Vanguarda Europeia As Vanguardas Europeias representam um conjunto de movimentos artístico-culturais que ocorreram em diversos locais da Europa a partir do início do século XX.
Dificilmente pode-se afirmar com exatidão a data de surgimento de
movimentos artísticos, pois eles em geral se desenvolvem gradativamente até certo ponto de maior visibilidade ou reconhecimento. No início do século XX, porém, alguns movimentos artísticos publicavam manifestos com diretrizes a serem seguidas, o que delimitava, portanto, a data de início da divulgação desses documentos. O Futurismo foi um dos movimentos que mais fez uso de manifestos, ficando conhecido por eles. Assim, sua data de início foi marcada pela publicação de seu primeiro manifesto. Em 20 de fevereiro de 1909, o italiano Filippo Tommaso Marinetti publicou em Paris, no famoso jornal francês da época, Le Figaro, o Manifesto Futurista. Esse ato foi considerado o marco inicial da criação de um movimento artístico e literário chamado Futurismo, que naquele momento crescia como ideia, mas não tinha grandes produções práticas.
Filippo Tommaso Marinetti nasceu em 1876, no Egito. Estudou na
França, onde se formou bacharel em Letras. Posteriormente, mudou-se para a Itália, onde concluiu a faculdade de Direito, sem nunca exercer a profissão. Foi o maior lider do movimento futurista, responsável pela publicação do Manifesto Futurista. Foi um escritor que se mostrou contra a gramática tradicional, o que pode ser observado em vários mani-festos, entre eles o Manifesto técnico da literatura futurista. Marinetti se dedicou à poesia visual, estilo que se utiliza de letras, palavras e até mesmo símbolos matemáticos de forma a criar, no lugar de um texto contínuo, uma imagem que pode ser composta de desenhos e colagens. Marinetti foi ao longo de sua vida escritor, poeta, ativista político e jornalista. Ficou conhecido por seus ideais radicais e por ser um homem fascinado por tecnologia, pela guerra e pelo fascismo que se instaurava na Itália na época. Morreu em 1944, em Bellagio, Itália.
Apesar de o Manifesto Futurista ter sido publicado em um jornal
francês, o movimento teve maior impacto na Itália, influenciando e criticando artistas desse país. O Futurismo tinha a intenção de valorizar a velocidade, a industrialização e os avanços tecnológicos que estavam impactando a forma como as pessoas se relacionavam na época. Os futuristas fizeram propostas artísticas de pintura, literatura, arquitetura, escul-tura, teatro e música. Costumavam fazer declamações agitadas e interagir com o pú-blico, como meio direto de chamar a atenção para suas ideias. Tais práticas futuristas influenciaram, por exemplo, algumas propostas daquilo que atualmente conhecemos como Performance Art, prática artística desenvolvida anos depois e que será estudada na próxima unidade. Seus integrantes faziam palestras e utilizavam a publicidade para dar visibilidade ao movimento. O Futurismo caracterizou-se principalmente por tentar o rompimento com toda arte e cultura considerada por eles ultrapassadas. O movimento rejeitou o passado, artistas e formas de organização considerados um atraso para a modernização da Itália. Assim, o Futurismo celebrava o progresso e a tecnologia moderna, a vida urbana, a velocidade, os automóveis e a energia. Os futuristas italianos falavam nos manifestos sobre aviões, telefone, aceleração e movimento dos automóveis, além de qualquer coisa que fosse ligada à vida moderna. O contexto sócio-histórico do movimento futurista O Futurismo nasce em um contexto sócio-histórico propício para seu desenvolvimento. A Europa ainda vivia os desdobramentos da segunda fase da Revolução Industrial, momento no qual o aperfeiçoamento da tecnologia era valorizado. A Itália era um país jovem, pois sua proclamação como Estado havia ocorrido apenas em 1861. Além disso, foi durante os primeiros anos do Futurismo que foi deflagrada a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Os crescentes debates políticos sobre nacionalismo e colonialismo fervilhavam quando Mussolini estabeleceu o Estado fascista na Europa com promessas de renovação política e cultural. Música Os futuristas introduziram os ruídos em suas composições, postas para acabar com as limitações aos timbres e ruídos, para Russolo a música tinha alcançado uma complexidade tão grande que ele concluiu que a incorporação do ruído como parte da língua musical era a etapa lógica seguinte, armado com esse tipo de ideias Russolo criou o manifesto a arte dos ruídos, falando sobre a incorporação de sons como estouros, explosões, sussurros, sons de materiais como a madeira e o metal, vozes de animais e de homens, gritos, gemidos… Os ritmos que indicou eram infinitos, mas havia sempre um elemento rítmico preliminar a uma parte. Existiam outros ritmos perceptíveis, mas são secundários. Russolo e um outro Piatti Futurist projetaram os instrumentos chamados “Intonarumori” com uma espécie de alavanca, que eram das classes dos sons e foram projetados especialmente para desempenhos destes tipos de composições, com esse instrumento fez vários concertos. como o abaixo.