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10 ºano

Métodos de apoio à decisão


1. Teoria Matemática das eleições
1.1. Sistemas eleitorais
1.1.1. Sistemas eleitorais maioritários
➢ Maioria simples ou relativa: é eleito numa única votação a opção que reúne
maior número de votos.
➢ Maioria absoluta: é eleita a opção que recolhe pelo menos metade de todos os
votos mais um.
1.1.2. Sistemas eleitorais preferenciais ou posicionais
➢ Método da pluralidade: vence o candidato com maior número de primeiros
lugares (maioria simples).

➢ Método de eliminação run-off simples: são


eliminados todos os candidatos à exceção dos
dois que reúnem maior número de primeiras
preferências. Estes disputam a final.
➢ Método de eliminação run-off sequencial:
1. Faz-se a contagem dos primeiros lugares de cada candidato e elimina-se
aquele que tiver o menor número;
2. Reorganiza-se o esquema de preferências excluindo o candidato eliminado;
3. Efetua-se novamente a contagem dos primeiros lugares de cada candidato e
elimina-se o que tiver menor número;
4. Repete-se o processo até se obter o candidato vencedor.

➢ Método de Borda:
1. Contabilizar para cada candidato as preferências expressas pelos votantes;
2. Atribuir à última preferência 1 ponto, à penúltima 2 pontos e assim
sucessivamente até à primeira preferência;
3. Fazer a contagem dos votos.
➢ Método de Condorcet:
1. Considerar todos os confrontos de pares diretos entre os candidatos;
2. Na contagem de votos os candidatos são comparados dois a dois;
3. O vencedor é o candidato que vencer mais confrontos diretos.

➢ Método de votação por aprovação:


1. Para cada candidato são contabilizadas as aprovações dadas pelos eleitores;
2. O candidato com o maior número aprovações é o vencedor.
2. Teoria da partilha equilibrada
2.1. Partilha no caso discreto
2.1.1. Divisão proporcional
▪ Divisor padrão ou standart é o quociente entre o número total de eleitores e o
número de lugares a distribuir.
Divisor padrão= número total de eleitores
Número de lugares a distribuir
▪ Quota padrão é o quociente entre o número de eleitores do partido e o divisor
padrão.
Quota padrão= número de eleitores do partido
Divisor padrão

➢ Método de Hondt:
1. Apuram-se os votos obtidos por cada lista;
2. Dividem-se os votos de cada lista sucessivamente por 1, 2, 3,...,n, sendo n o
número de pessoas a eleger;
3. Ordenam-se os quocientes obtidos por ordem decrescente de grandeza;
4. Escolhem-se os n maiores quocientes e distribuem-se pelas n pessoas a
eleger;
5. Em caso de empate para a escolha do(s) último(s), escolhe-se o(s) que
tiver(em) menor número de eleitores.
➢ Método de Saint-Lague:
1. Apuram-se os votos obtidos por cada lista;
2. Dividem-se os votos de cada lista sucessivamente por 1, 3, 5,... (sucessão
dos números ímpares);
3. Ordenam-se os quocientes obtidos por ordem decrescente;
4. Escolhem-se os n maiores quocientes e distribuem-se pelas n pessoas a
eleger;
5. Em caso de empate para a escolha do(s) último(s), escolhe-se o(s) que
tiver(em) menor número de eleitores.
➢ Método de Hamilton:
1. Determina-se o divisor padrão;
2. Calcula-se a quota padrão de cada lista;
3. Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota inferior/mínima;
4. Se sobrarem lugares, atribuem-se às listas com maior parte decimal da
quota padrão.

➢ Método de Jefferson:
1. Determina-se o divisor padrão;
2. Calcula-se a quota padrão de cada lista;
3. Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota inferior/mínima;
4. Se sobrarem lugares, procura-se, por tentativas, um divisor modificado
(DM) de modo que a soma das partes inteiras das quotas modificadas
(arredondadas por defeito) seja igual ao número de lugares a distribuir.
NOTA: o divisor modificado é sempre menor que o divisor padrão.
➢ Método de Adams:
1. Determina-se o divisor padrão;
2. Calcula-se a quota padrão de cada lista;
3. Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota superior/máxima;
4. Se sobrarem lugares, procura-se, por tentativas, um divisor modificado
(DM) de modo que a soma das partes inteiras das quotas modificadas seja
igual ao número de lugares a distribuir.
NOTA: o divisor modificado é sempre maior que o divisor padrão.

➢ Método de Webster:
1. Determina-se o divisor padrão;
2. Calcula-se a quota padrão de cada lista e atribui-se a quota arredondada às
unidades utilizando as regras habituais de arredondamento;
3. Atribui-se a cada lista o número de lugares igual à quota arredondada;
4. Se sobrarem lugares, procura-se, por tentativas, um divisor modificado
(DM) de modo que a soma das partes inteiras das quotas modificadas
arredondadas seja igual ao número de lugares a distribuir.
➢ Método de Huntington-Hill:
1. Calcular o divisor padrão;
2. Calcular a quota padrão para cada estado;
3. Atribuir a quota inferior se a quota padrão for inferior

à média geométrica: . Atribuir a quota superior se a

quota padrão for superior ou igual a .


4. Se a soma das quotas obtidas for igual ao número de lugares a atribuir, a
partilha está terminada. Caso contrário, é necessário encontrar por
tentativas um número, o divisor modificado (DM), para substituir o divisor
padrão de modo que, quando procedermos pelo processo indicado, a soma
seja exatamente igual ao número de lugares a atribuir.

2.1.2. Divisão justa

➢ Método das licitações secretas:


1. Cada um dos intervenientes atribui, secretamente, um valor em dinheiro a
cada um dos itens a dividir;
2. A parte que cada um dos intervenientes considera ser justo receber – valor
justo – será igual ao quociente entre o valor total que atribuiu aos itens e o
número de intervenientes;
3. Cada item é atribuído ao interveniente que mais o valorizou;
4. Se o valor total dos itens recebidos por um interveniente ultrapassa o que
considerou como valor justo a receber, terá que pagar aos outros
a diferença. Se pelo contrário o valor dos itens for inferior ao valor justo,
serão os outros intervenientes a pagar-lhe a diferença;
5. O dinheiro sobrante – montante disponível – é dividido igualmente por
todos os intervenientes.
➢ Método do ajuste na partilha:
1. Cada um dos intervenientes atribui, de forma secreta, os 100 pontos pelos
itens;
2. Cada item é atribuído (temporariamente) ao interveniente que mais o
valorizou (em caso de empate é atribuído ao que tiver menos pontos no
final);
3. Determina-se o número de pontos de cada um dos intervenientes. Se
ambos tiverem o mesmo número de pontos, a partilha está feita. Se não
tiverem o mesmo número de pontos, o que tiver mais transfere itens (ou
parte) para o outro até igualar o número de pontos;
4. Calculam-se os quocientes referentes a cada um dos itens atribuídos ao
interveniente que ficou com mais pontos:
Número de pontos atribuídos ao item pelo vencedor inicial
Número de pontos atribuídos ao item pelo perdedor inicial
5. Faz-se a transferência do item a que corresponde o menor quociente e
contabilizam-se novamente os pontos;
6. Representando por x a parte do bem a transferir, escreve-se uma equação
que traduza o equilíbrio na igualdade de pontuação dos intervenientes;
7. Resolve-se a equação e apresenta-se a partilha final dos bens.
➢ Método dos marcadores:
1. Alinham-se os objectos a dividir;
2. Cada interveniente divide, secretamente, a fila de objetos do número de
segmentos igual ao número de interessados, usando marcadores,
considerando que todos os segmentos definidos têm valores equivalentes;
3. Da esquerda para a direita procuram-se os primeiros marcadores de cada
interveniente. O dono do primeiro marcador a aparecer fica com os objetos
à esquerda (o seu primeiro segmento) e retiram-se os seus restantes
marcadores;
4. Observamos de novo a fila de objetos, procurando agora os segundos
marcadores de cada interveniente. O primeiro a aparecer determina que o
segmento entre o primeiro e o segundo marcador desse interveniente lhe
seja atribuído;
5. Repete-se o processo até que todos tenham a parte que consideram justa;
6. As sobras podem dividir-se por sorteio ou, se forem mais do que os
intervenientes, aplica-se de novo o método.
2.2. Partilha no caso contínuo

➢ Método do divisor-selecionador:
1. O divisor é escolhido aleatoriamente;
2. O divisor efetua a divisão do objeto em duas partes que considera serem
iguais;
3. O selecionador escolhe uma das partes e o divisor fica com a que sobra.

➢ Método do divisor único:


1. Ordenam-se os n jogadores aleatoriamente: J1, J2,...,Jn. O jogador Jn
procede à divisão do objeto em n partes;
2. Os restantes jogadores escolhem as partes que consideram aceitáveis;
3. No final, a parte restante é dada ao jogador que procedeu à divisão.

➢ Método do selecionador único:


1. Escolhe-se aleatoriamente o selecionador. Os restantes jogadores são os
divisores;
2. Os divisores dividem o bem entre eles recorrendo a um dos métodos
anteriores;
3. Cada divisor divide novamente a sua parte num número de partes igual ao
número de jogadores;
4. O selecionador escolhe uma parte de cada divisor. Os divisores ficam com o
que sobra da sua respetiva parte.

➢ Método do último a diminuir:


1. Escolhe-se uma ordem para o corte do bem. Por exemplo, J1, J2, J3,..., Jn é
o primeiro a cortar;
2. J1 parte o que considera ser a n-ésima parte do bem e passa a parte a J2;
3. J2 procece à avaliação da parte cortada por J1: - se concorda passa-a a J3; -
se não concorda por considerá-la superior à n-ésima parte, retira-lhe o
execesso e passa-a a J3;
4. O passo anterior repete-se até que todos os jogadores tenham feito a
avaliação da parte cortada por J1;
5. Esta parte será atribuída ao último jogador a diminuí-la, saindo de seguida
do jogo;
6. Todo o processo é repetido, agora com menos um jogador.

➢ Método de livre inveja: para 4 jogadores


1. Aleatoriamente, são escolhidos o divisor e a ordem da jogada;
2. O divisor divide o bem é cinco partes, julgando que têm o mesmo tamanho.
Passa a vez ao J1;
3. O J1 apara, no máximo, duas das cinco partes, após o que considera que
têm o mesmo tamanho. Passa a vez ao J2;
4. O J2 apara, no máximo, uma das cinco partes, de modo que considere haver
pelo menos duas partes iguais. Retira as aparas e passa a vez ao J3;
5. O J3 escolhe, de entre as cinco partes, uma que ele pensa ser a maior;
6. O J2 escolhe a seguir, das quatro partes restantes, a que ele julga ser maior
com a condição de que se a parte que ele aparou ainda lá estiver, terá de
essa parte;
7. O J1 escolhe depois. Retira a parte que julga ser a maior das três que restam
com a condição acima descrita;
8. Finalmente, o divisor escolhe uma das partes restantes.

Estatística
1.1. Conceitos básicos

A estatística é uma ciência que estuda uma ou varias características ou propriedades


de uma população tendo por base a recolha, classificação, apresentação e
interpretação dos dados sobre o fenómeno em estudo.

▪ População ou universo estatístico é o conjunto de elementos com pelo menos


uma característica comum que se pretende analisar.
▪ Unidade estatística é cada um dos elementos da população.
▪ Amostra é subconjunto finito da população.
▪ Dimensão da amostra é o número de elementos da amostra.
▪ Variável estatística é a propriedade que se pretende estudar.
✓ Uma variável qualitativa não é mensurável, ou seja, exprime uma
qualidade;
✓ Uma variável quantitativa é expressa numericamente;
✓ Uma variável quantitativa discreta só toma valores isolados, por
exemplo, o número de irmãos;
✓ Uma variável quantitativa contínua toma qualquer valor de um dado
intervalo, por exemplo, a altura, a temperatura e o peso.

1.2. Organização de dados


1.2.1. Construção de tabelas de frequência

▪ A frequência absoluta (fi) é o número de vezes que o valor da variável é


observado.
▪ A frequência absoluta acumulada (Fi) resulta da soma das frequências
absolutas.
▪ A frequência relativa (fri) é o quociente entre cada frequência absoluta e o
número total de observações.
▪ A frequência relativa acumulada (Fr i) resulta da soma das frequências
relativas.

1.2.2. Representações gráficas

➢ Diagrama de caule-e-folhas;
➢ Gráfico circular (a amplitude do ângulo de cada setor é igual a fi:nX360);
➢ Pictogramas (são gráficos onde se utilizam figuras ou símbolos alusivos à
variável em estudo);
➢ Gráfico de barras;
➢ Gráfico de linhas;
➢ Histogramas;
➢ Polígonos de frequência.

1.3. Cáculo de estatísticas


1.3.1. Medidas de localização

➢ Média ( ) é o quociente da soma de todos os lados pelo numero dos lados, ou


seja:

➢ Moda (Mo) é o valor da variável ao qual corresponde uma maior frequência


(absoluta ou relativa).
➢ Mediana ) é o valor que divide o conjunto de dados (ordenados por ordem
crescente ou decrescente) em duas partes com o mesmo numero de
observações. COLOCAR TABELA P.115 MANUAL EXAME

O conhecimento dos valores da média, da mediana e da moda permite


estabelecer uma relação entre as três medidas e analisar a simetria de distribuição:
➢ Quartis:

1.3.2. Medidas de dispersão

➢ Amplitude é a diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da variável:


a = xmáx. - xmín
➢ Amplitude interquartil é a diferença entre o 3º quartil e o 1º quartil:
Aq = Q3 - Q1
➢ Desvio padrão representa-se por s quando os dados da variável
representam uma amostra, ou por σ quando os dados da variável
representam a população, e é igual à raiz quadrada da variância (s^2 ou σ^2),
ou seja, σ = √σ^2. Quando os dados da variável representam:
✓ Uma amostra, a variância é igual a

✓ A população, a variância é igual a


1.4. Dados bidimensionais

▪ Diagrama de dispersão ou gráfico de correlação é um gráfico em que a cada


ponto correspondem duas coordenadas, que são os valores das duas variáveis
em estudo (xi e yi). Este gráfico permite analisar de que forma se relacionam
duas variáveis.
▪ O conjunto dos pontos num gráfico de correlação designa-se por nuvem de
pontos.
▪ A correlação diz-se linear se a nuvem de pontos se ajustar em torno de uma
linha reta, que é a reta de regressão. A correlação linear pode ser:
✓ Linear positiva – quando a variável x aumenta, a variável
y também aumenta;

✓ Nula – não há associação entre as variáveis quando a


nuvem de pontos se encontra bastante dispersa;

✓ Linear negativa – quando a variável x aumenta, a


variável y diminui;

▪ O coeficiente de correlação linear mede o grau de associação linear entre


duas variáveis. Representa-se por r e varia entre -1 e 1.
✓ Se r= 1 a correlação diz-se perfeita;
✓ Se r=0 a correlação diz-se nula;
✓ Se r é menor que 0 a correlação diz-se negativa;
✓ Se r é maior que 0 a correlação diz-se positiva.
▪ Tabela de contingência é um processo de organizar informação
correspondente a dados bivariados qualitativos, quantitativos ou ambos.

Modelos financeiros
1.1. Impostos e inflação

➢ IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) é um imposto indireto e sobre a


despesa. Este imposto incide sobre bens de consumo, e a sua taxa varia no
Continente e nas Regiões Autónomas.
➢ IMT (Imposto Municipal de Transmissão) é um imposto direto sobre o capital.
IMT= C X T - P.A.
IMT – valor do imposto Municipal de Transmissão
C – valor do capital
T – taxa a aplicar
P.A. – parcela a abater
➢ IRS (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares) é um imposto direto
sobre o rendimento.
IRS= R.C. X T – P.A.
IRS - valor do imposto sobre o rendimento
R.C. – valor do rendimento coletável
T – taxa a aplicar
P.A. – parcela a abater

1.2. Aplicações bancárias

➢ Juro Simples
Cn= C + Cni ou Cn= C (1 + ni)
Cn – capital ao fim de n anos
C – capital inicial
n – número de anos
i – taxa de juro

➢ Juro composto
Cn= Ci ( 1 + i)^n
Cn – capital ao fim de n anos
Ci – capital inicial
i – taxa de juro, decimal
n – número de anos

➢ Para períodos de anos


Cn= C ( 1 + i:k) ^n x k
Cn – capital ao fim de n anos
C – capital inicial
k – números de períodos de pagamentos por ano
n – número de anos
i – taxa de juro, decimal

1.3. Empréstimos

Exemplo:
O Nuno vai comprar o seu primeiro carro, como tal dirigiu-se ao seu banco para fazer
um crédito pessoal no valor de 12000€. Ficou acordado que o prazo de pagamento
seria 5 anos e que o pagamento incluiria os juros anuais de 8%, calculados sobre o
crédito inicial.

1º Calcular a amortização mensal: 2º Calcular o juro mensal:

Valor do crédito =12000 = 200 valor do crédito taxa de juro =12000 0,08 =80
Nº de anos meses 5 12 meses 12

3º Calcular a prestação mensal:


Amortização + Juro = 200 + 80 = 280 €
1.4. Fundos de investimento

Cotação da UP= Valor total da carteira


Número de UP em circulação

Valor da subscrição= Número de UP Cotação da UP

Valor do resgate= Número de UP Cotação (1 – comissão de resgate)

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