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CONTABILIDADE BRASILEIRA
AULA 2
CONTEXTUALIZANDO
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contábeis, já estudamos que são emitidos de acordo com as normas contábeis,
para atender as necessidades de uma ampla gama de usuários.
Agora vamos estudar a qualidade da informação gerada pelos
Demonstrativos Contábeis, analisando suas características fundamentais,
como relevância das informações, e se representam de forma fidedigna a
situação patrimonial e financeira de uma entidade.
De forma complementar aos atributos fundamentais, espera-se ainda que
a qualidade dessas informações possa ser aumentada, por meio das
características de melhoria, quanto à capacidade de serem comparadas e
verificadas; em termos da disponibilidade da informação, a tempo de ser utilizada
no momento certo, com tempestividade; e em relação a seu conteúdo, a
compreensibilidade, na perspectiva de seus usuários. Assim, as características
qualitativas são classificadas em dois grupos: fundamentais e de melhoria. A
Figura 1 apresenta as características de cada uma.
Relevância
Características Qualitativas
Fundamentais
Representação
fidedigna
Comparabilidade
Verificabilidade
Melhoria
Tempestividade
Compreensibilidade
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1.1 Características qualitativas fundamentais
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Figura 2 – Características qualitativas
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1.3 Materialidade
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5.000,00
𝑃𝑟𝑜𝑝𝑜𝑟çã𝑜: = 0,041667 𝑥100 = 4,17%
120.000,00
Pode-se agora inferir que a mesma despesa, considerada como imaterial e
não significativa para a empresa de grande porte, é material para uma
microempresa – ou seja, deve ser quantificada para identificar os motivos pelos
quais essa despesa consome 4,17% das receitas, sendo portanto relevante para
análise e posterior tomada de decisão.
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período. Deve ainda ser maximizada por três características: completa, neutra e
isenta de erros.
REPRESENTAÇÃO FIDEDIGNA
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os ativos ou receitas não sejam superestimados, e os passivos ou despesas não
sejam subestimados.
Exemplo
1º Passo: 3º Passo:
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Figura 5 – Características de melhoria
CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE
MELHORIA
Capacidade de
Comparabilidade Tempestividade Compreensibilidade
verificação
3.1 Comparabilidade
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Tabela 1 – Balanço Patrimonial Alpargatas S.A.
ALPARGATAS S.A.
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períodos, buscando compreender similaridades. Por exemplo, se o elemento de
análise for o estoque, as contas analisadas devem ser correlatas às contas de
estoques, para que se mantenha a similaridade, permitindo assim entender as
diferenças.
Dentre as características da comparabilidade, pode-se observar que um
dos pontos importantes repousa sobre a consistência da informação de um
período para outro.
Por exemplo, critérios de apuração dos inventários-estoques, se os
mesmos métodos foram aplicados de período a período, se houve mudança
nas políticas da empresa, e outras diferenças que mais adiante vamos estudar no
reconhecimento e desreconhecimento dos elementos patrimoniais.
A apuração do inventário-estoques corresponde ao método adotado por
uma empresa para avaliar seus estoques e apurar o custo do produto vendido –
e consequentemente o lucro no momento da venda.
Em síntese, um único fenômeno econômico, apresentado de forma
fidedigna, pode contemplar as características necessárias de uma informação
contábil. No entanto, sua relevância é diminuída se não puder ser comparável.
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Figura 6 – Capacidade de Verificação
VERIFICAÇÃO
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TEMA 4 – CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DE MELHORIA:
TEMPESTIVIDADE E COMPREENSIBILIDADE
4.1 Tempestividade
Exemplo
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Agora reflita, essa informação é relevante para o empresário neste
momento? Caso o contador tivesse reportado a informação no momento
oportuno, o empresário “poderia” ter tomado decisões mais conservadoras,
comprando um volume menor de mercadorias, ou talvez realizando companhas
de marketing para atrair mais clientes, fazendo promoções, baixando os preços.
Enfim, uma informação somente é valiosa e útil se influenciar tempestivamente a
tomada de decisão.
Nesse contexto, pode-se observar que os registros contábeis fornecem
informações de resultados que já ocorreram. Por isso, uma informação perde a
relevância se o contador demorar muito tempo para comunicá-la ou divulgá-la.
Quanto mais antiga a informação, menos valor ela tem, pois perde a
relevância – ou seja, a capacidade de influenciar: a tomada de decisão; a análise
de desempenho (mensal, trimestral ou anual) da entidade; o valor preditivo para
fornecer informações para projeções futuras; a capacidade de verificação e
comparação; entre outras características.
4.2 Compreensibilidade
Exemplo de compreensibilidade
Você, aluno que está iniciando seu curso, consegue entender a explicação
dos autores? Conhece todos os termos utilizados, como MEP (Método de
equivalência patrimonial), Variação cambial, Resultados Abrangentes, Realização
dos investimentos?
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Alguns alunos, por já estarem no mercado de trabalho, pode ser que já
conheçam, mas a maioria não. Afinal, é necessário que o aluno percorra uma
trilha de conhecimentos, ao longo da qual lhe serão apresentados aos poucos,
e de forma evolutiva, conceitos, definições, técnicas, classificações etc., para que
ao longo do curso possa construir conhecimento, de forma que esteja habilitado
para aplicar a contabilidade e desenvolver competências para interpretar as
informações contábeis, inerentes à prática da profissão. Assim, para que possa
construir conhecimento, o aluno deve ser munido de informações claras e
concisas, para ser considerado como habilitado para, por exemplo, interpretar os
termos descritos no recorte apresentado.
Com os usuários dos demonstrativos contábeis, acontece o mesmo,
pois os relatórios são elaborados de acordo com as normas contábeis vigentes, e
por vezes apresentam informações complexas. Por isso, a compreensibilidade é
uma característica qualitativa importante, permitindo o entendimento da
informação por meio de padronização e métodos pré-determinados, como
estamos vendo ao longo da disciplina.
No entanto, isso não significa que os termos e jargões técnicos específicos
da área contábil e de negócios devem ser suprimidos (ocultados) para que sejam
compreensíveis. Porque, assim como acontece nas Ciências Jurídicas, na
Contabilidade os usuários devem estar aptos para interpretar as informações
contábeis fornecidas.
Por isso, “os Relatórios financeiros devem ser elaborados para usuários
que têm conhecimento razoável das atividades comerciais e econômicas e
que revisam e analisam as informações de modo diligente” (CPC, 2019).
Neste contexto, destaca-se a importância do profissional da Contabilidade,
pois, por vezes, mesmo que os usuários sejam habilitados, seus conhecimentos
podem não ser suficientes, cabendo aqui o papel consultivo do contador para
sanar dúvidas, sempre que solicitado.
As características qualitativas de melhoria devem potencializar o máximo
possível a qualidade das informações contábeis. Todavia, se as informações não
forem relevantes, representando fidedignamente os fenômenos econômicos e
financeiros de uma entidade, perdem totalmente sua utilidade (CPC, 2019).
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TEMA 5 – RESTRIÇÕES DO CUSTO SOBRE RELATÓRIOS FINANCEIROS ÚTEIS
Custo por cm
CUSTO DE PUBLICAÇÃO
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Por outro lado, no caso de uma sociedade anônima, que está obrigada a
publicar o conjunto completo de demonstrações contábeis, para atender às
normas da CMV (Comissão de valores Mobiliários) e da bolsa de valores, há a
necessidade de produzir informação aos acionistas quanto à distribuição dos
lucros, aos investidores interessados nas atividades da empresa, calculando o
preço das ações, pensando nos demais usuários interessados. O custo benefício
é relevante, pois seus usuários aguardam o momento da divulgação e publicação
dos demonstrativos contábeis, para avaliar se continuam ou não a investir na
empresa.
Assim, e diante de tudo que já estudamos nesta aula, pode-se inferir que
os custos para divulgar uma informação devem ser imbuídos de benefícios. A
estrutura conceitual da contabilidade define o custo como “uma restrição
generalizada que pode ser fornecida pelo relatório financeiro, e desse modo,
devem ser justificados pelos seus respectivos benefícios” (CPC, 2019).
Os fornecedores da informação, ou seja, a entidade que reporta,
representada pela contabilidade, demandam tempo e esforço em termos de coleta
de dados, processamento, adequação às normas, verificação e disseminação de
informações financeiras. É um trabalho minucioso, e por isso se deve levar em
consideração o custo-benefício de gerar a informação.
Sob o ponto de vista dos usuários, podemos observar que também há
custo-benefício, pois para se avaliar a utilidade da informação é necessário
dispender tempo e contratar especialistas para analisar e interpretar as
informações disponibilizadas. Caso essas informações não sejam necessárias ou
suficientes, incorrem em custos adicionais para obter as informações em qualquer
outra parte, ou para estimá-las.
Portanto, procura-se considerar custos e benefícios em relação ao
relatório financeiro, de modo geral, e não apenas em relação a entidades
individuais que reportam.
TROCANDO IDEIAS
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Com base nos temas apresentados e em um movimento de socialização
profissional, sugerimos que conversem com profissionais contábeis em atividade,
que você conhece ou no seu ambiente de trabalho, para investigar qual a
percepção que apresentam a respeito dos atributos da informação: características
qualitativas fundamentais e de melhoria.
NA PRÁTICA
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Assinale a sequência correta1:
a. 2; 1; 1; 2; 2.
b. 2; 2; 1; 1; 2.
c. 2; 1; 1; 1; 2.
d. 2; 1; 1; 2; 1.
e. 2; 2; 1; 2; 1.
FINALIZANDO
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O gabarito para essa questão pode ser encontrado ao final deste material, após a seção
Referências.
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REFERÊNCIAS
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GABARITO
A resposta correta é a b. 2; 2; 1; 1; 2.
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