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Nome: Yasmin Ramos Brandão

Dosimetria OSL

1. O que é a emissão de luz opticamente estimulada?

A emissão de luz opticamente estimulada nada mais é que a capacidade que alguns
materiais tem de emitirem luz, após serem expostos a radiação ionizante. Este fenômeno
é denominado Emissão Opticamente Estimulada (OSL)

2. Utilizando o modelo de bandas de energia nos cristais, explique como se dá a


emissão de luz opticamente estimulada (OSL).

A emissão opticamente estimulada (OSL) é bem semelhante ao (TL). Durante a


exposição da radiação ionizante no cristal, ocorre ionizações e excitações no material,
fazendo com que os elétrons se desloquem para banda de condução, deixando buracos na
banda de valência. Esses elétrons e buracos podem se mover em suas bandas de energia,
ou seja, os elétrons se dirigem para banda de condução, podendo se deslocar por esses
níveis de energia, e os buracos se desloca na banda de valência, até que se recombinem
ou sejam capturados pelas armadilhas de elétrons.
Tanto elétrons quanto buracos podem ser capturados em defeitos da rede
cristalina, onde os níveis de energia estão localizados na banda proibida, denominados
armadilhas. Durante a leitura, quando o cristal é iluminado tanto por estimulação por calor
(TL) ou luz (OSL), ocorre a liberação desses portadores de cargas que estão aprisionados.
Uma vez que o elétron aprisionado é liberado, ele pode se recombinar com o buraco
aprisionado, criando um defeito no estado excitado, que pode relaxar pela emissão de
fótons.

3. Qual a diferença entre os dosímetros OSL e RPL?

Radiophotoluminescencia (RPL) a diferença está no processo físico que acontece.


Quando irradia com radiação ionizante cria defeitos no vidro fosfatado e emitem luz. Os
dois utilizam luz como estimulação externa para leitura do dosímetro. No entanto, existe
uma diferença bem acentuada de um dosímetro para o outro, apesar do (RPL) usar o
estímulo de luz para produzir o sinal, isso ocorre de maneire bastante diferente da OSL,
pois os centros de luminescência não desaparecem depois de serem lidos, como acontece
no OSL. Outra questão importante é que o OSL precisam ser permanentemente
protegidos da estimulação luminosa, o que dificulta a produção de materiais para usos
diversos e limita bastante suas aplicações, diferentemente do RPL que poderiam ser
aplicados em sistemas dosimétricos diversos, mesmo que esses sejam expostos à luz.
Importante ressaltar que o RPL não pode ser reutilizado, entretanto, é excelente
para dosimetria pessoal, devido ao vidro GD-352M e ao leitor FGD-1000, porém com um
alto custo o que dificulta a sua utilização, devido a isto é pouco utilizado. Já o OSL é
possível ser reutilizado, medido em tempo real, alcança locais de difícil acesso, possui
baixa sensibilidade e o vidro de barato (Z tecido mole) limita sua aplicabilidade, possui
uma faixa de dose para aplicação ampla, reprodutibilidade, pouca dependência
energética, pequeno desvanecimento, limite de detecção inferior baixo.

4. Explique como, diferentemente dos dosímetros TL, é possível obter várias


leituras de um dosímetro OSL após este ser exposto uma única vez à radiação
ionizante.

Após expor o dosímetro OLS a uma única radiação, é possível encontrar várias
leituras, devido a curva OSL não ser uma única exponencial, visto que, existem vários
centros de captura.

De modo que as armadilhas poderão ser classificadas em três tipos:

• armadilhas de profundidade rasa, que possuem certa instabilidade à


temperatura ambiente,
• armadilhas de profundidade média, que podem ser liberadas caso haja uma
exposição à luz no espectro visível
• armadilhas profundas, que, uma vez preenchidas, são muito difíceis, se não
impossíveis, de serem esvaziadas.

Devido a estes diferentes tipos de armadilha e o modo como ocorre a interação e


o comportamento delas, isso afetará diretamente o desvanecimento a reutilização e a
leitura dos OSLDs.
5. Qual o dosímetro OSL comercialmente disponível mais utilizado?

Atualmente o dosímetro OSL comercialmente mais utilizada para dosimetria das


radiações ionizantes é o de Oxido de Alumínio dopado com Carbono (Al2O3:C)
juntamente com seu leitor InLight microStar que são trazidos pela Landauer.

6. É possível se obter medidas de dose durante o tratamento do paciente


utilizando dosímetros OSL? Explique como.

De fato, é possível. Ao colocar o dosímetro na superfície antes de ser irradiado e


devido ao seu pequeno tamanho, o dosímetro OSL não irá afetar a qualidade desse
tratamento ou procedimento de diagnostico. Portanto, é utilizado um sistema que consiste
em um leitor acoplado a um computador para realizar essa medida no próprio serviço de
radioterapia, esse sistema pode ser utilizado em hospitais.

7 Chega-se ao valor da grandeza dosimétrica de interesse (D) multiplicando a


resposta do dosímetro OSL (ROSL) pelo seu fator de calibração obtido para
uma dada energia de referência (FcE) e por um produtório de fatores de
correção, quando necessários (fórmula abaixo).
𝒏

𝑫 = 𝑹𝑶𝑺𝑳 . 𝑭𝒄𝑬 . ' 𝒇𝒊


𝟏

Cite pelo menos três desses fatores de correção, explicando quando estes
deverão ser utilizados:

kF - Correção de desvanecimento: Ela irá corrigir a perda de sinal em


decorrência do tempo após a irradiação até a leitura do dosímetro OLSD.
kL- Correção de linearidade: Buscamos o dosímetro que possua linearidade do
sinal com a dose. Entretanto, se esse critério não for contemplado pode-se obter uma
curva para corrigir a linearidade na faixa de dose a ser testada.

kQ- Correção em razão da dependência energética: Pode-se testar a


dependência energética em diversas faixas de energias ao irradiarmos o OSLD. No
entanto, caso o valor obtido seja distinto, podemos concluir que existe uma dependência
energética e, portanto, utiliza-se o fator de correção para obter a dose correta.

8 Como posso zerar a resposta residual de um dosímetro OSL. Cite dois


possíveis procedimentos.

Ao aquecer o cristal, o sinal residual de um dosímetro termoluminescente poderá


ser apagado. No entanto, para os dosímetros OSLDs, o sinal poderá ser apagado ao expor
os detectores à luz, em outros termos, o denominado “bleaching” óptico, que nada mais
é que o procedimento padrão para OSLDs, no qual eles podem estar encapsulados em
plástico ou não.
O “bleaching” óptico é possível ser feito com uma ampla gama de fontes de luz.
Entretanto, uma ressalva para a luz com comprimentos de onda mais longos, isso porque
ela pode não ser eficaz para apagar o sinal OSL, devido a sua energia não ser o suficiente
para liberar o sinal armadilhado, entretanto, a luz com comprimentos de onda mais curtos
é capaz de ter energia suficiente para induzir outros efeitos como a fotoionização de
defeitos ou até mesmo a fototransferência de cargas de armadilhas profundas para as
principais armadilhas dosimétricas responsáveis pelo sinal OSL, nesses dois casos é
induzido um sinal OSL ao invés de apagá-lo.
Essas armadilhas profundas atuam como adversários no processo OSL, onde seu
estado de ocupação poderá afetar a eficiência desses portadores de carga e na
recombinação deles, contribuindo para que a sensibilidade desse detector mude com o
histórico de doses.
A condição de pré- irradiação não é devolvida completamente aos OSLDs pelo
“bleaching” óptico, devido a isto, a dose acumulada nos OSLDs irá afetar a sensibilidade
e a supralinearidade desses detectores.
É possível reutilizar os detectores OSL calculando a alteração desse acréscimo no
sinal OSL desde a última leitura feita, ao invés de realizar o “bleaching” óptico, por
exemplo. Mas para isso, é preciso que o esgotamento e o fading do sinal sejam conhecidos
e contabilizados para então fazer o cálculo. Vale ressaltar que, esse método tem
demonstrado menos preciso que o método de o de “bleaching” óptico, e, portanto, não é
muito aconselhado a realizar este método. Caso os OSLDs precisem ser reutilizados, eles
deverão sofrer “bleaching” óptico após cada irradiação.

9 Cite um exemplo de medidas “in vivo” utilizando dosímetros OSL.

Dosimetria in vivo em pacientes no tratamento de braquiterapia HDR utilizando


como fonte de radiação o Ir-192. É usado detectores OSL, Al2O3 juntamente com uma
fibra óptica onde é verificado a dose no paciente em tempo real.

10 Cite um exemplo de utilização de dosímetros OSL para medidas e


simuladores.

É utilizado na avaliação da precisão na determinação da dose na pele para


tratamentos de radioterapia conformada 3D (3DCRT) e radioterapia de intensidade
modulada (IMRT) usando dosímetros luminescentes opticamente estimulados (OSLDs)
e o sistema de planejamento de tratamento Eclipse. As medidas são feitas utilizando um
objeto simulador antropomórfico (phantom), onde coloca-se o OSLD no phantom
simulando o paciente.

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