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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL

Análise da Rentabilidade Económica da Produção de Milho no Distrito de


Vilankulo: Caso Agricultor Xibahalane (2009 a 2013)

Licenciatura em Economia Agrária

Autora:

Balbina Augusto

Vilankulo, Junho de 2016


Balbina Augusto

Análise da Rentabilidade Económica da Produção de Milho no Distrito de


Vilankulo Caso Agricultor Xibahalane (2009 a 2013)

Trabalho de Culminação de Curso


apresentado ao departamento de
Sociologia Rural da Universidade
Eduardo Mondlane – Escola
Superior de Desenvolvimento Rural
para a obtenção do grau de
Licenciatura em Economia Agrária.

Supervisor:

dra. Rosana da Gloria Eduardo

UEM – ESUDER

Vilankulo

2016
Declaração de Honra

Declaro por minha honra que este trabalho de culminação do curso é fruto da minha
investigação e das orientações dadas pela supervisora e o seu conteúdo é original estando
indicadas ao longo do trabalho e na bibliografia as fontes de informação utilizadas e o mesmo
nunca foi apresentado em nenhuma instituição para obtenção de qualquer grau académico.

Vilankulo, aos ___ Junho de 2016

___________________________

(Balbina Augusto)
Dedicatória

Dedico ao meu avo paterno Rafael Senda Mutolo por ter incutido em mim o espírito de
perseverança, aos meus pais, Augusto Rafael Mutolo e Joana Ernesto Jone por terem me
concebido a vida e não poderem cá estar a compartilhar esse momento que para mim resume
se em grande vitória, que ambos descansem na sombra do altíssimo.
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus dador da vida por ter me dado força, coragem, saúde em todos
momentos da minha vida em especial durante os 4 anos da minha formação académica.

A toda família Mutolo que directo ou indirectamente disponibilizaram-se a ajudar sempre,


para que eu chegasse aqui.

Aos meus primos e irmãos Ana Ruth, Renalda Mutolo, Anibal Mutolo, Nercio Mutolo, e
Gervásio Mutolo em especial ao Cesínio Flávio Simão Mutolo pelo apoio, confiança,
sacrifício e dedicação dado durante a minha formação que por inúmeras vezes deixou de
resolver seus desejos dando mais atenção a minha formação.

Aos meu tio Hermenegildo Carlos Jone, Renalda Rafael, Pedro Rafael, Graciela, pelo apoio e
força que me transmitiram durante a minha formação.

Ao meu super noivo Calvino Alberto Nhantumbo pelo amor incondicional, confiança, apoio,
carinho e dedicação que me transmitiu durante a minha formação, continue sendo essa pessoa
maravilhosa e que Deus abençoe sempre nossas vidas.

Aos meus amigos e colegas Dércia de Lurdes, Suzete Mário, Emilton Matuce, Arlindo
Maluzane, muito obrigado por terem estado ao meu lado durante a minha caminhada.

A todos que deram tudo para execução do presente trabalho em especial a Osvaldo Tomás,
Francisco Chirindja, Antonio Lifanissa, Wilson e Flugencia Micaela.

A minha supervisora drª Rosana da Gloria Eduardo que me orientou durante execução do meu
trabalho, muito obrigada, o todo corpo docente da Escola Superior de Desenvolvimento Rural
em especial ao dr Eugénio Fernandes, Msc Raitone Armando, dr Benedito Nhatave e dr Anito
Chimela Gomes obrigada por terem sido pilares na minha formação.

Aos que não pude citar os nomes vai o meu

MUITO MEU OBRIGADA.

i
LISTA DE ABREVIATURA

B/C- Rácio Beneficio/ Custo

CM – centímetro

EN1 – Estrada nacional número 1

EUA – Estados Unidos da América

HA- hectares

IL – Índice de Lucratividade

KG – Quilograma

LO – Lucro Operacional

KM2 – Quilometro quadrada

MAE - Ministério da Administração Estatal

MB - Margem Bruta

MINAG -Mistério de Agricultura

TIA - Trabalho de Inquérito Agrícola

TON – Tonelada

TRI – Taxa de Retorno do Investimento

LISTA DE SÍMBOLOS E SÍGLAS

Cm lê-se centímetros

ESUDER – Escola Superior de Desenvolvimento Rural

Mt - meticais

SIMA – Sistema de Informação de Mercados Agrícolas

UEM – Universidade Eduardo Mondlane

ii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Lista de Tabelas

Tabela 1. Principais países produtores de milho de 2009 a 2013, produção em milhões de


toneladas. ....................................................................................................................................... 15

Tabela 2: produção de milho em Moçambique ............................................................................. 17

Tabela 3: Produtividade obtida pelo agricultor ............................................................................. 32

Tabela 4: Resultados económicos ................................................................................................. 33

Tabela 5: Análise descritiva das receitas, custos e lucros ............................................................. 34

Tabela 6: Indicadores de rentabilidade económica........................................................................ 36

Lista de Gráficos

Gráfico 1: Tendência dos custos, receitas e lucros entre (2009 a 2013. ....................................... 35

iii
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS

Lista de Apêndices

Apêndice 1: Descrição dos custos de Produção ..........................................................................I

Apêndice 2: A Questionário destinado ao agricultor Xibahalane ............................................. II

iv
RESUMO

O milho é o cereal mais importante do mundo em termo da área cultivada e produção total. O
presente trabalho tem o objectivo de analisar a rentabilidade económica da produção de milho
no Distrito de Vilankulo no período entre (2009 a 2013). A recolha de dados, baseou-se na
aplicação de questionário dirigido ao agricultor Xibahalane este que localiza-se no povoado
de Pambara. Os resultados mostram que para a produção de milho o agricultor que segue-se
as seguintes fases: lavoura, sementeira, sacha, colheita e armazenamento. Os principais
constrangimentos encontrados foram falta de instrumentos agrícolas como é o caso de
sachadeiras, semeadora e tractor, falta de apoio de governo e ausência de instituições de
venda de semente certificada, falta de informação sobre os preços praticados para a venda do
produto e condições climáticas da região (Falta de chuva e altas temperaturas). Para calcular
os indicadores de rentabilidade económicos analisou-se as variáveis económicas como: os
custos totais de produção, quantidade produzida, receitas e lucro obtidos em todo período em
análise e a rentabilidade foi calculada usando os seguintes indicadores Margem Bruta, Rácio
Custo Beneficio e Taxa de Retorno do Investimento. Os custos médios verificados nessa
actividade foram, 160,795.00 Mt, um custo unitário médio de 8,420.10 Mt/Ha indicando que
para a produção de um hectar o agricultor teve um custo de 8,420.10 Mt/Ha para produzir
uma quantidade média 18,74Kg e foi comercializado a um preço médio de 11.80Mt/Kg tendo
resultado numa receita média de 196,200Mt, receita marginal de 9.54 Mt/Ha e um lucro
médio de 35,405.00 Mt. A margem bruta total foi de 18.05%, benefício custo foi de 1.2, a taxa
de retorno de investimento foi de 0.2%, estes valores de rentabilidade mostraram que a actividade
agrícola é rentável, ou seja o agricultor deve continuar com a actividade por ele exercido.

Palavras-Chave: Rentabilidade económica, Produção, Comercialização, milho.

v
ÍNDICE
Conteúdo Páginas

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1

1.1. Contextualização ...................................................................................................................... 1

1.2. Problema de Estudo .................................................................................................................. 3

1.3. Justificativa ............................................................................................................................... 4

1.4. Objectivos ................................................................................................................................. 5

1.4.1. Geral ...................................................................................................................................... 5

1.4.2. Específicos ............................................................................................................................. 5

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................. 6

2.1. Definição de conceitos.............................................................................................................. 6

2.2. Enquadramento teórico ............................................................................................................. 9

2.2.1. Origem, morfologia da cultura de milho e necessidades hídricas da cultura ........................ 9

2.2.2. Processo de produção de milho ........................................................................................... 10

2.3. Constrangimentos na produção e comercialização de milho .................................................. 13

2.4. Produção e comercialização de milho no mundo ................................................................... 14

2.5. Produção e comercialização de milho em Moçambique ........................................................ 16

2.5.1. Comercialização de milho em Moçambique ....................................................................... 18

2.6. Indicadores de rentabilidade económica................................................................................. 18

CAPÍTULO III: METODOLOGIA ............................................................................................... 22

3.1. Descrição da área de estudo.................................................................................................... 22

3.2. Etapas da pesquisa .................................................................................................................. 24

3.3. Análise de dados ..................................................................................................................... 25

3.4. Determinação dos custos de produção de milho .................................................................... 25

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 28


4.1. Caracterização do Agricultor em estudo ................................................................................ 28

4.1.1. Descrição do processo de produção milho .......................................................................... 28

4.1.2 Lavoura ................................................................................................................................. 28

4.1.3 Sementeira ............................................................................................................................ 29

4.1.4 Sacha ..................................................................................................................................... 31

4.1.5 Colheita................................................................................................................................. 30

4.1.6 Armazenamento .................................................................................................................... 30

4.2. Constrangimentos Enfrentados na Produção de Milho .......................................................... 31

4.3. Descrição dos custos, receitas e lucros da produção de milho ............................................... 31

4.4. Análise descritiva ................................................................................................................... 33

4.5. Tendência de custos, receitas e lucros .................................................................................... 34

4.6. Análise dos indicadores de rentabilidade económica da produção e comercialização de milho


....................................................................................................................................................... 35

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................... 37

5.1. Conclusões .............................................................................................................................. 37

5.2. Recomendações ...................................................................................................................... 39

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFIAS ............................................................................................. 40


Tabela 5: Indicadores de rentabilidade económica........................................................................ 36

Tabela 4: Análise descritiva das receitas, custos e lucros ............................................................. 34

Tabela 3: Produtividade obtida pelo agricultor ............................................................................. 32

Tabela 4: Resultados económicos.................................................................................................. 33

Tabela 2: produção de milho em Moçambique ............................................................................. 17

Tabela 1. Principais países produtores de milho de 2009 a 2013, produção em milhões de


toneladas. ....................................................................................................................................... 15
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no Período de 2009 á 2013

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
O milho (Zea mays L) é o cereal mais importante do mundo, em termo de área cultivada e
produção total. O milho é largamente cultivado em diversas regiões do mundo e a sua produção
obteve um crescimento médio anual de 2,9% enquanto a área plantada cresceu apenas 0,8% no
período de 2000 a 2006, isso significa que, o ganho da produtividade ao longo desses anos
permitiu um aumento expressivo da produção mundial, a uma taxa média anual de 2%, UNITED
STATES AGENCY OF INTERNACIONAL DEVELOPMENT (USAID, 2011).

Em Moçambique, o milho é a cultura mais importante e cobre uma área total de cerca de 29%
sendo o sector familiar o mais importante na produção, o mesmo com mais de 90% de área
cultivada tendo como principal tipo de agricultura a de regime de sequeiro, praticada na sua
maioria em zonas rurais. No período entre 2005 a 2010 a produção do milho contribuiu com
cerca de 1.340.600 toneladas, essa quantidade, representou cerca de 80% do conjunto de cereais
produzidos (CUNGUARA, 2011).

Este produto pode ser considerado alimento básico para maior parte da população moçambicana
ou ainda, cultura tradicional pela prevalência na sua produção e geração de renda, visto que com
a produção e comercialização dos excedentes responde-se às oportunidades da população no
melhoramento das suas economias e do seu padrão de vida (MUDEMA et al, 2012).

Os produtores agrários enfrentam diversas dificuldades podendo citar: a falta de investimentos


em órgãos de pesquisa, falta de crédito para o custeio das actividadesdurante o processo de
produção e a falta de política de preços mínimos que dariam maior segurança aos produtores
durante acomercialização dos excedentes, pois estes teriam fiabilidade dos preços correntes no
mercado e garantia do retorno a obter em cada lote de venda.

Esses aspectos demonstram que uma propriedade rural deve ser tratada como uma empresa onde
analisam-se investimento e possíveis ganhos, ou seja, deve possibilitar aos proprietários retornos
financeiros e económicos satisfatórios capazes de cobrir os custos incorridos durante a produção
e haja uma margem de lucro pois a venda dos excedentes. O produtor deveidentificar onde,

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quando e como aplicar os recursos, principalmente para acompanhar o mercado competitivo e


dinâmico, onde ocorrem rápidas alterações. (JUNIOR, 2005)

No presente trabalho fez-se uma análise da rentabilidade económica da cultura de milho no


Distrito de Vilankulo (Pambara) período entre 2009 a 2013, o trabalho encontra-se subdividido
em cinco capítulos a saber: O primeiro capítulo inclui introdução onde nela encontramos o
problema, justificativa e objectivos de estudo. Segundo capítulo é composto pela revisão da
literatura abordando alguns conceitos relacionados com o tema e a descrição dos indicadores de
rentabilidade económica. Terceiro capítulo inclui a descrição da área de estudo, métodos de
colecta de dados, método de análise e interpretação de dados. Quarto capítulo engloba a
discussão dos resultados recolhidos no campo. Quinto capítulo é composto pela conclusão e
recomendações.

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1.2. Problema de Estudo

A população Moçambicana na sua maioria vive na base de agricultura, no entanto durante o


desempenho das suas actividades, estes trabalhadores de terra enfrentam várias dificuldades,
situação que faz com que os níveis de produção por eles adquiridos por época não satisfaçam a
níveis desejados as suas necessidades alimentares e económicas.

A fraca coordenação da cadeia produtiva do milho, fraca divulgação dos preços nos mercados,
falta de crédito para o sector agrário, a baixa disseminação de tecnologia, a quebra de contratos
por parte dos colaboradores e a ausência de estímulo na produção por parte das entidades
governamentais, comprometem a produção e a produtividade agrícola em Moçambique e
consequentemente, não há competitividade dos produtos agrícolas produzidas a nível nacional
prejudicando assim os produtores de grande, pequena e media escala no concernente aos níveis
da produção e comercialização dos excedentes em mercados vizinhos (JUGA e DIOGO, 2014).

Pelo facto de não se aplicarem tecnologias agrícolas no sector familiar, dentre as quais a
utilização do sistema de rega, uso de pesticidas faz com que os seus praticantes dependam das
águas da chuva, para a obtenção de rendimentos consideráveis, situação essa que faz com que os
rendimentos obtidos por hectares e por época sejam reduzidos. E como resultado da baixa
produção, o nível de comercialização desta cultura na zona sul é de 3% da quantidade produzida,
percentagem relativamente inferior aos cerca de 16% e 17% da quantidade total produzida e
comercializada nas zonas centro e norte do país, respectivamente (MUDEMA, 2012).

O produtor Xibahalane faz parte dos produtores desta zona cuja rentabilidade obtida pela
produção de milho é influenciada por estes factores. É no contexto destes factores que formula se
a seguinte questão de pesquisa:

Até que ponto a produção de milhoé economicamente rentável para o agricultor Xibahalane?

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1.3. Justificativa

A agricultura é o principal sector da economia de Moçambique, porém, poucos recursos são


aplicados a este sector na despesa pública. Apesar dos esforços do Governo, desde o acordo de
paz em 1992, de promover a agricultura através de programas nacionais, suportados na sua
maioria pela ajuda internacional, nota-se que os esforços não estão a surtir efeitos desejados para
o sector. A implementação das diversas estratégias para impulsionar a economia e agricultura
teve um impacto muito ligeiro e por vezes nulo no rendimento dos agricultores, na produtividade
agrícola assim como na utilização de tecnologias agrícolas e de transformação (ILDA e JASSE,
2013).

A escolha do tema deve-se ao facto, do milho ser uma das culturas mais produzidas e
consumidas em Moçambique contribuindo para a segurança alimentar e na redução da pobreza, a
sua produção gera rendimentos substanciais para os grandes, pequenos e médios produtores na
comercialização dos excedentes, também este cereal constitui uma boa fonte de calorias,
proteínas e outros nutrientes sendo por isso considerada uma cultura estratégica sob o ponto de
vista de desenvolvimento nacional e distrital.

A escolha do produtor deve-se pelo facto deste estar na escala de um grande agricultor, devido a
extensão de área de produção (50 hectares), quantidades produzidas, capacidade de criação de
postos de emprego e pelo facto deste não estar associado, tornando-o assim como referência ao
nível do distrito.

A produção agrícola tem como principal característica a variação dos rendimentos por época ou
anualmente desta feita optou-se por fazer um estudo durante 5 anos (2009-2013) com vista a
obtenção de dados que permitam fazer uma análise temporal da rentabilidade económica.

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1.4. Objectivos

1.4.1. Geral

 Analisar a rentabilidade económica da produção de milho no Distrito de Vilankulo,


caso de agricultor Xibahalane no período 2009 a 2013.

1.4.2. Específicos

 Descrever o processo de produção de milho;


 Identificar os principais constrangimentos enfrentados na produção de milho;
 Determinar os custos, receitas e lucros da produção de milho;
 Analisar os indicadores de rentabilidade económica da produção de milho.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Definição de conceitos

Rentabilidade é o grau de êxito económico da empresa e a sua análise relaciona os retornos da


empresa em relação as suas vendas, activos e património líquido. O índice de rentabilidade
mostra o retorno dos capitais investidos, em termos genéricos. Rentabilidade indica o percentual
de remuneração do capital investido (MATARAZZO, 2007).

Numa perspectiva de empresa a rentabilidade resulta, necessariamente da combinação de factores


de natureza operacional e factores de natureza financeira que servem de alavanca para o
desenvolvimento empresarial, o seu valor é comummente expresso em percentagem (NETO,
2009)

Rentabilidade económica é a capacidade de avaliar o ganho obtido pela empresa tendo em vista
as condições actuais e futuras. Tem como principal objectivo verificar-se o capital investido pela
empresa é remunerado ou reembolsado de modo que as receitas superem as despesas do
investimento, com a finalidade de alcançar a sobrevivência pretendida pela empresa (LAMPERT,
2003).

Na economia, a rentabilidade económica é considerada como o vínculo que existe entre o lucro
económico que se obtém de determinada acção e os recursos que são exigidos para a geração de
certo benefício. Em outras palavras pode ser entendida como o retorno recebido por um
accionista ou uma empresa por sua participação (WERNKE, 2008).

Produção è um fenómeno que consiste na acção do Homem sobre a natureza com o objectivo de
obter através de um processo produtivo bens e serviços necessários para a satisfação das suas
necessidades em termo de bens e serviços (HOFFMANN, 2005).

Produção actividade levada a cabo por uma unidade destinada a fabricação, elaboração e
obtenção de bens e serviços em que o trabalho e o capital são utilizados para transformar bens
intermédios (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).

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Produção agrícola refere-se a todos produtosresultantes da actividade agrícola, esses produtos


são utilizados em uma percentagem alta como alimentos, embora possamos encontrar também
em outros usos em diversas industriase fabricas (BUAINAIN, 2002).

Comercialização compreende o conjunto de actividades realizadas por instituições que se acham


empenhadas na transferência de bens e serviços desde o ponto de produção inicial até que eles
atinjam o consumidor final, este processo inicia desde o momento que o agricultor ou produtor
decide produzir um determinado produto até a sua chegada do mesmo no consumidor final
(BARROS, 2001).

Comercialização é definida pelo conjunto de operações que se iniciam com a criação dos
produtos agrícolas e culminam com a sua utilização ao nível do consumidor final. Neste contexto
a comercialização significa a continuação do processo da produção (CABRAL, 2001).

Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com objectivo de obter
alimentos, fibras, energia, matéria-prima para indústrias transformadoras, essa actividade inclui
trabalhos relacionados com o tratamento do solo e plantação (ÉLIARD, 1995).

Agricultura é a artificialização pelo Homem do meio natural, com a finalidade de torná-lo mais
apto ao desenvolvimento das espécies vegetais e animais para o seu auto sustento (BARROS
2000).

Custo significa a compensação que os donos dos factores de produção recebem pelo gasto
relativo ao bem utilizado ou serviço realizado na produção de outros bens e serviços, esses gastos
são todos relacionados à actividade de produção. Os custos aumentam quando a compra de bens e
serviços na empresa é acrescida, aumento pagamento de dívidas a terceiros (HOFFMANN,
2005).

No sentido de produção, entende-se como sendo a soma, expressa monetariamente, de todos os


sacrifícios suportados para a obtenção de uma utilidade ou de um serviço de carácter oneroso.
Produzir é criar utilidade e, para isso, quem se propõe a produzir, tem de suportar encargos,
renúncias e riscos em maior ou menor escala, ou seja, todo objectivo económico com carácter
oneroso implica um custo (SEAB, 2012).

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Custo Totais de Produção é a soma dos valores de todos os recursos (insumos e serviços)
utilizados no processo produtivo de uma actividade agrícola, em certo período de tempo por meio
da qual é obtida uma determinada quantidade do produto. São classificados em custos fixos e
variáveis (REIS, 2007).

Os Custos de Produçãoeconomicamente, compõe-se de todos os itens de custo considerados


variáveis ou fixos representados pelos dispêndios em dinheiro, em mão de obra, defensivos,
combustível, reparos, alimentação e juros bancários (REIS, 2007).

Custos Fixos são aqueles que não sofrem alteração do valor em caso de aumento ou diminuição
da produção independentemente do nível da actividade. Entre os custos fixos destacam-se a
depreciação dos meios de produção, as taxas anuais para o pagamento de uso e aproveitamento
de terra, custos de manutenção de equipamentos agrícolas, depreciações, juros sobre o capital
investido e o gasto com seguro (SEAB, 2012).

Custos variáveis são aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção
ou de actividade, seus valores dependem directamente do volume produzido ou volume de
vendas efectuadas num determinado período de tempo. Exemplo de custos variáveis: mão-de-
obra directamente usada no processo produtivo, insumos e combustíveis, esses custos
representam todas as despesas directas com o processo produtivo, ou seja, todos os gastos
necessários para realizar uma determinada actividade (SÁ, 1995).

Custo unitário de produção (CU) é a relação entre o custo total e a quantidade produzida, este é
importante porque espelha a essência dos custos, que é de se estabelecer um preço na produção
que dá lucro ao produtor e é dado pela seguinte fórmula: CU = CT/QP (SÁ, 1995).

Preço valor monetário indicado em numerário que efectivamente os consumidores pagam pelo
produto adquirido e nas quantidades de venda mais típicas, ou seja, considera-se o preço de
transacção a pronto pagamento (GOMES, 2008).

Preço é o valor pago pelo consumidor por cada uma unidade de determinado produto adquirido
num estabelecimento de produção ou em um mercado físico ou virtual (LEONE, 1997).

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Receita é a entrada monetária que ocorre em uma entidade ou património em geral sob a forma
de dinheiro ou de crédito representativos de direito. Na actividade agropecuária o aumento da
receita no empreendimento depende da quantidade produzida e do preço efectuado no
mercado(SÁ, 1995).

Lucro Bruto (LB): é o rendimento ou benefício de um investimento ou a parte de um bem que


se obtém depois de realizar os descontos correspondentes as despesas de operação e capital, este
é proporcional a quantidade produzida e comercializada (SEAB, 2012).

Lucro Bruto corresponde ao resultado positivo ou negativo deduzido das vendas, custos e
despesas. Diferença entre a receita e o custo de produção, incluindo-se os gastos com insumos,
energia e outras despesas, mais impostos e remuneração dos empregados (SEAB, 2012).

2.2. Enquadramento teórico

2.2.1. Origem, morfologia da cultura de milho enecessidades hídricas da cultura

O milho (ZeamaysL.) é uma planta que pertence ao reino plantae, classe monocotiledonea, da
família paceae (gramíneas), génerozea e espécie Zeamays pertence ao grupo das angiospermas,
ou seja produz as sementes no fruto, com interesse agrícola destinada para alimentação humana e
dos animais, este cereal serve também de fonte de grande número de produtos industriais, sendo
utilizado em forma de grãos e para forragens. É um dos grãos alimentícios mais antigos que se
conhece. Entre os cereais cultivados no mundo, o milho ocupa o segundo lugar em produção a
seguir ao trigo, com o arroz em terceiro lugar essa cultura produz-se em climas variados desde
zonas temperadas a tropicais, durante o período em que as temperaturas são superiores a 15ºC
(DE OLIVEIRA 2007).

A planta do milho chega a uma altura de 2,5 metros, embora hajam variedades bem mais baixas,
o caule tem aparência de bambu, e as juntas estão geralmente a 50 cm de distância umas das
outras, a fixação da raiz é relativamente fraca com espigas cilíndricas, e costuma nascer na
metade da altura da planta. Os grãos são do tamanho de ervilhas, e estão dispostos em fileiras
regulares presas no sabugo que formam a espiga, cada espiga contém mais de duzentos grãos
(DOS SANTOS, 2008).

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O milho é menos sensível ao défice hídrico durante os períodos vegetativo e maturação, e quando
ocorre durante o período de floração particularmente na altura da formação da espiga e da
polinizaçãopodem resultar num rendimento baixo ou nulo dos grãos devido a secagem dos
estigmas (DOOREMBOS &, KASSAM 1994).

2.2.2. Processo de produção de milho

O processo de produção de milho encontra se subdividido em quatro (4) fases onde encontramos
o preparo do solo ou lavoura, sementeira, sacha ecolheita.

a) Lavoura

Para o plantio do milho deve-se preparar o solo fazendo uma aração com 20 cm de profundidade
podendo usar tractor, charrua ou enxada para que em seguida possa-se fazer uma ou duas
gradagens dependendo das necessidades do solo, essas gradagens tem como objectivo quebrar os
torrões provocados pela charrua e nivelar o solo, deixando-o pronto para o plantio (FERREIRA,
2001).

b) Sementeira

Os camponeses que praticam a agricultura de sequeiro relacionam o período de sementeiras com


o início da estação chuvosa. Isto porque o início de crescimento duma planta em condições de
sequeiro só é possível em harmonia com a humidade que geralmente é proveniente da água da
chuva. Sabe-se que sem uma quantidade considerável de humidade no solo e com condições
térmicas pouco favoráveis o período de germinação de uma cultura pode sofrer um
prolongamento até mesmo ocorrer perda de cultura podendo dizer que, o milho é semeado no
início da estação quente período esse que coincide com início da época chuvosa
(Outubro/Novembro) e a segunda época é realizada entre (Abril/Maio) (DOOREMBOS E
KASSAM, 1994).

A sementeira pode ser feita manualmente ou com semeadora mecanizada. O emprego da


sementeira manual é prática comum em pequenas lavouras podendo colocar (três) 3 sementes por
covacho a uma separação de 40 cm entre as plantas e 1 m de distância entre linhas; os médios
agricultores usam uma profundidade de cinco a oito(5 a 8)cm de profundidade dependendo do
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solo a um compasso de 75 cm separação entre linhas e 25 cm entre plantas com uma semente por
covacho usando 25kg de milho por hectar; na agricultura de regadio a sementeira é feita a partir
de Setembro até 15 de Novembro de cada ano e na agricultura de sequeiro, a sementeira para
primeira época é feita logo nas primeiras chuvas de Outubro e na primeira metade de
Novembroquando a terra tiver humidade até 15 cm de profundidade e a segunda época realiza-se
na 1a década de Abril até 30 de Maio (MINAG, 2011).

Nas sementeiras precoces, em que a temperatura do solo é mais baixa e normalmente não há
deficiência hídrica durante o sub-período entrea sementeira e a emergência, deve-se utilizar
menores profundidades de sementeira ao redor de 3 a 4 cm. Pelas mesmas razões, a profundidade
de sementeira deve ser menor em regiões mais frias. Por outro lado, sementeiras nas épocas
intermediárias e tardia requerem maior profundidade, devido à maior temperatura do solo e para
possibilitar que a humidade do solo seja adequada para a germinação e a emergência das
plântulas. Deve se salientar que sementeiras profundas geralmente implicam em maior duração
do sub-período de sementeira á emergência, o que pode diminuir a densidade de plantas e
favorecer a desuniformidade na emergência de plântulas(EMBRAPA, 2013).

c) Sacha

Essa época dá início do controle de plantas daninhas e apresenta grande influência no


crescimento das plantas e na produtividade de grãos da cultura. Asacha consiste em manter o
campo de produção livre de infestante podendo ser feita manualmente utilizando enxada com
umaprofundidade não superior a cinco(5) cm, deste modo, a cultura de milho necessita de duas
(2) sachas. Esse período é variável, mas, na maioria das situações, inicia aos 15 até os 50 dias
após a emergência. As variações no período da sacha devem-se a tipo de variedade, às épocas de
sementeira e de emergência da cultura, à disponibilidade de água e nutrientes no solo, às espécies
daninhas presentes e à densidade populacional das mesmas (FEREIRA, 2001).

d) Colheita

A duração desse sub-período depende basicamente das condições meteorológicas vigentes


durante este intervalo de tempo, passando os grãos somente por um processo físico de perda de
humidade. Condições de temperatura do ar elevada e humidade relativa do ar baixa,
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especialmente se associadas à ocorrência de ventos, aceleram o processo de perda de humidade


nos grãos. Após a maturação, a planta pode levar de 7 a 23 dias até atingir condições para ser
colhida, as variações do período de colheita depende da variedade e condições climáticas de
cultivo, podendo encontrar variedades com um de ciclo de maturação de 70 a 120 dias. Fazer-se a
colheita quando milho estiver com os grãos bem secos em 90%, o que pode-se comprovar
apertando um grão com a unha e quando não estiver marcado é porque esta pronto para ser
colhido (MINAG, 2011).

2.3. Constrangimentos na produção e comercialização de milho


Para CONCELHO DE MINISTROS (CM, 2006) os constrangimentos que são enfrentados na
produção e na comercialização agrícola em quase todas províncias nacionais são os seguintes:

 Altos custos de insumos

Avenda desemente nos mercados informais, insuficiência de insumos agrícolas existentes no país
e elevado custo de aquisição temsido apontado, em todas as províncias, como sendo um
constrangimento para maximizar os rendimentos e produtividade agrícolas vindo a influenciar na
qualidade e quantidade de milho distribuído pelos produtores aos mercados consumidores.Onde
os agricultores compram os insumose o vendedor é quem fixa o preço, pesa o produto, faz os
cálculos; enfim, ele é o protagonista da transacção e os agricultores se mantêm numa postura de
passividade e subordinação, sem nenhuma condição para negociar melhores preços.

 Fraco acesso ao crédito e elevadas taxas de juros

As dificuldades do acesso ao crédito para agricultores junto às instituições de crédito, que de um


lado derivam das altas taxas de juros aplicados por estas instituições bem como a ausência dessas
instituições em locais de fácil acesso aos produtores, têm contribuído em grande escala na
aquisição de crédito agrícola por parte dos mesmos. Por via disso, a realização das suas
actividades não tem tido lugar por falta de capital próprio suficiente ou ainda a financiamento,
colocando em causa a realização das actividades no período desejada.

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 Uso limitado de tecnologias melhoradas e fraca assistênciatécnica

Quando a actividade agropecuária é realiza com base na mecanização de instrumentos utilizados


sendo estes acompanhados pela expansão dos serviços de assistênciatécnica ocorre a revolução
agrícola, com impacto bastante positivo na produção e produtividade obtida pelos produtores de
campanha a campanha.

 Falta de transparência no mercado e uma distribuição assimétrica de informação

A incerteza dos preços nos mercados resulta da instabilidade natural dos preços agrícolas quase
que contínuas dos factores que afectam a oferta e a procura de produtos agrícolas. A estabilização
de preços viria ajudar a reduzir os riscos e dar garantia de rendimento mínimo aos produtores de
milho e sustentabilidade aos negócios agrícolas em geral, além de garantir o abastecimento de
uma população preocupantemente crescente.

2.4. Produção e comercialização de milho no mundo

Praticamente todos os países produzem milho. Ao todo, são 160 milhões de hectares e 800
milhões de toneladas anuais, a sua produção tem sido intensificada nas últimas décadas em
função de vários factores, entre eles o uso do milho na fabricação de ração animal e também para
a produção de etanol (FAO, 2008).

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Tabela 1. Principais países produtores de milho de 2009 a 2013, produção em milhões de


toneladas.

País/Ano 2009 2010 2011 2012 2013


Estados Unidos 241.49 228.805 256.905 299.917 280.228
China 114.25 121.497 115.998 130.434 131.145
Brasil 41.955 19.299 48.327 41.806 34.86
México 20.134 19.299 9.652 22 20.5
Argentina 15.365 15 15.04 15 19.5
Índia 13.16 10.3 14.72 14 14.5
França 16.408 16.44 11.991 16.391 13.226
Indonésia 9.347 9.654 10.886 11.225 12.014
África do Sul 7.772 10.076 9.705 9.965 11.996
Itália. 10.554 10.554 8.702 11.375 10.622

Fonte: (FAO, 2008)

A produção internacional do milho é amplamente dominada pelos Estados Unidos, China e Brasil
estes países respondem por 68% da produção e quando incluído a União Europeia todos totalizam
75% da produção a nível mundial. Nos EUA devido a importância desde cereal no cenário
interno, 41,71% de toda produção é destinada para o consumo interno, a estimativa é que a
demanda norte-americana de milho para o etanol e ração é de aproximadamente 45% até 2015
(GERAGE, etal1999).

Os Estados Unidos são os maiores produtores e consumidores de milho, respondendo por 36% da
produção e 32% do consumo mundial, cada ano aumenta a utilização do cereal para produção do
combustível e ração animal, e na 2a posição está a China onde o crescimento do rebanho animal
determinou o ritmo nas quantidades demandadas sendo responsável em média nos últimos anos
(2005 a 2008) por 20% da produção mundial, o Brasil é o 3a maior produtor, com 7,4% da
produção global (GERAGE, etal, 1999).

Na África, a maior parte do milho é cultivado por pequenos agricultores que utilizam baixas
tecnologias e menos de 45% das sementes por eles utilizada são híbridas, podendo encontrar

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grandes produtores na África do Sul, Zâmbia e Egipto. Em 2005 a África ocupou a nona posição
na lista dos maiores produtores de milho no mundo com 12 milhões de toneladas, com uma
produção destinada para alimentação nas diversas formas de uso e para as indústrias (FILHO e
CRUZ, 2002).

As exportações mundiais de milho são na sua totalidade controladas por três países: Estados
Unidos, Brasil e Argentina que juntos representam 83% do mercado global. E na lista dos
maiores importadores encontramos Japão, este que representam 1/5 da demanda global, México
responsável por 10,5% e Correia do Sul com 8,8% de importação (SEAB, 2012).

2.5. Produção e comercialização de milho em Moçambique

O milho é uma cultura muito importante e a primeira em termo de números de pequenos


produtores, área cultivada e produção de energia. Junto com a mandioca, batata-doce, o milho é
uma das três culturas básicas no país ocupando cerca de 34,5% da área cultivada, este cereal é
produzido em maior quantidade nas províncias de Manica e Tete (ILDA e JASSE, 2013).

A nível nacional maior parte dos produtores produzem em pequenas áreas e não superiores a
3hectares e esses são considerados pequenos agricultores e os que exploram áreas maiores que 3
hectares não superiores a 10 são considerados médios agricultores, e a parte dos praticantes da
actividade agrícola que cultivam em áreas maiores que 10 hectares e não superiores a 50, estes
por sua vez são considerados grandes agricultores (JUGA e DIOGO, 2014)

Em Moçambique o milho é produzido em zonas baixas ocupando cerca de 65% dessas áreas,
muitas vezes vulnerável a doenças, pragas, insectos e seca sendo a produção desenvolvida pelo
sector familiar em maior escala. Apesar da baixa produtividade, o milho é uma das culturas que,
juntamente com a mandioca, passou a gerar excedentes nos últimos anos, com uma produção
total de 14,7 milhões de toneladas (BANCO MUNDIAL, 2007).

Nas zonas sul e centro as sementeiras iniciam com estabilidade na 1a década de


Outubro/Novembro e a segunda época realiza-se de Abril a Maio e no interior da zona norte a
sementeira da segunda época é efectuada na 1a década de Dezembro e na zona costeira das

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províncias de Cabo Delgado e Nampula semeasse na 1a década de Dezembro devido ao atraso no


início das chuvasMINAG, 2011).

Na zona norte da Província de Inhambane recomenda se que a sementeira da 1a época seja da


variedade Pan 67, um híbrido de ciclo longo com maior resistência a pragas e tolerante a seca e
na 2ª época uma variedade de ciclo curto como a Matuba (100-120dias) sendo 100 dias para o
período quente e 120 para o período fresco e tem como principal característica menores
necessidades hídricas (MINAG, 2011).

Em Moçambique os pequenos produtores seleccionam as variedades de milho, de acordo com a


resistência à seca e pragas da variedade, dando menos importância à produtividade da variedade
da semente e que tem resultado em baixa produtividade, este facto esta relacionado aos baixos
níveis de uso de insumos melhorados resultando na redução da produção e a qualidade do
produto também não é um factor tido em atenção pelos produtores, mas é importante para os
compradores de milho para a continuação da cadeia de valor (MUDEMA etal, 2012).

Tabela 2: produção de milho em Moçambique

Produção Unidade 2006 2007 2008 2009 2010 2011


Área Ha 1664000 1441000 1480 1612000 1573000 1617380
Produção Ton 1417800 1441000 1676000 1932000 1878000 2090790
Produtividade Kg/Ha 852 1441000 1132.4 11985 1193 1292.7

Fonte:(ILDA e JASSE, 2013)

O potencial para produção do milho em Moçambique está associado a condições agro-ecológicas


do país segundo os dados do Trabalho de Inquérito Agrícola (TIA) do ano 2007 refere que as
regiões agro-ecológicas de elevadas e frequentes precipitações (R7, R8 e R9) localizadas nas
regiões centro e norte do país apresentam condições suficientemente óptimas para alcançar bons
níveis de produção, com rendimentos médios de 1.100, 945 e 734 kg/ha, respectivamente.
Enquanto isso as regiões agro-ecológicas da zona sul do país (R1, R2 e R3) são propensas a
baixos níveis de produção com rendimentos na ordem de 400 kg/ha (CUNGUARA 2010).

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Entretanto, a zona sul do país é caracterizada por solos arenosos pobres e por um regime de
precipitação irregular, factores que não potenciam uma agricultura de sequeiro para culturas não
tolerantes a seca, como o milho. Apesar da zona sul do país não apresentar condições agro-
ecológicas favoráveis ao cultivo do milho, os agregados familiares desta região tem apostado
continuamente no seu cultivo, em parte como forma de minimizar riscos e insegurança alimentar
(SITOE, 2005).

Praticamente o milho produzido em Moçambique é consumido como alimento humano, sendo


consumido em grande escala assado, cozido ou seco sob forma de farinha, para além de constituir
a matéria-prima essencial para preparação de bebidas alcoólicas locais, uma pequena parte é
utilizado como ração animal (AUSTRALCOWI, 2009).

2.5.1. Comercialização de milho em Moçambique


A comercialização de produtos agrícolas no país tem vindo a crescer tendo passado de pouco
mais de 505 mil toneladas em 2000 para 1.1 milhões em 2009. Apesar deste crescimento as
autoridades da indústria e comércio reconhecem a existência de constrangimentos que
comprometem a cadeia de valor, Ministério da Industria e Comércio (MIC, 2013).

A comercialização de produtos agrícolas é constituída maioritariamente por lojas rurais,


comerciantes licenciados e não licenciados (barracas, tendas, e vendedores ambulantes),
armazenistas importadores e exportadores. Muitas vezes o mesmo comerciante realiza diversos
tipos de comércio (a grosso e a retalho) no mesmo estabelecimento. No campo, a comercialização
agrícola é principalmente assegurada pelos vendedores ambulantes(CM, 2006).

O posto da Localidade de Luelele é o mais activo em termos de volumes de milho transaccionado


para o Malawi onde apenas os comerciantes Moçambicanos podem comprar o milho
directamente dos produtores, nas localidades, e estes por sua vez podem revende-lo aos
Malawianos. Por causa disso, houve maior entrada de comerciantes vindos de outros pontos do
País como Nampula, Quelimane e Beira para a compra de milho, ou seja, nos anos boa produção
maior parte do milho produzido em Milange é escoado para Nampula, Quelimane, Beira e em
alguns mercados da zona sul do país (PAULO etal, 2012).

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2.6. Indicadores de rentabilidade económica


Os índices de rentabilidade servem para medir a capacidadeeconómica da empresa, isto é,
evidenciam o grau de êxito económico obtido pelo capitalinvestido da empresa. Segundo o autor,
esses indicadores têm por objectivo avaliar os resultadosauferidos por uma empresa/propriedade
em relação a determinados parâmetros que melhorrevelam suas dimensões (PONSSIANO, 2000).

Indicadores de rentabilidade ou índices de rentabilidade são tidos como sendo uma medida
expressa em valores absolutos ou relativos que comparam as entradas e as saídas de recursos da
empresa durante o período em análise (SOUZA, 2003).

Existem vários indicadores de rentabilidade económica para qualquer que seja o


empreendimento, mas para a produção de produtos agrícolas os indicadores a utilizar são:
Margem bruta (MB),Taxa de Retorno do Investimento (TRI), Rácio Beneficio/ custo (RBC),
Índice de Lucratividade, e Lucro Operacional (SOUZA, 2003).

a) Margem Bruta
Margem Bruta (MB), mostra a eficiência económica da produção, isto é, representa a
Lucratividade auferida sobre o produto ou serviço comercializado pela empresa (BARROS,
2001).

Esse indicador mede a percentagem de cada unidade monetária da Receita Bruta que restou após
a empresa ter pago os custos de produção sem incluir os impostos e juros ou sem incluir os custos
fixos e de oportunidade, este indicador fornece indicação de quanto a empresa esta a ganhar
como resultado imediato da sua actividade LOBRIGATTI (2004).

A margem bruta de uma actividade é o indicador de rentabilidade da empresa, esta mostra como
ela pode manter a sustentabilidade a curto prazoesse indicador indica qual e a disponibilidade de
cobrir o risco e a capacidade empresarial do proprietário, quanto mais alto for melhor é a margem
ou lucro. Se a margem bruta for negativa a actividade não consegue cobrir os custos variáveis
com os proveitos que produz, neste caso o modo de produção deve ser imediatamente
reformulado ou a actividade deverá ser extinta (SILVA, 2010).
Formula

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MB= (LB/RB) *100

Onde:

(LB/RB): significa lucro bruto e receita bruta respectivamente

b) Rácio Beneficio/ custo é uma a forma de medida de rentabilidade de um


empreendimento, expressa neste caso pelo cociente entre os seus benefícios e custos totais de
produção, este indicador serve para medir qual foi o benefício ou ganho obtido pela empresa para
cada unidade de custos totais utilizados, representando o equivalente de proveito em unidades
monetárias (BERNARDO, 2001).
Formula

BC=B/C

Onde: B significa benefício e C significa custo

Condições:
 Se o rácio beneficio/custo for menor que 1 então os custos são maiores que os benefícios
logo o projecto pode não ser aprovado;
 Se o rácio benefício Custo for igual a 1é indiferente a realização ou não do projecto
 Se o rácio beneficio/custo for maior que 1 então os benefícios são maiores que os custos
logo o projecto pode ser aprovado.

c)Taxa de Retorno do Investimento (TRI)é utilizado para avaliar a rentabilidade do


investimento total, porque é só através do retorno do investimento que o empresário (produtor)
poderá conhecer o retorno que a empresa gerou ou gerará sobre o capital por ele investido. Esse
índice indica quanto a empresa ganha para cada 1 Metical investido, é o poder de ganho da
organização. Quanto maior o resultado, melhor para a empresa, pois ela estará tendo um alto
retorno sobre o capital investido e consequentemente, um retorno mais rápido do investimento
(WOILER etal, 1996).

d) Lucro Operacional

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Corresponde à receita bruta menos o custo total. Quando o lucro é positivo, pode-se concluir que
a actividade é estável e com possibilidade de expansão. Em caso de lucro negativo, mas em
condições de suportar o custo operacional efectivo (MB positiva), pode-se concluir que o
empresário poderá continuar produzindo por determinado período, embora com um problema
crescente de descapitalização (GOMES, 2008).

d) Índice de Lucratividade

Relaciona o lucro operacional (LO) e a receita bruta (RB) em percentagem. É uma medida
importante da rentabilidade da actividade económica, uma vez que mostra a taxa disponível de
receita da actividade após o pagamento de todos os custos operacionais, encargos sociais e
financeiros inclusive as depreciações (ABREU, 2002).
Quando o índice de Lucratividade for superior a 1,0 revelando que ser uma actividade
economicamente rentável. Em caso contrário, IL menor que 1,0 tem-se um indicativo de
desinteresse pela alternativa (ABREU, 1982).

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CAPÍTULO III: METODOLOGIA

3.1. Descrição da área de estudo

a) Localização

O Distrito de Vilankulo localiza-se na região sul de Moçambique a norte da Província de


Inhambane, com uma superfície de cerca de 5.867km2 e constituído por cinco postos
administrativos, nomeadamente: Vilankulo, Mapinhane, Kewene, Belane e Muabsa. Corresponde
a 18% da área total da província. Tendo como limites, norte o Distrito de Inhassoro, a Sul o
Distrito de Massinga, a Oeste o Distrito de Mabote e este Oceano Indico (MAE, 2005). Pambara
é um povoado pertencente ao posto administrativo de Vilankulo.

A agricultura é uma das principais actividades socioeconómicas da população do povoado,


constituído principalmente pela população camponesa que pratica a agricultura de subsistência.
No período fresco produz e comercializa hortícolas e é deficitário em cereais (PDD, 2005).

b) Solo

O distrito de Vilankulo pode ser classificado em duas zonas agro-ecológicas ou de produção


principal a citar:

Zona A (R33) abarca o interior do distrito, com solos predominantes arenosos e brancos pobres
em matéria e as culturas predominantes são o milho, feijão-nhembae amendoim.

Zona B (25) abarca a zona do litoral onde os solos são avermelhados acastanhados, profundos e
férteis existindo zonas com solos acastanhados, cinzentos e escuros. As culturas praticadas são
milho, mapira, mexoeira, mandioca, feijão jugo e feijão-nhemba. As condições hídricas nessa
região são caracterizadas por inexistência de rios e lagoas, encontrando-se o lençol freático de 50-
60m apresentado algum teor de sal, (MAE, 2005).

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c) Agricultura

Dos 585 mil hectares do distrito, estima-se em 250 mil hectares o seu potencial de terra arável
(cerca de metade da área total) estando ocupados pelo sector familiar agrícola cerca de 35 mil
hectares (MAE, 2005).

De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares


em regime de consociação de culturas com base em variedades locais, nomeadamente o milho, o
amendoim, o feijão-nhemba, a mapira, a mexoeira, a mandioca, a batata-doce (MAE, 2005).

Dada a composição alargada da maioria dos agregados moçambicanos, a estrutura de exploração


agrícola do distrito reflecte a base da economia familiar, constatando-se que 85% das explorações
são cultivadas por três ou mais membros do agregado familiar.

Estas explorações estão divididas em cerca de 60 mil parcelas, 80% com menos de meio hectare
e exploradas em 60% dos casos por mulheres. De realçar que 20% do total de agricultores são
crianças menores de 10 anos de idade, de ambos os sexos (MAE, 2005).

d) Clima

O clima é diversificado sendo a costa com clima tropical húmido e o interior o clima tropical
seco. O verão é o período mais longo ocupando os meses de Outubro a Abril, sendo neste período
que se destaca a época de chuvosa, chegando a atingir precipitações anuais elevadas nas zonas
costeira oscilando entre 800 a 1000 milímetros, não se verificando o mesmo com o interior onde
as médias anuais atingem apenas 600 milímetros, as temperaturas médias anuais na faixa costeira
variam de 23.7oC, com diferenças em amplitudes anuais, apresenta precipitação média mensal de
55.8oC, (MAE, 2005).

e) Infra-estruturas

O distrito de Vilankulo é servido por transportes rodoviários, marítimos e aéreos, sendo


atravessado pela principal estrada do país (EN1), que o liga á principais cidades do país.
As infra-estruturas de telecomunicações incluem uma rede de telefonia fixa e comunicações via
rádio. O distrito acede ainda, em vastas áreas, á rede de telefonia móvel dos três operadores

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existentes. A vila de Vilankulo é servida por um sistema de abastecimento de água canalizada.


No resto do distrito o abastecimento de água potável a muitas comunidades é deficiente,
estimando-se em 34%, o seu nível de cobertura (MAE, 2005).

3.2. Etapas da pesquisa

A base teórica para o presente trabalho foi realizada com base nos métodos propostos pelo (GIL,
2008) quando o autor afirma que qualquer pesquisa científica deve ser feita usando algum tipo de
pesquisa, podendo usar a pesquisa bibliográfica (fontes secundárias) ou pesquisa documental
(fontes primárias).

3.2.1. Primeira etapa:


Pesquisa Bibliográfica e documental

Pesquisa Bibliográfica é aquela que é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído


principalmente de livros e artigos científicos. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica
reside no facto de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar directamente (GIL, 2008).

Pesquisa documentalé um tipo de pesquisa que vale-se de materiais que não receberamainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da
pesquisa.O desenvolvimento da pesquisa documental segue os seguintes passos: primeiro passo
consiste na exploração das fontes documentais onde encontramos documentos de primeira mão,
que não receberam qualquer tratamento analítico, tais como documentos oficiais, reportagens de
jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias e gravações;

De outro lado, existem osdocumentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados,
tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas e tabelas estatísticas (GIL, 2008).

Para o presente trabalho aplicou-se os dois tipos (bibliográfica e documental) onde no método
bibliográfico visou a obtenção de dados em manuais, pesquisas científicas, trabalhos de teses que
abordem assuntos relacionados com o tema. Esse tipo de pesquisa tem como vantagem permitir
ao investigador cobertura de uma gama de fenómenos utilizando fundamentalmente contribuição

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de vários autores que tratam de forma ampla um determinando assunto, e na pesquisa documental
apoiou se em dados fornecidos pelo agricultor ou seja dados colhidos no campo.

3.2.2. Segunda etapa:Recolha de dados


A recolha de dados no presente trabalhofoi feita através das seguintes técnicas de recolha de
dados:

a) Entrevista semi-estruturada é aquela em que o entrevistador segue um roteiro


previamente estabelecido e as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza
de acordo com um formulário e é efectuada de preferência com pessoas seleccionadas de acordo
com um plano, este tipo de entrevista permite que com do questionário elaborado possam surgir
durante a entrevista outras questões que sustentem a pesquisa (MARCON e LAKATOS, 2003).

Para o caso deste trabalho asperguntas foram abertas tendo sido dirigidas ao agricultor, este que
pratica uma agricultura de sequeiro numa área de 50 hectares para a produção de milho, no
povoado de Pambara (Muxabuate).

b) Observaçãoé considerada como verificação ou constatação de um facto, e tem como


finalidade auxiliar de colecta de dados fornecendo uma série de informações relevantes para o
estudo (Gil, 2008).
No trabalho recorreu se a este método para situação em que uma certa informação fosse
observável como o tamanho do campo de produção do agricultor, os celeiros por ele usado e vias
de acesso.

3.2.3. Terceira etapa: Elaboração do Relatório final

A realização presente trabalho teve duração de três (3) meses que consistiu na compilação de
dados colhidos no campo de estudo combinados com as teorias obtidas na revisão da literatura e
análise de dados.

3.3.1. Análise de dados


A análise dos dados foi feita com recurso a pacotes MS Word, estatísticos: Microsoft Excel (Data
analysis) 2010, estes permitiram a digitação dateoria, compilação de dados, elaboração de tabelas

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no Período de 2009 á 2013

e gráficos com objectivo de facilitar a sua interpretação, compressão e leitura dos dados
expressos dos fenómenos ocorridos no estudo.

3.3. Determinação dos custos de produção de milho

Para obtenção dos custos correspondentes a todo processo de produção de milho que parte do
preparo do solo até ao armazenamento, consultou-se ao proprietário acerca do preço pago durante
o preparo do solo, lavoura, gradagem, compra de semente, sementeira,sacha, colheita e descasque
do milho.

Obtidos dados no campo fez-se uma selecção de variáveis económicas e indicadores de


rentabilidade económica que pudessem medir a rentabilidade desta actividade. As variáveis
económicas são custos totais de produção, quantidades totais alcançadas, receitas e lucros
obtidos. Estas variáveis ajudaram a determinar a rentabilidade económica do agricultor.

a) Variáveis económicas

Os custos de produção foram obtidos a partir da seguinte fórmula:

Onde:
CT -Custo Total;
CV -Custo variável;
CF -Custo fixo.
Para a obtenção das receitas recorreu se a seguinte fórmula:
𝑅 =𝑃∗𝑄
Onde:
R - Receita
P -Preço do produto
Q -Quantidade do produto.
E os lucros foram obtidos socorrendo-se a seguinte fórmula:
𝐿 = 𝑅𝑇 − 𝐶𝑇

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Onde:
L -Lucro
RT– Receita Total
C T–Custo Total

b) Indicadores de Rentabilidade Económica

Lucro Operacional (LO) ou receita líquida (RL),


LO= RBT− CT
Sendo: RBT= Receita Bruta Total; CT= Custo Total

Taxa Interna de Retorno

𝑇𝑅𝐼 = 𝑙𝑢𝑐𝑟𝑜𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜𝑥 100%/𝐴𝑐𝑡𝑖𝑣𝑜𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

Índice de Lucratividade

IL = (LO / RB) x 100.

LO – Lucro Operacional;

RB – Receita Bruta.

Para o presente trabalho usou-se a Margem Bruta, Rácio Custo Beneficio e Taxa de Retorno de
Investimento, pois, estes por si sósão capazes de determinar a rentabilidade obtida pelo
agricultor.

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CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Caracterização do Agricultor em estudo


O agricultor em estudo teve o início das suas actividades na década 90 caracteriza-se por,
trabalhar de forma singular. O mesmo explora uma área total de 100 hectares para a produção
agrícola onde, 50 hectares são destinados a produção de milho. Pela área total explorada para a
produção de milho este enquadra-se na categoria de grande agricultor conforme JUGA e DIOGO
(2014), quando estes afirmam que os grandes agricultores são aqueles que explora uma área
maior de 10 hectares e não superiores a 50 hectares.O tipo de agricultura por ele exercido é de
sequeiro ou seja depende das chuvas. Devido a dimensão da área explorada, o agricultor conta
com o apoio da mão-de-obra permanente e sazonal.

4.1.1 Descrição do processo de produçãomilho

Lavoura(Gra Sementeira Sacha Colheita

dagem)

1a fase2a fase 3a fase 4a fase

Esquema 1: fluxograma de actividades de produção.

O processo de produção de milho subdivide-se em 4 fases, em seguida a sua descrição.

4.1.2. Lavoura
Ocorre passado um mês após a colheita ou seja nas vésperas de Setembro, em seguida faz-se a
gradagem que consiste na destruição de torrões e nivelamento do solo. A lavoura é efectuada no
mesmo local onde retirou se o milho da época anterior para que os restos do milho colhido sejam
soterrados no solo durante a lavoura e que posteriormente irão servir de adubo para a época
corrente, para execução desta actividade o agricultor usa se tractoracoplado a uma charrua com
profundidade de 20 cm. Este resultado coincide com FEREIRA (2001), quando este defende que,
para o plantio do milho deve-se preparar o solo fazendo uma aração com 20 cm de profundidade
podendo usar charrua, enxada ou tractor para depois fazer-se agradagem para quebrar os torrões
provocados pela charrua e nivelar o solo, deixando-o pronto para o plantio.

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Nos 5 anos do estudo (2009 a 2013) pode-se verificar que somente nos anos de 2009 e 2010 o
agricultor fez a lavoura na área total por ele explorado (50 hectares) para a cultura de milho, e de
2011 a 2013 explorou 10,6 e 4 hectares respectivamente. Essa variação na área explorada deve-se
ao facto deste praticar uma agricultura de sequeiro onde quando há registo de chuvas em
quantidades desejadas pela cultura a área de sementeira aumenta e quando as chuvas são quase
inexistentes a área de sementeira também reduz.

4.1.3. Sementeira
A sementeira é realizada apósa gradagem, isto é, depois da destruição de torrões deixando o solo
apto para receber a semente. Para sementeira da primeira época o agricultor começa no início da
época chuvosa precisamente nos princípios de Outubro até aos meados de Novembro e a segunda
época ocorre de Abril até 30 de Maio essa prática converge com o resultado defendido com
DOOREMBOS E KASSAM (1994), ao afirmar que os camponeses que praticam a agricultura de
sequeiro relacionam o período de sementeiras com o início da estação chuvosa semeando o milho
no início da estação quente (Outubro/Novembro) e a segunda época é realizada no período entre
(Abril/Maio), as mesmas práticas usadas pelo agricultor coincidem ainda com MINAG (2011)
quando este defende que a zonas sul e centro do país as sementeiras iniciam com estabilidade na
1a década de Outubro/Novembro e a segunda época começa em Abril até a 3a década de Maio.

Para a sementeira o agricultor usa um espaçamento de um (1) metro de separação entre linhas e
30cm entre plantas com uma profundidade de cerca de cinco(5) cm colocando (três) 3 grãos de
milho para cada covacho, duas semanasapós a emergência faz-se o desbaste deixando em cada
covacho uma planta. A prática exercida pelo agricultor durante a sementeira contrasta com as
práticas defendidas pelo (MINAG, 2011), este que recomenda que a sementeira deve-se
obedecercompasso de 75 cm separação entre linhas e 25 cm entre plantas com um grão por
covacho usando uma profundidade de cinco(5) a oito(8)cm. Esta prática reduz a produção obtida
em cada hectar devido a separação usada que é relativamente maior em relação a recomendada. O
facto de o agricultor colocar em cada covacho três (3)grãos de milhoaumenta os custos de
produção, visto que pela incerteza da qualidade de semente utilizada vê-se obrigado a colocar
mais dois grãos aumentando gastos em compra de semente.

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O desbaste tem como finalidade deixar em cada covacho a planta que apresentar melhor
desenvolvimento

Para a sementeira o agricultor usa cordas para demarcação das medidas, paus como semeador
contendo medidas usadas no plantio (5 centímetros) e para semear 1hectar o agricultor precisa
25kg de milho, este resultado é similar ao de MINAG (2011) aoafirmar que a sementeira pode ser
feita manualmente ou mecanizadaonde para um hectar usa se 25kg de milho.

Segundo o agricultor a primeira época oferece maiores rendimentos devido ao período de


sementeira que coincide com a época chuvosa o mesmo assegura que quando há registo de
chuvas em proporções desejadas pela cultura a produção aumenta e deu exemplo dos anos de
2009 a 2010 tendo sido relativamente alta em relação aos anos subsequentes (2011 a 2013) que
choveu menos, o mesmo afirma que a segunda época apresenta baixos rendimentos devido a
época de sementeira isso é no inverno e a cultura de milho não é resistente a baixas temperaturas.

As variedades cultivadas pelo agricultor são o Pan 67, Matuba e Mucambisendo a última uma
variedade local. Nessas variedades apenas duas (Mucambi e Matuba) são as que o agricultor
cultiva com maior frequência poissão menos exigentes e tolerantes a seca, em contrapartida aPan
67 tem como principal característica ser uma variedade de ciclo longo, resistente a pragas e
exigente ou seja necessita de grandes quantidades de fertilizantes para que possa produzir
normalmente.

Não podendo o agricultor adquirir os fertilizantes necessitados pela variedade opta pelasoutras
menos exigentes, desta feita a escolha de variedade por parte do agricultor contrasta com
MINAG (2011) ao recomendar que na zona norte da Província de Inhambane a sementeira da 1a
época seja da variedade Pan 67, um híbrido de ciclo longo com maior resistência a pragas e
tolerante a seca e na 2ª época uma variedade de ciclo curto como a Matuba (100-120 dias) com
menores necessidades hídricas MINAG (2011), esse resultado é sustentado ainda peloMUDEMA
etal (2012) quando este defende que em Moçambique os produtores seleccionam as variedades
de milho, de acordo com a resistência à seca e pragas, dando menos importância à produtividade
da variedade.

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4.1.4. Sacha
Em cada época faz-seduas sachas. A primeira sacha ocorre um mês após a sementeira ou seja
quando a sementeira é feita em Outubro nos finais de Novembro faz-se a sacha e a segunda
ocorre logo que o milho começou a florir utilizando enxada a uma profundidade que varia de
quatro (4) a oito (8) cm.

As variações no período da sacha devem-se ao tipo de variedade, às épocas de sementeira e de


emergência da cultura, à disponibilidade de água e nutrientes no solo, às espécies daninhas
presentes e à densidade populacional das mesmas.

4.1.5. Colheita
A colheitadepende da variedade semeada independentemente da época de sementeira. Quando
semeada variedade Matuba a colheita é feita num período que varia de 100 a 120 dias apósa
sementeira,e quando semeada a variedade Mucambi a colheita é feita em 90 dias, pois
essavariedade é de ciclo curto em relação ao matuba.

Após colheita, o milho é armazenado em dois sistemas: armazenamento em silos tradicionais e


silos convencionais. Nos silos tradicionais o milho é colocado sem separar da espiga, e nos silos
convencionais colocam-se apenas os grãos.

Existem sete(7) silos dos quais dois (2) são de construção precária e cinco(5) convencionais. Os
convencionais têm capacidade de conservar 500 kg cada, podendo conservar milho durante
dois(2) anos. Depois da colheita submete o milho no processo de secagem com intuito de manter
os grãos completamente secos evitando assim deterioração.Para melhor conservar os grãos o
agricultor coloca dentro dos silos cinza ou piripiri. A introdução dessas substâncias têm como
objectivo retardar o aparecimento de insectos e roedores que aceleram a deterioração do milho.

4.2. Constrangimentos Enfrentados na Produção de Milho

 Falta de alguns instrumentos agrícolas como é o caso de sachadeiras, semeadora, tractores


facto que faz com a realização das actividades torne-se lenta devido ao uso de máquinasobsoletas
(tractor) e técnicasnão recomendadas como é o caso de cordas e paus usados durante aa
sementeira;

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 Condições climáticas da região (falta de chuva e altas temperaturas), situação que faz com
que quando há registo de chuvas em baixa intensidades a humidade não dure muito tempo devido
a altas temperaturas tornando o cada vez mais dependente das chuvas.

 Falta de apoio pelas entidades governamentais para montagem de um sistema de regadio


que use energia para alavancar a produção e permitir a exploração da área total destinada para a
produção de milho (50ha) visto que do momento o agricultor não consegue explorar por
completo essa área devido o facto de estedepender apenas de chuva para exercício das suas
actividades produtivas reduzindo assim os seus rendimentos;

 Ausência de instituições de venda de semente certificada situação que faz com que haja
dependência na fonte de fornecimento de semente nesse caso o agricultor depende dos Serviços
Distritais das Actividades agrícolas do distrito de Vilankulo como única fonte de fornecimento de
semente chegando o agricultor a multiplicar a semente por si para responder as necessidades da
época.
 Falta de informação sobre os preços praticados para a venda do produto, facto que faz com
que o agricultor venda a um preço por si estipulado ou mesmo a critério desejado pelos
compradores.
4.3. Descrição dos custos, receitas e lucros da produção de milho

Tabela 3: Produtividade obtida pelo agricultor

Anos Área Produção Produtividade


(ha) (Kg) (Kg/h)
2009 50 31,000 620
2010 50 45,500 910
2011 10 8,000 800
2012 6 6,000 1000
2013 4 3,200 800
Média 24 18,740 826

Fonte: adaptado pela autora com base nos dados colhidos no campo

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A área média explorada nos cinco (5) anos foi de 24 hectares, dessa área obteve-se uma produção
média de 18,740 Kg e uma produtividade média de 826 kg/ha ou seja em cada hectar explorado
obteve-se em média 826 kg.

Tabela 4: Resultados económicos

C. R.
Custo Preço R. Total Lucro
Unitário Produção Marginal
(Mt) (Mt) (Mt/Kg) (Mt)
Anos (Mt/Ha) (Kg) (Mt/Ha)
2009 307,450.00 6,149.00 31,000 10.00 310,000.00 0 2,550.00
2010 303,950.00 6,079.00 45,500 10.00 455,000.00 10.00 151,050.00
2011 86,275.00 8,627.50 8,000 12.00 96,000.00 9.57 9,725.00
2012 65,040.00 10,840.00 6,000 12.00 72,000.00 12.00 6,960.00
2013 41,260.00 10,315.00 3,200 15.00 48,000.00 8.57 6,740.00
Media 160,795.00 8,402.10 18,740 11.80 196,200.00 9.54 35,405.00

Fonte: adaptado pela autora com base nos dados colhidos no campo

Os custos médios verificados na produção de milho foram de 160,795.00Mt, um custo unitário


médio de 8,420.10 Mt/Ha, isso indica que para produção de um hectar o agricultor teve um custo
médio 8,420.10 Mt para produzir uma quantidade média de 18,740Kg tendo sido comercializado
a um preço médio de 11.80 Mt e resultou numa receita média de 196,200Mt, receita marginal de
9.54 Mt/Ha e um lucro médio de 35,405.00 Mt.

4.4. Análise descritiva

Os resultados apresentados a seguir ilustram a análise descritiva das variáveis.

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Tabela 5: Análise descritiva das receitas, custos e lucros

Receita Lucro
Descrição Área (Ha) Custo (Mt) (Mt) (Mt)
Média 24 160,795.00 196,200.00 35,405.00
Máximo 50 307,450.00 455,000.00 151,050.00
Mínimo 4 41,260.00 48,000.00 6,740.00
1
Desvio
padrão 23.83 133,240.30 178,435.40 64,698.30
2
Cv(%) 99.3 82.9 90.9 182.7

Fonte: autora, com base nos dados recolhidos no campo e manipulados no Excel

De acordo com tabela 5pode-se verificar que a área média explorada foi de 24 hectares, com um
desvio padrão de 23,83 hectares, tendo atingido o máximo de 50 hectares e um mínimo de 4
hectares, a variaçãoda área explorada pelo agricultor deve ao tipo de agricultura praticada pelo
agricultor, onde, quando há registo de chuvas em quantidade desejada pela cultura a tendência é
aumentar a área de produção e caso contrario reduz-se a área. O coeficiente de variação mostrou
que houve uma heterogeneidade da área explorada pelo agricultor tendo sido de 99.3%.

Os custos tiveram uma média de 160,795.00Mt com um máximo de 307,450.00Mt verificado no


2009 e um mínimo de 41,260.00Mt registadas em 2013, essa variação nos custos deve-se ao facto
do agricultor ver-se na obrigação de reduzir o número de trabalhadores contratados em cada
época de cultivo e por sua vez vem influenciar nos custo, registou-secom desvio padrão de
133,240.30 associado a um coeficiente de variabilidade de 82.9% tendo se mostrado uma
heterogeneidade dos dados em relação a média.

1
Desvio padrão (cv) é uma medida estatística da variação absoluta ou dispersão de uma distribuição de frequência
em torno de sua média obtida mediante cálculo da raiz quadrada da média aritmética dos desvios da distribuição de
frequência (LIMA et al, 2004).

2
Coeficiente de Variação é uma medida que determina a variabilidade dos dados em relação a média e permite
validar ou não as conclusões de experimentos (LIMA et al, 2004).

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A produção de milho teve como receita média 196,200.00Mt durante os 5 anos em estudo, tendo
atingindo o máximo em 2009 com valor de 455,000.00Mt e uma receita mínima de 48,000.00
registado em 2013. A receita máxima resulta de alta produção derivada a quantidade de chuvas
que corresponderam as necessidades da cultura, em contra partida a receita baixa resulta de
baixas chuvas, facto que faz com que o agricultor aumente o preço do milhopara compensar os
custos de produção. Observou-se um desvio padrão de178,435.53Mt associado a um coeficiente
de variabilidade 90.9%, o que quer dizer que as receitas obtidas foram heterogéneas durante o
período em análise.

O lucro registou uma média 35,405.00Mt, máximo de 151,050.00 registado em 2010 e um


mínimo de 6,740.00Mt registado em 2013, o desvio padrão foi de 64,698.30Mt, associado a um
coeficiente de variabilidade que se apresentou como heterogéneo, isto é, esse mostrou-se muito
disperso da média num valor de 182.7%.

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4.5. Tendência de custos, receitas e lucros


Gráfico 1: Tendência dos custos, receitas e lucros entre (2009 a 2013)

Grafico 1. tendência de custos, receitas e lucros (2009-2013)


500.000
450.000
Valor em meticais

400.000
350.000
300.000
Custo(Mt)
250.000
RT(Mt)
200.000
Lucro(Mt)
150.000
100.000
50.000
000
2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: Resultado do Excel com base nos dados da pesquisa

O gráfico 1 mostra a tendência entre os custos, receitas e lucros. Os custos tiveram uma tendência
linear decrescente, o ano de 2009 apresentou custos mais elevados. Este facto ocorreu devido ao
aumento das despesas em pagamento de letras pelo uso de tractor, facto que não se verificou nos
anos subsequentes. Em 2013 observou-se custos mais baixos resultantes da redução da área
explorada, mão-de-obra contratada, compra de semente, tendo o agricultor utilizado para
sementeira semente por ele multiplicada. Esse resulta coaduna com o HOFFMANN (2005) ao
afirmar que os custos aumentam quando a compra de bens e serviços na empresa é acrescida e
aumento de pagamento de dívidas a terceiros.

Pode-se notar que a receita apresentou uma tendência decrescente. Em 2010 registou-se receita
mais elevada de todo o período em estudo, este facto verificou-se devido ao acréscimo da
produção por época resultante de chuvas regulares que responderam as necessidades da cultura,
redução dos custos correspondente ao pagamento de letras pelo uso de tractor. Em contra partida,

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em 2013 verificaram-se as receitas mais baixas de todo o período em estudo sendo resultado da
baixa produção nas duas épocas, baixo nível de chuvas verificadas nesse ano.

O lucro teve uma tendência decrescente, tendo sido possível observar que em 2010 obteve-se
lucro mais elevado de todo o período em análise devido a alta produção verificada nesse período,
e o ano com lucro mais baixo foi 2013, devido a uma redução considerável da produção derivado
da falta de chuvas, este resultado esta de acordo com SEAB(2012) ao referir que o lucro é
directamente proporcional a quantidade produzida e comercializada.

4.6. Análisedos indicadores de rentabilidade económica da produção e comercialização de


milho
Tabela 6: Indicadores de rentabilidade económica

Custos Receita Lucro MB BC TRI


Anos (Mt) (Mt) (Mt) (%) (Mt) (%)
Media 160,795.00 196,200.00 35,405.00 18.05 1.2 0.2

Fonte: autora com base nos dados recolhidos no campo e manipulados no Excel

De acordo coma tabela acima pode-se verificar que a Margem Bruta médiafoi de 18.05%,
podendo com esse resultado dizer que depois do pagamento dos custos de produção restou em
cada unidade monetária empregue na produção 18.05% na receita do agricultor com este
resultado pode-se dizer aindacom base na actividade exercida consegue-se cobrir os custos
variáveis do empreendimento segundo o exposto pelo SILVA (2010) ao referir que se a margem
bruta fornegativa a actividade não consegue cobrir os custos variáveis com os proveitos que
produz, neste caso o modo de produção deve ser imediatamente reformulado ou a actividade
deverá ser extinta.

Analisando a tabela 6 pode-se notar que o Rácio Benefício/Customédioanualfoi de 1.2,


podendocom este resultado concluir que a cada um metical investido na produção de milho gerou
1 metical e dois centavosno rendimento, sendo esse resultado maior que 1 pode-se dizer que a
actividade deve ser aprovada conforme o exposto peloBERNARDO (2001) ao afirmar que se o

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rácio Beneficio/Custo for maior que 1 então os benefícios são maiores que os custos logo o
projecto pode ser aprovado.

De acordo com a tabela 6, verificou-se que a taxa de Retorno de retorno médio foi de 0.2%,
querendo com isso dizer que o capital investido pelo empresário teve um retorno de 0,2% ou seja
cada um metical próprio investido no empreendimento deu um retorno de 0.002 unidades de
metical ao produtor, este resultado vai de acordo WOILER etal(1996) ao afirmar que esse índice
indica quanto a empresa ganha para cada 1 Metical investido, é o poder de ganho da organização.

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CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1.Conclusões
Depois de executado o trabalho pode-se tecer as seguintes considerações finais

A agricultura praticada pelo agricultor Xibahalane tem como principal característica ser de
sequeiro, uso de sistema de monocultura na produção de milho e contratação de mão-de-obra
sazonal para o exercício das actividades. O processo de produção encontra-se subdividido em
quatro seguintes fases: lavoura, sementeira, sacha e colheita e para o exercício dessas actividades
o agricultor tem como instrumentos tractor usado para lavoura e gradagem, enxada de cabo curto
usado na sacha, paus e cordas contendo medidas recomendadas para sementeira, debulhadora
para separação dos grãos da espiga e para o armazenamento o agricultor usa celeiros
convencionais e de construçãoprecários.

A comercialização do milho é efectuada na porta da machamba situação que vem reduzir a


receita do agricultor devido ao preço praticado e que por vezes é estipulado pelo comprador. O
preço de venda depende da quantidade produzida e quando a produção obtida numa época for
reduzida o agricultor aumenta o preço com vista a cobrir os custos de produção

No que concerne aos principais constrangimentos enfrentados pelo agricultor pode-se destacar a
falta de instrumentos agrícolas, falta de apoiopela parte de governo para montagem de um
sistema de rega, ausência de instituições de venda de sementes certificadas, condições climáticas
da região falta de chuva e altas temperaturas e a falta de informação dos preços no mercado.

Os custos médios observados nos cinco anos foram de 160,795.00Mt, a receita média foi
de196,200.00 Mt e os lucro médios foram de 35,405.00Mt, os lucros mostraram que a actividade
e sustentável.

A margem bruta média total foi de 18.05% sendo esse resultado positivo pode afirmar que com a
actividade exercida o agricultor consegue cobrir com os custos variáveis do empreendimento. O
benefício custo médio foi de1.2 pode-se afirmar que a cada um metical investido na produção de
milho gerou em média um metical e dois centavos. A taxa de retorno foi de 0.2% mostrando que
cada um metical próprio investido teve um retorno de 0.002 unidades de metical para o produtor,

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estes valores dos indicadores de rentabilidade mostraram que a actividade agrícola é rentável na
área explorada. Para continuar a produzir de forma rentável o agricultor deve fazer uma analise
antes de iniciar as suas actividades visto que á medida que área de produção reduzia a quantidade
produzida e os lucros também reduziam e se a redução da área de exploração continuar sem
combinar com a redução dos custos a actividade deixa de ser rentável visto que não haverá lucros
no exercício da sua actividade.

Não devendo o agricultor reduzir mais a área explorada, visto poderá manter os hectares
utilizados em 2 a agricultor, ou seja o agricultor deve continuar no exercício da mesma.

5.2.Recomendações
Pode-se observar que um dos problemas verificados durante o estudo no agricultor é baixa
produção por época desta feita recomenda se o seguinte:

Ao agricultor

 Que o agricultor procure formas de obter informação sobre os preços praticados no mercado
evitando assim a venda de produto a preços baixos;
 Que o agricultor procure forma de produzir nas condições climáticas que a região oferece
com vista a minimizar as limitações causadas pelas altas temperaturas e falta de chuva;
Ao governo
 Que o governo possa disponibilizar instrumentos agrícolas como é caso de sachadeiras,
semeadoras e tractores equipamentos. Esses instrumentos viriam reduzir o tempo de trabalho
durante a produção, redução mão-de-obra contratada reduzindo assim os custos enfrentados
na produção dando um incremento no rendimento e aumentando a área de exploração;

 Que o governo possa apoiar o agricultor, na montagem de um sistema de rega. A montagem


de um sistema de rega viria incrementar a produção obtida em período de escassez de chuvas;

 Que o governo procure colocar a nível do distrito uma instituição de venda de semente
certificada como a Semente de Moçambique (SEMOC) para evitar que o mesmo dependa de
uma única instituição para aquisição da semente.

Balbina Augusto /UEM-ESUDER/ Licenciatura em Economia Agrária Pag.39


Análise da Rentabilidade Económica da produção de milho no Distrito de Vilankulo: caso do Agricultor Xibahalane
no Período de 2009 á 2013

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APÊNDICES E ANEXOS
Apêndice 1: Descrição dos custos de Produção

Anos 2009 2010 2011 2012 2013


Descrição Primeira época
Trabalhadores sazonais 15 15 10 10 5
Área de exploração 50h 50h 10h 6h 4h
Lavoura 42,000.00 42,000.00 8,400.00 5,040.00 3,360.00
Gradagem 31,500.00 31,500.00 6,300.00 3,780.00 2,520.00
Sementeira 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 1,500.00
Sacha
1ª Sacha 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 0.00
2ª Sacha 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 0.00
Colheita 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 0.00
Custo total (I) 131,100.00 131,100.00 26,700.00 16,020.00 7,380.00
Segunda época
Lavoura 42,000.00 42,000.00 8,400.00 5,040.00 3,360.00
Gradagem 31,500.00 31,500.00 6,300.00 3,780.00 2,520.00
Sementeira 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 1,500.00
Sacha
I ªSacha 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 0.00
II ªSacha 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 0.00
Colheita 14,400.00 14,400.00 3,000.00 1,800.00 0.00
Compra de semente 750.00 2,250.00 375.00 0.00 0.00
Custo total (II) 131,850.00 133,350.00 27,075.00 16,020.00 7,380.00
Custos adicionais a produção (III)
Terra 500.00 500.00 500.00 500.00 500.00
Tractor leituras 5,000.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Debulhadora 0.00 0.00 0.00 5,000.00 0.00
Salário de efectivos 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00
Tractorista 15,000.00 15,000.00 8,000.00 3,500.00 2,000.00
Ajudante 24,000.00 24,000.00 24,000.00 24,000.00 24,000.00
Custo total (III) 44,500.00 39,500.00 32,500.00 33,000.00 26,500.00
Custo total (I+II+III) 307,450.00 303,950.00 86,275.00 65,040.00 41,260.00

I
Apêndice 2: A Questionário destinado ao agricultor Xibahalane

Guião de entrevista destinado ao agricultor Xibahalane

Aspectos gerais da actividade exercida

1. Nome do proprietário da machamba?


2. Quando e que começou com a prática de agricultura?
3. Com que área a começou com essa actividade?
4. Com obteve a área que explora?
5. Para inicio da actividade teve algum financiamento?
6. Quantos trabalhadores tinha no inicio da actividade?
7. Quantos são efectivos e quantos sazonais?
8. Tem alguma formação relacionado com a agricultura?
9. Que tipo de agricultura prática?
10. Quais são os instrumentos que usa durante a produção? Como obteve?
11. Que culturas produzia no início da sua actividade?
12. Qual e área ocupada por essas culturas?
13. Qual é a da área que explora actualmente?
14. Considera suficiente a área que explora?
15. Quais são as culturas que produz?
16. Quantos trabalhadores possui actualmente?
17. Quantos são efectivos e quantos são sazonais)

Questões referentes a produção

1. Quais são os custos envolvidos na produção?


2. Como é feito o processo de produção de milho?
3. Qual é a área ocupada pela cultura de milho?
4. Onde e que compra a semente
5. Quanto custa 1kg de milho para sementeira (2009 a 2013)?

II
Tabela1: Quantidade de milho usado por hectar e o respectivo preço.

Anos Quantidade usada/kg Preço Área explorada/ha

2009

2010

2011

2012

2013

Total=5

3. Tem algum programa de financiamento serviços ou insumos? Sim----- Não-----


Se sim, como funciona?
Se não comentário.
4. Usa adubos?

5. Onde e compra o adubo?

6. Que quantidade aplica por hectar?

7. Em que período aplica o adubo?

8. Quando é feito a primeira lavoura?

9. Quanto e que gasta para lavoura?

10. Quantas lavouras são feitas por época?

11. Que variedade de milho produz?

12. Em quantas épocas faz a produção?

14. Qual é o destino da produção?

15. Quais são os factores que fazem com que haja aumento da produção numa época em
relação a outra?

III
Tabela 2: Quantidade produzida por época/toneladas

Anos 1a época 2a época

2009

2010

2011

2012

2013

Total

16. Onde que faz o armazenamento da produção pôs colheita?

17. Quais são s custos incorridos durante o armazenamento?

18. Como é que feita a divisão da produção antes da comercialização?

Questões referentes a comercialização

1. Transporte
1.1. Como e feito o transporte da produção até ao mercado consumidor?
1.2. Usa transporte pessoal ou aluguer?
1.3. Carro pessoal quanto gasta de combustível?
1.4. Quais são os custos totais envolvidos no transporte?

2.Armazenamento e comercialização

2.1. Onde faz o armazenamento da produção? Aluguer ou instalações próprias?

2.2. Se for aluguer quanto paga por dia ou por viagem?

3. Tem usado intermediários para venda do seu produto?

3.1. Com que preço vende o produto aos intermediários?

3.2. Qual a vantagem da venda do produto com os intermediários?

IV
3.3.Desvantagem?

3.4.Quais as dificuldades enfrentadas no processo de comercialização de 2009 a 2013?

3.5.Onde é feita a comercialização do milho?

3.6 A que preço vende uma unidade (1kg, uma lata, ou tonelada)?

4. Quais são principais constrangimentos enfrentados pelo agricultor?

5. Que gostaria que fosse feito pelo governo?

Obrigada pela disponibilidade

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