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Em 2019, a editora Intermeios publicou o entificação concreta, isto é, como forma de ser
livro Ontologia nos extremos: o embate que comporta nexos significativos próprios
Heidegger e Lukács, uma introdução, de autoria antes de configurar um amálgama de
do Prof. Dr. Vitor B. Sartori, hoje vinculado aos impressões subjetivas dos mais variados
programas de graduação e de pós-graduação intérpretes. Assim, Sartori segue o objetivo de
do curso de Direito da Universidade Federal de explicitar tanto a consistência autossignificativa
Minas Gerais (UFMG). O título adveio da dos textos por ele analisados quanto a
primeira parte da tese de doutoramento de determinação social do pensamento neles
Sartori, orientada por Jeanette Antonios Maman abarcada.
e defendida na Universidade de São Paulo, em Dessa maneira, ao seguir o diapasão
2013. Conta, também, com uma apresentação marxiano de que a filosofia, em suas mais
redigida por Ester Vaisman, que esboça um diversas configurações, é uma formação
breve panorama acerca da questão ontológica ideológica sob a qual os indivíduos tomam
em duas frentes, a saber: a) o itinerário de consciência acerca das contradições inerentes à
resgate dos limites e das potencialidades da realidade e as levam a término1, Sartori visa
subjetividade percorrido pelos filósofos demonstrar que as teorizações de Heidegger e
modernos e b) a importância de questões Lukács, apesar de encontrarem gênese no solo
ontológicas comuns entre Heidegger e Lukács, da sociedade capitalista, não se reduzem a
como a cotidianidade e o estranhamento, ainda predicados passivos dela. Antes, colocam-se
que ambas encontrem resoluções como “condição para se operar em meio à
extremamente díspares nos dois autores própria realidade” (SARTORI, 2019, p.13), pois
mencionados. uma vez gestadas em dado contexto procuram
Ontologia nos extremos: o embate responder a ele na forma de uma tomada de
Heidegger e Lukács, uma introdução possui posição concreta.
307 páginas e, como o próprio autor expõe em Por óbvio, os dois teóricos em tela tomaram
seu prefácio, resulta de uma árdua pesquisa posições antagônicas diante das possibilidades
com cunho eminentemente marxista. Porém, efetivas dispostas na sociedade capitalista do
não se deixa colapsar pela perspectiva século XX e, consequentemente, seus esforços
mecanicista do marxismo vulgar, que ontológicos ocuparam extremos distintos nessa
compreende as formações ideais enquanto época. Donde se justifica o título do livro de
produtos passivos da tão nomeada “base Sartori e a necessidade de se confrontar as
material”. Tampouco fetichiza o pensamento na articulações filosóficas de Heidegger e Lukács,
forma de um mero exercício exegético. Ao uma vez que apenas identificar os temas
contrário, Sartori coloca em ação aquilo que comuns a ambos os autores resultaria em uma
György Lukács e, posteriormente, José Chasin falsa identidade entre eles. O esforço
chamaram de crítica imanente, ou ainda de verdadeiramente válido, parafraseando Marx
análise imanente e estrutural, cujo princípio em Crítica da filosofia do direito de Hegel, jaz
está em tomar a bibliografia investigada como na constatação da lógica específica do objeto
* Graduando em Direito/UFMG. Grupos de pesquisa “Marx como crítico do Direito e da política” e “Tinta Vermelha”.
1 “As formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, em resumo, as formas ideológicas sob as quais
os homens adquirem consciência desse conflito e o levam até o fim” (MARX, 2017, p. 50).
Verinotio NOVA FASE ISSN 1981 - 061X v. 27 n. 1, “Lukács: 50 anos depois” - jan./jun. 2021
A questão do estranhamento entre a superação e o passo de volta
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A questão do estranhamento entre a superação e o passo de volta
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A questão do estranhamento entre a superação e o passo de volta
indiferenciados. Há, para Heidegger, uma bastante específico, como visto anteriormente,
situação em que cada um é com o outro só mediante um afastamento das certezas
de modo impessoal e inautêntico: trata-se de impostas pela cotidianidade dos tempos
uma perda de si (Verlorenheit), a qual modernos e pela metafísica, isto é, por meio do
Heidegger relaciona justamente com o
estranhamento (SARTORI, 2019, p. 48).
“passo de volta” (Schritt zurück), que permite o
re-pensar (er-denken) e, assim, alcançar o
É nesse sentido que o acontecimento fundamento (Grund) – este intimamente
(Ereigniz) só pode aparecer como algo relacionamento a elementos esquecidos pela
extraordinário. Tendo em vista o predomínio do modernidade, como a temporalidade
impessoal (das Mann) na cotidianidade dos (Zeitlichkeit) e a historicidade
tempos modernos e as noções de verdade (Geschichtlichkeit). Portanto, em Heidegger há
como certeza e adequação trazidas pela uma busca constante pelo “passo de volta”
metafísica, há o esquecimento do Ser em duas (Schritt zurück) em detrimento da superação
frentes: a) na cotidianidade, em que cada um só porque, enquanto aquele tem a potencialidade
é com o outro de forma impessoal, inautêntica de descobrir o fundamento (Grund), esta apenas
– onde todos os entes se mostram de maneira relega a essência do Ser ao esquecimento,
indiferenciada, configurando uma perda de si configurando-a como certeza e adequação.
dos indivíduos; e b) na filosofia, isto é, na Nesse sentido, o “passo de volta” ( Schritt
metafísica, que leva o impessoal (das Mann) ao zurück) é indissociável do acontecimento
plano do pensamento sob um juízo lógico (Ereigniz). Isso se explica porque a própria
capaz de apagar as diferenças e, assim, atitude de se recuar diante do já pensado a fim
formular uma verdade inquestionável porque de escapar das balizas da cotidianidade e da
acabada, ou seja, suprassumida como metafísica permite o descobrimento do
racionalidade do processo progressivo. E, para fundamento (Grund). Em outras palavras, é
Heidegger, esse esquecimento do Ser sob o mediante o “passo de volta” (Schritt zurück) que
jugo do impessoal (das Mann) pode, nas últimas se atinge os elementos originários
consequências, desenvolver-se como ditadura concernentes ao Ser, transcendendo o plano
da opinião pública (Diktatur der Öffentlichkeit). ôntico e livrando-se do estranhamento e do
Sobre a relação indissociável entre o domínio do impessoal (das Mann) tanto na
esquecimento do Ser e o estranhamento, bem cotidianidade quanto na metafísica modernas.
como acerca da metafísica enquanto forma de O próprio ato de pensar de maneira
pensar que perpetua ambos os elementos e da fenomenológica é, pois, um acontecimento
necessidade do “passo de volta” (Schritt zurück) (Ereigniz), já que guarda em si algo de
para de todo esse emaranhado se livrar, diz extraordinário, a saber, a possibilidade de
Sartori: abertura para o descobrimento, para a
O “esquecimento do Ser” tem consigo, pois, transcendência do plano ôntico em sentido ao
o estranhamento, sendo a metafísica o modo ontológico.
pelo qual o pensar é equacionado de maneira Ainda no tocante ao “passo de volta” (Schritt
técnica, ao ponto de o particularismo dos zurück), é importante ressaltar, como faz
“ismos”, criticado pelo autor, se impor na Sartori, que o esforço heideggeriano, assim
cotidianidade de modo evidente, no entanto, como a perspectiva da superação (Aufhebung)
“ditatorial”. O “passo de volta” em Marx e Lukács, não se reduz a uma questão
heideggeriano, pois, busca certo de método. Para Heidegger, o descobrimento
distanciamento em relação à modernidade e
do impensado por meio da posição
procura re-pensar (er-denken) aspectos
esquecidos desde os gregos; só assim seria fenomenológica só se dá durante o passo
possível uma filosofia, não mais moderna e, mesmo, quando ocorre o desvelar da essência
como tal, para Heidegger, marcada pelo – este não concebido de início, por uma
esquecimento e pelo estranhamento faculdade racional a priori ou autônoma, mas
(SARTORI, 2019, p. 50). descoberto no sentido de desvelamento ou
ainda de desencobrimento.
Porém, como muito bem direciona Sartori, o
Comprovando os comentários, diz Sartori:
“passo de volta” (Schritt zurück) heideggeriano
não se resume a uma simples nostalgia do Para o autor de Ser e tempo, a via para a
passado, a uma recusa impetuosa do presente. ontologia – e para a crítica ao estranhamento
Ao adotar um princípio fenomenológico, – está na fenomenologia nesta acepção aqui
Heidegger assume que a cotidianidade dos vista. A tradição, a filosofia precedente não
seria, pois, só um “passado”, mas um
tempos modernos e a metafísica, mesmo sendo
“passado-presente”, o qual, mesmo com as
marcadas pelo esquecimento do Ser e pelo vicissitudes modernas, poderia oferecer a
estranhamento, preparam o impensado. Em abertura fenomenológica para o mais
outras palavras, para se atingir aquilo digno de originário, ainda impensado. Só em meio ao
ser pensado é preciso partir da modernidade; esquecimento daquilo mais importante seria
mas partir da modernidade de um modo possível se conceber o descobrimento, o qual
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não teria consigo algum sentido prévio, como ao ser-propriamente-assim do ser social devido
na superação hegeliana, mas somente um a limitações pessoais, opondo à contemplação
deixar-ser no qual “o ‘para-onde’ ao qual neokantista uma noção de práxis que pairava
conduz o passo de volta somente se no ar, decerto não conseguiu superar, naquele
desenvolve e se mostra, através do exercício
do passo”. Ou seja, não se trata de um
momento, a tese hegeliana do sujeito-objeto
movimento em que a essência aparece a idêntico. Esse fato, como reconhecido pelo
partir da existência, manifestando tal próprio Lukács em 1967, resultou na confusão
processo o essencial presente no télos dado entre toda forma de objetivação e a categoria
pela própria razão (Vernunft) – o caminho do de estranhamento (Entfremdung), o que acabou
pensar heideggeriano só se formaria no por fazer o filósofo húngaro apenas se alojar no
caminhar, devendo-se ver o solo desse “não interior da reflexão idealista, a qual ele almejava
como ratio, não como causa primordial, não criticar. Pior: de acordo com Sartori,
como fundamento racional, mas como um acertadamente, o Lukács de 1923 ainda
deixar existir concretamente”. E isso é
essencial (SARTORI, 2019, p. 55).
enxergava “a práxis social como essencialmente
estranha ao controle consciente, sendo tanto os
Portanto, faz-se clara não só as distinções meios como os produtos do trabalho algo que
entre os diálogos firmados por Heidegger e se volta contra a realização da humanidade do
Lukács com a filosofia precedente, mas também trabalhador” (SARTORI, 2019, p. 106).
as diferenças fundamentais no que toca ao
Tal concepção só viria a ser superada por
posicionamento concreto de ambos os autores Lukács em sua obra madura, a partir da
diante do estranhamento. Enquanto Lukács, investigação necessária e cuidadosa da teoria
seguindo o diapasão marxiano, busca a marxiana. Feita a sua guinada rumo ao
superação dos estranhamentos por meio da materialismo, o filósofo húngaro concluiu,
prática revolucionária e transformadora da agora corretamente, que a objetivação é uma
realidade mesma – condição de existência consequência natural da atividade humana no
dessas forças alheias aos indivíduos –, mundo, enquanto o estranhamento
Heidegger agarra-se à fenomenologia para (Entfremdung) configura-se como um tipo
vislumbrar possibilidades de descobrir o negativo de objetivação, cuja gestação e
atuação dependem de condições sociais
fundamento (Grund), transcender o plano ôntico específicas. Em outras palavras, “a
e, portanto, livrar-se do estranhamento objetivação e a alienação concatenam-se no
intrínseco à cotidianidade dos tempos processo pelo qual o homem produz um ente,
modernos e à metafísica. [...] mas se tal objetividade [...] coloca-se ou
não contra o desenvolvimento humano, isso
Acerca da “Parte II: Trabalho, história e diz respeito às circunstâncias sociais”
técnica: ontologia do ser social e ontologia (SARTORI, 2019, p. 108).
fenomenológica” Sartori ainda evidencia outro aspecto
Como anuncia Sartori, a segunda parte de importantíssimo acerca da matéria. A ausência
Ontologia nos extremos: o embate Heidegger e da apreensão do ser-propriamente-assim do ser
Lukács, uma introdução volta-se à forma pela social, isto é, a recusa – consciente ou não – do
qual a ontologia do ser social de Lukács materialismo marxiano, obscurece a
empreende uma crítica ao trabalho abstrato a historicidade do ser social porque toma o
partir da categoria marxiana de trabalho estranhamento (Entfremdung) como qualidade
concreto, por um lado, e ao modo como intrínseca à relação do homem no e para com o
Heidegger, em sua ontologia fenomenológica, mundo. Mesmo em um autor do vulto de Hegel,
tece uma crítica à técnica apoiada sobre a noção que despende grande atenção à história e
de acontecimento (Ereigniz), por outro. Diante busca resolver o problema do estranhamento,
disso, Sartori acaba por ocupar-se também, de acaba resolvendo a questão de modo
maneira imanente, da concepção de insatisfatório, pois, na toada de que a filosofia
historicidade heideggeriana e da noção é o pensamento que pensa a si próprio, dilui o
lukácsiana de história. Tudo sem perder de vista revés no seio do pensamento e contenta-se
a matéria do estranhamento, que, como já foi com uma resposta especulativa, que não implica
tratado acima, é fundamental quando os dois na transformação das condições pelas quais o
autores são colocados em tela. estranhamento se engendra.
Sartori inicia a sua argumentação trazendo à Resume Sartori:
baila o desenvolvimento lukácsiano da relação
entre trabalho e estranhamento, partindo da [...] para Hegel, se a filosofia, tomando como
autocrítica realizada pelo próprio filósofo supostas essas circunstâncias, quer superar o
estranhamento, deveria rumar ao absoluto, e
húngaro, em 1967, ao livro História e somente lá o estranhamento poderia ser
consciência de classe, publicado por ele em superado com base na “reconciliação” das
1923. A importância da questão logo é contradições desenvolvidas no espírito
revelada: se, em 1923, Lukács não se atentou objetivo e suspensas no absoluto. Com isso,
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A questão do estranhamento entre a superação e o passo de volta
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conglomerado de entes. O “passo de volta” Tal oposição, contudo, como aponta Sartori
(Schritt zurück), isto é, o esforço intelectivo de ao embrenhar-se nas determinações concretas
se re-pensar (er-denken) as questões de ambas as teorias, não constitui mero debate
originárias, o fundamento (Grund), liberta-se do de ideias que pairam no ar, subsistindo à
logicismo que impregna o plano ôntico com a míngua. Antes, revela dois extremos no que
noção de que o ser humano é um animal concerne à tomada de posição dos autores
racional enquanto mantém-se aberto para um diante da realidade mesma. Lukács, qual
acontecimento (Ereigniz). Assim, para ressaltado ao longo de todo o texto, assume um
Heidegger, haveria a transcendência para o caráter revolucionário e aposta na atividade
plano ontológico. humana sensível como prática capaz de
Sobre o exposto, diz Sartori: transformar a realidade objetiva, derrubando as
bases que engendram o estranhamento e,
A “universalidade” do Ser, portanto, não está
na indeterminação como em Hegel, nem na consequentemente, a produção dos homens
objetividade e na historicidade, como quer enquanto entrave para o próprio itinerário de
Lukács – a questão do Ser traria consigo, em hominização. Heidegger, por outro lado,
Heidegger, um remeter para além, como deposita as suas fichas em uma configuração
visto, “o ser e a sua estrutura ontológica se transcendental marcada pelas questões que
acham acima de qualquer ente e de toda foram esquecidas pela modernidade, relegando
determinação ôntica possível de um ente”. Se a mobilização radical ao plano do impertinente,
“o ser é o transcendens pura e pois o próprio tratamento das determinações
simplesmente”, isso advém de a ontologia
presentes na sociedade civil-burguesa – fossem
heideggeriana não tratar da realidade
objetiva ao modo de um Lukács, o qual, elas positivas ou negativas – é alienígena à
assim, permaneceria – seguindo o autor de filosofia.
Ser e tempo – na busca de determinações É mediante o levantamento dessa
ônticas dos entes ao modo da ontologia problemática que se convida a ler Ontologia
tradicional, da “metafísica”. Heidegger busca nos extremos: o embate Heidegger e Lukács,
ultrapassar a determinação ôntica remetendo uma introdução. A partir da pesquisa levada a
para a ontologia, ele visa, pois, àquilo que cabo por Sartori e da conformação dos embates
chama de verdade do “sentido do Ser” e não filosóficos de nosso tempo – “tempo esse em
à dominação do mundo dos entes, embora
que a herança de Heidegger parece ter vencido
seja preciso se partir do modo como os
próprios entes se mostram primariamente a batalha de ideias sobre a questão ontológica”
enquanto fenômenos. Portanto, se questiona (VAISMAN, 2019, p. 10) –, indaga-se: a
o Ser do ente para que seja possível um além, mobilização de potências transformadoras do
um transcendens, partindo daquilo que se mundo é, de fato, algo sem mérito para as
apresenta. A fenomenologia, neste sentido, reflexões filosóficas? Mais vale um “passo de
configura-se como a abertura do Ser, como volta” diante do mar tempestuoso dos
clareira (Lichtung), que, levaria a um percurso estranhamentos?
que se trilha no transcorrer dele mesmo, e
que é, em si, veritas transcendentalis. Na
fenomenologia heideggeriana não há muralha Referências bibliográficas
entre verdade empírica e transcendental – é HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich, Prefácio. In:
da experiência privilegiada do ser-aí que HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich.
emerge a possibilidade da transcendência Fenomenologia do espírito. Petrópolis:
(SARTORI, 2019, p. 123). Vozes, 2014.
No grau de abstração que compete à MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia
presente resenha, resta no mínimo clara uma política. São Paulo: Expressão Popular,
questão importantíssima: a diferença específica 2017.
entre o tratamento dado à ontologia pelos dois
MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo,
autores em tela. Para Heidegger, há uma
2016.
dicotomia central entre Ser e ente na qual este,
o domínio ôntico, é marcado pela “ditadura” do NETTO, José Paulo. Lukács e a crítica da filosofia
impessoal (das Mann) e pelo estranhamento, burguesa. Lisboa: Seara Nova, 1978.
enquanto aquele, o plano ontológico,
transcendental, é alcançado mediante um SARTORI, Vitor B. Ontologia nos extremos: o
“passo de volta” (Schritt zurück) que se embate Heidegger e Lukács, uma
desprende das questões pertinentes ao introdução. São Paulo: Intermeios, 2019.
conglomerado dos entes para privilegiar as VAISMAN, Ester. Apresentação. In: SARTORI,
questões originárias. Para Lukács, a ontologia Vitor B. Ontologia nos extremos: o embate
diz respeito ao modo de ser da realidade Heidegger e Lukács, uma introdução. São
objetiva, bem como à sua estrutura e ao seu Paulo: Intermeios, 2019, p. 7-10.
movimento, marcados pela historicidade e pela
processualidade.
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A questão do estranhamento entre a superação e o passo de volta
Como citar:
HELENO, Matheus Correa de Sousa. A questão do estranhamento entre a superação e
o passo de volta: sobre Ontologia nos extremos. Verinotio, Rio das Ostras, v. 27, n. 1,
pp. 442-451, jan./jun 2021.
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