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Futurismo

Arte de vanguarda que enfatizava a velocidade, o futurismo glorificava a tecnologia, a cidade, as


máquinas e invenções da Segunda Revolução Industrial. Começou como um movimento na
Itália, em 1909-1910, com forte tom patriótico em seu manifesto. Teve influência nas artes de
outros países, como França, Rússia e Brasil.

Esses artistas viam o futuro representado na velocidade do automóvel, nos avanços industriais,
na eletricidade, nas grandes metrópoles, nas engrenagens dos maquinários, enfim, na nova
configuração social do início do século, que para eles representava um novo mundo e um novo
homem.

A ideia principal que os futuristas buscavam incorporar em seu procedimento artístico era
principalmente a velocidade, captando, seja nas artes plásticas, seja na literatura, esse
movimento acelerado que percebiam intensificar-se ao seu redor.

Contexto histórico

Criado no início de 1909, em Milão, na Itália, o futurismo reverberou uma euforia com as
descobertas e invenções da Segunda Revolução Industrial, em curso na Europa desde meados
do século XIX, e cujos avanços tecnológicos refinaram-se ao longo das décadas. Foi também
nesse período, em meados de 1908, que aconteceram os primeiros voos públicos em Paris, a
bordo do 14-bis.

Principais características do futurismo

• Dinamicidade;
• Contestação do sentimentalismo e consequente valorização do homem de ação;
• Enaltecimento da audácia e da revolução;
• Exaltação da vida contemporânea, com ênfase em temas de tecnologia e em novos
aparatos industriais;
• Rejeição ao moralismo e ruptura com a tradição;

Na pintura: uso de cores vibrantes e de contrastes; abstração e desmaterialização dos objetos


(influência cubista); sobreposição de imagens e traços em busca de representar a ideia de
movimento e velocidade;

Na escrita: “liberdade para a palavra”; uso de onomatopeias, de versos livres, de frases


fragmentadas ou em lugares inesperados, para passar a ideia de velocidade; vocabulário
tecnológico; uso de exclamações e interjeições para expressar energia.

Trechos do Manifesto Futurista

Os movimentos de vanguarda do início do século XX foram, em sua grande maioria, iniciados


oficialmente a partir da redação de manifestos. Como são vertentes artísticas que buscavam
sobretudo a ruptura com a arte até então estabelecida, os artistas encontraram, nesse gênero
textual, a oportunidade de esclarecer o que o movimento buscava expressar, de que maneira
pretendia romper com a tradição, o que lhes era mais importante e significativo etc.

O Manifesto Futurista foi escrito pelo poeta Filippo Marinetti e tornou-se conhecido a partir de
sua publicação, em 1909, no jornal francês Le Figaro.
Principais artistas

• Filippo Marinetti (1876-1944)


• Giacomo Balla (1871-1958)
• Carlos Carrà (1881-1966)
• Luigi Russolo (1885-1947)
• Umberto Boccioni (1882-1916)
• Vladimir Maiakóvski (1893-1930)
• Fernando Pessoa (1888-1935)
• Almada Negreiros (1893-1970)
• Oswald de Andrade (1890-1954)
• Mário de Andrade (1893-1945)

Futurismo no Brasil

O Modernismo brasileiro, que teve sua estreia oficial a partir da Semana de Arte Moderna de
1922, recebeu influências diretas dos movimentos das vanguardas europeias. O horizonte da
ruptura com a arte tradicional foi o principal propulsor para o surgimento da arte moderna, e
os artistas brasileiros vislumbraram nas vanguardas um modelo, uma fonte de inspiração para
orientar o surgimento de uma nova arte nacional.

Além disso, o movimento modernista, no Brasil, trazia em si uma ânsia pela própria
modernização, uma necessidade de acompanhar a modernidade da Segunda Revolução
Industrial, da qual o futurismo era o testemunho mais direto.

Os artistas Oswald de Andrade e Mário de Andrade foram influenciados pela estética futurista,
embora não tenham sido estritamente defensores desse movimento. Para Oswald, como
redigido em seu Manifesto Pau-Brasil (1924), o futurismo foi importante para “acertar o
relógio império da literatura nacional”. Oswald e Mário misturaram as tendências do cubismo
e do futurismo em algumas de suas composições poéticas, sem deixar de firmar uma postura
crítica à proposta de Marinetti, posto que a estética estrangeira não se adequava
propriamente ao contexto brasileiro – até porque, ainda majoritariamente agrário, o Brasil
começava lentamente a se industrializar.

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