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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA POLITÉCNICA
Departamento de Engenharia de Transportes e Geodésia

ENGENHARIA DE AGRIMENSURA
E CARTOGRÁFICA

ENGJ19 - TOPOGRAFIA - LEVANTAMENTOS


Prof. Marcony de Paulo Ramos
 LOCAÇÃO

Uso restrito à disciplina ENGJ19 - UFBA


SUMÁRIO

• INTRODUÇÃO;
• SISTEMA POLAR;
• LOCAÇÃO EMPREGANDO COORDENADAS;
• LOCAÇÃO POR INTERSEÇÃO;
• LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL;
• PLANTA DE LOCAÇÃO.

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INTRODUÇÃO

Uma das atividades vinculadas a Topografia é a locação de


pontos no terreno.

Para a construção de uma obra, por exemplo, inicialmente é


necessário realizar-se o levantamento topográfico do terreno de forma
a fornecer subsídios para que o profissional responsável possa efetuar
seu projeto.

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INTRODUÇÃO

Antes de iniciar a construção deve-se materializar em campo


pontos que definirão posições estratégicas da obra, como eixos de
uma rodovia, fundação de um edifício, pilares de uma ponte, divisas
de lotes e assim por diante.

Neste sentido a locação reveste-se de grande importância,


pois um erro durante o processo de locação pode resultar
diretamente num erro da execução da obra.

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INTRODUÇÃO

Durante um levantamento topográfico são medidas direções e


distâncias entre pontos e a partir destas podem ser calculadas as
coordenadas das feições de interesse.

Na locação o que ocorre e o processo contrario: a partir de


coordenadas de pontos definidos em um projeto são calculadas
direções e distâncias em relação a marcos de referência.

Com estes valores, a partir dos marcos de referência


materializados em campo, é possível locar ou indicar a posição dos
pontos de interesse.

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INTRODUÇÃO

Na locação trabalha-se somente com:

• Coordenadas planas de pontos (X e Y):


– Como no caso da locação da posição de pilares de uma obra;

• Cota ou altitude do ponto (Z ou cota/altitude):


– Quando esta se realizando uma escavação.

• Locação Planialtimetrica (X, Y, e Z(cota)):


– Para a locação de maquinários em industrias;

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INTRODUÇÃO

OBS: Na utilização de equipamentos topográficos (locação por pontos


- piquetes) os marcos de referência (X, Y e Z - RN), devem ser fixados
de forma segura e duradoura (Referenciais fixos).

Salienta-se que, a locação inicia-se após o serviços de:


• Demolição;
• Movimentação de terra;
• Serviços de capina, etc.

Ou seja, é necessário que todos os serviços preliminares de


movimentação de terra, contenção e drenagem do terreno tenham
sido concluídos.

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INTRODUÇÃO

A atenção do serviço de locação é essencial para a qualidade


da obra.
Erros na locação se propagam por todos os subsistemas do
edifício (estrutura, vedações, instalações, etc.), gerando custos
materiais e de tempo para resolução de incompatibilidades e correção
de erros.
Em erros mais graves pode resultar na demolição de
estruturas.

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INTRODUÇÃO

Existem diversas técnicas para a locação de pontos, sendo as


mais tradicionais a locação empregando-se ângulos e distâncias
(sistema polar), coordenadas (X, Y e/ou Z), Interseção e Tabeiras.
– SISTEMA POLAR;
– LOCAÇÃO EMPREGANDO-SE COORDENADAS;
– LOCAÇÃO POR INTERSEÇÃO;
– MÉTODO TRADICIONAL;

Independente do método a ser utilizado é necessário ter os


Projetos de Fundação, Estrutura e Arquitetura. Para a realização do
Projeto de Locação.

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SISTEMA POLAR:

Para a locação de um ponto empregando-se um sistema polar


é necessário conhecer um ponto origem, uma direção de referência e
os ângulos e distâncias em relação a linha de referencia para os
demais pontos. A figura a seguir ilustra este raciocínio.

Ângulo

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SISTEMA POLAR:

Deseja-se locar um ponto P a partir de um ponto conhecido B.


A direção de referencia e definida pelos pontos A e B. São conhecidas
as coordenadas X e Y dos três pontos.

Distância BP = (𝐗 𝐏 − 𝐗 𝐁 )² + (𝐘𝐏 − 𝐘𝐁 )²

෡ 𝐏= AzBP – AzAB + 180˚


Ângulo 𝐀𝐁 Uso restrito à disciplina ENGA50 - UFBA
SISTEMA POLAR:
Distância BP = (𝐗 𝐏 − 𝐗 𝐁 )² + (𝐘𝐏 − 𝐘𝐁 )²
DBP = 125 − 110 m 2 + (195m − 210 m)2

DBP = 21,213 m
෡ 𝐏= AzBP – AzAB + 180˚
Ângulo 𝐀𝐁
෡ 𝐏= 135˚– 45˚ + 180˚
Ângulo 𝐀𝐁
Ângulo 𝐀𝐁 ෡ 𝐏= 270˚

ESTAÇÃO DE COORDENADAS COORDENADAS


REFERÊNCIA X(m) Y(m)
B 110 m 210 m
ESTAÇÃO DE COORDENADAS COORDENADAS
RÉ X(m) Y(m)
A 100 m 200 m
PONTO X (m) Y (m) ÂNGULO DISTÂNCIA
P 125 m 195 m 270˚ 21,213 m

Na pratica, se o projeto estiver em meio digital (desenhado em CAD) é possível obter todos os
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ângulos e distâncias diretamente no editor gráfico.
LOCAÇÃO EMPREGANDO COORDENADAS:

As ESTAÇÕES TOTAIS permitem que a locação de pontos em


campo seja feita diretamente empregando-se as coordenadas dos
mesmos sem necessidade de cálculos intermediários da distância e
direção.
Para tanto estas devem estar armazenadas na memoria do
instrumento.
Em campo, após a orientação da estação no mesmo referencial
em que estão as coordenadas dos pontos, a estação vai
“posicionando” o auxiliar que esta com o bastão marcando os pontos.

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LOCAÇÃO EMPREGANDO COORDENADAS:

Isto é feito indicando-se em que direção o auxiliar deve se


deslocar até chegar na posição desejada.

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LOCAÇÃO POR INTERSEÇÃO:

Neste caso o ponto será locado a partir de outros dois pontos


conhecidos. Pode-se empregar somente observações angulares ou
lineares.

Não é um processo prático pelo fato de exigir o


posicionamento a partir de outros dois pontos, sendo pouco
empregado atualmente em função do uso de Estações Totais(Locação
por Coordenadas).
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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.

A locação de obras civis pelo Método Tradicional, inicia-se com


a criação do Gabarito.
Gabarito são caibros cravados, normalmente, com intervalos
de 2,0 m, de tal maneira que fiquem em torno de 1,0 m acima do
terreno, em todo contorno da obra (locação tabeira) ou em
determinados trechos (locação por cavaletes).

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.

O “Gabarito” deve estar fora da projeção do corpo da obra,


para que não atrapalhe os serviços ( 1,2 m).
Ele pode ser obtida a partir do conhecimento das coordenadas
de dois pontos ou de um determinado alinhamento (alinhamento da
rua; uma lateral do terreno; ....).

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.

Normalmente no gabarito, são demarcados:


• Eixos ortogonais de referência;
• Posições das estacas;
• Eixos das vigas baldrame;
• Centro geométrico e face dos blocos;
• Eixo de paredes/pilares .

OBS: Para evitar alguns tipos de confusão, normalmente são


demarcados no Gabarito apenas eixos.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.

A locação de obras pelo Método Tradicional (sem o emprego


de instrumental topográfico) é realizada normalmente empregando-se
dois métodos:
• Método de contorno (tabela/tabeira); e
• Método dos cavaletes.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método do Contorno (tabela ou tabeira):
No método do contorno, a área a ser locada e cercada
empregando-se pontaletes (caibros) cravados no solo e ripas ou
sarrafos pregados a estes caibros. Os cantos deste cercado devem
formar ângulos retos, ou na linguagem popular das obras devem estar
“esquadrejados”.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método do Contorno (tabela ou tabeira):
Sobre os sarrafos são marcados os pontos que definirão os
alinhamentos (com pregos). A partir destes pregos são estacadas
linhas sendo que o cruzamento destas linhas define o ponto a ser
locado. Com auxilio de um fio de prumo o ponto e marcado no solo.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método do Contorno:
Os sarrafos ou ripas devem também estar nivelados, o que é
feito empregando-se o popular “nível de mangueira”, uma mangueira
transparente, geralmente com diâmetro de 3/8” cheia de água ou
outro liquido, (pode ser utilizada água com corante para facilitar a
leitura). Pode-se utilizar nível eletrônico a laser;

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método do Contorno:
Quando não é possível deixar todo o cercado no mesmo nível,
são empregados degraus sucessivos.

OBS: O Método do Contorno é indicado para obras com muitos


elementos a ser locados.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método do Contorno:

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método dos Cavaletes:
O método dos cavaletes é uma simplificação do método
anterior, onde são montados somente os cavaletes necessários para a
materialização dos alinhamentos.
Deve-se tomar cuidado com os cavaletes, pois estes podem ser
facilmente deslocados ou danificados na obra.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método dos Cavaletes:

A locação por cavaletes é indicada para obras de menor porte –


garagens, barracões e ampliações ou obras com poucos elementos a
serem locados.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* Método dos Cavaletes:
Vantagem: utiliza menos quantidade de material (estacas e tábuas).
Desvantagem: A grande desvantagem dos cavaletes por serem
isolados é a dificuldade de se perceber deslocamentos provocados
pela circulação de equipamentos e operários, resultando com isso
alinhamentos e locações fora do previsto.

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LOCAÇÃO PELO MÉTODO TRADICIONAL.
* ADAPTAÇÃO DO MÉTODO TRADICIONAL

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PLANTA DE LOCAÇÃO.

Para realizar a locação, normalmente, é criada uma planta de


Locação, são mostradas somente o contorno do terreno e os eixos de
paredes, com dimensões acumuladas a partir da testada e da divisa do
lote.

É bom lembrar que os eixos devem ser representados com


linhas traço-pontilhado.

Ao locar as paredes pelo eixo, não corremos o risco de alterar


as dimensões dos cômodos, qualquer que seja o revestimento
utilizado.

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PLANTA DE LOCAÇÃO.

A seguir vamos considerar o Projeto de apenas um cômodo


que viesse a ser construído em um terreno de 10 X 25 m, para
demonstrar os conceitos básicos na elaboração de uma planta de
Locação.

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PLANTA DE LOCAÇÃO.

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PLANTA DE LOCAÇÃO.

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PLANTA DE LOCAÇÃO.

Considerando que qualquer Projeto tenha várias paredes


paralelas, qualquer dimensão que não seja acumulativa, demarcada
erradamente, propagará este erro para as outras subsequentes.

Por este método, caso haja algum erro, este será localizado.
Essas falhas aparecem somente após a execução dos alicerces, quando
é possível detectar visualmente essas irregularidades.

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CONCEITO DE LOCAÇÃO – ESCRITÓRIO

 Métodos / Tipos de locação;


 Planta de locação;
 Cuidados na transferência de dados para os equipamentos
topográficos (Estação Total).

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CONCEITO DE LOCAÇÃO – CAMPO

 Cuidados a ser tomados em campo;


 Tipos de erros cometidos em campo.

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