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A Empresa................................................................................07
Introdução................................................................................08
A História do Vapor..................................................................09
O que é vapor?....................................................................................................11
Por que se utiliza vapor?......................................................................................12
Princípios Básicos....................................................................13
Princípios Básicos da Termodinâmica Aplicada ao Vapor....................................13
Noções de Grandezas Físicas - Unidades e Termonologias.................................17
Calor....................................................................................................................17
Quantidade de Calor............................................................................................17
Calor Específico...................................................................................................17
Calor Sensível.....................................................................................................18
Calor Latente......................................................................................................18
Calor Total..........................................................................................................18
Transferência de Calor.........................................................................................19
Pressão.................................................................................................................21
Lei de Pascal........................................................................................................21
Coluna D’água.....................................................................................................21
Pressões Atmosférica, Absoluta e Manométrica..................................................22
Temperatura........................................................................................................25
Vazão...................................................................................................................25
Volume Específico e Densidade...........................................................................25
Variações de Temperatura, Calor e Volume do vapor em relação à pressão.........26
Tabela de Vapor Saturado....................................................................................28
Tipos de Vapor.........................................................................31
Vapor Saturado...................................................................................................31
Vapor Superaquecido..........................................................................................32
Utilização do Vapor Saturado e Superaquecido..................................................33
Condensação e Resistências....................................................34
Condensação e Resistências à transferência de calor...........................................34
Resistências à Transferência de Calor..................................................................35
Circuito de Vapor Saturado......................................................37
Geração de Vapor.....................................................................39
Caldeiras.............................................................................................................39
Tipos de Caldeiras devido à forma de operação...................................................40
Caldeiras Flamotubulares....................................................................................40
Caldeiras Aquatubulares......................................................................................41
Fundada com o nome atual em 1910, a Spirax Sarco está sediada em Cheltenham,
Inglaterra, desde 1937. Hoje em dia, nosso negócio mundial no ramo de vapor é
parte da Spirax Sarco Engeneering plc Group, que é cotado na bolsa de Londres
desde 1959.
Não é de hoje que o homem percebeu que o vapor podia fazer as coisas se movi-
mentarem.
Nesse engenho, enchia-se uma esfera de metal com água que produzia vapor que
se expandia e fazia a esfera girar quando saía através de dois bicos, colocados em
posições diametralmente opostas. Todavia, embora
isso movimentasse a esfera, nenhum trabalho útil
era produzido por esse movimento e o sábio não
conseguiu ver nenhuma utilidade prática para seu
invento.
Foi somente no século XVII, mais precisamente em 1690, que o físico francês Denis
Papin usou esse princípio para bombear água. O equipamento bastante rudimen-
tar que ele inventou, era composto de um pistão dentro de um cilindro que ficava
sobre uma fonte de calor e no qual se colocava uma pequena quantidade de água.
Quando a água se transformava em vapor, a pressão deste forçava o pistão a subir.
Então a fonte de calor era removida o que fazia o vapor esfriar e se condensar. Isso
criava um vácuo parcial (pressão abaixo da pressão atmosférica) dentro do cilindro.
Como a pressão do ar acima do pistão era a pressão atmosférica, ela o empurrava
para baixo, realizando o trabalho.
Nessa máquina, o vapor gerado em uma caldeira era enviado para um cilindro lo-
calizado em cima da caldeira. Um pistão era puxado para cima por um contrapeso.
Depois que o cilindro ficava cheio de vapor, injetava-se água nele, fazendo o vapor
condensar.
Isso reduzia a pressão dentro do cilindro e fazia o ar externo empurrar o pistão para
baixo. Um balancim era ligado a uma haste que levantava o êmbolo quando o pistão
se movia para baixo. O vácuo resultante retirava a água de poços de mina inunda-
dos.
Em 1782, ele projetou e patenteou a máquina rotativa de ação dupla na qual o va-
por era introduzido de ambos os lados do pistão de modo a produzir um movimento
para cima e para baixo.
Figura3
A máquina a vapor tornou-se a prin-
cipal fonte produtora de trabalho do século XIX e seu desenvolvimento se deu no
esforço de melhorar seu rendimento, a confiabilidade e a relação peso/potência. O
advento da energia elétrica e do motor de combustão interna no século XX, todavia,
condenaram pouco a pouco, nos países mais industrializados, a máquina a vapor ao
quase esquecimento.
No século XX, a máquina a vapor, como fornecedora de energia foi sendo substituí-
da por:
Mesmo assim, o vapor ainda hoje tem extensa aplicação industrial, nas mais diver-
sas formas, dependendo do tipo de indústria e da região onde está instalada.
O que é Vapor?
Como outras substâncias, a água pode se apresentar nos estados sólido (gelo), líqui-
do (água) e gasoso (vapor). Neste curso, estudaremos a água nos estados líquido,
gasoso e a transição de um estado para outro.
Podemos considerar, de forma sintética que vapor nada mais é que a união do ele-
mento químico ÁGUA com o elemento físico ENERGIA OU CALOR.
• Sua temperatura pode ser ajustada com precisão, controlando sua pressão através
de válvulas;
Figura4
Produção de Vapor
Pressão
constante
Temperatura
Calor
constante
Figura5
Suponhamos um cilindro com a parte inferior vedada, envolvido com isolamento
térmico com eficiência de 100 %, de tal forma que não haja perda de calor para a
atmosfera e contendo 1 kg de água à temperatura de 0oC (ponto de fusão). Essa
condição será tomada, doravante, como ponto de referência, onde passaremos a
considerar, para nossos propósitos, que a QUANTIDADE DE CALOR existente
nessa massa de água é igual a ZERO.
Supondo que a pressão exercida sobre a água seja atmosférica, qualquer adição de
calor absorvida pela água fará com que sua temperatura se eleve, conforme mostra a
figura:
Volume
Figura6
Tempera
Tempera
-tura
tura de
de
Ebulição
Ebulição
Figura7
Quanto maior a quantidade de calor absorvida pelo sistema, maior será a massa de
água transformada em vapor, conforme as figuras 8 e 9:
Tempera
tura de
Ebulição
Figura8
Tempera
tura
Constante
Figura9
Tempe
ratura
Figura10
Observando a posição final do gráfico Temperatura x Calor, podemos dividí-lo em
três partes distintas, conforme a figura:
Temperatura
água+vapor
t2
vapor vapor
líquido saturado superaquecido
t1
Calor
Calor total
Figura11
O volume ocupado pelo vapor é muito maior que o da água, pois, quando em esta-
do líquido, as moléculas de água se mantêm muito mais próximas que as moléculas
de vapor. Podemos afirmar, portanto, que o processo de evaporação consiste em
ceder energia suficiente para que cada molécula possa vencer a força de atração
que as mantém próximas, fazendo com que, ao passar para a fase gasosa, possam se
deslocar livremente no meio que as contém.
Para cada valor de pressão há uma única temperatura de ebulição. Caso a pressão
da água seja menor do que a atmosférica, a quantidade de calor necessária para
ocasionar a ebulição será menor, sendo menor, também, a temperatura em que a
ebulição ocorre.
Calor
Quantidade de Calor
Calor Específico
O calor específico da água é 4,186 kJ/kg °C ou 1 kcal/kg °C. Isso representa dizer
que se houver uma transferência de calor de 1 kcal para uma massa de 1 kg de água,
ocorrerá um aumento de 1°C na temperatura.
Q = M cp ∆T
Se a capacidade produtiva da caldeira for de 10000 litros (ou 10000 kg), a energia
necessária para elevar toda a massa de água de 10°C para 100°C será 90 kcal/kg x
10000 kg = 900000 kcal.
Vale observar que este valor não corresponde ao calor sensível encontrado nas
Tabelas de Vapor Saturado, pois, o ponto de referência para tomada deste valor é
considerado quando a água está a 0°C. Portanto, nessas condições, o calor sensível é
100 x 1 = 100 kcal/kg.
Calor Latente
Calor Total
Transferência de Calor
Trata-se do fluxo de energia entre um meio a alta temperatura a outro meio com
temperatura menor, quando em contato ou proximidade. Só ocorrerá fluxo ou
transferência de calor se houver um diferencial de temperatura entre os meios. Caso
a temperatura desses meios seja a mesma, ambos estarão num estado de equilíbrio
térmico.
A transferência de calor se verifica pelos três modos reconhecidos pela física: condu-
ção, convecção e irradiação:
Q = k A ∆T
x
Q = k A ∆T
Q = UA ∆T
Lei de Pascal
“Num sistema fechado, a pressão exercida por um fluído age igualmente em todos
os pontos do sistema”. Logo, na figura abaixo, a pressão exercida em “A” é a mesma
lida no manômetro em “B”:
Figura12
Coluna D’água
A unidade de pressão pode ser expressa em metros de coluna d’água (m.c.a.). Para
melhor exemplificar este conceito, tomemos um reservatório conforme a figura 12:
15 m
10 m
1m Figura13
1m
P= F onde:
A
P = pressão
F = força
A = área
Pressão Absoluta
Pressão
Pressão Atmosférica Diferencial
(aprox. 1 bar a = 0 bar g)
Vácuo
Vácuo Perfeito
(0 bar a)
bar a = bar g + 1
Figura15
ºF ºC ºK ºRe
212 100,00 373,15 80
32 0 273,15 0
tC-0 t Re - 0 t F - 32 t K - 273,15
= = =
100 - 0 80 - 0 212 - 32 373,15 - 273,15
tC t Re t F -32 t K -273
= = =
5 4 9 5
Vazão
Já dissemos que se um sistema de geração de vapor operar a uma pressão maior que
a atmosférica, a temperatura de ebulição ou de saturação será superior a 100°C.
Por exemplo, a uma pressão de 10 barg, essa temperatura de saturação é de aproxi-
madamente 183,2°C. Para atingir esta temperatura, a água necessita de uma maior
quantidade de calor sensível.
Por outro lado, a medida em que a pressão de geração aumenta, o calor latente
necessário para converter a água em vapor é menor. À pressões elevadas, as molécu-
las de vapor possuem menor grau de liberdade e, portanto, a quantidade de energia
suplementar necessária para romper as forças de atração molecular é menor.
Calor Sensível
Calor Sensível
100 kcal
180kcal
0 °C 0 °C
Figura16 Figura17
Ao contrário do que ocorre com a água, o volume ocupado por uma determinada
quantidade de vapor depende diretamente de sua pressão.
2
Volume específico
1,5
(m^3/kg)
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Figura18
Diante do exposto, podemos concluir que o ideal, num sistema de vapor, é efetuar
sua geração com pressões elevadas (o menor volume específico requer tubulações de
menor diâmetro) e utilizá-lo a pressões mais baixas (maior parcela de calor latente e
menor custo dos equipamentos).
Esta tabela serve para relacionar todas as propriedades até aqui descritas, resultado
de ensaios efetuados com o vapor.
Vapor Saturado
No instante em que houver absorção de todo o calor latente, toda a água presente
estará transformada em vapor, isto é, o vapor estará totalmente isento da presença
de água. Neste estágio, o vapor é chamado de VAPOR SATURADO SECO.
Na prática, o vapor utilizado nas indústrias arrastam consigo gotículas de água, não
podendo ser classificado de vapor saturado seco. Porém, o desejável é que o vapor
utilizado em processos de aquecimento seja o mais seco possível, isto é, com maior
parcela possível de calor latente.
CT = CS + CL * X
CT = 172,5 + (489,6 * 0,95)
CT = 637,6 kcal/kg
Este valor representa uma redução de 24,5 kcal/kg em relação ao calor total do
vapor a 7bar, encontrado nas Tabelas de Vapor Saturado.
Se, mesmo após toda a água ter se transformado em vapor, o sistema continuar a
receber calor, voltará a ocorrer o aumento de temperatura. Nesse estágio, teremos
somente vapor (totalmente isento de água), porém à valores de temperatura acima
da temperatura de saturação. O vapor, nessas condições, é chamado de VAPOR
SUPERAQUECIDO.
Pressão = 10 barg
Temperatura de saturação = 183,2°C
Temperatura do vapor = 220°C
Grau de superaquecimento = 220 - 183,2 = 36,8°C
Exemplo:
Vapor saturado Vapor saturado
Vapor superaquecido
úmido seco
Utilização
Geração
Retorno
Figura 20
Vapor superaquecido
gerador de
energia elétrica
Gerador Turbina
de vapor
Figura 21
CONDENSAÇÃO E RESISTÊNCIAS À
TRANSFERÊNCIA DE CALOR
Figura 22 Figura 23
A figura 22 mostra um recipiente contendo um determinado produto que se deseja
aquecer através de uma serpentina. O vapor, ao circular pela serpentina, cede seu
calor latente ao produto. O condensado formado proveniente dessa troca térmica
flui para a parte inferior da serpentina, devendo ser drenado. Se o vapor se con-
densa numa velocidade superior à da drenagem, ou se a vazão de vapor na entrada
da serpentina for maior que a vazão de descarga, haverá acúmulo de condensado,
conforme mostra a figura 23. Esse efeito é chamado de ALAGAMENTO.
Camada de incrustração
Camada de condensado
Parede de Metal
Figura 24
Figura 25
O vapor gerado na caldeira é transportado por tubulações até os pontos de utiliza-
ção, podendo haver uma ou mais tubulações de distribuição. A partir dessas tubula-
ções, outras de menor diâmetro transportam o vapor até os equipamentos de forma
individual. Inicialmente, o vapor transfere calor para as tubulações que se encon-
tram frias, bem como o ar que circunda essas tubulações.
Nessa transmissão, parte do vapor se condensa e o condensado passa a ocupar as
partes inferiores da tubulação, sendo empurrado pela massa de vapor circulante.
Essa mesma transmissão se dá quando a válvula de alimentação de vapor de algum
equipamento é aberta. O fluxo de vapor que sai da caldeira passa a ser contínuo,
isto é, quanto maior a taxa de condensação, maior será a produção de vapor na cal-
deira para compensá-la. É óbvio que, nessas condições, maiores serão os consumos
de combustível e de água.
• GERAÇÃO DE VAPOR:
Caldeiras, coletores de vapor, sistemas de alimentação de água e combustível, etc;
• DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR:
Tubulações de distribuição em geral;
• UTILIZAÇÃO DO VAPOR:
Equipamentos consumidores de vapor;
• RETORNO DE CONDENSADO:
Reaproveitamento energético.
GERAÇÃO DE VAPOR
Caldeiras
Esta definição compreende todos os tipos de geradores de vapor, sejam os que va-
porizam a água, mercúrio ou fluídos de alta temperatura (fluidos térmicos), sejam
as mais simples unidades geradoras de vapor de água, comumente conhecidas por
Caldeiras de vapor.
Outras vezes o fluído (água ou fluído térmico) não vaporiza, sendo aproveitado nos
processos de calefação, ainda na fase líquida, apenas com a temperatura elevada,
formando a linha de Caldeiras de água de altas temperaturas, ou de fluídos térmi-
cos.
Caldeiras Flamotubulares
Figura 26
As caldeiras flamotubulares geram apenas vapor saturado, uma vez que este sai de
um vaso com água líquida até pelo menos sua metade, sem receber qualquer aque-
cimento posterior. Normalmente, têm sua capacidade de geração restrita ao máxi-
mo de 30 t/h, e a pressão máxima de 20 Kgf/cm2.
Figura 27
Caldeiras Aquatubulares
Banco de Convecção
Convection Bank
Difusores de Gás
Gas Baffles
Fornalha Economizador
Economiser
Queimadores
Burners
Caldeiras Mistas
Figura 30
Caldeiras Elétricas
Figura 31
Combustíveis Líquidos
• Óleo tipo BTE (Baixo Teor de Enxofre): Possui em sua composição de 0,9 a 1,8%
de enxofre. Corresponde, aproximadamente, ao óleo APF.
Combustíveis Gasosos
• Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): Chama-se gás liquefeito, ou gás líquido, a uma
mistura de aproximadamente 31% de butano (O4H10) e 58% de propano (C3H8),
que se liquefazem a temperaturas ordinárias e sob pressões relativamente baixas (de
8 a 12 Kgf/cm2). Quando em estado líquido, este gás evapora facilmente. Possui
poder calorífico bastante elevado, de aproximadamente 22.500 Kcal/Nm3.
Uma caldeira ideal deve possuir acessórios que permita um controle efetivo da
produção de vapor, garantindo qualidade e eficiência no processo, aliado ao aspec-
to econômico. A figura 32 mostra a instalação típica de uma casa de caldeiras. Os
acessórios mostrados nesta figura serão detalhados mais adiante:
Figura 32
o
Temperatura da Água ( C)
OBS1: Incrustações de Sílica (SiO2) podem pelo menos dobrar os índices acima
mencionados.
OBS2: Estes índices foram comprovados pela Escola Politécnica Federal de Zurich-
Suíça, e publicados em 25/04/1984.
Começaremos este tópico com uma pergunta simples: “A água encontrada na natu-
reza pode ser boa o suficiente para beber, mas não boa o suficiente para a caldeira?”
A resposta é sim, e a seguir justificaremos esta resposta.
Como sabemos, a água é a matéria prima mais importante do planeta Terra. Ela é
essencial para vida, é utilizada para transportar e possui a capacidade de acumular
energia. É também chamada de “o solvente universal”.
Do estoque total de água do planeta, 97% é encontrado nos oceanos, e uma signifi-
cativa parcela está aprisionada nas geleiras polares. Apenas 0,65% do total da água
está disponível para o consumo doméstico e industrial.
Esta pequena proporção seria rapidamente consumida se não fosse pelo ciclo global
típico da água, mostrado na figura abaixo:
Umidade Atmosférica
Evaporação proveniente Precipitação Evaporação
do solo, da vegetação e
dos Oceanos
de outros corpos
terrestres
Consumo
Vazão de água da
superfície e solo
Percolação para o oceano
Corredeiras
para o oceano
Táb
Águ ua de
a
Oceano
Água Fresca
Subterrânea Interface
Água Salina Subterrânea
Figura 33
Carregada com estes ingredientes, a água percola através das camadas superficiais
da terra para a tábua de água, ou flui através da superfície da terra, dissolvendo e
coletando impurezas adicionais.
• Evitar contaminação do vapor pela água da caldeira que pode ser arrastada ou por
formação de espuma na tubulação de distribuição;
Isto é obviamente indesejável, não apenas pelo fato do vapor ser altamente úmido
na saída da caldeira, mas também pelo fato da água arrastada conter alto nível de
sólidos dissolvidos, além de sólidos em suspensão. Estes sólidos irão contaminar
válvulas de controle, trocadores de calor e purgadores.
Enquanto a espuma na superfície da água pode ser causada devido a altos níveis
de sólidos em suspensão e alcalinidade alta ou contaminação pode ser causada por
óleos ou gorduras, a causa mais comum de arraste de água para o sistema é um alto
nível de sólidos totais dissolvidos. Um cuidadoso controle no nível de sólidos totais
O teor de sólidos totais dissolvidos pode ser expresso por diferentes unidades, e a
tabela abaixo mostra conversões do teor em p.p.m. (partes por milhão) para outras
unidades. Graus “Baumé” e graus “Twaddle” são escalas alternativas de hidrôme-
tros:
Quando for feita a coleta de uma amostra da água da caldeira para análise externa é
importante assegurar que seja retirada uma quantidade significativa.
Em alguns casos, fabricantes de caldeiras instalam uma conexão para descarga dos
sólidos totais dissolvidos, e geralmente é possível obter uma amostra significativa
deste local. Porém, se a água for simplesmente drenada diretamente da caldeira,
uma parcela irá “flashear” (reevaporar) violentamente devido à queda brusca de
pressão. Isto não só será extremamente perigoso para o operador que coletar a
amostra, como qualquer análise subseqüente será incorreta.
Para se conseguir uma amostra resfriada de forma correta e evitar falsas leituras,
é necessária a utilização de um sistema resfriador de amostras, que economizará
tempo e facilitará testes mais freqüentes.
Válvula de
bloqueio de
amostra
saída de
refrigeração
Entrada de
água de
refrigeração
coleta de amostra
Figura 33
A densidade relativa da água está relacionada ao conteúdo dos seus sólidos dissolvi-
dos. Para água bruta, água de alimentação e condensado a densidade relativa é tão
próxima à da água pura que não pode ser medida satisfatoriamente utilizando um
hidrômetro. Para a água da caldeira, no entanto, um hidrômetro pode ser utilizado
para obter uma medição aproximada dos sólidos dissolvidos, isto porque para água
de caldeira, cada acréscimo de 0,0001 na densidade relativa a 15,5ºC é aproximada-
mente igual a 110 p.p.m.
• Leitura dos sólidos totais dissolvidos através da tabela fornecida com o hidrôme-
tro, ou calcular a concentração dos sólidos totais dissolvidos em p.p.m. através da
fórmula a seguir:
• Adicionar ácido acético (tipicamente 5%) gota a gota para neutralizar a mostra,
misturando até a cor desaparecer.
OBS: A relação mostrada nesta equação só é válida para amostra neutra a 25ºC.
Figura 34
σT = σ25 [1 + α (T-25)]
Onde:
Descargas na água da caldeira para se manter estes níveis de sólidos totais dissolvi-
dos poderão ajudar a garantir que um vapor relativamente limpo e seco será envia-
do à planta.
A tabela a seguir mostra algumas diretrizes gerais dos níveis de sólidos totais dissol-
vidos máximos permitidos em certos tipos de caldeiras. Níveis acima destes poderão
causar problemas:
Tipo de Caldeira S.T.D Máximo (p.p.m.)
Lancashire 10.000
2 passes (econômica) 4.500
3 passes (econômica) 3.000 a 3.500
Aqua-Tubular de baixa pressão 2.000 a 3.000
Aqua-Tubular de média pressão 1.500
Aqua-Tubular de alta pressão 1.000
OBS: Estes valores são estimativos, e o fabricante da caldeira deve ser consultado
para obtenção de valores específicos.
Taxa de
Descarga
Onde:
Figura 35
Figura 36 A
Por esta razão podemos dizer, por exemplo, que uma simples descarga de três se-
gundos a cada hora, por oito horas de trabalho, será mais eficiente para a caldeira
que oito descargas de três segundos em uma hora apenas, e nenhuma descarga mais
no restante do dia.
A água da descarga de
fundo poderá tanto passar
através de uma galeria de Caldeira
• A pressão da caldeira;
• O tamanho da linha de descarga da caldeira;
• O comprimento da linha de descarga entre a caldeira e o vaso de descarga.
A energia contida na água que está sendo descarregada é sua entalpia líquida, à
temperatura de saturação para a pressão da caldeira. Como exemplo, podemos
considerar uma caldeira trabalhando com pressão de 10 barg, que descarrega uma
vazão de 6,2 Kg/s de água através da descarga de fundo. Das tabelas termodinâmi-
cas de vapor, para esta pressão, a entalpia do líquido (hf) é de 782 KJ/Kg. Então a
energia que está sendo liberada da caldeira será:
O volume de vapor flash resultante dos 18,6 Kg de água descarregada será então de:
Caldeira Caldeira
Vaso de
Descarga
Válvulas
de Dreno
Figura 38
A descarga de fundo pode ser feita por uma caldeira de cada vez. Na verdade, o
dimensionamento do vaso de descarga deverá ser feito baseado na caldeira de maior
pressão, que possui a linha de descarga com maior diâmetro.
Além de facilitar a redistribuição, para que uma maior quantidade de lodo seja
retirada na próxima descarga, este intervalo rápido de abertura da válvula previne
contra a formação de um “vórtice” na superfície da água no interior da caldeira, o
que provocaria um desperdício com a descarga de água “limpa” da superfície.
A quantidade de água a ser descarregada em cada descarga pode ser calculada atra-
vés da equação a seguir:
B = Vazão de descarga
C.C. Crítico = Ciclo de concentração crítico
Para efetuarmos este cálculo, serão necessários alguns dados referentes à caldeira e à
água de alimentação. São eles:
Dados da Caldeira:
Com isso, podemos agora calcular a vazão de água a ser descarregada, através da
equação abaixo:
Em 1 segundo – 74 litros
Em X segundos – 297,03 litros
X = 4,01 segundos
Para que se possa ter uma idéia destas perdas por excesso de descarga de fundo,
vejamos o exemplo a seguir:
Caldeira
Válvula
Solenóide
Fornecimento de Energia
O fabricante deve projetar a caldeira de forma a garantir que a área do nível normal
de água permita que o vapor seja liberado a uma velocidade aceitável. O projeto
deve também permitir uma altura específica mínima entre o nível normal de água e
a saída de vapor da caldeira.
Por estas razões, sistemas de controles de nível são necessários, que irão:
Não é possível definir o nível exato de água em uma caldeira que esteja produzin-
do vapor, devido à grande quantidade de bolhas (com forte circulação horizontal)
presentes na superfície da água. Existirão, portanto, variações de nível ao longo do
casco da caldeira. Inversamente a isto, o visor de vidro possui em seu interior água
que:
Conexão superior da
Bloqueio
Caldeira (vapor)
de vapor
Visor de vidro
Esferas de segurança
Vedações que fazem o bloqueio se
o vidro quebrar.
Figura 40
Isto significa que a água no interior do visor é mais densa que a água no interior da
caldeira. Por sua vez, isto significa que o visor de vidro irá mostrar um nível mais
baixo que o nível real no interior da caldeira.
Em uma caldeira de geração de vapor existem três aplicações claras para os disposi-
tivos de monitoramento do nível da água. São eles:
• Controle de nível: Para garantir que a quantidade certa de água seja adicionada à
caldeira, no tempo certo;
• Alarme de nível baixo: Para uma operação segura da caldeira, o alarme de nível
baixo garante que a queima do combustível não continuará se o nível da água cair
de um nível pré-determinado.
• Alarme de nível alto: O alarme opera se o nível da água crescer muito, infor-
mando à caldeira que desligue a alimentação de água. A utilização de alarmes de
nível alto também contribui para reduzir a chance de arraste de água da caldeira
para linha, conseqüentemente reduz a ocorrência de golpes de aríete no sistema de
distribuição de vapor.
Figura 43
• Sensores de condutividade:
Considere um tanque aberto com água em seu interior. Um sensor (vara de metal)
é suspenso no tanque (conforme mostrado na figura 44). Se uma voltagem elétrica
é aplicada e o circuito possuir um amperímetro, este irá mostrar que:
Figura 44
Porém, uma simples ponta pode apenas transmitir uma simples ação. Assim, duas
pontas são necessárias em um sensor condutivo para ligar e desligar uma bomba em
níveis pré-determinados, conforme mostrado na figura 45. Quando o nível desce e
expõe a ponta no ponto A, a bomba iniciará a alimentação. O nível de água sobe até
alcançar o ponto B, quando a bomba será desligada.
Bomba desliga
Bomba liga
Água
Figura 45
• Sensores capacitivos:
Figura 48
Controle On-Off
Sensor de
Condutividade
Controlador
caldeira
Bomba de alimentação
Figura 50
No entanto, este tipo de controle on-off não é o mais indicado para o controle de
caldeiras, devido à demanda relativamente alta de água fria de reposição que entra
quando a bomba liga, provocando redução na pressão da caldeira.
Controle Modulante
Controlador caldeira
Válvula de controle
de nível
Linha de
recirculação
Figura 51
Para um controle de nível modulante, os seguintes métodos podem ser usados para
“sentir” o nível da água:
Este é o tipo de controle modulante mais simples, mostrado na figura 52, onde o
controlador recebe apenas o sinal do nível da água no interior da caldeira, indicado
pelo sensor capacitivo. Este é um sistema de controle de nível de caldeiras padrão,
com controle proporcional, e fornece um excelente controle para a maioria das
instalações de caldeiras.
Figura 52
Com controle proporcional a um simples elemento, o nível de água tem que cair
para que a válvula de alimentação possa abrir. Isto significa que o nível de água
deve ser maior a baixas demandas de vapor, e menor a altas demandas.
Unidade de
interface
Sensor
Capacitivo
controlador
caldeira
Medidor de
vazão de
vapor
Válvula de controle de
alimentação
recirculação
Descarga de
fundo
Bomba de
alimentação de água
Figura 53
O controle de nível automático com três elementos envolve o sinal dos dois ele-
mentos mencionados mais o sinal de um terceiro elemento, que é um medidor de
vazão instalado na entrada da água de alimentação da caldeira. Este controle a três
Por conta desta variação na pressão de água, a vazão de água que irá passar pela
válvula de controle de alimentação pode variar, para cada caldeira individualmente.
O acréscimo do terceiro elemento modifica o sinal para a válvula de controle de
alimentação de água, para levar em consideração esta alteração de pressão na água.
vapor
Sensor
de
nível
caldeira
Medidor de vazão
de vapor
Medidor de
vazão de água
vapor
caldeira
do tanque
de
alimentação
vapor
caldeira
Figura 54
Descarga de fundo
COMBUSTÍVEIS E COMBUSTÃO
Definições
A combustão pode ser definida como uma reação química exotérmica rápida entre
duas substâncias, um combustível e um comburente. As reações exotérmicas são
aquelas que liberam energia térmica. O combustível é a substância que queima,
que se oxida, contendo em sua composição, principalmente, carbono e hidrogênio,
e, eventualmente e em menores teores, outros elementos reagentes, como oxigênio
e enxofre, ou ainda outros elementos ou compostos que não participam da reação
de combustão, como a água. Comburente é o componente da reação de combustão
que fornece o oxigênio. Em geral, é usado o ar atmosférico, que apresenta a grande
vantagem de não ter custo de fornecimento. Entretanto, o ar contém relativamente
pouco oxigênio, existindo 3,76 volumes de nitrogênio por volume de oxigênio (21%
em percentagem volumétrica ou 23% em percentagem por peso atômico), além de
trazer sempre alguma umidade.
Os produtos da combustão são tipicamente gasosos. Contudo, os elementos do
combustível que não se oxidam ou já estão oxidados vão constituir as cinzas. Os
combustíveis podem ser classificados de acordo com seu estado físico nas condições
ambientes em:
. sólidos: madeira, bagaço de cana, turfa, carvão mineral, carvão vegetal, coque de
carvão, coque de petróleo, etc.
. líquidos: líquidos derivados de petróleo, óleo de xisto, alcatrão, licor negro (lixívia
celulósica), álcool, óleos vegetais, etc.; ou
. gasosos: metano, hidrogênio, gases siderúrgicos (gás de coqueria, gás de alto forno,
gás de aciaria), gás de madeira, biogás, etc.
Reações de Combustão
Deve ser observado que para cada caso existe uma quantidade determinada de
oxigênio; portanto, de ar a ser fornecido. A combustão completa quando todos os
elementos combustíveis contidos no combustível (C, H, S, etc.) combinam com
o oxigênio do ar, fornecendo os produtos finais correspondentes estáveis quimica-
mente. Neste sentido, a segunda reação apresentada para o carbono, com a for-
mação do monóxido de carbono (CO), não é completa. Fica ainda evidente que a
queima parcial do carbono libera bem menos energia que sua total oxidação. Na
queima do hidrogênio, a água formada pode estar como líquido ou como vapor,
sendo apresentada nessa tabela a energia liberada quando está na forma líquida.
A proporção exata de ar e combustível para uma combustão completa é conheci-
da como relação ar/combustível estequiométrica, uma propriedade característica
de cada combustível. Por exemplo, a maioria dos derivados de petróleo requer da
ordem de 14 kg de ar por kg de combustível, enquanto a lenha seca requer cerca de
6 kg de ar por kg. Dependendo da temperatura e da pressão, esta quantidade de ar
corresponderá a um determinado volume.
em que:
a/c - relação ar/combustível estequiométrica;
x - teor molar de carbono;
y - teor molar de hidrogênio;
z - teor molar de oxigênio; e
k - teor molar de enxofre.
em que:
= umidade referida à massa seca do combustível (%)
Excesso de ar
Figura 55
A energia térmica fornecida durante a queima dos combustíveis pode ser avaliada
por seu poder calorífico, em geral, apresentado para sólidos e líquidos por unidade
de massa e para gases por unidade de volume, referidas neste caso a pressão atmos-
férica e a temperatura de 0ºC. Como comentado, a água, usualmente presente nos
produtos de combustão, resultante da oxidação do hidrogênio, pode apresentar-se
em diferentes estados (líquido e vapor). São definidos dois tipos de poder calorífico:
o Poder Calorífico Superior (PCs), quando a água está na forma liquida, estado tí-
pico nas condições de ensaio de combustíveis, pouco aplicado em situações práticas;
e Poder Calorífico Inferior (PCi), quando a água apresenta-se como vapor, situação
que efetivamente ocorre nos produtos de combustão nas chaminés. Naturalmente,
dependendo do teor de hidrogênio do combustível, o Poder Calorífico Superior é
cerca de 10% maior que o Poder Calorífico Inferior.
A Tabela a seguir apresenta valores para o poder calorífico inferior de alguns com-
bustíveis em sua condição típica de utilização em caldeiras, parâmetro de interesse
para determinar a eficiência na geração de vapor.
Fornalhas
- Fornalhas para queima em suspensa: São usadas quando se queimam óleo, gases
ou combustíveis sólidos pulverizados, utilizando para alimentar o combustível equi-
pamento especial, chamado maçarico, queimador ou combustor, responsável pela
dispersão do combustível na fornalha de forma homogênea.
Queimadores
- Pulverização a ar
O óleo escoa por gravidade ou por impulsão de uma bomba de baixa pressão. O ar
é insuflado por ventilador, sendo o veículo responsável pela pulverização do óleo em
gotículas.
Figura 56
Figura 57
- Pulverização a vapor
Substitui o ar pelo vapor produzido na própria caldeira, promovendo uma pulveri-
zação mais fina e fortemente acentuada pelo aquecimento. Tem o inconveniente de
parte do calor produzido na combustão ser consumido pelo vapor, quando este for
saturado. A Figura 58 apresenta o dispositivo que mistura combustível e vapor, para
facilitar a atomização e melhorar a mistura com o ar.
Figura 58
Figura 59
- Pulverização mecânica
Caracteriza-se pela ausência completa de peças rotativas no queimador, garantindo
a pulverização do óleo por escoamento estrangulado em alta velocidade através de
orifícios de pequenas dimensões (Fig. 60). A energia necessária para o líquido atra-
vessar o orifício em alta velocidade é mantida por uma bomba de engrenagens.
Figura 60
Figura 61
Figura 62
- Queimadores de combustíveis sólidos.
Nas pequenas caldeiras, o combustível, lenha em toras, é colocado manualmente
sobre um conjunto de grelhas fixas. Para as caldeiras de maior capacidade, utilizam-
se sistemas com grelhas móveis ou deslizantes. A lenha, normalmente picada, é
transportada por meio de correias transportadoras, dos silos até aos dosadores e
alimentadores (Fig. 63).
- Mista ou balanceada: Neste sistema são empregados dois ventiladores, sendo que
um deles tem a finalidade de introduzir o ar na caldeira (ventilador soprador) e o
outro tem a finalidade de retirar o ar da caldeira (ventilador exaustor), conforme
esquema da Figura 66.
Figura 65
Figura 66
DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR
Dimensionamento de Tubulações
Critério da Velocidade
Q=0,283.V.D² / d
- Vapor Saturado - 20 a 30
- Vapor Superaquecido - 40 a 50
- Ar Comprimido - 6 a 10
- Outros Gases - 15 a 20
Dilatações Térmicas
Na prática, para tubos de aço carbono, e outros aços ferríticos, incluindo o aço
inoxidável, com um diferencial de temperatura até 500°C, poderemos considerar
uma dilatação térmica axial de 1 mm por metro linear de comprimento para cada
100°C de diferença, sendo assim, uma tubulação de 30 m de comprimento, com um
diferencial de 400°C, sofrerá uma dilatação de 120 mm.
• Curvas em “U”
O sistema em U é um dos mais recomendáveis para serem utilizados, desde que
sejam respeitadas as condições máximas de operação dos materiais, ou seja, 17 Bar,
260 º C. As curvas de 90º devem ser de 1,5 vezes o diâmetro da tubulação.
Figura 67
Figura 68
Figura 69
Tubulações
Dilatação
As tubulações sendo instaladas a frio, irão evidentemente expandir-se, sempre que
aquecidas. A expansão média de um tubo padrão é de aproximadamente 1,25 mm/
ºC x 100 m. de temperatura diferencial (T1 – T0). Parece-nos que seria loucura,
após projetar toda uma instalação de vapor com inclinações, pontos de drenagem,
etc., corretos, colocarmos tudo a perder devido às distorções causadas pela expansão
descontrolada da tubulação. Assim, alguns cuidados precisam ser tomados, a fim de
assegurarmos que a tubulação permaneça dentro do alinhamento desejado, estando
fria ou aquecida.
Contorno
É simplesmente uma volta completa da tubulação que deve ser instalada, de prefe-
rência no plano horizontal, tendo a entrada pela parte superior, e a saída pela parte
inferior para evitar em ambos os casos, o acúmulo de condensado ou a formação de
bolsas a montante. (Fig. 70)
O contorno, como alguns outros tipos, produz uma força contrária à expansão da
tubulação, no entanto, como a existência de pressão dentro do mesmo, ele tenderá a
abrir-se causando tensões adicionais às flanges e conexões.
Figura 70
Lira ou Ferradura
Juntas
São freqüentemente empregadas, porque
ocupam um espaço muito pequeno, porém
é absolutamente necessário que a tubulação
esteja rigidamente ancorada e dirigida por su-
portes. Isso porque a pressão do vapor atuando
sobre a área seccional da tubulação interna
Juntas de Telescópio (deslizante) tenderá a força-lo em oposição à
pressão exercida pela tubulação, expandindo-
Figura 72 se. (Figura 72)
Juntas Sanfonadas
Figura 73
Ancoragem
Foi mostrado que alguns tipos de juntas de dilatação exercem uma força contrária
à movimentação pretendida, assim, o uso dessas juntas deve ser controlado para
minimizar as forças aplicadas sobre o sistema de ancoragem.
Quando a ancoragem for na horizontal, é quase sempre essencial soldar as braçadei-
ras de fixação à tubulação,
Tubulações Secundárias
Todas as tubulações secundárias devem ser tomadas pela parte superior das tubula-
ções primárias, a fim de suprir toda a instalação com vapor o mais seco possível.
Ar
Para qualquer pressão dada, uma mistura de vapor e ar estará sempre a uma tem-
peratura inferior a do vapor saturado, assim uma indicação de pressão não dá
absoluta certeza de que teremos atingido ou estejamos atingindo a temperatura
desejada. Como no momento estamos especificamente tratando de distribuição de
vapor, iremos comentar somente o efeito do ar nas linhas de distribuição. Quando
desligamos a caldeira ou fechamos o vapor de uma determinada tubulação, o vapor
residual irá condensar-se e a mesma ficará cheia de ar, que será admitido através
dos flanges, conexão, etc. Quando ligarmos novamente a caldeira, o vapor entrará
pelas linhas de distribuição como um pistão, empurrando o ar existente e os cuida-
dos tomados para a perfeita eliminação de ar, irão determinar a rapidez com que o
vapor ocupará toda a instalação (figura 75).
Figura 75
Vapor Superaquecido
Notas Gerais
Figura 77
Figura 78
Figura 79
Pontos de Drenagem
Figura 80 Figura 81
Na grande maioria das instalações de vapor, ocorrem picos de consumo que podem
provocar o arraste de água da caldeira. Além disso, um tratamento incorreto da água
de alimentação também provoca o arraste. O desejável, porém, é que o vapor seja
utilizado o mais seco possível, isto é, com o melhor título possível, para garantir a
otimização do processo relativo ao tempo e eficiência.
A fonte mais comum de vapor com baixo título provém do arraste de água da cal-
deira, sendo ideal a instalação de um separador de umidade imediatamente após a
saída da caldeira. Também é imprescindível instalar-se separadores antes de qual-
quer equipamento (para melhoria do título) e, principalmente, antes de válvulas
redutoras ou controladoras. As gotículas de água, ao passar pelas válvulas, adquirem
altíssimas velocidades e, ao se chocarem contra os elementos internos das mesmas,
causam desgaste prematuro, diminuindo sobremaneira sua vida útil.
Essas perdas passam a ser cada vez maiores, em função do desgaste provocado pela
passagem do vapor a altas velocidades. Pelo exposto, torna-se fundamental a ins-
talação de um filtro para retenção dessas partículas antes de purgadores, válvulas
redutoras ou controladoras ou medidores em geral. A figura 83 mostra a disposição
de um filtro em corte.
Figura 84
Numa mistura de gases, cada um deles exerce uma pressão parcial. A soma dessas
pressões é a pressão total da mistura. As parcelas de pressão estão diretamente rela-
cionadas com a quantidade de cada um dos gases presentes. Como exemplo, imagi-
nemos uma mistura onde tenhamos 2/3 de vapor e 1/3 de ar, cuja pressão seja 3 bar
abs. O vapor exerce uma pressão de 2 bar abs (equivalente a 2/3 da pressão total) e
o ar exerce uma pressão de 1 bar abs. A energia disponível ou quantidade de calor a
ser transferida provém única e exclusivamente do vapor. Porém, no lugar do vapor
a 3 bar abs (com temperatura de saturação de 133,5ºC), o teremos a somente 2 bar
abs (com temperatura de 120ºC). A pressão lida no manômetro será de 3 bar abs,
porém, a temperatura estará 13,5ºC abaixo da desejada.
Quando uma unidade aquecida com vapor entra em operação, o espaço destinado
ao vapor estará ocupado por ar. Inicialmente, o vapor tende a empurrar uma parte
do ar presente até os pontos de drenagem. A outra parte seguirá para o lado oposto
à entrada do vapor. Caso não seja eliminado, o ar tende a formar uma película sobre
as superfícies de aquecimento, sendo esta uma barreira muito grande à transmissão
de calor, gerando no processo pontos frios que são, obviamente, indesejáveis.
A eliminação do ar nos sistemas de vapor deve ser feita, principalmente, nos se-
guintes pontos:
Figura 85
Figura 86
s p ir a
s a rc o
Figura 87
Qualquer tipo de purgador termostático pode ser aplicado para esta função, prefe-
rencialmente os de pressão balanceada ou bimetálicos.
Todas as fontes potenciais de perdas de calor num sistema de vapor devem ser iso-
ladas. Como exemplo, uma tubulação de 2” de diâmetro e 100 m de comprimento,
sem isolamento térmico, e submetido a uma temperatura ambiente de 15ºC, trans-
portando vapor a 10 barg de pressão, induz um consumo adicional de 180 kg/h.
Também as válvulas e os flanges devem ser objetos de atenção uma vez que, as per-
das produzidas, por exemplo, num par de flanges sem isolamento equivalem a 300
mm de tubulação nas mesmas condições.
Esse coeficiente é muito baixo nos materiais que se usam, compostos por infinitos
espaços microscópicos que formam uma barreira à transmissão de calor.
Foi, porém nos processos industriais que a Isolação Térmica atingiu sua mais nobre
e intensa utilização, para tornar possível o equilíbrio operacional e a poupança de
energia gerada artificialmente, intervindo assim decisivamente em todo o processo
econômico-social da humanidade.
Conceitos e Definições
- Isolação Térmica: situação em que se encontra um sistema físico que foi submeti-
do ao processo de isolamento térmico.
- Isolamento Térmico: processo através do qual se obtém a isolação térmica de um
sistema físico pela aplicação adequada de material isolante térmico.
- Material Isolante Térmico: material capaz de diminuir de modo satisfatório e
conveniente à transmissão do calor entre dois sistemas físicos.
- Material de Fixação e Sustentação Mecânica: é o material usado para manter o
isolante e a sua proteção em suas posições convenientes.
- Material de Proteção ou Revestimento; material usado para proteger e dar bom
aspecto ao isolante.
Neste curso, abordaremos com maior ênfase, os materiais isolantes de maior uso:
silicato de cálcio, sílica diatomácea, lãs minerais ( lã de vidro, lã de rocha e lãs refra-
tárias ) e espumas de poliestireno e poliuretano.
É óbvio que não se consegue um material que possua todas estas qualidades, procu-
ra-se sempre um que possua o maior número delas e que satisfaça ao máximo a cada
uma delas. Nisso reside a escolha de um bom isolante térmico.
Utilização do Vapor
Redução de Pressão
A maioria das pessoas faz com que a pressão de geração de vapor seja de acordo com
a mais alta necessária às instalações, outras, determinam a pressão de acordo com o
fabricante da caldeira.
Não seria recomendável a instalação de uma caldeira para trabalhar a pressão muito
mais alta que a necessária, simplesmente por isso. Os custos de instalação seriam
muitos maiores e as perdas por irradiação poderiam ser aumentadas. Mas, o que
1. Ação Direta
2. Duplo Diafragma (Piloto)
3. Controle
Figura 88
São válvulas de grande precisão de controle, podendo ou não ter posicionador. São
válvulas feitas sob medida para uma determinada aplicação e necessita de sistema
de comando energético auxiliar. Das duas anteriores, uma é manual e a outra é
auto-operada.
Diz-se que o vapor, após uma válvula redutora de pressão, é superaquecido. Isso
teoricamente é verdadeiro, desde que o vapor a montante da válvula seja 100% seco,
o que raramente ocorre. Como já vimos anteriormente, quando discutimos a quali-
dade do vapor, este em condições normais é úmido, e nesse caso, a redução servirá
para melhorar a qualidade do mesmo. Vamos ver em maiores detalhes como isso
ocorre.
Como já vimos a 3 kg/cm² de pressão absoluta, o vapor contém 650 kcal/kg de calor
P1 = 10 Kgf/cm²
VEsp . = 0,197 m³/Kg
P2 = 3 Kgf/cm²
VEsp. = 0,62
Nos sistemas de vapor onde haja uma variação muito grande de consumo, a insta-
lação de válvulas em paralelo, cuja somatória das capacidades seja igual à máxima
necessária, teremos um controle muito mais preciso do que naquelas em que haja
uma só válvula de grande capacidade. Além da maior precisão, ainda terá maior vida
útil e enorme redução nos custos de manutenção, com diminuições nos tempos de
parada, e, algumas vezes, menor custo inicial tudo isso diminuindo grandemente os
custos operacionais.
Por exemplo, em uma instalação onde se necessite uma válvula de 4”, e onde haja
uma variação razoável, podem ser instaladas 2 válvulas de 2 1/2”, como uma capaci-
dade total de vazão ligeiramente superior.
Se a pressão inicial for de 14 kg/cm², e deve ser reduzida para 10 kg/cm². Uma vál-
vula de 2 1/2”, pode ser ajustada para 10,05 kg/cm² e a outra para 9,95 kg/cm².
Figura 91
Provocada pela passagem do vapor, depende da área através da qual o vapor deverá
passar. Se a válvula tiver uma grande abertura, a velocidade do vapor será menor na
superfície da sede, que afastado dela. Se, no entanto, a abertura entre a válvula e a
sede for pequena, a velocidade do vapor na superfície será praticamente igual àque-
la do centro da abertura e, evidentemente, os efeitos erosivos serão aumentados. Se
a passagem de vapor, através de um orifício, for crítica, isto é, se P2 for igual ou me-
nor que 1/2 P1, serão atingidas velocidades sônicas de, aproximadamente, 27.000
m/min, que produzirão uma formidável erosão. Se o vapor contiver ainda partícu-
las de material estranho, tais como óxidos, areia ou mesmo água em suspensão, os
efeitos serão devastadores. Para se evitar a erosão excessiva das válvulas redutoras
de pressão ou reguladoras de fluxo, a estação deve ser equipada com filtros e separa-
dores adequados para a remoção dessas partículas (Figura 92).
Figura 92
A velocidade do vapor na válvula não pode ser controlada, se o escoamento for crí-
tico. Os efeitos da erosão podem ser, no entanto, atenuados pelo correto dimensio-
namento das tubulações adjacentes, como já vimos antes. Através de, praticamente,
todas as válvulas redutoras de pressão os picos de carga são esporádicos e muitas
vezes a carga normal chega a representar 5 % da máxima. Durante esse período de
baixa carga, as válvulas operam parcialmente fechadas, nesse caso a distância entre
a cabeça da sede é muito pequena e a tendência é de aumentarem os efeitos da
erosão. A erosão não é a única desvantagem da operação de grandes válvulas a baixa
capacidade por longos períodos. Além do fato de que após pouco tempo as vedações
O funcionamento próximo do ponto de fechamento não será tão estável como o das
válvulas operando com 25 % ou mais de sua capacidade. Além disso, o funciona-
mento instável provoca uma tendência de abrir e fechar, tendo como conseqüência
uma resultante vibratória na pressão e um grande desgaste dos elementos acionado-
res, tais como guias, diafragmas etc. O sistema de válvulas múltiplas faz com que se
evitem as paradas para manutenção, pois, enquanto uma delas estiver sendo con-
sertada ou revisada, as demais estarão operando, desde que não se alcancem, nesses
períodos, os picos de carga. E, nesse caso, recomenda-se a manutenção planejada e
preventiva.
Uma terceira vantagem do sistema indicado é a vedação hermética. Por melhor que
sejam a ajustagem e o tratamento térmico de válvulas de grande capacidade, elas
sempre apresentam pequenos vazamentos devido às dificuldades de ajustagem da
válvula-sede, por sua relação de área, o que não ocorre com as de menor capacidade,
tendo menor relação de área.
P1 = 14 kg/cm²
P2 = 10 kg/cm²
Q1 = 8500 kg/hr (20% do tempo)
Q2 = 2700 kg/hr (30% do tempo)
Q3 = 1000 kg/hr (50% do tempo)
Sendo que, A estaria regulada para 10,1 kg/cm², B para 10,0 kg/cm² e C para 9,9
kg/cm². Assim, quando tivéssemos Q2, a vazão seria de 2700 kg/hr, a válvula A
estaria totalmente aberta, a vazão estaria ainda acima de sua capacidade, a pres-
são cairia, e B entraria em funcionamento com 98% de sua capacidade, sendo que
a pressão seria de 10 kg/ cm², e a válvula C continuaria fechada pelo excesso de
pressão à jusante. Quando tivéssemos Q1, a vazão necessária seria de 8500 kg/hr e
a pressão cairia pela falta de capacidade das válvulas A e B, que estariam totalmente
abertas. Com a queda de pressão a válvula C entraria em funcionamento com 93%
de sua capacidade e a pressão seria de 9,9 kg/cm². Tão logo houvesse uma redução
nos fluxos, as válvulas deixariam de operar, na ordem inversa da entrada.
De acordo com esse arranjo, somente a válvula A funcionará todo o tempo, porém
praticamente em sua capacidade total, isto é, com abertura total, a válvula B fun-
cionará 80% do tempo e a C somente 20%. Se quiséssemos fazer manutenção nas
válvulas A e B (que são as mais solicitadas) poderíamos pará-las e funcionar somen-
te com a C, que mesmo assim estaria funcionando com mais ou menos 43% de sua
capacidade, não estando portanto com funcionamento crítico, que é abaixo de 25%.
Redução de Pressão
Todos os equipamentos que trabalham com vapor tem uma pressão máxima de
operação, por razões de segurança, na maioria das vezes, menor que a pressão de
produção. Neste caso, é necessária a instalação de uma válvula redutora.
Porém, este não é o único motivo pelo qual se utiliza este tipo de válvula.
A maioria das caldeiras é projetada para produzir vapor a altas pressões, pois, a
pressões mais baixas, ocorre a diminuição da eficiência e a possibilidade de arrastes.
Além disso, gerando-se vapor a altas pressões pode-se utilizar tubulações de me-
A temperatura do vapor saturado varia com a pressão, sendo que o controle dessa
última é um método preciso e eficaz de controle do processo.
Controle de Temperatura
Figura 93
Imaginemos que o tanque aberto seja aquecido por uma serpentina alimentada com
vapor a 2 barg. Não há controle de temperatura e o conteúdo do tanque se encontra
a 70ºC, sendo que a temperatura ambiente é de 21ºC. Se o processo em questão
pudesse admitir uma temperatura de 50ºC, por exemplo, seriam necessários somen-
Das tabelas de vapor saturado se deduz que uma redução da pressão do vapor vem
acompanhado de um decréscimo da temperatura. Por esta razão, uma maneira
correta de controlar a temperatura é regular a pressão, podendo ser feita através de
controle manual, estrangulando o fluxo. Porém, tal disposição exige ajustes fre-
qüentes se as necessidades de calor do sistema flutuam em função do tempo.
Pode-se obter um controle mais preciso instalando-se uma válvula redutora de pres-
são que, não obstante, segue exigindo alguma intervenção manual , caso se deva
variar as pressões reguladas.
Figura 94
Isso significa que a pressão do vapor na serpentina pode variar desde um valor rela-
tivamente alto, quando a válvula está totalmente aberta, até um valor praticamente
nulo ou, inclusive, com um certo grau de pressão negativa (vácuo), quando está
totalmente fechada. Isso pode ocorrer quando o vapor contido na serpentina se con-
densa e a válvula permanece fechada. Em certas aplicações, tais como em consumo
de água quente, se alternam períodos de grande demanda de vapor com outros de
demanda nula. Nesses casos, é possível utilizar um regulador de temperatura tipo
on/off, onde o termostato fecha completamente quando se alcança a temperatura
desejada, fazendo com que a pressão chegue a zero rapidamente. Enquanto a água
quente é consumida, há a reposição de água fria, que, ao ser detectada pelo sensor,
provoca novamente a abertura total da válvula de vapor com aumento rápido e
brusco da pressão.
Figura 95
A pressão reduzida na saída da válvula atua na parte inferior do diafragma A,
opondo-se à pressão aplicada pela mola de controle B. Essa diferença de pressão
determina a maior ou menor abertura do conjunto sede/obturador C e, portanto, o
fluxo através da válvula.
Para que a válvula passe da posição aberta para fechada, deverá haver um aumen-
to da pressão na parte inferior do diafragma. Isso produz uma variação inevitável
Uma vez calibrada a válvula na pressão desejada, a mola de controle deve ser capaz
de equilibrar tanto o efeito da pressão de entrada como de saída. Qualquer varia-
ção na pressão de entrada alterará a força que se produz no obturador e isso provo-
cará uma variação na pressão de saída.
Esse tipo de válvula oferece muitas vantagens em relação às de ação direta. Basta
um pequeno fluxo de vapor através do piloto para pressurizar a câmara inferior do
Derivações
- Pode-se agregar uma válvula solenóide ao piloto de redução de pressão, para facili-
tar a operação de bloqueio à distância, visto na figura 98:
Figura 98 Figura 99
- Aplicações dessas válvulas não se restringem somente a vapor, podendo ser utiliza-
das também para reduzir pressão em fluídos como água ou ar comprimido.
Esse tipo de válvula atende condições de vazão muito maiores que as válvulas de
ação direta tendo, também, maior precisão no controle.
½” 1” 1 ¾”
1
2” 2 ½” 3” 4” 6”
¾” 1 ½”
A mm 1,6 2,0 2,4 3,2 5,15 5,15 6,35 10,7
O vapor deve ser seco, livre de ar e estar na correta pressão que atenda ao processo.
Vapor úmido pode ser gerado devido à sobrecarga da caldeira, ausência de isolamen-
to térmico dos equipamentos e tubulações, drenagem incorreta, baixa pressão de
trabalho ou tratamento químico incorreto da água da caldeira.
Quando possível instale o purgador abaixo da linha de condensado, isto irá assegu-
rar que a pressão de vapor seja capaz de empurrar todo o condensado formado.
Condensado
Quando o vapor sede seu “calor latente” para aquecimento de qualquer outro fluido
que deve ser aquecido, ele condensa e passa para fase líquida. O condensado gerado
contém somente “calor sensível”, e deve ser removido se a transferência de calor
O que é um Purgador?
“Purgador é um dispositivo mecânico, automático, que elimina, das linhas de dis-
tribuição e de equipamentos, o ar, gases incondensáveis e condensado de vapor, não
permitindo a perda de vapor vivo”.
Tipos de Purgadores
Purgadores Mecânicos
Figura 101
Figura 102
Purgadores Bimetálicos
Figura 104
Figura 105
Purgadores Termodinâmicos
Todos os purgadores são projetados para eliminar o condensado sem perder vapor.
De qualquer forma, o condensado é eliminado de diferentes maneiras e diferentes
temperaturas, dependendo do método de operação do purgador.
Purgadores possuem pequenos orifícios e partes móveis que podem ser bloqueadas
ou emperrar com sujeira e restos de solda, que porventura cheguem ao corpo do
purgador. Botas coletoras a montante do purgador não são suficientes para retirar
todas as partículas. A única maneira de impedir que esta sujeira chegue ao purga-
dor, é a instalação de um filtro, do mesmo diâmetro da linha a montante do purga-
dor (veja fig.106). Para que realizem o seu trabalho eficientemente, os filtros devem
ser regularmente limpos. Inclua isto no seu programa de manutenção. Não o instale
de forma inacessível.
Figura 106
Onde não existe uma válvula de controle de temperatura instalada, é melhor di-
mensionar um purgador capaz de dar uma vazão duas ou mais vezes maior que a
vazão de projeto.
Visto que o equipamento estará alagado, a força da gravidade deve ser utilizada para
Mesmo que protegidos por filtro, qualquer tipo de purgador pode falhar por inú-
meras razões. Se falhar na posição fechada, uma queda na produção será imediata-
mente sentida, e a ação de correção, tomada. Porém se o purgador falhar aberto ou
parcialmente aberto, a produção não será afetada, mas vapor vivo de alto custo de
geração será desperdiçado.
Válvulas de Retenção
Manutenção em Purgadores
Um purgador pode falhar tanto fechado quanto aberto. O sistema Spiratec irá
detectar vazamentos em purgadores. Purgadores que falham fechados ocasionarão
queda na produtividade. Estarão frios ao toque.
Figura 108
Fora as perdas por irradiação nas tubulações, as perdas de vapor vivo por escapes de
tanques e vasos devem ser consideradas.
Mesmo que um purgador Spirax Sarco eventualmente falhe, não se desespere. Exis-
tem peças de reposição internas para todos os modelos e uma Assistência Técnica
que o atenderá prontamente.
Se o purgador falhar fechado, a primeira verificação deve ser feita no filtro incor-
porado ao purgador ou a montante do purgador (se existir). Se o filtro não estiver
entupido, o purgador deverá ser inspecionado. Primeiramente isole as conexões da
linha de vapor e de condensado. Preferivelmente realize este trabalho com válvu-
las de esfera a montante e a jusante do purgador. Muitos purgadores podem sofrer
manutenção sem ser retirados da linha, mas sempre consulte a literatura fornecida
pelo fabricante antes de remover o purgador ou retirar a sua tampa.
Purgadores Selados
A Spirax Sarco possui uma linha de purgadores completamente selados, dos ti-
pos mecânicos e pressão balanceada, particularmente utilizados em indústrias de
biotecnologia, petroquímicas e alimentícias. Estes purgadores eliminam o problema
de vazamentos entre a tampa e corpo do purgador, e são também uma solução para
indústrias que tem a preferência de substituição do purgador em relação à manu-
tenção.
Linhas de Vapor
Nunca tente drenar uma linha horizontal de vapor através de uma tubulação de
pequeno diâmetro conectada diretamente à linha principal: nem todo condensado
descerá por ela. Use um “T” do mesmo diâmetro da tubulação principal.
Eliminação do Ar
Elimine o ar nos finais de linha para um aquecimento inicial rápido e início de pro-
dução. A figura 110 mostra um purgador e um eliminador de Ar.
A descarga de um eliminador de ar não deve ser conectada em uma linha de retor-
no de condensado alagado. Isto pode provocar golpes de aríete, subresfriamento do
condensado e corrosão.
Figura 110
Uma melhor produção será obtida se o vapor alimentado for seco. Faça as toma-
das dos ramais pela parte superior da tubulação principal, e instale um separador
de umidade antes da entrada do equipamento. A figura 111 mostra um esquema
onde o separador é drenado por um purgador de bóia. Purgadores TD, IB também
podem ser usados.
Figura 111
Trocadores de Calor
O purgador para este serviço deve ser capaz de atender a grandes variações de vazão
e eliminar grande quantidade de ar. O purgador de bóia termostático é o ideal e
deve sempre ser utilizado, exceto onde existe a possibilidade de golpes de aríete.
A figura 112 mostra o purgador instalado próximo ao equipamento. Isto é muito
importante.
Se, por razões de layout ou acesso para manutenção, o purgador for instalado
distante da saída do equipamento, então o purgador de bóia termostático combi-
nado (com eliminador de ar e eliminador de vapor preso), deve ser usado. Alterna-
tivamente pode-se instalar o purgador de bóia com SLR e um eliminador de ar na
linha de condensado. Quando a entrada de vapor no trocador de calor é controlada
manual ou automaticamente, o efeito obtido é a redução da pressão no interior do
trocador. Esta pressão pode ser insuficiente para empurrar o condensado através do
purgador. De fato, um vácuo será formado e o condensado alagará o equipamento,
ocasionando golpes de aríete, controle inadequado da temperatura e corrosão dos
tubos ou casco. Nestes casos é necessária a instalação de um quebra-vácuo no equi-
pamento ou na alimentação de vapor após a válvula controladora.
Onde existe altura suficiente, o condensado pode ser drenado por gravidade através
do purgador para um coletor ou uma bomba de retorno. O dimensionamento do
purgador, neste caso, é baseado na coluna de água disponível.
Nos casos onde a saída de condensado do trocador é muito baixa para permitir que
o condensado chegue ao coletor é possível utilizar o arranjo mostrado na fig. 113.
A bomba de condensada auto-operada é dedicada a somente um trocador de calor.
Quando a pressão de vapor é suficientemente alta, o condensado escoa até o purgador.
Figura 113
Para radiadores padrões, onde geralmente opera-se com pressões de vapor abaixo de
2,8 Kgf/cm², utilize purgadores bóia termostáticos, tipo FT, como mostrado na fig
114.
Figura 114
Embora estes equipamentos possuam uma baixa vazão de vapor, não se pode permi-
tir o seu alagamento parcial. Projetos determinam um layout prático. A instalação
de purgador do tipo FT é ideal.
Trocadores de Placa
Figura 115
Aquecedores de Ar – Radiadores
Figura 117
Panelões
Geralmente não necessitam aquecimento rápido e a pressão de vapor é baixa. De
qualquer forma é necessária a instalação de eliminador de ar na camisa de vapor do
panelão (Figura 119).
Figura 119
Figura 120
Panelões Basculantes
Figura 121
Fornos a Vapor
Figura 122
Mesas Quentes
Figura 123
Equipamentos Hospitalares
Esterilizadores (autoclaves)
A entrada de vapor se dá pela parte superior da autoclave para deslocar o ar. O va-
por deve estar seco, e para tanto se deve instalar um separador de umidade e drena-
Figura 124
É necessária a instalação da válvula de retenção para operações a vácuo.
Equipamentos de Processo
Panelões Fixos
Usado por muitas indústrias para aquecimento de diversos materiais que geral-
mente necessitam um aquecimento imediato. Neste ponto diferem dos panelões de
cozinha. As pressões de vapor são geralmente mais altas e a drenagem do conden-
sado e eliminações do ar eficientes são vitais. Os purgadores devem descarregar o
condensado e o ar rapidamente e atender variações de vazão desde a partida até o
aquecimento final. A eliminação do ar é muito importante, sendo que o elimina-
O purgador não pode ser instalado em baixo do panelão. Neste caso existe a pos-
sibilidade de vapor preso, então o purgador de bóia deve possuir o elemento SLR
eliminador de vapor preso. Sendo a eliminação de ar de suma importância, deve se
instalar um eliminador de ar na saída, ou ainda, utilizar um purgador de bóia com-
binado com eliminador de ar, e eliminador de vapor preso.
Figura 125
Esta tubulação é preenchida com vapor que trava o purgador e alaga o panelão. A
providência a tomar é realizar a drenagem com purgador de bóia com eliminador de
vapor preso. Um eliminador de ar deve ser instalado na parte superior da camisa.
Figura 126
Digestores
O calor é fornecido por uma camisa de vapor que em início de processo estará
preenchida com ar. A entrada de vapor varia sua posição, podendo estar na par-
te inferior, no meio ou na parte superior. Instale dois eliminadores de ar na parte
superior da camisa. Realize a drenagem com purgadores de bóia termostáticos como
mostrado na fig. 127. O purgador de balde invertido é uma boa alternativa, desde
que seja instalado com eliminador de ar suplementar.
Estas são usadas em muitas indústrias e as condições podem ser variáveis. Não se
deve alimentar o vapor por um extremo da mesa e drenar o condensado no outro
extremo; o condensado (ou ar) até chegar a qualquer uma das seções passará por
todas elas sucessivamente até chegar ao purgador. O resultado será um aquecimento
lento e temperatura reduzida no final das seções. O melhor método é realizar a ali-
mentação de vapor e a drenagem do condensado individualmente para cada seção.
A fig. 128 mostra a drenagem das seções com filtros e purgadores de pressão balan-
ceada BP e TD são uma boa alternativa.
Figura 128
Vulcanizadoras
Figura 130
Cozinhadores de Cerveja
Figura 131
O cozinhador deve ser capaz de transferir o máximo calor possível mesmo com
produção baixa para dar uma contínua turbulência ao cozinhador. Este fato gera a
necessidade de um purgador de alta capacidade que possa atender tanto a vazão de
início de processo quanto a vazão normal. O purgador de bóia termostático é ideal,
e a eliminação do ar é extremamente importante.
Secadores Industriais
Secadores a Ar Quente
Golpes de aríete também ocorrem em serpentinas do tipo grade, a menos que a gra-
de seja inclinada para facilitar o escoamento do condensado. Quando o purgador de
balde invertido é utilizado, faz-se necessária a instalação de eliminadores de ar do
tipo pressão balanceada, para reduzir o tempo de aquecimento na partida. Utilize
sempre reduções excêntricas na saída da serpentina (Figura 132).
Secadores Multi-Estágios
Equipamentos mais novos deste tipo possuem um arranjo melhor dos tubos re-
duzindo a possibilidade de golpes. Neste caso o purgador de bóia termostático é
ideal. Os purgadores devem ser instalados na parte externa do equipamento, o mais
próximo possível do final da serpentina.
Figura 133
Cilindros Secadores
Figura 134
Figura 135
Secadores Multi-Cilindros
Equipamentos de Lavanderia
Passadeiras de Calandras
Melhores resultados são obtidos com purgadores de bóia combinados com elimi-
nador de ar e eliminador de vapor preso (fig.136). A eliminação do ar na camisa é
fundamental. Se o cilindro for aquecido com vapor faz-se necessária a instalação de
purgadores de pressão balanceada a uma certa distância do cilindro (1 m). Outra
opção pode ser o purgador de bóia com eliminador de vapor preso.
Prensas Garnment
Figura 137
Secadoras
Figura 139
Tanques e Boiler
A fig. 140 é muito importante. Uma serpentina submersa em licor deve possuir
uma inclinação no sentindo do fluxo e ao final apresentar um sifão em forma de
“U”, se a saída da mesma for vertical no sentido ascendente. A tubulação que liga
a serpentina ao purgador deve ser de pequeno diâmetro. Uma boa idéia é embutir
uma tubulação de menor diâmetro dentro da parte vertical da serpentina, até o
fundo do sifão. O purgador pode ser do tipo bóia termostático ou balde invertida.
No último caso (IB), instale uma válvula de retenção na entrada para que o purga-
dor não perca o selo d’água.
Figura 141
De forma clara, simples e concisa a Spirax Sarco pode lhe dar maiores informações
sobre esta forma de aquecimento muitas vezes mal aplicada que ocasiona uma série
de problemas que poderão ser evitados, como erosão de equipamentos, barulho e
desperdício de vapor.
Prensas
Para assegurar a correta drenagem dos pratos, a tomada de vapor deve ser supe-
rior ao mesmo, assim como o purgador deve estar abaixo dele. Cada prato deve ser
drenado individualmente para se obter uma temperatura precisa e homogênea e um
produto de boa qualidade. Quando a temperatura das placas não requer precisão, a
drenagem coletiva pode ser utilizada conforme fig.143. O coletor de distribuição de
vapor é drenado por purgador termodinâmico (TD) e devido ao tamanho reduzido
deste purgador, ele também deve ser utilizado na drenagem dos pratos. Os purga-
dores devem descarregar para um coletor de maior diâmetro evitando-se a contra-
pressão ocasionada pelas descargas simultâneas de vários purgadores. (Se houver
controle de temperatura é preferível a utilização de purgadores de bóia ou balde
invertido).
A alimentação de vapor deve ser corretamente drenada, para isso deve se prever a
instalação de separador de umidade.
Figura 144
Prensas Vulcanizadoras
Armazenamento e Bombeamento
Em alguns casos, um largo tubo, selado nas duas pontas é fixado pela lateral do tan-
que. O vapor é alimentado por um tubo interno e o condensado removido na parte
externa do tubo.
Porém, um dos métodos mais utilizados, é onde vários coletores distribuidores são
alimentados com vapor através de um anel principal.
Com todas estas configurações de serpentinas é essencial que cada uma delas seja
drenada separadamente. Mesmo que precauções contra golpes de aríete sejam
tomadas, o melhor é utilizar purgador de balde invertido com eliminador de ar em
paralelo. Uma segunda escolha seria o purgador de bóia termostáticos.
Aquecedores de Óleo
Figura 147
Aquecedores de Linha
Linhas de Traceamento
Figura 148
Tubulações Encamisadas
Figura 149
Na maioria dos casos uma bomba automática tipo OP pode ser usada para drenar o
condensado em sistemas a vácuo (fig.150).
Freqüentemente a bomba OP e medidor de vazão podem ser combinados a um pur-
gador para atender ambas as condições: vácuo e pressão diferencial. Cada caso deve
ser analisado e podemos aconselhá-lo a melhor aplicação de cada caso em particular.
Figura 150
Retorno do Condensado
As cifras do exemplo são relativamente conservadoras e podem ser usadas para es-
timar a economia anual. Economia adicional também será obtida da quantidade de
descargas de fundo da caldeira, que reduz na proporção do condensado recuperado.
O condensado é um recurso tão valioso que mesmo a recuperação de pequenas
O calor da água devolvida (condensado), acima daquele da água fria, pode chegar
a 72 kcal/kg. A economia anual de calor, então, equivale a 28.080.000 de kcal/ano,
Passamos então à descarga dos purgadores. Ali, as linhas devem transportar não
somente o condensado e o ar mas também outros gases incondensáveis e qualquer
vapor reevaporado (flash), que é liberado pelo condensado quando sua pressão cai.
Onde for possível, esta linha devem ser inclinadas da mesma maneira (a mais ou
menos 1/70) para um tanque de recuperação de vapor reevaporado, coletor de uma
bomba de condensado ou mesmo diretamente ao tanque de alimentação da caldeira
ou desaerador.
Com certeza parte do condensado cairá para o fundo da linha. Ali, este condensado
se acumula, formando uma espessura maior e movimentando-se a uma velocidade
menor do que o vapor reevaporado. É claro que o vapor reevaporado na linha de
descarga tem a tendência de ser bastante úmido. Uma velocidade de vapor razoá-
vel seria de 25 m/s, com máxima de 30 m/s. Para se evitar a erosão das tubulações
Figura 151
Contrapressões em purgadores
As vazões máximas para as bombas Spirax Sarco são aproximadamente, para dada
tamanho:
Então:
- Altura máxima da:
Coluna disponível = 14,5m
Coluna estática = 7.5 m
- Coluna disponível para perdas = 7,0m
O vapor utilizado para o acionamento da bomba poderá então ser puxado para a
tubulação, passando através da válvula de retenção. Quando o condensado rema-
nescente retoma à tubulação, a contrapressão na linha pode comprimir a bolha de
vapor que tinha sido descomprimida pela “coluna” de água em movimento. A bolha
se condensa e a água movimenta-se violentamente de volta na direção da válvula
de retenção. O golpe de aríete, que é implícito nesta inversão de movimento, pode
ser sério. Normalmente, isto pode ser evitado com o uso de uma segunda válvula de
retenção a cerca de seis metros da bomba. Em alguns casos onde a linha de retorno
é elevada a um nível superior logo depois de sair da bomba, um quebra de vácuo
pode ser instalado no ponto alto. Pela admissão de ar no momento apropriado,
pode-se conseguir que a água continue escoando na direção do ponto de descarga
por sua própria força.
Uma saída ideal é colocar um tanque coletor ligado à linha de retorno logo depois
da bomba, instalado numa altura onde o escoamento por gravidade até o tanque
de alimentação seja facilitado. Isto significa que a bomba somente precisa elevar o
Figura 153
A melhor solução para o problema é evitar linhas alagadas e retomar, por gravidade,
o condensado e o vapor reevaporado a um coletor próximo e bombeá-lo conforme
mostra a Fig. 154.
Figura 154
Onde não for possível aplicar esta solução, uma segunda alternativa é usar um
purgador que retenha o condensado até fazer com que ele fique sub-resfriado. Para
evitar a inundação no tubo principal de vapor, é essencial o uso de uma bota de
tamanho razoável para a acumulação do condensado, além de um braço (ou tubo-
ramal), sem isolamento de resfriamento, entre 2 à 3 metros. Outra possibilidade
é utilizar um purgador de bóia por suas características de descarga contínua. Ele
pode descarregar condensado por um ramal de resfriamento no lado da saída do
purgador, diminuindo a quantidade de vapor reevaporado. Muitas vezes o escoa-
mento constante do purgador pode ser absorvido pela linha inundada sem maiores
problemas, especialmente se um difusor for instalado na entrada do tubo principal
do condensado.
NOTA: Lembre-se que estas são apenas soluções paliativas. A solução mais reco-
mendada será sempre a utilização de uma queda por gravidade do purgador ao
coletor.
Muitas vezes tenta-se elevar o condensado drenado pelo purgador até a linha de re-
torno usando a pressão antes do purgador. Contudo, é preciso lembrar que cada 5,3
m de elevação no condensado significa uma contrapressão de 0,5 bar no purgador.
Figura 155
A linha de condensado do purgador para o retorno elevado deve ser ligada por uma
conexão na parte superior da tubulação preferencialmente.Isto facilita a operação
pois, embora o tubo que sobe esteja cheio de água na partida, ele transporta grande
quantidade de vapor reevaporado, oriundo do condensado quente sob pressão que
passa através do purgador. Sendo muito menos denso, este fluido reduzirá a con-
trapressão sobre o purgador, e muitas vezes, atenuará o ruído e os golpes de aríete
comuns às descargas de purgadores das linhas de subida.
Elevando o Condensado
Figura 156
No exemplo, o purgador deve ser capaz de passar 300 kg/h, com uma pressão dife-
rencial de mais ou menos 5,5 bar e (0,62 x 300) = 186 kg/h, apenas com a coluna
de gravidade (h) que a instalação possibilitar.
Condensado Contaminado
A Fig. 157 mostra o exemplo de um trocador de calor onde se pode recuperar parte
do calor latente do condensado, antes que este seja descarregado como efluente. O
condensado quente e contaminado é levado até um tanque, onde há um ladrão ins-
Figura 157
A Fig. l58 mostra como se pode economizar energia em situações assim. O con-
densado é levado para um tanque de reevaporação de vapor (tanque flash). O
vapor reevaporado obtido ali é em seguida usado para alimentar uma serpentina
que pré-aquece a água de reposição da caldeira. O condensado de baixa pressão da
serpentina é então aproveitado, junto com aquele proveniente do tanque de vapor
reevaporado, nos tanques de efluente quente. Em alguns casos pode ser mais eficaz
simplesmente descarregar o condensado (e o vapor reevaporado) dos tanques do
processo de revestimento metálico diretamente nos tanques de efluente quente.
Uma solução semelhante pode ser aplicada onde houver caldeiras alimentadas com
óleo combustível pesado vindo de tanques aquecidos. O condensado gerado em tan-
ques aquecedores de óleo pode ter sido contaminado por vazamentos nas serpentinas,
assim, muitas vezes é drenado como efluente. Da mesma forma, o vapor reevaporado
deste condensado pode pré-aquecer a água de reposição com ganhos satisfatórios.
Bombeamento de Condensado
Figura 159
Fase 1. O condensado escoa por gravidade para dentro da bomba através da válvula
de retenção e começa a encher o corpo da bomba. A bóia movimenta-se para cima
Fase 2. O fluido de propulsão (vapor, ar, etc...) sob pressão, entra pela válvula de
admissão, pressurizando internamente a bomba. A pressão é transmitida pelo líqui-
do à válvula de entrada, fechando-a. A pressão interna na bomba aumenta até que
seja suficiente para vencer a contrapressão da linha.
Fase 4. A bóia cai com o nível do líquido até o ponto em que ocorre simultanea-
mente o fechamento da válvula de admissão e abertura da exaustão despressuri-
zando o corpo da bomba. Sem pressão no corpo da bomba, a válvula de retenção da
saída se fecha, e a válvula de retenção da entrada abrirá pelo escoamento do líquido
por gravidade.
Figura 160
Uma vez que se bombeia uma quantidade regular de condensado a cada ciclo, com
as auto-operadas torna-se relativamente fácil calcular a vazão de escoamento pela
contagem dos ciclos. A bomba auto-operada Spirax Sarco possui um contador na
parte superior da tampa para isso, portanto, pode ser usada também como medidor
da vazão de condensado de uma área ou fábrica.
Vapor Reevaporado
Em qualquer sistema onde se pretenda atingir a eficiência máxima (e esta deve ser
a meta para todos os sistemas), o vapor reevaporado precisa ser separado do con-
densado para aproveitamento posterior. Ele pode ser usado em seguida para suprir
qualquer carga de pressão baixa. Cada quilo de vapor reevaporado aproveitado desta
maneira é um quilo que deixa de ser fornecido diretamente pela caldeira. E também
um quilo que não estará sendo liberado para a atmosfera onde, mesmo quando não
apresenta riscos à segurança, poderia causar danos às instalações da fábrica.
Quem pretende fazer uso do vapor reevaporado precisa saber primeiro qual a quan-
tidade disponível. Esta quantidade pode ser facilmente obtida através de tabelas
especiais. Observe o exemplo do equipamento encamisado da Fig.161.
Figura 161
Se o equipamento que usa o vapor estiver condensando 250 kg/h de vapor, então a
quantidade de vapor reevaporado liberado pelo condensado a 0 bar g será:
Deve-se notar que, se o purgador de vapor é do tipo que retém o condensado até
que fique resfriado abaixo da temperatura de saturação, antes de descarregá-lo,
então, a entalpia da água sub-resfriada será diminuída. Se o purgador no exemplo
descarregava a 15ºC abaixo da temperatura de saturação, então, a entalpia da água
do condensado será de aproximadamente 656 kJ/kg e não 721,4 kJ/kg.
A proporção do condensado que reevapora como vapor a 1 barg seria então calcula-
da deste modo:
Figura 162
O diâmetro do tanque deve ser escolhido de modo que o vapor escoe ao máximo de
3 m/s. Esta velocidade é suficientemente lenta para que a queda das gotas de água
possa se dar através do vapor em um escoamento contrário para o fundo do tanque.
É necessário que o tanque reserve uma altura adequada acima da entrada para
assegurar uma separação perfeita. O diâmetro do tanque deve ser ainda suficiente-
mente grande para deixar que o condensado passe através dele sem que o fluxo do
líquido seja turbulento demais. Nos casos onde há pequenas diferenças de pressão
entre os purgadores, é possível registrar-se grandes quantidades de condensado para
pequenas quantidades de vapor reevaporado. Se o diâmetro do tanque for dimen-
sionado considerando-se apenas a velocidade do vapor, isto levará à escolha de um
A entrada e a saída do vapor reevaporado podem ser escolhidas de modo que a velo-
cidade do vapor não ultrapasse 15 m/s. A maior parte das aplicações é coberta pela
linha de tanques Spirax Sarco, que vão de 150 mm até 380 mm de diâmetro. Deve-
se lembrar que, quando o tanque de vapor reevaporado é aplicado a uma purga de
caldeira, a concentração de sólidos dissolvidos na água da caldeira pode criar sal
picos e espuma no tanque. Para reduzir a possibilidade de arraste de gotas de água
junto com o vapor reevaporado, é comum aplicar-se um tanque de tamanho maior
do que o normalmente usado para operações com condensado normal.
Para que todo o vapor reevaporado seja aproveitado, é preciso observar alguns requi-
sitos básicos.
2. Aplicação adequada
O vapor reevaporado de baixa pressão exige uso adequado. O consumo de vapor de
pressão baixa deve ter um fornecimento que seja sempre igual ou maior que o vapor
reevaporado disponível. O fornecimento irregular pode ser compensado com o uso
de uma válvuLa de redução de pressão. Por outro lado, se o fornecimento de vapor
reevaporado exceder a demanda, a sobra pode ser conduzida ao refugo com uma
Depois que estes cuidados básicos foram atendidos, ou satisfeitos por uma solução
alternativa, o próximo passo é determinar a forma de controle da pressão do vapor
reevaporado. Em alguns casos, ela mesma encontra seu próprio nível e nada mais
precisa ser feito. Quando o fornecimento e a demanda são equilibrados, e particu-
larmente se a carga de vapor a pressão baixa está no mesmo equipamento em que
se produz condensado de alta
pressão, a solução mais sim-
ples é levar o vapor reevapora-
do através de uma tubulação
diretamente para sua carga
sem qualquer suplemento.
Veja a Fig. 163.
A Fig. 164 mostra um sistema onde diversos aquecedores são alimentados com
vapor de alta pressão. O condensado de cerca de 90% dos aquecedores é acumulado
e levado a um tanque de recuperação de vapor reevaporado. Esta operação fornece
vapor de baixa pressão aos 10% restantes dos aquecedores.
Figura 164
Agora, com 10% das unidades supridas com vapor a uma pressão menor, o despren-
dimento total de calor se reduz um pouco. Contudo, praticamente todas as insta-
lações mantêm uma margem de rendimento acima da carga máxima, e, portanto,
podem aceitar esta pequena redução. De qualquer maneira, onde o rendimento dos
aquecedores for considerado inadequado, seria preferível ampliar a capacidade de
aquecimento para aproveitar o benefício da utilização de vapor reevaporado, antes
desperdiçado.
A Fig. 164 mostra uma extensão desta idéia. Uma “unidade conjunto trocador e
condensador” são usados com um trocador normal vapor/água, drenando através
de um purgador de bóia para um trocador de casco e tubo. Nesta unidade de baixo,
o vapor reevaporado é condensado na parte de cima e o condensado é sub-resfriado
na parte de baixo. A unidade é instalada em série com o trocador de calor, de modo
que possa pré-aquecer a água de retorno do sistema. Isto reduz a demanda para
vapor vivo. Note que o espaço do vapor do pré-aquecedor encontra-se à pressão
atmosférica, e todo o ar é ventilado por um simples sifão “U”. Uma bomba de con-
densado é usada para elevar o condensado até a linha de retorno, e o vapor de des-
carga que sai da bomba é condensado com o vapor reevaporado no pré-aquecedor.
O bombeamento é, então, conseguido quase sem qualquer custo de energia.
Ele pode ser útil durante o período de inverno, desde que a carga de aquecimento
exceda a disponibilidade de vapor reevaporado. Durante o verão, o equipamento
de aquecimento não será usado e, mesmo durante a primavera e outono, a carga de
aquecimento não absorverá todo o vapor reevaporado disponível.
Embora seja possível obter economia de vapor durante o inverno, justificando assim
o custo do equipamento recuperador de vapor reevaporado, esta solução ainda não
é a ideal. Às vezes, o vapor reevaporado em excesso pode somente ser descarrega-
do na atmosfera, e, para esta operação, uma válvula de alívio torna-se então mais
adequada do que uma válvula de segurança, que apresenta normalmente uma ação
de “pop” ou on/off. A válvula de alívio será ajustada para começar a abrir um pouco
acima da pressão normal no sistema de aquecimento do vapor. Quando a carga de
aquecimento diminui e a pressão no sistema começa a aumentar, a válvula de redu-
ção de pressão, que fornece o vapor suplementar, se fecha. Um aumento de pressão,
de talvez 0.15 ou 0,2 bar, pode então ser considerado antes que a válvula de alívio
comece a se abrir.
Em alguns casos, durante o verão pode ser preferível desviar o tanque de vapor
reevaporado através de um válvula ou registro manual. O condensado e seu vapor
reevaporado poderão passar diretamente ao tanque de abastecimento da caldeira ou
ao receptor de condensado. Mas, a não ser que uma grande quantidade adicional
de água esteja sendo usada, o vapor reevaporado continuará a ser descarregado à
atmosfera do tanque.