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Módulo

Rotas Tecnológicas para a Gestão


Integrada de Resíduos Sólidos
Urbanos – Tecnologias,
Balanço de Massa e Custos
Ficha Técnica

AUTORES
Alaim Silva de Paula
Geraldo Antônio Reichert

REVISORES
Christiane Pereira
Ernani Ciríaco de Miranda
Guilherme Gonçalves
Paulo Celso Gomes dos Reis
Sérgio Luis da Silva Cotrim
Lista de siglas
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANCAT: Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais
Recicláveis
C/N: Relação carbono e nitrogênio
CDR: Combustível derivado de resíduos
CDR-TM: Combustível derivado de resíduos – tratamento mecânico
CDR-TMB: Combustível derivado de resíduos – tratamento mecânico e
biológico
CEF: Caixa Econômica Federal
Conama: Conselho Nacional do Meio Ambiente
EaD: Ensino a distância
EVTEA: Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental
FEP: Fundo de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos de
Concessão e Parcerias Público-Privadas
Fipe: Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
Funasa: Fundação Nacional de Saúde
GEE: Gases de efeito estufa
GIRSU: Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
GIZ: Agência Alemã de Cooperação Internacional
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MDR: Ministério do Desenvolvimento Regional
MMA: Ministério do Meio Ambiente
MO: Matéria orgânica
NBR: Norma Brasileira
PCI: Poder calorífico inferior
PEV: Ponto de entrega voluntária
PGIRSU: Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
pH: Potencial hidrogeniônico
PNRS: Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNSB: Plano Nacional de Saneamento Básico
ProteGEEr: Cooperação para Proteção do Clima na Gestão de Resíduos
Sólidos
RSD: Resíduo sólido domiciliar
RSU: Resíduo sólido urbano
SNIS: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SPPI: Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimento da
Casa Civil da Presidência da República
TIR: Taxa interna de retorno
TM: Tratamento mecânico
TMB: Tratamento mecânico biológico
TMRS: Tarifa média de manejo de resíduos sólidos
TS: Teor de sólidos
VBC: Valor básico de cálculo
VPL: Valor presente líquido
Wacc: Custo médio ponderado de capital
Lista de figuras
Figura 1 – Evolução da geração per capita de RSU no Brasil de 2008 a 2018....15
Figura 2 – Composição gravimétrica média dos RSDs no Brasil em 2008..........16
Figura 3 – Destinação dos resíduos nos países da Europa em 2016 (em % de
massa)......................................................................................................................18
Figura 4 – Métodos de coleta: de PEV a coleta no meio-fio ou porta a porta.....21
Figura 5 – Triagem manual de resíduos seletivos em esteira..............................22
Figura 6 – Triagem mecanizada de resíduos mistos.............................................23
Figura 7 – CDR pronto para utilização....................................................................27
Figura 8 – Aspecto visual do material em compostagem ao longo do tempo....28
Figura 9 - Esquema de estação de transferência direta e Figura 10 - Esquema de
estação de transferência com armazenamento e sem compactação..................31
Figura 11 – Instalação de sistema de drenagem...................................................33
Figura 12 – Detalhe de rede de captação ativa de biogás em aterro sanitário....34
Figura 13 – Fluxograma de uma rota tecnológica mais simples ou inicial..........37
Figura 14 – Fluxograma de uma rota tecnológica intermediária..........................38
Figura 15 – Fluxograma de uma rota tecnológica avançada................................38
Figura 16 – Exemplo de fluxo de balanço de massa – Rota Atual.......................40
Figura 17 – Exemplo de fluxo de balanço de massa – Rota Futura 1..................41
Figura 18 – Exemplo de fluxo de balanço de massa – Rota Futura 2..................42
Figura 19 – Aba “R-Entrada”: visão geral...............................................................50
Figura 20 – Aba “R-Entrada”: identificação da rota e geração de resíduos.........51
Figura 21 – Aba “R-Entrada”: composição gravimétrica.......................................52
Figura 22 – Aba “R-Entrada”: tipos de coleta.........................................................53
Figura 23 – Aba “R-Entrada”: resumo de massa por materiais e por tipo de
coleta........................................................................................................................53
Figura 24 – Aba “R-Definição”: visão geral............................................................54
Figura 25 – Aba “R-Definição”: informações trazidas da aba “R-Entrada”..........55
Figura 26 – Aba “R-Definição”: definição sobre processos de triagem e destinos
dos rejeitos da triagem e dos orgânicos triados....................................................55
Figura 27 – Aba “R-Definição”: massa por tipo de material após a triagem
(massa que segue no fluxo de resíduos mistos)...................................................56
Figura 28 – Aba “R-Definição”: unidade de produção de CDR..............................56
Figura 29 – Aba “R-Definição”: unidades de tratamento biológico –
compostagem e biodigestão anaeróbia.................................................................57
Figura 30 – Aba “R-Definição”: composição do fluxo de rejeitos após triagem,
produção de CDR e tratamento biológico...............................................................58
Figura 31 – Aba “R-Definição”: unidade de tratamento térmico – incineração...58
Figura 32 – Aba “R-Definição”: disposição final em aterro sanitário e estação de
transbordo................................................................................................................58
Figura 33 – Aba “R-Avançado”: variáveis avançadas parametrizadas de
eficiência ..................................................................................................................59
Figura 34 – Aba “R-Fluxo Massa”: fluxograma de balanço de massa da rota
tecnológica ..............................................................................................................61
Figura 35 – Aba “R-Resumo Bal. Massa”: resumo do balanço de massa da
rota ...........................................................................................................................63
Figura 36 – Fluxo de massa final para o exemplo apresentado ..........................67
Figura 37 – Estrutura-padrão da aba de cada tecnologia da rota tecnológica...76
Figura 38 – Aba das tecnologias: dimensionamento do custo de
investimentos...........................................................................................................78
Figura 39 – Aba das tecnologias: dimensionamento-padrão e custo
operacional...............................................................................................................79
Figura 40 – Aba “Painel de Controle”: resumo geral e simulação da rota
tecnológica...............................................................................................................85
Figura 41 – Aba “C-FCL Real” – panorama geral aba “Fluxo Caixa Financ.
Projeto”.....................................................................................................................86
Figura 42 – Aba “C-FCL Real” – estrutura capital e financiamento do acionista.86
Figura 43 – Aba “C-Graf Simul. – Tarifa” – destaque gráfico do comportamento
da tarifa.....................................................................................................................87
Figura 44 – Aba “C-Graf Simul. FEP” – gráficos de comportamento tarifa e
prazo.........................................................................................................................89
Figura 45 – Aba “C-Calc Tarifa” – detalhamento var. tarifárias e tipos categ.
imóveis.....................................................................................................................92
Figura 46 – Aba “C-Calc Tarifa” – detalhamento var. tarifárias e tipos categ.
imóveis.....................................................................................................................93
Figura 47 – Aba “C-Calc Tarifa” – detalhamento cálculo tarifa por categorias
imóveis.....................................................................................................................93
Figura 48 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: fator ponder. cat.
imóvel.......................................................................................................................94
Figura 49 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: fator ponder. freq.
coleta........................................................................................................................95
Figura 50 – Aba “C-Calc Tarifa” – distrib. valor tarifa: fator pond. faixa cons.
água..........................................................................................................................96
Figura 51 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: cálculo taxas e
tarifas........................................................................................................................97
Figura 52 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: simul. estimativa
receitas.....................................................................................................................97
Lista de quadros
Quadro 1 – Influências sobre a separação na origem e recuperação de
materiais......................................................................................................20
Quadro 2 – Tecnologias de triagem mecanizada.....................................24
Quadro 3 – Abas que constituem a parte “Rotas – Balanço de Massa”.48
Quadro 4 – Abas referentes a “Custos Associados”................................ 71
Sumário
Apresentação.................................................................................... 11
Aula 1 – Tecnologias para RSU.......................................................... 12
1.1. Introdução.............................................................................. 12
1.2. Definição de RSU.................................................................... 13
1.3. Geração e composição gravimétrica....................................... 14
1.4. Tecnologias para RSU............................................................ 17
1.4.1. Triagem ........................................................................ 21
1.4.2. Produção de CDR ......................................................... 26
1.4.3. Tratamento biológico.................................................... 27
1.4.4. Tratamento térmico....................................................... 29
1.4.5. Estação de transferência............................................... 30
1.4.6. Aterro sanitário............................................................. 32
Aula 2 – Rotas tecnológicas para RSU............................................... 35
1.1. Conceito................................................................................. 35
2.2. Diretrizes............................................................................... 35
2.3. Exemplos de rotas.................................................................. 36
2.4. Exemplos de balanço de massa de rotas................................. 39
Aula 3 – Ferramenta Rotas e Custos – Balanço de Massa.................. 43
3.1. Objetivo, potencialidades e limitações.................................... 44
3.2. Introdução à parte “Rotas – Balanço de Massa”..................... 47
3.2.1. Como utilizar a parte “Rotas – Balanço de Massa”........ 49
3.3 Exercício de montagem de uma rota tecnológica..................... 64
3.3.1. Inserção de dados ........................................................ 64
3.3.2. Verificação das saídas.................................................. 66
3.4. Considerações finais sobre a parte “Rotas – Balanço de
Massa”......................................................................................... 68
Aula 4 – Ferramenta Rotas e Custos – Custos Associados................ 69
4.1. Objetivos, estrutura e funcionalidades.................................... 69
4.2. Estruturação das abas da Ferramenta Rotas e Custos ............ 70
4.2.1. Descrição geral das abas de estruturação das
tecnologias............................................................................. 75
4.3.2. Descrição e estruturação geral da aba do painel de
controle.................................................................................. 84
4.3.3. Descrição geral da aba “Cálculo Fluxo de Caixa Livre do
Projeto”.................................................................................. 86
4.3.4. Descrição geral da aba “C-Graf Simul. – Tarifa Simples”.87
4.3.5. Descrição geral da aba “C-Graf Simul. FEP”.................. 88
4.3.6. Descrição geral da aba “C-Calc Tarifa”.......................... 90
4.4. Como utilizar a Ferramenta Rotas e Custos............................ 98
4.5. A Ferramenta Rotas e Custos................................................. 99
Referências..................................................................................... 101
Bibliografia complementar............................................................... 103
Glossário ........................................................................................ 104
Apresentação

Olá! Desejamos boas-vindas ao módulo “Rotas Tecnológicas para a Gestão


Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e
Custos” do Curso EaD Tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos
Neste módulo, iremos aprender sobre as tecnologias disponíveis para as
diferentes frações de resíduos sólidos urbanos (RSUs), e, ainda, sobre as rotas
tecnológicas propriamente ditas, suas definições e seus conceitos. Esperamos
que os conhecimentos adquiridos neste módulo auxiliem você nas tomadas
de decisões do seu município, principalmente na avaliação, na seleção e na
otimização das rotas tecnológicas, bem como nos custos associados.
Ao final deste módulo, você será capaz de:
• Conhecer as principais tecnologias para tratamento de RSUs;
• Avaliar, de forma sistêmica, as possíveis rotas tecnológicas para as
diferentes frações de resíduos;
• Identificar os desafios e as oportunidades inerentes ao gerenciamento
de RSUs em seu município;
• Identificar e avaliar custos para implementação de rotas tecnológicas
consolidadas.

Para que você acompanhe melhor a leitura, inserimos um asterisco (*)


nas palavras que estão no glossário, ao final da apostila.

Bons estudos!

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 11
Aula 1 – Tecnologias para RSU

1.1. Introdução
O gerenciamento correto dos RSUs é um dos principais desafios dos centros urbanos na atualidade.
Até bem pouco tempo atrás, no Brasil, as ações no campo dos resíduos sólidos restringiam-se
à limpeza urbana, ou seja, os recursos eram destinados somente à coleta e à limpeza das vias
públicas, ficando o tratamento e a disposição final dos resíduos completamente relegados.
Ao longo das últimas duas décadas, vários projetos e ações têm sido propostos para a melhoria
da disposição final e do tratamento dos RSUs. Dados da Pesquisa Nacional Saneamento Básico
(PNSB) apontam uma evolução da disposição final adequada em aterro sanitário de 1,1%, em
1989, para 27,7% dos municípios do Brasil, em 2008 (IBGE, 2008). Em 2018, segundo o Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) (BRASIL, 2019), esta porcentagem do número
de municípios com disposição adequada representava 35,7%.
Embora os dados mostrem que mais da metade dos municípios ainda possui disposição inadequada,
se considerarmos em termos de massa total destinada, tem-se que 75,6% da massa dos resíduos
gerados no Brasil tem tratamento adequado em aterros sanitários, mostrando que o problema da
disposição inadequada permanece, principalmente, nos pequenos municípios. Ainda, segundo o
SNIS (BRASIL, 2019), somente 38,1% dos municípios têm algum programa de coleta seletiva (o que
resulta na coleta seletiva de apenas 4,1% da massa total de resíduos domiciliares); e o índice de
compostagem é da ordem de insignificante 0,2% da massa total de RSU coletada no país.
Muitas das soluções que têm sido propostas trazem em si o equívoco da autossuficiência. São
soluções isoladas e estanques, que não contemplam a questão dos resíduos do momento de sua
geração até a destinação final, passando pelo seu tratamento. Estas “soluções”, mesmo sendo
boas em princípio, não conseguem resolver o problema como um todo (REICHERT, 2013).

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 12
Você sabia?
De que adianta uma coleta e uma limpeza pública bem feitas se os resíduos
são colocados em um “lixão”? De que adianta uma coleta seletiva se não há
uma estrutura de beneficiamento dos materiais ou um estudo de mercado
para a venda destes? De que adianta uma unidade de triagem moderna
se os resíduos recicláveis, por estarem sujos, têm baixo valor comercial?
De que adianta uma unidade de compostagem se o composto estiver
contaminado com metais pesados e outras substâncias químicas? De
que adianta aterros bem executados se colocarmos neles cada vez mais
resíduos, em espaços cada vez mais raros, principalmente em grandes
centros urbanos?

As soluções mundialmente mais adotadas baseiam-se no gerenciamento integrado dos resíduos


sólidos, conceito que combina várias técnicas para o manejo dos distintos elementos do fluxo
de resíduos. Em um sistema de gerenciamento integrado, todos os elementos fundamentais são
avaliados e utilizados, e todas as suas interfaces e conexões são consideradas para se conseguir
a solução mais eficaz e econômica (TCHOBANOGLOUS; THEISEN; VIRGIL, 1993).
Atualmente, faz-se necessária uma mudança de paradigma, deixando de identificar as pessoas
responsáveis pela administração pública como simples gestoras de resíduos, e passando-as a
gestoras de recursos, seja o composto biogás*, seja materiais para geração de energia ou calor,
recuperação de materiais para (re)produção de bens de consumo, entre outros, sendo o resíduo
sólido final – o rejeito – apenas mais um material a ser gerenciado (REICHERT, 2013).

1.2. Definição de RSU


A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010),
define como “resíduos sólidos” o material, a substância, o objeto ou o bem descartado resultante
de atividades humanas em sociedade, cuja destinação final se procede no estado sólido ou
semissólido, bem como gases em recipientes e líquidos que não possam ser descartados nas
redes de esgotos. A mesma Lei ainda define o termo “rejeito”, que é o resíduo sólido que, depois
de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresenta outra possibilidade senão a disposição final
ambientalmente adequada.
Há vários tipos de classificação de resíduos sólidos que se baseiam em determinadas características
ou propriedades identificadas. No contexto do gerenciamento municipal, a mais utilizada é a
classificação em função da origem (do local onde o resíduo é gerado):
• Residencial ou domiciliar (ordinário domiciliar e domiciliar seletivo);

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 13
• De limpeza urbana (os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e
outros serviços de limpeza urbana, como, por exemplo, resíduos de podas);
• Comercial e institucional;
• Industrial;
• De serviços de saúde;
• Resíduos da construção civil;
• Especiais (volumosos e perigosos domésticos).
Na Lei nº 12.305/2010, em seu Art. 13, fica definido o termo resíduo sólido urbano (RSU) para
os resíduos domiciliares (ordinários e seletivos) acrescidos dos resíduos de limpeza urbana. Os
resíduos comerciais e institucionais, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão
de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder
público municipal.
Resíduos da construção civil, resíduos industriais, resíduos públicos de serviços de saneamento,
resíduos de serviços de saúde, resíduos perigosos de qualquer natureza ficam excluídos do
conceito de RSU, e, portanto, não poderão fazer parte das rotas tecnológicas a serem avaliadas
nas ferramentas apresentadas nas Aulas 3 e 4.

1.3. Geração e composição gravimétrica


O desenvolvimento econômico, o crescimento acelerado da população, a urbanização, a revolução
tecnológica e o aumento no consumo de bens e alimentos promovem alterações nos estilos de
vida e nos modos de produção e de consumo da população (GIL, 2016). Como decorrência direta
desses processos, vem ocorrendo um aumento na geração per capita* de resíduos sólidos, e uma
diversidade crescente nas composições gravimétricas, principalmente nas áreas urbanas (ROTH;
GARCIAS, 2008).

Você sabia?
É importante definir clara e antecipadamente quais são os resíduos que
serão considerados para o estudo da Rota Tecnológica, pois isso reflete
diretamente nas quantidades de geração per capita e na composição
gravimétrica adotadas, bem como nas tecnologias elegíveis para o
tratamento.

Composição gravimétrica é a porcentagem de cada material ou tipo de resíduo em relação à massa


total da amostra de resíduos sólidos, geralmente calculada em base úmida (umidade natural dos
resíduos).

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 14
A massa média de resíduos urbanos (considerando os resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza
urbana) coletados no Brasil foi de 0,96 kg/hab.d no ano de 2018 (BRASIL, 2019). Analisando os
dados do país nos últimos dez anos (Figura 1), verifica-se a variação cíclica da geração per capita,
com aderência às fases de crise e de crescimento econômico pelas quais passa o país. Em épocas
de crescimento econômico ocorre aumento no consumo de bens e serviços, e, portanto, maior
geração de resíduos urbanos; e em épocas de crise econômica, como a de 2014 até o presente,
uma diminuição nesta geração de resíduos.

Figura 1 – Evolução da geração per capita de RSU no Brasil de 2008 a 2018

Fonte: Adaptado de SNIS (BRASIL, 2019).

A importância do nível econômico e dos modelos de produção e de consumo das sociedades


também fica evidente quando se verificam as gerações de resíduos em países desenvolvidos como
Dinamarca (2,45 kg/hab.d), Alemanha (1,97 kg/hab.d), França (1,68 kg/hab.d) e Portugal (1,62 kg/
hab.d), todos com geração acima da média dos países-membros da Comunidade Europeia, que foi
de 1,56 kg/hab.d em 2018 (EUROSTAT, 2020). Também nos indicadores destes países há variações
dos tipos de resíduos considerados para as estatísticas do que é de fato classificado como RSU.
A composição gravimétrica dos resíduos domiciliares varia muito de município para município e
também apresenta mudanças com o tempo para um mesmo munícipio. Valores médios regionais
ou nacionais não devem ser utilizados em estudos de rotas tecnológicas para apoio à tomada de
decisão no âmbito dos municípios. Dados médios, como os apresentados na Figura 2 para o Brasil,
com base em um levantamento de 93 estudos brasileiros e compilado para a versão preliminar do
Plano Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2011), podem ser úteis para estudos e simulações.
Mas, para estudos reais para tomada de decisão e consequente início dos investimentos, dados
primários devem ser levantados no município, com realização de levantamento de campo da
composição gravimétrica atual dos resíduos a serem considerados para montagem da rota
tecnológica.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 15
Figura 2 – Composição gravimétrica média dos RSDs no Brasil em 2008

Fonte: Adaptado de MMA (BRASIL, 2011).

A mesma necessidade de levantamento de dados reais e atuais de campo é válida para a


composição gravimétrica dos resíduos da coleta seletiva. Para fins demonstrativos, apresentamos
a composição média para os resíduos seletivos no Brasil em 2018, segundo o SNIS (BRASIL, 2019),
que foi a seguinte: 42,0% de papel e papelão; 22,6% de plásticos; 13,1% de metais; 12,2% de vidros;
e 10,1 de outros resíduos.

Mãos à obra!
Faça uma pesquisa sobre estudos de composição gravimétrica de
resíduos sólidos do seu município e verifique qual é exatamente a
origem dos resíduos. É somente de resíduos domiciliares? Inclui
resíduos da limpeza urbana? Inclui resíduos diversos, como industriais
não perigosos, da construção civil ou resíduos verdes (podas ou corte
de grama)?
Agora, tente identificar como estes dados foram utilizados, ou seja, veja
se você identifica algum caso em que o estudo da composição tenha
sido feito com resíduos domiciliares, e, depois, os dados utilizados
para a totalidade dos resíduos manejados pelo município. São feitas
aproximações ou simplificações? São utilizadas médias?

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 16
É importante lembrar que tanto os dados da geração per capita quanto da composição gravimétri-
ca a serem utilizados nos estudos de avaliação de rotas tecnológicas devem estar referenciados
exatamente aos resíduos que estarão sendo simulados. Ou seja, devem considerar se a simulação
inclui somente os resíduos sólidos domiciliares (RSDs) ou se inclui os RSUs (RSD mais os resíduos
de limpeza urbana).

1.4. Tecnologias para RSU


O objetivo aqui é realizar uma apresentação sucinta das principais tecnologias de tratamento de
RSU, possibilitando que você tenha o entendimento básico sobre os processos e as tecnologias que
podem ser utilizados nas simulações de rotas tecnológicas futuras na Ferramenta Rotas e Custos,
apresentadas nas Aulas 3 e 4. Descrições mais detalhadas das tecnologias são apresentadas em
outros módulos deste curso.
O tratamento de RSU pode ser compreendido como uma série de procedimentos físicos, químicos
e biológicos que têm por objetivo diminuir a carga poluidora ao meio ambiente, reduzir os impactos
sanitários negativos ao homem e o beneficiamento econômico do resíduo (JUCÁ et al., 2014).

Os processos físicos são os que predominam na triagem de resíduos para a separação dos
recicláveis secos da fração orgânica e até dos materiais que podem ser aproveitados como CDR; os
processos biológicos ocorrem nos tratamentos biológicos aeróbios (compostagem) e anaeróbios
(como digestão anaeróbia); os processos físico-químicos ocorrem no tratamento térmico como na
incineração; e, por fim, os processos físico-químicos e biológicos ocorrem nos aterros sanitários.
Embora existam diversas tecnologias de tratamento, muitas delas ainda estão em desenvolvimento
e sem a eficácia comprovada em plantas em escala operacional para RSU. Assim sendo, neste
módulo serão abordadas somente tecnologias já consolidadas nacional ou internacionalmente.
A recomendação da adoção de tecnologias de tratamento já consolidadas e comprovadamente
funcionais também é feita pelo Governo Federal, por intermédio da Nota Técnica Conjunta nº
1/2020/SPPI/MDR/MMA/Funasa (BRASIL, 2020), ao colocar que as tecnologias avaliadas para

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 17
compor uma determinada rota tecnológica devem “considerar tecnologias consagradas no
mercado nacional ou internacional, com exemplos de aplicação em escala similar ao porte da
população a ser atendida”.
Jucá et al. (2014) apontam como as tecnologias mais utilizadas na Europa, nos Estados Unidos e no
Japão os processos de triagem, os processos biológicos (compostagem e biodigestão anaeróbia
(DA)), a incineração e os aterros sanitários.
Dados sobre a destinação dos RSUs nos países-membros da Comunidade Europeia apontam
que, efetivamente, estas tecnologias citadas são as utilizadas naqueles países. Estas tecnologias,
quando associados de maneira integrada, formando rotas tecnológicas de tratamento, resultam na
minimização do envio de resíduos aos aterros sanitários, em especial nos países mais avançados
do bloco, conforme pode ser visto da Figura 3.

Figura 3 – Destinação dos resíduos nos países da Europa em 2016 (em % de massa)

Fonte: Adaptado de Eurostat (2017).

A coleta dos resíduos urbanos é uma etapa fundamental em um sistema integrado de gerenciamento
de resíduos urbanos. É na coleta que se inicia a rota tecnológica. A maneira como os resíduos são
segregados na fonte e coletados determina quais opções de tratamento podem ser utilizadas na
sequência.
A separação na origem e a forma de coleta podem definir se um determinado resíduo terá ou não
mercado para a reciclagem. Papel contaminado com resíduo oleoso, por exemplo, não terá mais
mercado para reciclagem do papel, assim como matéria orgânica contaminada na origem com
metais pesados ou com restos de medicamentos, pois resultará em um produto (o composto)
contaminado.
A etapa de coleta é, também, o ponto de contato entre os geradores de resíduos (neste caso, as
residências e os estabelecimentos comerciais) e os gestores do sistema de gerenciamento (a
municipalidade), e, conforme afirma McDougall et al. (2001), essa relação deve ser cuidadosamente
conduzida para assegurar a eficiência do sistema.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 18
O gerador necessita que seus resíduos sólidos sejam coletados com um mínimo de inconveniência,
enquanto quem coleta necessita receber o resíduo de forma compatível com o método de
tratamento planejado. Do ponto de vista do gerador, a coleta dos resíduos misturados em uma
única coleta provavelmente seja o método mais conveniente, tanto nas necessidades de tempo
quanto de espaço. Este método limitará, entretanto, as opções subsequentes de tratamento. Há,
claramente, um ponto de equilíbrio a ser atingido entre estas duas necessidades conflitantes. Um
sistema de gerenciamento de resíduos que não atinja este equilíbrio nesta relação possivelmente
não terá sucesso (REICHERT, 2013).

Você sabia?
A coleta seletiva é fundamental para garantir a qualidade do material,
visando ao seu posterior reaproveitamento ou à sua reciclagem.
Isso vale tanto para os materiais recicláveis, como papel, plástico,
metal e vidro, quanto para os resíduos orgânicos, como os restos de
alimentos ou resíduos verdes.

A coleta seletiva de orgânicos, embora com baixa incidência no Brasil, está prevista na resolução
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) sobre compostagem (BRASIL, 2017). Resíduos
orgânicos coletados segregadamente resultam em um produto final (o composto) de melhor
qualidade em relação à compostagem de resíduos mistos. Uma boa estratégia para os municípios
é iniciar esta coleta seletiva de orgânicos em grandes geradores.
A quantidade de material que pode ser efetivamente esperada como recuperável pela coleta seletiva
de resíduos é influenciada por uma séria de aspectos, como o nível de conveniência e o nível de
motivação da população. No Quadro 1 são apontados os fatores que intervêm no processo.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 19
Quadro 1 – Influências sobre a separação na origem e recuperação de materiais

Aspecto Fatores que influenciam


Total de tipos de materiais a serem segregados
Dificuldade de segregação
Frequência e confiabilidade da coleta
Nível de conveniência
Espaço extra de armazenamento requerido
Distância ao ponto de coleta
Problemas de higiene
Qualidade e frequência das comunicações (publicidade)
Nível de consciência ambiental
Pressão/influência de familiares e amigos
Nível de motivação
Requerimentos legais
Disponibilidade de alternativas de disposição
Redução de custos/incentivos para gerar menos resíduos
Fonte: Adaptado de McDougall et al. (2001).

Os métodos de coleta normalmente são divididos em “entrega voluntária” e “porta a porta (junto
ao meio-fio)”. Os sistemas de entrega voluntária são aqueles em que o gerador deve levar os seus
resíduos para um ou mais pontos de coleta preestabelecidos. No Brasil, estes pontos geralmente
são denominados de pontos de entrega voluntária (PEVs), sendo mais utilizados para a coleta
dos resíduos recicláveis. Sistemas chamados de porta a porta ou de coleta junto ao meio-fio são
aqueles nos quais o gerador disponibiliza os resíduos à coleta em pequenos contêineres ou apenas
embalados em sacos plásticos em frente à residência, literalmente junto ao meio-fio da rua.
Na verdade, esses dois sistemas são apenas as duas extremidades de uma variedade de métodos de
coleta (Figura 4), sendo que o que muda é a distância que o gerador deve percorrer para transportar
seus resíduos até o ponto de coleta. Quanto mais centralizado for o sistema de coleta, maior será a
distância que ele deve atravessar para transportar seus resíduos e menor será a distância (e custo)
percorrida pelo sistema de coleta.
Um aspecto que deve ser considerado nos sistemas de coleta nas cidades brasileiras é a coleta
informal, aquela realizada por catadores autônomos não autorizados pela Prefeitura. Estes
resíduos acabam não aparecendo oficialmente e não entrando nos estudos de avaliação de rotas
tecnológicas.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 20
Figura 4 – Métodos de coleta: de PEV a coleta no meio-fio ou porta a porta

Fonte: Reichert (2013).


Obs.: O comprimento das setas indica as distâncias a serem percorridas pelos cidadãos até os pontos de coleta.

Mãos à obra!
Faça uma pesquisa em seu município e tente verificar o seguinte:
1. Há catadores informais atuando nas ruas da cidade?
2. Quantos são?
3. O que fazem com o material coletado?
4. Qual a renda média por catador?
5. Há política pública municipal de apoio a essas pessoas?
6. Quais são os impactos ambientais, sociais e econômicos dessa
atividade?

1.4.1. Triagem
A etapa de triagem sucede o processo de coleta dos resíduos e representa o primeiro estágio de
muitos processos de tratamento, como na compostagem ou na digestão anaeróbia. A triagem é,
também, um processo fundamental para a recuperação via reciclagem dos materiais como papel,
plásticos, metais e vidros.
A reciclagem, que é o processo de transformação desses materiais, outrora resíduos, em novos
produtos, dá-se fora do sistema de manejo de resíduos. A reciclagem é um processo que ocorre
nas indústrias de transformação. Mais detalhes serão apresentados no módulo “Planejamento e
Implementação da Coleta Seletiva” deste curso.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 21
A triagem manual é indicada somente para resíduos recicláveis (secos) oriundos da coleta seletiva.
É a técnica mais simples e mais utilizada de triagem atualmente no Brasil, e pode ser realizada
em mesas de separação e catação dos recicláveis ou em esteiras. Quando feita em esteiras, os
resíduos recuperáveis são retirados (catados) e os rejeitos ficam remanescentes na esteira.
Segundo a Associação Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (ANCAT, 2019), a
produtividade média para triagem manual de resíduos seletivos por cooperativas ou associações
de catadores no Brasil, é de 100 kg/pes.d. Mas esta produtividade varia muito em função do estágio
de organização em que se encontra a cooperativa e da infraestrutura, do tipo e da quantidade de
equipamentos disponíveis. Silva (2017) aponta produtividades médias que vão de menos de 550 a
mais de 1.800 quilogramas por catador por mês.
No processo de triagem manual em esteira (Figura 5), o sistema, geralmente, é precedido de silos
ou fossos para recepção e armazenamento pré-triagem dos resíduos. Os custos desse tipo de
unidade, em geral, são baixos, e as unidades possuem uma capacidade maior de armazenamento
pré-triagem do que as unidades mecanizadas.

Figura 5 – Triagem manual de resíduos seletivos em esteira

Fonte: Soninha Vill/ProteGEEr.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 22
As unidades de triagem mecanizada (Figura 6) normalmente são implantadas em pavilhões
cobertos e fechados, com infraestrutura adequada, dotados de esteiras de separação mecanizadas
movidos por sistema elétricos e outros equipamentos eletromecânicos.

Figura 6 – Triagem mecanizada de resíduos mistos

Fonte: McKinnon, Fazakerley e Hultermans (2017).

As unidades mecanizadas são indicadas para a triagem de resíduos mistos e também podem
ser utilizadas para resíduos seletivos, para municípios de médio a grande porte. As unidades
mecanizadas podem ter uma esteira de triagem manual como uma das etapas do processo,
para retirada de alguns materiais específicos (materiais volumosos, barbantes, restos de podas,
plásticos etc.).
A alta heterogeneidade na composição dos resíduos pode levar a uma combinação de diferentes
tecnologias para uma separação adequada. No quadro 2 descreve-se, de forma mais detalhada, as
principais tecnologias que podem ser empregadas nas unidades de triagem mecanizada.
Sistemas de triagem manual, por serem mais simples e por empregarem mais mão de obra braçal,
são indicados para pequenas unidades de triagem de resíduos de coleta seletiva, ou quando
associados a projetos de geração de trabalho e renda. A partir desta quantidade, para resíduos
seletivos ou para resíduos da coleta de mistos, a triagem mecanizada passa a ser indicada.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 23
Quadro 2 – Tecnologias de triagem mecanizada

Tecnologia Descrição do processo

Peneiras Peneira rotativa Um cilindro rotativo com orifícios em sua parede que
(geralmente permite que os resíduos de tamanhos menores caiam
utilizadas por eles.
para retirar Peneira em Uma mesa de discos com espaçamento vertical que
as frações discos transporta resíduos de maior tamanho, mas permite que
orgânicas itens menores passem pelos espaços.
menores)
Peneira Uma mesa vibratória inclinada que permite que resíduos
oscilatória menores passem pela peneira, enquanto os maiores são
transportados até o fim.

Sopradores Ar em Os resíduos são descartados por meio de uma corrente


(geralmente ziguezague de ar ascendente em fluxo em ziguezague. Os resíduos
utilizado leves são levados ao topo, enquanto os resíduos mais
para retirar pesados caem no fundo.
os materiais Centrífuga de ar Uma peneira cilíndrica com uma corrente de ar que
mais leves) captura a fração mais leve.

Corrente de Os resíduos são alimentados em uma correia transpor-


ar cruzada tadora e caem através de uma corrente de ar cruzada.
Componentes leves são soprados horizontalmente para
um ponto de coleta e os pesados caem até o fundo.

Suga resíduos leves diretamente da correia transporta-


Por sucção
dora.

Separador balístico Uma mesa com inclinação acentuada, com uma


plataforma perfurada em forma de peneira, com
elementos vibratórios. Frações leves são levadas pelo
movimento das cames1 ao topo da plataforma, e as
frações pesadas caem para o fundo.

Agarrador de plásticos filme Os resíduos são acelerados em um tambor rotativo com


espinhos (ganchos) que engancham o plástico filme e
deixam os outros resíduos caírem.

Separador magnético Ímãs retiram os metais ferrosos do fluxo de resíduos ou


aderem os ferrosos (aço e ferro) à correia, enquanto os
outros resíduos podem cair.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 24
Separador eletromagnético Faz uso do princípio da corrente de Foucault, que é a
indução eletromagnética para a separação de metais
não ferrosos condutivos (alumínio, cobre, latão, chumbo,
estanho e zinco).

Tecnologias NIR Utilizado para diferenciar plásticos (PET, PEAD, PCV, PP


de detecção (infravermelho) e PS).
(geralmente
VIS Utilizado para identificar materiais com base na cor (para
associados
(espectrometria a separação de PET transparente e verde, por exemplo).
a um
visual)
dispositivo
para XRF Utilizado para diferenciar metais ou ligas metálicas (por
retirada dos (fluorescência exemplo, cobre e aço).
materiais de raios-X)
detectados
XRT Identifica materiais com base na densidade atômica,
por
(transmissão por exemplo, halogênios* (inorgânicos não metálicos) e
sopradores
de raios-X) componentes orgânicos.
ou
agarradores) EMS (sensor Identifica metais com base em sua condutividade.
eletromagnético)

Fonte: Adaptado de McKinnon, Fazakerley e Hultermans (2017).


Nota: 1 Came: termo da engenharia mecânica. É uma parte de uma roda ou de um eixo giratório ressaltada
e projetada para transmitir um movimento alternado ou variável a outro mecanismo.

Os sistemas de triagem mecanizada podem apresentar diferentes escalonamentos de avanços


tecnológicos incorporados. Inicia-se pela incorporação de peneiras, separadores balístico e
magnético. Depois, podem ser incorporadas tecnologias como sopradores, agarradores de plástico
filme e separador eletromagnético. Sistemas mais avançados, como os que utilizam tecnologias de
detecção, são os mais complexos e os últimos a serem incorporados. Tecnologias mais avançadas
resultam em maiores eficiências de triagem, mas, também, em maiores custos de implantação e
de operação.
Como resultado dos processos de triagem, temos: materiais recicláveis (papéis, plásticos, metais
e vidros); material orgânico (que pode ser enviado para tratamento biológico e para biossecagem
e posterior produção de combustível derivado de resíduos – CDR); e demais resíduos, que podem
ser utilizados em uma unidade de produção de CDR (rejeitos que ainda possuam elevado poder
calorifico), enviados à incineração ou ao aterro sanitário.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 25
Mãos à obra!
Considerando as condições do seu município, faça uma lista das
vantagens e das desvantagens da utilização da triagem manual e da
triagem mecanizada para os resíduos da coleta seletiva.

1.4.2. Produção de CDR


A produção de calor e energia a partir dos resíduos sólidos tem sido usada por países desenvolvidos
desde o início dos anos 1900 (MCDOUGALL et al., 2001). O poder calorífico* dos resíduos sólidos
está entre um quarto e a metade do poder calorífico do carvão. O poder calorífico exato dos
resíduos é função do seu teor de carbono. O teor de cinzas fica entre 20% e 40%; e o teor de água
varia bastante, podendo ser alterado por armazenamento, manejo e processamento.
Como água e material não combustível não contribuem ao poder calorífico dos resíduos, o
processamento de resíduos mistos para minimizar a umidade e reduzir o teor de materiais não
combustíveis pode aumentar significativamente a eficiência de combustão destes materiais.

Saiba mais!
O CDR é produzido mecanicamente separando-se a fração combustível
dos resíduos da fração de não combustível. Mais detalhes serão
apresentados no módulo “Recuperação Energética com Foco em
Combustíveis Derivados de Resíduos” deste curso. Por isso, a planta
de produção de CDR geralmente está associada a uma planta de
triagem, mas também pode estar em outro local e receber os rejeitos
da triagem. Importante ressaltar que, para atendimento da hierarquia
do gerenciamento estabelecido na PNRS (BRASIL, 2010), os materiais
recicláveis com potencial de comercialização devem ser retirados
previamente do fluxo e encaminhados para reciclagem.

Após passarem pelo processo de triagem, os resíduos são triturados para homogeneização de
tamanho das partículas e encaminhados para queima. O CDR pode ser produzido em forma de
pellets (Figura 7.a), fardos (Figura 7.b) ou a granel (Figura 7.c).

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 26
A queima em unidades dedicadas exclusivamente a produzir energia com esse material não são
muito usuais. O mais comum é realizar o transporte do material para queima em caldeiras já
existentes, em substituição ao combustível fóssil ou outro tipo de biomassa. Uma solução que tem
se mostrado promissora no cenário brasileiro é a utilização do CDR como substituto enérgico em
fornos de produção de clínquer*, uma vez que há um número grande destas unidades industriais,
localizadas próximas a grandes centros urbanos, que já operam com substituição de combustível
convencional por coprocessamento* de resíduos industriais.

Figura 7 – CDR pronto para utilização

(a) CDR em pellets; (b) CDR em fardos; (c) CDR a granel.


Fonte: Geraldo Antônio Reichert (2020).

O CDR pode ser produzido a partir dos rejeitos secos da triagem, chamado de CDR-TM (CDR de
tratamento mecânico), ou incluir os resíduos orgânicos (CDR-TMB – CDR de tratamento mecânico
e biológico), que, neste caso, devem passar por um processo de secagem para redução da umidade
e aumento do poder calorífico inferior (PCI).

1.4.3. Tratamento biológico


Tratamento biológico pode ser utilizado para tratar tanto a fração orgânica facilmente biodegradável
(resíduos de alimentos e resíduos verdes) quanto o papel não reciclável dos resíduos urbanos.
Mais detalhes serão apresentados no módulo “Valorização de Resíduos Orgânicos” deste curso.
Os processos biológicos, que utilizam microrganismos naturalmente existentes para decompor a
fração biodegradável dos resíduos, podem ser classificados em dois processos distintos – aeróbio
e anaeróbio –, e, portanto, dois principais tipos de tratamentos existem: compostagem (aeróbia) e
digestão anaeróbia.
Compostagem é um processo de decomposição biológica controlada dos resíduos orgânicos,
efetuado por uma população diversificada de organismos em condições aeróbias e termofílicas,
resultando em material estabilizado, com propriedades e características completamente
diferentes daquelas que lhe deram origem (BRASIL, 2017). Já o composto é definido como produto
estabilizado oriundo do processo de compostagem, podendo ser caracterizado como fertilizante
orgânico, condicionador de solo e outros produtos de uso agrícola.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 27
Na Figura 8 mostra-se uma sequência de imagens com a mudança, ao longo do tempo, do aspecto
visual do material em uma leira de compostagem a céu aberto. Percebe-se, claramente, que, com
o passar do tempo, as caraterísticas do material vão se alterando completamente, até o aspecto
final de “solo” do composto maturado* e pronto para uso.

Figura 8 – Aspecto visual do material em compostagem ao longo do tempo

(a) Resíduo orgânico fresco, recémtriado; (b) Resíduo após duas semanas de compostagem; (c)
Leira após dois meses; (d) Composto maturado sendo carregado (quatro meses).
Fonte: Geraldo Antônio Reichert (2020).

Já a digestão anaeróbia da matéria orgânica ocorre na ausência do oxigênio e na presença de


microrganismos anaeróbios. O resultado é a estabilização da matéria orgânica, tendo como
produtos biogás (principalmente o metano e o gás carbônico) e o digestado* (DE BAERE, 2003).
A digestão anaeróbia também é chamada de biodegradação anaeróbia, fermentação anaeróbia,
biogasificação ou biometanização.
Os processos de tratamento biológicos podem ser empregados para pré-tratamento dos resíduos
orgânicos antes de dispô-los em aterro sanitário ou como forma de valoração de subprodutos.
A prática de pré-tratamento para posterior disposição em aterro sanitário é comum na Europa,
em função de diretrizes europeias específicas. No Brasil, ainda não se vislumbra esta prática;
entretanto, pode-se fazer este pré-tratamento e utilizar o material mais estabilizado produzido
como camada de oxidação* na cobertura de aterros, diminuindo, assim, a emissão fugitiva do gás
de efeito estufa (GEE), o metano, pela superfície do aterro sanitário.
Os principais tipos de compostagem são: leiras com aeração natural; leiras com reviramento
mecânico; leiras estáticas com aeração forçada; reatores aeróbios; e garagem ou túnel.
Independentemente do tipo de tecnologia ou processo de compostagem utilizado, faz-se necessária
uma etapa posterior à fase de compostagem ativa, em que os resíduos ficam depositados em pilhas
ou leiras que podem ser de grandes alturas (já que não haverá mais a elevação da temperatura em
função da diminuição da atividade microbiana) por um período de cerca de 30 dias. Esta fase final
é chamada de maturação.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 28
Saiba mais!
Para uma detalhada descrição dos processos de biodigestão anaeróbia
seca de resíduos sólidos urbanos, acesse: http://protegeer.gov.br/
biblioteca/publicacoes/etapas-do-gerenciamento/75-probiogas-o-
estado-da-arte-da-tecnologia-de-metanizacao-seca-giz.

1.4.4. Tratamento térmico


O tratamento térmico de resíduos sólidos pode ser definido como a conversão dos resíduos sólidos
em produtos como gases, líquidos e sólidos, com as consequentes geração e liberação de energia
na forma de calor. Tchobanoglous, Theisen e Virgil (1993) diferenciam os processos térmicos em
função da utilização ou da necessidade de ar. A combustão com a utilização da quantidade exata de
oxigênio (ou ar) necessária para a combustão completa é chamada de combustão estequiométrica.
Já a combustão que utiliza excesso de ar em relação à necessidade estequiométrica é definida
como combustão com excesso de ar, ou, também, simplesmente de incineração. Gaseificação é a
combustão parcial dos resíduos sólidos sob condições su-bestequiométricas para geração de um
gás combustível contendo monóxido de carbono, hidrogênio e gases de hidrocarbonetos. Pirólise
é o processamento térmico dos resíduos na ausência absoluta de oxigênio.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 29
Para RSU, a tecnologia mais utilizada é a combustão em grelha, com o método do ciclo combinado,
em que se tem a geração de energia elétrica e de calor conjuntamente ao tratamento de resíduos.
A geração de energia é parte importante em qualquer processo moderno de incineração, uma vez
que resulta em uma diminuição dos custos de operação, ajudando na viabilização econômica da
utilização da tecnologia.
O tratamento dos efluentes (gases, líquidos e cinzas) dos sistemas de tratamento é o principal
problema ambiental associado a estes métodos, podendo, em muitos casos, os sistemas de
controle ambiental serem mais caros que o próprio sistema de queima em si (TCHOBANOGLOUS;
THEISEN; VIRGIL; 1993).
As cinzas resultantes do processo devem ser adequadamente tratadas. Dependo da tipologia
de resíduos alimentados ao incinerador, podem ser classificadas como resíduos Classe II (não
perigosos) ou Classe I (perigosos), necessitando ser tratados como tal.

Boas práticas!
A incineração como tecnologia isolada não soluciona o problema dos
resíduos. Esta tecnologia pode ser utilizada dentro da rota tecnológica
quando associada à recuperação prévia dos materiais recicláveis, a
exemplo da Alemanha, que incinera cerca de 32% da massa de resíduos
urbanos, destinando menos de 2% ao aterro. Mesmo assim, a taxa de
reciclagem é da ordem de 66%.

1.4.5. Estação de transferência


Por motivos de economia no serviço de coleta, quando há grandes distâncias até os pontos de
destino (aterro sanitário ou outra unidade de tratamento), passa a ser indicada a implantação de
estações de transferência ou de transbordo. Segundo D’Almeida e Vilhena (2000), é recomendado
o uso de estações de transferência a partir das seguintes distâncias a serem vencidas pelo coletor
até o destino: mais de 6 km para pequenos coletores e caminhões convencionais tipo carroceria
ou caçamba; e a partir de 25 km para caminhões compactadores.
As estações de transferência ou de transbordo são instalações intermediárias em que os resíduos
dos veículos coletores são transferidos geralmente para equipamentos de transporte maiores, tais
como carretas (capacidade usual de 40 a 60 m3, podendo chegar até a 120 m³) que transportam os
resíduos para o local de destino final (D’ALMEIDA; VILHENA, 2000). Embora não utilizados no Brasil,
o transporte fluvial por barcaças e o transporte ferroviário também são opções para transferir os
resíduos sólidos.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 30
A estação de transferência pode operar com resíduos brutos, ou seja, sem nenhum tipo de proces-
samento associado; ou estar no mesmo sítio em que haja algum tipo de tratamento ou proces-
samento. Pode ser um simples processamento para otimizar o transporte, como compactação,
trituração ou enfardamento, ou um tratamento mais complexo, a exemplo da triagem de materiais
recicláveis ou de tecnologias como compostagem ou digestão anaeróbia, sendo que, neste caso,
são feitos somente o transbordo e o transporte até o aterro sanitário dos rejeitos destes processos.
A utilização de estação de transferência sem estar associada, no mesmo sítio, a uma unidade de
tratamento somente faz sentido em rotas atuais, nas quais a maior parte dos resíduos é enviada
ao aterro sanitário. Para otimização do sistema e redução de custos, em rotas futuras a serem
implantadas, este tipo de unidade operacional deve sempre ser implantado junto à unidade de
tratamento que receber a maior parte dos resíduos tratados no município.
Do ponto de vista operacional, as estações de transferência podem ser classificadas em estações
de transferência direta e de transferência com armazenamento, podendo estas, ainda, serem com
ou sem compactação no veículo transportador.

Figura 9 - Esquema de estação de transferência direta e Figura 10 - Esquema de


estação de transferência com armazenamento e sem compactação

Fonte: adaptado de Leite (1982 apud POLONI, 2010).

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 31
1.4.6. Aterro sanitário
Aterro sanitário é uma obra de engenharia complexa. Além da adoção das técnicas e dos
procedimentos corretos de projeto, implantação e operação, um detalhado estudo prévio de
escolha de área, baseado em múltiplos critérios, leva a um empreendimento mais barato e mais
seguro do ponto de vista tecnológico e ambiental.

Saiba mais!
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), aterro
sanitário é uma técnica de disposição de RSUs no solo sem causar
danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos
ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para
confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao
menor volume permissível, cobrindo-se com uma camada de terra na
conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores, se
necessário (ABNT, 1996).

Já a PNRS define a disposição final adequadamente adequada, que se dá na forma de aterro


sanitário, distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais
específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
impactos ambientais adversos (BRASIL, 2010).
Qualquer que seja o sistema de gerenciamento integrado de resíduos sólidos que for implantado
em um município ou uma região, mesmo que tenha as mais modernas formas de tratamento e de
reciclagem dos resíduos, incluindo a incineração, um aterro sanitário fará parte do sistema a ser
adotado. Isto porque há frações, identificadas como rejeitos, que não podem ser reciclados, ou por
falta de tecnologia disponível, ou por falta de viabilidade econômica, e, mesmo que estes rejeitos
sejam incinerados, as cinzas devem ser dispostas em algum lugar – no aterro sanitário.
Os aterros sanitários podem ser classificados como aterro sanitário convencional, nos moldes
dos aterros sanitários mais utilizados no Brasil atualmente; aterro sanitário energético, projetado
e operado especialmente para maximizar a geração, a captação e o aproveitamento de biogás; e
aterro de rejeitos. Estes últimos recebem somente os rejeitos dos processos de tratamento em
uma rota tecnológica complexa. Espera-se que, no futuro não muito distante, este seja o tipo de
aterro mais utilizado (sem recicláveis e sem orgânicos, somente rejeitos).
Quanto ao porte, os aterros são classificados em grande, médio e pequeno. A NBR 15849/2010
classifica os aterros sanitários de pequeno porte em aterro em valas, em trincheires, em encostas
e em área (ABNT, 2010).

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 32
Na Figura 11 apresenta-se a construção dos sistemas de drenagem de lixiviados (Figura 11.a) e
biogás (Figura 11.b) em um aterro de grande porte (cerca de 4.000 t/d) em operação.

Figura 11 – Instalação de sistema de drenagem

(a) Dreno de lixiviado; (b) Dreno de gás e de lixiviado (ao fundo).


Fonte: Geraldo Antônio Reichert (2020).

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 33
O objetivo principal do aterro sanitário é a disposição de longo prazo de forma segura dos
rejeitos, mas também pode ser utilizado para a recuperação de áreas degradadas por atividades
de mineração, além de produzir um subproduto valorável, o gás metano, principal constituinte do
biogás. Para que este biogás seja utilizado, é necessário projetar e operar os aterros de forma a
maximizar a drenagem e o aproveitamento deste biogás (Figura 12).

Figura 12 – Detalhe de rede de captação ativa de biogás em aterro sanitário

Fonte: Geraldo Antônio Reichert (2020).

A geração de biogás em aterros sanitários está diretamente ligada à composição dos resíduos
dispostos. Quanto maior a fração de orgânicos, maior a taxa de geração de biogás. Assim, a
viabilidade do aproveitamento do biogás de aterros depende, além do porte do aterro (quantidade
diária de resíduos sólidos recebidos), da tipologia dos resíduos. Desta forma, um aterro, mesmo
sendo de grande porte, se receber somente rejeitos ou cinzas da incineração, por exemplo, não terá
potencial de aproveitamento do biogás.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 34
Aula 2 – Rotas tecnológicas para RSU

2.1. Conceito
O que atualmente chamamos de rota tecnológica é uma evolução do conceito de gerenciamento
integrado. Segundo White, Franke e Handle (1995), gerenciamento integrado de resíduos sólidos
é uma forma diferenciada de manejo de resíduos que combina diferentes métodos de coleta e
tratamento para lidar com todos os materiais no fluxo de geração e descarte de resíduos, de
maneira ambientalmente efetiva, economicamente viável e socialmente aceitável. Ainda segundo
os mesmos autores, um sistema integrado inclui a segregação na origem e a coleta de todos os
tipos de resíduos e de todas as fontes, seguido por uma ou mais das seguintes opções: recuperação
ou valorização secundária de materiais (reciclagem), tratamento biológico da matéria orgânica,
tratamento térmico e aterro sanitário.

Saiba mais!
Define-se rota tecnológica como:
[...] o conjunto de processos, tecnologias e fluxos dos
resíduos, desde a sua geração até a sua disposição final,
envolvendo circuitos de coleta de resíduos de forma
indiferenciada e diferenciada e contemplando tecnologias de
tratamento dos resíduos com ou sem valoração energética
(JUCÁ et al., 2014).

Uma rota tecnológica inicia-se na geração dos resíduos e encerra-se na disposição final em aterro
sanitário, sendo que as soluções propostas devem atender aos pilares da sustentabilidade, ou seja,
devem ser ambientalmente efetivas, a um custo viável a quem paga pelo serviço, e socialmente
justas e aceitáveis por parte da população.

2.2. Diretrizes
A rota tecnológica escolhida pelo município deverá ser compatível com os preceitos do Art. 9º
da Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010), que estabelece a hierarquia a ser adotada na gestão dos RSUs,
podendo ser baseada em metas progressivas para o atendimento deste artigo.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 35
Art. 9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a
seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos.
§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos
resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade
técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de
emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental (BRASIL, 2010).

Iniciar pelo conhecimento da rota tecnológica atualmente utilizada pelo município,


De maneira geral, as 1 por mais simples que seja;
seguintes diretrizes
devem ser observadas
2 Realizar o balanço de massa* e de energia1 das rotas avaliadas;
na avaliação e na
escolha de uma rota Avaliar a possibilidade de implantação dos avanços tecnológicos e novas
tecnológica para 3 formas de tratamento de maneira escalonada;
RSUs:
Atentar para a compatibilização da rota tecnológica com as metas do plano
4 municipal (intermunicipal ou regional) de gestão integrada de resíduos sólidos;

Possuir instrumentos de inclusão e emancipação dos catadores de materiais


5 recicláveis que atuam no município;

Avaliar e quantificar todos os subprodutos que possam resultar em receitas


6 acessórias ao sistema;

Prever instrumentos legais e financeiros de recuperação dos custos do sistema,


67 por intermédio da cobrança de taxas ou tarifas;

Quantificar as emissões totais de GEE em toda a rota, buscando a maximização


8 da redução da emissão destes gases;

Atender à hierarquia do gerenciamento integrado de resíduos estabelecida no


9 Art. 9º da Lei nº 12.305/2010;

Considerar tecnologias consolidadas nacional ou internacionalmente, e que sejam


10 licenciáveis de acordo com a legislação brasileira.

2.3. Exemplos de rotas


Dito com outras palavras, uma rota tecnológica é o “caminho” que o resíduo faz da casa do gerador
até o aterro sanitário, com todos os subprodutos voltando ao ciclo produtivo. Os municípios
brasileiros ainda têm o desafio de zerar a disposição final inadequada em lixões. Feito isso,
atendendo aos preceitos da PNRS, os aterros sanitários tenderão a passar a receber cada vez mais
rejeitos e menos resíduos recicláveis e orgânicos. As combinações das tecnologias de tratamento,
com adoção das coletas seletivas, resultam nas diferentes rotas tecnológicas a serem avaliadas.
Nem todas as tecnologias podem ser aplicadas a todos os municípios. Tecnologias como a
incineração, a triagem mecanizada, a produção de CDR ou mesmo a biodigestão têm capacidades
mínimas, em termos de toneladas por dia a tratar, em função de gatilhos de viabilidade econômica.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 36
Uma rota mais simples para municípios de menor porte, ou mesmo uma rota inicial (prevendo a
implantação em fases de uma rota mais avançada) é apresentada na Figura 13.
Nessa rota, com apenas coleta seletiva de recicláveis secos e coleta de mistos, tem-se a triagem
dos recicláveis seletivos e a triagem para remoção apenas dos recicláveis do fluxo de resíduos
da coleta de mistos. Os rejeitos, juntamente aos resíduos orgânicos, são enviados para aterro
sanitário. Como nesta rota o aterro ainda recebe os resíduos orgânicos (como restos de alimentos
e resíduos verdes), dependendo do porte do aterro e de estudos de viabilidade técnica e econômica,
pode-se fazer o aproveitamento energético do biogás gerado no aterro.

Figura 13 – Fluxograma de uma rota tecnológica mais simples ou inicial

Elaboração dos autores.

Municípios de pequeno porte, que, normalmente, têm a população residindo em casas com pátios
ou jardins, podem adotar sistemas de compostagem caseira para o tratamento dos resíduos
domiciliares orgânicos. Neste caso, estes resíduos não entram no fluxo de balanço de massa nas
rotas avaliadas.
Um exemplo de rota a ser aplicada em município de médio porte ou em etapas mais avançadas é
apresentado na Figura 14. Esta rota já inicia com três tipos de coleta, incluindo a coleta seletiva de
orgânicos, além da seletiva de recicláveis secos e dos mistos. Como tecnologias de processamento,
inclui-se a produção de CDR e a compostagem dos resíduos orgânicos seletivamente coletados.
No caso da produção de composto a partir de resíduos orgânicos seletivos, tem-se um composto
final de alta qualidade para aplicação no solo. Recomenda-se iniciar sempre a coleta seletiva
de orgânicos pelos grandes geradores, como centros de distribuição de hortifrutigranjeiros,
supermercados e restaurantes. Como ainda haverá resíduos orgânicos domiciliares na coleta de
mistos que irão ao aterro sanitário, é possível avaliar, nesta rota, também o aproveitamento do
biogás gerado no aterro.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 37
Figura 14 – Fluxograma de uma rota tecnológica intermediária

Elaboração dos autores.

Já na Figura 15 mostra-se uma rota mais avançada a ser aplicada a municípios de grande porte ou
em etapas ou fases finais na implantação escalonada nos demais municípios.

Figura 15 – Fluxograma de uma rota tecnológica avançada

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 38
Essa rota também inicia com três tipos de coleta. Como diferencial em relação à rota anterior (rota
tecnológica intermediária, da Figura 14), tem-se a adição da possibilidade do tratamento mecânico
biológico (TMB) para os resíduos mistos. O TMB constitui-se: na triagem mecanizada seguida de
um processo de tratamento biológico para a fração orgânica; na possibilidade da utilização da
digestão anaeróbia para os orgânicos seletivos ou os triados a partir dos resíduos da coleta de
mistos; e na possibilidade da utilização da incineração dos rejeitos dos processos de triagem.
Importante realçar que, neste caso, se todos os resíduos orgânicos passarem por algum processo
de tratamento biológico, os rejeitos a serem dispostos no aterro sanitário não terão potencial de
geração de biogás. Mas existe a possibilidade de utilização do biogás do processo de biodigestão
controlada em reatores, a digestão anaeróbia, tanto na forma de produção de energia elétrica
quanto na purificação do biogás para obtenção de biometano*.
A busca por soluções efetivas e adequadas para o gerenciamento integrado dos RSUs, por intermédio
da simulação e da avaliação de rotas tecnológicas, adotando-se os conceitos apresentados neste
módulo, leva a um processo sistêmico* e holístico* de apoio à tomada de decisão. Holístico porque,
quando analisamos a possível solução, desde a geração e a coleta até a disposição final em aterro
sanitário, passando pelas múltiplas interações dos processos de tratamento (como pode ser vistos
nas figuras anteriormente apresentadas), tem-se uma visão do todo, e verifica-se, claramente, que
não é uma tecnologia sozinha que resolve, mas que a solução passa pela interação das várias
partes que compõem o todo. Nota-se, também, que a alteração em uma parte do fluxo da rota (por
exemplo, ampliação da coleta seletiva ou implantação de um processo biológico de tratamento)
mexe nas outras partes, ou seja, ao alterar uma parte da rota, altera-se a rota como um todo, como
ocorre em qualquer sistema.

Mãos à obra!
Busque informações sobre qual é a rota atual de manejo dos RSUs no
seu município. Liste as tecnologias utilizadas. Quais são as massas
enviadas para cada unidade de tratamento? Quais são os subprodutos
gerados?
Aponte os pontos fortes da rota atual e liste possíveis pontos de
melhoria.

2.4. Exemplos de balanço de massa de rotas


A Ferramenta Rotas e Custos será detalhada nas Aulas 3 e 4 deste módulo. Entretanto, para que
você possa visualizar um exemplo prático, embora hipotético, serão apresentados balanços de
massa de três rotas tecnológicas simuladas para um município de 1 milhão de habitantes com
geração diária per capita média de 1,0 kg/hab.d de resíduos; uma rota atual, apenas com uma

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 39
pequena porcentagem de coleta seletiva, e duas rotas futuras, com diferentes níveis de aplicação
de processos tecnológicos sendo utilizados.
Na Figura 16, mostra-se o fluxo de balanço de massa para geração de 1.000 t/d de resíduos e com
coleta seletiva de 5% da massa total gerada.

Figura 16 – Exemplo de fluxo de balanço de massa – Rota Atual

Elaboração dos autores.

A única forma de tratamento existente na rota atual do município “Exemplo” é a triagem manual
dos resíduos seletivos coletados. Todos os resíduos restantes são enviados diretamente ao aterro
sanitário, juntamente aos rejeitos da triagem manual de seletivos. Como se pode verificar na Figura
16, nesta rota atual do exemplo apresentado, somente 3% da massa de resíduos é desviada do
aterro sanitário (97% da massa é disposta em aterro), na forma de recuperação de materiais.
Um aspecto importante a considerar no exemplo apresentado é o fato de, embora tenha 5% de
coleta seletiva, apenas 3% da massa ser de fato desviada do aterro sanitário. Isso porque os
processos de tratamento têm rejeitos que não podem ser reaproveitados ou reciclados. Esse é um
conceito importante; sempre haverá rejeitos.
Para uma simulação de rota futura, aqui nomeada de Rota Futura 1 (Figura 17), foi considerada
uma rota intermediária para a mesma quantidade e composição dos resíduos coletados, mas
ampliando a coleta seletiva de recicláveis secos para 15% (mantendo a triagem manual para 50
t/d e com triagem mecanizada das outras 100 t/d de seletivos) e encaminhando 50% dos resíduos
da coleta de mistos para triagem mecanizada e posterior tratamento biológico por compostagem.
Como pode ser visto no balanço de massa da Rota Futura 1 (Figura 17), com ampliação da coleta
seletiva, a triagem parcial dos resíduos da coleta de mistos e compostagem dos orgânicos

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 40
resultantes da triagem mecanizada resulta em um aproveitamento de materiais de 26,1% da massa
de entrada na rota e o desvio total do aterro de 34,8% (62,2% da massa é disposta em aterro). Frisa-
se que este desvio é a soma da massa recuperada (materiais recicláveis e composto) com a massa
da água evaporada durante o processo de compostagem.
Nas figuras a seguir, consulte o material em alta resolução na pasta material complementar no
ambiente virtual.

Figura 17 – Exemplo de fluxo de balanço de massa – Rota Futura 1

Elaboração dos autores.

Na Figura 18, apresenta-se uma Rota Futura 2 com ampliação das coletas seletivas (20% de coleta
seletiva de recicláveis e 10% de coleta seletiva de orgânicos), triagem mecanizada de 90% dos
resíduos mistos, envio dos rejeitos das triagens para produção de CDR e introdução de digestão
anaeróbia seguida da compostagem.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 41
Figura 18 – Exemplo de fluxo de balanço de massa – Rota Futura 2

Elaboração dos autores.

Como pôde ser visto na Figura 18, nesta rota a taxa de recuperação de materiais é de 61,7%
(inclui os materiais recicláveis, o composto e o CDR produzido), resultando em um desvio total do
aterro de 82,0% da massa de entrada. Nota-se que, nesta rota, apenas 70 t/d de resíduos mistos
são enviados diretamente ao aterro sanitário sem nenhum tipo de tratamento. Todos os demais
resíduos que chegam ao aterro são rejeitos de processos anteriores de tratamento. Da massa total
de 1.000 t/d, apenas 179,7 t/d vão para aterro (18,0% do que é coletado).
Os três exemplos de balanço de massa apresentados permitem a você ter uma ideia do todo da
rota a ser simulada. Na Aula 3 será descrita mais detalhadamente a parte de balanço de massa
das rotas da Ferramenta Rotas e Custos, e na Aula 4 os custos associados a todas as etapas da
rota tecnológica em avaliação.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 42
Aula 3 – Ferramenta Rotas e Custos – Balanço de
Massa
A Ferramenta Rotas e Custos está concebida em um arquivo Microsoft Excel, contendo uma
primeira parte para a definição das tecnologias que comporão a rota tecnológica e seu respectivo
balanço de massa, e uma outra parte para a simulação dos custos associados à rota definida.
A ferramenta é composta por um total de 20 abas ou planilhas. A primeira aba é de apresentação.
Na sequência, há cinco abas com a parte de definição da rota e seu balanço de massa.

Saiba mais!
Há uma aba específica chamada de Saída GEE, realçada em amarelo na
parte de baixo da planilha eletrônica, que tem a finalidade específica de
resumir os dados de balanço de massa da rota avaliada para alimentação
(servir como máscara de dados de entrada) de outra ferramenta,
desenvolvida pela Agência  Alemã de  Cooperação  Internacional (GIZ)
e adaptada para a realidade brasileira pelo Programa de Cooperação
para Proteção do Clima na Gestão de Resíduos Sólidos (ProteGEEr),
a qual pode ser utilizada para avaliação da emissão de GEE em rotas
tecnológicas de RSU. A questão da redução de emissões de GEE será
abordada com mais profundidade no módulo “Gestão de Resíduos
Sólidos Urbanos para Baixas Emissões de GEE” presente no curso
EaD “Fundamentos e Premissas-Chave para a Gestão Sustentável de
Resíduos Sólidos Urbanos”, também disponível no portal Capacidades.
Mais à direita na planilha da Ferramenta Rotas e Custos há 13 abas
para a simulação dos custos associados à rota.

Das 20 abas existentes na Ferramenta Rotas e Custos, em apenas cinco delas o usuário* deverá
interagir para a entrada de dados ou informações. As outras abas são de apoio à realização dos
cálculos internos das simulações, de resultados ou de saída para utilização em outra ferramenta
(emissão de GEE).
Nesta aula, serão apresentados os passos para realizar a escolha das tecnologias que farão parte
da rota, a definição das massas de resíduos a serem enviadas a cada processo de tratamento,
bem como eficiências e outros parâmetros operacionais destas tecnologias. É nesta parte da
ferramenta que também são calculados os subprodutos resultantes da rota definida, fechando-
se, assim, o balanço de massa de todo o sistema (a massa que entra no sistema deve ser igual à
massa que sai do sistema).
A simulação dos custos associados à rota em avaliação será apresentada e detalhada na Aula 4.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 43
3.1. Objetivo, potencialidades e limitações
A ferramenta apresentada é de simulação de cenários, alternativas ou sistemas futuros de
gerenciamento ou manejo de RSU (aqui denominados de rotas tecnológicas).
Não se trata de uma ferramenta de tomada de decisão, pois ela não resulta na definição de
uma solução ótima ou de uma rota tecnológica ideal. Ela serve para mostrar ao gestor público
ou ao técnico que estiver avaliando possíveis soluções, diferentes opções ou rotas e suas
potencialidades, a geração de subprodutos e o desvio de resíduos do aterro sanitário, bem como os
custos associados. Ou seja, a utilização da ferramenta aumenta o nível de inteligência na tomada
de decisão, dando ao decisor* uma visão integrada, sistêmica e holística. Dessa maneira, quem
toma a decisão final de qual rota tecnológica adotar sempre será o gestor público.
A utilização da Ferramenta Rotas e Custos melhora muito a qualidade da tomada de decisão.
Porém, por mais bem elaborada, calibrada e validada que tenha sido, ela não “elabora” um projeto
detalhado da realidade. Portanto, há limitações ao uso de seus parâmetros de saída diretamente
na preparação de projetos.
Desde o início do desenvolvimento da ferramenta, o desafio foi deixá-la suficientemente completa,
ampla e robusta, sem que sua utilização ficasse demasiadamente complexa. Assim, embora se
entenda que seu uso é relativamente simples, o usuário deve possuir algum conhecimento prévio
sobre gerenciamento de RSU para extrair os melhores resultados da sua utilização.

Saiba mais!
Veja mais sobre processos decisórios em problemas complexos nos
links abaixo:
1. https://books.google.com.br/books?id=1sdYCwAAQ
BAJ&pg=PA178&lpg=PA178&dq=suporte+%C3%A0+t
omada+de+decis%C3%A3o+em+problemas+comple
xos&source=bl&ots=Q-2IWqnkgX&sig=ACfU3U1GSaj-
nerGtliiX4s9jmQke3fuFGA&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKE
witpIfN0o7qAhXOK7kGHcCoCg84ChDoATAFegQICxAB#v
=onepage&q=suporte%20%C3%A0%20tomada%20de%20
decis%C3%A3o%20em%20problemas%20complexos&f=false;
2. https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/7416262.pdf;
3. https://administradores.com.br/artigos/riscos-estrategicos-
tomada-de-decisao-em-cenarios-complexos;
4. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-41522014000100033&lng=pt&nrm=iso;
5. https://lume.ufrgs.br/handle/10183/87557.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 44
Assim, o objetivo da parte de balaço de massa da Ferramenta Rotas e Custos, aqui apresentada,
é fornecer ao usuário uma ferramenta estruturada para simular rotas atuais ou futuras de manejo
de RSU em municípios, consórcios ou regiões. Mais especificamente, serve para escolher as
tecnologias que farão parte destas rotas e, a partir desta definição, estimar os quantitativos
enviados para cada unidade de tratamento, os subprodutos e os rejeitos gerados em cada um dos
processos, as perdas por evaporação e a massa final desviada do aterro sanitário.
O balanço de massa estruturado pela ferramenta considera o total de RSU coletados ou recebidos
na rota tecnológica em análise, passando por diferentes tipos de coleta e de tratamento aplicados,
até a disposição final em aterro. O que se faz é colocar números (em termos de massa diária de
resíduos gerenciados) em cada quadro dos fluxogramas conceituais apresentados nas Figuras 13
a 15 da Aula 2.
Após a realização do balanço de massa da rota utilizando a Ferramenta Rotas e Custos, tem-se
figuras como as apresentadas nos exemplos mostrados no item “Exemplos de balanço de massa
de Rotas” da Aula 2 (o fluxo do balanço de massa gerado pela ferramenta é apresentado no item
“Aba R-Resumo Bal. Massa” desta Aula 3).
A grande funcionalidade da ferramenta é que ela está estruturada de modo a conduzir o usuário
na montagem ou na definição das rotas que ele deseja simular. Há, também, uma série de valores
já parametrizados de eficiências dos processos ou das tecnologias a serem adotados. Essas
variáveis podem ser modificadas ou ajustadas se houver dados mais específicos ou regionais
(conforme descrito no item “Aba R-Avançado” desta Aula 3). Como saída, resulta um quadro com
todas as capacidades de projeto das unidades de tratamento e dos subprodutos gerados em cada
uma delas, além da apresentação visual do fluxo de massa final da rota, conforme já discutido
anteriormente.
Basicamente, a definição de rotas e seu respectivo balanço de massa podem ser feitos para
qualquer tamanho de município ou quantidade de resíduos. Entretanto, conforme discutido no item
“Aba R-Definição”, há algumas “chaves” ou limitadores na ferramenta que restringem a utilização
de determinadas tecnologias para uma capacidade diária mínima de resíduos na entrada da
planta, em função de questões de viabilidade técnica e econômica. Um exemplo típico é a adoção
da incineração, que só apresenta viabilidade para grandes gerações de RSU. Não faria sentido,
portanto, incluir este tipo de opção tecnológica para município de médio ou pequeno porte.
Os principais pontos de aplicabilidade ou escopo da ferramenta são:
• Construção e avaliação de soluções integradas para o manejo de RSU;
• Realização de estudo de pré-viabilidade;
• Utilização de tecnologias consolidadas (coleta seletiva de recicláveis secos, coleta seletiva
de orgânicos e coleta de mistos; triagem manual e mecanizada de resíduos seletivos;
triagem mecanizada de resíduos mistos; produção de CDR; compostagem e biodigestão
anaeróbia; incineração; e aterro sanitário);
• Estimativa da massa que entra e que sai em cada uma das tecnologias de tratamento
utilizadas na rota;

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 45
• Comparação da rota atual com rotas futuras, dando maior segurança ás pessoas
responsáveis pela tomada de decisão na escolha sobre qual rota adotar;
• Estimativa da geração dos subprodutos nas diversas etapas do tratamento, como: mate-
riais recicláveis secos (papel, plástico, metal e vidro); CDR fino1 e CDR grosso2; composto;
biogás (com produção de energia elétrica ou biometano na planta de biodigestão e no
aterro); e energia elétrica na unidade de incineração.
É preciso pontuar que todo programa de computador, seja ele extremamente elaborado e complexo,
seja mais simples, como uma tabela estruturada de Excel, nunca prevê ou simula exatamente a
realidade. Qualquer simulação computacional sempre é uma aproximação da realidade, e não a
realidade em si, apresentando, assim, as limitações inerentes a esta tentativa de representar ou
antecipar uma situação futura desconhecida.
Algumas limitações importantes, em relação ao balanço de massa, que o usuário deve ter em
mente ao fazer uso da ferramenta, são:
• A entrada de dados de massa gerada e a composição gravimétrica é única, isto é, não é
possível entrar com valores separados para resíduos domiciliares, resíduos comerciais de
grandes geradores ou resíduos da limpeza urbana, por exemplo;
• A composição gravimétrica deve representar o total da massa de resíduos que entra
na rota. Assim, se o usuário quiser simular o gerenciamento de resíduos domiciliares e
resíduos de limpeza pública e tiver as composições gravimétricas específicas destes dois
tipos de resíduos, deverá calcular previamente a composição gravimétrica ponderada;
• As formas de coleta que podem ser simuladas são coleta seletiva de recicláveis secos,
coleta seletiva de orgânicos e coleta de mistos. Não é possível especificar qual técnica
será adotada nas coletas (se é porta a porta, se é caminhão compactador ou não, se é
conteinerizada, se há PEVs para seletivos etc.) nem se há sistemas especiais de coleta
seletiva por tipo de material (por exemplo, coleta separada de embalagens de vidro ou de
papel e papelão);
• As eficiências de triagem são iguais para todos os tipos de materiais, não sendo possível
especificar eficiências distintas por tipologia e material (com exceção da eficiência da
triagem de orgânicos na triagem mecanizada de resíduos mistos);
• Embora em uma mesma rota tecnológica possa haver, por exemplo, mais de uma unidade
de triagem manual de seletivos ou mais de uma unidade de compostagem, a simulação
da rota assume sempre que será uma unidade única por tecnologia;

1
CDR fino: combustível derivado de resíduos produzido via tratamento mecânico (rejeitos secos dos resíduos mistos)
ou mecânico biológico (rejeitos secos dos resíduos mistos + material estabilizado da fração orgânica via biosseca-
gem), com granulometria abaixo de 20 mm e poder calorífico acima de 5.000 kcal/kg. Este CDR é utilizado na queima
principal (maçarico forno) das plantas de produção de cimento.
2
CDR grosso: combustível derivado de resíduos produzido via tratamento mecânico (rejeitos secos dos resíduos mis-
tos) ou mecânico biológico (rejeitos secos dos resíduos mistos + material estabilizado da fração orgânica via biosse-
cagem), com granulometria abaixo de 80 mm e poder calorífico acima de 4.000 kcal/kg. Este CDR é utilizado na queima
secundária (calcinador da torre de ciclones) das plantas de produção de cimento.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 46
• A estação de transferência ou de transbordo é somente para resíduos mistos e rejeitos das
triagens ou dos processos de tratamento até o aterro sanitário. A ferramenta não permite
simular transferência até uma unidade de incineração ou até outra planta de tratamento.

Todas essas limitações acima listadas são resultantes do objetivo de manter a facilidade do uso da
ferramenta sem, no entanto, comprometer a amplitude e a profundidade, de modo que ela consiga
simular de maneira muito satisfatória as rotas a serem avaliadas.
Outra limitação da ferramenta é que ela só permite a simulação de uma rota por vez. Não é
possível, em um mesmo arquivo Excel, fazer a simulação, por exemplo, da rota atual e de três rotas
futuras, para posterior comparação e auxílio no processo de comparação entre as rotas propostas
e a decisão pela escolha de uma delas. Para apoiar este processo decisório, deverá ser realizada
uma simulação por vez e tabulação das principais saídas (os principais resultados de cada rota
avaliada) em uma nova planilha, a ser construída pelo usuário.

3.2. Introdução à parte “Rotas – Balanço de Massa”


A primeira parte da Ferramenta Rotas e Custos, denominada de “Rotas – Balanço de Massa”, cujos
objetivo, potencialidades e limitações foram apresentados no item anterior, é constituída de cinco
abas na planilha Excel, conforme Quadro 3.
Como especificado no Quadro 3, a entrada principal de dados para a definição da rota e seu
balanço de massa dá-se em apenas duas das 20 abas da Ferramenta Rotas e Custos. A terceira
aba (R-Avançado) já vem com valores parametrizados, que são utilizados nos cálculos internos da
definição da rota e que podem ser alterados pelo usuário se este tiver dados mais específicos para
a situação a ser simulada.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 47
Quadro 3 – Abas que constituem a parte “Rotas – Balanço de Massa”

Nome da aba Finalidade Descrição

Entrada de dados Aba para informar a massa total gerenciada na rota, a


R-Entrada de geração, composição e composição gravimétrica e os percentuais de coletas
tipos de coleta seletivas de recicláveis e de orgânicos.

Aba para a definição das tecnologias a utilizar na rota,


com a escolha das quantidades de resíduos enviados
Entrada de dados
R-Definição a cada umas das tecnologias ou processos de
e definição da rota
tratamento; a escolha das eficiências dos processos;
e o destino dos subprodutos.

Aba em que constam valores parametrizados para


Entrada de dados as eficiências dos processos. Podem ser alterados
R-Avançado
avançados parametrizados pelo usuário, se este tiver valores mais específicos ou
regionais.

Esta aba apresenta a figura, em forma de fluxograma,


Saída
do balanço de massa da rota. Não permite alteração
R-Fluxo Massa fluxograma do balanço de
direta; pode ser utilizada durante a montagem da rota
massa da rota simulada
e ao final como registro da rota final simulada.

Nesta aba estão todos os resultados das capacidades


Saída
operacionais das tecnologias que fazem parte da rota
R-Resumo resumo das capacidades
simulada, bem como os subprodutos gerados em
operacionais das
Bal. Massa cada uma das etapas. Serve com interface com a
unidades e dos
segunda parte da Ferramenta Rotas e Custos, a parte
subprodutos gerados
de cálculo dos “Custos Associados”.

Saída com os resultados da rota avaliada que podem

Saída ser utilizados para calcular, para a mesma rota, o


potencial de geração ou emissão de GEE (Ferramenta
Saída GEE para interface com
Emissões de GEE), e, desta forma, poder incorporá-
Ferramenta GEE lo na tomada de decisão da melhor rota tecnológica
para o município.
Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 48
3.2.1. Como utilizar a parte “Rotas – Balanço de Massa”
Para facilidade de preenchimento das informações, é utilizada uma legenda
de cores. Assim, as identificações das abas com entrada de informações
pelo usuário, na parte de baixo da planilha Excel, estão realçadas na cor
verde. Abas de saída de resultados ou de apoio para cálculos internos
estão na cor branca/cinza-clara – com exceção da aba “Saída GEE”, que
está na cor amarela. Nas abas em que é requerido ao usuário a entrada de
informações, todas as células em que esta entrada for requerida também
aparecerão na cor verde. Portanto, somente células verdes devem ser
preenchidas ou alteradas.
Há, ainda, uma legenda de outras cores que as células das abas “R-Entrada”
e “R-Definição” podem assumir durante o uso da ferramenta: algumas
células tornam-se verdes à medida que o preenchimento for feito, pois
aquela determinada informação passa ser necessária em função da opção
tecnológica feita anteriormente.
Uma célula fica na cor vermelha quando há algum erro de preenchimento ou de cálculo. A cor
vermelha indica a célula em que o valor deve ser alterado para corrigir algum erro ou inconsistência
de cálculo. Em branco estão as células de cálculos intermediários ou de transferência de
valores. Em amarelo ficam os resultados de cálculo mais importantes. Quantidades estimadas
de subprodutos ficam realçadas na cor rosa-salmão, e a massa emitida para a atmosfera (por
evaporação, biogaseificação ou combustão) está em células azuis.
Como as duas principais abas de entrada de dados (R-Entrada e R-Definição) são estruturadas e
integradas, a entrada de dados deve ser conforme a seguinte ordem, para cada uma das etapas ou
tecnologias: de cima para baixo e da esquerda para a direita (segundo as etapas apresentadas nas
Figuras 19 a 32). Ou seja, primeiro se preenche todas as informações de uma linha, começando pelas
células mais à esquerda, e somente quando todas as células desta linha estiverem completamente
preenchidas, passa-se para a linha de baixo.
Sempre que uma modificação for feita em uma célula em uma etapa ou tecnologia anterior, após
o preenchimento completo de células posteriores, deve-se revisar todas as duas planilhas para
evitar erro ou incongruências nos cálculos.
Na sequência, passa-se a uma descrição detalhada de cada aba e suas etapas ou partes
constituintes. Com o objetivo de facilitar ao leitor o entendimento da sequência da montagem da
rota na ferramenta, apresentam-se as planilhas já com as abas preenchidas.

Aba “R-Entrada”
Na Figura 19, apresenta-se uma visão geral da aba “R-Entrada”, cujas etapas de preenchimento
serão detalhadas adiante.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 49
Figura 19 – Aba “R-Entrada”: visão geral

Município São Judas Tadeu ATENÇÃO: Preencher/alterar somente as células


Rota Rota Futura 1 em verde.
Ferramenta de Rotas e Custos
Dados gerais de geração de RSU Legenda de cores das células: 0

Verde - Informação a ser fornecida pelo usuário


população atendida (hab.) 2.500.000 Vermelho - Erro de cálculo nesta célula
geração per capita de RSU (kg/hab.d) 1,20 Amarelo - Resultado de cálculo
massa total manejada por dia (t/d) Branco - Outros resultados de cálculo

utilizar geração per capita ou massa total? per capita

massa diária de RSU considerada na rota (t/d) 3.000,0

Composição gravimétrica dos resíduos que entram na rota (deve representar a massa total que consta em E14)
(Utilizar dados primários, ou seja, a composição gravimétrica real do município ou consórcio em análise)
(Dados "padrão Brasil", utilizar somente para simulações acadêmicas ou de treinamento, quando da ausência de dados primários)

Utilizar dados gravimétricos fornecidos pelo usuário Sim


Usar "padrão Brasil" Não

Composição — base úmida (%) Material Agrupamentos


Componentes Dados do Utilizados nos
Padrão Brasil t/d (%) Tipo
usuário cálculos
resíduos de alimentos 48,4 48,4 48,4 1.452,00
51,4 Orgânicos
resíduos verdes (jardins e parques) 3,0 3,0 3,0 90,00
papel, papelão 13,1 13,1 13,1 393,00
plástico filme 8,9 8,9 8,9 267,00
plásticos rígidos 4,6 4,6 4,6 138,00
31,9 Recicláveis
vidros 2,4 2,4 2,4 72,00
metais ferrosos 2,3 2,3 2,3 69,00
metais não ferrrosos 0,6 0,6 0,6 18,00
têxteis 2,6 2,6 2,6 78,00
borracha, couro 0,7 0,7 0,7 21,00 Outros
12,0
fraldas descartáveis e similares 4,0 4,0 4,0 120,00 combustíveis
madeira 4,7 4,7 4,7 141,00
resíduos minerais 0,0 0,0 0,0 0,00 Outros não
4,7
outros 4,7 4,7 4,7 141,00 combustiveis
Total (deve ser 100%) 100,0 100,0 100,0 3.000,00 100,0

Tipos de coleta
% t/d
coleta seletiva de recicláveis 15,0 450,00
coleta seletiva de orgânicos 5,0 150,00
coleta de mistos/rejeitos 80,0 2.400,00
total de RSU a ser gerido pelo município 100,0 3.000,00

Resumo de materiais por tipo de coleta

Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)

Tipo de coleta Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos


Papel e
Vidro Não Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis
combustíveis
Seletiva de recicláveis 184,80 125,55 64,89 33,86 32,45 8,46 450,00
Seletiva de orgânicos 141,25 8,75 150,00
Mistos/rejeitos 1.310,75 81,25 208,20 141,45 73,11 38,14 36,55 9,54 360,00 141,00 2.400,00
Total 1.452,00 90,00 393,00 267,00 138,00 72,00 69,00 18,00 360,00 141,00 3.000,00

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 50
O início da utilização da Ferramenta Rotas e Custos ocorre na aba “R-Entrada”. A primeira
informação a ser dada é a inclusão do nome município, do consórcio ou da região a simular, seguido
da identificação da rota (Figura 20). Estas informações são inseridas uma única vez nesta aba. As
demais puxam automaticamente estes dados para a parte superior de cada uma delas.

Figura 20 – Aba “R-Entrada”: identificação da rota e geração de resíduos

Município São Judas Tadeu ATENÇÃO: Preencher/alterar somente as células


Rota Rota Futura 1 em verde.
Ferramenta de Rotas e Custos
Dados gerais de geração de RSU Legenda de cores das células: 0

Verde - Informação a ser fornecida pelo usuário


população atendida (hab.) 2.500.000 Vermelho - Erro de cálculo nesta célula
geração per capita de RSU (kg/hab.d) 1,20 Amarelo - Resultado de cálculo
massa total manejada por dia (t/d) Branco - Outros resultados de cálculo

utilizar geração per capita ou massa total? per capita

massa diária de RSU considerada na rota (t/d) 3.000,0

Elaboração dos autores.


Composição gravimétrica dos resíduos que entram na rota (deve representar a massa total que consta em E14)
(Utilizar dados primários, ou seja, a composição gravimétrica real do município ou consórcio em análise)
(Dados "padrão Brasil", utilizar somente para simulações acadêmicas ou de treinamento, quando da ausência de dados primários)

Em seguida, deve ser informada a população


Utilizar dados gravimétricos fornecidos pelo usuário
Usar "padrão Brasil"
Sim
Não
total atendida e inseridas as informações para o
cálculo da massa diáriaComposição — base úmida (%)
de RSU a ser considerada Material na rota tecnológica que está sendo simulada.
Agrupamentos
Componentes Dados do Utilizados nos
Para o cálculo da massa diária,
usuário a ferramenta
cálculos
Padrão Brasil assume
t/d (%) os “dias
Tipo úteis de coleta”, ou seja, seis dias por
resíduos de alimentos 48,4 48,4 48,4 1.452,00
semana, 26,08 dias por3,0mês ou3,0 313 dias
resíduos verdes (jardins e parques) 3,0 por90,00ano. 51,4 Orgânicos

papel, papelão 13,1 13,1 13,1 393,00

Oplásticos rígidos
cálculo da massa de4,6
plástico filme
entrada
8,9 8,9
4,6
de resíduos
8,9
4,6
na rota pode ser feito de duas maneiras: informando
267,00
138,00
31,9 Recicláveis
geração
vidros
metais ferrosos
per capita e população
2,4
2,3
2,4
2,3
total2,4
2,3
ou informando
72,00
69,00
diretamente a geração média diária de resí-
duos
têxteis
em termos de massa
metais não ferrrosos 0,6
2,6
total
0,6
2,6
(importante
0,6
2,6
lembrar de considerar os 6 d/sem para os cálculos).
18,00
78,00

Na sequência, deve ser4,0 fornecida a 4,0composição gravimétrica dos resíduos que entram na rota
borracha, couro 0,7Outros 0,7 0,7 21,00
12,0
fraldas descartáveis e similares 4,0 120,00 combustíveis

(Figura
resíduos minerais21). Esta etapa é
0,0fundamental,
0,0pois da
0,00correção destes dados depende toda a confiabilidade
madeira 4,7 4,7 4,7 141,00
0,0 Outros não
4,7
combustiveis
do restante dos cálculos
100,0 do balanço da massa
3.000,00 da rota e dos seus custos associados.
outros 4,7 4,7 4,7 141,00
Total (deve ser 100%) 100,0 100,0 100,0

Portanto,
Tipos de coleta
para estudos reais de viabilidade, sempre deverão ser utilizados dados primários recen-
tes, resultantes de levantamento
coleta seletiva de recicláveis
%
15,0
t/d
de campo (aqui chamados de “dados do usuário”) – quanto me-
450,00

lhores forem os dados,80,0


coleta seletiva de orgânicos
coleta de mistos/rejeitos
melhor 2.400,00
5,0
será
150,00
o resultado da simulação. Para fins acadêmicos, de capacita-
ção ou de treinamento da
total de RSU a ser gerido pelo município 100,0
utilização
3.000,00
da ferramenta, há a possibilidade de usar dados de gravimetria
do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (MMA, 2012).
Resumo de materiais por tipo de coleta

Os dados de composição gravimétrica informados nesta etapa devem representar a totalidade


Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)
Orgânicos
Tipo de coleta Plástico Metais Rejeitos/mistos
Papel e
da massa de resíduos que entra na rota. Assim, se a massa Ferrosos
total informada na etapacombustíveis anterior
Não Vidro Total
Alimentos Verdes Filme Rígido Não ferrosos papelão
Combustíveis

Seletiva de recicláveis
inclui resíduos domiciliares e 8,75
resíduos de limpeza urbana, a composição gravimétrica informada
184,80 125,55 64,89 33,86 32,45 8,46 450,00
Seletiva de orgânicos 141,25 150,00
Mistos/rejeitos
também deve representar
1.452,00 a composição média ponderada
72,00 destes dois18,00tipos de
360,00 resíduos. Se,
3.000,00 na
1.310,75 81,25 208,20 141,45 73,11 38,14 36,55 9,54 360,00 141,00 2.400,00
Total 90,00 393,00 267,00 138,00 69,00 141,00

massa total, forem incluídos estes dois tipos de resíduos, e na composição apenas os dados dos
resíduos domiciliares, os resultados finais de balanço de massa e, consequentemente, de custos
associados, não representarão a realidade nem servirão para o processo real de tomada de decisão.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 51
Verifica-se, na Figura 21, que a ferramenta já calcula as massas de cada uma das frações pre-
sentes nos resíduos (“materiais/tipos de RS”), bem como as porcentagens dos agrupamentos de
orgânicos, recicláveis e outros. Estas porcentagens servem como limites máximos aos sistemas
de coletas seletivas a serem definidas na etapa seguinte.

Figura 21 – Aba “R-Entrada”: composição gravimétrica

Elaboração dos autores.

A etapa seguinte consiste no preenchimento das informações quanto aos tipos de coletas (Figura
22). A ferramenta vem com o padrão de 100% de coleta de mistos, ou seja, coleta indiferenciada. O
usuário deverá informar a porcentagem de coleta seletiva de recicláveis secos e de coleta seletiva
de orgânicos.
As porcentagens das coletas seletivas informadas nos respectivos campos não podem ser maiores
que as respectivas porcentagens de resíduos disponíveis no fluxo total de resíduos que entra
na rota, conforme os dados de gravimetria informados. Ou seja, se foi preenchido na tabela de
composição gravimétrica com valores que resultem em um total de 31,9% de resíduos recicláveis
secos, a coleta seletiva de recicláveis secos terá esse percentual como limite.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 52
Figura 22 – Aba “R-Entrada”: tipos de coleta

Elaboração dos autores.

Ao final da aba “R-Entrada” é apresentado um resumo da massa por tipo de material presente nos
três tipos de coleta e no total de resíduos da Rota (Figura 23).

Figura 23 – Aba “R-Entrada”: resumo de massa por materiais e por tipo de coleta
Resumo de materiais por tipo de coleta

Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)

Tipo de coleta Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos


Papel e
Vidro Não Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis
combustíveis
Seletiva de recicláveis 184,80 125,55 64,89 33,86 32,45 8,46 450,00
Seletiva de orgânicos 141,25 8,75 150,00
Mistos/rejeitos 1.310,75 81,25 208,20 141,45 73,11 38,14 36,55 9,54 360,00 141,00 2.400,00
Total 1.452,00 90,00 393,00 267,00 138,00 72,00 69,00 18,00 360,00 141,00 3.000,00

Elaboração dos autores.

Aba “R-Definição”
A visão geral da aba “R-Definição” pode ser vista na Figura 24. Para a definição da rota tecnológica,
será necessário selecionar as opções de “detalhamento” do tratamento nas seguintes modalidades
de tecnologia: triagem, CDR, tratamento biológico, tratamento térmico e disposição final.
O resumo por tipologia de materiais e por tipo de coleta que está ao final da aba “R-Entrada” (Figura
23) é trazido também para o topo da aba “R-Definição” (Figura 25), de modo a que o usuário tenha
presente a informação sobre as massas disponíveis ao iniciar a definição da rota.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 53
Figura 24 – Aba “R-Definição”: visão geral
Legenda de cores das células:
Município São Judas Tadeu Verde - Informação a ser fornecida pelo usuário
Rota Rota Futura 1 Vermelho - Erro de cálculo nesta célula
Amarelo - Resultados de cálculos
ATENÇÃO: Preencher/alterar somente Branco - Outros resultados de cálculos Ferramenta de Rotas e Custos
as células em verde. Telha - Subprodutos das etapas ou tecnologias 0
Azul - Massa perdida para a atmosfera
Definição das tecnologias na ROTA — Balanço de massa

Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)

Tipo de coleta Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos


Papel e
Vidro Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis

Seletiva de recicláveis 184,80 125,55 64,89 33,86 32,45 8,46 450,00


Seletiva de orgânicos 141,25 8,75 150,00
Mistos/rejeitos 1.310,75 81,25 208,20 141,45 73,11 38,14 36,55 9,54 360,00 141,00 2.400,00
Total 1.452,00 90,00 393,00 267,00 138,00 72,00 69,00 18,00 360,00 141,00 3.000,00

Resíduos recicláveis ainda presentes na coleta de mistos (%) 21,13 58,00 Resíduos orgânicos ainda presentes na coleta de mistos (%)

Triagem e definição do destino dos materiais e rejeitos


Subprodutos e rejeitos separados da triagem (t/d)
Seletiva Seletiva Mistos
Triagem dos seletivos Triagem dos resíduos da coleta de mistos Total
manual mecanizada mecanizada
massa disponível (t/d) 450,00 mecanizada de mistos Sim papel e papelão 185,83 11,09 99,79 74,95
triagem manual (%) 10,0 massa disponível (t/d) 2.400,00 plástico filme 126,25 7,53 67,80 50,92
triagem mecanizada (%) 90,0 porcentagem a ser triada (%) 60,0 plástico rígido 65,25 3,89 35,04 26,32
massa a ser triada (t/d) 1.440,00 vidros 34,05 2,03 18,28 13,73
manual de seletivos Sim destino dos rejeitos Incineração metais ferrosos 32,63 1,95 17,52 13,16
massa (t/d) 45,00 destino dos orgânicos Tratam. biológico metais não ferrosos 8,51 0,51 4,57 3,43
destino dos rejeitos CDR Total de recicláveis 452,52 27,00 243,00 182,52
Eficiência nas triagens
mecanizada de seletivos Sim manual de seletivos Baixa orgânicos triados 709,92 Alimentos 668,48
massa (t/d) 405,00 mecanizada de seletivos Baixa orgânicos seletivos 150,00 Verdes 41,44
destino dos rejeitos CDR mecanizada de mistos secos Baixa rejeitos combustíveis 604,74 16,20 145,80 442,74
mecanizada de mistos orgânicos Baixa rejeitos não combust. 122,82 1,80 16,20 104,82

Rejeitos e mistos disponíveis após as etapas de triagem (t/d) — no fluxo de rejeitos mistos
Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
Papel e
Vidros Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis

rejeitos — triagem de mistos 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
mistos não triados 524,30 32,50 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00 56,40 960,00

Produção de CDR
Resíduos disponíveis para CDR CDR produzido (t/d)
rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d) 16,20 massa disponível (t/d) 162,00 % CDR fino produzido 0,0 CDR fino 0,00
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d) 145,80 % CDR grosso produzido 100,0 CDR grosso 137,70
rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TM (t/d) 162,00
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TMB (t/d) 0,00 Rejeito para aterro (t/d)
rejeito para aterro 20,25

perda por evaporação / secagem (t/d) 4,05

Tratamento biológico
orgânicos seletivos (t/d) 150,00 17,4% Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
orgânicos da triagem mecanizada (t/d) 709,92 82,6% biodigestão anaeróbia (%) 100,0 >>>> 859,92 t/d
total de orgânicos (t/d) 859,92 100% compostagem (uso nobre) (%) 0,0
compostagem (uso não nobre) (%) 0,0 Capacidade (t/d)
Biodigestão anaeróbia biodigestão anaeróbia (t/d) 859,92
perda de massa Média 12,0% Utilização do biogás compostagem nobre (t/d) 0,00
potencial de geração do biodigestor Médio produção de biometano Sim compostagem não nobre (t/d) 756,73
geração potencial de biogás (Nm³/t) 100 geração de energia elétrica Não
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Subprodutos (t/d)
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
Compostagem digestado a compostar (t/d) 756,73 composto não nobre (t/d) 416,20
perda de massa Média 40,0% energia elétrica (kWh/d) 0
Qual é a utilização do composto biometano (Nm³/d) 50.305
rejeito na peneira final Baixo 5,0% "não nobre" produzido?
Aplicação no solo (florestamento) Perdas e rejeitos (t/d)
rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84
perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88

Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem)
Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
Papel e
Vidro Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis

resíduo pós-triagem 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 522,00 159,00 1.687,56
retirado pelo CDR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 162,00 0,00 162,00
resíduo disponível pós-CDR 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 360,00 159,00 1.525,56
vai para incineração 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
vai para aterro sanitário 524,30 32,50 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00 242,00 1.145,60

Tratamento térmico
Incineração
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos
mistos sem triagem (t/d) 0,00 metais ferrosos (t/d) 21,06
rejeito — seletivos (man.) (t/d) 0,00 metais não ferrosos (t/d) 5,49
rejeito — seletivos (mecan.) (t/d) 0,00 eficiência na geração de energia elétrica (%) 21,6 cinzas de fundo para reaproveitamento (t/d) 0,00
rejeito — triagem mec. mistos (t/d) 547,56 cinzas de fundo para aterro (t/d) 109,51
geração de cinzas (%) 20,0 energia elétrica (kWh/d) 269.295,1
massa disponível total (t/d) 547,56 recuperação de metais das cinzas Sim 90%
reaproveitamento das cinzas de fundo (%) 0,0 perda de massa por combustão (t/d) 411,50
PCI ponderado estimado (kWh/t) 2.276,9

Disposição final
Aterro sanitário Utilização do biogás
total para aterro sanitário (t/d) 1.145,60 sem queima (%) 0 Estação de transbordo
somente queima (%) 0 há necessidade de estação de transbordo (ET)? Sim
aterro novo ou já existente? Novo aproveitamento do biogás (%) 100 distância da ET ao aterro (km) 120
qual Rota está sendo simulada? Rota futura porcentagem do resíduo que passa pela ET (%) 100
Disp. inadequada geração de energia elétrica Não
produção de biometano Sim capacidade da ET (t/d) 1.145,60
biogás gerado (Nm³/d) 166.092
volume ocupado no aterro por ano (m³/d) 1.140,0 Subprodutos
energia elétrica (kWh/d) 0,0
eficiência de captação do biogás Média 30% produção de biometano (Nm³/d) 8.304,6
biogás captado e disponível (Nm³/d) 49.828

Elaboração dos autores.


Resumo da Rota — Capacidades das unidades e subprodutos gerados

Ver figura-resumo na Aba 'Fluxo ROTA'

Ver tabela-resumo na Aba 'Resumo bal. massa'


Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 54

Figura 25 – Aba “R-Definição”: informações trazidas da aba “R-Entrada”
Legenda de cores das células:
Município São Judas Tadeu Verde - Informação a ser fornecida pelo usuário
Rota Rota Futura 1 Vermelho - Erro de cálculo nesta célula
Amarelo - Resultados de cálculos
ATENÇÃO: Preencher/alterar somente Branco - Outros resultados de cálculos Ferramenta de Rotas e Custos
as células em verde. Telha - Subprodutos das etapas ou tecnologias 0
Azul - Massa perdida para a atmosfera
Definição das tecnologias na ROTA — Balanço de massa

Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)

Tipo de coleta Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos


Papel e
Vidro Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis

Seletiva de recicláveis 184,80 125,55 64,89 33,86 32,45 8,46 450,00


Seletiva de orgânicos 141,25 8,75 150,00
Mistos/rejeitos 1.310,75 81,25 208,20 141,45 73,11 38,14 36,55 9,54 360,00 141,00 2.400,00
Total 1.452,00 90,00 393,00 267,00 138,00 72,00 69,00 18,00 360,00 141,00 3.000,00

Resíduos recicláveis ainda presentes na coleta de mistos (%) 21,13 58,00 Resíduos orgânicos ainda presentes na coleta de mistos (%)

Triagem e definição do destino dos materiais e rejeitos Elaboração dos autores.


Subprodutos e rejeitos separados da triagem (t/d)
Seletiva Seletiva Mistos
Triagem dos seletivos Triagem dos resíduos da coleta de mistos Total
manual mecanizada mecanizada
massa disponível (t/d) 450,00 mecanizada de mistos Sim papel e papelão 185,83 11,09 99,79 74,95

A partir da etapa de triagem e definição dos destinos Legenda de cores das células:
dos rejeitos, mostrada na Figura 26, inicia-se
triagem manual (%)
triagem mecanizada (%)
10,0
90,0
massa disponível (t/d)
porcentagem a ser triada (%)
2.400,00
60,0
plástico filme
plástico rígido
126,25
65,25
7,53
3,89
67,80
35,04
50,92
26,32
Município São Judas Tadeu massa a ser triada (t/d) 1.440,00 vidros
Verde - Informação a ser fornecida pelo usuário
34,05 2,03 18,28 13,73
efetivamente a definição da rota tecnológica a ser adotada.
Rota Rota Futura 1 manual de seletivos Considerando a massa de seletivos
Sim
Vermelho - Erro de cálculo nesta célula destino dos rejeitos Incineração metais ferrosos 32,63 1,95 17,52 13,16
massa (t/d) 45,00 destino dos orgânicos Tratam. biológico metais não ferrosos 8,51 0,51 4,57 3,43
Amarelo - Resultados de cálculos
disponíveis para triagem, o usuário define a porcentagem total
destino dos rejeitos
ATENÇÃO: Preencher/alterar somente
CDR
Eficiência nas triagens desta massa que seráFerramenta de Rotas e Custos
Branco - Outros resultados de cálculos submetida à Total de recicláveis 452,52 27,00 243,00 182,52

mecanizada de seletivos Sim as células em verde.


manual de seletivos Baixa Telha - Subprodutos das etapas ou tecnologias
orgânicos triados 709,92 Alimentos 0 668,48
triagem manual e a que será submetida à triagem mecanizada.
massa (t/d) 405,00
Azul - Massa perdida para a atmosfera
destino dos rejeitos CDR
mecanizada de seletivos
mecanizada de mistos secos
Baixa
Baixa
orgânicos seletivos
rejeitos combustíveis
150,00
604,74 16,20 145,80
Verdes 41,44
442,74
Definição das tecnologias na ROTA — Balanço de massa
mecanizada de mistos orgânicos Baixa rejeitos não combust. 122,82 1,80 16,20 104,82

A triagem manual só é possível até um limite máximo de 100 t/d; e a triagem mecanizada só é
Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)
Rejeitos e mistos disponíveis após as etapas de triagem (t/d) — no fluxo de rejeitos mistos
aplicável
Tipo de coletaacima de 50 t/d. Estes
Orgânicos
Orgânicos Papel e
Papel e
limites
Plásticoforam estabelecidos
Plástico
Vidros
Metaisem função
Metais de avaliações
Rejeitos/mistos
Rejeitos/mistos
Total
prévias de
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Vidro Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis Total
viabilidades operacional e econômica.
Alimentos Verdes Filme papelão Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
rejeitos — triagem de mistos 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
Seletiva de recicláveis
mistos não triados 524,30 32,50 184,80
83,28 125,55
56,58 64,89
29,24 33,86
15,26 32,45
14,62 8,46
3,81 144,00 56,40 450,00
960,00
Seletiva de orgânicos 141,25 8,75 150,00
Produção de CDR
Mistos/rejeitos 1.310,75 81,25 208,20 141,45 73,11 38,14 36,55 9,54 360,00 141,00 2.400,00
Resíduos disponíveis para CDR
Total 1.452,00
rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d)
Figura
90,00
16,20
26 –393,00
Aba “R-Definição”:
267,00 138,00
massa disponível (t/d)
definição
72,00
162,00
sobre
69,00
processos
18,00
% CDR fino produzido
de triagem
360,00
0,0
e141,00 CDR produzido (t/d)
3.000,00
CDR fino 0,00

destinos dos produção de CDR TM (t/d)


rejeitos da triagem e dos orgânicos triados
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d) 21,13 58,00
145,80 Resíduos recicláveis ainda presentes na coleta de mistos (%) % CDR grosso produzido 100,0
Resíduos orgânicos ainda presentes na coleta de mistos (%) CDR grosso 137,70
rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d) 0,00 162,00
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TMB (t/d) 0,00 Rejeito para aterro (t/d)
Triagem e definição do destino dos materiais e rejeitos rejeito para aterro 20,25

Subprodutos e rejeitos separados da triagem (t/d)


perda por evaporação / secagem (t/d) 4,05
Seletiva Seletiva Mistos
Triagem dos seletivos Triagem dos resíduos da coleta de mistos Total
Tratamento biológico manual mecanizada mecanizada
massa disponível (t/d)
orgânicos seletivos (t/d) 450,00
150,00 17,4% mecanizada de mistos Sim Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
papel e papelão 185,83 11,09 99,79 74,95
orgânicos da triagem mecanizada (t/d)
triagem manual (%) 709,92
10,0 82,6% biodigestão anaeróbia (%)
massa disponível (t/d) 2.400,00 100,0 >>>>
plástico filme 859,92
126,25 t/d 7,53 67,80 50,92
total de orgânicos (t/d) 859,92 100% compostagem (uso nobre) (%) 0,0
triagem mecanizada (%) 90,0 porcentagem a ser triada (%) 60,0 plástico rígido 65,25 3,89 35,04 26,32
compostagem (uso não nobre) (%) 0,0 Capacidade (t/d)
massa a ser triada (t/d) 1.440,00 vidros 34,05 2,03 biodigestão anaeróbia (t/d)
18,28 13,73
Biodigestão anaeróbia 859,92
manual de seletivos
perda de massa Sim
Média 12,0% destino dos rejeitos Incineração Utilização do biogás metais ferrosos 32,63 1,95 compostagem nobre (t/d)
17,52 13,16
0,00
massa (t/d)
potencial de geração do biodigestor 45,00
Médio destino dos orgânicos Tratam. biológico
produção de biometano Sim metais não ferrosos 8,51 0,51 4,57
compostagem não nobre (t/d) 3,43
756,73
geração potencial de biogás (Nm³/t) 100 geração de energia elétrica Não
destino dos rejeitos CDR Total de recicláveis 452,52 27,00 243,00 182,52
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Subprodutos (t/d)
Eficiência nas triagens
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
mecanizada de seletivos
Compostagem Sim manual de seletivos Baixa
digestado a compostar (t/d) 756,73 orgânicos triados 709,92 Alimentos
composto não nobre (t/d) 668,48
416,20
massa (t/d)
perda de massa 405,00
Média 40,0% mecanizada de seletivos Baixa orgânicos seletivos 150,00 Verdes
energia elétrica (kWh/d) 0 41,44
destino dos rejeitos CDR mecanizada de mistos secos Qual é a utilização do composto
Baixa rejeitos combustíveis 604,74 16,20 biometano (Nm³/d)
145,80 50.305
442,74
rejeito na peneira final Baixo 5,0% "não nobre" produzido?
mecanizada de mistos orgânicos Baixa rejeitos não combust. 122,82 1,80 16,20 104,82
Aplicação no solo (florestamento) Perdas e rejeitos (t/d)
rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84
Elaboração dos autores.
Rejeitos e mistos disponíveis após as etapas de triagem (t/d) — no fluxo de rejeitos mistos perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88

Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos


Papel e
Vidros
Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem) Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
Nesta etapa, é definido se haverá ou
33,95não triagem 9,15mecanizada de 2,29 resíduos da coleta de547,56 mistos. Se
Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
Papel e
rejeitos — triagem de mistos 117,97 7,31 49,97 17,55 Vidro 8,77 216,00 84,60 Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
mistos não triados 524,30 32,50 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00 56,40 960,00
a resposta for “sim”, surgirão campos em verde abaixo deste item e que deverão ser preenchidos.
resíduo pós-triagem
retirado pelo CDR
642,27
0,00
39,81
0,00
133,25
0,00
90,53
0,00
46,79
0,00
24,41
0,00
23,40
0,00
6,10
0,00
522,00
162,00
159,00
0,00
1.687,56
162,00
Produção de CDR
Caso seja “não”, estes campos ficarão na cor branca e não será necessário fazer o CDR produzido (t/d)
preenchimento
resíduo disponível pós-CDR 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 360,00 159,00 1.525,56

Resíduos disponíveis para CDR


vai para incineração 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
vai para aterro sanitário 524,30
rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d) 32,50
16,20 83,28 56,58 29,24
massa disponível (t/d) 15,26
162,00 14,62 3,81
% CDR fino produzido 144,00
0,0 242,00 1.145,60 CDR fino 0,00
(ver vídeo explicativo na
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d) 145,80sequência). Se os resíduos mistos não passarem
% CDR grosso produzido 100,0 por processoCDR grosso
de triagem,
137,70
rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TM (t/d) 162,00
eles seguem o fluxo Incineração e 0,00
poderão, mais adiante, na0,00 etapa de tratamento térmico, serRejeito para aterro (t/d)
adicionados à
Tratamento térmico
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d) produção de CDR TMB (t/d)
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos
rejeito para aterro 20,25
unidade incineração, ou serão dispostos diretamente em aterro sanitário. Para resíduos mistos,
mistos sem triagem (t/d)
rejeito — seletivos (man.) (t/d)
0,00
0,00
metais ferrosos (t/d)
metais não ferrosos (t/d)
21,06
5,49
perda por evaporação / secagem (t/d) 4,05

somente a triagem mecanizada é admitida, também com limite mínimo de 50 t/d.


rejeito — seletivos (mecan.) (t/d) 0,00 eficiência na geração de energia elétrica (%) 21,6 cinzas de fundo para reaproveitamento (t/d) 0,00

Tratamento biológico rejeito — triagem mec. mistos (t/d) 547,56 cinzas de fundo para aterro (t/d) 109,51
geração de cinzas (%) 20,0 energia elétrica (kWh/d) 269.295,1
orgânicos seletivos (t/d) 150,00 17,4% Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
Também nesta etapa ocorre a definição do destino dos rejeitos das triagens, que pode ser para
massa disponível total (t/d) 547,56 recuperação de metais das cinzas Sim 90%
orgânicos da triagem mecanizada (t/d) 709,92 82,6% biodigestão anaeróbia (%) 100,0 >>>> 859,92 t/d
reaproveitamento das cinzas de fundo (%) 0,0 perda de massa por combustão (t/d) 411,50
total de orgânicos (t/d)
PCI ponderado estimado (kWh/t) 859,92
2.276,9 100% compostagem (uso nobre) (%) 0,0

produção de CDR, para incineração ou para aterro sanitário. Ainda, o destino dabiodigestão anaeróbia (t/d)
fração orgânica compostagem (uso não nobre) (%) 0,0 Capacidade (t/d)
Biodigestão anaeróbia 859,92

separada na triagem mecanizada de mistos deveUtilização do biogás


serSim definido entre as opções de envio756,73 para
Disposição final
perda de massa Média 12,0% compostagem nobre (t/d) 0,00
Aterro sanitário Utilização do biogás
potencial de geração do biodigestor Médio produção de biometano
total para aterro sanitário (t/d) 1.145,60 compostagem não nobre (t/d) sem queima (%) 0 Estação de transbordo

tratamento biológico, para biossecagem


geração potencial de biogás (Nm³/t) 100
e produção
geração de energia elétrica
aterro novo ou já existente?
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Novo
deNãoCDR ou para aterro sanitário.
Subprodutos (t/d)
somente queima (%)
aproveitamento do biogás (%)
0
100
há necessidade de estação de transbordo (ET)?
distância da ET ao aterro (km)
Sim
120
qual Rota está sendo simulada? Rota futura porcentagem do resíduo que passa pela ET (%) 100
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
Disp. inadequada geração de energia elétrica Não
Compostagem digestado a compostar (t/d)
produção de biometano
756,73
Sim
composto não nobre (t/d)
capacidade da ET (t/d)
416,20
1.145,60
perda de massa
biogás gerado (Nm³/d) Média
166.092 40,0% energia elétrica (kWh/d) 0
volume ocupado no aterro por ano (m³/d) 1.140,0 Qual é a utilização do composto
Subprodutos biometano (Nm³/d) 50.305
Rotas Tecnológicas
rejeito na peneira final Baixo para a Gestão
5,0% Integrada de Resíduos Sólidos "não nobre" produzido?
Urbanos –
energia elétrica (kWh/d) 0,0Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 55
eficiência de captação do biogás Média 30% produção de biometano (Nm³/d) 8.304,6
Aplicação no solo (florestamento) Perdas e rejeitos (t/d)
biogás captado e disponível (Nm³/d) 49.828
rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84
perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88

Resumo da Rota — Capacidades das unidades e subprodutos gerados


as células em verde. Telha - Subprodutos das etapas ou tecnologias 0
Azul - Massa perdida para a atmosfera
Definição das tecnologias na ROTA — Balanço de massa

Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)

Tipo de coleta Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos


Papel e
As eficiências de triagem
Alimentos Verdes também
papelão são
Filme definidas
Rígido nesta
Vidro
etapa,
Ferrosos com a escolha
Não ferrosos Combustíveis entre parâmetros
Não combustíveis
Total

predefinidos
Seletiva de recicláveis
que estarão na aba184,80
“R-Avançado”,
125,55 64,89
entre33,86
eficiências
32,45
“alta”8,46e “baixa”. No caso da triagem
450,00
Seletiva de orgânicos 141,25 8,75 150,00
Legenda de cores das células:
mecanizada
Mistos/rejeitos
Município de mistos,
1.310,75
São Judas Tadeu a definição
81,25 208,20 da141,45eficiência
73,11 para
38,14 triagem
36,55 de resíduos 9,54
Verde - Informação a ser fornecida pelo usuário recicláveis
360,00 141,00 é a mesma
2.400,00
Total 1.452,00
Rota Rota Futura 1 90,00 393,00 267,00 138,00 72,00 69,00 18,00
Vermelho - Erro de cálculo nesta célula 360,00 141,00 3.000,00
para todos os tipos de materiais (papel, plásticos, metais
Resíduos recicláveis ainda presentes na coleta de mistos (%) 21,13
e58,00
vidros). No entanto, é possível definir
Amarelo - Resultados de cálculos
Resíduos orgânicos ainda presentes na coleta de mistos (%)
ATENÇÃO: Preencher/alterar somente Branco - Outros resultados de cálculos Ferramenta de Rotas e Custos
uma eficiência diferente para a triagem
as células em verde. dos orgânicos. Telha - Subprodutos das etapas ou tecnologias 0
Triagem e definição do destino dos materiais e rejeitos Azul - Massa perdida para a atmosfera

Conforme pôde ser visto à direita da Figura 26, nesta etapa são calculados
Definição das tecnologias na ROTA — Balanço de massa
e apresentados os
Subprodutos e rejeitos separados da triagem (t/d)
Seletiva Seletiva Mistos
Triagem dos seletivos Triagem dos resíduos da coleta de mistos Total
materiais recicláveis
massa disponível (t/d) que vão para comercialização
450,00 como subprodutos,
Materiais ou resíduos disponíveis para tratamento em função do tipo de coleta (t/d)
mecanizada de mistos Sim papel e papelão os orgânicos
185,83 11,09 triados
manual
99,79e os
mecanizada mecanizada
74,95
Tipo de coleta Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
que vêm da coleta seletiva, bem
papelão como osRígido
rejeitos Vidrocombustíveis e os não combustíveis.
triagem manual (%)
Papel e 10,0 massa disponível (t/d) 2.400,00 plástico filme 126,25 7,53 67,80 50,92
Total
triagem mecanizada (%)
Alimentos 90,0
Verdes Filme porcentagem a ser triada (%) 60,0 Ferrosos plástico rígido Combustíveis Não combustíveis
Não ferrosos 65,25 3,89 35,04 26,32
massa a ser triada (t/d) 1.440,00 vidros 34,05 2,03 18,28 13,73
Na Figura 27, mostra-se a tabela que resume o quantitativo de materiais por tipo, que1,95segue o17,52fluxo
Seletiva de recicláveis 184,80 125,55 64,89 33,86 32,45 8,46 450,00
Seletiva de orgânicos manual de seletivos
141,25 8,75 Sim destino dos rejeitos Incineração metais ferrosos 32,63 150,00 13,16
massa (t/d) 81,2545,00 destino dos orgânicos Tratam. biológico metais não ferrosos360,00 8,51141,00 0,51 4,57 3,43
de
Total resíduos mistos (mistos não
393,00 triados) e138,00
os rejeitos da69,00triagem18,00Total de recicláveis
de mistos.
Mistos/rejeitos 1.310,75 208,20 141,45 73,11 38,14 36,55 9,54 2.400,00
destino dos rejeitos
1.452,00 90,00CDR 267,00 72,00 360,00 452,52
141,00 27,00
3.000,00 243,00 182,52
Eficiência nas triagens
Resíduos recicláveis ainda presentes na coleta de mistos (%) 21,13 58,00 Resíduos orgânicos ainda presentes na coleta de mistos (%)
mecanizada de seletivos Sim manual de seletivos Baixa orgânicos triados 709,92 Alimentos 668,48
massa (t/d) 405,00 mecanizada de seletivos Baixa orgânicos seletivos 150,00 Verdes 41,44
Figura 27
Triagem e definição do destino dos materiais e rejeitos
destino dos rejeitos CDR
– Aba “R-Definição”: massa por
mecanizada de mistos secos Baixa
tipo de material após a triagem
rejeitos combustíveis 604,74 16,20 145,80 442,74
Subprodutos e rejeitos separados da triagem (t/d)
(massa que segue no fluxoBaixa
mecanizada de mistos orgânicos de resíduos mistos)
rejeitos não combust. 122,82 1,80
Seletiva Seletiva
16,20
Mistos
104,82
Triagem dos seletivos Triagem dos resíduos da coleta de mistos Total
manual mecanizada mecanizada
massa disponível (t/d) 450,00 mecanizada de mistos Sim papel e papelão 185,83 11,09 99,79 74,95
Rejeitos e mistos disponíveis após as etapas de triagem (t/d) — no fluxo de rejeitos mistos
triagem manual (%) 10,0 massa disponível (t/d) 2.400,00 plástico filme 126,25 7,53 67,80 50,92
triagem mecanizada (%)
Orgânicos90,0 Plástico
porcentagem a ser triada (%) 60,0
Metais
plástico rígido 65,25
Rejeitos/mistos
3,89 35,04 26,32
Papel e
massa a ser triada (t/d)
Vidros vidros
Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido 1.440,00 Ferrosos Não ferrosos34,05 2,03
Combustíveis 18,28
Não combustíveis 13,73
manual de seletivos Sim destino dos rejeitos Incineração metais ferrosos 32,63 1,95 17,52 13,16
rejeitos — triagem de mistos 117,97
massa (t/d) 45,007,31 49,97 33,95 17,55Tratam. biológico9,15
destino dos orgânicos 8,77
metais não ferrosos 2,29 8,51 216,00
0,51 84,604,57 547,56
3,43
mistos não triadosdestino dos rejeitos
524,30 CDR32,50 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62
Total de recicláveis 3,81 452,52 144,00
27,00 56,40
243,00 960,00
182,52
Eficiência nas triagens
Produção de CDR mecanizada de seletivos Sim ElaboraçãoBaixa
dos autores.
manual de seletivos orgânicos triados 709,92 Alimentos 668,48
massa (t/d) 405,00 mecanizada de seletivos Baixa orgânicos seletivos 150,00 Verdes 41,44
Resíduos disponíveis para CDR CDR produzido (t/d)
destino dos rejeitos CDR mecanizada de mistos secos Baixa rejeitos combustíveis 604,74 16,20 145,80 442,74
rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d) 16,20 massa disponível (t/d) 162,00 % CDR fino produzido 0,0 CDR fino 0,00
mecanizada de mistos orgânicos Baixa rejeitos não combust. 122,82 1,80 16,20 104,82

Na etapa produção de CDR (Figura 28), à esquerda, tem-se a massa e a origem dos materiais
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d) 145,80 % CDR grosso produzido 100,0 CDR grosso 137,70
rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TM (t/d) 162,00
Rejeitos e mistos disponíveis após as etapas de triagem (t/d) — no fluxo de rejeitos mistos
disponíveis (conforme Orgânicos definido na etapa
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d) 0,00
Plástico anterior).
produção de CDR TMB (t/d) 0,00
Metais Rejeitos/mistos
Rejeito para aterro (t/d)
rejeito para aterro 20,25
Papel e
Vidros Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
perda por evaporação / secagem (t/d) 4,05
rejeitos — triagem de mistos 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
Tratamento biológico
mistos não triados 524,30 Figura83,28
32,50 28 – Aba
56,58 “R-Definição”:
29,24 15,26 unidade
14,62 de produção
3,81 de CDR
144,00 56,40 960,00
orgânicos seletivos (t/d) 150,00 17,4% Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
Produção de CDR
orgânicos da triagem mecanizada (t/d) 709,92 82,6% biodigestão anaeróbia (%) 100,0 >>>> 859,92 t/d
Resíduos disponíveis para CDR total de orgânicos (t/d) 859,92 100% compostagem (uso nobre) (%) 0,0 CDR produzido (t/d)
rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d) 16,20 massa disponível (t/d) 162,00
compostagem (uso não nobre) (%) 0,0 % CDR fino produzido 0,0 CDR fino 0,00
Capacidade (t/d)
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d)
Biodigestão anaeróbia 145,80 % CDR grosso produzido 100,0 CDR grosso 137,70
biodigestão anaeróbia (t/d) 859,92
rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d) 0,00Média produção de CDR TM (t/d) 162,00
perda de massa 12,0% Utilização do biogás compostagem nobre (t/d) 0,00
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TMB (t/d) 0,00 Rejeito para aterro (t/d)
potencial de geração do biodigestor Médio produção de biometano Sim compostagem não nobre (t/d) 756,73
rejeito para aterro 20,25
geração potencial de biogás (Nm³/t) 100 geração de energia elétrica Não
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Subprodutos (t/d)
perda por evaporação / secagem (t/d) 4,05
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
Tratamento biológico Compostagem digestado a compostar (t/d) 756,73 composto não nobre (t/d) 416,20
orgânicos seletivos (t/d) 150,00 17,4% Elaboração dos autores.
Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
perda de massa Média 40,0% energia elétrica (kWh/d) 0
orgânicos da triagem mecanizada (t/d) 709,92 82,6% biodigestão anaeróbia (%) 100,0 >>>> 859,92 t/d
Qual é a utilização do composto biometano (Nm³/d) 50.305
total de orgânicos (t/d) 859,92 100% compostagem (uso nobre) (%) 0,0
rejeito na peneira final Baixo 5,0% "não nobre" produzido?
Capacidade (t/d)
A ferramenta assume automaticamente a produçãoAplicação no solo (florestamento)
de CDR-TM se os materiais foram provenientes
compostagem (uso não nobre) (%) 0,0
Biodigestão anaeróbia Perdas e rejeitos (t/d)
biodigestão anaeróbia (t/d) 859,92
perda de massa Média 12,0% Utilização do biogás rejeito na peneira — composto para aterro (t/d)
compostagem nobre (t/d) 0,00 37,84
apenas potencial de geração do biodigestor
dos rejeitos das Médio triagens, e produção de CDR-TMB
produção de biometano Sim se for definido, na etapa anterior,
compostagem não nobre (t/d) 756,73que
perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88
geração potencial de biogás (Nm³/t) 100 geração de energia elétrica Não
os orgânicos triados irão para
geração potencial de energia (kWh/t) 150 biossecagem e CDR. A única definição do usuário Subprodutos (t/d)
nesta etapa, é
Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem)
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
a definição da produção
Compostagem Orgânicos de CDR
Papel e
fino ouPlástico
grosso, decisão
digestado a compostar (t/d) 756,73 esta que
Metais é guiada por uma questão
composto não nobre (t/d)
Rejeitos/mistos 416,20 de
perda de massa Média 40,0% Vidro energia elétrica (kWh/d) Total0
existência de mercado.
Alimentos
Os parâmetros
Verdes papelão
de perda
Filme
de massaFerrosos
Rígido Qual é a utilização do composto
por secagem
Não ferrosos
e geração de rejeitos
Combustíveis Não combustíveis
biometano (Nm³/d) 50.305são
rejeito na peneira final
resíduo pós-triagem 642,27 Baixo39,81 5,0%133,25 90,53 46,79 "não nobre" produzido?
24,41 23,40 6,10 522,00 159,00 1.687,56
definidos na aba 0,00
retirado pelo CDR “R-Avançado”,
0,00 quando
0,00 0,00 a opção
0,00 da 0,00 etapa de
Aplicação no solo (florestamento)
0,00 definição
0,00 da triagem
162,00 por 0,00 destino
Perdas e rejeitos (t/d)
162,00 dos
rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84

rejeitos para CDR, a fração “outros não combustíveis”, é removida do fluxo que vai para produção
resíduo disponível pós-CDR 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 360,00 159,00 1.525,56
perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88
vai para incineração 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56

de CDR e segue o524,30fluxo


vai para aterro sanitário
para
32,50
destino83,28
ao56,58
aterro. 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00
Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem)
242,00 1.145,60

Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos


Papel e
Tratamento térmico Vidro Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
Incineração
resíduo pós-triagem 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 522,00 159,00 1.687,56
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos
retirado pelo CDR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 162,00 0,00 162,00
mistos sem triagem (t/d) 0,00 metais ferrosos (t/d) 21,06
resíduo disponível pós-CDR 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 360,00 159,00 1.525,56
rejeito — seletivos (man.) (t/d) 0,00 metais não ferrosos (t/d) 5,49
vai para incineração 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
rejeito — seletivos (mecan.) (t/d) 0,00 eficiência na geração de energia elétrica (%) 21,6 cinzas de fundo para reaproveitamento (t/d) 0,00
vai para aterro sanitário 524,30 32,50 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00 242,00 1.145,60
rejeito — triagem mec. mistos (t/d) 547,56 cinzas de fundo para aterro (t/d) 109,51
geração de cinzas (%) 20,0 energia elétrica (kWh/d) 269.295,1
massa disponível total (t/d) 547,56 recuperação de metais das cinzas Sim 90%
Tratamento térmico
Incineração reaproveitamento das cinzas de fundo (%) 0,0 perda de massa por combustão (t/d) 411,50
Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos
PCI ponderado estimado (kWh/t) 2.276,9
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos
56
mistos sem triagem (t/d) 0,00 metais ferrosos (t/d) 21,06
rejeito — seletivos (man.) (t/d) 0,00 metais não ferrosos (t/d) 5,49
Disposição final rejeito — seletivos (mecan.) (t/d) 0,00 eficiência na geração de energia elétrica (%) 21,6 cinzas de fundo para reaproveitamento (t/d) 0,00
rejeito — triagem mec. mistos (t/d)
Aterro sanitário 547,56 Utilização do biogás cinzas de fundo para aterro (t/d) 109,51
Resíduos recicláveis ainda presentes na coleta de mistos (%) 21,13 58,00 Resíduos orgânicos ainda presentes na coleta de mistos (%)

Triagem e definição do destino dos materiais e rejeitos


Subprodutos e rejeitos separados da triagem (t/d)
Seletiva Seletiva Mistos
Triagem dos seletivos Triagem dos resíduos da coleta de mistos Total
manual mecanizada mecanizada
massa disponível (t/d) 450,00 mecanizada de mistos Sim papel e papelão 185,83 11,09 99,79 74,95

tratamento
Na etapa detriagem mecanizada (%)
triagem manual (%) 10,0
90,0
biológico, mostrada
massa disponível (t/d)
porcentagem a ser triada (%)
na2.400,00
Figura 29, plástico filme
60,0
também se126,25
plástico rígido
tem, à7,53
65,25
esquerda,
3,89
67,80
35,04
a massa
50,92
26,32

disponível e amanual de seletivos


sua origem, Sim
se é da coleta seletiva
massa a ser triada (t/d)
destino dos rejeitos
ou da triagem
1.440,00
Incineração
vidros
de mistos.
metais ferrosos
34,05
32,63
Na2,03
sequência,
1,95
18,28
17,52
deve-se
13,73
13,16

definir o destino destes45,00


massa (t/d)
destino dos rejeitos
orgânicos. Há destino dos orgânicos
CDR
três possibilidades: Tratam. biológico
biodigestão
metais não ferrosos
Total de recicláveis
anaeróbia
8,51
452,52
0,51
27,00
(para243,00
capacidade
4,57 3,43
182,52

instalada acima de 50 t/d), compostagem de usoBaixanobre e compostagem 709,92de uso não nobre. O668,48
total
Eficiência nas triagens
mecanizada de seletivos Sim manual de seletivos orgânicos triados Alimentos

informado nestes campos deve, obrigatoriamente, fechar 100%. Composto de16,20uso nobre éo
442,74que
massa (t/d) 405,00 mecanizada de seletivos Baixa orgânicos seletivos 150,00 Verdes 41,44
destino dos rejeitos CDR mecanizada de mistos secos Baixa rejeitos combustíveis 604,74 145,80
mecanizada de mistos orgânicos Baixa rejeitos não combust. 122,82 1,80 16,20 104,82
pode ser utilizado na agricultura para produção de alimentos e, geralmente, é produzido a partir da
coleta seletiva de Orgânicos
orgânicos (para Rejeitos e mistos disponíveis após as etapas de triagem (t/d) — no fluxo de rejeitos mistos
auxiliarPlástico
o usuário a ferramenta Metais
já apresenta,
Rejeitos/mistos
no lado esquerdo,
Papel e
o percentual de orgânicos
Alimentos Verdes seletivos
papelão Filmefrente
Rígido ao total de
Vidros
orgânicos
Ferrosos Não ferrosos disponíveis (17,4%,Totalno caso do
Combustíveis Não combustíveis

exemplo apresentado na
32,50 Figura 29).
56,58 Composto de uso14,62não nobre pode
144,00ser utilizado para outros
rejeitos — triagem de mistos 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
mistos não triados 524,30 83,28 29,24 15,26 3,81 56,40 960,00

fins, como jardinagens ou florestamento, ou utilização como material de cobertura em aterros para
Produção de CDR

servir rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d)


como camada oxidativa de metano.
Resíduos disponíveis para CDR CDR produzido (t/d)
16,20 massa disponível (t/d) 162,00 % CDR fino produzido 0,0 CDR fino 0,00
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d) 145,80 % CDR grosso produzido 100,0 CDR grosso 137,70
rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TM (t/d) 162,00
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d) 0,00 produção de CDR TMB (t/d) 0,00 Rejeito para aterro (t/d)
Figura 29 – Aba “R-Definição”: unidades de tratamento biológico – rejeito para aterro 20,25

compostagem e biodigestão anaeróbia perda por evaporação / secagem (t/d) 4,05

Tratamento biológico
orgânicos seletivos (t/d) 150,00 17,4% Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
orgânicos da triagem mecanizada (t/d) 709,92 82,6% biodigestão anaeróbia (%) 100,0 >>>> 859,92 t/d
total de orgânicos (t/d) 859,92 100% compostagem (uso nobre) (%) 0,0
compostagem (uso não nobre) (%) 0,0 Capacidade (t/d)
Biodigestão anaeróbia biodigestão anaeróbia (t/d) 859,92
perda de massa Média 12,0% Utilização do biogás compostagem nobre (t/d) 0,00
potencial de geração do biodigestor Médio produção de biometano Sim compostagem não nobre (t/d) 756,73
geração potencial de biogás (Nm³/t) 100 geração de energia elétrica Não
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Subprodutos (t/d)
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
Compostagem digestado a compostar (t/d) 756,73 composto não nobre (t/d) 416,20
perda de massa Média 40,0% energia elétrica (kWh/d) 0
Qual é a utilização do composto biometano (Nm³/d) 50.305
rejeito na peneira final Baixo 5,0% "não nobre" produzido?
Aplicação no solo (florestamento) Perdas e rejeitos (t/d)
rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84
perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88

Elaboração dos autores.


Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem)
Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
Papel e
Vidro Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
O biogás gerado642,27pode 39,81
resíduo pós-triagem
ser utilizado
133,25
para geração
90,53 46,79 24,41
de energia
23,40
elétrica
6,10
ou522,00purificado
159,00
para
1.687,56
produção
de biometano.retirado pelo CDR
resíduo disponível pós-CDR
Por
0,00
642,27
questões
0,00
39,81
de viabilidade
0,00
133,25
0,00
90,53
0,00
46,79
econômica,
0,00
24,41
0,00
apenas6,10
23,40
uma das
0,00 162,00
360,00
opções
0,00
159,00
de 1.525,56
utilização
162,00
do
biogás poderá ser
vai para incineração
vai para aterro sanitário
117,97
524,30
adotada
7,31
32,50
na49,97
rota a33,95
83,28
cada17,55
56,58
simulação.
29,24
9,15
15,26
8,77
14,62
2,29
3,81
216,00
144,00
84,60
242,00
547,56
1.145,60

Por necessidade de estabilização e higienização do produto final, assume-se que o digestado que
Tratamento térmico
sai do biodigestor anaeróbio deverá passar, obrigatoriamente, por um processo de compostagem.
Incineração
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos
Os parâmetros de geração
mistos sem triagem (t/d) 0,00 de biogás e energia, de perda de massa por biodegradação e evaporação
metais ferrosos (t/d) 21,06
rejeito — seletivos (man.) (t/d) 0,00 metais não ferrosos (t/d) 5,49
e rejeitosrejeito — seletivos (mecan.) (t/d)
também estão 0,00 apresentados e podem ser alterados
eficiência na geração de energia elétrica (%) 21,6 na aba “R-Avançado”.
cinzas de fundo para reaproveitamento (t/d) 0,00
rejeito — triagem mec. mistos (t/d) 547,56 cinzas de fundo para aterro (t/d) 109,51

Pôde-se verificar, ainda,


massa disponível total (t/d) 547,56
29, as capacidades
no lado direito darecuperação de metais das cinzas
Figura geração de cinzas (%) 20,0
Sim 90%
operacionais das unidades,
energia elétrica (kWh/d) 269.295,1
os
subprodutos gerados (composto,
PCI ponderado estimado (kWh/t) 2.276,9
biometano e energia elétrica)
reaproveitamento das cinzas de fundo (%) 0,0
e a perda de massa por evaporação
perda de massa por combustão (t/d) 411,50

e geração de rejeito nesta etapa.


Disposição final
Na Figura 30, Aterro sanitário
é apresentada a massa de materiais ainda no fluxo de resíduos após os processos
Utilização do biogás
total para aterro sanitário (t/d) 1.145,60 sem queima (%) 0 Estação de transbordo
de triagem, produção de CDR e tratamentos biológicos,
somente queima (%) mostrando-se,
0 também, a composiçãoSim dos
há necessidade de estação de transbordo (ET)?
aterro novo ou já existente? Novo aproveitamento do biogás (%) 100 distância da ET ao aterro (km) 120

resíduos, qual Rota está sendo simulada?


por tipologiaRota futura de material, que é enviado para produção de CDR, para incineração e100para
porcentagem do resíduo que passa pela ET (%)
Disp. inadequada geração de energia elétrica Não

aterro sanitário. produção de biometano Sim capacidade da ET (t/d) 1.145,60


biogás gerado (Nm³/d) 166.092
volume ocupado no aterro por ano (m³/d) 1.140,0 Subprodutos
energia elétrica (kWh/d) 0,0
eficiência de captação do biogás Média 30% produção de biometano (Nm³/d) 8.304,6
biogás captado e disponível (Nm³/d) 49.828

Resumo da Rota — Capacidades das unidades e subprodutos gerados


Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 57
Ver figura-resumo na Aba 'Fluxo ROTA'

Ver tabela-resumo na Aba 'Resumo bal. massa'


Resíduos recicláveis ainda presentes na coleta de mistos (%) 21,13 58,00 Resíduos orgânicos ainda presentes na coleta de mistos (%)
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Subprodutos (t/d)
Produção de CDR
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
Resíduos disponíveis para CDR CDR produzido (t/d)
Triagem e definição do destino dos materiais e rejeitos
Compostagem digestado a compostar (t/d) 756,73% CDR fino produzido composto não nobre (t/d) 416,20
rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d) 16,20 massa disponível (t/d) 162,00 0,0 CDR fino 0,00
perda de massa 145,80 Média 40,0%
Subprodutos e rejeitos separados da triagem (t/d)
energia elétrica (kWh/d) 0
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d) % CDR grosso produzido 100,0 CDR grosso 137,70
Seletiva Seletiva Mistos
Triagem dos seletivos
rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d) 0,00 Triagem dos resíduos da coleta de mistos
produção de CDR TM (t/d) 162,00 Qual é a utilização do composto Total
manual mecanizada biometano (Nm³/d)
mecanizada 50.305
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d)
massa disponível (t/d) 0,00 Baixo
rejeito na peneira final 450,00 5,0% produção de CDR TMB (t/d)
mecanizada de mistos 0,00
Sim "não nobre" produzido?
papel e papelão 185,83 11,09 Rejeito para aterro (t/d)
99,79 74,95
triagem manual (%) 10,0 massa disponível (t/d) plástico filme
2.400,00 Aplicação no solo (florestamento) 126,25 7,53 rejeito para aterro
67,80 20,25
50,92
Perdas e rejeitos (t/d)
Figura 30 – Aba “R-Definição”: composição dovidros
fluxo de rejeitos após
triagem mecanizada (%) 90,0 porcentagem a ser triada (%) 60,0 plástico rígido 65,25 3,89 35,04 26,32
rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84
massa a ser triada (t/d) 1.440,00 34,05 perda por evaporação / secagem (t/d)
2,03 18,28 4,05
13,73
perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88
Tratamento biológico manual de seletivos
massa (t/d)
Sim
45,00
triagem, produção de CDR e tratamento
destino dos rejeitos
destino dos orgânicos Tratam. biológico
biológico
Incineração
metais não ferrosos
metais ferrosos
8,51
32,63
0,51
1,95 17,52
4,57
13,16
3,43
orgânicos seletivos (t/d) 150,00 17,4% Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
destino dos rejeitos
orgânicos da triagem mecanizada (t/d) CDR
709,92 82,6% biodigestão anaeróbia (%) 100,0 Total de recicláveis
>>>> 452,52
859,92 t/d 27,00 243,00 182,52

total de orgânicos (t/d) Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem)
859,92 100% Eficiência nas triagens
compostagem (uso nobre) (%) 0,0
Sim
mecanizada de seletivosOrgânicos manual de seletivos
Plástico Baixa
compostagem (uso não nobre) (%) 0,0 orgânicos triados
Metais 709,92 Rejeitos/mistos Alimentos
Capacidade (t/d) 668,48
massa (t/d) 405,00 Papel e mecanizada de seletivos Baixa orgânicos seletivos 150,00 Verdes 41,44
Biodigestão anaeróbia Vidro biodigestão anaeróbia (t/d) Total
859,92
Alimentos
destino dos rejeitos CDR Verdes papelão Filme Rígido
mecanizada de mistos secos Baixa Ferrosos
rejeitos combustíveis Não ferrosos
604,74 Combustíveis
16,20 Não combustíveis
145,80 442,74
perda de massa Média 12,0% Utilização do biogás compostagem nobre (t/d) 0,00
potencial de geração do biodigestor mecanizada de mistos orgânicos Baixa
produção de biometano rejeitos não combust. 122,82 1,80 16,20 104,82
resíduo pós-triagem 642,27 Médio 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 Sim 23,40 6,10 522,00 compostagem não nobre (t/d)
159,00 756,73
1.687,56
geração potencial de biogás (Nm³/t) 100 geração de energia elétrica Não
retirado pelo CDR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 162,00 0,00 162,00
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Rejeitos e mistos disponíveis após as etapas de triagem (t/d) — no fluxo de rejeitos mistos Subprodutos (t/d)
resíduo disponível pós-CDR 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 360,00 159,00 1.525,56
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
vai para incineração
Compostagem 117,97 7,31 Papel e 49,97 33,95 17,55
digestado a compostar (t/d)9,15 756,73 8,77 2,29 216,00 84,60
composto não nobre (t/d) 547,56
416,20
Vidros Total
Alimentos Verdes papelão Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
vai para aterro sanitário perda de massa
524,30 Média 32,50 40,0% 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00 energia elétrica (kWh/d)
242,00 0
1.145,60
rejeitos — triagem de mistos 117,97 7,31 49,97 33,95 17,55 Qual é a utilização do composto
9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 biometano (Nm³/d)
547,56 50.305
15,26 "não nobre" produzido?
Elaboração dos autores.
rejeito na peneira final
mistos não triados 524,30 Baixo
32,50 5,0%
83,28 56,58 29,24 14,62 3,81 144,00 56,40 960,00
Aplicação no solo (florestamento) Perdas e rejeitos (t/d)
Tratamento térmico rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84
Produção de CDR Incineração perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88

Na Figura 31,mistos sem triagem (t/d)


tem-se a massa e a origem dos resíduos disponíveis para o processo de incineração.
Resíduos disponíveis para CDR CDR produzido (t/d)
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos
rejeitos combustíveis seletivos (man.) (t/d) 16,20 massa disponível (t/d) 162,00 % CDR fino produzido 0,0 CDR fino 0,00
0,00
rejeitos combustíveis seletivos (mecan.) (t/d) 145,80
metais ferrosos (t/d) % CDR grosso produzido 100,0 CDR grosso 137,70
21,06

Importante lembrar que a0,00 definição pela


rejeitos combustíveis triag. mecan. mistos (t/d)
Orgânicos
rejeito — seletivos (mecan.) (t/d)
biossecagem — orgânicos de mistos (t/d) 0,00
incineração dos rejeitos
0,00 0,00 das triagens
produção de CDR TM (t/d)
Plástico eficiência na geração de energia elétrica (%) Metais
21,6
162,00
Rejeitos/mistos
produção de CDR TMB (t/d)
écinzas de fundo para reaproveitamento (t/d)
feita no início da
Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem)
rejeito — seletivos (man.) (t/d)
Rejeito para aterro (t/d)
0,00
metais não ferrosos (t/d) 5,49
0,00
Papel e
Vidro Total
aba “R-Definição”, Alimentos
na Verdes
rejeito — triagem mec. mistos (t/d)
etapa
547,56
triagem
Filme
e definição
Rígido
do destino
papelão
Ferrosos
geração de cinzas (%)
dos
20,0
rejeitos,
Não ferrosos
conforme apresentado
Combustíveis Não combustíveis
na 269.295,1
energia elétrica (kWh/d)
109,51 rejeito para aterro 20,25
cinzas de fundo para aterro (t/d)

resíduo pós-triagem 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 522,00 159,00 1.687,56

Figura 26.
perda por evaporação / secagem (t/d) 4,05
massa disponível total (t/d)
retirado pelo CDR 0,00 0,00 547,56 0,00 0,00 0,00 recuperação de metais das cinzas
0,00 0,00 Sim 0,00 90% 162,00 0,00 162,00
Tratamento biológico
resíduo disponível pós-CDR 642,27 39,81 133,25 90,53 reaproveitamento das cinzas de fundo (%)
46,79 24,41 23,40 0,0 6,10 360,00 159,00 perda de massa por combustão (t/d)
1.525,56 411,50
orgânicos seletivos (t/d)
PCI ponderado estimado (kWh/t)
vai para incineração 117,97
150,00
7,31 2.276,9
17,4%
49,97 33,95 17,55 9,15
Destinação do material disponível para tratamento biológico (%)
8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
orgânicos da triagem mecanizada (t/d) 709,92 82,6% biodigestão anaeróbia (%) 100,0 >>>> 859,92 t/d
vai para aterro sanitário 524,30 32,50 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00 242,00 1.145,60
Figura 31 – Aba “R-Definição”:
total de orgânicos (t/d) 859,92
unidade de tratamento
100%
térmico – incineração
compostagem (uso nobre) (%) 0,0
compostagem (uso não nobre) (%) 0,0 Capacidade (t/d)
Disposição final Biodigestão anaeróbia biodigestão anaeróbia (t/d) 859,92
Tratamento térmico
Aterro sanitário Média
perda de massa 12,0% Utilização do biogás
Utilização do biogás compostagem nobre (t/d) 0,00
Incineração
potencial de geração do biodigestor
total para aterro sanitário (t/d) Médio1.145,60 produção de biometano Sim
sem queima (%) 0 Estação de transbordo
compostagem não nobre (t/d) 756,73
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos
geração potencial de biogás (Nm³/t) 100 geração de energia elétrica Não
somente queima (%) 0 há necessidade de estação de transbordo (ET)? Sim
mistos sem triagem (t/d) 0,00 metais ferrosos (t/d) 21,06
geração potencial de energia (kWh/t) 150 Subprodutos (t/d)
aterro novo ou já existente?
rejeito — seletivos (man.) (t/d) 0,00 Novo aproveitamento do biogás (%) 100 distância da ET ao aterro (km)
metais não ferrosos (t/d) 5,49 120
destino do digestado Comp. não nobre composto nobre (t/d) 0,00
qual Rota está sendo simulada? 0,00Rota futura
rejeito — seletivos (mecan.) (t/d) eficiência na geração de energia elétrica (%) 21,6 porcentagem do resíduo que passa pela ET (%)
cinzas de fundo para reaproveitamento (t/d) 0,00 100
Compostagem digestado a compostar (t/d) 756,73 composto não nobre (t/d) 416,20
rejeito — triagem mec. mistos (t/d) 547,56
Disp. inadequada 40,0% geração de energia elétrica Não cinzas de fundo para aterro (t/d) 109,51
perda de massa Média energia elétrica (kWh/d) 0
geração de cinzas (%) 20,0 energia elétrica (kWh/d) 269.295,1
produção de biometano
Qual é a utilização do composto Sim biometano (Nm³/d)capacidade da ET (t/d)
50.305 1.145,60
massa disponível total (t/d) 547,56 recuperação de metais das cinzas Sim 90%
biogás gerado (Nm³/d) Baixo166.092
rejeito na peneira final 5,0% "não nobre" produzido?
reaproveitamento das cinzas de fundo (%) 0,0 perda de massa por combustão (t/d) 411,50
volume ocupado no aterro por ano (m³/d) 1.140,0 Subprodutos
Aplicação no solo (florestamento) Perdas e rejeitos (t/d)
PCI ponderado estimado (kWh/t) 2.276,9
energia elétrica (kWh/d) 0,0 rejeito na peneira — composto para aterro (t/d) 37,84
perda por evaporação ou biodigestão (t/d) 405,88
eficiência de captação do biogás Média 30% produção de biometano (Nm³/d) 8.304,6
Disposição final biogás captado e disponível (Nm³/d) 49.828 Elaboração dos autores.
Aterro sanitário Utilização do biogás
Composição do fluxo de rejeitos após triagem, produção de CDR e tratamento biológico (t/d) — (sem os recicláveis secos e os orgânicos separados na triagem)
total para aterro sanitário (t/d) 1.145,60 sem queima (%) 0 Estação de transbordo
Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
Papel e somente queima (%) 0 há necessidade de estação de transbordo (ET)? Sim
Vidro Total
Nesta etapa de tratamento térmico, é possível adicionar a incineração dos resíduos da coleta de
Alimentos
aterro novo ou já existente? Verdes
Novo papelão Filme Rígido
aproveitamento do biogás (%) Ferrosos
100 Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
distância da ET ao aterro (km) 120
Resumo da Rota — Capacidades das unidades e subprodutos gerados
qual Rota está sendo simulada? Rota futura porcentagem do resíduo que passa pela ET (%) 100
resíduo pós-triagem 642,27 39,81 133,25 90,53 46,79 24,41 23,40 6,10 522,00 159,00 1.687,56
Disp. inadequada geração de energia elétrica Não
mistos que não passaram pelo processo de triagem. A ferramenta tem um limitador de massa
retirado pelo CDR
resíduo disponível pós-CDR
0,00
642,27
0,00
39,81
0,00
Ver figura-resumo na Aba 'Fluxo ROTA'
133,25
0,00
90,53
0,00
46,79
0,00
produção de biometano
24,41
0,00
Sim
23,40
0,00
6,10
162,00
360,00
0,00
159,00
162,00
capacidade da ET (t/d)
1.525,56
1.145,60
biogás gerado (Nm³/d) 166.092

mínima para incineração de 500 t/d. Caso haja recuperação de metais das cinzas, ou mesmo a
vai para incineração 117,97 7,31 49,97
Ver tabela-resumo na Aba 'Resumo bal. massa' 33,95 17,55 9,15 8,77 2,29 216,00 84,60 547,56
volume ocupado no aterro por ano (m³/d) 1.140,0 Subprodutos
vai para aterro sanitário 524,30 32,50 83,28 56,58 29,24 15,26 14,62 3,81 144,00 242,00 1.145,60
energia elétrica (kWh/d) 0,0

reciclagem das próprias cinzas, isso deve ser informado nesta etapa.
eficiência de captação do biogás Média 30% produção de biometano (Nm³/d) 8.304,6
biogás captado e disponível (Nm³/d) 49.828
Tratamento térmico
Incineração
Incineração dos resíduos da coleta de mistos sem triagem? Não Subprodutos

última etapa para definição da rota diz respeito à disposição final em aterro sanitário e se o envio
AResumo da Rota — Capacidades das unidades e subprodutos gerados
mistos sem triagem (t/d)
rejeito — seletivos (man.) (t/d)
0,00
0,00
metais ferrosos (t/d)
metais não ferrosos (t/d)
21,06
5,49
rejeito — seletivos (mecan.) (t/d) 0,00 eficiência na geração de energia elétrica (%) 21,6 cinzas de fundo para reaproveitamento (t/d) 0,00
dos resíduos será feito diretamente ou via transferência em estação de transbordo (Figura 32).
Ver figura-resumo na Aba 'Fluxo ROTA'
rejeito — triagem mec. mistos (t/d) 547,56 cinzas de fundo para aterro (t/d) 109,51
Ver tabela-resumo na Aba 'Resumo bal. massa' geração de cinzas (%) 20,0 energia elétrica (kWh/d) 269.295,1
massa disponível total (t/d) 547,56 recuperação de metais das cinzas Sim 90%
reaproveitamento das cinzas de fundo (%) 0,0 perda de massa por combustão (t/d) 411,50

Figura 32 – Aba “R-Definição”: disposição final em aterro sanitário e estação de transbordo


PCI ponderado estimado (kWh/t)
2.276,9

Disposição final
Aterro sanitário Utilização do biogás
total para aterro sanitário (t/d) 1.145,60 sem queima (%) 0 Estação de transbordo
somente queima (%) 0 há necessidade de estação de transbordo (ET)? Sim
aterro novo ou já existente? Novo aproveitamento do biogás (%) 100 distância da ET ao aterro (km) 120
qual Rota está sendo simulada? Rota futura porcentagem do resíduo que passa pela ET (%) 100
Disp. inadequada geração de energia elétrica Não
produção de biometano Sim capacidade da ET (t/d) 1.145,60
biogás gerado (Nm³/d) 166.092
volume ocupado no aterro por ano (m³/d) 1.140,0 Subprodutos
energia elétrica (kWh/d) 0,0
eficiência de captação do biogás Média 30% produção de biometano (Nm³/d) 8.304,6
biogás captado e disponível (Nm³/d) 49.828

Elaboração dos autores.


Resumo da Rota — Capacidades das unidades e subprodutos gerados

Ver figura-resumo na Aba 'Fluxo ROTA'


Como nas etapas anteriores desta aba, na parte superior esquerda está o total a ser enviado ao
Ver tabela-resumo na Aba 'Resumo bal. massa'

aterro na rota avaliada. Para fins dos cálculos posteriores de custos associados, e por razões de
similitude com a Ferramenta GEE, deverá ser informado, na Ferramenta Rotas, somente quando

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 58
estiver simulando “rota atual”, se a disposição final é adequada (aterro sanitário) ou inadequada
(lixão ou aterro controlado). Para rotas futuras, a única possibilidade de disposição final que é
admitida pela ferramenta é a disposição adequada em aterro sanitário.
A eficiência da captação de biogás no aterro também está parametrizada, com os valores constantes
na aba “R-Avançado”. Na definição sobre a utilização do biogás gerado no aterro, sempre que estiver
sendo simulada “rota atual” com “disposição inadequada”, a ferramenta assume automaticamente
que 100% do biogás será “sem queima”. Já quando a opção for “aterro sanitário”, será necessário
informar qual percentual do biogás captado será queimado e qual será aproveitado. As formas de
aproveitamento do biogás de aterro são geração de energia elétrica ou produção de biometano. As
duas possibilidades são mutuamente excludentes, ou seja, somente uma delas poderá ser aplicada
a determinada rota de cada vez.
Em relação à estação de transbordo, é necessário informar se haverá ou não esta necessidade
de transferência na rota avaliada, a distância até o aterro sanitário e a porcentagem da massa de
rejeitos a ser disposta no aterro que passará pelo transbordo.

Aba “R-Avançado”
Na aba “R-Avançado” estão as chamadas “variáveis avançadas” (Figura 33), que são utilizadas
nos cálculos do balanço de massa da rota, feitos na aba “R-Definição”. São valores de referências
parametrizados com base em levantamentos da literatura ou na experiência profissional da equipe
de consultores do Programa ProteGEEr. Sempre que o usuário dispuser de dados mais apurados ou
adequados à realidade regional ou ao tipo de tecnologia a ser utilizada na rota, os valores inseridos
nas células verdes nesta aba poderão ser alterados.

Figura 33 – Aba “R-Avançado”: variáveis avançadas parametrizadas de eficiência

Município São Judas Tadeu


Rota Rota Futura 1

Ajuste de variáveis avançadas para realização do balanço de massa da Rota Tecnológica Ferramenta de Rotas e Custos
0
Triagem Produção de CDR
Eficiência da triagem de resíduos (%)
Perda de massa por Rejeito na produção
Orgânicos Recicláveis secos
secagem (%) de CDR (%)
Mecanizada mistos Mecanizada mistos Mecanizada seletivos Manual seletivos
Valor a usar 85,0 60,0 60,0 60,0 CDR TM — seletivos 2,5 12,5
Alta 95,0 90,0 90,0 80,0 CDR TMB — mistos 27,5 30,0
Baixa 85,0 60,0 60,0 60,0

Tratamento biológico
Biodigestão Biodigestão e compostagem Compostagem
Biogás Energia líquida Perda de massa (%) Rejeito na peneira
Geração potencial
Nm³/t kWh/t Biodigestão Compostagem pós-compostagem (%)
Alto 120 180 Alta 15,0 50,0 Alto 10,0
Médio 100 150 Média 12,0 40,0 Baixo 5,0
Baixo 80 120 Baixa 10,0 30,0

CH4/biogás (%) 65,0


eficiência na utilização do biogás (%) 90,0

Incineração Aterro sanitário Aterro sanitário


% Eficiência na captação do biogás (%) Valor
eficiência na geração de energia elétrica 21,6 Alta Média Baixa potencial energético do biogás (MJ/Nm³) 16,8
geração de cinzas 20,0 50,0 30,0 10,0 eficiência na geração elétrica (%) 35,0
recuperação de metais das cinzas 90,0 CH4/biogás (%) 60,0

Características das frações dos resíduos (para incineração e aterro sanitário)


Características das frações dos resíduos
Orgânicos Plástico Metais Rejeitos/mistos
Papel e papelão Vidro
Alimentos Parques/jardins Filme Rígido Ferrosos Não ferrosos Combustíveis Não combustíveis
PCI — incineração (GJ/t) 3,7 3,7 10,5 25,0 28,0 0,0 0,0 0,0 10,0 0,0
geração de biogás no aterro (Nm³/t) 250,0 250,0 150,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0
volume ocupado no aterro (m³/t) 1,11 1,11 1,05 1,04 1,04 0,51 0,32 0,93 1,11 0,70
Obs.: 1 GJ = 277,78 kWh

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 59
Na etapa de triagem, conforme visto na Figura 26, o usuário deve escolher a eficiência de triagem
de recicláveis para cada um dos três tipos: triagem manual de seletivos, triagem mecanizada de
seletivos e triagem mecanizada de mistos. Deverá, ainda, definir a eficiência da separação dos
orgânicos na triagem mecanizada de mistos. A escolha dá-se entre “alta” e “baixa” eficiências.
Adotar uma eficiência de triagem, por exemplo, de 60%, significa que 60% da massa dos resíduos
que adentram à unidade de triagem saem no fluxo de materiais recicláveis, e 40% serão destinados
como rejeitos. Assume-se que a eficiência seja uniforme para todos os tipos de materiais (para
os materiais recicláveis secos), não sendo possível adotar eficiências distintas para materiais
diferentes. Já a eficiência da triagem mecanizada da fração orgânica oriunda da coleta de mistos
poderá ser especificada separadamente.
Os valores de eficiência que constam na aba “R-Avançado” foram baseados em McDougall et al.
(2001) e modificados pelos especialistas participantes do ProteGEEr. A Ferramenta Rotas e Custos
sempre assume como padrão triagem com eficiência “baixa”, sendo que o usuário pode alterar
para “alta” na aba “R-Definição”.
Para a etapa produção de CDR, há valores de referência para perda de massa por secagem e
geração de rejeitos no processo, valores estes também definidos com base na experiência dos
especialistas. As perdas por secagem e rejeitos são maiores na produção de CDR-TMB, pois, neste
processo, a produção dá-se a partir da inclusão também da fração de orgânicos, que perde mais
massa por secagem.
Os valores para os processos de tratamento biológico, como potencial de geração de biogás e
energia elétrica líquida, perdas de massa e geração final de rejeito na peneira pós-compostagem,
também são baseados em McDougall et al. (2001), com modificações e ajustes feitos pelos
especialistas do ProteGEEr. Como padrão, a ferramenta assume os valores parametrizados para
a faixa “média” para biodigestão e perda de massa na biodigestão e compostagem, e “baixa” para
rejeito na peneira na compostagem.
Os valores para potencial de geração de energia elétrica líquida na biodigestão anaeróbia referem-
se à energia disponível para comercialização, já descontados a eficiência do motor de geração e
o consumo interno da planta.
Na etapa de incineração, o valor de referência para geração de energia já considera a eficiência dos
motores de geração e o consumo na planta. A geração de cinzas está em termos de porcentagem
da massa que entra na unidade, e o valor-padrão para recuperação de metais das cinzas é de 90%.
Todos estes valores foram definidos com base nas experiências dos especialistas que participaram
do ProteGEEr.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 60
A eficiência de captação de longo prazo do biogás do aterro sanitário foi adotada com base em
valores também já utilizados na Ferramenta GEE, sendo o valor-padrão para “baixa” eficiência
adotado quando não for informada outra eficiência pelo usuário. Os valores para porcentagem
de metano no biogás, potencial energético do biogás e eficiência energética foram baseados em
McDougall et al. (2001).
Com base em McDougall et al. (2001), apresentou-se, na última tabela da Figura 33, por tipologia de
material presente nos resíduos, o PCI (utilizado para cálculo do PCI médio ponderado do material
que vai para incineração, conforme Figura 31). Também foi apresentado o potencial da geração
de biogás no aterro e o volume específico ocupado no aterro por tipo de material, utilizados,
respectivamente, para o cálculo da geração de biogás em função da composição efetiva da massa
de resíduos que é disposta no aterro e uma estimativa do volume diário que esta massa ocupa no
aterro sanitário (conforme Figura 32).

Aba “R-Fluxo Massa”


Nesta aba não há entrada de dados. Nela, apresenta-se o fluxo de massa da rota que está sendo
simulada. Ele pode e deve ser utilizado durante o preenchimento da aba “R-Definição”, quando o
usuário pode acompanhar o destino de cada um dos resíduos e dos subprodutos ou das emissões
para a atmosfera ao longo do processo da definição da rota. Na parte superior, à esquerda da
Figura 34, tem-se os totais de massa de resíduos por tipo de coleta e o total de massa de resíduos
que entra na rota.

Figura 34 – Aba “R-Fluxo Massa”: fluxograma de balanço de massa da rota tecnológica

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 61
Na parte central da Figura 34, tem-se os processos de tratamento e as massas de resíduos que
entram e que saem em cada um deles. À direita estão os subprodutos que saem como materiais
recicláveis, a massa evaporada para a atmosfera e os rejeitos que são dispostos em aterro para
cada uma das etapas de tratamento. No canto inferior direito, última célula na cor branca, tem-se
a massa de resíduos do fluxo de mistos que vai direto ao aterro, sem passar por nenhum tipo de
tratamento prévio (podendo, no entanto, quando for o caso, passar por estação de transferência).
Nas células em amarelo, na parte inferior, estão os totais por tipo de destinação final em termos de
massa e de porcentagem (materiais para reciclagem; massa emitida à atmosfera; massa disposta
em aterro sanitário). A soma das massas destas três frações sempre será igual à massa que entra
na rota, e a soma das porcentagens será igual a 100%.

Aba “R-Resumo Bal. Massa”


Um resumo detalhado das massas totais diárias de entrada em cada uma das etapas ou
tecnologias que fazem parte da rota, bem como todas as saídas de subprodutos, rejeitos e perdas
por evaporação, são mostradas na aba “R-Resumo Bal. Massa” (Figura 35).
A aba “R-Resumo Bal. Massa” é uma aba de saída de resultados e resumo de todas as informações
importantes sobre o fluxo de massa da rota simulada. Apresenta as capacidades operacionais
de cada uma das unidades ou tecnologias que compõem a rota, bem como os subprodutos, os
rejeitos e as emissões de massa para a atmosfera. Além de aumentar o conhecimento do usuário
ou decisor sobre a rota avaliada, é desta aba que a segunda parte da Ferramenta Rotas e Custos,
a parte de “Custos Associados”, importa as informações para realizar as simulações econômicas.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 62
Figura 35 – Aba “R-Resumo Bal. Massa”: resumo do balanço de massa da rota
Município São Judas Tadeu
Rota Rota Futura 1

Resumo da Rota — Capacidade das unidades e subprodutos gerados Ferramenta de Rotas e Custos
0
Resumo do fluxo de massa por etapa ou tecnologia na Rota (t/d)
Saída
Capacidade de
Etapa ou tecnologia Entrada Perda por
projeto da unidade Materias recicláveis Orgânicos Rejeito
evaporação

Coletas
Seletiva de recicláveis 450,00
Seletiva de orgânicos 150,00
Mistos/rejeitos 2.400,00
Total 3.000,00

Triagem
45,00 Manual — seletivos 45,00 27,00 18,00
405,00 Mecanizada — seletivos 405,00 243,00 162,00
1.440,00 Mecanizada — mistos 1.440,00 182,52 709,92 547,56
Subtotal 1.890,00 452,52 709,92 727,56

Produção de CDR
Rejeitos seletiva — triagem manual 16,20
Rejeitos seletiva — triagem mecanizada 145,80
162,00 137,70 20,25 4,05
Rejeitos — triagem mistos 0,00
Biossecagem — orgânicos 0,00
Subtotal 162,00 137,70 20,25 4,05
162,00 CDR TM
0,00 CDR TMB

Tratamento biológico
859,92 Biodigestão + compostagem 859,92
416,20 37,84 405,88
756,73 Compostagem 0,00
Subtotal 859,92 416,20 37,84 405,88

Incineração
Mistos sem triagem 0,00
Rejeito — seletivos (manual) 0,00
547,56 26,55 109,51 411,50
Rejeito — seletivos (mecanizada) 0,00
Rejeito — triagem mecananizada mistos 547,56
Subtotal 547,56 26,55 109,51 411,50

Aterro sanitário
Resíduos mistos não triados 960,00
Rejeitos — triagem de seletivos 0,00 Resultado final do balanço de massa
Rejeitos — triagem de mistos 18,00 Massa (t/d) (%)
1.145,60
Rejeitos — produção de CDR 20,25 Aterro 1.145,60 38,19
Rejeitos — tratamento biológico 37,84 Material reciclável 1032,97 34,43
Cinzas — incineração 109,51 Evaporação* 821,43 27,38
Subtotal 1.145,60 Total 3.000,00 100,0
* Por evaporação, combustão ou biodegradação

Subprodutos por etapa da Rota


Subprodutos
Triagem Tratamento
Total CDR Incineração Aterro sanitário
t/d Manual de seletivos Mecanizada de seletivos Mecanizada de mistos biológico
papel e papelão 185,83 11,09 99,79 74,95
plástico filme 126,25 7,53 67,80 50,92
plástico rígido 65,25 3,89 35,04 26,32
Recicláveis vidros 34,05 2,03 18,28 13,73
metais ferrosos 53,68 1,95 17,52 13,16 21,06
metais não ferrosos 14,00 0,51 4,57 3,43 5,49
Total de recicláveis 479,07 27,00 243,00 182,52 26,55
t/d
composto nobre 0,00 0,00
composto não nobre florestal 416,20 416,20
Recicláveis orgânicos composto não nobre — cobertura AS 0,00 0,00
Total de orgânicos 416,20 416,20
t/d
fino 0,00 0,00
CDR grosso 137,70 137,70
Total de CDR 137,70
Energia elétrica kWh/d 269.295,1 0,0 269.295,1 0,0
Biometano Nm3/d 58.609,9 50.305,3 8.304,6
Cinzas recicladas t/d 0,00 0,00

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 63
Aba “Saída GEE”
A aba “Saída GEE” apresenta um resumo das informações de balanço de massa para determinada
rota tecnológica avaliada. Estas informações não têm utilização direta na Ferramenta Rotas e
Custos. Seu objetivo é organizar os dados nela inseridos, os quais poderão servir como dados de
entrada de outra ferramenta que faz a estimativa da geração de emissão de GEE.
É possível utilizar as duas ferramentas para uma mesma rota, de modo que os resultados possam
ser comparados, ampliando, assim, o rol de informações disponíveis, para que o decisor esteja
mais bem qualificado e embasado no momento da tomada de decisão sobre qual rota tecnológica
de gerenciamento de RSU escolher.

3.3 Exercício de montagem de uma rota tecnológica


A seguir, são apresentados dados e informações para que seja feito um exercício de preenchimento
guiado da parte de “Balanço de Massa” da Ferramenta Rotas e Custos. Para a definição da rota deste
exercício, serão utilizados os valores-padrão da aba “R-Avançado”, sendo que as informações e os
dados deverão ser inseridos somente nas abas “R-Entrada” e “R-Definição”.

Mãos à obra!
Abra o arquivo Excel da Ferramenta Rotas e Custos e faça o exercício
guiado conforme os itens a seguir.

3.3.1. Inserção de dados


Aba “R-Entrada”
Iniciar pela inserção das seguintes informações na aba “R-Entrada”:
• População total atendida: 600.000 hab.;
• Geração per capita de resíduos: 1,1 kg/hab.d;
• Marcar “sim” em “utilizar dados gravimétricos fornecidos pelo usuário”;
• Inserir em “dados do usuário” os mesmos valores do “padrão Brasil”;
• Em “tipos de coleta”, inserir 15% de coleta seletiva de recicláveis secos e 5% de coleta
seletiva de orgânicos.
Após a inserção dos dados acima, verificar, na tabela, ao final da aba, a distribuição das massas
dos diferentes tipos de materiais (resíduos) em função dos tipos de coleta que foram definidos. São
estes os quantitativos disponíveis no fluxo de resíduos para aplicação das diferentes tecnologias
de tratamento que podem ser estipuladas para a rota, conforme disposto na aba seguinte.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 64
Aba “R-Definição”
É nesta aba que é feita a definição da rota propriamente dita, com a escolha dos quantitativos a
serem enviados a cada um dos processos de tratamento e das eficiências a serem adotadas.
Lembrar que somente as células em fundo verde devem ser preenchidas, e que, à medida que as
informações forem inseridas, novas células verdes passam a surgir em função das opções de
montagem da rota que forem feitas.
A primeira etapa é a definição da forma de triagem dos
resíduos da coleta seletiva de recicláveis secos. A massa
total de seletivos coletados está na célula E24.
Defina 100% de “triagem manual” em E25; e, logo na sequência,
escolha “CDR” como destino dos rejeitos da triagem manual
em E30. Com isso, já se está optando pela adoção da
produção de CDR como parte da rota. (Neste momento do
preenchimento da definição da rota, na etapa “Produção de
CDR”, em J51 aparece uma sinalização de que esta massa é
menor que a capacidade mínima para este tipo de tecnologia.
Desconsiderar por ora, pois ainda poderão ser adicionados
mais resíduos a este processo na triagem de mistos, como se
verá a seguir).
O próximo passo é informar se haverá ou não triagem mecanizada de resíduos mistos. Escolher
“Sim” em I24, habilitando, assim, outras células em verde para inserir as informações nas células
abaixo. Em I26, inserir a porcentagem dos resíduos de mistos disponíveis em I25 que serão triados.
Neste exemplo, adotar 70%. Na sequência, definir o destino dos rejeitos em I28 (escolher “CDR”) e
o destino dos orgânicos triados a partir dos mistos em I29 (escolher “Tratam. biológico”).
Verificar que, após esta definição acima da destinação do rejeito para CDR, a capacidade mínima
necessária é atingida em I51 (a mensagem em J51 não aparece mais). Se isso não tivesse
acontecido (caso não atingisse a capacidade mínima para produção de CDR), a escolha desta
tecnologia deveria ser revista em E30 e em I28. Na sequência, definir eficiência “Baixa” para as
triagens em I32, I34 e I35.
Na etapa “Produção de CDR”, colocar 0% em L49. Com isso, a ferramenta assume que somente
será produzido CDR grosso.
Passando para a etapa de “Tratamento Biológico”, há três escolhas sobre destino da massa
de orgânicos disponível. Para escolher, neste exemplo, fazer compostagem para produção de
composto de uso nobre (para uso agrícola), vamos enviar, para este tipo de tratamento, somente
os orgânicos vindos da coleta seletiva de orgânicos (em E58 consta a massa disponível, e em F58 o
seu equivalente em porcentagem em relação à massa total de orgânicos disponível). Vamos definir
fazer biodigestão anaeróbia dos resíduos orgânicos. Assim, inserir 100% em J59; e 0% em J60.
Adotar perdas de massa e potencial de geração no biodigestor (E63, E64 e E69) médios; e rejeito
na peneira “Baixo” em E71.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 65
Definir a produção de metano como forma de utilização do biogás (escolher “Sim” em J64); destino
do digestado do biodigestor para produção de “Comp. de uso não nobre” em J67; e utilização do
composto de uso não nobre produzido para fins de “Aplicação no solo (florestamento)” em I72.
Para as escolhas de definição da rota feitas até aqui, não há possibilidade de utilização de tratamento
térmico/incineração, uma vez que a capacidade mínima para utilização desta tecnologia é de 500
t/d.
Na etapa de disposição final, escolha aterro “Novo” e “Rota futura” em E120 e E121, respectivamente.
Adotar eficiência de captação de biogás no aterro “Média” em E127, e inserir 100% de aproveitamento
do biogás em J121. Como forma de aproveitamento do biogás, adotar a produção de energia
elétrica, escolhendo “Não” em J123.
Definir, ainda, se haverá estação de transbordo em O120 e que 100% (O121) dos resíduos passarão
por ela, sendo de 120 km a distância até o aterro sanitário (O122).

Saiba mais!
Uma dica importante ao usuário é verificar o fluxo do balanço de
massa na aba “R-Fluxo Massa” ao mesmo tempo em que os dados e
as informações forem inseridas na aba “R-Definição”, pois isso permite
que se verifique o destino de cada um dos resíduos e a quantidade de
subprodutos que são gerados.

3.3.2. Verificação das saídas


Fazendo o preenchimento correto dos dados e das informações fornecidos nos item “Inserção de
dados” desta Aula 3, o resultado para o fluxo do balanço de massa da rota simulada no presente
exercício deve estar idêntico ao mostrado na Figura 36.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 66
Figura 36 – Fluxo de massa final para o exemplo apresentado

Elaboração dos autores.

Havendo alguma diferença, é necessário voltar às duas abas de entrada de dados e verificar se
todos os dados e as informações foram inseridos corretamente.
O balanço de massa completo pode ser acessado na aba “R-Resumo Bal. Massa” da ferramenta
em arquivo Excel utilizado para a realização do exercício.

Mãos à obra!
Verificar se é possível inserir a tecnologia de incineração na rota
simulada no exemplo acima apresentado (lembrando que a capacidade
mínima é de 500 t/d). Não alterar nada na aba “R-Entrada”, somente em
“R-Definição”.
Caso seja possível inserir a incineração na rota do exemplo, quais
seriam as alterações feitas na aba “R-Definição” e como ficaria o fluxo
de massa final da rota? E os custos associados? Se não for possível,
quais são as razões?
Como aumentar o aproveitamento dos resíduos recicláveis secos nessa
simulação? E dos resíduos orgânicos?

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 67
3.4. Considerações finais sobre a parte “Rotas – Balanço de Massa”
É na primeira parte da Ferramenta Rotas e Custos,
denominada “Rotas – Balanço de Massa”, que o
usuário define a rota tecnológica a ser avaliada,
com base na escolha de tecnologias consolidadas
predefinidas, de capacidades mínimas estabelecidas
e em valores de eficiência dos processos
parametrizados. Com este ferramental, diferentes
combinações de soluções, ou seja, diferentes rotas
tecnológicas, podem ser simuladas, estudadas e
avaliadas pelo usuário.
Os resultados ou as saídas para a rota em análise ocorrem tanto em uma tabela com todas as
informações detalhadas quanto em uma figura em forma de fluxo de massa. Estas saídas são
utilizadas como entradas na segunda parte da ferramenta, chamada de “Custos Associados”, na
qual são estimados todos os custos de implantação e de operação para rota simulada.
A parte “Ferramenta Rotas e Custos – Custos Associados” será apresentada na Aula 4 deste
módulo.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 68
Aula 4 – Ferramenta Rotas e Custos – Custos
Associados
Um dos grandes desafios na análise e na estruturação de um sistema de gestão integrada de
resíduos sólidos é a necessidade de se incorporar, dentro dessa análise, os dados e as informações
relacionados aos investimentos e aos custos operacionais das várias tecnologias disponíveis e
seus arranjos teoricamente possíveis refletidos de uma forma prática. Uma simulação contendo
estas informações propicia ao gestor público alguns dos elementos financeiros que permitem uma
análise sob o ponto de vista da sustentabilidade econômica da rota tecnológica simulada.
Para fazer frente a esse desafio, esta aula tem como objetivo abordar as funcionalidades da
ferramenta de custos desenvolvida em Excel com as estimativas de custos de investimentos e
custos operacionais de cada tecnologia e de sua integração dentro da rota tecnológica simulada.

Saiba mais!
A alavancagem do grau de desenvolvimento do saneamento básico
no Brasil depende fortemente de investimentos da iniciativa privada.
Dessa forma, é importante para o gestor público avaliar, entre as
alternativas tecnológicas disponíveis, aquelas que possuam um maior
potencial de transformar um problema de gestão pública em um negócio
economicamente sustentável. Para isso, existem várias métricas
de avaliação de investimentos. Existem vários sites de consultorias
especializadas acessíveis via internet onde se pode ler mais sobre
estas métricas e a atratividade de projetos do setor público.

4.1. Objetivos, estrutura e funcionalidades


O objetivo central da Ferramenta Rotas e Custos é servir como suporte à gestão pública para
o tema da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU), permitindo a simulação de
cenários estratégicos que possibilitam uma avaliação preliminar e antecipada de suas decisões
potenciais e respectivos impactos em relação à temática da GIRSU. Isso permite ao gestor público
economizar energia e dar foco às alternativas de rotas tecnológicas que tenham uma factibilidade
maior.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 69
A ferramenta possui quatro macrofuncionalidades principais:
• Interface de dados do balanço de massa resultante da construção da rota tecnológica
• Estruturação do dimensionamento da capacidade e dos investimentos e custos
operacionais de cada tecnologia
• Um painel de controle e interação com o usuário
• Funcionalidade de simulações e modelagem econômico-financeira para as estimativas da
tarifa/taxa pública do serviço de destinação do RSU para remuneração da implementação
e operação da rota tecnológica simulada

Importante destacar que, em termos de terminologia, foi utilizado, na ferramenta, o termo tarifa para
se referir ao preço unitário contratual a ser dimensionado para remuneração da implementação e da
operação da rota tecnológica para manejo do RDO ao longo do prazo de contrato de uma concessão
ou permissão. De forma complementar, a ferramenta calcula, em uma de suas funcionalidades,
um valor mensal e outro anual, a serem usados como base para implementação do sistema de
cobrança desse serviço público junto à população do município ou aos usuários por parte das
autoridades públicas, por intermédio de uma legislação de suporte ao uso da tarifa ou da taxa
pelos serviços de manejo.

4.2. Estruturação das abas da Ferramenta Rotas e Custos


A segunda parte da Ferramenta Rotas e Custos, denominada de “Custos Associados“ é constituída
por 13 abas na planilha Excel, conforme Quadro 4.
Como especificado no Quadro 4, a entrada principal de dados para o dimensionamento dos
custos de investimento e operação da rota tecnológica dá-se unicamente pela aba “R&C-Painel
de Controle”. Há uma aba de premissas financeiras e fluxo de caixa do projeto no prazo do
contrato denominada “C-FCL Real”, e três outras abas de suporte e simulação de valores para a
tarifa do contrato de prestação do serviço e do prazo de contrato, nomeadas de “C-Calc Tarifa”,
“C-Graf Simul. – Tarifa Simples” e “C-Graf Simul. – Tarifa Avançado”. Por último, há outras oito
abas específicas com os dados de saída para cada tecnologia, em que não há necessidade de
interação direta com o usuário: “C-Triag Man”, “C-Triag Mec”, “Prod CDR – TM”, “Prod CDR –
TMB”, “C-Compostagem”, “C-Biodigestão”, “C-Incineração” e “C-Aterro Sanitário”. Todas essas
abas são descritas no Quadro 4.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 70
Quadro 4 – Abas referentes a “Custos Associados”

Nome da aba Finalidade Descrição

Aba para analisar, de uma forma resumida e integrada,


todas as principais informações dos quantitativos
de resíduos/subprodutos/rejeitos, custos dos
investimentos de implementação e custos operacionais
Entrada/saída de de operação da rota tecnológica e sua influência sobre
dados o preço da tarifa do serviço. Em relação aos custos de
R&C-Painel de Interação principal de investimento e operação, há uma série de indexadores
Controle resumo e controle dos disponíveis para alteração pelo usuário. Além disso,
custos e quantitativos há a possibilidade para o usuário. simular valores
da rota tecnológica estimados da tarifa do serviço de remuneração, além
do prazo do contrato de serviço para avaliar os efeitos
sobre as métricas econômicas de um investimento
de implementação e operação da rota tecnológica
definida.

Aba em que o usuário pode simular a distribuição do


valor total do serviço de tratamento e destinação do RSU
de acordo com a quantidade e a categoria de imóveis
Entrada/saída dentro de uma proposta de indexação ao consumo
de dados de água, levando em conta fatores de ponderação já
Funcionalidade existentes na metodologia de fatura do serviço de
de simulação da fornecimento de água, para facilitar a implementação.
distribuição do valor Dessa forma, podem ser simulados os valores do custo
C-Calc Tarifa da tarifa do serviço de do serviço do contrato de implementação e operação
acordo com fatores da rota tecnológica em definição, distribuída por imóvel
de ponderação por no município ou consórcio. A aba também permite ao
tipo de imóvel e usuário simular valores de quantitativos médios em
indexação às faixas kg/d de RSU para cada categoria e com isso, verificar a
de consumo de água compatibilidade entre os indexadores parametrizados
para cada faixa das categorias, e o respectivo consumo
de água, permitindo assim se atestar a assertividade
da calibração dos fatores de ponderação.

Entrada/saída
de dados
Aba em que o usuário pode analisar a influência do
Funcionalidade de
prazo de contrato sobre o valor da tarifa, e, assim,
C-Graf Simul. – simulação da tarifa
avaliar e identificar o melhor compromisso entre as
Tarifa Simples versus impactos
duas para se preservar as metas de rentabilidade e
sobre retorno de
atratividade do projeto.
investimento da
rota tecnológica

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 71
Aba para a entrada, pelo usuário, das premissas
Entrada/saída financeiras para definição do fluxo de caixa de todo o
de dados investimento e operação da rota tecnológica definida
Fluxo de caixa ao longo do prazo de contrato. Além das premissas
C-FCL Real
livre do projeto de financeiras, a aba utiliza todas as demais informações
implementação da de quantitativos, dos custos de investimentos e
rota tecnológica operacionais para se calcular as principais métricas de
avaliação de investimento.

Entrada/saída
de dados
Funcionalidade
Aba na qual o usuário pode definir valores para a tarifa
de avaliação da
e o prazo de contrato e observar a sensibilidade sobre
C-Graf Simul. – sensibilidade da
as principais métricas de avaliação do investimento
Tarifa Avançado tarifa e do prazo de
para implementação e operação da rota tecnológica
contrato sobre as
definida.
métricas de retorno
do investimento e
operação do contrato

C-Triag Man,
C-Triag Mec,
Saída Estas abas, a partir dos quantitativos de resíduos da
C-Prod CDR – TM, rota tecnológica definida, dimensionam os custos de
Dimensionamento
C-Prod CDR da implementação investimento e os custos operacionais de cada uma
– TMB, e operação da das tecnologias em suas respectivas abas. Não há
C-Compostagem, tecnologia: custos necessidade de interação direta com o usuário, pois as
C-Biodigestão, de investimento e variáveis indexadoras e os custos unitários necessários
custos operacionais estão disponíveis no painel de controle.
C-Incineração e
C-Aterro Sanitário
Elaboração dos autores.

Conforme explicado na parte de rotas, existe uma aba chamada de “R-Resumo Bal. Massa”, na
qual se estabelece toda a troca de informações com a rota tecnológica ora em simulação, de modo
que a ferramenta de custos possa estabelecer os referenciais dos seus indexadores de custos
de investimentos e de custos operacionais, bem como identificar quais tecnologias fazem parte
da rota tecnológica da GIRSU que está sendo simulada. Na aba “R-Resumo Bal. Massa” estão as
informações completas dos fluxos quantitativos de entrada e de saída para cada tecnologia em
todas as etapas da rota tecnológica. Não é necessário inserir dados nesta aba, conforme explicado
anteriormente, pois todas as informações são automaticamente repassadas da ferramenta de
rotas para a ferramenta de custos, sem a necessidade de reintrodução de dados pelo usuário.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 72
As abas de cada tecnologia buscam as informações de quantitativos
diretamente da aba do balanço de massa, e usam, também, alguns valores
de custos unitários, que serão detalhados na sequência, sobre a explanação
da aba do painel de controle. A ferramenta foi concebida de forma que toda a
sua mecânica de funcionamento não dependa de interações do usuário nas
abas individuais de cada tecnologia, ou seja, não há necessidade de entrada
de nenhuma informação específica do usuário nestas abas. Ao mesmo tempo,
a ferramenta também tem como um dos seus objetivos democratizar a tarefa
de uma avaliação preliminar de alternativas de rotas tecnológicas para a
gestão do RSU, pois não requer um conhecimento técnico profundo sobre as
especificidades das tecnologias e de premissas financeiras para se empreender
as variadas alternativas de integração.
Na sequência, após a aba “R-Resumo Bal. Massa”, você vai encontrar a aba
“R&C-Painel de Controle”, na qual estão concentradas todas as informações
de interface e interação do usuário no que tange ao dimensionamento dos
custos de investimento e de custo operacional da rota tecnológica. Esta aba
disponibiliza as informações completas resultantes dos quantitativos de sua simulação, e, também,
todos os resultados produzidos por ela.
Na etapa seguinte, existem quatro abas de definição do fluxo de caixa do investimento de
implementação e operação do projeto da rota tecnológica definida, simulações sobre as
possibilidades de tarifa de serviço e prazo de contrato para tal rota, e, por fim a distribuição da
tarifa entre os consumidores e os usuários do serviço. São elas: “C-Graf – Simul. Tarifa Simples”,
“C-FCL Real”, “C-Graf – Simul. Tarifa Avançado” e “C-Calc Tarifa”. A partir destas abas, é possível
avaliar as principais métricas de rentabilidade e atratividade do investimento e simular o efeito e a
sensibilidade destas métricas em relação ao preço básico da tarifa e do prazo do contrato, buscando
identificar o melhor compromisso entre essas duas variáveis de gestão estratégica e definição
pelo gestor público, observando, para isso, os objetivos do Plano de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos Urbanos (PGIRSU).
E, como parte final do ciclo do processo de avalição dos custos envolvidos na
simulação, existe a aba “C-Calc Tarifa”, que permite simular a distribuição do
valor da tarifa do serviço do contrato da rota tecnológica em definição para os
diferentes tipos de imóveis de uma forma indexada às faixas de consumo de água
já existentes na modelagem da tarifa do consumo de água, e, também, levando
em conta fatores de ponderação a serem definidos que influenciam a modicidade
ou não pelo tipo de imóvel e frequência de coleta do RSU. Na mesma aba,
também é possível simular a quantidade, em Kg/d, pela qual cada faixa de cada
categoria está sendo tarifada na distribuição proposta. Dessa forma, o usuário
pode analisar previamente se os preços finais a serem cobrados dos diferentes
entes da sociedade estão justos pela sua categoria e aderentes à relação custo-
benefício do desenvolvimento da GIRSU a ser proposta.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 73
Para facilidade de preenchimento das informações, usamos um padrão de cores de forma idêntica
àquele utilizado nas abas de rotas. Assim, os nomes das abas com entrada de informações pelo
usuário, na parte de baixo da planilha Excel, estão realçados na cor verde. Nestas abas, todas as
células em que estas entradas forem requeridas aparecerão nesta cor. Portanto, da mesma forma
como nas abas de rotas, somente células verdes devem ser preenchidas ou alteradas. As abas de
saída de resultados ou de apoio para cálculos internos estão nas cores branca/cinza-clara.
De forma a simplificar e a reduzir a quantidade de informações técnicas a serem requeridas ao
usuário para preenchimento, todas as abas das tecnologias geram automaticamente informações
sobre a respectiva tecnologia, sem necessitar de interação direta do usuário; em contrapartida,
podem consultar a qualquer tempo os resultados produzidos pela ferramenta com base no
dimensionamento e nas suas definições a partir das abas de rotas. Da mesma forma, à medida que
for informado o valor de uma variável indexadora de investimentos ou de custos, na aba do painel
de controle, automaticamente se tem o impacto refletido nos custos dimensionados. Isso pode ser
observado nos gráficos do painel de controle.

Mãos à obra!
À medida que você for preenchendo e definindo a sua rota tecnológica
de GIRSU, observe as informações consolidadas de quantitativos da
mesma na aba do fluxo de massa. Aproveite, também, para acompanhar
a incorporação dos custos de investimento e dos custos operacionais
nos gráficos das tecnologias mostrados na parte superior da aba do
painel de controle, a ser explicada mais adiante.

As abas de tecnologias estão integradas com a aba do balanço de massa e com a aba do
painel de controle. Dessa forma, após o usuário definir a rota tecnológica, já terá dimensionado
automaticamente os custos de investimento e operação de cada tecnologia. Mas, na sequência,
deverá avaliar (e, se necessário, ajustar) os valores dos custos unitários dos indexadores na aba
“R&C-Painel de Controle”, para que os valores de custos sejam ajustados à realidade do caso que
está sendo simulado.
Após validar as informações dos custos unitários na aba do painel de controle, podem ser realizadas
simulações para o preço da tarifa do serviço. Para isso, será necessário que o usuário valide as
premissas financeiras na aba “C-FCL Real”, com o suporte de especialistas financeiros dentro da
gestão pública – os técnicos do Fundo de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos
de Concessão e Parcerias Público-Privadas (FEP), da Caixa Econômica Federal (CAIXA), poderão
ser consultados sobre essas informações. Após essa validação, você poderá fazer simulações de
avaliação da sensibilidade sobre o retorno do investimento sobre a tarifa do serviço e o prazo de
contrato na aba “C-Graf Simul. – Tarifa Avançado”, e, por último, avaliar, na aba “C-Graf. Simul.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 74
– Tarifa Simples”, o melhor compromisso entre o valor da tarifa e o período do contrato a ser
estabelecido.

A repetição desses passos para diferentes rotas tecnológicas permitirá ao usuário avaliar as
vantagens e as desvantagens de diferentes opções de tecnologias do ponto de vista econômico-
financeiro, e, assim, reunir argumentos que possam direcioná-lo a aprofundar a análise e o
detalhamento da rota tecnológica com maior aderência ao objetivo principal da GIRSU predefinida.
Na sequência, passa-se a uma descrição de cada umas destas abas e suas etapas ou partes
constituintes. Com o objetivo de facilitar o entendimento da sequência de dimensionamento dos
custos de investimento e operação, as planilhas serão mostradas com as abas preenchidas. Para
um detalhamento complementar das informações e das funcionalidades de cada aba, o usuário
deverá consultar o Manual da Ferramenta Rotas e Custos, disponível para download na pasta de
material complementar do módulo.

4.2.1. Descrição geral das abas de estruturação das tecnologias


Em relação à definição das tecnologias aplicáveis ao cenário brasileiro,
cabe destacar que, em função da realidade atual brasileira da GIRSU
e prevendo, também, que há de se estimar um avanço no degrau
tecnológico do tratamento de resíduos nos próximos dez ou 15 anos,
foram definidas oito tecnologias que melhor correspondem a uma
viabilidade prática de implementação com esse horizonte. Além disso,
buscou-se variar, em alguns casos, os níveis do degrau tecnológico de
acordo com o quantitativo da escala de aplicação, tendo como referência
a sua estimativa de viabilidade econômica, dentro do contexto de receitas, tanto da prestação de
serviços de destinação de resíduos quanto da venda dos variados subprodutos a serem produzidos

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 75
pelas diferentes opções tecnológicas previstas para os cenários nacionais. Essas premissas foram
para restringir a simulação de cenários irrealistas ou com pouca probabilidade de serem viáveis
economicamente.
Um dos grandes desafios de uma ferramenta de simulação de montante de investimento (Capex)
e custos operacionais (Opex) é estabelecer as condições de contorno sobre os seus principais
direcionadores. Como se sabe da usual correlação inversa entre a simplicidade da ferramenta
com a sua precisão, buscou-se atingir um compromisso que, por um lado, permite rapidamente se
chegar a uma estimativa de simulação para análise, e, por outro lado, mantém uma boa aderência
entre os valores simulados e os valores reais finais do detalhamento de um potencial projeto.
Foram criadas oito abas, uma para cada tecnologia, nas quais se estabeleceu uma estrutura-
padrão para a estruturação e o dimensionamento dos custos de investimento e de operação de
cada tecnologia, conforme o exemplo que pode ser visto na Figura 37. Nela, pode-se ver uma área
demarcada em verde na parte superior, em que estão todos os quantitativos de dimensionamento
da tecnologia que são transferidos automaticamente da aba “Balanço de Massa”, resultantes da
simulação da rota tecnológica. Na área central sinalizada em vermelho, estão todos os dados
e os parâmetros relacionados ao dimensionamento dos custos de investimento. E, por último,
na área demarcada em azul, na parte de baixo, estão os dados e os parâmetros utilizados para
dimensionamento dos custos operacionais de cada tecnologia. A coluna sinalizada em amarelo
representa a faixa de quantitativos dimensionada na definição da rota tecnológica, conforme
cenários do balanço de massa da rota em construção.

Figura 37 – Estrutura-padrão da aba de cada tecnologia da rota tecnológica

Elaboração dos autores.

Foram criados quatro direcionadores principais para as estimativas de investimentos e custos


operacionais de cada tecnologia, a saber:
• Quantitativos como capacidade de dimensionamento: representam as faixas de
quantitativos para as quais o montante de investimento é indexado, pressupondo a
manutenção do mesmo degrau tecnológico e a definição de limites máximos e mínimos
aplicáveis dentro de cada tecnologia;

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 76
• Degrau tecnológico e conceitos de integração e sinergias entre diferentes tecnologias:
o degrau tecnológico definido em cada faixa de quantitativo está detalhado mais à
frente em cada tecnologia. Adotou-se a premissa de que a rota tecnológica, fora o aterro
sanitário, seria implementada em um mesmo local, facilitando as transferências e as
movimentações de resíduos e subprodutos entre as diferentes tecnologias e, ao mesmo
tempo, adotando o compartilhamento de serviços comuns não essenciais terceirizados;
• Variáveis avançadas de eficiência operacional das tecnologias: há algumas variáveis
avançadas de eficiência operacional determinadas na etapa de definição da rota
tecnológica que impactam os valores estimados de investimentos e custos operacionais.
Elas estão detalhadas dentro do Manual da Ferramenta Rotas e Custos;
• Variáveis de custo unitário dos investimentos e custos operacionais: essas variáveis estão
listadas no painel de controle e possuem um valor de referência definido a ser utilizado
internamente nos cálculos, cabendo ao usuário validar o valor de referência ou introduzir
um outro valor que reflita melhor o cenário em simulação.

Você sabia?
O Ministério do Desenvolvimento Regional liderou o desenvolvimento
de uma Ferramenta Rotas e Custos para que as pessoas responsáveis
pela gestão pública possam, de uma maneira rápida, simular prelimi-
narmente diferentes opções de rotas tecnológicas para os municípios
ou consórcios, e, assim, concentrar seus esforços e energia em avaliar
detalhadamente projetos de rotas tecnológicas cuja viabilidade econô-
mica tenham sido atestadas inicialmente por essa ferramenta. A ferra-
menta e o seu respectivo manual de uso estão disponíveis na pasta de
material complementar do módulo.

Racional para definição e estruturação das estimativas de investimento das tecnologias


Foram utilizadas quatro naturezas de agrupamento para o dimensionamento do montante de
investimento de cada tecnologia. Assim, conforme mostrado do lado esquerdo da Figura 38, tem-
se, entre as linhas 10 e 20, todos os dados indexadores para o dimensionamento dos custos de
investimento divididos em quatro naturezas: equipamentos e serviços de montagem; infraestrutura
civil e utilidades; custos de aquisição do terreno; e serviços de consultoria, licenciamentos e
engenharia básica do projeto.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 77
Figura 38 – Aba das tecnologias: dimensionamento do custo de investimentos

Elaboração dos autores.

Desse modo, a ideia central da ferramenta de custos é a de que, a partir dos quantitativos repassados
pelo balanço de massa da Ferramenta Rotas e Custos, possam ser dimensionados os custos de
investimento da rota tecnológica, conforme a seguir:
• Compra de equipamentos e serviços de montagem: nessa natureza estão agrupadas
todas as despesas de aquisição e montagem dos equipamentos e de engenharia de
fabricação dos itens que compõem a tecnologia. Foram incluídos quatro indexadores de
Capex, entre os quais um é fixo e somente pode ser visto, mas não alterado nas abas de
cada tecnologia: trata-se do valor porcentual de reinvestimento a ser considerado como
investimento do projeto após a sua entrada em operação. Esse indexador toma como
base o desgaste e a depreciação dos itens que compõem a natureza dos equipamentos.
Três outros indexadores são variáveis e acessíveis ao usuário via painel de controle: 1) o
porcentual de nacionalização dos equipamentos (limitado dentro de determinadas faixas
predefinidas com o objetivo de manter o risco de performance da tecnologia controlado;
2) o valor da taxa de câmbio utilizada como referência para os equipamentos importados;
e 3) o porcentual referente a taxas e impostos de importação para os equipamentos
importados. Especificamente para a tecnologia de incineração, foi criada, no painel de
controle, uma chave pela qual o usuário pode selecionar se deseja fazer a simulação com
as referências de uma tecnologia de origem europeia ou chinesa;
• Infraestrutura civil e utilidades: nessa natureza estão agrupados todos os custos de
investimento referentes à engenharia civil – preparação e execução das obras civis
de infraestrutura necessárias à implementação da tecnologia, bem como de toda a
infraestrutura de utilidades, necessária ao funcionamento da tecnologia, como uma
instalação industrial, a saber: portaria, balanças rodoviárias, prédios administrativos
e outras áreas funcionais (manutenção, almoxarifado, laboratório, pavimentação e
cercamento da propriedade industrial);
• Aquisição de terreno: nessa natureza estão estimados os custos de aquisição e registro da
propriedade do terreno baseados na área estimada para construção e implementação de
cada uma das tecnologias e das áreas comuns de uma unidade integrada e centralizada
de tratamento de resíduos;
• Despesas de serviços de engenharia básica, licenciamentos e outras consultorias: nessa
natureza estão estimados os custos dos serviços adicionais necessários à implementação
do projeto.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 78
Racional para definição e estruturação-padrão das estimativas dos custos operacionais das
tecnologias
De maneira análoga à estruturação dos custos de investimento, os custos operacionais de cada
tecnologia foram agrupados em cinco diferentes naturezas, a saber: custos e despesas com
pessoal; custos com consumo de energia elétrica; custos com manutenção; custos com serviços
de terceiros fixos; e custos com serviços ou materiais consumíveis na operação de tratamento de
resíduos (Figura 39).

Figura 39 – Aba das tecnologias: dimensionamento-padrão e custo operacional

Elaboração dos autores.

Na sequência, tem-se o detalhamento da estruturação das cinco naturezas para o padrão de


dimensionamento do custo operacional de cada tecnologia:
• Custos operacionais com pessoal e recursos humanos: nessa natureza de custos estão
agrupados todos os custos referentes a salários, encargos trabalhistas e demais despesas
de gestão administrativas e de pessoas;
• Custos operacionais com consumo de energia elétrica: nessa natureza de custos estão
considerados os custos fixos e variáveis referentes ao consumo de energia elétrica na
operação de cada tecnologia. Esses valores são obtidos a partir do consumo específico
unitário de energia elétrica e do dimensionamento da potência instalada requerida para a
tecnologia;
• Custos operacionais com manutenção: nessa natureza de custos estão incluídos todos os
custos referentes às atividades de manutenção, tanto em termos de peças sobressalentes
e de desgaste como os serviços de execução de manutenção preventiva ou corretiva
por terceiros ou funcionários próprios. Especificamente para o caso da tecnologia de
incineração, da mesma forma que nas estimativas de investimento, os valores dos custos
operacionais são ajustados de acordo com a seleção da origem da tecnologia (europeia
ou chinesa) feita pelo usuário no painel de controle;
• Custos operacionais com serviços terceirizados fixos: nessa natureza de custos estão
incluídos todos os serviços de terceiros fixos referentes às atividades de portaria,
segurança patrimonial, limpeza industrial, refeitório, seguro industrial e outras despesas
administrativas fixas;
• Custos operacionais com itens variáveis consumíveis ou usados na operação: nessa
natureza de custos estão incluídos todos os custos referentes aos materiais consumíveis
na operação (a exemplo de diesel para equipamentos móveis) e de custos variáveis de

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 79
serviços atrelados aos quantitativos manuseados operacionalmente em cada tecnologia
(como exemplo, os usuais contratos de custo variável feitos com fornecedores de serviços
terceirizados de manuseio interno de rejeitos e subprodutos nas várias tecnologias).

Estruturação do racional técnico dos custos de investimento das tecnologias


Nessas abas não há a necessidade de uma interação direta entre
o usuário e o seu conteúdo. Todas as informações de entrada de
quantitativos para essas abas são repassadas automaticamente por
meio da aba “Balanço de Massa”, e todos os dados necessários de custo
unitário e as informações resultantes dos custos de investimentos
e dos custos operacionais são mostrados no painel de controle. Na
sequência, tem-se a apresentação das abas de dimensionamento dos
custos de cada tecnologia, sendo que o usuário pode consultar sobre o
detalhamento delas no Manual da Ferramenta Rotas e Custos.

Tecnologia de triagem manual de materiais recicláveis


O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Triagem Man”. Em relação à definição
conceitual da tecnologia da central de triagem manual, cabe destacar que ficou definido, junto
ao Ministério do Desenvolvimento Regional, que a implementação de centrais de triagem manual
somente será aplicável para os cenários em que se tenha a triagem a partir de resíduos secos
oriundos da coleta seletiva de secos, em função das condições operacionais de insalubridade de
uma operação com essa tecnologia aplicada em resíduos oriundos da coleta de resíduos mistos
e rejeitos.
Tecnologia de triagem mecanizada de materiais recicláveis
O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Triagem Mec”. Em relação à definição
conceitual da tecnologia da central de triagem mecanizada, cabe destacar que ela pode receber
tanto o material da coleta de mistos quanto da coleta de secos. Foi tomada como referência-base
a entrada de resíduos da coleta de mistos e rejeitos para elaboração do conceito de segregação e
arranjo dos equipamentos, visando assegurar o alcance da eficiência de triagem parametrizada pelo
usuário na definição da rota tecnológica. Foram definidos como classes de materiais recicláveis
a serem segregados: papel/papelão, plástico filme, plástico rígido, vidros, metais ferrosos e não
ferrosos.
Tecnologia de produção de CDR TM – tratamento mecânico
O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Produção CDR-TM”. A produção de
CDR com tecnologia mecânica foi assumida como a ser implantada sempre de forma integrada
com as tecnologias de reciclagem manual ou mecanizada. O conceito e o arranjo da tecnologia
de produção de CDR com tratamento mecânico, partem do reaproveitamento dos resíduos com
conteúdo energético remanescentes dessas tecnologias de triagem; basicamente, tendo o seu
arranjo composto por passos finais, conforme segue:

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 80
• Trituração final de acordo com a meta de granulometria (CDR grosso ou fino, a ser
parametrizado na definição da rota tecnológica e em função da demanda da cimenteira
consumidora do CDR);
• Separador ótico para segregação de materiais PVC ricos em cloro como controle de
qualidade para se ajustar à demanda da indústria cimenteira;
• Prensagem e enfardamento do CDR para reduzir os custos de transporte até o destino nas
cimenteiras consumidoras.
Dependendo do porte da planta, prevê-se, também, a inclusão de um pequeno laboratório para
análises de qualidade de rotina do produto CDR.
Tecnologia de produção de CDR TMB – tratamento mecânico e biológico
O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Produção CDR-TMB”. A produção de
CDR com tecnologia mecânico-biólogica foi assumida como a ser implantada sempre de forma
integrada com a tecnologia de reciclagem mecanizada de mistos. Nesse caso, a fração orgânica
segregada no início do processo de triagem mecanizada é transferida para a etapa de biossecagem,
e os rejeitos secos pós-reciclagem são, então, enviados para o tratamento mecânico de forma
conjunta com a fração orgânica estabilizada pós-biossecagem. Face à criticidade do processo de
biossecagem, foram tomados como referência os custos de uma tecnologia com alta eficiência de
biossecagem: umidade de saída da biossecagem abaixo de 20%. Dependendo do porte da planta,
prevê-se, também, a inclusão de um pequeno laboratório para análises de qualidade de rotina do
produto CDR.
Tecnologia de compostagem
O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Compostagem”. A produção de compostos
orgânicos pode ser feita a partir da coleta seletiva de materiais orgânicos e/ou a partir da fração
orgânica segregada no início da etapa de triagem mecanizada dos resíduos mistos.
Foram previstos baixo grau tecnológico nas duas primeiras faixas e médio grau tecnológico nas
demais faixas de quantitativos. Em todas as faixas com médio grau tecnológico, foram previstos
o investimento e o custo operacional adicionais (como medida de educação ambiental) para
implantação de composteiras domésticas com vermicomposteiras (minhocários) para atender
entre 0,25% e 1,0% da população.
Tecnologia de biodigestão
O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Biodigestão”. Face à ainda incipiente
coleta seletiva de orgânicos e ao grande potencial de contaminantes de materiais na fração
orgânica segregada da coleta de resíduos mistos, optou-se por focar como referência a utilização
da tecnologia de biodigestores extrasseca com reatores em túneis. O dimensionamento dos
reatores tomou como base projetos existentes de fornecedores consolidados e buscou ajustar o
dimensionamento para as faixas de quantitativos acima daquelas hoje existentes para a tecnologia
extrasseca.
As duas faixas iniciais refletem referências de projetos existentes, e as outras três são projeções
das faixas anteriores com acréscimo de um alimentador automático a ser dimensionado de

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 81
acordo com os quantitativos de resíduos, bem como o tamanho dos túneis, cujas dimensões são
ajustadas conforme os quantitativos. Para os custos de investimento e os custos de operação
dos motogeradores para produção de energia elétrica e para segregação do biometano, foram
utilizados valores médios de projetos existentes e valores consolidados da literatura especializada.
Os quantitativos do digestado sólido a ser compostado são contabilizados como quantitativos de
entrada para o dimensionamento da compostagem (sendo que a perda de massa desse fluxo, nessa
etapa, será deduzida daquela já ocorrida na biodigestão, conforme parametrização específica da
tecnologia de biodigestão).
Tecnologia de incineração
O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Incineração”. A tecnologia de incineração
ainda não possui um projeto implementado de larga escala no Brasil. Já existem projetos divulgados
como em fase de implementação, mas que ainda não puderam comprovar a sua viabilidade
econômica face à realidade brasileira e ao montante de investimento da tecnologia baseada em
tecnologias europeias. Os custos de investimento de plantas de grelha de combustão, nas últimas
duas décadas, variaram pouco, estando mais concentrados nos equipamentos ou nas técnicas
de abatimento das emissões. Contudo, a China, que implementou a maior parte das plantas de
incineração construídas nos últimos 20 anos, vem se destacando por apresentar alternativas de
tecnologias de leito fluidizado e com custos inferiores às referências europeias, sendo, ao mesmo
tempo, capazes de atender a requisitos de uma legislação ambiental que vem se tornando cada
vez mais restritiva na China – apesar de que, para isso, tenham custos operacionais mais elevados
para as adaptações necessárias, principalmente no que tange ao consumo de produtos químicos
para abatimento das emissões.
Dessa forma, adotou-se, na ferramenta, a flexibilidade em se poder definir a origem da tecnologia
de incineração entre as opções de grelha de combustão europeia ou chinesa, sendo que, para
essas últimas, foram adotados alguns fatores de segurança de custos de investimento e custos
operacionais no projeto acima do usual, face ao fato de que essa tecnologia ainda se encontra em
fase de consolidação pelo seu tempo de funcionamento comparado às plantas com tecnologia
europeia que já são consolidadas no mercado mundial. Nesse contexto, face à dificuldade de se
obter propostas de fornecedores que pudessem ser adotadas como aplicações diretas à realidade
brasileira, sem um estudo básico e específico de engenharia, foi adotado o relatório do Banco
Mundial, intitulado Guidebook for the Application of Waste to Energy Technologies in Latin America
and the Caribbean, como fonte de referências para o dimensionamento dos custos da tecnologia
de incineração com grelhas de combustão na abordagem mass burning. A partir desse documento,
pode-se fazer inferências com razoável e adequada precisão sobre os custos de investimento
e operacionais para essas tecnologias, e, assim, conferir se foram estabelecidos parâmetros
comparativos entre as duas tecnologias e que podem ser utilizados para a realidade brasileira.
Tecnologia de aterro sanitário

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 82
O detalhamento dessa tecnologia encontra-se na aba “C-Aterro Sanitário”. Durante a simulação
da rota tecnológica, o usuário tem a possibilidade de escolher entre um aterro existente ou um
novo aterro a ser implementado para o destino dos rejeitos da nova rota tecnológica. Para o caso
de um aterro existente, será necessário informar os custos de transporte e disposição para se
compor o custo total da rota tecnológica em simulação. Para o caso da implementação de um novo
aterro sanitário, foi tomado como base o documento referente ao relatório de pesquisa elaborado
pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE, 2017) para a entidade representante das
empresas de limpeza pública, o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São
Paulo (Selur).
Conforme padronizado no referido estudo, foram consideradas, nos custos dimensionados, as
cinco fases de tempo de vida de um aterro sanitário, a saber: 1) pré-implantação e 2) implantação
(ambas consideradas como custos de investimento ao longo de dois anos), 3) operação anualizada,
considerada como custo operacional ao longo de 20 anos, e 4) fechamento e 5) pós-fechamento
(ambas como custos de reinvestimento da tecnologia a serem provisionados dentro do fluxo de
caixa nas análises de rentabilidade de projetos e desembolsados entre o 20º e o 40º ano, conforme
a norma ABNT, 1996).

Você sabia?
O estudo completo da Fipe pode ser acessado no site https://selur.
org.br/wp-content/uploads/2017/06/FIPE-RELAT%C3%93RIO-ASPEC-
TOS-ECONOMICO-FINANCEIROS-ATERROS.pdf, e a norma brasileira
ABNT NBR 8419 também pode ser consultada no site de catálogo da
ABNT: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=2584.
No estudo e na norma estão todos os detalhes técnicos que norteiam
os indexadores dos custos de investimento e dos custos operacionais
da tecnologia de aterro sanitário.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 83
4.3.2. Descrição e estruturação geral da aba do painel de controle

1 “Resumo Geral”

O usuário tem as principais informações dos quantitativos simulados,


suas respectivas informações de custo e das estimativas de impacto
desses cenários sobre a tarifa pública de destinação de resíduos;

2 “Premissas do Contrato, Retorno do Investimento e


Estimativas do Preço da Tarifa Básica do Serviço”:
O usuário pode definir as especificidades do contrato (com ou sem
serviço de coleta, porcentagem de modicidade tarifária versus receitas
acessórias, taxa de crescimento populacional ao longo do contrato,
produto de financiamento, indicadores de rentabilidade referenciais do
investimento e condições básicas contratuais – prazo do contrato e preço
da tarifa básica de serviço);

3 “Dados de Capex e Opex”:

Aqui se tem acesso a todas as informações consolidadas de custo de


investimento e dos custos operacionais, bem como há as informações de
entrada de valores unitários que afetam de forma relevantes os custos de
investimento e operacionais;

4 “Dados de Gestão Econômica”:

Nessa área estão as informações complementares de custos


operacionais e das receitas acessórias advindas dos subprodutos
produzidos em todas as tecnologias da rota tecnológica em simulação.

A aba “R&C-Painel de Controle” é a principal área de interface para quem estiver à frente da gestão
pública no que diz respeito às análises e às simulações de custos de investimento e operacionais
da rota tecnológica em avaliação. Na Figura 40, tem-se a área superior dessa aba, na qual estão as
principais informações de forma resumida. Na área demarcada em azul constam os quantitativos
de resíduos e subprodutos sendo simulados; na área demarcada em verde estão todas as
informações de custos de investimento e operacionais da rota tecnológica em simulação; na área

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 84
demarcada em vermelho tem-se, de forma gráfica, os principais indicadores de dimensionamento
de cada tecnologia que compõe a rota tecnológica; e, por fim, na área demarcada em amarelo,
há as informações mais relevantes para a simulação da tarifa básica do serviço de tratamento e
destinação do RSU e do prazo de contrato de concessão. Para mais detalhes sobre as informações
técnicas no preenchimento de cada célula desta aba, acesse o Manual da Ferramenta Rotas e
Custos.

Figura 40 – Aba “Painel de Controle”: resumo geral e simulação da rota tecnológica

Elaboração dos autores.

O prazo de retorno (payback) do investimento é definido exclusivamente pelo valor da tarifa; já o


prazo de contrato define a lucratividade do contrato e, consequentemente, a atratividade do projeto
de implementação e operação da rota tecnológica de RSU. Importante ter essa reflexão para se
chegar ao melhor balanço entre os dois.
Em função da forte correlação entre o tempo de retorno do investimento, como primeiro passo de
uma regra geral, o usuário deverá refletir sobre o maior prazo de contrato admissível – contratos
muito longos propiciam tarifas mais baixas, mas inviabilizam mudanças e inovações na rota por um
prazo mais longo, e o raciocínio inverso também é verdadeiro. Uma vez definido o prazo de contrato
adequado, como segundo passo, deve-se buscar a tarifa que permita um ganho de lucratividade
do investidor ajustado ao custo médio ponderado de capital (Wacc, na sigla em inglês) definido
nas premissas financeiras da aba “C-FCL Real”. Dessa forma, a meta é encontrar o valor da tarifa
que permita zerar o valor do valor presente líquido (VPL) do projeto no prazo do contrato definido
– aderindo-se, assim, às expectativas presumidas de interesse pelo setor privado no contrato.
Dessa forma, calcula-se, então, o valor do preço básico da tarifa do serviço de manejo de resíduos
a ser distribuída entre os consumidores cadastrados na sistemática de faturamento existente do
serviço de consumo de água.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 85
4.3.3. Descrição geral da aba “Cálculo Fluxo de Caixa Livre do Projeto”
Na aba “C-FCL Real” estão todas as informações financeiras utilizadas para elaboração do fluxo
de caixa financeiro do projeto referente à implementação da rota tecnológica em simulação na
ferramenta. A partir desse fluxo de caixa financeiro, serão calculadas as métricas de avaliação da
rentabilidade do projeto e, com base nelas, consegue-se possibilitar os exercícios de diferentes
cenários para valores da tarifa pública necessária à remuneração do serviço de tratamento
e destinação do RSU no período do contrato de concessão para implementação do projeto e
operacionalização do serviço. A estruturação geral dessa aba pode ser vista na Figura 41. Na
parte de cima da aba, entre as células E2 e G7, estão todas as principais métricas financeiras
relacionadas ao projeto e ao investimento.

Figura 41 – Aba “C-FCL Real” – panorama geral aba “Fluxo Caixa Financ. Projeto”

Elaboração dos autores.

Na sequência, entre as linhas 11 e 28, estão todos os dados referentes às premissas financeiras do
potencial acionista privado e de sua estrutura de capital e de financiamento, conforme mostrado
na Figura 42.

Figura 42 – Aba “C-FCL Real” – estrutura capital e financiamento do acionista

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 86
Os dados entre as linhas C11 e C28 referem-se às premissas financeiras de estruturação do projeto.
Face à grande sensibilidade das variáveis que medem a atratividade do projeto sobre esses dados,
recomenda-se que sejam definidas e validados junto aos órgãos de controle financeiros da
Prefeitura, ao consórcio ou aos técnicos do Programa FEP/CEF, de modo a se garantir a melhor
aderência possível dessas premissas àquelas a serem adotadas nos futuros projetos de concessão
quando de sua implementação. Sugere-se que o cenário de premissas financeiras seja fixado para
cada projeto em função do contexto local e dos objetivos da GIRSU. Dessa forma, as várias
alternativas de rota tecnológica deverão ser simuladas sem alteração dessas premissas financeiras,
assegurando-se, assim, que todas sejam comparáveis entre si.
Na parte de cima da aba “C-FCL Real”, tem-se, entre as linhas 1 e 30, a
principal área de interação com o usuário. Na parte esquerda, pode-se
ver as informações a serem inseridas pelo usuário. Para mais detalhes
sobre os dados técnicos no preenchimento de cada célula desta aba,
acesse o Manual da Ferramenta Rotas e Custos.

4.3.4. Descrição geral da aba “C-Graf Simul. – Tarifa Simples”


Na aba “C-Graf Simul. – Tarifa Simples” não há entradas de dados a serem feitas pelo usuário;
existe um gráfico em que eles podem analisar o comportamento do preço da tarifa em R$/t RSU para
diferentes valores de prazo de retorno do investimento ou payback. A ideia principal deste gráfico
é demonstrar que há uma correlação de ordem exponencial nessa relação mencionada. Assim,
o usuário pode identificar rapidamente, no gráfico, a partir de que tempo de payback, em anos, o
preço da tarifa tende a se estabilizar. Cabe destacar que a explicação por trás da estabilização é
que o momento em que esta ocorre denota o tempo de retorno do investimento, e, a partir desse
ponto, a tarifa basicamente remunera o custo operacional e os reinvestimentos a cada cinco anos.
Essa análise pode ser vista no gráfico da área demarcada em azul na Figura 43.

Figura 43 – Aba “C-Graf Simul. – Tarifa” – destaque gráfico do comportamento da tarifa

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 87
Seguindo o mesmo raciocínio, tem-se, do lado direito da aba, algumas tabelas que mostram
os valores comparativos da tarifa para diferentes tempos de payback. Dessa forma, pode-se
evidenciar a diferença de magnitude entre os efeitos do prazo do contrato e do preço da tarifa
sobre o ganho do investidor. Assim como explicado anteriormente, a ideia do gráfico e da tabela
é propiciar ao usuário identificar o prazo a partir do qual o custo do investimento já retorna ao
investidor, significando, então, que o prazo de contrato não requer um valor para além desse ponto,
cabendo apenas ao gestor público algum eventual ajuste adicional para se atingir a lucratividade
pretendida para o investidor de modo a compatibilizá-la com a expectativa do mercado privado.

4.3.5. Descrição geral da aba “C-Graf Simul. FEP”


Na aba “C-Graf Simul. FEP” não há entradas de dados que sejam usados nos cálculos do valor
da tarifa do serviço. O objetivo dessa aba é prover ao usuário com mais domínio e conhecimento
da área financeira uma funcionalidade que lhe permita avaliar o comportamento das principais
variáveis de rentabilidade do investimento em função de diferentes valores de preço da tarifa para
o serviço de tratamento e destinação do RSU, e, também, para diferentes valores para o prazo de
contrato. As variáveis plotadas nos gráficos são:
Índice de retorno do investimento – VPL – valor presente líquido;
Índice de retorno do investimento – TIR – taxa interna de retorno;
Índice de retorno do investimento – payback – prazo de retorno do investimento;
Índice de retorno do investimento – taxa de lucratividade.
Na Figura 44, tem-se uma visão geral da aba, sendo possível perceber a alocação dos gráficos de
cada variável. O grupo de gráficos do lado esquerdo permite fixar o prazo de contrato, e, assim,
variar o preço da tarifa do serviço. No grupo de gráficos do lado direito, fixa-se o preço da tarifa do
serviço, e, assim, pode-se simular diferentes prazos de contrato.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 88
Figura 44 – Aba “C-Graf Simul. FEP” – gráficos de comportamento tarifa e prazo

Elaboração dos autores.

No grupo de gráficos do lado esquerdo, o usuário insere o valor-base da tarifa que deseja simular
na célula D3. Na célula D4, informa o valor do delta de variação do preço da tarifa informado, sendo
que o gráfico possui dez valores de delta acima do valor-base da tarifa de serviço informado, e
dez valores da tarifa abaixo do valor-base. Por último, na célula D5, informa o valor do prazo de
contrato a ser mantido constante para todas as simulações dos gráficos do lado esquerdo. Após
inserir essas informações, basta o usuário clicar no botão “Atualizar”, na célula G4, e, assim, todos
os gráficos do grupo do lado esquerdo serão atualizados de acordo com os dados inseridos.
De maneira análoga, no grupo de gráficos do lado direito, o usuário insere o valor-base do prazo
de contrato que deseja simular na célula V4. Na célula V5, informa o valor do delta de variação do
prazo de contrato informado, sendo que o gráfico possui dez valores de delta acima do valor do
prazo de contrato-base informado e dez valores da tarifa abaixo do valor. Por último, na célula V3,
informa o valor da tarifa do serviço a ser mantido constante para todas as simulações dos gráficos
do lado direito. Após inserir esses dados, basta o usuário clicar no botão “Atualizar”, na célula Y4, e,
assim, todos os gráficos do grupo do lado direito serão atualizados de acordo com as informações
inseridas.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 89
Saiba mais!
Assim, com esses dois grupos de gráficos para simulação, o usuário
tem à disposição uma funcionalidade flexível, que permite, após a
definição da rota e da inserção das informações de custos gerenciais
relacionadas à rota tecnológica e às especificidades do contrato de
concessão ora em simulação, diversificar as duas principais variáveis do
contrato (preço da tarifa do serviço e prazo de contrato), com o objetivo
de melhor avaliar o comportamento da atratividade do projeto face a
diferentes cenários visando construir um racional de convencimento
para aprovação dos órgãos competentes de aprovação e validação dos
editais de concessão, bem como para a sociedade.

4.3.6. Descrição geral da aba “C-Calc Tarifa”


Nessa etapa final, o usuário poderá simular a distribuição da tarifa básica do serviço de tratamento
de resíduos, de modo a remunerar o investimento e a operacionalização da rota tecnológica
simulada.

Você sabia?
Ao mesmo tempo em que é imprescindível melhorar e desenvolver a
gestão de RSU no Brasil, precisamos tomar o cuidado em assegurar que
esse movimento não seja mais um fator de aumento da desigualdade
em nosso país. Assim, é uma responsabilidade primordial do gestor
público encontrar a melhor relação custo-benefício que atenda aos
anseios da sociedade atendida e que, ao mesmo tempo, a distribuição
do seu custo de implementação e de operacionalização seja a mais
justa possível.

A adoção da sistemática a seguir permite calcular as taxas ou tarifas para o serviço de coleta,
tratamento e disposição de resíduos, e tem como prerrequisito a condição de que o serviço de
abastecimento de água esteja universalizado ou atenda à mesma área de cobertura do serviço de
manejo de resíduos sólidos.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 90
Esta estrutura considera três conjuntos de fatores de cálculos das taxas ou tarifas individuais. As
variáveis que definem estes fatores de cálculos são: a categoria de uso do imóvel; a frequência da
coleta (dias alternados ou diária); e a faixa de consumo médio mensal de água. A unidade-base da
cobrança também é o domicílio ou imóvel.
Neste caso, a eficácia da aplicação desta estrutura requer que o município
ou o prestador do serviço tenha um bom cadastro imobiliário, que
identifique as categorias de uso dos imóveis e a frequência da coleta nos
respectivos logradouros, bem como que esse cadastro possua vínculo
com o cadastro de usuários do serviço de abastecimento de água, ou
pelo menos possibilite ser alimentado com informações importadas
dele, condição necessária para a classificação dos imóveis/domicílios
atendidos pela disposição e prestação do serviço de manejo de resíduos
sólidos e pelo serviço de abastecimento de água, e, também, para a
quantificação dos imóveis/domicílios por categoria de uso, por frequência
da coleta e por faixa de consumo médio mensal de água.
A quantificação dos imóveis/domicílios por categoria de uso, por
frequência da coleta e por faixa de consumo médio mensal de água é
elemento necessário para a correta definição, distribuição e valoração dos
fatores de cálculo da tarifa média de manejo de resíduos sólidos (TMRS)
relacionada ao consumo de água.
Um aspecto muito relevante desta sistemática é a possibilidade de adoção
de uma política de cobrança socialmente mais justa, visto que recentes
pesquisas3 demonstram a existência de significativa correlação entre o
consumo de água e a geração de resíduos no domicílio residencial e em boa parte dos domicílios
comerciais. A adoção do consumo de água como fator preponderante na fórmula de cálculo da
taxa ou tarifa individual também pode levar a uma maior aceitação da política de cobrança pela
sociedade, por se tratar de elemento objetivo, do conhecimento e com relativo controle por parte
do usuário do serviço.
A adoção da sistemática aqui proposta irá requerer a implantação e a manutenção de uma
base cadastral satisfatória e confiável e, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de um sistema
de processamento complexo, capaz de prover a possibilidade da opção pelo faturamento mensal
com base em média móvel de consumo mensal. No entanto, esta dificuldade pode ser menor se o
processamento do faturamento e da cobrança for integrado com o sistema de cobrança do serviço
de abastecimento de água e operado pelo prestador deste serviço. Porém, este procedimento
pode esbarrar na dificuldade de convencimento do prestador daquele serviço em participar desta
solução, quando este prestador for empresa concessionária.

3
Estudo realizado pelo município de Araraquara-SP e que adotou a cobrança do serviço de RSU com base no
consumo de água – acessível via internet no endereço https://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/
download/1538/416

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 91
A premissa principal da sistemática proposta de distribuição é se utilizar a sistemática de tarifação
do consumo de água para, também, se realizar a cobrança do serviço de coleta, tratamento e
disposição dos RSUs. Para isso, foram estabelecidos estudos estatísticos que correlacionam as
faixas de consumo de água definidas para tarifação do consumo de água e os respectivos valores
para pagamento do serviço de RSU.

Na parte de cima da aba estão as informações referentes às premissas tarifárias e aos tipos ou às
categorias de imóveis/consumidores, conforme mostrado em detalhes na Figura 45.

Figura 45 – Aba “C-Calc Tarifa” – detalhamento var. tarifárias e tipos categ. imóveis

Elaboração dos autores.

Entre as células D5 e D11, temos as principais variáveis definidas pela simulação da rota
tecnológica: faturamento anual para remunerar a implementação do investimento e operação do
serviço (célula D5), preço da tarifa (célula D6) e quantitativos anuais de resíduos (célula D7). Para

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 92
mais detalhes sobre as informações técnicas no preenchimento de cada célula desta aba, acesse
o Manual da Ferramenta Rotas e Custos. Na parte direita da Figura 46, entre as colunas F e K, na
área demarcada em azul, temos as informações complementares para as definições dos valores
das tarifas dos consumidores.
Figura 46 – Aba “C-Calc Tarifa” – detalhamento var. tarifárias e tipos categ. imóveis

Elaboração dos autores.

Na parte de baixo da aba “C-Calc Tarifa”, do lado esquerdo, na área demarcada em azul, temos os
cálculos individuais para cada tipo de categoria de imóvel, conforme pode ser visto na Figura 47.

Figura 47 – Aba “C-Calc Tarifa” – detalhamento cálculo tarifa por categorias imóveis

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 93
A sistemática de taxa ou tarifa pelo consumo da água está baseada em fatores ponderadores, a
serem preenchidos pelo usuário, conforme categorias de imóvel abaixo:
Categoria pública/filantrópica: entre as linhas B31 e G42;
Categoria residencial normal: entre as linhas B44 e G55;
Categoria residencial social: entre as linhas B57 e G68 – mas, especificamente nesse
caso, o valor final da tarifa/taxa é calculado em função do valor da tarifa/taxa da categoria
imóvel residencial normal multiplicado pelo valor do fator de subvenção social informado
na célula I14;
Categoria comercial: entre as linhas B70 e G81;
Categoria industrial: entre as linhas B83 e G93.
Com relação aos fatores ponderadores mencionados, o primeiro fator ponderador na coluna B (fator
1) diferencia as categorias de imóvel. Assim, o usuário deve inserir o fator ponderador para cada
categoria de imóvel cadastrada. Como referência, sugere-se o fator 1 para os imóveis públicos/
filantrópicos e residenciais, e 1,5 para os imóveis comerciais e industriais, conforme pode ser visto
na área demarcada em azul na Figura 48.

Figura 48 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: fator ponder. cat. imóvel
Anual Mensal
Estrutura Referencial do Cálculo da TMRS — com base: Categoria Imóveis, Frequência de Coleta e Consumo de Água 342 29

Categoria Pública e Filantrópica


Fatores de cálculo cumulativos
Frequência da Coleta Cálculo Tarifa | Economia Limite Superior Faixa
Categoria de uso (a) Consumo médio mensal de água (c)
Alternada (b1) Diária (b2) Coleta dias alternados Coleta Diária
Faixa Min - Fator Fixo (m3/m) Faixa Max - Fator Fixo (m3/m) Fator Ponderador Anual Mensal Anual Mensal
- 5 0,3500 R$119,81 R$9,98 R$149,76 R$12,48
Faixa Min - Fator Variav (m3/m) Faixa Max - Fator Variav (m3/m) Fator Ponderador

5 15 0,0600 R$325,19 R$27,10 R$406,49 R$33,87


1,00 1,00 1,25
15 25 0,0500 R$496,34 R$41,36 R$620,43 R$51,70
25 35 0,0350 R$616,15 R$51,35 R$770,19 R$64,18
35 50 0,0800 R$1.026,92 R$85,58 R$1.283,65 R$106,97
50 100 0,0250 R$1.454,80 R$121,23 R$1.818,50 R$151,54

Categoria Residencial - NORMAL


Fatores de cálculo cumulativos
Frequência da Coleta Cálculo Tarifa | Economia Limite Superior Faixa
Categoria de uso (a) Consumo médio mensal de água (c)
Alternada (b1) Diária (b2) Coleta dias alternados Coleta Diária
Faixa Min - Fator Fixo (m3/m) Faixa Max - Fator Fixo (m3/m) Fator Ponderador Anual Mensal Anual Mensal
- 5 0,3500 R$128,79 R$10,73 R$160,99 R$13,42

Faixa Min - Fator Variav (m3/m) Faixa Max - Fator Variav (m3/m) Fator Ponderador
5 15 0,0600 R$349,58 R$29,13 R$436,97 R$36,41
1,08 1,00 1,25
15 25 0,0500 R$533,57 R$44,46 R$666,96 R$55,58
25 35 0,0350 R$662,36 R$55,20 R$827,95 R$69,00
35 50 0,0800 R$1.103,94 R$91,99 R$1.379,92 R$114,99
50 100 0,0250 R$1.563,91 R$130,33 R$1.954,89 R$162,91

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 94
Na sequência, nas colunas C (fator 2) e D (fator 3), temos os fatores ponderadores da frequência
de coleta: diária ou alternada. Como referência, sugere-se adotar o fator 1 para todas as coletas
alternadas, e algo entre 1,2 e 1,4 para a coleta diária – recomenda-se avaliar as diferenças de
custos dessas opções de otimização logística da coleta do RSU e, a partir daí, definir esses fatores,
que podem ser vistos na área demarcada em azul na Figura 49.

Figura 49 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: fator ponder. freq. coleta

Elaboração dos autores.

Temos, na coluna F, as faixas de consumo de água e o correspondente fator ponderador na coluna.


Os valores definidos e existentes como referência no comentário de cada célula da coluna G
permitem ao usuário avaliar a aplicabilidade dos valores referenciais de um estudo de amostragem
representativa de um estudo de equivalência “consumo de água versus geração de RSU”4. Para
cada categoria de imóvel, tem-se uma faixa de consumo mínima fixa e outras faixas de consumo
variáveis acumulativas até um limite máximo, acima do qual se assume que a geração de RSU
permanece a mesma. Esses fatores e valores podem ser vistos na área demarcada em azul na
Figura 50.

4
Estudo realizado pelo município de Araraquara-SP e que adotou a cobrança do serviço de RSU com base no con-
sumo de água – acessível via internet no endereço https://www.rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/
download/1538/416

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 95
Figura 50 – Aba “C-Calc Tarifa” – distrib. valor tarifa: fator pond. faixa cons. água
Anual Mensal
Estrutura Referencial do Cálculo da TMRS — com base: Categoria Imóveis, Frequência de Coleta e Consumo de Água 342 29

Categoria Pública e Filantrópica


Fatores de cálculo cumulativos
Frequência da Coleta Cálculo Tarifa | Economia Limite Superior Faixa
Categoria de uso (a) Consumo médio mensal de água (c)
Alternada (b1) Diária (b2) Coleta dias alternados Coleta Diária
Faixa Min - Fator Fixo (m3/m) Faixa Max - Fator Fixo (m3/m) Fator Ponderador Anual Mensal Anual Mensal
- 5 0,3500 R$119,81 R$9,98 R$149,76 R$12,48
Faixa Min - Fator Variav (m3/m) Faixa Max - Fator Variav (m3/m) Fator Ponderador

5 15 0,0600 R$325,19 R$27,10 R$406,49 R$33,87


1,00 1,00 1,25
15 25 0,0500 R$496,34 R$41,36 R$620,43 R$51,70
25 35 0,0350 R$616,15 R$51,35 R$770,19 R$64,18
35 50 0,0800 R$1.026,92 R$85,58 R$1.283,65 R$106,97
50 100 0,0250 R$1.454,80 R$121,23 R$1.818,50 R$151,54

Categoria Residencial - NORMAL


Fatores de cálculo cumulativos
Frequência da Coleta Cálculo Tarifa | Economia Limite Superior Faixa
Categoria de uso (a) Consumo médio mensal de água (c)
Alternada (b1) Diária (b2) Coleta dias alternados Coleta Diária
Faixa Min - Fator Fixo (m3/m) Faixa Max - Fator Fixo (m3/m) Fator Ponderador Anual Mensal Anual Mensal
- 5 0,3500 R$128,79 R$10,73 R$160,99 R$13,42

Faixa Min - Fator Variav (m3/m) Faixa Max - Fator Variav (m3/m) Fator Ponderador

5 15 0,0600 R$349,58 R$29,13 R$436,97 R$36,41


1,08 1,00 1,25
15 25 0,0500 R$533,57 R$44,46 R$666,96 R$55,58

25 35 0,0350 R$662,36 R$55,20 R$827,95 R$69,00

35 50 0,0800 R$1.103,94 R$91,99 R$1.379,92 R$114,99

50 100 0,0250 R$1.563,91 R$130,33 R$1.954,89 R$162,91

Elaboração dos autores.

A sistemática de distribuição do valor básico de cálculo (VBC) por imóvel, calculada na célula I21,
é, então, usada para se definir o valor a ser pago mensalmente ou anualmente, levando em conta
os fatores ponderadores mencionados (tipo de categoria de imóvel, frequência de coleta diária ou
alternada), gerando-se, assim, quatro opções de pagamento: taxa anual para frequência de coleta
alternada (coluna I); tarifa mensal para frequência de coleta alternada (coluna J); taxa anual para
frequência de coleta diária (coluna K); e, por último, tarifa mensal para frequência de coleta diária
(coluna L). Esses valores calculados podem ser vistos na área demarcada em azul na Figura 51.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 96
Figura 51 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: cálculo taxas e tarifas
Anual Mensal
Estrutura Referencial do Cálculo da TMRS — com base: Categoria Imóveis, Frequência de Coleta e Consumo de Água 342 29

Categoria Pública e Filantrópica


Fatores de cálculo cumulativos
Frequência da Coleta Cálculo Tarifa | Economia Limite Superior Faixa
Categoria de uso (a) Consumo médio mensal de água (c)
Alternada (b1) Diária (b2) Coleta dias alternados Coleta Diária
Faixa Min - Fator Fixo (m3/m) Faixa Max - Fator Fixo (m3/m) Fator Ponderador Anual Mensal Anual Mensal
- 5 0,3500 R$119,81 R$9,98 R$149,76 R$12,48
Faixa Min - Fator Variav (m3/m) Faixa Max - Fator Variav (m3/m) Fator Ponderador

5 15 0,0600 R$325,19 R$27,10 R$406,49 R$33,87


1,00 1,00 1,25
15 25 0,0500 R$496,34 R$41,36 R$620,43 R$51,70
25 35 0,0350 R$616,15 R$51,35 R$770,19 R$64,18
35 50 0,0800 R$1.026,92 R$85,58 R$1.283,65 R$106,97
50 100 0,0250 R$1.454,80 R$121,23 R$1.818,50 R$151,54

Categoria Residencial - NORMAL


Fatores de cálculo cumulativos
Frequência da Coleta Cálculo Tarifa | Economia Limite Superior Faixa
Categoria de uso (a) Consumo médio mensal de água (c)
Alternada (b1) Diária (b2) Coleta dias alternados Coleta Diária
Faixa Min - Fator Fixo (m3/m) Faixa Max - Fator Fixo (m3/m) Fator Ponderador Anual Mensal Anual Mensal
- 5 0,3500 R$128,79 R$10,73 R$160,99 R$13,42

Faixa Min - Fator Variav (m3/m) Faixa Max - Fator Variav (m3/m) Fator Ponderador

5 15 0,0600 R$349,58 R$29,13 R$436,97 R$36,41


1,08 1,00 1,25
15 25 0,0500 R$533,57 R$44,46 R$666,96 R$55,58

25 35 0,0350 R$662,36 R$55,20 R$827,95 R$69,00

35 50 0,0800 R$1.103,94 R$91,99 R$1.379,92 R$114,99

50 100 0,0250 R$1.563,91 R$130,33 R$1.954,89 R$162,91

Elaboração dos autores.

Uma segunda funcionalidade da aba “C-Calc-Tarifa” permite ao usuário simular a estimativa de


faturamento com base nas informações básicas fornecidas, e, também, em função da distribuição
dos imóveis cadastrados dentro das possíveis faixas de consumo de cada categoria. A área
demarcada em azul na Figura 52 mostra onde estão essas informações.

Figura 52 – Aba “C-Calc Tarifa” – distribuição valor tarifa: simul. estimativa receitas

Elaboração dos autores.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 97
Mãos à obra!
A capacidade de convencimento e mobilização do setor privado pelo
setor público passa, primariamente, pelo estabelecimento de um
ambiente de segurança para estimular investimentos de longo prazo,
ao mesmo tempo em que promove a perspectiva de transformação
de um problema público de saneamento básico em um negócio
economicamente sustentável. Por isso, a análise de cenários de
simulação da tarifa pública e de distribuição do valor do serviço entre
a população consumidora de água atendida pelo serviço de manejo
de resíduos permite ao gestor público antecipar essa discussão
necessária com o setor privado. Encontrar o melhor equilíbrio entre
o preço adequado e justo da tarifa para a rota tecnológica pretendida
pode economizar muito tempo de negociação, e, assim, reduzir o tempo
de implementação de novos projetos.
Portanto, mãos à obra!

4.4. Como utilizar a Ferramenta Rotas e Custos


Acesse a pasta de Material Complementar deste módulo e verifique os dados e informações usa-
dos como exercício na parte de “Balanço de Massa” da Ferramenta Rotas e Custos, especificamen-
te no item “Exercício de montagem de uma rota tecnológica” da Aula 3. Tais dados e informações
também serão utilizados como base para avaliar os custos de investimento e operacionais de
implementação da rota tecnológica do case, bem como simular as alternativas de base de um
contrato de concessão da rota, e, por fim, simular como as despesas do contrato poderiam ser
distribuídas no cenário dos consumidores do município ou consórcio.

Mãos à obra!
Acesse agora o exercício - Simulação sobre o uso da Ferramenta Rotas
e Custos na pasta de Material Complementar deste módulo!

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 98
4.5. A Ferramenta Rotas e Custos
A definição de uma rota tecnológica deve assegurar a aderência
aos objetivos estratégicos da GIRSU em suas várias perspectivas
– econômica, ambiental e social –, que devem ser comunicados de
forma ampla, clara e transparente a toda a sociedade;
A perspectiva econômica é uma das principais, senão a principal
âncora de sustentabilidade no desenvolvimento de uma rota
tecnológica inovadora de RSU. Não basta equacionar o investimento
inicial; também é imprescindível estruturar uma solução com
viabilidade econômica operacional de longo prazo;
A avaliação mercadológica prévia para os potenciais subprodutos
das tecnologias de tratamento de resíduos disponíveis é essencial
como um elemento direcionador entre as várias opções, não
somente pelo potencial de modicidade da tarifa do serviço que
as receitas acessórias derivadas da valorização de resíduos via
subprodutos podem proporcionar, mas, principalmente, pelo correto
dimensionamento dos riscos envolvidos;
Um dos principais objetivos da Ferramenta Rotas e Custos é prover ao gestor público um
suporte robusto em uma fase preliminar ao Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica
e Ambiental (EVTEA), de modo a alcançar maior assertividade e, consequentemente,
propiciar uma maior atratividade de projetos em uma fase futura de um processo de
concessão;
O prazo de retorno (payback) de um investimento é definido exclusivamente pelo valor
da tarifa; já o prazo de contrato afeta, de forma determinante, a lucratividade do contrato
e, consequentemente, a atratividade do projeto de implementação e operação da rota
tecnológica de RSU;
Devido à sua natureza, as premissas financeiras não necessitam ser alteradas com
frequência; no entanto, se assim acontecer, isso deverá ser feito de uma forma muito
criteriosa e com o auxílio de especialistas financeiros pela grande influência que essas
variáveis exercem sobre as métricas de rentabilidade dos investimentos;
Um dos principais ganhos potenciais da Ferramenta Rotas e Custos é a democratização da
análise de alternativas de solução para a GIRSU. Ao mesmo tempo, a robustez das análises
e conclusões está limitada pela qualidade e pela representatividade das informações e das
premissas de simulação. Assim, se, por um lado, tem-se uma ferramenta democratizada,
por outro lado, a assertividade resultante do seu uso e a sua representatividade estão
intimamente ligadas à disciplina com relação à boa qualidade das informações inseridas
e à forma como as informações geradas serão utilizadas a partir do reconhecimento das
suas limitações;

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 99
O estudo de reavaliação da GIRSU é uma tarefa multifacetada; por isso, envolver e engajar
pessoas com diferentes expertises, conhecimento e experiência em relação ao tema
somente contribuirá para a qualidade das análises e maior assertividade das conclusões
do estudo;
Faz parte da avaliação mercadológica identificar as expectativas de retorno de investi-
mentos que possam ser traduzidas em métricas de atratividade de potenciais investi-
dores, e que, assim, possam ser usadas para encontrar o melhor compromisso entre o
preço-base da tarifa de serviço e o prazo de contrato a ser firmado no processo de con-
cessão;
A evolução da GIRSU depende da disposição do munícipe em aceitar pagar uma tarifa
capaz de remunerar o desenvolvimento pretendido com novas tecnologias. Nesse contexto,
explorar e encontrar uma solução de distribuição justa do custo básico da tarifa do serviço
de manejo, ainda em sua forma preliminar, via Ferramenta Rotas e Custos, constitui um
importante fator de convencimento para todos os atores afetados da sociedade.

Esta ferramenta visa abrir um diálogo multissetorial que, além de garantir a transversalidade do
tema, permitirá sua implementação de forma contínua e duradoura, representando uma alternativa
de valorização de resíduos que corrobora as diretrizes da PNRS, sob o aspecto tanto econômico
quanto ambiental e da saúde humana.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 100
Referências
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8419: 1992. Apresentação de
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1996. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.
______. NBR 15849: 2010. Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte –
Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e encerramento. Rio de Janeiro: ABNT,
2010.
ANCAT – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS CATADORES E CATADORAS DE MATERIAIS RECICLÁVEIS.
Anuário da Reciclagem 2017-2018. São Paulo: Ancat, 2019.
BRASIL. Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, 2010.
______. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Resíduos Sólidos – Versão Preliminar para
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______. ______. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 481, de 3 de outubro de 2017.
Estabelece critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade ambiental do processo
de compostagem de resíduos orgânicos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
2017.
______. Ministério do Desenvolvimento Regional. Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento. Diagnóstico do manejo de resíduos sólidos urbanos – 2018. Brasília: SNS/MDR,
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______. Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência
da República, Ministério do Desenvolvimento Regional, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da
Saúde/Fundação Nacional da Saúde. Nota Técnica Conjunta nº 1/2020/SPPI/MDR/MMA/Funasa.
Brasília: SPPI/MDR/MMA/Funasa, 2020. Disponível em https://www.ppi.gov.br/html/objects/_
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Paulo: Fipe; Selur, 2017. (Relatório de Pesquisa).

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1993.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 103
Glossário
Balanço de massa: aplicação do princípio da conservação da massa na análise de sistemas
físicos. Toda a massa que entra e circula por um determinado sistema deve ser igual à massa
deste sistema.
Biogás: uma mistura de gases que foi gerada pela decomposição biológica da matéria orgânica
na ausência de oxigênio livre. Normalmente, consiste em uma mistura gasosa composta,
principalmente, de gás metano (CH4) e gás carbônico (CO2), com pequenas quantidades de gás
sulfídrico (H2S) e vapor d´água.
Biometano: biocombustível gasoso constituído, essencialmente, de metano, derivado da purificação
do biogás.
Camada de oxidação: camada alternativa que utiliza materiais com alto teor de matéria orgânica
(como o composto), misturados com solo, que, quando utilizados na cobertura de aterros sanitários,
aumentam o potencial de oxidação do metano, contribuindo, assim, para a redução das emissões
de GEE.
Clínquer: produto da calcinação de calcário e argila utilizado como matéria-prima para a produção
do cimento após moagem.
Composto maturado: produto resultante da compostagem, que está curado, estabilizado. Tem
aspecto marrom, baixa umidade e cheiro de terra mofada. Apresentação relação C/N menor que
12/1.
Coprocessamento: técnica de utilização de resíduos a partir do processamento desses como
substituto parcial de matéria-prima ou de combustível em fornos de produção de clínquer na
fabricação de cimento.
Decisor: a quem cabe participar de uma tomada de decisão.
Digestado: massa sólida ou semissólida que passou pelo processo de digestão anaeróbia. É o
efluente do biodigestor.
Halogênios: série química dos halogênios é o grupo 17 (7A) da tabela periódica dos elementos,
formado pelos seguintes elementos: flúor (F), cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I), astato (At) e tenesso
(Ts). 
Holístico: adjetivo que classifica alguma coisa relacionada com o  holismo, ou seja, que
procura compreender os fenômenos na sua totalidade e globalidade.
Lixiviado: líquido derivado da hidrólise dos compostos orgânicos e da umidade do sistema
anaeróbio no interior de um aterro sanitário, com características que variam em função do tipo de
resíduos sólidos, da idade do aterro, das condições meteorológicas, geológicas e hidrológicas do
sítio de disposição.
Per capita: valor médio por pessoa ou por indivíduo.
Poder calorífico: quantidade de energia liberada pela combustão completa de uma unidade de
massa ou volume de gás a uma pressão e uma temperatura constantes, 101,33 kPa e 15 ºC,
respectivamente.
Sistêmico: que diz respeito ao todo e ao conjunto das partes dependentes umas das outras.
Usuário: quem faz ou fará uso da Ferramenta Rotas e Custos.

Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos – Tecnologias, Balanço de Massa e Custos 104
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