma só maneira de falar, como descreve os primeiros versículos do
capitulo 11 de Gênesis. No principio, não havia problema de comunicação de linguagem, pois havia
um só idioma. Mas diz a Palavra que o homem quis tocar o céu e alcançar Deus, e construiu uma
enorme torre, chamada babel, que o levasse até Ele. Deus viu o que os homens estavam construindo
e confundiu a linguagem de toda a terra.
Hoje, o mundo, a comunicação se ornou um desafio. Há milhares de línguas e dialetos
espalhados pelos continentes, dificultando o entendimento entre os homens. Como consequência, a
Bíblia teve que ser traduzida para vários idiomas. Leva-se muito tempo pesquisando e traduzindo a
Palavra de Deus para línguas desconhecidas. Missionários gastam anos na adaptação a novas
culturas, aprendendo dialetos e línguas diferentes. Estima-se que no mundo hoje existem13 mil povos
etnolinguísticos, segundo a World Christian Encyclopedia. A etno linguística estuda a linguagem em
seu contexto social, e as relações entre a linguagem e os demais aspectos da sociedade e da cultura.
Povo etnolinguístico é um grupo étnico ou racial distinto de outros que fala o mesmo idioma ou língua
materna. Pode se encontrar vivendo dentro de um só país ou distribuído por vários.
De acordo com a World Christian Encyclopedia, o mundo hoje tem 9 mil denominações
cristãs, 5 mil cidades e 238 países. Há mais de 30 mil línguas e dialetos falados na terra hoje. As
línguas mais faladas são o chinês, inglês, espanhol, Hindi e Urdu falado na Índia e Paquistão, árabe,
Bengali falado em Bangladesh, Português, Japonês e Alemão. Há uma serie de línguas que foram
pouco evangelizadas e têm pouquíssima informação do Evangelho do Reino. Eis algumas: Dimli,
Bedauye, Aimaq, Benjarese, Khandesi, entre outras.

Línguas indígenas no Brasil. No Brasil, hoje, são faladas mais de 170 línguas e dialetos
pelos povos indígenas. Estima-se que, em 1500, passava de mil números dessas línguas, segundo a
classificação das línguas indígenas brasileiras, por Aryon Dall’igna Rodrigues. Até hoje são
conhecidos dois troncos linguísticos das línguas indígenas brasileiras: tupi e macro-jê, 12 famílias que
não pertence a nenhum tronco caribe, aruaque, arawá, guaicuru, nambiquara, txapakura, panu,
catuquina, mura, tucano, makú, yanomámi, e dez línguas isoladas, que não estão agrupadas em
nenhuma família. A presença de missionários entre os índios brasileiros se iniciou na colonização do
Brasil. Segundo a Funai – Fundação Nacional do Índio, há 54 missões religiosas cadastradas.
O ide de Jesus Ide por todo mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Marcos 16.15,
significa, também, que as pessoas de outras nações sairão para evangelizar nações que não são as
suas. Portanto, elas terão que aprender outros idiomas, e consequentemente uma nova cultura. Isso
vai exigir adaptação e tempo. Quem quer ser missionário transcultural é fundamental falar o inglês,
que é a língua mais falada no mundo por povos diferentes, pois essa abre as portas da comunicação
entre os povos no mundo inteiro. Então se prepare e aprenda!

278
11. Entrevista Com Billy Graham

Centenas de milhões têm sido alcançados pelos programas de rádio, televisão e vídeo
produzidos pelo Ministério fundado por ele. Billy Graham nasceu em 7 de novembro de 1918, quatro
dias depois que a primeira guerra mundial terminou, numa fazenda na Carolina do Norte, Estados
Unidos. No outono de 1934, fez um compromisso pessoal com Cristo. Foi ordenado pastor em 1939
pela Convenção Batista do Sul. Casou-se com Ruth McCue Bell.
Hoje, já falecido ele teve três filhas e dois filhos, 19 netos e muitos bisnetos. Em 1950, Bill
Graham fundou a Bill Graham Evangelistic Association, em Minneapolis. Hoje, esse Ministério produz
programas de rádio e televisão, que são transmitidos em todo o mundo. Além disso, faz cruzadas
dentro e fora dos Estados Unidos, edita a revista Decision, cuja tiragem é superior a 1 milhão de
exemplares em inglês e alemão. Acompanhe a entrevista que o Ministério Jesus para o Mundo fez
com um dos mais renomados pregadores de todos os tempos.

1. Como o seu ministério começou? Fui para uma escola cristã no Estado da Flórida, onde
eles ensinavam a Bíblia. Comecei a aprender mais sobre Deus e sobre as Escrituras. Um dia, Deus
falou ao meu coração. Ele disse: Quero que você me sirva e me siga. Quero que você pregue as
minhas mensagens. Oh, eu disse; não eu! Eu gaguejava quando falava, não era um bom palestrante
e tinha medo de ficar de pé em frente de qualquer pessoa.
Mas Deus tinha me chamado. Então, pensei: onde eu vou pregar? Daí, descobri que havia um
grupo de pessoas na nossa cidade que tinha encontros nas ruas. Fui para as ruas e comecei a pregar
o Evangelho como eu o conhecia. Comecei a adquirir experiências falando á frente das pessoas.
Cada vez sentia que Deus estava comigo. Não há alegria maior em todo mundo do que proclamar a
mensagem de Cristo e saber que Deus está com você.
Comecei a ser convidado para ir às pequenas igrejas e pequenos grupos de cristãos para
pregar e ensinar para eles. Depois disso, fui para o Wheaton College perto de Chicago e me tornei
bacharel em artes. Naquele tempo, comecei a viajar com uma organização chamada Jovens para
Cristo e, em 1947, já há quatro anos fora do contexto da Faculdade, tornei-me Presidente de uma
Faculdade. Por cinco anos, fiquei envolvido em educação cristã e pensei que fosse o lugar onde eu
ficaria. Mas as portas começaram a se abrir para eu falar aqui e acolá, ficando claro que Deus havia
me dado o dom de evangelizar, porque este é um dom do Espírito Santo para a igreja.

2. O que mais o motivou a levar o Evangelho para o mundo todo? A coisa que mais me
motiva é o mandamento de Cristo, Vá pelo mundo todo e pregue o Evangelho. Não vou apenas por
causa da necessidade. Isso é um aspecto. Vou porque fui ordenado a ir e como um ministro tem sido
chamado por Deus para ir e proclamar o Evangelho. Não posso estar satisfeito, a menos que
estejamos levando o maior numero possível de pessoas.
Qual foi à experiência que você teve com Deus que mais tocou seu coração e o fez tão
vibrante nas suas pregações das Boas-Novas? Isso foi em 1949. Eu estava nas Sierras, Califórnia,
em um centro de conferência presbiteriano. Eu era um dos palestrantes. Havia muitos intelectuais de
Princeton e outras universidades como palestrantes. Eles não ririam de mim, mas eles dariam um
sorriso falso pelo fato que eu era ingênuo em se tratando das Escrituras. Então me senti meio fora e
comecei a duvidar e a dizer: Bem, talvez eu esteja errado em acreditar na Bíblia como ela é e aceita-
la como é e ir adiante.
Fui para o bosque em uma noite iluminada pela lua. As montanhas estavam lindas. Era
agosto. Assentei-me em um tronco de árvore que havia sido cortado, ou caído – não me lembro bem.
Aí, abri a Bíblia e disse: Senhor, não entendo todas essas coisas sobre as quais estamos falando., eu
disse, Não sei como criaste o mundo, não sei se tu a colocaste em movimento durante um período
de séculos e temos evoluído para o que somos ou se foi um ato de criação, eu não sei. Mas eu
disse: Vou aceitar da maneira como está escrito na Bíblia e assim, aceito a tua Palavra. Essa é a tua
mensagem para as pessoas do mundo. Não somente como descobrir a vida para a vida, mas também
como achar vida nesta vida, como tu podes nos guiar nesta vida. Eu disse: Eu aceito isso, pela fé.
Não a entendo. Eu disse Vou aceita-la. Bom, minha vida mudou a partir daquele momento e foi
mudando, e desde aquele dia nunca duvidei que a Bíblia é a Palavra de Deus.
Muitos cristãos que moram nas grandes cidades estão sob pressão com problemas familiares,
da violência e outras situações de conflito. Que palavra de conforto o Senhor poderia dizer para essas
pessoas para desfrutar a paz de Deus continuamente?
Se Cristo está no coração de uma pessoa, não acho que há problema que ela não possa
encarar corajosamente. Ele enviou o Espírito Santo para nos instruir, guiar, confortar e nos dar paz e
produzir fruto do Espírito. Isso pode acontecer a qualquer um que coloca sua confiança e fé em
Cristo.

279
Hoje, muitas pessoas estão à deriva moralmente e espiritualmente, confusas e cheias de
medo – sem saber quem é ou para onde está indo. Vivemos em um mundo perigosamente ferido por
ódio, violência e conflitos, mas nos sentimos sem força para fazer qualquer coisa sobre isso. Muitos,
hoje, também sabem que seu coração é guiado por paixões destrutivas e motivos que eles não
conseguem controlar ou mudar.
Há alguma resposta? A Bíblia no dá um ressonante Sim! Pode haver esperança, pode haver
corações mudados e uma sociedade mudada à medida que nos entregamos a Cristo.
Acredito em um Deus soberano que tem outros planos para os homens. Minha confiança e
esperança não estão centradas nas circunstancias da vida, nem na condição do mundo, mas em um
Deus vivo que vai cumprir sua vontade e que é soberano em todo o Universo. Não, não vamos ter um
Armegedon até que venha o tempo de Deus. E há muito tempo para que endireitemos as coisas em
uma amplitude que ele possa ser adiado. Minha esperança não está baseada em sistemas ou
esquemas políticos, nem em soluções humanas para os nossos problemas. Esta baseada em Deus.
Acredito que ainda nos é possível encarar os nossos problemas e resolvê-los, contando que
haja homens e mulheres com dedicação e visão para proporcionar liderança espiritual e moral para a
nossa geração.

280
13. Soon Ok Lee

O drama que os habitantes da Coreia do Norte estão passando é algo inimaginável para quem
está fora do país. Muitos morrem de fome diariamente, e tentam fugir dos campos de concentração
que o próprio governo construiu para aqueles que ele acha simplesmente devem ir O atual
governante da Coreia do Norte se chama Kim Jong II, que sucedeu seu pai Kim II-Sung, falecido em
1994. Antes da Guerra das Coreias, 1950, havia somente uma Coreia. Depois da Guerra, elas foram
divididas em duas: o norte comunista e o sul capitalista. A partir daí, um regime ditatorial se instalou
no norte e até hoje se mantém a ideologia comunista própria, onde a população vive com alimentação
escassa e o país produz armas nucleares para uma possível intervenção ocidental.
Muitos tentam escapar da fronteira norte-coreana para a China. Querem fugir do regime e
encontrar alimento. O regime norte-coreano não permite a prática de religião e reprime letalmente
quem se atreve a mostrar uma ideologia que não seja a do ditador Kim Jong II. Há relatos de várias
igrejas subterrâneas na Coreia do Norte. Os crentes de lá têm se reunido e buscado a face de Deus
em meio a um regime extremamente opressor.
Soon Ok Lee é uma norte-coreana que trabalhou para o governo local e foi levada aos
campos de concentração, onde foi torturada e ameaçada de morte. Ela se converteu e hoje serve a
Deus nos Estados Unidos. Ela conta, nesta entrevista, detalhes de como era o campo de
concentração onde esteve e um pouco da sua vida. Acompanhe.

1. Compartilhe como você cresceu na Coreia do Norte. Fui criada em Chung-Jin, numa
província chamada Ham-Kyung, na Coreia do Norte. Na verdade nasci na Alemanha. Mudei para a
Coreia do Norte com meu pai, um oficial-comandante para a ex-União Soviética. Fuji para a escola
fundamental e média em Chung-Jin e mudei-me para Pyong-Yang para fazer faculdade. Depois de
me formar na Universidade de Economia Especializada, trabalhei para o Banco Central poucos
meses. Então, aos 23 anos, juntei-me ao partido trabalhador de Kim II-Sung e fui admitida na
Universidade de Economia do Povo de Pyong-Yang, uma instituição de ato gabarito que forma líderes
nacionais.
Tornei-me gerente de distribuição de materiais no partido trabalhista de Kim II-Sung, onde
trabalhei 17 anos. Nasci filha única numa família de status político e, portanto, lealdade ao governo
era um dever para mim. No entanto, acredito que minha mãe foi uma crista comprometida. Lembro-
me que ela costumava contar hinos para mim como canções de ninar. Ela também costumava dizer
que nenhum homem deveria adorar a outro como Deus, mas que precisamos crer no Deus
verdadeiro. Apesar disso tudo, vivi num sistema de adoração ao homem, sob a ditadura absoluta de
Kim II-Sung.

2. Você trabalhou para o governo norte-coreano. Descreva sobre o seu cargo e


responsabilidade que você tinha. Fui gerente de distribuição de material, onde simplesmente fui
posicionada lá, onde mesmo um homem sonharia estar, principalmente numa sociedade dominada
por eles. O país inteiro está baseado no sistema de distribuição. Tudo é distribuído pelo governo.
Minha posição era considerada extremamente significante para Kim II-Sung porque eu era
essencialmente responsável por distribuir material para toda à nação de 23 milhões de pessoas. Por
17 anos, recebi a total confiança de Kim II-Sung, na medida em que eu era leal a ele em retorno. No
entanto, como a economia começou a se deteriorar nos anos 80, tornou-se mais e mais difícil
distribuir bens e recursos para muitas partes do país.
A falta de comida se tornou um problema maior em toda nação e, eventualmente toda a culpa
foi passada para mim. Embora fosse a responsabilidade de Kim Jung II que o país estivesse
morrendo devido à falta de comida, ele disse ao povo que eles estavam passando fome porque eu
administrei mal os recursos e não fui capaz de igualar a distribuição destes recursos no país. No
primeiro momento ao eliminar seus oficiais, infelizmente fui selecionada e jogada no campo de prisão
por 7 anos.

3. Você se encontrou diretamente com Kim Jung II cara a cara? Quão perto você
trabalhou com Kim Jung II?. Anualmente, todos os altos oficiais do governo se juntam e fornecem
relatórios sobre seus respectivos departamentos. Ambos Kim II-Sung e Kim Jung II sempre
participaram desses encontros. Acho que não seria exagero para mim que eu o visse todo ano.

4. Você disse que esteve no campo de prisão política. Pode nos explicar que tipo de lugar
era este, quantas pessoas estavam lá, as condições do campo e a sua experiência mais dolorosa lá.
Você ainda tem marcas do sofrimento que passou lá, mesmo sete anos depois? O acampamento da
prisão que fui enviada se localiza em Kae-Chon, que está na província de Pyong-Yang.

281
Há mais de sete mil prisioneiros lá: aproximadamente quatro mil homens e duas mil mulheres.
A maioria dos prisioneiros está lá por razões ridículas. Alguns foram pegos enquanto viajam em busca
de comida ou para lugares que não tinham permissão. Algumas são mães, que reclamaram que seus
filhos estavam morrendo de fome. Elas questionam: Por que tenho que morrer desta maneira? Por
que não posso comer até que eu esteja cheia, como as pessoas nos outros países?
Pessoas com esse tipo de pensamento eram consideradas inimigas, pois tinham uma
ideologia diferente do governo local. Se uma mãe estivesse grávida, nesse caso, de acordo com a lei
norte-coreana, que diz uma semente criminal deve ser queimada até a sua terceira geração, eles
abortariam o bebê. Se de alguma forma o bebê sobreviver e nascer, eles o estrangulam, pisando nele
na frente da mãe. Também testemunhei muitas experiências com seres humanos.
Eles diziam que não adiantava testar armas e elementos químicos em animais porque eles
foram criados para pegar seus inimigos como alvo, outros seres humanos. Também vi muitos cristãos
no campo de concentração. Por causa da sua crença em Deus, se eles cantarem hinos, eles eram
pisados até a morte. Se eles não negassem Deus, eles eram frequentemente queimados até a morte
com metal líquido e quente. Vi muitas coisas indescritíveis que não eram raras para mim. Devido ao
fato de eu Ter sofrido muitas torturas físicas, ainda tenho muitas sequelas no meu corpo. O lado
direito do meu rosto é ainda um pouco distorcido. A metade esquerda da minha boca é torta e a parte
esquerda dos meus dentes foi esmagada. Vivo com muitas dores físicas no meu corpo o que é difícil
para mim. Mas há ainda muitas pessoas sendo torturadas e muitas experiências com humanos
acontecendo agora lá.

5. Você recebeu alguma ajuda do governo da Coreia do Sul ou do governo dos Estados
Unidos? Não há nada oficial do governo norte-americano. O governo da Coreia do Sul me ajudava,
mas eles cortaram todo o apoio. Eles dizem par eu parar de fazer o que estou fazendo, mas quero
continuar a dizer ao mundo sobre os cristãos e os direitos humanos na Coreia do Norte.

6. Depois que você foi para a Coreia do Sul, de quais maneiras você experimentou
Deus? Do momento que sai a minha casa da Coreia do Norte até agora, posso ver claramente como
Deus tem estado comigo, me direcionando em cada passo que dou. A noite que sai, estava nevando,
fazendo frio e nublado. O ar dificultou os guardas me verem. Quando atravessei a fronteira com a
China, fui parar num condomínio que pertencia a uma pessoa com quem trabalhei. Deus também me
lembrou de um número de telefone de 10 anos atrás. Fui capaz de contatar o homem, que era o
chefe de um certo escritório na China. Ele me ajudou a sair do país com segurança. Posso ver Deus
que me guiou no momento mais difícil.

7. Qual o seu verso bíblico favorito? Meus versos favoritos são Pv 3:26. Pois o Senhor será
a tua esperança, e guardará os teus pés de serem presos e Rm 9:3. Pois eu mesmo desejaria ser
separado por Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus compatriotas, segundo a carne. Você
sabe como o apóstolo Paulo ministrava para seu próprio povo? Simplesmente como Paulo, quero
servir meu próprio povo com o mesmo tipo de paixão.

Cristãos refugiados são maltratados pela polícia


Camboja- Vítimas de perseguição em sua pátria, o Vietnã, muitos montagnards fugiram
através das selvas depois da opressão do governo, para encontrarem paz no Camboja. A
Organização das Nações Unidas não teve sucesso na proteção dessas pessoas e submeteu-se às
exigências do Camboja e do Vietnã para enviá-los as suas casas. No dia 20 de julho, a polícia atacou
homens e mulheres, empurrando-os em ônibus para voltarem ao Vietnã. Descrições de testemunhas,
publicadas pelo Human Rights Watch Vigília dos Direitos Humanos, descrevem o seguinte:
Por volta das 4h30 da manhã pude ouvir os montagnards cantando hinos em suas casas. Às
5h30 a polícia havia montado barreiras na estrada e isolado toda a área. Eles não permitiram que
repórteres ou monitores de direitos humanos se aproximassem. A maioria dos montagnards estava
reunida no pátio. Onde estavam assentados.
Os montagnards foram totalmente pacíficos. Alguns se reuniram em um grupo e começaram a
orar e então se ouviu um terrível som de lamento e gemido. Alguns foram adiante e sentaram-se
unidos uns aos outros, chorando. Eu vi os montagnards sentados juntos no chão, lamentando-se. A
polícia agarrou um homem e ele não podia se mexer, então cinco policiais o moveram à força. Eles
espaçaram-no com suas mãos e o chutaram. Usaram um bastão de choques elétricos. Ele se
contorcia de dor e sua cabeça batia no chão.
Vi três refugiados, incluindo uma mulher, sendo arrastados pelas pernas e de outras
maneiras. Enquanto um homem foi arrastado, sua esposa o seguiu, carregando um bebê gritando.
Um homem estava chorando enquanto era carregado por quatro policiais. Vi duas fileiras de homens

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com uniformes camuflados e pequenos capacetes verdes chegando no terreno. Ouvi sons de bastões
elétricos e me virei para ver dois desses homens segurando bastões no ar e ligado.
Essas ações dos cambojanos são condenáveis, por tratarem seres humanos desta maneira.
Talvez as lições dos ‘Campos de Matança’ não tinham impactado os direitos humanos. Os cristãos
montagnards, que são nossos irmãos e irmãs em Cristo, foram forçados a fugir da perseguição
religiosa no Vietnã e agora são vítimas da perseguição indireta na Camboja. Pedimos a Deus que
lhes dês um lugar de descanso.

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14. Missões A Janela 10/40

O mundo tem assistido perplexo a grandes acontecimentos nas últimas décadas numa região
especial do planeta. Este local tem sido o palco de guerras, conflitos religiosos e disputas por
recursos naturais. Algumas nações têm armas nucleares de grande poder de destruição por lá. Um
detalhe chama atenção exatamente onde estão localizadas estas nações: elas pertencem a um grupo
de países menos evangelizados intitulado Janela 10/40.
O que é Janela 10/40?
É a área do mundo localizada entre latitudes 10 e 40 graus ao norte da linha do Equador que
cobre o norte da África, Oriente Médio e Ásia. A Janela cobre as áreas de maios necessidade
espiritual e física do mundo, e a maioria dos povos menos alcançados do mundo e grande parte do
governo que se opõe ao cristianismo. Na Janela 10/40 há três grandes religiões: Budismo, Islamismo
e Hinduísmo. Sessenta e dois países fazem este grupo.
São eles: Afeganistão, Albânia, Arábia Saudita, Argélia, Azerbaijão, Bangladesh, Baréin,
Benin, Brunei, Burkina-Faso, Butão, Camboja, China, Coreia do Norte, Djibuti, Egito, Emirados,
Árabes Unidos, Etiópia, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Iémem, Índia, Indonésia, Irã, Israel, Japão,
Jordânia, Kasaquistão, Kwuait, Laos, Líbano, Líbia, Maldivas, Malásia, Mali, Marrocos, Mauritânia,
Mongólia, Myanmar, Nepal, Níger, Nigéria, Omã, Paquistão, Qatar, Quirguistão, Saara Ocidental,
Senegal, Síria, Sri Lanka, Somália, Sudão, Tadjiquistão, Tailândia, Taiwan, Tibet, Tunísia,
Turcomenistão, Turquia, Uzbequistão e Vietnã.
É interessante observar que na Janela 10/40 encontram-se as civilizações mais antigas do
mundo. As primeiras regiões geográficas mencionadas na Bíblia no livro de Gênesis estão inseridas
neste contexto geográfico. Dentro da Janela moram cerca de 3 bilhões de pessoas espalhadas entre
os 62 países, entre estes, os 37 países menos evangelizados do mundo. Cerca de 2 bilhões de
adeptos das maiores religiões do mundo Islamismo, Hinduísmo e Budismo moram nesta região. Nela
vivem os mais pobres do mundo, ou 47%da população mundial.
A grande maioria dos povos etnolinguísticos povos de diferentes línguas e etnias, vive dentro
da Janela 10/40. Grande parte das cidades mais populosas do mundo com cerca de 1 milhão, estão
concentradas nesta região. Não há de se admirar que onde ocorre esta secura espiritual, muitas
guerras civis e atentados terroristas têm acontecido justamente nestes países da Janela 10/40. Não
somente conflitos internos e externos civis e militares envolvendo esses países têm sido manchetes
nos últimos anos, mas terremotos, tsunamis e tempestades têm afetado estas nações causando
tragédias sem precedentes. Mas por que essas tragédias têm acontecido justamente nesses países?
Há alguma explicação?
A Palavra de Deus tem penetrado nestes países, mesmo nos mais fechados. Relatos da
Igreja subterrânea em algumas nações mostram que há movimentação de cristãos pregando o
Evangelho. Depoimentos impressionantes como o da norte-coreana Soon Ok Lee mostram que não
há fronteiras para o poder de Deus. Se você não tem o chamado missionário para nenhum daqueles
países da janela 10/40, poderá ir até lá orando e intercedendo pelos cristãos e habitantes de lá. A sua
oração pode fazer a diferença. Se você tem o chamado, prepare-se, porque o campo é grande e com
muitos desafios e experiências que você jamais esquecerá. Não se esqueça de orar pelos países da
Janela 10/40.

Igrejas evangélicas são fechadas na Costa Rica


COSTA RICA – Deputado da Costa Rica reage a fechamento de igrejas. Um debate silencioso
sobre o fechamento de dezenas de igrejas evangélicas pelo governo finalmente veio a público
quando um importante membro evangélico do Congresso da Costa Rica resolveu protestar subindo
na parte mais alta do principal monumento do país. Carlos Avendaño passou várias horas no alto da
estátua em um dos principais parques de São José até que o governo concordasse em negociar com
ele e os líderes de igrejas evangélicas. O protesto foi precipitado pelo fechamento de mais uma igreja
evangélica, uma das quase 80 igrejas fechadas pelo ministério da saúde no ano passado. O governo
alega que apenas 37 igrejas foram fechadas por falta de instalação sanitária banheiros adequadas ou
excesso de ruído em área urbana durante os cultos. Ex-pastor pentecostal, Avendaño afirma que
igrejas fechadas somam quase 80.
A Federação Aliança Evangélica da Costa Rica sustenta que o fechamento em massa de
igrejas evangélicas, considerando que nenhuma igreja católica romana recebeu o mesmo tratamento,
significa perseguição religiosa. As autoridades da igreja ressaltam que, embora a liberdade religiosa
seja um direito assegurado na legislação costarriquenha, uma igreja evangélica não pode ser
constituída em pessoa jurídica como organização religiosa, mas é obrigada a se registrar como?
Associação? Essa diferença dá às igrejas evangélicas um status diferente. Elas não gozam da
mesma proteção legal que as igrejas oficialmente designadas.

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O dramático protesto de Avendaño foi precipitado pelo fechamento de uma igreja evangélica
às vésperas do Domingo de Roma? A igreja não foi notificada da ação? Disse ele, salientando que a
igreja foi fechada durante o culto? As autoridades fecharam a igreja antes mesmo do culto terminar e
as pessoas saírem do tempo? Não é possível a Semana Santa chegar e os cristãos evangélicos não
poderem praticar sua fé porque a igreja foi fechada. Trata-se de uma perseguição sistemática aos
cristãos? As autoridades da igreja de Costa Rica negaram-se a identificar a igreja e as
especificidades desse caso.
Das igrejas fechadas, é típico o caso da Igreja Semente Sagrada, em São Isidro, província de
Puntarenas, que realizava cultos há 22 anos. A igreja está fechada desde dezembro, após a denúncia
de um vizinho que reclamou que o nível de ruído produzido pela igreja excedia o máximo permitido
pela lei. O vizinho, um estrangeiro, organizou um comitê local que forçou o fechamento da igreja, uma
associação de aposentados e uma clínica médica?, declarou Álvaro Porras, um dos pastores da
igreja. Porras comentou que, apesar do apoio do prefeito da cidade, que recomendou ao governo que
a reabra a igreja porque ela realiza um excelente trabalho espiritual e social? Através de seus
ministérios com drogados, prostitutas e alcoólatras, as autoridades da área da saúde negaram-se a
reconsiderar o caso. Atualmente a igreja vem se reunindo em um outro local, enquanto sem amplo
templo permanece vazio.
De acordo com as estatísticas do governo, 96% das igrejas evangélicas no país não precisam
renovar o relacionamento e a sensação de participação. Hoje em dia é mais fácil viajar, e não há um
intervalo ideal para todas as situações. O missionário, seus mantenedores e sua agência devem
chegar a um acordo que leve em conta todos os fatores de cada situação.
Diante dos problemas de ordem político-econômico-cultural que acontecem em vários países,
como o missionário deve se posicionar para conseguir sobreviver às essas dificuldades? Em geral o
missionário não deve se envolver em questões políticas. O ato de pregar o Evangelho já é bastante
perigoso em muitas partes do mundo hoje. Devemos prosseguir com ousadia e prudência. Não
podemos deixar de pregar nos lugares difíceis.
Como o senhor projeta a administração e a manutenção do sistema missionário mundial
existente para daqui e alguns anos? Haverá grandes mudanças? Quais são as perspectivas? Creio
que haverá mudanças, mas não nos fundamentos. Por dois mil anos, missões tem funcionado
quando temos igrejas locais que querem participar, agências para especializar no trabalho do campo
e missionários dispostos a dar sua vida nesta batalha. Vamos ver uma mudança nos países que
mandam missionários – como Brasil, Índia, Coreia do Sul, Nigéria, e outros – investindo pesado em
missões. A JOCUM já tem mais missionários dos países desenvolvidos do que da Europa e América
do Norte. Os quatro países que mais suprem missionários para nós são: Brasil, Estados Unidos,
Coreia do Sul e Índia. Esta tendência vai crescer. Teremos muita ajuda de tecnologia, especialmente
nas comunicações, mas todos os lugares do mundo precisam de pessoas que vivam a vida de Jesus
no meio do povo.
Por que no Brasil o Evangelho aceito e bem disseminado? Porque esse país tem enviado
tantos missionários a outros países ultimamente? O Brasil é um país que tem sido muito abençoado
com gerações de missionários fiéis. Também temos uma facilidade em conversar com os outros
sobre Jesus. O povo tem se mostrado aberto para ouvir e para aceitar o Evangelho. Nossos alicerces
cristãos através da Igreja Católica ajudam muito nesta aceitação. Este é também um país que será
muito usado por Deus para abençoar as nações do mundo. Temos aqui dentro tantas culturas e
etnias que faz com que a distância cultural para os povos do mundo seja menos para nós do que para
muitos outros. Somos um povo de esperança, que espera grandes coisas de Deus. Ele vai responder
a nossa fé e nos usar no mundo inteiro.

285
15. Referências Bíblicas Sobre Missões

A suprema vontade de Deus em relação ao Mundo é que seus habitantes sejam salvos, 1 Tm
2.3,4. Para tornar viável a salvação dos homens, Deus enviou Seu filho, afim de efetuar a redenção
dos perdidos, Gl 4.4; Jo 3.17. A morte de Jesus na Cruz e sua subsequente ressurreição é a mais
maravilhosa de todas as mensagens que ouvidos humanos podem escutar, I Co 15.3,4. Jo 5.24. O
Espírito Santo, na condição de Terceira Pessoa da Divina Trindade, está na Terra desde o Dia de
Pentecoste com o propósito primário de efetuar a obra de convencimento e persuasão dos
pecadores, bem como a de assistir a Igreja de Cristo, Jo 16.8-11.
Os anjos no Céu celebram a obra da redenção e na terra ministram a favor dos que hão de
herda-la, Ap 5.11-13; Hb 1.13. A consumação final da Obra da Redenção depende do esforço da
Igreja em realizar Missões, Ap 5.9. A Igreja é a agencia evangelizadora de Cristo na Terra, At 1.8; Lc
24.47. Para fazer Missões, basta que cada crente repita a declaração do profeta Isaias: Eis-me aqui,
envia-me a mim.
A Bíblia é o perfeito manual de Missões de que dispõe a Igreja para executar a sublime tarefa
de estender o Reino de Deus a toda a Terra. Sua mensagem é uma mensagem missionária, Sl
107.20; 8.2; II Co 5.18, 19; Rm 10.8; At 13.25; I Tm 1.15; At 10.36; 17.11. É ela quem nos ensina
que a obra missionária depende de paixão, Mt 9.36; At 17.16 e poder, Mc 1.22-27; I Co 2.4,5. Ela
nos adverte há aproveitarmos o tempo para fazer Missões, Ef 5.16; Mc 6.31; Rm 13.11; Ap 22.10; I
Jo 2.18. Por ela sabemos que o missionário deve ser chamado I Co 1.1, At 13.2, preparado Ef 6.15; I
Tm 3.14,15; 4.6, enviado At 13.3,4 credenciado Jo 20.21. Seu personagem central é Jesus, o maior
de todos os missionários, Lc 4.1; 13, 16-19; At 10.38. Mas também nela lemos que Paulo foi o
grande Missionário no período do Novo Testamento e da Igreja Primitiva, At 9.20.22,32; 26.6,22. E
também que Filipe fez uma grande Obra missionária, At 8.4,6,35. Ela contém várias convocações
missionárias: Mc 16.15; Mt 28.19; At 1.8; Mt 24.14.

1- A verdadeira visão Missionária não pode ser diabólica


a- Satanás é inimigo de Deus
b- Satanás é inimigo da Igreja de Deus
c- Satanás é inimigo do crescimento do reino de Deus

2- A verdadeira visão Missionária não pode ser humana


a. Todos os homens pecaram, Rm 3.23
b. Não há homem que não peque, I Rs 3
c. Enganoso é o coração do homem, Jr 17.9

3- A verdadeira visão Missionária é uma visão celestial


No céu está o trono de Deus
Deus amou o mundo desde os céus
Somente Deus pode salvar o mundo

4- O cumprimento da visão Missionária levou Paulo a Evangelizar todo seu continente


Paulo recebe a visão certa
Paulo pregou a mensagem certa
Paulo alcançou os lugares certos

5- Nosso compromisso com a verdadeira visão Missionária


Alcançar a visão
Obedecer a visão
Realizar a visão

Sl 2.8. O coração missionário de Deus O fez matar um animal para salvar Adão e Eva, Gn
3.21. O coração missionário de Deus O fez chamar Abraão para abençoar as nações, Dn 12.2,3. O
coração missionário de Deus concedeu as nações a Seu Filho, Sl 2.8. O coração missionário de
Deus O fez escolher Isaias, Is 6.9. O coração missionário de Deus O fez ter paciência com Jonas, Jn
2.1-3. O coração missionário de Deus O fez enviar Seu filho a este mundo, Jo 3.16. O coração
missionário de Deus oferece salvação a todos os homens, I Tm 2.3,4; Gn 1.28.

286
Prova de Missão Transcultural

Alunoa:.......................................................................................... data............/.............../................

Marque um X na alternativa correta

1. A suprema vontade de Deus em relação ao Mundo é que seus habitantes sejam salvos: está
escrito em:
 1 Co. 5.5
 1 Tm 2.3,4
 2 Tm 1.5
2. O que é Missão Transcultural?
 É fazer missões Locais
 É fazer Missões Locais e Internacionais
3. O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da
sombra da morte raiou uma luz. A onde está escrito?
 Isaias
 Apocalipse
4. Centenas de milhões têm sido alcançados pelos programas de rádio, televisão e vídeo
produzidos pelo Ministério fundado por ele.
 Martinho Lutero
 Billy Graham
5. Nosso compromisso com a verdadeira visão Missionária 
 Não Obedecer a obrar da missão
 Alcançar a visão, Obedecer a visão e Realizar a visão.

287
Metodologia Científica
LIÇÃO 1
Introdução

289
Este livro defina-se aos Alunos do curso Teológico dentro de Metodologia Científica. É uma
visão sintética do estudo de métodos e técnicos de pesquisa Científica. O seu objetivo é servir de
roteiro para ajudar os alunos a acompanharem as explicações e outras orientações dadas pelo
Professor, deve ser lembrada ao ALUNO que os elementos contidos nesta obra são ligados a
Experiência e Reflexão dentro de um Curso Bíblico Teológico, procuramos dar-te as linhas básicas
para a realização de uma boa pesquisa e um bom projeto. As nações passadas nesta Apostila devem
ser enriquecidas pelas bibliografias contidas nela mesmas.

1. Conhecimento popular
O Conhecimento Popular é VALORATIVO por excelência, pois se fundamenta numa seleção
operada com base em estado de ânimo e emoção: como o conhecimento implica uma dualidade de
realidade, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro o objeto conhecido, e este é possuído,
de certa forma, pelo cognoscente, os valores do sujeito impregnam o objeto conhecido. É também
REFLEXIVO, mas, estando limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a uma
formulação geral. A característica de ASSISTEMÁTICO baseia-se na organização particular das
experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das ideias, na procura de
uma formulação geral que explique os fenômenos observados, aspectos que dificulta a transmissão,
de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer. É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida
diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia. Finalmente é FALÍVEL e inexato, pois
se conforma com a aparência e com o que se ouvir dizer a respeito do objeto.

2. Conhecimento filosófico
O conhecimento Filosófico é VALORATIVO, pois seu ponto de partida consiste em hipótese,
que não poderão ser submetidas à observação: as hipóteses filosóficas baseiam – se na experiência,
portanto, este conhecimento emerge da experiência e não da experimentação Trujillo, 1974:12; por
este motivo o conhecimento filosófico é NÃO VERIFICÁVEL, já que os enunciados das hipóteses
filosóficas, ao contrário do que ocorre no campo de ciência, não podem ser confirmados nem
refutados. É RACIONAL em virtude de consistir num conjunto de enunciados logicamente
correlacionados. Tem a característica de sistemático, pois suas hipóteses e enunciados visam a uma
representação corrente de realidade estudada, numa tentativa de aprendê-la em sua totalidade. Por
último, é INFALÍVEL e INEXATO, já que, querem na busca da realidade capaz de abranger todas as
outras, quer na definição do instrumento capaz de apreender a realidade, seus postulados, assim
com suas hipóteses, não são submetidas ao decisivo teste da observação experimentação

3. Conhecimento religioso
O conhecimento religioso, isto é, Teológico, apoia-se em doutrinas que contem proposições
sagradas valorativas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural inspiracional e, por esse motivo,
tais verdades são consideradas INFALÍVEIS e indiscutíveis exata; é um conhecimento sistemático do
mundo origem, significado, finalidade e destino como obra de um criador divino; suas evidências
NÃO SÃO VERIFICADAS: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento
revelado.

4. Conhecimento científico
Finalmente, o Conhecimento Científico é real factual porque lida com ocorrências ou fatos,
isto é, com toda forma de existência que se manifesta de algum modo Trujillo, 1974:14. Constitui
um conhecimento Contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade
conhecida através da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no Conhecimento Filosófico.
É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias
teoria e não conhecimentos dispersos e desconexos. Possui a característica da verificabilidade, a tal
ponto que as afirmações hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da
ciência. Constitui-se em conhecimento Falível, em virtude de não ser definitivo absoluto ou final e, por
esse motivo, é aproximadamente exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem
reformular o acervo de teoria existente.

290
Apesar da separação metodológica entre os tipos de conhecimento popular, filosófico,
religioso e científico, no processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente pode
penetrar nas diversas áreas: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se tirar uma série de
conclusões sobre sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou na experiência cotidiana;
pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando, através de investigação experimental, as
relações existentes entre determinados órgãos e suas funções; pode-se questiona-los quanto à sua
origem e destino, assim como quanto à sua liberdade; finalmente, pode-se observa-lo como ser
criado pela divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos
sagrados.
Por sua vez, estas formas de conhecimento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista,
voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de determinada religião, estar
filiado a um sistema filosófico e, em muitos aspectos de sua vida cotidiana, agir segundo
conhecimentos provenientes do senso comum.

5. Natureza da ciência
Duas Dimensões devem se explicadas quando se trata de analisar a natureza da ciência, mas
que apresentam inseparáveis:
 A compreensiva contextual ou de conteúdo
 A metodológica operacional. Esta abrange aspectos lógicos e técnicos.
Pode-se conceituar o aspecto lógico da ciência como o método de raciocínio e de inferência
acerca dos fenômenos já conhecidos ou a serem investigados; em outras palavras, pode-se
considerar que o aspecto lógico constitui o método para a construção de proposição e
enunciados, objetivando, dessa maneira, uma descrição, interpretação, explicação e verificação mais
precisas.
A logicidade da ciência manifestada através de procedimentos e operações intelectual que:
a. Possibilitam a observação racional e controlam os fatos;
b. Permitem a interpretação e explicação adequada dos fenômeno
c. Contribuem para a verificação dos fenômenos, positivados pela experimentação ou pela
observação.
d. Fundamentam os princípios de generalização ou o estabelecimento dos princípios e das
leis Trujillo, 1974: 9.

A ciência, portanto, constitui-se em um conjunto de preposição e anunciados,


hierarquicamente correlacionados, de maneira ascendente e descendente, indo gradativamente de
fatos particulares para os gerais e vice-versa conexão ascendente = indução; conexão
descendente = dedução, comprovados com a certeza de serem fundamentados pela pesquisa
empírica submetidas à verificação.
Por sua vez, o aspecto técnico da ciência pode ser caracterizado pelos processos de
manipulação dos fenômenos que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, cuidando para
que sejam mantidos ou calculados com a maior precisão possível, registrando-se as condições em
que os mesmos ocorrem, assim como sua freqüência e persistência, procedendo-se à sua
decomposição e recomposição, sua comparação com outros fenômenos, para detectar similitudes e
diferenças e, finalmente, seu aproveitamento. Portanto, o aspecto técnico da ciência corresponde ao
instrumental metodológico e ao arsenal técnico que indica a melhor maneira de se operar em cada
caso específico

6. Componentes da ciência
As ciências possuem:

a. OBJETIVO ou FINALIDADE. Preocupação em distinguir a característica comum ou as leis


gerais que regem determinados eventos.
b. FUNÇÃO. Aperfeiçoamento, através do crescente acervo de conhecimentos da relação do
homem com o seu mundo.
c. OBJETO. Subdividido em:
 MATERIAL, aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, de modo
geral;
 FORMAL, o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o mesmo
objeto material.

7. O conhecimento científico é objetivo


291
O conhecimento Científico é objetivo à medida que:
a. PROCURA CONCORDAR COM SEU OBJETO, isto é, busca alcançar a verdade factual ou
por intermédio dos meios de observação, investigação e experimentação existentes
b. VERIFICA ADEQUAÇÃO DAS IDÉIAS hipótese AOS FATOS, recorrendo, para tal, à
observação e à experimentação, atividades que são controláveis e, até certo ponto, reproduzíveis.

8. O conhecimento científico é factual


Considera-se conhecimento científico factual aquele que:
a. PARTE DOS FATOS E SEMPRE VOLTA A ELES. Para Cohen e Nagel 1971:II – 36-38, a
palavra fato denota pelo menos quatro coisas distintas:
 Às vezes fato denota a proposição que interpreta o dado ocorrido na experiência
sensorial. Exemplos: Isto é um livro; este som é o badalar do sino da igreja; este
pedaço de borracha é maleável;
 Outras vezes, fato denota uma proposição que afirma uma sucessão ou conjunção
invariável de caracteres. Exemplos: o ouro é maleável; a água ferve a 100 graus
centígrados; o ácido acetilsalicílico é um analgésico;
 Finalmente, fato significa ou denota coisas que existem no espaço e no tempo assim
como as relações entre elas, em virtude das quais uma proposição é verdadeira. A
função de uma hipótese é chegar aos fatos neste quarto sentido. Exemplo: a
convivência de indivíduos heterogêneos, durante muito tempo, no seio de uma
comunidade, conduz à estratificação.

b. CAPTA OU RECOLHE OS FATOS DA MESMA FORMA COMO SE PRODUZEM OU SE


APRESENTAM NA NATUREZA OU NA SOCIEDADE, segundo quadros conceituais ou esquema de
referência. Dessa forma, segundo indica Trujillo 1974:14, o fato lua, estudado pela Astronomia, será
considerado como um satélite da Terra; analisado pela Antropologia Cultural poderá ser caracterizado
como uma divindade cultuada em uma cultura primitiva;
c. PARTE DOS FATOS PODE INTERFERIR NELES, MAS SEMPRE RETORNA A ELES.
Durante o processo de conquista da realidade, nem sempre é possível ou desejável respeitar a
integridade dos fatos: a interferência nessa integridade pode conduzir a dados significativos sobre as
propriedades reais dos fatos. Exemplos: na física nuclear, o cientista pode perturbar deliberadamente
o comportamento do átomo, para melhor conhecer sua estrutura; o biólogo, com a finalidade de
melhor entender a função de um órgão, pode modificar e até matar o organismo que está estudando;
quando um antropólogo realiza pesquisas de campo em uma comunidade, sua presença pode
provocar certas modificações. O importante é que estas interferências sejam claramente definidas e
controláveis, ou seja, possíveis de avaliação com certo grau de exatidão, da mesma forma que devem
ser objetivas e possíveis de serem entendidas em termo de lei.
Se tal não ocorre, o dado é induzir a um falso conhecimento da realidade.
d. UTILIZA, COMO MATÉRIA-PRIMA DA CIÊNCIA OS DADOS EMPÍRICOS, isto é,
enunciados factuais confirmados, obtidos com a ajuda de teorias ou quadros conceituais e que
realimentam a teoria.

292
LIÇÃO 2
9. O Conhecimento Científico é Transcendente aos Fatos

Diz-se que o Conhecimento transcende os fatos quando:


a. DESCARTA FATOS, PRODUZ FATOS E OS EXPLICA. Ao contrário do reconhecimento
vulgar ou popular, que apenas registra a aparência dos fatos e se atém a ela, limitando-se
frequentemente a um fato isolado sem se esforçar em correlaciona-la com outros ou explica-lo, a
investigação cientifica não se limita aos fatos e expressar essas relações. Em outras palavras, trata
de conhecer a realidade além de sua aparência.
b. SELECIONA OS FATOS CONSIDERADOS RELEVANTES, CONTROLA-OS E, SEMPRE
QUE POSSÍVEL, OS REPRODUZ. Pode, inclusive, criar coisas novas: compostos químicos, novas
variedades de vírus ou de bactérias, de vegetais e, inclusive, de animais.
c. NÃO SE CONTENTA EM DESCREVER AS EXPERIÊNCIAS, MAS SINTETIZA-OS E
COMPARA-AS COM O QUE JÁ SE CONHECE SOBRE OS OUTROS FATOS: descobre, assim, suas
correlações com outros níveis e estruturas da realidade, tratando de explicá-los através de hipóteses.
A comprovação da veracidade das hipóteses as transforma em enunciados de leis gerais e sistemas
de hipóteses teoria;
d. LEVA O CONHECIMENTO ALÉM DOS FATOS OBSERVADOS, INFERINDO O QUE
PODE HAVER POR TRÁS DELES. Transcendendo a experiência imediata, a passagem do nível
observacional ao teórico permite predizer a existência real de coisas e processos, até então ocultos.
Estas, por intermédio de instrumentos mais potentes materiais ou conceptuais, podem vir a ser
descobertos. Exemplos: a existência de átomo foi predita muito antes de ser comprovada; em fins do
século XIX, Mendeleev fez a classificação periódica dos elementos químicos em ordem crescente de
acordo com seu peso atômico, elaborando quadros que, em virtude de apresentarem lacunas,
levaram a prever a existência de elementos até então desconhecidos e mais tarde encontrados a
descoberta do planeta Netuno e, posteriormente, de Plutão decorre de cálculos matemáticos de
perturbações nas órbitas dos planetas externos conhecidos.

10. O conhecimento científico é analítico


O Conhecimento Científico é considerado Analítico em virtude de:
a. AO ABORDAR UM FATO, PROCESSO, SITUAÇÃO OU FENÔMENO, decorrem o todo
em suas partes componentes não necessariamente a menor parte que a divisão permite com o
propósito de descobrir os elementos constitutivos da totalidade, assim como as interligações que
explicam a sua integração em função do contexto global;
b. SEREM PARCIAIS OS PROBLEMAS DA CIÊNCIA e, em consequência também suas
SOLUÇÕES; ou, de início, os problemas são restritos ou é necessário restringi-los, com a finalidade
de análise.
c. O PROCEDIMENTO CIENTÍFICO DE ANÁLISE conduzir à SÍNTESE: se a investigação se
inicia decompondo seus objetivos com a finalidade de descobrir o mecanismo interno responsável
pelos fenômenos observados, segue-se o exame da independência das partes e, numa etapa final, a
síntese, isto é, a reconstrução do processo de análise leva à decomposição de todo em seus
elementos ou componentes, o de síntese procede à recomposição das consequências aos princípios,
do produto ao produtor, dos efeitos às causas ou, ainda, por simples correlacionamento Trujillo,
1974:15. O processo de análise e a subsequente síntese são a única maneira conhecida de descobrir
como se constituem, transformam e desaparecem determinados fenômenos, em seu todo Bunge,
197774:20. Por este motivo, a ciência rechaça a síntese obtida sem a prévia realização da análise.

11. O Conhecimento Científico É Claro E Preciso


Diz-se que o conhecimento científico requer clareza e exatidão, pois:
a. Ao contrário do conhecimento vulgar ou popular, usualmente obscuro e pouco preciso, o
cientista esforça-se, ao máximo, para ser exato e claro: mesmo, quando o consegue, o fato de possuir
métodos e técnicas que permitem a descoberta, de erros faz com que possa tirar proveito também de
suas eventuais falhas;
b. Os problemas, na Ciência, devem ser formulados com clareza: o primeiro, mais importante
e também mais difícil passo é distinguir quais são realmente os problemas; um problema real
formulado invalida os estudos, mesmo tendo-se utilizado todo um arsenal analítico ou experimental
adequado.
c. O Cientista, como de partida, utiliza noções simples que, ao longo do estudo, complica,
modifica e, eventualmente, repele; essa transformação progressiva das noções simples ou correntes

293
se processa ao incluí-las em esquemas teóricos possibilitando sua posição. Todavia, qualquer falha,
ao longo do processo, pode tornar incompreensível o resultado final.
d. Para evitar ambiguidades na utilização dos conceitos, a ciência os define, mantendo a
fidelidade dos termos ao longo do trabalho científico;
e. Ao criar uma linguagem artificial, inventando sinais palavras símbolos, etc.. A eles
atribuem significados determinados por intermédio de regras de designação. Exemplos: no contexto
da química, H designa o elemento de peso atômico unitário.

12. O conhecimento científico


É COMUNICÁVEL
O conhecimento científico é COMUNICÁVEL à medida que:
a. A sua linguagem deve poder informar a todos os seres humanos que tenham sido
instruídos para entendê-la. A maneira de expressar-se deve ser principalmente informativa e não
expressiva ou imperativa: seu propósito é informar e não seduzir ou impor;
b. Deve ser formulada de tal forma que outros investigadores possam verificar seus dados e
hipóteses. Em razão direta de quantidade de investigadores independentes que tomam
conhecimentos das hipóteses e técnicas, multiplicam-se as possibilidades de confirmação ou
refutação das mesmas;
c. Deve ser considerado como propriedade de toda a humanidade, pois a divulgação do
conhecimento é mola propulsora de progresso da Ciência.

13. O conhecimento científico


É VERIFICÁVEL
O conhecimento científico é considerado VERIFICÁVEL em virtude de:
a. Ser aceito como válido, quando passa pela prova de experiência ciências factuais ou de
demonstração ciência formal. É a comprovação que o torna válido, pois, enquanto não são
comprovadas, as hipóteses, deduzidas de investigação ou de sistemas de ideias existentes – teorias
– através da inferência dedutiva, não podem ser consideradas científicas;
b. O TESTE das hipóteses factuais ser empírico, isto é, observacional ou experimental. A
experimentação, inclusive, vai além da observação, em virtude de efetuar mudanças e não apenas
limitar-se a registrar variações; isola as variações, manifestações e pertinentes. Entretanto, nem todas
as ciências factuais possibilitam o experimento: alguns campos da astronomia ou da Economia
alcançam grande exatidão sem a ajuda da comprovação experimental. Portanto, ser objetivo ou
empírico, isto é, a comprovação de suas formulações envolve a experimentação, não significa que
toda ciência factual seja necessariamente experimental;
c. Uma das regras do método científico ser o preceito de que as hipóteses cientificas devem
ser aprovadas ou refutadas mediante a prova da experiência. Entretanto, sua aplicação depende do
tipo de objeto, do tipo da formulação na hipótese e doa meios de experimentação disponíveis. É por
esse motivo que as ciências requerem uma grande variedade de técnicas de verificação empírica. A
verificabilidade consiste na essência do conhecimento científico, pois, se assim não fosse, não se
poderia afirmas que os cientistas buscam obter conhecimento objetivo.

14. O conhecimento científico é dependente de investigação metódica


Diz-se que o conhecimento científico depende de investigação metódica, já que o mesmo:
a. É Planejado. O cientista não age ao acaso: ele planeja seu trabalho, sabe o que procura e
como deve proceder para encontrar o que almeja. É evidente que esse planejamento não exclui,
totalmente, o imprevisto ou o acaso; entretanto, prevendo sua possibilidade, o cientista trata de
aproveitar a interferência do acaso, quando este ocorre ou é deliberadamente provocado com a
finalidade de submetê-lo a controle;
b. Baseia-se em Conhecimento anterior, particularmente em hipóteses já confirmadas, em leis
e princípios já estabelecidos. Dessa forma, o conhecimento científico não resulta das investigações
isoladas de um cientista, mas do trabalho de inúmeros investigadores;
c. Obedece a um método preestabelecido, que determina, no processo de investigação, a
aplicação de normas e técnicas, em etapas claramente definidas. Essas normas e técnicas podem ser
continuamente aperfeiçoadas. Entretanto, o método científico não dispõe de receitas infalíveis para
encontrar a verdade: contém apenas um conjunto de prescrição, de um lado, falíveis e, de outro,
suscetíveis de aperfeiçoamento, para p planejamento de observações e experimentos, para a
interpretação de seus resultados, assim como para a definição do próprio problema da investigação.
Finalmente, as ciências factuais não se distinguem entre si unicamente pelo objeto de sua
investigação, mas também pelos métodos específicos que utilizam.

294
15. O conhecimento científico
É SISTEMÁTICO
O Conhecimento científico é sistemático por que:
a. É constituído por um sistema de ideias, logicamente correlacionadas. Todo sistema de
idéias, caracterizado por um conjunto básico de hipóteses particulares comprovadas, ou princípios
fundamentais, que procura adequar-se a uma classe de fatos, constitui uma teoria. Dessa forma, toda
Ciência possui seu próprio grupo de teorias;
b. O inter-relacionamento das ideias, que compõem o corpo de uma teoria pode qualificar-se
de orgânico, de tal forma que a substituição de qualquer das hipóteses básicas produz uma
transformação radical na teoria;
c. Contém: 1 sistema de referência, que são modelos fundamentais de definições construídas
sobre a base de conceito e que se inter-relacionam de modo ordenado e completo, seguindo uma
diretriz lógica; 2 teorias e hipóteses; 3 fontes de informações; 4 quadros que explicam as
propriedades relacionadas. É através destes modelos ou paradigmas que os fatos são captados ou
apreendidos de modo sistemático, visando a um objetivo definido Trujillo, 1974:12. O fundamento de
uma teoria dada não é um conjunto de fatos, mas um conjunto de princípios ou hipóteses com certo
grau de generalidade.

16. O conhecimento científico


É ACUMULATIVO
O conhecimento científico caracteriza-se por ser Acumulativo à medida que:
a. Seu desenvolvimento é uma consequência de um contínuo selecionar de conhecimentos
significativos e operacionais, que permitem a instrumentação funcional do seu corpo teórico. Aos
conhecimentos antigos somam-se novos, de forma seletiva, incorporando conjuntos de hipóteses
comprovadas à teoria ou teorias existentes.
b. Novos conhecimentos podem substituir os antigos, quando estes se revelam disfuncionais
ou ultrapassados.
c. O aparecimento de novos conhecimentos, no seu processo de adição aos já existentes,
pode Ter como resultado a criação ou apreensão de novas situações, condições ou realidades

17. O conhecimento científico


É FALÍVEL
O conhecimento científico é considerado Falível, pois:
a. Não é definitivo, absoluto ou final. O próprio progresso da ciência descortina novos
horizontes, induz a novas indagações, sugere novas hipóteses derivadas da própria combinação das
ideias existentes inferência dedutiva;
b. A própria racionalidade da ciência permite que, além da acumulação gradual de resultados,
o progresso científico também se efetue por revoluções. As revoluções científicas não são
decorrentes do descobrimento de novos fatos isolados nem do aperfeiçoamento dos instrumentos,
métodos e técnicas, que ampliam a exatidão das observações, mas de substituição de hipóteses de
grande alcance princípios por novos axiomas, ou de teorias inteiras por outros sistemas teóricos.

18. O conhecimento científico


É GERAL
Considera-se o conhecimento científico como geral em decorrência de:
a. Situar os fatos singulares em modelos gerais, os enunciados particulares em esquemas
amplos. Portanto, inexiste ciência do particular: o objeto individual ou evento particular é estudado à
medida que pertence a tipos, espécies ou classes;
b. Procurar, na variedade e unicidade, a uniformidade e a generalidade. O cientista procura
descobrir o fator ou fatores de que compartilham todos os singulares; inventa expor a natureza
essencial das coisas naturais ou humanas ao procurar descobrir os traços comuns existentes
nessas coisas ou individuais, que, sob outros aspectos, são únicos, e as relações constantes entre
elas leis;
c. A descoberta de leis ou princípios gerais permitir a elaboração de modelos ou sistemas
mais amplos, que governam o conhecimento científico. Esse aspecto de generalidade da linguagem
da ciência não tem o propósito de distanciá-la da realidade concreta; ao contrário, a generalização é o
único meio que se conhece para penetrar no concreto, para captar a essência das coisas suas
qualidades e leis fundamentais. O conhecimento insere os fatos singulares em normas gerais,
aplica-as na busca de outras.

295
19. O conhecimento científico
É EXPLICATIVO
O conhecimento científico é Explicativo, em virtude de:
a. Ter como finalidade explicar os fatos em termos de leis e as leis em termos de princípios.
Assim, os cientistas não se limitam a descrever os fatos com detalhes, mas procura encontrar suas
causas, suas relações internas, da mesma forma que suas relações com outros fatos. Por outro lado,
a ciência deduz proposições relativas a fatos singulares a partir de leis gerais e deduz essas leis a
partir de enunciados nomológicos ainda mais gerais princípios ou leis teóricas Bunge, 1974 a:32;
b. Além de inquirir como são as coisas, intenta responder o porque. No passado, acreditava-
se que explicar cientificamente era expor a causa em um dos fatos; hoje, reconhece-se a explicação
casual é apenas um dos tipos de explicação científica. Como esta se efetua sempre em termos de leis
e as leis causais são apenas uma subclasse das leis científicas, segue-se que há diversos tipos de
leis científicas e, em consequências, variedade de tipos de explicação científica: morfológicas
referentes a formas; cinemática concernentes ao movimento, sem se referir às forças que o
produzem ou às massas dos corpos em movimentos; dinâmica referentes às leis que presidem
aos fenômenos; teológicas relativos à finalidade; dialéticas; de associação, de composição; de
conservação, de tendências globais, etc.
c. Apresentar as seguintes características, típicas da explicação:
 Aspectos pragmáticos – consiste em responder às indagações de por quê?
 Aspectos semânticos – diz respeito a fatos ou estruturas;
 Aspectos sintáticos – consiste numa argumentação lógica, com proposições gerais e
particulares;

Aspectos ontológicos – sob este ponto de vista podemos dizer que explica um fato expresso
por um EXPLICANDUM é inserir este fato em um esquema nomológico nomologia = estudo das leis
que presidem aos fenômenos naturais, expresso pela lizar o fato ou o fenômeno, ou a sentença
que descreve o fenômeno a ser explicado isto é, o EXPLICANDUM, em um sistema de entidades
inter-relacionadas por leis ou classes de sentenças aduzidas para dar conta do fato ou fenômeno
– explicans;
Aspecto epistemológico – aqui a explicação se processa ao inverso da dedução: o elemento
inicial da explicação é o explicadum, e o que deve encontrar são as partes do EXPLICANS:

ASPECTO ONTOLÓGICO ASPECTO EPISTEMOLÓGICO


Explicans aquilo que se procura – desconhecido

responde à dedução formulação de responde a questão


questão hipóteses que razões existem
por que q? para aceitar q?

EXPLICANDUM fato conhecido

 Aspecto genético – consiste na capacidade de produzir hipóteses e sistemas de


hipóteses e deriva do aspecto epistemológico; a respostas às indagações por que q?
e que razões existem para aceitar q? sendo q o EXPLICANDUM leva à explicações
de fórmulas mais gerais e com conceitos mais abstratos de níveis mais elevados já
que o EXPLICANS tem de ser logicamente mais amplo que o EXPLICANDUM;
 Aspecto psicológico – considera a explicação como fonte de compreensão Bunge,
1976: 565-566.

296
Revisão

1- Aprendemos nesta lição que, o conhecimento Popular é valorativo por excelência,


fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoção;
2- Vimos que, o conhecimento filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste
em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação;
3- Você aprendeu que, o conhecimento Religioso, apoia-se em doutrina que contém
proposição sagradas, é um Conhecimento Sistemático do mundo como obra de um Criador
divino.
4- Foi visto também que, o Conhecimento Científico é real porque lida com ocorrência ou
fatos;
5- Aprendemos que, as ciências possuem: objetivo ou finalidade; função; objeto.

297
LIÇÃO 3
20. O Conhecimento Científico

É PREDITIVO
Diz-se que o conhecimento científico pode fazer predições em virtude:
a. Baseando-se na investigação dos fatos, assim como no acúmulo das experiências, a ciência
atua no plano do previsível; portanto, tem a função de prognosticar, tanto em relação ao futuro,
quanto ao passado retrodizer. A predição científica é, em primeiro lugar, uma maneira eficaz de se
pôr à prova hipóteses e, segundo, a possibilidade de exercer controle ou, quando muito, modificar o
curso dos acontecimentos.
b. Fundamentando-se em leis já estabelecidas e em informações fidedignas sobre o estado ou
relacionamento das coisas, seres ou fenômenos, poder, através da indução probabilística, prever
ocorrências, calculando, inclusive, a margem de erro com que ocorre o fenômeno. A predição
cientifica, entretanto, não é infalível: depende das leis e informações. Se estas forem imperfeitas, a
predição pode falhar e nesse caso, deve-se proceder à correção das informações e até mesmo das
leis. Uma Segunda possibilidade de falha das predições deve-se a erros cometidos no processo de
inferência lógica que conduz das premissas leis ou informações à conclusão enunciado preditivo
Bunge, 1974 a:34. Outro tipo de falha de predição ocorre quando se erra no conjunto de suposições
acerca de natureza do objeto quer seja um sistema físico ou organismo vivo quer um grupo
social cujo comportamento se tenta prever. Por exemplo, quando se acredita que o sistema está
suficientemente isolado de perturbações externas e, realidade, tal não acontece; sendo o isolamento
condição necessário para a descrição do sistema com a ajuda de enunciados e leis, é difícil
predizer o comportamento de sistema abertos, como acontece com o homem e os grupos que forma

21. Ciência e sua classificação


CIÊNCIA, em sentido geral, quer dizer SABER, CONHECIMENTO; porém, em sentido restrito,
como hoje é usada, quer dizer CONHECIMENTO DAS COISAS PELAS CAUSAS, o conhecimento
verdadeiro de BACON. Como vemos a ciência gira em torno do conhecimento.
A CIÊNCIA é o conhecimento, mas nem todo CONHECIMENTO é ciência.
Há dois tipos distintos de conhecimento que convém notar: CONHECIMENTO EMPÍRICO,
VULGAR ou ESPONTÂNEO E CONHECIMENTO CIENTIFICO.
As leis, por sua vez, são relacionadas para constituírem PRINCÍPIOS GERAIS ou TEORIAS.
A CIÊNCIA satisfaz o ESPÍRITO e esclarece dúvidas, explicando o como e o porquê dos
fatos. Diz como se processa um fato e por que o mesmo ocorre Graças a estas duas maneiras de
estudar os fatos, tomou-se possível a previsibilidade, tão necessária ao homem. A previsibilidade em
Ciência não é mais do que o fruto de uma certeza quanto ao comportamento dos fatos. Ninguém,
sinceramente, faria uma previsão em Ter certeza da veracidade dos dados de que dispõe. Esta
certeza é oriunda de que todos os fatos submetem a uma causa ou conjunto de causas e que não
ocorrem espontaneamente, arbitrariamente. Em outras palavras, que nas mesmas circunstâncias, as
mesmas causas produzem os mesmos efeitos, o que vem a dar o POSTULADO FUNDAMENTAL de
que é uniforme e que um determinado científico, absoluto, rege todos os fenômenos.
A ciência é fundamentalmente metódica. É certo que muitas descobertas científicas
realizaram-se à revelia de qualquer método, mas isto não passa de exceção. Um dos instrumentos de
validade para os conhecimentos científicos é a metodologia adotada pela ciência. A ciência anda
sobre o método, método para tudo: para investigar, comprovar e sistematizar...
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO, por certo, não satisfaz o homem somente pelo auxílio que
lhe empresta, mas também, pela satisfação que causa à sua curiosidade, com fim puramente
especulativo. O que não se pode dizer é que o homem chegue a fazer Ciência
desinteressadamente, pois, por mais que não haja, há o interesse pela própria CIÊNCIA...
Assim, pode-se dizer que a CIÊNCIA tem duas funções: ESPECULATIVA e PRÁTICA. Na
ESPECULATIVA, o homem encontra interesse no seu próprio trabalho, no descobrir novas relações
causalidade. Na PRÁTICA, ao contrário , o homem tem interesse na aplicação dos conhecimentos
teóricos para atender às necessidades da vida, para atender solicitações sociais. As razões sociais
são aquelas que plenamente, justificam o esforço teórico, e é o que da sentido e razão de ser de todo
o esforço egoisticamente, isolado de seus semelhantes, mas unidos a todo, em esforço comunitário.
22. Unidade da ciência
A ciência satisfaz a sede de saber do homem e que parece inesgotável, uma que ela é
também é um ser CURIOSO... A curiosidade aliada às necessidades de vida impele o homem a
conhecer e conhecer cada vez mais. O CONHECER, em nosso século, aliou-se a política e
298
economia. E a necessidade de manter internacional e de produzir maiores riquezas, faz com que a
pesquisa cientifica patrocinada pelo Estado.
A CIÊNCIA prevê a marcha dos fenômenos e pode interferir no desenrolar dos mesmos, tendo
em vista maior segurança para a vida individual e coletiva.
As comunidades já estão marchando no sentido de terem o seu conselheiro-cientista.

23. Espírito científico


O ESPÍRITO CIENTÍFICO requer uma série de qualidades ou atitudes e que não são
encontradas no comum dos homens. Uma das tarefas da Educação deve ser munir o maior número
possível de homens de ATITUDE CIENTÍFICA.
É claro que o espírito científico, compreende sólida FORMAÇÃO MORAL, mas a esta se deve
acrescentar Independência de Pensamento, Espírito Positivo, Imparcialidade, Pensamento
Desinteressado, Fé na Ciência, Sentimento de Responsabilidade.
a. INDEPENDÊNCIA DE PENSAMENTO. O Espírito Científico opõe-se ao conhecimento
estabelecido pela simples autoridade. Não se comenta com fulano disse quer verificar, quer provar
sobre a verdade de asserção. Opõe-se ao dogmatismo, em que uma afirmação ou conhecimento tem
de ser aceito sem discussão. Esta atitude de independência de pensamento implica em livre exame
das questões e independência intelectual, de maneira de não prender-se a preconceitos,
dogmatismos e a autoridades discutíveis.
b. ESPÍRITO POSITIVO. Espírito Positivo é aquele que se orienta mais por dados objetivos do
que subjetivos. Faz menos esforço para evitar que o subjetivismo influa em seus juízos. Raciocinar
com base em dados e não em suposições. O Espírito Positivo é aquele que quer provar para aceitar
um princípio e que, também fornece provas quando quer convencer alguém. O Espírito Positivo é o
contrário daquele que acredita em fatos que não possam ser provados ou em fatos para os quais são
dadas explicações não naturais.
c. ESPÍRITO CRÍTICO. Espírito Crítico é aquele que sempre alimenta certa dúvida e que não
dá total crédito às primeiras impressões sem antes examiná-las cuidadosamente. A atitude crítica não
quer dizer DESCONFIANÇA nem ATAQUE, mas exame cuidadoso de todas as provas, mesmo
daquelas que parecem irrefutáveis. A esta atitude pode-se dar, também, o nome de dúvida
cartesiana. Em verdade, a própria CIÊNCIA se renova e progride em grande parte, graças ao Espírito
Crítico. A atitude CRÍTICA é ESSENCIAL para o Espírito Científico. Deveria ser uma atitude desejável
para todos os homens e não somente para os cientistas.
Quando mais uma quantidade se compenetra em atitude cientifica, mais próxima ela se
encontra em equacionar e resolver seus problemas.
d. IMPARCIALIDADE. O Espírito Científico é contrário a qualquer tipo de parcialidade quer
religiosa, política, familiar, racional, nacional ou cultural. Tem de fazes com que o seu afeto não
perturbe a visão dos fatos, não torça a verdade, mesmo quando esta lhe seja desfavorável, no
sentido pessoal.
e. ESPÍRITO DESINTERESSADO. O cientista não pode ficar preso, em suas investigações, a
aplicação prática o que seria, talvez, tarefa demasiada para um só cérebro. Um cientista ou grupo de
cientistas pode cuidar da investigação pura e outro cientista ou grupo de cientista de sua aplicação
prática. A verdade é que a aplicação prática de ser uma decorrência da pesquisa e, nos dias atuais, a
sua justificativa mais forte. A preocupação de aplicação pelo investigador puro traria o perigo delimitar
certas investigações que contribuiriam para melhor compreensão de certos problemas ou conjuntos
deles.
f. FÉ NA CIÊNCIA, o cientista, apesar de eliminar preconceitos e não dar crédito a não ser a
fatos comprovados, PRECISA CRER, TER FÉ NA CIÊNCIA, decorrendo desta Fé na crença de que a
natureza é rígida, determinadamente, por leis invariáveis. Esta Fé na Ciência, de certo modo, deve
reforçar a Fé em Deus, como o criador deste sistema de rígido determinismo natural.
g. SENTIMENTO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Por último, o cientista deve estar
imbuído de suas responsabilidades sociais e certo de que o seu trabalho tem dois objetivos: o
primeiro, de alcançar a verdade; e o segundo, de trabalhar para o engrandecimento do homem, tendo
em vista torna-lo mais consciente dos mistérios que o envolvem e mais próximo de seus semelhantes
em colaboração e respeito.

299
LIÇÃO 4
24. Classificação Da Ciência

A CIÊNCIA em si é uma só, abrangendo todos os fenômenos humanos e da natureza. Onde


quer que haja causa e efeito a constatar, aí está a CIÊNCIA. Acontece, porém que a causa e efeito se
espalham sob múltiplos aspectos, por objetos diferentes. O estudo sistemático de cada um desses
objetos constitui uma ciência particular, que pode ser definida como sendo um conjunto de
conhecimentos certos, gerais e metódicos, referindo-se a um objeto determinado.
A classificação das Ciências surge quando se querem ordená-las e agrupa-las como um todo,
pelos laços que as une, pelas relações e subordinações que guardam entre si. As tentativas de
classificação têm sido várias, porém, todas provisórias... Porque não têm encontrado um critério
irredutível. As diversas classificações podem ser caracterizadas por SUBJETIVAS, se atendem a um
critério de saber referente às propriedades psicológicas do ser cognoscente, o homem, e
OBJETIVAS, se atendem ao objeto das próprias ciências, sua maneira de ser, etc...

Elaboraram classificações subjetivas Aristóteles e Bacon


a. Classificação de Aristóteles. Aristóteles divide as ciências em três grupos distintos,
conforme se refiram às operações psicológicas de PENSAR, AGIR e PRODUZIR, recebendo,
respectivamente, o nome de CIÊNCIAS TEÓRICAS, PRÁTICAS ou POÉTICAS.
São CIÊNCIAS TEÓRICAS: Matemática, Física e Filosofia; CIÊNCIAS PRÁTICAS: Moral,
Econômica e Política; CIÊNCIAS POÉTICAS: Retórica e Dialética.

b. Classificação de Bacon. Bacon divide as Ciências segundo as Faculdades Mentais mais


empregadas na sua apreensão. Assim, temos CIÊNCIAS DE MEMÓRIAS, DE IMAGINAÇÃO e DE
RAZÃO. São CIÊNCIAS DE MEMÓRIA: História Natural, História da Civilização, etc.; CIÊNCIAS DA
IMAGINAÇÃO: Poesia Épica, Dramática e Alegórica; CIÊNCIAS DE RAZÃO: Filosofia.
Elaboraram classificações objetivas AMPÉRE e AUGUSTO COMTE.

c. Classificação de Ampére. Ampére procede á primeira classificação verdadeiramente


científica partindo de princípio objetivo. São objetos principais de estudo a MATÉRIA e o ESPÍRITO.
As ciências da MATÉRIA receberam o nome de COSMOLÓGICAS e as do ESPÍRITO, de
NOOLÓGICAS.

1. CIÊNCIAS COSMOLÓGICAS – estas tratam da matéria com suas propriedades e leis,


subdividindo-se em:
 CIÊNCIAS COSMOLÓGICAS PROPRIAMENTE DITAS, como a Física, a Química e a
Matemática;
 CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS, como a Botânica, a Zoologia, as Ciências Médicas, etc.
2. CIÊNCIAS NOOLÓGICAS – estas tratam do espírito e suas manifestações, subdividindo-se
em:
 CIÊNCIAS NOOLÓGICAS PROPRIAMENTE DITAS, como a Filosofia, a Linguística,
etc.
 CIÊNCIAS SOCIAIS, como as de caráter etnológico e político.

a. Classificação de Augusto Comte. Talvez seja a forma mais famosa e que aceita
classificação das ciências até hoje elabora e nota-se que os princípios são os mais objetivos e que
mais satisfatoriamente abrangem o campo das ciências.
A classificação de Comte se baseia no princípio da GENERALIDADE DECRESCENTE
COMPLEXIDADE CRESCENTE, ou melhor, segue a direção do SIMPLES PARA O COMPLEXO, do
MAIS GERAL PARA O MENOS GERAL. Assim, uma coisa quanto mais simples for, mais geral será,
ao passo que, quanto mais complexa for, menos geral será. Resulta, deste critério, a seguinte
classificação: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia e Moral.
b. Classificação Usual. A classificação comumente adotada é uma variante da de Augusto
Comte. As Ciências são classificadas segundo a sua complexidade crescente, mas, também,
segundo o seu objeto, pelo que representa os seguintes grupos:

1. AS CIÊNCIAS MATEMÁTICAS TEÓRICAS são: Aritmética, Geometria e Álgebra. AS


CIÊNCIAS MATEMÁTICAS APLICADAS são: Mecânica e Astronomia.
300
2. CIÊNCIAS FÍSICO-QUÍMICAS, cujo objeto é a matéria inorgânica, quanto as suas leis e
propriedades. As principais Ciências físico-químicas são: Física, Química, Mineralogia, Geologia e
Geografia Física.
3. CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, cujo objeto é a manifestação vital e as circunstâncias que afetam
os seres vivos. As principais Ciências Biológicas são: Botânica, Zoologia, Antropologia e
Etnologia.
4. CIÊNCIAS MORAIS, cujo objeto é o homem como ser inteligente, livre e social, considerado
em si e em seus atos. As Ciências Morais se subdividem em: Psicológicas, Históricas, Sociais e
Políticas.
 As ciências Psicológicas compreendem: Psicologia, Lógica, Estética e Moral.
 As ciências Históricas compreendem: História, Geografia Humana, Cronologia,
Arqueologia, etc.
 As ciências Sociais e Políticas compreendem: Sociologia, Direito, Economia Política,
etc.

5. CIÊNCIAS METAFÍSICAS, cujo objeto é a natureza das coisas em seu aspecto mais
profundo, como a Cosmologia Racial, a Psicologia Racional e a Teologia Racional.

c. Classificação Adotada. Será adotada no presente trabalho, a seguinte classificação:


Ciências Matemáticas, Ciências Físico-químicas, Ciências Biológicas e Ciências Humanas.
Classificar as ciências é distribui-las em grupos segundo relações que as unem e as subordinam.

CLASSIFICAÇÃO
Subjetivas – atendem às faculdades do intelecto.
Objetivas – atendem ao objeto das ciências.

CLASSIFICAÇÕES
De Aristóteles pensar – ciências especulativas
SUBJETIVAS agir – ciências práticas

CLASSIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS


De Bacon
Produzir – ciências poéticas
Ciências da memória
Ciências da imaginação
Ciências da razão

CLASSIFICAÇÕES
De Ampére
Ciências cosmológicas, da matéria

OBJETIVAS
Ciências Noológicas, do espírito
Seguindo a direção do simples para o complexo; do mais geral para o menos geral.
De Comte
Matemática, Astronomia, Física
Química, Biologia, sociologia e Moral

MATEMÁTICAS Teóricas: Aritméticas, Geometria, Álgebra. Aplicadas: Mecânica Racional,


Astronomia

FÍSICO - Física, química, mineralogia,


QUÍMICAS - geografias, geologia, física

CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA USUAL Botânica, Zoologia, Antropologia Etnologia


MORAIS PSICOLÓGICAS Psicologia, Lógica, Estéticas, Moral
HISTÓRICA História, Geografia, Humana, cronologia
SOCIAIS E POLÍTICAS – Sociologia, Direito, Economia, Política
METAFÍSICA - Cosmologia Racional, Psicologia Racional, Teologia Racional

301
CONCLUSÃO
Procuramos através dos tópicos estudados nesta Apostila concluírem o PENSAMENTO
LÓGICO sobre a METODOLOGIA CIENTÍFICA. Como se trata de CONHECIMENTO FALÍVEL e não
DEFINITIVO ABSOLUTO ou FINAL sugeriu ao ALUNO continuar pesquisando outras OBRAS,
outros CONCEITOS, para argumentar o melhor método possível.

REVISÃO GERAL

Aprendemos nesta lição que, a predição científica é, em primeiro lugar, uma maneira eficaz de
se pôr à prova as hipóteses e, em segundo, a possibilidade de exercer controle ou, quando muito,
modificar o curso dos acontecimentos;
Vimos que, a predição científica, não é infalível: depende de leis e informações;
Você viu ainda que, Ciências, em sentido geral quer dizer Saber, Conhecimento;
Como vimos à ciência gira em torno do conhecimento;
Você viu também que, a Ciência é conhecimento, mas nem todo Conhecimento é ciência;
Foi visto que, os fatos são relacionados pelas leis, isto é, pelo que têm de constante e de
geral;
Aprendemos que, o Conhecimento Empírico se baseia quase que exclusivamente nos
sentidos. São impressões recebidas das coisas que fornecem o conhecimento, mas de modo
superficial, sem ligação umas com as outras;
Foi visto que, Conhecimento Científico tem origem na tentativa de explicação dos fatos. Este
começa a existir, porém, quando o homem tenta explicar os Efeitos pelas Causas, pelas leis que os
regem
Como vimos, através da análise, a Ciência resolve os caos concretos e complexos em
seus elementos simples e abstratos:

302
Bibliografia

# Manual da Filosofia – Santos, Theobaldo Mirando

# Dicionário Aurélio

# Bíblia Thompson

# Dicionário Cientifico – Enciclopédia Britânica do Brasil

# Dicionário Prático Júnior

Atenção!

Fica proibida a reprodução total ou parcial desta

Obra sem prévia autorização por escrito do autor.

Todos os direitos reservados.

Lei Federal 5088 de 14 de dezembro de 1973.

303
Prova de Metodologia Cientifica

Aluno a:...........................................................................data............/............../..................

Marque um X na alternativa correta

01-
O Conhecimento Religioso baseia-se em suposições teóricas e científicas.
O Conhecimento científico é real porque lida com fatos.
As ciências possuem: Razão, Teórica, Prática e Finalidade.

02-

Aspecto progmático consiste em responder à indagações de por quê.


Aspecto semântico quer dizer Razão ou Teoria.
A predição científica é sempre infalível.

03-
A Ciência é conhecimento, mas nem todo Conhecimento é ciência.
Ciência quer dizer, Saber e Razão ou Prática.
Os fatos são relacionados sempre ao conhecimento e não as leis.

04-
Espírito Crítico que apoia a razão sempre em primeiro lugar
A Ciência em si é uma só.
A Ciência abrange fenômenos naturais, nunca da natureza.

05-
São Ciências Teóricas: Retórica e Dialética.
São Ciências Poéticas: Moral e Econômica.
São Ciências Práticas: Moral, Econômica e Política.

304
Administração Eclesiástica
Lição 1
1. O Que é Administração?

Administração Eclesiástica é um trabalho dinâmico, que veio preencher satisfatoriamente a


grade curricular dos cursos teológicos nos assuntos relacionados com a administração da eklessia
divina. Portanto iremos analisar a organização da igreja em seus vários aspectos, como por exemplo,
o líder e suas atribuições, o civismo e a boa maneira do cristão em relação ao seu comportamento na
casa de Deus, etc.

Administração Eclesiástica

1. O que significa Administração Eclesiástica?


Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no
que diz respeito à sua função de líder e administrador principal da Igreja do Senhor Jesus. Devemos
sempre lembrar que a igreja é, simultaneamente, Organismo Corpo organizado, que tem existência
autônoma ou conjunto de meios que concorrem para um determinado fim, no sentido espiritual a
Igreja é o corpo de Cristo, e Organização estrutura. É a Igreja templo organizada em dois sentidos:
social e econômico, para que possa atender à missão para a qual Deus a constituiu. A Bíblia é citada
em muitos casos por sua demonstração de princípios administrativos. Vários exemplos podem ser
vistos nas vidas dos seguintes personagens: Moisés, José, Daniel, Jesus, etc.
2. O que é Administrar
É distribuir as responsabilidades e não executar todas as tarefas. É fazer com que todos
participem do trabalho. Não se deve confundir isso com exploração dos outros. O bom administrador
leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e a se realizarem no trabalho. Jesus sempre
procurou obter a ajuda de outras pessoas. Quando as talhas estavam vazias, Ele disse: Enchei as
talhas Jo 2.7. Quando a pedra cobria o túmulo de Lázaro, disse: Tirai a pedra Lc 11.39. Quando
alimentou as cinco mil pessoas, pediu aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram Jo 6.12.
A realidade do trabalho do administrador é ajudar as pessoas a crescer, ajudá-las a fazer o
trabalho, em vez de excuta-lo ele mesmo. Muitas vezes pensamos que o administrador trabalha
muito, mas a sua missão principal é motivar outras pessoas para o trabalho. Em muitos casos, a
Bíblia tem sido citada por sua demonstração de princípios administrativos. Um dos exemplos mais
notáveis é a linha de autoridade estabelecida por Moises em atenção ao conselho de Jetro, seu
sogro, cerca de mil e quinhentos anos antes do nascimento de Cristo.

Vejamos algumas verdades extraídas de Êxodo 18.13-27

1. v.13. No dia seguinte assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé junto
de Moisés desde a manhã até à tarde.

Observação e inspeção pessoal.


2. v.14. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, perguntou: Que é isto
que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, permanecendo todo o povo junto de ti desde a manhã
até à tarde?

Interrogatório – Investigação atilada.


3. v.15. Respondeu Moisés a seu sogro: É por que o povo vem a mim para consultar a Deus.
4. v.16. Quando eles têm alguma questão, vêm a mim; e eu julgo entre um e outro e lhes
declaro os estatutos de Deus e as suas leis.

Resolução de conflito – correção.


5. v.17. O sogro de Moisés, porém, lhe replicou: Não é bom o que fazes.

Julgamento.
6. v.18. Certamente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo; porque isto te é
pesado demais; tu só não o podes fazer.
Avaliação do efeito sobre o líder e sobre o povo.
7. v.19. Ouve agora a minha voz; eu te aconselharei, e seja Deus contigo: sê tu pelo povo
diante de Deus, e leva tu as causas a Deus;

306
Instrução técnica. Aconselhamento. Representação.
Determinação de procedimentos.
8. v.20. Ensinar-lhes-ás os estatutos e as leis, e lhes mostrarás o caminho em que devem
andar, e a obra que devem fazer.

Ensino. Trabalho de demonstração. Delegação de especificação. Seleção. Estabelecimento.


Qualificações. Atribuição de responsabilidades.
9. v.21. Além disto, procurarás dentre todo o povo homens de capacidade, tementes a Deus,
homens verazes, que aborreçam a avareza, e os porás sobre eles por chefes de mil, chefes de cem,
chefes de cinquenta e chefes de dez;

Cadeia de comando e delegação de autoridade.


10. v.22. E julguem eles o povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda causa grave, mas toda
causa pequena eles mesmos a julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão
contigo.

Extensão do controle. Julgamento. Avaliação.


Limites para tomar decisão.
Administração por extensão.
11. v.23. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir; assim também todo este
povo irá em paz para o seu lugar.

Explicação dos benefícios.


12. v24. E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto este lhe dissera.

Ouvindo e pondo em prática.


13. v.25. E escolheu Moisés homens capazes dentre todo o Israel, e os pôs por cabeças
sobre o povo: chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez.

Escolha, seleção. Atribuição de responsabilidades. Extensão do controle.


14. v.26. Estes, pois, julgaram o povo em todo o tempo; as causas graves eles as trouxeram a
Moisés; mas toda causa pequena, julgaram-na eles mesmos.

15. v.27. Então despediu Moisés a seu sogro, o qual se foi para a sua terra.
Julgamento. Avaliação. Administração por exceção.

307
2. Como Ser Um Administrador?

Administrar um rebanho não é tarefa fácil. Não é tarefa para qualquer um. O administrador
além dos conceitos operacionais, talentos individuais, tem que ser chamado para desempenhar tal
função, não tem jeito. Para desempenhar tal função, não pode ser um administrador simplesmente
por que é simpático, amigo, padrinho. A administração eclesiástica é o tripé de armação para
condução de um bom desenvolvimento. Quando se trata dos negócios da obra de Deus, aí, a
condução do tal desenvolvimento, projeto, deve ser encarada com muita seriedade. Eu
particularmente sou um forte exemplo a este contexto, na minha juventude esbanjei, nunca ia bem,
não administrei bem e o resultado foi inevitável, nunca ia bem. Hoje as coisas são diferentes. Será
que a obra de Deus pode ser administrada de qualquer jeito? Em ambos os casos, a Administração
Eclesiástica é coisa seríssima.
E se isto não fosse suficiente é com tristeza que reconhecemos não haver entre nós, das
Assembleias de Deus, brasileira, não só das Assembleias de Deus, mas uma série de outras
mais, um sistema único de administração eclesiástica; ao contrário. Entre nós, o sistema de
administração eclesiástica difere de Estado a Estado e formas de Pastor a Pastor. Só para perceber
isto, estive em algumas igrejas do Estado de Rondônia, vi que às igrejas tem formas de administração
financeira, litúrgica, ordenação ao ministério bem diferente das igrejas aqui em São Paulo, em contra
partida o sistema litúrgico são antagônicos. Já nas igrejas nordestinas as formas administrativas são
levemente parecidas, isto se dar pela necessidade de cooperação uma há outra.
Bom, como quer que seja as formas administrativas parece que nunca haverá um consenso,
de qualquer forma a igreja exige uma boa administração para não cair no campo da implicância.
Veremos ao longo dessas lições um aprendizado administrativo forte e com os moldes da Palavra de
Deus, e à administração não pode ser egocêntrica, visando apenas interesses próprios, mas,
totalmente voltada para regências paradigmas do complexo teológico, e além de tudo, a unção do
Espírito Santo nas decisões administrativas e que sua interrogação a este contexto seja direcionada
ao Espírito Santo, se a administração vem junto com a unção do Espírito então esta está em boas
mãos!

308
3. Dois Fundamentos Da Administração Eclesiástica

Já comentamos um pouco na introdução, agora vamos aprofundar a questão. Porém, na


ausência de tal sistema, temos entre nós das Assembleias de Deus, brasileiras, muitas formas
administrativas, mas isto se dar muitas vezes até mesmo pela vaidade humana, e uma serie de outras
coisas, vejamos os dois fatores:

1. Administração Espiritual
A igreja de Cristo é absolutamente uma organização espiritual, veja às vezes como se
responde as perseguições, é justamente porque a igreja é uma organização. O termo igreja é
derivado do termo grego ekklesia, e significa chamado para fora. O termo grego, nos estados da
Grécia, significava a reunião dos cidadãos convocados às assembleias legislativas e até mesmo para
outros fins, para este fim ou outro entendimento do termo ver At 19.41. Já no hebraico, o termo que
aparece é qahâl, que designa assembleia do povo de Deus, para esse contexto ver Dt 10.4; 23.2; Sl
22.23, já no conceito da septuaginta que traduziu esta palavra qahâl por ekklesia e sinagoga,
respectivamente. Para mais detalhe sobre esta questão da igreja o aluno aprenderá na disciplina
teológica ECLESIOLOGIA – A DOUTRINA DA IGREJA. Conheçamos agora os vários motivos porque
que a igreja precisa de administração espiritual, veja:

a. A Igreja é uma organização. Ap 2.8,12,18, observando claramente os textos acima,


percebemos facilmente que estamos falando. Por ser uma organização a Igreja puni os faltosos de
acordo com os parâmetros da Palavra de Deus, isto é, sempre em ver espiritualmente seus membros
bem com o Senhor. A Igreja primitiva era uma igreja sempre pronta para a ajuda espiritual, não
funciona, pois é uma igreja morta, sem unção do Espírito de Deus, a igreja do Senhor tem um Cabeça
que também é super-organizado, isto é bom...
b. A Igreja é um corpo. Ver 1 Co 12.12-27. A analogia da cabeça e do corpo, que Cristo é a
igreja em mútuas relações, é muito feliz. Por este motivo, isto é, que a igreja possua pé, mão, ouvido,
etc. Daí, para que a cabeça não pense que seja independente então o administrador Pastor, precisa
ser organizado, possua bom conhecimento, de tal administração, a espiritual. Para uma melhor
compreensão sobre o que realmente significa vamos a um resumo geral, veja: O que Paulo comparou
aqui foi o corpo humano como sendo a Igreja assim como cada parte do sôma, isto é, o corpo tem
muitas funções, assim também no corpo espiritual, todos têm finalidades. Os órgãos têm diferentes
funções, mas, o dirigente, administrador, deve ter consciência que todos devem trabalhar juntos v.12.
Um dos grandes desafios no conceito administrativo é revelar que a Igreja é composta de muitas
personalidades diferentes, muitos níveis culturais, e estes membros, possui uma gama de finalidades
e dons, aí o grande desafio para o administrador.
c. É a morada de Deus I Co 12.37. No AT Deus habitou entre Israel no lugar santíssimo, no
tabernáculo, agora ele habita nos santos, que é a Igreja do Senhor Jo 14.17, aqui na terra não existe
um santuário único, a Igreja é a habitação de Deus.
d. O Pastor, o administrador espiritual
A administração espiritual da igreja é de responsabilidade do pastor, é ele que deve manter
sempre bem alimentado seu rebanho. A sua igreja deve conter sempre verdes pastos Sl 23.4. Tem
pastores, por exemplo, nem para incentivar algum curso teológico em sua igreja ele serve, não
incentiva a comunhão com Deus através de oração, muitas vezes com medo de perder o trono.
Conheço muito bem a igreja que estou a mais de 30 anos, se um pastor, por exemplo, não quer que
seus obreiros tenham uma vida cheia de unção, conhecimento, pode pesquisar que alguma coisa tem
de errado, pois, o Pastor é um administrador espiritual, deve fazer propaganda do ensino teológico,
consagração, enfim, uma vida espiritual pautada nos princípios sistemáticos das escrituras. O
administrador deve estar atento para nove importantes recomendações bíblicas, que certamente
servirá para uma boa administração, por este motivo, não deve haver;
* Cego ou falta de visão Ap 3.18
* Sarna contagiosa, no sentido pejorativo Is 59.3
* Anão ou pessoa que nunca ficam idôneas Hb 5.13
* Coxos ou aqueles que não andam firmes.
* Nariz amassado ou os obreiros entrões onde não são chamados.
* Corcunda ou que não olham para cima.
* Mão quebrada ou os que não contribuem em nada
* Impigens ou impureza na vida.
* Membros maiores que os outros ou os que são cheio de unção e nada de obediência ou ao
contrário.

309
O Pastor como administrador espiritual deve lembrar-se de que as tarefas espirituais de uma
Igreja não podem ser executadas por uma única pessoa. As pessoas constituem-se no maior triunfo
daquele que administra, principalmente se o pastor for um conselheiro, tem uma vida diária de
oração, estar sempre intercedendo pelas suas ovelhas. O administrador espiritual deve estar bem
preparado, e observar algumas regras básicas e práticas para a administração espiritual vamos a
elas;
* Desenvolver suas atividades de liderança, conhecendo aos que estão em sua volta.
* Tomar decisões no aconselhamento rápidas, com o máximo de perfeição e justiça possível.
* Demonstrar entusiasmo e perseverança para observar os fatores do aconselhamento
espiritual.
* Manter uma atitude agradável e deixar os que estão com problemas espirituais, sejam por fim
reanimados.

2. Administração Social
A Igreja não é somente espiritual, é também material, e como uma igreja que é também desta
terra precisa ser bem estruturada socialmente, veja outro grupo que não tem como base a Palavra de
Deus e tem obras sociais astronômicas.

SÍNTESE SOCIOLÓGICA

Quando se fala neste contexto logo vêm em mente grandes sociólogos que fizeram épocas na
história. A fim de pensar claramente sobre sociologia, é imprescindível distinguir entre o que seja
pensamento social, filosofia social, ética social, serviço social e política social. Fazer esta distinção
não significa de modo nenhum menosprezar qualquer que sejam as áreas especificadas no resumo
acima. Os pensamentos sociais já existem há muito tempo, desde que o homem começara a se
entender como gente. Hoje por exemplo, já existem diversas discussões sobre os pensamentos
sociais.
A igreja por sinal não pode parar no tempo com referências às obras sociais. Muitos crentes
estão tão preocupados com a convenção em massa do homossexualismo, mas, será que a igreja
está pronta para ter uma grande massa de homossexualismo se convertendo? Isto é muito sério! Não
basta afrontar ninguém, nem dizer que todos estão possessos, desde que grandes Ministérios não
tem onde colocar nem mesmo os mendigos que se converterem, ou eu estou enganado? Será que
todas as igrejas estão prontas para convenção em massa de travesti?
Vejam os espíritas que todos os dias distribuem milhares de litros de sopa pelo imenso Brasil,
e as igrejas enquanto isto brigando uma com as outras. Veja como trabalhavam os apóstolos, não dá
para lembrar o que disse Thiago que a fé somente não prova nada? Ou será que é difícil de se
entender que não basta chegar na casa de fulano e dizer em nome de Jesus seja salvo, e depois que
todos forem embora será que vai ficar com fome ou com o estômago cheio porque aceitou a Jesus?
Como quer que seja a obra social é de fundamental importância para a igreja atual. Isto se deve a
ausência de um sistema litúrgico entre nós, que por simples que fosse, estabelecesse regras
sistemática, administrativas, baseadas no NT, que obedecidas por todos, faria existir.

310
4. Os Sistemas Administrativos os Sistemas Administrativos Presentes no Brasil

Isto se deve a ausência de um sistema litúrgico entre nós, que por simples que fosse,
estabelecesse regras sistemáticas, administrativas, baseadas no Novo Testamento, que obedecidas
por todos, faria existir entre nós um único sistema de administração eclesiástica. Porém, na ausência
de tal sistema, temos entre nós Pentecostais, brasileiros em uso vigente, nada menos de quatro
sistemas de administração eclesiástica:
a Administração Presbiterial. A grande responsabilidade administrativa fica restrita ao
presbitério da igreja, que por sua vez toma as decisões que forem necessárias para o melhor
andamento do corpo de Cristo.
b Administração Episcopal
c Administração Ditatorial. Neste sistema administrativo, uma dita as ordens e outros
obedecem, existe abuso do poder espiritual, favorecimento a parentes e outros mais.
d Administração Congregacional. Alias, parece até bobagem dizer que em alguns casos, por
falta de um sistema definido, há algumas igrejas locais com administração indefinidas, porque
apresentam um pouco de tudo... De acordo com o que encontramos no Novo Testamento,
confessamos que ser o sistema implantado por Cristo e praticado pelos apóstolos e o Cristianismo
primitivo, motivo porque usamos fazer as seguintes afirmações:
 A igreja deve participar das opiniões com referencias a alguns assuntos;
 A luz da sistematização das Escrituras, a igreja não tem somente deveres e sim
direitos também, estou citando isto, por motivos que muitos presidentes de grandes
ministérios estão colocando somente deveres para os crentes, onde ficam os direitos?
 A administração congregacional é uma forma justa de a igreja estar por dentro da
administração, principalmente financeira;
 A administração congregacional faz parte da justa democracia espiritual, em que se
apoiam nas Santas Escrituras;
 A igreja não deve só participar financeiramente do sistema.
1- Os sistemas administrativos e os estilos de liderança
O termo liderança parece não ter nada a ver com o sistema administrativo congregacional. O
termo liderança tornou-se tão desgastado e confuso que vem sendo usado como qualquer tipo de
influência de um indivíduo sobre o outro, podendo ir desde a persuasão lógica até a mais brutal
dominação física. Atualmente, surge uma nova interpretação de liderança, vários autores procuram
evidenciar o problema através dos seus conceitos. Não tem cabimento, então, falar-se de líder nato,
ou qualidade de um líder, uma vez que tão-somente, dentro da organização podemos ter os
seguintes estilos desenvolvidos de liderança administrativa, a saber;
1. Autocrático. Esse estilo desestimula inovações, pois o autocrático vê-se a si próprio como
se ele fosse insuficiente, indispensável e deixa que o grupo vá debilitando através de debates sobre
questões sem importância. Porem, as decisões importantes são tomadas por ele. Este é o
autocrático!
2. Burocrático. Esse estilo pressupõe que qualquer dificuldade pode ser afastada quando
todos acatam os regulamentos e o líder é uma espécie de negociador entre as partes e a tomada da
decisão resulta de um critério do próprio líder. Neste sistema também observamos uma proibição de
algo sem que ele próprio e sua família não cumprem nada daquilo que foi elaborado pela sua própria
burocracia.
3. Democrático. Neste tipo de ambiente, o líder pede e recebe as opiniões de todo o grupo,
antes de tomar qualquer decisão. A responsabilidade está em cima de todos e não somente sobre a
cabeça do líder

311
Lição 2
5 Democracia Espiritual

I- A administração e a democracia espiritual

1. A Igreja é uma Democracia Espiritual. A igreja é uma democracia estabelecida como tal, por
Cristo e reconhecida pelos apóstolos.
Definição de Democracia
É o governo do povo, soberania popular. Doutrina ou regime baseado nos princípios da
soberania popular, regime de governos que se caracterizam, em essência, pela liberdade do ato
eleitoral, pelas divisões de poderes de decisão e de execução. É precisamente este sistema o
instituído por Cristo para a Administração da Igreja, e é único que ele reconhece:
a. Edificarei a minha Igreja... A igreja está edificada em Cristo e não em ideias humanas Mt.
16.13-19.
b. Eclésia. Termo que já foi analisado At. 19.35-40. Não há poder na terra ou no inferno que a
supere e prevaleça contra ela, isto quando for uma igreja forte, unida Mt. 16.18-20; Mt. 20.18-20. Em
cada referencia abaixo, consta o termo grego ekklasia. Uma reunião convocada, comum, popular,
secular At. 19.32-39, traduzido por Ajuntamento na ARC, e Assembleia na ARA. O povo de Israel
no deserto At. 7.38, traduzido Congregação na ARC e na ARA.
Reunião de crentes para o culto coletivo I Co. 11.17-18; I Co. 14.19,34-35, traduzido vos
ajunteis, e Igrejas na ARC e na ARA. A igreja local ou regional com todos os seus fiéis At. 5.11; At
8.3, traduzido Igreja na ARC e na ARA. A igreja Universal do Novo Testamento Mt. 16.18; I Co 15.9;
Gl 1.13; Ef 5.23,27,29, traduzido igreja na ARC e na ARA.
Todos os remidos, de todos os tempos Hb 12.22-23, traduzido Igreja na ARC e na ARA. Espero
que toda esta base teológica seja suficientemente necessária para comprovação bíblica de que, um,
não deve mandar em outros apenas ouvirem, na democracia todos tem deveres, mas também na
democracia também existem os direitos espirituais!

2. Como administrar a Igreja Democraticamente


A Administração na Igreja. O sucesso ou fracasso ministerial do obreiro liga-se a forma como
ele administra a igreja que Deus lhe confiou. Por isso, para administrar com sucesso a igreja do
Senhor, o obreiro necessita pelo menos do seguinte: Saber que a igreja é propriedade exclusiva de
Deus, e como tal precisa ser tratada conforme os moldes da Bíblia; Reconhecer a sua fragilidade
pessoal e buscar de Deus a graça necessária para o desempenho de tão elevada responsabilidade.

Forma errada de Administrar a Igreja. Por falta da conceitualização quanto aos cuidados
supracitados, muitos obreiros têm caído em sérios erros ao administrar a igreja. A maneira estranha
como esses obreiros administram a casa de Deus, mostram quão vaga é a noção que tem o
Ministério Cristão. Parece que só leem o Antigo Testamento, pois agem quais reis neles
mencionados, exercendo uma espécie de ministério teocrático, segundo o qual Deus fala através
deles e de mais ninguém. Ver também em Cristo Jesus Fp 2.5.
Mas a igreja é a menina dos olhos de Deus, a noiva de Cristo e a esposa do cordeiro, e,
aqueles que a administram, escreveu o apóstolo Pedro: Pastoreai o rebanho de Deus que há entre
vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer, nem por sólida ganância,
mas de boa vontade, nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos
modelo do rebanho I Pe 5.2-3. Muitos estão esbanjando do dinheiro santo, fazendo para o seu bel
prazer, outros para se apresentar com monumentos suntuosos, e onde fica a glória de Deus? Você
mal caro aluno a, como você tem administrado o seu departamento, aquilo que seu Pastor o confiou?
Ou você meu caro obreiro, como você tem administrado este rebanho?

Forma correta de Administrar a Igreja. A Moisés a quem foi ordenado a edificar o tabernáculo
durante a peregrinação de Israel no deserto, disse o Senhor: Vê, pois, que tudo faças segundo o
modelo que te foi mostrado no monte Êx 25.40. Assim também ordena o Senhor àqueles que foram
postos como administradores do seu negócio na terra. Para estes, a Bíblia se constitui não apenas na
carta-guia daqueles que querem administrar a Igreja do Senhor, mas também daqueles que desejam
faze-lo de acordo com o modelo divino. Portanto, o obreiro deve administrar a Igreja do Senhor do
seguinte maneira:
Mansamente: ... Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos. Zc 4.6

312
Humildemente: Servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações... At.20.19.
Tende em vós o mesmo sentimento que houver também em Cristo Jesus. Fp 2.5.
Fielmente: Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada uma deles seja
encontrado fiel. I Cor 4.2.
Meigo: Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção,
todavia nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama e acaricia os próprios filhos. I Ts 2.7.

As mudanças de tempo no conceito administrativo. Aquele que assume o pastorado de uma


igreja deve lembrar-se de que uma mudança brusca nos planos e na organização da igreja pode fazer
que tal experiência seja um problema que não se resolva. As mudanças devem ter bases sólidas para
o bom andamento da obra de Deus, para efeito administrativo, colocaremos abaixo principais itens
deste contexto, veja;
a. Nunca faça mudança com intenção de prejudicar alguém.
b. Não faça mudança nos primeiros momentos de seu trabalho, sendo assim, a boa impressão
não estará estampada do seu ministério.
c. As mudanças devem ser feitas com direção do Espírito Santo.
d. Nunca tome decisões sozinho. Antes de operar qualquer modificado, deve estudar com
extremo cuidado as características e peculiaridades da igreja em que está sendo desenvolvido a
devida mudança, as discussões podem desenvolver um plano à qual poderá pedir o afastamento do
próprio Pastor local! Os costumes locais devem ser respeitados, ser o devido dirigente chegar ao
determinado trabalho e de cara trazer uma série de mudança, pode perfeitamente enfrentar uma
grande montanha de problema, então pense nisto.

II- A Administração e a tomada de decisões


A tomada de decisões é tida no conceito da administração eclesiástica como o ponto alto de
todas ou quase todas as tarefas do Pastor administrador da igreja. Cabe a ele decidir o que deve e o
que não deve ser feito. É exatamente em função das decisões tomadas que o Pastor costuma ser
julgado, e são elas que irão influir, de modo marcante, em toda a sua vida ministerial. Embora a arte
de tomar decisões seja quase sempre um dom natural, isto se deve levar em conta que existe uma
série de fatores que podem e deve ser aprendido. Também, àquele que administra os bens do seu
Senhor, não pode conviver com muita indecisão. Saber agir com precisão e rapidez é, sem dúvida
muito importante, para todos os sentidos. A lentidão em tomar decisões é muitas vezes uma
qualidade oculta, pois permite meditar bem sobre cada fator, o que proporciona maior margem de
segurança quanto ao sucesso da medida tomada. A fim de não ser traído na decisão que tomar
apresentamos abaixo uma sequência lógica dos seguintes passos, isto de acordo com os melhores
escritores na área de administração eclesiástica:
1. Defina claramente a situação que requer a decisão.
2. Coloque os objetivos à tona.
3. Reúna todos os dados que forem suficientes para o planejamento.
4. Estude todos os cursos possíveis para a ação.
5. Considere todas as consequências negativas e positivas que possam advir na sua decisão.
6. Tome a decisão e cuide para que seja executada, não manipulada.
Muitas decisões ainda são tomadas fora de ordem, pois não são inteiramente independentes,
exigindo que outras subdecisões sejam acompanhadas a decisão original. Por outro lado, tomar uma
decisão não significa terminar o trabalho, mas desejar que se produzam os trabalhos esperados. E a
comunicação das decisões aos seus subordinados é muito importante, para que não sejam mal
entendidos e se crie um ambiente desagradável no próprio seio da Igreja. Isto não é coisa de outro
mundo, pode perfeitamente acontecer, basta tomar as decisões atrapalhadas e verás. Dificilmente se
oferecem de uma vez todos os elementos necessários para se tomar uma decisão.

313
6. Evidências de Um Líder Autêntico

I- OBSERVÂNCIA PARA A LIDERANÇA ADMINISTRATIVA

Enquanto administrar a Igreja do Senhor, o obreiro cristão deve se distinguir como um


autêntico líder; para tanto deve ter em mente o seguinte:
 O líder não faz tudo sozinho, mas delega poderes e distribui tarefas;
 O líder não só manda, mas vai em frente para que seus liderados o tomem como um
grande exemplo;
 O líder não tem porque considerar alguém uma ameaça para sua liderança, desde que
saiba, estar exercendo à mesma sob a direção divina;
 O líder não usa de subterfúgios nas suas ações, mas as tem em pratos limpos para que
sejam examinadas a qualquer hora por quem interessar;
 O líder deve estar ocupado não só na aquisição e conservação do patrimônio material
da Igreja, mas, sobretudo do bem-estar espiritual da mesma;
 O líder respeita seus liderados e os trata como co-herdeiros da mesma esperança.
II- Resumo da vida de Moisés um autêntico líder Cristão.
A Moisés, o líder de Israel, a maior Igreja do mundo, que procurava fazer as coisas sozinho,
disse o seu sogro: ... Não é bom o que fazes! Êx 18.17. E foi assim que escolheu Moisés homens
capazes, de todo o Israel, e os constituiu por cabeça sobre o povo: chefe de mil, chefes de cem, de
cinquenta e chefes de dez. Estes julgaram o povo em todo tempo; as causas graves trouxeram a
Moisés e todas as causas simples, julgaram eles. Êx 18.2,26.

1- Sua família
a. Seu pai e sua mãe: Êx 6.20, Eram Anrão viveu 137 anos e Joquebede.
b. Tribo a que pertencia: Êx 2.1, Casa de Levi.
c. Seu irmão: Êx 4.14 Arão, o levita.
d. Sua irmã: Êx 15.20, Miriã.

2- Seus primeiros anos


a. Seu nascimento: Êx 2.2, Por volta de 1520 a.C., concebeu Joquebede. Criança Incomum:
Êx 2:2; At 7:20, Muito formoso.
b. Providência Divina: Êx 2.3, Sem mais poder escondê-lo, colocou-o no rio dentro de uma
arca de juncos.
c. Adoção: Êx 2.4-10, A irmã de faraó, possivelmente Hatshepsut, princesa, filha de Totmés, o
adotou como filho e portanto príncipe dos egípcios.
d. Origem de seu nome: Êx 2.10, Porque das águas o tenho tirado.

3- Sua juventude
a. Educação: At 7.22, Instruído em toda a ciência do Egito e poderoso em palavras e obras;
excelente escritor o mais provável escritor do Pentateuco, Êx 17.14; 24.4; 34.27; At 15.21; exímio
lutador Êx 2.12; conhecedor de táticas de guerra e comando; matemático; astrônomo conhecedor de
geografia e ciências ocultas; pastor e astrônomo, observem quão grande importância teve este servo
de Deus.

III- Segunda fase da vida de Moisés:


1- Sua idade de pastor de ovelhas: At 7:23-30, 40 anos no deserto pastoreando ovelhas
que não berram quando estão sendo tosquiadas Is 53:7.
2- Seu casamento: Êx 2:21, Zípora, mulher provavelmente morena.
3- Seu isolamento: Exílio, At 7:29,30, Estrangeiro na terra de Mídia.
4- Seu chamado:
5- Sua recusa e Motivos:
Sem visão espiritual e humilde.
a. Pessoal: Êx 3:11, Quem sou eu..
b. Povo: Êx 4:1, Como saberão que foi DEUS que me enviou?.
c. Eloquência: Êx 4:10, 11, Pesado de boca e língua..
d. Substituição: Êx 4:13, Envia a outro que o Senhor escolher.
6- PROMESSAS DE DEUS: Para encoraja-lo.
a. Presença Êx 3:12, Eu serei contigo.

314
b. Autoridade: Êx 3:13, 14, EU SOU o que SOU, EU SOU me enviou. Este DEUS não era
como os outros, ELE É. N’Ele está contido o universo.
c. Ajuda: Êx 4:2-9, Poder para realizar milagres.
d. Cooperação Humana: Êx 4:14-16, Arão fala por Moisés.

7- VOLTA AO EGITO: Insegurança.


a. Apresentando-se: Êx 4:29-31, O povo o recebe e crê.
b. Oposição de Faraó: Êx 5:2, Não conhece a DEUS
c. Castigo para o povo de DEUS: Êx 5:6-19, Aumentado e dificultado o trabalho dos hebreus,
além de produzir tijolos deveriam agora também colher para fazê-los.

8- JUÍZO DE DEUS SOBRE O EGITO E SEUS DEUSES: Nm 33:4,


Os milagres de DEUS comprovam seu poder e autoridade sobre todos os deuses do Egito
que são derrotados e humilhados diante de faraó e seu povo. O coração de faraó estava endurecido e
foi endurecido mais ainda por DEUS; foi terrível o castigo. Sl 18. A Josué que proibira a dois moços
de profetizarem no arraial de Israel, por achar que só Moisés podia fazê-lo, perguntou e afirmou o
próprio Moisés: ... Tens Tu Ciúmes por mim? Tomara todo o povo do Senhor fosse profeta, que o
Senhor lhe desse o seu Espírito! Nm 11.29.

O obreiro e o rebanho
É impossível tirar de sintonia esta evidência, o êxito do obreiro da forma como ele conduz o
rebanho que Deus lhe confiou. Conforme escreveu Judas no v.12 do único capítulo da sua epístola,
há pastores que a si mesmo se apascentam... Porém, aqueles que desejam cumprir bem o seu
ministério, escreveram o rei Salomão: Procura conhecer o estado das ovelhas e cuida dos teus
rebanhos. Pv 27.23. Esta exortação de Salomão é de grande utilidade para todos os obreiros,
pastores sobre cujos ombros, repousam a responsabilidade de cuidar da Igreja do Senhor na Terra, e
de um modo especial aos obreiros da atual geração.

Jesus, o nosso exemplo


No Salmo 23, o mais conhecido salmo da Bíblia, o rei Davi traça o perfil do pastor autêntico,
evidentemente referindo-se a Jesus Cristo que, a respeito de Si mesmo disse: Eu sou o bom pastor...
Jô 10.14. Aplicado o Salmo 23 a pessoa de Jesus, e, fazendo dele o nosso exemplo, ensinando-nos
de que modo devemos proceder com o rebanho que ele nos confiou, só podemos concluir que, na
qualidade de responsáveis pelo rebanho do Senhor, temos os seguintes deveres:
 Cuidar do Rebanho: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Ele me faz repousar
em pastos verdejantes. Leva-me para junto das águas de descanso; refrigera-me a
alma... vs 1-3. Este quadro mental que trata dos cuidados de Jesus – o Bom Pastor,
para conosco, ovelhas do seu pasto, traz a nossa mente outro quadro igualmente
imaginário, no qual se destaca a figura de uma mãe que diligentemente cuida do seu
filhinho, suprindo-lhe as necessidades básicas. Assim devem agir aqueles que hoje
têm a responsabilidade pela condução do rebanho do Senhor. Este é o pensamento
das escrituras, mostradas nas seguintes palavras do apóstolo Paulo; Atendei por vós e
por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos... At 20.28.
 Guiar o rebanho: ... Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. v.3. Ao
obreiro constituído por Deus como atalaia e guia do seu rebanho, é requerido que
esteja em vigilância, esperando que Deus lhe revele em que direção deve conduzir o
rebanho. Se for orientado por deus, o Pastor jamais conduzirá o rebanho para o
precipício, mas o guiará para mais perto de Deus.
 Proteger o Rebanho: Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei
mal nenhum, porque tu estás comigo... v.4.

Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos terríveis, que não pouparão o
rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar
os discípulos atrás deles At 20.29-30.

7. O Apóstolo Paulo disse aos anciões da Igreja em Éfeso

Iguais riscos enfrentam as Igrejas hoje, e para protegê-las da Influência dos maus pastores e
dos falsos mestres, importa que o obreiro esteja munido de toda a armadura de Deus, e sobre tudo
315
da... espada do Espírito que é a palavra de Deus Ef 6.17. Só o conhecimento e a capacidade de
aplicação da palavra de Deus capacitarão o obreiro a fechar o cerco contra aqueles que tentam
contra a segurança do rebanho do senhor. Consolar o Rebanho: ...O teu bordão e o teu cajado me
consolam. v.4. Este mundo é um vale de decepções, tristezas e lágrimas, as quais a Igreja do Senhor
também está sujeita. Considerando isto é que o obreiro deve estar preparado e habilitado a usar a
palavra de Deus como instrumento de consolação, dizendo aos doentes:
Ele é quem perdoa todas as suas iniquidades; quem sara todas as enfermidades; quem da
cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia Sl 103.3-4. Aos desamparados, consolar
com a promessa de Deus ...te não desampararei... Gn 28.15. Aos desesperados, consolar dizendo:
Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará Hb 10.37. Alimentar o
Rebanho: Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo;
o meu cálice transborda.
O pastor deve ter o cuidado para não dar comida estragada e água poluída como alimento, ao
rebanho do Senhor, porém, deve leva-los aos pastos verdejantes das campinas do Bom Pastor e ás
águas cristalinas da fonte da salvação.

316
8. A Administração e as Quatro Tentações do Sucesso

1. A síndrome do sucesso administrativo


Afinal, o que é isto?
Nesta presente lição, tem por objetivo tecer algumas considerações sobre os textos de Jô 29,
e II Co 4.7. Portanto ele pode ser visto como:
* Uma reflexão para uma vida cristã equilibrada e bem sucedida;
* Um confronto com a realidade de cada um com a realidade bíblica;
* Uma fotografia sem retoque da pessoa de cada crente;
* Um exame interior de cada um. O homem é influenciado pelo desejo e pela ambição de
sucesso em todas as áreas, na política, nas artes, nos esportes, nos negócios, etc. Quem
não deseja ter sucesso? Fama? Alguns até pensam que isto se adquire através de passes
de mágica.

Às vezes, tentativas de se ter mais dinheiro é cada vez mais real. O que importa é o lucro, a
fama, o prazer de ser aplaudido, muitos não se importa se vão derrubar outros, enfim, o sucesso tem
que vir, custe o que custar. A verdade pode ser bem definida que ninguém quer ficar para trás. E
todos desejam ser: O empresário bem sucedido; O patrão e não empregado; Grande investidor, e
desfrutar de lucros milionários; O obreiro destacado aplaudido e famoso. Como quer que seja,
ninguém quer ser o único da fila.

2. Os patamares do sucesso administrativo


Tomáz de Aquino, teólogo e doutor da igreja, chegou até a afirmar que 55% os que provam ao
sucesso não suportam a sua euforia, enquanto que em contra partida, existem muitos homens que
sabem lidar com a adversidade. Vejamos então, o que se conceitua como patamar do sucesso;
Quando o sucesso é reconhecido; Quando é celebrado; Quando as fantasias e os sonhos são
transformados em realidade; Quando se consegue, através de ordens, obterem as coisas desejadas;
5. Quando se é admirado por outros; 6. Quando alguém se torna o modelo. O exemplo, para os
outros, dentro deste conceito é que está o maior perigo, pois a cobrança é enorme!

3. A primeira tentação do sucesso


Nas quatro tentações do sucesso administrativo, enfocaremos a vida e a trajetória do bem
sucessivo sucesso administrativo, colocando em pauta o bem sucedido rei de Israel, o qual se tornou
homem poderoso e de sucesso. Consideramos então, algumas artimanhas próprias da tentação do
sucesso, estas são colocadas em práticas todos os dias.

Queimar etapas das trajetórias. É buscar atalhos para se conseguir com facilidade o que
outros conseguiram com sacrilégio, humildade e paciência. A expressão que eu usei queimar etapas
significa atropelar as pessoas e tomar-lhes o direito, é, como se diz: queimar alguém. Muitos,
temendo perde o lugar que ocupam e, no desejo de se perpetuarem, dão cotoveladas. Porém, Deus
não está alheio a tudo isto!
1. Pular a cerca e entrar pela janela;
2. Entrar pelo atalho da facilidade, não passar pelos caminhos das provas;
3. Não esperar o tempo próprio, não espera tempo de Deus;
4. Acreditar que pode dar um pulo e que vai conquistar o trono, o sucesso e o poder;
5. É passar por cima das pessoas, não importando se as machuca.

Davi até que podia queimar etapas. Afinal não era escolhido por Deus? Não era já ungido pelo
profeta Samuel como rei? Podia até matar Saul, ninguém gostava dele, era possesso, mau, sem
palavra. Porém, Davi sabia que o reino e o trono, algum dia seria dado a ele e jamais feriria a Saul
ungido de Deus. Durante todos àqueles anos Deus estava preparando a Davi, não precisava usar o
meio errado para chegar ao sucesso e a fama. Deus tem um plano e um propósito com cada um de
nós, não avançaremos o sinal de Deus.

4. A segunda tentação do sucesso.


Todos estes fatores servirão e muito para os administrados das coisas de Deus, porém, é
preciso muita cautela com estes princípios.

Fazer a justiça própria, vingar-se I Sm 25. 1 – 44

317
O texto e foco relatam que Davi mandou dez servos a Nabal pedir viveres para ele e sua
tropa, pelo que este respondeu não sei quem é Davi, não o conheço. Nunca o vi mais magro e nem
mais gordo, nem mais baixo ou mais alto, não darei coisa alguma a quem não conheço. O rei recebeu
a noticia e ficou irado, inflamou-se com o desejo de vingança. Com certeza, pensou: Eu tenho direito
a vingança? Afinal, eu sou o rei não estou aqui para ser humilhado por um Nabal qualquer. Talvez
você tenha a mesma reação de Davi, ao sofrer uma negação por parte de alguém. Poderá pensar sou
jovem, forte, empresário bem sucedido, um símbolo e modelo, não vou tolerar desfeitas, humilhação,
de quem quer que seja. Foi o que acontece com Davi quis matar Nabal e arrastar todas as suas
propriedades I Sm 25. 13. Felizmente para Nabal, sua mulher, Abigail foi ao encontro de Davi, para
apazigua-lo vs.18-25.

Reações proibidas pela Palavra de Deus


1. A vingança pertence ao soberano Deus Rm 1.18.
2. Foi Deus quem matou Nabal e não Davi.
3. É perigoso fazer justiça própria.
4. Para a administração é uma tragédia profunda a vingança.
5. A vingança por questões pessoais é repudiada terminantemente.

5 – A terceira tentação do sucesso


A cobiça aos bens dos ouros II Sm 11. 1- 27.
Especialmente quando o que não é seu chama-se Bateseba, ou seja, a mulher do próximo. O
mesmo Davi sucumbiu diante desta tentação. Israel estava em guerra, todo o seu território estava
lutando. E, enquanto os seus valentes morriam na luta, o rei descansava no palácio. Em uma bela
tarde, ele estava ocioso, nem queria saber da guerra, ele não ameaçava o seu reino, era apenas
formal. Olhando para uma de suas janelas, ele viu-se uma bela mulher banhando-se na casa dela,
naturalmente. Então chamou um dos seus servos, e perguntou: Quem é aquela mulher?, enfim, vocês
sabem muito bem o que aconteceu com tal contexto. Mas Deus não poupou, puniu-o duramente.
1. O menino, fruto do adultério morre.
2. O castigo cai sobre Davi e seus filhos.
3. O preço pela cobiça e pela satisfação do desejo foi muito caro.
A lição foi duríssima, devemos aprender a fugir da cobiça.

6 – A quarta tentação do sucesso


A vanglória, a autoglorificação é pecado. Ninguém deve se gloriar com o que fez com a ajuda
de Deus. O mesmo Davi procedeu assim.. O rei tornou-se poderoso e seu coração encheu-se de
soberba, e ele pecou contra o Senhor. Vejamos alguns fatores do orgulho de Davi que não podem
estar presentes na administração atual:
1. Prosperidade, os limites do seu reino foram aumentados, através de conquistas do território
dos seus inimigos.
2. O crescimento dos negócios e a abastança do povo.
3. As grandes vitórias nas guerras e suas grandes conquistas.
4. O sucesso nos empreendimentos e desafios.
5. Ele tornou-se vaidoso de tudo, pelas suas conquistas.
Essas são as quatro tentações do sucesso, é um perigo constante para o administrador
espiritual.

Considerações finais sobre os patamares


Vejamos abaixo os principais pensamentos sobre os elogios no contexto administrativo e
eclesiástico .
 Louvar uma boa ação é tomar parte dela.
 Ninguém elogia senão para ser elogiado.
 O problema é que a maioria dos homens prefere um elogio que os prejudica a uma critica.
 O segredo do sucesso na vida é conhecido apenas por aqueles que não tiveram sucesso.

A administração espiritual, social, etc.! Devem depender da seguinte frase: aprendei de mim,
que sou manso e humilde de coração; e encontrarei descanso para vossas almas, esta frase foi o
próprio Jesus quem disse Mt 11.29. Que essas lições tragam proveito para o seu grande sucesso
administrativo, em nome de Jesus Cristo.

318
9. Mordomia Cristã

I- A mordomia cristã a luz da Bíblia

É Imprescindível a mordomia no contexto da administração eclesiástica. O mordomo de Cristo


precisa reconhecer que Deus é o legitimo Senhor de tudo o que nos confiou. O mordomo deve
esforçar-se para descobrir o propósito de Deus para o uso adequado de cada bem material, espiritual.
É na verdade saber administrar aquilo que lhe foi confiado por Deus.

1. Definição
Quando citamos o termo mordomo talvez muita gente tenha uma definição errada do que
realmente se trata. Na verdade o termo mordomo tem o sentido de empregado que administra
bens’’. O termo que algumas versões traduzem por mordomo no original é oikonomos, que no
contexto profundo e exegético, tanto pode ser em sentido literal como figurado Lc 12.42; Rm 16.23; I
Pe 4.10. Definindo então, que o mordomo pode ser perfeitamente o próprio administrador I Co 4.1,
um tesoureiro qualquer Rm 16.23. O pastor então ele próprio é o mordomo, o crente de uma forma
geral pode perfeitamente ser um mordomo como é mordomo. A mordomia não é apenas de uso
financeiro, mas de diversas áreas da vida, conforme veremos.
É através da doutrina da mordomia cristã que os princípios básicos da vida do crente são
expostos Lc 12.42. O conhecimento da doutrina da mordomia cristã dá ao crente uma maior
perspectiva de vida no seu dia-a-dia. A tal doutrina centraliza os princípios na soberania divina Sl
24.1. Conforme a citação acima, a bíblia deixa bem claro que do Senhor é toda a terra, isto é,
ninguém possuirá para sempre nada do que aqui está. Vejamos abaixo algumas verdades sobre o
pensamento da mordomia e a administração eclesiástica:
a A mordomia nos ensina o propósito da vida Is 47.3;
b Ela nos ensina o governo de Deus Jó 34.13;
c A mordomia é um principio divino Sl 104.30;
d Ela nos ensina a administrar os bens espirituais Cl 1.16.

2. Jesus o mestre excelente da mordomia


Isto foi provado pelas narrativas dos evangelhos. A bíblia nos informa que ele nos deu o
exemplo I Pe 2.21. Além dessa evidência vamos a outras:
a Jesus ensina através de sua vida Jo 8.29;
b Ele ensina através do seu grande exemplo I Pe 2.21.

Compreender a mordomia cristã se faz necessário para todo cristão. Tudo acontece, quando
compreendemos que o Senhor é o dono de tudo, sendo assim, cuidar o que nos foi confiado é muito
importante Jo 2.25. A mordomia amplia nossa visão do reino de Deus. O verdadeiro mordomo
espiritual não é aquele que apenas, ver o reino, mas aquele que entra Jo 3.5, a partir daí, tudo muda
na nossa relação com Deus e com sua obra e com aquilo que administramos com amor. Ainda com
estes princípios desfrutaremos dos seguintes: Ele nos outorga mais responsabilidades; Ele confia na
nossa mordomia; Ele nos faz dependentes de tudo que vem do céu. A mordomia é isto, administrar os
bens confiado pelo Senhor a nossas mãos.

II- As diversas modalidades da mordomia administração


Quando se fala em mordomia, logo vem o pensamento que mordomia é apenas do dinheiro,
estão enganados os que assim pensam! A administração ou a mordomia cristã envolve diversas
modalidades, que enumeramos abaixo as principais:

1. A mordomia do nosso próprio corpo


A bíblia diz I Co 6.19, que o nosso corpo é templo do Espírito Santo. E precisa
categoricamente de ser administrado bem por nós mesmos. O corpo tem que ser cuidado, foi Deus
quem criou o corpo Gn 1.26. O próprio Deus exige cuidado com o corpo Rm 12.1.
2. A mordomia da alma e do espírito
Isto não significa que teremos autoridades eternas sobre estes componentes mais, devemos
cuidar bem da vida espiritual. Conforme até já citamos alguma coisa na administração espiritual. Deus
diz que o valor do espírito do homem em comunhão é muito caro.

319
3. A mordomia e os talentos recebidos
Outra coisa importante. É termos zelo por aquilo que recebemos, se você canta então cante
com amor, pois você recebeu isto de Deus, não te pertence.

4. A administração do tempo
5. A mordomia do dinheiro
a Na igreja I Co 9.6.
b Na família Ef 5.23.
c Nos negócios diários.

6. A mordomia e os bens terrenos Lc 12. 15-17.


7. A mordomia do amor ao próximo I Co 13. 1.

Como todos podem observar a mordomia envolve todas as áreas da vida, sendo que a igreja,
não é meramente espiritual, mas também social, o nosso nome está escrito no cartório de Deus, mas
também está no cartório humano, que esta disciplina seja um alerta administrativo para você.

10. Ajude as Pessoas a Alcançarem o Seu Potencial Flagre-as Fazendo Alguma Coisa Certa

Surpreender as pessoas fazendo alguma coisa certa é um poderoso conceito de


administração. Infelizmente, a maioria dos líderes tem o dom de apanhar as pessoas fazendo coisas
erradas. Eu sempre recomendo que os líderes passem pelo menos uma hora por semana
percorrendo as instalações sob sua supervisão para apanhar seu pessoal fazendo coisas certas.
Mas costumo adverti-los de que, para ser eficiente, o elogio deve ser específico. Andar para
um lado para o outro e dizer Obrigado por tudo não significa nada. Se você disser Bom trabalho para
alguém que tem desempenho medíocre e Bom trabalho para alguém que tem desempenho eficiente,
estará sendo grotesco para o fraco e desanimador para o eficiente.
Surpreender as pessoas fazendo coisas certas proporciona satisfação e incentiva o bom
desempenho. Mas lembre-se de fazer o elogio na hora, de modo específico. Por último, incentive a
pessoa a manter o bom nível de trabalho. Este princípio também poderá ajudá-lo na vida familiar. É
uma excelente maneira de interagir com as pessoas com quem você convive e transmitir-lhes
confiança.

320
Lição 3
11. Não Espere Até Que As Pessoas Façam Alguma Coisa Certa Para Elogia-las

Inúmeros líderes bem-intencionados esperam para elogiar as pessoas sob seu comando até o
momento de elas terem realizado seu trabalho de forma totalmente correta - terminando o projeto ou
atingindo o objetivo. O problema é que eles talvez precisem esperar uma eternidade. O
comportamento totalmente correto é composto de uma série de comportamentos mais ou menos
corretos. Faz mais sentido elogiar o progresso da ação – o objetivo que está em andamento.
Imagine-se colocando um acriança pequena em pé e dizendo-lhe para andar. Imagine que,
quando ela caísse, você gritasse: Eu lhe disse para andar, e batesse nela por não ter conseguido.
Claro que você não faria isso. Sua reação seria levantá-la do chão. Quando ela cambaleasse um
pouco, provavelmente você exclamaria: Você ficou em pé! e a cobria de abraços e beijos. No dia
seguinte, quando ela ensaiasse mais alguns passos, você lhe faria muitos elogios, até que, aos
poucos, a criança adquirisse confiança e aprendesse a andar. O mesmo acontece com os adultos.
Apanhe-os fazendo a coisa certa. No início, o mais ou menos certa já é um bom sinal.

12. O Feedback é o Desjejum Dos Campeões

Em minhas viagens, vejo muita gente desmotivada quando está trabalhando, mas nunca vi
ninguém desmotivado depois do expediente. Quando o relógio bate cinco horas da tarde, todos saem
correndo do escritório para jogar golfe ou tênis, treinar um time de jovens, etc. As pessoas são
motivadas a fazer coisas que lhes forneçam feedback quanto aos resultados. O feedback é
importante. Todos nós queremos saber o quanto estamos progredindo. Portanto, para que a
avaliação de desempenho seja eficiente, é necessário fornecer feedback constantemente.
É comum os gerentes acumularem informações negativas e descarregarem-nas de uma só
vez sobre um incidente de menor importância ou durante a avaliação anual de desempenho. Outros
mascaram a avaliação e agem como se tudo estivessem bem, mesmo não sendo verdade. Quando
as pessoas são ofendidas ou maltratadas, perdem o respeito pela organização e deixam de orgulhar-
se de seu trabalho.
Acredito firmemente que oferecer feedback é a estratégia mais compensadora para melhorar
o desempenho das pessoas se deixá-las satisfeitas. Isto pode ser conseguido rapidamente, não custa
nada e motiva o pessoal a agilizar o trabalho.

13. Ninguém Pode Fazer Você Se Sentir Inferior Sem o Seu Consentimento

Saio de casa todos os dias com a idéia de que minha sensação de bem-estar não acontece
por acaso. Acredito firmemente que Deus não fez coisas que não prestam. Isso não significa que não
existem áreas, em minha vida, que necessitam ser aperfeiçoadas – só que, em meu íntimo, eu me
sinto bem.
Optei por me sentir satisfeito comigo mesmo. Desse modo aprendo com mais facilidade.
Quando alguém me dá um feedback negativo ou critica alguma coisa que faço, não interpreto o que
ele esta dizendo que sou uma pessoa má. O controle que tenho sobre minha auto-estima permite que
eu ouça e preste atenção no feedback que recebo de maneira não-defensiva – procurando ver se
existe alguma coisa que eu possa aprender.
Norman Vincent Peale ensinou-me que temos duas opções por dia. Podemos nos sentir
satisfeito conosco ou podemos nos sentir desprezíveis. Por que motivo escolher a segunda opção?

14. Nenhum de Nós é Tão Esperto Quanto Nós Juntos

Essa frase passou a ser o lema de nosso trabalho de organizar equipes em empresas.
Quando captei a verdade contida nessa afirmação, senti, como líder, um tremendo alívio. Entendi que
eu não precisava ser a única pessoa brilhante do grupo. O fato de admitir minha vulnerabilidade
permitiu-me pedir ajuda. Tive uma experiência disso quando prestei serviço a uma grande fábrica de
produtos manufaturados no sul dos Estados Unidos.
O presidente lutava com uma rotatividade de 200% em um dos principais setores da fábrica,
cujo trabalho era pago por hora. Pedi para falar com os empregados do referido setor, sabendo que
eles poderiam ser a chave para se encontrar a resposta.
Eles me disseram:

321
- Aqui embaixo é tão quente como o inferno. No fim do dia estamos tão exaustos que não
temos força para fazer mais nada. Por isso, quando alguém consegue outro emprego, vai embora.
Relatei este fato ao presidente. Foi instalado um sistema de refrigeração no local e a
rotatividade caiu para cerca de 10%. Estou convencido de que qualquer problema pode ser
solucionado, desde que empreguemos os recursos de que dispomos.

15. As Coisas Que Não Valem a Pena Ser Feitas Não Valem a Pena Ser Bem Feitas

William Oncken Jr., criador do conceito Passar o abacaxi, costumava dizer isto o tempo todo.
Durante anos, os especialistas em administrar o tempo nos ensinaram a ser eficientes em tudo.
Depois Ocken e outros concluíram que não fazia sentido as pessoas serem eficientes em fazer o que
elas não deveriam estar fazendo em primeiro lugar.
Se seu pessoal e seus clientes são importantes, você deve passar uma parte do dia fazendo-
os se sentir importantes. Faça uma avaliação diária perguntando a si mesmo: Será que fiz hoje o que
realmente era importante?

16. O Sucesso Não É Eterno e o Fracasso Não é Fatal

Essa era a frase preferida por Don Shula no tempo em que foi treinador do Miami Dolphins.
Seu comportamento foi motivado, em grande parte, por essa frase durante sua longa e notável
carreira como treinador com o maior número de vitórias na história da NFL National Football League.
Don tinha um regulamento de 24 horas. Dava a si mesmo, a seus auxiliares e aos jogadores
um máximo de 24 horas após um jogo de futebol para comemorarem a vitória ou lamentarem a
derrota. Durante esse período, eles eram incentivados a sentir, da maneira mais profunda possível, a
emoção da vitória ou a agonia da derrota. Terminadas as 24 horas, esqueciam tudo e concentravam
suas energias preparando-se para enfrentar o próximo adversário. Esse é um princípio digno de nota.
Não se torne presunçoso quando vencer nem abatido demais quando perder. Mantenha a
situação em perspectiva. O sucesso não é eterno e o fracasso não é fatal.

17. Quando Você Para de Aprender, Para de Progredir

Quando conheci Norman Vincent Peale, ele tinha 86 anos. O que mais me surpreendeu a seu
respeito foi que ele sentia empolgado com o alvorecer de cada dia. Por quê? Porque ele não sabia o
que poderia aprender naquele dia. Costumava dizer: Quando eu parar de aprender, será melhor eu
me deitar, porque estarei morto. Continuou a aprender até morrer, poucos anos atrás, na véspera de
Natal, aos 95 anos.
Hoje, aprender é mais importante do que nunca. No passado, se uma pessoa fosse leal e
trabalhasse com afinco, seu emprego estava garantido. Atualmente, as habilidades que você leva
para o grupo constituem a única forma de segurança no emprego. As pessoas que estão
continuamente aprendendo e aperfeiçoando suas qualificações aumentam seu valor na empresa, em
si e no mercado de trabalho em geral.
As três únicas coisas certas na vida são a morte, os impostos e a mudança. Como as
empresas estão sendo bombardeadas por mudanças, seria mais prudente dar prioridade ao
aprendizado e lutar constantemente para se adaptar a novas circunstâncias.

18. Na Vida, Tudo Aquilo Que Você Resiste, Persiste

Se existe alguma coisa que o está aborrecendo e você não a enfrenta, esta acumulando
sentimentos. Isso pode voltar-se contra você mais tarde, quando você depreciar uma situação
imprópria e exatamente no momento errado. Também é verdade que, quando você enfrenta aquilo
que o está aborrecendo, o problema tende a desaparecer enquanto você trata dele. Você já chegou a
dizer: Ainda bem que tirei aquilo da cabeça.
Trabalhei em várias divisões da AT&T durante a transição para as sete empresas co-irmãs.
Embora a alta cúpula da empresa enfatizasse os benefícios de tal mudança, os empregados não
estavam sendo incentivados a lidar com seus sentimentos. Organizei, então, reuniões informais nas
quais eles podiam lamentar suas perdas pessoais com o processo de reestruturação das empresas.
Os empregados foram estimulados a falar abertamente sobre suas perdas quanto a posição social,
tempo de vida dedicado à empresa, etc. Em pouco tempo eles se dispuseram a ouvir pela primeira
vez os benéficos que as mudanças trariam e passaram a ter um novo ânimo em relação à sua vida
profissional.

322
Tudo aquilo a que você resiste, persiste. Enquanto você não aprender a lidar com seus
sentimentos, ficará presos a eles.

19. Não Trabalhe Com Mais Força – Trabalhe Com Mais Inteligência

Esse ditado é sensato, mas não é praticado. A maioria das pessoas ainda pensa que existe
uma relação direta entre volume de trabalho e sucesso – quanto mais tempo alguém se dedicar, mais
sucesso terá. Um empresário bem-sucedido, que foi convidado a falar a um grupo de alunos de
faculdade sobre o que significava sucesso, disse:
Este será o discurso mais curto da história porque é fácil ser bem-sucedido. Vocês só
precisam trabalhar meio dia. Ou trabalham nas primeiras doze horas ou nas últimas.
Embora as pessoas bem-sucedidas trabalhem com afinco, elas pensam antes de agir. Elas
são pró-ativas, e não apenas reativas. A maioria das pessoas tem um aviso mental sobre sua
escrivaninha, que diz o seguinte: Não fique aí sentado, faça alguma coisa! O melhor conselho que já
recebi foi o de refazer o aviso: Não faça nada, fique aí sentado!
Se você não parar para pensar, estabelecer estratégias e prioridades, trabalhará como um
burro de carga, sem desfrutar os benefícios de um trabalho feito com inteligência.

20. Os Caras Certinhos Aparentemente São Os Últimos A Terminar Alguma Coisa, Mas Em
Geral Estão Disputando Uma Competição Diferente

Hoje em dia, as pessoas querem o que querem, e querem agora. Um dos efeitos negativos
dessa impaciência é tomar uma decisão errada. A paciência nos ajuda a compreender que, se
fizermos o que é certo – mesmo que nos prejudique a curto prazo -, isso será recompensado a longo
prazo.
Norman Vincent contava uma história a respeito de um cara certinho que finalmente
conseguiu vencer na vida. Foi demitido como diretor de artes de uma loja de departamentos, porque
recusou a trabalhar em um projeto que incluía, em sua opinião, material pornográfico. Teve
dificuldades em encontrar outro emprego, e seus filhos teve de trabalhar após o período escolar para
ajudar nas despesas.
Finalmente, quase um ano depois, ofereceram-lhe um ótimo emprego – melhor que aquele
que perdera. Ironicamente, ele conseguiu o novo emprego graças à recomendação do seu ex-chefe!
Ele havia conquistado o respeito do chefe. Sua paciência foi recompensada, porque ele estava
disputando uma competição diferente.

21. Quando Se Administram Pessoas, é Mais Fácil Diminuir do Que Aumentar o Controle

Se você não tiver certeza da qualidade de orientação que as pessoas necessitam para fazer
um trabalho, é sempre melhor supervisionar a mais no inicio do supervisionar a menos. Por quê?
Porque, se você constatar que seus subordinados são melhores do que pensa, e diminuir o controle,
eles passarão a gostar de você e terão uma reação positiva. Isso também o ajudará à medida que
procura comunicar o seu respeito cada vez maior pela qualidade de trabalho que seu pessoal está
produzindo.
Se, por outro lado, no início, você começar a supervisionar a menos e mais tarde descobrir
que as qualificações de seu pessoal não são tão boas quanto você imaginava, terá pela frente uma
situação delicada. Mesmo quando for necessário corrigir ou redirecionar o trabalho de seus
subordinados, eles talvez entendam os seus esforços como crítica desmerecida, pouco comando ou
até mesmo perseguição. Afinal de contas, eles não estão trabalhando de modo diferente e vão
questionar por que você passou, de repente, a querer mudar as coisas. O ressentimento aumentará.
É mais fácil começar sendo rígido e depois abrandar do que começar sendo brando e depois
agir com rigidez. É mais fácil diminuir o controle do que aumentar.

22. Qualquer Coisa Que Valha a Pena Ser Feita,


Não Precisa Ser Feita Com Perfeição – No Início

Os gerentes deveriam admitir que um bom desempenho, tanto deles como das outras
pessoas, é uma jornada, e não um destino. Todos aprendem fazendo. É preciso tempo e prática para
alcançar objetivos específicos.
Por exemplo, os gerentes que participam de meus seminários de treinamento geralmente
ficam muitos empolgados diante de alguns conceitos que aprendem. Voltam às suas empresas

323
entusiasmados para pôr em prática uma nova idéia ou método. No entanto, quando o pessoal não
demonstra nenhuma reação imediata como previam, eles desanimam e abandonam o conceito,
concluindo que ele não funciona.
Ser muito exigente consigo mesmo é contraproducente. Não espere perfeição instantânea.
Embora a autocrítica seja saudável, ela não deve ser destrutiva. É injusto ser exigente demais
consigo mesmo na primeira vez que você tentar fazer algo novo. Também é injusto esperar uma
reação irreal por parte das outras pessoas. Não é necessário fazer tudo exatamente certo na primeira
vez.

23. O Que Motiva Uma Pessoa Pode Não Motivar Outra

A motivação é um conceito complicado para a maioria dos líderes. Muitos entendem que
dinheiro, prêmios ou férias especiais são ótimos elementos de motivação. Na realidade, o que motiva
uma pessoa nem sempre motiva outra.
Suponha que você tenha dois excelentes funcionários. Você gostaria de recompensar um deles
com aumento de salário, porem descobre que dinheiro não é o mais importante para essa pessoa,
uma vez que seu cônjuge tem um bom emprego, que lhe proporciona uma segunda boa fonte de
renda. Ele ou ela poderá preferir ser recompensado com aumento de responsabilidade. Por outro
lado, você gostaria de recompensar o outro funcionário dando-lhe mais responsabilidade, mas seu
cônjuge contraiu uma enfermidade inesperada, o que está acarretando altas despesas médicas. Para
essa pessoa, o dinheiro é um elemento de maior motivação que o aumento de responsabilidade.
Como você pode saber qual é a motivação apropriada para cada funcionário? Pergunte! Tente
extrair o que precisa, dizendo: Se você fosse receber uma recompensa por ter desempenhado bem a
sua função, que tipo de prêmio o faria continuar a trabalhar com o mesmo desempenho? Vale a pena
fazer esta importante pergunta.

24. A Vida Toda Gira em Torno de Tirar Uma Nota 10

Durante meus dez anos como professor universitário, tive alguns problemas com meus
colegas porque eu sempre entregava aos alunos, no primeiro dia de aula, as questões da prova final.
Quando meus colegas me perguntavam:
- Por quê?- eu respondia:
- Porque pretendo passar o semestre inteiro ensinando as respostas a eles, e quando chegar
a época da prova final, todos tiraram 10.
Meu exemplo de ensino é paralelo às três partes de um sistema eficaz de recapitulação:
1 planejamento do desempenho quando as metas e objetivos estiverem estabelecidos
estiverem estabelecidos;
2 treinamento diário quando houver um feedback em andamento;
3 avaliação do desempenho quando todo ele estiver determinado.
Nos negócios, comunicar quais são os objetivos do desempenho,

25. A Sabedoria E O Poder Milagroso De Viver Em Equipe!

Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem,
um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante.
Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? Se alguém
quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com
facilidade. Ec 4:9-12

Por Elma Eneida Bassan Mendes

Conviver em equipe, trabalhar em grupo, dividir espaços e responsabilidades, definir tarefas e


limites, caminhar juntos, sem desgaste e em harmonia, em prol de um projeto comum. Esses desafios
estão sempre diante de nós. E estarão cada vez mais presentes como pano de fundo na história das
empresas e de seus profissionais.

Além disso, é certo que quase todos os nossos êxitos dependem, em parte, de outras pessoas.
Portanto, a fórmula do trabalho em equipe é testada e aprovada desde o princípio da humanidade.

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Mesmo sendo uma receita de sucesso, ela sempre encontrou dificuldades e resistência em ser
realizada. Equipes são formadas por pessoas, e as pessoas são diferentes, são limitadas, são
passíveis de erros, possuem temperamentos diferentes, personalidades diversas, culturas distintas,
histórias de vidas opostas. Enfim, ninguém é igual a ninguém, mas todos precisam um do outro. É
impossível viver sozinho. Dentro das empresas então, essa máxima já ganhou status de deveres do
colaborador e há muito habita na lista dos princípios e valores das corporações.
Mas, como integrar pessoas tão diferentes em um mesmo caminho? É grande o número de
práticas possíveis para obter êxito nesta missão. Uma das mais recomendadas é motivar as pessoas.
Sim, porque o objetivo da vida é importar, contar, representar alguma coisa, fazer com que nossa vida
conte alguma coisa, seja útil e de valor para outras pessoas.
Motivar. É simples assim. Outra prática que podemos listar é a competência dos líderes das
equipes. Quem sabe compartilhar o poder, a informação e o compromisso também vai saber motivar
e conduzir seus liderados como membros de uma unidade com valores, objetivos e linguagem
comuns. Conhecimento, respeito, sensibilidade e foco nos resultados são outros aspectos que
avalizam e suavizam as regras do convívio no trabalho em equipe.

26. O Sábio Salomão

Há quase 3 mil anos, o homem considerado o mais sábio do mundo já ensinava a importância
do trabalho em equipe. Salomão, rei de Israel, é uma das referências de excelência em gestão mais
citadas e comentadas nas principais obras literárias do gênero. É impressionante a quantidade
disponível de títulos ligados ao desenvolvimento de pessoas, administração e de empresas que
tomam por base os ensinamentos do Rei Salomão para valorizar conceitos, destacar atitudes e jogar
luz em comportamentos e modelos de condução de negócios. Uma dessas obras é de Michael
Zigarelli, professor de Gestão na Regent University, em Virgínia Beach EUA e editor da The Regent
Business Review. Em seu livro Princípios da Gestão Eficáz, Dr. Zigarelli mostra que a aplicação dos
princípios de Salomão às relações humanas no local de trabalho oferece parâmetros para a
construção de uma força de trabalho competitiva, para o cultivo de uma cultura de compromisso, para
melhor avaliar e recompensar o desempenho e para minimizar esforços.
Salomão 971-931 aC. era um gênio político incomum e ao mesmo tempo sabia fazer negócios
como ninguém. É atribuída a ele a compilação de três livros: Cântico dos Cânticos, Livro dos
Provérbios e Eclesiastes. Sob sua liderança, Israel acumulou uma vasta riqueza e desfrutou, como
nunca antes, de prosperidade econômica. A fama de Salomão espalhou-se pelo mundo. Os mais
poderosos reis e chefes de toda a Terra vieram oferecer-lhe respeito, ouvir sua sabedoria e pagar-lhe
tributos. Para Salomão, trabalhar em equipe, ter compromisso e unidade é fórmula para o
sucesso! ...o cordão de três dobras não rebenta com facilidade. Ec 4:12. Para o mais sábio dos
homens, o bom relacionamento faz parte do sucesso do trabalho em equipe.
A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Pv 15:1. Para o recrutador
de seleção e líder Salomão, a falta de iniciativa e a inércia não geram resultados. E recomenda
dedicação, vigilância e comprometimento. Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que
olha para as nuvens nunca segará. Semeia pela manhã a tua semente e a tarde não repouses a mão,
porque não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas. Ecl 11: 4
e 6.

27. Mistura Fina

Na edição de março de 2006, da revista Almanaque Brasil, a seção Papo Cabeça pra Pensar,
traz uma entrevista com o coreógrafo e bailarino Ivaldo Bertazzo, produtor do espetáculo de dança
Milágrimas, que esteve em cartaz até recentemente no Sesc Pinheiros, em São Paulo. Os 41
bailarinos do espetáculo fazem parte do Projeto Dança Comunidade, criado na década de 70, que
leva a arte a jovens da periferia de São Paulo e Rio de Janeiro.
O título Milágrimas foi extraído da música de Itamar Assumpção e Alice Ruiz, que tem uma
frase preciosa: a cada mil lágrimas sai um milagre. Questionado sobre seu trabalho de integração
com meninos pobres da periferia e da incrível performance conjunta que resultou o espetáculo, Ivaldo
fez os seguintes comentários: Milagre de verdade é o sincero desejo de a sociedade se misturar.
Milagre é pensar no desenvolvimento humano. Não há saída. Senão vamos todos para o brejo.
Essa mistura incrivelmente bela proposta pela iniciativa do coreógrafo, nos remete a mais uma
moral da história do trabalho em conjunto e dos resultados da atuação em equipe nas infinitas facetas
da sociedade: família, escola, empresa, bairro, igrejas, etc. Em todas essas situações, é necessário
redescobrir o ser humano. Ter em mente que o presente e o futuro estão na criatividade das pessoas,
no espírito de equipe. Maximizar o potencial de cada pessoa, aprender a viver com diferenças e

325
extrair o melhor da diversidade que existe dentro de cada conjunto. Ao trabalhar em equipe, fica mais
fácil superar nossos limites. Cada um, sozinho, é limitado de recursos, tempo e conhecimento. Assim,
a generosidade do espírito em equipe tem o poder de vencer crises, de ajudar o crescimento como
seres humanos e, principalmente, de descobrir e valorizar o que cada um tem de melhor.

28. Moral da História

A lógica do sucesso do trabalho em equipe também é apresentada com humor pela literatura
especializada. A obra Fábulas de Esopo para Executivos, de Alexandre Rangel, o mesmo autor de O
que podemos Aprender com os Gansos, é uma referência deste tipo de abordagem. Uma das
fábulas, a do cavalo e o asno, mostra uma mensagem divertida e carregada de conceitos que vale a
pena ser refletida. Diz a fábula que um negociante tinha um cavalo e um asno para ajuda-lo em suas
viagens. Um dia, o asno estava se sentindo muito doente e cansado, e comentou com o cavalo:
– Se você tem algum apreço pela minha vida, por favor, leve uma parte da minha carga. O
cavalo ignorou-o para não ter de carregar o peso extra. Alguns metros depois, o asno não resistiu e a
fadiga era tanta que caiu morto ali mesmo. O negociante estava triste pela perda do animal, mas
precisava seguir viagem. Assim, colocou toda a carga do asno, até a pele do bicho morto, em cima do
cavalo, que teve de carregar tudo. Quase sem conseguir sair do lugar, o cavalo suspirou:
– Que falta de sorte! Eu não queria carregar um fardo leve e agora tenho de levar no lombo
até a pele do asno!

Moral da história
Quando ajudamos um colega de trabalho, estamos também nos ajudando, pois cada um tem
seu limite e a carga de trabalho pertence a todos.

29. Dicas Práticas Para o Sucesso o Trabalho Em Conjunto

SEJA PACIENTE - Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal cada cabeça, uma
sentença. Por isso, é importante que você seja paciente e pense antes de falar. Procure expor os
seus pontos de vista com moderação, e ouça o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os
colegas, mesmo que não esteja de acordo com as opiniões deles.
ACEITE AS IDÉIAS DOS OUTROS - Muitas vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que
não temos razão; mas é importante saber reconhecer que a idéia de um colega pode ser melhor do
que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso orgulho é o objetivo comum que o
grupo pretende alcançar.
NÃO CRITIQUE OS COLEGAS - Podem surgir conflitos entre os colegas de grupo, mas é
muito importante não deixar que isso interfira no trabalho. Avalie as ideias da pessoa,
independentemente daquilo que achar dela. Critique as ideias, nunca a pessoa.
SAIBA DIVIDIR - Ao trabalhar em grupo, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio de
que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Se isso fosse verdade, o trabalho
não seria em grupo, seria individual, concorda? Partilhar responsabilidades e informação é
fundamental para o sucesso da equipe.
TRABALHE - Não é por trabalhar em grupo que você deve relaxar nas suas obrigações.
Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente. Colabore com a sua
parte e verá o resultado no final.
SEJA PARTICIPATIVO E SOLIDÁRIO - Procure dar o melhor de si e ajude os seus colegas
sempre que necessário. Da mesma forma, você não deverá se sentir constrangido quando também
precisar de auxílio.
DIALOGUE - Quando você se sentir desconfortável com alguma situação ou função que lhe
tenha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja possível alcançar uma
solução que agrade a todos e não sobrecarregue ninguém.
PLANEJE - Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que alguns se
dispersem; por isso o planejamento e a organização são ferramentas importantes para que o trabalho
de grupo seja eficiente e eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se
propôs, e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.
ACEITE A IDÉIA DO ERRO - Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas e o grupo é
muito coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mudanças e a opiniões
discordantes. É importante que a equipe ouça opiniões externas e que aceite a idéia de que pode
errar.
Aproveite, afinal, o trabalho em grupo acaba sendo uma boa oportunidade de conviver mais
de perto com os seus colegas, conhecê-los melhor e também de aprender com eles.

326
Fonte: Site Super Emprego, do portal SAPO

Lição 4
30. Num Mesmo Barco, no Final das Contas

Apesar da visível demanda do mercado por profissionais aptos ao trabalho em equipe; mesmo
com a crescente tendência do mundo corporativo em desenvolver modelos de gestão baseados em
sinergia e parcerias; e, mesmo consciente que para vencer ou tão somente sobreviver o profissional
deste século terá que conjugar esforços, compartilhar decisões, confiar em seus pares, conviver com
as diferenças, convergir suas ações, além de outros verbos que também podem ser corresponder,
colaborar, consentir, cooperar etc., é lógico que os problemas, as dificuldades de relacionamento vão
sempre existir. É lógico que a compaixão sempre é uma ajuda para aceitar os outros, com delicadeza
e compreensão, quando nos movemos com eles, ou por meio deles, ou em volta deles enquanto
estamos na busca do mesmo propósito.
Mas, justamente por estar num mesmo barco, é que a viagem pode, muitas vezes, não ser
sempre sobre um mar de rosas. E aí? O que fazer? A resposta vem de uma das maiores gestoras de
negócios que o mundo já conheceu. Suas conquistas mostram que ela foi mestra na arte da vida em
comunidade e no trabalho em equipe. Especialista na administração de crises e carências, provedora
talentosa, treinada para alcançar objetivos e metas, mesmo diante das maiores adversidades,
situações contrárias ou apesar da mais absoluta escassez de recursos. Uma motivadora sem
precedentes, líder incansável que, com seu amor ao próximo e sua fé, vivificou o sentido de palavras
como relacionamento, interdependência, solidariedade, dedicação, humildade, participação,
dignidade, perseverança, respeito, unidade e outras mais.
Por isso, mesmo quando for difícil trabalhar em equipe, resista e faça o melhor, porque, na
verdade, no final das contas, você não vai precisar dos outros.
Porque, No final das contas..., conforme ensinou Madre Tereza de Calcutá
Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta, interesseiro.
Seja gentil, assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.
Se você tem paz, é feliz, as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você,
Mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e as outras pessoas.

CATEGORIA: EDUCAÇÃO
CASE: Cetead 20 anos. Um Compromisso com Educação de Pessoas
A grande revolução que foi gestada no ensino brasileiro, visando preparar melhor as pessoas para o
trabalho, teve como personagem central o ser humano. As escolas e as empresas parecem ter feito
um pacto no sentido de capacitar melhor as pessoas para participarem das grandes transformações
que se afiguravam. Tudo apontava para uma virada. Era necessário parar de preparar pessoas para
serem empregadas, formando os empresários do futuro.

Será que tudo isto é verdade?


Inspirados nessa crença, professores oriundos da Escola de Administração da UFBA
souberam aplicar tudo que aprenderam criando uma organização que iria, 20 anos depois, constituir-
se no ícone para apoiar o empreendedorismo na Bahia, a partir de um trabalho de capacitação,
treinamento e consultoria para empresas públicas e privadas. Antenados com tudo que ocorrera com
outros órgãos, com estrutura parecida, eles miraram num alvo que iria dar resultados a médio e longo
prazos.
Para que se entenda a relação que existe nesta caminhada do CETEAD, fizemos um
mergulho no passado, mais precisamente na década de 60, quando o reitor Edgar Santos criou a

327
Escola de Administração selecionando um saudoso e inesquecível time de mestres, que não somente
ajudaram a formar administradores, como trataram de prestar serviços a empresas públicas e
privadas com grande sucesso.
Esse espaço para capacitação e treinamento eram verdadeiros laboratórios para a prática dos
novos administradores, constituindo-se em local privilegiado para os formandos que vivenciavam as
realidades, integrando o modelo de ensino com a prática do dia-a-dia. O espírito empreendedor que
movia os idealizadores do CETEAD, tendo em vista as dificuldades impostas pelo governo à
EAUFBA, repousava na capacidade dessa nova instituição em transformar sonhos em realidade.
Para tanto, os professores que criaram a instituição trataram de reinventar o modelo que um
dia foi a menina dos olhos da gestão centralizada. O norte era o seguinte: ser uma referência em
tecnologia de administração servindo a empresas baianas e de outras regiões.
Garimpando as realidades do nosso mercado, com parcerias eficazes, o CETEAD soube
edificar sua autonomia, possibilitando que empresas públicas e privadas pudessem contar com um
órgão voltado para a educação de pessoas.
Nosso alvo era o nosso compromisso com a transformação de pessoas em cidadãos capazes
para atuar nesse mercado competitivo, diz o Prof. Maurício Serva, seu primeiro presidente, que,
desde o início do CETEAD, fez questão de mostrar aos demais companheiros o caminho a ser
trilhado.

31. O Problema

Era visível. A nova instituição, que tinha nos seus idealizadores uma cultura empreendedora
impregnada, elaborava para as demandas um conjunto de recomendações que, postas em prática,
davam resultados. Isto só fazia crescer sua carteira de clientes.
Rapidamente, o mercado assistiu a uma cena bastante curiosa. Ajustes estruturais
desvinculavam cada vez mais a Escola de Administração do CETEAD, que, por sua parte, adaptava-
se com maior velocidade ao universo empresarial colocando-se como parceira para atender às reais
necessidades do mundo contemporâneo. Sua estrutura ágil e flexível permitia conciliar a experiência
com as produções acadêmicas, o que colocava o CETEAD como uma organização de ponta.
Pródigo em abastecer o mercado de forma direta - implantando trabalhos com resultados
ousados, o CETEAD distanciava-se cada vez mais daquele que foi seu berço e que, ao invés de
rejuvenescer, estava fossilizando-se. Investigando cenários, garimpando realidades e elaborando
concepções sob medida, o CETEAD atendia ao mercado, mas, de algum modo, ainda não tinha dado
o grande salto. Faltava o posicionamento. Era preciso ser reconhecido entre as maiores instituições
educacionais.

32 A Solução

A relação universidade - empresas materializada na capacitação e treinamento foi a chave de


tudo. O negócio do CETEAD era o ensino. Ensinar as empresas a administrarem melhor. Ensinar os
municípios a terem mais autonomia e um desenvolvimento sustentável. Ensinar as pessoas a serem
empreendedoras e ter habilidades criativas. Enfim, ensinar os cidadãos a abrirem novos espaços
mediante a implantação de uma filosofia de capacitação e treinamento.
Desse modo, o órgão desenvolveu-se e consolidou-se gradualmente, conseguindo, com
agilidade, criatividade e modernidade, conciliar o saber acadêmico com a prática do mercado. Com
compromissos básicos e claros com a Educação, no sentido de qualificar pessoas para funções, com
a Ação Social - desenvolvendo projetos de representatividade social-, com a Qualidade - mantendo
no seu quadro de profissionais mestres e doutores-, com a Capacitação Profissional - ofertando o que
há de melhor em conhecimentos transmitidos-, e com as Parcerias - trabalhando de forma integrada,
com resultados relevantes-, o CETEAD tornou-se rapidamente uma referência nacional nas áreas de
educação continuada, treinamento e consultoria.
Preocupado em criar uma instituição duradoura, que se colocasse no mercado, o CETEAD
posicionou-se como instrumento de auxílio às soluções para os clientes públicos e privados,
crescendo em todos os segmentos, com êxito nos trabalhos realizados.
Com a chegada do novo milênio, identificaram-se novos e instigantes desafios para os
gestores municipais. Consolidando-se como importante instrumento formulador de políticas urbanas,
o CETEAD passou a capacitar os municípios com técnicas de desenvolvimento sustentável a partir de
um diagnóstico que retratasse sua infraestrutura. A bem da verdade, há algum tempo, os profissionais
do órgão vinham debruçando-se sobre o problema buscando soluções e propostas para uma gestão
moderna.

328
Atento às oportunidades, os dirigentes do CETEAD enxergaram como ninguém a revolução
municipalista. Vendo o interesse do governo federal em melhorar as condições de vida da população
nordestina cujo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - fosse menor do que 0,500, eles
acompanharam com carinho a criação do Projeto Alvorada, que gerou o CENAFOCO - Centro
Nacional de Formação Comunitária.
O CETEAD, criado para educar e capacitar, apresentou-se como gestor da implantação desse
projeto, que pretendia treinar lideranças comunitárias em todos os municípios baianos. Para que se
tenha uma ideia, dos 417 municípios, estamos presentes em 412. Para atender melhor aos seus
clientes, o CETEAD Municípios instalou-se no Rio Vermelho, posicionando-se não somente como
executor do Projeto Alvorada, mas também como ofertante de soluções em todas as áreas da
administração.
Focado em capacitação, o atento olhar do CETEAD incorporou no início deste novo século
dois outros projetos impactantes. O primeiro foi o convênio feito com a ESPM - Escola Superior de
Propaganda e Marketing, ampliando os horizontes desse serviço. O CETEAD sabe que a Educação
Continuada é e será o grande foco das atenções, uma vez que é um programa que se estende por
toda a vida, garantindo um aprendizado perene para um público ávido por programas de curta
duração com temas atuais. Por isso, uniu-se a essa escola de negócios chamada ESPM.
O segundo foi o Programa de Desenvolvimento de Lideranças - PDL-, concebido para treinar
e qualificar lideranças no interior, numa parceria com a Uniredebahia e UNEB, implantado, com
sucesso, em Feira de Santana, Juazeiro, Itabuna e Barreiras. A rigor, o CETEAD sempre contou com
lideranças fortes, perseverantes e contínuas. Percorreu nesses 20 anos os mesmos caminhos
daqueles indivíduos cheios de ideais e zelo, expandindo-se em todas as direções promissoras. O
CETEAD foi a melhor solução para a revitalização institucional daquela que sempre quis adotar idéias
novas e novos caminhos, propondo-se e conseguindo ver o fenômeno da educação com um novo
olhar. Um olhar com responsabilidade e não apenas como ofertante de um depósito de informações
para o mercado.
Presidido pelo seu ex-aluno Prof. Altamiro Castilho - um dos seus fundadores-, soube suprir a
carência do mercado por treinamento e melhor capacitação. Estamos antenados com tudo que se
refere a desenvolvimento e melhoria de seres humanos, diz seu presidente, que acaba de expandir
sua atuação para a área internacional mediante convênio feito com o CIRIEC - Centro Internacional
de Pesquisa e Informação sobre a Economia Pública, Social e Cooperativa-, com sede na Bélgica e
atuando em 15 países. Miro, como é chamado carinhosamente o presidente, soube captar a
cumplicidade do órgão com o mercado. Eles queriam aprender, e o CETEAD ensinar. Troca perfeita.
O CETEAD foi a grande solução encontrada por seus idealizadores para que o ensino da
administração não ficasse restrito à teoria. Desde o início, os professores empreendedores
questionavam seu papel, o que precisava ser ofertado, a seleção de conteúdos e a maior
aproximação com seus clientes.
O CETEAD representa um esforço de desenvolvimento de um saber prático e de uma
integração efetiva entre a universidade e a sociedade. Tudo isto concretizado pelo forte sentido de
empreendedorismo que sempre existiu desde a sua criação até o seu desenvolvimento, sepultando o
academicismo exacerbado que sempre dominou organismos desse gênero, fazendo-os desaparecer
com o tempo, como ocorreu com órgãos antecessores criados pela Escola de Administração.

Os resultados. Não há como construir muros, mas há como construir pontes unindo
indivíduos. Com quase 20 anos - que completará em maio de 2003-, o CETEAD, que nasceu para ser
instrumento gerador de resultados para a educação e capacitação de pessoas e empresas, tornou-se
referência nacional nas áreas de educação, treinamento, consultoria, pesquisa e desenvolvimento
organizacional. Afinal, estava ajudando a formar e informar seres humanos. Nesses 20 anos
incompletos, o CETEAD fez muito para muitos em vários campos, formando seres humanos com
capacidade de intervir no mercado em que vivem. Pessoas que podem exercer conscientemente a
profissão que escolheram.

No campo empresarial. Treinou mais de 80 mil profissionais na Bahia e no Nordeste,


realizando mais de 2.000 cursos. Ofertou 500 consultorias para empresas públicas e privadas.
Capacitou cerca de 80 empresas para obter o ISO 9000. Emprega hoje mais de 2.000 funcionários
com trabalhos coordenados por uma centena de consultores.

Campo social e governamental. Capacitou mais de 20.000 adultos da SETRAS - Secretaria


de Trabalho e Bem-Estar Social - através de recursos do FAT. Investe no Projeto Social apoiando a
Escola de Remo para Pessoas Carentes e Deficientes no Dique do Tororó. Os resultados são
promissores, tendo dois atletas selecionados para os jogos Para-Olímpicos. Recentemente, foram

329
convidados pelo ministro dos Desportos, Lars Grael, para implanta-lo em nível nacional. Capacitou
mais de 5.000 pessoas de empresas cidadãs, como a Tribos Jovens, APA‘S do Litoral Norte. Valoriza
a pesquisa científica criando o Prêmio Guerreiro Ramos. Investe na cultura patrocinando uma
bailarina que hoje dança na Escola Ballet Bolshoi. Reorganizou a Polícia Militar criando a Polícia
Comunitária em parceria com a UFBA. Realiza trabalhos para a Sociedade Pestalozzi da Bahia,
Associação de Cegos da Bahia e Associação Solidariedade Grupo de Apoio ao Paciente com Câncer
- ASGAP - ajudando estas entidades a desenvolverem suas atividades e alcançar seus objetivos.

Conclusões. O CETEAD acreditava desde o início que poderia escrever sua história. Nunca
cruzou os braços e nem desistiu diante dos obstáculos. Sempre teve um sonho e inspirações. Com
nova sede e modernas instalações, na Federação, implantou a unidade do Rio Vermelho -, o
CETEAD MUNICÍPIOS-, disponibilizando um prédio para atendimento exclusivo aos governos
municipais, e inaugurou sua unidade educacional, em parceria com a ESPM, no edifício Catábas,
onde mantém 7 salas, exclusivamente para área de treinamento. Próximo à maioridade carimbou o
passaporte da sua missão para a qual foi criada, satisfazendo clientes, colaboradores e parceiros.
Sua equipe de professores e consultores que gerenciam os projetos atua no âmbito federal em vários
Ministérios, no âmbito estadual, em inúmeras secretarias, no âmbito municipal, em quase todas as
prefeituras, através do PMAT - Projeto Alvorada - com ações de educação e capacitação em 412
municípios. Aliás, esse projeto de atendimento aos municípios sempre foi o alvo do CETEAD, sabedor
como ninguém que é no município que começa o exercício de uma consciência de participação. Atua
ainda em mais de 30 clientes privados com destaque para os segmentos bancário, petroquímico,
varejo e telecomunicações. Ora implantando cursos, desenvolvendo softwares, realizando pesquisas,
atuando na área de tecnologia da informação, modernizando organizações, captando recursos,
promovendo melhoria na administração pública e desenvolvimento sustentável, os visionários do
CETEAD sabem o que significa como ninguém o termo competitividade. E sabem também que todo
esse caminho para o desenvolvimento passa pela Educação acadêmica, corporativa, profissional e
social nessa Era do Conhecimento e da Competência. Construindo seu sucesso em 20 anos, o
CETEAD enxerga com muitos bons olhos o reconhecimento por esse trabalho feito, cujos resultados
podem ser vistos e sentidos. Seu compromisso com a educação de pessoas, capacitando-as para o
trabalho, foi sempre o norte dessa instituição que reinventa-se a cada dia. Esse Top de Marketing -
segundo seu diretor-presidente Altamiro Castilho vai dar fôlego para o trabalho que será encetado
nos próximos 20 anos, levando sempre a sério a missão digna de formar seres humanos preparando-
os para enfrentar os desafios, vez que sempre respeitou seus alunos e o mercado.

33. A Solução

A relação universidade - empresas materializada na capacitação e treinamento foi a chave de


tudo. O negócio do CETEAD era o ensino. Ensinar as empresas a administrarem melhor. Ensinar os
municípios a terem mais autonomia e um desenvolvimento sustentável. Ensinar as pessoas a serem
empreendedoras e ter habilidades criativas. Enfim, ensinar os cidadãos a abrirem novos espaços
mediante a implantação de uma filosofia de capacitação e treinamento.
Desse modo, o órgão desenvolveu-se e consolidou-se gradualmente, conseguindo, com
agilidade, criatividade e modernidade, conciliar o saber acadêmico com a prática do mercado. Com
compromissos básicos e claros com a Educação, no sentido de qualificar pessoas para funções, com
a Ação Social - desenvolvendo projetos de representatividade social-, com a Qualidade - mantendo
no seu quadro de profissionais mestres e doutores-, com a Capacitação Profissional - ofertando o que
há de melhor em conhecimentos transmitidos-, e com as Parcerias - trabalhando de forma integrada,
com resultados relevantes, o CETEAD tornou-se rapidamente uma referência nacional nas áreas de
educação continuada, treinamento e consultoria.
Preocupado em criar uma instituição duradoura, que se colocasse no mercado, o CETEAD
posicionou-se como instrumento de auxílio às soluções para os clientes públicos e privados,
crescendo em todos os segmentos, com êxito nos trabalhos realizados.
Com a chegada do novo milênio, identificaram-se novos e instigantes desafios para os
gestores municipais. Consolidando-se como importante instrumento formulador de políticas urbanas,
o CETEAD passou a capacitar os municípios com técnicas de desenvolvimento sustentável a partir de
um diagnóstico que retratasse sua infraestrutura. A bem da verdade há algum tempo, os profissionais
do órgão vinham debruçando-se sobre o problema buscando soluções e propostas para uma gestão
moderna.
Atento às oportunidades, os dirigentes do CETEAD enxergaram como ninguém a revolução
municipalista. Vendo o interesse do governo federal em melhorar as condições de vida da população
nordestina cujo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - fosse menor do que 0,500, eles

330
acompanharam com carinho a criação do Projeto Alvorada, que gerou o CENAFOCO - Centro
Nacional de Formação Comunitária.
O CETEAD, criado para educar e capacitar apresentou-se como gestor da implantação desse
projeto, que pretendia treinar lideranças comunitárias em todos os municípios baianos. Para que se
tenha uma idéia, dos 417 municípios, estamos presentes em 412.
Para atender melhor aos seus clientes, o CETEAD Municípios instalou-se no Rio Vermelho,
posicionando-se não somente como executor do Projeto Alvorada, mas também como ofertante de
soluções em todas as áreas da administração. Focado em capacitação, o atento olhar do CETEAD
incorporou no início deste novo século dois outros projetos impactantes. O primeiro foi o convênio
feito com a ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing, ampliando os horizontes desse
serviço.
O CETEAD sabe que a Educação Continuada é e será o grande foco das atenções, uma vez
que é um programa que se estende por toda a vida, garantindo um aprendizado perene para um
público ávido por programas de curta duração com temas atuais. Por isso, uniu-se a essa escola de
negócios chamada ESPM.
O segundo foi o Programa de Desenvolvimento de Lideranças - PDL-, concebido para treinar
e qualificar lideranças no interior, numa parceria com a Uniredebahia e UNEB, implantado, com
sucesso, em Feira de Santana, Juazeiro, Itabuna e Barreiras. A rigor, o CETEAD sempre contou com
lideranças fortes, perseverantes e contínuas.
Percorreu nesses 20 anos os mesmos caminhos daqueles indivíduos cheios de ideais e zelo,
expandindo-se em todas as direções promissoras.
O CETEAD foi a melhor solução para a revitalização institucional daquela que sempre quis
adotar ideias novas e novos caminhos, propondo-se e conseguindo ver o fenômeno da educação com
um novo olhar. Um olhar com responsabilidade e não apenas como ofertante de um depósito de
informações para o mercado.
Presidido pelo seu ex-aluno Prof. Altamiro Castilho - um dos seus fundadores-, soube suprir a
carência do mercado por treinamento e melhor capacitação. Estamos antenados com tudo que se
refere a desenvolvimento e melhoria de seres humanos, diz seu presidente, que acaba de expandir
sua atuação para a área internacional mediante convênio feito com o CIRIEC - Centro Internacional
de Pesquisa e Informação sobre a Economia Pública, Social e Cooperativa-, com sede na Bélgica e
atuando em 15 países.
Miro, como é chamado carinhosamente o presidente, soube captar a cumplicidade do órgão
com o mercado. Eles queriam aprender, e o CETEAD ensinar. Troca perfeita.
O CETEAD foi a grande solução encontrada por seus idealizadores para que o ensino da
administração não ficasse restrito à teoria. Desde o início, os professores empreendedores
questionavam seu papel, o que precisava ser ofertado, a seleção de conteúdos e a maior
aproximação com seus clientes.
O CETEAD representa um esforço de desenvolvimento de um saber prático e de uma
integração efetiva entre a universidade e a sociedade. Tudo isto concretizado pelo forte sentido de
empreendedorismo que sempre existiu desde a sua criação até o seu desenvolvimento, sepultando o
academicismo exacerbado que sempre dominou organismos desse gênero, fazendo-os desaparecer
com o tempo, como ocorreu com órgãos antecessores criados pela Escola de Administração

34. Os Resultados

Não há como construir muros, mas há como construir pontes unindo indivíduos. Com quase
20 anos - que completará em maio de 2003-, o CETEAD, que nasceu para ser instrumento gerador
de resultados para a educação e capacitação de pessoas e empresas, tornou-se referência nacional
nas áreas de educação, treinamento, consultoria, pesquisa e desenvolvimento organizacional. Afinal,
estava ajudando a formar e informar seres humanos. Nesses 20 anos incompletos, o CETEAD fez
muito para muitos em vários campos, formando seres humanos com capacidade de intervir no
mercado em que vivem. Pessoas que podem exercer conscientemente a profissão que escolheram.

No campo empresarial
Treinou mais de 80 mil profissionais na Bahia e no Nordeste, realizando mais de 2.000 cursos.
Ofertou 500 consultorias para empresas públicas e privadas.
Capacitou cerca de 80 empresas para obter o ISO 9000.
Emprega hoje mais de 2.000 funcionários com trabalhos coordenados por uma centena de
consultores

Campo social e governamental

331
Capacitou mais de 20.000 adultos da SETRAS - Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social -
através de recursos do FAT.
Investe no Projeto Social apoiando a Escola de Remo para Pessoas Carentes e Deficientes
no Dique do Tororó. Os resultados são promissores, tendo dois atletas selecionados para os jogos
Para-Olímpicos. Recentemente, foram convidados pelo ministro dos Desportos, Lars Grael, para
implanta-lo em nível nacional.
Capacitou mais de 5.000 pessoas de empresas cidadãs, como a Tribos Jovens, APA‘S do
Litoral Norte.
Valoriza a pesquisa científica criando o Prêmio Guerreiro Ramos. Investe na cultura
patrocinando uma bailarina que hoje dança na Escola Ballet Bolshoi.
Reorganizou a Polícia Militar criando a Polícia Comunitária em parceria com a UFBA.
Realiza trabalhos para a Sociedade Pestalozzi da Bahia, Associação de Cegos da Bahia e
Associação Solidariedade Grupo de Apoio ao Paciente com Câncer - ASGAP - ajudando estas
entidades a desenvolverem suas atividades e alcançar seus objetivos.

35. Conclusões

O CETEAD acreditava desde o início que poderia escrever sua história. Nunca cruzou os
braços e nem desistiu diante dos obstáculos. Sempre teve um sonho e inspirações.Com nova sede e
modernas instalações, na Federação, implantou a unidade do Rio Vermelho, o CETEAD
MUNICÍPIOS-, disponibilizando um prédio para atendimento exclusivo aos governos municipais, e
inaugurou sua unidade educacional, em parceria com a ESPM, no edifício Catábas, onde mantém 7
salas, exclusivamente para área de treinamento. Próximo à maioridade carimbou o passaporte da sua
missão para a qual foi criada, satisfazendo clientes, colaboradores e parceiros.
Sua equipe de professores e consultores que gerenciam os projetos atua no âmbito federal
em vários Ministérios, no âmbito estadual, em inúmeras secretarias, no âmbito municipal, em quase
todas as prefeituras, através do PMAT - Projeto Alvorada - com ações de educação e capacitação em
412 municípios. Aliás, esse projeto de atendimento aos municípios sempre foi o alvo do CETEAD,
sabedor como ninguém que é no município que começa o exercício de uma consciência de
participação. Atua ainda em mais de 30 clientes privados com destaque para os segmentos bancário,
petroquímico, varejo e telecomunicações.
Ora implantando cursos, desenvolvendo softwares, realizando pesquisas, atuando na área de
tecnologia da informação, modernizando organizações, captando recursos, promovendo melhoria na
administração pública e desenvolvimento sustentável, os visionários do CETEAD sabem o que
significa como ninguém o termo competitividade. E sabem também que todo esse caminho para o
desenvolvimento passa pela Educação acadêmica, corporativa, profissional e social nessa Era do
Conhecimento e da Competência.
Construindo seu sucesso em 20 anos, o CETEAD enxerga com muitos bons olhos o
reconhecimento por esse trabalho feito, cujos resultados podem ser vistos e sentidos. Seu
compromisso com a educação de pessoas, capacitando-as para o trabalho, foi sempre o norte dessa
instituição que reinventa-se a cada dia.
Esse Top de Marketing - segundo seu diretor-presidente Altamiro Castilho vai dar fôlego para
o trabalho que será encetado nos próximos 20 anos, levando sempre a sério a missão digna de
formar seres humanos preparando-os para enfrentar os desafios, vez que sempre respeitou seus
alunos e o mercado.
Os professores parceiros - alma da educação tem procurado participar dessa viagem
capacitando os alunos a viver num mundo onde respeitem as diferenças apesar da competição
acirrada e dos avanços da tecnologia. Para tanto, o CETEAD está sendo repensado a cada dia,
adotando ideias novas e novos caminhos com base em índices de relevância. Todo esse trabalho,
fruto da iniciativa de lideranças carismáticas e visionárias, prosperou e tende a continuar dando bons
resultados.

332
Bibliografia

Bíblias consultadas

A BÍBLIA SAGRADA. Edição Revista e Corrigida no Brasil. Imprensa Bíblica Brasileira, Rio de
Janeiro, RJ, 1977.
A BÍBLIA SAGRADA. Vida Nova. Edição Revista e atualizada no Brasil. S. R. Ed. Vida Nova,
São Paulo, SP, 1990.
A BÍBLIA SAGRADA. Candeia. Edição Revista e atualizada no Brasil. Editora Candeia, São
Paulo, SP, 1997.
A BÍBLIA SAGRADA. CPAD. Edição Revista e Corrigida no Brasil. Casa Publicadora das
Assembléias de Deus, Rio de Janeiro, RJ, 1995.
A BÍBLIA SAGRADA. VIDA. Edição Contemporânea de Almeida no Brasil. Editora Vida, São
Paulo, SP, 1998.
A BÍBLIA SAGRADA. Alfalit. Edição Alfalit do Brasil. Rio de Janeiro, RJ, 2000.
FERREIRA, Aurélio B. H. Dic. Aurélio 3 ed. Rio de Janeiro: editora nova fonte. 1999.
BOYER, Orlando. P. E. B. ED. Vida, São Paulo, SP, 1991.
SHEDD, Russel. O novo com. Bíblia. ED. Vida nova São Paulo. 2001.
DAVIS, Jonh. Dicionário Bíblico. Ed. Juerpe, São Paulo, SP, 1985.
CHAFER, L, S. Teologia Sistemática, 1ª Edição. Imprensa Batista Regular, São Paulo, SP, 1986.
BROWN, C. O Novo Dicionário de Teologia, 3 e 4 volumes. ED. Vida Nova, São Paulo, SP, 1987.
HALLEY, H, H. Manual Bíblico de Helley, 5ª Edição. ED. Vida Nova, São Paulo, SP, 1983.

Atenção!
Fica proibida a reprodução total ou parcial desta
Obra sem prévia autorização por escrito do autor.
Todos os direitos reservados.
Lei Federal 5088 de 14 de dezembro de 1973.

Professor......................................................................................................

333
Prova de Administração Eclesiástica

Aluno (a):..............................................................................................data............/............./............

Marque um X na alternativa correta

1. A administração eclesiástica é o triplé de armação para condução de um bom


 Combate
 Relacionamento
 Desenvolvimento.
2. O termo igreja é derivado do termo grego ekklésia., e significa,
 Chamados para administrar
 Chamado para a luta
 Chamados para fora.
3. A administração espiritual da igreja é de responsabilidade do
 Pastor
 Evangelista
 Presbítero
4. Dê a definição de Democracia
 É o governo de Deus; soberania Divina.
 É o governo do povo; soberania popular.
 É o governo do povo com o de Deus
5. Foi um grande exemplo de administrado e líder do povo de Deus do AT.
 Abraão
 Davi
 Moisés

334
Provão do Médio

Aluno (a): ........................................................................................ data ............./........./..............


(Marque um X na alternativa correta)

1. O que é Monoteísmo?
 É a crença em único Deus
 É a crença em vários deuses
 Na antiga Grécia existia um deus por nome de Monoteísmo
2. O Que Significa o Nome Jesus Cristo?
 O nome Jesus Cristo significa Emanuel
 Jesus significa Salvador e Cristo significa Ungido
 O nome Jesus Cristo significa Salvação de Promessa
3. Quais são os Símbolos do Espírito Santo?
 O Espírito Santo não tem Símbolos
 Água, Óleo, Fogo, Rio, Selo, Vento e Pomba
 Pão, Maná, Água, Pomba, Fogo, Vento e Vida
4. Quantas vezes aparecem a palavra ANJO na Bíblia?
 294
 312
 510
5. Qual foi o homem que viveu mais em toda Bíblia?
 Adão
 Noé
 Matusalém
6. O que significa o termo Hamartiologia?
 Vem do hebraico e significa Expiação
 Vem do Hebraico e significa Doutrina da Salvação
 Vem do grego e significa Doutrina do Pecado
7. Qual é a definição da palavra Soteriologia?
 Vem do latim e significa Salvação
 Vem do hebraico e significa Doutrina da Salvação
 Vem do grego sõteria, e significa Doutrina da Salvação
8. Quantos livros compõem os profetas menores?
 5 Livros
 12 Livros
 39 Livros
9. Quantos versículos têm a Bíblia toda?
 31.173 Versículos
 42.187 Versículos
 53.321 Versículos
10. Qual é a árvore que vive aproximadamente 2500 anos?
 Oliveira
 Pinheiro
 Tamareira
11. No Cristianismo do Século I, o termo heresia indicava o que?
 A oposição a Deus
 A negação do Espírito Santo
 A negação do evangelho pregado pelos apóstolos
12. Sobre os Evangelhos e correto afirmar que:
 Todos os livros do Novo Testamento são conhecidos como Sinóticos.
 Mateus, Marcos e Lucas são conhecidos como Evangelhos Sinóticos.
 Gênesis, Mateus e Apocalipse são conhecidos como Evangelhos Sinóticos.
13. Quais são os três modos de fazer Missões?
 Orando e Pregando
 Local, Nacional e Internacional
 Indo, Orando e Contribuindo.
14. Qual é a origem da palavra arqueologia?
 Vem de duas palavras aramaicas e significa escavações bíblicas
 Vem de duas palavras gregas e significa Estudo das coisas antigas
 Vem de duas palavras hebraicas e significa Estudo do passado
15. Quem foi o fundador do Judaísmo?
 Noé
 Abraão
 Moisés
16. Quais foram os dois fundadores da Igreja Assembléia de Deus no Brasil?

335
 Daniel Berg e Martinho Lutero
 Daniel Berg e Gunnar Vingren
 Gunnar Vingren e Martinho Lutero
17. Qual a formula batismal do Batismo nas Águas ?
 A formula é em nome de Jesus Cristo
 A formula é em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
 O batismo significa Morte, Sepultamento e Ressurreição
18. A onde está escrito:
Ensina ao menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele
 Em Salmos
 Em Eclesiástes
 Em Provérbios
19. Quando que os valores éticos ressurgem na família cristã?
 Quando há prioridade para a Televisão e novelas
 Quando há prioridade para a Palavra e brincadeiras
 Quando há prioridade para a Palavra e a Oração
20. Quais são os países que tem o português como língua oficial?
 Brasil, Portugal, Moçambique e Angola
 Somente Brasil, Portugal e Argentina
 Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe.
21. Qual foi o primeiro interprete da Bíblia?
 Noé
 Moisés
 O diabo
22. Quais são os três pontos importantes do pregador?
 Voz, Postura e Leitura.
 Voz, Vocabulário e Postura.
 Higiene, Educação e Comportamento.
23. O que significa a palavra Hermenêutica?
 Vem do Latim e significa Textos.
 Vem do aramaico e significa ciência bíblica.
 Vem do grego hermenevein e significa Interpretar.
24. O que significa o termo Escatologia?
 Significa que a Igreja será arrebatada
 Significa os três tempos: Passado, Presente e Futuro
 Escatologia vem do grego e significa Doutrina das Últimas Coisas
25. É o relacionamento padrão do pastor com o ministério em que preside. É a ciência que define o
comportamento do pastor junto ao ministério...
 Ética Padrão
 Ética Nominal
 Ética Ministerial
 Ética Social
 Ética Secular
26. Marque a Correta
 Um líder deve sempre elogiar os companheiros.
 O líder deve criar conflitos para encorajar seus companheiros.
 As reuniões devem ser longas e proveitosas.
27. O G - 12 ensina que os seus adeptos devem escrever seus pecados em papel e depois será
queimado em fogueira . Esta Informação É:
 Verdadeira
 Falsa
28. Marque a Correta
 O Conhecimento Religioso baseia-se em suposições teóricas e científicas.
 O Conhecimento científico é real porque lida com fatos.
 As ciências possuem: Razão, Teórica, Prática e Finalidade.
29. A suprema vontade de Deus em relação ao Mundo é que seus habitantes sejam salvos: está escrito em
 1 Co. 5.5
 1 Tm 2.3,4
 2 Tm 1.5
30. A administração eclesiástica é o triplé de armação para condução de um bom
 Combate
 Relacionamento
 Desenvolvimento.

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