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DIREITOS
HUMANOS
Identidade de Gênero, Homofobia,
Transfobia, Transgêneros e Travestis
SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros e Travestis
Daniel Barbosa
Sumário
Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros e Travestis......................................3
1. Grupos Vulneráveis e Minorias............................................................................................................................3
2. Direitos Humanos das Pessoas em Situação de Rua. .............................................................................3
3. Violência de Gênero e Violência Doméstica.................................................................................................4
4. Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros, Travestis. ..................................5
5. Diversidade Étnico-Racial: História, Preconceito, Discriminação, Racismo,
Igualdade, Políticas Públicas, Ações Afirmativas. ........................................................................................7
Resumo...................................................................................................................................................................................8
Questões de Concurso..................................................................................................................................................11
Gabarito................................................................................................................................................................................15
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................16
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A situação de invisibilidade social das pessoas em situação de rua – trata-se de pessoas social-
mente “invisíveis” aos olhos da sociedade e do poder público – é flagrante e demanda do Estado
políticas públicas voltadas à geração de emprego e renda, à reinserção de egressos do sistema
prisional e também ao combate às drogas, sem o que a situação desse grupo só tende a piorar. A
isso se somam as dificuldades decorrentes da política econômica, da sociedade de consumo e das
exigências da competitividade que excluem os menos favorecidos de condições efetivas de alcan-
çar um patamar mínimo de sobrevivência para além das ruas.
Explica o renomado professor que, numa visão tradicional, entende-se por “situação de rua”
tanto a falta de habitação convencional regular de determinada pessoa, e sua consequente
morada em vias ou logradouros públicos, sem abrigo, proteção ou condições mínimas de hi-
giene, como também o seu recolhimento em unidades de acolhida (v.g., abrigos de emergên-
cia, públicos ou privados) para pernoite temporário ou morada provisória.
Uma definição tridimensional de situação de rua foi proposta por Leilani Farha, Relatora
Especial da ONU. Em seu Relatório, Leilani propôs que a “situação de rua” seja compreendida
sob três aspectos distintos:
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CEDAW. Art. 1º Para fins da presente Convenção, a expressão “discriminação contra a mulher” sig-
nificará toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado
prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu
estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.
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O caso internacional mais importante e emblemático envolvendo o Brasil sobre foi o relati-
vo à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica praticada pelo ex-marido
na década de 1980. Em decorrência da morosidade das autoridades nacionais (mais de 15
anos), Maria da Penha levou o caso à análise da Comissão Interamericana de Direitos Hu-
manos. Esta, dentre outras recomendações, pediu a adequação da legislação brasileira aos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos, surgindo assim a Lei n. 11.340/2006,
também conhecida por “Lei Maria da Penha”.
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Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão
do termo “transgênero”.
Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, veda-
da a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por
determinação judicial.
Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício
ou a requerimento do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos
demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o
sigilo sobre a origem dos atos.
Logo, os transgêneros, que assim desejarem, independentemente da cirurgia de transge-
nitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito
à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil.
A ADO 26 e o MI 4733 tratou da aplicação da Lei n. 7.716/1989 (lei que define os crimes re-
sultantes de preconceito de raça ou de cor) para punir as condutas homofóbicas e transfóbicas.
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De acordo com André de Carvalho Ramos, o racismo consiste em qualquer teoria, doutrina,
ideologia ou conjunto de ideia que sustenta a existência de um vínculo causal entre as caracte-
rísticas fenotípicas ou genotípicas de indivíduos ou grupo de indivíduos com suas característi-
cas intelectuais, culturais e de personalidade, incluindo o falso conceito de superioridade racial.
A CF/1988 estabelece que o Brasil deve reger suas relações internacionais pelo princípio
do repúdio ao racismo (art. 4º, VIII). Ademais, o art. 5º, XLII, da CF/1988 prevê que a prática do
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.
Recentemente o STF entendeu que, o crime de injúria racial é espécie do gênero racismo. Por-
tanto, é imprescritível, conforme o art. 5º, XLII, da Constituição.
as ações afirmativas, como políticas compensatórias adotadas para aliviar e remediar as condições
resultantes de um passado de discriminação, cumprem uma finalidade pública decisiva para o pro-
jeto democrático: assegurar a diversidade e a pluralidade social. Constituem medidas concretas
que viabilizam o direito à igualdade, com a crença de que a igualdade deve moldar-se no respeito à
diferença e à diversidade. (2008)
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RESUMO
1. Direitos Humanos das Pessoas em Situação de Rua
Numa visão tradicional, entende-se por “situação de rua” tanto a falta de habitação con-
vencional regular de determinada pessoa, e sua consequente morada em vias ou logradouros
públicos, sem abrigo, proteção ou condições mínimas de higiene, como também o seu reco-
lhimento em unidades de acolhida (v.g., abrigos de emergência, públicos ou privados) para
pernoite temporário ou morada provisória.
Uma definição tridimensional de situação de rua foi proposta por Leilani Farha, Relatora
Especial da ONU. Em seu Relatório, Leilani propôs que a “situação de rua” seja compreendida
sob três aspectos distintos:
• como ausência de moradia, tanto sob o aspecto material de um habitação minimamente
adequada quanto sob o aspecto social de um lugar seguro, para estabelecer uma família
ou relações sociais, participar da vida em comunidade;
• como forma de discriminação sistêmica e de exclusão social, pois privação de um lar dá
lugar a uma identidade social por meio da qual a pessoas em situação de rua formam
um grupo social sujeito discriminação e estigmatização; e
• como reconhecimento às pessoas nessa situação de direitos que são resilientes na luta
pela sobrevivência e dignidade.
No que se refere aos direitos das mulheres, destaca-se a promulgação, em 1979, da Con-
venção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, também
chamada de “Carta Internacional dos Direitos da Mulher” ou CEDAW, ratificada por mais de 100
países e em vigor desde 3 de setembro de 1981.
O conceito de “discriminação contra a mulher” vem expresso no art. 1º da Convenção, que
assim estabelece:
CEDAW. Art. 1º Para fins da presente Convenção, a expressão “discriminação contra a mulher” sig-
nificará toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado
prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu
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estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.
O caso internacional mais importante e emblemático envolvendo o Brasil sobre foi o relati-
vo à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica praticada pelo ex-marido
na década de 1980. Em decorrência da morosidade das autoridades nacionais (mais de 15
anos), Maria da Penha levou o caso à análise da Comissão Interamericana de Direitos Hu-
manos. Esta, dentre outras recomendações, pediu a adequação da legislação brasileira aos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos, surgindo assim a Lei n. 11.340/2006,
também conhecida por “Lei Maria da Penha”.
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-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incrimina-
ção definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio
doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º,
I, “in fine”); 3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para
além de aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação
de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a
desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à
negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vul-
nerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém posição de hegemonia em
uma dada estrutura social, são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição
de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e
de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema geral de
proteção do direito.
A CF/1988 estabelece que o Brasil deve reger suas relações internacionais pelo princípio
do repúdio ao racismo (art. 4º, VIII). Ademais, o art. 5º, XLII, da CF/1988 prevê que a prática do
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.
Recentemente o STF entendeu que, o crime de injúria racial é espécie do gênero racismo.
Portanto, é imprescritível, conforme o art. 5º, XLII, da Constituição.
Uma das formas de combater o racismo são as ações afirmativas. Essas ações são base-
adas em uma reparação histórica de desigualdades acumuladas por determinado grupo racial
ou étnico.
O ex-Ministro do STF Joaquim Barbosa, conceitua as ações afirmativas da seguinte forma:
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Acerca da proteção a grupos vul-
neráveis, julgue o seguinte item.
A parcela da população que utiliza como moradia ruínas de edifícios abandonados pelos pro-
prietários está incluída na mesma proteção dedicada àqueles que estão em situação de rua.
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d) traduz expressão de racismo, compreendido em sua dimensão social, devendo ser aplicada
a lei específica afeta a esta figura, até que sobrevenha lei.
e) foi delineada pelo STF como crime, com base em projeto em tramitação no Congresso Na-
cional, e será aplicada até a sua conversão em lei.
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GABARITO
1. C
2. c
3. d
4. c
5. C
6. d
7. b
8. a
9. a
10. d
11. c
12. c
13. C
14. C
15. E
16. E
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Acerca da proteção a grupos vul-
neráveis, julgue o seguinte item.
A parcela da população que utiliza como moradia ruínas de edifícios abandonados pelos pro-
prietários está incluída na mesma proteção dedicada àqueles que estão em situação de rua.
Numa visão tradicional, entende-se por “situação de rua” tanto a falta de habitação convencio-
nal regular de determinada pessoa, e sua consequente morada em vias ou logradouros públi-
cos, sem abrigo, proteção ou condições mínimas de higiene, como também o seu recolhimen-
to em unidades de acolhida (v.g., abrigos de emergência, públicos ou privados) para pernoite
temporário ou morada provisória.
Certo.
O caso internacional mais importante e emblemático envolvendo o Brasil sobre foi o relativo
à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica praticada pelo ex-marido na
década de 1980. Em decorrência da morosidade das autoridades nacionais (mais de 15 anos),
Maria da Penha levou o caso à análise da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
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Esta, dentre outras recomendações, pediu a adequação da legislação brasileira aos termos da
Convenção Americana de Direitos Humanos, surgindo assim a Lei n. 11.340/2006, também
conhecida por “Lei Maria da Penha”.
Letra c.
A ADO 26 e o MI 4733 tratou da aplicação da Lei n. 7.716/1989 (lei que define os crimes resul-
tantes de preconceito de raça ou de cor) para punir as condutas homofóbicas e transfóbicas.
Na ocasião, decidiu o STF:
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados
de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as con-
dutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido
este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos
preceitos primários de incriminação definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também,
na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código
Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício
da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e mi-
nistros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das
religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela
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palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções
de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segun-
do sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os
atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atua-
ção individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim
entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra
pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de aspectos
estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma cons-
trução de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a desigualdade e destinada ao
controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignida-
de e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem
ao estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados
estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em
consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação
de exclusão do sistema geral de proteção do direito.
Letra d.
A ADO 26 e o MI 4733 tratou da aplicação da Lei n. 7.716/1989 (lei que define os crimes resul-
tantes de preconceito de raça ou de cor) para punir as condutas homofóbicas e transfóbicas.
Na ocasião, decidiu o STF:
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados
de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as con-
dutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido
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este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos
preceitos primários de incriminação definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também,
na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código
Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício
da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e mi-
nistros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das
religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela
palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções
de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segun-
do sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os
atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atua-
ção individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim
entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra
pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de aspectos
estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma cons-
trução de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a desigualdade e destinada ao
controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignida-
de e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem
ao estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados
estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em
consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação
de exclusão do sistema geral de proteção do direito.
Letra c.
Uma das formas de combater o racismo são as ações afirmativas. Essas ações são basea-
das em uma reparação histórica de desigualdades acumuladas por determinado grupo racial
ou étnico.
O ex-Ministro do STF Joaquim Barbosa, conceitua as ações afirmativas da seguinte forma:
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de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. Na sua compreensão, a igualdade
deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objeti-
vo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade. Impostas ou sugeridas pelo Estado,
por seus entes vinculados e até mesmo por entidades puramente privadas, elas visam a combater
não somente as manifestações flagrantes de discriminação, mas também a discriminação de fato,
de fundo cultural, estrutural, enraizada na sociedade. (2001)
Certo.
• Igualdade formal: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
• Igualdade material: Tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade.
As ações afirmativas são políticas que pretendem neutralizar discriminações. Por meio des-
sas políticas, disponibilizam-se para um dado grupo desfavorecido, vantagens não extensíveis
a outros integrantes da sociedade. Destarte, as ações afirmativas objetivam a promoção da
igualdade material ou substancial.
Letra d.
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As cotas são ações afirmativas adotadas com o objetivo de reduzir desigualdades sociais,
econômicas e educacionais. O sistema de cotas reserva vagas em universidades públicas e
concursos para candidatos afrodescendentes. As cotas nas universidades federais tornaram-
-se lei desde 2012 (Lei n. 12.711/2012).
Letra b.
As cotas são ações afirmativas adotadas com o objetivo de reduzir desigualdades sociais,
econômicas e educacionais. O sistema de cotas reserva vagas em universidades públicas e
concursos para candidatos afrodescendentes. As cotas nas universidades federais tornaram-
-se lei desde 2012 (Lei n. 12.711/2012).
Letra a.
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As ações afirmativas podem ser definidas como “um conjunto de políticas públicas e privadas de
caráter compulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vistas ao combate à discriminação
racial, de gênero, por deficiência física e de origem nacional, bem como para corrigir ou mitigar os
efeitos presentes da discriminação praticada no passado, tendo por objetivo a concretização do
ideal de efetiva igualdade de acesso a bens fundamentais como a educação e o emprego.
(GOMES, Joaquim B. Barbosa. O debate constitucional sobre ações afirmativas.)
Letra a.
A homofobia pode ser definida como “uma aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio, pre-
conceito que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transe-
xuais (também conhecidos como grupos LGBT)”.
Letra d.
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CF/1988
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
CF/1988
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
CF/1988
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Daniel Barbosa
Coach de concursos desde 2015. Atende carreiras policiais e tribunais (técnico e analista judiciário).
Agente de Polícia da PCDF. Aprovado nos concursos da PMDF, da PRF, da PCDF e do MPU. Advogado de
2010 a 2014. Formado em Direito. Pós-graduado em Direito Administrativo.
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