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apropriações verdes
No Brasil, economistas, empresários e políticos enfatizam que o hidrogênio verde deve ser visto como nova
fonte capaz de promover a reindustrialização “sustentável” do país. Seria, de acordo com os “especialistas”
de plantão, uma oportunidade para dissolver a dependência dos transportes e da indústria às fontes
baseadas em combustíveis fósseis e gerar novos investimentos nacionais e internacionais. A economia
verde e, ao mesmo tempo, lucrativa é uma das aspirações do momento, tornando-se objeto de slogans de
ONGs, de partidos políticos, de companhias empresariais etc. Afinal, as chamadas inovações oriundas da
sustentabilidade são criações do próprio capitalismo e “eficazes” ao efetivar a apropriação de riquezas e
multiplicação de miséria.
empreendedores familiares
O governo do estado do Ceará, encabeçado por um partido de esquerda, tornou-se um dos principais
propulsores de projetos voltados à adoção do hidrogênio “verde”. Para além dos pré-contratos bilionários
assinados com companhias nacionais e estrangeiras, o governo pretende utilizar a agricultura familiar como
alvo das inovações capitalistas por meio da introdução de pequenos geradores de fornecimento de energia
solar nos assentamentos rurais. Ainda assim, há quem diga que os promotores dessa “economia familiar” e
comerciantes de armazéns de produtos orgânicos cultivam resistências. Falação de ativistas para boi dormir.
As parcerias com o Estado, a busca pela importação de tratores chineses, a abertura de ações na bolsa de
valores e outras iniciativas são constitutivas das condutas resilientes levadas adiante pelos empreendedores
familiares.
os que aplaudem
Com base no Plano Safra, os negócios vinculados à agricultura familiar serão abastecidos com a finalidade
de atenuar as insatisfações dos famélicos. Esta é a sua função: atenuar a fome em meio à contínua
produção de famintos. Tudo para lucrar, atenuar, contaminar e, sobretudo, pacificar pequenos “choques” de
interesses que, pelo visto, são facilmente pacificados. Não à toa os “representantes” dos empreendedores
da agricultura familiar não hesitaram em comparecer ao Palácio do Planalto e enaltecer o plano anunciado
pelo pastor de turno. Dias atrás, erguiam os punhos e convocavam os ativistas para uma suposta luta; hoje,
abaixam os braços e aplaudem. E os sons oriundos das palmas ecoam nos salões palacianos...
reações
Novos confrontos eclodiram nos dias seguintes. Segundo o Ministério do Interior, até domingo (01/07), 10 mil
incêndios de rua, 5.000 incêndios de veículos e 998 danos a prédios foram relatados, enquanto 737 policiais
ficaram feridos. No último dia de protestos, foi divulgado um relatório que estima, desde o início, mais de 2
mil pessoas foram presas pelos agentes da ordem. Além das prisões, o Estado francês mobilizou cerca de
45 mil policiais e gendarmes em todo território francês para reprimir os protestos.