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Comportamento não verbal 1

Título em cabeçalho: PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO

Comportamento não verbal de Testemunhas em Sede de Julgamento

Ana Carina da Costa Valente (Nº2001339)

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Seminário de Investigação em Psicologia Criminal e do

Comportamento Desviante

Orientador: Mestre José Brites

Coordenador: Mestre José Brites

Departamento de Psicologia

30 de Setembro de 2005
Comportamento não verbal 2

Resumo

O objectivo desta investigação foi o reconhecimento e observação

de comportamentos não verbais/expressões faciais de testemunhas,

quando chamadas a Tribunal. Com o estudo, pretendeu -se verificar

a existência de uma diferença significativa, em termos de

frequência, de comportamentos entre sexos; testemunhas de

acusação e testemunhas de defesa; estatutos sociais e; tipo de

crime. Para tal, foi realizado um estudo exploratório em que

participaram 32 testemunhas, 21 do sexo masculino, com uma

média de idades de 35 anos e 11 do sexo feminino, com uma média

de idades de 41 anos. Para a elaboração desta invest igação numa

primeira fase realizou-se uma observação livre, coadjuvado

registo audiovisual dos julgamentos no Tribunal Penal da Comarca

de Setúbal. Posteriormente, realizou -se uma visualização destes

registos para o preenchimento, em termos de frequência, duma

grelha adaptada de Carney, Hall e Lebeau (2005) composta por 19

itens. Os resultados foram discutidos à luz da literatura e em

função das suas implicações juspsicológicas.

Palavras-chave: Psicologia do testemunho, memória comunicação,

comportamento não verbal, tribunal


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Comportamento não verbal de Testemunhas em Sede de Julgamento

Alguns historiadores afirmam que a palavra testemunha é

originária da palavra testículo. Nas velhas práticas dos tribunais

romanos, em vez de se usar um livro sagrado p ara dar solenidade

ao juramento, as testemunhas teriam o hábito de segurar os

testículos. Alega-se que só mais tarde é que o gesto de levar a

mão aos genitais passou, então, a ter lugar no peito, lugar

ocupado pelo coração, o órgão considerado mais importa nte.

(Valle, 2002)

Segundo Machado em 1997, palavra latina para testemunha ,

advém do latim testemoniare, que deriva de testemoniu e que por

sua vez tem origem em testis. A raiz genérica de testis encontra-

se ligada ao número três: a testemunha seria aquele terceiro

indivíduo que poderia descrever os factos com maior isenção do

que as duas partes envolvidas na disputa judicial. Utilizada no

plural, testes, para designar também os testículos, por servirem de

testemunhas da virilidade do sujeito. Esta é uma te oria plausível,

se pensarmos que na hodierna o homem do povo ainda atribui aos

seus órgãos sexuais a função de atestar a sua masculinidade.

A Psicologia do Testemunho tem a sua génese na Psicologia

Judiciária, fundada, esta última pelo criminologista alemã o, Hans

Gross (Da Costa, 1954).

Define-se como a ciência que estuda a actividade Psíquica

dos seres humanos, ou seja, a subjectividade individual no


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relacionamento com o processo penal. É vista, também, como a

ciência que estuda a personalidade dos seres humanos,

compreendendo-se por personalidade a individualidade

Biopsíquica presente em todo o ser humano, é uma unidade

dinâmica em que se integram estes três aspectos: o biológico, o

psicológico e o social, base pela qual se pode examinar todo o

indivíduo durante o processo penal (Coloma, 1991).

Tendo como alicerce a prática dos tribunais e o processo

penal, a teoria clássica do testemunho, até fins do século XIX,

idealizava o homem como portador de uma tendência natural para

acreditar no que lhe era dito e no que via, ou seja, acreditava-se

na fiabilidade da memória humana, desde que esta não fosse

influenciada pelas emoções (Da Costa, 1954).

Alguns historiadores, orientados por uma atitude científica,

começaram a por em causa a validade das afirmações prof eridas

pelas testemunhas, tendo em conta a existência de factores

externos que poderiam influenciar a sua veracidade (Da Costa,

1954).

Identificações erradas no século XIX, foram uma das

principais razões para que alguns autores se tenham debruçado

sobre questões da veracidade do testemunho (Prieto & Sobral,

1994). Assim, surge uma nova concepção do testemunho (Da

Costa, 1954).

Alguns estudos de carácter experimental, demonstraram que

o tipo de questões elaboradas pelo instrutor do processo, podia


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aumentar ou diminuir a veracidade e a extensão dos factos

ocorridos (Pinto, 1985).

Cattell (1893), elaborou um estudo, onde demonstrou que

através da forma como são colocadas as questões, é possível,

apesar de ser verdadeiro, manipular o testemunho (Barthol &

Barthol, 1999).

Na Europa Binet replicou, o estudo de Cattell, utilizando o

método experimental, introduzindo áreas do conhecimento

científico da Psicologia. Posteriormente em 1900, publica a obra

A Sugestibilidade, fornecendo um método objectivo de pesquisa,

formando uma ciência dos testemunhos (Gudjonsson & Haward,

1998).

Stern, um psicólogo alemão e investigador das diferenças

individuais da personalidade e da inteligência, foi pioneiro na

análise experimental do testemunho (citado por Diges & Alonso -

Quecuty, 1993). No final do século XIX, organizou uma

experiência num seminário de Criminologia na Universidade de

Berlim, com vista à análise das declarações das testemunhas onde

os resultados foram impressionantes do ponto de vista da sua

fidelidade (citado por Pessoa, 1931).

A área de investigação experimental tornou -se extremamente

vantajosa, pois possibilitou a realização de comparações entre

diferentes depoimentos e permitiu traduzir por números os

resultados obtidos, fazendo com que inúmeras investigações se


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tornassem minuciosas e precisas, mostrando, desta forma, a

importância da Psicologia (Pessoa, 1931).

Segundo Esteves (2004), pode haver grande fragilidade nas

situações judiciais, baseadas nas recordações de um indivíduo. Ao

longo da história da humanidade, muitos inocentes têm sido

condenados precisamente porque foram mal identificados por

pessoas absolutamente convictas de terem visto alguém com

determinadas características no local do crime. Este investigador

sugere que os juizes e os advogados deve riam estar melhor

informados sobre o funcionamento da memória, dado que o

testemunho pode ser bastante credível, mas que isso não basta

para a descoberta da verdade.

No geral, supomos que a memória é uma espécie de câmara

de vídeo, que grava as imagens que lhe chegam tal como

aconteceram na realidade. Quando é necessária a recuperação

dessa informação, a projecção é feita sem qualquer distorção, e só

quando há um interesse particular é que se falseia os

acontecimentos ocorridos. Esta teoria sobre a memória é

absolutamente falsa e, muitas vezes, os relatos das testemunhas

são mal interpretados. Uma das críticas a esta teoria, abordada

pela Psicologia, é o carácter pontual das recordações. Uma vez

que a memória de um acontecimento é sempre uma impressão e

que, embora inconscientemente, a manipulamos para poder

armazená-la na nossa memória, fazendo muitas vezes juízos de


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valor baseados na intuição (Buckhout, 1974, citado por Silves &

Junco, 1989).

Além do carácter pontual das recordações, que se

reconstroem a cada evocação, a informação não é memorizada de

forma estática e ao evocá-la surge transformada (Esteves, 2004).

Quando observamos uma situação complexa, por exemplo, um

crime ou um acidente de viação e, posteriormente, a tentamos

recuperar, existem três estadios de processamento da informação

que podem afectar a memória, sendo eles, a aquisição, o

armazenamento, e a recuperação (Loftus, 1996).

Outro dos factores que possivelmente influência este

mecanismo são as características emocionais da pessoa e os

estados emocionais, ou seja, as pessoas tristes ou deprimidas

tendem a recordar as situações de uma forma mais negativa do que

quando estão alegres, bem dispostas e eufóricas. Aliás, a mesma

situação pode ser recordada pela mesma pessoa de forma

diferente, conforme o seu estado emocional. Sendo a memória tão

plástica e moldável permitindo que cada recordação seja, também,

uma reconstrução, é de admitir que as memórias guardadas possam

ser alteradas por acontecimentos que ocorreram antes e depois do

registo de um facto (Esteves, 2004).

Desta forma, parece acontecer com frequência, depoimentos

exactos falharem em detalhes, como por exemplo, a hora dos

acontecimentos, tornando-se pouco credíveis e também

testemunhos que dizem estar muito seguros nas suas declaraçõ es,
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dando todo o tipo de detalhes, são tidos como altamente credíveis,

inspirando muito mais confiança. No entanto, mostram uma maior

recorrência à manipulação supracitada (Silves & Junco, 1989).

Wells e Lindsay (1983), dedicaram -se à análise do

testemunho que se realiza nas salas de audiência, tendo concluído

que para perceber se a testemunha diz ou não a verdade, é

necessário ter em atenção três tipos de informação: a informação

condicional, que inclui as características pessoais, ou seja, o que

foi armazenado na memória da testemunha e as condições em que

percepcionou o acontecimento; a informação sobre o grau de

acordo intra-subjectivo, ou seja, a consistência demonstrada pelo

indivíduo nos distintos momentos das suas declarações e, ainda o

inter-subjectivo do discurso, que se refere à congruência do

testemunho de várias testemunhas; e por último a informação

sobre as diferentes formas de resposta dada pela testemunha, isto

é, as manifestações da própria pessoa sobre o grau de segurança

do seu testemunho e as formas de comunicação não verbal, o

olhar, o tom de voz e os gestos que podem ou não mostrar

segurança naquilo que se está a dizer (Silves & Junco, 1989).

Alguns investigadores têm estudado a memória e a

percepção, concluindo que ambas têm limitações próprias e que

sofrem influências de processos cognitivos, tais como: a atenção,

o tipo de temperamento, personalidade, expectativas face ao grupo

social e de pertença, e a linguagem usada. Baseado nas limitações

funcionais e estruturais do sistema cogniti vo, existe a


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probabilidade da informação sensorial ser falível, a recuperação

dos factos idiossincrática e a memória imprecisa (Pinto,1985).

Desde o nascimento até à sua morte o Homem está

permanentemente a recordar e a comunicar, capacidade esta

fundamental para se tornar um ser social. Entendendo -se por

comunicação o processo pelo qual um emissor transmite uma

mensagem a um receptor com a intenção de operar no seu

comportamento uma alteração que origine uma resposta conceptual

ou operativa. Para o referido processo ser eficaz, é conveniente

que a mensagem recebida seja idêntica à enviada, ou seja, a forma

como o receptor percepciona a mensagem, deverá corresponder à

que o emissor tencionou transmitir (Blàzquez, 1989). Caetano e

colaboradores (1999), afirmam que é fundamental uma reacção à

referida mensagem para que o dito processo seja considerado

comunicação.

Segundo Argyle (1975), a comunicação verbal e não verbal

do Homem deriva de processos cognitivos direccionados para

objectivos a longo termo, dependendo de modo complexo da

natureza da situação e das suas regras, ao passo que nos outros

animais as comunicações são causadas por estímulos imediatos e

estados motivacionais.

A nível histórico e biológico, a comunicação não verbal

antecede a comunicação verbal, pois o homem primitivo

comunicava através de expressões faciais e gestos, visto não

possuir um código verbal estruturado. O mesmo acontece à criança


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quando nasce, transmite mensagens através do choro e do sorriso

(Da Costa, 2003).

A comunicação não verbal nem sempre teve grande relevo na

investigação científica (Nolan, 1975). O autor considera que este

facto se deve a três factores: o não estar consciente da inter -

relação entre o comportamento verbal e o não verbal, a concepção

racionalizante do homem em que a importância é dada ao

comportamento verbal, e o esquecimento das formas primitivas de

comunicação utilizadas pelo homem pré -histórico (citado por

Mounin, 1968).

Como magistrado, Gross (1906), teve a hipótese de observar

a importância dos gestos e da mímica, uma vez que estes

enfatizam, ou contradizem, a linguagem verbal do depoimento das

testemunhas (citado por Pessoa, 1931). Nos momentos em que

ocorre esta falta de sincronização, existe uma maior tendência

para se acreditar na linguagem não verb al, pois esta comunicação

ocorre, maioritariamente, de forma não consciente, sendo assim

mais genuína (Da Costa, 2003).

Para Silva (2000) e colaboradores a comunicação pode ser

feita de forma verbal e não verbal, a primeira exterioriza o ser

social e a última o ser psicológico.

Todos os estados emocionais, têm a sua mímica especial,

cujo conhecimento é de grande valor para se descobrir o

verdadeiro estado psicológico do indivíduo (Altavilla, 2003).


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A comunicação humana não verbal, desenvolve -se através de

três fenómenos, sendo eles a paralinguística, a proxémica e a

cinésica (Mounin, 1968).

A análise dos fenómenos paralinguísticos engloba a altura, o

tom e o débito do discurso. Porém, o importante é a forma como é

feito e não o que é verbalizado (Mounin , 1968).

O estudo do comportamento proxémico envolve o estudo do

uso do espaço na comunicação, ao qual os etólogos designaram

por territorialidade. Estes comportamentos abarcam aspectos como

a proximidade, a orientação, o movimento e o comportamento

territorial num contexto físico específico (Mounin, 1968).

A análise do comportamento cinésico centra -se na

averiguação do tipo de informação veiculado pelos movimentos do

corpo. Para tal, foram desenvolvidas várias classificações, sendo

a mais utilizada a de Ekman e de Friesen (1969) onde identificam

os emblemas, ilustradores, reguladores e adaptadores (Robinson,

1997).

Uma equipa britânica de investigação, dirigida por

Brannigam e Humphries (1969) escolheu e catalogou 135 gestos e

expressões do rosto, cabeça e corpo, entre eles, 80 eram gestos

relativos ao rosto e à cabeça. Anotaram nove sorrisos diferentes,

três dos quais são os mais conhecidos, o simples sorriso, o meio

sorriso e o sorriso aberto. Analisando sucintamente, o sorriso

simples (que não deixa aparecer os dentes) é o sorriso daqueles

que sorriem para si mesmos. O meio sorriso (deixa mostrar os


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dentes superiores) aparece, geralmente, durante a conversa entre

duas pessoas, ao olharem uma para a outra, também se faz um

sorriso destes quando se encontram amigos ou quando as crianças

cumprimentam os pais. Por último, o sorriso aberto (os dentes

superiores e inferiores aparecem) é muitas vezes provocado por

divertimento e brincadeira e, acompanha -se, muitas vezes, de

gargalhada, havendo raramente uma troc a de olhares (Nierenberg

& Calero, 1971).

Argyle (1968) observou que as pessoas durante uma

conversação olham umas para as outras entre 30 e 60% do tempo e

que quando gastam mais de 60% do tempo a olhar -se mutuamente,

é sinal que estão mais interessadas no interlocutor do que na

conversa. O autor diz-nos, ainda, que as pessoas que pensam duma

forma mais abstracta têm mais tendência para olhar para o sujeito

da interacção, do que as que pensam mais concretamente, porque

aqueles que pensam de modo mais abstra cto têm maior capacidade

maior para integrar os pormenores que vêem e estão menos

predispostos à distracção pela influência do olhar (citado por

Nierenberg & Calero, 1971).

Vários estudos têm demonstrado que a maior parte das

pessoas olha mais enquanto ouve do que enquanto fala. O olhar é

“modificado” durante um discurso consoante as emoções

provocadas, por exemplo, quando alguém faz perguntas

incomodativas ou desagradáveis poderá ser detectado um olhar

aversivo, por outro lado quando a pergunta os torna d esconfiados,


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agressivos ou hostis, reforçam a forma do olhar. Como em todas

as regras, existem também as excepções. Visto que o olhar varia

de cultura para cultura e de pessoa para pessoa, logo, temos que

ter estes factores em conta, para não correr o risc o de, confundir

uma característica pessoal como a timidez, com a culpabilidade

(Nierenberg & Calero, 1971).

Assim segundo Altavilla (2003) é preciso ter em conta as

diferenças individuais, especialmente, as correspondentes ao

estado emocional, que sofrem alterações em função do sexo, da

idade, dos traços de personalidade significativas consoante o

sexo, a idade, a personalidade ética e do estado de saúde.

Impossibilitando, desta forma, estabelecer regras fixas, mas sim

demonstrar a falibilidade de certos critérios de apreciação

estereotipados, que se repetem nas salas de tribunal (Altavilla,

2003).

Na dor emocional, os olhos dilatam-se, as sobrancelhas

contraem-se, a circulação e a respiração são profundamente

modificadas, o rosto, por vezes, apresenta -se purpúreo, outras

vezes, pálido. Com frequência, a testa, ou até todo o corpo cobre -

se de suor, as narinas dilatam -se, as sobrancelhas juntam-se,

formando na testa rugas verticais, ao mesmo tempo que as mãos se

unem uma à outra e os olhos podem até chorar. Na cólera, os

punhos cerram-se e toda a mímica recorda a de quem tem na sua

frente o inimigo, até a voz pode mudar de timbre (Altavilla,1944).


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A capacidade para enviar eficazmente as mensagens não

verbais é essencial para a interacção social. Trata -se, assim, de

uma capacidade que se pode aprender como qualquer outra. Deste

modo, défices reguladores na comunicação não verbal podem

originar problemas de adaptação (Argyle, 1968 citado por Silva et

al., 2000).

Com base na literatura, este estudo teve como p rincipal

objectivo o reconhecimento e observação de comportamentos não

verbais (expressões faciais) de testemunhas aquando convocadas a

Tribunal. É esperado diferenças na forma de comunicação não

verbal entre testemunha de defesa e de acusação, entre ambos os

sexos, alto e baixo estatuto social e tipo de crime em sede de

julgamento.

Método

Participantes

Participaram neste estudo 32 testemunhas, 21 do sexo

masculino e 11 do sexo feminino, com uma média de idades igual

a 34.85 (DP=18.28) e 40.60 (DP=26.63) an os, respectivamente.

Dos 32 participantes que constituíram o estudo, 14 foram

testemunhas de casos de abuso sexual (43.8%); um de ilegalidades

financeiras (3.1%); oito de crime de burla (25%); e seis de

homicídio qualificado (18.7%) e três de furto (9.4%), em que das

10 testemunhas de defesa (31.3%), oito homens (25%) e duas

mulheres (6.3%) e 22 de acusação (68.7%), 13 homens (40.6%) e

nove mulheres (28.1%).


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Para o estudo a amostra é de conveniência referente a uma

população judicial. Foi apenas encontrada uma distribuição

significativamente diferente, no que se refere à profissão \ em

função dos sexos, χ 2(7)=15.772, ver tabela 1.

Medidas

A grelha de observação utilizada na investigação foi

adaptada duma lista elaborada por Carney, Hall e Lebeau (2005), e

é constituída por 19 itens referentes a diferentes expressões

faciais (ver anexo).

Posteriormente, os 19 itens foram agrupados em quatro

categorias, a) Face que correspondem os itens, franzir a

sobrancelha, sobrancelha interesse, expressividade e

inexpressividade, b)Expressão facial correspondem os itens,

expressão zangada, expressão repugnância, expressão medo,

expressão feliz, expressão triste e expressão surpresa, c) Olhar

correspondem os itens, olhar fixo, desviar olhar, olhar longo

período, olhar frequente, olhar furioso, olha enquanto ouve e olha

enquanto fala, por fim, c) Boca correspondem os itens, esboçar

sorriso e sorriso aberto.

O registo audiovisual foi efectuado com uma câmara de vídeo

(Sony, Handicam vídeo HI8).

Procedimento

Após a obtenção das devidas autorizações, a recolha de

dados foi realizada no Tribunal Penal da Comarca de Setúbal. As

testemunhas que aceitaram participar no presente estudo fizeram -


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no de forma voluntária, após o consentimento informado e da

explicação dos aspectos éticos que estiveram na base desta

investigação.

Este estudo faz parte de uma linha de investigação

protocolar entre o Departamento de Psicologia, área de Psicologia

Criminal e do Comportamento Desviante e o Centro de Estudos

Judiciários, intitulada de Psicologia do Testemunho e as

motivações ajurídicas do sentenciar.

Relativamente às condições experimentais para a recolha de

dados, o investigador deslocou-se ao referido Tribunal, assistiu e

registou, simultaneamente, as sessões, de forma audiovisual

(Sony, Handicam vídeo HI8).

Posteriormente, as imagens recolhidas em sede de julgamento

foram visualizadas, sem som, com o propósito de registar os

comportamentos não verbais observáveis contemplados na grelha.

Os dados foram recolhidos entre Março e Julho do presente a no.

Resultados

Os dados obtidos foram introduzidos numa base de dados e

analisados através do Statistical Package for Social Sciences

(SPSS) versão 13.0, para Windows.

Com o objectivo de avaliar diferenças de médias e desvio

padrão nas quatro categorias de expressão facial, por sexo

efectuou-se um teste t student para amostras independentes, ver

tabela 2. Os resultados revelaram a inexistência de diferenças

estatisticamente significativas para um p <.05, ver tabela 2.


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Na tabela 3, podem observar-se os valores médios e desvio

padrão e as diferenças entre sexo em todos os itens de expressão

facial, para as variáveis dependentes em estudo. Verificou -se

apenas diferenças estatisticamente significativa, na expressão

triste t(30)= -2.523; p<.05 e na inexpressividade, t(30)= 2.245;

p<.05, no sentido dos homens apresentarem em média valores mais

elevados de inexpressividade (M=2.71, DP=2.13) e as mulheres

valores mais elevados de expressão triste ( M=4.64, DP=4.82).

Nos restantes itens de expressão facial não foram e ncontradas

associações estatisticamente significativas para um p<.05.

Seguidamente fomos avaliar diferenças de médias e desvio

padrão das categorias de expressão facial pelo tipo de testemunha:

defesa e acusação. Para isso efectuou -se um novo teste t student

para amostras independentes, na tabela 4. A análise dos resultados

não revelaram quaisquer diferença estatisticamente significativa

para um p<.05, ver tabela 4.

A tabela 5, apresenta os valores médios e desvio padrão e as

diferenças entre tipo de testemunha em todos os itens de

expressão facial, para as variáveis dependentes em estudo, para

tal utilizamos o teste t student. Não tendo sido obtidos valores

estatisticamente significativos para um p<.05, ver tabela 5.

Posteriormente na tabela 6, que apresent a valores médios e

desvio padrão e as diferenças entre tipo de estatuto para as quatro

categorias de expressão facial, para as variáveis dependentes em

estudo, os resultados obtidos pelo teste t student, revelaram a


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inexistência de diferenças estatisticame nte significativas para um

p<.05, ver tabela 6.

Em seguida fomos avaliar diferenças dos valores médios e

desvio padrão e as diferenças entre tipo de estatuto em todos os

itens de expressão facial, para as variáveis dependentes em estudo

utilizando o teste t student, na tabela 7. Mostrando existir

diferenças estatisticamente significativas na variável

inexpressividade, no sentido em que a categoria Alto Estatuto

obteve valores mais elevados t(26)= 2.245; p<.05; (Alto Estatuto

M=3.07, DP=2.4; Baixo Estatuto M=1.36, DP=1.55), ver tabela 7.

A tabela 8, apresenta os valores médios e desvio padrão e as

diferenças entre tipo de crime para as quatro categorias de

expressão facial, para as variáveis dependentes (face, expressão

facial, olhos e boca). Mais uma vez, os resultados revelaram a

inexistência de diferenças estatisticamente significativas

utilizando-se o t student e para p<.05, ver tabela 8.

Por último na tabela 9, fomos verificar se existiam

diferenças nos valores médios e desvio padrão e as diferenças

entre tipo de crime em todos os itens de expressão facial,

utilizando o teste t student, para as variáveis dependentes em

estudo. No que respeita à variável sorriso rasgado, verificou -se

que no Grupo Furto, Burla e Ilegalidades Financeiras

corresponderam valores mais elevados e estatisticamente

significativos, t(30)=-2.145; p<.05; (Grupo Homicídio, Abuso


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Sexual M=.40, DP=1.1; Grupo Furto, Burla e Ilegalidades

Financeiras M=1.83, DP=2.65), ver tabela 9.

Discussão

O principal objectivo desta investigação foi ava liar as

diferenças na forma de comunicação não verbal, entre testemunha

de defesa e de acusação de ambos os sexos, alto e baixo estatuto

social e tipo de crime em sede de julgamento.

Um dos aspectos que tem sido foco da atenção de vários

investigadores, Altavilla (2003) e Barthol e Barthol (1999)

baseando-se no facto de geralmente tanto juristas, como

advogados, tendem somente a interpretar/manipular a informação

manifestada verbalmente pela testemunha.

O facto de a testemunha se tratar de uma mulher ou de um

homem também, deve ser tomado em conta, pois biológica,

psicológica e socialmente a forma de interagir é substancialmente

diferente (Coloma, 1991).

Dado a existência de trabalhos feitos nesta área de estudo

dos tribunais, existe a necessidade de perc eber quais as diferenças

inerentes ao sexo, com o intuito de conhecer as suas

manifestações e evitar interpretações incorrectas (Nierenberg e

Calero, 1971).

Neste estudo foram encontradas diferenças relativamente ao

sexo, no que concerne a variável olhar t riste, com as mulheres a


Comportamento não verbal 20

obterem resultados mais elevados neste item, todavia os homens

na variável inexpressividade, obtiveram resultados mais elevados.

O estatuto socio-económico das testemunhas não pode ser

descurado, uma vez que perante este factor pod emos ter uma

testemunha mais inibida numa realidade tão intimidante como é a

sala de audiências de um tribunal (Coloma, 1991). Aquando da

análise de resultados relativos ao Estatuto Social das

testemunhas, na variável inexpressividade indivíduos de alto

estatuto em média obtiveram valores mais altos. Contudo, na

categoria expressividade, os mesmos, também se encontram

diferenciados. Porém de forma não estatisticamente significativa.

O que não parece mostrar, que o mesmo estatuto, em duas

categorias diferentes como estas, seja o mesmo a evidenciar -se.

Esta assimetria no comportamento não verbal, consoante o

estatuto social, foi estudada por Carey e seus colaboradores

(2005), chegando-se mesmo a afirmar a existência de uma relação

quase recíproca entre as referidas variáveis. O que indica que a

comunicação não verbal é diferente consoante o estatuto e,

consequente, poder social.

Os tipos de crimes abordados nesta investigação são

diferentes, na medida em que por um lado, temos homicídio

qualificado e abuso sexual e por outro furto, burla e ilegalidades

financeira. Na base desta divisão esteve o tipo de crime e a forma

como, no geral, estas situações, sendo ambas punidas por lei,

provocam sentimentos díspares. Neste sentido esperava -se uma


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diferenciação no comportamento não verbal, para uns, tendo por

base testemunhas em crimes contra as pessoas, e para outros

crimes contra o património, podendo ambas gerar determinada

expressão emotiva na testemunha. No item referente ao sorriso

rasgado, evidenciou-se que o grupo formado pelos crimes de furto,

burla e ilegalidades financeiras, ou seja, crimes contra o

património, foi estatisticamente significativo.

De acordo com Altavilla (2003), a Psicologia é necessária

nos Tribunais. É, ainda de salientar que eventualmente a

Psicologia do Testemunho poderia revelar -se um valioso

contributo, pois através dos comportamentos não verbais, sejam o

olhar, a sudação, o sorriso aberto ou até um encolher de ombros,

por parte de uma testemunha, não obstante da falta de

comunicação, pode confirmar a veracidade, ou por sua vez a

falibilidade do discurso verbal apresentado em simultâneo.

Para futuros estudos sugere-se, uma amostra mais ampla,

retirada não só de uma Comarca, nem somente de um colectivo de

juizes. De modo a minimizar caracterí sticas reducionistas a este

estudo. Uma vez deliberada uma equipa de investigadores ou um

prazo de tempo por definir, poderia ser útil a aplicação completa

da lista elaborada por Carney, Hall e Lebeau (2005), para um

estudo mais aprofundado e fidedigno dos comportamentos não

verbais, observáveis em sede de audiência.

Uma das motivações e esteve na base deste trabalho foi o

saber-se que uma das formas mais fidedignas e menos conscientes


Comportamento não verbal 22

de comunicação é através do modo não verbal. Tendo em conta que

uma testemunha tem o valor de prova num julgamento e que,

muitas vezes, é a chave da decisão tomada pelo juiz, revela -se

pertinente e emergente o estudo nesta área do saber.

A psicologia opera no campus do Direito. No entanto, não se

tem estudado certos aspectos i mportantes no que concerne à

testemunha. Não se pretende neste espaço expor falsas ideologias

e defender a realização de um estudo aprofundado de cada

testemunha, todavia julgamos ser essencial em alguns casos,

estudar e analisar o comportamento não verbal individualmente,

pois o que está em causa, muitas vezes, é a liberdade ou reclusão

duma pessoa.
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Referências

Altavilla, E. (1944) Psicologia Judiciária: Editor Coimbra.

Altavilla, E. (2003) Psicologia Judiciária, Volume I: Almedina.

Argyle, M. (1975) Bodily Communication, New York International

Universities Press

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Comportamento não verbal 26

Tabela 1

Caracterização sócio-demográfica da amostra total por sexos.

Sexo Masculino Sexo Feminino

(N=21) (N=11)

M DP M DP t

Idade 34.85 18.28 40.60 26.63 -0.528

Sexo Sexo
Masculino Feminino

N=21 N=11
N % N % χ2

Tipo de Crime 4.988

Abuso Sexual 8 25 6 18.8

Ilegalidades Financeiras 1 3.1 0 0

Burla 4 12.5 4 12.5

Homicídio 6 18.7 0 0

Furto 2 6.3 1 3.1

Testemunhas 1.332

Acusação 13 40.6 9 28.1

Defesa 8 25 2 6.3

Profissão 15.772*

Alta Administração 2 7.6 0 0

Licenciados 1 3.8 0 0
* p<.05
Comportamento não verbal 27

Tabela 1

Caracterização sócio-demográfica da amostra por sexos (cont.)

Sexo Masculino Sexo Feminino

N=21 N=11
N % N %

Comerciantes, Empresários e Trabalhadores 3 11.4 1 3.8


Independentes

Operários Especializados 5 19 0 0

Operários Não Especializados 1 3.8 5 19

Reformados 1 3.8 2 7.6

Estudantes 4 15.5 0 0

Desempregado 0 0 1 3.8
* p<.05
Comportamento não verbal 28

Tabela 2

Médias, desvio padrão e diferenças entre sexo nas 4 categorias de

expressões faciais.

Sexo Masculino Sexo Feminino

N=21 N=11
M DP M DP t

Face 4.75 3 4.96 3.31 -.177

Expressão Facial 1.23 1.39 1.18 1.02 .102

Olhar 15.3 6.69 13.89 6.66 .570

Boca 2.19 3.56 2.46 2.69 -.215


*p<.05
Comportamento não verbal 29

Tabela 3

Médias, desvio padrão e diferenças entre sexo em todos os itens

da expressão facial.

Sexo Masculino Sexo Feminino

N=21 N=11
M DP M DP t

Olhar Fixo 15.71 6.99 14 10.14 .564

Desviar Olhar 19.05 18.2 12.45 12.36 1.075

Esboçar Sorriso 3.33 5.36 4.18 4.29 -.453

Franzir Sobrancelha 5.43 5.42 2.91 2.84 1.434

Olhar Longo Período 14.52 9.68 16.82 13.45 -557

Olhar Frequente 14.52 11.6 9.27 9.94 1.274

Olhar Furioso 1.05 2.81 .36 .92 .778

Expressão Zangada 2.43 5.3 .91 1.3 .930

Expressão Repugnância 1.05 1.53 .73 1.6 .544

Expressão Medo .48 .81 .27 .65 .717

Expressão Feliz .33 .8 .09 .30 .968

Expressão Triste 1.57 2.09 4.64 4.82 -2.523*


*p<.05
Comportamento não verbal 30

Tabela 3

M é d i a s , d e s v i o p a d r ã o e d i f e r e n ç a s e n t r e s e x o e m t o d o s o s i t e n s da

expressão facial (cont.)

Sexo Masculino Sexo Feminino

N=21 N=11
M DP M DP t

Expressão Surpresa 1.52 2.54 .45 .69 1.360

Sorriso Rasgado 1.05 2.13 .73 1.56 .439

Sobrancelha Interesse 1.95 3.06 2.91 3.53 -7.97

Olha Quando Ouve 24 10.12 21 6.48 -888

Olha Quando Fala 18.24 9.54 23.27 14.57 -1.180

Expressividade 8.9 6.9 12.91 8.77 -1.421

Inexpressividade 2.71 2.13 1.09 1.51 2.245*


*p<.05
Comportamento não verbal 31

Tabela 4

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de testemunha nas 4

categorias de expressões faciais.

Acusação Defesa

N=22 N=10
M DP M DP t

Face 5.08 3.48 4.25 1.86 .705

Expressão Facial 1.17 1.28 1.31 1.26 -.308

Olhar 15.5 6.72 13.31 6.4 .862

Boca 2.91 3.64 .90 1.49 1.669


*p<.05
Comportamento não verbal 32

Tabela 5

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de testemunha em

todos os itens de expressões faciais.

Acusação Defesa

N=22 N=10
M DP M DP t

Olhar Fixo 16.91 8.15 11.2 6.68 1.933

Desviar Olhar 16.95 18.28 16.4 12.64 .087

Esboçar Sorriso 4.59 5.6 1.50 2.07 1.68

Franzir Sobrancelha 4.36 4.74 5 5.16 -3.43

Olhar Longo Período 15.59 12.09 14.7 8.45 .210

Olhar Frequente 13 11.9 12.1 9.77 .208

Olhar Furioso .64 1.71 1.2 3.45 -.623

Expressão Zangada 1.18 2.09 3.5 7.2 -1.410

Expressão Repugnância 1.18 1.79 .40 .7 1.326

Expressão Medo .41 .85 .40 .52 .031

Expressão Feliz .18 .67 .40 .7 -0.847

Expressão Triste 2.95 3.93 1.9 2.47 .777


*p<.05
Comportamento não verbal 33

Tabela 5

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de testemunhas em

todos os itens da expressão facial. (cont.)

Acusação Defesa

(n=22) (n=10)
M DP M DP t

Expressão Surpresa 1.09 2.52 1.3 .95 -.252

Sorriso Rasgado 1.23 2.20 .30 .94 1.270

Sobrancelha Interesse 2.95 3.69 .80 .42 1.828

Olha Quando Ouve 23.82 7.43 21.1 12.13 .783

Olha Quando Fala 21.55 12.47 16.5 8.71 1.153

Expressividade 11 8.96 8.7 3.62 .779

Inexpressividade 2 2.18 2.5 1.84 -.629


*p<.05
Comportamento não verbal 34

Tabela 6

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de estatuto nas 4

categorias de expressões faciais.

Alto Estatuto Baixo Estatuto

N=14 N=14
M DP M DP t

Face 5.57 3.35 4.61 3.01 .801

Expressão Facial 1.27 1.6 1.02 .95 .504

Olhar 16.4 7.92 13.07 5.79 1.268

Boca 3.57 4.28 1.5 1.82 1.666


*p<.05
Comportamento não verbal 35

Tabela 7

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de estatuto em

todos os itens de expressões faciais.

Alto Estatuto Baixo Estatuto

N=14 N=14
M DP M DP t

Olhar Fixo 16.07 7.55 14.21 9.71 .565

Desviar Olhar 22.14 22.86 11 6.32 1.758

Esboçar Sorriso 5.43 6.78 2.57 2.41 1.486

Franzir Sobrancelha 5.36 6.16 4 3.37 .723

Olhar Longo Período 15.71 8.07 16.57 14.18 -.197

Olhar Frequente 14.86 14.58 9.21 7.1 1.302

Olhar Furioso 1.57 3.37 .29 .83 1.387

Expressão Zangada 2.57 5.81 .64 1.21 1.215

Expressão Repugnância 1.21 1.71 .64 1.5 .938

Expressão Medo .36 .75 .50 .855 -.471

Expressão Feliz .43 .94 .14 .36 1.063

Expressão Triste 1.14 2.14 3.79 4.48 -.1993


*p<.05
Comportamento não verbal 36

Tabela 7

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de estatuto em

todos os itens da expressão facial. (cont.)

Alto Estatuto Baixo Estatuto

N=14 N=14
M DP M DP t

Expressão Surpresa 1.93 3 .43 .64 1.829

Sorriso Rasgado 1.71 2.26 .43 1.61 1.732

Sobrancelha Interesse 2.5 2.85 2.43 3.96 .055

Olha Quando Ouve 23.14 8.25 20.64 9.96 .724

Olha Quando Fala 21.29 10.46 19.57 13.9 .368


6

Expressividade 11.36 8.27 10.64 7.97 .233

Inexpressividade 3.07 2.4 1.36 1.55 2.245*


*p<.05
Comportamento não verbal 37

Tabela 8

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de crime nas 4

categorias de expressões faciais.

Grupo Grupo Furto,


Homicídio Burla e Il.
Abuso Sexual Financeiras

N=20 N=12
M DP M DP t

Face 4.87 3.20 4.72 2.94 .128

Expressão Facial 1.48 1.24 .76 1.19 1.607

Olhar 16.1 6.65 12.07 6.23 1.398

Boca 1.47 2.99 3.62 3.34 -1.888


*p<.05
Comportamento não verbal 38

Tabela 9

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de crime em todos

os itens de expressões faciais.

Grupo Grupo Furto,


Homicídio Burla e Il.
Abuso Sexual Financeiras

N=20 N=12
M DP M DP t

Olhar Fixo 16.8 8.35 12.33 7.08 1.548

Desviar Olhar 19.4 16.03 12.42 17.09 1.164

Esboçar Sorriso 2.55 4.97 5.42 4.6 -1.623

Franzir Sobrancelha 4.4 4.66 4.83 5.21 -.244

Olhar Longo Período 16.4 12.42 13.5 8.11 .719

Olhar Frequente 15.15 11.09 8.67 10.57 1.629

Olhar Furioso 1.05 2.76 .42 1.44 .733

Expressão Zangada 2.5 5.14 .92 2.57 .990

Expressão Repugnância 1.3 1.8 .33 .78 1.747

Expressão Medo .45 .69 .33 .89 .471

Expressão Feliz .25 .55 .25 .87 .000

Expressão Triste 3 3.88 2 2.92 .769


*p<.05
Comportamento não verbal 39

Tabela 9

Médias, desvio padrão e diferenças entre tipo de crime em todos

os itens de expressões faciais. (cont.)

Grupo Grupo Furto,


Homicídio Burla e Il.
Abuso Sexual Financeiras

N=20 N=12
M DP M DP t

Expressão Surpresa 1.40 2.23 .75 2 .827

Sorriso Rasgado .40 1.1 1.83 2.65 -2.145*

Sobrancelha Interesse 1.55 1.99 3.5 4.42 -1.718

Olha Quando Ouve 23.70 10 21.75 7.42 .584

Olha Quando Fala 19.9 13.64 20.08 7.28 -.043

Expressividade 11.3 8.77 8.58 5.57 .966

Inexpressividade 2.25 1.65 2 2.69 .327


*p<.05
Comportamento não verbal 40

Descrição dos itens (Face, expressões faciais, olhos e boca )

1) Olha fixamente para o sujeito da interacção

2) Desviar o olhar (quando em conversação)

3) Iniciar sorriso/ Esboçar sorriso no inicio da conversação

4) Franzir as sobrancelhas

5) Olha para o sujeito da interacção por longos períodos de

tempo

6) Olha com frequência para o sujeito da interacção (muitas

vezes por curtos períodos de tempo)

7) Olhar furiosamente para o sujeito da interacção

8) Aparenta estar zangado

9) Aparenta uma cara de repugnância

10) Aparenta uma cara de medo

11) Aparenta uma cara feliz

12) Aparenta uma cara triste

13) Aparenta uma cara surpreendida

14) Apresenta um sorriso rasgado

15) Levanta as sobrancelhas durante a conversação duma

forma interessada

16) Olha para o sujeito da interacção enquant o esta a ouvir

17) Olha para o sujeito da interacção enquanto fala

18) Mostra perícia para utilizar a expressão facial durante a

comunicação (expressividade facial)

19) Não mostra perícia para utilizar a expressão facial

durante a comunicação (inexpressividade facia l)


Comportamento não verbal 41

Caso: Testemunha: Género: N.o_____


Idade: Profissão: ____

N=
1. Olhar fixo:
1._______
2. Desviar olhar:
2._______
3. Esboçar sorriso:

4. Franzir sobrancelha: 3._____

5. Olhar longo período: 4._____

6. Olhar frequente:
5._____
7. Olhar furioso:
6._____
8. Expressão zangado:
7._____
9. Expressão repugnância:
8._____
10. Expressão medo:

11. Expressão feliz: 9._____

10.____
12. Expressão triste:
11.____
13. Expressão surpresa:

14. Sorriso rasgado: 12.____

15. Sobrancelha interesse: 13.____

16. Olha quando ouve: 14.____

17. Olha quando fala:


15.____
18. Expressividade :
16.____
19. Inexpressividade :
17.____

18.____

19:____

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