Ficha de Reação – 23/09/2022 – Tema 3

“Administração pública e infraestrutura. Federalismo. Organização Administrativa”

O texto de Patrícia Baptista e João Pedro Accioly trouxe importantes reflexões, sobretudo
quanto ao potencial estratégico do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
O trecho abaixo sintetiza o escopo da Lei nº 13.334/2016, que instituiu o PPI
(BAPTISTA; ACCIOLY, 2019, p. 402):

O PPI não trouxe ao ordenamento brasileiro novos instrumentos ou modelos

contratuais de interação entre a Administração Pública e particulares. O Programa
criou estruturas administrativas, incentivos institucionais e fontes de custeio para que,
por meio de ferramentas jurídicas preexistentes, o Poder Público possa incrementar,
quantitativa e qualitativamente, a parcerias com a iniciativa privada em projetos de
infraestrutura.

De maneira geral, o grande trunfo do PPI foi possibilitar a gestão centralizada e

especializada dos instrumentos de parceria do Governo Federal – PPPs, concessões comuns,
concessões regidas por legislação setorial, permissões de serviço público, arrendamento de bem
público, concessão de direito real e quaisquer outros negócios público-privados –, sob a tutela
de um Conselho Interministerial e de uma Secretaria Executiva.
Ainda, viabilizou uma oportunidade interfederativa inédita, com a possibilidade de
assistência técnica e financeira aos entes subnacionais, mediante padronização de documentos,
simplificação da legislação e regulação local, capacitação aos agentes públicos estaduais,
distritais e municipais, recursos do Fundo de Apoio à Estruturação de Parcerias e do Fundo de
Apoio às Concessões e Parcerias dos Entes Federados (BAPTISTA; ACCIOLY, 2019, p. 406).
Publicado em 2019, o final do texto expressa pessimismo quanto ao desempenho do PPI
no Governo Federal: “(...) Há, contudo, largo espaço e premente necessidade para êxitos mais
intensos e abrangentes dos que até aqui se logrou” (BAPTISTA; ACCIOLY, 2019, p. 410).
Porém, os anos seguintes à publicação do texto podem revelar outra perspectiva. No site
oficial do Programa (https://portal.ppi.gov.br/), encontram-se dados demonstrativos dos
resultados do PPI no período 2019/2022, que compreende o Governo Bolsonaro.
O documento intitulado “Apresentação da 23ª Reunião do Conselho do PPI”, disponível
no link acima, lista as principais entregas desde 2019: 168 leilões/projetos (37 concluídos em
2022); expectativa de investimentos de R$ 908,5 bilhões; R$ 179,1 bilhões em outorgas/bônus.
Na carteira de apoio aos entes subnacionais, são 56 projetos envolvendo as áreas de
iluminação pública (29), saneamento básico (8), resíduos sólidos (9), dentre outras.
Logo, os resultados revelam êxito no período recente e eficácia da Lei nº 13.334/2016.