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Uma terceira corrente que depois resultou na Ordem Terceira foi
a das “Confrarias de Nossa Senhora do Carmo” que usavam
como insígnia o Escapulário. Para gozar do “privilégio
sabatino” depois de 1580, muitos inscritos em tais confrarias
adotaram em grande parte as obrigações dos confrades terceiros,
tornando assim impercetível a distinção entre os membros das
duas associações (a do Escapulário e a da Capa Branca) e não
faltaram as lutas entre as duas. Paulo V, em 1606, reservou o
“privilégio dos confrades” aos adstritos ao Escapulário, e os de
Capa Branca deveriam ou aceitar a vida da Ordem Terceira ou
escolher a da Confraria.
O esclarecimento definitivo deu-se em 1637, quando o Geral da
Ordem de então, Teodoro Stracci, agregou à Ordem Terceira os
confrades e consócias que emitiam os votos de obediência e
castidade segundo o próprio estado e reservou aos outros a
Confraria do Escapulário. Por isso a Ordem Terceira foi
praticamente reservada unicamente às senhoras célebres com
voto; mas devido a gravidade das obrigações, o seu número foi
se tornando cada vez mais reduzido.
Na primeira metade do século XVIII em Florença, Roma e
Bolonha, tratou-se de mudar a situação, abolindo-se pelo menos
o hábito religioso e substituindo-o pelo escapulário pequeno;
mas não se obteve o resultado desejado.
Foi com uma maior “secularização” (no bom sentido) resultante
de novas edições da Regra e dos Estatutos da Ordem Terceira
(1849, 1869, 1896, 1915) que se conseguiu dar a Ordem
Terceira masculina e feminina um desenvolvimento numérico
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vistoso e nos Registos dos Superiores Gerais da Ordem no
último quartel do século XIX, começaram a aparecer as
“Ereções canónicas da Ordem Terceira”.
Na edição da Regra de 1924, foram abolidos os votos de
obediência e castidade, reintroduzidos facultativamente em
1948. E é desta mesma forma que está adotada na Regra atual,
que acentua claramente o caráter “laical” da Ordem Terceira1.
1
Cf. Claudio CATENA, «Carmelitani», in Dizionario degli Istituti di
Perfeizione, vol. 2, pp. 515-521.