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Documento 1
Documento 1
Ouro”
Thomas Hobbes identifica o humor como uma tipologia do escárnio, do modo em que
rimos daquilo que é ridículo, enfermo ou ignorante nos outros ou no nosso “Eu” do
passado, mas aquando da consciência absoluta da superação dessas falhas (Jerónimo,
2015, p.55). Estes ideais vão servir de bases à Teoria da Superioridade, que sintetiza
grande parte do humor produzido através do conteúdo de Pedro. No vídeo em análise,
Pedro apresenta-se nas imediações do Coliseu dos Recreios de calções e casaco
desportivo (indumentária especifica e presente em todos os vídeos do seu canal de
Youtube) aliado ao uso de óculos de sol. A própria Teoria da Superioridade é
despoletada já a partir da apresentação visual do youtuber - este apresenta-se num
evento de gala e da elite mediática com uma indumentária totalmente contrária à
etiqueta da situação, aliada ao uso de óculos de sol durante a noite. Após esta
constatação, ocorre no expectador um sentimento de superioridade face ao ridículo e à
desconveniência do modo de apresentação de Pedro e à naturalidade com que o faz. O
expectador é, imediatamente, elevado a um patamar social e individual em que se
considera superior por não se encontrar numa situação formal vestido com roupa
desportiva e por crer ser reduzida a probabilidade de ser ver inscrito numa posição
semelhante. Keith Spiegel refere que o humor e o consequente riso são provocados a
partir de esquemas de associação de elementos novos e contrastantes ou inconsistentes
com os esquemas prévios definidos (Spiegel como citado em Ferreira, 2018, p. 407).
Tais pressupostos definem a Teoria da Inconguência.
Victor Raskin (citado por Barreto, s.d., p. 7) vai afirmar que:
Um texto pode ser caracterizado como um texto contendo uma piada se ambas as
seguintes condições forem satisfeitas:(i) o texto é compatível, totalmente ou em parte,
com dois scripts diferentes;(ii) os dois scripts com os quais o texto é compatível são
opostos.
O conteúdo das falas de Pedro Lourenço se inscritas num contexto formal, não
constituiriam uma formulação humorística, mas sim “um saber triste ou sério”.
(Morais, 2008, p. 115)