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NOÇÕES DE

DIREITOS
HUMANOS
Identidade de Gênero, Homofobia,
Transfobia, Transgêneros e Travestis

SISTEMA DE ENSINO
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS
Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros e Travestis
Daniel Barbosa

Sumário
Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros e Travestis......................................3
1. Grupos Vulneráveis e Minorias............................................................................................................................3
2. Direitos Humanos das Pessoas em Situação de Rua. .............................................................................3
3. Violência de Gênero e Violência Doméstica.................................................................................................4
4. Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros, Travestis. ..................................5
5. Diversidade Étnico-Racial: História, Preconceito, Discriminação, Racismo,
Igualdade, Políticas Públicas, Ações Afirmativas. ........................................................................................7
Resumo...................................................................................................................................................................................8
Questões de Concurso..................................................................................................................................................11
Gabarito................................................................................................................................................................................15
Gabarito Comentado.....................................................................................................................................................16

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Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros e Travestis
Daniel Barbosa

IDENTIDADE DE GÊNERO, HOMOFOBIA, TRANSFOBIA,


TRANSGÊNEROS E TRAVESTIS
1. Grupos Vulneráveis e Minorias
São diversos os grupos vulneráveis e minorias na nossa sociedade. Para tratar de todos
eles, precisaríamos escrever um livro. Como nosso objetivo é sermos aprovados no seu concur-
so, trabalharemos os grupos vulneráveis que mais vem sendo cobrado em certames públicos.

2. Direitos Humanos das Pessoas em Situação de Rua


A temática dos direitos humanos das pessoas em situação de rua vem ganhando bastante
notoriedade, sobretudo em países desiguais como o Brasil.
Para o professor Valério Mazzuoli, tais pessoas – que compõem talvez a mais estigma-
tizada categoria dentre as minorias e grupos vulneráveis – têm sofrido histórico abandono e
discriminação por parte da sociedade e do Estado, ficando à margem da proteção mínima que
a todo cidadão se destina.
Ademais, no Brasil, em razão da crise econômica e das sequelas da pandemia da COVID-19,
o número de pessoas em situação de rua vem aumentando, o que gera bastante preocupação
à sociedade como um todo.
Diz o professor Valério Mazzuoli:

A situação de invisibilidade social das pessoas em situação de rua – trata-se de pessoas social-
mente “invisíveis” aos olhos da sociedade e do poder público – é flagrante e demanda do Estado
políticas públicas voltadas à geração de emprego e renda, à reinserção de egressos do sistema
prisional e também ao combate às drogas, sem o que a situação desse grupo só tende a piorar. A
isso se somam as dificuldades decorrentes da política econômica, da sociedade de consumo e das
exigências da competitividade que excluem os menos favorecidos de condições efetivas de alcan-
çar um patamar mínimo de sobrevivência para além das ruas.

Explica o renomado professor que, numa visão tradicional, entende-se por “situação de rua”
tanto a falta de habitação convencional regular de determinada pessoa, e sua consequente
morada em vias ou logradouros públicos, sem abrigo, proteção ou condições mínimas de hi-
giene, como também o seu recolhimento em unidades de acolhida (v.g., abrigos de emergên-
cia, públicos ou privados) para pernoite temporário ou morada provisória.
Uma definição tridimensional de situação de rua foi proposta por Leilani Farha, Relatora
Especial da ONU. Em seu Relatório, Leilani propôs que a “situação de rua” seja compreendida
sob três aspectos distintos:

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• como ausência de moradia, tanto sob o aspecto material de um habitação minimamente


adequada quanto sob o aspecto social de um lugar seguro, para estabelecer uma família
ou relações sociais, participar da vida em comunidade;
• como forma de discriminação sistêmica e de exclusão social, pois privação de um lar dá
lugar a uma identidade social por meio da qual a pessoas em situação de rua formam
um grupo social sujeito discriminação e estigmatização; e
• como reconhecimento às pessoas nessa situação de direitos que são resilientes na luta
pela sobrevivência e dignidade.

Em 2009, o Decreto Federal 7.053/09 instituiu a “Política Nacional para a População em


Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento”. Um dos
objetivos da Política Nacional para a População em Situação de Rua é, justamente, “assegurar
o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas
públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, es-
porte, lazer, trabalho e renda”.

3. Violência de Gênero e Violência Doméstica


Apenas muito recentemente as mulheres conquistaram a maioria dos seus direitos em
todo o mundo.
Apenas com os diversos movimentos feministas por direitos iguais, que ganhou a partir do
século XX, sobretudo na década de 70, que os direitos humanos das mulheres começaram a
ser reivindicados com maior vigor em todo o mundo.
Ademais, segundo o professor Valério Mazzuoli, foi a partir da proclamação da Declaração
Universal de 1948, os direitos humanos tornam-se tema global, e o direito de homens e mulhe-
res passa a ser universalmente reconhecido, dando causa à negociação de inúmeros tratados
internacionais de proteção.
No que se refere aos direitos das mulheres, destaca-se a promulgação, em 1979, da Con-
venção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, também
chamada de “Carta Internacional dos Direitos da Mulher” ou CEDAW, ratificada por mais de 100
países e em vigor desde 3 de setembro de 1981.
O conceito de “discriminação contra a mulher” vem expresso no art. 1º da Convenção, que
assim estabelece:

CEDAW. Art. 1º Para fins da presente Convenção, a expressão “discriminação contra a mulher” sig-
nificará toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado
prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu
estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.

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O caso internacional mais importante e emblemático envolvendo o Brasil sobre foi o relati-
vo à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica praticada pelo ex-marido
na década de 1980. Em decorrência da morosidade das autoridades nacionais (mais de 15
anos), Maria da Penha levou o caso à análise da Comissão Interamericana de Direitos Hu-
manos. Esta, dentre outras recomendações, pediu a adequação da legislação brasileira aos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos, surgindo assim a Lei n. 11.340/2006,
também conhecida por “Lei Maria da Penha”.

4. Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros, Tra-


vestis

De acordo com o professor Valério Mazzuoli, a discriminação e a violência perpetrada con-


tra a comunidade lésbica, gay, bissexual, transexual, de travestis, transgêneros e intersexuais
(comunidade LGBTI) vêm sendo sentida há vários anos até os dias atuais, levando à preocu-
pação crescente da sociedade internacional e dos organismos internacionais de proteção dos
direitos humanos.
Ademais, além de uma questão cultural de perseguição e violação de direitos de todo gêne-
ro à comunidade LGBTI, há ainda questões políticas que fomentam a violência e a perseguição
a esses grupos, em flagrante desrespeito aos princípios e normas do contemporâneo direito
internacional público.
Em 2006, especialistas em direitos humanos se reuniram em Yogyakarta, na Indonésia, e
elaboraram os Princípios sobre a aplicação dos direitos humanos em relação à orientação se-
xual e identidade de gênero, denominados de Princípios de Yogyakarta.
Apesar da natureza jurídica não vinculante, compondo a soft law (direito em formação) que
rege a matéria, esses princípios representam importante diretriz no combate à discriminação
por orientação sexual.
Sobre o tema, diz o professor André Carvalho Ramos:

Os “Princípios” buscam invocar direitos genericamente previstos em tratados internacionais de direi-


tos humanos, declarações ou resolução já consagrados para aplicá-los especificamente aos temas
essenciais envolvendo a orientação sexual, visando assegurar igualdade e vedar discriminação, es-
tigmatização e violência contra pessoas em razão de sua identidade de gênero e orientação sexual.

O citado documento traz 29 importantes princípios relacionados à orientação sexual e


identidade de gênero, aspectos essenciais da dignidade da pessoa humana.
Na ADI 4275/DF, O STF entendeu que o transgênero tem direito fundamental subjetivo à
alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo,
para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal fa-
culdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa.

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Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão
do termo “transgênero”.
Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, veda-
da a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por
determinação judicial.
Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício
ou a requerimento do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos
demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o
sigilo sobre a origem dos atos.
Logo, os transgêneros, que assim desejarem, independentemente da cirurgia de transge-
nitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito
à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil.
A ADO 26 e o MI 4733 tratou da aplicação da Lei n. 7.716/1989 (lei que define os crimes re-
sultantes de preconceito de raça ou de cor) para punir as condutas homofóbicas e transfóbicas.

Na ocasião, decidiu o STF:


1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados
de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as con-
dutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido
este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos
preceitos primários de incriminação definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também,
na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código
Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”); 2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem
restringe ou limita o exercício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional
professada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e
líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e
de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de
externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem
assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar
prosélitos e praticar os atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou
privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discur-
so de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a
violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de as-
pectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de
uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a desigualdade e
destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteri-
dade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por
não pertencerem ao estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social,
são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento
jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma
injusta e lesiva situação de exclusão do sistema geral de proteção do direito.

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5. Diversidade Étnico-Racial: História, Preconceito, Discriminação, Ra-


cismo, Igualdade, Políticas Públicas, Ações Afirmativas

De acordo com André de Carvalho Ramos, o racismo consiste em qualquer teoria, doutrina,
ideologia ou conjunto de ideia que sustenta a existência de um vínculo causal entre as caracte-
rísticas fenotípicas ou genotípicas de indivíduos ou grupo de indivíduos com suas característi-
cas intelectuais, culturais e de personalidade, incluindo o falso conceito de superioridade racial.
A CF/1988 estabelece que o Brasil deve reger suas relações internacionais pelo princípio
do repúdio ao racismo (art. 4º, VIII). Ademais, o art. 5º, XLII, da CF/1988 prevê que a prática do
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.

Recentemente o STF entendeu que, o crime de injúria racial é espécie do gênero racismo. Por-
tanto, é imprescritível, conforme o art. 5º, XLII, da Constituição.

INJÚRIA RACIAL IMPRESCRITÍVEL

No Brasil, a Lei n. 7.716/1989 define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.


Uma das formas de combater o racismo são as ações afirmativas. Essas ações são base-
adas em uma reparação histórica de desigualdades acumuladas por determinado grupo racial
ou étnico.
O ex-Ministro do STF Joaquim Barbosa, conceitua as ações afirmativas da seguinte forma:

As ações afirmativas se definem como políticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do


princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial,
de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. Na sua compreensão, a igualdade
deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objeti-
vo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade. Impostas ou sugeridas pelo Estado,
por seus entes vinculados e até mesmo por entidades puramente privadas, elas visam a combater
não somente as manifestações flagrantes de discriminação, mas também a discriminação de fato,
de fundo cultural, estrutural, enraizada na sociedade (2001).

Sobre as ações afirmativas, diz a professora Flávia Piovesan:

as ações afirmativas, como políticas compensatórias adotadas para aliviar e remediar as condições
resultantes de um passado de discriminação, cumprem uma finalidade pública decisiva para o pro-
jeto democrático: assegurar a diversidade e a pluralidade social. Constituem medidas concretas
que viabilizam o direito à igualdade, com a crença de que a igualdade deve moldar-se no respeito à
diferença e à diversidade. (2008)

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RESUMO
1. Direitos Humanos das Pessoas em Situação de Rua

Numa visão tradicional, entende-se por “situação de rua” tanto a falta de habitação con-
vencional regular de determinada pessoa, e sua consequente morada em vias ou logradouros
públicos, sem abrigo, proteção ou condições mínimas de higiene, como também o seu reco-
lhimento em unidades de acolhida (v.g., abrigos de emergência, públicos ou privados) para
pernoite temporário ou morada provisória.
Uma definição tridimensional de situação de rua foi proposta por Leilani Farha, Relatora
Especial da ONU. Em seu Relatório, Leilani propôs que a “situação de rua” seja compreendida
sob três aspectos distintos:
• como ausência de moradia, tanto sob o aspecto material de um habitação minimamente
adequada quanto sob o aspecto social de um lugar seguro, para estabelecer uma família
ou relações sociais, participar da vida em comunidade;
• como forma de discriminação sistêmica e de exclusão social, pois privação de um lar dá
lugar a uma identidade social por meio da qual a pessoas em situação de rua formam
um grupo social sujeito discriminação e estigmatização; e
• como reconhecimento às pessoas nessa situação de direitos que são resilientes na luta
pela sobrevivência e dignidade.

Em 2009, o Decreto Federal 7.053/09 instituiu a “Política Nacional para a População em


Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento”. Um dos
objetivos da Política Nacional para a População em Situação de Rua é, justamente, “assegurar
o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas
públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, es-
porte, lazer, trabalho e renda”.

2. Violência de Gênero e Violência Doméstica

No que se refere aos direitos das mulheres, destaca-se a promulgação, em 1979, da Con-
venção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, também
chamada de “Carta Internacional dos Direitos da Mulher” ou CEDAW, ratificada por mais de 100
países e em vigor desde 3 de setembro de 1981.
O conceito de “discriminação contra a mulher” vem expresso no art. 1º da Convenção, que
assim estabelece:

CEDAW. Art. 1º Para fins da presente Convenção, a expressão “discriminação contra a mulher” sig-
nificará toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado
prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu

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estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.

O caso internacional mais importante e emblemático envolvendo o Brasil sobre foi o relati-
vo à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica praticada pelo ex-marido
na década de 1980. Em decorrência da morosidade das autoridades nacionais (mais de 15
anos), Maria da Penha levou o caso à análise da Comissão Interamericana de Direitos Hu-
manos. Esta, dentre outras recomendações, pediu a adequação da legislação brasileira aos
termos da Convenção Americana de Direitos Humanos, surgindo assim a Lei n. 11.340/2006,
também conhecida por “Lei Maria da Penha”.

3. Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros, Travestis

De acordo com o professor Valério Mazzuoli, a discriminação e a violência perpetrada con-


tra a comunidade lésbica, gay, bissexual, transexual, de travestis, transgêneros e intersexuais
(comunidade LGBTI) vêm sendo sentida há vários anos até os dias atuais, levando à preocu-
pação crescente da sociedade internacional e dos organismos internacionais de proteção dos
direitos humanos.
Na ADI 4275/DF, O STF entendeu que o transgênero tem direito fundamental subjetivo à
alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo,
para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal fa-
culdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve
ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”.
Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada
a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por
determinação judicial.
Efetuando-se o procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício
ou a requerimento do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos
demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o si-
gilo sobre a origem dos atos. Logo, os transgêneros, que assim desejarem, independentemente
da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizan-
tes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil.
A ADO 26 e o MI 4733 tratou da aplicação da Lei n. 7.716/1989 (lei que define os crimes
resultantes de preconceito de raça ou de cor) para punir as condutas homofóbicas e transfó-
bicas. Na ocasião, decidiu o STF: “1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional
destinada a implementar os mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do
art. 5º da Constituição da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supos-
tas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém,
por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-

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-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incrimina-
ção definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio
doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º,
I, “in fine”); 3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para
além de aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação
de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a
desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à
negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vul-
nerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém posição de hegemonia em
uma dada estrutura social, são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição
de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e
de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema geral de
proteção do direito.

4. Diversidade Étnico-Racial: História, Preconceito, Discriminação, Racismo,


Igualdade, Políticas Públicas, Ações Afirmativas

A CF/1988 estabelece que o Brasil deve reger suas relações internacionais pelo princípio
do repúdio ao racismo (art. 4º, VIII). Ademais, o art. 5º, XLII, da CF/1988 prevê que a prática do
racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão.
Recentemente o STF entendeu que, o crime de injúria racial é espécie do gênero racismo.
Portanto, é imprescritível, conforme o art. 5º, XLII, da Constituição.
Uma das formas de combater o racismo são as ações afirmativas. Essas ações são base-
adas em uma reparação histórica de desigualdades acumuladas por determinado grupo racial
ou étnico.
O ex-Ministro do STF Joaquim Barbosa, conceitua as ações afirmativas da seguinte forma:

As ações afirmativas se definem como políticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do


princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial,
de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. Na sua compreensão, a igualdade
deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objeti-
vo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade. Impostas ou sugeridas pelo Estado,
por seus entes vinculados e até mesmo por entidades puramente privadas, elas visam a combater
não somente as manifestações flagrantes de discriminação, mas também a discriminação de fato,
de fundo cultural, estrutural, enraizada na sociedade. (2001)

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Acerca da proteção a grupos vul-
neráveis, julgue o seguinte item.
A parcela da população que utiliza como moradia ruínas de edifícios abandonados pelos pro-
prietários está incluída na mesma proteção dedicada àqueles que estão em situação de rua.

002. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2012) Em relação ao caso da senhora Maria da Pe-


nha Maia Fernandes, que transcorreu perante o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, a
a) Corte Interamericana de Direitos Humanos, reconhecendo a tolerância do Estado brasileiro
em punir o agressor, responsabilizou as autoridades públicas e fixou uma indenização em fa-
vor da vítima a ser paga pelo Brasil.
b) Comissão Interamericana de Direitos Humanos, após constatar que a violação dos direitos
humanos da vítima era de responsabilidade de seu marido, decidiu pelo arquivamento da de-
manda, pois o Estado brasileiro não poderia ser responsabilizado por ato de particular.
c) Comissão Interamericana de Direitos Humanos reconheceu que o Estado brasileiro descum-
priu o dever de garantir às pessoas sujeitas à sua jurisdição o exercício livre e pleno de seus
direitos humanos e recomendou que o Brasil simplificasse os procedimentos judiciais penais.
d) Corte Interamericana de Direitos Humanos, acionada pela vítima, condenou criminalmente
o senhor Marco Antônio Heredia Viveiros, tendo em vista que a Justiça brasileira não julgara o
caso após quinze anos de tramitação.
e) Corte Interamericana de Direitos Humanos entendeu que a agressão sofrida pela vítima é
parte de um padrão geral de negligência e falta de efetividade do Estado brasileiro para proces-
sar e condenar os agressores nos casos de violência contra a mulher, ordenando ao Brasil que
multiplicasse o número de delegacias policiais especiais para a defesa dos direitos da mulher.

003. (FGV/FUNSAÚDE/ADVOGADO/2021) José, estudante de direito, questionou uma de


suas professoras a respeito da qualificação da homofobia, enquanto ato ilícito que caracteriza
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém. A professora, ao
responder, em estrita observância à sistemática jurídica vigente, com especial destaque para
a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Ação Direta de Inconsti-
tucionalidade por Omissão n. 26, que produzirá efeitos com a conclusão do julgamento, exau-
rindo-se os recursos cabíveis, observou que a homofobia
a) consubstancia apenas ilícito civil, sujeitando o responsável à indenização pelos danos que
venha a causar a outrem.
b) consubstancia crime de atentado à liberdade sexual, devendo ser aplicadas as penas cor-
respondentes do Código Penal.
c) não consubstancia crime, o que levou o STF a fixar o prazo de doze meses para que o Con-
gresso Nacional supra a omissão legislativa.

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d) traduz expressão de racismo, compreendido em sua dimensão social, devendo ser aplicada
a lei específica afeta a esta figura, até que sobrevenha lei.
e) foi delineada pelo STF como crime, com base em projeto em tramitação no Congresso Na-
cional, e será aplicada até a sua conversão em lei.

004. (TJ-AP/TJ-AP/ESTAGIÁRIO/2019) “A SESSÃO DESTA QUINTA FOI INICIADA COM A


VOTAÇÃO DA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA. AO APRESENTAR O VOTO, AFIRMOU QUE O STF
DEVE PROTEGER O DIREITO DO SER HUMANO À CONVIVÊNCIA PACÍFICA. TAMBÉM DES-
TACOU QUE ‘TODO PRECONCEITO É VIOLÊNCIA E CAUSA DE SOFRIMENTO’” (REVISTA
VEJA ON LINE, 13 JUN. 2019). NESSA SESSÃO, OCORRIDA NO DIA 13/6/2019, O PLENÁ-
RIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONCLUIU O JULGAMENTO DA AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO) 26 e do Mandado de Injunção (MI) 4733,
entendendo que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional e que, até que seja
editada lei específica, devem ser consideradas criminosas as condutas de:
a) racismo e homofobia
b) racismo e intolerância religiosa
c) homofobia e transfobia
d) nenhuma das anteriores

005. (INSTITUTO AOCP/UFOB/TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2018) Intensifi-


cou-se no Brasil, nos últimos anos, a necessidade de políticas de ações afirmativas diante das
desigualdades históricas de acesso dos candidatos às universidades públicas. Em relação às
políticas de ações afirmativas da Educação Superior, julgue o item a seguir.
As ações afirmativas se baseiam no fundamento de que há uma dívida histórica com relação a
grupos considerados minoritários e, por isso, as políticas públicas devem também ser voltadas
para a reparação das desigualdades.

006. (FUNCAB/CODESA/GUARDA PORTUÁRIO/2016) As denominadas “ações afirmativas”


são ações que visam eliminar as desigualdades e segregações, de forma que não se man-
tenham grupos elitizados e grupos marginalizados na sociedade. Nesse sentido, é possível
afirmar que as contemporâneas e diversificadas ações afirmativas dos governos brasileiros
fundam-se na promoção do(a):
a) individualismo premial.
b) desenvolvimento econômico.
c) soberania estatal.
d) igualdade material.
e) uniformidade cultural.

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007. (UEG/TJ-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2003) As políticas de ações afirmativas vi-


sam promover:
a) A valorização do patrimônio histórico-cultural afrobrasileiro e indígena através de progra-
mas educativos específicos.
b) O ingresso e a permanência na educação escolar dos afrodescendentes, indígenas e edu-
candos provenientes de classes economicamente desfavorecidas.
c) A instituição de disciplinas escolares sobre cultura e história da África e das diferentes tri-
bos indígenas do Brasil.
d) O rompimento de critérios de exclusão fundados na discriminação socioeconômica.

008. (FADESP/IF-PA/PEDAGOGIA/2018) As ações afirmativas podem ser definidas como po-


líticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade
material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem
nacional e de compleição física. São exemplos de medidas que se constituem em ações afir-
mativas na educação
a) políticas de valorização identitária e adoção de cotas de ingresso no ensino superior.
b) adoção de cotas raciais, institucionalização de conteúdos antirracistas e antidiscriminató-
rios no currículo escolar.
c) combate à lgbtfobia na escola e adoção da educação “anti-racista e antidiscriminatoria”.
d) combate à lgbtfobia na escola e ações de enfrentamento ao racismo.
e) ações de enfrentamento ao racismo e adoção de políticas de valorização identitária.

009. (UFRRJ/UFRRJ/ASSISTENTE SOCIAL/2019) Assinale a alternativa correta em relação


às ações afirmativas.
a) Conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo e voluntário,
com vistas ao combate à discriminação.
b) Conjunto de políticas sociais contributivas e pontuais, concebidas com vistas ao combate
à discriminação.
c) Conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo e contributivo,
com vistas ao combate à discriminação.
d) Conjunto de ações assistenciais pontuais e coletivas que visam contrapartida financeira.
e) Conjunto de políticas públicas e privadas de caráter contributivo, obrigatório e pontual, com
vistas ao combate à discriminação.

010. (FCC/MPE-PE/ANALISTA MINISTERIAL/2012) Matéria apresentada no Boletim sema-


nal da ONU Brasil (n. 3, 20 de maio de 2011) focaliza o Dia Internacional contra a Homofobia e
conta que a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fez um alerta para
o aumento dos crimes homofóbicos, isto é, contra

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a) a discriminação de gênero e perseguição a homens.


b) homens e grupos de homens.
c) pessoas que desenvolvem comportamentos fóbicos por indivíduos do sexo masculino.
d) lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
e) a discriminação de gênero e perseguição a mulheres e homens.

011. (UERR/SETRABES/AGENTE/2018) A prática do racismo constitui crime inafiançável e


imprescritível, sujeito à pena de:
a) dez anos de reclusão.
b) prisão perpétua.
c) reclusão, nos termos da lei.
d) detenção, nos termos da lei.
e) trinta anos de detenção.

012. (IMA/PREFEITURA DE PIRACURUCA – PI/AGENTE DE TRÂNSITO/2017) A prática do


racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de:
a) Multa
b) Prestação de serviços à comunidade
c) Reclusão
d) Retratação pública

013. (CESPE/MEC/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) A prática do racismo constitui crime


inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

014. (QUADRIX/CRVM-RN/AGENTE FISCAL/2019) Quanto aos direitos e deveres individuais


e coletivos, julgue o item.
A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível.

015. (QUADRIX/CREFONO 4º/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2021) Acerca dos direitos e


das garantias fundamentais, julgue o item.
A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena perpétua e a
pagamento de danos morais de forma cumulada.

016. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR/2013) Acerca dos direitos e deveres individuais e cole-


tivos previstos na Constituição Federal (CF) bem como do que dispõe a Constituição do Estado
da Bahia, julgue os próximos itens.
O crime de racismo é inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.

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GABARITO
1. C
2. c
3. d
4. c
5. C
6. d
7. b
8. a
9. a
10. d
11. c
12. c
13. C
14. C
15. E
16. E

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/2017) Acerca da proteção a grupos vul-
neráveis, julgue o seguinte item.
A parcela da população que utiliza como moradia ruínas de edifícios abandonados pelos pro-
prietários está incluída na mesma proteção dedicada àqueles que estão em situação de rua.

Numa visão tradicional, entende-se por “situação de rua” tanto a falta de habitação convencio-
nal regular de determinada pessoa, e sua consequente morada em vias ou logradouros públi-
cos, sem abrigo, proteção ou condições mínimas de higiene, como também o seu recolhimen-
to em unidades de acolhida (v.g., abrigos de emergência, públicos ou privados) para pernoite
temporário ou morada provisória.
Certo.

002. (FCC/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO/2012) Em relação ao caso da senhora Maria da Pe-


nha Maia Fernandes, que transcorreu perante o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, a
a) Corte Interamericana de Direitos Humanos, reconhecendo a tolerância do Estado brasileiro
em punir o agressor, responsabilizou as autoridades públicas e fixou uma indenização em fa-
vor da vítima a ser paga pelo Brasil.
b) Comissão Interamericana de Direitos Humanos, após constatar que a violação dos direitos
humanos da vítima era de responsabilidade de seu marido, decidiu pelo arquivamento da de-
manda, pois o Estado brasileiro não poderia ser responsabilizado por ato de particular.
c) Comissão Interamericana de Direitos Humanos reconheceu que o Estado brasileiro descum-
priu o dever de garantir às pessoas sujeitas à sua jurisdição o exercício livre e pleno de seus
direitos humanos e recomendou que o Brasil simplificasse os procedimentos judiciais penais.
d) Corte Interamericana de Direitos Humanos, acionada pela vítima, condenou criminalmente
o senhor Marco Antônio Heredia Viveiros, tendo em vista que a Justiça brasileira não julgara o
caso após quinze anos de tramitação.
e) Corte Interamericana de Direitos Humanos entendeu que a agressão sofrida pela vítima é
parte de um padrão geral de negligência e falta de efetividade do Estado brasileiro para proces-
sar e condenar os agressores nos casos de violência contra a mulher, ordenando ao Brasil que
multiplicasse o número de delegacias policiais especiais para a defesa dos direitos da mulher.

O caso internacional mais importante e emblemático envolvendo o Brasil sobre foi o relativo
à Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de violência doméstica praticada pelo ex-marido na
década de 1980. Em decorrência da morosidade das autoridades nacionais (mais de 15 anos),
Maria da Penha levou o caso à análise da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

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Esta, dentre outras recomendações, pediu a adequação da legislação brasileira aos termos da
Convenção Americana de Direitos Humanos, surgindo assim a Lei n. 11.340/2006, também
conhecida por “Lei Maria da Penha”.
Letra c.

003. (FGV/FUNSAÚDE/ADVOGADO/2021) José, estudante de direito, questionou uma de


suas professoras a respeito da qualificação da homofobia, enquanto ato ilícito que caracteriza
aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém. A professora, ao
responder, em estrita observância à sistemática jurídica vigente, com especial destaque para
a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Ação Direta de Inconsti-
tucionalidade por Omissão n. 26, que produzirá efeitos com a conclusão do julgamento, exau-
rindo-se os recursos cabíveis, observou que a homofobia
a) consubstancia apenas ilícito civil, sujeitando o responsável à indenização pelos danos que
venha a causar a outrem.
b) consubstancia crime de atentado à liberdade sexual, devendo ser aplicadas as penas cor-
respondentes do Código Penal.
c) não consubstancia crime, o que levou o STF a fixar o prazo de doze meses para que o Con-
gresso Nacional supra a omissão legislativa.
d) traduz expressão de racismo, compreendido em sua dimensão social, devendo ser aplicada
a lei específica afeta a esta figura, até que sobrevenha lei.
e) foi delineada pelo STF como crime, com base em projeto em tramitação no Congresso Na-
cional, e será aplicada até a sua conversão em lei.

A ADO 26 e o MI 4733 tratou da aplicação da Lei n. 7.716/1989 (lei que define os crimes resul-
tantes de preconceito de raça ou de cor) para punir as condutas homofóbicas e transfóbicas.
Na ocasião, decidiu o STF:

1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados
de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as con-
dutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido
este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos
preceitos primários de incriminação definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também,
na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código
Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício
da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e mi-
nistros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das
religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela

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palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções
de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segun-
do sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os
atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atua-
ção individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim
entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra
pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de aspectos
estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma cons-
trução de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a desigualdade e destinada ao
controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignida-
de e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem
ao estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados
estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em
consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação
de exclusão do sistema geral de proteção do direito.
Letra d.

004. (TJ-AP/TJ-AP/ESTAGIÁRIO/2019) “A SESSÃO DESTA QUINTA FOI INICIADA COM A


VOTAÇÃO DA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA. AO APRESENTAR O VOTO, AFIRMOU QUE O STF
DEVE PROTEGER O DIREITO DO SER HUMANO À CONVIVÊNCIA PACÍFICA. TAMBÉM DES-
TACOU QUE ‘TODO PRECONCEITO É VIOLÊNCIA E CAUSA DE SOFRIMENTO’” (REVISTA
VEJA ON LINE, 13 JUN. 2019). NESSA SESSÃO, OCORRIDA NO DIA 13/6/2019, O PLENÁ-
RIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONCLUIU O JULGAMENTO DA AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (ADO) 26 e do Mandado de Injunção (MI) 4733,
entendendo que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional e que, até que seja
editada lei específica, devem ser consideradas criminosas as condutas de:
a) racismo e homofobia
b) racismo e intolerância religiosa
c) homofobia e transfobia
d) nenhuma das anteriores

A ADO 26 e o MI 4733 tratou da aplicação da Lei n. 7.716/1989 (lei que define os crimes resul-
tantes de preconceito de raça ou de cor) para punir as condutas homofóbicas e transfóbicas.
Na ocasião, decidiu o STF:

1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados
de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as con-
dutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação
sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido

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este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos
preceitos primários de incriminação definidos na Lei n. 7.716, de 08.01.1989, constituindo, também,
na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código
Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício
da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e mi-
nistros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das
religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela
palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções
de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segun-
do sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os
atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atua-
ção individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim
entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra
pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de aspectos
estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma cons-
trução de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a desigualdade e destinada ao
controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignida-
de e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem
ao estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados
estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em
consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação
de exclusão do sistema geral de proteção do direito.
Letra c.

005. (INSTITUTO AOCP/UFOB/TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2018) Intensifi-


cou-se no Brasil, nos últimos anos, a necessidade de políticas de ações afirmativas diante das
desigualdades históricas de acesso dos candidatos às universidades públicas. Em relação às
políticas de ações afirmativas da Educação Superior, julgue o item a seguir.
As ações afirmativas se baseiam no fundamento de que há uma dívida histórica com relação a
grupos considerados minoritários e, por isso, as políticas públicas devem também ser voltadas
para a reparação das desigualdades.

Uma das formas de combater o racismo são as ações afirmativas. Essas ações são basea-
das em uma reparação histórica de desigualdades acumuladas por determinado grupo racial
ou étnico.
O ex-Ministro do STF Joaquim Barbosa, conceitua as ações afirmativas da seguinte forma:

As ações afirmativas se definem como políticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do


princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial,

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de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. Na sua compreensão, a igualdade
deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objeti-
vo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade. Impostas ou sugeridas pelo Estado,
por seus entes vinculados e até mesmo por entidades puramente privadas, elas visam a combater
não somente as manifestações flagrantes de discriminação, mas também a discriminação de fato,
de fundo cultural, estrutural, enraizada na sociedade. (2001)
Certo.

006. (FUNCAB/CODESA/GUARDA PORTUÁRIO/2016) As denominadas “ações afirmativas”


são ações que visam eliminar as desigualdades e segregações, de forma que não se man-
tenham grupos elitizados e grupos marginalizados na sociedade. Nesse sentido, é possível
afirmar que as contemporâneas e diversificadas ações afirmativas dos governos brasileiros
fundam-se na promoção do(a):
a) individualismo premial.
b) desenvolvimento econômico.
c) soberania estatal.
d) igualdade material.
e) uniformidade cultural.

• Igualdade formal: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
• Igualdade material: Tratar os iguais com igualdade e os desiguais com desigualdade.
As ações afirmativas são políticas que pretendem neutralizar discriminações. Por meio des-
sas políticas, disponibilizam-se para um dado grupo desfavorecido, vantagens não extensíveis
a outros integrantes da sociedade. Destarte, as ações afirmativas objetivam a promoção da
igualdade material ou substancial.
Letra d.

007. (UEG/TJ-GO/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2003) As políticas de ações afirmativas vi-


sam promover:
a) A valorização do patrimônio histórico-cultural afrobrasileiro e indígena através de progra-
mas educativos específicos.
b) O ingresso e a permanência na educação escolar dos afrodescendentes, indígenas e edu-
candos provenientes de classes economicamente desfavorecidas.
c) A instituição de disciplinas escolares sobre cultura e história da África e das diferentes tri-
bos indígenas do Brasil.
d) O rompimento de critérios de exclusão fundados na discriminação socioeconômica.

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As cotas são ações afirmativas adotadas com o objetivo de reduzir desigualdades sociais,
econômicas e educacionais. O sistema de cotas reserva vagas em universidades públicas e
concursos para candidatos afrodescendentes. As cotas nas universidades federais tornaram-
-se lei desde 2012 (Lei n. 12.711/2012).
Letra b.

008. (FADESP/IF-PA/PEDAGOGIA/2018) As ações afirmativas podem ser definidas como po-


líticas públicas (e privadas) voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade
material e à neutralização dos efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem
nacional e de compleição física. São exemplos de medidas que se constituem em ações afir-
mativas na educação
a) políticas de valorização identitária e adoção de cotas de ingresso no ensino superior.
b) adoção de cotas raciais, institucionalização de conteúdos antirracistas e antidiscriminató-
rios no currículo escolar.
c) combate à lgbtfobia na escola e adoção da educação “anti-racista e antidiscriminatoria”.
d) combate à lgbtfobia na escola e ações de enfrentamento ao racismo.
e) ações de enfrentamento ao racismo e adoção de políticas de valorização identitária.

As cotas são ações afirmativas adotadas com o objetivo de reduzir desigualdades sociais,
econômicas e educacionais. O sistema de cotas reserva vagas em universidades públicas e
concursos para candidatos afrodescendentes. As cotas nas universidades federais tornaram-
-se lei desde 2012 (Lei n. 12.711/2012).
Letra a.

009. (UFRRJ/UFRRJ/ASSISTENTE SOCIAL/2019) Assinale a alternativa correta em relação


às ações afirmativas.
a) Conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo e voluntário,
com vistas ao combate à discriminação.
b) Conjunto de políticas sociais contributivas e pontuais, concebidas com vistas ao combate
à discriminação.
c) Conjunto de políticas públicas e privadas de caráter compulsório, facultativo e contributivo,
com vistas ao combate à discriminação.
d) Conjunto de ações assistenciais pontuais e coletivas que visam contrapartida financeira.
e) Conjunto de políticas públicas e privadas de caráter contributivo, obrigatório e pontual, com
vistas ao combate à discriminação.

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As ações afirmativas podem ser definidas como “um conjunto de políticas públicas e privadas de
caráter compulsório, facultativo ou voluntário, concebidas com vistas ao combate à discriminação
racial, de gênero, por deficiência física e de origem nacional, bem como para corrigir ou mitigar os
efeitos presentes da discriminação praticada no passado, tendo por objetivo a concretização do
ideal de efetiva igualdade de acesso a bens fundamentais como a educação e o emprego.
(GOMES, Joaquim B. Barbosa. O debate constitucional sobre ações afirmativas.)
Letra a.

010. (FCC/MPE-PE/ANALISTA MINISTERIAL/2012) Matéria apresentada no Boletim sema-


nal da ONU Brasil (n. 3, 20 de maio de 2011) focaliza o Dia Internacional contra a Homofobia e
conta que a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, fez um alerta para
o aumento dos crimes homofóbicos, isto é, contra
a) a discriminação de gênero e perseguição a homens.
b) homens e grupos de homens.
c) pessoas que desenvolvem comportamentos fóbicos por indivíduos do sexo masculino.
d) lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
e) a discriminação de gênero e perseguição a mulheres e homens.

A homofobia pode ser definida como “uma aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio, pre-
conceito que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transe-
xuais (também conhecidos como grupos LGBT)”.
Letra d.

011. (UERR/SETRABES/AGENTE/2018) A prática do racismo constitui crime inafiançável e


imprescritível, sujeito à pena de:
a) dez anos de reclusão.
b) prisão perpétua.
c) reclusão, nos termos da lei.
d) detenção, nos termos da lei.
e) trinta anos de detenção.

CF/1988. Art. 5º […]


XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
Letra c.

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012. (IMA/PREFEITURA DE PIRACURUCA – PI/AGENTE DE TRÂNSITO/2017) A prática do


racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de:
a) Multa
b) Prestação de serviços à comunidade
c) Reclusão
d) Retratação pública

CF/1988. Art. 5º […]


XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
Letra c.

013. (CESPE/MEC/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) A prática do racismo constitui crime


inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

CF/1988. Art. 5º […]


XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
Certo.

014. (QUADRIX/CRVM-RN/AGENTE FISCAL/2019) Quanto aos direitos e deveres individuais


e coletivos, julgue o item.
A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível.

CF/1988. Art. 5º […]


XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
Certo.

015. (QUADRIX/CREFONO 4º/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2021) Acerca dos direitos e


das garantias fundamentais, julgue o item.
A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena perpétua e a
pagamento de danos morais de forma cumulada.

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Identidade de Gênero, Homofobia, Transfobia, Transgêneros e Travestis
Daniel Barbosa

CF/1988. Art. 5º […]


XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
Errado.

016. (CESPE/PC-BA/INVESTIGADOR/2013) Acerca dos direitos e deveres individuais e cole-


tivos previstos na Constituição Federal (CF) bem como do que dispõe a Constituição do Estado
da Bahia, julgue os próximos itens.
O crime de racismo é inafiançável, imprescritível e insuscetível de graça ou anistia.

CF/1988
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei.
CF/1988
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
CF/1988
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

Crimes Inafiançáveis e Crimes Inafiançáveis e Insuscetíveis


Imprescritíveis de Graça ou Anistia
Racismo e ação de grupos armados, Tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
civis ou militares, contra a ordem drogas afins, terrorismo e definidos como
constitucional e o estado democrático. crimes hediondos
Errado.

Daniel Barbosa
Coach de concursos desde 2015. Atende carreiras policiais e tribunais (técnico e analista judiciário).
Agente de Polícia da PCDF. Aprovado nos concursos da PMDF, da PRF, da PCDF e do MPU. Advogado de
2010 a 2014. Formado em Direito. Pós-graduado em Direito Administrativo.

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