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SILVANO FORMENTIN & LA BELLA FIRENZE

Antes de mais nada, conheça um pouco do Professor Silvano Formentin e sua


relação com a cidade de Florença!

Desde criança, Silvano sempre foi muito ligado à Itália e cultivava o sonho de
visitar esse belo país. Em casa, via a nonna e a tia conversarem em italiano
(dialeto veneto), o que também o fez crescer com um afeto muito grande por esse
idioma.

Por isso, em 2007 foi atrás do sonho de reconhecer a cidadania italiana e


finalmente conhecer a Itália. Largou seu emprego de servidor público e embarcou
nessa aventura.

Sem conseguir arrumar um emprego por não falar italiano, desenvolveu um


método próprio de estudos, que o tornou fluente no idioma. Com isso, trabalhou
em Milão e um ano depois foi para a Alemanha, onde trabalhou por mais dois
anos, antes de voltar ao Brasil por questões familiares.

De volta ao Brasil, começou a utilizar a internet para divulgar a história e a


cultura da Itália, e também criou o Curso de Italiano Silvano Formentin, que com
o Método Formentin já ajudou milhares de pessoas a chegarem à fluência em
italiano!

Em abril de 2022 retornou à Itália, e dessa vez, visitou a maravilhosa Florença!

Este E-book foi feito para auxiliar todos aqueles que querem conhecer a fundo as
informações mais importantes, bem como curiosidades sobre os cinco principais
pontos turísticos dessa cidade encantadora!

São eles: Catedral Santa Maria del Fiore, Galleria dell'Accademia, Ponte Vecchio,
Galleria degli Uffizi e Palazzo Pitti!

Boa leitura!
INTRODUÇÃO

Com uma população de cerca de 382 mil habitantes


e localizada nas margens do Rio Arno, Florença é o
berço do renascimento, e tem aproximadamente
40% do acervo artístico da Itália nos seus museus,
igrejas e até pelas ruas.

O nome Florentia (nome original nos tempos


romanos) passou por uma passagem lexical para o
italiano moderno de flos-floris em “fiore” (nome
italiano, em português flor), tornando-se o primeiro
Fiorenza (italiano medieval) e depois Firenze.

A história do surgimento de Firenze data dos


tempos da Roma antiga, quando uma espécie de
acampamento foi construída no caminho que entre
Roma e o norte da Itália, situado entre a Costa do
Tirreno e os Montes Apeninos. Mas, é importante
salientar, que no local existem registros de vias
desde o século XI a.C.

Assim, o local acabou se tornando uma colônia para


soldados, e, posteriormente, um centro comercial
muito próspero, devido ao intenso tráfego de
viajantes. Durante a Idade Média, Firenze tornou-se
uma cidade ainda mais importante, e os
trabalhadores em geral prosperaram muito.

Firenze foi o centro transmissor de arte e cultura na


época do Renascimento pois muitos artistas italianos
foram para outros países da Europa e acabaram
espalhando os conhecimentos sobre estilos e técnicas
de pintura e escultura desenvolvidos na cidade.
Este fato fez com que o Renascimento não ficasse restrito à Península Itálica,
espalhando-se assim por vários países. Obviamente isso gerou uma herança
cultural impressionante, que ainda pode ser observada nos dias de hoje em
Firenze. São inúmeros palácios, galerias de arte, museus e edifícios históricos.

Atualmente, Florença tem como base da sua economia o turismo. Muitos visitantes
são atraídos pela beleza e pela riqueza cultural da cidade, e também pelas obras
dos artesãos florentinos que produzem belos artigos em couro, mármore, bem
como joias, móveis e outros itens.

Outra forte característica de Firenze são os seus festivais de arte e suas mostras
culturais. A moda também é muito forte na cidade, e é de lá que saem criações de
estilistas famosos mundialmente, das marcas Gucci, Ferragamo e Pucci. Essa é
uma tradição tão forte por lá que existem muitos museus dedicados à moda, e até
feiras e eventos que reúnem pessoas do mundo todo interessadas no varejo de
luxo.

Florença (em italiano, Firenze) é uma cidade incrível, que consegue ser moderna
ao mesmo tempo que carrega séculos de história! Ela é uma cidade riquíssima em
história e de importância mundial. Florença já teve tanto poder, que no seu auge,
era mais rica que toda a Inglaterra, e emprestava dinheiro a reis europeus e
papas!

Nas próximas páginas, você encontrará mais sobre os monumentos e os detalhes


que fazem de Firenze um destino imperdível da sua viagem à Itália, através da
história e apresentação de 5 principais pontos turísticos da cidade!
IL DUOMO DI FIRENZE

A Catedral de Santa Maria del Fiore, em italiano,


como Duomo di Firenze, é a quarta maior igreja do
mundo e está localizada na Piazza del Duomo, no
centro histórico de Firenze, juntamente com o
Campanile di Giotto e o Battistero di San Giovanni.

Essa construção é um dos maiores símbolos de


Firenze, e levou cerca de seis séculos para ser
finalizada!

Para entender mais um pouco da sua história,


partimos de 1296, o ano em que as construções
foram iniciadas. Santa Maria del Fiore foi feita a
partir de uma outra Igreja que existia no local,
chamada de Santa Reparata.

Essa antiga igreja funcionou durante nove séculos


até dar lugar ao Duomo de Firenze como
conhecemos hoje.

O arquiteto responsável pela obra foi Arnolfo di


Cambio e quem financiou essa empreitada foi Mino
de Cantoribus, um cidadão muito rico da cidade,
que desejava patrocinar a construção de uma
catedral maior que a de Santa Maria Reparata.

Para que isso se realizasse, até mesmo os


testamentos da população incluíam uma cláusula de
contribuição de seus pertences à obra da nova
Catedral!

Dessa forma, foi iniciado o planejamento da


construção e confiada a missão ao arquiteto
Arnolfo di Cambio.
Arnolfo foi um importante arquiteto e escultor de Firenze. Filho de pai escultor,
ele teve como mestre um outro famoso arquiteto italiano: Nicola Pisano. Ao lado
dele, Arnolfo ajudou na construção do Duomo de Siena!

Depois de trabalhar com Pisano, ele passou um tempo em Roma, onde expandiu
seus conhecimentos ao entrar em contato com os artistas da cidade. Em 1295,
voltou à Firenze, e então começou a trabalhar em diversas obras que o
consagraram como um grande arquiteto: Palácio Vecchio, a Igreja de Santa Croce
e, é claro, Santa Maria del Fiore.

Ele trabalhou no projeto do Duomo até 1302, ano em que faleceu. Com a sua
morte, a construção ficou parada e só foi retomada 28 anos depois, em 1330. Isso
porque naquele ano foi descoberto o corpo de São Zenobio nos escombros da
igreja de Santa Maria Reparata (que ficava em baixo dessa nova construção da
catedral).

Um novo nome foi indicado para supervisionar a obra: Giotto di Bondone! Giotto,
além de arquiteto, era também um pintor muito famoso, sendo considerado um
dos precursores da pintura renascentista!

Infelizmente, ele faleceu apenas 3 anos depois de assumir a obra do Duomo, mas
enquanto vivo se dedicou à construção do campanário da catedral, que hoje é o
monumento “Il campanile di Giotto’, uma torre que se situa ao lado da Igreja.

Após a morte de Giotto, seu substituto na obra foi o escultor e arquiteto Andrea
Pisano, até meados de 1348, período em que a peste negra dizimou boa parte da
população fiorentina, a reduzindo de 90 mil habitantes para 45 mil e acabou
também levando a vida de Andrea.

Como podemos notar, várias tentativas foram feitas até que a Catedral fosse de
fato construída. No ano de 1370, a Catedral ganhou o seu famoso revestimento de
mármore e as portas laterais.

Por fim, 140 anos depois do início da construção, o Duomo di Firenze foi
finamente inaugurado pelo Papa Eugenio IV, no dia 25 de março de 1436!
A fachada da catedral foi projetada pelo arquiteto
original da obra, Arnolfo di Cambio. No entanto,
sua construção só foi iniciada durante o século XV.

Um fato curioso na história da Igreja, é que


Francesco I di Medici resolveu pôr abaixo a
fachada, entre 1587 e 1588, pois a considerava fora
de moda.

Um concurso foi feito para escolher o responsável


pelo projeto da nova fachada, mas todos os
projetos foram rejeitados, e a fachada ficou sem
detalhe algum até o século XIX.

Finalmente em 1864, o arquiteto Emilio di Fabris


apresentou um projeto satisfatório, e a fachada foi
construída, da maneira que podemos observar nos
dias de hoje. Ela é composta por um mosaico em
mármore de estilo neogótico, dedicado à Virgem
Maria.

A decoração interna da igreja é feita em estilo


gótico e tonalidades mais sóbrias. Logo na porta de
entrada da catedral visualizamos um imenso
relógio, que foi decorado pelo pintor Paolo Uccello.

Uma curiosidade sobre o relógio, é que ele funciona


com a chamada “hora itálica”, configuração de
tempo utilizada na Itália até o século XVIII, que
tinha como referência os horários do nascer e pôr-
do-sol para se iniciar e encerrar o dia.

Figuras do Novo e do Velho Testamento cristãos


também estão expostos através dos vitrais do
Duomo. São os mais imponentes da Itália e datam
dos séculos XIV e XV.
Uma curiosidade muito legal é que, dentro da catedral, é possível ver as criptas,
que são construções religiosas subterrâneas onde eram enterrados membros do
Alto Clero. Essas criptas foram descobertas após escavações realizadas durante
os anos 60.

O Battistero di San Giovanni, que encanta os olhares de quem se aproxima do


Duomo, é o monumento mais antigo da Piazza del Duomo e fica bem em frente à
fachada da catedral, e foi construído antes mesmo da própria igreja!

Não há indícios corretos da origem desse monumento e estima-se que seu


protótipo já foi construído entre os séculos V ou VI. Ele é uma homenagem ao
padroeiro da cidade, que carrega o mesmo nome: San Giovanni.

Ao longo de sua história, a construção foi melhorada com mármore de outros


edifícios mais antigos de Firenze e em 1128 começou a ser usado como o batistério
da cidade – ou seja, se tornou o local onde as pessoas eram batizadas. Por isso,
acabou se tornando um local muito importante, já que naquela época, quem não
era batizado não podia entrar na Igreja.

Ali se batizaram grandes figuras da Itália, como por exemplo, Dante Alighieri e
grande parte dos membros da família Médici!

As surpresas arquitetônicas e decorativas do interior do batistério marcam uma


mistura de estilos da Europa Medieval.

Cada elemento artístico remete a um estilo até de outros monumentos, como é o


caso da decoração da cúpula do batistério que lembra o Pantheon de Roma.
Com certeza o que mais chama atenção em Santa
Maria del Fiore é a sua cúpula. Hoje sabemos que
ela é conhecida também como cúpula de
Brunelleschi, pois o arquiteto responsável pela sua
construção foi justamente ele: o grande Filippo!

Mas você sabia que a Cúpula de Brunelleschi quase


se chamou cúpula de Ghiberti? Uma disputa ocorreu
antes do início da construção, para determinar
quem seria o responsável pela obra.

Isso mesmo, Fillippo Brunelleschi precisou provar


que ele era a pessoa certa para desenvolver o
projeto, e fez isso de uma maneira muito inteligente!

O outro nome cotado para realizar a obra da


cúpula, além de Brunelleschi, era Lorenzo Ghiberti.
Anos antes, os dois disputaram para a produção da
porta do batistério! Nessa situação, Ghiberti levou a
melhor, e Brunelleschi passou alguns anos em Roma,
estudando os monumentos da grande cidade e
aprimorando as suas técnicas.

De volta à Firenze, a obra da cúpula foi oferecida


aos dois artistas, para que trabalhassem juntos.
Mas, decidido a superar Ghiberti de uma vez por
todas, Brunelleschi estava determinado a assumir a
obra da cúpula, sem dividir o mérito com ninguém.

Para que isso acontecesse, ele criou uma estratégia


muito interessante, até mesmo um pouco engraçada:
ele se afastou dos projetos, estudos e das obras por
seis meses, fingindo que estava doente!

Dessa forma, algumas coisas começaram a


desandar sem a sua presença, e foi assim que ele
afirmou que era o arquiteto mais importante, e que
sem ele a obra não iria se concretizar!
Depois disso, toda a responsabilidade passou para Brunelleschi, e ele então
começou esse trabalho surpreendente, que até hoje encanta e intriga arquitetos
do mundo todo.

Desde o início esse foi um projeto ousado e muito desafiador, afinal, se trata da
maior cúpula do mundo – mesmo nos dias de hoje, nenhuma construção chegou a
superar a cúpula de Brunelleschi em questão de tamanho e altura.

Para isso, o arquiteto precisou também projetar os equipamentos, maquinários e


andaimes utilizados na obra, afinal, não existia no mundo nada que pudesse ser
utilizado nesse sentido, pois era uma construção com proporções inéditas!

O projeto não é formado por somente uma cúpula e, sim, por duas: uma externa
mais larga e alta e uma interna vista apenas de dentro do Duomo.

É no espaço entre essas duas cúpulas que fica o caminho para os visitantes que
sobrem até o ponto mais alto, através de escadas estreias e super inclinadas.

A primeira cúpula, localizada na parte interna, tem formato de concha e


apresenta pinturas do Juízo final, realizadas por Giorgio Vasari e Federico
Zuccari. Já a segunda cúpula é resistente ao vento, chuva, raios e até terremotos.
É majestosa e seu formato é ogival – ou seja, é composta por vários arcos se
cruzam e apontam para o alto.

Quanto à construção da cúpula de fato, o que se esperava na época era que


Fillipo Brunelleschi utilizasse uma espécie de arco de madeira para ser a base da
estrutura, mas ele criou uma técnica muito mais inovadora e surpreendente.

Filippo apropriou-se de uma técnica brilhante chamada de “espinha de peixe”.


Essa técnica se baseia na fricção dos tijolos, ou seja, um tijolo é colocado na
horizontal, enquanto um tijolo menor é colocado na vertical, em cima do anterior,
seguido por um outro tijolo de novo na horizontal.

Desse modo, os dois tijolos na horizontal fazem duas forças distintas contra o da
vertical, permitindo que a carga da construção seja distribuída por toda a
circunferência.
Mais de 500 anos depois, nenhuma construção de
alvenaria superou a cúpula de Firenze em tamanho,
e ela continua sendo a maior do mundo.

Ninguém sabe ao certo como Brunelleschi foi capaz


de estruturar os tijolos na “espinha de peixe” de
maneira tão precisa, e alguns pontos da construção
seguem sendo um mistério, afinal, ele não deixou
nenhum registro, nenhum desenho do seu
planejamento!

Para chegar à cúpula, é necessário subir 463


degraus em um corredor muito estreito. Contudo,
certamente vale o sacrifício, já que o panorama
avistado é emocionante e faz jus a uma igreja que
foi construída para ser a mais bonita, maior e nunca
antes vista, como foi pedido ao arquiteto Arnolfo di
Cambio, o primeiro responsável por sua construção.

A visita à Catedral é gratuita, mas para visitar as


outras atrações do local, como as criptas, cúpula e
campanário, é necessário comprar um ingresso.

Para entrar na Catedral, os visitantes não podem


estar vestidos com roupas curtas ou decotadas – é
necessário cobrir o corpo em sinal de respeito.
Quem não atender à essa regra, vai ser barrado na
entrada!

Arte, história e fé compõem esse cenário tão famoso


de Firenze, e fazem de Santa Maria del Fiore um
local rico em detalhes arquitetônicos, artísticos e
religiosos.

Essa é uma parada obrigatória a todos aqueles que


querem se aventurar em uma viagem pelo tempo,
pela cultura e pela história da Itália!
GALLERIA DELL’ACCADEMIA

Localizada a cerca de 10 minutos de caminhada da


catedral Santa Maria del Fiori, temos a Galleria
dell’Accademia, um dos museus mais importantes de
toda a Europa!

Ela é a primeira academia de desenho da Europa e


hoje abriga algumas das mais famosas obras de
Michelangelo, assim como alguns trabalhos de
Boticceli e Gianbologna! Imperdível, não é mesmo?

No ano de 1784, o grão-duque Leopoldo II


d’Asburgo Lorena, deu início a esse espaço
espetacular.

Ele surgiu como um espaço de estudos para os


alunos da l’Accademia delle Belle Arti. A academia
foi uma instituição que começou sendo um espaço
focado em ensinar a arte do desenho. Cosimo I de
Médici e até mesmo o ilustre Michelangelo foram
diretores da academia!

Entre os alunos e membros mais importantes, temos


também Giambologna e Galileu Galilei!

Em 1784, Pietro Leopoldo remodelou a academia, e


tornou o seu ensino gratuito e público. L’Accademia
delle Belle Arti passou a ensinar pintura, escultura,
arquitetura, ornamentação e entalhe.

Os estudantes, então, passaram a frequentar dois


edifícios da região: o Hospital di San Matteo e
algumas salas adjacentes ao hospital, onde
funcionava o Convento di San Niccolò di Cafaggio.
Os estudantes faziam isso pois, nesses locais, estavam expostas diversas obras
antigas, que serviam como modelos para os seus estudos e trabalhos.

Por causa disso, Pietro Leopoldo decidiu transformar esses dois estabelecimentos
e criar a Galleria dell’Accademia, como forma de oferecer um espaço para os
estudantes pesquisarem e aprimorarem os seus desenhos e pinturas.

A partir daí, a Galleria foi aos poucos se enchendo de obras de arte recolhidas de
alguns conventos e monastérios da região.

Ao longo dos anos, esse espaço acabou por abrigar obras de diversos artistas
importantes, e se tornou um dos espaços mais impressionantes da Itália!

Como muitas obras de arte começaram a chegar na Galleria para serem


expostas, algumas reformas foram feitas, e então ela acabou se tornando um
museu, dividido em alas.

Em 1909, por exemplo, a obra dos Prisioneiros de Michelangelo foi transferida


para lá – as mesmas que originalmente ficavam na gruta do Jardim de Bóboli.

No museu eles ficam na chamada Galeria dos Cativos. Essa é uma ala que recebe
esse nome pois ali estão expostos os famosos Cativos de Michelangelo.

São quatro esculturas inacabadas, e como não foram finalizadas, elas passaram a
decorar o Jardim de Bóboli até que foram transferidas para a Galleria
dell’academia.

Além dessas 4 esculturas, a Galeria dos Cativos também abriga uma réplica da
Pietá, obra de Michelangelo que se encontra na Basílica di San Pietro.
A Galleria também conta com uma sala exclusiva
dedicado ao pintor Lorenzo Monaco. Ele foi muito
ativo nos séculos XV e XVI, e tem algumas obras
famosas como “Cristo no jardim das oliveiras” e
“Anunciação”.

Nessa sala, além das obras de Lorenzo, se


encontram também alguns itens de origem russa,
pertencentes a uma coleção da família Asburgo-
Lorena.

Outra sala que também é dedicada a um grande


artista é chamada de Sala de Giovanni de Milano.
Nela, se destaca a obra-prima dessa artista, o
“Cristo ladeado pela Virgem Maria e São João
Evangelista”

Seguindo por esse passeio impressionante entre


diversas obras de arte, temos o Salão do Ottocento.

Esse salão se encontra onde originalmente era a ala


das mulheres, no antigo hospital de São Mateus,
edifício ali encontrado antes de Pietro Leopoldo
transformá-lo em galeria.

Esse salão serve como espaço de exposição de


obras de artistas do século XIX, como os escultores
Lorenzo Bartolini e Luigi Pampaloni.

A galeria abriga, também, a Sala do Duecento e do


Trecento, que como o próprio nome já indica, expõe
obras dos séculos XIII e XIV.

São as obras mais antigas da Galleria, e em sua


maioria, são pinturas provindas das igrejas e
conventos fiorentinos dessa época.
Além de todos esses exemplares de pinturas,
esculturas e demais obras de arte, a Galleria
dell’Accademia também abriga uma importante
obra que consolidou esse museu como um dos mais
importantes de toda a Itália!

O impressionante David de Michelangelo!

Tudo se iniciou quando os dirigentes da Ópera do


Duomo decidiram decorar o exterior da Catedral
Santa Maria del Fiore com doze figuras esculpidas.

Esse bloco foi transportado para se tornar uma


dessas figuras, em 1460.

Diversos artistas tentaram e não conseguiram


trabalhar com um bloco de mármore maciço desse
tamanho, e isso fez com que ele fosse armazenado
e esquecido por mais algum tempo.

Michelangelo foi o único que aceitou encarar o


desafio, e em 1501, a Ópera do Duomo encomendou
oficialmente uma escultura do artista.

David foi esculpido entre setembro de 1501 e maio


de 1504, com pouco mais de 5 metros de altura e
pesando mais de cinco toneladas.

Em setembro de 1504, com a conclusão da escultura


se aproximando, começaram a surgir ideias de onde
ela seria exposta.

Isso aconteceu pois já havia se tornado consenso o


fato de que colocá-la no beiral da Catedral Santa
Maria del Fiore seria quase impossível.
Um comitê foi formado com os mais ilustres cidadãos de Firenze, inclusive
Leonardo da Vinci e Sandro Botticelli, para decidir qual seria o local mais
apropriado para essa grandiosa obra de arte.

Muitas foram as sugestões que surgiram no comitê, mas a maioria dos membros
se dividiu entre duas opções: a Loggia dei Lanz, um edifício com arcos abertos, e
a entrada do Palazzo della Signoria, atual Palácio Vecchio. Botticelli ainda
sugeriu que ela fosse levada para o interior da Catedral.

Por fim, o grupo a favor do Palazzo dela Signoria venceu, e depois de quatro dias
de transporte e posicionamento, David de Michelangelo foi instalado, substituindo
a escultura em bronze Judite e Holofernes, de Donatello, que ficava em frente ao
palácio.

Em 1873, David foi levado para Galleria dell’Accademia, lugar onde se encontra
até os dias de hoje. Esse transporte foi feito para proteger a obra. Ao ar livre, ela
estava exposta a várias condições meteorológicas que poderiam danificar a
escultura.

Essa obra se diferenciou das outras de sua época pois o personagem David era
geralmente representado como um adolescente e com as roupas e objetos da luta
contra Golias. Já o David de Michelangelo foi construído para representar um
homem imponente, forte e vitorioso.

Por causa disso, se tornou também uma representação da vitória contra a tirania
e na época de sua inauguração, a escultura foi adotada como símbolo da
liberdade do povo na República de Florença.
A representação da anatomia humana na obra é
algo que, de imediato, fez muito sucesso, e segue
até hoje conquistando admiradores.

Todas as características da obra chamam a


atenção: desde a representação dos músculos até os
detalhes do rosto.

David foi esculpido com cabeça e mãos bem


grandes. Isso não se trata de uma imperfeição da
obra, e na verdade possui uma explicação muito
simples: como ela foi pensada para ser admirada de
baixo para cima, essa proporção equilibraria as
feições do corpo de David.

Outra explicação possível é a de que as mãos foram


esculpidas em um tamanho grande propositalmente
porque na Idade Média, um homem de poder era
chamado de manu fortis, que significa “mão forte”.

Independente da pretensão de Michelangelo, essa


se tornou uma das maiores obras de arte da
história da humanidade, tanto em tamanho como
em impacto.

Até hoje, é uma escultura estudada e admirada


pela sua imponência!

A verdade é que conhecer a Galleria dell’Academia


e o ilustre David de Michelangelo pode ser uma
parte de um dia muito interessante em Firenze.

Essa obra de arte icônica é uma parada obrigatória


da cidade, e junto com ela, todas as demais
esculturas e pinturas da galeria merecem ser
apreciadas.
PONTE VECCHIO

Você já pensou em visitar um verdadeiro shopping


ao ar livre, a ponte mais antiga de toda a Europa?

Eu estou falando da belíssima Ponte Vecchio, um


verdadeiro marco da cidade, e que é parada
obrigatória para qualquer turista.

Ela é um símbolo do romantismo, e por ter sido


criada no ano de 1345, é simplesmente a ponte mais
velha de toda a Europa!

Se formos nos dias de hoje passear pela Ponte


Vecchio, vamos encontrar inúmeras lojas, algumas
até com produtos luxuosos, como joias e relógios
que valem milhares de euros. Mas, a ponte nem
sempre teve esse ar sofisticado!

Mais ou menos no local onde se encontra a ponte


atualmente, no ponto mais estreito do rio Arno,
existia uma outra ponte romana, construída em
meados do século I aC, teoria essa confirmada pela
descoberta de duas poderosas fundações de
concreto nas proximidades, provavelmente de época
romana.

Graças à expansão e consolidação do império


romano na época do imperador Adriano, essa
primeira ponte funcionou por cerca de quatro
séculos. Os historiadores ainda não foram capazes
de entender com detalhes os acontecimentos que se
sucederam, mas sabemos que uma nova ponte foi
construída e que ela foi destruída em outubro de
1177 pela fúria do rio Arno.
As obras de reconstrução continuaram por um longo tempo e, em 1294 uma ponte
de alvenaria de cinco arcos foi construída, com cerca de nove metros de largura,
aproximadamente metade do tamanho da atual.

Essa ponte era bem diferente da que podemos visitar atualmente, tanto pelas
lojas, que eram pequenas casinhas de madeira, quanto pela paisagem ao redor
do rio, que era marcada por diversos moinhos e pequenas ilhas.

Esta ponte sobreviveu a diversas inundações e até mesmo um incêndio em 1322,


até que em 4 de novembro de 1333, quando, juntamente com a ponte Santa
Trìnita, foi destruída pelas águas do Arno.

A ponte foi então reconstruída em 1345, com a estrutura que podemos ver hoje:
três arcos, cerca de 18 metros de largura, e uma série de lojas de ambos os lados.

Esse foi um trabalho do arquiteto e pintor italiano Taddeo Gaddi, e a explicação


utilizado por ele é de que, com 3 arcos, o espaço para vazão da água é bem
maior, pois a distância entre as colunas também é grande.

Dessa forma, os detritos carregados pela água não destruiriam a ponte em uma
eventual enchente.

No passado, o rio Arno era utilizado para os açougueiros descartarem os restos


de carne e carcaças dos seus estabelecimentos, chamados na época de beccai.

Por isso, em 1442, as autoridades de Firenze, com o objetivo de proteger a saúde


pública, impuseram que os açougueiros fossem transferidos para a Ponte Vecchio.
Assim, as lojas foram concedidas para uso dos beccai.
Essa nova norma pretendia isolar os palácios e as
habitações do centro histórico dos odores
desagradáveis e das marcas que os açougueiros
deixavam pelas ruas da cidade, até chegar ao rio
Arno, onde eles jogavam os restos de carnes e ossos.

Colocando os açougueiros diretamente na ponte,


todo esse trajeto seria eliminado. A partir deste
momento, a ponte se transformou em um
verdadeiro mercado da carne.

Em 1593, o Grão-Duque Ferdinando I, irmão de


Francesco I, decidiu dar um ar mais sofisticado à
Ponte Vecchio.

A presença de um mercado, com seus cheiros e


ruídos, não era adequada para um local muito
frequentado por cavalheiros e estrangeiros, como
ele acreditava.

Para isso, ele ordenou que os açougueiros fossem


transferidos da Ponte, para a Praça do Mercado,
atual Piazza della Reppublica.

A partir desse momento, a Ponte Vecchio se tornou


um dos espaços comerciais mais famosos do mundo,
dedicado não apenas à venda, mas também à
produção de joias e outras peças em ouro.

Um passeio pelo belíssima Ponte Vecchio não custa


nada! Circular por esse famoso ponto turístico é de
graça!

A Ponte Vecchio fica em um local muito privilegiado


de Firenze, na região central e perto de diversas
outras atrações famosas!
Outro ponto interessante é que, por muitos anos, ao
longo da ponte, era costume dos apaixonados
colocarem um cadeado na ponte!

Isso acontecia de acordo com a antiga ideia de que,


ao trancar o cadeado e lançar a chave ao rio, os
amantes tornavam-se eternamente ligados.

Graças a essa tradição e ao turismo desenfreado,


milhares de cadeados precisavam ser removidos
com frequência, estragando a estrutura da ponte.

Por conta disso, as autoridades de Firenze


estipularam uma multa de 50 euros para quem for
apanhado colocando cadeados na ponte.

Além disso, outra experiência incrível é admirar o


nascer do sol na Ponte Vecchio!

Se você fizer isso, com certeza vai registrar na


memória uma bela paisagem, mas cuidado, no
inverno italiano, o amanhecer pode vir
acompanhado de temperaturas negativas!

Mas é claro, a Ponte Vecchio é um símbolo histórico


da Itália, e que merece ser admirado de qualquer
ângulo.

Esse é mais um dos locais de Firenze onde é


possível observar construções que encantaram
pessoa a séculos atrás, e seguem encantando até
hoje!

Com certeza, mais do que uma ponte, essa é uma


construção carregada de tradição e arte.
GALLERIA DEGLI UFFIZI

Para quem se interessa por arte e história, uma


parada obrigatória é a espetacular Galleria degli
Uffizi, um museu situado nos arredores da Piazza
della Signoria, em frente ao Rio Arno.

Conhecida também como “Galeria dos Ofícios” a


Galleria degli Uffizi é simplesmente o museu mais
visitado de toda a Europa! Tudo isso, é claro, tem
um motivo: são inúmeras obras de arte que podem
ser admiradas pelos corredores da galeria.

Tudo começou com a fusão da República de Siena


com o ducado de Florença, que acabou gerando o
Grão-Ducado da Toscana, cujo primeiro Grão-duque
foi um personagem bem conhecido: Cosme I de
Medici.

Essa união acabou por aumentar o trabalho


legislativo do governo, e por esse motivo, um projeto
que pretendia reunir em um só lugar os escritórios
administrativos de Firenze foi encomendado.

O arquiteto responsável pela obra foi Giorgio


Vasari, o mesmo que construiu o Corredor
Vasariano, que atravessa a Ponte Vecchio! A
construção foi erguida no formato da letra U, com
extensos corredores.

Francesco I, como um bom Médici, também era


apaixonado por artes. Por esse motivo, ele começou
a utilizar o andar superior do edifício para
armazenar e expor algumas das obras de arte da
família.
A coleção começou a crescer e o andar superior foi dividido em salas para
armazenar as obras adequadamente. Em 1743, a última Medici, Anna Maria Luisa
de Medici, assinou o Pacto de Família que transferiu tudo ao estado da Toscana e
garantiu que nenhuma das obras de arte deixasse Florença.

O museu como o conhecemos foi inaugurado em 1769, embora algumas obras


tenham sido transferidas para outros museus de Florença.

O Novo Projeto Uffizi garantiu que novas salas fossem acrescentadas e que mais
coleções estivessem em exposição.

Um passeio pela Galleria degli Uffizi é surpreendente e fascinante! Logo na


entrada você pode admirar a arquitetura do edifício no andar térreo, mesmo que
esse seja um espaço funcional e não tenha salas que contenham obras de arte ou
exposições.

Pode parecer estranho, mas a sua visita à Galeria Uffizi começa no segundo
andar, e não no primeiro. Lá estão as salas que vão da numeração 1 até a 45.
Todas as salas estão ao longo de uma planta em forma de U, ladeadas por três
corredores.

O segundo andar é onde se exibe a coleção principal da Galeria e inclui uma


variedade de obras de arte, desde estátuas antigas até pinturas pertencentes à
Coleção Medici.

Isso significa que por lá, você vai encontrar as obras de Leonardo Da Vinci
incluindo a Adoração dos Reis Magos e o Batismo de Cristo. Uma das maiores
coleções é a de Botticelli, com mais de 15 obras expostas, incluindo o Nascimento
de Vênus e A Primavera.
Depois disso, é hora de partir para o primeiro
andar. Por lá tem uma coleção menor de exposições
que são essencialmente divididas em quatro seções.

As salas Azuis, exibem artistas estrangeiros,


principalmente do século 16 ao 18.

Estes artistas incluem holandeses como Rembrandt,


Schalken e Gerrit Dou, espanhóis como Goya e
Ribera, e franceses como Chardin, Fabre e Liotard.

As Salas Vermelhas incluem pinturas e esculturas de


mármore. Os artistas expostos nestas salas incluem
Raphael, Andrea del Sarto, Rosso Fiorentino,
Pontormo, Vasari e Allori.

As conhecidas como Carravaggesque incluem as


obras de Caravaggio e seus conhecidos.

Neste andar está também o Varanda sobre o Arno,


um longo corredor com três magníficas esculturas -
Vaso Médici, Mars Gravidus e Silenus.

As obras mais procuradas e famosas por lá são: A


Medusa, de Caravaggio, e o “O Nascimento de
Vênus” de Sandro Botticelli.

Bom, é impossível negar o legado histórico


proporcionado pela visitação na Galleria degli
Uffizi!

Essa é uma experiência extraordinária de


manifestação e expressão cultural, que ensina a
aperfeiçoar a maneira como vemos o mundo e como
nos relacionamos com ele em todos os tempos de
nossa história.
PALAZZO PITTI

O Palácio Pitti foi originalmente construído para ser


a residência da família Pitti, banqueiros e principais
rivais dos Médici - uma família poderosa e muito
rica que praticamente comandava Firenze.

Luca Pitti, por volta de 1457, construiu um palácio


com o objetivo de se tornar a maior área residencial
da cidade, ou seja, ele queria ostentar o seu poder e
o seu dinheiro.

No entanto, em 1464 a construção foi interrompida


devido aos problemas financeiros de Luca Pitti. O
que estava concluído até aquele momento era
apenas a parte central do edifício atual e as 7
janelas centrais no primeiro andar.

Luca Pitti morreu em 1472, e o seu descendente


Buonaccorso Pitti, vendeu o palácio em 1549 para a
esposa do Grão-duque da Toscana Cosimo I de
Médici, Eleonora de Toledo – assim, a família
começou a passar algumas temporadas por lá.

Curioso, não é mesmo? Um palácio que começou a


ser construído para afrontar os Médici, acabou se
tornando propriedade deles!

Eleonora tinha 11 filhos e sofria de tuberculose, por


isso acreditou que o palácio Pitti seria mais
adequado para sua família e para a sua saúde, já
que ele possuía bastante espaço ao ar livre.

Quando os Médici adquiriram o Palácio Pitti, muitas


reformas começaram a ser feitas.
Em 1560 Bartolomeo Ammannati projetou várias modificações, construiu um
grande pátio e acrescentou as duas alas laterais, além de um magnífico pátio
interior com uma escadaria monumental que fez muito sucesso entre os membros
das cortes europeias.

Também foi construída uma passagem elevada, desde o Palácio Vecchio, até o
Palácio Pitti, atravessando a Galleria degli Uffizi e a Ponte Vecchio. Essa
passagem servia para que o grão-duque e a sua família pudessem se locomover
em segurança, e recebeu o nome de Corridoio Vazariano.

Inicialmente, este palácio foi usado para abrigar hóspedes oficiais enquanto a
principal residência dos Médici permanecia sendo o Palazzo Vecchio. Foi somente
durante o reinado do grão-duque Fernando I de Médici e da sua esposa, Cristina
de Lorena que o palácio Pitti foi ocupado definitivamente e se tornou casa oficial
da família.

Os Médici fizeram do Palácio Pitti sua residência principal até a morte do último
herdeiro homem, João Gastão de Médici, em 1737. A propriedade passou, então,
para as mãos dos novos duques, membros da Casa de Lorena.

No ano de 1860, quando a Toscana se tornou uma província do reino da Itália, o


palácio se tornou propriedade da família Saboia, e quando Firenze serviu como
capital do reino durante o período da unificação italiana, o Palácio Pitti foi a
casa do grande rei Vittorio Emanuele II. O edifício só foi oficializado como
pertencente à nação, por seu neto, Vitor Emanuel III, em 1919.

Atualmente, o Palácio Pitti se tornou um complexo de museus que abriga muitas


obras de arte. Dentro do palácio, foi feita uma divisão, separando os museus por
temas e estilo das obras.
Começando pelo museu mais famoso, a galeria
Palatina, que contém um conjunto de mais de 500
obras de pintores da renascença como Rafael
Sanzio, Ticiano, Correggio, Rubens e Pietro da
Cortona.

Por terem feito parte da coleção particular dos


Médici, as pinturas estão dispostas da maneira
como estavam quando o objetivo era decorar os
cômodos da família – ou seja, não existe uma ordem
cronológica ou de acordo com o estilo de arte.

O grande destaque são as salas que foram


decoradas por Pietro da Cortona, em estilo barroco,
com trabalhos que são considerados obras-primas
do pintor.

Seus afrescos que representam a Idade do Ouro e a


Idade da Prata na chamada Salla dela Stuffa
datam do ano de 1637, e os demais, dedicados à
Idade do Cobre e do Ferro, do ano de 1641.

O mesmo pintor foi convidado mais tarde para


decorar um conjunto de sete salas na frente do
palácio, com o tema sendo a vida astrológica da
época, Fernando II de Médici. Apenas 3 salas foram
finalizadas, a de Marte, Júpiter e Vênus, e as
demais passaram aos cuidados do artista Ciro Ferri.

Todas essas obras estão emolduradas cobrindo as


paredes dos tradicionais salões do século dezessete.

São tantas obras de arte, que é difícil escolher para


onde olhar e contemplar tamanha beleza. Por isso, é
recomendável passear com calma pelas salas da
Galleria Palatina.
Além dessa galeria, temos também o que era
antigamente chamado de Museu da Prata.

Essa galeria, atualmente é chamada de Tesouro do


Grão-duque e está localizada no piso térreo e
mezanino do palácio, onde antigamente a Família
Médici costumava passar a temporada de verão.

Esses aposentos foram decorados em 1635 para


celebração do casamento do Grão-duque Ferdinand
com Vittoria dela Rovere.

Lá estão expostos artefatos que demonstram o


gosto extravagante da família, com uma grande
coleção de vasos com decoração de pedras
preciosas, prataria, porcelanas chinesas e japonesas,
objetos de cristal, âmbar e marfim, assim como
tapetes e a famosa coleção de joias de Anna Maria
Luísa, membra da família Médici.

Depois do Tesouro do Grão-Duque, temos a Galeria


do Traje, também conhecida como Museo della
Moda e del Costume.

Essa é uma galeria que fica no pavilhão sul do


palácio e foi construída por Pedro Leopoldo de
Lorena. Nela está exposta uma coleção enorme de
roupas antigas, figurinos de teatro e cinema,
acessórios, entre outras coisas.

É possível, inclusive, encontrar exemplos dos


trabalhos de grandes mestres contemporâneos que
são parte da história da moda italiana, como
Valentino e Armani, além de peças do guarda-
roupa de algumas celebridades ou figuras públicas
importantes.
As coleções também apresentam peças de vestuário da aristocrata siciliana
Donna Franca Florio, uma das personalidades europeias mais célebres no tempo
da belle époque, bem como vestidos de Eleonora Duse, uma das mais famosas
atrizes italianas de teatro.

Algumas das peças exibidas são, na verdade, vestes funerárias usadas pelo grão-
duque Cosmo I, sua esposa Leonor de Toledo e do seu filho Garcia – esses dois
últimos vitimados pela malária. Era tradição vestir os corpos com roupas finas e
muito caras, antes de serem trocadas por algumas mais simples, para o enterro.

As coleções expostas são frequentemente trocadas, para garantir a sua


conservação e a Galeria do Traje também abriga uma oficina de conservação
têxtil, fundamental para a manutenção do vestuário e acessórios.

Seguindo adiante, no segundo andar do palácio, está a Galeria de Arte Moderna,


que possui algumas das obras-primas mais importantes da Itália do final do
século dezoito até ao início do século vinte.

Entre pinturas e esculturas, existem peças que vão do neoclassicismo, romantismo


ao período Macchiaioli, movimento italiano pré-impressionismo. São quase 30
salas que começaram sendo um apanhado das melhores obras provenientes de
competições da Academia de Artes e Design, tendo sido mais tarde enriquecida
por inúmeras coleções públicas e privadas.

Outro lugar surpreendente que você pode encontrar dentro do Palácio Pitti é o
Museu dos apartamentos monumentais. Este museu é na verdade constituído por
14 salas, os chamados Appartamenti Reali e outros 6 cômodos chamados de
Appartamento degli Arazzi – ou, apartamento das tapeçarias.
Para finalizar esse complexo impressionante de
museus, você pode conferir também o Museo delle
Carrozze. Lá, estão expostas algumas das mais
esplêndidas carruagens pertencentes à corte dos
grão-duques da Itália, que datam do século dezoito
e dezenove.

As carruagens ainda estão decoradas com


esculturas e com painéis pintados com paisagens.
Essas carruagens foram utilizadas por muita gente
famosa da história da Itália.

Por exemplo, você pode conferir os veículos que


transportaram a corte dos Lorena e dos Sabóia, os
Médici, e até mesmo o bispo de Pistoia, conhecido
como Santa Atão. Impressionante, não é mesmo?

O Palazzo Pitti é um lugar capaz de surpreender a


todos com a sua beleza - até mesmo aqueles que
não se consideram especialistas em arte.

A quantidades de obras de arte e de artefatos


históricos faz deste lugar, um dos museus mais ricos
do mundo - tanto no valor de suas peças, como na
quantidade de informações históricas que elas
carregam.

Além disso, um passeio pelo Palazzo Pitti pode


também incluir o Jardim de Bóboli - a maior área
verde de Firenze, e que fica junta com essa atração.

Misturar obras de arte, uma verdadeira viagem


histórica ao admirar objetos de outros séculos, com
o charme encantador do mais famoso jardim
italiano, é com certeza uma experiência inesquecível
e indispensável para quem visita a bela Florença.
CONTEÚDOS EXTRAS

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Visita à Cúpula do Duomo di Firenze


História do Professor Silvano Formentin


10 curiosidades sobre o David de Michelangelo

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