Você está na página 1de 21

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO


DCN - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS

Ana Carolina Bazon Demonel


Gisele Santos Oliveira
Isabelly de Oliveira Ramos
Vitória Zandonade Ventorim

EXPERIMENTO 2: CAPACITORES E CIRCUITOS RC

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO


Rodovia BR 101 Norte, km 60, Bairro Litorâneo,
CEP: 29.932-900, São Mateus, ES +55 (27) 3312.1511 / 1510
www.ceunes.ufes
SUMÁRIO
1. RESULTADOS E DISCUSSÕES 2
1.1. Medições iniciais 2
1.2. Descarga de capacitores 2
1.3. Capacitor de placas planas paralelas 8
1.4. Questões a serem discutidas 15
2. CONCLUSÃO 18
3. REFERÊNCIAS 20

1
1. RESULTADOS E DISCUSSÕES

1.1. Medições iniciais

A tabela 1 fornece os valores obtidos para a resistência e as capacitâncias 1 e


2.

Tabela 1- Valores medidos de resistência (R) capacitâncias( C1 e C2)

R ± ΔR C1 ± ΔC1 C2 ± ΔC2

0,466 Ω 93,5 μF 232 μF

Adotando uma associação de capacitores em paralelo, foi medido o valor da


capacitância equivalente, a fim de comparar com o valor calculado através dos
valores da tabela 1. Logo, foi utilizado a seguinte equação para o cálculo do valor da
capacitância equivalente da associação em paralelo de capacitores:
𝐶𝑒𝑞 = 𝐶1+ 𝐶2

𝐶𝑒𝑞 = 93, 5 μ𝐹 + 232 μ𝐹

𝐶𝑒𝑞 = 325, 5 μ𝐹

Portanto, os valores achados para 𝐶𝑒𝑞 medida e 𝐶𝑒𝑞 calculada é exposto na

tabela abaixo:

Tabela 2- Comparação dos valores medidos de Ceq e calculados pela fórmula,


de acordo com a associação escolhida.

Ceq± ΔCeq C± ΔC (calculada)

325 μF 325,5 μF

1.2. Descarga de capacitores

A fim de analisar o processo de descarga do capacitor, foi cronometrado o

2
tempo e foram medidos os valores de corrente de um dos capacitores, tais
resultados são expressos na tabela a seguir:

Tabela 3- Valores de correntes medidas no processo de descarga da


associação em paralelo de capacitores

i(μA) Ln i (μA) t(s) i(μA) Ln i(μA) t(s)

20,1 3,00 0 14,2 2,65 55

19,4 2,97 5 13,8 2,62 60

18,7 2,93 10 13,3 2,59 65

18,2 2,90 15 12,9 2,56 70

17,6 2,87 20 12,4 2,52 75

17,1 2,84 25 12,2 2,50 80

16,5 2,80 30 11,8 2,47 85

16,0 2,77 35 11,5 2,44 90

15,6 2,75 40 11,1 2,41 95

15,1 2,72 45 10,8 2,38 100

14,6 2,68 50 10,4 2,34 105

● Cálculo da incerteza (∆𝑖):

A incerteza da descarga do capacitor no experimento é dada pelo desvio


padrão da amostra. Primeiramente, iremos calcular a média aritmética, a qual é
dada pela seguinte equação:

Σ𝑖
𝑥= η

3
20,1+19,4+18,7+18,2+17,6+17,1+16,5+16,0+15,6+15,1+14,6+14,2+13,8 ...+10,4
𝑥= 22

323,3
𝑥= 22
= 14, 7

Por conseguinte, encontramos o desvio padrão:

2
Σ(𝑥𝑖−𝑥)
𝐷𝑝 = 𝑛−1

2 2 2 2
(20,1−14,7) +(19,4−14,7) +(18,2−14,7) ... (10,4−14,7)
𝐷𝑝 = 22−1
= 2, 9 µ𝐴

Logo, a incerteza da descarga dos capacitores i(A) é 2,9, ou seja, ∆𝑖 =± 2, 9 µ𝐴.

● Cálculo da incerteza (∆𝐿𝑛𝑖):

1 1 1
∆𝑙𝑛𝑖 = || 𝑐1 × ∆𝑖|| + || 𝑐2 × ∆𝑖|| + ... || 𝑐22 × ∆𝑖||

1 1 1
∆𝑙𝑛𝑖 = || 20,1 × 2, 9|| + || 19,4 × 2, 9|| + ... || 10,4 × 2, 9||

∆𝑙𝑛𝑖 = 4, 5µ𝐴

Portanto, as incertezas das descarga de capacitores, em ampere , são:

Tabela 4- Valores calculados da incerteza das correntes medidas no processo


de descarga da associação em paralelo de capacitores

± Δi ±∆lni

2, 9µ𝐴 4, 5µ𝐴

● Cálculo da incerteza (∆𝑡):

4
A incerteza da descarga do capacitor no experimento é dada pelo desvio
padrão da amostra. Primeiramente, iremos calcular a média aritmética:

Σ𝑖
𝑥= η

0+5+10+15+20+25+30+35 ...+105
𝑥= 22
= 52, 5 𝑠

Por conseguinte, encontramos o desvio padrão:

2
Σ(𝑥𝑖−𝑥)
𝐷𝑝 = 𝑛−1

2 2 2 2
(0−52,5) +(5−52,5) +(10−52,5) ... (15−52,5)
𝐷𝑝 = 22−1
= 32, 47

● Construção do gráfico

Para a construção do gráfico deve-se escolher as escalas para os eixos.


Sendo que o tempo(s) será posto no eixo X e a corrente i(A) no eixo y, foi calculado
as respectivas escalas:

𝐸𝑥 = ( ∆𝑥)/ 280 𝑚𝑚 𝐸𝑦 = ( ∆𝑦)/ 180 𝑚𝑚


𝐸𝑥 = |105 − 0| /280 𝑚𝑚 𝐸𝑦 = |3, 00 − 2, 34|/ 180 𝑚𝑚
𝐸𝑥 = 0, 375 𝑠/𝑚𝑚 𝐸𝑦 = 0, 0036 µ𝐴/𝑚𝑚

Como os valores da barra de incerteza foram grandes, elas não foram


colocadas no gráfico.
Para o melhor ajuste dos pontos no gráfico, foi adotado o valor de 0,5 s/mm
para a escala do eixo x e o valor de 0,005 μA/mm para a escala do eixo y. O espaço
ocupado pelo gráfico no papel será:

𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑒𝑚 𝑥 = ( ∆𝑥)/ 𝐸𝑥 𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑒𝑚 𝑥 = |105 − 0| /0, 5

5
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑒𝑚 𝑥 = 210 𝑚𝑚 𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑒𝑚 𝑦 = |3, 00 − 2, 34|/ 0, 005
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑜 𝑒𝑚 𝑦 = ( ∆𝑦)/ 𝐸𝑦

A fim de centralizar o gráfico, portanto, o primeiro ponto do eixo y foi marcado


em 20 mm no papel e o primeiro ponto do eixo x foi marcado em 30 mm. A tabela a
seguir comporta a distância entre os pontos que foram marcados no papel
milimetrado de acordo com as escalas dos seus respectivos eixos:

Tabela 5- Pontos marcados nos respectivos eixos no papel milimetrado

Pontos no Ln i (mm) t(mm) Pontos no Ln i(mm) t(mm)


gráfico gráfico

Ponto 1 30 20 Ponto 12 98 130

Ponto 2 38 30 Ponto 13 106 140

Ponto 3 44 40 Ponto 14 112 150

Ponto 4 50 50 Ponto 15 116 160

Ponto 5 56 60 Ponto 16 122 170

Ponto 6 62 70 Ponto 17 130 180

Ponto 7 66 80 Ponto 18 136 190

Ponto 8 74 90 Ponto 19 142 200

Ponto 9 80 100 Ponto 20 148 210

Ponto 10 86 110 Ponto 21 156 220

Ponto 11 92 120 Ponto 22 162 230

As barras de incerteza para o eixo x e o eixo y foram determinadas pela


divisão da incerteza pela escala
32,47
𝐵𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑒𝑚 𝑥 = 0,5

𝐵𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑒𝑚 𝑥 = 64, 94 𝑚𝑚

6
4,5 𝐵𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑒𝑚 𝑦 = 900 𝑚𝑚
𝐵𝑎𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑒𝑚 𝑦 = 0,005

● Tempo de descarga do capacitor

Por meio da análise gráfica podemos calcular o tempo de descarga do


1
capacitor.Temos que o coeficiente angular da reta no gráfico equivale 𝑅𝐶
, pois:

−1
𝑙𝑛[𝑖(𝑡)] = 𝑅𝐶
𝑡 + 𝑙𝑛(𝑖0)

−1
𝑅𝐶
= coeficiente angular da reta

−1 𝑦𝑄−𝑦𝑃 𝐸𝑦
𝑅𝐶
= 𝑥𝑄−𝑥𝑃
× 𝐸𝑥

−1 155−10 0,005
𝑅𝐶
= 25−255
× 0,5

−1
𝑅𝐶
=− 0, 0063

Logo,

RC= 158,73 s

Portanto, o valor da constante de tempo capacitivo, calculado pela descarga do


capacitor por meio do gráfico, foi de 158,73 s.
Tendo como base o valor da constante de tempo capacitiva obtida pelo gráfico,
iremos comparar o valor com outros dois casos, sendo:
𝑐𝑎𝑠𝑜 1:
τ = 𝑅𝑥𝐶1
τ = 0, 466 𝑥 93, 5 = 43, 57𝑠.

τ = 𝑅𝑥𝐶2
τ = 0, 466 𝑥 232 = 108, 11𝑠.
𝑐𝑎𝑠𝑜 2:

7
τ = 𝑅𝑥𝐶𝑒𝑞
τ = 0, 466 𝑥 325 = 151, 45𝑠.
De acordo com os dados supracitados, conclui-se que o valor da constante de
tempo capacitiva obtida pelo gráfico e as dos casos isolados apresentam uma
variação entre as medidas. Isso ocorre devido aos erros experimentais durante a
coleta de dados, precisão do gráfico no papel milimetrado e devido às incertezas
dos equipamentos.

1.3. Capacitor de placas planas paralelas

Utilizando o capacitor de placas planas paralelas, mediu-se a capacidade em


detrimento da distância entre as placas. Sabendo que a incerteza do equipamento é
de 3%, obteve-se a incerteza das medidas realizando a multiplicação de 0,03 por
cada valor de capacitância medido. Para os valores de distância obtidos,
depreende-se que a incerteza é a metade da menor medida da régua utilizada, ou
seja, é igual a 0,05 cm, conforme observado na Tabela 6.

Tabela 6 - Valores de capacitância em função da distância entre placas do


capacitor e suas respectivas incertezas.

d ± Δd (cm) C± ΔC (μF)

0,50 ± 0,05 0,245 ± 7,35x10-3

1,00 ± 0,05 0,229 ± 6,87x10-3

1,50 ± 0,05 0,130 ± 3,90x10-3

2,00 ± 0,05 0,110 ± 3,30x10-3

2,50 ± 0,05 0,096 ± 2,88x10-3

3,00 ± 0,05 0,071 ± 2,13x10-3

3,50 ± 0,05 0,064 ± 1,92x10-3

4,00 ± 0,05 0,056 ± 1,68x10-3

4,50 ± 0,05 0,045 ± 1,35x10-3

8
Para a construção do Gráfico 1, utilizou-se os valores da capacitância e o
inverso da distância entre as placas, conforme a Tabela 7 e plotou-se no software
Excel.

Tabela 7 - Valores de capacitância e o inverso da distância entre placas do


capacitor.

1/d (1/cm) C (μF)

2,00 0,245

1,00 0,229

0,67 0,130

0,50 0,110

0,40 0,096

0,33 0,071

0,29 0,064

0,25 0,056

0,22 0,045

9
Gráfico 1 - Capacitância entre placas paralelas em função do inverso da
distância entre as placas.

Devido a alguns erros experimentais, os dados do gráfico exposto tomou um


formato exponencial, porém, ainda assim, foi possível traçar a reta linear, a qual
indica que a capacitância é diretamente proporcional à distância, visto que quanto
maior a distância, maior a capacitância.

Para melhor análise, seleciona-se a região de linearidade, sendo a região


correspondente aos pontos 3, 4 e 5, conforme os valores da Tabela 8.

10
Tabela 8 - Dados dos pontos da região de linearidade

Pontos d (cm) 1/d (1/cm) C (nF)

3 1,50 0,67 0,130

4 2,00 0,50 0,110

5 2,50 0,40 0,096

Gráfico 2 - Capacitância entre placas paralelas em função do inverso da


distância entre as placas nos pontos 3, 4 e 5.

● Cálculo da área da placa e sua incerteza

Sabendo que o diâmetro da placa do capacitor é igual a 18,0 cm, calcula-se a


área do disco conforme a equação 1.

𝐴 = Π × (𝐷/2)2

11
(Eq.1)
𝐴 = Π × (18/2)2
𝐴 = 254, 47 𝑐𝑚2

Como a incerteza da área é a metade da menor medida da régua utilizada, ou


seja, é igual a 0,05 cm, utiliza-se a Equação 2 para o cálculo da incerteza da área.

∆𝐴 = 𝐴 × 2 × (∆𝐷/𝐷)
(Eq.2)
∆𝐴 = 254, 47 × 2 × (0, 05/18)
∆𝐴 = 1, 41 𝑐𝑚2

Logo, a área da placa é dada por 𝐴 ± ∆𝐴 = (254, 5 ± 1, 4) 𝑐𝑚2.

● Cálculo da incerteza da capacitância

Para o cálculo da incerteza da capacitância, utiliza-se os pontos extremos da


reta, isto é, os pontos 3 e 5, conforme a equação 3 e 4.

∆𝐶 = 𝐶3 − 𝐶5
(Eq.3)
∆𝐶 = 0, 130 − 0, 096
∆𝐶 = 0, 034 𝑛𝐹

∆∆𝐶2 = ∆𝐶23 + ∆𝐶25


(Eq.4)

−3 2 −3 2
∆∆𝐶 = (3, 90 𝑥 10 ) + (2, 88 𝑥 10 )

−3
∆∆𝐶 = 4, 85 × 10 𝑛𝐹

−3
Assim, tem-se que ∆𝐶 ± ∆∆𝐶 = (0, 034 ± 4, 85 × 10 ) 𝑛𝐹

12
● Cálculo da incerteza do inverso da distância entre as placas

Repetindo o procedimento anterior para o cálculo da incerteza do inverso da


distância, tem-se:

∆1/𝑑 = 1/𝑑(3) − 1/𝑑(5)


∆1/𝑑 = 0, 67 − 0, 4
∆1/𝑑 = 0, 27 1/𝑐𝑚

∆1/𝑑 = 1/𝑑 × (∆𝑑/𝑑)

∆1/𝑑 (3) = 0, 67 × (0, 05/1, 5)


∆1/𝑑 (3) = 0, 022 1/𝑐𝑚

∆1/𝑑 (5) = 0, 4 × (0, 05/2, 5)


∆1/𝑑 (5) = 0, 008 1/𝑐𝑚

2 2
∆∆1/𝑑 = (∆1/𝑑 (3)) + (∆1/𝑑 (5))
2 2
∆∆1/𝑑 = (0, 022) + (0, 008)
∆∆1/𝑑 = 0, 023 1/𝑐𝑚v

Assim, tem-se que ∆1/𝑑 ± ∆∆1/𝑑 = (0, 270 ± 0, 023) 1/𝑐𝑚

● Cálculo da incerteza do coeficiente angular da reta

Com o Gráfico 2, obteve-se o coeficiente angular da reta, também denominado


como m, sendo igual a 0,1267 nF.cm, isto é, m = 0,1267 nF.cm.
Para o cálculo da incerteza de m, utiliza-se a Equação 5 e os valores obtidos
anteriormente.

13
∆𝑚 = 𝑚 × [(∆∆𝐶/∆𝐶) + (∆∆1/𝑑/∆1/𝑑)]
(Eq.5)

−3
∆𝑚 = 0, 1267 × [(4, 85 × 10 /0, 034) + (0, 023/0, 270)]

∆𝑚 = 0, 0287 𝑛𝐹. 𝑐𝑚

Assim, tem-se que 𝑚 ± ∆𝑚 = (0, 127 ± 0, 029) 𝑛𝐹. 𝑐𝑚

● Cálculo da permissividade no vácuo e sua incerteza

Para a obtenção da permissividade no vácuo, utiliza-se a Equação 6.

ε 0 = (𝐶 × 𝑑)/𝐴
(Eq.6)
ε 0 = 𝑚/𝐴

ε 0 = 0, 127/254, 5

ε 0 = 4,87x10-4 nF/cm

Para o cálculo da incerteza da permissividade, utiliza-se uma adaptação da equação


5.

∆ε 0 = ε 0 × [(∆𝑚/𝑚) + (∆𝐴/𝐴)]
∆ε 0 = 4,87x10-4 × [(0, 029/0, 127) + (1, 4/254, 5)]
∆ε 0 = 1,14x10-4 nF/cm

Logo, tem-se que a permissividade elétrica no vácuo é dada por ε 0 ± ∆ε = (

14
4,87x10-4 ± 1,14x10-4) nF/cm.
Dessa forma, os resultados obtidos estão descritos na Tabela 9.

Tabela 9 - Resultados obtidos com os cálculos de incerteza

𝑚 ± ∆𝑚 𝐴 ± ∆𝐴 ε 0 ± ∆ε 0

(0, 127 ± 0, 029) 𝑛𝐹. 𝑐𝑚 (254, 5 ± 1, 4) 𝑐𝑚2 (4,87x10-4 ± 1,14x10-4) nF/cm

Por fim, pode-se perceber que o valor obtido para ε 0 é aproximadamente duas
vezes maior do que a permissividade elétrica no vácuo dada pela literatura, a qual
possui um valor próximo a 8,85 𝑝𝐹/𝑚. Ou seja, isso mostra que a validade da
equação para o capacitor de placas planas paralelas pode ter sido afetada devido
aos possíveis erros experimentais ou por falha dos equipamentos, porém, ainda sim,
obtemos um valor significativo para o ε 0 .

1.4. Questões a serem discutidas


Com base no modelo teórico dado pelas Equações 7 e 8, é possível obter as
tensões (V) em função do tempo da carga e descarga de um capacitor,
respectivamente.
𝑡
− 𝑅𝐶
𝑉𝑐(𝑡) = ε(1 − 𝑒 )
(Eq.7)
𝑡
− 𝑅𝐶
𝑉𝑐(𝑡) = ε𝑒
(Eq.8)
Quando o tempo decorrido para carga equivale a constante capacitiva, temos:
−1
𝑉𝑐(𝑡) = ε(1 − 𝑒 )
𝑉𝑐(𝑡) = ε(1 − 0, 3678)
𝑉𝑐(𝑡) = 0, 6321ε
Quando o tempo decorrido para descarga equivale a constante capacitiva, temos:

15
−1
𝑉𝑐(𝑡) = ε𝑒
𝑉𝑐(𝑡) = 0, 3678 ε

Portanto, o tempo característico corresponde a 63,2 % da fem fornecida, no caso do


processo de carga, e a 36,8% da carga acumulada no capacitor, no caso de
descarga.

Figura 1: Geometria proposta para realização do experimento. Os dois capacitores


que podem ser ligados em série ou paralelo dependendo dos acionamentos das
chaves CH2, CH3 e CH4, resultando em um capacitor equivalente Ceq. O capacitor
equivalente é então ligado em paralelo com um resistor R e também com a fonte.

A segunda lei de Kirchhoff, lei das tensões ou lei das malhas, enuncia que é nulo o
somatório das quedas e elevações de tensão ao longo de um caminho fechado de
um circuito elétrico.

∑𝑉 = 0

(Eq.9)
Aplicando a Equação 9 na malha referente a Figura 1, obtemos a Equação 10.

𝑄
ε − 𝑅𝑖 − 𝐶𝑒𝑞
=0

(Eq.10)

16
Sendo: ε = Força eletromotriz (J/C)
𝑅 = Resistência (Ω)
𝑖 = Corrente (A)
𝑄 = Carga (C)
𝐶𝑒𝑞 = Capacitância equivalente (F)

Considerando que a corrente é dada pela variação da carga pela variação do tempo
temos:
𝑑𝑄 𝑄
ε− 𝑑𝑡
𝑅 − 𝐶𝑒𝑞
=0

(Eq.11)
Resolvendo a equação diferencial, encontramos a solução da Equação 11.
𝑡
− 𝑅𝐶
𝑄(𝑡) = 𝐶ε(1 − 𝑒 𝑒𝑞
)
(Eq.12)
Derivando em relação ao tempo, obtém-se a Equação 13 que determina a corrente
em função do tempo da carga de um capacitor.
𝑡
− 𝑅𝐶
ε
𝑖 (𝑡) = 𝑅
𝑒 𝑒𝑞

(Eq.13)
Para a descarga, não há mais tensão no circuito, de modo que a lei de Kirchhoff,
fornece Ԑ = 0. Desta forma, para malha referente a Figura 1, temos:
𝑄
𝑅𝑖 + 𝐶
= 0

(Eq.14)
Prosseguindo com o mesmo raciocínio realizado anteriormente, determina-se a
corrente em função do tempo da descarga de um capacitor, expressa na Equação
15.
𝑑𝑄 𝑄
𝑅 𝑑𝑡
+ 𝐶
= 0
𝑡
− 𝑅𝐶
𝑄 (𝑡) = 𝐶ε𝑒
𝑡
ε − 𝑅𝐶
𝑖 (𝑡) =− 𝑅
𝑒

(Eq.15)

17
2. CONCLUSÃO

Por todos os aspectos expostos anteriormente, foi possível analisar que essa
prática laboratorial foi dividida em quatro partes. Nas quais, primeiramente, foram
realizadas as medições iniciais, como por exemplo, dos valores de resistência,
capacitância, dos valores da associação de capacitores em paralelo e os valores da
capacitância em função da distância entre as placas do capacitor. Concluindo que os
valores calculados e medidos para a associação em paralelo nesta primeira parte
demonstraram proximidade, uma vez que o valor de capacitância medido foi de 325
µ𝐹, enquanto o valor calculado foi de 325,4µ𝐹, respectivamente.
Posteriormente, a partir do experimento de descarga de capacitores, no qual
foram obtidos os valores de corrente medidos no processo de descarga da
associação em paralelo, foi necessário realizar um gráfico de ln I (logaritmo natural
da corrente) em função do tempo no papel milimetrado, a fim de obter o valor da
constante de tempo capacitiva, τ𝑐 = 𝑅𝐶 = 158, 73 𝑠. Além disso, também, fez-se

necessário comparar tal valor com o produto RC obtido dos valores medidos de C e
R (caso I), onde para C1 obtivemos 43, 57𝑠 e para C2, 108, 11𝑠, e 𝐶𝑒𝑞 e R (caso II),

obtivemos 151, 45𝑠. Concluindo que o valor da constante de tempo capacitiva obtida
pelo gráfico e as dos casos isolados apresentam uma variação entre as medidas.
Isso ocorre devido aos erros experimentais durante a coleta de dados, precisão do
gráfico no papel milimetrado e devido às incertezas dos equipamentos.
Por outro lado, durante a terceira parte do experimento, foi realizada a
construção do gráfico, utilizando o programa computacional - Excel), da capacitância
em função do inverso da distância entre as placas do capacitor, e a partir deste, foi
possível determinar o valor da permissividade no vácuo, ε0 = (4,87x10-4 ± 1,14x10-4)

nF/cm, o qual é aproximadamente duas vezes maior do que a permissividade


elétrica no vácuo dada pela literatura, a qual possui um valor próximo a 8,85 𝑝𝐹/𝑚.
Ou seja, isso mostra que a validade da equação para o capacitor de placas planas e
paralelas pode ter sido afetada devido aos possíveis erros experimentais ou por
falha dos equipamentos, porém, ainda sim, obtemos um valor significativo para o ε 0.
Em conclusão, foi mostrado matematicamente que o tempo característico,
τ𝑐 = 𝑅𝐶 = 158, 73 𝑠, corresponde a 63,2% da 𝑓𝑒𝑚 fornecida, no caso do processo

18
de carga, e a 36,8% da carga acumulada no capacitor, no caso da descarga e foram
deduzidas as equações associadas durante o processo de carga e descarga de
capacitores, a partir da análise do circuito RC, no qual foi aplicada inicialmente a
malha referente a Figura 1, seguindo de substituições, derivadas e considerações.

19
3. REFERÊNCIAS

Souza, Fernanda. O capacitor de placas paralelas e sua capacitância. Física


Experimental IV. UFMG.

Diniz. Márcio, Costa, Luan. Capacitor de placas paralelas. Física experimental III,
UFCG, dezembro 2018.

Engenharia de Produção e Química. Teoria, roteiro e folha de dados.


Eletromagnetismo e ótica. Fisíca experimental II. UFES.

MORAIS, Paulo Vitor de. Aula lll, Leis de Kirchhoff. UNESP. Disponível em:
<https://www.iq.unesp.br/Home/Departamentos/FisicoQuimica/laboratoriodefisica/aul
a-iii_as_leis_de_kirchhoff.pdf>. Acesso em: 11/04/23

20

Você também pode gostar