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Puxa... Que sufoco! Agora eu entendo porque que falam em “cidade grande”,
em “selva de pedra”... Eu tentei fazer tudo certo: acordei cedinho, na hora que o pai
e a mãe estavam saindo para trabalhar – eles me disseram para eu ficar tranqüilo,
que pontualmente às 07h30min, a Kombi escolar passaria para me pegar e me
deixaria dentro da escola: eu tinha tempo parara, antes disso, me arrumar com
calma e tomar café descansado.
Aí, eu estava saindo do banho quando o telefone tocou. Que surpresa! Eram
os meus amigos de Santa Maria que estavam ligando para desejar “boa sorte” no
meu primeiro dia de aula na capital. Eu suspeitei que iria me atrasar um pouquinho,
mas estava tão bom “matar a saudade”, que eu não tinha coragem de desligar o
telefone... tudo bem, eu não precisava tomar café, depois poderia comprar um
lanche na hora do recreio. Antes mesmo do horário combinado, eu já estava na
frente do prédio aguardando a Kombi, só que já eram 07h45mib, e nem sinal dela!!!
Comecei a ficar angustiado. Será que este povo da capital não tem relógio?
Resolvi que não ia ficar ali, plantado! Eu mais ou menos lembrava de qual ônibus eu
deveria pegar para chegar na escola, e então, fui para a parada. Só que antes de
conseguir chegar na parada de ônibus, um pivete me atacou e levou minha carteira
que estava no bolso! Fiquei sem dinheiro, sem nada... Bem, pelo menos, ele não
levou a minha mochila! Só rasgou a minha blusa, e me sujei todo, porque rolei no
chão, né?
Consegui pegar o ônibus, e o cobrador foi bem legal: ele até deixou eu passar
por baixo da roleta. Quando cheguei na frente da escola, desci do ônibus correndo,
quase fui atropelado! E pra completar, o tal do porteiro inventa de complicar a minha
vida... parecia um “gorila”: queria que eu apresentasse a Carteira Estudantil, mas eu
não tinha nada no bolso, quanto mais a tal da carteira! Eu já estava atrasado, e ele
ainda me amarrando! Por fim, o “gorila” me levou ate a Secretaria para eu ver em
que sala teria aula. Eu estava tentando me acalmar, me aquietar e tomar coragem
para “encarar” a turma e a professora, só que a moça da secretaria não ficava
quieta, me fazendo um monte de perguntas bobinhas, me tratando como se eu fosse
um “juquinha do interior”.
Então, fui para a aula de português – ih!!! Isto não é bem meu “forte”. Tentei
me inteirar, para ver se era o mesmo “esquema” do meu colégio anterior, mas a
professora parecia não gostar muito das minhas perguntas... pra dizer a verdade, ela
tinha uma cara muito séria mesmo! Eu puxei assunto com alguns colegas, por que
queria saber onde era o banheiro, que horas era o recreio, e principalmente, onde eu
poderia comer alguma coisa, porque depois de dois períodos daquela aula, eu já
estava desmaiando de fome. Até que enfim, chegou a tão esperada hora do recreio,
ou melhor, do intervalo, por que aqui na capital, “recreio” é coisa de Jardim de
Infância! Pude ir ao banheiro, consegui negociar com a tia do bar para pagar a
merenda no dia seguinte, “matei” a fome, e ainda de tempo para conhecer um pouco
dos colegas – inclusive, contei a minha “jornada do dia” para eles: contando, foi bem
divertido!
A aula que tive logo após o intervalo, estava fascinante! Era sobre ecologia,
buraco na camada de ozônio, estas coisas bem atuais, que a gente vê na TV, no
jornal... inclusive, eu tinha eu tinha visto algo sobre o assunto na NET. Ah, o
professor era meio carrancudo, mas sabia explicar muito bem. E no final das contas,
fechei meu dia com chave de ouro! A última aula foi de Matemática, e a professora
trouxe uns exercícios muito legais, que eu já conhecia, até! Foi bom porque eu pude
ajudar o pessoal, e fazer uma “média” com o grupo e com a professora. Eu estava
tão feliz que tudo terminou bem, que até ajudei a professora a levar o material para a
Sala dos Professores. Acho que me saí bem, no meu primeiro dia de aula na capital!
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