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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


CAMPUS REITOR EDGARD SANTOS
Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável

Ariane Catarine Moura Campos


Fernanda Martins da Silva Leão
Lorena Gomes dos Santos
Patrícia de Santana Moro
Sara Emanuela Nascimento dos Reis
Vanessa Amélia Kaczoroski

INTERPRETAÇÃO DE DADOS DA ESTAÇÃO FLUVIOMÉTRICA BARREIRAS, EM


BARREIRAS (BA)

Trabalho apresentado à disciplina de Recursos


Hídricos (IAD218) do Instituto de Ciências Ambientais
e Desenvolvimento Sustentável da Universidade
Federal da Bahia como requisito de nota parcial, sob
a orientação do professor Marcelo de Oliveira Latuf.

Barreiras
2013
1

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de localização de Barreiras – BA (modificado de Castro et al,


2010).................................................................................................................................4

Figura 2 (Gráfico 1) - Vazões médias anuais...................................................................6

Figura 3 (Gráfico 2) – Desvio médio Padrão....................................................................6

Figura 4 (Gráfico 3) - Vazões médias mensais de longa duração....................................7

Figura 5 (Gráfico 4) – Vazão Máxima Anual.....................................................................8

Figura 6 (Gráfico 5) – Ocorrência de Vazões Máximas....................................................8

Figura 7 (Gráfico 6) – Vazão Mínima Anual.....................................................................9

Figura 8 (Gráfico 7) – Ocorrência de Vazões mínimas..................................................10


2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 3
1.1 Justificativa...........................................................................................................................3
1.2 Objetivo Geral......................................................................................................................3
1.3 Objetivo Específico..............................................................................................................3
2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA...................................................................................................4
3 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................5
4 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................................5
5 RESULTADO E DISCUSSÃO..............................................................................................6
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................10
7 REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 11
3

1 INTRODUÇÃO

O atual trabalho apresenta dados de vazões da estação 46550000, situada na


cidade de Barreiras, na sub-bacia hidrográfica do Rio Grande, oeste baiano. O Rio
Grande é um representativo afluente do Rio São Francisco, localizado em sua margem
esquerda (ANDRADE et al., 2002).

De acordo com o Plano Diretor de Recursos Hídricos (1993), os afluentes à


margem esquerda do rio Grande possuem maior vazão do que aqueles encontrados à
margem direita, esse fato é explicado devido à maior pluviosidade e à recarga
oferecida pelo aquífero da área, à esquerda da sub-bacia.

O rio em questão é bastante representativo, abarcando municípios como


Barreiras e São Desidério, reconhecidos pela crescente expansão agropecuária e
ocupação humana desde as décadas de 80 e 90 (MENDONÇA, 2006), onde a
agricultura irrigada e a expansão territorial para áreas marginais podem causar impacto
aos recursos hídricos, bem como torna imprescindível o estudo da vazão hídrica local.
Nesse panorama, pretende-se fornecer informações dentro do limite no qual a
estação está inserida e, a partir dos dados fluviométricos, fazer a interpretação de uma
série histórica, 1934 a 2006, proveniente da Agencia Nacional de Águas (ANA).

1.1 Justificativa
Para que se obtenha melhor entendimento de vazões e quais são seus valores ao
decorrer de anos, faz-se necessário os estudos fundamentais teóricos acerca do tema.
O trabalho viabiliza confecção e descrição de gráficos feitos a partir de dados retirados
do SoftwareSiscah 1.0.

1.2 Objetivo Geral


Elaboração de Gráficos com base em dados retirados do Siscah 1.0 e a descrição
destes.

1.3 Objetivo Específico


 Coleta de dados no Siscah 1.0: Vazões médias mensais e anuais; Vazões
máximas e mínimas anuais; Porcentagem de vazões mínimas mensais; vazões médias
de longa duração;
 Estimativa de Q90, Q95 e Q 7 10;
4

 Elaboração dos gráficos;


 Obter desvios padrão e analises de tendências;
 Avaliação dos resultados.

2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

O município de Barreiras localiza-se no oeste baiano, apresentando latitude


12°09’10” S, longitude 44°59’24” W e altitude de 452 m, conforme situado na figura 1,
com área de 7.859,225 km2. O clima é subúmido e seco, onde a vegetação
predominante é o cerrado Strictu Senso.

Figura 1 - Mapa de localização de Barreiras – BA (modificado de Castro et al, 2010).

Fonte: Castro et al, 2010.

A estação Barreiras (código: 46550000) localiza-se no corpo d’água à margem


direita do Rio Grande, na latitude 12º09'09’’ S e longitude 45º00'33”W, nas
proximidades do IFBA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia),
no centro da cidade. Está inserido num ambiente de planície fluvial.
5

A área está compreendida no Sistema Aquífero Urucuia (SAU), que se distribui em


superfície tabular, com porosidade efetiva elevada em virtude da natureza friável dos
arenitos e da restrita concentração de argila, representando um sistema intergranular,
homogêneo e isotópico.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

No presente trabalho vamos descrever os gráficos confeccionados verificando no


âmbito de meses e anos de máxima média e mínima vazão.

Segundo Ab’saber vazão é o volume de água escoado na unidade de tempo em uma


determinada seção do rio. Normalmente, expressa-se a vazão em m 3/s ou l/s. Para ter
conhecimento desse volume é necessário ter uma estação fluviométrica, pois visa
medir as vazões e cotas de rios, e contempla dados necessários para os estudos de
aproveitamentos hidroenergéticos, planejamento de uso dos recursos hídricos,
previsão de cheias, gerenciamento de bacias hidrográficas, saneamento básico,
abastecimento público e industrial, navegação, irrigação, transporte, meio ambiente de
modo geral.

Nesse sentido usaremos as informações coletadas para estimar os dados da Q 90,


Q95 e Q 7,10. Sendo que Q90, Q95 é vazão com frequência igual a 90% ou 95% da curva
de permanência de vazões = percentual do tempo em que as vazões são iguais ou
superiores, já a Q 7,10 é vazão mínima média de 7 dias sequentes, estimada para um
período de retorno igual a 10 anos.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Para o desenvolvimento do trabalho foi necessário cinco etapas:

 Visualização das vídeos-aulas disponibilizadas pelo professor Marcelo Latuf.

 Download do Software Siscah 1.0 – Fornecido no site da UFV

 Pesquisa de estação Fluviométrica selecionada no site da ANA.

 Dados coletados nos sites e Softwares supracitados e os mesmos foram


importados para o Excel com o objetivo de confecção de gráficos.

 Base teórica para embasamento das análises dos gráficos.


6

5 RESULTADO E DISCUSSÃO

A partir da construção dos gráficos, apresentados a seguir, foram avaliadas as vazões


e desvios no decorrer do tempo. Cada gráfico possibilita a análise de diferentes
aspectos, sendo que alguns deles possuem relações proporcionais.

Figura 2 (Gráfico 1) - Vazões médias anuais.

160
150
140
130
Vazões médias anuais (m³ s-1)

120
110
100
90
80
70
60
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

Anos
Vazão média anual média interanual
MED+DP MED-DP

Fonte: arquivo pessoal, 2013.

Figura 3 (Gráfico 2) – Desvio médio Padrão


60

40
Desvio médio Anual (m³ S -1)

20

-20

-40

-60
3 5 3 8 4 1 4 4 47 50 53 57 60 6 3 6 6 69 7 3 7 9 8 2 8 5 88 91 94 97 00 0 3 0 6
19 19 19 19 1 9 1 9 1 9 1 9 1 9 19 19 1 9 19 19 19 19 1 9 1 9 1 9 1 9 2 0 20 20
Anos

Desvio médio anual

Fonte: arquivo pessoal, 2013.


7

De acordo com o gráfico 1, o comportamento hidrológico se inicia elevado e com


o passar dos anos ocorre um decaimento e a partir do ano 2000 são registradas as
menores vazões. De acordo com a observação do gráfico pode-se perceber que do
ano 1936 até 1970 ocorreram os períodos de vazões mais elevadas, ou seja, um
período de cheia. E de 1976 até o ano atual poucas vezes a média interanual foi
ultrapassada, sendo que na maioria das vezes ficou abaixo da média. Graficamente
isso indica uma série com características não estacionárias, onde valores variam com
bastante intensidade.
Conforme analisado, o gráfico 2 pode-se notar que a amplitude entre média mais
o desvio e a média menos desvio é algo em torno de 43,9 m³/s. De acordo com o
aumento da amplitude, a variação dos dados também
No ano de 1977 pode-se observar que houve uma vazão média bastante inferior
em relação aos anos anteriores, mas tem um valor próximo dos anos posteriores que
vão até 2006.

Figura 4 (Gráfico 3) - Vazões médias mensais de longa duração

140
131.02 131.87 129.68 130.59
Vazão média mensal (m³ s-1 )

130
119.97
120
108.39
110
99.84
100
89.59
90 85.34 87.27
81.79 79.69
80
70
60
Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Meses

Vazão média mensal Média mensal

Fonte: arquivo pessoal, 2013.

Observa-se, no gráfico 3, que os meses de maio até outubro são de estiagem na


região, meses cujas vazões médias mensais estão abaixo da média anual de 106,25
m³/s, onde o menor valor registrado ocorreu no mês de setembro com vazão de 79,69
m³/s. Contrário ao dado anterior vê-se que de novembro a abril são registrados valores
de vazões médias mensais acima da média anual, ou seja, períodos de cheia onde a
maior vazão obtida foi no mês de fevereiro de 131,87 m³/s.
8

Ao analisar o gráfico, pode-se perceber que durante o período de estiagem, a


vazão decai desde o mês de maio até setembro, sendo que a partir do mês de outubro
a vazão começa a aumentar, o que permite inferir o início do período chuvoso que
ganha maior proporção no mês de novembro.

Figura 5 (Gráfico 4) – Vazão Máxima Anual

450.0

400.0
Vazão Máxima Anual (m³ s-1 )

350.0

300.0

250.0

200.0

150.0

100.0
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos

Vazão Máxima Anual

Fonte: arquivo pessoal, 2013.

Figura 6 (Gráfico 5) – Ocorrência de Vazões Máximas

23.9 16.4

3.0 17.9

6.0

4.5
4.5 16.4
3.0
1.5 3.0

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro


Outubro Novembro Dezembro

Fonte: arquivo pessoal, 2013.


9

De acordo com o gráfico de vazões máximas anuais percebe-se que o maior valor
encontrado foi no ano de 1966, com 404,0 m 3/s. Ocorrendo no ano de 2001 o menor
valor, com 118,2 m3/s.
O comportamento hidrológico não segue uma frequência ao longo dos anos,
porém, a partir de 1993 até 2006 ocorre menor variação das vazões máximas, sendo
também o período com as menores quantias registradas.
Ao avaliar o gráfico de ocorrência de vazões máximas, nota-se que de dezembro
a março ocorrem os maiores valores percentuais, sendo o maior deles o de dezembro
com 23%, mês que encontra no período de cheia. Já as menores quantias foram
observadas entre abril e novembro, verificando-se que em setembro esse percentual
chega a 0%.

Figura 7 (Gráfico 6) – Vazão Mínima Anual

120
110
Vazão Minima Anual (m³ s-1 )

100
90
80
70
60
50
40
30
20
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos

Vazão Minima Anual

Fonte: arquivo pessoal, 2013.

Conforme o gráfico 6, os dados obtidos apresentam oscilação entre o período de


1935 a 2006. Nota-se que a maior quantia de vazão mínima foi demonstrada no ano de
1947 com 110 m³/s. Entretanto no ano de 2005 o menor chega a 24,6 m³/s.
O ciclo de vazões mínimas se inicia com valores baixos e sofre um aumento
considerável a partir do ano de 1945 (107 m³/s) e segue até 1947 (110 m³/s). Em 1970
os valores das vazões mínimas começam a decair e em 1977 ocorre uma queda
brusca na vazão (53 m³/s) que vinha desde 1957 se alterando sem grande diferença de
valor, essa quantia volta a se elevar em 1968 (66,2 m³/s).
10

Figura 8 (Gráfico 7) – Ocorrência de Vazões mínimas

4.5 1.5 6.0


4.5 6.0 1.5
4.5
22.4
4.5

4.5

40.3

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro
Novembro Dezembro

Fonte: arquivo pessoal, 2013.

Ao comparar os gráficos de Vazões Médias Mensais de Longa Duração, o de


Ocorrências de Vazões Máximas e o de Vazões Mínimas pôde-se comprovar que
durante o período de estiagem são registradas as menores ocorrências de vazões
máximas em contraponto registram-se os meses com maior ocorrência de vazões
mínimas. O exemplo de setembro onde apresenta 0% das ocorrências de vazões
máximas e 40,3% das vazões mínimas é contabilizado.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que quando levamos em consideração as condições disponíveis no meio


ambiente, torna-se evidente que a humanidade, a civilização como um todo e a
tecnologia que dispõem estão sendo rapidamente ameaçadas em seus limites de
desenvolvimento, ou seja, limites resultantes das reservas naturais de matérias-primas,
produção de alimentos e o suprimento de água potável. Sendo que estudos
fundamentados na temática são cada vez mais bem visto e requisitados.
Contudo, para a construção deste trabalho, tivemos acesso aos dados das vazões
através do site da ANA, dados estes que foram de facilmente acessados, possibilitando
assim a confecção dos gráficos e podendo-se então alcançar os objetivos previamente
determinados.
11

Com os gráficos já elaborados foi possível ver que em suma, houve decaimento
no comportamento hidrológico e que este não segue uma frequência ao longo dos
anos.

7 REFERÊNCIAS
ANA
ANDRADE

CASTRO, K. B., GOMES, M. P., GOMES, R. A. T., JUNIOR, O. A. C., LIMA, L. A. S., MARTINS, É. S.,
PASSO, D. P., REATTO, A. Caracterização geomorfológica do município de Barreiras, oeste
baiano, escala 1:100000. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. Planaltina, DF: Embrapa
Cerrados, ago. 2010.

IBGE Cidades@. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Bahia – Barreiras. online. Disponível em:
< http://www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfil.php?codmun=290320&search=bahia|barreiras>.
Acesso em: 19 mai. 2013.

MENDONÇA, J. O. O potencial de crescimento da produção de grãos no oeste da Bahia. Bahia Agrícola,


Salvador, v. 7, n. 2, abr. 2006. p. 38-46.

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