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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título
de especialista em Agronegócios – 2023
Resumo
Introdução
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novo, de forma que seus custos e processos estejam alinhados e possibilitando sua
sobrevivência e isso será a razão do crescimento econômico, da melhoria de qualidade de
vida para as massas e manutenção do capitalismo.
Segundo Seidler e Filho (2016) a inovação tecnologica acontece no processo de
produção ou nos produtos. Pode-se ainda haver inovação organizacional incluindo novas
estruturas organizacionais, novas técnicas de gerenciamento ou orientação estratégica.
Todos os tipos de inovação, contudo, são fundamentais para que haja crescimento
econômico segundo as diversas escolas econômicas.
Segundo Jayme Jr. (2009) se levada em conta a não neutralidade da moeda, variáveis
monetárias podem sim contribuir para a ampliação ou reversão do hiato de desenvolvimento
entre as regiões de um determinado país.
Nesse sentido o autor nos traz para uma discussão acerca da influência do dinheiro
no crescimento econômico dentro de um espaço regional. Aqui é importante ressaltar que tal
associação também poderá ser feita, dentro dos aspectos econômicos, para setores da
economia e com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico.
O crédito rural pode ser entendido como moeda corrente diretamente inserida no
contexto economico regional e, nesse sentido, Borges e Parré (2022) nos traz importante
estudo onde por meio do uso de dados estatísticos busca comprovar o impacto do crédito
rural no produto agropecuário.
Segundo Borges e Parré (2022) o crédito rural impacta o produto agropecuário por
meio da ampliação no consumo de insumos e capital, assim como reduzindo os riscos aos
produtores e, em suma, impacta de forma positiva e unidirecional no produto agropecuário do
País.
Gasques et. al. (2012) usa o conceito de produtividade total dos fatores para discorrer
sobre a importância de se observar o efetivo aumento de produtividade no setor agrícola.
Considera dessa forma que para se haver um efetivo aumento de produtividade é necessário
que o aumento da produção seja maior proporcionalmente que o aumento na utilização de
insumos.
Um dos aspectos tratados pelos autores é dos efeitos de políticas sobre a
produtividade e, nesse sentido, Gasques et. al. (2012) afirma que o crédito rural tem efeitos
positivos sobre a produtividade porque o crédito é um fator essencial para a produção e
fundamental também na atividade de modernização e inovação.
Da forma como foi observada na literatura a inovação é um processo dinâmico e
fundamental para o crescimento econômico e o crédito pode ser observado como um fator
exógeno que possibilita impulsionar a inovação por meio de diminuição nos riscos, aumento
de investimento, aumento de produtividade e, por consequência, o crescimento econômico.
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Material e Métodos
Como método de estudo e pesquisa foi escolhido o método misto que, segundo Gray
(2011), concilia a perspectiva quantitativa e qualitativa em uma abordagem de pesquisa que
busca encontrar tanto questões objetivas a partir de dados, assim como também manter a
visão construtivista em que a pesquisa serve como ponte para entender o relacionamento de
determinados fatos à condição humana e social.
Nesse sentido o desenho ora proposto é de que sejam utilizados dados capazes de
traduzir a realidade a partir de sua análise e estruturação em modelos objetivos assim como
uma estruturação conceitual capaz de traduzir elementos teóricos em situações práticas que
corroborem o objetivo do trabalho.
Esse trabalho buscou verificar através de comparação estatística os possíveis ganhos
no crescimento econômico em função do crédito rural para atividades de inovação. Dessa
forma foram utilizados dados obtidos a partir do MDCR (Matriz de Dados do Crédito Rural)
disponibilizado pelo Banco Central do Brasil, observatório da agropecuária brasileira, que
também utiliza dados do Banco Central, dados do PIB e PIB Rural disponibilizados pelo IBGE
e CEPEA-Usp/CNA e dados do Ipea/IBGE referente a deflator implícito para o Brasil nos
períodos analisados.
A partir da obtenção dos dados foram feitas análises estatística descritiva de forma a
buscar evidências da correlação entre ambos.
No Brasil o crédito rural é subdividido em quatro tipos de acordo com o Manual de
Crédito Rural (MCR).
No crédito rural tipo custeio o produtor rural toma crédito para desenvolver as diversas
atividades rurais envolvidas no dia a dia de sua produção, algo como o capital de giro do
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produtor podendo ser utilizado os recursos para compra de adubos, tratos culturais assim
como pagamento de serviços inerentes à cultura.
No crédito rural tipo comercialização o produtor rural obtém financiamento para que
possa vender seu produto no mercado. Nessa linha de crédito é possível financiar estocagem
de produtos, proteger a produção a preços justos e garantir preço de venda tendo como
ganhar tempo para melhor momento de venda.
No crédito rural tipo industrialização o produtor rural financia o beneficiamento de sua
produção de acordo com os processos necessários a se ganhar valor agregado e aumentar
a durabilidade da produção como processos de refrigeração, secagem, padronização, dentre
outros.
Por fim, o crédito rural possui o tipo investimento cujo objetivo é financiar investimentos
fixos ou semifixos que se traduzam em aumentar o potencial de produção e a competitividade
do produtor. Aqui estão incluídos investimentos em compra de máquinas e equipamentos,
construções e reformas, sistemas de irrigação e fotovoltaicos dentre diversos outros sistemas
inovativos ligados ao investimento por parte do produtor em melhoria da eficiência e/ou
aumento de capacidade produtiva.
Para os fins de obtenção de dados relativos a crédito rural com objetivo de inovação
esse estudo considerou crédito rural do tipo investimento como sendo o tipo ligado
diretamente à inovação partindo da premissa de que o empreendedor irá sempre buscar em
suas ações a sua sobrevivência no longo prazo, que passa por estar com custos adequados
ao mercado e preços competitivos.
Os dados de valores totais de crédito rural do tipo investimento assim como a variação
anual em relação ao ano anterior foram extraídos no SICOR/Banco Central e agregados pelo
observatório da agropecuária estando disponíveis no sitio eletrônico do mesmo e também
podendo serem obtidos no site do Banco Central.
Os dados comparados e em que obteve-se tanto o valor absoluto do PIB do Brasil, do
PIB do agronegócio brasileiro, assim como suas subdivisões, foram obtidos no site da
CEPEA-Usp em elaboração conjunta com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA) e disponíveis no sitio eletrônico do CEPEA-Usp/Esalq.
É importante esclarecer uma questão conceitual em relação aos valores obtidos, pois
o valor disponibilizado pelo Banco Central quanto ao total concedido de crédito rural são
valores absolutos e não sofrem ajuste em relação ao valor real da moeda, sofrendo, portanto,
influência da inflação do período, a qual é necessário tratamento para retirada da mesma.
Para isso foi aplicado o deflator implícito obtido no site do Ipea/IBGE nos dados obtidos
referente a PIB em valor corrente e a crédito rural. Isso foi feito para que dessa forma a
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Resultados e Discussão
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A Tabela 2 trouxe o PIB ajustado com o deflator implícito do PIB considerando como
base o valor de Dezembro de 2022 e foi base para ajuste de dados nas demais tabelas da
pesquisa.
Para se entender a dinâmica do PIB do Agronegócio foi obtido no site do CEPEA dados
relativos à participação do agronegócio no total do PIB brasileiro e esses dados foram
sintetizados para os anos de 2016 a 2022 na Tabela 3. A Tabela 3 trouxe a variação em % do
PIB do agronegócio e construída com os valores já ajustados pelo deflator implícito
possibilitando a posterior construção da Tabela 4, esta última que foi a base de comparação
principal com o Financiamento Rural do tipo investimento, pois ela trouxe de fato o
crescimento ou decrescimento do PIB do Agronegócio em termos possíveis de serem
comparados e descontando a questão intertemporal por meio do ajuste do deflator implícito.
Tabela 3. PIB do Brasil (em Milhões de dez/2022) e PIB Renda do Agronegócio Brasileiro 2016-2022, em Milhões de dez/2022
Ano PIB BR Insumos Agropecuária Indústria Serviços PIB Renda Total do Agronegócio
2016 9.088.299 81.983 457.745 536.899 931.607 2.008.234
2017 9.208.650 77.953 419.425 517.136 882.065 1.896.580
2018 9.373.217 87.206 402.043 520.726 868.051 1.878.026
2019 9.488.031 92.001 404.972 534.913 900.429 1.932.316
2020 9.177.346 96.817 630.697 567.744 1.067.588 2.362.847
2021 9.635.542 146.859 740.995 578.834 1.097.275 2.563.963
2022 9.915.317 180.801 660.401 571.949 1.042.725 2.455.875
Fonte: Resultados originais da pesquisa
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Tabela 4. Variação Real Anual (em %) de cada segmento do PIB Renda do Agronegócio no Brasil 2016-2022
Ano Insumos Agropecuária Indústria Serviços Agronegócio PIB Total
2016 1,41% 12,36% 3,91% 6,44% -
2017 -4,92% -8,37% -3,68% -5,32% -5,56%
2018 11,87% -4,14% 0,69% -1,59% -0,98%
2019 5,50% 0,73% 2,72% 3,73% 2,89%
2020 5,24% 55,74% 6,14% 18,56% 22,28%
2021 51,69% 17,49% 1,95% 2,78% 8,51%
2022 23,11% -10,88% -1,19% -4,97% -4,22%
Fonte: Resultados originais da pesquisa
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Considerações Finais
O objetivo inicial proposto por este trabalho foi de buscar o impacto do crédito rural do
tipo investimento na inovação e consequente crescimento do agronegócio no Brasil entre os
anos de 2017 a 2022.
Foram levantados os dados referentes ao total de crédito rural no Brasil para o período,
dados referente à produção brasileira agregada total e agregada para o setor do agronegócio
além de dados referentes ao deflator implícito do PIB, necessário para ajuste intertemporal da
análise.
As análises realizadas por meio de estatística descritiva apontaram para uma
correlação positiva entre o crescimento do crédito rural do tipo investimento e o crescimento
do PIB do agronegócio no Brasil para o período analisado.
Foi ainda identificado a necessidade de evolução da pesquisa para um maior
aprofundamento quanto ao total de estoque de capital fixo no agronegócio, depreciação média
do setor e busca do real impacto residual do aumento encontrado de participação do crédito
rural do tipo investimento no total do PIB do agronegócio que saiu de de 2,77% em 2017 para
4,05% em 2022, mas sem dados efetivos do total de investimento do setor.
De forma geral o estudo trouxe o contexto e corroborou com dados a importância do
crédito rural para a atividade inovativa, e, a partir da inovação e da ação do empreendedor o
resultado esperado de crescimento econômico.
Referências
Barro, R. J.; Sala-I-Martin, X. 2003. Economic Growth. 2ed. MIT Press, Cambridge, MA,
USA.
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Jaime JR., F. 2009. Crédito, Preferência pela liquidez e desenvolvimento regional: O papel
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CEDEPLAR – UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Pintor, E.; Silva, G. M.; Piacenti, C. A. 2015. Crédito rural e crescimento econômico no
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Souza Junior, J. R. C.; Cornelio, F. M. 2020. Estoque de capital fixo no Brasil: Séries
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