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ÍNDICE

1.Introdução ...................................................................................................................... 3
1.1.Problemas da pesquisa ............................................................................................ 4
1.2.Objectivos ............................................................................................................... 4
1.2.1.Objectivo geral ................................................................................................. 4
1.2.2.Objectivos específicos ...................................................................................... 4
2.Metodologia da pesquisa ............................................................................................... 4
3.Revisão de Literatura ..................................................................................................... 5
3.1.Conceito de terrorismo............................................................................................ 5
3.1.1.Terror e terrorismo: concepções políticas clássicas ......................................... 6
3.2.Terrorismo moderno ............................................................................................... 7
3.3.Implicações do terrorismo....................................................................................... 7
3.4.O terrorismo de estado ............................................................................................ 8
3.4.1.Crimes correlatos e a questão do financiamento .............................................. 9
3.5.Terrorismo em Moçambique .................................................................................. 9
3.5.1.Desafios em Moçambique ................................................................................ 9
3.5.2.Implicações de uma entrada norte-americana em Cabo Delgado .................. 10
Conclusão ....................................................................................................................... 11
Bibliografias ................................................................................................................... 12

Autor: Sergio Alfredo Macore sergio.macore@gmail.com / +258846458829 Pemba - Moz


1.Introdução

O presente trabalho tem como o tema ‘’O terrorismo e suas implicações na vida dos
estados: um estudo sobre os ataques militares na região norte de Moçambique’’. O
terrorismo actual está cada vez mais presente nas relações internacionais, por conta,
dentre outros, das facilidades de obtenção de armamentos, mobilidade internacional de
recursos, facilidade de comunicação e da crescente insatisfação de populações com seus
governos ou com as políticas de outros países que afectam directamente seu quotidiano.
Principalmente após o fim da Guerra do colonialismo português, ocorreu uma mudança
significativa na dinâmica de poder internacional caracterizada pelas intervenções
armadas de uns países nos assuntos de outros e pela ingerência das soberanias estatais,
seja através da economia, da política ou do soft power.

Na verdade, as relações internacionais modernas também encaram novos desafios, tais


como a globalização económica, política, social e cultural. As formas de manutenção
tradicionais do poder pelos Estados não são acompanhadas com a necessária
modificação e formulação das normas e sistemas jurídicos que regem o ambiente
internacional.

O quotidiano da população é marcado por situações em que é preciso se comunicar com


os demais através da linguagem. Para resolver tais questões, foram criados e adaptados
vários conceitos que permitem o conhecimento do mundo, a transmissão, codificação e
a maneira de decifrar o entendimento destas mensagens que são empregadas nas
relações interpessoais. O processo de comunicação pode gerar confusão devido ao uso
equivocado de conceitos ou a utilização de vocábulos e expressões cuja noção não é
compartilhada por todos, como é o caso do conceito de terrorismo, que, por sua vez,
impõe um conhecimento particular do domínio da linguagem e da evolução de certas
formas de comportamento, das reacções ligadas a ela e dos fundamentos políticos da
incriminação de uma conduta ou de suas implicações nos âmbitos político, social ou
económico.

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1.1.Problemas da pesquisa

Uma das primeiras dificuldades na definição de terrorismo decorre da característica


subjectiva do terror, já que o terrorismo é uma forma de violência cuja realização se
objectiva no âmbito psicológico do indivíduo. Além disto, há uma dificuldade em
distinguir-se a força e a violência, separando uma racionalidade da violência dos
governos de um lado, e a irracionalidade da violência individual contra aqueles, por
outro lado. Esta distinção impossibilita a definição de terrorismo e o reconhecimento,
em algumas formas de domínio do governo, de manifestações terroristas.

Dai que, a pergunta da pesquisa reside em:

 Quais são as implicações dos ataques terroristas na vida dos estado, em


particular em Moçambique – Zona Norte?

1.2.Objectivos

1.2.1.Objectivo geral

 Estudar sobre o terrorismo e suas implicações na vida dos estados: um estudo


sobre os ataques militares na região norte de Moçambique.

1.2.2.Objectivos específicos

 Descrever os reais motivos dos ataques militares perpetuados no norte de


Moçambique;
 Analisar as implicações na vidas dos estados, em particular em Moçambique;
 Apontar as causas e implicações dos ataques a nível mundial, em particular em
Moçambique.

2.Metodologia da pesquisa

Para elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o
método indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de
algo particular para uma questão mais ampla, mais geral. A Indução é um processo
mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente
constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo
conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos baseia-mos.

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3.Revisão de Literatura

3.1.Conceito de terrorismo

Segundo Souza Júnior (2015, p. 116), o desenvolvimento de uma definição de


terrorismo requer a identificação e a resolução de um número distinto de dilemas, que
seriam:

a) O propósito terrorista. O terrorismo é restrito a busca de certos objectivos, por


exemplo, objectivos políticos? Se sim, qualquer objectivo político é suficiente
para chegar a um objectivo terrorista? Existem objectivos não-políticos
suficientes para um propósito terrorista? Poderia haver actos terroristas que não
têm qualquer objectivo em particular?
b) A acção terrorista. Que tipo de ato conta como actos de terrorismo? Devem ser
incluídos apenas actos que causem mortes ou sérios danos físicos, ou deve-se
incluir danos a propriedade ou as ameaças de fazer qualquer um desses actos?
c) O alvo terrorista. Qualquer um pode ser alvo da acção de terrorismo? Os actos
terroristas são restritos aos ataques a não combatentes? Se sim, o que pode ser
definido como “combatentes”? Ou os combatentes podem ser alvos de
terrorismo em conflitos armados?
d) O método terrorista. Os actos terroristas precisam se relacionar com a busca da
finalidade terrorista de forma particular? O terror é central para o terrorismo, ou
pode ocorrer um ato que nem aterrorize, nem intimide as pessoas, ser um ato de
terrorismo?
e) O terrorista. Qualquer um pode cometer um ato de terrorismo? Os terroristas
sempre agem em grupos ou actos individuais podem ser considerados também?
Pode um Estado ou seus representantes cometerem actos de terrorismo?

Os actos e ataques terroristas, segundo alguns estudiosos, tiveram início no século I d.


C., quando um grupo de judeus radicais, chamados de sicários (Homens de punhal),
atacava cidadãos judeus e não judeus que eram considerados a favor do domínio
romano. Outros indícios que confirmam as origens remotas do terrorismo são os
registos da existência de uma seita mulçumana, no final do século XI d. C., que se
dedicou a exterminar seus inimigos no Oriente Médio. Dessa seita teria surgido a
origem da palavra assassino.

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3.1.1.Terror e terrorismo: concepções políticas clássicas

No Dicionário de Política, organizado por Bobbio, Matteucci e Pasquino, Bonanate


apresenta o terror e o terrorismo como dois fenómenos diferentes, associados a
diferentes atores sociais. Por terror, entender-se-ia "o instrumento de emergência a que
um governo recorre para manter-se no poder" (Bonanate, 1986, p. 1 242). O exemplo
mais marcante de terror seria o período da ditadura do Comité de Saúde Pública,
liderado por Robespierre e Saint-Just, durante a Revolução Francesa (1793-1794).

O terrorismo político seria, ao contrário, "o instrumento ao qual recorrem determinados


grupos para derrubar um governo acusado de manter-se por meio de terror" (ibidem). O
atentado político seria, nessa perspectiva, uma expressão do terrorismo político, um
momento catalisador do mesmo, enquanto este último seria, nessa acepção clássica, uma
resposta ao terror do Estado, por parte de grupos organizados e ideologicamente
homogéneos que desenvolvem a sua luta clandestinamente, tentando despertar a
consciência popular para a necessidade de se envolverem activamente nesse "atalho no
processo de crescimento revolucionário".

Essa forma clássica de terrorismo político, teria três características fundamentais:


primeiramente, tratar-se-ia de um movimento organizado, com ideologia e estratégias
bem definidas; em segundo lugar, visaria persuadir o povo a envolver-se em "acções
demonstrativas que têm, em primeiro lugar, o papel de "vingar" as vítimas do terror
exercido pela autoridade e, em segundo lugar, de "aterrorizar" esta última, mostrando
como a capacidade de atingir o centro do poder é o resultado de uma organização
sólida" (ibidem); e, por último, iria alargando a sua escala de acção por meio de um
aumento progressivo de atentados que "simboliza o crescimento qualitativo e também
quantitativo do movimento revolucionário" (ibidem).

Veja-se o carácter populista e revolucionário dessa acepção de terrorismo político,


muito associado ao comunismo. As acções terroristas são, nesse caso, legitimadas pelos
seus motivos de luta contra o terror do Estado e pela sua agenda política e ideológica
alternativa, que se apresenta com e a favor do povo. Veja-se também o eufemismo das
"acções demonstrativas", que se assumem simultaneamente como meio de introdução
de alguma justiça no sistema, por meio da vingança pelas vítimas do terror do Estado, e
como uso do próprio terror para intimidar o Estado.

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3.2.Terrorismo moderno

O terrorismo moderno tem sua origem no século XIX no contexto europeu, quando
grupos anarquistas viam no Estado seu principal inimigo. A principal acção terrorista
naquele período visava à luta armada para constituição de uma sociedade sem Estado
para isso, os anarquistas tinham como principal alvo algum chefe de Estado, e não seus
cidadãos.

Durante a segunda metade do século XIX, as acções terroristas tiveram uma ascensão,
porém, no século XX, houve uma expansão dos grupos que optaram pelo terrorismo
como forma de luta. Como consequência dessa expansão, o raio de actuação terrorista
aumentou, surgindo novos grupos, como os separatistas bascos na Espanha, os curdos
na Turquia e Iraque, os muçulmanos na Caxemira e as organizações paramilitares
racistas de extrema-direita nos EUA.

Com o desenvolvimento da ciência e tecnologia no século XX, as acções terroristas


passaram a ter um maior alcance e poder por meio de conexões globais sofisticadas, uso
de tecnologia bélica de alto poder destrutivo, redes de comunicação (internet) etc.

3.3.Implicações do terrorismo

Segundo Gasser (2002), o direito internacional rege o comportamento das pessoas que
actuam em nome de uma parte em um conflito armado internacional, ou seja, de um
Estado. Legalmente, as entidades que não se encaixam neste perfil não poderiam fazer
parte de conflitos, com excepção dos movimentos de libertação nacional se cumprirem
as condições estipuladas no Protocolo Adicional I de 1977 das Convenções de Genebra
de 1949.

Todavia, delimitação entre a vida dentro e fora de uma comunidade política é


confrontada ao se tratar do terrorismo internacional. Este fenómeno em forma de redes
transnacionais se utiliza da mobilidade que foi favorecida pelo período em questão para
arrecadar fundos e recrutar membros que permitem a manutenção de suas actividades.
Entretanto, até os dias actuais, não há nenhum tratado ou acordo universal que proíba o
terrorismo e que possa ser aplicado uniformemente e consensualmente em todo o
mundo.

A conceituação de terrorismo pode ser colocada em uma linha cada vez mais ténue
diante da definição de libertações nacionais ou revolucionárias, já que certos actos

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terroristas pela história tiveram em comum a característica de serem motivados por
propósitos nobres e terem almejado seu sucesso de desestabilização do poder estatal
quando este não era amplamente apoiado. Entretanto, ainda não está claro onde se inicia
a violência e onde acaba a legítima oposição a regimes autoritários, sem que aquela
mais autoritária e violadora de direitos humanos que esta. Para Zhebit (2009, p. 47),

3.4.O terrorismo de estado

O termo terrorismo de Estado surgiu no século XX a fim de caracterizar governos ou


regimes autoritários, totalitários em que os direitos de seus povos são constantemente
violados, sendo, assim, uma acção ilegítima por parte de um Estado soberano. Ou seja,
surgiu para representar o fascismo, o nazismo, os regimes latino-americanos de
ditadura, que se deram entre o período dos anos 60 e 70.

A condenação do terrorismo normalmente vem associada à condenação de outros


crimes contra a humanidade, tais como o genocídio, o racismo, a dominação de povos e
nações, impedindo a sua autodeterminação, gerando a miséria, aplicando a tortura, e
impondo as diversas formas de exploração e de opressão da pessoa humana e dos seus
direitos.

A partir desse período, o termo denominado terror de Estado, difundiu-se por todo o
mundo. Em nome de interesses dos dirigentes, houve o extermínio em massa de
opositores, e até mesmo, de minorias étnicas. Os Estados também praticavam e pode-se
dizer que praticam até hoje actos ditos terroristas. Exemplos seriam o do holocausto
nazista, em que judeus foram perseguidos, baseando-se na pureza étnica preconizada
por Hitler, e as Revoluções Comunista e Cultural na China, em que foi iniciada uma
verdadeira eliminação de opositores do regime.

Pode-se dizer que o Terrorismo de Estado, hoje, também é representado pela resposta
do Estado-alvo das acções terroristas, ou seja, o uso da violência para reprimir
determinado ataque sofrido.

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3.4.1.Crimes correlatos e a questão do financiamento

As organizações ditas terroristas com uma ligação com a lavagem de dinheiro, comércio
de drogas e especialistas em falsificação apresentam mais do que uma semelhança
meramente superficial com o crime organizado. Para financiar suas actividades, essas
organizações se envolvem com outros tipos de actividades criminosas. Portanto, a luta
contra estas acções deve também manter esforços no sentido de dificultar ou até mesmo
desmantelar fontes de seus recursos.

No Simpósio intitulado “Combate ao Terrorismo: o papel das Nações Unidas”,


realizado entre 3 e 4 de Junho de 2002, em Viena, discutiu-se a questão do
financiamento, e sugeriu-se que os lucros obtidos com o tráfico de drogas fosse
utilizado para manter tanto o repasse de armas, quanto as actividades terroristas.
Portanto, existe a necessidade de se manter um estudo equilibrado de forma a combater
tais acções partindo do princípio de que para combater crimes correlatos como a
lavagem de dinheiro, o tráfico de drogas e o crime organizado, deve-se ter como
objectivo de impedir que recursos obtidos ilicitamente circulem no mercado, uma vez
que tais recursos, sendo lavados, podem facilmente ser utilizados para financiar a
prática de outros actos ilícitos.

3.5.Terrorismo em Moçambique

Moçambique é um dos cinco melhores destinos para investir em África. Na introdução


do relatório, os analistas admitem que "pode, ou não, ser surpreendente que as maiores
economias africanas - Nigéria, África do Sul e Egipto - não apareçam na selecção dos
cinco principais países para investir", mas explicam que, além de já terem aparecido em
edições anteriores, há questões específicas a cada país, como as eleições muito
disputadas na África do Sul e na Nigéria, e a 'velocidade de cruzeiro' no Egipto.

3.5.1.Desafios em Moçambique

Ainda que conste desta lista, Moçambique tem alguns desafios pela frente que não são
ignorados, nomeadamente, as eleições, , a capacidade de resposta aos ataques terroristas
no norte do país e garantir uma resolução duradoura para o problema da dívida pública.

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"As receitas do gás vão ser cruciais para o terceiro objectivo", e "os desenvolvimentos
positivos no gás natural está a motivar cada vez mais uma reestruturação da dívida e o
regresso do envolvimento dos doadores".

Para a EXX África, o regresso do Governo moçambicano à mesa de negociações com


os credores, tendo acordado uma proposta preliminar de reestruturação da dívida
soberana em Novembro, "está a ser motivado pelo forte desejo do Governo de se voltar
a envolver com o FMI, porque o Estado precisa de milhares de milhões de dólares para
financiar a sua própria participação nas concessões de gás".

Segundo este investigador, "os ataques são da autoria de uma "seita de dentro do Islão",
que tem vindo a actuar na região desde há cerca de duas décadas, mais especificamente,
"uma organização islâmica" com "uma versão mais wahabita, mais salafista, do Islão".

Segundo o também coordenador de Estudos Estratégicos e do Desenvolvimento do


Instituto Marquês de Valle Flôr e investigador do Centro de Estudos Internacionais do
ISCTE/IUL, terão sido "problemas internos nas interpretações do Islão" que terão
levado a estes ataques.

O investigador frisa ainda a importância da resolução do problema por parte do governo


de Filipe Nyusi em ano de eleições. "Que vai vai haver eleições e o trunfo que o
Presidente Nyusi pode ter é a solução do problema do nordeste. Mas este é um
problema complicado, porque envolve uma actuação que terá que ser muito concertada
com os locais. Terá que ser uma actuação de força, sem dúvida, mas de força
inteligente", disse.

3.5.2.Implicações de uma entrada norte-americana em Cabo Delgado

Os governos internacionais têm acompanhado com atenção os ataques armados no norte


de Moçambique. Alguns sectores falam até na possibilidade da entrada de algumas
empresas norte-americanas, na área de consultoria, em Cabo Delgado.

É sabido que os EUA têm tomado a dianteira na luta contra o terrorismo à escala
mundial. Mas alguns especialistas nos PALOP com influência islâmica, não acreditam
que as tropas norte-americanas intervenham em África num futuro breve, sobretudo
com a política presidencial à porta.

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Conclusão

Partindo da premissa de que o terrorismo é um fenómeno político e socialmente


construído, este artigo procura entender as lógicas de regulação e emancipação social
que orientam as conceituações do terrorismo nas diferentes áreas disciplinares. Dessa
análise, surgiram várias questões, sendo que três delas parecem essenciais para uma
ciência social crítica que vise criar e potencializar alternativas de emancipação social.

Uma primeira dessas questões diz respeito à impossibilidade da neutralidade científica e


de uma definição consensual do terrorismo. Apresentei a perspectiva de alguns autores
que tentam negar ou mascarar as suas premissas de valor procurando uma definição
neutra e universal do terrorismo ou até recusando-se a apresentar uma concepção do
mesmo, dada a impossibilidade de encontrar uma definição universal.

Outros tentam deslegitimar o terrorismo, despolitizando-o, retirando-o do seu contexto


geopolítico e reduzindo-o a uma questão de cognição ou a uma patologia individual ou
social. Essas posições negam o carácter político e socialmente construído do terrorismo,
o que uma análise histórica e contextual do mesmo evidencia. Efectivamente, se o
terrorismo político ou revolucionário era representado, nas concepções políticas
clássicas, como de algum modo legitimado por constituir uma revolta das vítimas do
terror do Estado, actualmente, o rótulo de terrorismo é recusado mesmo pelos autores de
actos terroristas, porque associado a uma violência ilegítima.

Simultaneamente, em nome da segurança e da soberania nacional, cresce o poder


atribuído internamente às forças armadas, assim como a legitimidade da violência das
mesmas que sempre tem afectado a escala global.

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