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CADERNO DIDÁTICO: AVICULTURA INDUSTRIAL

Lia Fernandes
Tópicos:
 Anatomia e fisiologia das aves
 Fisiologia do sistema reprodutivo
 Desenvolvimento embrionário
 Manejo sanitário e Principais Doenças na Avicultura
 O Frango de Corte Moderno
 Criação e Manejo de Poedeiras Comerciais
 Criação e Manejo de Matrizes para Corte e Postura

ANATOMIA E FISIOLOGIA DAS AVES

PLUMAGENS
Tem como funções:
• Proteger de injúrias.
• Auxiliar na manutenção da temperatura.
• Permitir o vôo

PELE
Serve para a proteção do corpo, as aves não possuem glândula cutânea com exceção da glândula de
óleo do uropígio.

ESQUELETO
Leve e compacto possui mais ou menos 150 ossos soldados entre si, a presença de quilha ou carena,
característica das aves carinatas, alem de servir para proteger os órgãos internos, moldura e caixa de
apoio dos músculos, funciona como depósito de cálcio e fósforo.

SISTEMA MUSCULAR
É a parte comestível da ave, ou seja, a carne, representa 75% do seu peso. A análise química mostra
que os músculos são compostos de 75% de água, 20% proteína e 05% carboidratos.
A musculatura é bem desenvolvida nas aves, particularmente na região peitoral. As pesquisas são
voltadas para selecionar cortes nobres como peito, coxa e sobrecoxa.

SISTEMA DIGESTIVO
O bico tem a função de coletar alimento e água. As glândulas salivares servem principalmente para
umedecer o alimento. As principais estruturas que compõem a boca e faringe são: bico,palato superior
e inferior, língua, coana e infundíbulo.
O esôfago é relativamente longo e possui um divertículo, o papo, que separa as porções superior e
inferior do esôfago, tem glândulas mucosas para lubrificar a passagem do alimento.
O papo pode variar de acordo com a espécie da ave, podendo até não existir, tem a função de
armazenar o alimento.
Estômago glandular ou proventrículo tem a função de secretar os sucos digestivos, pepsina e ácido
clorídrico.
Na moela ou estomago mecânico é realizar a trituração dos alimentos especialmente os mais duros.
Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) onde se realiza a maior da absorção dos alimentos.Intestino
grosso (cecos, colon/reto ) tem a função de receber os resíduos remanescentes da digestão do intestino
delgado, absorção de água e eletrólitos.
Cloaca órgão comum dos aparelhos digestivo, urinário e reprodutor.

ÓRGÃOS ACESSÓRIOS
Fígado pode representar 3% do peso das aves possui funções vitais no processo de digestão e absorção
dos nutrientes.
Pâncreas produz o suco pancreático, composto de tripsina, amilase e lípase, cuja função é digestiva.
É atribuída ao baço a função hematopoética e de reservatório sangüíneo.

APARELHO RESPIRATÓRIO
O aparelho respiratório é formado pela boca, orifícios e cavidades nasais, faringe, laringe traquéia,
pulmões e sacos aéreos. A parte superior do sistema é especializada em filtrar, aquecer e umidificar o
ar inalado, que pode passar tanto pela boca como pelas narinas. A voz da galinha é produzida na
siringe, que está situada no término da traquéia. O sistema respiratório tem ainda as seguintes funções:
eliminar calor, detoxificação de produtos do metabolismo destrinça de coágulos sanguíneos e
produção de mensageiros químicos.
Os pulmões estão localizados na região torácica dorsal, de coloração rosada; sua função é a troca de
oxigênio do ar por dióxido de carbono do sangue, não se expandem ou contraem no momento da
respiração, os sacos aéreos são complacentes que agem para ventilar os pulmões. Na galinha são em
numero de nove, quatro pares localizados da traquéia até o abdômen, e um mediano, o interclavicular,
localizado na cavidade torácica. Apresentam função de fole que permite uma rápida circulação de ar
pelos pulmões; tornam as aves mais leves, serve de contrapeso ou tara, dando equilíbrio às aves no
vôo, mantêm a temperatura corporal e funciona como reservatório de ar.

APARELHO REPRODUTOR FEMININO


O ovário está localizado abaixo da coluna dorsal, na sua parte média, junto ao rim esquerdo (apenas o
ovário esquerdo é funcional). Apresentando sob a forma de cacho de uvas (as gemas ou óvulos) em
diferentes estágios de desenvolvimento. Podendo ser visto a olho nu torno de dois mil, porém com
auxílio de um microscópio pode-se ser visto em torno de doze mil, entretanto, somente uma pequena
parcela atinge a maturidade e chega a ovular.

Oviduto
O oviduto é um tubo glandular, longo, medindo em torno de 70 a 80 cm de comprimento, divididos
nos seguintes segmentos: Infundíbulo, magno, istmo, útero, vagina.O infundíbulo mede cerca de 11
cm tem a função de englobar a gema a qual permanece aí em torno de 15 a 20 min onde ocorre
também a fertilização. O magno mede 33,6 cm a gema permanece por 2 a 3 horas, tem a função de
secretar a albumina, no magno o ovo adquire o albúmen, que constitui a clara. No istmo a gema
permanece pôr cerca de 1 a 1,5 hora onde ocorre a secreção das duas membranas da casca e mede em
torno de 10,6 cm. No útero ou câmara calcígena ocorre a formação da casca do ovo mede em torno de
10,1 cm e permanece por aproximadamente 20 horas. Na vagina o tempo de permanecia do ovo é de
15 min, tem o comprimento de 6,9 cm funcional como o principal reservatório de esperma e transporte
de ovos.
Espermateca: são glândulas tubulares capazes de armazenar espermatozóides

ESTRUTURA DO OVO
Disco germinativo ou blastoderma é uma placa esbranquiçada de 2,5 a 3,5 cm de diâmetro localizado
na superfície da gema, por baixo da membrana vitelina
O disco germinativo contém a vesícula germinativa, que constitui o verdadeiro óvulo ou célula
feminina, onde se insere o núcleo do espermatozóide, no caso ter havido a fecundação. Quando existe
a fecundação a vesícula aumento de tamanho e pode ser visto facilmente a olho nu.
• Gema ou vitelo é uma massa amarelada ou avermelhada (depende da alimentação da ave) serve de
alimento para o embrião.
• Membrana vitelina: membrana muito fina que recobre a gema, dando a forma e impedindo o seu
derramamento.
• Clara ou albúmen: massa albuminosa, transparente, disposta ao redor da gema em três camadas
bem visíveis em ovo fresco a porção externa em contato com a membrana externa da casca é
fluída, a do meio é bem densa e uma terceira bem fluída.
• Membranas da casca são membranas porosas permeáveis aderidas entre si, exceto no pólo obtuso
do ovo onde se encontra a câmara de ar.
• A casca basicamente é formada de carbonato de cálcio (CaCO³) 98% e 2% de matéria orgânica

ANORMALIDADE DO OVO
Ovo de duas gemas é mais comum em fêmeas jovens, ocorre devido a duas ovulações em um curto
espaço de tempo.
Ovo sem gema ocorre quando houver excitação anormal das glândulas albuminíferas em ausência de
gema, geralmente está presente fragmento de gema ou corpo estranho.
Ovo incluso - É quando um ovo completamente formado se acha incluído noutro
Ovo casca mole - É ovo posto prematuramente, antes da completa deposição de cálcio, geralmente
encontrado pela manhã.
Casca fina - Pode ocorrer por doenças como newcastle e bronquite infecciosa, deficiência nutricional
(cálcio, vitamina D e manganês), temperatura ambiente e idade das aves (+ velhas).
Câmara de ar solta - Geralmente ocorre em ovos velhos ou fatores mecânicos.
Grumos de sangue na gema - É uma anomalia relativamente freqüente e resulta de hemorragia
verificada no folículo ou na parte superior, estudos indicam ser hereditária esta anomalia.

APARELHO REPRODUTOR DO MACHO


Testículos
Os testículos das aves são intracavitários, situados anteriormente aos rins, aderidos à parede dorsal do
corpo, os espermatozóides aí formados são funcionalmente maduros
Órgãos acessórios
Epidídimo - O epidídimo consiste em túbulos deferentes que carregam os espermatozóides

Canal deferente
O canal deferente termina em uma pequena papila na cloaca, funciona como depósito de
espermatozóides, no momento da cópula tornam-se ingurgitadas e se projetam para fora
transformando a estrutura em um suco, para dirigir o sêmen

Falo
O falo nos galos não funciona como órgão penetrante. O sêmen é transferido para a fêmea pelo contato
rápido falo rudimentar com a vagina.

APARELHO URINÁRIO
Rins
Os rins das aves são trilobados situados dorsalmente na região pélvica e dois ureteres, as aves não
possuem bexiga. Os produtos finais do metabolismo da proteína e água são armazenados nos túbulos
renais. A urina passa pelos ureteres diretamente para a cloaca, é pastosa e eliminada junto com as
fezes. A urina (nitrogênio) é eliminado sob a forma de ácido úrico.
Ureteres - São túbulos que levam a urina até a cloaca.

SISTEMA CIRCULATÓRIO
Coração
Possui dois ventrículos e duas aurículas que bombeia o sangue venoso (com dióxido de carbono) para
os pulmões para que seja trocado por oxigênio.
Artérias / Veias / Capilares

Principais órgãos linfáticos


Glândula de Harder / Timo / Tonsilas cecais / Bolsa de Fabrício / Medula óssea / Baço

FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO DAS AVES DOMÉSTICAS

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS MACHOS


A estrutura e localização do trato reprodutivo masculino da ave é significativamente diferente do trato
da maioria dos mamíferos.

Testículo: É um órgão duplo e simétrico com formato de feijão, coloração amarelada nos jovens e
branco puro nos adultos, de localização intracavitária e cranio-ventral aos rins. Tem capacidade de
produção de testosterona, androgênios e estrogênio e sabe que a testosterona é importante para o
crescimento e manutenção dos órgãos sexuais e para o comportamento de corte.
Túnica Albugínea: É delgada e não forma septos conjuntivos.
Plexo Pampiniforme: Ausente
Epidídimo: muito curto, sem importância para maturação dos espermatozóides (a maturação ocorre
em +/- 24 horas).
Ducto deferente: é longo e sinuoso e termina em duas aberturas ou papilas na cloaca.
Espermatozóide: tem aspecto pontiagudo
Sêmen: apresenta pequeno volume (0,5 a 1,0 ml) e alta concentração (3,5 milhões/mm3)
O volume é pequeno devido à inexistência de glândulas bulbo-uretrais, próstata ou glândulas
vesiculares e o líquido seminal tem origem nas células de Sertoli, epidídimo e possivelmente pelas
pregas linfáticas da cloaca.
Comparação da concentração espermática em mm3 entre algumas espécies:
Touro = 1 milhão
Garanhão = 120 mil
Carneiro = 3 milhões
Porco = 100 mil
Cão = 200 mil
Peru = 7 milhões

Maturidade Sexual = 5 a 9 meses ( No verão um galo adulto pode realizar até 40 cópulas num
período de 24 horas)
Aparelho Copulatório - As aves apresentam um aparelho copulatório localizado na extremidade
caudal da cloaca que se encontra escondido por uma prega ventral no ânus em animais fora da
excitação. O aparelho copulatório consiste de:
1 par de papilas do ductos deferentes
1 par de corpos vasculares
1 par de pregas linfáticas
1 corpo fálico dividido em uma porção mediana (1 a 3mm no galo e em torno de 5cm no pato)
e duas laterais (Direita e Esquerda)

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS FÊMEAS


O sistema genital feminino da ave é formado pelo ovário e oviduto que se encontram desenvolvidos
somente no lado esquerdo. a regressão do oviduto direito é determinada pelo AMH (hormônio anti-
Mulleriano) secretado pelo ovário e a maior riqueza de receptores para estrogênio no lado esquerdo
suprime o efeito do AMH e permite o seu desenvolvimento.O termo oviduto da ave deve ser entendido
como a parte tubular que liga o ovário à cloaca, incluindo o infundíbulo, o magno, o istmo, o útero ou
glândula da casca e a vagina.

OVÁRIO ESQUERDO
O ovário apresenta função celular e endócrina. O tamanho do ovário depende do estado funcional e
tem normalmente cor amarelada com matizes rosado, forma arredondada a poligonal e apresenta-se
lobulado e friável.Apresenta folículos com ovócitos Os folículos sofrem influencias do FSH e se
desenvolvem produzindo estrogênio e androgênio.
A ovogônia se desenvolve e o seu citoplasma torna-se rico em um vitelo amarelo (gema). Uma
vesícula germinativa encontra-se no interior da gema e sofre migração para a superfície quando então
se aplaina e forma o disco germinativo. Concluída a maturação do oócito, ocorre ovulação.Os ovócitos
das aves são os maiores do reino animal. Chega a 20 g na galinha (cerca de 40mm de diâmetro), sendo
o recorde da Ave elefante de Madagascar cujo ovo era de 37,5cm e volume total de 7 ,5 litros
Embora a função hormonal não esteja bem esclarecida, sabe-se que os esteróides gonadais (estrogênio,
progesterona e androgênios) são essenciais para o desenvolvimento e funcionamento do sistema
reprodutivo das aves, além de outros hormônios não-esteróides (catecolaminas, prostaglandinas,
ativador do plasminogênio e inibina).
 Estrogênio: síntese da gema pelo fígado, mobilização de cálcio ósseo para formação da casca
do ovo. O estrogênio é principalmente produzido pelos folículos pequenos (<10mm de
diâmetro) que ainda estão fora da hierarquia de dos folículos pré-ovulatórios e também pelos
pré-ovulatórios (estrona e estradiol 17-beta)
 Progesterona: secreção do albume e indução a onda de LH
 Androgênios: características sexuais secundárias. Os androgênios (androstenediona e
testosterona) e a progesterona são produzidos pelos folículos pré-ovulatórios.

OVULAÇÃO
Não se sabe ao certo se o estímulo desencadeante é hormonal ou neural, mas sabe-se que a ovulação
ocorre aproximadamente 6 horas após a onda de LH e cerca de 30 minutos (15 a 75min) após a
postura. Normalmente a ovulação ocorre por rompimento do estigma (local menos vascularizado) sem
qualquer sangramento e no local do folículo rompido não existe formação de corpo lúteo. À medida
que o folículo amadurece ocorre diminuição na produção de androgênio e estradiol -17 Beta pela teça
e isto parece permitir que a granulosa sintetize quantidades crescentes de progesterona necessária para
disparar a onda de LH e ovulação.

FECUNDAÇÃO
É normal a ocorrência de polispermia com entrada de 2 ou 3 espermatozóides que formam pró-núcleos
masculinos. Um deles se unirá com o pró-núcleo feminino e iniciará o desenvolvimento embrionário,
e os demais sofrem a degeneração.

OVIPOSIÇÃO
Aproximadamente 24 a 26 horas após a ovulação, o ovo já está formado no oviduto e a oviposição ou
postura ocorre por contrações da parede do útero. Pesquisas demonstraram que essas contrações são
determinadas pelas Prostaglandinas das séries E e F (PGF2-alfa, PGE1, PGE2) além de hormônios
hipotalâmicos tais como a arginina-vasotocina. Também se observa que injeções de arginina-
vasopressina e ocitocina desencadeiam contrações uterinas e postura subsequente. O que “dispara” a
postura quando o ovo está pronto para ser posto é ainda desconhecido. As aves tendem a realizar a
postura de um ou vários ovos, para então incubá-los. A domesticação das aves, entretanto, exerceu
uma influência notável sobre este aspecto, de forma que hoje se dispõe de galinhas poedeiras que não
apresentam o “choco”.

CICLO DE POSTURA: Número de dias em que a ave realiza a postura em relação àqueles que não
faz. Pode ser regular ou irregular. (Irregular => a galinha põe durante alguns dias seguidos, descansam
um intervalo de tempo e voltam à postura).
TAXA DE POSTURA: Número de ovos produzidos durante um período de tempo determinado

CHOCO
O choco das aves domésticas é caracterizado por alterações hormonais e comportamentais
provavelmente determinado pela redução da fotosensitividade hipotalâmica.
Mudanças hormonais que ocorrem durante o choco:
 Aumento da Prolactina (relacionado com o hábito de deitar sobre os ovos)
 Aumento da Tiroxina (relacionado com crescimento de novas penas)
 Redução da Progesterona e do LH.
 Mudanças de Comportamento durante o choco:
 Cessação da postura e maior permanência no ninho
 Regressão do ovário e trato genital
 Diminuição do peso do fígado
 Anorexia
 Hiperemia
FORMAÇÃO DO OVO NA GALINHA DOMÉSTICA
O oviduto esquerdo das aves mede cerca de 70 cm e se apresenta como um tubo convoluto de parede
espessa, mucosa composta por vários tipos celulares (ciliadas, glandulares uni ou multinucleadas),
mucosa extremamente pregueada, ligando a cloaca à proximidade do ovário. O ovo inicia sua
formação no ovário e vai se completando à medida que caminha nos diferentes compartimentos
oviduto por um tempo médio de 25 horas.
A produção anual de uma galinha doméstica gira em torno de 265 ovos de peso 58g. Esta produção
estará na dependência de uma boa alimentação e de um plano de luz adequado.

OVÁRIO
No ovário ocorre a formação da Gema através da incorporação ao citoplasma do oócito de matéria
prima, tais como: sais minerais, proteínas e lipídios. Estes últimos, são originários do metabolismo
hepático e incorporadas ao oócito através das células da granulosa.
A gema se forma em 3 fases distintas
Fase Embrionária=> Até o 14º dia de incubação a ave já está com o ovário completamente formado e
chega ao nascimento com uma população de oócitos em torno de 4.000.
Da Fase embrionária até 8-10 dias antes da ovulação => É a fase de crescimento lento, onde as
substâncias são incorporadas de forma lenta à gema.
De 8-10 dias antes da ovulação até a ovulação ocorrida => É a fase de crescimento rápido onde ocorre
aumento da gema na ordem de 0,5 a 2,8g/dia.

INFUNDÍBULO
Apresenta uma mucosa pouco pregueada de epitélio simples, cilíndrico e caliciforme. Consiste de uma
estrutura tubular de 4 a 10 cm, de parede fina, com região cônica, seguindo-se por outra tubular com
pregas em espiral suave, sendo percorrido pelo ovo em formação em cerca de 15 minutos.
FUNÇÕES:
Captar o oócito
Servir de sede para a fecundação
Lubrificar a mucosa para a passagem do ovo
Formar a camada calazífera ou calazas (proteínas mucinas retorcidas que mantêm a gema no centro do
ovo). As calazas correspondem a dois espessamentos da clara retorcidos no sentido horário, compostas
por albumina e deve sua origem a separação da mucina da capa interna da clara. Ela tem a função
manter a gema suspensa protegendo das influências mecânicas.

MAGNO
Também chamada de glândula albuminífera. A mucosa é muito pregueada e provida de epitélio
estratificado com células caliciformes e cilíndricas ciliadas e glândulas tubulosas.
Consiste de estrutura tubular, de parede mais espessa, com 20 a 48cm de comprimento (é a parte mais
longa), rico em glândulas tubulares dentro das pregas longitudinais da mucosa. O ovo em formação
percorre o magno em cerca de 3 horas.
FUNÇÕES:
Formação da base do Albume (+/- 16g)
Adição de Mucina
Adição da maior parte do Na, Ca e Mg.
Acredita-se que a formação do albume esteja sob controle hormonal, mecânico e nervoso fazendo com
que as células glandulares do magno secretem e depositemos extratos sobre a gema que no seu trajeto
gira sobre seu eixo. A estimulação mecânica direta foi evidenciada, pois se observa que um objeto
estranho na luz do órgão estimula a secreção do albume. O albume tem cerca de 30 proteínas
diferentes entre elas: ovalbumina (54%), ovotransferrina (13%), ovomucóide (11%), lisozima (4%)
além de globulina e a avidina. (A ovalbumina contem todos os aminoácidos essenciais, a
ovotransferrina une-se a metais polivalentes, a ovomucóide é inibidora da protease, a lisozima tem
ação enzimática e a avidina liga-se a biotina). Algumas proteínas do albume apresentam atividade
bactericida.
O ovo apresenta a gema em posição central e uma clara dividida em 4 capas distintas:
Densa Interna => A primeira unida à gema (3%)
Fluida interna => (21%)
Densa Externa => (55%)
Fluida Externa =>(21%)

ISTMO
Apresenta luz estreita e mucosa com pregas menores com menor número de glândulas.Tem
comprimento de 4 a 12 cm, parede muito grossa, com pregas longitudinais e diâmetro reduzido. O
ovo em formação percorre o ístmo em cerca de 1 hora e 15 minutos.
FUNÇÕES:
Formação da Membrana Testácea (membrana da casca do ovo constituída por ovo-queratina)
Adição de proteínas ao albume
Adição de uma pequena quantidade de água
Provido de partes da clara e das calazas, o ovo chega ao ístmo donde se produz uma secreção
filamentosa que coagula com rapidez. Esta contem uma grande quantidade de gluconato de cálcio e
forma a membrana testácea, composta de 2 folhetos que cobrem a clara e separadas no polo maior do
ovo formando uma câmara aérea.

ÚTERO (Glândula da Casca)


Apresenta parede é mais fina que a do ístmo mas apresenta-se fortemente muscular pregas
longitudinais e transversais e glândulas tubulosas. Tem 4 a 12 cm de comprimento, porem, é uma
região expandida em forma de saco. O ovo em formação permanece cerca de 20 horas neste
compartimento.
FUNÇÕES:
Adição de grande quantidade de água (chega a dobrar de peso)
Adição de vitaminas da maior parte do K+
Formação de uma matriz orgânica seguida de deposição de íons Ca++ formando a casca
Secreção de porfirinas que dão cor ao ovo
Formação da cutícula do ovo
A casca tem 94% de carbonato de Ca (CaCO3), 1,4% de Carbonato de Mg (MgCO3) e 3% de
glicoproteinas, mucoproteínas, colágeno e mucopolissacarídeos. No útero se forma a casca calcária em
5-6 horas. A mucosa do útero secreta uma massa turva, viscosa e impregnada de partículas. Esta
massa se solidifica e constitui uma armação de substâncias orgânicas e inorgânicas. Na formação da
casca estão envolvidos os estrógenos e hormônios tireoideanos. Os estrógenos favorecem o depósito
de ptn e os tireoideanos o depósito de cálcio.Quanto mais velha a galinha, mais delgada a sua casca.
O útero além de formar a casca tem a função de regular o conteúdo salino e aquoso do ovo, assim
como, dotá-lo de pigmentos, embora seja sabido que estes pigmentos não têm origem no útero. A
casca é protegida externamente por uma cutícula especial de natureza mucosa que seca rapidamente e
confere ao ovo um certo brilho. Esta cutícula fecha os poros da casca (em torno de 7.600 poros). A
secagem da cutícula é visível e dá a falsa impressão de endurecimento instantâneo da casca.
O formato do ovo é o formato da luz uterina, mas podem surgir irregularidades ou deformações.

VAGINA
Tem comprimento de 4 a 12 cm, apresenta pregas longitudinais onde se deposita a maior parte dos
espermatozóides após a cópula. O ovo neste nível está praticamente formado e percorre este segmento
em poucos segundos.
Funções:
Transporte do ovo para o meio externo
Retenção dos espermatozóides para futuras fecundações
Os espermatozóides permanecem viáveis na galinha por 10 a 14 dias e na Perua por cerca de 50 dias.

CLOACA
É um extremo dilatável e o ovo apenas estabelece contato com as paredes, pois a vagina se prolapsa no
momento da postura evitando o contato do ovo com as dejeções. Este segmento não contribui em nada
para a formação do ovo.

COR DA GEMA
Devido à presença de pigmentos que se originam da alimentação (xantofilas, luteína, zeaxantina e
caroteno)
COR DA CASCA
A cor da casca é um atributo genético e podem ser observadas as cores branca, vários tons de marrom,
rosa, verde e azul. As linhagens de postura comercial, obtidas a partir da Leghorn, produzem ovos de
casca branca e as derivadas de Rhode Island Red, New Hampshire e Plimouth Rock produzem ovos de
casca marrom.
Os pigmentos da casca são descritos como porfirinas da casca ou ovoporfirinas, e são compostos
cíclicos formados por aneis pirrólicos. A maioria dos ovos com pigmento marrom ou preto contém
protoporfirina e a extração química da cor das cascas dos ovos azuis e verdes mostrou presença de
biliverdina e um quelato de Zinco-biliverdina. Segundo este autor a origem dos pigmentos não é
conhecida, mas parecem ter origem nas células do útero. Nas aves que põem ovos uniformemente
coloridos (castanhos, azuis ou verdes) estes são corados por pigmentos derivados dos eritrócitos
(porfirinas) principalmente concentradas nas camadas mais superficiais da casca. Os ovos que são
manchados ou salpicados contêm pigmentos na camada cuticular que também têm origem dos
eritrócitos.

CALORIAS DO OVO
Cerca de 95Kcal.
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

O desenvolvimento do embrião no interior do ovo se dá em duas etapas: antes da postura (ovo no


oviduto) e após a postura (durante a incubação).
Antes da postura o desenvolvimento embrionário começa aproximadamente três horas após a
fertilização, como a duração do desenvolvimento do ovo é de aproximadamente 26 horas, o
desenvolvimento embrionário dentro do organismo da ave leva + ou – 22 horas. O embrião, na fase
inicial do desenvolvimento, age como um animal de sangue frio, sofrendo influência direta da
temperatura ambiente. Portanto, alta temperatura (acima de 23 graus centrífugos) pode provocar
desenvolvimento embrionário, e posterior morte caso a temperatura não esteja em torno de 37,5°C,
abaixo desta temperatura (23°C) ocasiona a paralisação do embrião é denominado zero fisiológico,
ovos para incubação são armazenados entre 18 e 20°C e com 70% de umidade e boa ventilação.No
período de incubação a temperatura é de 37,5°C e umidade do ar de 60% com viragem dos ovos a
cada 1 hora.
Alterações que ocorrem durante o período de incubação:
Nas primeiras 24 horas:
18 horas: início da formação do trato alimentar
19 horas: início da formação da prega neural
20 horas: início de formação do cérebro e sistema nervoso
21 horas: início da formação da cabeça
23 horas: aparecimento das ilhotas de sangue
24 horas: início da formação dos olhos
Até 48 horas
O embrião começa a se colocar no seu esquerdo
Formação dos vasos sanguíneos e do coração, que começa a bater
Fechamento do canal neural para formar o tubo neural
Início da formação da vesícula auditiva
Término de formação das três regiões do cérebro
Aparecimento dos primeiros sinais de âmnio

Até 72 horas
Aparece vestígio da cauda
Formação dos botões dos membros inferiores e superiores
Presença do âmnio e do córion
Início da formação das narinas
Aparecimento das lentes oculares
Até 96 horas
Completa-se a formação das membranas extra-embrionárias (âmnio, córion e alantóide)
O corpo do embrião posiciona-se sobre o seu lado esquerdo
A gema, no ponto de implantação, torna-se mais alongada
O embrião se apresenta na forma de C
Início da formação da boca e língua
Começa o aparecimento das fossas nasais
A alantóide se infiltra entre o âmnio e o córion
Aos 5 dias
Aumento do tamanho do embrião, do saco vitelino e da alantóide
Maior diferenciação das partes da boca
Distingue-se a estruturas externas dos olhos (olhos pretos grandes)
Formação do proventrículo e da moela
Os botões locomotores são mais salientes
Aos 6 dias
Inicio da formação do bico
O saco vitelino apresenta um número maior de pregas
O coração esta bem grande e fora do corpo
Os apêndices locomotores começam a adquirir a forma da ave
Aos 7 dias
Os dígitos das asas e das pernas tornam-se proeminentes
O abdômen se torna saliente devido ao desenvolvimento das vísceras
O coração está dentro da cavidade torácica
O ouvido e seus condutos estão completamente visíveis
A alantóide cobre completamente a gema
Aos 8 dias
Início da formação das penas
As asas e as pernas estão completamente diferenciadas
Aos 9 dias
O embrião começa a ter aparência própria da espécie
O bico os apêndices (superior e inferior) e o pigostílio estão bastante diferenciados
Aos 10 dias
Ocorre endurecimento do bico
Os poros da pele estão visíveis a olho nu
Aos 11 dias
O corpo e pescoço assumem a característica das aves
A cabeça é mais proporcional ao tamanho do corpo
O embrião está coberto por uma penugem fina
Aos 12 dias
Os dedos estão completamente formados
As unhas começam a se formar
Completa-se o empenamento
Está terminando a utilização do albume
Aos 13 dias
Aparecem as escamas e unhas
Aparecimento da protuberância cálcica (“dente”, diamante) sobre o bico
A cabeça move-se para a direita do corpo
Aos 14 dias
O embrião dirige a cabeça em direção à câmara de ar
Aos 15 dias
O corpo e a cabeça são mais proporcionais em tamanho
Ocorre a penetração do intestino para o interior da cavidade abdominal
Aos 16 dias
Escamas, bico e unhas estão firmes e cornificadas
O embrião está emplumado
Desaparecimento quase total do albume
Aos 17 dias
O bico está voltado para a câmara de ar
Há uma diminuição do liquido amniótico
Aos 18 dias
A crista está visível
O embrião está quase do tamanho normal
A cabeça está sob a asa direita
Aos 19 dias
Começa a penetração do saco vitelino na cavidade abdominal
O embrião ocupa totalmente o ovo, exceto a câmara de ar
Aos 20 dias
O saco vitelino está totalmente na cavidade abdominal
O umbigo está aberto. A alantóide pára de funcionar e começa a secar.
O embrião rompe a âmnio e começar a respirar através da câmara de ar
O embrião atinge o tamanho normal
Aos 21 dias
O pinto bica a casca
O pinto emerge da casca (eclosão)
Secam-se as penas e o umbigo é cicatrizado

TEMPO DE INCUBAÇÃO DE OUTRAS ESPÉCIES:


Peru-28 dias
Galinha da angola: 28 dias
Patos e marrecos: 30 dias
Gansos: 32 dias
Avestruz: 42 dias
Codorna: 17 dias
A maioria dos pássaros: 13 dias

PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTALIDADE EMBRIONÁRIA


O embrião passar dois períodos críticos durante a incubação nos primeiros quatros dias, quando ocorre
a diferenciação das células e se estabelece a circulação sanguínea, e nos quatro últimos dias de
incubação, nesta fase inicia-se a respiração pulmonar e ocorre a eclosão. Entre o 5° e 17º dia o
embrião passa por uma fase relativamente tranqüila.
De um modo geral pode-se afirmar que a mortalidade embrionária precoce está mais associada a
problemas ligados ao rebanho e a mortalidade na fase final é resultante de problemas no incubatório.
Para se avaliar o resultado final da incubação o método mundialmente recomendado é o exame
periódico dos ovos não eclodidos, além da inspeção sistemática dos pintos nascidos. Com esta técnica
pode-se traçar a curva da mortalidade embrionária por lote de reprodutores e corrigir possíveis
problemas do próprio rebanho ou incubatório.

TÉCNICA DE EXAME DE OVOS NÃO ECLODIDOS


1. Tomar 100 ovos não eclodidos de cada lote de reprodutor. Esta amostra deve ser tomada em
diferentes bandejas de nascimento.
2. O teste deve ser realizado em intervalos de duas semanas, durante toda a vida do lote.
3. Distribuir os ovos não eclodidos nas seguintes categorias; ovos claros, mortalidade entre 1 e 7
dias, mortalidade entre 8 e 14 dias, mortalidade entre 15 e 21 dias e ovos bicados.
4. Calcular a percentagem de cada um dos índices acima sobre o total de ovos incubados.
Ex: Número de ovos incubados-10.000
Total do nascimento-8.800 pintos (88%)
Total de ovos não eclodidos-1200 (1200)

Índices 100 ovos Total de 1.200 ovos % sobre o total de% de eclosão
ovos incubados
Ovos claros 40 480 4,8% -------------
-
Mortalidade 1 7 dias 20 240 2,4% -------------
Mortalidade 8-14 dias 10 120 1,2% -------------

Mortalidade 15- 21 20 240 2,4% -------------


dias
Ovos bicados 10 120 1,2% -------------
Total geral 100 1.200 12,0% 88%

ALGUNS FATORES QUE AFETAM A QUALIDADE DOS PINTOS

Anormalidades Causas prováveis


1-Alta percentagem de ovos de claros a- ovos inférteis. Problema de lote
b- aborto embrionário (morte no período de pré -incubação)
2- Morte embrionária a- Doença no lote de matriz entre 2 e 4 dias
b- temperatura de incubação muito baixa ou muito alta
c- ovos armazenados por períodos longos
3- morte embrionária. Na 2ª semana de a- temperatura muito alta ou muito baixa
incubação b- viragem defeituosa dos ovos
c- deficiência nutricional
d- ventilação deficiente, excesso de CO²
4-eclosão atrasada a- temperatura de incubação muito baixa
b- umidade de incubação muito baixa
c- termômetro incorreto
d- ovo muito grande
e- lote velho de matriz
f- ovos armazenados por muito tempo
g- temperatura baixa no nascedouro
h- muita variação de temperatura no ambiente do
incubatório
5- eclosão antecipada a- temperatura de incubação muito alta
b- termômetro incorreto
c- ovo pequeno
d- umidade de incubação muito alta
6- câmara de ar muito pequena a- umidade de incubação muito alta
b- deficiência nutricional
c- ovo muito grande
7- câmara de ar muito grande a- umidade de incubação muito baixa
b- ovo pequeno
8-embrião completamente desenvolvido, a- temperatura muito no 19º dia
mas, sem a cabeça na câmara de ar b- umidade muito alta no 19º dia
c- deficiência nutricional
d- doenças infecciosas
9- embrião completamente desenvolvido a- temperatura muito alta no 20º e 21º dia
com a cabeça na câmara de ar b- umidade muito alta no 20º e 21º dia
c- deficiência nutricional
d- ventilação inadequada
e- doenças infecciosas
10- embrião inicia a bicagem a- temperatura muito alta entre 1º e 19º dia
precocemente
11- embrião morto após iniciar a a- temperatura muito alta no 20º e 21º dias
bicagem da casca b- ventilação inadequada no 20º e 21ºdias
c- temperatura variável entre o 1º e 19º dias
d- deficiência nutricional
e- temperatura muito baixa imediatamente após a
transferência dos ovos
f- teor de CO² muito alta no 20º e 21º dias
g- ovo de casca fina
h- doença infecciosa
12- pintos muito desiguais na bandeja ou a- ventilação inadequada durante a incubação
de má qualidade b- ovos de tamanhos diferentes
c- doenças infecciosas ou estresse no rebanho
13- pintos com resto de clara aderida na a- temperatura muito baixa no 20º e 21º dias
penugem b- ventilação inadequada no nascedouro
c- ovos armazenadas por muito tempo
14- pintos muito grandes a- ovos muito grandes
b- umidade muito alta entre o 1º e 19º dias
15- pintos muito pequenos a- ovos pequenos
b- umidade muito baixa entre o primeiro e 19º dia
c- ovos de casca fina e porosos
d- ovos produzidos em regiões muito quentes
16– pintos fracos e com edema a- desinfecção deficiente na incubadora
subcutâneo
17- Umbigo não cicatrizado, mas seco a- umidade muito alta entre o 20º e 21º dia
b- temperatura muito baixa entre o 20º e 21º dia
c- deficiência nutricional
d- umidade alta após o nascimento
18- Pintos com dificuldade em manter- a- temperatura inadequada de incubação
se em pé b- umidade muito alta entre o 1º e 19º dia
c- deficiência nutricional
d- poucos pintos na bandeja de eclosão
e- nascedouro com luz acesa
19- Umbigo não cicatrizado, úmido e a- onfalite
com odor desagradável b- desinfecção deficiente no incubatório
20- Pintos com abdômen distendido a- umidade muito alta entre o 1º e 19º dia
b- temperatura baixa entre o 1º e 19º dia
21- Pintos com os olhos fechados a- extrator da penugem deficiente
b- temperatura alta entre o 20º e 21º dia
c- umidade baixa entre o 20º e 21º dia
22- Pintos desidratados a- umidade baixa entre o 20º e 21º dia
b- temperatura alta entre o 20º e 21º dia
c- ovos incubados muito cedo
d- pintos permanecendo muito tempo no nascedouro
23- Problemas de perna a- luz acesa durante o nascimento
b- poucos pintos na bandeja
c- deficiência nutricional

MANEJO SANITÁRIO E PRINCIPAIS DOENÇAS NA AVICULTURA

O manejo um aspecto que o criador não pode negligenciar, pois pode causar sérios prejuízos à criação.
Deve haver uma preocupação constante com a manutenção das condições de higiene e o cuidado com
a aquisição de aves de origem desconhecida. Para fazer um melhor controle é necessário uma inspeção
diária, observando se ocorre perda de apetite, tristeza e outras anormalidades que se manifestam
quando a ave está doente. As doenças que mais comumente atacam as aves e levam a perdas quando
não tratadas a tempo são as seguintes:

Bouba Aviária: Também conhecida como pipoca, pelota ou caroço. É causada pelo Poxvirus aviário e
transmitida por mosquitos ou através do contato com aves doentes. Sintomas – Surgem caroços,
semelhantes a verrugas nas regiões desprovidas de penas: cabeça, crista, barbela, olhos, bico. Podem
aparecer placas amarelas na boca e garganta, levando ao escorrimento nasal constante. Tratamento –
Como trata-se de um vírus, o tratamento só vai evitar a contaminação por bactérias, e recuperar o
tecido já lesado. Pode ser usado iodo glicerinado nas verrugas e antibióticos na água de bebida, além
de vitaminas para auxiliar na recuperação das aves. Controle – A medida mais eficaz é a vacinação.

Bronquite Infecciosa das Galinhas: é uma enfermidade causada pelo Coronavirus que se caracteriza
pelo aparecimento de sintomas respiratórios em aves jovens (podem apresentar uma elevada taxa de
mortalidade) e em aves adultas caracteriza-se também por uma diminuição na produção de ovos e
alteração na qualidade (albumina liqüefeita).; pintinhos de postura infectados precocemente podem
adquirir uma forma mais rara que está associada à atrofia e malformação do oviduto, assim o plantel
jamais atingirá os níveis produtivos esperados. Controle – vacinação de poedeiras e matrizes de acordo
com o desafio de campo.

Doença de Newcastle: É uma doença viral, causada pelo Paramyxovirus aviário, altamente
contagiosa, que quando ataca pode levar a altos índices de mortalidade. Sintomas – As aves espirram,
respiram com dificuldade, podem apresentar alterações nervosas e também diarréia. A doença se
propaga rapidamente na criação. Tratamento – Não existe um tratamento curativo eficaz. Controle –
Aplicação de vacinas dentro do programa recomendado para a região.

Doença de Gumboro: também chamada de Doença Infecciosa Bursal (DIB), e causada pelo
Birnavirus e tem como alvo primário os tecidos linfóides, com predileção pela bursa de Fabricius. A
importância econômica de sua ocorrência se dá devido a mortalidade de até 20% em aves jovens
provocada por algumas amostras e, principalmente pela imunossupressão prolongada observada em
aves infectadas, levando à falhas nas vacinações e a ocorrência de outras patologias. Não existe
tratamento. Controle: é feito com vacinação dirigida especialmente para prevenir a doença nas
primeiras 6 semanas (época crítica). Cada região estabelece seu programa de vacinação de acordo com
a ocorrência da doença.

Cólera aviária: Doença causada pela Pasteurella multocida que apresenta mortes repentinas e é
altamente contagiosa. Sintomas – As aves podem muitas vezes morrer sem que se observe qualquer
sinal. Outras vezes pode-se observar apatia, penas arrepiadas, crista e barbela azulada, diarréia e bico
aberto com corrimento. Tratamento – Sulfas e antibióticos tem funcionado para tratar a doença.
Controle – Deve-se manter o galinheiro em boas condições sanitárias e fornecer água e alimento de
boa qualidade. Existem vacinas no mercado, no entanto seu uso é muito discutido, devendo ser
orientado por um veterinário.

Micoplasmoses aviárias: As doenças classicamente conhecidas são: doença crônica respiratória


(DCR), sinusite infecciosa dos perus - causadas pelo M. gallisepticum, sinovite infecciosa causada
pelo M. synoviae e aerossaculite em galinhas causada pelo M. gallisepticum. As doenças causadas por
micoplasmas podem ser agudas, mas normalmente são crônicas. São encontrados inflamações
catarrais nas fossas e seios nasais, traquéia e brônquios. Os sacos aéreos apresentam-se espessados,
opacos, podendo conter depósitos de fibrina, além de folçulos linfóiddes espessados em suas paredes.
A condenação da carcaça normalmente é devida à presença de aerossaculite, hepatite e pericardite.
Pneumonia e lesões do oviduto podem ser observadas. As micoplasmoses são transmitidas
horizontalmente por aerossóis, venerealmente por contato direto com outras aves ou através de
pessoas, animais, fômites, etc... A transmissão transovariana (vertical) também ocorre.
A transmissão dos micoplasmas geralmente ocorre dentro ou entre espécies de hospedeiros
estreitamente relacionados, quase sempre eles são específicos para cada hospedeiro. Tratamento:
Tilosina, oxitetraciclina e estreptomicina. Controle e erradicação: O uso de vacinas inativadas não
oferece maior problema à erradicação, entretanto o alto custo e a baixa eficiência apresentam-se como
fatores limitantes. A vacinação com a vacina viva é aconselhável para galinhas poedeiras em regiões
com alto desafio. Não devem ser usadas, entretanto para aves reprodutoras. O uso da vacina em aves
reprodutoras dificulta o monitoramento sorológico em matrizeiros devido à presença de anticorpos
vacinais que se confundem com anticorpos produzidos pela infecção natural. As perdas econômicas
atribuídas aos micoplasmas, principalmente Mycoplasma gallisepticum, são devidas à queda na
produção de ovos, a má eclodibilidade, alta mortalidade embrionária, alta taxa de pintos refugos,
queda na eficiência alimentar, altas taxas de mortalidade, condenação de carcaças e alto custo da
medicação.

Coriza Infecciosa: Causada pelo Haemophillus paragallinarum. Provoca alterações respiratórias em


aves de todas as idades. Sintomas – As aves apresentam lacrimejamento com secreção nos olhos que
podem ficar fechados, espirros, respiração com dificuldade, inflamação dos sinus e dos olhos.
Tratamento - Drogas a base de sulfa e antibióticos. Controle – Medidas de higiene e cuidado com a
umidade nas instalações. Deve-se separar as aves afetadas para que a doença não se propague.

Tifo aviário: Doença causada pela Salmonella gallinarum, acomete geralmente aves adultas,
altamente contagiosa, podendo aparecer também em gansos, patos e perus. Sintomas – Perda de
apetite, muita sede, penas arrepiadas, palidez de crista e barbela, diarréia amarelo esverdeada, às vezes
com sangue. Tratamento – Antibióticos. Controle – Queimar ou enterrar bem aves morta, limpar e
desinfetar o ambiente. Controlar roedores e moscas.

Pulorose: Causada pela Salmonella pullorum. Acomete pintos de forma aguda e em aves adultas se
localiza nos órgão reprodutivos, sem nenhum sintoma clínico. Sintomas – Diarréia branca, penas
arrepiadas, febre, as galinhas podem parar de botar. Tratamento – Não é recomendado porque as aves
que se recuperam tornam-se portadoras e disseminam a doença. Controle – É feito com boas medidas
de higiene, e no caso de surto, eliminar as aves doentes e fazer uma boa desinfecção do lugar.

Botulismo: Doença provocada pela ação de uma toxina, levando à prostração, coma e morte.
Sintomas - Incoordenação dos movimentos, paralisia flácida do pescoço e morte. Tratamento – O
tratamento pode ser feito com antitoxina, mas geralmente é muito dispendioso. Controle – Evitar
deixar carcaças ou ossos no local de criação. Controlar roedores e insetos.

Verminoses: Os parasitas que se alojam no intestino das aves provocam debilidade pois sugam os
nutrientes necessários para elas. Sintomas – são variáveis, podendo passar despercebidos. Vão desde
perda de peso ou crescimento lento, até diarréia. Controle – Uso periódico de vermífugos (aos 30 dias
de idade e reforço a cada 6 meses). Limpeza da área de criação com bons desinfetantes.

LIMPEZA E DESINFECÇÃO EM GRANJAS DE FRANGOS DE CORTE

O processo de limpeza e desinfecção tem importância vital na profilaxia de doenças infecciosas. O


desempenho dos lotes está intimamente relacionada às medidas de biosseguridade adotadas pela
empresa. O procedimento deve ser iniciado na saída do lote, realizando a limpeza completa do aviário,
seguindo as seguintes etapas:
- Esvaziar comedouros e silos;
- Desmontar e retirar todos os equipamentos;
- Retirar a cama (deve-se umedecê-la para que não levante muita poeira.
É preciso limpar completamente o galpão, varrendo o piso, parte interna do teto, cortinas laterais
(interna e externamente), a calçada externa, raspar as muretas e locais que tenham sujeira aderida
poeira) ou proceder a compostagem para reutilização da mesma;
- Limpar completamente o galpão, varrendo o piso, parte interna do teto, cortinas laterais (interna e
externamente), a calçada externa, raspar as muretas e locais que tenham sujeira aderida;
- Limpar e lavar todos os equipamentos e utensílios do galpão com água e sabão detergente, deixando-
os expostos à luz solar;
- Limpar os silos, raspando previamente todas as crostas que estejam aderidas;
- Utilizar lança chamas, a fim de eliminar todas as penas dentro e fora do galpão;
- Lavar o piso, paredes, teto, vigas e cortinas com água e sabão detergente sob alta pressão;
- Limpar e lavar a caixa d’água e tubulações.
Após a etapa de limpeza, se procede a desinfecção:
- Com o produto escolhido, deve-se proceder à diluição recomendada pelo fabricante e a pulverização
generosa da solução com desinfetante no galpão ainda úmido (1 litro/metro quadrado).

A escolha do produto ideal


Atualmente, existem no mercado produtos compostos por um único ou por associações de princípios
ativos. Estas associações visam melhorar a eficácia do desinfetante. A escolha do produto deve ser
realizada de acordo com o histórico de prevalência de doenças na granja, na região, na integração ou
no período sazonal.
Recomenda-se umedecer a cama antes da retirada para não levantar poeira, limpar e lavar todos os
equipamentos e utensílios do galpão com água e sabão detergente, deixando-os expostos à luz solar
Esta grande variedade de princípios ativos e associações, geralmente garante uma desinfecção
eficiente contra uma ampla gama de microorganismos. Existem porém, situações nas quais agentes
específicos estejam comprometendo o resultado da produção. Nestas ocasiões, o diagnóstico preciso e
a rápida identificação deste agente permitem a escolha do produto mais adequado e,
consequentemente, a maior eficácia do processo.

Fatores envolvidos na eficácia do desinfetante


Concentração: alguns agentes antimicrobianos perdem rapidamente sua potência quando diluídos
inadequadamente. A redução da concentração do produto pode aumentar o tempo necessário para que
o mesmo exerça tal atividade.
Temperatura: normalmente a atividade desinfetante de um produto aumenta quando a temperatura do
material em que está atuando aumenta. Alguns desinfetantes têm sua eficiência aumentada por
somente uma diferença de 2 ou 3 graus.
pH ambiental: pode afetar a superfície das células dos microorganismos, a molécula de desinfetante ou
ambos. Agentes químicos como os fenólicos, ácidos orgânicos, hipocloritos, iodo e agentes
tensoativos, têm sua atividade diminuída em pH alcalino. Em contraste, outros mostram um aumento
de atividade em razão do pH, como os quaternários de amônia, a clorexidina e o glutaraldeído.
Matéria orgânica: um dos mais importantes fatores ambientais que podem influenciar a atividade
desinfetante de um produto é, sem dúvida, a presença da matéria orgânica, que pode se apresentar sob
várias formas desde sangue, soro, pus, fezes, terra, resíduos de alimentos e leite seco. A redução da
atividade anti-microbiana na presença destes materiais se dá pela reação química entre o agente
desinfetante e a matéria orgânica. A maneira mais efetiva de se eliminar a influência da matéria
orgânica sobre a atividade dos desinfetantes é a limpeza prévia.
Dureza da água: a dureza da água, onde os desinfetantes são diluídos, pode afetar a sua eficácia. Os
compostos de quaternários de amônia são os mais afetados.
Tipo de microorganismo: a identificação do agente e sua susceptibilidade ao desinfetante são
parâmetros importantes na seleção do produto a ser utilizado.
Considerações finais
O processo de limpeza e desinfecção são partes fundamentais na produção avícola. As sobras de ração
retiradas dos silos não devem ser enviadas para outros lotes, pois estas podem ser caracterizadas como
carreadores de agentes patogênicos. Por isso, os cálculos de ração devem ser precisos para evitar
sobras e desperdícios. As associações de desinfetantes só devem ser feitas sob recomendação do
fabricante, pois algumas associações podem diminuir o efeito germicida dos produtos. Outros pontos
fundamentais a serem considerados são a característica da água utilizada (temperatura, pH, dureza) e
os agentes que se deseja controlar.

MÉTODOS DE VACINAÇÃO NA AVICULTURA

A vacinação é uma das ferramentas disponíveis no mercado para promover a imunização das aves
contra as principais enfermidades infecciosas a que possam estar expostas. Para que seja eficaz, deve
ser complementada por medidas de biosseguridade e ser realizada com os devidos cuidados. Os
programas de vacinação são bastante variáveis e devem refletir as condições locais, considerando a
prevalência da doença, a gravidade dos desafios e atender às normas vigentes do Serviço Oficial de
Sanidade Animal do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), nas diferentes
regiões do País. Existem vários métodos de aplicação das vacinas, os quais demandam cuidados
específicos de acordo com as diferentes vias de aplicação, a especificidade e a abrangência da vacina
administrada.
Outra característica importante a ser considerada é a apresentação do agente na vacina. Basicamente,
as vacinas classificam-se como vivas e mortas também chamadas de inativadas. As vacinas vivas
podem ser administradas por vias individuais e massais, produzem boa resposta imune, mas
representam riscos de virulência ou contaminação residuais. São usadas como primovacinação para
doenças endêmicas especialmente no período de cria e recria em pintos com altos títulos desuniformes
de anticorpos maternos ou em progênies com baixos títulos e sem uniformidade de anticorpos
maternais.
As vacinas inativadas exigem a aplicação individual, mas geralmente são mais seguras por conferirem
melhor uniformidade da imunização e menores riscos de difusão do microorganismo no ambiente de
criação. Uma vez que os patógenos que constituem as vacinas inativadas sofrem modificação na sua
patogenicidade, essas apresentam menor risco de reações pós-vacinais e são preferencialmente usadas
durante o período produtivo das aves e como reforço da imunidade previamente induzida por vacinas
vivas.

Cuidados gerais na vacinação das aves


A vacinação incorreta ou inadequada pode causar inúmeros transtornos à saúde das aves. Para que seja
realizada com sucesso faz-se necessário atender os seguintes cuidados:
 Planejar a vacinação com antecedência e seguir corretamente o cronograma de vacinação
estabelecido pelo médico veterinário;
 Observar o prazo de validade das vacinas, manejá-las corretamente quanto a diluição, a via de
aplicação e conservação. Conservá-las ao abrigo da luz e calor, atendendo as prescrições do
fabricante quanto as temperaturas de conservação que podem ser sob refrigeração entre 2 a 8
graus C ou congelada como no caso da vacina contra a doença de Marek;
 Vacinar somente aves sãs e evitar estressá-las excessivamente;
 As vacinas devem ser preparadas exclusivamente no momento de seu uso e serem
administradas até duas horas após terem sido reconstituídas. Não armazenar a vacina após o
frasco ter sido aberto;
 Após a vacinação proceder a destruição e incineração dos frascos e qualquer conteúdo não
utilizado;
 No caso de quebra do frasco de vacina viva, desinfetar imediatamente o local e depositar os
detritos em local apropriado;
 Usar todo o conteúdo do frasco de vacina e queimar o recipiente e todo o conteúdo não
utilizado;
 Observar o período de carência, ou seja, não vacinar aves para consumo humano antes de 30
dias que antecedem ao abate;
 Todo e qualquer medicamento, inclusive as vacinas, devem ser mantidas fora do alcance de
crianças e animais domésticos.
 Todos os aviários devem ter uma ficha de acompanhamento técnico do lote, em que constem
informações sobre as vacinações.

Vias de administração das vacinas


Basicamente, as vias de administração de vacinas são individuais e massais. Dentre as vias
individuais, temos a via ocular, a nasal e a injetável nas quais inocula-se uma dose da vacina em cada
ave. Nas vias massais a administração é feita coletivamente e a vacina pode ser veiculada na água de
bebida, na ração ou pela aspersão do inóculo sobre as aves. A escolha do método adequado objetiva
proporcionar a cada ave, uma dose efetiva do inóculo. Todo frasco de vacina possui um número finito
de microorganismos que precisam ser convenientemente manejados durante a aplicação no lote.
A escolha da via de administração da vacina requer conhecimento quanto a patogenicidade do agente.
Sabe-se que os vírus possuem "sítios" preferenciais de localização e multiplicação. A vacinação
contra enfermidades que cursam com problemas respiratórios como a bronquite infecciosa das aves,
por exemplo, apresenta melhor resposta quando administrada por inalação, por estimular a proteção
local, tendo a glândula de Harder importância fundamental sobre a resposta vacinal feita por essa via.
Todos os métodos possuem vantagens e desvantagens. De maneira geral, as vacinações individuais
proporcionam melhor proteção, porém envolve maior mão-de-obra. A vacinação massal é mais prática,
no entanto, fornece proteção menos uniforme.
As vias de vacinação massais são:
-Via oral: veiculada na água de bebida e por ingestão de alimentos;
-Nebulização: também conhecida por aspersão.

As vias de vacinação individuais compreendem:


-Vias ocular e nasal;
-Membrana da asa;
-lnjetável (subcutânea e intramuscular)

Via Oral (massais)


A administração oral pode ser realizada pela administração do inóculo via água de bebida como, por
exemplo, as vacinas vivas contra bronquite infecciosa e doença de Gumboro ou pela ingestão de
alimentos como em algumas vacinas contra coccidiose.

Via água de beber


A administração de vacinas via água de beber é um método bastante prático para a vacinação de
grandes quantidades de aves por exigir menor manipulação das aves. No entanto, está sujeito a erros
inerentes à preparação e administração da vacina e sua eficácia dependem dos cuidados salientados a
seguir:
O procedimento inicial é lavar encanamentos e os bebedouros, eliminando toda sujidade, excrementos
e limo, com água pura, sem usar desinfetantes ou medicamentos. Retirar desinfetantes e medicamentos
da água de bebida (se estiverem sendo utilizados), no mínimo 24 horas antes da vacinação.
A administração das vacinas deve ser feita preferencialmente em horários de temperaturas amenas,
especialmente pela manhã, com o objetivo de reduzir o estresse para as aves.
A reconstituição da vacina é feita diluindo-se o conteúdo do frasco com a vacina seca no diluente
apropriado, agitando-o suavemente. Depois de reconstituída, a vacina deve ser diluída em recipientes
limpos, evitando-se fazê-lo diretamente na caixa d`água. Após a diluição adiciona-la ao volume total
de água sem cloro ou outro desinfetante, nem medicamentos, para posterior distribuição nos
bebedouros e imediato consumo pelas aves.
É necessário calcular com antecedência o volume correto de água, para que a maioria das aves beba a
vacina ao mesmo tempo. A quantidade de água para diluir a vacina a ser preparada, varia em função da
idade das aves e a temperatura ambiente no momento da vacinação (Tabela 1). É preciso que existam
bebedouros suficientes para que ao menos dois terços (2/3) das aves tenham acesso á vacina ao mesmo
tempo. Toda a água contendo a vacina deve ser consumida no máximo duas horas após a
administração, observando-se que todas as aves tenham tido acesso. As especificações quanto a
quantidade de água para a diluição das vacinas são descritas nas bulas que acompanham as vacinas.
Esse volume varia com a amostra vacinal, o laboratório responsável e deve ser adaptado de acordo
com a temperatura ambiente no momento da vacinação, tipo de bebedouros, linhagem e idade das
aves. Em média pode-se prever os seguintes volumes de água, para vacinar 1000 aves a uma
temperatura ambiente de 25 graus C, de acordo com as respectivas idades:
O jejum hídrico (corte no fornecimento de água para as aves antes da aplicação da vacina) que precede
a vacinação é um artifício de manejo cujo objetivo é estimular a sede nas aves fazendo com que
ingiram mais rapidamente a vacina. De acordo com a temperatura ambiente recomenda-se a retirada
da água das aves uma hora (em clima quente) ou duas horas (em temperatura amena), antes da
vacinação. Além da restrição hídrica para estimular o consumo da vacina é relatado que, logo após a
ingestão de alimentos, as aves apresentam maior disposição para beber água.
A adição de dois gramas de leite em pó desnatado por litro de água antes da diluição da vacina (2gr /
litro água) é uma forma de neutralizar os resíduos de desinfetantes e proteger o vírus vacinal da
pressão osmótica (choque físico causado pela diluição do vírus numa grande quantidade de água).O
fornecimento de água, sem desinfetante deve ser restabelecido imediatamente após o término da
vacinação e somente 24 horas após recolocar o desinfetante.

Via ração
A imunização veiculada com a ingestão de alimentos é usada especialmente em algumas vacinas para
o controle da coccidiose. Consiste na pulverização da vacina sobre toda a ração que será consumida
em 24 horas, no primeiro dia de vida das aves. Da mesma forma que no método via água de bebida, os
cuidados de limpeza dos bebedouros e retirada de medicamentos e desinfetantes pelo menos 24 horas
antes da vacinação devem ser observados.A reconstituição da vacina em água sem medicamentos ou
desinfetantes é feita previamente seguindo as respectivas dosagens do laboratório responsável. A
vacina deve ser aplicada com pulverizador costal sobre a ração imediatamente antes da chegada das
aves. Esse procedimento requer uniformidade na distribuição da vacina sobre a ração para que todas as
aves tenham acesso a igual número de oocistos. Somente 24 horas após a vacinação pode ser
recolocado o desinfetante na água de bebida das aves.

Via nebulização (aspersão)


É um método rápido de vacinação, utilizado principalmente no controle de doenças respiratórias, por
estimular a imunidade local, especialmente as vias: nasal, oral e a conjuntiva ocular. No momento da
vacinação, as cortinas devem estar levantadas e a ventilação desligada, até 30 minutos após a
vacinação evitando-se a presença de vento. O vacinador deve proteger-se com óculos ou máscaras
especiais e estar treinado para manejar o pulverizador corretamente. A diluição prévia da vacina deve
ser realizada com o diluente apropriado e água destilada, de acordo com as instruções do laboratório
responsável pela vacina.A vacinação por nebulização deve ser feita com aspersores usados
exclusivamente para esse fim, calibrados adequadamente. O tamanho da gota vacinal é importante,
devendo ser usada a chamada "gota grossa" ou seja, ter de 80 a 120 mícrons, evitando-se a "gota
aerosol", menor que 50 mícrons. Essa vacinação deve ser realizada nas horas mais frescas do dia; nas
primeiras horas da manhã quando as aves estão próximas aos comedouros ou à noite quando estão
agrupadas. A pulverização da vacina deve ser feita acima da cabeça das aves, com movimentos suaves
para que a distribuição da vacina seja uniforme, sem que o jato atinja diretamente as aves. Essas só
deverão ser liberadas quando a névoa baixar completamente.

Via Ocular e Nasal (individuais)


Esse sistema é bastante confiável, porém exige grande manipulação das aves, o que constitui em fator
de estresse. Pode ser associada às demais prática de manejo, tais como debicagem, pesagem, seleção e
transferência. A preparação da vacina é feita diluindo-se o conteúdo da vacina seca no diluente, de
acordo com a prescrição do laboratório (em média cada 1000 doses são reconstituídas em 30 ml de
diluente), agitando-se o preparado suavemente. Após a diluição transferí-lo para o conta-gotas
aplicador. A vacina pode ser associada a um diluente colorido, para facilitar a confirmação da
vacinação, uma vez que aves corretamente vacinadas apresentarão o palato do bico colorido pelo
diluente.
A aplicação é feita pela instilação de uma gota da vacina no globo ocular ou fossa nasal da ave,
usando-se conta gotas, calibrados para 0,03ml. Devem ser realizadas por pessoas treinadas. Ambas as
vias necessitam que a vacina seja totalmente absorvida pela ave após a instilação. Na vacinação via
ocular, a ave só poderá ser solta após fechar a pálpebra duas vezes e a vacina ter sido absorvida.
Quando utilizada a via nasal, a gota vacinal deverá ter sido completamente inspirada antes da ave ser
solta.

Via membrana da asa


Essa via de vacinação é utilizada para imunização contra enfermidades como a contra cólera aviária e
varíola aviária também chamada de bouba. Esse método consiste na perfuração da membrana da asa,
feito com o estilete específico que acompanha o frasco da vacina, previamente embebido na vacina. A
contenção da ave requer habilidade do vacinador ou que seja realizada por duas pessoas, uma para
conter a ave e outra para vaciná-la. A ave deve ser pega de forma a manter uma das asas para cima e
facilitar a exposição da membrana da asa. A aplicação consiste na transfixação dessa membrana com o
estilete umedecido nas duas extremidades, sem atingir os vasos sangüíneos próximos ao local da
inoculação. Em 5 a 10 dias deverá ser visualizado a formação de uma pústula que evolui para uma
crosta, no local da vacinação. Esse é o indicativo que houve a reação imunológica esperada. As aves
que não mostrarem tal reação deverão ser revacinadas. Para evitar contaminações decorrentes da
aplicação recomenda-se a utilização de estiletes devidamente desinfetados.

Injetável
A via injetável é utilizada para a aplicação tanto de vacinas vivas quanto inativadas. A apresentação
das vacinas vivas pode ser em frascos de vidro, ampolas ou doses acondicionadas em cartuchos
(vacinas liofilizadas). Já as vacinas inativadas (mortas) são veiculadas em ampolas de vidro, aquosas
ou emulsionada em adjuvante oleoso. Devido à solução de continuidade que esse método determina é
imprescindível que todo o material a ser utilizado na aplicação seja previamente desinfetado,
mantendo-se cuidados de higiene durante toda a aplicação. A vacina deve ser aplicada após atingir a
temperatura ambiente. O preparo das vacinas requer cuidados específicos de acordo com apresentação
dessas. A vacina na forma líquida ou em emulsão oleosa, acondicionada em frascos de vidro, necessita
estar bem homogeneizada e para tal, o frasco deve ser agitado antes de ser usado e durante a aplicação.
A preparação das vacinas vivas liofilizadas consiste na prévia reidradação dessa com diluente
apropriado, estéril e com pH neutro. A aplicação de ambas deve seguir as especificações do laboratório
quanto a via a ser adotada.

Via Subcutânea
O local de eleição para a aplicação subcutânea é a face dorsal do pescoço. Após a contenção da ave, o
vacinador deve erguer a pele com os dedos polegar e indicador e inserir a agulha na região média do
pescoço das aves, imediatamente abaixo da pele evitando inocular a vacina na pele, músculos,
vértebras cervicais ou na base da cabeça.
A exemplo da vacinação de Marek, feita no incubatório, a vacina viva liofilizada deve ser retirada do
botijão de nitrogênio líquido, colocada à temperatura ambiente para que descongele. Usar seringas e
agulhas limpas e esterilizadas somente por fervura durante 20 minutos ou por autoclavação. Retirar
um pouco de diluente com uma seringa estéril e em seguida, aspirar o conteúdo da ampola da vacina.
Nesse caso é recomendado o uso de uma seringa automática e de agulhas calibre 20 a 22 e
comprimento de 3/8 a 1/2 polegada. Injetar o conteúdo da seringa no frasco de diluente. Antes de
retirar a agulha, aspirar 2ml de diluente já misturado e enxaguar a ampola de vacina, voltando
novamente esse conteúdo para dentro do frasco de diluente. A vacina reidratada estará pronta para o
uso. Durante a administração manter a vacina reidratada (no frasco de diluente) entre 21 e 27 graus C.
Usar a vacina até uma hora depois de reidratada e não armazená-la após ter sido aberta e
ressuspendida.
Os cuidados na manipulação com botijões de nitrogênio líquido em que essas vacinas são
armazenadas e transportadas, incluem o uso de luvas, óculos protetores e máscaras, a fim de evitar
acidentes como explosão da ampola quando retirada do botijão ou mesmo pelo contato do nitrogênio
com a pele.

Via Intramuscular
Essa via é usada para a inoculação de vacinas inativadas. Recomendada para a imunização de aves em
produção ou como reforço da imunidade previamente induzida por vacinas vivas. Requer cuidado
quanto ao período de carência, ou seja: aves para consumo humano não podem ser abatidas antes de
30 dias após a última vacinação.
Deve ser administrada em regiões de musculatura farta como no peito e coxa da ave. A aplicação é
feita inserindo-se a agulha dentro da musculatura superficial, evitando-se atingir os ossos ou depositar
a vacina profundamente dentro do músculo peitoral, ou dentro da cavidade torácica.Reações como
inflamação e presença de granulomas no local da aplicação podem ser agravadas pela inoculação da
vacina com aparelhos e agulhas não estéreis e pela não observação de cuidados de higiene durante a
vacinação.
Principais causas de falhas na vacinação

O sucesso de um programa de vacinação depende de fatores que interferem diretamente no


desenvolvimento da imunidade das aves. Fatores relacionados com o ambiente e com situações
estressantes, tais como mau estado nutricional das aves, concentração de microrganismos no ambiente
e a má qualidade do manejo adotado no sistema de produção são algumas das principais causas de
falhas na vacinação. Especificamente devem ser evitadas situações tais como:
Programas de vacinações inadequados - casos em que há a introdução de um microorganismo através
de uma vacinação desnecessária em regiões nas quais não há risco da infecção.

Manipulação incorreta da vacina - o uso incorreto do inóculo é um fator decisivo nas falhas da
vacinação. Descuidos como incidência direta de raios solares no frasco da vacina, conservação do
inóculo em temperaturas inadequadas compromete a eficácia da vacinação. A vacina deve ser
conservada na embalagem original, sob refrigeração à temperatura de 2 graus C a 8 graus C. Ainda,
presença de desinfetantes ou resíduos desses nos recipientes que entram em contato com a vacina
como bebedouros, encanamentos, seringas e outros equipamentos e o armazenamento de sobras de
vacinas para aplicações posteriores são erros que devem ser evitados.

Vacinas com validade vencida - O prazo de validade de uma vacina, conservada em condições ideais é
estabelecido pelo laboratório fabricante, visando garantir que ao final do prazo estipulado, a vacina
induza uma imunidade eficiente. É inaceitável, portanto, a administração de vacinas cujo prazo de
validade esteja esgotado. As vacinas devem estimular bons níveis de anticorpos, sendo recomendável
verificar os títulos vacinais das partidas de vacinas a serem administradas e, na compra dessas estimar
a quantidade de vacina a ser adquirida para não incorrer na compra desnecessária.

Administração de doses erradas de vacina - a aplicação de subdoses não produzirão anticorpos


suficientes. O uso de vacinas muito atenuadas também não dá proteção suficiente e aumenta a
suscetibilidade nos desafios a campo, além de causar o estresse inerente a vacina. Por outro lado, as
vacinas pouco atenuadas podem causar a doença e prolongar a reação vacinal, aumentando a
suscetibilidade a reações secundárias de infecções bacterianas. Para evitar erros dessa natureza devem
ser respeitadas as doses indicadas pelos fabricantes.

Excessivo estresse das aves - transtornos como altas temperaturas, umidade relativa do ar elevada, são
fatores que interferem negativamente no resultado da vacinação. O manejo brusco na apanha das aves
para aplicação da vacina bem como a própria reação que esse inóculo desencadeia no organismo da
ave são causas de estresse que reduzem a resposta imunológica desejada.
Vacinação de aves debilitadas - aves doentes não devem ser vacinadas. A presença de doenças
imunodepressoras no plantel tais como micotoxicoses, doença de Gumboro, anemia infecciosa das
aves, Marek e doenças intercorrentes como a doença crônica respiratória (DCR), coccidiose e
verminoses, limitam o desenvolvimento da proteção induzida pela vacina e podem causar excessiva
reação vacinal com elevada morbidade e mortalidade.

Manejo inadequado - A negligência de medidas de biosseguridade como a criação de aves com idades
diferentes num mesmo lote, limpeza e desinfecção deficientes dos aviários e equipamentos, criação de
sucessivos lotes no mesmo aviário sem o período de vazio entre os alojamentos para promover a
"quebra do ciclo dos patógenos" e redução desses no local de criação também são fatores que
contribuem para reduzir a eficácia de um programa de vacinação.

Mau estado nutricional das aves - Aves que se apresentam debilitadas em decorrência a deficiências
nutricionas, não repondem adequadamente ao estímulo antigênico desencadeado pela vacina. Essa
carência pode ser devido a baixa qualidade do alimento ou da insuficiente quantidade desse fornecido
ás aves. É recomendável verificar a correta disponibilidade de comedouros e bebedouros nos
diferentes estágios de produção.

Considerações finais
Os programas de vacinação são específicos para cada situação epidemiológica. Devem estar
respaldados na efetiva necessidade de prevenir as enfermidades que ameacem a saúde das aves e estar
de acordo com as normas oficiais vigentes no Estado. Todos os procedimentos devem ter orientação
técnica de um médico veterinário e a metodologia na aplicação das vacinas deve ser seguida
rigorosamente. No entanto, independente da implantação de um programa de vacinação, todos
sistemas de criação precisam manter rigorosos cuidados de biosseguridade.

Programa de Vacinação
O mercado nacional dispõe de vacinas contra as principais enfermidades avícolas. Dentre essas se
destacam as vacinas contra a doença de Marek, bronquite infecciosa das aves, doença infecciosa da
bursa de Fabrícius (doença de Gumboro), reovirose, doença de Newcastle, coccidiose, encefalomielite
aviária, síndrome da queda de postura (EDS), varíola aviária (bouba aviária), coriza infecciosa das
aves, anemia infecciosa das aves, colibacilose, pasteurelose, micoplasmoses e salmoneloses. Estão
disponíveis vacinas contendo apenas um antígeno ou em associação viral podendo ter na mesma
vacina dois, três ou quatro diferentes vírus. Os respectivos vírus compõem a dose vacinal e são
administrados juntos, no mesmo diluente. Dentre as vacinas conjugadas podem ser adquiridas vacinas
contra Bronquite + Newcastle; ou doença de Marek + varíola aviária; ou Bronquite Infecciosa +
doença de Gumboro + Newcastle; entre outras.
No Brasil, a vacinação contra a doença de Marek é obrigatória. Deve ser feita em aves de 1(um) dia de
idade, ainda no incubatório tanto em matrizes, frangos e poedeiras comerciais, com exceção das aves
consideradas refratárias à doença, como perus e as galinhas d’angola.
O êxito de um programa de vacinação depende do estado de saúde e nutricional das aves, das
condições ambientais e do manejo do plantel. Cabe ao médico veterinário responsável pela granja a
elaboração de um programa de vacinação que seja compatível com os desafios regionais à saúde das
aves, com base em resultados laboratoriais e técnicos tais como: monitoramento sorológico do plantel,
avaliação da performance das aves e em caso de reprodutoras também, do desempenho da progênie.
A adoção de um determinado programa de vacinação deve estar embasada na definição inequívoca da
ocorrência da enfermidade no país e estar em consonância com as normas do Serviço Oficial de
Sanidade Animal. Deve-se ter total conhecimento das condições de saúde do plantel e o grau de
desafio a que as aves estão expostas, antes do estabelecimento da vacina, freqüência de vacinação e
via de administração a serem adotados. Devido a essas peculiaridades, o programa de vacinação deve
ser específico para os plantéis a que se destina.
A vacinação indevida pode complicar o diagnóstico de enfermidades que estejam sendo monitoradas
através de sorologia e impossibilitar a erradicação da doença. O esquema de vacinação deve atender as
exigências do MAPA quanto aos procedimentos de controle da doença de Newcastle e influenza
aviária e do monitoramento das micoplasmoses e salmoneloses implantado em Estados brasileiros,
com vistas a erradicação. As granjas devem estar sob vigilância do Serviço de Sanidade Animal da
Delegacia Federal de Agricultura e da Secretaria Estadual de Agricultura do Estado em que se localiza
o sistema de produção.
Os estabelecimentos avícolas que participam do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), não
podem utilizar vacinas contra as micoplasmoses e salmoneloses que dificultem ou interfiram nos
resultados dos testes sorológicos, bem como usar qualquer vacina preparada com adjuvante oleoso,
durante as quatro semanas que antecedem os testes para essas enfermidades. Em casos específicos,
como o programa de erradicação da doença de Newcastle, está sendo implantado a vacinação
estratégica em algumas regiões, associada à medidas de defesa sanitária obedecendo critérios
estabelecidos no PNSA. Essas e outras informações técnicas sobre o controle de estabelecimentos
avícolas quanto às enfermidades: salmoneloses, micoplasmoses, doença de Newcastle e influenza
aviária estão disponíveis respectivamente nos documentos do MAPA: Instrução Normativa n 03/2002
para salmoneloses (Brasil, 2002); Instrução Normativa n 44/2001 para micoplasmoses (Brasil, 2001) e
Instrução Normativa n 32/2002, para a doença de Newcastle e influenza aviária (Brasil, 2002). As
normas quanto ao registro e fiscalização dos estabelecimentos avícolas estão disponíveis na Instrução
Normativa n 04/1998 (Brasil, 1998).
Uma vez que o esquema de vacinação deve atender às condições reais de cada empresa, deve ser
específico para cada situação, o que impossibilita a definição de um programa único que atenda
genericamente às diferentes situações.
As aves devem ser vacinadas contra a doença de Marek no primeiro dia de vida ainda no incubatório.
O sistema de produção que optar por vacinar contra coccidiose deve fazê-lo nos primeiros dias de
vida, em conformidade com as instruções do método de vacinação escolhido.
Em matrizes de corte, o programa de vacinação deve dar condições imunológicas às reprodutoras de
transmitirem suficiente imunidade materna para sua progênie, contra doenças como Gumboro,
bronquite infecciosa e Newcastle. Durante as fases de cria e recria das reprodutoras, a vacinação
contra essas enfermidades é realizada com vacinas vivas. No período de produção são utilizadas
vacinas inativadas fazendo-se com que os anticorpos permaneçam circulantes por um período mais
prolongado. A imunidade mediada por anticorpos maternos (transmitida das matrizes à progênie)
permanece ativa nos pintos por até quatro semanas. Uma vez que a vida média dos anticorpos é curta
há necessidade de repetidas doses de vacina para obter boa proteção por um período maior.
A varíola aviária deve ser prevenida, vacinando-se as aves na terceira semana de idade via punção da
asa ou no incubatório, juntamente com a vacina de Marek pela via subcutânea. Nesse caso, em regiões
de alto desafio é recomendado uma dose de reforço da vacina na quinta semana de idade via punção
da membrana da asa.
Há variações entre os programas de vacinação nos plantéis de diferentes aptidões mas, geralmente, as
matrizes de corte são vacinadas durante a vida, contra 8 diferentes doenças, sendo algumas vacinas
repetidas no decorrer da vida da ave. Cabe lembrar que em reprodutoras essa proteção deve abranger a
matriz e sua progênie. Já, em planteis de frangos de corte, o programa de vacinação visa proteger
especificamente o plantel em questão, sendo estabelecido somente diante de um desafio eminente. No
entanto, quando necessário, o controle de viroses como a doença de Gumboro, doença de Newcastle,
bronquite infecciosa das aves e varíola aviária é feito através da vacinação.
Ressaltamos que o esquema de vacinação deve atender os desafios sanitários da região em que se
localiza a produção e estar em consonância com a orientação do serviço oficial.

REMESSA DE MATERIAL PARA LABORATÓRIO

É importante que o material chegue ao laboratório para exame no menor tempo possível e nas
melhores condições para que não ocorra interferência no resultado. Pontos importantes na remessa do
material:
Bem conservado, de acordo com o tipo de exame. Bem identificado. Histórico bem detalhado.

REMESSA DE MATERIAL
A. AVES VIVAS
Dependendo da distância (tempo de chegada ao laboratório) é o material de eleição.
• A1. Aves que não tenham sido medicadas o envio deve ser tão logo inicie o problema no lote;
se for medicar as aves do plantel antes de levar para o laboratório , separar aquelas que serão
enviadas, não permitindo que as mesmas tenham acesso à ração ou água medicada
• A2. Número: as aves vivas devem ser enviadas em número de 05 a 10, no caso de aves
adultas; e no caso de pintinhos, o número deve ser superior a 10. Escolher as aves com
sintomas, e de preferência nos vários estágios do problema
• A3. Transporte: Colocar as aves em recipientes que permitem uma boa ventilação, como:
caixas de papelão com aberturas laterais ou gaiolas próprias para transporte de aves.

B. AVES MORTAS (após sacrifício na granja)

No caso de não ser possível enviar aves vivas, sacrificá-las na granja e acondicioná-las em gelo,
procedendo da seguinte maneira:
• B1. Sacríficio

 B1.1. Embolia (punção cardíaca e injeção de ar) é o método de eleição, pois, além de
fornecer o soro, não provoca alterações a nível de pescoço, que muitas vezes
mascaram as lesões (Ex. Caso de acidente durante a vacinação)

 B1.2. Deslocamento: é o outro método de sacrifício e consiste no deslocamento das


vertebras cervicais (puxando o pescoço)

 B1.3. Seguir as mesmas observações do A1 e A2


• B2. Cuidados

 B2.1. Colocar as aves imediatamente após o sacrifício em congelador , onde a


permanência será de 02 (Duas) horas no mínimo.

 B2.2. Embalar em saco plástico , fechando-o de modo que não ocorra entrada de água
(um plástico para cada ave, sendo que pintos de até 20 dias , até 10 em cada plástico).

 B2.3. Enviar no mínimo 5 a 10 aves de cada lote problema; no caso de pintinhos ,


enviar mais de 10 aves.

 B2.4. Identificação clara das aves, principalmente se houver aves de diferentes lotes
na mesma caixa.

 B2.5. Enviar o material assim embalado em caixa de isopor (sem rachaduras) com
gelo, lacrada com fita crepe e etiquetas indicativas de "MATERIAL PERECÍVEL", e
com o endereço bem claro do Destinatário e do Remetente.

 B2.6. Utilizar a via mais rápida de transporte para a remessa do material; telefonar ao
laboratório informando da remessa do mesmo e fornecendo o nome da empresa
transportadora , n.º conhecimento e horário previsto de chegada (Este item é valido
para todos os materiais que for enviar ao laboratório).

C. ORGÃOS

Remeter apenas órgãos recentemente colhidos, obtendo-os imediatamente após a morte das aves.
• C1. Para Bacteriologia, Bacterioscopia, Micologia e Virologia:
Enviar em gelo sob rigorosa conservação sendo que cada orgão deverá ser acondicionado
separadamente em saco plástico bem vedado ou outro material (placas de petri, frasco
esterilizados). Para exame virológico , pode-se enviar também em solução de glicerina a 50%.

Obs: Nunca enviar vários órgãos num só recipiente, nem colocar o gelo diretamente em
contato com o material.
• C2. Para Histopatológico, remeter o material em formalina neutra a 10%, na proporção de 20
a 30 vezes o volume da (s) peça (s) . Os tecidos selecionados para exame histopatológico
devem ser coletados entre a área normal e a lesada . (a Bolsa de Fabricius deve ser enviada
inteira, traquéia e intestino não devem ser abertos na porção que vai ser enviada, pulmão deve
ser coberto com gaze ou algodão devido a sua flutuação).

O FRANGO DE CORTE MODERNO

A avicultura de corte pode ser conceituada como a arte de multiplicar, de criar e de abater os frangos.
No desenvolvimento desta atividade agro-industrial, que toma impulso no período que se segue à II
Guerra Mundial, podem-se observar várias modificações na sua organização.
Antigamente, a avicultura era uma atividade desenvolvida de maneira artesanal, nos quintais das casas
e nos terreiros dos sítios e fazendas. Era uma ocupação essencialmente feminina e ocupava uma
posição secundária no conjunto de produção agrícola. Todas as fases da produção como a reprodução,
incubação dos ovos e a criação dos frangos se desenvolviam no mesmo local. Os pintos nasciam
principalmente na primavera, após a incubação natural dos ovos, a qual era feita pelas galinhas chocas.
Eles eram criados em liberdade, soltos nos terreiros e nos campos, tendo abrigos (galinheiros), ou
simples puleiros onde eles se protegiam à noite. Eles se alimentavam de insetos, de verduras e de
grãos. Era comum a cena de todo entardecer, em que uma mulher, junto com as crianças, chamava as
aves, numa onomatopéia que ainda ecoa nos ouvidos daqueles que viveram estas cenas, quando então
lhes era distribuído o milho em grãos.
Naqueles tempos o frango era considerado quase como um prato de luxo, a ser degustado nos fins de
semana. Era também considerado um prato muito digestivo, sendo destinado às pessoas doentes, aos
convalescentes, assim como às mulheres que tinham dado à luz, no período chamados de resguardo.
Nos tempos modernos ainda existe a avicultura tradicional, produtora do frango-da-roça. Geralmente
estas aves são criadas soltas com uma alimentação fornecida pelos produtos da fazenda. Este é o
frango criado em condições naturais, muito do agrado do consumidor mais requintado. Mas este tipo
de produção avícola é, atualmente, muito raro.
Efetivamente, o frango moderno é fornecido ao consumidor pela chamada avicultura industrial. Ela se
caracteriza pelo seu alto grau de especialização, que permite uma melhor produtividade, graças ao
emprego mais eficaz dos fatores de produção, assim como pela obtenção de boas condições sanitárias.
As diferentes fases de criação são praticamente independentes e, no setor de frangos de corte,
compreende os seguintes segmentos:
1) selecionadores, pouco numerosos, objetivam a melhoria do valor econômico das aves
reprodutoras, pela aplicação de diferentes métodos de seleção;
2) multiplicadores (avozeiros), mais numerosos, se encarregam de obter, a partir de aves
selecionadas, uma descendência tão numerosa quanto possível; os descendentes são destinados à
produção de ovos de incubação, geradores das matrizes;
3) incubadores (matrizeiros), mais numerosos ainda, transformam os ovos férteis das matrizes em
pintos de corte de um dia, através da incubação artificial;
4) criadores, os quais recebem os pintos de um dia, vindos dos incubatórios, criando-os até à idade
de abate, quando são entregues aos abatedouros.

Na produção do frango de corte, ou de ave de postura, quatro gerações estão envolvidas:


1) Linhagens puras: são as populações nas quais se realizam os trabalhos de melhoramento
genético;
2) Bisavós: são as aves reprodutoras originadas do acasalamento entre machos e fêmeas de uma
mesma linhagem pura;
3) Avós: são somente os machos, ou somente as fêmeas, resultantes dos acasalamentos das bisavós;
fornecem apenas um dos sexos de cada linhagem;
4) Matrizes: são os reprodutores machos de um lado, fêmeas de outro; resultam do cruzamento dos
machos avôs de uma linhagem, com fêmeas avós de uma outra linhagem; desta forma, cada matriz
é um híbrido;
5) Frango: é o resultado do cruzamento entre as matrizes que já são híbridas, produzindo pintos de
corte ambos os sexos, chamados de híbridos duplos.

ORIGEM DAS LINHAGENS PURAS


A avicultura moderna não emprega o termo “raça” e sim “linhagem”, para designar os seus frangos. É
que o transcorrer de vários anos seguidos de seleção genética, os esforços foram dirigidos no sentido
de obter aves cada vez mais produtivas. Os melhoristas criaram “raças” próprias, guardadas
secretamente pelas empresas que as possuem.
Entretanto, é sabido que algumas raças primitivas contribuíram na formação do frango de corte
moderno. Assim, as linhagens de fêmeas contaram especialmente com a raça White Plymouth Rock,
enquanto a raça White Cornish contribuiu para a formação de macho. Além destas raças, também
contribuíram a Barred Plymouth Rock, a New Hampshire e outras mais.
A seleção não criou novos genes, mas fez uma espécie de triagem permitindo que aqueles genes mais
produtivos aumentassem a sua freqüência na população, a cada nova geração de aves. Os resultados
pretendidos podem ser avaliados fenotipicamente, mediante a medida do desempenho das aves.
O ganho genético realizado numa dada população pode se manifestar por várias gerações. O potencial
genético, entretanto, só se manifesta plenamente se as condições do meio ambiente são adequados. O
progresso genético, conseguido nas linhagens puras, é transferido ao frango de corte, graças aos
cruzamentos entre as linhagens.

SISTEMAS DE PRODUÇÃO NA AVICULTURA DE CORTE

A avicultura brasileira é uma das atividades mais avançadas tecnologicamente, principalmente a de


corte, atingindo níveis de produtividade comparados a países mais desenvolvidos no mundo, o que
contribui de forma significativa para o fornecimento de proteína animal de baixo custo e geradora de
riquezas para o país. Nesse sentido, os modernos processos de criação e industrialização associados à
melhoria genética das aves têm levado a excelentes índices de conversão alimentar, precocidade,
produtividade e sobrevivência.A produção de frango de corte, no Brasil, tem adotado pelo menos três
sistemas de produção: integração, cooperativa e independente.
Integração: ocorre quando uma empresa coordena todo o processo produtivo, fornecendo o pinto de
um dia e todos os demais insumos utilizados na produção e assistência técnica. Ou seja, a
agroindústria indiretamente utiliza as instalações do produtor rural, fornecendo o pinto, ração, vacinas,
medicamentos e acompanhamento veterinário. Ao produtor integrado compete o fornecimento dos
demais insumos necessários à condução da atividade avícola.
A adoção dessa moderna tecnologia verticalizada na avicultura requer condições especiais para a
produção, exigindo altos investimentos em infra-estrutura, o que a torna inacessível aos pequenos
produtores, geralmente descapitalizados. Resta-lhes, de acordo com Mendonça (1997), a alternativa de
associar-se a uma indústria processadora por meio de um sistema mandatário denominado de
integração vertical produtor-indústria.
O sistema integrado sob contratos surgiu paralelamente à grande modernização da avicultura como
processo de mudanças nas estratégias organizacionais, disseminando-se rapidamente. Hoje, a
avicultura brasileira está fortemente baseada no sistema de produção integrada, no qual as atividades
do produtor são regidas por contratos firmados com a indústria.
Cooperativa: neste sistema o criador participa da organização e das decisões , correndo riscos de um
eventual fracasso comercial das operações. A cooperativa muitas vezes produz seus insumos, como
pinto e ração, consumidos dentro do próprio sistema. Estes são repassados aos cooperados pelo custo
de produção. No final do ciclo do lote, os frangos têm, agregado aos insumos, as demais despesas do
lote (aquecimento, cama, mão-de-obra). As despesas administrativas e operacionais também são
agregadas ao custo e rateadas entre o total de frangos produzidos. Os lucros obtidos podem ser
destinados a novos investimentos pela cooperativa, com distribuição de quotas entre os cooperados, ou
mantidos em reserva, para aplicação no mercado financeiro; ou, finalmente distribuídos entre os
cooperados, com dividendos proporcionais às cotas de participação.
Independente: nesse sistema o produtor é responsável por todo o processo de produção; toda e
qualquer decisão tendo caráter pessoal. Os riscos envolvidos na produção e comercialização são de
inteira responsabilidade de tal produtor.
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS PARA FRANGOS DE CORTE

Escolha do local para as instalações


Escolher terrenos de meia-encosta, suaves e protegidos dos ventos fortes.
Evitar os terrenos baixos, de difícil acesso a veículos pesados e próximos a rodovias, povoamentos ou
setores industriais.

Instalações principais
Os galpões devem ser de alvenaria, localizados no sentindo leste-oeste, cobertos com telhas comuns,
coloniais, francesas ou amianto, com ou sem lanternim, piso cimentado com 0,30m acima do solo, pé-
direito com 2,90m de altura, beiral em torno de 1,80m e largura de 8m para melhorar a ventilação
natural. O rodapé da mureta deve ter 0,30m, como prevenção contra correntes de ar diretas sobre as
aves, e laterais fechadas até o telhado com tela de arame. A distância entre os galpões deve ser no
mínimo de 50m. Dividir, internamente, os aviários com telas, separando uma caixa d’água
independente para cada aviário e tubulação hidráulica PVC de 0,5 polegadas.

Iluminação dos galpões


A iluminação dos galpões deverá ser feita com lâmpadas incandescentes, distribuídas à base de 1,5
watts por metro quadrado do galpão e colocadas à altura do pé-direito.

Equipamentos
a) Até o 14º dia, equipar o interior do círculo de proteção com comedouros tipo bandeja e bebedouros
tipo pressão, à base de um comedor e dois bebedouros de quatro litros para cada 100 pintos. A partir
de 14º dia usar comedouros tipo mecânico ou tubular na proporção de três para cada 100 aves e
bebedouros tipo pendular, sendo um para cada 100 aves;
b) Campânula a gás ou elétrica com capacidade para 500 pintos;
c) Círculo de proteção construído de material modulado (compensado ou eucatex), com altura de
0,50m e diâmetro de 4m, facilitando a colocação de 500 pintos por círculo de proteção;
d) Misturador horizontal ou vertical de ração e triturador;
e) Cortinas nas paredes laterais dos galpões de crescimento, feitas em malhas de fio plástico;
f) Outros equipamentos: pulverizador para granja, carrinho-de-mão, balança, pedilúvio feito de
esponja de borracha, ciscador e baldes de plástico ou metal.

Origem das aves


Escolher pintos de incubatórios idôneos, sem deformidades, de boa aparência e linhagem já
comprovada, devidamente vacinados contra a doença Marek.
MANEJO DE FRANGOS DE CORTE

RECEPÇÃO DOS PINTOS DE UM DIA


Antes da chegada dos pintos, o galpão deverá estar devidamente limpo, desinfetado e com todos os
equipamentos necessários dispostos adequadamente.
Retirar pintos das embalagens de dois em dois, para melhor inspeção e descarte dos defeituosos.
Molhar o bico de cada um pinto em água açucarada, colocada nos bebedouros, na proporção de um
quilo de açúcar para 20 litros de água. Com este procedimento, os pintos começam a identificar a
primeira fonte de alimentação, servindo, também, como preventivo contra a desidratação que poderia
ocorrer durante o transporte até a granja. A primeira ração dos pintos deverá ser de xerém de milho,
colocada duas a três horas após a chegada das aves no pinteiro.

Manejo da cama
Distribuir no interior do galpão de maneira homogênea, uma cama de cepilho ou cavaco seco de
madeira peneirada para eliminar o excesso de pó, colocada numa altura de 0,05m a 0,10m, o que
corresponde a, aproximadamente, um quilo de cama por ave. Na falta de cepilho, recomenda-se o uso
do sabugo de milho triturado ou outros materiais absorventes. Durante a criação, substituir as partes
molhadas ou empastadas das camas, por outras novas, a fim de evitar a propagação de doenças.

Manejo do círculo de proteção


A partir do 3º dia, aumentar gradativamente o diâmetro do círculo de proteção, cuja retirada ocorrerá
em torno do 14º dia, usando-se o próprio material para proteger os cantos do galpão.

Manejo da campânula
Utilizar campânula com altura regulada de acordo com o comportamento das aves. Deixar ligada no
mínimo quatro horas antes da chegada dos pintos, controlando a temperatura ambiente para 32ºC,
devendo esta ser reduzida em torno de 3ºC por semana, levando-se em consideração o comportamento
dos pintos e da temperatura externa.

Manejo dos bebedouros


Dispor alternadamente, ao redor da campânula, no espaço entre sua borda e o círculo de proteção, os
bebedouros e comedouros recomendados. Colocar os bebedouros sobre estrado de madeira, cujas
dimensões ultrapassem as bordas dos mesmos. A partir de 14º dia, substituir, gradativamente, os
comedouros e bebedouros iniciais pelos definitivos, o que deverá ser concluído até a terceira semana.
Regular a borda dos comedouros e dos bebedouros sempre que necessário, com base na altura do
dorso das aves. No caso de usar comedouros tubulares, agitá-los, pelo menos três vezes ao dia, para
evitar desperdício de ração.
Programa de luz
Até o 3º dia, deve-se manter uma iluminação contínua (artificial + luz do dia), em torno de 23 horas/
dia, deixando durante uma hora o galpão às escuras, visando a uma adaptação nas eventuais falhas de
energia elétrica.
Após a retirada do círculo de proteção, fornecer 16 horas de claridade às aves, complementando de
preferência nas horas mais frias do dia. Recomenda-se, nos meses quentes de verão, ligar a luz, pela
manhã, das duas até às seis horas, possibilitando o consumo mínimo. No período de permanência das
aves no pinteiro, as cortinas deverão ser manejadas, de acordo com as necessidades das aves.

Refugagem das aves


Proceder, durante todo ciclo da exploração, a eliminação dos pintos defeituosos, raquíticos ou doentes.

Manejo da ração
A ração deve ser armazenada sobre estrados de madeiras, em depósito limpo, arejado e seco, distante
dos galpões, devidamente protegidos dos pássaros e animais silvestres. Não utilizar o armazém das
rações para guarda de substâncias tóxicas. Programar o estoque de ração, de forma que não ultrapasse
15 dias de armazenagem.

Preparo da ração
Misturar a ração na propriedade, a partir de concentrado de milho, desde que seu custo final seja
compensador em relação à ração comprada pronta. No caso, observar o tempo necessário para obter-se
uma mistura perfeitamente homogênea (concentrado + ração complementar), evitando assim que o
material mais pesado fique concentrado no fundo do misturador. Em alguns casos recomenda-se
deixar o misturador funcionando em torno de 10 minutos.Após o uso, limpar o misturador evitando o
acúmulo de ração embolotada. Para minimizar esse tipo de aderência recomenda-se bater no
misturador, durante o seu funcionamento, com uma marreta de borracha.Nas fases de baixa no preço
do milho, poderá ser válida a formação de estoques, que devem ser armazenados com 12% de
umidade. Na moagem do milho, utilizar peneiras 0,3 para a ração inicial e 0,5 para as demais. Na falta
do milho, recomenda-se a utilização do sorgo com baixo teor de tanino, como substituto.
A aquisição de silos para armazenagem de ração é outro procedimento de fundamental importância,
visto que a aquisição de ração a granel, diminui os custos relativos à embalagem e ao desperdício de
ração.

Manejo de água
Recomenda-se utilizar a água localizada na própria granja. Tem que ser potável e submetê-la,
periodicamente, a um exame bacteriológico. Lavar as caixas e depósitos de água, no mínimo, duas
vezes por ano.
Fichas de controle
Acompanhar com anotações nas fichas de controle, todos os fatos de ordem técnica e econômica, que
permitam o aperfeiçoamento e maior lucratividade na exploração, tais como:
· número de aves no lote;
· data de chegada e procedência das aves;
· consumo diário de ração;
· número de aves mortas diariamente e causa;
· calendário de vacinações;
· ocorrências diárias no plantel;
· peso final das aves;
· cálculo da conversão alimentar;
· taxa de mortalidade (%).

Aspectos sanitários
Medidas gerais
a) Após a retirada do plantel, promover a remoção dos equipamentos utilizados e proceder à lavagem,
desinfecção e secagem fora dos galpões. Os pisos, as paredes e as telas dos galpões deverão ser
varridos e as cortinas levantadas e lavadas com água sob pressão, e pulverizado o local com
desinfetante adequado;
b) Remover a cama, transportando-a em caminhão coberto com lona;
c) Deixar os galpões, devidamente limpos e fechados por um período de pelo menos duas semanas;
d) Fazer, periodicamente, exame bacteriológico da água utilizada nos bebedouros;
e) Combater de forma sistemática os ratos e evitar, com telas, a penetração de pássaros;
f) Recomenda-se o uso de pedilúvio, na entrada dos galpões, constituído de espuma de borracha,
embebido em uma solução desinfetante;
g) Recomenda-se que o tratador use calçado e roupa exclusiva para o movimento dentro de cada
galpão e trabalhe só com lotes da mesma idade;
h) Isolar a granja, fisicamente, de outras criações. Os trabalhos dos tratadores deverão ser restritos aos
galpões com aves de uma só idade, não permitindo trânsito entre núcleos com aves de idades
diferentes;
i) Evitar o tráfego dos carros de apanhar frangos, desinfectando os engradados que entram na granja,
evitando a disseminação de doenças vindas de fora. Proceder à comercialização, se possível, em um
local distante dos aviários;
j) Evitar a superlotação dos galpões, ventilação deficiente, falta de higiene e umidade excessiva, as
quais predispõem as aves às doenças como Coccidiose, Coriza Infecciosa e outras;
k) As aves mortas deverão ser colocadas em fossas, com o objetivo de evitar que a doença se propague
com maior rapidez por toda a granja. Essas fossas deverão permanecer fechadas e abastecidas,
periodicamente, com água para acelerar a putrefação das carcaças;
l) Limpar, freqüentemente, ao redor dos galpões, desinfetando de dois a três metros em torno de sua
calçada.

MANEJO DE FRANGOS DE CORTE NA FASE DE CRESCIMENTO

Geralmente se considera o manejo inicial como decisivo para o sucesso da criação. Entretanto
por melhor que seja o manejo inicial, ele não pode ser negligenciado nas fases seguintes. Os pintinhos
de corte crescem muito rápido, isto quer dizer que suas necessidades também mudam rapidamente, o
que implica em modificar o manejo, acompanhando a evolução do lote. Desta forma, à medida que as
aves se desenvolvem são introduzidas modificações quanto ao aquecimento, equipamentos de uso
definitivo, programa de iluminação, ventilação, etc...

Conforto térmico e ventilação


Visa o bom controle da umidade relativa do ar, a eliminação dos gases e a manutenção da temperatura
ideal para as aves.Após os primeiros dias, os círculos devem ser ampliados. Comumente isto é feito
unindo-se os círculos dois a dois, de modo que as modificações de espaço ocorrem de maneira
organizada e gradual. A época da abertura é variavel de acordo com o clima de região (10 a 21 dias).
O manejo das cortinas é imprescindível para um bom controle de temperatura, assim deve-se evitar a
formação de correntes de ar sobre as aves, sem impedir a boa ventilação do ambiente. Isto depende
muito da observação e bom senso do tratador. A ventilação correta proporciona às aves uma atmosfera
cuja composição é a mais próxima possível à do ar puro natural, permitindo a eliminação da amônia.

Troca dos equipamentos


Quando se abre o círculo, já é possível introduzir os bebedouros e comedouros definitivos. Isto não
deve ser feito bruscamente e sim de forma gradual, para que as aves se acostumem às mudanças.
O bom manejo dos equipamentos implica em se tomar determinados cuidados. Os comedouros e
bebedouros devem ser regulados de forma que o seu fundo esteja na altura do dorso das aves. Para não
desperdiçar a ração é necessário não encher demasiadamente os comedouros.

Acompanhamento do desenvolvimento dos frangos


Quando o criador é experiente e bom observador, ele pode avaliar com boa precisão o
desenvolvimento dos frangos pela simples visualização da conformação corporal, aliado ao exame da
ficha de consumo de ração. O histórico da saúde do lote também é importante.
A pesagem de uma amostra pode ser útil para melhor acompanhar o desenvolvimento. Em geral é feita
através de amostragem (1%), escolhida ao acaso, em vários pontos do galpão. Estas pesagens podem
ser realizadas semanalmente ou a cada 14 dias, dependendo do objetivo. Mas só vale a pena introduzir
esta tipo de controle se ele tiver algum significado prático.
Outros cuidados de manejo
À medida que o lote se desenvolve, algumas aves não conseguem manter o ritmo de crescimento da
média, por motivos variados. Estas devem ser descartadas (refugadas) o mais cedo possível, evitando
assim um consumo de ração sem que se alcance o desempenho esperado, além de serem possíveis
focos de infecção.
Todas as aves mortas ou refugadas devem ser depositadas em fossa séptica ou incineradas.
A cama deve ter cuidados permanentes, evitando os empastamentos. Se os mesmos ocorrerem, a cama
do local deve ser retirada e substituída por nova, nunca devemos misturar com a cama seca.

ILUMINAÇÃO PARA FRANGOS DE CORTE - IMPORTÂNCIA E TIPOS


A iluminação deve ser considerada como um dos pontos importantes no ambiente físico que afeta a
produção avícola. O foto período, a intensidade, a qualidade e cor da luz afetam o comportamento e a
performance. O fornecimento de luz, para frangos de corte, durante o período noturno, tem como
finalidade permitir que as aves possam ingerir ração e água, melhorar o crescimento e adaptá-las ao
ambiente nos primeiros dias de vida e no transcorrer do período de criação. Dois tipos de programas
de luz tem sido utilizados pelos avicultores: luz contínua e luz intermitente. O programa de luz
contínua é aquele em que se fornece luz durante todo o período noturno. Quando se faz esse tipo de
programa, é aconselhável que as aves tenham um breve período de obscuridade (1 hora), a fim de se
acostumarem com a falta de luz. Isso porque se as aves não estiverem acostumadas e por algum
motivo ocorrer falta de energia, fatalmente ocorrerá o amontoamento, e como conseqüência, a morte
por asfixia de um grande número de aves. O programa de luz intermitente, consiste em se alterar
períodos de luz com períodos de obscuridade durante o período noturno. Este programa tem a
vantagem de uma maior economia de energia elétrica. É necessária a instalação de um temporizador
que sincronizará a alimentação com os períodos de luminosidade.
Tanto para o programa de luz contínua como para o de luz intermitente, é necessário fornecer 23 horas
de luminosidade diária para os pintainhos, durante os primeiros dias de vida, na base de 20 a 22 lux/
m2, com a finalidade de permitir fácil acesso ao alimento, água e fonte de aquecimento. Lembramos
que os frangos de corte, após a primeira semana de vida, necessitam de uma intensidade luminosa de
no mínimo 5 e no máximo 10 lux/m2. Valores maiores que os recomendados podem determinar, o
aparecimento de problemas de bicagem e maior custo de energia elétrica. Para atingirmos boa
eficiência com o programa de luz, é necessário observarmos algumas regras: Cálculo da área do
galpão, distribuição uniforme das lâmpadas para atingirmos 20 e 10 lux/m2 e escolha do tipo de
iluminação. As lâmpadas incandescentes são as mais simples sem, no entanto serem as mais
econômicas no consumo de energia, bem como a sua vida média é de 1.000 horas ou 125 dias, se
utilizada na voltagem correta. As lâmpadas fluorescentes são mais econômicas no consumo e sua vida
média é de 10.000 horas ou seja 10 vezes mais durável que as lâmpadas incandescentes.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE LOTES DE FRANGOS


O desempenho padrão da linhagem utilizada pode ser estimado pela pesagem de cerca de 1% dos
frangos em qualquer época, comparando-o com tabelas constantes nos manuais das linhagens. Na
moderna avicultura de corte, taxas de mortalidade acima de 3 % por lote estão fora dos padrões
aceitáveis como normais. O desempenho do lote pode ser avaliado através de índices, como por
exemplo, o IEP (índice de eficiência produtiva). Esse índice leva em consideração o peso vivo,
viabilidade, idade e a conversão alimentar (CA), de acordo com a seguinte fórmula:
IEP=(Peso vivo (kg) x % Viabilidade ) / (Idade em dias x Conversão alimentar) x 100

Exemplo
peso corporal de 2,3 kg; mortalidade de 3 %; idade 42 dias; CA de 1,8
IEP = (( 2,3 x 97 ) / ( 42 dias x 1,8 )) x 100
IEP = 295,11

A SAÍDA DO LOTE DE FRANGOS PARA O ABATE

O criador deve combinar com o abatedouro o dia e a hora de retirada dos frangos da granja. Este
trabalho é realizado por pessoas treinadas e deve ser realizado nas horas mais frescas do dia,
principalmente nos meses de verão. Assim, tanto a queda de peso durante o transporte, como eventuais
morte devidas à insolação e falta de ventilação, são minimizadas. Antes da chegada do caminhão o
aviário deve ser preparado para facilitar o trabalho, elevando-se ou retirando os comedouros e
bebedouros, liberando espaço para a operação de carregamento. Os frangos são apanhados pelas
pernas, e carregados com cuidado para evitar traumatismos. As aves são colocadas nos engradados,
cada um comportando cerca de 12 frangos. A partir deste momento e até a chegada ao abatedouro o
frango perde peso. Quanto melhores as condições do transporte, menores serão estas perdas.

ALIMENTAÇÃO DOS FRANGOS DE CORTE

Os frangos de corte são monogástricos e onívoros. Por serem criados em confinamento, são
totalmente dependentes do homem, do ponto de vista alimentar. Devem encontrar na ração que lhes é
fornecida, todos os elementos qualitativa e quantitativamente necessários ao seu crescimento: água,
fontes energéticas, aminoácidos essenciais, minerais e vitaminas. As necessidades alimentares do
frango dependem do seu estado fisiológico, assim como da sua velocidade de ganho de peso.
Vários fatores influenciam direta ou indiretamente na formulação de dietas para frangos de corte:
a) Consumo alimentar - o consumo é influenciado pela quantidade de energia da dieta (quanto mais
energética, menor o consumo), e também pela temperatura ambiente (nas épocas quentes o
consumo cai, causando um déficit alimentar).
b) Noção de necessidade - Aspectos energéticos, estreitamente ligados ao patrimônio genéticos,
devem ser observados. O fornecimento dos aminoácidos essenciais e a preocupação com os
limitantes (para aves metionina, lisina e triptofano), é de extrema importância. Para condições
práticas, o importante é definir a proporção de nutrientes presentes na ração, a fim de proporcionar
o melhor desempenho econômico.

Recomendações para:
Fase inicial: Energia - 2900 a 3200 kcal EM/kg
Proteína bruta - 21,5 a 23,7 %

Fase de crescimento: Energia - 2900 a 3200 kcal EM/kg


Proteína bruta - 19,6 a 21,7 %

Fase de terminação: Energia - 2900 a 3200 kcal EM/kg


Proteína bruta - 18,7 a 20,0 %

POEDEIRAS COMERCIAIS

Objetivo – A criação de poedeiras comerciais visa produzir ovos para consumo.

Características da moderna granja de postura:


a) Operação em grandes volumes - A atividade é altamente competitiva, em função da pouca evolução
do consumo e contínua redução no lucro unitário, com crises cíclicas inevitáveis. Daí a necessidade
de operação em grandes volumes, que facilita o uso de tecnologia, dilui custos fixos, reduz custos
globais e permite que algumas empresas manterem-se firmes no mercado. Hoje se avolumam as
granjas com plantéis acima de 100.000 poedeiras.
b) Adoção do sistema “all in all out” - O desafio de doenças e a responsabilidade pelo capital
investido nos grandes plantéis exigiu operar com mesma idade em uma instalação, seja para pintos,
frangas em recria ou aves adultas em produção. Em geral planeja-se um pinteiro, um núcleo de
recria e cinco núcleos de produção
c) Criação em gaiolas - maior praticidade e controle de alimentação e doenças. Na fase de recria as
gaiolas medem 50 cm x 50 cm x 38 cm, e alojam de 6 a 8 aves. Na fase de postura as gaiolas
medem 30cm x 40 cm x 38 cm e alojam 2 aves.
d) Ração a granel - pelo grande volume de ração optou-se pelo sistema a granel, reduzindo mão-de-
obra, embalagens e ação dos roedores.
e) Formulações próprias - as rações específicas forma desenvolvidas para as condições das empresas.
Em geral se usa matéria-prima regional com boa produtividade e menor custo.
f) Processamento de ovos - lavagem e classificação, atendendo as exigências legais.
Vida Produtiva das Poedeiras
Quando não se pretende fazer Muda Forçada (ver abaixo), o avicultor deve decidir sobre o melhor
momento de realizar a venda de suas galinhas. A resposta nem sempre é fácil, devido à multiplicidade
de fatores envolvidos. Essa decisão só deve ser tomada após um estudo do desempenho das aves e das
condições econômicas do mercado. Geralmente, sem considerar a muda forçada, as poedeiras podem
ser exploradas durante 12 a 15 meses de produção.

Instalações
São planejadas as seguintes instalações conforme a fase da vida das poedeiras:
1. Pinteiros - Semelhantes aos galinheiros para frangos de corte, têm uso limitado a 6 ou 7 semanas,
com densidade de 20 a 22 aves por metro quadrado
2. Recria - Galinheiros com gaiolas especiais, dispostas em paralelo ou escada, para 8 ou 12 fileiras.
São usadas gaiolas de 50 cm x 50 cm x 38 cm para 6 a 8 frangas, das 7 às 17 semanas de idade.
3. Núcleos de produção - Cada núcleo possui 6 a 8 fileiras de gaiolas. Grande parte dos avicultores
adota gaiolas de 30 cm x 40 cm x 38 cm para 2 aves.

Manejo geral das poedeiras comerciais


Objetivos da cria / recria - obter, ao redor da 20ª semana, frangas saudáveis, de peso corporal
adequado, uniformes e a baixo custo. Alguns fundamentos chamam a atenção:
! A maturidade sexual precoce
! O ótimo genético da linhagem
! As condições tropicais favorecem a precocidade (luz) e o baixo peso (altas temperaturas)
! Práticas estressantes - devido à alta precocidade as mesmas se concentram nesta fase.

Densidade de criação - quanto maior a densidade menor o crescimento e a linearidade do peso


corporal.

Debicagem em poedeiras comerciais


Nos últimos 30 anos, a indústria avícola nacional experimentou um modelo de produção
animal intensivo e economicamente eficiente, a qual foi beneficiada pelos avanços na tecnologia e
descobertas científicas ocorridas desde os anos 70. Desta forma a avicultura de postura, vem
assumindo um importante papel no contexto sócio-econômico nacional: a produção de proteína animal
à baixo custo, minimizando, pelo menos em parte, a carência alimentar do povo brasileiro, além de ser
uma fonte nutricional saudável e equilibrada.
O incremento da produção de ovos se tornou num grande desafio para a nossa avicultura, que se
encontra entre as melhores do mundo. Várias são as técnicas desenvolvidas para se alcançar maior
produtividade ao menor custo possível. Dessa forma, a alimentação, nutrição, sanidade, ambiente e
manejo devem estar harmonizados para poder propiciar a expressão de todo o potencial das poedeiras
comerciais. Assim, dentre os diferentes fatores de produção das poedeiras, o manejo representa um
importante fator a ser trabalhado, dentre os quais, a debicagem se encontra como um dos fatores que
requer maiores cuidados em sua execução.
Nas explorações avícolas de todo o mundo, os índices de produtividade podem ser influenciados pela
hierarquização social, que ocorre principalmente nas aves de postura, dando origem no plantel a
indivíduos submissos e ao canibalismo. Durante a fase de formação das frangas, esta hierarquização
pode provocar desuniformidade do lote e canibalismo que podem ser prevenidos pela debicagem
(Campos, 1993).
Quando se debica uma ave, tem-se por objetivo melhorar seu desempenho produtivo, reduzir o
canibalismo, diminuir a quebra de ovos e melhorar a conversão alimentar. Uma debicagem mal feita é
sinônimo de prejuízos, e várias são as alternativas buscando o melhor resultado, gerando várias
controvérsias pela falta de exatidão e unidade sobre como proceder esta operação.

Quando devemos debicar?


O sistema de criação e o objetivo pelo qual as aves estão sendo criadas serão usados para decidir o
programa de debicagem. Em geral, as aves são debicadas precocemente e, novamente, antes de
entrarem na fase de postura. Algumas alternativas são as seguintes:
• Debicar a ave no primeiro dia de idade ou dentro dos 10 primeiros dias de vida. Esta debicagem
normalmente é adequada para prevenir o canibalismo no período de 8 a 10 semanas de criação. O
segundo passo é debicar moderadamente as aves na transferência para o galpão de postura. Esta
debicagem é feita somente para "retocar" algumas fêmeas preparando-as para o período de
postura.
• Quando as aves crescem totalmente confinadas, proceder como na primeira fase da alternativa
anterior e em seguida, debicar a segunda vez de 8 a 10 semanas de idade.
• Realizar uma debicagem severa no primeiro dia ou na primeira semana de vida e não debicar a ave
novamente. Este método não é recomendado pois causa um estresse severo na ave e prejudica o
seu desempenho.
Essas alternativas dão-nos apenas uma idéia de como as aves podem ser debicadas. Variações ou
combinações nestes planos podem ser realizadas de acordo com o manejo empregado em cada granja.

Como debicar as aves?


A recomendação técnica da realização de debicagem em poedeiras comerciais, ainda não se encontra
padronizada entre os profissionais que trabalham nesta área. As diferentes linhagens comerciais, cada
uma, recomendam uma idade e até mesmo, formas diferentes de se realizar a debicagem, procurando o
melhor desempenho das poedeiras. O melhor método será aquele que melhor se adeqüe as
necessidades da granja.

Aspectos importantes no procedimento da debicagem


Durante a realização da debicagem, torna-se importante observarmos alguns aspectos:
1. O melhor horário para realizar a debicagem é no início da manhã ou ao entardecer, mantendo
sempre disponível água fresca para as aves.
2. Não debicar aves doentes.
3. Não ter pressa para realizar a debicagem e usar sempre equipes bem treinadas.
4. A lâmina de debicagem deve estar na temperatura correta (em torno de 700 C) antes da debicagem.
Lâmina muito quente resulta na formação de neuromas no bico que se tornam muito sensíveis e
causam desconforto, reduzindo o desempenho das aves.
5. A ave deve ser contida corretamente e o dedo indicador será posicionado sobre a garganta de forma
a promover a retração da língua, evitando desta forma o seu corte. A debicagem deve ser realizada
lentamente, permitindo que a lâmina cauterize o bico. A borda do bico deve ser arredondada para
eliminar arestas.
6. Não puxar o bico da ave antes que o bico tenha sido completamente cortado, pois pode prejudicar o
desempenho da ave.
7. Confira cuidadosamente a debicagem de cada ave. Se possível, faça os retoques que forem
necessários. Aves mal debicadas podem ser causa de aborrecimentos mais tarde.

Manejo pré e pós debicagem


Antes e após a debicagem, algumas práticas podem minimizar o estresse das aves. É importante
prevenir mortalidade e minimizar a perda de peso e a diminuição no consumo de alimentos. Desta
forma, é importante lembrarmos de:
1. Fornecer vitamina K na ração ou através da água uma semana antes da debicagem. Este
procedimento minimiza futuros problemas de hemorragia.
2. Durante os primeiros 7 dias após a debicagem, manter o alimento mais acessível a ave de maneira
que a mesma não entre em contato com o fundo do comedouro.
3. Estimular o consumo de alimentos fornecendo ração duas ou mais vezes ao dia.
4. No período correspondente a uma semana antes e uma semana após a debicagem, não submeter a
ave ao estresse, evitando realizar vacinações e sua movimentação.

Efeito da debicagem sobre o desempenho


Vários trabalhos avaliam os efeitos da debicagem sobre o desempenho e produção de ovos, em que
ocorre um aumento na taxa de postura quando as aves foram debicadas, o que pode ser resultado de
uma menor mortalidade e menor índice de ovos bicados, frutos de um comportamento menos
agressivo das aves. Além disso, a ave debicada desperdiça menos ração melhorando a conversão
alimentar. A debicagem é necessária, pois, com o bico inteiro, a galinha escolhe determinados
ingredientes da ração e joga muito alimento para fora do comedouro. Debicada a ave não seleciona o
alimento, diminuindo o consumo.

Iluminação - Os programas variam de acordo com a latitude da granja. Durante a recria é


extremamente importante que as aves não recebam luz crescente (fotoperíodo aumentando), a fim de
evitar a precocidade sexual. Desta maneira o programa de luz durante a recria deve ser constante ou
decrescente. Uma regra fácil para programação de luz é a seguinte: devemos identificar o máximo de
horas de luz natural que o lote receberá ao atingir 18 semanas de idade. A partir das 12 semanas de
idade forneceremos essa quantidade de horas de luz (combinando luz natural e artificial) até as 18
semanas. Atingindo 18 semanas de idade, o lote passa a receber um aumento gradativo no número de
horas de luz diário até chegarmos a 17 horas de luz.
Vacinações e profilaxia - As vacinas recomendadas também variam de acordo com a ocorrência de
doenças na região. A profilaxia inclui todos os cuidados já discutidos (isolamento, vazio sanitário,
localização adequada...), lembrando que as nossas poedeiras ficarão 72 semanas aproximadamente na
propriedade, portanto o cuidado deve ser redobrado.
Transportes - As mudanças entre os núcleos devem ser realizadas com rapidez por pessoas treinadas.
Evita-se transportar frangas muito próximo ao início da postura e recomenda-se o uso de rações
fortificadas do tipo anti-estresse, com ênfase nas vitaminas.
Controle ponderal - A pesagem de amostra de 5% das aves é importante para observarmos a
uniformidade do plantel. Os dados obtidos permitem que sejam feitas correções, através de
arraçoamento, para as aves que estiverem com o peso 10% maior ou 10% menor do que o
recomendado para a linhagem (manual de criação). O agrupamento de frangas com as mesmas
características permite um cuidado maior, para que estas aves alcancem as condições próximas ao
plantel.

Alimentação

Várias tabelas são publicadas com a finalidade de orientar os nutricionistas quanto às normas e
exigências das poedeiras. Os níveis recomendados são basicamente os seguintes:
0-6 sem 7-12 sem 13-12 sem poedeira
E.M. (kcal/kg) 2900 2900 2900 2850
P.B. (%) 18,27 15,60 12,01 15,90

Devemos considerar os fatores que influenciam o consumo e as necessidades - temperatura, estado


fisiológico, ocorrência de doenças, lembrando que deve existir uma maleabilidade nas formulações a
nível de campo. Considerações finais incluem os ajustes de cálcio e a presença doa aminoácidos
essenciais.

MANEJO DURANTE A POSTURA


Iluminação - programa de fornecimento de 17 horas de luz e 22 lúmens por metro quadrado,
preferência por lâmpadas fluorescentes.

Jejum forçado - evita o acúmulo de gordura abdominal, que provoca prolapsos, mortalidade e menor
produção.
Descartes - Eliminação de aves improdutivas. Reconhecimento das “falsas poedeiras” .

Guia Prático para Triagem de Poedeiras


ITENS A AVALIAR BOAS POEDEIRAS MÁS POEDEIRAS
Cabeça Forte, larga, bem proporcionada Comprida, estreita, tipo ave de
rapina
Crista Vermelha, desenvolvida, túrgida Seca, escamosa, encolhida, pálida
Cara, olhos e bico Delgada e com pele fina; olhos Carnosa, pele áspera e enrugada,
grandes, vivos e brilhantes; bico olhos pequenos; bico encurvado.
forte sem pigmentação
Peso corporal Normal para a linhagem Anormal, galinhas secas ou de
ventre grande (postura abdomina)
Peito Largo e cheio Estreito, esterno afilado
Abdômen Macio, sem gordura; ponta da Duro, pele seca e áspera; pontas
quilha e ísquio brandos. Ausência da quilha e ísquio duras.
de massas duras.
Pélvis Cabem 3 dedos entre as pontas do Cabem no máximo 2 dedos
ísquio e 4 dedos entre ele e a
ponta do esterno.
Cloaca Grande e úmida Pequena e ressecada
Empenamento Não está em muda, mas pode Imcompleto por muda
estar danificado por causa do
roçar das gaiolas
Pigmentação Tarsos, bicos, orelhas e bordas da C o m e s t a s p a r t e s b e m
cloaca sem pigmentação pigmentadas

Muda forçada para poedeiras comerciais


Esta prática objetiva mais um ciclo de produção, aumenta a vida produtiva e otimiza o desempenho da
ave.
A muda das penas é um processo que acontece em todas as espécies de aves e em ambos os sexos.
Ocorre como conseqüência de um período de descanso em que a ave cessa a produção de ovos e
passa por modificações fisiológicas (internas e externas). Pode ocorrer de forma natural ou forçada.
Na muda natural as aves perdem e renovam suas penas antes do início do inverno, porém a época da
muda varia individualmente e é prejudicial ao desempenho produtivo em escala comercial. A muda
forçada é uma prática que tem sido utilizada principalmente em poedeiras comerciais, objetivando
mais um ciclo de produção, aumentando a vida produtiva e otimizando o desempenho da ave. Pode ser
realizada em aves selecionadas para a produção de ovos comerciais ou de ovos férteis, onde o plantel é
forçado, ou induzido, ao descanso reprodutivo num período de tempo determinado através do método
escolhido pelo avicultor. Tem como características a redução do consumo de alimento, a perda de
penas, a regressão acentuada no peso corporal e no trato reprodutivo.
Essa prática busca a renovação do aparelho reprodutor por desencadeamento de mecanismos
hormonais envolvidos no processo, semelhantes àqueles associados aos que levam à incapacidade
reprodutiva, de outra causa qualquer. A produção do hormônio liberador de hormônio luteinizante
(LHRH) é inibida pelo hipotálamo, levando a redução da secreção do hormônio luteinizante (LH)
pela hipófise. Isso faz com que haja um colapso na hierarquia folicular do ovário, ocorrendo perda de
estímulo do hormônio estrogênio que mantém em atividade o oviduto, induzindo por consequência sua
regressão.
Na literatura existem vários métodos de muda forçada. Na Tabela 1 encontra-se apresentado um
método simples e eficiente (adaptado do método Califórnia), que já foi utilizado com sucesso várias
vezes na Embrapa Suínos e Aves. Pode ser executada em qualquer idade da produção. Normalmente é
realizada no final do primeiro ciclo de postura, em torno de 70 semanas de idade, fazendo com que a
ave produza por mais um ciclo de 25 a 30 semanas, podendo atingir novo pico de produção em torno
de 85%.
Para a realização da muda forçada são necessárias algumas providências iniciais como:
a) o responsável deve observar o histórico do lote, se sadio, vacinas atualizadas e adequadas;
b) realizar uma seleção e retirar as aves refugo;
c) informação do peso através de uma amostra em torno de 10% do plantel em lotes inferiores a 1.000
aves e 5% se o lote variar de 1.000 a 5.000 aves e 1% em lotes acima de 5.000 aves;
d) fazer homogeneização da lotação por gaiola ou por boxes.
O período de jejum (sem alimento) não é fixo, depende da gordura acumulada pelas aves e da
capacidade da linhagem em perder peso. Portanto, deve-se retornar o alimento quando: o peso se
aproximar daquele do início da produção (20 semanas de idade); ou o lote perder em torno de 25 a
30% do peso em que se iniciou a muda; ou as aves atingirem no máximo 12 dias sem alimento; ou a
mortalidade atingir 1,5% do lote.
Se houver necessidade de prolongar o período de descanso do lote, é possível fazê-lo mantendo o
fornecimento do milho quebrado por mais tempo. Nesse caso, é necessário atrasar o estímulo
luminoso pelo mesmo período. Em lotes demasiadamente gordos, é viável a retirada da água junto
com o alimento e a luz, somente para o primeiro dia.

Quando aplicar - A decisão em efetuar um programa de muda forçada deve levar em conta a
disponibilidade e custo da cria e recria de frangas para reposição comparado ao custo de manutenção
das poedeiras por um período não produtivo em torno de 10 semanas. Esse tempo é necessário para
cair a plumagem, o ovário e o trato reprodutivo regredirem, as penas renascerem e a ave se tornar apta
à fotoestimulação. Havendo vantagens econômicas, o programa de muda forçada pode ser utilizado
por produtores de ovos comerciais nas seguintes situações:
a) em época de sobra de ovos no mercado, quando o preço tende a cair;
b) em época de entressafra, quando o preço está alto e quando se disponha de galpão ocioso;
c) quando o avicultor não tiver suporte financeiro para a aquisição de um novo plantel e que a muda
seja mais econômica em comparação a aquisição de um novo lote.

DIAS ALIMENTO ÁGUA PROGRAMA DE LUZ


01- 09 sem alimento à vontade luz natural
retornar o alimento (milho)
10 20 g/ave/dia à vontade luz natural
11-19 aumentar 4 g/ave/dia
20 60 g/ave/dia
retornar a ração de postura
21-31 aumentar 1 g/ave/dia à vontade A partir do 21o dia fornecer 14h de
32-40 70 g/ave/dia luz (natural + artificial) e manter
41-49 75 g/ave/dia constante até iniciar a produção. A
50-54 80 g/ave/dia partir do início da postura aumentar
55-56 85 g/ave/dia gradualmente 1h por semana, até
57-60 90 g/ave/dia atingir 16h30/dia e manter constante
61... ração conforme a produção até o final da produção

A idade da poedeira é fator limitante em relação à qualidade da casca, tanto no final do primeiro como
do segundo ciclo de produção. Nesse sentido, deve ser dado atenção aos fatores sanitários, nutricionais
e de manejo em geral que possam interferir na qualidade da casca, tais como níveis de cálcio nas
rações, granulometria e solubilidade das fontes de cálcio bem como o horário de fornecimento do
alimento. Razão pela qual recomenda-se atenção especial ao fornecimento de rações devidamente
balanceadas e que atendam às exigências das aves. Isto porque a correta utilização do conjunto desses
fatores faz com que a muda forçada, se bem conduzida, permita uma resposta em quantidade de ovos
produzidos e qualidade de casca, tornando a atividade eficiente e economicamente favorável ao
produtor.

Controle zootécnico
Início da postura dos primeiros ovos em torno de 18 a 19 semanas de idade.

• Maturidade sexual – 2 critérios: o dia em que o lote atinge 5% de postura (considerado o início da
postura – torno de 20 semanas) e o dia em que o lote atinge 50% de postura (considerado o dia da
maturidade média – torno de 22 semanas).
• Produção galinha dia e produção galinha alojada:
Galinha dia - Número de ovos / número de aves x 100
Galinha alojada – considera o número de aves total do início da vida produtiva
• Viabilidade – Total de aves - mortalidade
• Consumo de ração – gramas/ave/dia
• Conversão alimentar:
Dúzia: ração consumida / dúzias produzidas
Kg de ovos: ração consumida / kg de ovos produzidos

CRIAÇÃO E MANEJO DE MATRIZES PARA CORTE E POSTURA

As matrizes são hoje aves geneticamente selecionadas para ter um desenvolvimento precoce, ou seja,
velocidade em ganho e peso num período curto; dessa maneira, se não forem observados cuidados, a
matriz irá atingir seu pleno desenvolvimento antes da época propícia, tornando-se uma ave
antieconômica para o criador. Para que tal não aconteça e haja lote uniforme e retardamento da
maturidade sexual desejado entre os produtores de pintos, é preciso manter o peso ideal, de acordo
com a idade e a tabela de linhagem, através de um bom programa de luz e, principalmente, de um
rigoroso esquema de controle alimentar e pesagem. Não se pode nunca esquecer de que desempenho
de um plantel de reprodutoras está intimamente relacionado com as condições que lhe foram dadas
durante a fase de cria e recria. Pode-se até arriscar a dizer que o comportamento de um plantel durante
este período é um retrato quase real de seu futuro desempenho produtivo.

INSTALAÇÕES DOS AVIÁRIOS


Os aviários de ambiente controlado e aqueles abertos modificados são as instalações que possuem
maior eficiência na relação custo/benefício, sendo mais satisfatórios em termos de rendimento
reprodutivo. Algumas modificações nos aviários abertos melhoram o desempenho do lote, entre elas:
isolamento térmico de telhado, intensidade de luz controlada, ventiladores para circulação de ar
interno e sistema de resfriamento por nebulização.

BIOSSEGURIDADE DA GRANJA
É importante implementar normas e procedimentos que visem prevenir a introdução de agentes
patogênicos que possam afetar a saúde, o bem-estar e o desempenho reprodutivo do plantel de aves,
ou que possam afetar a qualidade de seus produtos, isto é, ovos incubáveis e pintos. A saúde das aves
do plantel e de seus produtos pode ser afetada por patógenos específicos, como micoplasmas e
salmonelas. A presença de agentes que possam afetar as aves e os homens (enfermidades classificadas
como zoonoses), como as salmonelas, pode afetar tanto viabilidade de progênie das aves quanto a
aceitabilidade da carne de frango e ovos pelos consumidores. A fim de minimizar as chances de
infecção e manter boas condições de saúde dos plantéis, as seguintes precauções básicas devem ser
seguidas:

PONTOS PRINCIPAIS A SEREM OBSERVADOS


• Uma política de idade única no mesmo núcleo deve ser adotada.
• Somente visitantes essenciais deverão ter acesso à granja.
• Todos os funcionários e visitantes devem tomar banho e trocar de roupa para ter acesso a cada um
dos aviários.
• Procedimentos rigorosos de lavagem e todos veículos que necessitam ter acesso à granja.
• Deve-se evitar o acesso de pássaros.

FASES DE CRIAÇÃO
O período de criação é contínuo, porém ele pode ser dividido em três fases, para facilitar o
entendimento e descrição da criação. Cada uma destas fases tem práticas de manejo específicas. As
fases que compreendem a criação são:
•Fase inicial → 1 a 11 semanas
•Fase de crescimentos → 12 a 19 semanas
•Fase de produção → 20 semanas ao final de postura

SISTEMAS DE CRIAÇÃO
Galpão único → fase inicial, crescimento e produção no mesmo galpão.
Galpões de cria/recria e postura → as aves são levadas para os galpões de postura aproximadamente
na 18ª semana.

MANEJO ANTES DA CHEGADA DOS PINTINHOS

A utilização rigorosa de um amplo programa de higiene é essencial para alcançar bons níveis de
produtividade e saúde nos lotes de matrizes. Os principais itens a observar serão descritos a seguir:

DESCARTE DO LOTE E RETIRADA DE CAMA VELHA


Em granjas de idades únicas, deve-se evitar que os caminhões de transporte externos entrem
diretamente na área interna da granja, evitando, assim, a transmissão de doenças de uma granja para
outra. Delimita-se uma área da propriedade, para onde serão levadas todas as aves e camas velhas com
veículos de transporte interno, sendo daí transferidas aos veículos externos. Todo veículo interno, ao
trazer uma carga, para retornar ao núcleo, deve sofrer uma desinfecção prévia.
Em granja de idades múltiplas, além dos cuidados citados, devem existir estradas de acesso exclusivo
para área suja, ou seja, um acesso para entrada no núcleo e um acesso para saída. Dessa forma, evita-
se que aves, equipamentos e resíduos de lotes velhos fiquem próximos de acessos de entrada nos
núcleos com lotes mais novos. A cama não deve ser nem armazenada na granja nem espalhada em
áreas próximas.

CONTROLE DE ROEDORES E PASSÁROS


Um item muito importante é a prevenção da entrada de animais roedores e pássaros silvestres, pois
estes são transmissores de doenças, além de consumirem ração das aves. Para isso, os seguintes
procedimentos deverão ser adotados:
• Verificar se existem buracos nas paredes e painéis de tetos; caso necessário, fazer o devido reparo.
• Verificar se todas as portas fecham bem, sem deixar frestas.
• Verificar possíveis vazamentos nos sistema de arraçoamento. Comida de fácil acesso atrai animais
indesejáveis.
• Em aviários abertos, a construção deve ser telada, à prova de pássaros e reparada sempre que
necessário.
CONTROLE DE INSETOS
Assim que as aves tenham sido removidas do aviário a cama, os equipamentos e todas as superfícies
do aviário deverão ser pulverizados com inseticida apropriado. Os insetos são transmissores de
doenças e deveram ser destruídos antes que migrem para o madeiramento ou outros materiais. Uma
nova aplicação de inseticida deverá ocorrer antes da fumigação.

LAVAGEM DO GALPÃO
Inicialmente, toda a parte elétrica deve ser desligada. Uma lavadora de alta pressão e detergente
deverão ser usados para remover a sujeira e os resíduos remanescentes.
Todo equipamento que foi transportado para área externa de concreto deve ser lavado.
No interior do aviário, uma atenção especial deve ser dada aos seguintes locais: caixa de ventiladores;
hélices de ventiladores; ventiladores; partes superiores das vigas; bordas, cantos; tubos de água; e
pontos elétricos.
A fim de que as áreas de difícil acesso recebam uma lavagem adequada, é recomendável a utilização
de andaimes para uma limpeza e checagem detalhada. A parte externa dos aviários também deverá ser
lavada. Em aviários abertos, tanto a parte interna como a externa das cortinas deverão ser lavadas.
Todos os materiais que não possam ser lavados, como papelão, deverão ser destruídos.
Assim que a lavagem tenha sido concluída, não deverá haver mais nenhuma sujeira, poeira, resíduos
ou cama visíveis. Uma lavagem apropriada requer tempo e atenção para os detalhes.
Todo equipamento, como bebedouros, comedouros, círculo de proteção e campânula, existente no
interior do aviário deve ser inteiramente lavado e desinfetado. É essencial que, após a lavagem, os
equipamentos sejam guardados em local aberto.

REPARO E MANUTENÇÃO
Com o aviário limpo e vazio, tem-se a oportunidade ideal para processar reparos estruturais e fazer a
manutenção.

DESINFECÇÃO DO GALPÃO
A desinfecção deve ocorrer após a conclusão da limpeza e quando todos os consertos tenham sido
realizados. Os desinfetantes não são eficientes na presença de sujeiras e matéria orgânica; na sua
utilização, sempre devem ser seguidas as instruções do fabricante. O desinfetante deverá ser aplicado
com a ajuda de um pulverizador com bomba de pressão.

FUMIGAÇÃO
A fumigação é um processo perigoso, tanto para as aves quanto para os homens. Os operadores devem
estar vestidos com roupas próprias, com máscaras de proteção e luvas. Dois operadores devem estar
sempre presentes, para casos de emergência. As leis de saúde pública e segurança do trabalho devem
ser consultadas antes de ser processada a fumigação.
A fumigação deve ser efetuada logo após a desinfecção, quando as superfícies ainda estiverem úmidas.
Os aviários devem estar a uma temperatura ambiente de pelo menos 21ºC. A fumigação é ineficiente
quando realizada em temperaturas baixas e a uma umidade relativa inferior a 65%. Portas, lanternins,
exaustores, ventiladores e janelas devem estar hermeticamente fechados. As instruções dos fabricantes
a respeito do uso do fumigador e dos produtos químicos usados deverão ser seguidas. Após a
fumigação, o aviário deverá ser mantido lacrado por 24 horas, e avisos de entrada proibida deverão ser
afixados nas portas. O aviário deverá ser totalmente ventilado antes que alguém possa entrar
novamente. Após a colocação cama, todo o processo de fumigação deverá ser repetido.
As áreas externas também devem ser totalmente limpas. O ideal é que os aviários sejam rodeados por
uma calçada de três metros de concreto. Todas as áreas externas de concreto devem ser lavadas e
desinfetadas.

REPARO OU INSTALAÇÃO DAS CORTINAS


Nos primeiros dias de vida recomenda-se o uso de uma cortina interna, para auxiliar a cortina
propriamente dita, evitando a entrada de correntes de ar no galpão. A cortina interna deve ser fixada na
parte superior da tela, de tal forma que a cortina se sobreponha a esta, evitando a entrada de corrente
de ar.

DISTRIBUIÇÃO DE CAMA
Depois de colocada a cama nova, deve-se submete-la a uma pulverização, com a finalidade de
eliminar possíveis ácaros que estejam junto à cama.
É muito importante que, após a montagem dos equipamentos, se faça uma última desinfecção, cinco
dias antes do alojamento do plantel, deixando o galpão completamente fechado (cortinas levantadas)
até a chegada dos pintinhos. Esta desinfecção pode ser úmida (pulverização) ou seca (fumigação).
Tipos de material utilizado para forração de piso
Tipo de material Observações
Cepilha de madeira Alto poder de absorção
Casca de arroz Baixo poder de absorção, possui muita sílica
Sabugo de milho Baixo poder de absorção
Casca de amendoim Risco de contaminação (micotoxinas)
Baixo poder de absorção
Casca de café Baixo poder de absorção
Capim picado Baixo poder de absorção

INSTALAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS


O círculo de proteção tem a finalidade de delimitar a área de acesso aos pintos e protege-los contra as
correntes de ar, além de ajudar na contenção do calor gerado pelo sistema de aquecimento.
Recomenda-se que haja um diâmetro de 2,5 a 3,0 metros e uma altura de 50 a 60 centímetros.
Os materiais mais utilizados na confecção dos círculos de proteção são chapas de papelão e chapas
plásticas.

CAMPÂNULA
Nos primeiros dias de vida, os pintinhos não têm o aparelho termorregulador totalmente desenvolvido;
por isso recomenda-se a utilização de campânulas para suprir esta deficiência. É recomendada uma
campânula para 500 pintinhos.O aquecimento pode também ser feito por aquecedores de
infravermelho, quando os pintinhos são criados com equipamentos definitivos.

BEBEDOUROS
Os bebedouros de pressão ou minibebedouros, que são utilizados com um dia de idade, deverão ser
removidos gradualmente, de modo que depois de três a quatro dias todas as aves estejam utilizando os
bebedouros automáticos.Os bebedouros pendulares são utilizados com aves adultas. Sistemas
alternativos, como os bebedouros tipo nipple, apresentam vantagens quanto á facilidade de manejo.

COMEDOUROS
Durante o período inicial, deve ser fornecida ração triturada ou farelada em comedouro tipo bandeja
ou minicomedouros, de modo que os pintinhos tenham fácil acesso à ração. Os pintos devem ser
gradualmente transferidos para o sistema principal de arraçoamento a partir do terceiro dia.
Atualmente existem comedouros automáticos, tipo helicoidal, que são utilizados desde o primeiro dia
de vida das pintinhas, porém recomenda-se o uso de comedouros tubular baby para suplementar o
fornecimento de ração.

CRIAÇÃO COM EQUIPAMENTOS DEFINITIVOS


Em criações com equipamento definitivo não são necessários círculos de proteção, pois os pintinhos
ficam nas extremidades do galpão. Os equipamentos utilizados são: aquecedor de infravelho, que
aquece toda a área onde estão os pintinhos; bebedouro nipple ou pendular; comedouro automático tipo
helicoidal; e equipamento de reforço, que são comedouros, que são comedouros tubular baby e
bebedouros com bóia satélite.

MANEJO NA CHEGADA DOS PINTINHOS

Os pintinhos devem ser criados separando-se os machos e fêmeas, o que tem como principais
vantagens a maior facilidade no controle de peso e maior uniformidade. No entanto, as desvantagens
deste tipo de criação são a necessidade de maior espaço físico, a maior ocorrência de brigas entre os
pintos e o problema com a cama molhada. As cortinas devem estar fechadas, e as campânulas devem
ser ligadas três horas antes da chegada dos pintinhos. Verificar se os comedouros e bebedouros estão
funcionando e abastecidos; fornecer água duas a três horas antes da ração; e distribuir as caixas de
pintos próximo ao círculo de proteção.Recomenda-se a imediata reidratação dos pintos no ato do
recebimento, usando-se água potável, solução de eletrólitos, solução de açúcar a 5% e/ou solução de
vitaminas. No caso de reidratação com solução de eletrólitos, açúcar ou vitaminas, deve-se observar as
dosagens e o tempo de uso, para não causar diarréias.
Nos primeiros dias, é ideal manter os bebedouros próximos às campânulas, para facilitar o acesso dos
pintos e, conseqüentemente, sua hidratação. Deve-se verificar a qualidade dos pintinhos.

OS PONTOS IMPORTANTES A SEREM OBSERVADOS SÃO OS SEGUINTES:


• Uniformidade
• Tamanho
• Boa hidratação
• Boa cicatrização do umbigo
• Ausência de defeitos físicos
• Pintos fracos
• Pintos barrigudos
• Bicos e pernas tortos
• Baixa contaminação por bactérias e fungos

CARACTERÍSTICAS DE PINTINHOS SAUDÁVEIS


Os pintinhos saudáveis apresentam as seguintes características: têm olhos vivos; são secos e sem
cascas aderidas; têm pernas grossas e plumagem seca e brilhante; e não apresentam empastamento na
cloaca.

MANEJO NA FASE INICIAL – 1ª À 11ª SEMANA

CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA


A temperatura inicial deve ser de 32ºC. A temperatura deve ser reduzida em cerca de 3ºC por semana.
A temperatura de conforto para as aves adultas é de 18 a 21ºC. Entretanto, é essencial que esse período
o comportamento das aves seja observado cuidadosamente, visto que este é o melhor indicador de
temperatura correta.
A umidade relativa em torno de 50-60% é aceitável. Durante o período de cria, a umidade abaixo de
40% tem efeito negativo no crescimento, no desenvolvimento , na viabilidade e uniformidade do lote.

DEBICAGEM
A debicagem tem muitas vantagens, entre estas: ajuda a reduzir o desperdício de ração e diminuir o
canibalismo. Quando bem feita, é definitiva. Quando mal feita, pode causar estresse severo, redução
no ganho de peso e falta de uniformidade.
A debicagem deve ser feita por volta dos seis aos oito dias de idade; porém, isto pode variar com o
tamanho do pinto. A técnica correta e as especificações recomendadas são as seguintes:
• Ajuste a lâmina a 650°C (cor vermelho-cereja) e confira o orifício
• Segure o pinto com o polegar na nuca e o indicador debaixo da garganta. Incline para baixo a
cabeça do pinto e introduza o bico fechado no orifício; ao mesmo tempo, exerça peque pressão
na garganta para afastar a língua para trás. Mantenha bico em contato com a lâmina durante dois
segundos. Troque a lâmina sempre que necessário para produzir um corte perfeito. Cuidado para
não queimar a língua do pintinho
• Se a debicagem for feita de maneira certa, cerca da metade do bico superior será removido
(medida da ponta do bico à borda dianteira da narina) o bico restante terá 2 mm de
comprimento.
• Caso seja necessário, fazer uma 2ª debicagem na 10ª à 12ª semana, para correção.

DENSIDADE, ESPAÇO DE COMEDOUROS E BEBEDOUROS


Fêmeas Machos
Área de piso (aves/m²) 10 10
Espaço de comedouro
De corrente (cm/ave) 5,0 5,0
Tubulares (aves/comedouros) 20 – 30 20 - 30
Bandeja (aves/bandeja) 30 30
Espaço de bebedouro
Calha (cm/ave) 15 15
Nipple (aves/chupeta) 10 – 15 10 – 15
Pendular (aves/bebedouro) 80 - 100 100

ÁGUA
Faça com que os pintos bebam durante duas a três horas antes de distribuir a ração. Se usar bebedouro
de pressão ou minibebedouro, proporcione um mínimo de um bebedouro de quatro litros por 100
pintos, nos primeiros sete a dez dias. Gradualmente mude para bebedouro pendular ou tipo nipple.
Usado bebedouro tipo calha, calcule o comprimento de ambos os lados. Para manter uma boa
uniformidade do lote, é essencial que todos tenham fácil acesso à água.

RESTRIÇÃO DA ÁGUA
Os objetivos de se fazer uma restrição de água são: melhorar a absorção alimentar através de uma
diminuição do fluxo intestinal; e melhorar a qualidade da cama, e conseqüentemente na fase de
produção melhorar a qualidade do ovo. As aves não devem passar sede, o programa visa apenas
diminuir o consumo excessivo de água, o que causaria um fluxo intestinal do alimento muito rápido,
com as fezes líquidas, trazendo como conseqüência um menor aproveitamento do alimento e
umedecimento da cama. Para estabelecer um programa de restrição alimentar devemos levar em
consideração a localização da granja, a época do ano, a temperatura média diária, a idade do lote e,
principalmente, as condições dos equipamentos existentes no galpão.
COSUMO DE AGUA (100/aves/dias)

Idade (semana) Litros Idade (semana) Litro


1 1,9 11 17,8
2 3,8 12 18,5
3 5,7 13 20,1
4 8,3 14 21,2
5 11,4 15 22,3
6 12,1 16 23,1
7 13,1 17 24,2
8 15,1 18 25,0
9 15,9 19 25,7
10 17,0 20 26,5
fase adulta 27,2
Temperatura a 21ºC

FATORES INDISPENSÁVEIS PARA A FAZER UM PROGRAMA DECONTROLE DE ÁGUA


• Haver equipamento de água com boa vazão.
• No caso de bebedouros pendulares, é indispensável que se façam “suspiros” no final da rede
hidráulica, com a intenção de facilitar a saída do ar retido dentro da rede no momento da restrição.
• Trabalhar com boa qualidade de água (lâmina de água) nos bebedouros (1,5-2,0 cm).
• Conscientizar o pessoal envolvido diretamente no processo, pois são estes que irão fazer o
controle propriamente dito por isso, devem estar atentos ao comportamento da ave.

RAÇÃO
Deve-se fornecer às matrizes uma ração inicial de boa qualidade, bem balanceada, com suprimento de
vitaminas e sais minerais. Providencie um comedouro tipo bandeja para cada 100 pintos e dê
pequenas quantidades com freqüência durante os primeiros dias. Os pintos devem ter acesso aos
comedouros permanentes, logo que for possível. Se os comedouros tubulares ou suspensos, tipo prato,
são usados, coloque-os no chão, dentro do círculo de proteção, no segundo dia.
O arraçoamento separado por sexo é muito recomendado, pois fêmeas e machos têm desenvolvimento
de carcaça e exigência nutricionais diferentes.

NÍVEIS NUTRICIONAIS
As recomendações de níveis nutricionais para reprodutores variam de acordo com as linhagens. As
recomendações das linhagens são baseadas em algumas informações da literatura e na experiência de
cada empresa com sua própria linhagem. As condições de clima podem alterar bastante as
necessidades nutricionais das aves.
Níveis recomendados para reprodutores pesadas-fases inicial e recria
Níveis nutricionais Fases
Inicial Recria
1ª à 4ª semana 5ª à 18ª semana
Proteína bruta % 18 16
Energia metabolizável Kcal/kg 2.800 2.800
Ácido lionoleico % 1,3 1,0
Cálcio % 1,00 1,00
Fósforo disponível % 0,45 0,40

CONTROLE DE PESO CORPORAL E UNIFORMIDADE DO LOTE


Cada linhagem tem sua recomendação quanto ao peso ideal para o desenvolvimento fisiológico da
ave. Devem-se levar em consideração essas recomendações e, sobretudo, controlar o peso e a
uniformidade das aves a partir do primeiro dia de vida, semanalmente, até o final da vida do lote,
procurando manter sempre um ganho de peso semanal constante e uniforme.
Durante o período de cria e recria é que se forma a carcaça da ave. Um dos principais fatores que está
relacionando com a produtividade do plantel é a uniformidade.
Padrão de uniformidade
Idade (semana) Uniformidade (%)
0-04 semanas 80%
05-08 semanas 75%
09-14 semanas 70%
15-20 semanas 75%

RESTRIÇÃO ALIMENTAR
O volume de alimento necessário às aves para que estas atinjam a taxa de crescimento correta é
pequeno demais, fazendo com que seja difícil conseguir uma distribuição uniforme do alimento
através do sistema de arraçoamento em uso. Isto pode fazer com que algumas aves acabem recebendo
quantidade excessiva ou insuficiente de alimento para seu bom desenvolvimento fisiológico. Por isso,
é necessário que se realize uma checagem do número de aves em relação à quantidade de alimento
fornecido e ao espaço do comedouro.
Para que as prioridades sejam alcançadas, deve-se manter um correto controle de peso corporal e
uniformidade do lote. Isto exige o fornecimento de alimento suficiente para que haja boa distribuição
nos dias em que as aves se alimentam.
As técnicas de alimentação mais freqüentemente usadas estão relacionadas a seguir:
Diariamente Alimentar as aves todos os dias.
Seis por um Alimentar as aves com a quantidade total de alimentos para sete dias em
seis dias, sendo um dia sem ração.
Cinco por dois Alimentar as aves com a quantidade total de alimentos para sete dias, em
cinco dias, sendo dois dias sem ração.
Quatro por três Alimentar as aves com a quantidade total de alimentos para sete dias, em
quatro dias, sendo três dias sem ração
Dia sim, dia não Alimentar as aves dia sim, dia não, disponibilizando o alimento depois dias
em um dia.

PRINCIPAIS PONTOS A OBSERVAR


• Sistema de arraçoamento deve ser capaz de distribuir a ração de modo uniforme para cada boxe
em menos de três minutos.
• Espaço de comedouro disponível para cada ave deve ser o seguinte: para aves de 35 dias, 5 cm por
ave; e para as aves de 70 dias, um mínimo de 15 cm por ave. É essencial que a pesagem da ração
esteja correta.
• A amostragem de peso corporal deve ser feita com um dia de vida e repetida todas as semanas,
sempre no mesmo horário e seguindo os mesmo critérios.
• Os pesos médios deverão ser registrados no gráfico de controle de peso por idade.
• A quantidade diária de ração por ave e por boxe deve ser registrada.
• Todas as decisões para alteração nas quantidades de alimento deverão ser baseadas no peso
corporal médio do lote comparado ao peso-padrão.
• As aves devem ser classificadas aos 28 dias (4 semanas).
• O objetivo principal é atingir o peso-padrão para cada idade e manter um bom grau de
uniformidade do lote em todas as idades, antes do início da produção.
• Após a classificação das aves em categorias leve, média e pesada, estas deverão ser alimentadas
separadamente, seguindo-se as exigências de cada categoria, a fim de melhorar a sua curva de
crescimento.

SELEÇÃO POR PESO


Deve iniciar as seleções por peso a partir da primeira semana de vida. Já na debicagem pode-se fazer a
primeira seleção, pois todas as aves serão manuseadas.
Antes de soltar completamente as aves do círculo de proteção, deve-se fazer mais uma seleção se
baseando no aspecto visual das aves. Depois, durante toda a recria, toda vez que se fizer vacinação
ocular ou um outro manejo em que sejam manuseadas 100% das aves, fazer uma nova seleção. É
recomendável fazer uma seleção por peso em 100% das aves na balança, separando-as em três classes:
• Aves pequenas aves cujo peso está mais que 10% abaixo do peso médio do plantel.
• As médias aves cujo peso se enquadra no intervalo: 10% mais e 10% menos em relação ao peso
médio do plantel.
• Aves grandes cujo peso está mais do que 10% acima do peso médio do plantel.
O período recomendável para serem feitas estas seleções deve ser entre quatro e seis semanas, para a
primeira, e 10 e 12 semanas, para a segunda seleção.
Semanalmente, pode-se dar continuidade às seleções, porém desta vez fazendo-as pelo método
manual-visual, ou seja, sem pesar 100% das aves, apenas selecionando-as pelo seu aspecto físico.
Depois de selecionadas, deve-se continuar alimentando-as com a mesma quantidade de ração, ou seja,
não fazer suplementação para aves pequenas nem diminuir a quantidade de ração para as aves grandes,
pois as aves médias estariam com volume ajustado de acordo com seu peso e as aves pequenas
estariam consumido o mesmo volume de ração das aves médias; percentualmente, já estariam se
suplementando, pois têm carcaça menor. As aves grandes com consumo igual ao das médias já
estariam sofrendo também uma restrição, pois têm carcaça maior.

RECOMENDAÇÕES PARA PESAGEM DA AMOSTRA


• Iniciar as pesagens na segunda semana de idade.
• Durante o período de crescimento, as pesagens devem ser semanais, e cada quatro semanas na
fase de postura.
• A amostra deve ser representativa da população.
• Pesar as aves de diferentes partes do galpão
• Pesar as aves sempre no mesmo horário e dia da semana.
• No sistema de restrição “dia sim, dia não”, pesar no dia sem alimento e à tarde.

FATORES QUE AFETAM A UNIFORMIDADE


A uniformidade de um lote sofre a influência de uma série de fatores, a saber;
Qualidade do pinto – os pintos devem ser de tamanho uniforme e provenientes de um mesmo lote de
matrizes. Se a diferença de idade das matrizes for grande, os pintos devem ser criados separados.
Aquecimento - os pintos, nos primeiros dias de vida, são animais poiquilotérmicos, ou seja, sua
temperatura corporal varia de acordo com a temperatura ambiente. Por isso, é necessário o
aquecimento artificial nos primeiros dias. Se as condições de aquecimento artificial não fores
adequadas, alguns pintos serão superaquecidos ou superesfriados, e ambas as condições comprometem
o ganho de peso.
Debicagem – a bicagem é uma das formas de contato social entre as aves, principalmente para
estabelecer as classes sociais ou ordem de bicagem. A debicagem, além de evitar o canibalismo, reduz
a diferença entre as classes. Entretanto, uma debicagem mal feita terá como resultado uma grande
desuniformidade do lote.
Densidade populacional – o elevado número de aves por metro quadrado compromete a
uniformidade. Durante a fase de recria obtêm-se bons resultados com 6,5 fêmeas/m2, e para os machos
a densidade de 3,5/m2 apresenta excelentes resultados.
Restrição alimentar – a restrição alimentar quantitativa de ração, se não aplicada adequadamente,
pode ser o principal fator a comprometer a uniformidade.
Restrição de água – esta prática tem sido o mais eficiente método para se controlar a umidade da
cama. Mas pode também ser um meio de reduzir a uniformidade de um lote, devido à competição pela
água.
Pesagem do alimento – é importante que a pesagem da ração a ser oferecida às aves sejam realizada
com precisão. A medição da quantidade de ração pelo volume não é precisa e normalmente apresenta
grandes variações da quantidade real, o que compromete o desempenho das aves.
Espaço de comedouros – as aves mais agressivas tendem a comer mais ração e tomar mais água do
que as outras, tornando-se, assim mais pesadas, além de isto aumentar a desuniformidade do lote. Este
problema se agrava quando há deficiência de espaço entre comedouro e bebedouro.
Arraçoamento – no período de restrição alimentar, o processo de distribuição de ração exerce grande
efeito na taxa de uniformidade. A distribuição da ração deve ser rápida, para permitir que todas as aves
tenham acesso ao alimento ao mesmo tempo. A quantidade diária de ração deve ser oferecida de uma
só vez, não permitindo que os comedouros fiquem vazios, até que toda a ração seja consumida. Para
os comedouros automáticos, tipo corrente, é aconselhável instalar no final das linhas destes um
sistema suplementar de abastecimento.
Densidade da ração – as rações com alta concentração de nutrientes atendem às exigências
nutricionais das aves com volume bem menor do que as rações densidade. Portanto, as rações de alta
densidade serão consumidas em tempo mais curto, permitindo que as aves mais agressivas consumam
maia e as mais fracas menos, aumentando, assim, a desuniformidade.

VANTAGENS DE CONTROLE DE PESO E DA UNIFORMIDADE


As de um bom controle de peso corporal e de uniformidade são as seguintes:
• Maior produção de ovos durante todo o ciclo de postura.
• Maior número de ovos incubáveis/ave alojada.
• Menor taxa de mortalidade na fase de postura.
• Maior índice de fertilidade.
• Melhor rendimento de incubação.
• Menor custo de alimento.
• Melhor qualidade do pinto.
• Melhor uniformidade do pinto.

CONTROLE DE DOENÇAS E VACINAÇÃO


Muitas das doenças de aves podem ser prevenidas com um bom manejo e um alto padrão de
higiene.Um dos primeiros sinais de doenças é, freqüentemente, a queda no consumo de água ou ração.
Uma boa prática de manejo é manter controles diários do consumo de água e ração. Caso haja suspeita
de algum problema, é necessário mandar as aves para exame laboratorial (necropsia) e entrar em
contato com o veterinário responsável pela granja. Um tratamento apropriado e imediato em casos de
aparecimento de alguma doença pode minimizar os efeitos prejudiciais na saúde, no bem-estar e no
desempenho reprodutivo das aves e dos seus descendentes.

PROGRAMA DE VACINAÇÃO
Para obter os melhores resultados, os programas de vacinação devem ser adaptados tanto à região
como às necessidades individuais. Esses resultados devem ser monitorados por métodos sorológicos
ou outros, a fim de assegurar que o programa esteja oferecendo a máxima proteção. Programas de
vacinação precisam de revisão periódica.
Siga as recomendações do fabricante ao armazenar e administrar vacinas. É importante manter-se o
registro exato de datas e épocas de administração, método de vacinação usado, fabricante, número de
série e data de vencimento de cada vacina.
O pinto reprodutor de boa qualidade deve ter uma boa imunidade inicial contra bronquite infecciosa,
doença de Newcastle, doença de Gumboro, doença de Marek e bouba aviária.
Os objetivos de programa de vacinação são dois:
1.Imunizar as reprodutoras, prevenindo-as de contrair doenças; e
2.Preparar o sistema imunitário da reprodutora, para a produção de anticorpos, que serão transmitidos
ao pinto através do ovo.
Deve-se manter um monitoramento sorológico após as vacinações, para checar os títulos de anticorpos
das reprodutoras.

MANEJO NO PERÍODO DE CRESCIMENTO – 12 A 19 SEMANAS

TEMPERATURA DO AVIÁRIO
É desejável que as flutuações diárias de temperatura sejam mínimas, de maneira que a temperatura não
seja inferior a 14ºC ou superior a 26ºC, tendo como temperatura ideal 20ºC.

DENSIDADE
No período de crescimento vai variar de acordo com o clima temperados ou quentes, em galpões sem
túneis de ventilação e/ou sistema resfriamento por evaporação.
Densidade – Climas temperados
Fêmeas Machos Criados juntos
Cama 6,2 3,0 6,0

Densidade – Climas quentes aves/m2


Fêmeas Machos Criados juntos
Cama2 4,8 2,7 4,5

ÁGUA
Calcule o espaço do bebedouro para que todas as aves possam beber de uma só vez.

RAÇÃO
Um espaço adequado de comedouros permite uniforme distribuição de ração e evita aglomeração nos
comedouros.
Espaço de comedouro
Comedouro Fêmeas Machos Criados juntos
Automático (cm/ave) 15,0 20,0 15
Tubular (aves/comed.) 12 8-12 12
Suspenso (aves/prato) 15 12 12-15

MUDANÇA PARA ARRAÇOAMENTO DIÁRIO


Para reduzir o estresse, as aves não devem receber, em dia nenhum, mais ração do que consomem no
pico de produção.
Se o lote foi criado por um sistema “dia sim, dia não” ou em um dos programas de controle de
alimentação citados anteriormente, a troca de alimentação e feita da seguinte maneira: forneça ao lote
a quantidade de ração normalmente dada no dia de arraçoamento do programa “dia sim, dia não”. No
dia seguinte, dê a quantidade diária desejada. Os aumentos semanais de ração são necessários para se
adequar ao peso, à conformação e ao inicio de produção na época certa.

RAÇÃO PRÉ-POSTURA
O uso de ração mais rica em proteínas durante o período limitado, antes do inicio da postura pode ser
benéfico.

PROGRAMA DE LUZ
As aves possuem um mecanismo fisiológico que, através de hormônios, estimulam o desenvolvimento
e maturação de seu sistema reprodutor. O programa de luz tem como finalidade que as aves não
entrem em postura precoce e, após o inicio de postura, estimular a produção de ovos.
As frangas a partir 10ª semana de vida não devem sofre a influência dos aumentos de duração do dia,
que ocorre em determinadas épocas do ano.
As aves são refratárias à luz até a 10ª semana de idade. O sucesso no retardamento da maturidade
sexual depende do programa de iluminação adotado no período de recria; durante este período, a
luminosidade deve ser constante ou decrescente, nunca crescente.
Ao se fazer um programa de luz, é preciso determinar a época em que as aves vão completar 10
semanas de idade. Então, verificar o comportamento da luz natural, se é crescente ou decrescente. A
partir de 21 de dezembro a 21 de junho a duração do dia decresce, de 21 de junho a 21 de dezembro o
período é crescente. No caso de as aves completarem 10 semanas de idade no período crescente, o
programa de luz será a seguinte:
• 1ª semana – fornecer 24 horas de luz.
• 2ª à 9ª semana – só luz natural.
• 10ª à 19ª semana – programa de luz decrescente.
• 20ª semana – 15 horas de luz.
• 21ª semana – 16 horas de luz.
• 22ª à 50ª semana - 17 horas de luz.
• 51ª semana ao final da produção – 18 horas de luz.

COMO FAZER O PROGRAMA DE LUZ DECRESCENTE


• Determinar a hora em que o dia vai clarear na data em que o lote vai completar 18 semanas
(por ex: 6 horas).
• Diminuir duas horas dessa hora do nascer do sol. Essa hora será o momento de ligar o relógio:
6-2 = 4 horas.
• Diminuir 15 minutos por semana, até a 17ª semana.
Então, acender as lâmpadas:
 10ª semana: 3,30 horas
 11ª semana: 3,45 horas
 12ª semana: 4,00 horas
 13ª semana: 4,15 horas
 14ª semana: 4,30 horas
 15ª semana: 4,45 horas
 16ª semana: 5,00 horas
 17ª semana: 5,15 horas
 18ª semana: 5,30 horas
 19ª semana: 5,45 horas
 20ª semana: 6,00 horas (dia claro)
Portanto, se as aves completarem 10 semanas de idade no período decrescente, o programa de luz será:
• 1ª semana – fornecer 24 horas de luz.
• 2ª à 9ª semana – só luz natural.
• 20ª semana – 15 horas de luz.
• 21ª semana – 16 horas de luz.
• 22ª à 50ª semana - 17 horas de luz.
• 51ª semana ao final da produção – 18 horas de luz.

CRIAÇÃO DOS MACHOS


Os machos são responsáveis por 50% do negócio, que é a produção de pinto, porém constituem apenas
15% do plantel inicial. Com isso, pode-se avaliar a importância do manejo dos machos.
Os machos devem ser criados nas mesmas condições de ambiente das fêmeas, destacando-se os
manejos específicos, como: corte dos dedos e esporas, corte de cristas, debicagem e arraçoamento.
A densidade deve ser baixa (3,0 à 3,5 aves m2), objetivando melhor uniformidade. Devem ser criados
separados, tendo como principais vantagens a facilidade no controle do peso e administração de
medicamentos no caso de necessidade. As desvantagens são a necessidade de maior espaço físico, a
rivalidade e as brigas entre eles e os problemas de cama.
ACASALAMENTO
É recomendado que os machos e fêmeas sejam recriados separadamente, a fim de permitir melhor
controle do crescimento e desenvolvimento nas primeiras semanas de vida das aves. É importante que
se obtenha desde cedo o peso corporal desejado.
Machos e fêmeas deverão ser criados separadamente, do nascimento até o acasalamento. O
acasalamento pode ser feito no primeiro dia de idade, entre seis e oito semanas, entre 12 e 14 semanas
ou entre 18 e 20 semanas de idade.
As vantagens dos acasalamentos precoces (antes da 14% semana) é que se facilita o manejo
operacional, criam-se condições para um bom desenvolvimento corporal dos machos, além de se obter
correlação positiva com o amadurecimento sexual das fêmeas, porém há o risco de se causar um sobre
peso nos machos, não havendo um controle perfeito do arraçoamento. Já o os acasalamentos tardios
( após a 18ª semana) permitem bom controle de peso e uniformidade de machos e fêmeas, porem
dificulta o manejo.

SELEÇÃO DOS MACHOS PARA ACASALAMENTO


• Realizar amostragem de peso e manter os machos que se apresentarem ao redor do peso médio.
Descartar os machos leves ou pesados.
• Selecionar os machos saudáveis, sem defeito físico, vigorosos, com pernas e dedos sem
deformidades.
• O número de machos a serem acasalados deve ser de 10,0% em relação ao das fêmeas.

TRANSFERÊNCIA PARA O GALPÃO DE POSTURA


O período mais apropriado para a transferência é entre 18 e 20 semanas, pois e aquele em que o lote
já está bem estabelecido em sua transição para a maturidade sexual.
Para compensar o estresse o volume de ração fornecida ao lote deve ser dobrado um dia antes e um dia
depois da transferência.

PERÍODO DE PRODUÇÃO – 20 SEMANAS AO FINAL DA POSTURA


A maior ênfase a ser dada no manejo de um plantel de matrizes na fase de produção é o de mantê-lo
livre de doenças, principalmente de transmissão vertical.
Observar também detalhes inerentes ao manejo, como: área de piso, número de machos em relação às
fêmeas, quantidade de comedouros, bebedouros, ninhos, alimentação, controle de peso, coleta de ovos,
desinfecções e teste periódicos de controle de algumas enfermidades.

GALPÃO DE POSTURA
As aves de um programa inicial crescimento-produção no mesmo aviário já ocupam sua instalação
permanente de postura. As aves não criadas neste programa devem ser levadas aos galpões de postura
aproximadamente na 18ª semana de idade.
MANEJO DA CAMA
Quanto mais absorvente melhor. Deve ser de no mínimo 8 cm, porém com 12 cm de altura
conseguem resultados melhores.
Em momento algum se deve permitir a formação de cascão, que poderá provocar lesões nos pés das
aves. A melhor maneira de manter a cama em bom estado e vira-la constantemente, de preferência
todos os dias, evitando a produção de amônia e o aparecimento de cascão em caso de aparecimento de
cascão retira-lo imediatamente.

NINHOS
Ninhos convencionais
Providencie uma boca de ninho para quatro fêmeas. Mantenha os ninhos com material de “cama” em
1/3 de sua altura.Distribua a iluminação uniformemente por todo aviário, para que as fêmeas sejam
atraídas para os ninhos escurecidos, diminuindo a postura no chão.

Ninhos mecânicos
Funcionam melhor em piso ripado, coloque uma boca de ninho para cinco a seis aves. Mantenha os
ninhos fechados até uma semana antes do primeiro ovo.

MANEJO NO INÍCIO DA PRODUÇÃO


No início da produção, ande por todo o piso pelo menos cinco vezes na parte da manhã e duas vezes à
tarde, para coletar todos os ovos postos no piso.
Não perturbe as galinhas que estão nos ninhos, durante as coletas de ovos. Se for possível fechar os
ninhos, faça isto após a última coleta do dia, após retirar todas as galinhas dos ninhos.
Colete os ovos pelo menos seis vezes por dia. Como a maior parte deles será posta na parte da manhã,
as primeiras coletas devem ser cuidadosamente coordenadas, para reduzir o tempo de permanência dos
ovos no ninho.
Não permita que os ovos se acumulem em cima de mesas, pois isto pode causar trincas, ou sua
contaminação.
Faça correr a correia transportadora todas as manhãs, para limpa-la de sujeiras. O final da correia deve
ser marcado, para que o operador saiba quando completou uma volta.
Limpe e substitua as escovas da correia tanto quanto necessário, para manter uma higiene adequada.
Em tempo de calor, os ovos mantidos nas correias podem ficar quentes demais. Em tempo de frio, o ar
no túnel da correia pode esfriar os ovos. Faça as correias funcionarem freqüentemente, para evitar
esses problemas.

VENTILAÇÃO
Para aves em produção, a temperatura ambiente ótima e de 18º a 24ºC. A ventilação e a temperatura
têm efeito direto na saúde e na performance do lote.
ILUMINAÇÃO
Nunca reduza a duração ou a intensidade da luz durante o período de produção. Na 20-21ª semana de
idade, proporcione um dia de 14 horas, natural ou artificialmente, valendo o que for maior. Aumentos
adicionais de horas devem ser dados na 22ª e na 24ª semana de idade. Mantenham uma intensidade
luminosa mínima de 22 lúmens ao nível das aves.

DENSIDADE
Densidade usada em túneis de ventilação ou resfriamento por evaporação.
Climas Temperados Quentes
Cama (aves/m2) 4,5 3,6
Ripado (aves/m2) 5,4 4,5

ALIMENTAÇÃO
Os espaços mínimos de comedouros
Espaço de comedouro
Automático (cm/ave) 15
Tubulares (aves/comed.) 12
Suspensos (aves/prato) 10

Os seguintes fatores afetam o consumo de ração e devem ser considerados quando se determinam as
qualidades de ração:
• Percentagem de produção de ovos.
• Qualidade de ração, seu enriquecimento, teor de aminoácidos e nível calórico.
• Condição de tempo e de temperatura.
• Tipo de galpão.
• Condições físicas e sanitárias do lote.
• Peso médio e uniformidade do lote.

REDUÇÃO DA RAÇÃO
Após o pico de produção, as aves devem continuar a ganhar peso, mas numa menor rapidez. Portanto,
reduções de ração são necessárias. Comece a reduzir a ração no início da 3ª semana depois de
alcançado o pico de postura; esta redução deve ser de um a dois gramas de ração/ave/dia, uma vez por
semana.
Durante toda vida do lote, a redução total de ração será de cerca de 10% da quantidade dada no pico.

SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO EM SEXOS SEPARADOS


Os comedouros para fêmeas possuem um sistema com grades que restringem o acesso de machos .
MANEJO DE OVOS
Coletas
Devem ser realizadas seis coletas ao dia. Os ovos de cama não devem ser identificados e incubados
em incubadoras separadas, para evitar a contaminação dos ovos de ninho.

Desinfecção
Deve ser realizada antes que os ovos esfriem, evitando que os microrganismos penetrem no ovo. O
método escolhido deverá ser capaz de reduzir os níveis de contaminação da casca em 90%; ser
inofensivo ao embrião e não causar danos à casca.

Armazenamento
Os ovos devem ser armazenados em temperatura abaixo do ponto zero fisiológico (23,3ºC). Portanto
a temperatura da sala de ovos deve Ter de 18 a 20ºCe umidade superior a 70%. Assim o
desenvolvimento embrionário paralisa-se completamente

Transporte
O cuidado no transporte de ovos é de fundamental importância para que se obtenha o máximo em
produtividade. Entre os detalhes a serem observados estão: calibragem dos pneus, conscientização do
motorista, controle de temperatura e umidade, limpeza.

REGISTROS NO MATRIZEIRO
Os registros anotados e comparados com os dados dos manuais da linhagem constituem ajuda
essencial ao manejo. Devem ser anotados:
• Linhagem
• Número de aves alojadas
• Data de nascimento
• Ração/ave – semanal e acumulada
• Mortalidade – semanal e acumulada
• Peso corporal médio
• Temperaturas – mínima e máxima
• Consumo diário de água
• Produção de ovos – diária, semanal e acumulada/ave
• Ovos incubáveis
• Peso médio do ovo
• Massa de ovo
• Mortalidade - machos e fêmeas
• Infertilidade – eclosão de ovos férteis
• Medicações, vacinas - dosagem e programa de manejo de vacinas.

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