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Congregações mais velhas têm de se concentrar nas necessidades e nas sensibilidades

daspessoas da igreja e de residentes de longo tempo, mesmo à custa de qualquer apelo


aos quenão frequentam igreja nenhuma ou a novos grupos. Congregações mais novas,
por outrolado, não têm tradições organizacionais que devam honrar ou às quais resistir.
Em geral, sãoobrigadas a se concentrar nas necessidades dos não membros da igreja,
simplesmente paradar andamento ao trabalho. Não há membros com muitos anos ou
décadas de serviço, assimos novos convertidos e os novos membros conseguem se fazer
ouvir de uma forma que nãoaconteceria em uma igreja mais velha. É por isso que quase
sempre as novas igrejas fazem um trabalho de evangelização bem mais produtivo.
Keller observa ainda que as novas congregações tendem a refletir com maisfacilidade a
diversidade dos habitantes de determinada região e as transformações demográficas e
culturais que costumam ocorrer ao longo do tempo. “Somente um
movimento de centenas de igrejas, pequenas e grandes, consegue penetrarliteralmente
em cada vizinhança e em cada grupo de uma cidade;  sentencia.

KELLER, 2014, p. 424.

Ideias para o TCC

Usualmente, muitas das novas igrejas brasileiras (nadenominação batista e em outras


tradições protestantes) surgem do trabalhosolitário de um pregador, que reúne duas ou
três famílias para estudos bíblicos nos lares.

O movimento de células está dando fôlego novo a esse processo, ao acrescentar


orientações práticas para crescimento e multiplicação dos grupos. Mas ainda há muitas
lacunas no estudo acadêmico desse método, e o presente trabalho pretende contribuir
para uma compreensão mais ampla desse fenômeno.

Joel Comiskey explica assim a semelhança entre as células biológicas eestas outras, que
constituem ferramenta de organização e crescimento de igrejas
pelo mundo: “Assim como as células individuais se juntam para formar o corpo de
um ser humano, as células de uma igreja f 
ormam o Corpo de Cristo”
 O mesmo autor, um dos grandes divulgadores do modelo celular, tem umadefinição
mais acabada do que seriam as células no ambiente eclesiológico:
São grupos pequenos abertos focalizados no evangelismo que estão embutidos na vida
daigreja. Elas se reúnem semanalmente para que seus participantes se edifiquem uns
aosoutros como membros do Corpo de Cristo, e para anunciar o evangelho àqueles que
nãoconhecem Jesus. O objetivo final de cada célula é multiplicar-se à medida que o
grupo crescepor meio do evangelismo e das conversões que seguem.

COMISKEY, 2001, p. 19

Em segundo lugar, o grupo deve ser


aberto
, o que significa que precisa estarpronto para receber novos participantes. Não deve ser,
portanto, apenas um grupode comunhão, onde a satisfação de estar junto com amigos
inibe o objetivo debuscar novas pessoas que possam ser evangelizadas, discipuladas e
equipadaspara liderar novos grupos. A periodicidade semanal também ajuda a distinguir
acélula de outros grupos paraeclesiásticos, cujos encontros são menos frequentes. Ao
contrário, as células devem estar embutidas à vida da igreja.

4. Por fim, o objetivo final de multiplicação tende a ser essencial para aampliação da
igreja. Nesse aspecto, vale a pena resgatar uma observação deChristian A. Schwarz em
seus estudos sobre o desenvolvimento natural da igreja.

Nossa pesquisa sobre igrejas que crescem ou decrescem em todo mundo, nos levou à
conclusão de que a multiplicação constante dos grupos pequenos é um princípio
universal de crescimento de igreja, escreveu.
 Os pequenos grupos constituem um dos oito princípios de crescimento identificados
pelo levantamento, que o autor considerou o mais relevante de todos:

Se um dos princípios estudados deve ser considerado "o mais importante", então é,
semdúvida, a multiplicação dos pequenos grupos. Para fazer jus à importância dos
grupospequenos desenvolvemos todo o nosso material de edificação de igreja de tal
forma quepudesse ser aplicados nesse contexto. Pudemos constatar que existe uma
enorme diferençaentre a liderança de uma igreja discute e delibera sobre assuntos como
"evangelismo","relacionamentos marcados pelo amor" ou "ministérios orientados pelos
dons" e aquela igrejaem que cada membro está integrado em um grupo pequeno e passa
por um processo em queo participante experimenta na prática a relação entre esses
conceitos e a vida do grupo

KELLER, T. J.; THOMPSON, J. A.


Manual do Plantador de Igrejas
. Londrina:Centro Brasileiro de Plantação de Igrejas, 2002
COMISKEY, J.
Crescimento explosivo da Igreja em Células
. Curitiba: MinistérioIgreja em Células, 2001.COMISKEY, J.
Plantando igrejas que se reproduzem
. Curitiba: Ministério Igrejaem Células, 2010.

Ed René Kivitz,no manual para líderes de pequenos grupos que publicou, coloca o
tamanho idealentre 3 e 12 pessoas. KIVITZ, E. R.
Koinonia - Manual para líderes de pequenos grupos
. São Paulo: Abba Press, 1998

Se um dos princípios estudados deve ser considerado "o mais importante", então é,
semdúvida, a multiplicação dos pequenos grupos. Para fazer jus à importância dos
grupospequenos desenvolvemos todo o nosso material de edificação de igreja de tal
forma quepudesse ser aplicados nesse contexto. Pudemos constatar que existe uma
enorme diferençaentre a liderança de uma igreja discute e delibera sobre assuntos como
"evangelismo","relacionamentos marcados pelo amor" ou "ministérios orientados pelos
dons" e aquela igrejaem que cada membro está integrado em um grupo pequeno e passa
por um processo em queo participante experimenta na prática a relação entre esses
conceitos e a vida do grupo SCHWARZ, 2010, p. 35
SCHWARZ, C. A.
O desenvolvimento natural da Igreja - Guia prático paracristãos e igrejas que se
decepcionaram com receitas mirabolantes decrescimento. Curitiba: Esperança, 2010.
Essa mentalidade de multiplicação está relacionada com a vocação dascélulas para
o evangelismo
. “O evangelismo que resulta na proliferação de células é,claramente, a característica
mais notável da igreja em células ao redor do mundo”,
assinala Comiskey
COMISKEY 2001, p.22.

Comiskey assinala o pioneirismo de Wesley, fundador do movimentometodista, no


evangelismo por meio de grupos pequenos. De acordo com ele,
“Wesley estava mais interessado no discipulado do que numa decisão” por Cristo, esuas
classes funcionavam como um eficiente “agente discipulador”
 As classesmultiplicavam-se à medida que se ampliava o interesse pelos seus ensinos
etambém mediante a disponibilidade de pessoas capazes de liderá-
las. “A
multiplicação da célula é o único caminho comprovado de permanecer
pequenoenquanto evangeliza fielmente. Wesley praticava esse princípio e lançou o
fundamento para a explosão da moderna igreja em células”, argumenta

COMISKEY 2001, P.23-24

Timothy Keller, em Igreja centrada , livro escrito para sistematizar a visãoteológica por
trás da plantação de igrejas capitaneada pelo Centro de Plantação de Igrejas da
Redeemer Church, vai mais além. Para ele, no ambiente em que se desenrola o trabalho
missionário de Paulo, “só era possível iniciar igrejas pela multiplicação de novos grupos
de cristãos que se reuniam em lares sob a supervisão  de presbíteros
.
KELLER, T. J. Igreja centrada: desenvolvendo em sua cidade um ministério equilibrado
e centrado no Evangelho . São Paulo: Vida Nova, 2014.

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