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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

DETERMINAÇÃO DOS PERFIS DE TEMPETURA, COEFICIENTE DE


CONVECÇÃO NATURAL, TAXA DE TRASNFERÊNCIA DE CALOR,
EFICIÊNCIA E EFETIVIDADE DE ALETAS INFINITAS CONSTITUÍDAS DE
DIFERENTES MATERIAIS

SÃO CRISTÓVÃO-SE
Agosto de 2019
2

Breno Lopes Souza Ribeiro


Kamyla Oliveira Rodrigues
Lilian Lee Moreira de Castro
Luz Marina da Silva Amorim
Werlisson Santos Souza

Docentes: Dr. Manoel Marcelo do Prado e Drª. Luanda Gimeno Marques

DETERMINAÇÃO DOS PERFIS DE TEMPETURA, COEFICIENTE DE


CONVECÇÃO NATURAL, TAXA DE TRASNFERÊNCIA DE CALOR,
EFICIÊNCIA E EFETIVIDADE DE ALETAS INFINITAS CONSTITUÍDAS DE
DIFERENTES MATERIAIS

Relatório realizado no âmbito da


disciplina Laboratório de Fenômenos
de Transporte (EQUI0097) sob
orientação do Prof. Dr. Manoel Prado
e da Prof. Drª. Luanda Marques,
durante o período letivo 2019.1 da
Universidade Federal de Sergipe

SÃO CRISTÓVÃO-SE
Agosto de 2019
3

RESUMO

Transferência de calor pode ocorrer de três modos: condução, convecção


e radiação, sendo que é necessário que haja diferença de temperatura para que
ela ocorra. Em algumas situações a fim de melhorar a taxa de calor, aumentar a
velocidade do fluido em relação à superfície é o suficiente. No entanto, para tal,
é mais usual a instalação de superfícies estendidas, conhecidas como aletas,
que aumenta a taxa de transferência de calor a partir do aumento da área de
troca térmica. Neste contexto, o presente trabalho teve o objetivo de determinar
os perfis de temperatura, os coeficientes de transferência de calor por convecção
natural, a taxa de transferência de calor e o desempenho de 4 aletas infinitas
distintas. Os valores de coeficiente médio de convecção obtidos para cada aleta
foram 14,32 W.m-2.K-1, 7,3 W.m-2.K-1, 8,48 W.m-2.K-1 e 9,59 W.m-2.K-1,
respectivamente em ordem de aparência. Analisando individualmente cada
aleta, a de cobre foi a que apresentou maiores valores de temperatura, de taxa
de troca térmica e desempenho.

Palavras-chave: Aletas; coeficiente de convecção natural; eficiência;


efetividade; perfil de temperatura.
4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Condução de calor através de uma parede plana com área A e


espessura, ∆𝑥.......................................................................................................9

Figura 2 – Transferência de calor por convecção de um bloco quente por


ar frio..................................................................................................................10

Figura 3 – Configurações de superfícies aletadas: (a) aleta plana com


seção transversal uniforme; (b) aleta plana com seção transversal não uniforme;
(c) aleta anular; (d) aleta piniforme.....................................................................13

Figura 4 – Representação de uma superfície estendida e seu elemento


diferencial de volume..........................................................................................14

Figura 5 – Eficiência de aletas retangulares, triangulares e parabólicas..27

Figura 6 – Eficiência de aletas anulares...................................................27

Figura 7 – Arranjo experimental...............................................................31

Figura 8 – Distribuição de temperatura ao longo das barras na condição


de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ = 26,5º𝐶.............................................................................34

Figura 9 – Distribuição de temperatura ao longo das barras na condição


de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ = 26,1º𝐶. .............................................................................34

Figura 10 – Ajuste exponencial para barra A na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶


e 𝑇∞ = 26,5º𝐶.....................................................................................................37
Figura 11 – Ajuste exponencial para barra A na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e
𝑇∞ = 26,1º𝐶. ......................................................................................................37
Figura 12 – Ajuste exponencial para barra B na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶
e 𝑇∞ = 26,5º𝐶. ...................................................................................................38
Figura 13 – Ajuste exponencial para barra B na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e
𝑇∞ = 26,1º𝐶. ......................................................................................................39
Figura 14 – Ajuste exponencial para barra C na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶
e 𝑇∞ = 26,5º𝐶.....................................................................................................40
Figura 15 – Ajuste exponencial para barra C na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e
𝑇∞ = 26,1º𝐶........................................................................................................40
5

Figura 16 – Ajuste exponencial para barra D na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶


e 𝑇∞ = 26,5º𝐶.....................................................................................................41
Figura 17 – Ajuste exponencial para barra D na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e
𝑇∞ = 26,1º𝐶........................................................................................................42
6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Posição dos termopares ao longo das barras, a partir da parede


da Fonte quente.................................................................................................31

Tabela 2 – Características dos materiais das barras metálicas utilizadas....


...........................................................................................................................32

Tabela 3 – Características das barras metálicas utilizadas......................32

Tabela 4 – Registro de temperaturas ao longo das barras (𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e


𝑇∞ = 26,5º𝐶)......................................................................................................32
Tabela 5 – Registro de temperaturas ao longo das barras (𝑇𝑏 = 71º𝐶 e
𝑇∞ = 26,1º𝐶)......................................................................................................33
Tabela 6 – Valores de teta na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ = 26,5º𝐶....36

Tabela 7 – Valores de teta na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ = 26,1º𝐶.......36

Tabela 8 – Coeficientes de convecção da barra A....................................38

Tabela 9 – Coeficientes de convecção da barra B....................................39

Tabela 10 – Coeficientes de convecção da barra C.................................41

Tabela 11 – Coeficientes de convecção da barra D.................................42

Tabela 12 – Taxas de transferência de calor reais e máximas para cada


aleta observadas em ambas condições operacionais........................................43

Tabela 13 – Valores de efetividade e eficiência para cada aleta


observados em ambas condições operacionais.................................................44

Tabela 14 – Número de Biot avaliado para cada aleta em ambas


condições operacionais......................................................................................46
Tabela 15 – Valores de comprimento de aleta infinita em cada condição
operacional seguido de seus respectivos coeficientes de correlação.................47
7

Sumário
1. Fundamentação teórica .................................................................................. 8
1.1 Transferência de calor: conceitos introdutórios ........................................ 8
1.1.1 Transferência de calor por condução ..................................................... 8
1.1.2 Transferência de calor por convecção ................................................. 10
1.1.3 Transferência de calor por radiação .................................................... 11
1.2 Superfícies estendidas – Aletas .............................................................. 12
1.2.1 Formulação físico-matemática para uma superfície estendida
generalizada ................................................................................................. 13
1.2.2 Formulação físico-matemática para uma superfície estendida cilíndrica
...................................................................................................................... 15
1.2.2.1 Aleta infinita ...................................................................................... 17
1.2.2.2 Aleta isolada na extremidade ............................................................ 20
1.2.2.3 Aleta com temperatura conhecida na ponta ..................................... 22
1.2.2.4 Aleta com convecção na ponta ......................................................... 22
1.3 Parâmetros de desempenho de aletas ................................................... 24
1.3.1 Eficiência de aletas .............................................................................. 24
1.3.2 Efetividade da aleta ............................................................................. 27
1.4 Importância das aletas na engenharia .................................................... 29
2. Equipamentos e Metodologia ....................................................................... 30
2.1 Equipamentos e materiais ...................................................................... 30
2.2 Procedimento experimental .................................................................... 31
3. Resultados e Discussão ............................................................................... 31
3.1. Determinação dos perfis de temperatura ............................................... 31
3.2 Determinação dos coeficientes de transferência de calor por convecção
...................................................................................................................... 35
3.2.1 Barra A................................................................................................. 37
3.2.2 Barra B................................................................................................. 38
3.2.3. Barra C ............................................................................................... 39
3.2.4 Barra D ................................................................................................ 41
3.3 Taxa de Transferência de Calor ............................................................. 42
3.4 Desempenho de Aletas........................................................................... 44
3.5 Validação das Hipóteses ........................................................................ 45
3.5.1 Transferência de Calor Unidimensional ............................................... 45
3.5.2 Aleta de Comprimento Infinito .............................................................. 46
4. Conclusão .................................................................................................... 47
6. Referências .................................................................................................. 48
8

1. Fundamentação teórica
1.1 Transferência de calor: conceitos introdutórios

A Transferência de calor pode ser entendida como a energia térmica que


pode ser transferida de um sistema para outro devido a uma diferença de
temperatura entre eles. A transferência de energia ocorrerá sempre do meio com
maior temperatura para o meio com menor temperatura. Assim, sempre que
existir uma diferença de temperatura em um meio, ocorrerá a transferência de
calor.
A análise termodinâmica da transferência de calor lida com os estados
inicial e final do processo ao longo da qual uma interação ocorre, seu foco é na
quantidade de calor transferido para realizar uma mudança no estado
termodinâmico de forma a satisfazer o princípio da conservação de energia. A
termodinâmica não fornece informações sobre o tempo de duração do processo.
A análise do fenômeno de transporte para o calor, por sua vez, busca determinar
a taxa de transferência de calor, analisando o tempo para que uma determinada
quantidade de energia térmica seja transferida (Çengel & Ghajar, 2012).
A transferência de calor pode ocorrer de três modos distintos, a saber,
condução, convecção e radiação, onde é necessária a diferença de temperatura
em cada modo de transferência.

1.1.1 Transferência de calor por condução

Condução pode ser entendida como a transferência de energia das


partículas mais energéticas para as menos energéticas de uma substância,
como resultado das interações entre as partículas. (Incropera et al. 2008). Nos
sólidos o fenômeno de condução ocorre devido a combinação das vibrações das
moléculas em rede, já em líquidos e gases esse modo de transferência de calor
acontece por causa das colisões e difusões das moléculas nos seus
movimentos.
A taxa de calor conduzida em um meio depende basicamente da
geometria do meio, do tipo de material onde está ocorrendo a transferência de
calor, da espessura e da diferença de temperatura. Considerando a transferência
de calor em uma grande parede plana, como mostra a Figura 1, a taxa de
9

transferência de calor nessa parede dobra, caso a diferença de temperatura


através da parede ou a área dobre, no entanto, caso a espessura da parede seja
dobrada, essa taxa é reduzida pela metade (Çengel & Ghajar, 2012).

Figura 1 – Condução de calor através de uma parede plana com área A e


espessura, ∆𝑥. Fonte: Çengel & Ghajar (2012).

Assim, na forma diferencial essa taxa de condução de calor pode ser


expressa pela Equação (1).
𝑑𝑇
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 = −𝑘𝐴 𝑑𝑥 (1)

Onde 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑 é o fluxo térmico de condução (W/m²), k é uma constante de


proporcionalidade que representa a condutividade térmica do material (W/m.K),
𝑑𝑇
A é a área normal em direção da transferência de calor e é o gradiente de
𝑑𝑥

temperatura.
A Equação (1) é conhecida como lei de Fourier da condução térmica, onde
o sinal de menos presente nessa equação refere-se ao fato do calor ser
transferido na direção da temperatura decrescente.
Na análise de condução de calor transiente, uma propriedade muito
utilizada é difusividade térmica, representada pela Equação (2), que relaciona o
calor conduzido por meio do material e o calor armazenado por unidade de
volume.
𝑘
𝛼 = 𝜌𝐶 (2)
𝑝
10

Sendo 𝛼 a difusividade térmica em m²/s e 𝜌𝐶𝑝 a capacidade térmica do


material (J/m³.Kg).

1.1.2 Transferência de calor por convecção

Convecção refere-se a um modo de transferência de calor que ocorre


entre uma superfície sólida e um fluido (líquido ou gás) em movimento quando
ambos estiverem a temperaturas diferentes. (Incropera et al. 2008). Quanto mais
rápido for o movimento do fluido maior será a transferência de calor por
convecção, no entanto, caso o fluido em análise estiver parado, sem se
movimentar, a transferência de calor será puramente condutiva.
A Figura (2) ilustra a transferência de calor que ocorre de uma superfície
quente para o ar por convecção, onde inicialmente o calor é transferido por
condução para a camada de ar adjacente, em seguida, a convecção transporta
esse calor para longe da superfície, a partir de movimentos aleatórios das
moléculas do ar.

Figura 2 – Transferência de calor por convecção de um bloco quente por ar frio.


Fonte: Çengel & Ghajar (2012).

A transferência de calor por convecção pode ser classificada quanto ao


escoamento do fluido. A convecção forçada é resultante do escoamento causado
por meio externo, como um ventilador ou uma bomba. Já na convecção natural
ou livre, o movimento do fluido é causado por forças de empuxo, induzidas por
diferenças de massas específicas, decorrentes de variações de temperatura no
fluido (Incropera et al. 2008).
11

Independente da natureza do escoamento, a taxa de transferência de


calor por convecção é proporcional à diferença de temperatura e é expressa pela
Equação (3), conhecida como Lei de Newton do Resfriamento.
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 = ℎ𝐴𝑠 (𝑇𝑠 − 𝑇∞ ) (3)

Onde 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 é a taxa de transferência de calor por convecção (W), h é o


coeficiente de transferência de calor por convecção (W/m².K), 𝐴𝑠 é a área da
superfície por onde ocorre a convecção (m²), 𝑇𝑠 é a temperatura da superfície
e 𝑇∞ é a temperatura do fluido longe da superfície.

1.1.3 Transferência de calor por radiação

A radiação térmica é a energia emitida pela matéria sob forma de ondas


eletromagnéticas, quando essa matéria se encontra a uma temperatura não-
nula. Diferente da condução e da convecção que necessita de meio material, a
radiação não exige a presença de um meio.
Considerando uma superfície com temperatura termodinâmica 𝑇𝑠 , a taxa
máxima de radiação pode ser expressa pela Equação (4), que é conhecida como
Lei de Stefan-Boltzmann da radiação.
𝑞𝑚á𝑥,𝑒𝑚𝑖𝑡 = 𝜎𝐴𝑠 𝑇𝑠4 (4)

Onde 𝜎 = 55,670𝑥10−8 𝑊/𝑚². 𝐾 4 é a constante de Stefan-Boltzmann.


A taxa térmica emitida por uma superfície real é menor do que a do corpo
negro, e é expressa pela Equação (5).
𝑞𝑒𝑚𝑖𝑡 = 𝜀𝜎𝐴𝑠 𝑇𝑠4 (5)

Sendo 𝜀 é a emissividade da superfície, cujo valor está entre 0 e 1.


Quando uma superfície maior, com temperatura termodinâmica 𝑇𝑐𝑖𝑟
delimita uma superfície com temperatura termodinâmica 𝑇𝑠 , separadas por um
gás que não interfere na radiação, a taxa de transferência de calor líquida por
radiação pode ser expressa pela Equação (6).
4
𝑞𝑟𝑎𝑑 = 𝜀𝜎𝐴𝑠 (𝑇𝑠4 − 𝑇𝑐𝑖𝑟 ) (6)
12

1.2 Superfícies estendidas – Aletas

Em muitas situações práticas é necessário aumentar a taxa de calor que


é dissipado em um processo. Baseado na Lei de Newton de resfriamento, essa
taxa pode ser melhorada aumentando-se a velocidade do fluido em relação à
superfície, e consequentemente, aumentando o coeficiente convectivo de calor
h, ou aumentando a área da superfície 𝐴𝑠 . Entretanto, para aumentar o
movimento do fluido, faz-se necessário a instalação de equipamentos de maior
porte, como bombas ou ventiladores maiores, onde esse processo pode não ser
viável economicamente (Incropera et al. 2008).
Uma alternativa para aumentar a taxa de transferência de calor consiste
em aumentar a superfície de troca térmica, anexando superfícies estendidas,
chamadas de aletas, feitas de materiais altamente condutores. Essas superfícies
são construídas por extrusão, solda ou fixando uma fina folha metálica sobre a
superfície. De acordo com Incropera et al. 2008, a condutividade térmica do
material da aleta pode influenciar no aumento da taxa de transferência de calor,
devido ao efeito na distribuição de temperatura ao longo da aleta. Essa
condutividade deveria ser alta para que não houvesse variações de temperatura
da base até a extremidade da aleta.
Nesse contexto, a instalação de superfícies aletadas possibilita o aumento
na taxa de transferência de calor a partir do aumento da área de troca térmica e
estão presentes em diversos equipamentos, como condensadores e
evaporadores presentes em ar condicionado, transformadores e carcaça de
motores elétricos.
Quanto a sua forma construtiva existe uma grande quantidade de aletas,
que estão associadas ao processo construtivo das mesmas. A escolha da
configuração da aleta é feita com base em considerações como, peso, espaço,
fabricação e custo. Algumas dessas configurações estão dispostas na Figura (3).
13

Figura 3 – Configurações de superfícies aletadas: (a) aleta plana com seção


transversal uniforme; (b) aleta plana com seção transversal não uniforme; (c)
aleta anular; (d) aleta piniforme. Fonte: (Incropera et al., 2008).

1.2.1 Formulação físico-matemática para uma superfície estendida generalizada

Com o intuito de aplicar um balanço de energia mecânica e realizar o


equacionamento para uma aleta faz-se necessário assumir algumas hipóteses
simplificadoras. Tais como:
 Operação em regime permanente (não há geração de calor);
 Propriedades físicas constantes (o calor não deforma o material,
tampouco altera sua condutividade térmica);
 Coeficiente de transferência de calor h constante e uniforme ao
longo de toda a superfície aletada;
 A transferência de calor acontece em uma única dimensão (L>>D).

Definindo um elemento de volume infinitesimal (ver Figura 1) na aleta


localizado na posição x, de comprimento ∆𝑥, perímetro p e área Ap, aplica-se um
balanço de energia mecânica sobre ele, conforme a Equação (7).
14

Figura 4 – Representação de uma superfície estendida e seu elemento


diferencial de volume. (Fonte: Incropera, 2008)

𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟


( 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑉𝐶 ) = ( 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑎𝑖 𝑑𝑜 𝑉𝐶 ) − ( 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑎𝑖 𝑑𝑜 𝑉𝐶 ) (7)
𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢çã𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑐çã𝑜
A partir da Equação (7), reescreve-se:
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥) = 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥+∆𝑥) + 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 (8)

Substituindo em termos de fluxo, tem-se:


𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥) 𝐴𝑐 = 𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥+∆𝑥) 𝐴𝑐 + 𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑣 𝑑𝐴𝑠 (9)

Onde Ac é a área transversal (pode ser variável) e As a área da superficial


do elemento de volume.
Reagrupando a equação,
−(𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥+∆𝑥) − 𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥) )𝐴𝑐 − 𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑣 𝑑𝐴𝑠 = 0 (10)

Onde, expressando a Lei de Newton do Resfriamento (Equação 3) em


termos de fluxo, temos a Equação (11).
𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑣 = ℎ(𝑇 − 𝑇∞ ) (11)

Logo,
−(𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥+∆𝑥) − 𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥) )𝐴𝑐 − ℎ𝑑𝐴𝑠 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (12)

Dividindo pelo elemento de volume, temos:


15

(𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥+∆𝑥) −𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑(𝑥) )𝐴𝑐 ℎ𝑑𝐴𝑠 (𝑇−𝑇∞ )


− − =0 (13)
Δ𝑥 Δ𝑥

Aplicando a definição de derivadas,


𝑑(𝑞 " 𝑐𝑜𝑛𝑑 × 𝐴𝑐 ) 𝑑𝐴𝑠
− −ℎ (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (14)
𝑑𝑥 𝑑𝑥

Agora, utilizando a Lei de Fourier (Equação 1), ficamos com:


𝑑 𝑑𝑇 𝑑𝐴𝑠
− 𝑑𝑥 (−𝑘𝐴𝑐 𝑑𝑥 ) − ℎ (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (15)
𝑑𝑥

A área As pode ser reescrita conforme a Equação (16), onde p é o


perímetro da aleta.
𝐴𝑠 = 𝑝. 𝑥 (16)

Então,
𝑑 𝑑𝑇 𝑝𝑑𝑥
(𝑘𝐴𝑐 𝑑𝑥 ) − ℎ (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (17)
𝑑𝑥 𝑑𝑥

Logo,
𝑑 𝑑𝑇
(𝑘𝐴𝑐 𝑑𝑥 ) − ℎ𝑝(𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (18)
𝑑𝑥

A Equação (18) representa uma forma generalizada da formulação para


superfícies estendidas, devendo ser adaptada de acordo com a geometria e
condições específicas de cada situação física.
Para o caso específico em que a área transversal e a condutividade
térmica não são variáveis com a posição, é possível simplificar a equação:
𝑑2 𝑇 ℎ𝑝
− 𝑘𝐴 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (19)
𝑑𝑥 2 𝑐

1.2.2 Formulação físico-matemática para uma superfície estendida cilíndrica

Se considerarmos agora especificamente uma aleta cilíndrica de área não


variável, é possível aplicar um balanço conforme o item anterior e chegar no
equacionamento demonstrado. Entretanto, a forma de resolução da equação
16

diferencial se dará de forma distinta, já que dependerá diretamente das


condições de acordo para cada situação analisada. Assim, reescrevendo a EDO
em termos de z para adequá-la à geometria cilíndrica, temos:
𝑑2 𝑇 ℎ𝑝
− 𝑘𝐴 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (20)
𝑑𝑧 2 𝑐

Onde,
𝜋𝐷 2
𝐴𝑐 = (21)
4

E,
𝐴𝑠 = 𝑝 × 𝑧 (22)

Assim,
𝑑𝐴𝑠
= 𝑝 = 𝜋𝐷 (23)
𝑑𝑧

Desta forma, temos que:


𝑃 𝜋𝐷 2
= 𝜋𝐷2
=𝑅 (24)
𝐴𝑐
4

2
Além disso, é possível verificar que o termo da Equação (24)
𝑅

corresponde à área específica as, como demonstrado na Equação (25).


𝐴𝑠 𝜋𝐷 2
𝑎𝑠 = = 𝜋𝐷2
=𝑅 (25)
𝑉
4

Substituindo a Equação (25) em (20), tem-se:


𝑑2 𝑇 2
− ℎ(𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (26)
𝑑𝑧 2 𝑅𝑘

Para facilitar a manipulação matemática, introduzem-se os adimensionais


a seguir:
𝑇−𝑇∞
𝜃=𝑇 (27)
𝑤 −𝑇∞
17

Sendo Tw a temperatura na parede (wall) do corpo principal onde a aleta


está instalada.

E,
𝑧
𝜉=𝐿 (28)

Aplicando a diferencial aos adimensionais, temos que:


𝑑𝑇 = (𝑇𝑤 − 𝑇∞ )𝑑𝜃 (29)

Portanto,
𝑑 2 𝑇 = (𝑇𝑤 − 𝑇∞ )𝑑2 𝜃 (30)

Além disso,
𝑑𝑧 = 𝐿𝑑𝜉 (31)

Logo,
𝑑𝑧 2 = 𝐿2 𝑑𝜉 2 (32)

Substituindo as Equações (31) e (32) em (26), chega-se a uma equação


geral adimensional para uma aleta cilíndrica:
𝑑2 𝜃
− Λ2 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0 (33)
𝑑𝜉 2

Onde,
2ℎ𝐿2
Λ2 = (34)
𝑘𝑅

A forma de resolução da equação diferencial se dará de forma distinta


para cada situação física em questão, já que a determinação das constantes
dependerá diretamente das condições de contorno. Desta forma, faremos a
seguir uma análise dos casos mais comuns na engenharia.

1.2.2.1 Aleta infinita


18

Neste caso, temos que o comprimento L da aleta tende a infinito. Na


prática, basta que a superfície estendida seja suficientemente comprida de forma
a garantir que a temperatura em sua ponta se iguale à temperatura do fluido 𝑇∞ .
Ou seja, quando 𝑧 → ∞, 𝑇 = 𝑇∞ . Logo, em termos adimensionais, 𝜉 → ∞ ⟹ 𝜃 =
0. Além disso, na base (𝑧 = 0) a T assume valor da temperatura da parede do
corpo principal 𝑇𝑤 , logo, para 𝜉 = 0 ⟹ 𝜃 = 1.

Assim, escrevendo a EDO e suas condições de contorno:


𝑑2𝜃
− Λ2 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0
𝑑𝜉 2
CC1: 𝜉 = 0 ⟹ 𝜃 = 1
CC2: 𝜉 → ∞ ⟹ 𝜃 = 0

A equação pode ser resolvida por meio da equação característica:


𝑚2 − Λ2 = 0 (35)

A qual tem como raízes:


𝑚 = ±Λ (36)

Assim, para domínios infinitos, a solução se expressa em termos da


função exponencial, conforme a Equação (37).
𝜃 = 𝑐1 exp(Λξ) + c2 exp(−Λξ) (37)

Aplicando as condições de contorno para determinar as constantes,


temos:
De CC2: 𝜉 → ∞ ⟹ exp(−∞) → 0 ⟹ 𝑐1 = 0
De CC1: 𝜉 = 0 ⟹ exp(0) = 1 ⟹ 𝑐2 = 1

Desta forma, a solução da equação se expressa na forma a seguir:


𝜃 = exp(−Λ𝜉) (38)

De posse do perfil de temperatura (Equação 38), pode-se determinar a


taxa de transferência de calor através da aleta utilizando a Equação (39).
19

Sabe-se que, na base (posição z=0), o fluxo de calor pode ser calculado
pela Lei de Fourier. Assim,
𝑑𝑇
𝑞|𝑧=0 = −𝑘𝐴𝑐 𝑑𝑧 | (39)
𝑧=0

Escrevendo a Equação (39) em termos adimensionais, temos:


(𝑇𝑊 −𝑇∞ ) 𝑑𝜃
𝑞|𝜉=0 = −𝑘𝐴𝑐 | (40)
𝐿 𝑑𝜉 𝜉=0

Derivando o perfil em relação a csi, chega-se que:


𝑑𝜃
= − Λexp(−Λ𝜉) (41)
𝑑𝜉

Aplicando para a posição indicada,


𝑑𝜃
| = − Λexp(−Λ0) = − Λ (42)
𝑑𝜉 𝜉=0

Substituindo o resultado da Equação (42) em (40), ficamos com:


(𝑇𝑤 −𝑇∞ )
𝑞|𝜉=0 = 𝑘𝐴𝑐 Λ (43)
𝐿

Utilizando a Equação (34) para explicitar o valor de lambida e a Equação


(21) para substituir a área transversal, tem-se:
(𝑇𝑤 −𝑇∞ ) 2ℎ𝐿2
𝑞|𝜉=0 = 𝑘𝜋𝑅 2 √ (44)
𝐿 𝑘𝑅

Rearranjando,
2ℎ𝑘 2 𝜋 2 𝑅 4 𝐿2
𝑞|𝜉=0 = (𝑇𝑤 − 𝑇∞ )√ (45)
𝑘𝑅𝐿

Simplificando, ficamos com:


𝑞|𝜉=0 = (𝑇𝑤 − 𝑇∞ )√ℎ𝑘(2𝜋𝑅)(𝜋𝑅 2 ) (46)

Observa-se que surgem dentro da raiz, os termos de perímetro e área


transversal, conforme as Equações (23) e (21).
20

Assim, a expressão da taxa reduz-se à Equação (47).


𝑞|𝜉=0 = √ℎ𝑝𝑘𝐴𝑐 (𝑇𝑤 − 𝑇∞ ) (48)

1.2.2.2 Aleta isolada na extremidade

Neste caso, estaremos tratando de uma superfície estendida que possui


sua extremidade isolada, ou seja, a perda de calor na ponta da aleta será
desprezível ou nula, o que afetará diretamente a segunda condição de contorno
para a resolução da EDO (Equação 33).

Como dito, a ponta da aleta (posição z=L) não permitirá fluxo de calor
𝑑𝑇
(𝑑𝑧 = 0), visto que é possui característica adiabática. Logo, em termos

adimensionais, a equação diferencial e suas condições de contorno podem ser


expressas por:
𝑑2𝜃
− Λ2 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0
𝑑𝜉 2
CC1: 𝜉 = 0 ⟹ 𝜃 = 1
𝑑𝜃
CC2: 𝜉 = 1 ⟹ =0
𝑑𝜉

A solução geral da EDO passa pela resolução da equação característica


da mesma forma que no caso anterior, mas nesse caso, por estarmos lidando
com um domínio finito, expressaremos o perfil com as funções trigonométricas
hiperbólicas, conforme a Equação (49).
𝜃 = 𝑐1 senh(Λξ) + c2 cosh(Λξ) (49)

Aplicando as condições de contorno,


De CC1: 𝜉 = 0 ⟹ senh(0) = 0 e cosh(0) = 1 ⟹ 𝑐2 = 1
𝑑𝜃
De CC2: 𝜉 = 1 ⟹ | = 𝑐1 Λ cosh(Λ × 1) + 1Λsenh(Λ × 1) = 0
𝑑𝜉 𝜉=1

𝑠𝑒𝑛ℎ(Λ)
⟹ 𝑐1 = −
cosh(Λ)
Substituindo as constantes na solução geral, ficamos com:
𝑠𝑒𝑛ℎ(Λ)
𝜃 = cosh(Λξ) − cosh(Λ) senh(Λξ) (50)
21

Reescrevendo,
cosh(Λ)cosh(Λξ)−𝑠𝑒𝑛ℎ(Λ) senh(Λξ)
𝜃= (51)
cosh(Λ)

Utilizando uma propriedade matemática, podemos reescrever a Equação


(51) na forma da Equação (52).
cosh(Λ)−cosh(Λξ)
𝜃= (52)
cosh(Λ)

Além disso, podemos reescrever a Equação (34) para lambida como


sendo:
ℎ𝑝
Λ = 𝐿√𝑘𝐴 (53)
𝑐

Sendo m o termo dentro da raiz. Assim, ficamos com:


Λ = 𝑚𝐿 (54)

Logo, o perfil de temperatura reduz-se a:


cosh[m(L−x)]
𝜃= (55)
cosh(mL)

Derivando o perfil em relação a csi para a posição zero,


𝑑𝜃 −Λsenh[Λ(1−0)]
| = = −Λtanh(Λ) (56)
𝑑𝜉 𝜉=0 𝑐𝑜𝑠ℎΛ

Desta forma, analogamente ao caso anterior, pode-se determinar a taxa


de transferência de calor na aleta:
(𝑇𝑤 −𝑇∞ )
𝑞|𝜉=0 = 𝑘𝐴𝑐 Λtanh(Λ) (57)
𝐿

Substituindo a expressão para lambida, chega-se na equação final para a


taxa, conforme a Equação (58).
𝑞|𝜉=0 = √ℎ𝑝𝑘𝐴𝑐 (𝑇𝑤 − 𝑇∞ )Λtanh(Λ) (58)
22

1.2.2.3 Aleta com temperatura conhecida na ponta

Tratemos agora de uma superfície estendida que possui a temperatura na


sua extremidade especificada, o que implicará novamente em uma alteração na
segunda condição de contorno, em z=L. Neste caso, denotando a temperatura
conhecida na ponta como TL, temos que em termos adimensionais essa
𝑇 −𝑇
condição corresponde a um 𝜃𝐿 = 𝑇 𝐿 −𝑇∞ . Assim, escreve-se a equação diferencial:
𝑤 ∞

𝑑2𝜃
− Λ2 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0
𝑑𝜉 2
CC1: 𝜉 = 0 ⟹ 𝜃 = 1
CC2: 𝜉 = 1 ⟹ 𝜃 = 𝜃𝐿

Assim, em se tratando de domínios finitos, podemos expressar a solução


geral da EDO da mesma maneira que no caso anterior, conforme a Equação
(49). A diferença residirá nas constantes, devido às condições de contorno.
Assim, aplicando-as, temos:
De CC1: 𝜉 = 0 ⟹ senh(0) = 0 e cosh(0) = 1 ⟹ 𝑐2 = 1
De CC2: 𝜉 = 1 ⟹ 𝜃 = 𝜃𝐿 ⟹ 𝑐1 𝑠𝑒𝑛ℎ(Λ × 1) + 1 × cosh(Λ × 1) = 𝜃𝐿
𝜃𝐿 − 𝑐𝑜𝑠ℎ(Λ)
⟹ 𝑐1 𝑠𝑒𝑛ℎ(Λ) = 𝜃𝐿 − cosh(Λ) ⟹ 𝑐1 = −
senh(Λ)

Desta forma, substituindo as constantes e realizando algumas


manipulações matemáticas, podemos escrever o perfil de temperatura para uma
aleta com temperatura conhecida na sua extremidade como disposto na
Equação (59).
𝜃𝐿 senh(Λξ)+senh[Λ(1−ξ)]
𝜃= (59)
senh(Λ)

Analogamente aos outros casos, é possível derivar o perfil para encontrar


a expressão da taxa, a qual está disposta na Equação (60).
𝑐𝑜𝑠ℎ(Λ)−𝜃𝐿
𝑞|𝜉=0 = √ℎ𝑝𝑘𝐴𝑐 (𝑇𝑤 − 𝑇∞ ) (60)
senh(Λ)

1.2.2.4 Aleta com convecção na ponta


23

A condição de contorno mais adequada para a extremidade de uma


superfície estendida em termos de coerência com a situação física seria a de
convecção na ponta, visto que na maioria dos casos, esta encontra-se exposta
a um fluido em seus arredores. Assim sendo, temos que na posição (z=L) a taxa
de calor por condução se iguala à taxa de calor por convecção. Ou seja,
𝑑𝑇 𝑘 𝑑𝜃
𝑧 = 𝐿 ⟹ −𝑘 𝑑𝑥 = ℎ(𝑇𝑤 − 𝑇∞ ) ⟹ − 𝐿 𝑑𝜉 = ℎ𝜃𝐿 (61)

Para esta situação, podemos introduzir um novo adimensional muito


importante no estudo de fenômenos de transporte, o qual facilitará a
manipulação matemática. Define-se então, o número de Biot, conforme a
Equação (62).
ℎ𝐿
𝐵𝑖 = (62)
𝑘

O número de Biot representa a razão entre a resistência à transferência


de calor por condução e a resistência por convecção, sendo bastante útil para
simplificações em formulações físico-matemáticas.
Dando continuidade ao equacionamento, podemos substituir a Equação
(62) em (61) e escrever a equação diferencial adimensional com suas
respectivas condições de contorno.
𝑑2𝜃
− Λ2 (𝑇 − 𝑇∞ ) = 0
𝑑𝜉 2
CC1: 𝜉 = 0 ⟹ 𝜃 = 1
𝑑𝜃
CC2: 𝜉 = 1 ⟹ = −𝐵𝑖𝜃(1)
𝑑𝜉

Aplicando as condições de contorno à solução geral já demonstrada


anteriormente (Equação 49), chega-se no perfil de temperatura para uma aleta
com convecção na ponta, disposto na Equação (63).
Λcosh[Λ(1−ξ)]+Bisenh[Λ(1−ξ)]
𝜃= (63)
Λ senh(Λ)+BicoshΛ

Derivando o perfil, explicita-se a taxa de transferência de calor, conforme


a Equação (64).
Λ𝑠𝑒𝑛ℎ(Λ)+Bicosh(Λ)
𝑞|𝜉=0 = √ℎ𝑝𝑘𝐴𝑐 (𝑇𝑤 − 𝑇∞ ) Λcosh(Λ)+Bisenh(Λ) (64)
24

1.3 Parâmetros de desempenho de aletas

O objetivo das aletas é aumentar a transferência de calor em uma


superfície, a partir do aumento da área efetiva de troca térmica. No entanto, o
uso de aletas não garante que a taxa de transferência de calor será aumentada,
devido à resistência condutiva que a aleta representa.
Sabe-se que no mercado encontra-se disponível uma grande quantidade
de aletas com formas e formatos diferentes. Nesse contexto, a seleção correta
das aletas em um processo permitirá um maior desempenho. Essa análise é feita
com base em uma série de critérios, como, desempenho térmico, custo, peso,
queda de pressão do fluido de transferência de calor, e espaço disponível.
Assim, com base no desempenho térmico, a eficiência e a efetividade são
parâmetros de grande importância na análise do desempenho de aletas.

1.3.1 Eficiência de aletas

A eficiência em aletas pode ser entendida como a razão entre a taxa real
de transferência de calor a partir da aleta e a taxa ideal de transferência de calor
a partir da aleta, caso toda a aleta esteja na temperatura da base (Çengel &
Ghajar, 2012). Assim, a efetividade pode ser expressa pela Equação (65).
𝑞𝑎𝑙𝑒
𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑞 (65)
𝑎𝑙𝑒,𝑚á𝑥

A taxa máxima ideal de transferência de calor na qual uma aleta poderia


dissipar energia é a taxa que existiria caso toda a superfície da aleta estivesse
na temperatura da base, onde a resistência térmica é praticamente nula. Logo,
essa taxa pode ser expressa pela Equação (66).
𝑞𝑎𝑙𝑒,𝑚á𝑥 = ℎ𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑇𝑏 − 𝑇∞ ) (66)

Sendo 𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 a superfície total da aleta.


Assim, substituindo a Equação (66) na Equação (65) e rearranjando em
termos da taxa real de transferência de calor, obtêm-se a Equação (67).
𝑞𝑎𝑙𝑒 = 𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 ℎ𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑇𝑏 − 𝑇∞ ) (67)
25

 Para uma aleta infinita, a eficiência pode ser expressa pela Equação (68).

√ℎ𝑝𝐾𝐴𝑐 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )


𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = (68)
ℎ𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )

Sendo 𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑝𝐿, onde p é o perímetro e L o comprimento da aleta,


podemos reescrever a Equação (68) na forma,
𝐾𝐴
𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = √ℎ𝑝𝐿²𝑐 (69)

𝐾𝐴
Considerando 𝑚 = √ ℎ𝑃𝑐, a eficiência para uma aleta infinita é

representada pela Equação (70).


1
𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = (70)
𝑚𝐿

 Para uma aleta isolada na ponta, a eficiência pode ser expressa pela
Equação (71).

√ℎ𝑃𝐾𝐴𝑐 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )tanh(𝑚𝐿)


𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = (71)
ℎ𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )

Rearranjando de forma similar a aleta infinita, obtêm-se a Equação (72).


tanh(𝑚𝐿)
𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = (72)
𝑚𝐿

 Para uma aleta com temperatura conhecida na ponta, a eficiência pode


ser expressa pela Equação (73).

cosh(𝑚𝐿)−𝜃
√ℎ𝑃𝐾𝐴𝑐 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )( 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝐿) 𝐿 )
𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = (73)
ℎ𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )

Rearranjando, chega-se a Equação (74), em sua forma mais simplificada.


1 cosh(𝑚𝐿)−𝜃𝐿
𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑚𝐿 ( ) (74)
𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝐿)
26

Para o caso de aletas submetidas a convecção, a eficiência pode ser


determinada pela Equação (70), desde que que o comprimento da aleta (L) seja
alterado para um comprimento corrigido (Lc), representado pela Equação (75).
𝐴𝑐
𝐿𝑐 = 𝐿 + (75)
𝑝

Para o caso de aletas retangulares e cilíndricas, esse comprimento é


representado pelas Equações (76) e (77), respectivamente.
𝑡
𝐿𝑐 = 𝐿 + 2 (76)
𝐷
𝐿𝑐 = 𝐿 + 4 (77)

Onde t e D são a espessura e o diâmetro das aletas retangulares e


cilíndricas, respectivamente.
Um parâmetro muito importante na seleção de aletas para um projeto é o
seu comprimento. Quanto maior for esse comprimento, maior será a taxa de
transferência de calor, devido a uma maior área de troca térmica. No entanto, a
medida que se aumenta esse comprimento, o preço aumenta, devido ao
aumento de massa. Além disso, a eficiência da aleta é reduzida, uma vez que a
temperatura diminui com o comprimento. Nesse contexto, é necessária uma
análise econômica e de processo, a fim de verificar se esse aumento é viável
economicamente e se está dentro das especificações do projeto.
As eficiências de aletas anulares e de perfis retangulares, triangulares e
parabólicos, também se encontram representadas graficamente, conforme
Figuras (5) e (6), disponível em Çengel & Ghajar, 2012.
.
27

Figura 5 – Eficiência de aletas retangulares, triangulares e parabólicas. Fonte:


(Çengel & Ghajar, 2012).

Figura 6 – Eficiência de aletas anulares. Fonte: (Çengel & Ghajar, 2012).

1.3.2 Efetividade da aleta


28

Outro parâmetro utilizado para verificar o desempenho de aletas é a


Efetividade ou Eficácia. Esse parâmetro relaciona a taxa de transferência de
calor da aleta e a taxa de transferência de calor caso não houvesse uma aleta
fixada na superfície. Assim, a efetividade é representada pela Equação (78).
𝑞𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 𝑞𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎
𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑞 = ℎ𝐴 (78)
𝑠𝑒𝑚 𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 𝑏 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )

Onde 𝐴𝑏 é a área transversal da aleta na base.


Para o caso da efetividade ser menor que 0, 𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 < 0, indica que a aleta
funciona como um isolante, e que a transferência de calor está sendo reduzida.
Uma efetividade igual a 1, 𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = 1, indica que a transferência de calor não está
sendo alterada com a adição da aleta. Já uma efetividade maior que 1, 𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 >
1, indica que as aletas estão aumentando a transferência de calor. Diante disso,
o uso de aletas só é aceitável, caso a efetividade seja superior que 1.
Substituindo a Equação (67) na equação (78), pode-se relacionar a
eficiência e a efetividade das aletas, conforme representado pela Equação (79).
𝑞𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 ℎ𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 (𝑇𝑏 −𝑇∞ ) 𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 𝐴𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎
𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = ℎ𝐴 = = (79)
𝑏 (𝑇𝑏 −𝑇∞ ) ℎ𝐴𝑏 (𝑇𝑏 −𝑇∞ ) 𝐴𝑏

Assim, caso a eficiência da aleta seja conhecida, é possível determinar


sua eficácia, ou vice versa.

 Para uma aleta infinita, sua efetividade pode ser expressa pela Equação
(80).

√ℎ𝑝𝐾𝐴𝑐 (𝑇𝑏 −𝑇∞ ) 𝑘𝑝


𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = = √ℎ𝐴 (80)
ℎ𝐴𝑏 (𝑇𝑏 −𝑇∞ ) 𝑐

Nesse caso, 𝐴𝑐 = 𝐴𝑏 ., a área da base da aleta.

 Para uma aleta isolada na ponta, a efetividade pode ser expressa pela
Equação (81).

√ℎ𝑃𝐾𝐴𝑐 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )tanh(𝑚𝐿) 𝑘𝑝


𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = = √ℎ𝐴 tanh(𝑚𝐿) (81)
ℎ𝐴𝑏 (𝑇𝑏 −𝑇∞ ) 𝑐
29

Sendo 𝐴𝑐 = 𝐴𝑏 .

 Para uma aleta com temperatura conhecida na ponta, a efetividade pode


ser expressa pela Equação (82).

cosh(𝑚𝐿)−𝜃
√ℎ𝑝𝑘𝐴𝑐 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )( 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝐿) 𝐿 ) 𝑝𝑘 cosh(𝑚𝐿)−𝜃𝐿
𝜀𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = = √ℎ𝐴 ( ) (82)
ℎ𝐴𝑏 (𝑇𝑏 −𝑇∞ ) 𝑐 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝐿)

Com base nas equações de efetividade apresentadas anteriormente,


percebe-se que a condutividade térmica (k) do material das aletas deve ser a
mais alta possível, razão pela qual as aletas são construídas de alumínio, cobre,
dentre outros metais. Além disso, as aletas apresentarão uma maior efetividade
a medida que o coeficiente de transferência de calor por convecção for menor,
justificando o fato de que o uso de aletas em meios gasosos é preferível que em
meios líquidos.
Para determinar a taxa de transferência de calor em uma superfície com
n aletas, faz-se necessário determinar a transferência de calor na superfície não
aletada e nas aletas. Sendo assim, a transferência de calor total em um sistema
aletado, é representada pela Equação (83).
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑞𝑎𝑙𝑒 + 𝑞𝑛ã𝑜 𝑎𝑙𝑒
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 ℎ𝐴𝑎𝑙𝑒 (𝑇𝑏 − 𝑇∞ ) + ℎ𝐴𝑛ã𝑜 𝑎𝑙𝑒 (𝑇𝑏 − 𝑇∞ )
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ℎ(𝐴𝑛ã𝑜 𝑎𝑙𝑒 + 𝐴𝑎𝑙𝑒 𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 )(𝑇𝑏 − 𝑇∞ ) (83)

Outra medida de desempenho das aletas é a efetividade global, que pode


ser definida como a razão entre a transferência de calor total a partir da superfície
aletada e a transferência de calor caso não houvesse aletas na superfície. Esse
parâmetro é representado pela Equação (84).
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙, 𝑎𝑙𝑒 ℎ(𝐴𝑛ã𝑜 𝑎𝑙𝑒 +𝐴𝑎𝑙𝑒 𝜂𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 )(𝑇𝑏 −𝑇∞ )
𝜀𝑎𝑙𝑒, 𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 = = (84)
𝑞𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙, 𝑠𝑒𝑚 𝑎𝑙𝑒 ℎ𝐴𝑠𝑒𝑚 𝑎𝑙𝑒 (𝑇𝑏 −𝑇∞ )

1.4 Importância das aletas na engenharia

As aletas objetivam aumentar a transferência de calor entre um sólido e


um fluido, a partir de trocas de calor por convecção e radiação. Sendo assim, o
conhecimento aprofundado dos fenômenos térmicos e da análise de custo das
30

aletas é de suma importância para a formação de um engenheiro químico, uma


vez que esse material está presente em diversas áreas da engenharia.
Quando dimensionadas de forma correta, as aletas permitem melhorar o
desempenho de uma série de equipamentos. Os dispositivos utilizados para
resfriar o cabeçote de motores de bicicleta e transformadores de potência
elétrica, além dos tubos aletados presentes em ar condicionado, são alguns
exemplos de aplicação (Incropera et al. 2008).
Em alguns processos industriais, é necessário o uso de trocadores de
calor aletados, a fim de aumentar a efetividade da unidade. Os trocadores de
calor de placas aletadas são empregados em serviços que exigem baixa
pressões e baixa temperatura, como plantas de liquefação de gás natural. Já os
trocadores de calor de tubo aletado são muito utilizados quando é necessário
um trocador que opere em elevadas pressões, muito empregado em reatores
nucleares, turbinas de gás, bombas de calor e uma série de aplicações.

2. Equipamentos e Metodologia
2.1 Equipamentos e materiais

Neste experimento foram utilizadas quatro barras distintas de 1,3 m de


comprimento cada, sendo:
 Barra A: Aço inox com diâmetro interno igual a 25 mm;
 Barra B: Aço inox com diâmetro interno igual a 13 mm;
 Barra C: Alumínio com diâmetro interno igual a 13 mm e
 Barra D: Cobre com diâmetro interno igual a 13 mm.

Outros equipamentos utilizados foram:


 Banho termostático contendo água (Fonte quente) com controlador de
temperatura;
 Indicadores de temperatura dispostos em um painel de controle de
temperaturas e
 Termopares colocados ao longo de cada barra para a medida de (T) em
posições específicas, dispostas na Tabela 1.
31

Tabela 1 – Posição dos termopares ao longo das barras, a partir da


parede da Fonte quente.
Posição do Termopar (mm)
Barras
Nº 1 Nº 2 Nº 3 Nº 4 Nº 5 Nº 6 Nº 7 Nº 8 Nº 9 Nº 10

A,B,C e D 50 100 150 250 350 450 600 750 900 1150

A Figura 7 mostra o arranjo experimental.

Figura 7 – Arranjo Experimental.

2.2 Procedimento experimental

Inicialmente regulou-se a temperatura do banho termostático para a


temperatura de 51ºC e esperou-se atingir o regime permanente de transferência
de calor ao longo de todas as barras, o que levou em torno de 1 hora. Então,
registrou-se as temperaturas em cada posição de cada barra e a temperatura
média do ambiente. Em seguida foi feito o mesmo procedimento, após ajustar a
temperatura do banho termostático para 71ºC.

3. Resultados e Discussão
3.1. Determinação dos perfis de temperatura
32

A determinação das temperaturas se deu a partir de termopares dispostos


em distâncias fixas ao longo do comprimento das aletas, efetuando a leitura das
mesmas através de um painel eletrônico. Os dados referentes às características
das barras metálicas utilizadas durante o experimento estão contidos na Tabela
2 e 3. Todas as barras possuem um comprimento total de 1,3m.

Tabela 2 – Características dos materiais das barras metálicas utilizadas


Condutividade térmica do material (W.m-1.K-1)
Temperatura (ºC)
Aço inox Alumínio Cobre
51,1 16,51 229 383,28
71 16,83 229 381,54
Fonte: Welty, 2017

Tabela 3 – Características das barras metálicas utilizadas


Nomenclatura Diâmetro Perímetro Área da sessão Área da
das barras (mm) (m) transversal (m²) superfície (m²)
Barra A 25 0,0785 4,9087x10-4 0,0903
Barra B 13 0,0408 1,3273x10-4 0,0469
Barra C 13 0,0408 1,3273x10-4 0,0469
Barra D 13 0,0408 1,3273x10-4 0,0469

As bases das aletas estavam imersas em um banho termostático a uma


temperatura (𝑇𝑏 ) superior à ambiente (𝑇∞ ), em cada caso, sendo registrado os
valores de 51,1ºC e 71ºC para 𝑇𝑏 e 26,5ºC e 26,1ºC para 𝑇∞ , respectivamente.
Na Tabela 4 e 5 constam os dados obtidos para as duas temperaturas
estudadas.

Tabela 4 – Registro de temperaturas ao longo das barras (𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ =


26,5º𝐶).
Posição
Temperatura Temperatura Temperatura Temperatura
do
da barra A da barra B da barra C da barra D
termopar
(ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
(m)
33

0,05 38 37 41 42
0,1 33 32 40 39
0,15 30 29 37 38
0,25 27 27 33 34
0,35 26 26 31 32
0,45 26 27 30 32
0,6 25 26 28 30
0,74 25 26 27 28
0,9 25 26 27 28
1,15 25 26 27 27

Tabela 5 – Registro de temperaturas ao longo das barras (𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ =


26,1º𝐶).
Posição
Temperatura Temperatura Temperatura Temperatura
do
da barra A da barra B da barra C da barra D
termopar
(ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
(m)
0,05 47 44 51 54
0,1 38 36 49 49
0,15 34 31 44 47
0,25 29 28 37 40
0,35 28 27 33 36
0,45 27 27 33 36
0,6 26 27 29 32
0,74 26 26 28 29
0,9 26 27 28 29
1,15 26 26 27 28

Sabendo que o painel eletrônico não permitia a leitura de casas decimais,


a incerteza do aparelho variava de ± 1ºC, sendo explicado o registro de valores
diferentes do esperado como os apresentados pela barra B na posição de 0,35m
e 0,74m, contidos na Tabela 4 e 5, respectivamente.
34

As Figuras 8 e 9 contêm os gráficos que demonstram a variação de


temperatura ao longo de cada barra nas condições de temperatura descritas
anteriormente.

45

40
Temperatura (Cº)

35

30

25

20
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Comprimento da barra (m)

Barra A Barra B Barra C Barra D

Figura 8 – Distribuição de temperatura ao longo das barras na condição de


𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ = 26,5º𝐶.

60
55
50
Temperatura (Cº)

45
40
35
30
25
20
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Comprimento da barra (m)

Barra A Barra B Barra C Barra D

Figura 9 – Distribuição de temperatura ao longo das barras na condição de


𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ = 26,1º𝐶.

Os perfis de temperatura obtidos possuem um comportamento


exponencial previsto para situação de aleta infinita demonstrada pela Equação
(38). Isto condiz com os dados do experimento que registraram temperaturas
próximas ou iguais à temperatura ambiente (𝑇∞ ) em determinado comprimento.
35

Da mesma forma, percebe-se o comportamento natural de decaimento de


temperatura quando uma ponta da aleta está submetida à uma fonte quente com
temperatura superior ao do ambiente. Logo, é observado que os termopares
próximos à base possuem uma temperatura próxima à do banho termostático e
que as temperaturas vão decaindo ao longo da barra conforme esta troca calor
com o meio, tendendo a aproximar a sua temperatura ao do ambiente a que está
exposta.
Comparando o perfil de temperatura das aletas utilizadas no experimento,
verifica-se que a barra D, de cobre, apresentou os maiores valores de
temperatura, o que era previsto já que os valores de condutividade térmica deste
material são significativamente superiores aos demais, apresentado na Tabela
2. Dessa forma, a barra de alumínio e aço inox também seguiram o
comportamento esperado pela análise das suas condutividades térmicas, tendo
os termopares localizados nas barras de aço inox registrado os menores valores
de temperatura.
A análise do comportamento das barras A e B, cujo material e condições
de operação foram idênticos, demonstram a relevância do diâmetro na
distribuição de temperatura nos mesmos. Logo, a barra A, com diâmetro e área
transversal à condução de calor maior, apresentou maiores valores de
temperatura que a barra B, com diâmetro inferior.

3.2 Determinação dos coeficientes de transferência de calor por convecção

Para a determinação do coeficiente de convecção (h) as aletas serão


definidas como aletas infinitas conforme justificado no tópico anterior. Dessa
forma, será adotado o adimensional de temperatura (θ, teta) para adequar os
dados obtidos à Equação (38) e utilizado para traçar os gráficos “θ vs
Comprimento da barra” para as situações estudadas. Os valores de teta
calculados são demonstrados nas Tabelas 6 e 7.
36

Tabela 6 – Valores de teta na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ = 26,5º𝐶.


Posição do
termopar θA θB θC θD
(m)
0,05 0,46748 0,42683 0,58943 0,63008
0,1 0,26423 0,22358 0,54878 0,50813
0,15 0,14228 0,10163 0,42683 0,46748
0,25 0,02033 0,02033 0,26423 0,30488
0,35 -0,02033 -0,02033 0,18293 0,22358
0,45 -0,02033 0,02033 0,14228 0,22358
0,6 -0,06098 -0,02033 0,06098 0,14228
0,74 -0,06098 -0,02033 0,02033 0,06098
0,9 -0,06098 -0,02033 0,02033 0,06098
1,15 -0,06098 -0,02033 0,02033 0,02033

Tabela 7 – Valores de teta na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ = 26,1º𝐶.


Posição
do
θA θB θC θD
termopar
(m)
0,05 0,46548 0,39866 0,55457 0,62138
0,1 0,26503 0,22049 0,51002 0,51002
0,15 0,17595 0,10913 0,39866 0,46548
0,25 0,06459 0,04232 0,24276 0,30958
0,35 0,04232 0,02004 0,15367 0,22049
0,45 0,02004 0,02004 0,15367 0,22049
0,6 -0,00223 0,02004 0,06459 0,13140
0,74 -0,00223 -0,00223 0,04232 0,06459
0,9 -0,00223 0,02004 0,04232 0,06459
1,15 -0,00223 -0,00223 0,02004 0,04232

Para que o ajuste exponencial possa ser realizado, os valores de teta


negativos serão desconsiderados.
37

3.2.1 Barra A

A partir dos dados das Tabelas 6 e 7 foram gerados os gráficos referentes


à barra A ilustrados pelas Figuras 10 e 11 com ajuste exponencial para as
condições do experimento.

0,6

0,5

0,4

0,3
θ

0,2

0,1

0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3
Comprimento da barra (m)

Barra A Exponencial (Barra A)

Figura 10 – Ajuste exponencial para barra A na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ =


26,5º𝐶.

0,50000
0,45000
0,40000
0,35000
0,30000
0,25000
θ

0,20000
0,15000
0,10000
0,05000
0,00000
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Comprimento da barra (m)

Barra A Exponencial (Barra A)

Figura 11 – Ajuste exponencial para barra A na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ =


26,1º𝐶.
38

O ajuste exponencial para os dados da barra A mostrou-se satisfatório


visto o coeficiente de determinação (R²) encontrar-se próximo à 1.
Os coeficientes de convecção calculados encontram-se na Tabela 8.

Tabela 8 – Coeficientes de convecção da barra A.


Equação R² m² (m-2) h (W·m-2·K-1)
𝑇𝑏 = 51,1º𝐶
exp(-14,74x) 0,9761 217,27 22,42
𝑇∞ = 26,5º𝐶
𝑇𝑏 = 71º𝐶
0,581.exp(-7,692x) 0,9835 59,17 6,22
𝑇∞ = 26,1º𝐶

3.2.2 Barra B

A partir dos dados das Tabelas 6 e 7 foram gerados os gráficos referentes


à barra B ilustrados pelas Figuras 12 e 13 com ajuste exponencial para as
condições do experimento.

0,50000
0,45000
0,40000
0,35000
0,30000
0,25000
θ

0,20000
0,15000
0,10000
0,05000
0,00000
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3
Comprimento da barra (m)

Barra B Exponencial (Barra B)

Figura 12 – Ajuste exponencial para barra B na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ =


26,5º𝐶.
39

0,45000
0,40000
0,35000
0,30000
θ 0,25000
0,20000
0,15000
0,10000
0,05000
0,00000
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Comprimento da barra (m)

Barra B Exponencial (Barra B)

Figura 13 – Ajuste exponencial para barra B na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ =


26,1º𝐶.

O ajuste exponencial para os dados da barra B mostrou-se satisfatório


para a primeira situação (𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e 𝑇∞ = 26,5º𝐶.) visto o coeficiente de
determinação (R²) encontrar-se próximo à 1. Para as condições de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e
𝑇∞ = 26,1º𝐶 o ajuste exponencial não obteve um resultado tão elevado quando
comparado à situação anterior, porém atribui-se esse resultado à incerteza
associada ao aparelho.
Os coeficientes de convecção calculados encontram-se na Tabela 9.

Tabela 9 – Coeficientes de convecção da barra B.


Equação R² m² (m-2) h (W·m-2·K-1)
𝑇𝑏 = 51,1º𝐶
exp(-15,48x) 0,9980 239,63 12,86
𝑇∞ = 26,5º𝐶
𝑇𝑏 = 71º𝐶
0,2957.exp(-5,645x) 0,8145 31,87 1,74
𝑇∞ = 26,1º𝐶

3.2.3. Barra C

. A partir dos dados das Tabelas 6 e 7 foram gerados os gráficos


referentes à barra C ilustrados pelas Figuras 14 e 15 com ajuste exponencial
para as condições do experimento.
40

0,70000

0,60000

0,50000

0,40000
θ

0,30000

0,20000

0,10000

0,00000
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Comprimento da barra (m)

Barra C Exponencial (Barra C)

Figura 14 – Ajuste exponencial para barra C na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e


𝑇∞ = 26,5º𝐶.

0,90000

0,80000

0,70000

0,60000

0,50000
θ

0,40000

0,30000

0,20000

0,10000

0,00000
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Comprimento da barra (m)

Barra C Exponencial (Barra C)

Figura 15 – Ajuste exponencial para barra C na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ =


26,1º𝐶.

O ajuste exponencial para os dados da barra C mostrou-se satisfatório


visto o coeficiente de determinação (R²) encontrar-se próximo à 1 para a primeira
situação mostrada na Figura 14.
Os coeficientes de convecção calculados encontram-se na Tabela 10.
41

Tabela 10 – Coeficientes de convecção da barra C.


Equação R² m² (m-2) h (W·m-2·K-1)
𝑇𝑏 = 51,1º𝐶
0,6516.exp(-3,621x) 0,9269 13,11 9,76
𝑇∞ = 26,5º𝐶
𝑇𝑏 = 71º𝐶
0,5728.exp(-3,111x) 0,9664 9,68 7,20
𝑇∞ = 26,1º𝐶

3.2.4 Barra D

A partir dos dados das Tabelas 6 e 7 foram gerados os gráficos referentes


à barra D ilustrados pelas Figuras 16 e 17 com ajuste exponencial para as
condições do experimento.

0,70000

0,60000

0,50000

0,40000
θ

0,30000

0,20000

0,10000

0,00000
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4
Comprimento da barra (m)

Barra D Exponencial (Barra D)

Figura 16 – Ajuste exponencial para barra D na condição de 𝑇𝑏 = 51,1º𝐶 e


𝑇∞ = 26,5º𝐶.
42

0,70000

0,60000

0,50000

0,40000
θ

0,30000

0,20000

0,10000

0,00000
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Comprimento da barra (m)

Barra D Exponencial (Barra D)

Figura 17 – Ajuste exponencial para barra C na condição de 𝑇𝑏 = 71º𝐶 e 𝑇∞ =


26,1º𝐶.

O ajuste exponencial para os dados da barra D mostrou-se satisfatório


visto o coeficiente de determinação (R²) encontrar-se próximo à 1.
Os coeficientes de convecção calculados encontram-se na Tabela 11.

Tabela 11 – Coeficientes de convecção da barra D.


Equação R² m² (m-2) h (W·m-2·K-1)
𝑇𝑏 = 51,1º𝐶
0,7143.exp(-2,987x) 0,9799 8,92 11,11
𝑇∞ = 26,5º𝐶
𝑇𝑏 = 71º𝐶
0,6257.exp(-2,551x) 0,9672 6,51 8,07
𝑇∞ = 26,1º𝐶

3.3 Taxa de Transferência de Calor

A quantificação das taxas de troca térmica observadas na prática para


cada aleta foi feita através da Equação (48) e dos respectivos coeficientes
convectivo. Além disso, avaliou-se os valores máximos de taxa de transferência
de calor que cada aleta produziria se por toda sua extensão estivesse com a
43

temperatura uniforma e igual à da base, 𝑇𝑏 . Os valores determinados da taxa


encontram-se na Tabela 12.

Exemplo para o primeiro valor tabelado:


● Taxa real de troca térmica:
𝑞 = √ℎ𝑃𝑘𝐴(𝑇𝑏 − 𝑇∞ )
𝑞 = √22,42 ∗ π D ∗ 16,51 ∗ 0,000491(51,1 − 26,5)
𝑞 = 2,938707 𝑊

● Taxa máxima de troca térmica:


𝑞 = ℎ𝐴𝑠 (𝑇𝑏 − 𝑇∞ )
𝑞 = 22,42 ∗ (π ∗ D ∗ L + 0,000491) ∗ (51,1 − 26,5)
𝑞 = 56,58312 𝑊

Tabela 12 – Taxas de transferência de calor reais e máximas para cada


aleta observadas em ambas condições operacionais.
𝑇𝑏 = 51,1 °𝐶 e 𝑇∞ = 26,5 °𝐶 𝑇𝑏 = 70,0 °𝐶 e 𝑇∞ = 26,5 °𝐶
Barra
𝒒 (𝑾) 𝒒𝒎𝒂𝒙 (𝑾) 𝒒 (𝑾) 𝒒𝒎𝒂𝒙 (𝑾)
A 2,938707 56,58312 2,85242 28,65187
B 0,834572 16,83825 0,565715 4,158307
C 2,707776 12,77927 4,244878 17,20679
D 3,737534 14,54689 5,800802 19,28594

Comparando-se as barras A e B, de mesmo material, nota-se que a taxa


de transferência de calor para a barra A foi superior, isso por conta de seu maior
diâmetro. De acordo com as equações que quantificam a taxa de transferência,
a taxa é diretamente proporcional ao diâmetro da aleta cilíndrica.
As barras B, C e D possuem diâmetro iguais, mas são feitos de materiais
diferentes. Essa diferença produziu taxas de troca térmica também distintas
devido ao coeficiente de condutividade térmica que é característica específica
de cada material. De forma decrescente apresentam as maiores condutividades
térmicas o cobre, o alumínio e o aço inox. Sendo a condutividade térmica
44

proporcional à taxa de transferência de calor, quanto maior o valor de, 𝑘, maior


será a troca térmica.
De todas as barras avaliadas na prática experimental descrita aqui, a
barra D apresentou maior taxa de troca térmica, enquanto que a barra B
apresentou menor taxa de troca térmica. Isso é esperado devido ao cobre,
material constituinte da barra D possuir a maior condutividade térmica e a barra
B ser feita do material de baixa condutividade térmica e possuir o menor diâmetro
avaliado.

3.4 Desempenho de Aletas

Aleta é um tipo de superfície estendida, tendo como principal papel o de


intensificar a troca térmica com o meio. Entretanto, a aleta em si representa mais
uma resistência condutiva. Dessa forma, deve-se avaliar o parâmetro chamado
de efetividade da aleta para determinar se será favorável o seu uso na superfície
original, no sentido de aumentar a troca térmica de uma forma significativa.
Através da Equação 78, a efetividade de cada aleta em cada condição
operacional foi avaliada. Os resultados estão dispostos na Tabela 13. Todas as
aletas mostram-se serem vantajosas para o aumento da taxa de transferência
de calor, pois de acordo com Incropera et al (2005), o uso de aletas é justificado
para 𝛆𝒂 ≥ 2. Como esperado, a efetividade da aleta de cobre foi alta devido a
sua maior condutividade térmica e, quando comparada as duas condições
operacionais para esta mesma aleta, sua efetividade foi ligeiramente maior para
o banho térmico a 71°C devido ao maior gradiente de temperatura oferecido.
𝑞
𝛆𝒂 =
ℎ𝐴(𝑇𝑏 − 𝑇∞ )
2,938707
𝛆𝒂 =
22,42 ∗ 0,000491 ∗ (51,1 − 26,5)
𝛆𝒂 = 10,85465

Tabela 13 – Valores de efetividade e eficiência para cada aleta


observados em ambas condições operacionais.
Barra 𝑇𝑏 = 51,1 °𝐶 e 𝑇∞ = 26,5 °𝐶 𝑇𝑏 = 70,0 °𝐶 e 𝑇∞ = 26,5 °𝐶
45

𝛆𝒂 𝛈𝒂 𝛆𝒂 𝛈𝒂
A 10,85465 0,051936 20,80687 0,099554
B 19,87519 0,049564 54,55389 0,136045
C 84,96717 0,211888 98,92585 0,246698
D 103,0290 0,256930 120,61230 0,300779

Outro parâmetro de relevância em aplicações com aletas é a eficiência de


troca térmica desta superfície. Através da Equação 65 determinou-se as
eficiências respectivas para cada aleta em cada situação operacional. Os dados
estão dispostos, também, na Tabela 13.
A eficiência aumentou com a taxa devido à condutividade térmica. É
possível, também, observar a proximidade de valores de eficiência entre as
barras de aço inox mesmo possuindo diâmetros diferentes. Isso indica que há
uma maior dependência da eficiência em relação a propriedades como
condutividade térmica e coeficiente convectivo do que com o diâmetro da aleta
cilíndrica. A aleta de maior eficiência foi a de cobre, apresentando maior
eficiência quando submetida a um maior gradiente de temperatura.
𝑞
𝛈𝒂 =
𝑞𝑚𝑎𝑥
2,938707
𝛈𝒂 =
56,58312
𝛈𝒂 = 0,051936

3.5 Validação das Hipóteses

3.5.1 Transferência de Calor Unidimensional

Foi adotada como hipótese simplificadora a de máximo gradiente, na qual


a única direção onde é possível haver diferentes temperaturas é a direção axial
da aleta. De acordo com Çengel & Cimbala (2012), estudos têm demonstrado
que o erro envolvido na análise unidimensional da aleta é desprezível em cerca
de menos de 1% quando o adimensional número de Biot é menor que 0,2.
46

A Tabela 14 traz os valores do número de Biot, Equação (62), para cada


uma das aletas em cada situação operacional. De acordo com o intervalo
fornecido por Çengel & Cimbala (2012), a hipótese pode ser considerada válida.
ℎ𝐷
𝐵𝑖 =
𝑘
22,42 ∗ 0,025
𝐵𝑖 =
16,51
𝐵𝑖 = 0,033949

Tabela 14 – Número de Biot avaliado para cada aleta em ambas


condições operacionais.
Número de Biot (Bi)
Barra
𝑇𝑏 = 51,1°𝐶 e 𝑇∞ = 26,5 °𝐶 𝑇𝑏 = 51,1°𝐶 e 𝑇∞ = 26,5 °𝐶
A 0,033949 0,009239
B 0,010126 0,001344
C 0,000554 0,000409
D 0,000377 0,000275

3.5.2 Aleta de Comprimento Infinito

A aleta é um incremento de superfície que aumenta a troca térmica.


Porém, apesar da taxa aumentar com a área de troca, o fato da temperatura
diminuir exponencialmente ao longo da aleta até atingir a temperatura ambiente
é um ponto negativo no dimensionamento da superfície estendida.
O comprimento da aleta deve, então, ser ponderado com a diminuição da
temperatura ao longo de sua extensão para avaliar se houve sub ou
superdicionamento ou se foi ideal. A determinação da validade da hipótese de
aleta infinita é feita através da relação apresentada pela Equação (85).
𝑚
𝐿𝑎 = (85)
5

Assumindo o comprimento usado de 1,3 m, vê-se que o coeficiente m do


ajuste deveria apresentar um valor de 6,5 m. Os dados contidos na Tabela 15
comparam o comprimento adequado para cada aleta para que ela seja
considerada uma aleta infinita.
47

A aleta feita de cobre foi a que apresentou o valor próximo do esperado


para uma hipótese adequada. Os demais que apresentaram coeficientes de
correlação próximos da unidade podem ser tomados como aproximações
satisfatórias. Não sendo o caso da aleta B, de aço inoxidável, de acordo com R²
= 0,8145. Esse desvio é devido à aleta B apresentar baixa condutividade térmica
e pequena área de troca, parâmetros estes que influenciam no coeficiente m e,
portanto, no ajuste.

Tabela 15 – Valores de comprimento de aleta infinita em cada condição


operacional seguido de seus respectivos coeficientes de correlação.
𝑻𝒃 = 𝟓𝟏, 𝟏°𝑪 e 𝑻∞ = 𝟐𝟔, 𝟓 °𝑪 𝑻𝒃 = 𝟕𝟎, 𝟎 °𝑪 e 𝑻∞ = 𝟐𝟔, 𝟓 °𝑪
Barra
𝑚 𝐿𝑎 𝑅² 𝑚 𝐿𝑎 𝑅²
A 217,27 43,454 0,9761 59,17 11,834 0,9835
B 239,63 47,926 0,9980 31,87 6,374 0,8145
C 13,11 2,622 0,9269 9,68 1,936 0,9664
D 8,92 1,784 0,9799 6,51 1,302 0,9672

4. Conclusão

Diante dos resultados apresentados pode-se concluir que os objetivos


foram alcançados. Analisando os perfis de temperatura obtidos para cada barra
foi possível caracterizar as aletas como infinitas, sendo esta hipótese confirmada
pela determinação do parâmetro m.
O coeficiente médio (h) de convecção natural das barras A, B, C e D foram
obtidos através do ajuste exponencial realizado nos dados experimentais, sendo
eles respectivamente iguais a: 14,32 W.m-2.K-1, 7,3 W.m-2.K-1, 8,48 W.m-2.K-1 e
9,59 W.m-2.K-1. Os valores obtidos estão de acordo com a literatura que sugerem
que eles estejam entre 5 e 25 W.m-2.K-1.
As barras A e B são constituídas do mesmo material, só que a primeira
possui maior diâmetro, portanto, é possível constatar que o h e taxa de
transferência de calor (q) são diretamente proporcionais ao diâmetro. A barra D
foi a que apresentou os melhores resultados. Além de ter os maiores valores de
temperatura, a aleta de cobre teve os maiores valores de q, ε e η,
48

respectivamente iguais a, 4,769 W, 111,821 e 0,279. Sendo os valores citados


médios, visto que os cálculos realizados neste experimento foram para duas
situações de regime permanente. Tais resultados eram esperados, afinal o cobre
é o material com maior condutividade entre os três materiais utilizados.

6. Referências

Çengel, Y. A.; Ghajar, A. J. Transferência de calor e massa – Uma


abordagem prática. AMGH editora Ltda, 2012, 4a ed., 903p.
Equipamentos de troca térmica – Capítulo 2. Disponível em:
<https://essel.com.br/cursos/material/03/CAP2.pdf>.
Incropera, F. P,; Dewit, D. P. Fundamentos de transferência de calor e
Massa. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 2008,
6a ed.,638p.

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