Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Doi: http://dx.doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.6471
* Dirigir correspondencia a William Weber Cecconello: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Brasil. Correio
eletrônico: william.cecconello@gmail.com
Para citar este artigo: Cecconello, W. W., & Stein, M. L. Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar
a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos. Avances en Psicología Latinoamericana, 38(1), 172-188. Doi:
http://dx.doi.org/10.12804/revistas.urosario.edu.co/apl/a.6471
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
falso reconocimiento. Este artículo pretende presentar criminoso, fazendo com que fosse preso preventi-
cómo procesos psicológicos y procedimientos realizados vamente. Entretanto, após sete meses em cárcere
para obtener la prueba testimonial pueden resultar en uma perícia mostrou que os nove reconhecimentos
un reconocimiento falso. Al final, se presentan proce- estavam errados: seu dna era incompatível com o do
dimientos recomendados por la literatura científica para criminoso (Brito, 2014). Ainda que o caso de André
disminuir las posibilidades de un reconocimiento falso. pareça isolado, infelizmente não é. Estima-se que
Palabras clave: psicología del testimonio, prueba em 70 % dos casos de condenações injustas o falso
testimonial, reconocimiento, memoria. reconhecimento foi utilizado como elemento no
conjunto probatório que levou à condenação (West
Abstract & Meterko, 2015). Casos como o de André têm
Suspect recognition has a major probative value; howe- sido analisados à luz da literatura científica visan-
ver, an innocent can be recognized as a perpetrator. A do entender quais fatores podem levar a um falso
false recognition may occur due to normal memory reconhecimento e como evitar este erro e proteger
functioning that may impair the encoding of the perpe- os direitos dos envolvidos.
trator’s face or to forgetting stored information. During Erros ocasionados pelo funcionamento normal
suspect recognition, the way he or she is presented, and da memória têm sido estudados pela Psicologia
the instructions in the procedures of recognition may do Testemunho, área da ciência que visa com-
also increase the probability of false identification. The preender processos cognitivos de testemunhas,
paper aims to present how the cognitive process and por exemplo, como um inocente pode ser reco-
procedures used for obtaining the testimony may lead nhecido como sendo um criminoso (Charman &
to false recognition. Thus, we present literature recom- Wells, 2006; Erickson, Lampinen, & Moore, 2016;
mended procedures, aiming to reduce the probability Loftus, 2013). Além de estudos de casos reais a
of false recognition. Psicologia do Testemunho tem se valido de expe-
Keywords: Testimony psychology, eyewitness evidence, rimentos científicos, como expor participantes a
recognition, memory. um crime encenado e solicitar que reconheçam o
suspeito uma semana depois. A vantagem de ex-
perimentos é que pesquisadores podem controlar
O reconhecimento de um suspeito é uma prova diferentes fatores (e.g., todos os participantes ob-
dependente da memória humana, e, portanto, passí- servam o criminoso pelo mesmo período de tempo),
vel de falhas. Em 2013, por exemplo, o dentista e manipular apenas a variável de interesse (e.g.,
André Luiz Medeiros Biazucci Cardoso foi preso apresentar uma foto do suspeito para um grupo, e
em Belford Roxo – RJ acusado de cometer uma apresentar o suspeito presencialmente para outro
série de estupros. A partir da descrição da placa grupo). Estes resultados podem ser replicados por
do carro do criminoso investigadores chegaram outros pesquisadores e utilizados para entender
até André que possuía um carro de modelo e placa fatores que podem aumentar ou diminuir a pro-
um pouco semelhantes aos descritos pela vítima. babilidade de um falso reconhecimento (Davis &
André foi conduzido à delegacia onde sete vítimas o Loftus, 2018).
reconheceram como sendo o criminoso. A partir da O falso reconhecimento pode ocorrer devido
veiculação da prisão de André na mídia outras duas a fatores intrínsecos ao crime ou limitações da
vítimas também foram até a delegacia alegar que o memória humana (e.g., observar o criminoso de
reconheceram como o autor dos crimes. Perante os uma longa distância). Estes fatores são denomi-
reconhecimentos feitos por nove vítimas diferentes nados variáveis de estimação pois fogem do con-
parecia não restarem dúvidas de que André era o trole do sistema de justiça e seu impacto em um
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 173
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
reconhecimento pode apenas ser estimado (Wells, esfera jurídica elas partilham do mesmo funciona-
1978). Entretanto, os procedimentos utilizados mento da memória e são submetidas aos mesmos
pelo sistema de justiça também podem aumentar procedimentos de reconhecimento de suspeito.
a probabilidade de um falso reconhecimento, co- Neste sentido, durante este artigo o termo testemu-
mo as instruções dadas à testemunha no momento nha será utilizado para se referir a qualquer pessoa
do reconhecimento. Estes fatores são chamados que tenha observado o crime.
variáveis de sistema pois podem ser controla- A capacidade humana de codificar de informa-
dos pelo sistema de justiça (Wells, 1978). Neste ções é limitada e as informações que estão no foco
sentido, a literatura da Psicologia do Testemunho atencional durante o evento (i.e., crime) terão mais
pode fornecer bases acerca do que seria esperado chances de serem percebidas e armazenadas (Mur-
de uma testemunha bem como controlar vieses phy, Greene & Grange, 2016). Se há mais de um
no procedimento de reconhecimento de suspeitos. criminoso, por exemplo, a atenção torna-se dividida
Como um suspeito inocente pode ser reconhecido entre as diferentes faces, prejudicando a codificação
como sendo o culpado de um crime? O que pode e aumentando a probabilidade de um falso reco-
ser feito para diminuir a probabilidade de que is- nhecimento, se comparado a crimes cometidos por
to aconteça? Este artigo busca responder a estas apenas um criminoso (Bindemann, Sandford, Gillatt,
perguntas através de uma revisão atualizada de Avetisyan & Megreya, 2012). O estresse ocasionado
estudos científicos sobre o tema de reconhecimento durante o crime também dificulta a capacidade da
de suspeitos. Existe uma escassez de publicações testemunha manter foco atencional por muito tempo
em língua portuguesa sobre o tema que possam e consequentemente prejudica a codificação do rosto
engajar novos pesquisadores, auxiliar no trabalho do criminoso (Deffenbacher, Bornstein, Penrod &
de atores do sistema de justiça, ou alicerçar o pla- Mcgorty, 2004; Morgan III et al., 2004). Se o cri-
nejamento de políticas públicas. Visando suprir a minoso porta uma arma esta pode ao mesmo tempo
necessidade de literatura sobre reconhecimento evocar estresse e dividir a atenção da testemunha,
de suspeitos inicialmente será apresentado como o que também prejudica a codificação do rosto do
variáveis de estimação e de sistema podem levar a criminoso —i.e., weapon focus effect— (Fawcett,
um falso reconhecimento para ao final apresentar Russell, Peace & Christie, 2013). A distância entre
procedimentos recomendados para reduzir vieses a testemunha e o criminoso também pode dificultar
no reconhecimento de suspeitos. a codificação, sendo que criminosos observados
em uma distância de 40 metros ou mais tem pouca
chance de serem reconhecidos corretamente (Lam-
Variáveis de estimação pinen, Erickson, Moore & Hittson, 2014; Lindsay,
Semmler, Weber, Brewer & Lindsay, 2008).
A memória humana difere de um registro fei- Ainda que sejamos capazes de codificar, arma-
to por uma filmadora ou câmera fotográfica pois zenar, e reconhecer um grande número de faces
humanos não codificam tudo o que observam. nem todos os rostos os quais fomos expostos são
Informações armazenadas na memória podem ser codificados corretamente (Valentine, Lewis & Hills,
esquecidas e informações recuperadas estão sujei- 2016). Seres humanos são especialistas apenas em
tas a ser modificadas. Nesta seção apresentaremos reconhecer faces familiares: conseguimos reconhe-
uma breve revisão dos processos de codificação, cer corretamente um amigo que não vemos há muito
armazenamento, e recuperação, envolvidos no tempo, já as faces que vimos apenas uma vez são
reconhecimento de suspeitos. Ainda que vítimas mais propensas a serem reconhecidas falsamente
e testemunhas possuam atribuições distintas na (Bruce & Young, 2012). Isto ocorre por que a
174 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
memória humana é “especializada” em aprender testemunha pode esquecer parte das informações
e a representação mental do rosto de uma pessoa armazenadas já nas primeiras 24 horas (Payne,
torna-se mais precisa à medida que somos expostos Toglia & Anastasi, 1994; Wetmore et al., 2015).
a este, ou seja, à medida que aprendemos os traços Quanto maior o intervalo decorrido desde o crime
daquela face (Bruce & Young, 2012; Memon, & menos detalhada torna-se a representação mental
Bruce, 1985). Enquanto reconhecer rostos familia- do rosto do criminoso e consequentemente o reco-
res equivale a responder a uma pergunta sobre um nhecimento do suspeito é prejudicado (Dysart &
conteúdo o qual conhecemos muito bem, reconhe- Lindsay, 2014). Além do esquecimento é preciso
cer rostos não familiares equipara-se a responder considerar que o armazenamento e recuperação
uma pergunta sobre um conteúdo o qual estudamos da memória são um processo contínuo: quando
apenas uma vez. Assim, o principal complicador a memória de um evento é recuperada ela passa a
para o reconhecimento de suspeitos é que eles são um estado transiente em que novas informações
pessoas que a vítima ou testemunha não tem fami- podem ser inseridas e armazenadas juntamente
liaridade, na maioria das vezes nunca tinha visto com a memória original (Loftus, 2005; Bernstein
anteriormente (Faerber, Kaufmann, Leder, Martin & Loftus, 2009).
& Schweinberger, 2016). Durante a recuperação da memória a repre-
Em faces não-familiares são codificados prin- sentação mental do rosto do criminoso pode ser
cipalmente os atributos externos (e.g., cabelo) ou alterada ao ser exposta a novas informações. Se
distintivos (e.g., nariz muito largo; Valentine et al., testemunhas conversaram entre si sobre o crime,
2016; Frowd, Bruce, McIntyre, & Hancock, 2007). por exemplo, as informações dadas por uma des-
Assim, um falso reconhecimento pode ocorrer tas testemunhas podem modificar a memória das
porque o suspeito e o criminoso apresentam se- demais (Thorley, 2015; Wright, & Villalba, 2012).
melhança em seus atributos externos (e.g., ambos Um exemplo é o estudo conduzido por Eisen,
são carecas) ou distintivos (e.g., ambos possuem o Gabbert, Ying e Williams (2017) no qual testemu-
nariz largo). A dificuldade em codificar faces cor- nhas assistiam um crime encenado e posteriormente
retamente é ainda maior para indivíduos de outra ouviam outra testemunha dizer que o assaltante
etnia (i.e., own-race bias) pois os atributos caracte- tinha uma tatuagem no pescoço (quando na verdade
rísticos daquela etnia podem ser percebidos como não tinha). Uma semana após o crime 34 % das
distintivos (e.g., nariz largo e lábios espessos em testemunhas reconheceram corretamente o assal-
negros; olhos puxados em asiáticos), resultando tante enquanto 43.8% reconheceram um suspeito
em uma maior a probabilidade de um falso reconhe- inocente que possuía tatuagem no pescoço. Uma
cimento (Hugenberg, Young, Bernstein, & Sacco, vez que as informações sugeridas por outra pessoa
2010; Valentine et al., 2016; Wilson, Hugenberg, & são incorporadas à memória original não é possível
Bernstein, 2013). Além disto, indivíduos de outra saber quais informações foram armazenadas após
etnia podem ser percebidos como pertencentes a o evento. Ou seja: memórias verdadeiras e falsas
outro grupo, o que diminui o esforço despendido são indistinguíveis para quem recorda (Bernstein,
durante a codificação e aumenta a probabilidade & Loftus, 2009; Schacter & Loftus, 2013).
de um falso reconhecimento (Young, Hugenberg, Um evento filmado por uma câmera pode ser
Bernstein, & Sacco, 2012). revisto em sua forma original várias vezes, ser
Uma vez que a face do criminoso é codificada editado e salvo em diferentes versões. Por outro
uma representação mental de seu rosto é armaze- lado, a memória de um evento é um arquivo único
nada na memória. Entretanto, o armazenamento que não registra tudo e pode perder informações
de informações na memória não é estático e a importantes. Sempre que este arquivo de memória
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 175
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
é acessado ele está sujeito a ser modificado per- no pescoço?), pois há uma grande possibilidade
manentemente, de forma que seja impossível ter de contaminar o relato da testemunha que tende a
acesso ao registro original. O reconhecimento de responder à pergunta mesmo que a informação não
um suspeito é subjacente às limitações de codifi- tenha sido codificada durante o crime ou já tenha
cação, armazenamento, e recuperação, que devem sido esquecida (Murphy & Greene, 2016; Oxburgh,
ser consideradas por profissionais de justiça para Myklebust & Grant, 2010). As informações evo-
evitar que seus procedimentos acabem aumentan- cadas através de perguntas fechadas direcionam a
do a probabilidade de um falso reconhecimento. resposta da testemunha (e.g., a testemunha que não
olhou para o pescoço pode responder sim ou não)
e podem ser incorporadas à recordação original
Variáveis do sistema (Poole & Lindsay, 1995).
Uma vez que os investigadores têm um suspeito
Os processos psicológicos envolvidos na me- é preciso atentar para o contexto em que o reco-
mória de uma testemunha podem alterar a prova nhecimento é realizado. Ao olhar a face de uma
testemunhal de forma permanente e o mesmo ocorre pessoa, o cérebro leva menos de um segundo para
para os procedimentos utilizados pelo sistema de formar uma primeira impressão (Freeman, Penner,
justiça. Assim, tão importante quanto a resposta Saperstein, Scheutz & Ambady, 2011; Todorov,
da testemunha é o modo como esta foi obtida. 2012; Willis & Todorov, 2006). Se o suspeito a
Nesta seção, abordaremos como procedimentos ser reconhecido está algemado, por exemplo, há
utilizados por atores de justiça (e.g., policiais, de- uma maior probabilidade de falso reconhecimento,
legados, juízes) podem aumentar a probabilidade se comparado a um suspeito apresentado em uma
de um falso reconhecimento. sala com roupas neutras (Wells & Seelau, 1995).
Caso um suspeito ainda não tenha sido encon- De forma semelhante, o reconhecimento na eta-
trado, é comum solicitar à testemunha que descreva pa processual também é indutivo pois ao invés
o criminoso. Diversos experimentos têm demons- de reconhecer um “suspeito” a testemunha deve
trado que indivíduos solicitados a descrever o rosto reconhecer um “réu” (Davis & Valentine, 2009;
do criminoso apresentam menor probabilidade de Watkin, 2003; Dysart, Lindsay & Dupuis, 2006;
reconhecer corretamente o suspeito, se comparado Colloff, Wade & Strange, 2016).
a indivíduos que não descreveram, sendo este efeito As instruções e informações dadas às tes-
conhecido como eclipse verbal —overshaddowing temunhas são outros fatores que podem induzir
effect— (Meissner & Brigham, 2001; Meissner, o processo de reconhecimento (Brewer & Wells,
Sporer & Susa, 2008). Embora o efeito do eclipse 2009). Dar informações como “Acreditamos que
verbal seja pequeno a principal explicação para este pegamos o culpado e gostaríamos que viesse identi-
fenômeno reside na limitação da linguagem e da ficá-lo” ou “este suspeito já cometeu crimes seme-
memória humana. Ao descrever o rosto do crimi- lhantes” faz com que testemunhas acreditem que
noso, a memória da testemunha está em um estado seu trabalho é apenas confirmar o reconhecimento
transiente, se a testemunha relata uma informa- (Brewer & Wells, 2009; Mickes et al., 2017; Wil-
ção incorreta (e.g., mencionar “acho que ele tinha o cock, Bull & Vrij, 2005). Dar um feedback após a
nariz grande”, quando na verdade o criminoso não testemunha realizar o reconhecimento (e.g., “muito
tinha nariz grande) a representação mental do ros- bem!” ou “sabíamos que era ele”) também podem
to é alterada. Neste sentido, durante a descrição modificar a memória da testemunha, aumentando a
de rostos deve se evitar fazer perguntas fechadas confiança que esta possui em sua própria resposta
(e.g., o suspeito tinha o nariz grande e uma cicatriz (Steblay, Wells & Douglass, 2014).
176 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
Um dos procedimentos utilizado para o reconhe- de álbum fotográfico reside no fato de que todos
cimento é o show-up, que consiste em apresentar os rostos apresentados para a testemunha são po-
apenas um suspeito para a testemunha e pedir se tenciais suspeitos para o crime. Assim, caso a
este é ou não o criminoso (Stein & Ávila, 2015). testemunha reconheça qualquer rosto no álbum
O show-up equivale a um teste de verdadeiro ou este pode passar a ser reconhecido como o autor
falso, em que a testemunha deve comparar o rosto de um crime. Ainda que procedimentos como
do suspeito com a representação mental do crimi- show-up e álbum fotográfico sejam indutivos eles
noso e responder se ambos são a mesma pessoa são comumente utilizados em países como o Brasil
(Clark, 2012; Clark & Godfrey, 2009). Assim, (Stein & Ávila, 2015).
o show-up é um procedimento indutivo pois da- Atualmente o melhor procedimento de acordo
das as limitações da memória humana descritas com a literatura é o line-up (Clark & Godfrey,
na seção de variáveis de estimação, o suspeito 2009), no qual o rosto do suspeito é apresenta-
inocente pode ser reconhecido simplesmente por do em conjunto com não-suspeitos (rostos de
ser semelhante ao criminoso (e.g., ambos são pessoas que a polícia sabe que são inocentes, de
carecas; Agricola, 2009; Eisen, Smith, Olaguez forma que se a testemunha reconhecer alguém
& Skerritt-Perta, 2017; Dekle, 2006; Fitzgerald & que não o suspeito não haverá consequências para
Price, 2015; Yarmey, Yarmey & Yarmey, 1996). estes). Entretanto, é necessário que os rostos dos
O show-up não é recomendado uma vez que é não-suspeitos sejam similares ao suspeito, caso
um procedimento inerentemente sugestivo e seus contrário este procedimento poderá induzir ao
resultados pouco confiáveis (Clark, 2012; Clark falso reconhecimento (e.g., se o criminoso era
& Godfrey, 2009). careca e o suspeito é apresentado em conjunto
Outro procedimento não recomendado é o re- com outros não-suspeitos que possuem cabelo,
conhecimento através do álbum fotográfico de o line-up continuará sendo um procedimento
pessoas fichadas pela polícia. Estes álbuns são indutivo; Malpass & Lindsay, 1999; Malpass,
compostos por centenas de fotografias, das quais Tredoux & McQuiston-Surrett, 2007; Mansour,
muitas não possuem semelhança com as carac- Beaudry, Kalmet, Bertrand & Lindsay, 2017).
terísticas descritas pela testemunha. Se por um Por fim, também não se recomenda a repeti-
lado apresentar apenas um rosto pode ser indu- ção do procedimento de reconhecimento. Uma
tivo, apresentar muitos rostos também pode ser vez que a testemunha reconhece um suspeito seu
prejudicial. Quando são apresentados um grande cérebro irá associá-la com o rosto do criminoso
número de rostos, os processos cognitivos ficam fazendo com que a representação mental rosto cri-
sobrecarregados, devido às múltiplas compara- minoso seja alterada (Cecconello, Ávila & Stein,
ções que devem ser feitas, e a capacidade de re- 2018). A reexposição ao rosto de um suspeito
conhecer corretamente o criminoso é dificultada leva à familiarização deste de forma que quando
(Leach, Cutler, & Van Wallendael, 2009; Mcallister, a testemunha reconhece o suspeito pela terceira
Stewart, & Loveland, 2003). Além disto, a teste- vez não é possível saber se ela o faz devido às
munha sabe que os rostos correspondem a pessoas múltiplas exposições a este rosto ou porque ele
que já cometeram crimes o que pode incrementar é de fato o criminoso (Steblay & Dysart, 2016).
sua propensão de reconhecer algum destes rostos Procedimentos baseados em evidência podem
como sendo o criminoso (Osborne, & Davies, 2014). tornar o reconhecimento mais justo e serão apre-
O principal problema do reconhecimento através sentados na próxima seção.
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 177
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
Tabela 1.
Problemas envolvendo o reconhecimento de suspeitos e recomendações da psicologia do testemunho
178 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
Antes de iniciar os procedimentos de oitiva e re- vítima (e.g., “Descreva a pessoa que você viu”;
conhecimento é preciso preparar testemunhas, pois Demarchi & Py, 2009). Um aprofundamento em
estas não estão acostumadas ao ambiente de uma como obter descrições do rosto do criminoso foge
delegacia. Para aumentar a cooperação e qualidade do escopo deste artigo, cabe apontar que devem
das informações obtidas, é importante estabelecer ser priorizadas perguntas abertas (e.g., você falou
um vínculo de confiança com a testemunha através que o rosto dele era um pouco diferente, poderia
do acolhimento (Kieckhaefer, Vallano & Schreiber me falar mais sobre isso?; Milne, Shaw & Bull,
Compo, 2014). Obter uma descrição detalhada do 2007; Rivard, Pena & Compo, 2016). Perguntas
criminoso o mais rápido possível é importante, fechadas ou sugestivas (e.g., você tem certeza que
mas atores de justiça devem manter uma postura ele não tinha uma cicatriz?) devem ser evitadas
empática e paciente buscando ouvir o relato da pois podem contaminar a memória da testemunha
testemunha livre de interferências antes de iniciar de forma permanente (Oxburgh et al., 2010; Poole
os questionamentos. & Lindsay, 1995). Juntamente com a descrição do
A descrição do criminoso deve ser obtida atra- criminoso devem ser obtidas informações acerca
vés do relato livre, que possibilita obter um grande das condições de observação, como horário do
número de informações fidedignas da testemunha/ evento, níveis de iluminação e ângulos no local
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 179
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
do crime, obstruções físicas na cena, e distância do testemunhas, sendo orientada a evitar conversar
criminoso das testemunhas. entre si ou com outras pessoas sobre o evento (Pa-
Quando a polícia encontra um suspeito o reconhe- terson, & Kemp, 2006). Ao evitar que testemunhas
cimento deve ser realizado através de um line-up escutem o relato uma das outras diminui-se a chan-
apresentando o rosto do suspeito em conjunto com ce que testemunhas modifiquem a recordação da
outros não-suspeitos semelhantes. Recomenda-se face do criminoso e do evento (Wright, Memon,
que o suspeito seja apresentado em meio a um Skagerberg, & Gabbert, 2009). Caso seja realiza-
conjunto de no mínimo 6 e de no máximo 12 faces do presencialmente, deve ser utilizado um vidro
(Wells, Memon, & Penrod, 2006). O procedimento espelhado para que a testemunha não possa ser
utilizado pode ser tanto o line-up simultâneo (e.g., vista pelo suspeito. Entretanto, a realização de um
6 faces ao mesmo tempo) ou sequencial (e.g., uma alinhamento presencial pode ser dificultosa pois
face de cada vez). Nas últimas décadas o line-up além de salas adequadas é necessário encontrar não-
sequencial havia sido recomendado por ser o mé- -suspeitos semelhantes ao suspeito (e.g., encontrar
todo mais eficaz em diminuir a probabilidade de várias pessoas com uma cicatriz na bochecha) que
um falso reconhecimento. Entretanto, recentemente devem estar disponíveis no momento do reconhe-
pesquisas tem mostrado que o line-up simultâneo cimento. Ao invés de presencial, o reconhecimento
resulta em um maior número de reconhecimentos pode ser realizado através de fotos, desde que
corretos que o line-up sequencial, sem aumentar a todas as fotos apresentem qualidade, iluminação
probabilidade de um falso reconhecimento (Clark, e ângulo semelhantes (Jenkins, White, Montfort,
2012; Wixted & Wells, 2017). Assim, nossa reco- & Burton, 2011; Valentine, & Fitzgerald, 2016).
mendação é apenas que seja utilizado um line-up, O reconhecimento através de fotografias tem se
seja este simultâneo ou sequencial visto que ambos mostrado tão eficaz quanto o reconhecimento feito
são eficazes em reduzir a probabilidade de um falso presencialmente, além de possibilitar padronizar
reconhecimento. características do suspeito e não-suspeitos como
A seleção de não-suspeitos para o line-up deve vestimentas e ou características distintas como uma
seguir dois princípios: 1) nenhum rosto do alinha- cicatriz (Valentine, & Fitzgerald, 2016). Uma pos-
mento deve se sobressair em relação aos outros; e sibilidade é a utilização de bibliotecas digitais de
2) os não-suspeitos devem atender às descrições do faces para line-ups, já utilizadas em países como
criminoso da mesma forma que o suspeito (Malpass Estados Unidos e Reino Unido, que possibilitam
et al., 2007). Uma forma de avaliar se a composição selecionar rapidamente rostos semelhantes à do
do alinhamento é justa pode ser realizada através do suspeito (Wilcock, & Kneller, 2011).
chamado Teste de Equidade (fairness test, Malpass, Em alguns casos há mais de um suspeito, seja
& Lindsay, 1999). Solicita-se que indivíduos do porque investigadores chegaram a dois possíveis
mesmo grupo étnico do suspeito e que não saibam suspeitos de um crime ou porque o crime foi co-
nada sobre o caso leiam individualmente as descri- metido por mais de um criminoso. Em ambos os
ções dadas pelas testemunhas e identifiquem quais casos, recomenda-se utilizar diferentes line-ups,
rostos do line-up são alternativas plausíveis. Se al- sem repetir os rostos de suspeitos e não-suspeitos
gum dos rostos foi escolhido em maior frequência (Hobson, & Wilcock, 2011). Neste caso é recomen-
que os demais, significa que o alinhamento não está dado um modelo híbrido de line-ups simultâneos e
justo (Malpass et al., 2007). sequenciais: criam-se diferentes line-ups simultâ-
Em relação à estrutura utilizada para o reco- neos, um para cada suspeito, que são apresentados
nhecimento é importante que cada testemunha para a testemunha de forma sequencial (i.e., pri-
seja mantida em segurança separada de outras meiro um line-up, depois o outro). Somente após
180 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 181
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
nhecimento ocorra e já resultaram em mudanças Não há suporte científico para acreditar que a
eficazes no sistema de justiça em países como o confiança em momentos posteriores ao reconheci-
Reino Unido, Estados Unidos e Noruega (National mento seja um indicativo de que o reconhecimento
Research Council, 2014; Valentine, & Fitzgerald, está correto (e.g., afirmar durante o julgamento no tri-
2016). Assim, acreditamos que utilizar embasa- bunal que tem certeza que o suspeito é o criminoso;
mento científico para realizar um reconhecimento Wixted, & Wells, 2017). Entretanto, recentemente
possibilita utilizar procedimentos comprovadamente alguns pesquisadores atentaram que a confiança
mais eficazes, promovendo e preservando os direitos da testemunha no primeiro reconhecimento do sus-
de vítimas, testemunhas e suspeitos. peito pode ser um indicativo confiável de acurácia
(Wixted, Mickes, & Fisher, 2018; Wixted, & Wells,
2017). Os autores verificaram que a resposta da tes-
Confiança e reconhecimento temunha tende a estar correta quando são utilizados
os procedimentos descritos na seção anterior e o
A confiança ou convicção que a testemunha no suspeito é reconhecido com muita confiança. Entre-
reconhecimento de que o suspeito é o criminoso tanto, a relação entre confiança e reconhecimento
é um tema presente em diversos casos criminais. não é uma opinião unânime, e outros pesquisadores
Ainda que nas últimas décadas diversos pesquisa- têm atentado para duas principais críticas acerca
dores têm se debruçado sobre o tema, não há uma deste efeito.
resposta definitiva acerca de como coletar e analisar A primeira crítica é que em casos reais é difícil
a confiança da testemunha após o reconhecimento. ter controle sobre as diversas variáveis de sistema
Aqui, apresentamos um apanhado geral do estado ou estimação que podem influenciar a confiança
atual da literatura acerca da relação entre confiança de uma testemunha no reconhecimento de um
e reconhecimento de suspeitos. suspeito (Berkowitz, & Frenda, 2018; Loftus, &
A confiança, ou convicção, de uma testemunha Greenspan, 2017; Wade, Nash, & Lindsay, 2018).
no reconhecimento não é algo que se mantém está- Por exemplo, uma testemunha pode realizar um
vel, sendo afetada tanto por variáveis de estimação reconhecimento correto, ainda que esteja pouco
quanto variáveis de sistema. Se a testemunha vê confiante, pois o crime ocorreu há muito tempo. Por
a imagem do suspeito veiculada na mídia, se es- outro lado, uma testemunha pode realizar um falso
cuta o relato de outras testemunhas, ou sabe que reconhecimento com muita confiança, pois sabe
outras testemunhas já identificaram o suspeito, que este suspeito já cometeu crimes semelhantes.
pode tornar-se mais confiante de que o suspeito A segunda crítica acerca da relação entre con-
é de fato o criminoso (Blank, & Launay, 2014; fiança e acurácia da memória é que ainda não há
Lampinen et al., 2014; Steblay, & Dysart, 2016). um consenso acerca de qual o método mais ade-
A maleabilidade da confiança na própria memória quado para coletar a confiança de uma testemunha
levou pesquisadores a argumentar que a convicção (Berkowitz, & Frenda, 2018). Uma possibilidade
que testemunha possui no reconhecimento de um é documentar a confiança a partir das próprias
suspeito não é um indicador confiável de que este palavras da testemunha (e.g., o quão confiante
reconhecimento esteja correto (Loftus, & Greens- você está de que ele é o suspeito?). Entretanto is-
pan, 2017; Sporer, Penrod, Read, & Cutler, 1995). to pode complicar a forma de interpretação, visto
Ou seja, uma testemunha pode realizar um falso que testemunhas podem diferir na maneira em
reconhecimento com muita confiança ou reco- que expressam sua confiança acerca de sua res-
nhecer corretamente um suspeito mas apresentar posta. Outra possibilidade é utilizar uma escala
pouca confiança. padronizada para coletar a confiança (e.g., indicar
182 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
o quão confiante está de 0-100 %), que também o identificado como criminoso, também pode ter
traz consigo dificuldades na interpretação pois ajudado a criar um viés para o reconhecimento.
uma testemunha com 90 % de confiança pode ser Entretanto, isto não significa que o reconhecimento
criticada por não estar 100 % confiante (Valen- seja uma evidência inerentemente falha.
tine & Fitzgerald, 2016). Assim, a carência de Quando a memória é utilizada como evidência
um método comprovadamente eficaz de coletar a de um crime deve se atentar para os procedimen-
confiança de uma testemunha consequentemente tos utilizados. Se por um lado o reconhecimento
acaba dificultando a interpretação desta resposta. realizado a partir procedimentos pouco confiáveis
Em síntese, se por um lado há um consenso entre pode induzir a um falso reconhecimento, por ou-
os especialistas acerca de quais procedimentos de tro lado procedimentos baseados em evidências
reconhecimentos de suspeitos podem evitar um fal- podem diminuir a chance de erro e possibilitar um
so reconhecimento, ainda não há uma diretriz clara reconhecimento justo. Implementar procedimentos
acerca de como coletar e interpretar a confiança que assegurem um reconhecimento justo, e assim
da testemunha no reconhecimento. O debate sobre prevenir um falso reconhecimento, permanece
a relação entre confiança e acurácia da memória um desafio que tem pode ser superado através
tende a continuar sendo explorado nos próximos do diálogo entre pesquisas científicas e a prática do
anos para melhor entender sua aplicabilidade em sistema de justiça.
casos reais. Acreditamos que atualmente a decisão
por coletar ou não a confiança da testemunha deve
ficar a cargo do profissional encarregado de realizar Referências
o reconhecimento. Neste sentido foram apresentados
brevemente os argumentos favoráveis e contrários Agricola, B. H. (2009). The psychology of pretrial
à prática de coletar a confiança da testemunha para reconhecetion procedures: The showup is show-
que esta decisão possa ser feita levando em conta ing out and undermining the criminal justice
suas potencialidades e limitações. system. Law & Psychology Review, 33, 125-
137. Doi:10.1005/622169289-2009-17811-006
Berkowitz, S. R., & Frenda, S. J. (2018). Rethinking the
Conclusão confident eyewitness: A reply to Wixted, Mickes,
& Fisher. Perspectives on Psychological Science,
O funcionamento normal da memória humana 13(3), 336-338. Doi: 10.1177/1745691617751883
envolve falhas as quais em geral têm pouco impac- Bernstein, D. M., & Loftus, E. F. (2009). How to tell
to no nosso dia a dia, mas podem ter um grande if a particular memory is true or false. Perspec-
impacto quando a memória se torna uma evidência tives on Psychological Science, 4(4), 370–374.
de um crime. Um suspeito inocente como André Doi:10.1111/j.1745-6924.2009.01140.x
Biazucci pode ser reconhecido como o criminoso Bindemann, M., Sandford, A., Gillatt, K., Avetisyan,
por diversos motivos. As vítimas observaram o real M., & Megreya, A. M. (2012). Recognising
criminoso, uma pessoa não-familiar que possuía faces seen alone or with others: Why are two
algumas semelhanças com André, sob condições de heads worse than one? Perception, 41(4), 415-
grande estresse. Os procedimentos e instruções 435. Doi:10.1068/p6922
utilizadas no reconhecimento também podem ter, Blank, H., & Launay, C. (2014). How to protect
de forma inadvertida, induzido o reconhecimen- eyewitness memory against the misinformation
to de André. Além disso, ver a foto de André no effect: A meta-analysis of post-warning stud-
noticiário, ou saber que outras vítimas já haviam ies. Journal of Applied Research in Memory
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 183
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
and Cognition, 3(2), 77-88. Doi:10.1016/j. do we go from here? Em J. T. Wixted (Ed.), Ste-
jarmac.2014.03.005 vens’ handbook of experimental psychology and
Brewer, N., & Wells, G. L. (2009). Obtaining and cognitive neuroscience (pp. 529-566). New York:
interpreting eyewitness reconhecetion test evi- Wiley. Doi: 10.1002/9781119170174.epcn116
dence: The influence of police-witness interac- Davis, J. P., & Valentine, T. (2009). cctv on trial:
tions. Em T. Williamson, R. Bull & T. Valentine Matching video images with the defendant in
(Eds.), Handbook of psychology of invetiga- the dock. Applied Cognitive Psychology, 23(4),
tive interviewing: Current developments and 482-505. Doi: 10.1002/acp.1490
future directions (pp. 205–220). Chichester: Deffenbacher, K. A., Bornstein, B. H., Penrod, S. D.,
Wiley-Blackwell. & Mcgorty, E. K. (2004). A meta-analytic review
Bruce, V., & Young, A. W. (2012). Face perception. of the effects of high stress on eyewitness
Nueva York: Psychology Press. memory. Law and Human Behavior, 28(6), 687-
Cecconello, W. W., de Ávila, G. N., & Stein, L. M. 706. Doi:10.1007/s10979-004-0565-x
(2018). A (ir) repetibilidade da prova penal de- Dekle, D. J. (2006). Viewing composite sketches:
pendente da memória: uma discussão a partir da Lineups and showups compared. Applied Cog-
psicologia do testemunho. Revista Brasileira nitive Psychology, 20(3), 383-395. Doi:10.1002/
de Políticas Públicas, 8(2), 1058-1073. Doi: acp.1185
10.5102/rbpp.v8i2.5312 Demarchi, S., & Py, J. (2009). A method to enhance
Charman, S. D., & Wells, G.L. (2006). Applied line- person description: A field study. Em R. Bull, T.
up theory. Em R. CL. Lindsay, D. F. Ross, J. Valentine, & T. Williamson (Eds.), Handbook
D. Read, & M. P. Toglia (Eds.), Handbook of of psychology of investigative interviewing:
eyewitness psychology: Memory for people Current developments and future directions
(pp. 219-254). Mahwah, NJ: Erlbau. (pp. 241-256). New York: Wiley-Blackwell.
Clark, S. E., (2012). Costs and benefits of eye- Doi: 10.1002/9780470747599
witness reconhecetion reform: Psychologi- Dysart, J. E., Lindsay, R. C. L., & Dupuis, P. R. (2006).
cal science and public policy. Perspectives Show-ups: the critical issue of clothing bias. Ap-
on Psychological Science, 7(3), 238-259. plied Cognitive Psychology, 20(8), 1009-1023.
Doi:10.1177/1745691612439584 Doi:10.1002/acp.1241
Clark, S. E. & Godfrey, R. D. (2009). Eyewitness Dysart, J. E., & Lindsay, R. C. L. (2007). The effect
reconhecetion evidence and innocence risk. of delay on eyewitness identification accuracy:
Psychonomic Bulletin {&} Review, 16(1), 22- Should we be concerned? Em R. C. L. Lindsay,
42. Doi:10.3758/PBR.16.1.22 D. R. Ross, J. D. Read & M. P. Toglia (Eds.),
Clark, S. E., Howell, R. T., & Davey, S. L. (2008). The handbook of eyewitness psychology, Vol.
Regularities in eyewitness recongnition. Law II, Memory for people (pp. 361-376). Mahwah,
and Human Behavior, 32(3), 187-218. Doi: NJ: Lawrence Erlbaum.
10.1007/s10979-006-9082-4 Eisen, M. L., Smith, A. M., Olaguez, A. P., & Sker-
Colloff, M. F., Wade, K. A., & Strange, D. (2016). ritt-Perta, A. S. (2017). An examination of
Unfair lineups make witnesses more like- showups conducted by law enforcement using
ly to confuse innocent and guilty suspects. a field-simulation paradigm. Psychology, Pub-
Psychological Science, 27(9), 1227-1239. lic Policy, and Law, 23(1), 1-22. Doi:10.1037/
Doi:10.1177/0956797616655789 law0000115
Davis, D., & Loftus, E. F. (2018). Eyewitness science Eisen, M. L., Gabbert, F., Ying, R., & Williams, J.
in the 21st century: What do we know and where (2017). “I think he had a tattoo on his neck”:
184 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
How co-witness discussions about a perpetra- Godfrey, R. D., & Clark, S. E. (2010). Repeated
tor’s description can affect eyewitness identifi- eyewitness reconhecetion procedures: Memory,
cation decisions. Journal of Applied Research decision making, and probative value. Law and
in Memory and Cognition, 6(3), 274-282. Doi: Human Behavior, 34(3), 241-258. Doi: 10.1007/
10.1016/j.jarmac.2017.01.009 s10979-009-9187-7
Erickson, W. B., Lampinen, J. M., & Moore, K. N. Hobson, Z. J., & Wilcock, R. (2011). Eyewitness
(2016). Eyewitness identifications by older and reconhecetion of multiple perpetrators. Interna-
younger adults: A meta-analysis and discussion. tional Journal of Police Science & Management,
Journal of Police and Criminal Psychology, 13(4), 286-296. Doi: 10.1350/ijps.2011.13.4.253
31(2), 108-121. Doi: 10.1007/s11896-015-9176- Hugenberg, K., Young, S. G., Bernstein, M. J., &
3 Sacco, D. F. (2010). The categorization-indi-
Faerber, S. J., Kaufmann, J. M., Leder, H., Martin, viduation model: An integrative account of the
E. M., & Schweinberger, S. R. (2016). The role other-race recognition deficit. Psychological Re-
of familiarity for representations in norm-based view, 117(4), 1168-1187. Doi: 10.1037/a0020463
face space. PLoS ONE, 11(5), 1-15. Doi:10.1371/ Jenkins, R., White, D., van Montfort, X., & Burton,
journal.pone.0155380 A. M. (2011). Variability in photos of the same
Fawcett, J. M., Russell, E. J., Peace, K. A., & Christie, face. Cognition, 121(3), 313-323. Doi: 10.1016/j.
J. (2013). Of guns and geese: a meta-analytic cognition.2011.08.001
review of the “weapon focus” literature. Psy- Kieckhaefer, J. M., Vallano, J. P., & Schreiber Com-
chology, Crime & Law, 19(1), 35-66. Doi:10.1 po, N. (2014). Examining the positive effects
080/1068316X.2011.599325 of rapport building: When and why does rap-
Fitzgerald, R. J., & Price, H. L. (2015). Eyewit- port building benefit adult eyewitness memory?
ness reconhecetion across the life span: A me- Memory, 22(8), 1010-1023. Doi:10.1080/0965
ta-analysis of age differences. Psychological 8211.2013.864313
Bulletin, 141(2), 1228-1265. Doi: 10.1037/ Lampinen, J. M., Erickson, W. B., Moore, K. N., &
bul0000013 Hittson, A. (2014). Effects of distance on face
Freeman, J. B., Penner, A. M., Saperstein, A., Scheutz, recognition: implications for eyewitness recon-
M., & Ambady, N. (2011). Looking the Part: hecetion. Psychonomic Bulletin & Review, 21(6),
Social Status Cues Shape Race Perception. 1489-1494. Doi: 10.3758/s13423-014-0641-2
PLoS ONE, 6(9), e25107. Doi: 10.1371/jour- Leach, A.-M., Cutler, B. L., & Van Wallendael, L. (2009).
nal.pone.0025107 Lineups and eyewitness reconhecetion. Annual
Frowd, C., Bruce, V., McIntyre, A., & Hancock, Review of Law and Social Science, 5(1), 157-178.
P. (2007). The relative importance of exter- Doi: 10.1146/annurev.lawsocsci.093008.131529
nal and internal features of facial composites. Lindsay, R. C., Semmler, C., Weber, N., Brewer, N.,
British Journal of Psychology, 98(1), 61-77. & Lindsay, M. R. (2008). How variations in
Doi:10.1348/000712606X104481 distance affect eyewitness reports and identifica-
Brito, G. (9 de outubro de 2014). “Aprendi a ter fé”, tion accuracy. Law and Human Behavior, 32(6),
diz inocentado após 7 meses preso por estupros 526-535. Doi: 10.1007/s10979-008-9128-x
no Rio. G1. Disponível em http://g1.globo.com/ Loftus, E. F. (2005). Planting misinformation in the
rio-de-janeiro/noticia/2014/10/aprendi-ter-fe- human mind: A 30-year investigation of the
diz-inocentado-apos-7-meses-preso-por-estup- malleability of memory. Learning & Memory,
ros-no-rio.html 12(4), 361-366. Doi: 10.1101/lm.94705
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 185
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
Loftus, E. F. (2013). Eyewitness testimony in the Mickes, L., Seale-Carlisle, T. M., Wetmore, S. A., Gron-
Lockerbie bombing case. Memory, 21(5), 584- lund, S. D., Clark, S. E., Carlson, C. A., Goodsell,
590. Doi: 10.1080/09658211.2013.774417 C. A., Weatherford, D., & Wixted, J. T. ( 2017).
Loftus, E. F., & Greenspan, R. L. (2017). If I’m rocs in eyewitness identification: Instructions
certain, is it true? accuracy and confidence in versus confidence ratings. Applied Cognitive Psy-
eyewitness memory. Psychological Science chology, 31(5), 467- 477. Doi: 10.1002/acp.3344
in the Public Interest, 18(1), 1-2. Doi:10.1177/ Milne, R., Shaw, G., & Bull, R. (2007). Investigative
1529100617699241 interviewing: The role of psychology. Em D.
Malpass, R. S., & Lindsay, R. C. L. (1999). Measuring Carson, R. Milne, F. Pakes, & K. Shalev, (Eds):
lineup fairness. Applied Cognitive Psychology, Applying Psychology to Criminal Justice (pp. 65-
13(S1), S1-S7. 80). Chichester: Wiley.
Malpass, R. S. Tredoux, C. G., & McQuiston-Sur- Morgan III, C. A., Hazlett, G., Doran, A., Garrett,
rett, D. (2007). Lineup construction and lineup S., Hoyt, G., Thomas, P., … Southwick, S. M.
fairness. Em R. Lindsay, D. Ross, J. D. Read, & (2004). Accuracy of eyewitness memory for
M. P. Toglia (Eds.) The handbook of eyewitness persons encountered during exposure to highly
psychology, Vol II: Memory for people (pp. 155- intense stress. International Journal of Law and
178). Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum. Psychiatry, 27(3), 265-279. Doi: 10.1016/j.
Mansour, J. K., Beaudry, J. L., Kalmet, N., Bertrand, ijlp.2004.03.004
M. I., & Lindsay, R. C. L. (2017). Evaluating Murphy, G., & Greene, C. M. (2016). Perceptual load
lineup fairness: Variations across methods and affects eyewitness accuracy and susceptibility
measures. Law and Human Behavior, 41(1), to leading questions. Frontiers in Psychology,
103-115. Doi:10.1037/lhb0000203 7, 1-10. Doi: 10.3389/fpsyg.2016.01322
Mcallister, H. A., Stewart, H. A., & Loveland, J. (2003). National Research Council. (2014). Identifying the
Effects of mug book size and computerized culprit: Assessing identification evidence.
pruning on the usefulness of dynamic mug book Washington D.C.: National Academies Press.
procedures. Psychology, Crime & Law, 9(3), Osborne, D., & Davies, P. G. (2014). Crime type, per-
265-277. Doi:10.1080/1068316031000081363 ceived stereotypicality, and memory biases: A
Meissner, C. A., & Brigham, J. C. (2001). Thirty years contextual model of eyewitness reconhecetion.
of investigating the own-race bias in memory Applied Cognitive Psychology, 28(3), 392-402.
for faces: A meta-analytic review. Psychology, Doi: 10.1002/acp.3009
Public Policy, and Law, 7(1), 3. Doi:10.1002/ Oxburgh, G. E., Myklebust, T., & Grant, T. (2010).
acp.728 The question of question types in police inter-
Meissner, C. A., Sporer, S. L., & Susa, K. J. (2008). views: A review of the literature from a psycho-
A theoretical review and meta-analysis of logical and linguistic perspective. International
the description-reconhecetion relationship Journal of Speech, Language & the Law, 17(1),
in memory for faces. European Journal 45-66. doi:10.1558/ijsll.v17i1.45
of Cognitive Psychology, 20(3), 414-455. Paterson, H. M., & Kemp, R. I. (2006). Co-witnesses
Doi:10.1080/09541440701728581 talk: A survey of eyewitness discussion. Psy-
Memon, A., & Bruce, V. (1985). Context effects in chology, Crime & Law, 12(2), 181-191. Doi:
episodic studies of verbal and facial memory: 10.1080/10683160512331316334
A review. Current Psychology, 4(4), 349-369. Payne, D. G., Toglia, M. P., & Anastasi, J. S. (1994).
Doi: 10.1007/BF02686589 Recognition performance level and the magni-
186 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515
Prevenindo injustiças: como a psicologia do testemunho pode ajudar a compreender e prevenir o falso reconhecimento de suspeitos
tude of the misinformation effect in eyewitness Thorley, C. (2015). Blame conformity: Innocent by-
memory. Psychonomic Bulletin {&} Review, standers can be blamed for a crime as a result of
1(3), 376-382. Doi: 10.3758/BF03213978 misinformation from a young, but not elderly,
Poole, D. A., & Lindsay, D. S. (1995). Interviewing adult co-witness. PLoS ONE, 10(7), 1-15. Doi:
preschoolers: Effects of nonsuggestive tech- 10.1371/journal.pone.0134739
niques, parental coaching, and leading questions Todorov, A. (2012). The social perception of faces.
on reports of nonexperienced events. Journal The sage Handbook of Social Cognition (sec-
of Experimental Child Psychology, 60(1), 129- tion II), 96-115. Doi: 10.4135/9781446247631
154. Doi: 10.1006/jecp.1995.1035 Valentine, T., & Fitzgerald, R. J. (2016). Identify-
Rivard, J. R., Pena, M. M., & Compo, N. S. ing the culprit: An international perspective on
(2016). “Blind” interviewing: Is ignorance the National Academy of Sciences report on
bliss? Memory, 24(9), 1256-1266. Doi: eyewitness reconhecetion evidence. Applied
10.1080/09658211.2015.1098705 Cognitive Psychology, 30(1), 135-138. Doi:
Schacter, D. L., & Loftus, E. F. (2013). Memory and 10.1002/acp.3164
law: What can cognitive neuroscience con- Valentine, T. Lewis, M. B., & Hills, P. J. (2016).
tribute? Nature Neuroscince, 16(2), 119-123. Face-space: A unifying concept in face recog-
Doi: 10.1038/nn.3294 nition research. The Quarterly Journal of Ex-
Smith, A. M., & Cutler, B. L. (2013). Introduction: perimental Psychology, 69(10), 1996-2019. Doi:
Reconhecetion procedures and conviction of 10.1080/17470218.2014.990392
the innocent. Reform of Eyewitness Identifica- Wade, K. A., Nash, R. A., & Lindsay, D. S. (2018).
tion Procedures (pp. 3-21). Washington, DC: Reasons to doubt the reliability of eyewitness
American Psychological Association. memory: Commentary on Wixted, Mickes, &
Sporer, S. L., Penrod, S., Read, D., & Cutler, B. (1995). Fisher (2018). Perspectives on Psychologi-
Choosing, confidence, and accuracy: A me- cal Science, 13(3), 339-342. Doi: 10.1177/
ta-analysis of the confidence-accuracy relation in 1745691618758261
eyewitness reconhecetion studies. Psychological Watkin, T. (2003). In the dock: An overview of the
Bulletin, 118(3), 315-327. Doi:10.1037/0033- decisions of the high court on dock reconhece-
2909.118.3.315 tions in the magistrates’ court. Criminal Law
Steblay, N. K., Wells, G. L., & Douglass, A. B. Review, 463-467.
(2014). Memory distortion in eyewitnesses: A Wells, G. L. (1978). Applied eyewitness-testi-
meta-analysis of the post-reconhecetion feed- mony research: System variables and esti-
back effect. Applied Cognitive Psychology, mator variables. Journal of Personality and
20(7), 859-869. Doi:10.1002/acp.1237 Social Psychology, 36(12), 1546-1557. Doi:
Steblay, N. K., & Dysart, J. E. (2016). Repeated 10.1037/0022-3514.36.12.1546
eyewitness reconhecetion procedures with the Wells, G. L., Memon, A., & Penrod, S. D. (2006). Eye-
same suspect. Journal of Applied Research in witness evidence. Psychological Science in the
Memory and Cognition, 5(3), 284-289. Doi: Public Interest, 7(2), 45-75. Doi: 10.1111/j.1529-
10.1016/j.jarmac.2016.06.010 1006.2006.00027.x
Stein, L. M., & Ávila, G. N. (2015). Avanços cien- Wells, G. L., & Seelau, E. P. (1995). Eyewitness reconhe-
tíficos em psicologia do testemunho aplicados cetion: Psychological research and legal policy
ao reconhecimento pessoal e aos depoimentos on lineups. Psychology, Public Policy, and Law,
forenses. Brasília: Ministério da Justiça. 1(4), 765-791. Doi: 10.1037/1076-8971.1.4.765
Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515 187
William Weber Cecconello, Lilian Milnitsky Stein
West, E., & Meterko, V. (2015). Innocence project: Wixted, J. T., Mickes, L., & Fisher, R. P. (2018). Re-
dna exonerations, 1989-2014: Review of data thinking the reliability of eyewitness memory.
and findings from the first 25 years. Albany Perspectives on Psychological Science, 13(3),
Law Review, 79(3), 717-795. 324-335. Doi: 10.1177/1745691617734878
Wetmore, S. A., Neuschatz, J. S., Gronlund, S. D., Wixted, J. T., & Wells, G. L. (2017). The relationship
Wooten, A., Goodsell, C. A., & Carlson, C. A. between eyewitness confidence and reconhece-
(2015). Effect of retention interval on showup tion accuracy: A new synthesis. Psychological
and lineup performance. Journal of Applied Science in the Public Interest, 18(1), 10-65.
Research in Memory and Cognition, 4(1), 8-14. Doi: 10.1177/1529100616686966
Doi: 10.1016/j.jarmac.2015.11.001 Wright, D. B., Memon, A., Skagerberg, E. M., &
Wilcock, R. A., Bull, R., & Vrij, A. (2005). Aiding the Gabbert, F. (2009). When eyewitnesses talk.
performance of older eyewitnesses: Enhanced Current Directions in Psychological Science,
non-biased line-up instructions and line-up 18(3), 174-178. Doi: 10.1111/j.1467-8721.
presentation. Psychiatry, Psychology and Law, 2009.01631.x
12(1), 129-140. Doi: 10.1375/pplt.2005.12.1.129 Wright, D. B., & Villalba, D. K. (2012). Memory
Wilcock, R., & Kneller, W. (2011). A comparison of conformity affects inaccurate memories more
presentation methods of video reconhecetion than accurate memories. Memory, 20(3), 254-
parades. Applied Cognitive Psychology, 25(6), 265. Doi: 10.1080/09658211.2012.654798
835-840. Doi: 10.1002/acp.1754 Yarmey, A. D., Yarmey, M. J., & Yarmey, A. L.
Willis, J., & Todorov, A. (2006). First impressions: (1996). Accuracy of eyewitness identifica-
Making up your mind after a 100-ms exposure tions in showups and lineups. Law and Hu-
to a face. Psychological science, 17(7), 592- man Behavior, 20(4), 459-477. Doi: 10.1007/
598. Doi: 10.1111/j.1467-9280.2006.01750.x BF01498981
Wilson, J. P., Hugenberg, K., & Bernstein, M. J. Young, S. G., Hugenberg, K., Bernstein, M. J., &
(2013). The cross-race effect and eyewitness Sacco, D. F. (2012). Perception and motiva-
reconhecetion: How to improve recognition and tion in face recognition: A critical review of
reduce decision errors in eyewitness situations. theories of the cross-race effect. Personality
Social Issues and Policy Review, 7(1), 83-113. and Social Psychology Review, 16(2), 116-142.
Doi: 10.1111/j.1751-2409.2012.01044.x Doi: 10.1177/1088868311418987
188 Avances en Psicología Latinoamericana / Bogotá (Colombia) / Vol. 38(1) / pp. 172-188 / 2020 / ISSNe2145-4515