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Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e


inovação no Brasil

ESTUDO SOBRE A DIFICULDADE DE INCLUSAO DE NEGROS NA MEDICINA

( ) I. EIXO NATUREZA: Áreas que abrangem os estudos dos ramos da Biologia, Física e Química como os
Fenômenos da Natureza, Reino animal, Transformações da matéria, Composições de produtos, Impactos no
meio ambiente, Genética e hereditariedade, Mecânica, Cinética, Eletricidade, Ecologia, entre outros.

( ) II. EIXO SOCIEDADE: Áreas que se inserem no ramo de estudos de ciências sociais como a Antropologia,
História, Artes, Turismo, Direito, Geografia, Geopolítica, Economia, Sociologia, Filosofia, Linguagens e
Comunicação, Literatura, Marketing, Administração, Contabilidade, Política, Relações Internacionais, Recursos
Humanos, Assistência Social, Psicologia, entre outros.

( X ) III. EIXO SAÚDE: Estudos voltados para as ciências Médicas e especialidades, Enfermagem, Odontologia,
Educação Física, Farmácia, Biomedicina, Nutrição, Fisioterapia, Assistência social em Saúde, entre outros.

( ) IV. EIXO TECNOLOGIA: Áreas do desenvolvimento em inovações tecnológicas e ciências exatas, como
Sistema de Informação, Engenharia de Software, Engenharia da computação, Engenharia Mecatrônica,
Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Matemática entre outros.

ANTÔNIO CARLOS CRUZ DA SILVA


Discente de Medicina – 1º período
Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
E-mail: accds.med22@uea.edu.br

RESUMO
Os negros, desde o Colonialismo, têm sido segregados para posições e profissões inferiores
nos quesitos econômico e social referentes a outras cores. Eles possuem menos espaço na
elite empresarial, política e científica, as quais a maioria é ocupada por pessoas brancas. Isso
se perpetua na atualidade e há uma resistência preconceituosa quanto a determinadas
profissões, entre elas a medicina, cuja é a faculdade mais disputada e umas das carreiras
com grande valor na comunidade científica e uma das mais rentáveis. A pesquisa visa
elencar as dificuldades encontradas pelos negros para o acesso e a permanência em cursos
de medicina nas Universidades brasileiras, públicas ou privadas e suas dificuldades dentro da
própria carreira médica. Na pesquisa, o método quantitativo foi utilizado por meio de
perguntas semiabertas via Formulários Google para levantar dados sobre a quantidade de
negros no curso de Medicina na Universidade do Estado do Amazonas.

PALAVRAS-CHAVE: Medicina, Questão Racial, Universidade.

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ABSTRACT
The black people, since Colonialism, have been segregated to positions and professions less
important in economic and social cases than other people. They have less space in the
empresarial, politic and scientific elite, which are engrossed in most cases by white people.
This perpetuates itself in the present and there is a resistance prejudiced about certain
professions, between them the medicine, whose college is the most disputed and one of the
careers with high value in the scientific community and one of the most profitable. The
research aims to list the difficulties found by black people to have access and permanency in
Medicine courses in Brazilian Universities, public and private, and their difficulties inside the
medic career. In research, the quantitative method was used through half open questions by
Google Forms to collect data about the quantity of black people in Medicine course in Estate
of Amazonas University.

KEYWORDS: Medicine, Racial issue, University.

INTRODUÇÃO
A entrada dos jovens negros nas universidades é um momento de muita euforia, entretanto,
pela mudança de ambiente e realidade social, pode se tornar um período crítico, de alta
vulnerabilidade para o início do isolamento social.
A reflexão para essa questão começa um pouco antes, na primeira fase da infância e na
vivencia da sua realidade social onde a maioria de profissionais da área são de pele clara e
origem familiar das mais altas da sociedade, inibindo uma possível aspiração a carreira
medica. gerando altos índices de evasão escolar principalmente entre os jovens negros e
pardos, por se deparar com o monopólio monocolor não apenas na medicina, mas em todas
as carreiras elitizadas pela sociedade.
Assim, o objetivo desse trabalho é elencar as dificuldades encontradas pelos negros para o
acesso e a permanência em cursos de medicina nas Universidades brasileiras, públicas ou
privadas.
A reflexão da monopolização da carreira, se remete a uma forma de se manter uma cultura
imperial e branca que monopolizou o mundo por séculos. Com o a luta sobre essa questão
na parece não ter uma solução a curto prazo. Assim, necessidade de levarmos em
consideração as implicações do processo histórico-social, significa levar em consideração,
além das próprias implicações da colonização

DESENVOLVIMENTO
METODOLOGIA
A pesquisa trabalhará com uma análise quantitativa dos dados coletados via questionário
on-line, caracterizando-se como uma pesquisa de campo. Assim, a pesquisa terá sua
realização através desse formulário, disponibilizado por meio da plataforma digital Google
Forms. As perguntas são semiabertas e discorrem sobre as dificuldades relevantes da rotina

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dos estudantes e profissionais relacionadas a área de medicina, e levando em consideração
parâmetros encontrados na revisão de literatura para compreender suas principais razões.
Os dados coletados serão avaliados por meio de uma comparação paralela com as
informações teóricas contidas na literatura correspondente ao tema abordado nesta
pesquisa. O estudo está ligado a negros graduandos em medicina. Sua realização se dará nos
limites institucionais da Universidade Estadual do Amazonas, na sede da Escola Superior de
Ciências da Saúde (ESA – UEA), durante o segundo semestre de 2022. Foram entrevistados X
alunos da graduação em medicina da ESA-UEA, sem a necessidade de identificação e sem
consideração de sexo, idade, nível social, de forma a abranger mais fatores relevantes para a
pesquisa.
REVISÃO DE LITERATURA
O salto ocorrido entre 2013 e 2016 deve-se à implantação da lei de cotas, realizada de forma
progressiva no período. Em 2013, a proporção de Negros era de 9,4 % e chegou a 26,7% em
2016. Entretanto, a taxa ainda é bem menor do que a proporção de negros na sociedade
que, de acordo com dados do IBGE, é de 51,7% no estado do Rio de Janeiro. Os 5 cursos
presenciais com menor inclusão de negros no RJ. Além de Medicina, completam a lista dos 5
cursos com menor inclusão de negros no ensino superior são Direito (29,4%), Engenharia de
Produção (29,7%), Psicologia (30,3%) e Arquitetura e Urbanismo (31%) (Jornal Capital
Econômica, 2019).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os negros já são 50% dos
alunos do ensino superior em geral, o que, considerando que representam 56% da
população brasileira. Todavia nos cursos de Medicina, a média é bem menor. “Profissionais
negros existem, mas são invisibilizados no mercado de trabalho”, explica Igor Leonardo,
cofundador da AfroSaúde, uma startup cujo objetivo é diminuir a distância entre
profissionais de saúde negros e pacientes. Ele continua seu raciocínio afirmando que, em
hospitais, é comum encontrar negros, mas não ocupando cargos de liderança, os quais são
ocupados por brancos em maioria, e que há resistência da população em reconhecer e até
mesmo aceitar que aquela pessoa negra de jaleco é um profissional da saúde.
Outro agravante está relacionado aos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A touca
para prender os cabelos é muito pequena, pensada para cabelos lisos e pouco volumosos. O
que afeta o trabalho desses médicos que, por vezes, são impedidos de exercer sua profissão
por questão de manter a própria segurança, pois não há equipamento de segurança pensado
para eles.
Em contextos como o acima descrito, articula-se a percepção negativa de que a medicina é
um campo cujos profissionais não deveriam ser negros à associação positiva entre medicina
e branquidade (Gonçalves, 2017). Nesses cenários, negros de jaleco branco são sujeitos
outsiders (Becker, 2008). Do ponto de vista histórico, esse lugar pode encontrado, em
diversos contextos, nas posições de pacientes, sujeitos de pesquisas e treinamento médico,
por exemplo (Fanon, 1965; Washington, 2006; Lima, 2011; Castro, 2020) – posições nas
quais pessoas negras são agenciadas como objetos da ação médica e não seus sujeitos de
conhecimento e atuação profissional e respeito público associado a tais posições. A
experiência do racismo, nesse sentido, pode ser entendida como o elemento fixador de

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posições hierarquizadas, nas quais sujeitos negros constituem uma posição inferior a outras
cores.
Apesar de formarem 50,7% da população brasileira, os autodeclarados negros ainda são
minoria entre os formados no ensino superior. Na carreira de medicina, apenas 2,66% dos
concluintes em 2010 eram pardos ou pretos. O estudo foi feito pelo Inep (Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais). Quando analisado o desempenho dos estudantes no
exame nacional, os estudantes negros têm nota 1,7% menor do que os alunos não negros.
Ou seja, os negros superam as condições de ensino precarizadas pela má qualidade das
escolas públicas, mostrando sua vontade em se superar.
RESULTADOS
Através da pesquisa notou-se que médicos negros têm menos espaço em hospitais do que,
por exemplo, médicos brancos. Além disso, nas Universidades, em especial no curso de
Medicina, a quantidade de pessoas negras é inferior à quantidade de pardos ou brancos.
Notou-se também que a maioria dos médicos negros não compõem espaços de liderança
nos hospitais em que trabalham.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infelizmente, conclui-se que médicos negros sofrem resistência de preconceito na sociedade
brasileira atual. Mesmo que a sociedade tenha evoluído através do tempo, ao tema inclusão
que já é trabalhado há décadas ainda precisa ser reforçado, principalmente em profissões
com predominância de uma cor específica. No caso da Medicina, é ainda mais evidente, pois
há poucos negros médicos e, quando há, eles raramente ocupam cargos de liderança.
Ademais, muitos dos equipamentos utilizados para proteção individual (EPIs) não são
pensados para negros, fazendo eles serem mais expostos ou impedidos de operar segundo
sua profissão. Ainda há uma grande necessidade de fornecer condições de inclusão para que
médicos negros possam exercer sua profissão com segurança física e seu trabalho eficiente
não seja deslegitimado por sua cor.
Por último, o necessita-se de mais negros em Universidades, em especial no curso de
Medicina, porque a atual proporção vista de estudantes negros não condiz com a
proporcionalidade dessa cor na população. Ou seja, precisa-se de novas formas de incluir
negros, nesse caso, fortalecer a Educação Básica pode ser uma boa solução, pois, em geral,
os alunos negros estão mais presentes em escolas públicas, cujo ensino é precarizado e pode
não ser competitivo com estudantes de escolas particulares que são, em maioria, não
negros.

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