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Índice

Agradecimentos................................................................................................................................i
Dedicatória......................................................................................................................................ii
Siglas e abreviaturas.......................................................................................................................iv
Lista de ilustração............................................................................................................................v
Resumo............................................................................................................................................v
Abstract............................................................................................................................................v
CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................1
1.1. Contextualização...................................................................................................................1
1.2. Problematização....................................................................................................................3
1.3. Justificativa/Relevância da pesquisa.....................................................................................3
1.4. Objectivos.............................................................................................................................4
1.4.1. Objectivo geral...............................................................................................................4
1.4.2. Objectivos específicos....................................................................................................4
1.5. Questões de pesquisa............................................................................................................4
1.6. Delimitação espacial e temporal do tema.............................................................................4
CAPITULO II..................................................................................................................................5
2.1. Quadro teórico e conceptual.................................................................................................5
2.1.1. Conceito de prevenção...................................................................................................5
2.1.2. Conceitos de combate.....................................................................................................7
2.1.3. Conceitos de Terrorismo internacional..........................................................................8
CAPITULO III...............................................................................................................................13
3.1. METODOLOGIA...............................................................................................................13
3.1.1. Tipo de pesquisa...........................................................................................................13
3.1.2. População e amostra.....................................................................................................13
3.1.3. Técnicas e Instrumentos de recolha de Dados..............................................................13
3.1.4. Procedimentos de recolha de dados..............................................................................14
3.1.5. Questões éticas de pesquisa..........................................................................................15
CAPITULO IV..............................................................................................................................16
4.1. Apresentação dos resultados...............................................................................................16
4.2. Análise e Discussão dos resultados.....................................................................................20
CAPITULO V................................................................................................................................23
5.1. Conclusões..........................................................................................................................23
5.2. Limitações do estudo realizado...........................................................................................23
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................25
i

Agradecimentos
ii

Dedicatória
iii

Siglas e abreviaturas
iv

Lista de ilustrações

Lista de tabelas

Tabela 1: Distribuição numérica e percentual da amostra por género........................................16

Tabela 2:Distribuição numérica e percentual da idade dos funcionários da amostra.................16

Tabela 3:Distribuição numérica e percentual de tempo de serviço no Ministério.......................17

Lista de gráficos

Gráfico 1: Ouvir falar do terrorismo internacional......................................................................17

Gráfico 2: Características e Manifestações do terrorismo internacional....................................18

Gráfico 3: Terrorismo internacional em Moçambique.................................................................19

Gráfico 4: Manifestação do terrorismo em Moçambique.............................................................19

Resumo

Abstract
v
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

O presente trabalho intitula-se “Prevenção e Combate ao Terrorismo Internacional: Perspectivas


e Desafios para Moçambique”. Com esta pesquisa pretendemos reflectir em torno do terrorismo
internacional, tendo em conta que nos últimos três anos Moçambique, concretamente nos
distritos do norte da província de Cabo-Delgado, partindo do principio de que o terrorismo
constitui uma ameaça global interessa perceber como Moçambique se posiciona em termo de
estratégia para combater este flagelo.

Moçambique no concerto das nações é signatário do Protocolo de Prevenção e Combate ao


Terrorismo Internacional (PPCT), e, isso torna mais importante procurar perceber os reais
desafios para a implementação do PPCT.

O terrorismo pode ser caracterizado como um tipo de violência que se pratica contra vitimas
inocentes com o objectivo de promover alguma causa ou percepção do mundo, seja pessoal, seja
colectiva, isto é, partilhada por um grupo, facção etc.

A palavra terrorismo apareceu pela primeira vez no escrito Letters on Regide Peace (Cartas
sobre uma paz regicida), do filósofo irlandês Edmund Burke, segundo Burk classifica como
"terroristas" as perseguições e sentenças de morte na guilhotina levadas a cabo pelos jacobinos
nessa fase. Entretanto, com o tempo o terrorismo passou a se disseminar por outros países e a ser
empregado em outras situações, como a guerrilha, ou guerra irregular com objectivo de causar a
morte de civis inocentes e outras vítimas, destruir património e solapar profundamente a
estabilidade no caso concreto de Moçambique o terrorismo praticado na província nortenha de
Cabo-Delgado.

Podemos encontrar terrorismo revolucionário, terrorismo nacionalista separatista, e no caso


particular do terrorismo islâmico é o tipo de terrorismo que se destaca em Moçambique mais
concretamente em Cabo-Delgado que se caracteriza por uma fundamentação tipicamente
religiosa, ou fundamentam suas acções em premissas religiosas do Islão, como a jiihad (combate

1
espiritual, guerra santa) e a sharia (lei islâmica derivada do Corão). Esses grupos têm como alvo
todos aqueles que não se ajustam a interpretação que eles dão a essas premissas religiosas. Os
grupos mais impactantes que representam essa directriz são a Al-Qaeda, Al-Shabaab, Boko
Haram, Estado Islâmico e particularmente em Moçambique na província nortenha de Cabo-
Delgado é o Al-Shabaab. Estes grupos de insurgentes têm operado basicamente com
financiamento na sua rede de terrorismo e assim como a sua organização estrutural e estratégia.

Segundo BRISARD (2002) os terroristas para obter seus recursos financeiros utilizam de
diversos métodos, como por exemplo, projectos de investimento, empresas de fachada, falsos
contratos, assaltos a bancos, cheques forjados, fraude com cartões de crédito, moeda falsa,
raptos, extorsão, contrabando de armas, tráfico de drogas, e os mais diversos tráficos como de
carros, cd’s e inclusivamente humano.

Segundo CUNHA (2004) para suprir a demanda de combate e supressão do financiamento do


terrorismo, em 1999 foi elaborado um texto durante a Convenção Internacional para Supressão
do Financiamento do Terrorismo que busca orientar os Estados participantes a adoptarem
estratégias financeiras de combate e supressão do financiamento do terrorismo. Após os
atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, foi dada maior atenção ao combate ao
terrorismo como um todo, por isso, criou-se o Grupo de Acção Financeira que em Outubro de
2001 apresenta 40 recomendações para combater a prática da lavagem de dinheiro e mais nove
recomendações que buscavam minar cada vez mais o financiamento do terrorismo.

2
1.2. Problematização

O grupo internacional islâmico e fundamentalista Al-Shabaab reivindicado em Moçambique


concretamente na província de Cabo-Delgado desde 2017, é constituído na maioria por jovens,
este grupo islâmico desde que se firmou na província de Cabo-Delgado, terá começado a ser
radicalizado na Mocímboa da Praia, que é sede de um distrito maioritariamente rural, em quase 3
anos pelo menos 700 pessoas foram mortas, segundo os Médicos Sem Fronteiras, e há mais de
100 mil deslocados internos, de acordo com o Alto-Comissário das Nações Unidas para os
refugiados (ACNUR). Os insurgentes têm atacado quartéis das FDS e içado a sua bandeira, alem
do hastear das bandeiras nos quartéis, segundo a Lusa os insurgentes tem demonstrado
capacidade em termos de equipamento e de homens para efectuar ataques em maior escala e
recrutamentos de jovens para integração aos jihadistas, diante deste cenário surge uma questão:
Quais são os desafios que Moçambique poderá enfrentar na prevenção e combate ao
terrorismo internacional?

1.3. Justificativa/Relevância da pesquisa

A motivação para a escolha do tema justifica-se porque a prevenção e o combate ao terrorismo


mercê de uma análise muito profunda uma vez que o terrorismo vem ganhando mais espaço no
mundo cruzando fronteiras de vários países impondo assim a sua fundamentalidade religiosa,
uma vez que são usados métodos violentos que não são exclusividade de uma religião, sendo
assim em Moçambique precisamente em Cabo-Delgado há ondas de violência extrema
perpetuados por terroristas com justificativa de ser práticas religiosas, portanto constatando esse
fenómeno que se verifica em Cabo-Delgado há necessidade de investigar e trazer algumas
soluções que o trabalho tratara no futuro. No âmbito teórico o trabalho de pesquisa vai ajudar
como material ou manual de leitura e didáctico em fornecer algumas estratégias teóricas para o
combate ao terrorismo no campo de acção dos FDS contra os terroristas. Como investigador e
membro pertencente as FDS este trabalho terá uma grande contribuição em assimilação das
estratégias concretas na prevenção e combate ao terrorismo internacional e interno, por outro o

3
investigador esta familiarizado com o tema uma vez que foi objecto de estudo nos módulos de
frequência.

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo geral

 Analisar os desafios de Moçambique quanto a prevenção e combate ao terrorismo


internacional.

1.4.2. Objectivos específicos

 Falar e caracterizar as manifestações do terrorismo internacional;


 Compreender as formas de manifestação do terrorismo em Moçambique;
 Identificar os desafios de Moçambique no combate ou prevenção ao terrorismo;

1.5. Questões de pesquisa

Para que esses objectivos sejam alcançados, enunciamos a seguinte questão-chave para a nossa
pesquisa:

Qc – Quais os desafios de Moçambique na prevenção e combate ao terrorismo internacional?

A partir da questão-chave da pesquisa entendemos avançar as seguintes questões derivadas:

Qd1- Quais são as características e manifestações do terrorismo internacional?

Qd2 – Como se manifesta o terrorismo em Moçambique?

Qd3 – Que desafios para Moçambique no combate ao terrorismo?

1.6. Delimitação espacial e temporal do tema

Delimitação temporal

Será apresentada fundamentação doutrinária publicada entre os anos 2017 a 2020.

Delimitação espacial

4
Serão analisadas doutrinas publicadas por autores exclusivamente para Moçambique.

CAPITULO II

2.1. Quadro teórico e conceptual

A teoria é o coração da pesquisa, ela ajuda-nos a explicar fenómenos e a prever cenários em fase
de pressupostos empiricamente testados e validados. Aqui iremos abordar as teorias que servirão
de guia para a nossa pesquisa, assim faremos uma descrição das mesmas, o contexto do seu
surgimento, os seus precursores bem como os principais pressupostos que constituem o seu
fundamento. A seguir faremos um enquadramento teórico do tema em análise fazendo uma
discussão dos principais conceitos que emanam das teorias que são fundamentais para análise do
tema.

2.1.1. Conceito de prevenção

Por forma a melhor caracterizar o estudo e a abordagem ao tema tratado, é da maior relevância
tentar compreender também o conceito de prevenção e a sua importância no âmbito do
terrorismo transnacional. Segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, “prevenção”
é sinónimo de “avanço”, ou “antecipação”. Tendo em conta que se trata do acto de prevenir,
segundo o mesmo dicionário, respeita à “tomada de medidas prévias; (...) ao acautelar ou
antecipar” (Machado 1967, 1881).

A tomada de tais medidas ou acções de natureza preventiva carece de quatro pressupostos


elementares: - A medida/acção deve ter por objectivo principal, ou mesmo exclusivo, assegurar a
prevenção da criminalidade, agindo sobre os factores ou processos considerados determinantes
dos comportamentos criminosos ou anti-sociais; - As medidas/acções devem ter um carácter
colectivo, dirigindo-se à população em geral, ou a segmentos desta, em oposição às medidas ou
acções individuais; - As medidas/acções só podem ser consideradas preventivas se dirigidas à
intervenção imediatamente anterior à prática dos actos criminosos ou anti-sociais; - As
medidas/acções não podem ser directamente coercivas, na medida em que a coacção pressupõe
que um crime já foi cometido (Fernandes in Valente 2006, 74). Desta forma, e na perspectiva de

5
se encontrar uma tentativa de definição do termo, pode-se recorrer à Decisão do Conselho
2001/427/JAI, de 28 de Maio de 2001, onde teve origem a rede europeia de prevenção da
criminalidade, e se assume que prevenção respeita a todas as medidas destinadas a reduzir ou a
contribuir para a redução da criminalidade e do sentimento de insegurança dos cidadãos, tanto
quantitativa como qualitativamente, quer através de medidas directas de dissuasão de actividades
criminosas, quer através de políticas e intervenções destinadas a reduzir as potencialidades do
crime e as suas causas. Inclui o contributo dos governos, das autoridades competentes, dos
serviços de justiça criminal, de autoridades locais, e das associações especializadas que eles
tiverem criado na Europa, de sectores privados e voluntários, bem como de investigadores e do
público, com o apoio dos meios de comunicação (União Europeia 2001).

Pode-se assim afirmar que, para haver prevenção e por forma a que esta dê resultados, é
indispensável uma atitude pró-activa, sendo essencial prever, tentando-se compreender onde algo
poderá vir a ocorrer, e antes que tal venha a ter lugar, implementar as medidas adequadas ao acto
previsto. Só assim, através da previsão e intervenção precoce, se pode figurar uma acção, dita de
carácter preventivo (Fernandes in Valente 2006, 75). Na mesma linha de pensamento, de referir
que o acto terrorista por ser de tal forma reprovável e ter aquando da sua execução consequências
tão nefastas, colocando em causa os bens mais preciosos tais como a vida e integridade física de
inocentes, interessa acima de tudo ser prevenido, de forma a nunca chegar a acontecer. É
sobretudo esta a razão que levou a UE a desenvolver uma Estratégia Antiterrorista. Assenta
essencialmente em quatro pilares fundamentais, “prevenir, proteger, perseguir e responder”
(Conselho Europeu 2005, 3). Os dois primeiros de carácter preventivo e os dois últimos mais
repressivos. Quer-se com isto reforçar a ideia de que a prevenção deve ser a primeira das opções
a tomar relativamente a esta matéria. “Ao nível da UE têm sido criados importantes instrumentos
que visam a prevenção (...) do terrorismo, desde a criação de instituições, até à formulação de
políticas e à aprovação de instrumentos legislativos” (Pereira in DGAI 2010, 91). A análise do
termo não é por si só suficiente, como tal, é da maior pertinência chegar a um consenso no
respeitante à dificuldade que é praticar a prevenção no âmbito do terrorismo transnacional. São
inúmeras as vantagens (perversas) que este possui, criando obstáculos à sua antecipação. Por um
lado, importa salientar que tem a iniciativa, escolhendo as circunstâncias de modo, tempo e
lugar, da prática de cada acto, dificultando e muito a sua previsão. Por outro, o terrorismo

6
abstém-se de qualquer regra existente num Estado de Direito. Trata-se assim, de um adversário
que é sempre o primeiro a avançar, praticando o chamado “jogo sujo”, uma vez que não respeita
nenhuma das regras estabelecidas (Pereira in AA VV 2009, 81-82). Outro aspecto relevante diz
respeito à abertura das sociedades actuais e aos princípios democráticos que as orientam,
nomeadamente as liberdades de expressão, opinião e tolerância política. Vive-se num mundo
sem fronteiras e no qual este tipo de adversário se encontra perfeitamente inserido. Subsiste
assim uma facilidade considerável na propagação de ideais e no levar a cabo de acções violentas,
dificultando a acção dos mecanismos de prevenção e defesa. Contudo, e embora seja apetecível
levar a cabo o controlo rigoroso nas fronteiras, como medida preventiva, pouca relevância teria
face ao fenómeno em causa. Interessa sobretudo tentar conhecer primeiramente a sua estrutura,
organização e funcionamento, para se poder prevenir (Sanches in AA VV 2009). Em suma, a
prevenção e previsão de ataques terroristas depende acima de tudo do seu conhecimento
profundo, possível este de ser obtido através da recolha, análise e, fundamentalmente, da partilha
de informações à escala internacional.

2.1.2. Conceitos de combate

A origem da palavra combater vem do latim combattuere. Combate (em francês para luta) é um
conflito violento propositado com o objectivo de enfraquecer, estabelecer domínio sobre ou
matar a oposição, ou afastar a oposição de um local onde não é desejada ou necessária.

O combate é tipicamente entre forças militares opostas na guerra. A violência de combate pode
ser unilateral, enquanto a luta implica pelo menos uma reacção defensiva. Uma luta em grande
escala é conhecida como batalha. Uma luta verbal é comumente conhecida como uma discussão.
A eficácia do combate, no campo estratégico, requer prontidão para o combate. Em áreas
militares, o termo se aplica também ao pessoal, que deve receber treinamento adequado e ser
qualificado para realizar operações de combate na unidade a que está atribuído.

O combate pode ocorrer sob um conjunto específico de regras ou não regulamentado. Exemplos
de regras incluem as Convenções de Genebra (cobrindo o tratamento de pessoas na guerra),
cavalaria medieval, as regras do Marquês de Queensberry (cobrindo o boxe) e várias formas de
desportos de combate.

7
O combate na guerra envolve duas ou mais organizações militares opostas, geralmente lutando
pelas nações em guerra (embora a guerra de guerrilha e a supressão de insurgências possam estar
fora dessa definição). A guerra se enquadra nas leis da guerra, que governam seus propósitos e
conduta, e protegem os direitos de combatentes e não combatentes.

O combate pode ser armado (com armas) ou desarmado (sem armas). O combate corpo a corpo
(corpo a corpo) é o combate de muito perto, atacando o oponente com o corpo (golpeando,
chutando, estrangulando, etc.) e / ou com uma arma corpo-a-corpo (facas, espadas, bastões, etc.),
em oposição a uma arma de longo alcance.

2.1.3. Conceitos de Terrorismo internacional

O termo terrorismo terá surgido nos finais do séc. XVIII aquando da revolução francesa,
referindo-se aos grupos revolucionários violentos. Posteriormente, terá sido também utilizado
para rotular sindicalistas, anarquistas, grupos nacionalistas e outros de extrema-esquerda
(Purpura 2007, 15). No entanto, pensa-se que apenas na década de setenta (1970), se tenha
passado a utilizar o terrorismo para explicar actos políticos de extrema violência onde os
principais responsáveis eram denominados de terroristas (Dyson cit in Purpura 2007, 15).
Inicialmente, dizia respeito a actos violentos levados a cabo contra inocentes e que visassem
objectivos políticos (Cassese cit in Simões in Moreira 2004, 508). Transformado num termo
mais usual, passou também a dizer respeito a grupos que usassem da violência extrema com
intenção de gerar o medo acabando no entanto por caracterizar a violência extrema com intenção
de provocar num governo ou população uma mudança de orientação (Dyson cit in Purpura 2007,
16). Pode ser igualmente entendido como “o sistema ou regime, baseado no medo, quer dizer, no
impacto psicológico negativo (sofrido por indivíduos, grupos, massas) provocado por actos de
violência calculada” (Rogeiro in Moreira 2004, 525). Contudo, verifica-se nos dias de hoje que o
terrorismo não se trata de mais um acto de libertação nacional ou de afirmação de um direito
pois, na maioria das vezes, está relacionado com a exortação de motivos religiosos e políticos; é
“uma arma contra os governos, os regimes políticos ou, no caso do chamado “terrorismo
catastrófico”, contra a sociedade internacional in toto” (Rogerio in Moreira 2004, 525). Outros
autores completam afirmando que se trata de “uma conjugação entre guerra e teatro, uma
dramatização da mais censurável forma de violência, a qual é perpetrada em vítimas inocentes,

8
praticada diante de uma audiência na esperança de criar um estado de medo (...)” 1 (Combs e
Slann 2007, 320). Este é um novo tipo de terrorismo que apela não só à destruição cada vez mais
letal e à escala global, mas também aproveita a dramatização para que o acto em si seja
reconhecido e temido por todo o mundo. Por o terrorismo ser um conceito de tal forma ambíguo
e abrangente torna-se inviável qualquer tipo de tentativa de elaboração de uma definição
universal. Todavia, denota-se um esforço comum na concepção de uma definição mais
operacional do conceito, nomeadamente identificando uma série de atributos que, pelo seu
conjunto, se classificam como actos terroristas (Combs e Slann 2007, 320). No respeitante à
comunidade internacional, existem inúmeros exemplos na história, em que os denominados actos
terroristas, apenas o são, somente para alguns. Porém, quer se trate de um acto terrorista ou não,
o comum é ter de haver o recurso à violência com o objectivo de provocar o terror. Surgem,
deste modo, diversas propostas de definição do conceito de terrorismo. De acordo com a ONU,
terroristas são todos os actos criminosos previstos ou calculados de modo a provocar um estado
de terror no público em geral, num grupo de pessoas, ou numa só pessoa em particular, com fins
políticos que são em qualquer circunstância injustificáveis, independentemente das
considerações de ordem política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou de qualquer
outra natureza que possam ser invocadas como justificação 2 (United Nations 1995, 4). Neste
caso, o que determina o acto em si é o fim a que este se destina, político e injustificável. A
Estratégia Antiterrorista da UE, de 30 de Novembro de 2005, considerou o terrorismo como (...)
uma ameaça para todos os Estados e populações (...) um sério risco à nossa segurança, aos
valores das nossas sociedades democráticas e aos direitos e liberdades da nossa população,
especialmente através dos alvos indiscriminados de pessoas inocentes (Conselho Europeu
2005a). Ficou ainda estabelecido que o terrorismo se reputa “um acto criminoso e injustificável
sob quaisquer circunstâncias” (Conselho Europeu 2005a).

1
Trad. do orig. “(...) as a synthesis of war and theater, a dramatization of the most proscribed kind of violence - that
which is perpetrated on innocent victims - played before an audience in the hope of creating a mood of fear (…).”

2
Trad. do orig. “Criminal acts intended or calculated to provoke a state of terror in the general public, a group of
persons or particular persons for political purposes are in any circumstance unjustifiable, whatever the
considerations of a political, philosophical, ideological, racial, ethnic, religious or any other nature that may be
invoked to justify them.”

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Terrorismo internacional ou transnacional

Foi a 22 de Julho de 1968, quando três membros da Frente Popular para a Libertação da
Palestina tomaram de assalto um avião da companhia israelista El Al, enquanto este fazia o seu
curso de Roma para Tel Aviv, obrigando-o a aterrar na Argélia, que surgiu o incidente que ficou
marcado na história, assinalando a internacionalização do terrorismo (Fernandes in Moreira
2004, 461). Surge assim uma forma de terrorismo global no que respeita à sua organização, ao
seu alcance e aos seus objectivos. Consiste numa ameaça para a segurança internacional,
obrigando a alterações tanto ao nível das relações internacionais, como no respeitante à
segurança dos próprios Estados (Cardos in AA VV 2009, 19). O terrorismo transnacional tornou-
se numa das maiores preocupações relativas à segurança das sociedades contemporâneas,
principalmente devido ao grande número de actos violentos levados a cabo em tão curto espaço
de tempo. De referir os ataques perpetrados em 11 de Setembro de 2001 nos EUA, a 11 de
Março de 2004 na vizinha Espanha e a 7 de Julho de 2005 no Reino Unido, que foram marcados
pelo uso da violência extrema e indiscriminada, com a intenção deliberada de atingir tanto o
modo de vida ocidental como de abalar a sua estrutura política, por indivíduos ou grupos que se
encontram dispersos por diversos países.

Segundo a Europol (2009), o principal protagonista da transnacionalidade do terrorismo é, nos


dias de hoje, o terrorismo islâmico, também considerado como a principal ameaça global. O
terrorismo transnacional reporta-se a todo o tipo organizações estruturadas com ligações no
âmbito operacional e de apoio, espalhadas por vários países e nos quais possuem capacidade de
recrutamento, planeamento e recursos para levar a cabo acções terroristas, em qualquer parte do
mundo (United States 2006, 37). Muito se tem procurado saber acerca dos seus responsáveis cuja
ambição global é o principal paradigma. Investigações levadas a cabo desde os atentados de 11
de Setembro de 2001 revelam que apesar das grandes dificuldades é possível ter-se uma ideia da
organização e modus operandi destas redes. Trata-se de um conjunto de redes Jihadistas nas
quais se engloba a famosa Al-Qaeda responsável por muitos dos ataques terroristas levados a
cabo neste milénio. As mesmas apresentam estrutura e coordenação pouco hierarquizada, e por
isso flexível e descentralizada, não sendo possuidoras de qualquer tipo de autoridade moral. No
entanto contêm mecanismos de treino e aquisição de conhecimento para a organização de
actividades terroristas, detêm a capacidade de recolha de fundos e financiamento de ataques,

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conseguem ainda o envio de mercenários para diferentes causas e têm o talento de levar a cabo
operações próprias (Pinto in Valente 2009, 85-86). A Al-Qaeda actual existe mais como uma
ideologia que se transformou numa vasta empresa – uma franchise internacional com
representantes locais vagamente ligados a uma base central ideológica ou motivacional, mas que
promove os objectivos do núcleo de forma simultânea, e, ao mesmo tempo independente. Assim,
e ao contrário da estrutura hierárquica piramidal, que caracterizam os grupos terroristas do
passado, o actual movimento da Al-Qaeda é no essencial mais estreito, linear e organizado em
rede, (Hoffman 2005, 4). Muitos são aqueles que consideram esta forma de terrorismo de matriz
islâmica como um “novo” terrorismo (Crenshaw in Coolsaet 2008, 25). Note-se que melhor do
que designá-lo de “novo” terrorismo, será efectivamente reconhecê-lo como uma nova e mais
recente fase na evolução do terrorismo. Este, mais moderno, perpetrado na maioria das vezes
pela Al-Qaeda, diz respeito à “quarta vaga”8 , esta última de cariz religioso, diferenciando-se
assim das já três fases históricas do terrorismo, anteriormente existentes. A primeira associada à
dissolução dos impérios, uma segunda à descolonização e a terceira à esquerda anti-
ocidentalismo (AA VV 2010, 33). Esta nova fase do terrorismo é fundamentada, sobretudo
através da motivação adquirida pela doutrina religiosa associada ao fanatismo islâmico que
enfatiza crenças transformacionais e apocalípticas. No entanto, e por na sua essência os
indivíduos que levam à prática acções terroristas desta índole serem supostamente fanáticos
religiosos, não obriga a que o contrário seja igual, ou seja, que todos os grupos com as mesmas
crenças religiosas sejam terroristas (Crenshaw in Coolsaet 2008, 26). Daí ter que haver
ponderação política e social por forma a não generalizar o que parece ser um facto adquirido. Em
fases anteriores, o terrorismo caracterizava-se por objectivos limitados e negociáveis, ambições
de carácter local e motivações compreensíveis e tangíveis, normalmente associadas a conjecturas
nacionalistas, com vista a alterações politicas ou autonomia territorial, sendo os seus actos
previsíveis e por isso as negociações poderem ser estabelecidas e os conflitos resolvidos. No que
respeita à nova fase na evolução do terrorismo e aos seus fins, estes são ilimitados e não-
negociáveis. Parece rejeitar qualquer tipo de valores, cultura, civilização ou até mesmo a
existência do ocidente e sobretudo dos EUA. Os seus actos são levados a cabo por radicais que
não possuem qualquer respeito pela vida humana e onde a violência assume um papel fulcral,
matar não se trata de um meio para atingir um fim, mas sim um fim em si mesmo (Crenshaw in
Coolsaet 2008, 28). Posto de parte o carácter cirúrgico das suas acções, a não ser o impacto

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mediático e de mortandade obtido a partir da destruição dos alvos, procura provocar o maior
número de vítimas no adversário, nem que para isso se tenha que perder algumas das suas. O
alvo desta nova fase na evolução terrorismo não é necessariamente a vítima da violência, mas
sim o efeito psicológico pretendido na sociedade ou na população. Nesta fase existe uma
acrescida preocupação no que concerne à variedade dos meios passíveis de serem utilizados,
nomeadamente pela possibilidade do recurso a armas de destruição em massa, nucleares,
químicas e biológicas. Quanto à sua organização, e no respeitante ao planeamento estratégico e à
definição política dos alvos e objectivo, apresenta uma concepção global. Já as suas
componentes de âmbito operacional e técnico, são desenvolvidas e executadas ao nível local
(Romana 2005). A nova fase na evolução do terrorismo é caracterizada por uma organização
descentralizada e estruturada mais em rede, do que sob a forma hierárquica ou celular. As
subunidades são constituídas por pequenos grupos, o que o torna ainda mais radical, que
demonstram uma certa autonomia, havendo casos em que são perfeitamente independentes;
porém o seu alcance, ainda assim, é transnacional (Crenshaw in Coolsaet 2008, 33-34).

12
CAPITULO III

3.1. METODOLOGIA

3.1.1. Tipo de pesquisa

É uma pesquisa qualitativa e quantitativa ao considerar o ambiente natural como fonte directa
de dados, isto é, “é uma pesquisa descritiva em que os investigadores se interessando mais pelo
processo do que pelos resultados, examinam os dados de maneira indutiva e privilegiam o
significado” (Bogdan & Sari apud Boaventura, 2007, 56). E quanto aos objectivos a pesquisa é
exploratória.

E quanto aos procedimentos a pesquisa é bibliográfica e documental. E quanto ao objecto a


pesquisa é pesquisa bibliográfica.

3.1.2. População e amostra

a) População

A população alvo do nosso inquérito por entrevista será os representantes das Forcas de Defesa
de Segurança (FDS) afecto ao Ministério de Defesa Nacional. O nosso objectivo é recolher o
máximo de entrevistas entre os diversos elementos da FDS.

b) Amostra

A nossa amostra será de 05 elementos pertencentes as Forças de Defesa e Segurança no


Ministério de Defesa Nacional.

3.1.3. Técnicas e Instrumentos de recolha de Dados

Apresentaremos como técnicas para a recolha de dados, a documentação indirecta e directa.


Marconi e Lakatos (2003) agrupam a documentação indirecta em duas categorias: a pesquisa
documental e pesquisa bibliográfica. A pesquisa documental considera as fontes primárias, isto
é, documentos que não receberam nenhum tratamento científico. Neste estudo, vamos consultar
relatórios emitidos pela FDS, legislação e estratégias. A consulta destes documentos visara
garantir maior fiabilidade dos dados analisados. A pesquisa bibliográfica constitui fontes
13
secundárias, que receberam um certo tratamento analítico-científico, consultamos livros, artigos
científicos, estudos e outros manuais sobre o terrorismo.

Na documentação directa, encontramos a entrevista e o inquérito por questionário. A entrevista


é “um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional” (MARCONI &
LAKATOS, 2003, 195-201).

Para a realização das entrevistas, vai ser elaborado um guião com perguntas que, numa primeira
fase, será de natureza exploratória e visara a familiarização com o assunto. Noutro momento, vai
ser elaboradas novas questões que exigiam respostas mais aprofundadas por parte dos
entrevistados.

Optaremos por entrevistas do tipo semiestruturadas, perguntas previamente elaboradas, com a


possibilidade de incluir novas questões no decorrer da entrevista.

As entrevistas serão realizadas de forma aberta, sem pré-condições, em locais escolhidos pelos
nossos interlocutores. Isto vai permitir que os interlocutores ficassem a vontade, uma vez que
tinham total domínio do ambiente onde decorreram as entrevistas (local de trabalho).

Quanto ao questionário, se trata de “um instrumento de colecta de dados, constituído por uma
série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador” (MARCONI & LAKATOS, 2003, 195-201). O inquérito por questionário será
administrado aos funcionários da FDS, escolhidos com base em critérios pré-definidos pela
autora (acessibilidade e conveniência).

3.1.4. Procedimentos de recolha de dados


Essa pesquisa tem como procedimentos de colectas de dados fontes em entrevistas com nossas
amostras, livros, sites, periódicos e outras fontes de dados. Nesse caso a pesquisa usará a
literatura como base para um novo conhecimento

14
3.1.5. Questões éticas de pesquisa
O estudo observará as questões éticas tais como: o anonimato, não plágio, não viciação dos
resultados, os dados recolhidos não são para prejudicar aos envolvidos na pesquisa, são somente
para construir uma base de conhecimento que poderá ajudar a minimizar alguns problemas, (tais
como: de prevenção, combate, ao terrorismo internacional em Moçambique). Este servirá de
subsídio para os leitores vindouros.

15
CAPITULO IV

Este capítulo mostra-nos os resultados da pesquisa e a análise das perguntas de forma isolada,
com o auxílio de gráficos. A análise foi baseada nas respostas aos questionários respondidos
pelos colaboradores do Ministério da Defesa Nacional.

4.1. Apresentação dos resultados

Em seguida apresenta-se a amostra, através dos dados sociodemográficos.

Tabela 1: Distribuição numérica e percentual da amostra por género

Sexo Frequência (n) Percentagem (%) Percentagem


acumulada
Feminino 01 20 20
Masculino 04 80 100
Total 05 100

Fonte: Elaboração própria

De acordo com os resultados obtidos pelo questionário, verifica-se que há um maior índice de
trabalhadores do sexo masculino, que corresponde 80% do total dos colaboradores e 20% de
sexo feminino.

Tabela 2:Distribuição numérica e percentual da idade dos funcionários da amostra

Idade Frequência (n) Percentagem (%) Percentagem


acumulada
18-25 0 0 0
26-35 0 0 0
36-45 01 20 20
46-55 03 60 80
Mas de 56 01 20 100
Total 05 100

16
Fonte: Elaboração própria

Também se verifica, quanto à idade, que 20% dos colaboradores têm entre 36-45 anos, e
igualmente 20% para idades mais de 56 anos, e 60% têm idades entre 46-55 anos. A maioria dos
colaboradores está na faixa etária entre 46-55 anos.

Tabela 3:Distribuição numérica e percentual de tempo de serviço no Ministério

Tempo de serviço Frequência (n) Percentagem (%) Percentagem


acumulada
Menos de 1 ano 0 0 0
De 1 a 5 anos 01 20 20
Mais de 5 anos 04 80 100
Total 05

Fonte: Elaboração própria

Quanto ao tempo de serviço no Ministério, verifica-se que 80% dos funcionários têm mais de 5
anos na empresa, e 20% estão na empresa entre 1-5anos.

Gráfico 1: Ouvir falar do terrorismo internacional

Não
20%
Sim
40%

Mais ou menos
40%

Fonte: Elaboração própria

17
Quanto a opinião sobre ouvir falar de terrorismo internacional 80% afirmaram que já ouviram
falar, enquanto que 20% ficou com opinião dividida sem a certeza absoluta.

Gráfico 2: Características e Manifestações do terrorismo internacional

Não
20%

Sim
40%

Mais ou menos
40%

Fonte: Elaboração própria

Quanto as características e manifestações do terrorismo, 40% sabem das características e


manifestações do terrorismo internacional, 40% sabem mais ou menos e 20% não sabem
absolutamente nada.

18
Gráfico 3: Terrorismo internacional em Moçambique

Sim Não

40%

60%

Fonte: Elaboração própria

Sobre o terrorismo internacional em Moçambique durante o período de actividade dos mesmos


60% disseram que sim já presenciaram e ate presenciam actos de terrorismo em Moçambique, e
os 40% disseram o contrário.

Gráfico 4: Manifestação do terrorismo em Moçambique

40%
40%

20%

Sim
Mais ou menos
Não

Fonte: Elaboração própria

19
Quanto a forma de manifestação do terrorismo em Moçambique, 40% tem conhecimento de
como se manifesta o terrorismo internacional em Moçambique, 40% tem mais ou menos da
forma de manifestação, e 20% não tem nenhum conhecimento a respeito.

Nota se que as opiniões sobre a manifestação do terrorismo em Moçambique esta dividida.

4.2. Análise e Discussão dos resultados

O presente estudo tem como objectivo analisar os desafios de Moçambique quanto a prevenção e
combate ao terrorismo internacional.

A amostra deste estudo é constituída maioritariamente por indivíduos do sexo masculino e 60 %


dos inquiridos encontra-se na faixa etária entre 46-55 anos.

Para além destes resultados sociodemográficos, os dados recolhidos demonstram que os


colaboradores da nossa amostra do Ministério de Defesa Nacional não têm um profundo
conhecimento sobre o terrorismo internacional em vigor em Moçambique. Essa conclusão deve-
se ao facto de muitas das perguntas do questionário não serem totalmente respondidas com
satisfação desejada.

Para a questão do número quatro (4) do questionário, apenas 40% que corresponde aos dois (1)
inquiridos da amostra, disseram que sim já ouviram falar do terrorismo internacional e apenas
um (1) que conseguiu explanar nos seguintes termos: ”o terrorismo é o acto de o uso da violência
para fins políticos e inclui qualquer uso da violência com a finalidade de colocar o público ou
qualquer parte do público em medo. Sendo que o terrorismo internacional caracteriza-se por
esses actos, mas de forma transnacional”. Essa resposta é sustentada da seguinte pelos autores da
seguinte forma: Para os efeitos desta legislação, o terrorismo é o uso da violência para fins
políticos e inclui qualquer uso da violência com a finalidade de colocar o público ou qualquer
parte do público em medo.” (National Council for Civil Liberties, 1976, p. 36 apud SCHMID, p.
107).

Na questão do número cinco (5), sobre as características e manifestações do terrorismo


internacional, vide do gráfico 2 os 40% correspondentes a dois (2) inquiridos da nossa amostra

20
afirmaram que sabem dizer como são manifestadas e as características do terrorismo
internacional, sendo que apenas um (1) inquirido respondido da seguinte forma: o terrorismo é
caracterizado pelo uso calculado da violência contra indivíduos ou propriedades, para infundir
o medo, com intenção de intimidar governos ou sociedades e com o fim de perseguir objectivos
que geralmente são políticos, religiosos ou ideológicos.

Para a questão do número sete (7) do questionário, sobre a manifestação do terrorismo em


Moçambique, vide do gráfico 7 mostra que os 40% representam a dois (2) inquiridos, disseram
que sim ter conhecimento da manifestação terrorista em Moçambique.

A questão oito (8) do questionário, sobre as formas de prevenção e combate ao terrorismo


internacional, apenas foi um (1) inquirido que respondeu a essa questão da seguinte forma: o
combate ao terrorismo deve ser feito em cinco pontos, são eles: desencorajar, denegar,
dissuadir os Estados que apoiam grupos terroristas, desenvolver os Estados na prevenção e
defender os direitos humanos e o primado do direito. E esta resposta foi dada após uma pesquisa
sobre o combate ao terrorismo sendo que esses cincos pontos são de autoria do ex-Secretario da
ONU.

De acordo com o ex-Secretário Geral das Nações Unidas, Annan (2004), precisa-se de uma
estratégia global que possa ser aplicada por todos.

Desencorajar os actos terroristas: Os grupos extremistas que se usam de práticas terroristas o


fazem por acreditar que ao passar medo para a população eles passarão a ter algum apoio por
parte dela para alcançar seus objectivos. Uma forma de desencorajar tais actos é a tipificação do
que é terrorismo pela comunidade internacional e se os Estados podem ser culpados pela
actuação destes grupos.

Denegar os meios: Isso diz respeito a dificultar que grupos terroristas e pessoas ligadas a eles
tenham acesso a apoio financeiro de terceiros, acesso à matérias que possibilitem a eles a
realização de actos terroristas, monitoramento de pessoal suspeito de actividade ilícita,
impedindo a livre locomoção dessas pessoas através das fronteiras.

21
Dissuadir estados que apoiam grupos terroristas: É de conhecimento geral que diversos Estados
fornecem protecção a grupos terroristas e, diante disso, o Conselho de Segurança da ONU já
aplicou e aplica diversas sanções a estes países e, é extremamente necessário que essa forma de
actuação seja ampliada e aplicada de forma severa e continua contra todo e qualquer Estado que
preste qualquer tipo de apoio a estes grupos.

Desenvolver os Estados na prevenção do terrorismo: Os grupos terroristas buscam por Estados


enfraquecidos para se fixar, como pode ser observado no Iraque com a Al-Qaeda, o Talibã no
Afeganistão e diversos outros grupos que se instalaram em países enfraquecidos e que contam
com uma infra-estrutura social precária. Utilizam-se destes países para recrutar material humano
e montar suas bases de operações pois além de tudo é onde podem escapar da lei com maior
facilidade e, muitas vezes por serem países devastados pela guerra encontram recursos humanos
motivados a se juntarem a “causa maior” defendida por estes grupos.

22
CAPITULO V

5.1. Conclusões

A realização deste trabalho foi de uma extrema importância, na medida em que permitiu um
maior conhecimento sobre o tema (Prevenção e Combate ao terrorismo).

Os participantes da amostra alguns mostraram claramente que têm conhecimento sobre esse
fenómeno de prevenção e combate ao terrorismo internacional e outros mostraram pouca
capacidade no conhecimento sobre desse fenómeno.

O presente estudo buscou analisar os desafios de Moçambique quanto a prevenção e combate ao


terrorismo internacional.

Os dados recolhidos foram fundamentais para a elaboração do estudo e obtenção de informações


que possibilitaram ao trabalho alcançar uma resposta ao problema.

Para o caso sobre a manifestação do terrorismo em Moçambique conclui-se, que é de pouco


conhecimento sobre esse aspecto, porque durante a nossa entrevista os inquiridos mostraram
muito pouca capacidade em responder a essa pergunta, sendo que ficaram devidos ou em duvidas
nas sua respostas.

Os objectivos desse deste trabalho foram alcançados, pois permitiu entender um pouco sobre a
caracterização e as manifestações do terrorismo internacional, bem como compreender as formas
de manifestação do terrorismo em Moçambique.

5.2. Limitações do estudo realizado

No decorrer deste trabalho surgiram algumas dificuldades, primeiramente na delimitação de


objectivos, posteriormente no manuseamento das bases de pesquisa e no acesso e selecção das
informações acerca do tema, pois trata-se de um tema muito fechado uma vez que o fenómeno
do terrorismo em Moçambique é ainda novo para a sociedade Moçambicana, sendo pouco os
estudos e os autores que se debruçaram sobre esta matéria, o que dificultou ainda mais a colecta
de informação.

23
Não obstante, a pesquisa sobre prevenção e combate ao terrorismo internacional possibilitou uma
maior compreensão dos comportamentos no geral e foi muito gratificante poder realizar este
trabalho, de modo a concluir o presente mestrado.

24
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Agosto de 2010. 1ᵃ Série, n˚40. Publicação oficial da República de Moçambique.

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Acesso em: 30 de abril de 2018.

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setembro. Prêmio Azeredo da Silveira, p. 66-71, 2004. Disponível em:
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25
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26
Weinberg, Leonard (2005) Global Terrorism- A Beginnerˈs Guide. Oneworld. Publication;
Oxford. England.

27
ANEXOS

Questionário

1. Sexo: M ( ) F ( )
2. Idade: 18-25 ( ) 26-35 ( ) 36-45 ( ) 46-55 ( ) Mais de 56 ( )
3. Tempo de serviço no Ministério: Menos de 1 ano ( ) 1 a 5 anos ( ) Mais de 5 anos ( )
4. Já ouviu falar de terrorismo internacional?
a. Não ( )
b. Mais ou menos ( )
c. Sim ( ). Oque é?____________________________________________
5. Sabe dizer quais são as características e manifestações do terrorismo
internacional?
a. Não ( )
b. Mais ou menos ( )
c. Sim ( ). E quais são?_________________________________________
6. Durante o seu tempo em serviço já ouviu falar de terrorismo internacional em
Moçambique?
a. Sim ( )
b. Não ( )
7. Sabe como se manifesta o terrorismo internacional em Moçambique?
a. Não ( )
b. Mais ou menos ( )
c. Sim ( ). Como?_____________________________________________
8. Quais são as formas de prevenção e combate ao terrorismo internacional?
9. Quais são os desafios para Moçambique no combate ao terrorismo internacional?

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