Você está na página 1de 16

01

TEXTO 3

Sinopse do filme Capitão América: Guerra Civil

Capitão América: Guerra Civil encontra Steve Rogers (Chris Evans) liderando o recém-formado time de Vingadores em seus esforços
continuados para proteger a humanidade. Mas, depois que um novo incidente envolvendo os Vingadores resulta num dano colateral, a
pressão política se levanta para instaurar um sistema de contagem liderado por um órgão governamental para supervisionar e dirigir a
equipe.
O novo status quo divide os Vingadores, resultando em dois campos: um liderado por Steve Rogers e seu desejo de que os Vingadores
permaneçam livres para defender a humanidade sem a interferência do governo; o outro seguindo a surpreendente decisão de Tony Stark
(Robert Downey Jr.) em apoio à supervisão e contagem do governo.
Capitão América 3 tem direção dos irmãos Joe e Anthony Russo, produção de Kevin Feige e grande elenco formado por Scarlett Johansson
(Viúva Negra), Sebastian Stan (Soldado Invernal), Anthony Mackie (Falcão), Emily Van Camp (Agente 13), Don Cheadle (Máquina de
Combate), Jeremy Renner (Gavião Arqueiro), Chadwick Boseman (Pantera Negra), Paul Bettany (Visão), Elizabeth Olsen (Feiticeira
Escarlate), Pail Rudd (Homem-Formiga), Frank Grillo (Ossos Cruzados), William Hurt (General Thunderbolt) e Daniel Brühl (Barão Zenom).
Disponível em: http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia118069/. Acesso em: 02.11.2018.

Tendo como base a sinopse acima, é correto afirmar que este gênero textual apresenta muitas semelhanças
temáticas e estruturais com

a) a resenha crítica, se se considerar que o objetivo principal é retratar a opinião e a visão pessoal do
autor do texto sobre o que está sendo relatado na produção cinematográfica.

b) o gênero resumo, porque se caracteriza como um texto escrito de forma breve e clara, destacando-se
o que é essencial e mais importante para o leitor sobre a obra resumida.

c) a crônica, tendo em vista que a função textual é relatar, de forma concisa, fatos do cotidiano, como o
de se saber antecipadamente o final da história da trama, antes de ir ao lançamento de um filme, de
tal maneira que já se dissipe a expectativa da descoberta dos acontecimentos sobre o desfecho da
história.

d) o artigo de opinião, pois é uma espécie de exposição crítica demorada do autor do texto sobre o
objeto-filme analisado.

02

Leia atentamente os textos a seguir.

Texto 1
Baralho cigano - A carta 30 “Os Lírios” rege o período.
Uma semana que lágrimas poderão rolar de nossos olhos. Os lírios simbolizam tristeza, perdas e sofrimentos na
vida amorosa e familiar. Tudo causado por situações que irão se revelar neste período. Mas, com calma, amor e
inteligência, tudo irá se resolver para seu bem. Só que a carta avisa: haverá perdas necessárias, para que uma
nova fase comece já. (www.terra.com.br)

Texto 2
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade... (Constituição Federal, 1988, art. 5º).

Texto 3
A excelente coluna “Auxílio é para quem precisa?”, de Fernanda Mena (Opinião, 21/7), aborda de maneira
oportuna e objetiva a imoralidade da concessão de auxílio-moradia de R$4,378 mensais para juízes. Abdias
Ferreira Filho (São Paulo, SP)

Texto 4

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Tomando por base esses textos, pode-se afirmar, a respeito de “gêneros textuais”, que:

a) nem todos podem ser considerados gêneros textuais, porque não preenchem os parâmetros de
finalidade comunicativa dessas categorias.

b) são exemplos de gêneros produzidos em diferentes domínios discursivos, onde também circulam; são
manifestações do funcionamento social.

c) diferente dos demais, o texto 4 permite a identificação do suporte textual, ou seja, do meio que
serve de base para a materialização do texto.

d) os textos 1, 2, 3 não permitem a identificação dos domínios discursivos nos quais foram criados. O 4
revela claramente a esfera da atividade humana em que foi produzido.

03

Leia o TEXTO 2 para responder a questão.

TEXTO 2

FUTEBOL DE RUA

(1) Pelada é o futebol de campinho, de terreno baldio. Mas existe um tipo de futebol ainda mais rudimentar do que a pelada. É o futebol de
rua. Perto do futebol de rua qualquer pelada é luxo e qualquer terreno baldio é o Maracanã em jogo noturno. Futebol de rua é tão humilde
que chama pelada de senhora. Não sei se alguém, algum dia, por farra ou nostalgia, botou num papel as regras do futebol de rua. Elas
seriam mais ou menos assim:
(2) DA BOLA – A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa
que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do seu irmão menor, que sairá correndo para se queixar em casa. No caso de se
usar uma pedra, lata ou outro objeto contundente, recomenda-se jogar de sapatos. De preferência os novos, do colégio. Quem jogar
descalço deve cuidar para chutar sempre com aquela unha do dedão que estava precisando ser aparada mesmo.
(3) DA DURAÇÃO DO JOGO – Até a mãe chamar ou escurecer, o que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar
chamar a polícia.
(4) DA FORMAÇÃO DOS TIMES – O número de jogadores em cada equipe varia, de um a 70 para cada lado. Algumas convenções devem ser
respeitadas. Ruim vai para o gol. De óculos é meia-armador, para evitar os choques.
(5) DO JUIZ – Não tem juiz.
(6) DAS INTERRUPÇÕES – No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada numa destas eventualidades:
(7) a) Se a bola for para baixo de um carro estacionado e ninguém conseguir tirá-la, mande o seu irmão menor.
(8) b) Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar não mais de 10 minutos pela devolução voluntária da bola.
Se isto não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa ou apartamento e solicitar a devolução, primeiro
com bons modos e depois com ameaças de depredação. Se o apartamento ou casa for de militar reformado com cachorro, deve-se
providenciar outra bola. Se a janela atravessada pela bola estiver com o vidro fechado na ocasião, os dois times devem reunir-se
rapidamente para deliberar o que fazer. A alguns quarteirões de distância.
(9) c) Quando passarem veículos pesados pela rua. De ônibus para cima. Bicicletas e Volkswagen, por exemplo, podem ser chutados junto
com a bola e se entrar é gol.
(10) DO INTERVALO PARA DESCANSO – Você deve estar brincando!

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


(11) DA TÁTICA – Joga-se o futebol de rua mais ou menos como o futebol de verdade (que é como, na rua, com reverência, chamam a
pelada), mas com algumas importantes variações. O goleiro só é intocável dentro da sua casa, para onde fugiu gritando por socorro. É
permitido entrar na área adversária tabelando com uma Kombi. Se a bola dobrar a esquina é córner.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Futebol de rua. Disponível em: < http://contobrasileiro.com.br/futebol-de-ruacronica-de-luis-fernando-


verissimo/>. Acesso em: 05 maio 2018 (adaptado).

Com relação à estrutura e à função do TEXTO 2, afirma-se que

a) é um exemplo de paráfrase: tem função social de lei, pois se baseia na estrutura de um regulamento,
mas se utiliza de linguagem subjetiva reconstruindo um passado afetivo com base em termos antigos
do discurso futebolístico.

b) é um exemplo de intertextualidade explícita: constitui um relato e os intertextos com a subjetividade


do discurso literário ficam evidentes através da poeticidade do texto que se apoia em metáforas e
comparações.

c) é um exemplo de paródia: possui função social de regimento e é composto pela recriação de uma
obra já existente a partir de um ponto de vista predominantemente cômico.

d) é um exemplo de intertextualidade implícita: tem função social de conto, mas é composto por longas
sequências injuntivas resultantes de diálogos com intertextos diversos, mas sem identificação da
fonte.

e) é um exemplo de gênero textual híbrido: possui função social de crônica, mas se estrutura por meio
de sequência tipológica injuntiva e se constitui na forma de gêneros da esfera jurídica, como
regimentos e leis.

04

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


A notícia é tomada como um gênero textual da esfera jornalística que tem como objetivo divulgar temas da
atualidade de maneira imparcial. Na notícia acima, este objetivo é alcançado pelo enunciador por meio de alguns
recursos linguísticos textuais, EXCETO pelo(a)

a) uso predominante do discurso direto como forma de o enunciador atribuir a outrem as informações
divulgadas.

b) presença de elementos linguísticos avaliativos, como o termo “fenômeno” (linha 46), que amplia a
dimensão informativa do gênero notícia.

c) emprego de verbos dicendi, como “afirmou” (linha 68) e “disse” (linhas 74 e 95), para isentar o
enunciador de revelar o seu ponto de vista.

d) presença do relato em terceira pessoa, o qual busca um distanciamento em relação ao fato, o que
constrói a ideia da objetividade, de forma a sustentar a credibilidade da informação.

05

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


O texto “O que Lima Barreto pode ensinar ao Brasil de hoje” é composto por

a) um parágrafo narrativo e dois descritivos.

b) um parágrafo expositivo e dois argumentativos.

c) dois parágrafos argumentativos e um injuntivo.

d) dois parágrafos descritivos e um narrativo.

06

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


A QUESTÃO REFERE-SE AO CONTO “O ESPELHO”, do livro PRIMEIRAS ESTÓRIAS, DE JOÃO GUIMARÃES ROSA.
− Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram,
alternadamente, séries de raciocínios e intuições.
A fala inicial do conto anuncia que a história combina gêneros textuais distintos.
Além da narrativa, o outro gênero que se realiza nesse conto é o da:

a) dissertação

b) reportagem

c) entrevista

d) carta

07

“A viuvinha” é uma das mais conhecidas obras do Romantismo Brasileiro.

A estrutura do fragmento em tela, é de um texto

a) descritivo, com passagens narrativas.

b) narrativo, com passagens descritivas.

c) opinativo, com passagens descritivas.

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


d) expositivo, com passagens opinativas.

08

Para responder à questão, leia a crônica “Seu ‘Afredo’”, de Vinicius de Moraes (1913-1980), publicada originalmente em setembro de 1953.
Seu Afredo (ele sempre subtraía o “l” do nome, ao se apresentar com uma ligeira curvatura: “Afredo Paiva, um seu criado...”) tornou-se
inesquecível à minha infância porque tratava-se muito mais de um linguista que de um encerador. Como encerador, não ia muito lá das
pernas. Lembro-me que, sempre depois de seu trabalho, minha mãe ficava passeando pela sala com uma flanelinha debaixo de cada pé,
para melhorar o lustro. Mas, como linguista, cultor do vernáculo¹e aplicador de sutilezas gramaticais, seu Afredo estava sozinho.
Tratava-se de um mulato quarentão, ultrarrespeitador, mas em quem a preocupação linguística perturbava às vezes a colocação
pronominal. Um dia, numa fila de ônibus, minha mãe ficou ligeiramente ressabiada2 quando seu Afredo, casualmente de passagem, parou
junto a ela e perguntou-lhe à queima-roupa, na segunda do singular:
– Onde vais assim tão elegante?
Nós lhe dávamos uma bruta corda. Ele falava horas a fio, no ritmo do trabalho, fazendo os mais deliciosos pedantismos que já me foi
dado ouvir. Uma vez, minha mãe, em meio à lide3 caseira, queixou-se do fatigante ramerrão4 do trabalho doméstico. Seu Afredo virou-se
para ela e disse:
– Dona Lídia, o que a senhora precisa fazer é ir a um médico e tomar a sua quilometragem bão
. Diz que é muito .
De outra feita, minha tia Graziela, recém-chegada de fora, cantarolava ao piano enquanto seu Afredo, acocorado perto dela, esfregava
cera no soalho. Seu Afredo nunca tinha visto minha tia mais gorda. Pois bem: chegou-se a ela e perguntou-lhe:
– Cantas? Minha tia, meio surpresa, respondeu com um riso amarelo:
– É, canto às vezes, de brincadeira...
Mas, um tanto formalizada, foi queixar-se a minha mãe, que lhe explicou o temperamento do nosso encerador:
– Não, ele é assim mesmo. Isso não é falta de respeito, não. É excesso de... gramática.
Conta ela que seu Afredo, mal viu minha tia sair, chegou-se a ela com ar disfarçado e falou:
– Olhe aqui, dona Lídia, não leve a mal, mas essa menina, sua irmã, se ela pensa que pode cantar no rádio com essa voz, ‘tá
redondamente enganada. Nem em programa de calouro!
E, a seguir, ponderou:
– Agora, piano é diferente. Pianista ela é!
E acrescentou:
– Eximinista pianista!
Para uma menina com uma flor
( , 2009.)

1 vernáculo: a língua própria de um país; língua nacional.


2 ressabiado: desconfiado.
3 lide: trabalho penoso, labuta.
4 ramerrão: rotina.

Um traço característico do gênero crônica, visível no texto de Vinicius de Moraes, é

a) o tom coloquial.

b) a sintaxe rebuscada.

c) o vocabulário opulento.

d) a finalidade pedagógica.

e) a crítica política.

09

A questão refere-se ao texto a seguir.

Diário alienígena

Continuo sem entender muito bem. Hoje passou por mim um ser de sexo indefinido, que me deixou ainda mais confuso. Seu aspecto era
muito estranho. Tinha um rosto delicado, um nariz pequeno, os lábios bem delineados, mas não muito grossos, formando, no conjunto, o
que aqui se chama de mulher bonita. Os cabelos, muito escuros e lisos, eram também femininos, compridos, bem tratados e lustrosos. Mas,
assim que se fechava em ponta a linha do queixo, dava-se a transformação: o pescoço, largo e musculoso, era estriado de veias, parecendo
inflado a ponto de rebentar. O tronco, imenso e forte, abria-se para os lados em braços espetaculares, rígidos, com gigantescos nós de
músculos sobrepondo-se uns aos outros e formando uma curva um pouco semelhante à que encontramos em certos primatas. As pernas
eram igualmente brutais, levemente arqueadas devido ao volume dos músculos, dando ao andar uma cadência que em tudo se parecia com
o dos seres do outro sexo.

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Já havia visto algumas criaturas um tanto indefinidas por aqui, mas esta me pareceu um exemplo extremo. Não pude classificá-la. Aliás,
tenho tido grande dificuldade para fazer as classificações. Tudo me parece de difícil compreensão. Esse pequeno território que nos serve de
amostragem traz incoerências que me deixam atônito. Para dizer a verdade, as contradições são muitas, infinitas, não tendo havido ainda
um registro lógico capaz de explicar tantas coisas de que já lhe falei, como as discrepâncias na ocupação do espaço, para dar apenas um
exemplo.
Mas a verdade é que, de todos os absurdos a que tenho assistido nesse primeiro contato, nenhum me deixou mais espantado do que o
seguinte: como civilização razoavelmente evoluída em termos tecnológicos, eles parecem ter centrado boa parte de sua pesquisa científica
na busca do conforto. Inventaram pequenos aparelhos, bastante engenhosos, que lhes facilitam a vida, tornando-os cada vez mais ociosos e
aos quais dão nomes variados, como automóveis, computadores, celulares, controle remoto etc. Tudo parece ter sido inventado com um
único objetivo: o de leválos a fazer menos esforço físico. Pois muito bem: você acredita que, nas chamadas horas de lazer, eles correm pelas
ruas feito loucos, de um lado para o outro, suando em bicas, sem parecer querer chegar a lugar algum? E mais: concentram-se também em
locais que chamam de academias e lá se dedicam, sozinhos ou em grupos, às tarefas mais extenuantes e inúteis, muitas vezes atados a
aparelhos de tortura, os quais parecem buscar por livre vontade, e não forçados, como já vimos acontecer com outros povos bárbaros.
Chegam a caminhar sobre esteiras, sem sair do lugar! Não lhe parece o maior dos absurdos?
Bem, continuarei observando e tentando entender. Espero estar de volta em breve, na paz de nossa querida Andrômeda – e longe deste
planeta louco.

SEIXAS, H. In: Novos contos mínimos. Disponível em: <http://heloisaseixas.com.br/diario-deum-marciano>. Acesso em: 02 out. 2016.

Com a finalidade de explorar determinados efeitos de sentido, o título da crônica faz referência ao gênero textual
‘diário’. Constitui uma característica desse gênero presente no texto

a) a descrição de fatos e personagens, de forma minuciosa e verossímil, como em “Os cabelos, muito
escuros e lisos, eram também femininos, compridos, bem tratados e lustrosos”.

b) a estrutura narrativa, com sequências temporais e predomínio de verbos no passado, como em “Hoje
passou por mim um ser de sexo indefinido, que me deixou ainda mais confuso”.

c) a identificação dos interlocutores, por meio de vocativos e perguntas retóricas, como em “Chegam a
caminhar sobre esteiras, sem sair do lugar! Não lhe parece o maior dos absurdos?”.

d) o relato de memórias e de ações do dia a dia do autor, de caráter subjetivo e informal, como em
“Esse pequeno território que nos serve de amostragem traz incoerências que me deixam atônito”.

10

Na tira acima, o autor retoma um célebre lema retirado do Manifesto Comunista


(1848), de Karl Marx e Friedrich
Engels: “Operários do mundo, uni-vos!”.
Considerando os sentidos produzidos pela tirinha, é correto afirmar que nela se lê

a) uma apologia ao Manifesto Comunista, atenuada pela onomatopeia que imita o som
(“zzzzzz”) das abelhas.
b) uma paródia do lema do Manifesto Comunista, baseada na semelhança fonética entre
“uni-vos” e “zuni-vos”.
c) uma parábola para explicar o Manifesto Comunista por meio da semelhança fonética
entre “uni-vos” e “zuni-vos”
d) uma fábula que recria o lema do Manifesto Comunista, com base na linguagem
onomatopaica das abelhas (“zzzzzz”).

11

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


TEXTO 3
Escalada para o inferno
Iniciava-se ali, meu estágio no inferno. A ardida solidão corroía cada passo que eu dava. Via crucis vivida aos seis anos de idade, ao sol das
duas horas. Vermelhidão por todos os lados daquela rua íngreme e poeirenta. Meus olhos pediam socorro mas só encontravam uma
infinitude de terra e desolação. Tentava acompanhar os passos de meu pai. E eles eram enormes. Não só os passos mas as pernas. Meus
olhos olhavam duplamente: para os passos e para as pernas e não alcançavam nem um nem outro. Apenas se defrontavam com um vazio
empoeirado que entrava no meu ser inteiro. Eu queria chorar mas tinha medo. Tropeçava a cada tentativa de correr para alcançar meu pai.
E eu tinha medo de ter medo. E eu tinha medo de chorar. E era um sofrimento com todos os vórtices de agonia. À minha frente, até onde
meus olhos conseguiram enxergar, estavam os pés e as pernas de meu pai que iam firmes subindo subindo subindo sem cessar. À minha
volta eu podia ver e sentir a terra vermelha e minha vida envolta num turbilhão de desespero. Na verdade eu não sabia muito bem para
onde estava indo. Eu era bestializado nos meus próprios passos. Nas minhas próprias pernas. Tinha a impressão que o ponto de chegada
era aquele redemoinho em que me encontrava e que dele nunca mais sairia. Na ânsia de ir sem querer ir eu gaguejava no caminhar. E
olhava com sofreguidão para os meus pés e via ainda com mais aflição que os bicos de meus sapatos novos estavam sujos daquela poeira
impregnante, vasculhante, suja. Eu sempre gostei de sapatos. Eu sempre gostei de sapatos novos. Novos e luzidios. E eles estavam sujos.
Cobertos de poeira. E a subida prosseguia inalterada. Tentava olhar para o alto e só conseguia ver os enormes joelhos de meu pai que
dobravam num ritmo compassado. Via suas pernas e seus pés. E só. Sentia, lá no fundo, um desejo calado de dizer alguma coisa. De dizer-
lhe que parasse. Que fosse mais devagar. Que me amparasse. Mas esse desejo era um calo na minha pequenina garganta que jamais seria
curado. E eu prossegui ao extremo de meus limites. Tinha de acontecer: desamarrou o cadarço de meu sapato. A loucura do sol das duas
horas parece ter se engraçado pelo meu desatino. Tudo ficou muito mais quente. Tudo ficou mais empoeirado e muito mais vermelho. O
desatino me levou ao choro. Não sei se chorei ou se choraminguei. Só sei que dei índices de que eu precisava de meu pai. E ele atendeu.
Voltou-se para mim e viu que estava pisando no cadarço. Que estava prestes a cair. Então me socorreu. Olhou-me nos olhos com a
expressão casmurra. Levou suas enormes mãos aos meus pés e amarrou o cadarço firmemente com um intrincado nó. A cena me levou a
um estado de cegueira anestésica tão intensa que sofri uma espécie de amnésia passageira. Estado de torpor. Quando dei por mim, já tinha
chegado ao meu destino: cadeira do barbeiro. Alta, prepotente e giratória. Ele, o barbeiro, cabeça enorme, mãos enormes, enormes unhas,
sorriso nos lábios dos quais surgiam grandes caninos. Ele portava enorme máquina que apontava em minha direção. E ouvi a voz do pai:
pode tirar quase tudo! deixa só um pouco em cima! Ali, finalmente, para lembrar Rimbaud, ia se encerrar meu estágio no inferno.
(GONÇALVES, Aguinaldo. Das estampas. São Paulo: Nankin, 2013. p. 45-46.)

Sobre o texto “Escalada para o inferno” (Texto 3), é correto afirmar que se trata de (assinale a alternativa
correta):

a) uma crônica, já que apresenta uma sucessão de fatos verossímeis expostos em ordem cronológica.

b) um conto, pois retrata uma história que, apesar de ficcional, tem uma forte inspiração na realidade.

c) uma crônica, porque relata de forma breve as desventuras do narrador protagonista em uma ação de
seu cotidiano.

d) um conto, uma vez que apresenta uma narrativa breve e concisa, com um só conflito e uma única
ação e número restrito de personagens.

12

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


No texto, a autora narra fatos e expõe suas opiniões relacionados à vinda de sua família para o Brasil.

a) Havia chegado a hora de Antônio se alistar, e o pai decidiu que não perderia seu filho. (l. 5-6)

b) No início dos anos 1990 cogitamos reivindicar a cidadania italiana. (l. 13)

c) Antes de ingressar com a documentação, seria preciso corrigir o erro do burocrata do governo
imperial que substituiu um “n” por um “m”. (l. 14-16)

d) Quando Pietro Brun atravessou o mar deixando mortos e vivos na margem que se distanciou, ele não
poderia ser o mesmo ao alcançar o outro lado. (l. 28-29)

13

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Nos versos de 1 a 6, a poeta vale-se de um recurso para caracterizar tanto o passado quanto o futuro.
Esse recurso consiste na construção de:

a) índices de ironia

b) escala de gradações

c) relações de comparação

d) sequência de personificações

14

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Umberto Eco narra, no segundo parágrafo do texto, uma experiência surpreendente que vivenciou.
Pode-se compreender essa experiência pela relação que se estabelece entre os seguintes elementos:

a) tempo cronológico e reconstrução ficcional

b) avanço tecnológico e ilusão cinematográfica

c) registro documental e sonho cotidiano

d) narrativa biográfica e história universal

15

Para responder à questão, leia o excerto do “Sermão da primeira dominga do Advento” de Antônio Vieira (1608- 1697), pregado na Capela
Real em Lisboa no ano de 1650.
Sabei cristãos, sabei príncipes, sabei ministros, que se vos há de pedir estreita conta do que fizestes; mas muito mais estreita do que
deixastes de fazer. Pelo que fizeram, se hão de condenar muitos, pelo que não fizeram, todos. [...]
Desçamos a exemplos mais públicos. Por uma omissão perde-se uma maré, por uma maré perde-se uma viagem, por uma viagem
perde-se uma armada, por uma armada perde-se um Estado: dai conta a Deus de uma Índia, dai conta a Deus de um Brasil, por uma
omissão. Por uma omissão perde-se um aviso, por um aviso perde-se uma ocasião, por uma ocasião perde-se um negócio, por um negócio
perde-se um reino: dai conta a Deus de tantas casas, dai conta a Deus de tantas vidas, dai conta a Deus de tantas fazendas1 , dai conta a
Deus de tantas honras, por uma omissão. Oh que arriscada salvação! Oh que arriscado ofício é o dos príncipes e o dos ministros! Está o
príncipe, está o ministro divertido, sem fazer má obra, sem dizer má palavra, sem ter mau nem bom pensamento: e talvez naquela mesma
hora, por culpa de uma omissão, está cometendo maiores danos, maiores estragos, maiores destruições, que todos os malfeitores do mundo
em muitos anos. O salteador na charneca com um tiro mata um homem; o príncipe e o ministro com uma omissão matam de um golpe uma
monarquia. A omissão é o pecado que com mais facilidade se comete e com mais dificuldade se conhece; e o que facilmente se comete e
dificultosamente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo. [...]
Mas por que se perdem tantos? Os menos maus perdem-se pelo que fazem, que estes são os menos maus; os piores perdem-se pelo
que deixam de fazer, que estes são os piores: por omissões, por negligências, por descuidos, por desatenções, por divertimentos, por
vagares, por dilações, por eternidades. Eis aqui um pecado de que não fazem escrúpulo os ministros, e um pecado por que se perdem

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


muitos. Mas percam-se eles embora, já que assim o querem: o mal é que se perdem a si e perdem a todos; mas de todos hão de dar conta
a Deus. Uma das cousas de que se devem acusar e fazer grande escrúpulo os ministros, é dos pecados do tempo. Porque fizeram o mês que
vem o que se havia de fazer o passado; porque fizeram amanhã o que se havia de fazer hoje; porque fizeram depois o que se havia de fazer
agora; porque fizeram logo o que se havia de fazer já. Tão delicadas como isto hão de ser as consciências dos que governam, em matérias
de momentos. O ministro que não faz grande escrúpulo de momentos não anda em bom estado: a fazenda pode-se restituir; a fama, ainda
que mal, também se restitui; o tempo não tem restituição alguma.
Essencial
( , 2013. Adaptado.)
1 fazenda: conjunto de bens, de haveres.

Tendo em vista o gênero literário em que se enquadra o texto e os recursos expressivos nele presentes, o verbo
que melhor expressa sua finalidade é:

a) reverenciar.

b) persuadir.

c) celebrar.

d) alegrar.

e) ludibriar.

16

(...) Eis aí meu canto.


Ele é tão baixo que sequer o escuta
ouvido rente ao chão. Mas é tão alto
que as pedras o absorvem. Está na mesa
aberta em livros, cartas e remédios.
Na parede infiltrou-se. O bonde, a rua,
o uniforme de colégio se transformam,
são ondas de carinho te envolvendo.
Como fugir ao mínimo objeto
ou recusar-se ao grande? Os temas passam,
eu sei que passarão, mas tu resistes,
e cresces como fogo, como casa,
como orvalho entre dedos,
na grama, que repousam.
Já agora te sigo a toda parte,
e te desejo e te perco, estou completo,
me destino, me faço tão sublime,
tão natural e cheio de segredos,
tão firme, tão fiel... Tal uma lâmina,
o povo, meu poema, te atravessa.
Carlos Drummond de Andrade. A rosa do povo.

O trecho final do excerto, “Tal uma lâmina, / o povo, meu poema, te atravessa”, pode ser empregado para se
caracterizar o fio condutor da seguinte obra literária

a) Senhora.

b) Dom Casmurro.

c) O Ateneu.

d) São Bernardo.

e) Morte e vida severina.

17

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Não obstante as diferenças estéticas e cronológicas existentes entre Capitães da Areia (1937), São Bernardo
(1934) e A rosa do povo (1945), determinadas características desses livros — tais como a ênfase na opressão, no
medo, na crueldade etc. — indicam que eles compartilham, como contexto histórico nacional,

a) a tentativa de golpe denominada “Intentona Comunista” (1935).

b) a participação brasileira na “Guerra Fria”.

c) o período que vai da Revolução de 1930 ao final do Estado Novo.

d) as duas últimas décadas da chamada “República Velha”.

e) a agitação social decorrente da crise da produção industrial.

18

Considere a ordem em que são empregados os pronomes demonstrativos evidenciados no texto de Hélio
Schwartsman e aponte a que se referem.

a) conjunto de leis sobre costumes de um Estado moderno que tem de ser constantemente guiado pela
inspiração liberal; legitimidade de o Estado operar de forma ativa em prol da coesão social.

b) composição de leis que deliberam sobre práticas do Estado moderno; visão conservadora que
considera ilegítima a forma de promover a coesão social.

c) legislação sobre comportamento de um Estado moderno cujas bases são conservadoras; visão liberal
que considera legítimo o Estado trabalhar ativamente para a coesão social.

d) rol de leis de natureza liberal que o Estado moderno pretende promover para contestar a inspiração
conservadora; legitimidade de o Estado trabalhar ativamente para promover a coesão social.

19

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Em relação aos dois textos, é correto afirmar que

a) o texto de Hélio Schwartsman e o de Nadja Hermann circulam em situações comunicativas idênticas,


por isso os leitores de ambos são exatamente os mesmos.

b) ambos circulam em contextos diferentes, mas têm o mesmo propósito comunicativo por serem textos
de entretenimento.

c) ambos são artigos, mas apresentam diferenças em função do contexto de produção: o primeiro é
artigo de opinião; o segundo, artigo científico.

d) o texto de Schwartsman cita Stuart Mill para referendar o que defende, e o de Hermann faz uma
citação direta também de Mill para contestar a soberania do indivíduo sobre si mesmo.

20

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Indique o princípio de Stuart Mill do qual tanto Hélio Schwartsman como Nadja Hermann se valem para sustentar
suas ideias.

a) Tolerância religiosa e importância do pluralismo, da liberdade de opinião e crença, com base na


coerção do indivíduo.

b) A legitimidade de o Estado operar de modo ativo “para promover a coesão social, mesmo que, para
isso, force o indivíduo a conformar-se ao 'statu quo'”.

c) O autoritarismo inerente a “sociedades que colocam os interesses coletivos acima dos individuais
tendem a apresentar menores índices de violência interpessoal e menos desigualdade”.

d) “Sobre si mesmo, seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano.”

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13: 14:
15: 16: 17: 18: 19: 20:

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57

Você também pode gostar