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ENERGIA EÓLICA

Evolução do Setor

A busca por fontes alternativas de energia está entre os assuntos do mundo contemporâneo . O alto custo
da produção de energia , a demanda sempre crescente e os desafios do desenvolvimento com
sustentabilidade geraram um grande interesse dos países por desenvolver equipamentos para produção de
eletricidade que contribuíssem para a redução da dependência do uso de combustíveis fósseis.

A energia obtida a partir dos ventos tornou-se uma alternativa importante , já que, além de inesgotável,
tem a grande vantagem de causar baixos impactos ao meio ambiente. A sua utilização para a geração de
eletricidade, em escala comercial, teve início há pouco mais de 30 anos e evoluiu rapidamente da
prancheta para produtos de alta tecnologia. Uma sólida indústria de componentes e equipamentos foi
desenvolvida e foram criad os milhares de novos empregos. A indústria de turbinas eólicas vem acumulando
crescimentos anuais acima de 30% e movimentando bilhões de dólares em vendas por ano, em todo o
mundo.

Energia Eólica no Brasil

O Brasil tem um dos maiore s potenciais eólicos do planeta: mais de 71 mil km² do território nacional conta
com velocidades de vento superiores a 7m/s, principalmente nos estados da região Nordeste do país. O
potencial eólico do Brasil chega a 143 mil MW, 11 vezes maior que a potência instalada da Usin a de Itaipu.
Essa estimativa foi realizada em 2001, com medições a 50m de altura. Atualmente, os a erogeradores
alcançam, em alguns casos, altura superior à 100m, o que indica que o potencial a ser aproveitado é bem
maior.

A primeira turbina eólica do Bra sil foi instalada em Fernando de Noronha , em 1992. Dez anos depois, o
governo criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) para a
utilização de fontes renováveis como a eólica, a biomassa e as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
Este programa contratou cerca de 1.420 MW em empreendimentos eólicos por 20 anos, que entraram em
operação entre 2006 e 2011.

Em 2009, o governo federal realizou um leilão exclusivo para a contratação de empreendimentos eólicos,
na oportunidade, aproximadamente 1.805 MW em projetos foram contemplados. No ano seguinte, um
novo leilão foi realizado e foram contratados 2.048 MW em capacidade instalada, porém, desta vez, a
fonte eólica disputou os certames competindo com a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas.
Posteriormente, em 2011, a fonte eólica disputou vários leilões no decorrer do ano e teve 2.905 MW em

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projetos contratados. Nestas concorrências, além das mencionadas biomassa e pequenas centrais
hidrelétricas, a energia e ólica competiu com o gás natural e as grandes hidrelétricas.

Com isto, o Brasil possuirá até 2016 pouco mais de 8.100 MW em operação e ainda espera pela realização
de novos leilões para a contratação de energia e a regulamentação do mercado livre, o qual permitirá que
os empreendedores possuam diversas formas para a comercialização dos seus projetos.

Velocidade dos Ventos no Brasil

Por conta do favorável regime dos ventos, os projetos eólicos no País possuem o chamado "fator de
capacidade" na faixa de 40%. Isso significa que uma usina eólica aqui gera 40% de sua capacidade instalada
durante o ano. Na Europa e em outras regiões, o fator de capacidade gira em torno de 20%. Ou seja, os
projetos brasileiros são capazes de produzir mais energia que os de out ros países. O advento de novas
tecnologias, como torres mais altas, está permitindo um aproveitamento ainda maior desse potencial.

A maior parte do potencial eólico brasileiro está na região Nordeste. As estimativas oficiais do Atlas do
Potencial Eólico Brasileiro (CRESESB, 2001) apontam que nes te local se encontra cerca de 50% dos
possíveis projetos que podem ser desenvolvidos em território nacional. Em sequência , estão as regiões
Sudeste, Sul, Norte e Centro -Oeste. O mapa do potencial eólico brasileiro p ode ser visto na Figura 01.

Figura 01: Potencial Eólico Brasileiro (CRESESB, 2001).

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Como observado na Figura 01, o Nordeste é a região que apresenta a maior área com ventos acima de
7m/s do país, limite mínimo para que o projeto tenha viabilidade técnica-econômica. Estima-se que, mais
de 37.500 km 2 desta região possuam estes ventos, maior que todas as demais regiões do Brasil juntas.

Energia Eólica na Bahia

A Bahia apresenta um significativo potencial de energia eólica, estimado em 14,5 GW para u ma altura de
70 m — o que representa 10,1% do potencial nacional e 19,3% do potencial da região Nordeste. Diferente
dos outros estados da região, que tem maior incidência de ventos no litoral, a Bahia concentra seu
potencial eólico no interior, ao longo de toda margem direita do Rio São Francisco, desde a Serra do
Espinhaço até Juazeiro , atravessando a Chapada Diamantina e o vale são -franciscano. Atualmente, a Bahia
é o segundo maior estado em potência contratada nos leilões de energia eólica. Quando os 57 projetos
previstos para se instalar no estado estiverem funcionando, vão acrescentar aproximadamente 1.560 MW à
rede elétrica. O Quadro 01 traz a lista dos empreendimentos já comercializados nos leilões realizados.

O Governo do Estado atrai e facilita a implantação desses empreendimentos porque estas fontes
renováveis de geração de energia caracterizam -se como meios de levar desenvolvimento para a região do
semiárido, onde está mapeada grande parte do potencial baian o. Até o momento, desenvolvem-se no
Estado, mais de 15.000 MW em projetos eólicos, conforme dados da Secretaria da Indústria, Comérci o e
Mineração (SICM). A Figura 02 mostra os municípios que : apresentam atividades ligadas à cadeia produtiva
industrial da energia eólica; possuem empreendimentos de geração de eletricidade em fases de
prospecção, implantação ou operação; são entrepostos logísticos para o suprimento dos parques eólicos.

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Quadro 01: Usinas eólicas contratadas nos leilões no estado da Bahia
Empresa Empreend. Local Empresa Empreend. Local Empresa Empreend. Local

Atlantic
Ventos da Campo Desenvix Novo Brotas de Renova
Energias Espigão Igaporã
Andorinha Formoso S/A Horizonte Macaúbas Energia
Renováveis

Atlantic Ventos de
Campo Desenvix Brotas de Renova
Energias Campo Seabra Maron Igaporã
Formoso S/A Macaúbas Energia
Renováveis Formoso I

Atlantic Ventos de
Campo Enel Green Renova
Energias Campo Cristal Bonito Pelourinho Guanambi
Formoso Power Energia
Renováveis Formoso II

Atlantic
Ventos do Campo Enel Green Morro do Renova
Energias Primavera Pilões Guanambi
Sertão Formoso Power Chapéu Energia
Renováveis

Atlantic
Ventos de Campo Enel Green Morro do Renova Serra do
Energias São Judas Guanambi
Morrinhos Formoso Power Chapéu Energia Espinhaço
Renováveis

Enel Green Renova


Brazil Wind Caititu Pindaí Emiliana Caetité Alvorada Caetité
Power Energia

Enel Green Renova


Brazil Wind Angical Pindaí Joana Caetité Candiba Guanambi
Power Energia

Renova
Brazil Wind Coqueirinho Pindaí Iberdrola Caetité 2 Caetité Guanambi Guanambi
Energia

Renova
Brazil Wind Corrupião Pindaí Iberdrola Caetité3 Caetité Guirapa Guanambi
Energia

Renova Renova
Brazil Wind Inhambu Pindaí Da Prata Igaporã Igaporã Igaporã
Energia Energia

Tamanduá Renova Renova


Brazil Wind Pindaí Dos Aracas Pindaí Ilhéus Igaporã
Mirim Energia Energia

Renova Renova Licinio de


Brazil Wind Teiú Pindaí Morrão Guanambi Guanambi
Energia Energia Almeida

Pedra Renova Renova Nossa Sra.


Brenand Sento Sé Tanque Guanambi Igaporã
Branca Energia Energia Conceição

São Pedro Renova Ventos do Renova Pajeú do


Brenand Sento Sé Pindaí Caetité
do Lago Energia Nordeste Energia Vento

Sete Renova Renova


Brenand Sento Sé Ametista Caetité Pindaí Guanambi
Gameleiras Energia Energia

Renova Renova
Chesf Casa Nova Casa Nova Borgo Caetité Planaltina Caetité
Energia Energia

Cons. Pedra Pedra do Renova Renova Porto


Sobradinho Seraima Caetité Igaporã
do Reino Reino Energia Energia Seguro

Cons. Pedra Pedra do Renova Renova


Sobradinho Caetité Caetité Rio Verde Caetité
do Reino Reino III Energia Energia

Desenvix Brotas de Renova Renova Serra do


Macaúbas Dourados Igaporã Guanambi
S/A Macaúbas Energia Energia Salto

Fonte: Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia (2012 ).

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Obs: TROCAR PELA NOVA FIGURA
QUE TALISSA FICOU DE
PROVIDENCIAR

Regime de Ventos na Bahia

A Bahia se encontra na latitude de transição entre dois mecanismos atmosféricos importantes: a) ao sul
predomina a influência do antic iclone subtropical do Atlântico pela dinâmica intermitente das ondas de
massas polares; (b) ao norte, se intensifica a influência dos alísios, mais constantes. Um aspecto
importante é que apesar das origens distintas, e stes mecanismos convergem quanto à direção,
predominante entre Nordeste e Sudeste, dando aos ventos do estado um sentido uniforme.

Nos litorais norte (Conde) e sul (Costa Dourada), bem como nas áreas de montanhas (Serra do Monte Alto)
do Estado, os ventos máximos ocorrem no período noturno. Essa tendência se reverte nas áreas planas do
seu interior (Sobradinho e Placas). Quanto à sazonalidade, todo o Estado apresenta ventos máximos no
segundo semestre (inverno e primavera) . A Figura 03 apresenta a variação do potencial sazonal no Estado.

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Figura 03: Potencial Eólico Sazonal (COELBA, 2001 ).

O potencial eólico estimado para a Bahia apresenta significativa expansão (da ordem de 2,5 vezes) quando
se considera alturas de 70m ao invés de 50m , conforme ilustrado no Quadro 02. Como a tendência da
tecnologia aponta para turbinas com capacidade superior a 2 MW e alturas de torre iguais ou superiores a
100m, pode-se estimar que o potencial eólico da Bahia atual é bem superior aos 14.460 MW indicados na
Figura 04.

Quadro 02: Comparativos de velocidades e energia produzida para as alturas de 50 e 70m no estado
da Bahia

Fonte: COELBA, 2001

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Figura 04: Potencial Eólico Baiano a 70m (COELBA, 2001 ).

Como comparação, a capacidade hidrelétrica instalada na Região Nordeste é hoj e da ordem de 10 GW e


tem cerca de 5.800 km 2 de área alagável máxima, o que representa aproximadamente 1,75 MW/km 2. A
magnitude do potencial eólio -elétrico estimado se deve à grande área territorial aproveitável: 7.231 km 2,
com ocupação assumida de 2 MW/km 2. Porém, no caso eólico, a área utilizada pode permanecer
disponível à atividade agropecuária original.

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Mercado de Energia Eólica

Geração de Energia Elétrica

Leilões
O leilão de energia é modelo de contratação para o ambiente regulado que foi introduzido com o novo
modelo do setor elétrico, a partir de 2004. Esses leilões acontecem no ambiente da Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela contabilização de toda energia comercializada
no país, e funcionam de maneira r eversa, iniciados com um preço máximo que vai decrescendo ao longo do
processo. O preço teto é estipulado pelo governo, que faz a concessão dos serviços. A partir daí são
estabelecidas as ofertas por parte das distribuidoras.

Mercado Livre
O ambiente de contratação livre é outra possibilidade de comercializar empreendimentos de energia no
Brasil. Porém, neste caso, as transações são bilaterais entre geradores e consumidores, intermedia das por
empresas chamadas de comercializadoras que montam portfólios co m diversas fontes de energia para
diminuir os riscos e a sazonalidade dos variados recursos. Não há interferência do governo federal neste
mercado e os preços são definidos a partir da negociação direta entre os agentes.

Fabricação de equipamentos eólicos

Além dos parques de geração de energia , está em desenvolvimento na Bahia um polo industrial voltado
para a produção de equipamentos eólicos. Em julho de 2011, uma unidade de produção de hubs eólicos da
Gamesa foi inaugurada no Polo Industrial de Camaçari . A Alstom inaugurou sua fábrica , também em
Camaçari, no final de novembro de 2011, com investimento de R$ 50 milhões . Esta unidade será
responsável pela produção de naceles da companhia para todo o mercado da América Latina . A Acciona
Windpower é a mais recente das fábricas baianas e a sua unidade de produção de hubs está localizada no
município de Simões Filho , inaugurada em agosto de 2012.

Além dos fabricantes dos aerogeradores, o Estado consolidou a cadeia produtiva da energia eólica com a
atração de indústrias que são fornecedoras das principais peças e partes dos equipamentos eólicos. Assim,
ainda em 2012, será inaugurada a Torres Eólicas do Brasil – Torrebras, que vai construir as torres
metálicas para os aerogeradores. E, para o primeiro semestre de 2013, é esperado o início da operação da
Aeris Energy, empresa que fabricará as pás para as turbinas eólicas.

Ademais, ainda há empresas que assinaram Protocolos de Intenções para a sua implantação no Estado
como a General Eletric, que também produzirá elementos do aerogerador na Bahia, e a Dacero, que
fornecerá as chapas metálica para a indústria metalomecânica.

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Suporte e Oportunidade para Investidores

Estão previstos até 2014, investimentos de cerca de R$ 6,5 bilhões no setor, que irão gerar 5.000
empregos na implantação e 500 na operação dos projetos. Com projetos em implantação, em Casa Nova,
Juazeiro, Sobradinho, Morro do Chapéu, Igaporã, Guanambi, Caetité, Macaúbas, Novo Horizonte, Seabra ,
Campo Formoso e Pindaí, o Estado dá passos importantes para o aproveitamento do potencial eólico do
seu território. Para os próximos anos, a expectativa é que a Bahia aumente a sua participação no mercado
eólico, dobrando a sua participação para cerca de 40% do mercado comercializado anualmente.

Suporte aos Investimentos


 Programa de Incentivos fiscais - Protocolos de Intenções;
 Suporte para contatos com Desenbahia, BNB e BNDES para financiamentos ;
 Auxílio para identificação e compra de áreas para instalação de unidades industriais ;
 Contatos com Fornecedores de Insumos básicos (água, eletricidade, gás, ICT, etc);
 Agilidade na concessão de Licenças Ambientais;
 Acompanhamento durante todo o processo.

Oportunidades de Investimentos
 Desenvolvimento, implantação e con strução de parques eólicos;
 Serviços de apoio à manutenção e operação das fazendas eólicas ;
 Fabricação de aerogeradores para atendimento do mercado latino -americano;
 Fornecimento de peças e partes para os principais fabricantes da indústria eólica nacional.

Recursos Humanos e P&D

Graduação e pós-graduação em engenharia e tecnologia


 51 cursos de pós-graduação em engenharia e tecnologia, 44 mestrados, 6 doutorados e 44 MBA espalhados em
9 Universidades e 9 Faculdades Tecnológicas em todo o Estado.

Parque Tecnológico
 Centro de convergência dos setores públicos, privados e acadêmicos para o Desen volvimento, Pesquisa e
Inovação e com atuação em : Biotecnologia e Saúde, Tecnologia da Informação e da Comunicação, Energia e
Engenharias;

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)


 Até 2014, serão capacitadas 500 pessoas, entre técnicos de planejamento e análise de instalação de parques
eólicos, profissionais para construção, operação e manutenção desses parques e instrutores do próprio SENAI.

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