Relatório Prática 7: Máquinas Térmicas

Anthony Luan de Souza Nascimento

Daniel Diniz da Silva
Macyel Rodrigues Galvão da Silva
Victor Vieira Sampaio

Discentes de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Piauí- UFPI

Departamento de Física – Centro de Ciências da Natureza – UFPI

victorsampaio44@ufpi.edu.br

Máquinas térmicas são dispositivos capazes de transformar energia térmica em trabalho mecânico. Toda máquina
térmica necessita de uma fonte de calor e de uma substancia de trabalho capaz de ter o seu volume modificado e,
consequentemente, movimentar algum mecanismo, como válvulas e pistões. Neste experimento, investigou-se
como funciona o ciclo de uma máquina térmica e calculou a eficiência da mesma, obtendo um valor máximo ideal
de 89,6% e uma eficiência real de apenas 2,5%. Também foi identificado a temperatura em cada ponto A, B, C e
D representado no gráfico 1, o mesmo identificando os tipos de processos (isotérmicos, isobárico e isocórico).

Palavras chave: Máquinas térmicas; Eficiência; Tipos de processos.

1 Introdução

Máquinas térmicas são definidas como dispositivos

desenvolvidos para converter calor em trabalho útil.
Na forma de calor uma certa quantidade de energia
flui para um sistema (máquina térmica), e uma
fração dessa energia que entrou sai do sistema na
forma de trabalho mecânico. Essa é a base do
funcionamento da máquina a vapor, ou do motor a
combustão [1].

Ademais, máquinas térmicas também podem ser

descritas como um dispositivo que funciona através
da extração de energia térmica de um reservatório
quente após ser despejada em um reservatório frio. Figura 1: Exemplo de máquina térmica [1].

A atividade prática 7 descreve o funcionamento da Uma máquina térmica baseada em um processo

máquina térmica no momento em que a mesma terá
o ar expandido dentro de um cilindro após o
recipiente ser imerso em água quente. A expansão do
ar provocará o afastamento do pistão, o qual
realizará um trabalho após o levantamento de peso.
O ciclo da máquina térmica irá se findar após o
recipiente cilíndrico ser submergido em água fria,
momento no qual a pressão do ar e o volume
retornará para seus respectivos valores iniciais [2]. A
eficiência atribuída a uma máquina térmica poderá
ser calculada utilizando a Equação (1) a seguir.
𝑊 constante, enquanto o peso é colocado no topo de um
e= (1)
𝑄ℎ
O W é atribuído ao valor do trabalho realizado pela
máquina sobre o seu meio, enquanto Qh é o valor
referente ao calor extraído do reservatório quente.
Na Figura 1 é possível visualizar um exemplo de
máquina térmica, representado por um cilindro de
gás em contato com um reservatório à temperatura
constante.
cíclico seria mais facilmente utilizada para a
realização de trabalho útil. Por conseguinte, a
eficiência máxima de uma máquina térmica depende
somente da temperatura do reservatório de calor (Th)
e a temperatura do reservatório frio (Tc). A
eficiência máxima é presentada na Equação (2) a
seguir.
𝑇𝑐
c = [1 − 𝑥 100%] (2)
𝑇ℎ
Inicialmente, o ar é mantido em uma temperatura
determinado pistão. Durante o processo o trabalho é
realizado sobre o gás e o calor é expelido para o
reservatório frio. Relacionando a segunda lei da
termodinâmica temos que a energia interna de um
gás não irá ser alterada, pois não há variação de
temperatura. Ainda nas premissas referentes a
segunda lei da termodinâmica temos que Q é o calor
adicionado a um determinado sistema e W é definido

1
como o trabalho realizado pelo gás, como 2 Procedimento Experimental
apresentado na Equação 3 a seguir.
2.1 Materiais
∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊 (3)
Neste trabalho os seguintes materiais foram
Posteriormente, na outra parte do ciclo o calor é utilizados:
adicionado ao gás, fazendo-o expandir-se ao
empurrar o embolo para cima. Este processo tem
• Aparelho de máquina térmica;
lugar a pressão atmosférica, pois o êmbolo é livre
• Sensor de movimento rotatório;
para mover-se. No processo isobárico o calor cedido
• Massas de 10 e 20g;
para o gás é descrito na Equação 4 a seguir.
• Água quente e fria;
𝑄𝑝 = 𝑛𝐶𝑝∆𝑇 (4) • Termômetros;
• Sensor de pressão;
Na Equação 4 n é descrito como o número de moles • Xplorer GLX;
do gás no recipiente e, Cp a capacidade térmica • Suporte de massa;
molar a pressão constante e ∆𝑇 é a variação da • Fio;
temperatura. Onde 𝑄𝑝 é o produto entre todas as • Haste longa;
variáveis citadas. Na sequência, o trabalho pelo gás
é definido após a utilização da primeira lei da 2.2 Ciclo de uma máquina térmica
termodinâmica, descrita na Equação 5 a seguir.
De início montou-se o arranjo experimental
𝑊 = 𝑄 − ∆𝑈 (5) mostrado na Figura 2. Após isso, fixou-se o sensor
de movimento rotatório na haste a uma certa altura.
Na Equação 5, 𝑄 representa o calor adicionado ao Depois amarrou-se um fio na parte superior da
gás e ∆𝑈 representa a energia interna do gás. ∆𝑈 é plataforma do pistão e passou-se sobre a polia media
detalhado na Equação 6 a seguir. do sensor de movimento rotatório, e na outra
extremidade conectou-se a uma massa. Na máquina
∆𝑈 = 𝑛𝐶𝑣∆𝑇 (6) térmica, aqueceu-se a água quente até uma
temperatura de 100°C enquanto em outro recipiente
N Equação 6, 𝐶𝑣 representa o produto entre a tinha água gelada. Com os termômetros e sensores
capacidade térmica molar e o volume constante. Em de pressão conectados ao Xplorer GLX, introduziu-
decorrência do ar ser composto por moléculas se a câmara de gás na água fria, deixou-se estabilizar
diatômicas 𝐶𝑣 𝑒 𝐶𝑝 podem ser representadas pelas e colocou-se uma massa sobre o pistão. Após
equações 7 e 8 a seguir: estabilizado, moveu-se a câmara de gás para água
quente, retirou-se a massa de cima do pistão e trouxe
5 novamente a câmara para água fria, assim
𝐶𝑣 = 𝑅 (7)
2 completando o ciclo. Após isso, equilibrou-se a
7
temperatura das duas águas misturando uma com a
𝐶𝑝 = 𝑅 (8) outra e realizou-se o procedimento novamente. Os
2
dados foram anotados em uma tabela e serão
Por fim, na terceira parte do ciclo o peso poderá ser discutidos.
removido do pistão, enquanto o gás será mantido em
uma temperatura mais quente, onde o calor é
adicionado ao gás e ele se expandirá realizando
trabalho, caracterizando um processo isotérmico.
Durante o processo isotérmico o trabalho pode ser
calculado utilizando a Equação 9 a seguir.
𝑉𝑓
𝑊 = 𝑛𝑅𝑇𝑙𝑛( ) (9)
𝑉𝑖

Neste trabalho estudaremos como funciona o ciclo

de uma máquina térmica e encontrar a eficiência
máximo da mesma. Figura 2: Arranjo experimental da prática 7 [2].

2
3 Resultados e discussões
Nesta parte foi estudado o ciclo termodinâmico da
máquina térmica, onde nos pontos A, B, C e D, do
gráfico 1, as temperaturas são respectivamente:
10,3°C, 10,3°C, 99°C e 99°C.
Já nos tipos de processos, de A para B, é um processo
isotérmico e isocórico, pois a temperatura e volume
se mantem constante, porém a pressão aumenta pois
neste processo foi colocado uma massa de 21,7g em
cima do pistão.
De B para C, a câmara de gás foi movida da água
quente para a fria, sendo assim apenas um processo
isobárico, pois a temperatura aumenta de 10,3°C
para 99°C e o volume variou 4000mm³.
De C para D, a massa de 21,7g foi retirada de cima
do pistão, sendo assim um processo isotérmico e
isocórico.
De D para A, foi movida a câmara de gás para a água
quente, sendo assim apenas um processo isobárico já
que o volume diminui e temperatura também.
Gráfico 1: Ciclo termodinâmico de pressão (n/m2) x volume
(mm3).
A partir da equação 2, foi calculado a eficiência
máxima ideal para o funcionamento, onde o
resultado é de 89,6%.
A partir da equação 5 descobrimos o trabalho
realizado de B para C, que foi de W=47,936 KJ e
com a eficiência de 89,6%, a partir da equação 1 o
QH foi de 53,5 KJ.
A partir da equação a seguir, foi encontrado o VD a
partir do processo isobárico:
Onde o resultado encontrado é de 8714,51mm3.
Para encontrar VC, foi usado a lei dos gases ideais, já
que o processo considerado é isotérmico:
Onde P é a pressão absoluta, que no caso é Pressão
efetiva + pressão atmosférica. O resultado
encontrado é de 8675,42mm3.
Para encontrar QC→D foi usada a seguinte equação:
Onde VD e VC foram obtidos nas equações
anteriores. Assim, o resultado é de 34,4J.
Para encontrar o valor de QB→C é usado a seguinte
equação:
Onde o resultado encontrado é de -3,88 x 103 KJ.
Já o trabalho realizado de D para C, é de
-1,327 x KJ.
A partir deste novo trabalho, encontra-se uma nova
eficiência, usando a fórmula 1, onde o resultado
encontrado é de 2,5%. Percebe-se que é um valor
muito abaixo da eficiência encontrada antes que era
de 89,6%.
Por último, o trabalho real realizado pela massa em
cima do pistão é obtido pela diferença da energia
potencial gravitacional, onde o resultado é de -0,011
J. O baixo valor pode ser definido pela baixa massa
do objeto.
4 Conclusões
Nesta prática estudamos como funciona o ciclo de
uma máquina térmica e encontramos a eficiência da
mesma, tendo eficiência máxima ideal de 89,6% e
uma eficiência real de apenas 2,5%. Além disso,
conseguimos identificar cada processo em cada
ponto do gráfico 1, definindo se era isotérmico,
isobárico ou isocórico. E por fim, obteve os trabalhos
realizados e calor cedido e recebido do ciclo
realizado.
Referências
[1] Khoury AZ, Filho DFF. Física 2A. 3rd ed. Vol.
1. Rio de Janeiro: CECIERJ;
[2] Apostila de Física experimental II - elaborada
pela Profa. Maria Leticia Vega – 2022;