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Conforto e Stress Térmico Roberto Lamberts 2013
Conforto e Stress Térmico Roberto Lamberts 2013
Sumário
1 CONFORTO TÉRMICO ....................................................................................................................................... 3
1.1 INTRODUÇÃO AO CONFORTO TÉRMICO ................................................................................................ 3
1.1.1 Definições ...................................................................................................................................... 3
1.1.2 Termo regulação humana e balanço de calor no corpo ................................................................ 4
1.1.3 Zonas de respostas fisiológicas e comportamentais ..................................................................... 8
1.2 Avaliação de conforto térmico ............................................................................................................... 9
1.2.1 Pesquisas em câmaras climatizadas .............................................................................................. 9
1.2.2 Pesquisas de campo ..................................................................................................................... 10
1.2.3 Condições de conforto térmico ................................................................................................... 12
1.2.4 Variáveis que influenciam na sensação de conforto térmico ...................................................... 13
1.2.5 Equação do conforto térmico e carga térmica ............................................................................ 13
1.2.6 Equação do PMV .......................................................................................................................... 14
1.2.7 Porcentagem de pessoas insatisfeitas (PPD) ............................................................................... 15
1.2.8 Desconforto Localizado ............................................................................................................... 15
1.2.9 Influência do movimento do ar no conforto térmico .................................................................. 19
1.2.10 Normas de conforto térmico ....................................................................................................... 20
1.3 ISO 7730/2005 - Ambientes Térmicos Moderados - Determinação dos índices PMV e PPD e
especificações das condições para conforto térmico: ..................................................................................... 22
1.3.1 Escopo.......................................................................................................................................... 22
1.3.2 Voto Médio Estimado (PMV) e Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas (PPD) ............................. 23
1.3.3 Aceitabilidade de ambientes térmicos visando conforto ............................................................ 23
1.3.4 Anexos ......................................................................................................................................... 24
1.3.5 Intervalo de Temperatura Operativa (Anexo A da ISO 7730/2005) ............................................ 28
1.3.6 Critérios de Projeto para diferentes tipos de espaço – Exemplos. .............................................. 30
1.3.7 Desconforto Localizado ............................................................................................................... 30
1.3.8 Exemplo de aplicação .................................................................................................................. 32
1.4 ISO 7726/1998 - Ambientes térmicos - Instrumentos e métodos para a medição dos parâmetros
físicos. 32
1.4.1 Introdução ................................................................................................................................... 32
1.4.2 Escopo e campo de aplicação ...................................................................................................... 33
1.4.3 Gerais ........................................................................................................................................... 33
1.4.4 Instrumentos de medição ............................................................................................................ 35
1.4.5 Exemplos de instrumentos de medição....................................................................................... 39
1.4.6 Especificações relativas aos métodos de medição ...................................................................... 41
1.4.7 Anexo A: Medição da temperatura do ar .................................................................................... 43
1.4.8 Anexo B: Medição da temperatura radiante média .................................................................... 44
1.4.9 Anexo C: Medição da temperatura radiante plana ..................................................................... 52
1.4.10 Anexo D: Medição da umidade absoluta e relativa do ar ............................................................ 57
1.4.11 Anexo E: Medição da velocidade do ar........................................................................................ 62
1.4.12 Anexo F: Medição da temperatura superficial ............................................................................ 65
1.5 ASHRAE Standard 55/2010................................................................................................................... 66
1.6 Normas de Conforto Térmico no Brasil ................................................................................................ 67
2 ESTRESSE (STRESS) TÉRMICO. ..................................................................................................................................... 68
2.1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 68
2.2 AMBIENTES QUENTES .......................................................................................................................... 68
2.3 AMBIENTES FRIOS ................................................................................................................................ 69
2.4 NORMAS DE REFERÊNCIA..................................................................................................................... 69
2.5 ISO 7243/1989 - Ambientes quentes - Estimativa do stress por calor sobre o trabalhador, baseado no
IBUTG - (bulbo úmido e temperatura de globo).............................................................................................. 70
2.6 NR 15 - Anexo 3 - Limites de tolerância de exposição ao calor ............................................................ 78
3 LEITURA SUGERIDA ............................................................................................................................................................ 83
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................................. 83
5 ANEXO 1 – A nova proposta de norma brasileira de Conforto Térmico ......................................................... 1
2
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1 CONFORTO TÉRMICO
1.1.1 Definições
Conforto térmico
Segundo a ASHRAE Standard 55 conforto térmico é definido como “A condição da mente
que expressa satisfação com o ambiente térmico”.
Neutralidade Térmica
Segundo o pesquisador dinamarquês Ole Fanger (1970), neutralidade térmica é “A
condição na qual uma pessoa não prefira nem mais calor nem mais frio no ambiente a seu
redor”.
3
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Podemos considerar o corpo humano como uma “máquina térmica” que dispõe
de um mecanismo termorregulador que controla as variações térmicas do organismo.
Sendo o organismo humano homotérmico, isto é, sua temperatura deve permanecer
praticamente constante, o mecanismo termorregulador cria condições para que isso
ocorra.
Entende-se por “máquina térmica” aquela que necessita de certa quantidade de
calor para seu funcionamento. O funcionamento do corpo humano é a condição na qual o
mesmo se encontra para que esteja apto a desempenhar suas atividades, que podem ser
subdivididas em 2 categorias: Atividades basais internas, que são aquelas independentes
de nossa vontade e suficientes para fazer com que os órgãos de nosso corpo funcionem a
contento, e as atividades externas, que são aquelas realizadas conscientemente pelo
homem através de seu trabalho ou atividade desempenhada.
Para ter condições de desempenhar qualquer uma das atividades citadas, nosso
organismo necessita do calor que é oriundo do metabolismo dos alimentos ingeridos e
que também pode ser subdividido em 2 categorias: Metabolismo basal, que é a taxa de
calor necessária para o desempenho das atividades basais, e metabolismo devido às
atividades externas, que é a taxa de calor necessária para o desempenho das atividades.
O calor gerado pelo organismo pode variar de 100W a 1.000W. Uma parte desse
calor gerado é necessário, como já dito, para o funcionamento fisiológico do organismo e
a outra parte é gerada devido ao desempenho das atividades externas, sendo que essa
geração deve ser dissipada para que não haja um superaquecimento do corpo, já que o
mesmo é homotérmico. A temperatura interna do corpo humano é praticamente
constante, variando aproximadamente de 35 a 37ºC.
Para que uma pessoa esteja em estado de conforto térmico no desempenho das
atividades, admitem-se pequenas oscilações nessa temperatura interna, sendo que em
situações mais extremas, admitem-se variações um pouco maiores, para se evitarem os
perigos do stress térmico.
4
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Desta maneira podemos dizer que as atividades desempenhadas pelo ser humano
geram calor ao corpo, o qual deve ser dissipado ao ambiente a fim de que não se acarrete
um aumento exagerado da temperatura interna e que se mantenha o equilíbrio térmico
do corpo. Essa dissipação se dá através de mecanismos de trocas térmicas, que podem
ser observados na Figura 1.1.
Radiação
Depende da temperatura das
superfícies ao redor
m o
olis
tab
Me
Convecção
Depende da temperatura e
da velocidade do ar
Condução
Depende da temperatura das
superfícies onde existe um
contato físico
Evaporação
Depende da atividade física,
da umidade relativa do ar e da
velocidade do ar
permeabilidade das roupas. Variáveis tanto ambientais tais como a temperatura do ar,
temperatura radiante média, velocidade do ar e umidade do ar e variáveis pessoais,
como a atividade e vestimentas, são incorporadas ao modelo.
A expressão do balanço de energia entre o corpo e o ambiente pode assim ser descrita:
[Equação 1]
As perdas de calor pela pele (Qsk) e respiração (QRES) também são expressas em
forma de mecanismos de perda de calor como convecção, radiação e evaporação, e
assim atinge-se a expressão dupla que representa o balanço de calor para um corpo em
estado estacionário:
( ) ( )
[Equação 2]
onde:
M = Taxa metabólica de produção de calor (W/m2);
W = Trabalho mecânico desenvolvido pelo corpo (W/m2), sendo que para a
maioria das atividades humanas esse trabalho é nulo;
Qsk = Taxa total de perda de calor pela pele (W/m2). Igual à perda de calor pela
evaporação pela pele mais a condução de calor da pele até a superfície externa
das roupas, podendo ser escrita como: Qsk = Esk + KCl
QRES = Taxa total de perda de calor pela respiração (W/m2);
C+R = Perda de calor sensível pela pele (W/m2) - Convecção e radiação. Seu
valor é igual à perda de calor por condução até a superfície externa das roupas;
Esk = Perda de calor latente pela pele, através da evaporação (W/m2);
CRES = Perda de calor sensível pela respiração, por convecção (W/m2);
ERES = Perda de calor latente pela respiração, por evaporação (W/m2).
( )
[Equação 3]
OBS: Todos os termos da equação anterior são dados em termos de energia por unidade
de área, e os mesmos referem-se à área da superfície do corpo nu. Uma expressão
convencional para o cálculo dessa área é dada através da expressão da área de DuBois
(AD).
[Equação 4]
onde:
Adu = área superficial do corpo, ou área de DuBois (m2);
m = massa do corpo (kg);
l = altura do corpo (m).
As perdas parciais de calor pela pele pela respiração e por condução através das
roupas podem ser expressas pelas equações empíricas seguintes, numeradas de 5 a 10.
6
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
, ( ) - ,( ) -
[Equação 5]
( )
[Equação 6]
( )
[Equação 7]
, ( )-
[Equação 8]
,( ) ( ) -
[Equação 9]
( )
[Equação 10]
( ) , ( ) - ,( ) -
( ) ( )
, ( )-
,( ) ( ) - ( )
[Equação 11]
onde:
M = taxa metabólica, produção orgânica de calor (W/m2);
W = Trabalho ou eficiência mecânica (W/m2);
pa = Pressão de vapor no ar (kPa);
ta = Temperatura do ar (ºC);
tcl = temperatura superficial das roupas (ºC);
Icl = Isolamento térmico das roupas (Clo);
fcl = Razão de área do corpo vestido e corpo nú (adimensional);
tr = Temperatura radiante média (ºC);
hc = Coeficiente de convecção entre ar e roupas (W/m2.ºC).
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
* ,( ) ( ) - ( )+
[Equação 12]
onde:
hc = 2,38.(tcl - ta)0,25 ou hc = 12,1. var (utilizar o maior)
sendo var = velocidade relativa do ar, em m/s, dado por: var = va + 0,0052(M-58)
Para pessoas nuas: Zona de conforto para que se mantenha o equilíbrio térmico situa-
se entre 29ºC e 31ºC;
Para pessoas vestidas com vestimenta normal de trabalho (Isolamento = 0,6 clo): Zona de
conforto para que se mantenha o equilíbrio térmico situa-se entre 23° e 27°C.
Cada indivíduo possui uma temperatura corporal neutra, descrita como aquela
em que o mesmo não prefira sentir nem mais frio e nem mais calor no ambiente
(neutralidade térmica) e nem necessite utilizar seu mecanismo de termorregulação. Ao
compararmos a temperatura interna corporal com essa temperatura neutra, podemos
apresentar as seguintes zonas de respostas fisiológicas e comportamentais:
Da mesma forma:
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Figura 1.2– Exemplos de estudos em câmaras climatizadas. Da esquerda para a direita: experimentos
com ocupantes em uma câmara climatizada (OLESEN, 1982); manequim térmico dentro de uma
câmara climatizada (CIOP/PIB); medição de conforto térmico com o “dressman” dentro de um
veículo (FRAUNHOFER).
9
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
―... Para dado nível de atividade, a temperatura média da pele (ts) e a taxa de secreção do
suor (Esw) podem ser consideradas como as únicas variáveis fisiológicas que influem sobre o
equilíbrio de calor na equação do conforto térmico...‖
(Fanger, 1970)
Figura 1.3– Exemplos de estudos de campo realizados em ambientes reais. Fonte: Tecnical University
of Denmark; Calvino et al., 2004).
Com o avanço das pesquisas, muitos estudos foram realizados não só em câmaras
climatizadas, mas também em situações reais do cotidiano, com pessoas
desempenhando suas atividades rotineiras. Nestas pesquisas de campo o pesquisador
não interfere nas variáveis ambientais e pessoais, e as pessoas expressam suas
sensações e preferências térmicas de acordo com escalas apropriadas.
A partir desta avaliação da sensação térmica em ambientes reais, Michael
Humphreys (1979) propôs o modelo adaptativo, supondo que as pessoas adaptam-se
diferentemente ao lugar onde estão sendo as ações adaptativas uma forma de ajuste do
corpo ao meio térmico.
―... A temperatura de conforto não é uma constante, e sim varia de acordo com a estação, e
temperatura a que as pessoas estão acostumadas...‖
(Humphreys, 1979)
De acordo com Humphreys, o interesse pelo modelo adaptativo pode ser identificado
por duas razões principais. A primeira por ter sido identificado que os resultados obtidos em
câmaras climatizadas divergem dos valores conseguidos nos ambientes climatizados
naturalmente (Figura 1.4), e a segunda pela constatação de que a população parece aceitar um
intervalo de temperaturas muito maior do que a proposta pelos métodos racionais, já que o
individuo se adapta ao lugar em que vive.
10
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Figura 1.4 – Método estático x adaptativo com dados provenientes do banco de dados da ASHRAE.
Pode-se afirmar que a abordagem adaptativa considera fatores além dos físicos e
psicológicos que interagem na percepção térmica. Estes estudos têm como base os
conceitos de aclimatação, e os fatores considerados podem incluir características
inerentes à demografia (gênero, idade, classe social), contexto (composição da
edificação, estação, clima) e cognição (atitudes, preferências e expectativas).
São três os mecanismos de adaptação utilizados pelo corpo humano para se defender
dos efeitos do clima:
É importante frisar que para esta abordagem a sensação de conforto térmico não
deveria ser originada apenas pela temperatura do ambiente interno, mas também originada de
um valor médio mensal de temperatura externa, pois o desconforto térmico surge
principalmente da contradição entre os ambientes que as pessoas esperam e os ambientes que
elas encontram. Este processo pressupõe uma adaptação para cada lugar, delimitando um tipo
de projeto que leva em consideração a questão social, o clima e a temperatura externa. O
desconforto pode ser causado pelo desgaste excessivo do corpo nos processos de escolha e
ajuste da temperatura própria ao clima exterior. Segundo Humphreys, ―... O desconforto é
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
causado pela excessiva regulação necessária nos processos de ajuste ao lugar, pela
temperatura corporal...‖.
a tskm b
c Esw d
onde:
tskm = temperatura da pele, (ºC)
Esw = taxa de evaporação do suor, (W/m2)
a, b, c, d = parâmetros empíricos extraídos em função da atividade da pessoa.
[Equação 13]
( )
[Equação 14]
Podemos então desta forma dizer que existem 3 condições para que se possa
atingir o conforto térmico:
Ambiente Real
Neutralidade Térmica
Temp. Pele e Suor dentro dos padrões
Desconforto Localizado
Conforto
Térmico
Figura 1.5 - Representação esquemática das condições necessárias a obtenção de conforto térmico.
13
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
( ) ( ) ( )
( ) ,( ) ( ) - ( ) +
[Equação 15]
( ) ( ) ( )
( ) ,( ) ( ) -
( )
[Equação 16]
( )
[Equação 17]
onde:
PMV = voto médio estimado, ou voto de sensação de conforto térmico
M = Atividade desempenhada pelo indivíduo
L = Carga Térmica atuante sobre o corpo.
14
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
+ Muito Quente
3
+ Quente
2
+ Levemente Quente
1
0 Neutro
- Levemente Frio
1
- Frio
2
- Muito Frio
3
, -
[Equação 18]
Figura 1.6 – Porcentagem de pessoas insatisfeitas (PPD) em função do Voto Médio Predito (PMV).
Fonte: (ASHRAE 55/2010).
nome, não atingem o corpo como um todo, apenas uma parte, e embora a pessoa possa
estar satisfeita com a temperatura do corpo como um todo, normalmente está se
sentindo incomodada, não estando dessa forma em conforto. Ambas as normas de
conforto térmico aqui estudadas (ISO 7730/2005 e ASHRAE 55/2010) apresentam uma
seção dedicada a este tema, e dentre os principais fatores que causam esse desconforto,
podemos citar os 4 mais comuns: diferenças de temperatura no sentido vertical (entre
os pés e a cabeça), campo assimétrico radiante, resfriamento convectivo local (draft ou
correntes de ar frias), e contato com pisos frios ou quentes. Os requisitos especificados
nas figuras a seguir referem-se à ASHRAE 55/2010, para usuários levemente vestidos
(clo entre 0,5 e 0,7) e que desenvolvem atividades físicas leves (met entre 1,0 e 1,3).
É importante lembrar que quando a atividade metabólica é maior, e o nível de
vestimenta também, as pessoas apresentam menor sensibilidade ao calor, e assim, o
risco de desconforto térmico local é menor. As pessoas são mais sensíveis ao
desconforto local quando o corpo como um todo está mais frio que o neutro, e são
menos sensíveis quando o corpo está mais quente que o neutro. Os requisitos para as
situações de desconforto local são baseados em ambientes com a temperatura próxima
da região central da zona de conforto. A tabela a seguir apresenta a porcentagem
esperada de pessoas que se consideram insatisfeitas para cada fonte de desconforto
térmico local descrito na norma.
Tabela 1.1. Porcentagem de pessoas insatisfeitas devido ao desconforto térmico local. (ASHRAE
55/2010)
PD devido à
PD devido ao PD devido à
Convecção Localizada
Gradiente na PD devido aos Pisos Assimetria no
para Temperaturas
Temperatura Quentes ou Frios Campo
Operativas abaixo de
Vertical Radiante
22,5
O campo de radiação térmica sobre o corpo pode não ser uniforme devido às
superfícies quentes e frias, e à luz solar. Essa assimetria pode causar desconforto
térmico local e reduzir a aceitabilidade térmica do espaço. A assimetria de radiação
térmica ou radiação não uniforme pode ser causada por janelas frias, superfícies não
isoladas, bocas de fornos, calor gerado por máquinas e outros. Quando expostas a
alguma destas condições, uma pessoa pode ter uma parte do seu corpo atingida por
radiação diferenciada das demais, e assim, quanto maior for esse diferencial, mais
desgostosa com a situação ficará a pessoa. Estudos realizados nesta área tiveram a
preocupação de fazer com que as pessoas se mantivessem em neutralidade térmica, para
que assim analisassem apenas o fenômeno em questão. Observou-se que quanto mais
acentuada era a assimetria, mais as pessoas encontravam-se insatisfeitas com o
ambiente. Observou-se também, que as pessoas respondem de maneira diferenciada
com relação ao que está causando essa assimetria, conforme a Figura 1.7.
A análise da assimetria de radiação é particularmente importante quando se
buscam alternativas térmicas baseadas principalmente em painéis resfriados ou
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
aquecidos para se buscar o conforto térmico. A Tabela 1.2 apresenta o limite máximo
permitido em porcentagem de ocupantes insatisfeitos devido ao aquecimento ou
resfriamento do teto, uma parede fria ou uma parede quente.
%
80
60
40 TETOS QUENTES
PAREDES FRIAS
INSATISFEITOS
20
10 TETOS FRIOS
8
6 PAREDES QUENTES
4
2
DESCONFORTO TÉRMICO LOCAL CAUSADO
PELA ASSIMETRIA DE RADIAÇÃO
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40
ASSIMETRIA DE TEMPERATURA RADIANTE (°C)
Figura 1.7 – Desconforto térmico local causado assimetria de radiação (ASHRAE 55/2010).
1.2.8.2 Correntes de ar
tornozelo pode gerar desconforto térmico local. A Figura 1.8 prevê a porcentagem de
ocupantes insatisfeitos devido à diferença de temperatura no sentido vertical, onde o
nível da cabeça é mais quente que o nível do tornozelo.
%
80
60
40
INSATISFEITOS
20
10
8
6
4
Tabela 1.3. Diferença de temperatura permitida entre a altura da cabeça e dos pés (ASHRAE 55/2010).
Devido ao contato direto dos pés com o piso, o desconforto local nos pés pode ser
verificado quando o piso estiver aquecido ou resfriado. A temperatura do piso é muito
influenciada por características construtivas dos prédios (isolamento do piso, camada de
contrapiso, materiais de construção etc.). Uma reação normal das pessoas em contato
com piso muito frio, é aumentar a temperatura interna do ambiente, geralmente
utilizando-se sistemas de calefação, o que possibilita o aumento do desconforto térmico
e contribui para o aumento do consumo de energia.
Em alguns estudos referentes à resposta das pessoas com relação à temperatura
do piso, Olesen (1982) encontrou que quando as pessoas encontram-se calçadas
normalmente, o material de acabamento do piso não é importante, porém em locais
onde normalmente as pessoas encontram-se descalças, esse item já se torna significante.
Desses estudos empíricos, se extraíram as seguintes faixas recomendadas de
temperaturas:
18
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
%
80
60
40
INSATISFEITOS
20
10
8
6
4
( )( ) ( ) ( )
[Equação 19]
Onde:
DR: Percentual de pessoas desconfortáveis pela movimentação do ar;
: Velocidade média do ar (m/s);
: Temperatura do ar (°C);
: Intensidade de turbulência do ar (%).
20
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.3.1 Escopo
22
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
( )
[Equação 20]
sendo:
A=0,5 para var 0,2 m/s
A=0,6 para var de 0,2 a 0,6 m/s
A=0,7 para var de 0,6 a 1,0 m/s
A temperatura operativa pode ser calculada com suficiente aproximação como
sendo o valor médio entre a temperatura do ar e a temperatura radiante média.
C) Diretamente, utilizando um sensor integrador.
1.3.2.1 Aplicações
23
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
e prevendo que 85% dos ocupantes não estariam insatisfeitos devido a correntes de ar
(Ambientes aceitáveis termicamente: -0,5PMV+0,5).
Devido a prioridades locais e nacionais, desenvolvimento técnico e regiões
climáticas, uma qualidade térmica mais alta (poucos insatisfeitos) ou qualidade mais
baixa (mais insatisfeitos) em alguns casos pode ser aceito. Em tais casos, o PMV e PPD, o
modelo de corrente de ar, e a relação entre os parâmetros de desconforto térmico local,
podem ser usados para determinar diferentes intervalos de parâmetros ambientais para
a avaliação e projeto do ambiente térmico.
A última versão da norma especifica diferentes níveis de aceitabilidade. Exemplos
de diferentes categorias de requisitos são dados no Anexo A da nova versão. O ambiente
térmico desejado para um espaço pode ser selecionado entre 3 categorias, A, B e C de
acordo com a Tabela 1.5 (Tabela A1 da Norma). Todos os critérios devem ser satisfeitos
simultaneamente para cada categoria.
1.3.4 Anexos
Este Anexo B fornece conforme Tabela 1.6 a seguir, as taxas metabólicas para
algumas atividades cotidianas. Para maiores informações sobre taxas metabólicas deve-
se consultar a ISO 8996/2004.
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Este anexo apresenta valores básicos de isolamento térmico para trajes típicos,
bem como para peças de roupas. Para pessoas sentadas, a cadeira pode contribuir
com um aumento adicional de isolamento de 0 a 0,4 clo.
Tabela 1.7 - (Tabela C.1 da ISO 7730/2005) - Isolamento térmico para trajes típicos.
25
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.3.4.4 Anexo D (Normativo) - Programa computacional para o cálculo do voto médio estimado,
PMV, e percentagem de pessoas insatisfeitas, PPD
1.3.4.5 Anexo E (Normativo) - Tabelas para a determinação do voto médio estimado, PMV, para
uma umidade relativa de 50%.
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.3.4.8 Anexo H (Informativo) – Avaliação de período longo das condições gerais de conforto
térmico.
Figura 1.10 - Temperatura operativa ótima (PMV=0) como função da atividade e vestimenta.
Obs: As áreas com hachuras indicam uma faixa de conforto t ao redor da temperatura ótima. A
velocidade relativa do ar causada pelo movimento do corpo é estimada como sendo = 0 para M 1
met e como sendo var = 0,3.(M-1) para M 1 met. A umidade relativa considerada = 50%.
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Tabela 1.10 - Exemplos de critérios de projeto para espaços em vários tipos de edifícios.
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Dados:
M = 1,2 met; Icl = 0,75 clo; ta = 20ºC; tg = 20ºC; va = 0,12 m/s; UR=50%.
pressão saturada de vapor, pas = 0,611.e(17,27.ta / ta + 237,3), logo pas= 2,34 kPa
pressão parcial do vapor de água, pa = (UR.pas)/100, logo pa = 1,17 kPa
Como va = 0,12 m/s, mas var = va + 0,0052(M-58), logo var = 0,18 m/s
1.4.1 Introdução
Esta norma internacional que se encontra atualmente em discussão é uma de uma série
de normas que objetivam particularmente:
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ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.4.3 Gerais
Ambientes homogêneos: são aqueles onde não há variações nos valores das
variáveis físicas no espaço ao redor da pessoa (variações inferiores a 5%).
Ambientes heterogêneos: são aqueles que apresentam variações nos valores das
variáveis físicas no espaço ao redor da pessoa, superiores a 5%.
33
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Tabela 1.11 - Principais variáveis independentes envolvidas no balanço térmico entre o homem e o
ambiente
Variáveis
Elementos do ta tr va pa Icl Rcl M W
balanço térmico temp. do temp. rad veloc. do Umidade Isolam. Resist. Taxa me- trabalho
ar média ar absol. ar roupas evapor. tabólica mecânico
Produção de
calor orgânico X X
(M-W)
Transferência
por radiação (R) X X
Transferência
por convecção X X X
(C)
Evaporação pela
pele (E) X X X
Evaporação pela
respiração (Eres) X X
34
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Algumas variáveis derivadas são descritas em Normas específicas onde elas se aplicam,
as quais apresentam os requerimentos de medição.
1.4.4.1 Definições
a) Temperatura do ar
35
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
d) Umidade absoluta do ar
e) Velocidade do ar
√ ∑( )
[Equação 21]
36
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
onde:
vai = velocidade instantânea do ar.
[Equação 22]
f) Temperatura superficial
As faixas e precisões das medições, assim como o tempo de resposta dos sensores
para cada tipo de parâmetro físico básico e derivado, encontram-se na Tabela 1.12, que
apresenta as faixas de medição, a acuracidade requerida e desejada, e o tempo de
resposta para os instrumentos de medição das variáveis físicas. Estes são os valores
mínimos recomendados. Certos parâmetros físicos para medições muito precisas de
estresse térmico podem requerer o uso de instrumentos de medição com faixas de
medição na classe S e a precisão da classe C.
A constante de tempo de um sensor é considerada como sendo numericamente
igual ao tempo necessário para que o sensor efetue a substituição do valor do parâmetro
que está sendo medido, para alcançar 63% da troca final, sem ultrapassá-la. O tempo de
resposta é na prática o tempo depois do qual o parâmetro que está sendo medido pode
ser considerado suficientemente próximo do valor exato e real do parâmetro a ser
medido. Um tempo de resposta de 90% (proximidade de 90% com o valor real exato), é
adquirido após um período igual a 2,3 vezes a constante de tempo.
Como a constante de tempo, e também o tempo de resposta dos sensores não
dependem exclusivamente do sensor, mas também do ambiente e das condições sob as
quais são executadas as medições, é necessário indicar as condições sob as quais os
tempos de resposta foram obtidos. As condições ambientais padronizadas para a
determinação do tempo de resposta encontram-se Tabela 1.13.
37
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Tabela 1.13 - Condições de ambientes padrões para a determinação das constantes de tempos dos
sensores.
Variáveis do
ambiente padrão ta tr pa va
Tempo de resposta
dos sensores para:
Temperatura do ar =ta qualquer < 0,15 m/s
Temperatura
radiante média
=tr qualquer < 0,15 m/s
Ser
Umidade absoluta = 20ºC =ta especificada
conf. método
Velocidade do ar = 20ºC =ta qualquer
Temperatura
= 20ºC =ta qualquer < 0,15 m/s
radiante plana
Temperatura
= 20ºC =ta qualquer < 0,15 m/s
superficial
38
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Figura 1.13 – Painel de controle - BABUC. Figura 1.14 – Termômetro protegido BABUC.
39
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Figura 1.15 – Anemômetro de fio quente Figura 1.16 – Radiômetro de dupla face
Figura 1.17 – Psicrômetro com ventilação forçada Figura 1.18 – Psicrômetro com ventilação natural -
- BABUC. BABUC.
Globo Padrão
Temperatura Ar
Velocidade do Ar
Umidade
Datalogger
Assimetria Radiação
40
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42
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.4.7.1 Introdução
43
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.4.8.1 Introdução
O montante de calor radiante ganho ou perdido pelo corpo pode ser considerado
a soma algébrica de todos os fluxos radiantes trocados por suas partes expostas com as
várias fontes de calor a seu redor. A radiação a que está sujeita uma pessoa no interior
de um ambiente pode ser determinada através das dimensões do ambiente, suas
características térmicas e a localização da pessoa no ambiente. Este método pode,
porém, ser complexo e bastante trabalhoso, uma vez que pode haver várias fontes
emissoras de radiação e de variados tipos.
B) Princípios de medição:
O globo situado em um ambiente tende a um balanço térmico sob os efeitos das
trocas térmicas devido à radiação, provindas de diferentes fontes do ambiente e devido
aos efeitos da convecção. A temperatura do globo em situação de balanço térmico,
permite que Tr, seja determinada. O balanço térmico é dado pela expressão:
[Equação 23]
44
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
onde:
Rg = trocas térmicas por radiação entre as paredes do ambiente e o globo, em
W/m2
Cg = trocas térmicas por convecção entre o ar e o globo, em W/m2
( )
[Equação 24]
onde:
g = emissividade do globo negro (adimensional);
= constante de Stefan-Boltzman = 5,67x10-8 W/m2.K4;
Tr = temperatura radiante média, em Kelvins;
Tg = temperatura de globo, em Kelvins.
( )
[Equação 25]
onde:
hcg = coeficiente de transferência de calor por convecção ao nível do globo, em
W/m2.K
Em casos de convecção natural: hcg = 1,4.(T/D)1/4
Em casos de convecção forçada: hcg = 6,3.(va0,6 / D0,4)
sendo:
D = diâmetro do globo, em metros;
va = velocidade do ar ao nível do globo, em m/s.
( ) ( )
[Equação 26]
Isolando-se a temperatura radiante média, temos:
√ ( )
[Equação 27]
Para o caso de convecção natural:
| |
[( ) ( ) ( )]
[Equação 28]
45
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
*( ) | | ( )+
[Equação 29]
*( ) | | ( )+
[Equação 30]
[( ) | |]
[Equação 31]
Na prática, é esta a expressão que será mais usada para o cálculo da temperatura
radiante média. Ela só é válida para o globo padronizado, e em convecção forçada.
Exemplo de aplicação:
Em uma medição em um ambiente, utilizando o globo padronizado, foram encontrados
os seguintes valores para as variáveis ambientais:
Nesse caso será utilizado o coeficiente de convecção forçada, por ser o maior.
46
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
a) Radiômetro de 2 esferas:
47
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Neste método são utilizadas duas esferas com emissividades diferentes (uma negra e
uma polida). Através da diferença de calor armazenado pelas duas esferas, a radiação é
medida. A temperatura radiante média é calculada pela expressão:
( )
[Equação 32]
onde:
Tr = Temperatura radiante média em Kelvins
Ts = Temperatura do sensor, em Kelvins
Pp = Calor armazenado pelo sensor polido, em W/m2
Pb = Calor armazenado pelo sensor negro, em W/m2
p = emissividade do sensor polido
b = emissividade do sensor negro
= Constante de Stefan-Boltzmann, em W/m2.K4
[Equação 33]
onde:
Tr = temperatura radiante média em Kelvins
Ts = temperatura do sensor em Kelvins
Ps = Fornecimento de calor (ou resfriamento) ao sensor, em W/m2
s = emissividade do sensor
= Constante de Stefan-Boltzmann, em W/m2.K4
[Equação 34]
onde:
Tr = temperatura radiante média em Kelvins
48
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
[Equação 35]
Figura 1.21 - Valores médios dos fatores de forma entre uma pessoa sentada e um retângulo vertical.
49
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Figura 1.22 - Valores médios dos fatores de forma entre uma pessoa sentada e um retângulo
horizontal.
Figura 1.23 - Valores médios dos fatores de forma entre uma pessoa em pé e um retângulo vertical.
50
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Figura 1.24 - Valores médios dos fatores de forma entre uma pessoa em pé e um retângulo horizontal.
Tabela 1.16 - Fatores de área projetados, para as 6 posições: cima (1), baixo (2),
esquerda (3), direita (4), frente (5), atrás (6). A temperatura radiante média pode assim
ser calculada:
Para pessoas sentadas:
( , - , -) ( , - , -) ( , - , -)
( )
[Equação 36]
51
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
( , - , -) ( , - , -) ( , - , -)
( )
[Equação 37]
onde:
tr = temperatura radiante média;
tpr = temperatura radiante plana.
( , - , -) ( , - , - , - , -
[Equação 38]
Para pessoas em pé:
( , - , -) ( , - , - , - , -
[Equação 39]
1.4.9.1 Introdução
( )
52
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
[Equação 40]
onde:
Tpr = temperatura radiante plana, em Kelvins;
Ts = temperatura do disco;
Pp = suprimento de calor para o disco polido, em W/m2;
Pb = suprimento de calor para o disco negro, em W/m2;
p = emissividade do disco polido;
b = emissividade do disco negro;
= constante de Stefan-Boltzmann, em W/m2.K4;
[Equação 41]
onde:
Tpr = temperatura radiante plana, em Kelvins
Ts = temperatura do disco, em Kelvins
Ps = Suprimento de calor (ou resfriamento), em W/m2
s = emissividade do disco
= Constante de Stefan-Boltzmann, em W/m2.K4
b) Medição
O fluxo líquido de radiação é dado pela seguinte expressão:
( )
[Equação 42]
onde:
P = fluxo líquido de radiação medida, em W/m2
Tpr1 = Temperatura radiante plana do lado 1, em Kelvins
Tpr2 = Temperatura radiante plana do lado 2, em Kelvins
= Constante de Stefan-Boltzmann, em W/m2.K4
53
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
[Equação 43]
onde:
tpr = assimetria da temperatura radiante, em Kelvins.
Este parâmetro não é medido diretamente pelo radiômetro, devendo ser
calculado. A equação do fluxo líquido pode assim ser escrita:
( )
[Equação 44]
onde:
Tn = temperatura absoluta do radiômetro de fluxo líquido, o qual é facilmente
medido para a maioria dos radiômetros.
[Equação 45]
A expressão abaixo fornece a radiação apenas em um lado do radiômetro, quando
apenas é medida em um lado:
[Equação 46]
[Equação 47]
54
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
[Equação 48]
onde:
Tpr = temperatura radiante plana, em Kelvins;
TN = temperatura superficial da superfície N, em Kelvins;
Fp-N = fator de forma entre o pequeno elemento plano e a superfície.
Os fatores de forma (Fp-N) podem ser estimados de acordo com os ábacos das
Figura 1.25 e Figura 1.26, ou Figura 1.31 e Figura 1.32, para casos de superfícies
retangulares. Se as diferenças entre as temperaturas superficiais forem pequenas, a
temperatura radiante plana pode assim ser simplificada:
[Equação 49]
Pode-se então dizer que a temperatura radiante plana é o valor médio das
temperaturas superficiais das superfícies ao redor, cujos coeficientes de ponderação são
os fatores de forma. A [Equação 42] sempre fornece uma temperatura radiante plana
levemente inferior à fornecida pela [Equação 44], porém na maioria dos casos essa
diferença é pequena.
Figura 1.25 - Fórmula analítica para o cálculo do fator de forma no caso de um pequeno elemento
plano perpendicular a uma superfície retangular.
55
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Figura 1.26 - Fórmula analítica para o cálculo do fator de forma no caso de um pequeno elemento
plano paralelo a uma superfície retangular.
Figura 1.27 - Ábaco para o cálculo do fator de Figura 1.28 - Ábaco para o cálculo do fator de
forma no caso de um pequeno elemento plano forma no caso de um pequeno elemento plano
perpendicular a uma superfície retangular. paralelo a uma superfície retangular.
56
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.4.10.1 Introdução
Psicrômetro
Higrômetro de lítio clorídro.
O ar úmido é uma mistura de vários gases que podem ser divididos em 2 grupos:
A certa temperatura, o ar não pode conter mais do que certa quantidade de vapor
de água. Além desse limite, o vapor de água condensa. Com o aumento da temperatura, a
quantidade máxima possível de vapor de água aumenta.
a) Umidade absoluta
Umidade absoluta é o valor real da quantidade de vapor de água contida em um
ambiente. Geralmente é caracterizada por 2 parâmetros:
Razão de umidade
Pressão Parcial do Vapor de Água.
[Equação 50]
onde:
Wa = razão de umidade
Mv = massa do vapor de água
Ma = massa do ar seco
[Equação 51]
57
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
onde:
Wa = razão de umidade
pa = pressão parcial do vapor de água
p = pressão atmosférica total.
Para o ponto de saturação, estes dois parâmetros são conhecidos como razão de
umidade de saturação (Was) e pressão de saturação ou pressão de vapor saturado (pas).
A pressão de vapor saturado (pas) é tabelada em função da temperatura absoluta
T, da mistura de ar úmido.
b) Umidade relativa
A umidade relativa é o montante de vapor de água do ar, em relação com o
máximo montante de vapor de água que o ar pode conter a uma dada temperatura.
A umidade relativa, (e) é a razão entre a pressão do vapor de água (pa) do ar
úmido, e a pressão de vapor saturado (pas) para uma mesma temperatura e mesma
pressão atmosférica total.
[Equação 52]
[Equação 53]
Para se analisar as trocas de calor por evaporação entre o homem e o ambiente, a
umidade absoluta é que deve ser levada em consideração.
58
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
59
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
a) Princípios de medição:
Um psicrômetro consiste em dois termômetros e um dispositivo para garantir
uma mínima velocidade de ar (Figura 1.30). Os termômetros podem possuir qualquer
tipo de sensor de temperatura (termômetro de mercúrio, termopar, resistor).
O primeiro é um termômetro comum, que indica a temperatura do ar (t a). Essa
temperatura será chamada de temperatura de bulbo seco, ao contrário da leitura do
outro termômetro, que será a temperatura de bulbo úmido.
O outro consiste de um termômetro envolto por uma mecha de algodão molhada.
O final do pavio (mecha) deve estar mergulhado em um recipiente com água destilada.
60
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
Por capilaridade a água atinge o bulbo do termômetro e então evapora a uma taxa
dependente da umidade do ar. Essa evaporação gera um grande resfriamento do bulbo
do termômetro com relação ao ar seco e essa temperatura fornecida pelo sensor é
chamada de temperatura de bulbo úmido (tbu).
As temperaturas observadas (seca e úmida) são utilizadas para a determinação
da umidade absoluta do ar.
( )
[Equação 54]
onde:
pa = pressão parcial do vapor de água no ar, com mesmas unidades que pasw e p.
pasw = pressão do vapor saturado, determinado para a temperatura igual a tbu
p = pressão atmosférica total, em milímetros de mercúrio ou kilopascals
A = coeficiente psicrométrico, em ºC-1
ta = temperatura do ar (bulbo seco), em ºC
tbu = temperatura do bulbo úmido, em ºC
[Equação 55]
Ou
( )
[Equação 56]
61
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
c) Precauções na utilização
O termômetro de bulbo úmido deveria ser ventilado a uma suficiente velocidade
do ar de no mínimo 4 a 5 m/s. Os termômetros de bulbo seco e de bulbo úmido
deveriam ser protegidos contra a radiação por intermédio de uma barreira
antirradiante. A mecha ou pavio em torno do termômetro de bulbo úmido deve se
prolongar além da parte sensível do sensor, a fim de se evitarem erros devido à
condução térmica no termômetro.
A água que umedece a mecha deve ser destilada, uma vez que o vapor de pressão
de água no caso de solução salina é menor que em água pura. A mecha do termômetro de
bulbo úmido deve ser de tal tipo que permita que a água se desloque facilmente por
capilaridade, particularmente quando a umidade absoluta do ar é baixa.
É necessário se medir a pressão atmosférica quando se apresentarem desvios
perceptíveis a 100 kPa (1 ou 2%) [100 kPa = 1 bar].
1.4.11.1 Introdução
é, intensidades médias, quaisquer que sejam as direções. Deve-se notar, contudo, que em
estudos de conforto térmico, as flutuações da velocidade do ar têm um efeito na
sensação subjetiva da corrente de ar.
Características dos instrumentos de medição a serem consideradas:
A calibração do instrumento;
O tempo de resposta de sensor;
O período de medição.
√
[Equação 57]
63
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
1.4.12.1 Introdução
65
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
66
ECV 4200 l ARQ1303 Conforto Térmico
A norma conta ainda com doze apêndices: apêndice A (utilização dos dados de
taxa metabólica), apêndice B (isolamento da vestimenta), apêndice C (aproximação
aceitável da temperatura operativa) apêndice D (programa computacional para o cálculo
do PMV/PPD), apêndice E (avaliação do ambiente térmico), apêndice F (procedimentos
para avaliação do efeito de resfriamento causado pela alta velocidade do ar utilizando o
índice SET), apêndice G (exemplo de documentação para cumprimento da norma),
apêndice H (bibliografia), apêndice I (descrição das adendas), apêndice X (espaços
ventilados naturalmente controlados pelos ocupantes), apêndice X1 (condições que
propiciam conforto térmico) e apêndice XX (desconforto térmico localizado). Estes 3
últimos provenientes das adendas publicadas em 2012.
67
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
2.1 INTRODUÇÃO
O “stress” é uma expressão derivada da língua inglesa, que tem por definição: “A
ação inespecífica dos agentes e influências nocivas (frio ou calor excessivos, infecção,
intoxicação, emoções violentas tais como inveja, ódio, medo etc.), que causam reações
típicas do organismo, tais como síndrome de alerta e síndrome de adaptação”. - Dicionário
Brasileiro da Língua Portuguesa, Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1975.
O stress térmico pode ser considerado como o estado psicofisiológico a que está
submetida uma pessoa, quando exposta a situações ambientais extremas de frio ou
calor.
O ser humano no desempenho de suas atividades, quando submetido a condições
de stress térmico, tem entre outros sintomas, a debilitação do estado geral de saúde,
alterações das reações psicossensoriais e a queda da capacidade de produção. Em vista
disso, é fundamental o conhecimento a respeito das condições ambientais que possam
levar a esse estado, bem como se observar o tipo de trabalho e o tempo de exposição do
homem a tal situação.
Os estudos atuais acerca do stress térmico, bem como os mecanismos de sua
determinação e ações preventivas e corretivas, encontram-se subdivididos em 2 grandes
grupos de acordo com o tipo de ambiente que se está analisando, divididos em:
Ambientes Quentes - Stress por calor; e Ambientes Frios - Stress por frio.
68
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
Versão Antiga:
ISO 7933/1989 - Ambientes quentes - Determinação analítica e interpretação do
stress térmico, utilizando o cálculo da taxa requerida de suor.
Esta Norma Internacional especifica um método de avaliação e interpretação do
stress térmico a que está sujeita uma pessoa em um ambiente quente através do índice
da taxa requerida de suor (SWreq). Descreve um método para o cálculo do balanço
térmico, bem como para o cálculo da taxa de suor requerida pelo corpo para manter esse
balanço em equilíbrio.
Versão Atual: Título original:
ISO 7933/2004 – Analytical Determination and interpretation of heat stress using
calculation of the predicted heat strain.
69
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
Versão Antiga:
ISO 9886/1992 - Avaliação da tensão térmica, através de medições fisiológicas.
Esta Norma Internacional descreve os métodos para medição e interpretação de
dados fisiológicos de pessoas sujeitas a ambientes termicamente desfavoráveis. Os
parâmetros fisiológicos a serem medidos e interpretados em conformidade com os
preceitos dessa norma são: temperatura interna do corpo, temperatura da pele, taxa
cardíaca e perda de massa corporal. A Norma fornece também os limites aceitáveis das
respectivas variáveis tanto em ambientes quentes, como nos frios.
Versão Atual: Título original:
ISO 9886/2004 – Evaluation of thermal strain by physiological measurements.
Versão Antiga:
ISO/TR 11079/1993 - Avaliação de ambientes frios - Determinação do isolamento
requerido das vestimentas (IREQ).
Propõe métodos e estratégias para se verificar o stress térmico associado à
permanência em ambientes frios através da utilização do índice IREQ. Os métodos
aplicam-se a casos de exposição contínua, intermitente ou ocasional em ambientes de
trabalho tanto externos como internos.
Versão Atual: Título original:
ISO/TR 11079/2007 – Determination and interpretation of cold stress when using
required clothing insulation (IREQ) and local cooling effects.
Devido aos objetivos dos estudos aqui tratados, não será entrado em maiores
detalhes na avaliação de tensão térmica através de medições fisiológicas. Também não
será tratada a determinação do stress térmico utilizando a taxa requerida de suor. Os
preceitos das demais Normas citadas serão melhores detalhados nos capítulos a seguir.
Este método se aplica para a avaliação do efeito médio do calor sobre o homem
durante um período representativo de sua atividade, porém não se aplica para a
avaliação do stress por calor ocorrido durante períodos muito curtos, nem na avaliação
próximo à zona de conforto.
70
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
[Equação 58]
[Equação 59]
Para a avaliação de stress térmico pelo índice IBUTG, a utilização das tabelas
padronizadas é suficiente. Na ausência de tabelas de referência mais precisas, a
classificação das atividades podem ser feitas em 5 classes principais, que são: descanso,
72
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
baixa taxa metabólica, moderada taxa metabólica, alta taxa metabólica e taxa metabólica
muito alta. A Tabela 2.1 apresenta essa classificação, e os valores apresentados são
referentes a execução de atividades contínuas.
( )
[Equação 60]
73
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
Tabela 2.1 - Classificação dos níveis de taxa metabólica. (Tabela 1 da ISO 7243/89)
Faixas de taxas metabólicas,
M
Relativos à Relativo à Valores a serem utilizados
Classe unidade de uma área da para taxa metabólica media Exemplos
área da pele pele de 1,8m2 W/m2 W
(W/m2) (W)
0 Descanso ou
Descanso M65 M117 65 117 repouso
Sentado: leve
atividade
manual,
trabalho com
1 mãos e braços,
trabalho com
65<M130 117<M234 100 180
braços e pernas.
Baixa taxa
De pé: Em
metabólica
bancadas leve,
caminhando
levemente
3,5km/h
De pé,
2 moderado
130<M200 234<M360 165 297 trabalho de
Moderada mão e braços,
taxa braços e pernas,
metabólica caminhar de 3,5
a 5,5 km/h
Trabalho
3 intenso de
200<M260 360<M468 230 414 braços e tronco,
Alta taxa caminhar de 5,5
metabólica a 7 km/h, puxar
e empurrar
cargas
Atividade muito
4 intensa. Correr
Muito alta M>260 M>468 290 522 e caminhar a
taxa mais de 7 km/h
metabólica
̅
[Equação 61]
74
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
onde:
p1,p2,pn = parâmetro que se esteja medindo, podendo ser: tbn, tg, M ou IBUTG;
t1,t2,tn = período de ocorrência do valor do parâmetro, sendo: t1+t2+...+tn = 1.
Em casos onde não houver variação da taxa metabólica o seu valor médio é
retirado diretamente da Tabela 2.1. Quando houver variação da atividade no tempo
deve-se executar a ponderação temporal apresentada no item 2.5.4.2 .
Como o IBUTG representa o stress por calor que o trabalhador está sujeito na
hora em que foi realizada a medição, é recomendado que esta seja realizada geralmente
no período quente do verão, no meio do dia ou quando estiver em operação algum
equipamento gerador de calor. Essas situações levam a resultados importantes
concernentes a IBUTG máximo em períodos críticos.
Tabela 2.2 - Valores de referência, em função da atividade desempenhada. (Tabela A.1 da ISO 7243/89)
Taxa metabólica Valores de referência de IBUTG
Classe de Relativa a unid Taxa total Pessoas Pessoas não
taxa área (W) aclimatadas aclimatadas
metabólica (W/m )
2 ao calor (ºC) ao calor (ºC)
0 M65 M117 33 32
1 65<M130 117<M234 30 29
2 130<M200 234<M360 28 26
Sem Com Sem Com mov.
3 200<M260 360<M468 mov. de mov. de mov. de de ar
ar ar ar sensível
sensível sensível sensível 23
25 26 22
4 M>260 M>468 23 25 18 20
76
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
35
30 Trabalho contínuo
IBUTG (ºC)
75%trabalho,25%descanso
50%trabalho,50%descanso
25%trabalho,75%descanso
25
20
50 100 150 200 250 300
Atividades (W/m2)
Figura 2.2 - Curvas de valores de referência de IBUTG, para vários ciclos de trabalho/descanso. (Figura
B.1 da ISO 7243/89).
M = 2,4 met; Icl = 0,7 clo; tbs = 45,58°C; tbn = 34,60°C; tbu = 33,32°C; tg = 49,81°C;
va = 0,67 m/s; pa = 101 kPa (Pressão atmosférica).
De acordo com a tabela anterior, essa atividade é classificada como moderada atividade
metabólica, classe 2.
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg = 0,7. 34,60 + 0,3 . 49,81 IBUTG = 39,16 °C
De acordo com a tabela anterior, para pessoas aclimatadas com atividade metabólica de
classe 2, o valor do IBUTG de referência é de 28°C, logo, o IBUTG calculado é bem
superior ao valor de referência.
De acordo com a Figura 2.2, o IBUTG máximo para trabalho contínuo com uma atividade
metabólica de 140W/m2 é de aproximadamente 29,50°C, e para regime intermitente
com 25% de trabalho e 75% de descanso por hora, o IBUTG máximo é de 32,50°C (Para
descanso no próprio local de trabalho). Dessa forma, não é permitido o trabalho nessas
condições sem precauções especiais.
[Equação 62]
[Equação 63]
78
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural;
tg = temperatura de globo;
tbs = temperatura de bulbo seco.
Tabela 2.3 - Valores de referência para o índice IBUTG, em função da atividade e do ciclo
trabalho/descanso. (Quadro 1 da NR-15)
Regime de trabalho Tipo de atividade
intermitente (por Leve Moderada Pesada
hora)
Trabalho contínuo até 30,00 até 26,7 até 25,0
45 minutos de
trabalho 30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos
descanso
30 minutos de
trabalho 30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos
descanso
15 minutos de
trabalho 31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos
descanso
Trabalho não
permitido sem acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0
medidas de
controle adotadas
79
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
Tabela 2.5 - Valores de referência máximos de IBUTG em função da taxa metabólica média.
(Quadro 2 da NR-15)
Atividade, M (kcal/h) Atividade, M (W) IBUTG máximo
175 204 30,5
200 233 30,0
250 292 28,5
300 350 27,5
350 408 26,5
400 467 26,0
450 525 25,5
500 583 25,0
A taxa de metabolismo média ponderada (M) para uma hora é determinada pela
seguinte expressão ponderada:
[Equação 64]
80
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
onde:
Mt = Taxa de metabolismo no local do trabalho;
Tt = soma dos tempos, em minutos que se permanece no local do trabalho;
Md = Taxa de metabolismo no local de descanso;
Td = soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de descanso.
Dessa maneira o IBUTGM é o valor IBUTG médio ponderado para uma hora
determinado pela seguinte expressão:
[Equação 65]
onde:
IBUTGt = valor do IBUTG no local do trabalho;
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso;
Tt e Td = tempos como anteriormente definidos os quais devem ser tomados no
período mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos.
M = 2,4 met, mas como 1 met = 58,2 W/m2, temos que M = 140 W/m2 a qual sendo
transformada para kcal/h (unidade utilizada indevidamente pela NR-15):
M=215 kcal/h
81
ARQ 1303 l ECV 4200 Stress Térmico
Pela tabela anterior, o máximo IBUTG para essa atividade metabólica ponderada é de
30,5°C.
5º Passo: Conclusões:
82
3 LEITURA SUGERIDA
FANGER, O.P. Thermal comfort: analysis and applications in environmental engineering. Danish Technical
Press, Copenhagen, 244p, 1970.
FROTA, A.B; SCHIFFER, S.R. Manual de Conforto Térmico. São Paulo: Studio Nobel, 2001.
PARSONS, K.C. Human Thermal Environments. London: Taylor and Francis, 1993.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2009 ASHRAE Handbook—Fundamentals. Atlanta: American Society of Heating, Refrigerating and Air-
Conditioning Engineers, Inc.
ASHRAE 55 (2010). Thermal environmental conditions for human occupancy. American Society of Heating,
Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, Inc. Atlanta, GA, 2010.
ISO Standard 7730 (2005). Analytical determination and interpretation of thermal comfort using calculation
of the PMV and PPD indices and local thermal comfort criteria, Geneva International Standards Institution,
2005.
ISO Standard 7726 (1998). Ergonomics of the thermal environment - Instruments and methods for measuring
physical quantities. Geneva International Standards Institution, 1998.
ISO Standard 7933 (1989). Hot Environments - Analytical determination and interpretation of thermal stress
using calculation of required sweat rate, Geneva International Standards Institution, 1989.
ISO Standard 11079 (1993). Evaluation of cold environments - Determination of required clothing insulation
(IREQ). Geneva International Standards Institution, 1993.
Lamberts, R., Cândido, C., de Dear, R., De Vecchi, R. Towards a Brazilian Standard on Thermal Comfort.
Research Report, 2013. Disponível em: http://www.labeee.ufsc.br/node/406
NR 15. Anexo 3 - Limites de tolerância para exposição ao calor. Brasília/DF, BR: Ministério do trabalho, 1978.
Olesen, B.W. Thermal Comfort, Bruel & Kjaer, Technical Review, No.2, p.3-41, 1982.
Auliciems, A., Szokolay, S.V. Thermal Comfort. The University of Queensland, Brisbane, Autralia. 1997.
83
5 Anexo 1 – A nova proposta de norma Brasileira de Conforto
Térmico
Sumário
PAGE
1 Introdução 1
2 Objetivo 2
3 Escopo 2
4 Definições 3
5 Requisitos gerais 6
6 Condições requeridas de conforto térmico 6
7 Formas de avaliar conforto térmico através de medições 16
8 Comprovação de atendimento à norma na etapa de projeto 24
9 Comprovação de atendimento à norma de edificações existentes 24
10 Referências 25
Apêndice (Normativo) A: Níveis de atividade metabólica 26
Apêndice (Normativo) B: Isolamento térmico de vestimentas 28
Apêndice (Normativo) C: Programa computacional para o cálculo do PMV/PPD 33
Apêndice (Informativo)D: Levantamento e questionário para avaliação de ambientes térmicos 36
Esta norma foi desenvolvida com base na norma ASHRAE 55-2010 e nas alterações/correções
disponíveis até Fevereiro de 2013 (a, b, c, d, e, j).
1. INTRODUÇÃO
Conforto térmico é a condição da mente que expressa satisfação com o ambiente térmico. Como
existem grandes variações fisiológicas e psicológicas de pessoa para pessoa, é muito difícil satisfazer
todos em um mesmo ambiente. Por esse motivo, pode-se afirmar que as condições ambientais que
resultam em conforto não são as mesmas para todos. Existe hoje um grande número de dados medidos
em laboratório e em campo que embasam estatisticamente a definição de condições nas quais uma
percentagem de ocupantes se sentirá termicamente confortável.
Variáveis de conforto térmico: São 6 as principais variáveis que devem ser consideradas na
definição de conforto térmico. Existem outras variáveis que afetam o conforto em algumas
circunstâncias, mas as principais são:
1. Taxa metabólica
2. Isolamento da vestimenta
3. Temperatura do ar
4. Temperatura radiante média
5. Umidade do ar
6. Velocidade do ar
As duas primeiras são variáveis relativas aos ocupantes (ver apêndices A e B para valores de
referência), e as demais ao ambiente térmico.
Variação entre ocupantes: Para cada ocupante devem ser atribuídos uma atividade metabólica
(expressa em ―met‖ ou W/m2- apêndice A), e um valor de vestimenta determinado através do índice de
isolamento de vestimentas (expresso em ―clo‖ ou m2 K/W– apêndice B). Quando existirem diferenças
substanciais entre a atividade metabólica e o isolamento da vestimenta para ocupantes em um mesmo
espaço, estas diferenças devem ser consideradas conforme descrito nos apêndices A e B. Em alguns
1
casos não será possível atingir condições térmicas aceitáveis para todos os ocupantes devido às
diferenças individuais, incluindo atividade e vestimenta. Caso as condições não sejam aceitáveis para
um conjunto de ocupantes em um mesmo espaço, estes ocupantes devem ser pontualmente
identificados, juntos com as possíveis causas de desconforto.
Variação temporal: é possível que as 6 variáveis de conforto térmico se alterem com o tempo. Esta
norma é aplicável a conforto térmico em estado estacionário (com algumas variações limitadas de
temperatura no tempo na seção 6.2.5). Pessoas entrando em um ambiente podem não considerá-lo
confortável caso tenham sido expostas a um ambiente termicamente diferente em um período anterior.
Este efeito pode afetar a percepção de conforto por aproximadamente 1 hora.
Desconforto térmico local: Ambientes não uniformes são analisados na seção 6.2.4 e estas não
uniformidades podem afetar a percepção de conforto térmico.
Variação no nível de atividade: A maioria dos estudos de conforto térmico foi realizada em
condições típicas de trabalho em escritórios, onde se realizavam atividades sedentárias. Esta norma é
apropriada para estas condições, podendo também ser utilizada para atividades moderadamente
maiores. A norma não se aplica a pessoas dormindo. Os estudos disponíveis não contem informações a
respeito das condições de conforto térmico de crianças, deficientes físicos, doentes ou idosos.
Esta norma está dividida em nove partes principais e quatro apêndices. Nas partes 1, 2, 3, 4 e 5 são
apresentados os textos introdutórios, onde são descritos o objetivo, escopo, definições e os requisitos
gerais para aplicação dos critérios normativos. Na parte 6 são determinadas as condições térmicas
aceitáveis de ambientes para usuários representativos de diferentes tipos de espaços, sendo
apresentados 3 métodos de avaliação: Método para determinação das condições térmicas aceitáveis em
ambientes ocupados e condicionados artificialmente; Método para determinação das condições
térmicas aceitáveis em ambientes condicionados naturalmente e controlados pelos usuários; Método
para determinação das condições térmicas aceitáveis em ambientes híbridos (mixed-mode buildings).
Na parte 7 são descritas as formas de avaliar conforto térmico através de medições, como são medidas
e calculadas as variáveis ambientais envolvidas e os índices de conforto térmico utilizados. As partes 8
e 9 estão dedicadas à comprovação de atendimento à norma na fase de projeto e de edificações
existente.
2. OBJETIVO
O objetivo desta norma é especificar combinações de variáveis térmicas ambientais e pessoais que
produzam condições aceitáveis para a maioria dos ocupantes em um determinado ambiente.
3. ESCOPO
3.1 As variáveis térmicas ambientais mencionadas nesta norma são: temperatura do ar, temperatura
radiante media, umidade do ar e velocidade do ar; e as variáveis pessoais são: atividade metabólica e
isolamento térmico da roupa.
3.2 Espera-se que os critérios definidos nesta norma sejam aplicados de uma forma integrada, já que
conforto térmico no ambiente interno é complexo e é afetado por todas as variáveis aqui relacionadas.
2
3.3 Esta norma especifica condições térmicas aceitáveis para adultos saudáveis expostos a pressão
atmosférica equivalente a altitudes de até 3000m, e em ambientes internos projetados para ocupação
humana considerando períodos superiores a 15 minutos.
3.4 Esta norma não cobre fatores não térmicos como qualidade do ar, acústica, iluminação ou outros
parâmetros físicos, químicos ou biológicos que possam afetar o conforto e a saúde.
4. DEFINIÇÕES
Aberturas controladas pelos ocupantes: Aberturas como janelas que são controladas pelos ocupantes
do espaço. Estas aberturas podem ser controladas manualmente ou via sistema de automação sob o
controle dos usuários.
Ambiente térmico: Variáveis locais específicas ou aspectos de um ambiente térmico que afetam as
perdas de calor dos ocupantes.
Ambiente térmico aceitável: Um ambiente térmico onde a maioria das pessoas (percentual igual ou
maior que 80%) o classifique como termicamente aceitável.
Assimetria na temperatura radiante: A diferença entre as temperaturas radiantes planas de dois lados
opostos de um pequeno plano.
clo: Unidade usada para expressar o isolamento térmico de um item de roupa ou de uma combinação
de itens, onde 1 clo = 0,155 m2 K/W.
Condições externas de projeto: Condições ambientais externas representadas pelos dados climáticos
utilizados no projeto de sistemas de condicionamento (refrigeração ou aquecimento) que mantêm as
condições térmicas internas dentro das especificadas.
Constante de tempo: Tempo para que um instrumento de medição alcance 63% do valor real final
após uma mudança.
Dados climáticos: Dados climáticos horários específicos para um local incluindo temperatura do ar,
velocidade do vento, radiação solar e umidade. Em cidades ou regiões urbanas com diversos dados de
entrada, ou locais onde os dados climáticos não estão disponíveis, o projetista deve selecionar os
dados climáticos que melhor representem o clima local onde a edificação está inserida.
Desconforto térmico local: Desconforto causado por condições específicas locais como: gradiente de
temperatura entre o tornozelo e a cabeça, campo radiante assimétrico, resfriamento convectivo
localizado (draft) ou contato com piso quente ou frio.
Convecção Localizada: Resfriamento local do corpo causado pela velocidade do ar.
Escala sétima de conforto térmico: Sensação térmica expressa nas categorias: muito frio, frio,
levemente frio, neutro, levemente quente, quente e muito quente.
Isolamento térmico da vestimenta (Icl): Resistência térmica à troca de calor sensível apresentada por
uma vestimenta, expressa em unidades clo ou em resistência térmica (m2.K/W). Nota: A definição de
3
isolamento térmico da vestimenta está relacionada com a transferência de calor do corpo como um
todo e, portanto, inclui as partes não cobertas como as mãos e a cabeça.
Isolamento térmico de peças de uma vestimenta (Iclu ): Resistência à troca de calor sensível causada
pela adição de uma peça de roupa no corpo nu, expressa em unidades clo ou em resistência térmica
(m2.K/W).
Média predominante da temperatura do ar externo (tmpa(ext)): Quando usada como variável de entrada
na figura 6.3 para o modelo adaptativo, esta temperatura tem como base a média ponderada das
temperaturas dos dias anteriores.
met: Unidade usada para descrever a energia gerada dentro do corpo humano através da atividade
metabólica. Cada unidade de met corresponde a 58,2 W/m2, que é igual a energia produzida por
unidade de superfície de uma pessoa média sentada em repouso.
(Nota: A área superficial de uma pessoa média é de 1,8 m2).
Modelo adaptativo: Modelo que relaciona as temperaturas internas aceitáveis com as temperaturas
externas.
Mudança de setpoint: Mudança progressiva de uma variável, tanto por meio de projeto ou como
resultado de um intervalo de tempo entre medições; tipicamente, uma mudança no controle de
setpoint.
Neutralidade térmica: Índice térmico interno que corresponde a um voto neutro na escala de sensação
térmica.
Ocupante representativo: Um indivíduo real ou composto pela média de vários indivíduos que
representa a população ocupante de um espaço por 15 minutos ou mais.
Percentagem predita de insatisfeitos (PPD): Índice determinado a partir do PMV que estabelece a
percentagem prevista de pessoas insatisfeitas.
Pressão parcial de vapor (pa): Pressão parcial de vapor de qualquer mistura de gás saturada com água.
A pressão parcial de vapor é uma função da temperatura.
Razão de umidade do ar: Razão entre a massa de água existente no ar e a massa de ar seco.
Taxa metabólica (M): Taxa de transformação da energia química em calor e trabalho mecânico
através da atividade metabólica dentro do organismo, expressa em unidades met ou W/m2.
4
Temperatura do piso (tf:): Temperatura da superfície do piso em contato com os sapatos dos
ocupantes.
Temperatura média diária externa (tmda(out)): Qualquer média de um período de 24 horas utilizado na
seção 6, usada para calcular a média predominante da temperatura do ar externo.
Temperatura radiante média (tr): Temperatura uniforme das superfícies de um ambiente imaginário
no qual o ocupante trocaria a mesma quantidade de calor por radiação que no ambiente real não
uniforme.
Temperatura operativa (to): Temperatura uniforme das superfícies de um ambiente imaginário no qual
o ocupante trocaria a mesma quantidade de calor por radiação mais convecção que no ambiente real
não uniforme.
Umidade: termo genérico para referenciar o teor de umidade no ar. É expressa em termos de diversas
variáveis termodinâmicas, incluindo a pressão de vapor d’água, temperatura de ponto de orvalho,
razão de umidade, e umidade relativa.
Velocidade do ar máxima: Maior valor de velocidade do ar nas três alturas típicas de medição.
Voto médio predito (PMV): Índice que prevê o valor médio da sensação térmica de um grande número
de pessoas na escala sétima de sensação térmica.
Zona ocupada: A zona normalmente ocupada por pessoas no ambiente, geralmente considerada entre
o piso e 1,8 m de altura, e a mais de 1,0 m de distância das paredes e janelas externas ou equipamentos
fixos de condicionamento ambiental, e 0,3 m de paredes internas.
5. REQUISITOS GERAIS
5.1 A documentação das informações ligadas à aplicação desta norma devem ser feitas de acordo com
a seção 7 e 8.
5.2 Todos os espaços nos quais a norma está sendo aplicada e também aqueles para os quais ela não
será aplicada devem ser identificados.
5.3 Para cada tipo de espaço, pelo menos um ocupante representativo deve ser definido. Se algum
conjunto de ocupantes for excluído da análise, estes ocupantes também deverão ser identificados.
5
5.4 Para cada ocupante representativo é necessário atribuir uma taxa metabólica (M) em met e o
isolamento da vestimenta (I) em clo.
5.5 As condições do ambiente requeridas para conforto térmico são determinadas de acordo com a
Seção 6 desta norma.
6.1 Introdução
Esta seção deve ser usada para determinar as condições térmicas aceitáveis do ambiente para cada
usuário representativo de cada espaço. A percentagem de pessoas que classificarão o ambiente como
confortável deve ser identificada para cada ambiente.
As seis variáveis abaixo devem ser determinadas para definir as condições aceitáveis de conforto
térmico.
1. Taxa metabólica
2. Isolamento da vestimenta
3. Temperatura do ar
4. Temperatura radiante média
5. Umidade do ar
6. Velocidade do ar
Primeiramente são apresentadas as condições gerais requeridas de conforto térmico (Seção 6.2), e em
seguida os métodos utilizados para definir as condições de aceitabilidade térmica para ambientes
condicionados artificialmente (Seção 6.3) para ambientes condicionados naturalmente (Seção 6.4) e
para ambientes operados em modo misto (Seção 6.5).
Nota: Pessoas que acabaram de entrar em um ambiente que atende aos requisistos de conforto térmico
desta norma podem não classificá-lo como ―confortável‖ se eles tiverem experimentado diferentes
condições ambientais imediatamente antes de trocarem de ambiente. O efeito da exposição prévia ou
do metabolismo pode afetar a percepção de conforto em um intervalo de tempo aproximado de 1 hora.
Na maioria dos casos onde a velocidade relativa do ar é baixa (< 0,2 m/s) ou onde a diferença entre a
temperatura radiante média e a do ar é pequena (< 4°C), a temperatura operativa pode ser calculada
como a média entre a temperatura do ar e a temperatura radiante média.
Não se estabelecem limites inferiores de umidade. Observe que fatores não relacionados ao conforto
térmico como o ressecamento da pele, irritação das narinas, ressecamento dos olhos e geração de
eletricidade estática devem ser considerados para a aceitabilidade de valores muito baixos de umidade.
6
6.2.3 Velocidade do ar elevada
Esta norma permite o uso de velocidades do ar elevadas para aumentar a temperatura operativa
máxima sob certas condições. Os limites são impostos em função do ambiente, fatores pessoais e da
existência ou não do controle local da velocidade do ar para os ocupantes do ambiente.
A Figura 6.2.3 representa um caso particular de igual perda de calor pela pele criado pelo modelo da
Temperatura Efetiva Padrão (SET). O modelo não está restrito a este caso particular e é aceitável
utilizá-lo para determinar a zona de conforto em uma gama maior de aplicações. Nota: O modelo do
SET pode ser encontrado no Capítulo 9 da versão de 2009 do ASHRAE Handbook-Fundamentals.
1,4
1,0 clo 0,5 clo
1,1 met
1,2
VELOCIDADE DO AR (m/s)
0,8
ntee
va l
qu i
0,6
oe
n
n tor
Co
0,4
PMV -0,5
0,2
A faixa de variação do controle deve prever velocidades do ar adequadas para pessoas em atividade
sedentária. O ajuste da velocidade do ar deve ser contínuo, ou no máximo em intervalos de 0,25 m/s,
considerando medições no local ocupado pelos usuários.
Exceção: Em ambientes ocupados por múltiplos usuários, para atividades em grupo, como salas de
aula e salas de conferência, pelo menos um controle deve estar disponível para cada ambiente,
independente do seu tamanho. Ambientes que podem ser subdivididos por paredes móveis devem ter
um controle para cada subdivisão.
Exceção: limites de controle local não se aplicam para atividades cuja taxa metabólica excede o valor
de 1,3 met. Para atividades com 1,3 met ou mais, os limites aqui especificados são conservativos, e
velocidades do ar maiores podem ser usadas a critério do projetista.
7
• Para temperaturas operativas acima de 25,5 °C, o limite superior da velocidade do ar deve ser 0,8
m/s;
• Para temperaturas operativas abaixo de 22,5 °C, o limite para a velocidade média do ar e local
máxima deve ser 0,15 m/s;
• Para temperaturas operativas entre 22,5 °C e 25,5 °C, a velocidade média do ar permitida deve
seguir a curva para 0,6 clo, 1,1 met e SET da Figura 6.2.3. É aceitável aproximar a curva pela
equação a seguir:
( ) ( )
As curvas da Figura 6.2.3 se deslocam para a esquerda ou direita de acordo com a mudança do clo ou
do met. Um aumento de 0,1 clo ou 0,1 met corresponde respectivamente a uma redução de 0,8°C ou
0,5°C na temperatura operativa; da mesma forma, uma redução de 0,1 clo ou 0,1 met corresponde a
um aumento de 0,8°C ou 0,5°C na temperatura operativa.
Nota: Para temperaturas operativas acima de 22,5°C a velocidade do ar deve ser medida conforme
especifica a Seção 7.2.3. Para temperaturas operativas abaixo de 22,5°C a velocidade média do ar deve
atender às especificações de medição da Seção 7.3.
É importante frisar que as pessoas são mais sensíveis ao desconforto local quando o corpo está mais
frio que o neutro, e menos sensíveis quando o corpo estiver mais quente que o neutro. Os requisitos
desta seção estão baseados em temperaturas mais próximas do centro da zona de conforto. Os
requisitos se aplicam a toda zona, mas serão mais conservativos perto dos limites superiores de
temperatura da zona de conforto, podendo subestimar perto dos limites inferiores de temperatura da
zona de conforto.
A Tabela 6.2.4 especifica o percentual esperado de insatisfeitos (PD) para cada tipo de desconforto
térmico local descrito nas Seções 6.2.4.1 até a 6.2.4.4. Todos os critérios de desconforto local devem
ser atendidos simultaneamente nos níveis especificados para que o ambiente atenda a esta norma. Os
limites esperados de desconforto para cada um dos critérios devem ser especificados.
TABELA 6.2.4
Percentagem limite de insatisfeitos (PD) devido ao desconforto local
PD devido à PD devido ao
Convecção Localizada Gradiente na PD devido aos Pisos PD devido à
para Temperaturas Temperatura Quentes ou Frios Assimetria no
Operativas abaixo de Vertical Campo Radiante
22,5
< 5%
< 20% < 5% < 10%
8
6.2.4.1 Assimetria da temperatura radiante
O campo radiante ao redor da pessoa pode ser assimétrico devido às superfícies frias ou quentes, ou
radiação solar direta. Esta assimetria pode causar desconforto localizado e reduzir a aceitabilidade
térmica do ambiente. Em geral, as pessoas são mais sensíveis às assimetrias causadas por tetos quentes
do que às paredes quentes ou frias. A Figura 6.2.4.1 apresenta os valores percentuais de ocupantes
insatisfeitos em função da assimetria na temperatura radiante causada por tetos quentes, paredes frias,
tetos frios e paredes quentes.
%
80
60
40 TETOS QUENTES
PAREDES FRIAS
INSATISFEITOS
20
10 TETOS FRIOS
8
6 PAREDES QUENTES
4
2
DESCONFORTO TÉRMICO LOCAL CAUSADO
PELA ASSIMETRIA DE RADIAÇÃO
1
0 5 10 15 20 25 30 35 40
ASSIMETRIA DE TEMPERATURA RADIANTE (°C)
Figura 6.2.4.1 Desconforto térmico local causado pela assimetria na temperatura radiante.
TABELA 6.2.4.1
Assimetria máxima permitida na temperatura radiante
Assimetria na temperatura radiante °C
Para temperaturas operativas abaixo de 22,5°C a velocidade máxima do ar para a zona de conforto não
deve exceder 0,15 m/s em qualquer local do corpo. Este limite se aplica ao deslocamento do ar
causado por janelas e sistema de ar condicionado. É aceitável que a velocidade do ar exceda estes
limites, desde que os ocupantes tenham controle local, como estabelecido na Seção 6.2.3.1.
9
baixas ao nível da cabeça são raras, e percebidas como favoráveis pelos usuários, mas não são
utilizadas nesta norma.
Existem duas opções para determinar a diferença aceitável entre a temperatura no nível da cabeça e
dos tornozelos: utilizando-se a Tabela 6.2.4.3, ou a Figura 6.2.4.3 em conjunto com a Tabela 6.2.4.
%
80
60
40
INSATISFEITOS
20
10
8
6
4
TABELA 6.2.4.3
Gradiente de temperatura vertical permitido entre cabeça e tornozelos
Gradiente de temperatura vertical, °C
<3
Os limites para temperatura do piso são especificados na Tabela 6.2.4.4, mas alternativamente pode-se
usar a Figura 6.2.4.4 em conjunto com a Tabela 6.2.4 para determinar a faixa de temperatura aceitável.
10
%
80
60
40
INSATISFEITOS 20
10
8
6
4
TABELA 6.2.5.1
Variação cíclica permitida na temperatura operativa
Variação máxima permitida entre pico e pico de um ciclo, °C
1,1
11
TABELA 6.2.5.2
Valores limites de rampas e variações
Período de tempo, h. 0,25 0,5 1 2 4
6.3 Método para determinação das condições térmicas aceitáveis em ambientes ocupados e
condicionados artificialmente.
Quando a seção 6.3 for usada para determinar as condições de conforto térmico, os requisitos das
subseções 6.2.1, 6.2.2, 6.2.3, 6.2.4 e 6.2.5 devem ser atendidos. Esta norma recomenda uma
porcentagem específica de ocupantes que classifiquem o ambiente como aceitável e as condições
ambientais térmicas associadas a esta porcentagem.
6.3.2 Método Analítico para determinação da zona de conforto para ambientes típicos
Este método deve ser utilizado apenas quando o usuário representativo tiver atividade metabólica entre
1,0 e 1,3 met, isolamento térmico da vestimenta entre 0,5 e 1,0 clo, e em espaços com velocidade do ar
inferior a 0,2 m/s. A maioria dos escritórios está nesta situação.
A Figura 6.3.2 especifica a zona de conforto para ambientes que cumprem o critério acima. Duas
zonas estão desenhadas: uma para 0,5 clo (verão) de isolamento térmico de vestimentas e outra para
1,0 clo (inverno). Esta zona prevê uma aceitabilidade de 80% pelos ocupantes. Tal valor tem como
base 10% de usuários termicamente insatisfeitos (considerando o corpo como um todo e o índice
PMV/PPD) mais um adicional de 10% de insatisfeitos devido ao desconforto localizado. O apêndice C
apresenta uma lista dos valores de entrada para o cálculo das zonas destes gráficos com o programa de
cálculo do PMV/PPD.
Zonas de conforto para valores intermediários de isolamento de vestimenta podem ser determinados
por interpolação linear entre os limites de 0,5 e 1,0 clo, usando as seguintes equações:
[( ) ( ) ]
[( ) ( ) ]
Onde:
Tmax, Icl = limite superior da temperatura operativa para isolamento de vestimenta (Icl);
Tmin, Icl = limite inferior da temperatura operativa para isolamento de vestimenta (Icl);
Icl = isolamento térmico da vestimenta em questão (clo).
O limite superior da zona de conforto pode ser ampliado com velocidades do ar elevadas se os critérios
da seção 6.2.3 forem cumpridos.
12
UMIDADE RELATIVA (% )
100 80 60
026
Qu an d o este Gr áfico fo r ap licad o co m b ase n a seção 5.2.1.1,
a seg u in tes lim itaçõ es d evem ser co n sid er ad as:
Ou tr o s cam in h o s p ar a co n fo r m id ad e:
Ver a Seção 5.2.1.2 p ar a u tilização d o Méto d o co m o 25 020
)
Mo d elo Co m p u tacio n al e a Seção 5.3 p ar a o Méto d o (°C
Op cio n al p ar a Esp aço s Ven tilad o s Natu r alm en te. IDO 40
M
Ú 018
Par a r eq u isito s d e co n fo r m id ad e ad icio n ais, BO
RAZ ÃO DE UMIDADE
012
veloc
15
ida de do ar 1
010
20
,2 m/ s
10 008
Z o n a d e co n fo r to se d eslo car á Z o n a d e co n fo r to se d eslo car á
p ar a a esq u er d a q u an d o : p ar a a d ir eita q u an d o :
Para a determinar
o efeito resfriativo 006
- O clo fo r m aio r Zona Zona causado por valores - O clo fo r m en o r
- A taxa d e m etab o lism o fo r m aio r mais altos de velocidade - A taxa d e m etab o lism o fo r m en o r
- A tem p er atu r a r ad ian te fo r m aio r
1,0 clo 0,5 clo do ar, a Seção 5.2.3 - A tem p er atu r a r ad ian te fo r m en o r
deve ser aplicada.
(Veja a seção 5.2.1.1) (Veja a seção 5.2.1.1) 004
000
10 15 20 25 30 35
TEMPERATURA OPERATIVA (°C)
(½ bulbo seco + ½ TMR - par a ar par ado)
Figura 6.3.2 Método Analítico para Zona de Conforto: Variações aceitáveis de temperatura
operativa e umidade para ambientes que cumprem o especificado na seção 6.2 (1,1 met; 0,5 e 1,0
clo).
A escala sétima que foi desenvolvida para quantificar a sensação térmica das pessoas é definida
abaixo:
+3 muito quente
+2 quente
+1 levemente quente
0 neutro
–1 levemente frio
–2 frio
–3 muito frio
O modelo do voto médio predito (PMV) usa o princípio do balanço de calor para relacionar as 6
variáveis principais de conforto térmico (listadas na Seção 6.1) com a resposta das pessoas na escala
acima. O índice PPD (percentagem predita de insatisfeitos) está relacionado com o PMV como
descrito na Figura 6.3.3, e se baseia no princípio de que as pessoas que votam ―+3‖, ―+2‖, ―2‖, ―-3‖
estão instatisfeitas. O PPD, de uma maneira simplificada, é simétrico ao redor do PMV neutro.
A Tabela 6.3.3 define a faixa de valores recomendados para o PMV e PPD para aplicações típicas,
sendo também a base do Método Analítico da Seção 6.3.2. A zona de conforto é definida pela
combinação das seis variáveis de conforto térmico para as quais o PMV está dentro dos limites
apresentados na Tabela 6.3.3. O modelo do PMV deve ser calculado com as seis variáveis, e se o valor
do PMV estiver dentro das variações recomendadas, as condições estarão dentro da zona de conforto.
13
O uso do modelo do PMV nesta norma é limitado às velocidades do ar inferiores a 0,20 m/s. É
aceitável usar velocidades acima deste valor (0,20 m/s) para ampliar o limite superior da zona de
conforto em algumas circunstâncias. A Seção 6.2.3 descreve o método e os critérios requeridos para os
ajustes necessários.
Existem vários programas computacionais para o cálculo do PMV/PPD. O código base do apêndice C
deve ser utilizado na aplicação desta norma. Caso outra versão seja utilizada, deve-se verificar se a
mesma produz resultados idênticos aos do apêndice C, documentando esta verificação.
Figura 6.3.3. Percentagem predita de insatisfeitos (PPD) em função do voto médio predito
(PMV).
TABELA 6.3.3.
Ambiente termicamente aceitável para conforto térmico geral
PPD PMV
< 10 –0,5 < PMV < +0,5
6.4 Método para determinação das condições térmicas aceitáveis em ambientes naturalmente
condicionados controlados pelos usuários.
6.4.1.1 Não deve existir nenhum sistema de condicionamento artificial operando em tempo integral
durante as horas ocupadas.
6.4.1.2 Ocupantes devem desenvolver atividades sedentárias com taxas metabólicas entre 1,0 e 1,3
met. (Ver apêndice A para estimativas de taxas metabólicas).
6.4.1.3 Ocupantes podem variar a sua vestimenta em uma faixa de 0,5 – 1,0 clo (Ver apêndice B para
estimativa de isolamento de vestimentas).
14
6.4.2 Método de avaliação
6.4.2.1 A temperatura operativa interna admissível deve ser determinada pela Figura 6.4.2, usando
80% de aceitabilidade. Os limites de 90% são incluídos apenas para informação.
6.4.2.2 Pode-se usar a seguintes equações que correspondem à faixa de temperatura operativa aceitável
da Figura 6.4.2:
6.4.2.3 Os efeitos de desconforto térmico local, roupa, atividade metabólica, umidade e velocidade do
ar não precisam ser analisados isoladamente, pois já foram considerados na Figura 6.4.2.
32
Temperatura operativa interna (°C)
30
28
26
24
22
limite 90% de aceitabilidade
20
16
14
5 10 15 20 25 30 35
Temperatura média do ar externo predominante (°C)
Figura 6.4.2. Faixa de temperatura operativa aceitável para ambientes naturalmente
condicionados (os limites de 80% são normativos e os de 90% informativos).
6.4.2.4 Se t0 > 25°C, o aumento dos limites superiores de aceitabilidade na Figura 6.4.2 pelo
correspondente Δt0 na Tabela 6.4.2 deve ser permitido.
TABELA 6.4.2
Aumento nos limites de temperatura operativa aceitável (Δt0) em ambientes naturalmente
condicionados (Figura 6.4.2) resultantes de velocidades do ar acima de
0,3 m/s.
15
6.5 Método para determinação das condições térmicas aceitáveis em ambientes híbridos (mixed-
mode buildings)
Os sistemas de ventilação mista devem representar uma maneira adequada de combinação entre os
benefícios do ar condicionado e da ventilação natural, e para isso, sua avaliação deve ser feita de
forma criteriosa, utilizando os dois métodos separadamente, de acordo com a condição predominante:
6.5.2.1 O método descrito na seção 6.3 deve ser utilizado sempre que a condição predominante do
ambiente for mecânica (sistemas de resfriamento ou aquecimento artificial), considerando a estação
(condições externas) e a média predominante da temperatura do ar externo.
6.5.2.2 O método descrito pela Seção 6.4 deve ser utilizado sempre que a condição predominante do
ambiente for natural (ventiladores de teto ou de mesa podem ser inclusos nesta condição para o
incremento da velocidade do ar), considerando a estação (condições externas) e a média predominante
da temperatura do ar externo.
A avaliação das condições de conforto térmico em um edifício pode ser feita através da consulta aos
usuários ou através de medições das variáveis ambientais, estimativa das variáveis pessoais e uso de
um índice de conforto. Como as condições internas podem variar em função das condições externas é
sempre necessário dizer em quais condições o edifício foi testado e apresenta condições de conforto
térmico.
16
7.1.2 Pesquisa de aceitabilidade, sensação e preferência
Na pesquisa de aceitabilidade as perguntas devem prever se o usuário considera as condições
ambientais ―aceitáveis‖ ou ―inaceitáveis. Para a verificação da sensação térmica deve ser utilizada a
escala sétima da ASHRAE, dividida da seguinte maneira: muito frio (-3), frio (-2), levemente frio (-
1), neutro (0), levemente quente (+1), quente (+2) e muito quente (+3). Com relação à preferência, as
pesquisas devem utilizar a escala: mais aquecido, não mudar ou mais resfriado. As pesquisas devem
ser aplicadas em toda a população ou em uma amostra representativa, considerando condições
representativas dos períodos de operação.
7.2 Conforto a partir da medição das variáveis ambientais e estimativa das variáveis pessoais
Deve ser calculado um valor médio em função da localização do ocupante e do tempo de exposição.
Para o cálculo da média espacial devem ser considerados os valores de temperatura do ar ao nível do
tornozelo, cintura e altura da cabeça, cobrindo no mínimo pontos pré-determinados que devem ser
representativos da área ocupada. Estes níveis correspondem respectivamente a: 0,10, 0,60 e 1,10
metros para ocupantes sentados e, 0,10, 1,10 e 1,70 metros para ocupantes em pé. Interposições com
localizações igualmente espaçadas também podem ser incluídas na média.
A média temporal é uma média que considera no mínimo 3 minutos de medição, e se aplica a todas as
localizações das médias espaciais, que deve considerar a posição dos usuários no ambiente.
17
Termômetros elétricos: Termômetros de resistência variada (resistor de platina, termistor),
termômetros baseados em geração de força eletromotriz (termopares).
Para fins da seção 6, a temperatura radiante média também deve ser calculada em função do tempo. A
média temporal deve ser uma média de no mínimo 3 minutos com pelo menos 18 pontos igualmente
espaçados no tempo. Se necessário, é aceitável estender o período em até 15 minutos para médias de
flutuações cíclicas.
Basicamente, a temperatura radiante média pode ser medida com o auxílio de um termômetro de globo
negro, que possui em seu centro um sensor de temperatura do tipo ―bulbo de mercúrio‖, ―termopar‖ ou
―resistor‖. Existem globos de diversos diâmetros, mas para facilitar o cálculo utilizando uma fórmula
18
padrão (que depende do diâmetro), é recomendada a medição utilizando um globo de 15cm. Quanto
menor o diâmetro do globo, maior será o efeito da temperatura e da velocidade do ar, o que pode levar
a imprecisões dos resultados.
Como a superfície externa do globo deve absorver a radiação proveniente das paredes do ambiente,
sua superfície deve ser negra ou com cobertura eletroquímica, ou pintura com tinta negra.
Convecção Natural:
Convecção Forçada:
Onde:
coeficiente de troca de calor por convecção do globo;
∆T diferença de temperatura (tg - ta);
D diâmetro do globo (normalmente 15 cm);
V velocidade do ar (m/s).
Convecção Natural:
√( ) ( ) √| | ( )
Convecção Forçada:
√( ) ( ) ( )
A utilização do termômetro de globo quando exposto à radiação de ondas curtas (sol, por
exemplo) requer uma pintura que apresente a mesma absortividade para ondas curtas que
as superfícies das roupas (cinza médio, por exemplo). Uma possível alternativa é a
realização do cálculo considerando a absortividade da roupa utilizada pelo usuário.
O termo ―velocidade média do ar‖ também incorpora a variação média espacial de medições
realizadas nos 3 níveis prescritos, para pessoas sentadas ou em pé. O cálculo da média pode ser
ponderado pelo pesquisador/projetista da seguinte maneira: O modelo termo-fisiológico SET se baseia
na suposição de que o corpo está exposto a uma velocidade do ar uniforme; no entanto, os espaços
com sistemas ativos ou passivos que promovem condições não uniformes de velocidade do ar podem
promover de maneira mais eficaz a perda de calor sobre a superfície da pele, o que pode não acontecer
em espaços onde a velocidade do ar é uniforme; portanto, o pesquisador/projetista deve decidir um
valor médio apropriado de velocidade do ar para ser utilizado no Método Gráfico (Figuras do ítem
5.2.3). Uma média adequada deve incluir velocidades do ar incidentes em partes despidas do corpo
(por exemplo, a cabeça), já que tais partes possuem um maior potencial de resfriamento e de
desconforto localizado.
20
7.2.3.2 Precauções a serem tomadas na medição da velocidade do ar
Fluxos de ar com alta turbulência e baixa frequência das flutuações das velocidades
necessitam de períodos de medição maiores que os fluxos com baixa intensidade de
turbulência e alta frequência das flutuações das velocidades.
Localização das medições: As medições das variáveis devem ser feitas em locais ocupados,
que sejam representativos de onde os usuários costumam ficar. Caso o local de ocupação não
seja conhecido, as medições devem incluir pelo menos os seguintes pontos: 1.) o centro da
zona e 2.) 1,0 m adentro do centro de cada parede externa com janela, centralizado a partirdo
meio da maior janela.
Medições também devem ser feitas em localizações que resultem em situações críticas como
perto de janelas, perto de saídas de difusores de ar, cantos e recessos.
Altura das medições: Temperatura do ar e velocidade do ar devem ser medidas a 0,1, 0,6, e
1,1 m de altura para ocupantes sentados e a 0,1, 1,1, e 1,7 m de altura para ocupantes em pé. A
temperatura operativa ou o PMV/PPD devem ser medidos ou calculados a 0,6 m do chão para
ocupantes sentados ou 1,1 m para ocupantes em pé. Caso seja detectada alguma forma de
desconforto localizado, as alturas a serem utilizadas são as mesmas especificadas no item
6.2.4.
21
A temperatura operativa deve ser usada no modelo adaptativo descrito no item 6.3 em
ambientes não condicionados. O movimento do ar pode modificar a zona de conforto como
descrito na Tabela 6.4.2.
Tanto a temperatura operativa como o PMV devem ser calculados ou medidos nas alturas de 0,6 m
para pessoas sentadas e 1,1 m para pessoas de pé.
A temperatura operativa deve ser determinada de acordo com o método proposto pelo ASHRAE
Handbook - Fundamentals, Capítulo ―Thermal Comfort‖. Seu cálculo leva em consideração a
temperatura do ar e a temperatura radiante média, utilizando a seguinte equação:
( )
Onde:
é a temperatura operativa;
é a temperatura do ar;
é a temperatura radiante média.
Na maioria dos casos onde a velocidade relativa do ar é baixa (< 0,2 m/s) ou onde a diferença entre a
temperatura radiante média e a do ar é pequena (< 4°C), a temperatura operativa pode ser calculada
como a média entre a temperatura do ar e a temperatura radiante média. Neste caso, é imprenscidínvel
que os ocupantes estejam realizando atividades físicas sedentárias (com taxas metabólicas entre 1,0 e
1,3 met), e não estejam expostos à luz solar direta.
Para o PMV:
EH = Σ (H > superior + H < inferior) onde H > superior = 1 se Top > Tsuperior e 0 se o
oposto, e H > inferior = 1 se Top < Tinferior e 0 se o oposto ocorrer.
É necessário fazer cada somatório sobre o número de horas ocupadas e os índices de conforto para
cada hora respectiva. A percentagem de horas excedidas (PEH) é calculada dividindo EH pelo número
de horas ocupadas.
A média ponderada do grau de severidade das horas excedidas corresponde ao número de horas
ocupadas em um período de tempo quando as condições estão fora da zona de conforto, ponderada
pelo valor de desvio da zona. As unidades são: PMV.h ou K.h (Kelvin horas)
22
Para aceitabilidade, sensação e preferencia, usar o SWEH:
Para o PMV:
Para o adaptativo:
SWEH = Σ (H> upper (Top – Tupper) + H< lower (Tlower – Top)) em K.h
É possível calcular a média ponderada destes valores de cada ambiente pelas áreas dos mesmos, de
forma a ter um valor único para o edifício.
8.1 Projeto
Os edifícios e seus sistemas de condicionamento e controle devem ser projetados para que as
condições de conforto térmico, sob condições climáticas referenciais, sejam mantidas. Esta norma não
trata do projeto destes sistemas, ela trata apenas dos requisitos de conforto térmico aceitáveis para a
maioria das pessoas. Deve-se estabelecer o percentual previsto de insatisfeitos ou em desconforto
térmico, o número de horas excedidas e a média ponderada do grau de severidade das horas excedidas
usando anos climáticos de referência ou típicos (TRY, TMY) em climas com grandes variações anuais
ou dias típicos para climas com pequenas variações.
8.2 Documentação
O método e as condições de projeto para o uso do edifico devem ser selecionadas e documentadas
como segue:
Nota: Alguns dos requisitos nos itens 1-3 abaixo não se aplicam em ambientes naturalmente
condicionados ou mistos.
3. O desconforto térmico local pode ser um fator de difícil análise devido às limitações das
ferramentas de simulação, mas uma narrativa sobre sua consideração na análise deve ser
incluída. Quando existirem janelas com área superior a 50% da área de fachada, velocidade do
ar mais alta e estratificação no deslocamento de ar, devem ser apresentados os cálculos que
demonstrem que o desconforto local se encontra dentro dos limites estipulados na Seção
6.2.4.2.
- Para edifícios sem condicionamento artificial deve-se considerar os limites da Seção 6.4,
apresentando o número de horas excedidas (EH) e a média ponderada do grau de severidade
das horas excedidas (SWEH).
Em edifícios existentes a comprovação pode ser feita para um dia crítico ou para um período crítico.
Deve-se estabelecer o percentual previsto de insatisfeitos ou em desconforto térmico, o número de
horas excedidas e a média ponderada do grau de severidade das horas excedidas usando os dados
disponíveis. Em climas com grandes variações anuais a análise deve cobrir períodos representativos
destas variações, e em climas com pequenas variações é possível utilizar apenas os dias típicos.
- Para edifícios continuamente condicionados deve-se considerar os limites de PMV +/- 0.5 ou
os limites da Seção 6.3 (Método para determinação das condições térmicas aceitáveis em
ambientes ocupados e condicionados artidicialmente), apresentando o número de horas
excedidas (EH) e a média ponderada do grau de severidade das horas excedidas (SWEH).
Para edifícios sem climatização artificial os limites da Seção 6.4 (Método para determinação das
condições térmicas aceitáveis em ambientes naturalmente condicionados controlados pelos usuários)
devem se considerados, apresentando o número de horas excedidas (EH) e a média ponderada do grau
de severidade das horas excedidas (SWEH).
10 REFERÊNCIAS
1. ISO 7726:1998, Ergonomics of the thermal environment — Instruments for measuring physical
quantities.
2. ISO 7730:2005, Ergonomics of the Thermal Environment — Analytical Determination and
Interpretation of Thermal Comfort using Calculation of the PMV and PPD Indices and Local Thermal
Comfort Criteria.
3. ASHRAE 2009 Handbook—Fundamentals.
4. Thermal Comfort Tool CD (ASHRAE Item Code 94030).
5. ASHRAE Standard 70-2006, Method of Testing for Rating the Performance of Air Outlets and
Inlets.
6. ASHRAE Standard 113-2009, Method of Testing for Room Air Diffusion.
24
(Este é um apêndice normativo, parte integrante desta norma).
APÊNDICE NORMATIVO A
NÍVEIS DE ATIVIDADE METABÓLICA
Nem todas as atividades que podem ser consideradas de interesse estão inclusas na tabela. Os usuários
desta norma devem utilizar seu próprio julgamento para combinar as atividades a serem consideradas
com aquelas atividades similares encontradas na tabela. Alguns dos dados apresentados nesta tabela
são descritos em forma de intervalo, e outros como um valor único. O formato para uma determinada
entrada baseia-se na fonte de dados original, não sendo uma indicação de quando um intervalo de
valores deve ou não ser utilizado. Para qualquer atividade, com exceção das atividades sedentárias, a
taxa metabólica pode variar dependendo da maneira como o indivíduo executa a tarefa e das
circunstâncias em que a tarefa é executada.
É permitido utilizar uma taxa metabólica média ponderada por um intervalo de tempo considerando a
atividade executada, que pode variar ao longo de um período de uma hora ou menos. Por exemplo,
uma pessoa que dentro de 1 hora costuma passar 30 minutos ―levantando/embalando‖, 15 minutos
―arquivando/de pé‖ e 15 minutos ―caminhando pelo ambiente‖ tem uma taxa metabólica média de:
0,50 × 2,1 + 0,25 × 1,4 + 0,25 × 1,7 = 1,8 met. Tal cálculo para encontrar o valor médio não deve ser
aplicado quando o período de variação for maior que uma hora. Por exemplo, uma pessoa que está
―levantando/embalando‖ durante uma hora, e então ―arquivando/de pé‖ durante mais uma hora, deve
ser considerada como alguém que exerce duas atividades metabólicas distintas.
À medida que a taxa metabólica supera a marca de 1,0 met, a evaporação do suor se torna
crescentemente importante para atingir conforto térmico. O método do PMV não é adequado para este
tipo de analise, e esta norma não deve ser aplicada durante situações onde a taxa metabólica média
ponderada por um intervalo de tempo ultrapassa os 2,0 met.
A taxa metabólica média ponderada por um intervalo de tempo só se aplica a um indivíduo. A taxa
metabólica associada à atividade de um grupo de indivíduos dentro de um espaço não pode ser
ponderada para encontrar um valor único médio a ser aplicado em todo o espaço. A gama de
atividades de diferentes indivíduos em um espaço, e as condições ambientais necessárias àquelas
atividades devem ser consideradas na aplicação desta norma. Por exemplo, os clientes de um
restaurante podem ter uma taxa metabólica próxima de 1,0 met, enquanto os garçons podem ter uma
taxa metabólica próxima de 2,0 met. Cada um destes grupos de ocupantes devem ser considerados
separadamente quando forem determinadas as condições requeridas de conforto térmico do espaço.
Em alguns casos não será possível promover um nível aceitável ou o mesmo padrão de conforto para
todos os grupos de ocupantes (por exemplo, os clientes de um restaurante e os garçons).
Os valores das taxas metabólicas desta tabela foram determinados nos períodos em que a sensação
térmica dos indivíduos avaliados estava próxima de neutra. Ainda não é conhecida a correta proporção
em que as pessoas possam modificar sua taxa metabólica de maneira que o desconforto por calor possa
ser amenizado.
25
TABELA A1 Taxas Metabólicas para Atividades Típicas
Taxa Metabólica
Atividade
Unidades Met W/m2
Descansando
Dormindo 0,7 40
Deitado 0,8 45
Sentado, quieto 1,0 60
De pé, relaxado 1,2 70
Caminhando (em uma superfície plana)
0,9 m/s; 3,2 km/h; 2,0 115
1.2 m/s, 4.3 km/h, 2,6 150
1.8 m/s, 6.8 km/h, 3,8 220
Atividades de Escritório
Lendo, sentado 1,0 55
Escrevendo 1,0 60
Digitando 1,1 65
Arquivando, sentado 1,2 70
Arquivando, de pé 1,4 80
Caminhando pelo ambiente 1,7 100
Levantando/empacotando 2,1 120
Dirigindo/Voando
Automóvel 1,0 - 2,0 60 - 115
Aeronaves, rotina 1,2 70
Aeronaves, aterrisagem com instrumentos 1,8 105
Aeronaves, combate 2,4 140
Veículos 3,2 185
Atividades Ocupacionais Diversas
Cozinhando 1,6 - 2,0 95 - 115
Limpando a casa 2,0 - 3,4 115 - 200
Sentado, movimento pesado dos membros 2,2 130
Trabalho de Máquina
serrando (serra de mesa) 1,8 105
luz (indústria elétrica) 2,0 - 2,4 115 - 140
pesado 4,0 235
Manipulação, sacos de 50 kg 4,0 235
Trabalhos com picareta e pá 4,0 - 4,8 235 - 280
Atividades diversas de Lazer
Dançando, social 2,4 - 4,4 140 - 255
Musculação 3,0 - 4,0 175 - 235
Tênis, individual 3,6 - 4,0 210 - 270
Basquetebol 5,0 - 7,6 290 - 440
Luta Livre, competição 7,0 - 8,7 410 - 505
26
(Este é um apêndice normativo, parte integrante desta norma).
APÊNDICE NORMATIVO B
ISOLAMENTO DA VESTIMENTA
O montande de isolamento térmico que uma pessoa veste tem um impacto significativo no conforto
térmico, sendo uma variável importante para a aplicação desta norma. O isolamento da vestimenta
pode ser expresso de diversas maneiras. Nesta norma, o isolamento corporal proveniente de um
conjunto de roupas é expresso em um valor de ―clo‖ (Icl ). Para maiores informações, usuários não
familiarizados com a terminologia do isolamento da vestimenta devem procurar a referência ao termo
no Capítulo 9 da versão 2009 do ASHRAE Handbook – Fundamentals³.
O isolamento proveniente da roupa pode ser determinado através de diversos meios, e se dados
precisos puderem ser encontrados através de outras fontes – tais como as medições com manequins
térmicos – eles podem ser considerados aceitáveis para o uso. Quando tal informação não está
disponível, é permitido utilizar os valores das tabelas deste apêndice para estimar o isolamento da
vestimenta valendo-se de um dos métodos descritos logo abaixo. Independente da fonte do valor do
isolamento da roupa, esta norma não deve ser utilizada para conjuntos de roupa com isolamento
superior a 1,5 clo. Esta norma não deve ser utilizada com roupas altamente impermeáveis à passagem
da umidade (por exemplo, roupas com proteção química ou à chuva).
Três métodos para a estimativa do isolamento da vestimenta são apresentados. Os métodos estão
listados em ordem de acuracidade, e devem ser utilizados em ordem de preferência.
As Tabelas B1 e B2 se aplicam para uma pessoa de pé. Uma postura sentada resulta em um
decréscimo no isolamento térmico da vestimenta devido à compressão das camadas de ar na roupa.
Este decrécimo pode ser compensado pelo isolamento proporcionado pela cadeira. A Tabela B3
apresenta o efeito causado pelo isolamento da cadeira no montante do isolamento de um conjunto de
vestimentas. Este método é aceitável para ajustar o valor da vestimenta em qualquer um dos 3 métodos
citados acima. Por exemplo, o isolamento da vestimenta de uma pessoa vestindo o Conjunto 3 da
Tabela B1, sentada em uma cadeira executiva é de: 0,96 + 0,15 = 1,11 clo. Em muitas cadeiras, o
efeito do ―sentar‖ corresponde à uma mudança mínima no isolamento da vestimenta. Por esta razão,
não é recomendado nenhum ajuste no clo quando existe alguma incerteza com relação ao tipo da
cadeira e/ou se a atividade do indivíduo incluir ambos: sentar e ficar de pé.
As Tabelas B1 e B2 são para pessoas que não estão se movendo. O movimento do corpo diminui o
isolamento de um conjunto de vestimenta através de um movimento do ar pelas aberturas das roupas,
fazendo com que o ar circule. Este efeito pode variar significativamente, o que depende da natureza do
movimento (por exemplo, caminhar x levantar), e também da natureza da roupa (uma roupa
confortável e mais maleável ao corpo x uma roupa dura e solta). Por causa dessa variação, a
27
acuracidade no isolamento da vestimenta de uma pessoa ativa se torna difícil, não se encontrando
facilmente disponíveis, a não ser que medições específicas sejam feitas para as condições em questão
(por exemplo, com um manequin se movimentando). Uma estimativa grosseira para o isolamento da
vestimenta de uma pessoa se movimentando pode ser feita através da seguinte expressão:
( )
Onde:
M: é a taxa metabólica em unidades de met;
Icl : é o isolamento da vestimenta sem a atividade física.
Quando uma pessoa está dormindo ou descansando em uma postura reclinada, a cama e as roupas de
cama podem proporcionar um isolamento térmico considerável. Não é possível determinar o
isolamento térmico para a maioria das situações onde uma pessoa está dormindo ou descansando, a
não ser que o indivíduo esteja imóvel. Cada pessoa ajusta sua vestimenta para dormir ou descansar de
acordo com a sua preferência. As condições ambientais e a vestimenta adequada ao sono e/ou
descanso variam consideravelmente de pessoa para pessoa e, portanto, não podem ser determinadas
através dos métodos inclusos nesta norma.
A variabilidade das roupas entre os ocupantes em um mesmo espaço é uma consideração importante
na aplicação desta norma. Esta variabilidade assume duas formas; na primeira forma, indivíduos
diferentes utilizam vestimentas diferentes, independentemente das condições térmicas (exemplos
incluem as preferências pessoais entre homens e mulheres, escritórios onde os gerentes usam ternos e
os outros funcionários podem usar camisa de mangas curtas); na segunda forma, a variabilidade entre
as roupas é resultado da adaptação às diferenças individuais em resposta ao ambiente térmico (por
exemplo, algumas pessoas estão vestindo blusas com mangas compridas enquanto outras podem estar
vestindo camisetas - dentro de um mesmo ambiente, desde que não existam restrições limitantes com
relação à vestimenta). A primeira forma de variabilidade pode resultar em diferenças nos requisitos de
conforto térmico entre diferentes ocupantes, e estas diferenças devem ser abordadas durante a
aplicação desta norma. Nesta situação, não é aceitável definir uma média de isolamento da vestimenta
de vários grupos de ocupantes para determinar as condições do ambiente necessárias para todos os
ocupantes. Cada grupo deve ser considerado separadamente. Quando a variabilidade entre os grupos
segue a segunda forma e é resultado apenas de indivíduos que fazem ajustes na roupa livremente para
atender suas preferências térmicas, é aceitável a reprodução de um único valor médio que representa o
isolamento da vestimenta de todo o grupo.
Para atividades quase sedentárias onde a taxa metabólica é de aproximadamente 1,2 met, o efeito da
mudança de roupa no valor da temperatura operativa ótima é de aproximadamente 6 °C para cada
unidade de clo. Por exemplo, a Tabela B2 indica que ao adicionar um suéter fino manga longa em um
conjunto de roupas, deve-se considerar aproximadamente um adicional de 0,25 clo. A adição deste
isolamento deve reduzir a temperatura operativa ótima em cerca de: 6°C/clo × 0,25 clo = 1,5°C. O
efeito é maior quando a taxa de metabolismo é maior.
28
TABELA B1
Isolamento da Vestimenta – Valores para Conjuntos de Roupas Típicosa
Descrição da Icl
Roupas Inclusasb
Vestimenta (clo)
Calças 1) Calça + Camisa manga curta 0,57
2) Calça + Camisa manga longa 0,61
3) #2 + Paletó 0,96
4) #2 + Paletó + Colete + Camiseta 1,14
5) #2 + Suéter manga longa + Camiseta 1,01
6) #5 + Paletó + Ceroula 1,30
Saias/Vestidos 7) Saia na altura dos joelhos + Camisa manga curta (sandálias) 0,54
8) Saia na altura dos joelhos + Camisa manga longa + Combinação íntima 0,67
9) Saia na altura dos joelhos + Camisa manga comprida + Meia combinação
1,10
íntima + Suéter manga comprida
10) Saia na altura dos joelhos + Camisa manga longa + Meia combinação
íntima + Paletó 1,04
29
TABELA B2
Isolamento das Roupasa
Descrição da Roupab Iclu(clo) Descrição da Roupab Iclu(clo)
30
TABELA B3
Adicão Típica à Vestimenta quando o Usuário está Sentado em uma Cadeira
(Válido para conjuntos de roupa com isolamento variando entre 0,5 clo < Icl < 1,2 clo)
Cadeira simplesa 0,00 clo
Cadeira metálica 0,00 clo
b
Cadeira de madeira com braços 0,00 clo
Banco de madeira +0,01 clo
Cadeira de escritório padrão +0,10 clo
Cadeira executiva +0,15 clo
a
Cadeira feita com cordas finas espaçadas que não oferecem isolamento térmico. Incluída nesta lista apenas
para fins comparativos.
b
Cadeira usada na maior parte dos estudos básicos de conforto térmico que deram origem ao índice.
31
(Este é um apêndice normativo, parte integrante desta norma).
APÊNDICE NORMATIVO C
PROGRAMA COMPUTACIONAL PARA O CÁLCULO DO PMV/PPD
As equações a seguir computam de forma básica os valores de PMV e o PPD para um dado conjunto
de variáveis. Diferentes linguagens de programação podem ser utilizadas, mas os dados de saída
devem ser verificados utilizando os valores de referência dados na Tabela C.1.
16
17
18
( )
20 ( ))
((
21
32
22
23
24
25 . /
26
27
28
29
30
31 Enquanto ( )
( )
32
33
34
35 Se , então
36 Se outro,
( ( ) )
37
( )
38
39
51 ( . /
33
53 ( . /)
34
(Este é um apêndice informativo, parte integrante desta norma).
APÊNDICE INFORMATIVO D
LEVANTAMENTO E QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DO AMBIENTE TÉRMICO
A utilização de questionários nas pesquisas de conforto térmico é uma forma aceitável de avaliação
para que se alcancem os limites de aceitabilidade discutidos nesta norma. Através destas pesquisas é
possível prever a porcentagem de ocupantes que estão ―satisfeitos‖ ou que consideram o ambiente
aceitável e/ou confortável. Através da aplicação de questionários é possível se obterem resultados mais
reais do que aqueles obtidos através dos modelos de conforto. No entanto, estas pesquisas não podem
ser feitas em todos os casos por exigirem tempo, planejamento prévio e aborgadem de comunição.
Uma boa pesquisa de campo deve pesar a quantidade de tempo e frequência de medição.
As pesquisas devem buscar uma amostra de tamanho significativo, com uma taxa de resposta de no
mínimo 50%, buscando refletir todo o espaço ocupado do edifício. Uma boa amostragem combinada a
uma taxa de resposta adequada (≅ 75%) ajuda a diminuir o risco de generalização quando o
levantamento é feito em uma edificação com diversas instalações. Embora nenhuma taxa de resposta
seja especificada nesta norma, deve-se garantir que as respostas venham de ocupantes representativos
de toda a população de interesse.
Pesquisas de satisfação com relação ao ambiente térmico são ferramentas de grande valor na avaliação
de edifícios e instalações existentes, funcionando como uma espécie de diagnóstico (voz do edifício),
cujo objetivo é trazer ao projetista uma visão detalhada do que acontece dentro da edificação no seu
dia-a-dia, valendo-se do feedback dos ocupantes.
Existem dois tipos de pesquisas relacionadas ao ambiente térmico como se observa logo abaixo. Em
ambos os tipos as principais perguntas estão ligadas ao conforto térmico, mas existem outras perguntas
que podem ajudar a identificar problemas e formular possíveis respostas.
Uma amostra do questionário utilizado neste tipo de pesquisa está inclusa na Seção D.1. O
documento busca avaliar a sensação térmica dos ocupantes com base na esacala de 7 pontos da
ASHRAE (―muito quente‖ até ―muito frio‖). A sensação de conforto ou a porcentagem predita
de instatisfeitos (PPD) não levantados diretamente pode ser extrapolada a partir dos votos de
sensação térmica.
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2. As pesquisas de ―satisfação‖ são utilizadas para avaliar as respostas dos ocupantes com
relação ao espaço em geral dentro de um intervalo de tempo determinado. Ao invés de avaliar
as sensações térmicas junto às medições das variáveis ambientais (e indiretamente a
porcentagem de pessoas insatisfeitas), este tipo de pesquisa foca nas respostas de satisfação
com relação ao ambiente térmico e instrumentos de controle.
A premissa básica deste tipo de pesquisa é a natureza das respostas dos ocupantes, podendo
recordar períodos ou casos de desconforto térmico, identificando padrões de operação dos
sistemas de climatização e envoltória. Desta maneira, os ocupantes fornecem informações
―globais‖ ou ―gerais‖ de voto com relação ao conforto térmico em seu ambiente. O inspetor
que realiza a pesquisa deve indicar um espaço de tempo para que os entrevistados considerem
em suas respostas. Os resultados de uma pesquisa realizada sob um modo de operação do
edifício, ou em determinada estação do ano, não devem ser extrapolados ou generalizados para
diferentes modos de operação ou ano.
Por considerar determinados ―espaços de tempo‖, esse tipo de pesquisa deve ser realizada
periodicamente, podendo ser feita a cada seis meses ou repetida nas estações de aquecimento
ou resfriamento. É recomendado que a primeira pesquisa de satisfação seja feita pelo menos
seis meses após a ocupação do edifício para que sejam identificados, e assim evitados, os
problemas e as reclamações decorrentes.
Nota: Quanto mais longo for o período coberto pela pesquisa, menor é a precisão dos
resultatos. Os ocupantes são solicitados a recordar suas experiências anteriores, sendo suas
respostas geralmente poderadas pelas suas experiências mais recentes.
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D.1 MODELO DE QUESTIONÁRIO PARA AS PESQUISAS DE CONFORTO TÉRMICO
INSTANTÂNEAS
Data: Hora:
2. Qual tipo de atividade você exerce neste ambiente, e por quanto tempo?
3. Qual é a sua sensação térmica neste momento? (Assinale a alternativa mais apropriada)
Nota: Esta escala deve ser utilizada para que o padrão desta norma seja mantido.
Com muito calor
Com calor
Levemente com calor
Neutro
Levemente com frio
Com frio
Com muito frio
Aceitável Inaceitável
6. Como você se sente com relação ao movimento do ar neste momento? (Assinale apenas
uma alternativa, considerando a aceitabilidade ou não da velocidade do ar)
Pouco movimento do ar
Inaceitável
Muito movimento do ar
Pouco movimento do ar
Aceitável Movimento do ar suficiente
Muito movimento do ar
7. Considerando sua resposta anterior, qual a sua preferência com relação ao movimento do
ar neste momento?
8. Marque com um X:
(a) o local mais apropriado onde você passa a maior parte do seu tempo:
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Amostra Nota: deve ser fornecido um desenho em planta
que demonstre adequadamente o espaço da
pesquisa ou a edificação em questão.
(b) o local que melhor descreve a área da edificação onde você passa mais tempo:
Norte Sul Leste Oeste Central Não sei
11. Você está próximo(a) de uma janela com abertura externa? (aprox. 3 metros).
Sim Não
12. Utilizando a relação abaixo, assinale cada item de roupa que você está usando agora:
Nota: Esta lista pode ser ajustada de acordo com a necessidade.
13. Qual o seu nível de atividade neste momento? (assinale a opção mais apropriada)
Sentado, atividade leve (relaxado, lendo)
Sentado, atividade moderada (digitando, arquivando)
Em pé, relaxado
Atividade leve em pé
Atividade moderada em pé
Atividade pesada
Outra. Especifique:
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14. Dentre as opções abaixo, quais estão disponíveis para o ajuste/controle pessoal da
temperatura neste momento? Nota: Esta lista pode ser ajustada de acordo com a necessidade.
Cortinas ou persianas Ar condicionado Aquecedor Portátil
Porta para interior Porta para exterior Ventilador de teto
Ventilador portátil Janelas operáveis Termostato
Saida de ar ajustável (chão, parede ou teto) Nenhuma das opções
Outras. Especifique:
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D.2 MODELO DE QUESTIONÁRIO PARA PESQUISAS DE SATISFAÇÃO COM RELAÇÃO
AO AMBIENTE TÉRMICO
Data: Hora:
2. Qual tipo de atividade você exerce neste ambiente, e por quanto tempo?
3. Marque com um X:
(a) o local mais apropriado onde você passa a maior parte do seu tempo:
(b) o local que melhor descreve a área da edificação onde você passa mais tempo:
Sim Não
6. Você está próximo(a) de uma janela com abertura externa? (aprox. 3 metros).
Sim Não
Por favor responda as próximas perguntas com base na sua experiência neste local de
trabalho considerando os últimos meses (considerar os 6 últimos meses ou o intervalo de
tempo entre esta e a última pesquisa realizada).
Nota: modificar a afirmação acima de acordo com o período mais adequado de tempo.
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8. Quão satisfeito você está com a temperatura no seu local de trabalho? (assinale no local
mais apropriado utilizando a escala abaixo e considerando o quadrado central como
―neutro‖).
Satisfeito Insatisfeito
9. Se você está instatisfeito com a temperatura no seu local de trabalho, qual das seguintes
alternativas contribui para a sua insatisfação?
a) Durante os meses/estações mais quentes, a temperatura no meu local de trabalho é:
Ocasionalmente fria Diversas vezes fria Sempre fria
Ocasional. quente Div. vezes quente Sempre quente
10. Em qual horário do dia este problema ocorre com maior frequência?
Pela manhã (antes das 11h) Meio-dia (entre 11 e 14h) Tarde (entre 14 e 18h)
Noite (após as 18h) Fins de semana/Feriados O tempo todo
Segunda-feira pela manhã Não existe hora certa Outra:
11. Qual(is) alternativa(s) melhor descreve a fonte deste desconforto? Marque mais de uma
opção, se necessário. Nota: Esta lista pode ser ajustada de acordo com a necessidade.
12. Por favor descreva qualquer outro problema com relação à temperatura no seu local de
trabalho:
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