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convencionais.

Estados brasileiros que fazem fronteira com a Bolívia: Acre,


Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul¹ e é caracterizada por áreas
remotas, florestas densas e rios que dificultam o controle por parte das
autoridades brasileiras e bolivianas.

A extensa e porosa fronteira entre esses dois países compartilha atividades


ilícitas e facilita não somente o tráfico como também outras atividades
ilegais. O Brasil acaba se tornando com isso um importante mercado de
drogas, principalmente de cocaína. Os bolivianos se utilizam de diferentes
rotas (terrestres, fluviais e aéreas) e meios de transporte (veículos,
embarcações e aviões de pequeno porte). A rota utilizada irá depender da
segurança, da presença de autoridades fiscalizadoras e eficácia no controle
fronteiriço.

O desafio se torna, portanto, extremamente complexo devido a extensão da


fronteira e a existência de grupos articulados e bem estruturados com o
objetivo de distribuição e comercialização dos ilícitos.
¹ Segunda Comissão Brasileira Demarcadora de Limites. Disponível em:
http://scdl.itamaraty.gov.br/pt-br/

Vários pontos de falha que favorecem essa travessia a serem citados, um dos
principais é a dificuldade na fiscalização na entrada de drogas, que tem como
destino o porto de Santos no estado de São Paulo, por utilizarem diferentes
trajetos e diversas estratégias de deslocamento dos entorpecentes.

O Brasil se torna portanto o principal ponto de partida dos entorpecentes para


o mercado europeu, sendo este um mercado lucrativo e demandante, tendo
como principais destinos Portugal, Espanha, Países Baixos, Bélgica e Reino
Unido. Segundo o Escritório da Nações Unidas sobre Drogas e Crime, em
torno de 275 milhões de pessoas fizeram uso de entorpecentes pelo mundo
em 2019 e mais de 36 milhões de pessoas tiveram transtornos devido ao uso
de drogas (UNODC, 2021).

As organizações criminosas envolvidas no tráfico de drogas entre o Brasil e a


Europa são complexas e bem estruturadas. Elas operam em redes
internacionais, utilizando-se de contatos, acordos e conexões com outros
grupos criminosos em diferentes países. O lucro gerado pelo tráfico de
drogas é utilizado para financiar o tráfico de armas e a lavagem de dinheiro.

distribuição e comercialização, em como apontar as principais dificuldades no


sistema de fiscalização de entrada dos produtos ilícitos em nosso país até
saída à outros pontos do mundo.

Este trabalho está dividido em três capítulos, sendo o primeiro abordando o


O segundo capítulo irá versar sobre liberação da plantação de coca na
Bolívia, a transformação da folha de coca em cocaína, o escoamento da
droga pelo território brasileiro até a saída para a Europa e as organizações
criminosas responsáveis por essa distribuição e comercialização da droga.

O terceiro capítulos irá descrever o dilema brasileiro devido ao tamanho da


fronteira e a convivência com um país vizinho sem acesso ao mar em que a
plantação de coca, geradora da cocaína, é liberada até certo nível.

2. O início das drogas

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é toda substância


que pode provocar alterações em funções de um organismo vivo. Ela é dividida
em duas categorias: as lícitas (permitidas por lei), como álcool, medicamentos
e tabaco e as ilícitas (não permitidas por lei), como maconha, cocaína, heroína,
entre outras, sendo esse segundo tipo de drogas o mais lucrativo
mundialmente, movimentando um mercado milionário, que é intitulado
Narcotráfico.

A constatação da existência de drogas, hoje consideradas ilícitas, tem


incidência histórica. Segundo MacRae (2001, p. 26). O uso da fibra do
cânhamo (Cannabis sativa), teve seus primeiros indícios na China por volta de
4.000 a.C.

Também há registros do uso de substâncias psicoativas em 1552, a.C.,


descoberto por meio de um papiro, que continha informações sobre a mistura
de substâncias que incluía o ópio com objetivo de sedar crianças, sendo o ópio
possivelmente a primeira droga a ser descoberta pelos homens.

Com a mesma antiguidade pode-se citar a Cannabis Sativa (Maconha) que


gera atualmente algumas controvérsias, tendo seu uso permitido em alguns
locais do mundo, seja para finalidade recreativa ou medicinal. No Brasil, seu
uso recreativo é proibido e a utilização medicamentosa do cannabidiol, foi

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