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Plano de Pesquisa - Substância: Nb -

PLANO DE PESQUISA

Substância: Nióbio

Classe I – Jazidas de substâncias minerais metalíferas

LOCAL : Fazenda Mulungu

MUNICÍPIO : Parelhas

COMARCA : Parelhas

ESTADO : Rio Grande do Norte

PESQUISA : Nióbio

SUPERFÍCIE : 950 hectares

MAPA BASE : Folha Pau dos Ferros SB. 24. R –III,


SUDENE 1970

ESCALA DO MAPA BASE : 1: 100.000

Prospecção (GEO-334) Dantas, A.R.


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1.0. Introdução
O nióbio constitui um metal que guarda uma importância muito bem
caracterizada devido a sua participação na indústria moderna. As suas propriedades
físicas são úteis em certas aplicações metalúrgicas, eletrônicas, químicas e nucleares.
Apresenta uma afinidade geoquímica muito forte com o tântalo, portanto, são
estritamente associados e encontrados juntos na maioria das rochas e minerais em que
ocorrem.
De uma maneira geral, os valores mais baixos de nióbio e tântalo são
encontrados em certas rochas ultramáficas (não relacionadas a complexos alcalinos) e
alguns dos valores mais elevados do nióbio são encontrados em granitos alcalinos,
nefelina-sienitos e rochas ultramáficas relacionadas, pegmatitos e carbonatitos. Os
maiores valores de tântalo ocorrem em granitos albitizados e pegmatitos, representantes
de diferenciados tardios de batólitos graníticos.
Pegmatitos foram por muitos anos a maior fonte de nióbio e tântalo, e apesar de
que o nióbio seja agora obtido largamente de carbonatitos, os pegmatitos ainda
permanecem como fonte primária dominante de tântalo. Esses elementos podem estar
presentes em pegmatitos, tanto em um ou mais de um grande número de minerais, dos
quais a columbita-tantalita é o mais comum, bem como na estrutura de minerais como a
mica, granada, turmalina, ilmenita ou zircão. Certos tipos de pegmatitos são mais
intensamente mineralizados em nióbio e tântalo, sendo comumente representados pelos
pegmatitos complexamente zonados (heterogêneos) e caracterizados por abundante
albita e um forte desenvolvimento de minerais de lítio e berílio.

1.1. Motivação do requerimento


A região do Seridó, no Estado do Rio Grande do Norte, abrange parte da
Província Pegmatítica do Nordeste. Este distrito concentra uma densidade bastante
expressiva de pegmatitos, segundo uma faixa de direção NNE-SSW, com mais de 400
corpos distribuídos. Assim, todo este potencial, provindo da exploração de pegmatitos,
com riquezas minerais bastante úteis para o homem, deve ser explorado, de maneira a
buscar revitalizar os potenciais minerais explorados na região.
O nióbio, já discutido todas as suas potencialidades no início deste texto,
representa uma substância mineral interessante, visto que, como observado no Mapa
Geológico do Rio Grande do Norte (1998), apresenta uma quantidade de ocorrências

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muito bem distribuídas ao longo daquela região. Sendo assim, faz-se necessário, a
realização de estudos cada vez mais aprofundados, para poder quantificar e qualificar
estes tipos de depósitos no estado. Particularmente, a região do Município de Parelhas
destaca-se, pela distribuição tão homogênea, exibindo uma gama de corpos pegmatíticos
com dimensões de centenas de metros e comumente apresentando zonação interna.

1.2. Localização e vias de acesso


A área requerida para pesquisa de nióbio encontra-se situada próxima a cidade
de Parelhas, cerca de um 2 quilômetros na direção nordeste, e engloba a localidade
denominada de Fazenda Mulungu. O acesso a Parelhas faz-se através da BR-101,
partindo-se de Natal, capital do Estado do Rio grande do Norte, Br-226 até a cidade de
Currais Novos, seguido da BR-431 até Acari, e por fim, a estrada que faz a ligação desta
cidade com o município de Parelhas.
Na fazenda Mulungu e áreas próximas, os acessos são realizados através de
estradas não pavimentadas, mas que guardam bom estado de conservação ao longo de
todo o ano.
A área a ser requerida, constitui um poligono de 8 vértices, perfazendo uma área de 950 hectares,
com as seguintes coordenadas geográficas:
VÉRTICE LATITUDE LONGITUDE
1 6º40’21’’S 36º38’34’’W
2 6º39’30’’S 36º38’34’’W
3 6º39’30’’S 36º38’07’’W
4 6º38’43’’S 36º38’07’’W
5 6º38’43’’S 36º36’36’’W
6 6º40’15’’S 36º36’36’’W
7 6º40’15’’S 36º37’34’’W
8 6º40’21’’S 36º37’34’’W

2.0. Aspectos Fisiográficos


A região da área requerida corresponde ao Seridó norte-riograndense, uma
micro-região do Estado do Rio Grande Norte, com características próprias, refletidas
pelo sertão nordestino.
As principais formas de relevo encontradas são o Planalto da Borborema e a
Depressão Sertaneja. O Planalto da Borborema corresponde a terrenos antigos,
formados pelas rochas Pré-Cambrianas, se estendendo pelo Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Constitui um tipo de relevo, onde encontram-se as

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serras e picos mais altos do Estado. A Depressão Sertaneja corresponde aos terrenos
baixos, situados entre o planalto da Borborema e a Chapada do Apodi, representa um
relevo plano, arrasado, sem destaques topográficos. Localmente, alguns serrotes estão
distribuídos em meio a Depressão Sertaneja, porém uma feição geomorfológica
apresenta grande destaque, no caso, a Serra das Queimadas, com mais de 300 metros de
altitude acima da média das curvas altimétricas da região.
O clima naquela região é bem definido: corresponde ao clima Tropical Quente e
Seco (semi-árido), predominante em grande parte do Estado. Suas características são
poucas chuvas, com médias de precipitações entre 400 e 600 mm anuais, distribuídas
entre os meses de janeiro e abril. Os lugares onde ocorre esse tipo de clima ficam
sujeitos aos fenômenos das secas.
A vegetação típica é a Caatinga, que corresponde a um tipo de vegetação que
apresenta-se verde somente no inverno, a época das chuvas, e no restante do ano,
inteiramente, ou parcialmente, sem folhas. Formada por plantas adaptadas ao clima
semi-árido ou tropical quente e seco, vegetal da caatinga compreende dois tipos: a
Caatinga Hiperxerófila e a Caatinga Hipoxerófila que recobrem cerca de 60% e 20%,
respectivamente, da superfície estadual.  As plantas mais representativas da caatinga
são: jurema, pau-branco, xiquexique, mandacaru, catingueira, aroeira, angico e
imburana. Subordinadamente pode-se encontrar, nas áreas de maior altitude da região
do Seridó, a Floresta das Serras, que é formada por vegetais de grande porte,
desenvolve-se nas partes mais altas das serras.
O principal rio que banha a região é o Seridó, que entra no RN pelo município
de Parelhas e é represado pela Barragem do Boqueirão. Banha a cidade de São José do
Seridó, onde foi construída a Barragem Passagem das Traíras, além de Jardim do
Seridó, Caicó e São Fernando, onde deságua para dentro do rio Piranhas-Açu.

3.0. Geologia Regional


A área estudada no contexto regional encontra-se inserida na Faixa de
Dobramentos Seridó, na região nordeste da Província Borborema (Almeida et al, 1977)
compreendendo uma seqüência de rochas supracrustais (metassedimentos e
metavulcânicas) metamorfisadas em fácies xisto verde a anfibolito denominada de
Grupo Seridó de idade Proterozóica. Este grupo repousa sobre um embasamento de
idade paleoproterozóica e proterozóica inferior, sendo ambas as unidades cortadas por

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seção de rochas graníticas de composição ácida, subordinadamente intermediária-


básica. As unidades graníticas mais expressivas estão ligadas ao Ciclo Brasiliano,
constituindo alguns batólitos com destaque para o Granito Acari que representa a maior
feição intrusiva da Faixa de Dobramentos Seridó.
O Grupo Seridó, correspondente de uma seqüência mesoproterozóica (Van
Schmus et al., 1995b) pode ser definido estratigraficamente da base para o topo nas
Formações Jucurutu, Equador e Seridó (Jardim de Sá, 1984). Porém, um segundo
modelo propõe a divisão das supracrustais em dois grupos, separados por uma
discordância regional (Archanjo & Salim, 1986). Na base, o Grupo Jucurutu composto
por uma unidade vulcanossedimentar (Jucurutu) e uma unidade clástica (Equador) de
idade mesoproterozóica; no topo da coluna, o Grupo Seridó, de idade neoproterozóica,
repousando discordantemente sobre o embasamento e o Jucurutu. Esta discordância
seria marcada pela Formação Parelhas.
Segundo Jardim de Sá (1994), a Faixa Seridó é delimitada a oeste pela zona de
cisalhamento Portalegre, a sul pela zona de cisalhamento Patos e a leste e norte é
truncada pelas bacias sedimentares da margem atlântica.

3.1. Mineralizações de Pegmatitos do Seridó


A denominada Província Pegmatítica da Borborema-Seridó (Scorza, 1944; apud
Brasil, 1997) abrange parte dos Estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, e se encontra
quase que totalmente inserida na área de ocorrência do Grupo Seridó (Formações Seridó
e Equador).
Os corpos pegmatíticos encontram-se encaixados nos micaxistos, quartzitos e
gnaisses do Grupo seridó e, em proporções bem menores, nos gnaisses e migmatitos do
Complexo Caicó. A maioria dos pegmatitos mineralizados situam-se nos municípios de
Parelhas, Equador e Carnaúba dos Dantas, no Estado do Rio Grande do Norte.
Segundo Legrand et al. (1993) apud Brasil (1997), foram reconhecidas mais de
1000 ocorrências de mineralizações em pegmatitos. Estes pegmatitos exibem corpos de
largura decimétrica a métrica, estendendo-se na direção da foliação NNE-SSW dos
micaxistos. Os pegmatitos são mineralizados em columbita-tantalita, berilo, lepidolita.
A possível origem para essas mineralizações pode ter sido a partir de intrusões
graníticas responsáveis por fluidos hidrotermais que invadiram os xistos, durante ou
após o funcionamento das zonas de cisalhamento NNE-SSW. Notadamente, formam

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feições de relevo positivos, destacando-se na região. Provavelmente, isto é provocado


pela maior resistência a erosão e fenômenos intempéricos que atingem com mais
rigorosidade as rochas encaixantes.

4.0. Geologia Local


Segundo Brasil (1997) sete unidades litológicas são individualizadas na região
de Parelhas (vide anexo – Mapa Geológico Simplificado da Região de Parelhas):
 UNIDADE I – Compreende Biotita-gnaisses com lentes de calciossilicáticas
correlatos ao litotipos da Formação Jucurutu.
 UNIDADE II – É constituído por quartzitos laminados a maciços
correlacionados aos metassedimentos da Formação Equador. Sotopostos a estes
quartzitos, estão os metaconglomerados da Unidade III e micaxistos da unidade IV.
 UNIDADE III – Composta por metaconglomerados com seixos de
pegmatitos, gnaisses, quartzitos e anfibolitos imersos em matriz quartzosa. Em direção
ao topo os metaconglomerados apresentam matriz quartzo-biotítica. Correspondem aos
litotipos da Formação Parelhas.
 UNIDADE IV – É composta por cordierita-biotita-xistos e granada-biotita-
xistos típicos da Formação Seridó.
 UNIDADE V – Compreende migmatitos formados a partir da fusão parcial
principalmente de xistos e subordinadamente de gnaisses.
 UNIDADE VI – É constituída de granitos foliados correspondentes aos
granitóides G3 descritos por Jardim de Sá, et al (1981)
 UNIDADE VII – Compreende uma zona pegmatítica e pegmatitos filonianos
intrusivos, principalmente nos xistos e subordinadamente nos metassedimentos que
compõe a Serra das Queimadas.
Restrito a área requerida, estão as rochas das unidade IV (principalmente), VI e
VII. No mapa geológico em anexo, pode-se observar a área em destaque, inserida em
todo o contexto geológico da região de Parelhas. As rochas da Unidade VII representam
o alvo (prospecto), podem ser mineralizado em nióbio. Contrastando com as áreas
adjacentes, os corpos de pegmatitos tiveram maior expressividade na área requerida que
em outras áreas.
Os diques de pegmatito intrudem principalmente os micaxistos e normalmente
ocupam fraturas de direção NE-SW.

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5.0. Plano de Pesquisa


O presente trabalho de pesquisa reúne as principais atividades de caráter técnico-
econômicas necessárias a caracterização e quantificação de depósitos de minério de
nióbio, com vista ao seu aproveitamento econômico para fins metalúrgicos.

5.1. Infraestrutura
A necessidade de dar apoio aos trabalhos técnicos programados para a área exige
a realização dos seguintes serviços: espaço físico para alojamento da equipe e
armazenamento de equipamentos, abertura de pequenos trechos para facilitar o
deslocamento de máquinas e da equipe na área.
A proximidade da área requerida a zona urbana do Município de Parelhas
permite locar um espaço físico dentro da cidade para os fins acima citado, além disso é
possível também contratar mão de obra local para a realização de alguns serviços de
campo. Outras condições de infraestrutura, como disponibilidade de água, energia
elétrica, e acessos são consideradas excelentes, motivados pela quantidade de
comunidades rurais próximas e outras empresas de mineração ali instaladas.

5.2. Topográfico, Cartografia e Desenho


Será colocado um marco topográfico no local correspondente ao ponto de
amarração, visando a definição do polígono delimitador da área e conseqüente
amarração do mesmo ao ponto geográfico escolhido. Também será realizado o
cadastramento dos superficiários para posterior negociação prevista em lei.
O ponto de amarração será então fixado na ponte sobre o Rio Seridó próximo a
saída de Parelhas, na estrada que liga esta cidade ao Município de Acari.
Pretende-se utilizar sensores remotos (fotografias aéreas e imagens de satélite
Landsat 7) com o intuito de melhor caracterizar os limites entre a rocha mineralizada,
no caso os pegmatitos, e a encaixante (micaxisto). As imagens de satélite, a partir do
uso de combinações RGB, PC’s e filtros direcionais ressaltarão os contrastes
composicionais das rochas e lineamentos importantes, através de softwares de
geoprocessamento. As fotografias aéreas, delimitarão os corpos de pegmatito, haja visto
que na região apresentam contraste topográfico com a encaixante, podendo atingir
dezenas de metros de altitude. Ambas as ferramentas servirão de apoio a caracterização

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da rocha mineralizada, definindo aqueles locais que serão visitados posteriormente para
detalhamento geológico.

5.3. Levantamentos Geoquímicos


Pretende-se trabalhar com dois métodos: concentrado de batéia e litogeoquímica.
A prospecção com bateias será utilizada pois a columbita é um mineral de alta
densidade e sua concentração em terrenos aluvionares e eluvionares podem indicar
áreas fonte. Porém, não será realizado na prospecção regional, mas em uma fase de
semi-detalhamento, com amostragem a cada 250 metros. Portanto serão amostrados
simultaneamente cursos de água e as colinas próximas.
A litogeoquímica será usada na fase de detalhamento para verificar a
composição interna dos pegmatitos filonianos, objetivando observar a presença de
zonação interna, pois aqueles pegmatitos ditos homogêneos são menos interessantes
para o prospecto deste plano de pesquisa, e observar a variação dos teores de nióbio ao
longo dos perfis analisados. Será realizado malhas largas para definir as fácies
interessantes e indicar posteriores trabalhos de detalhamento.

5.4. Levantamento Geológico


Inicialmente, após o cadastramento de todos os corpos de pegmatito, fase esta
precedida pelo estudo da área através de sensores remotos, será realizado o mapeamento
de detalhe. Este mapeamento abrangerá uma escala igual ou maior que 1:1000,
objetivando caracterizar superficialmente as zonas dos pegmatitos heterogêneos, além
de estimar parâmetros como largura, comprimento e espessura destes corpos filonianos.

5.5. Trincheiras
Durante o mapeamento de detalhe serão abertas trincheiras visando detectar os
contatos com a encaixante, além de realizar as coletas de amostras de rocha e
caracterizar a zonação interna antes descrita. As trincheiras serão abertas
perpendicularmente aos corpos, com larguras variável entre 1 e 3 metros e
profundidades oscilando entre algumas dezenas de centímetros a alguns metros. O
comprimento também será variável, podendo ser igual a largura dos corpos
mineralizados, ou em grandes faixas transversais de terreno, quando forem necessárias
informações de variações estruturais ou litológicas das áreas adjacentes.

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5.6. Sondagem
Considerando o prospecto como um depósito de forma aproximadamente
constante, com boa continuidade geológica e com teores relativamente uniformes, a
sondagem constitui um método indicado para este tipo de pesquisa. Dentre as variadas
opções, pode-se utilizar as sondagens manuais e sondagens com máquinas rotativas à
diamante, tanto vertical como inclinada.
A sondagem manual a trado pode ser utilizada para coleta em profundidade de
amostras de aluvião e eluvião, para análise de concentrados de minerais pesados.
As sondagens rotativas com perfuração por furos verticais serão utilizadas para
investigação das profundidades do prospecto, além de eventuais usos dos testemunhos
de sondagens para análises químicas. A prospecção pelo sistema de furos inclinados
com máquinas rotativas serão utilizados para os corpos que apresentarem maiores
mergulhos. Ambas visam confirmar em profundidade, as características observadas em
superfície.
Serão realizados então cerca de 10 furos de sonda, profundidade média de 30
metros, com sondagem rotativa adiamantada, diâmetro XRT. Não será realizado sobre
um espaçamento contínuo, visto que estes furos de sonda terão um caráter meramente
exploratórios.

5.7. Amostragem
Abrange toda a metodologia utilizada para as coletas de amostras de concentrado
de batéia, litogeoquímica e testemunho de sondagem, que serão posteriormente enviadas
para análises químicas.
Na coleta de amostras de concentrado de batéia em cada ponto pré-definido,
segundo o espaçamento escolhido, amostras compostas serão tomadas. Quando
necessário, amostras em profundidade, tanto em aluviões como eluviões serão
realizadas. Em seguida, o cascalho potencialmente mineralizado deve ser misturado,
quarteado e sobre ele serão efetuadas duas bateações independentes, que devem
apresentar teores aproximadamente iguais. Para a bateação, o cascalho é inicialmente
peneirado e apenas o material com menos de 10 mm de diâmetro é concentrado. Neste
material a concentração é realizada até o ponto em que o concentrado comece a ficar
com a cor cinza ou quando os primeiros grãos de granada comecem a fugir da batéia.

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Posteriormente as amostras poderão ser mandadas para análises químicas.


Na litogeoquímica serão realizadas amostras de canais, com largura e
profundidades constantes, recolhendo todo o material retirado uma lona colocada logo
abaixo do canal, considerando que o minério irá aflorar nas paredes das trincheiras
abertas nos corpos mineralizados. O espaçamento das amostras será de 1 a 2 metros.
As amostras de testemunho de sondagens poderão seguir, juntos com as de
canal, para análises químicas. Porém, antes disso, será necessário realizar a redução e
combinação das amostras. A redução das amostras será efetuada quando o volume de
material coletado for maior que à quantidade de material necessário para as dosagens
químicas. Por isso, em geral, as amostras sofrem uma britagem inicial, visando a
homogeneização do material. A combinação de amostras será necessária apenas nos
casos de necessidade de diminuição do número de dosagens com o intuito de minimizar
os custos dos serviços. A combinação das amostras pode ocorrer antes ou após a
redução.

5.8. Análises Químicas


As amostras serão enviadas para análises químicas no decorrer do
desenvolvimento de todas a fases da pesquisa. As análises químicas esperadas são
aquelas que realizem separações densimétricas e eletromagnéticas, para que desta
maneira seja facilitado a identificação mineralógica e a determinação precisa do teor dos
diferentes minerais participantes do concentrado, ressaltando que o objetivo maior de
tais procedimentos é observar o teor de nióbio na columbita. Normalmente, espera-se
que o laboratório efetue apenas análises quantitativas, ou seja, medidas diretas de teores.
Provavelmente serão enviadas 30 amostras de concentrado de batéia, 100
amostras de canal e 100 de partes de testemunhos de sondagens, ambas as duas últimas
pulverizadas. Serão enviadas em pacotes de 100 gramas para todos os três casos,
acompanhadas de mais 10 amostras brancas e 10 amostras duplicadas, visando testar a
confiabilidade do laboratório escolhido.

5.9. Cálculo de Reserva


Com todas as informações obtidas nos trabalhos de mapeamento de detalhe dos
corpos de pegmatito, dos furos de sonda e da análise química, pretende-se realizar o
cálculo da reserva medida do nióbio e selecionar os corpos mais promissores para serem

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explorados.
5.10. Pesquisas de Mercado
Confirmados positivos os estudos e testes até então enumerados será levantada a
nivel de mercado interno a aceitabilidade do produto, bem como a forma de
apresentação final exigida pelos consumidores potenciais.

5.11. Avaliação Econômica


Definidos os processos de beneficiamento e de lavra, as reservas e o teor médio
do depósito pesquisado, o passo seguinte consiste em verificar se é viável a sua
exploração, já que durante a vida útil da mina deve-se ter garantido o retorno do capital
aplicado na pesquisa e nos setores de mineração e beneficiamento, acrescidos de juros
compatíveis com os riscos assumidos. Será, portanto, montado um fluxo de caixa da
alternativa do investimento cujo horizonte será função não só da reserva dimensionada
como também da qualidade do depósito em relação a possíveis materiais concorrentes.
Determinado o fluxo de caixa, a definição sobre a implantação do projeto será efetuada
através de critérios de decisão entre alternativas mais vantajosas do ponto de vista
financeiro, respeitadas as contingências de mercado.

5.12. Relatório de Pesquisa


De posse de todos os dados obtidos, será elaborado um relatório circunstanciado
ao Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM, cujas conclusões orientarão o
cumprimento do disposto no art. 32 do Regulamento do Código de Mineração.

6.0. Referências Bibliográficas


ARCANJO, C.J. e SALIM, J., 1986. Posição da Formação Seridó no contexto estratigráfico regional
(RN-PB). Simp. Geol. do Nordeste, 12, João Pessoa/PB, p. 270-281.
ALMEIDA, F.F.M. de; BRITO NEVES, B.B.; FUCK, R.A., 1977. Províncias Estruturais Brasileiras.
Atas VIII, Simpósio de Geologia do Nordeste, Campina Grande, 363-391p.
BRASIL, R. C. O., 1997. Mapeamento Lito-estrutural da Faixa Metamórfica da Região de Parelhas-RN.
Relatório de Graduação UFRN/CCET/DG. 84 p, Natal/RN, Março de 1997.
JARDIM DE SÁ, E.F. 1984. A evolução Proterozóica da Província Borborema. Atas 11º e Simp. Geol.
Nordeste. p. 134-138.
JARDIM DE SÁ, E.F. 1994. A Faixa Seridó (Província Borborema, NE do Brasil) e seu significado
geodinâmico na Cadeia Brasiliana / Pan-Africana. Universidade de Brasília, Brasília, Tese de
Doutorado. 803 p.
VAN SHMUS, W.R.; BRITO NEVES, B.B.; HACKSPACHER, P.C.; BABINSKI, M; FETTER A.;
DANTAS E., 1995b. Neoproterozoic and the Mesoproterozoic sedimentary and volcanic sequences
in the Borborema Province, NE Brazil. In: SIMP. GEOL. NORDESTE, 16. Recife, 1995. Atas...
Recife, SBG, v. 2, p. 391-393.

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7.0. Orçamento

Discriminação Unidade Quantidade Custo Unitário Custo Total (R$ x


(R$ x 1000) 1000)
Infraestrutura - - - 20
Topografia, Cartografia e Un. 1 2 2
Desenho
Levantamentos Geoquímicos km2 10 0,25 2,5
Levantamento Geológico de km2 2 0,75 1,5
Detalhe
Trincheiras m3 100 0,03 3
Sondagem m 300 0,3 90
Amostragem m3 25 0,05 1,25
Análises Químicas Un. 250 0,05 12,5
Relatório de Pesquisa Un. 1 5 5
Mão de obra especializada Diária 500 0,05 25
Eventuais (30%) - - - 49
TOTAL 211,75
Data base: Fevereiro/2003
Base de dados: Boletim de preços da AGERN

8.0. Cronograma Físico

SEMESTRES
SERVIÇOS 1º 2º 3º 4º 5º 6º
Infraestrutura
Topografia, Cartografia e
Desenho
Levantamentos Geoquímicos
Levantamento Geológico de
Detalhe
Trincheiras
Sondagem
Amostragem
Análises Químicas
Avaliação Econômica
Pesquisas de Mercado
Relatório de Pesquisa

________________________________
Alexandre Ranier Dantas
Geólogo CREA/RN 5000D
CPF: 031.232.904-09

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