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Sábado, 21 de Maio de 2016 10:29:35

Cursos & Eventos


GRUPO DE ESTUDOS SOBRE ATENDIMENTO PSICANALÍTICO GRUPAL
CENTRO DE ESTUDOS EM NEUROCIÊNCIAS INSTITUTO NEUROLÓGICO DE SÃO PAULO

Cursos de Expansão Cultural, Especialização e Aperfeiçoamento 2o semestre 2014


SEDES
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(RE)ORIENTAÇÃO VOCACIONAL E SÓCIO PROFISSIONAL

Andréa Carla Ferreira de Oliveira, Mônica Rafaela de Almeida, Yalkiria Guadalupe


Vaca Diaz Bezerra

(Re)Orientação vocacional e sócio profissional com estudantes universitários: uma


proposta de intervenção
Resumo: No Brasil, vivencia‐se um período de crescimento acelerado na
quantidade de cursos e alunos no ensino superior. No entanto, apesar do maior
número de ingressantes, o abandono ou trancamento de matrículas nas
universidades é também um fenômeno em expansão. Esses índices tornaram‐se
foco de preocupação para pesquisadores de diferentes áreas, especialmente no
âmbito do aconselhamento vocacional e de carreira. Assim, o presente trabalho
buscou favorecer a reavaliação da escolha profissional de alunos de graduação que
se encontravam em dúvida quanto ao curso escolhido. Para isso, foi realizado um
grupo operativo, do qual participaram 10 estudantes de uma universidade pública
federal do Rio Grande do Norte. Os instrumentos utilizados foram: Inventário de
Avaliação dos Interesses Profissionais; Questionário de Busca Auto Dirigida;
Entrevista Semi‐Estruturada e Vivências Grupais. A análise dos materiais
produzidos mostrou que dos 10 alunos participantes, três manifestaram o desejo
de interromper o curso atual e redirecionarem sua carreira profissional. Esses
dados evidenciam a importância do processo de reorientação profissional para
alunos de graduação, os quais ingressam na academia com muitas dúvidas quanto à
escolha da carreira profissional, só percebendo a falta de identificação com o
curso escolhido depois de cursar alguns períodos. Neste sentido, entende‐se que o
fenômeno da evasão aponta uma vulnerabilidade da identidade profissional dos
universitários e a necessidade de criação de espaços institucionais de apoio e
orientação ao estudante desde o ensino médio.

Palavras‐chave: reorientação vocacional, estudante universitário, desenvolvimento


profissional.

Abstract: In Brazil, a period of rapid growth in the number of majors and students
in higher education has been experienced. However, despite the higher number of
entrants, abandonment or closing of enrollment in universities is also a growing
phenomenon. These rates have become a focus of concern for researchers of
different areas, especially in the context of vocational and career counseling.
Thus, this study sought to foster reassessment of the career choice of
undergraduates that were in doubt about the major chosen. For this, an operating
group, attended by 10 students from a public university of Rio Grande do Norte
was performed. The instruments used were: Inventory Assessment of Professional
Interests; Self Directed Search Questionnaire; Semi‐Structured Interview and
Group Sales Experiences. The analysis of the produced materials showed that from
the 10 participating students; three expressed a desire to stop the current course
and redirect his/her professional career. These data shows the importance of the
retraining process for undergraduate students, who enter the academy with many
questions as to choice of career, only noticing the lack of identification with the
chosen course after attending some periods. In this sense, it is understood that the
phenomenon of evasion points to a vulnerability of the professional identity of
students and the need to create institutional spaces of support and guidance to
the student since high school.

Keywords: vocational reorientation, college students, professional development.

1 INTRODUÇÃO
Os índices de evasão e insatisfação encontrados entre os alunos do ensino superior
no Brasil são considerados altos e preocupantes. Em média, dois em cada dez
estudantes brasileiros desistem do curso superior que iniciaram (ZAGO, 2006;
BARDAGI, 2007; BARDAGI e HUTZ, 2009). O desligamento costuma ser maior nos
anos iniciais do curso. Com relação aos cursos, há menor abandono nos cursos mais
valorizados, enquanto cursos menos valorizados e com baixo status apresentam os
maiores índices.
As causas da evasão e insatisfação com o curso costumam ser variadas. Estudos
têm apontado descontentamento com horários das disciplinas, impossibilidade de
trabalhar e estudar ao mesmo tempo, mau relacionamento com professores, pouca
integração social à universidade, mau desempenho, reprovações, problemas
financeiros, expectativas não correspondidas e falta de informações sobre curso e
profissão (ALMEIDA e MAGALHÃES, 2011; DIAS, 2009).
Quando os jovens ingressam na universidade encontram uma série de desafios
pessoais, interpessoais, familiares e institucionais. A permanência ou não do aluno
até o final do curso depende especialmente de como a universidade trabalhará
essa adaptação, tanto no curso como no espaço físico da instituição. A transição
do ensino médio para o superior suscita inúmeras expectativas positivas, mas
também uma série de receios e dificuldades aos jovens (TEIXEIRA, CASTRO e
PICCOLO, 2007; BONDAN e BARDAGI, 2008).
De acordo com Bardagi (2007), entre as razões para evasão e insatisfação está a
falta de informações consistentes sobre as profissões e sobre o mundo universitário
em geral, além de pouca identidade com a área de trabalho (AGUIAR, BOCK e
OZELLA, 2009).
Muitos alunos ingressam na universidade sem ter conhecimento prévio sobre o
curso que escolheram, pois às vezes as escolhas procuram atender às pressões
familiares, ou porque o curso está sendo muito valorizado. Já outros entram para o
ensino superior alicerçados em projetos vocacionais mal definidos, o que constitui
provavelmente um dos fatores para o insucesso, a inadaptação, a insatisfação e o
abandono do curso. Experiências no contexto universitário sugerem que até mesmo
alguns universitários ainda buscam uma solução para sua problemática vocacional
(LEVENFUS e BANDEIRA, 2010; RIBEIRO e MELO‐SILVA, 2011).
A escolha profissional não é uma decisão isolada, e sim um processo contínuo,
composto de uma série de decisões ao longo de vários anos de vida. Tal processo
se aguça na juventude, em que uma decisão quanto a uma profissão ou ocupação é
exigida da família, escola e sociedade. Em geral, a sociedade prepara muito
pouco, ou quase nada, o jovem para essa decisão. A família, a escola e a
sociedade estão sempre decidindo pelos jovens, impedindo‐os de aprender a lidar
com situações de escolha (NEIVA, 2007).
Após o ingresso na universidade, o jovem pode começar a se defrontar com
dificuldades que o levam a resultados não esperados, fazendo‐o provar
sentimentos tais como a desilusão e a frustração com o curso escolhido. É um
momento difícil para o aluno e, nesse sentido, é necessário acesso a redes de
apoio institucionais, a fim de facilitar um processo de reopção profissional (LIMA,
2007; BONDAN e BARDAGI, 2008).
Neste sentido, é importante que as universidades se preocupem com os alunos que
estão ingressando, pois os primeiros semestres são decisivos para a inserção do
aluno na instituição. Quando ele se sente acolhido em todos os sentidos, sua
reorientação profissional se torna mais fácil.
A adaptação à universidade pode ser entendida como um processo
multidimensional, envolvendo aspectos institucionais, relacionais, vocacionais,
dentre outros. Ela requer o desenvolvimento, por parte do aluno, de um conjunto
de competências adaptativas a um contexto não apenas novo, como também
dinâmico em si mesmo.
De acordo com Neiva (2007), uma escolha profissional madura, consciente e
ajustada requer adquirir, analisar e integrar conhecimentos, desenvolvendo
atitudes e habilidades mentais que permitem aprender a decidir. Para isso, é
importante conhecer os aspectos internos e externos do seu eu.
Reconhecer‐se é essencial para escolher uma profissão ou ocupação. Saber “quem
eu sou” e “como sou” é o que permite escolher o que fazer e como fazer. O
processo de autoconhecimento possibilita a construção de uma auto‐imagem
autêntica, isenta de distorções, facilitando a formulação de aspirações
profissionais realistas e compatíveis com a imagem que tem de si (DIAS e SOARES,
2009).
Neste sentido, entender as suas características de personalidade, os aspectos
positivos e negativos, as qualidades e defeitos, é fundamental para a formação da
auto‐imagem, que é estabelecida a partir das retroalimentações que a pessoa
recebe das figuras que a rodeiam. Assim, uma auto‐imagem autêntica permite o
desenvolvimento de um nível de aspiração profissional coerente com a mesma
(NEIVA, 2007).
É importante também conhecer e diferenciar as atividades que são atrativas das
que não são, compreendendo porque algumas atividades dão prazer e outras não.
Além disso, é necessário distinguir as opções centrais das complementares,
examinando‐as em profundidade para estabelecer as prioridades. Deve‐se
considerar que os interesses não são estáticos e que ao longo da vida podem‐se
descobrir novos e integrá‐los aos já existentes.
As habilidades devem ser consideradas no processo de escolha profissional e
constituem um dado prognosticador para o desempenho na profissão. Por isto é
importante refletir sobre quais são as habilidades mais fortes, médias e
deficientes. Além disso, mostrar a possibilidade de desenvolvê‐las e da
importância do esforço individual nesse sentido.
Vale ressaltar que a escolha profissional implica também no estabelecimento de
um estilo de vida. Assim, a profissão precisa está associada ao que se busca na
vida. O futuro profissional é incerto, mas conhecer as expectativas e os medos,
assim como as possíveis dificuldades e formas de solucioná‐las, ajuda a suportar a
incerteza e a ambigüidade (DIAS e SOARES, 2009).
Com relação à realidade socio‐profissional é importante que o jovem conheça os
vários níveis de formação existentes. E que disponha de um mínimo de
conhecimento sobre as profissões existentes, sabendo qual é a principal atividade
desenvolvida por cada uma delas.
Esse conhecimento mínimo sobre as diversas profissões permitirá eliminar uma
grande parte delas e motivar os jovens para aprofundar a informação sobre
aquelas de maior interesse. O saber mais profundo deve abarcar os seguintes
elementos: objetivos da profissão; objetos de trabalho e atividades específicas
(permanentes e ocasionais); ambiente e rotina de trabalho; mercado de trabalho
(quem emprega, oferta x demanda de emprego, faixas salariais); formação (nível
de formação, instituições de ensino, currículos, duração, titulação, horários,
ritmo, exigências, áreas de especialização).
Nesta perspectiva, o presente trabalho teve como objetivo favorecer a reavaliação
da escolha profissional de alunos de graduação que se encontravam em dúvida
quanto ao curso escolhido, possibilitando um processo de reflexão pessoal
(autoconhecimento) e ampliação do leque de conhecimento socio‐profissional.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 PARTICIPANTES
Contou‐se com a participação de 10 estudantes de graduação. A maioria dos alunos
tinha idade variando de 18 a 19 anos; eram do curso de Ciência e Tecnologia (90%)
e cursando entre o 1º e 4º período. Todos os participantes eram solteiros e 60% do
total da amostra do sexo feminino. Do grupo estudado observou‐se que 50% já
estavam inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) à época da coleta de
dados.
Todos os participantes afirmaram que estavam em dúvida quanto à continuidade
no curso superior. Essa foi uma amostra de conveniência, tendo participado
aqueles que, se inscreveram para participar do grupo operativo de (re)orientação
profissional de uma universidade pública.

2.2 INSTRUMENTOS
Os instrumentos utilizados foram: Inventário de Avaliação dos Interesses
Profissionais (AIP); Questionário de Busca Auto Dirigida (SDS); Entrevista Semi‐
Estruturada e Vivências Grupais.
O AIP é composto por 10 campos de interesses profissionais, a saber:
físico/matemático; físico/químico; cálculo/finanças;
organizacional/administrativo; jurídico/social; comunicação/persuasão;
simbólico/lingüístico; manual/artístico; comportamental/educacional e
biológico/saúde, que percebidos em conjunto, remetem a uma série de profissões.
Este é composto de 200 frases, e cada um dos 10 campos está representado por 20
frases referentes a atividades que o caracterizam (LEVENFUS e BANDEIRA, 2009).
O SDS é um questionário simples, organizado em quatro seções: atividades,
competências, carreiras e habilidades. Cada seção inclui itens representativos dos
tipos propostos por Holland que são: Realista (R), Investigador (I), Artístico (A),
Social (S), Empreendedor (E) e Convencional (C).
As respostas para as seções atividades, competências e carreiras são dicotômicas –
S (sim) ou N (não). Essas seções são compostas por 66 itens cada. As respostas da
seção Habilidades são de tipo Lickert de sete pontos, variando de 1 (baixa
habilidade) até 7 (alta habilidade) sendo essa seção composta por 12 itens. À
medida que o sujeito responde às seções do instrumento define, através dos
resultados obtidos, as duas primeiras áreas com um maior escore de pontos,
construindo um código (Código de Holland) que representa seu perfil de interesses.
A partir deste código, pode procurar por profissões em dicionários ocupacionais,
nos quais elas aparecem classificadas segundo o modelo RIASEC (acrônimo que
representa os seis tipos).
A entrevista semi‐estruturada contou com 11 questões abertas, que foi realizada
com o objetivo de levantar as dificuldades e necessidades em relação à escolha
profissional. Os tópicos da entrevista versavam sobre o processo de escolha de
curso; opções iniciais; julgamento da escolha realizada; motivos da condição de
dúvida em relação ao curso; dificuldades vivenciadas para fazer a nova escolha;
expectativas em relação ao trabalho de orientação para re‐escolha; necessidades
sentidas; nível de conhecimento e de informações acerca das profissões.
As vivências grupais são técnicas de simulação e dramatização que permitem a
análise e reflexão de situações vivenciadas pelos indivíduos, foram usados para
promover um processo de ensino‐aprendizagem, que objetivava quebrar
paradigmas acerca de conceitos arraigados, permitindo desaprendê‐los, buscando
mudanças pessoais, a partir de aprendizagens baseadas em experiências diretas.

2.3 PROCEDIMENTOS
Os estudantes universitários foram convidados a participar de um grupo operativo
de reorientação vocacional e profissional através de cartazes colocados em todas
as áreas da universidade e no site oficial da instituição. As inscrições foram
realizadas na Pró‐Reitoria de Assuntos Comunitários.
O grupo foi estruturado em 10 encontros, os quais ocorreram semanalmente com
duração de duas horas. Os encontros foram conduzidos por duas Psicólogas da
instituição. As atividades ocorreram em uma sala reservada para essa finalidade,
sem interferências externas, com boa iluminação e ventilação adequada.
Inicialmente foi realizada uma explicação sobre os objetivos do grupo e os
interessados assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, no qual
foi informado os objetivos do trabalho, sigilo dos dados fornecidos e a
possibilidade de desistência a qualquer momento por parte do participante. Em
seguida houve o preenchimento de uma ficha com os dados sócio‐demográficos dos
alunos e a realização de uma entrevista semi‐estruturada. As entrevistas foram
individuais e duraram aproximadamente quarenta minutos.
Nos demais encontros foram aplicados os testes psicológicos e realizados vivências
grupais (dinâmicas, encenações teatrais e análise de músicas/filmes), além de
discussões sobre a escolha profissional; características pessoais;
motivações/interesses; potencialidades/habilidades; valores/aspirações; fontes de
ansiedade/medo; expectativas quanto ao futuro profissional e a realidade socio‐
profissional do Brasil.

2.4 ANÁLISE DOS DADOS


As entrevistas, vivências e atividades grupais foram transcritas e procedeu‐se a
categorização das respostas, seguindo o propõe a técnica de Análise de Conteúdo
Temática. Esta se constitui em um conjunto de técnicas para tratamento das
informações produzidas no campo, visando obter indicadores que permitam
apreender os conhecimentos relativos às condições de produção/recepção
(MINAYO, 2007).
Segundo Laville e Dionne (1999), esse modelo não pode ser visto como um
cumprimento de etapas precisas, através de procedimentos rígidos de análise, e,
sim, deve incorporar em sua investigação a imaginação, o julgamento e a
prudência crítica do pesquisador. Assim, a análise de conteúdo temática é um
processo aberto e contínuo na construção de indicadores organizados em torno de
zonas de sentido, de acordo com a interpretação e a sensibilidade do pesquisador
frente ao pressuposto teórico escolhido.
Esta técnica consiste na identificação de núcleos de sentido integrante em um
discurso, ou seja, pretende identificar em um discurso a presença de algum
significado ou tema valorativo que sirva de referência para o objeto analítico
perseguido, possibilitando a identificação de relações possíveis de serem
apresentadas em forma de uma palavra, um resumo ou uma frase (LAVILLE e
DIONNE, 1999; MINAYO, 2007).
Nesse sentido, o processo de análise do material produzido passou por três etapas.
A primeira etapa consiste no agrupamento inicial das informações dispostas em
torno de categorias e temas. A segunda etapa envolve a leitura repetida e
exaustiva de todo o material produzido, o recorte do texto em unidades de
registro (palavra, frase, acontecimento etc.), de forma a identificar informações
singulares que permitam classificar e agregar as informações em tópicos ou temas
fundamentais, comandados por categorias teóricas ou empíricas, permeadas por
revisões críticas. E a terceira etapa consiste em um movimento de extrema
articulação entre o empírico e o teórico, o momento da práxis do pesquisador
(MINAYO, 2007).
Os dados coletados nos testes psicológicos foram analisados de acordo com as
normas técnicas dos manuais de cada teste editado pela respectiva editora e
validados pelo Conselho Federal de Psicologia.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 PERFIL DOS PARTICIPANTES


Os participantes do grupo de reorientação profissional foram jovens que
ingressaram na universidade pela primeira vez, na faixa etária predominante entre
18 e 19 anos, representando 80% da amostra. Do total de 10 alunos inscritos no
grupo de Reorientação profissional, 09 eram do Curso de Ciência e Tecnologia e 1
de Agronomia. Os alunos do curso de Ciência e Tecnologia foram os que mais
procuraram o grupo de reorientação profissional.
Portanto, é importante entender que Ciência e Tecnologia é um curso de
bacharelado de 3 anos de duração, o qual permite ao aluno um certificado de
bacharel e a possibilidade de continuar estudando por mais dois anos uma das
engenharias oferecidas pela instituição e que assim, ao final do tempo de estudo
obtenha um diploma de engenheiro.
Possivelmente o fato de 90% dos alunos serem do curso de Ciência e Tecnologia
tem relação com o número elevado de vagas oferecido semestralmente pela
instituição de ensino superior, quais sejam: 300 vagas no Campus central e 150
vagas em outros Campi. Outra hipótese é o fato da falta de engenheiros no
mercado brasileiro. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (2013), o Brasil
apresenta déficit anual de 30 mil engenheiros.
Os participantes do grupo de reorientação profissional eram predominantemente
do 1º ao 4º período, sendo o 3º e 4º períodos os de maior concentração. Este dado
pode ser explicado pelo fato dos alunos a partir do 5º período precisarem escolher
as disciplinas eletivas das engenharias, sendo este momento um período de
dúvidas e angústia para os alunos que não tem certeza da escolha profissional.

3.2. MOTIVOS PARA PARTICIPAÇÃO NO GRUPO DE REORIENTAÇÃO PROFISSIONAL


Os participantes procuraram o serviço de reorientação profissional com o intuito
de compreenderem sua escolha inicial (do momento do ingresso) ou corroborarem
a falta de identificação com o curso. Assim, os motivos que fizeram os alunos se
inscreverem no grupo operativo foram: falta de identificação com o curso; dúvidas
em relação à continuidade no curso atual; confirmação se está no curso certo e
dúvidas na escolha do tipo de engenharia. Com redações distintas, as respostas
convergem para a necessidade de encontrar ajuda para superar o impasse da
escolha de um curso que não corresponde às suas expectativas, conforme
observamos nos depoimentos abaixo:

“Eu não me identifico com o curso que estou fazendo, por isso resolvi participar do
grupo para entender melhor o fato de não me sentir empolgada com esse curso e
poder estabelecer outros projetos profissionais”. (Participante 3)

“Não sei se estou no curso certo, queria diminuir essa dúvida”. (Participante 8)

“Me preocupo se irei conseguir escolher a engenharia que eu tenha mais


afinidade”. (Participante 6)

Há que se notar que, na maioria dos casos, o problema não reside no curso em si,
mas na idealização que o aluno tinha do curso antes de nele ingressar ou no
desconhecimento dos passos – disciplinas a serem cursadas para alcançar a
profissão almejada, algumas das quais o aluno pode não ter nenhuma afinidade.
Verificou‐se que os alunos escolheram o curso atual por diferentes razões, alguns
mostraram identificação com o curso e possibilidades de atuação profissional,
enquanto outros escolheram porque queriam entrar logo na universidade, pois não
passaram no curso desejado. Observa‐se também influência de amigos, gostos
pessoais e visualização do mercado de trabalho nas escolhas de alguns discentes,
conforme se percebe nas falas abaixo:

“Me sinto perdida, nunca quis fazer Ciência e Tecnologia, mas foi o que eu passei,
então vim. Quero fazer Geologia, gosto desse tipo de atividade, tenho um primo
que é Geólogo, mas fiz o vestibular e não passei” (Participante 1)

“Gosto da área de tecnologia, sempre me dei bem com cálculos”. (Participante 5)

“Sonhava em ser médico, mas hoje não sei mais o que quero. Ai, quando acabei o
ensino médio queria logo entrar na universidade, por isso vim fazer Ciência e
Tecnologia”. (Participante 2)

“Sempre quis fazer engenharia, me vejo formada na área, só não sei qual
engenharia irei cursar, tenho dúvidas entre Engenharia Química ou Engenharia de
Produção, meu foco é trabalhar na Petrobrás”. ( Participante 6)

“Nunca soube definir o que queria, mudo muito, já cursei um semestre de Direito
e tranquei, me vejo em muitas profissões e por isso fico em dúvida
constantemente. Atualmente, decidi vim para a área tecnológica porque imaginei
que teria mais mercado de trabalho e tenho vários amigos da área que me
influenciaram”. (Participante 8)

“Não sei direito o que quero, já comecei o curso de Administração, mas


abandonei. Fiz também Ecologia, mas desisti. Resolvi fazer um curso na área
tecnológica, porque gosto de fazer pesquisa científica, mas quando comecei o
curso de Ciência e Tecnologia fiquei meio perdida”. (Participante 7)

A partir desses dados, observa‐se que apesar de muito próximos em idade e outros
aspectos sociodemográficos, cada participante descreveu um processo de escolha
diferente, critérios diferentes de decisão e razões também diferentes para
participação no grupo. Assim, estes alunos estão divididos entre o desejo de
concluir o curso atual e não saber ou não desejar permanecer no curso.

3.3 INVENTÁRIOS DE INTERESSES PROFISSIONAIS

3.3.1 Questionário de Avaliação dos Interesses Profissionais


Os dados coletados com o questionário de Avaliação dos Interesses Profissionais
(AIP) indicou que 80% da amostra teve um predomínio de respostas nos campos
físico/matemático e físico/químico (cada participante apresentou uma ou mais
resposta por campo), sugerindo identificação dos estudantes com os devidos
campos. Vale ressaltar que a maioria desses participantes está cursando o curso de
Ciência e Tecnologia, sendo esperado maior número de respostas nesses campos.

Os estudantes que tiveram escores altos na combinação dos campos


Físico/Matemático e Físico/Químico ao final do processo de Reorientação
Profissional apresentaram interesse em Engenharia Química, Engenharia Civil,
Engenharia do Petróleo e Engenharia Meio Ambiente (Tabela 1).
Os participantes com escores altos nos campo Simbólico/Linguístico e
Jurídico/Social demonstraram identificação com a área do Direito e decidiram ao
término do grupo participar novamente do ENEM para área jurídica e desistir do
Curso de Ciência e Tecnologia.
Quando existe a combinação do campo Físico/matemático e Campo
Simbólico/linguístico indica interesse profissional nas áreas exatas, indicando
gosto por trabalhar com desenhos e volumes como é o caso da Arquitetura e
Engenharia Mecânica. Observou‐se em um dos participantes esta combinação e o
desejo pelo curso de Arquitetura, o qual foi buscado em momentos anteriores
através de vestibulares e ao final do processo o aluno decidiu desistir do curso
matriculado (Ciência e Tecnologia) e tentar Arquitetura e Urbanismo através do
ENEM e de novos vestibulares.

3.3.2 Questionário de Busca Auto‐dirigida


Os dados encontrados no questionário de Busca Auto‐dirigida (SDS) indicou que a
maioria dos participantes do grupo apresentou altos escores no tipo investigativo e
no tipo social (Tabela 2). O tipo investigativo é hábil em lidar com a manipulação
de palavras e ideias. É analítico, introvertido e crítico. Possui valores pouco
convencionais e uma necessidade permanente de compreender as coisas. Este
dado pode esta associado ao fato de alguns estudantes terem informado que há
identificação com a pesquisa acadêmica, alguns deles manifestaram o desejo de
continuar estudando e até mesmo ser pesquisador no futuro.
E o tipo social tende a ser responsável, sensível e humanista. Este tem muita
necessidade de interação social e costuma confiar mais nos sentimentos do que no
racional para a solução de problemas, possuindo capacidade verbal e interpessoal.
Verificou‐se assim que quatro participantes do estudo com escores altos no tipo
investigativo ao final do processo perceberam identificação com o curso atual
(Ciência e Tecnologia) e desejo de atuar na produção do conhecimento, seja na
prática profissional ou na academia. Percebeu‐se que dois estudantes com escores
altos no tipo social, desejavam cursar Direito (o curso atual destes era Ciência e
Tecnologia).

Observou‐se ainda que os estudantes que tiverem escores altos no tipo artístico
eram do Curso de Ciência e Tecnologia e se identificavam com os cursos de
Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo. De acordo com Primi et al (2010), as
pessoas que possuem escore elevado nesse tipo são mais introvertidas e tendem a
utilizar os sentimentos, emoções, intuições e imaginação ao lidar com as situações
do cotidiano. O uso da criatividade é destacado nesse grupo de pessoas, havendo
interesse por atividades não rotineiras, em que há possibilidade de pensar sobre as
questões de formas variadas.

3.4 PERSPECTIVAS DE FUTURO PROFISSIONAL DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS


Uma característica comum entre os participantes foi a dificuldade de mapear as
expectativas iniciais quanto ao curso, dizer o que exatamente imaginavam que
aconteceria após a entrada na universidade. Percebeu‐se uma expectativa de que
a entrada no curso fosse resolver todas as dúvidas e problemas e trazer satisfação
com o curso escolhido.
Verificou‐se que existiam várias causas para a insatisfação com curso atual, que se
agrupam em categorias, tais como: Desempenho acadêmico (representada por
respostas como disciplinas com muito cálculo; número de disciplinas, provas do
semestre e reprovações); Adaptação (saudade da família; mudança de cidade);
Falta de identificação com o curso (não gosta do curso); Ansiedade (insegurança no
desenvolvimento das atividades no estágio ou falta de locais que ofereçam
possibilidades de estágio) e Transporte (deslocamento precário entre o local de
moradia e a universidade). Mas a maioria das questões relatadas são referentes ao
desempenho acadêmico.
Os estudantes afirmaram que ao frequentar e conhecer melhor o curso se
decepcionaram, pois os conteúdos nas diferentes disciplinas não despertavam
interesse e motivação. Além disso, os discentes indicaram dificuldades de
acompanhar o conteúdo e as exigências de desempenho exigidas pela instituição.
Queixaram‐se da falta de perspectiva futura com o curso, limitações do mercado
de trabalho e dificuldades com estágios. Alguns sujeitos consideravam suas áreas e
campos de atuação relativamente novos, enquanto outros constatavam um
mercado profissional saturado.
Observou‐se que os participantes estão divididos em três grupos, dos quais cinco
pessoas responderam que se imaginam na profissão escolhida; dois se imaginam
em outra profissão; e dois estão em dúvida quanto à escolha do curso ou área de
atuação, conforme verifica‐se nos depoimentos abaixo:

“Me vejo formada procurando emprego na área”. (Participante 1)

“No futuro me vejo trabalhando na área de extensão rural”. (Participante 3)

“Imagino que daqui a uns 3 anos estarei trabalhando como engenheiro civil”.
(Participante 5)

“Vejo meu futuro trabalhando feliz e ajudando a família”. (Participante 9)

“Me vejo trabalhando em Engenheira Civil, mas tenho medo do mercado de


trabalho.” (Participante 4)

“Não me vejo engenheiro, mas na diplomacia, estou encantado com a


magistratura”. (Participante 2)

“Me imagino como arquiteta na minha cidade”. (Participante 7)

“Formada em engenheira, mas não sei em qual área”. (Participante 6)

“Quero conhecer novas culturas como resultado do meu trabalho”. (Participante 8)

Dos participantes do grupo, 50% já tinha feito a inscrição no ENEM. Esse dado
reforça a dúvida de alguns estudantes quanto à escolha profissional. E as opções
escolhidas envolvem as seguintes áreas: Engenharia Agrícola e Ambiental,
Arquitetura e Urbanismo, Direito, Engenharia de Minas e Geologia.
Os participantes do grupo que se inscreveram no ENEM eram todos do curso de
Ciência e Tecnologia e os cursos escolhidos foram os que haviam se identificado
antes de entrar na universidade. Os alunos veem como essencial a possibilidade de
continuar estudando, mesmo que tenham que modificar os projetos profissionais.
Na tabela a seguir, evidenciam‐se as possibilidades de interesse dos discentes após
a participação no grupo.

Observa‐se que dos 10 alunos do grupo, apenas 3 alunos do curso de Ciência e


Tecnologia tem identificação e desejo por cursos diferentes, quais sejam: Direito
(2 alunos) e Arquitetura e Urbanismo (1 aluna). Os participantes citados afirmaram
o desejo de trancar o curso e redirecionar suas carreiras profissionais para os
cursos apontados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados desse trabalho, viu‐se que as causas da insatisfação com o
curso é uma consequência de múltiplos fatores. De forma geral, este estudo
permitiu identificar que o processo de escolha inicial do curso, quando baseado em
informações estereotipadas e inconsistentes, é um facilitador potencial da falta de
identificação com o curso, levando a uma menor integração universitária.
O estudo em questão configura‐se de extrema importância diante do ingresso dos
estudantes no ensino superior cada vez mais cedo e da existência de incertezas
quanto à escolha do curso. Os dados desse grupo evidenciou a necessidade de
preparar o jovem cada vez mais cedo para o conhecimento de si mesmo, das suas
características pessoais, a diversidade de profissões existentes e as possibilidades
do mercado de trabalho.
O sofrimento e as dificuldades inerentes ao processo de re‐escolha profissional
evidenciam a necessidade de se investir na orientação profissional já no ensino
médio, porque contribuiria para a minimização de problemas por parte dos alunos
e das Instituições de Ensino Superior.
O grupo em questão teve repercussão não apenas na universidade onde foi
desenvolvido, mas na mídia local, e principalmente em escolas do ensino médio,
sendo motivo de debate em emissoras de rádio e gravação de um vídeo para os
alunos na iminência do ENEM.
A despeito de se considerar os resultados desta pesquisa como restritos a um grupo
particular de universitários, os dados permitem argumentar a favor da
consolidação e sistematização de um serviço de orientação e acompanhamento
psicopedagógico no ensino superior, sobretudo pelos desdobramentos de suas
ações e caráter preventivo, que contribuem para a redução da evasão na educação
superior e a diminuição de futuros profissionais insatisfeitos no mercado de
trabalho.
Este serviço pode possibilitar o desenvolvimento de melhores condições de
apropriação da realidade vivida pelos alunos, ampliando o campo de atendimento
e oferecendo um suporte específico para os projetos acadêmicos e profissionais e,
também, para as tomadas de decisão ao longo do percurso.
Sugerem‐se estudos futuros com maior número de estudantes universitários sobre
reorientação profissional e análise de uma maior variedade de cursos para que
possamos ter uma melhor compreensão do fenômeno estudado.

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Publicado em 10/03/2016 09:03:00

Andréa Carla Ferreira de Oliveira, Mônica Rafaela de Almeida, Yalkiria Guadalupe


Vaca Diaz Bezerra ‐ Andréa Carla Ferreira de Oliveira: mestre em psicologia pela
Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte, Psicóloga da Universidade Federal
Rural Do Semi–Árido. Mônica Rafaela de Almeida: doutoranda do programa de pós‐
graduação em psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte mestre
em psicologia social pela Universidade Federal da Paraíba. Psicóloga da
Universidade Federal Rural Do Semi–Árido Yalkiria Guadalupe Vaca Diaz Bezerra:
mestre em psicobiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Docente da Universidade Ceuma e Faculdade Santa Fé.

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