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RESUMO
Nas últimas décadas, as teorias acerca do capital humano têm explicado consideravelmente o
grande acúmulo da renda e do crescimento das economias no longo prazo. O investimento
em educação mostrou-se um elemento importante de diferenciação e aprimoramento das
habilidades necessárias para as funções cada vez mais complexas dos trabalhadores no
mundo contemporâneo. Dado o exposto, o objetivo desse trabalho é mostrar, através de um
modelo econométrico logit multinomial, uma evidência empírica que demonstre a correlação
positiva entre escolaridade e renda familiar na cidade do Recife/PE.
ABSTRACT
In the last decades, the theories about human capital have explained considerably the great
accumulation of income and the growth of the economies in the long term. Investment in
education has proved to be an important element in differentiating and enhancing the skills
needed for the increasingly complex roles of workers in the contemporary world. Given the
above, the objective of this study is to show, through a multinomial logit econometric model,
empirical evidence demonstrating the positive correlation between schooling and family
income in the city of Recife/PE.
2 REVISÃO DA LITERATURA
A ideia de associar a noção de capital às pessoas, pode parecer estranho à primeira vista.
No entanto, é inegável que num processo de produção o ser humano é um fator chave, pois é
através do seu trabalho que é gerado riqueza. Se compararmos duas pessoas com diferentes
capacidades técnica e a colocarmos para exercer a mesma função, de fato veremos que a
mais instruída tenderá a desempenhar melhor seu papel: manejará melhor os equipamentos,
desperdiçará menos tempo, saberá lidar melhor com contratempos e será muito mais
produtivo.
Isso se torna mais claro à medida que o uso de um capital físico mais sofisticado e
avançado se torna elementos cotidianos nas empresas mundo afora. A competitividade
crescente das empresas e do mercado global amplia as necessidades de demanda das
empresas por profissionais cada vez mais qualificados. Ler e escrever bem, ter ótima noção
de matemática e ciências em geral, estar atento ao mundo globalizado (com suas constantes
mudanças) e saber lidar com novas formas de inovação e tecnologias, parece que se tornou a
bagagem mínima necessária para um profissional do século XXI.
𝑃𝑖 = 𝐹(𝑍𝑖 ) = 𝐹(𝛽1 + 𝛽2 𝑋𝑖 )
1
= (1)
1 + (𝑒 −(𝛽1+𝛽2 𝑋𝑖 ) )
𝑒 𝛽𝑗𝑖 𝑋𝑖
𝑃𝑖 (𝑌𝑖 = 𝑗) = (2)
∑𝑛𝑖=1 𝑒 𝛽𝑗𝑖 𝑋𝑖
𝑃2
ln = 𝛽21 + 𝛽21 𝑋𝑖
𝑃1
+ 𝜀2𝑖 (3)
𝑃3
ln = 𝛽31 + 𝛽31 𝑋𝑖
𝑃1
+ 𝜀3𝑖 (4)
𝑃4
ln = 𝛽41 + 𝛽41 𝑋𝑖
𝑃1
+ 𝜀4𝑖 (5)
𝑃5
ln = 𝛽51 + 𝛽51 𝑋𝑖
𝑃1
+ 𝜀5𝑖 (6)
A renda familiar mensal será uma variável que assumirá valores entre 0 (zero) e 3
(três)1:
R= 0, quando a renda familiar do indivíduo for de até 03 salários mínimos (de
R$ 0,00 até R$1.530,00).
R= 1, quando a renda familiar do indivíduo estiver entre 03 e 05 salários
mínimos (de R$ 1.531,00 até R$ 2.550,00).
R= 2, quando a renda familiar do indivíduo estiver entre 05 e 10 salários
mínimos (de R$ 2.551,00 até R$ 5.100,00).
R= 3, quando a renda familiar do indivíduo for maior que 10 salários mínimos
(acima de R$ 5.101,00).
1
O salário mínimo à época da pesquisa (2010) era de R$ 510,00.
A variável experiência 𝐼𝑖 , será colocada no modelo pelo fato de que, em geral, pessoas
mais velhas tendem a ter mais anos no mercado, agregando técnicas e valor à sua força de
trabalho e recebendo melhores salários. De fato, espera-se que o coeficiente estimado
associado à experiência seja positivo. Foi utilizado o seguinte cômputo para a variável
experiência: I = idade - escolaridade - 06. Essa variável baseia-se na ideias de Mincer
(1974) que utilizou essa sistemática de cálculo de experiência profissional em seus inúmeros
estudos, onde 06 (seis) representa a idade que se inicia a educação formal. Também
colocamos o quadrado da experiência de modo a captar que o aumento dessa variável
tenderá a ser decrescente à medida que esses anos se elevam, de forma que se espera que seu
parâmetro β5 tenha sinal negativo.
Primeiro procurar-se-á testar a hipótese,através do teste da estatística Z (normal), de que
uma variação marginal na escolaridade resulta em uma variação na renda familiar. Testando
a hipótese nula de que o 𝛽2 estimado é significativo ao nível de significância de 5%. Se a
hipótese nula𝐻0 : 𝛽2 = 0 for rejeitada, provar-se-á que há uma influência da escolaridade nos
rendimentos obtidos eque anos a mais educação tem um impacto positivo, aumentando as
chances de uma pessoa estar numa faixa de renda mais elevada.
O mesmo será feito para as outras variáveis explicativas associadas ao sexo e a
experiência, 𝛽3,𝛽4 e 𝛽5respectivamente. No caso da variável binária sexo, testaremos a
significância do parâmetro estimado para ver se há alguma influência qualitativa do sexo nos
rendimentos. Isso é importante pelo fato que vários estudos, modo de regra, têm
demonstrado que no mercado de trabalho os homens, ceterisparibus, tendem a ganhar mais
de que as mulheres. Os coeficientes da experiência profissional,𝛽4 e 𝛽5, como já citado,
Vemos na tabela acima que os indivíduos com apenas o fundamental ou ensino médio
estão concentrados relativamente nas famílias mais pobres, que ganham até 05 salários
mínimos. Aqueles que têm alguma capacitação técnica se concentram nas famílias com
renda entre 03 e 10 salários; e os que apresentam educação de nível superior, são
proporcionalmente maioria nas famílias que ganham mais de 10 salários mínimos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho procurou testar o impacto que a escolaridade tem sobre a renda familiar.
Para isso utilizou-se de um modelo econométrico logit de múltipla escolhaque tenta estimar
parâmetros significativos que mostrem e quantifiquem essa influência na cidade do
Recife/PE.
Primeiro analisamos as principais ideiasque dizem respeito à teoria do capital humano,
suas origens e principais argumentos. Desde modelos macroeconômicos como o de Lucas
JONES, C.Teoria Macroeconômica II. Editora Campus, Rio de Janeiro, 2000, capítulo 06.
NAKABASHI, L.; FIGUEIREDO, L. Capital Humano: Uma Nova Proxy Para Incluir
Aspectos Qualitativos. Belo Horizonte, 2005.
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SERVO, L.Diferenças Regionais de Salários no Brasil. São Paulo, 1999, pg. 8-14.