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REDAÇÃO |

PROPOSTA DE tema: A EFICÁCIA DAS AÇÕES NACIONAIS NO COMBATE


AO TRÁFICO DE DROGAS

TEXTO 02

TEXTO 01 Se perdemos a guerra contra as drogas, quem ganhou?

Do ponto de vista econômico, há ao menos cinco grandes


(...) beneficiados pelo modelo atual de combate às drogas.
O dia 26 de junho foi a data escolhida pela Organização
1) O produtor
das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional de No caso da heroína, estão incluídos aí o agricultor que planta
Combate às Drogas. Todo ano, a ONU, por meio do Escritório papoulas e o processador que faz da planta uma droga para
das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), enfa- consumo. Da renda obtida na venda final, o lavrador fica com
tiza a Campanha Internacional de Prevenção às Drogas; em 6% e o processador, com 2%, segundo estudo da ONU.
Viena, nesta data, é lançado Relatório Mundial de Drogas
contendo informações atualizadas do mundo todo sobre 2) Traficante:
Nos mercados de ópio da Ásia, o intermediário é mal remu-
consumo, produção e tráfico de drogas. nerado: morde 2% da receita. Os outros 90% acabam no
Segundo dados do UNODC, o uso não medicinal de medica- bolso do tráfico internacional, que arca com o risco de trans-
mentos sob prescrição está se tornando uma enorme ameaça portar a mercadoria até o consumidor.
para a saúde pública e o cumprimento da lei no mundo, com
opioides sendo responsáveis pelos maiores danos, contabili- 3) Mercado financeiro
zando 76% de mortes envolvendo distúrbios relacionados ao A dinheirama gerada pelo negócio não fica guardada no col-
uso de drogas. Os dados são de 2018. chão do traficante, é claro. Quem presta esse serviço são os
bancos que operam em paraísos fiscais e os governos dessas
O relatório ainda aponta que a manufatura global de cocaína localidades, em que o sigilo é a alma do negócio.
alcançou, em 2016, seu nível mais alto de toda a história,
com uma estimativa de produção de 1.410 toneladas. De 4) Indústria de armas
2016 a 2017, a produção global de ópio aumentou 65%, atin- Além de sustentar uma vida de rei para os criminosos, a ren-
gindo 10.500 toneladas, a mais alta estimativa já registrada da do tráfico também é, digamos, reinvestida na produção.
pelo UNODC desde que começou a monitorar a produção Em um negócio em que não se pode ter uma sede vistosa,
isso significa proteção, armamento. “O tráfico financia in-
de ópio global, no início do século 21. diretamente mais da metade das armas ilegais em circula-
ção no país”, diz Luiz Eduardo Soares, ex-coordenador de
O combate às drogas no Brasil Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e hoje secre-
No Brasil, não é diferente. De acordo com a Exame, a coca- tário da Prefeitura de Porto Alegre. Nas favelas do Rio, os
ína registrou aumento no consumo entre os brasileiros nos traficantes têm até mísseis antiaéreos.
últimos anos, assim como a maconha. Para a UNODC, este
crescimento “provavelmente reflete a facilidade de se obter 5) Forças de repressão
Você poderia dizer que as forças de repressão (polícias etc.)
maconha vinda do Paraguai”. O relatório destaca que o Brasil são compostas por funcionários públicos, que – em tese, pelo
não tem produção própria suficiente para suprir a demanda menos – não fazem uso pessoal do dinheiro que lhes é confia-
pela maconha, o que explica os grandes volumes trazidos do do para viabilizar seu trabalho. Ainda que fosse assim, quem
país vizinho. A ONU estima que 158,8 milhões de pessoas, não quer o poder de administrar alguns bilhões de dólares?
ou 3,8% da população entre 15 e 64 anos, consuma drogas São, portanto, mais um beneficiário desse negócio. (...)
feitas com cannabis (maconha e haxixe) no mundo. (...)
Fonte: https://super.abril.com.br/saude/drogas-o-que-fazer-a-respeito/
Fonte: http://genjuridico.com.br/2019/06/26/combate-as-drogas-brasil/

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PROPOSTA DE tema: A EFICÁCIA DAS AÇÕES NACIONAIS NO COMBATE
AO TRÁFICO DE DROGAS

TEXTO 03 TEXTO 04

Tráfico e violência: uma relação íntima

No centro das discussões sobre a segurança pública no Brasil


e no mundo está a relação entre a violência e o tráfico de
drogas. As alternativas para lidar com as drogas ilícitas e o
aparato ilegal que garante o seu comércio vão da repressão à
legalização e são alvo de acaloradas discussões.

O mercado internacional de cocaína movimenta bilhões de


dólares anualmente e, no Brasil, alimenta o crime organiza-
do, facções que comandam o comércio de drogas, inclusi-
ve de dentro dos presídios. Comunidades vulneráveis con- Fonte: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/04/75-dos-jovens-infratores-no-
troladas por traficantes se transformam em áreas de alta -brasil-sao-usuarios-de-drogas-aponta-cnj.html
criminalidade.

— Por ser uma substância ilícita que tem uma demanda


permanente e crescente, e por ser altamente rentável, es-
ses grupos brigam entre si pelo monopólio de áreas e geram
todas as cenas de violência que a gente observa — observou
Andrea Gallassi, pesquisadora do Centro de Referência so-
bre Drogas e Vulnerabilidades Associadas da Universidade
de Brasília (UnB), em entrevista à Rádio Senado.

Ou seja: o poder financeiro do tráfico está na base do pro-


blema e uma solução para o problema da escalada do crime
passa por cortar as fontes de recursos de grandes traficantes.

Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/01/24/trafico-e-violen-
cia-uma-relacao-intima

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