Você está na página 1de 4

Carnaval de Salvador

O Carnaval de Salvador é considerado um dos maiores do Brasil.

Origem
O Carnaval de Salvador foi criado em 1950 pelos amigos Adolfo Antônio de Nascimento
(Dodô) e Osmar Alvares Macedo (Osmar) – vêm daí os nomes de dois famosos circuitos
por onde desfilam os blocos (confira todos os cinco circuitos aqui).

Adolfo e Osmar foram assistir ao desfile da famosa Vassourinha, uma festa carnavalesca de
Pernambuco que tocava frevo na Rua Chile, na capital baiana. Depois de observar toda a
folia, eles restauraram um velho Ford 1929, conhecido como “fóbica”, e decoraram o carro
com muitos confetes e placas em formato de violão. Dodô, formado em radiotecnia, montou
uma fonte ligada à corrente de uma bateria do veículo, fornecendo energia para os alto-
falantes instalados no Ford.

Em pleno domingo de Carnaval, os dois subiram a Ladeira da Montanha em direção à praça


Castro Alves e à rua Chile. O carro, todo colorido e tocando som alto, atraiu milhares de
pessoas, que seguiram Dodô e Osmar.

Quem é o Rei Momo?


Escolher um Rei Momo durante o Carnaval é uma tradição para Salvador e para outras
capitais que se jogam na folia. Mas pouca gente sabe como a figura carnavalesca surgiu.

Momo era o deus do sarcasmo e do delírio na mitologia grega. Retratado usando um gorro
com guizos e segurando uma máscara em uma mão e uma boneca na outra, ele tirava
sarro de todos os outros deuses. Por causa disso, foi expulso do Olimpo, lar das
divindades.

Gregos e romanos incorporaram Momo em suas comemorações, assim como Dionísio, que
é o deus da bebida e das festas. De acordo com a revista Superinteressante, registros
gregos antigos contam que os primeiros reis Momos desfilavam em festas de orgia por volta
dos séculos 5 ou 4 antes de Cristo. A pessoa escolhida era bem extrovertida e usava uma
roupa larga – e é daí que vem a inspiração para a folia brasileira. Já nas festas romanas, os
participantes elegiam o Rei Momo entre os soldados mais bonitos do exército.

No Brasil, a tradição de eleger um Rei Momo – que recebe a função de ser o guardião do
Carnaval – apareceu primeiro no Rio de Janeiro em 1933. Naquele ano, a coroa foi
entregue ao jornalista Morais Cardoso, que ocupou o trono até morrer, em 1948.

Em Salvador, a oficialização do Rei Momo aconteceu em 1959 por iniciativa da Rádio


Excelsior, mesmo que anteriormente vários bailes de carnaval tivessem feito concursos
para decidir quem seria o novo rei.

Em 1990, a Federação Baiana dos Clubes Carnavalescos comprou os direitos de promover


o concurso e elegeu o primeiro Momo escolhido pelo voto. Atualmente, a disputa é
promovida pela Federação Baiana de Entidades Carnavalescas, com apoio da Prefeitura e
do Conselho Municipal do Carnaval.
Guitarra Baiana
Um dos grandes componentes da música brasileira, a guitarra baiana é muito conectada ao
Carnaval. O instrumento foi criado por Dodô e Osmar em 1942, de acordo com a Prefeitura
de Salvador.

Conhecida como pau elétrico, ela chegou a ganhar o nome de cavaco ou cavaquinho de trio
em meados da década de 70. Depois, ela foi redesenhada e rebatizada com o nome de
guitarra baiana por Amandinho Macedo, filho de Osmar. No começo dos anos 1980, a
guitarra passou a ter cinco cordas.

Cantores no trio elétrico


O trio elétrico é antigo, mas ele tinha apenas a guitarra baiana tocando pelos alto-falantes
até o ano de 1975. Só depois que cantores passaram a guiar a festa em cima do trio.

Abadá
O abadá, característico do Carnaval soteropolitano, foi criado na década de 1990 pelo
artista plástico Pedrinho da Rocha. A roupa veio para substituir as antigas mortalhas
carnavalescas e é utilizada como um meio de identificar o participante de cada bloco.

Pipoca
Não, não é a de comer no cinema. Em Salvador, a Pipoca é um conjunto de foliões que não
usam abadás – ou seja, não pagaram para participar por dentro das cordas de algum trio
elétrico. Eles curtem a folia do lado de fora, seguindo o carro e se jogando na folia.
O Carnaval Pipoca é onde ocorre a folia gratuita para o público. Os blocos são sem cordas
e não há a necessidade de comprar abadás. As pessoas podem acompanhar blocos
independentes, cujas atrações musicais incluem artistas nacionais e outros grupos e artistas
menores.

Alguns consideram o Carnaval Pipoca um tipo de resistência do Carnaval de Salvador, que


com o tempo passou a ter mais festas pagas, mais elitizadas e que acabam gerando
exclusão social. Devido ao fato de ser gratuito, muitos afirmam que é no Pipoca onde o
povo realmente se diverte, onde boa parte da população local curte a folia. Nos outros
circuitos e eventos fechados, uma grande parte é composta por turistas, artistas e
celebridades.

Furdunço
O movimento foi criado pela Prefeitura de Salvador em 2014 para valorizar as
manifestações culturais feitas para resgatar os antigos carnavais. A programação traz
shows, festas e desfiles. Normalmente, o furdunço rola no período de pré-Carnaval.

Bandas, grupos artísticos, micros trios. O pré-carnaval bomba no Circuito Orlando Tapajós.
O segundo dia de pré-carnaval conta com bandas e grupos artísticos, além de
equipamentos eletrônicos como os minitrios. Ambas as festas, tanto Furdunço quanto
Fuzuê, ocorrem no Circuito Orlando Tapajós criado em 2016: contrafluxo no circuito Dodô
(de Ondina em direção à Barra), entre o Clube Espanhol e o Farol da Barra.
https://www.salvadordabahia.com/eventos/pre-carnaval-furdunco/

https://www.blocosderua.com/salvador/noticias/carnaval-salvador-curiosidades/

Você também pode gostar