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Lia Fernandes
Tópicos:
Anatomia e fisiologia das aves
Fisiologia do sistema reprodutivo
Desenvolvimento embrionário
Manejo sanitário e Principais Doenças na Avicultura
O Frango de Corte Moderno
Criação e Manejo de Poedeiras Comerciais
Criação e Manejo de Matrizes para Corte e Postura
PLUMAGENS
Tem como funções:
• Proteger de injúrias.
• Auxiliar na manutenção da temperatura.
• Permitir o vôo
PELE
Serve para a proteção do corpo, as aves não possuem glândula cutânea com exceção da glândula de
óleo do uropígio.
ESQUELETO
Leve e compacto possui mais ou menos 150 ossos soldados entre si, a presença de quilha ou carena,
característica das aves carinatas, alem de servir para proteger os órgãos internos, moldura e caixa de
apoio dos músculos, funciona como depósito de cálcio e fósforo.
SISTEMA MUSCULAR
É a parte comestível da ave, ou seja, a carne, representa 75% do seu peso. A análise química mostra
que os músculos são compostos de 75% de água, 20% proteína e 05% carboidratos.
A musculatura é bem desenvolvida nas aves, particularmente na região peitoral. As pesquisas são
voltadas para selecionar cortes nobres como peito, coxa e sobrecoxa.
SISTEMA DIGESTIVO
O bico tem a função de coletar alimento e água. As glândulas salivares servem principalmente para
umedecer o alimento. As principais estruturas que compõem a boca e faringe são: bico,palato superior
e inferior, língua, coana e infundíbulo.
O esôfago é relativamente longo e possui um divertículo, o papo, que separa as porções superior e
inferior do esôfago, tem glândulas mucosas para lubrificar a passagem do alimento.
O papo pode variar de acordo com a espécie da ave, podendo até não existir, tem a função de
armazenar o alimento.
Estômago glandular ou proventrículo tem a função de secretar os sucos digestivos, pepsina e ácido
clorídrico.
Na moela ou estomago mecânico é realizar a trituração dos alimentos especialmente os mais duros.
Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) onde se realiza a maior da absorção dos alimentos.Intestino
grosso (cecos, colon/reto ) tem a função de receber os resíduos remanescentes da digestão do intestino
delgado, absorção de água e eletrólitos.
Cloaca órgão comum dos aparelhos digestivo, urinário e reprodutor.
ÓRGÃOS ACESSÓRIOS
Fígado pode representar 3% do peso das aves possui funções vitais no processo de digestão e absorção
dos nutrientes.
Pâncreas produz o suco pancreático, composto de tripsina, amilase e lípase, cuja função é digestiva.
É atribuída ao baço a função hematopoética e de reservatório sangüíneo.
APARELHO RESPIRATÓRIO
O aparelho respiratório é formado pela boca, orifícios e cavidades nasais, faringe, laringe traquéia,
pulmões e sacos aéreos. A parte superior do sistema é especializada em filtrar, aquecer e umidificar o
ar inalado, que pode passar tanto pela boca como pelas narinas. A voz da galinha é produzida na
siringe, que está situada no término da traquéia. O sistema respiratório tem ainda as seguintes funções:
eliminar calor, detoxificação de produtos do metabolismo destrinça de coágulos sanguíneos e
produção de mensageiros químicos.
Os pulmões estão localizados na região torácica dorsal, de coloração rosada; sua função é a troca de
oxigênio do ar por dióxido de carbono do sangue, não se expandem ou contraem no momento da
respiração, os sacos aéreos são complacentes que agem para ventilar os pulmões. Na galinha são em
numero de nove, quatro pares localizados da traquéia até o abdômen, e um mediano, o interclavicular,
localizado na cavidade torácica. Apresentam função de fole que permite uma rápida circulação de ar
pelos pulmões; tornam as aves mais leves, serve de contrapeso ou tara, dando equilíbrio às aves no
vôo, mantêm a temperatura corporal e funciona como reservatório de ar.
Oviduto
O oviduto é um tubo glandular, longo, medindo em torno de 70 a 80 cm de comprimento, divididos
nos seguintes segmentos: Infundíbulo, magno, istmo, útero, vagina.O infundíbulo mede cerca de 11
cm tem a função de englobar a gema a qual permanece aí em torno de 15 a 20 min onde ocorre
também a fertilização. O magno mede 33,6 cm a gema permanece por 2 a 3 horas, tem a função de
secretar a albumina, no magno o ovo adquire o albúmen, que constitui a clara. No istmo a gema
permanece pôr cerca de 1 a 1,5 hora onde ocorre a secreção das duas membranas da casca e mede em
torno de 10,6 cm. No útero ou câmara calcígena ocorre a formação da casca do ovo mede em torno de
10,1 cm e permanece por aproximadamente 20 horas. Na vagina o tempo de permanecia do ovo é de
15 min, tem o comprimento de 6,9 cm funcional como o principal reservatório de esperma e transporte
de ovos.
Espermateca: são glândulas tubulares capazes de armazenar espermatozóides
ESTRUTURA DO OVO
Disco germinativo ou blastoderma é uma placa esbranquiçada de 2,5 a 3,5 cm de diâmetro localizado
na superfície da gema, por baixo da membrana vitelina
O disco germinativo contém a vesícula germinativa, que constitui o verdadeiro óvulo ou célula
feminina, onde se insere o núcleo do espermatozóide, no caso ter havido a fecundação. Quando existe
a fecundação a vesícula aumento de tamanho e pode ser visto facilmente a olho nu.
• Gema ou vitelo é uma massa amarelada ou avermelhada (depende da alimentação da ave) serve de
alimento para o embrião.
• Membrana vitelina: membrana muito fina que recobre a gema, dando a forma e impedindo o seu
derramamento.
• Clara ou albúmen: massa albuminosa, transparente, disposta ao redor da gema em três camadas
bem visíveis em ovo fresco a porção externa em contato com a membrana externa da casca é
fluída, a do meio é bem densa e uma terceira bem fluída.
• Membranas da casca são membranas porosas permeáveis aderidas entre si, exceto no pólo obtuso
do ovo onde se encontra a câmara de ar.
• A casca basicamente é formada de carbonato de cálcio (CaCO³) 98% e 2% de matéria orgânica
ANORMALIDADE DO OVO
Ovo de duas gemas é mais comum em fêmeas jovens, ocorre devido a duas ovulações em um curto
espaço de tempo.
Ovo sem gema ocorre quando houver excitação anormal das glândulas albuminíferas em ausência de
gema, geralmente está presente fragmento de gema ou corpo estranho.
Ovo incluso - É quando um ovo completamente formado se acha incluído noutro
Ovo casca mole - É ovo posto prematuramente, antes da completa deposição de cálcio, geralmente
encontrado pela manhã.
Casca fina - Pode ocorrer por doenças como newcastle e bronquite infecciosa, deficiência nutricional
(cálcio, vitamina D e manganês), temperatura ambiente e idade das aves (+ velhas).
Câmara de ar solta - Geralmente ocorre em ovos velhos ou fatores mecânicos.
Grumos de sangue na gema - É uma anomalia relativamente freqüente e resulta de hemorragia
verificada no folículo ou na parte superior, estudos indicam ser hereditária esta anomalia.
Canal deferente
O canal deferente termina em uma pequena papila na cloaca, funciona como depósito de
espermatozóides, no momento da cópula tornam-se ingurgitadas e se projetam para fora
transformando a estrutura em um suco, para dirigir o sêmen
Falo
O falo nos galos não funciona como órgão penetrante. O sêmen é transferido para a fêmea pelo contato
rápido falo rudimentar com a vagina.
APARELHO URINÁRIO
Rins
Os rins das aves são trilobados situados dorsalmente na região pélvica e dois ureteres, as aves não
possuem bexiga. Os produtos finais do metabolismo da proteína e água são armazenados nos túbulos
renais. A urina passa pelos ureteres diretamente para a cloaca, é pastosa e eliminada junto com as
fezes. A urina (nitrogênio) é eliminado sob a forma de ácido úrico.
Ureteres - São túbulos que levam a urina até a cloaca.
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Coração
Possui dois ventrículos e duas aurículas que bombeia o sangue venoso (com dióxido de carbono) para
os pulmões para que seja trocado por oxigênio.
Artérias / Veias / Capilares
Testículo: É um órgão duplo e simétrico com formato de feijão, coloração amarelada nos jovens e
branco puro nos adultos, de localização intracavitária e cranio-ventral aos rins. Tem capacidade de
produção de testosterona, androgênios e estrogênio e sabe que a testosterona é importante para o
crescimento e manutenção dos órgãos sexuais e para o comportamento de corte.
Túnica Albugínea: É delgada e não forma septos conjuntivos.
Plexo Pampiniforme: Ausente
Epidídimo: muito curto, sem importância para maturação dos espermatozóides (a maturação ocorre
em +/- 24 horas).
Ducto deferente: é longo e sinuoso e termina em duas aberturas ou papilas na cloaca.
Espermatozóide: tem aspecto pontiagudo
Sêmen: apresenta pequeno volume (0,5 a 1,0 ml) e alta concentração (3,5 milhões/mm3)
O volume é pequeno devido à inexistência de glândulas bulbo-uretrais, próstata ou glândulas
vesiculares e o líquido seminal tem origem nas células de Sertoli, epidídimo e possivelmente pelas
pregas linfáticas da cloaca.
Comparação da concentração espermática em mm3 entre algumas espécies:
Touro = 1 milhão
Garanhão = 120 mil
Carneiro = 3 milhões
Porco = 100 mil
Cão = 200 mil
Peru = 7 milhões
Maturidade Sexual = 5 a 9 meses ( No verão um galo adulto pode realizar até 40 cópulas num
período de 24 horas)
Aparelho Copulatório - As aves apresentam um aparelho copulatório localizado na extremidade
caudal da cloaca que se encontra escondido por uma prega ventral no ânus em animais fora da
excitação. O aparelho copulatório consiste de:
1 par de papilas do ductos deferentes
1 par de corpos vasculares
1 par de pregas linfáticas
1 corpo fálico dividido em uma porção mediana (1 a 3mm no galo e em torno de 5cm no pato)
e duas laterais (Direita e Esquerda)
OVÁRIO ESQUERDO
O ovário apresenta função celular e endócrina. O tamanho do ovário depende do estado funcional e
tem normalmente cor amarelada com matizes rosado, forma arredondada a poligonal e apresenta-se
lobulado e friável.Apresenta folículos com ovócitos Os folículos sofrem influencias do FSH e se
desenvolvem produzindo estrogênio e androgênio.
A ovogônia se desenvolve e o seu citoplasma torna-se rico em um vitelo amarelo (gema). Uma
vesícula germinativa encontra-se no interior da gema e sofre migração para a superfície quando então
se aplaina e forma o disco germinativo. Concluída a maturação do oócito, ocorre ovulação.Os ovócitos
das aves são os maiores do reino animal. Chega a 20 g na galinha (cerca de 40mm de diâmetro), sendo
o recorde da Ave elefante de Madagascar cujo ovo era de 37,5cm e volume total de 7 ,5 litros
Embora a função hormonal não esteja bem esclarecida, sabe-se que os esteróides gonadais (estrogênio,
progesterona e androgênios) são essenciais para o desenvolvimento e funcionamento do sistema
reprodutivo das aves, além de outros hormônios não-esteróides (catecolaminas, prostaglandinas,
ativador do plasminogênio e inibina).
Estrogênio: síntese da gema pelo fígado, mobilização de cálcio ósseo para formação da casca
do ovo. O estrogênio é principalmente produzido pelos folículos pequenos (<10mm de
diâmetro) que ainda estão fora da hierarquia de dos folículos pré-ovulatórios e também pelos
pré-ovulatórios (estrona e estradiol 17-beta)
Progesterona: secreção do albume e indução a onda de LH
Androgênios: características sexuais secundárias. Os androgênios (androstenediona e
testosterona) e a progesterona são produzidos pelos folículos pré-ovulatórios.
OVULAÇÃO
Não se sabe ao certo se o estímulo desencadeante é hormonal ou neural, mas sabe-se que a ovulação
ocorre aproximadamente 6 horas após a onda de LH e cerca de 30 minutos (15 a 75min) após a
postura. Normalmente a ovulação ocorre por rompimento do estigma (local menos vascularizado) sem
qualquer sangramento e no local do folículo rompido não existe formação de corpo lúteo. À medida
que o folículo amadurece ocorre diminuição na produção de androgênio e estradiol -17 Beta pela teça
e isto parece permitir que a granulosa sintetize quantidades crescentes de progesterona necessária para
disparar a onda de LH e ovulação.
FECUNDAÇÃO
É normal a ocorrência de polispermia com entrada de 2 ou 3 espermatozóides que formam pró-núcleos
masculinos. Um deles se unirá com o pró-núcleo feminino e iniciará o desenvolvimento embrionário,
e os demais sofrem a degeneração.
OVIPOSIÇÃO
Aproximadamente 24 a 26 horas após a ovulação, o ovo já está formado no oviduto e a oviposição ou
postura ocorre por contrações da parede do útero. Pesquisas demonstraram que essas contrações são
determinadas pelas Prostaglandinas das séries E e F (PGF2-alfa, PGE1, PGE2) além de hormônios
hipotalâmicos tais como a arginina-vasotocina. Também se observa que injeções de arginina-
vasopressina e ocitocina desencadeiam contrações uterinas e postura subsequente. O que “dispara” a
postura quando o ovo está pronto para ser posto é ainda desconhecido. As aves tendem a realizar a
postura de um ou vários ovos, para então incubá-los. A domesticação das aves, entretanto, exerceu
uma influência notável sobre este aspecto, de forma que hoje se dispõe de galinhas poedeiras que não
apresentam o “choco”.
CICLO DE POSTURA: Número de dias em que a ave realiza a postura em relação àqueles que não
faz. Pode ser regular ou irregular. (Irregular => a galinha põe durante alguns dias seguidos, descansam
um intervalo de tempo e voltam à postura).
TAXA DE POSTURA: Número de ovos produzidos durante um período de tempo determinado
CHOCO
O choco das aves domésticas é caracterizado por alterações hormonais e comportamentais
provavelmente determinado pela redução da fotosensitividade hipotalâmica.
Mudanças hormonais que ocorrem durante o choco:
Aumento da Prolactina (relacionado com o hábito de deitar sobre os ovos)
Aumento da Tiroxina (relacionado com crescimento de novas penas)
Redução da Progesterona e do LH.
Mudanças de Comportamento durante o choco:
Cessação da postura e maior permanência no ninho
Regressão do ovário e trato genital
Diminuição do peso do fígado
Anorexia
Hiperemia
FORMAÇÃO DO OVO NA GALINHA DOMÉSTICA
O oviduto esquerdo das aves mede cerca de 70 cm e se apresenta como um tubo convoluto de parede
espessa, mucosa composta por vários tipos celulares (ciliadas, glandulares uni ou multinucleadas),
mucosa extremamente pregueada, ligando a cloaca à proximidade do ovário. O ovo inicia sua
formação no ovário e vai se completando à medida que caminha nos diferentes compartimentos
oviduto por um tempo médio de 25 horas.
A produção anual de uma galinha doméstica gira em torno de 265 ovos de peso 58g. Esta produção
estará na dependência de uma boa alimentação e de um plano de luz adequado.
OVÁRIO
No ovário ocorre a formação da Gema através da incorporação ao citoplasma do oócito de matéria
prima, tais como: sais minerais, proteínas e lipídios. Estes últimos, são originários do metabolismo
hepático e incorporadas ao oócito através das células da granulosa.
A gema se forma em 3 fases distintas
Fase Embrionária=> Até o 14º dia de incubação a ave já está com o ovário completamente formado e
chega ao nascimento com uma população de oócitos em torno de 4.000.
Da Fase embrionária até 8-10 dias antes da ovulação => É a fase de crescimento lento, onde as
substâncias são incorporadas de forma lenta à gema.
De 8-10 dias antes da ovulação até a ovulação ocorrida => É a fase de crescimento rápido onde ocorre
aumento da gema na ordem de 0,5 a 2,8g/dia.
INFUNDÍBULO
Apresenta uma mucosa pouco pregueada de epitélio simples, cilíndrico e caliciforme. Consiste de uma
estrutura tubular de 4 a 10 cm, de parede fina, com região cônica, seguindo-se por outra tubular com
pregas em espiral suave, sendo percorrido pelo ovo em formação em cerca de 15 minutos.
FUNÇÕES:
Captar o oócito
Servir de sede para a fecundação
Lubrificar a mucosa para a passagem do ovo
Formar a camada calazífera ou calazas (proteínas mucinas retorcidas que mantêm a gema no centro do
ovo). As calazas correspondem a dois espessamentos da clara retorcidos no sentido horário, compostas
por albumina e deve sua origem a separação da mucina da capa interna da clara. Ela tem a função
manter a gema suspensa protegendo das influências mecânicas.
MAGNO
Também chamada de glândula albuminífera. A mucosa é muito pregueada e provida de epitélio
estratificado com células caliciformes e cilíndricas ciliadas e glândulas tubulosas.
Consiste de estrutura tubular, de parede mais espessa, com 20 a 48cm de comprimento (é a parte mais
longa), rico em glândulas tubulares dentro das pregas longitudinais da mucosa. O ovo em formação
percorre o magno em cerca de 3 horas.
FUNÇÕES:
Formação da base do Albume (+/- 16g)
Adição de Mucina
Adição da maior parte do Na, Ca e Mg.
Acredita-se que a formação do albume esteja sob controle hormonal, mecânico e nervoso fazendo com
que as células glandulares do magno secretem e depositemos extratos sobre a gema que no seu trajeto
gira sobre seu eixo. A estimulação mecânica direta foi evidenciada, pois se observa que um objeto
estranho na luz do órgão estimula a secreção do albume. O albume tem cerca de 30 proteínas
diferentes entre elas: ovalbumina (54%), ovotransferrina (13%), ovomucóide (11%), lisozima (4%)
além de globulina e a avidina. (A ovalbumina contem todos os aminoácidos essenciais, a
ovotransferrina une-se a metais polivalentes, a ovomucóide é inibidora da protease, a lisozima tem
ação enzimática e a avidina liga-se a biotina). Algumas proteínas do albume apresentam atividade
bactericida.
O ovo apresenta a gema em posição central e uma clara dividida em 4 capas distintas:
Densa Interna => A primeira unida à gema (3%)
Fluida interna => (21%)
Densa Externa => (55%)
Fluida Externa =>(21%)
ISTMO
Apresenta luz estreita e mucosa com pregas menores com menor número de glândulas.Tem
comprimento de 4 a 12 cm, parede muito grossa, com pregas longitudinais e diâmetro reduzido. O
ovo em formação percorre o ístmo em cerca de 1 hora e 15 minutos.
FUNÇÕES:
Formação da Membrana Testácea (membrana da casca do ovo constituída por ovo-queratina)
Adição de proteínas ao albume
Adição de uma pequena quantidade de água
Provido de partes da clara e das calazas, o ovo chega ao ístmo donde se produz uma secreção
filamentosa que coagula com rapidez. Esta contem uma grande quantidade de gluconato de cálcio e
forma a membrana testácea, composta de 2 folhetos que cobrem a clara e separadas no polo maior do
ovo formando uma câmara aérea.
VAGINA
Tem comprimento de 4 a 12 cm, apresenta pregas longitudinais onde se deposita a maior parte dos
espermatozóides após a cópula. O ovo neste nível está praticamente formado e percorre este segmento
em poucos segundos.
Funções:
Transporte do ovo para o meio externo
Retenção dos espermatozóides para futuras fecundações
Os espermatozóides permanecem viáveis na galinha por 10 a 14 dias e na Perua por cerca de 50 dias.
CLOACA
É um extremo dilatável e o ovo apenas estabelece contato com as paredes, pois a vagina se prolapsa no
momento da postura evitando o contato do ovo com as dejeções. Este segmento não contribui em nada
para a formação do ovo.
COR DA GEMA
Devido à presença de pigmentos que se originam da alimentação (xantofilas, luteína, zeaxantina e
caroteno)
COR DA CASCA
A cor da casca é um atributo genético e podem ser observadas as cores branca, vários tons de marrom,
rosa, verde e azul. As linhagens de postura comercial, obtidas a partir da Leghorn, produzem ovos de
casca branca e as derivadas de Rhode Island Red, New Hampshire e Plimouth Rock produzem ovos de
casca marrom.
Os pigmentos da casca são descritos como porfirinas da casca ou ovoporfirinas, e são compostos
cíclicos formados por aneis pirrólicos. A maioria dos ovos com pigmento marrom ou preto contém
protoporfirina e a extração química da cor das cascas dos ovos azuis e verdes mostrou presença de
biliverdina e um quelato de Zinco-biliverdina. Segundo este autor a origem dos pigmentos não é
conhecida, mas parecem ter origem nas células do útero. Nas aves que põem ovos uniformemente
coloridos (castanhos, azuis ou verdes) estes são corados por pigmentos derivados dos eritrócitos
(porfirinas) principalmente concentradas nas camadas mais superficiais da casca. Os ovos que são
manchados ou salpicados contêm pigmentos na camada cuticular que também têm origem dos
eritrócitos.
CALORIAS DO OVO
Cerca de 95Kcal.
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
Até 72 horas
Aparece vestígio da cauda
Formação dos botões dos membros inferiores e superiores
Presença do âmnio e do córion
Início da formação das narinas
Aparecimento das lentes oculares
Até 96 horas
Completa-se a formação das membranas extra-embrionárias (âmnio, córion e alantóide)
O corpo do embrião posiciona-se sobre o seu lado esquerdo
A gema, no ponto de implantação, torna-se mais alongada
O embrião se apresenta na forma de C
Início da formação da boca e língua
Começa o aparecimento das fossas nasais
A alantóide se infiltra entre o âmnio e o córion
Aos 5 dias
Aumento do tamanho do embrião, do saco vitelino e da alantóide
Maior diferenciação das partes da boca
Distingue-se a estruturas externas dos olhos (olhos pretos grandes)
Formação do proventrículo e da moela
Os botões locomotores são mais salientes
Aos 6 dias
Inicio da formação do bico
O saco vitelino apresenta um número maior de pregas
O coração esta bem grande e fora do corpo
Os apêndices locomotores começam a adquirir a forma da ave
Aos 7 dias
Os dígitos das asas e das pernas tornam-se proeminentes
O abdômen se torna saliente devido ao desenvolvimento das vísceras
O coração está dentro da cavidade torácica
O ouvido e seus condutos estão completamente visíveis
A alantóide cobre completamente a gema
Aos 8 dias
Início da formação das penas
As asas e as pernas estão completamente diferenciadas
Aos 9 dias
O embrião começa a ter aparência própria da espécie
O bico os apêndices (superior e inferior) e o pigostílio estão bastante diferenciados
Aos 10 dias
Ocorre endurecimento do bico
Os poros da pele estão visíveis a olho nu
Aos 11 dias
O corpo e pescoço assumem a característica das aves
A cabeça é mais proporcional ao tamanho do corpo
O embrião está coberto por uma penugem fina
Aos 12 dias
Os dedos estão completamente formados
As unhas começam a se formar
Completa-se o empenamento
Está terminando a utilização do albume
Aos 13 dias
Aparecem as escamas e unhas
Aparecimento da protuberância cálcica (“dente”, diamante) sobre o bico
A cabeça move-se para a direita do corpo
Aos 14 dias
O embrião dirige a cabeça em direção à câmara de ar
Aos 15 dias
O corpo e a cabeça são mais proporcionais em tamanho
Ocorre a penetração do intestino para o interior da cavidade abdominal
Aos 16 dias
Escamas, bico e unhas estão firmes e cornificadas
O embrião está emplumado
Desaparecimento quase total do albume
Aos 17 dias
O bico está voltado para a câmara de ar
Há uma diminuição do liquido amniótico
Aos 18 dias
A crista está visível
O embrião está quase do tamanho normal
A cabeça está sob a asa direita
Aos 19 dias
Começa a penetração do saco vitelino na cavidade abdominal
O embrião ocupa totalmente o ovo, exceto a câmara de ar
Aos 20 dias
O saco vitelino está totalmente na cavidade abdominal
O umbigo está aberto. A alantóide pára de funcionar e começa a secar.
O embrião rompe a âmnio e começar a respirar através da câmara de ar
O embrião atinge o tamanho normal
Aos 21 dias
O pinto bica a casca
O pinto emerge da casca (eclosão)
Secam-se as penas e o umbigo é cicatrizado
Índices 100 ovos Total de 1.200 ovos % sobre o total de% de eclosão
ovos incubados
Ovos claros 40 480 4,8% -------------
-
Mortalidade 1 7 dias 20 240 2,4% -------------
Mortalidade 8-14 dias 10 120 1,2% -------------
O manejo um aspecto que o criador não pode negligenciar, pois pode causar sérios prejuízos à criação.
Deve haver uma preocupação constante com a manutenção das condições de higiene e o cuidado com
a aquisição de aves de origem desconhecida. Para fazer um melhor controle é necessário uma inspeção
diária, observando se ocorre perda de apetite, tristeza e outras anormalidades que se manifestam
quando a ave está doente. As doenças que mais comumente atacam as aves e levam a perdas quando
não tratadas a tempo são as seguintes:
Bouba Aviária: Também conhecida como pipoca, pelota ou caroço. É causada pelo Poxvirus aviário e
transmitida por mosquitos ou através do contato com aves doentes. Sintomas – Surgem caroços,
semelhantes a verrugas nas regiões desprovidas de penas: cabeça, crista, barbela, olhos, bico. Podem
aparecer placas amarelas na boca e garganta, levando ao escorrimento nasal constante. Tratamento –
Como trata-se de um vírus, o tratamento só vai evitar a contaminação por bactérias, e recuperar o
tecido já lesado. Pode ser usado iodo glicerinado nas verrugas e antibióticos na água de bebida, além
de vitaminas para auxiliar na recuperação das aves. Controle – A medida mais eficaz é a vacinação.
Bronquite Infecciosa das Galinhas: é uma enfermidade causada pelo Coronavirus que se caracteriza
pelo aparecimento de sintomas respiratórios em aves jovens (podem apresentar uma elevada taxa de
mortalidade) e em aves adultas caracteriza-se também por uma diminuição na produção de ovos e
alteração na qualidade (albumina liqüefeita).; pintinhos de postura infectados precocemente podem
adquirir uma forma mais rara que está associada à atrofia e malformação do oviduto, assim o plantel
jamais atingirá os níveis produtivos esperados. Controle – vacinação de poedeiras e matrizes de acordo
com o desafio de campo.
Doença de Newcastle: É uma doença viral, causada pelo Paramyxovirus aviário, altamente
contagiosa, que quando ataca pode levar a altos índices de mortalidade. Sintomas – As aves espirram,
respiram com dificuldade, podem apresentar alterações nervosas e também diarréia. A doença se
propaga rapidamente na criação. Tratamento – Não existe um tratamento curativo eficaz. Controle –
Aplicação de vacinas dentro do programa recomendado para a região.
Doença de Gumboro: também chamada de Doença Infecciosa Bursal (DIB), e causada pelo
Birnavirus e tem como alvo primário os tecidos linfóides, com predileção pela bursa de Fabricius. A
importância econômica de sua ocorrência se dá devido a mortalidade de até 20% em aves jovens
provocada por algumas amostras e, principalmente pela imunossupressão prolongada observada em
aves infectadas, levando à falhas nas vacinações e a ocorrência de outras patologias. Não existe
tratamento. Controle: é feito com vacinação dirigida especialmente para prevenir a doença nas
primeiras 6 semanas (época crítica). Cada região estabelece seu programa de vacinação de acordo com
a ocorrência da doença.
Cólera aviária: Doença causada pela Pasteurella multocida que apresenta mortes repentinas e é
altamente contagiosa. Sintomas – As aves podem muitas vezes morrer sem que se observe qualquer
sinal. Outras vezes pode-se observar apatia, penas arrepiadas, crista e barbela azulada, diarréia e bico
aberto com corrimento. Tratamento – Sulfas e antibióticos tem funcionado para tratar a doença.
Controle – Deve-se manter o galinheiro em boas condições sanitárias e fornecer água e alimento de
boa qualidade. Existem vacinas no mercado, no entanto seu uso é muito discutido, devendo ser
orientado por um veterinário.
Tifo aviário: Doença causada pela Salmonella gallinarum, acomete geralmente aves adultas,
altamente contagiosa, podendo aparecer também em gansos, patos e perus. Sintomas – Perda de
apetite, muita sede, penas arrepiadas, palidez de crista e barbela, diarréia amarelo esverdeada, às vezes
com sangue. Tratamento – Antibióticos. Controle – Queimar ou enterrar bem aves morta, limpar e
desinfetar o ambiente. Controlar roedores e moscas.
Pulorose: Causada pela Salmonella pullorum. Acomete pintos de forma aguda e em aves adultas se
localiza nos órgão reprodutivos, sem nenhum sintoma clínico. Sintomas – Diarréia branca, penas
arrepiadas, febre, as galinhas podem parar de botar. Tratamento – Não é recomendado porque as aves
que se recuperam tornam-se portadoras e disseminam a doença. Controle – É feito com boas medidas
de higiene, e no caso de surto, eliminar as aves doentes e fazer uma boa desinfecção do lugar.
Botulismo: Doença provocada pela ação de uma toxina, levando à prostração, coma e morte.
Sintomas - Incoordenação dos movimentos, paralisia flácida do pescoço e morte. Tratamento – O
tratamento pode ser feito com antitoxina, mas geralmente é muito dispendioso. Controle – Evitar
deixar carcaças ou ossos no local de criação. Controlar roedores e insetos.
Verminoses: Os parasitas que se alojam no intestino das aves provocam debilidade pois sugam os
nutrientes necessários para elas. Sintomas – são variáveis, podendo passar despercebidos. Vão desde
perda de peso ou crescimento lento, até diarréia. Controle – Uso periódico de vermífugos (aos 30 dias
de idade e reforço a cada 6 meses). Limpeza da área de criação com bons desinfetantes.
A vacinação é uma das ferramentas disponíveis no mercado para promover a imunização das aves
contra as principais enfermidades infecciosas a que possam estar expostas. Para que seja eficaz, deve
ser complementada por medidas de biosseguridade e ser realizada com os devidos cuidados. Os
programas de vacinação são bastante variáveis e devem refletir as condições locais, considerando a
prevalência da doença, a gravidade dos desafios e atender às normas vigentes do Serviço Oficial de
Sanidade Animal do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), nas diferentes
regiões do País. Existem vários métodos de aplicação das vacinas, os quais demandam cuidados
específicos de acordo com as diferentes vias de aplicação, a especificidade e a abrangência da vacina
administrada.
Outra característica importante a ser considerada é a apresentação do agente na vacina. Basicamente,
as vacinas classificam-se como vivas e mortas também chamadas de inativadas. As vacinas vivas
podem ser administradas por vias individuais e massais, produzem boa resposta imune, mas
representam riscos de virulência ou contaminação residuais. São usadas como primovacinação para
doenças endêmicas especialmente no período de cria e recria em pintos com altos títulos desuniformes
de anticorpos maternos ou em progênies com baixos títulos e sem uniformidade de anticorpos
maternais.
As vacinas inativadas exigem a aplicação individual, mas geralmente são mais seguras por conferirem
melhor uniformidade da imunização e menores riscos de difusão do microorganismo no ambiente de
criação. Uma vez que os patógenos que constituem as vacinas inativadas sofrem modificação na sua
patogenicidade, essas apresentam menor risco de reações pós-vacinais e são preferencialmente usadas
durante o período produtivo das aves e como reforço da imunidade previamente induzida por vacinas
vivas.
Via ração
A imunização veiculada com a ingestão de alimentos é usada especialmente em algumas vacinas para
o controle da coccidiose. Consiste na pulverização da vacina sobre toda a ração que será consumida
em 24 horas, no primeiro dia de vida das aves. Da mesma forma que no método via água de bebida, os
cuidados de limpeza dos bebedouros e retirada de medicamentos e desinfetantes pelo menos 24 horas
antes da vacinação devem ser observados.A reconstituição da vacina em água sem medicamentos ou
desinfetantes é feita previamente seguindo as respectivas dosagens do laboratório responsável. A
vacina deve ser aplicada com pulverizador costal sobre a ração imediatamente antes da chegada das
aves. Esse procedimento requer uniformidade na distribuição da vacina sobre a ração para que todas as
aves tenham acesso a igual número de oocistos. Somente 24 horas após a vacinação pode ser
recolocado o desinfetante na água de bebida das aves.
Injetável
A via injetável é utilizada para a aplicação tanto de vacinas vivas quanto inativadas. A apresentação
das vacinas vivas pode ser em frascos de vidro, ampolas ou doses acondicionadas em cartuchos
(vacinas liofilizadas). Já as vacinas inativadas (mortas) são veiculadas em ampolas de vidro, aquosas
ou emulsionada em adjuvante oleoso. Devido à solução de continuidade que esse método determina é
imprescindível que todo o material a ser utilizado na aplicação seja previamente desinfetado,
mantendo-se cuidados de higiene durante toda a aplicação. A vacina deve ser aplicada após atingir a
temperatura ambiente. O preparo das vacinas requer cuidados específicos de acordo com apresentação
dessas. A vacina na forma líquida ou em emulsão oleosa, acondicionada em frascos de vidro, necessita
estar bem homogeneizada e para tal, o frasco deve ser agitado antes de ser usado e durante a aplicação.
A preparação das vacinas vivas liofilizadas consiste na prévia reidradação dessa com diluente
apropriado, estéril e com pH neutro. A aplicação de ambas deve seguir as especificações do laboratório
quanto a via a ser adotada.
Via Subcutânea
O local de eleição para a aplicação subcutânea é a face dorsal do pescoço. Após a contenção da ave, o
vacinador deve erguer a pele com os dedos polegar e indicador e inserir a agulha na região média do
pescoço das aves, imediatamente abaixo da pele evitando inocular a vacina na pele, músculos,
vértebras cervicais ou na base da cabeça.
A exemplo da vacinação de Marek, feita no incubatório, a vacina viva liofilizada deve ser retirada do
botijão de nitrogênio líquido, colocada à temperatura ambiente para que descongele. Usar seringas e
agulhas limpas e esterilizadas somente por fervura durante 20 minutos ou por autoclavação. Retirar
um pouco de diluente com uma seringa estéril e em seguida, aspirar o conteúdo da ampola da vacina.
Nesse caso é recomendado o uso de uma seringa automática e de agulhas calibre 20 a 22 e
comprimento de 3/8 a 1/2 polegada. Injetar o conteúdo da seringa no frasco de diluente. Antes de
retirar a agulha, aspirar 2ml de diluente já misturado e enxaguar a ampola de vacina, voltando
novamente esse conteúdo para dentro do frasco de diluente. A vacina reidratada estará pronta para o
uso. Durante a administração manter a vacina reidratada (no frasco de diluente) entre 21 e 27 graus C.
Usar a vacina até uma hora depois de reidratada e não armazená-la após ter sido aberta e
ressuspendida.
Os cuidados na manipulação com botijões de nitrogênio líquido em que essas vacinas são
armazenadas e transportadas, incluem o uso de luvas, óculos protetores e máscaras, a fim de evitar
acidentes como explosão da ampola quando retirada do botijão ou mesmo pelo contato do nitrogênio
com a pele.
Via Intramuscular
Essa via é usada para a inoculação de vacinas inativadas. Recomendada para a imunização de aves em
produção ou como reforço da imunidade previamente induzida por vacinas vivas. Requer cuidado
quanto ao período de carência, ou seja: aves para consumo humano não podem ser abatidas antes de
30 dias após a última vacinação.
Deve ser administrada em regiões de musculatura farta como no peito e coxa da ave. A aplicação é
feita inserindo-se a agulha dentro da musculatura superficial, evitando-se atingir os ossos ou depositar
a vacina profundamente dentro do músculo peitoral, ou dentro da cavidade torácica.Reações como
inflamação e presença de granulomas no local da aplicação podem ser agravadas pela inoculação da
vacina com aparelhos e agulhas não estéreis e pela não observação de cuidados de higiene durante a
vacinação.
Principais causas de falhas na vacinação
Manipulação incorreta da vacina - o uso incorreto do inóculo é um fator decisivo nas falhas da
vacinação. Descuidos como incidência direta de raios solares no frasco da vacina, conservação do
inóculo em temperaturas inadequadas compromete a eficácia da vacinação. A vacina deve ser
conservada na embalagem original, sob refrigeração à temperatura de 2 graus C a 8 graus C. Ainda,
presença de desinfetantes ou resíduos desses nos recipientes que entram em contato com a vacina
como bebedouros, encanamentos, seringas e outros equipamentos e o armazenamento de sobras de
vacinas para aplicações posteriores são erros que devem ser evitados.
Vacinas com validade vencida - O prazo de validade de uma vacina, conservada em condições ideais é
estabelecido pelo laboratório fabricante, visando garantir que ao final do prazo estipulado, a vacina
induza uma imunidade eficiente. É inaceitável, portanto, a administração de vacinas cujo prazo de
validade esteja esgotado. As vacinas devem estimular bons níveis de anticorpos, sendo recomendável
verificar os títulos vacinais das partidas de vacinas a serem administradas e, na compra dessas estimar
a quantidade de vacina a ser adquirida para não incorrer na compra desnecessária.
Excessivo estresse das aves - transtornos como altas temperaturas, umidade relativa do ar elevada, são
fatores que interferem negativamente no resultado da vacinação. O manejo brusco na apanha das aves
para aplicação da vacina bem como a própria reação que esse inóculo desencadeia no organismo da
ave são causas de estresse que reduzem a resposta imunológica desejada.
Vacinação de aves debilitadas - aves doentes não devem ser vacinadas. A presença de doenças
imunodepressoras no plantel tais como micotoxicoses, doença de Gumboro, anemia infecciosa das
aves, Marek e doenças intercorrentes como a doença crônica respiratória (DCR), coccidiose e
verminoses, limitam o desenvolvimento da proteção induzida pela vacina e podem causar excessiva
reação vacinal com elevada morbidade e mortalidade.
Manejo inadequado - A negligência de medidas de biosseguridade como a criação de aves com idades
diferentes num mesmo lote, limpeza e desinfecção deficientes dos aviários e equipamentos, criação de
sucessivos lotes no mesmo aviário sem o período de vazio entre os alojamentos para promover a
"quebra do ciclo dos patógenos" e redução desses no local de criação também são fatores que
contribuem para reduzir a eficácia de um programa de vacinação.
Mau estado nutricional das aves - Aves que se apresentam debilitadas em decorrência a deficiências
nutricionas, não repondem adequadamente ao estímulo antigênico desencadeado pela vacina. Essa
carência pode ser devido a baixa qualidade do alimento ou da insuficiente quantidade desse fornecido
ás aves. É recomendável verificar a correta disponibilidade de comedouros e bebedouros nos
diferentes estágios de produção.
Considerações finais
Os programas de vacinação são específicos para cada situação epidemiológica. Devem estar
respaldados na efetiva necessidade de prevenir as enfermidades que ameacem a saúde das aves e estar
de acordo com as normas oficiais vigentes no Estado. Todos os procedimentos devem ter orientação
técnica de um médico veterinário e a metodologia na aplicação das vacinas deve ser seguida
rigorosamente. No entanto, independente da implantação de um programa de vacinação, todos
sistemas de criação precisam manter rigorosos cuidados de biosseguridade.
Programa de Vacinação
O mercado nacional dispõe de vacinas contra as principais enfermidades avícolas. Dentre essas se
destacam as vacinas contra a doença de Marek, bronquite infecciosa das aves, doença infecciosa da
bursa de Fabrícius (doença de Gumboro), reovirose, doença de Newcastle, coccidiose, encefalomielite
aviária, síndrome da queda de postura (EDS), varíola aviária (bouba aviária), coriza infecciosa das
aves, anemia infecciosa das aves, colibacilose, pasteurelose, micoplasmoses e salmoneloses. Estão
disponíveis vacinas contendo apenas um antígeno ou em associação viral podendo ter na mesma
vacina dois, três ou quatro diferentes vírus. Os respectivos vírus compõem a dose vacinal e são
administrados juntos, no mesmo diluente. Dentre as vacinas conjugadas podem ser adquiridas vacinas
contra Bronquite + Newcastle; ou doença de Marek + varíola aviária; ou Bronquite Infecciosa +
doença de Gumboro + Newcastle; entre outras.
No Brasil, a vacinação contra a doença de Marek é obrigatória. Deve ser feita em aves de 1(um) dia de
idade, ainda no incubatório tanto em matrizes, frangos e poedeiras comerciais, com exceção das aves
consideradas refratárias à doença, como perus e as galinhas d’angola.
O êxito de um programa de vacinação depende do estado de saúde e nutricional das aves, das
condições ambientais e do manejo do plantel. Cabe ao médico veterinário responsável pela granja a
elaboração de um programa de vacinação que seja compatível com os desafios regionais à saúde das
aves, com base em resultados laboratoriais e técnicos tais como: monitoramento sorológico do plantel,
avaliação da performance das aves e em caso de reprodutoras também, do desempenho da progênie.
A adoção de um determinado programa de vacinação deve estar embasada na definição inequívoca da
ocorrência da enfermidade no país e estar em consonância com as normas do Serviço Oficial de
Sanidade Animal. Deve-se ter total conhecimento das condições de saúde do plantel e o grau de
desafio a que as aves estão expostas, antes do estabelecimento da vacina, freqüência de vacinação e
via de administração a serem adotados. Devido a essas peculiaridades, o programa de vacinação deve
ser específico para os plantéis a que se destina.
A vacinação indevida pode complicar o diagnóstico de enfermidades que estejam sendo monitoradas
através de sorologia e impossibilitar a erradicação da doença. O esquema de vacinação deve atender as
exigências do MAPA quanto aos procedimentos de controle da doença de Newcastle e influenza
aviária e do monitoramento das micoplasmoses e salmoneloses implantado em Estados brasileiros,
com vistas a erradicação. As granjas devem estar sob vigilância do Serviço de Sanidade Animal da
Delegacia Federal de Agricultura e da Secretaria Estadual de Agricultura do Estado em que se localiza
o sistema de produção.
Os estabelecimentos avícolas que participam do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), não
podem utilizar vacinas contra as micoplasmoses e salmoneloses que dificultem ou interfiram nos
resultados dos testes sorológicos, bem como usar qualquer vacina preparada com adjuvante oleoso,
durante as quatro semanas que antecedem os testes para essas enfermidades. Em casos específicos,
como o programa de erradicação da doença de Newcastle, está sendo implantado a vacinação
estratégica em algumas regiões, associada à medidas de defesa sanitária obedecendo critérios
estabelecidos no PNSA. Essas e outras informações técnicas sobre o controle de estabelecimentos
avícolas quanto às enfermidades: salmoneloses, micoplasmoses, doença de Newcastle e influenza
aviária estão disponíveis respectivamente nos documentos do MAPA: Instrução Normativa n 03/2002
para salmoneloses (Brasil, 2002); Instrução Normativa n 44/2001 para micoplasmoses (Brasil, 2001) e
Instrução Normativa n 32/2002, para a doença de Newcastle e influenza aviária (Brasil, 2002). As
normas quanto ao registro e fiscalização dos estabelecimentos avícolas estão disponíveis na Instrução
Normativa n 04/1998 (Brasil, 1998).
Uma vez que o esquema de vacinação deve atender às condições reais de cada empresa, deve ser
específico para cada situação, o que impossibilita a definição de um programa único que atenda
genericamente às diferentes situações.
As aves devem ser vacinadas contra a doença de Marek no primeiro dia de vida ainda no incubatório.
O sistema de produção que optar por vacinar contra coccidiose deve fazê-lo nos primeiros dias de
vida, em conformidade com as instruções do método de vacinação escolhido.
Em matrizes de corte, o programa de vacinação deve dar condições imunológicas às reprodutoras de
transmitirem suficiente imunidade materna para sua progênie, contra doenças como Gumboro,
bronquite infecciosa e Newcastle. Durante as fases de cria e recria das reprodutoras, a vacinação
contra essas enfermidades é realizada com vacinas vivas. No período de produção são utilizadas
vacinas inativadas fazendo-se com que os anticorpos permaneçam circulantes por um período mais
prolongado. A imunidade mediada por anticorpos maternos (transmitida das matrizes à progênie)
permanece ativa nos pintos por até quatro semanas. Uma vez que a vida média dos anticorpos é curta
há necessidade de repetidas doses de vacina para obter boa proteção por um período maior.
A varíola aviária deve ser prevenida, vacinando-se as aves na terceira semana de idade via punção da
asa ou no incubatório, juntamente com a vacina de Marek pela via subcutânea. Nesse caso, em regiões
de alto desafio é recomendado uma dose de reforço da vacina na quinta semana de idade via punção
da membrana da asa.
Há variações entre os programas de vacinação nos plantéis de diferentes aptidões mas, geralmente, as
matrizes de corte são vacinadas durante a vida, contra 8 diferentes doenças, sendo algumas vacinas
repetidas no decorrer da vida da ave. Cabe lembrar que em reprodutoras essa proteção deve abranger a
matriz e sua progênie. Já, em planteis de frangos de corte, o programa de vacinação visa proteger
especificamente o plantel em questão, sendo estabelecido somente diante de um desafio eminente. No
entanto, quando necessário, o controle de viroses como a doença de Gumboro, doença de Newcastle,
bronquite infecciosa das aves e varíola aviária é feito através da vacinação.
Ressaltamos que o esquema de vacinação deve atender os desafios sanitários da região em que se
localiza a produção e estar em consonância com a orientação do serviço oficial.
É importante que o material chegue ao laboratório para exame no menor tempo possível e nas
melhores condições para que não ocorra interferência no resultado. Pontos importantes na remessa do
material:
Bem conservado, de acordo com o tipo de exame. Bem identificado. Histórico bem detalhado.
REMESSA DE MATERIAL
A. AVES VIVAS
Dependendo da distância (tempo de chegada ao laboratório) é o material de eleição.
• A1. Aves que não tenham sido medicadas o envio deve ser tão logo inicie o problema no lote;
se for medicar as aves do plantel antes de levar para o laboratório , separar aquelas que serão
enviadas, não permitindo que as mesmas tenham acesso à ração ou água medicada
• A2. Número: as aves vivas devem ser enviadas em número de 05 a 10, no caso de aves
adultas; e no caso de pintinhos, o número deve ser superior a 10. Escolher as aves com
sintomas, e de preferência nos vários estágios do problema
• A3. Transporte: Colocar as aves em recipientes que permitem uma boa ventilação, como:
caixas de papelão com aberturas laterais ou gaiolas próprias para transporte de aves.
No caso de não ser possível enviar aves vivas, sacrificá-las na granja e acondicioná-las em gelo,
procedendo da seguinte maneira:
• B1. Sacríficio
B1.1. Embolia (punção cardíaca e injeção de ar) é o método de eleição, pois, além de
fornecer o soro, não provoca alterações a nível de pescoço, que muitas vezes
mascaram as lesões (Ex. Caso de acidente durante a vacinação)
B2.2. Embalar em saco plástico , fechando-o de modo que não ocorra entrada de água
(um plástico para cada ave, sendo que pintos de até 20 dias , até 10 em cada plástico).
B2.4. Identificação clara das aves, principalmente se houver aves de diferentes lotes
na mesma caixa.
B2.5. Enviar o material assim embalado em caixa de isopor (sem rachaduras) com
gelo, lacrada com fita crepe e etiquetas indicativas de "MATERIAL PERECÍVEL", e
com o endereço bem claro do Destinatário e do Remetente.
B2.6. Utilizar a via mais rápida de transporte para a remessa do material; telefonar ao
laboratório informando da remessa do mesmo e fornecendo o nome da empresa
transportadora , n.º conhecimento e horário previsto de chegada (Este item é valido
para todos os materiais que for enviar ao laboratório).
C. ORGÃOS
Remeter apenas órgãos recentemente colhidos, obtendo-os imediatamente após a morte das aves.
• C1. Para Bacteriologia, Bacterioscopia, Micologia e Virologia:
Enviar em gelo sob rigorosa conservação sendo que cada orgão deverá ser acondicionado
separadamente em saco plástico bem vedado ou outro material (placas de petri, frasco
esterilizados). Para exame virológico , pode-se enviar também em solução de glicerina a 50%.
Obs: Nunca enviar vários órgãos num só recipiente, nem colocar o gelo diretamente em
contato com o material.
• C2. Para Histopatológico, remeter o material em formalina neutra a 10%, na proporção de 20
a 30 vezes o volume da (s) peça (s) . Os tecidos selecionados para exame histopatológico
devem ser coletados entre a área normal e a lesada . (a Bolsa de Fabricius deve ser enviada
inteira, traquéia e intestino não devem ser abertos na porção que vai ser enviada, pulmão deve
ser coberto com gaze ou algodão devido a sua flutuação).
A avicultura de corte pode ser conceituada como a arte de multiplicar, de criar e de abater os frangos.
No desenvolvimento desta atividade agro-industrial, que toma impulso no período que se segue à II
Guerra Mundial, podem-se observar várias modificações na sua organização.
Antigamente, a avicultura era uma atividade desenvolvida de maneira artesanal, nos quintais das casas
e nos terreiros dos sítios e fazendas. Era uma ocupação essencialmente feminina e ocupava uma
posição secundária no conjunto de produção agrícola. Todas as fases da produção como a reprodução,
incubação dos ovos e a criação dos frangos se desenvolviam no mesmo local. Os pintos nasciam
principalmente na primavera, após a incubação natural dos ovos, a qual era feita pelas galinhas chocas.
Eles eram criados em liberdade, soltos nos terreiros e nos campos, tendo abrigos (galinheiros), ou
simples puleiros onde eles se protegiam à noite. Eles se alimentavam de insetos, de verduras e de
grãos. Era comum a cena de todo entardecer, em que uma mulher, junto com as crianças, chamava as
aves, numa onomatopéia que ainda ecoa nos ouvidos daqueles que viveram estas cenas, quando então
lhes era distribuído o milho em grãos.
Naqueles tempos o frango era considerado quase como um prato de luxo, a ser degustado nos fins de
semana. Era também considerado um prato muito digestivo, sendo destinado às pessoas doentes, aos
convalescentes, assim como às mulheres que tinham dado à luz, no período chamados de resguardo.
Nos tempos modernos ainda existe a avicultura tradicional, produtora do frango-da-roça. Geralmente
estas aves são criadas soltas com uma alimentação fornecida pelos produtos da fazenda. Este é o
frango criado em condições naturais, muito do agrado do consumidor mais requintado. Mas este tipo
de produção avícola é, atualmente, muito raro.
Efetivamente, o frango moderno é fornecido ao consumidor pela chamada avicultura industrial. Ela se
caracteriza pelo seu alto grau de especialização, que permite uma melhor produtividade, graças ao
emprego mais eficaz dos fatores de produção, assim como pela obtenção de boas condições sanitárias.
As diferentes fases de criação são praticamente independentes e, no setor de frangos de corte,
compreende os seguintes segmentos:
1) selecionadores, pouco numerosos, objetivam a melhoria do valor econômico das aves
reprodutoras, pela aplicação de diferentes métodos de seleção;
2) multiplicadores (avozeiros), mais numerosos, se encarregam de obter, a partir de aves
selecionadas, uma descendência tão numerosa quanto possível; os descendentes são destinados à
produção de ovos de incubação, geradores das matrizes;
3) incubadores (matrizeiros), mais numerosos ainda, transformam os ovos férteis das matrizes em
pintos de corte de um dia, através da incubação artificial;
4) criadores, os quais recebem os pintos de um dia, vindos dos incubatórios, criando-os até à idade
de abate, quando são entregues aos abatedouros.
Instalações principais
Os galpões devem ser de alvenaria, localizados no sentindo leste-oeste, cobertos com telhas comuns,
coloniais, francesas ou amianto, com ou sem lanternim, piso cimentado com 0,30m acima do solo, pé-
direito com 2,90m de altura, beiral em torno de 1,80m e largura de 8m para melhorar a ventilação
natural. O rodapé da mureta deve ter 0,30m, como prevenção contra correntes de ar diretas sobre as
aves, e laterais fechadas até o telhado com tela de arame. A distância entre os galpões deve ser no
mínimo de 50m. Dividir, internamente, os aviários com telas, separando uma caixa d’água
independente para cada aviário e tubulação hidráulica PVC de 0,5 polegadas.
Equipamentos
a) Até o 14º dia, equipar o interior do círculo de proteção com comedouros tipo bandeja e bebedouros
tipo pressão, à base de um comedor e dois bebedouros de quatro litros para cada 100 pintos. A partir
de 14º dia usar comedouros tipo mecânico ou tubular na proporção de três para cada 100 aves e
bebedouros tipo pendular, sendo um para cada 100 aves;
b) Campânula a gás ou elétrica com capacidade para 500 pintos;
c) Círculo de proteção construído de material modulado (compensado ou eucatex), com altura de
0,50m e diâmetro de 4m, facilitando a colocação de 500 pintos por círculo de proteção;
d) Misturador horizontal ou vertical de ração e triturador;
e) Cortinas nas paredes laterais dos galpões de crescimento, feitas em malhas de fio plástico;
f) Outros equipamentos: pulverizador para granja, carrinho-de-mão, balança, pedilúvio feito de
esponja de borracha, ciscador e baldes de plástico ou metal.
Manejo da cama
Distribuir no interior do galpão de maneira homogênea, uma cama de cepilho ou cavaco seco de
madeira peneirada para eliminar o excesso de pó, colocada numa altura de 0,05m a 0,10m, o que
corresponde a, aproximadamente, um quilo de cama por ave. Na falta de cepilho, recomenda-se o uso
do sabugo de milho triturado ou outros materiais absorventes. Durante a criação, substituir as partes
molhadas ou empastadas das camas, por outras novas, a fim de evitar a propagação de doenças.
Manejo da campânula
Utilizar campânula com altura regulada de acordo com o comportamento das aves. Deixar ligada no
mínimo quatro horas antes da chegada dos pintos, controlando a temperatura ambiente para 32ºC,
devendo esta ser reduzida em torno de 3ºC por semana, levando-se em consideração o comportamento
dos pintos e da temperatura externa.
Manejo da ração
A ração deve ser armazenada sobre estrados de madeiras, em depósito limpo, arejado e seco, distante
dos galpões, devidamente protegidos dos pássaros e animais silvestres. Não utilizar o armazém das
rações para guarda de substâncias tóxicas. Programar o estoque de ração, de forma que não ultrapasse
15 dias de armazenagem.
Preparo da ração
Misturar a ração na propriedade, a partir de concentrado de milho, desde que seu custo final seja
compensador em relação à ração comprada pronta. No caso, observar o tempo necessário para obter-se
uma mistura perfeitamente homogênea (concentrado + ração complementar), evitando assim que o
material mais pesado fique concentrado no fundo do misturador. Em alguns casos recomenda-se
deixar o misturador funcionando em torno de 10 minutos.Após o uso, limpar o misturador evitando o
acúmulo de ração embolotada. Para minimizar esse tipo de aderência recomenda-se bater no
misturador, durante o seu funcionamento, com uma marreta de borracha.Nas fases de baixa no preço
do milho, poderá ser válida a formação de estoques, que devem ser armazenados com 12% de
umidade. Na moagem do milho, utilizar peneiras 0,3 para a ração inicial e 0,5 para as demais. Na falta
do milho, recomenda-se a utilização do sorgo com baixo teor de tanino, como substituto.
A aquisição de silos para armazenagem de ração é outro procedimento de fundamental importância,
visto que a aquisição de ração a granel, diminui os custos relativos à embalagem e ao desperdício de
ração.
Manejo de água
Recomenda-se utilizar a água localizada na própria granja. Tem que ser potável e submetê-la,
periodicamente, a um exame bacteriológico. Lavar as caixas e depósitos de água, no mínimo, duas
vezes por ano.
Fichas de controle
Acompanhar com anotações nas fichas de controle, todos os fatos de ordem técnica e econômica, que
permitam o aperfeiçoamento e maior lucratividade na exploração, tais como:
· número de aves no lote;
· data de chegada e procedência das aves;
· consumo diário de ração;
· número de aves mortas diariamente e causa;
· calendário de vacinações;
· ocorrências diárias no plantel;
· peso final das aves;
· cálculo da conversão alimentar;
· taxa de mortalidade (%).
Aspectos sanitários
Medidas gerais
a) Após a retirada do plantel, promover a remoção dos equipamentos utilizados e proceder à lavagem,
desinfecção e secagem fora dos galpões. Os pisos, as paredes e as telas dos galpões deverão ser
varridos e as cortinas levantadas e lavadas com água sob pressão, e pulverizado o local com
desinfetante adequado;
b) Remover a cama, transportando-a em caminhão coberto com lona;
c) Deixar os galpões, devidamente limpos e fechados por um período de pelo menos duas semanas;
d) Fazer, periodicamente, exame bacteriológico da água utilizada nos bebedouros;
e) Combater de forma sistemática os ratos e evitar, com telas, a penetração de pássaros;
f) Recomenda-se o uso de pedilúvio, na entrada dos galpões, constituído de espuma de borracha,
embebido em uma solução desinfetante;
g) Recomenda-se que o tratador use calçado e roupa exclusiva para o movimento dentro de cada
galpão e trabalhe só com lotes da mesma idade;
h) Isolar a granja, fisicamente, de outras criações. Os trabalhos dos tratadores deverão ser restritos aos
galpões com aves de uma só idade, não permitindo trânsito entre núcleos com aves de idades
diferentes;
i) Evitar o tráfego dos carros de apanhar frangos, desinfectando os engradados que entram na granja,
evitando a disseminação de doenças vindas de fora. Proceder à comercialização, se possível, em um
local distante dos aviários;
j) Evitar a superlotação dos galpões, ventilação deficiente, falta de higiene e umidade excessiva, as
quais predispõem as aves às doenças como Coccidiose, Coriza Infecciosa e outras;
k) As aves mortas deverão ser colocadas em fossas, com o objetivo de evitar que a doença se propague
com maior rapidez por toda a granja. Essas fossas deverão permanecer fechadas e abastecidas,
periodicamente, com água para acelerar a putrefação das carcaças;
l) Limpar, freqüentemente, ao redor dos galpões, desinfetando de dois a três metros em torno de sua
calçada.
Geralmente se considera o manejo inicial como decisivo para o sucesso da criação. Entretanto
por melhor que seja o manejo inicial, ele não pode ser negligenciado nas fases seguintes. Os pintinhos
de corte crescem muito rápido, isto quer dizer que suas necessidades também mudam rapidamente, o
que implica em modificar o manejo, acompanhando a evolução do lote. Desta forma, à medida que as
aves se desenvolvem são introduzidas modificações quanto ao aquecimento, equipamentos de uso
definitivo, programa de iluminação, ventilação, etc...
Exemplo
peso corporal de 2,3 kg; mortalidade de 3 %; idade 42 dias; CA de 1,8
IEP = (( 2,3 x 97 ) / ( 42 dias x 1,8 )) x 100
IEP = 295,11
O criador deve combinar com o abatedouro o dia e a hora de retirada dos frangos da granja. Este
trabalho é realizado por pessoas treinadas e deve ser realizado nas horas mais frescas do dia,
principalmente nos meses de verão. Assim, tanto a queda de peso durante o transporte, como eventuais
morte devidas à insolação e falta de ventilação, são minimizadas. Antes da chegada do caminhão o
aviário deve ser preparado para facilitar o trabalho, elevando-se ou retirando os comedouros e
bebedouros, liberando espaço para a operação de carregamento. Os frangos são apanhados pelas
pernas, e carregados com cuidado para evitar traumatismos. As aves são colocadas nos engradados,
cada um comportando cerca de 12 frangos. A partir deste momento e até a chegada ao abatedouro o
frango perde peso. Quanto melhores as condições do transporte, menores serão estas perdas.
Os frangos de corte são monogástricos e onívoros. Por serem criados em confinamento, são
totalmente dependentes do homem, do ponto de vista alimentar. Devem encontrar na ração que lhes é
fornecida, todos os elementos qualitativa e quantitativamente necessários ao seu crescimento: água,
fontes energéticas, aminoácidos essenciais, minerais e vitaminas. As necessidades alimentares do
frango dependem do seu estado fisiológico, assim como da sua velocidade de ganho de peso.
Vários fatores influenciam direta ou indiretamente na formulação de dietas para frangos de corte:
a) Consumo alimentar - o consumo é influenciado pela quantidade de energia da dieta (quanto mais
energética, menor o consumo), e também pela temperatura ambiente (nas épocas quentes o
consumo cai, causando um déficit alimentar).
b) Noção de necessidade - Aspectos energéticos, estreitamente ligados ao patrimônio genéticos,
devem ser observados. O fornecimento dos aminoácidos essenciais e a preocupação com os
limitantes (para aves metionina, lisina e triptofano), é de extrema importância. Para condições
práticas, o importante é definir a proporção de nutrientes presentes na ração, a fim de proporcionar
o melhor desempenho econômico.
Recomendações para:
Fase inicial: Energia - 2900 a 3200 kcal EM/kg
Proteína bruta - 21,5 a 23,7 %
POEDEIRAS COMERCIAIS
Instalações
São planejadas as seguintes instalações conforme a fase da vida das poedeiras:
1. Pinteiros - Semelhantes aos galinheiros para frangos de corte, têm uso limitado a 6 ou 7 semanas,
com densidade de 20 a 22 aves por metro quadrado
2. Recria - Galinheiros com gaiolas especiais, dispostas em paralelo ou escada, para 8 ou 12 fileiras.
São usadas gaiolas de 50 cm x 50 cm x 38 cm para 6 a 8 frangas, das 7 às 17 semanas de idade.
3. Núcleos de produção - Cada núcleo possui 6 a 8 fileiras de gaiolas. Grande parte dos avicultores
adota gaiolas de 30 cm x 40 cm x 38 cm para 2 aves.
Alimentação
Várias tabelas são publicadas com a finalidade de orientar os nutricionistas quanto às normas e
exigências das poedeiras. Os níveis recomendados são basicamente os seguintes:
0-6 sem 7-12 sem 13-12 sem poedeira
E.M. (kcal/kg) 2900 2900 2900 2850
P.B. (%) 18,27 15,60 12,01 15,90
Jejum forçado - evita o acúmulo de gordura abdominal, que provoca prolapsos, mortalidade e menor
produção.
Descartes - Eliminação de aves improdutivas. Reconhecimento das “falsas poedeiras” .
Quando aplicar - A decisão em efetuar um programa de muda forçada deve levar em conta a
disponibilidade e custo da cria e recria de frangas para reposição comparado ao custo de manutenção
das poedeiras por um período não produtivo em torno de 10 semanas. Esse tempo é necessário para
cair a plumagem, o ovário e o trato reprodutivo regredirem, as penas renascerem e a ave se tornar apta
à fotoestimulação. Havendo vantagens econômicas, o programa de muda forçada pode ser utilizado
por produtores de ovos comerciais nas seguintes situações:
a) em época de sobra de ovos no mercado, quando o preço tende a cair;
b) em época de entressafra, quando o preço está alto e quando se disponha de galpão ocioso;
c) quando o avicultor não tiver suporte financeiro para a aquisição de um novo plantel e que a muda
seja mais econômica em comparação a aquisição de um novo lote.
A idade da poedeira é fator limitante em relação à qualidade da casca, tanto no final do primeiro como
do segundo ciclo de produção. Nesse sentido, deve ser dado atenção aos fatores sanitários, nutricionais
e de manejo em geral que possam interferir na qualidade da casca, tais como níveis de cálcio nas
rações, granulometria e solubilidade das fontes de cálcio bem como o horário de fornecimento do
alimento. Razão pela qual recomenda-se atenção especial ao fornecimento de rações devidamente
balanceadas e que atendam às exigências das aves. Isto porque a correta utilização do conjunto desses
fatores faz com que a muda forçada, se bem conduzida, permita uma resposta em quantidade de ovos
produzidos e qualidade de casca, tornando a atividade eficiente e economicamente favorável ao
produtor.
Controle zootécnico
Início da postura dos primeiros ovos em torno de 18 a 19 semanas de idade.
• Maturidade sexual – 2 critérios: o dia em que o lote atinge 5% de postura (considerado o início da
postura – torno de 20 semanas) e o dia em que o lote atinge 50% de postura (considerado o dia da
maturidade média – torno de 22 semanas).
• Produção galinha dia e produção galinha alojada:
Galinha dia - Número de ovos / número de aves x 100
Galinha alojada – considera o número de aves total do início da vida produtiva
• Viabilidade – Total de aves - mortalidade
• Consumo de ração – gramas/ave/dia
• Conversão alimentar:
Dúzia: ração consumida / dúzias produzidas
Kg de ovos: ração consumida / kg de ovos produzidos
As matrizes são hoje aves geneticamente selecionadas para ter um desenvolvimento precoce, ou seja,
velocidade em ganho e peso num período curto; dessa maneira, se não forem observados cuidados, a
matriz irá atingir seu pleno desenvolvimento antes da época propícia, tornando-se uma ave
antieconômica para o criador. Para que tal não aconteça e haja lote uniforme e retardamento da
maturidade sexual desejado entre os produtores de pintos, é preciso manter o peso ideal, de acordo
com a idade e a tabela de linhagem, através de um bom programa de luz e, principalmente, de um
rigoroso esquema de controle alimentar e pesagem. Não se pode nunca esquecer de que desempenho
de um plantel de reprodutoras está intimamente relacionado com as condições que lhe foram dadas
durante a fase de cria e recria. Pode-se até arriscar a dizer que o comportamento de um plantel durante
este período é um retrato quase real de seu futuro desempenho produtivo.
BIOSSEGURIDADE DA GRANJA
É importante implementar normas e procedimentos que visem prevenir a introdução de agentes
patogênicos que possam afetar a saúde, o bem-estar e o desempenho reprodutivo do plantel de aves,
ou que possam afetar a qualidade de seus produtos, isto é, ovos incubáveis e pintos. A saúde das aves
do plantel e de seus produtos pode ser afetada por patógenos específicos, como micoplasmas e
salmonelas. A presença de agentes que possam afetar as aves e os homens (enfermidades classificadas
como zoonoses), como as salmonelas, pode afetar tanto viabilidade de progênie das aves quanto a
aceitabilidade da carne de frango e ovos pelos consumidores. A fim de minimizar as chances de
infecção e manter boas condições de saúde dos plantéis, as seguintes precauções básicas devem ser
seguidas:
FASES DE CRIAÇÃO
O período de criação é contínuo, porém ele pode ser dividido em três fases, para facilitar o
entendimento e descrição da criação. Cada uma destas fases tem práticas de manejo específicas. As
fases que compreendem a criação são:
•Fase inicial → 1 a 11 semanas
•Fase de crescimentos → 12 a 19 semanas
•Fase de produção → 20 semanas ao final de postura
SISTEMAS DE CRIAÇÃO
Galpão único → fase inicial, crescimento e produção no mesmo galpão.
Galpões de cria/recria e postura → as aves são levadas para os galpões de postura aproximadamente
na 18ª semana.
A utilização rigorosa de um amplo programa de higiene é essencial para alcançar bons níveis de
produtividade e saúde nos lotes de matrizes. Os principais itens a observar serão descritos a seguir:
LAVAGEM DO GALPÃO
Inicialmente, toda a parte elétrica deve ser desligada. Uma lavadora de alta pressão e detergente
deverão ser usados para remover a sujeira e os resíduos remanescentes.
Todo equipamento que foi transportado para área externa de concreto deve ser lavado.
No interior do aviário, uma atenção especial deve ser dada aos seguintes locais: caixa de ventiladores;
hélices de ventiladores; ventiladores; partes superiores das vigas; bordas, cantos; tubos de água; e
pontos elétricos.
A fim de que as áreas de difícil acesso recebam uma lavagem adequada, é recomendável a utilização
de andaimes para uma limpeza e checagem detalhada. A parte externa dos aviários também deverá ser
lavada. Em aviários abertos, tanto a parte interna como a externa das cortinas deverão ser lavadas.
Todos os materiais que não possam ser lavados, como papelão, deverão ser destruídos.
Assim que a lavagem tenha sido concluída, não deverá haver mais nenhuma sujeira, poeira, resíduos
ou cama visíveis. Uma lavagem apropriada requer tempo e atenção para os detalhes.
Todo equipamento, como bebedouros, comedouros, círculo de proteção e campânula, existente no
interior do aviário deve ser inteiramente lavado e desinfetado. É essencial que, após a lavagem, os
equipamentos sejam guardados em local aberto.
REPARO E MANUTENÇÃO
Com o aviário limpo e vazio, tem-se a oportunidade ideal para processar reparos estruturais e fazer a
manutenção.
DESINFECÇÃO DO GALPÃO
A desinfecção deve ocorrer após a conclusão da limpeza e quando todos os consertos tenham sido
realizados. Os desinfetantes não são eficientes na presença de sujeiras e matéria orgânica; na sua
utilização, sempre devem ser seguidas as instruções do fabricante. O desinfetante deverá ser aplicado
com a ajuda de um pulverizador com bomba de pressão.
FUMIGAÇÃO
A fumigação é um processo perigoso, tanto para as aves quanto para os homens. Os operadores devem
estar vestidos com roupas próprias, com máscaras de proteção e luvas. Dois operadores devem estar
sempre presentes, para casos de emergência. As leis de saúde pública e segurança do trabalho devem
ser consultadas antes de ser processada a fumigação.
A fumigação deve ser efetuada logo após a desinfecção, quando as superfícies ainda estiverem úmidas.
Os aviários devem estar a uma temperatura ambiente de pelo menos 21ºC. A fumigação é ineficiente
quando realizada em temperaturas baixas e a uma umidade relativa inferior a 65%. Portas, lanternins,
exaustores, ventiladores e janelas devem estar hermeticamente fechados. As instruções dos fabricantes
a respeito do uso do fumigador e dos produtos químicos usados deverão ser seguidas. Após a
fumigação, o aviário deverá ser mantido lacrado por 24 horas, e avisos de entrada proibida deverão ser
afixados nas portas. O aviário deverá ser totalmente ventilado antes que alguém possa entrar
novamente. Após a colocação cama, todo o processo de fumigação deverá ser repetido.
As áreas externas também devem ser totalmente limpas. O ideal é que os aviários sejam rodeados por
uma calçada de três metros de concreto. Todas as áreas externas de concreto devem ser lavadas e
desinfetadas.
DISTRIBUIÇÃO DE CAMA
Depois de colocada a cama nova, deve-se submete-la a uma pulverização, com a finalidade de
eliminar possíveis ácaros que estejam junto à cama.
É muito importante que, após a montagem dos equipamentos, se faça uma última desinfecção, cinco
dias antes do alojamento do plantel, deixando o galpão completamente fechado (cortinas levantadas)
até a chegada dos pintinhos. Esta desinfecção pode ser úmida (pulverização) ou seca (fumigação).
Tipos de material utilizado para forração de piso
Tipo de material Observações
Cepilha de madeira Alto poder de absorção
Casca de arroz Baixo poder de absorção, possui muita sílica
Sabugo de milho Baixo poder de absorção
Casca de amendoim Risco de contaminação (micotoxinas)
Baixo poder de absorção
Casca de café Baixo poder de absorção
Capim picado Baixo poder de absorção
CAMPÂNULA
Nos primeiros dias de vida, os pintinhos não têm o aparelho termorregulador totalmente desenvolvido;
por isso recomenda-se a utilização de campânulas para suprir esta deficiência. É recomendada uma
campânula para 500 pintinhos.O aquecimento pode também ser feito por aquecedores de
infravermelho, quando os pintinhos são criados com equipamentos definitivos.
BEBEDOUROS
Os bebedouros de pressão ou minibebedouros, que são utilizados com um dia de idade, deverão ser
removidos gradualmente, de modo que depois de três a quatro dias todas as aves estejam utilizando os
bebedouros automáticos.Os bebedouros pendulares são utilizados com aves adultas. Sistemas
alternativos, como os bebedouros tipo nipple, apresentam vantagens quanto á facilidade de manejo.
COMEDOUROS
Durante o período inicial, deve ser fornecida ração triturada ou farelada em comedouro tipo bandeja
ou minicomedouros, de modo que os pintinhos tenham fácil acesso à ração. Os pintos devem ser
gradualmente transferidos para o sistema principal de arraçoamento a partir do terceiro dia.
Atualmente existem comedouros automáticos, tipo helicoidal, que são utilizados desde o primeiro dia
de vida das pintinhas, porém recomenda-se o uso de comedouros tubular baby para suplementar o
fornecimento de ração.
Os pintinhos devem ser criados separando-se os machos e fêmeas, o que tem como principais
vantagens a maior facilidade no controle de peso e maior uniformidade. No entanto, as desvantagens
deste tipo de criação são a necessidade de maior espaço físico, a maior ocorrência de brigas entre os
pintos e o problema com a cama molhada. As cortinas devem estar fechadas, e as campânulas devem
ser ligadas três horas antes da chegada dos pintinhos. Verificar se os comedouros e bebedouros estão
funcionando e abastecidos; fornecer água duas a três horas antes da ração; e distribuir as caixas de
pintos próximo ao círculo de proteção.Recomenda-se a imediata reidratação dos pintos no ato do
recebimento, usando-se água potável, solução de eletrólitos, solução de açúcar a 5% e/ou solução de
vitaminas. No caso de reidratação com solução de eletrólitos, açúcar ou vitaminas, deve-se observar as
dosagens e o tempo de uso, para não causar diarréias.
Nos primeiros dias, é ideal manter os bebedouros próximos às campânulas, para facilitar o acesso dos
pintos e, conseqüentemente, sua hidratação. Deve-se verificar a qualidade dos pintinhos.
DEBICAGEM
A debicagem tem muitas vantagens, entre estas: ajuda a reduzir o desperdício de ração e diminuir o
canibalismo. Quando bem feita, é definitiva. Quando mal feita, pode causar estresse severo, redução
no ganho de peso e falta de uniformidade.
A debicagem deve ser feita por volta dos seis aos oito dias de idade; porém, isto pode variar com o
tamanho do pinto. A técnica correta e as especificações recomendadas são as seguintes:
• Ajuste a lâmina a 650°C (cor vermelho-cereja) e confira o orifício
• Segure o pinto com o polegar na nuca e o indicador debaixo da garganta. Incline para baixo a
cabeça do pinto e introduza o bico fechado no orifício; ao mesmo tempo, exerça peque pressão
na garganta para afastar a língua para trás. Mantenha bico em contato com a lâmina durante dois
segundos. Troque a lâmina sempre que necessário para produzir um corte perfeito. Cuidado para
não queimar a língua do pintinho
• Se a debicagem for feita de maneira certa, cerca da metade do bico superior será removido
(medida da ponta do bico à borda dianteira da narina) o bico restante terá 2 mm de
comprimento.
• Caso seja necessário, fazer uma 2ª debicagem na 10ª à 12ª semana, para correção.
ÁGUA
Faça com que os pintos bebam durante duas a três horas antes de distribuir a ração. Se usar bebedouro
de pressão ou minibebedouro, proporcione um mínimo de um bebedouro de quatro litros por 100
pintos, nos primeiros sete a dez dias. Gradualmente mude para bebedouro pendular ou tipo nipple.
Usado bebedouro tipo calha, calcule o comprimento de ambos os lados. Para manter uma boa
uniformidade do lote, é essencial que todos tenham fácil acesso à água.
RESTRIÇÃO DA ÁGUA
Os objetivos de se fazer uma restrição de água são: melhorar a absorção alimentar através de uma
diminuição do fluxo intestinal; e melhorar a qualidade da cama, e conseqüentemente na fase de
produção melhorar a qualidade do ovo. As aves não devem passar sede, o programa visa apenas
diminuir o consumo excessivo de água, o que causaria um fluxo intestinal do alimento muito rápido,
com as fezes líquidas, trazendo como conseqüência um menor aproveitamento do alimento e
umedecimento da cama. Para estabelecer um programa de restrição alimentar devemos levar em
consideração a localização da granja, a época do ano, a temperatura média diária, a idade do lote e,
principalmente, as condições dos equipamentos existentes no galpão.
COSUMO DE AGUA (100/aves/dias)
RAÇÃO
Deve-se fornecer às matrizes uma ração inicial de boa qualidade, bem balanceada, com suprimento de
vitaminas e sais minerais. Providencie um comedouro tipo bandeja para cada 100 pintos e dê
pequenas quantidades com freqüência durante os primeiros dias. Os pintos devem ter acesso aos
comedouros permanentes, logo que for possível. Se os comedouros tubulares ou suspensos, tipo prato,
são usados, coloque-os no chão, dentro do círculo de proteção, no segundo dia.
O arraçoamento separado por sexo é muito recomendado, pois fêmeas e machos têm desenvolvimento
de carcaça e exigência nutricionais diferentes.
NÍVEIS NUTRICIONAIS
As recomendações de níveis nutricionais para reprodutores variam de acordo com as linhagens. As
recomendações das linhagens são baseadas em algumas informações da literatura e na experiência de
cada empresa com sua própria linhagem. As condições de clima podem alterar bastante as
necessidades nutricionais das aves.
Níveis recomendados para reprodutores pesadas-fases inicial e recria
Níveis nutricionais Fases
Inicial Recria
1ª à 4ª semana 5ª à 18ª semana
Proteína bruta % 18 16
Energia metabolizável Kcal/kg 2.800 2.800
Ácido lionoleico % 1,3 1,0
Cálcio % 1,00 1,00
Fósforo disponível % 0,45 0,40
RESTRIÇÃO ALIMENTAR
O volume de alimento necessário às aves para que estas atinjam a taxa de crescimento correta é
pequeno demais, fazendo com que seja difícil conseguir uma distribuição uniforme do alimento
através do sistema de arraçoamento em uso. Isto pode fazer com que algumas aves acabem recebendo
quantidade excessiva ou insuficiente de alimento para seu bom desenvolvimento fisiológico. Por isso,
é necessário que se realize uma checagem do número de aves em relação à quantidade de alimento
fornecido e ao espaço do comedouro.
Para que as prioridades sejam alcançadas, deve-se manter um correto controle de peso corporal e
uniformidade do lote. Isto exige o fornecimento de alimento suficiente para que haja boa distribuição
nos dias em que as aves se alimentam.
As técnicas de alimentação mais freqüentemente usadas estão relacionadas a seguir:
Diariamente Alimentar as aves todos os dias.
Seis por um Alimentar as aves com a quantidade total de alimentos para sete dias em
seis dias, sendo um dia sem ração.
Cinco por dois Alimentar as aves com a quantidade total de alimentos para sete dias, em
cinco dias, sendo dois dias sem ração.
Quatro por três Alimentar as aves com a quantidade total de alimentos para sete dias, em
quatro dias, sendo três dias sem ração
Dia sim, dia não Alimentar as aves dia sim, dia não, disponibilizando o alimento depois dias
em um dia.
PROGRAMA DE VACINAÇÃO
Para obter os melhores resultados, os programas de vacinação devem ser adaptados tanto à região
como às necessidades individuais. Esses resultados devem ser monitorados por métodos sorológicos
ou outros, a fim de assegurar que o programa esteja oferecendo a máxima proteção. Programas de
vacinação precisam de revisão periódica.
Siga as recomendações do fabricante ao armazenar e administrar vacinas. É importante manter-se o
registro exato de datas e épocas de administração, método de vacinação usado, fabricante, número de
série e data de vencimento de cada vacina.
O pinto reprodutor de boa qualidade deve ter uma boa imunidade inicial contra bronquite infecciosa,
doença de Newcastle, doença de Gumboro, doença de Marek e bouba aviária.
Os objetivos de programa de vacinação são dois:
1.Imunizar as reprodutoras, prevenindo-as de contrair doenças; e
2.Preparar o sistema imunitário da reprodutora, para a produção de anticorpos, que serão transmitidos
ao pinto através do ovo.
Deve-se manter um monitoramento sorológico após as vacinações, para checar os títulos de anticorpos
das reprodutoras.
TEMPERATURA DO AVIÁRIO
É desejável que as flutuações diárias de temperatura sejam mínimas, de maneira que a temperatura não
seja inferior a 14ºC ou superior a 26ºC, tendo como temperatura ideal 20ºC.
DENSIDADE
No período de crescimento vai variar de acordo com o clima temperados ou quentes, em galpões sem
túneis de ventilação e/ou sistema resfriamento por evaporação.
Densidade – Climas temperados
Fêmeas Machos Criados juntos
Cama 6,2 3,0 6,0
ÁGUA
Calcule o espaço do bebedouro para que todas as aves possam beber de uma só vez.
RAÇÃO
Um espaço adequado de comedouros permite uniforme distribuição de ração e evita aglomeração nos
comedouros.
Espaço de comedouro
Comedouro Fêmeas Machos Criados juntos
Automático (cm/ave) 15,0 20,0 15
Tubular (aves/comed.) 12 8-12 12
Suspenso (aves/prato) 15 12 12-15
RAÇÃO PRÉ-POSTURA
O uso de ração mais rica em proteínas durante o período limitado, antes do inicio da postura pode ser
benéfico.
PROGRAMA DE LUZ
As aves possuem um mecanismo fisiológico que, através de hormônios, estimulam o desenvolvimento
e maturação de seu sistema reprodutor. O programa de luz tem como finalidade que as aves não
entrem em postura precoce e, após o inicio de postura, estimular a produção de ovos.
As frangas a partir 10ª semana de vida não devem sofre a influência dos aumentos de duração do dia,
que ocorre em determinadas épocas do ano.
As aves são refratárias à luz até a 10ª semana de idade. O sucesso no retardamento da maturidade
sexual depende do programa de iluminação adotado no período de recria; durante este período, a
luminosidade deve ser constante ou decrescente, nunca crescente.
Ao se fazer um programa de luz, é preciso determinar a época em que as aves vão completar 10
semanas de idade. Então, verificar o comportamento da luz natural, se é crescente ou decrescente. A
partir de 21 de dezembro a 21 de junho a duração do dia decresce, de 21 de junho a 21 de dezembro o
período é crescente. No caso de as aves completarem 10 semanas de idade no período crescente, o
programa de luz será a seguinte:
• 1ª semana – fornecer 24 horas de luz.
• 2ª à 9ª semana – só luz natural.
• 10ª à 19ª semana – programa de luz decrescente.
• 20ª semana – 15 horas de luz.
• 21ª semana – 16 horas de luz.
• 22ª à 50ª semana - 17 horas de luz.
• 51ª semana ao final da produção – 18 horas de luz.
GALPÃO DE POSTURA
As aves de um programa inicial crescimento-produção no mesmo aviário já ocupam sua instalação
permanente de postura. As aves não criadas neste programa devem ser levadas aos galpões de postura
aproximadamente na 18ª semana de idade.
MANEJO DA CAMA
Quanto mais absorvente melhor. Deve ser de no mínimo 8 cm, porém com 12 cm de altura
conseguem resultados melhores.
Em momento algum se deve permitir a formação de cascão, que poderá provocar lesões nos pés das
aves. A melhor maneira de manter a cama em bom estado e vira-la constantemente, de preferência
todos os dias, evitando a produção de amônia e o aparecimento de cascão em caso de aparecimento de
cascão retira-lo imediatamente.
NINHOS
Ninhos convencionais
Providencie uma boca de ninho para quatro fêmeas. Mantenha os ninhos com material de “cama” em
1/3 de sua altura.Distribua a iluminação uniformemente por todo aviário, para que as fêmeas sejam
atraídas para os ninhos escurecidos, diminuindo a postura no chão.
Ninhos mecânicos
Funcionam melhor em piso ripado, coloque uma boca de ninho para cinco a seis aves. Mantenha os
ninhos fechados até uma semana antes do primeiro ovo.
VENTILAÇÃO
Para aves em produção, a temperatura ambiente ótima e de 18º a 24ºC. A ventilação e a temperatura
têm efeito direto na saúde e na performance do lote.
ILUMINAÇÃO
Nunca reduza a duração ou a intensidade da luz durante o período de produção. Na 20-21ª semana de
idade, proporcione um dia de 14 horas, natural ou artificialmente, valendo o que for maior. Aumentos
adicionais de horas devem ser dados na 22ª e na 24ª semana de idade. Mantenham uma intensidade
luminosa mínima de 22 lúmens ao nível das aves.
DENSIDADE
Densidade usada em túneis de ventilação ou resfriamento por evaporação.
Climas Temperados Quentes
Cama (aves/m2) 4,5 3,6
Ripado (aves/m2) 5,4 4,5
ALIMENTAÇÃO
Os espaços mínimos de comedouros
Espaço de comedouro
Automático (cm/ave) 15
Tubulares (aves/comed.) 12
Suspensos (aves/prato) 10
Os seguintes fatores afetam o consumo de ração e devem ser considerados quando se determinam as
qualidades de ração:
• Percentagem de produção de ovos.
• Qualidade de ração, seu enriquecimento, teor de aminoácidos e nível calórico.
• Condição de tempo e de temperatura.
• Tipo de galpão.
• Condições físicas e sanitárias do lote.
• Peso médio e uniformidade do lote.
REDUÇÃO DA RAÇÃO
Após o pico de produção, as aves devem continuar a ganhar peso, mas numa menor rapidez. Portanto,
reduções de ração são necessárias. Comece a reduzir a ração no início da 3ª semana depois de
alcançado o pico de postura; esta redução deve ser de um a dois gramas de ração/ave/dia, uma vez por
semana.
Durante toda vida do lote, a redução total de ração será de cerca de 10% da quantidade dada no pico.
Desinfecção
Deve ser realizada antes que os ovos esfriem, evitando que os microrganismos penetrem no ovo. O
método escolhido deverá ser capaz de reduzir os níveis de contaminação da casca em 90%; ser
inofensivo ao embrião e não causar danos à casca.
Armazenamento
Os ovos devem ser armazenados em temperatura abaixo do ponto zero fisiológico (23,3ºC). Portanto
a temperatura da sala de ovos deve Ter de 18 a 20ºCe umidade superior a 70%. Assim o
desenvolvimento embrionário paralisa-se completamente
Transporte
O cuidado no transporte de ovos é de fundamental importância para que se obtenha o máximo em
produtividade. Entre os detalhes a serem observados estão: calibragem dos pneus, conscientização do
motorista, controle de temperatura e umidade, limpeza.
REGISTROS NO MATRIZEIRO
Os registros anotados e comparados com os dados dos manuais da linhagem constituem ajuda
essencial ao manejo. Devem ser anotados:
• Linhagem
• Número de aves alojadas
• Data de nascimento
• Ração/ave – semanal e acumulada
• Mortalidade – semanal e acumulada
• Peso corporal médio
• Temperaturas – mínima e máxima
• Consumo diário de água
• Produção de ovos – diária, semanal e acumulada/ave
• Ovos incubáveis
• Peso médio do ovo
• Massa de ovo
• Mortalidade - machos e fêmeas
• Infertilidade – eclosão de ovos férteis
• Medicações, vacinas - dosagem e programa de manejo de vacinas.