Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
comunidades
terapêuticas na garantia
dos direitos humanos
3 Princípios e diretrizes
internacionais da
política sobre drogas
1
Conteudista:
Matheus Caracho Nunes (Conteudista, 2021);
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
Enap, 2021
2
Sumário
Unidade 1 – Princípios e diretrizes internacionais da política sobre drogas
.............................5
1. Panorama Internacional das políticas sobre drogas............................................................................................5
1. Convenção Única Sobre Entorpecentes .....................................................................................................6
2. Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas .........................................................................................6
3. Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas ..................7
2. Diretrizes Internacionais Sobre Direitos Humanos e Políticas de Drogas .................................................7
Referências .................................................................................................................................................9
3
MÓDULO
Princípios e diretrizes
3 internacionais da política sobre
drogas
O módulo 3 está estruturado da seguinte forma:
• Unidade 1 – Princípios e diretrizes internacionais da política sobre drogas no âmbito dos direitos
humanos.
4
Unidade 1 – Princípios e diretrizes internacionais da
política sobre drogas no âmbito dos direitos
humanos
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os princípios e as diretrizes internacionais da política
sobre drogas no âmbito dos direitos humanos.
Segundo dados do Relatório Mundial sobre drogas, de 2021, o uso de drogas matou quase meio milhão
de pessoas em 2019, enquanto os transtornos por uso de drogas resultaram em 18 milhões de anos de
vida saudável perdidos.
Doenças graves que podem levar à morte são mais comuns entre usuários de substâncias psicoativas.
Muitos usuários de drogas, sobretudo aqueles que fazem ou fizeram uso de drogas injetáveis, vivem com
doenças como o HIV e a Hepatite C.
O comércio de drogas ilícitas afeta desproporcionalmente os mais vulneráveis, constituindo-se como uma
ameaça à segurança e estabilidade em algumas partes do mundo.
De acordo com os dados do Relatório Mundial Sobre Drogas, no ano de 2020, cerca de 275 milhões de
pessoas usaram drogas, o que representa um aumento de 22% em relação ao consumo de 2010. As
projeções apontam que, em 2030, o número de pessoas que usam drogas aumentará 11% no mundo
todo. A maconha é a droga ilícita mais consumida no mundo. Aproximadamente 200 milhões de pessoas
usaram esta droga em 2019, representando 4% da população mundial. A cocaína foi utilizada por 20
milhões de pessoas em 2019, o que representa 0,4% da população do mundo, os opióides, como a
heroína, foram usados por 62 milhões de pessoas, correspondendo a 1,2% da população mundial.
Já é de conhecimento médico que fumantes têm maior risco de desenvolver doença grave e morte por
Covid-19, além disso, segundo dados da OPAS, o tabaco mata até metade de seus usuários, sendo 8
milhões de pessoas a cada ano, dos quais aproximadamente 7 milhões como resultado do uso direto do
tabaco, e cerca de 1,2 milhões como resultado do fumo passivo. Pelos motivos anteriormente
apresentados, ações de Redução de Demanda de Drogas se fazem necessárias.
O sistema mundial de controle de drogas começou no início do século XX. Naquela época, havia grande
preocupação com o crescimento do consumo do ópio e as consequências desse consumo para a saúde,
por isso, inúmeros países se reuniram pela primeira vez para discutir o problema das drogas na Comissão
do Ópio de Xangai, em 1909.
5
Desde o período da expansão marítima europeia, o ópio e outras substâncias como o tabaco, café,
derivados da folha da coca, da cannabis, e o açúcar, passaram a ser comercializados. O uso do ópio tornou-
se um problema em 1906, quando cerca de um quarto da população chinesa masculina adulta tornou-se
dependente da substância, sendo esta, a maior epidemia de uso de drogas que um país já enfrentou.
Após a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, acompanhando a diversificação das
drogas e a capacidade de sintetização de novas substâncias, foram realizadas três convenções sobre
drogas, que atualmente são a referência legal para todos os países signatários.
Com isso, o atual sistema global de controle de drogas se baseia em três convenções internacionais:
6
1.1.3 Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias
Psicotrópicas
Assinada em 20 de dezembro de 1988, em Viena, na Áustria, esta convenção visou combater, através de
medidas abrangentes, o tráfico de drogas. Ela também teve por objetivo combater métodos de lavagem de
dinheiro, fornecendo informações para que haja maior cooperação internacional no combate ao tráfico de
drogas, facilitando a extradição de traficantes internacionais.
As Diretrizes Internacionais Sobre Direitos Humanos e Políticas Sobre Drogas foram lançadas pela
Organização das Nações Unidas em 2019. Elas são uma ferramenta de referência para aqueles que
trabalham buscando garantir a conformidade com os Direitos Humanos nos níveis local, nacional e
internacional, sejam eles parlamentares, diplomatas, juízes, legisladores, organizações da sociedade civil,
ou comunidades afetadas. Por essa razão, conhecê-las é muito relevante para todos aqueles que
trabalham com a questão das drogas.
Segundo o próprio documento, desde o final dos anos 1990, as resoluções da Assembleia Geral das
Nações Unidas (AGNU) reconhecem que, para lidar com a questão das drogas, é necessário estar em
conformidade com todos os Direitos Humanos. De acordo com as Diretrizes, isso foi reafirmado em todas
as principais declarações políticas da ONU sobre drogas.
As Diretrizes não fornecem um modelo pronto de políticas sobre drogas, respeitando as particularidades de
cada Estado, porém elas servem de referência para a adoção de políticas em conformidade com os Direitos
Humanos.
O documento está complementado por extensos comentários e referências, que estão disponíveis em uma
página interativa na internet que pode ser acessada por meio do link: DIRETRIZES INTERNACIONAIS SOBRE
DIREITOS HUMANOS E POLÍTICA DE DROGAS
A primeira seção do documento apresenta os princípios fundamentais dos direitos humanos aplicados às
Políticas de Drogas. São eles: dignidade humana, universalidade e interdependência de direitos, igualdade
7
e não discriminação, participação significativa e responsabilização, e direito a uma solução eficaz. Vamos
conhecer agora um pouco sobre cada um desses princípios fundamentais?
A terceira seção do documento atém-se às obrigações resultantes dos direitos humanos de grupos
específicos, sendo eles: crianças, mulheres, pessoas privadas de liberdade e povos indígenas.
O documento também conta com anexos. O Anexo I fornece três guias de referência temáticas para
desenvolvimento, justiça criminal e saúde. Cada guia temática reúne as diretrizes mais relevantes para
cada um desses tópicos. O Anexo II esclarece sobre a metodologia utilizada para a elaboração do
documento, que contou com a colaboração e consulta de especialistas e dos Estados membros da ONU.
As Diretrizes foram elaboradas para colocar os direitos humanos em primeiro plano, o que é fundamental
para melhorar o acesso ao direito à saúde das pessoas, promovendo um padrão de vida adequado e digno.
Suas estratégias buscam promover o Estado de Direito e apoiar os Estados-membros das Nações Unidas,
organizações multilaterais, e sociedade civil, para integrarem a Carta das Nações Unidas e a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, na formulação de políticas públicas nacionais e globais.
8
Referências
Diretrizes Internacionais sobre Direitos Humanos e Política sobre Drogas. Organização das
Nações Unidas – ONU. 2020.
Relatório Mundial sobre Drogas 2021 – UNODC. 2021. Disponível em: https://www.unodc.
org/unodc/en/data-and-analysis/wdr2021.html.