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2016 - Augusto, Balbina
2016 - Augusto, Balbina
Autora:
Balbina Augusto
Supervisor:
UEM – ESUDER
Vilankulo
2016
Declaração de Honra
Declaro por minha honra que este trabalho de culminação do curso é fruto da minha
investigação e das orientações dadas pela supervisora e o seu conteúdo é original estando
indicadas ao longo do trabalho e na bibliografia as fontes de informação utilizadas e o mesmo
nunca foi apresentado em nenhuma instituição para obtenção de qualquer grau académico.
___________________________
(Balbina Augusto)
Dedicatória
Dedico ao meu avo paterno Rafael Senda Mutolo por ter incutido em mim o espírito de
perseverança, aos meus pais, Augusto Rafael Mutolo e Joana Ernesto Jone por terem me
concebido a vida e não poderem cá estar a compartilhar esse momento que para mim resume
se em grande vitória, que ambos descansem na sombra do altíssimo.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus dador da vida por ter me dado força, coragem, saúde em todos
momentos da minha vida em especial durante os 4 anos da minha formação académica.
Aos meus primos e irmãos Ana Ruth, Renalda Mutolo, Anibal Mutolo, Nercio Mutolo, e
Gervásio Mutolo em especial ao Cesínio Flávio Simão Mutolo pelo apoio, confiança,
sacrifício e dedicação dado durante a minha formação que por inúmeras vezes deixou de
resolver seus desejos dando mais atenção a minha formação.
Aos meu tio Hermenegildo Carlos Jone, Renalda Rafael, Pedro Rafael, Graciela, pelo apoio e
força que me transmitiram durante a minha formação.
Ao meu super noivo Calvino Alberto Nhantumbo pelo amor incondicional, confiança, apoio,
carinho e dedicação que me transmitiu durante a minha formação, continue sendo essa pessoa
maravilhosa e que Deus abençoe sempre nossas vidas.
Aos meus amigos e colegas Dércia de Lurdes, Suzete Mário, Emilton Matuce, Arlindo
Maluzane, muito obrigado por terem estado ao meu lado durante a minha caminhada.
A todos que deram tudo para execução do presente trabalho em especial a Osvaldo Tomás,
Francisco Chirindja, Antonio Lifanissa, Wilson e Flugencia Micaela.
A minha supervisora drª Rosana da Gloria Eduardo que me orientou durante execução do meu
trabalho, muito obrigada, o todo corpo docente da Escola Superior de Desenvolvimento Rural
em especial ao dr Eugénio Fernandes, Msc Raitone Armando, dr Benedito Nhatave e dr Anito
Chimela Gomes obrigada por terem sido pilares na minha formação.
i
LISTA DE ABREVIATURA
CM – centímetro
HA- hectares
IL – Índice de Lucratividade
KG – Quilograma
LO – Lucro Operacional
MB - Margem Bruta
TON – Tonelada
Cm lê-se centímetros
Mt - meticais
ii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de Tabelas
Lista de Gráficos
Gráfico 1: Tendência dos custos, receitas e lucros entre (2009 a 2013. ....................................... 35
iii
LISTA DE APÊNDICES E ANEXOS
Lista de Apêndices
iv
RESUMO
O milho é o cereal mais importante do mundo em termo da área cultivada e produção total. O
presente trabalho tem o objectivo de analisar a rentabilidade económica da produção de milho
no Distrito de Vilankulo no período entre (2009 a 2013). A recolha de dados, baseou-se na
aplicação de questionário dirigido ao agricultor Xibahalane este que localiza-se no povoado
de Pambara. Os resultados mostram que para a produção de milho o agricultor que segue-se
as seguintes fases: lavoura, sementeira, sacha, colheita e armazenamento. Os principais
constrangimentos encontrados foram falta de instrumentos agrícolas como é o caso de
sachadeiras, semeadora e tractor, falta de apoio de governo e ausência de instituições de
venda de semente certificada, falta de informação sobre os preços praticados para a venda do
produto e condições climáticas da região (Falta de chuva e altas temperaturas). Para calcular
os indicadores de rentabilidade económicos analisou-se as variáveis económicas como: os
custos totais de produção, quantidade produzida, receitas e lucro obtidos em todo período em
análise e a rentabilidade foi calculada usando os seguintes indicadores Margem Bruta, Rácio
Custo Beneficio e Taxa de Retorno do Investimento. Os custos médios verificados nessa
actividade foram, 160,795.00 Mt, um custo unitário médio de 8,420.10 Mt/Ha indicando que
para a produção de um hectar o agricultor teve um custo de 8,420.10 Mt/Ha para produzir
uma quantidade média 18,74Kg e foi comercializado a um preço médio de 11.80Mt/Kg tendo
resultado numa receita média de 196,200Mt, receita marginal de 9.54 Mt/Ha e um lucro
médio de 35,405.00 Mt. A margem bruta total foi de 18.05%, benefício custo foi de 1.2, a taxa
de retorno de investimento foi de 0.2%, estes valores de rentabilidade mostraram que a actividade
agrícola é rentável, ou seja o agricultor deve continuar com a actividade por ele exercido.
v
ÍNDICE
Conteúdo Páginas
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
4.1.5 Colheita................................................................................................................................. 30
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
O milho (Zea mays L) é o cereal mais importante do mundo, em termo de área cultivada e
produção total. O milho é largamente cultivado em diversas regiões do mundo e a sua produção
obteve um crescimento médio anual de 2,9% enquanto a área plantada cresceu apenas 0,8% no
período de 2000 a 2006, isso significa que, o ganho da produtividade ao longo desses anos
permitiu um aumento expressivo da produção mundial, a uma taxa média anual de 2%, UNITED
STATES AGENCY OF INTERNACIONAL DEVELOPMENT (USAID, 2011).
Em Moçambique, o milho é a cultura mais importante e cobre uma área total de cerca de 29%
sendo o sector familiar o mais importante na produção, o mesmo com mais de 90% de área
cultivada tendo como principal tipo de agricultura a de regime de sequeiro, praticada na sua
maioria em zonas rurais. No período entre 2005 a 2010 a produção do milho contribuiu com
cerca de 1.340.600 toneladas, essa quantidade, representou cerca de 80% do conjunto de cereais
produzidos (CUNGUARA, 2011).
Este produto pode ser considerado alimento básico para maior parte da população moçambicana
ou ainda, cultura tradicional pela prevalência na sua produção e geração de renda, visto que com
a produção e comercialização dos excedentes responde-se às oportunidades da população no
melhoramento das suas economias e do seu padrão de vida (MUDEMA et al, 2012).
Esses aspectos demonstram que uma propriedade rural deve ser tratada como uma empresa onde
analisam-se investimento e possíveis ganhos, ou seja, deve possibilitar aos proprietários retornos
financeiros e económicos satisfatórios capazes de cobrir os custos incorridos durante a produção
e haja uma margem de lucro pois a venda dos excedentes. O produtor deveidentificar onde,
A fraca coordenação da cadeia produtiva do milho, fraca divulgação dos preços nos mercados,
falta de crédito para o sector agrário, a baixa disseminação de tecnologia, a quebra de contratos
por parte dos colaboradores e a ausência de estímulo na produção por parte das entidades
governamentais, comprometem a produção e a produtividade agrícola em Moçambique e
consequentemente, não há competitividade dos produtos agrícolas produzidas a nível nacional
prejudicando assim os produtores de grande, pequena e media escala no concernente aos níveis
da produção e comercialização dos excedentes em mercados vizinhos (JUGA e DIOGO, 2014).
Pelo facto de não se aplicarem tecnologias agrícolas no sector familiar, dentre as quais a
utilização do sistema de rega, uso de pesticidas faz com que os seus praticantes dependam das
águas da chuva, para a obtenção de rendimentos consideráveis, situação essa que faz com que os
rendimentos obtidos por hectares e por época sejam reduzidos. E como resultado da baixa
produção, o nível de comercialização desta cultura na zona sul é de 3% da quantidade produzida,
percentagem relativamente inferior aos cerca de 16% e 17% da quantidade total produzida e
comercializada nas zonas centro e norte do país, respectivamente (MUDEMA, 2012).
O produtor Xibahalane faz parte dos produtores desta zona cuja rentabilidade obtida pela
produção de milho é influenciada por estes factores. É no contexto destes factores que formula se
a seguinte questão de pesquisa:
Até que ponto a produção de milhoé economicamente rentável para o agricultor Xibahalane?
1.3. Justificativa
A escolha do tema deve-se ao facto, do milho ser uma das culturas mais produzidas e
consumidas em Moçambique contribuindo para a segurança alimentar e na redução da pobreza, a
sua produção gera rendimentos substanciais para os grandes, pequenos e médios produtores na
comercialização dos excedentes, também este cereal constitui uma boa fonte de calorias,
proteínas e outros nutrientes sendo por isso considerada uma cultura estratégica sob o ponto de
vista de desenvolvimento nacional e distrital.
A escolha do produtor deve-se pelo facto deste estar na escala de um grande agricultor, devido a
extensão de área de produção (50 hectares), quantidades produzidas, capacidade de criação de
postos de emprego e pelo facto deste não estar associado, tornando-o assim como referência ao
nível do distrito.
A produção agrícola tem como principal característica a variação dos rendimentos por época ou
anualmente desta feita optou-se por fazer um estudo durante 5 anos (2009-2013) com vista a
obtenção de dados que permitam fazer uma análise temporal da rentabilidade económica.
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
1.4.2. Específicos
Rentabilidade económica é a capacidade de avaliar o ganho obtido pela empresa tendo em vista
as condições actuais e futuras. Tem como principal objectivo verificar-se o capital investido pela
empresa é remunerado ou reembolsado de modo que as receitas superem as despesas do
investimento, com a finalidade de alcançar a sobrevivência pretendida pela empresa (LAMPERT,
2003).
Na economia, a rentabilidade económica é considerada como o vínculo que existe entre o lucro
económico que se obtém de determinada acção e os recursos que são exigidos para a geração de
certo benefício. Em outras palavras pode ser entendida como o retorno recebido por um
accionista ou uma empresa por sua participação (WERNKE, 2008).
Produção è um fenómeno que consiste na acção do Homem sobre a natureza com o objectivo de
obter através de um processo produtivo bens e serviços necessários para a satisfação das suas
necessidades em termo de bens e serviços (HOFFMANN, 2005).
Produção actividade levada a cabo por uma unidade destinada a fabricação, elaboração e
obtenção de bens e serviços em que o trabalho e o capital são utilizados para transformar bens
intermédios (VASCONCELLOS E GARCIA, 2008).
Comercialização é definida pelo conjunto de operações que se iniciam com a criação dos
produtos agrícolas e culminam com a sua utilização ao nível do consumidor final. Neste contexto
a comercialização significa a continuação do processo da produção (CABRAL, 2001).
Agricultura é o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com objectivo de obter
alimentos, fibras, energia, matéria-prima para indústrias transformadoras, essa actividade inclui
trabalhos relacionados com o tratamento do solo e plantação (ÉLIARD, 1995).
Agricultura é a artificialização pelo Homem do meio natural, com a finalidade de torná-lo mais
apto ao desenvolvimento das espécies vegetais e animais para o seu auto sustento (BARROS
2000).
Custo significa a compensação que os donos dos factores de produção recebem pelo gasto
relativo ao bem utilizado ou serviço realizado na produção de outros bens e serviços, esses gastos
são todos relacionados à actividade de produção. Os custos aumentam quando a compra de bens e
serviços na empresa é acrescida, aumento pagamento de dívidas a terceiros (HOFFMANN,
2005).
Custo Totais de Produção é a soma dos valores de todos os recursos (insumos e serviços)
utilizados no processo produtivo de uma actividade agrícola, em certo período de tempo por meio
da qual é obtida uma determinada quantidade do produto. São classificados em custos fixos e
variáveis (REIS, 2007).
Custos Fixos são aqueles que não sofrem alteração do valor em caso de aumento ou diminuição
da produção independentemente do nível da actividade. Entre os custos fixos destacam-se a
depreciação dos meios de produção, as taxas anuais para o pagamento de uso e aproveitamento
de terra, custos de manutenção de equipamentos agrícolas, depreciações, juros sobre o capital
investido e o gasto com seguro (SEAB, 2012).
Custos variáveis são aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção
ou de actividade, seus valores dependem directamente do volume produzido ou volume de
vendas efectuadas num determinado período de tempo. Exemplo de custos variáveis: mão-de-
obra directamente usada no processo produtivo, insumos e combustíveis, esses custos
representam todas as despesas directas com o processo produtivo, ou seja, todos os gastos
necessários para realizar uma determinada actividade (SÁ, 1995).
Custo unitário de produção (CU) é a relação entre o custo total e a quantidade produzida, este é
importante porque espelha a essência dos custos, que é de se estabelecer um preço na produção
que dá lucro ao produtor e é dado pela seguinte fórmula: CU = CT/QP (SÁ, 1995).
Preço valor monetário indicado em numerário que efectivamente os consumidores pagam pelo
produto adquirido e nas quantidades de venda mais típicas, ou seja, considera-se o preço de
transacção a pronto pagamento (GOMES, 2008).
Preço é o valor pago pelo consumidor por cada uma unidade de determinado produto adquirido
num estabelecimento de produção ou em um mercado físico ou virtual (LEONE, 1997).
Receita é a entrada monetária que ocorre em uma entidade ou património em geral sob a forma
de dinheiro ou de crédito representativos de direito. Na actividade agropecuária o aumento da
receita no empreendimento depende da quantidade produzida e do preço efectuado no
mercado(SÁ, 1995).
Lucro Bruto corresponde ao resultado positivo ou negativo deduzido das vendas, custos e
despesas. Diferença entre a receita e o custo de produção, incluindo-se os gastos com insumos,
energia e outras despesas, mais impostos e remuneração dos empregados (SEAB, 2012).
O milho (ZeamaysL.) é uma planta que pertence ao reino plantae, classe monocotiledonea, da
família paceae (gramíneas), génerozea e espécie Zeamays pertence ao grupo das angiospermas,
ou seja produz as sementes no fruto, com interesse agrícola destinada para alimentação humana e
dos animais, este cereal serve também de fonte de grande número de produtos industriais, sendo
utilizado em forma de grãos e para forragens. É um dos grãos alimentícios mais antigos que se
conhece. Entre os cereais cultivados no mundo, o milho ocupa o segundo lugar em produção a
seguir ao trigo, com o arroz em terceiro lugar essa cultura produz-se em climas variados desde
zonas temperadas a tropicais, durante o período em que as temperaturas são superiores a 15ºC
(DE OLIVEIRA 2007).
A planta do milho chega a uma altura de 2,5 metros, embora hajam variedades bem mais baixas,
o caule tem aparência de bambu, e as juntas estão geralmente a 50 cm de distância umas das
outras, a fixação da raiz é relativamente fraca com espigas cilíndricas, e costuma nascer na
metade da altura da planta. Os grãos são do tamanho de ervilhas, e estão dispostos em fileiras
regulares presas no sabugo que formam a espiga, cada espiga contém mais de duzentos grãos
(DOS SANTOS, 2008).
O milho é menos sensível ao défice hídrico durante os períodos vegetativo e maturação, e quando
ocorre durante o período de floração particularmente na altura da formação da espiga e da
polinizaçãopodem resultar num rendimento baixo ou nulo dos grãos devido a secagem dos
estigmas (DOOREMBOS &, KASSAM 1994).
O processo de produção de milho encontra se subdividido em quatro (4) fases onde encontramos
o preparo do solo ou lavoura, sementeira, sacha ecolheita.
a) Lavoura
Para o plantio do milho deve-se preparar o solo fazendo uma aração com 20 cm de profundidade
podendo usar tractor, charrua ou enxada para que em seguida possa-se fazer uma ou duas
gradagens dependendo das necessidades do solo, essas gradagens tem como objectivo quebrar os
torrões provocados pela charrua e nivelar o solo, deixando-o pronto para o plantio (FERREIRA,
2001).
b) Sementeira
solo a um compasso de 75 cm separação entre linhas e 25 cm entre plantas com uma semente por
covacho usando 25kg de milho por hectar; na agricultura de regadio a sementeira é feita a partir
de Setembro até 15 de Novembro de cada ano e na agricultura de sequeiro, a sementeira para
primeira época é feita logo nas primeiras chuvas de Outubro e na primeira metade de
Novembroquando a terra tiver humidade até 15 cm de profundidade e a segunda época realiza-se
na 1a década de Abril até 30 de Maio (MINAG, 2011).
Nas sementeiras precoces, em que a temperatura do solo é mais baixa e normalmente não há
deficiência hídrica durante o sub-período entrea sementeira e a emergência, deve-se utilizar
menores profundidades de sementeira ao redor de 3 a 4 cm. Pelas mesmas razões, a profundidade
de sementeira deve ser menor em regiões mais frias. Por outro lado, sementeiras nas épocas
intermediárias e tardia requerem maior profundidade, devido à maior temperatura do solo e para
possibilitar que a humidade do solo seja adequada para a germinação e a emergência das
plântulas. Deve se salientar que sementeiras profundas geralmente implicam em maior duração
do sub-período de sementeira á emergência, o que pode diminuir a densidade de plantas e
favorecer a desuniformidade na emergência de plântulas(EMBRAPA, 2013).
c) Sacha
d) Colheita
Avenda desemente nos mercados informais, insuficiência de insumos agrícolas existentes no país
e elevado custo de aquisição temsido apontado, em todas as províncias, como sendo um
constrangimento para maximizar os rendimentos e produtividade agrícolas vindo a influenciar na
qualidade e quantidade de milho distribuído pelos produtores aos mercados consumidores.Onde
os agricultores compram os insumose o vendedor é quem fixa o preço, pesa o produto, faz os
cálculos; enfim, ele é o protagonista da transacção e os agricultores se mantêm numa postura de
passividade e subordinação, sem nenhuma condição para negociar melhores preços.
A incerteza dos preços nos mercados resulta da instabilidade natural dos preços agrícolas quase
que contínuas dos factores que afectam a oferta e a procura de produtos agrícolas. A estabilização
de preços viria ajudar a reduzir os riscos e dar garantia de rendimento mínimo aos produtores de
milho e sustentabilidade aos negócios agrícolas em geral, além de garantir o abastecimento de
uma população preocupantemente crescente.
Praticamente todos os países produzem milho. Ao todo, são 160 milhões de hectares e 800
milhões de toneladas anuais, a sua produção tem sido intensificada nas últimas décadas em
função de vários factores, entre eles o uso do milho na fabricação de ração animal e também para
a produção de etanol (FAO, 2008).
A produção internacional do milho é amplamente dominada pelos Estados Unidos, China e Brasil
estes países respondem por 68% da produção e quando incluído a União Europeia todos totalizam
75% da produção a nível mundial. Nos EUA devido a importância desde cereal no cenário
interno, 41,71% de toda produção é destinada para o consumo interno, a estimativa é que a
demanda norte-americana de milho para o etanol e ração é de aproximadamente 45% até 2015
(GERAGE, etal1999).
Os Estados Unidos são os maiores produtores e consumidores de milho, respondendo por 36% da
produção e 32% do consumo mundial, cada ano aumenta a utilização do cereal para produção do
combustível e ração animal, e na 2a posição está a China onde o crescimento do rebanho animal
determinou o ritmo nas quantidades demandadas sendo responsável em média nos últimos anos
(2005 a 2008) por 20% da produção mundial, o Brasil é o 3a maior produtor, com 7,4% da
produção global (GERAGE, etal, 1999).
Na África, a maior parte do milho é cultivado por pequenos agricultores que utilizam baixas
tecnologias e menos de 45% das sementes por eles utilizada são híbridas, podendo encontrar
grandes produtores na África do Sul, Zâmbia e Egipto. Em 2005 a África ocupou a nona posição
na lista dos maiores produtores de milho no mundo com 12 milhões de toneladas, com uma
produção destinada para alimentação nas diversas formas de uso e para as indústrias (FILHO e
CRUZ, 2002).
As exportações mundiais de milho são na sua totalidade controladas por três países: Estados
Unidos, Brasil e Argentina que juntos representam 83% do mercado global. E na lista dos
maiores importadores encontramos Japão, este que representam 1/5 da demanda global, México
responsável por 10,5% e Correia do Sul com 8,8% de importação (SEAB, 2012).
A nível nacional maior parte dos produtores produzem em pequenas áreas e não superiores a
3hectares e esses são considerados pequenos agricultores e os que exploram áreas maiores que 3
hectares não superiores a 10 são considerados médios agricultores, e a parte dos praticantes da
actividade agrícola que cultivam em áreas maiores que 10 hectares e não superiores a 50, estes
por sua vez são considerados grandes agricultores (JUGA e DIOGO, 2014)
Em Moçambique o milho é produzido em zonas baixas ocupando cerca de 65% dessas áreas,
muitas vezes vulnerável a doenças, pragas, insectos e seca sendo a produção desenvolvida pelo
sector familiar em maior escala. Apesar da baixa produtividade, o milho é uma das culturas que,
juntamente com a mandioca, passou a gerar excedentes nos últimos anos, com uma produção
total de 14,7 milhões de toneladas (BANCO MUNDIAL, 2007).
Entretanto, a zona sul do país é caracterizada por solos arenosos pobres e por um regime de
precipitação irregular, factores que não potenciam uma agricultura de sequeiro para culturas não
tolerantes a seca, como o milho. Apesar da zona sul do país não apresentar condições agro-
ecológicas favoráveis ao cultivo do milho, os agregados familiares desta região tem apostado
continuamente no seu cultivo, em parte como forma de minimizar riscos e insegurança alimentar
(SITOE, 2005).
Indicadores de rentabilidade ou índices de rentabilidade são tidos como sendo uma medida
expressa em valores absolutos ou relativos que comparam as entradas e as saídas de recursos da
empresa durante o período em análise (SOUZA, 2003).
a) Margem Bruta
Margem Bruta (MB), mostra a eficiência económica da produção, isto é, representa a
Lucratividade auferida sobre o produto ou serviço comercializado pela empresa (BARROS,
2001).
Esse indicador mede a percentagem de cada unidade monetária da Receita Bruta que restou após
a empresa ter pago os custos de produção sem incluir os impostos e juros ou sem incluir os custos
fixos e de oportunidade, este indicador fornece indicação de quanto a empresa esta a ganhar
como resultado imediato da sua actividade LOBRIGATTI (2004).
A margem bruta de uma actividade é o indicador de rentabilidade da empresa, esta mostra como
ela pode manter a sustentabilidade a curto prazoesse indicador indica qual e a disponibilidade de
cobrir o risco e a capacidade empresarial do proprietário, quanto mais alto for melhor é a margem
ou lucro. Se a margem bruta for negativa a actividade não consegue cobrir os custos variáveis
com os proveitos que produz, neste caso o modo de produção deve ser imediatamente
reformulado ou a actividade deverá ser extinta (SILVA, 2010).
Formula
Onde:
BC=B/C
Condições:
Se o rácio beneficio/custo for menor que 1 então os custos são maiores que os benefícios
logo o projecto pode não ser aprovado;
Se o rácio benefício Custo for igual a 1é indiferente a realização ou não do projecto
Se o rácio beneficio/custo for maior que 1 então os benefícios são maiores que os custos
logo o projecto pode ser aprovado.
d) Lucro Operacional
Corresponde à receita bruta menos o custo total. Quando o lucro é positivo, pode-se concluir que
a actividade é estável e com possibilidade de expansão. Em caso de lucro negativo, mas em
condições de suportar o custo operacional efectivo (MB positiva), pode-se concluir que o
empresário poderá continuar produzindo por determinado período, embora com um problema
crescente de descapitalização (GOMES, 2008).
d) Índice de Lucratividade
Relaciona o lucro operacional (LO) e a receita bruta (RB) em percentagem. É uma medida
importante da rentabilidade da actividade económica, uma vez que mostra a taxa disponível de
receita da actividade após o pagamento de todos os custos operacionais, encargos sociais e
financeiros inclusive as depreciações (ABREU, 2002).
Quando o índice de Lucratividade for superior a 1,0 revelando que ser uma actividade
economicamente rentável. Em caso contrário, IL menor que 1,0 tem-se um indicativo de
desinteresse pela alternativa (ABREU, 1982).
a) Localização
b) Solo
Zona A (R33) abarca o interior do distrito, com solos predominantes arenosos e brancos pobres
em matéria e as culturas predominantes são o milho, feijão-nhembae amendoim.
Zona B (25) abarca a zona do litoral onde os solos são avermelhados acastanhados, profundos e
férteis existindo zonas com solos acastanhados, cinzentos e escuros. As culturas praticadas são
milho, mapira, mexoeira, mandioca, feijão jugo e feijão-nhemba. As condições hídricas nessa
região são caracterizadas por inexistência de rios e lagoas, encontrando-se o lençol freático de 50-
60m apresentado algum teor de sal, (MAE, 2005).
c) Agricultura
Dos 585 mil hectares do distrito, estima-se em 250 mil hectares o seu potencial de terra arável
(cerca de metade da área total) estando ocupados pelo sector familiar agrícola cerca de 35 mil
hectares (MAE, 2005).
Estas explorações estão divididas em cerca de 60 mil parcelas, 80% com menos de meio hectare
e exploradas em 60% dos casos por mulheres. De realçar que 20% do total de agricultores são
crianças menores de 10 anos de idade, de ambos os sexos (MAE, 2005).
d) Clima
O clima é diversificado sendo a costa com clima tropical húmido e o interior o clima tropical
seco. O verão é o período mais longo ocupando os meses de Outubro a Abril, sendo neste período
que se destaca a época de chuvosa, chegando a atingir precipitações anuais elevadas nas zonas
costeira oscilando entre 800 a 1000 milímetros, não se verificando o mesmo com o interior onde
as médias anuais atingem apenas 600 milímetros, as temperaturas médias anuais na faixa costeira
variam de 23.7oC, com diferenças em amplitudes anuais, apresenta precipitação média mensal de
55.8oC, (MAE, 2005).
e) Infra-estruturas
A base teórica para o presente trabalho foi realizada com base nos métodos propostos pelo (GIL,
2008) quando o autor afirma que qualquer pesquisa científica deve ser feita usando algum tipo de
pesquisa, podendo usar a pesquisa bibliográfica (fontes secundárias) ou pesquisa documental
(fontes primárias).
Pesquisa documentalé um tipo de pesquisa que vale-se de materiais que não receberamainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objectivos da
pesquisa.O desenvolvimento da pesquisa documental segue os seguintes passos: primeiro passo
consiste na exploração das fontes documentais onde encontramos documentos de primeira mão,
que não receberam qualquer tratamento analítico, tais como documentos oficiais, reportagens de
jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias e gravações;
De outro lado, existem osdocumentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados,
tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas e tabelas estatísticas (GIL, 2008).
Para o presente trabalho aplicou-se os dois tipos (bibliográfica e documental) onde no método
bibliográfico visou a obtenção de dados em manuais, pesquisas científicas, trabalhos de teses que
abordem assuntos relacionados com o tema. Esse tipo de pesquisa tem como vantagem permitir
ao investigador cobertura de uma gama de fenómenos utilizando fundamentalmente contribuição
de vários autores que tratam de forma ampla um determinando assunto, e na pesquisa documental
apoiou se em dados fornecidos pelo agricultor ou seja dados colhidos no campo.
Para o caso deste trabalho asperguntas foram abertas tendo sido dirigidas ao agricultor, este que
pratica uma agricultura de sequeiro numa área de 50 hectares para a produção de milho, no
povoado de Pambara (Muxabuate).
A realização presente trabalho teve duração de três (3) meses que consistiu na compilação de
dados colhidos no campo de estudo combinados com as teorias obtidas na revisão da literatura e
análise de dados.
e gráficos com objectivo de facilitar a sua interpretação, compressão e leitura dos dados
expressos dos fenómenos ocorridos no estudo.
Para obtenção dos custos correspondentes a todo processo de produção de milho que parte do
preparo do solo até ao armazenamento, consultou-se ao proprietário acerca do preço pago durante
o preparo do solo, lavoura, gradagem, compra de semente, sementeira,sacha, colheita e descasque
do milho.
a) Variáveis económicas
Onde:
CT -Custo Total;
CV -Custo variável;
CF -Custo fixo.
Para a obtenção das receitas recorreu se a seguinte fórmula:
𝑅 =𝑃∗𝑄
Onde:
R - Receita
P -Preço do produto
Q -Quantidade do produto.
E os lucros foram obtidos socorrendo-se a seguinte fórmula:
𝐿 = 𝑅𝑇 − 𝐶𝑇
Onde:
L -Lucro
RT– Receita Total
C T–Custo Total
Índice de Lucratividade
LO – Lucro Operacional;
RB – Receita Bruta.
Para o presente trabalho usou-se a Margem Bruta, Rácio Custo Beneficio e Taxa de Retorno de
Investimento, pois, estes por si sósão capazes de determinar a rentabilidade obtida pelo
agricultor.
dagem)
4.1.2. Lavoura
Ocorre passado um mês após a colheita ou seja nas vésperas de Setembro, em seguida faz-se a
gradagem que consiste na destruição de torrões e nivelamento do solo. A lavoura é efectuada no
mesmo local onde retirou se o milho da época anterior para que os restos do milho colhido sejam
soterrados no solo durante a lavoura e que posteriormente irão servir de adubo para a época
corrente, para execução desta actividade o agricultor usa se tractoracoplado a uma charrua com
profundidade de 20 cm. Este resultado coincide com FEREIRA (2001), quando este defende que,
para o plantio do milho deve-se preparar o solo fazendo uma aração com 20 cm de profundidade
podendo usar charrua, enxada ou tractor para depois fazer-se agradagem para quebrar os torrões
provocados pela charrua e nivelar o solo, deixando-o pronto para o plantio.
Nos 5 anos do estudo (2009 a 2013) pode-se verificar que somente nos anos de 2009 e 2010 o
agricultor fez a lavoura na área total por ele explorado (50 hectares) para a cultura de milho, e de
2011 a 2013 explorou 10,6 e 4 hectares respectivamente. Essa variação na área explorada deve-se
ao facto deste praticar uma agricultura de sequeiro onde quando há registo de chuvas em
quantidades desejadas pela cultura a área de sementeira aumenta e quando as chuvas são quase
inexistentes a área de sementeira também reduz.
4.1.3. Sementeira
A sementeira é realizada apósa gradagem, isto é, depois da destruição de torrões deixando o solo
apto para receber a semente. Para sementeira da primeira época o agricultor começa no início da
época chuvosa precisamente nos princípios de Outubro até aos meados de Novembro e a segunda
época ocorre de Abril até 30 de Maio essa prática converge com o resultado defendido com
DOOREMBOS E KASSAM (1994), ao afirmar que os camponeses que praticam a agricultura de
sequeiro relacionam o período de sementeiras com o início da estação chuvosa semeando o milho
no início da estação quente (Outubro/Novembro) e a segunda época é realizada no período entre
(Abril/Maio), as mesmas práticas usadas pelo agricultor coincidem ainda com MINAG (2011)
quando este defende que a zonas sul e centro do país as sementeiras iniciam com estabilidade na
1a década de Outubro/Novembro e a segunda época começa em Abril até a 3a década de Maio.
Para a sementeira o agricultor usa um espaçamento de um (1) metro de separação entre linhas e
30cm entre plantas com uma profundidade de cerca de cinco(5) cm colocando (três) 3 grãos de
milho para cada covacho, duas semanasapós a emergência faz-se o desbaste deixando em cada
covacho uma planta. A prática exercida pelo agricultor durante a sementeira contrasta com as
práticas defendidas pelo (MINAG, 2011), este que recomenda que a sementeira deve-se
obedecercompasso de 75 cm separação entre linhas e 25 cm entre plantas com um grão por
covacho usando uma profundidade de cinco(5) a oito(8)cm. Esta prática reduz a produção obtida
em cada hectar devido a separação usada que é relativamente maior em relação a recomendada. O
facto de o agricultor colocar em cada covacho três (3)grãos de milhoaumenta os custos de
produção, visto que pela incerteza da qualidade de semente utilizada vê-se obrigado a colocar
mais dois grãos aumentando gastos em compra de semente.
O desbaste tem como finalidade deixar em cada covacho a planta que apresentar melhor
desenvolvimento
Para a sementeira o agricultor usa cordas para demarcação das medidas, paus como semeador
contendo medidas usadas no plantio (5 centímetros) e para semear 1hectar o agricultor precisa
25kg de milho, este resultado é similar ao de MINAG (2011) aoafirmar que a sementeira pode ser
feita manualmente ou mecanizadaonde para um hectar usa se 25kg de milho.
As variedades cultivadas pelo agricultor são o Pan 67, Matuba e Mucambisendo a última uma
variedade local. Nessas variedades apenas duas (Mucambi e Matuba) são as que o agricultor
cultiva com maior frequência poissão menos exigentes e tolerantes a seca, em contrapartida aPan
67 tem como principal característica ser uma variedade de ciclo longo, resistente a pragas e
exigente ou seja necessita de grandes quantidades de fertilizantes para que possa produzir
normalmente.
Não podendo o agricultor adquirir os fertilizantes necessitados pela variedade opta pelasoutras
menos exigentes, desta feita a escolha de variedade por parte do agricultor contrasta com
MINAG (2011) ao recomendar que na zona norte da Província de Inhambane a sementeira da 1a
época seja da variedade Pan 67, um híbrido de ciclo longo com maior resistência a pragas e
tolerante a seca e na 2ª época uma variedade de ciclo curto como a Matuba (100-120 dias) com
menores necessidades hídricas MINAG (2011), esse resultado é sustentado ainda peloMUDEMA
etal (2012) quando este defende que em Moçambique os produtores seleccionam as variedades
de milho, de acordo com a resistência à seca e pragas, dando menos importância à produtividade
da variedade.
4.1.4. Sacha
Em cada época faz-seduas sachas. A primeira sacha ocorre um mês após a sementeira ou seja
quando a sementeira é feita em Outubro nos finais de Novembro faz-se a sacha e a segunda
ocorre logo que o milho começou a florir utilizando enxada a uma profundidade que varia de
quatro (4) a oito (8) cm.
4.1.5. Colheita
A colheitadepende da variedade semeada independentemente da época de sementeira. Quando
semeada variedade Matuba a colheita é feita num período que varia de 100 a 120 dias apósa
sementeira,e quando semeada a variedade Mucambi a colheita é feita em 90 dias, pois
essavariedade é de ciclo curto em relação ao matuba.
Existem sete(7) silos dos quais dois (2) são de construção precária e cinco(5) convencionais. Os
convencionais têm capacidade de conservar 500 kg cada, podendo conservar milho durante
dois(2) anos. Depois da colheita submete o milho no processo de secagem com intuito de manter
os grãos completamente secos evitando assim deterioração.Para melhor conservar os grãos o
agricultor coloca dentro dos silos cinza ou piripiri. A introdução dessas substâncias têm como
objectivo retardar o aparecimento de insectos e roedores que aceleram a deterioração do milho.
Condições climáticas da região (falta de chuva e altas temperaturas), situação que faz com
que quando há registo de chuvas em baixa intensidades a humidade não dure muito tempo devido
a altas temperaturas tornando o cada vez mais dependente das chuvas.
Ausência de instituições de venda de semente certificada situação que faz com que haja
dependência na fonte de fornecimento de semente nesse caso o agricultor depende dos Serviços
Distritais das Actividades agrícolas do distrito de Vilankulo como única fonte de fornecimento de
semente chegando o agricultor a multiplicar a semente por si para responder as necessidades da
época.
Falta de informação sobre os preços praticados para a venda do produto, facto que faz com
que o agricultor venda a um preço por si estipulado ou mesmo a critério desejado pelos
compradores.
4.3. Descrição dos custos, receitas e lucros da produção de milho
Fonte: adaptado pela autora com base nos dados colhidos no campo
A área média explorada nos cinco (5) anos foi de 24 hectares, dessa área obteve-se uma produção
média de 18,740 Kg e uma produtividade média de 826 kg/ha ou seja em cada hectar explorado
obteve-se em média 826 kg.
C. R.
Custo Preço R. Total Lucro
Unitário Produção Marginal
(Mt) (Mt) (Mt/Kg) (Mt)
Anos (Mt/Ha) (Kg) (Mt/Ha)
2009 307,450.00 6,149.00 31,000 10.00 310,000.00 0 2,550.00
2010 303,950.00 6,079.00 45,500 10.00 455,000.00 10.00 151,050.00
2011 86,275.00 8,627.50 8,000 12.00 96,000.00 9.57 9,725.00
2012 65,040.00 10,840.00 6,000 12.00 72,000.00 12.00 6,960.00
2013 41,260.00 10,315.00 3,200 15.00 48,000.00 8.57 6,740.00
Media 160,795.00 8,402.10 18,740 11.80 196,200.00 9.54 35,405.00
Fonte: adaptado pela autora com base nos dados colhidos no campo
Receita Lucro
Descrição Área (Ha) Custo (Mt) (Mt) (Mt)
Média 24 160,795.00 196,200.00 35,405.00
Máximo 50 307,450.00 455,000.00 151,050.00
Mínimo 4 41,260.00 48,000.00 6,740.00
1
Desvio
padrão 23.83 133,240.30 178,435.40 64,698.30
2
Cv(%) 99.3 82.9 90.9 182.7
Fonte: autora, com base nos dados recolhidos no campo e manipulados no Excel
De acordo com tabela 5pode-se verificar que a área média explorada foi de 24 hectares, com um
desvio padrão de 23,83 hectares, tendo atingido o máximo de 50 hectares e um mínimo de 4
hectares, a variaçãoda área explorada pelo agricultor deve ao tipo de agricultura praticada pelo
agricultor, onde, quando há registo de chuvas em quantidade desejada pela cultura a tendência é
aumentar a área de produção e caso contrario reduz-se a área. O coeficiente de variação mostrou
que houve uma heterogeneidade da área explorada pelo agricultor tendo sido de 99.3%.
1
Desvio padrão (cv) é uma medida estatística da variação absoluta ou dispersão de uma distribuição de frequência
em torno de sua média obtida mediante cálculo da raiz quadrada da média aritmética dos desvios da distribuição de
frequência (LIMA et al, 2004).
2
Coeficiente de Variação é uma medida que determina a variabilidade dos dados em relação a média e permite
validar ou não as conclusões de experimentos (LIMA et al, 2004).
A produção de milho teve como receita média 196,200.00Mt durante os 5 anos em estudo, tendo
atingindo o máximo em 2009 com valor de 455,000.00Mt e uma receita mínima de 48,000.00
registado em 2013. A receita máxima resulta de alta produção derivada a quantidade de chuvas
que corresponderam as necessidades da cultura, em contra partida a receita baixa resulta de
baixas chuvas, facto que faz com que o agricultor aumente o preço do milhopara compensar os
custos de produção. Observou-se um desvio padrão de178,435.53Mt associado a um coeficiente
de variabilidade 90.9%, o que quer dizer que as receitas obtidas foram heterogéneas durante o
período em análise.
400.000
350.000
300.000
Custo(Mt)
250.000
RT(Mt)
200.000
Lucro(Mt)
150.000
100.000
50.000
000
2009 2010 2011 2012 2013
O gráfico 1 mostra a tendência entre os custos, receitas e lucros. Os custos tiveram uma tendência
linear decrescente, o ano de 2009 apresentou custos mais elevados. Este facto ocorreu devido ao
aumento das despesas em pagamento de letras pelo uso de tractor, facto que não se verificou nos
anos subsequentes. Em 2013 observou-se custos mais baixos resultantes da redução da área
explorada, mão-de-obra contratada, compra de semente, tendo o agricultor utilizado para
sementeira semente por ele multiplicada. Esse resulta coaduna com o HOFFMANN (2005) ao
afirmar que os custos aumentam quando a compra de bens e serviços na empresa é acrescida e
aumento de pagamento de dívidas a terceiros.
Pode-se notar que a receita apresentou uma tendência decrescente. Em 2010 registou-se receita
mais elevada de todo o período em estudo, este facto verificou-se devido ao acréscimo da
produção por época resultante de chuvas regulares que responderam as necessidades da cultura,
redução dos custos correspondente ao pagamento de letras pelo uso de tractor. Em contra partida,
em 2013 verificaram-se as receitas mais baixas de todo o período em estudo sendo resultado da
baixa produção nas duas épocas, baixo nível de chuvas verificadas nesse ano.
O lucro teve uma tendência decrescente, tendo sido possível observar que em 2010 obteve-se
lucro mais elevado de todo o período em análise devido a alta produção verificada nesse período,
e o ano com lucro mais baixo foi 2013, devido a uma redução considerável da produção derivado
da falta de chuvas, este resultado esta de acordo com SEAB(2012) ao referir que o lucro é
directamente proporcional a quantidade produzida e comercializada.
Fonte: autora com base nos dados recolhidos no campo e manipulados no Excel
De acordo coma tabela acima pode-se verificar que a Margem Bruta médiafoi de 18.05%,
podendo com esse resultado dizer que depois do pagamento dos custos de produção restou em
cada unidade monetária empregue na produção 18.05% na receita do agricultor com este
resultado pode-se dizer aindacom base na actividade exercida consegue-se cobrir os custos
variáveis do empreendimento segundo o exposto pelo SILVA (2010) ao referir que se a margem
bruta fornegativa a actividade não consegue cobrir os custos variáveis com os proveitos que
produz, neste caso o modo de produção deve ser imediatamente reformulado ou a actividade
deverá ser extinta.
rácio Beneficio/Custo for maior que 1 então os benefícios são maiores que os custos logo o
projecto pode ser aprovado.
De acordo com a tabela 6, verificou-se que a taxa de Retorno de retorno médio foi de 0.2%,
querendo com isso dizer que o capital investido pelo empresário teve um retorno de 0,2% ou seja
cada um metical próprio investido no empreendimento deu um retorno de 0.002 unidades de
metical ao produtor, este resultado vai de acordo WOILER etal(1996) ao afirmar que esse índice
indica quanto a empresa ganha para cada 1 Metical investido, é o poder de ganho da organização.
5.1.Conclusões
Depois de executado o trabalho pode-se tecer as seguintes considerações finais
A agricultura praticada pelo agricultor Xibahalane tem como principal característica ser de
sequeiro, uso de sistema de monocultura na produção de milho e contratação de mão-de-obra
sazonal para o exercício das actividades. O processo de produção encontra-se subdividido em
quatro seguintes fases: lavoura, sementeira, sacha e colheita e para o exercício dessas actividades
o agricultor tem como instrumentos tractor usado para lavoura e gradagem, enxada de cabo curto
usado na sacha, paus e cordas contendo medidas recomendadas para sementeira, debulhadora
para separação dos grãos da espiga e para o armazenamento o agricultor usa celeiros
convencionais e de construçãoprecários.
No que concerne aos principais constrangimentos enfrentados pelo agricultor pode-se destacar a
falta de instrumentos agrícolas, falta de apoiopela parte de governo para montagem de um
sistema de rega, ausência de instituições de venda de sementes certificadas, condições climáticas
da região falta de chuva e altas temperaturas e a falta de informação dos preços no mercado.
Os custos médios observados nos cinco anos foram de 160,795.00Mt, a receita média foi
de196,200.00 Mt e os lucro médios foram de 35,405.00Mt, os lucros mostraram que a actividade
e sustentável.
A margem bruta média total foi de 18.05% sendo esse resultado positivo pode afirmar que com a
actividade exercida o agricultor consegue cobrir com os custos variáveis do empreendimento. O
benefício custo médio foi de1.2 pode-se afirmar que a cada um metical investido na produção de
milho gerou em média um metical e dois centavos. A taxa de retorno foi de 0.2% mostrando que
cada um metical próprio investido teve um retorno de 0.002 unidades de metical para o produtor,
estes valores dos indicadores de rentabilidade mostraram que a actividade agrícola é rentável na
área explorada. Para continuar a produzir de forma rentável o agricultor deve fazer uma analise
antes de iniciar as suas actividades visto que á medida que área de produção reduzia a quantidade
produzida e os lucros também reduziam e se a redução da área de exploração continuar sem
combinar com a redução dos custos a actividade deixa de ser rentável visto que não haverá lucros
no exercício da sua actividade.
Não devendo o agricultor reduzir mais a área explorada, visto poderá manter os hectares
utilizados em 2 a agricultor, ou seja o agricultor deve continuar no exercício da mesma.
5.2.Recomendações
Pode-se observar que um dos problemas verificados durante o estudo no agricultor é baixa
produção por época desta feita recomenda se o seguinte:
Ao agricultor
Que o agricultor procure formas de obter informação sobre os preços praticados no mercado
evitando assim a venda de produto a preços baixos;
Que o agricultor procure forma de produzir nas condições climáticas que a região oferece
com vista a minimizar as limitações causadas pelas altas temperaturas e falta de chuva;
Ao governo
Que o governo possa disponibilizar instrumentos agrícolas como é caso de sachadeiras,
semeadoras e tractores equipamentos. Esses instrumentos viriam reduzir o tempo de trabalho
durante a produção, redução mão-de-obra contratada reduzindo assim os custos enfrentados
na produção dando um incremento no rendimento e aumentando a área de exploração;
Que o governo procure colocar a nível do distrito uma instituição de venda de semente
certificada como a Semente de Moçambique (SEMOC) para evitar que o mesmo dependa de
uma única instituição para aquisição da semente.
REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFIAS
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WERNKE, Rodney (2008). Gestão Financeira: Ênfase em Aplicações e Casos Nacionais. Rio de
Janeiro. Saraiva
I
Apêndice 2: A Questionário destinado ao agricultor Xibahalane
II
Tabela1: Quantidade de milho usado por hectar e o respectivo preço.
2009
2010
2011
2012
2013
Total=5
15. Quais são os factores que fazem com que haja aumento da produção numa época em
relação a outra?
III
Tabela 2: Quantidade produzida por época/toneladas
2009
2010
2011
2012
2013
Total
1. Transporte
1.1. Como e feito o transporte da produção até ao mercado consumidor?
1.2. Usa transporte pessoal ou aluguer?
1.3. Carro pessoal quanto gasta de combustível?
1.4. Quais são os custos totais envolvidos no transporte?
2.Armazenamento e comercialização
IV
3.3.Desvantagem?
3.6 A que preço vende uma unidade (1kg, uma lata, ou tonelada)?