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Banco do Rio Grande do Sul

BANRISUL
Escriturário

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NV-012-NB-22
Cód.: 7908428803728
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

BANRISUL — BANCO DO RIO GRANDE DO SUL


Escriturário

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Monalisa Costa

MATEMÁTICA • Bruna Balbino, Kairton Batista (Prof. Kaká) e Sérgio Mendes

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO • Felipe Pacheco e Sirlo Oliveira

MATEMÁTICA FINANCEIRA • Danielle Guimarães, Felipe Pacheco, Kairton Batista (Prof. Kaká) e Sérgio
Mendes

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS • Gabriel Borges, Kairton Batista (Prof. Kaká), Kamila Gomes, Marília
Pipino, Ricardo Barrios e Sirlo Oliveira

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura

VENDAS E NEGOCIAÇÃO • Ana Philippini e Cristiano Silva

ÉTICA E DIVERSIDADE • Bruno Oliveira, Kamila Gomes, Renato Philippini, Ricardo Reis e Xico Kraemer

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ISBN: 978-65-5451-000-4
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Edição: Novembro/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
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PIRATARIA
É CRIME!
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protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por

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escrito da Nova Concursos.
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Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


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com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento


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de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado


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sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido


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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro
foi organizado de acordo com o Edital nº 01, de 18 de Novembro
de 2022, para o cargo de Escriturário do BANRISUL - Banco do
Estado do Rio Grande do Sul S.A.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-
dando os principais itens do último edital e reorganizando-os
quando necessário, de uma maneira didática para que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobra-
dos nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios

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gabaritados da banca FUNDAÇÃO CESGRANRIO, organizadora

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do certame.
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A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


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de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-


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sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas


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aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será


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um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-


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do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago-


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ra é com você!
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Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os conteú-


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dos complementares disponíveis on-line para este livro em nos-


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sa plataforma: Conteúdo Bônus com 08h de videoaulas.


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CONTEÚDO ON-LINE

Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

BÔNUS:

• Curso On-line.

à Língua Portuguesa: Compreensão de Textos.



à Matemática: Porcentagem e Atualidades do Mercado Financeiro: Os Bancos na Era

Digital: Atualidade, Tendências e Desafios.
à Matemática Financeira: Juros Compostos.

à Conhecimentos Bancários: Órgãos Normativos.

à Conhecimentos de Informática: Noções de Sistemas Operacionais – Windows 10.

à Vendas e Negociação: Ações para Aumentar o Valor Percebido pelo Cliente.

à Ética e Diversidade: Lei nº 10.048/2000 - Prioridade de Atendimento às Pessoas com

Deficiência.

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13
COMPREENSÃO DE TEXTOS.............................................................................................................. 13

ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 15

ARTICULAÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA........................................................................ 16

CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS................................................................................................. 20

EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE.............................................................................. 41

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO............................................................................................... 42

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO......................................................................................... 51

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................ 54

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL........................................................................................................ 58

COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS

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(PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE)................................................................................................ 60

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MATEMÁTICA.......................................................................................................................67
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NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS...................................................................................... 67


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PROBLEMAS DE CONTAGEM............................................................................................................. 68
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SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS........................................................................................................... 71


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RAZÕES E PROPORÇÕES................................................................................................................... 72
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DIVISÃO PROPORCIONAL.................................................................................................................................74
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REGRAS DE TRÊS SIMPLES..............................................................................................................................76


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REGRAS DE TRÊS COMPOSTAS.......................................................................................................................77

PORCENTAGENS...............................................................................................................................................79

LÓGICA PROPOSICIONAL.................................................................................................................. 81

ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU


EVENTOS FICTÍCIOS.........................................................................................................................................81

DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS..........................................................87

NOÇÕES DE CONJUNTOS.................................................................................................................. 91

RELAÇÕES E FUNÇÕES...................................................................................................................... 97
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FUNÇÕES POLINOMIAIS...................................................................................................................................99

FUNÇÕES EXPONENCIAIS..............................................................................................................................102

FUNÇÕES LOGARÍTMICAS..............................................................................................................................103

MATRIZES..........................................................................................................................................104

DETERMINANTES.............................................................................................................................107

SISTEMAS LINEARES.......................................................................................................................110

SEQUÊNCIAS.....................................................................................................................................115

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS.............................................116

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO........................................................ 123


OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS..................................123

INTERNET BANKING........................................................................................................................................123

FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS.............................................................................................................123

MOBILE BANKING............................................................................................................................................123

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OPEN BANKING...............................................................................................................................................124
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NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS....................................................................................................124
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FUNÇÕES DA MOEDA.......................................................................................................................125
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O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS................126


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MARKETPLACE.................................................................................................................................127
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CORRESPONDENTES BANCÁRIOS.................................................................................................128
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ARRANJOS DE PAGAMENTOS.........................................................................................................129
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SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX).....................................................................130


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SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING)................................................................................131

SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS.....................................................................................131

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO.............................................................133

MATEMÁTICA FINANCEIRA....................................................................................... 139


CONCEITOS GERAIS.........................................................................................................................139

O CONCEITO DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO......................................................................................139

CAPITAL, JUROS E TAXAS DE JUROS............................................................................................................140


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CAPITALIZAÇÃO, REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO.........................................................................................140

FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE CAIXA..............................................................................142

EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA..........................................................................................................................143

JUROS SIMPLES...............................................................................................................................144

CÁLCULO DO MONTANTE...............................................................................................................................144

DOS JUROS......................................................................................................................................................145

DA TAXA DE JUROS.........................................................................................................................................145

DO PRINCIPAL..................................................................................................................................................145

DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA.......................................................................................................145

JUROS COMPOSTOS........................................................................................................................146

CÁLCULO DO MONTANTE, DO PRINCIPAL (CAPITAL) E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA...........147

DOS JUROS......................................................................................................................................................149

DA TAXA DE JUROS.........................................................................................................................................149

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO........................................................................................................152

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SISTEMA PRICE E SISTEMA SAC...................................................................................................................152
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CONHECIMENTOS BANCÁRIOS............................................................................... 159


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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.................................................................................................159


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ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL, ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES


SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS.........................................................................................159
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MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADOS MONETÁRIO,


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DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAMBIAL).........................................................................................163


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MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA....................................................................................................164


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POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO-CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING).........165


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TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS.........................................................................................165

O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO


CENTRAL DO BRASIL......................................................................................................................................165

ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA......................166

PRODUTOS BANCÁRIOS .................................................................................................................167

CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO, INVESTIMENTOS E SEGUROS..........................................167

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E


RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO...........................................................................................................182
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NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO
RURAL, POUPANÇA.........................................................................................................................................182

NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS.............................................................................................193

NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO................................................................................................203

INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS, REGIMES DE TAXAS DE


CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS, TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E
REAIS, IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES E
DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS
IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO....................................................................................................203

DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO................................207

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS ......................................................208

TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS...........................................................................................209

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.....................................................................210

AVAL, FIANÇA, PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA, HIPOTECA, FIANÇAS


BANCÁRIAS.....................................................................................................................................................210

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO.................................................................................................214

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CONCEITO E ETAPAS PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO (PLD):

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LEI Nº 9.613, DE 1998, E SUAS ATUALIZAÇÕES...........................................................................................214

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CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020, E SUAS ATUALIZAÇÕES .............................................216
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CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020, E SUAS ATUALIZAÇÕES.................................218


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AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA......................................................................................................223
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SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001, E SUAS ATUALIZAÇÕES..............224


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LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018


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E SUAS ATUALIZAÇÕES...................................................................................................................226
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COMPLIANCE - RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE ATOS CONTRA A


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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO..................................................235


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LEI Nº 12.846, DE 1° DE AGOSTO DE 2013, E SUAS ATUALIZAÇÕES..........................................................235


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DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022, E SUAS ATUALIZAÇÕES.................................................241

SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021......247

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA................................................................... 257


NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS – WINDOWS 10 (32-64 BITS)......................................257

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT


OFFICE E LIBREOFFICE 7.2.4...........................................................................................................269

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WORD................................................................................................................................................................269

EXCEL...............................................................................................................................................................274

POWERPOINT...................................................................................................................................................285

OUTLOOK - VERSÃO O365..............................................................................................................................288

LIBREOFFICE WRITER.....................................................................................................................................288

LIBREOFFICE CALC..........................................................................................................................................293

LIBREOFFICE IMPRESS...................................................................................................................................296

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: FUNDAMENTOS, CONCEITOS E MECANISMOS DE


SEGURANÇA......................................................................................................................................300

PROTEÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRABALHO: CONTROLE DE DISPOSTIVOS USB,


HARDENING, ANTIMALWARE E FIREWALL PESSOAL..................................................................308

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES,


ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS..............................................................................................311

REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................311

CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET

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E INTRANET.....................................................................................................................................................311

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NAVEGADOR WEB.............................................................................................................................312
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GOOGLE CHROME VERSÃO 106.0.5249.119 - VERSÃO OFICIAL - 64 BITS................................................312


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MICROSOFT EDGE VERSÃO 91.......................................................................................................................319


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MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78ESR...............................................................................................................319


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BUSCA E PESQUISA NA WEB..........................................................................................................................319


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CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS..........................................320


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REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN, WHATSAPP, YOUTUBE,


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INSTAGRAM E TELEGRAM)..............................................................................................................325
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VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA


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DE NEGÓCIO......................................................................................................................................332

FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS................................................................................335

CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.....................................................................................357

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO


DE ÁUDIO E VÍDEO.............................................................................................................................358

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT


TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE).....................................359

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VENDAS E NEGOCIAÇÃO............................................................................................. 365
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ANÁLISE DE MERCADO, FORÇAS
COMPETITIVAS, IMAGEM INSTITUCIONAL, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO......................365

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO........................................................................................................369

AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE................................................371

GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE.........................................................................................371

APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL......................................................373

CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE,


VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE...............................................................................................375

GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS.........................................................................................375

TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS..............................................376

ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS..........................................................................378

PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES SATISFAÇÃO, VALOR E


RETENÇÃO DE CLIENTES.................................................................................................................378

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UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS TELEMARKETING.....................................379

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COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E .5
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NEGOCIAÇÃO....................................................................................................................................379
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POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE: RESOLUÇÃO CMN N° 4.949,


DE 30 DE SETEMBRO DE 2021.........................................................................................................380
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RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020..........................................................382


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CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR: LEI Nº 8.078, DE 11 DE


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SETEMBRO DE 1990 E SUAS ATUALIZAÇÕES...............................................................................386


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RESOLUÇÃO CMN Nº 3.849, DE 25 DE MARÇO DE 2010............................................................ 403


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ÉTICA E DIVERSIDADE.................................................................................................. 411


ÉTICA APLICADA..............................................................................................................................411

ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES..........................................................................................................411

NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL..................................................................412

A GESTÃO DE ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS..................................................................413

CÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA DO BANRISUL ........................................................................415

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LEI FEDERAL Nº 11.340, DE 07 DE AGOSTO DE 2006, “LEI MARIA DA PENHA” -
POLÍTICA NACIONAL PARA COIBIR A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA AS MULHERES...................................................................................................................415

LEI FEDERAL Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010, QUE INSTITUI O ESTATUTO DA


IGUALDADE RACIAL, E SUAS ATUALIZAÇÕES..............................................................................426

LEI ESTADUAL Nº 13.694 - ESTATUTO ESTADUAL DA IGUALDADE RACIAL E SUAS


ATUALIZAÇÕES - CONFORME DECRETO Nº 48.598, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2011...............433

LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA


PESSOA COM DEFICIÊNCIA): LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, E SUAS
ATUALIZAÇÕES.................................................................................................................................438

LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 E SUAS ATUALIZAÇÕES ....................................452

LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000, E SUAS ATUALIZAÇÕES .....................................455

DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 – REGULAMENTA A LEI Nº 10.048,


DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000 E A LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000......................456

POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO BANRISUL – RELATÓRIO


DE SUSTENTABILIDADE 2020 .........................................................................................................467

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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.

LÍNGUA PORTUGUESA Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras”


para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a
orientação do pensamento do autor do texto, que fica
perceptível quando identificamos como o raciocínio
COMPREENSÃO DE TEXTOS dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
da análise de dados, informações com fontes confiáveis
INTRODUÇÃO ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
das consequências, a fim de se identificar as causas.
A interpretação e a compreensão textual são aspectos Por isso, é preciso compreender como podemos
essenciais a serem dominados por aqueles candidatos interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
que buscam a aprovação em seleções e concursos públi- Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
cos. Trata-se de um assunto que abrange questões especí- que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
ficas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
estratégias que facilitem a apreensão desse assunto pode zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
ser o grande diferencial entre o quase e a aprovação. ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
Além disso, seja a compreensão textual, seja a
que focam nas formas de inferência sobre um texto.
interpretação textual, ambas guardam uma relação de
Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre
proximidade com um assunto pouco explorado pelos
o processo de inferência, que se dá por dedução ou
cursos de português: a semântica, que incide suas rela-
por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma O marido da minha chefe parou de beber.
linguística pode assumir. Observe que é possível inferir várias informa-
Portanto, neste material você encontrará recursos ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
para solidificar seus conhecimentos em interpretação enunciador é casada (informação comprovada pela
e compreensão textual, associando a essas temáticas expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
as relações semânticas que permeiam o sentido de dor está trabalhando (informação comprovada pela
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual- expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada

9
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas

-3
ser reconhecido por quem o lê. contextuais do próprio texto que induzem o leitor a

40
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma interpretar essas informações.
breve diferença entre os termos compreensão e .5
Tratando-se de interpretação textual, os processos
33
interpretação textual. de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
.6

tem de uma certeza prévia para a concepção de uma


00

Para muitos, essas palavras expressam o mesmo


sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
-0

material, ainda que existam relações de sinonímia texto junto da articulação com as informações acessa-
os

entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor das pelo leitor do texto.
nt

por um termo ao invés de outro reflete um sentido A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
Sa

que deve ser interpretado no texto, uma vez que a senta como ocorre a relação desses processos:
interpretação realiza ligações com o texto a partir
os

das ideias que o leitor pode concluir com a leitura.


id

DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR


Já a compreensão busca a análise de algo exposto no
ol

texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma INFERÊNCIA


ic
N

expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti- INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA


io

cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos


ric

essencialmente relacionados à significação das palavras


e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica. A partir desse esquema, conseguimos visualizar
au

Sabendo disso, é importante separarmos os con- melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
M

teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
compreensivo. tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
Esses assuntos completam o estudo basilar de semân- ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
LÍNGUA PORTUGUESA

tica com foco em provas e concursos, sempre de olho seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
na sua aprovação. Por isso, convidamos você a estudar tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
com afinco e dedicação, sem esquecer de praticar seus de mundo na interpretação de textos.
conhecimentos realizando a seleção de exercícios finais,
selecionados especialmente para que este material cum- A INDUÇÃO
pra o propósito de alcançar sua aprovação.
As estratégias de interpretação que observam
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
A inferência é uma relação de sentido conhecida za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
interpretação de texto. texto e que variam conforme o tipo textual. 13
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero tex-
identificar uma organização cronológica e espacial no tual ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, entre outras informações que podem vir como “aces-
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado
pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma
um objetivo mais definido.
ideia/ponto de vista.
O processo de interpretação por estratégias de dedu-
No processo interpretativo indutivo, as ideias são
organizadas a partir de uma especificação para uma ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
generalização. Vejamos um exemplo:
z Conhecimento Linguístico;
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa z Conhecimento Textual;
espécie de animal. O que observei neles, no tempo z Conhecimento de Mundo.
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan-
te para não os amar, nem os imitar. São em geral O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos
Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
detalhados e impotentes para generalizar, cur-
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- Conhecimento Linguístico
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21) Esse é o conhecimento basilar para compreensão
e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
O trecho em destaque na citação do escritor Lima das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento nhecimento das regras de uma língua.
indutivo compõe a interpretação e decodificação de É importante salientar que as regras de reconhe-
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- cimento sobre o funcionamento da língua não são,
gias usadas para identificar essa forma de interpretar,
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
ção cronológica de um texto.
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,

9
-3
que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-

40
A propriedade vocabular leva o cérebro bo-objeto (SVO) etc.
PROCURE
a aproximar as palavras que têm maior
SINÔNIMOS .5
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
33
associação com o tema do texto
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
.6

Os conectivos (conjunções, prepo- sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
00

ATENÇÃO AOS sições, pronomes) são marcadores mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
-0

CONECTIVOS claros de opiniões, espaços físicos e conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
os

localizadores textuais Um exemplo em que a interpretação textual é preju-


nt

dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:


Sa

A DEDUÇÃO
os

A leitura de um texto envolve a análise de diversos


id

aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de


ol

maneira implícita no enunciado.


ic

Em questões de concurso, as bancas costumam


N

procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos


io

para abordar em suas provas.


ric

No momento de ler um texto, o leitor articula seus


au

conhecimentos prévios a partir de uma informação


M

que julga certa, buscando uma interpretação; assim,


ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
tema; ele estará também postulando uma possível
estrutura textual; na predição ele estará ativando
seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará
enriquecendo, refinando, checando esse conheci-
mento. (KLEIMAN, 2016, p. 47)

Fique atento a essa informação, pois é uma das


primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
pretação textual: formular hipóteses, a partir da
14 macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22 set. 2020.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores ORTOGRAFIA OFICIAL
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
e entender o que está escrito; assim, o conhecimento As regras de ortografia são muitas e, na maioria
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
são algumas estratégias de interpretação em que lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
podemos usar métodos dedutivos. vezes, é derivada de processos históricos de evolução
da língua.
Conhecimento Textual Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra-
mento linguístico e se desenvolve pela experiência fia das palavras.
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- parte das regras não são efêmeras, porém, são em
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque grande número. Neste material, iremos apresen-
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que tar uma forma condensada e prática de nunca mais
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala-
vras são acentuadas.
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
reportagem como se lê um poema.
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de
à escrita correta. Veja:
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
Conhecimento de Mundo
Ex.: Ameixa, frouxo, trouxe.
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre USAMOS X: USAMOS CH:
importante que o candidato a cargos públicos reserve
� Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, se
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes
a palavra não for deri- a palavra for derivada de
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
vada de palavras inicia- palavras iniciadas por
tar seu conhecimento de mundo.
das por CH: enxerido, CH: encher, encharcar
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso enxada � Em palavras derivadas

9
conhecimento de mundo que é relevante para a com-

-3
� Depois de ditongo: cai- de vocábulos que são
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso

40
xa, faixa grafados com CH: re-
cérebro associar informações, a fim de compreender
.5
� Depois da sílaba inicial cauchutar, fechadura
33
o novo texto que está em processo de interpretação. me se a palavra não for
.6

A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- derivada de vocábulo


00

cício para atestarmos a importância da ativação do iniciado por CH: mexer,


-0

conhecimento de mundo em um processo de interpre- mexilhão


tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
os
nt

Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.


Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-
Sa

fiou valentemente todos os risos desdenhosos que z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi-
os

tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: Viagem, ferrugem;
id

nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio,
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
ol

-úgio. Ex.: Sacrilégio, pedágio.


ic

três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de


Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: Proteger, fugir;
N

provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-


Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou
io

sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e


-jer. Ex.: Viajar, lisonjear.
ric

vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24)


Termos derivados do latim escritos com j;
au

z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente,


Agora tente responder as seguintes perguntas
M

Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando


sobre o texto: houver som de Z. Ex.: Eleição; Neusa; coisa;
Quem é o herói de que trata o texto? z É com S ou com Z? Palavras que designam nacio-
Quem são as três irmãs?
LÍNGUA PORTUGUESA

nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês


Qual é o planeta inexplorado? e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: Norueguesa;
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- inglês; marquesa; duquesa.
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- Palavras que designam qualidade, cuja termina-
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
afetada. O texto se chama “A descoberta da América Embriaguez; lucidez; acidez.
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque
responder às questões; certamente você não terá mais Essas regras para correção ortográfica das pala-
as mesmas dificuldades. vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática.
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da
vio que é essencial para a interpretação de questões. leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos 15
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de [...] Não está no texto em si; não nos é possível
informação, pois além de contribuir para seu conhe- apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa [...] numa dada situação comunicativa, na qual o
também aumentará. leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni-
tivos e interacionais e na materialidade linguística,
confere sentido ao que lê (2013, p. 31).

A seguir iremos nos deter aos processos de coesão


ARTICULAÇÃO DO TEXTO: COESÃO E importantes para uma boa compreensão e elaboração
COERÊNCIA textual. É importante destacar que esses processos
de coesão não podem ser dissociados da construção
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi- de sentidos implícita no processo de organização da
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar
coerente. Porém, como fazer para que essa organiza- seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos
ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro com fins estritamente didáticos.
é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência
e por que buscar esse padrão é importante. COESÃO REFERENCIAL
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula- A coesão é marcada por processos referenciais
das e organizadas harmoniosamente de maneira que relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela- inserem ou retomam uma porção textual. Os pro-
ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se cessos marcados pela referenciação caracterizam-se
chama de coesão textual. Os articuladores responsá- pela construção de referentes em um texto, os quais
veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode
articulados de forma que garanta uma relação lógica
ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala-
entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
vras, das quais falaremos a seguir.
gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
peito disso, temos a coerência textual, que está ligada
sos referenciais que envolvem o uso de expressões
diretamente à significação do texto, aos sentidos que
ele produz para o leitor. anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
“as expressões que retomam referentes já apresentados
no texto por outras expressões são chamadas de anáfo-
COESÃO COERÊNCIA

9
ras”. Vejamos o exemplo a seguir:

-3
Utiliza-se de elementos su- Subjacente ao texto, enfa-

40
perficiais, dando-se ênfase tiza-se o conteúdo e a pro-
.5
O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que
na forma e na articulação dução de sentido/relação
33
vivia de suas discretas lutas, no início de sua carreira.
entre as ideias lógica
.6

Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem pro-


00

missor, mas nunca se interessou realmente em evoluir,


-0

Podemos usar uma metáfora muito interessante preferiu trabalhar para um agiota italiano chamado Tony
Gazzo, com quem manteve uma certa amizade. Gazzo
os

quando se trata de compreender os processos de coe-


são e coerência. gostava de Rocky por ele ser descendente de italiano e
nt

o ajudou dando US$ 500,00 para o seu treinamento, na


Sa

Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um


prédio. Tal qual uma boa construção precisa de um bom primeira luta que fez com Apollo Creed.
os

alicerce para manter-se em pé, um texto bem construí- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso em: 30
id

do depende da organização das nossas ideias, da forma set. 2020. Adaptado.


ol

como elas estão dispostas no texto. Isso significa que pre-


ic

cisamos utilizar adequadamente os processos coesivos, A partir da leitura, podemos perceber que todos os
N

a fim de defendermos nossas ideias adequadamente. termos destacados fazem referência a um mesmo refe-
io

Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin-


ric

rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza-


cipais formas de marcação, em um texto, de processos
do foi o uso de anáforas que assumem variadas formas
au

que buscam organizar as ideias em um texto, princi-


gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.
M

palmente, os processos de coesão que, como dissemos,


Já os processos referenciais catafóricos apontam
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti-
para porções textuais que ainda não foram mencio-
cas que os processos envolvendo a coerência.
Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas nadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a
características da coerência em um texto e como esse seguir: “Os documentos requeridos para os candidatos
processo liga-se não apenas às formas gramaticais, são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”
mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, Dica
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e
estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus- Em provas de concursos e seleções, ainda se
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico encontra a terminologia “expressões referenciais
que se encontra mais na mente que no texto”. catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) material. No entanto, é importante salientar que,
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e para linguistas e estudiosos, as anáforas são
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- os processos referenciais que recuperam e/ou
16 são. A autora afirma que a coerência: apontam para porções textuais.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uso de Pronomes ou Pronominalização Uso de Numerais

Utilizar pronomes para manter a coesão de um Conforme mencionamos anteriormente, o uso de


texto é essencial, evitando-se repetições desnecessá- categorias gramaticais concorre para a progressão tex-
rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como tual; uma das classes gramaticais que auxilia esse pro-
a classe de pronomes é vasta, vamos enfatizar neste cesso é o uso de numerais.
estudo os principais pronomes utilizados em recursos Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que
essa classe promove, auxiliando na ligação de ideias
textuais para manter a coesão.
em um texto. Dessa forma, as expressões quantitati-
A pronominalização é a base de recursos anafó-
vas, em algumas circunstâncias, retomam dados ante-
ricos que recuperam porções textuais ou ainda um riores numa relação de coesão.
nome específico a que o autor faz referência no texto. Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
Vejamos dois exemplos: meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
As formas destacadas são numerais ordinais que
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden recuperam informação no texto, evitando a repetição
foi quente, com diversas interrupções e acusações de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
pesadas. […] O primeiro ponto discutido foi a indica-
ção de Trump da juíza conservadora Amy Barrett para Uso de Advérbios
a Suprema Corte, depois da morte de Ruth Bader Gins-
burg. O presidente defendeu que tem esse direito, pois Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
os republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifi- ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
processo de coesão. As formas adverbias que marcam
ca essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que
tempo e espaço podem também ser denominadas de
eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […].
marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
são o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões Perceba que esses advérbios só podem ser associa-
de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris Wal- dos a um referente se forem instaurados no discurso,
lace perguntou aos dois o que eles fariam até que uma isto é, se mantiverem associação com as pessoas que
vacina aparecesse. Biden atacou o republicano dizendo produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje
que Trump “não tem um plano para essa tragédia”. Já não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala
Trump começou sua resposta atacando a China - “deve- compreenderá que a marcação temporal refere-se
riam ter fechado suas fronteiras no começo” -, colocou ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso,
em dúvida as estatísticas da Rússia e da própria China esses elementos são conhecidos como dêiticos.
e, com pouca modéstia, disse que fez um “excelente tra- Independentemente de como são chamados, esses
balho” nesse momento dos EUA. elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-

9
-3
to, auxiliando também a construção da coesão textual.

40
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-
debate-025314998.html. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado.
Uso de Nominalização
.5
33
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu-
.6

As expressões que retomam ideias e nomes, já apre-


00

peração da informação apresentada é feita a partir de sentados no texto, mediante outras formas de expressão,
-0

muitos processos de coesão, porém, o uso dos prono- podem ser analisadas como processos nominalizado-
mes destacados recupera o assunto informado e ajuda res, incluindo substantivos, adjetivos e outras classes
os

o leitor a construir seu posicionamento. É importante nominais.


nt

buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- Essas expressões recuperam informações median-
Sa

rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
os

destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
Vejamos um exemplo:
id

já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que


participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses
ol
ic

pronomes apontam para uma parcela objetiva do tex- Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Belchior
N

to, diferente do pronome “essa”, associado ao subs- foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plásti-
io

tantivo “tragédia”, que recupera uma parcela textual co e professor brasileiro. Um dos membros do chamado
ric

maior, fazendo referência ao momento de pandemia Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha e
au

pelo qual o mundo passa. outros. Bel foi um dos primeiros cantores de MPB do nor-
M

O uso de pronomes pode ser um aliado na construção deste brasileiro a fazer sucesso internacional, em meados
da coesão, porém, o uso inadequado pode gerar ambi- da década de 1970.
guidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acesso em: 30 set.
coesão. Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher.
LÍNGUA PORTUGUESA

2020. Adaptado.
Não é possível saber qual dos homens estava
acompanhado. Todas as marcações em negrito fazem referência ao
Por fim, destacamos que as classes de palavras nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
relacionadas neste capítulo com os processos de coe- referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
são não podem ser vistas apenas sob a ótica descriti- doras que servem para ligar ideias e construir o texto.
va-normativa, amplamente estudada nas gramáticas
escolares. O interesse das principais bancas de con- Uso de Adjetivos
cursos públicos é avaliar a capacidade interpreta-
tiva e racional dos candidatos, dessa feita, a análise Os adjetivos também são considerados expressões
de processos coesivos visa analisar a capacidade do nominalizadoras que fazem referência a uma porção
candidato de reconhecer a que e qual elemento está textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo
construindo as referências textuais. acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor, 17
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
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músico, produtor, artista plástico e professor” apre- COESÃO SEQUENCIAL
senta seis nomes que funcionam como adjetivos de
Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações A coesão sequencial é responsável por organizar a
sobre essa personalidade, referida anteriormente. progressão temática do texto, isto é, garantir a manu-
É importante recordar que não podemos identifi- tenção do tema tratado pelo texto de maneira a pro-
car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em mover a evolução do debate assumido pelo autor.
que ela está inserida. No exemplo mencionado, as Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a
palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis- partir de locuções que marcam tempo, conjunções,
ta, professor são substantivos que funcionam como desinências e modos verbais. Neste material, iremos
adjetivos e colaboram na construção textual. nos deter, sobretudo, aos processos de conjunções que
são utilizadas para garantir a progressão textual.
Uso de Verbos Vicários
Conjunções Coordenativas
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e
significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários As conjunções coordenativas são aquelas que
são verbos usados em substituição de outros que já ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor
foram muito utilizados no texto. semântico independente. Na construção textual, elas
Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós são importantes, pois, com seus valores, adicionam
esperávamos. informações relevantes ao texto.
O verbo “acontecer” foi substituído na segunda Exemplos de conjunções coordenativas atuando
oração pelo verbo “foi”. na coesão:

ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES Não apenas conversava com


Ser: “Ele trabalha, porém não é tanto assim” ADITIVA os demais alunos como tam-
Fazer: “Poderíamos concordar plenamente, mas não o bém atrapalhava o professor
fizemos” Eram ideias interessantes, porém
ADVERSATIVA
Aceitar: “Se ele não acatar a promoção não aceita por ninguém concordou com elas
falta de interesse” Superou o estigma que pregava
Foi: “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais” ALTERNATIVAS “ou estuda, ou trabalha” e conse-
guiu ser aprovada
Uso de Elipse
Ao final, faça os exercícios,
EXPLICATIVA pois é uma forma de praticar o
A elipse é uma forma de omissão de uma informa-

9
que aprendeu

-3
ção já mencionada no texto. Geralmente, estudamos

40
a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de O candidato não cumpriu sua
linguagem de uma gramática. Neste material, iremos CONCLUSIVA
.5 promessa. Ficamos, portanto,
33
nos deter a maiores aspectos da elipse também nes- desapontados com ele
.6

sa seção. Aqui é importante salientar as propriedades


00

recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro- Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
-0

pósito de manter a coesão textual. precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
os

Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
nt

um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
Sa

maior (uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
os

anteriormente em outro segmento do texto, mas recu- sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
id

perável por marcas do próprio contexto verbal”. Veja-


ol

mos como ocorre, a partir do segmento abaixo: Conjunções Subordinativas


ic
N

“O Brasil evoluiu bastante desde o iní- Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
io

dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias


ric

cio do século XXI. O país proporcionou


a inclusão social de muitas pessoas. A apresentadas num texto, porém, diferentemente
au

Sem Elipse daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações


nação obteve notoriedade internacional
M

por causa disso. A pátria, porém, ainda subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
enfrenta certas adversidades...” para terem o sentido apreendido.
Exemplos de conjunções subordinativas atuando
“O Brasil evoluiu bastante desde o início do na coesão:
século XXI e proporcionou a inclusão social
de muitas pessoas, por causa disso obteve Com Elipse
notoriedade internacional, porém ainda en- Como não havia estudado su-
frenta certas adversidades...” CAUSAL ficiente, resolvi não fazer essa
prova

Falaram tão mal do filme que ele


CONSECUTIVA
nem entrou em cartaz

COMPARATIVA Trabalhou como um escravo

18
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conforme o Ministro da Eco- CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão
acabar O candidato foi encontra-
do com duzentos milhões
Marcar ênfase
Ainda que vivamos um período de reais na mala, duzen-
CONCESSIVA de poucos concursos, não pode- tos milhões!
mos desanimar
Marcar contraste Existem Políticos e políticos
Se estudarmos, conseguiremos
CONDICIONAL “Agora que sentei na minha
ser aprovados!
cadeira de madeira, junto
À proporção que aumentava à minha mesa de madeira,
PROPORCIONAL seus horários de estudo, mais colocada em cima deste
forte o candidato se tornava assoalho de madeira, olho
Marcar a continuidade
minhas estantes de madei-
Estudava sempre com afinco, a temática
FINAL ra e procuro um livro feito
fim de ser aprovado de polpa de madeira para
Quando o edital for publicado, já escrever um artigo contra
TEMPORAL o desmatamento florestal”
estarei adiantado nos estudos
Millôr Fernandes

Importante! Uso de Paráfrase

Não confundir: A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-


Afim de – Relativo à afinidade, semelhança: porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata-
“Física e Química são disciplinas afins”. do no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar
A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como obje- sobre algo utilizando-se de outras palavras. Conforme
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”. Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em
outro ponto do texto, embora com palavras diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo:
Conjunções Integrantes

As conjunções integrantes fazem parte das orações Ceará goleia Fortaleza no Fortaleza é goleado pelo
subordinadas, na realidade, elas apenas integram, Castelão. Ceará no Castelão.

9
-3
ligam uma oração principal a outra, subordinada.

40
Como podemos notar, o papel dessas conjunções é Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais
essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são .5
da capital cearense. A forma como o texto se apresen-
33
“peças” que unem as orações. Existem apenas dois ta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em
.6

tipos de conjunções integrantes: que e se. posições diferentes, cumpre um papel importante na
00

progressão temática do texto.


-0

Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo


Quando é possível substituir
os

Quero que a prova esteja uso de expressões textuais bem características, como: em
o que pelo pronome isso, es- outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em
nt

fácil.
tamos diante de uma conjun- resumo, em suma, em síntese etc. Essas expressões indi-
Sa

Quero. O quê? Isso


ção integrante cam que algo foi dito e passará a ser ressignificado, garan-
os

tindo a informatividade do texto.


Sempre haverá conjunção
id

Perguntei se ele estava


integrante em orações subs-
ol

em casa. Uso de Paralelismo


tantivas e, consequentemen-
ic

Perguntei. O quê? Isso


te, em períodos compostos
N

As ideias similares devem fazer a correspondência


io

entre si; a essa organização de ideias no texto, dá-se o


ric

COESÃO RECORRENCIAL nome de paralelismo. Quando as construções de frases


au

e orações são semelhantes, ocorre o paralelismo sin-


M

Uso de Repetições tático. Quando há sequência de expressões simétricas


no plano das ideias e coerência entre as informações,
As recorrências de repetições em textos são comu- ocorre o paralelismo semântico ou paralelismo de
mente recusadas pelos mestres da língua portuguesa.
LÍNGUA PORTUGUESA

sentido.
Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos pro-
fessores recomendam em uníssono: evite repetir pala-
vras e expressões! ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
No entanto, a repetição é um recurso coesivo JUNTAS
essencial para manter a progressão temática do texto, Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
isto é, para que o tema debatido no texto não seja per- tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.
dido, levando o escritor a fugir da temática.
Embora também não recomendemos as repetições Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti-
exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade- ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, em que houve quebra de paralelismo:
alguns usos comuns dessa estratégia coesiva. “É necessário estudar e que vocês se ajudem”
— Errado. 19
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“É necessário que vocês se ajudem e que estudem” Dica
— Correto.
Devemos manter a organização das orações, pois Toda palavra determinada por um artigo torna-
não podemos coordenar orações reduzidas com orações -se um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar
desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá- etc.
-las ou somente desenvolvida ou somente reduzidas.
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é NUMERAIS
a mesma, porém deixamos de analisar os pares no
âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja- São palavras que se relacionam diretamente ao
mos o seguinte exemplo: substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi-
“Por um lado, os manifestantes agiram corre- ção. Os numerais podem ser:
tamente, por outro podem não ter agido errado”
— Incorreto. z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois
“Por um lado, os manifestantes agiram correta- potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu- meninos eram bons em português;
lação” — Correto. z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
foi sua irmã e a outra estava bem” — Incorreto. gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo
foi sua irmã e a outra foi minha prima” — Correto. qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
Ele ganha o triplo no novo emprego;
z Fracionários: indicam frações, divisões ou dimi-
nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS recebeu metade do pagamento.

INTRODUÇÃO Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,


isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
A palavra morfologia refere-se ao estudo das for- quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
mas. Por isso, o termo é utilizado por linguistas e tam- Dúzia: conjunto de doze unidades;
bém por médicos, que estudam as formas dos órgãos Novena: período de nove dias;
e suas funções. Década: período de dez anos;
Analogamente, para compreender bem as funções Século: período de cem anos;

9
de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão, Bimestre: período de dois meses.

-3
precisamos conhecer como essa forma se classifica e

40
como se organiza.
.5
Um: Numeral ou Artigo?
Por isso, em língua portuguesa, estudamos as for-
33
mas das palavras na morfologia, que organiza as classes
.6

A forma um pode assumir na língua a função de


00

das palavras em dez categorias. A seguir, estudaremos artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
detalhadamente cada uma delas e também veremos um
-0

podemos reconhecer cada função? É preciso observar


“bônus” para seus estudos: as palavras denotativas, o contexto em uso. Observe:
os

atualmente, muito cobradas por bancas exigentes.


nt

z Durante a votação, houve um deputado que se


Sa

ARTIGOS posicionou contra o projeto;


os

z Durante a votação, apenas um deputado se posi-


id

Os artigos devem concordar em gênero e número cionou contra o projeto.


com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
ol
ic

minantes dos substantivos. Na primeira frase, podemos substituir o termo um


N

Essa classe está dividida em artigos definidos e arti- por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
io

gos indefinidos. Os definidos funcionam como deter- o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
ric

minantes objetivos, individualizando a palavra, já os der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
au

indefinidos funcionam como determinantes imprecisos. contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
M

O artigo definido — o — e o artigo indefinido — por exemplo.


um —variam em gênero e número, tornando-se “os, Já na segunda oração, a alteração do gênero não
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
indefinidos. Assim, temos: pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM
deputado, marcando a quantidade.
z Artigos definidos: o, os; a, as; Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
Os artigos podem ser combinados às preposições. Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
São as chamadas contrações. Algumas contrações seguir:
comuns na língua são:
z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
z em + a = na; destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
z a + o = ao; cordância com palavras femininas é inaceitável
z a + a = à; pela gramática.
20 z de + a = da. Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
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Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje. z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne-
z A forma 14 por extenso apresenta duas formas ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.

SUBSTANTIVOS Já os substantivos biformes designam os substan-


tivos que apresentam duas formas para os gêneros
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
característica básica dessa classe é admitir um deter- Destacamos que alguns substantivos apresentam
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- formas diferentes nas terminações para designar for-
xionam-se em gênero, número e grau. mas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
Tipos de Substantivos Outros substantivos modificam o radical para
designar formas diferentes no masculino e no femini-
A classificação dos substantivos admite nove tipos no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
diferentes. São eles: Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.

z Simples: formados a partir de um único radical. Gênero e Significação


Ex.: Vento, escola;
z Composto: formados pelo processo de justaposi- Alguns substantivos uniformes podem aparecer
ção. Ex.: Couve-flor, aguardente; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
z Primitivo: possibilitam a formação de um novo modificação no sentido. Veja, por exemplo:
substantivo. Ex.: Pedra, dente;
z Derivado: formados a partir dos derivados. Ex.: z A testemunha: Pessoa que presenciou um crime;
Pedreiro, dentista; z O testemunho: Relato de experiência, associado a
z Concreto: designam seres com independência religiões.
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
pendentemente de sua conotação espiritual ou Algumas formas substantivas mantêm o radical e
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro; a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
z Abstrato: indicam estado, sentimento, ação, qua- significado:
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
em função de outros seres. A feiura, por exemplo, z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
depende de uma pessoa, um substantivo concreto z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;

9
-3
a quem esteja associada. Ex.: Chute, amor, cora- z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.

40
gem, liberalismo, feiura;
z Comum: designam todos os seres de uma espécie.
.5
Além disso, algumas palavras na língua causam
33
Ex.: Homem, cidade; dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
.6

z Próprio: designam uma determinada espécie. Ex.: das em contextos informais com gêneros diferentes.
00

Pedro, Fortaleza; Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;


-0

z Coletivo: usados no singular, designam um conjun- a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele-
to de uma mesma espécie. Ex: Pinacoteca, manada. fonema; o trema.
os

Algumas formas que não apresentam, necessaria-


nt

É importante destacar que a classificação de um mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
Sa

substantivo depende do contexto em que ele está inse- masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
os

rido. Vejamos: sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.


id

Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma


ol

pessoa = Próprio); Flexão de Número


ic

O amigo mostrou-se um judas (judas significando


N

traidor = comum). Os substantivos flexionam-se em número, de


io

maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.:


ric

Flexão de Gênero Casa / casas.


au

Porém, podem apresentar outras terminações:


M

Os gêneros do substantivo são masculino e males, reais, animais, projéteis etc.


feminino. Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
Porém, alguns deles admitem apenas uma forma das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
LÍNGUA PORTUGUESA

para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni- paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
formes. Os substantivos uniformes podem ser: terminada em L e que tem como plural “males”.
Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma- fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- Entretanto, também há exceções. Ex.: A forma
te / a cliente; O líder / a líder; mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
z Epicenos: designam geralmente animais que apre- e méis.
sentam distinção entre masculino e feminino, mas Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça Ex.: capelães, capitães, escrivães.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; Contudo, há substantivos que admitem até três
girafa macho / girafa fêmea; formas de plural, como os seguintes: 21
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z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães; z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas
z Ancião: anciãos, anciões, anciães; reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
z Vilão: vilãos, vilões, vilães. Cinderela;
z Nomes de cidades, países, estados, continentes
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / Ceará, Nárnia, Londres;
órgãos; órfão / órfãos. z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
das Crianças;
Plural dos Substantivos Compostos z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
Os substantivos compostos são aqueles formados Gabinete da Vice-presidência, Organização das
por justaposição. O plural dessas formas obedece às
Nações Unidas;
seguintes regras:
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
z Variam os dois elementos:
nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes- bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
tres -salas; z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
das -noturnos; z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
-feiras. Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
z Varia apenas um elemento: fados com maiúsculas apenas quando utilizados
indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
canas-de-açúcar; do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Substantivo + substantivo com função adjetiva. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
Ex.: navios-escola. z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.:
Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
abaixo-assinados.
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas.
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres. Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são

9
aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e

-3
formados por

40
verbo + advérbio vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma
verbo + substantivo plural forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos
.5
33
ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha. por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu-
.6

las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.


00

Variação de Grau
-0

ADJETIVOS
A flexão de grau dos substantivos exprime a varia-
os

ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-
nt

uma diminuição. tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos


Sa

podem indicar:
z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos
os

aos substantivos indicar um aumento de tamanho.


id

Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, z Qualidade: professor chato;


ol

fogaréu, boqueirão, poetastro; z Estado: aluno triste;


ic

z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do z Aspecto, aparência: estrada esburacada.


N

aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção


io

do ser. Locuções Adjetivas


ric

Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,


au

pequenina, papelucho. As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos


M

adjetivos, indicando as mesmas características deles.


Dica Elas são formadas por preposição + substantivo,
referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- A seguir, colocamos diferentes locuções adjeti-
vras, podendo assumir um valor: vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu
Afetivo: filhinha / mãezona; estudo:
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.
z Voo de águia / aquilino;
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas z Poder de aluno / discente;
z Conselho de professores / docente;
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras z Cor de chumbo / plúmbea;
para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da z Luz da lua / lunar;
inicial maiúscula. z Sangue de baço / esplênico;
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;
22 inicias das palavras que designam: z Noite de inverno / hibernal ou invernal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É importante destacar que, mais do que “decorar” z Grau comparativo: exprime a característica de
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun- um ser, comparando-o com outro da mesma classe
damental reconhecer as principais características de nos seguintes sentidos:
uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
apresentar valor de posse. „ Igualdade: compara elementos colocando-os
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta; em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto
A abertura de conta pode ser realizada on-line. quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos
Quando a locução adjetiva é composta pela prepo- quanto simplórios;
sição “de”, pode ser confundida com a locução adver- „ Superioridade: compara, evidenciando um
bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante elemento como superior ao outro. Mais do que,
perceber que a locução adjetiva apresenta valor de melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para do que o dinheiro;
ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da „ Inferioridade: compara, evidenciando um ele-
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri- mento como inferior ao outro. Menos do que,
zando o substantivo “abertura”. pior do que. Ex.: Homens são menos engajados
Já na segunda frase, a locução destacada é adver- do que mulheres.
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
ta”, o que indica o valor de passividade da locução, z Grau superlativo: em relação ao grau superlati-
demonstrando seu caráter adverbial. vo, é importante considerar que o valor semântico
As locuções adjetivas também desempenham fun- desse grau apresenta variações, podendo indicar:
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
numerais e orações substantivas. „ Característica de um ser elevada ao último
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar. grau: superlativo absoluto, que pode ser analí-
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj. tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
Já as locuções adverbiais desempenham função de ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
orações adjetivas com esses valores.
absoluto analítico).
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez.
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.
sintético);
„ Característica de um ser relacionada com
Adjetivo de Relação
outros indivíduos da mesma classe: superla-
tivo relativo, que pode ser de superioridade (o
No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer mais) ou de inferioridade (o menos).
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de

9
Ex.: O candidato é o mais humilde dos concor-

-3
relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
rentes? (Superlativo relativo de superioridade).

40
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
O candidato é o menos preparado entre os con-
seguintes características:
.5
correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
33
inferioridade).
.6

z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre-


00

Importante! Ao compararmos duas qualida-


sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino
des de um mesmo ser, devemos empregar a
-0

bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub-


forma analítica (mais alta, mais magra, mais
os

jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos


bonito etc.).
de quem o descreve;
nt

Ex.: A modelo é mais alta que magra.


z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
Sa

Porém, se uma mesma característica referir-se


relação sempre são posicionados após o substanti-
os

a seres diferentes, empregamos a forma sinté-


vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial;
tica (melhor, pior, menor etc.).
id

z Derivado do substantivo: derivam-se do substan-


Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
ol

tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal


ic

— pai; mundial — mundo;


N

z Não admitem variação de grau: os graus com- Formação dos Adjetivos


io

parativo e superlativo não são admitidos. Ex.:


ric

Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
au

mundial”. simples ou compostos.


M

Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden- z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras
te americano (não é subjetivo; posicionado após o palavras. A partir deles, é possível formar novos
substantivo; derivado de substantivo; não existe a termos. Ex.: Útil, forte, bom, triste, mau etc.;
LÍNGUA PORTUGUESA

forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- z Derivados: são palavras que derivam de verbos
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; ou substantivos. Ex.: Bondade, lealdade, mulhe-
roteiro carnavalesco. rengo etc.;
z Simples: apresentam um único radical. Ex.: Portu-
Variação de Grau guês, escuro, honesto etc.;
z Compostos: formados a partir da união de dois ou
O adjetivo pode variar em dois graus: compara- mais radicais. Ex.: Verde-escuro, luso-brasileiro,
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas amarelo-ouro etc.
respectivas categorias.

23
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.

Plural dos Adjetivos Compostos

O plural dos adjetivos compostos segue as seguintes regras:

z Invariável:

„ Os adjetivos compostos azul-marinho, azul-celeste, azul-ferrete;


„ Locuções formadas de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui;
„ Adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.

z Varia o último elemento:

„ Primeiro elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados;


„ Adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.

Adjetivos Pátrios

Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
e objetos.
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
fluminense, cearense.

z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercia-
lizavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos
em nosso país.

Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric
au
M

24
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ADVÉRBIOS

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios. Porém, decorar
as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:

z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.;


z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).

Locuções Adverbiais

Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:

9
-3
40
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);

.5
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
33
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
.6
00

As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
-0

biais apresentam um valor passivo.


Ex.: Ameaça de colapso.
os

Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
nt

temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Sa

Ex.: Colapso foi ameaçado.


os

Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
id

adverbial.
ol

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
ic

não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
N

Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
io

passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
ric

isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.


au
M

Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo
Locuções adjetivas apresentam valor de posse
LÍNGUA PORTUGUESA

Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova? 25
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem

GRAU COMPARATIVO Mal Pior (mais mal*) - Tão mal


Muito Mais - -
Pouco Menos - -

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.

ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
GRAU -
SUPERLATIVO Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos

9
Advérbios e Adjetivos

-3
40
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio. .5
33
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
.6

caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.


00

Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.


-0

Os homens responderam felizes às esposas.


os

Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.


nt

Agora, acompanhe o seguinte exemplo:


Sa

Ex.: A cerveja que desce redondo.


As cervejas que descem redondo.
os

Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.


id
ol

Palavras Denotativas
ic
N

São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
io
ric

não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.


Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
au

isso que as bancas de concurso cobram.


M

z Eis: sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.

26
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Algumas Observações Interessantes

z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.

PRONOMES

Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:

PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO


1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes

9
-3
40
Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.
.5
33
Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto.
.6
00

Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.


-0

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
os

sobre todas as questões;


nt

z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por prepo-
Sa

sição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).


os
id

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes
ol
ic

“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
N

Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento:
io
ric

z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);


au

z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);


M

z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).

Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
LÍNGUA PORTUGUESA

que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.


Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.

Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:

z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular. 27
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Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição; PRONOMES INDEFINIDOS1
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à
3ª pessoa). Variáveis Invariáveis
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri- Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
bunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém
nenhumas
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for- Todo, toda, todos, todas Quem
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso Outro, outra, outros, outras Outrem
e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
Muito, muita, muitos, muitas Algo
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem
ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
reconhecidos socialmente por suas funções, como juí- Certo, certa, certos, certas Nada
zes, reis, clérigos, entre outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de Vários, várias Cada
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções Quanto, quanta, quantos, quantas Que
sociais que designam: Tanto, tanta, tantos, tantas

z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquidu- Qualquer, quaisquer


ques e seus respectivos femininos; Qual, quais
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
Um, uma, uns, umas
z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do gover-
no e das Forças Armadas membros do alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus As palavras certo e bastante serão pronomes
respectivos femininos; indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes; serão adjetivos quando vierem depois.
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
graduados, oficiais até o posto de coronel, trata- indefinido).
mento cerimonioso a comerciantes importantes; Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
z Vossa Santidade (V. S.): papa; A palavra bastante frequentemente gera dúvida
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev- quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
ma.): bispos. do. Por isso, atente-se ao seguinte:

9
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-

-3
te ao termo “muito”.

40
nomes de tratamento e suas respectivas designações
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial Ex.: Elas são bastante famosas.
.5
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente
33
da Presidência da República. Portanto, essas designa-
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- ao termo “suficiente”.
.6
00

ro textual abordado for um gênero oficial. Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
a festa.
-0

Ainda sobre o assunto, veja algumas observações: z Bastante (pronome indefinido): concorda com
os

o substantivo, indicando grande, porém incerta,


nt

z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra- quantidade de algo.


Sa

tamento é importante destacar que o plural de Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
os

algumas abreviaturas é feito com letras dobradas,


Pronomes Demonstrativos
id

como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na


maioria das abreviaturas terminadas com a letra
ol

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e


ic

a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V.


N

Exas.; V. Ema. / V.Emas.; apontam elementos a que se referem as pessoas do


io

z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
ric

tíssimo Juiz; da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço


au

z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- textual.


M

blica nunca deve ser abreviado.


z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
Pronomes Indefinidos z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar Usamos este, esta, isto para indicar:
e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
� Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
dade de algo ao falante.
Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
como prova.

1  Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-


28 quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Referência ao tempo presente. z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso-
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, ciado a pessoas, coisas ou objetos.
pagarei a última prestação da casa. Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O
� Referência ao espaço textual. cachorro que estava doente morreu. A caneta que
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro- emprestei nunca recebi de volta.
curava um presente para o marido (o pronome � Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
refere-se ao último termo mencionado). relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
Este artigo científico pretende analisar... (o prono- � Emprego do relativo quem: seu antecedente deve
me “este” refere-se ao próprio texto). ser uma pessoa ou objeto personificado.
Usamos esse, essa, isso para indicar: Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
� O pronome relativo quem pode fazer referência
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- a algo subentendido: Quem cala consente (aquele
mento de algo de quem fala. que cala).
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você. � Emprego do relativo quanto: seu antecedente
z Indicar distância que se deseja manter. deve ser um pronome indefinido ou demonstrati-
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con- vo; pode sofrer flexões.
fia nesses políticos. Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
z Referência ao tempo passado. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
estive em São Paulo.
para indicar posse e aparecer relacionando dois
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
termos que devem ser um possuidor e uma coisa
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
possuída.
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nes-
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-
sa expressão utilizada.
sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
matéria (coisa possuída).
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:

� Referência ao espaço físico, indicando afastamen- O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
to de quem fala e de quem ouve. ro com a coisa possuída.
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta? Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
� Referência a um tempo muito remoto, um passa- cujo: Cujo o, cuja a
do muito distante. Não podemos substituir cujo por outro pronome
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por- relativo.

9
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.

-3
tas abertas. Bons tempos aqueles!

40
� Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.

.5
Ex.: Não conheço mais aquela mulher. Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
33
� Referência ao espaço textual, indicando o pri- gunta: “de quem/do que?”
.6

meiro termo de uma relação expositiva. Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor
00

Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe- do que? Do filme).
-0

riu beber chá; aquela, refrigerante. Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
quem? Do rapaz).
os

Dica
nt

� Emprego do pronome relativo onde: empregado


Sa

O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun- para indicar locais físicos.
os

ção demonstrativa referencial. Veja: Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
id

� Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-


esqueceu de preencher o gabarito.
ol

mindo as formas aonde e donde.


ic

Correto: O candidato fez a prova, porém esque- Ex.: Irei aonde você for.
N

ceu de preencher o gabarito. � O relativo “onde” pode ser empregado sem


io

antecedente.
ric

Pronomes Relativos Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.


au

� Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual”


M

Uma das classes de pronomes mais complexas, os e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
pronomes relativos têm função muito importante na do em substituição a outros pronomes relativos,
língua, refletida em assuntos de grande relevância sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, guísticos, como o “queísmo”.
LÍNGUA PORTUGUESA

é essencial conhecer adequadamente a função desses Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. guém se lembra.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo
ou a um pronome substantivo mencionado anterior- O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- textual, desfazendo estruturas ambíguas.
nado anteriormente) chamamos de antecedente.
São pronomes relativos: Pronomes Interrogativos

z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, São utilizados para introduzir uma pergunta ao
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, texto.
quantas; Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
z Invariáveis: que, quem, onde, como; Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). 29
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Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Modos
Quantos anos tem seu pai?
O ponto de interrogação só é usado nas interroga- Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma
tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção relação enunciada pelo verbo.
interrogativa, indicada por verbos como perguntar,
indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela. z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem certeza.
são pronomes substantivos, pois substituem os subs- Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
tantivos, dando fluidez à leitura. z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a de dúvida, desejo ou possibilidade.
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
zação da atividade. O tempo estava instável)2. z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
convite, conselho, súplica ou pedido.
Pronomes Possessivos Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.

Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do Tempos


discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir:
O tempo designa o recorte temporal em que a ação
verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar
1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas
o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro.
SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe
a seguir:
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas z Presente:
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
Pode expressar não apenas um fato atual, como
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias
a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo no mesmo horário.
a uma coisa. Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o instala uma ditadura.
pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais!
do pronome é com o objeto da posse. (equivalente a estudarei).

9
Outras funções dos pronomes possessivos:

-3
z Passado:

40
z delimitam o substantivo a que se referem;
z concordam com o substantivo que vem depois dele; .5
„ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente
33
z não concordam com o referente; no passado.
.6

Ex.: Estudei até ser aprovado.


00

z o pronome possessivo que acompanha o substan-


„ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.
-0

pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou


os

durativa.
VERBOS
Ex.: Estudava todos os dias.
nt
Sa

„ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à


Certamente, a classe de palavras mais complexa e outra mais antiga.
os

importante dentre as palavras da língua portuguesa é Ex.: Quando notei (passado), a água já trans-
id

o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações bordara (ação anterior) da banheira.
e os agentes desses atos, além de ser uma importante
ol
ic

classe sempre abordada nos editais de concursos; por z Futuro:


N

isso, atente-se às nossas dicas.


io

Os verbos são palavras variáveis que se flexionam „ Futuro do presente: indica um fato que deve
ric

em número, pessoa, modo e tempo, além da designa- ser realizado em um momento vindouro.
au

ção da voz que exprime uma ação, um estado ou um Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
M

fato. „ Futuro do pretérito: expressa um fato poste-


As flexões verbais são marcadas por desinências, rior em relação a outro fato já passado.
que podem ser: Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.

z Número-pessoal: indicando se o verbo está no sin- A partir dessas informações, podemos também
gular ou plural, bem como em qual pessoa verbal identificar os verbos conjugados nos tempos simples
foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo são formados por uma única palavra, ou verbo, conju-
verbais a ação foi realizada. gado no presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois
Iremos apresentar essas desinências a seguir. verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o ver-
Antes, porém, de abordarmos as desinências modo- bo auxiliar é o único a sofrer flexões.
-temporais, precisamos explicar o que são modo e Agora, vamos conhecer as desinências modo-tempo-
tempo verbais. rais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
30 2  Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30 jul. 2021.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples

TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO


Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª conjugações) -sse
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
Futuro -rá e -re -r
Futuro do pretérito -ria *

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Indicativo)

z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no
particípio.
Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)

� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-

9
cipal no particípio.

-3
Ex.: (se eu) Tivesse estudado

40
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado. .5
33
.6

Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais


00
-0

As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em determi-
os

nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
nt
Sa

z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
como um advérbio ou um adjetivo.
os

Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.


id

z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
ol

-so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
ic

Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.


N
io

Quando cheguei, ela já tinha partido.


ric

Ele tinha aberto a janela.


Ela tinha pago a conta.
au

z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
M

Pode ser pessoal ou impessoal:

„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
LÍNGUA PORTUGUESA

formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina;
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou orações reduzidas.


Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos que funcionam como um verbo.
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.

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Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo composto na voz
ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.

Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em: regulares, irregula-
res, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das formas nomi-
nais. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:

z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regularidade no uso das
desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os verbos regulares mantêm o paradigma
morfológico com o radical, que permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu canto Cantei
Tu cantas Cantaste
Ele/ você canta Cantou
Nós cantamos Cantamos
Vós cantais Cantastes
Eles/ vocês cantam Cantaram

z Irregulares: os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências verbais. Por isso, rece-
bem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo um paradigma próprio para cada grupo
verbal.

Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO

9
-3
Eu estou Estive

40
Tu estás Estiveste
.5
33
Ele/ você está Esteve
.6
00

Nós estamos Estivemos


-0

Vós estais Estivestes


os

Eles/ vocês estão Estiveram


nt
Sa

z Anômalos: esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências verbais, consideradas
os

anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um exemplo bem usual de verbo dessa categoria
id

é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.
ol
ic

Vejamos a conjugação o verbo “ser”:


N
io

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


ric

Eu sou Fui
au

Tu és Foste
M

Ele / você é Foi


Nós somos Fomos
Vós sois Fostes
Eles / vocês são Foram

Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos.

z Abundantes: são formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:

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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
Despertar Despertado Desperto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue
Morrer Morrido Morto
Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
Findar Findado Findo
Fritar Fritado Frito
Ganhar Ganhado Ganho
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Isentar Isentado Isento

9
Juntar Juntado Junto

-3
40
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado .5 Morto
33
.6

Omitir Omitido Omisso


00

Pagar Pagado Pago


-0

Prender Prendido Preso


os

Romper Rompido Roto


nt
Sa

Salvar Salvado Salvo


os

Secar Secado Seco


id

Submergir Submergido Submerso


ol

Suspender Suspendido Suspenso


ic
N

Tingir Tingido Tinto


io

Torcer Torcido Torto


ric
au

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


M

Aceitar Eu já tinha aceitado o convite O convite foi aceito


Entregar Aviso quando tiver entregado a encomenda Está entregue!
LÍNGUA PORTUGUESA

Morrer Havia morrido há dias Quando chegou, encontrou o animal morto


Expelir A bala foi expelida por aquela arma Esta é a bala expulsa
Enxugar Tinha enxugado a louça quando o programa começou A roupa está enxuta
Findar Depois de ter findado o trabalho, descansou Trabalho findo!
Imprimir Se tivesse imprimido tínhamos como provar Onde está o documento impresso?
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!
Omitir Dados importantes tinham sido omitidos por ela Informações estavam omissas
Submergir Após ter submergido os legumes, reparou no amigo Deixe os legumes submersos por alguns minutos
Suspender Nunca tinha suspendido ninguém Você está suspenso!
33
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z Defectivos: são verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.

Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
latir, bramir, chover.

z Pronominais: esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu me sento Sentei-me
Tu te sentas Sentaste-te
Ele/ você se senta Sentou-se
Nós nos sentamos Sentamo-nos
Vós vos sentais Sentastes-vos
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se

z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.

„ O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia
muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
„ Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.

9
„ O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.

-3
„ O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz

40
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
.5
„ Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
33
„ O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
.6

natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns
00

bons anos que não vejo Mariana”.


-0
os

z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e também nas locuções
nt

verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Sa

Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo principal determina a
os

regência estabelecida na oração.


id

Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes na formação da voz
ol

passiva analítica.
ic
N

z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
io
ric

„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advérbio ou adjetivo. Ex.:
au

Minha mãe está rezando;


M

„ Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classificado em par-
ticípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.

A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com os
verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais.

„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.

AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar, passear);


ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, pôr);
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir, sair).

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Dica z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun-
cionará nessa condição quando não for possível
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga- identificar o sujeito explícito ou subentendido.
ção, pois origina-se do verbo “poer”. Além disso, não podemos confundir essa função
O mesmo acontece com verbos que deste do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-
derivam. ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa
estar na voz ativa.
Vozes Verbais
Outra importante característica do “se” como índi-
As vozes verbais definem o papel do sujeito na ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
estar na 3ª pessoa do singular.
� Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação Ex.: Acredita-se em Deus.
verbal.
Ex.: O policial deteve os bandidos. z Pronome reflexivo: na função de pronome refle-
� Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci-
verbal. procidade, auxiliando a construção dessas vozes
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial —
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
passiva analítica;
cipais características são:
� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética.
� Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo
tempo, pois pratica e recebe a ação verbal. „ sujeito recebe e pratica a ação;
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O „ funcionará, sintaticamente, como objeto direto
menino se agrediu. ou indireto;
� Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mes- „ o sujeito da frase poderá estar explícito ou
mo tempo, porém há uma ação compartilhada implícito.
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti-
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
e sofrem a ação. presente de aniversário (implícito).
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga-
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se”
cumprimentaram. será parte integrante dos verbos pronominais,

9
acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-

-3
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun-
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-

40
ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos
ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva
.5
estar explícito ou implícito.
33
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a
.6

indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do


00

objeto direto. filha.


-0

Importante! Não confunda os verbos pronomi- z Partícula de realce: será partícula de realce o “se”
nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais que puder ser retirado do contexto sem prejuízo
os

que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei- no sentido e na compreensão global do texto. A
nt

xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um partícula de realce não exerce função sintática,
Sa

pronome que faz parte integrante do seu significado, pois é desnecessária.


diferentemente das vozes verbais, que acompanham
os

Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.


o pronome “se” com função sintática própria.
id

z Conjunção: o “se” será conjunção condicional


ol

Outras Funções do “Se” quando sugerir a ideia de condição. A conjunção


ic

“se” exerce função de conjunção integrante, ape-


N

Como vimos, o “se” pode funcionar como item nas ligando as orações, e poderá ser substituído
io

pela conjunção “caso”.


ric

essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele-


mento também acumula outras atribuições: Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
au

dar, será aprovado).


M

z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética


é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran- Conjugação de Verbos Derivados
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
LÍNGUA PORTUGUESA

o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é Verbo derivado é aquele que deriva de um ver-
designado partícula apassivadora, nesse contexto. bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
“Se” (partícula apassivadora).
“originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
O “se” exercerá essa função apenas:
mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
„ com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI; relevantes em provas diversas:
„ com verbos que concordam com o sujeito;
„ com a voz passiva sintética. z Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;
z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire- z Ver: antever, rever, prever;
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir. 35
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Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- PREPOSIÇÕES
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais. Conceito
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais São palavras invariáveis que ligam orações ou
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina- outras palavras. As preposições apresentam funções
ção são, predominantemente, regulares. importantes tanto no aspecto semântico quanto no
aspecto sintático, pois complementam o sentido de
PRESENTE — INDICATIVO verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Eu Crio sem a presença da preposição, modificando a transiti-
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
Tu Crias
sentido de palavras deverbais3.
Ele/Você Cria As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
Nós Criamos com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
te, por, sem, sob, trás.
Vós Criais
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
Eles/Vocês Criam chamadas pois pertencem a outras classes grama-
ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
conjugação do verbo “passear”: (quando equivaler a “por causa de”).
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
PRESENTE — INDICATIVO plos de uso em diferentes situações:
Eu Passeio “A”
Tu Passeias
Ele/Você Passeia z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
Nós Passeamos z Destino (em correlação com a preposição de): De
Vós Passeais Santos à Bahia;
Eles/Vocês Passeiam z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00;

9
z Direção: Levantar as mãos aos céus;

-3
Conjugação de Alguns Verbos

40
z Distância: Cair a poucos metros da namorada;
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo;
Vamos agora conhecer algumas conjugações de .5
33
z Lugar: Ir a Santa Catarina;
verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
.6

z Modo: Falar aos gritos;


to de questões em concursos.
00

z Sucessão: Dia a dia;


Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
-0

z Tempo: Nasci a três de maio;


z Proximidade: Estar à janela.
os

PRESENTE — INDICATIVO
nt

Eu Adiro “Após”
Sa

Tu Aderes
os

z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;


Ele/Você Adere
id

z Tempo: Logo após o almoço descansamos.


ol

Nós Aderimos
ic

“Com”
Vós Aderis
N
io

Eles/Vocês Aderem z Causa: Ficar pobre com a inflação;


ric

z Companhia: Ir ao cinema com os amigos;


au

A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”. São z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla-
M

conjugados da mesma forma os verbos dispor, interpor, nos para o futuro;


sobrepor, compor, opor, repor, transpor, entrepor, supor. z Instrumento: Abrir a porta com a chave;
z Matéria: Vinho se faz com uva;
PRESENTE — INDICATIVO z Modo: Andar com elegância;
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente;
Eu Ponho
comigo sempre é assim.
Tu Pões
Ele/Você Põe “Contra”
Nós Pomos
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira;
Vós Pondes z Direção: Olhar contra o sol;
Eles/Vocês Põem

3  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
36 termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
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z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho “Perante”
contra o peito.
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri.
“De”
“Por”
z Causa: Chorar de saudade;
z Assunto: Falar de religião; z Modo ou conformidade: Vamos escolher por
z Matéria: Material feito de plástico; sorteio;
z Conteúdo: Maço de cigarro; z Causa: Encontrar alguém por coincidência;
z Origem: Você descende de família humilde; z Conformidade: Copiar por original;
z Posse: Este é o carro de João; z Favor: Lutar por seus ideais;
z Autoria: Esta música é de Chopin; z Medida: Vendia banana por quilo;
z Tempo: Ela dorme de dia; z Meio: Ir por terra;
z Lugar: Veio de São Paulo; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
z Definição: Pessoa de coragem; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Tempo: Viver por muitos anos.
z Meio: Viver de ilusões;
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm; “Sem”
z Modo: Olhar alguém de frente;
z Preço: Caderno de 10 reais; z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
z Qualidade: Vender artigo de primeira; dinheiro.
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa
corajosa. “Sob”

“Desde” z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.


Pedro II;
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui; z Lugar: Ficar sob o viaduto;
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.

“Em” “Sobre”

9
-3
z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de z Assunto: Não gosto de falar sobre política;

40
dólares; z Direção: Ir sobre o adversário;
.5
z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Lugar: Cair sobre o inimigo.
33
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi
.6

bom; Locuções Prepositivas


00

z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as


-0

mãos em concha; São grupos de palavras que equivalem a uma


z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
os

preposição.
res em reais; Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) /
nt

z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco; Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva)
Sa

z Fim: Pedir em casamento; A locução prepositiva na segunda frase substitui


os

z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba; perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre-
id

z Modo: Escrever em francês; positivas sempre terminam em uma preposição (há


z Sucessão: De grão em grão;
ol

apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti-


ic

z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos; do concessivo “não obstante”).


N

z Especialidade: João formou-se em Engenharia. Veja alguns exemplos:


io
ric

“Entre” z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta-


au

ram logo;
M

z Lugar: Ele ficou entre os aprovados; z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento; de finanças;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu
discórdia.
LÍNGUA PORTUGUESA

nada grave;
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt,
“Para” a língua é indispensável para que possamos pen-
sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos;
z Consequência: Você deve ser muito esperto para z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos,
não cair em armadilhas; não passei no exame;
z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência; z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal; para com os mais velhos;
z Proporção: As baleias estão para os peixes assim z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa
como nós estamos para as galinhas; um short.
z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Destino ou direção: Olhe para frente! 37
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Outros exemplos de locuções prepositivas: de + essa(s)= dessa, dessas
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito de + isso = disso
de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; de + aquele(s) = daquele, daqueles
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a de + aquela(s) = daquela, daquelas
fim de; por meio de; em virtude de. de + aquilo= daquilo
� Com o pronome pessoal:
de + ele(s) = dele, deles
Importante! de + ela(s) = dela, delas
� Com o pronome indefinido:
Algumas locuções prepositivas apresentam
de + outro(s)= doutro, doutros
semelhanças morfológicas, mas significa-
de + outra(s) = doutra, doutras
dos completamente diferentes. Observe estes � Com advérbio:
exemplos4: de + aqui= daqui
A opinião dos diretores vai ao encontro do pla- de + aí= daí
nejamento inicial = Concordância. de + ali= dali
As decisões do público foram de encontro à pro-
posta do programa = Discordância. z Preposição “em”:
Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru-
tas = Substituição. „ Com artigo definido:
Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = em + a(s)= na, nas
Oposição. em + o(s)= no, nos
� Com pronome demonstrativo:
em + esse(s)= nesse, nesses
Combinações e Contrações em + essa(s)= nessa, nessas
em + isso = nisso
As preposições podem se ligar a outras palavras de em + este(s) = neste, nestes
outras classes gramaticais por meio de dois processos: em + esta(s) = nesta, nestas
combinação e contração. em + isto = nisto
em + aquele(s) = naquele, naqueles
z Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu- em + aquela(s) = naquelas
ma redução. em + aquilo = naquilo
a + o = ao � Com pronome pessoal:
a + os = aos em + ele(s) = nele, neles
z Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução.

9
em + ela(s) = nela, nelas

-3
40
Veja a lista a seguir5, que apresenta as preposições
z Preposição “per”:
que se contraem e suas devidas formas: .5
33
.6

„ Com as formas antigas do artigo definido (lo,


z Preposição “a”:
00

la):
-0

per + lo(s) = pelo, pelos


„ Com o artigo definido ou pronome demonstra-
per + la(s) = pela, pelas
os

tivo feminino:
nt

a + a= à
z Preposição “para” (pra):
Sa

a + as= às
„ Com o pronome demonstrativo:
os

„ Com artigo definido:


a + aquele = àquele
id

para (pra) + o(s) = pro, pros


a + aqueles = àqueles
para (pra) + a(s)= pra, pras
ol

a + aquela = àquela
ic

a + aquelas = àquelas
N

a + aquilo = àquilo Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por


io

Preposições
ric

z Preposição “de”:
au

Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar


M

o que significa Semântica. Semântica é a área do


„ Com artigo definido masculino e feminino:
conhecimento que relaciona o significado da palavra
de + o/os = do/dos
ao seu contexto.
de + a/as = da/das
É importante ressaltar que as preposições podem
� Com artigo indefinido:
apresentar valor relacional ou podem atribuir um
de + um= dum
valor nocional.
de + uns = duns
As preposições que apresentam um valor rela-
de + uma = duma
cional cumprem uma relação sintática com verbos
de + umas = dumas
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados
� Com pronome demonstrativo:
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma
de + este(s)= deste, destes
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér-
de + esta(s)= desta, destas
bios, os quais também apresentarão função deverbal.
de + isto= disto
de + esse(s) = desse, desses

4  Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.


38 5  Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm. Acesso em: 20 nov. 2020.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida Importante! A conjunção “e” pode apresentar
pela regência do verbo concordar). valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
complemento nominal). não deixava.
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
gida pelo adjetivo). z Alternativas: ligam orações com ideias que não
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou,
advérbio). ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Ex.: Estude ou vá para a festa.
relação sintática com a classe de palavras a qual se Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na
sentença. Importante! A palavra “senão” pode funcionar
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-
nal é preponderante apresentam uma modificação marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”).
no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são
z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma
componentes obrigatórios na construção da senten-
delas explica-se o que a outra afirma. Que, porque,
ça, divergindo das preposições de valor relacional.
pois, (se vier no início da oração), porquanto.
As preposições de valor nocional estabelecem uma Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo enxada!
etc. Vejamos algumas na tabela a seguir: Viva bem, pois isso é o mais importante.

VALOR NOCIONAL DAS Importante! “Pois” com sentido explicativo ini-


SENTIDO
PREPOSIÇÕES cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto
Posse Carro de Marcelo saudades.
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
O cachorro está sob a entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
Lugar
mesa pois, a subir.
Votar em branco / Chegar
Modo
aos gritos z Conclusivas: Ligam duas ideias, de forma que a
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,
Causa Preso por agressão
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
Assunto Falar sobre política destarte, pois (deslocado na frase).
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui

9
Descende de família

-3
Origem aprovado.
simples

40
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-
.5
Olhe para frente! / Iremos -se.
Destino
33
a Paris
.6

Dica
00

CONJUNÇÕES
-0

As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre-


gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
os

Assim como as preposições, as conjunções também


ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso
nt

são invariáveis e também auxiliam na organização


Sa

das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- concomitante acarreta em redundância.
ções. Por manterem relação direta com a organização
os

das orações nas sentenças, as conjunções podem ser Conjunções Subordinativas


id

coordenativas ou subordinativas.
ol

Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-


ic

dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias


N

Conjunções Coordenativas
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente
io
ric

As conjunções coordenativas são aquelas que daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
au

ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não


fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, para terem o sentido apreendido.
M

essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo


da oração. As conjunções coordenadas podem ser: � Causal: iniciam a oração dando ideia de causa.
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
LÍNGUA PORTUGUESA

z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como, uma vez que, como (equivale a porque) etc.
não só, mas também, não apenas, como ainda, Ex.: Como não choveu, a represa secou.
senão (após não só). � Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei. de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de
O gato era o preferido, não só da filha, senão de modo que, de forma que, de sorte que etc.
toda família. Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
z Adversativas: colocam informações em oposição, � Comparativa: iniciam orações comparando ações
contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre- e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que
tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior,
Ex.: Não tenho um filho, mas dois. maior), tanto... quanto etc.
A culpa não foi a população, senão dos vereadores Ex.: Corria como um touro.
(equivale a “mas sim”). Ela dança tanto quanto Carlos. 39
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� Conformativa: expressam a conformidade de Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
uma ideia com a da oração principal. Conforme, quê? Isso).
como, segundo, de acordo com, consoante etc. � Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado. bo e uma conjunção integrante.
Amanhã chove, segundo informa a previsão do Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual
tempo. (errado).
� Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
contrária à da oração principal. Embora, conquan-
to, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que INTERJEIÇÕES
etc.
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não As interjeições também fazem parte do grupo de
tivesse gostado. palavras invariáveis, tal como as preposições e as
Trabalhava, por mais que a perna doesse. conjunções. Sua função é expressar estado de espíri-
� Condicional: iniciam uma oração com ideia de to e emoções; por isso, apresentam forte conotação
hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a
que, a menos que, somente se etc. uma frase. Ex.: Tchau!
Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi- As interjeições indicam relações de sentido diversas.
do sua mensagem. A seguir, apresentamos um quadro com os sentimentos
Posso lhe ajudar, caso necessite. e sensações mais expressos pelo uso de interjeições:
� Proporcional: ideia de proporcionalidade. À pro-
porção que, à medida que, quanto mais...mais, VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
quanto menos...menos etc. Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
Alívio Arre! Ufa! Ah!
ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela. Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva!
� Final: expressam ideia de finalidade. Final, para Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
que, a fim de que etc.
Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
Ex.: A professora dá exemplos para que você
aprenda! Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
Comprou um computador a fim de que pudesse Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
trabalhar tranquilamente.
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de

9
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal, Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!

-3
logo que, desde que etc.

40
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
.5
É salutar lembrar que o sentido exato de cada
do Futuro.
33
interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
.6

texto. Por isso, em questões que abordem essa classe


00

de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a


-0

interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido


Importante! expresso no texto.
os

Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-


nt

Os valores semânticos das conjunções não se


va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
Sa

prendem às formas morfológicas desses ele-


como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por
mentos. O valor das conjunções é construído
os

exemplo, que são interjeições por excelência, mas que,


contextualmente, por isso, é fundamental estar
id

dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.


atento aos sentidos estabelecidos no texto.
ol

Antes de concluirmos, é importante ressaltar o


Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a
ic

papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras


N

procura? (Se = causal = já que) que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
io

Por que ficar preso na cidade, quando existe tan- Ora bolas! Valha-me Deus!
ric

to ar puro no campo? (Quando = causal = já que).


au
M

Conjunções Integrantes
EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE
As conjunções integrantes fazem parte das orações CRASE
subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
oração principal à outra, subordinada. Existem apenas Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da
dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”. crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
da preposição a + artigo feminino definido a, ou da
� Quando é possível substituir o “que” pelo pro- junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
nome “isso”, estamos diante de uma conjunção le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela
integrante. marcação (`) + (a) = (à).
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
Isso). Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
� Sempre haverá conjunção integrante em orações Regra geral: haverá crase sempre que o termo
substantivas e, consequentemente, em períodos antecedente exija a preposição a e o termo conse-
40 compostos. quente aceite o artigo a.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo) � Antes de forma verbal infinitiva
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- Ex.: Os produtos começaram a chegar.
ge preposição). “Os homens, dizendo em certos casos que vão falar
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + com franqueza, parecem dar a entender que o
palavra que não aceita artigo). fazem por exceção de regra.” (MM);
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação � Antes de expressão de tratamento
no uso da crase, mas existem especificidades que aju- Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa Excelência;
dam no momento de identificação: � No a (singular) antes de palavra no plural, quando
a regência do verbo exigir preposição
Casos Convencionados Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes;
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos
z Locuções adverbiais formadas por palavras
o pacote.
femininas:
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio;
Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro. ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
Espero vocês à noite na estação de metrô. Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do contrato.
Estou à beira-mar desde cedo; Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
z Locuções prepositivas formadas por palavras suspeita de fraude.
femininas: Eles estavam conservando a certa altura.
Ex.: Ficaram à frente do projeto; Faremos a obra a qualquer custo.
z Locuções conjuntivas formadas por palavras A campanha será disponibilizada a toda a comunidade;
femininas: � Antes de demonstrativos
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão Ex.: Não te dirijas a essa pessoa;
aumentando; � Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de
� Quando indicar marcação de horário, no plural personalidades históricas
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas. Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin;
Fique atento ao seguinte: entre números teremos � Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos
que de = a / da = à, portanto: Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela.
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase) O pacote foi entregue a ti ontem;
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase); � Nas expressões tautológicas (face a face, lado a
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou lado)
aquilo: Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal
de justiça;

9
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada

-3
àquele outono. � Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância

40
Por favor, entregue as flores àquela moça que está sem determinante
.5
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
33
sentada.
Astronauta volta a Terra em dois meses.
Dedique-se àquilo que lhe faz bem;
.6

Os pesquisadores chegaram a terra depois da


00

� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou expedição marinha.


-0

de: Vocês o observaram a distância.


os

Ex.: Referimo-nos à que está de preto.


nt

Referimo-nos à de preto; Crase Facultativa


Sa

� Com o pronome relativo a qual, as quais:


Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou Nestes casos, podemos escrever as palavras das
os

de sair. duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender


id

As alunas às quais atribuí tais atividades estão de detalhadamente, observe as seguintes dicas:
ol

férias.
ic

� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem


N

se tem proximidade.
io

Casos Proibitivos
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara;
ric

� Antes de pronomes possessivos no singular


au

Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor


Ex.: Iremos a/à sua residência;
orientação de quando não usar a crase.
M

� Após preposição até, com ideia de limite


Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
� Antes de nomes masculinos
“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
LÍNGUA PORTUGUESA

às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho


rial agrada a todos.” (MM) afeto.” (CBr. 1, 67)
O carro é movido a álcool.
Venda a prazo; Casos Especiais
� Antes de palavras femininas que não aceitam
artigos Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.
Ex.: Iremos a Fortaleza. Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes
forem femininos, normalmente a crase não será utili-
Macete de crase: zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para
Se vou a; Volto da = Crase há! evitar ambiguidades.
Se vou a; Volto de = Crase pra quê? Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto).
Ex.: Vou à escola / Volto da escola. Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza; instrumento). 41
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto). Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de poluição.
instrumento). “A roda de samba acabou” (Chico Buarque).

Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com Período


Nomes de Lugares
Período é o enunciado constituído de uma ou mais
z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase orações.
Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana, Classifica-se em:
moro em Copacabana, passo por Copacabana);
� Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase � Simples: possui apenas uma oração.
Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia, Ex.: O sol surgiu radiante.
passo pela Bahia).
Ninguém viu o acidente.
� Composto: possui duas ou mais orações.
Macetes
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
(Chico Buarque)
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
Chegou em casa e tomou banho.
por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
a, com a, à moda de, durante a;
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase. PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO
Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder Os termos que formam o período simples são dis-
ser substituído por às duas, há crase. Quando o a tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte-
uma equivaler a a duas, não ocorre crase; grantes (complemento verbal, complemento nominal
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui- e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,
lo quando tais pronomes puderem ser substituídos adjunto adverbial e aposto).
por a este, a esta e a isto;
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
nomes de cidades quando esses termos estiverem
acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
tância de 200 metros do pico da montanha. São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
A compreensão da crase vai muito além da estética ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
gramatical, pois serve também para evitar ambigui- leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a

9
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, seguir cada um deles.

-3
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-

40
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações Sujeito
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o .5
33
advérbio de instrumento da ação de pintar. É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
.6

pelo verbo.
00

O sujeito pode ser:


-0

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO


os

� O termo sobre o qual o restante da oração diz algo;


nt

CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE � O elemento que pratica ou recebe a ação expressa


Sa

pelo verbo;
� O termo que pode ser substituído por um pronome
os

Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre


os grandes grupos de palavras existentes na língua, do caso reto;
id

como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru- � O termo com o qual o verbo concorda.
ol

pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases, Ex.: A população implorou pela compra da vacina
ic

nós construímos um painel morfológico. da COVID-19.


N

As palavras normalmente recebem uma dupla clas-


io

sificação: a morfológica, que está relacionada à classe No exemplo anterior a população é:


ric

gramatical a que pertence, e a sintática, relacionada à


au

função específica que assumem em determinada frase. z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
M

rou pela compra da vacina);


Frase z O elemento que pratica a ação de implorar;
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
Frase é todo enunciado com sentido completo. implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um z O termo que pode ser substituído por um pronome
conjunto de palavras. do caso reto.
Ex.: Fogo!
(Ela implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Ramos). Núcleo do Sujeito

Oração O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal


porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu- do determinada função sintática, que atua ou sofre a
ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen- ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo,
42 tá-lo completo ou incompleto. ou uma palavra com valor de substantivo, ou pronome.
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z O sujeito simples contém apenas um núcleo. „ Colocando-se verbos (intransitivos, transitivos
Ex.: O povo pediu providências ao governador. diretos ou de ligação) sem complemento dire-
Sujeito: O povo to na 3ª pessoa do singular acompanhados do
Núcleo do sujeito: povo pronome se, pronome que atua como índice de
z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído indeterminação do sujeito.
de dois ou mais termos. Ex.: Não se vê com a neblina.
As luzes e as cores são bem visíveis. Entende-se que ninguém consegue ver nessa
Sujeito: As luzes e as cores condição.
Núcleo do sujeito: luzes/cores
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito
Dica
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
Para determinar o sujeito da oração, colocam- não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos
-se as expressões interrogativas quem? Ou o são impessoais e normalmente representam fenôme-
quê? Antes do verbo. nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer
Ex.: A população pediu uma providência ao ou haver no sentido de existir.
governador. Geia no Paraná.
Quem pediu uma providência ao governador? Fazia um mês que tinha sumido.
Resposta: A população (sujeito). Basta de confusão.
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o Há dois anos esse restaurante abriu.
outro.
O que iria de um lado para o outro? Classificação do Sujeito Quanto à Voz
Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).
z Voz ativa (sujeito agente)
Tipos de Sujeito Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-
ce a ação na frase;
Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:
z Voz passiva sintética (sujeito paciente)
Ex.: Corta-se cabelo.
Simples
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
DETERMINADO Composto “cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do
Elíptico item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da

9
oração.

-3
Com verbos flexionados na 3ª

40
pessoa do plural
INDETERMINADO Importante notar que não há preposição entre
Com verbos acompanhados do se .5
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
33
(índice de indeterminação do sujeito) “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
.6

sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.


00

Usado para fenômenos da


INEXISTENTE natureza ou com verbos Precisa-se de cabelo.
-0

impessoais Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,


os

e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é


nt

indeterminado, marcado pelo índice de indetermina-


z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
Sa

lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em: ção “-se”.


os

z Voz passiva analítica (sujeito paciente)


id

„ Simples: quando há apenas um núcleo.


Ex.: A minha saia azul está rasgada.
ol

Ex.: O [aluguel] da casa é caro.


O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen-
ic

Núcleo: aluguel
N

Sujeito simples: O aluguel da casa; ça da partícula -se.


io

„ Composto: quando há dois núcleos ou mais.


ric

Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos. Predicado


au

Núcleos: sons, cores.


Sujeito composto: Os sons e as cores;
M

É o termo que contém o verbo e informa algo sobre


„ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
aparece na oração, mas é possível de ser identifi- mos essenciais na oração, há casos em que a oração
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere.
não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu)


torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
impossível existir uma oração sem sujeito.
z Indeterminado: quando não é possível identificar
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente. O predicado pode ser:
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
do por um índice de indeterminação do sujeito, a z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
partícula “se”. Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
(José de Alencar);
„ Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, Predicado: seguem sua marcha;
não se referindo a nenhuma palavra determi- z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
nada no contexto. to (oração sem sujeito):
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje. Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
Entende-se que alguém passou cedo; Predicado: Chove pouco nesta época do ano. 43
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Para determinar o predicado, basta separar o Verbo transitivo indireto: acreditamos
sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica- Preposição: em
do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita: Verbo transitivo indireto: obedeceu
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves Preposição: a (a + os)
Dias) Ex.: Os professores concordaram com isso.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida. Verbo transitivo indireto: concordaram
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias) Preposição: com;
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o
verbo de sentido incompleto que exige dois com-
Classificação do Predicado
plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto
indireto (com preposição).
A classificação do predicado depende do significa-
do e do tipo de verbo que apresenta. Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou-
tras.” (Machado de Assis)
z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig- Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
nificativo se concentra em um nome (corresponde Objeto direto 1: anedotas
a um predicativo do sujeito). Objeto indireto 1: lhe
O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação. Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
O predicado nominal tem por núcleo um nome Objeto direto 2: outras
(substantivo, adjetivo ou pronome). Objeto indireto 2: lhe;
Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de cons-
Mendes) truir sozinho o predicado, que não precisa de com-
Predicado: são mais bonitas. plementos verbais, sem prejudicar o sentido da
Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo oração.
Bilac) Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
Predicado: estão cheias de calafrios. Verbo intransitivo: adormeciam.

É importante não confundir: Predicado Verbo-Nominal

z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, Ocorre quando há dois núcleos significativos:
mas um estado momentâneo ou permanente que
um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é

9
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
o predicativo do sujeito;

-3
transitivo, predicativo do objeto).

40
z Predicativo do sujeito: função exercida por subs-
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
.5
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri-
Verbo intransitivo: parou
33
buem uma condição ou qualidade ao sujeito.
Predicativo do sujeito: atento
.6

Ex.: O garoto está bastante feliz.


00

Verbo de ligação: está. Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”


-0

Predicativo do sujeito: bastante feliz. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Ex.: Seu batom é muito forte. considerado predicativo do sujeito.
os

Verbo de ligação: é. Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)


nt

Predicativo do sujeito: muito forte. Verbo intransitivo: marchou


Sa

Predicativo do sujeito: desorientado


os

Predicado Verbal No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-


id

ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-


Ocorre quando há dois núcleos significativos: um
ol

to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.


ic

verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi- Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
N

cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do do de Assis)


io

objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os Verbo transitivo direto: achou
ric

demais termos do predicado.


Objeto direto: o raciocínio
au

O verbo do predicado pode ser classificado em


Predicativo do objeto: exato
M

transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi-


No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo.
um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos
ge um complemento não preposicionado, o objeto concluir que temos um caso de predicativo do obje-
direto. to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.” o sujeito.
Noel Rosa O que é o predicativo do objeto?
Verbo Transitivo Direto: Fazer. É o termo que confere uma característica, uma
Ex.: Ele trouxe os livros ontem. qualidade, ao que se refere.
Verbo Transitivo Direto: trouxe; A formação do predicativo do objeto se dá por um
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- adjetivo ou por um substantivo.
vo indireto tem como necessidade o complemen- Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
to acompanhado de uma preposição para fazer Predicativo do objeto: proveitoso
sentido. Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
44 Ex.: Nós acreditamos em você. Predicativo do objeto: vitoriosa
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Para facilitar a identificação do predicativo do “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres- feita.” (Ciro dos Anjos).
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí- Exemplos com ocorrência facultativa de
fica é relacionar o predicativo ao nome. preposição:
O filme foi proveitoso. Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
le templo.
Ela era vitoriosa.
A escultura atrai a todos os visitantes.
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre- Não admito que coloquem a Sua Excelência num
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de pedestal.
ligação (foi e era, respectivamente). Ao povo ninguém engana.
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des-
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
São vocábulos que se agregam a determinadas sente para indicar parte de um todo, quando assim
estruturas para torná-las completas. De acordo com for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
a gramática da língua portuguesa, esses termos são bebeu uma porção da água, e não ela toda.
divididos em:
z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência
dessa função sintática na mesma oração, a fim de
Complementos Verbais
enfatizar um único significado.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de
São termos que completam o sentido de verbos Andrade)
transitivos diretos e transitivos indiretos. z Objeto direto interno: representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta
z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom- mesmo significado.
panhado de preposição. Ex.: Riu um riso aterrador.
Ex.: Examinei o relógio de pulso. Dormiu o sono dos justos.
Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
O técnico convocou somente os do Brasil. (os = Como diferenciar objeto direto de sujeito?
aqueles). Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passi-
Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto va analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados.
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas

9
variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase sempre z Objeto indireto: é complemento verbal regido de

-3
exercem função de objeto direto, os pronomes oblí- preposição obrigatória, que se liga diretamente a

40
quos me, te, se, nos, vos também podem exercer essa verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
função sintática. .5
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
33
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da
.6

casa 260.
00

quem? A minha pessoa”)


Nunca vos tomeis como grandes personalidades. Gosto de ti, meu nobre.
-0

(= “Nunca tomeis quem? Vós”) Não troque o certo pelo duvidoso.


os

Vamos insistir em promover o novo romance de


Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
ficção.
nt

“Convidaram quem? Ela”)


Sa

Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais
os

“Receberam quem? Nós”)


Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
id

Pode ser representado pelos seguintes pronomes


ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
ol

oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro-
pronome relativo que.
ic

nomes o, a, os, as não exercerão essa função.


N

Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
io

esse algo é o objeto direto) Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
ric

Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
au

feminino definido) indireto, já que sempre ocorrem com preposição.


Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
M

z Objeto direto preposicionado


z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
LÍNGUA PORTUGUESA

uma mensagem.
preposição no seu complemento, algumas palavras
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
requerem o uso da preposição para não perder o sen-
tido de “alvo” do sujeito. Complemento Nominal
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros
facultativos. Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
Exemplos com ocorrência obrigatória de ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
preposição: presença de um complemento nominal nos contextos
Não entendo nem a ele nem a ti. de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
Respeitava-se aos mais antigos. do do nome.
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava. Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Amavam-se um ao outro. Estou longe de casa e tão perto do paraíso. 45
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Para melhor identificar um complemento nomi- „ Será complemento nominal: se indicar o alvo
nal, siga a instrução: daquilo que expressa o substantivo.
Nome + preposição + quem ou quê Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não
Como diferenciar complemento nominal de com- foi respeitada.
plemento verbal? Notava-se o amor pelo seu trabalho.
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração. Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
diretamente ao verbo “obedecia”)
Naquela época, a obediência ao meu coração pre- Adjunto Adverbial
valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”). Termo representado por advérbios, locuções
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio-
Agente da Passiva na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas
circunstâncias.
É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais z Tempo: Quero que ele venha logo.
raramente, da preposição de. z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida.
Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares z Modo: O dia começou alegremente.
ser, estar, viver, andar, ficar. z Intensidade: Almoçou pouco.
z Causa: Ela tremia de frio.
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO z Companhia: Venha jantar comigo.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as
Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu- roupas.
ra básica da oração, são importantes para compreen- z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo.
são do enunciado porque trazem informações novas. z Finalidade: Vivia para o trabalho.
Esses termos são chamados acessórios da oração. z Meio: Viajou de avião devido à rapidez.
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel.
Adjunto Adnominal z Negação: Não permitirei que permaneça aqui.
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã.
São termos que acompanham o substantivo, z Origem: Descendia de nobres.
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
especificar o elemento representado pelo substantivo.
Não confunda!
Categorias morfológicas que podem funcionar

9
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de

-3
como adjunto adnominal:
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio-

40
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
z Artigos;
o sentido seja parecido..5
33
z Adjetivos;
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui
.6

z Numerais;
é um adjunto adnominal)
00

z Pronomes;
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um
-0

z Locuções adjetivas.
adjunto adverbial)
os

Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo


nt

Aposto
ficaram esquecidos no quarto.
Sa

Iam cheios de si.


os

Estava conquistando o respeito dos seus. Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes


ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
id

O novo regulamento originou a revolta dos


identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon-
ol

funcionários.
tar algo, alguém ou um fato.
ic

O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.


N

Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma


io

z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto bicicleta.


ric

adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes Aposto: filha de D. Raimunda
au

exercem essa função sintática quando assumem Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
M

valor de pronomes possessivos. des obras.


Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Aposto: Machado de Assis.
z Como diferenciar adjunto adnominal de com- Classifica-se nas seguintes categorias:
plemento nominal?
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
Quando o adjunto adnominal for representado Separa-se do substantivo a que se refere por uma
por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga ou dois-pontos.
a dica: Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
ontem, acabaram de voltar de férias.
„ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
qual se liga for concreto. � Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
Ex.: A casa da idosa desapareceu. foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
Se indicar posse ou o agente daquilo que rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
expressa o substantivo abstrato. Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
46 Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada; riachos.
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Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, Vocativo
preconceito, antipatia e arrogância;
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado O vocativo é um termo que não mantém relação
para resumir termos anteriores. É expresso, nor- sintática com outro termo dentro da oração. Não per-
malmente, por um pronome indefinido. tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese-
estavam empolgados com a feira.
Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné- ja se comunicar. É um termo independente, pois
-Bissau, países africanos onde se fala português; não faz parte da estrutura da oração.
� Comparativo: estabelece uma comparação implícita. Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha
Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem consulta.
rumo; Ela te diz isso desde ontem, Fábio.
� Circunstancial: exprime uma característica
circunstancial. z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
apropriadas; outro termo da oração.
� Especificativo: é o aposto que aparece junto a um Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
O aposto se relaciona sintaticamente com outro
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
substantivos próprios. termo da oração.
Exs.: O mês de abril. A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impe-
O rio Amazonas. cável.
Meu primo José; Sujeito: a cozinha de Lufe.
z Aposto da oração: é um comentário sobre o Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
fato expresso pela oração, ou uma palavra que sujeito).
condensa.
Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua PERÍODO COMPOSTO
preocupação.
O noticiário disse que amanhã fará muito calor – Observe os exemplos a seguir:
ideia que não me agrada;
A apostila de Português está completa.
� Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra Um verbo: Uma oração = período simples
para as perguntas. Português e Matemática são disciplinas essen-
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. ciais para ser aprovado em concursos.
Dois verbos: duas orações = período composto
O período composto é formado por duas ou mais

9
Dica

-3
orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado

40
� O aposto pode aparecer antes do termo a que períodos simples e período compostos.
se refere, normalmente antes do sujeito. .5
33
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
.6

Senna marcou uma geração.


00

O povo levantou-se cedo


� Segundo o gramático Cegalla, quando o apos- Era dia de eleição
-0

para evitar aglomeração


to se refere a um termo preposicionado, pode ele
os

vir igualmente preposicionado. Para não esquecer:


nt

Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de Período simples é aquele formado por uma só
Sa

tudo ele tinha medo. oração.


os

� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial. Período composto é aquele formado por duas ou
mais orações.
id

Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.


(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) Classifica-se nas seguintes categorias:
ol
ic

Falou comigo deste modo: calma e maliciosa-


N

mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas;
io

de modo).
ric

„ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-


au

z Diferença de aposto especificativo e adjunto sativas, alternativas, conclusivas, explicativas.


M

adnominal: normalmente, é possível retirar a


preposição que precede o aposto. Caso seja um z Por subordinação:
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura
fica prejudicada. „ Orações subordinadas substantivas: subjeti-
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: A cidade Fortaleza é quente. vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) pletivas nominais, predicativas, apositivas;
O clima de Fortaleza é quente.
„ Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?);
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o explicativas;
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo „ Orações subordinadas adverbiais: causais,
adjetivo. comparativas, concessivas, condicionais, con-
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. formativas, consecutivas, finais, proporcionais,
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- temporais.
jetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o con- z Por coordenação e subordinação: orações for-
trole. madas por períodos mistos;
(aposto; núcleo: homem – substantivo). z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo. 47
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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

As orações são sintaticamente independentes. Isso Formado por orações sintaticamente dependentes,
significa que uma não possui relação sintática com considerando a função sintática em relação a um ver-
verbos, nomes ou pronomes das demais orações no bo, nome ou pronome de outra oração.
período. Tipos de orações subordinadas:
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
(Fernando Pessoa) z Substantivas;
Oração coordenada 1: Deus quer z Adjetivas;
Oração coordenada 2: o homem sonha z Adverbiais.
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da Orações Subordinadas Substantivas
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho São classificadas nas seguintes categorias:
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
z Orações subordinadas substantivas conectivas:
porta da sala de Damasceno
são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi integrantes que e se.
Conjunção adversativa: mas nada Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
impostos.
Orações Coordenadas Sindéticas Não sei se poderei sair hoje à noite;
z Orações subordinadas substantivas justapos-
As orações coordenadas podem aparecer ligadas tas: introduzidas por advérbios ou pronomes
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- interrogativos (onde, como, quando, quanto,
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome quem etc.);
sindética. Veremos agora cada uma delas: z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
roubadas.
Não sei quem lhe disse tamanha mentira;
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou
z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
simultaneidade. não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- no infinitivo.
bém, mas ainda, bem como, como também, se- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;
não também, que (= e). z Orações subordinadas substantivas subjetivas:

9
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. exercem a função de sujeito. O verbo da oração

-3
Os convidados não compareceram nem explica- principal deve vir na voz ativa, passiva analítica

40
ram o motivo; ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
.5
rir a nenhum termo na oração.
33
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
.6

traste ou ressalva em relação ao fato anterior. Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
00

Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, cional) (or. sub. subst. subje.);
-0

contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- z Orações subordinadas substantivas objetivas
diretas: exercem a função de objeto direto de um
os

tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso.


verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
nt

Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.


reto da oração principal.
Sa

“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a


morte.” (Laurindo Rabelo); Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
os

Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.


z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou
id

subst. obj. dir.);


se excluem.
z Orações subordinadas substantivas completi-
ol

Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ...


ic

vas nominais: exercem a função de complemento


ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez
N

nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio


... talvez).
io

da oração principal.
ric

Ex.: Ora responde, ora fica calado. Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
Você quer suco de laranja ou refrigerante?;
au

mento nominal)
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
M

sobre um raciocínio. plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-


Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- pl. nom.);
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início z Orações subordinadas substantivas predicati-
de frase). vas: funcionam como predicativos do sujeito da
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima oração principal. Sempre figuram após o verbo de
ligação ser.
semana.
Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo
sujeito)
Mendes Campos); Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.);
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, z Orações subordinadas substantivas apositivas:
porquanto, pois. funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale de dois-pontos ou entre vírgulas.
a “pois”) Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos Só quero uma coisa: que você volte imediata-
48 com fome. mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.);
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Orações Subordinadas Adjetivas � Orações subordinadas adverbiais conformati-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
Desempenham função de adjetivo (adjunto adno- do, consoante.
minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a � Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) são introduzidas por: que (precedido na oração
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: anterior de termos intensivos como tão, tanto,
explicativas e restritivas. tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma
que, sem que.
z Orações subordinadas adjetivas explicativas:
Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou;
não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
tam uma explicação sobre o termo antecedente.
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles);
São consideradas termo acessório no período,
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
das por vírgulas. um objetivo a ser alcançado. São introduzidas por:
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, para que, a fim de que, porque e que (= para que)
cria trinta gatos; Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
z Orações subordinadas adjetivas restritivas: tivessem bom estudo;
especificam ou limitam a significação do termo � Orações subordinadas adverbiais proporcio-
antecedente, acrescentando-lhe um elemento nais: são introduzidas por: à medida que, à pro-
indispensável ao sentido. Não são isoladas por porção que, quanto mais, quanto menos etc.
vírgulas. Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é aprecio;
incurável. � Orações subordinadas adverbiais temporais:
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que,
Dica depois que, assim que, sempre que, cada vez que,
agora que etc.
Como diferenciar as orações subordinadas adje-
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.
tivas restritivas das orações subordinadas adjeti-
vas explicativas?
Para separar as orações de um período composto, é
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai
tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos

9
visitar apenas o que mora em Recife)

-3
(conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar

40
Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que
.5
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
33
mora em Recife)
ções verbais. Exs.:
.6
00

[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração


Orações Subordinadas Adverbiais
-0

[para fixar outros] – 2ª oração


[que os rodeiam] – 3ª oração
os

Exprimem uma circunstância relativa a um fato


[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora-
nt

expresso em outra oração. Têm função de adjunto


ção (M. de Assis)
Sa

adverbial. São introduzidas por conjunções subor-


dinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
os

seguintes grupos: basta, pertencente à 1ª (oração principal).


id

A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém


ol

� Orações subordinadas adverbiais causais: são ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
ic

introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-


N

que, visto que etc.


io

Orações Reduzidas
ric

Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-


que ficamos sem gasolina;
au

z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas


� Orações subordinadas adverbiais comparati-
M

nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);


vas: são introduzidas por: como, assim como, tal z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
qual, como, mais etc. iniciadas por conjunções;
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do)
LÍNGUA PORTUGUESA

z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas


que a importada;
por pronomes relativos;
� Orações subordinadas adverbiais concessivas:
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
indica certo obstáculo em relação ao fato expres-
conectivos;
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que,
por mais que, se bem que etc. prepositiva.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã; Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se, conjunção.
contanto que, a menos que etc. Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restau-
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para rante. (desenvolvida).
tal; O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção. 49
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Orações Reduzidas de Infinitivo
1ª oração 2ª oração 3ª oração
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. O homem entrou na que todos
e pediu
Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente. sala calassem.
verbo verbo verbo
z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo) 1ª oração: oração coordenada assindética.
Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva 2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em
direta reduzida de infinitivo) relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª oração.
A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva 3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta
predicativa reduzida de infinitivo) em relação à 2ª oração.
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva Resumindo: período composto por coordenação e
completiva nominal reduzida de infinitivo) subordinação.
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. As orações subordinadas são coordenadas entre si,
substantiva apositiva reduzida de infinitivo); ligadas ou não por conjunção.
z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
pelas mãos. z Orações subordinadas substantivas coordena-
O meu manual para fazer bolos certamente vai das entre si
agradar a todos; Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, meus pais, nem que culpe meus parentes.
continua jogando bola. Oração principal: Espero.
Sem estudar, não passarão. Oração coordenada 1: que você não me culpe.
Ele passou mal, de tanto comer doces. Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.
Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes.
Orações Reduzidas de Gerúndio

Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-


sitivas, adjetivas, adverbiais.
Importante!
O segredo para classificar as orações é perceber
z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando os conectivos (conjunções e pronomes relativos).
livre dos juros;
z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo

9
-3
ajudando um ao outro. (subjetiva) � Orações subordinadas adjetivas coordenadas

40
z Agora ouvimos artistas cantando no shopping. entre si
(objetiva direta);
.5
Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
33
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o
cautelosa, não faz tudo sozinha.
.6

coração;
00

Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva


z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não
-0

contou a verdade. Oração subordinada adjetiva 2: mas que é


cautelosa;
os

Orações Reduzidas de Particípio


nt

� Orações subordinadas adverbiais coordenadas


Sa

entre si
Podem ser adjetivas ou adverbiais.
os

Ex.: Não só quando estou presente, mas também


id

quando não estou, sou discriminado.


� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
ol

Nosso planeta, ameaçado constantemente por Oração subordinada adverbial 1: quando estou
ic

nós mesmos, ainda resiste; presente


N

� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have- Oração subordinada adverbial 2: quando não
io
ric

ria problemas. (condicional) estou;


Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
au

� Orações coordenadas ou subordinadas no mes-


(causal/temporal)
M

mo período
Comprada a casa, a família se mudou logo. Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram
(temporal). seu papel, no entanto a realidade não é assim.
Oração principal: Presume-se
O particípio concorda em gênero e número com os
Oração subordinada subjetiva da principal: as
termos referentes.
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- penitenciárias cumpram seu papel
quentes em provas de concurso. Oração coordenada sindética adversativa da ante-
rior: no entanto a realidade não é assim.
Períodos Mistos

São períodos que apresentam estruturas oracio-


nais de coordenação e subordinação. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas
dentro de um conjunto de orações que são subordina- Um tópico que gera dúvidas é a pontuação. Vere-
50 das a uma oração principal. mos a seguir as regras sobre seus usos.
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USO DE VÍRGULA USO DE PONTO E VÍRGULA

A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da e vírgula (;):
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando � Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas:
qualquer ambiguidade. Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu,
ficou triste;
Quando se trata de separar termos de uma mesma
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas:
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan-
to, exausto;
� Para separar os termos de mesma função: � No lugar do e seguido de elipse do verbo (=
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta; zeugma):
z Usa-se a vírgula para separar os elementos de Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o
enumeração: ouvinte.
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
arrastado pelo tsunami; sorvete;
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que � Em enumerações, portarias, sequências:
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
já apareceu na frase) do verbo:
O Procurador-Geral da República;
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. O Colégio de Procuradores da República;
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, O Conselho Superior do Ministério Público Federal.
filmes de terror;
� Para separar palavras ou locuções explicativas, DOIS-PONTOS
retificativas:
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 Marcam uma supressão de voz em frase que ainda
anos; não foi concluída. Servem para:
� Para separar datas e nomes de lugar:
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985; � Introduzir uma citação (discurso direto):
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um
e, nem, ou: homem mais pelas suas perguntas que pelas suas
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. respostas”;
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
A vírgula também é facultativa quando o termo distributivo ou uma oração subordinada substan-

9
tiva apositiva:

-3
que exprime ideia de tempo, modo e lugar não for

40
uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos: Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
sores, jornalistas, médicos;
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
.5
33
� Introduzir uma explicação ou enumeração após
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço
.6

expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a


em casa.
00

saber, como:
Ontem choveu o esperado para o mês todo. /
-0

Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,


Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
Filosofia, Ciências...;
os

z Marcar uma pausa entre orações coordenadas


nt

Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações


(relação semântica de oposição, explicação/causa
Sa

ou consequência):
� Entre o sujeito e o verbo:
os

Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um


Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
id

homem culto.
ram a explicação. (errado)
ol

Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com


Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
ic

cautela;
N

sertaram minha visão. (errado); � Marcar invocação em correspondências:


io

� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre- Ex.: Prezados senhores:


ric

dicativo do sujeito: Comunico, por meio deste, que...


au

Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-


ção. (errado)
M

TRAVESSÃO
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
dem. (errado) � Usado em discursos diretos, indica a mudança de
Os alunos entenderam, toda aquela explicação. discurso de interlocutor: Ex.:
LÍNGUA PORTUGUESA

(errado); — Bom dia, Maria!


� Entre um substantivo e seu complemento nominal — Bom dia, Pedro!;
ou adjunto adnominal: � Serve também para colocar em relevo certas
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
pelos alunos. (errado); tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da colchetes:
passiva: Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
professor para a feira. (errado); Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
� Entre o objeto e o predicativo do objeto: vamos jantar. (oração intercalada)
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
Considero interessantes, as suas aulas. (errado). na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”. 51
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PARÊNTESES � Indicar partes suprimidas de um texto:
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
Têm função semelhante à dos travessões e das desceu as escadas apressadamente. (Também pode
vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter- ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
mos, expressões ou orações. depois desceu as escadas apressadamente.);
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
� Para sugerir prolongamento da fala:
vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias?
jantar. (oração intercalada) ― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...;
� Para indicar hesitação:
PONTO-FINAL Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha
vergonha;
É o sinal que denota maior pausa. Usa-se: � Para realçar uma palavra ou expressão, normal-
mente com outras intenções:
� Para indicar o fim de oração absoluta ou de Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!
período.
Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.” USO DAS ASPAS
Carlos Drummond de Andrade;
� Nas abreviaturas São usadas em citações ou em algum termo que
Ex.: apart. ou apto. = apartamento.
precisa ser destacado no texto. Podem ser substituí-
sec. = secretário.
a.C. = antes de Cristo. das por itálico ou negrito, que têm a mesma função
de destaque.
Usam-se nos seguintes casos:
Dica
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- � Antes e depois de citações:
tos químicos não vêm com ponto final: Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
Exemplos: km, m, cm, He, K, C afirma Dad Squarisi, 64;
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-
PONTO DE INTERROGAÇÃO mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas:
Marca uma entonação ascendente (elevação da Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
voz) em tom questionador. Usa-se: que desejava.
Não gosto de “pavonismos”.

9
Em frase interrogativa direta:

-3
� Dê um “up” no seu visual;

40
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?; � Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,

.5
� Entre parênteses para indicar incerteza: às vezes com ironia ou malícia:
33
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
.6

que havia palavra melhor no contexto; Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”
00

� Junto com o ponto de exclamação, para denotar sonoro;


-0

surpresa: � Para citar nomes de mídias, livros etc.:


Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou
os

Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.


!?);
nt

� E interrogações retóricas:
Sa

COLCHETES
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
os

que não jogaremos comida fora à toa”).


Representam uma variante dos parênteses, porém
id

têm uso mais restrito.


ol

PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Usam-se nos seguintes casos:
ic
N

� É empregado para marcar o fim de uma frase com


� Para incluir num texto uma observação de nature-
io

entonação exclamativa:
ric

za elucidativa:
Ex.: Que linda mulher!
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
au

Coitada dessa criança!;


Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”;
M

� Aparece após uma interjeição:


Ex.: Nossa! Isso é fantástico; � Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”),
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos: a fim de indicar que, por mais estranho ou errado
Ex.: “Fernando José! Onde estava até esta hora?”; que pareça, o texto original é assim mesmo:
� É repetido duas ou mais vezes quando se quer Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga-
marcar uma ênfase: do.” (Machado de Assis);
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 � Para indicar os sons da fala, quando se estuda
metros em 20 segundos!!! Fonologia:
Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy];
RETICÊNCIAS � Para suprimir parte de um texto (assim como
parênteses):
São usadas para: Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
desceu as escadas apressadamente.
� Assinalar interrupção do pensamento: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois des-
Ex.: ― Estou ciente de que... ceu as escadas apressadamente (caso não preferí-
52 ― Pode dizer...; vel segundo as normas da ABNT).
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ASTERISCO Embora não existam regras muito definidas sobre
a existência de espaços antes e depois da barra oblí-
� É colocado à direita e no canto superior de uma qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu-
palavra do trecho para se fazer uma citação ou lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
triste acrescido do sufixo -eza*. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
vo, o que origina um novo substantivo; Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
ou lacuna em um texto, principalmente em substi- cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
tuição a um substantivo próprio: Observe o exemplo:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami- A pequena garota andava sozinha pela cidade.
nhado aos responsáveis; A: Artigo, feminino, singular;
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre- Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto Garota: Substantivo, feminino, singular.
é, cuja existência é provável, mas não comprovada: Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos
Ex.: Parecer, do latim *parescere; adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o
� Antes de uma frase para indicar que ela é agrama- número (singular) do substantivo.
tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
da gramática. cia: verbal e nominal.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.
Concordância Verbal
USO DA BARRA
É a adaptação em número – singular ou plural –
A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado: e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito.
� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmen-
substituída pela conjunção “ou”: te, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta. quais insistem em desmentir que nosso país é cheio
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta; de ‘brasis’ – digamos assim –, ganha disparando dos

9
outros, pois houve influências de todos os povos aqui:

-3
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
europeus, asiáticos e africanos.

40
ção das conjunções e/ou:
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
.5
33
e/ou escritos; um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor-
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no
.6

� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela-


00

singular.
ção entre si:
-0

Destrinchando o período, temos que os termos


Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas
os

(plural/singular).
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi-
nt

O carro atingiu os 220 km/h;


cado verbal.
Sa

� Para separar os versos de poesias, quando escritos


Veja um caso de uso de verbo bitransitivo:
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
os

Ex.: Prefiro natação a futebol.


barras para indicar a separação das estrofes:
id

Verbo bitransitivo: Prefiro


Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Objeto direto: natação
ol

passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-


ic

Objeto indireto: a futebol


te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
N

te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles;


io

Concordância Verbal com o Sujeito Simples


ric

� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra


não foi escrita na sua totalidade:
au

Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do


Ex.: a/c = aos cuidados de;
M

sujeito.
s/ = sem; Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
� Para separar o numerador do denominador nos exorbitante.
números fracionários, substituindo a barra da Diferentes situações:
LÍNGUA PORTUGUESA

fração:
Ex.: 1/3 = um terço; z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
� Nas datas: sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A
Ex.: 31/03/1983 multidão gritou entusiasmada;
� Nos números de telefone: z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o
Ex.: 225 03 50/51/52; verbo posterior ao pronome relativo concorda
� Nos endereços: com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os limi-
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232; tes do Brasil que se situam mais próximos do
� Na indicação de dois anos consecutivos: Meridiano?;
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso; z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
Ex.: /s/. quem resolveu a questão; 53
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Por questão de ênfase, o verbo pode também con- z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
nós quem resolvemos a questão. dem-se casas de veraneio aqui.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, interessada;
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol- Majestade está preocupada?
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos Suas Excelências precisam de algo?
essa questão. z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali- exclamativas. Ex.: Vivam os campeões!
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou- Concordância Verbal com o Sujeito Composto
ver artigo definido antes de uma palavra plura-
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
ticais diferentes
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
Unidos continuam uma potência.
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
z Estados Unidos continua uma potência.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
garam ontem;
de de Santos fica em São Paulo.”) � Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
ou nenhum
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
Importante! ter o espírito esportivo;
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o � Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
verbo fica no singular ou no plural. singular
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
davam (preferencialmente no singular);
� Gradação entre os núcleos do sujeito
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de, me acalmar (preferencialmente no singular);
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.: � Núcleos do sujeito no infinitivo
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde;

9
Mais de um aluno compareceu à aula.

-3
Mais de cinco alunos compareceram à aula. � Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-

40
mitivo (nada, tudo, ninguém)
.5
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
33
A expressão mais de um tem particularidades:
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
.6

nem um nem outro


00

recíproco se), se houver coletivo especificado ou se


Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui;
-0

a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:


� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
Mais de um irmão se abraçaram.
os

Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu


Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
nt

foco nos estudos;


Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Sa

� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras


vam presentes. como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
os

bem como, assim como, tanto quanto


id

z Quando o sujeito é formado por um número per- Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
ol

centual ou fracionário, o verbo concorda com o final;


ic

numerado ou com o número inteiro, mas pode z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas
N

concordar com o especificador dele. Se o numeral aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
io

vier precedido de um determinante, o verbo con- como; não só... mas também etc.)
ric

cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3 Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
au

das pessoas do mundo sabe o que é viver bem. popularidade em alta;


M

z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-


Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
co núcleo, o verbo fica no singular concordando
viver bem. com o núcleo único. Mas, se houver determinante
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem. sujeito passa a ser composto.
Os 30% da população não sabem o que é viver mal. Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a combustíveis aumentaram.
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
chegou (Duas horas deram...). Concordância Verbal do Verbo Ser
Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).
Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez � Concorda com o sujeito
badaladas soaram). Ex.: Nós somos unha e carne;
Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio � Concorda com o sujeito (pessoa)
54 da escola soou dez badaladas). Ex.: Os meninos foram ao supermercado;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Em predicados nominais, quando o sujeito for São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
representado por um dos pronomes tudo, nada, dido de preposição de ou para)
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
dará com o predicativo (preferencialmente) ou imperativo)
com o sujeito
Ex.: No início, tudo é/são flores; � Concordância do verbo parecer
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for Flexiona-se ou não o infinitivo.
que ou quem Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
Ex.: Quem foram os classificados? equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância vam confiantes”, portanto, o infinitivo é flexiona-
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo do de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas. Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
É frio aqui. logo o infinitivo será impessoal);
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas? � Concordância dos verbos impessoais
� O verbo fica no singular quando precede termos São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, sempre na 3ª pessoa do singular.
menos etc. junto a especificações de preço, peso, Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
quantidade, distância, e também quando seguido Fazia quinze anos que ele havia se formado.
do pronome o Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
Ex.: Cem metros é muito para uma criança. auxiliar fica no singular)
Divertimentos é o que não lhe falta. Trata-se de problemas psicológicos.
Dez reais é nada diante do que foi gasto; Geou muitas horas no sul;
� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora- � Concordância com sujeito oracional
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser Quando o sujeito é uma oração subordinada, o
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
verbo concordará com o termo não preposiciona- singular.
do entre eles. Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo. Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
São eles que sempre chegam cedo. Ficou combinado que sairíamos à tarde.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons- Urge que você estude.
trução adequada) Era preciso encontrar a verdade
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
(construção inadequada) Casos mais Frequentes em Provas

9
-3
40
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL Veja agora uma lista com os casos mais abordados
em concursos:
.5
33
Concordância do Infinitivo
.6

� Sujeito posposto distanciado


00

z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi-
-0

Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- cal brasileira seres estranhos;
to esclarecido)
os

� Verbos impessoais (haver e fazer)


Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
nt

Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.


implícito “nós”)
Sa

Havia problemas no setor.


Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
os

(dois pronomes implícitos: eu, nós) vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável);
id

Até me encontrarem, vocês terão de procurar � Verbo na voz passiva sintética


ol

muito. (preposição no início da oração) Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta;
ic

Para nós nos precavermos, precisaremos de luz. � Verbo concordando com o antecedente correto
N

(verbos pronominais) do pronome relativo ao qual se liga


io

Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
ric

indicando tempo) tinham experiência;


au

Estudo para me considerarem capaz de aprova- � Sujeito coletivo com especificador plural
M

ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram;


Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com- � Sujeito oracional
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
LÍNGUA PORTUGUESA

particípio); singular);
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal: � Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun-
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu- to ou complemento no plural
ção verbal) Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono atrito. (verbo no singular).
sendo sujeito do infinitivo).
Casos Facultativos
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”. estádio;
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
com valor genérico) fizeram rir; 55
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z Fui eu quem faltou/faltei à aula; Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
brasileira; língua inglesa, a francesa e a alemã.
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
ciência. (1,5% corresponde ao singular); z Com função de predicativo do sujeito
z Chegaram/Chegou João e Maria;
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
aqui; com a soma dos elementos.
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
brasileira; Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
z O problema do sistema é/são os impostos; jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
z Hoje é/são 22 de agosto; sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos quanto com o nome mais próximo.
a aprovação; Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. vam abandonados a casa e o quintal.
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
Silepse de Número e de Pessoa
substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
Conhecida também como “concordância irregular,
(substitui-se por “eles”)
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos: Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
existem complicados”.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
do número da palavra referente, para concordar então é um adjunto adnominal.
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- z Com função de predicativo do objeto
dade: todas as flores);
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu- tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de dância com o termo mais próximo.
diversas etnias, somos multiculturais. Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e

9
-3
Concordância Nominal seus subordinados.

40
Define-se como a adaptação em gênero e número Algumas Convenções
.5
33
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
.6

o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, � Obrigado / próprio / mesmo


00

adjetivos, numerais). Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.


-0

O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em A própria enfermeira virá para o debate.


os

gênero e número com o nome a que se referem. Elas mesmas conversaram conosco.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
nt
Sa

Muro alto. / Muros altos. Dica


os

Casos com Adjetivos O termo mesmo no sentido de “realmente” será


id

invariável.
ol

z Com função de adjunto adnominal: quando o Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
ic

adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-


N

ver após os substantivos, poderá concordar com z Só / sós


io

Variáveis quando significarem “sozinho” /


ric

as somas desses ou com o elemento mais próximo.


“sozinhos”.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
au

Invariáveis quando significarem “apenas,


Encontrei colégios e faculdades ótimos.
M

somente”.
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
Há casos em que o adjetivo concordará apenas
apenas queriam ficar sozinhas.)
com o nome mais próximo, quando a qualidade per- A locução “a sós” é invariável.
tencer somente a este. Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira. ficar a sós;
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho � Quite / anexo / incluso
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Concordam com os elementos a que se referem.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Ex.: Estamos quites com o banco.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: Seguem anexas as certidões negativas.
Existem complicadas regras e conceitos. Inclusos, enviamos os documentos solicitados;
Quando houver apenas um substantivo qualifica- � Meio
do por dois ou mais adjetivos pode-se: Quando significar “metade”: concordará com o
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- elemento referente.
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
56 francesa e alemã. Quando significar “um pouco”: será invariável.
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Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora); Adjetivos
� Grama
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
do significar unidade de medida, é masculino. mo elemento concordará com o substantivo referente.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. Os demais ficarão na forma masculina singular.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”; Se um dos elementos for originalmente um subs-
� É proibido entrada / É proibida a entrada tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- plural, pois ambos são adjetivos.
rão com o determinante. No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
nhada está boa. Nesse caso, o termo composto não concorda com o
É proibido entrada de crianças. / É proibida a plural do substantivo referente, “folhas”.
entrada de crianças. Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
Pimenta é bom? / A pimenta é boa?; O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
� Menos / pseudo bém pode ser um substantivo.
São invariáveis. O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
Ex.: Havia menos violência antigamente. lógica de “musgo” do exemplo anterior.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
to é pseudo-objetivo;
Dica
� Muito / bastante
Quando modificam o substantivo: concordam com Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
ele. quer adjetivo composto iniciado por “cor-de”
Quando modificam o verbo: invariáveis. são sempre invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito O adjetivo composto pele-vermelha tem
irritados. os dois elementos flexionados no plural
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas- (peles-vermelhas).
tante irritados.
Se ambos os termos puderem ser substituídos por Lista de Flexão dos Dois Elementos
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi-
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis;

9
� Nos substantivos compostos formados por pala-

-3
� Tal qual vras variáveis, especialmente substantivos e

40
Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
adjetivos:
com o substantivo posterior.
.5
segunda-feira – segundas-feiras;
33
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
matéria-prima – matérias-primas;
.6

pais.
00

couve-flor – couves-flores;
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
-0

guarda-noturno – guardas-noturnos;
quais os pais.
primeira-dama – primeiras-damas;
os

z Silepse (também chamada concordância figurada)


� Nos substantivos compostos formados por
nt

É a que se opera não com o termo expresso, mas o


temas verbais repetidos:
Sa

que está subentendido.


corre-corre – corres-corres;
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
os

pisca-pisca – piscas-piscas;
linda!)
id

pula-pula – pulas-pulas.
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
ol

Nestes substantivos também é possível a flexão


com o estabelecimento aberto no final de semana.)
ic

apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-


N

Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-


-piscas, pula-pulas;
io

leiros, estamos esperançosos.);


ric

� Possível
Flexão Apenas do Primeiro Elemento
au

Concordará com o artigo, em gênero e número, em


frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
M

Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. / z Nos substantivos compostos formados por subs-
Conheci crianças as mais belas possíveis. tantivo + substantivo em que o segundo termo
limita o sentido do primeiro termo:
LÍNGUA PORTUGUESA

PLURAL DE COMPOSTOS decreto-lei – decretos-lei;


cidade-satélite – cidades-satélite;
Substantivos público-alvo – públicos-alvo;
elemento-chave – elementos-chave.
O adjetivo concorda com o substantivo referen- Nestes substantivos também é possível a flexão
te em gênero e número. Se o termo que funciona dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
como adjetivo for originalmente um substantivo fica públicos-alvos, elementos-chaves;
invariável. z Nos substantivos compostos preposicionados:
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola cana-de-açúcar – canas-de-açúcar;
também é um substantivo; mantém-se no singular) pôr do sol – pores do sol;
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é fim de semana – fins de semana;
um substantivo; mantém-se no singular) pé de moleque – pés de moleque. 57
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Flexão Apenas do Segundo Elemento V. T. D: esquecia
Objeto direto: os favores recebidos.
� Nos substantivos compostos formados por tema Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
verbal ou palavra invariável + substantivo ou V. T. I.: se esquecia
adjetivo: Objeto indireto: dos favores recebidos.
bate-papo – bate-papos; No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que,
quebra-cabeça – quebra-cabeças; mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando
arranha-céu – arranha-céus; seu significado.
ex-namorado – ex-namorados; Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
vice-presidente – vice-presidentes; (aspiramos = sorvemos)
� Nos substantivos compostos em que há repeti- V. T. D.: aspiramos
ção do primeiro elemento: Objeto direto: ar poluídos.
zum-zum – zum-zuns; Os funcionários aspiram a um mês de férias.
tico-tico – tico-ticos; (aspiram = almejam)
lufa-lufa – lufa-lufas; V. T. I.: aspiram
reco-reco – reco-recos; Objeto indireto: a um mês de férias
� Nos substantivos compostos grafados ligada- A seguir, uma lista dos principais verbos que
mente, sem hífen: geram dúvidas quanto à regência:
girassol – girassóis;
pontapé – pontapés; � Abraçar: transitivo direto
mandachuva – mandachuvas; Ex.: Abraçou a namorada com ternura.
fidalgo – fidalgos; O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço;
� Nos substantivos compostos formados com � Agradar: transitivo direto; transitivo indireto
grão, grã e bel: Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire-
grão-duque – grão-duques; to com sentido de “acariciar”)
grã-fino – grã-finos; A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto
bel-prazer – bel-prazeres. no sentido de “ser agradável a”);
Não flexão dos elementos; � Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos transitivo direto e indireto
formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor- Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não
re em frases substantivadas e em substantivos personificado)
compostos por um tema verbal e uma palavra Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
invariável ou outro tema verbal oposto: personificado)

9
-3
o disse me disse – os disse me disse; Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-

40
o leva e traz – os leva e traz; reto: refere-se a coisas e pessoas);

.5
o cola-tudo – os cola-tudo. � Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
33
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da
.6

preposição a, rege indiferentemente objeto direto


00

e objeto indireto.
-0

Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)


REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
os

indireto)
nt

Regência é a maneira como o nome ou o verbo se Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,


Sa

relacionam com seus complementos, com ou sem pre- rege apenas objeto direto:
os

posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou Ajudaram o ladrão a fugir.


id

advérbio) exige complemento preposicionado, esse Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
nome é um termo regente, e seu complemento é um
ol

direto:
ic

termo regido, pois há uma relação de dependência Ajudei-o muito à noite;


N

entre o nome e seu complemento. � Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto


io

O nome exige um complemento nominal sempre ini- Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran-
ric

ciado por preposição, exceto se o complemento vier em sitivo direto com sentido de “angustiar”)
au

forma de pronome oblíquo átono. Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
M

Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe sentido de “desejar muito” – não admite “lhe”
foram leais. como complemento);
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo � Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
do sujeito (desprovido de preposição) Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-
Pronome oblíquo átono: lhe vo direto com sentido de “respirar”)
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
sujeito (desprovido de preposição). indireto no sentido de “desejar”);
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
REGÊNCIA VERBAL Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
“prestar assistência”
Relação de dependência entre um verbo e seu O médico assistia os acidentados.
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- O médico assistia aos acidentados.
retas, isto é, com ou sem preposição. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Há verbos que admitem mais de uma regência sem Não assisti ao final da série;
que o sentido seja alterado.
58 Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos. O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
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É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha- � Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
res de pessoas.” transitivo direto e indireto
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
direto e indireto Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
indireto);
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
� Suceder: intransitivo; transitivo direto
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
vo indireto) sentido de “ocorrer”).
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
to e indireto); de “vir depois”).
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
predicativo do objeto Regência Nominal
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
to com sentido de “convocar”); Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre- bios) exigem complementos preposicionados, exceto
dicativo do objeto com sentido de “denominar, quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
qualificar”);
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi- Advérbios Terminados em “Mente”
reto; intransitivo
Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
indireto com sentido de “ser difícil”) regência dos adjetivos:
A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti- análoga / analogicamente a
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”) contrária / contrariamente a
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo); compatível / compativelmente com
� Esquecer: admite três possibilidades diferente / diferentemente de
favorável / favoravelmente a
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
paralela / paralelamente a
Esqueci-me dos acontecimentos. próxima / proximamente a/de
Esqueceram-me os acontecimentos; relativa / relativamente a
� Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
transitivo direto e indireto Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos
Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria. Nomes a que se Referem
(transitivo direto com sentido de “acarretar”)
Mamãe sempre implicou com meus hábitos. Alguns nomes regem preposições semelhantes a

9
(transitivo indireto com sentido de “mostrar má sua primeira sílaba. Vejamos:

-3
disposição”) dependente, dependência de

40
Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo inclusão, inserção em
direto e indireto com sentido de envolver-se”); inerente em/a .5
33
� Informar: transitivo direto e indireto descrente de/em
.6

desiludido de/com
00

Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à


coisa: objeto indireto, com as preposições de ou desesperançado de
-0

desapego de/a
sobre
os

convívio com
Informaram o réu de sua condenação.
convivência com
nt

Informaram o réu sobre sua condenação. demissão, demitido de


Sa

Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi- encerrado em


os

sa: objeto indireto, com a preposição a enfiado em


Informaram a condenação ao réu; imersão, imergido, imerso em
id

� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi- instalação, instalado em


ol

reto, com as preposições em e por interessado, interesse em


ic

intercalação, intercalado entre


N

Ex.: Ela interessou-se por minha companhia;


supremacia sobre
io

� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-


ric

tivo direto e indireto


au

Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-


COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS
M

sitivo com sentido de “cortejar”)


Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS
indireto com sentido de “desejar muito”)
(PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE)
LÍNGUA PORTUGUESA

“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-


ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
Estudo da posição dos pronomes na oração.
“encantar-se”);
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito. z Próclise: pronome posicionado antes do verbo.
Não desobedeçam à sinalização de trânsito; Casos que atraem o pronome para próclise:
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
tivo direto e indireto „ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.:
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) Não me submeto a essas condições.
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo „ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
indireto). tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto); 59
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„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se A questão central não se resume somente à política
apresente como um rico investidor, ele nada de privacidade das plataformas X ou Y, mas, sim, ao
tem. modo como cada sociedade vem paulatinamente
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex: estruturando a sua política de proteção de dados.
Em se tratando de futebol, Maradona foi um A segurança da informação já se transformou em
ídolo. uma área estratégica para qualquer tipo de empre-
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na sa. Independentemente da demanda de armazena-
esperança de sermos ouvidos, muito lhe mento de dados de clientes, as organizações têm um
agradecemos. universo de dados institucionais que precisam ser
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta- salvaguardados.
Estamos diante de uma realidade já configurada: a
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
coleta de informações da internet não para, e esse é
um caminho sem volta. Agora, a questão é: nós, clien-
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do ver-
tes, estamos prontos e dispostos a definir o limite da
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise:
privacidade digital? O interesse maior é nosso! Esse
limite poderia ser dado pelo próprio consumidor, se ele
„ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos
assim quiser? O conteúdo é realmente do usuário?
que estejam conjugados no futuro, caso não
Se considerarmos a atmosfera das redes sociais, mui-
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: to possivelmente não. Isso porque, embora muitas
Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei pessoas não saibam, a maioria das redes sociais pre-
dos nossos estudantes. vê que, a partir do momento em que um conteúdo é
postado, ele faz parte da rede e não é mais do usuário.
z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos Daí a importância da conscientização. É preciso que
que atraem o pronome para ênclise: tanto clientes como empresas busquem mais infor-
mação e conteúdo técnico sobre o tema. Às organiza-
„ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui- ções, cabe o desafio de orientar seus clientes, já que,
to honrada com esse título. na maioria das vezes, eles não sabem quais são os
„ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por limites da privacidade digital.
favor. Vivemos em uma época em que todo mundo pode
„ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o falar permanentemente o que quer. Nesse contexto, a
quanto sou importante. informação deixou de ser algo confiável e cabe a cada
um de nós aprender a ler isso e se proteger. Precisa-
Casos proibidos: mos de consciência, senso crítico, responsabilidade e

9
cuidado para levar a internet a um outro nível. É fato

-3
„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) / que ela não é segura, a questão, então, é como usá-la

40
Dá-me esse caderno! (certo). de maneira mais inteligente e contribuir para fortale-
„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem- .5
cer a privacidade digital? Essa é uma causa comum a
33
brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou- todos os usuários da rede.
.6
00

-se de nada (correto).


Disponível em: <https://digitalks.com.br/artigos/privacidade-digital
-0

„ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato


-quais-sao-os-limites>. 7/04/2019. Acesso em: 3 fev. 2021.
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
os

Adaptado.
nt
Sa

1. (CESGRANRIO — 2021) No trecho “Esse limite poderia


HORA DE PRATICAR! ser dado pelo próprio consumidor, se ele assim qui-
os

ser?” (parágrafo 6), a forma verbal destacada expres-


id

sa a noção de
Leia o texto a seguir para responder às questões 1 e 2.
ol
ic

a) dever
N

Privacidade digital: quais são os limites b) certeza


io

c) hipótese
ric

Atualmente, somos mais de 126,4 milhões de brasi- d) obrigação


au

leiros usuários de internet, representando cerca de e) necessidade


M

69,8% da população com 10 anos ou mais. Ao redor


do mundo, cerca de 4 bilhões de pessoas usam a rede 2. (CESGRANRIO — 2021) Um argumento que justifica a
mundial, sendo que 2,9 bilhões delas fazem isso pelo tese de que “pensar em privacidade digital é (quase)
smartphone. utópico” (parágrafo 2) aparece em
Nesse cenário, pensar em privacidade digital é (quase)
utópico. Uma vez na rede, a informação está registra- a) “A questão central não se resume somente à política
da para sempre: deixamos rastros que podem ser des- de privacidade das plataformas X ou Y” (parágrafo 4)
cobertos a qualquer momento. b) “A segurança da informação já se transformou em
Ainda assim, mesmo diante de tamanha exposição, uma área estratégica para qualquer tipo de empresa”
essa é uma discussão que precisa ser feita. Ela é (parágrafo 5)
importante, inclusive, para trazer mais clareza e cons- c) “a partir do momento em que um conteúdo é postado, ele
ciência para os usuários. Vale lembrar, por exemplo, faz parte da rede e não é mais do usuário” (parágrafo 7)
que não são apenas as redes sociais que expõem d) “É preciso que tanto clientes como empresas bus-
as pessoas. Infelizmente, basta ter um endereço de quem mais informação e conteúdo técnico sobre o
e-mail para ser rastreado por diferentes empresas e tema” (parágrafo 8)
60 provedores.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
e) “Precisamos de consciência, senso crítico, respon- Leia o texto a seguir para responder às questões 5 e 6.
sabilidade e cuidado para levar a internet a um outro
nível.” (parágrafo 9) Uma cena

3. (CESGRANRIO — 2021) É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E


não numa época qualquer, mas no outono. Outono no
A palavra salário vem mesmo de “sal”? Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da
calçada estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul
Vem. A explicação mais popular diz que os soldados escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu
da Roma Antiga recebiam seu ordenado na forma de vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas
sal. Faz sentido. O dinheiro como o conhecemos surgiu praias, por cima das montanhas, longe dali. Não che-
no século 7 a.C., na forma de discos de metal precioso gou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras
(moedas), e só foi adotado em Roma 300 anos depois. trançam suas copas, ainda é quase madrugada.
Antes disso, o que fazia o papel de dinheiro eram Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do sol.
itens não perecíveis e que tinham demanda garantida: É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em
barras de cobre (fundamentais para a fabricação de sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco
armas), sacas de grãos, pepitas de ouro (metal favori- movimento, não passa quase ninguém a essa hora,
to para ostentar como enfeite), prata (o ouro de segun- tão de manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que
da divisão) e, sim, o sal. há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros.
Num mundo sem geladeiras, o cloreto de sódio era o Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, con-
que garantia a preservação da carne. A demanda por versando sobre o futebol da véspera. Os segundos,
ele, então, tendia ao infinito. Ter barras de sal em casa cantando – dentro ou fora das gaiolas.
funcionava como poupança. Você poderia trocá-las Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já
pelo que quisesse, a qualquer momento. está sentada muito ereta, com seu vestido estampado,
As moedas, bem mais portáteis, acabariam se tornan- de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento,
do o grande meio universal de troca – seja em Roma, o sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço
seja em qualquer outro lugar. Mas a palavra “salário” da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas
segue viva, como um fóssil etimológico. também parece pronta a erguer -se num aceno, quan-
Só há um detalhe: não há evidência de que soldados do alguém passar.
romanos recebiam mesmo um ordenado na forma de É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos
sal. Roma não tinha um exército profissional no século os dias. Parece coisa de antigamente.
4 a.C. A força militar da época era formada por cida- Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada
dãos comuns, que abandonavam seus afazeres volun- placidamente em sua cadeira na calçada, observando

9
tariamente para lutar em tempos de guerra (questão as manhãs, está atrás das grades.

-3
Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos

40
de sobrevivência).
A ideia de que havia pagamentos na forma de sal vem sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades.
.5
33
do historiador Plínio, o Velho (um contemporâneo de Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal.
Fez comentários vagos sobre as árvores crescidas no
.6

Jesus Cristo). Ele escreveu o seguinte: “Sal era uma


00

das honrarias que os soldados recebiam após bata- Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem
-0

lhas bem-sucedidas. Daí vem nossa palavra salarium.” muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por
Ou seja: o sal era um bônus para voluntários, não um que todas essas grades? E eu, espantada com seu
os

salário para valer. Quando Roma passou a ter uma for- espanto, eu que de certa forma já me acostumara à
nt

ça militar profissional e permanente, no século 3 a.C., paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.
Sa

o soldo já era mesmo pago na forma de moedas. Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela
os

senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadei-


ra para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à
id

VERSIGNASSI, A. A palavra salário vem mesmo de “sal” VC S/A, São


Paulo: Abril, p. 67, Jun. 2021. Adaptado. portaria, por trás da proteção do gradil pintado com
ol

tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor


ic

A palavra destacada em “bem mais portáteis” (pará-


N

tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de


grafo 4) traz para o trecho uma ideia de
io

ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferru-


ric

jar são de um ferro simbólico, que prende, constrange,


a) adição
au

restringe.
b) adversidade Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras ver-
M

c) comparação ticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar


d) extensão os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas,
e) soma pendurados nas árvores.
LÍNGUA PORTUGUESA

4. (CESGRANRIO — 2021) A colocação do pronome oblí- SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
quo destacado está de acordo com a norma-padrão em:
5. (CESGRANRIO — 2022) De acordo com a norma-pa-
a) O dinheiro não foi-me bastante. drão da língua portuguesa, o emprego adequado da
b) O depósito só estará concretizado, se houver quem vírgula está plenamente atendido em:
validá-lo.
c) Se você pudesse emprestar esse dinheiro, depositaria- a) O outono que o Rio nos oferece, tem um ar fino, quase
-o ainda esta semana? frio.
d) Explique-me como funciona esse financiamento. b) Uma senhora de cabelos muito brancos, ficava senta-
e) Me empreste seu cartão, que eu faço a transação hoje. da, em uma cadeira.
c) Ele se incomodou, com as grades do Rio.
61
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) Todos os dias que passo pelo Aterro vejo, as árvores renunciou às vaidades mais singelas. Sensível, alegre,
cada vez mais crescidas. aprendeu a encarar o sofrimento de olhos lúcidos. Fiel
e) O porteiro, que prende passarinhos em gaiolas, não vê à disciplina religiosa, compreendia celestialmente as
que o outono fica mais lindo quando estamos livres. almas que perdiam o rumo. Fé, Esperança e Caridade
eram para ela a flecha e o alvo das criaturas.
6. (CESGRANRIO — 2022) Esse texto, que se inicia a Tornara-se tão íntima da substância terrestre – a dor
partir do cotidiano de uma velha senhora que tem por – que se fazia difícil para o médico saber o que sentia;
hábito sentar-se na calçada observando as manhãs, acabava dizendo que doía um pouco, por delicadeza.
constrói uma crítica Capaz de longos jejuns e abstinências, já no final da
vida, podia acompanhar um casal amigo a Copacaba-
a) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozi- na, passar do bar da moda ao restaurante diferente,
nhos, sem o apoio e o carinho de sua família. beber dois cafés ou três uísques em santa serenidade
b) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somen- e aceitar com alegria o prato exótico.
te é percebido por quem se afasta da cidade por um Gostava das pessoas erradas, consumidas de paixão,
tempo e retorna. admirava São Paulo e Santo Agostinho, acreditava
c) às cenas diárias que repetem costumes do passado, que era preciso se fazer violência para entrar no reino
que há muito já deveriam ter sido abandonados pela celeste.
população. Poucas horas antes de morrer, pediu um conhaque e
d) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e sorriu, destemida e doce, como quem vai partir para
que foram sendo colocadas aos poucos ao redor de o céu. Santificara-se. Deus era o dia e a noite de seu
todos nós. coração, o Pai, a piedade, o fogo do espírito. Perdi
e) às autoridades de segurança pública, que não atuam quem me amava e perdoava, quem me encomendava
em prol do direito de ir e vir, sem riscos, da população. à compaixão do Criador e me defendia contra o mun-
do de revólver na mão.
Leia o texto a seguir para responder às questões 7 e 8.
Disponível em: https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/7173/maria-
jose. Acesso em: 05 fev. 2022.
Maria José

Paulo Mendes Campos 7. (CESGRANRIO — 2022) Considerando-se o emprego


da vírgula, a frase que está de acordo com o padrão for-
Faz um ano que Maria José morreu. Era meiga quase mal escrito da língua é
sempre, violenta quando necessário. Eu era menino e
apanhava de um companheiro maior, quando ela me a) Eu que era frágil, sentia-me seguro, em sua presença.

9
gritou da sacada se eu não via a pedra que marcava b) Todos os dias, Maria José lia poemas para seu filho.

-3
c) Seu desejo, era sempre, estar por perto para me proteger.

40
o gol. Dei uma pedrada no outro e acabei com a briga
por milagre. d) Maria José era uma mulher terna e, ao mesmo tempo
firme. .5
33
Visitava os miseráveis, internava indigentes enfermos,
e) Nem ela, nem o médico, nem eu, esperávamos aquele
.6

devotava-se ao alívio de misérias físicas e morais do


desfecho, triste.
00

próximo, estudava o mistério teológico, exigia sempre


-0

o mais difícil de si mesma, comungava todos os dias,


ingressou na Ordem Terceira de São Francisco. Mas 8. (CESGRANRIO — 2022) A partir do trecho do parágrafo
os

nunca deixou de ter na gaveta o revólver que havia 6 “Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice”,
nt

recebido, menina- e-moça, das mãos do pai, e que entende-se que Maria José era uma mulher
Sa

empunhou no quintal noturno, perseguindo um ladrão,


a) afetada
os

para espanto de meus cinco anos.


Já perto dos setenta anos, ela explicava para um ami- b) vaidosa
id

go meu que tinha chegado à humildade da velhice; já c) corajosa


ol

não se importava com quem tentasse ofendê-la, mas d) tímida


ic

e) extravagante
N

conservava o revólver para a defesa dos filhos e dos


io

netos.
ric

Tratou-me com a dureza e o carinho que mereciam a Leia o texto a seguir para responder às questões 9 a 11.
au

rebeldia e o verdor da minha meninice. Ensinou- me


a ler as primeiras sentenças; me falava do Cura d’Ars Medo da eternidade
M

e nos dois Franciscos, o de Sales e o de Assis; apre-


sentou-me aos contos de Edgar Poe e aos poemas de Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato
Baudelaire; dizia-me sorrindo versos de Antônio Nobre com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda
que havia decorado quando menina; discutia comigo não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-
as ideias finais de Tolstoi; escutava maternalmente -se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de
meus contos toscos. Quando me desgarrei nos pri- bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu
meiros envolvimentos adolescentes, Maria José, com tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro
irônico afeto, me repetia a advertência de Drummond: eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã
“Paulo, sossegue, o amor é isso que você está ven- juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a
do: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é escola me explicou:
domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será”. — Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca
Logo que me fiz homenzinho, deixou a dureza e se fez se acaba. Dura a vida inteira.
minha amiga: nada me perguntava, adivinhava tudo. — Como não acaba?
Terna e firme, nunca lhe vi a fraqueza da pieguice. — Parei um instante na rua, perplexa.
Com o gosto espontâneo da qualidade das coisas, — Não acaba nunca, e pronto.
62
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada 10. (CESGRANRIO — 2021) No trecho “Agora não posso
para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei mastigar mais! A bala acabou!”, o segundo período
a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o apresenta, em relação à informação explicitada no pri-
elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia meiro, uma noção de
acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às
vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chu- a) causa
par depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com b) condição
aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, c) consequência
tornando possível o mundo impossível do qual eu já d) modo
começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei e) tempo
afinal pondo o chicle na boca.
— E agora que é que eu faço? 11. (CESGRANRIO — 2021) A narradora do texto experi-
— Perguntei para não errar no ritual que certamente menta um sentimento de perplexidade diante da ideia
deveria haver. de eternidade.
— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele,
e só depois que passar o gosto você começa a mas- Esse sentimento se revela, explicitamente, no seguinte
tigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você trecho:
perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca.
O adocicado do chicle era bonzinho, não podia dizer a) “Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bom-
que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos bom se tratava.”
para a escola. b) “quase não podia acreditar no milagre.”
— Acabou-se o docinho. E agora? c) “Perder a eternidade? Nunca.”
— Agora mastigue para sempre. d) “Acabou-se o docinho. E agora?”
Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a e) “Eu não quis confessar que não estava à altura da
mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa eternidade.”
cinzento de borracha que não tinha gosto de nada.
Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na 12. (CESGRANRIO — 2021) De acordo com a norma-padrão
verdade eu não estava gostando do gosto. E a vanta- da língua portuguesa, o emprego do acento grave indi-
gem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de cativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de
infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura a) A exigência de entrar em contato com instituições
da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, financeiras obrigou o cliente a criar senhas para ter
eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não acesso aos serviços bancários.

9
suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei

-3
b) A falta de leis sobre privacidade digital exige que os
um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

40
indivíduos se preparem para enfrentar a invasão do
— Olha só o que me aconteceu!
.5
acesso a suas vidas privadas.
— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
33
c) A revolução da tecnologia da informação modificou a
— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
.6

realidade social, penetrando em todas as esferas da


00

— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba atividade humana.
nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gen-
-0

d) As pesquisas tecnológicas são indispensáveis devido


te pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a a importância de solucionar problemas causados pela
os

gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia invasão de dados.
nt

lhe dou outro, e esse você não perderá. e) O surgimento das redes sociais e dos sites de compar-
Sa

Eu estava envergonhada diante da bondade de minha tilhamento conduziu as pessoas a novas situações de
irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo
os

risco na sociedade atual.


que o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada.
id

Sem o peso da eternidade sobre mim.


ol

Leia as questões a seguir para responder às questões


ic

13 a 16.
N

LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.


Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
io

Lições após um ano de ensino remoto na pandemia


ric

9. (CESGRANRIO — 2021) A frase que apresenta todas


au

as vírgulas corretamente empregadas, de acordo com No momento em que se tornam ainda mais comple-
M

a norma-padrão da língua portuguesa, é: xas as discussões sobre a volta às aulas presenciais,


o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas
a) A menina que descobriu o chicle, também experimen- famílias, atualmente.
Mas um ano sem precedentes na história veio acom-
LÍNGUA PORTUGUESA

tou, a possibilidade da eternidade.


b) São consideradas maravilhosas, aquelas histórias de panhado de lições inéditas para professores, alunos
príncipes e fadas, que vivem eternamente. e estudiosos. Diante do pouco acesso a planos de
c) Aproveitou, a textura, o sabor docinho do chicle, e ainda dados ou a dispositivos, a alternativa de muitas famí-
o comparou com o mundo impossível da eternidade. lias e professores tem sido se conectar regularmente
d) Muitas crianças, quando se deparam com o desco- via aplicativos de mensagens.
nhecido, passam a fantasiar sobre ele na tentativa de Uma pesquisa apontou que 83% dos professores
entendê-lo. mantinham contato com seus alunos por meio dos
e) Quando as crianças sonham, em serem príncipes, prin- aplicativos de mensagens, muito mais do que pelas
cesas e fadas, elas fantasiam sobre viverem felizes próprias plataformas de aprendizagem. Esse uso foi
para sempre. uma grande surpresa, mas é porque não temos outras
ferramentas de massificação. A maior parte do ensi-
no foi feita pelo celular e, geralmente, por um celular 63
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
compartilhado (entre vários membros da família), o 15. (CESGRANRIO — 2021) No parágrafo 5, depois da
que é algo muito desafiador. afirmação de que educadores internacionais estimam
Outro aspecto a ser considerado é que, felizmente, que estudantes da educação básica já foram impacta-
mensagens direcionadas são uma forma relativa- dos pela falta de escolarização, desenvolve-se a ideia
mente barata de comunicação. A importância de de que
cultivar interações entre os estudantes, mesmo que
eles não estejam no mesmo ambiente físico, também a) o ensino remoto mediado por tecnologia permitiu a
é uma forma de motivá-los e melhorar seus resulta- continuidade da escolarização durante a pandemia.
dos. Recentemente, uma pesquisadora afirmou que b) os alunos que foram prejudicados por esse processo
“Aprendemos que precisamos dos demais: comparar precisarão ter aulas ou encontros extras para enfren-
estratégias, falar com alunos, com outros professores tar essa ruptura.
e dar mais oportunidades de trabalho coletivo, mesmo c) a alternativa mais produtiva para realizar o ensino remoto
que seja cada um na sua casa. Além disso, a pande- tem sido a conexão via aplicativos de mensagens.
mia ressaltou a importância do vínculo anterior entre d) os professores, em sua grande maioria, mantiveram
escolas e comunidades”. contato com os alunos por meio dos aplicativos de
Embora seja difícil prever exatamente como o fecha- mensagens.
mento das escolas vai afetar o desenvolvimento futu- e) o celular, muitas vezes compartilhado pela família, foi
ro dos alunos, educadores internacionais estimam a ferramenta mais utilizada para efetivar as atividades
que estudantes da educação básica já foram impac- de ensino remoto.
tados. É preciso pensar em como agrupar esses alu-
nos e averiguar os que tiveram ensino mínimo ou nulo 16. (CESGRANRIO — 2021) O trecho em que a palavra des-
e decidir como enfrentar essa ruptura, com aulas ou tacada evidencia a opinião do autor do texto é:
encontros extras, com anos (letivos) de transição.
a) “o ensino remoto continua a ser a rotina de muitas
IDOETA, P.A. 8 lições após um ano de ensino remoto na pan famílias, atualmente.” (parágrafo 1)
demia. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/noticias/
bbc/2021/04/24/8-licoes-apos-um-ano-de-ensino-remoto-na-
b) “tem sido se conectar regularmente via aplicativos de
pandemia. htm>. Acesso em: 21 jul. 2021. Adaptado. mensagens” (parágrafo 2)
c) “A maior parte do ensino foi feita pelo celular e, geral-
13. (CESGRANRIO — 2021) De acordo com a norma-pa- mente, por um celular” (parágrafo 3)
drão da língua portuguesa, o uso do acento grave indi- d) “felizmente, mensagens direcionadas são uma forma
cativo da crase é obrigatório na palavra destacada em: relativamente barata de comunicação” (parágrafo 4)
e) “Embora seja difícil prever exatamente” (parágrafo 5)
a) A prática de ensino remoto levou as famílias a situa-

9
17. (CESGRANRIO — 2022) De acordo com as exigências

-3
ções difíceis de comunicação com as instituições de

40
ensino. da norma-padrão da Língua Portuguesa, o verbo des-
tacado está corretamente empregado em:
b) As aulas remotas surgem como uma alternativa para
.5
33
a redução dos impactos negativos no processo de
.6

aprendizagem. a) A maior parte dos canais de streaming identificam as


00

c) As escolas e os professores foram levados a essa prá- preferências dos internautas por filmes de romance,
-0

tica de ensino remoto, em função da chegada inespe- terror ou comédia.


b) Para evitar as fake news, atribuem-se aos diferentes
os

rada do vírus.
d) O interesse pelo ensino on-line não tem diminuído tipos de usuários a decisão de só acreditar nas notí-
nt

porque começou a ser considerado a única opção de cias que têm fonte segura e identificável.
Sa

escolarização durante a pandemia. c) De acordo com pesquisas de comportamento, menos


os

e) Os bons resultados de desempenho dos alunos são de 1% da juventude apresentam baixos índices de
id

obtidos graças a dedicação dos professores no ensino rejeição às redes sociais.


d) Para incrementar o comércio eletrônico, anuncia-se
ol

on-line.
ic

permanentemente produtos que interessam ao consu-


N

14. (CESGRANRIO — 2021) De acordo com a norma-pa- midor, com base na análise das preferências.
io

drão da língua portuguesa, a concordância do termo e) Inúmeros dados pessoais para a elaboração de um
ric

em destaque está plenamente respeitada em: mapeamento das características e dos gostos dos
au

usuários tem sido solicitados por sites suspeitos.


M

a) A capacitação dos técnicos e o atendimento aos tra-


balhadores da área da saúde precisam ser desenvol- Leia o texto a seguir para responder às questões 18 a 20.
vidos em todo o país.
b) As famílias dos alunos e os professores da rede públi- O que é o QA e por que ele pode ser mais importante
ca das diferentes regiões brasileiras devem ser acolhi- que o QI no mercado de trabalho
das pelas direções das escolas.
c) O estudo das diferentes disciplinas e a realização de Há algum tempo, se você quisesse avaliar as perspectivas
provas bimestrais, após a chegada da Covid-19, têm de alguém crescer na carreira, poderia considerar pedir
sido planejadas com muito cuidado. um teste de QI, o quociente de inteligência, que mede indi-
d) O tratamento das doenças respiratórias e a vacinação cadores como memória e habilidade matemática.
de toda a população devem ser implementadas pelos Mais recentemente, passaram a ser avaliadas outras
órgãos responsáveis. letrinhas: o quociente de inteligência emocional (QE),
e) Os arquivos escolares e as notas dos estudantes uma combinação de habilidades interpessoais, auto-
necessitam ser guardadas com o maior sigilo para controle e comunicação. Não só no mundo do traba-
recuperação no futuro. lho, o QE é visto como um kit de habilidades que pode
64 nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Tanto o QI quanto o QE são considerados importantes b) Como as habilidades necessárias para prosperar no mer-
para o sucesso na carreira. Hoje, porém, à medida que cado de trabalho também estão mudando, ter QI, mas
a tecnologia redefine como trabalhamos, as habilida- nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilidades
des necessárias para prosperar no mercado de traba- existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
lho também estão mudando. Entra em cena então um c) Mesmo que as habilidades necessárias para prosperar
novo quociente, o de adaptabilidade (QA), que consi- no mercado de trabalho também estejam mudando, ter
dera a capacidade de se posicionar e prosperar em um QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habili-
ambiente de mudanças rápidas e frequentes. dades existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
O QA não é apenas a capacidade de absorver novas d) As habilidades necessárias para prosperar no mercado
informações, mas de descobrir o que é relevante, dei- de trabalho também estão mudando, desde que ter QI,
xar para trás noções obsoletas, superar desafios e mas nenhum QA, possa ser um bloqueio para as habilida-
fazer um esforço consciente para mudar. Esse quo- des existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
ciente envolve também características como flexibili- e) As habilidades necessárias para prosperar no mercado
dade, curiosidade, coragem e resiliência. de trabalho também estão mudando, no entanto, ter QI,
Amy Edmondson, professora de Administração da mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para as habilida-
Harvard Business School, diz que é a velocidade ver- des existentes diante de novas maneiras de trabalhar.
tiginosa das mudanças no mercado de trabalho que
fará o QA vencer o QI. Automatiza-se facilmente qual- 19. (CESGRANRIO — 2021) Ao abordar perspectivas de
quer função que envolva detectar padrões nos dados evolução na carreira, o texto destaca que a(s)
(advogados revisando documentos legais ou médicos
buscando o histórico de um paciente, por exemplo), a) mudança no mercado se dará pela valorização do QE.
diz Dave Coplin, diretor da The Envisioners, consulto- b) capacidade para a detecção de padrões será valorizada.
ria de tecnologia sediada no Reino Unido. A tecnologia c) habilidades relacionadas ao QA poderão ser aprimoradas.
mudou bastante a forma como alguns trabalhos são d) atividades relativas às artes serão excluídas das mudanças.
feitos, e a tendência continuará. Isso ocorre porque e) competências teóricas relacionadas ao QI serão
um algoritmo pode executar essas tarefas com mais evidenciadas.
rapidez e precisão do que um humano.
Para evitar a obsolescência, os trabalhadores que 20. (CESGRANRIO — 2021) O trecho que evidencia a razão
cumprem essas funções precisam desenvolver novas pela qual novos indicadores passaram a balizar o pro-
habilidades, como a criatividade para resolver novos cesso de seleção das empresas é:
problemas, empatia para se comunicar melhor e
responsabilidade. a) “Há algum tempo, se você quisesse avaliar as pers-
Edmondson diz que toda profissão vai exigir adap- pectivas de alguém crescer na carreira, poderia consi-

9
tabilidade e flexibilidade, do setor bancário às artes. derar pedir um teste de QI”. (parágrafo 1)

-3
Digamos que você é um contador. Seu QI o ajuda nas

40
b) “o QE é visto como um kit de habilidades que pode
provas pelas quais precisa passar para se qualificar; nos ajudar a ter sucesso em vários aspectos da vida.”
seu QE contribui na conexão com um recrutador e .5
33
(parágrafo 2)
depois no relacionamento com colegas e clientes no
.6

c) “A tecnologia mudou bastante a forma como alguns


00

emprego. Então, quando os sistemas mudam ou os trabalhos são feitos, e a tendência continuará.” (pará-
aspectos do trabalho são automatizados, você precisa
-0

grafo 5)
do QA para se acomodar a novos cenários. d) “Seu QI o ajuda nas provas pelas quais precisa passar
os

Ter QI, mas nenhum QA, pode ser um bloqueio para para se qualificar”. (parágrafo 7)
nt

as habilidades existentes diante de novas maneiras de e) “Uma coisa boa do QA é que, mesmo que seja difí-
Sa

trabalhar. No mundo corporativo, o QA está sendo cada cil mensurá-lo, especialistas dizem que ele pode ser
vez mais buscado na hora da contratação. Uma coisa
os

desenvolvido.” (parágrafo 8)
boa do QA é que, mesmo que seja difícil mensurá-lo,
id

especialistas dizem que ele pode ser desenvolvido.


9 GABARITO
ol

Como diz Edmondson: “Aprender a aprender é uma


ic
N

missão crítica. A capacidade de aprender, mudar, cres-


io

cer, experimentar se tornará muito mais importante do 1 C


ric

que o domínio de um assunto.”


2 C
au

Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/vert-


M

cap-50429043>. 3 C
Acesso em: 9 jul. 2021. (Adaptado)
4 D
LÍNGUA PORTUGUESA

18. (CESGRANRIO — 2021) Respeitando-se o ponto de vis- 5 E


ta sustentado pelo texto e adequando-se a seu senti-
do, a reunião dos trechos “as habilidades necessárias 6 D
para prosperar no mercado de trabalho também estão
mudando” (parágrafo 3) e “ter QI, mas nenhum QA, 7 B
pode ser um bloqueio para as habilidades existentes 8 C
diante de novas maneiras de trabalhar” (parágrafo 8)
resulta no seguinte período: 9 D

a) As habilidades necessárias para prosperar no mercado 10 A


de trabalho também estão mudando, embora ter QI, mas
11 B
nenhum QA, possa ser um bloqueio para as habilidades
existentes diante de novas maneiras de trabalhar. 65
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12 D

13 E

14 A

15 B

16 D

17 A

18 B

19 C

20 C

ANOTAÇÕES

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric
au
M

66
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Note que todo número inteiro é, também, um
número racional. Assim, Z é um subconjunto de Q.
É importante ressaltar que as dízimas periódicas
são números racionais. Elas são números decimais

MATEMÁTICA
que se repetem após a vírgula (Ex.: 1,4444444444...).
Embora possua infinitas casas decimais, pode ser
13
escrito como a fração 9 .

Subconjuntos dos Números Racionais


NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E
REAIS z Q* = subconjunto dos números racionais não nulos,
formado pelos números racionais sem o zero;
Os conjuntos numéricos reúnem diversos conjun- z Q+ = subconjunto dos números racionais não nega-
tos cujos elementos são números. Eles são formados tivos, formado pelos números racionais positivos
pelos números naturais, inteiros, racionais, irracio- e o zero;
nais e reais. z Q*+ = subconjunto dos números racionais positivos,
O ramo da Matemática que estuda os conjuntos formado pelos números racionais positivos sem o
numéricos é a Teoria dos Conjuntos. zero;
z Q– = subconjunto dos números racionais não posi-
CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS (N) tivos, formado pelos números racionais negativos
e o zero;
z Q*– = subconjunto dos números racionais negati-
O conjunto dos números naturais é representado
vos, formado pelos números racionais negativos
por N. Ele reúne os números que usamos para contar
sem o zero.
(incluindo o zero) e é infinito.
CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS (I)
Subconjuntos dos Números Naturais
O conjunto dos números irracionais é representa-
z N* = {1, 2, 3, 4, 5..., n, ...} ou N* = N – {0}: conjun-
do por I. Ele reúne os números decimais não exatos
tos dos números naturais não nulos, ou seja, sem
com uma representação infinita e não periódica (Ex.:
o zero;
3,141592... ou 1,203040...).
z Np = {0, 2, 4, 6, 8..., 2n, ...}, em que n ∈ N: conjunto
dos números naturais pares;

9
Conjunto dos Números Reais (R)

-3
z Ni = {1, 3, 5, 7, 9..., 2n+1, ...}, em que n ∈ N: conjunto

40
dos números naturais ímpares;
O conjunto dos números reais é representado por
.5
z P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, ...}: conjunto dos números
R. Esse conjunto é formado pelos números racionais
33
naturais primos.
(Q) e irracionais (I). Assim, temos que R = Q ∪ I. Além
.6

disso, N, Z, Q e I são subconjuntos de R.


00

CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)


Observe que, se um número real é racional, ele
-0

não pode ser também irracional. Da mesma maneira,


O conjunto dos números inteiros é representa-
os

se ele é irracional, não é racional.


do por Z. Ele reúne todos os elementos dos números
nt

naturais (N) e seus opostos. Assim, conclui-se que N é


Sa

um subconjunto de Z (N ⊂ Z): Subconjuntos dos Números Reais


os

z R*= {x ∈ R│x ≠ 0}: conjunto dos números reais não


id

Subconjuntos dos Números Inteiros


nulos;
ol

z R+ = {x ∈ R│x ≥ 0}: conjunto dos números reais não


ic

z Z* = {..., –4, –3, –2, –1, 1, 2, 3, 4, ...} ou Z* = Z – {0}:


N

negativos;
conjunto dos números inteiros não nulos, ou seja,
io

z R*+ = {x ∈ R│x > 0}: conjunto dos números reais


sem o zero;
ric

positivos;
z Z+ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números intei-
z R–= {x ∈ R│x ≤ 0}: conjunto dos números reais não
au

ros e não negativos. Note que Z+ = N;


positivos;
M

z Z*+ = {1, 2, 3, 4, 5, ...}: conjunto dos números inteiros


z R*–= {x ∈ R│x < 0}: conjunto dos números reais
positivos e sem o zero;
negativos.
Z– = {..., –5, –4, –3, –2, –1, 0}: conjunto dos números
inteiros não positivos;
Z*– = {..., –5, –4, –3, –2, –1}: conjunto dos números Intervalos Numéricos
inteiros negativos e sem o zero.
Há, ainda, um subconjunto relacionado com os
MATEMÁTICA

CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS (Q) números reais que são chamados de Intervalos.
Sejam a e b números reais e a < b, temos os seguin-
tes intervalos reais:
O conjunto dos números racionais é representado
por Q. Ele reúne todos os números que podem ser escri-
tos na forma p/q, sendo p e q números inteiros e q ≠ 0. z Intervalo aberto de extremos: ]a,b[ = {x ∈ R│a < x < b}

1 1 2 2 3 3
Q = {0, ±1, ± 2 , ± 3 , ..., ±2, ± 3 ,± 5 , ..., ±3, ± 2 , ± 4 , ...} a b
67
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z Intervalo fechado de extremos: [a,b] = {x ∈ R│a ≤ Fatorial de um Número Natural
x ≤ b}
Serve para facilitar e acelerar resolução de ques-
tões. Veja sua representação simbólica:
a b
Fatorial de N = n!

z Intervalo aberto à direta (ou fechado à esquerda) Sendo “n” um número natural, observe como
de extremos: [a,b[ = {x ∈ R│a ≤ x < b} desenvolver o fatorial de n:

n! = n · (n-1) · (n-2) · ... · 2 · 1, para n ≥ 2


a b
1! = 1
0! = 1
z Intervalo aberto à esquerda (ou fechado à direita)
de extremos: ]a,b] = {x ∈ R│a < x ≤ b}
Exemplos:

3! = 3 · 2 · 1= 6
a b
4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
PROPRIEDADES DOS CONJUNTOS NUMÉRICOS 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120

Agora, veja esse outro exemplo:

R Calcular 6!
4!
Q
Z Resolução:
N 6! 6·5·4·3·2·1 = 6 · 5 = 30
I 4!
=
4·3·2·1

Poderíamos, também, resolver abrindo o 6! até 4! e

9
depois simplificar. Veja:

-3
40
6! 6·5·4!
4! = 6 · 5 = 30
.5
=
4!
33
Diagrama dos Conjuntos Numéricos
.6

Princípio Fundamental da Contagem


00

Para facilitar os estudos sobre os conjuntos numé-


-0

ricos, seguem algumas de suas propriedades: Podemos, também, encontrar como princípio mul-
os

tiplicativo. Vamos esquematizar uma maneira que vai


nt

z O conjunto dos números naturais (N) é um subcon- ser bem simples para resolvermos problemas sobre o
Sa

junto dos números inteiros: Z (N ⊂ Z); tema, observe o lembrete:


z O conjunto dos números inteiros (Z) é um subcon-
os

junto dos números racionais: (Z ⊂ Q); z identificar as etapas do enunciado;


id

z O conjunto dos números racionais (Q) é um sub- z calcular todas as possibilidades em cada etapa;
ol

conjunto dos números reais (R); z multiplicar.


ic

z Os conjuntos dos números naturais (N), inteiros


N

(Z), racionais (Q) e irracionais (I) são subconjuntos Exemplo: Para fazer uma viagem São Paulo-For-
io
ric

dos números reais (R). taleza-São Paulo, você pode escolher como meio de
transporte ônibus, carro, moto ou avião. De quantas
au

REFERÊNCIAS maneiras posso escolher os transportes?


M

Resolução: Usando o lembrete acima:


GOUVEIA, R. Conjuntos Numéricos. Toda Maté-
ria, s.d. Disponível em: https://www.todamateria. z Identificar as etapas do enunciado;
com.br/conjuntos-numericos/. Acesso em: 10 fev. Escolher o meio de transporte para ida e para a volta;
2022. z Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ôni-
bus, carro, moto ou avião) e para a volta temos 4
possibilidades de escolha (ônibus, carro, moto ou
avião);
PROBLEMAS DE CONTAGEM z Multiplicar:
Primeiro, vamos aprender uma ferramenta impor- 4 · 4 = 16 maneiras.
tante para o nosso estudo: Fatorial.
E se o problema dissesse que você não pode voltar
no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria a
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resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas vai Temos, então, 10 anagramas na palavra ARARA.
mudar na quantidade de possibilidades de escolhas Na permutação com repetição devemos descontar
para voltar. Veja: os anagramas iguais, por isso dividimos pelo fatorial
Resolução: Usando o lembrete: do número de letras repetidas.

z Identificar as etapas do enunciado; Permutação com Repetição


z Escolher o meio de transporte para ida e para a volta;
z Calcular todas as possibilidades em cada etapa; Vamos imaginar que temos uma mesa circular com
z Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus, 5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras
carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 possi- distintas. Observe as duas disposições das pessoas A,
bilidades de escolha (não posso voltar no mesmo B, C, D, e E ao redor da mesa:
meio de transporte);
z Multiplicar:
A E

4 · 3 = 12 maneiras.
B A
E D
Permutação Simples
MESA MESA

Imagine que temos 5 livros diferentes para serem


ordenados em uma estante. De quantas maneiras é
D C C B
possível ordenar? Para questões envolvendo permu-
tação simples, devemos encarar de um modo geral
que temos n modos de escolhermos um objeto (livro) Diante do conceito de permutação, essas duas
que ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher disposições são iguais, ou seja, a pessoa A tem à sua
um objeto (um outro livro) que ocupará o segundo direita E, e à sua esquerda B, e assim sucessivamente).
lugar, ..., 1 modo de escolher o objeto (um outro livro) Não podemos contar duas vezes a mesma disposição.
que ocupará o último lugar. Então, temos: Repare ainda que, antes da primeira pessoa se sentar à
Modos de ordenar: mesa, todas as 5 posições disponíveis são equivalentes.
Isto porque não existe uma referência espacial (ponto
n · (n-1) · ... 1 = n! fixo determinado). Nestes casos, devemos utilizar a fór-
mula da permutação circular de n pessoas, que é:
Então, resolvendo, teremos 5! = 5·4·3·2·1 = 120
maneiras de ordenar os livros na estante.

9
Pc (n) = (n-1)!

-3
Agora, observe um outro exemplo:

40
Quantos são os anagramas da palavra CAJU? Em nosso exemplo, o número de possibilidades de
Resolução:
.5
posicionar 5 pessoas ao redor de uma mesa será:
33
Cada anagrama de CAJU é uma ordenação das
.6

letras que a compõem, ou seja, C, A, J, U.


00

Pc(5) = (5-1)! = 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
-0

CAJU CUJA ACJU AUJC Arranjo Simples


os
nt

CAUJ CJUA ACUJ ... Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes-
Sa

CJAU AUCJ soas nas cadeiras de uma praça, mas tínhamos apenas
CUAJ ...
os

3 cadeiras à disposição. De quantas formas podería-


mos fazer isso?
id

Desta maneira, o número de anagramas é 4! = Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí-
ol

4·3·2·1 = 24 anagramas. veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei-


ic
N

ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi


Dica
io

utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira


ric

cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas


Anagrama é a ordenação de maneira distinta das
au

restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas


letras que compõem uma determinada palavra. em pé, pois temos apenas 3 cadeiras. A quantidade de
M

formas de posicionar essas pessoas sentadas é dada


Permutação com Repetição pela multiplicação a seguir:
Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras =
Quantos anagramas tem na palavra ARARA? O
problema é causado por conta da repetição de letras 5 · 4 · 3 = 60
na palavra ARARA.
Veja que temos 3 letras A e 2 letras R. De maneira
MATEMÁTICA

O exemplo acima é um caso típico de arranjo sim-


tradicional, faríamos 5! (número de letras na palavra), ples. Sua fórmula é dada a seguir:
mas é preciso que descontemos as letras repetidas.
Assim, devemos dividir pelo número de letras fatorial, n!
ou seja, 3! e 2!. A(n, p) =
(n - p) !
5! 5·4·3! = 5·4
3!·2!
=
3!·2·1 2
= 10 Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele-
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde
69
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a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria
da outra. com exercícios comentados de diversas bancas.
Observe a resolução do nosso exemplo usando a
fórmula: 1. (VUNESP — 2016) Um Grupamento de Operações
Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para
A(5, 3) =
5!
=
5!
= 5·4·3·2·1 = 60 investigações de campo, 6 pistas diferentes devem
(5 - 3) ! 2! 2·1 ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen-
Uma outra informação muito importante é que tes de se fazer essa distribuição é:
nos problemas envolvendo arranjo simples a ordem
dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente a) 6.
de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as b) 10.
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme- c) 12.
ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as d) 18.
pessoas na praça: e) 20.

CADEIRA 1ª 2ª 3ª Vamos descobrir o número de formas de escolher 3


pistas em 6, visto que ao escolher 3 pistas, restarão
OCUPANTE Ana Bianca Clara outras 3 pistas que vão compor o outro grupo de
pistas. Dessa maneira, de quantas formas podemos
Perceba que Daniele e Esmeralda ficaram em pé escolher 3 pistas em um grupo de 6? Aqui a ordem
nessa disposição. não é relevante, então, vamos usar a combinação:

C(6, 3) = 6!
= 6 · 5 · 4 · 3! =
6·5·4
=
6·5·4
=
CADEIRA 1ª 2ª 3ª (6 - 3) !3! 3!3! 3! 3·2·1

OCUPANTE Clara Bianca Ana 5 · 4 = 20.

A Daniele e a Esmeralda continuam de fora e a Resposta: Letra E.


Bianca permaneceu no mesmo lugar. O que mudou
foi a posição da Ana em relação a Clara. Assim, uma 2. (IDECAN — 2016) Felipe é uma criança muito bagun-
simples mudança na posição da ordem gera uma nova ceira e sempre espalha seus brinquedos pela casa.
possibilidade de posicionamento. Quando vai brincar na casa da sua avó, ele só pode
levar 3 brinquedos. Felipe sempre escolhe 1 carrinho,

9
Combinação 1 boneco e 1 avião. Sabendo que Felipe tem 7 carri-

-3
nhos, 5 bonecos e 4 aviões diferentes, quantas vezes

40
Para entendermos esse tema, vamos imaginar Felipe pode visitar a sua avó sem levar o mesmo con-
.5
junto de brinquedos já levados antes?
33
que queremos fazer uma salada de frutas e precisa-
.6

mos usar 3 frutas das 4 que temos disponíveis: maçã,


a) 100 vezes.
00

banana, mamão e morango. Cortando as frutas maçã,


b) 115 vezes.
-0

banana e morango e depois colocando em um prato.


Agora cortando as frutas banana, morango e maçã c) 130 vezes.
os

para colocar em um outro prato. d) 140 vezes.


nt

Você percebeu que a ordem aqui não importou? É


Sa

exatamente isso, a ordem não importa e estamos diante Perceba que Felipe tem 7 carrinhos para escolher 1,
5 bonecos para escolher 1 e 4 aviões para escolher
os

de um problema de Combinação. Será preciso calcular


1, queremos formar grupos de 3 brinquedos, sendo
id

quantas combinações de 4 frutas, 3 a 3, é possível formar.


Para resolvermos é necessário usar a fórmula: um de cada tipo. O total de possibilidades será dado
ol

por: 7 x 5 x 4 = 140 possibilidades (conjuntos de


ic

brinquedos diferentes).
N

n!
C(n, p) = (n - p) !p!
Resposta: Letra D.
io
ric

3. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um aeroporto, 30


au

Substituindo na fórmula, os valores do exemplo,


passageiros que desembarcaram de determinado
M

temos:
voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais
4! ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
C(4, 3) = para ser examinados. Constatou-se que exatamente
(4 - 3) !3!
25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
4·3·2·1 em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6
C(4, 3) =
1·3·2·1 desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o
C(4, 3) = 4 item que segue.
A quantidade de maneiras distintas de se escolher 2
Dica dos 30 passageiros selecionados de modo que pelo
menos um deles tenha estado em C é superior a 100.
No arranjo a ordem importa.
Na combinação a ordem não importa.
( ) CERTO  ( ) ERRADO

70
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se 25 passageiros tiveram em A ou B e nenhum deles em C, então, C teve 5 passageiros (é o que falta para o total
de 30). Vamos escolher 2 passageiros, de modo que pelo menos um seja de C, teremos:
Podemos achar o total para escolha dos 2 passageiros que seria:
C30,2 = 30.29/2 = 15.29 = 435
Agora, tiramos a opção de nenhum deles ser de C, que seria:
C25,2 = 25.24/2 = 25.12 = 300
Então, pelo menos um deles é de C, teremos:
435 - 300 = 135.
Resposta: Certo.

4. (IBFC — 2015) Paulo quer assistir um filme e tem disponível 5 filmes de terror, 6 filmes de aventura e 3 filmes de roman-
ce. O total de possibilidades de Paulo assistir a um desses filmes é de:

a) 90.
b) 33.
c) 45.
d) 14.

Paulo tem disponível 14 filmes no total, 5 de terror, 6 de aventura e 3 de romance; e dentre esses 14 filmes dis-
poníveis tem que escolher um, portanto o total de possibilidades será dado pela combinação de 14 elementos,
tomados um a um.
C(14,1) = 14 possibilidades.
Resposta: Letra D.

5. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Em um processo de coleta de fragmentos papilares para posterior identificação de crimi-
nosos, uma equipe de 15 papiloscopistas deverá se revezar nos horários de 8 h às 9 h e de 9 h às 10 h.
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Se dois papiloscopistas forem escolhidos, um para atender no primeiro horário e outro no segundo horário, então a
quantidade, distinta, de duplas que podem ser formadas para fazer esses atendimentos é superior a 300.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Quantos servidores há para escolher que ficará no 1° horário? 15.

9
-3
Agora, já para escolher o que ficará no 2° horário, temos apenas 14, pois um já foi escolhido para ficar no 1°

40
horário. Multiplicando as possibilidades = 15x14 = 210.
Resposta: Errado.
.5
33
.6
00
-0

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS


os
nt

O Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), órgão responsável pelas
Sa

normas relacionadas à metrologia, desenvolveu o Sistema Internacional de Medidas, doravante SI, responsável
os

por descrever e informar sobre as unidades de medidas.


As sete unidades bases do SI são:
id
ol

z Comprimento: metro (m);


ic
N

z Massa: quilograma (kg);


io

z Tempo: segundo (s);


ric

z Grandezas Elétricas: ampere (A;)


au

z Temperatura termodinâmica: kelvin (k);


z Quantidade de matéria: mol (mol);
M

z Grandezas fotométricas (intensidade luminosa): candela (cd).

As outras unidades SI, por sua vez, são derivadas das unidades de base. A tabela abaixo, definida pelo Inmetro,
indica alguns exemplos de unidades SI derivadas das unidades de base. Vejamos.

[UNIDADE SI]
MATEMÁTICA

GRANDEZA
NOME SÍMBOLO

Superfície Metro quadrado m²

Volume Metro cúbico m³

Velocidade Metro por segundo m/s

71
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
[UNIDADE SI]
GRANDEZA
NOME SÍMBOLO

Aceleração Metro por segundo ao quadrado m/s²

Número de ondas Metro elevado à potência menos um (1 por metro) m-¹

Massa específica Quilograma por metro cúbico kg/m³

Volume específico Metro cúbico por quilograma m³/kg

Densidade de corrente Ampère por metro quadrado a/m²

Campo magnético Ampère por metro a/m

Concentração (de quantidade de matéria) Mol por metro cúbico mol/m³

Luminância Candela por metro quadrado cd/m²

Índice de refração (o número) um 1*

Fonte: ALVAREZ, G. A. M. Sistema Internacional de Unidades (SI), 2003.

Além disso, ainda é importante saber que:

z os múltiplos das unidades base sempre serão unidades de medidas maiores do que as unidades de base;
z os submúltiplos sempre serão unidades de medidas menores do que as unidades de base.

Exemplo: considerando o metro (m) como unidade de base, pode-se obter os valores dos seus múltiplos e sub-
múltiplos considerando a sequência:

Km — hm — dam — m — dm — cm — mm

Partindo da esquerda para a direita (da maior unidade para a menor), basta multiplicar por 10 o valor de cada
unidade sequente. Partindo da direita para a esquerda (da menor unidade, para a maior unidade), por sua vez,

9
-3
basta dividir por 10 o valor a cada unidade sequente.

40
.5
33
.6

RAZÕES E PROPORÇÕES
00
-0

A razão entre duas grandezas é igual a divisão entre elas, veja:


os
nt

2
Sa

5
os
id

Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está para 5).


ol

Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:


ic
N

2 4
io

=
3 6
ric
au

Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2 está para 3 assim como 4 está para 6).
M

Os problemas mais comuns que envolvem razão e proporção é quando se aplica uma variável qualquer den-
tro da proporcionalidade e se deseja saber o valor dela. Veja o exemplo:

2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
3 6

Para resolvermos esse tipo de problema devemos usar a Propriedade Fundamental da razão e proporção:
produto dos meios pelos extremos.
Meio: 3 e x;
Extremos: 2 e 6.
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles numa igualdade. Observe:

3·X=2.6
3X = 12
72
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X = 12/3 É possível, ainda, trocar o numerador pelo denomi-
X=4 nador ao efetuar essa soma interna, desde que o mes-
mo procedimento seja feito do outro lado da proporção.
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa proprie- a c a+b c+d
= = =
dade fundamental. Porém, algumas questões acabam b d a c
sendo um pouco mais complexas e pode ser útil conhe-
cer algumas propriedades para facilitar. Vamos a elas. Vejamos um exemplo:

Propriedade das Proporções x 2


=
-
14 x 5
z Somas Externas x + 14 - x 2+5
=
x 2
a c a+c
= =
b d b+d 14 7
=
x 2
Vamos entender um pouco melhor resolvendo 7 . x = 2 · 14
uma questão-exemplo:
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê- x=
14 · 2
=4
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos 7
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro-
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos Portanto, encontramos que x = 4.
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos na
fábrica. Quanto cada um vai receber?
Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C Importante!
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
Vale lembrar que essa propriedade também ser-
Diego vai receber, temos:
ve para subtrações internas.
C D
=
3 2
z Soma com Produto por Escalar

Utilizando a propriedade das somas externas: a c a + 2b c + 2d

9
= = =

-3
b d b d
C+D

40
C D
= =
3+2
.5
3 2 Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
33
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
.6

Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), proporcionalmente ao número de anos trabalhados.
00

então podemos substituir na proporção: São dois funcionários que trabalham há 2 anos na
-0

empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos.


C D C+D Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B
os

10.000
= = = = 2.000
3 2 3+2 5 o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa,
nt

temos:
Sa

Aqui cabe uma observação importante! A B


os

=
Esse valor de 2.000, que chamamos de “Constante 2 3
id

de Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real


ol

das partes dentro da proporção. Veja: Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
ic

funcionários na categoria B, podemos escrever que a


N

C soma total dos prêmios é igual a R$13.000.


= 2.000
io

3
ric

2A + 3B = 13.000
C = 2000 x 3
au
M

C = 6.000 (esse é o valor de Carlos) Agora, multiplicando em cima e embaixo de um


D lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
= 2.000
2
2A 3B
=
D = 2.000 x 2 4 9
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
Aplicando a propriedade das somas externas,
MATEMÁTICA

podemos escrever o seguinte:


Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
ber R$4.000.
2A 3B 2A + 3B
= =
4 9 4+9
z Somas Internas

a c a+b c+d Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-


= = = porção, temos:
b d b d
73
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2A 3B 2A + 3B 13.000 quantia X a três pessoas, de modo que cada uma rece-
= = = = 1.000
4 9 4+9 13 ba um quinhão inversamente proporcional a três
números. Vejamos um exemplo:
Logo, Exemplo:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
2A
= 1.000 inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
4 Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
2A = 4 x 1.000 tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
2A = 4.000 total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
A = 2.000 cálculo, veja:

Fazendo a mesma resolução em B: X


+
X
+
X
= 740.000
4 5 6
3B
= 1.000
9
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
3B = 9 × 1.000 tiplo comum) entre os denominadores para resolver-
mos a fração.
3B = 9.000
B = 3.000 4–5–6|2

Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa 2–5–3|2


receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3 1–5–3|3
anos de casa receberão R$3.000 de bônus.
O total pago pela empresa será: 1–5–1|5
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
Assim, dividindo o M.M.C. pelo denominador e
DIVISÃO PROPORCIONAL
multiplicando o resultado pelo numerador temos:
Diretamente Proporcional
15x 12x 10x
+ +

9
60 60 60 = 740.000

-3
Um dos tópicos mais comuns em questões de prova

40
é “dividir uma determinada quantia em partes propor- 37x
= 740.000
.5
cionais a determinados números. Vejamos um exemplo 3360
para entendermos melhor como esse assunto é cobrado:
X = 1.200.000
.6

Exemplo:
00

A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em


-0

partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor Agora basta substituir o valor de X nas razões para
dessas partes corresponde a: achar cada parte da divisão inversa.
os

Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes propor-


nt

cionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X é pro-


Sa

x 1.200.000
porcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é proporcional a = = 300.000
4 4
os

6, ou seja, podemos representar na forma de razão. Veja:


x 1.200.000
id

= = 240.000
X Y Z 5 5
ol

= = = constante de proporcionalidade.
ic

4 5 6
x 1.200.000
= = 200.000
N

6 6
io

Usando uma das propriedades da proporção,


ric

somas externas, temos:


Logo, as partes dividas inversamente propor-
au

cionais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente


M

X+Y+Z 900.000
= 60.000 300.000, 240.000 e 200.000.
4+5+6 15
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria
com exercícios comentados de diversas bancas.
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
a 4, logo:
1. (FAEPESUL — 2016) Em uma turma de graduação em
X Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos que a
= 60.000 razão entre o número de mulheres e o número total de
4
alunos é de 5/8. Determine a quantidade de homens des-
X = 60.000 x 4 ta sala, sabendo que esta turma tem 120 alunos.
X = 240.000
a) 43 homens.
Inversamente Proporcional b) 45 homens.
c) 44 homens.
É um tipo de questão menos recorrente, mas d) 46 homens.
74 não menos importante. Consiste em distribuir uma e) 47 homens.
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A razão entre o número de mulheres e o número juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
total de alunos é de 5/8: que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que
o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
M 5 de cada um, em ordem crescente de valores.
=
T 8
A turma tem 120 alunos, então: T = 120 a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00.
b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00.
Fazendo os cálculos: c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00.
M 5 d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00
T
=
8 e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00.

M
=
5 D + A + W = 721
120 8 A = D + 36
W = A - 44
8 x M = 5 x 120
Substituímos Arley em Wanderson:
8M = 600 W= A - 44
600 W= 36+D-44
M= W= D-8
8
Substituímos na fórmula principal:
M = 75 D + A + W = 721
D + 36 + D + D – 8 = 721
A quantidade de homens da sala:
3D + 28 = 721
120 - 75 = 45 homens.
3D = 721 - 28
Resposta: Letra B. D = 693/3
D = 231
2. (VUNESP — 2020) Em um grupo com somente pessoas Substituímos o valor de D nas outras:
com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número A = D + 36
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com A= 231+36= 267
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes- W = A - 44
soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma W= 267-44
pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a W= 223
ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é: Logo, os valores em ordem crescente que Wander-
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente,

9
a) 30. R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00.

-3
b) 29.

40
Resposta: Letra D.
c) 28.
.5
33
d) 27. 4. (CEBRASPE-CESPE — 2018) A respeito de razões, pro-
e) 26.
.6

porções e inequações, julgue o item seguinte.


00

Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam


-0

A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham,
número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5. para ser divido entre elas, de forma inversamente propor-
os

cional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Nes-


nt

120 4x total de 9x
= sa situação, Sandra deverá receber menos de R$ 2.500.
Sa

121 5x
os

No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão ( ) CERTO  ( ) ERRADO
id

aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e


ol

a razão em questão passará a ser de 5/8. 6x


+
9x
+
8x
= 7.900
ic

1 2 3
4x - 2
N

120
= = 5
Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos:
io

121 5x + 2 - 1 8
ric

36x 27x 16x


4x - 2 5 + + = 7.900
au

= 6 6 6
+
5x 1 8
M

79x
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1) = 7.900
6
32x – 16 = 25x + 5
x = 600
7x = 21
Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio-
x=3 nal a:
MATEMÁTICA

Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o 9x


valor de X na primeira equação: 2
9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse Basta substituirmos o valor de X na proporção.
grupo.
9x 9 x 600
= = 2.700
Resposta: Letra D. 2 2
(valor que Sandra irá receber é maior que 2.500).
3. (IBADE — 2018) Três agentes penitenciários de um
país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem Resposta: Errado. 75
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5. (IESES — 2019) Uma escola possui 396 alunos matri-
DIRETAMENTE
culados. Se a razão entre meninos e meninas foi de PROPORCIONAL
Multiplica cruzado
5/7, determine o número de meninos matriculados.
INVERSAMENTE
a) 183 PROPORCIONAL
Multiplica na horizontal
b) 225
c) 165
d) 154 Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco
mais como funciona:
Total de alunos = 396
z Um muro de 12 metros foi construído utilizando
Meninos = H 2.160 tijolos. Caso queira construir um muro de 30
Meninas = M metros nas mesmas condições do anterior, quan-
tos tijolos serão necessários?
Razão: H + 5x
M 7x Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
Agora vamos somar 5x com 7x = 12x dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
proporcional.
12x é igual ao total que é 396
12x = 396 12 m -------- 2160 (tijolos)
30 m -------- X (tijolos)
x = 33
Portanto o número de meninos será: Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)
e que para fazermos um muro maior vamos precisar
Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
(+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais
Resposta: Letra C. e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:

REGRAS DE TRÊS SIMPLES 12m--------2.160(tijolos)

A regra de três simples envolve apenas duas gran- 30m--------X(tijolos)


dezas. São elas:
12 · X = 30 . 2160

9
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se 12X = 64800

-3
deseja calcular a partir da grandeza explicativa;

40
z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque- X = 5400 tijolos
la utilizada para calcular a variação da grandeza .5
33
dependente. Assim, comprovamos que realmente são necessá-
.6

rios mais tijolos.


00

Existem dois tipos principais de proporcionalida-


-0

des que aparecem frequentemente em provas de con- z Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para
os

cursos públicos. Veja a seguir: corrigir as provas de um vestibular. Considerando


nt

a mesma proporção, quantos dias levarão 30 pro-


Sa

z Grandezas diretamente proporcionais: o aumento fessores para corrigir as provas?


de uma grandeza implica o aumento da outra;
os

z Grandezas inversamente proporcionais: o aumen- Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
id

to de uma grandeza implica a redução da outra. montar a relação e analisar:


ol
ic

Vamos esquematizar para sabermos quando será 5 (prof.) --------- 12 (dias)


N

30 (prof.) -------- X (dias)


io

direta ou inversamente proporcionais:


ric

Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um


au

DIRETAMENTE
+ / + OU - / - aumento (+), mas, como agora estamos com uma equi-
M

PROPORCIONAL
pe maior, o trabalho será realizado de forma mais
rápida. Logo, a quantidade de dias deverá diminuir
Aqui, as grandezas aumentam ou diminuem juntas (-). Desta forma, as grandezas são inversamente pro-
(sinais iguais). porcionais e vamos resolver multiplicando na hori-
zontal. Observe:
PROPORCIONAL + / - OU - / +
5 (prof.) 12 (dias)
30 (prof.) X (dias)
Aqui, uma grandeza aumenta e a outra diminui
(sinais diferentes). 30 · X = 5 · 12
Agora, vamos esquematizar a maneira que iremos 30X = 60
resolver os diversos problemas:
X=2

76
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A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias 40
=
3000
para corrigir as provas. X 12000
3X = 40 · 12
REGRAS DE TRÊS COMPOSTAS
3X = 480
A regra de três composta envolve mais de duas
X = 160
variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta-
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
As três impressoras produziriam 2000 panfletos em
cautelosamente levando em conta alguns princípios:
160 minutos, que correspondem a 2 horas e 40 minutos.
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
z As análises devem sempre partir da variável
vamos analisar mais um exemplo.
dependente em relação às outras variáveis;
z As análises devem ser feitas individualmente, ou
„ Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas cada
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
mantendo as demais constantes;
Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o
z A variável dependente fica isolada em um dos
número de linhas por página e para 40 o núme-
lados da proporção.
ro de letras (ou espaços) por linha. Consideran-
do as novas condições, determine o número de
Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
páginas ocupadas.
como isso tudo funciona:
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
z Se 6 impressoras iguais produzem 1000 panfletos
rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas impres-
soras produziriam 2000 desses panfletos?
6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
Da mesma forma que na regra de três simples, X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar 6 ? ?
cada uma delas isoladamente duas a duas. X
=
?
·?
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
Analisando isoladamente duas a duas:
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
6 (pág.) -------- 45 (linhas)
Vamos escrever a proporcionalidade isolando a

9
-3
parte dependente de um lado e igualando as razões da X (pág.) -- ----- 30 (linhas)

40
seguinte forma – se for direta, vamos manter a razão,
agora, se for inversa, vamos inverter a razão. Observe: .5
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor
33
diminui (-) e que o número de páginas irá aumentar
.6

40 ? ? (+). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver-


00

= ·
X ? ? ter a razão.
-0
os

Analisando isoladamente duas a duas: 6


=
30 ?
·
nt

X 45 ?
6 (imp.) -------- 40 (min)
Sa

3 (imp.) ---- ---- X (min)


Analisando isoladamente duas a duas:
os

Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras


id

o valor diminui (-) e que o tempo irá aumentar (+), 6 (pág.) -------- 80 (letras)
ol

pois agora teremos menos impressoras para realizar


ic

X (pág.) ------- 40 (letras)


a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
N

inverter a razão.
io

Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui


ric

40 3 ? ( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo,


au

X
= ·
6 ? as grandezas são inversas e devemos inverter a razão.
M

6 30 40
Analisando isoladamente duas a duas: = · 80
X 45
1000 (panf.) -------- 40 (min) 6 2 1
= ·
2000 (panf.) ------ -- X (min) X 3 2
6 2
MATEMÁTICA

Perceba que de 1000 panfletos para 2000 panfletos o X


=
6
valor aumenta (+) e que o tempo também irá aumentar (+).
Logo, as grandezas são diretas e devemos manter a razão. 2X = 36

40 3 1000 X = 18
= ·
X 6 2000
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto
respeitando as novas condições é igual a 18.
Agora, basta resolver a proporção para acharmos
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria
o valor de X.
com exercícios comentados de diversas bancas. 77
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2019) No item seguinte apre- 2 guardanapos por dia -------- x+15
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser- São valores inversamente proporcionais, quanto
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade, mais guardanapos por dia, menos dias durarão.
porcentagens e descontos. Assim, multiplicamos na horizontal:
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula comprou 3x = 2 · (x+15)
alimentos em quantidades suficientes para que eles 3x = 30+2x
e seus dois filhos consumissem durante os 30 dias do 3x-2x = 30
mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos chegou de x = 30
surpresa para passar o restante do mês com a família. Podemos substituir em qualquer uma das duas
Nessa situação, se cada uma dessas seis pessoas situações:
consumir diariamente a mesma quantidade de ali- 3 guardanapos · 30 dias= 90
mentos, os alimentos comprados pelo casal acabarão 2 guardanapos · 45(30+15) dias = 90.
antes do dia 20 do mesmo mês. Resposta: Letra D.

( ) CERTO  ( ) ERRADO 4. (FUNDATEC — 2017) Cinco mecânicos levaram 27


minutos para consertar um caminhão. Supondo que
4 pessoas ------- 24 dias fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e
6 pessoas ------- x dias ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan-
Temos grandezas inversas, então é só multiplicar tos minutos levariam para concluir o conserto desse
na horizontal: mesmo caminhão?
6x = 4 · 24
6x = 96 a) 20 minutos.
x = 96/6 b) 35 minutos.
x = 16 c) 45 minutos.
Como já haviam comido por 6 dias é só somar: d) 50 minutos.
6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por e) 55 minutos.
6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
Resposta: Errado. Mecânicos ------ Minutos
5 ---------------- 27
2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O motorista de uma 3 ---------------- x
empresa transportadora de produtos hospitalares Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gas-
deve viajar de São Paulo a Brasília para uma entrega tarão para finalizar o trabalho; logo a grande-
de mercadorias. Sabendo que irá percorrer aproxima- za é inversamente proporcional. Multiplica na

9
damente 1.100 km, ele estimou, para controlar as des-

-3
horizontal:

40
pesas com a viagem, o consumo de gasolina do seu 3x = 27 · 5
veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos, conside- 3x = 135
.5
33
rou que esse consumo é constante. x = 135/3
.6

Considerando essas informações, julgue o item que x = 45 minutos.


00

segue. Resposta: Letra C.


-0

Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de


gasolina.
os

5. (IESES — 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa


em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta-
nt

( ) CERTO  ( ) ERRADO do para sete, em quantos dias essa mesma casa ficaria
Sa

pronta?
os

Com 1 litro ele faz 10 km.


id

Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos a) 18 dias.


dizer que com 1dm³ ele faz 10km.
ol

b) 16 dias.
ic

Portanto, c) 20 dias.
N

10 km -------- 1dc³ d) 22 dias.


io

1.100 km --------- x
ric

10x = 1.100 5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)


au

x = 110dm³ (a gasolina que será consumida). 7 (pedreiros) ------------- X (dias)


M

Resposta: Errado. Perceba que as grandezas são inversamente propor-


cionais, então basta multiplicar na horizontal.
3. (VUNESP — 2020) Uma pessoa comprou determinada 5 . 28=7 · X
quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2 7X = 140
guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar X = 140/7
15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guarda- X = 20 dias .
napos por dia. O número de guardanapos comprados foi: Resposta: Letra C.

a) 60. 6. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Determinado equipamen-


b) 70. to é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, fun-
c) 80. cionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa situação,
d) 90. a quantidade de páginas que esse mesmo equipamen-
e) 100. to é capaz de digitalizar em 3 dias, operando 4 horas e
30 minutos diários para esse fim, é igual a:
x = dias
78 3 guardanapos por dia -------- x
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a) 2.666. 0,586 x 100 = 58,6%
b) 2.160.
c) 1.215. Número Relativo
d) 1.500.
e) 1.161. A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres-
Primeiro vamos passar para minutos: ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo
5h = 300min. que estamos especificando. Para descobrir a quanto
4h30min= 270min. isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
min.-----Dias-----Pag.
10 x 1000 = 100
300 -------4-------1800 10% de 1000 =
100
270 -------3-------X
Resolvendo, temos: Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto 100 é a parte
que corresponde a 10% de 1000.
300 (Simplifica por 30) Quando o todo varia, a porcentagem também
1800 4 varia!
= · 270 (Simplifica por 30)
X 3 Veja um exemplo:
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
1800 4 10
= · Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
X 3 9
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9 por Roberto?
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
capaz de digitalizar.
Resposta: Letra C. 2 1
=
8 4
7. (VUNESP — 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas
operando com a mesma capacidade de produção, Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6 vamos multiplicar a fração por 100:
horas por dia. O número de dias necessários para que
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri- 1 × 100 = 25%
quem dois lotes dessas peças é: 4

9
-3
40
a) 11. Soma e Subtração de Porcentagem
b) 12.
.5
33
c) 13. As operações de soma e subtração de porcentagem
.6

d) 14. são as mais comuns. É o que acontece quando se diz


00

que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe-


e) 15.
-0

rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial


corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou
os

PORCENTAGENS subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-


nt

car pelo valor da grandeza.


Sa

A porcentagem é uma medida de razão com base Exemplo 1:


100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
os

Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula.


nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
id

Porém, com a publicação do edital, a escola precisou


como podemos representar um número porcentual. aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de
ol

horas-aula do curso ao final?


ic
N

30% =
30
(forma de fração) Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total
io

100 de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o


ric

30 aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% +


30% = = 0,3 (forma decimal) 15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total
au

100
de horas-aula do curso será:
M

30 3 (1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula


30% = = (forma de fração simplificada)
100 10
Dica
Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
várias maneiras: A avaliação do crescimento ou da redução per-
centual deve ser feita sempre em relação ao
MATEMÁTICA

30 3 valor inicial da grandeza.


30% = = 0,3 =
100 10
-
Variação percentual = Final Inicial
Também é possível fazer a conversão inversa, isto Inicial
é, transformar um número qualquer em porcentual. Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor.
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: Exemplo 2:
Juliano percebeu que ainda não assistiu a 200
25 x 100 = 2500% aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de
0,35 x 100 = 35% aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se 79
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Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá 20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
caído 20%? 2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
A variação percentual de uma grandeza corres- 2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
ponde ao índice: 2x + 50 - x = 70
2x - x = 70 - 50
Final - Inicial 180 - 200 x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia
Variação percentual = = =
Inicial 200 Legislativa.
Resposta: Letra D.
20
– = - 0,10
200
3. (VUNESP — 2016) Um concurso recebeu 1500 ins-
crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está número de homens que fizeram a prova corresponde a
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%. uma porcentagem de:
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
a) 45,2%.
Vamos lá!
b) 46,5%.
c) 47,8%.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Em determinada loja, d) 48,4%.
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em e) 49,3%.
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par-
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao
prova.
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma
Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da
res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar
parcela.
o percentual dos homens pelo total:
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
0,55 x 0,88 = 0,484.
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
Transformando em porcentagem
0,484 x 100 = 48,4%.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Resposta: Letra D.

9
Valor da bicicleta =1720,00

-3
4. (FCC — 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevista-
Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)

40
dos preferem suco de graviola e 50% suco de açaí.
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
.5
Se 15% dos entrevistados gostam dos dois sabores,
33
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00) então, a porcentagem de entrevistados que não gos-
No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
.6

tam de nenhum dos dois é de:


00

800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00


-0

(juros) e dividir por 800,00 resultado:


a) 80%.
120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
os

b) 61%.
A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
c) 20%.
nt

está errada.
d) 10%.
Sa

Resposta: Errado.
e) 5%.
os

2. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na assembleia legislati-


id

Vamos dispor as informações em forma de conjun-


va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
ol

tos para facilitar nossa resolução:


entre homens e mulheres. Em determinada sessão
ic
N

plenária estavam presentes somente 20% das deputa- Graviola Açai


io

das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7


ric

parlamentares presentes à sessão.


au

Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-


bleia legislativa, havia:
M

60% – 15% = 15% 50% – 15% =

a) 10 deputadas. 45% 35%


b) 14 deputadas.
Nenhum = X
c) 15 deputadas.
d) 20 deputadas.
e) 25 deputadas. Vamos somar todos os valores e igualar ao total que
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100%
50 parlamentares 95% + X = 100%
Deputadas = X X = 5%.
Deputados = 50-X Resposta: Letra E.
Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de 5. (FUNCAB — 2015) Adriana e Leonardo investiram R$
cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o 20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação
valor de X. que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez
meses. O restante foi investido em uma aplicação,
80 20% x + 10% (50-x) = 7
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que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante „ Maria é bailarina ou Juliano é atleta.
o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas
no sistema de juros simples. z Na linguagem simbólica:
Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles
tiveram:
„ p v q.
a) prejuízo de R$2.800,00.
b) lucro de R$3.200,00. Disjunção Exclusiva (Conectivo Ou...ou)
c) lucro de R$2.800,00.
d) prejuízo de R$6.000,00 Representação simbólica: ⊻
e) lucro de R$5.000,00. Exemplos:

3/5 de 20.000,00 = 12.000,00 z Na linguagem natural:


12.000,00 · 4% = 480,00
480 · 10 (meses) = 4.800 (juros) „ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta.
O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli-
cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao z Na linguagem simbólica:
mês, durante 10 meses:
8.000,00 · 5% = 400,00 „ p ⊻ q.
400 · 10 meses= 4.000
Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 - Condicional (Conectivo Se e Então)
4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
Resposta: Letra C. Representação simbólica: →
Exemplo:

z Na linguagem natural:
LÓGICA PROPOSICIONAL
„ Se estudar, então vai passar.
ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS
ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU z Na linguagem simbólica:
EVENTOS FICTÍCIOS
„ p → q.
A Negação com o Conectivo “Não”

9
Bicondicional (Conectivo “Se e Somente se”)

-3
Representação simbólica: (~p) ou (¬p).

40
Sabemos que o valor lógico de p e ~p são opostos, Representação simbólica:
isto é, se p é uma proposição verdadeira, ~p será falsa, Exemplo: .5
33
e vice-versa. Exemplo:
.6
00

p: Matemática é difícil. z Na linguagem natural:


(~p) ou (¬p): Matemática não é difícil.
-0

„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber


os

Outras maneiras que podemos usar para negar dinheiro.


nt

uma proposição e que vem aparecendo muito nas pro-


Sa

vas de concursos são: z Na linguagem simbólica:


os

z Não é verdade que matemática é difícil; „ p ⟷ q.


id

z É falso que matemática é difícil.


ol

DIAGRAMAS LÓGICOS
ic
N

Conjunção (Conectivo E)
io

Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos


ric

Representação simbólica: ^ Quantificadores Lógicos ou Proposições Categóricas,


que são elementos que especificam a extensão da vali-
au

Exemplos:
dade de um predicado sobre um conjunto de constan-
M

z Na linguagem natural: tes individuais. Ou seja, são palavras ou expressões


que indicam que houve quantificação. São exemplos
de quantificadores as expressões: existe, algum, todo,
„ O macaco bebe leite e o gato come banana.
pelo menos um, nenhum.
Esses quantificadores podem ser classificados em
z Na linguagem simbólica: dois tipos:
MATEMÁTICA

„ p ^ q. z Quantificador Universal;
z Quantificador Existencial (particulares).
Disjunção Inclusiva (Conectivo Ou)
Nos quantificadores universais temos todo e
Representação simbólica: v nenhum, já nos particulares temos pelo menos um,
Exemplos: existe um e o algum.
Agora, vamos estudar a representação de cada um
z Na linguagem natural: dos quantificadores por meio dos diagramas lógicos.
81
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Quantificador Universal “Todo” (Afirmativo) z Algum A é B;
z Algum homem joga bola.
Exemplos:
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
z Todo A é B; exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
z Todo homem joga bola. que Algum A é B significa que o conjunto A tem pelo
menos um elemento em comum com o conjunto B, ou
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, pode-
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que mos fazer representações com diagramas:
Todo A é B significa que todo elemento de A também é ele-
mento de B. Logo, podemos representar com o diagrama: B
A
B

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum

O conjunto A dentro do conjunto B Veja que as representações de A e B possuem inter-


secção. Então, quando Algum A é B é verdadeira, os
Quando Todo A é B é verdadeira, os valores lógi- valores lógicos das outras proposições categóricas,
cos das outras proposições categóricas, interpretando interpretando o diagrama, serão os seguintes:
os diagramas, serão os seguintes:
z Todo A é B: é indeterminado;
z Nenhum A é B: é falsa; z Nenhum A é B: é falsa;
z Algum A é B: é verdadeira; z Algum A não é B: é indeterminado.
z Algum A não é B: é falsa.
Quantificador Particular (negativo): Algum / Pelo
Quantificador Universal “Nenhum” (Negativo) Menos um / Existe + a partícula Não

9
-3
Exemplos:

40
Exemplos:

.5
33
z Nenhum A é B; z Algum A não é B;
z Nenhum homem joga bola.
.6

z Algum homem não joga bola.


00
-0

Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
os

que Nenhum A é B significa que A e B não tem ele- que Algum A não é B significa que o conjunto A tem
nt

mentos em comum, logo, temos apenas uma represen- pelo menos um elemento que não pertence ao con-
Sa

tação com diagrama:


junto B. Logo, podemos fazer três representações com
os

diagramas:
id

A B
ol
ic
N
io
ric
au
M

Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B

Quando Nenhum A é B é verdadeira, os valores


Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há
lógicos das outras proposições categóricas, interpre-
contato de alguns elementos de A com B
tando o diagrama, serão os seguintes:
Veja que em todas as representações o conjunto
z Todo A é B: é falsa;
A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
z Algum A é B: é falsa;
conjunto B. Então, quando Algum A não é B é verda-
z Algum A não é B: é verdadeira.
deira, os valores lógicos das outras proposições cate-
góricas, interpretando o diagrama, serão os seguintes:
Quantificador Particular (Afirmativo): Algum / Pelo
Menos um / Existe
z Todo A é B: é falsa;
z Nenhum A é B: é indeterminada;
Exemplos: z Algum A não é B: é indeterminado.
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SILOGISMOS Menor extensão na conclusão do que nas premissas;

O silogismo vem da Teoria Aristotélica dentro do z 3ª Regra: o termo médio nunca pode estar na con-
raciocínio dedutivo e geralmente é formado por três clusão. Exemplos:
proposições, em que de duas delas, que funcionam
como premissas ou antecedente, extrai-se outra propo- „ Toda planta é ser vivo;
sição que é a sua conclusão ou consequente. Além disso, „ Todo animal é ser vivo;
podemos dizer que é um tipo especial de argumento. „ Todo ser vivo é animal ou planta.

Estrutura do Silogismo Categórico z 4ª Regra: o termo médio tem de estar distribuído


pelo menos uma vez. Exemplos:
z Premissa maior: geralmente é a primeira. Con-
têm o termo maior (T), que é sempre o predicado „ Alguns (não distribuído) homens são ricos;
da conclusão e diz-nos qual é a premissa maior, da „ Alguns (não distribuído) homens são artistas;
qual faz parte; „ Alguns artistas são ricos.
z Premissa menor: geralmente é a segunda. Con-
têm o termo menor (t), que é sempre o sujeito da Regras Relativas às Proposições
conclusão e indica-nos qual é a premissa menor;
z Conclusão: identificamos por não conter o termo z 5ª Regra: de duas premissas negativas nada se
médio (M); pode concluir. Exemplos:
z Termo médio: estabelece a ligação entre o termo
maior e termo menor. Aparece nas duas premis- „ Nenhum palhaço é chinês;
sas, mas nunca aparece na conclusão. „ Nenhum chinês é holandês;
„ Logo, (não se pode concluir).
Veja os exemplos a seguir:
Exemplo 1: Não se pode concluir se existe ou não alguma rela-
ção entre os termos “holandês” e “palhaço”, uma vez
z Todos os mamíferos são animais; que não existe nenhuma relação entre estes e o termo
z Os cães são mamíferos; médio (que é o único que nos permite relacioná-los);
z Logo, os cães são animais.
z 6ª Regra: de duas premissas afirmativas não se
„ Termo maior: animais; pode tirar uma conclusão negativa. Exemplos:
„ Termo menor: cães;

9
„ Todos os mortais são desconfiados;

-3
„ Termo médio: mamíferos.
„ Alguns seres são mortais;

40
„ Alguns seres não são desconfiados;
Exemplo 2:
.5
33
z 7ª Regra: a conclusão segue sempre a parte mais
.6

z Todos os homens são mortais;


fraca (particular e/ou negativa). Se uma premissa
00

z Sócrates é homem; for negativa, a conclusão tem de ser negativa, se


-0

z Logo, Sócrates é mortal. uma premissa for particular, a conclusão tem de


os

ser particular. Exemplos:


„ Termo maior: mortais;
nt

„ Termo menor: Sócrates;


Sa

„ Todos os homens são felizes;


„ Termo médio: homem. „ Alguns homens são espertos;
os

„ Todos os espertos são felizes. (A conclusão nunca


id

REGRAS DO SILOGISMO CATEGÓRICO pode ser geral;


ol
ic

Regras Relativas aos Termos z 8ª Regra: de duas premissas particulares, nada se


N

pode concluir. Exemplos:


io

z 1ª Regra: o silogismo tem três termos: o maior, o


ric

menor e o médio. Exemplos: „ Alguns italianos não são vencedores;


au

„ Alguns italianos são pobres;


M

„ As margaridas são flores; „ Logo, (nada se pode concluir).


„ Algumas mulheres são Margaridas;
„ Logo, algumas mulheres são flores. Pelo menos, uma premissa tem de ser universal,
para que possa existir ligação entre o termo médio e
Veja que margaridas e Margaridas são termos os outros termos e ser possível extrair uma conclusão.
equívocos. Não respeitamos esta regra, porque esse Esquematizando!
silogismo tem 4 termos. O termo margaridas está
MATEMÁTICA

empregado em 2 sentidos, valendo por 2 termos;

z 2ª Regra: se um termo está distribuído na conclusão,


tem de estar distribuído nas premissas. Exemplos:

„ Os espanhóis são inteligentes. (Predicado não


distribuído);
„ Os portugueses não são espanhóis;
„ Logo, os portugueses não são inteligentes.
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REGRAS Não podemos afirmar quem disse a verdade ou
quem mentiu ainda, mas já sabemos que quem que-
PREMISSAS TERMOS
brou o vaso foi Huguinho (sobrou apenas mentira
z Todo silogismo con- para quem não está na contradição).
z De duas premissas
tém somente três Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!” – mentiu, logo
negativas, nada se
termos: maior, médio ele quebrou o vaso.
conclui
e menor Eliminamos as letras C, D e E.
z De duas premissas
z Os termos da conclu- Agora, perceba que não tem como o Zezinho está
afirmativas não pode
são não podem ter falando a verdade, pois já sabemos que foi Huguinho
haver conclusão
extensão maior que os
negativa quem quebrou o caso. Logo, Zezinho está mentindo e
termos das premissas
z A conclusão segue Luizinho falando a verdade.
z O termo médio
sempre a premissa Resposta: Letra A.
não pode entrar na
mais fraca
conclusão
z De duas premissas 2. (IF-PA — 2019) Ângela, Bruna, Carol e Denise são
z O termo médio deve
particulares, nada se quatro amigas com diferentes idades. Quando se per-
ser universal ao
conclui guntou qual delas era a mais jovem, elas deram as
menos uma vez
seguintes respostas:
VERDADES E MENTIRAS
z Ângela: Eu sou a mais velha;
Estamos diante de um assunto bem interessante, z Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais jovem;
pois em Verdades e Mentiras você será apresentado a z Carol: Eu não sou a mais jovem;
um caso onde várias pessoas afirmam certas situações � Denise: Eu sou a mais jovem.
e entre elas existe aquela que diz algo verdadeiro, mas
também há aquela que só mente. Então, o seu dever Sabendo que uma das meninas não estava dizendo a
é entender o que o enunciado está querendo e achar verdade, a mais jovem e a mais velha, respectivamen-
quem são os mentirosos e verdadeiros. te, são:
Em algumas questões, você terá que fazer um teste
lógico e depois avaliar cada afirmação que está dis- a) Bruna é a mais jovem e Ângela é a mais velha.
posta no enunciado. Caso não aconteça divergência b) Ângela é a mais jovem e Denise é a mais velha.
entre as informações, sua suposição estará correta e c) Carol é a mais jovem e Bruna é a mais velha.
você conseguirá achar quem está falando a verdade d) Denise é a mais jovem e Carol é a mais velha.
ou mentindo. Agora, se houver divergência, você terá e) Carol é a mais jovem e Denise é a mais velha.

9
-3
que fazer uma nova suposição. Vamos aprender como

40
resolver esse tipo de questão praticando bastante. Vamos analisar:
.5
� Ângela: Eu sou a mais velha;
33
1. (FCC — 2012) Huguinho, Zezinho e Luizinho, três � Bruna: Eu sou nem a mais velha nem a mais
.6

irmãos gêmeos, estavam brincando na casa de seu jovem;


00

tio quando um deles quebrou seu vaso de estimação. � Carol: Eu não sou a mais jovem;
-0

Ao saber do ocorrido, o tio perguntou a cada um deles � Denise: Eu sou a mais jovem.
os

quem havia quebrado o vaso. Leia as respostas de Não tem como Carol e Denise estarem mentido, pois
nt

cada um. se Carol estiver mentindo, então ela é a mais jovem


Sa

e automaticamente a Denise estará mentindo tam-


Huguinho → “Eu não quebrei o vaso!” bém. E se a Denise estiver mentindo e não for a mais
os

Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!” jovem, teremos um cenário em que todas as meni-
id

Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” nas afirmam, de uma forma ou de outra, que não
ol

são as mais jovens, e pelo menos uma delas tem que


ic

ser a mais jovem.


N

Sabendo que somente um dos três falou a verdade,


Como o enunciado diz que apenas uma delas está
io

conclui-se que o sobrinho que quebrou o vaso e o que


ric

disse a verdade são, respectivamente, mentindo, podemos pensar que se Bruna estivesse
mentindo, ela seria a mais velha e a mais jovem ao
au

mesmo tempo, o que é logicamente impossível em


M

a) Huguinho e Luizinho.
b) Huguinho e Zezinho. um grupo de 4 meninas.
c) Zezinho e Huguinho. Sendo assim, a única que poderia estar mentindo é a
d) Luizinho e Zezinho. Ângela. Logo, Carol é a mais velha, Denise é a mais
e) Luizinho e Huguinho. jovem.
Resposta: Letra D.
Para esse tipo de questão devemos buscar as infor-
mações contraditórias, pois numa contradição 3. (VUNESP — 2018) Paulo, Lucas, Sandro, Rogério e
haverá uma “verdade e mentira”. Vitor são suspeitos de terem furtado a bicicleta de
Sendo assim, o enunciado diz que somente um dos uma pessoa. Na delegacia:
três falou a verdade. Então, vamos analisar as infor-
mações contraditórias: z Vitor afirmou que não tinha sido nem ele nem Rogério;
Veja que as afirmações de Zezinho e Luizinho se z Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas;
contradizem. z Rogério disse que tinha sido Paulo;
Zezinho → “Foi o Luizinho quem quebrou o vaso!” z Lucas disse ter sido Paulo ou Vitor;
84 Luizinho → “O Zezinho está mentindo!” z Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sabe-se que um e apenas um deles mentiu. Sendo c) Bruno (1º), Antônio (2º) e Carlos (3º).
assim, a pessoa que furtou a bicicleta foi: d) Carlos (1º), Bruno (2º) e Antônio (3º).
e) Carlos (1º), Antônio (2º) e Bruno (3º).
a) Lucas.
b) Sandro. Para resolver essa questão basta saber que: se o
c) Rogério. número de trocas for PAR (não importa a quantida-
d) Vitor. de) as posições vão ser mantidas, se for ímpar (não
e) Paulo. importa a quantidade), serão trocadas.
Logo,
As frases de Paulo e Sandro são contraditórias. Veja: 1º Antônio
Sandro jurou que o ladrão era Rogério ou Lucas; 2º Bruno
Paulo termina dizendo que Sandro é um mentiroso. 3º Carlos
Se um estiver falando a verdade, outro está mentindo. Bruno e Antônio trocaram 5 vezes  número ímpar,
Como, ao todo, temos apenas uma mentira, então as então, Antônio trocará de lugar com Bruno: 1º Bru-
demais frases são verdadeiras. Assim, analisando no 2º Antônio 3º Carlos
as afirmações, percebemos que a frase de Rogério Bruno e Carlos trocaram 4 vezes  número par, cada
(que é 100% verdade) deixa claro que o culpado foi um ficará no seu lugar: 1º Bruno 2º Antônio 3º Carlos
Paulo. Antônio e Carlos trocaram 7 vezes  número ímpar,
Resposta: Letra E. então, Antônio trocará de lugar com Carlos:
1º Bruno 2º Carlos 3º Antônio. Resposta: Letra B.
LÓGICA E RACIOCÍNIO LÓGICO: PROBLEMAS
ENVOLVENDO LÓGICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
3. (VUNESP — 2019) Três moças, Ana, Bete e Carol, tra-
Dentro de toda a teoria que já foi estudada sobre balham no mesmo ambulatório. Na segunda-feira, Ana
os diversos conceitos de Raciocínio Lógico, vamos chegou depois de Bete, e Carol chegou antes de Ana.
agora resolver algumas questões que envolvem pro- Nesse dia, Carol não foi a primeira a chegar no serviço.
blemas com lógica e raciocínio. Aqui não tem teoria, A primeira, a segunda e a terceira moça a chegar no
pois como disse: esse tópico reúne diversos conceitos serviço nesse dia foram:
já estudados, tais como Diagrama de Venn, Associação
Lógica, Equivalências, Negações, etc. Logo, devemos a) Bete, Ana e Carol.
resolver questões para entendermos como são cobra- b) Bete, Carol e Ana.
das em provas. c) Ana, Carol e Bete.
Exercite seus conhecimentos realizando os exercí- d) Ana, Bete e Caro.
cios que seguem.

9
e) Carol, Bete e Ana.

-3
40
1. (FUNDATEC — 2020) Em shopping da cidade, foram
Ana chegou depois de Bete  Então, Ana não foi a
entrevistadas 320 pessoas para apurar quem gosta de
.5
primeira a chegar, elimine as alternativas C e D.
33
séries ou quem gosta de filmes. Dos dados levanta-
Carol chegou antes de Ana  Se Carol chegou antes
.6

dos, tem-se que 256 gostam de séries e 194 gostam


de Ana, e Ana não foi a primeira a chegar, então Ana
00

de filmes. Sabendo que todos preferem pelo menos


foi a última a chegar, elimine a alternativa A.
-0

uma das duas opções e que ninguém disse que não


Carol não foi a primeira a chegar no serviço.  Já
gosta de nada, quantas pessoas gostam de séries e
os

que Carol não foi a primeira a chegar, elimine a


filmes ao mesmo tempo?
nt

alternativa E.
Sa

Conclusões: 1º Bete, 2º Carol e 3º Ana.


a) 110.
os

Resposta: Letra B.
b) 130.
id

c) 150.
ARGUMENTOS: VALIDADE DE UM ARGUMENTO/
ol

d) 170.
CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO
ic

e) 190.
N
io

Temos uma questão que relaciona os conceitos de Em nosso estudo sobre argumentos lógicos, esta-
ric

conjuntos de Venn, pedindo a interseção. Vamos remos interessados em verificar se eles são válidos ou
au

somar todos os valores e descontar do total. Fica: inválidos. Então, passemos a seguir a entender o que sig-
M

Total = 320. nifica um argumento válido e um argumento inválido.


Séries = 256.
Filmes = 194. Argumentos Válidos
Resolução = 256 + 194 = 450 - 320 = 130 gostam de
filmes e séries ao mesmo tempo. Resposta: Letra B. Também podem ser chamados de argumentos
bem-construído ou legítimo.
2. (FCC — 2019) Antônio, Bruno e Carlos correram uma Para que o argumento seja válido, não basta que a
MATEMÁTICA

maratona. Logo após a largada, Antônio estava em conclusão seja verdadeira, é preciso que as premissas e
primeiro lugar, Bruno em segundo lugar e Carlos em a conclusão estejam relacionadas corretamente, ou seja,
terceiro lugar. Durante a corrida Bruno e Antônio tro- quando a conclusão é uma consequência necessária
caram de posição 5 vezes, Bruno e Carlos trocaram de das premissas, dizemos que o argumento é válido.
posição 4 vezes e Antônio e Carlos trocaram de posi- Vamos analisar o exemplo:
ção 7 vezes. A ordem de chegada foi:
z p1: Todo padre é homem;
a) Antônio (1º), Carlos (2º) e Bruno (3º). z p2: José é padre;
b) Bruno (1º), Carlos (2º) e Antônio (3º). z c: José é homem. 85
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Quando temos argumentos utilizando os quantifica- ARGUMENTOS INVÁLIDOS
dores lógicos, representamos por meio dos diagramas
lógicos para saber a validade de um argumento. Veja Também podem ser chamados de argumentos mal
que temos uma proposição do tipo Todo A é B, logo: construídos, ilegítimos, sofismas ou falaciosos.
Dizemos que um argumento é inválido quando a
verdade das premissas não é suficiente para garantir
Homem
a verdade da conclusão. Vejamos um exemplo:
p1: Todas as crianças gostam de chocolate;
Padre p2: Patrícia não é criança;
c: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
Como já estudamos sobre esse tipo de estrutura
de argumentos utilizando os quantificadores lógicos,
José vamos representar por meio dos diagramas lógicos
para saber a validade de um argumento. Veja que
temos uma proposição do tipo “Todo A é B”, logo:

Gostam de chocolate
Perceba que a premissa 2 afirma que José é padre,
ou seja, José tem que estar dentro do conjunto dos
padres. Sendo assim, como não há possibilidade de
um padre não ser homem, podemos afirmar que José Crianças
também é homem, como afirma nossa conclusão.
Logo, o argumento é válido.
Vamos analisar agora um argumento usando Patrícia
conectivos lógicos. Quando temos essa estrutura,
devemos usa o seguinte lembrete:

z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as


premissas são verdadeiras;
z Vamos valorar de acordo com a tabela verdade do Gostam de chocolate
conectivo envolvido no argumento;
z Se der erro (não ficar de acordo com o padrão de
valoração que afirmamos) dizemos que o argu-

9
mento é válido. Crianças

-3
40
.5
Veja na prática: 33
Patrícia
.6

Se fizer sol, então vou à praia. (V)


00

Fez sol. (V)


-0

Logo, vou à praia. (F) Não gostam de chocolate


os

Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada


nt

proposição os valores lógicos de acordo com o nosso


Sa

Quando a premissa 2 afirma que Patrícia não é


lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir à praia é criança, temos duas interpretações:
os

falso e fez sol é verdadeiro. Colocamos os mesmos


id

valores lógicos para proposição composta pelo conec- z Patrícia pode não ser criança e gostar de chocolate;
ol

tivo “se..., então” na primeira premissa. Assim, z Ela pode não ser criança e não gostar de chocolate.
ic

Sendo assim, não há possibilidade de afirmar com


N

(V) (F) 100% de certeza que Patrícia não gosta de chocola-


io

Se fizer sol, então vou à praia. (V) te, como consta na conclusão. Logo, o argumento
ric

Fez sol. (V) é inválido.


au

Logo, vou à praia. (F)


M

Para um argumento usando conectivos lógicos,


Como podemos notar, quando temos a combina- devemos usar o mesmo que já vimos para argumentos
ção lógica verdade no antecedente e falso no conse- válidos, só muda um detalhe. Veja:
quente (V  F) para o conectivo “se...,então”, o nosso
resultado só poderá ser falso. z Vamos afirmar que a conclusão é falsa e que as
premissas são verdadeiras;
(V) (F) z Vamos valorar de acordo com a tabela verdade do
Se fizer sol, então vou à praia. (V) (F) conectivo envolvido no argumento;
Fez sol. (V) z Se não der erro (ficar de acordo com o padrão de
Logo, vou à praia. (F) valoração que afirmamos) dizemos que o argu-
mento é inválido.
Percebe-se, então, que não está de acordo com a
nossa valoração inicial, ou seja, deu erro. Logo, nosso Veja na prática:
argumento é válido. Se o tempo ficar nublado, então não vou ao cine-
ma. (V)
86
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O tempo ficou nublado. (V) pois temos a presença de um verbo (ir), uma informação
Logo, vou ao cinema. (F) completa (temos o sujeito claro na oração) e podemos
afirmar se é verdade ou falsa.
Já fizemos o 1° passo, colocamos na frente de cada
proposição os valores lógicos de acordo com o nosso
lembrete. Agora, vamos valorar! Veja que ir ao cine- Importante!
ma é falso e o tempo ficar nublado é verdadeiro.
Distribuímos os valores lógicos para proposição com-
Proposição Lógica é uma oração declarativa que
posta pelo conectivo “se...então” na primeira pre- admite apenas um valor lógico: V ou F.
missa, de acordo com cada proposição. Perceba que
a proposição não vou ao cinema está negando o que
Ou então podemos também esquematizar o que é
está sendo dito na conclusão, ou seja, mudamos o
uma proposição lógica assim:
valor lógico dela. Assim,
Chama-se proposição toda sentença declarativa
que pode ser valorada ou só como verdadeira ou só
(V) (V) como falsa. A presença do verbo é obrigatória junta-
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V) mente com o sentido completo (caráter informativo).
O tempo ficou nublado. (V)
Logo, vou ao cinema. (F)
Verdadeira
Tudo que não estiver no padrão de combinação lógi-
ca - verdade no antecedente e falso no consequente Sentença
Ou Sentido
(V  F) para o conectivo “se...,então” – será verdadeiro. Declarativa
completo

(V) (V) Falsa


Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V)
O tempo ficou nublado. (V) Obrigatório
Logo, vou ao cinema. (F)
Verbo
Percebe-se, então, que o argumento está de acordo
com a nossa valoração inicial, ou seja, não deu erro.
Logo, nosso argumento é inválido. Toda proposição pode ser representada simbolica-
Sabendo disso, guarde o esquema abaixo. mente pelas letras do alfabeto, veja no exemplo:

9
-3
z p: Sabino é um pintor esperto;
Deu Erro Argumento Válido

40
z r: Kate é uma mulher alta.

.5
33
Na situação temos duas proposições sendo repre-
Não Deu Argumento
.6

sentadas pelas letras p e r.


Erro Inválido
00

Bom! Agora que já sabemos o que são proposições


-0

lógicas, fica tranquilo distinguir o que não são pro-


posições. Isto é fundamental, pois várias questões de
os

DEDUÇÃO DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS


prova perguntam exatamente isso – são apresentadas
nt

RELAÇÕES FORNECIDAS
algumas frases e você precisa identificar qual delas
Sa

Valores Lógicos não é uma proposição. Vejamos os casos em que mais


os

aparecem:
id

Na lógica temos apenas dois valores lógicos – ver-


ol

dadeiro ou falso. Quando temos uma declaração ver- � Perguntas: são as orações interrogativas.
ic

dadeira, o seu valor lógico é Verdade (V) e quando é Exemplo: Que horas vamos ao cinema?
N

falsa, dizemos que seu valor lógico é Falso (F). Essa pergunta não pode ser classificada como ver-
io

dadeira ou falsa;
ric

PROPOSIÇÕES LÓGICAS SIMPLES � Exclamações: são frases exclamativas.


au

Exemplo: Que lindo cabelo!


M

Essa exclamação não pode ser valorada, pois apre-


Vamos começar nosso estudo falando sobre o que
sentam percepções subjetivas;
é uma proposição lógica. Observe a frase a seguir:
� Ordens: são orações com verbo no imperativo.
Ex.: Paula vai à praia.
Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.
Para saber se temos ou não uma proposição, preci-
samos de três requisitos fundamentais:
Uma ordem não pode ser classificada como verda-
deira ou falsa. Muito cuidado com esse tipo de oração,
MATEMÁTICA

z Ser uma oração: ou seja, são frases com verbos;


pois pode ser facilmente confundida com uma propo-
z Oração declarativa: a frase precisa estar apresen-
sição lógica.
tando uma situação, um fato;
Não são proposições – perguntas, exclamações e
z Pode ser classificada como Verdadeira ou Falsa:
ordens.
ou seja, podemos atribuir o valor lógico verdadeiro
Temos um outro caso menos cobrado em provas,
ou o valor lógico falso para a declaração.
mas que também não é proposição lógica, sendo o
paradoxo. Para ficar mais claro, veja o exemplo a
Tendo isso em vista, podemos afirmar claramente
seguir:
que a frase “Paula vai à praia” é uma proposição lógica,
Ex.: Esta frase é uma mentira. 87
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Quando atribuímos um valor de verdade para a z Princípio da Identidade: cada ser é único, ou seja,
frase, então na verdade, ele mentiu, uma vez que a uma proposição não assume o significado de outra
própria frase já diz isso, e se atribuirmos o valor falso, proposição lógica.
então a frase é verdade, pois ela diz ser uma mentira
e já sabemos que isso é falso. PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
Perceba que sempre que valoramos a frase ela nos
resulta um valor contrário, ou seja, estamos diante de Temos proposições compostas quando há duas ou
uma frase que é contraditória em si mesma. Isso é a mais proposições simples ligadas por meio dos conec-
definição de um paradoxo. tivos lógicos. Veja os exemplos:

SENTENÇA ABERTA z Sabino corre e Marcos compra leite;


z O gato é azul ou o pato é preto;
Dizemos que uma sentença é aberta quando não z Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar.
conseguimos ter a informação completa que a oração
nos mostra. Veja o exemplo a seguir: Cada conectivo tem sua representação simbólica e
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos:
Ex.: Ele é o melhor cantor de rock.
Perceba que há presença do verbo e que consegui-
CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA
mos parcialmente entender o que a frase quer dizer.
Todavia, logo surge a pergunta: Ele quem? Aqui nossa e Conjunção ^
informação não consegue ser completa e por isso temos ou Disjunção v
mais um caso que não é proposição lógica. Observe ou-
Disjunção v
tros exemplos: ou...ou
Exclusiva

X + 5 = 10 se...então Condicional →
Aquele carro é amarelo. se e somente se Bicondicional ⟷
5+5
X – Y = 20 Exemplos:

Todos os exemplos acima são sentenças abertas, z Na linguagem natural:


então podemos resumir da seguinte forma:
As variáveis: ele, aquele ou variáveis matemáti- „ O macaco bebe leite e o gato come banana;
cas (X ou Y) tornam a sentença aberta. Maria é bailarina ou Juliano é atleta;

9
„

-3
Sempre será uma proposição lógica na escrita mate- „ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta;

40
mática e podemos notar que há verbos nos casos a seguir: „ Se estudar, então vai passar;
„ .5
Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
33
z = (é igual); dinheiro.
.6

z ≠ (é diferente);
00

z > (é maior); z Na linguagem simbólica:


-0

z < (é menor);
os

z ≥ (é maior ou igual); „ p ^ q;
z ≤ (é menor ou igual);
nt

„ p v q;
Sa

„ p v q;
Esquematizando o que não são proposições lógicas: „ p → q;
os

„ p ⟷ q.
id

Sentenças Interrogativas(?)
ol

Agora que conhecemos os conectivos lógicos,


ic

vamos ver algumas camuflagens dos operadores lógi-


N

Sentenças sem Verbo


NÃO SÃO cos que podem aparecer na prova. Veja:
io

PROPOSIÇÕES
ric

Sentenças com Verbo no Imperativo


� Conectivos “e” usando “mas”:
au

Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor;


M

Sentenças Abertas
� Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
Paradoxo ambos”:
Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas
não ambos;
PRINCÍPIOS DA LÓGICA PROPOSICIONAL
� Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”:
É fundamental que você conheça três princípios para Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia;
deixarmos tudo alinhado com as proposições lógicas. Veja: Caso você estude, irá passar no concurso;
Basta Ana comer massas, e engordará;
z Princípio do terceiro excluído: uma proposição Quem joga bola é rápido;
deve ser Verdadeira ou Falsa, não havendo outra Todos os médicos sabem operar;
possibilidade. Não é possível que uma proposição Qualquer criança anda de bicicleta;
seja “quase verdadeira” ou “quase falsa”; Toda vez que chove, não vou à praia.
z Princípio da não contradição: dizemos que uma
mesma proposição não pode ser, ao mesmo tempo,
88 verdadeira e falsa;
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É importante saber que na condicional a primeira P Q PVQ
proposição é o termo antecedente e a segunda é o
V V
termo consequente.
V F
P→Q F V
P = antecedente F F
Q = consequente
Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisa-
TABELA VERDADE mos aprender qual o resultado que teremos quando com-
binamos os valores lógicos usando os conectivos lógicos.
Trata-se de uma tabela na qual conseguimos apresen- Número de linhas da tabela verdade:
tar todos os valores lógicos possíveis de uma proposição. 2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
Bom! Vamos caminhar mais um pouco e apren-
Números de Linhas de Tabela Verdade der todas as combinações lógicas possíveis para cada
conectivo lógico.
Neste momento, vamos aprender a construir tabe-
las verdade para proposições compostas. Negação (~P)

z 1º passo: contar a quantidade de proposições Uma proposição, quando negada, recebe valores
envolvidas no enunciado. lógicos opostos ao da proposição original. O símbolo
que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.
Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
P ~P
z 2º passo: calcular a quantidade de linhas da tabela
usando a fórmula 2n = 2proposições (onde n é o número V F
de proposições). F V

Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas. Dupla Negação ~(~P)

P Q PVQ A dupla negação nada mais é do que a própria pro-


posição. Isto é, ~(~P) = P

9
-3
40
P ~P ~(~P)
V .5 F V
33
.6

F V F
00
-0

Conectivo Conjunção “E” (^)


z 3º passo: dispor os valores “V” e “F” na primeira
os

coluna fazendo o agrupamento pela metade do


Só teremos uma resposta verdadeira quando todos
nt

número de linhas da tabela.


os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros.
Sa

Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da


os

primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F). P Q P^Q


id

V V V
ol
ic

P Q PVQ V F F
N

V F V F
io
ric

V F F F
au

F
M

F Conectivo Disjunção “Ou” (v)

Teremos resposta verdadeira quando, pelo menos,


z 4º passo: preencher as demais colunas com agru- um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro.
pamento de valores lógicos (V ou F) sempre pela
metade do agrupamento anterior. P Q PVQ
MATEMÁTICA

V V V
Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima
será de 1 em 1). V F V
F V V
F F F

Conectivo Disjunção Exclusiva “Ou...ou” ( v )

Teremos resposta verdadeira quando os valores


lógicos envolvidos forem diferentes. 89
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CONTRADIÇÃO
P Q PVQ
V V F É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
V F V Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradição, pois
o seu valor lógico é sempre F, conforme a tabela verdade.
F V V
F F F
P ~P P ^ (~P)
Conectivo Bicondicional “Se e Somente Se” () V F F
F V F
Teremos resposta verdadeira quando os valores
lógicos envolvidos forem iguais. CONTINGÊNCIA

P Q PQ Sempre que uma proposição composta recebe valo-


res lógicos falsos e verdadeiros, independentemente dos
V V V valores lógicos das proposições simples componentes,
V F F dizemos que a proposição em questão é uma contingên-
cia. Ou seja, é quando a tabela verdade apresenta, ao mes-
F V F mo tempo, alguns valores verdadeiros e alguns falsos.
F F V Exemplo: A proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma
contingência, conforme a tabela verdade.
Conectivo Condicional “Se..., Então” (→)
P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q)
Especialmente nesse caso, vamos aprender quan-
V V F F F
do teremos o resultado falso, pois o conectivo con-
dicional só tem uma possibilidade de tal ocorrência V F V V V
Somente teremos resposta falsa quando o valor lógico F V F V V
do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.
F F F V V

P Q P→Q z Tautologia: uma proposição que é sempre verdadeira;


V V V z Contradição: uma proposição que é sempre falsa;
z Contingência: uma proposição que pode assumir
V F F

9
valores lógicos V e F, conforme o caso.

-3
F V V

40
F F V CONECTIVOS LÓGICOS
.5
33
Conceito
.6

Condicional falsa: Vai Ficar Falsa


00

Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como


-0

VF=F
também podem ser chamados, servem para ligar duas
os

TAUTOLOGIA ou mais proposições simples e formar, assim, propo-


nt

sições compostas.
Sa

É uma proposição cujo valor lógico é sempre Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada
um tem sua nomenclatura e representação simbólica.
os

verdadeiro.
Veja a tabela abaixo:
id

Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautologia,


ol

pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela


Tabela de Conectivos
ic

verdade.
N
io

P ~P P V ~P CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA


ric

e Conjunção ^ peq
au

V F V
ou Disjunção v p ou q
M

F V V
Disjunção
ou...ou v Ou p ou q
Exemplo 2: A proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma exclusiva
tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só Condicional
possui V. se...,então → Se p, então q
(implicação)
p se e
P Q (P^Q) (PQ) (P^Q)→(PQ) se e Bicondicional
somente
somente se (bi-implicação)
V V V V V se q
V F F F V
z Conjunção (conectivo “e”): sua representação
F V F F V simbólica é ^.
F F F V V
Exemplo:

90
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o z Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não ambos”
gato come banana;
„ Na linguagem simbólica: p ^ q. „ Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador,
mas não ambos;
z Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”): sua repre-
sentação simbólica é v. z Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”
Exemplo:
„ Exemplos:
„ Na linguagem natural: Maria é bailarina ou
Juliano é atleta; Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia;
„ Na linguagem simbólica: p v q. Caso você estude, irá passar no concurso;
Basta Ana comer massas, e engordará;
z Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”): sua Quem joga bola é rápido;
representação simbólica é: v. Todos os médicos sabem operar;
Qualquer criança anda de bicicleta;
Exemplo: Toda vez que chove, não vou à praia.

„ Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápi- Dica


do ou a raposa é lenta;
„ Na linguagem simbólica: p v q. Na condicional a 1° proposição é o termo ante-
cedente e a 2° é o termo consequente.
z Condicional (conectivos “se, então”): sua repre- PQ
sentação simbólica é →. P = antecedente
Q = consequente
Exemplo:

„ Na linguagem natural: Se estudar, então vai


passar; NOÇÕES DE CONJUNTOS
„ Na linguagem simbólica: p → q.
A Teoria de Conjuntos deve ser vista como um dos tópi-
z Bicondicional (conectivo “se e somente se”): sua cos mais importantes da Matemática Contemporânea.
representação simbólica é ⟷. É ela que dá sustentação lógica a outros tópicos

9
-3
inerentes à Matemática, como por exemplo: Funções,
Exemplo:

40
Probabilidade, Análise Combinatória, Polinômios,

.5
Progressões (Aritméticas e Geométricas) etc.
33
„ Na linguagem natural: Bino vai ao cinema se e Acreditar nos alicerces estabelecidos por essa Teo-
somente se ele receber dinheiro;
.6

ria é ter a garantia de que o rigor matemático, a coe-


00

„ Na linguagem simbólica: p⟷q. são e a elegância na exposição do conteúdo terão seu


-0

lugar de destaque garantidos.


z Negação: uma proposição quando negada, recebe
os

valores lógicos opostos dos valores lógicos da proposi- NOÇÕES PRIMITIVAS


nt

ção original. O símbolo que iremos utilizar é ¬p ou ~p.


Sa

No contexto da Teoria de Conjuntos, três noções


os

Exemplos: primitivas são aceitas sem definição e, portanto, não


necessitam de demonstração. São elas:
id

„ p: O gato é amarelo;
ol

„ ~p: O gato não é amarelo; z Conjunto;


ic

„ q: Raciocínio Lógico é difícil;


N

z Elemento;
„ ~q: É falso que raciocínio lógico é difícil;
io

z Pertinência entre Conjunto e Elemento.


ric

„ r: Maria chegou tarde em casa ontem;


„ ~r: Não é verdade que Maria chegou tarde em Os Conjuntos (ou coleções) devem ser representa-
au

casa ontem. dos por letras latinas maiúsculas: A, B, C etc.


M

Alguns exemplos de Conjuntos:


Dica
z M = {janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro,
A negação além da forma convencional, pode dezembro} é o conjunto dos meses do ano que pos-
ser escrita com as expressões a seguir: suem 31 dias;
É falso que ... z P = {2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19} é o conjunto dos núme-
Não é verdade que...
MATEMÁTICA

ros primos até 19;


z N = {Estados Unidos, Canadá, México} é o conjunto
Agora que já fomos apresentados aos conectivos dos países da América do Norte.
lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos opera-
dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja: Os Elementos referem-se aos objetos inerentes
aos Conjuntos. Nos exemplos acima, cada um dos
z Conectivo “e” usando “mas” componentes dos Conjuntos apresentados são ele-
mentos destes (por exemplo, no conjunto dos núme-
„ Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor; ros primos, cada número ali destacado representa um
elemento desse conjunto). 91
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A Relação de Pertinência entre Conjunto e Elemen- CONJUNTO UNITÁRIO
to estabelece a identificação entre eles. Para tanto, utili-
zamos os símbolos ∈ (pertence) ou ∉ (não pertence). Um determinado conjunto recebe o nome de Con-
Nos exemplos citados temos algumas situações junto Unitário quando ele apresentar exatamente
para destacar essa relação: um único elemento (ou objeto).
São exemplos de Conjuntos Unitários:
z O mês de abril não pertence ao conjunto M, ou sim-
bolicamente, Abril ∉ M; z H = {1986} é o conjunto formado pelo ano do Século
z O número 11 pertence ao conjunto P, ou simboli- XX em que o Cometa Halley pôde ser visto por quem
camente, 11 ∈ P; estava na Terra. Observe que esse conjunto apre-
z O Haiti não pertence ao conjunto N, ou simbolica- senta somente um único elemento, ou seja, 1986;
mente, Haiti ∉ N. z F = {Michael Phelps} é o conjunto formado pelo
esportista que mais ganhou medalhas olímpicas.
REPRESENTAÇÃO DE CONJUNTOS Observe que esse conjunto apresenta somente um
Existem três maneiras distintas de se presentar único elemento, ou seja, ele é composto pelo meda-
Conjuntos: lhista Norte-Americano Michael Phelps (ganhador
de 28 medalhas olímpicas, em um total de 4 Olím-
z Analítica; piadas que participou);
z Sintética; z Conjunto dos números primos pares. A esse con-
z Diagrama de Euler-Venn (ou simplesmente Diagrama). junto pertence somente o número 2.

Na representação Analítica, destaca-se cada um CONJUNTO VAZIO


dos elementos que pertencem a um determinado con-
junto. Nos exemplos mencionados (conjuntos M, P e Um determinado conjunto recebe o nome de Con-
N), todos eles foram representados dessa maneira. junto Vazio quando ele não apresentar elemento (ou
Na representação Sintética, devemos destacar uma objeto) algum. A notação utilizada para representar
característica que seja comum a todos os elementos um Conjunto Vazio é: {} ou ∅
pertencentes a um conjunto qualquer. Nos exemplos
citados, essa representação ficaria da seguinte maneira
(abaixo, lê-se x/x como “x é tal que x tem a propriedade”): Importante!
z M = {x / x é mês do ano com 31 dias}; É muito comum as pessoas representarem o
z P = {x / x é número primo}; Conjunto Vazio da seguinte maneira: {∅}

9
z N = {x / x é país da América do Norte}. Na verdade, o que se tem aí é um conjunto que

-3
40
possui um único elemento que é o conjunto
Na representação por Diagramas, devemos definir vazio.
.5
33
uma região (normalmente um círculo) onde devem ser Complicado?
representados todos os elementos pertencentes ao con-
.6

O importante é não cometer esse erro de forma


00

junto. Importante não esquecer de nomear esse conjunto.


alguma: utilize {} ou ∅ e nunca as duas represen-
Observe as situações abaixo (já apresentados ante-
-0

tações ao mesmo tempo!


riormente) que são exemplos dessa representação:
os
nt

P
São exemplos de Conjuntos Vazios:
Sa
os

2 17 z Conjunto dos meses que apresentam 32 dias;


id

z Países que fazem parte da América do Norte e que


3
ol

começam com a letra W;


5
ic

11 z Número primo irracional;


N

7
z Seleção de Futebol que tenha conquistado 10
io

Copas do Mundo.
ric

13
au

19 CONJUNTO UNIVERSO
M

Um determinado conjunto recebe o nome de Con-


N junto Universo quando a ele pertencem todos os
elementos.
Como exemplo de conjunto universo, considere
Estados Unidos a seguinte situação: se fôssemos escolher um aluno
qualquer do 1º ano B do Ensino Médio de uma Esco-
la que apresentasse uma determinada característica
México (como por exemplo o uso de óculos de grau), nosso
Conjunto Universo poderia ser representado pela Tur-
ma ao qual o aluno pertence (no caso o 1º ano B), ou
Canadá ainda a Escola em que ele estuda.
Perceba que ,nesse caso, dá para escolher mais
de um conjunto Universo,isto é, você poderá esco-
lher o Conjunto Universo ao qual pertencem todos
92 Figura 1. Representação de conjuntos por diagramas os elementos que são de seu interesse e, dentre eles,
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
selecionar aqueles que apresentam a característica Perceba que todo elemento pertencente ao conjun-
procurada (ou de interesse). to A (no interior da região verde), automaticamente,
pertence também a B.
CONJUNTOS IGUAIS É desta maneira que representamos por Diagra-
mas a relação de inclusão: A ⊂ B. Concluímos que A é
Dois conjuntos A e B são iguais quando todo ele- subconjunto de B.
mento de A pertence a B e vice-versa. Diferentemente do que acontece quando relaciona-
A notação (mais rigorosa e carregada de símbo- mos elementos com conjuntos –situação na qual vigoram
los) utilizada neste contexto é a seguinte: A = B ⟺ (∀x) as relações de pertinência, ou seja, somente utilizamos
∈ (pertence) ou ∉ (não pertence)–, quando tratamos da
(x ∈ A ⟺ x ∈ B) (lê-se: A é igual a B, se, e somente se,
relação entre conjuntos, utilizamos os símbolos abaixo:
qualquer que seja x, x pertence a A se, e somente se, x
pertence a B).
z ⊂ (está contido) ou;
Duas observações são bastante importantes e
z ⊄ (não está contido) ou;
impactam diretamente na compreensão de outros
z ⊃ (contém) ou;
conteúdos que dependem de Teoria de Conjuntos:
z ⊅ (não contém).
z A ordem na Teoria de Conjuntos não importa (não
Dá-se o nome de Subconjunto Impróprio de B à
interfere)! Observe o conjunto A = {1, 2, 3, 4}. Se
seguinte situação:
trocarmos a ordem dos elementos desse conjunto,
como por exemplo {3, 1, 4, 2}, ele continua rece- A=B
bendo o nome de A, pois apresenta os mesmos
elementos (mesmo estando estes em ordem dis-
tinta daquela apresentada inicialmente). Portanto,
variações do conjunto A (outras possíveis são: {1,
3, 4, 2}, {4, 3, 1, 2}, {2, 3, 4, 1} etc.), no que tange
à ordem dos elementos, não interferem em sua
nomeação;
z A repetição na Teoria de Conjuntos não importa
(não interfere)! Observe o mesmo conjunto A = {1,
2, 3, 4]. Se repetirmos os elementos desse conjunto,
como por exemplo {2, 2, 3, 4, 4, 1, 1, 1}, ele continua
recebendo o nome de A, pois apresenta os mesmos

9
-3
elementos (mesmo estando estes repetidos). Cabe

40
destacar que, nesse caso, a quantidade de elemen- Figura 3. Subconjunto Impróprio de B

.5
tos continua sendo a mesma, ou seja, 4 elementos 33
pertencem ao conjunto A. Portanto, variações do A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
.6

conjunto A (outras possíveis são: {1, 2, 2, 3, 3, 3, 4, 4, utilizada neste contexto é a seguinte: A = B ⟺ (A ⊂ B


00

4, 4}, {1, 2, 3, 3, 3, 4}, {4, 4, 2, 2, 3, 1, 4} etc.), no que e B ⊂ A) (lê-se: A é igual a B, se, e somente se, A está
-0

tange à repetição dos elementos, não interferem contido em B e B está contido em A).
em sua nomeação. Duas propriedades são bastante importantes e
os

impactam diretamente na compreensão de outros


nt

SUBCONJUNTO conteúdos que dependem de Teoria de Conjuntos:


Sa
os

Um conjunto A é Subconjunto de um conjunto B se, z O conjunto vazio está contido em qualquer con-
id

e somente se, todo elemento de A pertence também a B. junto! Representamos tal situação da seguinte
ol

A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos) maneira: Ø ⊂ A. Essa propriedade é de extrema


ic

utilizada neste contexto é a seguinte: A ⊂ B ⟺ (∀x)(x ∈ relevância para a simplificação de demonstrações


N

A ⇒ x ∈ B) (lê-se: A está contido em B, se, e somente se, de Teoremas. Sem ela, diversas situações envol-
io

qualquer que seja x, x pertence a A, então x pertence a B). vendo conjuntos teriam suas “comprovações”
ric

apresentadas de uma maneira muito mais exte-


Por diagramas, poderíamos representar esta
au

nuante (cansativa);
situação da seguinte maneira:
z Todo conjunto está contido em si mesmo! Repre-
M

sentamos essa situação da seguinte maneira: A ⊂


B
A. Esta propriedade tem lugar de destaque no con-
texto da Teoria de Conjuntos e é extremamente útil
no que se refere à simplificação de demonstrações
de Teoremas. Ela também recebe o nome de Pro-
A priedade Reflexiva.
MATEMÁTICA

CONJUNTO DAS PARTES OU PARTIÇÃO

Dado um conjunto A, chama-se Conjunto das Par-


tes (ou Partição) de A (representado por P(A)), aquele
que é formado por todos os subconjuntos de A.
A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
utilizada neste contexto é a seguinte: P(A) = {X / X ⊂ A},
onde X é subconjunto de A (Lê-se: X é tal que, X está
Figura 2. Subconjunto A do conjunto B contido em A). 93
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Por intermédio do Conjunto das Partes de um C
determinando conjunto dado (A por exemplo), pode-
mos reforçar aquilo que talvez você já tenha perce-
bido intuitivamente, ou seja, um conjunto pode ser 1
elemento de outro conjunto.
Antes de apresentarmos um exemplo que possa
ilustrar esta situação, uma propriedade importante
deve ser destacada: o número de elementos de P (A) é
dado por 2n, ou seja, 2 elevado ao número de elemen- 2 3
tos do conjunto A.
Exemplo 1: Determine o conjunto das partes de B
= {1, 2, 3, 4}.
Resposta:

P(B) = {{1}, {2}, {3}, {4}, {1, 1}, {1, 3}, {1, 4}, {2, 3}, {2, 4}, {3, C
4}, {1, 2, 3}, {1, 2, 4}, {1, 3, 4}, {2, 3, 4}, {1, 2, 3, 4}, ∅}

Observe que temos acima representados todos os 1


subconjuntos do conjunto B, ou seja, P(B). Atenção
especial deve ser dada aos elementos (que aqui são
conjuntos) {1, 2, 3, 4} (perceba que é o próprio conjun-
to B, pois todo conjunto está contido nele mesmo) e ∅
(o conjunto vazio está contido em qualquer conjunto). 2 3
Observe também que a quantidade de elementos é
dada por 2n = 24 = 16 subconjuntos!
Exemplo 2: Determine o conjunto das partes de C
= {1, 2, 3}.
Resposta:
C
P(C) = {{1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}, ∅}
1
Observe que temos acima representados todos os
subconjuntos do conjunto C, ou seja, P(C). Atenção

9
especial deve ser dada aos elementos (que aqui são

-3
40
conjuntos) {1, 2, 3} (perceba que é o próprio conjunto

.5
C, pois todo conjunto está contido nele mesmo) e ∅ (o
2
33
conjunto vazio está contido em qualquer conjunto). 3
.6

Observe também que a quantidade de elementos é


00

dada por 2n = 23 = 8 subconjuntos!


-0

Vamos utilizar de diagramas para entender melhor


a importância da Partição do conjunto C:
os
nt

C Figura 5. Partições do conjunto C, com elementos tomados dois a


Sa

dois
os

1 Situação que apresenta cada um dos elementos de C


id

tomados dois a dois ou seja, três subconjuntos aparecem


ol

claramente separados: {1, 3}, {1, 2}, {2, 3}. Perceba que,
ic

aqui, vale a observação referente à repetição de elemen-


N

tos na Teoria de Conjuntos, ou seja, os elementos {1}, {2}


io

e {3} os quais aparecem repetidos, já foram tomados na


ric

2 3 primeira situação abordada nesse exemplo e, portanto,


au

não devem ser tomados novamente!


M

Figura 4. Partição do conjunto C, com elementos tomados um a um 1

Situação que apresenta cada um dos elementos de


C tomados um a um, ou seja, três subconjuntos apare-
cem claramente separados: {1}, {2} e {3}.
2 3

94 Figura 6. Partição do conjunto C, com elementos tomados três a três


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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Situação em que apresenta o próprio conjunto C A B
tomado três a três, ou seja, um subconjunto aparece
claramente: {1, 2, 3}. Perceba que, aqui, vale a obser-
vação referente ao fato de que todo conjunto está con-
tido nele mesmo.
Por fim tente “dar um up” em sua abstração e perce-
ber que o conjunto vazio é complementar (adiante, vere-
mos sobre isso de modo mais detalhado) do conjunto C.
De certa maneira, podemos dizer que ele está represen-
tado acima (onde aparece o próprio conjunto C).

UNIÃO OU REUNIÃO DE CONJUNTOS

Dados dois conjuntos A e B, chama-se União de A e


B o conjunto formado pelos elementos que pertencem Figura 8. Interseção dos conjuntos A e B
a A ou a B (disjunção lógica).
A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
utilizada neste contexto é a seguinte: A ∪ B = {x / x ∈ A Perceba que os elementos pertencentes ao conjun-
ou x ∈ B} (lê-se: os elementos do conjunto A união com to A ∩ B (A interseção com B) são aqueles que perten-
B são representados por x, tal que x pertence a A ou x cem a A e B simultaneamente.
pertence a B). É dessa maneira que representamos por Diagra-
Por diagramas, poderíamos representar esta mas a relação de conjunção lógica A ∩ B.
situação da seguinte maneira:
Dica
A B
Existe uma diferença entre Conjuntos Disjuntos
(interseção vazia) e Conjuntos Intersecantes
(interseção não vazia).
Anteriormente, por diagramas, representamos
dois conjuntos A e B Intersecantes. Veja na figu-
ra abaixo como devemos representar Conjuntos
Disjuntos.

A B

9
-3
40
.5
33
.6

Figura 7. União dos conjuntos A e B


00
-0

Perceba que os elementos pertencentes ao conjun-


to A ∪ B (A união com B) são aqueles que pertencem
os

exclusivamente a A, unidos com aqueles que perten-


nt

cem exclusivamente a B, unidos com aqueles que per-


Sa

tencem à interseção (como veremos em seguida). Figura 9. Conjuntos A e B disjuntos


É dessa maneira que representamos por Diagra-
os

mas a relação de disjunção lógica A ∪ B. Apresentadas as operações de União e interseção


id

entre dois ou mais conjuntos (isso mesmo! É possível


ol

INTERSEÇÃO DE CONJUNTOS expandir o que aprendemos nestes dois últimos tópicos


ic

para 3 ou 4 conjuntos por exemplo) um princípio é de


N

extrema importância para não contabilizarmos a mais a


Dados dois conjuntos A e B, chama-se Interseção
io

quantidade de elementos de um conjunto qualquer. Tra-


de A e B o conjunto formado pelos elementos que per-
ric

ta-se do Princípio da Inclusão-Exclusão cuja notação


tencem a A e a B (conjunção lógica).
au

(mais rigorosa e carregada de símbolos) é a seguinte:


A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) (lê-se: o número de ele-
M

utilizada neste contexto é a seguinte: A ∩ B = {x / x ∈ A


mentos do conjunto A união com B é dado pelo número
e x ∈ B} (lê-se: os elementos do conjunto A interseção
de elementos de A, somado com o número de elemen-
com B são representados por x, tal que x pertence a A e
tos de B, menos o número de elementos de A interseção
x pertence a B).
com B).
Por diagramas, poderíamos representar essa
Observe as seguintes passagens para constatar a
situação da seguinte maneira:
veracidade do Princípio:
MATEMÁTICA

95
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A B Perceba que os elementos pertencentes ao conjun-
to A – B (A diferença com B) são aqueles que perten-
cem exclusivamente ao conjunto A.
Da mesma maneira podemos definir o conjunto
B – A (B diferença com A) são aqueles que pertencem
exclusivamente ao conjunto B (veja figura a seguir).

A B

A B

Figura 12. Conjunto B diferença com A

DIFERENÇA SIMÉTRICA DE CONJUNTOS

Dados dois conjuntos A e B, chama-se Diferença


Simétrica de A com B o conjunto formado pelos ele-
Figura 10. Interseção em relação ao Princípio da Inclusão-Exclusão mentos que pertencem exclusivamente a A ou a B.
A notação (mais rigorosa e carregada de símbo-
Observe que, ao representarmos na figura (à los) utilizada neste contexto é a seguinte: A Δ B = (A ∪
esquerda) o conjunto A, automaticamente a interse- B) – (A ∩ B) = (A – B) ∪ (B – A) (lê-se: os elementos do
ção de A com B (A ∩ B) foi adicionada, pois ela está conjunto A diferença simétrica com B são representa-
contida em A ((A ∩ B) ⊂ A). O mesmo ocorre em rela- dos pela diferença entre o conjunto A união com B e A

9
ção ao conjunto B: automaticamente a interseção de interseção com B, ou ainda, esse mesmo conjunto pode

-3
ser representado pela união entre a diferença de A com

40
A com B (A ∩ B) foi adicionada (figura à direita), pois
B e de B com A).
ela está contida em B ((A ∩ B) ⊂ B). Portanto, temos
.5
Por diagramas, poderíamos representar esta
33
que eliminar a interseção uma vez (correspondente situação da seguinte maneira:
.6

ao termo n(A ∩ B) no Princípio da Inclusão-Exclusão),


00

para que a contagem não seja excedida. A B


-0

DIFERENÇA DE CONJUNTOS
os
nt

Dados dois conjuntos A e B, chama-se Diferença


Sa

entre A e B o conjunto formado pelos elementos de A


os

que não pertencem a B.


id

A notação (mais rigorosa e carregada de símbolos)


ol

utilizada neste contexto é a seguinte: A – B = {x / x ∈


ic

A e x ∉ B} (lê-se: os elementos do conjunto A diferença


N

com B são representados por x, tal que x pertence a A e


io

x não pertence a B).


ric

Por diagramas, poderíamos representar esta


au

situação da seguinte maneira:


M

Figura 13. Conjunto Diferença Simétrica de A com B


A B
COMPLEMENTAR DE B EM RELAÇÃO A A

Dados dois conjuntos A e B, tais que B ⊂ A, cha-


ma-se Complementar de B em relação a A o conjunto
A – B, isto é, o conjunto dos elementos de A que não
pertencem a B.
A notação (mais rigorosa e carregada de símbo-
los) utilizada neste contexto é a seguinte: CBA = A – B
(lê-se: complementar de B em relação a A, equivale a A
diferença com B).
O complementar de B em relação a A também pode
c
ser representado por: B ou B .
Por diagramas, poderíamos representar esta
96 Figura 11. Conjunto A diferença com B situação da seguinte maneira:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A caso, trata-se do conjunto B somente, pois, como já
vimos, o conjunto D não é uma função;
z Imagem da função (I): é formado apenas pelos
valores do contradomínio efetivamente ligados a
algum elemento do Domínio.
B
Vamos analisar um exemplo para entendermos
melhor:
A B
2 4
4 8
6 16
8 20
Figura 14. Conjunto Complementar de B em relação a A

Temos o conjunto A como domínio, o conjunto B


Importante! como contradomínio e o conjunto imagem definido
c pelo conjunto formado apenas pelos elementos 8 e 16,
O conjunto CBA = B = B só será diferente do con-
pois os elementos 4 e 20 do conjunto B não estão liga-
junto vazio (Ø) se for respeitada a restrição de
dos a nenhum termo do conjunto A.
que B ⊂ A. Logo, eles fazem parte do Contradomínio, porém
não fazem parte do conjunto Imagem.

Dica
RELAÇÕES E FUNÇÕES Função: relação de cada elemento do Domí-
nio com apenas um único elemento do
FUNÇÃO Contradomínio.

Quando temos a relação entre elementos de dois Função Injetora, Sobrejetora e Bijetora
conjuntos, sendo que cada elemento de um conjunto
z Função Injetora: se cada elemento do conjunto

9
tenha ligação com somente um outro elemento do outro

-3
conjunto, dizemos que é uma função. Para ficar mais imagem estiver ligado a um único elemento do

40
fácil de entender esse conceito, veja o exemplo abaixo: Domínio, a função é chamada injetora. Ex.:
.5
33
Função Não É Função A B
.6
00

A B C D 2 4
-0

4 8
2 4 1 4
os

4 8 6 16
3 6
nt

6 16 8 20
Sa

5
8 20
os

O conjunto imagem é I = {4, 8, 16, 20}. Por mais


id

que o 24 não esteja relacionado a nenhum elemento


ol

Note que o conjunto A tem todos os seus elemen-


do Domínio A, vemos que cada elemento da imagem
ic

tos ligados apenas em um único elemento do conjunto


N

B, então, dizemos que é uma função. Já o conjunto C, está ligado a apenas um elemento do Domínio A;
io

além de não ter todos os seus elementos sendo ligados


ric

ao único elemento de D, ainda tem o “elemento 3” sen- z Função Sobrejetora: quando todos os elementos
au

do relacionado a mais de um elemento do conjunto D. do Contradomínio fizerem parte do conjunto ima-


M

Então, não há relação de função nessa situação. gem, temos uma função sobrejetora. Em outras
palavras, Contradomínio é igual a imagem. Ex.:
Domínio, Contradomínio e Imagem
A B
Veremos alguns pontos que você precisa saber 2 4
identificar em uma função: 4 8
MATEMÁTICA

z Domínio da função (D): é o conjunto em que a 6 16


função é definida, ou seja, contém todos os elemen- 8 20
tos que serão ligados aos elementos de outros con- 10 24
juntos (olhando para o nosso exemplo – de onde
saem as setas), trata-se do conjunto A apenas, pois
o conjunto C não é uma função; z Função Bijetora: se os elementos acima acontece-
z Contradomínio da função (CD): é o conjunto rem ao mesmo tempo, ou seja, a função for injeto-
onde se encontram todos os elementos que pode- ra e sobrejetora ao mesmo tempo, a função é dita
rão ser ligados aos elementos do Domínio. Neste bijetora. Ex.: 97
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A B z Isolar o y-1.
2 4
Vamos aplicar o passo a passo usando o nosso
4 8
exemplo acima:
6 16
8 20 f(x) = 2x (trocar f(x) por y)
y = 2x

Representação de uma Função Lei de Formação z Substituir y por x;


z Substituir x por y-1;
Vamos representar a função f: R → R, onde f(x) =
3x. O “R”, na situação, é o conjunto dos números reais. x = 2y-1
Portanto, a função f(x) tem como Domínio todos os
números reais, e também os têm como Contradomínio. z Isolar o y-1.
Lembre-se de que f(x) é igual a “y”, que é a nossa
imagem. y-1 = x / 2 ou f-1(x) = x / 2
Para a lei de formação, entendemos que “x” assu-
mirá alguns valores que resultará valores “y” da fun- Funções Compostas
ção. Tudo isso é regido da seguinte maneira:
Trata-se de uma função formada por duas ou mais
f(x) = 3x funções juntas. Veja um exemplo:
Temos f(x) = x + 3 e g(x) = x + 2. Encontrar as fun-
Quando “x” for igual a 1, por exemplo, precisamos ções compostas:
substituir o valor dele na função. Veja: f(1) = 3.1 = 3. Afir- f(g(x)) e g(f(x)).
mamos, então, que para x = 1 a função tem resultado 3.
Usamos f(g(x)) primeiro para entendermos como
Funções Inversas resolver.
A primeira coisa que precisamos entender é que
Representamos a função inversa por “f-1(x)”. Para no lugar de “x” em f(x) temos a função g(x), então,
que uma função seja inversa, ela, necessariamente, vamos substituir pelo valor dela.
precisa ser Bijetora. Vamos obter uma função inversa
a seguir. Veja: f (x+2) = x + 3

9
-3
f(x) = 2x Agora, no lugar de “x”, vamos substituir por “x+2”.

40
A B .5
f (x+2) = x + 2 + 3
33
.6

2 4 f (g(x)) = x + 5 (aqui está a nossa função composta).


00

4 8
-0

Agora, vamos fazer com g(f(x)):


6 12
os

8 16 g(x+3) = x + 2
nt
Sa

g(x+3) = x + 3 + 2
os

Na função inversa as setas estarão no sentido con-


g(f(x)) = x + 5. (aqui está a nossa função composta).
trário, ou seja, elas sairão do Contradomínio para o
id

Domínio, mas precisamos ter uma relação entre as


ol

funções,certo? Veja que, nesse exemplo, está fácil Dica


ic
N

notar que o contradomínio é o dobro do domínio, f(g(x)) é conhecida, também, como fog(x) “lê-se
io

então a função inversa será a metade. Veja: fog de x”.


ric

g(f(x)) é conhecida, também, como gof(x) “lê-se


au

f-1(x) = x / 2
gof de x”.
M

A B Funções Pares e Ímpares


2 4/2
4 Funções pares são aquelas em que f(-x) = f(x), ou
8/2
seja, quando “x” assume valores opostos e gera a mes-
6 12/2 ma imagem. Veja:
8 16/2
f(x) = x2 - 4

Siga os passos a seguir para achar a função inversa f(3) = 32 – 4 = 5


de uma função f(x) qualquer: f(-3) = (-32) – 4 = 5
Sabemos que f(x) = y, então, vamos usar “y” para
facilitar o cálculo. Funções ímpares são aquelas para as quais f(x) =
-f(x), ou seja, quando “x” assume valores opostos e
z Substituir y por x; gera imagens opostas. Veja:
98 z Substituir x por y-1;
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f(x) = 2x Raiz de uma Função Afim
f(4) = 2 . 4 = 8
Para tirar a raiz de uma função do 1° grau, basta
f(-4) = 2 · (-4) = -8 igualar a zero. Veja:

FUNÇÕES POLINOMIAIS f(x) = 2x +3


2x +3 = 0
Função Afim ou Função do 1° Grau
2x = -3
Veja a função do tipo f(x) = ax + b. Chamaremos de
x = -3/2
função de primeiro grau, onde a = coeficiente angular
e b = coeficiente linear. Esta função também é chama-
Isso significa que x = -3/2 deixa a função com a ima-
da de função linear ou então de função afim. O gráfico
gem igual a zero. Veja:
dessa função é uma reta.
O coeficiente angular dá a inclinação da reta. Se a
f(-3/2) = 2x +3
> 0, a reta será crescente e se a < 0 a reta, decrescente.
Já o coeficiente linear, indica em que ponto a da reta f(-3/2) = 2(-3/2) +3
do gráfico cruza o eixo das ordenadas (eixo y, ou eixo
f(x)). Vejamos um exemplo: f(-3/2) = -3 +3 = 0
Seja f(x) = -3x + 5, então, temos:
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria
z Uma função de primeiro grau (pois o maior com exercícios comentados de diversas bancas.
expoente de x é 1);
z O coeficiente angular é a = -3 e o coeficiente linear 1. (FUNDATEC — 2020) Dois taxistas, Pedro e Aurélio,
é b = 5; cobram suas corridas de maneiras distintas. Pedro
z Logo, seu gráfico é uma reta decrescente (a < 0), utiliza a seguinte f(x) = 2,8x + 4,50 e Aurélio usa a g(x)
que cruza o eixo y na posição y = 5 (pois este é o = 3,20x + 3,00, em que x é a quantidade de quilôme-
valor de b). tros rodados e o resultado será o valor a ser cobrado.
Supondo que Márcia quer fazer uma corrida de 8 km
Vamos construir um gráfico da função afim f(x) = 2x +3. e fez orçamento com os dois, assinale a alternativa
Atribuindo valores aleatórios para “x”, temos: correta.

f(x) = 2x +3 a) Indo com Pedro a economia será de R$ 1,70.

9
b) Indo com Aurélio a economia será de R$ 1,70.

-3
f(-1) = 2(-1) +3 = 1 Temos (x,y) = (-1,1) c) Pedro cobra mais que Aurélio por corrida.

40
d) Aurélio cobra menos que Pedro por corrida.
f(0) = 2.0 +3 = 3 Temos (x,y) = (0,3)
.5
e) Ambos cobram o mesmo valor final.
33
f(1) = 2.1 +3 = 5 Temos (x,y) = (1,5)
.6
00

Pedro = 2,8 * 8 + 4,5 = R$ 26,90


f(2) = 2.2 +3 = 7 Temos (x,y) = (2,7)
Aurélio = 3,2 * 8 + 3 = R$ 28,60
-0

Aurélio - Pedro = R$ 1,70


os

Colocando os pontos no plano cartesiano, temos:


Indo com Pedro, Márcia economizará R$ 1,70.
nt

y Resposta: Letra A.
Sa
os

10 2. (FUMARC — 2016) Os gastos de consumo de uma


família são dados pela expressão: C (r) = 2000 + 0,8r
id

Em que r representa a renda familiar e C representa o


ol

8
consumo mensal em reais.
ic
N

E Nessas condições, é CORRETO afirmar que:


6
io
ric

D a) Se a renda aumentar em R$ 1.000,00, então o consu-


au

4 mo aumentará em R$ 800,00.
b) Se a renda diminuir em R$ 1.000,00, então o consumo
M

C
diminuirá em R$ 2.800,00.
2 c) Se a renda diminuir em R$ 500,00, então o consumo
B
também diminuirá em R$ 500,00.
x d) Se a renda dobrar seu valor, então o consumo também
-6 -4 -2 0 2 4 6 8
será dobrado.
-2
MATEMÁTICA

Vamos tomar como base o aumento de 1000,00 na


renda
-4
C(r) = 2000+0,8r
C(1000) = 2000+0,8.1000
-6 C(1000) = 2000+800 = 2800
Se a renda aumentar em R$ 1.000,00, então, o con-
sumo aumentará em R$ 800,00.
Resposta: Letra A.
99
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3. (IBFC — 2018) Os pontos de coordenadas (-3, 2) e (1, a comissão será de 6% de x, ou seja, 0,06x. Assim, o
10) são elementos de uma função de primeiro grau. vendedor recebe:
Então para que o ponto (x, 6) seja um elemento dessa f(x) = fixo + comissão variável
função, o valor de x deve ser: f(x) = 1300 + 0,06x
Resposta: Letra A.
a) – 1
b) 1 5. (IDECAN — 2017) No depósito de uma loja de infor-
c) 2 mática encontram-se vários modelos de computado-
d) – 2 res. Dentre eles (2x + 8) apresentam disco rígido de
500 gb, outros (3x – 10) apresentam placa de vídeo. O
O ponto (-3,2) nos indica que, quando usarmos x = número de computadores com os dois componentes
-3, teremos f(x) = 2. Substituindo esses valores na é x, e o total de computadores é 74. O número de com-
expressão acima: putadores que apresentam apenas placa de vídeo é:
2 = a.(-3) + b
b = 3a + 2 a) 22.
b) 27.
O ponto (1,10) nos indica que, quando x = 1, temos c) 28.
f(x) = 10. Substituindo na expressão: d) 29.
10 = a.1 + b
Placa de vídeo = 3x-10
Podemos substituir b por “3a +2” nessa última Computador de 500g = 2x+8.
expressão, como descobrimos anteriormente. Total:
Assim: (2x + 8) + (3x-10) - x = 74
10 = a + (3a + 2) 2x + 8 + 3x - 10 - x = 74
10 – 2 = 4a 4x - 2 = 74
4a = 8 x = 76/4
a=2 x = 19
Apenas placa de vídeo:
Podemos agora encontrar o valor de b, usando a 3x - 10 - x
expressão b = 3a + 2: 3*19 - 10 - 19
b = 3.2 + 2 57 - 10 - 19
b=8 47 - 19 = 28 possuem apenas placa de vídeo.
Resposta: Letra C.

9
-3
A lei dessa função, portanto, será:

40
f(x) = 2x + 8 Funções de 2º Grau ou Funções Quadráticas
.5
33
Para o ponto (x, 6), temos que o valor da função é As funções de segundo grau são representadas
.6

f(x) = 6. Substituindo na expressão acima: por f(x) = ax2 + bx + c, ou seja, são aquelas em que as
00

6 = 2x + 8 funções de variável x aparecem elevada ao quadrado.


-0

6 – 8 = 2x Sabemos, então, o seguinte:


os

-2 = 2x Que a, b e c são os coeficientes da equação.


nt

x = -1
Sa

Resposta: Letra A. z a é sempre o coeficiente do termo em x²;


z b é sempre o coeficiente do termo em x;
os

4. (FAURGS — 2017) Um vendedor recebe um salário z c é sempre o coeficiente ou termo independente.


id

mensal composto de um valor fixo de R$ 1.300,00 e


ol

de uma parte variável. A parte variável corresponde a As funções de segundo grau têm 2 raízes, isto
ic

uma comissão de 6% do valor total de vendas que ele é, existem 2 valores de x que tornam a igualdade
N

fez durante o mês. O salário mensal desse vendedor verdadeira.


io
ric

pode ser descrito por uma expressão algébrica f(x),


em função do valor total das vendas mensal, represen- Cálculo das Raízes da Função Quadrática
au

tado por x.
M

A expressão algébrica f(x) que pode representar o Vamos achar as raízes por meio da fórmula de
salário mensal desse vendedor é: bhaskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e
colocá-los na seguinte expressão:
a) f(x) = 0,06x + 1300
b) f(x) = 0,6x + 1300 -b !
2
b - 4ac
c) f(x) = 0,78x + 1300 x=
2a
d) f(x) = 6x + 1300
e) f(x) = 7,8x + 1300
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele
que permitirá obtermos dois valores para as raízes,
O vendedor recebe um valor fixo e uma comissão um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor
variável, conforme as vendas. O valor fixo é de 1300 utilizando o sinal negativo (-).
reais, ou seja, se temos uma função de primeiro grau Vamos aplicar em um exemplo:
do tipo f(x) = ax + b, dizemos que b = 1300. A variável Calcular as raízes da função f(x) = x2 - 3x + 2.
corresponde ao termo a.x, sendo x o total de vendas, Iguala a zero:
100
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x2 - 3x + 2 = 0 12

10
Identificando os valores de a, b e c:
8
a=1
6
b = -3
4
c=2
2
Substituindo na fórmula:
0
-2 -1 0 1 2 3 4 5
2
-b ! b - 4ac x
x=
2a
Aqui vale ressaltar que quando “a < 0”, a pará-
- (3) ± √(-3)2 - 4 ×1 ×2
bola tem concavidade para baixo, ou seja, a função
x= 2×1 terá um ponto máximo que chamamos de “vértice”.
Já quando “a > 0”, teremos a concavidade para cima
e um ponto mínimo, também chamado de vértice da
3! 9-8
x= função.
2
3!1
x=
2
a>0 a<0
3+1
x1 = =2
2
3-1
x2 = =1
2 Concavidade para cima Concavidade para baixo

As raízes da função f(x) = x2 - 3x + 2 são 1 e 2. Resumindo os tipos de gráficos olhando para o


Na fórmula de bhaskara, podemos usar um discri- valor de “a” e para o discriminante, temos:
minante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a:
a>0eΔ<0 a<0eΔ<0

9
-3
Δ = b2 - 4ac

40
x
Assim, podemos escrever a fórmula de bhaskara: .5
33
.6

x
00

-b ! D
x=
-0

2a
a>0eΔ=0 a<0eΔ=0
os

O discriminante fornece importantes informações x


nt

de uma função do 2ª grau:


Sa
os

z Se Δ > 0 → A função possui duas raízes reais e


id

distintas;
ol

z Se Δ = 0 → A função possui duas raízes reais e x


ic

idênticas; a>0eΔ>0 a<0eΔ>0


N

z Se Δ < 0 → A função não possui raízes reais.


io
ric

As funções de segundo grau têm um gráfico na for- x


x
au

ma de parábola. Veja:
M

„ f(x) = x2 - 3x + 2; Pontos de Máximo ou Mínimo


„ f(-2) = (-2)2 – 3(-2) + 2 = 12;
„ f(-1) = (-1)2 - 3(-1) + 2 = 6; O ponto de máximo ou mínimo da função de
„ f(0) = (0)2 - 3(0) + 2 = 2; segundo grau é chamado de vértice (xv, yv). Para calcu-
„ f(1) = 12 – 3.1 + 2 = 0; larmos as coordenadas dele, basta saber que:
„ f(2) = 22 – 3.2 + 2 = 0;
MATEMÁTICA

„ f(3) = 32 – 3.3 + 2 = 2; XV - b
„ f(4) = 42 – 3.4 + 2 = 6; 2a
„ f(5) = 52 – 3.5 + 2 = 12.
YV - D
4a

No gráfico fica:

101
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
y X1 + X2 = -b/a
V
X1 + (-3) = -8/3
yV X1 = -8/3 + 3
X1 = 1/3
Resposta: Letra C.
0 XV 0
x xV x 4. (FUNDATEC — 2015) A intersecção entre o gráfico das
yV
V funções y = f (x) = x2 - 6x - 8 e o gráfico da reta de coe-
ficiente angular 2 e coeficiente linear 1 ocorre quando:
Se a > 0, yv =Δ é o valor Δ é o valor
Se a < 0, yv =
a 4a
mínimo da função máximo da função a) x = -9 e x = -1
b) x = 1 e x = 9
c) x = -8 e x = 0
Agora vamos treinar o que aprendemos na teoria d) x = -1 e x = 9
com exercícios comentados de diversas bancas. e) x = -9 e x = 1

1. (FUNDATEC — 2020) O valor mínimo da função de Temos as equações:


segundo grau f (x) =x2 -4x +1 é: f (x) = x2 - 6x - 8 e f (x) = 2x + 1
Na interseção é preciso igualar as funções para isso
a) -10. acontecer. Então:
b) -7. x² - 6x - 8 = 2x + 1
c) -6. x² - 8x -9 = 0
d) -5. Tirando as raízes pela soma e produto:
e) -3. S = -b/a = -(-8)/1 = 8
P = c/a = -9/1 = -9
Mínimo da função de segundo grau se dá pelo Yvértice. Logo, x’ = -1 e x’’ = 9.
Yvértice = - Δ / 4a Resposta: Letra D.
Yv = - (b²-4ac)/4a
Yv = - ( 16 - 4 ) 4.1 5. (IBADE — 2018) Um automóvel tem seu consumo de
Yv = - (12) / 4 combustível para percorrer 100 km estimado pela
Yv = -3 função C(x) = 0,02x²-1,6 x + 42 , com velocidade de x
Resposta: Letra E. km/h. Sendo assim, qual deve ser a velocidade para
que se tenha um consumo mínimo de combustível?

9
-3
2. (VUNESP — 2019) Duas grandezas y e x, diretamente

40
proporcionais, são representadas, graficamente, por a) 55
uma função cuja expressão algébrica é: b) 35
.5
33
c) 50
.6

a) y = ax2 + bx + c, com a, b e c reais e a · b · c ≠ 0 d) 40


00

b) y = ax2 + bx, com a e b reais e a · b ≠ 0


-0

c) y = ax2, com a ≠ 0, real Como ele quer descobrir a velocidade mínima, é


os

d) y = ax + b, com a e b reais e a · b ≠ 0 necessário calcular o Xv (X do vértice):


Xv = -b/2a = -(-1,6)/2*0,02 = 40.
nt

e) y = ax, com a ≠ 0, real


Sa

Resposta: Errado.
Diretamente proporcional:
os

Quando aumenta Y, obrigatoriamente aumenta X. FUNÇÕES EXPONENCIAIS


id

Quando diminui Y, obrigatoriamente diminui X.


ol

Já podemos eliminar as letras a, b, c – pois quan- A função f(x) = 2x é uma função exponencial. Perce-
ic

do elevamos ao quadrado, todo número negativo ba que a variável x encontra-se no expoente. De modo
N

torna-se positivo, inviabilizando a proporcionali- geral, representamos as funções exponenciais assim


io

dade direta. Quando temos um termo desconhecido f(x) = ax. O coeficiente “a” precisa ser maior do que
ric

multiplicando X, se ele for negativo, torna-o inver- zero, e também diferente de 1. A função é crescente se
au

samente proporcional, então, eliminamos a letra D. a > 1. Já se 0 < a < 1, a função é decrescente.
M

Nesse sentido, sobra apenas a alternativa E. Além disso, a função exponencial tem domínio no
Resposta: Letra E. conjunto dos números reais (R) e contradomínio no
conjunto dos números reais positivos, ou seja, f: R →
3. (VUNESP — 2016) Na equação 3x2 + 8x + a = 0, a incógni- R+*. Observe os gráficos das funções f(x) = 2x (crescen-
ta é x, e a é um número inteiro. Sabendo-se que o número te) e de g(x) = 0,5x (decrescente):
(– 3) é raiz da equação, a outra raiz dessa equação é:

a) -7
b) -2/5
c) 1/3
d) 3/4
e) 2

Usando a fórmula da soma das raízes, temos:


S = -b/a
102
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
f(x) g(x)
1. (CEBRASPE-CESPE — 2013) Tendo em vista que, em
determinado mês de 31 dias, a precipitação pluvial
9 média diária em uma localidade é representada, em
7 mm, pela função P(t) = 25𝒆−(𝒕−𝟏𝟔)², para t de 1 a 31, jul-
gue o item subsequente.
5 A precipitação pluvial média no dia 1º foi igual ao
3 dobro da ocorrida no último dia desse mês.
1
( ) CERTO  ( ) ERRADO
-5 -3 -1 -1 1 3 5
Vamos substituir o primeiro (t = 1) e o último dia (t
-3
= 31) na função dada, temos:
-5 P(1) = 25𝑒−(1−16)²
P(1) = 25𝑒−(−15)²
FUNÇÕES LOGARÍTMICAS P(1) = 25𝑒−225
P(31) = 25𝑒−(31−16)²
Antes de falarmos sobre função logarítmica, é inte- P(31) = 25𝑒−(15)²
ressante relembrar algumas propriedades importan- P(31) = 25𝑒−225
tes. Veja: Veja que nesses dois dias os valores das precipita-
Na expressão logab = c, chamamos o número “a” de ções foram os mesmos.
base do logaritmo. Veja que o resultado do logaritmo Resposta: Errado.
(c) é justamente o expoente ao qual deve ser elevada a
base “a” para atingir o valor b, assim, as propriedades 2. (CEBRASPE-CESPE — 2018) O número de Euler, nome
mais importantes são: dado em homenagem ao matemático suíço Leonhard
Euler, é um número irracional denotado por e, cuja
z Logb 1 = 0, porque b0 = 1; representação decimal tem seus 4 primeiros alga-
z Logb b = 1, porque b1 = b; rismos dados por 2,718. Esse número é a base dos
z Logb bk = K, porque bK = bK; logaritmos naturais, cuja função f(x) = ln x = 𝑙𝑜𝑔𝑒x tem
z bLogbM = M; inúmeras aplicações científicas.
z Loga (b · c) = logab + logac;
z Loga (b ÷ c) = logab - logac; A respeito desse assunto, julgue os itens a seguir:
z Loga bn = n · logab;
a) A função exponencial g(x) = ex, função inversa de ln x,

9
1
é uma função crescente.

-3
z Loga b =
m
logab.

40
m

.5
( ) CERTO  ( ) ERRADO
33
A função f(x) = log5(x) é um exemplo de função
.6

logarítmica. Veja que nela a variável x encontra-se A função exponencial g(x) = ex, função inversa de ln
00

dentro do operador logaritmo. De maneira geral, po- x, é uma função crescente.


-0

demos representá-las da seguinte forma f(x) = loga(x). Como o número de Euler é maior do que 1, essa fun-
Assim, como nas exponenciais, o coeficiente “a” preci- ção exponencial será crescente (a>1).
os

sa ser positivo (a > 0) e diferente de 1. Resposta: Certo.


nt

O domínio é formado apenas pelos números reais


Sa

positivos, pois não há logaritmo de número negativo. b) A equação ln x = - 4 tem uma única solução.
os

Por sua vez, o contradomínio é o conjunto dos núme-


id

ros reais, ou seja, temos uma função do tipo f: R+* → R. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
ol

Se a > 1, a função é crescente, já se 0 < a < 1, a fun-


ic

ção é decrescente. Como exemplo, veja os gráficos de A equação ln x = -4 tem uma única solução.
N

f(x) = log2x e de g(x) = log0,5x: Desenvolvendo a equação, temos:


io

𝑙𝑛 𝑥 = -4
ric

f(x) g(x) 𝑙𝑜𝑔𝑒 𝑥 = -4


au

x = 𝑒−4
M

9
Logo, x assume um único valor. Resposta: Certo.
7

5
c) Se a > 0 e ln a Є [10, 20), então ln a² Є [100, +∞).

3 ( ) CERTO  ( ) ERRADO


1
Se a > 0 e ln a Є [10, 20), então ln a² Є [100, +∞).
MATEMÁTICA

-5 -3 -1 -1 1 3 5

-3 Sabe-se que ln a² = 2 x ln a. Os valores de ln a² serão o


dobro dos valores do intervalo de ln a. Portanto: se ln a
-5 está entre 10 e 20, o ln a2 estará entre 20 e 40. Resposta:
Errado.
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
Vamos lá!
103
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
RS VW
MATRIZES SS - 2 WW
S 1 WW
A= S SS 7 WW
Matrizes podem ser definidas da seguinte manei- SS 0 WW
ra: sejam dois números naturais m e n diferentes de SS- 17WW
zero, denominamos matriz de ordem m por n (indi-
ca-se m x n) qualquer tabela M formada por núme- T X
ros pertencentes ao conjunto dos reais, sendo esses É uma matriz coluna de ordem 4·1
números distribuídos em m linhas e n colunas.
Exemplos:
e o
-6
B=

> H
-2 1 0 1
A=
2 4 3
É uma matriz coluna de ordem 2·1

É uma matriz de ordem 2·3, Matriz Nula

= G
0 -1 É a matriz que possui todos os elementos iguais a
B= zero.
3 5
Exemplos:

É uma matriz de ordem 2·2,


= G
0 0 0 0
E=
JK 9 1 NO 0 0 0 0
K 3 OO
C= KKK- 8 7 OO É uma matriz nula de ordem 2·4
K 4 0 O
L P
e o
0 0
É uma matriz de ordem 3·2. N=
0 0

Toda matriz m · n tem os seus elementos represen-


tados por (aij), onde i representa a linha e j a coluna É a matriz nula de ordem 2·2

9
em que o elemento está localizado.

-3
Matriz Quadrada de Ordem n

40
Exemplo:

.5
É toda matriz do tipo n ⨉ n, ou seja, em uma matriz
33
e o
a11 a12
quadrada de ordem n o número de linhas e colunas
.6

A=
00

a21 a22 são iguais.

{
Exemplo:
-0

(lê - se a um um) elemento que está na 1ª linha


os

a11
e o
e 1ª coluna. 2 -8
nt

(lê - se a um dois) elemento que está na 1ª linha A=


Sa

a12 7 0
e 2ª coluna.
os

(lê - se a um um) elemento que está na 2ª linha


a21
id

e 1ª coluna. É uma matriz quadrada de ordem 2·2


(lê - se a um um) elemento que está na 2ª linha
ol

a22 RS V
e 2ª coluna.
ic

SS - 7 4 2 WWW
N

B= S 9 0W
io

Observação: Uma matriz M de ordem m ⨉ n tam-


SS 2 3
WW
ric

bém pode ser indicada por M = (aij) ou M = (aij) m ⨉ n.


SS - 2 - 1 22 W W
au

5
T X
M

TIPOS DE MATRIZES
É uma matriz quadrada de ordem 3·3
Observação: Para toda matriz quadrada, no lugar
Matriz Linha de mencionarmos que sua ordem é n ⨉ m, dizemos
apenas que ela é uma matriz de ordem n. Por exem-
É toda matriz do tipo 1 ⨉ n, ou seja, é uma matriz plo, ao nos referirmos a uma matriz quadrada de
que possui apenas uma linha. ordem 3, estamos dizendo que essa matriz possui três
Exemplos: linhas e três colunas.
C = [–3 4 1] é uma matriz linha de ordem 1·3
M = (–9 7 0 –√15) é uma matriz linha de ordem 1·4 Diagonal Principal

Matriz Coluna Chamamos de diagonal principal de uma matriz


quadrada de ordem n, o conjunto dos elementos que
É toda matriz do tipo m ⨉ 1, ou seja, é uma matriz possui índices iguais.
que possui apenas uma coluna. Exemplo:
Exemplos:
104
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IGUALDADE DE MATRIZES
e o
2 -8
A=
7 0 Duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)m ⨉ n serão iguais
quando aij = bij para todo i ∈ {1,2, ∙∙∙ , m } e todo j ∈ {1,2,
É uma matriz quadrada de ordem 2, cuja diagonal ∙∙∙ , n }. Portanto, para que duas matrizes sejam iguais,
principal é uma matriz composta pelos elementos a11 elas devem ser do mesmo tipo e apresentar todos os
= 2, e a22 = 0 elementos correspondentes iguais.
Exemplo:
Diagonal Secundária

Chamamos de diagonal secundária de uma matriz


Seja A = [ X9 –26] e B = [ 7z y2 ],
quadrada de ordem n, o conjunto dos elementos que
possui a soma dos índices igual a n + 1. A matriz A será igual à matriz B, se, e somente se,
Exemplo: x = 7, y = – 6 e z = 9.

ADIÇÃO DE MATRIZES
e o
2 -8
A=
7 0 Dadas duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)m ⨉ n , cha-
mamos soma de A + B a matriz C = (cij)m ⨉ n tal que cij =
aij + bij, para todo i e todo j. Isso significa que a soma
É uma matriz quadrada de ordem 2, cuja diagonal
de duas matrizes A e B do tipo m ⨉ n é uma matriz C
secundária é composta pelos elementos a12 = - 8, e a21
do mesmo tipo, em que cada elemento é a soma dos
=7
elementos correspondentes em A e B.
Exemplo:
Matriz Diagonal

É a matriz em que todos os elementos que não per-


tencem à diagonal principal são iguais a zero.
[ –14 09 27 ] + [ –31 –01 05 ] = [ –14+–31 90 +– 10 27 ++ 05 ]
= [ 4 –1 7 ]
Exemplo:
–5 9 7
–15 0 0
Propriedades da Adição de Matrizes
B= 0 1 0

9
A adição de matrizes do tipo admite as seguintes

-3
0 0 – √7

40
propriedades:

.5
33
Matriz Identidade de Ordem n z A ssociativa: (A + B) + C = A + (B + C);
.6

z Comutativa: A + B = B + A;
00

É toda matriz quadrada em que os elementos da z Elemento Neutro: A + 0 = A, em que 0 é a matriz


-0

diagonal principal são iguais a 1. A matriz identidade nula;


é representada pela letra maiúscula I, seguida da sua z Elemento simétrico: A + (- A) = 0, em que -A é a
os

ordem, ou seja, In. matriz oposta de A.


nt

Exemplos:
Sa

PRODUTO DE NÚMERO POR MATRIZ


os

= G
1 0
I2 =
id

Dado um número k e uma matriz A = (aij)m ⨉ n, cha-


0 1 ma-se produto kA a matriz B = (bij)m ⨉ n tal que bij = kaij,
ol
ic

para todo i e todo j. Isso significa que multiplicar uma


N

É uma matriz identidade de ordem 2. matriz A por um número k é construir uma matriz B
io

formada por todos os elementos de A multiplicados


ric

JK1 0 0N
O por k.
K OO
au

I3 = K

[ ][ ][ ]
KK0 1 0O 2 ∙ 4 2 ∙ (– 1)
M

K0 OO 4 –1 8 –2
0 1 2. 0 5 = 2 ∙ 0 2 ∙ 5 = 0 10
L P 3 √2 2 ∙ 3 2 ∙ √2 6 2 ∙ √2

É uma matriz identidade de ordem 3.


Propriedades do Produto de um Número por uma
RS V Matriz
SS1 0 0 0W
WW
MATEMÁTICA

SS0 1 0 0WWW O produto de um número por uma matriz admite


I4 = S
SS0 0 1 0W WW
as seguintes propriedades:
SS
S0 0 0 1W W z a · (b · A) = (a · b) · A
T X z a · (A + B) = a . A + a · B
É uma matriz identidade de ordem 4. z (a + b) · A = a · A + b · A
z 1·A=A

105
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PRODUTO DE MATRIZES MATRIZ TRANSPOSTA

Dadas duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)n ⨉ p , deno- Dada a matriz A = (aij)m ⨉ n, chamamos transposta
minamos o produto AB a matriz C = (cik)m ⨉ p tal que cik =
de A a matriz At = (a´ji)n ⨉m tal que aji’ = aij para todo i e
ai1 · b1k + ai2 · b2k + ai3 · b3k + . . . + ain · bnk = ƩnJ=1 aij · bjk para
todo j. Isso significa que as colunas de At são ordena-
todo i ∈ {1,2, ... ,m} e k ∈ {1,2, ... ,p}.
damente iguais às linhas de A.
Observações: A definição dada garante a existên-
Exemplos:
cia do produto AB somente se o número de colunas de
A for igual ao número de linhas de B, pois A é do tipo

Se A = > H
m ⨉ n e B é do tipo n ⨉ p. 4 2 -1
A definição dada afirma que o produto AB é uma 5 7
2
matriz que tem o número de linhas de A e o número 5 2x3

de colunas de B, pois AB é do tipo m ⨉ p.


Exemplos: Sua transposta é:

[ ] [ ] RS VW
1 –2
2 4 2
∙ 0 5 SS 4 5 WW
–1 –3 5
2x3
4 0
2x3 At = S SS2 7W W
SS - 1 2 W W
[ (– 1)2 ∙∙ 11 ++ 4(–∙ 3)0 +∙ 02+∙ 45 ∙ 4 (– 1)2∙(–(–2)2)++4(–∙ 53)+∙ 25 ∙+05 ∙ 0 ] T
5 W3x2
X
Se B = [– 1 0 ⁵√19 – 6]1·4,
[ 1019 –1613 ] 2x2 Sua transposta é:
RS V

[ ]
1 SS - 1 WWW
–2 ∙ [ 3 –5 4 0 ]
1x4
SS 0 WW
12
3x1 Bt = SS5 WW
SS 19WW

[ 1∙3

12 ∙ 3
1 ∙ (– 5)
(– 2) ∙ 3 (– 2) ∙ (– 5)
12 ∙ (– 5)
1∙4
(– 2) ∙ 4
12 ∙ 4
1∙0
(– 2) ∙ 0
12 ∙ 0 ] SS - 6 WW
T X
4x1

[ ]
3 –5 4 0 Propriedades de uma Matriz Transposta
– 6 10 – 8 0
36 –60 48 0 A matriz transposta admite as seguintes propriedades:

9
-3
3x4

[ 05 –33 –12 ] 3x2



[ ] 1
–1
10 3x1
z
z
z
P1) (At)t = A
.5
P2) (A + B)t = At + Bt
33
P3) (k · A)t = k · At 40
.6

[ 05 ∙∙ 11 ++ (–3 ∙3)(–∙1)(–+1)(–+2)1 ∙∙ 1010 ] = [ –1823 ]


z P4) (A ·B)t = Bt · At
00
-0

1x2
MATRIZ SIMÉTRICA
os

Propriedades do Produto de Matrizes


Denominamos matriz simétrica toda matriz qua-
nt
Sa

drada A, de ordem n, tal que At = A.


O produto de matrizes admite as seguintes
Exemplo:
os

propriedades:
id

z A ssociativa: (A · B) · C = A · (B · C) Se C = [ –21 –31 ],


ol

z Distributiva à direita em relação à adição: (A + B) ·


ic
N

C = A · C + B ·C
Sua transposta é:
io

z Distributiva à esquerda: C · (A + B) = C· A + C · B
ric

z (k · A) ·B = A · (k · B) = k · (A · B)
[
2 –1
]
au

Ct = – 1 3
.
M

Observações: É muito importante notar que, em


geral, a multiplicação de matrizes não é comutativa,
Portanto, a matriz C é simétrica, pois Ct = C.
ou seja, para duas matrizes quaisquer A e B, temos AB
≠ BA.
Quando A e B são tais que AB = BA, dizemos que A MATRIZ ANTISSIMÉTRICA
e B comutam. Notemos que uma condição necessária
para A e B comutarem é que sejam matrizes quadra- Denominamos matriz antissimétrica toda matriz
das e de mesma ordem. quadrada A, de ordem n, tal que At = - A.
É importante observar também que a implicação
AB = 0 → A = 0 ou B = 0 não é válida para matrizes,
ou seja, é possível encontrar duas matrizes não nulas
Se D = [ –04 04 ],
cujo produto é a matriz nula.
Exemplo: Sua transposta é:

106
[ 01 00 ] ∙ [ 00 01 ] = [ 00 00 ] Dt = [ 04 –4
0 .]
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Portanto, a matriz D é antissimétrica, pois Dt = -D.
DETERMINANTES
MATRIZ INVERSA
Determinantes podem ser definidos do seguinte
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos modo: considere o conjunto das matrizes quadra-
que A é uma matriz invertível se existir uma matriz das de elementos reais. Seja M uma matriz de ordem
A-1 tal que A · A-1 = A-1 · A = In, onde In é a matriz identi- n desse conjunto. Denominamos determinante da
dade de ordem n. matriz M (e indicamos por det M) o número que asso-
Observações: Se A não é invertível, dizemos que A ciamos à matriz M, operando seus elementos confor-
é uma matriz singular. me a ordem dessa matriz.
Se A é invertível, então é única a matriz A-1.
Exemplos: Determinante de Matriz Quadrada de Ordem 1

A matriz A = [ 1
2
3
7 ] Se M é de ordem 1, então o det M é o único elemen-
to de M.
Exemplo:
É inversível e: Se M = [4], então o det M = 4

A– 1 = [ –72 –13 ] Determinante de Matriz Quadrada de Ordem 2

Se M é de ordem 2, então o det M é o produto dos


Pois elementos da diagonal principal de M, menos o produ-
to dos elementos da diagonal secundária de M.

A ∙ A– 1 = [ 21 73 ] ∙ [ –72 –13 ] Exemplo:

[ 21 ∙∙ 77 ++ 37 ∙∙ (–(– 2)2) 21 ∙∙ (–(– 3)3) ++ 37 ∙∙ 11 ] = [ 01 01 ] = I


Se M = , então:
2

A∙A = [
1 ] [ 2 7 ]
det M = 2 ∙ 5 – [6 ∙ (– 1)· = 10 – (– 6) = 10 + 6 = 16
–1 7 –3 ∙ 1 3
–2
Determinante de Matriz Quadrada de Ordem 3
[ 7–∙21∙ +1 (–3)+1∙2 –2∙3+1∙7 ] [ 0 1 ]
∙ 2 7 ∙ 3 + (– 3) ∙ 7
=
1 0
=I 2
Se M é de ordem 3, então o det M é dado por:

9
-3
[ 02 ]?
40
Qual é a inversa da matriz A = 1 det M = a11 ∙ a22 ∙ a33 + a12 ∙ a23 ∙ a31 + a13 ∙ a21 ∙ a32 – a13 ∙
.5
3 a22 ∙ a31 – a11 ∙ a23 ∙ a32 – a12 ∙ a21 ∙ a33
33
Fazendo A-1 = , temos:
.6

Podemos memorizar essa definição da seguinte


00

maneira:
-0

A– 1 ∙ A = [ ac bd ] ∙ [ 02 31 ] = [ 01 01 ]
os

z Repetimos, ao lado da matriz, as duas primeiras


colunas;
nt

[ ac ∙∙ 22 ++ db ∙∙ 00 ac ∙∙ 11 ++ db ∙∙ 33 ] = [ 01 01 ] z Os termos precedidos pelo sinal + são obtidos mul-


Sa

tiplicando-se os elementos seguindo as flechas


os

situadas na direção da diagonal principal;


{ a +2a3b= 1= 0
1 1
id

⇒a= eb=– z Os termos precedidos pelo sinal – são obtidos mul-


ol

2 6 tiplicando-se os elementos seguindo as flechas


ic

situadas na direção da diagonal secundária.


N

{ c +2c3d= 0= 1
1
io

⇒c=0ed= Tal processo é conhecido como Regra de Sarrus e


ric

3
é utilizado para o cálculo de determinantes de ordem
au

3.
M

Portanto, Vejamos agora um exemplo numérico:

RS V
2 1W
> H
1
- 16 SS1 W
2 W
Seja M = S - 2W
A-1 =
0
1 SS5 3 WW
3 S2 4 - 1W
T X
MATEMÁTICA

Propriedades de uma Matriz Inversa


Calcule o seu determinante.
A matriz inversa admite as seguintes propriedades:
Utilizando a regra de Sarrus, temos que:
z ( A ) = A
-1 -1

z ( A · B)-1 = B-1 · A-1 1 2 1 1 2


det M = 5 3 -2 5 3 =
z (At)-1 = (A-1)t 2 4 -1 2 4
107
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= 1 ∙ 3 ∙ (1) + 2 ∙ (- 2) ∙ 2 + 1 ∙ 5 ∙ 4 - (1 ∙ 3 ∙ 2 + 1 ∙ (- 2) ∙ 4 + 1 5 = 1 ∙ (6) = 6
2 ∙ 5 ∙ (- 1) A13 = (- 1)1+3 ∙ D13 = (- 1)4 ∙
2 -2
1 2 1 1 2
A21 = (- 1)2+1 ∙ D21 = (- 1)3 ∙ - 2 3 = (- 1) ∙ (- 8) = 8
det M = 5 3 -2 5 3 = 4 -2
2 4 -1 2 4
A22 = (- 1)2+2 ∙ D22 = (- 1)4 ∙ 1 3 = 1 ∙ (- 8) = - 8
= - 3 - 8 + 20 - (6 - 8 - 10) = 9 - (- 12) = 9 + 12 = 21 2 -2

A23 = (- 1)2+3 ∙ D23 = (- 1)5 ∙ 1 - 2 = (- 1) ∙ (8) = - 8


Portanto o det de M = 21
2 4
MENOR COMPLEMENTAR A31 = (- 1)3+1 ∙ D31 = (- 1)4 ∙ - 2 3 = 1 ∙ (- 7) = - 7
-1 5
Considere uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja aij
A32 = (- 1)3+2 ∙ D32 = (- 1)5 ∙ 1 3 = (- 1) ∙ (2) = - 2
um elemento de M. Definimos menor complementar 1 5
do elemento aij, e indicamos por Dij, como sendo o
determinante da matriz que se obtém suprimindo a A33 = (- 1)3+3 ∙ D33 = (- 1)6 ∙ 1 - 2 = 1 ∙ (1) = 1
linha i e a coluna j de M. 1 -1
Exemplo:
TEOREMA FUNDAMENTAL DE LAPLACE
RS VW
SS1 -2 3 WW O determinante de uma matriz de ordem n ≥ 2 é
Seja M = S SS1 -1 5W WW a soma dos produtos dos elementos de uma fila qual-
SS2 4 - 2W W , então: quer (linha ou coluna) pelos respectivos cofatores.
T X
RS V
D11 = - 1 5 = - 18, SS1 3 4W
W
4 -2 W
Seja M = S SS5 2 - 3W
WW , então:
Note que suprimimos a primeira linha e a primei- S1 4 2W
ra coluna da matriz: T X
1 3 4

[ ]
5 2 -3
1 -2 3
det M = 1 4 2 =
M= 1 -1 5
2 4 -2

9
= a11 ∙ A11 + a12 ∙ A12 + a13 ∙ A13 = 1 ∙ (– 1)1+1 ∙ D11 + 3 ∙ (–1)1+2 ∙

-3
40
D12 + 4 ∙ (– 1)1+3 ∙ D13 = 1 ∙ (– 1)2 ∙
Calculando assim o determinante dos elementos
restantes. 2 .5 - 3 + 3 ∙ (– 1)3 ∙
33
O raciocínio é análogo para os demais termos, por- 4 2
.6
00

tanto teremos: 5 - 3 + 4 ∙ (– 1)4 ∙


-0

1 2
1 5 = - 12, D = 1 -1 =6
os

D12 = 5 2
2 -2 13
2 4 =
nt

1 4
Sa

D21 = - 2 3 = - 8, D22 = 1 3 =-8


= 1 ∙ 1 ∙ (4 + 12) + 3 ∙ (– 1) ∙ (10 + 3) + 4 ∙ 1 ∙ (20 – 2) =
4 -2 2 -2
os

1 - 2 = 8, D = - 2 3 = 16 – 39 + 72 = 49
id

D23 = =-7
2 4 31
-1 5
ol

Observações: podemos utilizar Sarrus ou Laplace


ic

1 3 1 -2 =1 no cálculo do determinante de uma matriz qualquer,


N

D32 = = 2, D33 =
1 5 1 -1 os resultados obtidos serão os mesmos. Na utilização
io
ric

de Laplace, qualquer fila (linha ou coluna) escolhida


COMPLEMENTO ALGÉBRICO (COFATOR) produzirá o mesmo valor de determinante. De prefe-
au

rência, escolha sempre a fila com a maior quantidade


M

Consideremos uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja de elementos iguais a zero. Esse procedimento facilita
aij um elemento de M. Definimos complemento algé- os cálculos do determinante.
brico do elemento aij, e indicamos por Aij, como sendo
o número ( - 1)i + j . Dij PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES
Exemplo:

RS VW A definição de determinante e o teorema de Lapla-


SS1 -2 3W ce nos permitem fazer o cálculo de qualquer determi-
S1 WW nante, no entanto, é possível simplificar o cálculo com
Seja M = S SS
-1 5W W, então: a aplicação de certas propriedades. Vejamos:
S2 4 - 2W W
T X Matriz Transposta
A11 = (- 1)1+1 ∙ D11 = (- 1)2 ∙ - 1 5 = 1 ∙ (- 18) = – 18
4 -2 Se M é a matriz de ordem n e Mt sua transposta,
então det Mt = det M
A12 = (- 1)1+2 ∙ D12 = (- 1)3 ∙ 1 5 = (- 1) ∙ (- 12) = 12
Exemplo:
108 2 -2
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
e o , o det A = 14
Seja a Matriz: 4 -1
Se A =
RS V
0W
2 3
SS- 1 2 WW
M= S SS 3 4 - 6WWW , o det M = - 10 Se quiséssemos descobrir o determinante de 3 · A,
SS 2 1 - 2W W faríamos:
T X
det 3 · A = (3)2 · det A = 9 · 14 = 126
Logo,

RS V Troca de Filas Paralelas


SS- 1 3 2W
WW
M=S
t
SS 2 4 1WWW , e o det Mt = - 10 Seja M uma matriz de ordem n ≥ 2. Se trocarmos
SS 0 de posição duas filas paralelas, obteremos uma nova
-6 - 2WW matriz M’ tal que det M’ = - det M
T X Exemplo:
Fila Nula
RS W V
SS 1 - 1 2W
W
Se os elementos de uma fila (linha ou coluna) qual-
quer de uma matriz M de ordem n forem todos nulos, Seja M = S SS 0 3 4W
WW , o det M = 13
então det M = 0 SS- 3 5 1W
W
Seja: T X
RS V Se trocarmos de posição a primeira coluna com a
SS 3 - 1 4W
W segunda coluna, teremos:
W
M= S SS 0 0W
WW , o det de M = 0
0 RS W V
SS- 3 2W
W SS- 1 1 2W
5 WW
T X M’ = S SS 3 0 4W o det M’ = - 13
SS 5 WW
Multiplicação de uma Fila por uma Constante -3 1W
T X
Se multiplicarmos uma fila qualquer de uma
Portanto a conclusão que chegamos é que: det M’
matriz M de ordem n por um número k, o determi-
= - det M
nante da nova matriz M’ obtida será o produto de k

9
O raciocínio é análogo, caso fosse feita a troca de

-3
pelo determinante de M, isto é det M’ = k · det M
linhas paralelas.

40
Exemplo:
Seja:
.5
Filas Paralelas Iguais
33
RS V
.6

SS2 3W
WW
00

-1 Se uma matriz M de ordem n ≥ 2 tem duas filas


M= S 0W
-0

SS4 5 WW , o det M = - 28 paralelas formadas por elementos respectivamente


SS2 W iguais, então det M = 0.
os

-1 1W Exemplo:
T X
nt
Sa

RS V
Se multiplicarmos a primeira linha da matriz por
SS- 1 0 2W
W W
os

2, teremos:
Seja M = S SS 4 7W
WW , o det de M = 0
id

5
RS V SS- 1 W
6W 2W
ol

SS4 -1 WW T
0
X
ic

M’ = S SS4 0WWW , o det de M’ = - 56


N

5
SS2 W
io

-1 1W Pois a 1ª e 3ª linhas são iguais.


ric

T X
au

Filas Paralelas Proporcionais


M

Ou seja, det M’ = 2 . det M, o det de M’ = - 56, ou seja,


caso fosse multiplicada a primeira coluna da matriz M Se uma matriz de ordem n ≥ 2 tem duas filas para-
por 2, o determinante da nova matriz M’ seria o dobro lelas formadas por elementos respectivamente pro-
do det M. porcionais, então det M = 0.
Exemplo:
RS VW
SS4 -1 3W RS V
S8 WW SS 1 6W
W
MATEMÁTICA

2
M’ = S 5 0W WW , o det M’ = - 56 W
SS Seja M = S SS 3 -1 - 3W
WW , o det M = 0
S4 -1 1W S- 2
T X 4 12W
T X
Multiplicação da Matriz por uma Constante
Pois a 3ª coluna é a 2ª coluna multiplicada por 3.
Se A é uma matriz de ordem n, então det (ɑ · A) =
ɑn · det A
Exemplo: 109
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Combinação Linear de Filas Paralelas principal são todos iguais a zero) é dado pelo produto
dos elementos da diagonal principal.
Se uma matriz quadrada M, de ordem n, tem uma Exemplos:
linha (ou coluna) que é combinação linear de outras
linhas (ou colunas), então det M = 0 RS W V
Exemplos: SS- 3 0 0W
WW
Seja A = SS 1 2 0W
JK 1 SS W
- 2 - 1N
O S4 -5 - 1WW
KK OO
Seja M = K 7O
T X
KK 3 4 O , o det M = 0
O Como temos uma matriz triangular superior,
K- 5 2 - 3O ou seja, todos os elementos acima da diagonal prin-
L P cipal são nulos, logo o determinante de A será dado
Pois a 3ª coluna é a soma da 1ª coluna com a 2ª pelo produto dos elementos da diagonal principal da
coluna. matriz A.
Portanto: det A = ( - 3) · 2 · ( - 1) = 6
JK2 -3 NO RS V
KK OO -2 7 W
5
SS1 W W
Seja N = K 0O OO , o det N = 0 S
KK1 2W
4
K3 Seja B = S0 4 WW
- 10 10 O SS
L P S0 0 - 3WW
T X
Pois a 3ª linha é o dobro da 1ª linha menos a 2ª Como temos uma matriz triangular inferior, ou
linha. seja, todos os elementos acima da diagonal princi-
pal são nulos, logo o determinante de B será dado
Teorema de Binet pelo produto dos elementos da diagonal principal da
matriz B.
Se A e B são matrizes quadradas de ordem n, então Portanto: det B = 1 · 4 · ( - 3) = - 12
det (AB) = det A · det B
Exemplo:

e o , o det A = 5 SISTEMAS LINEARES


3 2
Seja A =

9
-1 1

-3
Equação Linear

40
.5
E
Denominamos equação linear toda equação do
33
tipo:
.6

e o , o det B = 3
-2 -7
00

B= a11x1 + a12x2 + a13x3 + . . . + a1nxn = c


-0

1 2
Onde: a1, a2, a3, . . . , xn: são coeficientes reais, não
os

todos nulos.
Logo, pelo Teorema de Binet, o det (A · B) = det A ·
nt

x1, x2, x3, . . . , xn: São as incógnitas.


det B = 5 · 3 = 15
Sa

c: é o termo independente.
Observação: decorre a seguinte relação do Teore-
os

Quando o termo independente é nulo, dizemos


ma de Binet:
que a equação linear é homogênea.
id

Exemplos:
ol

1
ic

det A–1 =
det A
N

z 4x + 3y - z = - 1
io

z 2x - y = 3
ric

Exemplo: z - 2x - y + 5z = 0 (Equação linear homogênea)


au

Seja:
Não são equações lineares as equações abaixo:
M

RS V
SS0 3 - 1W
W
W z x2 + y - z3 = 3
A= S SS2 -4 3WWW , o det A = 19 z xy - 5z = -7
SS1 2 - 3WW z x - 2y + √z = 3
T X
Sistema Linear
Logo,
Denominamos sistema linear o conjunto de duas
1 1
det A–1 = = ou mais equações lineares com n incógnitas.
det A 19 Exemplos:

Matriz Triangular

O determinante de uma matriz triangular (aque-


{ 4x - y = 2
x + 7y = 1

110 la cujos elementos acima ou abaixo da diagonal


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
{
Nesse caso, temos um sistema linear de duas incóg- x + 2y - 2z = - 5
nitas, sendo elas x e y. O 2 e o 1 são os termos indepen-
dentes desse sistema. 2x - 3y + z = 9

{
3x - y + 3z = 8
- 3x + 2y - z = - 1
x + y - 5z = 3 O sistema acima admite como solução a tripla
ordenada (1, -2, 1), pois substituindo essas coordena-
2x - 5y + 2z = 4 das em cada uma das equações lineares, temos:

{
Nesse caso, temos um sistema linear de três incóg-

{
nitas, sendo elas x, y e z. O -1, e o 4 são os termos inde- (1) +2 (- 2) - 2 (1) = - 5 1-4-2=-5
pendentes desse sistema. 2(1) - 3 (- 2) + (1) = 9 ⇒ 2+6+1=9
Um sistema linear de m equações com n incógni- 3+2+3=8
tas, indicado por m · n (lemos “m por n”), pode ser 3(1) - (- 2) + 3(1) = 8

{
representado por um conjunto de equações do tipo:
-5=-5

{
9=9
a11x1 + a12x2 + a13x3 + . . . + a1nxn = c1 Todas as sentenças são verdadeiras.
a21x1 + a22x2 + a23x3 + . . . + a2nxn = c2 8=8
S a31x1 + a32x2 + a33x3 + . . . + a3nxn = c3
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ SISTEMA LINEAR HOMOGÊNEO
am1x1 + am2x2 + am3x3 + . . . + amnxn = cm
Chamamos de sistema linear homogêneo aquele
que possui todos os termos independentes nulos, ou
Note que, pela definição do produto de matrizes,
seja, iguais a zero.
o sistema linear genérico acima pode ser escrito na
Exemplo:

][ ] [ ]
forma matricial da seguinte maneira:

[ {
x + y + 2z = 0
a11 a12 a13 ... a1n x1 c1
3x + 4y - z = 0
a21 a22 a23 ... a2n x2 c2
a31 a32 a33 ... a3n x3 = c3 2x + 3y - 3z = 0

9
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ ∙ ∙

-3
40
am1 am2 am3 ... amn xn cn Todo sistema linear homogêneo admite a solução
nula (0, 0, ..., 0), chamada de solução trivial. Além dessa
.5
33
um sistema linear homogêneo pode ter outras soluções.
Exemplos:
.6
00

Escrevendo na forma matricial os dois exemplos MÉTODOS PRÁTICOS PARA A RESOLUÇÃO DE UM


anteriores, temos:
-0

SISTEMA
os

{ x4x+ -7yy == 21 ⇒ [ 1 ] ∙ [ y ] = [1 ]
4 -1 x 2 Regra de Cramer
nt

7
Sa

Inicialmente, consideremos o seguinte sistema

{ [ ][][ ]
os

linear:
- 3x + 2y - z = - 1 -3 2 -1 x -1
id

{ aa xx ++ bb yy == cc

ol

x + y - 5z = 3 ⇒ 1 1 -5 y = 3 1 1 1
ic

2x - 5y + 2z = 4 2 -5 2 z 4 2 2 2
N
io
ric

SOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR


au

É a matriz incompleta do sistema c1 e c2, são os ter-


M

Seja uma sequência ou n-upla ordenada de núme-


ros reais (a1, a2, a3, . . . , an), a qual será solução de um mos independentes do sistema.
sistema linear S, se for a solução de todas as equações
lineares de S, ou seja: a1 b1
D=
a2 b2
a11a1 + a12a2 + a13a3 + . . . + a1nan = c1 (sentença verdadeira)
MATEMÁTICA

a21a1 + a22a2 + a23a3 + . . . + a2nan = c2 (sentença verdadeira) É o determinante da matriz incompleta do sistema.
a31a1 + a32a2 + a33a3 + . . . + a3nan = c3 (sentença verdadeira)
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ c1 b1
Dx =
am1a1 + am2a2 + am3a3 + . . . + amnan = cm (sentença verdadeira) c2 b2

Exemplo:
É o determinante da matriz obtida por meio da tro-
ca dos coeficientes de x, pelos termos independentes,
na matriz incompleta. 111
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Determinado
a1 c1
Dy =
a2 c2 Possível
Indeterminado
Sistema
É o determinante da matriz obtida por meio da tro-
ca dos coeficientes de y, pelos termos independentes,
na matriz incompleta. Impossível
O exemplo acima é análogo para qualquer sistema
linear n · n, portanto a regra de Cramer pode ser apli- Sistema Possível e Determinado
cada para resolver qualquer sistema linear n · n, onde
D ≠ 0. A solução será dada pelas seguintes razões: Um sistema será possível e determinado (SPD)
quando o determinante D da matriz incompleta for

( X1 =
D1
D
,X2 =
D2
D
,X3 =
D3
D
, . . . , xn =
Dn
D ) diferente de zero, ou seja, D ≠ 0.

Sistema Possível e Indeterminado

Exemplos: Um sistema será possível e indeterminado (SPI)


Vamos resolver os seguintes sistemas pela Regra quando o determinante D da matriz incompleta for
de Cramer: igual a zero (D = 0) e os determinantes das incógnitas
também: (D1 = D2 = D3 = ... = Dn = 0)
� { 3x2x- +4yy == -45 Sistema Impossível

D = 3 - 4 = 11, Dx = - 5 - 4 = 11, D = 3 - 5 = 22 Um sistema será impossível (SI) quando o determi-


2 1 4 1 2 4 nante D da matriz incompleta for igual a zero (D = 0) e
pelo menos um dos determinantes das incógnitas for
Portanto: diferente de zero.
Vamos classificar cada um dos sistemas lineares
abaixo:
Dx 11 Dy 22
x= = = 1, y = = = 22
D 11 D 11 � {4x2x -+y3y= =1 5

9
-3
Logo a solução do sistema é o par ordenado (1, 2)
D = 4 - 1 = 14

40
2 3

{ x - 2y + z = 0
.5
33
� 2x + y - 3z = - 5 Como D ≠ 0, o sistema é SPD
.6

4x - y - z = - 1

{
00

x + 2y - z = 1
-0

1 -2 1 0 -2 1 � 2x - 3y + 4z = 2
D = 2 1 - 3 = 10, Dx = - 5 1 - 3 = 10 3x - y + 3z = 3
os

4 -1 -1 -1 -1 -1
nt

1 2 -1
Sa

1 0 1 1 -2 0 D = 2 - 3 4 = 0,
Dy = 2 - 5 - 3 = 20, Dz = 2 1 - 5 = 30
os

3 -1 3
4 -1 -1 4 -1 -1
id

Como D = 0, o sistema não é SPD vamos verificar


ol

Portanto:
ic

se é SPI ou SI.
N
io

Dx 10 Dy 20 1 2 -1 1 1 -1 1 2 1
ric

x= = = 1, y = = =2 Dx = 2 - 3 4 = 0, Dy = 2 2 4 = 0, Dz = 2 - 3 2 = 0
au

D 10 D 10 3 -1 3 33 3 3 -1 3
M

Dz 30 Como D = 0, Dx = 0, Dy = 0 e Dz = 0, o sistema é SPI.


z= = =3

{
D 10 - 2x + y - 3z = 0
� x - y - 5z = 2
Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, 2, 3). 3x - 2y + 2z = - 3

CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS LINEARES -2 1 -3


D= 1 -1 -5 =0
Os sistemas lineares podem ser classificados con- 3 -2 -2
forme o esquema abaixo:
Como D = 0, o sistema não é SPD, vamos verificar
se é SPI ou SI.

112
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
0 1 -3 Obtendo z na 3ª equação:
Dx = 2 - 1 - 5 = 40
-3 -2 -2 4z = 4

Como Dx ≠ 0, o sistema é SI. Não é necessário ana- 4


lisar o determinante das incógnitas y e z, uma vez que z=
um deles já apresenta resultado diferente de zero. 4

z=1
ESCALONAMENTO DE SISTEMAS LINEARES
Obtendo y na 2ª equação:
Nem sempre a Regra de Cramer é um instrumento
Como z = 1, vamos substituir o seu valor na 2ª
prático para a resolução de sistemas lineares. Para a
equação e encontrar o y:
resolução de sistemas de três ou mais equações, pode-
mos fazer a solução de uma forma escalonada, ou seja,
- 7y + 5z = 19
vamos fazer o escalonamento do sistema. Um sistema
estará escalonado quando, de equação para equação, no - 7y + 5(1) = 19
sentido de cima para baixo, houver aumento dos coefi-
- 7y + 5 = 19
cientes nulos situados antes dos coeficientes não nulos.
Exemplos: - 7y = 19 - 5

{ {
- 7y = 14
x+y+z=3 x+y+z-t=6
S1 0x + y + z = 2 , S2 0x - y - 4z + 3t = - 13
14
0x + 0y + z = 1 0x + 0y + 12z - 6t = 20 y=
-7
Vejamos um exemplo prático de como resolver um
sistema linear por escalonamento: y=-2

{ 2x - 3y + z = 9 Obtendo x na 1º equação:
x + 2y - 2z = - 5 Como y = - 2 e z = 1, vamos substituir os seus valo-
3x - y + 3z = 8 res na 1ª equação e encontrar o x:

Primeiramente vamos trocar de posição a linha 2 x + 2y - 2z = - 5


com a linha 1, para que a incógnita x que possui o coe-

9
x + 2 (- 2) - 2(1) = - 5

-3
ficiente 1 fique na primeira linha.

40
x-4-2=-5

{ x + 2y - 2z = - 5
.5 x-6=-5
33
2x - 3y + z = 9
.6

3x - y + 3z = 8 x=-5+6
00

x=1
-0

Substituiremos a segunda linha por uma nova,


os

fazendo a seguinte operação:


Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, -2, 1).
nt

Exercite seus conhecimentos realizando os exercí-


Sa

z Vamos multiplicar a 1ª equação por (- 2) e adicio- cios que seguem.


nar o resultado a 2ª equação.
os

1. (ESAF — 2009) O determinante da matriz:


id

Substituiremos a terceira linha por uma nova,

[ ]
ol

fazendo a seguinte operação: 2 1 0


ic

B= a b c é:
N

z Vamos multiplicar a 1ª equação por (- 3) e adicio- 4+a 2+b c


io

nar o resultado a 3ª equação.


ric

a) 0

{
b) 2b - c
au

x + 2y - 2z = - 5 c) a + b + c
M

- 7y + 5z = 19 d) 6 + a + b + c
- 7y + 9z = 23
e) 2bc + c - a

Substituiremos a terceira linha por uma nova, A matriz B é uma matriz quadrada de ordem 3, para
fazendo a seguinte operação: calcular os seus determinantes, vamos utilizar a
Regra de Sarrus:
z Vamos multiplicar a 2ª equação por (- 1) e adicio-
MATEMÁTICA

nar o resultado a 3ª equação. 2 1 0 2 1


a b c a b

{
4+a 2+b c 4+a 2+b
x + 2y - 2z = - 5
- 7y + 5z = 19 Vamos fazer o produto das diagonais principais,
4z = 4 menos o produto das diagonais secundárias.

Com o sistema escalonado, podemos determinar 2 ∙ b ∙ c + 1 ∙ c ∙ (4 + a) + 0 ∙ a ∙ (2 + b) - [0 ∙ b ∙ (4 + a) +


os valores das incógnitas da seguinte forma: 2 ∙ c ∙ (2 + b) + 1 ∙ a ∙ c] = 2bc +4c + ac - [4c + 2bc + ac]
= 2bc + 4c + ac - 4c - 2bc - ac = 0 Resposta: Letra A. 113
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
{
2. (ESAF — 2012) Dada as matrizes:
a + 2c = 3

A=
2 3
1 3 ( ) eB=
2 4
1 3 ( ) b + 2d = - 2
-a-c=1
Calcule o determinante do produto AB: -b-d=4

a) 8 Trocando de posição a linha 2 com a linha 3, temos:

{
b) 12
c) 9 a + 2c = 3
d) 15 -a-c=1
e) 6
b + 2d = - 2
Pelo Teorema de Binet, temos que: o det (A ∙ B) = det -b-d=4
A ∙ det B
Calculando separadamente cada um dos determi- Vamos encontrar primeiramente os valores de a e
nantes, teremos: c, fazendo a soma da linha 1 com a linha 2, temos:
2 3 c=4
Det A = = 2 ∙ 3 - (3 ∙ 1) = 6 - 3 = 3
1 3
Substituindo c por 4 na primeira linha, temos:
2 4
Det B = =2∙3-4∙1=6-4=2 a + 2c = 3
1 3
a + 2 ∙ (4) = 3
Portanto o det (A ∙ B) = detA ∙ detB = 3 ∙ 2 = 6 Respos-
ta: Letra E. a+8=3
a=3-8
3. (CESGRANRIO — 2011) Considere a equação matricial
AX = B, a=-5
Para encontrar os valores de b e d, faremos a soma
Se A = ( -11 2
-1 ) e B = (31 -42 ) , então a matriz X é: da linha 3 com a linha 4, obtendo:
d=2
a) ( 2
2 ) -4
5
Substituindo d por 2 na linha 4, temos:

9
-3
-b-d=4
b) (
2 )
-5 -6

40
4 - b - (2) = 4

c) (
.5
-1 -4)
33
3 -1 -b-2=4
.6

-b=4+2
00

d) (
2 )
-5 -8
-0

3 -b=6
os

e) (
0 3)
4 0 b=-6
nt

( -45 -6
)
Sa

Portanto a matriz X será igual a:


2
os

Para encontrar a matriz X, vamos escreve-la como Resposta: Letra B.


id

uma matriz genérica, e substituir na equação indi-


ol

cada no enunciado: 4. (UNIRIO — 2009) Se o sistema:


ic

( 4 0
)
N

X= 3x + y = 18
0 3
io

{ 2x + my
ric

Substituindo as três matrizes conhecidas na equa- =k


au

ção inicial, temos:


M

A∙X=B Possui infinitas soluções, o produto k ∙ m, vale:

( -11 2
-1 ) ∙ (ac db ) = (13 -42 ) a) 8
b) 12
c) 15
Fazendo o produto entre as matrizes no primeiro
d) 18
membro, temos:
e) 20
( (- 1)1 ∙∙ aa ++ 2(- ∙1)c ∙ c (- 1)1 ∙∙ bb ++ 2(- ∙1)d ∙ d ) = (13 -42 ) Se o sistema possui infinitas soluções, ele é um siste-

(a- a+ -2cc b- b+ -2dd ) = (31 -42 )


ma possível indeterminado (SPI). Pela regra de Cra-
mer um sistema linear 2×2 será SPI, se e somente se,
D = 0, Dx = 0 e Dy = 0.
Pela igualdade de matrizes geraremos o seguinte
sistema linear: Para encontrar o valor de m vamos calcular o deter-
minante da matriz incompleta, igualando o mesmo
a zero, teremos, portanto:
114
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3 1 Logo D = 17
=0
2 m
Fazendo Dx, temos:
3∙m-2∙1=0
0 5 1
3m - 2 = 0 Dx = 1 1 -2
-1 3 -4
3m = 2
2 0 5 1 0 5
m= Dx = 1 1 - 2 1 1 = 0 ∙ 1 ∙ (- 4) + 5 ∙ (- 2) ∙ (- 1)
3 -1 3 -4 -1 3
Para encontrar o valor de k, basta calcular o determi- + 1 ∙ 1 ∙ 3 - [1 ∙ 1 ∙ (- 1) + 0 ∙ (- 2) ∙ 3 + 5 ∙ 1 ∙ (- 4)]
nante em relação a uma das duas incógnitas, já que
descobrimos o valor de m, porém para facilitar os Dx = 10 + 3 - (- 1 - 20) = 13 - (- 21) = 13 + 21 = 34
cálculos vamos calcular o determinante em relação Logo Dx = 34
a y, igualando o mesmo a zero, teremos o seguinte:
Fazendo:
3 18
=0 Dx 34
2 k x= = = 2, portanto x = 2. Resposta: Letra B.
D 17
3 ∙ k - 2 ∙ 18 = 0
3k - 36 = 0
3k = 36
36
SEQUÊNCIAS
k=
3 SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS
k = 12
Esse tema é cobrado de uma maneira que pode
Não se esqueça que o exercício não pede os valores parecer como também pode ser complicado. Desco-
de m e k, mas sim o produto entre eles. Fazendo o brir a lei de formação ou padrão da sequência é o seu
produto entre m e k, teremos: principal objetivo, pois nas questões sobre sequên-
2 24 cias/raciocínio sequencial, você será apresentado a
m∙k= ∙ 12 = =8 um conjunto de dados dispostos de acordo com algu-
3 3
ma “regra” implícita, alguma lógica de formação. O

9
Resposta: Letra A. desafio é exatamente descobrir essa “regra” para,

-3
com isso, encontrar outros termos daquela mesma

40
5. (CESGRANRIO — 2011) Considere o sistema a seguir: sequência.
Veja o exemplo abaixo: .5
33

{ x + 5y + z = 0
.6

4x + y - 2z = 1 2, 4, 6, 8,...
00

7x + 3y - 4z = - 1
-0

A primeira pergunta que podemos fazer para


os

Nesse sistema o valor de x é: achar a lei de formação é: os números estão aumen-


nt

tando ou diminuindo?
Sa

a) 3 Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as


b) 2 operações de soma ou multiplicação entre os termos.
os

c) 1 Veja no exemplo colocado acima: 2, 4, 6, 8,.. Do primei-


id

d) 0 ro termo para o segundo, somamos o número dois e


ol

e) -1 depois repetimos isso.


ic
N

O exercício pede somente o valor da incógnita x,


io

2+2=4
ric

portanto podemos utilizar a regra de Cramer, para


encontrar o seu valor. Pela regra de Cramer, sabe- 4+2=6
au

mos que: 6+2=8


M

D
x= x Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
D
pois 8+2 = 10.
Calculando os respectivos determinantes pela regra Caso os números estejam diminuindo, você pode
de Sarrus, teremos: buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
entre os termos.
1 5 1
MATEMÁTICA

D= 4 1 -2 Agora, observe essa outra sequência:


7 3 -4
2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
1 5 1 1 5
D= 4 1 - 2 4 1 = 1 ∙ 1 ∙ (- 4) + 5 ∙ (- 2) ∙ 7 + 1 ∙ 4 ∙ Qual é o seu próximo termo? Vários alunos ten-
7 3 -4 7 3
dem a dizer que o próximo termo é o 15, mesmo ten-
3 - [1 ∙ 1 ∙ 7 + 1 ∙ (- 2) ∙ 3 + 5 ∙ 4 ∙ (- 4)] do percebido que o 9 não está na sequência. A nossa
tendência é relevar esse “probleminha” e marcar logo
D = - 4 - 7 + 12 - (7 - 6 - 80) = - 62 - (- 79) = - 62 + 79 = 17 o valor 15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão
115
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encontrado deve ser capaz de explicar toda a sequên- z O termo que buscamos é o da décima posição, isto
cia! Nesse caso, estamos diante dos números primos! é, a10;
Sim, aqueles números que só podem ser divididos por z A razão da PA é 2, portanto r = 2;
eles mesmos ou então pelo número 1. No caso, o pró- z O termo inicial é 1, logo a1 = 1;
ximo seria o 17, e não o 15. A propósito, os próximos z n, ou seja, a posição que queremos é a de número
números primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37... 10: n = 10.

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS ALTERNADAS Logo,

É bem comum aparecerem questões que envolvem an = a1 + (n– 1)r


uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
a10 = 1 + (10 – 1)2
Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
te exemplo: a10 = 1 + 2 × 9
a10 = 1 + 18
2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
a10 = 19
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos
dizer que temos uma sequência que, de um número Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
para outro, devemos somar 2 unidades e também sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
podemos notar que temos a sequência que, de um podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
número para o outro, basta somar 5 unidades, elas posição 200 é:
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,... an = a1 + (n – 1)r
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ...
a200 = 1 + (200 – 1)2
a200 = 1 + 2 × 199
a200 = 1 + 398
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E
a200 = 399
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PA
PROGRESSÃO ARITMÉTICA

9
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos

-3
Uma progressão aritmética é aquela em que os “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:

40
termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons-
tante, normalmente representada pela letra r.
.5 n # (a1 + an)
33
Sn =
2
.6

z Termo inicial: valor do primeiro número que


00

compõe a sequência;
Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
-0

z Razão: regra que permite, a partir de um termo,


lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
obter o seguinte.
os

que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.


nt

Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, nes-


Observe o exemplo abaixo:
Sa

te caso, o termo a7, que observando na sequência é o


número 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula,
os

{1,3,5,7,9,11,13, ...} temos:


id
ol

Veja que 1+2=3, 3+2=5, 5+2=7, 7+2=9 e assim sucessi- n # (a1 + an)
ic

vamente. Temos um exemplo nítido de uma Progressão Sn =


N

2
Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e termo
io

inicial igual a 1. Em questões envolvendo progressões


ric

7 # (1 + 13)
aritméticas, é importante você saber obter o termo S7 =
au

2
geral e a soma dos termos, conforme veremos a seguir.
M

7 # 14
Termo Geral da PA S7 =
2
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei- 98
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer S7 = = 49
2
outro termo. Temos a seguinte fórmula:
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
an = a1 + (n-1)r
z PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
crescente.
“n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
a posição do termo na PA.
Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3;
o termo de posição 10. Já temos as informações que
precisamos: {1,3,5,7,9,11, 13, ...} z PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem
116 decrescente.
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Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1; an= a1 + (n-1).r
Achando a1:
z PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão a1 = a1 + (1-1).r
iguais. a1 = a1
Colocando a2 em função de a1:
Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0. a2= a1+ (2-1)r
a2 = a1 + r
Colocando a3 em função de a1:
Dica a3= a1+ (3-1)r
PA crescente: se r > 0; a3 = a1 + 2r
PA decrescente: se r < 0; Colocando a4 em função de a1:
a4 = a1 + (4-1)r
PA constante: se r = 0.
a4 = a1 + 3r
Substituindo na fórmula da média aritmética:
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o (a1 + a2 + a3 + a4 )/4 = 310
segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé- (a1+ a1 + r + a1 + 2r + a1 + 3r) / 4 = 310
tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja: 4 a1 + 6r = 310 . 4
4 a1 + 6. (-24) = 1240
PA (a1, a2, a3)  a2 = (a1 + a3)/2 4 a1 - 144 = 1240
PA (2, 4, 6)  4 = (2+6)/2  4 = 4. a1 = 346
Encontrando a4:
a4= 346 + (4-1).r
Abaixo, analise os exercícios que seguem para pra-
a4= 346 + 3r
ticar seus conhecimentos. a4= 346 + 3. (-24)
a4 = 274. Resposta: Letra D.
1. (IBFC — 2015) O total de múltiplos de 4 existentes
entre os números 23 e 125 é: 3. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em cada item a seguir é
apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
a) 25. assertiva a ser julgada, a respeito de modelos lineares,
b) 26. modelos periódicos e geometria dos sólidos.
c) 27. Manoel, candidato ao cargo de soldado combatente,
d) 28. considerado apto na avaliação médica das condições
e) 24. de saúde física e mental, foi convocado para o teste
de aptidão física, em que uma das provas consiste em

9
O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o último uma corrida de 2.000 metros em até 11 minutos. Como

-3
Manoel não é atleta profissional, ele planeja completar

40
é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma PA de
razão igual a 4. Então, temos as seguintes informações: o percurso no tempo máximo exato, aumentando de
.5
uma quantidade constante, a cada minuto, a distância
33
a1 = 24
percorrida no minuto anterior.
.6

an = 124
00

r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para Nesse caso, se Manoel, seguindo seu plano, correr 125
metros no primeiro minuto e aumentar de 11 metros a
-0

obter os múltiplos).
Substituindo na fórmula do termo geral, vamos distância percorrida em cada minuto anterior, ele com-
os

encontrar a quantidade de elementos (múltiplos): pletará o percurso no tempo regulamentar.


nt

an = a1 + (n-1)r
Sa

124 = 24 + (n – 1)4 ( ) CERTO  ( ) ERRADO


124 = 24 + 4n – 4
os

124 – 24 + 4 = 4n Veja que no primeiro minuto ele percorre 125


id

104 = 4n metros, no segundo 125 + 11 = 136 metros, no ter-


ol

n = 26. Resposta: Letra B. ceiro 125 + 2×11 = 147 metros, e assim por diante.
ic
N

Estamos diante de uma progressão aritmética (PA)


2. (FCC — 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em
io

de termo inicial a1 = 125 e razão r = 11. O décimo


4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá
ric

primeiro termo (correspondente ao 11º minuto) é:


em cada dia será diferente e formará uma progressão
au

an= a1 + (n-1).r
aritmética de razão igual a − 24. A média de quilôme-
M

tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km. a11 = 125 + (11 – 1).11
Desse modo, é correto concluir que o número de quilô- a11 = 125 + 110 = 235 metros
metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último
dia de viagem será igual a: A soma das distâncias percorridas nos 11 primeiros
minutos é dada pela fórmula da soma dos termos
a) 334. da PA:
b) 280.
MATEMÁTICA

n # (a1 + an)
c) 322. Sn =
d) 274. 2
e) 310. 11 # (125 + 235)
S11 =
2
Primeiro devemos achar o a1, para depois acharmos
o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para 11 # 360
S11 =
podermos substituir na média. Usando a fórmula 2
do termo geral:
S11 = 180 · 11
r = -24 117
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
S11 = 1.980 A fórmula a seguir nos permite obter qualquer
termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do
A distância total percorrida é menor do que 2.000
primeiro termo (a1) e da razão (q):
metros. Logo, Manoel não completará o percurso no
tempo regulamentar de 11 minutos. Resposta: Errado.
an = a1 × qn-1
4. (FCC — 2017) Em um experimento, uma planta recebe
No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode
a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia recebi-
ser encontrado assim:
do no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374 gotas
de água, no 1° dia do experimento ela recebeu:
{2, 4, 8, 16, 32...}
a) 64 gotas. a5 = 2 × 25-1
b) 49 gotas.
a5 = 2 × 24
c) 59 gotas.
d) 44 gotas. a5 = 2 × 16
e) 54 gotas.
a5 = 32
Já sabemos que a razão é r = 5 e que o a65 = 374,
então, o a1 é dado por: Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PG
a65= a1 + (n-1).r
374 = a1 + (65-1)5 A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
374 = a1 + 64 x 5 primeiros termos da progressão geométrica:
374 = a1 + 320
n
a1 = 54 gotas. a1 # (q - 1)
Resposta: Letra E. Sn =
q-1

5. (CEBRASPE-CESPE — 2014) Em determinado colégio,


Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
todos os 215 alunos estiveram presentes no primeiro
soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
dia de aula; no segundo dia letivo, 2 alunos faltaram;
16, 32...}
no terceiro dia, 4 alunos faltaram; no quarto dia, 6 alu- 4
nos faltaram, e assim sucessivamente. 2 # (2 - 1)
S4 =
Com base nessas informações, julgue os próximos 2-1
itens, sabendo que o número de alunos presentes às

9
aulas não pode ser negativo. 2 # (16 - 1)

-3
S4 =
No vigésimo quinto dia de aula, faltaram 50 alunos.

40
1

.5
S4 =
2 # 15
33
( ) CERTO  ( ) ERRADO 1
.6
00

P.A. (215, 213, 211, 209,..., a25) S4 = 30


-0

Termo Geral da P.A.


an= a1 + (n-1).r Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão
os

a25 = 215 + (25-1) · (-2) Geométrica


nt

a25 = 215 + (24· -2)


Sa

a25 = 215 - 48 Suponha que você corra 1000 metros, depois,


os

a25 = 167 alunos você corra 500 metros, depois, você corra 250 metros
Logo, 215 - 167 = 48 alunos ausentes. e, depois, 125 metros – sempre metade do que você
id

Resposta: Errado. correu anteriormente. Quanto você correrá no total?


ol

Observe que o que temos é exatamente uma progres-


ic
N

PROGRESSÃO GEOMÉTRICA são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente.


io

Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <


ric

Observe a sequência a seguir: 1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto


au

maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por-


tanto, substituindo, teremos:
M

{2, 4, 8, 16, 32...}

Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2. a1 # (0 - 1)


S∞ =
Esse é um exemplo típico de Progressão Geométrica, q-1
ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti-
do a partir da multiplicação do anterior por um mes- a1
mo número, o que chamamos de razão da progressão S∞ =
1-q
geométrica. A razão é simbolizada pela letra q.
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de Dica
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral
e a soma dos termos. Em uma progressão geométrica, o quadrado do
termo do meio é igual ao produto dos extremos.
Termo Geral da PG {a1, a2, a3}  (a2)2 = a1 × a3
Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
82 = 4 × 16
118
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64 = 64. 4. (FUNDATEC — 2019) A sequência (x-120; x; x+600) for-
ma uma progressão geométrica. O valor de x é:
Exercite seus conhecimentos realizando os exercí-
cios que seguem. a) 40.
b) 120.
1. (FUMARC — 2018) Se a sequência numérica repre- c) 150.
sentada por (6, a2, a3, a4, a5,192) é uma Progressão d) 200.
Geométrica crescente de razão igual a q, então, é COR- e) 250.
RETO afirmar que o valor de q é igual a:
Em uma progressão geométrica, o quadrado do ter-
a) 2. mo do meio é igual ao produto dos extremos. Logo:
b) 3. x2 = (x-120) × (x+600)
c) 4. x2 = x2 + 600x – 120x -72000
d) 8. x2 - x2 = 480x – 72000
480x = 72000
Vamos substituir os valores que já temos na fórmu- x = 72000/480
la geral da PG para acharmos a razão: x = 150
an = a1 × qn-1 Resposta: Letra C.
a6 = a1 × q6-1
5. (IESES — 2019) Em uma progressão geométrica de
192 = 6 × q5 razão r = 3 a soma dos 5 primeiros termos é igual a 968.
Então, o primeiro termo dessa progressão é:
192/6 = q5
32 = q5 a) Maior que 18.
5 b) Maior que 15 e menor que 18.
q= 32
c) Maior que 12 e menor que 15.
q=2 d) Maior que 9 e menor que 12.
e) Menor que 9.
Resposta: Letra A.
Vamos usar a fórmula da soma da PG:
2. (IBFC — 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G.
(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo n
a1 # (q - 1)
12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a: Sn =
q-1

9
a) 324.

-3
n
a1 # (3 - 1)

40
b) 36. 968 =
c) 108. 3-1
.5
33
d) 216.
a1 # (243 - 1)
.6

968 =
2
00

Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto


-0

termo, devemos usar a fórmula do termo geral da 1936 = 242a1


PG. Veja:
os

a4 = a2 × q4-2 a1 = 1936 / 242


nt

a4 = 12 × 32
a1 = 8
Sa

a4 = 12 × 9
a4 = 108 Resposta: Letra E.
os

Resposta: letra C.
id
ol

3. (IDECAN — 2014) Observe a progressão geométrica


ic

(P.G.) e assinale o valor de y. HORA DE PRATICAR!


N
io
ric

P.G. = (y + 30; y; y – 60) 1. (CESGRANRIO — 2022) Sejam a, b e c números reais


tais que a ≠ 0 e a < b < c.
au

a) +30.
M

b) +60. É necessariamente verdadeiro que


c) –30.
d) –60. a) a . b < b . c
e) –90. b) b - a < c - b

Em uma progressão geométrica, o quadrado do ter- b c


c) <
MATEMÁTICA

mo do meio é igual ao produto dos extremos. Logo: a a


y² = (y + 30) × (y - 60) d) a . b < a . c
y² = y² -60y +30y -1800 e) a + b < a + c
y² - y² +60y -30y = -1800
30y = -1800 2. (CESGRANRIO — 2022)
y = -1800/30
y = -60 M = 6,6666... é uma dízima periódica de período 6;
Resposta: Letra D. N = 2,3333... é uma dízima periódica de período 3.

119
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Dividindo M por N, encontra-se o mesmo resultado 7. (CESGRANRIO — 2022) Todo ano, os organizadores de
que dividindo uma festa encomendam copos de 300 mL em formato
de prisma regular hexagonal reto. Para a festa do pró-
a) 20 por 7 ximo ano, os organizadores pediram que a fábrica tam-
b) 65 por 23 bém confeccionasse copos de 500 mL, mantendo o
c) 29 por 9 mesmo formato e a mesma proporção do copo de 300
d) 66 por 23 mL, ou seja, os dois copos devem ser semelhantes.
e) 37 por 13

3. (CESGRANRIO — 2022) Em certa escola técnica, cada


estudante só pode fazer um curso de cada vez. Do
total de estudantes, 1/4 cursa enfermagem, e 1/6 dos
restantes cursa eletrônica. Além desses estudantes
de enfermagem e de eletrônica, a escola possui 350
estudantes em outros cursos.

Sendo X o total de estudantes dessa escola, qual é a


soma dos algarismos de X? 300ml 500ml

a) 11 Desprezando-se a espessura do material do copo, qual


b) 12 deve ser a razão entre o lado do hexágono da base do
c) 13 copo de 500 mL e do copo de 300 mL?
d) 14
e) 15 3
a)
5
4. (CESGRANRIO — 2022) Sejam x1, x2 e x3 números b)
5
reais. 3
15
A média aritmética desses três números é maior que c)
3
zero se, e apenas se, 3
15
d)
a) x2 > 0 3
b) x1 + x2 + x3 > 0 3

9
45
e)

-3
c) x1 > 0 ; x2 > 0 ; x3 > 0 3

40
d) x1 . x2 . x3 > 0

.5
e) xi < 0 para, no máximo, um valor de i entre 1, 2 e 3 8. (CESGRANRIO — 2022) Uma bomba d’água esvazia
33
uma piscina em 10 horas.
.6

5. (CESGRANRIO — 2022) Em outubro de 2021, segundo


00

dados do Banco Central, os saques nas cadernetas de Se a vazão promovida pela bomba fosse 25% maior,
-0

poupança superaram os depósitos em cerca de R$7,4 em quanto tempo ela esvaziaria a piscina?
bilhões. Foram R$278 bilhões em depósitos e R$285,4
os

bilhões em saques, aproximadamente, no período. a) 8h


nt

b) 7h30min
Sa

Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/ noticia c) 6h


os

/2021/11/05/saques-na-poupanca-superam-depositos-em- -r-743- d) 5h
bilhoes-em-outubro.ghtml>. Acesso em: 12 nov. 21. Adaptado.
id

e) 2h30min
ol

Tomando-se como base o valor total dos depósitos,


ic

9. (CESGRANRIO — 2021) André, Bianca e Carol preci-


N

a diferença percentual entre os totais de retirada e de sam pintar um painel de 50m2. Para pintar 1m2, André
io

depósitos, no mês de outubro de 2021, gasta 12 minutos, Bianca gasta 20 minutos, e Carol, 15
ric

minutos.
au

a) foi de menos de 2%.


b) ficou entre 2% e 8%.
M

Supondo-se que os três pintaram, juntos, o mesmo


c) ficou entre 8% e 14%. painel, sem fazer pausas e a velocidades constan-
d) ficou entre 14% e 20%. tes, quanto tempo eles levaram para a conclusão da
e) foi superior a 20%. tarefa?

6. (CESGRANRIO — 2022) Na tentativa de atrair clientela, a) 3h 40min


um hotel passou a cobrar por 4 diárias o mesmo valor b) 4h 10min
que cobrava por 3 diárias, o que implica um desconto, c) 5h 50min
no preço da diária, de d) 6h
e) 6h 20min
a) 20%
b) 25% 10. (CESGRANRIO — 2022) Enchentes trazem tragédias
c) 30% não somente às pessoas, mas também aos ani-
d) 33% mais. Um abrigo de gatos gastava, em 30 dias, 72
e) 75% kg de ração, alimentando igualmente seus 28 gatos.
120 Porém, recebeu mais alguns novos gatos, vítimas de
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enchente. Com esse acréscimo no número de animais a) S = 0,72v + 3600
e adotando a recomendação de um veterinário para b) S = 0,36v + 4500
aumentar em 40% a quantidade de ração para cada c) S = 0,36v + 1600
gato, 24 kg de ração passaram a ser suficientes para d) S = 0,036v + 1600
apenas 5 dias. e) S = 0,072v + 3600

Quantos novos gatos o abrigo recebeu? 14. (CESGRANRIO — 2021) Para os seis primeiros meses
de um investimento, a evolução, em milhares de reais,
a) 6 de um certo investimento de R$ 3.000,00 é expressa
b) 8 1
pela fórmula M(x) = — (x — 4)2 + 7 , onde M(x) indi-
c) 9 4
d) 12 ca quantos milhares de reais a pessoa poderá retirar
e) 15 após x meses desse investimento. Um cliente pretende
deixaresse investimento por seis meses.
11. (CESGRANRIO — 2021) Um escriturário mantém um
desempenho de preencher 30 relatórios por hora e faz Nesse caso, de quanto será a sua perda, em reais, em
uma pausa de 10 minutos às 13h. Durante a pausa, relação ao máximo que ele poderia ter retirado?
seu chefe pergunta a que horas receberá todos os rela-
tórios preenchidos.
a) 1.000
b) 3.000
Se falta apenas 1 relatório e meio, e o escriturário pre- c) 4.000
tende manter seu desempenho, a partir de que horas o d) 5.000
chefe pode contar com todos os relatórios preenchidos? e) 6.000
a) 13h02min 15. (CESGRANRIO — 2021) Uma loja vende um produto em
b) 13h03min dois tipos de embalagem: unitária (com uma unidade do
c) 13h10min produto) e dupla (com duas unidades do produto). Em
d) 13h12min certo mês, foram vendidas 16 embalagens duplas e 20
e) 13h13min unitárias, gerando uma receita para a loja de R$ 488,00.
No mês seguinte, foram vendidas 30 embalagens duplas
12. (CESGRANRIO — 2021) Um garçom ganha um salário e 25 unitárias, gerando uma receita de R$ 790,00.
fixo por mês mais gorjetas diárias. Como regra, ele se
propôs a cada dia do mês guardar um pouco do que Qual foi a porcentagem do desconto dado em cada uni-

9
-3
ganha de gorjetas para fazer uma reserva financeira, dade do produto ao se comprar a embalagem dupla?

40
que é depositada no banco ao fim do dia 30, exceto em

.5
fevereiro. No dia 1, ele guarda R$ 1,00; no dia 2, guarda
a) 5%
33
R$ 2,00; no dia 3, R$ 3,00, e assim, sucessivamente,
b) 8%
.6

até que no dia 30, ele junta R$ 30,00 ao que vinha guar-
c) 10%
00

dando e faz o depósito. Em um determinado mês de


d) 12%
-0

30 dias, ele precisou gastar tudo que havia juntado até


e) 15%
o fim do dia 15, mas quis repor esse gasto. Para isso,
os

guardou do dia 16 até o dia 30 um valor fixo de x reais


nt

16. (CESGRANRIO — 2021) Um banco tem agências em


por dia, de modo que, no fim do mês, depositou a mes-
Sa

três regiões do país. Em cada região, trabalha-se com


ma quantia que vinha depositando todos os meses,
a comercialização de três segmentos: seguros (X),
os

exceto em fevereiro.
previdência (Y) e consórcios (Z). Cada equação linear
id

que compõe o sistema abaixo representa a capaci-


ol

Qual é o valor de x?
dade de uma regional produzir valor agregado para o
ic

banco, em cada segmento de atuação (lado esquer-


N

a) 20 do das equações), visando ao alcance das metas de


io

b) 23 lucro operacional em milhares de reais (lado direito


ric

c) 25 das equações).
au

d) 27
M

e) 31
2x + 5y + 4z = 690 região Sul
5x + 2y + 4z = 720 região Sudeste
13. (CESGRANRIO — 2022) O salário líquido (S), em reais,
3x + 3y + 2z = 540 região Norte
de um determinado profissional é o salário bruto menos
os descontos. O salário bruto é a soma de uma parce-
la fixa, igual a R$5.000,00, com uma parcela variável (a De acordo com esses dados, verifica-se que a contri-
comissão) que é sempre igual a 5% do valor total de buição de um dado segmento que atinge exatamente
MATEMÁTICA

suas vendas (v), em reais. Ele desconta um total de 10% a meta de sua região é de
para previdência, sobre o valor total do salário bruto
e paga (desconta) 20% de Imposto de Renda sobre a a) R$160.000,00 no segmento seguros, na região Sul
diferença entre o salário bruto e a previdência. Ele ainda b) R$400.000,00 no segmento previdência, na região Sudeste
desconta R$ 2.000,00 de plano de saúde. c) R$180.000,00 no segmento consórcio, na região Norte
O salário líquido S, em função do valor total vendido v, d) R$90.000,00 no segmento seguros, na região Norte
em reais, pode ser, algebricamente, expresso por: e) R$180.000,00 no segmento previdência, na região Sul

121
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17. (CESGRANRIO — 2021) Um estudante precisa fazer p+m
um trabalho escolar em seu aparelho de telefone celu- a)
2
lar. Para isso, usará dois aplicativos, A e B, um de cada p—m
vez. Ele sabe que a bateria do seu aparelho, estando b)
2
com carga total, é suficiente para até 4 horas de uso c) p + 2m
do aplicativo A e sabe também que, com carga total, d) 2p - m
a bateria é suficiente para até 1 hora e 20 minutos de e) 2m - 2p
uso do aplicativo B. Após se certificar de que a bateria
de seu aparelho estava com carga total, deu início ao
trabalho com o uso do aplicativo A. Depois de algum 9 GABARITO
tempo, ele interrompeu o uso desse aplicativo e, ime-
diatamente, iniciou o uso do aplicativo B, até a bateria 1 E
descarregar completamente, 3 horas depois do início
do trabalho. 2 A
Por quanto tempo o estudante usou o aplicativo A?
3 A
a) 2h 10min 4 B
b) 2h 15min
c) 2h 20min 5 B
d) 2h 30min
6 B
e) 2h 50min
7 E
18. (CESGRANRIO — 2022) Considere a seguinte proposição:
8 A
Se Maria é advogada, então Joana é engenheira ou
9 B
médica.
10 D
A proposição acima se equivale logicamente à proposição
11 E
a) Se Maria não é advogada, então Joana não é enge-
12 E
nheira, ou não é médica.
b) Se Maria não é advogada, então Joana não é enge- 13 D
nheira, nem médica.

9
c) Se Joana não é engenheira, nem médica, então Maria 14 A

-3
40
não é advogada.
15 C
.5
d) Se Joana é engenheira ou médica, então Maria é 33
advogada. 16 A
.6

e) Maria é advogada, mas Joana não é engenheira e


00

médica. 17 D
-0

18 C
19. (CESGRANRIO — 2022) Considere como verdadeiras
os

as seguintes sentenças: 19 E
nt
Sa

I - Todo orgulhoso julga. 20 D


os

II - Eletricista não julga.


id

III - Chico é orgulhoso.


ol
ic

É correto concluir que


N

ANOTAÇÕES
io

a) existe eletricista orgulhoso.


ric

b) quem julga é orgulhoso.


au

c) quem não julga é orgulhoso.


M

d) Chico não julga.


e) Chico não é eletricista.

20. (CESGRANRIO — 2021) A sequência de Fibonacci é


bastante utilizada para exemplificar sequências defi-
nidas por recorrência, ou seja, sequências em que se
pode determinar um termo a partir do conhecimento
de termos anteriores. No caso da sequência de Fibo-
nacci, escreve-se que Tn+2 = Tn+1 + Tn os dois termos
anteriores.

Considerando o exposto acima, determine o termo


T2021 da sequência de Fibonacci, sabendo que T2018
= m e T2020 = p.

122
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FINTECHS, STARTUPS E BIG TECHS

Relação entre Bancos Digitais e FinTechs ou


Startups

ATUALIDADES DO Fintechs são as startups que criam inovações no


setor financeiro, baseados em tecnologia. Elas têm
MERCADO FINANCEIRO sido uma aposta dos bancos tradicionais para acele-
rar a inovação tecnológica e se inserir na era digital.
Os bancos beneficiam-se da interação com essas
empresas disruptivas pela facilidade e agilidade na
criação e aprimoramento de produtos e serviços.
OS BANCOS NA ERA DIGITAL: Enquanto as FinTechs veem nessa parceria, uma
ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E maneira de validar o negócio, receber investimentos
e ganhar experiência.
DESAFIOS Além disso, os bancos possuem uma base ampla,
consolidada e crescente de clientes e oferecem estabi-
HOME/OFFICE BANKING, REMOTE BANKING, lidade, confiança e experiência em atender à regula-
BANCO VIRTUAL mentação do Sistema Financeiro Nacional.
No Brasil, diversas instituições financeiras têm
A ligação entre o computador do cliente e o com- promovido programas que dialogam com as FinTechs.
putador do banco, é o que basicamente se define como O Bradesco, por exemplo, criou em 2014 o programa
Home Banking. InovaBra, que promove a interação do banco com
Para que houvesse uma redução de custos de inter- startups com potencial de desenvolvimento de negó-
mediação financeira, os bancos concluíram que havia cios e produtos relacionados a serviços financeiros.
necessidade de reduzir o trânsito e a fila de clientes Dentro desse ecossistema, foi criado, em 2017, o Ino-
nas agências. vaBra habitat, do qual a Simply é uma das empresas
Esse é o motivo para o aprimoramento dos Bancos participantes. Um espaço onde empresas, startups,
24 horas, onde se dá o atendimento remoto – fora das investidores, mentores e empreendedores geram
agências – da clientela. novos negócios e buscam soluções inovadoras com
Esse tipo de atendimento se utiliza da rede ban- base no networking e na colaboração.
co 24 horas (saques, depósitos, pagamento de con- Outro exemplo dessa interação é o Cubo, um espa-
tas, solicitação de entrega de talões de cheques etc.), ço de coworking lançado pelo Itaú em parceria com
empresas tipo balcão eletrônico, cartões magnéticos

9
a Redpoint, localizado na zona sul de São Paulo. Ele

-3
em redes de postos de gasolina, redes de lojas. comporta e apoia até cinquenta startups, sendo seis

40
Pode-se, então, obter uma integração dos requisi- delas, FinTechs.
tos de conveniência, segurança, eficácia e relaciona- .5
O banco digital representa uma evolução na for-
33
mento, exigidos pelo conceito de remote bank. ma de se relacionar com o cliente tendo como base
.6

A segurança na transmissão de dados é garan- a inovação tecnológica. Ou seja, busca uma relação
00

tia pelo perfil que o banco, concede por meio de mais personalizada e próxima do consumidor a fim
-0

uma palavra-chave-password que limita o acesso às de atender uma nova geração de clientes mais exigen-
os

informações. tes e conectados.


nt

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ Fonte: http://blog.simply.com.br/banco-digital-desafio-setor-


Sa

contabilidade/remote-banking-(banco-virtual)/24984 financeiro/
os

INTERNET BANKING Startup


id
ol

Banco Digital Startup significa o ato de começar algo, normal-


ic

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


mente relacionado com companhias e empresas que
N

Muito além de oferecer serviços por internet ban- estão no início de suas atividades e que buscam explo-
io

king ou aplicativos que auxiliem clientes a realizar rar atividades inovadoras no mercado.
ric

suas transações financeiras, o banco digital se carac- Empresas startup são jovens e buscam a inovação
au

teriza por apresentar uma proposta de valor onde a em qualquer área ou ramo de atividade, procurando
M

maioria dos seus produtos e serviços sejam oferecidos desenvolver um modelo de negócio escalável e que
de forma digital. seja repetível.
É um modelo operacional com infraestrutura Um modelo de negócio é a forma como a empre-
capaz de responder às interações de seus clientes em sa gera valor para os clientes. Um modelo escalável
tempo real e criar uma cultura que se adeque às ino- e repetível significa que, com o mesmo modelo eco-
vações tecnológicas de forma ágil. nômico, a empresa vai atingir um grande número de
De acordo com a pesquisa FEBRABAN de tec- clientes e gerar lucros em pouco tempo, sem haver um
nologia bancária 2014, o Banco digital possui um aumento significativo dos custos.
processo não presencial no momento da abertu-
ra de contas, com captura digital de documentos MOBILE BANKING
e informações e coleta eletrônica de assinatura.
Com relação à consulta e resolução de problemas, Banco móvel (às vezes utilizado o termo em inglês
o banco digital possui acesso a canais eletrônicos mobile banking) são ferramentas que disponibilizam
para todas as consultas e contratação de produtos. alguns serviços tipicamente bancários através de dis-
A resolução de problemas é feita por múltiplos canais positivos móveis, como um celular.
sem a necessidade da ida à agência. 123
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Mobile Banking (operação bancária móvel) refere- A atuação do Banco Central tem se pautado em
-se à disposição e vantagem dos serviços da operação criar condições propícias para a evolução do mercado
bancária e financeiros com a ajuda dos dispositivos de pagamentos e o desenvolvimento de novos modelos
móveis da telecomunicação. A variedade de serviços de negócios. Isso envolve considerar os impactos tanto
oferecidos pode incluir facilidades para realizar ope- sobre as instituições que já estão no mercado quanto
rações bancárias e transações do mercado acionário, sobre o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional
para administrar clientes e para ter acesso a informa- e do Sistema de Pagamentos Brasileiro, demandando a
ções personalizadas. adequação do ambiente regulatório e da supervisão.
Serviços de informação, por outro lado, pode ser Uma pluralidade de modelos de negócio de Insti-
oferecido como um módulo independente.
tuições de Pagamento já se encontra no mercado e,
dentre eles, destacam-se os que atuam como centra-
OPEN BANKING lizadores financeiros, os focados em nichos e os que
agregam valor ao serviço financeiro.
Se fôssemos traduzir ipsis litteris, Open Banking
No modelo de negócio que atua como centraliza-
significaria Banco Aberto. Mas esse é um termo que
dor financeiro, busca-se agregar produtos ao servi-
remete aos métodos de Inovação Aberta pensados
ço original de acordo com as necessidades de seus
exclusivamente para o setor bancário.
clientes. Entre as soluções oferecidas, estão a conta
Dentro do que chamamos de Open Banking está a
digital, a automatização de operações financeiras, a
prática da colaboração entre instituições bancárias
conciliação de pagamentos, a verificação de recebi-
tradicionais com startups, fintechs e empresas de tec-
nologia. Essas parcerias resultam em soluções e apli- mentos e os serviços de transferência.
cações inovadoras. O objetivo principal da instituição com esse mode-
E isso só acontece por que as Interfaces de Progra- lo é estabelecer-se como uma prestadora de serviços,
mação de Aplicativos (APIs) permitem que terceiros soluções e plataformas, de maneira que ela possa se
acessem informações financeiras com eficiência, o manter como gestora financeira central de seus clien-
que promove o desenvolvimento de novos aplicativos tes. A rentabilidade dessas instituições está atrelada
e serviços. Elas também facilitam a coleta e a análises à capacidade de diferenciação dos produtos e servi-
sofisticadas de volumes exponenciais de dados. ços complementares aos de pagamento, fidelizando e
APIs abertas são ótimas oportunidades para criar obtendo receitas adicionais correspondentes aos ser-
novos modelos de negócios bancários, iniciando o tão viços prestados.
necessário processo de Transformação Digital, res- Por sua vez, as instituições que usam os modelos
ponsável por tirar as instituições financeiras da área de negócio focados em nichos buscam direcionar seus
de conforto e guiá-las rumo a estratégias fundamenta- produtos e serviços de acordo com delineamentos

9
das em user-centric. demográficos específicos. A viabilidade desses mode-

-3
los baseia-se no desenvolvimento de novas tecnolo-

40
O Open Banking propõe elaboração de produtos e
gias e de configurações regulamentares favoráveis ao
.5
serviços online, 100% digitais que geram vantagens
oferecimento de serviços em menor escala, tais como
33
para o usuário final. Sim, a ideia não é resolver o pro-
a interoperabilidade.
.6

blema do banco e de seus desenvolvedores, mas o do


00

seu consumidor. Por fim, os modelos que utilizam os serviços finan-


-0

Idealmente, uma estratégia de Open Banking deve ceiros como agregação de valor permitem a adição
resultar em uma melhor experiência para os consu- de serviços tipicamente bancários — como serviços
os

midores. A diferença entre o conceito e outras estra- de pagamento, cartões de crédito e aplicativos de ges-
nt

tégias rotineiras no mercado é o novo cenário criado tão financeira — à prestação dos serviços principais
Sa

por ele, em que correntistas acessam serviços e fun- de um determinado ramo econômico não financeiro,
os

cionalidades do banco a partir de sites e aplicativos como aplicativos de transporte, comércios ou serviços
id

terceiros. de entrega.
Dessa forma, ramos que operavam necessariamen-
ol

A instituição financeira deixa de existir apenas


ic

em seus próprios domínios e passa a ter contato com te com a contratação de uma instituição financeira
N

seu cliente em outros espaços digitais, ampliando sua atualmente já começam a oferecer meios de pagamen-
io

atuação, público, portfólio de serviços e tempo de to fornecidos por instituições de pagamento. Consta-
ric

contato. ta-se que, para atingir esse objetivo, as instituições de


au

A plataforma de API aberta do banco deve ser pagamento geralmente optam por realizar parcerias
M

capaz de conectar o correntista, mais especificamente com instituições financeiras ou, alternativamente,
os dados dele, à outras plataformas de sua escolha. O constituem instituições financeiras, que podem reali-
poder de escolha é do usuário, o de conexão de dados zar operações de crédito, formando um conglomerado
é da instituição financeira. prudencial liderado pela instituição de pagamento.
Além disso, nos últimos meses, com a implementa-
Fonte: https://www.mjvinnovation.com/pt-br/blog/open-banking/
ção do PIX, em novembro de 2020, e com o início do
processo de implantação do Open Banking, a partir de
fevereiro de 2021, essas mudanças vêm se tornando
cada vez mais profundas.
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS De acordo com o Banco Central, o Open Banking
incentivará a inovação e o surgimento de novos
Já há algum tempo, com o surgimento de bancos modelos de negócio que ofereçam aos clientes uma
digitais e fintechs, o sistema financeiro vem passando experiência mais fácil, ágil, segura e conveniente,
por uma revolução, com uso intenso de tecnologia, e processo que deverá favorecer a inclusão e educação
inovando no oferecimento de produtos e serviços e na financeiras da população.
124 forma de se relacionar com os clientes.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Espera-se que o fluxo mais transparente de infor- Surgiu a ideia de encontrar objetos que tivessem
mações entre as instituições favoreça a definição de um interesse unanime das pessoas, ou seja, tentaram
melhores políticas de crédito e a oferta de serviços mais encontrar algo que tivesse o mesmo valor para a pes-
adequados aos diferentes perfis de clientes e de segmen- soa A e para a pessoa B; assim, as trocas poderiam ser
tos da sociedade. Também é esperado que as inovações feitas com base nesse item valioso e não entre suas
que vão surgir facilitem a comparação de produtos e mercadorias.
serviços ofertados pelas diferentes instituições partici- Foi convencionado, então, que as pedras e metais
pantes e a programação financeira das pessoas. preciosos seriam os itens de valor comum que pode-
Em paralelo a todas essas transformações, o Ban- riam ser trocados por mercadorias, pois atribuí-
co Central também instituiu o Sandbox Regulatório, ram muito valor a esses objetos. Assim prosseguiu a
que é um ambiente no qual entidades são autorizadas comercialização de mercadorias na sociedade.
pelo BC a testar, por período determinado, projetos O surgimento da moeda metálica se deu com a
e soluções inovadoras na área financeira ou de paga- necessidade de melhorar o transporte e guarda dos
mento, observando um conjunto específico de dis- metais preciosos, pois ladrões sempre existiram, então
posições regulamentares que amparam a realização os ourives, que manuseavam o ouro, também rece-
controlada e delimitada de suas atividades. beram a função de custodiantes (guardadores) dos
Os objetivos do Sandbox Regulatório são estimular a metais e pedras preciosas das pessoas e, ao receber os
inovação e a diversidade de modelos de negócio, incen- itens, emitia um papel informando que aquela pessoa
tivar a concorrência entre os fornecedores de produtos possuía aqueles valores guardados. Esse papel tam-
e serviços financeiros e atender às diversas necessi- bém serviria como objeto de troca por mercadorias.
dades dos usuários, no âmbito do Sistema Financeiro A cunhagem de moedas foi criada a fim de evitar
Nacional e do Sistema de Pagamentos Brasileiro, asse- as falsificações dos metais. Na Grécia antiga já exis-
gurando a higidez (segurança) desses sistemas. tiam os falsificadores, ou seja, aqueles que diziam que
Além do Sandbox, na área de fomento à inovação o uma moeda era de prata, mas ela não tinha tanta pra-
Banco Central também possui outro projeto de extre- ta como ele dizia. Para evitar problemas como esse,
ma importância: o Laboratório de Inovações Finan- as nações começaram a cunhar moedas inserindo
ceiras e Tecnológicas (LIFT). Observe as diferenças selos para garantir que aquela moeda de prata tinha
entre o Sandbox e o LIFT na tabela a seguir: a quantidade correta de prata e não de outro metal
inferior.
Diferenças entre o Sandbox Regulatório e o LIFT Com isso, a humanidade vem caminhando e uti-
lizando cada vez mais a moeda, ou seja, o item que
SANDBOX LIFT serve de troca para se adquirir produtos ou serviços,

9
pois é um item que tem valor para qualquer pessoa.

-3
Acompanha projetos ino- Segundo um site sobre política monetária:
Acompanha o desenvol-

40
vadores já amadurecidos,
vimento da aplicação da
mas nos quais há a neces-
tecnologia ou do modelo .5
Em termos econômicos, moeda é tudo aquilo que é
33
sidade de validar o modelo geralmente aceito para liquidar as transações, isto
de negócio de projetos
.6

de negócio por meio de é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar
em maturação
00

sua implementação efetiva obrigações, ou seja, de acordo com esta definição,


-0

qualquer coisa pode ser moeda, desde que aceita


Não permite que os partici-
os

Possibilita aos participan- como forma de pagamento. Ela é considerada o


pantes forneçam produtos
tes fornecer produtos e instrumento básico para que se possa operar no
nt

ou serviços a clientes reais mercado. Pois a moeda atua como meio de troca.
Sa

serviços a clientes reais


no ambiente do laboratório Quando um indivíduo vende seu produto, ele rece-
os

O projeto deve ser apresen- O projeto pode ser apre- berá moeda pelo produto vendido e, por conseguin-
id

te, terá moeda para comprar aquilo que desejar.


tado por pessoa jurídica sentado também por pes-
ol

Além disso, a moeda desempenha a função como


formalmente constituída soas físicas
ic

unidade de conta (também chamado de denomina-

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


N

dor comum de valor), isto é, fornece um padrão para


io

que as demais mercadorias expressem seus valores,


ric

e forneçam um referencial para que os valores dos


FUNÇÕES DA MOEDA
au

demais produtos sejam cotados no mercado.


E a terceira função da moeda é a chamada reserva
M

Comecemos estudando a origem do dinheiro, cujo


de valor, função que decorre do meio de troca, onde
surgimento não se deu junto a Adão e Eva, o dinhei-
o poder de comprar adquirido ao vender sua mer-
ro foi criado por uma necessidade da humanidade de cadoria mantem-se ao longo do tempo. Em outras
realizar comércio sem precisar trocar mercadorias. palavras, a moeda deve preservar o poder de com-
Antes do dinheiro (papel e moeda metálica) as pra (assim como acontece com os títulos, pois eles
negociações de mercadorias eram feitas através de têm valor de compra e rentabilidade ao longo do
trocas, ou escambo. O produtor de cadeiras queria tempo).
leite, e o produtor de leite queria cadeiras; portanto, Resumindo as três funções, temos:
faziam a troca. Esse exemplo é bem diferente, contudo � Moeda como meio de troca: intermediário entre
o objetivo é mostrar que o escambo tinha vários pro- as mercadorias;
blemas, uma vez que nem sempre uma pessoa tinha � Moeda com unidade de conta: ser o referencial
interesse no que o outro produzia para troca, ou seja, das trocas, o instrumento pelo qual as mercadorias
o fabricante de cadeiras podia não querer tanto leite, são cotadas; e
ou pelo fato do leite ser mais perecível em relação à � Moeda como reserva de valor: poder de com-
cadeira, a necessidade por leite seria maior do que de pra que se mantém no tempo, ou seja, forma de se
cadeiras. E como ficaria isso? medir a riqueza. 125
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Ao longo do tempo, a moeda evoluiu, primeira- É Possível Realizar Compras de Bens ou Serviços no
mente tínhamos a moeda-mercadoria (sal, animais Brasil Utilizando “Moedas Virtuais”?
etc.), passando pela moeda metálica (ouro, prata,
metais preciosos) até chegarmos ao que temos hoje, A compra e venda de bens ou de serviços depende
o papel-moeda ou moeda fiduciária, para o qual não de acordo entre as partes, inclusive quanto à forma
existe qualquer tipo de lastro. Isto é, não existe a de pagamento. No caso de utilização de “moedas vir-
garantia física sustentando o valor da moeda, e sua tuais”, as partes assumem todo o risco associado.
aceitação se deve à imposição legal do Governo.
Assim como demandamos moeda ao comprar e Qual o Risco para o Cidadão se as Moedas Virtuais
vender mercadorias, há também a oferta de moeda. Forem Utilizadas para Atividades Ilícitas?
Em um sistema cuja moeda é lastreada, por exem-
plo, em ouro, a circulação de moeda depende da Se utilizada em atividades ilícitas, o cidadão pode
quantidade de ouro em estoque no país. Já em um estar sujeito à investigação por autoridades públicas.
sistema sem lastro, tem-se a moeda fiduciária, e o
responsável pelo controle de oferta de moeda é o
As “Moedas Virtuais” Podem ser Utilizadas como
Banco Central.1
Investimento?

A compra e a guarda de “moedas virtuais” estão


sujeitas aos riscos de perda de todo o capital investido,
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: além da variação de seu preço. O cidadão que investir
BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS em “moedas virtuais” deve também estar ciente dos
riscos de fraudes.
CRIPTOMOEDAS
É Permitido Realizar Transferência Internacional
Moedas Virtuais
Utilizando “Moedas Virtuais”?
As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas crip-
Não. Transferências internacionais devem ser fei-
tográficas” são representações digitais de valor que
tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a
não são emitidas por Banco Central ou outra autorida-
operar no mercado de câmbio, que devem observar as
de monetária. O seu valor decorre da confiança depo- normas cambiais.
sitada nas suas regras de funcionamento e na cadeia
Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
de participantes. perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais
Veremos agora algumas perguntas quando fala-

9
-3
mos de moedas virtuais: BlockChain

40
O Banco Central do Brasil Regula as “Moedas .5
33
O BlockChain espécie de banco de dados, onde
Virtuais”? ficam armazenadas todas as informações sobre as
.6
00

transações de Bitcoins. O mais legal é que este grande


Não. As “moedas virtuais” não são emitidas, garan-
-0

arquivo é acessível a todos os usuários.


tidas ou reguladas pelo Banco Central. Possuem for- Dessa forma, você pode acessar essa base de dados
os

ma, denominação e valor próprios, ou seja, não se pelo seu computador e ver uma negociação que ocor-
nt

trata de moedas oficiais, a exemplo do real. reu entre duas pessoas: uma na China e outra na Ale-
Sa

As “moedas virtuais” não devem ser confundidas manha, por exemplo.


os

com “moedas eletrônica”, prevista na legislação. Moe- Os detalhes sobre quem são os envolvidos não é
id

das eletrônicas se caracterizam como recursos em possível saber, pois tudo é criptografado. Mas você
reais mantidos em meio eletrônico que permitem ao
ol

sabe que aquela transação ocorreu e que ela está gra-


ic

usuário realizar pagamentos. vada na blockchain para sempre.


N

E falamos para sempre no sentido literal. Afinal,


io

O Banco Central do Brasil Autoriza o Funcionamento não é possível desfazer ou alterar uma transação após
ric

das Empresas que Negociam “Moedas Virtuais” e/ ela ser inserida no sistema. Ou seja, não dá para voltar
au

ou Guardam Chaves, Senhas ou Outras Informações atrás caso tenha se arrependido de vender seus Bit-
M

Cadastrais dos Usuários, Empresas Conhecidas coins. Ficou mais claro agora o que é blockchain?
como “Exchanges”?
Dica
Não. Essas empresas não são reguladas, autoriza-
das ou supervisionadas pelo Banco Central. Não há Blockchain é uma cadeia de blocos, daí o nome,
legislação ou regulamentação específica sobre o tema que fazem parte de um sistema de registro cole-
no Brasil. tivo. Isso quer dizer que as informações não
O cidadão que decidir utilizar os serviços presta- estão guardadas em um lugar só, pois em vez
dos por essas empresas deve estar ciente dos riscos de estarem armazenadas em um único compu-
de eventuais fraudes ou outras condutas de negó- tador, todas as informações da blockchain estão
cio inadequadas, que podem resultar em perdas distribuídas entre os diversos computadores
patrimoniais. ligados a ela.
Fonte: https://blog.toroinvestimentos.com.br/bitcoin-blockchain-o-
que-e

126 1 Política Monetária: Moeda. Disponível em: https://politicamonetaria.webnode.com.br/moeda/. Acesso em: 23 nov. 2022.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Mineração de Criptomoeda VANTAGENS

Na rede Bitcoin, cada bloco possui diversas transa- Visibilidade


ções e sua transmissão acontece a cada dez minutos
quando alguém descobre um “quebra-cabeças”. Uma das maiores vantagens do marketplace é a
O sistema Bitcoin utiliza o “Secure Hashing Algori- visibilidade. Quanto maior a quantidade de visitas
thm 256” (ou SHA-256), algoritmo que fornece valores
que o site possui, mais sólido será o público atingido, o
a partir de um conjunto alfanumérico, usando uma
que elimina a necessidade de investimento de tempo
função matemática e criptográfica.
e dinheiro para a divulgação.
São cálculos quase impossíveis de se realizar, pois exi-
Além do mais, mesmo que a marca seja relativa-
gem uma rapidez além do normal. Assim, foram criados
mente nova, ao ser colocada na “vitrine” dos e-com-
hardwares de mineração para solucionar esses cálculos.
O objetivo desses hardwares é solucionar os algorit- merces, sobretudo, os populares e acessados por
mos matemáticos e, assim, conseguir um espaço no block- milhões de usuários diariamente, como o Mercado
chain para registrar suas transações com as bitcoins. Livre (maior site do segmento), a confiança dos clien-
Blockchains são conhecidos por serem extrema- tes para realizar compras aumenta. Nesse viés, gerada
mente seguros e praticamente não hackeáveis. Isso a confiança ao consumidor, ganha-se credibilidade no
porque usam “mecanismos de consenso” que, basica- mercado, que passa a subentender que os produtos
mente, são regras que definem a forma (justa) em que ofertados são de qualidade.
uma rede cripto deve funcionar.
Os dois principais mecanismos de consenso exis- Custos
tentes em blockchains são proof-of-work (PoW) e proo-
f-of-stake (PoS). Os custos acabam sendo reduzidos visando a quan-
O algoritmo proof-of-work garante a segurança da tidade de marcas presentes na plataforma. Geralmen-
rede blockchain pela mineração de criptomoedas — te, é necessário negociar com o marketplace os valores
processo em que poder computacional é aplicado para acordados, pois o site fornece a vitrine para que o
encontrar uma solução matemática complicada que vendedor exponha seus produtos, e, em decorrência
dá o direito de transmissão de um bloco de transações. disso, busca receber visitações e tráfego significativos.
Esse é o algoritmo de consenso utilizado pelas De acordo com Zacho (2017),
redes Bitcoin, Ethereum (por enquanto), Bitcoin
Cash, Monero e demais blockchains que utilizam a Levando em consideração os investimentos em
mineração cripto para garantir sua segurança. marketing, tecnologia e mídia os quais o lojista dis-
Assim, aqueles que tiverem as máquinas de mine- pensa nesse modelo, a margem de lucro se torna
ração mais potentes têm mais chances de encontrar

9
ainda mais alta no modelo marketplace, visto que

-3
essa solução matemática mais rápido e garantir a a grande maioria trabalha com porcentagens sobre

40
segurança e confiabilidade do blockchain. lucros ou comissões sobre vendas.2
Porém, PoW é criticado, pois a mineração cripto .5
33
não é algo sustentável, já que milhares de máqui- Aumento nas Vendas
.6

nas precisam estar ligadas ao mesmo tempo, em


00

uma grande competição tecnológica, a fim de obter Ao trabalhar com a plataforma do marketplace, as
-0

a recompensa fornecida pelo protocolo a cada trans- lojas e comerciantes agregam maiores possibilidades de
os

missão de bloco (atualmente, de 6,25 BTC). E isso custa venda. Os marketplaces brasileiros, por exemplo, atri-
nt

muita energia elétrica, que polui o meio ambiente. buem em média um público de 40 milhões de potenciais
Sa

Outro mecanismo muito conhecido e que visa subs- compradores interessados nos produtos apresentados.
tituir o insustentável modelo PoW é proof-of-stake. Nesse sentido, com novos usuários e diversida-
os

Em vez de solucionar um quebra-cabeça matemá- de de público, são possibilitadas novas demandas


id

tico, um nó (participante da rede) garante o direito de que aumentam o leque de produtos oferecidos pelos
ol

transmitir o bloco de transações à rede com base na


e-commerces. Assim, agregando maior visibilidade e
ic

quantia que está “bloqueada” (aplicada) na rede, ou

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


N

faturamento, resultando em uma crescente nos negó-


seja, a quantia em staking de seus criptoativos.
io

cios e metas, perante nichos diversificados e destaque


Quando soluciona o quebra-cabeça da rede, recebe
ric

no mercado.
uma recompensa na forma do token principal da rede.
au

Porém, se fizer algo de errado, uma parte de seus crip-


M

toativos em staking pode ser “queimada”, como um DESVANTAGENS


tipo de punição para maus agentes.
(Fonte: moneytimes.com.br-Daniela do Nascimento) Dependência

Para esse seguimento, Zacho (2017) revela que,


MARKETPLACE
Um fator que pode ser considerado negativo é a
O marketplace surgiu no Brasil em 2012 e conso- dependência gerada para as empresas que estão
lida-se como um modelo de negócio vantajoso para o inseridas nesse modelo de comercialização. Isso,
consumidor. Isso, levando em conta que suas atribui- porque se um marketplace decide encerrar suas
ções reúnem diferentes marcas e lojas em um único atividades, todas as marcas envolvidas perdem seu
lugar, como uma espécie de shopping virtual, o que canal de venda. Em um cenário pior: se uma loja
facilita a procura pelo melhor produto e o melhor depende exclusivamente do marketplace, o negócio
preço. tem grandes chances de ir por água abaixo.

2 ZACHO, R. O que é marketplace? – veja as vantagens e desvantagens. 2017. Disponível em: https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/
marketplace-vantagens-e-desvantagens. Acesso em: 24 nov. 2022. 127
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O aumento das taxas, porcentagens sobre vendas REFERÊNCIAS
ou comissões, também podem pesar. Se uma loja fun-
ciona somente por desse canal, ela acaba sendo obri- E-commerce Brasil. Qual a real influência dos
gada a se enquadrar nessa situação, como a variação influenciadores de compra? 2017. Disponível
e aumento de custos. em: https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/
qual-real-influencia-dos-influenciadores-de-com-
A PERSONALIDADE DA MARCA pra. Acesso em: 24 nov. 2022.
Escola de E-commerce. O que é e-commerce?
A identidade da marca é um elemento que mere- Como funciona, vantagens e como criar o seu do
ce destaque. O marketplace identifica a marca do ven- zero! Guia completo. 2022. Disponível em: https://
dedor ou da loja correspondente na hora de venda do www.escoladeecommerce.com/artigos/o-que-e-e-
produto, todavia, fixá-la na mente do consumidor e -commerce/. Acesso em: 24 nov. 2022.
ocasionar uma recompra não é algo fácil.
Os influenciadores de compra e os métodos de
publicidade envolvidos nessa etapa são mecanismos
de grande valia para influenciar na decisão do con-
sumidor em comprar um produto ou serviço específi- CORRESPONDENTES BANCÁRIOS
co, assim como o espaço onde ele realizará a compra,
visando a escolha entre um estabelecimento e outro. Primeiramente, é muito importante conhecermos
Alguns dos influenciadores de compra mais comuns a definição de correspondente bancário. Vejamos:
são:
De acordo com o Banco Central do Brasil (Bacen),
z a propaganda; correspondentes bancários são empresas (Pes-
z a experiência de familiares e amigos; soas Jurídica) que prestam serviço para instituições
z o período de entrega; financeiras e demais instituições autorizadas pelo
z o preço do produto. Bacen4. 

Para trabalhar com os influenciadores de compra De outro modo, podemos dizer que se tratam de
do consumidor, é necessário destacar duas questões: empresas não bancárias responsáveis por interme-
Onde a marca aparecerá? Onde o cliente estará? diar transações e operações financeiras entre as ins-
A propaganda deve influenciar positivamente o con- tituições e os clientes finais. As lotéricas e o Banco
sumidor, independente da plataforma que o vendedor postal (justamente uma parceria entre os Correios e
escolher utilizar. Por exemplo, se o consumidor estiver uma instituição financeira) são exemplos de corres-

9
-3
mais focado nas redes e mídias sociais, o e-commerce do pondentes bancários.

40
usuário precisará estar presente nesse nicho. Além disso, dentre os propósitos de um agente

.5
bancário, seus objetivos principais são:
33
DIFERENÇA ENTRE MARKETPLACE, LOJA VIRTUAL
.6

E E-COMMERCE z levar os produtos e serviços para mais pessoas;


00

z facilitar a concessão de crédito;


-0

Em geral, tais conceitos são ditos, muitas vezes, z estender o atendimento para áreas ainda não aten-
como sinônimos. Entretanto, possuem diferenças
os

didas pela instituição principal.


relevantes a serem destacadas. Bem como as citadas
nt

por Neto (2022),


Sa

Como essas empresas podem atuar com mais de


uma instituição financeira ao mesmo tempo, permi-
os

E-commerce é todo tipo de comércio eletrônico, tem que os serviços bancários atinjam regiões mais
id

que acontece à distância, por meio de dispositivos ermas e distantes. Assim, podemos dizer que:
ol

conectados. Dentro do e-commerce, existem diversos


ic

canais de vendas, entre eles as lojas virtuais, os apli-


[...] o  representante bancário  facilita, e muito, a
N

cativos, as redes sociais e os próprios marketplaces.


vida do consumidor.  Isso, porque ter esses serviços
io
ric

em seus próprios bairros evita que os consumido-


Dessa forma, os lojistas oferecem seus produtos
res se desloquem para os centros urbanos, desafo-
au

em um site ou aplicativo em comum. Assim, a plata-


gando agências e economizando tempo5. 
M

forma escolhida atribui o espaço para que os lojistas


parceiros possam apresentar e vender seus produtos,
Ademais, a partir da Resolução CMN nº 3954, o
em troca de uma comissão pelas vendas feitas.
Bacen regulamenta as atividades e serviços financeiros
Ao contrário, a loja virtual é um canal de vendas per-
dos correspondentes bancários.
tencente a um único lojista. Ainda segundo Neto (2022),
A Resolução CMN nº 4.935, por sua vez, dispõe
O vendedor cria a sua própria loja e pode adminis- sobre a contratação de correspondentes no País pelas
trar como bem entender, trabalhar a sua identidade instituições financeiras e pelas demais instituições auto-
visual, organizar suas vitrines e inserir seus produ- rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, além
tos. Além disso, a loja não precisa pagar comissão de determinar algumas limitações para essa atividade.
a ninguém, já que a plataforma é sua.3 Vejamos algumas das informações de seus dispositivos.
3 NETO, A. Marketplace: o que é, como funciona e as principais vantagens para o seu negócio. 2022. Disponível em: https://www.escoladeecom-
merce.com/artigos/o-que-e-marketplace/. Acesso em: 24 nov. 2022.
4 BANCO BARI. Como ser correspondente bancário: tudo que você deve saber sobre a profissão, 2021. Disponível em: https://bancobari.com.br/
blog/correspondente-bancario. Acesso em: 24. nov. 2022.
128 5 Ibid.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
De acordo com § 1º, art. 2º, da Resolução CMN nº as tarifas constantes da tabela adotada pela insti-
4.935, a prestação de serviços retratada nesta Resolução, tuição contratante, de acordo com a regulamenta-
de forma pessoal ou por meio de plataforma eletrônica, ção em vigor; e
só pode ser contratada com correspondente no País. II - a prestação de serviços por correspondente
O § 2º, do mesmo artigo, por sua vez, determina, no recinto de suas dependências.
como ‘’plataforma eletrônica’’, qualquer sistema eletrô-
nico que, operado pelo correspondente no país, permite Por fim, consoante ao art. 12, são serviços presta-
a realização das atividades via online, isto é, através de dos pelos correspondentes:
sites, aplicativos ou outras plataformas de comunicação
em rede. I - recepção e encaminhamento de propostas de
Determina-se, no art. 3º, da resolução supracitada, abertura de contas de depósitos e de pagamento
que: mantidas pela instituição contratante;
II - realização de recebimentos, pagamentos e trans-
Art. 3º O correspondente atua por conta e sob ferências eletrônicas visando à movimentação de
as diretrizes da instituição contratante, que contas de depósitos e de pagamento de titularidade
assume inteira responsabilidade pelo atendimen- de clientes mantidas pela instituição contratante;
to prestado aos clientes e usuários por meio do III - recebimentos e pagamentos de qualquer
contratado natureza, e outras atividades decorrentes da exe-
Parágrafo único. Cabe à instituição contratante cução de contratos e convênios de prestação de
garantir a integridade, a confiabilidade, a seguran- serviços mantidos pela instituição contratante com
ça e o sigilo das transações realizadas por meio do terceiros;
contratado, bem como o cumprimento da legislação IV - execução ativa e passiva de ordens de paga-
e da regulamentação relativas a essas transações. mento cursadas por intermédio da instituição con-
tratante por solicitação de clientes e usuários;
O art. 4º informa quem/quais indivíduos e/ou orga- V - recepção e encaminhamento de propostas de
operações de crédito e de arrendamento mercantil
nizações podem ser contratados. Vejamos.
concedidas pela instituição contratante, bem como
outros serviços prestados para o acompanhamento
Art. 4º Podem ser contratados, na qualidade de
da operação;
correspondente:
VI - recebimentos e pagamentos relacionados a
I - as sociedades, os empresários e as associações
letras de câmbio de aceite da instituição contratan-
II - os prestadores de serviços notariais e de registro
te; e
III - as empresas públicas.
VII - realização de operações de câmbio de respon-
sabilidade da instituição contratante, observado o
O art. 5º, ao contrário, determina vedações às

9
disposto no art. 13.

-3
contratações. Parágrafo único. Pode ser incluída no contrato a

40
Nos termos da lei: prestação de serviços complementares de coleta de
.5
informações cadastrais e de documentação, bem
33
Art. 5º É vedada a celebração de contrato de como controle e processamento de dados.
.6

correspondente no País com:


00

I - entidade cuja atividade principal seja a presta-


-0

ção de serviços de correspondente


os

II - entidade cujo controle seja exercido por admi-


nistrador da instituição contratante ou por admi- ARRANJOS DE PAGAMENTOS
nt

nistrador de entidade controladora da instituição


Sa

contratante. Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e


os

procedimentos que disciplina a prestação de determi-


id

Segundo o art. 6, qualquer celebração de contrato nado serviço de pagamento ao público. As regras do
ol

de correspondente que configure contrato de fran- arranjo facilitam as transações financeiras que usam
ic

quia não é admitida. dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


N

Ademais, em conformidade com o art. 8º, da pre- dinheiro vivo entre duas pessoas que se conhecem, o
io

sente resolução: arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É


ric

o que acontece quando o cliente usa uma bandeira de


au

Art. 8º depende de prévia autorização do Ban- cartão de crédito numa compra que só é possível por-
M

co Central do Brasil a celebração de contrato de que o vendedor aceita receber daquela bandeira.
correspondente com entidade não integran- Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos pro-
te do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cuja cedimentos utilizados para realizar compras com car-
denominação ou nome fantasia empregue termos
tões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional
característicos das denominações das instituições
ou estrangeira. Os serviços de transferência e remes-
do SFN, ou de expressões similares em vernáculo ou
em idioma estrangeiro. sas de recursos também são arranjos de pagamentos.
As pessoas jurídicas não financeiras que executam
os serviços de pagamento no arranjo são chamadas
De acordo com o art. 11, por seu turno:
de instituições de pagamento e são responsáveis pelo
Art. 11 É vedada à instituição contratante: relacionamento com os usuários finais do serviço.
I - a cobrança de clientes atendidos pelo cor- Instituições financeiras também podem operar com
respondente de tarifa, comissão, valores refe- pagamentos.
rentes a ressarcimento de serviços prestados por A instituição é chamada de Instituidor de Arranjo
terceiros ou qualquer outra forma de remuneração, de Pagamento quando é a pessoa jurídica responsável
pelo fornecimento de produtos ou serviços de res- pela criação do arranjo de pagamento e pela manu-
ponsabilidade da referida instituição, ressalvadas tenção do seu funcionamento. A ele cabe o papel de 129
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
organizar e criar regras para o funcionamento do z Destinados ao recebimento de doações eleitorais.
arranjo, observada a regulamentação do Banco Cen-
tral, e de monitorar se os participantes dos arranjos
estão seguindo as regras e os procedimentos estabele- Importante!
cidos. As bandeiras de cartão de crédito são exemplos
de instituidor de arranjo. O Banco Central é o institui- O Banco Central (BC) supervisiona todos os
dor dos arranjos TED, DOC, boleto e Pix, por exemplo. arranjos de pagamento que não se enquadrem
Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão nas condições descritas acima.
sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões pri-
vate label – emitidos por grandes varejistas e que só
podem ser usados no estabelecimento que o emitiu Ainda, segundo a Lei n° 12.865, de 2013, em seu
ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos artigo 7º Os arranjos de pagamento e as instituições de
à supervisão do BC os arranjos para pagamento de pagamento observarão os seguintes princípios, con-
serviços públicos (como provisão de água, energia forme parâmetros a serem estabelecidos pelo Banco
elétrica e gás) ou carregamento de cartões pré-pagos Central do Brasil, observadas as diretrizes do Conse-
de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, lho Monetário Nacional:
ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação.
O BR Code, que é um exemplo de arranjo de paga- I - Interoperabilidade ao arranjo de pagamento e
mento, passará a ser o padrão único para QR Codes entre arranjos de pagamento distintos;
(código de barras bidimensional) a serem utilizados II - Solidez e eficiência dos arranjos de pagamen-
para a iniciação de transações em arranjos de paga- to e das instituições de pagamento, promoção da
mento. A Resolução BCB nº 10, que entrou em vigor competição e previsão de transferência de saldos
em 20/08/2020, estabelece que os arranjos de paga- em moeda eletrônica, quando couber, para outros
mentos terão até 21/04/2021 para adaptarem os QR arranjos ou instituições de pagamento;
Codes ao BR Code. III - Acesso não discriminatório aos serviços e às
Com esse novo padrão, o usuário pagador poderá infraestruturas necessários ao funcionamento dos
utilizar o mesmo QR Code para iniciar uma transação arranjos de pagamento;
em diferentes arranjos – a depender do aplicativo IV - Atendimento às necessidades dos usuários
escolhido, de acordo com suas preferências. Os pres- finais, em especial liberdade de escolha, segurança,
tadores de serviço de pagamento devem informar ao proteção de seus interesses econômicos, tratamen-
usuário qual o arranjo de pagamento está sendo utili- to não discriminatório, privacidade e proteção de
zado naquela transação. dados pessoais, transparência e acesso a informa-

9
A legislação proíbe que instituições de pagamento ções claras e completas sobre as condições de pres-

-3
prestem serviços privativos de instituições financei-

40
tação de serviços;
ras, como a concessão de empréstimos e financiamen-
.5
V - Confiabilidade, qualidade e segurança dos ser-
tos ou a disponibilização de conta bancária e de
33
viços de pagamento; e
poupança.
.6

VI - Inclusão financeira, observados os padrões


00

Não são regulados e supervisionados pelo BC os de qualidade, segurança e transparência equivalen-


seguintes arranjos de pagamento:
-0

tes em todos os arranjos de pagamento.


os

z Que apresentem volumetria inferior a:


nt
Sa

„ R$500 milhões de valor total das transações,


SISTEMA DE PAGAMENTOS
os

acumulado nos últimos doze meses;


INSTANTÂNEOS (PIX)
id

„ 25 milhões de transações, acumuladas nos últi-


mos doze meses.
ol
ic

RESOLUÇÃO BCB Nº 1, DE 12 DE AGOSTO DE 2020


N

z Cujos cartões sejam emitidos para uso exclusivo


io

em uma rede de estabelecimento de um gran- A participação no PIX é obrigatória para as insti-


ric

de comerciante, como lojas de departamento, ou tuições financeiras e para as instituições de pagamen-


au

em estabelecimentos pertencentes a uma rede de to autorizadas a funcionar pelo Banco Central do


M

franquia ou de licenciados;
Brasil com mais de quinhentas mil contas de clientes
z Exclusivos para pagamento de serviços públicos,
ativas, consideradas as contas de depósito à vista, as
como água, luz e transporte;
z Baseados em moedas virtuais, como programas de contas de depósito de poupança e as contas de paga-
benefícios, como de milhagem aérea e outros pro- mento pré-pagas.
gramas que tenham como objetivo incentivar uso Consideram-se contas de clientes ativas as contas
e a fidelidade do cliente por meio de prêmios; de depósito à vista, as contas de depósito de poupança
z Decorrentes de programas governamentais de e as contas de pagamento pré-pagas não encerradas.
benefícios, a exemplo de vale-alimentação, vale- É facultada a adesão ao PIX:
-refeição e vale-cultura;
z De saque e aporte, nos quais as condições de pres- I - das demais instituições financeiras e instituições
tação desses serviços são estabelecidas por meio de pagamento
de contratos comerciais entre as operadoras de II - da Secretaria do Tesouro Nacional, na condição
caixas eletrônicos e as instituições financeiras e de de ente governamental.
pagamento, e que, atualmente, não são submeti-
130 dos à aprovação do BC;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante! z pix Copia e Cola.
As instituições de pagamento que optarem por
Eu posso ter várias chaves cadastradas na mesma
aderir ao PIX, e não se enquadrarem nos crité-
conta, mas nunca várias contas vinculadas a mesma
rios previstos na regulamentação em vigor para
chave, pois a chave só poderá abrir uma conta de cliente.
serem autorizadas a funcionar pelo Banco Cen-
tral do Brasil, serão consideradas integrantes do
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) a par-
tir do momento em que apresentarem pedido de
adesão ao PIX. SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA
(SHADOW BANKING)
Os processos e estruturas de governança do PIX Shadow Banking
devem garantir:
O shadow banking, também conhecido em portu-
I - a representatividade e a pluralidade de institui- guês como “sistema bancário sombra”, é um con-
ções e de segmentos participantes; junto de operações e intermediários financeiros que
II - o acesso não discriminatório; e fornecem crédito em todo o sistema financeiro glo-
III - a mitigação de conflitos de interesse. bal de forma “informal”.
O Fórum Pix é um comitê consultivo permanente
Ou seja, por meio de uma série de atividades parale-
que tem como objetivo subsidiar o Banco Central do
Brasil na definição das regras e dos procedimentos las ao sistema bancário, algumas instituições e agentes
que disciplinam o funcionamento do Pix. conseguem realizar financiamentos de forma indireta,
O Fórum Pix é integrado por: sem passar por nenhuma supervisão ou regulação.
I - participantes do arranjo, individualmente ou por meio Dentre os intermediários não-regulamentados que
de associações representativas de âmbito nacional; podem fazer parte do shadow banking estão os:
II - provedores e potenciais provedores de serviços
de tecnologia da informação, z Bancos de investimento;
III - usuários pagadores e recebedores, por meio de
z Fundos de hedge;
associações representativas de âmbito nacional; e
IV - câmaras e prestadores de serviços de compen- z Operações com derivativos e títulos securitizados;
sação e de liquidação que ofertem mecanismos de z Fundos do mercado monetário;
provimento de liquidez no âmbito do Pix. z Companhias de seguros;
z Fundos de capital privado;
A Coordenação do Fórum Pix será Exercida pelo z Fundos de direitos creditórios;

9
-3
Banco Central do Brasil z Factorings e fomentadoras mercantis;

40
z Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending).
Compete ao Coordenador do Fórum Pix: .5
33
Por que o Shadow Banking Existe?
.6

I - apresentar, por iniciativa própria ou a partir de


00

sugestão de participante, propostas de acréscimos Instituições que praticam o shadow banking geral-
-0

ou de alterações de regras que possam ensejar a mente servem como intermediários entre credores
necessidade de alteração no Regulamento do Pix, e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
os

quando referentes a temas que impactem a atuação capital para investidores e corporações.
nt

dos participantes e seus correspondentes modelos Mas como essas instituições não são bancárias, elas
Sa

de negócio; não recebem depósitos tradicionais como um banco


os

II - analisar e responder as contribuições dos parti-


tradicional. Por isso, muitas operações feitas por essas
cipantes do Fórum Pix acerca das propostas de que
id

trata o inciso I; instituições possuem maiores riscos de mercado, de


ol

III - definir os temas a serem discutidos pelo Fórum crédito e de liquidez, além de não possuir uma reser-
ic

va de capital para servir como garantia.

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


Pix;
N

IV - definir a periodicidade das reuniões do Fórum Mas com o desenvolvimento dos mercados glo-
io

Pix; bais e a estruturação de operações cada vez mais


ric

V - decidir sobre a constituição de grupos de tra- complexas, o shadow banking passou a desempenhar
au

balho temáticos, com objeto delimitado, de forma um papel cada vez mais relevante em todo o sistema
M

permanente ou por prazo determinado, e sobre a financeiro. De acordo com estudos da área, estima-se
composição, a coordenação, os produtos, os prazos
que em 2015 existiam 92 trilhões de dólares em os ati-
e as diretrizes de atuação desses grupos;
VI - decidir sobre a constituição de comitês, inclusive de vos financeiros não bancários circulando pelo mundo.
autorregulação, sua composição e objeto de atuação; e
VII - coordenar a atuação das entidades envolvidas
no encaminhamento das soluções aprovadas. SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES
Os clientes que desejarem usar o sistema PIX pre- DIGITAIS
cisam cadastrar uma chave de acesso a uma conta
específica em uma ou mais instituições financeiras. O marketing digital é essencial para a comunicação
No total existem 5 chaves possíveis: das atividades de uma marca, afinal neste ambiente é
possível se posicionar e garantir uma audiência quali-
z seu CPF ou CNPJ; ficada. Neste sentido, a estratégia é ainda mais asser-
z seu número de telefone; tiva quando as ações e campanhas de marketing são
z seu e-mail; personalizadas de acordo com o público e comparti-
z chave aleatória; lhadas no momento certo para atingir o cliente. 131
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao estabelecer um planejamento para a divul- e foco em nichos de mercado onde se concentram as
gação de uma campanha no Facebook é necessário pessoas com mais potencial de compra e fidelização.
selecionar, dentre os diversos filtros demográficos e A segmentação é uma forma de otimizar investi-
perfis de interação, quem deverá ser impactado por mentos por meio de uma mensagem mais objetiva e
sua publicação. Saiba como começar: com escopo mais bem definido. Se por um lado gasta-se
menos com tempo de exibição em horário nobre, por
z Crie ‘personas’ outro ganha-se mais relevância em campanhas dese-
nhadas para atrair organicamente. É uma forma única
Definir as características da pessoa que você quer no mundo corporativo de fazer mais com muito menos.
atingir por meio da associação com seus valores e
informações facilita a seleção de interesses que con- Criando uma Identidade
tribuam para uma segmentação eficaz. Selecione fato-
res como idade, profissão, hobbies, gostos culturais e O Marketing Digital surgiu dessa necessidade de
atividades praticadas regularmente; aproximar marca e público de forma como nunca antes
foi possível. O termo do momento em divulgação publi-
z Utilize a mídia correta citária é “conexão emocional”. Campanhas segmenta-
das e que se apoiam em redes sociais para passar uma
Saber quem é o seu público alvo ideal é a chave mensagem tornam a empresa mais próxima do público,
para descobrir onde o seu cliente está e, a partir dis- como mais uma amiga em sua rede de relacionamentos.
so, estabelecer qual a mídia deve ser prioritária na Dessa forma, é possível criar uma identidade bem
ação. Conhecer as opções de segmentação, uso e perfis definida para o negócio e seus produtos. A marca é
existentes em cada ambiente é essencial para que sua personificada em uma mensagem e é muito mais fácil
campanha tenha bom desempenho; se relacionar afetivamente com uma persona do que
apenas um nome na tela.
z Teste variáveis
Aumentando Taxas de Conversão
Durante a publicação da campanha é fundamental
criar variantes de público para entender a receptivida- Ou seja, a segmentação de público é hoje a fórmu-
de de cada um. Segmentações diferentes influenciam la mais rápida e eficiente para aumentar a sua taxa
resultados diferentes, por isso ter públicos segmenta- de conversão (a porcentagem de pessoas atingidas
dos permite elevar seu entendimento da audiência a pela mensagem que realmente fazem uma compra ou
assinam um serviço), além de necessitar de um custo
cada interação da campanha, permitindo resultados

9
menor para manter esse cliente fidelizado.

-3
cada vez melhores;
Conexão emocional é barata de criar e difícil de ser

40
quebrada — duas características que qualquer empre-
z Mensure os resultados
.5
33
sa busca em suas campanhas de marketing. Segmen-
tar seu público é a forma mais eficiente de alcançar
.6

Acompanhar os dados de demografia, renda, enga-


00

esse resultado.
jamento, tempo de visita e conversão, disponibiliza-
-0

dos ao analisar as campanhas, possibilita que a cada


Marketing Digital e a Estratégia de Segmentação
os

publicação você conheça melhor seu público. A partir


nt

disso é possível ajustar a nova etapa da ação e seg-


Agora que a importância da segmentação de públi-
Sa

mentar de forma ainda mais precisa, provocando


co ficou clara, é hora de entender melhor como o
impacto na hora certa e na pessoa certa.
os

Marketing Digital pode fazer isso na prática. São bene-


Fonte: https://infographya.com.br/segmentacao-de-publico-no-
id

fícios que vão muito além da mensagem em si e sua


ambiente-digital/
ol

plataforma de divulgação, mas também estratégias


ic

de Business Intelligence para garantir que seu inves-


A Importância da Segmentação Pública
N

timento em divulgação seja feito de forma assertiva:


io
ric

É difícil até hoje mensurar o quanto a internet está


Entendendo o seu Público
transformando a humanidade em todos os aspectos:
au

social, cultural, econômico, mas, algumas caracterís-


M

O primeiro passo para uma divulgação adequada


ticas dessa nova era digital já são bastante evidentes, a esse novo público é entender quem são seus clientes
mensuráveis e aplicáveis em estratégias de marketing. potenciais. Por meio de pesquisas e aplicação de téc-
Na época de ouro da TV aberta, o grande público nicas de prospecção, é possível identificar nichos de
geral era o objetivo final de qualquer campanha. Ven- mercado potenciais para divulgar e engajar.
dia mais quem tinha mais espaço publicitário, quem A prática de mais sucesso atualmente é a criação
conseguia anunciar nos programas de maior audiên- de buyer personas, perfis fictícios que representam
cia. Essa realidade mudou completamente desde que seus consumidores e ajudam a elaborar e implementar
a internet se popularizou, principalmente com o uso campanhas de marketing mais segmentadas e focadas.
em massa de redes sociais.
Criando Campanhas em Plataformas Unificadas
Direcionando Investimento e Mensagem
Parte de entender seu público passa também por
Hoje, a grande oportunidade de consolidação no mapear seu comportamento na internet e hábitos ao
mercado e fortalecimento de marca não está mais na consumir conteúdo digital. Para aproveitar informa-
132 divulgação para grandes públicos, mas na identificação ções valiosas como essas, é preciso criar ou contratar
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
plataformas que unifiquem e automatizem a sua pre- Se olharmos para duas décadas atrás, as redes
sença nesses ambientes. sociais eram embrionárias, técnicas e restritas. Afinal,
Hoje o Marketing Digital é obrigatoriamente mul- o mundo estava iniciando o novo milênio e empresas
ticanal e só é possível mensurar resultados e adaptar como a Google, que sobreviveu à ‘bolha da Internet na
estratégias se todos os dados coletados em diversas bolsa de valores’, começaram a lançar produtos ino-
fontes estiverem centralizados em um bom sistema vadores e inéditos. A Google, que iniciou com o seu
de monitoramento. indexador, desenvolveu o Orkut, que provavelmente
se tornou a primeira rede social de muitos usuários.
Economia de Dinheiro A transformação digital observada foi seguida de
mudanças no perfil de consumo dos usuários e com o
O resultado mais relevante que o Marketing Digi- lançamento de novos produtos (iPhone e os smartpho-
tal traz para a segmentação do público é otimizar a nes), a navegação na Internet se tornou móvel.
taxa de conversão — como dissemos, fazer mais com A seguir, a revolução provocada pelos produtos da
menos. Ao entender os hábitos e gostos do seu públi- Apple e Samsung, acabaram derrotando outras gran-
co e ter um sistema integrado de monitoramento, a des empresas como a Nokia. Com a mobilidade, as tra-
divulgação se torna mais barata e eficiente. dicionais emissoras de TV procuraram melhorar suas
Imagine uma campanha em TV aberta que atinja produções, para que pudessem alcançar mais usuá-
um milhão de pessoas, sendo que apenas 10 mil sejam rios, agora com TV digital portátil.
seu público alvo. Ao aplicar técnicas de Marketing As redes sociais incentivaram a criação de distri-
Digital à mesma campanha, é possível conseguir o buidores de conteúdo, como o Youtube, reduzindo o
mesmo resultado, 10 mil, em um grupo segmentado compartilhamento ‘clandestino’ de conteúdo audio-
de entusiastas com 20 mil pessoas. Você gasta apenas visual pelas redes Torrent. O aumento da mobilidade
uma fração do dinheiro em um ambiente muito mais incentivou o desenvolvimento de outras aplicações,
propício ao engajamento. que com a rede social do Facebook (compartilhamento
de conteúdo), ganharam visibilidade.
Segmentando de Forma Inteligente Comunicadores instantâneos como o WhatsApp
revolucionaram a comunicação entre as pessoas, der-
E a segmentação do Marketing Digital, principal- rubaram os serviços das operadoras de telefonia (co-
mente utilizando Big Data, não se resume apenas ao mo SMS) e com a opção de VoIP (ligações de áudio via
gosto de um público. Com a captação de mais infor- mensageiros), tornaram obsoletos os telefones fixos
mações sobre clientes e visitantes por meio de site e residenciais.
redes sociais, é possível segmentar com muito mais A Transformação Digital é a combinação da evolu-
precisão. Pode-se criar campanhas específicas, por

9
ção de diferentes hardwares e softwares ao longo dos

-3
exemplo, para uma única cidade, uma faixa etária ou
últimos trinta anos.

40
até um horário do dia.
Geralmente os editais cobram três itens sobre
.5
Transformação Digital: Internet das coisas, Big Data e
33
Retendo Clientes Através de Relacionamento
Inteligência Artificial.
.6
00

São tópicos conceituais, que possuem muitos


Por último, uma das grandes vantagens do Marke-
exemplos práticos em nosso dia a dia. Como as tec-
-0

ting Digital na segmentação de público é a capacidade


nologias procuram ser transparentes para o usuário
os

de separar a aquisição da fidelização de clientes.


final, ou seja, não é necessário saber o funcionamen-
Em campanhas de massa, não há como fazer essa
nt

to para utilizar o recurso, algumas pessoas poderão


Sa

diferenciação — a mesma mensagem é divulgada


descobrir algumas curiosidades de sua vida cotidiana
para clientes e não clientes. Já o Marketing Digital
os

quando ler este material.


possibilita campanhas específicas de remarketing e
id

relacionamento que tratem apenas sua base já con-


ol

quistada, otimizando o investimento menor na manu-


ic

tenção desse público fidelizado com engajamento e a


HORA DE PRATICAR!
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO
N

tão desejada conexão emocional.


io

Fonte:https://2dcb.com.br/blog/como-o-marketing-digital-ajuda-na-
ric

segmentacao-de-publico 1. (CESGRANRIO — 2021) Um token físico, no contexto


au

de transações bancárias, é um dispositivo eletrônico


M

que possui um botão de ativação e um pequeno visor.


O token permite gerar senhas aleatórias, temporárias e
numéricas (por exemplo, de seis dígitos). Essa senha
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO é utilizada para dar mais segurança às transações
SISTEMA FINANCEIRO bancárias realizadas via internet. No passado, os ban-
cos comerciais disponibilizavam esses pequenos dis-
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL positivos aos seus clientes, de modo que pudessem
ser afixados a um chaveiro.
Ao olharmos ao nosso redor, observaremos muitas tec-
nologias novas que alteraram significativamente o mundo. Mais recentemente, nos últimos 10 anos, esses dispo-
Poderíamos falar sobre as Redes Sociais, mas as sitivos foram sendo gradativamente substituídos para
bancas não costumam questionar muito sobre isso em a grande maioria dos clientes, por um
provas, mas é importante compreender que as redes
sociais modificaram a interação entre as pessoas, intro- a) dispositivo que continua com apenas essa funciona-
duzindo termos como páginas, grupos, posts, curtir, lidade, porém um pouco maior, mas que ainda assim
compartilhar e seguir, ao cotidiano das pessoas. cabe em um bolso de camisa. 133
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) aplicativo de cada banco, instalado e configurado no Considerando-se os efeitos sanitários, econômicos e
celular do correntista. sociais decorrentes da pandemia da Covid-19 na eco-
c) porta-moedas eletrônico, semelhante aos cartões que nomia global, o principal fator que justifica tamanha
dão acesso a meios de transporte. fuga de capitais do Brasil no ano passado é o(a)
d) cartão de crédito que permite autorizar operações por
aproximação. a) aumento desenfreado da dívida externa brasileira.
e) sensor específico para captura de impressões digitais. b) aumento das taxas de juros no mercado internacional.
c) necessidade de recursos, no estrangeiro, para financiar
2. (CESGRANRIO — 2021) A partir do início de 2021, come- as pesquisas científicas de vacinas contra o coronavírus.
çou a primeira fase de implantação do open banking d) manipulação das taxas de câmbio nos mercados
(sistema financeiro aberto) no Brasil. As instituições finan- globais.
ceiras participantes devem obedecer a regras definidas e) maior percepção de risco, por parte dos estrangei-
pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional. ros, em investir em ativos denominados em moeda
brasileira.
O open banking tem, entre outros, o objetivo de
5. (CESGRANRIO — 2021) Considere o texto a seguir
a) criar um mercado eletrônico exclusivo para operação para responder à questão.
das fintechs.
A crise econômica causada pela pandemia do novo
b) permitir que mais instituições participem como bancos
coronavírus provocou a maior fuga de capitais da
comerciais do mercado brasileiro, abrindo esse mercado.
história do Brasil. Dados divulgados nesta quarta-fei-
c) possibilitar o compartilhamento de informações,
ra (24/6) pelo Banco Central (BC) explicam que os
mediante autorização expressa de cada cliente, e a
investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões
movimentação de suas respectivas contas bancárias,
do mercado brasileiro de títulos e ações só em março,
entre diferentes instituições financeiras.
abril e maio deste ano. Por isso, as retiradas somam
d) controlar as operações de concessão de crédito de
R$ 50,9 bilhões nos últimos 12 meses; o maior índice
cada instituição financeira participante autorizada pelo
da série histórica do BC.
Banco Central, dando mais transparência ao setor.
e) recomendar a utilização de um sistema de informa- BARBOSA, M. US$ 50,9 bilhões saíram do mercado financeiro
ções único, de código aberto, para gestão de con- brasileiro em 12 meses. Correio Braziliense, 24/6/2020. Dispo nível
tas-correntes e suas movimentações, de modo a ser em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eco nomia/
adotado por todas as instituições financeiras em ope- 2020/06/24/internas_economia,866513/us-50-9-bilhoes-
ração no Brasil. -sairam-do-mercado-financeiro-brasileiro-em-12-meses.shtml>.
cesso em: 22 jan. 2021.

9
3. (CESGRANRIO — 2021) Uma investidora está queren-

-3
O principal impacto decorrente da enorme fuga de

40
do saber a relação entre a blockchain e o bitcoin.
capitais do Brasil em 2020, descrita na reportagem
.5
mencionada anteriormente, foi o(a)
33
Em sua pesquisa, ela esclareceu sua dúvida, ao descobrir
.6

que
a) expressiva desvalorização do real brasileiro
00

b) queda das taxas de juros internas


-0

a) blockchain é o meio utilizado para registrar e armaze-


c) aumento do preço das ações na Bovespa
nar transações de bitcoin.
os

d) valorização dos ativos brasileiros


b) blockchain é a tecnologia de inteligência artificial apli-
nt

e) aumento da dívida interna do Tesouro


cada na bitcoin.
Sa

c) bitcoin é uma moeda digital e blockchain é uma moe-


6. (CESGRANRIO — 2021) Com evidências do enorme
os

da em blocos.
descolamento entre as taxas de juros de curto e de
id

d) bitcoin é tecnologia usada para implementar a


longo prazo no Brasil, o texto abaixo reproduz maté-
ol

blockchain.
ria jornalística, publicada no início de agosto de 2020,
ic

e) bitcoin e blockchain são duas formas de implementar


dando conta da enorme incerteza futura associada
N

criptomoedas.
aos impactos adversos decorrentes da crise pandêmi-
io

ca da Covid-19 sobre a economia brasileira.


ric

4. (CESGRANRIO — 2021) Considere o texto a seguir para


Os juros futuros encerraram os negócios desta segun-
au

responder à questão.
da- feira em alta firme, afetados por um movimento
M

de maior incorporação de prêmio de risco ao longo da


A crise econômica causada pela pandemia do novo
curva a termo, especialmente nos trechos mais longos
coronavírus provocou a maior fuga de capitais da
(com vencimento no longo prazo). No fim da sessão
história do Brasil. Dados divulgados nesta quarta-fei-
regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro
ra (24/6) pelo Banco Central (BC) explicam que os
(DI) para janeiro de 2021 passava de 1,87% no ajus-
investidores estrangeiros retiraram US$ 31,7 bilhões
te anterior para 1,88%; a do DI para janeiro de 2022
do mercado brasileiro de títulos e ações só em março,
ia de 2,65% para 2,67%; a do contrato para janeiro de
abril e maio deste ano. Por isso, as retiradas somam
2023 subia de 3,76% para 3,79%; a do DI para janeiro
R$ 50,9 bilhões nos últimos 12 meses; o maior índice
de 2025 escalava de 5,40% para 5,47%; e a do contrato
da série histórica do BC.
para janeiro de 2027 saltava de 6,35% para 6,43%.
BARBOSA, M. US$ 50,9 bilhões saíram do mercado financeiro REZENDE, V. Risco fiscal leva a alta das taxas de juros futuros e
brasileiro em 12 meses. Correio Braziliense, 24/6/2020. Dispo curva tem maior inclinação desde fim de junho. Valor Econômi
nível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eco co, 10/08/2020. Disponível em: <https://valorinveste.globo.com/
nomia/ 2020/06/24/internas_economia,866513/us-50-9-bilhoes- produtos/renda-fixa/noticia/2020/08/10/risco-fiscal-leva-a-alta-das-
-sairam-do-mercado-financeiro-brasileiro-em-12-meses.shtml>. taxas-de-juros-futuro-e-curva-tem-maior-inclinacao-desde- fim-de-
134 Acesso em: 22 jan. 2021. junho.ghtml>. Acesso em: 7 fev. 2021. Adaptado.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para minorar os impactos da crise, a Emenda Constitu- Criptomoeda, ou moeda criptografada, é um ativo
cional nº 106, de 7 de maio de 2020, conhecida como digital denominado na própria unidade de conta que
o “Orçamento de Guerra”, instituiu uma diversidade é emitido e transacionado de modo descentralizado,
de medidas nos âmbitos fiscal, financeiro e de con- independentemente de registro ou validação por parte
tratações para enfrentamento da calamidade pública de intermediários centrais, com validade e integridade
nacional, decorrente da pandemia da Covid-19. Den- de dados assegurada por tecnologia criptográfica e de
tre as medidas aprovadas, o Banco Central do Brasil consenso em rede. Trata-se de instrumentos desenha-
ficou autorizado, temporariamente, a operar com ins- dos para viabilizar transferências de valores em rede
trumentos de política monetária considerados não de maneira segura e independente de um sistema de
convencionais. A medida de política monetária não intermediação financeira (...). Outro aspecto econô-
convencional, por parte do Banco Central do Brasil, mico que merece destaque é o lado político-econômi-
que poderia ter estimulado a redução das taxas de co da atribuição de valor a uma moeda. As moedas
juros de longo prazo no ano passado é a estatais de curso forçado contam não apenas com
reservas legais, mas também com uma infraestrutu-
a) redução da taxa de juros básica de curto prazo (Selic) ra estatal ou privada (fortemente regulada) e com as
b) venda de títulos públicos e privados no mercado políticas monetária e cambial oficiais (...). Muitas crip-
secundário tomoedas, mesmo que funcionem como instrumentos
c) compra de títulos públicos e privados no mercado descentralizados, têm grande parte de sua base mone-
secundário tária em poder da organização que a desenvolveu.
d) redução do percentual dos depósitos compulsórios
e) venda de títulos mediante operações compromissadas Stella, J.C. Moedas virtuais no Brasil: como enquadrar as crip-
tomoedas. Revista da PGBC, v. 11, n. 2, dez. 2017, p. 151, 156.
Disponível em: <https://revistapgbc.bcb.gov.br/index.php/revista/
7. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa estava querendo issue/download/26/A9%20V.11%20-%20N.2>. Acesso em: 24 jul 21.
fazer um empréstimo e descobriu que algumas ins-
tituições que praticam o shadow banking (“sistema O texto sugere que o mercado de criptomoedas é fon-
bancário sombra”) geralmente servem como interme- te de enorme instabilidade e preocupação dos bancos
diários entre credores e tomadores de empréstimos, centrais, porque as empresas emissoras desses ati-
fornecendo crédito e capital para investidores e corpo- vos monetários
rações. Ao fazer uso dessas instituições para fazer um
empréstimo, a pessoa incorre em riscos? a) são reguladas pelos bancos centrais.
b) têm enorme capacidade de manipulação da taxa de
a) Não, pois vai ter toda a assessoria para fazer o câmbio entre a criptomoeda emitida e os demais ati-
empréstimo. vos digitais.

9
b) Não, pois o shadow banking realiza operações pas-

-3
c) conseguiram transformá-los no principal meio de tro-

40
sando por toda a supervisão ou regulação dos siste- ca utilizado nas transações financeiras internacionais.
mas financeiros/ bancários do país.
.5
d) vinculam a unidade de conta da criptomoeda às prin-
33
c) Sim, pois essas instituições não são bancárias, não cipais moedas conversíveis, como o dólar norte-ame-
.6

recebem depósitos tradicionais como um banco tra- ricano e o euro.


00

dicional e são estruturas paralelas aos mercados e) forçam o enquadramento das criptomoedas emitidas
-0

tradicionais. na mesma categoria das demais moedas eletrônicas


d) Sim, pois o shadow banking é uma estrutura paralela
os

já existentes.
aos mercados tradicionais, embora passe por todas
nt

as regulações e seja uma instituição bancária.


Sa

10. (CESGRANRIO — 2021) Um indivíduo abriu uma conta


e) Sim, pois o shadow banking não é uma instituição em um banco digital. Essa instituição tem um modelo
os

financeira, embora tenha registro no Banco Central. de negócio que desburocratizou o mercado e oferece
id

soluções simples por meio da tecnologia, otimizando


8. (CESGRANRIO — 2021) A blockchain é um tipo espe-
ol

serviços e deixando de repassar custos operacionais


ic

cífico de banco de dados distribuído, no qual há uma da empresa para seus clientes.

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


N

cadeia de blocos ordenados e interligados, com garan-


io

tia de ordem cronológica. Os dados registrados nos Como são chamadas as empresas que introduzem
ric

blocos podem variar de transações financeiras a con- inovações nos mercados financeiros por meio do uso
au

tratos inteligentes. intenso de tecnologia, com potencial para criar novos


M

modelos de negócios?
Na blockchain da bitcoin, as entidades que registram
novos blocos na cadeia são chamadas de a) Nutechs
b) Inovatechs
a) registradores c) Fintechs
b) mineradores d) SmartTechs
c) trabalhadores e) HealthTechs
d) gerenciadores
e) conectores 11. (CESGRANRIO — 2021) A cliente de um banco está
chateada com as taxas bancárias sobre as suas tran-
9. (CESGRANRIO — 2021) Leia as considerações seguin- sações e para manter a sua conta-corrente. Ela está
tes sobre o expressivo crescimento das criptomoedas pensando em investir em criptomoedas para ter mais
nas movimentações financeiras internacionais. domínio sobre o seu dinheiro e não pagar tantas taxas.

135
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As criptomoedas válidas que ela tem para investir nes- b) prestam serviços ao BCB, notadamente a preparação
te momento são de Relatórios contendo dados e informações sobre as
operações de crédito e de câmbio de todas as institui-
a) zen e bitemoeda ções financeiras.
b) bitcoin e tokecardume c) prestam serviços ao BCB, notadamente a criação de siste-
c) bitcoin e bitemoeda mas de informações on-line que permitem o compartilha-
d) bitcoin e ethereum mento de dados entre diversos órgãos reguladores, como
e) ethereum e tokecardume o próprio BCB, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e
a Superintendência de Seguros Privados (Susep).
12. (CESGRANRIO — 2021) As startups têm transformado d) empregam tecnologias digitais de última geração e ofere-
os negócios. cem serviços financeiros à margem do sistema bancário
tradicional, estando, portanto, livres da regulação do BCB.
Um dos motivos para isso é que elas e) atuam por meio de plataformas on-line, lançando ino-
vações no mercado financeiro, mediante uso intenso
a) são ágeis, sempre vendem os seus produtos mais de tecnologias digitais com elevado potencial de cria-
barato e visam a tornar-se um unicórnio. ção de novos modelos de negócios.
b) inovam, transformam processos e têm potencial de
rápido crescimento. 16. (CESGRANRIO — 2021) Um dos objetivos almejados
c) sempre são compradas com valores mais baixos que pelo Banco Central do Brasil, ao criar o Pix, é
o mercado.
d) sempre possuem aplicativos para agilizar suas operações. a) reduzir a velocidade de circulação da moeda.
e) são sempre empresas de internet. b) inibir a concorrência bancária.
c) aumentar os fluxos de pagamento com cartões
13. (CESGRANRIO — 2021) A inserção dos bancos digitais eletrônicos.
no Sistema Financeiro Nacional acarreta a dissemina- d) disseminar os fluxos de pagamento de forma eletrônica.
ção de tecnologias e culturas inovadoras, dentre as e) aumentar o número de intermediários financeiros
quais merece menção o (a) envolvidos nos fluxos de pagamentos.

a) maior contato físico entre bancos e clientes 17. (CESGRANRIO — 2021) O Conselho Monetário Nacional
b) dispensa do armazenamento de dados dos clientes e o Banco Central do Brasil (BCB) vêm estabelecendo
c) uso de inteligência artificial novas regras no Sistema Financeiro Nacional. Uma delas
d) generalização de plataformas off-line abre a possibilidade de clientes de produtos financeiros
e) utilização mínima de big-data permitirem o compartilhamento de dados cadastrais

9
entre diferentes instituições financeiras autorizadas pelo

-3
40
14. (CESGRANRIO — 2021) Considere o texto a seguir, reti- BCB, bem como a movimentação de suas contas bancá-
rias a partir de diferentes plataformas, e não apenas pelo
rado de Relatório do Banco Central do Brasil.
.5
33
aplicativo ou site do banco.
.6

No sistema financeiro mundial, existem muitas enti- A essa nova modalidade denomina-se
00

dades que oferecem serviços de intermediação


-0

financeira, mas funcionam à margem do sistema de a) Fintech


supervisão e regulação bancária. No Relatório de Esta-
os

b) Open banking
bilidade Financeira, de 2015, o Banco Central do Brasil c) Shadow banking
nt

(BCB) estima o valor total dos ativos dessas entida- d) Internet banking
Sa

des no país e adverte que elas podem “ser fonte de e) Pix


os

risco sistêmico, por envolver, sem a devida supervisão


id

e regulação, riscos tipicamente bancários, tais como 18. (CESGRANRIO — 2021) A principal marca distintiva do
ol

alavancagem, transformações de maturidade e de Pix, em relação aos mecanismos de pagamento com


ic

liquidez e transferência de risco de crédito”. cartões de débito automático, é que o Pix é um siste-
N

ma de pagamento instantâneo criado pelo(s)


io

BRASIL. Banco Central do Brasil. Relatório de Estabilidade


ric

Financeira, v.14, n.1. Brasília: Banco Central do Brasil, mar.


a) Banco do Brasil
au

2015, p.33. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/publicacoes/


ref/201503>. Acesso em: 24 jul. 2021. b) Banco do Nordeste
M

c) Banco Central do Brasil


As entidades financeiras descritas formam o sistema d) bancos comerciais
denominado e) bancos de investimento

a) shadow banking 19. (CESGRANRIO — 2021) No ano de 2020, uma família


b) internet banking italiana, dona de um tradicional restaurante de elite de
c) open banking uma importante capital do país, perdeu sua matriarca.
d) mobile banking Ela pertencia à terceira geração da família que atua
e) blockchain desde 1905 na cena gastronômica. A empresária era
conhecida pelo sorriso gentil com que iluminava os
15. (CESGRANRIO — 2021) Fintechs são empresas que salões de seu restaurante e pelo modo como tratava
seus funcionários, capacitando-os a elaborar as secre-
a) funcionam com o principal objetivo de compartilhar tas receitas de família. Ao longo dos últimos anos, foi
dados cadastrais entre diferentes instituições finan- entregando, paulatinamente, a gestão da “locomotiva”
ceiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil (BCB). a seu filho, gerenciando sua aprendizagem, por ele
136 possuir o talento da família para o ramo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esse caso revela que a estratégia do restaurante fami- pessoas aguardando atendimento e reclamando da
liar se sustenta em função de sua dificuldade de resolver seus problemas. Nesse caso,
o cliente se sentirá insatisfeito porque
a) aquisição de concorrentes
b) barreiras à entrada a) o desempenho das atividades não alcança suas
c) competência essencial expectativas, reforçadas pela propaganda.
d) integração vertical b) o desempenho dos serviços bancários apresentados
e) liderança em custo alcança as expectativas criadas pela propaganda.
c) o resultado das atividades realizadas naquela agência
20. (CESGRANRIO — 2021) Com a introdução no Brasil, vai além das suas expectativas.
nos anos de 1990, dos primeiros caixas automáticos d) as percepções a respeito do resultado apresentado
ou terminais bancários ou ATM, o processo de presta- pelo banco superam as suas expectativas.
ção de serviços se modificou. Desde então, os clien- e) os serviços bancários são ofertas intangíveis, não sen-
tes passaram a integrar uma parte desse processo, do possível satisfazer clientes nesse quesito.
realizando um conjunto de atividades que antes eram
feitas pelo prestador do serviço. 24. (CESGRANRIO — 2021) O vendedor de equipamentos
de informática sai de uma agência bancária contraria-
Assim, o cliente passou a ser parte da solução do ser- do. Um colega de trabalho, que o esperava para almo-
viço, que tem como característica a çar, nota o seu desconforto e lhe pergunta o que houve.
Ele diz que o gerente do banco havia-lhe proposto que
a) coopetição virasse cliente da agência e contratasse um seguro,
b) coprodução para que, então, esse gerente sugerisse à direção a
c) estocagem compra dos equipamentos oferecidos pelo vendedor.
d) homogeneidade
e) simultaneidade O conflito ético de vendas observado nesse caso é
denominado
21. (CESGRANRIO — 2021) Um analista de investimen-
tos precisa vender ao seu cliente os benefícios de um a) propina
determinado fundo. Ele sabe que tem uma oportunida- b) suborno
de, quando estiver frente a frente com o cliente, durante c) reciprocidade
o atendimento, e, assim, poder explicar as vantagens e d) falsidade ideológica
qualidades do fundo. Ele também sabe que, se o cliente e) conflito de interesses
deixar a agência, essa oportunidade não se repetirá tão

9
cedo, e sua meta de vendas não será alcançada.

-3
9 GABARITO

40
.5
Na avaliação da qualidade de serviços, essa oportuni- 33
dade é denominada 1 B
.6

2 C
00

a) tangíveis visíveis
-0

b) prontidão de recuperação 3 A
c) qualidade de projeto
os

d) momento da verdade 4 E
nt

e) técnica de design
Sa

5 A
os

22. (CESGRANRIO — 2021) Desde 2013, o setor bancário 6 C


id

tradicional vem sendo afetado pela concorrência das


7 C
ol

Fintechs. No início, muitas delas abalaram a estabili-


ic

dade de grandes bancos, por oferecer serviços com-

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


8 B
N

pletos de um banco, porém sem agências físicas e


io

com operações de baixo custo. Essa estratégia lhes 9 B


ric

deu capacidade de praticar baixas tarifas e, ainda


au

assim, gerar uma lucratividade considerável. 10 C


M

11 D
Desse modo, verifica-se que a estratégia genérica de
posicionamento das Fintechs foi de 12 B

a) diferenciação de produto 13 C
b) diversificação de indústria
14 A
c) expansão de mercados
d) extensão de marca 15 E
e) liderança em custo
16 D
23. (CESGRANRIO — 2021) A propaganda de um banco diz
17 B
que cada cliente é atendido rapidamente e que todas
as suas solicitações são resolvidas de forma ágil e 18 C
personalizada, em agências confortáveis e modernas.
No entanto, ao chegar à agência, o cliente encontra 19 C
instalações degradadas, e uma grande quantidade de 137
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
20 B

21 D

22 E

23 A

24 C

ANOTAÇÕES

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric
au
M

138
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Por último, tem-se a Taxa de Juros, que é uma por-
centagem fracionária do Juro sobre o Capital, gerada ao
longo do tempo, ou seja, o quociente entre o Juro e Capital.

FATORES QUE AFETAM A VARIAÇÃO DO VALOR DO


MATEMÁTICA DINHEIRO NO TEMPO

FINANCEIRA Consumo

Como existem preferências, no decorrer do tempo,


para o de uso e consumo de determinados produtos,
o fator “consumo” afeta o valor do dinheiro no tem-
CONCEITOS GERAIS po perante a nossa sociedade. Hoje, por exemplo, um
smartphone é supervalorizado, pois tem um valor
O CONCEITO DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO de mercado alto, já que possui uma grande deman-
da. Antigamente, entretanto, apesar de não existirem
O conceito de valor do dinheiro no tempo é muito celulares, existiam outros utensílios que, na época,
importante quando estamos estudando matemática eram supervalorizados e, por isso, muito custosos.
financeira, pois não podemos, de maneira alguma,
comparar o dinheiro trabalhado na matemática bási- Inflação e Deflação
ca com o dinheiro trabalhado na matemática finan-
ceira, uma vez que, nesse último, o fator tempo será Primeiro, devemos entender que a inflação é a
primordial. perda do poder de compra, enquanto a deflação é o
Imagine a seguinte situação: ganho do poder de compra. É muito difícil o dinheiro
Seu primo pede que você o empreste uma quantia ganhar valor com o tempo, pois, geralmente, estamos
de R$100,00, com a promessa de que, após 1 ano, ele em constante evolução da inflação. Mas, se conseguís-
irá devolver os mesmos R$100,00 para você. Será essa semos viver em uma época com deflação, na qual o
operação financeira vale a pena? poder de compra aumentasse, o dinheiro, com certe-
Você precisa analisar alguns pontos antes de tomar za, ganharia valor com o tempo.
a decisão: o risco, o valor do dinheiro daqui a um
ano e, também, o retorno do capital. Custo de Oportunidade
Aqui, precisamos salientar que o dinheiro tem

9
diferentes valores conforme o tempo vai passando, Aqui, temos um fator que está diretamente relacio-

-3
pois os R$ 100,00 de hoje não são os mesmos R$ 100,00 nado a algum investimento alternativo que gera resul-

40
de daqui a 5 anos. Diz-se isso, pois há fatores que tado futuro. Por exemplo, se temos disponível o valor
.5
de R$ 1000,00, hoje, qual o custo de oportunidade desse
33
modificam o valor do dinheiro no tempo, como, por
dinheiro? Caso eu o invista, eu vou ter um resultado no
.6

exemplo, a inflação, o risco de um futuro incerto e as


00

operações financeiras. futuro. Agora, eu preciso ficar atento para saber se o


custo de oportunidade é maior que a deflação.
-0

Resumindo: um produto que, hoje, custa R$


Numa situação hipotética, digamos que houve uma
100,00, daqui cinco anos, muito provavelmente, terá
os

deflação de 1% no ano e eu tenho um custo de oportu-


um valor maior.
nt

nidade de investir a 10% no ano. Perceba que o meu


Sa

Em matemática financeira, sempre que quisermos


dinheiro vai perder o valor com o tempo se ficar guar-
comparar dois capitais, devemos transportá-los para
os

dado, pois o meu potencial de lucro é muito maior,


uma mesma data (a uma mesma taxa de juros). Assim,
com os 10%, do que com apenas os 1% da deflação. O
id

podemos constatar se são iguais (equivalentes), ou risco nada mais é do que a possibilidade de perda do
ol

não. Portanto, jamais faça soma, subtração, multipli- dinheiro no futuro.


ic

cação, ou qualquer outra operação matemática, com o


N

valor do dinheiro em datas diferentes.


io

Liquidez
ric

Por fim, para entender melhor o valor do dinheiro


no tempo, é preciso saber algumas definições impor-
au

Liquidez é a facilidade com que um investidor


tantes, como, por exemplo, que o Capital é sempre
M

consegue se desfazer de um investimento qualquer,


representado em dinheiro atual, ou seja, dinheiro que para voltar a ter dinheiro na mão, sem que, para isso,
MATEMÁTICA FINANCEIRA

se tem hoje. precise ter um prejuízo significativo. Por exemplo,


se, dentro da empresa, eu tenho 20 mil reais e, com
Dica esse dinheiro, eu resolvo investir na compra de equi-
pamentos sofisticados. Diz-se isso, pois esses equipa-
Vale lembrar que o Capital pode aparecer, na sua mentos possuem baixa liquidez, assim, se eu precisar
prova, como “Valor Presente, Presente Valor ou PV”. me desfazer, de forma urgente, para levantar um
capital, provavelmente eu perderei uns 30 a 50% do
Quando falamos de Juros, por sua vez, nos referi- valor investido. Por outro lado, se esse dinheiro esti-
mos ao aumento do capital ao longo do tempo, ou seja, vesse na conta corrente, eu teria liquidez absoluta,
ao dinheiro acumulado ao longo do tempo, a partir de pois bastaria retirar para capitalizar.
um Capital. Precisa-se, dentro da organização, entender qual a
O Montante, no que lhe diz respeito, é a soma do liquidez de cada um dos ativos (estrutura da empresa,
capital mais o juro, e pode ser entendido como resgate prédio, maquinário, valor a receber, caixa etc.) para
total do investimento, Valor Futuro, Future Value ou FV. assim trabalhar com o que é realmente líquido. 139
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos, então, perceber que a análise da liqui- Estabelecer uma base de comparação entre valores
dez é fundamental quando se fala do valor do dinhei- que estão dados em momentos diferentes no tempo
ro no tempo e de uma real possibilidade de ter que se é impossível.
fazer um resgate financeiro, por algum motivo, como
honrar alguma dívida, por exemplo.
CERTO ( )  ERRADO ( )
Agora, resolva os exercícios a seguir, a fim de exer-
Não é possível comparar valores em momentos dife-
citar seus conhecimentos:
rentes no tempo. Para isso, usa-se uma taxa de juros
a fim de colocá-los em um mesmo momento. Respos-
1. (NOVA CONCURSOS – 2022) Sobre as mudanças no
valor do dinheiro ao longo do tempo, analise os seguin- ta: Errado.
tes itens:
CAPITAL, JUROS E TAXAS DE JUROS
I. O valor futuro de uma anuidade vencida é sempre
maior que o valor futuro de uma anuidade comum; Alguns conceitos são importantes para o bom enten-
II. Os juros incidem sempre sobre o capital inicial; dimento da Matemática Financeira. Assim, tem-se o
III A taxa interna de retorno de um projeto, quando infe- conceito de juros (J), que é a remuneração do capital
rior à taxa requerida pelo investidor, sempre indica que emprestado, podendo ser entendido, de forma simplifi-
o investimento é atrativo. cada, como sendo o aluguel pago pelo uso do dinheiro,
ou seja, é o rendimento pelo uso do capital financeiro
Assim, conclui-se que: em um determinado tempo a uma dada taxa.
Outro conceito é o de valor presente ou capi-
a) Todas são verdadeiras. tal (PV), que é qualquer valor expresso em moeda
b) I e II são verdadeiras. corrente e disponível em determinada época; valor
c) Somente a II e III são falsas. atual, valor de aquisição, valor na data zero, valor do
d) Somente a II é falsa. empréstimo, valor financiado, capital, ou seja, valor
e) Todas são falsas. do capital inicial.
Além dos juros, temos também a taxa de juros (i),
Analisando cada alternativa, temos: que é a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no
I. Verdadeiro, pois na anuidade vencida incidirão final de certo período de tempo e o valor inicialmen-
juros e multas que a tornará maior sempre que a te aplicado (ou emprestado). Estas se referem sempre
anuidade comum. a uma unidade de tempo (mês, semestre, ano etc.).
II. Verdadeiro, pois, no regime de juros simples, os

9
As taxas podem ser representadas percentualmente

-3
juros vão incidir sempre sobre o capital inicial. ou em decimal (por exemplo: 10%=0,10). O tempo —

40
III. Falso, pois o correto seria “investimento não é número de períodos, quantidade de prestações, é cha-
atrativo”, uma vez que a taxa interna de retorno é
.5
33
mado de prazo (n) e deverá sempre estar compatível
inferior à taxa requerida.
com a periodicidade da taxa de juros. Assim, n=0 é a
.6

Resposta: Letra B.
00

data atual (hoje) ou início do 1º período, já n=1 é o


-0

final do 1º período. De modo geral, o mercado traba-


2. (NOVA CONCURSOS – 2022) Tendo como base de
lha com o ano comercial de 360 dias e o ano civil de
os

estudos o conhecimento a respeito do valor do dinhei-


365 dias.
nt

ro no tempo, julgue o item a seguir:


Sa

Quanto maior o prazo de ocorrência de um determi- CAPITALIZAÇÃO, REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO


os

nado fluxo para uma dada taxa de juros, menor será o


id

seu valor presente. A capitalização é o processo de aplicação de uma


ol

importância a uma determinada taxa de juros, com


ic

CERTO ( )  ERRADO ( ) a possibilidade de ganho adicional por meio de sor-


N

teios. As aplicações retornarão corrigidas ao cliente,


io

no todo ou em parte, ao fim do plano.


ric

Analisando a assertiva, temos que para uma dada


taxa de juros, quanto maior o prazo de ocorrência Trata-se, na prática, de uma combinação de pou-
au

de um determinado fluxo, menor será o seu valor pança programada e sorteio.


M

presente. Resposta: Certo. Os critérios de capitalização de juros demons-


tram como os juros são formados e sucessivamente
3. (NOVA CONCURSOS – 2022) Tendo como base de incorporados ao capital no decorrer do tempo. São
estudos o conhecimento a respeito do valor do dinhei- dois os regimes: simples (ou linear) e composto (ou
ro no tempo, julgue os itens a seguir: exponencial). Começaremos a falar do juro simples e
posteriormente trataremos do juro composto.
O valor futuro de uma anuidade estabelece uma série No regime de capitalização simples, os juros
de pagamentos variáveis realizados em intervalos crescem de forma linear ao longo do tempo. Neste cri-
fixos durante um número inespecífico de períodos. tério, os juros incidem somente sobre o capital inicial
(PV) da operação, não se registrando juros sobre o sal-
CERTO ( )  ERRADO ( ) do dos juros acumulados. Na utilização da capitaliza-
ção simples, definimos os Juros (J) em função do valor
Uma série de pagamentos (ou anuidades) são as ope- presente (PV), da taxa de juro (i) e prazo (n):
rações financeiras, em um período determinado, sobre
140 algum investimento ou dívida. Resposta: Errado. J = PV · i · n
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O valor futuro ou montante (FV) a ser pago então diferença entre os montantes de um mês com o ante-
é dado pela soma do valor presente com o juro no rior, FVj – FVj-1.
período: O regime de capitalização simples é muito utiliza-
do por países com baixo índice de inflação. No entan-
FV = PV + J to, em países com alto índice de inflação, a exemplo do
Brasil, a sua utilização só faz sentido para curto prazo.
Substituindo J em FV temos: O regime de juros compostos considera que os
juros formados em cada período são acrescidos ao
FV = PV + J = PV + PV · i · n = PV · (1 + in) capital formando o montante (capital mais juros) do
FV = PV · (1 + in) período. Este montante, por sua vez, passará a render
juros no período seguinte formando um novo mon-
No caso do regime de capitalização simples, o cál- tante (constituído do capital inicial, dos juros acumu-
lados e dos juros sobre os juros formados em períodos
culo dos juros é feito apenas sobre o Principal. Neste
anteriores), e assim por diante.
caso os juros serão sempre constantes, pois são calcu-
Na utilização da capitalização composta, devemos
lados sobre a mesma base de cálculo (capital inicial
utilizar a seguinte fórmula para o valor futuro:
ou Valor Presente). Assim, não há acúmulo de juros
ao capital para o cálculo dos novos juros dos perío-
FV = PV · (1 + i)n
dos seguintes, por isso, dizemos que o crescimento do
capital é linear (Figura 20).
1
Sendo (1 + i)n o fator de capitalização e o
fator de atualização. (1 + i)n
Neste caso, note que o crescimento da capitali-
zação composta não é linear como na capitalização
simples. Como pode ser observado na Figura 21, o
crescimento é exponencial.

9
-3
40
Figura 20. Capitalização simples, com PV = R$2000,00 e i = 10% ao
.5
33
mês, por 10 meses.
.6
00

Assim, para encontrar os resultados da Figura 20,


-0

utilizamos a fórmula do Montante (FV) anterior e


os

obtemos os valores mensais a serem pagos em cada


nt

mês à taxa de juros de 10%.


Sa

PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}


os
id

FV = PV · (1 + in)
ol

n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 0) = 2000 · 1 = 2000


ic
N

n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 1) = 2000 · 1,1 = 2200


io

Figura 21. Capitalização composta, com PV=R$2000,00 e i=10% ao


ric

n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 2) = 2000 · 1,2 = 2400 mês, por 10 meses.


au

n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 3) = 2000 · 1,3 = 2600


M

Assim, para encontrar os resultados da Figura 21,


n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 4) = 2000 · 1,4 = 2800 utilizamos a fórmula do Montante (FV) anterior e
MATEMÁTICA FINANCEIRA

obtemos os valores mensais a serem pagos em cada


n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 5) = 2000 · 1,5 = 3000 mês à taxa de juro de 10%, com correção composta,
ou seja, juro do tempo j em relação ao montante j – 1.
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 6) = 2000 · 1,6 = 3200
n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 7) = 2000 · 1,7 = 3400 PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}

n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 8) = 2000 · 1,8 = 3600 FV = PV · (1 + i)n

n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 9) = 2000 · 1,9 = 3800 n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1)0 = 2000 · 1 = 2000

n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 10) = 2000 · 2 = 4000 n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1)1 = 2000 · 1,1 = 2200
n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1)2 = 2000 · 1,21 = 2420
No juro simples o valor de incremento mensal
n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1)3 = 2000 · 1,331 = 2662
referente à taxa de juro é constante, ou seja, mês a
mês, o valor de aumento é o mesmo, basta fazer a n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1)4 = 2000 · 1,464 = 2928,2 141
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1)5 = 2000 · 1,6105 = 3221,02 z Em relação aos prazos relativamente curtos (como
n = 2 períodos), veja que a diferença entre juros
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1)6 = 2000 · 1,7716 = 3543,122
simples e compostos é bem pequena. É possível
n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1)7 = 2000 · 1,9487 = 3897,434 fazer até mesmo um cálculo aproximado dos juros
n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1)8 = 2000 · 2,1463 = 4287,178 compostos utilizando o regime simples;
z Conforme haja aumento no prazo, a diferença se
n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1)9 = 2000 · 2,3579 = 4715,895
torna cada vez maior. Por exemplo, se tivéssemos
n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1)10 = 2000 · 2,5937 = 5187,485 n = 20 meses, a dívida no regime simples chegaria a
R$ 3.000, e no regime composto chegaria a R$ 6.727
O regime de capitalização composta é amplamen- (mais que o dobro).
te adotado por todo mercado financeiro e de capitais.
Sua importância é fundamental para o entendimento Sintetizando:
de praticamente todas as operações financeiras que
são realizadas. Cabe destacar que, em comparação
com o regime de capitalização simples, para o primei- JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
ro período de capitalização indifere a escolha de juros Mais onerosos se 0 < n < 1 Mais onerosos se n > 1
simples ou compostos, pois ambos os juros produzi-
dos se igualam. Mesmo valor se n = 1

Juros capitalizados
Comparação entre Regimes Simples e Composto Juros capitalizados no
periodicamente
final do prazo
(“juros sobre juros”)
Para compararmos o funcionamento dos dois regi-
mes, utilizaremos o exemplo de uma dívida inicial C = Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial
1000 reais, prazo de pagamento n = 4 meses, taxa de
juros i = 10% ao mês. Veja: Veja o gráfico abaixo:

MONTANTE M
MONTANTE
MÊS (JUROS s
(JUROS SIMPLES) to
COMPOSTOS) s
po
0 1000 1000 c om

9
os

-3
1 1000 + 100 1100 jur les
imp

40
ss
juro
2 1000 + 200 1210 .5
33
.6

3 1000 + 300 1331


00

4 1400 1464,10
-0

1 t
os

Pontos principais:
nt

Figura 1: Gráfico de comparação entre Juros Simples x Compostos


Sa

z Ao final do primeiro período (1 mês), os valores


os

devidos nos dois regimes são iguais. Assim, para A importância de saber essas comparações reside
id

t = 1, juros simples e compostos geram o mesmo no fato de que bancas de concurso costumam cobrar
ol

montante; questões teóricas sobre matemática financeira, inclu-


ic

z Já ao final do prazo total, observe que os juros sive de assuntos como esta comparação, e não apenas
N

compostos são mais onerosos, com isso, levam a questões de cálculo.


io

um montante superior ao dos juros simples. Isto


ric

vale desde n = 2, em que tínhamos uma dívida de FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE
au

1200 no regime simples e 1210 no regime compos- CAIXA


M

to. Ou seja, para n > 1, juros compostos são mais


onerosos que juros simples; A representação da entrada e saída de capital é fei-
z Atente-se que para n < 1 (prazos fracionários, como ta pelo Diagrama do Fluxo de Caixa, que é o gráfico
por exemplo 0,5 mês), juros simples são mais one-
das operações de Capital em uma reta horizontal cres-
rosos do que os juros compostos;
cente, estabelecida como o tempo. Neste, constam:
z Perceba que na coluna de juros simples foi exposto
apenas o principal da dívida (1000) separado dos
z Entrada de Capital: representada por uma seta
juros (100, 200, 300). Isto acontece, pois, no regime
simples, os juros são capitalizados (adicionados ao para cima;
capital) somente no fim do prazo; z Saída de Capital: representada por uma seta para
z Já na coluna do regime composto, observe que os baixo.
juros são capitalizados (somados ao capital) no
final de cada período, e começam a render juros já Observe o seguinte exemplo:
no período seguinte. Com isso, aqui temos o fenô- Investimento de R$ 50.000,00 no dia de hoje, para
142 meno dos juros sobre juros; recebimento de R$ 120.000,00 daqui a 10 anos:
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120.000,00 EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA
Hoje
| | | | | | | | | | | ano Dois ou mais capitais, resgatáveis em datas distin-
5 10 tas, são equivalentes quando são transportados para
50.000,00 uma mesma data e com a mesma taxa de juros, resul-
tarem valores iguais.
Operações Financeiras
Dica
Vamos aprender como “transportar” uma parcela no
Para saber se dois capitais são equivalentes:
tempo, ou seja, como levar uma parcela presente para
o futuro (capitalização), e como trazer uma parcela � Coloque na mesma data;
do futuro para o presente (desconto ou descapitaliza- � Veja se têm a mesma taxa de juros;
ção). Aqui, vale lembrar que dependeremos do regime � Resultam no mesmo valor.
de capitalização, simples ou composto, e, que, para cada
um deles, teremos uma maneira de calcular. Veja: Propriedade Fundamental da Equivalência de
Na Capitalização Simples usaremos as seguintes Capitais
fórmulas:
A equivalência permanecerá válida para qualquer
VF = VP · (1 + i · t) ou VP = VF ÷ (1 + i · t) data, a partir de uma determinada data focal, quando
dois capitais forem equivalentes.
Já na Capitalização Composta, as equações serão: Em matemática financeira, sempre que quisermos
comparar dois capitais, devemos transportá-los para
VF = VP · (1 + i)t ou VP = VF ÷ (1 + i)t uma mesma data (a uma mesma taxa de juros), pois,
assim, podemos constatar se são iguais (equivalentes)
Em que, ou não.
Vejamos alguns exemplos, a fim de facilitar a com-
VF = Valor Futuro preensão do conteúdo:
VP = Valor Presente ou Valor Atual
i = taxa de juros z Qual a taxa anual de juros de um financiamento
t = período que cobra juros mensais de 3,5%?

Temos que 3,5% = 3,5 ÷ 100 = 0,035


Note que podemos fazer uma analogia com as 1 ano = 12 meses

9
-3
equações do Montante de regime de juros: (1+ia) = (1+im)t

40
(1 + ia) = (1 + 0,035)12
Regime Simples → M = C · (1 + i · t)
.5
1 + ia = 1,03512 33
Regime Composto → M = C · (1 + i)t 1 + ia = 1,6958
.6

ia = 1,6958 – 1
00

O Montante será sempre entendido como o Valor ia = 0,6958


-0

Futuro, e, o Capital, como Valor Presente: ia = 69,58 % ao ano.


os

Montante → Valor Futuro z Determine a taxa mensal equivalente a 0,4% ao dia.


nt

Capital → Valor Presente ou Valor Atual


Sa

Sabemos que 0,4% = 0,4 ÷ 100 = 0,004


os

Exemplo:
id

1 mês = 30 dias
ol

Determine o Valor Presente do Fluxo de caixa para (1+im) = (1+id)t


ic

uma taxa de juros simples de 10% ao mês. (1 + im) = (1 + 0,004)30


N

1 + im = 1,00430
io

2.800 1 + im = 1,1272
ric

im = 1,1272 – 1
au

im = 0,1272
M

im = 12,72% ao mês.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Resolva os exercícios a seguir para exercitar seus


mês conhecimentos:
0 1 2 3 4
1. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere duas taxas
Note que para calcular o VP teremos que transpor- aplicadas sobre um determinado capital, durante o
tar essa parcela (Valor Futuro) 4 períodos para trás, mesmo período, culminando nos mesmos montantes.
isto é, descapitalizá-la. Vamos aplicar a fórmula do Para essa situação hipotética, estamos nos referindo
Valor Presente em regime de juros simples e calcular à taxa:
seu valor:
a) real.
VP = VF ÷ (1 + i · t) b) equivalente.
VP = 2800 ÷ (1 + 0,1 · 4) c) efetiva.
VP = 2800 ÷ 1,4 d) nominal.
VP = 2000 e) líquida. 143
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Taxas equivalentes produzirão o mesmo montante Pela própria definição, o Montante é:
que a outra operação, contudo em períodos de capi-
talização diferentes da taxa original. M=C+J
Resposta: Letra B.
Contudo, vimos que:
2. (NOVA CONCURSOS — 2022) A taxa trimestral de
juros equivalentes a 2% ao mês é de J=C·i·n

a) 3,36%. Logo, temos que:


b) 4,50%.
c) 5,57%. M=C+C·i·n
d) 6,00%.
e) 6,12%. Assim, colocando-se C em evidência, obtemos a
fórmula para cálculo do montante em juros simples:
Disponha os dados na fórmula:
1 trimestre = 3 meses M = C · (1 + i · n)
(1+it) = (1+im)t
(1+it) = (1+im)3 Com a fórmula acima, pode-se resolver a maioria
(1+it) = (1,02)3 dos problemas de juros simples. Substitua correta-
(1+it) = (1,0612) mente os dados do problema, observando a compati-
it = 1,0612 - 1 bilidade das unidades e, depois, ache a incógnita.
it= 0,0612, transformando em % = 0,0612 · 100 =
6,12% O CÁLCULO DE MONTAGEM EM JUROS SIMPLES
Resposta: Letra E.
Juro J M Montante
3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere uma capitali-
zação semestral a uma taxa de juros nominal de 20% Capital C
anual. Assinale a opção que corresponde a taxa efeti-
va anual equivalente.
0 1 2 3 n—1
n nº de Períodos
a) 5%
b) 10,5%

9
Figura 1: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São

-3
c) 15% Paulo: Atlas, 2007. Pág. 15.

40
d) 20,25%
e) 21% Dica .5
33
.6

Capitalização Semestral Memorize as duas fórmulas de juros simples:


00

Taxa nominal = 20% anual fica 10% semestral M = C · (1 + i · n)


-0

Equivalência de taxa: J=C·i·n


os

(1+ia) = (1+is)t E, ainda, lembre-se de verificar, e/ou deixar, a


nt

(1 + ia) = (1+is)2 taxa de juros J sempre na mesma medida de


Sa

(1 + ia) = (1 + 0,10)² tempo N.


1 + ia = 1,21
os

ia = 1,21 – 1 = 0,21
id

Realize o exercício abaixo para fixar seus


ia = 21%
ol

conhecimentos:
ic

Resposta: Letra E.
N

1. (FGV — 2022) Marlene comprou uma mercadoria que


io

custava R$ 400,00 e pagou em duas parcelas: R$ 200,00


ric

no ato da compra e R$ 280,00 um mês após a compra.


au

JUROS SIMPLES
M

A taxa de juro mensal paga por Marlene foi de


CÁLCULO DO MONTANTE
a) 40%.
Para calcularmos o Montante, ou seja, o Juro soma- b) 30%.
do ao valor inicial, no final do período de tempo, deve- c) 25%.
mos utilizar a seguinte fórmula: d) 20%.
e) 15%.
M=C+J
M=C+C·i·n A mercadoria que Maria comprou, custava R$
400,00. Como ela deu R$ 200,00, no ato da compra,
Da equação acima, temos, portanto, a expressão: ela ficou com um saldo devedor de

M = C · (1 + i · n) 400 — 200 = 200 reais

144
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Agora, como ela pagou R$ 280,00, um mês depois, Taxa Percentual
para liquidar a compra, ela arcou com um juro de
Por Taxa Percentual entende-se a taxa de juros
280 — 200 = 80 reais referente a cem unidades de capital. Interessante
notar que seu próprio nome já demonstra isso, uma
Então, utilizando a fórmula do valor dos juros para vez que “percentual” significa “por cem”.
o regime simples (tanto faz ser simples ou compos-
to, pois é apenas 1 período), a taxa mensal cobrada Ex.: A inflação do ano atingiu 9% (seis por cento).
nessa compra foi:
Taxa Unitária
J=C·i·n
A Taxa Unitária, por sua vez, refere-se a uma uni-
Agora, substituindo os valores, teremos: dade de Capital, assim como afirma, também, seu
próprio nome. Atenção: Para os cálculos de juros,
80 = 200 · i · 1 montante e capital apresentados na apostila, e tam-
i=
80
= 0, 4 bém existentes na vida real, devemos utilizar, nas fór-
200 mulas, a taxa unitária. Desse modo, ao encontrarmos
Multiplicando-se um decimal por 100, teremos o seu uma taxa percentual, devemos, antes de tudo, trans-
valor em porcentagem! Então, formá-la em taxa unitária. Só depois , poderemos inse-
ri-la na fórmula. Para tal, basta realizar sua divisão
i = 0,4 · 100 por cem. Observe a tabela abaixo:
i = 40% a.m.
TAXAS DE JUROS
Resposta: Letra A.
Forma Para transformar Forma
Percentual na forma unitária Unitária
DOS JUROS
20% ao ano 20/100 0,2 ao ano
No campo dos juros simples, os rendimentos em
J, em cada período T, sempre serão os mesmos, uma 0,06 ao
6% ao trimestre 6/100
vez que os juros são calculados, sem exceção, sobre o trimestre
capital inicial. Esse regime recebe o nome de capitali- 2% ao mês 2/100 0,02 ao mês

9
zação simples. Segue a fórmula para realização desse

-3
cálculo: 0,3% ao dia 0,3/100 0,003 ao dia

40
J=C·i·n .5
33
Inversamente, para transformarmos uma taxa
Onde,
.6

unitária em sua forma percentual, devemos multipli-


00

J: juros cá-la por cem.


-0

C: capital
DO PRINCIPAL
os

i: taxa de juros (deverá estar escrita na forma de


nt

número decimal. Para isso, basta dividir o valor dado O calculo do capital principal pode ser dado pela
Sa

por 100). própria fórmula de calculo de juros simples, apenas


os

n: tempo (a taxa de juros e o tempo devem se refe- isolando o C (capital) ao invés do J (juros). Veja:
id

rir à mesma unidade de tempo).


ol

J=C·i·n
ic

DA TAXA DE JUROS C·i·n=J


N

C = J/i · n
io

A fórmula da taxa de juros, para um período, é a


ric

seguinte: Onde,
au
M

J
i= J: Juros
C
MATEMÁTICA FINANCEIRA

C: Capital

Importante! i: taxa de juros (deverá estar escrita na forma de


Aqui, utilizamos a notação i, que vem do inglês número decimal. Para isso, basta dividir o valor dado
por 100).
interest e significa, portanto, taxa. Mas é impor-
tante saber que a taxa de juros também pode ser
n: tempo (a taxa de juros e o tempo devem se refe-
identificada pela letra J.
rir à mesma unidade de tempo).

A seguir, observaremos que a taxa de juros pode ser DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA
representada de duas maneiras. Além disso, percebe-
remos como é fácil passar de uma forma para a outra! O cálculo do tempo ou prazo da operação finan-
ceira também pode ser feito a partir da fórmula de
cálculo de juros, ficando da seguinte maneira: 145
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J=C·i·n
C·i·n=J
n = J/C · i

Onde,

J: juros
C: capital

i: taxa de juros (deverá estar escrita na forma de número decimal. Para isso, basta dividir o valor dado por
100).
n: tempo (a taxa de juros e o tempo devem se referir à mesma unidade de tempo).

JUROS COMPOSTOS
A diferença fundamental entre o regime de juros simples e o regime de juros compostos se refere à forma de
capitalização dos juros:

z Em juros simples, os juros são sempre calculados sobre o capital inicial. Chama-se este regime de capitaliza-
ção simples;
z Em juros compostos, os juros são somados ao capital para cálculo do período seguinte. Chama-se este regime
de capitalização composta.

Contextualizando para você entender:


Suponhamos que você tenha pego um empréstimo de R$ 1.000,00 no banco, o pagamento deste valor deverá
ser realizado após 4 meses, sujeito à taxa de 10% de juros ao valor em cada mês. Ficou acordado que o cálculo de
juros de cada mês será realizado sobre o total da dívida no mês anterior, logo, o valor inicialmente emprestado
não será a única base para o cálculo. Neste caso, estamos diante da cobrança de juros compostos. Por fim, quanto
você deverá pagar ao banco ao final dos 4 meses?

9
Perceba que neste momento você deverá calcular os juros sobre o total da dívida do mês anterior. Portanto,

-3
ao final do primeiro mês, você deve aplicar a taxa de juros de 10% sobre a dívida que você possuía um mês antes,

40
ou seja, o capital inicial de R$ 1.000. Como 10% de 1.000 é igual a 100, podemos dizer que ao final deste primeiro
.5
mês a dívida subiu para o valor de R$ 1.100, onde R$ 1.000 corresponde ao capital inicial e R$ 100 correspondem
33
aos juros percebidos no período.
.6
00

Até este momento temos os mesmos valores do regime de juros simples. Contudo, no cálculo dos juros do 2º
-0

mês, neste perceberemos uma diferença, pois agora você deve calcular 10% sobre o total da dívida no mês ante-
rior, que agora soma R$ 1.100, e não apenas R$ 1.000, como no primeiro. Calculando 10% de R$ 1.100, você tem R$
os

110, que são os juros do segundo mês. Portanto, esta dívida soma 1.100 + 110 = R$ 1.210.
nt

Ao final do terceiro mês devemos calcular 10% de R$ 1.210 — dívida do mês anterior —, que é 121 reais, de
Sa

modo que a dívida soma 1.210 + 121 = R$ 1.331 reais. No final do 4º mês devemos obter 10% de R$ 1.331, que é R$
os

133,10, de modo que a dívida soma 1331 + 133,10 = R$ 1.464,10.


id

Veja de forma mais detalhada na tabela a seguir:


ol
ic

MÊS CAPITAL INICIAL JUROS DO PERÍODO JUROS ACUMULADOS VALOR MONTANTE FINAL
N
io

0
ric

R$ 1.000 0,00 0,00 R$ 1.000,00


(início)
au
M

R$ 1.000 · 0,10 = R$
1° R$ 1.000 R$ 100,00 R$ 1.100,00
100,00

R$ 1.100 · 0,10 = R$
2° R$ 1.000 R$ 210,00 R$ 1.210,00
110,00

R$ 1.210 · 0,10 = R$
3° R$ 1.000 R$ 331,00 R$ 1.331,00
121,00

R$ 1.331 · 0,10 = R$
4° R$ 1.000 R$ 464,10 R$ 1.464,10
133,10

Concluímos que, ao final dos 4 meses, você deverá ressarcir ao banco o valor de R$ 1.464,10, que é a soma da
dívida inicial (R$ 1.000) e dos juros de R$ 464,10.
No regime de juros compostos, os rendimentos em cada período são somados ao montante anterior para cál-
culo do período seguinte. Assim, os rendimentos crescem, a cada período, em progressão geométrica.
146
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CÁLCULO DO MONTANTE, DO PRINCIPAL (CAPITAL) E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA

Para calcular diretamente o valor do montante final (M) devido em uma aplicação do capital inicial (C) por um
determinado prazo (n) a uma determinada taxa de juros (i), basta usar a fórmula:

M = C · (1 + i)n

Na contextualização dada acima, teríamos C = 1.000 reais, n = 4 meses, e i = 10% ao mês. Novamente, observe
que a unidade temporal do prazo (“meses”) é igual a unidade temporal da taxa de juros (“ao mês”), o que nos per-
mite aplicar diretamente a fórmula:

M = 1000 · (1 + 10%)4
M = 1000 · (1 + 0,10)4
M = 1000 · (1,10)4
M = 1000 · 1,4641
M = 1.464,10 reais

Muito mais prático. Note que a fórmula para se encontrar o capital a partir do montante é assim deduzida:

M = C · (1 + i)n
M
C= n
(1 + i)
Ou ainda:

1
C=M· n
(1 + i)
A partir da fórmula do montante também se pode deduzir o tempo ou prazo da operação financeira.

Vamos falar um pouquinho sobre o fator (1 + i)n:

z Nós chamamos de an = (1 + i)n o fator de acumulação de capital ou de fator de juros compostos ou, ainda,

9
-3
de fator de capitalização.

40
.5
Esse fator é importante, pois pode aparecer em sua prova, veja a tabela abaixo com os valores de alguns deles
33
para facilitar o cálculo.
.6
00

TABELA I FATOR DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL - an(1 + i)n


-0
os

N/I 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 12% 15% 18%


nt

1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,08000 1,09000 1,100000 1,120000 1,150000 1,180000
Sa

2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,102500 1,144900 1,166400 1,188100 1,210000 1,254400 1,32250 1,392400
os

3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,157625 1,225043 1,259712 1,295029 1,331000 1,404928 1,520875 1,643032
id

4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,215506 1,310796 1,360488 1,411581 1,464100 1,573519 1,749006 1,938777
ol

5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,276281 1,402552 1,469329 1,538624 1,610510 1,762341 2,011357 2,287758
ic

6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340095 1,340095 1,500730 1,586874 1,677100 1,771561 1,973822 2,313061 2,699554
N

7 1,072135 1,148685 1,229873 1,315931 1,407100 1,407100 1,605781 1,713824 1,828039 1,948717 2,210681 2,660020 3,185474
io
ric

8 1,082856 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455 1,477455 1,718186 1,850930 1,992562 2,143588 2,475963 3,059023 3,758859
au

9 1,093685 1,195092 1,304773 1,423311 1,551328 1,551328 1,838459 1,999004 2,171893 2,357947 2,773078 3,517876 4,435454
M

10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628894 1,628894 1,967151 2,158925 2,367363 2,593742 3,105848 4,045558 5,233835
11 1,115668 1,243374 1,384233 1,539454 1,710339 1,710339 2,104852 2,331639 2,580426 2,853116 3,478549 4,652391 6,175926
MATEMÁTICA FINANCEIRA

12 1,126825 1,268242 1,425760 1,601032 1,795856 1,795856 2,252191 2,518170 2,812665 3,138428 3,895975 5,350250 7,287592
13 1,138093 1,293606 1,468533 1,665073 1,885649 1,885649 2,409845 2,719623 3,065804 3,452271 4,363493 6,152787 8,599359
14 1,149474 1,319479 1,512589 1,731676 1,979931 1,979931 2,578534 2,937193 3,341727 3,797498 4,887112 7,075706 10,147244
15 1,160969 1,345868 1,557967 1,800943 2,078928 2,078928 2,759031 3,172169 3,642482 4,177248 5,473565 8,137061 11,973748
16 1,172578 1,372786 1,604706 1,872981 2,182874 2,182874 2,952164 3,425942 3,970306 4,594972 6,130393 9,354621 14,129022
17 1,184304 1,400241 1,652847 1,947900 2,292018 2,292018 3,158815 3,700018 4,327633 5,054470 6,866040 10,761264 16,672246
18 1,196147 1,428246 1,702433 2,025816 2,406619 2,406619 3,379932 3,996019 4,717120 5,559917 7,689966 12,375453 19,673251

Fonte: Aprenda Matemática

Temos como a função principal de uma tabela financeira disponibilizar valores numéricos complicados de
serem calculados à mão, uma vez que contas em juros compostos envolvem sempre exponenciação1. Saber ler
1 Disponível em: https://aprendamatematica.com/tabelas-financeiras. Acesso em: 11 jul. 2022. 147
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
uma tabela é fácil, basta procurarmos pela linha que corresponde ao prazo e que cruza a coluna da respectiva
taxa de juros que queremos. Ali estará o número determinado, ou melhor, o fator.
Note que a primeira célula da tabela no canto superior esquerdo é: n/i.
Ou seja, na primeira coluna à esquerda (1, 2, 3, 4, ..., 18) temos os respectivos períodos n.
Já na primeira linha temos as respectivas taxas em percentual (1%, 2%, ... 18%).
Observe a tabela abaixo. Com ela podemos obter rapidamente o valor de (1 + 10%)4. Basta buscarmos na linha
da taxa i = 10% (pois a taxa também é designada pela letra i) e a coluna de n = 4 períodos (que é a quarta linha,
pois o prazo também é designado pela letra n). Com isso, encontramos o valor 1,464100:

TABELA I FATOR DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL - an(1 + i)n

N/I 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,08000 1,09000 1,100000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,102500 1,144900 1,166400 1,188100 1,210000
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,157625 1,225043 1,259712 1,295029 1,331000
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,215506 1,310796 1,360488 1,411581 1,464100
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,276281 1,402552 1,469329 1,538624 1,610510

Simplifica bastante, não é mesmo?


Mas, também, temos um outro fator que é uma derivação do fator anterior:
1 1
Nós chamamos de = n o fator de atualização de capital ou de fator de desconto composto. Pode
an (1 + i)
ser dado no enunciado alguns de seus valores ou apresentado em uma tabela. Adiante, veremos ainda mais deta-
lhes de como calcular.
Mas, para que você seja mais ágil na resolução de questões no dia da sua prova esqueça a sua calculadora!
É recomendado que você memorize pelo menos os 4 primeiros fatores de acumulação de capital, que são os mais
frequentes, eles irão te auxiliar para ter mais velocidade na resolução:

Dica
Memorize:
1,11 = (1 + 10%)1 = 1,10

9
1,12 = (1 + 10%)2 = 1,21

-3
1,13 = (1 + 10%)3 = 1,331

40
1,14 = (1 + 10%)4 = 1,4641
.5
33
Faça sempre os cálculos à mão, pois você precisa praticar bastante para obter velocidade e confiança. A seguir,
.6
00

pratique com a resolução das questões.


-0

1 (FGV — 2018) Certa empresa financeira do mundo real cobra juros compostos de 10% ao mês para os empréstimos
os

pessoais. Gustavo obteve nessa empresa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, incluindo os juros, três
nt

meses depois. O valor que Gustavo deverá pagar na data do vencimento é:


Sa
os

a) 6.600 reais;
id

b) 7.200 reais;
c) 7.800 reais;
ol
ic

d) 7.986 reais;
N

e) 8.016 reais.
io
ric

Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a.m. e n = 3 meses. Aplicando a fórmula, temos:
au
M

M = C · (1 + i)n
M = 6.000 · (1 +10%)3
M = 6.000 (1,1)3
M = 6.000 · 1,331
M = 7.986 reais

Resposta: Letra D.

2. (FGV — 2022) João contraiu um empréstimo de R$10.000,00 a uma taxa de juros de 2% ao mês sobre o saldo devedor.
Ele pretende pagar R$5.000,00 ao final do primeiro mês e quitar a dívida ao final do segundo mês.

Assim, ele terá de pagar, ao final do segundo mês, a quantia de

a) R$5.304,00.
b) R$5.352,00.
148 c) R$5.408,00.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) R$5.422,00. Quando ocorre assim, temos uma taxa de juros
e) R$5.452,00. efetiva, ou seja, uma taxa de juros que efetivamen-
te corresponde à realidade da operação. Nestes casos
O empréstimo contraído foi de R$ 10 mil. Ao final normalmente é omitida a informação sobre o período
do primeiro mês, calculamos 2% sobre o valor do de capitalização, diz-se apenas “10% ao mês” ou “12%
empréstimo, e teremos o seguinte saldo devedor: ao ano”.
Contudo, há a possibilidade também de ter uma taxa
10.000 · (1 +2%)1 = 10.000 · (1,02)1 de juros de 10% ao ano com capitalização semestral.
10.000 · 1,02 = 10.200 reais Neste caso, a unidade de tempo sobre a qual a taxa
de juros é definida (ao ano) é diferente do período de
Perceba que primeiro calculamos o montante de capitalização (a cada semestre). Com isso, tem-se a cha-
juros sobre os R$ 10.000,00 iniciais. Só depois é que mada taxa de juros de nominal, pois ela precisará ser
vamos subtrair os 5 mil pagos ao final desse mês. “adaptada” para então ser utilizada nos cálculos.
Por isso, o saldo devedor é de R$ 5.200. Quando temos uma taxa de juros nominal, é
Subtraindo o pagamento de R$ 5 mil, restarão R$ necessário obter a taxa efetiva para então efetuar
5.200,00. Por fim, calculamos novamente 2% sobre os cálculos devidos. Isto é algo simples, pois basta uma
essa quantia. O resultado será o saldo devedor ao simples divisão, de modo a levar a taxa de juros para a
final do segundo mês: mesma unidade de tempo da capitalização.

5.200 · 1,021 = 5.304 reais Taxas Proporcionais

Resposta: Letra A. Em juros compostos, a definição é a mesma que


vimos em juros simples.
Taxas proporcionais (ip) são aquelas cujos quo-
Importante! cientes entre seus valores e seus respectivos períodos
de capitalização n, colocados na mesma unidade de
Memorize as principais fórmulas dos juros
tempo, são iguais.
compostos:
Veja a fórmula:
M = C · (1 + i)n
J=M—C i1 i
= 2
n1 n2
Por exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao

9
DOS JUROS

-3
semestre, o qual também é proporcional a 1% ao mês.

40
O cálculo dos juros compostos pode ser dado por Para obter taxas proporcionais com segurança, basta
meio da fórmula .5
efetuar uma regra de três simples.
33
J=M-C Quando trabalhamos com juros simples, taxas
.6

Onde, de juros proporcionais são também taxas de juros


00

J: Juros equivalentes.
-0

M: Montante Entretanto, isto não é verdade no regime de juros


os

C: Capital compostos, ou seja, taxas proporcionais não necessa-


nt

riamente são também equivalentes.


Sa

DA TAXA DE JUROS Agora, vamos aprender as aplicações dessas taxas


em juros compostos.
os

Atente-se às seguintes informações, pois são Vimos anteriormente que o regime de capitaliza-
id

importantes para saber aplicar corretamente uma ção composta trabalha com a exponenciação e não
ol

taxa de juros compostos: com a proporcionalidade. Qual é, então, a utilidade de


ic
N

se confirmar se duas ou mais taxas são proporcionais


io

z A unidade de tempo sobre a qual a taxa de juros em juros compostos?


ric

é definida. Ou seja, não adianta saber apenas que As taxas nominais também ocorrem no regi-
au

a taxa de juros é de “10%”. É preciso saber se essa me de juros compostos e, portanto, a taxa efetiva
da operação é obtida a partir da taxa nominal por
M

taxa é mensal, bimestral, anual etc.;


z De quanto em quanto tempo deve haver cálculo proporcionalidade.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

de juros e seu valor incorporado no total devido.


Trata-se do período de capitalização. Por exemplo, Taxas Equivalentes
se tivermos juros com capitalização semestral, isso
quer dizer que os juros devem ser calculados a A definição de taxas equivalentes (ieq), no regime
cada semestre, e o valor calculado deve ser acres- de juros compostos, mantém-se a mesma do regime
cido à dívida. de juros simples: duas taxas são equivalentes quando,
aplicadas sobre o mesmo capital e pelo mesmo prazo,
Em regra, a unidade de tempo sobre a qual a resultam no mesmo montante.
taxa de juros é definida é a mesma do período de Por outro lado, existe uma diferença fundamental
capitalização. Veja exemplos: entre as taxas equivalentes no regime de juros sim-
ples e no regime de juros compostos:
z 10% ao mês com capitalização mensal (isto é, cal-
culados a cada mês); z Em juros simples, taxas equivalentes são propor-
z 12% ao ano com capitalização anual etc. cionais entre si; 149
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Em juros compostos, conforme vamos ver a Podemos dizer que é a taxa “mais importante”,
seguir, taxas equivalentes não são proporcionais pois é essa taxa que será utilizada nas fórmulas.
entre si.
Dica
Uma forma mais rápida de calcular taxas equi-
valentes é pensando no número de períodos de
No regime composto, há uma única situação em
capitalização.
que a regra de 3 é aplicável: na transformação
Ex.: Calcular a taxa trimestral (it) equivalente à
da taxa nominal em taxa efetiva.
taxa bimestral de ib= 4%.
Para calcular as taxas efetivas são utilizadas
O primeiro passo é tomar um determinado perío-
as fórmulas de juros compostos, e estas fórmu-
do. Tomamos 6 meses, pois é múltiplo de 3 (trimestre)
las são todas exponenciais (ou seja, não vale a
e 2 (bimestre).
proporcionalidade).
Em 6 (seis) meses temos:
Por isso, tirando o caso excepcional de conver-
são entre taxa nominal e taxa efetiva, nas demais
z 2 trimestres (logo, são duas capitalizações trimestrais); situações envolvendo juros compostos não
z 3 bimestres (logo, são três capitalizações bimestrais).
podemos mais usar a regra de três.

Lembrando que quando temos uma taxa de juros


Procuramos taxas equivalentes, ou seja, que pro-
nominal, é necessário obter a taxa efetiva para só
duzam o mesmo resultado num mesmo período.
então efetuar os cálculos devidos. Basta uma simples
Com isso, sabemos que 2 capitalizações trimestrais
divisão, de modo a levar a taxa de juros para a mesma
devem corresponder a 3 capitalizações bimestrais, unidade de tempo da capitalização. Veja os exemplos:
pois, nos dois casos, temos o mesmo período de 6
meses. E a igualdade fica: z Taxa nominal de 10% ao ano com capitalização
semestral: como a taxa é anual, devemos dividi-la
(1 + it)2 = (1 + ib)3 por 2 (pois 1 ano possui 2 semestres) para chegar à
taxa efetiva de 5% ao semestre;
Substituindo os valores: z Taxa nominal de 6% ao semestre com capitaliza-
ção mensal: basta dividir a taxa por 6 (afinal temos
(1 + it)2 = (1 +4%)3 6 meses em 1 semestre) para obter a taxa efetiva
de 1% ao mês.
(1 + it)2 = (1,04)3

9
(1 + it)2 = 1,124864 Vejamos como este conteúdo é cobrado em provas:

-3
40
1 + it = 1, 124864 1. (FGV — 2022) Use o texto a seguir para responder
.5
a questão. Suponha que um banco concedeu um
33
it = 6,06%
empréstimo de R$50.000,00 a um cliente, por um pra-
.6

zo de um ano, e que, ao final desse período, o clien-


00

Atenção! Em relação às taxas equivalentes em


te tenha se comprometido a pagar R$65.000,00 pelo
-0

juros compostos:
empréstimo. Suponha ainda que a inflação no perío-
os

z Não admite regra de três; do tenha sido de 8%. A taxa nominal de juros desse
nt

z Deve criar dois investimentos equivalentes, isto é, empréstimo foi de


Sa

que produzem o mesmo montante, a partir de um


a) 22%.
os

mesmo capital, sendo este aplicado durante o mes-


b) 25%.
id

mo intervalo de tempo.
c) 28%.
ol

d) 30%.
ic

Taxa Nominal
N

e) 35%.
io

Taxa de juros nominal é aquela onde o período


ric

Questão recente da FGV! A taxa nominal de juros é


de capitalização é diferente da unidade temporal da
au

aquela que não considera os efeitos inflacionários.


taxa (10% ao ano, com capitalização bimestral). Note Por esse motivo, a referência à inflação de 8% no
M

que o conceito de taxa nominal no regime de juros período é completamente irrelevante para a resolu-
compostos é o mesmo já enunciado em juros simples. ção da questão.
Sempre que nos deparamos com uma taxa nomi- Ao final do período, o cliente pagou 65 — 50 = 15 mil
nal, devemos calcular a Taxa Efetiva da operação, reais de juros. Dividindo essa quantia pelo valor do
que é obtida a partir da taxa nominal pelo método da empréstimo, encontramos a taxa nominal de juros:
proporcionalidade.
É a taxa constante em documentos, como nos con- 15
= 0,3 = 30%
tratos de financiamento. 50
O valor da inflação dado foi pegadinha. Como pediu
Taxa Efetiva taxa nominal não precisava nem olhar para a infla-
ção! Resposta: Letra D.
Taxa de juros efetiva: é aquela em que o período
de capitalização é igual da unidade temporal da taxa 2. (FGV — 2021) No sistema de juros compostos, a taxa
(10% ao ano, com capitalização anual). de 125% ao bimestre com capitalizações bimestrais
150 equivale a uma taxa efetiva trimestral de:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) 37,5%; Cálculo da Taxa em Ambiente Inflacionário
b) 150%;
c) 237,5%; Observe que a taxa aparente tem “dentro de si” as
d) 250%; outras duas taxas: a taxa de inflação e a taxa real. A taxa
e) 337,5%. aparente é, portanto, a resultante destas duas taxas:

Queremos a taxa efetiva trimestral que teria o TAXA APARENTE, TAXA DE INFLAÇÃO E TAXA REAL
mesmo resultado/efeito que uma taxa bimestral (2 M
meses) aplicada em 1 trimestre (3 meses).
C ia
Vamos calcular da seguinte forma:
ii ir
S S
1 n
(1 + it ) = (1 + ib )
tx efetiva taxa
trimestral bimestral 0 n
Sabemos que: Figura 2: PENIDO, E. Matemática financeira para concurso. São
1 bimestre tem 2 meses, logo: quantos bimestres Paulo: Atlas, 2007. p. 83.
terão 3 meses? Joga na regra de três!
Veja a fórmula abaixo onde se relaciona o rendi-
1 bimestre ··· 2 meses mento nominal, ou aparente (ou taxa de juros nomi-
x ··· 3 meses nal/aparente) com a taxa de juros real “r”, de acordo
com a taxa de inflação “i”:
Logo:
^1 + ah
^1 + ih
2x = 3 = (1 + r)
3
x= bimestres Ou ainda, apenas multiplicando cruzado:
2
Agora, substituindo os valores, vamos obter a taxa (1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
trimestral. Lembre que 125% = 125/100 = 1,25:
Assim: A seguir explicaremos com mais detalhes cada
uma dessas taxas.
3
(1 + it)1 = (1 + 1,25) 2

9
Taxa Aparente

-3
40
3
1 + it = (2,25) 2

.5
Taxa aparente “a” é a taxa de juros total de deter-
33
1 + it =
2
2, 25
3 minada operação financeira, tanto a de empréstimo
.6

quanto a de investimento, nas quais não se desconta-


00

1 + it = 3,375 ram os efeitos da inflação que tenha ocorrido entre o


-0

início e o término desta operação. Portanto, trata-se


it = 3,375 — 1
de “quanto eu ganhei ou paguei”, em termos de taxa
os

it = 2,375 de juros, sem qualquer desconto ou dedução dos efei-


nt

tos da inflação.
Sa

Multiplicando-se um decimal por 100, teremos o seu


valor em porcentagem! Então:
os

Taxa de Inflação
id

it = 2,375 · 100 = 237,5% a.t.


ol

A taxa de inflação “i” representa a perda do valor


ic

da moeda, ou seja, a diminuição do seu poder de


N

Portanto, a taxa trimestral equivalente a uma compra resultante do aumento médio dos preços das
io

taxa bimestral de 125% aplicada por 1 trimestre é coisas.


ric

237,5%. Resposta: Letra C.


au

Taxa Real
TAXA DE INFLAÇÃO, TAXA REAL E APARENTE
M

Taxa real “r” é a taxa de juros de determinada


MATEMÁTICA FINANCEIRA

Se aplicamos certa quantia em um investimento, operação financeira, tanto de empréstimo quanto de


ela renderá juros com o passar do tempo, entretanto, investimento, em que são descontados os efeitos da
uma parte deste crescimento é “corroída” pela infla- inflação que ocorreu entre o início e o término desta
ção. Isto é, apesar de o investimento ter certo rendi- operação.
mento nominal, ou aparente, é necessário tirar deste
valor o que foi corroído pela inflação, restando o ren- Agora, vamos resolver uma questão de prova para
dimento real. fixar o conteúdo visto.
Inflação é um aumento na quantidade de dinheiro
e crédito criado, que tem como resultado um aumen- 1. (FGV — 2018) O INPC (Índice Nacional de Preços ao
to generalizado e persistente no valor dos preços dos Consumidor) é um indicador auferido mensalmente
produtos. Ou seja, o aumento generalizado dos preços pelo IBGE que mede a variação de preços de um con-
é uma consequência da inflação, e não sua causa. junto de produtos e serviços. Esse índice é utilizado
Em economias em que existe inflação, o poder de pelo Governo como parâmetro para os reajustes de
compra do dinheiro varia ao longo do tempo. salários dos trabalhadores brasileiros. 151
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se, em determinado ano, o salário mínimo nacional for Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até
reajustado (aumentado) em 6,89% e, nesse mesmo a quantidade total de juros. No sistema SAC, tem-se,
período, o INPC for de 5%, então o aumento real do inicialmente, prestações com valores mais altos e que
poder de compra do salário mínimo será de: ficam menores no final, pois (como dito anteriormen-
te) há amortização mensal do valor financiado. Ou
a) 1,78%; seja, da primeira parcela até a última, o valor vai cain-
b) 1,80%; do, porque há uma diminuição progressiva dos juros.
c) 1,85%; Na Tabela Price, no entanto, as parcelas começam
d) 1,89%; mais baixas, mas são estáticas, ou seja, não sofrem
e) 1,90%. alteração durante todo o período de financiamento.

Vamos separar as informações apresentadas. Vantagens Oferecidas pela Tabela Price E Pelo Sac
• A inflação foi de 5%: i=0,05;
• O aumento nominal/aparente foi de 6,89%: A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe,
a=0,0689; a ele, optar pela forma de pagamento que mais se
• O aumento real, dado por r, é desconhecido: r=? adequa a sua realidade financeira A escolha, nota-
Jogando os valores na fórmula: damente, deve levar em consideração o fator de cor-
reção (TR — Taxa Referencial — ou IPCA — Índice
(1 + a) = (1 + i) · (1 + r) de Preços ao Consumidor Amplo) que julgar mais
(1 + 0,0689) = (1 + 0,05) · (1+r) econômico no momento da assinatura do contrato do
financiamento.
(1,0689) = (1,05) · (1+r) Contudo, é válido ressaltar que, quando se neces-
sita de financiamento, optar por um prazo mais curto,
1, 0689 se possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso, porque
(1 + r) =
1, 05 em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre
(1 + r) = 1,018 o saldo devedor. Logo, quanto mais amortização hou-
ver, menos gastos com juros terá o comprador.
r = 1,018 — 1 = 0,018 Pensando nisso, o sistema SAC (Sistema de Amorti-
r = 1,8% zação Constante) pode ser mais vantajoso que a Tabe-
la Price, porque representa uma economia de cerca de
10%, em média. A Tabela Price possui, como vantagem,
Resposta: Letra B.
sua parcela inicial, que, normalmente, é bem menor. No

9
entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores

-3
no começo, há uma amortização maior da dívida, que

40
leva a uma economia significativa no final.
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO .5
33
.6

z Vantagens da tabela SAC:


00

SISTEMA PRICE E SISTEMA SAC


-0

„ Os bancos geralmente preferem a metodologia


Ao financiar o sonho da casa própria, tem-se que SAC sobre a Price;
os

escolher um sistema de pagamento. Para isso, existem „ As parcelas são decrescentes, isto é, você paga
nt

as seguintes opções: Tabela Price ou SAC. Aqui, dis- menos mês a mês conforme o tempo passa;
Sa

cutiremos um pouco a respeito de tais sistemas, para „ Considerando-se o período todo, os juros são
os

entendermos o que de fato eles são, se há alguma dife- menores, uma vez que a amortização da dívida
id

rença, vantagem e/ou desvantagem entre eles e, tam- é maior.


bém, se um deles é mais barato/acessível que o outro.
ol
ic

Esses sistemas, basicamente, são formas de amor- z Desvantagens da tabela SAC:


N

tização e financiamento a longo prazo, acertadas ao


io

banco ou à construtora, durante o financiamento da „ Altas parcelas no início, logo ela é indicada
ric

compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Fran- para quem tem maior renda;
au

cês de Amortização) e o SAC (Sistema de Amortização


„ De acordo com as mudanças no mercado, podem
M

Constante). Ambos, segundo José Mansini planejador


ocorrer variações nos juros e na amortização;
financeiro pela Planejar:
„ Existe a chance de uma parcela vir maior do
que a anterior.
[...] são dois cálculos distintos que determinam de
que forma o comprador do imóvel irá pagar [amor-
tizar] o empréstimo que ele fez para este fim. Nestes z Vantagens da tabela Price:
dois sistemas, será definido o valor da parcela men-
sal a ser paga2. „ Oscilações econômicas afetam menos a parce-
la, uma vez que a taxa é fixa;
Diferenças entre Tabela Price e SAC „ Parcelas menores no começo do período;
„ Para quem não possui muito dinheiro guar-
Há várias diferenças entre esses dois sistemas de amor- dado, o fato de proporcionar prazos maiores
tização, mas a que mais se destaca diz respeito à forma e à para o pagamento do financiamento torna essa
rapidez de amortização (diminuição gradativa da dívida). opção perfeita.
2 CONSULTORIA, 3 Pinheiros. Notícias do Mercado Imobiliário, 2022. Disponível em: https://www.3pinheirosconsultoria.com.br/noticia/tabela-pri-
152 ce-e-sac-qual-e-melhor-para-pagar-menos-financiamento-no-imovel---veja-mais-em-https/28. Acesso em: 25 jul. 2022.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Desvantagens da tabela Price: Total pago R$ 433.014,03 R$ 475.426,66

„ É um sistema indicado para indivíduos com


SIMULAÇÃO DE FINANCIAMENTO
fonte de renda mais estável e, também, para
financiamentos de automóveis;
Para fazer simulações de financiamentos com
„ Embora as parcelas sejam fixas, o prazo mais
Tabela Price e/ou com o SAC, basta acessar sites de
longo pode ocasionar riscos ao comprador se
bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e
ele não tiver em mãos o valor para a finalização
Santander e fazer as simulações.
do pagamento;
Para verificar seus conhecimentos, resolva os
„ O saldo devedor é anulado de maneira mais
exercícios a seguir:
lenta, ocasionando na demora para efetuar a
amortização.
1. (NOVA CONCURSOS — 2022) Um valor que foi toma-
do como empréstimo deverá ser pago pelo sistema
Para melhor ilustrar esse comparativo entre as van- SAC em 7 parcelas mensais com juros de 2% ao mês.
tagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC e Pri- Suponhamos que a terceira parcela do financiamento
ce), veja o quadro a seguir, no qual está representado deste empréstimo seja R$ 31.150,00. O valor total do
um financiamento de R$ 200 mil, parcelado em 20 anos, empréstimo em reais, será de aproximadamente:
com juros de 7% ao ano e correção pela TR. Perceba que a
prestação do SAC começa a R$ 439 mais cara, mas o valor a) 120.525,00
total pago no final é quase R$ 30 mil mais baixo: b) 144.000,00
c) 168.350,00
— SAC PRICE d) 182.800,00
e) 198.227,00
Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89
No Sistema de Amortização Constante (SAC), as
Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89
prestações decrescentes e os juros decrescentes.
Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34 Vamos aplicar a seguinte fórmula:
P = Am · [1 + (n - t + 1) i ]
P = Prestação / Am = Amortização / n = período total
OUTRA FORMA DE CORREÇÃO POSSÍVEL DAS
/ t = período decorrido / i = taxa
PRESTAÇÕES DE UM FINANCIAMENTO
P = 31.150
n=7

9
A Caixa Econômica Federal divulgou, em agosto
t=3

-3
de 2019, uma nova linha de crédito para aquisição de

40
i = 0,02
casa própria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao
.5
Am = ?
ano, mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Dispo-
33
31.150 = Am · [1 + (7 - 3 + 1) ·0,02]
nível somente para contratos novos, esse novo mode-
.6

31.150 = Am · [1 + 5 · 0,02]
lo pode ser usado para financiar até 80% do valor de
00

31.150 = Am · [1 + 0,1]
imóveis novos e usados, com prazo de até 360 meses.
-0

31.150 = Am · 1,1
Am = 31.150 ÷ 1,1
os

Am = 28318,18
nt

Importante! Como as amortizações são constantes, basta multi-


Sa

A prestação terá seu valor corrigido mensal- plicar o valor pelo total de parcelas:
os

mente, o que é, geralmente, feito pelo sistema 28318,18 · 7 = 198.227


id

SAC. O valor da parcela, por sua vez, pode, ou Resposta: Letra E.


ol

não, diminuir com o decorrer do tempo, pois


ic

2. (NOVA CONCURSOS — 2022) Uma empresa dispo-


depende da trajetória da inflação. Ao passo que,
N

nibilizou um empréstimo de financiamento imobi-


na Tabela Price, a correção feita por meio do
io

liário ao cliente através do sistema SAC no valor de


ric

IPCA descaracteriza totalmente o conceito de R$600.000,00. Com prazo de 24 meses e taxa de juros
parcelas fixas.
au

de 2% ao mês, qual será o valor da segunda prestação


M

a ser paga pelo cliente, em reais?


MATEMÁTICA FINANCEIRA

A título de exemplo, leve em consideração o mesmo


a) 20.000,00
valor utilizado na situação que vimos anteriormente,
b) 30.500,00
de R$ 200 mil, financiado em 20 anos, diferenciando
c) 29.900,00
apenas a taxa, que passa a ser de 4,95%, e uma estima-
d) 35.100,00
tiva de IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata
e) 36.500,00
apenas de uma situação hipotética/simulada, já que
não é certo a previsão da trajetória da inflação por um
Vamos calcular a Amortização do SAC:
período tão longo:
Am = Saldo ÷ N° de prestações
Am = 600.000 ÷ 24 = 25.000,00
— SAC PRICE Saldo devedor da segunda parcela:
Saldo Inicial – Amortização = Saldo Devedor
Parcela inicial R$ 1.645,56 R$ 1.306,69 600.000 – 25.000 = 575.000
Juros da segunda parcela:
Parcela final R$ 1.833,30 R$ 2.853,77
2% de 575.000 = 11.500 153
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Valor da segunda prestação: 2. (CESGRANRIO — 2021) Devido às oscilações de
Amortização + Juros = 25.000 + 11.500 = 36.500 receita em seu negócio durante a pandemia, um clien-
Resposta: Letra E. te vai precisar pagar um boleto, cujo principal (até a
data de vencimento) é de R$ 25.000,00, com 12 dias
3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Qual é o sistema de de atraso. Nesse caso, são cobrados adicionalmente,
amortização em que as prestações são decrescentes sobre o valor do principal, dois encargos: 2% de mul-
e os juros decrescentes? ta, mais juros simples de 0,2% ao dia. Por causa dos
juros altos, o cliente procurou seu gerente, que não
a) Sistema SAC. conseguiu uma solução menos custosa.
b) Sistema Price.
c) Sistema Hamburguês. Com isso, nas condições dadas, o cliente deverá pagar
d) Sistema Americano. nessa operação um valor total de

O Sistema SAC, ou também conhecido como Sistema a) R$ 25.600,00


de Amortização Constante, é um método usado onde a b) R$ 25.800,00
principal característica é apresentar amortizações cons- c) R$ 26.100,00
tantes, prestações decrescentes e juros decrescentes. d) R$ 26.300,00
Resposta: Letra A. e) R$ 26.500,00

4. (NOVA CONCURSOS — 2022) A tabela Price, ou siste- 3. (CESGRANRIO — 2021) No boleto bancário da sua
ma francês de amortização, é conhecida por trabalhar prestação, uma pessoa leu que é cobrada uma multa
com prestações constantes. Caso um indivíduo con- de 1,2% por dia de atraso sobre o valor da prestação,
trate um empréstimo de R$ 4.000,00, sem entrada, em condicionada a atrasos não maiores que 30 dias. Em
duas parcelas e a uma taxa efetiva de 20% ao mês por certo mês, essa pessoa pagou uma prestação com
meio deste sistema, cada uma dessas parcelas será: atraso, tendo de desembolsar R$ 233,20 em vez dos
R$ 220,00 normalmente pagos nos meses em que não
a) um valor entre R$ 1.350,00 e R$ 1.600,00. houve atraso no pagamento.
b) um valor entre R$ 900,00 e R$ 1.000,00.
c) superior a R$ 1.100,00, mas inferior a R$ 1.210,00. Por quantos dias ela atrasou a prestação nesse mês?
d) superior a R$ 1.900,00.
e) igual a R$ 1.000,00. a) 5
b) 10
P = M · [(1+i)n i ÷ (1+i)n –1] c) 15

9
d) 20

-3
P = prestação

40
M = montante e) 25
i = taxa
.5
33
n = tempo 4. (CESGRANRIO — 2021) Um banco fez um empréstimo
.6

P = 4000 · [(1,2)2 · 0,2 ÷ (1,2)2 – 1] de R$10.000,00 a um cliente, pelo prazo de um mês,


00

P = 4000 ·[(1,44 · 0,2) ÷ 1,44 – 1] cobrando o valor de R$ 100,00 a título de juros.


-0

P = 4000 · [(0,288 ÷ 0,44)]


Qual foi a taxa de juros que o banco cobrou do cliente?
os

P = 4000 · 0,6545
P = 2618,18
nt

a) 0,01 ao mês
Sa

Resposta: Letra D.
b) 10% ao ano
os

c) 1% ao ano
id

d) 0,1 ao mês
HORA DE PRATICAR!
ol

e) 0,05 ao mês
ic
N

1. (CESGRANRIO — 2021) Um negociador de investimen- 5. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa está planejando
io

tos de uma instituição financeira pergunta ao gerente comprar uma geladeira no valor de R$1.300,00, no
ric

de tal instituição qual a taxa de juros anual máxima futuro.


au

que pode oferecer a um cliente investidor, e o gerente


M

afirma que ficará satisfeito com uma taxa anual máxi- Sabendo-se que ela pretende gastar exatamente esse
ma de 8,36%. O negociador entra em contato com o valor e que dispõe de um capital de R$1.000,00, que
cliente que pretende investir um capital C1 e diz que, será aplicado no dia de hoje a uma taxa de juros sim-
ao final de um ano, ele receberá C2, que corresponde a ples de 1,5% ao mês, qual será o prazo dessa apli-
C1 acrescido de 5,00% de juros, mas não tem sucesso cação, em meses, para que ela consiga comprar a
nessa negociação inicial. O negociador resolve aplicar geladeira à vista, o mais rápido possível?
uma nova taxa sobre C2, mas sem ultrapassar a taxa
anual máxima que está autorizado a oferecer. a) 2
Qual o valor máximo da taxa a ser aplicada sobre C2? b) 16
c) 20
a) 2,16% d) 50
b) 2,24% e) 200
c) 3,20%
d) 7,96%
e) 16,72%
154
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6. (CESGRANRIO — 2021) Qual é a taxa de juros simples 9. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente deseja fazer uma
utilizada por uma aplicação para tornar um capital ini- aplicação em uma instituição financeira, que paga
cial de R$1.000,00 em um montante de R$1.240,00, uma taxa de juros compostos de 10% ao ano, por um
em um período de um ano? período de 3 anos, já que, ao final da aplicação, plane-
ja comprar uma TV no valor de R$ 3.500,00 à vista.
a) 0,02 ao mês
b) 0,02% ao mês Qual o valor aproximado a ser investido para esse
c) 0,02 ao ano objetivo ser alcançado?
d) 0,02% ao ano
e) 0,24% ao ano a) R$ 2.629,60
b) R$ 2.450,00
7. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente montou uma estra- c) R$ 2.692,31
tégia financeira, aplicando parte de seu décimo tercei- d) R$ 2.341,50
ro salário, sempre no início de janeiro, de 2018 a 2021, e) R$ 2.525,00
conforme mostrado na Tabela a seguir.
10. (CESGRANRIO — 2021) O rendimento de um título
sofreu uma variação negativa de 3 pontos percen-
JAN/2018 JAN/2019 JAN/2020 JAN/2021
tuais de um mês para o mês seguinte, ou seja, se no
R$ R$ R$ R$ primeiro mês o título rendeu x%, no mês seguinte o
10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 mesmo título rendeu (x - 3)%.

O montante M(x) de capital arrecadado após esses


A partir da orientação financeira de um especialista, ele
dois meses em um investimento de R$10.000,00, em
conseguiu obter nesse período, com essas aplicações,
função da taxa de rendimento do primeiro mês, será
uma taxa de retorno de 10% ao ano, sempre na compara-
dado por
ção com o ano anterior. Ele pretende atingir o valor total
acumulado de 65 mil reais no início de jan/2023.
a) x² + 10000
b) x² + 3x + 10000
Considerando-se que essa taxa de retorno se mantenha,
c) x² - 197x +10000
o valor mínimo, em reais, que esse cliente precisará depo-
d) x² +197x + 9700
sitar em Jan/2022, para atingir a meta em Jan/2023, a
e) x² - 97x + 9700
partir das aproximações dadas, pertence ao intervalo:
11. (CESGRANRIO — 2021) Em uma carta aos clientes,

9
-3
Dados: um investimento é oferecido com a promessa de

40
1,15 = 1,611; recebimento de um montante de R$8.200,00 líqui-

.5
1,14 = 1,464; dos, após 2 anos, para quem aderisse investindo ini-
33
1,13 = 1,331. cialmente R$5.000,00. O valor líquido pago é obtido
.6

após descontados R$250,00 de taxas e impostos.


00

a) R$ 8.000,00 a R$ 8.199,00 Para melhorar a comunicação com os clientes, jul-


-0

b) R$ 8.200,00 a R$ 8.399,00 garam interessante acrescentar a taxa de juros com-


postos usada no cálculo do valor bruto, isto é, sem o
os

c) R$ 8.400,00 a R$ 8.599,00
d) R$ 8.600,00 a R$ 8.799,00 desconto.
nt

Qual é o valor da taxa anual que deve ser acrescenta-


Sa

e) R$ 8.800,00 a R$ 8.999,00
da na carta?
os

8. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente fez um investimen-


id

to de R$ 100.000,00 em janeiro de 2019, comprando a) 2%


ol

cotas de um fundo imobiliário, o que lhe proporcionou b) 3%


ic

uma taxa de retorno de 21%, ao final de 12 meses de c) 20%


N

aplicação. Em janeiro de 2020, buscando maior renta- d) 25%


io

bilidade, procurou um especialista financeiro indicado e) 30%


ric

pelo seu gerente, que lhe recomendou aplicar todo o


au

montante da operação anterior em renda variável. O 12. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa deixou de pagar
M

cliente fez conforme recomendado, o que lhe propor- a fatura do cartão de crédito, de modo que, após dois
meses, o valor inicial da fatura se transformou em
MATEMÁTICA FINANCEIRA

cionou um retorno de 96% em 12 meses, resgatando o


novo montante em janeiro de 2021. uma dívida de R$26.450,00. Nunca foram feitas com-
pras parceladas e não foram feitas compras adicio-
Considerando-se um sistema de juros compostos, a nais durante esses dois meses.
taxa de retorno equivalente, obtida em cada período Considerando-se que foram cobrados, indevida-
de 12 meses pelo cliente, de janeiro de 2019 a janeiro mente, juros compostos de 15% ao mês e que, por
de 2021, foi igual a determinação judicial, o valor inicial deva ser reconsi-
derado para uma nova negociação entre as partes, o
a) 54% valor inicial da dívida era de
b) 56%
c) 58% a) R$18.515,00
d) 60% b) R$18.815,00
e) 62% c) R$20.000,00
d) R$21.000,00
e) R$21.115,00 155
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13. (CESGRANRIO — 2021) Para ampliar o capital de giro de um novo negócio, um microempreendedor tomou um emprés-
timo no valor de R$20.000,00, em janeiro de 2021, a uma taxa de juros de 5% ao mês, no regime de juros compostos.
Exatamente dois meses depois, em março de 2021, pagou 60% do valor do empréstimo, ou seja, dos R$20.000,00, e
liquidou tudo o que devia desse empréstimo em abril de 2021. A quantia paga, em abril de 2021, que liquidou a referida
dívida, em reais, foi de

a) 11.352,50
b) 11.152,50
c) 10.552,50
d) 10.452,50
e) 10.152,50

14. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa tem uma dívida no valor de R$2.000,00, vencendo no dia de hoje. Com dificuldade
de quitá-la, pediu o adiamento do pagamento para daqui a 3 meses.
Considerando-se uma taxa de juros compostos de 2% a.m., qual é o valor equivalente, aproximadamente, que o gerente
do banco propôs que ela pagasse, em reais?

a) 2.020,40
b) 2.040,00
c) 2.080,82
d) 2.120,20
e) 2.122,42

15. (CESGRANRIO — 2021) Um banco ofereceu a um cliente um financiamento de R$ 120.000,00, pelo sistema SAC, a
uma taxa de juros de 10% a.m., para ser pago em 4 prestações mensais ao final de cada mês, sendo a primeira pres-
tação no valor de R$ 42.000,00. A Tabela abaixo poderá ser usada para seus cálculos.

PERÍODO SALDO INICIAL JUROS AMORTIZAÇÃO PRESTAÇÃO SALDO FINAL

0 120.000,00

1 120.000,00 42.000,00

9
-3
2

40
3
.5
33
4
.6
00

Quais os valores aproximados que serão pagos, pelo cliente, a título de juros e prestação, respectivamente, ao final
-0

do terceiro mês?
os
nt

a) R$ 12.000,00; R$ 42.000,00
Sa

b) R$ 3.000,00; R$ 39.000,00
os

c) R$ 12.000,00; R$ 30.000,00
d) R$ 6.000,00; R$ 36.000,00
id

e) R$ 9.000,00; R$ 33.000,00
ol
ic
N

16. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa faz um financiamento no valor de R$10.000,00 em 10 vezes, a uma taxa de juros
io

de 4,9% ao mês, sendo que o financiamento usa o sistema de amortização constante.


ric
au

Qual é o valor, em reais, a ser pago na 7ª prestação desse financiamento?


M

a) 1.490
b) 1.334
c) 1.292
d) 1.196
e) 1.100

17. (CESGRANRIO — 2021) Um empréstimo deve ser pago pelo sistema SAC em 5 parcelas mensais com juros de 3% ao
mês. Se a terceira parcela paga no financiamento do empréstimo for igual a R$26.160,00, o valor total do empréstimo,
em reais, será de

a) 120.000,00
b) 124.000,00
c) 128.500,00
d) 132.800,00
156 e) 135.600,00
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18. (CESGRANRIO — 2022) Uma loja anuncia uma geladei-
7 A
ra cujo preço à vista é de R$ 3.500,00. Não dispondo
deste capital, um cliente se propõe a pagar a geladeira, 8 A
com juros compostos de 4% a.m., em quatro presta-
ções mensais, de mesmo valor, sendo a primeira no 9 A
ato da compra. Qual o valor aproximado da prestação
10 D
que o cliente está se propondo a pagar em reais?
11 E
a) 875,00
b) 910,00 12 C
c) 927,13 13 C
d) 964,22
e) 1.023,63 14 E

15 D
19.
(CESGRANRIO — 2021) Devido à pandemia, um
microempreendedor precisou tomar um empréstimo 16 D
no valor de R$ 20.000,00, em dez/2020, a ser pago em
24 prestações mensais iguais e postecipadas no sis- 17 A
tema PRICE, de modo que a primeira fosse paga em
18 C
jan/21, e a última, em dez/22. Considere que o Banco
cobre R$ 660,00 de taxas, que serão financiadas jun- 19 B
tamente com o valor do empréstimo, por escolha do
cliente, e que a taxa de juros cobrada, devido ao risco 20 E
da operação, seja de 3% ao mês.

Desconsiderando-se o IOF na operação e supondo-se


que a primeira prestação foi paga na data de venci- ANOTAÇÕES
mento, o valor da segunda prestação, em sua respec-
tiva data de vencimento será de, aproximadamente,

Dados: 1,0324 = 2,033.

9
a) R$ 1.120,00

-3
b) R$ 1.220,00

40
c) R$ 1.320,00
.5
33
d) R$ 1.420,00
e) R$ 1.520,00
.6
00
-0

20 (CESGRANRIO — 2021) Ao verificar o saldo devido


de seu financiamento de R$ 8.000,00, um cliente per-
os

cebeu que, após pagar a primeira prestação de R$


nt

1.726,93, ele havia amortizado apenas R$ 1.518,93.


Sa

Consultando seu gerente, ele soube que nesse finan-


os

ciamento foi usado o sistema Price.


id
ol

Qual é a taxa mensal de juros cobrada nesse


ic

financiamento?
N
io

a) 1,0%
ric

b) 1,3%
au

c) 1,6%
M

d) 2,3%
MATEMÁTICA FINANCEIRA

e) 2,6%

9 GABARITO

1 C

2 C

3 A

4 A

5 C

6 A
157
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ANOTAÇÕES

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric
au
M

158
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Isso faz sentido, porque se o banco me empresta
dinheiro, eu, que sou o tomador de recursos, passo
a ter uma dívida, um passivo, uma obrigação com o
banco. Torno-me, portanto, um devedor. Já o banco

CONHECIMENTOS
passa a ter um direito, um crédito a receber, um ativo
para ele que é o credor.

BANCÁRIOS OPERAÇÕES ATIVAS (Aplicação de Recursos)

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL,
ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES
SUPERVISORAS, EXECUTORAS E OPERADORAS

A estrutura base do Sistema Financeiro Nacional


TOMADOR DE RECURSOS
(SFN) está prevista na Lei nº 4.595, de 31 de dezem-
Agente Econômico Deficitário
bro de 1964. Foi essa norma que, ao apagar das luzes
de 1964, criou o Conselho Monetário Nacional (CMN)
e o Banco Central do Brasil — doravante, BC, BCB ou Nas operações passivas, ocorre o contrário: as ins-
Bacen. tituições financeiras captam recursos dos agentes
Veja que a atual estrutura de nosso sistema finan- econômicos superavitários, os doadores de recursos.
ceiro é relativamente jovem, estando em vigor há, São chamadas de operações passivas, pois representam
apenas, 56 anos. A moeda comemorativa dos 50 anos passivos da instituição, uma obrigação.
do BC (de R$ 1,00), ainda em circulação, foi lançada Nesse caso, como apliquei meu dinheiro no banco, eu
em 2015. sou o doador dos recursos e passo a ter um crédito, um
Apesar do curto período, muita coisa mudou de ativo, um direito perante ao banco. Eu sou o credor.
lá para cá: a tecnologia, a estabilização da moeda, o
surgimento de novos produtos, a alteração no rela- OPERAÇÕES PASSIVAS (Captação de Recursos)
cionamento entre as instituições financeiras e o

9
-3
consumidor bancário, entre outras. Diversos fatores

40
alteraram profundamente a forma de atuar do siste-
ma financeiro e isso gerou impactos diversos na nor- .5
33
matização de suas operações e na forma de atuar de
.6

suas instituições.
00

Essas alterações ainda ocorrem de forma paulati-


-0

na e espaçada, dificultando o estudo por meio da letra


os

seca da lei, que, muitas vezes, não está devidamente DOADOR DE RECURSOS
Agente Econômico Superavitário
nt

atualizada em relação a alterações feitas em outras


Sa

legislações.
Ao juntarmos as duas operações em uma só figu-
os

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ra, teremos, então, a visão do papel institucional das
id

instituições financeiras, que atuam na promoção da


ol

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto intermediação financeira.


ic
N

de entidades e instituições que têm por função prin-


io

cipal promover a intermediação financeira, utilizan-


INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
ric

do-se de diferentes instrumentos financeiros para


au

possibilitar a transferência de recursos entre agentes


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

econômicos superavitários (os credores, investidores,


M

poupadores) e deficitários (os tomadores de recursos).


Portanto, esse sistema promove o encontro entre cre-
dores e tomadores de recursos.
Por meio dele é que as pessoas, as empresas e o
governo (os agentes econômicos) circulam a maior
parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam
seus investimentos. Para compreender melhor, é
DOADOR DE RECURSOS TOMADOR DE RECURSOS
importante que você tenha clareza sobre a diferença
Agente Econômico Superavitário Agente Econômico Deficitário
entre as operações ativas e as operações passivas de
uma instituição financeira (IF).
Operações ativas são aquelas em que as institui- Essa explicação é importante para identificar quan-
ções financeiras emprestam recursos aos agentes do um produto ou serviço de uma instituição financeira
econômicos deficitários, os tomadores de recursos. representa uma operação ativa ou uma operação passiva.
São chamadas de operações ativas, pois representam Cumpre salientar que a intermediação financeira é a
ativos da instituição, um crédito a receber. função principal do SFN, mas não é a única. Os bancos e 159
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
demais operadores do sistema exercem inúmeras outras funções, por conta de todo o avanço e das facilidades emergidas
nos últimos tempos.
Além disso, a Constituição Federal de 1988 traz o art. 192, em que define que o Sistema Financeiro Nacional será estru-
turado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em todas
as partes que o compõem. Vejamos:

Do Sistema Financeiro Nacional


Art. 192 O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir
aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado
por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.

A CF trouxe, portanto, uma função social ao SFN — promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos inte-
resses da coletividade — que está diretamente ligada a uma adequada intermediação financeira e, certamente, propicia
desenvolvimento, geração de emprego e de renda.

Como Ocorre, na Prática, a Intermediação Financeira?

Vamos simplificar: quando você exagera nas compras de Natal e falta grana para pagar as contas em janeiro, ou
quando resolve que, mesmo sem grana, não vai ficar em casa no carnaval, uma alternativa é ir ao banco e solicitar um
empréstimo.
Todos nós, pessoas físicas, empresas, governos, somos agentes econômicos. No exemplo narrado, você era um agente
econômico deficitário, ou tomador de recursos, que recorreu ao SFN, para obter recursos que outro agente econômico
entregou aos cuidados de alguma instituição financeira em troca de uma remuneração oriunda da aplicação de uma taxa
de juros sobre o capital entregue. Esse era o agente econômico superavitário ou doador de recursos.
É importante compreender que, em regra, o banco não empresta o dinheiro dele, mas empresta o dinheiro dos outros.
Ou seja, o que o sistema financeiro faz é possibilitar que aqueles que precisam de recursos consigam acesso aos recursos
daqueles que os tem em excesso.
Isso é a intermediação financeira. Porém, essa intermediação não pode ser feita assim, de qualquer jeito, por qual-
quer um. Afinal, estamos lidando com dinheiro e sabemos como isso complica as coisas. Então, há a necessidade de que
exista uma estrutura bem definida, normatizada e regulada para tocar essa engrenagem, para fazer essa roda girar.
Essa estrutura é a própria estrutura do Sistema Financeiro Nacional, a qual você conhecerá a seguir.

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

9
-3
Nós podemos dividir o Sistema Financeiro Nacional em três níveis de atuação. A melhor maneira de visualizar isso é

40
utilizando a forma pela qual o Banco Central demonstra a organização do SFN:
.5
33
.6

Moeda, crédito, capitais e câmbio


00

Seguros privados Previdência Fechada


-0
Órgãos normativos

CMN CNPC
os

CNSP
nt

Conselho Monetário Conselho Nacional de Conselho Nacional de


Seguros Privados Previdência Complementar
Nacional
Sa
os
id
Supervisores

BCB CVM Susep Previc


ol

Superintendência
ic

Banco Central Comissão de Valores Superintendência de


do Brasil Mobiliários Seguros Privados Nacional de Previdência
N

Complementar
io
ric
Operadores

au
M

Banco e Administradoras de Bolsa Seguradora e Entidades Fechadas da


Caixa Econômica consórcios de valores Resseguradores previdência Complementar
(fundo de Pensão)

Cooperativas Corretores Bolsa de mercadorias Entidades abertas de


de crédito e distribuidoras e futuros previdência

Instituições Demais instituições Sociedades


de pagamento não bancárias de capitalização

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É imprescindível que você observe a figura horizontalmente. Perceba que, à esquerda, rótulos identificam
três níveis de atuação: órgãos normativos, supervisores e operadores.
No primeiro nível, temos os órgãos normativos. São eles que definem o regramento geral a ser seguido pelo
mercado. Porém, entenda que eles não são órgãos executores, não possuem uma estrutura física nem são servido-
res de quadro próprio. Eles apenas ditam as regras.
Veremos que, na realidade, todos esses órgãos normativos são Conselhos, colegiados compostos por diferen-
tes autoridades ligadas ao mercado que se pretende normatizar e regular e que se reúnem periodicamente. Eles
determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema.
No segundo nível, temos as entidades supervisoras. São autarquias federais que cumprem e fazem cumprir
aquele regramento estabelecido pelos órgãos normativos.
Aqui, sim, existe toda uma estrutura física e um quadro de servidores trabalhando em prol de um sistema
financeiro sólido e eficiente, em benefício da sociedade. As entidades supervisoras trabalham para que os inte-
grantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos.
Por fim, tempos os operadores. São as instituições financeiras, públicas e privadas, que atuam nos diversos
ramos do SFN, promovendo a intermediação financeira e oferecendo produtos e serviços aos seus consumidores.
É com os operadores que temos contato no nosso dia a dia.
Eles constituem a parte mais visível do sistema financeiro. Os operadores são as instituições que ofertam ser-
viços financeiros, no papel de intermediários.
Vamos fazer um paralelo, para tentar simplificar o entendimento. Pense em uma empresa qualquer, uma loja
de roupas por exemplo. Vamos imaginar que a loja tenha a seguinte estrutura organizacional:

DONO

Gerente A Gerente B

Funcionário Funcionário Funcionário Funcionário


A1 A2 B1 B2

Vários comércios possuem uma estrutura parecida com essa. Há um dono (o “chefão”), que diz como as coisas

9
-3
devem funcionar; gerentes, que cuidam para que as coisas saiam como o patrão quer; demais funcionários, que

40
executam o trabalho propriamente dito.
.5
Guarde esse paralelo na sua memória. Isso vai te ajudar a entender os papéis de cada um dos órgãos e institui-
33
ções do SFN e, como consequência, a resolver questões de prova.
.6

Pense da seguinte forma: os órgãos normativos são os donos, os “chefões” do SFN. Eles ditam as regras, dizem
00

como as coisas devem funcionar e aquilo que pode e o que não pode ser feito.
-0

Como dito, não são entidades, pois não possuem uma estrutura e quadro próprio de servidores. São Conselhos,
os

órgãos formados por diferentes autoridades que se reúnem periodicamente para elaborar o regramento de suas
nt

áreas de competência. Como não são órgãos executivos, não costumam executar tarefas, apenas dizem como elas
Sa

devem ser feitas. São como os patrões: apenas dão ordens.


Já as instituições supervisoras — o segundo nível — são os “gerentes”. Eles trabalham, zelando para que os
os

operadores cumpram o que foi determinado pelos órgãos normativos, ou seja, tomam conta de sua atuação. São
id

órgãos executivos e fiscalizadores. Como os gerentes, eles ficam de olho no que os operadores fazem.
ol

Por fim, os operadores são os vendedores, os que estão na frente da loja. É com eles que os clientes têm contato
ic

direto. Eles querem vender seus produtos e serviços; querem faturar, lucrar, e, para isso, precisam atender as
N
io

demandas de seus clientes.


ric
au

Importante!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Existe uma outra classificação, mais antiga e já pouco utilizada, que divide o Sistema Financeiro Nacional em
dois subsistemas: o subsistema normativo e o subsistema operativo (ou operacional ou de intermediação).
Nessa divisão, órgãos normativos e entidades supervisoras formam, conjuntamente, o subsistema normati-
vo, enquanto os operadores compõem o subsistema operativo, operacional ou de intermediação.

Essa classificação já foi objeto de prova e, por isso, vale a pena memorizá-la.
Por fim, veja como o próprio Banco Central, em seu site, define a organização e a estrutura do SFN:
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem
a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É por meio do sistema
financeiro que as pessoas, as empresas e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e
realizam seus investimentos.

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Segmentação do Sistema Financeiro Nacional

Voltaremos à figura utilizada pelo Banco Central, para demonstrar a organização do SFN, porém, dessa vez, a
analisaremos verticalmente:

Moeda, crédito, capitais e câmbio Seguros privados Previdência Fechada


Órgãos normativos

CMN CNSP CNPC


Conselho Monetário Conselho Nacional de Conselho Nacional de
Seguros Privados Previdência Complementar
Nacional
Supervisores

BCB CVM Susep Previc


Banco Central Comissão de Valores Superintendência de Superintendência
do Brasil Mobiliários Seguros Privados Nacional de Previdência
Complementar
Operadores

Banco e Administradoras de Bolsa Seguradora e Entidades Fechadas da


Caixa Econômica consórcios de valores Resseguradores previdência Complementar
(fundo de Pensão)

9
-3
Cooperativas Corretores Bolsa de mercadorias Entidades abertas de

40
de crédito e distribuidoras e futuros previdência
.5
33
.6
00
-0
os

Sociedades
nt

Instituições Demais instituições


de capitalização
Sa

de pagamento não bancárias


os
id

* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
ol

** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme
ic

diretrizes estabelecidas pelo CMN.


N

Repare que a figura está segmentada em três colunas: moeda, crédito, capitais e câmbio; seguros privados;
io

e previdência fechada.
ric

No primeiro nível, temos 3 (três) órgãos normativos: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Conselho Nacio-
au

nal de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Cada um deles enca-
M

beça uma dessas três colunas. Isso significa que cada um desses Conselhos determina as regras gerais (diretrizes)
dos mercados sob sua responsabilidade.
Neste ponto, vale recordar o que cada um deles faz:

z Conselho Monetário Nacional: o CMN define as regras para os mercados monetário, de crédito, de câmbio e
de capitais. É responsável por fixar as diretrizes e normas das políticas monetária, creditícia e cambial;
z Conselho Nacional de Seguros Privados: o CNSP fixa as diretrizes e normas para os mercados de seguros
privados, que abrangem os setores de seguros, resseguros, capitalização e previdência complementar aberta;
z Conselho Nacional de Previdência Complementar: O CNPC é órgão normativo que regula regimes de pre-
vidência complementar operados por entidades fechadas de previdência complementar, os chamados fundos
de pensão.

Dica
162 Órgãos normativos são sempre Conselhos.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No segundo nível, abaixo dos órgãos normativos, Da mesma forma, desenvolveram-se instrumen-
estão os supervisores, também chamados de entida- tos e também sistemas, regras e procedimentos para
des ou instituições supervisoras. São as entidades que organizar, controlar e desenvolver esse mercado. A
atuam de forma preventiva e reativa para o cumpri- todo esse sistema, chamamos de Sistema Financeiro.
mento das regras emitidas pelos órgãos normativos. Assim, o Sistema Financeiro pode ser caracteri-
São elas: zado como o conjunto de instituições e instrumentos
que possibilitam e facilitam o fluxo financeiro entre os
z O Banco Central do Brasil (BCB), que é respon- poupadores e os tomadores de recursos na economia.
sável pelos mercados monetário, de crédito e de Não é difícil perceber a importância desse siste-
câmbio; ma para o correto funcionamento e crescimento eco-
z A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é nômico de um país. Se, por exemplo, determinada
responsável pelo mercado de capitais; empresa, que necessita de recursos para a realização
z A Superintendência de Seguros Privados de investimentos para a produção, não conseguir cap-
(Susep), que é responsável pelo mercado de segu- tá-los de forma eficiente, provavelmente ela não rea-
ros privados; lizará o investimento, deixando de empregar e gerar
z A Superintendência Nacional de Previdência renda.
Complementar (Previc), que é responsável pelas Esse fluxo, todavia, não ocorre sempre entre os
entidades fechadas de previdência. mesmos tipos de agentes e com as mesmas caracterís-
ticas operacionais. Ele pode diferir em razão do pra-
Finalmente, no último e terceiro nível, vemos os zo, do tipo de instrumento utilizado para formalizar a
operadores do SFN. Essas são as instituições, públicas operação, da assunção de riscos, entre outros aspectos
e privadas, que executam a intermediação financei- que, com o passar do tempo, foram delimitando o que
ra, atuando diretamente com o público. São os bancos se convencionou chamar de mercados financeiros.
comerciais, a Caixa Econômica, os bancos de investi- A classificação dos mercados (mercados monetá-
mento, as sociedades de arrendamento mercantil, as rio, de crédito, de câmbio e de capitais) ajuda a com-
corretoras, as distribuidoras de títulos e valores mobi- preender um pouco mais cada um desses mercados e
liários etc. suas peculiaridades, seus riscos e suas vantagens.
Existem diversos tipos de instituições operadoras As transferências de recursos a curtíssimo pra-
no SFN, que também costumam atuar de forma seg- zo, em geral de apenas um dia, como, por exemplo,
mentada. Neste sentido, pode-se afirmar que, como as realizadas entre as próprias instituições financei-
regra geral, cada tipo de instituição financeira opera ras ou entre elas e o Banco Central, são realizadas no
produtos específicos, diferentemente dos produtos chamado mercado monetário. Trata-se de um mer-
operados por outros tipos de IF. cado utilizado basicamente para controle da liquidez

9
-3
da economia, no qual o Banco Central intervém para

40
condução da Política Monetária.

.5
Já o mercado de câmbio opera em um nicho espe-
33
MERCADO FINANCEIRO E SEUS cífico, em que agentes têm a necessidade de contra-
.6

tar operações que envolvem moedas estrangeiras, ou


DESDOBRAMENTOS (MERCADOS
00

porque compram ou vendem de/para outros países,


MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS
-0

ou porque procuram proteção.


E CAMBIAL) Há também as operações em que as instituições
os

financeiras captam recursos dos agentes superavitá-


nt

rios e, por sua conta e risco, emprestam esses recursos


Sa

Em uma economia de mercado, há diversos agen-


tes econômicos — governos, empresas e famílias — para os agentes deficitários, característica do chama-
os

tomando a todo momento decisões relacionadas à do mercado de crédito.


id

produção e ao consumo. Esse mercado é o mais tradicional, e é utilizado


ol

Enquanto alguns consomem menos do que pro- pelas pessoas físicas e empresas, quando utilizam
ic

duzem, e conseguem formar uma poupança dispo- os bancos para realizar empréstimos e financiamen-
N

nível para a utilização de terceiros, outros consomem tos diversos. Quando uma pessoa (física ou jurídica)
io

mais do que conseguem produzir em determinado utiliza recursos do cheque especial, financia um car-
ric

período, e precisam utilizar os recursos daqueles ro, uma máquina ou um imóvel, ela está operando no
au

que pouparam. mercado de crédito.


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Independente das razões que motivam cada uma Nele, as instituições financeiras participantes têm
dessas decisões individuais, de alguma maneira essa como atividade principal a intermediação financei-
transferência de recursos dos poupadores para os ra propriamente dita. Essas operações caracterizam-
tomadores precisa ser viabilizada. -se, em geral, por operações de curto e médio prazo,
Se cada poupador tivesse que encontrar um toma- formalizadas por contratos e nas quais as instituições
dor de recursos com as mesmas necessidades de volu- financeiras assumem os riscos de inadimplência da
me e prazo, para a realização de um empréstimo, operação. São exemplos de instituições participantes
muito provavelmente nenhum negócio se concretiza- desse mercado os bancos comerciais e as sociedades
ria, já que as demandas dos agentes podem ser bem de crédito, financiamento e investimento, as conheci-
distintas. das “financeiras”.
Com o tempo, e para suprir essa demanda do mer- O mercado de crédito é fundamental para o bom
cado, foram nascendo instituições para intermediar funcionamento da economia, na medida em que as
essas operações, ou seja, pegar emprestado daqueles instituições financeiras assumem dois papéis deci-
que poupam e emprestar para os demais, atendendo, sivos. De um lado, atuam como centralizadoras de
ao mesmo tempo, às necessidades de volume financei- riscos, reduzindo a exposição dos aplicadores a per-
ro e prazo de cada um. das e otimizando as análises de crédito. De outro, 163
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funcionam como um elo entre milhões de agentes Evidentemente, essas leis foram sofrendo alterações
com expectativas muito distintas em relação a prazos no decorrer dos anos, de forma que o arcabouço jurídico
e volumes de recursos. Um agente pode, por exemplo, do mercado fosse se adaptando à nova realidade em que
querer aplicar R$ 1.000,00 por um ano. Entretanto, ele se inseria. Da mesma forma, foram sendo criados
pode não encontrar uma contraparte (um agente defi- outros mecanismos que acabaram por contribuir com o
citário) que deseje obter um empréstimo com as mes- desenvolvimento, como o novo Sistema de Pagamentos
mas condições. Brasileiro.
Com o papel desempenhado pela instituição finan- Ainda, algumas instituições privadas, em um esforço
ceira, esse problema se reduz. Se o sistema financei- de autorregulação, também criaram regras que colabo-
ro inexiste ou existe de forma ineficiente, muitas das raram fundamentalmente para o que hoje é o Mercado
necessidades de aplicações e empréstimos de recur- de Valores Mobiliários.
sos ficam sem atendimento, ou seja, não são atendi-
das pelo mercado, o que inevitavelmente causa uma
freada brusca na economia. Quantas vezes você já
viu reportagens com empreendedores reclamando da
dificuldade no acesso ao crédito?
MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA
Entretanto, em alguns casos, o mercado de
A política monetária relaciona-se à moeda, mais
crédito não é capaz de suprir as necessidades de
especificamente a sua circulação. O Comitê de Política
financiamento dos agentes. Isso pode ocorrer, por
Monetária (Copom) e o Banco Central (Bacen) têm o
exemplo, quando um determinado agente, em geral
poder de influenciar na oferta e demanda de moeda,
uma empresa, deseja um volume de recursos muito
criando condições para diminuir ou aumentar a moe-
superior ao que uma instituição poderia, sozinha,
da em circulação.
emprestar.
Vale lembrar que, quanto mais moeda circula na
Além disso, pode acontecer de os custos dos
economia, mais ela se desvaloriza, o que gera o fenô-
empréstimos no mercado de crédito (juros) serem
meno da inflação. Ou seja, uma política monetária
demasiadamente altos, de forma a inviabilizar os
expansiva tem o objetivo de aumentar a moeda em
investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que é
circulação na economia, o que, sem dúvida, acaba por
conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado
aumentar a renda em geral, mas, como consequência,
de Valores Mobiliários.
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os aumenta a inflação.
investidores emprestam recursos diretamente aos
agentes deficitários, quase sempre empresas. Caracte- OBJETIVOS DA POLÍTICA MONETÁRIA

9
riza-se por negócios de médio e longo prazo, nos quais

-3
são negociados títulos chamados de Valores Mobiliários. Pode-se dizer que a política monetária tem 3 obje-

40
Como exemplo, podemos citar as ações, que repre- tivos diretos, sendo eles:
sentam parcela do capital social de Sociedades Anôni- .5
33
mas, e as debêntures, que representam títulos de dívida z Controle da quantidade de moeda em circulação;
.6

dessas mesmas sociedades. z Determinação da taxa de juros;


00

Nesse mercado, as instituições financeiras atuam, z Variação da renda da economia (PIB).


-0

basicamente, como prestadoras de serviços, assesso-


os

rando as empresas no planejamento das emissões de POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIVA


nt

valores mobiliários, ajudando na colocação deles para


Sa

o público investidor, facilitando o processo de formação Para uma política expansiva podem ser utilizados
os seguintes métodos:
os

de preços e a liquidez, assim como criando condições


adequadas para as negociações secundárias.
id

As instituições financeiras não assumem a obriga- z Bacen diminuir a exigência de reservas com-
ol

ção pelo cumprimento das obrigações estabelecidas e pulsórias: quando o Banco Central diminui essa
ic

exigência, sobra mais dinheiro depositado em con-


N

formalizadas nesse mercado. Assim, a responsabilidade


io

pelo pagamento dos juros e principal de uma debênture, ta nos bancos, aumentando o poder de multiplica-
ric

por exemplo, é da empresa emissora, e não da institui- dor monetário;


au

ção financeira que a tenha assessorado ou participado z Copom diminuir a taxa de juros da economia:
diminuindo a taxa de juros básica, menos moeda
M

do processo de colocação dos títulos no mercado.


São participantes desse mercado, por exemplo, os será usada com fins de especulação, o que acaba
Bancos de Investimento, as Corretoras e Distribuidoras por aumentar a moeda em circulação;
de Títulos e Valores Mobiliários, as entidades adminis- z Governo comprar títulos bancários ou títulos
tradoras de mercado de bolsa e balcão, além de diversos privados (open market): o governo está pegando
outros prestadores de serviços. um título do banco e entregando valores monetá-
No que diz respeito ao Mercado de Valores Mobiliá- rios, o que aumenta a capacidade financeira do
rios, com o passar do tempo, foi sendo criada toda uma banco e, consequentemente, sua capacidade de
estrutura normativa e operacional para permitir que as multiplicar a moeda;
operações fossem realizadas cada vez mais com segu- z Bacen diminuir a taxa de redesconto: taxa de
rança, transparência e eficiência. Nesse sentido, foram redesconto é a “taxa de empréstimo” do Bacen para
editadas, em 1976, a Lei nº 6.385, que disciplina o merca- os bancos em geral. Quando essa taxa é menor, os
do de capitais e cria a Comissão de Valores Mobiliários, bancos pegam mais dinheiro junto ao Bacen, o que
e a Lei nº 6.404, que disciplina as Sociedades Anônimas, deixa mais moeda disponível no mercado.
conhecida como Lei das S.A.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA Central uma forma de controlar, mesmo que indireta-
mente, a oferta de moeda na economia.
Um dos principais objetivos de uma política mone- Desse modo, caso o Bacen deseje aumentar a quan-
tária restritiva é conter a inflação. Para isso, o gover- tidade de moeda na economia, pode reduzir as taxas
no usa instrumentos para diminuir a oferta de moeda, de depósito compulsório. De maneira inversa, caso o
ou seja, tirar moeda de circulação e deixar com o pró- Bacen deseje reduzir a quantidade de moeda, pode
prio governo. aumentar as taxas de depósito compulsório.
O pensamento aqui é inverso ao da política expan-
siva. Assim, são exemplos de políticas restritivas: REDESCONTO

z Copom aumentar a taxa Selic; Redescontos são os empréstimos concedidos pelo


z Venda de títulos públicos no mercado; Bacen às instituições financeiras. O Bacen funciona
z Aumento da exigência de reservas pelo Bacen; como o “banco dos bancos”, “socorrendo” estes com
z Aumento das taxas de redesconto. liquidez nos momentos necessários. O objetivo do
Bacen nessas operações, em suma, é não deixar que
POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO- os bancos quebrem, preservando os depósitos da
CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING ) sociedade.

Quantitative easing (QE) pode ser definido como OPERACIONALIZAÇÃO DO REDESCONTO


transações de compra de ativos, tanto públicos quan-
to privados, em larga escala, executadas pelo Banco A operação de redesconto estabelece-se através
Central com o objetivo de estimular a demanda agre- da compra com compromisso de revenda, de títulos
gada, seja por meio da ampliação das reservas ban- e valores mobiliários, de créditos e de direitos dos
cárias, seja por meio da injeção de liquidez direta no bancos em geral. Ou seja, o Banco Central empres-
setor privado. ta os recursos às instituições financeiras mediante a
Após a crise de 2008, o QE ganhou grande espaço compra de títulos de sua posse com o compromisso de
na política monetária mundial. revendê-los às mesmas instituições no encerramento
O quantitative easing tem o objetivo de atuar sobre da operação.
a taxa de juros de longo prazo. Assim, tecnicamente,
o QE é a compra de títulos de longo prazo pelo Banco
Central com o objetivo de atuar diretamente sobre a Importante!
taxa de juros de longo prazo.
O Bacen compra os títulos e os revende aos pró-
Isso acontece quando o Banco Central perde a

9
prios detentores desses títulos.

-3
capacidade de atuar sobre as taxas de curto prazo

40
a fim de afetar as de longo prazo com o objetivo de,
assim, gerar algum estímulo na economia.
.5
É importante salientar que quando a instituição
33
financeira não exerce a opção de recompra do título
.6

TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS no prazo (que pode ser no mesmo dia, ou não), a ope-
00

ração será considerada inadimplida e o título coloca-


-0

As operações compromissadas podem ser enten- do como garantia da operação fará parte da carteira
os

didas como uma dinâmica de compra e recompra de do Banco Central e vendido em leilão.
ativos. Isso porque elas são um empréstimo que tem
nt

Caso o Bacen apresente um resultado negativo


como garantia um título de renda fixa e possuem pra-
Sa

nesse leilão, a instituição financeira deverá ressarcir


zo determinado para a devolução.
essa diferença. Sendo assim, o Banco Central nunca
os

As operações compromissadas possuem como


id

garantia um título de renda fixa. Um dos agentes fica com o risco da operação de redesconto.
ol

mais comuns nas operações compromissadas é o Ban-


ic

co Central. O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS


N

DOS BANCOS COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL


io

RELAÇÃO DA TAXA SELIC COM AS OPERAÇÕES DO BRASIL


ric

COMPROMISSADAS
au

O recolhimento compulsório – um depósito obri-


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

A taxa Selic, que indica a taxa de juros básica no gatório feito pelos bancos junto ao BACEN – é um
Brasil, é calculada diariamente e utilizada como refe- dos principais instrumentos de Política Monetária
rência para as ações de política monetária. utilizado pelo Governo a fim de aquecer ou esfriar a
Para seu cálculo, é feita a média ponderada do economia.
volume financeiro das taxas de juros de operações Parte de todos os depósitos efetuados à vista, isto é,
compromissadas com títulos públicos, no prazo de aqueles das contas correntes (tanto de livre movimen-
um dia útil. tação quanto de não livre movimentação pelo cliente),
Assim, lembre-se de que a taxa Selic tem relação os depósitos a prazo e os demais, feitos pela população
direta com as operações compromissadas. junto aos bancos, vão para o Banco Central, que fixa
a taxa de recolhimento. Atenção: essa taxa é variá-
DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS vel, isto é, se modifica de acordo com os interesses do
Governo em acelerar – ou não – a economia.
Depósitos compulsórios são recolhimentos que as Isso ocorre, porque, ao reduzir o nível do reco-
instituições financeiras fazem ao Banco Central, rela- lhimento, sobram mais recursos nas mãos dos ban-
tivos aos recursos captados com suas atividades. Esses cos para serem emprestados aos clientes, o que
depósitos têm como finalidade fornecer ao Banco acaba gerando maior volume de capitais no mercado. 165
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quando os níveis do recolhimento aumentam, por sua Essa programação orçamentária consta na Lei
vez, as instituições financeiras reduzem seu volume Orçamentária Anual (LOA), elaborada com base
de recursos, liberando menos crédito e, consequente- nas metas e prioridades do Governo definidas na
mente, reduzindo o volume de capital no mercado. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
A finalidade do recolhimento compulsório é, É a LDO que estabelece a ligação entre o Plano Plu-
sobretudo, aumentar ou diminuir a circulação de rianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
moeda no País. Quando o Governo precisa diminuir Ao englobar receitas e despesas, o orçamento é peça
a circulação de moedas em território nacional, o Ban- fundamental para o equilíbrio das contas públicas
co Central aumenta a taxa do compulsório, pois, desta e indica para a sociedade as prioridades definidas
forma, as instituições financeiras passam a ter menos pelo governo, como, por exemplo, gastos com edu-
crédito disponível para população, portanto, a econo- cação, saúde e segurança pública.
mia acaba encolhendo.
Quando o Governo precisa aumentar a circulação Ou seja, o que acontece no Brasil não é diferente
de moedas em território nacional, todavia, a taxa do do que acontece em uma família, é necessário definir
compulsório diminui e, com isso, as instituições finan- o orçamento e planejar os gastos de acordo com suas
ceiras fazem um depósito menor junto ao Banco Cen- prioridades.
tral. Desta maneira, os bancos comerciais ficam com
mais moeda disponível e, consequentemente, aumen- DÍVIDA PÚBLICA
tam suas linhas de crédito. Afinal, com mais dinheiro
em circulação, há o aumento de consumo e a econo- Para entendermos corretamente o conceito de
mia tende a crescer.  Dívida Pública, temos que entender o conceito de Défi-
Ademais, as instituições financeiras podem fazer cit Público, sendo:
transferências voluntárias, de posições positivas na
captação, isto é, podem captar mais do que empres- Déficit Público
tam. Porém, o depósito compulsório é obrigatório.
Entretanto, para que a instituição financeira não O governo, como toda família, possui receitas e
tenha prejuízos com os recursos parados devido ao despesas, e, como toda família, geralmente o gover-
compulsório, os valores recolhidos ao Banco Central no apresenta mais Despesas do que Receitas, dessa
são remunerados por ele. maneira tem-se:

Importante! DÉFICIT = GASTOS - RECEITAS

Devido à Lei n° 14.185, de 2021, o BACEN tam-

9
Quanto maior o gasto em relação às receitas,

-3
bém está autorizado a captar recursos de forma maior o Déficit, de maneira contrária, quanto maior

40
voluntária das instituições financeiras (depósi- as Receitas em relação aos gastos, tem-se Superávit.
tos voluntários) e remunerá-las por isso. .5
33
O Déficit Público tem relação direta com a Dívida
Pública, sendo assim:
.6
00

Além disso, o recolhimento pode ser feito em


-0

espécie (papel moeda), através de transferências Quanto MAIS ELEVADO o déficit público, MAIOR o
os

eletrônicas para contas mantidas pelas instituições aumento da dívida


financeiras junto ao BACEN, ou até mesmo através de
nt
Sa

compra e venda de títulos públicos federais. MANEIRAS DE MENSURAÇÃO DO DÉFICIT PÚBLICO


Por fim, o Recolhimento Compulsório pode
os

variar em função das seguintes situações:


De maneira geral, existem três maneiras de se
id

medir o déficit público. Vamos analisar as 3 de forma


ol

z Regiões Geoeconômicas  (Redação dada pelo Del


resumida:
ic

nº 1.959, de 14 de setembro de 1982);


N

z Prioridades de aplicações, ou seja, necessidade do


io

Déficit Nominal
Governo (Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14 de
ric

setembro de 1982);
au

Todas as despesas e receitas incorridas pelo gover-


z Natureza das instituições financeiras  (Redação
M

dada pelo Del nº 1.959, de 14 de setembro de 1982). no em determinado período. Como o próprio nome
diz, o cálculo é feito pelo valor nominal, ou seja, não
há o cálculo da inflação. Lembre-se, o Déficit Nomi-
nal não considera a inflação do período.

ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS Déficit Primário


DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA
PÚBLICA Para se medir o Déficit Primário, os pagamentos e
recebimentos de juros são excluídos da Medida. Lem-
Segundo o site do Ministério da Economia: bre-se, no cálculo do Déficit Primário não se conside-
ram as despesas com juros, amortizações da dívida
O orçamento público é o instrumento de planeja- pública, entre outras despesas e receitas financeiras.
mento que estima as receitas que o governo espe- O principal motivo de retirar as despesas financei-
ra arrecadar ao longo do próximo ano e, com base ras é evidenciar de forma concreta a fonte primária de
nelas, autoriza um limite de gastos a ser realizado aumento da dívida pública. É necessário saber que o
166 com tais recursos. Déficit Primário é a fonte primária da dívida pública.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Déficit Operacional Importante!
É o “Déficit Real” por assim dizer, neste cálculo, é Títulos Sem Cupom pagam juros Apenas no ven-
deduzido do déficit efeitos da inflação e do pagamento cimento dos títulos.
de juros da dívida. Lembre-se que o Déficit Operacio- Títulos Com Cupom pagam juros Periódicos.
nal deduz a Inflação e o Pagamento de Juros de seu
cálculo.
A rentabilidade de títulos com o sem cupom costu-
mam ser bem parecidas, mudando apenas a frequên-
NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO
cia de pagamento.
Como uma família, o Brasil também necessita de
financiamento para suas atividades, a maneira mais Títulos sem Cupom
usual de País financiar suas atividades é por meio da
Emissão de Títulos Públicos, em resumo: São títulos públicos sem cupom:

z A maneira mais óbvia de financiar este déficit é z LFT – Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Dire-
tomando recursos emprestados do setor privado, to Selic): pós Fixado, atrelado à SELIC. Por ser pós
por meio da venda de títulos públicos; fixado é recomendado em cenários de alta de SELIC;
z Os títulos públicos não podem ser adquiridos dire- z LTN – Letra do Tesouro Nacional: pré fixado, o
tamente pelo BACEN; investidor já sabe no momento da contratação a
z Os Títulos Públicos são referenciados pela taxa rentabilidade do papel;
SELIC; z NTN-B (Principal): notas do Tesouro Nacional Série
z Quando o governo precisa de financiamento, nor- B. Título atrelado à inflação (IGPM ou IPCA) bom
malmente sobe a taxa SELIC, o que causa um maior para o investidor que quer proteger seu ganho real.
interesse por títulos públicos;
z Um Aumento da Taxa SELIC, tira moeda da Eco- Títulos com Cupom
nomia, já que os investidores tendem a preferir
comprar títulos. São títulos públicos com cupom:

Lembre-se que um aumento da taxa Selic tende a z NTN-B: atrelada à inflação (IPCA ou IGPM);
diminuir a inflação e Vice e Versa. z NTN F: pré-fixado.

9
CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS

-3
40
De maneira geral, os gastos públicos podem ser
PRODUTOS BANCÁRIOS
subdivididos em quatro categorias, sendo elas: .5
33
.6

z Consumo do Governo: salários do funcionalismo, CAPITALIZAÇÃO, PREVIDÊNCIA, CONSÓRCIO,


00

consumo corrente etc.; INVESTIMENTOS E SEGUROS


-0

z Investimento do governo;
os

z Transferências ao Setor Privado: como subsídios Sistema de Seguros Privados


nt

às empresas;
Sa

z Juros da dívida. Dentro do sistema de seguros privados, nós temos,


assim como no sistema financeiro que vimos anterior-
os

De forma geral, a Dívida Pública consiste no esto- mente, uma estrutura composta por órgão normativo,
id

que total de recursos de terceiros utilizados para entidade supervisora e os operadores.


ol

financiar o déficit público. Neste sistema, nós temos como órgão normativo
ic

o Conselho Nacional de Seguros Privados, o CNSP,


N
io

TÍTULOS PÚBLICOS responsável por fixar as diretrizes e normas da políti-


ric

ca de seguros privados. Ele é composto pelo Ministro


da Economia (Presidente), representante do Ministé-
au

São títulos emitidos pelo próprio governo para


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

rio da Justiça, representante da Secretaria da Previ-


M

angariar recursos, na prática é a forma do governo “te


pedir dinheiro emprestado”. Para que você empres- dência Social, Superintendente da Superintendência
te esse recurso ao governo é necessário que o mesmo de Seguros Privados, representante do Banco Central
te garanta alguma vantagem financeira na forma de do Brasil e representante da Comissão de Valores
juros. Mobiliários.
Os títulos públicos não possuem garantia do FGC, São atribuições do CNSP:
porém são considerados muito seguros, pois o gover-
no brasileiro costuma honrar sua dívida atualmente. z Fixar diretrizes e normas da política de seguros
Lembre-se que os Títulos Públicos não contam com a privados;
Garantia do FGC. z Regular a constituição, organização, funcionamen-
Entre os títulos públicos existem duas modalida- to e fiscalização dos que exercem atividades subor-
des: os títulos sem cupom e os títulos com cupom. dinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados,
Títulos sem cupom pagam seus juros apenas no bem como a aplicação das penalidades previstas;
vencimento dos títulos; enquanto títulos com cupom z Fixar as características gerais dos contratos de
pagam no vencimento e juros periódicos (trimestrais, seguro, previdência privada aberta, capitalização
semestrais etc). e resseguro; 167
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Estabelecer as diretrizes gerais das operações de conferindo, ainda, quando previsto, o direito de con-
resseguro; correr a sorteios de prêmios em dinheiro.
z Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do
IRB; O Título de Capitalização (Circular 569/2028)
z Prescrever os critérios de constituição das Socie-
dades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de É um produto em que parte dos pagamentos
Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com realizados pelo subscritor (adquirente) e usado
fixação dos limites legais e técnicos das respectivas para formar um capital mínimo, segundo cláusulas
operações; e regras aprovadas e mencionadas no próprio título
z Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão (Condições Gerais do Título), e que, além disso, será
de corretor. pago em moeda corrente nacional em um prazo
máximo estabelecido no contrato, dando também
Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superin-
ao adquirente/subscritor o direito a participação em
tendência de Seguros Privados) que é a autarquia
sorteios.
responsável pelo controle e fiscalização dos mercados
Os prazos dos títulos de capitalização são:
de seguro, previdência privada aberta, capitalização
e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da
Economia, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de z Prazo de Pagamento: é o período durante o qual o
novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os Subscritor compromete-se a efetuar os pagamen-
mercados supervisionados, assegurando sua estabili- tos que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra
dade e os direitos do consumidor. possibilidade, como colocada acima, é a de o título
São atribuições da SUSEP: ser de Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento
Único (PU);
z Fiscalizar a constituição, organização, funciona- z Prazo de Vigência: é o período durante o qual o
mento e operação das Sociedades Seguradoras, de Título de Capitalização está sendo administrado
Capitalização, Entidades de Previdência Privada pela Sociedade de Capitalização, sendo o capital
Aberta e Resseguradores, na qualidade de execu- relativo ao título, em geral, atualizado monetaria-
tora da política traçada pelo CNSP; mente pela TR e capitalizado pela taxa de juros
z Atuar no sentido de proteger a captação de pou- informada nas Condições Gerais. É o prazo que
pança popular que se efetua através das operações compreende o início e o fim do título, ou seja, o
de seguro, previdência privada aberta, de capitali- prazo em que o cliente ou subscritor concorre aos
zação e resseguro; sorteios;
z Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores z Prazo de Carência: é o período em que o subscri-

9
-3
dos mercados supervisionados; tor (cliente) não pode solicitar o resgate da capita-

40
z Promover o aperfeiçoamento das instituições e lização, mesmo com perdas. Esse prazo é máximo

.5
dos instrumentos operacionais a eles vinculados, de 24 meses em qualquer modalidade.
33
com vistas à maior eficiência do Sistema Nacio-
.6

nal de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Formas de pagamento:


00

Capitalização;
-0

z Promover a estabilidade dos mercados sob sua z Por Mês (PM)


jurisdição, assegurando sua expansão e o funcio-
os

namento das entidades que neles operem; É um título que prevê um pagamento a cada mês
nt

z Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que de vigência do título.


Sa

integram o mercado;
os

z Disciplinar e acompanhar os investimentos daque- z Por Período (PP)


id

las entidades, em especial os efetuados em bens


ol

garantidores de provisões técnicas; É um título em que não há correspondência entre


ic

z Cumprir e fazer cumprir as deliberações do o número de pagamentos e o número de meses de


N

CNSP e exercer as atividades que por este forem vigência do título.


io

delegadas;
ric

z Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. z Pagamento Único (PU)


au
M

O Subsistema Operador do Sistema de Seguros É um título em que o pagamento é único (realiza-


Privados do uma única vez), tendo sua vigência estipulada na
proposta. (no mínimo 12 meses). Note que nem sem-
As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP pre os prazos de vigência e pagamento vão coincidir.
e a SUSEP, que regulamentam seu funcionamento e
fiscalizam suas atuações neste mercado. Modalidades:

Sociedades de Capitalização z Modalidade Tradicional:

Constituídas sob a forma de sociedades anô- Define-se como Modalidade Tradicional o Título de
nimas, elas negociam contratos (títulos de capita- Capitalização que tem por objetivo restituir ao titular,
lização) que têm por objeto o depósito periódico de ao final do prazo de vigência, no mínimo, o valor
prestações pecuniárias pelo contratante, o qual terá, total dos pagamentos efetuados pelo subscritor
depois de cumprido o prazo contratado, o direito de (cliente), desde que todos os pagamentos previstos
resgatar parte dos valores depositados corrigidos tenham sido realizados nas datas programadas.
168 por uma taxa de juros estabelecida contratualmente;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Deve possuir prazo de vigência mínimo de 12 Categoria Instantânea
meses e tem carência mínima de 30 dias para resgate.
A famosa raspadinha agora pode ser atrelada a
z Modalidade Compra-Programada: título de capitalização. Este procedimento já era feito
há anos no Brasil, mas não era regulamentado pela
Define-se como Modalidade Compra-Programa- SUSEP, o que mudou após a publicação da Circular
da o Título de Capitalização em que a sociedade de 569/2018. É importante frisar que Categoria Instantâ-
capitalização garante ao titular, ao final da vigência, nea não pode ser confundida com modalidade.
o recebimento do valor de resgate em moeda corrente Como é estruturado um título de capitalização?
nacional, sendo disponibilizada ao titular a faculdade Os títulos de capitalização são estruturados com
de optar, se este assim desejar e sem qualquer outro prazo de vigência igual ou superior a 12 meses e em
custo, pelo recebimento do bem ou serviço referen- séries cujo tamanho deve ser informado no próprio
ciado na ficha de cadastro, subsidiado por acordos título, sendo no mínimo de 10.000 títulos. Por exem-
comerciais celebrados com indústrias, atacadistas ou plo, uma série de 100.000 títulos poderá ser adquirida
empresas comerciais. por até 100.000 clientes diferentes, que são regidos
Devem ser estruturados na forma PM (Por Mês) ou pelas mesmas condições gerais e se for o caso, concor-
PP (Por Período), possuem prazo de vigência míni- rerão ao mesmo tipo de sorteio.
mo de 6 meses e 30 dias de carência para resgate. O título prevê pagamentos a serem realizados pelo
subscritor. Cada pagamento apresenta, em geral, três
z Modalidade Popular: componentes:
Define-se como Modalidade Popular o Título de
z Cota de Capitalização: parte que é destinada a
Capitalização que tem por objetivo propiciar a partici-
acumulação do capital, corrigira monetariamente
pação do titular em sorteios, sem que haja devolução
por um índice fixado no contrato. Deve ser maior
integral dos valores pagos. Tem vigência mínima de
que as demais cotas;
12 meses e carência mínima de 60 dias para resgate.
z Cota de sorteio: parte destinada ao pagamento
A Tele Sena é um ótimo exemplo desta modalidade.
dos prêmios aos sorteados;
z Cota de Carregamento: parte destinada as despe-
z Modalidade Incentivo:
sas administrativas da sociedade de capitalização
com a administração do título.
Entende-se por Modalidade Incentivo o Título de
Capitalização que está vinculado a um evento promo-
cional de caráter comercial instituído pelo Subscritor Os valores dos pagamentos são fixos?
para alavancar as vendas de seus produtos ou servi- Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os paga-

9
-3
ços ou para fidelizar seus clientes. mentos são obrigatoriamente fixos. Já nos títulos com

40
O subscritor neste caso é a empresa que compra o vigência superior, é facultada a atualização dos paga-

.5
título e o cede total ou parcialmente (somente o direi- mentos, a cada período de 12 meses, por aplicação de
33
to ao sorteio) aos clientes consumidores do produto um índice oficial estabelecido no próprio título.
.6

utilizado no evento promocional. O resgate é sempre inferior ao valor total que foi
00

Tem prazo de vigência mínimo de 60 dias e prazo pago?


-0

Não. Alguns títulos possuem ao final do prazo de


de 60 dias de carência para resgate.
vigência um percentual de resgate igual ou até mesmo
os

superior a 100%, isto é, se fosse, por exemplo 100%,


nt

z Modalidade de instrumento de garantia:


significaria que o titular receberia ao final do prazo
Sa

de vigência, tudo o que pagou, além da atualização


Permite que o título de capitalização seja utiliza-
os

monetária, que é o caso do produto Tradicional.


do como uma garantia ou caução. Com isso, o título
id

de capitalização passa a ser uma alternativa ao segu-


ol

ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA


ro garantia e à fiança à locação ou obrigação com
ic

COMPLEMENTAR
N

terceiros.
io

O título só poderá ser resgatado pelo terceiro, caso Entidades abertas de previdência complementar
ric

o contrato seja quebrado pelo subscritor/adquirente - são entidades constituídas unicamente sob a forma
au

do título, desta forma não se fala de carência para res- de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

gate. O subscritor/ adquirente poderá resgatar o título


M

e operar planos de benefícios de caráter previden-


durante a vigência, entretanto, só poderá fazê-lo com ciário, concedidos em forma de renda continuada,
a anuência do terceiro. pagamentos por período determinado ou paga-
A vigência mínima será de 6 meses. mento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.

z Modalidade de filantropia premiável: Os Planos de Previdência Complementar Abertos

É um instrumento para que entidades beneficen- Os planos são comercializados por bancos e segu-
tes de assistência social angariem recursos. Nessa radoras, e podem ser adquiridos por qualquer pessoa
modalidade, o direito de resgate do valor do título de física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e
capitalização é cedido para a entidade beneficente, dita as regras dos planos de Previdência Privada é a
permanecendo o cliente apenas com o direito de par- Susep (Superintendência de Seguros Privados), que é
ticipar de sorteios. ligada ao Ministério da Economia.
Só pode ser estruturado na forma PU (pagamento Os dois planos mais comuns são PGBL e VGBL.
único), vigência mínima de 60 dias e para resgate ape- PGBL significa Plano Gerador de Benefício Livre e
nas após 60 dias contados da aplicação. VGBL quer dizer Vida Gerador de Benefício Livre. 169
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
São planos previdenciários que permitem que
PGBL X VGBL
você acumule recursos por um prazo contratado.
Durante esse período, o dinheiro depositado vai sen- Abatimento das con- Durante o período de
do investido e rentabilizado pela seguradora ou banco tribuições no Imposto acumulação, os recur-
escolhido. de Renda (até o limi- sos aplicados estão
te de 12% da Renda isentos de tributação
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa
Bruta anual) durante Tratamento sobre os rendimentos.
por duas fases: o período de investimento e o período
o período de acumula- Fiscal Somente no momento
de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando
ção. Sobre os valores do recebimento de ren-
estamos trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase de resgate e rendas da ou resgate haverá a
de formação de patrimônio. Já o período de benefício haverá a incidência de incidência de Imposto
começa a partir da idade que você escolhe para come- tributação de Renda
çar a desfrutar do dinheiro acumulado durante anos
Mais atraente para Para quem é isento, de-
de trabalho. A maneira de recebimento dos recursos é
quem declara Impos- clara Imposto de Renda
você quem escolhe. É possível resgatar o patrimônio
to de Renda completo, simplificado ou tem pre-
acumulado e/ou contratar um tipo de benefício (ren- Para quem
podendo aproveitar o vidência complementar
da) para passar a receber, mensalmente, da empresa é indicado
abatimento da Renda e/ou já abate o limite
seguradora. Bruta anual na fase de máximo de 12% da Ren-
É importante lembrar que tanto o período de contribuição da Básica anual
investimento quanto o período de benefício não preci-
sam ser contratados com a mesma seguradora. Desta Fonte: Conde Consultoria Atuarial
forma, uma vez encerrado o período de investimento,
o participante fica livre para contratar uma renda na Os planos de Previdência Privada cobram dois
instituição que escolher. tipos de taxa que devem ser observados na hora da
contratação: a taxa de administração financeira e a
Diferença entre PGBL e VGBL taxa de carregamento.
A taxa de administração financeira é cobrada
A principal distinção entre eles está na tributação. pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de
No PGBL, você pode deduzir o valor das contribuições investimento exclusivo, criado para o seu plano, e
da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limi- pode variar de acordo com as condições comerciais
te de 12% da sua renda bruta anual. Assim, poderá do plano contratado. Os que têm fundos com investi-
reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua mentos em ações, por serem mais complexos, normal-
restituição de IR. Vamos supor que um contribuinte mente têm taxas um pouco maiores do que aqueles

9
tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil. Com que investem apenas em renda fixa.

-3
o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR

40
sobre os R$ 12 mil restantes, aplicados em PGBL, só
será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse Importante! .5
33
benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que fazem
.6

A taxa de administração financeira é cobrada


00

a declaração do Imposto de Renda pelo formulário


completo e são tributados na fonte. diariamente sobre o valor total da reserva e a
-0

Para quem faz declaração simplificada ou não é rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o
os

tributado na fonte, como autônomos, o VGBL é ideal. valor da taxa de administração já debitado.
nt

Ele é indicado também para quem deseja diversificar


Sa

seus investimentos ou para quem deseja aplicar mais


de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto por- A taxa de carregamento incide sobre cada depó-
os

que, em um VGBL, a tributação acontece apenas sobre sito que é feito no plano. Ela serve para cobrir des-
id

o ganho de capital. pesas de corretagem e administração. Na maioria dos


ol

casos, a cobrança dessa taxa não ultrapassa 5%, sen-


ic

É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL do o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o
N

(Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano valor de cada contribuição que você fizer. No mercado
io

Gerador de Benefício Livre)? Não, a portabilidade há três formas de taxa de carregamento, dependendo
ric

só é permitida entre planos do mesmo segmento, do plano contratado. São elas:


au

isto é, entre planos de previdência complementar


M

aberta (PGBL para PGBL), ou entre planos de segu- z Antecipada: incide no momento do aporte. Esta
ro de vida com cobertura por sobrevivência (VGBL taxa é decrescente em função do valor do aporte
para VGBL).1 e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior
o valor do aporte ou quanto maior o montante
Os planos denominados PGBL E VGBL, durante o acumulado, menor será a taxa de carregamento
período de diferimento, terão como critério de remu- antecipada;
neração da provisão matemática de benefícios a con- z Postecipada: incide somente em caso de porta-
ceder, a rentabilidade da carteira de investimentos bilidade ou resgates. É decrescente em função do
do Fundo de Investimentos Exclusivo (FIE), instituí- tempo de permanência no plano, podendo chegar
do para o plano, ou seja, DURANTE O PERÍODO DE a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de perma-
DIFERIMENTO NÃO HÁ GARANTIA DE REMUNE- nência, menor será a taxa;
RAÇÃO MÍNIMA, ou seja, pode render negativo. z Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no
PGBL ou VGBL, como avaliar os dois tipos de pla- ingresso de aportes ao plano), quanto na saída (na
nos de previdência. ocorrência de resgates ou portabilidades). Como

170 1 Fonte: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-complementar-aberta#duvidasfaq


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
você pode ver, existem produtos que extinguem a Tome cuidado, pois existe a possibilidade de troca
cobrança dessa taxa após certo tempo de aplica- de regime tributário de Progressivo para Regressivo,
ção. Outros atrelam esse percentual ao saldo inves- e isso encontra amparo na Lei 11.053. Embora a lei
tido: quanto maior o volume aplicado, menor a não seja muito clara, ela faz menção ao fato de que
taxa. Nos dois casos, não deixe de pesquisar antes o cliente que tenha uma previdência na moralidade
de escolher seu plano de previdência. tributária progressiva possa migrar para a alíquota
regressiva, mas isso só pode ser feito uma única vez
Alíquotas do Imposto de Renda (IR) e é irreversível.
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC
A alíquota do imposto de renda serve para tributar assinaram um acordo em março daquele ano para
a renda que você receberá ao final do plano, quando que fosse possível a migração entre previdência
for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma complementar aberta para fechada e vice-versa,
única vez. Claro que a receita federal não ficaria de entretanto o acordo não especifica como e em que ter-
fora desse seu dinheiro, não é? Logo, esta alíquota mo essa migração é feita, ficando clara apenas a auto-
pode ser cobrada de duas formas de acordo com a rização para migração.
escolha do cliente.
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
A Alíquota Progressiva
Como vimos anteriormente, além das Sociedades
Esta forma de tributação é ideal para quem não de Capitalização, das seguradoras e das Entidades
declara imposto de renda ou se declara como isento, Abertas de Previdência Complementar, existem as
pois o imposto cobrado na previdência no momento Entidades Fechadas de Previdência complemen-
do resgate será de 15%, independente do prazo. tar. Entretanto, estas não são subordinadas ao CNSP
Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, nem, tampouco, são fiscalizadas pela SUSEP. Vejamos:
ou seja, você passe a ganhar o suficiente para pagar
imposto de renda, a tributação que era 15% passa a CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA
acompanhar a tributação do seu salário, e quando COMPLEMENTAR
você efetuar o resgate, terá de fazer um ajuste no seu
imposto de renda para mais ou para menos, a depen- Conselho Nacional de Previdência Complementar
der o valor do seu salário e da alíquota cobrada, por (CNPC) é um órgão colegiado que integra a estrutura
isso o nome Progressiva, pois aumenta conforme seu do Ministério da Economia, reunindo-se trimes-
salário progride. tralmente, e cuja competência é regular o regime de
previdência complementar operado pelas entidades

9
Por exemplo, eu ganho 10 mil reais por ano, por-

-3
tanto não preciso declarar imposto de renda, e se eu fechadas de previdência complementar (fundos de

40
declarar não preciso pagar imposto, logo minha pre- pensão).
vidência está sujeita a imposto de 15% e quando você .5
O CNPC é o novo órgão com a função de regular
33
o regime de previdência complementar operado
efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como você
.6

pelas entidades fechadas de previdência comple-


não deve pagar imposto de renda, pode receber o
00

mentar, nova denominação do Conselho de Gestão da


valor cobrado de volta como restituição.
-0

Previdência Complementar.
Agora um outro exemplo:
os

Ganho 70 mil reais por ano, logo, devo declarar


SUPERINTENDÊNCIA DE PREVIDÊNCIA
nt

imposto de renda e devo pagar imposto, ou esse pode


Sa

COMPLEMENTAR (PREVIC)
ser retido no meu salário pelo meu empregador se eu
os

for assalariado. Para quem ganha 70 mil reais por ano


Lei nº 12.154, de 23 de dezembro de 2009
o imposto devido é de 27,5%, ou seja, minha previ-
id

dência sairá de um imposto de 15% para um imposto


ol

Art. 1º Fica criada a Superintendência Nacional de


de 27,5%. Desta forma você deverá pagar imposto a
ic

Previdência Complementar - PREVIC, autarquia de


N

mais por ela e não receberá nada de volta a título de natureza especial, dotada de autonomia adminis-
io

restituição. trativa e financeira e patrimônio próprio, vincula-


ric

Por isso, essa forma de tributação deve ser escolhi- da ao Ministério da Economia, com sede e foro
au

da com cuidado, e com o pensamento no fato de que no Distrito Federal e atuação em todo o território
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

se sua renda subir demais você pagará mais imposto. nacional.


Parágrafo único. A Previc atuará como entidade
A Alíquota Regressiva de fiscalização e de supervisão das atividades das
entidades fechadas de previdência complementar
Esta alíquota indica que o imposto será cobrado na e de execução das políticas para o regime de pre-
forma inversa a Progressiva, ou seja, começará alto, vidência complementar operado pelas entidades
em 35%, e terminará em 10% ao fim de dez anos, ou fechadas de previdência complementar, observadas
as disposições constitucionais e legais aplicáveis.
seja, a alíquota reduz com o tempo. Logo, esta modali-
Art. 2º Compete à Previc:
dade é mais indicada para aqueles que desejam ficar
I - proceder à fiscalização das atividades das enti-
no plano de previdência por muito tempo, e que quei- dades fechadas de previdência complementar e
ram utilizar a aplicação como benefício futuro de apo- de suas operações;
sentadoria. Indicada para aqueles clientes que estão II - apurar e julgar infrações e aplicar as penali-
pensando em muito longo prazo. Deve, também, ser dades cabíveis;
escolhida com atenção, pois esta escolha entre pro- III - expedir instruções e estabelecer procedimen-
gressiva ou Regressiva é irretratável, ou seja, você não tos para a aplicação das normas relativas à sua
pode mudar. área de competência, de acordo com as diretrizes 171
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
do Conselho Nacional de Previdência Complemen- Ou seja, o Segurador assume o risco do segurado
tar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei no e em troca disto recebe um prêmio em dinheiro, logo,
10.683, de 28 de maio de 2003; cabe ao Segurador decidir se aceita ou não o risco do
IV - autorizar: segurado.
a) a constituição e o funcionamento das enti- Para se proteger as seguradoras se valem de pes-
dades fechadas de previdência complementar, quisas e questionários sobre o segurado para buscar
bem como a aplicação dos respectivos estatutos e
calcular a probabilidade de um evento acontecer ou
regulamentos de planos de benefícios;
não. Estes eventos são os fatos geradores ou, simples-
mente, sinistros. Quando estes sinistros ocorrem o
Entidades Fechadas de Previdência Complementar
segurador deve indenizar o segurado conquanto que
o sinistro esteja previsto no contrato firmado entre os
As entidades fechadas de previdência complemen- dois. Este contrato chamamos de apólice.
tar (fundos de pensão) são organizadas sob a forma
de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos As partes da proposta de seguro:
e são acessíveis, exclusivamente, aos empregados
de uma empresa ou grupo de empresas ou aos ser- z Apólice: proposta formal aceita pela seguradora;
vidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e z Endosso: poder que se tem de mudar o bem em
dos Municípios, entes denominados patrocinadores garantia ou características do bem garantido;
ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de z Prêmio: prestação paga periodicamente pelo
caráter profissional, classista ou setorial, denomina- segurado;
das instituidores. z Sinistro: prejuízo causado a um bem segurado;
As entidades de previdência fechada devem seguir z Indenização: valor que segurado recebe caso o
as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Mone- sinistro ocorra;
tário Nacional, por meio da Resolução 3.121, de 25 z Franquia: contribuição do segurado para libera-
de setembro de 2003, no que tange à aplicação dos ção da indenização, é a coparticipação do segura-
recursos dos planos de benefícios. do no prejuízo.

O Plano de Previdência Fechado Dentro do mercado de seguros, nós temos dois


grandes grupos de seguros:
Também conhecido como fundos de pensão, é cria-
do por empresas e voltado exclusivamente aos seus Seguros de Acumulação
funcionários, não podendo ser comercializado para
quem não é funcionário daquela empresa. Onde eu invisto um capital por um determinado pra-

9
A Superintendência Nacional de Previdência Com- zo e, ao final, recebo o valor de volta, corrigido por um

-3
plementar (PREVIC) é uma autarquia vinculada ao indexador de juros. Então é chamado de acumulação

40
Ministério da Economia, responsável por fiscalizar porque há um acúmulo de dinheiro que ao final poderá
as atividades das entidades fechadas de previdência .5
33
ser devolvido ao segurado caso o sinistro não ocorra.
complementar (fundos de pensão). Exemplo: Previdência Complementar Aberta (PGBL,
.6

Atenção! Em ambas as entidades a aplicação dos


00

VGBL), Títulos de Capitalização.


recursos das reservas é orientada pelo CMN.
-0

Seguros de Risco
os
nt

São os famosos fatos geradores. Esses seguros


Sa

foram criados para o segurado contribuir com um


os

valor, e por meio dessa contribuição ele recebe uma


id

indenização caso algum sinistro aconteça com o bem


segurado, que pode ser um bem material ou até mes-
ol
ic

mo a própria vida.
N

Neste tipo de seguro, o acúmulo de capital não é


io

devolvido ao segurado ao final do prazo contratado,


ric

pois o valor pago destina-se ao prêmio pago ao Segu-


au

rador para assumir o risco do sinistro do segurado.


M

Ex: Vida, Automóveis, acidentes pessoais, saúde,


SOCIEDADES SEGURADORAS residenciais e viagem.
São entidades, constituídas sob a forma de socie-
O RESSEGURO OU RETROCESSÃO
dades anônimas, especializadas em pactuar contrato,
por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao
O Resseguro é o Seguro das Seguradoras
contratante (segurado), ou a quem este designar, uma
indenização, no caso em que advenha o risco indicado
É um contrato em que o ressegurador assume o
e temido, recebendo, para isso, o prêmio estabelecido.
compromisso de indenizar a companhia segurado-
O Seguro ra (cedente) pelos danos que possam vir a ocorrer em
decorrência de suas apólices de seguro.
Contrato mediante o qual uma pessoa denomina- Para garantir com precisão um risco aceito, as
da Segurador, se obriga, mediante o recebimento de seguradoras usualmente repassam parte dele para
um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada uma resseguradora que concorda em indenizá-las
Segurado, do prejuízo resultante de riscos futuros, por eventuais prejuízos que venham a sofrer em fun-
172 previstos no contrato. (Circular SUSEP 354/07). ção da apólice de seguro que vendeu. O contrato de
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
resseguro pode ser feito para cobrir um determinado risco isoladamente ou para garantir todos os riscos assumi-
dos por uma seguradora em relação a uma carteira ou ramo de seguros. O seguro dos riscos assumidos por uma
seguradora é definido por meio de um contrato de indenização.
Os Resseguradores fornecem proteção a variados riscos, inclusive para aqueles de maior vulto e complexidade
que são aceitos pelas seguradoras. Em contrapartida, a cedente (segurador direto) paga um prêmio de resseguro,
comprometendo-se a fornecer informações necessárias para análise, fixação do preço e gestão dos riscos cobertos
pelo contrato.
Resumindo, a seguradora fica com medo de dar um problema sério na apólice de seguro, ou o valor a indeni-
zar ser alto demais, e acaba por tentar diminuir o risco, dividindo com uma resseguradora. É o seguro do Seguro.

O Cosseguro

O cosseguro nada mais é do que pegar uma apólice de seguro e distribuí-la para mais de uma seguradora,
ou seja, quando o risco é alto demais, as seguradoras dividem, entre elas, o risco daquela apólice, pois caso haja
algum problema, o sinistro, o prejuízo é dirimido entre elas.
Aqui há algumas características dos seguros:
Os seguros podem ser classificados em seguros individuais ou em grupo.
O seguro individual é uma relação entre uma pessoa ou uma família e uma seguradora. A seguradora, evi-
dentemente, terá de aferir corretamente o risco segurado e pulverizá-lo, colocando-o numa carteira onde existem
diversos riscos semelhantes, mas independentes entre si.
O seguro em grupo é o seguro de um conjunto de pessoas ligadas entre si de modo que se estabelece uma
relação triangular entre a seguradora, o segurado e o grupo a que ele pertence.
O grupo pode ser constituído por uma empresa, por uma organização sem fins lucrativos, por uma associação
profissional, ou por uma pessoa física. Os seguros contratados por empresas são chamados de empresariais ou
corporativos. É um seguro em grupo, formalizado por uma única apólice que garante coberturas estabelecidas de
acordo com um critério objetivo e uniforme, não dependente exclusivamente da vontade do segurado.
A seguradora, com base nos contratos de adesão ao seguro, emite para cada segurado um documento que
comprova a inclusão no grupo (Certificado de Seguro). Nesse documento constam a identificação do segurado e a
designação dos seus beneficiários.
Os seguros diferem também segundo o regime de financiamento, ou seja, a técnica atuarial que determina a
forma de financiamento das indenizações e benefícios integrantes do contrato.
Os regimes se dividem em repartição e capitalização. O regime de repartição, por sua vez, se divide entre
repartição simples e repartição de capitais de cobertura.

9
-3
No regime de repartição simples, todos os prêmios pagos pelos segurados em determinado período formam

40
um fundo que se destina ao custeio de indenizações a serem pagas por todos os sinistros ocorridos no próprio

.5
período (e às demais despesas da seguradora). Isso implica em que o prêmio cobrado é calculado de forma que cor-
33
responda à importância necessária para cobrir o valor das indenizações relativas aos sinistros esperados. Não há,
.6

assim, a possibilidade de devolução ou resgate de prêmios e contribuições capitalizadas ao segurado, ao benefi-


00

ciário ou ao estipulante, como nos casos de planos de previdência.


-0

Tipicamente, esse regime se aplica aos planos previdenciários ou de seguro de vida em grupo, em situações
em que a massa de participantes é estacionária e as despesas com pagamento de benefícios são estáveis e de
os

curta duração. É usado também na previdência social estatal (INSS e regimes próprios do Estado), porém, sem a
nt

condição de estabilidade mencionada. É o caso também dos seguros de vida em grupo, de seguros de automóveis,
Sa

de saúde etc.
os

Ocorrido o sinistro, o segurado recebe uma indenização pré-estabelecida independentemente do valor


id

que pagou. No mercado de seguros, entretanto, para garantia da solvência das empresas, a legislação impõe a
formação de provisões de prêmios não ganhos, de oscilação de riscos e de sinistros, devidamente atestadas pelos
ol
ic

atuários em Nota Técnica e Avaliação Anual.


N

O regime de repartição de capitais de cobertura é o método em que há formação de reserva apenas para garan-
io

tir os pagamentos das indenizações e benefícios iniciados no período, ou seja, arrecada-se apenas o necessário
ric

e suficiente para formação de reserva garantidora do cumprimento dos benefícios futuros que se iniciam neste
au

período.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Em outras palavras, há formação de um fundo correspondente ao valor atual dos benefícios de prestação con-
M

tinuada iniciados no período em questão. Nesse regime, há a obrigação de constituição de provisão de benefícios
concedidos.
O regime de capitalização é o método que consiste em determinar a contribuição necessária para atender
determinado fluxo de pagamento de benefícios, estabelecendo que o valor da série de contribuições efetuadas ao
longo do tempo seja igual ao valor da série de pagamentos de benefícios que se fará no futuro.
Esse modelo de financiamento constitui reservas tanto para os participantes assistidos, como para os ativos e
obviamente pressupõe a aplicação das contribuições nos mercados financeiros, de capitais e imobiliários a fim de
adicionar valor à reserva que se está constituindo. A capitalização é dividida em duas fases distintas: a primeira
denominada “fase contributiva” e a segunda “fase do benefício”.
A legislação vigente torna obrigatória a utilização do regime financeiro de capitalização para os benefícios de
pagamento em prestações que sejam programadas e continuadas. Nesse regime, obriga-se a empresa a constituir
provisão de benefícios concedidos, como no caso anterior, e provisão de benefícios a conceder. Assim, no regime
de capitalização, o objetivo não é apenas pagar indenização ou benefício pré-estabelecido, mas permitir ao
segurado ou participante retirar ao final do contrato uma poupança que, idealmente, cubra os riscos de morte,
invalidez, aposentadoria etc. 173
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
RAMOS DE SEGUROS
GRUPOS CARACTERÍSTICAS GERAIS
Seguros contra incêndio, roubo de imóveis, bem como os seguros compreensivos residenciais,
1 Patrimonial
condominiais e empresariais
2 Riscos Especiais Seguros contra riscos de petróleo, nucleares e satélites
Seguros contra indenizações por danos materiais ou lesões corporais a terceiros por culpa
3 Responsabilidades
involuntária do segurado
4 Cascos em (“run off”) Seguros contra riscos marítimos, aeronáuticos e de hangar
5 Automóvel Seguros contra roubos e acidentes de carros, de responsabilidade civil contra terceiros e DPVAT
Seguros de transporte nacional e internacional e de responsabilidade civil de cargas, do trans-
6 Transporte
portador e do operador

7 Riscos Financeiros Seguros diversos de garantia de contratos e de fiança locatícia

8 Crédito em (“run off”) Seguros de crédito à exportação e contra riscos comerciais e políticos
Seguros coletivos de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de sobrevivência,
9 Pessoas Coletivo
prestamista e educacional
10 Habitacional Seguros contra riscos de morte e invalidez do devedor e de danos ao imóvel financiado
11 Rural Seguros agrícola, pecuário, de florestas e penhor rural
12 Outros Seguros no exterior de sucursais e de seguradoras no exterior
Seguros individuais de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de sobrevivên-
13 Pessoa Individual
cia, prestamista e educacional
Seguros compreensivos para operadores portuários, responsabilidade civil facultativa para
14 Marítimos
embarcações e marítimos
Seguros de responsabilidade facultativa para aeronaves, aeronáuticos, responsabilidade civil de
15 Aeronáutico
hangar e responsabilidade do explorador ou transportador aéreo
16 Microsseguros Microsseguros de pessoas, microsseguros de danos

9
-3
17 Saúde Seguro Saúde

40
.5
33
Fonte: Susep
.6
00

ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTAÇÃO BÁSICA


-0

Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou assistir alguém abrir uma con-
os

ta. A conta que abrimos no banco nada mais é do que um contrato, e como tal precisa de regras e de orientações
nt

sobre sua forma.


Sa

Lembrando que esse contrato é composto por uma ficha-proposta e um cartão de assinatura.
os

A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante, endereço residencial e comercial


id

completos, telefone com DDD, referencias pessoais, data da abertura da conta e o número dessa conta, e a assina-
ol

tura do depositante.
ic

Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 4753/2019, que dita às regras básicas que devem nor-
N

tear as Instituições Financeiras quando da Abertura e manutenção de contas de depósito.


io

Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito sobre isso:
ric

No caso de pessoa física:


au
M

z Documento de identificação (carteira de identificação ou equivalente, como, por exemplo, a carteira nacional
de habilitação, passaporte, CTPS, carreiras de órgão de classe);
z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF);
z Comprovante de residência.

Para que exista uma pessoa física, basta que esta nasça com vida. Ela se extingue com a morte do indivíduo.
No caso de pessoa jurídica:

z Documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta comercial);


z Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
z Documentos que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta;
z Para que uma Pessoa Jurídica de direito Privado exista é necessário que o contrato social seja registrado na
JUNTA COMERCIAL do Estado onde a empresa se situa;
z Nos casos de Partidos Políticos deve-se registrar o estatuto no TSE – Tribunal Superior Eleitoral. (estes são pes-
174 soas jurídicas de direito privado).
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z As pessoas jurídicas podem ser também de direito z Serviços essenciais: aqueles que não podem ser
Público Interno: União, Estados, Distrito Federal e cobrados
Municípios; Autarquias e Fundações Públicas (são
criados por Lei); „ Emissão da primeira via do cartão de débito.
z Existem ainda as de Direito Público Externo: que (segundas vias, exceto nos casos decorrentes de
são os territórios e entidades governamentais no perda, roubo, furto, danificação e outros moti-
exterior. vos não imputáveis a Instituição emitente);
„ 4 saques durante o mês. (No caso de poupança
A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução são 2 saques por mês);
desta, mediante acordo entre os sócios ou por decreto „ Até 10 folhas de cheque durante o mês;
judicial, exceto para as públicas, que serão por meios „ 2 extratos por mês;
específicos. „ Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco
Além disso, a instituição financeira pode estabe- deve enviar ao cliente um extrato consolida-
lecer critérios próprios para abertura de conta de do, mostrando seus rendimentos no ano ante-
depósito, desde que seguidos os procedimentos pre- rior, geralmente para fins de Imposto de Renda;
vistos na regulamentação vigente (Resolução CMN „ 2 Transferências entre contas da mesma insti-
4753/2019). tuição por mês. (No caso da poupança 2 transfe-
Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir rências entre contas de mesma titularidade);
outros documentos ou termos para abrir esta conta,
„ Consultas via internet;
mas desde que não firam a resolução acima.
„ Prestação de qualquer serviço por meios eletrô-
Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos.
nicos, no caso de contas cujos contratos prevejam
Vamos compreender sobre a ficha-proposta agora.
utilizar exclusivamente meios eletrônicos;
Esta deve conter no mínimo:
„ Compensação de cheques.
z Condições para fornecimento de talonário de
z Serviços prioritários: o banco é obrigado a for-
cheques;
necer um pacote básico destes serviços priori-
z Necessidade de comunicação pelo depositante,
por escrito, de qualquer mudança de endereço ou tários, que são aqueles relacionados a contas de
número de telefone ou no cadastro; depósitos, transferências de recursos, operações
z Condições para inclusão do nome do depositante de crédito e de arrendamento mercantil, cartão
no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos de crédito básico e cadastro, somente podendo ser
(CCF); cobrados os serviços constantes da Lista de Servi-
z Informação de que os cheques liquidados, uma ços da Tabela I anexa à Resolução CMN 3.919, de

9
-3
vez microfilmados, poderão ser destruídos; 2010, devendo ainda ser observados a padroni-

40
(estas microfilmagens devem permanecer por no zação, as siglas e os fatos geradores da cobrança,
mínimo 10 anos no arquivo);
.5
também estabelecidos por meio da citada Tabela I;
33
z Tarifas de serviços, incluindo a informação sobre z Serviços especiais: aqueles cuja legislação e
.6

serviços que não podem ser cobrados; regulamentação específicas definem as tarifas
00

z Saldo médio mínimo exigido para manutenção e as condições em que aplicáveis, a exemplo
-0

da conta se houver essa exigência. dos serviços referentes ao crédito rural, ao Siste-
os

ma Financeiro da Habitação (SFH), ao Fundo de


Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo
nt

Importante!
Sa

PIS/PASEP, às chamadas “contas-salário”, bem


como às operações de microcrédito de que trata a
os

A Ficha-Proposta somente poderá ser microfil- Resolução CMN 4.000, de 2011;


id

mada depois de transcorridos no mínimo cinco z Serviços diferenciados: aqueles que podem ser
ol

anos, a contar do início do relacionamento com cobrados desde que explicitadas ao cliente ou ao
ic

o cliente. usuário as condições de utilização e de pagamento.


N
io
ric

É facultado à instituição financeira abrir, man- No encerramento da conta é necessário tomar


alguns cuidados:
au

ter ou encerrar contas de depósito caso o cliente


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente de Che-


ques sem Fundos. z Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente
O cliente será incluído no CCF nas seguintes ou banco, desde de que acompanhada de aviso
condições: prévio, por meio de carta registrada ou meio
eletrônico;
z Devolução de cheque sem provisão de fundos na z Informar se há cheques a serem compensados,
segunda apresentação; pois havendo, o banco pode ser negar encerrar
z Devolução de cheque por conta encerrada; a conta, sem a devida comprovação de que eles
z Devolução de cheque por pratica espúria (práticas foram liquidados;
ilegais). z Devolver as folhas de cheque restantes ou decla-
rar que as inutilizou;
Veremos com mais detalhes mais a frente. z Deixar depositado na conta valores para com-
Sobre as tarifas que podem ser cobradas na sua pensar débitos e compromissos assumidos na
conta veja: relação do cliente com o banco.
Quando se fala em serviços do Banco, lembramos
que são 4 categorias de serviços: 175
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atente para algumas informações: banco. Quando do pagamento, o banco envia uma
informação ao cliente e credita em sua conta;
z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não z A cobrança registrada é mais completa, pois o ban-
emancipadas, podem ter conta de depósitos, e co vai processar a emissão dos títulos, com base em
acesso a crédito também, desde que na abertura informações previamente enviadas pelo cedente, e
ou na assinatura do contrato sejam assistidas por vai processar inclusive a cobrança do pagamento
seus responsáveis legais!; ao sacado. Caso não realize o pagamento, o banco
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos, pode lançar o nome do sacado em protesto ou até
podem ter contas de depósitos, e devem ser repre- mesmo aos órgãos de proteção ao crédito.
sentadas por seus representantes legais;
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem Ainda sobre cobrança, existe um evento chamado
ter contas de depósitos, e até firmar contratos de float, que nada mais é do que quando o banco recebe
empréstimo, desde que sejam assistidas por duas um título de cobrança (boleto) a favor do cedente X,
testemunhas e que o contrato seja lido em voz alta; porém só repassa a quantia correspondente depois
z Os residentes e domiciliados no exterior podem de 3 dias. Durante esse período (float) o Banco perma-
ter conta no Brasil, mas as movimentações ocor- nece com o recurso, a custo zero, investe a quantia.
ridas em tais contas caracterizam ingressos ou saí- Para que isso existe deve estar previsto no contrato da
das de recursos no Brasil e, quando em valor igual prestação do serviço. Geralmente essa liberdade dada
ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprova- ao banco deixa as tarifas de cobrança mais baratas.
ção documental, registro no sistema informatizado
do Banco Central e identificação da proveniência
e destinação dos recursos, da natureza dos paga- Cedente Mercadoria Sacado
mentos e da identidade dos depositantes e dos
beneficiários das transferências efetuadas. (Lem- Credor Devedor
brando que só instituições autorizadas a operar Aceita A
com câmbio podem ter esse tipo de conta).

COBRANÇA
Banco
Um dos serviços mais desenvolvidos pelos bancos
atualmente é a cobrança, um serviço indispensável para Cobrador
qualquer banco comercial. Com este instrumento, os

9
bancos estreitaram seu relacionamento com os clien-

-3
tes, PF e PJ, e engordaram as aplicações com recursos FUNDOS DE INVESTIMENTOS

40
transitórios em títulos. Vamos ver como isso acontece.
Quando um cliente vende algo para alguém, bem .5
33
Um fundo de investimento é uma comunhão de
ou serviço, emite um boleto ou bloqueto, estes pos-
.6

recursos, captados de pessoas físicas ou jurídicas, com


suem código de barras, logo podem transitar pelos
00

o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da


serviços de compensação, sem sua movimentação físi-
-0

aplicação em títulos e valores mobiliários. Um fun-


ca. Vimos, inclusive, que estes boletos transitam pelo do é organizado sob a forma de condomínio, e seu
os

SILOC, até o VLB 25mil. Boletos de valor igual ou supe- patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calcu-
nt

rior ao VLB 250 mil transitam diretamente no STR. lado diariamente por meio da divisão do patrimô-
Sa

Nesta história nós temos três personagens: nio líquido pelo número de cotas em circulação.
os

Em outras palavras é como um condomínio que reúne


z O Credor ou cedente – cliente do banco que irá
id

recursos de um conjunto de investidores (cotistas),


emitir ou contratar os serviços de emissão boletos com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da
ol

de cobrança;
ic

aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobi-


N

z O Banco – instituição que disponibiliza o programa liários. Se o gestor do fundo fizer um bom trabalho, o
io

para emissão destes boletos, e que pode realizar a patrimônio do fundo aumentará, aumentando o valor
ric

cobrança de duas formas: simples¹ ou registrada²; das cotas do fundo.


au

z O devedor ou sacado – cliente do credor que adqui- Quando este fundo dá um bom resultado, ou seja,
M

riu produto ou serviço, e pagará o boleto emitido. lucro, este valor é distribuído proporcionalmente ao
número de cotas de cada participante.
A cobrança como falamos anteriormente, é um É a comunhão de recursos sob a forma de condo-
produto de relacionamento entre banco e cliente mínio em que os cotistas têm os mesmos interesses
(cedente). Com isso o cedente possui conta no banco e objetivos ao investir no mercado financeiro e de
e os valores resultantes da cobrança são creditados capitais, ou seja, todos têm os mesmos direitos, e o
diretamente na conta do cedente, em D+0 ou D+1, a valor das cotas é igual para todos.
depender do que for pactuado. Funciona exatamente como um condomínio de
Graças ao sistema de compensação, o sacado apartamentos, em que cada condômino é dono de
(devedor) pode pagar o título em qualquer praça, até uma cota (um apartamento) e paga a um terceiro para
a data do vencimento. Após o vencimento, somente na administrar e coordenar as tarefas do prédio (o síndi-
agencia bancaria do cedente ou emissor do título. co). Nele são estabelecidas as regras de funcionamen-
to (horário de funcionamento da piscina, do salão de
z A cobrança simples é a mera emissão dos boletos. festas, de música alta nas dependências dos aparta-
O cedente preenche, emite, envia e especifica o ban- mentos, entre outras). Essas regras são seguidas por
176 co onde deve ser pago, tudo isso sem aviso prévio ao todos os moradores, sem exceção.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Um fundo de investimento funciona da mes- (iii) ao prazo de duração, se determinado ou indeter-
ma forma. Os cotistas (os moradores) compram uma minado; (iv) à gestão; (v) aos prestadores de serviço;
quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa de (vi) à política de investimento, de forma a caracte-
administração a um terceiro (o Gestor, o síndico) para rizar a classe do fundo; (vii) à taxa de administra-
coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus recur- ção e, se o caso, às taxas de performance, entrada
sos no mercado. Ao comprar cotas de um determinado e saída; (ix) às condições de aplicação e resgate de
fundo, o cotista está aceitando suas regras de funciona- cotas. As alterações no regulamento dependem de
mento (aplicação, resgate, horários, custos etc.), e passa prévia aprovação da assembleia geral de cotistas e
a ter os mesmos direitos dos demais cotistas, indepen- devem ser comunicadas à CVM. É importante saber
dentemente da quantidade de cotas que cada um possui. que as alterações feitas no regulamento do Fundo de
Agora, imagine que você não mora num prédio, Investimento implicam modificações nas condições
portanto está fora do condomínio, e precisa escolher de funcionamento do Fundo. Portanto, o cotista deve
quem vai fazer a manutenção da piscina e da quadra analisar as modificações propostas de acordo com
esportiva ou quem vai contratar os seguranças. Pro- seus interesses como investidor.
vavelmente, terá mais trabalho para encontrar esses O formulário de informações complementares
prestadores de serviços e gastará mais. Se estivesse é documento de natureza virtual, que deve ser dispo-
num condomínio, essa seria uma tarefa para o sín- nibilizado pelo administrador e pelo distribuidor do
dico, com a vantagem de poder ratear com os outros fundo em seus sites.
condôminos esses custos. Trata-se de um documento de característica mais
Situação semelhante poderia acontecer com você, dinâmica, que fornece informações complementares
caso estivesse sozinho no mercado financeiro. Cabe- sobre o fundo, contendo, entre outras:
ria a você escolher os ativos para compor uma car-
teira de investimento. Isso significa analisar com z Local, meio e forma de divulgação de informações
frequência riscos, nível de endividamento e expecta- do fundo;
tiva de resultados de cada empresa da qual você com- z Local, meio e forma de solicitação de informações
prou ação ou de cada banco do qual você adquiriu um pelo cotista;
CDB. Isso daria muito trabalho, logo, você entrando z Exposição dos fatores de riscos inerentes à compo-
em um grupo, este grupo terá um gestor, e esse gestor sição da carteira do fundo;
z Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus
se preocupará com isso para você.
cotistas, contemplando a política a ser adotada
Fonte: XP Investimentos pelo administrador quanto ao tratamento tributá-
rio perseguido;
Quando o investidor vai aderir a um fundo, ou con- z Descrição da política de administração de risco;
domínio, ele deve atestar, mediante termo apropriado, z Política de distribuição de cotas, inclusive no que

9
-3
que recebeu o Regulamento, e que tomou ciência da se refere à descrição da forma de remuneração

40
política de investimentos e dos riscos do produto, dos distribuidores.
além disso deve ser disponibilizado para eletronicamen-
.5
33
te o Formulário de Informações Complementares. Lâmina de Informações Essenciais
.6

Caso o investidor que comprou parte desse fun-


00

A instrução CVM 522, de 08 de maio de 2012,


do queira vender, ele pode?
que promoveu alterações na instrução 409, trouxe
-0

Isso vai depender. Existem dois tipos de fundos:


modificações na Lâmina de Informações Essenciais,
Abertos e Fechados.
os

documento já utilizado no mercado para a venda de


Os Fundos Abertos permitem que o investidor res-
nt

fundos de investimento para investidores de varejo. A


gate o valor aplicado a qualquer momento, ou seja,
Sa

ideia é padronizar o material utilizado, de forma que


ele pode reaver seu dinheiro, logo, será um fundo de os investidores possam melhor comparar os fundos.
os

alta liquidez. O resgate será feito com base no valor Nas mudanças, a lâmina passa a conter as informa-
id

em que a cota estiver valendo no mercado. Embora ções mais importantes em formato simples e sempre
ol

existam fundos que pedem prazo de carência para res- na mesma ordem. Além das informações sobre taxas
ic

gate, por exemplo: 30 ou 60 dias após a aplicação; os e despesas, a lâmina traz uma tabela com os retornos
N

fundos são considerados como tendo alta liquidez. dos últimos cinco anos, que enfatiza a existência, caso
io

Já os Fundos Fechados não permitem o resgate exista, de anos com rentabilidade negativa, além de
ric

antecipado, ou seja, se você comprar vai ter de ficar outras mudanças, conforme disposto na instrução.
au

com as cotas até o fim do prazo estabelecido. Entre- A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

tanto, como nada é eterno, você pode vender as cotas dia 10 (dez) de cada mês com os dados relativos ao
para outra pessoa, mas como elas já foram comer- mês imediatamente anterior, e enviá-la imediatamen-
cializadas a primeira vez com você, você terá de ven- te à CVM. O administrador deve entregar a lâmina ao
dê-las no mercado secundário, ou seja, na bolsa de futuro cotista antes do seu ingresso no fundo e divul-
valores ou no mercado de balcão. gar, em lugar de destaque na sua página na internet, e
sem proteção de senha, a lâmina atualizada.
ESTRUTURAS PRESENTES NOS FUNDOS DE Todo cotista, ao ingressar no fundo, deve atestar,
INVESTIMENTOS por meio de termo próprio, que recebeu o regulamen-
to e o prospecto (a partir de 1º de janeiro de 2013, a
Mas o que são esse Regulamento e o Formulário de lâmina), que tomou ciência dos riscos envolvidos e
Informações Complementares? da política de investimentos, como também da pos-
O Regulamento é o documento de constituição sibilidade de ocorrência de patrimônio negativo e de
do fundo. Nele estão estabelecidas todas as informa- sua responsabilidade por contribuições adicionais de
ções e as regras essenciais relacionadas, entre outras recursos, quando for o caso. Por isso, atenção ao ler
estabelecidas no capítulo IV da instrução CVM 409: (i) esses documentos, pois neles o investidor vai encon-
à administração; (ii) à espécie, se aberto ou fechado; trar informações muito importantes. 177
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os Papéis das Pessoas

z O investidor: cliente que tem recursos disponíveis para aplicar em fundos de investimentos, muitas vezes
atraído por ganhos superiores ao de investimentos tradicionais como poupança, CDB e RDB e que foge de risco
elevados como os investimentos diretos em ações;
z O investidor Qualificado: pessoas físicas ou jurídicas que tem notório conhecimento sobre investimentos ou
que tem volumes elevados aplicados em investimentos e que estão dispostas a aplicar de forma diferenciada.

São considerados investidores qualificados:

I – instituições financeiras;
II – companhias seguradoras e sociedades de capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio.
V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados;
VI – administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus
recursos próprios;
VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
por Municípios. IN CVM 450.

Atenção! Existem também os investidores Profissionais, que são pessoas físicas ou jurídicas que possuam
investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente,
atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio.

z Os Administradores dos Fundos: são Instituições Financeiras, autorizadas pela CVM, que serão os responsá-
veis legais pelo Fundo, e pode, inclusive, atuar como distribuidor das cotas do Fundo;
z O Gestor: este é o cara que põe a mão na massa, ou seja, é o profissional que acompanha o mercado financei-
ro, mede o risco do fundo diariamente, analisa e avalia o cenário econômico, toma decisão sobre quais ativos
comprar ou vender, obedecendo as diretrizes legais e a política de investimentos do fundo;
z Os distribuidores são aqueles que fazem a distribuição das cotas, como falamos anteriormente, pode ser o
próprio administrador, ou outra instituição que integre o sistema de distribuição de valores mobiliários;
z O custodiante é a instituição que irá guardar, ou seja, custodiar o título, para que o mesmo esteja disponível

9
-3
quando for utilizado. Pode ser o próprio administrador, ou caso não seja credenciado pela CVM para essa atri-

40
buição, uma instituição contratada.
.5
33
ESTRUTURAS E RESPONSABILIDADES DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO NO BRASIL
.6
00
-0

Investigadores e proprietários das Representação legal; Contratação


cotas do Fundo de Investimento, Cotistas
de prestadores de serviços;
os

que representam frações ideais de Documentação (regulamentados


nt

seu patrimônio líquido; Confiam e prospectos); Controle de


Sa

seus recursos aos prestadores de Fundos de Investimentos enquadramento e compliance; Gestão


serviço. de risco; Assembleias de cotistas;
os

Relatórios e extratos a cotistas,


id

Administrador incluindo informes de rendimentos;


ol

Retenção de impostos; Relatórios


ic

a órgãos reguladores; Abertura de


N

contas em contrapartes, KYC e PLD


Gestor
io

de prestadores de serviços e cotistas.


ric

z Escolha dos investimentos;


au

z Compra e venda de ativos;


M

z Definição da estratégia de investimentos;


z Ajuste do portfólio, em caso de desenquadramento.

Custodiante

z Recepção de instruções de investimentos;


z Guarda e liquidação física e financeira dos ativos que compõem a carteira do Fundo;
z Reconciliação;
z Controle de eventos corporativos;
z Abertura de contas em clearings e agentes depositários.

Controlador

z Cálculo do valor da cota do fundo;


178
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Precificação e marcação a mercado dos ativos do Vejamos um conceito importante.
fundo;
z Contabilidade; z Chinese Wall: embora cada fundo de investimen-
z Geração de relatórios de posição para gestores. tos tenha seu CNPJ próprio, os recursos do admi-
nistrador poderiam, eventualmente, se misturar
Distribuidor com os recursos dos investidores, para isso, esse
termo foi criado para separar estes recursos, ou
z Marketing e vendas das cotas do Fundo; seja, o dinheiro do administrador não pode ficar
z Suitability de cotistas; junto ao dinheiro do investidor, para evitar que
z KYC e PLD de cotistas; o dinheiro dos investidores fosse utilizado pelo
z Serviço de atendimento a cotistas. administrador em proveito próprio.

Escriturador Agora que você sabe sobre quase todos os termos


de Fundos de Investimentos vamos ver o que pode
z Receber ordens de aplicação e resgate de cotistas ou haver dentro deles.
distribuidores;
z Controlar e manter a posição de cotas detidas por Os Tipos de Fundos Quanto a sua Rentabilidade
cada um dos cotistas;
z Envio de relatórios e extratos mensais a cotistas; Dentro dos fundos nos temos papeis que valem
z Cálculo e retenção de Impostos. dinheiro, e esses papeis pode ser de Renda Fixa ou de
Renda Variável.
Auditor Independente
z Renda Fixa: rendimento pactuado no momento da
z Realizar auditoria anual do Fundo. emissão do título. Podem ser pré ou pós-fixados. Os
pré-fixados são aqueles que temos uma remunera-
A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS ção determinada no momento da contratação, já
os pós-fixados são aqueles em que atrelamos a um
É a essência do Fundo, ou seja, é através dela que índice pactuado previamente (TR, IPCA, IGP-M etc.);
o investidor ira saber como o administrador irá con- z Renda Variável: quando a taxa de rentabilidade
duzir o Fundo, se procura retorno de curto ou longo não pode ser avaliada na emissão, podendo ao
prazo, no que irá aplicar e qual o tipo de risco que ele final gerar ganhos ou prejuízos, ou seja, o merca-
está disposto a correr na compra dos papeis. do dirá quando aquele papel irá valer no futuro. O
Essa política pode ser ativa ou passiva: maior exemplo que temos são as ações.

9
-3
40
z Ativa: quando o Fundo estabelece um índice de Os Tipos de Fundos Quanto ao seu Prazo

.5
referência, exemplo CDI, e tenta ultrapassar esse Curto Prazo 33
índice;
.6

z Passiva: quando o Fundo estabelece um índice de Os fundos de investimento de curto prazo têm por
00

referência, exemplo CDI, e tenta acompanhar esse objetivo reproduzir as variações das taxas de juros
-0

fundo, mas apenas acompanhar; e das taxas pós-fixadas, investindo seus recursos em
títulos públicos federais ou em títulos privados de bai-
os

z Benchmark: É o indicador de mercado usado


para medir a performance do Fundos. É a refe- xo risco de crédito com prazo médio de cada ativo
nt

de até 365 dias.


Sa

rência para saber se o fundo está rendendo bem


ou não. Para os fundos de renda fixa p mais usado
os

é o CDI e para os de renda variável são o IBOVESPA Longo Prazo


id

e o IBX – Índice Brasil;


ol

z Taxa de Administração: é a taxa cobrada pela Os fundos de investimento classificados como de


ic

empresa administradora pelo serviço de geren- longo prazo são aqueles que têm uma carteira de títu-
N

ciamento do fundo. É um percentual fixo, calcu- los com prazo médio acima de 365 dias.
io

lado sobre patrimônio líquido e são cobrados


ric

diariamente. Esses recursos servem para remu- A NOVA CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS – IN CVM
au

nerar o administrador, ou seja, é o salário do 555


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

administrador;
z Taxa de Performance: é a taxa cobrada por alguns z Renda Fixa: os fundos dessa categoria possuem a
fundos quando estes ultrapassam seu benchmark, sua carteira de investimentos (80%) composta por
ou seja, rende mais do que o esperado. Ocorre títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Principal-
quando o administrador faz o dever de casa muito mente títulos públicos e títulos privados de bancos
bem, e por isso ganha uma recompensa; de baixo risco de crédito. Este fundo não pode ter
z Taxa de entrada ou de saída: é uma taxa que taxa de performance, exceto se for um fundo exclu-
poderá ser cobrada do investidor quando da aqui- sivo para investidor qualificado. Na modalidade ren-
sição de cotas do fundo (taxa de entrada ou de da fixa existe um segundo nível chamada fundos
carregamento) ou quando o investidor solicita o simples que nada mais são do que os antigos fundos
resgate de suas cotas. Nesse caso a taxa de entrada referenciados que têm por objetivo de rentabilidade,
ou de saída não está computada no patrimônio do proporcionar uma rentabilidade atrelada a um
fundo, portanto o valor da cota do fundo divulga- indexador financeiro, e a sua carteira de investi-
do pelo administrador não contém essa taxa. Como mento deverá ser composta por, no mínimo, 95%
todas as demais taxas, essa também deverá estar da carteira em títulos públicos e títulos de ban-
definida no regulamento e no prospecto do fundo; cos com risco igual ou superior ao do governo. Os 179
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
fundos simples também têm a comunicação com os investidores feita de forma eletrônica apenas, e eles não podem
cobrar taxas de performance, o que reduz custos e aumenta seu potencial de retorno;
z Cambial: os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por (80%) títulos de renda
fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a variação de preços de uma determinada
moeda estrangeira;
z Multimercados: os fundos dessa categoria obtêm sua rentabilidade, fundamentalmente, a partir de várias
operações arriscadas. Os derivativos financeiros são contratos que visam a simular um conjunto de opera-
ções de modo a permitir que o gestor do fundo possa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada
estratégia de investimento. A alavancagem é a possibilidade que o gestor tem de poder aplicar o patrimônio
do fundo em papeis mais arriscados como ações de empresas alavancadas, derivativos, e títulos de variação
de preços elevadas;
z Ações: os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por 67% (no mínimo) em
ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.

Tributação (IR) – 15%, incidente no resgate, ou seja, não tem come cotas e IOF é zero.
Atenção! Os fundos de renda fixa, ações e multimercados também ganharam uma nova categoria, que entra
no segundo nível de divisão: investimento no exterior, na qual são incluídos os fundos com carteiras que têm
mais de 40% dos ativos alocados em papéis internacionais.

FRAME DA CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS


Regulação Regulação
Nível 1 Nível 2 Nível 3
Simples Simples
Indexados Índice
Ativos
z Duração Baixa Soberano
Renda Fixa z Duração Média Grau de Investimento
z Duração Alta Crédito Livre
z Duração Livre

9
Investimento no Exterior

-3
Investimento no Exterior
Dívida Externa

40
.5
Balanceados
33
Flexível
.6

Macro
00

Alocação Trading
-0

Long and Short - Direcional


Multimercados Por Estratégia Long and Short - Neutro
os

Juros e Moedas
nt

Investimento no Exterior Livre


Sa

Capital Protegido
os

Estratégia Específica
id

Investimento no Exterior
ol

Indexados índices
ic
N

Valor/Crescimento
io

Setoriais
ric

Dividendos
au

Ações Ativos Small cap


Sustentabilidade/Governança
M

índice Ativo
Livre
Investimento no Exterior Investimento no Exterior
Fundos Fechados de Ações
Específicos Fundos de Ações FMP-FGTS
Fundos de Mono Ação
Cambial Cambial Cambial

Fonte: comoinvestir.com.br

Outros Tipos de Fundos

z Direitos Creditórios: a carteira de investimento desses fundos é composta em sua totalidade por títu-
180 los que representam operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
arrendamento mercantil e de prestação de serviços. Esses títulos são conhecidos como recebíveis. Esses fun-
dos possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 356/2001 e 399/2003 e suas modificações);
z Fundos de Previdência: são fundos de investimento destinados a acolher os recursos captados pelo plano
gerador de benefícios livres (PGBL e VGBL);
z Imobiliário: são fundos de investimento fechados, cujos recursos são destinados para empreendimentos
imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modifica-
ções). (Isentos de Imposto de Renda.);
z Riscos em Fundos de Investimentos.

É a probabilidade de não se obter o que se esperava. Em se tratando de fundos de investimento temos duas
dimensões para o risco:

z Risco de Crédito: é a probabilidade de que o emissor do título que compõe a carteira do fundo não pague o
valor do título no seu vencimento;
z Risco de Estratégia ou Mercado: é a probabilidade de que a estratégia de investimento do gestor do fundo
não produza os resultados esperados, o risco de estratégia poderá resultar em patrimônio negativo e se
isso ocorrer o cotista será obrigado a aplicar mais recursos de tal forma a zerar o patrimônio negativo;
z Risco de Liquidez: ocorre quando os fundos encontram dificuldade para liquidar as vendas de cotas dos cotis-
tas por desinteresse do mercado ou por deficiência de caixa do fundo.

Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata noção dos riscos que está cor-
rendo ao investir em um fundo de investimento.

A Marcação a Mercado

Como o próprio nome diz, marcação a mercado significa atualizar para o valor do dia o preço. Ou seja, mes-
mo que um papel (ou qualquer outro ativo de renda fixa) tenha uma taxa determinada (prefixada ou pós-fixada),
é necessário que, diariamente, seu valor seja atualizado.
O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado, e se faz necessário, a
cada momento, definir o valor do título em função das novas taxas vigentes em relação ao rendimento definido
na sua origem.
A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de investimento e carteiras admi-
nistradas, que negociam frequentemente títulos de acordo com a sua necessidade de caixa ou de seleção de novas

9
-3
modalidades de aplicação financeira para suas carteiras.

40
Para definir o valor de negociação em uma data qualquer, o mercado define a taxa do momento composta da
.5
taxa básica (sem risco) e do spread adicional definido pelas variáveis de risco que envolvem o título negociado.
33
Por este fato dizemos que mesmo os fundos de renda fixa podem ter volatilidade.
.6
00

A Tributação dos Fundos


-0

A tributação nos fundos ocorre de duas formas, a primeira é o Come Cotas, evento que diminui o número de
os

cotas do investidor no fundo, por isso o nome; e o segundo é o imposto de renda cobrado no momento do resgate
nt

da aplicação.
Sa

O Come Cotas ocorre em 2 meses do ano, maio e novembro, o que dá uma distancia de 6 meses entre um e
os

outro, então podemos afirmar que o come cotas ocorre semestralmente.


id

Para os fundos de curto prazo o come cotas é de 20% e para os de longo prazo será de 15%, exceto os fundos de
ol

ações que não sofrem com o come cotas.


ic

O imposto de renda no resgate será cobrado, obviamente, quando o cliente resgata seus valores, sendo descon-
N

tado o que já foi cobrado no come cotas.


io
ric

No Momento do Resgate os Fundos de Curto Prazo Seguem a Tabela


au

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

PRAZO DAS APLICAÇÕES ATÉ 180 DIAS ACIMA DE 180 DIAS

Alíquota 22,5% 20%

No Momento do Resgate os Fundos de Longo Prazo Seguem a Tabela

PRAZO DAS DE 181 A 360 DE 361 A 720 ACIMA DE 720


ATÉ 180 DIAS
APLICAÇÕES DIAS DIAS DIAS

Alíquota 22,5% 20% 17,5% 15%

IOF

O IOF nas operações de fundos de investimentos começa com alíquota de 96%, chegando a zero no 30º dia após
a aplicação. Os fundos de ações não sofrem cobrança de IOF. 181
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
um colateral ou garantia que lhe proporcionará a
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES segurança ou conforto para disponibilização desse
DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO montante.
Assim sendo, o montante, de grosso modo, está con-
RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO dicionado pela finalidade, risco e garantias associadas.

NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO, z Prazo (é o tempo para devolver o dinheiro ao


CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR, CRÉDITO banco acrescido dos juros da operação)
RURAL, POUPANÇA
Período no qual o montante terá que ser resti-
Crédito é um conceito presente no dia a dia das tuído à Entidade Financeira, este varia de acordo
pessoas e empresas, mais do que possamos imaginar com as preferências e necessidades subjacentes ao
a princípio. Todos nós estamos continuamente às vol- pedido de crédito.
tas com o dilema de uma equação simples: a constante A título de exemplo, não é considerado correto,
combinação de nossos recursos finitos com o conjun- proporcionar um crédito para comprar carro com um
to de nossas imaginações e necessidades infinitas, prazo demasiado alargado, pois se considera que o
gerando desta forma a procura por Crédito. prazo de 4 a 6 anos é um período aceitável para este
Por outro lado, a Política de Crédito de um banco é tipo de crédito.
um assunto de extrema importância para o concessor De igual modo, a garantia do crédito surge nova-
de crédito, pois fornece instrumentos que auxiliam mente como variável determinante na definição
na hora da decisão de emprestar ou não, funcionando do prazo do empréstimo, pois, oferece-se como cola-
como orientadores da concessão. teral o penhor de um depósito a prazo, então pode-
E como a literatura técnica define crédito? rá negociar o prazo do seu crédito permitindo maior
flexibilidade.
Crédito é todo ato de vontade ou disposição de Assim sendo, o prazo apresenta-se flexível e rela-
alguém de destacar ou ceder, temporariamen- ciona-se com a finalidade do crédito e a garantia
te, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a associada.
expectativa de que esta parcela volte a sua posse
integralmente, após decorrido o tempo estipula- z Prêmio ou Juros (é o famoso pagamento que
do. (Wolfgang Kurt Schrickel) você dá à instituição para ela te emprestar o
dinheiro)
Em outras palavras: “crédito é a expectativa gera-
da através da disponibilidade de uma quantia em

9
Surge como compensação pela antecipação do

-3
dinheiro para uma pessoa, dentro de um espaço de montante necessário para a satisfação das necessida-

40
tempo limitado”. des de consumo ou bem-estar. Do ponto de vista das
Para uma instituição financeira, a palavra crédito
.5
Entidades Financiadoras ou Bancos é considerado o
33
é sinônima de confiança. A atividade bancária funda- lucro, ou a variável que carrega a parte dos lucros.
.6

menta-se nesse princípio, que envolve a instituição Regra geral, a taxa de juro pode ser fixa ou variá-
00

propriamente dita, seu universo de clientes, empre- vel sendo que a primeira permite maiores níveis de
-0

gados e o público em geral. Afinal, confiança é um segurança para o consumidor, pois permite saber
os

sentimento, uma convicção que se constrói ao longo antecipadamente o valor de todos os reembolsos. Já a
nt

do tempo, através de acontecimentos e experiências segunda reflete a evolução do mercado, sendo que, o
Sa

reais, da lisura, probidade, pontualidade, honestidade consumidor terá ganhos, se a variação for para menos
de propósitos, cumprimento de regulamentos e com-
os

e terá gastos adicionais se a variação for para mais.


promissos assumidos. De igual modo, a finalidade e garantia associada
id

O banco, no exercício da sua função principal, que ao pedido de crédito define o prêmio ou juros que
ol

é a de intermediar recursos de terceiros, promover a terá de suportar, pois, considera-se que o crédito ao
ic

captação de riquezas e poupanças, apoia-se nos prin-


N

consumo ou crédito de consumo, como os cartões de


io

cípios da segurança e confiança para consolidação de crédito ou crédito pessoal, possuem maiores taxas de
ric

um relacionamento construtivo. juro que os créditos hipotecários para compra de casa,


São 3 os elementos fundamentais do crédito,
au

denominados créditos habitacionais.


sendo eles: Montante; Prazo e Prêmio ou Juros.
M

Assim sendo, o prêmio ou os juros surgem como


as variáveis determinantes do valor do dinheiro no
z Montante (é a “bufunfa” de fato, é o R$ que a ins- tempo, pois permite atualizar e compensar as Enti-
tituição vai liberar para você) dades financiadoras do custo em conceder o crédito
em detrimento de outras opções de investimento.
É o capital ou dinheiro do crédito. É o valor que O prêmio ou juros está igualmente condicionado
irá receber emprestado para a satisfação das suas à finalidade e garantia da operação, pois este será tão
necessidades que, posteriormente, terá que devolver elevado quanto menor a importância da necessidade,
à Entidade Financiadora, o banco. menor o valor da garantia ou maior nível de risco da
No entanto, são as necessidades ou finalidades operação.
que determinam o montante do crédito, pois, não É da conjugação destes três elementos que surge a
é aceitável, solicitar um crédito de montante elevado prestação do crédito, pois esta é a junção do capital,
para comprar um carro. prazo e os juros.
É igualmente aceitável que o risco que a Entida- A prestação terá maior ou menor valor a depender
de Financeira está disposta a correr pela conces- da taxa de juros e o tempo do empréstimo, mantendo-
182 são de determinado montante seja condicionado a -se o capital constante.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em outras palavras, o reembolso do montante financiado pode ser efetuado mediante o pagamento de presta-
ções que serão determinadas em função do tempo e do prazo.
Fonte: http://www.artigonal.com/credito-artigos/3-elementos-fundamentais-do-credito-3840068.html

Tendo por base a confiança, a concessão de crédito também é baseada em dois elementos fundamentais:

z A vontade do devedor de liquidar suas obrigações dentro das normas contratuais estabelecidas;
z A habilidade do devedor de assim fazê-lo, ou seja, de pagar.

A vontade de pagar pode ser colocada sob o título Caráter, enquanto que a habilidade para pagar pode ser
nominada tanto como Capacidade, quanto como Capital e Condições.
Consistem, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, onde o cliente compra com o cartão e pode pagar
de uma só vez ou parcelado.
Conforme for pagando as faturas, o crédito vai sendo liberado novamente e pode ser reutilizado.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão sujeitas à regula-
mentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos arts.
4º e 10 da Lei 4.595, de 1964. Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação
de instituição financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que instituições não financei-
ras que operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos clientes. Estas instituições se submetem
a regulamentação do CMN e do Bacen.
Hoje no Brasil prevalece a Circular 3.885/2018 que exige solicitação de autorização para funcionamento de
instituições de pagamento, que incluem as administradoras de cartões de crédito, apenas se ultrapassarem o
parâmetro de 500 milhões de reais em transações comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Desta forma, não há uma regra que o Bacen autoriza funcionamento de administradoras de cartão, ficando
obrigatório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.

TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO


Gerencia conta de pagamento do tipo pré- Exemplo: emissores dos cartões de vale-
Emissor de moeda eletrônica -paga, na qual os recursos devem ser de- -refeição e cartões pré-pagos em moeda
positados previamente nacional
Gerencia conta de pagamento do tipo pós- Exemplo: instituições não financeiras emis-

9
Emissor de instrumento de

-3
-paga, na qual os recursos são depositados soras de cartão de crédito (o cartão de cré-
pagamento pós-pago

40
para pagamento de débitos já assumidos dito é o instrumento de pagamento)
.5
Não gerencia conta de pagamento, mas Exemplo: instituições que assinam con-
33
Credenciador habilita estabelecimentos comerciais para trato com o estabelecimento comercial
.6
00

a aceitação de instrumento de pagamento para aceitação de cartão de pagamento


-0

Não gerencia conta de pagamento, mas Exemplo: instituições que assinam con-
Credenciador habilita estabelecimentos comerciais para trato com o estabelecimento comercial
os

a aceitação de instrumento de pagamento para aceitação de cartão de pagamento


nt
Sa

Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.gov.br)
os
id

PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO


ol
ic

Para nossa prova consideramos mercado de crédito tudo relacionado a crédito, entretanto vamos salientar
N

os tipos que nossa banca mais gosta de cobrar. Lembrando que quando uma instituição financeira está liberando
io

recursos, ela se encontra na posição Ativa, ou seja, está liberando dinheiro para um deficitário e este deficitário
ric

deverá devolver o recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros pactuada entre as partes. As principais
au

operações ativas são:


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

z O CDC – Crédito Direto ao Consumidor

Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é direcionada para diversas áreas, como: Automático, Turis-
mo, Salário/ Consignação (30% da renda, debitado do contracheque) e o CDC para bens de consumo duráveis:
carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até mesmo sem garantias. Obs.: Existe ainda o CDC-I (Crédito Dire-
to ao Consumidor com Interveniência) que é realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do cliente na
operação, ou seja, o banco fornece crédito ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da operação junto ao
banco, para que este libere o recurso parcelado ao cliente.

z Hot Money

Inicialmente uma aplicação financeira de curto prazo, com alta rentabilidade. Trazido para o Brasil, ganhou
fama por ser uma linha de crédito destinada a Pessoas Jurídicas.
Prazo de 1 até 29 dias, mas normalmente se contrata por até 10 dias. 183
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para sanar problemas momentâneos de fluxo de crédito já contará no caixa do cliente ou da empresa.
caixa. O banco, por não ser mãe do cliente, cobra uma taxa
Adaptável às mudanças bruscas nas taxas de de juros, que diminui do valor de face do título, ou
juros por ter como principal característica o curto valor nominal.
prazo. Exemplo: Um cliente possui um título, que tem
valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00. De posse
z Vendor Finance desse título o cliente vai até o banco e solicita ao ban-
co que adiante a ele o valor referente àquele título. O
É uma operação de financiamento de vendas banco cobra uma taxa de juros que diminui do valor
baseadas no princípio da cessão de crédito, que per- de face do título um determinado valor, exemplo: o
mite a uma empresa vender seu produto a prazo e banco irá cobrar R$200,00 pela antecipação. Logo, o
receber o pagamento à vista. banco faz o crédito na conta do cliente no valor de
A operação de Vendor supõe que a empresa com- R$800,00. O banco fica com a custódia do papel, e
pradora seja cliente tradicional da vendedora, pois quando o devedor pagar o título, o banco ficará com
será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao o valor de R$1.000,00. Lucrando, assim, R$200,00 na
banco. operação.
A empresa vendedora transfere seu crédito ao Esses títulos podem ser boleto, cartões de cré-
banco e este, em troca de uma taxa de intermediação, dito, cheques pré-datados, duplicatas e notas
paga o vendedor à vista e financia o comprador. promissórias.
A principal vantagem para a empresa vendedora é Quando falamos de desconto de duplicatas, che-
a de que, como a venda não é financiada diretamente ques ou notas promissórias, temos alguns detalhes:
por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, Caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o
comissões de vendas e royalties, no caso de licença de banco tem direito de regresso contra o credor, ou
fabricação, torna-se menor. cedente. Ou seja, se o devedor não pagar o banco vai
É uma modalidade de financiamento de vendas atrás do cliente (credor), para que este efetue o paga-
para empresas na qual quem contrata o crédito é mento ao banco.
o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o
comprador. Assim, as empresas vendedoras deixam
z Leasing ou Arrendamento Mercantil – principal
de financiar os clientes, elas próprias, e dessa forma
produto das Sociedades de Arrendamento Mercan-
param de recorrer aos empréstimos de capital de giro
til (S.A.M), o leasing é um contrato denominado na
nos bancos ou aos seus recursos próprios para não se
legislação brasileira como “arrendamento mer-
descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa.
cantil”. As partes desse contrato são denominadas
Como em todas as operações de crédito, ocorre a

9
“arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam,

-3
incidência do IOF, sobre o valor do financiamento,
de um lado, um banco ou sociedade de arrenda-

40
que é calculado proporcionalmente ao período do
mento mercantil, o arrendador, e, de outro, o clien-
.5
financiamento.
te, o arrendatário.
33
A operação é formalizada com a assinatura de um
.6

convênio, com direito de regresso entre o banco e a


O objeto do contrato é a aquisição, por parte do
00

empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato


arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário
-0

de Abertura de Crédito entre as três partes (empresa


vendedora, banco e empresa compradora). para sua utilização. O arrendador é, portanto, o
os

proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto,


nt

z Compror Finance durante a vigência do contrato, são do arrendatário.


Sa

Residindo aí a principal vantagem do leasing, pois o


os

Existe uma operação inversa ao Vendor, denomi- arrendatário, ou seja o cliente que irá usar o bem, o
utilizará sem necessariamente ter sua propriedade, o
id

nada Compror, que ocorre quando pequenas indús-


que em um financiamento comum não será possível,
ol

trias vendem para grandes lojas comerciais. Neste


pois o cliente estaria comprando o bem e não apenas
ic

caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador


N

do contrato, o próprio comprador é que funciona alugando. Desta forma, o Leasing é um serviço e, por
io

como tal. isso, não incide sobre suas operações o IOF, mas sim o
ric

Trata-se, na verdade, de um instrumento que dila- Imposto Sobre Serviço, o ISS.


au

ta o prazo de pagamento de compra sem envolver o O contrato de arrendamento mercantil pode pre-
M

vendedor (fornecedor). ver ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do


O título a pagar funciona como “lastro” para o bem de propriedade do arrendador. Esta opção deve
banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data ser indicada no momento da contratação.
futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF, sem Caso o cliente deseje/almeje ficar com o bem no
incidência imediata da CPMF no empréstimo. Como o final, deverá pagar ao Arrendador o Valor Residual
Vendor, este produto também exige um contrato mãe Garantido (VRG) que nada mais é do que um valor de
definido as condições básicas da operação que será mercado do bem. Este VRG pode ser diluído nas par-
efetivada quando do envio ao banco dos contratos-fi- celas do aluguel durante todo o contrato se assim for
lhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que pactuado.
serão financiados. Duas das principais vantagens do Leasing são:

z Adiantamentos ou Descontos z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna


a operação mais barata;
Consistem basicamente em adiantar ao cliente z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de
ou credor, um valor referente a um crédito que este deduzir do Imposto de Renda como despesa ope-
184 receberá somente em uma data futura. Logo, aquele racional as parcelas do Leasing.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como nos Empréstimos Normais é Possível Quitar o Leasing Antes do Prazo Definido no Contrato?

Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na regulamentação (art.
8º do Regulamento anexo à Resolução CMN 2.309, de 1996), o contrato não perde as características de arrenda-
mento mercantil. Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contrato perde sua caracte-
rização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e venda a prazo
(art. 10 do citado Regulamento).
Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa descaracterização pode
acarretar.

BEM OBJETO DO
LEASING

Arrendatário
Arrendador (Banco)
(Cliente)
Proprietário
Usuário

Deve vender o
bem após o fim do
Pode optar por ficar
contrato caso o
com o bem no final
cliente não o adquira
no final

QUADRO RESUMO
Leasing financeiro Leasing operacional
Prazo mínimo de duração do 2 anos para bens com vida útil < 5 anos
90 dias

9
leasing 3 anos para bens com vida útil > 5 anos

-3
40
Valor residual garantido - VRG Permitido Não permitido
Pactuada no início do contrato, normal- .5
33
Opção de compra Conforme valor de mercado
mente igual ao VRG
.6
00

Por conta do arrendatário ou da


Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
-0

arrendadora
os

Total dos pagamentos, incluindo o VRG,


O somatório de todos os pagamen-
deverá garantir à arrendadora o retorno
nt

tos devidos no contrato não pode-


Sa

Pagamentos financeiro da aplicação, incluindo juros so-


rá exceder 90% do valor do bem
bre o recurso empregado para a aquisição
os

arrendado
do bem
id

Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)
ol
ic
N

OBS. 1: Os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangeiros. Para os estran-
io

geiros é necessário que estes estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
ric

OBS. 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o dono de um imóvel o
au

vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo contrato a Sociedade de Arrendamento arrenda o bem
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

para o vendedor, entretanto esta modalidade só é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.
OBS. 3: Os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser arrendados ao próprio fabrican-
te do bem, ou seja, por exemplo: A Embraer que fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si.

Tipos de Cartão de Crédito

Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado somen-
te para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos credenciados. Já o cartão diferenciado é aquele
cartão que, além de permitir a utilização na sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está associado a
programas de benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas de milhagem,
seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado no exterior etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições emissoras de cartão de crédito,
quando possuem o produto cartão de crédito em seu portfólio. Esse cartão básico pode ser nacional ou interna-
cional, mas o valor da anuidade do cartão básico deve ser menor do que o valor da anuidade do cartão diferen-
ciado, por este motivo o cartão básico não tem direito a participar de programas de recompensas oferecidos
pela instituição emissora. 185
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões Na verdade, os financiamentos são feitos por ban-
de loja que só podem ser usados na rede da loja espe- cos, pois administradoras de cartão de crédito são
cifica, por exemplo: Renner e Riachuelo. E os Co-Bran- proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos,
ded Cards, que são cartões de crédito que fazem o detentor do cartão de crédito aparecerá no SCR
parcerias com outras empresas de grande nome no como cliente do banco, que é o real financiador da
mercado, exemplo: Itaú TAM fidelidade. operação intermediada pela administradora de
Além dessas classificações, o Banco Central, atra- cartão de crédito.
vés da resolução CMN nº 4.549, adicionou uma outra
Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito – BACEN
classificação quanto ao pagamento dos valores das
faturas que são: cartão com rotativo regular e cartão
com rotativo não regular. Com base nisto que aprendemos, é bom saber que
O rotativo regular: Pagamento apenas do míni- para que o cartão funcione, é preciso uma estrutura
mo e não parcela o restante, situação em que adere completa de instituições financeiras, credenciadores,
ao crédito rotativo regular, em que se sujeita o titu- bandeiras e estabelecimentos. Mas quem é quem?
lar do cartão ao pagamento dos juros e dos encargos Instituições Financeiras ou Emissor: É o banco
financeiros previstos em contrato, sendo vedada a ou uma instituição não bancária que fornece o car-
cobrança de juros adicionais punitivos (comissão de tão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do
permanência). cartão). É quem se relaciona com o titular do cartão,
O rotativo não regular: Pagamento de valor infe-
estabelecendo os limites de crédito, enviando o cartão
rior ao mínimo, sem parcelamento: cliente fica ina-
dimplente, podendo ser aplicados os procedimentos para utilização, emitindo as faturas e aprovando as
previstos no contrato para situações de inadimple- compras realizadas nas lojas.
mento: juros do crédito rotativo (por dia de atraso Credenciador: Responsável pela filiação dos esta-
sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não belecimentos comerciais para uso de cartões nas ope-
liquidado); multa de 2% sobre o principal; e juros de rações de venda. É responsável pelo fornecimento e
mora de 1% ao mês. Atenção! O prazo máximo de uti- manutenção dos equipamentos de captura, a trans-
lização de crédito rotativo é de 30 dias, até o venci- missão dos dados das transações eletrônicas e os cré-
mento da fatura subsequente. ditos em conta corrente do estabelecimento comercial.
Estabelecimento Credenciado: Empresa de qual-
Tarifas Cobradas
quer porte, incluindo o empreendedor individual ou
profissional autônomo que aceita o sistema de cartões
Os bancos só podem cobrar 5 tarifas, considera-
com suas respectivas bandeiras nas vendas de bens
das prioritárias, referentes à prestação de serviços de
cartão de crédito: anuidade, emissão de segunda via ou serviços.

9
do cartão, tarifa para uso na função saque (nacional Bandeira: É quem licencia a marca para o emissor

-3
ou internacional), para uso do cartão no pagamento e para o credenciador e coordena o sistema de apro-

40
de contas e no pedido de avaliação emergencial do vação, compensação e liquidação dos créditos. A Visa,
limite de crédito. .5
Mastercard, Diners Club e American Express são exem-
33
Podem ser cobradas ainda tarifas pela contrata- plos de bandeiras internacionais e a Hipercard, Elo,
.6

ção de serviços de envio de mensagem automática


00

Sorocred, Sicred são bandeiras nacionais ou regionais


relativa à movimentação ou lançamento na conta
-0

de pagamento vinculado ao cartão de crédito, pelo


Cartão BNDES
os

fornecimento de plástico de cartão de crédito em


nt

formato personalizado, e ainda pelo fornecimen-


O Cartão BNDES é um produto que, baseado no
Sa

to emergencial de segunda via de cartão de crédi-


to. Esses serviços são considerados “diferenciados” conceito de cartão de crédito, visa financiar os inves-
os

pela regulamentação. timentos dos Micro Empreendedores Individuais


id

Todas essas tarifas devem estar previstas em con- (MEI), Micro Empresas e das micro, pequenas e
ol

trato e são cobradas exclusivamente pela administra- médias empresas de controle nacional.
ic

dora do cartão. Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com fatu-


N

ramento bruto anual de até R$ 300 milhões), (caso


io
ric

a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o fatu-


Importante!
ramento bruto total de todas as participantes deve ser
au

Atualmente não existe valor mínimo para paga- somado e não pode exceder o limite de 300 milhões),
M

mento de fatura de cartão de crédito, ficando as sediadas no País, de controle nacional, que exer-
instituições financeiras livres para decidir qual çam atividade econômica compatíveis com as Políti-
o valor mínimo para o pagamento das faturas cas Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam
pelos clientes. em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos federais.
O cartão BNDES Agro é também um produto
Vale destacar que caso o cliente não pague a fatu- baseado no conceito de cartão de crédito, entretanto é
ra por completo, o saldo devedor será financiado pelo voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar
Banco e não pela administradora do cartão, e cabe investimentos em produtos rurais em seus negócios.
ao Banco oferecer ao cliente opções de parcelamen- O portador do Cartão BNDES poderá comprar
to alternativas mais baratas que os juros cobrados no exclusivamente os itens expostos no Portal de Ope-
rotativo do cartão. Da mesma forma, caso o cliente
queira parcelar uma fatura, pois está incapaz de efe- rações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br)
tuar o pagamento total, quem parcelará será o Ban- por fornecedores previamente credenciados.
co e não a administradora do cartão, pois estas estão As 11 Instituições financeiras emissoras atuais do
186 proibidas pelo Bacen a realizarem tal operação. Cartão BNDES são:
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Banco do
Brasil
Banco
Sicredi do
Nordeste

Sicoob Santander

EMISSORES

Itaú Banestes

Caixa Banrisul

BRDE Bradesco

Bandeiras de cartão de crédito: Cabal, Elo, MasterCard e Visa.

As condições financeiras em vigor são: Limite de crédito de até R$ 2 milhões por cartão, por banco

9
-3
emissor.

40
z Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses; .5
33
z Taxa de juros pré-fixada (informada na página inicial do Portal).
.6
00

Obs. 1: o limite de crédito de cada cliente será atribuído pelo banco emissor do cartão, após a respectiva aná-
-0

lise de crédito. Uma empresa pode obter um Cartão BNDES de cada bandeira por banco emissor, podendo somar
os

seus limites numa única transação. 


nt

Obs. 2: o cliente pode obter um Cartão BNDES em quantos bancos emissores ele desejar. Caso um banco emis-
Sa

sor trabalhe com mais de uma bandeira de cartão de crédito, o cliente poderá ter, nesse banco, um Cartão
os

BNDES de cada bandeira, desde que a soma dos limites não ultrapasse R$2 milhões.
Tarifa de Abertura de Crédito (TAC): os bancos estão autorizados a cobrar a TAC desde que esta não exceda 2%
id

do limite de crédito concedido. OF (Imposto sob Operação Financeira) no cartão BNDES agora pode ser cobrado,
ol
ic

devido ao Decreto Nº 8.511 de agosto de 2015.


N
io

CARTÕES DE DÉBITO
ric
au

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

O cartão de débito permite o acesso a terminais de autoatendimento (caixas eletrônicos) para a realização
de saques, depósitos, transferências, pagamentos de contas, consultas a extratos, entre outras funções.
Além disso, o uso do cartão de débito permite a realização de pagamentos de compras de produtos e serviços
em estabelecimentos credenciados, debitando o dinheiro diretamente da conta corrente do proprietário do
cartão, mediante a digitação de uma senha pessoal. 187
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A transação é feita através de terminais eletrô- Pode ser concedido, com finalidades especiais,
nicos, que podem ser do tipo POS (Point of Sale — as crédito rural a pessoa física ou jurídica que se dedi-
maquininhas de cartão) ou TEF (Transferência Eletrô- que à exploração da pesca e da aquicultura, com
nica de Fundos — aqueles terminais que ficam fixa- fins comerciais, incluindo-se os armadores de pes-
dos nos caixas dos supermercados, em que inserimos ca. (Resolução BACEN 4.106/2012)
o cartão e digitamos a senha), instalados no estabe- O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da
lecimento comercial e conectados diretamente à rede Instituição Financeira.
bancária. Um comprovante é emitido ao final da tran-
sação, e a transação é lançada no extrato da conta do Da Origem dos Recursos
cliente.
Além das funções mais comuns, como compra e Controlados/Obrigatórios: são controlados por
saque, alguns cartões de débito também podem ser Lei, ou seja, exige-se que sejam repassados ao cré-
utilizados em funções de débito pré-datado e Crédito dito rural.
Direto ao Consumidor (CDC). Caso os bancos descumpram esta exigência,
A função débito pré-datado depende de negocia- pagam multa e o valor desta multa será revertida
ção com o estabelecimento comercial, sujeito aos limi- em recursos ao credito rural.
tes definidos pelo banco emissor do cartão.
Já a função CDC é uma linha de crédito, com limites z Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibili-
e prazos pré-aprovados e cobrança de taxas de juros. dade de depósito à vista);
Os cartões de débito possuem aparência seme- z Os das Operações Oficiais de Crédito sob supervi-
lhante à dos cartões de crédito. Alguns cartões podem são do Ministério da Economia;
ser emitidos tanto com a função débito quanto com a z Os de qualquer fonte destinados ao crédito
função crédito. Nesse caso, são denominados cartões rural na forma da regulação aplicável, quando
múltiplos. sujeitos à subvenção da União, sob a forma de
equalização de encargos financeiros, inclusive os
recursos administrados pelo Banco Nacional de
Importante! Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
z Os oriundos da poupança rural, quando aplicados
O fornecimento de cartão com a função débito é segundo as condições definidas para os recursos
considerado um serviço essencial e, como tal, é obrigatórios;
vedada a cobrança de tarifas: z Os dos fundos constitucionais de financiamento
� em seu fornecimento; regional;
� no fornecimento de segunda via do cartão, z Os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Fun-

9
-3
exceto nos casos de pedidos de reposição for- café);

40
mulados pelo correntista decorrentes de perda, z Letra de Crédito do Agro Negócio/LCA. (Novo!)
roubo, furto, danificação e outros motivos não .5
33
imputáveis à instituição emitente. Não controlados: todos os demais. O banco capta
.6

se quiser e empresta como quiser.


00
-0

Crédito Rural Quais são as Modalidades da Operação? Resolução


os

CMN 4.899, de 2021


nt

É uma linha de crédito barata, com taxas determi-


Sa

nadas por legislação que buscam ajudar aos produ- z Custeio: destina-se a cobrir despesas normais
tores rurais e suas cooperativas em suas atividades. dos ciclos produtivos como aquisição de bens e
os

Beneficiários: insumos, suplemento do capital de trabalho, além


id

de atender às pessoas dedicadas à extração de pro-


ol

z Produtor rural (pessoa física ou jurídica); dutos vegetais. (é comprar insumos para plantar
ic

grãos, vegetais, etc.);


N

z Cooperativa de produtores rurais;


z Investimentos: destina-se às aplicações em bens
io

z Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo


ric

produtor rural, dedique-se a uma das seguintes ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários
períodos de produção. (Modernização);
au

atividades:
z Comercialização: destina-se a assegurar ao pro-
M

„ Pesquisa ou produção de mudas ou sementes dutor ou cooperativas os recursos necessários à


fiscalizadas ou certificadas; colocação de seus produtos no mercado, poden-
do compreender a pré-comercialização, os des-
„ Pesquisa ou produção de sêmen para insemina-
contos de Nota Promissória Rural, Duplicatas
ção artificial e embriões;
Rurais e o Empréstimo do Governo Federal (EGF);
„ Prestação de serviços mecanizados de nature-
z Crédito de industrialização: destina-se a produtor
za agropecuária, em imóveis rurais, inclusive rural para industrialização de produtos agropecuá-
para proteção do solo; rios em sua propriedade rural, desde que, no míni-
„ Prestação de serviços de inseminação artificial, mo, 50% (cinquenta por cento) da produção a ser
em imóveis rurais; beneficiada ou processada seja de produção própria;
„ Medição de lavouras; e a cooperativas, na forma definida no Manual do
„ Atividades florestais. Crédito Rural, desde que, no mínimo, 50% (cinquen-
ta por cento) da produção a ser beneficiada ou pro-
Cuidado! Sindicatos rurais estão fora, ou seja, não cessada seja de produção própria ou de associados.
podem ser beneficiários do crédito rural.
188
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Taxa de Juros do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural
pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou a
A taxa de juros máxima admitida no crédito rural remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de
é de 6% a.a. (seis por cento), podendo ser reduzidas a assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.
critério da instituição financeira e escalonada confor-
me origem dos recursos dos Fundos Constitucionais Como Pode ser Liberado o Crédito Rural?
(FNE, FNO e FCO).
De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em
Quais são os Limites de Financiamento? conta de depósitos, de acordo com as necessidades do
empreendimento, devendo sua utilização obedecer a
O limite de crédito de custeio rural, por benefi-
cronograma de aquisições e serviços.
ciário, em cada safra e em todo o Sistema Nacional
Para liberação do crédito rural a instituição finan-
de Crédito Rural (SNCR), é de R$3.000.000,00 (três
ceira pode exigir um projeto, podendo este ser dis-
milhões de reais), devendo ser considerados, na apu-
ração desse limite, os créditos de custeio tomados com pensado caso haja garantias de Notas Promissórias
recursos controlados, exceto aqueles tomados no Rurais ou Duplicatas Rurais.
âmbito dos fundos constitucionais de financiamento Os objetivos do crédito rural são:
regional ou aqueles cuja origem do recurso sejam as
Letras de Crédito do Agronegócio. z Estimular os investimentos rurais efetuados pelos
Nas operações de investimento, o limite de crédi- produtores ou por suas cooperativas;
to dependerá do objeto a ser adquirido e da disponibi- z Favorecer o oportuno e adequado custeio da produ-
lidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar ção e a comercialização de produtos agropecuários;
recursos controlados/obrigatórios para operações de z Fortalecer o setor rural;
investimentos, exceto se disposto em norma específi- z Incentivar a introdução de métodos racionais
ca, que são as linhas que utilizam recursos da Poupan- no sistema de produção, visando ao aumento de
ça Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além disso produtividade, à melhoria do padrão de vida das
devem ser observados os seguintes prazos: populações rurais e à adequada utilização dos
recursos naturais;
z Investimento fixo: 12 (doze) anos;
z Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e
z Investimento semifixo: 6 (seis) anos, exceto
regularização de terras pelos pequenos produ-
quando se tratar de aquisição de animais para
tores, posseiros e arrendatários e trabalhadores
reprodução ou cria, cujo prazo será de até 5 (cin-
co) anos, incluído até 12 (doze) meses de carência. rurais;
z Desenvolver atividades florestais e pesqueiras;

9
-3
Para a comercialização o valor máximo será libera- z Estimular a geração de renda e o melhor uso da

40
do de acordo com a garantia ofertada que poderá ser de mão de obra na agricultura familiar.
até 4,5 milhões se as garantias forem de Nota Promis-
.5
33
sória Rural ou uma Duplicata Rural, podendo chegar As garantias da operação:
.6

a 25 milhões para Financiamento Especial de Estoca-


00

gem (FEE) de sementes, com recursos controlados. z Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou
-0

Para o crédito de industrialização limite do cré- cedular;


dito para as operações de industrialização, ao ampa-
os

z Alienação fiduciária;
ro dos recursos controlados, é de R$1.500.000,00 (um z Hipoteca comum ou cedular;
nt

milhão e quinhentos mil reais) por tomador, em cada


Sa

z Aval ou fiança;
ano agrícola e em todo o SNCR, onde, no mínimo, 50% z Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garan-
os

(cinquenta por cento) da produção a ser beneficiada tia da Atividade Agropecuária (Proagro); (Isento de
id

ou processada deve ser de produção própria do pro-


IOF)
dutor rural, da cooperativa de produção ou de asso-
ol

z Proteção de preço futuro da commodity agrope-


ic

ciados; podendo chegar a 400 milhões, com recursos


cuária, inclusive por meio de penhor de direitos,
N

dos fundos constitucionais, se tomado por cooperati-


contratual ou cedular;
io

vas de produção agropecuárias


ric

z Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.


au

O que é Nota Promissória Rural?


A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo de


bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quan- z Remuneração financeira (taxa de juros);
do efetuadas diretamente por produtores rurais ou por z Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e
suas cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperati- Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e
vas, de produtos da mesma natureza entregues pelos Valores Mobiliários (IOF);
seus cooperados, e nas entregas de bens de produção z Custo de prestação de serviços;
ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus asso- z As previstas no Programa de Garantia da Ativida-
ciados. O devedor é, geralmente, pessoa física. de Agropecuária (Proagro).

O que é Duplicata Rural? O Proagro é o Programa de Garantia da Atividade


Agropecuária. É um programa do governo federal que
Nas vendas a prazo de quaisquer bens de nature- garante o pagamento de financiamentos rurais quan-
za agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas do a lavoura sofrer danos provocados por eventos cli-
diretamente por produtores rurais ou por suas coo- máticos adversos ou causados por doenças e pragas
perativas, poderá ser utilizada também, como título sem controle. 189
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Prêmio de seguro rural, observadas as normas O contrato de câmbio  será negociado com um
divulgadas pelo Conselho Nacional de Seguros banco local, que adianta ao exportador os reais equi-
Privados; valentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio
z Sanções pecuniárias, as famosas MULTAS por pode ser encerrado, também, sem liquidação financei-
descumprimento de normas, que acabam virando ra. É quando o ACC vira um ACE.
recursos para o crédito rural;
z Prêmios em contratos de opção de venda, do mes- z ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues
mo produto agropecuário objeto do financiamento - Com o embarque das mercadorias e a entrega
de custeio ou comercialização, em bolsas de merca- dos documentos, o ACC poderá ser contabilmente
dorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos transformado em ACE ou, no caso do exportador
referentes a essas operações de contratos de opção. não ter feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até
60 dias após o embarque.
Nenhuma outra despesa pode ser exigida do
mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à ACE é, portanto, um financiamento após o embar-
sua conta pela instituição financeira ou decorrente de que das mercadorias com a entrega de documentos
expressas disposições legais. Cuidaso! A Alíquota do e depende da necessidade do exportador em esten-
IOF é zero, mas existe um IOF adicional de 0,38% der o prazo de pagamento para seus compradores
sobre o Crédito Rural. (importadores).

Quando Deve ser Realizada a Fiscalização do Crédito GARANTIAS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Rural?
As Garantias de operações de crédito existem como
Deve ser efetuada nos seguintes momentos: uma forma de proteção para os bancos e credores em
geral que querem garantir o pagamento, por parte do
z Crédito de custeio agrícola: antes da época previs- devedor, de compromissos assumidos por este para
ta para colheita; com os credores. As garantias possuem dois grandes
z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso grupos: Fidejussórias e as Reais.
da operação; As garantias Fidejussórias são relacionadas a pes-
z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez soas, ou seja, a garantia passa a ser uma pessoa física
no curso da operação, em época que seja possível ou jurídica. Já as garantias Reais envolvem bem ou
verificar sua correta aplicação; direitos que são dados em garantia do cumprimento
z Crédito de investimento para construções, refor- de alguma obrigação, por exemplo: veículos, imóveis,

9
mas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão títulos de crédito e até direitos de crédito.

-3
do cronograma de execução, previsto no projeto;

40
z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após Garantias Fidejussórias
cada utilização, para comprovar a realização das .5
33
obras, serviços ou aquisições. Do prefixo latino “fides”, fé, sinceridade, crença,
.6
00

confiança, crédito, esse tipo de garantia está baseada


Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos
-0

na fidelidade do garantidor em cumprir a obrigação,


recursos orçamentários, o desenvolvimento das ati- caso o devedor não o faça e, de outro lado, na confian-
os

vidades financiadas e a situação das garantias, se ça do credor, no retorno de seu crédito, seja por parte
nt

houver. do devedor ou por parte do garantidor.


Sa

Nessa garantia, a assinatura do garantidor será a


os

FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO E garantia do cumprimento das obrigações assumidas


IMPORTAÇÃO – BNDES
id

pelo devedor, ou até mesmo os bens pessoais do


garantidor respondem pelo cumprimento da dívida
ol

Financiamentos à importação - são linhas de


ic

do devedor. Nesta categoria, estão o aval e a fiança.


N

crédito captadas no exterior para financiamento aos


io

importadores por um prazo negociado com o banco. z Aval: ato pelo qual alguém, pela aposição de sua
ric

Podem ser obtidas pelo importador com o banqueiro assinatura no verso ou anverso de um título de
au

no exterior ou com o banco brasileiro. crédito, declara-se responsável solidariamente


M

Financiamentos à exportação - são linhas de cré- com o devedor pelo pagamento da quantia expres-
dito que podem ser com recursos do BNDES (Banco sa no título.
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
dos bancos nacionais e do Tesouro Nacional, já que é Ou seja, o Aval é uma garantia dada em Títulos de
de interesse do país que ocorra a exportação para que Crédito e é solidária, ou seja, tanto o devedor como
ocorra a entrada de divisas no país. seu garantidor, o avalista, podem ser executados pelo
Entre as linhas de financiamento, podemos citar: credor na ordem que este preferir. Desta forma, dize-
mos que o aval é avacalhado, ou seja, bagunçado e
z ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio sem ordem de execução.
- Forma de antecipação de receita para exporta- O novo Código Civil exige a autorização do cônju-
dores que já tenha fechado o contrato de venda e ge, casado sob o regime de comunhão parcial e total
que, portanto, já tenham uma data prevista para de bens, para a prestação de aval, sob pena de invali-
o embarque das mercadorias e posterior ingresso dade das respectivas garantias.
das divisas. No aval, o garantidor promete pagar a dívida, caso
o devedor não o faça. Vencido o título, o credor pode
190 cobrar indistintamente do devedor ou do avalista.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O aval é uma garantia tipicamente cambiária, ou seja, favorecidos a obtenção de empréstimos em geral,
não vale em contrato, somente pode ser passado ou o levantamento de recursos junto ao público;
em títulos de crédito e o avalista se responsabiliza z A concessão de aval ou fiança em moeda estran-
apenas pelo valor expresso no título avalizado. geira ou que envolva risco de variação de taxas
Fiança Pessoal: É um contrato por meio do qual de câmbio, exceto quando se tratar de operações
alguém, chamado fiador, garante o cumprimento da ligadas ao comércio exterior.
obrigação do devedor, caso este não o faça, ou garante
o pagamento de uma indenização ou multa pelo não A prestação de fiança pela Caixa Econômica Fede-
cumprimento de uma obrigação de fazer ou de não ral depende de prévia e expressa autorização deste
fazer do afiançado. A fiança é uma garantia dada em Banco Central, em cada caso. As Sociedades de Crédi-
contratos, ou seja, diferentemente do aval, a fiança to, Financiamento e Investimentos não poderão pres-
exige um contrato para ser formalizada. tar fiança nem aval.
Na fiança, existem três figuras distintas: As informações anteriores não se aplicam aos ban-
cos privados de investimento ou de desenvolvimento,
z O Fiador: aquele que se obriga a cumprir a obriga- os quais ficam regulados, no particular, pela Resolu-
ção, caso o devedor não o faça; ção nº 18, de 18 de fevereiro de 1966. As demais Insti-
z O Afiançado: é o devedor principal da obrigação tuições Financeiras, inclusive Cooperativas de Crédito
originária da fiança, e Seção de Crédito das Cooperativas Mistas, não pode-
z O Beneficiário: é o credor, aquele a favor do qual
rão outorgar aceite, fiança ou aval.
a obrigação deve ser cumprida.
Garantias Reais
A fiança, em relação ao crédito, representa uma
obrigação subsidiária, ou seja, ela só existe até o
Como vimos na garantia pessoal, os bens gerais do
limite estabelecido e somente pode ser cobrada
garantidor asseguram o cumprimento da obrigação.
caso o devedor não pague a dívida afiançada.
Já na garantia real (do latim res=coisa), o devedor ou
A fiança é subsidiária, o que permite o direito
de ordem na execução da dívida, ou seja, o fiador, garantidor destaca um bem específico que garantirá
ou codevedor, só efetivamente será executado após o ressarcimento do credor, na hipótese de inadim-
cobrança ao devedor principal. plência do devedor. Diante da hipótese de inadimple-
Para ser solidária, ou seja, para que o fiador possa mento do devedor, o credor pode oferecer à venda o
ser compelido a pagar, independentemente de o deve- bem onerado, pagando-se com o preço obtido, devol-
dor já ter ou não sido acionado para fazê-lo, deverá vendo ao devedor a diferença entre o valor da dívida
conter cláusula específica. e o preço alcançado na venda. Caso o preço da venda

9
não baste para a liquidação da dívida, o devedor

-3
A fiança pode ser dada por qualquer pessoa capaz
continua obrigado ao pagamento da diferença.

40
física ou jurídica. Quando o fiador, pessoa física for
O credor com garantia real não necessita habilitar-
.5
casado, é obrigatório o consentimento do cônjuge. 33
Na avaliação dos bens do(s) fiador (es) não se con- -se em concordata do devedor, visto que o bem garan-
.6

ta o bem de família – único imóvel residencial – por tidor da operação já está destacado em sua garantia.
00

força da impenhorabilidade prevista na Lei 8.009/90 Na hipótese de falência, vendido o objeto garantidor,
-0

e no Código Civil. Esse bem de família somente pode primeiramente o credor é pago e, restando algum
responder pela dívida se for recebido em garantia valor, é esse distribuído entre os credores quirogra-
os

hipotecária. fários. Se o valor da venda não for suficiente para o


nt

Fiança Bancária: nada mais é do que um contra- ressarcimento do credor, esse deverá habilitar-se no
Sa

to por meio do qual o banco, que é o fiador, garante processo de falência pela diferença, na qualidade de
os

o cumprimento da obrigação de seus clientes (afian- credor quirografário.


id

çado) e poderá ser concedido em diversas modalida-


ol

des de operações e em operações ligadas ao comércio Penhor


ic

internacional.
N

A fiança nada mais é do que uma obrigação escri- Penhor Mercantil – Contrato acessório e formal,
io

ta, acessória, assumida pelo banco, e que, por se tratar em que o devedor, ou outra pessoa por ele, entrega
ric

de uma garantia e não de uma operação de crédito, ao credor um ou vários bens móveis, como garantia
au

está isenta do IOF. de obrigação.


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Os Bancos somente poderão prestar fiança que


tenha perfeita caracterização do valor em moeda
nacional e vencimento, ou seja, o prazo de validade Importante!
da fiança.
Além disso, os bancos não poderão contratar fian- O bem, objeto dessa garantia, obrigatoriamente
ças que acumulem valor superior a 5 vezes o montan- fica na posse do banco ou de quem este indi-
te dos seus capitais realizados e reservas livres, bem car como fiel depositário. A Propriedade é do
como as fianças não poderão, isoladamente, superar devedor!
a metade da soma dos recursos livres e dos capitais
realizados.
É vedado aos bancos: O contrato lastreado por garantia de penhor mer-
cantil é levado a registro no Cartório de Títulos e
z A assunção de responsabilidades por aval ou Documentos, para que surta os efeitos legais contra
outorga de aceite; terceiros. A origem/propriedade do bem a ser penho-
z A concessão de fiança ou qualquer outra garantia rado é comprovada através de documentação hábil.
que possa, direta ou indiretamente, ensejar aos 191
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
De acordo com o Código Civil, extingue-se o penhor: proteção a titulares de créditos contra instituições
financeiras”.
z Extinguindo-se a obrigação; Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento
z Perecendo a coisa; da nova entidade são aprovados. Cria-se, portanto,
z Renunciando o credor; o Fundo Garantidor de Créditos - FGC, associação
z Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades civil sem fins lucrativos, com personalidade jurí-
de credor e de dono da coisa; dica de direito privado, através da Resolução 2.211,
z Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a de 16/11/1995.
venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou O FGC tem por objetivos prestar garantia de crédi-
por ele autorizada. tos contra instituições dele associadas, nas situações
de:
Alienação Fiduciária: É a garantia representada
pela transferência da propriedade resolúvel do bem z Decretar da intervenção ou da liquidação extraju-
móvel para o credor fiduciante, ficando o devedor dicial de instituição associada;
fiduciário na posse direta desse bem, na condição de z Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil,
fiel depositário, até o cumprimento total das obrigações.
do estado de insolvência de instituição associada
Essa garantia veio resolver o problema das Socie-
que, nos termos da legislação em vigor, não estiver
dades Financeiras que, ao financiar a aquisição de
sujeita aos regimes referidos no item anterior.
bens móveis, utilizava-se de institutos obsoletos para
garantir o pagamento da obrigação. Esta garantia é
Integra também o objeto do FGC, consideradas
típica em financiamento de bens duráveis.
Para o credor, esse tipo de garantia trouxe a novida- as finalidades de contribuir para a manutenção da
de de, caso o devedor não liquide sua obrigação no ven- estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e pre-
cimento, poderá requerer a ação de busca e apreensão venção de crise sistêmica bancária, a contratação de
do bem alienado e, após se apossar desse, vendê-lo a operações de assistência ou de suporte financeiro,
terceiros, aplicando o valor de venda no pagamento de incluindo operações de liquidez com as instituições
seu crédito, ou seja, com a alienação fiduciária, o bem associadas, diretamente ou por intermédio de empre-
pode ser executado sem o tramite judicial completo, sas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas
bastando o devedor ser declarado irremediavelmen- controladores.
te insolvente, ou seja, não vai pagar de jeito nenhum.
No entanto, convém salientar que o credor não Critérios para Pagamento
pode ficar com o bem objeto da garantia, devendo
vendê-lo, utilizando-se do valor da venda na liquida- O pagamento é realizado por CPF/CNPJ e por insti-

9
-3
ção da operação. tuição financeira ou conglomerado.

40
Hipoteca – Direito real de garantia, constituído

.5
sobre imóvel do devedor ou de terceiros, sem tirá- Limite de Cobertura Ordinária
33
-lo da posse direta do proprietário, objetivando sujei-
.6

tá-lo ao pagamento da dívida. Até R$250.000,00 por CPF, por conta ou conglome-
00

Ou seja, diferentemente da alienação fiduciária, rado financeiro. Se a conta possuir mais de um titular,
-0

aqui o devedor dá o bem em garantia, mas continua o valor de 250 mil será dividido pelo número de titu-
o dono dele, ou seja, não há transferência de pro-
os

lares, ou seja, não são 250 mil por cada, mas sim por
priedade do devedor para o credor, mas apenas a
nt

todos, ok?
sinalização de que aquele imóvel é uma garantia de
Sa

uma operação de crédito e, caso ele seja vendido, o Adesão Compulsória


os

valor arrecadado será voltado preferencialmente a


id

quitação da dívida contraída. A adesão das instituições financeiras e as associa-


ol

A hipoteca pode ser formalizada em um Instru-


ções de poupança e empréstimo em funcionamento
ic

mento à parte ou por cláusula adjeta a contratos de


no País - não contemplando as cooperativas de crédito
N

empréstimos, mas em qualquer caso é obrigatória a


e as seções de crédito das cooperativas, é realizada de
io

averbação na matrícula do imóvel junto ao Cartório


ric

forma compulsória. As autorizações do Banco Central


de Registro de Imóveis.
do Brasil para funcionamento de novas instituições
au

Quando o imóvel for de propriedade de pessoa


financeiras estão condicionadas à adesão ao FGC.
M

física casada, é obrigatório o comparecimento de seu


cônjuge na hipoteca. O FGC possui norma legal que explicita os critérios
Finalmente, convém salientar que toda garan- e limites de proteção ao Sistema Financeiro Nacional
tia é acessória de uma obrigação principal e que, - Resolução 4.222, de 23 de maio de 2013.
portanto, com a extinção da obrigação principal, a
garantia deixa de existir. Por outro lado, a garantia Depósitos Garantidos
se prende somente à obrigação garantida, não poden-
do, por ato unilateral do credor se estender a outra z Depósitos à vista (contas correntes);
obrigação, ainda que as partes sejam as mesmas. z Depósitos de poupança;
z Depósitos a prazo CDB e RDB;
FUNDO GARANTIDOR DO CRÉDITO z Depósitos mantidos em contas não movimentáveis
por cheques destinadas a salários;
Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197, z Letras de câmbio;
de 31/08/1995, o Conselho Monetário Nacional - CMN z Letras hipotecárias;
autoriza a “constituição de entidade privada, sem fins z Letras de crédito imobiliário;
192 lucrativos, destinada a administrar mecanismos de z Letras de crédito do agronegócio (LCA);
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Operações compromissadas que têm como objeti- A contribuição mensal ordinária das instituições
vo títulos emitidos após 8 de março de 2012 por associadas ao Fundo será de 0,01% dos saldos das
empresa ligada. obrigações garantidas, que abrangem as mesmas
modalidades protegidas pelo Fundo Garantidor de
Para que o fundo possua recursos, são necessárias Créditos dos bancos, o FGC.
contribuições MENSAIS das instituições que fizeram
adesão ao FGC.
A contribuição ordinária é de 0,01% e as espe- Importante!
ciais, para garantir os DPGEs (Depósitos a Prazo com
As Cooperativas de Crédito e os Bancos Coope-
Garantia Especial) de 0,02% com garantias reais e
0,03% sem garantias reais. Essas garantias reais, são rativos não fazem mais parte do FGC, apenas
bens ofertados em garantia pela instituição financeira fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo
para cobrir eventuais problemas de liquidez. Garantidor do Cooperativismo) que tem as mes-
Atenção, pois as Letras Imobiliárias não são mais mas coberturas do FGC, mesmos critérios e
garantidas pelo FGC. mesmos objetivos.
A regra padrão é que o FGC garante os depósitos
até 250 mil reais por CPF/conta ou conglomerado
financeiro, entretanto para o DPGE – Depósitos a Pra-
zo com Garantia Especial do FGC – a garantia é de até
40 milhões de reais, o que o torna especial. Vale des- NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS
tacar que nesta modalidade de investimentos não se
admite conta conjunta, mas apenas individual, desta O mercado de capitais é um sistema de distri-
forma não há de se falar em dividir os 40 milhões para buição de valores mobiliários que tem o propósito
2 ou mais pessoas na mesma conta. de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de
Essa modalidade de depósitos exige valor míni- empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É
mo inicial de 1 milhão de reais e prazo mínimo de 12 constituído pelas bolsas de valores, sociedades cor-
meses e máximo de 24 meses. retoras distribuidoras e outras instituições finan-
Algumas mudanças que ocorreram no FGC em ceiras autorizadas.
2017. Anteriormente, quando falamos de autoridades
monetárias, vimos uma delas como principal supervisora
COMO ERA e reguladora do mercado de valores mobiliários, a CVM.
A CVM é a principal autarquia responsável por
Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglomera-
garantir o adequado funcionamento do mercado de

9
do financeiro, em depósitos cobertos pelo Fundo Garan-

-3
valores mobiliários. Logo, para que qualquer compa-
tidor de Créditos e emitidos por instituições associadas

40
nhia possa operar nesse mercado, dependerá de auto-
à entidade
.5
rização prévia da CVM para realizar suas atividades.
33
Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou
CNPJ em qualquer período
.6

Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários?


00

Investidores não-residentes não contavam com a garan-


-0

tia do FGC Em alguns casos, o mercado de crédito não é


capaz de suprir as necessidades de financiamento
os

COMO FICOU
dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por
nt

Limite permanece inalterado exemplo, quando um determinado agente, em geral


Sa

Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período de uma empresa, deseja um volume de recursos muito
os

4 anos, para a garantia paga pelo FGC superior ao que uma instituição poderia, sozinha,
id

emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos


Investidores não-residentes passam a contar com a ga-
ol

dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude


rantia, para investimentos elegíveis
ic

dos riscos assumidos pelas instituições nas operações,


N

serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar


io

O FGCOOP – Fundo Garantidor do Cooperativismo os investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que
ric

é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado


au

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou de Valores Mobiliários.


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

resolução que estabelece a forma de contribuição No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os


das instituições associadas ao Fundo Garantidor do investidores emprestam recursos diretamente aos
Cooperativismo de Crédito (FGCoop), bem como agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se
aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previs- por negócios de médio e longo prazo, nos quais são
to na Resolução nº 4.150, de 30/10/2012, esse fundo negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
terá como instituições associadas todas as cooperati- Como exemplo, podemos citar as ações, que repre-
vas singulares de crédito do Brasil e os bancos coo- sentam parcela do capital social de sociedades anô-
perativos integrantes do Sistema Nacional de Crédito nimas, e as debêntures, que representam títulos de
Cooperativo (SNCC). dívida dessas mesmas sociedades.
De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
objetivo prestar garantia de créditos nos casos de basicamente, como prestadoras de serviços, assesso-
decretação de intervenção ou de liquidação extraju- rando as empresas no planejamento das emissões de
dicial de instituição associada, até o limite de R$250 valores mobiliários, ajudando na colocação deles para
mil reais por pessoa, bem como contratar operações o público investidor, facilitando o processo de forma-
de assistência, de suporte financeiro e de liquidez com ção de preços e a liquidez, assim como criando condi-
essas instituições. ções adequadas para as negociações secundárias. 193
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimen- NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS
to das obrigações estabelecidas e formalizadas nesse
mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento Para as Companhias Abertas, que admitem nego-
dos juros e principal de uma debênture, por exemplo, ciação de seus papéis no mercado público, há distri-
é da emissora, e não da instituição financeira que a buição em dois tipos de mercados: o primário e o
tenha assessorado ou participado do processo de colo- secundário.
cação dos títulos no mercado. São participantes desse Oferta pública de distribuição, primária ou secun-
mercado, como exemplo, os Bancos de Investimen- dária, é o processo de colocação, junto ao público, de cer-
to, as Corretoras e Distribuidoras de títulos e Valores to número de títulos e valores mobiliários para venda.
Mobiliários, as entidades administradoras de merca- Envolve desde o levantamento das intenções do mer-
do de bolsa e balcão, além de diversos outros presta- cado em relação aos valores mobiliários ofertados até
dores de serviços. a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divul-
No mercado de capitais, os principais títulos nego- gação de informações, o período de subscrição, entre
ciados são: outras etapas.
As ofertas podem ser primárias ou secundárias.
Quando a empresa vende novos títulos e os recursos
z Ações – ou de empréstimos tomados, via mercado,
dessas vendas vão para o caixa da empresa, as ofer-
por empresas; tas são chamadas de primárias.
z Debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição; Por outro lado, quando não envolvem a emissão
z Commercial papers ou Notas Promissórias Comer- de novos títulos, caracterizando apenas a venda de
ciais, que permitem a circulação de capital para ações já existentes – em geral dos sócios que querem
custear o desenvolvimento econômico. “desinvestir” ou reduzir a sua participação no negócio
– e os recursos vão para os vendedores e não para o
O mercado de capitais abrange, ainda, as nego- caixa da empresa, a oferta é conhecida como secun-
ciações com direitos e recibos de subscrição de valo- dária (block trade).
res mobiliários, certificados de depósitos de ações e Além disso, quando a empresa está realizando a
demais derivados autorizados à negociação pela CVM. sua primeira oferta pública, ou seja, quando está
Esses títulos são papéis que valem dinheiro, ou seja, abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de ofer-
são uma forma de uma empresa ou companhia arreca- ta pública inicial ou IPO (do termo em inglês, Inicial
Public Offer).
dar dinheiro, na forma de aquisição de novos sócios ou
Quando a empresa já tem o capital aberto e já rea-
credores. Isso decorre do fato de que, muitas vezes,
lizou a sua primeira oferta, as emissões seguintes são
arrecadar dinheiro através da emissão de títulos é conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo
mais barato para a empresa do que contratar emprés- em inglês, follow on.

9
timos em instituições financeiras.

-3
40
z Mercado Primário
EMPRESAS E COMPANHIAS
.5
33
„ Oferta Pública Inicial – IPO (títulos novos);
.6

As Companhias são as empresas que são emissoras „ Sensibilizam o caixa da empresa;


00

dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas „ Pode ter valor nominal ou valor de mercado.
-0

empresas têm um objetivo em comum: captar recur-


sos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para z Mercado Secundário
os

que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM


nt

autorização para emitir e comercializar seus papéis. „ Negociação dos títulos já emitidos anteriormente;
Sa

Essas empresas são chamadas Sociedades Anôni- „ Não sensibiliza o caixa da empresa;
os

mas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de „ Os papéis terão seu valor apenas pelo valor de
id

constituição, elas passam a ter uma quantidade de mercado.


ol

sócios maior do que teriam se fossem empresas de


ic

responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo. A Lei n° 6.385, de 1976, que disciplina o mercado
N

Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta de capitais, estabelece que nenhuma emissão públi-
io

ca de valores mobiliários poderá ser distribuída no


ou fechada. Vejamos as diferenças:
ric

mercado sem prévio registro na Comissão de Valores


As S/A abertas admitem negociação dos seus
au

Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de


títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão dispensar o registro em determinados casos, e delega
M

Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis competência para a CVM disciplinar as emissões.
negociados restritamente entre pessoas da própria Além disso, exemplifica algumas situações que
empresa ou próximas à empresa. caracterizam a oferta como pública, por exemplo: a
utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou
COMPANHIAS anúncios destinados ao público; a negociação feita em
Abertas Fechadas loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público,
entre outros.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada
na CVM. Porém, o registro poderá ser dispensado
considerando as características específicas da ofer-
Características ta em questão, como, por exemplo, a oferta pública
de valores mobiliários de emissão de empresas
Atuam nas bolsas de valo- Nº de cotistas limitados a
de pequeno porte e de microempresas, assim defi-
res ou mercados de balcão 20 patrimônio pequeno não
nidas em lei, que são dispensadas automaticamente
organizados operam em bolsas de valo-
do registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois
194 res ou balcões organizados milhões e quatrocentos mil reais) em cada período de
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
12 meses, desde que observadas as condições estabe- que a sociedade ofereça certas condições de atra-
lecidas nos §§ 4º ao 8º, do art. 5º, da instrução CVM tividade econômica, bem como supõe um estudo
400/03. da conjuntura econômica global a fim de evitar
As ofertas públicas devem ser realizadas por inter- que não obtenha êxito por falta de senso de opor-
médio de instituições integrantes do sistema de dis- tunidade. É preciso que se avaliem, pelo menos, os
tribuição de valores mobiliários, como os bancos seguintes aspectos: existência de um clima de con-
de investimento, corretoras ou distribuidoras. Essas fiança nos resultados da economia, estudo setorial,
instituições poderão se organizar em consórcios com estabilidade política, inflação controlada, mercado
o fim específico de distribuir os valores mobiliários no secundário e motivações para oferta dos novos
mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem- títulos.
pre sob a organização de uma instituição líder, que
assume responsabilidades específicas. Para participar MERCADOS DE ATUAÇÃO DAS COMPANHIAS
de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadas-
trado em uma dessas instituições.
No mercado organizado de valores mobiliários,
Essas instituições integrantes do Sistema de Dis-
temos a criação de mecanismos, sistemas e regulamen-
tribuição de Valores Mobiliários são os chamados
tos que propiciam a existência de um ambiente segu-
agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses
ro para que os investidores negociem seus recursos e
agentes realizam a subscrição dos títulos, ou seja, assi-
movimentem a economia do país. No Brasil, existem
nam embaixo atestando a procedência dos papéis, por
dois tipos de mercado organizado, que são as Bolsas
isso o nome underwhiting.
de Valores e os Balcões Organizados de negociação.
Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:
� Bolsas de Valores:
z Underwhiting Firme: modalidade de lançamen-
to na qual a instituição financeira, ou consórcio
„ Ambiente no qual se negociam os papéis das
de instituições, subscreve a emissão total, encar-
S/A abertas;
regando-se, por sua conta e risco, de colocá-la
„ Podem ser Sociedades civis sem fins lucrativos
no mercado junto aos investidores individuais
ou S/A com fins lucrativos;
(público) e institucionais. Nesse tipo de operação,
„ Opera via pregão eletrônico, não havendo mais
no caso de um eventual fracasso, a empresa já
o pregão viva voz, que era chamado presen-
recebeu integralmente o valor correspondente às
cial. Agora, as transações são feitas por telefone
ações emitidas. O risco é inteiramente do under-
através dos escritórios das instituições finan-
writer (intermediário financeiro que executa uma
ceiras autorizadas;
operação de underwriting).
„ Registra, supervisiona e divulga as execuções

9
-3
dos negócios e as suas liquidações.
O fato de uma emissão ser colocada por meio de

40
underwriting firme oferece uma garantia adicional ao
.5
Em resumo, as Bolsas de Valores compreendem
33
investidor, porque, se as instituições financeiras do um ambiente que pode ser físico ou eletrônico.
consórcio estão dispostas a assumir o risco da opera-
.6

Nele, são realizadas negociações entre investidores e


00

ção, é porque confiam no êxito do lançamento, uma entre companhias e investidores. Entretanto, pelo fato
-0

vez que não há interesse de sua parte em imobilizar de as empresas que operam na Bolsa serem grandes
recursos por muito tempo;
os

demais e possuírem uma tradição, aquelas que estão


começando têm dificuldade para serem tão atrativas
nt

z Underwhiting Best Efforces (Melhores Esfor-


Sa

quanto elas.
ços): modalidade de lançamento de ações na qual Pensando nisso, a CVM autorizou a criação de
os

a instituição financeira assume apenas o com- Mercados de Balcão, que são, também, ambientes
id

promisso de fazer o melhor esforço para colocar virtuais nos quais empresas menores podem nego-
o máximo de uma emissão junto à sua clientela,
ol

ciar seus títulos com mais facilidade. Vale dizer que


ic

nas melhores condições possíveis e em um deter- o Mercado de Balcão pode ser Organizado ou Não
N

minado período de tempo. As dificuldades de colo- Organizado.


io

cação das ações irão se refletir diretamente na


ric

empresa emissora. Nesse caso, o investidor deve


au

proceder a uma avaliação mais cuidadosa, tanto


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

das perspectivas da empresa quanto das institui- ORGANIZADO NÃO ORGANIZADO


ções financeiras encarregadas do lançamento;
z Residual ou stand-by underwriting: nessa for-
ma de subscrição pública, a instituição financeira
não se responsabiliza, no momento do lançamen- Utiliza exclusivamente
Não existe sistema
o Sistema Eletrônico
to, pela integralização total das ações emitidas. de Negociação
padrão
Há um comprometimento, entre a instituição e a
empresa emitente, de negociar as novas ações jun-
to ao mercado durante certo tempo findo, no qual
poderá ocorrer a subscrição total, por parte da ins- Supervisiona a Não existe padrão na
tituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das Liquidação dos papéis supervisão dos papéis
ações que não foram absorvidas pelos investidores
individuais e institucionais;
z Aspectos Operacionais do underwriting: a deci- Em resumo, o Mercado de Balcão Organizado tem
são de emitir ações, seja pela oferta pública, seja normas e é bastante confiável. Já o Não Organizado é
para abertura ou aumento do capital, pressupõe uma verdadeira bagunça. 195
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Tradicionalmente, o Mercado de Balcão é um mer- z Direitos de subscrição;
cado de títulos sem local físico definido para a reali- z Recibos de subscrição;
zação das transações que são feitas por telefone entre z Quotas de fundos fechados de investimento, incluin-
as instituições financeiras. Ele é chamado de Organiza- do os fundos imobiliários e os fundos de investimen-
do quando se estrutura como um sistema de negociação to em direitos creditórios;
de títulos e valores mobiliários, podendo estar organi- z Certificados de investimento audiovisual;
zado como um sistema eletrônico de negociação por z Certificados de recebíveis imobiliários.
terminais, que interliga as instituições credenciadas
em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e Sistemática do Mercado Organizado
venda e fechando os negócios eletronicamente.
O Mercado de Balcão Organizado é um ambien-
1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa
te administrado por instituições autorreguladoras,
que propiciam sistemas informatizados e regras A empresa decide Busca autorização A empresa decide
para a negociação de títulos e valores mobiliários. tornar-se Companhia junto à CVM, para em qual mercado de
– se S/A aberta ou entrar nos mercados atuação deseja estar
Essas instituições são autorizadas a funcionar pela S/A fechada de atuação
CVM e por ela são supervisionadas.
Atualmente, a maior administradora de balcão
organizado do país era a CETIP. Atualmente, ela foi
comprada pela BM & F Bovespa e, hoje, compõe a
B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
CVM Autoriza Mercado de Balcão
Quais os Títulos Negociados no Mercado de Balcão Se S/A Aberta
ou não Organizado
Organizado?

O Mercado de Balcão Organizado pode admitir a Vale destacar que a companhia pode trocar de
negociação somente as ações de companhias aber- mercado. Todavia, como se trata de uma grande buro-
tas com registro para negociação em mercado de cracia que envolve recomprar todos os papéis em
balcão organizado. As debêntures de emissão de circulação em um mercado para poder migrar para
companhias abertas podem ser negociadas simulta- o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as
neamente em Bolsa de Valores e Mercado de Bal-
regras para a mudança de mercado de atuação.
cão Organizado desde que cumpram os requisitos de
Para as ações, é proibida a comercialização em
ambos os mercados.
ambos os mercados simultaneamente. Já para as
Conforme vimos, antes de ter seus títulos nego-

9
debêntures, é permitida a negociação simultânea nos

-3
ciados no mercado primário, a companhia deverá
dois mercados.

40
requerer o registro de companhia aberta junto à

.5
CVM e, neste momento, deverá especificar onde seus
Qual a Diferença Entre uma Bolsa de Valores e as
33
títulos serão negociados no mercado secundário, se
Entidades que Administram o Mercado de Balcão
.6

em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.


Organizado?
00

Essa decisão é muito importante, pois, uma vez


-0

concedido o registro para negociação em mercado


de balcão organizado, este só pode ser alterado com As Bolsas de Valores também são responsáveis por
os

um pedido de mudança de registro junto à CVM. administrar o mercado secundário de ações, debêntu-
nt

A companhia aberta é responsável por divulgar res e outros títulos e valores mobiliários. Na verdade,
Sa

para a entidade administradora do Mercado de Bal- ainda que não haja nenhum limite de quantidade ou
os

cão Organizado todas as informações financeiras e tamanho de ativos para uma companhia abrir o capi-
tal e listar seus valores para negociação em bolsas de
id

atos ou fatos relevantes sobre suas operações. A enti-


valores, em geral, as empresas listadas em bolsas de
ol

dade administradora do Mercado de Balcão Organi-


valores são companhias de grande porte.
ic

zado, por sua vez, irá disseminar essas informações


N

através de seus sistemas eletrônicos ou impressos Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de


io

para todo o público. menor porte e, de certa forma, a própria liquidez dos
ric

No Mercado de Balcão Organizado, a companhia ativos emitidos por essas companhias. Por isso, em
au

aberta pode requerer a listagem de seus títulos atra- muitos países, há segmentos especiais e/ou mercados
M

vés de seu intermediário financeiro ou este poderá segregados especializados para a negociação de ações
requerer a listagem independentemente da vontade da e outros títulos emitidos por empresas de menor
companhia. Por exemplo, se o intermediário possuir porte.
uma grande quantidade de ações de uma determinada Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão
companhia, ele poderá requerer a listagem da mesma Organizado é admitido um conjunto mais amplo de
e negociar esses ativos no Mercado de Balcão Organiza- intermediários do que em Bolsas de Valores, o que
do. Nesse caso, a entidade administradora do Mercado pode aumentar o grau de exposição de companhias
de Balcão Organizado disseminará as informações que de médio porte ou novas empresas ao mercado.
a companhia aberta tiver encaminhado à CVM. Assim, o objetivo da regulamentação do mercado
Além de ações e debêntures, no mercado de balcão de balcão organizado é ampliar o acesso ao mer-
organizado, são negociados diversos outros títulos, cado para novas companhias, criando um segmento
tais como: voltado à negociação de valores emitidos por empre-
sas que não teriam, em bolsas de valores, o mesmo
z Bônus de subscrição; grau de exposição e visibilidade.
z Índices representativos de carteira de ações; Para os investidores, a principal diferença entre
196 z Opções de compra e venda de valores mobiliários; as operações realizadas em bolsas de valores e aquelas
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
realizadas no mercado de balcão organizado é que, nesse último, não existe um fundo de garantia que res-
palde suas operações.
O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o ressar-
cimento de prejuízos decorrentes de execução infiel de ordens por parte de uma corretora membro, entrega de
valores mobiliários ilegítimos ao investidor, decretação de liquidação extrajudicial da corretora de valores, entre
outras.
Uma segunda diferença refere-se aos procedimentos especiais que as bolsas de valores devem adotar no
caso de variação significativa de preços ou no caso de uma oferta, representando uma quantidade significativa
de ações. Nesses casos, as bolsas de valores devem interromper a negociação do ativo.
Para as companhias, a regra para se tornar uma companhia aberta é a mesma, independentemente de buscar
uma listagem em bolsa de valores ou no mercado de balcão organizado.

Importante!
Não pode haver negociação simultânea de uma mesma ação de uma mesma companhia em bolsa de valo-
res e em instituições administradoras do Mercado de Balcão Organizado.

MERCADO DE AÇÕES

Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações. Nele,
são comercializados os papéis mais conhecidos no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possuidor um sócio
da companhia emitente.
O mercado de ações consiste na negociação, em mercado primário ou secundário, das ações geradas por
empresas que desejam captar dinheiro de uma forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser entendida como
a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial
e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio no limite das ações
possuídas.
Uma ação é um valor mobiliário expressamente previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei n° 6.385, de 1976. No
entanto, apesar de todas as companhias ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente
as ações emitidas por companhias registradas na CVM, chamadas companhias abertas, podem ser negociadas
publicamente no mercado de valores mobiliários.
Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome dos

9
-3
titulares, sem emissão de certificado, em instituição contratada pela companhia para a prestação desse serviço, em

40
que a propriedade é comprovada pelo “Extrato de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre nominativas,

.5
não mais sendo permitida a emissão e a negociação de ações ao portador ou endossáveis. 33
.6

Espécies de Ações
00
-0

As ações podem ser de diferentes espécies, conforme os direitos que concedem a seus acionistas. O Estatuto
Social das Companhias, que é um conjunto de regras que deve ser cumprido pelos administradores e acionistas,
os

define as características de cada espécie de ações, que podem ser:


nt
Sa

z Ação Ordinária (sigla ON – Ordinária Nominativa)


os
id

Sua principal característica é conferir ao seu titular o direito a voto nas Assembleias de acionistas;
ol
ic

z Ação Preferencial (sigla PN – Preferencial Nominativa)


N
io

Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto. Em contrapartida, concede outras
ric

vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda,
au

possuir prioridades específicas se admitidas à negociação no mercado.


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:

z Quando a empresa passar mais de três anos sem distribuir lucros;


z Quando houver votação para eleição dos membros do Conselho Administrativo da companhia.

ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS FRUIÇÃO OU GOZO


Voto Lucro Ex.: Ações
51% controlador � Pelo menos, 10% maior que as ordinárias Ações que foram compradas de volta pelo emi-
� Se a empresa passar mais de 3 anos sem dar tente, mas que o titular recebeu um novo títu-
lucro, essas ações adquirem o direito ao voto lo representativo do valor que é negociável e
endossável 197
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Características das Ações „ Bônus de Subscrição: quando alguém adquire
ações, passa a ser titular de uma fração do capi-
z Quanto ao valor: tal social de uma companhia. Todavia, quando o
capital é aumentado e novas ações são emitidas,
„ Nominais: o valor da ação vai descrito na escri- as ações até então detidas por tal acionista pas-
tura de emissão no momento do lançamento; sam a representar uma fração menor do capital,
„ Não nominais: o valor da ação será dito pelo ainda que o valor em moeda seja o mesmo.
mercado, mas não pode ser inferior ao valor
dado na emissão das ações (essa manobra é Para evitar que ocorra essa diminuição na partici-
mais arriscada, porém pode dar maior retorno). pação percentual detida pelo acionista no capital da
companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como
um direito essencial, a preferência na subscrição
z Quanto à forma:
das novas ações que vierem a ser emitidas em um
aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.),
„ Nominativas: há o registro do nome do pro-
na proporção de sua participação no capital, anterior-
prietário no cartório de registro de valores mente ao aumento proposto.
mobiliários e a emissão física do certificado; Da mesma forma, os acionistas também terão
„ Nominativas Escriturais: não há a emissão direito de preferência nos casos de emissão de títu-
física do certificado, mas apenas o registro no los conversíveis em ações, tais como debêntures
Livro de Registros de Acionistas; as ações são conversíveis e bônus de subscrição.
representadas por um saldo em conta. Neste período, o acionista deverá manifestar sua
intenção de subscrever as novas ações emitidas no
Obs.: ações ao portador não são mais permiti- âmbito do aumento de capital ou dos títulos conver-
das no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita síveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o
lavagem de dinheiro. direito de preferência caducará.
Alternativamente, caso não deseje participar do
aumento, o acionista pode ceder seu direito de prefe-
Importante! rência (art. 171, § 6º, da Lei das S.A.). Da mesma forma
que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livre-
Termo que pode aparecer na prova: mente negociado, inclusive em Bolsa de Valores;
� Blue Chips: Ações de primeira linha, de grandes
empresas e, por isso, possuem muita segurança „ Bonificação: ao longo das atividades, a Com-
e tradição. São ações usadas como referência panhia poderá destinar parte dos lucros sociais
para índices econômicos. para a constituição de uma conta de “Reservas”

9
-3
(termo contábil). Caso a companhia queira, em

40
exercício social posterior, distribuir aos acio-
z Quanto à remuneração das ações:
.5
nistas o valor acumulado na conta de Reservas,
33
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, poden-
.6

Elas podem ser remuneradas de quatro formas: do efetuar o pagamento em espécie ou com a
00

distribuição de novas ações. É importante des-


-0

„ Dividendos: compreendem a parcela do lucro tacar que, atualmente, as empresas não mais
líquido que, após a aprovação da Assembleia distribuem bonificação na forma de dinheiro,
os

Geral Ordinária, será alocada aos acionistas da pois preferem fidelizar ainda mais os sócios,
nt

companhia. O montante dos dividendos deve- dando-lhes mais ações.


Sa

rá ser dividido entre as ações existentes, para


os

sabermos quanto será devido aos acionistas a Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos
id

cada ação por eles detida.


A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações
ol

preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimi-


ic

Para garantir a efetividade do direito do acionista


N

ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o do ou restrito por disposição do estatuto social da compa-
io

nhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma


sistema do dividendo obrigatório, de acordo com o
ric

vantagem econômica em relação às ações ordinárias.


qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro,
Além disso, a Lei permite que as companhias aber-
au

destinar parte dele aos acionistas a título de divi-


tas tenham várias classes de ações preferenciais, que
M

dendo. Porém, a referida Lei confere às companhias


conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre
liberdade para estabelecer, em seus estatutos sociais, si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão com-
o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá parecer às Assembleias Gerais da companhia, bem
ser distribuído anualmente aos acionistas, desde que como opinar sobre as matérias objetos de deliberação,
o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a deter- mas não poderão votar.
minação do seu valor ao exclusivo arbítrio de seus As vantagens econômicas a serem conferidas às
administradores e acionistas controladores. ações preferenciais em troca dos direitos políticos
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consistir
direito a recebimento do dividendo obrigatório em prioridade de distribuição de dividendo, fixo ou
equivalente a 50% do lucro líquido ajustado nos ter- mínimo, prioridade no reembolso do capital, com prê-
mos do art. 202, da Lei das S.A; mio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens (art.
17, caput e incisos I a III, da Lei das S.A.).
„ Ganhos de Capital: ocorrem quando um inves- Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encon-
tidor compra uma ação por um preço baixo e tra devidamente quantificado no Estatuto, seja em
vende a mesma ação por um preço mais alto, ou montante certo em moeda corrente, seja em percen-
198 seja, realiza um ganho; tual certo do capital, do valor nominal da ação ou,
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ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de
hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou poder do controlador, para evitar que os acionistas
seja, uma vez atingido o montante determinado no minoritários percam sua participação na administra-
Estatuto, as ações preferenciais com direito ao divi- ção da empresa.
dendo fixo não participam dos lucros remanescentes, Quanto à mudança de controlador – o acionista
que serão distribuídos entre ações ordinárias e prefe- majoritário, que detém 51% das ações – a CVM tam-
renciais de outras classes se houver. bém edita norma que regula essa troca, para evitar
Dividendo mínimo é aquele também previamen- prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400
te quantificado no Estatuto, seja com base em montan- que diz que, para a troca do controlador, o novo
te certo em moeda corrente, seja em percentual certo controlador deve garantir que, caso queira fechar o
do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do capital da S/A, deverá comprar as ações dos mino-
valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao con- ritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas
trário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus ações do controlador anterior. Fazendo isso, a CVM
ao dividendo mínimo participam dos lucros remanes- garante que os acionistas minoritários não terão pre-
centes após assegurado às ordinárias dividendo igual juízos, pois o novo controlador poderia comprar as
ao mínimo. Assim, após a distribuição do dividendo ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas
mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias do controlador anterior. É preciso dizer que, para que
caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuí- isso ocorra, deve haver uma concordância mínima
do será partilhado entre ambas as espécies de ações entre os acionistas gerais. A esse princípio chama-
em igualdade de condições. mos de tag along.
O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações Existem, ainda, manobras que o mercado de capi-
preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo tais faz, as quais geram impacto sobre o valor das
cumulativo, no caso de a companhia não ter obtido ações no mercado e sua capacidade de comercializa-
lucros durante o exercício em montante suficiente ção. Vejamos:
para pagar integralmente o valor dos dividendos fixos
ou mínimos, o valor faltante será acumulado para os
z Desdobramento ou Split
exercícios posteriores. Essa prerrogativa depende de
expressa previsão estatutária.
É uma estratégia utilizada pelas empresas com
No caso das companhias abertas que tenham ações
o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas
negociadas no mercado, as ações preferenciais deve-
ações. Acontece quando as cotações estão muito ele-
rão conferir aos seus titulares ao menos uma das
vadas, o que dificulta a entrada de novos investidores
vantagens a seguir (art. 17, § 1º, da Lei n° 6.404, de
no mercado.
1964, Lei das S/A.):

9
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150,

-3
com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote

40
� Direito a participar de uma parcela correspon-
dessas ações, o investidor teria que desembolsar R$
.5
dente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do
15.000, que é uma quantia considerável para a maior
33
exercício, sendo que, desse montante, garante-
parte dos investidores (pessoa física).
.6

-se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3%


Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada
00

do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda,


ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim,
-0

o direito de participar de eventual saldo desses


lucros distribuídos, em igualdade de condições quem possuísse 100 ações, passaria a possuir 300
os

com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja,
nt

elas dividendo igual ao mínimo prioritário; passaria de R$ 150 para R$ 50.


Sa

z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10% Na prática, o desdobramento de ações não altera,
os

maiores que os pagos às ações ordinárias; de forma alguma, o valor do investimento ou o valor
da empresa. É apenas uma operação de multiplicação
id

z Direito de serem incluídas na oferta pública em


de ações e divisão dos preços, para aumentar a liqui-
ol

decorrência de eventual alienação de controle.


dez das ações.
ic
N

Com relação aos direitos dos acionistas, existem Agora, depois do desdobramento, o investidor que
io

algumas situações que as bancas de concursos gostam quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gasta-
ric

de cobrar em prova e, por isso são importantes. ria apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía
au

Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja, 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Lucro, ela pode comprar ações de acionistas mino- 15.000, ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém dis-
ritários, pois, assim, concentrará mais o valor das tribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
ações. A esse evento chamamos de amortização de Com as ações mais baratas, mais investidores se
ações. O personagem que mais ganha nessa história é interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as
o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações, cotações subam em curto prazo, devido à maior entra-
seu poder ficará maior, já que o número de acionistas da de investidores no mercado, porém não há como
ou de ações diminui, aumentando seu percentual. prever se isso irá ou não acontecer. A companhia tam-
A CVM, vendo esse aumento de poder do contro- bém pode utilizar os desdobramentos como parte de
lador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em sua estratégia de governança corporativa, para mos-
outras palavras, diz que a recompra de ações, uma trar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas
vez feita, finda por aumentar o poder do controlador minoritários.
da empresa. Entretanto, essas ações que foram recom- Os desdobramentos podem acontecer em qual-
pradas devem permanecer em tesouraria por, no quer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para
máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas 2, de 1 para 3 e de 1 para 4 ações.
ou canceladas.
199
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Grupamento ou Inplit

Exatamente oposto ao desdobramento, o grupamento serve para melhorar a liquidez e os preços das ações
quando estão cotadas a preços muito baixos no mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
ção em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas
2%. É importante ressaltar que nada garante se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da companhia e a suas práticas
de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar intimamente ligadas à percepção de valor da
empresa por parte dos investidores.

DESDOBRAMENTO OU SPLIT GRUPAMENTO OU INPLIT


� Manobra feita para tornar as ações mais baratas e atrati-
vas para novos investidores � Manobra feita para tornar as ações mais caras e, aparen-
� Diminui o valor das ações, mas mantém o valor aplicado temente, elevar seu valor
pelo investidor � Aumenta valor das ações, mas mantém o valor aplicado
� Aumenta a quantidade de ações do investidor
� Não altera o capital do investidor � Diminui a quantidade de ações
� Aumenta a liquidez das ações, pois ficam mais baratas e � Não altera o capital do investidor
fáceis de serem comercializadas

Mercado à Vista de Ações

O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou seja,

9
-3
nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquidação

40
financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liqui-
.5
dação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços
33
são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação.
.6

No mercado à vista de ações, temos:


00
-0

� Operações imediatas ou de curto prazo;


os

z Operacionalizado na Bolsa de Valores;


nt

z Sistema eletrônico de negociação;


Sa

z Câmara de liquidação de ações – antiga CBLC.


os

Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra
id

e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de
ol

capitais.
ic

Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
N

que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.


io

Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.
ric
au
M

Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar
negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para
18h, em 2020, o After Market foi extinto.

Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
200
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As ordens podiam ser dadas:

z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado;
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).

DÁ A ORDEM

� Investidor

EXECUTA A ORDEM

� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos

REALIZA A ORDEM

� After Market
� Sistema de negociação eletrônico

As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.

9
-3
Lei n° 6.404 (Art. 64) – Debêntures

40
O que são Debêntures? .5
33
.6

São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus detentores
00

(debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode ser uma S/A
-0

aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou bal-
os

cão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-
nt

-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma empresa
Sa

fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.


Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:
os
id
ol
ic
N

Agente fiduciário viabiliza


io
ric
au

Investidor do Mercado que deseja


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Companhia que emite a Debênture e


emprestar seu dinheiro ao emissor
deseja captar recursos
em troca de juros previamente pactuados
(Envia a Debênture)
(Envia o Dinheiro)

Agente underwritter

Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:

z Deve constar o nome debênture com a indicação da espécie e suas garantias;


z Nº de emissão, série e ordem;
z Data da emissão; 201
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Vencimento (determinado ou indeterminado – z Antecipado:
perpétua – e se poderá ou não ter seu prazo de
vencimento antecipado); „ Antes do resgate: deve constar na escritura o pra-
z O índice que vai ser usado para corrigir o valor da zo para resgate e a possibilidade de isso ocorrer;
debênture. (ex.: CDI, IPCA, IGP-M); „ Antes do vencimento: quando ocorrer um
z Quantidade de debêntures que irão ser emitidas colapso no mercado ou o agente fiduciário vir
(limitada ao capital próprio da empresa); que o debenturista corre algum risco.
z Valor nominal da debênture (ou valor de face);
z As condições para conversão ou permuta e seus Agente Fiduciário
respectivos prazos;
z Se a debênture terá garantias ou não (e, se tiver, A Lei n° 6.404, de 1976 estabelece que a escritura
quais serão). Tais garantias podem ser: de emissão, por instrumento público ou particular, de
debêntures distribuídas ou admitidas à negociação
„ Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamen- no mercado terá, obrigatoriamente, a intervenção de
te (hipoteca, penhor, caução, bens determinados); agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciá-
„ Flutuante: não existe um bem específico; a rio é quem representa a comunhão dos debenturistas
garantia é uma parte do patrimônio da empre- perante a companhia emissora, com deveres específi-
sa (até 70% do valor do capital social);
cos de defender os direitos e interesses dos debentu-
„ Quirografária: nenhuma garantia ou privilé-
ristas, entre outros citados na Lei.
gio (a garantia em caso de falência será o que
Para tanto, possui poderes próprios também atri-
sobrar e se sobrar alguma coisa);
buídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência
„ Subordinada: em caso de falência, oferece pre-
da companhia emissora, declarar, observadas as
ferência apenas sobre o crédito dos acionistas.
condições da escritura de emissão, antecipadamen-
te, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e
Agora, você já sabe o que é necessário para fazer
acessórios, executar garantias reais ou, se não existi-
uma debênture, quem pode emitir e quais as garantias
rem, requerer a falência da companhia, entre outros.
que podem ser usadas ou não. Porém, de que forma
é possível materializar, ou seja, transformar essa Esse personagem viabiliza a operação de compra
debênture em algo que se possa ver? Existem duas das debêntures, por parte do debenturista, e a venda,
formas para isso. Vejamos o esquema a seguir: por parte da empresa emissora, ou seja, ele interme-
dia a situação. Além disso, o agente fiduciário deve,
z Nominativas acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele
representa o debenturista em caso de colapso do

9
mercado, ou para:

-3
„ Título físico;

40
„ Registrado na CETIP;
z Proteção do debenturista;
„ Emite o certificado;
.5
z Executar garantias reais da emissora;
33
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures
z Requerer falência da emissora.
.6

Nominativas.
00
-0

Vale dizer que o agente fiduciário pode reque-


z Nominativas Escriturais
rer essas situações para garantir ao debenturista o
os

recebimento dos créditos.


nt

„ Informação Eletrônica;
São Agentes Fiduciários os Bancos Múltiplos, os
Sa

„ CETIP registra e custodia;


„ Não emite certificado; Bancos de Investimento, CTVM e DTVM.
os

„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Quanto aos tipos ou classes de debêntures, po-
id

Nominativas. dem ser:


ol
ic

z Simples: um simples direito de crédito contra a


N

Importante! emissora ou empresa;


io

z Conversíveis: podem ser trocadas por ações da


ric

� A escritura da debênture é obrigatória, mas a empresa emitente das debêntures;


au

emissão do certificado é facultativa; z Existe prazo máximo para que o debenturista


M

� Não é comum o debenturista solicitar o certifi- decida se irá querer converter em ações ou não e,
cado da debênture, mas, se solicitá-lo, a empre- nesse prazo, a empresa não pode mudar nada
sa deve emiti-lo; nos seus papéis;
� As Debêntures só podem ser emitidas por ins- z Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que
tituições que não sejam instituições financeiras. o debenturista tem de trocar as debêntures por
ações de outras companhias, depois de haver
passado um prazo mínimo.
Quanto aos prazos das debêntures, que devem
constar na escritura da emissão, podem ser: Já quanto à remuneração, pode-se ter:

z Determinado: prazo fixado na emissão da debênture; z Juros (fixos ou variáveis);


z Indeterminado ou perpétua: via de regra, não
tem prazo de vencimento, mas esse prazo pode ser Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de
decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer Arrendamento Mercantil e as Companhias Hipote-
inadimplência no pagamento dos juros ou dissolu- cárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa
202 ção do emitente, a empresa; Básica Financeira;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Participação nos Lucros;
z Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, inde- NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO
xado a TR, TBF ou TJLP.
INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E
Medição dos Riscos nas Debêntures OPERAÇÕES BÁSICAS, REGIMES DE TAXAS
DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES
z Alta qualidade: baixa taxa de retorno; INTERMEDIÁRIOS, TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E
z Baixa qualidade: alta taxa de retorno. REAIS, IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE
AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES, DIFERENCIAL
DE JUROS INTERNO E EXTERNO, PRÊMIOS DE
Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana;
RISCO, FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS
quanto menos risco, menos grana. SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO

As Ofertas das Debêntures O que é Câmbio?

z Pública Câmbio é a operação de troca de moeda de um


país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando
„ Público em geral; um turista brasileiro vai viajar para o exterior e pre-
„ Há registro na CVM; cisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo
„ Assembléia Geral ou Conselho Administrativo Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe
decidem; do turista brasileiro a moeda nacional e entrega-lhe
„ Agente Fiduciário; (vende-lhe) a moeda estrangeira. Já quando um turis-
ta estrangeiro quer converter moeda estrangeira em
z Privada reais, o agente autorizado a operar no mercado de
câmbio compra a moeda estrangeira do turista estran-
geiro, entregando-lhe os reais correspondentes.
„ Grupo restrito de investidores;
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente
„ Não há registro na CVM.
no qual se realizam as operações de câmbio entre
os agentes autorizados pelo Banco Central e entre
Os Mercados das Debêntures estes e seus clientes, diretamente ou por meio de
seus correspondentes. Esse mercado é regulamen-
tado e fiscalizado pelo Banco Central e compreen-
de as operações de compra e de venda de moeda

9
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO

-3
� Debêntures já estrangeira, as operações em moeda nacional entre

40
existentes
� Emissão pela 1ª vez residentes, domiciliados ou com sede no país e resi-
� Compra e venda por

.5
investidores dentes, domiciliados ou com sede no exterior e as
33
operações com ouro-instrumento cambial realiza-
.6

� Balcão Organizado das por intermédio das instituições autorizadas a


00

� Influi no caixa da
(Sistema Nacional operar no mercado de câmbio pelo Banco Central,
-0

de Debêntures -
empresa
administrado pela diretamente ou por meio de seus correspondentes.
Incluem-se, no mercado de câmbio brasileiro, as
os

CETIP S/A)
operações relativas aos recebimentos, pagamentos e
nt

transferências do e para o exterior, mediante a utili-


Sa

Commercial Papers zação de cartões de uso internacional, bem como as


os

operações referentes às transferências financeiras


id

Commercial Papers são títulos, papéis que postais internacionais, inclusive vales postais e reem-
valem dinheiro. São uma aplicação. Parecem muito
ol

bolsos postais internacionais.


ic

com as debêntures e com as notas promissórias que À margem da lei, funciona um segmento denomi-
N

estudamos no tópico sobre Títulos de Crédito (a famo- nado Mercado Paralelo. São ilegais os negócios rea-
io

sa amarelinha). lizados nesse mercado, bem como a posse de moeda


ric

São títulos de curto prazo, que têm prazo míni- estrangeira oriunda de atividades ilícitas.
au

mo de 30 dias e máximo de 360 dias, emitidos por


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

instituições não financeiras, ou seja, as instituições Quem Opera no Mercado de Câmbio?


financeiras estão fora, pois podem captar recursos
Bancos Múltiplos, Comerciais, de Investimentos,
de outras maneiras. Então, o Commercial Paper serve
de Desenvolvimento, CEF, SCFI, CTVM, DTVM, Agên-
para captar recursos no mercado interno, pois cons-
cias de Fomento e Corretoras de Câmbio são institui-
titui uma promessa de pagamento na qual incidem ções habilitadas a operarem no Mercado de Câmbio.
juros a favor do investidor. Cabe destacar que apenas os Bancos e a CEF,
exceto os Bancos de Desenvolvimento, podem operar
livremente nele. Já algumas instituições operam com
Importante! restrições, ou seja, não podem fazer qualquer opera-
ção, mas somente as especificadas pelo BACEN. São
As debêntures podem ser emitidas para fora
elas:
do país com garantia real de bens situados no
Brasil. Já os Commercial Papers não podem. z Bancos de Desenvolvimento;
Eles podem ser emitidos apenas para dentro do z Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
Brasil. z Agências de Fomento. 203
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Com exceção dessas três, as demais podem reali- emissivos e receptivos, destinadas a atender compro-
zar todas as operações do Mercado de Câmbio, embo- missos diversos, tais como: manutenção de pessoas
ra algumas tenham restrições de valor, mas não de físicas, contribuições previdenciárias, aposentadorias
operações. As sociedades corretoras de títulos e valo- e pensões, aquisição de medicamentos para uso parti-
res mobiliários, as sociedades distribuidoras de títu- cular, pagamento de aluguel de veículos, multas, doa-
los e valores mobiliários e as sociedades corretoras de ções. Por meio dos vales postais internacionais, a ECT
câmbio têm algumas restrições quanto ao valor das também pode dar curso a recebimentos ou pagamen-
operações: tos conduzidos sob a sistemática de câmbio simplifi-
cado de exportação ou de importação, observado o
� Operações de câmbio com clientes para liquidação limite de US$ 50 mil, ou seu equivalente em outras
pronta de até US$ 300 mil ou o seu equivalente em moedas, por operação.
outras moedas;
z Operações no mercado interbancário (arbitra- � Memorize os limites elencados pelo resumo a
gens no país) e por meio de banco autorizado a seguir:
operar no mercado de câmbio (arbitragem com o
exterior). „ CTVM, DTVM e Corretoras de Câmbio: 300 mil
dólares por operação;
Além desses agentes, o Banco Central também con- „ Empresa de Correios e Telégrafos: 50 mil dóla-
cedia autorização para agências de turismo e meios res por operação;
de hospedagem de turismo para operarem no Merca- „ Correspondentes Bancários e Agências de
Turismo ainda em operação: 1 mil dólares por
do de Câmbio. Atualmente, não se concede mais auto-
operação – em contrapartida, em espécie – e 3
rização para esses agentes, permanecendo, ainda,
mil dólares em operações escriturais (Resolu-
apenas aquelas agências de turismo cujos proprietá-
ção nº 4.811/20).
rios pediram ao Banco Central autorização para cons-
tituírem instituição autorizada a operar em câmbio.
Enquanto o Banco Central está analisando tais pedi-
dos, as agências de turismo ainda autorizadas podem
Importante!
continuar a realizar operações de compra e venda de As instituições são obrigadas a informar o VET –
moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de Valor Efetivo Total nas operações.
viagem relativamente a viagens internacionais. Isso deve-se ao fato de que nas operações de
Em resumo: câmbio há custos embutidos como:
� Tarifa de Conversão das moedas
z Os meios de hospedagem não podem mais operar � IOF – Imposto sobre Operações Financeiras

9
-3
câmbio de jeito nenhum; Vale destacar que o IOF é um imposto que incide

40
z As agências de turismo que pediram autorização sobre quase todas as operações financeiras.
.5
ao BACEN continuam até que ele decida se elas 33
ficam efetivamente ou não.
.6

Resolução nº 3.568, de 2008, com Alterações


00

Ainda, as Instituições Financeiras podem contratar Posteriores pela Resolução nº 4.811, de 2020
-0

correspondentes para operar câmbio por elas. Nesse


caso, teríamos um plano B para as agências de Turis- Art. 8º As pessoas Físicas e Jurídicas podem
os

mo que tiverem seus pedidos negados pelo BACEN, comprar e vender moeda estrangeira ou realizar
nt

pois, se elas se filiarem a uma Instituição Financeira, transferências internacionais em reais, de qualquer
Sa

não mais precisarão da autorização deste. natureza, sem limitação de valor, sendo contra-
os

parte na operação agente autorizado a operar


Pela Resolução nº 4.811, de 2020, as operações
no mercado de cambio, observada a legalidade da
id

realizadas pelos correspondentes são de total respon- transação, tendo como base a fundamentação eco-
ol

sabilidade da instituição contratante, devendo ela nômica e as responsabilidades definidas na respec-


ic

estabelecer as regras e condutas que os corresponden- tiva documentação.


N

tes deverão seguir, quais sejam:


io

Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa


ric

z Execução ativa ou passiva de ordem de pagamento física ou jurídica pode comprar e vender moeda
au

relativa à transferência unilateral (ex.: manuten- estrangeira desde que a outra parte na operação de
M

ção de residentes, transferência de patrimônio, câmbio seja agente autorizado pelo Banco Central a
prêmios em eventos culturais e esportivos) do ou operar no Mercado de Câmbio (ou seu corresponden-
para o exterior, limitada ao valor equivalente a te para tais operações) e que seja observada a regu-
U$$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, em espé- lamentação em vigor, incluindo a necessidade de
cie e 1 mil dólares por operação; identificação em todas as operações.
z Compra e venda de moeda estrangeira em espécie, É dispensado o respaldo documental das opera-
cheque ou cheque de viagem, bem como carga de ções de valor até o equivalente a US$ 10 mil, preser-
moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao vando-se, no entanto, a necessidade de identificação
valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados do cliente.
Unidos, por operação e em espécie 1 mil dólares;
z Recepção e encaminhamento de propostas de Banda Cambial no Brasil
operações de câmbio.
Uma Banda Cambial é a forma como um país defi-
A ECT – Empresa de Correios e Telégrafos do Bra- ne suas taxas de câmbio, quer sejam fixas ou livres,
sil – também é autorizada pelo Banco Central a rea- ou, até mesmo, flutuantes. Até 2005, existiam duas
204 lizar operações com vales postais internacionais, bandas cambiais, a Livre e a Flutuante. A primeira,
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
por exemplo, vinha dos empréstimos e envios de nacional e aos nomes do comprador e do vendedor. Os
dinheiro do Brasil para fora e vice-versa. contratos de câmbio devem ser registrados no Sistema
No entanto, operar com duas bandas cambiais era Câmbio pelo agente autorizado a operar no mercado
muito burocrático, pois cada uma tinha suas especi- de câmbio.
ficações. Então, em 2005, ficou instituída, no Brasil, a Nas operações de compra ou de venda de moeda
banda cambial, que foi resultante da junção das ban- estrangeira de até US$ 10 mil, ou seu equivalente em
das Livre e Flutuante. Aqui, vale lembrar que, como outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a for-
o Governo intervém indiretamente no mercado, com- malização do contrato de câmbio. O agente do merca-
prando e vendendo moeda, essa flutuação recebeu o do de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a
nome de flutuação suja. operação no Sistema Câmbio.
O Contrato de Câmbio deve conter alguns requisitos
As Operações no Mercado de Câmbio legais para ter validade, devendo ser registrado no
SISBACEN, constando:
As operações mais comuns são:
z Qual a moeda em questão;
z Compra e Venda de moeda estrangeira; z A taxa cobrada;
z Arbitragem (operação em que há a compra de z O valor correspondente em moeda nacional;
moeda estrangeira com outra moeda estrangeira); z Nome do comprador e do vendedor.
z Exportação e Importação.

Como se Efetivam as Trocas de Moedas? Importante!


As trocas de moedas podem ser: Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato
de Câmbio. No entanto, o registro da operação é
z Manuais: em espécie; obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17).
z Sacadas: quando não existe o dinheiro vivo, mas,
sim, papéis que valem dinheiro.
Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A
seguir, listaremos os que são mais comumente cobra-
Quando falamos de câmbio, pensamos, também,
dos em prova. Vejamos:
nas taxas cambiais, ou seja, nas taxas que revelam
quanto uma moeda vale em relação a outra moeda.
Entre elas, as mais comuns são: z ACC – Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio

9
O ACC é um dos mais conhecidos e utilizados meca-

-3
z Taxa Repasse ou Cobertura: feita entre os Bancos
nismos de financiamento à exportação. Trata-se de

40
e o BACEN;
financiamento na fase de produção ou pré-embarque.
z Dólar Pronto: para as operações com entrega em
.5
33
até 48 horas ou D+2; Para realizar um ACC, o exportador deve procurar
um banco comercial autorizado a operar em câmbio.
.6

z PTAX: Média das compras e vendas de moedas


00

estrangeiras entre as Instituições Financeiras den- Tendo limite de crédito com o banco, o exportador
-0

tro do país – sempre em dólar americano. Essa é a celebra com este um contrato de câmbio no valor cor-
taxa de câmbio que é divulgada diariamente pelo respondente às exportações que deseja financiar, ou
os

Banco Central e serve de referência para várias seja, o contrato de câmbio é celebrado antes mesmo
nt

operações no mercado cambial. do exportador receber do importador o pagamento de


Sa

sua venda.
os

Taxa de Câmbio nominal x Taxa de Câmbio Real Neste sentido, o exportador pede ao banco o adian-
id

tamento do valor, em reais, correspondente ao contra-


to de câmbio. Assim, além de obter um financiamento
ol

A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ati-


ic

vo financeiro, enquanto que a Taxa de Câmbio Real competitivo para a produção da mercadoria a ser
N

indica o preço relativo entre duas moedas, o que per- exportada, o exportador também fixa a taxa de câm-
io

mite medir a competitividade relativa entre os dois bio da sua operação.


ric

países em questão. Cabe destacar que o ACC pode ser realizado em


au

Em resumo, a taxa nominal é o preço de um ativo algumas exportações de serviços e, ainda, em até 360
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

limpo e seco, sem nenhuma interferência. Já o valor dias antes do embarque da mercadoria. A liquidação
real é o preço do ativo comparado entre duas moedas da operação ocorre com o recebimento do pagamen-
– dessa forma, é possível saber quanto aquele deter- to efetuado pelo importador, acompanhado do paga-
minado ativo vale em um país e noutro. mento dos juros devidos pelo exportador, ou pode
ser feita com encadeamento com um financiamento
A Forma de Materializar as Operações de Câmbio: O pós-embarque.
Contrato de Câmbio
z ACE – Adiantamento Sobre Cambiais Entregues: o
Contrato de câmbio é o documento que forma- ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues: é
liza a operação de compra ou de venda de moeda um mecanismo similar ao ACC, só que contratado
estrangeira. na fase de comercialização ou pós-embarque.
Nele, são estabelecidas as características e as con-
dições sob as quais se realiza a operação de câmbio, Após o embarque dos bens, o exportador entrega
revelando informações relativas à moeda estrangei- os documentos da exportação e as cambiais (saques)
ra que um cliente está comprando ou vendendo, à da operação ao banco e celebra um contrato de câm-
taxa contratada, ao valor correspondente em moeda bio para liquidação futura. Então, o exportador pede 205
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ao banco o adiantamento do valor, em reais, corres- operações for incompatível com a capacidade econô-
pondente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter mica e financeira evidenciada, a empresa estará sujei-
um financiamento competitivo para conceder prazo ta a procedimento especial de fiscalização.
de pagamento ao importador, o exportador também
fixa a taxa de câmbio da sua operação. z Habilitação simplificada: destinada às pessoas
O ACE pode ser contratado com prazo de até 390 físicas, às empresas públicas e às sociedades de
dias após o embarque da mercadoria. A liquidação economia mista – entidades sem fins lucrativos;
da operação ocorre com o recebimento do pagamen- z Habilitação especial: destinada aos órgãos da
to efetuado pelo importador, acompanhado do paga- Administração Pública direta, autarquias, fun-
mento dos juros devidos pelo exportador. dações públicas, órgãos públicos autônomos e
organismos internacionais;
ACE
z Habilitação restrita: destinada à pessoa física ou
ACC
ADIANTAMENTO jurídica que tenha operado anteriormente no
ADIANTAMENTO SOB
CONTRATO DE CÂMBIO
SOB CONTRATO DE comércio exterior exclusivamente para realização
EXPORTAÇÃO
de consulta ou retificação de declaração.

No mercado de Câmbio temos, também, as ope-


Pré-Embarque Pós-Embarque rações de Remessas. As remessas são operações de
� Financia a mercadoria a ser � Antecipa os recursos a serem envio de recursos para o exterior, por meio de ordens
exportada recebidos do Comprador
de pagamento (cheque, ordem por conta, fax, internet,
� Deve ser contratado até 360 � Deve ser feito até 390 dias
dias antes do embarque da posteriores ao embarque da cartões de crédito). Em suma, são formas de enviar
mercadoria mercadoria dinheiro para fora do país através de instituições.
Existem remessas do Exterior para o Brasil e vice-
-versa. Elas podem ser:
O pagamento é feito quando
O pagamento da operação
no embarque da mercadoria
deverá ser feito quando o z Em espécie: por Instituição Financeira ou pelo
ou no ingresso do dinheiro
pago pelo importador
importador enviar os recursos ECT;
z Via cartão de crédito: seguem a mesma lógica da
remessa em espécie, entretanto o pagamento é fei-
Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de finan- to por cartão de crédito.
ciamento são de até 100% do valor das mercadorias e
não incidem IOF sobre essas operações, por se trata- O que é Posição de Câmbio?
rem de incentivos à exportação.

9
As operações de Exportação e Importação devem

-3
A posição de câmbio é representada pelo saldo

40
ser registradas em um sistema chamado SISCOMEX – das operações de câmbio (compra e venda de moeda

.5
Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utiliza- estrangeira, de títulos e documentos que os represen-
33
do em conjunto pela SECEX (Secretaria de Comércio tem e de ouro-instrumento cambial) prontas ou para
.6

Exterior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo liquidação futura realizadas pelas instituições autori-
00

BACEN, para fiscalizar a entrada e a saída de recursos zadas pelo Banco Central do Brasil a operar no merca-
-0

do Brasil para o exterior e vice-versa, trazendo vários do de câmbio.


benefícios aos processos de exportação e importação,
os

quais sejam: O que é Posição de Câmbio Comprada?


nt
Sa

z Harmonização de conceitos e uniformização de A posição de câmbio comprada é o saldo em moe-


os

códigos dos processos; da estrangeira registrado em nome de uma instituição


id

z Ampliação de pontos de atendimento; autorizada que tenha efetuado compras, prontas ou


ol

z Eliminação de coexistências de controles e siste- para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu-
ic

mas paralelos de coleta de dados; los e documentos que as representem e de ouro-ins-


N

z Diminuição, simplificação e padronização de do- trumento cambial em valores superiores às vendas.


io

cumentos;
ric

z Agilidade nos processos e diminuição dos custos O que é Posição de Câmbio Vendida?
au

administrativos.
M

A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda


O SISCOMEX é um sistema e, como tal, é neces- estrangeira registrado em nome de uma instituição
sário que as pessoas se cadastrem nele para operar. autorizada que tenha efetuado vendas, prontas ou
Existem 4 (quatro) tipos de cadastros para o seu aces- para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu-
so. Vejamos: los e documentos que as representem e de ouro-ins-
trumento cambial em valores superiores às compras.
z Habilitação ordinária: destinada à pessoa jurí-
dica que atue habitualmente no comércio exte- O que é Prêmio de Risco?
rior. Nesta modalidade, a empresa está sujeita ao
acompanhamento da Receita Federal com base Para melhor explicar isso, retomaremos alguns
na análise prévia da sua capacidade econômica e conceitos já estudados.
financeira; Sabemos que a taxa de câmbio é livremente
pactuada entre os agentes autorizados a operar no
Obs.: essa é a modalidade mais completa de habi- mercado de câmbio ou entre estes e seus clientes,
litação, a qual permite aos operadores realizar qual- podendo as operações de câmbio ser contratadas para
206 quer tipo de operação. Quando o volume de suas liquidação pronta ou futura. Neste sentido, temos a
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possibilidade de realizar operações com vencimento TED
futuro, ou seja, a operação só será finalizada em uma
data previamente acordada entre as partes. A Transferência Eletrônica Disponível (TED) é a
Ocorre que, no caso de operações interbancárias, forma mais segura e moderna de fazer transferência
a termo (contrato), as partes devem observar que, nas de recursos entre bancos, pois a TED é operada atra-
operações para liquidação pronta ou futura, a taxa de vés de um sistema que liquida as operações em tempo
câmbio deve refletir exclusivamente o preço da moe- real, ou seja, a TED é a conhecida transferência que
da negociada para a data da contratação da operação “cai na hora”.
de câmbio, sendo facultada a pactuação de prêmio Vale destacar que esse “cai na hora” não é exata-
ou bonificação nas operações para liquidação futura. mente na mesma hora, pois uma TED pode demorar
Esse prêmio a que o Banco Central se refere no Capí- até 1 hora e 30 minutos para ser creditada na conta
tulo 1, da série “Regulamento do Mercado de Câmbio do destinatário no outro banco, e caso não aconteça
e Capitais Internacionais”, é o Prêmio de Risco. Ele neste intervalo de tempo, o banco central notifica o
nada mais é que um viés (uma tendência) entre a taxa banco emissor da TED, que fica na responsabilidade
de câmbio no mercado futuro e a esperança do câm- de devolve o recurso para a conta do cliente emitente.
bio no futuro.
Por fim, vale lembrar que podemos analisar o Prê-
mio de Risco, comparando a paridade coberta dos Importante!
juros à paridade descoberta destes.
Nenhum banco é obrigado a oferecer o serviço
de TED, mas caso haja essa oferta, deve garantir
ao cliente emissor da TED que o valor chegará na
DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES conta do destinatário em até 1 hora e 30 minutos,
NO MERCADO INTERBANCÁRIO caso contrário, o emissor receberá uma notifica-
ção de impossibilidade e o valor será devolvido
TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE FUNDOS em sua conta.

Há um tipo bastante comum de prestação de ser-


viços bancários que é o de realizar transferências Transferências TED são mais seguras, pois como o
eletrônicas de fundos. Estas transferências podem sistema de liquidação é em tempo real (LBTR – Liqui-
ocorrer entre contas da própria instituição financeira dação Bruta em Tempo Real), o banco emissor somen-
ou entre contas de diferentes instituições. te poderá emitir a TED para o destinatário caso possua
Quando a transferência ocorre entre contas da fundos disponíveis para enviar.

9
mesma instituição financeira, ou banco, chamamos

-3
TEC

40
de Transferência Eletrônica de Valores (TEV), pois
os recursos não saem da instituição, apenas saem de
.5
33
uma conta para outra, não fazendo uso do sistema de A Transferência Eletrônica de Créditos (TEC) foi
.6

pagamentos brasileiro. criada e aperfeiçoada para ser a forma como os ban-


00

Se a transferência envolve contas de diferentes cos fazem transferências de compromissos agendados


-0

bancos, neste caso há a necessidade de utilizar o sis- entre si, como por exemplo, pagamento de folha de
tema de pagamentos brasileiro. Este é um sistema ele- salário dos empregados de uma empresa.
os

trônico criado e administrado pelo Banco Central do Quando a empresa tem convênio com um banco e
nt

Brasil, conforme consta na Lei n° 10.214, de 2001, para o empregado faz a portabilidade de seu salário para
Sa

que haja uma interligação mais segura para os clien- uma conta em outra instituição, ficaria oneroso para
os

tes, entre as diferentes instituições financeiras. o empregado fazer o pagamento mensal de uma tarifa
id

É através desta segurança que os clientes conse- realizando um DOC e ou uma TED. Para evitar este tipo
ol

guem transitar seus recursos de um banco para outro de morosidade e gastos a mais, os bancos utilizam-se
ic

sem correr grandes riscos, como por exemplo, de não da TEC, pois com ela, o custo das transferências de cré-
N

ter seu dinheiro enviado pelo banco de origem por fal- dito é diluído, de forma a possibilitar a portabilidade
io

ta de recursos. do salário sem ônus para o empregado da empresa.


ric

Existem, hoje, 4 formas de se transferir recursos Atualmente a principal forma de transferências


au

entre bancos utilizando o SPB (Sistema de Pagamen- entre contas do mesmo banco ou de diferentes bancos
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

tos Brasileiro). Veremos um pouco sobre cada um é através do PIX (pagamento instantâneo), que será
deles a seguir. visto posteriormente.

DOC ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS

O Documento de Ordem de Crédito (DOC), é um Um serviço encontrado com bastante frequência


método de envio de recursos entre bancos que leva 24 nas instituições financeiras é o serviço de arrecada-
horas para ser compensado, ou seja, para ser proces- ções de tributos e tarifas públicas, ele é composto de
sado e creditado na conta do destinatário. convênios criados entre uma ou várias instituições e
Este método de transferência tem sido desencora- um ou vários órgãos públicos a fim de que os boletos
jado pelo Banco Central do Brasil (BACEN), pelo fato gerados por estes órgãos sejam recebidos por uma ou
de acarretar o risco de o banco emissor do DOC não mais dessas instituições financeiras.
possuir recursos no fim do dia para honrar o com- Alguns impostos e tributos podem ter sua arreca-
promisso, pois para haver liquidação dessa operação dação restringida a uma instituição se, por conveniên-
no fim do dia, depende que o banco emissor possua cia do poder público, um acordo para exclusividade
recursos disponíveis para tanto. de arrecadação for fechado. 207
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Temos como exemplo de arrecadação centraliza- gerente te orientou da seguinte forma: “você pode
da, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), investir o seu capital agora, no início de 2023, em
que é arrecadado exclusivamente pela Caixa Econô- um título com vencimento de 10 anos para recupe-
mica ou os DARF (Documentos de Arrecadação Fiscal) rar o capital investido em 2033, com juros. Outra
que são centralizados pelo Banco do Brasil. alternativa é investir o seu capital de R$ 10.000,00
É importante compreender que arrecadar e cen- em títulos de curto prazo. Nesse caso, você aplicará
tralizar podem ter significados diferentes, pois a cen- o capital em um título com vencimento de um ano
tralização do FGTS na Caixa está prevista na Lei n° em 2023 e receberá o pagamento com juros em
8.036, de 1990, que regulamenta o FGTS, já quanto ao 2024. Você repetirá o mesmo processo até chegar
Banco do Brasil, centraliza os DARF porque é o centra- no ano de 2033. Na segunda situação, você se expo-
lizador do caixa do Governo Federal e o documento é rá a menos riscos”.
para arrecadação de tributos federais.
Percebe-se, a partir do exemplo, que as duas
DEPÓSITO INTERFINANCEIRO opções fazem o dinheiro ser transferido de 2023 para
2033 – e suas rentabilidades não são muito diferentes.
Negociado exclusivamente entre instituições Entretanto, precisamos ficar atentos com relação ao
financeiras, o Depósito Interfinanceiro (DI) é um títu- risco sob o qual o cliente ficará exposto, pois, confor-
lo privado de Renda Fixa que auxilia no fechamento me o exemplo, na taxa longa, há mais riscos do que na
de caixa dos bancos, como instrumento de captação taxa curta. Observação: a taxa longa também depende
de recursos ou de aplicação de recursos excedentes. de todas as taxas curtas anuais ao longo dos dez anos.
Não é permitida a venda de Depósito Interfinanceiro a
outros investidores, assim como não há incidência de CURVA DE JUROS
impostos sobre a rentabilidade. Os títulos têm elevada
liquidez e embutem um baixíssimo risco, normalmen-
Também conhecida como Yield Curve, Curva de
te associado à solidez dos bancos que participam do
Rendimentos ou Curva a Termo, a Curva de Juros é a
mercado.
disposição das taxas negociadas pelo seu vencimen-
Essas negociações geram uma Taxa TI, sobre isso
to ao longo de um gráfico. Ela representa a projeção
veja:
de como os juros poderão se comportar até uma data
estipulada levando em consideração as condições do
As negociações entre os bancos geram a Taxa DI,
referência para a maior parte dos títulos de renda mercado atual.
fixa ofertados ao investidor. É hoje o principal ben- Podemos dizer, ainda, que, no Brasil, a curva de
chmark do mercado. A Taxa DI é obtida ao se cal- juros é a expectativa da Taxa SELIC (que é a taxa

9
básica de juros da economia) para os próximos anos.

-3
cular a média ponderada das taxas das transações

40
prefixadas, extragrupo e com prazo de um dia efe- E qual a relação da curva de juros com as taxas de
tuadas na B3 entre instituições financeiras. Como juros de curto e longo prazo?
.5
33
a taxa para o prazo de um dia é muito pequena, Primeiramente, é importante salientar que os
convencionou-se divulgá-la de forma anualizada.
.6

juros estão ligados ao custo do empréstimo do dinhei-


00

Essas transações são fechadas por meio eletrônico ro e que isso é uma maneira de remunerar o risco de
e registradas na B3.2
-0

inadimplência/calote. Então, fica claro que o forne-


cedor de crédito vai sempre elevar os juros quando
os

Além do DI tradicional, fontes registram diversas o prazo de empréstimo for muito longo. Isso precisa
nt

modalidades do ativo, como Depósito Interfinanceiro acontecer, pois é difícil saber como estará a situação
Sa

vinculado a Micro finanças – DIM, Depósito Interfi- do devedor no longo prazo.


os

nanceiro Rural – DIR, e Depósito Interfinanceiro Imo- Quando se trata de um empréstimo a curto prazo,
biliário – DII.
id

entretanto, os juros tendem a diminuir, uma vez que o


ol

risco de inadimplência é menor. Dentro desse contex-


ic

to, entra a curva de juros, pois é possível, ao analisar o


N

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E gráfico, tomar certa decisão de investimento olhando
io

A CURVA DE JUROS para a projeção da curva na relação entre os juros de


ric

curto prazo e os juros de longo prazo.


au

TAXA DE JUROS DE CURTO PRAZO Sobre a curva de juros, é importante sabermos


M

que:
As Taxas de Juros de Curto Prazo são aquelas
operações financeiras que maturam (prazo para o z A inclinação da curva de juros nos dá ideia das
pagamento) rapidamente. mudanças futuras nas taxas de juros;
Dito isso, podemos pensar: mas qual é o prazo z Geralmente, a curva de rendimento cresce em fun-
definido para uma Taxa de Juros de Curto Prazo? Não ção do tempo;
há como defini-lo com precisão, pois este depende do z Os juros são maiores quando os prazos são maio-
investimento que se pretende fazer. res, pois você está mais exposto ao risco.
Observe o seguinte exemplo:
Ademais, quando falamos de Curva de Juros,
z Imagine que você foi ao banco pedir orientações lembre-se de que, ao comprar títulos públicos, você
sobre qual é a melhor maneira de investir R$ vai emprestar dinheiro para o governo Vejamos um
10.000,00 em títulos públicos. Nessa situação, seu exemplo:
2 B3. Captação Bancária. Depósito Interfinanceiro. Disponível em: https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/registro/renda-fixa-e-va-
208 lores-mobiliarios/deposito-interfinanceiro.htm. Acesso em: 24 nov. 2022.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Imagine que você pretende fazer um investimen- De forma resumida, qualquer empréstimo ou
to comprando títulos públicos e, ao analisar as financiamento que você fizer será impactado pela
opções de títulos disponíveis, percebe que tem taxa SELIC, seja com taxa de juros de curto prazo ou
várias opções de vencimentos: juros de longo prazo.

„ 6 meses, pagando o equivalente a 5,88% ao ano;


„ 12 meses, pagando o equivalente a 6,85% ao ano;
„ 24 meses, pagando o equivalente a 7,82% ao ano; TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS
„ 36 meses, pagando o equivalente a 8,23% ao ano;
„ 48 meses, pagando o equivalente a 8,49% ao ano; NOMINAL OU APARENTE
„ 60 meses, pagando o equivalente a 8,69% ao ano.
As Taxas Aparentes, também chamadas de taxas
Agora você consegue entender o motivo pelo qual nominais, são aquelas divulgadas pelo mercado. Ima-
os juros são maiores quando os prazos são maiores? gine uma propaganda sobre uma aplicação financei-
O risco é maior, a inflação, em 60 meses, muito prova- ra a respeito de um CDB com prazo de aplicação de 2
velmente será bem maior do que em 6 meses. anos e rendimento de 10% ao bimestre, capitalizados
Se colocarmos os prazos do nosso exemplo em um mensalmente. Esse período corresponde à taxa apa-
gráfico, teremos a seguinte curva de juros: rente ou nominal. Note que se trata de uma taxa de
juros na qual a unidade de tempo da taxa (ao bimes-
juros tre) não coincide com a unidade de tempo do perío-
(%a.a) do de capitalização (mensal).
8,69
8,49
8,23
Importante!
7,82
Nas fórmulas matemáticas de Juros Compostos,
6,85 não se pode utilizar a Taxa Nominal ou Aparente.

5,58
Selic Matematicamente falando:

Taxa de Juros Nominal = Juros Reais + Inflação.


0 6 12 24 36 48 60 prazo

9
(meses)

-3
Observação: é por isso que, quando a inflação está

40
muita alta, a Taxa de Juros Nominal fica mais alta e
Dica vice-versa. .5
33
A linha traça os rendimentos de títulos com qua-
.6

REAL
00

lidade de crédito igual, mas com datas de venci-


-0

mentos diferentes (como no exemplo do tópico


A Taxa Real representa a remuneração do capital
acima). Esta é uma característica fundamental
os

em unidades de poder aquisitivo, isto é, ela represen-


do gráfico da Curva de Juros.
nt

ta as taxas que despontam após ser efetuado o des-


Sa

conto da inflação.
Atenção: a taxa SELIC determina o piso dos juros Para calcular a Taxa real, pegamos a Taxa Nominal
os

de curtíssimo prazo e, com isso, é capaz de influenciar e descontamos a inflação. Ora, se a taxa de inflação for
id

os juros de longo prazo. Vale lembrar que ela é deter- positiva e descontarmos esse valor da Taxa Nominal,
ol

minada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Mone- certamente, iremos encontrar um valor menor que
ic

tária (Copom). Além disso, é importante sabermos que


N

esta última. Este valor menor é a taxa real.


a taxa SELIC:
io

Para calcular a taxa real, usamos a fórmula:


ric

z É a principal ferramenta para controlar a inflação,


au

(1 + ia) = (1 + ir) + (1 + ii)


seguindo seu objetivo;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

z É a base para todas as demais taxas de juros da Na qual:


economia brasileira e para os rendimentos dos
principais investimentos, como diversos ativos de z ia = taxa aparente;
renda fixa. z ir = taxa real;
z ii = inflação.
Lembre-se, ainda, de que taxa SELIC alta reflete um
cenário de inflação alta, uma vez que o objetivo das Exemplo prático: Após 12 (doze) meses, um inves-
taxas altas é desaquecer a economia. Além disso, impac- tidor teve 25% de rendimento. Sabendo que, nesse
ta no valor da nossa taxa de câmbio, o que atrai mais período, a inflação foi de 7%, calcule a taxa real do
investimentos internacionais em busca de retorno. investimento.
Por outro lado, quando há queda na Taxa SELIC, o Assim:
objetivo principal é aquecer a economia barateando cré- (1 + 0,25) = (1 + ir) · (1 + 0,07)
ditos e reduzindo a cultura de investimentos (os retor-
(1 + ir) = 1,25/1,07
nos serão menores). O consumo e a produção acabam
sendo incentivados quando a SELIC está em baixa. ir = 1,17 – 1 209
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ir = 0,17 As perdas com a inadimplência são um dos prin-
cipais elementos na formação do custo do crédito.
ir = 17%
Quanto maior a inadimplência de uma determinada
linha de crédito, maior será a taxa de juros cobrada
Perceba que a taxa real reflete, com maior preci-
pela instituição financeira de seus clientes.
são, o ganho real de um investimento, pois considera
a perda com a desvalorização causada pela inflação Porém, diversos fatores podem potencializar ou
do período. mitigar o efeito da inadimplência sobre o custo do
crédito; entre eles, a existência de garantias ofereci-
das pelo tomador de crédito. As garantias estão dire-
Dica
tamente relacionadas à capacidade das instituições
A Taxa real, em uma economia inflacionária, é financeiras de recuperar a dívida não paga.
menor que a Taxa aparente. Já em uma econo- Entretanto, para o devedor (aquele que toma
mia deflacionária, isto é, com inflação negativa recursos emprestados) também há vantagens. Ofere-
(< 0), a Taxa real de Juros é sempre maior que a cer uma garantia facilita o acesso ao crédito e torna
Taxa aparente. esse crédito mais barato.
Quantas vezes você já viu reportagens sobre as
absurdas taxas de juros cobradas pelos bancos? Diver-
sas, com certeza. E quais são sempre os exemplos cita-
dos? Certamente, os juros do cartão de crédito e os
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO juros do cheque especial. Eis que o motivo principal
NACIONAL é o fato de que nessas operações não há garantias.
Por mais que também sejam altos, os juros do
AVAL, FIANÇA, PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO financiamento da casa própria ou do financiamento
FIDUCIÁRIA, HIPOTECA; FIANÇAS BANCÁRIAS de veículos, por exemplo, são muito menores.
O Banco Central lança regularmente um documen-
O Papel das Garantias to chamado “Relatório de Economia Bancária”. No
relatório lançado em meados de 2019, relativo ao ano
Pode-se dizer, de maneira direta, que as garantias têm de 2018, o Bacen analisou, dentre outros assuntos, a
por objetivo dar maior segurança, maior proteção, relação entre garantias e taxas de juros das operações
às operações de crédito. A garantia é, portanto, algo de crédito a pessoas físicas.
acessório à obrigação principal, que é a obrigação de Foram encontradas evidências de que operações
pagar do devedor. de crédito com garantias têm taxas de juros significati-

9
Em regra, como toda garantia é acessória a uma

-3
vamente menores. Adicionalmente, observou-se que,
obrigação principal, com a extinção da obrigação

40
quanto maior a qualidade da garantia fornecida pelo
principal (ou seja, com o pagamento da dívida), a
.5
tomador de crédito, menor a taxa de juros cobrada.
33
garantia também se extingue, deixa de existir.
Aparentemente, pode parecer que essa “seguran-
.6

Fonte: site do Banco Central.


00

ça” dada pela garantia, na realidade, só é vantajosa


-0

para quem empresta. Para os tomadores de recursos, Para melhor compreensão do tema, é interessante
a exigência de garantia muitas vezes soa como uma diferenciar as garantias pessoais ou fidejussórias das
os

dificuldade a mais na obtenção de crédito. Entretan- garantias reais.


nt

to, observando atentamente, você perceberá que a


Sa

existência de uma garantia é vantajosa para ambos os Garantias Pessoais ou Fidejussórias X Garantias
os

lados da operação. Reais


id

Não há dúvidas de que para o credor (aquele que


empresta recursos), a garantia significa uma maior
ol

A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia


ic

probabilidade de receber aquilo que lhe é devido. Afi-


dada por uma terceira pessoa, que se responsabiliza
N

nal, a garantia ofertada pelo cliente em uma operação


pela obrigação de honrar o compromisso estabelecido
io

reduz o chamado risco de crédito.


caso o devedor deixe de cumpri-lo. Ou seja, um ter-
ric

De acordo a Resolução CMN nº 4.557, de 2017, defi-


ceiro — que não está na relação principal entre cre-
au

ne-se o risco de crédito como a possibilidade de ocor-


dor e devedor — assume a responsabilidade pelo
M

rência de perdas associadas a:


pagamento da dívida caso o devedor principal fique
Art. 21 [...] inadimplente.
I - não cumprimento pela contraparte de suas obri- É uma garantia baseada na confiança que mere-
gações nos termos pactuados; ce o garantidor — em seu caráter, sua honradez, sua
II - desvalorização, redução de remunerações “boa fama”, e, logicamente, na sua capacidade de hon-
e ganhos esperados em instrumento financeiro rar o compromisso caso o devedor não honre. O Direi-
decorrentes da deterioração da qualidade credití-
to prevê dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o
cia da contraparte, do interveniente ou do instru-
mento mitigador; aval.
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o
IV - custos de recuperação de exposições caracteri- direito de se fazer pagar pelo valor ou pelos rendi-
zadas como ativos problemáticos. mentos de certos e determinados bens, móveis ou
imóveis, do próprio devedor ou de terceiros.
Em resumo, o risco de crédito é o risco que a ins- Nosso edital cobra três modalidades de garantia
tituição financeira tem de não receber, de que seu real: a hipoteca, o penhor mercantil e a alienação
210 cliente fique inadimplente. fiduciária. A seguir, detalharemos cada um deles.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Relatório de Economia Bancária 2018
Garantias e diferenças nas taxas de juros de crédito

Modalidades Crédito pessoal Crédito pessoal


Rotativas não consignado não consignado Consignado Veículos Imobiliário
sem garantia com garantia
Medidas mensais do periodo
entre jan/16 e dez/18
**Taxas de juros anuais
Operação com garantia
(crédito imobiliário e
financeiro de veículos)
possuem taxas de juros
menores

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0

Fiança
os

A fiança é uma garantia fidejussória firmada por contrato em que uma ou mais pessoas se obrigam, perante
nt

o credor, a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra. Ela representa uma forma de garantia que
Sa

poderá efetivar-se mediante a entrega de bens móveis ou imóveis.


os

Há dois contratos: o principal, entre o devedor e o credor, e um acessório, entre o fiador e o devedor
id

(afiançado).
ol

A fiança é formal, e deve sempre ser dada por escrito, não admitindo interpretação extensiva (além do estabe-
ic

lecido expressamente no contrato). O contrato definirá claramente as condições da fiança. Isso quer dizer que não
N

se admite a fiança verbal, e que a fiança deverá ser interpretada restritivamente. Surgindo alguma dúvida, deve-
io

-se interpretar a questão favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
ric

Porém, em contratos bancários com renovação periódica e automática, a fiança também é prorrogada, mesmo
au

sem autorização expressa do fiador, desde que a prorrogação esteja prevista em cláusula contratual.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

São três os personagens na fiança:

z Fiador: aquele que presta a fiança, que se obriga a satisfazer a obrigação caso o devedor não o faça;
z Afiançado: o devedor principal;
z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito de crédito.

A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou seja, o fiador só está obrigado no caso do afiançado (devedor prin-
cipal) não cumprir a obrigação. É uma garantia que somente pode ser estipulada em contratos. Não há fiança em títulos
de crédito.
Vejamos os principais artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) a respeito da fiança:

Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este
não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se
fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor. 211
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito
todos os acessórios da dívida principal, inclusive as de crédito.
despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da O aval pode ser lançado no próprio título ou em
obrigação principal e contraída em condições menos
folha de alongamento (pedaço de papel anexado ao
onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for
mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da título de crédito). A simples assinatura no título é sufi-
obrigação afiançada. ciente para configurar o aval.
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de O aval é uma garantia solidária, ou seja, o avalis-
fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapa- ta é coobrigado. De acordo com o art. 899, do Código
cidade pessoal do devedor. Civil, o avalista equipara-se àquele cujo nome indi-
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo car, ou seja, o avalista se obriga no mesmo nível do
não abrange o caso de mútuo feito a menor. avalizado.
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador,
A responsabilidade do avalista é tamanha que ele
o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for
responde pela obrigação que garantiu em pé de igual-
pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha
de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para dade com o devedor principal, sendo facultado ao cre-
cumprir a obrigação. dor exigir, simultaneamente, do devedor e do avalista
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, o pagamento da obrigação vencida. O avalista pode,
poderá o credor exigir que seja substituído. [...] inclusive, ser acionado para pagar antes do avalizado,
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará o devedor principal.
desobrigado: A obrigação do avalista é independente da obriga-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder mora- ção do avalizado. Diz-se que o aval é autônomo. A
tória ao devedor;
obrigação do avalista é mantida, ainda que a obriga-
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação
nos seus direitos e preferências; ção que ele garantiu seja nula.
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar ami- O aval em branco ocorre quando há a simples
gavelmente do devedor objeto diverso do que este era assinatura do avalista no título, sem especificar
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo quem é o avalizado. O aval em preto ocorre quando
por evicção. [...] feito, declarando o nome do avalizado. No caso de
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum aval prestado por pessoas físicas casadas, é neces-
dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto sária a autorização do cônjuge, exceto no regime de
no regime da separação absoluta: [...]
separação absoluta de bens.
III - prestar fiança ou aval.
O avalista possui o chamado direito de regresso.

9
Deste modo, caso ele pague a obrigação, poderá, pos-

-3
Aval
teriormente, cobrá-la do avalizado.

40
Por fim, cabe destacar que o aval pode ser dado
O aval é uma garantia pessoal de pagamento, for-
.5
33
mal e solidária, dada por um terceiro, o avalista. mesmo após o vencimento do título de crédito, pois,
desde que seja antes do protesto do título, ainda
.6

Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em


00

um título de crédito, responsabilizando-se pelo seu assim, será válido.


-0

pagamento, solidariamente com o devedor ou com Vejamos os artigos do Código Civil (Lei nº 10.406,
qualquer outro coobrigado (endossante ou até mes- de 2002) sobre o aval:
os

mo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física


nt

ou jurídica, garante o pagamento de um título de Art. 897 O pagamento de título de crédito, que con-
Sa

crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado. tenha obrigação de pagar soma determinada, pode
os

Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso, ser garantido por aval.
id

todos são solidários com o avalizado no cumprimen- Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
ol

to da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalis- Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anver-
ic

ta, o pagamento da obrigação por um deles libera os so do próprio título.


N

demais da obrigação. § 1° Para a validade do aval, dado no anverso do


io

O aval é uma garantia específica dos títulos cam- título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
ric

biais (aqueles passíveis de transferência para outras § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
au

pessoas), que se aplica exclusivamente a títulos de Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome
M

crédito. indicar; na falta de indicação, ao emitente ou deve-


Estamos falando, basicamente, de cheques, letras dor final.
de câmbio, notas promissórias e duplicatas. § 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regres-
so contra o seu avalizado e demais coobrigados
Dica anteriores.
§ 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda
Duplicata: Título de crédito em que o comprador que nula a obrigação daquele a quem se equipara,
se obriga a pagar dentro do prazo estipulado o a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
valor contido na fatura. Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os
mesmos efeitos do anteriormente dado. [...]
Tem-se, portanto, três personagens na relação de Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648,
aval: nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
outro, exceto no regime da separação absoluta: [...]
z Avalista: aquele que presta o aval; III - prestar fiança ou aval.
z Avalizado: aquele que recebe o aval, o devedor
212 principal;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Hipoteca No penhor mercantil, temos dois personagens:

A hipoteca é uma garantia real que recai, geral- z Devedor;


mente, sobre imóveis de propriedade do devedor z Credor pignoratício, beneficiário da garantia.
ou de terceiros. No entanto, bens móveis de grande
valor também podem ser objeto de hipoteca, como Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
máquinas agrícolas, aeronaves, navios etc. I - à posse da coisa empenhada;
Assim como na alienação fiduciária, que será vista II - à retenção dela, até que o indenizem das des-
mais adiante, a posse do bem móvel ou imóvel hipo- pesas devidamente justificadas, que tiver feito, não
tecado permanece com o devedor. Por outro lado, na sendo ocasionadas por culpa sua;
hipoteca, não há a transferência da propriedade do III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofri-
bem ao credor. O devedor retém o bem, apenas gra- do por vício da coisa empenhada;
IV - a promover a execução judicial, ou a venda ami-
vando-o para garantia de uma obrigação, permane-
gável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou
cendo, portanto, com o direito de aliená-lo (vendê-lo),
lhe autorizar o devedor mediante procuração;
ou mesmo de ofertá-lo como garantia ao pagamento V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada
de outra dívida sua ou de terceiros. que se encontra em seu poder;
Trata-se de uma garantia que abrange todas as VI - a promover a venda antecipada, mediante pré-
acessões (os aumentos), melhoramentos ou constru- via autorização judicial, sempre que haja receio
ções do imóvel. O credor não a perde, caso o bem seja fundado de que a coisa empenhada se perca ou
alienado. Para o credor, a hipoteca consiste em um deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono
direito real em coisa alheia. da coisa empenhada pode impedir a venda anteci-
A hipoteca deve ser registrada no Cartório de pada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia
Registro de Imóveis do município em que se localiza o real idônea.
imóvel hipotecado. No caso de bens móveis, o registro
deve ser feito nos órgãos competentes (Registro Aero- O credor não pode ser constrangido (obrigado) a
náutico, Registro de Propriedade Marítima etc.) devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes
O credor é chamado de credor hipotecário e o de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requeri-
devedor, de devedor hipotecário. A hipoteca é feita mento do proprietário, determinar que seja vendida
mediante contrato acessório e formal. apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada,
É nula a cláusula que proíbe o proprietário de ven- suficiente para o pagamento do credor, conforme o
der imóvel hipotecado. No entanto, o contrato pode art. 1.434.
definir que vencerá o crédito hipotecário, caso o imó-
vel seja vendido. Art. 1.436 Extingue-se o penhor:

9
I - extinguindo-se a obrigação;

-3
O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra
II - perecendo a coisa;

40
hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do
III - renunciando o credor;
.5
mesmo ou de outro credor.
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
33
Salvo no caso de insolvência do devedor, o credor
de credor e de dono da coisa;
.6

da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá


V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
00

executar o imóvel antes de vencida a primeira.


venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por
-0

ele autorizada.
Penhor Mercantil
os

Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor


nt

depois de averbado o cancelamento do registro, à


O penhor mercantil, também chamado de
Sa

vista da respectiva prova.


penhor industrial, é a entrega de um bem móvel
os

para garantia de uma dívida. Podem ser objeto de Alienação Fiduciária


id

penhor máquinas, aparelhos, materiais, instrumen-


ol

tos, instalados e em funcionamento, com os acessó- A alienação fiduciária em garantia é o contrato


ic

rios ou sem eles; animais utilizados na indústria; sal e pelo qual o devedor (fiduciante), como garantia de
N

bens destinados à exploração das salinas; produtos de uma dívida, pactua a transferência da propriedade
io

suinocultura; animais destinados à industrialização fiduciária de bem móvel ou imóvel ao credor (fidu-
ric

de carnes e derivados; matérias-primas e produtos ciário) de acordo com cláusula resolutiva.


au

industrializados. A cláusula resolutiva pode ser expressa ou tácita


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, (não consta no contrato e, para se fazer valer, é neces-
mediante instrumento público ou particular, registra- sária interpelação judicial). Tem previsão no art. 475
do no Cartório de Registro de Imóveis da circunscri- do Código Civil.
ção onde estiverem situadas as coisas empenhadas.
O devedor não pode, sem o consentimento por Art. 475 A parte lesada pelo inadimplemento pode
escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou pedir a resolução (fim) do contrato, se não preferir
mudar-lhes a situação, nem delas dispor. exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer
O devedor que, anuindo o credor, alienar as coi- dos casos, indenização por perdas e danos.
sas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma
natureza, que ficarão sub-rogados no penhor. Para o credor, a propriedade fiduciária é um
Tem o credor direito a verificar o estado das coisas direito real em coisa própria. O devedor, no entanto,
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por permanece com a posse do bem. Ou seja, continua uti-
si ou por pessoa que credenciar. lizando e usufruindo do bem.
As coisas empenhadas continuam em poder do Cumprindo a obrigação, o devedor retoma a pro-
devedor, que as deve guardar e conservar. priedade do bem. Caso o devedor não honre a obriga-
ção, a posse do bem é transferida para o credor. 213
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A alienação fiduciária é comumente utilizada países que possuem regras mais permissivas e um
como garantia em financiamentos para aquisição sistema financeiro liberal. A colocação, primeira
de bens móveis, como veículos, por exemplo. No etapa do processo de lavagem de dinheiro, efetua-se
entanto, ela também pode ser utilizada em financia- por meio de depósitos, compra de instrumentos
mentos imobiliários (bens imóveis). negociáveis ou compra de bens. Para dificultar a
Os dois personagens da alienação fiduciária, portan- identificação da procedência do dinheiro, os crimi-
to, são: nosos aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais
dinâmicas, tais como o fracionamento dos valores
z Fiduciante (devedor); que transitam pelo sistema financeiro e a utilização
z Fiduciário (credor).
de estabelecimentos comerciais que, usualmente,
trabalham com dinheiro em espécie.
A alienação fiduciária em garantia não tem por
A ocultação, segunda etapa do processo de lava-
finalidade a transmissão da propriedade ou da pos-
gem de dinheiro, consiste em dificultar o rastrea-
se do bem ao credor, mas sim a constituição de uma
mento contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é
garantia contra a inadimplência do devedor. Por isso,
quebrar a cadeia de evidências ante à possibilidade da
é um contrato acessório.
realização de investigações sobre a origem do dinhei-
O credor, portanto, é o proprietário e possuidor indi-
ro. Os criminosos movimentam o numerário por
reto ou mediato do bem, enquanto o devedor fica com a
meio eletrônico e transferem os ativos para contas
posse direta ou imediata, sendo seu usuário e depositário.
A propriedade por parte do credor é limitada, somen- anônimas – preferencialmente, em países amparados
te sendo exercida para os fins previstos na lei, e é reso- por lei de sigilo bancário – ou realizam depósitos em
lúvel, pois retorna automaticamente para o devedor “contas-fantasmas”.
fiduciante no momento em que for cumprida integral- Os ativos são incorporados formalmente ao sis-
mente a obrigação. tema econômico na Integração, última etapa da lava-
gem de dinheiro. As organizações criminosas buscam
Fianças Bancárias investir em empreendimentos que facilitem suas
atividades – tais sociedades podem prestar serviços
A fiança bancária é um produto bancário disponibi- umas as outras. Uma vez formada a cadeia, torna-se
lizado a clientes que necessitam oferecer garantia para cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.
obrigações assumidas perante terceiros.
Através da fiança bancária, o banco emissor da carta Prevenção e Combate ao Crime de Lavagem de
de fiança garante as obrigações de seu cliente. O banco é, Dinheiro: Ação do Estado e Papel do Banco Central
portanto, o fiador, e o cliente, o afiançado.

9
A fiança bancária pode ser usada para: Nos anos 80, a prevenção da lavagem de dinheiro

-3
passou a ser considerada como uma estratégia prio-

40
z Obtenção de empréstimos e financiamentos; ritária para o combate ao crime organizado e, em
z Habilitação em concorrência pública; .5
especial, ao narcotráfico. Países e organizações inter-
33
z Locações; nacionais passaram a incentivar a adoção de medidas
.6

para inibir a proliferação desses crimes, firmando


00

z Adiantamento por encomenda de bens.


diversos acordos internacionais, notadamente após
-0

A grande vantagem da fiança bancária é a de não a Convenção de Viena, no âmbito das Nações Unidas,
os

comprometer o caixa ou os bens do cliente. em 1988. Essa Convenção, ratificada pelo Brasil por
nt

meio do Decreto nº 154, de 1991, teve como objetivo


Sa

promover a cooperação internacional no trato das


os

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO questões relacionadas ao tráfico de entorpecentes.


Em 1989, foi criado o Grupo de Ação Financeira
id

sobre Lavagem de Dinheiro (GAFI/FATF) no âmbito da


ol

CONCEITO E ETAPAS, PREVENÇÃO E COMBATE AO


Organização para a Cooperação e o Desenvolvimen-
ic

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO (PLD): LEI Nº


N

9.613, DE 1998, E SUAS ATUALIZAÇÕES to Econômico (OCDE), com a finalidade de examinar


io

medidas, desenvolver e promover políticas de comba-


ric

Conceito e Etapas te à lavagem de dinheiro. O Brasil passou a integrar


au

o GAFI/FATF, em 1999, como observador, tornando-se


M

Lavagem de Dinheiro é o conjunto de operações membro efetivo em 2000.


comerciais ou financeiras que buscam a incorpora- O GAFI/FATF publicou as 40 Recomendações para
ção, na economia de cada país, de modo transitório Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro. Poste-
ou permanente, de recursos, de bens e valores de riormente, após os atentados de 11 de setembro de
origem ilícita que se desenvolvem por meio de um 2001, foram acrescentadas outras nove Recomenda-
processo dinâmico constituído, teoricamente, de três ções voltadas para o combate ao financiamento do
fases independentes – colocação, ocultação e integra- terrorismo. Em 2012, foram revistas e consolidadas,
ção – que, com frequência, ocorrem simultaneamente. formando um conjunto único de 40 Recomendações
A Lei 9.613, de 3 de março de 1998, tipificou o crime de em substituição às anteriores (40 + 9).
Lavagem de Dinheiro como aquele em que se oculta Paralelamente, a constatação da necessidade de
ou dissimula a natureza, a origem, a localização, a dis- cooperação internacional e da criação de um fórum
posição, a movimentação ou a propriedade de bens, de ajuda mútua, com dados sobre operações suspei-
direitos e valores provenientes, direta ou indireta- tas disponíveis em uma rede de segurança máxima,
mente, de determinados crimes antecedentes. levou à criação do Grupo de Egmont, em 1995, que
Com o objetivo de ocultar a origem do numerá- congregou Unidades de Inteligência Financeira (UIFs)
214 rio, o criminoso procura movimentar o dinheiro em de vários países.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Lei nº 13.974, de 2020 – COAF z Manter atualizados os cadastros dos clientes;
z Manter controles internos, para verificar, além da
Na estrutura estatal brasileira de prevenção à adequada identificação do cliente, a compatibili-
lavagem de dinheiro, destaca-se o Conselho de Con- dade entre as correspondentes movimentações de
trole de Atividades Financeiras (COAF), unidade recursos, atividade econômica e capacidade finan-
de inteligência criada no âmbito do antigo Ministé- ceira dos usuários do sistema financeiro nacional;
rio da Fazenda pela Lei 9.613, de 1998 (alterada pelas z Manter registros de operações;
Leis nº 10.701, de 9 jul. 2003 e nº 12.683, de 9 jul. 2012), z Comunicar operações ou situações suspeitas ao
atual Ministério da Economia e com organização e Banco Central;
estrutura definidos pelo Decreto 9.663, de 2019. Trata- z Promover treinamento para seus empregados e
-se de um órgão de deliberação coletiva, integrado implementar procedimentos internos de controle
à estrutura do Banco Central do Brasil, cujo plená- para detecção de operações suspeitas.
rio é composto por representantes do Banco Central
do Brasil (BCB), da Comissão de Valores Mobiliários Neste quadro, a atuação do Banco Central, por sua
(CVM), da Superintendência de Seguros Privados Diretoria de Fiscalização, busca avaliar os controles
(SUSEP), da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional internos das instituições supervisionadas voltados
(PGFN), da Receita Federal do Brasil (RFB), da Agência para a prevenção de ilícitos financeiros, da lavagem
Brasileira de Inteligência (ABIN), do Departamento de de dinheiro e do financiamento do terrorismo, com o
Polícia Federal (DPF), do Ministério das Relações Exte- objetivo de verificar a adequação e a qualidade dos
riores (MRE), da Controladoria-Geral da União (CGU), procedimentos implementados com vistas a coibir a
do Ministério da Justiça e Segurança Pública e Supe- utilização do sistema financeiro para a prática desses
rintendência Nacional de Previdência Complementar. ilícitos, bem como assegurar a observância das leis e
A presidência do COAF é de dedicação exclusiva, regulamentos pelas instituições na execução de suas
não se admitindo qualquer acumulação, salvo as atividades.
constitucionalmente permitidas, sendo o Presidente Por fim, cabe destacar a Estratégia Nacional de
nomeado pelo Presidente da República. Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENC-
O Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores CLA), a qual foi criada em 2003, para suprir a falta de
Mobiliários, a Superintendência de Seguros Privados, articulação e de atuação estratégica coordenada do
o Departamento de Polícia Federal, a Agência Brasi- Estado no combate à lavagem de dinheiro, a inexis-
leira de Inteligência e os demais órgãos e entidades tência de programas de treinamento e capacitação de
públicas com atribuições de fiscalizar e regular as pes- agentes públicos, a dificuldade de acesso a bancos de
soas de que tratam os arts. 10 e 11, da Lei nº 9.613, de dados, como também a carência de padronização tec-

9
-3
1998, prestarão informações e colaboração necessá- nológica e a insuficiência de indicadores de eficiên-

40
rias ao cumprimento das atribuições do COAF. A troca cia. Além da articulação entre os órgãos envolvidos
.5
de informações sigilosas entre o Coaf e os órgãos refe- no combate a esses ilícitos, a ENCCLA define metas
33
ridos no caput implica transferência de responsabili- anuais, como também ações e recomendações para
.6

dade pela preservação do sigilo. a consecução dessas metas a serem realizadas pelos
00

membros da Estratégia.
-0

São competências do COAF:


os

Lei nº 9.613, de 1998


z Coordenar e propor mecanismos de cooperação e
nt
Sa

troca de informações que viabilizem ações rápidas Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem,
e eficientes na prevenção e no combate à oculta- localização, disposição, movimentação ou proprie-
os

ção ou à dissimulação de bens, direitos e valores; dade de bens, direitos ou valores provenientes, dire-
id

z Receber, examinar e identificar as ocorrências ta ou indiretamente, de infração penal. (Redação


ol

suspeitas de atividades ilícitas previstas na Lei; dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
ic

§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou


N

Aqui, é importante destacar que, quando uma ins- dissimular a utilização de bens, direitos ou valo-
io

res provenientes de infração penal: (Redação dada


ric

tituição financeira detecta uma suspeita, ela não pode


revelar para o cliente, mas deve informar ao COAF, pela Lei nº 12.683, de 2012)
au

para que ele tome as providências necessárias. I - os converte em ativos lícitos;


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe


em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta
z Disciplinar e aplicar penas administrativas a
ou transfere;
empresas ligadas a setores que não possuem órgão
III - importa ou exporta bens com valores não cor-
regulador ou fiscalizador próprio;
respondentes aos verdadeiros.
z Comunicar às autoridades competentes, para a § 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação
instauração dos procedimentos cabíveis quando dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
concluir, pela existência de fundados indícios, da I - utiliza, na atividade econômica ou financeira,
prática do crime de lavagem de dinheiro ou de bens, direitos ou valores provenientes de infração
qualquer outro crime. penal;
II - participa de grupo, associação ou escritório ten-
Como uma das autoridades administrativas encar- do conhecimento de que sua atividade principal ou
regadas de promover a aplicação da Lei n° 9.613, de secundária é dirigida à prática de crimes previstos
1998, o Banco Central editou normas, estabelecendo nesta Lei.
que as instituições financeiras e demais instituições
sob sua regulamentação devem: 215
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atente-se ao fato de que a tentativa, mesmo que societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei
falha, já configura crime de lavagem de dinheiro. nº 12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou
Art. 9º Sujeitam-se às obrigações às pessoas físicas outros ativos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de
eventual, como atividade principal ou acessória, poupança, investimento ou de valores mobiliários;
cumulativamente ou não: (Redação dada pela Lei (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
nº 12.683, de 2012) d) de criação, exploração ou gestão de sociedades
I - a captação, intermediação e aplicação de recur- de qualquer natureza, fundações, fundos fiduciá-
sos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou rios ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei nº
estrangeira; 12.683, de 2012)
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluí-
como ativo financeiro ou instrumento cambial; da pela Lei nº 12.683, de 2012)
III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação, f) de alienação ou aquisição de direitos sobre con-
negociação, intermediação ou administração de tratos relacionados a atividades desportivas ou
títulos ou valores mobiliários. artísticas profissionais; (Incluída pela Lei nº 12.683,
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obriga- de 2012)
ções: XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na pro-
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias moção, intermediação, comercialização, agencia-
ou futuros e os sistemas de negociação do mercado mento ou negociação de direitos de transferência
de balcão organizado; (Redação dada pela Lei nº de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos
12.683, de 2012) similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as XVI - as empresas de transporte e guarda de valo-
entidades de previdência complementar ou de res; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
capitalização; XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercia-
III - as administradoras de cartões de credencia- lizem bens de alto valor de origem rural ou animal
mento ou cartões de crédito, bem como as adminis- ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído
tradoras de consórcios para aquisição de bens ou pela Lei nº 12.683, de 2012)
serviços; XVIII - as dependências no exterior das entidades
IV - as administradoras ou empresas que se utili- mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz
zem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico,
no Brasil, relativamente a residentes no País.
magnético ou equivalente, que permita a transfe-
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
rência de fundos;
V - as empresas de arrendamento mercantil (lea-
sing) e as de fomento comercial (factoring); Atenção!

9
-3
VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinhei-

40
ro ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, z A simples tentativa de lavar dinheiro já configu-
ra crime, o qual está sujeito às penalidades do ato
.5
serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aqui- 33
sição, mediante sorteio ou método assemelhado; praticado;
.6

VII - as filiais ou representações de entes estrangei- z Quem ajudar de forma indireta e consciente, ou
00

ros que exerçam no Brasil qualquer das atividades seja, tendo plena ciência do ato, incorrerá na mes-
-0

listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; ma punição de quem praticou o ato ilícito de for-
VIII - as demais entidades cujo funcionamento ma direta;
os

dependa de autorização de órgão regulador dos z A pena de reclusão vai de 3 a 10 anos e a multa
nt

mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de


máxima será de até o dobro do valor lavado, consi-
Sa

seguros;
derando-se o teto de 20 milhões;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
os

estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, z O poder judiciário pode decretar o bloqueio pre-
id

dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por ventivo dos bens do acusado de lavagem de dinhei-
ol

qualquer forma representem interesses de ente ro apenas até o limite suficiente para reparar os
ic

estrangeiro que exerça qualquer das atividades danos causados.


N

referidas neste artigo;


io

X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam ativi- CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020, E
ric

dades de promoção imobiliária ou compra e venda de SUAS ATUALIZAÇÕES


au

imóveis; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)


M

XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercia- Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os pro-
lizem joias, pedras e metais preciosos, objetos de cedimentos e os controles internos a serem adota-
arte e antiguidades. dos pelas instituições autorizadas a funcionar pelo
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercia- Banco Central do Brasil visando à prevenção da
lizem bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem utilização do sistema financeiro para a prática dos
a sua comercialização ou exerçam atividades que crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos
envolvam grande volume de recursos em espécie; e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) de 1998, e de financiamento do terrorismo, previsto
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos; na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016.
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem,
mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, As instituições devem implementar e manter
consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamen- política formulada com base em princípios e diretri-
to ou assistência, de qualquer natureza, em opera- zes que busquem prevenir a sua utilização para as
ções: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) práticas de lavagem de dinheiro e de financiamen-
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimen- to do terrorismo.
216 tos comerciais ou industriais ou participações
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As instituições devem realizar avaliação interna Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral
com o objetivo de identificar e mensurar o risco da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da
de utilização de seus produtos e serviços na prá- República e os Procuradores-Gerais de Justiça dos
tica da lavagem de dinheiro e do financiamento do Estados e do Distrito Federal;
terrorismo. V - os membros do Tribunal de Contas da União, o
As instituições devem implementar procedimen- Procurador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do
Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da
tos destinados a conhecer seus clientes, incluindo
União;
procedimentos que assegurem a devida diligência na
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou
sua identificação, qualificação e classificação. equivalentes, de partidos políticos;
As instituições referidas no art. 1º devem adotar VII - os Governadores e os Secretários de Estado e
procedimentos de identificação que permitam verifi- do Distrito Federal, os Deputados Estaduais e Dis-
car e validar a identidade do cliente. tritais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades
Os procedimentos referidos devem incluir a obten- da administração pública indireta estadual e distri-
ção, a verificação e a validação da autenticidade de tal e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribu-
informações de identificação do cliente, inclusive, nais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes
se necessário, mediante confrontação dessas informa- dos Estados e do Distrito Federal; e
ções com as disponíveis em bancos de dados de cará- VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários
ter público e privado. Municipais, os presidentes, ou equivalentes, de enti-
Conforme o art. 16, § 2º, no processo de identifi- dades da administração pública indireta municipal
cação do cliente devem ser coletados, no mínimo: e os Presidentes de Tribunais de Contas ou equiva-
lentes dos Municípios.
§ 2º São também consideradas expostas politica-
z O nome completo, o endereço residencial e o
mente as pessoas que, no exterior, sejam:
número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas
I - chefes de estado ou de governo;
(CPF), no caso de pessoa natural; II - políticos de escalões superiores;
z A firma ou denominação social, o endereço da sede III - ocupantes de cargos governamentais de esca-
e o número de registro no Cadastro Nacional da lões superiores;
Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurídica. IV - oficiais-generais e membros de escalões supe-
riores do Poder Judiciário;
No caso de cliente (pessoa natural) residente no V - executivos de escalões superiores de empresas
exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma públicas; ou
definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, VI - dirigentes de partidos políticos.
admite-se a utilização de documento de viagem na for- § 3º São também consideradas pessoas expostas
ma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo, o país politicamente os dirigentes de escalões superiores

9
de entidades de direito internacional público ou

-3
emissor, o número e o tipo do documento (Art. 16, § 3º).

40
No caso de cliente (pessoa jurídica) com domicílio privado.
§ 4º No caso de clientes residentes no exterior, para
ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ,
.5
33
fins do disposto no caput, as instituições menciona-
na forma definida pela Secretaria da Receita Federal
das no art. 1º devem adotar pelo menos duas das
.6

do Brasil, as instituições devem coletar, no mínimo, o


00

seguintes providências:
nome da empresa, o endereço da sede e o número de I - solicitar declaração expressa do cliente a respei-
-0

identificação ou de registro da empresa no respectivo to da sua qualificação;


os

país de origem (Art. 16, § 4º). II - recorrer a informações públicas disponíveis; e


Segundo o art. 17, as informações constantes no
nt

III - consultar bases de dados públicas ou privadas


Sa

art. 16 devem ser mantidas atualizadas. sobre pessoas expostas politicamente.


§ 5º A condição de pessoa exposta politicamente
os

Art. 27 As instituições mencionadas no art. 1º deve ser aplicada pelos cinco anos seguintes à data
id

devem implementar procedimentos que permi- em que a pessoa deixou de se enquadrar nas cate-
ol

tam qualificar seus clientes como pessoa exposta gorias previstas nos §§ 1º, 2º, e 3º.
ic

politicamente. § 6º No caso de relação de negócio com cliente resi-


N

§ 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente: dente no exterior que também seja cliente de insti-
io

I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes tuição do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por
ric

Executivo e Legislativo da União; autoridade supervisora com a qual o Banco Central


au

II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da do Brasil mantenha convênio para troca de infor-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

União, de: mações, admite-se que as informações de qualifica-


a) Ministro de Estado ou equiparado; ção de pessoa exposta politicamente sejam obtidas
b) Natureza Especial ou equivalente; da instituição no exterior, desde que assegurado ao
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equiva- Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos
lentes, de entidades da administração pública indi- dados e procedimentos adotados.
reta; e
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores Do Registro de Operações
(DAS), nível 6, ou equivalente;
III - os membros do Conselho Nacional de Justi- Art. 28 As instituições referidas no art. 1º devem
ça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais manter registros de todas as operações realizadas,
Superiores, dos Tribunais Regionais Federais, dos produtos e serviços contratados, inclusive saques,
Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais depósitos, aportes, pagamentos, recebimentos e
Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Jus- transferências de recursos.
tiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal; § 1º Os registros referidos no caput devem conter,
IV - os membros do Conselho Nacional do Minis- no mínimo, as seguintes informações sobre cada
tério Público, o Procurador-Geral da Repúbli- operação:
ca, o Vice-Procurador-Geral da República, o I - tipo; 217
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - valor, quando aplicável; As instituições devem, de acordo com o art. 36,
III - data de realização; requerer dos sacadores clientes e não clientes solici-
IV - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ tação de provisionamento com, no mínimo, três dias
do titular e do beneficiário da operação, no caso de úteis de antecedência, das operações de saque, inclu-
pessoa residente ou sediada no País; sive as realizadas por meio de cheque ou ordem de
V - canal utilizado. pagamento, de valor igual ou superior a R$50.000,00
§ 2º No caso de operações envolvendo pessoa natu- (cinquenta mil reais).
ral residente no exterior desobrigada de inscrição
no CPF, na forma definida pela Secretaria da Recei- Da Comunicação de Operações e Situações
ta Federal do Brasil, as instituições devem incluir Suspeitas
no registro as seguintes informações:
I - nome; Art. 48 As instituições referidas no art. 1º devem
II - tipo e número do documento de viagem e respec- comunicar ao Coaf as operações ou situações sus-
tivo país emissor; e peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento do
III - organismo internacional de que seja represen- terrorismo.
tante para o exercício de funções específicas no § 1º A decisão de comunicação da operação ou
País, quando for o caso. situação ao Coaf deve:
§ 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurí- I - ser fundamentada com base nas informações
dica com domicílio ou sede no exterior desobrigada contidas no dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
de inscrição no CNPJ, na forma definida pela Secre- II - ser registrada de forma detalhada no dossiê
taria da Receita Federal do Brasil, as instituições mencionado no art. 43, § 2º; e
devem incluir no registro as seguintes informações: III - ocorrer até o final do prazo de análise referido
I - nome da empresa; no art. 43, § 1º.
§ 2º A comunicação da operação ou situação suspei-
ta ao Coaf deve ser realizada até o dia útil seguinte
Importante! ao da decisão de comunicação.
Art. 49 As instituições mencionadas no art. 1º
Art. 33 No caso de operações com utilização de devem comunicar ao Coaf:
recursos em espécie de valor individual supe- I - as operações de depósito ou aporte em espécie
rior a R$2.000,00 (dois mil reais), as instituições ou saque em espécie de valor igual ou superior a
referidas no art. 1º devem incluir no registro, R$50.000,00 (cinquenta mil reais);
II - as operações relativas a pagamentos, recebi-
além das informações previstas nos arts. 28 e
mentos e transferências de recursos, por meio de
30, o nome e o respectivo número de inscrição qualquer instrumento, contra pagamento em espé-
no CPF do portador dos recursos.

9
cie, de valor igual ou superior a R$50.000,00 (cin-

-3
quenta mil reais); e

40
III - a solicitação de provisionamento de saques em
No caso de operações de depósito ou aporte em
.5
espécie de valor igual ou superior a R$50.000,00
33
espécie de valor individual igual ou superior a (cinquenta mil reais) de que trata o art. 36.
.6

R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições Parágrafo único. A comunicação mencionada no


00

devem incluir no registro: caput deve ser realizada até o dia útil seguinte ao
-0

da ocorrência da operação ou do provisionamento.


os

z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF


Prazos de Guarda de Documentos
nt

ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário dos


Sa

recursos;
z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF Art. 67 As instituições referidas no art. 1º devem
os

do portador dos recursos; manter à disposição do Banco Central do Brasil e


id

z A origem dos recursos depositados ou aportados. conservar pelo período mínimo de dez anos:
ol

I - as informações coletadas nos procedimentos


ic

destinados a conhecer os clientes de que tratam os


Na hipótese de recusa do cliente ou do portador
N

arts. 13, 16 e 18, contado o prazo referido no caput


io

dos recursos em prestar a informação, a instituição a partir do primeiro dia do ano seguinte ao término
ric

deve registrar o fato e utilizar essa informação nos do relacionamento com o cliente;
procedimentos de monitoramento, seleção e análise
au

II - as informações coletadas nos procedimentos


(Art. 34, Parágrafo Único). destinados a conhecer os funcionários, parceiros e
M

Conforme o texto do art. 35, no caso de operações prestadores de serviços terceirizados de que trata o
de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque art. 56, contado o prazo referido no caput a partir
ou ordem de pagamento, de valor individual igual ou da data de encerramento da relação contratual;
superior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as insti- III - as informações e registros de que tratam os
tuições devem incluir no registro: arts. 28 a 37, contado o prazo referido no caput a
partir do primeiro dia do ano seguinte ao da reali-
zação da operação;
z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF
ou no CNPJ, conforme o caso, do destinatário dos
CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE
recursos;
2020, E SUAS ATUALIZAÇÕES
z O nome e o respectivo número de inscrição no CPF
do portador dos recursos; Art. 1º As operações ou as situações descritas a
z A finalidade do saque; seguir exemplificam a ocorrência de indícios de
z O número do protocolo. suspeita para fins dos procedimentos de monitora-
mento e seleção previstos na Circular nº 3.978, de
218 23 de janeiro de 2020:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - situações relacionadas com operações em à atividade econômica do cliente ou incompatibili-
espécie em moeda nacional com a utilização de dade com a sua capacidade financeira;
contas de depósitos ou de contas de pagamento: b) negociações de moeda estrangeira em espécie
a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provi- ou de cheques de viagem denominados em moeda
sionamento para saque ou qualquer outro instru- estrangeira, que não apresentem compatibilidade
mento de transferência de recursos em espécie, que com a natureza declarada da operação;
apresentem atipicidade em relação à atividade eco- c) negociações de moeda estrangeira em espécie
nômica do cliente ou incompatibilidade com a sua ou de cheques de viagem denominados em moe-
capacidade financeira; da estrangeira, realizadas por diferentes pessoas
b) movimentações em espécie realizadas por clien- naturais, não relacionadas entre si, que informem o
tes cujas atividades possuam como característica a mesmo endereço residencial, telefone de contato ou
utilização de outros instrumentos de transferência possuam o mesmo representante legal;
de recursos, tais como cheques, cartões de débito d) negociações envolvendo taxas de câmbio com
ou crédito; variação significativa em relação às praticadas
c) aumentos substanciais no volume de depósitos pelo mercado;
ou aportes em espécie de qualquer pessoa natural
e) negociações de moeda estrangeira em espécie
ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em que
envolvendo cédulas úmidas, malcheirosas, mofa-
tais depósitos ou aportes forem posteriormente
das, ou com aspecto de terem sido armazenadas em
transferidos, dentro de curto período de tempo, a
local impróprio, ou ainda que apresentem marcas,
destino não relacionado com o cliente;
símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em
d) fragmentação de depósitos ou outro instrumen-
maços desorganizados e não uniformes;
to de transferência de recurso em espécie, inclusive
boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou
total da movimentação; troca de grandes quantidades de cédulas de peque-
e) fragmentação de saques em espécie, a fim de bur- no valor, realizadas por pessoa natural ou jurídica,
lar limites regulatórios de reportes; cuja atividade ou negócio não tenha como caracte-
f) depósitos ou aportes de grandes valores em rística o recebimento desse tipo de recurso;
espécie, de forma parcelada, principalmente nos g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago
mesmos caixas ou terminais de autoatendimen- em valor não compatível com a capacidade finan-
to próximos, destinados a uma única conta ou a ceira, atividade ou perfil do cliente;
várias contas em municípios ou agências distintas; h) utilização de diversas fontes de recursos para
g) depósitos ou aportes em espécie em contas de carga e recarga de cartões prépagos;
clientes que exerçam atividade comercial relacio- i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas
nada com negociação de bens de luxo ou de alto imediatamente por saques em caixas eletrônicos;
valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos, III - situações relacionadas com a identifica-

9
-3
joias, automóveis ou aeronaves; ção e qualificação de clientes:

40
h) saques em espécie de conta que receba diversos a) resistência ao fornecimento de informações

.5
depósitos por transferência eletrônica de várias necessárias para o início de relacionamento ou
33
origens em curto período de tempo; para a atualização cadastral;
.6

i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmi- b) oferecimento de informação falsa;


00

das, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de que c) prestação de informação de difícil ou onerosa
-0

foram armazenadas em local impróprio ou ainda verificação;


que apresentem marcas, símbolos ou selos desco- d) abertura, movimentação de contas ou realiza-
os

nhecidos, empacotadas em maços desorganizados ção de operações por detentor de procuração ou de


nt

e não uniformes; qualquer outro tipo de mandato;


Sa

j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantida- e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos


des de cédulas de pequeno valor, por pessoa natu-
os

procedimentos de identificação e registro das ope-


ral ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha rações exigidos pela regulamentação vigente;
id

como característica recebimentos de grandes quan- f) cadastramento de várias contas em uma mesma
ol

tias de recursos em espécie; data, ou em curto período, com depósitos de valo-


ic

k) saques no período de cinco dias úteis em valores


N

res idênticos ou aproximados, ou com outros ele-


inferiores aos limites estabelecidos, de forma a dis-
io

mentos em comum, tais como origem dos recursos,


simular o valor total da operação e evitar comuni-
ric

titulares, procuradores, sócios, endereço, número


cações de operações em espécie;
de telefone, etc.;
au

l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mes-


g) operações em que não seja possível identificar
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

mo dia, com indícios de tentativa de burla para evi-


o beneficiário final, observados os procedimentos
tar a identificação do sacador;
definidos na regulamentação vigente;
m) dois ou mais depósitos em terminais de autoa-
tendimento em espécie, no período de cinco dias h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou
úteis, com indícios de tentativa de burla para evitar organizações pelos mesmos procuradores ou repre-
a identificação do depositante; sentantes legais, sem justificativa razoável para tal
n) depósitos em espécie relevantes em contas de ocorrência;
servidores públicos e de qualquer tipo de Pessoas i) informação de mesmo endereço residencial ou
Expostas Politicamente (PEP), conforme elencados comercial por pessoas naturais, sem demonstração
no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem como da existência de relação familiar ou comercial;
seu representante, familiar ou estreito colaborador; j) incompatibilidade da atividade econômica ou
II - situações relacionadas com operações em faturamento informados com o padrão apresenta-
espécie e cartões pré-pagos em moeda estran- do por clientes com o mesmo perfil;
geira e cheques de viagem: k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de
a) movimentações de moeda estrangeira em espécie Internet Protocol (IP) por diferentes pessoas jurí-
ou de cheques de viagem denominados em moeda dicas ou organizações, sem justificativa razoável
estrangeira, que apresentem atipicidade em relação para tal ocorrência; 219
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet o) pagamentos habituais a fornecedores ou benefi-
Protocol (IP) por pessoas naturais, sem justificativa ciários que não apresentem ligação com a ativida-
razoável para tal ocorrência; de ou ramo de negócio da pessoa jurídica;
m) informações e documentos apresentados pelo p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídi-
cliente conflitantes com as informações públicas ca para fornecedor distante de seu local de atua-
disponíveis; ção, sem fundamentação econômico-financeira;
n) sócios de empresas sem aparente capacidade q) depósitos de cheques endossados totalizando
financeira para o porte da atividade empresarial valores significativos;
declarada; r) existência de conta de depósitos à vista ou de con-
ta de pagamento de organizações sem fins lucrati-
Atenção! A negativa por parte do cliente de pres- vos cujos saldos ou movimentações financeiras não
tar informações sobre si, tais como renda, endereço apresentem fundamentação econômica ou legal ou
ou telefones, principalmente de contas movimenta- nas quais pareça não haver vinculação entre a ati-
vidade declarada da organização e as outras partes
das por procuradores, leva a suspeitas que devem
envolvidas nas transações;
ser averiguadas pelo gerente da conta e que podem
s) movimentação habitual de recursos financeiros
enquadrar o cliente na situação de dados cadastrais
de ou para qualquer tipo de PEP, conforme elenca-
de clientes. dos no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem
como seu representante, familiar ou estreito cola-
IV - Situações relacionadas com a movimentação borador, não justificada por eventos econômicos;
de contas de depósito e de contas de pagamento t) existência de contas em nome de menores ou
em moeda nacional, que digam respeito a: incapazes, cujos representantes realizem grande
a) movimentação de recursos incompatível com o número de operações e/ou operações de valores
patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação relevantes;
profissional e a capacidade financeira do cliente; u) transações significativas e incomuns por meio de
b) transferências de valores arredondados na uni- contas de depósitos ou de contas de pagamento de
dade de milhar ou que estejam um pouco abaixo do investidores não residentes constituídos sob a for-
limite para notificação de operações; ma de trust;
c) movimentação de recursos de alto valor, de for- v) recebimentos de valores relevantes no mesmo
ma contumaz, em benefício de terceiros; terminal de pagamento (Point of Sale - POS), que
d) manutenção de numerosas contas destinadas ao apresentem indícios de atipicidade ou de incompa-
acolhimento de depósitos em nome de um mesmo tibilidade com a capacidade financeira do estabele-
cliente, cujos valores, somados, resultem em quan- cimento comercial credenciado;
tia significativa; w) recebimentos de valores relevantes no mesmo
e) movimentação de quantia significativa por meio

9
terminal de pagamento (Point of sale - POS), que

-3
de conta até então pouco movimentada ou de conta apresentem indícios de atipicidade ou de incompa-

40
que acolha depósito inusitado; tibilidade com o perfil do estabelecimento comer-
f) ausência repentina de movimentação financeira cial credenciado;.5
33
em conta que anteriormente apresentava grande x) desvios frequentes em padrões adotados por
.6

movimentação; cada administradora de cartões de credenciamento


00

g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica ou de cartões de crédito, verificados no monitora-


-0

em relação ao perfil do cliente; mento das compras de seus titulares;


h) dispensa da faculdade de utilização de prerroga-
os

y) transações em horário considerado incompatí-


tivas como recebimento de crédito, de juros remu- vel com a atividade do estabelecimento comercial
nt

neratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros credenciado;


Sa

serviços bancários especiais que, em circunstâncias z) transações em terminal (Point of sale - POS)
os

normais, sejam valiosas para qualquer cliente; realizadas em localização geográfica distante do
id

i) mudança repentina e injustificada na forma de local de atuação do estabelecimento comercial


movimentação de recursos ou nos tipos de transa-
ol

credenciado;
ic

ção utilizados; aa) operações atípicas em contas de clientes que


N

j) solicitação de não observância ou atuação no exerçam atividade comercial relacionada com


io

sentido de induzir funcionários da instituição a não negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais
ric

seguirem os procedimentos regulamentares ou for- como obras de arte, imóveis, barcos, joias, automó-
au

mais para a realização de uma operação; veis ou aeronaves;


k) recebimento de recursos com imediata compra ab) utilização de instrumento financeiro de forma a
M

de instrumentos para a realização de pagamentos ocultar patrimônio e/ou evitar a realização de blo-
ou de transferências a terceiros, sem justificativa; queios judiciais, inclusive cheque administrativo;
l) operações que, por sua habitualidade, valor e ac) movimentação de valores incompatíveis com o
forma, configurem artifício para burla da identifi- faturamento mensal das pessoas jurídicas;
cação da origem, do destino, dos responsáveis ou ad) recebimento de créditos com o imediato débito
dos destinatários finais; dos valores;
m) existência de contas que apresentem créditos e ae) movimentações de valores com empresas sem
débitos com a utilização de instrumentos de trans- atividade regulamentada pelos órgãos competentes.
ferência de recursos não característicos para a V - Situações relacionadas com operações de
ocupação ou o ramo de atividade desenvolvida pelo investimento no País:
cliente; a) operações ou conjunto de operações de compra
n) recebimento de depósitos provenientes de diver- ou de venda de ativos financeiros a preços incom-
sas origens, sem fundamentação econômico-fi- patíveis com os praticados no mercado ou quando
nanceira, especialmente provenientes de regiões realizadas por pessoa natural ou jurídica cuja ati-
distantes do local de atuação da pessoa jurídica ou vidade declarada e perfil não se coadunem ao tipo
220 distantes do domicílio da pessoa natural; de negociação realizada;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) operações atípicas que resultem em elevados agência/localidade diferente da inicialmente forne-
ganhos para os agentes intermediários, em despro- cida ou remessa de eventual Ordem de Pagamento
porção com a natureza dos serviços efetivamente (OP) para conta de depósito à vista ou de poupança
prestados; divergente da inicialmente fornecida.
c) investimentos significativos em produtos de bai- IX - Situações relacionadas a pessoas ou enti-
xa rentabilidade e liquidez; dades suspeitas de envolvimento com finan-
d) investimentos significativos não proporcionais ciamento ao terrorismo e a proliferação de
à capacidade financeira do cliente, ou cuja origem armas de destruição em massa:
não seja claramente conhecida; a) movimentações financeiras envolvendo pessoas
e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, ou entidades relacionadas a atividades terroristas
independentemente do resultado auferido. listadas pelo Conselho de Segurança das Nações
VI - Situações relacionadas com operações de Unidas (CSNU);
crédito no País: b) operações ou prestação de serviços, de qualquer
a) operações de crédito no País liquidadas com valor, a pessoas ou entidades que reconhecidamen-
recursos aparentemente incompatíveis com a situa- te tenham cometido ou intentado cometer atos ter-
ção financeira do cliente; roristas, ou deles participado ou facilitado o seu
b) solicitação de concessão de crédito no País cometimento;
incompatível com a atividade econômica ou com a c) existência de recursos pertencentes ou controla-
capacidade financeira do cliente; dos, direta ou indiretamente, por pessoas ou enti-
c) operação de crédito no País seguida de remessa dades que reconhecidamente tenham cometido ou
de recursos ao exterior, sem fundamento econômi- intentado cometer atos terroristas, ou deles parti-
co ou legal, e sem relacionamento com a operação cipado ou facilitado o seu cometimento;
de crédito; d) movimentações com indícios de financiamento
d) operações de crédito no País, simultâneas ou ao terrorismo;
consecutivas, liquidadas antecipadamente ou em e) movimentações financeiras envolvendo pessoas
prazo muito curto; ou entidades relacionadas à proliferação de armas
e) liquidação de operações de crédito ou assunção de destruição em massa listadas pelo CSNU;
de dívida no País por terceiros, sem justificativa f) operações ou prestação de serviços, de qualquer
aparente; valor, a pessoas ou entidades que reconhecidamen-
f) concessão de garantias de operações de crédito te tenham cometido ou intentado cometer crimes de
no País por terceiros não relacionados ao tomador; proliferação de armas de destruição em massa, ou
g) operação de crédito no País com oferecimento
deles participado ou facilitado o seu cometimento;
de garantia no exterior por cliente sem tradição de
g) existência de recursos pertencentes ou controla-
realização de operações no exterior;
dos, direta ou indiretamente, por pessoas ou enti-
h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com

9
dades que reconhecidamente tenham cometido ou

-3
o objeto da pessoa jurídica, especialmente quando
intentado cometer crimes de proliferação de armas

40
os recursos forem originados de crédito no País.
de destruição em massa, ou deles participado ou
.5
VII - Situações relacionadas com a movimenta-
facilitado o seu cometimento;
33
ção de recursos oriundos de contratos com o
h) movimentações com indícios de financiamento
.6

setor público:
da proliferação de armas de destruição em massa.
00

a) movimentações atípicas de recursos por agentes


X - Situações relacionadas com atividades
-0

públicos, conforme definidos no art. 2º da Lei nº


internacionais:
8.429, de 2 de junho de 1992;
os

a) operação com pessoas naturais ou jurídicas,


b) movimentações atípicas de recursos por pessoa
inclusive sociedades e instituições financeiras,
nt

natural ou jurídica relacionadas a patrocínio, pro-


situadas em países que não apliquem ou apliquem
Sa

paganda, marketing, consultorias, assessorias e


capacitação; insuficientemente as recomendações do Grupo de
os

c) movimentações atípicas de recursos por organi- Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financia-
id

zações sem fins lucrativos; mento do Terrorismo (Gafi), ou que tenham sede em
ol

d) movimentações atípicas de recursos por pessoa países ou dependências com tributação favorecida
ic

natural ou jurídica relacionadas a licitações. ou regimes fiscais privilegiados, ou em locais onde


N

VIII - Situações relacionadas a consórcios: seja observada a prática contumaz dos crimes pre-
io

a) existência de consorciados detentores de elevado vistos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, não
ric

número de cotas, incompatível com sua capacidade claramente caracterizadas em sua legalidade e fun-
au

financeira ou com o objeto da pessoa jurídica; damentação econômica;


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

b) operações complexas e com custos mais elevados


M

b) aumento expressivo do número de cotas perten-


centes a um mesmo consorciado; que visem a dificultar o rastreamento dos recursos
c) oferecimento de lances incompatíveis com a ou a identificação da natureza da operação;
capacidade financeira do consorciado; c) pagamentos de importação e recebimentos de
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor exportação, antecipados ou não, por empresa sem
do bem; tradição ou cuja capacidade financeira seja incom-
e) pagamento antecipado de quantidade expressi- patível com o montante negociado;
va de prestações vincendas, não condizente com a d) pagamentos a terceiros não relacionados a ope-
capacidade financeira do consorciado; rações de importação ou de exportação;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, e) transferências unilaterais que, pela habitualida-
seguida de quitação das prestações vincendas; de, valor ou forma, não se justifiquem ou apresen-
g) utilização de documentos falsificados na adesão tem atipicidade;
ou tentativa de adesão a grupo de consórcio; f) transferências internacionais, inclusive a título
h) pagamentos realizados em localidades diferen- de disponibilidade no exterior, nas quais não se
tes ao do endereço do cadastro; justifique a origem dos fundos envolvidos ou que se
i) informe de conta de depósito à vista ou de pou- mostrem incompatíveis com a capacidade financei-
pança para pagamento de crédito em espécie, em ra ou com o perfil do cliente; 221
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
g) exportações ou importações aparentemente fic- a) recebimento de investimento externo direto,
tícias ou com indícios de superfaturamento ou sub- cujos recursos retornem imediatamente a título de
faturamento, ou ainda em situações que não seja disponibilidade no exterior;
possível obter informações sobre o desembaraço b) recebimento de investimento externo direto, com
aduaneiro das mercadorias; realização quase imediata de remessas de recursos
h) existência de informações na carta de crédito para o exterior a título de lucros e dividendos;
com discrepâncias em relação a outros documentos c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em
da operação de comércio internacional; valores incompatíveis com o valor investido;
i) pagamentos ao exterior após créditos em reais d) remessas ao exterior a título de investimento em
efetuados nas contas de depósitos dos titulares das montantes incompatíveis com a capacidade finan-
operações de câmbio por pessoas naturais ou jurí- ceira do cliente;
dicas que não demonstrem a existência de vínculo e) remessas de recursos de um mesmo investidor
comercial ou econômico; situado no exterior para várias empresas no País;
j) movimentações decorrentes de programa de f) remessas de recursos de vários investidores
situados no exterior para uma mesma empresa no
repatriação de recursos que apresentem inconsis-
País;
tências relacionadas à identificação do titular ou
g) recebimento de aporte de capital desproporcio-
do beneficiário final, bem como ausência de infor-
nal ao porte ou à natureza empresarial do cliente,
mações confiáveis sobre a origem e a fundamenta-
ou em valores incompatíveis com a capacidade
ção econômica ou legal;
financeira dos sócios;
k) pagamentos de frete ou de outros serviços que
h) retorno de investimento feito no exterior sem
apresentem indícios de atipicidade ou de incompa- comprovação da remessa que lhe tenha dado
tibilidade com a atividade ou capacidade econômi- origem.
co-financeira do cliente; XIII - Situações relacionadas com funcionários,
l) transferências internacionais por uma ou mais parceiros e prestadores de serviços terceirizados:
pessoas naturais ou jurídicas com indícios de frag- a) alteração inusitada nos padrões de vida e de
mentação, como forma de ocultar a real origem ou comportamento do empregado, do parceiro ou
destino dos recursos; de prestador de serviços terceirizados, sem causa
m) transações em uma mesma data, ou em curto aparente;
período, de valores idênticos ou aproximados, ou b) modificação inusitada do resultado operacional
com outros elementos em comum, tais como ori- da pessoa jurídica do parceiro, incluído correspon-
gem ou destino dos recursos, titulares, procurado- dente no País, sem causa aparente;
res, endereço, número de telefone, que configurem c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao
artificio de burla do limite máximo de operação; procedimento formal da instituição por funcioná-
n) transferência via facilitadora de pagamentos ou rio, parceiro, incluído correspondente no País, ou

9
-3
com a utilização do cartão de crédito de uso inter- prestador de serviços terceirizados;

40
nacional, que, pela habitualidade, valor ou forma, d) fornecimento de auxílio ou informações, remune-

.5
não se justifiquem ou apresentem atipicidade; rados ou não, a cliente em prejuízo do programa de
33
o) transferências relacionadas a investimentos não prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen-
.6

convencionais que, pela habitualidade, valor ou for- to do terrorismo da instituição, ou de auxílio para
00

ma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade; estruturar ou fracionar operações, burlar limites
-0

p) pagamento de frete internacional sem amparo regulamentares ou operacionais.


em documentação que evidencie vínculo com ope- XIV - Situações relacionadas a campanhas
os

ração comercial. eleitorais:


nt

XI - Situações relacionadas com operações de a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou


Sa

crédito contratadas no exterior: não) de candidatos, contas de estreito colaborador


dessas pessoas ou em contas de partidos políticos,
os

a) contratação de operações de crédito no exterior


com cláusulas que estabeleçam condições incompa- de valores que desrespeitem as vedações ou extra-
id

tíveis com as praticadas no mercado, como juros polem os limites definidos na legislação em vigor;
ol

destoantes da prática ou prazo muito longo; b) uso incompatível com as exigências regulatórias
ic

do fundo de caixa do partido eleitoral;


N

b) contratação, no exterior, de várias operações de


c) recebimento de doações, em contas de candida-
io

crédito consecutivas, sem que a instituição tome


tos, de valores que desrespeitem as vedações ou
ric

conhecimento da quitação das anteriores;


extrapolem os limites definidos na legislação em
c) contratação, no exterior, de operações de crédito
au

vigor, inclusive mediante uso de terceiros e/ou de


que não sejam quitadas por intermédio de opera-
M

contas de terceiros;
ções na mesma instituição;
d) transferências, a partir das contas de candida-
d) contratação, no exterior, de operações de crédi- tos, para pessoas naturais ou jurídicas cuja ativi-
to, quitadas sem explicação aparente para a origem dade não guarde aparente relação com contas de
dos recursos; campanha.
e) contratação de empréstimos ou financiamentos XV - Situações relacionadas a BNDU e outros
no exterior, oferecendo garantias em valores ou ativos não financeiros:
formas incompatíveis com a atividade ou capacida- a) negociação de BNDU ou outro ativo não finan-
de financeira do cliente ou em valores muito supe- ceiro para pessoas naturais ou jurídicas sem capa-
riores ao valor das operações contratadas ou cuja cidade financeira;
origem não seja claramente conhecida; b) negociação de BNDU ou outro ativo não financei-
f) contratação de operações de crédito no exterior, ro mediante pagamento em espécie;
cujo credor seja de difícil identificação e sem que c) negociação de BNDU ou outro ativo não finan-
exista relação ou fundamentação para a operação ceiro por preço significativamente superior ao de
entre as partes. avaliação;
XII - Situações relacionadas com operações de d) negociação de outro ativo não financeiro em
222 investimento externo: benefício de terceiros.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XVI - Situações relacionadas com a movimentação „ Respeito ao Consumidor: tratar o consumi-
de contas correntes em moeda estrangeira (CCME): dor de forma justa e transparente, com atendi-
a) movimentação de recursos incompatível com a mento cortês e digno; assistir o consumidor na
atividade econômica e a capacidade financeira do avaliação dos produtos e serviços adequados
cliente; às suas necessidades e garantir a segurança e a
b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros
confidencialidade de seus dados pessoais; con-
cujas movimentações financeiras não apresentem
ceder crédito de forma responsável e incenti-
fundamentação econômica ou legal ou nas quais
pareça não haver vinculação entre a atividade var o uso consciente do crédito;
declarada do titular da CCME e as outras partes „ Comunicação Eficiente: fornecer informações
envolvidas nas transações; de forma precisa, adequada, clara e oportuna,
c) movimentação de recursos, em especial nas con- proporcionando condições para o consumidor
tas tituladas por agentes autorizados a operar no tomar decisões conscientes e bem informadas;
mercado de câmbio, que denotem inobservância a comunicação com o consumidor, por qual-
a limites por operação cambial ou qualquer outra quer veículo, pessoalmente ou mediante ofer-
situação em que não se justifiquem ou apresentem tas ou anúncios publicitários, deve ser feita de
atipicidade, pela habitualidade, valor, forma ou modo a informá-lo sobre os aspectos relevantes
ausência de aderência às normas cambiais; do relacionamento com a Signatária;
d) transações atípicas em CCME de movimentação „ Melhoria Contínua: aperfeiçoar padrões de con-
restrita. Exemplos: contas de agências de turismo
duta, elevar a qualidade dos produtos, níveis de
e contas de administradoras de cartão de crédito.
XVII - Situações relacionadas com operações
segurança e a eficiência dos serviços.
realizadas em municípios localizados em
regiões de risco: Nesse Sistema, os bancos estabelecem uma série
a) operação atípica em municípios localizados em de compromissos de conduta que, em conjunto com as
regiões de fronteira; diversas outras normas aplicáveis às suas atividades,
b) operação atípica em municípios localizados em contribuirão para que o mercado funcione de forma
regiões de extração mineral; ainda mais eficaz, clara e transparente, em benefício
c) operação atípica em municípios localizados em não só do próprio setor, mas de todos os envolvidos
outras regiões de risco. nesse processo – os consumidores e a sociedade como
§ 1º As operações ou as situações referidas no caput um todo.
devem ser comunicadas, nos termos da referida Cir-
cular, somente nos casos em que os indícios forem
z Como esse Sistema vai interferir no relaciona-
confirmados ao término da execução dos procedi-
mentos de análise de operações e situações suspeitas. mento entre bancos e consumidores?

9
§ 2º Os procedimentos referidos no § 1º devem con-

-3
siderar todas as informações disponíveis, inclusive O propósito maior do Sistema de Autorregulação

40
aquelas obtidas por meio dos procedimentos desti- Bancária é promover a melhoria contínua da qualida-
nados a conhecer clientes, funcionários, parceiros e .5
de do relacionamento entre os bancos signatários do
33
prestadores de serviços terceirizados. Sistema e os consumidores (pessoa física). Assim, ao
.6

contribuir para um melhor funcionamento do setor,


00

REFERÊNCIAS os consumidores deverão ser diretamente beneficia-


-0

dos por esse processo.


os

Disponível em: https://www.gov.br/fazenda/pt-br/


nt

assuntos/prevencao-lavagem-dinheiro. Acesso em: z Como será monitorada e avaliada a conduta dos


Sa

4 jul. 2021. bancos, para que se saiba quem está, de fato,


https://www.bcb.gov.br/fis/supervisao/acaoesta-
os

cumprindo as normas do Sistema?


do.asp?frame=1#:~:text=Pa%C3%ADses%20e%20
id

organismos%20internacionais%20passaram,- O monitoramento das condutas dos bancos, para


ol

das%20Na%C3%A7%C3%B5es%20Unidas%2C%20 que se avalie e assegure sua efetiva adequação a todas


ic

em%201988. Acesso em: 4 jul. 2021.


N

as normas da autorregulação será feito pela Diretoria


io

de Autorregulação – criada pelo próprio Código de


ric

Autorregulação Bancária, na estrutura da Febraban,


au

para essa finalidade específica.


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA
M

Para cumprir essa sua missão, a Diretoria de Autor-


regulação trabalhará com os seguintes procedimentos:
z O que é o Sistema Brasileiro de Autorregulação
Bancária? „ Relatórios de Conformidade: documento que
cada banco signatário do Sistema deverá preen-
A auto regulação bancária é um sistema de normas cher a cada semestre, indicando e demonstrando
criado pelo próprio setor bancário, com o propósito bási- seus pontos de adequação, bem como as ações
co de criar um ambiente ainda mais favorável à realiza- que esteja tomando, ou que virá a tomar, para
ção dos 4 (quatro) grandes princípios que o orientam: completa adequação de quaisquer condutas que,
de alguma forma, apresentem qualquer desa-
„ Ética e Legalidade: adotar condutas benéficas juste, em relação ao disposto nas normas do
à sociedade, ao funcionamento do mercado e Sistema;
ao meio-ambiente; respeitar a livre concorrên- „ Relatório de Ouvidoria: os bancos signatários
cia e a liberdade de iniciativa; atuar em con- deverão enviar à Diretoria de Autorregulação
formidade com a legislação vigente e com as os mesmos relatórios de Ouvidoria que reme-
normas da auto regulação; tem ao Banco Central do Brasil; 223
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Central de Atendimento: fornecer acesso à Art. 1º As instituições financeiras conservarão
população a um sistema para registro de ocor- sigilo em suas operações ativas e passivas e ser-
rências que os consumidores identifiquem viços prestados.
como desajustes com as normas da Autorre- § 1º São consideradas instituições financeiras, para
gulação. Esse sistema, que não se volta ao tra- os efeitos desta Lei Complementar:
tamento ou solução de problemas individuais, I - os bancos de qualquer espécie;
II - distribuidoras de valores mobiliários;
tem por finalidade específica propiciar um
III - corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
monitoramento amplo do mercado por parte
IV - sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
da Diretoria de Autorregulação, no sentido de
V - sociedades de crédito imobiliário;
avaliar o efetivo cumprimento das normas do VI - administradoras de cartões de crédito;
Sistema sob a perspectiva do público. VII - sociedades de arrendamento mercantil;
VIII - administradoras de mercado de balcão organizado;
z O Sistema de Autorregulação poderá ajudar a IX - cooperativas de crédito;
resolver algum problema pessoal/individual X - associações de poupança e empréstimo;
que o consumidor venha experimentando junto XI - bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
a algum dos bancos signatários? XII - entidades de liquidação e compensação;
XIII - outras sociedades que, em razão da natureza
Sim. Caso autorizado pelo consumidor, o Sistema de de suas operações, assim venham a ser considera-
Autorregulação Bancária enviará a demanda ao canal das pelo Conselho Monetário Nacional.
de atendimento responsável do próprio banco signatá-
rio reclamado. A Instituição reclamada será responsá- Perceba que este primeiro artigo apenas lista as
vel por responder diretamente o caso em até 15 dias. entidades que são definidas como instituições finan-
ceiras, sem complicações até aqui.
z Quando eu identificar que algum banco não É importante salientar que as empresas de fomen-
está cumprindo as regras, eu posso noticiar o to comercial ou factoring obedecerão às normas
Sistema quanto a isso? Como me manifestar? aplicáveis às instituições financeiras.

Sim. Você não apenas pode se manifestar como, NÃO VIOLAÇÃO DO DEVER DE SIGILO
na verdade, é esperado que você o faça. Esses regis-
tros não serão individualmente respondidos, nem isso De acordo com o § 3º do art. 1º, não constitui viola-
gerará, de imediato ou necessariamente, alguma san- ção do dever de sigilo:
ção ao(s) banco(s) apontado(s). No entanto, eles serão
uma fonte preciosa de monitoramento da atuação de z Troca de informações entre instituições financei-

9
-3
cada agente do Sistema, para que possamos melhor ras, para fins cadastrais;

40
conferir se, de fato, as normas da Autorregulação z Fornecimento de informações constantes de cadas-

.5
estão sendo corretamente cumpridas. tro de emitentes de cheques sem provisão de fun-
33
Dentre os vários normativos que a FEBRABAN edi- dos e de devedores inadimplentes, a entidades de
.6

tou a respeito da Autorregulação Bancária, destaca- proteção ao crédito;


00

mos alguns pontos que podem ser abordados nas suas z Fornecimento das informações de identificação de
-0

provas. Vejamos: contribuintes à Receita Federal;


z Comunicação, às autoridades competentes, da prá-
os

tica de ilícitos penais ou administrativos;


nt

Código De Auto-Regulação Bancária


z Revelação de informações sigilosas com o consen-
Sa

Art. 2º As normas da auto regulação não se


sobrepõe, mas se harmonizam à legislação vigente, timento expresso dos interessados;
os

destacadamente ao código de Defesa do Consumi- z Fornecimento de dados financeiros e de pagamen-


id

dor, às leis e normas especificamente direcionadas tos, relativos a operações de crédito e obrigações
ol

ao sistema bancário e à execução de atividades dele- de pagamento adimplidas, para formação de his-
ic

gadas pelo setor público a instituições financeiras. tórico de crédito.


N

Art. 3º As normas da auto regulação abrangem


io

todos os produtos e serviços ofertados ou dispo- QUEBRA DE SIGILO


ric

nibilizados pelas Signatárias a qualquer pessoa


au

física, cliente ou não cliente (o “consumidor”). Art. 1º [...]


M

§ 4º A quebra de sigilo poderá ser decretada,


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS quando necessária para apuração de ocorrência
de qualquer ilícito, em qualquer fase do inqué-
Disponível em: https://www.autorregulacaobanca- rito ou do processo judicial, e especialmente nos
ria.com.br/. Acesso em 4 de jul. 2021. seguintes crimes:
I - de terrorismo;
II - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes
ou drogas afins;
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições
SIGILO BANCÁRIO: LEI ou material destinado a sua produção;
COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001, E IV - de extorsão mediante seqüestro;
V - contra o sistema financeiro nacional;
SUAS ATUALIZAÇÕES VI - contra a Administração Pública;
VII - contra a ordem tributária e a previdência
A lei em estudo neste tópico é bem “pequena”. Sen- social;
do assim, listaremos os principais artigos, tecendo os VIII - lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,
224 comentários necessários. direitos e valores;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IX - praticado por organização criminosa. SIGILO JUDICIAL
Art. 2º O dever de sigilo é extensivo ao Banco Cen-
tral do Brasil, em relação às operações que realizar Art. 3º Serão prestadas pelo Banco Central do Bra-
e às informações que obtiver no exercício de suas sil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas
atribuições. instituições financeiras as informações ordena-
das pelo Poder Judiciário, preservado o seu
Outras Especificações Sobre o Sigilo caráter sigiloso mediante acesso restrito às
partes, que delas não poderão servir-se para
Art. 2º [...] fins estranhos à lide.
§ 1º O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos,
aplicações e investimentos mantidos em institui- A “quebra de sigilo” será efetuada apenas para
ções financeiras, não pode ser oposto ao Banco assuntos relacionados à lide
Central do Brasil:
I - no desempenho de suas funções de fiscalização, § 1º Dependem de prévia autorização do Poder
compreendendo a apuração, a qualquer tempo, de Judiciário a prestação de informações e o for-
ilícitos praticados por controladores, administra- necimento de documentos sigilosos solicita-
dores, membros de conselhos estatutários, gerentes, dos por comissão de inquérito administrativo
mandatários e prepostos de instituições financeiras; destinada a apurar responsabilidade de servidor
II - ao proceder a inquérito em instituição financei- público por infração praticada no exercício de suas
ra submetida a regime especial. atribuições, ou que tenha relação com as atribui-
ções do cargo em que se encontre investido.
O sigilo não pode justificar que o Banco Central do § 2º Nas hipóteses do § 1º, o requerimento de que-
bra de sigilo independe da existência de pro-
Brasil deixe de supervisionar o sistema financeiro.
cesso judicial em curso.
§ 2º As comissões encarregadas dos inquéritos a
que se refere o inciso II do § 1º poderão examinar
Não é necessário processo judicial em curso para
quaisquer documentos relativos a bens, direi- que possa ser autorizada a quebra de sigilo para pro-
tos e obrigações das instituições financeiras, cesso administrativo.
de seus controladores, administradores, membros
de conselhos estatutários, gerentes, mandatários e § 3º Além dos casos previstos neste artigo o Banco
prepostos, inclusive contas correntes e operações Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobi-
com outras instituições financeiras. liários fornecerão à Advocacia-Geral da União as
informações e os documentos necessários à defesa
da União nas ações em que seja parte.

9
De acordo com o § 2º, o Banco Central tem acesso

-3
irrestrito, em regra, à supervisão do SFN.

40
Para inquérito administrativo, o poder judiciário

.5
deve autorizar a prestação de informações.
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se à Comissão
33
de Valores Mobiliários, quando se tratar de fis-
.6

calização de operações e serviços no mercado INFORMAÇÕES AO PODER LEGISLATIVO


00

de valores mobiliários, inclusive nas instituições


-0

financeiras que sejam companhias abertas. Art. 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de
Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições,
os

e as instituições financeiras fornecerão ao Poder


nt

Da mesma forma, a CVM, como entidade supervi-


Legislativo Federal as informações e os docu-
Sa

sora, tem as mesmas prerrogativas do Banco Central, mentos sigilosos que, fundamentadamente, se
relativas a sua área de atuação.
os

fizerem necessários ao exercício de suas respecti-


id

vas competências constitucionais e legais.


§ 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de § 1º As comissões parlamentares de inquérito,
ol

Valores Mobiliários, em suas áreas de competên- no exercício de sua competência constitucional e


ic

cia, poderão firmar convênios:


N

legal de ampla investigação, obterão as informa-


I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de
io

ções e documentos sigilosos de que necessita-


ric

instituições financeiras, objetivando a realização rem, diretamente das instituições financeiras, ou


de fiscalizações conjuntas, observadas as respecti- por intermédio do Banco Central do Brasil ou da
au

vas competências; Comissão de Valores Mobiliários.


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

II - com bancos centrais ou entidades fiscaliza- § 2º As solicitações de que trata este artigo deve-
doras de outros países, objetivando: rão ser previamente aprovadas pelo Plenário
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
instituições financeiras estrangeiras, em funciona- ou do plenário de suas respectivas comissões parla-
mento no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exte- mentares de inquérito.
rior, de instituições financeiras brasileiras;
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de O poder legislativo, para suas atribuições institu-
informações para a investigação de atividades ou cionais, tem acesso aos dados financeiros protegidos
operações que impliquem aplicação, negociação, por sigilo.
ocultação ou transferência de ativos financeiros e
de valores mobiliários relacionados com a prática INFORMAÇÕES À ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
de condutas ilícitas.
Art. 5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive
Note que podem ser firmados convênios para quanto à periodicidade e aos limites de valor, os
supervisão. critérios segundo os quais as instituições finan-
ceiras informarão à administração tributária 225
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da União, as operações financeiras efetuadas pelos SIGILO EM CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA
usuários de seus serviços.
§ 1º Consideram-se operações financeiras, para os Art. 9º Quando, no exercício de suas atribuições, o
efeitos deste artigo: Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores
I - depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta Mobiliários verificarem a ocorrência de crime
de poupança; definido em lei como de ação pública, ou indícios
II - pagamentos efetuados em moeda corrente ou da prática de tais crimes, informarão ao Ministé-
em cheques; rio Público, juntando à comunicação os documentos
III - emissão de ordens de crédito ou documentos necessários à apuração ou comprovação dos fatos.
assemelhados; § 1º A comunicação de que trata este artigo será efe-
IV - resgates em contas de depósitos à vista ou a tuada pelos Presidentes do Banco Central do Brasil
prazo, inclusive de poupança; e da Comissão de Valores Mobiliários, admitida
V - contratos de mútuo; delegação de competência, no prazo máximo de
VI - descontos de duplicatas, notas promissórias e quinze dias, a contar do recebimento do processo,
outros títulos de crédito; com manifestação dos respectivos serviços jurídicos.
VII - aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou
variável; Nesses casos, a comunicação ao MP será feita em
VIII - aplicações em fundos de investimentos; até 15 dias.
IX - aquisições de moeda estrangeira;
X - conversões de moeda estrangeira em moeda § 2º Independentemente do disposto no caput des-
nacional; te artigo, o Banco Central do Brasil e a Comis-
XI - transferências de moeda e outros valores para são de Valores Mobiliários comunicarão aos
o exterior; órgãos públicos competentes as irregularida-
XII - operações com ouro, ativo financeiro; des e os ilícitos administrativos de que tenham
XIII - operações com cartão de crédito; conhecimento, ou indícios de sua prática, anexan-
XIV - operações de arrendamento mercantil; e do os documentos pertinentes.
XV - quaisquer outras operações de natureza seme-
lhante que venham a ser autorizadas pelo Banco DISPOSIÇÕES FINAIS
Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários
ou outro órgão competente. Art. 10 A quebra de sigilo, fora das hipóteses
autorizadas nesta Lei Complementar, constitui
O artigo apenas lista quais operações devem ser dis- crime e sujeita os responsáveis à pena de reclu-
poníveis aos órgãos de Administração Tributária. Não são, de um a quatro anos, e multa, aplicando-
se incluem entre as informações as operações financei- -se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis.

9
ras efetuadas pelas administrações direta e indireta da

-3
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

40
Lembre-se de que a quebra de sigilo, fora das hipó-
teses estudadas, constitui crime, com pena de reclu-
Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tribu- .5
33
são de 1 a 4 anos e multa.
tários da União, dos Estados, do Distrito Federal
.6

e dos Municípios somente poderão examinar Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
00

documentos, livros e registros de instituições omitir, retardar injustificadamente ou prestar


-0

financeiras, inclusive os referentes a contas de falsamente as informações requeridas nos ter-


os

depósitos e aplicações financeiras, quando hou- mos desta Lei Complementar.


ver processo administrativo instaurado ou
nt

Art. 11 O servidor público que utilizar ou viabi-


procedimento fiscal em curso e tais exames
Sa

lizar a utilização de qualquer informação obti-


sejam considerados indispensáveis pela autoridade da em decorrência da quebra de sigilo de que
os

administrativa competente. trata esta Lei Complementar responde pes-


id

Parágrafo único. O resultado dos exames, as soal e diretamente pelos danos decorrentes, sem
ol

informações e os documentos a que se refere este prejuízo da responsabilidade objetiva da entidade


ic

artigo serão conservados em sigilo, observada a pública, quando comprovado que o servidor agiu de
N

legislação tributária. acordo com orientação oficial.


io
ric

Ou seja, a Administração Tributária necessita de


au

um processo em curso para examinar dados financei-


LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE
M

ros sigilosos.
DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE
Art. 7º Sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 2º, 14 DE AGOSTO DE 2018, E SUAS
a Comissão de Valores Mobiliários, instaura-
do inquérito administrativo, poderá solicitar
ATUALIZAÇÕES
à autoridade judiciária competente o levan-
tamento do sigilo junto às instituições finan- CAPÍTULO II — DO TRATAMENTO DE DADOS
ceiras de informações e documentos relativos a PESSOAIS
bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurí-
dica submetida ao seu poder disciplinar. Com a modernização e o fácil acesso às informa-
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a ções que a constante evolução do mundo vem trazen-
Comissão de Valores Mobiliários, manterão do, as principais empresas do mundo têm nos dados
permanente intercâmbio de informações acer- pessoais o seu principal negócio. Por isso, os dados
ca dos resultados das inspeções que realizarem, dos pessoais são conhecidos como o “novo petróleo” dian-
inquéritos que instaurarem e das penalidades que te de sua importância. Dessa forma, é necessário que
aplicarem, sempre que as informações forem neces- o tratamento de dados seja feito com as devidas regu-
226 sárias ao desempenho de suas atividades. lamentações e proteção à privacidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Seção I — Dos Requisitos para o Tratamento de É importante ressaltar que, sempre que possível,
Dados Pessoais tais órgãos deverão priorizar a anonimização dos
dados pessoais.
Os requisitos apresentados no art. 7º, da LGPD, são
indispensáveis para a compreensão a respeito do tra- V - quando necessário para a execução de contra-
tamento de dados pessoais. to ou de procedimentos preliminares relacio-
Podemos observar as dez hipóteses, também nados a contrato do qual seja parte o titular, a
conhecidas como bases legais, que legitimam o trata- pedido do titular dos dados;
mento dos dados pessoais. É importante ressaltar que
se trata de um rol taxativo, não existindo nenhuma A quinta base legal ocorrerá em casos nos quais os
outra hipótese possível além das descritas no art. 7º. dados pessoais precisem ser tratados para a execução
de obrigações contratualmente pactuadas, havendo
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente pedido do titular para que isso ocorra.
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento VI - para o exercício regular de direitos em pro-
pelo titular; cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse
último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setem-
A primeira e mais conhecida das hipóteses é o con- bro de 1996 (Lei de Arbitragem);
sentimento, que consiste na manifestação livre, infor-
mada e inequívoca do titular para que seja realizado Na sexta base legal da LGPD, é apresentada a pos-
o tratamento dos seus dados pessoais. sibilidade para o tratamento de dados pessoais em
A hipótese de consentimento não é aplicável a razão dos direitos exercidos em contratos ou proces-
todos os casos; as demais bases legais permitem o sos, sejam eles judiciais, administrativos ou arbitrais.
tratamento de dados pessoais independentemente do Deste modo, os dados pessoais poderão ser armaze-
consentimento do titular. nados, desde que para essa única e exclusiva finalida-
O consentimento não é obrigatório em todos os de, enquanto persistir a necessidade de discussão da
casos: a LGPD busca um equilíbrio entre os interesses demanda.
do titular e as necessidades dos controladores ao exer-
cerem suas atividades3. É importante ressaltar, ainda, VII - para a proteção da vida ou da incolumida-
que não há hierarquia entre tais bases legais. de física do titular ou de terceiro;

II - para o cumprimento de obrigação legal ou Essa base legal visa à proteção da vida e da inte-

9
regulatória pelo controlador; gridade do titular de dados que possa estar exposto a

-3
questões graves que coloquem em risco a sua vida. Por

40
A segunda base legal da LGPD encontra-se no cum- isso, trata-se de um critério restritivo utilizado quan-
.5
33
primento de obrigação legal ou regulatória pelo con- do constatada a situação de fato, como, por exemplo,
.6

trolador, que ocorre quando há determinação legal, no caso de usar os dados do celular de alguém que
00

disposta em lei federal, estadual ou municipal ou em tenha sido sequestrado a fim de localizar o titular e
-0

demais normas, decretos, resoluções, regulamentan- salvar sua vida.


do que o controlador poderá realizar o tratamento de
os

dados pessoais com fundamento nessa base legal. VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente,
nt

em procedimento realizado por profissionais


Sa

III - pela administração pública, para o trata- de saúde, serviços de saúde ou autoridade
os

mento e uso compartilhado de dados necessá- sanitária;


id

rios à execução de políticas públicas previstas


ol

em leis e regulamentos ou respaldadas em contra- Nessa base legal, fica determinado que profissio-
ic

tos, convênios ou instrumentos congêneres, obser- nais da saúde, além de outras entidades e estabele-
N

vadas as disposições do Capítulo IV desta Lei; cimentos, inclusive estaduais e municipais, poderão
io

fazer uso da base legal para o tratamento de dados,


ric

Na terceira base legal da LGPD, a administração desde que com o objetivo específico de tutela da saú-
au

pública poderá fazer o uso compartilhado de dados, de, sendo vedado o desvio dessa finalidade.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

desde que isso ocorra com o objetivo de executar


políticas públicas, como exemplo, podemos citar os IX - quando necessário para atender aos interes-
programas Bolsa Família e Auxílio Emergencial, que ses legítimos do controlador ou de terceiro,
fizeram uso da presente base legal. exceto no caso de prevalecerem direitos e liber-
dades fundamentais do titular que exijam a
IV - para a realização de estudos por órgão de proteção dos dados pessoais; ou
pesquisa, garantida, sempre que possível, a
anonimização dos dados pessoais; O inciso IX dispõe que o tratamento de dados
poderá ser realizado quando for preciso para atender
Essa hipótese dispõe sobre o tratamento de dados a interesses legítimos do controlador ou de terceiros.
para estudos feitos por órgãos de pesquisa. Esses O inciso ainda traz a exceção de que isso não poderá
órgãos, sejam entidades públicas ou privadas, pode- ser feito quando prevalecerem direitos e liberdades
rão realizar, com o uso de dados pessoais, pesquisas fundamentais dos titulares que exijam a proteção dos
de caráter histórico, tecnológico ou estatístico. dados pessoais.
3 GONZÁLEZ, M. LGPD Comentada. Guia LGPD. Disponível em: https://guialgpd.com.br/lgpd-comentada/. Acesso em: 3 jan. 2021. 227
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na legislação pertinente.

Nesta hipótese, será possível verificar os dados acerca da adimplência e inadimplência do titular para analisar
uma possível concessão ou não de crédito.
Para uma melhor fixação do conteúdo, veja a seguir o fluxograma com as Bases Legais da Lei Geral de Proteção
de Dados Pessoais (LGPD):

Consentimento Cumprimento da obrigação legal

Estudo por órgãos de pesquisa Execução de políticas públicas

Execução de Contrato/
Proteção da vida BASES LEGAIS DA LGPD
Diligências Pré-contratuais

Exercício regular de Direitos Proteção ao crédito

Interesses legítimos do
Tutela da saúde
controlador/terceiros

§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve considerar a finalidade, a boa-fé e o inte-
resse público que justificaram sua disponibilização

Mesmo que os dados se encontrem disponíveis de forma pública, eles somente poderão ser tratados se segui-
rem os princípios da finalidade, da boa-fé e do interesse público.
O princípio da finalidade afirma que deverá ser respeitada a finalidade pela qual os dados foram tornados
públicos, em eventual uso consecutivo por terceiros.
Já princípio da boa-fé afirma que não deverá haver utilização desvirtuando as legítimas expectativas dos seus
titulares dos dados.
O princípio do interesse público legitima que deverá ser identificado o interesse público que baseou disponi-
bilização dos dados. É evidente que o amplo acesso aos dados não retira a proteção que a eles deve ser concedida.

9
-3
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no caput deste artigo para os dados tornados manifesta-

40
mente públicos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios previstos nesta Lei.
.5
33
Quando o titular dos dados pessoais tornar públicos seus próprios dados, não será necessário obter o seu
.6
00

consentimento para o tratamento de dados; porém, mesmo diante dessa situação, não será totalmente livre a sua
-0

utilização, a qual somente poderá ocorrer desde que sejam resguardados os direitos do titular.
os

§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no inciso I do caput deste artigo que necessitar comu-
nt

nicar ou compartilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consentimento específico
Sa

do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
os

Quando a base legal para tratamento dos dados pessoais for o consentimento e o controlador desejar comuni-
id

car ou compartilhar os dados com outro controlador, ele deverá ter o consentimento específico para isso. Deste
ol

modo, caso o controlador queira utilizar os dados que já possui para tipo diverso de tratamento, é necessário
ic
N

pedir o consentimento novamente.4


io
ric

§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não desobriga os agentes de tratamento das demais obri-
gações previstas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e da garantia dos direitos do titular.
au
M

Quando for realizado o tratamento dos dados pessoais, deverão ser respeitados os princípios e direitos dos
titulares dos dados, previstos na LGPD, independentemente da base legal que venha a ser escolhida para o trata-
mento dos dados.

§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se referem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para
novas finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e específicos para o novo tratamento e a preserva-
ção dos direitos do titular, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.

Para flexibilizar o uso de dados pessoais cujo acessos são públicos ou que foram tornados públicos pelo
titular, inclusive para novas finalidades, devem ser respeitadas os demais pontos relevantes da LGPD, incluindo
os fundamentos e os princípios.

Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito ou por outro
meio que demonstre a manifestação de vontade do titular.

228 4 GONZÁLEZ, M. LGPD Comentada. Guia LGPD. Disponível em: https://guialgpd.com.br/lgpd-comentada/. Acesso em: 3 jan. 2021.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esse artigo trata da forma com que o controlador Porém, a revogação do consentimento não signifi-
deve solicitar o consentimento do titular. Esse consen- cará a automática eliminação dos dados pessoais, pois
timento deve ser realizado por escrito ou por outro a mesma somente será feita, quando também for rea-
meio que demonstre a manifestação de vontade do lizado pedido expresso do titular.
titular.
O fato consolidado que temos diante do consenti- § 6º Em caso de alteração de informação referida
mento é que ele jamais será considerado válido se for nos incisos I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o con-
feito de forma genérica, não atendendo à boa-fé e à trolador deverá informar ao titular, com destaque
transparência, podendo ser obtido por qualquer meio de forma específica do teor das alterações, podendo
que evidencie a manifestação do titular. o titular, nos casos em que o seu consentimento é
exigido, revogá-lo caso discorde da alteração.
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escri-
to, esse deverá constar de cláusula destacada Não será necessário obter novo consentimento do
das demais cláusulas contratuais. titular de dados, basta informá-lo das alterações rea-
lizadas, nas situações em que houver alguma modi-
Quando o consentimento for obtido por escrito, a ficação no que se trata da finalidade do tratamento
lei determina que a cláusula seja inserida de forma dos dados, da forma e duração do tratamento e da
destacada, para que seja facilmente identificada pelo
identificação do controlador ou, ainda, sobre infor-
titular. Isso se dá pois usualmente o usuário não lê as
mações acerca do uso compartilhado de dados pelo
cláusulas dos termos de uso; deste modo, é necessário
controlador.
que o titular tenha total clareza sobre o que está con-
sentindo, devendo a cláusula de consentimento ficar
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facili-
separada das demais.
tado às informações sobre o tratamento de
seus dados, que deverão ser disponibilizadas de
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de
forma clara, adequada e ostensiva acerca de,
que o consentimento foi obtido em conformi-
entre outras características previstas em regula-
dade com o disposto nesta Lei.
mentação para o atendimento do princípio do livre
acesso:
Cabe ao controlador, utilizar os mecanismos devi-
I - finalidade específica do tratamento;
dos para a coleta de consentimento que permitam a
II - forma e duração do tratamento, observados os
geração de evidências acerca da sua obtenção, vez
segredos comercial e industrial;
que tais evidências devem ficar armazenadas durante
III - identificação do controlador;
todo o período em que os dados estiverem armazena-

9
IV - informações de contato do controlador;

-3
dos, independentemente da finalidade.
V - informações acerca do uso compartilhado de

40
dados pelo controlador e a finalidade;
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais
.5
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o
33
mediante vício de consentimento.
tratamento; e
.6
00

VII - direitos do titular, com menção explícita aos


Caso não houver nenhuma outra base legal que
direitos contidos no art. 18 desta Lei.
-0

legitime o tratamento dos dados pessoais e o consen- § 1º Na hipótese em que o consentimento é requeri-
os

timento tiver algum vício o tratamento dos dados não do, esse será considerado nulo caso as informações
poderá prosseguir.
nt

fornecidas ao titular tenham conteúdo engano-


Sa

so ou abusivo ou não tenham sido apresentadas


§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalida-
os

previamente com transparência, de forma clara e


des determinadas, e as autorizações genéricas
inequívoca.
id

para o tratamento de dados pessoais serão


§ 2º Na hipótese em que o consentimento é reque-
ol

nulas.
rido, se houver mudanças da finalidade para o tra-
ic
N

tamento de dados pessoais não compatíveis com


O consentimento somente será permitido confor-
io

o consentimento original, o controlador deverá


me os propósitos legítimos, específicos, explícitos e
ric

informar previamente o titular sobre as mudanças


informados ao titular, sendo vedadas autorizações
au

de finalidade, podendo o titular revogar o consenti-


universais para o tratamento dos dados, bem como
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mento, caso discorde das alterações.


M

tratamento posterior que seja incompatível com essas § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for
finalidades. condição para o fornecimento de produto ou de
serviço ou para o exercício de direito, o titular será
§ 5º O consentimento pode ser revogado a informado com destaque sobre esse fato e sobre os
qualquer momento mediante manifestação
meios pelos quais poderá exercer os direitos do titu-
expressa do titular, por procedimento gratuito
lar elencados no art. 18 desta Lei.
e facilitado, ratificados os tratamentos realizados
sob amparo do consentimento anteriormente mani-
festado enquanto não houver requerimento de eli- O titular dos dados deve ter acesso às informações
minação, nos termos do inciso VI do caput do art. atualizadas, claras e adequadas sobre o tratamento
18 desta Lei. dos seus dados pessoais, de modo a atender o princí-
pio do livre acesso.
O consentimento poderá ser revogado a qualquer A LGPD apresenta um rol exemplificativo das
momento e com muita facilidade, devendo ser gratui- informações que devem ser prestadas pelos agentes
to e ser exercido a qualquer momento. de tratamentos de dados aos titulares. Acompanhe o
fluxograma a seguir: 229
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Finalidade específica do tratamento SITUAÇÕES QUE PODEM
CONFIGURAR O LEGÍTIMO
INTERESSE DO CONTROLADOR DE
Forma e duração do tratamento
DADOS

Identificação do controlador
INFORMAÇÕES QUE
DEVEM SER PRESTADAS Informações acerca do Apoio e promoção de Proteção em relação
PELOS AGENTES DE compartilhamento de dados pelo atividades do controlador ao titular do exercício
TRATAMENTO DE controlador e a finalidade regular de seus direitos ou
DADOS AOS TITULARES prestação de serviços que o
Informações de contato do beneficiem, respeitadas as
controlador legítimas expectativas deles
e os direitos e liberdades
Responsabilidade dos agentes de fundamentais
tratamento

Direitos do titular com menção § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo


expressa aos dispostos no art. 18, interesse do controlador, somente os dados pes-
da LGPD soais estritamente necessários para a finalidade
pretendida poderão ser tratados.
Caso o consentimento tenha algum vício ou tenha
Conforme o legítimo interesse do controlador, somen-
sido obtido sem que tenha havido prévia e extensa
te os dados que forem compatíveis e estritamente neces-
informação ao titular acerca dos propósitos da LGPD,
sários para o cumprimento das finalidades poderão ser
será considerado nulo.
objeto de tratamento.
Ademais, quando houver modificação da finalida-
de pela qual os dados foram obtidos que não seja com- § 2º O controlador deverá adotar medidas para
patível com o consentimento já manifestado, o titular garantir a transparência do tratamento de
deve ser informado acerca disso, não sendo necessá- dados baseado em seu legítimo interesse.
rio renovar o seu consentimento. É importante lem-
brar que o titular poderá revogar o consentimento nas O tratamento de dados com base no legítimo inte-
situações em que não concordar com a nova situação. resse deverá ser executado com transparência ante
Quando o tratamento de dados pessoais for condi- o titular, diante da confiança do titular de que seus

9
-3
ção para o fornecimento de produto ou de serviço ou dados sejam tratados para a finalidade específica.

40
para o exercício de direito, o titular deve receber de
forma clara e destacada todas as informações para tal. .5
§ 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao con-
33
trolador relatório de impacto à proteção de dados
.6

pessoais, quando o tratamento tiver como funda-


00

Art. 10 O legítimo interesse do controlador somen-


mento seu interesse legítimo, observados os segre-
-0

te poderá fundamentar tratamento de dados pes-


dos comercial e industrial.
soais para finalidades legítimas, consideradas a
os

partir de situações concretas, que incluem, mas não


nt

se limitam a:
O referido documento trata-se dos processos de
Sa

I - apoio e promoção de atividades do controlador; e tratamento de dados que podem gerar riscos aos titu-
os

II - proteção, em relação ao titular, do exercício lares, identificando o que pode ser feito para miti-
id

regular de seus direitos ou prestação de serviços gação desses riscos, vez que a autoridade poderá
solicitar ao contador. A doutrina e a boa governança
ol

que o beneficiem, respeitadas as legítimas expecta-


ic

tivas dele e os direitos e liberdades fundamentais, em proteção de dados indicam que esse documento
N

nos termos desta Lei. deve sempre estar pronto, o que tornará o tratamento
io

de dados mais seguro.


ric

O legítimo interesse encontra limites que estão


au

previstos na própria LGPD, que determina que ela Seção II — Do Tratamento de Dados Pessoais
M

Sensíveis
somente poderá servir de fundamento para o trata-
mento de dados pessoais quando baseado em finali-
Dados pessoais sensíveis são aqueles que têm rela-
dades legítimas.
ção com origem racial ou étnica, convicção religiosa,
As finalidades legítimas refletem que somente os
opinião política, filiação a sindicato ou a organizações
propósitos legítimos e também específicos, explícitos
religiosas, filosóficas ou políticas, relação com fatores
e informados ao titular justificarão o fundamento do referentes à saúde e vida sexual, dados genéticos ou,
interesse legítimo. ainda, dados biométricos. Essas características justifi-
Já na existência de situação concreta, o titular de cam a proteção extra que foi inserida pelo legislador,
dados deverá ter a efetiva expectativa de que seus uma vez que o seu vazamento ou mau uso pode cau-
dados serão tratados, em razão da existência de rela- sar prejuízos irreparáveis ao titular dos dados.
ção prévia entre ele e o controlador. O tratamento de dados pessoais sensíveis é mais
A LGPD apresenta um rol exemplificativo de situa- restritivo, possuindo menos bases legais.
ções que podem configurar o legítimo interesse do
230 controlador no tratamento de dados:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 11 O tratamento de dados pessoais sensíveis à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
somente poderá ocorrer nas seguintes hipóteses: incluídos os serviços auxiliares de diagnose e tera-
I - quando o titular ou seu responsável legal con- pia, em benefício dos interesses dos titulares de
sentir, de forma específica e destacada, para finali- dados, e para permitir:
dades específicas; I - a portabilidade de dados quando solicitada
II - sem fornecimento de consentimento do titular, pelo titular; ou
nas hipóteses em que for indispensável para: II - as transações financeiras e administrati-
a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória vas resultantes do uso e da prestação dos serviços
pelo controlador; de que trata este parágrafo.
b) tratamento compartilhado de dados necessários
à execução, pela administração pública, de políti- Via de regra, os dados de saúde não poderão ser
cas públicas previstas em leis ou regulamentos;
compartilhados entre controladores em casos nos
c) realização de estudos por órgão de pesquisa,
garantida, sempre que possível, a anonimização
quais o objetivo seja de vantagem econômica. Entre-
dos dados pessoais sensíveis; tanto, há algumas exceções que permitem o uso des-
d) exercício regular de direitos, inclusive em con- ses dados para fins econômicos, desde que isso ocorra
trato e em processo judicial, administrativo e arbi- com o objetivo de prestação de serviços de saúde, de
tral, este último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de assistência farmacêutica e de saúde e que isso se dê
setembro de 1996 (Lei de Arbitragem); em benefício dos titulares.
e) proteção da vida ou da incolumidade física do Também são trazidas outras duas situações em
titular ou de terceiro; que os dados de saúde poderão ser comunicados ou
f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimen- compartilhados: casos de portabilidade de dados e em
to realizado por profissionais de saúde, serviços de transações financeiras e administrativas resultantes
saúde ou autoridade sanitária; ou do uso e da prestação dos serviços.
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do
titular, nos processos de identificação e autentica-
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de
ção de cadastro em sistemas eletrônicos, resguar-
assistência à saúde o tratamento de dados de saúde
dados os direitos mencionados no art. 9º desta Lei
e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberda- para a prática de seleção de riscos na contratação
des fundamentais do titular que exijam a proteção de qualquer modalidade, assim como na contrata-
dos dados pessoais. ção e exclusão de beneficiários.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer
tratamento de dados pessoais que revele dados pes- As operadoras de planos de saúde não poderão
soais sensíveis e que possa causar dano ao titular, tratar dados para a prática de seleção de riscos na
ressalvado o disposto em legislação específica. contratação, assim como na contratação e exclusão de

9
beneficiários. Isso foi feito para evitar o cruzamento

-3
40
As disposições desse artigo se aplicam amplamen- de informações para práticas que possam ser enten-

.5
te, inclusive nas situações em que o tratamento de didas como injustas, algo que já é consolidado nesse
33
dados pessoais puder revelar dados sensíveis, salvo se tipo de mercado.
.6

houver disposição em contrário em lei específica.


00

Art. 12 Os dados anonimizados não serão con-


-0

§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas siderados dados pessoais para os fins desta Lei,
“a” e “b” do inciso II do caput deste artigo pelos salvo quando o processo de anonimização ao qual
os

órgãos e pelas entidades públicas, será dada publi- foram submetidos for revertido, utilizando exclusi-
nt

cidade à referida dispensa de consentimento, nos vamente meios próprios, ou quando, com esforços
Sa

termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. razoáveis, puder ser revertido.
os

As entidades públicas que realizarem o tratamen-


id

A anonimização dos dados pessoais é o proces-


to de dados sensíveis para cumprimento de obrigação
ol

so pelo qual se retira dos dados pessoais qualquer


legal ou regulatória, bem como para a execução de
ic

elemento que possa conectá-lo ao seu titular. Assim


N

política pública, deverão dar ampla publicidade à dis- sendo, o dado anonimizado é aquele que não pode
io

pensa de consentimento. ser identificado, considerando a utilização de meios


ric

técnicos razoáveis e disponíveis em seu tratamento.


au

§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de Portanto, quando estivermos diante de dados não


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

dados pessoais sensíveis entre controladores


M

identificáveis de uma pessoa natural, eles não serão


com objetivo de obter vantagem econômica
tidos como dados pessoais.
poderá ser objeto de vedação ou de regulamen-
tação por parte da autoridade nacional, ouvidos
os órgãos setoriais do Poder Público, no âmbito de § 1º A determinação do que seja razoável deve levar
suas competências. em consideração fatores objetivos, tais como cus-
to e tempo necessários para reverter o processo de
anonimização, de acordo com as tecnologias dispo-
A comunicação ou o uso compartilhado de dados
níveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
pessoais sensíveis entre controladores com o objetivo
de obter vantagem econômica poderá sofrer vedações.
Para a determinação do esforço razoável, serão
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compar- levados em consideração o custo e o tempo neces-
tilhado entre controladores de dados pessoais sários para reversão do processo, considerando a
sensíveis referentes à saúde com objetivo de tecnologia e o uso exclusivo de meios próprios para
obter vantagem econômica, exceto nas hipóte- reverter o processo de anonimização.
ses relativas a prestação de serviços de saúde,
de assistência farmacêutica e de assistência 231
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como Seção III — Do Tratamento de Dados Pessoais de
dados pessoais, para os fins desta Lei, aqueles utili- Crianças e de Adolescentes
zados para formação do perfil comportamental de
determinada pessoa natural, se identificada. Art. 14 O tratamento de dados pessoais de
crianças e de adolescentes deverá ser realiza-
Existe também a hipótese em que os dados colhi- do em seu melhor interesse, nos termos deste
dos foram utilizados para a formação de um perfil artigo e da legislação pertinente.
comportamental de determinada pessoa; assim, caso § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças
essa pessoa seja identificada, os dados poderão ser deverá ser realizado com o consentimento espe-
considerados como dados pessoais. cífico e em destaque dado por pelo menos um
dos pais ou pelo responsável legal.
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º des-
padrões e técnicas utilizados em processos de ano- te artigo, os controladores deverão manter pública
nimização e realizar verificações acerca de sua a informação sobre os tipos de dados coletados, a
segurança, ouvido o Conselho Nacional de Prote- forma de sua utilização e os procedimentos para o
ção de Dados Pessoais. exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta
Lei.
§ 3º Poderão ser coletados dados pessoais de
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados tam-
crianças sem o consentimento a que se refere o
bém terá a função de dispor sobre padrões e técnicas
§ 1º deste artigo quando a coleta for necessária
acerca da anonimização, determinando o que deverá
para contatar os pais ou o responsável legal,
ser entendido como esforço razoável. utilizados uma única vez e sem armazenamen-
to, ou para sua proteção, e em nenhum caso
Art. 13 Na realização de estudos em saúde públi- poderão ser repassados a terceiro sem o con-
ca, os órgãos de pesquisa poderão ter acesso sentimento de que trata o § 1º deste artigo.
a bases de dados pessoais, que serão tratados § 4º Os controladores não deverão condicionar a
exclusivamente dentro do órgão e estritamen- participação dos titulares de que trata o § 1º deste
te para a finalidade de realização de estudos e artigo em jogos, aplicações de internet ou outras ati-
pesquisas e mantidos em ambiente controlado vidades ao fornecimento de informações pessoais
e seguro, conforme práticas de segurança pre- além das estritamente necessárias à atividade.
vistas em regulamento específico e que incluam, § 5º O controlador deve realizar todos os esforços
sempre que possível, a anonimização ou pseudo- razoáveis para verificar que o consentimento a que
nimização dos dados, bem como considerem os se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo respon-
devidos padrões éticos relacionados a estudos e sável pela criança, consideradas as tecnologias
pesquisas. disponíveis.

9
-3
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer § 6º As informações sobre o tratamento de dados

40
excerto do estudo ou da pesquisa de que trata o referidas neste artigo deverão ser fornecidas de
caput deste artigo em nenhuma hipótese poderá
.5
maneira simples, clara e acessível, consideradas as
33
revelar dados pessoais. características físico-motoras, perceptivas, senso-
§ 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela
.6

riais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de


00

segurança da informação prevista no caput deste recursos audiovisuais quando adequado, de forma
artigo, não permitida, em circunstância alguma, a
-0

a proporcionar a informação necessária aos pais


transferência dos dados a terceiro. ou ao responsável legal e adequada ao entendimen-
os

§ 3º O acesso aos dados de que trata este artigo to da criança.


nt

será objeto de regulamentação por parte da autori-


Sa

dade nacional e das autoridades da área de saúde e


A LGPD autoriza o tratamento de dados pessoais de
sanitárias, no âmbito de suas competências.
os

§ 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimiza-


crianças e adolescentes desde que isso seja realizado
id

ção é o tratamento por meio do qual um dado em seu melhor interesse, sendo necessário o consen-
timento inequívoco de um dos pais ou responsáveis,
ol

perde a possibilidade de associação, direta ou


ic

indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de infor- vez que a proteção integral é um dos fundamentos do
N

mação adicional mantida separadamente pelo con- Estatuto da Criança e do Adolescente.


io

trolador em ambiente controlado e seguro. Embora o consentimento seja regra, há duas exce-
ric

ções, previstas no § 2º, do art. 14, em que o consenti-


au

O art. 13 dispõe sobre o tratamento de dados pes- mento não é exigido:


M

soais por órgãos de pesquisa no que tange a questões


de saúde pública. Nesses casos, os órgãos de pesquisa z Quando houver a necessidade de entrar em conta-
poderão ter acesso ao banco de dados pessoais, desde to com os pais ou com o responsável pela criança
que a sua finalidade seja estudo e pesquisa. Os dados ou adolescente;
serão tratados exclusivamente dentro do órgão e z Quando os dados forem necessários para proteger
mantidos em ambiente controlado e seguro. o titular menor de idade.
O artigo trata ainda da pseudominação de forma
expressa, recomendando o seu uso nos estudos em Ademais, há um grande cuidado em garantir que
saúde pública que tratam de dados sensíveis. Nesse os dados pessoais de crianças e adolescentes não
mesmo artigo, a lei conceitua que a pseudominação sejam coletados além do estritamente necessário. Nos
é o meio pelo qual um dado perde a possibilidade de dias atuais, é comum que aplicativos e jogos possuam
associação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão “termos de uso” para que sejam utilizados. Nesse caso,
pelo uso de informação adicional mantida separa- o compartilhamento de dados não-essenciais não
damente pelo controlador em ambiente controlado e pode ser requisito para que o titular possa utilizá-los.
seguro, sendo relevante a leitura dos parágrafos do
232 referido artigo para melhor fixação dos seus estudos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Seção IV — Do Término do Tratamento de Dados CAPÍTULO IV — DO TRATAMENTO DE DADOS
PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO
Art. 15 O término do tratamento de dados pes-
soais ocorrerá nas seguintes hipóteses: A atividade administrativa realizada pelo Estado
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de
está atrelada à gestão de uma série de dados sensí-
que os dados deixaram de ser necessários ou perti-
veis. Desta forma, tanto a coleta e o tratamento de
nentes ao alcance da finalidade específica almejada;
II - fim do período de tratamento; dados pessoais quanto a execução de políticas públi-
III - comunicação do titular, inclusive no exercício cas decorrentes das relações entre Estado e cidadãos
de seu direito de revogação do consentimento con- foram temas abordados pela LGPD. Neste sentido, o
forme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguar- Capítulo IV regulamenta o tratamento de dados pes-
dado o interesse público; ou soais pelo Poder Público, determinando as hipóteses
IV - determinação da autoridade nacional, quando legais em que o Estado pode tratar dos dados pessoais.
houver violação ao disposto nesta Lei.
Seção I — Das Regras
A LGPD elenca as hipóteses de término do trata-
mento de dados pessoais. Para melhor fixação deste Art. 23 O tratamento de dados pessoais pelas
conteúdo, observe o fluxograma a seguir: pessoas jurídicas de direito público referidas no
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18
A finalidade foi alcançada ou de de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informa-
que os dados deixaram de ser ção), deverá ser realizado para o atendimento de
necessários ou pertinentes ao
sua finalidade pública, na persecução do interesse
alcance da finalidade específica
público, com o objetivo de executar as competên-
almejada
cias legais ou cumprir as atribuições legais do ser-
Com o fim do tratamento de dados
viço público, desde que:
HIPÓTESES DO TÉRMINO I - sejam informadas as hipóteses em que, no exer-
DO TRATAMENTO DE O titular comunicou, exercendo cício de suas competências, realizam o tratamento
DADOS o seu direito de revogação do de dados pessoais, fornecendo informações claras e
consentimento conforme disposto atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os
no § 5º do art. 8º desta Lei, procedimentos e as práticas utilizadas para a exe-
resguardado o interesse público cução dessas atividades, em veículos de fácil aces-
so, preferencialmente em seus sítios eletrônicos;
Por determinação da autoridade III - seja indicado um encarregado quando realiza-
nacional, quando houver violação rem operações de tratamento de dados pessoais,
ao disposto na LGPD

9
nos termos do art. 39 desta Lei;

-3
40
Art. 16 Os dados pessoais serão eliminados após O referido dispositivo de lei não faz menção ao
o término de seu tratamento, no âmbito e nos limi-
.5
compartilhamento de dados, tampouco alude a dados
33
tes técnicos das atividades, autorizada a conserva- sensíveis (dados que informem raça, etnia, dados
.6

ção para as seguintes finalidades:


genéticos ou biométricos etc.). O art. 23, da LGPD,
00

I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória


aborda o tratamento dos dados pessoais dos cida-
-0

pelo controlador;
dãos pelo Poder Público, considerando que isso pode
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre
os

que possível, a anonimização dos dados pessoais; ser realizado quando existir finalidade de interesse
nt

III - transferência a terceiro, desde que respeitados os público.


Sa

requisitos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou Para a maior compreensão do artigo acima, acom-
os

IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu aces- panhe a seguir o mencionado parágrafo único, do art.
1º, da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011:
id

so por terceiro, e desde que anonimizados os dados.


ol

O cuidado com a proteção dos dados pessoais deve Art. 1º (Lei nº 12.527, de 2011) [...]
ic
N

seguir desde a coleta até o seu encerramento, por isso, Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta
io

a eliminação dos dados deve ser realizada com muita cau- Lei:
ric

tela, tanto com dados físicos quanto com os digitais, sendo I - os órgãos públicos integrantes da administração
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluin-
au

permitida a conservação nas hipóteses elencadas no flu-


do as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

xograma a seguir, trazido para auxiliar nos seus estudos:


M

Público;
Cumprimento de obrigação legal II - as autarquias, as fundações públicas, as empre-
ou regulatória pelo controlador sas públicas, as sociedades de economia mista e
demais entidades controladas direta ou indire-
Estudo por órgão de pesquisa, tamente pela União, Estados, Distrito Federal e
garantida, sempre que possível, a Municípios.
HIPÓTESES QUE SÃO anonimização dos dados pessoais
AUTORIZADAS A Voltando ao estudo da LGPD:
Transferência a terceiro, desde
CONSERVAÇÃO DOS
que respeitados os requisitos de
DADOS APÓS O TÉRMINO § 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as
tratamento de dados dispostos na
DO TRATAMENTO formas de publicidade das operações de tratamento.
LGPD
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pes-
O uso exclusivo do controlador, soas jurídicas mencionadas no caput deste artigo
vedado seu acesso por terceiro, e de instituir as autoridades de que trata a Lei nº
desde que anonimizados os dados 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso
à Informação). 233
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a
direitos do titular perante o Poder Público observa- responsabilidade dos administradores.
rão o disposto em legislação específica, em especial 9§ 2º As empresas públicas e as sociedades de eco-
as disposições constantes da Lei nº 9.507, de 12 de nomia mista não poderão gozar de privilégios fis-
novembro de 1997 (Lei do Habeas Data), da Lei nº cais não extensivos às do setor privado.
9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Pro- § 3º A lei regulamentará as relações da empresa
cesso Administrativo), e da Lei nº 12.527, de 18 de pública com o Estado e a sociedade.
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação). § 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em vise à dominação dos mercados, à eliminação da
caráter privado, por delegação do Poder Público, concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade indivi-
jurídicas referidas no caput deste artigo, nos ter- dual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá
mos desta Lei. a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem for- compatíveis com sua natureza, nos atos praticados
necer acesso aos dados por meio eletrônico para a contra a ordem econômica e financeira e contra a
administração pública, tendo em vista as finalida- economia popular.
des de que trata o caput deste artigo.
Retomando o estudo dos artigos da LGPD, acompa-
Para proceder ao tratamento de dados, as pessoas nhe o art. 25:
jurídicas de direito público devem, no exercício de
suas competências, informar de modo claro e atuali- Art. 25 Os dados deverão ser mantidos em formato
zado qual a base de dados que autoriza o tratamento, interoperável e estruturado para o uso comparti-
bem como os procedimentos e as práticas utilizadas lhado, com vistas à execução de políticas públicas,
para isso, vez que também a autoridade nacional à prestação de serviços públicos, à descentraliza-
(ANPD) poderá dispor sobre as formas de publicidade ção da atividade pública e à disseminação e ao
das operações de tratamento de dados. acesso das informações pelo público em geral.
É importante ressaltar que as pessoas jurídicas
de direito público deverão indicar um encarregado Conforme a LGPD determina, os dados devem
quando realizarem o tratamento de dados, um DPO, ser armazenados de forma interoperável, ou seja,
que fará a ponte com o controlador, os titulares de em formato aberto, que permita o seu consumo por
dados e a ANPD, sendo fundamental a leitura do art. outros órgãos ou entes públicos, inclusive mediante
23 para compreensão desse conteúdo. a integração de sistemas, devendo ser observadas as
premissas técnicas viabilizando as finalidades especí-
Art. 24 As empresas públicas e as sociedades de ficas, previstas no rol taxativo: a execução de políticas

9
economia mista que atuam em regime de concor- públicas, a prestação de serviços públicos, a descen-

-3
tralização da atividade pública, a disseminação e o

40
rência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Constitui-
ção Federal, terão o mesmo tratamento dispensado acesso das informações pelo público em geral.
.5
33
às pessoas jurídicas de direito privado particulares,
nos termos desta Lei. Art. 26 O uso compartilhado de dados pessoais
.6
00

Parágrafo único. As empresas públicas e as socie- pelo Poder Público deve atender a finalidades espe-
dades de economia mista, quando estiverem ope- cíficas de execução de políticas públicas e atribui-
-0

racionalizando políticas públicas e no âmbito da ção legal pelos órgãos e pelas entidades públicas,
os

execução delas, terão o mesmo tratamento dispen- respeitados os princípios de proteção de dados pes-
nt

sado aos órgãos e às entidades do Poder Público, soais elencados no art. 6º desta Lei.
Sa

nos termos deste Capítulo. § 1º É vedado ao Poder Público transferir a entida-


des privadas dados pessoais constantes de bases de
os

Acompanhe a seguir o art. 173, da CF, de 1988, dados a que tenha acesso, exceto:
id

mencionado no art. 24, da LGPD: I - em casos de execução descentralizada de ativida-


ol

de pública que exija a transferência, exclusivamente


ic

Art. 173 (CF, de 1988) Ressalvados os casos pre- para esse fim específico e determinado, observado
N

vistos nesta Constituição, a exploração direta de o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de


io

atividade econômica pelo Estado só será permitida 2011 (Lei de Acesso à Informação);
ric

quando necessária aos imperativos da segurança III - nos casos em que os dados forem acessíveis
au

nacional ou a relevante interesse coletivo, confor- publicamente, observadas as disposições desta Lei.
IV - quando houver previsão legal ou a transferên-
M

me definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empre- cia for respaldada em contratos, convênios ou ins-
sa pública, da sociedade de economia mista e de trumentos congêneres; ou
suas subsidiárias que explorem atividade econômi- V - na hipótese de a transferência dos dados obje-
ca de produção ou comercialização de bens ou de tivar exclusivamente a prevenção de fraudes e
prestação de serviços, dispondo sobre: irregularidades, ou proteger e resguardar a segu-
I - sua função social e formas de fiscalização pelo rança e a integridade do titular dos dados, desde
Estado e pela sociedade; que vedado o tratamento para outras finalidades.
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empre- § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º
sas privadas, inclusive quanto aos direitos e obri- deste artigo deverão ser comunicados à autoridade
gações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; nacional.
III - licitação e contratação de obras, serviços,
compras e alienações, observados os princípios da Diante da possibilidade de compartilhamento de
administração pública; dados pessoais entre as bases de dados sob controle
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos do Poder Público entre entes públicos, a LGPD afirma
de administração e fiscal, com a participação de que todas as operações devem seguir os principais
234 acionistas minoritários; requisitos já estudados anteriormente, sendo eles:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a existência de finalidade, a existência de base legal Diante da constatação da ocorrência de infração
para os entes envolvidos e a validação do comparti- por órgão ou ente do Poder Público, a ANPD pode
lhamento. Isso posto, é fundamental a leitura do art. enviar um documento chamado relatório de impac-
26 para a complementação dos seus estudos. to, com medidas cabíveis para fazer cessar a violação.
Porém, é importante destacar que não há previsão em
Art. 27 A comunicação ou o uso compartilhado de qualquer dispositivo da LGPD sobre possibilidade de
dados pessoais de pessoa jurídica de direito público a ANPD enviar semelhante relatório para as pessoas
a pessoa de direito privado será informado à auto-
jurídicas de direito privado.
ridade nacional e dependerá de consentimento do
titular, exceto:
I - nas hipóteses de dispensa de consentimento pre-
vistas nesta Lei;
II - nos casos de uso compartilhado de dados, em COMPLIANCE - RESPONSABILIZAÇÃO
que será dada publicidade nos termos do inciso I do
caput do art. 23 desta Lei; ou PELA PRÁTICA DE ATOS CONTRA
III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA -
Lei.
Parágrafo único. A informação à autoridade nacio- LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO
nal de que trata o caput deste artigo será objeto de
regulamentação. LEI Nº 12.846, DE 1° DE AGOSTO DE 2013 E SUAS
Art. 28 (Revogado) ATUALIZAÇÕES
Art. 29 A autoridade nacional poderá solicitar, a
qualquer momento, aos órgãos e às entidades do A presente Lei dispõe acerca das responsabiliza-
poder público a realização de operações de trata- ções, no âmbito administrativo e civil, das pessoas
mento de dados pessoais, informações específicas jurídicas ao praticarem atos contra a Administração
sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros Pública nacional ou estrangeira e regulamenta provi-
detalhes do tratamento realizado e poderá emi- dências. Essa norma possui 31 (trinta e um) artigos,
tir parecer técnico complementar para garantir o dos quais a leitura se mostra imprescindível.
cumprimento desta Lei.
Art. 30 A autoridade nacional poderá estabele-
DISPOSIÇÕES GERAIS
cer normas complementares para as atividades
de comunicação e de uso compartilhado de dados
pessoais. O art. 1º dispõe sobre as responsabilidades das
pessoas jurídicas, doravante empresas, que realiza-
rem atos contra a Administração Pública. Vejamos:

9
Para ocorrer a transferência de dados de um ente

-3
público para um particular, basta estabelecer que nas

40
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização
hipóteses de uso compartilhado de dados entre o ente
.5
objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
público e o privado na transferência, a LGPD exige,
33
pela prática de atos contra a administração públi-
como regra, a obtenção do consentimento do titular ca, nacional ou estrangeira.
.6

dos dados pessoais.


00

O consentimento para compartilhamento de dados


-0

É necessário ter atenção ao fato de que tais respon-


pessoais deve ser específico para essa finalidade, não sabilidades serão incumbidas às empresas nos âmbi-
os

bastando ao controlador tê-lo colhido para outras tos civil e administrativo.


nt

modalidades de tratamento. Fique de olho nas questões de prova quanto à


Sa

A comunicação, ou o uso compartilhado de dados cobrança das partículas e/ou. No art. 1º, por exem-
pessoais de pessoa jurídica de direito público a pes-
os

plo, pode-se ver que as responsabilidades serão civil


soa de direito privado, será informada à autoridade
id

e administrativa. A banca examinadora pode querer


nacional e dependerá de consentimento do titular. As
ol

confundir você!
exceções estão previstas no art. 27, sendo também os
ic

As empresas as quais a Lei responsabilizará civil


arts. 29 e 30 autoexplicativos acerca das atuações da
N

e administrativamente estão dispostas no parágrafo


ANPD nesses aspectos.
io

único do art. 1º. Vejamos:


ric

Seção II — Da Responsabilidade
au

Art. 1º [...]
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às


Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em sociedades empresárias e às sociedades sim-
decorrência do tratamento de dados pessoais por ples, personificadas ou não, independentemente da
órgãos públicos, a autoridade nacional poderá forma de organização ou modelo societário adota-
enviar informe com medidas cabíveis para fazer do, bem como a quaisquer fundações, associa-
cessar a violação. ções de entidades ou pessoas, ou sociedades
estrangeiras, que tenham sede, filial ou repre-
Destaca-se que a ANPD possui poder normativo, sentação no território brasileiro, constituídas de
o que implica que o órgão pode emitir regulamentos fato ou de direito, ainda que temporariamente.
complementares — informes, contendo as medidas
cabíveis, para fazer cessar a violação. Conforme se vê, o dispositivo, em seu parágrafo
único, especifica quais tipos de pessoas jurídicas serão
Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a responsabilizadas caso venham a cometer ações que
agentes do Poder Público a publicação de relatórios causem dano contra a Administração Pública nacio-
de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a nal ou estrangeira. Ainda, é importante atentar-se
adoção de padrões e de boas práticas para os trata- quanto às palavras “independentemente”, “tempora-
mentos de dados pessoais pelo Poder Público. riamente” e “ainda que”. Vejamos o esquema a seguir: 235
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ato, bem como as pessoas que trabalham na empresa
Sociedades Empresárias responderão por suas condutas ilícitas, pois o desvio
de verbas é um ato contra a Administração Pública.
Personificadas ou não, Encerrando as disposições gerais, o art. 4º dita que
PESSOAS JURÍDICAS independentemente da forma
Sociedades Simples
de organização ou modelo subsiste, ou seja, permanecerá a responsabilidade
societário adotado das pessoas jurídicas nas hipóteses de alteração con-
Quaisquer fundações, tratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão
associações de entidades ou societária. Vejamos a literalidade do artigo:
pessoas

Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurí-


Sociedades estrangeiras, com dica na hipótese de alteração contratual, transfor-
sede, filial ou representação no mação, incorporação, fusão ou cisão societária.
território brasileiro, constituídas
de fato ou de direito, ainda que § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a res-
temporariamente ponsabilidade da sucessora será restrita à obriga-
ção de pagamento de multa e reparação integral do
dano causado, até o limite do patrimônio trans-
Da Responsabilização ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais san-
ções previstas nesta Lei decorrentes de atos e fatos
A Lei Anticorrupção destaca que as empresas serão ocorridos antes da data da fusão ou incorporação,
responsabilizadas de forma objetiva no âmbito civil exceto no caso de simulação ou evidente intuito de
e administrativo. As responsabilidades existentes na fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas,
doutrina são duas: objetiva e subjetiva, sendo neces-
coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
sário, para que ocorra essa última, ser apurada, em consorciadas serão solidariamente responsáveis
processo competente, a existência de dolo ou culpa. pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin-
Conforme se depreende da Lei estudada, a respon- do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamen-
sabilidade das pessoas jurídicas será a objetiva, pois to de multa e reparação integral do dano causado.
não depende da apuração de dolo ou culpa.
Ressalta-se que não se excluirá a responsabilida- DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
de individual de seus dirigentes ou administradores, NACIONAL OU ESTRANGEIRA
bem como de qualquer pessoa natural, autora, coau-
tora ou partícipe do ato ilícito. O art. 5º desta Lei aponta os atos lesivos à Adminis­
Ainda, o art. 3º destaca ainda, que as pessoas jurí- tração. Não há segredos, pois são atos muito parecidos
dicas serão responsabilizadas independentemente da com os previstos na lei de Improbidade Administrativa.

9
responsabilização individual das pessoas naturais e Constituem atos lesivos à Administração Pública,

-3
ressalta ser necessária a apuração da culpabilidade nacional ou estrangeira, aqueles que:

40
dos dirigentes ou administradores, para que possam
vir a ser responsabilizados por seus atos ilícitos: .5
z Atentem contra o patrimônio público nacional ou
33
estrangeiro;
.6

Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não z Atentem contra princípios da Administração


00

exclui a responsabilidade individual de seus dirigen- Pública;


-0

tes ou administradores ou de qualquer pessoa natu- z Atentem contra os compromissos internacionais


os

ral, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. assumidos pelo Brasil.


nt
Sa

Do Ato Ilícito
Dica
os

Nos termos do art. 186 do Código Civil brasilei- Mais importante do que “decorar” todos os atos
id

ro, tem-se a definição do que configura ato ilícito. lesivos é entender que qualquer ato que atente
ol

Vejamos: contra esses três tópicos anteriores será enqua­


ic

drado para fins desta lei.


N

Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão volun-


io

tária, negligência ou imprudência, violar direito e São exemplos de atos lesivos:


ric

causar dano a outrem, ainda que exclusivamente


au

moral, comete ato ilícito. Art. 5º Constituem atos lesivos à administração


M

pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta


Os dirigentes e administradores serão responsabi- Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídi-
lizados por seus atos ilícitos na medida de sua culpabi- cas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que
lidade, ou seja, é necessário que realizem atos ilícitos/ atentem contra o patrimônio público nacional
ilegais. Conforme o artigo mencionado, o ato ilícito ou estrangeiro, contra princípios da administra-
será toda ação (agir) ou toda omissão (deixar de agir) ção pública ou contra os compromissos internacio-
de forma voluntária, negligente ou imprudente que nais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
viole e cause dano a outrem. I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamen-
te, vantagem indevida a agente público, ou a tercei-
A Lei deixa claro que, além da responsabilização
ra pessoa a ele relacionada;
da própria empresa (nos âmbitos civil e administrati-
II - comprovadamente, financiar, custear, patroci-
vo), ela punirá dirigentes, administradores e todas as nar ou de qualquer modo subvencionar a prática
pessoas naturais que agirem como autores, coautores dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
ou partícipes. Para exemplificar, imagine que, após III - comprovadamente, utilizar-se de interposta
ter celebrado um contrato com a Administração Públi- pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular
ca, desviou-se verbas desse contrato. Nesse caso, os seus reais interesses ou a identidade dos beneficiá-
236 agentes da Administração que colaboraram para tal rios dos atos praticados;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IV - no tocante a licitações e contratos: § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamen-
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina- te, isolada ou cumulativamente, de acordo com as
ção ou qualquer outro expediente, o caráter compe- peculiaridades do caso concreto e com a gravidade
titivo de procedimento licitatório público; e natureza das infrações.
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo
qualquer ato de procedimento licitatório público; será precedida da manifestação jurídica elaborada
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistên-
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo; cia jurídica, ou equivalente, do ente público.
d) fraudar licitação pública ou contrato dela § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo
decorrente; não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa reparação integral do dano causado.
jurídica para participar de licitação pública ou § 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja
possível utilizar o critério do valor do faturamen-
celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo frau- to bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$
dulento, de modificações ou prorrogações de contratos 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessen-
celebrados com a administração pública, sem autori- ta milhões de reais).
zação em lei, no ato convocatório da licitação pública § 5º A publicação extraordinária da decisão conde-
ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou natória ocorrerá na forma de extrato de sentença,
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-fi- a expensas da pessoa jurídica, em meios de comu-
nanceiro dos contratos celebrados com a adminis- nicação de grande circulação na área da prática
tração pública; da infração e de atuação da pessoa jurídica ou,
V - dificultar atividade de investigação ou fiscali- na sua falta, em publicação de circulação nacio-
zação de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou nal, bem como por meio de afixação de edital, pelo
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta-
agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização belecimento ou no local de exercício da atividade,
do sistema financeiro nacional. de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na
rede mundial de computadores.
§ 6º (VETADO).
Atente-se quanto aos verbos dispostos nos incisos:
prometer, oferecer, dar, obter e outros, pois a banca
As sanções aplicadas no caso concreto consistirão
examinadora pode querer confundir você.
em multa pecuniária e publicação extraordinária da
Constam, no art. 5º, as condutas a serem pratica-
decisão condenatória, conforme disposição dos inci-
das pelos agentes ou qualquer outra pessoa, as quais
sos. É importante ressaltar, nos termos da disposição
consistirão em atos lesivos contra a Administração
legal, que as sanções poderão ser aplicadas de forma
Pública. Ainda, a Lei considera Administração Púbica
isolada, ou seja, somente uma das punições ou de for-
estrangeira os órgãos e entidades estatais, bem como
ma cumulada, o que resultará na aplicação das duas
representações diplomáticas de país estrangeiro de

9
sanções de forma conjunta.

-3
qualquer nível ou esfera de governo, além de pes-

40
soas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, Para que tais punições sejam aplicadas, será neces-
sária a fundamentação da decisão, que consiste em
pelo poder público ou estrangeiro. Vale lembrar que
.5
33
a Administração Pública estrangeira é equiparada às uma justificativa, com base na Lei, sobre o porquê
daquela aplicação sancionatória.
.6

organizações públicas internacionais.


00

Será considerado agente público estrangeiro todo A Lei ainda estabelece que as sanções serão apli-
cadas de acordo com as peculiaridades de cada caso
-0

aquele que, transitoriamente ou sem remuneração,


exerça cargo, emprego ou função pública em órgãos, concreto, bem como com a gravidade e a natureza das
os

entidades estatais ou em representações diplomáticas infrações. Nesse último caso, ressalta-se, por exemplo,
nt

de país estrangeiro, bem como pessoas jurídicas con- que a natureza das infrações poderá ser nos âmbitos
Sa

troladas, direta ou indiretamente, pelo poder público civil, administrativo ou penal.


os

estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.


Dos Valores a serem Aplicados como Sanções
id

DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
ol

Os valores a serem considerados para pagamento


ic

das sanções aplicadas às empresas jurídicas responsabi-


N

A Lei Anticorrupção, conforme temos abarcado,


lizadas pela prática de ato lesivo contra a Administração
io

especifica as condutas a serem consideradas como


Pública consistirão entre 0,1% (um décimo por cento) a
ric

atos lesivos contra a Administração Pública e, até esse 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do exercí-
au

ponto, sabemos sobre em quem as responsabilizações cio anterior à instauração do processo administrativo.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

recairão, bem como quais condutas praticadas serão Serão excluídos os tributos, não sendo inferiores à van-
consideradas como atos ilícitos. tagem auferida quando for possível estimá-los.
O art. 6º da Lei trata sobre as sanções que poderão
ser aplicadas às pessoas jurídicas que forem conside-
radas responsáveis pela prática de ato lesivo em des-
Dica
favor da Administração Pública. Vejamos: Nos termos do art. 145, da CF, de 1988, tributos
são impostos, taxas e contribuição de melhorias.
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas
às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos Caso não seja possível utilizar o critério do valor
atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
bruto auferido do faturamento ao ano anterior à ins-
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento)
a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do tauração do processo administrativo, a multa aplica-
último exercício anterior ao da instauração do pro- da poderá ser no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais)
cesso administrativo, excluídos os tributos, a qual a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). Vale
nunca será inferior à vantagem auferida, quando ressaltar que será necessária a manifestação jurídica
for possível sua estimação; e elaborada pela Advocacia Pública ou pelo órgão de
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. assistência jurídica ou equivalente do ente público. 237
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Lembre-se de que, mesmo com a aplicação da san- A consumação ou não da infração é algo impor-
ção pecuniária, não será excluída a hipótese de haver tante a ser averiguado. Da mesma forma, é preciso
a reparação integral do dano causado à Administra- mensurar o efeito negativo da infração, seja aos cofres
ção Pública. públicos, aos administrados, à própria empresa etc.

Publicação Extraordinária da Decisão Condenatória DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE


RESPONSABILIZAÇÃO
O art. 6º especifica que uma das sanções a serem
aplicadas às pessoas jurídicas será a publicação A Lei trata, ainda, sobre o funcionamento e o pro-
extraordinária da decisão condenatória. Tal publica- cedimento a serem realizados no âmbito administra-
ção ocorre na forma de extrato da sentença da pessoa tivo, para que se possa apurar a responsabilização das
jurídica em meios de comunicação de grande cir- pessoas jurídicas, bem como dos dirigentes, adminis-
culação na área da prática da infração e de atuação tradores e pessoas naturais que virão a causar danos
daquela. Na ausência destes, a publicação dar-se-á em em desfavor da Administração Pública.
meio de publicação nacional, bem como por afixação
de edital em um prazo de, no mínimo, 30 (trinta) dias Art. 8º A instauração e o julgamento de processo
no próprio estabelecimento ou no local de exercício administrativo para apuração da responsabilida-
da atividade. de de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima
A publicação deverá ocorrer de modo visível ao de cada órgão ou entidade dos Poderes Executi-
público, bem como em sítio eletrônico na rede mun- vo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou
dial de computadores. mediante provocação, observados o contraditório
e a ampla defesa.
Fatos a serem Considerados para a Aplicação das
Sanções às Pessoas Jurídicas É importante destacar que a instauração e julga-
mento do processo administrativo poderá ser uma
O art. 7º expõe os fatos que são levados em consi- atividade delegada, porém é vedada a subdelegação.
deração, para que se chegue à aplicação justa, correta Vejamos:
e fundamentada das sanções, quais sejam:
§ 1º A competência para a instauração e o julga-
Art. 7º Serão levados em consideração na aplica- mento do processo administrativo de apuração de
ção das sanções: responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser
I - a gravidade da infração; delegada, vedada a subdelegação.
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Con-

9
III - a consumação ou não da infração; troladoria-Geral da União - CGU terá competência

-3
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; concorrente para instaurar processos administra-

40
V - o efeito negativo produzido pela infração; tivos de responsabilização de pessoas jurídicas ou
VI - a situação econômica do infrator; .5
para avocar os processos instaurados com funda-
33
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apura- mento nesta Lei, para exame de sua regularidade
.6

ção das infrações; ou para corrigir-lhes o andamento.


00

VIII - a existência de mecanismos e procedimen- Art. 5º (CF, de 1988) [...]


-0

tos internos de integridade, auditoria e incentivo LV - Aos litigantes, em processo judicial e adminis-
os

à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva trativo, e aos acusados em geral são assegurados o
nt

de códigos de ética e de conduta no âmbito da pes- contraditório e ampla defesa, com os meios e recur-
Sa

soa jurídica; sos a ela inerentes;


IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa
os

jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e O art. 5º da nossa Carta Magna, estabelece de for-
id

X - (VETADO). ma expressa os princípios constitucionais da ampla


ol

defesa e do contraditório, os quais são garantidos aos


ic

O referido artigo discrimina as condutas a serem processos judiciais e administrativos.


N

consideradas para a correlata aplicação da sanção.


io

Porém, o inciso X é vetado. Os parâmetros do inciso Apuração dos Atos Ilícitos Praticados em Desfavor
ric

VIII serão estabelecidos em regulamento do Poder da Administração Pública Estrangeira


au

Executivo Federal.
M

A gravidade da infração será considerada, visto Os atos ilícitos praticados em desfavor da Admi-
que os danos à Administração Pública poderão trazer nistração Pública estrangeira serão apurados pela
inúmeras consequências. Controladoria Geral da União – CGU –, responsável
Quando esta é prejudicada, prejudicam-se, ainda, por apurar o processo e julgamento, observando-se o
os cofres públicos, os administrados, as pessoas liga- disposto no art. 4º da Convenção sobre o Combate à
das às empresas etc. Desta forma, é necessário anali- Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em
sar a gravidade da infração cometida, a fim de sopesar Transações Comerciais Internacionais, nos termos do
a sansão na proporção do dano causado. art. 9º.
Como vimos, não somente a pessoa jurídica será
responsabilizada, mas também os dirigentes, adminis- Dos Trâmites
tradores ou qualquer pessoa natural autora, coautora
ou partícipe do ato ilícito. Assim sendo, a vantagem Art. 10 O processo administrativo para apuração
auferida ou pretendida pelo infrator revelará a da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
intenção concreta do prejuízo que estaria disposto a duzido por comissão designada pela autoridade
causar ou que realmente causou, para que, por fim, instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
238 possa receber a sanção adequada. vidores estáveis.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de A comissão designada dará conhecimento ao MP
representação judicial, ou equivalente, a pedido da após a conclusão do Procedimento Administrativo,
comissão a que se refere o caput, poderá requerer para que haja apuração de eventuais delitos.
as medidas judiciais necessárias para a investiga-
ção e o processamento das infrações, inclusive de
Art. 15 A comissão designada para apuração da
busca e apreensão.
responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclu-
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à
são do procedimento administrativo, dará conheci-
autoridade instauradora que suspenda os efeitos
do ato ou processo objeto da investigação. mento ao Ministério Público de sua existência, para
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no pra- apuração de eventuais delitos.
zo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da
publicação do ato que a instituir e, ao final, apre- ACORDO DE LENIÊNCIA
sentar relatórios sobre os fatos apurados e even-
tual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo A lei em estudo dispõe sobre a possibilidade de
de forma motivada as sanções a serem aplicadas. ser realizado um Acordo de Leniência com as pes-
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro- soas jurídicas que forem responsáveis pelos atos e/ou
gado, mediante ato fundamentado da autoridade condutas ilícitos contra a Administração Pública. Tal
instauradora.
Acordo será realizado caso haja a colaboração efetiva
com as investigações a serem realizadas, bem como
Importante! no processo administrativo.

O processo administrativo será conduzido por Art. 16 A autoridade máxima de cada órgão ou enti-
comissão designada pela autoridade instaura- dade pública poderá celebrar acordo de leniência
dora, sendo composta por 2 (dois) ou mais ser- com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática
vidores estáveis. dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetiva-
mente com as investigações e o processo adminis-
trativo, sendo que dessa colaboração resulte:
Prazo I - a identificação dos demais envolvidos na infra-
ção, quando couber; e
O prazo de conclusão do processo administrativo II - a obtenção célere de informações e documentos
está estipulado em 180 (cento e oitenta) dias, contados que comprovem o ilícito sob apuração.
da data da publicação do ato que instituir o processo
e, ao final, deverá apresentar relatórios sobre os fatos Da mesma forma, de acordo com o § 1º do art. 16,
apurados e a eventual responsabilidade da pessoa para que seja realizado o Acordo de Leniência, será

9
jurídica, sugerindo, de forma motivada, as sanções necessário o preenchimento dos requisitos exigidos

-3
a serem aplicadas. Tal prazo poderá ser prorrogado nesta Lei de forma cumulada. Isso significa que, para

40
mediante fundamento da autoridade instauradora. que o Acordo de Leniência seja concretizado, será
.5
33
necessário que a pessoa jurídica:
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorro-
.6
00

gado, mediante ato fundamentado da autoridade z Seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse
instauradora.
-0

em cooperar para a apuração do ato ilícito;


z Cesse completamente seu envolvimento na infra-
os

Atente-se sempre à letra da Lei. Conforme o § 4º, ção investigada a partir da data de propositura do
nt

vê-se que não importa quantas vezes a prorrogação


Acordo;
Sa

do prazo poderá ser realizada. O dispositivo mencio-


z Admita sua participação no ilícito e coopere, ple-
na somente que o prazo poderá ser prorrogado.
os

na e permanentemente, com as investigações e o


A pessoa jurídica terá o prazo de 30 (trinta) dias
id

processo administrativo, comparecendo, sob suas


para apresentar sua defesa, prazo este contado a par-
ol

expensas, sempre que solicitada a todos os atos


tir da data da intimação.
ic

processuais até seu encerramento.


A instauração de procedimento para que haja a
N

reparação integral do dano não prejudica as demais


io

O Acordo, desde que preenchidos os requisitos


ric

aplicações imediatas de sanções trazidas por esta Lei.


Ressalta-se, ainda, que, caso não haja o pagamen- exigidos, não eximirá a pessoa jurídica da reparação
au

to, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da integral do dano causado, bem como estipulará as
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

Fazenda Pública. condições necessárias para que seja assegurada a efe-


tividade da colaboração e para o resultado útil do pro-
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica cesso. Ainda, a celebração do Acordo isentará a pessoa
jurídica da publicação extraordinária da decisão con-
A presente Lei garante, em seu art. 14, a desconsi- denatória e reduzirá em até 2/3 (dois terços) do valor
deração da personalidade jurídica. Vejamos: da multa aplicável, nos termos do § 2º do art. 16.

Art. 14 A personalidade jurídica poderá ser descon- Art. 16 [...]


siderada sempre que utilizada com abuso do direi- § 4º O acordo de leniência estipulará as condições
to para facilitar, encobrir ou dissimular a prática necessárias para assegurar a efetividade da colabo-
dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provo- ração e o resultado útil do processo.
car confusão patrimonial, sendo estendidos todos § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão esten-
os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica didos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
aos seus administradores e sócios com poderes grupo econômico, de fato e de direito, desde que
de administração, observados o contraditório e a firmem o acordo em conjunto, respeitadas as con-
ampla defesa. dições nele estabelecidas. 239
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de for-
tornará pública após a efetivação do respectivo ma habitual para facilitar ou promover a prática de
acordo, salvo no interesse das investigações e do atos ilícitos; ou
processo administrativo. II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
do ato ilícito investigado a proposta de acordo de dos atos praticados
leniência rejeitada.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de As sanções dispostas na letra da lei poderão ser
leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, bem
celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos como as ações que forem propostas pelo Ministério
contados do conhecimento pela administração Público poderão aplicar as sanções dispostas no art.
pública do referido descumprimento. 6º desta Lei juntamente com as sanções dispostas no
art. 19.
A celebração de Acordo rejeitada não importará Em caso de condenação, a obrigação de reparar o
em reconhecimento de ato ilícito e, caso seja realiza- dano será certa e o valor deverá ser apurado em liqui-
do, ocasionará a suspensão do prazo prescricional dos dação de sentença caso esta não tenha já apurado o
atos dispostos nesta Lei. valor expressamente.

Dica
Importante!
A Administração poderá celebrar o Acordo de
Leniência com pessoa jurídica responsável pela As sanções poderão ser aplicadas de forma iso-
prática de atos ilícitos realizados nos ditames lada ou cumulativa.
da Lei nº 8.666, de 1993 (Lei de Licitações).
DISPOSIÇÕES FINAIS
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
Será criado, no âmbito do Poder Executivo fede-
Art. 18 Na esfera administrativa, a responsabilida-
ral, o CNEP – Cadastro Nacional de Empresas Puni-
de da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de
sua responsabilização na esfera judicial.
das –, a fim de dar publicidade às sanções que forem
aplicadas.
Poderão as pessoas jurídicas ser responsabili-
Art. 22 Fica criado no âmbito do Poder Executivo
zadas no âmbito judicial, e não somente no âmbito
federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas
administrativo.

9
- CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções

-3
aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes

40
Art. 19 Em razão da prática de atos previstos no Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esfe-
art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito
.5
ras de governo com base nesta Lei.
33
Federal e os Municípios, por meio das respectivas § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deve-
.6

Advocacias Públicas ou órgãos de representação rão informar e manter atualizados, no Cnep, os


00

judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, dados relativos às sanções por eles aplicadas.
-0

poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes
seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
os

informações acerca das sanções aplicadas:


I - perdimento dos bens, direitos ou valores que I - razão social e número de inscrição da pessoa
nt

representem vantagem ou proveito direta ou indi- jurídica ou entidade no Cadastro Nacional da Pes-
Sa

retamente obtidos da infração, ressalvado o direito soa Jurídica - CNPJ;


os

do lesado ou de terceiro de boa-fé; II - tipo de sanção; e


id

II - suspensão ou interdição parcial de suas III - data de aplicação e data final da vigência do
atividades; efeito limitador ou impeditivo da sanção, quando
ol

III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; for o caso.


ic
N

IV - proibição de receber incentivos, subsídios,


io

subvenções, doações ou empréstimos de órgãos Posteriormente, após o cumprimento integral do


ric

ou entidades públicas e de instituições financeiras Acordo de Leniência realizado, bem como após a re-
públicas ou controladas pelo poder público, pelo
au

paração do dano integral causado, serão excluídos os


prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. registros das sanções e os acordos mediante requeri-
M

mento do órgão ou entidade sancionadora.


Os órgãos descritos no dispositivo mencionado
poderão ajuizar competente ação para a aplicação de Art. 25 Prescrevem em 5 (cinco) anos as infra-
sanções às empresas jurídicas. No que concerne ao ções previstas nesta Lei, contados da data da ciên-
inciso III, para que ocorra a dissolução compulsória cia da infração ou, no caso de infração permanente
da pessoa jurídica, deverá ter sido a personalidade ou continuada, do dia em que tiver cessado.
jurídica usada de maneira habitual com o objetivo de Art. 26 A pessoa jurídica será representada no pro-
facilitar ou de promover a prática dos atos ilícitos ou, cesso administrativo na forma do seu estatuto ou
ainda, ter sido criada para ocultar ou dissimular inte- contrato social.
resses ilícitos ou a identidade de quem se beneficiaria § 1º As sociedades sem personalidade jurídica
com a prática dos atos ilícitos. Vejamos a íntegra do serão representadas pela pessoa a quem couber a
dispositivo: administração de seus bens.
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representa-
Art. 19 [...] da pelo gerente, representante ou administrador de
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada
240 será determinada quando comprovado: no Brasil.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 27 A autoridade competente que, tendo conhe- Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da
cimento das infrações previstas nesta Lei, não ado- unidade competente, ao tomar ciência da possível
tar providências para a apuração dos fatos será ocorrência de ato lesivo à administração públi-
responsabilizada penal, civil e administrativamen- ca federal, em sede de juízo de admissibilidade e
te nos termos da legislação específica aplicável. mediante despacho fundamentado, decidirá:
Art. 28 Esta Lei aplica-se aos atos lesivos pratica- I - pela abertura de investigação preliminar;
dos por pessoa jurídica brasileira contra a admi- II - pela recomendação de instauração de PAR; ou
nistração pública estrangeira, ainda que cometidos III - pela recomendação de arquivamento da
no exterior. matéria.
Art. 29 O disposto nesta Lei não exclui as compe- § 1º A investigação de que trata o inciso I
tências do Conselho Administrativo de Defesa Eco- do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e será
nômica, do Ministério da Justiça e do Ministério da destinada à apuração de indícios de autoria e mate-
Fazenda para processar e julgar fato que constitua rialidade de atos lesivos à administração pública
infração à ordem econômica. federal.
§ 2º A investigação preliminar será conduzida dire-
tamente pela corregedoria da entidade ou unidade
REFERÊNCIAS
competente, na forma estabelecida em regulamen-
to, ou por comissão composta por dois ou mais
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- membros, designados entre servidores efetivos ou
vil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. Acesso em: empregados públicos.
02 de jul. de 2021. § 3º Na investigação preliminar, serão praticados
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- os atos necessários à elucidação dos fatos sob apu-
vil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso ração, compreendidas todas as diligências admiti-
em: 05 jul. de 2021. das em lei, notadamente:
Diponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- I - proposição à autoridade instauradora da sus-
vil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: pensão cautelar dos efeitos do ato ou do processo
objeto da investigação;
05 jul. de 2021. II - solicitação de atuação de especialistas com
conhecimentos técnicos ou operacionais, de órgãos
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022, E e entidades públicos ou de outras organizações,
SUAS ATUALIZAÇÕES para auxiliar na análise da matéria sob exame;
III - solicitação de informações bancárias sobre
Disposições Preliminares movimentação de recursos públicos, ainda que sigi-
losas, nesta hipótese, em sede de compartilhamento
O Decreto nº 11.129, de 11 de julho de 2022, dispõe do sigilo com órgãos de controle;

9
IV - requisição, por meio da autoridade competente,

-3
sobre a regularização administrativa e civil de pessoa
do compartilhamento de informações tributárias

40
jurídica pela prática de atos contra a administração
da pessoa jurídica investigada, conforme previsto
pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei nº
.5
no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25
33
12.846, de 1º de agosto de 2013, nos moldes do art. 1º. de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
.6

Vejamos: V - solicitação, ao órgão de representação judi-


00

cial ou equivalente dos órgãos ou das entidades


-0

Art. 1° [...] lesadas, das medidas judiciais necessárias para a


os

§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesi- investigação e para o processamento dos atos lesi-
vos praticados: vos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no
nt

I - por pessoa jurídica brasileira contra adminis- exterior; ou


Sa

tração pública estrangeira, ainda que cometidos no VI - solicitação de documentos ou informações a


os

exterior; pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou


id

II - no todo ou em parte no território nacional ou privado, nacionais ou estrangeiras, ou a organiza-


ol

que nele produzam ou possam produzir efeitos; ou ções públicas internacionais.


ic

III - no exterior, quando praticados contra a admi- § 4º O prazo para a conclusão da investigação pre-
N

nistração pública nacional. liminar não excederá cento e oitenta dias, admitida
io

§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do a prorrogação, mediante ato da autoridade a que
ric

disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídi- se refere o caput.


§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão
au

cas que tenham sede, filial ou representação no ter-


enviadas à autoridade competente as peças de
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

ritório brasileiro, constituídas de fato ou de direito.


informação obtidas, acompanhadas de relatório
conclusivo acerca da existência de indícios de auto-
A apuração da responsabilidade administrativa
ria e materialidade de atos lesivos à administração
de pessoa jurídica, decorrente do exercício do poder
pública federal, para decisão sobre a instauração
sancionador da administração pública, será efetuada do PAR. 
por meio de Processo Administrativo de Responsabi-
lização (PAR) ou de acordo de leniência, à luz do que Do Processo Administrativo de Responsabilização
dispõe o art. 2º.
Para que ocorra a devida instauração do Processo
DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA  Administrativo de Responsabilização (PAR), é necessá-
rio observar os critérios de competência dispostos nos
Da Investigação Preliminar arts. 4º a 18, do referido Decreto.

Ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesi- Art. 4º A competência para a instauração e para
vo à administração pública, o titular da corregedoria o julgamento do PAR é da autoridade máxima da
da entidade decidirá: entidade em face da qual foi praticado o ato lesivo 241
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ou, em caso de órgão da administração pública § 4º Caso a pessoa jurídica processada não apre-
federal direta, do respectivo Ministro de Estado. sente sua defesa escrita no prazo estabelecido
Parágrafo único.   A competência de que tra- no  caput, contra ela correrão os demais prazos,
ta o  caput  será exercida de ofício ou median- independentemente de notificação ou intimação,
te provocação e poderá ser delegada, vedada a podendo intervir em qualquer fase do processo,
subdelegação. sem direito à repetição de qualquer ato processual
Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autorida- já praticado.
de designará comissão, composta por dois ou mais
servidores estáveis. Ainda, pelo disposto no art. 7º, as intimações serão
§ 1º Em entidades da administração pública federal feitas por qualquer meio físico ou eletrônico.
cujos quadros funcionais não sejam formados por
servidores estatutários, a comissão a que se refere Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer
o caput será composta por dois ou mais emprega- meio físico ou eletrônico que assegure a certeza de
dos permanentes, preferencialmente com, no míni- ciência da pessoa jurídica processada.
mo, três anos de tempo de serviço na entidade. § 1º Os prazos começam a correr a partir da data
§ 2º A comissão a que se refere o  caput  exercerá da cientificação oficial, excluindo-se da contagem
suas atividades com imparcialidade e observará a o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimen-
legislação, os regulamentos e as orientações técni- to, observado o disposto no Capítulo XVI da Lei nº
cas vigentes. 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
§ 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispen-
necessário à elucidação do fato ou quando exigido
sam-se as demais intimações processuais, até que a
pelo interesse da administração pública, garantido
pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos.
à pessoa jurídica processada o direito à ampla defe-
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notifi-
sa e ao contraditório.
cada e intimada de todos os atos processuais, inde-
pendentemente de procuração ou de disposição
contratual ou estatutária, na pessoa do gerente,
Importante! representante ou administrador de sua filial, agên-
cia, sucursal, estabelecimento ou escritório instala-
Segundo a literalidade do § 4º, o prazo para a do no Brasil.
conclusão dos trabalhos da comissão de PAR
não excederá cento e oitenta dias, admitida a A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por
prorrogação, mediante solicitação justificada do meio de seus representantes legais ou procuradores.
presidente da comissão à autoridade instaura-
dora, que decidirá de maneira fundamentada. Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o

9
PAR por meio de seus representantes legais ou pro-

-3
curadores, sendo-lhes assegurado amplo acesso

40
Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e aos autos.
as circunstâncias conhecidas e indiciará e intimará .5
Parágrafo único. É vedada a retirada de autos
33
a pessoa jurídica processada para, no prazo de trinta físicos da repartição pública, sendo autorizada a
.6

obtenção de cópias, preferencialmente em meio


00

dias, apresentar defesa escrita e especificar eventuais


provas que pretenda produzir (art. 6º). Acompanhe- digital, mediante requerimento.
-0

Art. 10 A comissão, para o devido e regular exer-


mos algumas determinações quanto à intimação do
os

cício de suas funções, poderá praticar os atos


PAR.
necessários à elucidação dos fatos sob apuração,
nt

compreendidos todos os meios probatórios admiti-


Sa

Art. 6º [...] dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.


§ 1º A intimação prevista no caput:
os

I - facultará expressamente à pessoa jurídica a pos-


id

Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a


sibilidade de apresentar informações e provas que
ol

subsidiem a análise da comissão de PAR no que se comissão elaborará relatório a respeito dos fatos apu-
ic

refere aos elementos que atenuam o valor da multa, rados e da eventual responsabilidade administrativa
N

previstos no art. 23; e da pessoa jurídica, no qual sugerirá, de forma moti-


io

II - solicitará a apresentação de informações e vada (art. 11):


ric

documentos, nos termos estabelecidos pela Contro-


au

ladoria-Geral da União, que permitam a análise do Art. 11 [...]


M

programa de integridade da pessoa jurídica. I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indi-
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: cação da dosimetria, ou o arquivamento do processo;
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputa- II - o encaminhamento do relatório final à autorida-
do à pessoa jurídica, com a descrição das circuns- de competente para instrução de processo adminis-
tâncias relevantes; trativo específico para reparação de danos, quando
II - o apontamento das provas que sustentam o houver indícios de que do ato lesivo tenha resultado
entendimento da comissão pela ocorrência do ato dano ao erário;
lesivo imputado; e III - o encaminhamento do relatório final à Advo-
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado cacia-Geral da União, para ajuizamento da ação de
à pessoa jurídica processada. que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha sugestão, de acordo com o caso concreto, da apli-
êxito, será feita nova intimação por meio de edital cação das sanções previstas naquele artigo, como
publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico retribuição complementar às do PAR ou para a pre-
do órgão ou da entidade pública responsável pela venção de novos ilícitos;
condução do PAR, hipótese em que o prazo para IV - o encaminhamento do processo ao Ministério
apresentação de defesa escrita será contado a par- Público, nos termos do disposto no art. 15 da Lei nº
242 tir da última data de publicação do edital. 12.846, de 2013; e
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V - as condições necessárias para a concessão da A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito
reabilitação, quando cabível. do Poder Executivo Federal, competência:

Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata Art. 17 A Controladoria-Geral da União possui, no
de encerramento dos seus trabalhos, que formalizará âmbito do Poder Executivo federal, competência:
sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autori- I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
dade instauradora, que determinará a intimação da II - exclusiva para avocar os processos instaurados
pessoa jurídica processada do relatório final para, para exame de sua regularidade ou para lhes corri-
querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez gir o andamento, inclusive promovendo a aplicação
dias. Transcorrido o prazo de dez dias, a autoridade da penalidade administrativa cabível.
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exer-
instauradora determinará à corregedoria da entidade
cer, a qualquer tempo, a competência prevista
ou à unidade competente que analise a regularidade e
no  caput, se presentes quaisquer das seguintes
o mérito do PAR (art. 12 e seu parágrafo único). circunstâncias:
Vejamos, ainda, a continuidade do PAR após a aná- I - caracterização de omissão da autoridade origi-
lise da regularidade e mérito a partir do art. 13. nariamente competente;
II - inexistência de condições objetivas para sua
Art. 13 Após a análise de regularidade e mérito, o realização no órgão ou na entidade de origem;
PAR será encaminhado à autoridade competente III - complexidade, repercussão e relevância da
para julgamento, o qual será precedido de manifes- matéria;
tação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurí-
jurídica competente. dica com o órgão ou com a entidade atingida; ou
Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária V - apuração que envolva atos e fatos relacionados
ao relatório da comissão, esta deverá ser funda- com mais de um órgão ou entidade da administra-
mentada com base nas provas produzidas no PAR. ção pública federal.
Art. 14 A decisão administrativa proferida pela § 2º Ficam os órgãos e as entidades da adminis-
autoridade julgadora ao final do PAR será publica- tração pública obrigados a encaminhar à Con-
da no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico troladoria-Geral da União todos os documentos e
do órgão ou da entidade pública responsável pelo informações que lhes forem solicitados, incluídos
julgamento do PAR. os autos originais dos processos que eventualmente
Art. 15 Da decisão administrativa sancionadora estejam em curso.
cabe pedido de reconsideração com efeito suspensi- Art. 18 Compete à Controladoria-Geral da União
vo, no prazo de dez dias, contado da data de publi- instaurar, apurar e julgar PAR pela prática de atos
cação da decisão. lesivos a administração pública estrangeira, o qual

9
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impos- seguirá, no que couber, o rito procedimental previs-

-3
40
tas sanções no PAR e que não apresentar pedido de to neste Capítulo.
reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trin- Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da admi-
.5
33
ta dias, contado do fim do prazo para interposição nistração pública federal direta e indireta deverão
do pedido de reconsideração. comunicar à Controladoria-Geral da União os indí-
.6
00

§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta cios da ocorrência de atos lesivos a administração
pública estrangeira, identificados no exercício de
-0

dias para decidir sobre a matéria alegada no pedi-


do de reconsideração e publicar nova decisão. suas atribuições, juntando à comunicação os docu-
os

§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionado- mentos já disponíveis e necessários à apuração ou


nt

ra, será concedido à pessoa jurídica novo prazo de à comprovação dos fatos, sem prejuízo do envio
Sa

trinta dias para o cumprimento das sanções que lhe de documentação complementar, na hipótese de
foram impostas, contado da data de publicação da novas provas ou informações relevantes, sob pena
os

nova decisão. de responsabilização.  


id

Art. 16 Os atos previstos como infrações adminis-


ol

trativas à Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS


ic

a outras normas de licitações e contratos da admi- ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS 


N

nistração pública que também sejam tipificados


io
ric

como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes
apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos sanções administrativas, nos ditames do art. 19:
au

autos, aplicando-se o rito procedimental previsto


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

neste Capítulo. Art. 19 As pessoas jurídicas estão sujeitas às


§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e seguintes sanções administrativas, nos termos do
havendo autoridades distintas competentes para disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:
o julgamento, o processo será encaminhado pri- I - multa; e
meiramente àquela de nível mais elevado, para II - publicação extraordinária da decisão adminis-
que julgue no âmbito de sua competência, tendo trativa sancionadora.
precedência o julgamento pelo Ministro de Estado Parágrafo único.   Caso os atos lesivos apura-
competente. dos envolvam infrações administrativas à  Lei nº
§ 2º Para fins do disposto no  caput, o chefe da 14.133, de 2021, ou a outras normas de licitações
unidade responsável no órgão ou na entidade pela e contratos da administração pública e tenha ocor-
gestão de licitações e contratos deve comunicar à rido a apuração conjunta prevista no art. 16, a
autoridade a que se refere o caput do art. 3º even- pessoa jurídica também estará sujeita a sanções
tuais fatos que configurem atos lesivos previstos administrativas que tenham como efeito a restrição
no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013. ao direito de participar em licitações ou de celebrar
contratos com a administração pública, a serem
aplicadas no PAR.  243
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Da Multa  II - a obtenção célere de informações e documentos
que comprovem a infração sob apuração.
A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Art. 34 Compete à Controladoria-Geral da União
Lei nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o celebrar acordos de leniência no âmbito do Poder
faturamento bruto da pessoa jurídica no último exer- Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra
a administração pública estrangeira.
cício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os
Art. 35 Ato conjunto do Ministro de Estado da Con-
tributos (art. 20). A multa aplicada será integralmente
troladoria-Geral da União e do Advogado-Geral da
recolhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo de União:
trinta dias, observado o disposto no art. 15, pelo elen- I - disciplinará a participação de membros da Advo-
cado na redação do art. 29, do Decreto n° 11.129, de cacia-Geral da União nos processos de negociação e
julho de 2022. de acompanhamento do cumprimento dos acordos
de leniência; e
Da Publicação Extraordinária da Decisão II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência
Administrativa Sancionadora pelo Ministro de Estado da Controladoria-Geral da
União conjuntamente com o Advogado-Geral da União.
A pessoa jurídica sancionada administrativamen- Parágrafo único.  A participação da Advocacia-Ge-
te pela prática de atos lesivos contra a administração ral da União nos acordos de leniência, considera-
das as condições neles estabelecidas e observados
pública, nos termos da Lei nº 12.846, de 2013, publica-
os termos da  Lei Complementar nº 73, de 10 de
rá a decisão administrativa sancionadora na forma de
fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho
extrato de sentença, cumulativamente (art. 28): de 2015, poderá ensejar a resolução consensual das
penalidades previstas no  art. 19 da Lei nº 12.846,
Art. 28 [...] de 2013.
I - em meio de comunicação de grande circulação, Art. 36 A Controladoria-Geral da União poderá
física ou eletrônica, na área da prática da infração aceitar delegação para negociar, celebrar e moni-
e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em torar o cumprimento de acordos de leniência rela-
publicação de circulação nacional; tivos a atos lesivos contra outros Poderes e entes
II - em edital afixado no próprio estabelecimento federativos.
ou no local de exercício da atividade, em localidade
que permita a visibilidade pelo público, pelo prazo A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de
mínimo de trinta dias; e leniência deverá (art. 37):
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de
trinta dias e em destaque na página principal do Art. 37 […]
referido sítio. I - ser a primeira a manifestar interesse em coope-

9
Parágrafo único. A publicação a que se refere

-3
rar para a apuração de ato lesivo específico, quan-

40
o  caput  será feita a expensas da pessoa jurídica do tal circunstância for relevante;
sancionada. 
.5
II - ter cessado completamente seu envolvimento
33
no ato lesivo a partir da data da propositura do
.6

DO ACORDO DE LENIÊNCIA  acordo;


00

III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto


-0

Trata-se de um ato administrativo negocial decor- aos atos lesivos;


rente do exercício sancionador do Estado, que visa à IV - cooperar plena e permanentemente com as
os

responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de investigações e o processo administrativo e compa-


nt

atos lesivos contra a administração pública nacional recer, sob suas expensas e sempre que solicitada,
Sa

ou estrangeira, segundo caput do art. 32, vejamos: aos atos processuais, até o seu encerramento;
V - fornecer informações, documentos e elementos
os

que comprovem o ato ilícito;


id

Art. 32 O acordo de leniência é ato administrativo


VI - reparar integralmente a parcela incontroversa
ol

negocial decorrente do exercício do poder sancio-


do dano causado; e
ic

nador do Estado, que visa à responsabilização de


VII - perder, em favor do ente lesado ou da União,
N

pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos contra


conforme o caso, os valores correspondentes ao
io

a administração pública nacional ou estrangeira. acréscimo patrimonial indevido ou ao enriqueci-


ric

Parágrafo único.   O acordo de leniência buscará, mento ilícito direta ou indiretamente obtido da
au

nos termos da lei: infração, nos termos e nos montantes definidos na


I - o incremento da capacidade investigativa da
M

negociação.
administração pública; § 1º  Os requisitos de que tratam os incisos III e IV
II - a potencialização da capacidade estatal de recu- do caput serão avaliados em face da boa-fé da pes-
peração de ativos; e soa jurídica proponente em reportar à administra-
III - o fomento da cultura de integridade no setor ção a descrição e a comprovação da integralidade
privado. dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência,
Art. 33 O acordo de leniência será celebrado com desde o momento da propositura do acordo até o
as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos seu total cumprimento.
atos lesivos previstos na  Lei nº 12.846, de 2013, e § 2º  A parcela incontroversa do dano de que trata
dos ilícitos administrativos previstos na  Lei nº o inciso VI do caput  corresponde aos valores dos
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações danos admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles
e contratos, com vistas à isenção ou à atenuação decorrentes de decisão definitiva no âmbito do devi-
das respectivas sanções, desde que colaborem efe- do processo administrativo ou judicial.
tivamente com as investigações e o PAR, devendo § 3º  Nas hipóteses em que de determinado ato ilí-
resultar dessa colaboração: cito decorra, simultaneamente, dano ao ente lesado
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilíci- e acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica
244 tos, quando couber; e responsável pela prática do ato, e haja identidade
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
entre ambos, os valores a eles correspondentes de leniência, quando decorrer de indícios ou provas
serão: autônomas que sejam obtidos ou levados ao conhe-
I - computados uma única vez para fins de quanti- cimento da autoridade por qualquer outro meio.
ficação do valor a ser adimplido a partir do acordo Art. 44 O acordo de leniência estipulará as condi-
de leniência; e ções para assegurar a efetividade da colaboração e
II - classificados como ressarcimento de danos para o resultado útil do processo e conterá as cláusulas
fins contábeis, orçamentários e de sua destinação e obrigações que, diante das circunstâncias do caso
para o ente lesado. concreto, reputem-se necessárias.
Art. 45 O acordo de leniência conterá, entre outras
A proposta de celebração de acordo de leniência disposições, cláusulas que versem sobre:
deverá ser feita de forma escrita, oportunidade em I - o compromisso de cumprimento dos requisitos
que a pessoa jurídica proponente declarará expressa- previstos nos incisos II a VII do caput do art. 37;
mente que foi orientada a respeito de seus direitos, II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de
garantias e deveres legais e de que o não atendimen- descumprimento do acordo;
to às determinações e às solicitações durante a etapa III - a natureza de título executivo extrajudicial do
instrumento do acordo, nos termos do disposto
de negociação importará a desistência da proposta
no inciso II do caput do art. 784 da Lei nº 13.105,
(caput do art. 38).
de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil;
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de
Art. 39 A proposta de celebração de acordo de programa de integridade, conforme os parâmetros
leniência será submetida à análise de juízo de estabelecidos no Capítulo V, bem como o prazo e as
admissibilidade, para verificação da existência condições de monitoramento;
dos elementos mínimos que justifiquem o início da V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela
negociação. a que se refere o inciso VI do caput do art. 37; e
§ 1º  Admitida a proposta, será firmado memoran- VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se
do de entendimentos com a pessoa jurídica propo- refere o inciso VI do caput do art. 37 para compen-
nente, definindo os parâmetros da negociação do sação com outros valores porventura apurados em
acordo de leniência. outros processos sancionatórios ou de prestação
§ 2º   O memorando de entendimentos poderá ser
de contas, quando relativos aos mesmos fatos que
resilido a qualquer momento, a pedido da pessoa
compõem o escopo do acordo.
jurídica proponente ou a critério da administração
pública federal.
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE 
§ 3º  A assinatura do memorando de entendimentos:
I - interrompe a prescrição; e
II - suspende a prescrição pelo prazo da negocia- O programa de integridade consiste, no âmbito

9
ção, limitado, em qualquer hipótese, a trezentos e de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos

-3
e procedimentos internos de integridade, auditoria e

40
sessenta dias.
Art. 40 A critério da Controladoria-Geral da União, incentivo à denúncia de irregularidades e na aplica-
.5
ção efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas
33
o PAR instaurado em face de pessoa jurídica que
esteja negociando a celebração de acordo de leniên- e diretrizes, com objetivo de:
.6
00

cia poderá ser suspenso.


Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem Art. 56 [...]
-0

prejuízo: I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes,


os

I - da continuidade de medidas investigativas neces- irregularidades e atos ilícitos praticados contra a


nt

sárias para o esclarecimento dos fatos; e administração pública, nacional ou estrangeira; e


Sa

II - da adoção de medidas processuais cautelares e II - fomentar e manter uma cultura de integridade


assecuratórias indispensáveis para se evitar pereci- no ambiente organizacional.
os

mento de direito ou garantir a instrução processual.


id

Art. 41 A Controladoria-Geral da União poderá O programa de integridade deve ser estruturado,


ol

avocar os autos de processos administrativos em aplicado e atualizado de acordo com as característi-


ic

curso em outros órgãos ou entidades da adminis- cas e os riscos atuais das atividades de cada pessoa
N

tração pública federal relacionados com os fatos


jurídica, a qual, por sua vez, deve garantir o constante
io

objeto do acordo em negociação.


ric

aprimoramento e a adaptação do referido programa,


Art. 42 A negociação a respeito da proposta do
visando garantir sua efetividade (parágrafo único do
au

acordo de leniência deverá ser concluída no prazo


art. 56).
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

de cento e oitenta dias, contado da data da assina-


tura do memorando de entendimentos. Para fins do disposto no  inciso VIII, do  caput  do
Parágrafo único.  O prazo de que trata o caput pode- art. 7º, da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de inte-
rá ser prorrogado, caso presentes circunstâncias gridade será avaliado, quanto a sua existência e apli-
que o exijam. cação, de acordo com os seguintes parâmetros:
Art. 43 A desistência da proposta de acordo de
leniência ou a sua rejeição não importará em reco- Art. 57 [...]
nhecimento da prática do ato lesivo. I - comprometimento da alta direção da pessoa jurí-
§ 1º   Não se fará divulgação da desistência ou da dica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio
rejeição da proposta do acordo de leniência, ressal- visível e inequívoco ao programa, bem como pela
vado o disposto no § 4º do art. 38. destinação de recursos adequados;
§ 2º  Na hipótese prevista no caput, a administra- II - padrões de conduta, código de ética, políticas e
ção pública federal não poderá utilizar os docu- procedimentos de integridade, aplicáveis a todos os
mentos recebidos durante o processo de negociação empregados e administradores, independentemen-
de acordo de leniência. te do cargo ou da função exercida;
§ 3º  O disposto no § 2º não impedirá a apuração III - padrões de conduta, código de ética e políticas
dos fatos relacionados com a proposta de acordo de integridade estendidas, quando necessário, a 245
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
terceiros, tais como fornecedores, prestadores de VII - o grau de interação com o setor público e a
serviço, agentes intermediários e associados; importância de contratações, investimentos e sub-
IV - treinamentos e ações de comunicação periódi- sídios públicos, autorizações, licenças e permissões
cos sobre o programa de integridade; governamentais em suas operações; e
V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurí-
e reavaliação periódica, para a realização de adap- dicas que integram o grupo econômico.
tações necessárias ao programa de integridade e a § 2º  A efetividade do programa de integridade em
alocação eficiente de recursos; relação ao ato lesivo objeto de apuração será consi-
VI - registros contábeis que reflitam de forma com- derada para fins da avaliação de que trata o caput. 
pleta e precisa as transações da pessoa jurídica;
VII - controles internos que assegurem a pronta ela-
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS
boração e a confiabilidade de relatórios e demons-
INIDÔNEAS E SUSPENSAS E DO CADASTRO
trações financeiras da pessoa jurídica;
VIII - procedimentos específicos para prevenir frau- NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS 
des e ilícitos no âmbito de processos licitatórios,
na execução de contratos administrativos ou em O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e
qualquer interação com o setor público, ainda que Suspensas (CEIS) conterá informações referentes às
intermediada por terceiros, como pagamento de sanções administrativas impostas as pessoas físicas
tributos, sujeição a fiscalizações ou obtenção de ou jurídicas que impliquem restrição ao direito de
autorizações, licenças, permissões e certidões; participar de licitações ou de celebrar contratos com a
IX - independência, estrutura e autoridade da ins- administração pública de qualquer esfera federativa
tância interna responsável pela aplicação do pro- (art. 58), entre as quais:
grama de integridade e pela fiscalização de seu
cumprimento;
Art. 58 [...]
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos
I - suspensão temporária de participação em lici-
e amplamente divulgados a funcionários e tercei-
tação e impedimento de contratar com a admi-
ros, e mecanismos destinados ao tratamento das
nistração pública, conforme disposto no  inciso III
denúncias e à proteção de denunciantes de boa-fé;
XI - medidas disciplinares em caso de violação do do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
programa de integridade; de 1993;
XII - procedimentos que assegurem a pronta inter- II - declaração de inidoneidade para licitar ou
rupção de irregularidades ou infrações detectadas contratar com a administração pública, conforme
e a tempestiva remediação dos danos gerados; disposto no inciso IV do caput do art. 87 da Lei nº
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156
da Lei nº 14.133, de 2021;

9
para:

-3
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de III - impedimento de licitar e contratar com a

40
terceiros, tais como fornecedores, prestadores de União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municí-
serviço, agentes intermediários, despachantes, con- .5
pios, conforme disposto no art. 7º da Lei nº 10.520,
33
sultores, representantes comerciais e associados; de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462,
.6

b) contratação e, conforme o caso, supervisão de de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do


00

pessoas expostas politicamente, bem como de seus art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021;
-0

familiares, estreitos colaboradores e pessoas jurídi- IV - suspensão temporária de participação em


os

cas de que participem; e licitação e impedimento de contratar com a admi-


c) realização e supervisão de patrocínios e doações;
nt

nistração pública, conforme disposto no  inciso


XIV - verificação, durante os processos de fusões,
Sa

IV do  caput  do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de


aquisições e reestruturações societárias, do come- novembro de 2011;
os

timento de irregularidades ou ilícitos ou da exis- V - declaração de inidoneidade para licitar ou


id

tência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas contratar com a administração pública, conforme
ol

envolvidas; e disposto no inciso V do caput do art. 33 da Lei nº


ic

XV - monitoramento contínuo do programa de inte- 12.527, de 2011;


N

gridade visando ao seu aperfeiçoamento na pre- VI - declaração de inidoneidade para participar de


io

venção, na detecção e no combate à ocorrência dos


licitação com a administração pública federal, con-
ric

atos lesivos previstos no  art. 5º da Lei nº 12.846,


forme disposto no art. 46 da Lei nº 8.443, de 16 de
au

de 2013.
julho de 1992;
§ 1º   Na avaliação dos parâmetros de que trata
M

VII - proibição de contratar com o Poder Público,


o  caput, serão considerados o porte e as especifi-
conforme disposto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2
cidades da pessoa jurídica, por meio de aspectos
de junho de 1992;
como:
I - a quantidade de funcionários, empregados e VIII - proibição de contratar e participar de licita-
colaboradores; ções com o Poder Público, conforme disposto no art.
II - o faturamento, levando ainda em consideração 10 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e
o fato de ser qualificada como microempresa ou IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto
empresa de pequeno porte; no inciso V do  caput  do art. 78-A  combinado com
III - a estrutura de governança corporativa e a com- o art. 78-I da Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001.
plexidade de unidades internas, tais como departa- Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS
mentos, diretorias ou setores, ou da estruturação outras sanções que impliquem restrição ao direito
de grupo econômico; de participar em licitações ou de celebrar contratos
IV - a utilização de agentes intermediários, como com a administração pública, ainda que não sejam
consultores ou representantes comerciais; de natureza administrativa.
V - o setor do mercado em que atua;
246 VI - os países em que atua, direta ou indiretamente;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DISPOSIÇÕES FINAIS do Brasil. Trata-se de uma norma muito recente e, por
isso, relevante ao estudo para novas provas.
Art. 64 As informações referentes ao PAR instaura- Por ser tema novo, essa Resolução ainda não foi
do no âmbito dos órgãos e das entidades do Poder abordada em provas de concursos. Assim, podemos
Executivo federal serão registradas no sistema de até ter uma ideia de como o examinador pode cobrá-
gerenciamento eletrônico de processos adminis- -la, mas ainda não temos a certeza de como será.
trativos sancionadores mantido pela Controlado- Provavelmente, o examinador não deve sair muito
ria-Geral da União, conforme ato do Ministro de
do texto seco da norma, então destacaremos o que for
Estado da Controladoria-Geral da União.
mais importante você gravar. Essa é uma Resolução
Art. 65 Os órgãos e as entidades da administração
pública, no exercício de suas competências regula- curta, de fácil entendimento e com grandes chances
tórias, disporão sobre os efeitos da Lei nº 12.846, de de cair na sua prova. Vamos lá!
2013, no âmbito das atividades reguladas, inclusi-
ve no caso de proposta e celebração de acordo de RESOLUÇÃO Nº 4.893, DE 26/02/2021, DO CMN
leniência.
Art. 66 O processamento do PAR ou a negociação Capítulo I — Do Objeto e do Âmbito de Aplicação
de acordo de leniência não interfere no seguimento
regular dos processos administrativos específicos Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política
para apuração da ocorrência de danos e prejuízos de segurança cibernética e sobre os requisitos
à administração pública federal resultantes de ato para a contratação de serviços de processa-
lesivo cometido por pessoa jurídica, com ou sem a mento e armazenamento de dados e de com-
participação de agente público. putação em nuvem a serem observados pelas
Art. 67 Compete ao Ministro de Estado da Contro- instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
ladoria-Geral da União editar orientações, normas Central do Brasil.
e procedimentos complementares para a execução Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não
deste Decreto, notadamente no que diz respeito a: se aplica às instituições de pagamento, que devem
I - fixação da metodologia para a apuração do fatu- observar a regulamentação emanada do Banco
ramento bruto e dos tributos a serem excluídos Central do Brasil, no exercício de suas atribuições
para fins de cálculo da multa a que se refere o art. legais.
6º da Lei nº 12.846, de 2013;
II - forma e regras para o cumprimento da publi-
O que é importante você ter em mente em relação
cação extraordinária da decisão administrativa
sancionadora; ao primeiro artigo é que a resolução regula a contra-
III - avaliação do programa de integridade, inclusi- tação de serviços de armazenamento de dados. É uma
resolução sobre segurança da informação para toda

9
ve sobre a forma de avaliação simplificada no caso

-3
de microempresas e empresas de pequeno porte; e instituição que careça de autorização do BACEN para

40
IV - gestão e registro dos procedimentos e san- funcionar, à exceção das instituições de pagamento,
ções aplicadas em face de pessoas jurídicas e entes .5
que serão objeto de regulamentação própria.
33
privados.
.6

Art. 68 O Ministério da Justiça e Segurança Públi- Capítulo II — Da Política de Segurança Cibernética:


00

ca, a Advocacia-Geral da União e a Controladoria- Seção I — Da Implementação da Política de


-0

-Geral da União: Segurança Cibernética


os

I - estabelecerão canais de comunicação


institucional:
nt

Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem


a) para o encaminhamento de informações referen-
Sa

implementar e manter política de segurança


tes à prática de atos lesivos contra a administra-
cibernética formulada com base em princípios e
os

ção pública nacional ou estrangeira ou derivadas


diretrizes que busquem assegurar a confidencia-
id

de acordos de colaboração premiada e acordos de


lidade, a integridade e a disponibilidade dos
ol

leniência; e
dados e dos sistemas de informação utilizados.
ic

b) para a cooperação jurídica internacional e recu-


§ 1º A política mencionada no caput deve ser com-
N

peração de ativos; e
patível com:
io

II - poderão, por meio de acordos de colaboração


ric

I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio


técnica, articular medidas para o enfrentamento da
da instituição;
au

corrupção e de delitos conexos.


II - a natureza das operações e a complexidade dos
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

produtos, serviços, atividades e processos da insti-


tuição; e
III - a sensibilidade dos dados e das informações
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: sob responsabilidade da instituição.
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.893, DE 26 DE § 2º Admite-se a adoção de política de segurança
cibernética única por:
FEVEREIRO DE 2021 I - conglomerado prudencial; e
II - sistema cooperativo de crédito.
INTRODUÇÃO § 3º As instituições que não constituírem política
de segurança cibernética própria em decorrência
A Resolução nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021, do do disposto no § 2º devem formalizar a opção por
CMN, dispõe sobre a política de segurança cibernética essa faculdade em reunião do conselho de admi-
e sobre os requisitos para a contratação de serviços nistração ou, na sua inexistência, da diretoria da
de processamento e armazenamento de dados e de instituição.
computação em nuvem a serem observados pelas ins-
tituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central 247
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Note que confidencialidade, integridade e disponi- de vazamento de informações, a realização
bilidade são princípios básicos de qualquer política de periódica de testes e varreduras para detec-
segurança da informação. Assim, não há grande ino- ção de vulnerabilidades, a proteção contra
vação por parte da resolução. softwares maliciosos, o estabelecimento de
mecanismos de rastreabilidade, os controles
de acesso e de segmentação da rede de compu-
Confidencialidade tadores e a manutenção de cópias de seguran-
ça dos dados e das informações.
PRINCÍPIOS E
DIRETRIZES Integridade Os procedimentos e controles devem abranger:
QUE BUSQUEM
ASSEGURAR: z Autenticação;
Disponibilidade
z Criptografia;
z Prevenção e a detecção de intrusão;
z Prevenção de vazamento de informações;
O art. 3º trouxe os requisitos mínimos das políti- z Realização periódica de testes e varreduras;
cas de segurança cibernética das instituições envolvi- z Proteção contra softwares maliciosos;
das. Trata-se de um tópico muito importante para sua z Mecanismos de rastreabilidade;
prova! É importante gravá-los. z Controles de acesso e de segmentação da rede;
z Manutenção de cópias de segurança dos dados e
Art. 3º A política de segurança cibernética deve informações.
contemplar, no mínimo:
I - os objetivos de segurança cibernética da Art. 3° [...]
instituição; § 3º Os procedimentos e os controles citados no
II - os procedimentos e os controles adotados inciso II do caput devem ser aplicados, inclusive, no
para reduzir a vulnerabilidade da instituição desenvolvimento de sistemas de informação segu-
a incidentes e atender aos demais objetivos de ros e na adoção de novas tecnologias empregadas
segurança cibernética; nas atividades da instituição.
III - os controles específicos, incluindo os voltados § 4º O registro, a análise da causa e do impacto,
para a rastreabilidade da informação, que busquem bem como o controle dos efeitos de incidentes, cita-
garantir a segurança das informações sensíveis; dos no inciso IV do caput, devem abranger inclusive
IV - o registro, a análise da causa e do impacto, informações recebidas de empresas prestadoras de
bem como o controle dos efeitos de incidentes serviços a terceiros.
relevantes para as atividades da instituição; § 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea «b»,

9
V - as diretrizes para: do caput, devem contemplar procedimentos e contro-

-3
a) a elaboração de cenários de incidentes con- les em níveis de complexidade, abrangência e precisão

40
siderados nos testes de continuidade de negócios; compatíveis com os utilizados pela própria instituição.
b) a definição de procedimentos e de controles
.5
33
voltados à prevenção e ao tratamento dos inci- Seção II — Da Divulgação da Política de Segurança
.6

dentes a serem adotados por empresas prestado- Cibernética


00

ras de serviços a terceiros que manuseiem dados


-0

ou informações sensíveis ou que sejam relevantes


Art. 4º A política de segurança cibernética deve
para a condução das atividades operacionais da
os

ser divulgada aos funcionários da instituição e


instituição;
nt

às empresas prestadoras de serviços a terceiros,


c) a classificação dos dados e das informações
Sa

mediante linguagem clara, acessível e em nível


quanto à relevância; e
de detalhamento compatível com as funções desem-
os

d) a definição dos parâmetros a serem utiliza-


penhadas e com a sensibilidade das informações.
dos na avaliação da relevância dos incidentes;
id

VI - os mecanismos para disseminação da cul-


ol

tura de segurança cibernética na instituição, A divulgação aos funcionários e às empresas é


ic

incluindo: o único jeito de garantir a publicidade da política


N

a) a implementação de programas de capacita- de segurança cibernética da instituição. Não adian-


io

ção e de avaliação periódica de pessoal; ta nada ter a política se ninguém estiver sabendo. A
ric

b) a prestação de informações a clientes e usuá- divulgação de tais informações devem ser prestadas
au

rios sobre precauções na utilização de produtos e de maneira clara e acessível.


M

serviços financeiros; e
c) o comprometimento da alta administração Art. 5º As instituições devem divulgar ao público
com a melhoria contínua dos procedimentos resumo contendo as linhas gerais da política de
relacionados com a segurança cibernética; e segurança cibernética.
VII - as iniciativas para compartilhamento de
informações sobre os incidentes relevantes, Vale lembrar que o público leigo precisa compreen-
mencionados no inciso IV, com as demais insti-
der as políticas da instituição, inclusive para fazer
tuições referidas no art. 1º.
valer seus direitos de consumidor posteriormente.
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança ciber-
nética referidos no inciso I do caput, deve ser
contemplada a capacidade da instituição para pre- Seção III — Do Plano de Ação e de Resposta a
venir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a inci- Incidentes
dentes relacionados com o ambiente cibernético.
§ 2º Os procedimentos e os controles de que Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem
trata o inciso II do caput devem abranger, no estabelecer plano de ação e de resposta a inci-
mínimo, a autenticação, a criptografia, a pre- dentes visando à implementação da política de
248 venção e a detecção de intrusão, a prevenção segurança cibernética.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Parágrafo único. O plano mencionado no caput Note que os requisitos mínimos foram menciona-
deve abranger, no mínimo: dos novamente. Eles são de grande relevância para
I - as ações a serem desenvolvidas pela institui- sua prova.
ção para adequar suas estruturas organizacional e
operacional aos princípios e às diretrizes da políti- Art. 9º A política de segurança cibernética refe-
ca de segurança cibernética; rida no art. 2º e o plano de ação e de resposta
II - as rotinas, os procedimentos, os controles a incidentes mencionado no art. 6º devem ser
e as tecnologias a serem utilizados na prevenção aprovados pelo conselho de administração ou,
e na resposta a incidentes, em conformidade com na sua inexistência, pela diretoria da instituição.
as diretrizes da política de segurança cibernética; e
III - a área responsável pelo registro e controle Tome cuidado, o examinador pode querer “brin-
dos efeitos de incidentes relevantes. car” com quem pode aprovar a política de segurança
cibernética e o plano de ação e de resposta a inciden-
Seria muito pretensioso imaginar que a seguran- tes. Quem aprova é o conselho de administração!
ça da informação de uma instituição é intransponí- Apenas se não houver um conselho de administração
é que a aprovação vai para a diretoria da instituição.
vel. Incidentes sempre acontecem e quase nunca são
previsíveis. Por isso, a resolução exige que as insti-
Art. 10 A política de segurança cibernética e o pla-
tuições estejam prontas a agir quando os incidentes no de ação e de resposta a incidentes devem ser docu-
acontecerem. mentados e revisados, no mínimo, anualmente.

Dica A periodicidade da revisão e documentação da polí-


tica e do plano é a que a instituição escolher, respeitado
Mais uma vez, tome cuidado com esses requisi- o mínimo anual. Assim, se, em um ano, a instituição
tos mínimos. Por exemplo, perguntas a respeito quiser revisar 50 mil vezes, ela pode. O importante é
dos requisitos mínimos de procedimento e con- que não pode passar um ano sem revisar!
trole, mas que, nas alternativas, são colocados
os requisitos do plano de resposta a incidentes Capítulo III — Da Contratação de Serviços de
podem ocorrer na prova, por isso é importante Processamento e Armazenamento de Dados e de
ter bastante foco nesse assunto. Computação em Nuvem

Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem Art. 11 As instituições referidas no art. 1º devem
assegurar que suas políticas, estratégias e
designar diretor responsável pela política de segu-
estruturas para gerenciamento de riscos previs-

9
rança cibernética e pela execução do plano de ação
tas na regulamentação em vigor, especificamente

-3
e de resposta a incidentes. no tocante aos critérios de decisão quanto à ter-

40
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput ceirização de serviços, contemplem a contrata-
pode desempenhar outras funções na instituição,
.5
ção de serviços relevantes de processamento e
33
desde que não haja conflito de interesses. armazenamento de dados e de computação em
.6

nuvem, no País ou no exterior.


00

Caso o seu concurso cobre conhecimentos sobre a Art. 12 As instituições mencionadas no art. 1º, pre-
-0

Lei Geral de Proteção de Dados, saiba que esse diretor viamente à contratação de serviços relevantes de
os

pode ser o Encarregado de Dados da instituição. Não processamento e armazenamento de dados e de


nt

é uma obrigatoriedade, mas a função de encarregado computação em nuvem, devem adotar procedi-
Sa

de dados pode ser abrangida por essa. Caso você não mentos que contemplem:
precise estudar a LGPD, não se preocupe, apenas saiba I - a adoção de práticas de governança corpo-
os

que precisa ter um diretor de segurança cibernética. rativa e de gestão proporcionais à relevância do
id

serviço a ser contratado e aos riscos a que estejam


ol

Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem expostas; e


ic

elaborar relatório anual sobre a implementação do II - a verificação da capacidade do potencial


N

plano de ação e de resposta a incidentes, mencio- prestador de serviço de assegurar:


io

nado no art. 6º, com data-base de 31 de dezembro. a) o cumprimento da legislação e da regulamenta-


ric

§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, ção em vigor;


au

no mínimo: b) o acesso da instituição aos dados e às informa-


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

I - a efetividade da implementação das ações descri- ções a serem processados ou armazenados pelo
tas no art. 6º, parágrafo único, inciso I; prestador de serviço;
II - o resumo dos resultados obtidos na implementa- c) a confidencialidade, a integridade, a disponibili-
ção das rotinas, dos procedimentos, dos controles e dade e a recuperação dos dados e das informações
das tecnologias a serem utilizados na prevenção e processados ou armazenados pelo prestador de
na resposta a incidentes descritos no art. 6º, pará- serviço;
grafo único, inciso II; d) a sua aderência a certificações exigidas pela
III - os incidentes relevantes relacionados com o instituição para a prestação do serviço a ser
ambiente cibernético ocorridos no período; e contratado;
IV - os resultados dos testes de continuidade de e) o acesso da instituição contratante aos relatórios
negócios, considerando cenários de indisponibili- elaborados por empresa de auditoria especializada
dade ocasionada por incidentes. independente contratada pelo prestador de serviço,
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: relativos aos procedimentos e aos controles utiliza-
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e dos na prestação dos serviços a serem contratados;
II - apresentado ao conselho de administração ou, f) o provimento de informações e de recursos de
na sua inexistência, à diretoria da instituição até 31 gestão adequados ao monitoramento dos serviços
de março do ano seguinte ao da data-base. a serem prestados; 249
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
g) a identificação e a segregação dos dados dos desatento vai acabar marcando a assertiva errada. É
clientes da instituição por meio de controles físicos a instituição contratante quem responderá se a con-
ou lógicos; e tratada prestar o serviço inadequadamente. Por isso a
h) a qualidade dos controles de acesso voltados à importância de a instituição contratar prestadores de
proteção dos dados e das informações dos clientes serviço idôneos.
da instituição.
§ 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser Art. 15 A contratação de serviços relevantes de pro-
contratado, mencionada no inciso I do caput, a cessamento, armazenamento de dados e de computa-
instituição contratante deve considerar a critici- ção em nuvem deve ser comunicada pelas instituições
dade do serviço e a sensibilidade dos dados e das referidas no art. 1º ao Banco Central do Brasil.
informações a serem processados, armazenados § 1º A comunicação mencionada no caput deve con-
e gerenciados pelo contratado, levando em conta, ter as seguintes informações:
inclusive, a classificação realizada nos termos do I - a denominação da empresa contratada;
art. 3º, inciso V, alínea “c”. II - os serviços relevantes contratados; e
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusi- III - a indicação dos países e das regiões em
ve as informações relativas à verificação menciona- cada país onde os serviços poderão ser presta-
da no inciso II, devem ser documentados. dos e os dados poderão ser armazenados, proces-
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da sados e gerenciados, definida nos termos do inciso
internet, referidos no inciso III do art. 13, a institui- III do art. 16, no caso de contratação no exterior.
ção deve assegurar que o potencial prestador dos § 2º A comunicação de que trata o caput deve ser
serviços adote controles que mitiguem os efeitos de realizada até dez dias após a contratação dos
eventuais vulnerabilidades na liberação de novas serviços.
versões do aplicativo. § 3º As alterações contratuais que impliquem modi-
§ 4º A instituição deve possuir recursos e competên- ficação das informações de que trata o § 1º devem
cias necessários para a adequada gestão dos servi- ser comunicadas ao Banco Central do Brasil até dez
ços a serem contratados, inclusive para análise de dias após a alteração contratual.
informações e uso de recursos providos nos termos
da alínea «f» do inciso II do caput.
Atenção especial aos requisitos mínimos da comu-
nicação de contratação de serviços, previstas no § 1º,
Neste artigo, existem vários requisitos mínimos.
do art. 15. Atente-se, também, ao prazo de 10 dias para
Trata-se de um tópico que pode ser explorado em sua
que a comunicação seja realizada, contados após rea-
prova. Atente-se aos termos da lei.
lizada a contratação dos serviços.
Art. 13 Para os fins do disposto nesta Resolução,
Art. 16 A contratação de serviços relevantes
os serviços de computação em nuvem abrangem

9
de processamento, armazenamento de dados e de

-3
a disponibilidade à instituição contratante, sob
computação em nuvem prestados no exterior deve

40
demanda e de maneira virtual, de ao menos um
observar os seguintes requisitos:
.5
dos seguintes serviços:
I - a existência de convênio para troca de informa-
33
I - processamento de dados, armazenamento de
ções entre o Banco Central do Brasil e as autori-
.6

dados, infraestrutura de redes e outros recursos


dades supervisoras dos países onde os serviços
00

computacionais que permitam à instituição contra-


poderão ser prestados;
-0

tante implantar ou executar softwares, que podem


II - a instituição contratante deve assegurar que
incluir sistemas operacionais e aplicativos desen-
os

a prestação dos serviços referidos no caput não


volvidos pela instituição ou por ela adquiridos;
cause prejuízos ao seu regular funcionamento nem
nt

II - implantação ou execução de aplicativos desen-


embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
Sa

volvidos pela instituição contratante, ou por ela


III - a instituição contratante deve definir, previa-
adquiridos, utilizando recursos computacionais do
os

mente à contratação, os países e as regiões em


prestador de serviços; ou
id

cada país onde os serviços poderão ser prestados


III - execução, por meio da internet, de aplicativos
e os dados poderão ser armazenados, processados
ol

implantados ou desenvolvidos pelo prestador de


e gerenciados; e
ic

serviço, com a utilização de recursos computacio-


N

IV - a instituição contratante deve prever alterna-


nais do próprio prestador de serviços.
io

tivas para a continuidade dos negócios, no caso de


ric

impossibilidade de manutenção ou extinção do con-


Repare na expressão “ao menos um”. Se é “ao trato de prestação de serviços.
au

menos um”, não precisa ser todos. Ou seja, esses servi- § 1º No caso de inexistência de convênio nos ter-
M

ços não são cumulativos. mos do inciso I do caput, a instituição contratante


A instituição pode contratar todos, se quiser, mas, deverá solicitar autorização do Banco Central do
ao menos um, precisa ser contratado. Não são dois, Brasil para:
nem três, o mínimo. É um só! I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de
sessenta dias antes da contratação, observado o
Art. 14 A instituição contratante dos serviços disposto no art. 15, § 1º, desta Resolução; e
mencionados no art. 12 é responsável pela confiabi- II - as alterações contratuais que impliquem modi-
lidade, pela integridade, pela disponibilidade, pela ficação das informações de que trata o art. 15, § 1º,
segurança e pelo sigilo em relação aos serviços con- observando o prazo mínimo de sessenta dias antes
tratados, bem como pelo cumprimento da legisla- da alteração contratual.
ção e da regulamentação em vigor. § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput,
as instituições deverão assegurar que a legislação e
Esse artigo é muito importante. O examinador a regulamentação nos países e nas regiões em cada
pode confundir a cabeça dos candidatos e falar que país onde os serviços poderão ser prestados não
quem é responsável é a instituição contratada. Como restringem nem impedem o acesso das instituições

250 quem presta o serviço é a contratada, o candidato


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
contratantes e do Banco Central do Brasil aos documentação e às informações referentes aos ser-
dados e às informações. viços prestados, aos dados armazenados e às infor-
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos mações sobre seus processamentos, às cópias de
de que tratam os incisos I a IV do caput e o cumpri- segurança dos dados e das informações, bem como
mento da exigência de que trata o § 2º devem ser aos códigos de acesso citados no inciso VII do caput
documentados. que estejam em poder da empresa contratada; e
II - a obrigação de notificação prévia do responsá-
Perceba que os requisitos versam sobre a presta- vel pelo regime de resolução sobre a intenção de a
ção de serviço realizada no exterior. Atente-se aos empresa contratada interromper a prestação de ser-
requisitos mínimos. Aliás, eles aparecerão no artigo a viços, com pelo menos trinta dias de antecedência
seguir: da data prevista para a interrupção, observado que:
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar even-
tual pedido de prazo adicional de trinta dias para a
Art. 17 Os contratos para prestação de ser-
interrupção do serviço, feito pelo responsável pelo
viços relevantes de processamento, armaze-
regime de resolução; e
namento de dados e computação em nuvem
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na
devem prever:
situação em que a interrupção for motivada por
I - a indicação dos países e da região em cada
inadimplência da contratante.
país onde os serviços poderão ser prestados e
os dados poderão ser armazenados, processados
e gerenciados; O art. 18 traz a única exceção às regras dos artigos
II - a adoção de medidas de segurança para a antecedentes. Vejamos:
transmissão e armazenamento dos dados citados
no inciso I do caput; Art. 18 O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica
III - a manutenção, enquanto o contrato estiver à contratação de sistemas operados por câma-
vigente, da segregação dos dados e dos controles de ras, por prestadores de serviços de compensação
acesso para proteção das informações dos clientes; e de liquidação ou por entidades que exerçam ati-
IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do vidades de registro ou de depósito centralizado.
contrato, de:
a) transferência dos dados citados no inciso I do Dica
caput ao novo prestador de serviços ou à institui-
ção contratante; e Tudo que envolve exceções a uma regra é tema
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput quente para concurso público.
pela empresa contratada substituída, após a trans-
ferência dos dados prevista na alínea “a” e a con- Capítulo IV — Disposições Gerais
firmação da integridade e da disponibilidade dos

9
-3
dados recebidos;
As disposições gerais já começam com os já tão

40
V - o acesso da instituição contratante a:
falados requisitos mínimos, quais sejam, os requisitos
.5
a) informações fornecidas pela empresa contrata-
sobre a continuidade dos negócios nas políticas:
33
da, visando a verificar o cumprimento do disposto
.6

nos incisos I a III do caput;


Art. 19 As instituições referidas no art. 1º devem
00

b) informações relativas às certificações e aos rela-


assegurar que suas políticas para gerenciamento
-0

tórios de auditoria especializada, citados no art.


12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e de riscos previstas na regulamentação em vigor
os

c) informações e recursos de gestão adequados ao disponham, no tocante à continuidade de negócios,


nt

monitoramento dos serviços a serem prestados, sobre:


Sa

citados no art. 12, inciso II, alínea “f”; I - o tratamento dos incidentes relevantes relacio-
nados com o ambiente cibernético de que trata o
VI - a obrigação de a empresa contratada notificar
os

art. 3º, inciso IV;


a instituição contratante sobre a subcontratação
id

II - os procedimentos a serem seguidos no caso da


de serviços relevantes para a instituição;
interrupção de serviços relevantes de processamen-
ol

VII - a permissão de acesso do Banco Central do to e armazenamento de dados e de computação em


ic

Brasil aos contratos e aos acordos firmados para


N

nuvem contratados, abrangendo cenários que con-


a prestação de serviços, à documentação e às siderem a substituição da empresa contratada e o
io

informações referentes aos serviços prestados, aos restabelecimento da operação normal da institui-
ric

dados armazenados e às informações sobre seus ção; e


au

processamentos, às cópias de segurança dos dados III - os cenários de incidentes considerados nos tes-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

e das informações, bem como aos códigos de acesso tes de continuidade de negócios de que trata o art.
aos dados e às informações; 3º, inciso V, alínea “a”.
VIII - a adoção de medidas pela instituição con- Art. 20 Os procedimentos adotados pelas institui-
tratante, em decorrência de determinação do Ban- ções para gerenciamento de riscos previstos na
co Central do Brasil; e regulamentação em vigor devem contemplar, no
IX - a obrigação de a empresa contratada manter tocante à continuidade de negócios:
a instituição contratante permanentemente I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos
informada sobre eventuais limitações que pos- dos incidentes relevantes de que trata o inciso IV
sam afetar a prestação dos serviços ou o cumpri- do art. 3º e da interrupção dos serviços relevantes
mento da legislação e da regulamentação em vigor. de processamento, armazenamento de dados e de
Parágrafo único. Os contratos mencionados no computação em nuvem contratados;
caput devem prever, para o caso da decretação de II - o prazo estipulado para reinício ou normaliza-
regime de resolução da instituição contratante pelo ção das suas atividades ou dos serviços relevantes
Banco Central do Brasil: interrompidos, citados no inciso I do caput; e
I - a obrigação de a empresa contratada conce- III - a comunicação tempestiva ao Banco Central
der pleno e irrestrito acesso do responsável pelo do Brasil das ocorrências de incidentes relevantes
e das interrupções dos serviços relevantes citados
regime de resolução aos contratos, aos acordos, à 251
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
no inciso I do caput que configurem uma situação IX - a documentação com os critérios que configu-
de crise pela instituição financeira, bem como das rem uma situação de crise de que trata o art. 20,
providências para o reinício das suas atividades. Parágrafo único.
Parágrafo único. As instituições devem estabele-
cer e documentar os critérios que configurem uma Atente-se ao prazo. Prazo sempre é tema quente
situação de crise de que trata o inciso III do caput.
para cair em prova. O examinador coloca a íntegra do
Art. 21 As instituições de que trata o art. 1º devem
instituir mecanismos de acompanhamento e de
artigo, mas muda esses “cinco anos” para “dez anos” e
controle com vistas a assegurar a implementação o candidato poderá ser induzido a erro.
e a efetividade da política de segurança cibernética,
do plano de ação e de resposta a incidentes e dos Art. 24 O Banco Central do Brasil poderá adotar
requisitos para contratação de serviços de proces- as medidas necessárias para cumprimento do
samento e armazenamento de dados e de computa- disposto nesta Resolução, bem como estabelecer:
ção em nuvem, incluindo: I - os requisitos e os procedimentos para o com-
I - a definição de processos, testes e trilhas de partilhamento de informações, nos termos do
auditoria; art. 22;
II - a definição de métricas e indicadores adequa- II - a exigência de certificações e outros requi-
dos; e sitos técnicos a serem requeridos das empresas
III - a identificação e a correção de eventuais contratadas, pela instituição financeira contratan-
deficiências. te, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontra- III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso
tação de serviços relevantes descritas no art. 17, II para reinício ou normalização das atividades ou
inciso VI, devem ser consideradas na definição dos dos serviços relevantes interrompidos; e
mecanismos de que trata o caput. IV - os requisitos técnicos e procedimentos ope-
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser racionais a serem observados pelas institui-
submetidos a testes periódicos pela auditoria inter-
ções para o cumprimento desta Resolução.
na, quando aplicável, compatíveis com os controles
internos da instituição.
Art. 22 Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre Esse artigo é muito importante, pois traz ações
concorrência, as instituições mencionadas no art. possíveis a serem realizadas pelo Banco Central do
1º devem desenvolver iniciativas para o comparti- Brasil (BACEN).
lhamento de informações sobre os incidentes rele-
vantes de que trata o art. 3º, inciso IV. Art. 25 As instituições referidas no art. 1º que, em 26
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve de abril de 2018, já tinham contratado a prestação
abranger informações sobre incidentes relevantes de serviços relevantes de processamento, armazena-
recebidas de empresas prestadoras de serviços a mento de dados e de computação em nuvem devem
terceiros.

9
adequar o contrato para a prestação de tais serviços:

-3
§ 2º As informações compartilhadas devem estar I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II,

40
disponíveis ao Banco Central do Brasil. IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
.5
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
33
Ou seja, de acordo com o art. 22, é mais importan- Parágrafo único. O prazo previsto para adequação
.6

te a proteção do consumidor e do titular de dados do ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de


00

que o sigilo sobre os incidentes! Para fins de prova, dezembro 2021.


-0

na dúvida, marque a assertiva que melhor proteger o


os

vulnerável da relação jurídica (sempre o consumidor, De acordo com o art. 25, os contratos anteriores
o trabalhador, o titular de dados etc.). devem ser emendados para se adequarem à nova nor-
nt
Sa

ma. É quase como se a resolução tivesse efeito retroativo.


Capítulo V — Disposições Finais
os

Art. 26 O Banco Central do Brasil poderá vetar


id

Art. 23 Devem ficar à disposição do Banco Central ou impor restrições para a contratação de servi-
ol

do Brasil pelo prazo de cinco anos: ços de processamento e armazenamento de dados


ic

I - o documento relativo à política de segurança e de computação em nuvem quando constatar, a


N

cibernética, de que trata o art. 2º; qualquer tempo, a inobservância do disposto nes-
io

II - a ata de reunião do conselho de administração ta Resolução, bem como a limitação à atuação do


ric

ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição, Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para
au

no caso de ser formalizada a opção de que trata o a adequação dos referidos serviços.
art. 2º, § 2º;
M

III - o documento relativo ao plano de ação e de res- Está aí outra ação do BACEN, portanto exige bas-
posta a incidentes, de que trata o art. 6º; tante atenção.
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º; De resto, a lei tem só mais dois artigos, sendo que o
V - a documentação sobre os procedimentos de que art. 27 fala das resoluções que ficaram revogadas por
trata o art. 12, § 2º; esta e o art. 28 fala a data de entrada em vigor da reso-
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no
lução em comento (01/07/2021):
caso de serviços prestados no exterior;
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado
Art. 27 Ficam revogadas:
o prazo referido no caput a partir da extinção do
I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
contrato;
II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
VIII - os dados, os registros e as informações relati-
Art. 28 Esta Resolução entra em vigor em 1º de
vas aos mecanismos de acompanhamento e de con-
julho de 2021.
trole de que trata o art. 21, contado o prazo referido
no caput a partir da implementação dos citados
mecanismos; e
252
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5. (CESGRANRIO — 2022) Cabe ao Conselho Monetário
HORA DE PRATICAR! Nacional

1. (CESGRANRIO — 2021) A Resolução CMN no 4.893, a) formular a política da moeda e do crédito, com o obje-
de 26 de fevereiro de 2021, dispõe sobre a política de tivo de manter a estabilidade da moeda e o desenvol-
segurança cibernética e sobre os requisitos para a vimento econômico e social do país.
contratação de serviços de processamento e arma- b) fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mer-
zenamento de dados e de computação em nuvem, a cado de valores mobiliários no Brasil.
serem observados pelas instituições autorizadas a c) garantir a estabilidade do poder de compra da moe-
funcionar pelo Banco Central do Brasil. da, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente
Essa Resolução determina que a política de segurança e competitivo e executar a política monetária com o
cibernética e o plano de ação e de resposta a inciden- objetivo de manter a inflação na meta.
tes devem ser, no mínimo, documentados e revisados d) intermediar e custodiar o dinheiro entre poupadores e
aqueles que precisam de empréstimos, além de pro-
a) trimestralmente videnciar serviços financeiros para os clientes, como
b) semestralmente saques, empréstimos, investimentos, entre outros.
c) anualmente e) atuar nos mercados financeiro, cambial e de capitais,
d) bienalmente intermediando a negociação de títulos e valores mobi-
e) trienalmente liários entre investidores e tomadores de recursos.

2. (CESGRANRIO — 2021) Sr. W é gerente de área do Banco 6. (CESGRANRIO — 2021) A pandemia do coronavírus,
B, tendo-se especializado no setor de mercado de capi- declarada em março de 2020, alterou significativa-
tais e atuado no lançamento de diversas ações na Bol- mente as relações sociais e econômicas ao redor do
sa de Valores, sempre conseguindo bater suas metas, globo. Em resposta, autoridades mundiais atuaram
diante da quantidade de clientes abonados e afetos ao tempestivamente, recorrendo a instrumentos monetá-
risco, que sua carteira possui. Sua área também atinge rios para dinamizar a economia, associando estímulo
as operações diárias com o oferecimento de consulto- monetário com controle inflacionário.
ria e aplicações. Um dos seus clientes, atuando direta-
mente na Bolsa, sem sua intermediação, obtém ganho Com essa finalidade, no Brasil, em agosto de 2020, o
expressivo em única operação, o que gerou a abertura Banco Central do Brasil (Bacen) anunciou a utilização
de inquérito administrativo pela Comissão de Valores de um instrumento denominado
Mobiliários. Por força de relações pessoais, o respon-
sável pelo inquérito solicita ao gerente W cópias das a) Teto dos gastos

9
movimentações financeiras do investigado. b) Isenção tributária

-3
40
c) Dominância fiscal
Nos Termos da Lei Complementar nº 105/2001, a d) Foward guidance
.5
33
Comissão de Valores Mobiliários e) Quantitative easing
.6
00

a) pode quebrar o sigilo bancário do aplicador em ações 7. (CESGRANRIO — 2022) O trecho seguinte alude a
-0

no mercado de capitais investigado. importante mercado em que são transacionados os


b) deve requerer, diretamente à instituição financeira títulos públicos no Brasil:
os

conveniada, informações sobre as operações bancá-


nt

rias do investigado. Todas as transações com títulos públicos se dão em


Sa

c) deve solicitar, à autoridade judiciária competente, o seu âmbito. Ele é o mercado de dívida pública brasilei-
os

levantamento do sigilo do investigado. ro e nele se encontram tanto o Banco Central do Brasil


id

d) deve oficiar ao Banco Central para compartilhar as realizando a política monetária, quanto o Tesouro, res-
informações bancárias do investigado. ponsável pela gestão da dívida pública e financiamen-
ol
ic

e) tem vedada a possibilidade de obter informações vin- to do governo.


N

culadas ao sigilo bancário do investigado.


io

DORNELAS, L.N.D e TERRA, F.H.B.


ric

3. (CESGRANRIO — 2018) Atua como operador do Siste-


au

ma Financeiro Nacional a(o) O Mercado Brasileiro de Dívida Pública. Campinas: Alí-


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

nea, 2021, p.6, Adaptado.


a) Bolsa de Mercadorias e Futuros
b) CMN O trecho se refere ao mercado
c) Susep
d) Previc a) cambial
e) Banco Central do Brasil b) acionário
c) CETIP
4. (CESGRANRIO — 2018) Na configuração atual do Sis- d) SELIC
tema Financeiro Nacional, a instância máxima de deci- e) PTAX
são é da alçada do(a)
8. (CESGRANRIO — 2021) O Sistema Especial de Liqui-
a) Banco Central do Brasil dação e Custódia (Selic), gerido pelo Banco Central do
b) Comissão de Valores Mobiliários Brasil, tem como principal objetivo
c) Conselho Monetário Nacional
d) Banco do Brasil a) registrar os débitos e créditos do sistema bancário.
e) Ministério da Fazenda 253
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) registrar as transações com títulos emitidos pelo e) estabilidade da propensão a consumir, redução do
Tesouro Nacional. risco assistemático, alocação aleatória de recursos e
c) realizar a compensação de cheques no âmbito do sis- extinção dos custos de agência.
tema bancário.
d) regular as taxas de juros dos títulos emitidos pelo 12. (CESGRANRIO — 2018) Por conta de suas prová-
setor privado. veis implicações para o funcionamento do mercado
e) definir as taxas de longo prazo (TLP) dos empréstimos de capitais brasileiro, a medida governamental mais
do BNDES. importante, introduzida no sistema financeiro nacio-
nal, a partir de 2018, foi a
9. (CESGRANRIO — 2018) No Brasil, quando o Comitê
de Política Monetária do Banco Central do Brasil fixa a a) transferência do Banco do Brasil para os bancos
meta anual para a taxa de juros básica de curto prazo comerciais privados de todos os programas de finan-
da economia, tal meta é perseguida mediante compra ciamento subsidiados ao produtor rural.
e venda de títulos públicos por parte da autoridade b) transferência de recursos do Tesouro Nacional para
monetária, cujo processamento é efetivado pelo (a) o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), destinados a subsidiar as linhas de
a) Sistema de Compensação Bancária financiamento do Programa de Sustentação do Inves-
b) Sistema Brasileiro de Pagamentos timento (PSI).
c) Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos c) delegação exclusiva ao Banco Central do Brasil do
Privados poder de firmar acordos de leniência com instituições
d) Sistema Especial de Liquidação e Custódia que tenham cometido infrações no mercado de capi-
e) Sistema Geral do Mercado Aberto tais brasileiro.
d) substituição da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP),
10. (CESGRANRIO — 2018) As empresas nacionais e fixada arbitrariamente pelo governo, pela Taxa de Lon-
estrangeiras que avaliam os riscos de entidades go Prazo (TLP), que, determinada por mecanismos de
governamentais e privadas, e de seus projetos de mercado, se tornará a referência na remuneração das
investimento, são importantes porque alteram, com principais linhas de financiamento do Banco Nacional
as suas classificações de risco, diversas variáveis da de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
economia. e) eliminação da chamada taxa básica de juros SELIC
como a taxa média ajustada dos financiamentos diá-
Dentre as variáveis listadas abaixo, aquela que NÃO rios apurados no Sistema Especial de Liquidação e de
sofre alteração é(são) o(s) Custódia (SELIC.) para títulos federais.

9
a) volume de fundos disponíveis para as empresas e 13. (CESGRANRIO — 2022) O mercado de câmbio brasi-

-3
leiro registrou, no fechamento do dia 09/12/2021, as

40
para os governos.
b) balanço de pagamentos e o crescimento econômico seguintes cotações de venda do Euro (€), medidas,
.5
33
dos países. respectivamente, em Dólares (US$) e em Reais (R$):
.6

c) fluxos de capitais internacionais.


00

d) recursos naturais da economia. 1 € = US$1,1286


-0

e) prêmios de risco cobrados pelos empréstimos. 1 € = R$6,2710


os

11. (CESGRANRIO — 2021) Essencialmente, o mercado As taxas de câmbio cruzadas indicam que a cotação
nt

de capitais canaliza a poupança da sociedade para de venda do Dólar, medida em Reais, naquele mesmo
Sa

suprir as necessidades das empresas por recursos dia, foi de


os

produtivos. Promover o fortalecimento de mercados


id

de capitais locais para que se tornem pilares para a) 1 US$ = R$7,0775


o desenvolvimento econômico tem sido um objeti- b) 1 US$ = R$6,2710
ol
ic

vo constante, em praticamente toda a comunidade c) 1 US$ = R$5,5564


N

internacional. d) 1 US$ = R$5,4585


io

e) 1 US$ = R$0,1799
ric

A sociedade é beneficiada à medida que o mercado de


au

capitais cumpre aquelas que são suas quatro principais 14. (CESGRANRIO — 2018) Existe uma modalidade de
M

funções: financiamento às exportações por meio da qual o


agente financiador, após a avaliação e aprovação da
a) aumento do consumo imediato, maior propensão operação, formaliza um contrato de financiamento
ao risco, alocação de recursos em poucos ativos e com o importador/devedor, com interveniência do
aumento da autonomia gerencial corporativa. exportador.
b) desmobilização do investimento, maior aversão ao ris-
co, alocação enviesada de recursos e afrouxamento Essa modalidade de financiamento é denominada
da rígida disciplina de capital corporativa.
c) mobilização da poupança, gestão de riscos, aloca- a) financiamento à exportação pré-embarque
ção eficiente de recursos e aumento da disciplina b) adiantamento sobre cambiais entregues (ACE)
corporativa. c) adiantamento sobre contratos de câmbio (ACC)
d) transferência do investimento para o futuro, elimina- d) buyer’s credit
ção dos riscos sistemáticos, construção de carteiras e) supplier’s credit
diversificadas e estímulo à governança.

254
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15. (CESGRANRIO — 2018) As sucessivas reduções na 18. (CESGRANRIO — 2021) Ao realizar a matrícula do seu
taxa básica de juros, a Selic, impactam a decisão dos curso, o estudante preencheu uma ficha cadastral
investidores com relação à poupança. Sobre as cader- com os seguintes dados: nome, endereço, telefone,
netas de poupança tem-se que religião, estado civil, raça, nome dos pais, número de
filhos e sindicato ao qual era filiado.
a) têm a remuneração composta pela Taxa Referencial e
por uma remuneração adicional de 0,5% ao mês, se a Segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), con-
Selic for maior que 8,5%. sideram- se sensíveis os seguintes dados solicitados:
b) têm a remuneração creditada no último dia útil de
cada mês. a) religião, raça e filiação a sindicato
c) têm incidência do Imposto de Renda. b) religião, estado civil e filiação a sindicato
d) são passíveis de cobrança de taxas administrativas. c) religião, estado civil e raça
e) não são garantidas pelo FGC. d) número de filhos, raça e religião
e) número de filhos, raça e estado civil
16. (CESGRANRIO — 2018) Em virtude das peculiaridades
das atividades agropecuárias, a maior parte dos países 19.
(CESGRANRIO — 2021) Uma administradora de
disponibiliza um adequado sistema de financiamento empresas é responsável por organizar os formulários
aos produtores, abarcando linhas de crédito ao inves- utilizados pela instituição financeira onde atua. Ao
timento, à produção e à comercialização dos produtos criar novo formulário para seguir comandos legais,
do setor. O Banco do Brasil, particularmente, oferece depara-se com novos conceitos de dados pessoais
diversas linhas de crédito adequadas às necessidades que devem ser aplicados.
dos produtores rurais. Associe as linhas de financia-
mento disponibilizadas pelo Banco do Brasil aos seus Sendo assim, ela precisa saber que, nos termos da Lei
objetivos e características principais, apresentados a no 13.709/2018, dados pessoais sensíveis estão rela-
seguir. cionados a

I. Custeio agropecuário a) opção desportiva


II. Pronamp Investimento b) convicção religiosa
III. Financiamento de Garantia de Preços ao Produtor c) escolha de lazer
(FGPP) d) método de trabalho
IV. BB Agronegócio Giro e) hábito alimentar

P. Crédito destinado à aquisição de produtos agropecuá- 20. (CESGRANRIO — 2022) Uma pessoa é submetida a

9
rios diretamente de produtores rurais, suas associa-

-3
processo criminal, acusada de realizar atos de lava-
ções ou cooperativas de produção agropecuária.

40
gem de dinheiro. Nos termos da Lei nº 9.613/1998, a
Q. Crédito para financiamento de inovações tecnológicas
.5
pena será aumentada de um a dois terços se os cri-
33
nas propriedades rurais. mes forem cometidos de forma
R. Crédito destinado à cobertura das despesas do dia a
.6
00

dia da produção das atividades agrícolas e pecuárias. a) concreta


-0

S. Crédito rotativo destinado à compra de insumos e maté- b) continuada


rias-primas relacionadas à produção agropecuária. c) instantânea
os

T. Crédito para financiamento das despesas de investi- d) produzida


nt

mento, destinado ao médio produtor rural. e) reiterada


Sa
os

As associações corretas são:


9 GABARITO
id

a) I – P ; II – T ; III – R ; IV – S
ol
ic

b) I – R ; II – T ; III – S ; IV – P 1 C
N

c) I – S ; II – T ; III – P ; IV – R
io

d) I – R ; II – T ; III – P ; IV – S 2 C
ric

e) I – R ; II – Q ; III – P ; IV – S
3 A
au

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
M

17. (CESGRANRIO — 2022) O gerente de recursos huma- 4 C


nos de uma instituição financeira foi aconselhado
pelo Departamento Jurídico a realizar treinamentos 5 A
para evitar litígios de variada natureza. Nos termos da
6 D
Circular Bacen nº 3.978/2020, as instituições devem
contemplar, dentre as diretrizes, a promoção de cultu- 7 D
ra organizacional de
8 B
a) adequação à lavagem de dinheiro 9 D
b) ambientação à lavagem de dinheiro
c) financiamento à lavagem de dinheiro 10 D
d) prevenção de lavagem de dinheiro
e) previsão de lavagem de dinheiro 11 C

12 D

255
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
13 C

14 D

15 A

16 D

17 D

18 A

19 B

20 E

ANOTAÇÕES

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric
au
M

256
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Microsoft Edge: navegador de Internet padrão do
Windows 10. Ele está configurado com o buscador
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado;
z Microsoft Loja: loja de app’s para o usuário baixar

CONHECIMENTOS DE
novos aplicativos para Windows;
z Windows Mail: aplicativo para correio eletrôni-
co, que carrega as mensagens da conta Microsoft
INFORMÁTICA e pode se tornar um hub de e-mails com adição de
outras contas;
z Barra de Acesso Rápido: ícones fixados de pro-
gramas para acessar rapidamente;
z Fixar itens: em cada ícone, ao clicar com o botão
NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS direito (secundário) do mouse, será mostrado o
– WINDOWS 10 (32-64 BITS) menu rápido, que permite fixar arquivos abertos
recentemente e fixar o ícone do programa na bar-
O sistema operacional Windows foi desenvolvido ra de acesso rápido;
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em z Central de Ações: centraliza as mensagens de segu-
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi- rança e manutenção do Windows, como as atuali-
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores zações do sistema operacional. Atalho de teclado:
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa
canetas e mesas digitalizadoras. ser carregada pelo usuário, ela é carregada automa-
Atualmente, o Windows é oferecido na versão 10, ticamente quando o Windows é inicializado;
que possui suporte para os dispositivos apontadores z Mostrar área de trabalho: visualizar rapidamen-
tradicionais, além de tela touch screen e câmera (para te a área de trabalho, ocultando as janelas que
acompanhar o movimento do usuário, como no siste- estejam em primeiro plano. Atalho de teclado:
ma Kinect do videogame Xbox). Windows+D (Desktop);
Em concursos públicos, as novas tecnologias e z Bloquear o computador: com o atalho de tecla-
suportes avançados são raramente questionados. As do Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o
questões aplicadas nas provas envolvem os conceitos computador. Poderá bloquear pelo menu de con-
básicos e o modo de operação do sistema operacional em trole de sessão, acionado pelo atalho de teclado
um dispositivo computacional padrão (ou tradicional). Ctrl+Alt+Del;
O sistema operacional Windows é um software pro- z Gerenciador de Tarefas: para controlar os aplica-
prietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o tivos, processos e serviços em execução. Atalho de

9
-3
usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft. teclado: Ctrl+Shift+Esc;

40
O Windows 10 apresenta algumas novidades em z Minimizar todas as janelas: com o atalho de

.5
relação às versões anteriores, como assistente virtual, teclado Windows+M (Minimize), o usuário pode
33
navegador de Internet, locais que centralizam infor- minimizar todas as janelas abertas, visualizando
.6

mações etc. a área de trabalho;


00

z Criptografia com BitLocker: o Windows oferece o


-0

z Botão Iniciar: permite acesso aos aplicativos instala- sistema de proteção BitLocker, que criptografa os
dos no computador, com os itens recentes no início da dados de uma unidade de disco, protegendo contra
os

lista e os demais itens classificados em ordem alfabé- acessos indevidos. Para uso no computador, uma
nt

tica. Combina os blocos dinâmicos e estáticos do Win- chave será gravada em um pendrive, e para aces-
Sa

dows 8 com a lista de programas do Windows 7; sar o Windows, ele deverá estar conectado;
os

z Pesquisar: com novo atalho de teclado, a opção z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial
id

pesquisar permite localizar, a partir da digitação ou biometria, para acesso ao computador sem a
necessidade de uso de senha;
ol

de termos, itens no dispositivo, na rede local e na


ic

Internet. Para facilitar a ação, tem-se o seguinte z Windows Defender: aplicação que integra recur-
N

atalho de teclado: Windows+S (Search); sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
io

z Cortana: assistente virtual. Auxilia em pesquisas e antispyware.


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

de informações no dispositivo, na rede local e na


au

Internet. O botão direito do mouse aciona o menu de con-


M

texto, sempre.

Importante! CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E


ATALHOS
A assistente virtual Cortana é uma novidade do
Windows 10 que está aparecendo em provas No Windows 10, os diretórios são chamados de pas-
de concursos com regularidade. Semelhante ao tas e algumas pastas são especiais, contendo coleções
Google Assistente (Android), Siri (Apple) e Alexa de arquivos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo
(Amazon), essa integra recursos de acessibilidade são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músi-
por voz para os usuários do sistema operacional. cas e Vídeos. O usuário poderá criar Bibliotecas para
sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam
a organização dos arquivos e pastas, inserindo apenas
z Visão de Tarefas: permite alternar entre os pro- ligações para os itens em seus locais originais.
gramas em execução e abre novas áreas de traba-
lho. Seu atalho de teclado é: Windows+TAB;
257
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Exabyte
Petabyte (EB)
Terabyte (PB)
Gigabyte (TB)
Megabyte (GB) trilhão
Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão
Byte
(B)

Pasta com Pasta sem Pasta vazia Ainda não temos discos com capacidade na ordem
subpasta subpasta de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos
comercialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File medidas muito altas são usadas para identificar gran-
System) armazena os dados dos arquivos em locali- des volumes de dados na nuvem, em servidores de
zações dos discos de armazenamento. Por sua vez, os redes, em empresas de dados etc.
arquivos possuem nome e podem ter extensões. Vamos falar um pouco sobre Bytes: 1 Byte repre-
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de senta uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é forma-
armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de do por 8 bits, que são sinais elétricos (que vale zero
bytes) ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB. binário para representação de informações.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos. A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
da na memória.
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO
A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72
Unidade de disco de armazena- bits de informação.
Disco de mento permanente, que possui um Os bits e bytes estão presentes em diversos momen-
armazenamento sistema de arquivos e mantém os tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere-
dados gravados ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até
5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
Estruturas lógicas que endereçam Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps,
as partes físicas do disco de arma- ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
Sistema de
zenamento. NTFS, FAT32, FAT são segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho leva-
Arquivos
alguns exemplos de sistemas de rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
arquivos do Windows para o roteador wireless.

9
-3
Circunferência do disco físico

40
Trilhas (como um hard disk HD ou unidades
removíveis ópticas)
Importante!
.5
33
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exi-
.6

São ‘fatias’ do disco, que dividem as


00

Setores bido em modo de visualização de Detalhes, nas


trilhas
-0

Propriedades (botão direito do mouse, menu de


Unidades de armazenamento no contexto) e na barra de status do Explorador de
os

Clusters disco, identificado pela trilha e setor Arquivos. Poderão ter as unidades KB, MB, GB,
nt

onde se encontra TB, indicando quanto espaço ocupam no disco


Sa

de armazenamento.
Estrutura lógica do sistema de ar-
os

Pastas ou
quivos para organização dos dados
id

diretórios
na unidade de disco Quando os computadores pessoais foram apresen-
ol

tados para o público, a árvore foi usada como analo-


ic

Arquivos Dados. Podem ter extensões


N

gia para explicar o armazenamento de dados, criando


io

Pode identificar o tipo de arquivo, o termo “árvore de diretórios”.


ric

associando com um software que


Documentos
au

Extensão permita visualização e/ou edição.


Imagens
M

As pastas podem ter extensões Folhas


como parte do nome Músicas
Flores
Vídeos
Arquivos especiais, que apontam Frutos
para outros itens computacionais,
como unidades, pastas, arquivos, Pastas e Subpastas
Atalhos dispositivos, sites na Internet, locais Tronco e Galhos
na rede etc. Os ícones possuem
uma seta, para diferenciar dos itens
originais
Diretório Raiz Raiz
O disco de armazenamento de dados tem o seu
tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e
até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados
Figura 4. Árvore de diretórios
são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão
258 listados na escala a seguir.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No Windows 10, a organização segue a seguinte Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos
definição: somente leitura... os atributos dos itens podem ser
definidos pelo item Propriedades no menu de con-
z Pastas texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu-
„ Estruturas do sistema operacional: Arqui-
vos de Programas (Program Files), Usuários ração correspondente.
(Users), Windows. A primeira pasta da unida-
de é chamada raiz (da árvore de diretórios), ÁREA DE TRABALHO
representada pela barra invertida: Documen-
tos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Ima- A interface gráfica do Windows é caracterizada
gens), Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do
Músicas) – bibliotecas; Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas,
„ Estruturas do Usuário: Documentos (Meus Docu- atalhos, barra de tarefas (com programas que podem
mentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus ser executados e programas que estão sendo executa-
Vídeos), Músicas (Minhas Músicas) – bibliotecas; dos) e outros componentes do Windows.
„ Área de Trabalho: Desktop, que permite aces- A área de trabalho do Windows 10, também conhe-
so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos, cida como Desktop, é reconhecida pela presença do
programas e atalhos; papel de parede ilustrando o fundo da tela. É uma
„ Lixeira do Windows: armazena os arquivos imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP),
de discos rígidos que foram excluídos, permi- uma foto (extensão JPG), além de outros formatos grá-
tindo a recuperação dos dados. ficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos
z Atalhos que o computador está pronto para executar tarefas.

„ Arquivos que indicam outro local: Extensão


LNK, podem ser criados arrastando o item com
Lixeira
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado. Microsoft
Edge
Google
Chrome
Mozilla
Thunderbird
Kaspersky
Secure Co..
Firefox

z Drivers

„ Arquivos de configuração: Extensão DLL e Provas


Downloads caragua.docx Lista de Extra - dicas
Anteriores
outras, usadas para comunicação do software e-mails par.. Ebook-Curs. concursos.txt

com o hardware.

9
-3
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10.

40
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de
.5
Na área de trabalho podemos encontrar Ícones
33
manipulação de informações no computador, desde o e estes podem ser ocultados se o usuário escolher
.6

básico (formatar discos de armazenamento) até o avan-


00

‘Ocultar ícones da área de trabalho’ no menu de


çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
-0

contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones


O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado
representam atalhos, arquivos, pastas, unidades de
os

para executar o Explorador de Arquivos.


discos e componentes do Windows (como Lixeira e
nt

Como o Windows 10 está associado a uma con-


Computador).
Sa

ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou


No canto inferior esquerdo encontraremos o botão
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de
os

Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou


armazenamento de dados na nuvem Microsoft One-
id

pela combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o


Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado
menu Iniciar será apresentado na interface de blocos
ol

direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a


ic

que surgiu com o Windows 8, interface Metro.


nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive,
N

A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções


eles serão enviados para a nuvem e sincronizados
io

instaladas no Windows 10, como acessar Configura-


com outros dispositivos que estejam conectados na CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

ções (antigo Painel de Controle), programas instalados


mesma conta de usuário.
au

no computador, apps instalados no computador a par-


Os atalhos são representados por ícones com uma
M

seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para tir da Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft)
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são etc.
independentes dos objetos que os referenciam, por- Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou
ou unidade de disco que estão apontando. ditar o nome do recurso que estamos querendo exe-
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes: cutar e o Windows 10 apresentará a lista de opções
semelhantes na área de trabalho e a possibilidade de
z Arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado, buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar
e ao soltar, o atalho é criado; o que estamos querendo procurar, clicando no micro-
z No menu de contexto (botão direito) escolha fone no canto direito da caixa de pesquisa.
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho); A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma
z Um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- novidade do Windows 10, que permite visualizar os
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser diferentes aplicativos abertos (como o atalho de tecla-
criado na área de trabalho arrastando o ícone da do Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- Trabalho. O atalho de teclado para Visão de Tarefas é
-o na área de trabalho. Windows+Tab. 259
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de Aplicativo que está em execução 1 vez possui um
Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias pequeno traço azul abaixo do ícone.
áreas de trabalho independentes, onde os programas
abertos em uma não interfere com os programas
abertos em outra.
A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que
organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário,
permitindo o acesso rápido, tanto por clique no mou- Aplicativo que está em execução mais de 1 vez pos-
se, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro, sui um pequeno traço segmentado azul no ícone.
Windows+2 para o segundo programa etc.) e também
pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que
mostrará miniaturas do que está em execução, e con-
sequente transparência das janelas).
A Área de Notificação mostrará a data, hora, men-
sagens da Central de Ações (de segurança e manuten-
ção), processos em execução (aplicativos de segundo
plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B.
Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o
atalho de teclado Windows+D mostrará a área de tra-
balho ao primeiro clique e mostrará o programa que
estava em execução ao segundo clique. Se a opção 1 +1 não está em
“Usar Espiar para visualizar a área de trabalho ao execução execução execução
posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar
Área de Trabalho na extremidade da barra de tarefas”
estiver ativado nas Configurações da Barra de Tare- ÁREA DE TRANSFERÊNCIA
fas, não será necessário clicar. Bastará apontar para
visualizar a Área de Trabalho. Um dos itens mais importantes do Windows não é
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação visível como um ícone ou programa. A Área de Trans-
dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface ferência é um espaço da memória RAM, que armazena
Metro do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos uma informação de cada vez. A informação armaze-
são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba
ativar ou desativar, pressione e segure o aplicativo trabalhando em praticamente todas as operações de
(ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o manipulação de pastas e arquivos.

9
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo

-3
bloco dinâmico e selecione Ativar bloco dinâmico ou
da Área de Transferência, acione o atalho de teclado

40
Desativar bloco dinâmico.
Windows+V (View).
.5
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),
33
Navegador padrão do
Atalhos
Windows 10 estamos copiando o item para a memória RAM, para
.6

Itens Excluídos
00

ser inserido em outro local, mantendo o original e


criando uma cópia.
-0

Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta-


os

Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox Arquivos


Pastas de
Edge Chrome Thunderbird Secure Co..
mos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área
nt

Arquivos
de Transferência, para ser inserida em outro local,
Sa

como em um documento do Microsoft Word ou edição


pelo acessório Microsoft Paint.
os

Provas Downloads Lista de Extra - dicas Central de


caragua.docx
Anteriores e-mails par. Ebook-Curs. concursos.txt Ações
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,
id

Botão Iniciar Barra de Área de


Cortana Visão de Tarefas Acesso rápido Notificação estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a
ol

Área de Transferência, desconsiderando outros ele-


ic
N

mentos da tela do Windows.


io

Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o


ric

Barra de Tarefas conteúdo que está armazenado na Área de Transfe-


rência será inserido no local atual.
au

Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.


M

Dica
Mostrar área de trabalho agora está no canto infe-
rior direito, ao lado do relógio, na área de notifica- As três teclas de atalhos mais questionadas em
ção da Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C e Ctrl+V,
Win+D (Desktop) que acionam os recursos da Área de Transferência.

As ações realizadas no Windows, em sua quase


totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pres-
que permanecem em exibição todo o tempo. sionar Del ou Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z
(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
sidade de acessar a Lixeira do Windows.
E outras ações podem ser repetidas, acionando o
atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
260
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para obter uma imagem de alguma janela em OPERAÇÕES COM TECLADO
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Atalhos de teclado Resultado da operação
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan-
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office. Não é possível recortar e colar na
Ctrl+X e Ctrl+V
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Fer- mesma pasta. Será exibida uma
na mesma pasta
ramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no mensagem de erro
Windows. Ctrl+X e Ctrl+V Recortar (da origem) e colar (no
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem em locais diferentes destino). O item será movido
capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Win-
dows+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo Copiar e colar. O item será dupli-
Ctrl+C e Ctrl+V
na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens. cado. A cópia receberá um sufixo
na mesma pasta
A área de transferência é um dos principais recur- (Copia) para diferenciar do original
sos do Windows, que permite o uso de comandos, Copiar (da origem) e colar (no
Ctrl+C e Ctrl+V
realização de ações e controle das ações que serão destino). O item será duplicado,
em locais diferentes
desfeitas. mantendo o nome e extensão
Deletar, apagar, enviar para a Li-
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS xeira do Windows, podendo re-
Tecla Delete em um
cuperar depois, se o item estiver
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- item do disco rígido
em um disco rígido local interno
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali- ou externo conectado na CPU
zada com sucesso.
Será excluído definitivamente. A
Tecla Delete em Lixeira do Windows não armaze-
z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distin-
um item do disco na itens de unidades removíveis
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas.
removível (pendrive), ópticas ou unidades
Um arquivo chamado documento.docx será consi-
remotas
derado igual ao nome Documento.DOCX;
z O Windows não permite que dois itens tenham o Independentemente do local
mesmo nome e a mesma extensão quando estive- Shift+Delete onde estiver o item, ele será ex-
rem armazenados no mesmo local; cluído definitivamente
z O Windows não aceita determinados caracteres Renomear. Trocar o nome e a
nos nomes e extensões. São caracteres reservados, extensão do item. Se houver ou-
para outras operações, que são proibidos na hora tro item com o mesmo nome no
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-

9
mesmo local, um sufixo numérico
F2

-3
vos e pastas podem ser compostos por qualquer será adicionado para diferenciar

40
caractere disponível no teclado, exceto os carac- os itens. Não é permitido reno-
teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
.5
mear um item que esteja aberto
33
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa na memória do computador
.6

opção), | (barra vertical, significa concatenador de


00

comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),


-0

“ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig- Lixeira


nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
os

fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior, Um dos itens mais questionados em concursos
nt

significa direcionador de saída); públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os


Sa

z Existem termos que não podem ser usados, como itens que foram excluídos de discos rígidos locais,
os

CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig- internos ou externos conectados na CPU.
id

nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a
tecla Delete (DEL), o item é removido do local original
ol

referenciar itens de hardware nos comandos digi-


ic

tados no Prompt de Comandos. (por exemplo, para e armazenado na Lixeira.


N

enviar para a impressora um texto através da linha Quando o item está na Lixeira, o usuário pode
io

de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN). escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

local original. Se o local original não existe mais, pois


au

Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira
M

conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero recupera o caminho e restaura o item.
à N caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluí-
como nos sites de busca na Internet. dos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixei-
As ações realizadas pelos usuários em relação à ra” no menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
manipulação de arquivos e pastas pode estar condi- Quando acionamos o atalho de teclado Shift+De-
cionada ao local onde ela é efetuada, ou ao local de lete, o item será excluído definitivamente. Pelo Win-
origem e destino da ação. Portanto, é importante veri- dows, itens excluídos definitivamente ou apagados
ficar no enunciado da questão, geralmente no texto após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados.
associado, estes detalhes que determinarão o resulta- É possível recuperar com programas de terceiros, mas
do da operação. isto não é considerado no concurso, que segue a con-
As operações podem ser realizadas com atalhos figuração padrão.
de teclado, com o mouse, ou com a combinação de Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados
ambos. As bancas organizadoras costumam questio- com o mouse para fora dela, restaurando o item para
nar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes o local onde o usuário liberar o botão do mouse.
utilizam imagens nas questões. A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em
10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar 261
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá Extensões de Arquivos
desativar ela excluindo os itens diretamente e configurar
Lixeiras individuais para cada disco conectado. O Windows 10 apresenta ícones que representam
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
OPERAÇÕES COM MOUSE zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é
RESULTADO DA atribuída para ele, de acordo com o programa que o
AÇÃO DO USUÁRIO
OPERAÇÃO criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-
Clique simples no botão mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
Selecionar o item será mais reconhecido diretamente pelas configura-
principal
ções definidas em Programas Padrão do Windows.
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto do
secundário item
Executar o item, se for exe- Importante!
cutável. Abrir o item, se for
editável, com o programa pa- Existem arquivos sem extensão, como itens do
Duplo clique drão que está associado. Nos sistema operacional. Ela é opcional e procura
programas do computador, associar o arquivo com um programa para visua-
poderá abrir um item através lização ou edição. Se o arquivo não possui exten-
da opção correspondente
são, o usuário não conseguirá executar ele, por
Renomear o item. Se o nome se tratar de conteúdo de uso interno do sistema
já existe em outro item, será operacional (que não deve ser manipulado).
Duplo clique pausado
sugerido numerar o item re-
nomeado com um sufixo
Arrastar com botão principal Confira na tabela a seguir algumas das extensões e
pressionado e soltar na mes- O item será movido ícones mais comuns em provas de concursos.
ma unidade de disco
Arrastar com botão principal EXTENSÃO ÍCONE FORMATO
pressionado e soltar em ou- O item será copiado Adobe Acrobat. Pode ser criado e
tra unidade de disco editado pelos aplicativos Office.
Formato de documento portável
Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto, PDF
(Portable Document Format) que
dário do mouse pressionado podendo “Copiar aqui” (no
poderá ser visualizado em várias
e soltar na mesma unidade local onde soltar)

9
plataformas

-3
Arrastar com botão secun- Documento de textos do Microsoft

40
Exibe o menu de contexto, po-
dário do mouse pressionado Word. Textos com formatação que
dendo “Copiar aqui” (no local
e soltar em outra unidade de DOCX
.5
podem ser editados pelo LibreOffice
33
onde soltar) ou “Mover aqui”
disco Writer
.6
00

Pasta de trabalho do Microsoft Ex-


Arrastar na mesma unidade, será movido. Arras-
-0

cel. Planilhas de cálculos que po-


tar entre unidades diferentes, será copiado. XLSX dem ser editadas pelo LibreOffice
os

calc
nt

OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE


Sa

Apresentação de slides do Micro-


AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO soft PowerPoint, que poderá ser
os

PPTX
editada pelo LibreOffice Impress
O item será copiado, quando
id

Arrastar com o botão principal


a tecla CTRL for liberada, in-
pressionado um item com a
ol

dependente da origem ou do Texto sem formatação. Formato


tecla CTRL pressionada
ic

destino da ação padrão do acessório Bloco de No-


N

TXT tas. Poderá ser aberto por vários


O item será movido, quando
io

Arrastar com o botão principal programas do computador


a tecla SHIFT for liberada, in-
ric

pressionado um item com a


dependente da origem ou do
au

tecla SHIFT pressionada Rich Text Format – formato de


destino da ação
texto rico. Padrão do acessório
M

Arrastar com o botão princi- RTF WordPad, este documento de texto


Será criado um atalho para o
pal pressionado um item com possui alguma formatação, como
item, independente da origem
a tecla ALT pressionada (ou estilos de fontes
ou do destino da ação
CTRL+SHIFT)
Formato de vídeo. Quando o Win-
Clique em itens com o botão dows efetua a leitura do conteúdo,
principal, enquanto mantém a Seleção individual de itens MP4, AVI, exibe no ícone a miniatura do pri-
tecla CTRL pressionada MPG meiro quadro. No Windows 10, Fil-
mes e TV reproduzem os arquivos
Seleção de vários itens. O
de vídeo
Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o
principal, enquanto mantém a início, e o último item será o Formato de áudio. O Gravador de
tecla SHIFT pressionada final, de uma região contínua Som pode gravar o áudio. O Windo-
de seleção MP3 ws Media Player e o Groove Music
podem reproduzir o som

262
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Modos de Exibição do Windows 10

Formato de imagem. Quando o


Windows efetua a leitura do con-
BMP, GIF,
teúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o
PNG, TIF
acessório Paint visualiza e edita os
arquivos de imagens
Formato ZIP, padrão do Windows
para arquivos compactados. Não
ZIP necessita de programas adicionais,
como o formato RAR, que exige o
WinRAR
Biblioteca de ligação dinâmica do z Ícones extras grandes: ícones extra grandes com
Windows. Arquivo que contém in- nome (e extensão);
DLL formações que podem ser usadas z Ícones grandes: ícones grandes com nome (e
por vários programas, como uma extensão);
caixa de diálogo
z Ícones médios: ícones médios com nome (e exten-
Arquivos executáveis, que não são) organizados da esquerda para a direita;
necessitam de outros programas z Ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e
EXE, COM, para serem executados
BAT extensão) organizados da esq. para a direita;
z Listas: ícones pequenos com nome (e extensão)
organizados de cima para baixo;
z Detalhes: ícones pequenos com nome, data de
Uma das extensões menos conhecidas e mais ques- modificação, tipo e tamanho;
tionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text For- z Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho,
mat, uma tentativa da Microsoft em criar um padrão organizados da esq. para a direita;
de documento de texto com alguma formatação para z Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data
múltiplas plataformas. A extensão RTF pode ser aber- de modificação, marcas e tamanho.
ta pelos programas editores de textos, como o Micro-
soft Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório Um dos temas mais questionado em provas são os
do Windows WordPad. modos de exibição do Windows. Se tem um compu-
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações tador com Windows 10, procure visualizar os modos
(atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra- de exibição no seu Explorador de Arquivos. Praticar a

9
-3
ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo disciplina no computador ajuda na memorização dos

40
será visualizado e editado por outro programa de recursos.
escolha do usuário.
.5
33
2. Barra ou linha de título
As Configurações do Windows e dos programas
.6

3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar


instalados estão armazenadas no Registro do Windo-
00

ws. O arquivo do registro do Windows pode ser edi-


-0

tado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de


os

diálogo “Executar”. Entretanto, não devemos alterar


suas hives (chaves de registro) sem o devido conheci-
nt
Sa

mento, pois poderá inutilizar o sistema operacional. Área de trabalho do aplicativo


No Windows 10, Configurações é o Painel de Con-
os

trole. A troca do nome alterou a organização dos itens


id

de ajustes do Windows, tornando-se mais simples e 1. Barra de menus


6. Barra de Rolagem
ol

intuitivo.
ic

Através deste item o usuário poderá instalar e


N

Figura 3. Elementos de uma janela do Windows 10.


desinstalar programas e dispositivos, configurar o
io

Windows, além de outros recursos administrativos. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


ric

Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, 1. Barra de menus: são apresentados os menus com
au

acessado pela opção Configurações, localizada na lista os respectivos serviços que podem ser executados
no aplicativo;
M

exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-


rar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ 2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arqui-
Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca- vo e o nome do aplicativo que está sendo execu-
da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy. tado na janela. Através dessa barra, conseguimos
Modo Avião é uma configuração comum em smar- mover a janela quando a mesma não está maximi-
tphones e tablets que permite desativar, de manei- zada. Para isso, clique na barra de título, mante-
ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que nha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você
inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, estará movendo a janela para a posição desejada.
NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio. Depois é só soltar o clique;
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao 3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento
exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela
informações, como, por exemplo, a data de modifica- para seu tamanho e posição anteriores, clique neste
ção e o tamanho de cada arquivo. botão ou clique duas vezes na barra de títulos;
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de docu-
mento ou aplicativo para preencher a tela. Para
restaurar a janela para seu tamanho e posição
263
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes informações podem ser consultadas em Propriedades,
na barra de títulos; acessado no menu de contexto, exibido quando clicar
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. com o botão direito do mouse sobre o item.
Solicita que você salve quaisquer alterações não Ao clicar com o botão direito sobre o ícone da
salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como Lixeira, será mostrado o menu de contexto, e esco-
os navegadores de Internet, trabalham com guias lhendo ‘Esvaziar Lixeira’, os itens serão removidos
ou abas, que possuem o seu próprio controle para definitivamente, utilizando o Windows, não haverá
fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4; meio de recuperá-los.
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao
longo do lado direito (e inferior de uma janela de PROGRAMAS E APLICATIVOS
documento). Para deslocar-se para outra parte do
documento, arraste a caixa ou clique nas setas da Os programas associados ao Windows 10 podem
barra de rolagem. ser classificados em:

USO DOS MENUS z Componentes do sistema operacional;


z Aplicativos e Acessórios;
No Windows 10, tanto pelo Explorador de Arquivos z Ferramentas de Manutenção e Segurança.
como pelo menu Iniciar, encontramos as opções para z App’s – aplicativos disponíveis na Loja (Windows
gerenciamento de arquivos, pastas e configurações. Store) para instalação no computador do usuário.
O Windows 10 disponibiliza listas de atalho como
recurso que permite o acesso direto a sítios, músicas, Dica
documentos ou fotos. O conteúdo dessas listas está
diretamente relacionado com o programa ao qual Os acessórios do Windows são aplicativos nati-
elas estão associadas. O recurso de Lista de Atalhos, vos do sistema operacional, que estão dispo-
novidade do Windows 7 que foi mantida nas versões níveis para utilização mesmo que não existam
seguintes, possibilita organizar os arquivos abertos outros programas instalados no computador.
por um aplicativo ao ícone do aplicativo, com a possi- Os acessórios oferecem recursos básicos para
bilidade ainda de fixar o item na lista. anotações, edição de imagens e edição de
No Explorador de Arquivos do Windows 10, os textos.
menus foram trocados por guias, semelhante ao
Microsoft Office. Ao pressionar ALT, nenhum menu Na primeira categoria encontramos o Configura-
escondido será mostrado (como no Windows 7), mas ções (antigo Painel de Controle). Usado para realizar
os atalhos de teclado para as guias Arquivo, Início, as configurações de software (programas) e hardware

9
-3
Compartilhar e Exibir. (dispositivos), permite alterar o comportamento do

40
sistema operacional, personalizando a experiência no
.5
Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle cha-
33
ma-se Configurações, e pode ser acessado pelo atalho
.6

de teclado Windows+X no menu de contexto, ou dire-


00

tamente pelo atalho de teclado Windows+I.


-0

Na segunda categoria, temos programas que reali-


os

zam atividades e outros que produzem mais arquivos.


nt

Por exemplo, a calculadora. É um acessório do Windo-


O botão direito do mouse exibe a janela pop-up
Sa

ws 10 que inclui novas funcionalidades em relação às


chamada “Menu de Contexto”. Em cada local que for versões anteriores, como o cálculo de datas e conver-
os

clicado, uma janela diferente será mostrada. são de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas
id

As opções exibidas no menu de contexto contêm (como pequenos post its na tela do computador).
ol

as ações permitidas para o item clicado naquele local. Outros acessórios são o WordPad (para edição
ic

Através do menu de contexto da área de trabalho, de documentos com alguma formatação), Bloco de
N

podemos criar nova pasta (Ctrl+Shift+N), novo Atalho, Notas (para edição de arquivos de textos), MSPaint
io

ou novos arquivos (Imagem de bitmap [BMP Paint], (para edição de imagens) e Visualizador de Imagens
ric

Documento do Microsoft Word [DOCX Microsoft (que permite ver uma imagem e chamar o editor
au

Word], Formato Rich Text [RTF WordPad], Documen- correspondente).


M

to de Texto [TXT Bloco de Notas], Planilha do Micro- E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfrag-
soft Excel [XLSX Microsoft Excel], Pasta Compactada mentar e Otimizar Unidades1 (antigo Desfragmenta-
[extensão ZIP], entre outros). dor de Discos, para organizar clusters2), Verificação de
Erros (para procurar por erros de alocação), Backup
Dica do Windows (para cópia de segurança dos dados do
usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre
Arquivos de imagens são editados pelo acessó- no disco).
rio do Windows Microsoft Paint, que no Windo-
ws 10 oferece a versão Paint 3D.
Desfragmentar e Otimizar Unidades
Cada item (pasta ou arquivo) armazena uma
Aplicativo da área de trabalho
série de informações relacionadas a si próprio. Estas

1  Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
264 2  Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Otimizar e desfragmentar unidade
A otimização das unidades do computador pode
ajudá-lo a funcionar com mais eficiência.

Otimizar

No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas do Windows, encontraremos os outros programas, como


por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerenciamento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na parte de segurança
encontramos o Firewall do Windows, um filtro das portas TCP do computador, que autoriza ou bloqueia o acesso
para a rede de computadores, e de acesso externo ao computador.

Firewall do Windows
Painel de controle

A tabela a seguir procura resumir os recursos e novidades do Windows 10. Confira.

WINDOWS 10 O QUE

Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador

Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de dis-


Este Computador
cos e pastas Favoritas

Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador,


Desfragmentar e Otimizar Unidades
melhorando o tempo de leitura dos dados

Win+S Pesquisar

Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado

Configurações Permite configurar software e hardware do computador

9
-3
40
Home, Pro, Enterprise, Education. Edições do Windows

.5
Integração com Xbox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox
33
Xbox (Games, músicas = Groove)
One
.6
00

Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar


-0

Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida


os
nt

Menu Iniciar, Barra de Tarefas e


Sa

Fixar aplicativos
Blocos Dinâmicos
os

Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas
id
ol

Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Explo-


OneDrive integrado
ic

rador de Arquivos
N
io

Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo


Continuum CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

ideal para dispositivos conversíveis


au

Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10


M

Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente


Windows Store
permite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV

Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela

Windows Update, Windows Update


for Business, Current Branch for Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado
Business e Long Term Servicing Windows as a Service – WaaS
Branch

Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado

O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis

265
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
WINDOWS 10 O QUE

Email, Calendário, Notícias,


entre outros – também foram Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas
melhorados.

Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha

Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android.

Configurações > Sistema >


Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento

Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando

Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em


Cortana
português

Na área de notificações do Windows 10, a Central de Notificações reúne as men-


Central de Notificações
sagens do e-mail, do computador, de segurança e manutenção, entre outras

Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os

O Bloco de Notas (notepad.exe): é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
id

com extensão TXT.


ol
ic
N
io
ric
au
M

O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad se assemelha ao Microsoft Word, com recursos simplificados.

266
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.

A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0

Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
os

As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
nt

reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
Sa

O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
os

O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.


id

O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser, etc.
ol
ic

O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
N

Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.


io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au
M

267
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS
ATALHO AÇÃO
MS-OFFICE 2010
Volta para a pasta anterior, que
z Os documentos de texto produzidos pelo Microsoft Backspace estava sendo exibida no Explorador
Word 2010 possuem a extensão DOCX; de Arquivos
z Os documentos de texto habilitados para macros3,
possuem a extensão DOCM; Ctrl+A Selecionar tudo
z Um modelo4 de documento é um arquivo que pode
Copia o item (os itens) para a Área
ser usado para criar novos arquivos a partir de uma Ctrl+C
de Transferência
formatação preestabelecida. A extensão é DOTX;
z Um modelo de documento habilitado para macros Ctrl+Esc Botão Início
contém além da formatação básica para criação de
outros documentos, comandos programados para Ctrl+E / Ctrl+F Pesquisar
automatização de tarefas. A extensão é DOTM;
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft Ctrl+Shift+Esc Gerenciador de Tarefas
Excel 2010 possuem a extensão XLSX; Cola o item (os itens) da Área de
z As pastas de trabalho habilitadas para macros pos- Ctrl+V
Transferência no local do cursor
suem a extensão XLSM;
z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a Move o item (os itens) para a Área
Ctrl+X
extensão XLTX; de Transferência
z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas
para macros possuem a extensão XLTM; Ctrl+Y Refazer
z O arquivo do Excel que contém os dados de uma Desfaz a última ação. Se acabou
planilha que não foi salva, que pode ser recupera- de renomear um arquivo, ele volta
da pelo usuário, possui a extensão XLSB (binário); ao nome original. Se acabou de
z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated Ctrl+Z
apagar um arquivo, ele restaura
Values) contém textos separados por vírgula, que
para o local onde estava antes de
podem ser importados pelo Excel, podem ser usa-
ser deletado
dos em mala direta do Word, incorporados a um
banco de dados, etc.; Move o item para a Lixeira do
z Um arquivo com a extensão. contact é um contato, Del
Windows
que pode ser usado no Outlook 2016;
z Arquivos compactados com extensão ZIP podem F1 Exibe a ajuda
armazenar outros arquivos e pastas;
F11 Tela Inteira

9
z Os arquivos compactados podem ser criados

-3
pelo menu de contexto, opção Enviar para, Pasta Renomear, trocar o nome: dois

40
Compactada; arquivos com mesmo nome e
z Os arquivos de Internet, como páginas salvas, rece- .5
mesma extensão não podem estar
33
bem a extensão HTML e uma pasta será criada na mesma pasta, se já existir ou-
.6

para os arquivos auxiliares (imagens, vídeos, etc.); F2


00

tro arquivo com o mesmo nome,


z O conteúdo de arquivos do Office pode ser transfe- o Windows espera confirmação,
-0

rido para outros arquivos do próprio Office através símbolos especiais não podem ser
os

da Área de Transferência do Windows; usados, como / | \ ? * “ < > :


z O conteúdo formatado do Office poderá ser trans-
nt

ferido para outros arquivos do Windows, mas a Pesquisar, quando acionado no


Sa

formatação poderá ser perdida. F3 Explorador de Arquivos. Win+S fora


os

dele
id

Atalhos de Teclado – Windows 10


F5 Atualizar
ol
ic

Dica Exclui definitivamente, sem arma-


N

Shift+Del
zenar na Lixeira
io

Os atalhos de teclado do Windows são de ter-


ric

mos originais em inglês. Por serem atalhos de Win Abre o menu Início
au

teclado do sistema operacional, são válidos Acessa o primeiro programa da


M

para os programas que estiverem sendo execu- Win+1


barra de tarefas
tados no Windows.
Acessa o segundo programa da
Win+2
barra de tarefas
ATALHO AÇÃO
Win+B Acessa a Área de Notificação
Alterna para o próximo aplicativo
Alt+Esc Mostra o desktop (área de
em execução Win+D
trabalho)
Exibe a lista dos aplicativos em
Alt+Tab Win+E Abre o Explorador de Arquivos
execução

3  Macros são pequenos programas desenvolvidos dentro de arquivos do Office, para automatização de tarefas. Os códigos dos programas são
escritos em linguagem VBA – Visual Basic for Applications. Arquivos com macros podem conter vírus, e no momento da abertura, o programa
perguntará se o usuário deseja ativar ou não as macros.
268 4  Template = modelo de documento, planilha ou apresentação, com a formatação básica a ser usada no novo arquivo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHO AÇÃO z Linhas: sequência de palavras que pode ser um
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
Feedback – hub para comentários finalizado com Quebra de Linha, a configuração
Win+F
sobre o Windows atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos,
Win+I Configurações (Painel de Controle)
caracteres de formatação etc.
Bloquear o Windows
Win+L
(Lock, bloquear) Os arquivos produzidos nas versões anteriores do
Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui-
Minimiza todas as janelas e mos-
vos de formato DOC são abertos em Modo de Compa-
Win+M tra a área de trabalho, retornando
tibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar
como estavam antes
todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar
Selecionar o monitor/projetor que como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
será usado para exibir a imagem, Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão
Win+P
podendo repetir, estender ou ser editados pelas versões antigas do Office, desde que
escolher instale um pacote de compatibilidade, disponível para
download no site da Microsoft.
Search, para pesquisas (substitui o Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
Win+S
Win+F) podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
Exibe a lista dos aplicativos em Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse
Win+Tab PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos-
execução em 3D (Visão de Tarefas)
se um documento do Word.
Menu de acesso rápido, exibido ao O Microsoft Word pode gravar o documento no for-
Win+X
lado do botão Iniciar mato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar
documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
Durante a edição de um documento, o Microsoft
Word:
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS
z Faz a gravação automática dos dados editados
E APRESENTAÇÕES AMBIENTES enquanto o arquivo não tem um nome ou local de
MICROSOFT OFFICE E LIBREOFFICE armazenamento definidos. Depois, se necessário, o
7.2.4 usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
z Faz a gravação automática de auto recuperação

9
-3
WORD dos arquivos em edição que tenham nome e local

40
definidos, permitindo recuperar as alterações que
Estrutura Básica dos Documentos .5
não tenham sido salvas;
33
z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-
.6

Os documentos produzidos com o editor de textos vamento automático”, associado à conta Microsoft,
00

Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica: para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-
-0

ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-


vamento será realizado.
os

z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft


nt

Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos


O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
Sa

editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha-


dos com outros usuários para edição colaborativa; padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
os

z Os Modelos (Template): com extensão DOTX, con- e por ser portável, também poderá ser editado pelo
id

tém formatações que serão aplicadas aos novos Microsoft Word.


ol

documentos criados a partir deles. O modelo é usa- Ao iniciar a edição de um documento, o modo
ic

do para a padronização de documentos; de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de


N

z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM Impressão”. O documento será mostrado na tela da


io

(Document Template Macros – modelo de docu- mesma forma que será impresso no papel.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

mento com macros): as macros são códigos desen- O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
au

volvidos em Visual Basic for Applications (VBA) to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
M

para a automatização de tarefas; os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
z Páginas: unidades de organização do texto, segun- barra de título continua sendo exibida.
do a orientação, o tamanho do papel e margens. As O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
principais definições estão na guia Layout, mas tam- visualizar o documento como ele seria exibido se esti-
bém encontrará algumas definições na guia Design; vesse publicado na Internet como página web.
z Seção: divisão de formatação do documento, Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre Títulos serão mostrados, auxiliando na organização
que forem usadas configurações diferentes, como dos blocos de conteúdo.
margens, colunas, tamanho da página, orientação, O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras, as exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
seções serão usadas; tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que
formatação. Finalizado com Enter, contém forma- faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemen-
tação independente do parágrafo anterior e do to da interface do Microsoft Office.
parágrafo seguinte;
269
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Acesso Rápido Guia Atual Item com Listagem Guias ou Abas
Importante!
Muitas bancas de concursos públicos não costu-
mam utilizar imagens em suas provas. Elas prio-
rizam o conhecimento do candidato acerca dos
conceitos dos softwares. Outras bancas organi-
zadoras priorizam o conhecimento do candidato
acerca do uso dos recursos para a produção de
arquivos (parte prática dos programas).
Caixa de Diálogo do Grupo Grupo Ícone com Opções

Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word As guias possuem uma organização lógica, sequen-
cial, das tarefas que serão realizadas no documento,
Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o ata- desde o início até a visualização do resultado final.
lho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão
2007 ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmen- BOTÃO/GUIA DICA
te ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a
preferência do usuário. Comandos para o documento
A Faixa de Opções contém guias, que organizam os Arquivo atual: Salvar, salvar como, impri-
ícones em grupos. mir, salvar e enviar

Tarefas iniciais: O início do


GUIA GRUPO ITEM ÍCONE documento, acesso à área de
Página Inicial transferência, formatação de fon-
Recortar tes, parágrafos e formatação do
conteúdo da página

Copiar Tarefas secundárias: Adicionar


Área de um objeto que ainda não existe
Transferência Inserir
no documento, tabela, ilustrações
Colar e instantâneos

Configuração da página: Forma-


Página Pincel de
Layout da Página tação global do documento e for-

9
Formatação

-3
Inicial
matação da página

40
Nome da fonte Calibri (Corp
.5
Reúne formatação da página e
Design
33
Tamanho da plano de fundo
.6

fonte
Índices e acessórios: Notas de
00

Fonte
Referências rodapé, notas de fim, índices, su-
-0

Aumentar fonte
mários etc
os
nt

Diminuir fonte Mala direta: Cartas, envelopes,


Sa

Correspondências etiquetas, e-mails e diretório de


contatos
os

Folha de Rosto
id

Correção do documento: Ele está


ficando pronto... Ortografia e gra-
ol
ic

Página em Revisão mática, idioma, controle de alte-


Páginas
N

Branco rações, comentários, comparar,


io

proteger etc.
ric

Quebra de Visualização: Podemos ver o re-


au

Página
Exibir sultado de nosso trabalho. Será
M

que ficou bom?


Inserir
Tabelas Tabela
Edição e Formatação de Textos
Imagem
A edição e formatação de textos consiste em apli-
car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
parágrafos e nas páginas.
Ilustrações Imagens Online
Os estilos fornecem configurações padronizadas
para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata-
ções envolvem as definições de fontes e parágrafos,
Formas sendo úteis para a criação dos índices ao final da edi-
ção do documento. Os índices são gerenciados através
das opções da guia Referências.

270
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No Microsoft Word estão disponíveis na guia Página Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no menu Estilos.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário poderá copiar a formatação de um local e aplicar em outro
local no mesmo documento, ou em outro arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de formatação
no texto’, clique no ícone da guia Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a formatação.
O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc ou
iniciar uma digitação.

Seleção

Através do teclado e do mouse, como no sistema operacional, podemos selecionar palavras, linhas, parágrafos
e até o documento inteiro.

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+T Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

Botão principal - 1 clique na margem Selecionar a linha

Botão principal - 2 cliques na margem Seleciona o parágrafo

Botão principal - 3 cliques na margem Seleciona o documento

- Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início da linha

- Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final da linha

- Ctrl+Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início do documento

- Ctrl+Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final do documento

9
-3
40
Botão principal Ctrl Seleção individual Palavra por palavra

Botão principal Shift Seleção bloco .5


Seleção de um ponto até outro local
33
.6

Botão principal
00

Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical


pressionado
-0

Botão principal
os

Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor


pressionado
nt
Sa

Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia-a-dia. Experimente
os

praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
id

ele criará um texto ‘aleatório’ com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.
ol
ic
N

Edição e Formatação de Fontes


io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
au

programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
M

são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.


A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I)
e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independen-
te, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
271
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.

Edição e Formatação de Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter.


Um parágrafo poderá ter diferentes formatações. Confira:

z Marcadores: símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração: números, ou algarismos romanos, ou letras, no início dos parágrafos;
z Aumentar recuo: aumentar a distância do texto em relação à margem;
z Diminuir recuo: diminuir a distância do texto em relação à margem;
z Alinhamento: posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;
z Espaçamento entre linhas: distância entre as linhas dentro do parágrafo;
z Espaçamento antes: distância do parágrafo em relação ao anterior;
z Espaçamento depois: distância do parágrafo em relação ao seguinte;
z Sombreamento: preenchimento atrás do parágrafo;
z Bordas: linhas ao redor do parágrafo.

Recuo especial de primeira linha - apenas a primeira linha será


deslocada em relação à margem esquerda
Margem esquerda Margem direita

2 2 4 6 8 10 12 14 16

Recuo deslocamento - as linhas


Recuo esquerda - todas as serão deslocadas em relação à
linhas serão deslocadas em margem esquerda, exceto a pri- Recuo direito - todas as linhas
relação à margem esquerda meira linha serão deslocadas em relação à
margem direita

Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)

9
-3
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns

40
exemplos:
.5
33
z Recuo: distância do texto em relação à margem;
.6

z Realce: marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;


00

z Sombreamento: preenchimento do fundo dos parágrafos;


-0

z Folha de Rosto: primeira página do documento, capa;


os

z SmartArt: diagramas, representação visual de dados textuais;


nt

z Orientação: posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;


Sa

z Quebras: são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;


z Sumário: índice principal do documento.
os
id

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
ol

res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).
ic
N
io

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD


ric

Tecla(s) Ícone Ação Visualização


au
M

Quebra de Parágrafo: muda de parágrafo e pode


Enter -
mudar a formatação

Quebra de Linha: muda de linha e mantém a for-


Shift+Enter -
matação atual

Quebra de página: muda de página, no local atual


do cursor. Disponível na guia Inserir, grupo Pá-
Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Quebra de página
ginas, ícone Quebra de Página, e na guia Layout,
grupo Configurar Página, ícone Quebras

Quebra de coluna: indica que o texto continua na


Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras

272
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

Separador de Estilo: usado para modificar o estilo


Ctrl+Alt+ Enter -
no documento

Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se esti-


TAB
ver no início de um texto, aumenta o recuo.

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc


- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.

9
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, são formadas por

-3
40
células, e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma pla-
.5
33
nilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
.6

Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
00

matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.


-0

Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma única),
Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando elementos
os

horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
nt

O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
Sa

O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
os

lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.


id

E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
ol

As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes itens
ic
N

são aqueles questionados em provas de concursos.


io

Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as
au

configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.


Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.
M

ATALHOS WORD EXCEL


Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
Em inglês, com referências direcionais Em português, com referências posicionais
Tabela, Fórmulas
=SUM(ABOVE) =SOMA(A1:A5)
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente Recalcula automaticamente e manualmente (F9)
Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5
Quebra de linha manual Shift+Enter Alt+Enter
Copia apenas a primeira formatação da
Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes
origem
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima

273
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ATALHOS WORD EXCEL
Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para..
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico
Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na célula
Ctrl+Enter Quebra de página manual
atual
Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual
Finaliza a entrada na célula e posiciona o cursor na célula
Shift+Enter Quebra de linha manual
acima da atual, se houver
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

Índices

Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.

z Sumário: principal índice do documento;


z Notas de Rodapé: inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
citações e expressões;
z Notas de Fim: inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé;
z Citações e Bibliografia: permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados;
z Legendas: inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações;
z Índice: para marcação manual das entradas do índice;
z Índice de Autoridades: formato próprio de citação, disponível na guia Referências.

9
-3
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-

40
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido. .5
33
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
.6

forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
00

local, retorna para o local de origem.


-0
os
nt

Importante!
Sa

A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
os

conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
id

matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).


ol
ic
N

EXCEL
io
ric

As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a cria-
au

ção de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao
M

controle de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários
para a operação.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
As planilhas de cálculos não são banco de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em uma
planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote Microsoft
Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas em registros, separados
em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.

Conceitos Básicos

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
274 z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Barra de Acesso Rápido Coluna
Barra de Fórmulas
Faixa de
Opções

Célula

Linha

z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão Microsoft Office 365
(2022) são 16.384 colunas (nomeadas de A até XFD) e 1.048.576 linhas (numeradas de 1 a 1.048.576).
A quantidade de linhas e colunas pode variar, de acordo com o software e a versão. Existem planilhas com 256,
1.024, 16.384 ou 65.536 colunas. Existem planilhas com 65.536 ou 1.048.576 linhas;
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será

9
-3
criada. Se for um texto, é copiado. Mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e

40
datas são sempre criadas as continuações (sequências);
.5
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
33
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante.
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
M

Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:

z Mesclar e Centralizar: une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula.
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.

Elaboração de Tabelas e Gráficos

A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:

275
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar
a digitação, e o que for digitado é inserido na célula; Moeda Contábil
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
R$ 150,00 R$     150,00
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór-
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um R$ 170,00 R$    170,00
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui R$ 200,00 R$­    200,00
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
R$ 1.000,00 R$   1.000,00
trada na barra de fórmulas;
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado R$ 10,54 R$    10,54
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel;
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma- O ícone % é para mostrar um valor com o forma-
tados, ou seja, continuam com o valor original (na to de porcentagem. Ou seja, o número é multiplica-
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma do por 100. Exibe o valor da célula como percentual
formatação específica; (Ctrl+Shift+%)
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho
de teclado Ctrl+1 (Formatar Células); FORMATO PORCENTAGEM E 2
z Também na caixa de diálogo Formatar Células, VALOR ß,0
PORCENTAGEM % CASAS % ,0 0
encontraremos o item Personalizado, para criação
de máscaras de entrada de valores na célula. 1 100% 100,00%

Formatos de Números, Disponível na Guia Página 0,5 50% 50,00%


Inicial 2 200% 200,00%
Geral 100 10000% 10000,00%
123 Sem formato específico
0,004 0% 0,40%
Número
12 4,00
Moeda O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o
R$4,00 valor da célula com um separador de milhar. Este
comando alterará o formato da célula para Contábil
Contábil

9
sem um símbolo de moeda.

-3
R$4,00

40
Data Abreviada FORMATO SEPARADOR DE
04/01/1900
VALOR
.5
CONTÁBIL MILHARES 000
33
.6

Data Completa
1500 R$1.500,00 1.500,00
00

quarta-feira, 4 de janeiro de 1900


-0

Hora 16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00


os

00:00:00
1 R$1,00 1,00
nt

Porcentagem
Sa

400,00% 400 R$400,00 400,00


os

1 Fração 27568 R$27.568,00 27.568,00


2
id

4
ol

Científico
102 Os ícones ß,0
,00
ic

4,00E+00 ,00 à,0 são usados para Aumentar casas


N

decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo


Texto
ab
io

4 mais casas decimais) ou Diminuir casas decimais


ric

(Mostrar valores menos precisos exibindo menos


au

As informações existentes nas células poderão ser casas decimais).


M

exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem- Quando um número na casa decimal possui valor abso-
plo, na verdade é um número formatado como data. luto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas
Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas. decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre Quando um número na casa decimal possui valor
si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredonda-
de Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o do para cima ou para baixo, de ao diminuir as casas
símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da
o alinhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posi- função ARRED, para arredondar.
ciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula
decimal. Simbologia Específica

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a


Moeda Contábil
seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o signifi-
R$4,00 R$4,00
cado e alguns exemplos de aplicação.

276
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OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2

- (menos) Subtração = 20 – 5 Subtrai 5 do valor 20

Multiplica 5 (multiplicando) por 4


* (asterisco) Multiplicação =5*4
(multiplicador)

/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5

Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por


% (percentual) Percentual = 20%
100

Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9


^(circunflexo) Exponenciação Cálculo de raízes =3^2=8^(1/3) Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica
de 8

Ordem das Operações Matemáticas

z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração.

Como resolver as questões de planilhas de cálculos?


1. Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos)
2. Identificar a simbologia básica do Excel (informática)
3. Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática)
4. Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico)

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

9
-3
40
Símbolo Significado Exemplo Comentários

.5
Se o valor de A1 for maior que 5, então mostre
33
> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 )
15, senão mostre 17
.6
00

Se o valor de A1 for menor que 3, então mos-


< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 )
-0

tre 20, senão mostre 40


os

Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então


nt

>= (maior ou igual) Maior ou igual a = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 )


mostre 5, senão mostre 1
Sa

Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então


os

<= (menor ou igual) Menor ou igual a = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 )


mostre 11, senão mostre 23
id
ol

Se o valor de A1 for diferente de 1, então mos-


<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 )
ic

tre 100, senão mostre 8


N
io

Se o valor de A1 for igual a 2, então mostre 10,


= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 ) CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

senão mostre 50
au
M

Princípios dos Operadores Relacionais

z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo;
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio;
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>;
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=;
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=.

OPERADORES DE REFERÊNCIA

Símbolo Significado Exemplo Comentários

=$A1 Trava a célula na coluna A


$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1
=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará
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OPERADORES DE REFERÊNCIA

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Obtém o valor de A3 que está na planilha


! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3
Planilha2

Informa o nome de outro arquivo do Excel,


[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2
onde deverá buscar o valor

Informa o caminho de outro arquivo do


=’C:\FernandoNishimura\
‘ (apóstrofo) Caminho Excel, onde deverá encontrar o arquivo para
[pasta2.xlsx]Planilha1’!$A$2
buscar o valor

; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25

Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4,


: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4)
B1, B2, B3, B4

Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção ($) =SOMA(F4:H8 H6:K10)
comum nos intervalos

Princípios dos Operadores de Referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa (A1) em uma referência mista (A$1 ou $A1) ou em
referência absoluta ($A$1)
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2

O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o cargo de
Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-

9
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua

-3
configuração original, exibida na figura:

40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N

a) –R$ 960,00
io

b) –R$ 100,00
ric

c) R$ 400,00
au

d) R$ 500,00
M

e) R$ 360,00

A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).

278
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2

SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Faz a soma de 15 e 3
= 15 + 3
Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação seja verdadeiro, mostra 10, caso seja
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
falso, mostra 11

Retorna a data atual do computador


Identifica uma função ou os = HOJE ( )
Faz a soma de A1 e B1
( )parênteses valores de uma operação = SOMA (A1;B1)
Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir
prioritária = (3+5) / 2
por 2

A função SE tem 3 partes, e estas


; (ponto e vírgula) Separador de argumentos =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
estão separadas por ponto e vírgula

=SOMA(F4:H8 Executa uma operação sobre as célu-


Espaço Intersecção
H6:K10) las em comum nos intervalos

9
-3
40
Importante! .5
33
.6

As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
00

tituirá pelo sinal de igual.


-0
os

SÍMBOLOS PARA TEXTOS


nt
Sa

Símbolo Significado Exemplo Comentários


os

Apresenta o texto Fernando.


id

“ (aspas duplas) Texto exato = “Fernando”


Se usado em testes, é “igual a”
ol
ic

Exibe os zeros não significativos,


N

‘(apóstrofo) Número como texto. ‘0001


0001 como texto (ex.: placa de carro)
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Exibe “Fernando Nishimura” (sem as


au

& (“E” comercial) Concatenar. = “Fernando ”&” Nishimura” aspas), o resultado da junção dos
M

textos individuais

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7)

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3)

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3)

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4)


279
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CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a =CONCATENAR(A1;A2;A3)

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144)

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem men-
sagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digita-
ção, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.
Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a relação entre
as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:

z #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando dividir um valor por 0;


z #NOME? – indica que a fórmula possui um texto que o Excel 2007 não reconhece;
z #NULO! – a fórmula contém uma interseção de duas áreas que não se interceptam;
z #NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico inválido;
z #REF! – indica que na fórmula existe a referência para uma célula que não existe;
z #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo errado de argumento;
z ##### – indica que o tamanho da coluna não é suficiente para exibir seu valor.

Funções Básicas

z SOMA(valores): realiza a operação de soma nas células selecionadas.

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5

9
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.

-3
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando

40
apenas áreas quadrangulares.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3. .5
33
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
.6
00

z SOMASE(valores;condição): realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
-0

atendida.
os

A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado)


nt
Sa

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
os

=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.
id
ol

z MÉDIA(valores): realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.
ic
N

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
io

serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
ric

entram no cálculo da média.


au
M

z MED(valores): informa a mediana de uma série de valores.

Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e o valor
no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no
meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média de
4 e 8 é 6 ((4+8)/2).

z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células selecionadas.

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, apenas um
será mostrado.

z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de uma série, segundo o argumento apresentado.

280 Valores iguais ocupam posições diferentes.


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=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- - CONT.SES - quantidade de células que atendem a
las A1 até D6. várias condições simultaneamente.

z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu- z CONT.VALORES(células): esta função conta todas as
las selecionadas. células em um intervalo, exceto as células vazias.

=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na = CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da


área de A1 até D6. contagem, informando quantas células estão preen-
chidas com valores, quaisquer valores.
z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de
uma série, segundo o argumento apresentado. z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um
intervalo, exceto células vazias e células com texto.
Valores iguais ocupam posições diferentes.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
las A1 até D6.
z CONT.SE(células;condição): esta função conta quan-
z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e retor- tas vezes aparece um determinado valor (número ou
na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
caso seja falso. indicar qual é o critério a ser contado)

Esta função é muito solicitada em todas as bancas. =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na do o valor 5.
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
serão realizadas as duas operações, somente uma ção2): esta função conta quantas vezes aparece
delas, segundo o resultado do teste. um determinado valor (número ou texto) em um
A função SE usa operadores relacionais (maior, intervalo de células (o usuário tem que indicar
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
te) para construção do teste. As aspas são usadas para as condições especificadas.
textos literais.
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-

9
-3
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da gem de quantas células existem no intervalo de A1 até

40
célula A1 não é 10”) A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas

.5
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O células existem no intervalo de B1 até B10 contendo
33
valor não é negativo”) o valor 7.
.6

=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor


00

não é positivo”) z CONTAR.VAZIO (células): conta as células vazias


-0

de um intervalo.
É possível encadear funções, ampliando as áreas
os

de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati- =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
nt

vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis. vazias existem no intervalo A1 até A8.
Sa
os

=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é z SOMASE(células para testar;teste;células para


id

negativo”;”Valor é positivo”)) somar): efetua um teste nas células especificadas,


ol

e soma as correspondentes nas células para somar.


ic

Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste), Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
N

exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for


io

igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer- de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
au

rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não =SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
M

é menor que zero, só poderia ser maior do que zero, de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. menores que 3.
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
usado somente no início da digitação da célula. z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
As funções CONT são usadas para informar a células2; teste2): verifica as células que atendem
quantidade de células, que atendem às condições aos testes e soma as células correspondentes.
especificadas. Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
calcular a média): efetua um teste nas células especi-
- CONT.NÚM - para contar quantas células possuem
ficadas, e calcula a média das células correspondentes.
números.
Os intervalos de teste e de média podem ser os mesmos.
- CONT.VALORES - quantidade de células que estão
preenchidas. z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela;
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não núm_índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): a
estão preenchidas. função PROCV é utilizada para localizar o valor_pro-
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a curado dentro da matriz_tabela, e quando encon-
uma condição específica. trar, retornar à enésima coluna informada em 281
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núm_índice_coluna. A última opção, que será VER- FUNÇÕES LÓGICAS
DADEIRO ou FALSO, é usada para identificar se preci-
E Retorna VERDADEIRO se todos os seus
sa ser o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (Função E) argumentos forem VERDADEIROS
(V).
Por exemplo: OU Retorna VERDADEIRO se um dos argu-
(Função OU) mentos for VERDADEIRO
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e NÃO
Inverte o valor lógico do argumento
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) (Função NÃO)
FALSO
A função PROCV é um membro das funções de pes- Retorna o valor lógico FALSO
(Função FALSO)
quisa e Referência, que incluem a função PROCH.
VERDADEIRO
Use a função tirar ou a função arrumar para (Função Retorna o valor lógico VERDADEIRO
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela. VERDADEIRO)

z ESQUERDA(texto;quantidade): extrai de uma Retornará um valor que você especifica


SEERRO se uma fórmula for avaliada para um
sequência de texto, uma quantidade de caracteres
(Função SEERRO) erro; do contrário, retornará o resultado
especificados, a partir do início (esquerda). da fórmula

=ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern


ando”
Importante!
z DIREITA(texto;quantidade): extrai de uma sequên-
Foram apresentadas muitas funções neste
cia de texto, uma quantidade de caracteres especifi-
material, não é verdade? Existem milhares de
cados, a partir do final.
funções no Microsoft Excel e LibreOffice Calc.
=DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”. Em concursos públicos, estas são as mais ques-
tionadas. Em provas de concursos, raramente
z CONCATENAR(texto1;texto2; ... ): junta os textos aparecem questões com funções, e quando apa-
especificados em uma nova sequência. recem, são as básicas e intermediárias.
=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá-
rio”) – exibe “Escrevente Técnico Judiciário”. Gráficos

z INT(valor): extrai a parte inteira de um número. Além da produção de planilhas de cálculos, o

9
-3
Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos

40
=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor com os dados existentes nas células.
3,14159 exibe 3.
.5
Gráficos são a representação visual de dados numé-
33
ricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
.6

z TRUNCAR(valor;casas decimais): exibe um ‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.


00

número com a quantidade de casas decimais, sem Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
-0

arredondar. micas, são construídos com dados existentes em uma


os

=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
nt

decimais – valor 3,14159 exibe 3,141. informações para a produção de relatórios completos.
Sa

z ARRED(valor;casas decimais): exibe um número z Os gráficos de Colunas representam valores em


os

com a quantidade de casas decimais, arredondan- colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas:
id

do para cima ou para baixo. Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agru-


ol

pada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada e 3D.


ic

=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas


N

decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.


io
ric

z HOJE(): exibe a data atual do computador;


au

z AGORA(): exibe a data e hora atuais do computador;


M

z DIA(data): extrai o número do dia de uma data;


z MÊS(data): extrai o número do mês de uma data;
z ANO(data): extrai o número do ano de uma data;
z DIAS(data1;data2): informa a diferença em dias
entre duas datas;
z DIAS360(data1;data2): informa a diferença em z Os gráficos de Linhas representam valores com
dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias); linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de
z POTÊNCIA(base;expoente): eleva um número Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha-
(base) ao expoente informado. da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores,
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16; 100% Empilhada com Marcadores e 3D.

z MULT(número;número;número; ... ): multiplica


os números informados nos argumentos.

282
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z Os gráficos de Pizza representam valores propor-
cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza e Rosca.

z Os gráficos de Barras representam dados de forma


semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon- z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas, de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Empilhadas e 3D 100% Empilhadas. Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

z Os gráficos de Área representam dados de forma seme- z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evo-
lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento lução de itens. São exemplos de gráficos de Radar:
até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área: Radar, Radar com Marcadores e Radar Preenchido.
Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Área 3D Empilhada e Área 3D 100% Empilhada.

z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-

9
trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.

-3
z Os gráficos de Dispersão representam duas séries

40
de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-
.5
33
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e
.6

Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.


00
-0
os

z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao


nt

gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-


Sa

ro da série de dados.
os
id
ol
ic
N
io

z O gráfico do tipo Mapa exibe a informação de


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa z Os gráficos do tipo Histograma são usados para
Coroplético. séries de valores com evolução, como idades da
au

população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-


M

grama: Histograma e Pareto.

z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-


jam organizados em preço na alta, preço na baixa
e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para proje-
serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
ção de valores.
de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

283
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z O gráfico do tipo Cascata exibe e destaca as varia-
ções dos valores ao longo do tempo.

CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
z O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em A classificação de dados alfa-
ordem decrescente. numéricos poderá ser ‘Classi-
ficar de A a Z’ em ordem
Classificar texto crescente, ou ‘Classificar de Z
a A’ em ordem decrescen-
te. É possível diferenciar letras
maiúsculas e minúsculas
z Os gráficos do tipo Combinação permitem com-
binar dois tipos de gráficos para a exibição de Quando a coluna possui números,
séries de dados. São exemplos de gráficos do tipo Classificar podemos ‘Classificar do menor
Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna números para o maior’ ou ‘Classificar do
Clusterizada-Linha no Eixo Secundário, Área Empi- maior para o menor’
lhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de
criação de uma Combinação Personalizada. Se houver datas ou horas, po-
demos ‘Classificar da mais
Classificar datas antiga para a mais nova’
ou horas ou ‘Classificar da mais nova
para a mais antiga’, resumindo,
cronologicamente

Classificação de Dados Se você tiver formatado manual


ou condicionalmente um interva-

9
A classificação de dados é uma parte importante

-3
lo de células ou uma coluna de
Classificar por

40
da análise de dados. tabela, por cor de célula ou cor
cor de célula,
.5
Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), de fonte, poderá classificar por
cor de fonte ou
33
números (dos menores para os maiores ou dos maiores essas cores. Também será pos-
ícones
.6

para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a sível classificar por um conjunto
00

mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma de ícones criados ao aplicar uma
-0

ou mais colunas. formatação condicional


Você também poderá classificar por uma lista de
os

clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por for- Você pode usar uma lista per-
nt

mato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o con- sonalizada para classificar em
Sa

junto de ícones. Classificar uma ordem definida pelo usuá-


os

A maioria das operações de classificação é identifi- por uma lista rio. Por exemplo, uma coluna
id

cada por coluna, mas você também poderá identificar personalizada pode conter valores pelos quais
por linhas. você deseja classificar, como
ol
ic

Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, Alta, Média e Baixa


N

a classificação poderá ser de texto, números, datas ou


io

horas, por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por Na caixa de diálogo Opções de
ric

uma lista personalizada, linhas, por mais de uma colu- Classificação, em Orientação,
au

na ou linha, ou por uma coluna sem afetar as demais. Classificar linhas clique em Classificar da esquer-
M

da para a direita e, em seguida,


clique em OK

Classificar por Na caixa de diálogo Classificar,


mais de uma adicione mais de um critério
coluna ou linha para ordenação

Classificar uma
Basta selecionar a coluna de-
coluna em um
sejada, e na janela de diálogo,
intervalo de
manter o item “Continuar com a
células sem
seleção atual”
afetar as demais

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POWERPOINT

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
.PPTX. Caso contenham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. E
ainda podemos trabalhar com os modelos (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, ele possui muitas semelhanças que
acabam ajudando quem está iniciando nele. Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar com
seções (divisões), é possível inserir números de slides, é possível comparar apresentações, etc.

EXTENSÃO TIPO DE ARQUIVO CARACTERÍSTICAS


PPT Apresentação editável Versão 2003 ou anterior
PPS Apresentação executável Versão 2003 ou anterior
POT Modelo de apresentação Versão 2003 ou anterior
PPTX Apresentação editável Versão 2007 ou superior
Versão 2007 ou superior, que não necessita de programas para ser
PPSX Apresentação executável
visualizada
POTX Modelo de apresentação Recursos para padronização de novas apresentações
Modelo de apresentação com
POTM Recursos para padronização e automatização de novas apresentações
macros
Formato do LibreOffice Impress, que pode ser editado e salvo pelo Microsoft
ODP Open Document Presentation
PowerPoint
Formato de documento portável, sem alguns recursos multimídia inseridos na
PDF/XPS Portable Document Format
apresentação de slide

Importante!
Apresentações de slides é um tópico pouco questionado em provas de concursos. Conhecendo os conceitos do
Microsoft PowerPoint, você poderá aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.

9
-3
As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-

40
formadas em vídeo (extensão MP4).
.5
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
33
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au
M

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.

z Slide: unidade de edição, como uma página da apresentação;


z Slide Mestre: slide com o modelo de formatação que será usado pelos slides da apresentação atual;
z Design: aparência do slide ou de toda a apresentação. O design combina cores, estilos e padrões para que a
aparência tenha um visual harmonizado. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada objeto inserido no
slide;
285
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Layout: disposição dos elementos dentro do slide. Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide de título
é apresentado. O usuário poderá alterar para outro layout. Cada slide da apresentação poderá ter um layout
diferente.

Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação


Seção Conteúdo

Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com


Legenda Legenda
Figura 2. Layout de slide

z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter
‘duas apresentações’ dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transições,
grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z Animação: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações simul-
taneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias de
Animação.

Conceito de Slides

Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.

9
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais de slides:

-3
40
z Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;
z .5
Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
33
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;
.6
00

z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações.


-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric
au
M

Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de slides

Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
286 com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas FORMATO VÍDEO HIPERLINKS
dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquer-
do, o slide atual aparecerá no centro (sendo possí- PPTX X X
vel sua edição) e na área inferior da tela aparecerá PPSX X X
a área de anotações. Ajustar à janela encaixa o sli-
de na área; PDF - X
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para
MP4 X X
editar e alternar entre slides no painel de estru-
tura de tópicos. Útil para a criação de uma apre- JPG/PNG - -
sentação a partir dos tópicos de um documento do
Microsoft Word;
Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )
z Classificação dos Slides: no modo de exibição Clas-
sificação de Slides, apenas miniaturas dos slides
serão mostradas. Estas miniaturas poderão ser orga- O formato PDF é portável, e poderá ser usado em
nizadas, arrastando-as. As operações de slides estão qualquer plataforma. Praticamente todos os programas
disponíveis, como Excluir slide, Ocultar slide, etc. disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.
Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costu-
duplo clique será possível a edição do conteúdo; mam ser questionados em provas.
z Anotações: exibir a página de anotações para edi-
tar as anotações do orador da forma como ficarão
Para entrar em modo de apresentação de sli-
quando forem impressas;
des do começo, devemos pressionar F5
z Modo de Exibição de Leitura: exibir a apresenta-
ção como uma apresentação de slides que cabe na A outra forma de iniciar uma apresentação de
janela. A barra de título do PowerPoint continuará slides é a partir do Slide Atual, pressionando
sendo exibida. Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apre-
sentação de Slides
Noções de Edição e Formatação de Apresentações
Apresentar on-line: transmitir a apresentação
de slides para visualizadores remotos que
A preparação de uma apresentação de slides segue
possam assisti-la em um navegador da Web
uma série de recomendações, quanto a quantidade de
texto, quantidade de slides, tempo da apresentação, etc. Apresentação de Slides Personalizada: criar ou
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. executar uma apresentação de slides persona-
O questionamento é sobre como fazer, onde configurar, lizada. Uma apresentação de slides personali-

9
-3
como apresentar, etc. zada exibirá somente os slides selecionados.

40
Para entrar em modo de apresentação de slides do Este recurso permite que você tenha vários

.5
começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o íco- conjuntos de slides diferentes (por exemplo,
33
ne ‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo uma sucessão de slides de 30 minutos e outra
.6

Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone de 60 minutos) na mesma apresentação


00

correspondente na barra de status, ao lado do zoom. Configurar Apresentação de Slides: configurar


-0

A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de opções avançadas para a apresentação de sli-


exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não
os

des, como o modo de quiosque (em que a apre-


será mostrada. A outra forma de iniciar uma apresenta-
nt

sentação reinicia após o último slide, e continua


ção de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shif-
Sa

em loop até pressionar ESC), apresentação sem


t+F5 ou clicando no ícone da guia Apresentação de Slides. narração, vários monitores, avançar slides, etc.
os

Durante a apresentação de slides, as setas de direção


Ocultar Slide: ocultar o slide atual da apre-
id

permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para


sentação. Ele não será mostrado durante a
ol

o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.


apresentação de slides de tela inteira
ic

Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal


N

(esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na apre- Testar Intervalos: iniciar uma apresentação
io

sentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela de slides em tela inteira na qual você possa CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

em branco (clara). Pressionar E ou ponto final deixa a testar sua apresentação. A quantidade de
au

tela preta (escura). tempo utilizada em cada slide é registrada e


M

A edição dos elementos textuais e parágrafos segue os você pode salvar esses intervalos para exe-
princípios do editor de textos Word. E os comandos tam- cutar a apresentação automaticamente no
bém são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF. futuro
De acordo com o formato escolhido, alguns recursos
Gravar Apresentação de Slides: gravar narra-
poderão ser desabilitados.
ções de áudio, gestos do apontador laser ou
intervalos de slide e animação para reprodu-
FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO ção durante a apresentação de slides
PPTX X X X Álbum de Fotografias: criar ou editar uma
PPSX X X X apresentação com base em uma série de ima-
gens. Cada imagem será colocada em um sli-
PDF - - - de individual
MP4 X X X Ação: adicionar uma ação ao objeto selecionado
para especificar o que deve acontecer quando
JPG/PNG - - - você clicar nele ou passar o mouse sobre ele
287
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Inserir número do slide: o número do slide re- Importante!
flete sua posição na apresentação
O que você faz no Word, você faz no Writer. Qua-
Inserir vídeo no slide: permite inserir um video- se tudo tem correspondente entre os aplicati-
clipe no slide vos. Alguns atalhos de teclado são diferentes,
alguns nomes de comandos são diferentes, mas
Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe a maioria dos itens são iguais.
de áudio no slide

Gravação de tela: gravar o que está sendo exi- O botão abc é usado para fazer a verificação orto-
bido na tela e inserir no slide gráfica (atalho F7). Para realizar a auto verificação
ortográfica o atalho é Shift+F7. A auto verificação
Formas: linhas, retângulos, formas básicas, ortográfica é para correção automática de todos os
setas largas, formas de equação, fluxograma, erros do documento segundo as configurações prede-
estrelas e faixas, textos explicativos e botões terminadas pelo editor de textos Writer.
de ação O recurso de Ortografia e Gramática, acionado pela
tecla F7, permite identificar erros de ortografia (uma
OUTLOOK - VERSÃO O365 palavra de cada vez, sublinhado ondulado vermelho)
ou gramática (várias palavras, sublinhado ondulado
O Outlook 2019 pertence ao pacote Microsoft Office verde). Já a autocorreção é um recurso diferente, que
2019, que é a versão de instalação dos aplicativos no permite substituir erros comuns, como a ausência de
computador. O Office 2019 é adquirido com o pagamen- maiúscula no início de uma frase, corrigir o uso aci-
to de uma licença de uso, e não recebe atualizações de dental da tecla CapsLock (invertendo a digitação entre
certos recursos. O Outlook 365 pertence ao Office 365, maiúscula e minúscula), acentuação na palavra não
que tem pagamento recorrente de uma assinatura, e (quando digitamos naõ), e principalmente a substitui-
recebe atualizações de novidades mensalmente. ção de símbolos por palavras, definidos pelo usuário,
O Outlook 2019 trouxe o Verificador de Acessibilida- no menu Ferramentas, Opções de Autocorreção.
de, para verificar a mensagem quanto aos padrões inter-
nacionais e recomendações úteis para tornar os e-mails Estrutura Básica dos Documentos
acessíveis para portadores de necessidades especiais.
A Caixa de Entrada ganhou a opção Destaques, Os documentos do LibreOffice Writer possuem a
para armazenar as mensagens importantes (que estrutura básica semelhante aos conceitos do Micro-

9
foram enviadas com prioridade alta, de remetentes da soft Word, diferenciando apenas em:

-3
organização, ou que foram respondidas pelo usuário).

40
As mensagens que não possuem essas características z Documentos: arquivos ODT (Open Document Text).
serão armazenadas na nova pasta Outros, dentro da .5
Os documentos são arquivos editáveis pelo usuá-
33
Caixa de Entrada. rio. Os Modelos, com extensão OTT (Open Template
.6

Na versão 2016, o usuário conseguiu enviar arqui- Text), contém formatações que serão aplicadas aos
00

vos anexos gigantes através do armazenamento na novos documentos criados a partir dele;
-0

nuvem. Na versão 2019, aqueles anexos armazena- z Páginas: unidades de organização do texto, segundo
os

dos na nuvem serão baixados com a mensagem, sem o tamanho do papel e margens. Definições estão no
nt

necessidade de clicar nos links do OneDrive, como menu Formatar, item Estilo da Página..., guia Página.
Sa

ocorria na versão anterior.


Apesar dos novos recursos, os concursos públicos Edição e Formatação de Textos
os

questionam de forma predominante os conceitos e


id

funcionalidades básicas do correio eletrônico. A edição e formatação de textos consiste em apli-


ol

Para quem utiliza o Outlook como cliente de e-mail, car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
ic

as novidades sempre adicionam recursos úteis para parágrafos e nas páginas. O LibreOffice Writer tem
N

as tarefas cotidianas, otimizando a sua produtividade. todos estes recursos, como o Microsoft Word.
io
ric

A seguir, conheça alguns exemplos. Cada texto


LIBREOFFICE WRITER contém a explicação sobre o efeito, ou estilo, ou confi-
au

guração aplicada.
M

A interface da versão 6 é mais ‘leve’ que a interfa-


ce da versão 5. O fundo cinza escuro deu lugar a um Edição e Formatação de Fontes
fundo cinza claro, com redesenho dos ícones, ficando
mais parecido com o Word 2016. As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gra-
A versão 7 adaptou alguns ícones para o padrão vadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para
Português Brasil (antes o negrito era B, agora é N). todos os programas do computador.
O LibreOffice Writer é integrado com os demais Nomes de fontes como Liberation Serif (fonte
programas do pacote, permitindo a inserção de fór- padrão do Writer 7), Arial, Times New Roman, Courier
mulas avançadas de cálculos do LibreOffice Calc em New, Verdana, são os mais comuns.
uma tabela do documento de textos, por exemplo. Ao lado do nome da fonte, um número indica o
O LibreOffice Writer grava documentos com a tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessiva-
extensão ODT, mas também poderá gravar em outros mente. Se quiser, digite o valor específico que deseja.
formatos como DOCX, RTF, TXT e PDF. Os formatos Maiúsculas e Minúsculas, é chamado de “Circular
que são gravados pelo programa, também poderão Caixa”.
ser abertos por ele. Shift+F3 para alternar pelo teclado.
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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As formatações de fontes e parágrafos podem ser removidas pelo ícone “Limpar Formatação Direta (Ctrl+M), disponível
na barra de formatação de Caracteres.
E na sequência temos os estilos e efeitos de textos.
Assim como no Microsoft Word, os estilos podem ser combinados e os efeitos são concorrentes entre si. Dife-
rem nos atalhos de teclado (em inglês) e o nome de alguns recursos.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho de teclado Ctrl+B - Bold), itálico
(atalho de teclado Ctrl+I), sublinhado (atalho de teclado Ctrl+U - Underline) e sublinhado duplo (atalho de teclado
Ctrl+D – Double, que não possui correspondente no Microsoft Word). Já os efeitos modificam a fonte em si, como
texto tachado (riscado simples sobre as palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho de teclado Ctrl+Shift+B), e
sobrescrito
(como em km2 – atalho de teclado Ctrl+Shift+P)
O LibreOffice Writer faz o mesmo que o Microsoft Word, mas com comandos diferentes e atalhos de teclado de
palavras em inglês.
O LibreOffice Writer tem algumas opções diferenciadas em relação ao Word. No Writer, acesse o menu Formatar,
Texto. Confira na tabela a seguir alguns exemplos comparativos entre o Writer e o Word.

ATALHO WORD ATALHO WRITER RESULTADO

Negrito Ctrl+N Ctrl+B (Bold) Exemplo de Texto

Itálico Ctrl+I Ctrl+I (Italic) Exemplo de Texto

Sublinhado (simples) Ctrl+S Ctrl+U (Underline) Exemplo de Texto

Sublinhado duplo - - Ctrl+D (Double) Exemplo de Texto

Tachado (simples) - - Exemplo de Texto

Tachado duplo Fonte (Ctrl+D) Formatar, Texto Exemplo de Texto

9
-3
Sobrelinha - - - Exemplo de Texto

40
Sobrescrito Ctrl+Shift+mais .5
Ctrl+Shift+P
33
Exemplo de Texto
.6
00

Subscrito Ctrl+ igual Ctrl+Shift+B


-0

Exemplo de Texto
os

Sombra - -
nt
Sa

Contorno - - Exemplo de Texto


os
id

Aumentar tamanho Ctrl+Shift+ponto Ctrl + ] Exemplo de Texto


ol
ic
N

Diminuir tamanho Ctrl+Shift+vírgula Ctrl + [ Exemplo de Texto


io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Maiúsculas EXEMPLO DE TEXTO


au
M

Minúsculas exemplo de texto

Alternar (Circular caixa) Shift+F3 Shift+F3 Exemplo de Texto

Versalete - Ctrl+Shift+K - Exemplo De Texto

Limpar formatação - Ctrl+M Exemplo de Texto

Cor da Fonte - - Exemplo de Texto

Realce de Texto - - Exemplo de Texto


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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os atalhos de teclado usados no LibreOffice Writer para alinhamentos de parágrafos são: Ctrl+L (Left = Esquer-
da), Ctrl+E (Centralizado), Ctrl+R (Right = Direita) e Ctrl+J (Justificado).

Atalhos de Teclado dos Editores de Textos

Uma dúvida muito comum entre os candidatos que prestam provas de concursos públicos está relacionada
com os atalhos de teclado. Afinal, qual é a lógica que existe por trás destas combinações de teclas?
Os atalhos de teclado do Microsoft Office são próprios e em português. No LibreOffice, como em aplicações na
Internet (coloquei a opção do Google Documentos), os atalhos são em inglês.
Alguns atalhos não possuem exatamente a mesma inicial do comando, por estar sendo usado em outra situação.
Centralizado, por exemplo, do inglês Center. A letra C já está sendo usada em Ctrl+C (Copiar), e a próxima letra está dispo-
nível. Assim, o atalho de teclado para centralizar um texto é Ctrl+E, tanto no Word como no Writer.

ATALHO MICROSOFT WORD LIBREOFFICE WRITER GOOGLE DOCUMENTOS

Ctrl+A Abrir Selecionar tudo (All) Selecionar tudo (All)

Ctrl+B Salvar Negrito (Bold) Negrito (Bold)

Ctrl+D 5
Formatar Fonte Sublinhado Duplo (Double) -

Ctrl+E Centralizar Centralizar Ctrl+Shift+E

Ctrl+F - Localizar (Find) Localizar na página

Ctrl+G6 Alinhar texto à direita Ir para (Go To) Ctrl+Shift+R

Ctrl+H Localizar e Substituir

Ctrl+I Itálico Itálico Itálico

Ctrl+J7 Justificado Justificado Ctrl+Shift+J

Barra de endereços do
Ctrl+K Inserir hiperlink Inserir hiperlink
navegador

Ctrl+L8 Localizar Alinhar texto à esquerda (Left) Ctrl+Shift+L

9
-3
40
Ctrl+M Aumentar recuo9 Limpar formatação direta Ctrl+\

Ctrl+N 10
Negrito Novo documento (New) .5 -
33
.6

Ctrl+O Novo documento Abrir documento (Open) Abrir documento (Open)


00
-0

Ctrl+Q Alinhar texto à esquerda Sair do LibreOffice (Quit) -


os

Ctrl+R Repetir último comando Alinhar texto à direita (Right) Recarregar a página (Reload)
nt
Sa

Ctrl+S Sublinhado Salvar documento (Save) Salvar página web


os

Ctrl+U Localizar e Substituir Sublinhado (Underline) Sublinhado (Underline)


id

Ctrl+Y Ir para Repetir último comando Repetir último comando


ol
ic

Ctrl+igual11 Subscrito Ctrl+Shift+B Ctrl+vírgula


N
io

Ctrl+Shift+mais Sobrescrito Ctrl+Shift+P Ctrl+ponto final


ric

Ctrl+Shift+V Colar Especial Colar Especial Colar sem formatação


au
M

Ctrl+Alt+Shift+V Colar sem formatação

Shift+F312 Maiúsculas e Minúsculas Maiúsculas e Minúsculas -

5 O atalho de teclado Ctrl+D, quando acionado no navegador de Internet, permite adicionar a página atual em Favoritos, que são os sites
preferidos do usuário.
6 O atalho de teclado Ctrl+G, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
7 O atalho de teclado Ctrl+J, quando acionado no navegador de Internet, permite visualizar as transferências de arquivos em andamento e
consultar os arquivos que foram baixados (Downloads).
8 O atalho de teclado Ctrl+L, quando acionado no navegador de Internet, permite localizar uma informação na página atual.
9 Recuo é a distância do texto em relação à margem da página. O atalho de teclado Ctrl+M no Microsoft Word, aumenta o recuo esquerdo do
parágrafo.
10 O atalho de teclado Ctrl+N, quando acionado no navegador de Internet, abre uma nova janela de navegação.
11  O atalho de teclado Ctrl+igual, quando acionado no navegador de Internet, aumenta o zoom de exibição da página.
290 12  O atalho F3 no navegador aciona a pesquisa, e Shift+F3 também.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Um dos comandos que mais confunde candidatos na prova é o Navegador, do LibreOffice. Não tem nenhuma relação
com o browser de Internet e é usado para navegar dentro do documento em edição.
No LibreOffice Writer, o atalho F5 aciona o Navegador, que permite a navegação para:

z Página;
z Títulos;
z Tabelas;
z Quadros;
z Objetos OLE;
z Marca-páginas;
z Seções;
z Hiperlinks;
z Referências;
z Índices;
z Anotações;
z Objetos de Desenho;
z Controle;
z Fórmula de tabela;
z Fórmula de tabela incorreta.

A seleção no LibreOffice Writer tem uma sutil diferença em relação ao Microsoft Word. É a possibilidade de uso
de 4 cliques na seleção. Confira:

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+A Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Selecionar a frase

Botão principal - 4 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

9
-3
40
Cabeçalhos
.5
33
Localizado na margem superior da página, poderá ser configurado em Inserir, Cabeçalho e rodapé.
.6

Assim como no Word, é possível trabalhar com configurações diferentes dentro do mesmo documento. Para
00

isto, use as seções para dividir a formatação do documento.


-0

Esta região aceitará qualquer elemento que seria usado no documento, como textos, imagens, tabelas, campos,
os

formas geométricas, hiperlinks, entre outros.


nt
Sa
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id

Inserir
ol
ic
N
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au
M

Cabeçalho e rodapé Cabeçalho

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Diferentemente da interface do Microsoft Word, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Writer. As dicas são válidas para o LibreOffice Calc e LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO
Permitem acesso às configurações de arquivo sobre o documento atual (novo, abrir, fechar, salvar, imprimir,
Arquivo
propriedades)

Permite acesso à Área de Transferência, além das opções temporárias (localizar, substituir, selecionar) e área
Editar
de transferência do Windows/Linux
Permite a configuração dos objetos que serão exibidos na tela do aplicativo. Modos de visualização, interface
Exibir
do usuário, elementos da tela de edição, Marcas de Formatação, Barra Lateral e Zoom
Permite adicionar um item que não existe no documento atual. Adicionar qualquer objeto no arquivo atualmen-
Inserir te editado. Se este objeto é atualizável, será um campo. Elementos da página, elementos gráficos, elementos
visuais, referências e índices, elementos de mala direta e cabeçalho e rodapé
Formatar significa dar um formato a um objeto que já existe. Parágrafo, estilos, marcadores e numeração,
Formatar
tabulações, etc. Permite alterar elementos editáveis do documento
Os estilos são formatações predefinidas para serem usadas no texto. Posteriormente poderão ser organizadas
Estilos
em um índice
Disponibilizam ferramentas para o trabalho com tabelas, segundo as convenções próprias do recurso. Ao in-
Tabelas
cluir uma tabela no documento, a barra de ícones Tabela será exibida
Permite a edição e programação de formulários diretamente no documento aberto, para entrada de dados
Formulários
padronizados

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os próximos


Ferramentas
arquivos editados pelo aplicativo
Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos em edição

Impressão

9
Disponível no menu Arquivo, e também pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Shift+O, Visualizar Impressão),

-3
a impressão permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do

40
Painel de Controle (ou Configurações, no caso do Windows 10).
.5
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Seleção, Páginas especí-
33
ficas), quais serão as páginas (números separados com ponto e vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por
.6
00

traço uma sequência de páginas).


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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Havendo a possibilidade disponível na impressora, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso
automático, ou manual. Ao contrário do Word, que exibe tudo em uma única tela do Backstage, o Writer divide
em guias as opções da impressão.

LIBREOFFICE CALC

O LibreOffice oferece o aplicativo Calc para criação de planilhas de cálculos. Opera de forma semelhante ao
Microsoft Excel, e possui apenas algumas diferenças (que já foram questionadas em concursos públicos).
Os arquivos de planilhas de cálculos podem ser criados pelo Microsoft Excel, LibreOffice Calc e Google Plani-
lhas. O arquivo produzido em um aplicativo poderá ser editado por outro programa, pois são compatíveis entre si.
Podemos gravar uma planilha do Microsoft Excel em qualquer local, e pelo LibreOffice Calc abrir normalmente. O
LibreOffice Calc reconhece o formato XLS/XLSX do Excel sem problemas, e o local de armazenamento não influencia
nos recursos disponíveis no aplicativo.
O arquivo criado pelo LibreOffice Calc receberá a extensão padrão ODS (Open Document Sheet), que é um com-
ponente do ODF (Open Document Format). O arquivo gravado é conhecido como PASTA DE TRABALHO, e poderá
ser gravado no formato do Microsoft Office, todas as versões.
Em cada Pasta de Trabalho, o LibreOffice Calc inicia com 1 planilha (folha de dados), identificada por abas na
parte inferior da tela de visualização. Cada planilha é independente das demais, e usamos o sinal de ponto final para
referenciar dados em outras planilhas.
As colunas são identificadas por letras, nomeadas de A até AMJ (tecla F5 para navegar na planilha, que possui 1024
colunas). As linhas são numeradas com números, de 1 até 1.048.576 (tecla F5 para navegar na planilha).
O encontro entre uma linha e uma coluna é célula.
O LibreOffice Calc tem menos colunas que o Microsoft Excel. Mas, isso não significa que ele seja melhor ou pior. Cuidado
com as comparações. Quando a banca sugere uma comparação, menosprezando um dos itens, geralmente está errado.

Conceitos Básicos

A célula pode receber diferentes formatações, especialmente na exibição de valores numéricos. Para a exi-
bição retornar ao padrão, pressionar Ctrl+M. A formação de células, linhas e colunas possibilita definir bordas,
sombreamento, e padrões que serão aplicados a estas.
Uma opção muito utilizada no Calc, e também no Excel, é Intervalos de Impressão. A planilha é grande (muitas
células, nomeadas de A1 até AMJ1048764) e podemos marcar o intervalo (Definir) que será considerado na impressão.
A formatação Condicional permite exibir células de diferentes cores e padrões, segundo condições estipuladas.
Por exemplo, quando desejamos que os números negativos sejam vermelhos e os positivos em azul, é um caso.

9
-3
40
Formatar
.5
33
.6
00
-0
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
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Condicional

Gerenciar...

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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A formatação condicional pode apresentar visualmen- z > (sinal de maior) maior que. Usado para testes,
te as diferenças existentes nos dados da planilha de cálcu- para comparação.
los. É um recurso útil e muito questionado em provas. Exemplo: =SE(A1>A2;”A1 é maior”;”A2 é maior”) –
efetua um teste e exibe uma mensagem.
Simbologia Específica
z < (sinal de menor) menor que. Usado em testes,
z Coluna+Linha formato de referência de cada célu- para comparação.
la da planilha. Colunas com letras, linhas com Exemplo: =SE(A1<A2;”A1 é menor”;”A2 é menor”) –
números. O formato de referência é idêntico no efetua um teste e exibe uma mensagem.
Excel e Calc.
z >= (sinal de maior e sinal de igual, consecutivos,
Exemplo: A1 – coluna A, linha 1, célula A1. sem espaço) maior ou igual a. Usado em testes,
para comparação.
z = (sinal de igual) inicia uma fórmula ou função, ou Exemplo: =SE(A1>=A2;”A1 é maior ou igual a A2”;”A2
faz uma comparação dentro de um teste. é maior que A1”) – teste e exibe uma mensagem.
Exemplos: = A1+A2 - efetua a soma do valor em A1
com o valor em A2. z <= (sinal de menor e sinal de igual, consecutivos,
=SE(A1=A2;”é igual”;”é diferente”) – efetua um tes- sem espaço) menor ou igual a. Usado em testes,
te e exibe uma mensagem. para comparação.
Exemplo: =SE(A1<=A2;”A1 é menor ou igual a
z + (sinal de mais) Adição, ou início de fórmula/ A2”;”A2 é menor que A1”) – teste e exibe uma
função. mensagem.
Exemplo: +A1+A2 – efetua a soma do valor em A1
com o valor em A2. z <> (sinal de menor e sinal de maior, consecuti-
vos, sem espaço) diferente. O Excel/Calc não usa o
símbolo ≠ Usado em testes, para comparação.
z - (sinal de menos) Subtração, ou início de fórmula/
Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São
função com inversão de resultado.
iguais”) – teste e exibe uma mensagem.
Exemplo: -A1+A2 – efetua a soma do valor em A1
com o valor em A2, invertendo o resultado.
z ( ) (parênteses) Organizam operadores, valores,
expressões, alterando a ordem de cálculo. O Excel
z * (asterisco) multiplicação.
e Calc não utiliza chaves ou colchetes, como na
Exemplo: =A1*A2 - efetua a multiplicação do valor
matemática, apenas parênteses.

9
em A1 pelo valor em A2.

-3
40
z ; (ponto e vírgula) separador de argumentos de uma
z / (barra ‘normal’) divisão.
Exemplo: =A1/A2 - efetua a divisão do valor em A1 .5
função ou separador de células em uma referência.
33
Pode significar E em uma referência de valores.
pelo valor em A2.
.6

Exemplos: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São


00

iguais”) – separando os três argumentos da função.


z ^ (acento circunflexo) Exponenciação.
-0

=SOMA(A1;B2;C3;D4) – separando os quatro argu-


Exemplo: =A1^A2 - efetua a exponenciação do mentos que serão somados.
os

valor em A1 pelo valor em A2, A1 elevado a A2.


nt

z : (dois pontos) indica ATÉ em uma referência de


Sa

z % (símbolo de porcentagem) porcentagem. Exibe o faixa de células.


os

valor em formato de porcentagem. Não faz o cálcu- Exemplo: = SOMA(A1:C3) – efetua a soma dos valo-
lo. Para fazer o cálculo, é preciso dividir por 100 o
id

res na faixa A1 até C3, incluindo A2, A3, B1, B2, B3,
resultado (por cento, por 100).
ol

C1 e C2.
ic
N

z & (símbolo de E comercial) concatenação. Reúne z “ (aspas) indicam expressões de textos literais.
io

dois ou mais valores em uma única sequência. Exemplo: =SE(A1<>A2;”Valores diferentes”;”São


ric

Exemplo: iguais”) – as mensagens são exibidas como digitadas.


au

=”Fernando”&”Nishimura”
=15&30
M

z $ (cifrão) Fixar uma posição na referência, trans-


Fernando Nishimura formando a referência relativa em referência mista
1530 ou absoluta. Muito utilizada em fórmulas e funções,
quando ela mudar de célula, será alterada ou não.
z . (ponto final) Significa Planilha. Exemplo: =A$1 (linha 1 está fixa), =$B5 (coluna B
Exemplo: =Planilha1.A1+Planilha2.A2 – efetua está fixa), =$A$6 (célula A6 está fixa)
a soma do valor A1 que está em Planilha1 com o =$Planilha2.C17+10 – trava a referência para a
valor de A2 que está em Planilha2. Planilha2.

z # (sinal de sustenido – iniciando uma mensagem,


Importante! apenas um) Erro.
Uma das poucas diferenças existentes entre o
Microsoft Excel e o LibreOffice Calc é a forma Mensagens de Erros
como referenciam planilhas. No Excel é o ponto
de exclamação, no Calc é o ponto final. Seguem abaixo os erros mais comuns que podem
294 ocorrer em uma planilha do LibreOffice Calc:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z ##### A célula não é larga o suficiente para mos- =MED(A2:C2) qual é o valor que está no meio, de 6,
trar o conteúdo; 2 e 1? É o 2.
z NUM! ou Err:503! Operação de ponto flutuante =MÉDIA(A2:C2) qual é a média dos valores de A2
inválida. Um cálculo resulta em overflow no inter- até C2? (6+2+1)/3 = 3.
valo de valores definido;
z #VALOR ou Err:519! Sem resultado. A fórmula z MÁXIMO (valores): exibe o maior valor das célu-
resulta em um valor que não corresponde à sua las selecionadas.
definição; ou a célula que é referenciada na fórmu-
la contém um texto em vez de um número; =MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
z #REF ou Err:524! Referências inválidas. Em uma área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
fórmula, está faltando a coluna, a linha ou a plani- nas um será mostrado.
lha que contém uma célula referenciada;
z #NOME? ou Err:525! Nomes inválidos. Não foi z MAIOR (valores;posição): exibe o maior valor de
possível avaliar um identificador, por exemplo, uma série, segundo o argumento apresentado.
não foi possível encontrar uma referência válida,
um nome de domínio válido, uma etiqueta de colu- =MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
na/linha, uma macro, um separador decimal incor- las A1 até D6.
reto, suplemento não encontrado;
z #DIV/0! ou Err:532! Divisão por zero. Operação z MÍNIMO (valores): exibe o menor valor das célu-
de divisão / quando o denominador é 0. las selecionadas.

=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na


Funções Básicas
área de A1 até D6.
z SOMA (valores): realiza a operação de soma nas
células selecionadas. z MENOR (valores;posição): exibe o menor valor
de uma série, segundo o argumento apresentado.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
tentes nas células A1, A2 e A3.
las A1 até D6.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
tentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da z SE (teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e
célula A1, com 34 (valor literal) e B3. retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis- outro caso seja falso.

9
tentes, de A1 até B4. O LibreOffice Calc não faz ‘trian-

-3
gulação’, operando apenas áreas quadrangulares. z CONT.VALORES (células): esta função conta todas

40
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores as células em um intervalo, exceto as células vazias.
.5
=CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
33
A1 com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 contagem, informando quantas células estão preen-
.6
00

com 3 e o valor A1 duas vezes. chidas com valores, quaisquer valores.


-0

z SOMASE (valores;condição): realiza a operação z CONT.NÚM (células): conta todas as células em


os

de soma nas células selecionadas, se uma condição um intervalo, exceto células vazias e células com
nt

for atendida. texto.


Sa

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- =CONT.NÚM(A1:A8) informa quantas células no


os

res de A1 até A5 que sejam maiores que 15. intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
id

=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-


ol

res de A1 até A10 que forem iguais a 10. A sintaxe é z CONT.SE (células;condição): esta função conta quan-
ic

=SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado).


tas vezes aparece um determinado valor (número ou
N
io

texto) em um intervalo de células (o usuário tem que


z MEDIA (valores): realiza a operação de média CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

indicar qual é o critério a ser contado)


nas células selecionadas e exibe o valor médio
au

encontrado. =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-


M

tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-


=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples do o valor 5.
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma
z TEXTO (células;formato): exibe um valor numé-
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células
rico no formato especificado por uma máscara.
vazias não entram no cálculo da média.
=TEXTO(7;”000”) Exibirá o número 7 com 3 casas,
z MED (valores): obtém o valor da mediana. A portanto, 007
mediana é o valor que está ‘no meio’ dos valores
ordenados informados z MUDAR (texto;início;caracteres;novo_texto):
permite trocar no texto informado, iniciando
na posição início, o novo_texto, até o limite de
caracteres.

=MUDAR(“José Carlos”; 1; 4; “João”) Troca o


“José” por “João” 295
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): a função PROCV é
utilizada para localizar o valor_procurado dentro da matriz_tabela, e, quando encontrar, retornar a enési-
ma coluna informada em núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou FALSO, é usada para
identificar se precisa ser o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).

=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)

A função PROCV é um membro das funções de pesquisa e Referência, que incluem a função PROCH.
Use a função tirar ou a função arrumar para remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.

z PROCH (o que ; onde ; linha ; aproximadamente): procura um valor na horizontal. Caso encontre, retorna a
linha correspondente ao argumento informado. E a busca poderá ser exata ou aproximada.

Precedência dos Operadores

Tanto o LibreOffice Calc como o Microsoft Excel usam precedência de operadores matemáticos para a resolução
das fórmulas.
A ordem de prioridade é parênteses, depois exponenciação (ou potência), depois multiplicação e divisão, e por
último, adição e subtração.
^ Exponenciação A primeira operação que deve ser executada
* Multiplicação A próxima operação a ser executada, assim como a Divisão.
/ Divisão
+ Adição Após realizar exponenciação, multiplicação e divisão, faça a adição/subtração.
- Subtração.
- Inversão de sinal Depois que todo o cálculo for realizado, faça a inversão do sinal.
Obs.: o uso de parênteses altera a ordem dos operadores matemáticos.
P.E.M.D.A.S. = parênteses, exponenciação, multiplicação, divisão, adição e subtração.
Diferentemente da interface do Microsoft Excel, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e ícones,
o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreender a
sequência de comandos e menus do Calc. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Impress.

MENU SIGNIFICADO

9
-3
40
Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano

.5
Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do Windows/
33
Editar
Linux
.6
00

Exibir Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido
-0

Adicionar qualquer objeto no arquivo atualmente editado. Se este objeto é atualizável, será um
os

Inserir
campo
nt
Sa

Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição
os

Planilha Opções de controle da planilha de dados no Calc


id
ol

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em todos os pró-


Ferramentas
ic

ximos arquivos editados pelo aplicativo


N
io

Dados Classificação, filtro, filtro avançado, e demais opções de organização dos dados
ric

Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos


au
M

LIBREOFFICE IMPRESS

O aplicativo Microsoft PowerPoint se tornou, após anos, sinônimo de apresentações. É comum falarmos que esta-
mos apresentando um PowerPoint, mesmo que o arquivo tenha sido criado no LibreOffice Impress.
Os softwares de edição de slides (Microsoft PowerPoint, LibreOffice Impress, Google Apresentações) permitem
a criação de uma apresentação de slides para exibição para um público.
Ao iniciar o aplicativo, o usuário poderá escolher um modelo de apresentação para criação de um novo arqui-
vo. Ou poderá cancelar a caixa de diálogo, e escolher um arquivo que está gravado em um local de armazenamen-
to permanente, para ser aberto e editado naquela sessão de trabalho.

296
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
9
-3
Arquivos do PowerPoint são abertos pelo LibreOffice Impress (antigo OpenOffice, BrOffice).

40
Da mesma forma, arquivos do LibreOffice Impress (formato ODP – Open Document Presentation) podem ser

.5
abertos pelo Microsoft PowerPoint. 33
Ambos são capazes de produzir arquivos PDFs.
.6

O LibreOffice Impress permite exportar uma apresentação ou desenho para diferentes formatos, incluindo os
00

citados no enunciado da questão.


-0

z BMP: Windowns Bitmap (*.bmp);


os

z EMF: Enhanced Metafile (*.emf);


nt

z EPS: Encapsulated PostScript (*.eps);


Sa

z GIF: Graphics InterchangeFormat (*.gif);


os

z JPEG: Joint Photographic Experts Group (*.jpg;*.jpeg;*.jfif;*.jiif;*.jpe);


id

z PNG: Portable Network Graphic (*.png);


ol

z SVG: Scalable Vector Graphics (*.svg; *.svgz);


ic

z TIFF: Tagged Image File Format (*.tif; *.tiff);


N

z WMF: Windows Metafile (*.wmf).


io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au

Importante!
M

Extensões de arquivos estão entre os itens mais questionados em provas de concursos das bancas organizadoras

Os modos de exibição permitem alternar entre a edição (Normal), exibição de títulos (Estrutura de Tópicos),
Notas (Anotações do apresentador) e Organizador de Slides (classificação de slides – miniaturas para organização).

Normal Estrutura de tópicos Notas Organizador de slides

297
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Leiaute: permite a escolha do tipo de conteúdo que será inserido no slide. Para não esquecer: é o esqueleto de
cada slide da apresentação. O layout do slide (leiaute do eslaide) é a definição da posição dos objetos dentro de
cada slide da apresentação;
z Modelos: permite a escolha do projeto visual que será utilizado no slide. Para não esquecer: é a aparência da
apresentação;
z Transição: permite a escolha do efeito visual que será utilizado na passagem de um slide para outro slide. Para
não esquecer: é a animação entre os slides da apresentação;
z Mestre: permite a escolha da posição de todos os elementos dentro de uma apresentação, assim como confi-
gurações específicas. Podemos configurar os slides, folhetos e anotações. Para não esquecer: é o esqueleto de
toda a apresentação.

Exibir

Slide mestre

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric

Elementos do slide mestre...


au
M

Assim como nos demais aplicativos, o ícone permite transformar um objeto inserido em um hyperlink. O
ícone está disponível na Barra de Ferramentas Padrão. Atalho de teclado: Ctrl+K
No LibreOffice, o Hiperlink poderá ser para:

Internet: endereço URL ou endereço FTP.

Correio: abre o aplicativo de e-mail padrão para o envio de uma mensagem eletrônica.
298
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Documento: para algum local do documento atual, como uma Tabela, Seção ou Quadro.

Novo Documento: para qualquer outro arquivo editável do pacote LibreOffice.

Diferentemente da interface do Microsoft PowerPoint, que é baseada na Faixa de Opções com guias, grupos e
ícones, o LibreOffice tem a interface baseada em menus. Na tabela a seguir, confira algumas dicas para compreen-
der a sequência de comandos e menus do Impress. As dicas são válidas para o LibreOffice Writer e LibreOffice Calc.

MENU SIGNIFICADO

Arquivo Oferece comandos para o gerenciamento do arquivo atual, aquele que está em primeiro plano

Acesso a recursos temporários (localizar, substituir, selecionar) e área de transferência do


Editar
Windows/Linux

Acesso aos controles sobre o que será mostrado na tela de edição, e como será exibido.
Exibir
Cor, preto e branco, escala de cinza

Adicionar qualquer objeto na apresentação atualmente editada. Se este objeto é atualizá-


Inserir
vel, será um campo

Formatar Mudar a aparência, mudar a configuração, dar uma forma, alterar o que está em edição

Oferece comandos para o gerenciamento do aplicativo, alterando as configurações em


Ferramentas
todos os próximos arquivos editados pelo aplicativo

Iniciar a apresentação, configurar a apresentação, Cronometrar, Interação, Animação


Apresentação de slides personalizada, Transição de slides, Exibir e Ocultar slides, e criar uma apresentação
personalizada

Janela Oferece opções para organizar as janelas dos documentos

Menu Slide

9
-3
Novidade do LibreOffice Impress 5 mantida na versão 6/7, que não existia nas versões anteriores. Possui opções

40
similares à guia Apresentação de Slides do Microsoft PowerPoint. Contém as opções para manipulação dos slides
.5
da apresentação, incluindo o item Transição de Slides, para adicionar uma animação entre os slides.
33
.6
00

Slide
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au
M

Menu Apresentação de Slides

Outra novidade do LibreOffice Impress 5, com as opções e comandos para controle da apresentação. Foi man-
tido nas versões seguintes.
Semelhante ao PowerPoint, F5 inicia a apresentação a partir do primeiro slide e Shift+F5 inicia a partir do slide
atual. Esta é uma alteração importante, pois nas versões anteriores, F5 iniciava no slide atual, e agora é como no
PowerPoint, com dois atalhos de teclado diferentes.
299
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Ataques e ameaças à Segurança da Informação

Invasor Software
Vírus de
computador malicioso

Usuário final Servidor remoto


Figura 2. O tráfego de dados, em uma conexão, é um ativo
interessante para invasores, vírus de computadores e softwares
maliciosos.

Invasores tentarão acessar a conexão e capturar


os dados trafegados. Os vírus de computador procu-
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO: ram infectar os arquivos e causar danos aos sistemas.
FUNDAMENTOS, CONCEITOS E Esses softwares maliciosos podem infectar dispositi-
MECANISMOS DE SEGURANÇA vos e sequestrar arquivos.

O que é Segurança da Informação? Protocolo seguro


Essa é uma pergunta curta, que exige conhecimentos
diversos, para que possa ser respondida. Neste tópico, Atualizações
você encontrará as informações necessárias para isso.
Usuário final
As redes de computadores tornaram-se cada vez mais Servidor remoto
interligadas e complexas. Elas integram, atualmente, Firewall Senha forte
muitos dispositivos, que, talvez, você não conheça, mas Antivírus
que estão ali, promovendo a troca de dados entre o seu
equipamento e o servidor remoto o qual está acessando. Figura 3. Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma
No entanto, é sabido que os criminosos virtuais podem conexão insegura, criptografando as informações que são enviadas
acessar redes de qualquer lugar do mundo. e recebidas.
Neste sentido, os profissionais de Segurança da Infor-
mação procuram proteger os dados armazenados e tra- O usuário deverá utilizar um protocolo seguro para
fegados entre os dispositivos por meio de equipamentos, acessar os dados, manter o seu dispositivo atualizado
programas e técnicas direcionadas. Para isso, o treina- e protegido, utilizar uma senha forte de acordo com as

9
-3
mento dos usuários também é importante, considerando políticas de segurança e práticas recomendadas, entre

40
que eles compreendem o elo mais fraco e vulnerável no outras ações. Além disso, deverá utilizar conexões segu-

.5
que se refere à Segurança da Informação. ras, como as VPN’s – Virtual Private Network –, para
33
acesso aos serviços remotos (Computação na Nuvem);
.6

proteger-se das ameaças e ataques à Segurança da


00

Informação, utilizando medidas de proteção em seu


-0

dispositivo, como antivírus, firewall e anti-spyware).


Iniciaremos nossos estudos sobre Segurança da
os

Informação com o tópico VPN. Elas são muito impor-


nt

tantes para a comunicação segura e tornaram-se des-


Sa

taque nos últimos anos, por causa do trabalho remoto


os

Usuário final (home office). Empresas e usuários que não utilizavam


Servidor remoto
id

uma conexão remota segura precisaram adaptar-se


aos novos tempos. Em concursos, a tendência é que
ol

Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada


ic

por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário aumente a frequência de questões sobre esse tema,
N

final. pois se tornou popular devido à pandemia.


io

A seguir, conheceremos como é a Computação na


ric

Entre o servidor remoto e o usuário final, as infor- Nuvem, suas características, os tipos de nuvem, os ser-
au

mações solicitadas passarão por vários dispositivos de viços oferecidos e as vantagens e desvantagens. Vale
M

conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches, ressaltar que esse tópico já foi bastante abordado em
bridges, gateways) antes de serem apresentadas no alguns concursos, em provas de diversos cargos.
dispositivo do usuário. Vírus de computador e softwares maliciosos:
quem nunca foi vítima, não é mesmo? Esse será o ter-
Dica ceiro tópico sobre Segurança da Informação, no qual
abordaremos os ataques e ameaças, com destaque
Paradigma cliente-servidor: nós somos clientes para os principais e mais comuns em provas de con-
e acessamos informações em servidores remo- cursos. Assim como Computação na Nuvem, o tópico
tos. As redes de computadores, em concursos “Noções de Vírus, Worms e Pragas Virtuais” também é
públicos, são abordadas, seguindo esse paradig- muito questionado em concursos públicos.
ma. Usamos cliente web (browser ou navegador) Finalizando o conteúdo de Segurança da Informa-
para acessar um servidor web. Usamos cliente ção, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa
de e-mail para acessar um servidor de e-mail. contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos
Usamos um cliente FTP para acessar um servi- de proteção, no entanto, em concursos públicos, geral-
dor FTP. mente, são questionados os aplicativos para seguran-
300 ça (antivírus, firewall, anti-spyware etc.).
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Apesar de existirem soluções integradas e avançadas para os problemas de Segurança da Informação, que até
usamos em nossos dispositivos, nos concursos públicos, são questionadas as definições oficiais e as configurações
padrão dos programas.

NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN)

As redes privadas virtuais, popularmente identificadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Network), são
criadas pelas empresas e usuários, para estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de com-
putadores, de acordo com as suas características de uso e nível de segurança.

REDE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS


Local Area Network é uma denominação relacionada ao alcance de uma rede, restrita a um prédio
LAN
ou pequena região
É uma rede local (pelo seu alcance, é uma LAN), interna de uma organização, segura, com acesso
Intranet
restrito aos usuários cadastrados no servidor da rede
Extranet É o acesso remoto seguro, de um ambiente inseguro, à intranet da organização
Rede mundial de computadores de acesso público e considerada insegura. A Internet é comumente
Internet
representada por uma nuvem

Intranet
Intranet
Extranet
Conexão segura

Matriz Internet Filial


Figura 4. A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente inseguro (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).

É importante destacar que, toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é uma Intranet.
Por que usar uma VPN?

9
-3
Porque é importante e necessário. A Internet é a rede mundial de computadores, que conecta diversos disposi-

40
tivos entre si, utilizando uma estrutura pública e insegura oferecida pelos governos e operadoras de telefonia. O
.5
acesso à Internet é oferecido para todos e, por isso, usuários mal-intencionados conseguem interceptar a comuni-
33
cação de outros usuários, monitorando o tráfego de dados e roubando informações.
.6

Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o risco na transmissão é muito pequeno. Lembrando que
00

nada é 100% seguro em Informática, independentemente da quantidade de sistemas e proteções implementadas.


-0

Usuário mal-intencionado
os
nt
Sa
os
id
ol

Conexão Tráfego sendo


ic

insegura monitorado
N
io

Conexão
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Usuário remoto insegura


Empresa
Internet
au

Figura 5. Usuários mal-intencionados procuram “escutar” uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do
M

usuário ou empresa.

As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus colabo-
radores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Windows) e
soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc.).
Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usados,
criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles procuram encapsular
os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se impossível, uma vez que os
dados se tornam criptografados.

301
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Usuário mal-intencionado

Protocolo Tráfego não


seguro será monitorado

Conexão Conexão
segura segura
Usuário remoto Internet Empresa
Figura 6. Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.

TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA


VPN de acesso � Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos remotamente
remoto � A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet
(VPN client to site) � Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões
� Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, sendo que um deles
opera como cliente VPN e o outro, como servidor VPN
� É o modelo mais usado no âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede interna de
VPN site a site
uma filial com a rede interna de uma matriz
� Serão várias conexões (filial), acessando um servidor remoto que aceita várias conexões (matriz)
� Também conhecida como VPN LAN to LAN

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.

9
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:

-3
40
PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?
.5
33
GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não
.6

SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim
00

TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim
-0

Orientar o servidor para criação de uma conexão se-


os

SSH Secure Shell Sim


gura com o cliente
nt
Sa

Extensão do protocolo IP para suprir a falta de seguran-


IPsec IP Security Protocol Sim
ça de informações que trafegam em uma rede pública
os

Protocolo para facilitar a comunicação bidirecional,


id

Telnet baseada em texto interativo (comandos), usando uma Não


ol

conexão de terminal virtual


ic
N

Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de Enca-


io

L2TP Layer 2 Tunnelling Protocol minhamento da Camada 2) e PPTP (Protocolo de Tu- Não
ric

nelamento Ponto-a-Ponto)
au

O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza um


M

PPTP Point-to-Point Tunneling Protocol túnel GRE Sim


� Algumas questões o apresentam com a sigla PPP
Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site a
OpenVPN VPN de Código aberto site (site to site), usando um protocolo personalizado Sim
baseado no TLS e SSL

Dica
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.

Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.

302
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Usuário remoto Empresa
A conexão é segura?
Sim, ela é. Segue o certificado digital.
OK. Conexão segura estabelecida?
Criptografando o caminho, para envio de dados.
Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a integridade das conexões.

A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.

Programas

Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.

ORIGEM (CLIENTE) DESTINO (SERVIDOR) EXEMPLO DE PROGRAMA PARA VPN


Windows Windows Área de Trabalho Remota
Windows Linux PuTTy
Linux Windows OpenVPN
Linux Linux Network-Manager

A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da informa-
ção. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja enviar

9
e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no servidor.

-3
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente

40
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
.5
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
33
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
.6

No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado Windows
00

+ A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que deverá utilizar
-0

uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por protocolos seguros.
os
nt

NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS


Sa

Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão presentes no mundo virtual. Assim como existem pessoas
os

boas e más no mundo real, existem usuários com boas ou más intenções no mundo virtual.
id

Os criminosos virtuais são genericamente denominados como hackers, porém o termo mais adequado seria
ol

cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como
ic

White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete
N

crimes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que
io

viola a segurança dos sistemas para obtenção de ganhos pessoais. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Amadores ou inexperientes, profissionais ou experientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ao uso
au

dos recursos computacionais. São riscos de segurança digital:


M

z Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem ser exploradas por usuários;


z Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas, sejam elas propositais ou acidentais;
z Ataques: ação que procura denegrir ou suspender a operação de sistemas.

Devido à crescente integração entre as redes de comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos
(IoT – Internet das Coisas) e criminosos com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de informações torna-
ram-se particularmente difíceis de se proteger. Profissionais altamente qualificados são formados e contratados
pelas empresas com a única função de proteger os sistemas informatizados.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques são os itens mais questionados.

Dica
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? Disponível gratuitamente na Internet, ela é a fonte oficial de
informações sobre ameaças, ataques, defesas e segurança digital. Ela pode ser acessada pelo link: <https://
cartilha.cert.br/>. (Acesso em: 13 nov. 2020).
303
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ameaças z Alta complexidade: refinados e avançados, os
ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
As ameaças são identificadas como aquelas que novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
possuem potencial para comprometer a oferta ou exis- tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
tência dos ativos computacionais, tais como: informa- difícil a resolução do problema.
ções, processos e sistemas. Um ransomware – software
que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e
solicita o pagamento de resgate para a liberação das
Dica
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça. � Ameaças existem e podem afetar ou não os
É importante entender que, apesar de a ameaça sistemas computacionais;
existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua � Falhas existem e podem ser exploradas ou não
execução ou se medidas de proteção forem implemen- pelos invasores;
tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As � Ataques são realizados todo o tempo contra
ameaças à segurança da informação podem ser clas- todos os tipos de sistemas.
sificadas como:
Vírus de Computador
� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão
ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade;
O vírus de computador é a ameaça digital mais
z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus
ram vulnerabilidades nos sistemas;
orgânico ou biológico. O vírus biológico é um organis-
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao
mo que possui um código viral que infecta uma célu-
ambiente, como as catástrofes naturais.
la de outro organismo. Quando a célula infectada é
acionada, o código viral é duplicado e se propaga para
As empresas precisam fazer uma avaliação das outras células saudáveis do corpo. Quanto mais vírus
ameaças que possam causar danos ao ambiente com- existirem no organismo, menor será o seu desempe-
putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco), nho, fazendo com que recursos vitais sejam consumi-
implementar sistemas de autenticação (Controlar o dos, podendo levar o hospedeiro à morte.
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Política de O vírus de computador é um código malicioso que
Segurança), manter um inventário e realizar o rastrea-
infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo
mento de todos os ativos (Gerenciamento de Recursos),
é executado, o código do vírus é duplicado, propagan-
além de utilizar sistemas de backup e restauração de
do-se para outros arquivos do computador. Quanto
dados (Gerenciamento de Continuidade de Negócios).
mais vírus existirem no dispositivo, menor será o seu
desempenho, fazendo com que recursos computacio-
Falhas
nais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro a

9
-3
uma falha catastrófica.

40
As falhas de segurança nos sistemas de informa-
ção poderão ser propositais ou involuntárias. Se o
.5
1. E-mail com vírus de computador é enviado para o usuário
33
programador insere, no código do sistema, uma falha
que produza danos ou permita o acesso sem auten-
.6
00

ticação, temos um exemplo de falha proposital. Já se


uma falha for descoberta após a implantação do siste-
-0

ma, sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha


os

sido explorada por invasores, temos um exemplo de


nt

falha involuntária, inerente ao sistema.


E-mail com vírus Usuário Arquivo
Sa

Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas


empresas que desenvolveram o sistema por meio da
os

distribuição de notificações e correções de segurança. 2. E-mail é aberto e o arquivo anexo infectado é executado.
id

O Windows Update, serviço da Microsoft para atuali-


ol

zação do Windows, distribui, mensalmente, os patches


ic

(pacotes) de correções de falhas de segurança.


N
io

Ataques
ric
au

Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tanto E-mail com vírus Usuário Arquivo
M

em concursos como no mundo real, são os ataques.


Coordenados ou isolados, os ataques procuram rom-
per as barreiras de segurança definidas na Política de 3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador
Segurança, com o objetivo de anular o sistema ou cap-
turar dados.
Os ataques podem ser classificados como:

z Baixa complexidade: exploram falhas de seguran-


ça de forma isolada e são facilmente identificados
e anulados; E-mail com vírus Usuário Arquivo
z Média complexidade: combinam duas ou mais
ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
dados, sendo de média complexidade para a solu-
ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
como a indisponibilidade;
304
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4. Ao executar o arquivo infectado, novos arquivos serão infectados. O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se com-
parado ao Windows, e a maioria deles possui muito
conhecimento sobre Informática, tornando a ação de
vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartpho-
nes populares, é uma variação do sistema Linux ori-
E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo
ginal. Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de
milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que,
O vírus de computador poderá entrar no disposi- na maioria das vezes, não têm rotinas de proteção e
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em segurança de seus aparelhos.
uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos Um vírus de computador poderá ser recebido por
existentes em uma mídia removível, como o pen drive, e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado
recebidos por alguma rede social, baixados de sites na em arquivos, através do uso de mídias removíveis infec-
Internet, entre outras formas de contaminação. tadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas.
Vale lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser
VÍRUS DE executado para que entre em ação, pois ele tem um hos-
CARACTERÍSTICAS pedeiro definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga,
COMPUTADOR
inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou
� Infectam o setor de boot do disco removendo arquivos do dispositivo para propagação e
de inicialização autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.
Vírus de boot
� Cada vez que o sistema é iniciado,
o vírus é executado
Worms
Armazenados em sites na Internet,
são carregados e executados quan- O worm é um verme que explora de forma inde-
Vírus de script
do o usuário acessa a página, usan- pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi-
do um navegador de Internet vos. Geralmente, eles deixam a comunicação na rede
� As macros são desenvolvidas em lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem
linguagem Visual Basic for Applica- cópias de seu código malicioso.
tions (VBA) nos arquivos do Office, Um verme biológico parasita um organismo, con-
Vírus de macro sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado.
para a automatização de tarefas
� Quando desenvolvido com propósi- Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu-
tos maliciosos, é um vírus de macro mindo seus recursos de memória e conexão de rede,
deixando o aparelho e a rede de dados lentos.

9
O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a

-3
Os worms não precisam ser executados pelo usuá-
Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo ví-

40
rio como os vírus de computador e a sua propagação
mutante rus mantém traços do original, mas
é diferente dele .5
será rápida caso não existam barreiras de proteção
33
que os impeçam.
.6

São programados para agir em uma de-


00

Vírus time bomb terminada data, causando algum tipo 1. Dispositivo infectado se conecta na rede do usuário
-0

de dano no dia previamente agendado


os

� Um vírus stealth é um código mali-


nt

cioso muito complexo, que se escon-


Sa

de depois de infectar um computador


� Ele mantém cópias dos arquivos
os

Vírus stealth
que foram infectados para si e, quan-
id

do um software antivírus realiza a de- Smartphone Roteador do Impressora


ol

tecção, apresenta o arquivo original, com worm Usuário


ic

enganando o mecanismo de proteção


N

2. Roteador infectado envia o worm para a impressora


io

� O vírus Nimda explora as falhas de


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

segurança do sistema operacional


au

� Ele se propaga pelo correio eletrô-


Vírus Nimda nico e, também, pela web, em diretó-
M

rios compartilhados, pelas falhas de


servidor Microsoft IIS e nas trocas
de arquivos
Smartphone Roteador do Impressora
com worm Usuário
Todos os sistemas operacionais são vulneráveis
aos vírus de computador. Quando um vírus de com-
3. Impressora infectada demora muito para imprimir
putador é desenvolvido por um hacker, este procura
elaborá-lo para um software que tenha uma grande
quantidade de usuários iniciantes, o que aumenta as
suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários
e a maioria deles não tem preocupações com seguran-
ça. Por isso, grande parte dos vírus de computadores
são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows. Smartphone Roteador do Impressora
com worm Usuário
305
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado 1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário

E-mail com vírus Usuário


Smartphone Roteador do Impressora
com worm Usuário 2. E-mail é aberto e o link do jogo on-line é acessado

Smartphone E-mail com vírus Usuário Jogo on-line

Dica 3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativa as proteções

Os worms infectam dispositivos e propagam-se


para outros dispositivos de forma autônoma,
sem interferência do usuário.

E-mail com vírus Usuário Jogo on-line


Os worms podem ser recebidos automaticamen-
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e 4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
por mensagens instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos

9
para outros dispositivos e usuários conectados. Por

-3
serem autoexecutáveis, costumam consumir grande

40
quantidade de recursos computacionais, promovendo
a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando .5
33
ataques na Internet em busca de outras redes remotas. Usuário Jogo on-line
.6
00

Pragas Virtuais
-0
os

As diversas pragas virtuais são, genericamente,


nt

chamadas de malwares (softwares maliciosos), por


Sa

apresentarem características semelhantes: oferecem


alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações
os

danosas que acabarão prejudicando-o.


id
ol

� Cavalo de Troia ou Trojan z Spyware


ic
N
io

É um código malicioso que realiza operações mal- É um programa malicioso que procura monitorar
ric

-intencionadas enquanto realiza uma operação dese- as atividades do sistema e enviar os dados capturados
au

jada pelo usuário, como um jogo on-line ou reprodução durante a espionagem para terceiros. Existem softwa-
de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e,
M

res espiões considerados legítimos (instalados com o


ao ser executado, desativa as proteções do dispositivo, consentimento do usuário) e maliciosos (que execu-
para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados. tam ações prejudiciais à privacidade do usuário).
Esse nome está, justamente, relacionado com a his- Os softwares espiões podem ser especializados na
tória do presente dado pelos gregos aos troianos, con- captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cli-
sistindo em um cavalo de madeira, com soldados em ques efetuados (screenlogger) ou para apresentação
seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário
gregos desativaram as defesas e permitiram o acesso (adware). Eles, geralmente, são instalados por outros
do seu exército. programas maliciosos, para aumentar a quantidade
de dados capturados.

Importante! z Bot
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no
enunciado de algumas questões de concursos, É um programa malicioso que mantém contato
como um tipo de vírus de computador. com o invasor, permitindo que comandos sejam exe-
306 cutados remotamente.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O dispositivo controlado por um bot poderá integrar CÓDIGO
uma rede de dispositivos zumbis, a chamada botnet. CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
Quando o invasor deseja atacar sites para provo-
car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão Ataque aos servidores de DNS para
distribuídos nos dispositivos do usuário, para que Pharming alteração das tabelas de sites, direcio-
façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da nando a navegação para sites falsos
identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão Ataques na rede que simulam tráfe-
continuar sua propagação através do envio de cópias go acima do normal com pacotes de
para outros contatos do usuário afetado. Negação de dados formatados incorretamente,
Serviço fazendo o servidor remoto ocupar-
z Backdoor -se com os pedidos e erros, negando
acesso para outros usuários
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que,
além de executar comandos recebidos do invasor, realiza � Código que analisa ou modifica o
ações para desativação de proteções e aberturas de por- tráfego de dados na rede, em busca
tas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP que estão de informações relevantes como lo-
Sniffing
disponíveis, consegue acesso ao dispositivo para a instala- gin e senha
ção de outros códigos maliciosos e roubo de informações. � Enquanto o spyware não modifica o
Assim como os spywares, existem backdoors legíti- conteúdo, o sniffing pode alterar
mos (adicionados pelo desenvolvedor do software para
funcionalidades administrativas) e ilegítimos (para ope- Falsifica dados de identificação, seja
rarem independente do consentimento do usuário). do remetente de um e-mail (e-mail
Spoofing Spoofing), do endereço IP, dos servi-
ços ARP e DNS, escondendo a real
z Rootkit
identidade do atacante
É um código malicioso especializado em esconder Intercepta as comunicações da rede
e assegurar a presença de outros códigos maliciosos Man-In-The-
para roubar os dados que trafegam na
para o invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais -Midle
conexão
podem ser incorporadas em outras pragas, para que o
código que camufla a presença seja executado, escon- Intercepta as comunicações do apa-
dendo os rastros do software malicioso. Man-In-The- relho móvel, para roubar os dados
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não -Mobile que trafegam na conexão do aparelho
se recupera dos dados apagados, sendo necessária uma smartphone

9
-3
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos.
Enquanto uma falha não é corrigida

40
pelo desenvolvedor do software, inva-
Dica Ataque de dia
.5
sores podem explorar a vulnerabilida-
33
zero
de identificada antes da implantação
.6

Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Root-


00

kit são as pragas digitais mais questionadas em da proteção


-0

concursos públicos. Modificam páginas na Internet, alte-


os

Defacement rando a sua apresentação (face) para


Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais
nt

os usuários visitantes
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci-
Sa

dade dos usuários de sistemas computacionais. Sequestrador de navegador que pode


os

desde alterar a página inicial do bro-


id

CÓDIGO HiJacker wser, até realizar mudanças do meca-


CARACTERÍSTICAS
ol

MALICIOSO nismo de pesquisas e direcionamento


ic

para servidores DNS falsos


N

Gatilho para a execução de outros có-


io

digos maliciosos que permanece ina-


Bomba lógica CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

tiva até que um evento acionador seja Uma das ações mais comuns que procuram com-
prometer a segurança da informação é o ataque
au

executado
Phishing. O usuário recebe uma mensagem (por
M

Sequestrador de dados que criptogra- e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a
fa pastas, arquivos e discos inteiros, clicar em um link malicioso. O link acessa uma pági-
Ransomware
solicitando o pagamento de resgate na que pode ser semelhante ao site original, induzin-
para liberação do o usuário a fornecer dados pessoais, como login e
senha. Em ataques mais elaborados, as páginas captu-
� Simulam janelas do sistema opera-
ram dados bancários e de cartões de crédito. O objeti-
cional, induzindo o usuário a acionar
vo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.
um comando, fazendo a operação
Scareware
continuar normalmente
� O comando iniciará a instalação de
códigos maliciosos

Fraude que engana o usuário, induzin-


Phishing do-o a informar seus dados pessoais
em páginas de captura de dados falsas
307
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. O usuário recebe um e-mail do ‘banco’, mas é falso 3. Ele informa os seus dados pessoais

Usuário Usuário

4. Seus dados são enviados para o invasor, que


2. O link direciona o usuário para um site falso rouba $$$ das contas bancárias ou faz
compras no seu cartão de crédito

Usuário
Usuário
3. Ele informa os seus dados pessoais

PROTEÇÃO DE ESTAÇÕES DE
TRABALHO: CONTROLE DE
Usuário DISPOSTIVOS USB, HARDENING,
ANTIMALWARE E FIREWALL PESSOAL
4. Seus dados são enviados para o invasor, que
APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS,
rouba $$$ das contas bancárias ou faz
compras no seu cartão de crédito FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)

9
-3
Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes

40
ameaças e ataques que podem comprometer a segu-

.5
rança da informação, expondo a privacidade do usuá-
33
rio. Para todas elas, existem mecanismos de proteção
.6

– softwares ou hardwares que detectam e removem os


00

códigos maliciosos ou impedem a sua propagação.


Usuário
-0

Independentemente da quantidade de sistemas de


proteção, o comportamento do usuário poderá levar
os

a uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio-


nt

Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Phar- ria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo
Sa

ming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando do usuário mediante autorização dada pelo próprio
os

as tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuá- usuário. A autorização de acesso poderá estar camu-
rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o
id

flada em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia,


Phishing, esse ataque procura capturar dados bancá- ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como
ol

rios do usuário e roubar o seu dinheiro.


ic

o ataque de Phishing. Portanto, a navegação segura


N

começa com a atitude do usuário na rede.


1. O atacante modifica a tabela de um servidor DNS
io
ric

Antivírus
au
M

Os vírus de computadores, como conhecemos no


tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se
para outros arquivos quando o hospedeiro é executa-
do. O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
natura do vírus.
Usuário Os programas antivírus são desenvolvidos para
detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui-
2. O link alterado direciona o usuário para um site falso vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza-
do, com as últimas definições da base de assinaturas
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi-
gos maliciosos.

Usuário
308
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1. O usuário tem um vírus de computador instalado base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza-
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
o novo código descoberto.

1. Ele compara o código com sua base de assinaturas,


mas não encontra correspondência com vírus conhecidos

Usuário Arquivo

2. Um software antivírus é acionado para detecção


=
Usuário Arquivo

2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para


análise pelo fabricante do software antivírus

Usuário Arquivo

3. Ele compara o código com sua base de assinaturas

Quarentena
=
Usuário

=
Usuário Arquivo
Fabricante
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo
Windows Defender

9
-3
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de

40
terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara-
Arquivo Arquivo
.5
= mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia
desinfectado excluído
33
a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba-
.6

Usuário Quarentena lham com as configurações padrões dos programas.


00

O Windows 10 possui uma solução integrada de


-0

Quando o antivírus encontra um código malicioso proteção, que é o Windows Defender. Na época do
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
os

em algum arquivo, que tenha correspondência com a


base de assinaturas de vírus, ele poderá: programa Microsoft Security Essentials como antiví-
nt

rus padrão do sistema operacional.


Sa

z remover o vírus que infecta o arquivo; A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defen-
os

z criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na der, para detecção e remoção de outros códigos mali-
id

pasta Quarentena, isolado; ciosos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o
Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de cone-
ol

z excluir o arquivo infectado.


ic

xões para impedir ataques oriundos das redes conectadas.


N

Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo No Windows 10, o Windows Defender faz a detec-
io

através de três métodos de detecção: assinatura dos ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

vírus conhecidos, verificação heurística e comporta- opera o firewall do sistema operacional, impedindo
au

mento do código malicioso quando é executado. ataques e invasões.


O que fazer quando o código malicioso do vírus
M

não está na base de assinaturas? Firewall


A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante
do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus O firewall é um filtro de conexões que poderá ser
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria- um software, instalado em cada dispositivo, ou um
mente. Para a detecção desses novos códigos malicio- hardware, instalado na conexão da rede, protegendo
sos, os programas oferecem a Análise Heurística. todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera-
cional disponibiliza um firewall pré-configurado com
z Análise Heurística regras úteis para a maioria dos usuários.
A maioria das portas comuns estão liberadas e a
O software antivírus poderá analisar os arquivos do maioria das portas específicas estão bloqueadas.
dispositivo através de outros parâmetros, além da base
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos
códigos maliciosos que ainda não foram identificados.
Se o código enviado para análise for comprovada-
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na 309
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Antispyware

Da mesma forma que existe a solução antivírus contra


vírus de computadores, existe uma solução que procura
detectar, impedir a propagação e remover os códigos
maliciosos que não necessitam de um hospedeiro.
Genericamente, malware é um software malicioso.
Genericamente, spyware é um software espião. Assim,
Usuário
quando os softwares maliciosos ganharam destaque e
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes . relevância para os usuários dos sistemas operacionais,
os spywares ganharam destaque. Comercialmente, tor-
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por- nou-se interessante nomear a solução como antispyware.
tanto ele permite que códigos maliciosos, como os Na prática, um antispyware, ou um antimalware,
vírus de computadores, infectem o computador ao detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.

Worm Malware

E-mail com vírus E-mail com vírus Usuário Antispyware


Trojan Spyware
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no
Firewall
Usuário dispositivo do usuário.

E-mail com trojan E-mail com trojan Para proteção, o usuário deverá:
Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então
mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e z manter o firewall ativado;
chegarão até o usuário. z manter o antivírus atualizado e ativado;
z manter o antispyware atualizado e ativado;
O firewall impede um ataque, seja de um hacker, z manter os programas atualizados com as corre-

9
-3
de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga ções de segurança;

40
digital que procure acessar a rede ou o computador z usar uma senha forte para acesso aos sistemas e
.5
por meio de suas portas de conexão. Apenas o con- optar pela autenticação em dois fatores quando
33
teúdo liberado, como e-mails e páginas web, não será disponível.
.6

bloqueado pelo firewall.


00
-0
os

E-mail Página web


nt

Usuário
Sa
os
id

Invasor Ataque de vírus Firewall Usuário


ol

Firewall Antispyware Atualizações Senha forte


ic

Antivírus
N

Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e


Propagação Malware
io

ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares


de worm
ric

instaladas e uso de senha forte.


Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
au

os ataques provenientes da rede.


UTM
M

O firewall não é um antivírus nem um antispyware.


Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamen-
Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas
dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
como o antivírus e o antispyware.
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas
conexões, controlam a execução das aplicações, protegem
o dispositivo com um firewall, estabelecem uma conexão
Importante! VPN segura para navegação e entregam relatórios de fácil
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um compreensão para o usuário.
ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque
e, não, por ser um vírus. Defesa Contra Ataques

Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navega-


dor de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing
310
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
atendem aos requisitos de proteção. Se o ataque chega ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced
disfarçado, medidas de prevenção devem ser adota- Research Projects Agency, era um modelo de troca e
das, como: compartilhamento de informações que permitisse a
descentralização das mesmas, sem um ‘nó central’,
z nunca fornecer informações confidenciais ou garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó
secretas por e-mail; fosse desligado.
z resistir à tentação de cliques em links das A troca de mensagens começou antes da própria
Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio
mensagens;
a Internet como conhecemos e usamos.
z observar os downloads automáticos ou não
Ela passou a ser usada também pelo meio educa-
iniciados; cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca-
z dentro das políticas de segurança para os funcio- dêmica. No início dos anos 90 ela se tornou aberta e
nários, destacar que não se deve submeter à pres- comercial, permitindo o acesso de todos.
são de pessoas desconhecidas.

Quando os ataques procuram atingir um servidor


da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou Usuário Modem
Internet
spoofing (fraude de identidade), uma das formas de Provedor de Acesso
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con- Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi- conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam A navegação na Internet é possível através da com-
ser redefinidas o mais breve possível. binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver camadas ou 4 camadas).
os programas atualizados em seu dispositivo, apli- A Internet conecta diversos países e grandes cen-
cando as correções de segurança tão logo elas sejam tros urbanos através de estruturas físicas chamadas
disponibilizadas. de backbones. São conexões de alta velocidade que
permitem a troca de dados entre as redes conectadas.
O usuário não consegue se conectar diretamente no
Importante! backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou
uma operadora de telefonia através de um modem, e
Quando o usuário é envolvido na perpetração de a empresa se conecta na ‘espinha dorsal’.

9
ataques digitais, ele é considerado o elo mais fra- Após a conexão na rede mundial, o usuário deve

-3
co da corrente de segurança da informação, por

40
utilizar programas específicos para realizar a navega-
estar sujeito a enganos e trapaças dos atacan-
.5
ção e acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores.
33
tes. A Engenharia Social consiste no conjunto de
.6

técnicas e atividades que procuram estabelecer CONCEITO USO COMENTÁRIOS


00

confiança mediante dados falsos, ameaças ou


-0

Conhecido como nuvem, e tam-


dissimulação.
bém como World Wide Web, ou
os

Conexão entre WWW, a Internet é um ambiente in-


Internet
nt

computadores seguro, que utiliza o protocolo TCP


Sa

para conexão em conjunto a outros


para aplicações específicas
os

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE Ambiente seguro que exige iden-


id

GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, tificação, podendo estar restrito


ol

a um local, que poderá acessar


ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS
ic

Conexão com
Intranet a Internet ou não. A Intranet uti-
N

autenticação
liza o mesmo protocolo da Inter-
io

O referido assunto já foi abordado em “Noções de net, o TCP, podendo usar o UDP CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

sistema operacional - Windows 10 (32-64 BITS)”. também


au

Conexão remota segura, prote-


M

Conexão entre gida com criptografia, entre dois


Extranet d i s p o s i t i v o s dispositivos, ou duas redes. O
REDES DE COMPUTADORES ou redes acesso remoto é geralmente su-
portado por uma VPN
CONCEITOS BÁSICOS, FERRRAMENTAS,
APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E Os editais costumam explicitar Internet e Intranet,
INTRANET mas também questionam Extranet. A conexão remota
segura que conecta Intranet’s através de um ambiente
A Internet é a rede mundial de computadores que inseguro que é a Internet, é naturalmente um resulta-
surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, do das redes de computadores.
para proteger os sistemas de comunicação em caso de
ataque nuclear, durante a Guerra Fria.
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta-
dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que
procuravam proteger as informações secretas de
ambos os países e seus blocos de influência. 311
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Internet, Intranet e Extranet

Redes de computadores

Internet Intranet Extranet

Rede mundial de Rede local de


Acesso remoto seguro
computadores acesso restrito

Utiliza os mesmos
Protocolos TCP/IP protocolos da Internet Protocolos seguros

Padrão de comunicação Família TCP/IP Criptografia em VPN

A Internet é transparente para o usuário. Qualquer usuário poderá acessar a Internet sem ter conhecimento
técnico dos equipamentos que existem para possibilitar a conexão.

NAVEGADOR WEB
GOOGLE CHROME VERSÃO 106.0.5249.119 - VERSÃO OFICIAL - 64 BITS

O Google Chrome é um dos navegadores mais utilizados na atualidade e, também, um dos mais atualizados.
Por receber atualizações constantes e melhorias, transferidas para o computador em segundo plano enquanto o
utilizamos, dificilmente teremos instalada a versão que um edital especificou.

9
Conforme é sabido, o Google Chrome é um navegador para visualizar páginas da web. Nele é possível sincroni-

-3
40
zar marcadores, extensões da web, entre outros, a partir da iniciação de uma sessão. Pode-se salvar e sincronizar
itens como histórico, favoritos e senhas com a Conta do Google, mantendo-os sempre disponíveis em qualquer
.5
33
Chromebook e no Google Chrome em outros dispositivos quando se está conectado.
.6

O Google Chrome avisa se os sites que você está tentando visitar são perigosos ou enganosos. Também chama-
00

das de “sites de phishing”, “engenharia social” ou “malware”, essas páginas tentam te induzir a fazer algo perigoso
-0

on-line, como revelar senhas ou informações pessoais, geralmente por meio de um website falso.
Vale mencionar que Limpar Cache e Cookies não melhora o desempenho do navegador, pois os Cookies
os

(arquivos criados pelos websites) e o cache do navegador (que ajuda a carregar as páginas mais rapidamente)
nt

facilitam a navegação na web.


Sa

O Google Chrome permite que, ao se digitar um termo na barra de endereços (omnibox), este seja pesquisado
os

através do mecanismo de pesquisa padrão.


id

Com o Google Chrome no seu computador ou dispositivo móvel, você pode inserir as palavras de pesquisa dire-
tamente na barra de endereço (também chamada de “omnibox”). À medida que você digitar, verá frases ou URLs
ol
ic

sugeridos para completar o que está sendo digitado.


N

As páginas vistas em guias anônimas não são armazenadas no histórico do navegador, nem nos cookies, ou no
io

histórico de pesquisa, depois que todas as guias anônimas são fechadas. Os arquivos dos quais você faz o down-
ric

load e os favoritos são mantidos.


au

Por padrão, o Google Chrome impede que pop-ups apareçam automaticamente na tela. Quando um pop-up é
bloqueado, a barra de endereços é marcada pelo ícone de pop-ups bloqueados (Pop-ups bloqueados). O usuário
M

também pode optar por permitir pop-ups.


O modo de navegação anônima abre uma nova janela na qual é possível navegar na Internet de forma particu-
lar sem que o Chrome salve os sites visitados. É possível alternar entre uma janela anônima e as janelas normais
de navegação do Chrome que estiverem abertas. Você só estará no modo de navegação anônima quando estiver
usando a janela anônima.

Ambiente e Componentes do Programa: Identificar o Ambiente, Características e Componentes da Janela Principal

A interface do navegador Google Chrome é executada em uma janela do Windows com os controles disponíveis
no canto superior direito.

312
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Barra de Endereços — F6 Nova guia — Ctrl+T
Recarregar — F5
Página inicial — Alt+Home Guia atual Pesquisar guias — Ctrl+Shift+A

Voltar
Avançar

Os elementos do ambiente do Google Chrome são:

z Voltar: permite retornar para a página anterior que já foi acessada durante a navegação. Atalho de teclado:
Alt+seta para a direita. Se manter o botão principal do mouse pressionado no ícone, será exibido o Histórico
de Navegação;
z Avançar: permite voltar para a próxima página que já foi acessada durante a navegação. Atalho de teclado:
Alt+seta para esquerda. Se manter o botão principal do mouse pressionado no ícone, será exibido o Histórico
de Navegação;
z Recarregar: permite carregar novamente os arquivos que formam a página em exibição. Atalho de teclado:
F5. Serão recarregados os arquivos que estão no cache do navegador, conferindo os carimbos de data e hora.
Para recarregar a página ignorando os carimbos de data e hora dos arquivos em cache, deve acionar o atalho
de teclado Ctrl+F5;
z Página Inicial: definida pelo usuário, a página inicial é a primeira página mostrada quando o navegador é
aberto. Atalho de teclado: Alt+Home. Pragas digitais como os sequestradores de página inicial, alteram este

9
endereço direcionando o usuário para sites que podem conter códigos maliciosos ou serem sites que contabi-

-3
40
lizam tráfego de dados para aumento das receitas;
z Barra de Endereços: informa o endereço URL que está sendo acessado, ou pesquisa os termos digitados no
.5
33
buscador padrão do navegador. Atalho de teclado: F6;
.6

z Guia atual: indica qual é a aba ou guia que está em primeiro plano. O navegador permite navegar em várias
00

abas ou guias simultaneamente, dentro da mesma janela do programa. Cada uma das guias tem um atalho de
-0

teclado personalizado, como Ctrl+1 para a primeira, Ctrl+2 para a segunda e Ctrl+9 para a última guia aberta;
z Nova guia: para iniciar uma nova aba ou guia de navegação, o usuário pode acionar o atalho de teclado Ctrl+T
os

(Tab = guia). Opcionalmente pode abrir uma nova janela do programa, com o atalho de teclado Ctrl+N (New =
nt

nova);
Sa

z Pesquisar guias: permite realizar a pesquisa em todas as guias que estão abertas. Atalho de teclado Ctrl+Shif-
os

t+A (All = todas). Para a pesquisa básica o atalho de teclado é Ctrl+F (Find = procurar), pesquisa somente em
id

uma guia de cada vez, enquanto “Pesquisar guias” permite pesquisar em todas ao mesmo tempo;
ol
ic
N

Barra de Favoritos Personalizar e controlar o Google Chome


io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au
M

z Barra de Favoritos: quando sites são adicionados em Favoritos, os endereços URL’s serão armazenados no
Gerenciador de Favoritos. A Barra de Favoritos, que poderá ser exibida em novas guias ou não, exibe os ícones
dos links que já foram marcados como preferidos pelo usuário;
z Personalizar e controlar o Google Chrome: menu de opções para configuração do navegador de Internet;

313
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nova guia Ctrl+T
Nova janela Ctrl+N
Nova janela anônima Ctrl+Shift+T
Histórico
Downloads Ctrl+J
Favoritos
Zoom 100%
Imprimir... Ctrl+P
Transmitir...
Buscar... Ctrl+F
Mais ferramentas
Editar Recortar Copiar Colar
Configurações
Ajuda
Sair

z Nova guia: atalho de teclado Ctrl+T (Tab = guia) abre uma nova guia de navegação na janela atual do navegador;
z Nova janela: atalho de teclado Ctrl+N (New = nova) abre uma nova janela de navegação separada da janela
atual do navegador;
z Nova janela anônima: atalho de teclado Ctrl+Shift+N. Abre uma nova janela de navegação anônima, que
navegará normalmente na Internet e quando for fechada, apagará o histórico de navegação de sites, histórico
de downloads, os arquivos copiados para os temporários (cache), os dados de formulários preenchidos em sites
e os cookies (arquivos de texto com as preferências de navegação). Serão mantidos os sites adicionados aos
Favoritos e os arquivos que foram baixados da Internet (downloads);
z Histórico: atalho de teclado Ctrl+H (History = histórico). Permite consultar os sites visitados recentemente
pelo navegador. Serão mostrados os endereços visitados em modo normal de navegação ordenados cronolo-
gicamente do mais recente para o mais antigo. Endereços mais antigos são removidos quando novos sites são
acessados pelo usuário. O atalho de teclado Ctrl+Shift+Del permite excluir o histórico de navegação e outras

9
informações armazenadas no navegador;

-3
z Downloads: atalho de teclado Ctrl+J. Exibe os arquivos que estão sendo transferidos, os arquivos que foram

40
transferidos com sucesso, arquivos que tiveram o download cancelado e arquivos que foram baixados e apa-
gados da pasta Downloads; .5
33
z Favoritos: sites preferidos do usuário. Quando um endereço URL é acessado e adicionado em Favoritos (ata-
.6
00

lho de teclado Ctrl+D), ele aparecerá na lista e poderá ser organizado de acordo com os critérios do usuário no
Gerenciador de Favoritos;
-0

z Zoom: controle da visualização do conteúdo na área visível da guia ou janela. O atalho de teclado Ctrl+mais
os

(ou Ctrl+igual) permite aumentar o zoom, o atalho Ctrl+menos para diminuir, e o atalho de teclado Ctrl+0
nt

(zero) para voltar ao zoom de 100%;


Sa

z Imprimir: atalho de teclado Ctrl+P. A página atual será preparada para impressão, sendo possível imprimir
os

em uma impressora configurada ou “Salvar como PDF”, gravando uma cópia da página no formato do Adobe
PDF;
id

z Transmitir: permite exibir o conteúdo da guia em outro dispositivo da rede, como uma Smart TV ou o video-
ol
ic

game Xbox. Os dispositivos precisam estar na mesma rede local interna e no Windows deverá ter a permissão
N

para que sejam visíveis para outros dispositivos na mesma rede;


io

z Buscar: atalho de teclado Ctrl+F (Find = procurar). Usado para localizar um conteúdo textual dentro da página
ric

atual em exibição. Não pesquisa dentro de textos, das imagens do site ou vídeos em reprodução;
au

z Mais ferramentas: opções adicionais que não são mostradas no menu principal;
M

z Salvar página como... atalho de teclado Ctrl+S (Save = salvar) permite gravar uma cópia da página em exibi-
ção com o formato original HTM ou HTML. Se a página contém elementos gráficos como imagens e vídeos, eles
serão salvos em uma subpasta criada com o mesmo nome da página pelo Google Chrome, assim como demais
arquivos necessários para a visualização correta da página;
z Criar atalho... permite a criação de um atalho na Área de Trabalho com o link para a página web que está
sendo visualizada;
z Nomear janela... atribui um nome para a janela atual, facilitando o acesso posterior a ela;
z Limpar dados de navegação... atalho de teclado Ctrl+Shift+Del. Permite excluir o histórico de navegação e
demais informações que estão armazenadas no navegador de internet;
z Extensões: são complementos que adicionam funcionalidades extras para o navegador Google Chrome. Atra-
vés desta opção é possível consultar as extensões instaladas, instalar novas extensões ou desabilitar a execu-
ção de extensões;
z Gerenciador de tarefas: atalho de teclado Shift+Esc. Permite controlar as guias que estão abertas, finalizando
alguma que esteja travada ou não esteja respondendo aos comandos do usuário;
z Ferramentas do desenvolvedor: atalho de teclado Ctrl+Shift+I. Permite acesso aos códigos que montam a
314 exibição da página web;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Editar (Recortar, Copiar e Colar): controles sobre os conteúdos e Área de Transferência;
z Configurações: acesso às configurações do navegador;
z Você e o Google: configuração da conta Google para sincronização do histórico de navegação, favoritos e demais
informações entre os vários dispositivos que estejam conectados com a mesma conta;
z Preenchimento automático: definições sobre os conteúdos que serão usados para o preenchimento automá-
tico de senhas, formas de pagamento e endereços. As informações podem ser consultadas ou excluídas;
z Privacidade e Segurança: proteção contra violações de dados, extensões maliciosas e outros itens. Limpar
dados de navegação, Cookies e outros dados do site, Segurança (navegação segura contra sites perigosos),
controle do site e Sandbox (área reservada para execução de comandos que não são verificados ou tenham
potencial malicioso);
z Aparência: definição do tema do navegador, página inicial, exibição da barra de favoritos, tamanho da fonte,
substituições de fontes e zoom da página;
z Mecanismo de pesquisa: define o endereço de um site de buscas que será usado para pesquisar os termos
digitados na barra de endereços do navegador. Os buscadores podem ser trocados, adicionados novos e excluí-
dos da lista;
z Navegador padrão: opção usada para definir o Google Chrome como navegador padrão. Será direcionada
para as configurações do sistema operacional que modificam a associação dos programas e extensões;
z Inicialização: o que ocorre quando o navegador é iniciado. Será aberta uma nova guia em branco? Continuará
a navegação de onde você parou? Abrirá uma ou várias páginas específicas, definidas pelo usuário?;
z Avançado: opções sobre Idioma, Donwloads, Acessibilidade, Sistema e reset das configurações;
z Idiomas: definição do idioma que será usado na interface do navegador, na correção ortográfica dos textos
digitados em campos de formulários e para tradução de páginas do idioma original para o idioma do usuário;
z Downloads: definição do local onde serão gravados os arquivos baixados, exibição da caixa de diálogo de
confirmação e abertura automática dos arquivos após o download;
z Acessibilidade: legenda instantânea para áudios e vídeos em inglês, preferências de legenda, destaque visual
para o item que está focalizado, navegação por cursor (atalho de teclado F7) e adição de novos recursos a par-
tir da Chrome Web Store (loja de aplicativos e extensões para o navegador);
z Sistema: executar programas em segundo plano quando o Google Chrome estiver fechado (como pré-carre-
gamento e indexação de páginas), usar aceleração de hardware quando disponível, e configurações de proxy
para o acesso às páginas web;
z Redefinir e limpar: restaurar as configurações para os padrões originais e limpar o computador (detecção e
remoção de softwares nocivos ao computador);

9
z Ajuda: acessar a ajuda do aplicativo, consultar a versão atual e verificar atualizações para o navegador de

-3
internet;

40
z Sobre o Google Chrome: informa a versão atual e atualizações;
.5
33
z O que há de novo: link para acessar as informações sobre as últimas atualizações do navegador;
.6

z Central de ajuda: página web com as perguntas mais frequentes (FAQ - Frequently Asked Questions);
00

z Informar um problema: atalho de teclado Alt+Shift+I, para relatar um problema no navegador;


-0

z Sair: atalho de teclado Alt+F4, para fechar todas as guias e abas, e a janela do navegador. Se configurado no
navegador, na próxima vez poderá continuar com as mesmas guias ou abas abertas.
os
nt
Sa

Compartilhar esta página Favoritos


os
id
ol
ic
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io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au
M

Ao acessarmos um site, ele poderá ser compartilhado ou adicionado em Favoritos.


A estrela no canto direito da barra de endereços, quando está sem preenchimento, indica que o endereço
poderá ser adicionado aos Favoritos. A estrela, quando colorida, indica que o site já está adicionado em Favoritos
e o usuário poderá editar as informações armazenadas.
Ao escolher a opção “Compartilhar esta página”, o usuário poderá:

z Copiar link: o endereço da página será copiado na Área de Transferência, para ser colado em outro local;
z Enviar para seus dispositivos: a página será enviada para outros dispositivos conectados na conta Google;
z Código QR: o endereço da página atual será transformado em um QR Code. A imagem contém o desenho de
um dinossauro, para identificar o gerador do código QR (Google Chrome): 315
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Transmitir: enviar para algum dispositivo conectado na mesma rede;
z Salvar página como: gravar uma cópia local da página web no formato original;
z Compartilhar link para: Facebook, WhatsApp, LinkedIN e Twitter.

Atualização disponível

Quando uma seta colorida é exibida no lugar do menu “Personalizar e controlar Google Chrome”, informa que
uma atualização está pendente. O tipo de atualização é definido pela cor das setas, são elas:

z Seta com fundo verde: uma atualização foi lançada há menos de dois dias;
z Seta com fundo laranja: uma atualização foi lançada há cerca de quatro dias;
z Seta com fundo vermelho: uma atualização foi lançada há pelo menos uma semana.

9
Funcionalidades: Identificar e Saber Usar Todas as Funcionalidades do Google Chrome

-3
40
z Modo normal de navegação: as informações serão registradas e mantidas pelo navegador. Histórico de Nave-
gação, Cookies, Arquivos Temporários, Formulários, Favoritos e Downloads; .5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa

z Modo de navegação anônima: as informações de navegação serão apagadas quando a janela for fechada.
Apenas os Favoritos e Downloads serão mantidos. Para iniciar uma janela de navegação anônima no Google
os

Chrome, acione o atalho de teclado Ctrl+Shift+N;


id
ol
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N
io
ric

z Dados de formulários: informações preenchidas em campos de formulários nos sites de Internet. Estes dados
au

poderão ser sugeridos e usados em outros sites, pois são informações como nome, endereço e telefone, além de
M

números de documentos;
z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário para acesso posterior. Os sites preferidos do usuário poderão ser
exportados do navegador atual e importados em outro navegador de Internet. O termo Favoritos é o Bookmarks
dos navegadores de Internet, algo como marcações preferidas do usuário;
z Downloads: arquivos transferidos de um servidor remoto para o computador local. Os gerenciadores de down-
loads permitem pausar uma transferência ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja mais disponível. O
histórico de downloads poderá ser consultado ao acionar o atalho de teclado Ctrl+J;
z Uploads: arquivos enviados do computador local para um servidor remoto. O envio para o armazenamento
de dados na nuvem (cloud storage) é um procedimento de upload;
z Histórico de navegação: são os endereços URL acessados pelo navegador em modo normal de navegação.
Podem ser consultados com o atalho de teclado Ctrl+H;
z Cache ou arquivos temporários: copia o local dos arquivos acessados durante a navegação. As informações
que são acessadas, são copiadas para uma pasta local, que armazena os dados por um período de tempo. Ao
limpar os dados de navegação e apagar os arquivos temporários, espaço em disco será liberado;
z Pop-up: janela exibida durante a navegação para funcionalidades adicionais ou propaganda. Os navegadores ofe-
316 recem bloqueadores de popups, para impedir a abertura indiscriminada destas janelas;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Atualizar página: acessar as informações armazenadas na cópia local (cache). Atalho de teclado F5;
z Recarregar página: acessar novamente as informações no servidor, ignorando as informações armazenadas
nos arquivos temporários. Atalho de teclado Ctrl+F5;
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet no formato PDF podem ser visualizados diretamente no
navegador de Internet, sem a necessidade de programas adicionais. Uma página web poderá ser gravada como
PDF se o usuário acionar a opção “Imprimir” (atalho de teclado Ctrl+P) e mudar o destino para “Salvar como
PDF...”.

Se for mostrado a logo do Google Chrome na frente de um endereço, indica que é uma página interna do
navegador. Exemplos:

chrome://settings: configurações do navegador;


chrome://settings/appearance: configurações da aparência do navegador;
chrome://downloads/: lista de arquivos transferidos (downloads);
chrome://history/: histórico de navegação;
chrome://settings/clearBrowserData: limpar dados de navegação.

Se for mostrado um ‘i’ com a mensagem “Não seguro” (Not secure), indica que o site pode estar com problemas
na autenticação e validação de seu certificado digital. Este problema pode estar relacionado com a renovação do
mecanismo de autenticação das informações, ou é um site que contém códigos que podem ser falsos ou maliciosos.

9
Quando um cadeado é exibido, indica que o site tem certificado digital válido e é o site que entrega informa-

-3
40
ções de acordo com o que ele propõe a entregar. O protocolo que está sendo usado é o https (Hyper Text transfer
Protocol Secure — protocolo de transferência segura de hipertextos).
.5
33
O Google Chrome é um navegador multiusuário, ou seja, poderá ser usado por diferentes pessoas com as suas
.6

configurações pessoais personalizadas.


00

Ao acessar, na barra superior, o avatar de seu perfil, o usuário poderá verificar se a sincronização está ativa e
-0

gerenciar os perfis de usuários no navegador.


os
nt
Sa
os
id

Pessoa 2
ol
ic
N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Fernando Nishimura de Aragão


au

mediugorie@gmail.com
M

Sincronização ativada

Gerenciar sua Conta do Google

Fechar 2 janelas

Outros perfis

Visitante

Adicionar

O perfil Visitante permite que um usuário utilize o navegador de Internet de seu dispositivo sem que ele consi-
ga acessar suas configurações, como preenchimento automático de senhas ou dados pessoais da sua conta.
Se o usuário visitante for recorrente, é possível criar um perfil só para ele. 317
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Acesse a opção “Adicionar”, escolha se o visitante estará associado com uma conta Google ou será criado um
perfil sem e-mail associado. Neste último caso, defina o nome, tema e se haverá a criação de um atalho na área de
trabalho do Windows.

Os perfis armazenados no navegador Google Chrome poderão ser personalizados ou excluídos pelos outros
usuários (que não sejam visitantes).

Atalhos de Teclado

z Para acessar a barra de endereços do navegador, pressione F6 ou Ctrl+E;


z Para abrir uma nova janela, pressione Ctrl+N;
z Para abrir uma nova janela anônima, pressione Ctrl+Shift+N;
z Para fechar uma janela, pressione Alt+F4;

9
-3
z Para abrir uma nova guia, pressione Ctrl+T;

40
z Para fechar uma guia, pressione Ctrl+F4 ou Ctrl+W;
z Para reabrir uma guia fechada, pressione Ctrl+Shift+T;
.5
33
z Para aumentar o zoom, o usuário pode pressionar Ctrl + = (igual) ou Ctrl+ mais;
.6

z Para reduzir o zoom, o usuário pode pressionar Ctrl + - (menos).


00
-0

Nos navegadores de Internet, os links poderão ser abertos de 4 formas diferentes:


os

z clique: abre o link na guia atual;


nt

z clique + CTRL: abre o link em uma nova guia;


Sa

z clique + SHIFT: abre o link em uma nova janela;


os

z clique + ALT: faz download do arquivo indicado pelo link.


id
ol
ic

Personalizar esta página


N
io
ric

Plano de fundo
au

Atalhos
M

Cor e tema Upload do dispositivo

Chome clássico Coleção de artistas latino-


americanos

Cancelar Concluído

318
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A personalização da interface do navegador con- acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário poderá
siste em definir: colar a imagem capturada ou salvar diretamente pelo
navegador.
z Plano de fundo: imagem que será usada como Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
fundo das páginas; recem pequenas dicas para que você possa aproveitar
z Atalhos: links rápidos na tela inicial do navegador; ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades
z Cor e tema: combinação de cores, estilos e fontes sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla,
para exibição dos itens do navegador. notícias sobre integridade da internet e muito mais..

MICROSOFT EDGE - VERSÃO 91 BUSCA E PESQUISA NA WEB

Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão no Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm,
Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o kernel como finalidade, apresentar os resultados de endereços
(núcleo) Google Chromium, o que traz uma série de itens URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
semelhantes ao Google Chrome. Integrado com o filtro Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft Bing,
Microsoft Defender SmartScreen, permite o bloqueio de da Microsoft, são os dois principais sites de pesquisa da
sites que contenham phishing (códigos maliciosos que atualidade. No passado, sites como Cadê, Aonde, Altavis-
procuram enganar o usuário, como páginas que pedem ta e Yahoo também contribuíram para a acessibilidade
login/senha do cartão de crédito). das informações existentes na Internet, indexando em
Outro recurso de proteção é usado para combater diretórios os conteúdos disponíveis.
vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que Os sites de pesquisas foram incorporados aos navega-
favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar- dores de Internet e, na configuração dos browsers, temos
tilhar dados entre sites sem permissão do usuário. Ele a opção “Mecanismo de pesquisa”, que permite a busca
substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o visualizador dos termos digitados diretamente na barra de endereços
padrão de arquivos PDFs no Windows 10. Foram adicio- do cliente web. Essa funcionalidade transforma a nossa
nados recursos que permitem “Desenhar” sobre o con- barra de endereços em uma omnibox (caixa de pesquisa
teúdo do PDF. inteligente), que preenche com os termos pesquisados
Além disso, mantém as características dos outros anteriormente e oferece sugestões de termos para com-
navegadores de Internet, como a possibilidade de instala- pletar a pesquisa.
ção de extensões ou complementos, também chamados O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como busca-
de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos dor padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm o
específicos para a navegação em determinados sites. Google Buscas como buscador padrão. As configurações
As páginas acessadas poderão ser salvas para acessar podem ser personalizadas pelo usuário.

9
-3
off-line, marcadas como preferidas em Favoritos, consul- Os sites de pesquisas incorporam recursos para ope-

40
tadas no Histórico de Navegação ou salvas como PDF no rações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens,

.5
dispositivo do usuário. notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line,
33
Coleções, no Microsoft Edge é um recurso exclusivo efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idioma
.6

que permite que a navegação inicie em um dispositivo para outro, entre inúmeras funcionalidades, ignoram
00

e continue em outro dispositivo logado na mesma conta pontuação, acentuação e não diferenciam letras maiús-
-0

Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas nomeado culas de letras minúsculas, mesmo que sejam digitadas
como Coleções, no Edge, permite adicionar sugestões do entre aspas.
os

Pinterest. Além de todas essas características, os sites de pes-


nt

Outro recurso específico do navegador é a reprodu- quisa permitem o uso de caracteres especiais (símbolos)
Sa

ção de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site Micro- para refinar os resultados e comandos para selecionar
os

soft Bing (buscador da Microsoft). o tipo de resultado da pesquisa. Nos concursos públicos,
id

esses são os itens mais questionados.


ol

MOZILLA FIREFOX - VERSÃO 78ESR Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais de
ic

concursos públicos, essa parte você consegue praticar


N

O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos e
io

como os demais browsers, possibilita o acesso ao conteú- comandos nas suas pesquisas na Internet e visualize os
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

do armazenado em servidores remotos, tanto na Internet resultados obtidos.


au

como na Intranet. É um navegador com código aberto,


M

software livre, que permite download para estudo e SÍMBOLO USO EXEMPLO
modificações. Possui suporte ao uso de applets (comple- Pesquisa exata, na
mentos de terceiros), que são instalados por outros pro- Aspas mesma ordem que
“Nova Concursos”
gramas no computador do usuário, como o Java. duplas forem digitados os
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização termos
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con- Menos ou Excluir termo da concursos
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretanto, traço pesquisa –militares
caso utilize o modo de navegação privativa, esses dados
concursos
não serão sincronizados. Til (acento) Pesquisar sinônimos
~públicos
Assim como nos outros navegadores, é possível
definir uma página inicial padrão, uma página inicial Substituir termos na
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar a pesquisa, para pesqui-
navegação das guias abertas na última sessão. sar “inscrições encer-
Asterisco inscrições *
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela radas”, e “inscrições
permite copiar, para a Área de Transferência do com- abertas”, e “inscrições
suspensas” etc.
putador, parte da imagem da janela que está sendo 319
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SÍMBOLO USO EXEMPLO filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando
Cifrão Pesquisar por preço celulares $1000
a sua exibição. Quando desativado, os resultados de
conteúdo adulto serão exibidos normalmente.
Intervalo de datas ou campeão No Microsoft Bing, na página do buscador www.
Dois pontos
preço 1980..1990 bing.com, acesse o menu no canto superior direito e
Pesquisar em redes Instagram escolha o item Pesquisa Segura.
Arroba
sociais @novaconcursos No Google, na página do site do buscador www.
Pesquisar nas marca- google.com, acesse o menu Configurações no can-
Hashtags #informática to inferior direito e escolha o item Configurações de
ções de postagens
Pesquisa.

COMANDO USO EXEMPLO


Importante!
Resultados de ape- livro site:www.
site As bancas costumam questionar funcionalida-
nas um site uol.com.br
des do Microsoft Bing que são idênticas às fun-
Somente um tipo apostila cionalidades do Google Buscas, com o intuito
filetype
de arquivo filetype:pdf de confundir os candidatos acerca do recurso
questionado.
Definição de um
define define:smtp
termo

intitle No título da página intitle:concursos

No endereço URL
inurl inurl:nova CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE
da página
DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS
Pesquisa o horário
time em determinado time:japan CORREIO ELETRÔNICO
local
O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma
related:uol.com.
related Sites relacionados forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo
br
que o usuário não esteja on-line, a mensagem será
Versão anterior do armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo
cache cache:uol.com.br

9
site disponível até ela ser acessada novamente.

-3
O correio eletrônico (popularmente conhecido

40
Páginas que con- como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi
link:
link tenham link para
.5
um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,
33
novaconcursos
outras e se mantém usual até os dias de hoje.
.6
00

Informações de um location:méxico
location PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
-0

determinado local terremoto


os

O Mozilla Thunderbird é um cliente de


Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
nt

e-mail gratuito com código aberto que po-


Sa

suem espaço com a informação digitada na pesquisa.


derá ser usado em diferentes plataformas
O site de pesquisas Google também oferece respos-
os

tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-


id

rece mecanismos similares. O eM Client é um cliente de e-mail gratuito


para uso pessoal no ambiente Windows e
ol

As possibilidades são quase infinitas, pois os assis-


ic

Mac. Facilmente configurável. Tem a ver-


tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
N

são Pro, para clientes corporativos


permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos
io

de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.


ric

O Microsoft Outlook, integrante do paco-


te Microsoft Office, é um cliente de e-mail
au

PEDIDO USO EXEMPLO que permite a integração de várias contas


M

em uma caixa de entrada combinada


traduzir ... para traduzir maçã
Google Tradutor
... para japonês O Microsoft Outlook Express foi o cliente
de e-mail padrão das antigas versões do
lista telefôni- Páginas com o Lista telefôni-
Windows. Ainda aparece listado nos editais
ca:número telefone ca:99999-9999
de concursos, porém não pode ser utilizado
Cotação da bol- nas versões atuais do sistema operacional
código da ação GOOG
sa de valores
Webmail. Quando o usuário utiliza um na-
Previsão do vegador de Internet qualquer para aces-
clima localidade clima são paulo
tempo @ sar sua caixa de mensagens no servidor
Status de um de e-mails, ele está acessando pela mo-
código do voo ba247 dalidade webmail
voo (viagens)

Os resultados apresentados pelas pesquisas do


site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura
320
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica
Apesar de existirem diversas opções para composição, envio e recebi mento de mensagens eletrônicas, as
bancas preferem as questões sobre o cliente de e-mail Microsoft Outlook, integrante do pacote Microsoft
Office.

O Microsoft Outlook possui recursos que permitem o acesso ao correio eletrônico (e-mail), organização das men-
sagens em pastas, sinalizadores, acompanhamento e também recursos relacionados a reuniões e compromissos.
Os eventos adicionados ao calendário podem ser enviados na forma de notificação por e-mail para os
participantes.
O Outlook possui o programa para instalação no computador do usuário e a versão on-line. Essa versão pode ser
gratuita (Outlook.com, antigo Hotmail) ou corporativa (Outlook Web Access – OWA, integrante do Microsoft Office 365).

Usuário

Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador de
Internet

Formas de Acesso ao Correio Eletrônico

Podemos usar um programa instalado em nosso dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador de Inter-
net para acessarmos as mensagens recebidas. A escolha por uma ou por outra opção vai além da preferência do
usuário. Cada forma de acesso tem suas características e protocolos. Confira.

FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO

9
-3
Protocolo SMTP para enviar mensagens e POP3 para receber. As mensagens são transferidas do servi-
Cliente de E-mail

40
dor para o cliente e são apagadas da caixa de mensagens remota

.5
33
Protocolo IMAP4 para enviar e para receber mensagens. As mensagens são copiadas do servidor para a
Webmail
janela do navegador e são mantidas na caixa de mensagens remota
.6
00
-0
os
nt
Sa

Servidor de e-mails
Servidor de e-mails
os
id
ol

Receber – POP3 Receber IMAP4


ic
N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Usuário Usuário
au
M

Cliente de e-mail Navegador de Internet

Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando o
protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de Internet e mantida no servidor de e-mails.

Os protocolos de e-mails são usados para a troca de mensagens entre os envolvidos na comunicação. O usuário
pode personalizar a sua configuração, mas em concursos públicos o que vale é a configuração padrão, apresentada
neste material.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protocolo para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo cliente de
e-mail para enviar para o servidor de mensagens, e entre os servidores de mensagens do remetente e do destinatário.
POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de e-mail
para receber as mensagens do servidor remoto, removendo-as da caixa de entrada remota.
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol) é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é usado
pelo navegador de Internet (sobre os protocolos HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail, transferindo 321
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
cópias das mensagens para a janela do navegador e CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL –
mantendo as originais na caixa de mensagens do ser- USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS
vidor remoto.
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS

Identifica o tipo de provedor, por


exemplo: COM (comercial), .EDU (edu-
Servidor Exchange Enviar e Receber
SMTP
Servidor Gmail cacional), REC (entretenimento), GOV
Categoria do
(governo), ORG (organização não go-
Enviar – SMTP domínio
vernamental) etc., de acordo com as
Enviar e Receber
Receber – POP3 IMAP4
definições de Domínios de Primeiro
Nível (DPN) na Internet

Informação que poderá ser omitida,


Remetente
Cliente
Destinatário quando o serviço está registrado nos
Webmail
Estados Unidos. O país é informado por
País
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook duas letras, como: BR, Brasil; AR; Argen-
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo tina; JP; Japão; CN; China; CO; Colômbia;
(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail, etc.
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
os e-mails recebidos.
Quando o símbolo @ é usado no início, antes do
USO DO CORREIO ELETRÔNICO nome do usuário, identifica uma conta em rede social.
Para o endereço URL do Instagram https://www.ins-
Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o tagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @
usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço novaconcursos.
de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali- Preparo e Envio de Mensagens
zada na RFC5322.
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen-
Dica cher os campos disponíveis para destinatário(s), título
da mensagem, entre outros.
RFC é Request for Comments, um documento Para enviar a mensagem, é preciso que exista um des-
de texto colaborativo que descreve os padrões tinatário informado em um dos campos de destinatários.
de cada protocolo, linguagem e serviço para ser

9
Se um destinatário informado não existir no servi-

-3
usado nas redes de computadores. dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida.

40
Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece-
De forma semelhante ao endereço URL para recur- .5
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se
33
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado,
.6

também possui o seu formato. a mensagem tentará ser entregue depois.


00

Existem bancas organizadoras que consideram o O e-mail pode ser enviado para vários destinatários,
-0

formato reduzido usuário@provedor no enunciado porém o remetente é somente um endereço, o endereço


os

das questões, ao invés do formato detalhado usuá- do usuário que envio a mensagem de correio eletrônico.
nt

rio@provedor.domínio.país. Ambos estão corretos. Conheça estes elementos na criação de uma nova
Sa

mensagem de e-mail.
CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL –
os

USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL


id

CAMPO CARACTERÍSTICAS
ol

COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
ic

Identifica o usuário que está enviando


N

Antes do símbolo de @, identifica um


Usuário a mensagem eletrônica, o remetente.
io

único usuário no serviço de e-mail FROM (De)


É preenchido automaticamente pelo
ric

Significa AT (lê-se “em” ou “no”) e é sistema


au

usado para separar a parte esquerda, Identifica o (primeiro) destinatário da


M

@ que identifica o usuário, da parte a mensagem. Poderão ser especifica-


sua direita, que identifica o provedor dos vários endereços de destinatários
do serviço de mensagens eletrônicas nesse campo e serão separados por
TO (Para)
Imediatamente após o símbolo de vírgula ou ponto e vírgula (segundo o
@, identifica a empresa ou provedor serviço). Todos que receberem a men-
Nome do que armazena o serviço de e-mail (o sagem conhecerão os outros destina-
domínio servidor de e-mail executa softwares tários informados nesse campo
como o Microsoft Exchange Server por Identifica os destinatários da men-
exemplo) sagem que receberão uma cópia do
CC e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
(com cópia ou Copy (cópia carbono)
cópia carbono) Todos que receberem a mensagem
conhecerão os outros destinatários
informados nesse campo
322
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL Os anexos são arquivos enviados com as mensa-
gens de correio eletrônico. Vale lembrar que não é
CAMPO CARACTERÍSTICAS
possível enviar uma pasta de arquivos.
Identifica os destinatários da men- Cada serviço de e-mail possui um limite para o
BCC sagem que receberão uma cópia do tamanho máximo dos anexos. Quando o usuário pre-
(CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind cisar transferir arquivos muito grandes, pode utili-
cópia oculta ou Carbon Copy (cópia carbono oculta).
zar algum serviço de armazenamento de dados na
cópia carbono Todos que receberem a mensagem
nuvem, como o Google Drive, o Microsoft OneDrive, ou
oculta) não conhecerão os destinatários in-
formados nesse campo o WeTransfer (site para envio de arquivos com tama-
nho de até 2 GB).
SUBJECT Identifica o conteúdo ou título da Para enviar muitos arquivos como anexo, é possível
(assunto) mensagem. É um campo opcional compactar os arquivos em uma pasta compactada. A
Anexar Arquivo: Identifica o(s) arqui- pasta compactada é um recurso do sistema operacional
vo(s) que está(ão) sendo enviado(s) Windows, para criação de um arquivo com extensão
ATTACH junto com a mensagem. Existem res- ZIP, que pode conter arquivos e pastas. Ao compactar
(anexo) trições quanto ao tamanho do anexo e arquivos, o tamanho de cada item costuma reduzir, e
tipo (executáveis são bloqueados pelos o arquivo ZIP, compatível com o sistema operacional
webmails). Não são enviadas pastas Windows, poderá ser anexado de uma vez, sem preci-
O conteúdo da mensagem de e-mail sar repetir o procedimento arquivo por arquivo.
Mensagem poderá ter uma assinatura associada Além da opção Anexar Arquivo, o cliente de e-mail
inserida no final oferece o recurso Anexar Item. Com o Anexar Item, o
usuário poderá adicionar outra mensagem de e-mail
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou que recebeu, cartões de visita, anexar contatos, com-
salvas, estarão em pastas do servidor de correio ele- promissos do calendário de reuniões etc.
trônico, nominadas como ‘caixas de mensagens’.
A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens
recebidas, lidas e não lidas.
A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe- Anexar Anexar Assinatura Atribuir
tivamente enviadas. Arquivo Item ▾ Política
A pasta Itens Excluídos contém as mensagens Cartão de visita
apagadas. Calendário...

9
A pasta Rascunho contém as mensagens salvas e

-3
Item do Outlook

40
não enviadas.
A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que
.5
Figura 6. Anexar Item permite a inserção de elementos do correio
33
o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe- eletrônico.
.6

ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que


Anexar arquivos significa que o arquivo será
00

ocorre quando enviamos uma mensagem no app


enviado junto com a mensagem de e-mail. O correio
-0

WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.


A mensagem permanece com um ícone de relógio, eletrônico pode ter o conteúdo da mensagem formata-
os

enquanto não for enviada. do (padrão HTML) ou texto sem formatação.


nt

No e-mail enviado como texto sem formatação,


Sa

não é possível inserir imagens ou elementos gráficos


Dica
os

no corpo da mensagem. Para enviar imagens em uma


id

Quando estamos conectados em uma conexão mensagem que está como texto sem formatação, ape-
ol

de Internet do tipo banda larga, a velocidade de nas se anexar o arquivo da imagem no e-mail.
ic

acesso é tão rápida que nem vemos a mensa- Quando o e-mail é enviado como texto formatado
N

gem passar pela Caixa de Saída. Porém, ao cli- (HTML), uma imagem poderá ser enviada como anexo
io

car em Enviar, a mensagem vai primeiro para a ou inserida dentro do corpo do e-mail. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Caixa de Saída, e depois de enviada, é armaze-


au

nada na pasta de Itens Enviados. Outras Operações com o Correio Eletrônico


M

Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde são O usuário poderá sinalizar a mensagem, tanto as
direcionadas as mensagens sinalizadas como lixo. mensagens recebidas como as mensagens enviadas.
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails Ele poderá solicitar confirmação de entrega e confir-
não solicitados, que geralmente são enviados para mação de leitura. A mensagem recebida poderá ser
um grande número de pessoas. Quando o conteúdo impressa, visualizar o código fonte ou ignorar mensa-
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem gens de um remetente.
é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commercial Confira a seguir as operações ‘extras’ para o uso do
E-mail – e-mail comercial não solicitado). Estas mensa- correio eletrônico com mais habilidade e profissiona-
gens são marcadas pelo filtro AntiSpam, e procuram lismo, facilitando a organização do usuário.
identificar mensagens enviadas para muitos destina-
tários ou com conteúdo publicitário irrelevante para Ação e Características
o usuário..
z Marcar como não lida: uma mensagem lida
Anexação de Arquivos poderá ser marcada como mensagem não lida; 323
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Enviar e-mail
z Alta prioridade: quando marca a mensagem
como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
to de exclamação vermelho no destaque do título; Servidor Exchange Servidor Gmail
z Baixa prioridade: quando o remetente marca a Enviar e-mail
O destinatário
com confirmação
mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário de leitura confirma a leitura
verá uma seta azul apontando para Baixo no des- Recebendo a
da mensagem

taque do título; confirmação de leitura

z Imprimir mensagem: o programa de e-mail ou


navegador de Internet prepara a mensagem para Remetente
Cliente
Destinatário
ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza- Webmail

ção do e-mail;
Figura 8. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de
z Ver código fonte da mensagem: as mensagens
Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do
possuem um cabeçalho com informações técnicas conteúdo do e-mail.
sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas;
z Ignorar: disponível no cliente de e-mail e em Ao “Responder”, a resposta será enviada para o
alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as remetente do e-mail.
próximas mensagens recebidas do mesmo reme- Ao “Encaminhar”, a resposta será enviada para
tente serão excluídas imediatamente ao serem outros destinatários, com os anexos.
armazenadas na Caixa de Entrada; Ao “Responder para todos”, a resposta será envia-
z Lixo Eletrônico: sinalizador que move a mensa- da para o remetente do e-mail e para outros destinatá-
gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas rios visíveis do e-mail..
mensagens recebidas daquele remetente;
z Tentativa de Phishing: sinalizador que move a GRUPOS DE DISCUSSÃO OU FÓRUNS
mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o
serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem Existem serviços na Internet que possibilitam a
estar enviando links maliciosos que tentam captu- troca de mensagens entre os assinantes de uma lista
rar dados dos usuários; de discussão. O Grupos do Google é o último serviço
em atividade, segundo o formato original.
z Confirmação de Entrega: o servidor de e-mails do
Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro
destinatário envia uma confirmação de entrega,
de 2019 e seus membros não poderão mais enviar ou
informando que a mensagem foi entregue na Cai- receber e-mails.
xa de Entrada dele com sucesso; Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou
z Confirmação de Leitura: o destinatário pode Fórum de Discussão são denominações equivalentes

9
-3
confirmar ou não a leitura da mensagem que foi para um serviço que centraliza as mensagens recebi-

40
enviada para ele. das que foram enviadas pelos membros redistribuin-
.5
do-as para os demais participantes.
33
Dica Os grupos de discussão do Facebook surgiram den-
.6

tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente


00

A Confirmação de Entrega e a Confirmação de pela facilidade de acesso, associação e participação.


-0

Leitura são opções do correio eletrônico que são


muito usadas em ambientes corporativos, para ITEM CARACTERÍSTICAS
os

oficializar a comunicação entre os usuários.


nt

O grupo poderá ser público e visível,


Sa

ou restrito e visível (qualquer um pode


A confirmação de entrega é independente da con- Privacidade pedir para participar), ou secreto e
os

firmação de leitura. Quando o remetente está elabo- invisível (somente convidados podem
id

rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar ingressar)


ol

as duas opções simultaneamente. Se as duas opções


Proprietário Criador do grupo
ic

forem marcadas, o remetente poderá receber duas


N

confirmações para a mensagem que enviou, sendo Participantes convidados pelo proprie-
Gerentes ou
io

uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do tário para auxiliar na moderação das
ric

Moderadores
próprio destinatário. mensagens e gerenciamento do grupo
au

Em grupos no Facebook, pode ser o


M

Administrador criador ou gerente/moderador convi-


dado pelo dono do grupo
Servidor Exchange Servidor Gmail
Enviar e-mail Como receberá as mensagens. Pode-
com confirmação O servidor confirma a
entrega do e-mail na caixa
rá ser uma por uma, ou resumo das
de entrega
de entreda do destinatário mensagens por e-mail, ou e-mail de
Assinatura
Recebendo a resumos (com os tópicos recebidos
confirmação de entrega no grupo), ou nenhum e-mail (para
leitura na página do grupo)
Destinatário
Webmail
Remetente
Cliente
Quais são as vantagens de um grupo?

Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de z Os participantes podem enviar uma mensagem,
Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails que será enviada para todos os participantes;
do destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na z Permite reunir pessoas com os mesmos interesses;
Caixa de Entrada do e-mail do destinatário. z Organizar reuniões, eventos e conferências;
324
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com possibilidade de acesso aos conteúdos que foram enviados
antes do seu ingresso no grupo.

Os antigos grupos de discussão constituíram o modelo a ser seguido para o desenvolvimento dos grupos do
Facebook, WhatsApp e Telegram. Nesses grupos, o participante envia um post, ou anúncio, ou arquivo e todos
podem consultar na página o que foi compartilhado.

Como funcionam os grupos de discussão?

O usuário envia um e-mail para um endereço definido e faz a assinatura. Outras formas de associação incluem
o pedido diretamente na página do grupo ou o link recebido em um convite por e-mail.
Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem. Poderá
optar por um resumo das mensagens, ou resumo semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lembrando que,
nos anos 90/2000, os e-mails tinham tamanho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
O envio para um endereço único permite a distribuição para os assinantes da lista de discussão. Uma cópia da men-
sagem e anexos, se houverem, será disponibilizada no mural da página do grupo, para consultas futuras.

Mensagem
enviada para
Grupos de todos os
discussão participantes
inscritos no
Mensagem enviada grupo
para o endereço de de discussão
e-mail do grupo
Usuários da Internet
Quem não é inscrito
no grupo não recebe a
Usuário participante mensagem

Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam mensagens através de um hub que centraliza e distribui para os demais
participantes.

A qualquer momento o usuário poderá desistir e sair do grupo, tanto pela página como por um endereço de
e-mail próprio (unsubscribe).
A principal diferença entre um grupo de discussão e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada com a exi-
bição do endereço dos participantes. Em um grupo de discussão, cada membro tem acesso a um endereço que enviará

9
cópia para todos os participantes do grupo. Nas mensagens respondidas, aparece o endereço original do remetente.

-3
Apesar de o tópico aparecer em diversos editais de concursos, faz vários anos que não são aplicadas questões

40
sobre o tema, em todos os concursos, independentemente da banca organizadora.
.5
Vale ressaltar que, os Grupos de Discussão (com as características e funcionalidades originais) desapareceram ao
33
longo do tempo, sendo substituídos pelos grupos nas redes sociais (com novos recursos e integração com os perfis
.6

delas). Esse é um tópico que deverá ser questionado cada vez menos, assim como Redes Sociais.
00
-0

WIKI
os
nt

Em suma, podemos conceituar um wiki como sendo uma espécie de website cuja principal característica é ser
Sa

uma enciclopédia aberta, na qual todos os usuários participam e colaboram na criação e manutenção dos conteú-
dos ali contidos. Exemplo: Wikipedia.
os
id
ol
ic
N

REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN, WHATSAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM


io

E TELEGRAM) CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


ric
au

As redes sociais permitem o compartilhamento de informações entre os usuários cadastrados. As redes sociais
M

são usadas amplamente pelos governos em suas diferentes esferas. Redes sociais pouco divulgadas também são
usadas para a divulgação de informações.
As redes sociais são divididas em: centralizadas, descentralizadas e distribuídas. A forma de organização des-
tas conexões acaba por determinar o tipo de serviço oferecido.
Cada rede social possui um conjunto de recursos e é destinada para um público (nicho) específico.
Como dito, elas poderão ser centralizadas (Twitter), descentralizadas (Facebook) ou distribuídas (LinkedIn).
Acompanhe a tabela a seguir:

TIPO DE REDE CARACTERÍSTICAS

Centralizada Nela, um nó centraliza grande parte das conexões. Possui formato de estrela. Exemplo: Twitter

Tem vários centros. Não se mantém conectada por um só nó, e sim por um pequeno grupo de nós, que
Descentralizada
se conecta a diversos outros grupos. Conexões pessoais expandidas para o grupo. Exemplo: Facebook

325
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TIPO DE REDE CARACTERÍSTICAS

Todos os nós têm aproximadamente a mesma quantia de conexões. Somente esse terceiro tipo
Distribuída
poderia ser considerado uma rede efetiva. Exemplo: LinkedIn

Acompanhe ainda a próxima tabela:

COMPARTILHAR COM
GOSTAR DO CONTEÚDO COMENTÁRIOS
OUTROS USUÁRIOS

LinkedIn Gostei Comentar Compartilhar/Enviar

Facebook Curtir Comentar Compartilhar

Twitter Curtir Comentar Retuitar

Instagram Curtir Comentar Enviar

WhatsApp Reações Responder Encaminhar

Telegram Reações Responder Encaminhar

YouTube Curtir Comentar Compartilhar

O LinkedIn é uma rede social para pessoas e empresas, com foco no compartilhamento de informações pro-
fissionais e vagas de emprego. Permite a publicação de conteúdos como nas outras redes sociais, exceto conteúdo
de entretenimento como Reels (Instagram) e TikTok.
O Facebook é a maior rede social da atualidade, em quantidade de usuários. O participante poderá publicar,
compartilhar, curtir e comentar postagens de outros participantes e empresas.
O Facebook oferece recursos para a criação de páginas, grupos de discussão, unidades de aprendizado social,
entre outras opções.
O Twitter é uma rede social para publicação de postagens em tempo real. Permite a publicação de textos, ima-
gens, vídeos, cards, links e outros conteúdos.
O Instagram é uma rede social para publicação de imagens e vídeos. Permite a publicação de fotos, vídeos,

9
transmissões ao vivo e pequenos vídeos animados (Reels) como no app TikTok.

-3
A rede social Instagram permite que os usuários utilizem tags em palavras-chaves para conseguir o maior

40
número de visualizações, seguidores e likes.
.5
33
O WhatsApp e Telegram são comunicadores instantâneos. Através dos aparelhos smartphones ou da versão
Desktop, o usuário poderá trocar mensagens de texto, imagens, vídeos e realizar chamadas de áudio e vídeo com
.6
00

outros usuários.
-0

Além disso, esses aplicativos permitem a criação de grupos e listas de transmissão. Cada grupo terá o seu
administrador ou administradores, com permissões para envio de mensagens/postagem, ou não, permissão para
os

editar as configurações do grupo.


nt

O YouTube é uma plataforma streaming de produção e consumo de vídeos. Além dos vídeos propriamente
Sa

ditos, o YouTube tem uma função para publicar e assistir vídeos curtos (de no máximo 1 minuto).
os

Em todas as redes sociais e comunicadores, o problema de compartilhamento de fake news compromete a


participação dos membros. Alguns acabam abandonando a plataforma, de acordo com a quantidade de falsas
id

mensagens compartilhadas no perfil, página ou grupo.


ol

Em todas as redes é possível bloquear outros usuários, para não visualizar postagens, mensagens e notifica-
ic
N

ções que eles enviarem.


io
ric

LINKEDIN
au
M

A rede social LinkedIn foi adquirida recentemente pela Microsoft.


Nesta, os usuários criam os seus perfis, e, a partir destes, poderão estabelecer a sua rede de contatos.

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Voltada principalmente para contatos profissionais, o LinkedIn tem a participação de trabalhadores atuantes no
mercado de trabalho, outros em busca de colocação, outros de recolocação profissional, e, obviamente, das empresas.
Através dos contatos realizados através da rede social, os participantes podem encontrar vagas de empregos,
falar com o RH das empresas, avaliar o mercado de trabalho, entre outras opções.
Assim como no Facebook, é possível criar grupos e páginas de conteúdo.
Atente-se ao glossário de termos disposto abaixo:

z Usuários: todos os usuários cadastrados na plataforma, listados em um diretório (índice);


z Vagas: oferecidas pelas empresas na plataforma;

9
z Pulse: artigos publicados no Linkedin;

-3
z Tópicos: assuntos comentados e marcados.

40
FACEBOOK .5
33
.6
00
-0
os
nt

A rede social Facebook tem o maior porta-fólio de recursos para os seus usuários.
Sa

Assim como nas demais redes sociais, é possível selecionar o público que vê, ou não, -sua postagem.
os
id
ol
ic
N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au
M

Com o passar dos anos, vários recursos foram implementados. Vamos conhecer alguns deles:

z Páginas: um dos primeiros recursos da rede social. Permite a criação de uma página de conteúdo, para que os
usuários possam seguir, curtir e compartilhar o seu conteúdo publicado. Lembra um pouco a ideia dos blogs,
327
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
onde as postagens diárias são destacadas na linha de tempo das pessoas que curtiram ou estão seguindo a
página. As páginas não permitem o armazenamento e compartilhamento de arquivos, mas permite a criação
de promoções, integração com loja virtual etc.;
z Grupos: criados nos mesmos moldes do Google Grupos e do Yahoo Grupos, permitem o compartilhamento
de arquivos, associação de membros, administração do conteúdo e dos participantes. Os grupos podem ser
públicos, privados (necessitam de aprovação do administrador do grupo) ou secretos (somente as pessoas com
o link poderão chegar até a página inicial do grupo e solicitar a participação).

Atente-se ao glossário de termos:

z Feed de notícias: painel que reúne as postagens dos amigos e anúncios;


z Messenger: aplicativo para conversação via rede social, com envio de fotos, arquivos etc.;
z Atalhos: links rápidos para as páginas e grupos mais usados recentemente;
z Notificações: avisos sobre novas curtidas e compartilhamentos nas páginas e grupos;
z Eventos: calendário com programações que podem ser de seu interesse, porque são de interesse de seus
contatos;
z Grupos: páginas que podem ser públicas, privadas ou secretas, onde é possível interagir com outros usuários.
Recursos disponíveis em um grupo:

„ Foto/vídeo;
„ Enquete;
„ Vender um item;
„ Adicionar arquivo;
„ Criar álbum de fotos;
„ Criar documento;

9
-3
„ Criar evento;

40
„ Vídeo ao vivo.

.5
33
z Páginas: páginas que são públicas, mas não permitem o compartilhamento de arquivos. Voltadas para a divul-
.6

gação de negócios e vendas de produtos, por exemplo. Recursos disponíveis em uma página:
00
-0

„ Compartilhar uma foto ou vídeo;


„ Anunciar o seu negócio;
os

„ Criar um evento;
nt

„ Escrever uma nota;


Sa

„ Receber mensagens;
os

„ Criar uma oferta;


id

„ Receber ligações telefônicas;


ol

„ Ajudar as pessoas a encontrar seu negócio (mapas);


ic

„ Iniciar um vídeo ao vivo;


N

„ Gerar vendas.
io
ric

z Suas páginas: atalhos para as páginas que você criou ou gerencia;


au

z Lista de amigos: somente as postagens dos amigos, sem as postagens das páginas;
M

z Feed de páginas: somente as postagens das páginas, sem as postagens dos amigos;
z Cutucadas: recurso que deu muito o que falar, mas atualmente caiu em desuso;
z Informações: aplicativos e páginas que você é administrador/desenvolvedor;
z Neste dia: atividades de amizades no dia;
z Jogos;
z Sugerir edições: sugestões de correções que você enviou para páginas visitadas;
z Histórico de pagamentos: pagamentos realizados via Facebook Pay;
z Sentimento/atividade: selecionar uma das mensagens de apoio pré-configuradas;
z Check-in: marcação no mapa do local onde você está, como no Foursquare;
z Marcar amigos: adicionar amigos às postagens de sua rede social;
z Stories: postagens dos amigos que permanecem 24 horas disponíveis para visualização (como o app Snapchat).

TWITTER

328
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A rede social Twitter permitia, originalmente, o compartilhamento de mensagens curtas de textos com até 140
caracteres. Com as últimas implementações da empresa, passou-se a oferecer mais espaço para cada tweet.
Os nomes de usuários precisam ter até 15 caracteres. Caso exista um nome de usuário para a conta que estiver
criando, o Twitter apresentará sugestões semelhantes.
Alguns recursos permanecem originais, como os Trending Topics, ou assuntos mais comentados. Através de
hashtags (símbolo #) os usuários podem criar postagens que estejam associadas a um conteúdo ou tema, permi-
tindo o agrupamento de todas as mensagens com a mesma hashtag.
Cada mensagem é chamada de tweet, e pode conter textos, links externos, imagens embutidas e vídeos. O Twit-
ter oferecia o aplicativo Periscope, que permite a transmissão ao vivo a partir de dispositivos móveis.
Com o crescimento das outras redes sociais, o Twitter passou a atuar em nichos do entretenimento (artistas,
eventos, promoções)e, atualmente, está investindo no Twitter para Empresas.

9
-3
40
.5
33
.6
00

Atente-se ao Glossário de termos:


-0
os

z Moments: postagens mais curtidas pelos usuários do Twitter;


z Notificações: avisos de postagens que foram retwitadas, curtidas e novos seguidores;
nt
Sa

z Mensagens: Direct Message, mensagem direta, enviada de um usuário para você (mensagem privada);
z Tweetar: postar uma nova mensagem;
os

z Tweets: postagens já realizadas pelo usuário;


id

z Seguindo: quantidade de perfis no Twitter que você segue;


ol

z Seguidores: quem está seguindo o seu perfil;


ic

z Curtidas: tweets que você curtiu;


N

z Tweets e respostas: postagens já realizadas, e respostas enviadas;


io

z Mídia: postagens com imagens e vídeos; CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


ric

z Tópicos (Trending Topics): tópicos mais comentados com a mesma hashtag.


au
M

INSTAGRAM

Rede social para o compartilhamento de fotos, vídeos e outros conteúdos, é do Facebook.


Para participar da rede o usuário pode criar um perfil independente ou associar com uma conta Facebook.
Várias contas podem ser criadas pelo mesmo usuário, e quando for utilizar, escolhe o perfil para aquela sessão.
Os posts poderão ser realizados na timeline, nos stories, ou transmissões ao vivo.
Compartilha vários conceitos de outras redes sociais, porém com nomes próprios para diferenciar.
Em uma das últimas atualizações, integrou o sistema de mensagens com a plataforma Facebook Messenger,
facilitando a comunicação com clientes pelos perfis de empresas. Todas as mensagens recebidas em páginas de
Facebook, Facebook Messenger e Instagram Messenger foram reunidas em um hub na página de mensagens do
Facebook Business.
Em relação às outras redes sociais, é a que mais recebe atualizações. 329
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Com concorrentes como o Snapchat e TikTok,
vários recursos delas são copiados pelo Instagram. z Vídeo do Reels: criação de vídeos curtos para
O acesso à rede social poderá ser por verificação Reels. Eles são exibidos com destaque no Explorar,
de duas etapas, com o envio de um código por SMS a para outros usuários;
cada novo acesso solicitado.
z Reels: vídeos curtos postados nesta categoria;
Atente-se ao glossário de termos:
z Vídeo do IGTV: criação de postagem que per-
manecerá armazenada no IGTV (Instagram TV);
z Story: postagem com conteúdo criado pelo
z Ao vivo: transmissão ao vivo do perfil do
usuário em cima de uma foto ou vídeo, com ou
usuário, que poderá ter outros participantes que
sem aplicação de filtros, efeitos Boomerang, Layout
o dono do perfil autorizar para compartilhar a
(para várias imagens ou vídeos), Mãos livres, Cap-
transmissão. Durante a transmissão, Selos podem
tura múltipla e Nível. A postagem dura 24 horas
ser usados, comentários e perguntas. Os comentá-
e é exibida no painel do Instagram junto com os
rios podem ser fixados ou ocultados;
outros perfis que o usuário segue. A postagem
poderá ser compartilhada nos stories do Facebook; z IGTV: vídeos longos e transmissões ao vivo
que foram salvas e disponibilizadas no IGTV;
z Destaque dos stories: os stories poderão ser
organizados em grupos, tornando-os permanentes; z Marcados: postagens em que o seu perfil foi
z Boomerang: vídeo curto com ida e volta (filma- mencionado com @ ou marcado por outro usuário;
gem comum e reverso);
z Mãos livres: gravação com o auxílio de suporte;
z Captura múltipla: várias capturas de fotos para a z Guia: orientações para postagens sobre
postagem; Locais, Produtos e Publicações;
z Nível: divide a tela em quadrantes para alinha- z Hashtags: diretório de hashtags, organizadas
mento da foto ou vídeo; numericamente, para acesso a postagens que
z Insights: dados sobre interação com o conteúdo usaram os termos informados com # no início da
nos períodos recentes (seguidores, conteúdo com- palavra.
partilhado em publicações, stories, vídeos do IGTV
e vídeos ao vivo), dos últimos 7 dias, 14 dias, 30 WHATSAPP
dias e mês anterior;
z Nova publicação: criação de novo conteúdo para O WhatsApp é um comunicador instantâneo, que

9
a rede social com base em foto, vídeo ou gravação incorretamente é conhecido como rede social. Possui

-3
40
no estúdio de criação; alguns princípios em comum com as redes sociais e

.5
poderá ser acessado de várias formas:
33
z Atividade: novos seguidores, marcações de
perfil em comentários, comentários em posts e res-
.6

z WhatsApp aplicativo no smartphone;


00

postas de comentários; z WhatsApp Web acessado pelo navegador de Inter-


-0

net (espelhamento);
z Bate papo: mensagens recebidas e enviadas z WhatsApp Desktop instalado no computador do
os

pelo Instagram. Poderá conversar com textos, figu- usuário (espelhamento).


nt

rinhas, links e imagens salvas no dispositivo;


Sa

Por ser um aplicativo de mensagens, o espelha-


os

z Explorar: pesquisar postagens semelhantes mento das mensagens tanto nas versões Web ou Desk-
às postagens que costuma curtir ou visualizar na
id

top estão condicionados ao aplicativo do smartphone,


rede social. Se você curtir fotos em praias, o Explo-
ol

que precisará continuar ativo enquanto o usuário


rar mostrará outras fotos com o mesmo tema;
ic

estiver utilizando o navegador de Internet ou o pro-


N

grama instalado.
z Perfil: acesso às personalizações do perfil na
io

Nas próximas atualizações, esta restrição de sin-


rede social;
ric

cronismo poderá ser eliminada.


au

z Salvos: postagens que o usuário marcou como


M

“Salvo”. Apenas o usuário poderá ver. Se houve-


rem grupos de posts, segure na bandeirinha da
postagem para escolher qual o grupo para guardar
o post;
Na versão WhatsApp Web é possível ativar notifi-
z Configurações: acesso às configurações do
cações na área de trabalho, para exibir balões com o
perfil como visibilidade, notificações, dados da
título da mensagem e remetente, quando algum con-
empresa, segurança, privacidade, anúncios, conta
teúdo é recebido. A notificação aparecerá na Área de
e central de contas do Facebook;
Notificações do computador, próximo da data e hora
z Trocar conta: escolher outra conta para pos- na Barra de Status.
tagens ou navegação; O WhatsApp tem duas opções de instalação no
smartphone: comum e Business.
z Publicações: lista de postagens do usuário na A versão Business oferece alguns recursos especí-
rede social na forma de timeline, com a mais recen- ficos para uma pequena empresa, como catálogo de
te primeiro; produtos, mensagens de respostas automatizadas,
330 mensagens predefinidas etc.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao enviar uma mensagem, quando o usuário não z mensagem lida (se o destinatário desativou a
tem acesso à Internet, aparecerá um relógio ao lado confirmação de leitura, a mensagem não mudará
dela, até que seja estabelecida uma conexão para o para este status para o remetente);
envio. z mensagem aguardando conexão com Internet
Após alguns segundos de tentativas, a mensagem ou sendo enviada;
poderá aparecer como “não enviada”, permitindo a
tentativa de reenvio. z mensagem não enviada (poderá tentar enviar
Arquivos enviados pelo WhatsApp possuem limi- novamente).
te de 100MB. Podemos enviar PDFs, DOCX, imagens e
vídeos. Atente-se ao glossário de termos:
Mensagens e arquivos podem ser encaminhados
para até 5 contatos ou grupos. Se a mensagem ou z Usuários: cadastrados a partir de um número de
arquivo já foi recebido a partir de um encaminha- telefone;
mento, então ela só poderá ser enviada para 1 novo z Grupo: usuários cadastrados em um grupo (até
contato. E aparecerá com o título “Encaminhada com 257 participantes);
frequência”. z Administrador: usuário que criou o grupo ou pro-
Nas mensagens o usuário poderá digitar textos, moveu para Administrador outros usuários parti-
formatar (com símbolos como * * para negrito e _ _ cipantes. Ele poderá gerenciar o grupo, divulgar
para itálico), usar emojis (figurinhas de sentimentos link, remover usuários e promover outros para
administrador;
z Criar uma sala: opção para transmissão de con-
estilo emoticons ), figurinhas (animadas ou está-
teúdo para alguns usuários adicionados na sala de
ticas, a partir de arquivos GIF) ou anexos . transmissão;
Nas conversas e grupos, é possível localizar ocor- z Silenciar notificações: ao participar do grupo,
as mensagens recebidas poderão ser notificadas
rências de textos ao clicar no ícone de lupa no aparelho do usuário. Caso não deseje, basta
Se a pesquisa for realizada na parte superior, bus- Silenciar notificações (do grupo ou de usuários
cará em contatos e mensagens. específicos);
Ao adicionar um conteúdo no grupo ou conversa z Perfil: dados e configuração do usuário;
com contatos, poderemos usar as seguintes opções: z Catálogo: produtos cadastrados no WhatsApp
Business que poderão ser divulgados em conver-
sas e grupos;
z Mensagens arquivadas: o usuário poderá guardar

9
z ou Sala de vídeo para os participan- mensagens de contatos e grupos, para “limpar” a

-3
tes do grupo;

40
listagem do aplicativo. Elas não são apagadas, ape-
nas retiradas da exibição;
.5
33
z ou Catálogo de produtos: enviar link z Favoritas: o usuário poderá favoritar mensagens,
.6

e descrição de produtos no WhatsApp Business; para que apareçam com destaque na listagem;
00

z Fixar mensagens: o usuário poderá fixar mensa-


-0

z ou Contato: compartilhar dados de um gens no topo da listagem (até 3 conversas fixadas);


contato com outros participantes; z Marcar como não lida: mensagens que foram
os

lidas poderão ser sinalizadas como não lidas;


nt

z Etiquetas: rótulos do WhatsApp Business para


Sa

z ou Documentos: enviar arquivos para o identificar e classificar as conversas com os usuá-


grupo. Formato PDF é exibido como miniatura;
os

rios (ou clientes);


id

z Status: imagem ou vídeo com exibição para


ol

z ou Câmera: envio de foto ou vídeo


ic

diretamente da câmera; os contatos que possuam o seu contato cadastrado.


N

O usuário deverá estar cadastrado em seus conta-


io

tos e ele deverá ter você cadastrado nos contatos


z ou Imagem ou vídeo armazenado no CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

dele, para visualizar o seu status. O vídeo ou ima-


dispositivo;
au

gem é removido após 24 horas;


M

z Pagamento: envio de valores diretamente


pelo WhatsApp, via Facebook Pay; z Mensagens temporárias: após 7 dias, as
mensagens enviadas para o grupo serão apagadas
z Localização: enviar para o grupo ou contato automaticamente;
a localização do seu smartphone, baseado no GPS z Lista de transmissão: semelhante ao conceito do
dele. Status, uma lista de transmissão é uma forma de
envio de mensagens com textos, imagens, vídeos,
Status das mensagens: para vários usuários ao mesmo tempo. Parece
um grupo, mas não há interação entre os parti-
cipantes dentro da lista. Eles apenas recebem o
z nova mensagem; conteúdo. Assim como o Status, ambos (emissor e
z mensagem enviada; receptor) precisam estar cadastrados em ambos os
aparelhos;
z mensagem entregue e não lida; z Pagamentos: novidade do WhatsApp, permi-
te o envio e recebimento de valores através do 331
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
comunicador. Ele é associado a uma conta de Inicialmente, vamos conhecer as três categorias de
alguns bancos (como Mercado Pago) e a um cartão sistemas de informação em uma empresa:
de débito do próprio banco. Ao receber dinheiro, é
creditado na conta. Ao pagar, é debitado pelo car- z Decision Support Systems (DSS), ou Sistemas de
tão de débito do saldo da conta no banco. O siste- Apoio a Decisão: são baseados em relatórios ana-
ma está associado ao mecanismo Facebook Pay. A líticos, normalmente utilizados por usuários de
empresa Facebook Pagamentos do Brasil foi apro- nível operacional;
vada como um “iniciador de pagamentos”; z Management Information Systems (MIS), ou Siste-
z Contato: o usuário poderá enviar como men- mas de Informações Gerenciais: permitem análises
sagem os dados de um contato de seu aparelho. mais profundas, com a realização de simulações
Quem receber poderá adicionar em seus contatos de cenários. Por vezes, utilizam-se de ferramentas
ou enviar mensagem para ele. Se o contato é com- de Data Mining para identificação de cruzamentos
partilhado em um grupo, o administrador poderá não triviais. São utilizados por analistas de negócio
adicionar ele ao grupo através dos dados de conta- no nível tático;
to que foram compartilhados lá; z Executive Information Systems (EIS), ou Sistemas
de Informações Executivas: são voltados para
z Envio de fotos e vídeos: poderão ser imagens
profissionais que atuam no nível estratégico das
armazenadas no aparelho ou obtidas no momento
empresas, como diretores e presidência. Oferecem,
do envio (através da câmera).
para tanto, um conjunto de indicadores-chave de
performance (KPI, ou Key Performance Indicators).
Novas funcionalidades estão sendo implementa-
das no WhatsApp, como:
Esta classificação em nível macro, permite com-
preender que não existe um sistema completo, geral e
z Versão web não vai depender do celular;
independente na empresa. Temos vários tipos de siste-
z Acesso em até quatro celulares ao mesmo tempo;
mas, altamente especializados, que colaboram entre si
z Fotos e vídeos autodestrutivos;
para a produção de consolidados que poderão ser usa-
z Opção de enviar imagens com qualidade melhor;
dos pelos executivos e gerentes na tomada de decisão.
z Pré-visualização das URLs enviadas no chat;
Na TGS, os sistemas também podem ser classifica-
z Ferramenta para ativar contas banidas dentro do app;
dos por outros critérios, em um contexto específico:
z Arquivos arquivados para sempre;
z Transferência de chats entre Android e iOS.
z Pelo grau de formalidade;
z Pelo grau de automatização aplicado;
TELEGRAM z Pela relação com a tomada de decisão;

9
z Pela natureza dos inputs e outputs;

-3
Tal como o WhatsApp, o Telegram é um aplicativo z Pela fonte e grau de medida;

40
de mensagens instantâneas que pode ser encontrado z Pelo valor.
nas seguintes formas:
.5
33
GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
.6

z Telegram aplicativo no smartphone;


00

z Telegram Web acessado pelo navegador de Inter-


A gestão é o gerenciamento e compreensão do
-0

net (espelhamento);
sistema de informação. Geralmente designado a um
z Telegram Desktop instalado no computador do
os

funcionário com conhecimento técnico na empresa, o


usuário (espelhamento).
nt

Gestor de Sistemas de Informação.


Sa

A Gestão do Sistema de Informação consiste no


O programa Telegram, apesar de ser muito seme- conjunto de atividades que numa organização são
os

lhante ao WhatsApp, em questões de funcionalidade, necessárias para gerir a informação, o Sistema de


id

oferece alguns recursos adicionais, como acesso aos Informação e a adoção de Tecnologia de Informação
ol

arquivos e mensagens anteriores de um grupo, além para Suporte (à informação). Associado com o Plane-
ic

da opção para ocultar o número do celular do usuário jamento, Desenvolvimento e Exploração do sistema
N

na descrição do perfil. de informação, permite que estas áreas se comuni-


io

quem, oportunizando melhorias contínuas.


ric

Os sistemas podem ser classificados em:


au
M

VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE z Sistemas abertos: são aqueles que sofrem intera-
ções com o ambiente em que estão inseridos;
SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA z Sistemas fechados: são aqueles que não sofrem
DE NEGÓCIO influência externa e possuem entropia constante;
z Sistemas adaptáveis: aqueles que se adaptam às
ORIGEM E APLICAÇÃO mudanças por meio do melhoramento contínuo;
z Sistemas não adaptáveis: aqueles que não pre-
Os sistemas de informação, definidos na Teoria veem mudanças significativas diante das altera-
Geral dos Sistemas (TGS), apresentam-se de forma ções e influências do ambiente;
prática quando aplicados nos negócios. z Sistemas permanentes: não possuem prazo
A visão geral sobre os sistemas de suporte à deci- determinado de existência;
são permite conhecer as diferentes categorias em que z Sistemas temporários: possuem prazo determi-
eles são utilizados nas empresas. A inteligência de nado de existência.
negócio é a tomada de decisões baseadas em informa-
ções consolidadas produzidas por relatórios e tabelas Os sistemas de informação da Teoria Geral de Sis-
332 de um sistema de suporte. temas podem ser divididos em:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Sistemas de Informação Transacional (SIT): são de nível operacional e cuidam do armazenamento dos
dados e sua captação, entre outras ações;
z Sistemas de Informações Gerenciais (SIG): são de nível tático e produzem relatórios de acordo com os dados
existentes e o ambiente;
z Sistemas de Apoio à Decisão (SAD): são de nível estratégico e produzem relatórios e gráficos ajustados de
acordo com um problema que deseja solucionar.

SISTEMAS DE APOIO ÀS OPERAÇÕES


Processamento de Transações
Controle de Processos
Colaboração entre equipes e grupos de trabalho (Microsoft Teams)
SISTEMAS DE APOIO GERENCIAL
Sistemas de Informação Gerencial que produzem relatórios padronizados para os executivos
Sistemas de Apoio à Decisão, interativos
Sistemas de Informação Executiva, elaborada especificamente para os executivos tomarem decisão acerca de um
problema

Segundo O’Brien, os sistemas de informação podem ser classificados em dois grandes grupos: Sistemas de
Apoio às Operações e Sistemas de Apoio Gerencial. O primeiro colabora nas operações e processos realizados pela
organização. O segundo, no apoio ao processo de decisão dos executivos.
Vejamos na tabela seguinte qual a função de cada uma dessas subdivisões:

SISTEMA DESCRIÇÃO
Processamento de Informações Processam dados
Controle de Processos Monitoramento e controle de processos
Colaborativos Comunicação e integração entre os colaboradores
Informação Gerencial Informações em relatórios
Apoio à decisão Apoiam a decisão dos gerentes

9
-3
Informações críticas elaboradas para as necessidades de

40
Informação Executiva
informação dos executivos
.5
33
.6

Laudon e Laudon sugerem outra classificação dos tipos de SI com base nos níveis organizacionais e públicos
00

atendidos por essas ferramentas. Dessa forma há sistemas de nível operacional, de nível de conhecimento, de
-0

nível gerencial e de nível estratégico.


os

TIPOS DE SISTEMAS DE
nt

ÁREAS FUNCIONAIS GRUPOS ATENDIDOS


INFORMAÇÃO
Sa

Nível Operacional Gerentes operacionais


os

Nível de Conhecimento Recursos Humanos, Finanças, Marke- Trabalhadores do Conhecimento


id

ting, Produção
ol

Nível Gerencial Gerentes Médios


ic

Nível Estratégico Gerentes Seniores


N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

MINERAÇÃO DE DADOS: NOÇÕES E CARACTERÍSTICAS


au
M

Mineração de dados (em inglês, data mining) é o processo de encontrar anomalias, padrões e correlações em
grandes conjuntos de dados com o intuito de prever resultados. Ao empregar uma ampla variedade de técnicas,
você pode usar essa informação para aumentar a renda, cortar custos, melhorar o relacionamento com os clien-
tes, reduzir riscos e muitas outras coisas.
A mineração de dados também é conhecida como descoberta de conhecimento em dados (KDD).
Quais as vantagens da mineração de dados?

z Detectar fraudes;
z Minimizar riscos;
z Antecipar demanda de recursos;
z Aumentar a taxa de resposta de campanhas de marketing;
z Minimizar atritos com clientes.

Um data warehouse é um tipo de sistema de gerenciamento de dados projetado para ativar e entregar suporte
às atividades de business intelligence (BI), especialmente a análise avançada. Os data warehouses destinam-se
exclusivamente a realizar consultas e análises avançadas e geralmente contêm grandes quantidades de dados 333
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
históricos. Os dados em um data warehouse geralmente são derivados de uma ampla variedade de fontes, como
arquivos de log de aplicativos e aplicativos de transações.
Um data warehouse típico geralmente inclui os seguintes elementos:

z Um banco de dados relacional para armazenar e gerenciar dados;


z Uma solução de extração, carregamento e transformação (ELT) para preparar os dados para análise;
z Análise estatística, relatórios e recursos de mineração de dados;
z Ferramentas de análise de clientes para visualizar e apresentar dados aos usuários de negócios;
z Outras aplicações analíticas mais sofisticadas que geram informações úteis por meio de aplicação de algorit-
mos de machine learning e inteligência artificial (IA).

DATA WAREHOUSES, DATA MARTS E ARMAZENAMENTO DE DADOS DE OPERAÇÃO

Embora desempenhem funções semelhantes, os data warehouses são diferentes dos data marts e dos armaze-
namentos de dados de operação (ODSs). Um data mart realiza as mesmas funções que um data warehouse, mas
dentro de um escopo muito mais limitado, geralmente um único departamento ou linha de negócios, o que torna
o estabelecimento dos data marts mais fácil que os dos data warehouses. No entanto, eles tendem a introduzir
inconsistência porque pode ser difícil gerenciar de modo uniforme e controlar os dados em vários data marts.

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol
ic
N
io
ric
au
M

Existem muitas ferramentas para mineração de dados, cada uma com uma característica marcante de opera-
ção. A maioria são de aplicações com Código aberto ou Software Livre, mas existem as opções proprietárias.

334
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Comparação entre Data Warehouses e Bancos de Dados

CARACTERÍSTICAS DATA WAREHOUSE BANCO DE DADOS TRANSACIONAL


Cargas de Trabalho Adequadas Análises, relatórios e big data Processamento de transações
Dados capturados no estado em que se en-
Dados coletados e normalizados de di-
Fonte de Dados contram, de uma única fonte, como um siste-
versas fontes
ma transacional
Otimizado para operações contínuas de gra-
Operações de gravação em massa, exe-
vação à medida que novos dados são dispo-
Captura de Dados cutadas normalmente em uma progra-
nibilizados para maximizar o throughput das
mação de lotes pré-determinada
transações
Esquemas desnormalizados, como Star
Normalização de Dados Esquemas estáticos altamente normalizados
ou Snowflake
Otimizado para simplicidade de acesso Otimizado para operações de gravação de
Armazenamento de Dados e alto desempenho de consultas usan- alto throughput em um único bloco físico
do armazenamento colunar orientado a linhas
Otimizado para minimizar a E/S e maxi- Grandes volumes de pequenas operações de
Acesso aos Dados
mizar o throughput de dados leitura
Fonte: Amazon AWS

O BI, Business Intelligence (inteligência empresarial em português), é o processo de recolhimento e tratamento


de informações que apoiam a gestão de um negócio.
O data warehouse é parte do processo de Business Intelligence.

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os

Os data warehouses são constituídos, normalmente, de imensa quantidade de dados, por isso, é necessário
id

uma ferramenta para varrer automaticamente tais dados a fim de pesquisar tendências e padrões a partir de
ol

regras pré-definidas que dificilmente seriam encontrados em uma pesquisa comum.


ic
N
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric
au

FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS


M

DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO

Para entendermos melhor o que é um banco de dados, é necessário compreender antes a diferença que existe
entre dado, informação e conhecimento.
SABADIN (2020) define que o dado é um conteúdo que ainda não foi processado para gerar um significado. Tam-
bém pode-se dizer que dado é a menor unidade de conteúdo que tem significado no mundo real. Para gerar alguma
informação, é necessário, então, realizar uma análise nestes dados e formatá-los de uma forma mais resumida e de
fácil entendimento. A partir da informação, pode-se gerar conhecimento. Assim, quando conseguimos compreender
informações e relacioná-las a um contexto, estamos obtendo conhecimento.

DADO INFORMAÇÃO CONHECIMENTO

A partir dos conceitos do que são dados, informações e conhecimento e qual a diferença entre ambos, precisa-
mos definir agora onde os dados ficam armazenados.
335
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CONCEITO DE BANCO DE DADOS Já o autor Silberschatz (2006) define um SGBD
como uma coleção de dados interrelacionados e um
Elmasri e Navathe (2011) definem Banco de Dados
conjunto de programas para acessar esses dados. O
(ou Base de Dados) como “uma coleção de dados, que
objetivo principal de um SGBD é prover formas de
representam algo do mundo real, se relacionam entre si
armazenar e recuperar informação em um banco de
e são projetados, construídos e populados para atender
a um grupo de usuários interessados, com um fim espe- dados de maneira conveniente e eficiente.
cífico”. É interessante mencionarmos também a defi- Ainda segundo Silberrschatz (2006), uma das prin-
nição dada por C. J. Date (2003), no qual “um banco de cipais razões para se usar um SGBD é ter um controle
dados é uma coleção de dados persistentes que é usada central dos dados e dos programas que acessam esses
pelos sistemas de uma organização”. dados. Elmasri e Navathe (2011) enumeram várias
A partir destas definições, Elmasri e Navathe vantagens na utilização de SGBDs, tais como:
(2011) destacam que existem algumas propriedades
implícitas de um banco de dados, são elas: z Controle de redundância;
z Restrição de acesso não autorizado;
z Representação do mundo real: um banco de z Armazenamento persistente;
dados representa algum aspecto do mundo real, z Armazenamento de estruturas para o processa-
algumas vezes chamado de “minimundo”. Mudan- mento eficiente de consultas;
ças no minimundo provocam mudanças na base de z Backup e restauração;
dados. Por exemplo, se quisermos construir uma z Múltiplas interfaces para os usuários;
aplicação para uma Universidade, o nosso “mini- z Representação de relacionamentos complexos
mundo” deveria ser representado por dados refe- entre os dados;
rentes à professores, alunos, cursos, disciplinas etc. z Garantia de restrições de integridade.
Sempre que uma nova informação fosse adicionada
(ingresso de novos alunos) ou modificada (mudan- De forma resumida, temos, então, que o SGBD é um
ça de professor para uma disciplina), seria necessá- sistema de software de uso geral que facilita o proces-
rio atualizar essas informações na base de dados; so de definição, construção, manipulação e comparti-
z Dados com significado inerente: um banco de lhamento de dados entre diversos usuários e aplicações.
dados é uma coleção logicamente coerente de Ele também tem a função de proteção (contra falhas de
dados com algum significado inerente. Uma varie- hardware e software) e de segurança (acessos não auto-
dade aleatória de dados não pode ser corretamente rizados ou maliciosos) dos dados nele armazenados, ao
chamada de banco de dados. Por exemplo, não faria mesmo tempo em que permite o compartilhamento des-
sentido uma base de dados com informações sobre ses dados entre vários usuários e aplicações.
um cadastro de pessoas (nome, sobrenome, data Antes da criação do conceito de SGBD, os bancos
de nascimento etc.) no mesmo local (ou na mesma de dados utilizavam apenas sistemas de arquivos,

9
tabela para casos de bancos de dados relacionais) não existindo muita integração entre sistemas distin-

-3
do cadastro de carros (modelo, cor, placa, chassi); tos. Isso gerava diversos problemas, tais como, redun-

40
z Dados com finalidade específica: um banco de dância de dados, concorrência de acessos, além de
dados é projetado, construído e populado por .5
33
que toda a organização dos dados ficava armazenada
dados atendendo a uma proposta específica. Ele
no programa que fazia a sua utilização. Com isso, se
.6

possui um grupo definido de usuários e algumas


00

aplicações previamente concebidas nos quais esses a estrutura de dados de um arquivo fosse alterada,
-0

usuários estão interessados. Um banco de dados de todos os programas que utilizassem esse arquivo pre-
uma loja de varejo é diferente em tamanho e com- cisariam ser atualizados, pois deixariam de funcionar.
os

plexidade se comparado ao mantido pela Receita Cenário impossível atualmente, não é mesmo?
nt

Federal com dados fiscais de toda a população bra-


Sa

sileira, por exemplo; Características de um SGBD


os

z Geração e manutenção dos dados: um banco de


dados pode ser gerado e mantido manualmen-
id

Os dados podem ser armazenados em arquivos


te ou de forma automatizada. Por exemplo, um no formato texto, planilhas ou em bancos de dados.
ol

catálogo de cartão de biblioteca é um banco de


ic

Elmasri e Navathe (2011) destacam as principais


N

dados que pode ser criado e mantido manualmen- características da abordagem de banco de dados que
io

te. Já um banco de dados criado e mantido por um diferem do armazenamento de dados em sistemas de
ric

grupo de programas de aplicação, como um Siste- arquivos, são elas:


ma Gerenciador de Banco de Dados – SGBD, é um
au

exemplo de automatizado ou computadorizado.


M

z Natureza de autodescrição de um banco de dados;


SISTEMA GERENCIADOR DE BANCO DE DADOS z Isolamento entre programas e dados;
(SGBD) z Abstração de dados;
z Suporte para múltiplas visões de dados;
Bancos de dados existem normalmente para z Compartilhamento de dados;
serem utilizados por aplicações. São elas que realizam z Processamento de transação multiusuário.
as consultas e fazem alterações em cima destes dados.
Para tornar este processo mais simples, existe o Siste- Arquitetura de um SGBD
ma Gerenciador de Banco de Dados (SGBD).
Conforme vimos anteriormente, uma das princi-
Definição de SGBD
pais características de um SGBD é retirar da aplicação
Elmasri e Navathe (2011) definem um SGBD como a preocupação de realizar a estruturação dos dados,
uma coleção de programas que permite aos usuá- deixando de forma transparente o acesso a eles.
rios criar e manter um banco de dados. Fique atento De forma simplificada, um SGBD faz a interfa-
que este conceito é bastante cobrado em provas de ce entre a camada física de armazenamento dos
336 concursos! dados (discos, storage, métodos de acesso, clustering
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de dados etc.) e a sua organização lógica através de controle geral do sistema em um nível técnico
um determinado modelo de organização. Dessa for- (C. J. DATE, 2003).
ma, o SGBD elimina grande parte da complexidade
do gerenciamento dos dados, fazendo com que os z Projetistas de Banco de Dados:
usuários e programadores tenham um foco maior na
construção da lógica de suas aplicações e consultas ao „ São responsáveis por identificar os dados a
invés do armazenamento dos dados. serem armazenados e escolher estruturas apro-
Assim, SGBDs são construídos, de forma geral, por priadas para representar e armazenar esses
módulos com funcionalidades bem definidas. Cada dados. Também é responsabilidade dos pro-
módulo possui uma responsabilidade no processo de jetistas de banco de dados se comunicar com
gerenciamento dos dados. Usuários e programado- todos os potenciais usuários a fim de entender
res interagem com estes módulos a fim de obter seus suas necessidades e criar um projeto que as
resultados. A figura a seguir detalha essa estrutura: atenda (ELMASRI; NAVATHE, 2011).

z Usuários Finais:

„ São pessoas cujas funções exigem acesso ao


banco para consultas, atualizações e geração de
relatórios (ELMASRI; NAVATHE, 2011).

z Analistas de Sistemas:

„ Determinam os requisitos de usuários finais,


especialmente dos usuários comuns, e desenvol-
vem especificações das transações para atender
a estes requisitos (ELMASRI; NAVATHE, 2011).

z Programadores de Aplicações:

„ Implementam especificações produzindo pro-


gramas e, então, testam, depuram, documen-
tam e mantêm estes programas. Analistas e
programadores devem estar familiarizados

9
-3
com todas as capacidades fornecidas pelo SGBD

40
para desempenhar estas tarefas (ELMASRI;
NAVATHE, 2011)..5
33
.6

Exemplos de SGBD
00
-0

Atualmente existem vários fornecedores de ban-


os

Fonte: Adaptado de Elmasri e Navathe (2011, p. 4). cos de dados. Cada um deles possui características e
algumas peculiaridades no qual são necessárias análi-
nt

ses antes de decidir qual banco utilizar, sendo alguns


Sa

Profissionais de Banco de Dados


destinados a projetos menores, enquanto outros não.
os

Dessa forma, o custo para realizar a implantação do


Existem vários tipos de profissionais que estão
id

SGBD deve ser levado em conta antes da contratação.


envolvidos em um SGBD. Alguns têm um foco mais A seguir são descritos os principais SGBDs dispo-
ol

gerencial, enquanto outros apenas se concentram na


ic

níveis no mercado e que estão sempre presentes nas


manipulação dos dados.
N

questões de provas de concursos.


C. J. Date (2003) e Elmasri e Navathe (2011) descre-
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

vem alguns tipos de profissionais e suas atividades: z MySQL é um dos SGBDs de código aberto mais
au

populares do mundo. Com seu desempenho com-


Administrador de Dados (AD) provado, confiabilidade e facilidade de uso, o
M

MySQL se tornou a principal escolha de banco de


„ Pessoa que toma as decisões estratégicas e de dados para aplicativos baseados na web, usados​​
normas com relação aos dados da empresa. por Facebook, Twitter, YouTube, Yahoo! e muitos
Decisões, estas, das quais informações devem mais. O site oficial é o <https://www.mysql.com/>.
ser mantidas no banco de dados. z ORACLE é um dos bancos de dados mais robustos e
confiáveis do mundo corporativo. Possui uma vas-
z Administrador de Banco de Dados (DBA): ta lista de recursos e tem a linguagem PL/SQL para
desenvolvimento de funcionalidades internas.
Integra-se com várias linguagens de programação
„ É a pessoa que fornece o suporte técnico para
como Java, C, C++, entre outras, como também,
implementar essas decisões. Define e imple- pode ser executado em várias plataformas como
menta um sistema de controle de danos ao ban- Windows e Linux, por exemplo. O site oficial é o
co de dados, em geral envolvendo a carga e a <http://www.oracle.com>.
descarga de banco de dados. Também define as z PostgreSQL é um poderoso SGBD de código aber-
restrições de segurança e integridade do ban- to que usa e estende a linguagem SQL combinada
co de dados. Assim, o DBA é responsável pelo com muitos recursos que armazenam e escalam
337
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
com segurança as cargas de trabalho de dados mais
complicadas. As origens do PostgreSQL remontam
a 1986 como parte do projeto POSTGRES na Univer- Usuário finais
sidade da Califórnia em Berkeley e tem mais de 30
anos de desenvolvimento ativo na plataforma cen- Nível esterno
Visão Visão
tral. O seu site oficial é <http://www.postgresql.org>. externa externa
z SQL Server é um SGBD desenvolvido e comercia-
lizado pela Microsoft. Ele é construído sobre SQL, Mapeamento
uma linguagem de programação padrão para inte- externo / conceitual
ragir com os bancos de dados relacionais. O SQL
Server está vinculado ao Transact-SQL, ou T-SQL, a Nível conceitual Esquema conceitual
implementação do SQL da Microsoft que adiciona Mapeamento
um conjunto de construções de programação pro- conceitual / interno
prietárias. Seu site oficial é o < https://www.micro-
Nível interno Esquema interno
soft.com/en-us/sql-server/>.
Arquitetura de Três Esquemas (ANSI/SPARC)

A divisão em diversos componentes (software


de aplicação, SGBDs, etc) é o principal objetivo dos
Banco de dados
sistemas de banco de dados, proporcionando uma armazenados
independência entre as estruturas subjacentes. A
arquitetura de três esquemas foi criada como sendo Fonte: Adaptado de Elmasri e Navathe (2011, p. 22)
uma estratégia para formalizar essa independência.
Elmasri e Navathe (2011) define que o objetivo da É importante destacar que nessa arquitetura, os
arquitetura de três esquemas é separar o usuário da três esquemas são apenas descrições dos dados. O
aplicação do banco de dados físico. Nessa arquitetura, dado, propriamente dito, existe somente no nível
físico e um usuário interage somente ao seu próprio
os esquemas são organizados em três níveis, são eles:
esquema externo.
Nível externo (ou visão externa): INDEPENDÊNCIA DE DADOS

z Inclui uma série de esquemas externos ou visões Elmasri e Navathe (2011) definem a independên-
do usuário. Cada esquema externo descreve a par- cia de dados como a capacidade de modificar ou alte-
te do banco de dados em que um grupo de usuários rar a definição dos esquemas em determinado nível,
sem afetar o esquema do nível superior. A arquitetura

9
em particular está interessado e oculta o restante

-3
do banco de dados do grupo de usuários. de três esquemas auxilia na independência de dados.

40
Existem dois tipos de independência de dados, são
Nível conceitual (ou esquema conceitual):
eles:
.5
33
.6

Independência Lógica de Dados:


00

z Descreve a estrutura do banco de dados inteiro


para a comunidade de usuários, ocultando deta- z É a capacidade de alterar o esquema conceitual sem
-0

lhes das estruturas de armazenamento físico e mudar o esquema externo ou os programas. A inde-
os

concentrando-se na descrição de: pendência lógica é mais difícil de ser alcançada que
nt

a independência física porque os programas são


Sa

„ Entidades; dependentes da estrutura lógica dos dados.


„ Tipos de Dados;
os

Independência Física de Dados:


„ Relacionamentos;
id

„ Operações de usuários; z É a capacidade de mudar o esquema interno sem


ol

„ Restrições. ter de alterar o esquema conceitual. Consequente-


ic

mente, o esquema externo também não precisa ser


N

Nível interno (ou esquema interno): modificado.


io
ric

z Também conhecido como nível de armazenamen- MODELOS DE DADOS


au

to, descreve a estrutura de armazenamento físico


M

do banco de dados. O esquema interno usa um Após estudarmos os principais conceitos de banco
modelo de dados físico e descreve os detalhes com- de dados, vamos nos concentrar nos diferentes tipos
pletos do armazenamento de dados e caminhos de de modelos de dados que possibilitam diferentes tipos
acesso para o banco de dados. de visões dos usuários.
Para C. J. Date (2003) os modelos de dados servem
Para uma melhor visualização, acompanhe o para descrever a estrutura de um banco de dados,
esquema abaixo: fornecendo significado necessário para permitir a
abstração de dados, uma das características funda-
mentais dos bancos de dados.
A abstração de dados em um SGBD tem o intuito
de retirar da visão do usuário final informações a res-
peito da forma física de armazenamento dos dados,
simplificando a interação do usuário com o sistema.
A abstração de dados, então, refere-se à supressão de
detalhes da organização e armazenamento dos dados.
338
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A representação dos dados pode estar submetida a Modelo Físico
diferentes níveis de abstração. Elmasri e Navathe (2011)
Os modelos físicos são modelos de baixo nível que
dividem estes níveis em modelos conceituais, modelos descrevem os detalhes de como os dados serão arma-
lógicos ou representacionais e modelos físicos. zenados no computador. Geralmente, estes modelos
são voltados para especialistas. Assim, o modelo físico
Modelo Conceitual
é construído com base no modelo definido anterior-
O modelo conceitual é um modelo de dados de alto mente (modelo lógico), com o objetivo de ser aplicado
sobre um SGBD específico.
nível, mais próximo ao modo como o usuário vê os dados.
Na construção do modelo físico, são definidas
Heuser (2009) também define que este é um modelo de
características como tipo e tamanho do campo, rela-
dados abstrato, que descreve a estrutura de um banco de cionamento, indexação e restrições.
dados de forma independente de um SGBD. Dessa forma, este modelo se importa em descrever
Assim, o modelo conceitual não se refere a caracte- as estruturas físicas dos bancos de dados, tais como
rísticas físicas ou de baixo nível como forma de acesso e tabelas (tables), índices (index), gatilhos (triggers),
armazenamento dos dados. Ele está focado em ilustrar a funções (functions), visões (views) etc.
realidade existente a partir de uma representação gráfica. A caixa a seguir ilustra um script de banco de
Assim, o modelo conceitual não estabelece caracterís- dados em SQL representando a criação dos detalhes
ticas físicas ou de baixo nível dos bancos de dados como dos dados internamente ao banco de dados (campo,
forma de acesso ou armazenamento dos dados. Ele está tipo/domínio, restrições).
focado em ilustrar uma realidade existente em um con-
texto de negócio a partir de uma representação gráfica. CREATE TABLE PRODUTO (
Neste modelo, são utilizados conceitos como enti- codigo INTEGER PRIMARY KEY,
dades, atributos e relacionamentos. quantidade REAL,
Um dos modelos de dados conceituais mais conhe- preco REAL,
cidos e utilizados na modelagem de banco de dados descricao VARCHAR(30),
é o Modelo Entidade-Relacionamento (MER). Nele, codigocat INTEGER
);
além dos conceitos vistos anteriormente como enti-
CREATE TABLE CATEGORIA (
dade, atributos e relacionamento, são representados codigo INTEGER PRIMARY KEY,
também conceitos centrais como generalização/ nome VARCHAR(30)
especialização e entidade associativa. Este modelo é );
o mais cobrado em provas de concursos e no próximo ALTER TABLE PRODUTO ADD FOREIGN KEY(codigocat)
capítulo iremos detalhar mais sobre ele. REFERENCES
A figura a seguir ilustra um exemplo de um Diagra- CATEGORIA (codigo);

9
ma de Entidade-Relacionamento.

-3
Arquitetura de Três Esquemas

40
Código

.5
Descrição Código
z Visão Externa (Nível Externo)
33
Quantidade
z Esquema Conceitual (Nível Conceitual)
Preço Nome
.6

z Esquema Interno (Nível Interno)


00

(1,n) (1, 1)
Produto Tem Categoria
-0

Independência de Dados
os

z Lógica
nt

Modelo Lógico (Representativos ou de z Física


Sa

Implementação)
Modelo de Dados
os

O modelo lógico tem por objetivo representar as


id

estruturas que irão armazenar os dados dentro de um z Conceitual (alto nível)


ol

banco de dados. Este modelo inclui a estrutura das z Lógico (ou representativos)
ic

tabelas, domínios, chaves e restrições. z Físico


N

É importante destacar que o modelo lógico é ini-


io

ciado somente a partir da estruturação do modelo PROJETO DE BANCO DE DADOS CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

conceitual. Dessa forma, o modelo lógico é dependen-


au

te do tipo ou modelo de SGBD que será utilizado, ou Segundo Elmasri e Navathe (2011), para se ter uma
M

seja, é levada em consideração qual abordagem será visão mais completa dos modelos de dados, é impor-
utilizada referente ao banco de dados, se Relacional, tante ter conhecimento das principais fases do projeto
Hierárquico ou de Rede. de banco de dados.
A figura a seguir ilustra um exemplo de um mode- A figura a seguir ilustra o esquema geral das dife-
lo lógico seguindo a abordagem de Bando de Dados rentes etapas que serão percorridas ao longo do desen-
Relacional. volvimento de um novo banco de dados no contexto
do desenvolvimento de um novo sistema ou aplicação.
Produto Categoria
código: inteiro código: inteiro
descrição: Texto (30) nome: Texto (30)
(1, n)
quantidade: real (1, 1)

preço: real
códigoCat: inteiro

339
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
funcionamento, este processo é chamado de sinto-
Minimundo nia (tunning) de banco de dados. Aqui o modelo
físico é dependente do SGBD que será implantado,
podendo ser o MySQL, Oracle, PostgreSQL ou SQL
LEVANTAMENTO
Server, por exemplo.
E ANÁLISE DE
REQUISITOS MODELAGEM CONCEITUAL
Requisitos funcionais Requisitos de dados
Heuser (2009) define que o objetivo da modelagem
ANÁLISE FUNCIONAL
conceitual é obter uma descrição abstrata, indepen-
PROJETO CONCEITUAL
dente de implementação em computador e dos dados
Especificação da Esquema conceitual que serão armazenados no banco de dados.
transação de alto nível (em um modelo de dados de alto nível) Temos que a abordagem Entidade-Relacionamento
(ER) é a técnica de modelagem mais utilizada na mode-
Independente do SGBD
PROJETO LÓGICO lagem conceitual, o Modelo Entidade-Relacionamento
Específico do SGBD (MAPEAMENTO DO MODELO DE DADOS)
(MER) é modelo de dados conceitual mais popular de
PROJETO DO PROGRAMA Esquema lógico (conceitual)
alto nível e os Diagramas Entidade-Relacionamento
DE APLICAÇÃO (no modelo de um SGDB (DER) são a notação diagramática associada ao MER.
específico)

ENTIDADE
IMPLEMENTAÇÃO PROJETO FÍSICO
DA TRANSAÇÃO
Esquema interno Heuser (2009) define uma entidade como um con-
Programas de aplicação junto de objetos da realidade modelada sobre os quais
se deseja manter informações no banco de dados. Por
Fonte: Adaptado de Elmasri e Navathe (2011, p. 133) exemplo:

Levantamento e Análise de Requisitos: z Existência Física: Pessoa, Carro, Casa, Empregado


etc.;
z Nesta etapa, os projetistas de banco de dados z Existência Conceitual: Empresa, Departamento,
entrevistam os usuários esperados para entende- Trabalho, Cargo, Curso etc.
rem e documentarem seus requisitos de dados. O
resultado desta etapa é um conjunto de requisitos Cada entidade possui um conjunto de atributos,
dos usuários escrito de forma concisa. Esses requi- que são as características que descrevem uma enti-

9
sitos devem ser especificados da forma mais deta- dade em particular. Por exemplo, a partir de uma

-3
lhada e completa possível. entidade que representa uma pessoa, os atributos

40
pertencentes a ela poderiam ser peso, altura, idade ou
Modelagem Conceitual: CPF. .5
33
Em um Diagrama ER, uma entidade é representa-
.6

z Baseado na análise de requisitos é construído um da através de um retângulo que contém o nome da


00

modelo de dados conceitual de alto nível na forma entidade. A figura a seguir ilustra dois exemplos de
-0

de um Modelo de Entidade-Relacionamento (MER). entidades:


os

Aqui são descritos as entidades, atributos, relacio-


nt

namentos, além de possíveis restrições. Esta fase é


Sa

independente de SGBD.
os

Projeto Lógico:
id

Tipos de Entidades:
ol

z Nesta etapa, o modelo conceitual é convertido em


ic

z Normal;
N

modelo de dados lógicos. O modelo lógico define z Fraca (mais detalhes a seguir);
io

como o banco de dados será implementado por um z Associativa (mais detalhes a seguir).
ric

SGBD específico, podendo ser do tipo Relacional,


au

Hierárquico ou Rede. Como vimos anteriormente, Dica


M

o modelo lógico descreve as estruturas que estarão


contidas no banco de dados, mas sem considerar Para se referir a um objeto em particular, fala-
ainda nenhuma característica específica de SGBD, -se em “instância” ou “ocorrência da entidade”.
resultando em um esquema lógico de dados. Assim, uma instância se refere ao estado atual
de uma relação em um determinado momento.
Projeto Físico: Ela reflete apenas aos valores válidos que repre-
sentam um estado em particular do mundo real,
z Na última etapa, são especificadas as estruturas distinguindo-a assim de qualquer outra instân-
de armazenamento internas, organizações de cia. Por exemplo, uma entidade do tipo Pessoa
arquivo, índices, caminhos de acesso e parâme- possui os seguintes atributos: nome, cargo, ida-
tros físicos do projeto para os arquivos de banco
de e estado civil.
de dados. Em paralelo, os programas de aplicação
são projetados e implementados como transações Uma instância dessa entidade poderia ser “João,
de banco de dados correspondentes às especifica- analista, 45 anos, casado”. Ou seja, a instância é
ções da transação de alto nível. O projeto físico é um exemplo de Pessoa, com os atributos preen-
um processo contínuo, que ocorre mesmo depois chidos com seus determinados valores (HEU-
340 de o banco de dados já estar implementado e em SER, 2009).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
RELACIONAMENTO z 1:1 (um-para-um) – cada instancia de uma entida-
de se relaciona apenas com uma e somente uma
Heuser (2009) define que um relacionamento é a instancia da outra entidade.
representação de um conjunto de associações entre as „ Por exemplo: Na imagem abaixo temos o rela-
ocorrências de entidades. Dessa forma, pode-se repre- cionamento que um Empregado gerencia um
sentar as interações que foram identificadas no pro- Departamento, assim como, um Departamen-
cesso de análise entre as entidades. No Diagrama ER to é gerenciado por apenas um Empregado
um relacionamento é representado por um losango (Gerente).
que faz a interligação de suas respectivas entidades.
O nome do relacionamento aparece dentro do losan- EMPREGADO DEPARTAMENTO
go. A figura a seguir apresenta um exemplo contendo
duas entidades, DEPARTAMENTO e PROJETO ligados 1
GERENCIA
1

ao relacionamento CONTROLA.

z 1:N (um-para-muitos) – uma instância se relaciona


com várias na outra entidade, mas cada instância
da outra entidade só pode estar relacionada a uma
única ocorrência da primeira entidade.
„ Por exemplo: Na imagem abaixo, um Departamen-
to controla vários Projetos, assim como, um Proje-
to é controlado apenas por um Departamento.

DEPARTAMENTO

Autorrelacionamento ou Relacionamento Recursivo 1

Normalmente um relacionamento associa entida- CONTROLA

des diferentes. Porém, há um caso especial no qual


existe um relacionamento entre a mesma entidade.
Nesta situação, surge o conceito de papel que identifi- N

PROJETO
cará o relacionamento.
Por exemplo, no relacionamento eCasadaCom (“é

9
casada com”), ilustrado na figura a seguir, uma ocor- z N:N (muitos-para-muitos) – uma instância se relaciona

-3
rência da entidade PESSOA exerce o papel de marido com várias ocorrências na outra entidade e vice-versa.

40
e a outra ocorrência exerce o papel de esposa.
.5
„ Por exemplo: Na imagem abaixo, um Compositor
33
Marido compõe várias Composições, assim como, uma
.6

eCasadaCom Composição é composta por vários Compositores.


00

PESSOA
Esposa
-0

N N
COMPOSITOR COMPÕE COMPOSIÇÃO
os

É importante destacar que no relacionamento


nt

entre entidades diferentes não é necessário indicar os


Sa

papéis das entidades. Já a cardinalidade mínima se refere ao número


mínimo de instâncias de uma entidade associadas a uma
os

Cardinalidade de Relacionamentos outra entidade através do relacionamento. De forma prá-


id

tica, consideram-se apenas duas cardinalidades mínimas:


ol

É importante estabelecer a quantidade de ocorrên-


ic

z 1 (um): se uma ocorrência de entidade sempre tiver


cias de cada um dos relacionamentos. Esta proprieda-
N

de participar do relacionamento para que ela exis-


de é chamada de cardinalidade, que se desdobra em
io

ta, então a associação é obrigatória. Essa associa-


cardinalidade máxima e cardinalidade mínima, CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

ção é indicada pelo número 1 (um) no diagrama ER.


revelando diferentes características:
au

z 0 (zero): se a ocorrência de uma entidade nem


sempre precisar participar do relacionamento, ela
M

z Máxima: razão de cardinalidade. é considerada uma associação opcional. Esta asso-


z Mínima: participação ou dependência de existência. ciação é considerada opcional quando é indicada
pelo número 0 (zero) no diagrama ER.
A cardinalidade máxima, informa o número de
ocorrências de instâncias de uma entidade com a
outra. Para fins práticos, apenas duas cardinalidades EMPREGADO
máximas são representadas de cada lado dos losangos
do relacionamento, as: (0, 1)

z De valor 1;
Alocação
z E as de valor N.

(1, 1)
A cardinalidade máxima é usada para classificar
os relacionamentos binários, aqueles nos quais os
relacionamentos se dão entre duas entidades. São MESA
tipos de relacionamentos: 341
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A partir da imagem anterior, podemos concluir
que cada Empregado deve ter a ele alocada obrigato-
riamente uma Mesa (cardinalidade mínima 1) e que
uma Mesa pode existir sem que a ela esteja alocado
um Empregado (cardinalidade mínima 0).

Grau de Relacionamento

A maioria dos exemplos até aqui mostrados são de


relacionamentos binários. A abordagem ER permite
que sejam definidos relacionamentos de grau menor
ou maior do que dois.
O grau de um relacionamento corresponde ao
número de entidades que participam do relaciona-
mento. Assim, podemos ter relacionamentos unários,
Heuser (2009) destaca que, na prática, muitas vezes
binários, ternários e assim por diante, apesar de não
ser muito comum encontrar diagramas com relacio- os atributos não são representados graficamente para
namentos com mais de três entidades envolvidas. não sobrecarregar os diagramas, já que entidades
A figura a seguir ilustra um exemplo de relacio- podem possuir um grande número de atributos. Nesses
namento ternário, ou seja, com 3 (três) entidades casos é preferível o uso de representação textual.
(CIDADE, DISTRIBUIDOR e PRODUTO) participando do É importante destacar também que cada atributo pos-
relacionamento DISTRIBUIÇÃO. sui um conjunto de valores possíveis denominado domí-
nio, que veremos em mais detalhes no próximo capítulo.
CIDADE DISTRIBUIDOR
Classificação dos Atributos
N 1
Atributos Descritivos:
DISTRIBUIÇÃO
z Os atributos descritivos são capazes de represen-
tar características formadoras ou pertencentes a
N uma entidade.
„ Por exemplo: para a entidade Pessoa, podemos
PRODUTO ter os atributos que a descrevem como: nome,
idade, nascimento e sexo.

9
-3
De forma resumida, temos que os graus dos rela- Atributos Nominativos:

40
cionamentos podem ser:

z Unário (grau 1): Relacionamento com a própria .5


z Os atributos nominativos, podem cumprir a fun-
33
entidade. Conforme vimos anteriormente, são cha- ção de descritivos, como também, serve para defi-
.6

mados de autorrelacionamento ou relacionamen- nir nomes ou rótulos de identificação às entidades


00

to recursivo. aos quais pertencem.


-0

z Binário (grau 2): Mais comum. É o relacionamento


„ Por exemplo: “código do...” (código do setor,
os

entre duas entidades.


z Ternário (grau 3): Relacionamento entre três enti- código do curso), “número...” (número total),
nt

“matrícula” (matrícula do aluno, matrícula do


Sa

dades. Este possui uma maior complexidade.


z Ou mais... funcionário) etc.
os

Atributos Referenciais:
id

ATRIBUTO
ol

Heuser (2009) define que os atributos são dados z Os atributos referenciais, como o próprio nome
ic

ou informações associadas a cada ocorrência de uma diz, fazem referência a uma outra entidade. O
N

entidade ou de um relacionamento. exemplo mais comum são as chaves estrangeiras.


io

Por exemplo, nome, idade, endereço, salário ou


ric

„ Por exemplo, na entidade chamada Aluno, há


cargo do funcionário. Para cada entidade em particu- um atributo denominado “código do curso”,
au

lar, ela terá um valor para cada um de seus atributos. no qual faz referência ao código que identifica
M

No Diagrama ER, os atributos são representados uma instância da entidade Curso.


graficamente por círculos brancos, conforme ilustra-
do nas figuras a seguir: Tipos de Atributos

Existem diferentes tipos de atributos em uma enti-


dade. São eles:

Atributos Simples (Atômicos):

z São atributos unitários ou não divisíveis, ou seja,


não podem ser divididos em outros atributos.

Atributos Compostos:

z Podem ser divididos em subpartes menores (em


outros atributos), representando, assim, atributos
mais básicos com significados independentes.
342
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Por exemplo: o atributo ENDEREÇO pode ser Para Heuser (2009), um identificador simples (úni-
dividido em nome da RUA, CIDADE, ESTADO co atributo) é suficiente para distinguir uma ocorrência
e CEP. Além do mais, o atributo RUA pode ser da entidade das demais ocorrências da mesma entidade.
subdividido em outros três mais simples como
RUA, NÚMERO e NÚMERO_APARTAMENTO.

Atributos de Valores Únicos (ou Monovalorados):

z Possuem valor único para uma entidade em Já para um identificador composto, Heuser
particular. (2009) menciona que dois ou mais atributos podem
„ Por exemplo, para uma entidade do tipo Pes- ser necessários para distinguir uma ocorrência da
soa, o atributo IDADE é um atributo único, pois entidade das demais ocorrências da mesma entidade.
toda pessoa só possui uma idade. Heuser (2009) destaca também que há casos em
que o identificador de uma entidade é composto não
Atributos Multivalorados: somente por seus atributos, mas também, através de
relacionamentos em que ela participa (relaciona-
z Podem possuir vários valores para uma mesma enti- mento identificador).
dade. Por exemplo, FORMACAO_ACADEMICA é um No Diagrama ER, o relacionamento usado como iden-
atributo de uma entidade do tipo Pessoa que pode não tificador é indicado por uma linha dupla ou mais densa.
ter nenhuma formação, uma ou várias formações.
„ Um atributo multivalorado pode ter um limite
mínimo e um máximo para restringir o número de
valores permitidos para cada entidade individual.

Atributos Derivados:

z Os valores destes atributos podem ser derivados de


outros atributos ou entidades e eles relacionados.
„ Por exemplo, os atributos IDADE e DATA_NASCI-
MENTO. O atributo IDADE é derivado de DATA_
NASCIMENTO, ou seja, o banco de dados pode
calcular o valor do atributo IDADE a partir do
valor que se encontra no atributo DATA_NASCI-
MENTO. Por fim, o atributo DATA_NASCIMEN-
TO é chamado de atributo armazenado.

9
-3
Atributos Identificadores:

40
z Quando o atributo permite distinguir uma ocor- .5
33
rência das demais ocorrências de uma mesma
.6

entidade, ele é considerado um atributo identifica-


00

dor de entidade.
-0

„ Por exemplo, o atributo CPF pode ser conside-


os

rado um atributo identificador de uma entida-


nt

de do tipo Pessoa, pois, para cada pessoa, existe


Sa

um número de CPF único. Contudo, um atributo


identificador pode corresponder a um conjunto
os

de um ou mais atributos ou relacionamentos.


id

É importante ficar muito atento na diferença entre


ol

os atributos compostos e os multivalorados, pois eles Na figura acima, a entidade DEPENDENTE é identi-
ic

ficada por seu atributo “nome” e pelo relacionamento


N

são bastante cobrados em provas de concursos.


“dependeDe” com a entidade EMPREGADO.
io

z Atributo Composto: a informação é formada por CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


ric

várias partes, com a informação completa sen- Identificando Relacionamentos


au

do formada por todas as partes. O exemplo mais


M

comum é o atributo ENDEREÇO; Um relacionamento é identificado pelas entidades


z Atributo Multivalorado: podem possuir vários
dele participantes, bem como pelos seus próprios atri-
valores em um mesmo atributo. Um exemplo que
butos identificadores se porventura existirem.
cai bastante em prova é o TELEFONE, no qual a
pessoa pode registrar vários telefones (fixo, celu- (0, n) (0, n)
lar, comercial) no mesmo atributo. MÉDICO CONSULTA PACIENTE

data
Identificando Entidades (Atributos-Chave) CRM nome
hora
código nome

Para a maioria das entidades, estas devem possuir


um identificador. Segundo Heuser (2009), um identifi- Na figura acima, os atributos identificadores de
cador de entidade é um conjunto de um ou mais atri- relacionamento (data e hora) distinguem uma CON-
butos e relacionamentos cujos valores servem para SULTA entre um MÉDICO e seu PACIENTE dentre as
distinguir uma ocorrência da entidade das demais demais consultas deste médico com os seus demais
ocorrências da mesma entidade. Eles podem ser pacientes.
representados por círculos pretos no Diagrama ER.
343
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Cardinalidade de Atributos (1, 1) (0, n) codigo
FILIAL CLIENTE nome

Heuser (2009) destaca que um atributo pode pos-


suir uma cardinalidade, de maneira análoga a uma
entidade em um relacionamento. Esta cardinalidade
cpf PESSOA PESSOA CNPJ
define quantos valores deste atributo podem estar sexo FÍSICA JURÍDICA tipoOrganizacao
associados com uma ocorrência da entidade ou rela-
cionamento ao qual ele pertence. Por exemplo, pode-
mos ter as seguintes cardinalidades: Na figura acima, a entidade PESSOA FÍSICA possui,
além de seus atributos CPF e sexo, os atributos herdados
z Cardinalidade (1,1): obrigatória (não precisa repre- da entidade CLIENTE (que são os atributos código e nome),
sentar a cardinalidade no diagrama); bem como o relacionamento com a entidade FILIAL.
z Cardinalidade (0,1): opcional;
z Cardinalidade (0,n): opcional e multivalorada; Níveis de Generalização e Especialização
z Cardinalidade (1,n): obrigatória e multivalorada.
Não há limites no número de níveis hierárquicos
número da generalização/especialização. Admite-se até que
nome uma mesma entidade seja a especialização de diversas
FILIAL numEmpregados entidades genéricas, é a chamada Herança Múltipla.
localização (1,n)

VEÍCULO Identificador
ENTIDADE FRACA de veículo
definido aqui
Heuser (2009) define que entidade fraca é uma
entidade que não possui atributos suficientes para
formar uma chave primária. A chave primária da
entidade fraca é formada pela chave primária do con- VEÍCULO TERRESTRE VEÍCULO AQUÁTICO
junto de entidades fortes da relação mais o identifica-
dor do conjunto de entidades fracas.
Por exemplo, a entidade DEPENDENTE é uma enti-
dade fraca, pois a entidade somente existe quando
relacionada a outra entidade e usa, como parte de ser
identificador, entidades relacionadas. AUTOMÓVEL ANFÍBIO BARCO

9
-3
A entidade fraca é representada por um retângulo com

40
linha dupla conforme demonstrado na figura a seguir.
.5
33
Herança múltipla
.6
00
-0

ENTIDADE ASSOCIATIVA
os
nt

Heuser (2009) destaca que por definição, um rela-


Sa

Na figura anterior, podemos visualizar também cionamento é uma associação entre entidades. Em
outra forma de especificar os atributos de uma rela-
os

certas oportunidades, durante a modelagem, surgem


ção, muitas vezes utilizadas em provas de concursos. situações nas quais é desejável permitir uma associa-
id

ção entre uma entidade e um relacionamento. A ideia


ol

GENERALIZAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO da entidade associativa trata um relacionamento


ic
N

como se ele fosse uma entidade.


io

Por meio deste conceito é possível atribuir proprie- Por exemplo, deseja-se modelar a prescrição de
ric

dades particulares a um subconjunto das ocorrências medicamentos receitados aos pacientes, com a cria-
au

especializadas de uma entidade genérica. ção da entidade Medicamentos. A solução, então,


Generalização: Heuser (2009) define que a gene- seria transformar o relacionamento entre MÉDICO e
M

ralização é processo inverso à especialização. Ela é PACIENTE em uma entidade associativa e relacioná-la
resultado da união de dois ou mais tipos entidade de com a entidade MEDICAMENTO.
nível mais baixo (subclasse), produzindo um tipo-enti- A notação utilizada para tanto é colocar um retân-
dade de nível mais alto (superclasse). Assim, ela é uma gulo em torno do relacionamento (losango), conforme
abstração de um conjunto de entidades. pode ser visto na figura a seguir.
Especialização: Já a especialização, Heuser (2009)
(1, n) (1, n)
define como o resultado da separação de um tipo- CONSULTA
MÉDICO PACIENTE
-entidade de nível mais alto (superclasse), formando
vários tipos-entidade de nível mais baixo (subclasse). Entidade
associativa
No Diagrama ER, o símbolo para representar generali-
prescrição
zação/especialização é um triângulo isósceles.

MEDICAMENTO

344
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A seguir, temos uma imagem com um resumo dos símbolos de todos os conceitos que vimos sobre o modelo
conceitual mais cobrado em provas de concursos, chamado de Modelo Entidade-Relacionamento.

CONCEITO SÍMBOLO

Entidade

Relacionamento

Atributo

Atributo Identificador

Relacionamento Identificador

Generalização/especialização

Entidade Associativa

Fonte: Adaptado de Heuser (2009, p. 63)

MODELO RELACIONAL

O modelo relacional foi introduzido por Edgar Frank “Ted” Codd, da IMB Research, em 1970. O modelo utiliza
o conceito de relação matemática que se parece com uma tabela de valores. As primeiras implementações são
início da década de 1980. O modelo revelou-se o mais flexível e adequado ao solucionar os vários problemas que
se colocaram no nível de concepção e implementação em um banco de dados.
A estrutura fundamental do modelo relacional é a relação (tabela). Uma relação é constituída por um ou mais

9
-3
atributos (colunas) que traduzem o tipo de dados a serem armazenados. Cada instância do esquema é chamada

40
de tupla (linha). A seguir, veremos em mais detalhes cada um destes conceitos.
.5
33
CONCEITOS DO MODELO RELACIONAL
.6
00

De acordo com Heuser (2009), o modelo relacional representa o banco de dados como uma coleção de relações.
-0

Uma relação é semelhante a uma tabela de valores ou arquivo plano de registros.


os

Fazendo uma comparação da relação com uma tabela de valores, temos que cada linha da tabela representa
uma coleção de valores de dados relacionados. Além disso, uma linha em particular representa um fato que nor-
nt
Sa

malmente corresponde a uma entidade ou relacionamento do mundo real.


A tabela a seguir relaciona o que contém em uma tabela de valores com os conceitos do modelo relacional.
os
id

INFORMAÇÕES DE UMA TABELA CONCEITOS DO MODELO RELACIONAL


ol

Tabela Relação
ic
N

Linha Tupla
io

Coluna Atributo CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


ric
au

Tipo Do Dado Domínio


M

De forma resumida, Heuser (2009) descreve que uma tabela (relação) é um conjunto não ordenado de linhas
(tuplas), onde cada linha é composta por uma série de colunas ou campos (atributos). Cada campo é identificado
por um nome de campo (nome do atributo), o conjunto de campos homônimos de todas as linhas de uma tabela
forma uma coluna.
A imagem a seguir ilustra as informações presentes em uma relação do modelo relacional de banco de dados.

345
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Fonte: Adaptado de Elsmari e Navathe (2011, p. 40)

Outros dois conceitos muito importantes da modelagem relacional é o grau da relação que diz respeito ao
número de atributos de uma relação e a cardinalidade da relação que indica o número de tuplas (linhas)
existentes na relação.

Chaves

As chaves correspondem aos atributos identificadores que vimos anteriormente no capítulo de modelagem
conceitual. Elas permitem dar uma identificação única a cada ocorrência de instância em uma tabela.
Basicamente existem 3 (três) tipos de chaves em um banco de dados relacional, a chave primária, a chave
estrangeira e a chave alternativa. A seguir, vamos detalhar estes tipos com suas respectivas características.

Chave Primária (ou Primary Key – PK)

z É um conjunto de atributos que identifica unicamente uma tupla em uma relação.


z Pode ser simples ou composta.
„ Simples: é formada por apenas um campo da tabela.
„ Composta: é formada por mais de um campo na tabela.

9
-3
40
z Um exemplo de chave primária pode ser o CPF que identifica unicamente cada pessoa. O conjunto {Nome,
CPF} também pode ser uma super chave, mesmo o atributo Nome não sendo uma chave primária..5
33
z Os campos que pertencem à chave primária são obrigatórios, não admitindo valor vazio ou NULL.
.6
00

Chave Estrangeira (Foreign Key – FK)


-0
os

z É uma coluna ou conjunto de colunas que se referem necessariamente a uma chave primária de outra tabela
nt

(ou dela mesma no caso de recursividade), estabelecendo um relacionamento entre as tabelas.


Sa

z Segundo Heuser (2009), a existência de uma chave estrangeira impõe restrições que devem ser garantidas ao
executar operações de alterações no banco de dados.
os

z Um exemplo de chave estrangeira pode ser o “Código do curso” que se encontra em uma das colunas da tabela
id

de Aluno e que referencia a chave primária da tabela de Cursos.


ol
ic

Chave Alternativa (ou Chave Candidata)


N
io

z Uma coluna ou grupo de colunas da tabela que servem para identificar unicamente um registro. Assim, além
ric

da chave primária criada, uma outra (alternativa) também é utilizada para identificar o registro. Também
au

chamada de Chave Única (Unique Key – UK).


M

z Como exemplo, podemos criar uma tabela com dados de Pessoas, tendo como chave primária um número
inteiro autoincrementado (valor diferente para cada pessoa inserida na tabela) e como chave única o CPF de
cada pessoa.

Domínio

Um domínio é um conjunto de valores atômicos, ou seja, cada valor do domínio é indivisível e possui uma
descrição física e outra semântica. Por exemplo:

z Descrição física

„ Identifica o tipo e o formato dos valores que compõem o domínio;


„ Exemplo: VARCHAR(13), “(99)9999-9999”.

z Descrição semântica

346 „ Ajuda na interpretação de seus valores;


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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Exemplo: “Números de telefone válidos no z Entre outros.
Brasil”.
Restrições de Chave (Unicidade)
A seguir temos alguns exemplos de domínios para
alguns atributos:
No modelo relacional formal, uma relação é defi-
z CPF (VARCHAR(20)): o atributo CPF deverá ser do nida como um conjunto de tuplas. Todos os elementos
tipo VARCHAR (string) com um tamanho máxima de um conjunto são distintos. Logo, todas as tuplas em
de 20 caracteres. uma relação também precisam ser distintas. Assim,
z NOME (VARCHAR(40)): o atributo NOME deverá não pode haver chaves com o mesmo valor.
ser do tipo VARCHAR (string) com um tamanho As restrições de chave garantem a unicidade do
máximo de 40 caracteres. valor da chave primária em cada uma das tuplas de
z MEDIA_NOTA (DOUBLE): o atributo MEDIA_ uma relação. Isso significa que duas tuplas não podem
NOTA deverá ser do tipo DOUBLE (número de pon- ter a mesma combinação de valores para todos os
to flutuante) seus atributos.
Conceitos do Modelo Relacional:
Restrições sobre Valores Vazios (NULL)
z Relação: tabela de dados.
z Atributo: nome de cada coluna da tabela. Elmasri e Navathe (2011) definem que restrições sobre
z Tupla: linha da tabela. valores vazios especificam se valores NULL são permiti-
z Instância: conjunto de tuplas. dos ou não. Por exemplo, se cada tupla de uma entidade
z Domínio: conjunto de valores permitidos. do tipo ALUNO precisar ter um valor válido, diferente de
z Grau: número de atributos da relação. NULL, para o atributo Nome, então Nome de ALUNO é
z Cardinalidade: indica o número de tuplas (linhas) restrito a ser NOT NULL (“não nulo” ou “não vazio”).
existentes na relação.

Chaves: Restrições de Integridade

z Chave Primária: conjunto de atributos (colunas) Elmasri e Navathe (2011) definem que um estado
que identifica unicamente uma tupla em uma que satisfaz a todas as restrições no conjunto defini-
relação; do de restrições de integridade é chamado de estado
z Chave Estrangeira: uma coluna ou conjunto de válido. Além disso, um estado de banco de dados que
colunas que se referem necessariamente a uma não obedece a todas as restrições de integridade é
chave primária de outra tabela; chamado de estado inválido.
z Chave Alternativa: uma coluna ou grupo de colu-

9
Dessa forma, Elmasri e Navathe (2011) classificam

-3
nas da tabela que servem para identificar unica-
os tipos de restrições de integridade:

40
mente um registro.
.5
33
RESTRIÇÕES DO MODELO RELACIONAL Restrição de Integridade de Entidade
.6
00

Elmasri e Navathe (2011) definem que restrições z Nenhum valor de chave primária pode ser NULL;
do modelo relacional são regras que devem ser obe-
-0

z As Restrições de Chave e as Restrições de Integri-


decidas em todos os estados válidos da base de dados. dade de Entidade são atribuídas sobre relações
os

Elas devem ser especificadas no esquema de banco de individuais.


nt

dados relacional para garantirem que os dados refli-


Sa

tam corretamente a realidade modelada. São tipos de Restrição de Integridade Referencial


restrições:
os

z Restrição de Integridade Referencial é atribuída


id

z Domínio;
entre duas relações e usada para manter a consis-
ol

z Chave;
tência entre tuplas nas duas relações;
ic

z Valores Vazios (NULL);


z Esta utiliza o conceito de Chave Estrangeira (FK)
N

z Integridade;
visto anteriormente.
io

„ Entidade;
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

„ Referencial;
Restrições de Integridade Semântica
au

„ Semântica.
M

Restrições de Domínio z Restrições de Integridade Semântica são especifi-


cadas e impostas em um banco de dados relacional;
As restrições de domínio especificam que, dentro z Por exemplo:
de cada tupla, o valor de cada atributo deve ser um „ Salário de um funcionário não deve ser supe-
valor indivisível do domínio. São tipos de domínios os rior ao salário de seu supervisor;
exemplos a seguir: „ Número máximo de horas que um funcionário
pode trabalhar em todos os projetos por sema-
z Tipos de dados numéricos para inteiros (short, na é 56h.
integer e long);
z Números reais (float e double); A seguir, selecionamos algumas questões sobre os
z Caracteres; conceitos que acabamos de aprender.
z Booleanos;
z Cadeias de caracteres de tamanho fixo e variável; NOÇÕES DE BIG DATA
z Data;
z Hora; Com o uso extensivo de serviços online por meio
z Moeda; da Internet, os hábitos adotados por empresas, 347
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
organizações, economias e por diferentes nações aca- z Velocidade
baram mudando a maneira como as pessoas vivem e „ Refere-se a grandes quantidades de transações
usam a tecnologia. Dessa forma, mais do que nunca, com alta taxa de atualização, resultando em flu-
há um aumento crescente da quantidade de informa-
xos de dados chegando em grande velocidade.
ções e, consequentemente, do armazenamento dos
dados que surgem diariamente.
Tudo isso é relativamente novo. Pois, agora, cada z Variedade
usuário e organização pode armazenar as informa- „ Os dados vêm de diferentes fontes de dados.
ções em formato digital, diferentemente de como Além disso, os dados podem vir em vários for-
acontecia algumas décadas atrás. Portanto, para lidar matos, sendo dados estruturados como uma
com esse aumento exponencial de dados, foi criado tabela de banco de dados, dados semiestrutura-
um mecanismo e abordagem para lidar com tudo isso, dos como um arquivo XML ou dados não estru-
o chamado Big Data. turados como texto, imagens, streams de vídeo,
Neste capítulo, iremos apresentar os conceitos áudio, entre outros.
sobre Big Data, tecnologias e ferramentas. Ao final,
resolveremos algumas questões de concursos públi- Vale destacar que estes são os três principais V’s de
cos sobre este assunto. Big Data. Porém, ainda há os seguintes V’s:

CONCEITO DE BIG DATA z Veracidade


Como um dos termos mais “badalados” do merca- „ Refere-se à qualidade, precisão ou confiabilida-
do hoje, não há consenso sobre como definir Big Data. de dos dados. Está ligada diretamente ao quan-
O termo é frequentemente usado como sinônimo de to uma informação é verdadeira.
conceitos relacionados como Business Intelligence (BI)
e Mineração de Dados (Data Mining). É verdade que z Valor
todos os três termos se referem à análise de dados, „ Refere-se ao valor dos dados ou o valor que eles
mas o conceito de Big Data difere dos demais quando possuem. É importante entender o contexto e
volumes de dados, número de transações e o núme- a necessidade para gerar a informação certa
ro de fontes de dados são tão grandes e complexos para as pessoas certas.
que exigem métodos e tecnologias especiais a fim de
extrair uma visão dos dados.
O Big Data pode ser definido como um concei- Importante!
to utilizado para descrever um grande volume de
dados, tanto estruturados quanto não estruturados,
Compreender os V’s de Big Data é fundamental

9
para a resolução de diversas questões de pro-

-3
e que aumentam dia após dia em qualquer sistema

40
ou negócio. No entanto, não é a quantidade de dados vas de concursos, pois este assunto é o mais

.5
que é essencial. A parte mais importante é o que as recorrente. 33
empresas ou organizações podem fazer com esses � Volume: grande quantidade de informação a
.6

dados. Milhares de análises podem ser executadas ser processada;


00

sobre eles, no qual é possível realizar previsões, ins- � Variedade: os diferentes tipos de dados anali-
-0

pirar novas ideias ou levar a uma melhor tomada de sados;


os

decisão estratégica. � Velocidade: tempo hábil para recuperar e pro-


Uma definição exata de Big Data é difícil de definir, cessar a informação;
nt
Sa

pois projetos, empresas e profissionais de negócios a � Veracidade: o quão confiável é o dado;


usam de maneira bem diferente. Com isso em mente, � Valor: o grau de importância deste dado para
os

de modo geral, Big Data é: compor uma informação.


id
ol

z Grande volume de dados;


ESTRUTURAÇÃO DOS DADOS
ic

z Uma categoria de estratégias e tecnologias da com-


N

putação usadas para lidar com grandes conjuntos


Os dados que alimentam a ideia de Big Data podem
io

de dados.
ric

provir de diversas fontes. Na Internet, encontramos


um grande volume de dados com conteúdos relacio-
au

QUAIS SÃO OS 5VS DO BIG DATA?


nados a educação, ciência, entretenimento, governo,
M

Inicialmente, o conceito de Big Data foi contempla- finanças, saúde, entre outros. Todos esses dados são
do por 3 V’s. que são volume, velocidade e varieda- fontes de Big Data.
de. Valor e veracidade são outras duas dimensões “V” Empresas e organizações se concentram muito na
que foram adicionadas à literatura recentemente. coleta de dados para garantir que possam obter infor-
Os V’s adicionais são frequentemente propos- mações valiosas a partir deles. Compreender a estru-
tos, mas estes 5V’s são os que mais são cobrados em tura de dados é a chave para descobrir seu valor.
provas de concursos. Vamos a uma breve explicação Castro e Ferrari (2016) destacam que, de forma
sobre cada um a seguir: simplificada, dados são valores quantitativos ou qua-
litativos associados a alguns atributos. Com relação à
� Volume estrutura, eles podem ser:
„ Refere-se à enorme quantidade de dados dispo-
nível, desde conjuntos de dados com tamanhos
de terabytes a zetabytes;

348
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
FONTE: Disponível em: https://www.google.com/search?q=dados+estruturados&client=opera&hs=Qbg&sxsrf=ALeKk000TpXUa6k3mlx87snF0lE8
66HYNQ:1624911016946&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjg-dKfkbvxAhX5r5UCHRp-BF4Q_AUoAXoECAEQAw&biw=770&bih=741#
imgrc=-n3SzEFTQkAqoM&imgdii=yRL2emS7B4ZdVM.

Dados Estruturados

Uma base de dados é estruturada quando os dados estão armazenados em campos fixos em um arquivo – por
exemplo, uma tabela, uma planilha ou um banco de dados. Assim, os dados estruturados dependem da criação de um
modelo de dados, incluindo a descrição dos objetos juntamente com suas propriedades e relações.
O modelo descreve todos os tipos de dados que serão armazenados, acessados e processados, o que inclui definir
quais campos de dados serão utilizados (por exemplo, nome, idade, gênero, endereço, escolaridade, estado civil etc.),
os tipos dos dados (por exemplo, numéricos, nominais, alfabéticos, monetários, endereço etc.) e todas as restrições a
eles associadas. Uma das vantagens dos dados estruturados é a facilidade de armazenagem, acesso e análise (CASTRO;
FERRARI, 2016).

Dados Semiestruturados

O dado semiestruturado é um tipo de dado que não possui a estrutura completa de um modelo de dados, mas
também não é totalmente desestruturado. Nos dados semiestruturados em geral são usados marcadores (por
exemplo, tags) para identificar certos elementos dos dados, mas a estrutura não é rígida. Exemplos conhecidos
de dados semiestruturados são arquivos XML ou HTML, que definem um conjunto de regras para codificar docu-
mentos em um formato que pode ser lido por humanos e máquinas, e também e-mails, que possuem campos de

9
-3
remetente, destinatário, data, hora e outros adicionados aos dados não estruturados do corpo da mensagem e seus

40
anexos (CASTRO; FERRARI, 2016).
.5
33
Dados Não Estruturados
.6
00

Dado não estruturado é aquele que não possui um modelo de dados, que não está organizado de uma maneira
-0

predefinida ou que não reside em locais definidos. Essa terminologia normalmente se refere a textos livres, ima-
os

gens, vídeos, sons, páginas web, arquivos PDF, entre outros. Os dados não estruturados costumam ser de difícil
nt

indexação, acesso e análise (CASTRO; FERRARI, 2016).


Sa

De forma resumida, temos a tabela a seguir que diferencia os três tipos de dados:
os

DADOS DADOS
id

DADOS NÃO ESTRUTURADOS


ESTRUTURADOS SEMIESTRUTURADOS
ol
ic

Ex.: Textos, Documentos, Imagens,


Ex.: Banco de Dados, Tabela, Planilhas Ex.: XML, HTML, JSON, RDF
N

Vídeos, Áudios, Redes Sociais


io

Estrutura rígida, projetada previa- Estrutura flexível, representação Sem estrutura (ou com estrutura CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

mente, representação homogênea heterogênea mínima de arquivo)


au

Cada campo de dados tem um for- Cada campo de dados tem uma estrutura, Mais de 80% dos dados gerados no
M

mato bem definido mas não existe uma imposição de formato mundo é deste tipo
O esquema é criado com a definição de ele-
Dados de um mesmo registro pos-
mentos internos dos arquivos (nós), legíveis
suem relação entre eles
para seres humanos
Fonte: Adaptado de <https://bit.ly/332OR9z>. Acesso em: 26 set. 2020.

Big Data Analytics

Para a maioria das organizações, o objetivo principal de lançar uma iniciativa de Big Data é analisar os dados
para melhorar os resultados de negócios.
A maneira como as organizações geram esses insights é por meio do uso de software analítico. Os fornecedores
usam muitos termos diferentes, como mineração de dados (data mining), inteligência de negócios (business intelli-
gence), computação cognitiva, aprendizado de máquina (machine learing) e análise preditiva, para descrever suas
soluções de análise de Big Data.
349
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em geral, no entanto, essas soluções podem ser z Apache Kafka
separadas em quatro categorias amplas: „ Sistema de mensagens escalonável que permi-
te aos usuários publicar e consumir um gran-
Análise Descritiva de número de mensagens em tempo real por
assinatura.
Esta é a forma mais básica de análise de dados.
Ela responde à pergunta: “O que aconteceu?”. Quase z HBase
todas as organizações realizam algum tipo de análise „ Armazenamento de dados de chave/valor
descritiva ao reunir seus relatórios regulares sema- orientado por coluna que é executado no
nais, mensais, trimestrais e anuais. Hadoop Distributed File System.

Análise de Diagnóstico z Hive


„ Sistema de data warehouse de código aberto
Depois que uma organização entende o que acon- para análise de conjuntos de dados em arqui-
teceu, a próxima grande questão é “Por quê?”. É aqui vos Hadoop.
que entram as ferramentas de análise de diagnóstico.
Elas ajudam os analistas de negócios a entender as z MapReduce
razões por trás de um determinado fenômeno, como „ Estrutura de software para processar grandes
uma queda nas vendas ou um aumento nos custos. quantidades de dados não estruturados em
paralelo em um cluster distribuído.
Análise Preditiva
z Pig
As organizações não querem apenas aprender „ Tecnologia de código aberto para programa-
lições do passado, elas também precisam saber o que ção paralela de jobs MapReduce em clusters
vai acontecer a seguir. Esse é o escopo da análise pre- Hadoop.
ditiva. As soluções de análise preditiva geralmente
usam inteligência artificial ou tecnologia de apren- z Spark
dizado de máquina para prever eventos futuros com „ Estrutura de código aberto e processamento
base em dados históricos. Muitas organizações estão paralelo para executar aplicativos de análise
investigando a análise preditiva e começando a colo- de dados em grande escala em sistemas em
cá-la em produção. cluster.

9
Análise Prescritiva z YARN

-3
40
„ Tecnologia de gerenciamento de cluster no
As ferramentas de análise mais avançadas não Hadoop de segunda geração.
apenas informam às organizações o que acontecerá .5
33
a seguir, mas também oferecem conselhos sobre o
.6

Alguns dos mecanismos de análise de Big Data


que fazer a respeito. Eles usam modelos sofisticados
00

mais usados, são:


e algoritmos de aprendizado de máquina para ante-
-0

cipar os resultados de várias ações. Os fornecedores


z Apache Hive / Hadoop
os

ainda estão em processo de desenvolvimento dessa


tecnologia, e a maioria das empresas ainda não come- „ Solução de preparação de dados para fornecer
nt

çaram a usar esse nível de análise de Big Data em suas informações a muitos ambientes analíticos ou
Sa

operações. armazenamentos de dados. Desenvolvido por


os

Yahoo, Google e Facebook.


id

TECNOLOGIAS DE BIG DATA


ol

z Apache Spark
ic

Ferramentas „ Usado em conjunto com tarefas de computação


N

pesadas e tecnologias Apache Kafka. Desenvol-


io

Uma vez que os requisitos de computação, arma-


ric

vido na University of California, Berkeley.


zenamento e rede para trabalhar com grandes con-
au

juntos de dados estão além dos limites de um único


z Presto
M

computador, há uma necessidade de ferramentas


para processar os dados por meio de computadores „ Motor SQL desenvolvido pelo Facebook para
de maneira distribuída, os chamados clusters. análises ad-hoc e relatórios rápidos.
Cada vez mais potência de computação e infraes-
trutura de armazenamento massivo são necessários Linguagens de Dados
para processar esses dados localmente ou, mais tipi-
camente, nos centros de dados de provedores de ser- Não se poderia deixar de comentar que, além das
viços na nuvem (cloud). ferramentas, há como tecnologias de Big Data, as lin-
Além da infraestrutura necessária, várias ferra- guagens de dados, sendo as mais conhecidas:
mentas e componentes devem ser reunidos para resol-
ver problemas de Big Data. O ecossistema Hadoop
z Linguagem R
é apenas uma das plataformas que ajudam a traba-
lhar com grandes quantidades de dados e descobrir „ É uma implementação da Linguagem S.
padrões úteis para as empresas. „ Lançada em 1995, surgiu com um propósito
Abaixo está uma lista de algumas das ferramentas bem específico de facilitar as análises estatísti-
disponíveis e uma descrição resumida de suas fun- cas e visualização de dados de forma que fosse
350 ções no processamento de Big Data: mais amigável para os usuários.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Surgiu com este único escopo e foi adotada ini- vem da análise de dados. O custo de armazená-los e
cialmente por acadêmicos e depois por empre- processá-los diminuiu consideravelmente nos últimos
sas e público no geral. Além disso, tem uma anos e, como resultado, a quantidade de dados arma-
sintaxe orientada a funções. zenados em formatos eletrônicos cresceu em uma
velocidade assustadora. Assim, com a criação de gran-
z Python des bancos de dados, surgiu, então, a possibilidade de
analisá-los de uma forma mais detalhada.
„ Inspirado na linguagem C, foi lançada em 1991
Turban et al. (2009) mencionam que, inicialmen-
e possui um foco generalista.
te, o termo “mineração de dados” era utilizado para
„ Serve desde para fazer aplicações web, como
descrever o processo no qual padrões anteriormente
também, fazer análises de dados. desconhecidos eram identificados nos dados. Porém,
„ Possui foco na produtividade, possuindo uma essa definição tem sido expandida para além desses
sintaxe orientada a objetos. limites e, atualmente, o termo é mais usado para des-
crever a descoberta de informações em bancos de
z XPath dados.
„ Essa é uma linguagem de consulta que selecio-
na os nós em um documento XML. Conceito de Mineração de Dados
„ Também pode ser usada para calcular valores
como strings, números ou valores booleanos do Turban et al. (2009) definem a mineração de dados
conteúdo de um documento XML. como um processo que usa técnicas estatísticas,
„ Além de ser uma recomendação do W3C. matemáticas, de inteligência artificial e de apren-
dizagem de máquina (ou automática) para extrair e
Infraestrutura identificar informações úteis e conhecimento em ban-
co de dados. Castro e Ferrari (2016) definem também
Taurion (2013) destaca que as tecnologias atuais a mineração de dados como um processo sistemático,
de tratamento de dados não são mais adequadas. interativo e iterativo, de preparação e extração de
Utilizando como exemplo um dos modelos mais conhecimentos a partir de grandes bases de dados.
usados até hoje, o modelo relacional, ele foi criado A mineração de dados tem sua base na ciência da
para acessar dados estruturados dos sistemas inter- computação juntamente com a estatística, utilizando
nos das organizações. Não sendo possível tratar dados avanços nas duas disciplinas para progredir na extra-
ção de informações de grandes bancos de dados. São
não estruturados ou pentabytes de dados.
utilizadas tarefas como extração de conhecimento,
Para tratar dados na escala de volume, variedade e
arqueologia de dados, exploração de dados, pro-
velocidade do Big Data, precisa-se de outros modelos,

9
cessamento de padrões de dados, limpeza de dados

-3
como os softwares de banco de dados NoSQL, dese-
e colheita de informação. Todas essas atividades são

40
nhados para tratar imensos volumes de dados estru-
gerenciadas e administradas automaticamente e per-
turados e não estruturados (TAURION, 2013).
.5
mitem uma descoberta rápida até mesmo por pessoas
33
Segundo Machado (2018), nos bancos de dados não-especialistas.
.6

NoSQL, as tabelas são conhecidas como tabelas de


00

hash distribuídas, uma vez que armazenam objetos Objetivos da Mineração de Dados
-0

indexados por chaves, o que possibilita a busca desses


os

objetos a partir apenas de suas chaves, diferente dos Elmasri e Navathe (2011) definem que os objetivos
bancos de dados estruturados.
nt

da mineração de dados estão diretamente relaciona-


O banco de dados NoSQL é desenhado para aumen-
Sa

dos com a descoberta do conhecimento. Eles classifi-


tar a sua escala em sentido horizontal, isso significa cam que a mineração de dados costuma ser executada
os

por meio de clusters distribuídos em hardwares de com objetivos finais ou aplicações de uma perspectiva
id

baixo custo. geral. Os objetivos são classificados, como:


ol
ic

NOÇÕES DE MINERAÇÃO DE DADOS z Previsão: mostrar como certos atributos dos dados
N

se comportarão no futuro.
io

A mineração de dados ou, do inglês, data mining, z Identificação: padrões de dados podem ser usa- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

refere-se ao desenvolvimento do suporte à tomada dos para identificar a existência de um item, um


au

de decisão a partir de dados coletados, organizados e evento ou uma atividade.


M

processados por uma empresa ou uma organização. z Classificação: particionar os dados de modo que
Técnicas de mineração de dados estão sendo usadas diferentes classes ou categorias possam ser identi-
por empresas e organizações em todo o mundo para ficadas com base em combinações de parâmetros.
obter um melhor entendimento dos seus clientes, par- z Otimização: otimizar o uso de recursos limitados,
ceiros e de suas próprias operações. como tempo, espaço, dinheiro ou materiais e maxi-
Neste capítulo, iremos estudar o conceito, aplica- mizar variáveis de saída como vendas ou lucros
ções e algumas das principais técnicas de mineração sob determinado conjunto de restrições.
de dados. Ao final, resolveremos algumas questões
cobradas em concursos públicos sobre este assunto PROCESSOS DO PROJETO DE MINERAÇÃO DE
DADOS
INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO DE DADOS
z Processo de Descoberta do Conhecimento em
Atualmente, grandes empresas e organizações têm Bases de Dados (KDD)
buscado entender melhor seus clientes para otimizar
seus serviços e maximizar o retorno sobre seus inves- Castro e Ferrari (2016) destacam que a mine-
timentos. Um grande componente desse entendimento ração de dados é parte integrante de um processo 351
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
mais amplo, conhecido como Descoberta de Conhe-
cimento em Bases de Dados ou, do inglês, Know-
ledge Discovery in Databases (KDD). Goldschmidt e
Passos (2005) definem que ela é caracterizada como
um processo composto por três etapas operacionais ETAPAS OPERACIONAIS DO PROCESSO DE KDD
básicas: Pré-Processamento, Mineração de Dados e
PRÉ- MINERAÇÃO DE PÓS-
Pós-Processamento. PROCESSAMENTO DADOS PROCESSAMENTO
A etapa de Pré-Processamento compreende
todas as funções relacionadas à captação, organiza-
ção e ao tratamento dos dados. O objetivo principal
Fonte: Adaptado de Goldschmidt e Passos (2005, p. 3)
dela é preparar os dados para os algoritmos da etapa
de Mineração de Dados. Goldschmidt e Passos (2005)
(2005) elencam as principais funções desta etapa: Processo CRISP-DM

z Seleção de Dados: refere-se à identificação das Muitos processos têm o objetivo de definir e padro-
informações que devem ser efetivamente conside- nizar as fases e atividades da Mineração de Dados.
radas durante o processo de KDD. Sendo dois enfo- Porém, apesar das particularidades, no geral, todos
ques distintos: a escolha de atributos ou a escolha possuem a mesma estrutura.
de registros que devem ser considerados no pro- Em meados dos anos 90, foi proposto o Processo
cesso de KDD. CRISP-DM, do inglês Cross-Industry Standard Process
z Limpeza de Dados: refere-se a qualquer tratamen- of Data Mining por um conjunto de empresas euro-
to realizado sobre os dados selecionados de forma peias para atuar como um modelo de processo padrão,
a garantir a qualidade (completude, veracidade mas não patenteado.
e integridade) dos fatos por eles representados. A figura a seguir ilustra, de maneira cíclica, as seis
Informações faltantes, erradas ou inconsistentes fases do processo CRISP-DM.
devem ser corrigidas de forma a não comprometer
a qualidade dos modelos de conhecimento a serem
extraídos ao final do processo de KDD.
z Codificação dos Dados: nesta etapa, os dados
devem ser codificados para ficarem em uma forma
que possam ser usados como entrada dos algorit-
mos de Mineração de Dados.
z Enriquecimento dos Dado: consiste em conse-
guir mais informação que possa ser adicionada

9
aos registros existentes, melhorando os dados,

-3
para que estes forneçam mais informações para o

40
processo de descoberta de conhecimento.
.5
33
Na segunda etapa, a Mineração de Dados realiza
.6
00

a busca efetiva por conhecimentos úteis no contexto


da aplicação de KDD. Nela, são definidos as técnicas
-0

e os algoritmos a serem utilizados no problema em


os

questão. A escolha da técnica depende, muitas vezes,


nt

do tipo de tarefa de KDD a ser realizada. Veremos


Sa

mais detalhes destas técnicas e algoritmos nos tópicos


seguintes.
os
id
ol

Fonte: Adaptado de OLSON e DELEN (2008, p. 10)


ic

Importante!
N

Business Understanding (Entendimento dos Negócios)


É importante ficar atento em algumas questões
io
ric

de concursos, pois algumas bancas se referem à z Nessa fase, deve ser identificado os problemas de
Mineração de Dados e à Descoberta de Conhe-
au

negócio a serem resolvidos, buscando os detalhes e


cimento em Bancos de Dados como sinônimos.
M

o impacto dele no negócio. O foco é entender qual


o objetivo que se deseja atingir com a mineração
de dados. O entendimento do negócio irá ajudar
A etapa de Pós-Processamento abrange o tratamen- nas próximas etapas.
to do conhecimento objetivo na Mineração de Dados.
Tal tratamento tem como objetivo facilitar a inter- Data Understanding (Entendimento dos Dados)
pretação e a avaliação da utilidade do conhecimento
z Nessa fase, o objetivo é estudar, organizar e docu-
descoberto. Dentre as principais funções desta etapa
mentar os dados que se encontram disponíveis. Os
estão: elaboração e organização, podendo incluir a
dados mapeados são explorados e analisados em
simplificação, de gráficos, diagramas, ou relatórios
busca de melhor entendimento sobre os dados e
demonstrativos; além da conversão da forma de
avaliação de sua qualidade.
representação do conhecimento obtido.
A figura a seguir apresenta um resumo das etapas Data Preparation (Preparação dos Dados)
operacionais executadas em processos de KDD.
z Nessa fase, ocorre a preparação dos dados
para modelagem. Esse processo consiste,
352
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
principalmente, de quatro tarefas: Data Selection já contendo a indicação à qual classe pertence, a
(Seleção dos Dados), Data Cleaning (Limpeza dos fim de aprender como classificar um novo dado
Dados), Construct Data (Construção dos Dados) e (aprendizado supervisionado). Técnicas comuns
Integrating Data (Integração dos Dados). utilizadas para classificação são Redes Neurais e
Árvores de Decisão.
Modeling (Modelagem)
„ Árvores de Decisão (Decision Tree): Turban
z É nesse momento que ocorre a construção do seu et al. (2009) definem que as Árvores de Deci-
modelo. Essa fase consiste na aplicação de fato são classificam dados em um número finito de
das técnicas de mineração de dados, tendo como classes, com base nos valores das variáveis de
base os objetivos definidos no primeiro passo. O entrada. Elas são compostas basicamente de
algoritmo é selecionado, o modelo construído e os uma hierarquia de declarações “se-então” e,
parâmetros são refinados. É interessante que seja portanto, são significativamente mais rápidas
criado diferentes modelos para avaliação na pró- do que as Redes Neurais. Também são mais
xima fase. adequadas para dados categorizados e inter-
Evaluation (Avaliação) valares, pois incorporar variáveis contínuas
em uma estrutura de árvore de decisão pode
z É nessa fase que ocorre a avaliação dos resultados ser difícil. Uma árvore de decisão pode ser defi-
com base nos critérios estabelecidos no início do nida como uma raiz seguida de nós internos.
projeto. Considerada uma fase crítica do processo, Cada nó (incluindo a raiz) é rotulado com uma
nesta fase é necessária a participação de especia- questão. Os arcos associados a cada nó abran-
listas nos dados, conhecedores do negócio e toma- gem todas as respostas possíveis. Cada resposta
dores de decisão. Diversas ferramentas gráficas representa um resultado provável. Um exem-
são utilizadas para a visualização e análise dos plo de árvore de decisão pode ser visto na figu-
resultados (modelos). ra a seguir.
Deployment (Distribuição ou Execução)

z Nessa fase, o modelo é colocado em produção para


que possa ser utilizado pelo cliente.

TAREFAS, TÉCNICAS E ALGORITMOS DE


MINERAÇÃO DE DADOS

A mineração de dados compreende a aplicação

9
de algoritmos sobre os dados procurando abstrair

-3
conhecimento. Estes algoritmos são fundamentados

40
em técnicas que procuram explorar os dados de for-
ma a produzir modelos de conhecimento. A forma de .5
33
representação do conhecimento depende diretamen-
.6

te do algoritmo de mineração de dados utilizado.


00

Turban et. al (2009) destacam que um sistema


-0

de mineração de dados inteligente consegue desco-


os

brir informações em grandes bases de dados na qual


consultas e relatórios não conseguem revelar algo
nt

efetivamente.
Sa

Com isso, ferramentas de mineração de dados


os

encontram padrões em dados e podem até deduzir „ Redes Neurais (Neural Networks): as redes
neurais estão relacionadas com o desenvolvi-
id

regras a partir deles. Esses padrões e regras podem


ser utilizados para direcionar a tomada de decisão e mento de estruturas matemáticas que têm a
ol

prever as consequências das decisões. capacidade de aprender. Turban et al. (2009)


ic
N

A mineração de dados é normalmente organizada destacam que elas tendem a ser mais eficien-
io

pela sua capacidade de realizar determinadas tare- tes onde o número de variáveis envolvido é
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

fas. Elas consistem na especificação do que queremos maior e as relações entre elas é mais complexa
au

buscar nos dados. Castro e Ferrari (2016) destacam e imprecisa. As redes neurais têm vantagens e
que, em geral, essas tarefas podem ser classificadas desvantagens. Como desvantagem, por exem-
M

em duas categorias: (1) descritivas: caracterizam as plo, é muito difícil fornecer uma boa justificati-
propriedades gerais dos dados; e (2) preditivas: fazem va para as previsões feitas por uma rede neural.
inferência a partir dos dados objetivando predições. Além disso, redes neurais tendem a necessitar
Nas descritivas, têm como principais as tarefas de de muito treinamento. Dessa forma, o tempo
associação, clusterização e sumarização. Já as prediti- necessário para treinamento tende a aumentar
vas, por sua vez, são compostas pelas tarefas de classi- com o aumento do volume de dados. Assim, as
ficação e regressão. redes neurais, em geral, não podem ser treina-
A seguir, são descritas, sucintamente, as principais das em bancos de dados muito grandes.
tarefas, técnicas e algoritmos de mineração de dados:
z Estimação (Estimation) ou Regressão (Regres-
z Classificação (Classification): uma das tarefas sion): semelhante à tarefa de classificação, no
mais comuns da mineração de dados, a classifi- entanto, a estimação ou regressão é utilizada
cação, tem o objetivo de identificar a qual classe quando o dado é identificado por um valor numé-
um determinado dado pertence. O modelo anali- rico e não por uma classe. Assim, muitas vezes,
sa o conjunto de dados fornecidos, com cada dado esta tarefa está relacionada com a identificação de
353
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
métricas e a avaliação de um item específico (por exemplo, um cliente) junto às métricas através da especifi-
cação de pontuações. Um outro exemplo de utilização que também podem ser realizadas são as previsões de
venda de um determinado produto.
z Análise Descritiva (Description) ou Sumarização de Dados: esta análise permite medir, explorar e descrever
características intrínsecas aos dados. Também permitem uma sumarização e compreensão dos objetos base e
seus atributos. Técnicas de visualização também são empregadas para um melhor entendimento da natureza e
distribuição dos dados. Como exemplo, podemos ter uma base de dados com informações sobre assinantes de
uma determinada revista. A tarefa de sumarização poderia realizar uma busca por características comuns à
maioria dos assinantes. Por exemplo, os assinantes da revista sobre negócios, são homens na faixa etária de 35
a 65 anos, com nível superior completo e que trabalham na área de finanças. Estas informações poderiam ser
utilizadas pela equipe de marketing da revista para direcionar as ofertas de assinaturas para novos clientes com
as mesmas características encontradas anteriormente.
z Agrupamento ou Segmentação (Clustering): tarefa que tem como objetivo separar (particionar ou segmentar)
um conjunto de objetos em grupos (do inglês clusters) de objetos similares. Turban et. al (2009) definem que o agru-
pamento divide um banco de dados em segmentos cujos membros compartilham qualidades semelhantes. Esta
tarefa diferencia da classificação pois não há a necessidade de que os registros sejam categorizados previamente.
Além do mais, o agrupamento não tem o objetivo de classificar, estimar ou predizer o valor de uma variável, ele
apenas tenta identificar os grupos de dados similares. Algumas das técnicas usadas para classificação, como redes
neurais, referem-se em parte a situações que envolvem agrupamento. Algumas áreas onde as tarefas de agrupa-
mento são aplicadas, podem ser a pesquisa de mercado, o reconhecimento de padrões, o processamento de ima-
gens, as pesquisas geográficas, a detecção de fraudes, entre outras.
z Associação (Association): Turban et al. (2009) definem que as associações estabelecem relações entre itens
que ocorrem juntos em um determinado registro. Algumas vezes, é chamada também de análise de cesta de
supermercado (market basket) porque uma das aplicações dessa técnica é a análise das operações de venda
para determinar um padrão do que os clientes ou consumidores costumam comprar. Castro e Ferrari (2016)
exemplificam da seguinte forma: os gerentes de marketing gostam muito de frases como “90% dos clientes
que compram um smartphone assinam um plano de dados para seu aparelho”. Nesse caso, a regra encontrada
pela ferramenta de análise de dados e que está refletida nessa afirmação é aquele que associa smartphone ao
plano de dados. Regras dessa natureza são chamadas de Regras de Associação ou, do inglês Association Rules,
ou seja, é a identificação de grupos de dados que apresentam concorrência entre si (ocorrência simultânea de
dois eventos). Na tabela a seguir, há alguns exemplos de regras de associação.

Regra 1: SE idade = jovem E estudante = não ENTÃO compra computadores = não


Regra 2: SE idade = jovem E estudante = sim ENTÃO compra computadores = sim

9
-3
Regra 3: SE idade = média ENTÃO compra computadores = sim

40
Regra 4: SE idade = adulto E avaliação de crédito = excelente ENTÃO compra computadores = sim
.5
33
Regra 5: SE idade = adulto E avaliação de crédito = ruim ENTÃO compra computadores = não
.6
00

z Detecção de Anomalias ou Análise de Outliers: Castro e Ferrari (2016) destacam que os dados conhecidos
-0

como anomalias ou valores discrepantes (outliers) não seguem o comportamento ou não possuem a caracterís-
os

tica comum dos dados ou de um modelo que os represente. Em algumas aplicações, como na detecção de frau-
des, os eventos raros ou anomalias podem ser mais informativos do que aqueles que ocorrem regularmente.
nt
Sa

APLICAÇÕES DE MINERAÇÃO DE DADOS


os

A mineração de dados pode ser muito útil em diversos setores com o objetivo de identificar oportunidades de
id

negócios e criar vantagens competitivas. A seguir, estão listados alguns setores e como a mineração de dados pode
ol

ajudá-los na análise de seus dados:


ic
N

z Comércio Eletrônico (E-commerce): os sites de comércio eletrônico usam mineração de dados para oferecer
io

vendas cruzadas por meio de seus sites. Por exemplo, diversos sites de compras mostram frases como “As
ric

pessoas também viram”, “Compram juntos com frequência” para os clientes que estão interagindo com o site.
au

z Bancário: a mineração de dados ajuda o setor financeiro a obter uma visão dos riscos de mercado e a geren-
M

ciar a conformidade regulatória. Ajuda os bancos a identificar prováveis ​​inadimplentes para decidir se emi-
tem cartões de crédito ou empréstimos, por exemplo.
z Varejo e Vendas: a mineração de dados ajuda os proprietários do setor de vendas e varejo a saber as escolhas
dos clientes. Olhando para o histórico de compras dos clientes, as ferramentas de mineração de dados mos-
tram as preferências de compra de cada um deles.
z Fabricação e Produção: com a ajuda da mineração de dados, os fabricantes podem prever o desgaste dos
ativos de produção. Eles podem antecipar a manutenção, o que os ajuda a reduzi-los para minimizar o tempo
de inatividade.
z Seguros: a mineração de dados ajuda as seguradoras a estabelecer preços lucrativos para seus produtos e a
promover novas ofertas para clientes novos ou existentes.
z Educação: a mineração de dados beneficia os educadores para acessar os dados dos alunos, prever os níveis
de desempenho e encontrar alunos ou grupos de alunos que precisam de atenção extra. Por exemplo, alunos
que são fracos na disciplina de matemática.
z Investigação Criminal: a mineração de dados pode detectar anomalias em uma grande quantidade de dados.
Os dados criminais, por exemplo, incluem todos os detalhes de um crime. Para a polícia, a mineração de dados
é útil para estudar os padrões e tendências e prevê eventos futuros com melhor precisão.
354
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A partir do que foi estudado anteriormente, vamos resumir alguns conceitos fazendo uma comparação entre
Mitos versus Realidade sobre a mineração de dados.

MITO REALIDADE
A mineração de dados fornece predições imediatas como A mineração de dados é um processo com várias etapas
bola de cristal que exige projeto e uso de técnicas proativas e calculadas.
A mineração de dados não é viável para aplicações de A tecnologia atual está pronta para ajudar qualquer negó-
negócios cio, seja pequeno, médio ou grande
Os bancos de dados estão cada vez mais modernos e ro-
A mineração de dados exige um banco de dados dedicado
bustos, permitindo, assim, a utilização em mais aplicações
e distinto
de forma paralela
Ferramentas baseadas na Web mais recentes permitem
Somente aqueles com formação avançada podem fazer a
que pessoas de todos os níveis educacionais realizem a
mineração de dados
mineração de dados
Se os dados refletem exatamente o negócio ou os clientes,
A mineração de dados é apenas para grandes empresas
uma empresa pode usar a mineração de dados indepen-
que possuem milhares de dados de clientes
dentemente da quantidade de dados que ela armazena

NOÇÕES DE APRENDIZADO DE MÁQUINA

O aprendizado de máquina é uma das tendências mais recentes da tecnologia atualmente. Do inglês Machine
Learning, este é um ramo da inteligência artificial (IA) que já está revolucionando o software moderno e mudando
a forma como as empresas fazem negócios.
Neste capítulo, iremos aprender alguns conceitos básicos sobre aprendizado de máquina e, ao final, resolvere-
mos algumas questões de concursos públicos sobre este tema.

CONCEITO DE APRENDIZADO DE MÁQUINA

O aprendizado de máquina é focado na construção de aplicativos que aprendem com os dados e melhoram sua
precisão ao longo do tempo, sem serem programados para isso. Em ciência de dados, um algoritmo é uma sequência
de etapas de processamento estatístico. No aprendizado de máquina, os algoritmos são “treinados” para encontrar

9
-3
padrões e recursos em grandes quantidades de dados, a fim de tomar decisões e fazer previsões com base em novos

40
dados. Quanto melhor for o algoritmo, mais precisas serão as decisões e previsões à medida que ele processa mais
dados.
.5
33
O aprendizado de máquina também está intimamente relacionado à mineração de dados, pois um computa-
.6

dor recebe dados como entrada e utiliza um algoritmo para formular suas respostas.
00

Uma tarefa típica do aprendizado de máquina é fornecer uma recomendação. Para quem tem conta na Netflix,
-0

por exemplo, todas as recomendações de filmes ou séries são baseadas nos dados históricos do usuário. Assim, as
os

empresas de tecnologia utilizam o aprendizado de máquina para melhorar a experiência do usuário com reco-
mendações personalizadas.
nt

O aprendizado de máquina também é usado para uma variedade de outras tarefas, como detecção de fraude,
Sa

manutenção preditiva, automatização de tarefas e assim por diante. Veremos mais aplicações do aprendizado de
os

máquina em um tópico posterior.


id
ol

COMO FUNCIONA O APRENDIZADO DE MÁQUINA


ic
N

A programação tradicional difere significativamente do aprendizado de máquina, pois, nela, um programador


io

codifica todas as regras ou algoritmos. Cada regra é baseada em uma base lógica e a máquina executará uma saída
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

seguindo esta instrução.


au

Quando o sistema se torna muito complexo, mais regras precisam ser escritas. Dependendo da complexidade
M

do problema, a manutenção pode se tornar insustentável pelo programador.


Já o aprendizado de máquina é o cérebro onde ocorre todo o aprendizado. A forma como a máquina aprende é
semelhante à do ser humano. Por exemplo, os humanos aprendem com a experiência, correto? Quanto mais sabe-
mos, mais facilmente podemos prever sobre algo. Por analogia, quando enfrentamos uma situação desconhecida,
a probabilidade de sucesso é inferior a uma situação conhecida.
As máquinas são treinadas da mesma forma. Para realizar uma previsão, a máquina necessita enxergar um
exemplo conhecido previamente. Assim, quando oferecemos à máquina um conjunto de exemplos semelhantes,
ela pode descobrir um resultado de forma mais consistente.
O objetivo central do aprendizado de máquina é o aprendizado e a inferência. Em primeiro lugar, a máquina
aprende por meio da descoberta de padrões. Essa descoberta é feita graças aos dados. Uma parte crucial do cien-
tista de dados é escolher cuidadosamente quais dados serão fornecidos à máquina. A lista de atributos usada para
resolver um problema é chamada de vetor de recursos.
A máquina usa alguns algoritmos sofisticados para simplificar a realidade e transformar essa descoberta em um
modelo. Portanto, o estágio de aprendizagem é usado para descrever os dados e resumi-los em um modelo. Por exemplo,
uma máquina poderia tentar entender a relação entre o salário de um indivíduo e a probabilidade de ele ir a um restau-
rante mais refinado. O modelo então seria a máquina encontrar uma relação positiva entre o salário e o indivíduo ir a
um restaurante sofisticado. 355
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quando o modelo é construído, é possível testar os algoritmos irão ser treinados para estimar o
o quão poderoso ele é em dados nunca vistos antes. preço das ações com o menor erro possível.
Os novos dados são transformados em um vetor de
recursos que passam pelo modelo e dão uma previsão. Aprendizagem Não Supervisionada
Essa é a “mágica” do aprendizado de máquina. Não
há necessidade de atualizar as regras ou treinar nova- Na aprendizagem não supervisionada, um algo-
mente o modelo. Pode-se usar o modelo previamente ritmo explora dados de entrada sem receber uma
treinado para fazer inferências sobre novos dados. variável de saída explícita. Ou seja, o objetivo é que o
sistema desenvolva suas próprias conclusões a partir
ABORDAGENS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA de um determinado conjunto de dados.
Por exemplo, se um gerente de uma loja de varejo
O aprendizado de máquina pode ser agrupado em tivesse um grande conjunto de dados de vendas onli-
algumas categorias, são elas: ne, ele poderia usar o aprendizado não supervisiona-
do para encontrar associações entre esses dados que
Aprendizagem Supervisionada poderiam ajudá-lo a melhorar o marketing dos produ-
tos. O resultado dos algoritmos poderia informar algo
Um algoritmo utiliza dados de treinamento para como “As vendas de home theater estão relacionadas
aprender a relação de determinadas entradas com uma às vendas de aparelhos de televisão”.
determinada saída. Pode-se usar o aprendizado super- Uma categoria de algoritmos de aprendizagem não
visionado quando os dados de saída forem conhecidos. supervisionada que processa um conjunto de dados
Assim, o algoritmo irá prever novos dados. para encontrar um padrão interno, sem consultar
Por exemplo, se quisermos usar o aprendizado dados prévios é o Agrupamento ou Clustering.
supervisionado para ensinar um computador a reco-
nhecer fotos de gatos, forneceríamos a ele um con- Aprendizagem Semissupervisionada
junto de imagens, algumas rotuladas como “gatos” e
outras como “não são gatos”. Os algoritmos de apren- O aprendizado semissupervisionado oferece um
dizado de máquina ajudariam o sistema a aprender a meio-termo entre o aprendizado supervisionado e o
generalizar os conceitos para que pudesse identificar não supervisionado. Durante o treinamento, ele usa
gatos em imagens que não havia encontrado antes. um menor conjunto de dados rotulados para orientar
Há duas categorias de algoritmos de aprendiza- a classificação e a extração de recursos de um conjun-
gem supervisionada que processam um conjunto de to de dados maior e não rotulado.
dados previamente rotulado para extrapolar os com- A aprendizagem semissupervisionada pode
portamentos dos dados não rotulados, são os: resolver o problema de não haver dados rotulados

9
suficientes (ou não ser capaz de rotular dados sufi-

-3
z Algoritmos de Classificação cientes) para treinar um algoritmo de aprendizagem

40
supervisionada.
„ Como vimos no capítulo de Mineração de
.5
Voltando ao exemplo do gato, imagine que você
33
Dados, os algoritmos de Classificação têm o tenha um grande número de imagens, algumas das
.6

objetivo de identificar a qual classe um deter- quais foram rotuladas como “gato” e “não é gato” e
00

minado dado pertence. outras não. Um sistema de aprendizagem semissu-


-0

„ Por exemplo, imagine que se deseja prever o gêne- pervisionado usaria as imagens rotuladas para fazer
ro de um determinado cliente em uma loja online
os

algumas suposições sobre quais das imagens não


de varejo. Primeiro, será necessário coletar dados
nt

rotuladas incluem gatos. As melhores suposições


do cliente sobre altura, peso, trabalho, salário,
Sa

seriam então realimentadas no sistema para ajudá-lo


compras realizadas etc. Sabendo que o gênero dos a melhorar suas capacidades e o ciclo continuaria.
os

clientes só poderá ser masculino ou feminino, o


id

objetivo dos algoritmos de Classificação será atri-


Aprendizado por Reforço
buir uma probabilidade de ser homem ou mulher
ol

(ou seja, o rótulo) com base nas informações


ic

O aprendizado por reforço é um modelo de apren-


N

(dados que foram coletados). Quando o modelo


dizado de máquina comportamental semelhante ao
io

aprender a reconhecer homem ou mulher, ele


aprendizado supervisionado, mas o algoritmo não
ric

poderá ser utilizado para fazer uma previsão a


partir de dados coletados de novos clientes. Por é treinado usando dados de amostra. Este modelo
au

exemplo, se o modelo prediz “masculino = 70%”, aprende à medida que avança por meio de tentativa
M

significa que o algoritmo tem 70% de certeza de e erro. Uma sequência de resultados bem-sucedidos
que o novo cliente é do gênero masculino e 30% será reforçada para desenvolver a melhor recomen-
é do gênero feminino. Assim, a loja poderá exibir dação ou política para um determinado problema.
produtos relacionados ao gênero com uma maior Por exemplo, se a tarefa for sugerir um artigo de
probabilidade do cliente se interessar. notícias a um usuário, um algoritmo de aprendiza-
do por reforço obterá feedback constante do usuário,
z Algoritmos de Regressão sugerindo alguns artigos de notícias e, em seguida,
construirá um “gráfico de conhecimento” de quais
„ Semelhante aos algoritmos de Classificação, a artigos a pessoa gostará.
Regressão é utilizada quando o dado é identifica-
do por um valor numérico e não por uma classe. APLICAÇÕES DE APRENDIZADO DE MÁQUINA
„ Por exemplo, um analista financeiro pode que-
rer prever o valor de uma ação com base em z Automação
uma variedade de características como desem- „ O aprendizado de máquina funciona de forma
penhos anteriores da ação, índices macroeco- totalmente autônoma em qualquer área sem a
356 nômicos etc. Assim, a partir destas informações, necessidade de qualquer intervenção humana.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por exemplo, robôs executando as etapas z A distância: pode ter ou não momentos presen-
essenciais do processo de uma fábrica. cias; a maior parte a distância.

z Indústria Financeira De acordo com Sanchez (2005),


„ O aprendizado de máquina está se tornando
cada vez mais popular no setor financeiro. A Educação a Distância é uma modalidade de edu-
Os bancos estão usando principalmente para cação que se utiliza de tecnologia como aliada e
encontrar padrões de dados entre os clientes, intermediária para existir de forma eficaz e impac-
mas também para evitar fraudes. tar de maneira positiva os alunos envolvidos.13

z Governo O ensino remoto emergencial e a educação a dis-


„ O governo usa o aprendizado de máquina para tância são diferentes. Vejamos:14
gerenciar a segurança pública e os serviços
públicos. z Ensino remoto: diz respeito às atividades de ensi-
no mediadas por tecnologias, mas orientadas pelos
z Saúde princípios da educação presencial;
„ A saúde foi uma das primeiras áreas a utilizar z EaD: modalidade de ensino reconhecida pelo
o aprendizado de máquina com a detecção de Ministério da Educação (MEC) e consolidada teó-
imagem. rica e metodologicamente. Possui uma estrutu-
ra política e didático-pedagógica que vai além
z Marketing dos momentos síncronos e assíncronos do ensi-
„ Antes da era dos dados de massa (o chamado no remoto. Acontece em um ambiente virtual de
Big Data), os pesquisadores desenvolveram aprendizagem no qual ficam disponíveis as aulas
ferramentas matemáticas avançadas, como gravadas, que podem ser acessadas pelos estudan-
análise bayesiana, para estimar o valor de um tes no momento mais oportuno para eles.
cliente. Com o crescimento dos dados, o depar-
tamento de marketing utiliza a inteligência arti- Nesse sentido, Otsuka, Lima e Mill (2011) apre-
ficial, como o aprendizado de máquina, para sentam os principais atores e seus papéis no ensi-
otimizar o relacionamento com o cliente e os no-aprendizagem a distância. No quadro a seguir,
anúncios dos produtos, por exemplo. apresentamos o papel dos envolvidos:

Dica ATOR PAPEL

9
Nos últimos anos, a empresa Google tem desen- É o ator principal, com participação deci-

-3
volvido um carro autônomo que utiliza inteli- siva nas atividades durante o curso, que

40
gência artificial com algoritmos de aprendizado explora, investiga e colabora no processo
.5
33
de máquina para se locomover. O automóvel é de organização coletiva de informações.
Aluno O aluno deve estar motivado para apren-
.6

cheio de câmeras e lasers em seu teto que indi-


00

cam a localização que ele está em relação à sua der, ter perseverança e responsabilidade,
-0

volta. Ele também possui um radar na parte da ter hábito de planejamento e visão de
frente do automóvel que informa a velocidade e futuro, ser proativo, comprometido e
os

o movimento de todos os demais carros ao seu autodisciplinado


nt

redor. Esses equipamentos geram dados para Planeja as disciplinas por meio de mate-
Sa

descobrir não apenas como dirigir o carro, mas riais educacionais e atividades avaliativas
Professor
os

também para descobrir e prever movimentos dos e coordena a equipe de tutores durante
id

motoristas ao seu redor, processando quase um sua disciplina


ol

gigabyte por segundo de dados. Impressionante, Encaminha e guia os alunos, responden-


ic

não? Tutor a
do a questionamentos no decorrer da
N

distância
disciplina
io

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Conduz os alunos no polo, tendo como


au

sua principal característica o contato


Tutor
CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A
M

presencial, ajudando nas resoluções de


presen-
DISTÂNCIA exercícios e na elaboração de métodos de
cial
estudos. Estabelece ligação com os pro-
Antes de iniciarmos nossa discussão sobre edu- fessores e tutores a distância
cação a distância, cabe elencar os tipos de educação
Fonte: Eberspacher, 2017 apud Otsuka, Lima e Mill, 2011.
existentes. Acompanhe:
No contexto da educação a distância, o papel dos
z Presencial: aulas em local fixo;
envolvidos como um todo é a interação com dife-
z Semipresencial: aulas parte em sala de aula e par-
rentes meios e sujeitos e o compartilhamento de
te a distância;
conhecimento.

13 SÁNCHEZ, P. A. A educação inclusiva: um meio de construir escolas para todos os no século XXI. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria
da Educação Especial. Inclusão: Revista da Educação, 2005, p. 101.
14 ROCHA, R. Profissionais explicam a diferença entre ensino a distância e ensino remoto. Instituto Federal Alagoas, 2021. Disponível em:
https://www2.ifal.edu.br/noticias/profissionais-explicam-a-diferenca-entre-ensino-remoto-e-ensino-a-distancia. Acesso em: 11 mar. 2022. 357
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EXTENSÃO COMENTÁRIOS
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E
Windows Media Audio, formato de áudio
FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE .wma
padrão do Windows
REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO Windows Media Video, formato de vídeo
.wmv
padrão do Windows
Os softwares instalados no computador, podem
ser classificados de formas diferentes, de acordo com
o ponto de vista e sua utilização. As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados
Vamos conhecer algumas delas. com áudio, vídeo e metadados. Os metadados são usa-
dos para diferentes funções, como identificação da
CATEGORIA CARACTERÍSTICA EXEMPLO fonte, dados sobre duração da transmissão, verifica-
ção da qualidade etc.
Sistemas Operacionais
que oferecem uma Quando usados separadamente, o usuário pode
Básico plataforma para Windows e Linux baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os
execução de outros metadados do MP3 para exibir as informações edita-
softwares das sobre autor, disco, nome da música etc. Os fluxos
Programas que Microsoft Office de dados devem ser analisados na forma de contêiner
permitem ao usuário e LibreOffice, (pacote encapsulado), a fim de mensurar a qualidade
Aplicativo
criar e manipular seus reprodutores de e quantidade de dados trafegados.
arquivos mídias Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e
Compactador áudio transferidos de um servidor remoto para o dispo-
Softwares que sitivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e
de arquivos,
realizam uma tarefa
Utilitários Desfragmentador de séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em paco-
para a qual fora
projetado
Discos, Gerenciadores tes de dados para serem enviados pelo canal com pro-
de Arquivos tocolos TCP. Esses pacotes de dados são os contêineres.
Software malicioso, Vírus de computador,
que realiza ações worms, cavalo de
SmartTv
Malware que comprometem Troia, spywares,
Internet
a segurança da phishing, pharming,
informação ransomware etc.

Os softwares que reproduzem conteúdo multimí- A transferência de arquivos poderá ser realizada
de três formas:

9
dia, como o Windows Media Player e o Groove Music

-3
(além de opções de terceiros, como o VNC Player),

40
reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimí- z Fluxo contínuo;
dia a partir da extensão dele. z Modo blocado; .5
33
z Modo comprimido.
.6
00

EXTENSÃO COMENTÁRIOS
Na transferência por fluxo contínuo, os dados são
-0

Audio Video Interleave. Formato de vídeo transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres.
.avi
padrão do Windows
os
nt

Formato de vídeo popular entre aparelhos


.3gp
Sa

smartphones
Cliente
os

Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo


.flv
Adobe Flash, de baixa qualidade Internet
id
ol

Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e


ic

.mkv legendas são encapsuladas em um único


N

contêiner, suportando diversos formatos


io

QuickTime File Format é um formato de Fluxo contínuo – os dados são enviados na forma de um
ric

.mov arquivo de computador usado nativamente fluxo de caracteres


au

pela estrutura do QuickTime


No modo blocado, o arquivo é transferido como
M

Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato


uma série de blocos precedidos por um cabeçalho
de áudio que aceita compressão em vários
.mp3
níveis. Pode utilizar o Windows Media Player
especial. Esse cabeçalho é constituído por um conta-
ou Groove Music para reprodução dor (2 bytes) e um descritor (1 byte).

Moving Picture Experts Group. Arquivo de


vídeo comprimido, visível em quase qualquer
.mpg reprodutor, como por exemplo, o Real One ou
o Windows Media Player. É o formato para Cliente
gravar filmes em formato VCD
Internet
Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo
.rmvb com taxa variável de qualidade desenvolvido
pela Real Networks
Formato de áudio Wave, sem compactação 00 A 01 C 02 B 01 B
.wav
com baixa amostragem
Modo blocado – os dados são enviados com contador e
358 descritor
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No modo comprimido, a técnica de compressão z Personalizá-lo adicionando anotações, sites e
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência aplicativos.
de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os
dados comprimidos e as informações de controle são Se o colaborador não tem o Office 365 em seu com-
os parâmetros dessa transferência. putador, poderá instalar a partir do e-mail corporati-
vo/educacional. Acesse o seu webmail (da instituição)
com o e-mail corporativo e senha. No canto superior
esquerdo, acesse Office 365. Faça o download e instala-
ção do Office 365. No primeiro acesso, informe o login
Internet
Internet e senha do e-mail corporativo.
Cliente
Cisco Webex
Dados únicos
O Cisco Webex (anteriormente WebEx) é uma apli-
Dados repetidos
cação que existe desde 1995 e foi adquirida pela Cisco
Informações de em 2007. Cumpre destacar que seu software de web
controle e videoconferência foi, posteriormente, renomeado
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor como Cisco Webex Meetings.
Organizar uma reunião no Cisco Webex é simples.
A transferência de dados e arquivos pelas redes de Na página de perfil de usuário, selecione Agendar
computadores compreende um dos temas que, comu- e, em seguida, insira o título, a data e a hora da reu-
mente, são abordados em provas de concursos. nião, além dos endereços de e-mail dos participantes.
Depois disso, o aplicativo gera automaticamente um
link e uma senha de ID da reunião e enviará um con-
vite de calendário que inclui um número de discagem
para os participantes que se juntam por telefone, além
FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E de um link para números de discagem internacional
TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT para aproximadamente 50 (cinquenta) países.
Vale dizer que participar de uma reunião no Webex
TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE
é menos intuitivo que em outros aplicativos de vídeo.
HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE) O anfitrião poderá definir um lobby (sala de espera) e
a transmissão será no formato de reunião. Todos os
MICROSOFT TEAMS participantes da reunião podem compartilhar suas

9
-3
telas; no entanto, o anfitrião tem a opção de contro-

40
Componente do Microsoft 365 (Office 365) edições lar quem pode ou não compartilhar arquivos e telas
.5
corporativas, o Microsoft Teams possui recursos para durante a chamada. As transmissões serão armazena-
33
conversação por texto (Chat), chamadas de áudio, das na nuvem da Cisco, para serem acessadas poste-
.6

chamadas de vídeo, videoconferências, organização riormente a partir de links compartilhados.


00

em equipes, armazenamento das gravações no Micro-


-0

soft Stream/SharePoint e arquivos no OneDrive, entre


outros recursos. Importante!
os

Voltado para o mercado corporativo e educacional,


nt

assim como o Google Meet, teve suas funcionalidades Cisco Webex é um aplicativo corporativo pouco
Sa

liberadas por um período para todos os usuários, usado no Brasil. Você pode conhecer suas fun-
os

devido à pandemia de COVID-19 no ano de 2020. cionalidades por meio da página web do progra-
id

Atualmente (agosto/2021) existem duas versões ma e sua interface pelo navegador.


disponíveis. O Microsoft Teams para uso pessoal, dis-
ol
ic

ponível para qualquer pessoa que tenha uma conta


N

Microsoft (Hotmail, Live, xBox), e a versão corporativa Google Hangout


io

integrante do pacote Office 365 “empresarial”.


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

Na versão pessoal, o OneDrive é usado para arma- O Google Hangouts era uma opção do G Suite, um
au

zenar arquivos compartilhados. Na versão empresa- pacote de produtividade dos produtos Google comer-
M

rial o SharePoint é usado para compartilhar arquivos cializado para empresas. Permitia a conexão com as
com a equipe (dentro do domínio da empresa) e o pessoas por meio de vídeo HD, voz e texto. As trans-
OneDrive para compartilhar com usuários de fora da missões poderiam ocorrer para várias pessoas simul-
equipe, na Internet. A versão gratuita não possui o taneamente, semelhante ao Skype.
recurso Microsoft SharePoint, mas o usuário poderá Participantes externos poderiam participar de um
compartilhar arquivos pelo Microsoft OneDrive. Hangout mesmo se não tivessem uma conta do G Suite.
Com o Teams, você pode conversar por meio de Todos os streams de vídeo e áudio, no Hangouts, eram
texto, realizar videoconferências (com webcam) e criptografados. Porém, as interfaces pouco intuitivas
trocar arquivos. Você pode utilizá-lo via navegador do Talk e Hangout acabaram sendo melhoradas no
de Internet ou instalar o app no smartphone e ter os Google Meet.
mesmos recursos de conversação e troca de arquivos.
Outras funcionalidades incluem: Google Drive

z Editar arquivos com segurança ao mesmo tempo; O Google Drive, que antes se chamou Google Disco,
z Ver curtidas, @menções e respostas com apenas incorporou as funcionalidades do Google Docs e mais
um toque; o armazenamento de arquivos na nuvem. 359
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para acesso aos aplicativos, é exigida uma senha 2. (CESGRANRIO — 2021) Um usuário precisa utilizar
de conta Google, como o Gmail. O endereço de acesso o Explorador de Arquivos do Windows 10 para listar,
é http://drive.google.com. pelo menos, os atributos de nome e data e hora de
É possível instalar aplicativos no computador (link modificação dos arquivos e das subpastas, contidos
para o Google Drive) e nos smartphones e tablets. Na em uma pasta.
opção instalada no smartphone ou tablet, temos os
recursos de compartilhamento de arquivos na nuvem, Para apresentar esses atributos, depois de selecionar
visualização de arquivos acessados pelo dispositivo e a pasta desejada no Explorador de Arquivos, o usuário
transferência de dados para outros aplicativos. deve selecionar a opção de exibição
Usuários de contas Google corporativas ou edu-
cacionais possuem recursos extras, assim como o a) ícones grandes
Microsoft Teams. Em concursos públicos, as bancas b) ícones médios
costumam abordar os conceitos básicos válidos para c) ícones pequenos
as contas Google comuns. d) detalhes
e) lista
Skype
3. (CESGRANRIO — 2018)
É um aplicativo capaz de realizar chamadas com
áudio e vídeo entre dois computadores, usando a
Internet. Além disso, é capaz de realizar chamadas
com áudio para telefones fixos e celulares.
Após o fim do MSN Messenger, outros aplicati-
vos passaram a oferecer recursos de comunicação. O
Skype, por exemplo, adquirido pela Microsoft, permite A Figura acima reproduz, de forma ampliada, um dos
conversação de texto, bate-papo com áudio, videocon- controles que compõem a Barra de Tarefas do Windo-
ferências, chamadas telefônicas de Skype para Skype ws. Esse controle representa
gratuitamente e realizar ligações telefônicas para apa-
relhos convencionais. Para a utilização de todos esses
a) Tela auxiliar
recursos disponíveis, será necessário comprar cré-
ditos, o que possibilita, por exemplo, a realização de b) Nível de energia
ligações internacionais para aparelhos convencionais. c) Conexão de rede
Atualmente há várias opções para instalação do d) Brilho do monitor
Skype em nosso dispositivo. Vejamos: e) Configurações de tela

9
4. (CESGRANRIO — 2018) Na empresa onde um indi-

-3
z Aplicativo para computador – Skype (pessoal);
víduo trabalha, vários funcionários compartilham o

40
z Aplicativo para computador – Skype for Business
(integrante do Office 365); mesmo computador rodando o Windows 10 em por-
.5
tuguês. Um desses funcionários precisa usar o com-
33
z Aplicativo para smartphone e tablet.
putador desse indivíduo, mas este não quer fechar os
.6
00

Suas funcionalidades foram somadas ao Microsoft programas e arquivos com os quais está trabalhando
no momento.
-0

Lync e, atualmente, estão disponíveis no Microsoft Teams.


os

Que opção esse indivíduo deve escolher para resolver


nt

Importante! essa situação?


Sa

Os usuários desse software estão sendo migra-


os

a) Trocar usuário
dos para o Microsoft Teams. Ainda aparecerá b) Bloquear
id

em editais de concursos, porém cada vez com c) Suspender


ol

menor frequência. d) Desligar


ic
N

e) Hibernar
io
ric

5. (CESGRANRIO — 2021) Um colaborador da empresa


HORA DE PRATICAR!
au

utilizou o Word do Microsoft Office 365 para produzir


um documento. Depois que o documento foi salvo, o
M

1. (CESGRANRIO — 2021) No código de práticas de usuário pressionou o botão


segurança da informação, recomenda- se que o Compartilhar para acessar a janela Enviar link. Nessa
acesso ao ambiente operacional (área de trabalho) do janela, selecionou a opção Especificar pessoas, mar-
computador seja bloqueado quando o usuário do sis- cou a opção Permitir edição, desativou a opção Abrir
tema se ausentar do seu posto de trabalho. somente em modo de revisão e pressionou o botão
Aplicar. De volta à janela Enviar link, forneceu os
O atalho do teclado no Windows 10 para fazer esse endereços de e-mail das pessoas que deveriam rece-
bloqueio requer o pressionamento combinado das ber o link de compartilhamento do documento e pres-
teclas sionou o botão Enviar. Em seguida, uma janela com a
mensagem de confirmação de envio foi apresentada.
a) Ctrl e C
b) Ctrl e Z Depois de abrir o documento novamente no Word do
c) Alt e F4 Microsoft Office 365, o usuário poderá saber quem fez
d) logotipo do Windows e D alterações recentes no seu documento se clicar em
e) logotipo de Windows e L
360
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) Acompanhar edição a) agrupar um conjunto de computadores, localizados
b) Acompanhar alterações em ambientes físicos distintos, para processar gran-
c) Acompanhar revisões des volumes de dados.
d) Ficar em dia b) existir um servidor frontal (front-end) que se comunica
e) Novidades com outro servidor traseiro (back-end), este responsá-
vel pelos dados do processamento.
6. (CESGRANRIO — 2021) Um supervisor de equipe pre- c) inexistir a figura de um servidor dedicado, já que qual-
cisa redigir um memorando para envio à chefia imedia- quer equipamento pode desempenhar a função de ser-
ta. Ele precisa da colaboração dos seus subordinados vidor de um determinado serviço.
na edição desse texto. Todavia, o supervisor quer ter d) interligar um conjunto de computadores, de forma que
acesso ao histórico de alterações (quem alterou o pareça um supercomputador com considerável poder
quê), a fim de que possa julgar quais sugestões ele computacional.
aceita ou não. e) oferecer um modelo em que existe a figura de um equi-
pamento servidor, responsável por atender às requisi-
Qual recurso do MS Word 365, versão português, ofe- ções de equipamentos clientes.
rece essa possibilidade?
10. (CESGRANRIO — 2021) A área de atendimento ao
a) Correspondências cliente de um determinado banco precisava treinar
b) Layout todos os atendentes e gerentes em um novo softwa-
c) Pesquisar re de apoio à negociação de empréstimos. Buscando
d) Revisão os meios adequados para atender a essa demanda, o
e) Suplementos responsável pela área de Educação a Distância deci-
diu que o curso seria multimídia, com textos e aulas
7. (CESGRANRIO — 2022) Imagine que uma pessoa está gravadas, garantindo assim que os alunos pudessem
trabalhando em uma planilha do Excel e precisa que realizá-lo no momento em que quisessem, cada um
uma coluna fique visível na tela, enquanto rola a plani- em seu horário.
lha vertical ou horizontalmente.
Isso caracteriza o curso proposto como um curso de
Qual ferramenta permite que se execute tal ação? treinamento on-line

a) Tabela dinâmica a) assíncrono


b) Redefinir posição b) concomitante
c) Fixar coluna c) síncrono

9
d) tautócrono

-3
d) Exibição lado a lado

40
e) Congelar painéis e) tempestivo

.5
33
8. (CESGRANRIO — 2021) O agente comercial de uma 11. (CESGRANRIO — 2021) Portais corporativos reve-
.6

empresa elaborou uma planilha no software Microsoft lam-se uma interessante alternativa de comunicação
00

Excel para lançar os débitos de seus clientes. Ele a con- com seu público-alvo. Esses portais permitem que a
-0

figurou para controlar automaticamente as seguintes organização transmita, pela internet, sua mensagem
regras: diretamente para o meio externo com um conteúdo
os

organizado. Ao ser desenvolvido, é importante que tal


nt

a) admitir, apenas, débitos entre R$ 40.000,00 e R$ conteúdo seja testado nos principais navegadores de
Sa

110.000,00; e rede. Um importante representante dessa categoria é


os

b) destacar, em cor diferente, os débitos entre R$ o Mozilla Firefox, sendo a escolha dos temas uma das
id

90.000,00 e R$ 110.000,00. etapas importantes no projeto de um portal.


ol
ic

Quais são os recursos do Microsoft Excel que o agente Qual é a função dos temas no Mozilla Firefox?
N

comercial deverá utilizar, respectivamente, para obter


io

esse controle? a) Configurar a privacidade de informações que possam iden-


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

tificar o usuário em: normal, rigoroso ou personalizado.


au

a) Validação de dados; Formatação condicional b) Mudar a aparência, como, por exemplo, o esquema de
M

b) Formatação condicional; Gerenciador de cenários cores ou a imagem de fundo das barras de ferramentas.
c) Verificação de erros; Teste de hipóteses c) Organizar as abas abertas em uma única janela, defi-
d) Função de consolidação; Formatação condicional nindo sua sequência de apresentação por um critério
e) Classificar e Filtrar; Validação de dados de ordenação.
d) Permitir a edição do controlador de zoom da página
9. (CESGRANRIO — 2021) A computação distribuída per- apresentada, adequando-a às configurações de tela.
mite que as máquinas integrantes de uma rede, que e) Sincronizar itens favoritos entre os diversos dispositi-
utiliza esse modelo computacional, executem o seu vos de um usuário, tais como senhas ou abas abertas.
próprio processamento. Esse cenário permite que as
organizações se beneficiem da integração de serviços, 12. (CESGRANRIO — 2018) Bruno enviou um email com o
por meio da interconexão oferecida pelas redes de seguinte cabeçalho:
computadores, otimizando recursos e maximizando o
poder de seu parque computacional. Nesse cenário, o TO: Carlos <carlos@email.com> CC: Dalila <dalila@
modelo de redes ponto a ponto se caracteriza por email.com>
BCC: Ana <ana@email.com>, Edson <edson@email.
com> FROM: Bruno <bruno@email.com> 361
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se Dalila (dalila@email.com) responder a esse e-mail 16. (CESGRANRIO — 2021) A assinatura digital é um contro-
para todas as pessoas que puder identificar no cabe- le de segurança que permite a verificação da integridade
çalho da mensagem que recebeu, para quem será e da autenticidade do documento digital. Sabe-se que o
enviada a resposta de Dalila? certificado digital do signatário (CertSignatário) foi emi-
tido pela Autoridade Certificadora 1 (AC1); o certificado
a) somente para Bruno da AC1 (CertAC1) foi emitido pela Autoridade Certifica-
b) somente para Bruno e Carlos dora Raiz (ACZ); e que o certificado da ACZ (CertACZ)
c) somente para Bruno, Ana e Edson é autoassinado. Para validarmos a assinatura digital do
d) somente para Carlos, Ana e Edson signatário de um documento digital, nessa infraestrutura
e) para Bruno, Carlos, Ana e Edson de chaves públicas em cadeia, é necessário ter-se

13. (CESGRANRIO — 2021) Uma boa imagem institucio- a) apenas o CertSignatário


b) apenas o CertAC1
nal deve ser não somente construída e mantida pela
c) apenas o CertACZ
empresa, mas também divulgada. Desse modo, a
d) apenas o CertSignatário e o CertACZ
organização transmite confiabilidade aos seus clien-
e) todos os certificados da cadeia (CertSignatário, Cer-
tes, colaboradores e fornecedores, fortalecendo sua tAC1 e CertACZ)
relação com a comunidade. Nesse contexto, o Twitter
pode exercer um papel fundamental. 17. (CESGRANRIO — 2019) A Autoridade Certificadora
(AC) emite certificados digitais com o objetivo de ates-
Uma funcionalidade oferecida pelo Twitter são as(os) tar a associação entre uma chave pública e uma enti-
dade que pode ser uma pessoa física, pessoa jurídica,
a) vozes do Twitter, que possibilitam ao usuário o com- cliente de rede ou servidor de rede.
partilhamento de ideias transitórias.
b) listas, que permitem ao usuário selecionar os tweets Quando um certificado é emitido para uma pessoa
que deseja prioritariamente visualizar. física, o certificado digital contém a assinatura digital
c) moments, que viabilizam as conversas privadas parti- apenas da(o)
culares ou em grupo, via plataforma ou SMS.
d) periscopes, que definem diretrizes e políticas gerais a) pessoa física.
para uso pelas autoridades policiais do Twitter. b) AC.
e) boletins informativos, que permitem a visualização de c) pessoa física e da AC.
várias timelines em uma única interface simples. d) estação na qual o certificado será usado.
e) sevidor que exige o certificado digital.
14. (CESGRANRIO — 2021) A Segurança da Informação é

9
uma preocupação permanente dos agentes comerciais, 18. (CESGRANRIO — 2022) A gravação de cópias de

-3
40
principalmente em relação a assuntos contratuais e segurança (backup) é um dos procedimentos mais
importantes na garantia da operação de um ambien-
.5
financeiros e às facilidades advindas dos meios digitais. 33
te computacional. Políticas de backup devem ser
desenhadas pelos administradores de suporte das
.6

Os recursos providos pelas áreas de TI das empresas,


00

no que se refere à segurança da informação, incluem empresas, com vistas a manter a disponibilidade e a
integridade do sistema computacional.
-0

a irretratabilidade, que deve garantir a


os

a) manutenção exata e completa do conteúdo das men- Uma providência importante referente à política de
nt

sagens desde a origem até o destino. backup é


Sa

b) impossibilidade de negar a autoria de uma mensagem.


os

c) possibilidade do acesso a qualquer mensagem quan- a) armazenar todos os volumes de backup em um só


local.
id

do necessário.
b) automatizar backups de arquivos no formato Man-
ol

d) impossibilidade de os conteúdos das mensagens serem


chester Diferencial.
ic

lidos e compreendidos por pessoas não autorizadas.


N

e) impossibilidade de o destinatário negar o recebimento c) evitar a utilização de gerenciadores de backup de código


io

de uma mensagem. aberto.


ric

d) monitorar os volumes de backup gerados manualmente.


au

15. (CESGRANRIO — 2022) Códigos maliciosos (malwa- e) testar todos os volumes de backups gerados.
M

re) são programas desenvolvidos para executar ações


danosas e atividades maliciosas em uma grande 19. (CESGRANRIO — 2021) O Microsoft Teams possui
diversidade de equipamentos. Dentre os vários tipos recursos que apoiam reuniões de times de trabalho
de malware, há um programa capaz de se propagar em discussões, tais como o desenho ou a readequa-
automaticamente pelas redes, explorando vulnerabi- ção de procedimentos organizacionais.
lidades nos programas instalados e enviando cópias
de si mesmo de equipamento para equipamento. Uma opção disponível para reuniões é o lobby, que fun-
ciona como
Esse programa é o
a) discador de chamadas pinnedGroup
a) backdoor b) integrador de armazenamento com o OneDrive
b) spyware c) integrador de tarefas com o calendário
c) rootkit d) notificador do feed de atividades
d) keylogger e) uma sala de espera de reuniões
e) worm
362
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
20. (CESGRANRIO — 2021) O Microsoft Teams é um soft-
ware que facilita a gestão de equipes, com o propó-
ANOTAÇÕES
sito de integrar funcionalidades que dão suporte ao
trabalho dos membros dessas equipes em um único
ambiente.

Quanto às equipes do Microsoft Teams e seus mem-


bros, observa-se que

a) a configuração da apresentação automática de canais de


equipes é feita na opção de gerenciamento de marcas.
b) as equipes do tipo Classe permitem que seus mem-
bros trabalhem em metas integradas ou desenvolvi-
mento profissional.
c) os membros de uma equipe conseguem alterar o
nome ou a descrição da mesma.
d) as pessoas externas à organização podem ser mem-
bros de uma equipe na categoria convidado.
e) o membro de uma equipe pode ter três funções na mes-
ma equipe: proprietário, membro ou moderador de equipe.

9 GABARITO

1 E

2 D

3 C

4 A

5 D

6 D

9
-3
40
7 E

8 A .5
33
.6

9 C
00
-0

10 A
os

11 B
nt

12 B
Sa
os

13 B
id

14 B
ol
ic

15 E
N
io

16 E
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ric

17 B
au
M

18 E

19 E

20 D

363
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ANOTAÇÕES

9
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Nível Operacional: nível de execução da organi-
zação no intuito de realizar tarefas do dia a dia. A
figura encontrada é a do executor; procure guar-
dar a ideia da execução das tarefas nesse nível e

VENDAS E NEGOCIAÇÃO
assim ficará mais fácil resolver as questões rela-
cionadas ao tema.

Agora que já expusemos os níveis organizacionais,


podemos avançar no tema e compreender os tipos de
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA planejamento.

EMPRESARIAL: ANÁLISE DE MERCADO, TIPOS DE PLANEJAMENTO


FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM
INSTITUCIONAL, IDENTIDADE E
POSICIONAMENTO Estratégico

Este é um assunto que merece destaque em nos-


so estudo e requer atenção por parte do candidato
Tático
que almeja a aprovação no concurso, pois trata-se do
planejamento estratégico das organizações. Primeira-
mente, explicaremos alguns conceitos relacionados
ao tema. Iniciaremos falando a respeito dos níveis Operacional
organizacionais.

NÍVEIS ORGANIZACIONAIS
z Planejamento Estratégico: o mais importante
Observe no fluxograma a seguir os níveis organi- para seu estudo – aliás, os títulos deste capítulo
zacionais. são voltados a ele. O planejamento estratégico tem
como escopo a análise da organização como um
“todo”, pois visa compreender o ambiente interno
Estratégico Institucional
e externo, o que significa fazer análises para alcan-
ce dos objetivos organizacionais. O planejamento

9
-3
é a longo prazo e sua abordagem é geral/global,

40
realizado no nível institucional e pelos executivos/
.5
Tático Departamental Gerencial
diretores da organização.
33
.6

Cuidado! Apesar de ser realizado pelo nível ins-


00

Não- titucional, todos da organização estarão envolvidos.


-0

Operacional Execução
Administrativo
Reflita sobre o seguinte: como ele é um planejamen-
os

to que se inicia lá no “topo”, ele vai descendo para


nt

os demais níveis e, por isso, há um envolvimento de


Agora, precisamos entender cada um deles:
Sa

todos. É interessante, pois é aqui que tudo acontece:


as decisões gerais da organização, escolhas das estra-
os

z Nível Estratégico: é o nível institucional, pois en-


tégias, a definição da missão, visão e dos valores ins-
id

globa toda a organização e, consequentemente, te-


titucionais. Perceba como todos de uma certa forma
ol

rá uma abordagem ampla no intuito de analisar


acabam se envolvendo.
ic

a organização como um todo. O nível estratégico


N

também pode ser chamado de alto ou global e, nes-


io

se nível, estão os altos executivos, diretores da or- FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS


ric

ganização. O tipo de planejamento é o estratégico,


au

que veremos mais para frente; As funções da Administração são quatro: Plane-
jamento, Organização, Direção e Controle. Vejamos a
M

seguir detalhadamente cada uma delas:


Dica
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Algumas palavras-chave para ter em mente Planejamento


quando uma questão se referir ao nível estraté-
gico: global, geral, todo, amplo, ambientes, inter- Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem
no e externo, diretores, executivos, alto escalão, como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão
cúpula. do futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas
as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é
z Nível Tático: é o nível departamental ou setorial possível ter todas as informações e dados. Lembre-se
que se preocupa com o planejamento a médio pra- de que quando tratamos de planejamento, é preciso
zo e busca enfatizar a situações ocorridas na uni- coletar dados e informações, pois são eles que dão sus-
dade gerencial. A figura visualizada nesse nível é tentação para um bom planejamento.
o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas
sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun-
cionar o departamento da organização; 365
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos ANÁLISE DE MERCADO
temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para
compreender melhor o planejamento: É chegado o momento de nos envolvermos de vez
nos conceitos ligados às estratégias empresariais.
z Objetivo: tudo aquilo que se pretende alcançar Queremos relembrar um assunto abordado anterior-
ou onde se deseja chegar. Um bom exemplo de mente, tratando do planejamento estratégico, lembra-
objetivo é “ser aprovado no concurso público do -se? O planejamento estratégico é o mais abrangente
Banrisul”. O objetivo deve ser claro, concreto e e, consequentemente, tudo que for decidido será rele-
necessita de prazo, não importando se esse prazo vante para toda a organização. Estamos retornando a
será curto, médio ou longo; esse assunto para compreendermos que é no planeja-
mento estratégico que ocorre a análise de mercado.
z Meta: também pode ser entendida como algo
Interessante perceber o seguinte: para escolha do
que se pretende alcançar, mas é mais minuciosa
melhor caminho, primeiro faz-se uma análise e então,
e detalhada em comparação ao objetivo. Exemplo posteriormente, define-se o plano.
de meta: ser aprovado em primeiro lugar no con- Tudo se inicia com o diagnóstico estratégico (aliás,
curso do Banrisul. Reparou em uma mudança aí? atente-se ao uso do termo “diagnóstico” utilizado nes-
O termo “primeiro lugar” qualificou nosso objeti- sa situação, pois nos remete a ir ao médico e, antes
vo. Essa é a ideia da meta, ser mais minuciosa ou de ele receitar qualquer “remédio”, primeiro pedirá
detalhada, trazer quantificação e qualificação do exames/diagnósticos). Assim, o intuito do diagnósti-
objetivo; co é compreender as potencialidades e deficiências
z Estratégias: são os caminhos, meios, métodos, da organização, ou seja, identificar quais são os pon-
para se chegar ao objetivo ou à meta e, para isso, a tos fortes e fracos da organização e também analisar
organização necessitará fazer uma análise antes e as oportunidades e ameaças. Pontos fortes e fracos
aí sim escolher a melhor estratégia. fazem parte das variáveis internas e oportunidades e
ameaças, das variáveis externas.
Agora que compreendemos alguns conceitos a res- Para isso, a organização utilizará uma ferramenta
peito do planejamento, continuemos com outras fun- chamada SWOT. O termo SWOT é um acrônimo/asso-
ções administrativas. ciação vindo da língua inglesa que significa Strengths,
Weaknesses, Opportunities e Threats.
Claro que vamos traduzir para facilitar a nossa
Organização
vida. SWOT = FOFA: Forças (Strengths), Fraquezas
(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Amea-
Essa função visa implementar, implantar e alocar
ças (Threats).
os recursos da organização. Portanto, aquilo que foi Dividimos a análise em duas partes:

9
-3
planejado precisar ser implantado e, para isso, a fun-

40
ção organização tem como foco a distribuição e divi- z Análise interna: Forças e Fraquezas (são controláveis);
são do trabalho.
.5
z Análise externa: Oportunidades e Ameaças (não
33
são controláveis).
.6

Direção
00
-0

É a parte da coordenação da organização no intuito Importante!


os

de harmonizar o planejamento com a execução, o que


Variáveis internas são controláveis por fazerem
nt

levará muitas vezes a fazer ajustes necessários para


parte do escopo da organização, estão próxi-
Sa

que realmente as coisas aconteçam. Aqui também


ocorrerá a liderança e motivação, afinal de contas as mas e, por isso, é mais fácil fazer alterações ou
os

pessoas precisam ser treinadas, capacitadas e devem mudanças.


id

ser motivadas a cumprir o planejamento. A figura do Variáveis externas não são controláveis, pois
ol

líder faz-se importante nesse momento. estão “fora” da organização e não tem como a
ic

instituição fazer alterações, podendo somente


N

Controle monitorar para se aproveitar das oportunidades e


io

minimizar os problemas advindos das ameaças.


ric

Pode-se dizer que o controle é cíclico e necessita de


au

quatro etapas:
M

� Forças � Oportunidades
� Pontos Fortes � Variável
z Definir um padrão de desempenho: para seguir e � Fortalezas externa
� Variável
alcançar um determinado objetivo, é preciso estar interna
no rumo, e é aí que entra o padrão de desempenho;
z Acompanhar o desempenho: essa etapa conta
com o monitoramento, ou seja, acompanha se tudo
F O
está sendo feito conforme foi definido;
z Avaliação de desempenho: já esta é uma etapa
voltada a um processo “posteriori”, pois leva em
consideração avaliar os resultados obtidos;
z Ação corretiva: etapa necessária quando se veri- � Fraquezas
F A � Ameaças
� Ponto Fraco � Variável
fica que há certos desvios, gaps ou lacunas no � Variável externa
processo. interna

366
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pense em situações que ocorrem dentro de uma Matriz de Ansoff
organização. Exemplo: A empresa X comprou um
novo equipamento (ponto forte), porém os colabo- Outra estratégia que pode ser utilizada pelas orga-
radores não foram treinados para usufruir da nova nizações visa a escolher a estratégia conforme o pro-
tecnologia (ponto fraco). A organização percebe que duto/serviço e mercado.
momento é complicado, porque os clientes não têm
poder de compra (ameaça), mas o mercado está rea- z Produto Tradicional e Mercado Tradicional: Estra-
gindo com o anúncio do governo de redução das taxas tégia de Penetração;
de impostos (oportunidade). z Produto Novo e Mercado Tradicional: Estratégia
Outra ferramenta que pode ser utilizada para de Desenvolvimento de Produto;
fazer uma análise é a Balanced Scorecard (BSC), meto- z Produto Tradicional e Mercado Novo: Estratégia
dologia desenvolvida para medição do desempenho de Desenvolvimento de Mercado;
de aspectos financeiros e não financeiros. z Produto Novo e Mercado Novo: Estratégia de Di-
versificação.
A ideia é utilizar indicadores e assim aferir resulta-
dos de maneira equilibrada do ponto de vista de várias
perspectivas ou dimensões. A organização conseguirá Produtos/Serviços
fazer análises de seus aspectos financeiros, processos
internos, aprendizado e crescimento e clientes.

Desenvolvimento
Penetração
de Produto
Recursos

Desenvolvimento
Diversificação
VISÃO E de Mercado
Clientes Processos
ESTRATÉGIA

9
Estratégias de Acordo com as Variáveis

-3
40
Aprendizado

.5
A organização escolherá as suas estratégias con-
33
forme as variáveis internas e externas. Em algum
.6

momento, podemos ter mais oportunidades em rela-


00

Partimos do princípio de que não adianta somente ção às ameaças ou mais ameaças que oportunidades;
-0

medir o aspecto financeiro, é preciso também anali- também poderá acontecer de ter mais pontos fortes
que pontos fracos ou mais pontos fracos que pontos
os

sar outras perspectivas. Por isso, a organização deve


compreender como andam seus processos internos fortes.
nt

A junção das variáveis será determinante para


Sa

(conjunto de ações/atividades) e o quanto está apren-


dendo com o mercado (inclusive concorrentes) e tam- escolha das estratégias. Predominância das variáveis:
os

bém com seus clientes.


id

Após a organização examinar seus pontos fortes, z Oportunidades e Pontos Fortes: Estratégia de
ol

fracos, suas oportunidades e ameaças, o passo seguin- Desenvolvimento;


ic

z Oportunidades e Pontos Fracos: Estratégia de


te é fazer o prognóstico, ou seja, escolher a estratégia.
N

Crescimento;
io

z Ameaças e Pontos Fortes: Estratégia de Manutenção;


ric

Estratégias Genéricas de “Porter” (Michael Eugene


z Ameaças e Pontos Fracos: Estratégia de Sobrevivência.
Porter)
au
M

� Oportunidades � Oportunidades +
As estratégias genéricas de Porter visam a escolha + Fortalezas Fraquezas
da estratégia dentro de 3 possibilidades.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

z Estratégia de Custo: a organização escolhe ter


um baixo custo e repassa para o cliente a um va- Desenvolvimento Crescimento
lor acessível;
z Estratégia de Diferenciação: a ideia é agregar
valor ao cliente, aquilo que se torna um diferen-
cial competitivo para os clientes. Exemplo – status,
conveniência e outros; Manutenção Sobrevivência
z Estratégia do Enfoque: a organização dará enfo- � Ameaças � Ameaças +
+ Fortalezas Fraquezas
que a um nicho de mercado mais segmentado,
ofertando produtos ou serviços para um determi-
nado tipo de cliente específico. Exemplo: loja de
roupas tamanho EXGG. 367
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IMAGEM INSTITUCIONAL

Se tem algo importante para uma organização é criar uma imagem institucional e fazer com que os stakehol-
ders ao seu redor entendam o seu propósito. Stakeholder significa partes interessadas, ou seja, todos que de
alguma forma estão ligados ou relacionados com a organização. Exemplos: colaboradores, gestores, acionistas,
gerentes, consumidores, fornecedores, governo e outros.

Dica
Provavelmente, um sinônimo para stakeholder em uma prova de concurso seja atores ou clientes. Vale res-
saltar o seguinte: o termo “cliente” é abrangente, pois entende-se como cliente o público externo e interno.
� Cliente interno: colaboradores, gerentes;
� Cliente externo: consumidores, fornecedores.
Talvez seja estranho pensar colaborador e fornecedor como clientes, mas veja que a ideia é satisfazer as
necessidades de todos, por isso a concepção de que todos são clientes. Aliás, quando uma organização
compreende isso, sem sombra de dúvidas estará conquistando a excelência.

Retornando para o assunto imagem institucional. A organização, por meio do seu planejamento estratégico,
definirá sua missão, visão e seus valores.

z Missão: razão de existência, razão de ser da organização, o seu propósito. A missão institucional é atemporal,
logo, não está atrelada ao futuro e, sim, ao presente. Todos os dias a organização deve cumprir a sua missão;
z Visão: onde a organização deseja chegar, alcançar, ser ou estar. Diferentemente da missão, a visão é temporal.
Estipula-se um prazo para que seja alcançado o desejável. Não confunda visão com objetivo, apesar de faze-
rem menção ao que se espera alcançar. A visão tem como parâmetro o reconhecimento, ser reconhecida pelo
seu público. Já o objetivo é voltado para si;
z Valores: princípios norteadores da organização, aquilo que tem importância ou significado e se visa demons-
trar para os stakeholders.

Veja a imagem a seguir, exemplo de missão, visão e valores:

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
nt
Sa
os
id
ol

Fonte: https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/sobre-nos/quem-somos#/
ic
N

IDENTIDADE E POSICIONAMENTO
io
ric

A identidade tem como propósito dar uma personalidade que seja única à organização e isso passa também
au

pela sua missão, visão e seus valores. Mas vai além, pois requer que o público seja capaz de guardar facilmente as
M

suas características, como logomarca, cores, produtos e serviços oferecidos.


Se te perguntarmos qual é a cor predominante do Banrisul, temos certeza absoluta de que você já respondeu
e até já lembrou da marca. Essa é a ideia de identidade e posicionamento. A organização visa com isso ter carac-
terísticas marcantes e personalizadas, assim as pessoas lembrarão facilmente quando precisarem de um produto
ou serviço.
Como exemplo disso, no ano de 2007, o Banco do Brasil trocou o nome da fachada por nome de brasileiros,
fazendo uma alusão interessante de que o banco é seu, meu e de todos nós.
Essa estratégia causou muita repercussão, pois imagine passar em frente à agência e ver o seu nome lá estam-
pado, por exemplo, “Banco do Cristiano”.

368
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
9
-3
40
Fonte: https://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/Trocadefachadas.pdf

.5
33
Quando uma organização investe na sua identidade e no seu posicionamento, a tendência é que em um deter-
.6

minado momento as pessoas conseguirão identificar facilmente e isso a levará a outros patamares de desempe-
00

nho. Para tanto, é preciso ter um diferencial competitivo; aliás, competitividade é a alma do negócio bem sucedido.
-0

Para que uma organização seja competitiva no mercado, será preciso exatamente ter um diferencial.
os

Uma das atuações do Banrisul dentro do seu planejamento estratégico é atuar mais fortemente em criar laços
nt

e vínculos com seus stakeholders. Em se tratando de produtos, podemos observar a crescente no mercado da
Sa

área digital; portanto, a instituição percebe a necessidade de cada vez mais melhorar seu posicionamento nesse
sentido.
os
id
ol
ic

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
N
io
ric

A meta da segmentação de mercado é escolher um determinado grupo de consumidores que possuam neces-
au

sidades iguais ou, pelo menos, parecidas. A organização fará uma oferta para o público segmentado, visando
M

melhor assertividade.
Neste sentido, o intuito é dividir em grupos potenciais clientes com desejos e comportamento de compras
semelhantes. Segundo Philip Kotler (1998): “através da segmentação a empresa poderá fazer melhores trabalhos
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

frente à concorrência, dedicando-se a fatias de mercado que tenham melhores condições de atender”.
Para isso, é preciso estudar a participação que a organização tem no mercado e entender os seus concorrentes.
A prática do “benchmarking” pode ser uma excelente ferramenta para esse processo.
O benchmarking competitivo é muito utilizado para entender as estratégias dos concorrentes. Por meio dele,
compara-se os resultados e apropria-se das melhores práticas, buscando melhorá-las.
Depois de compreender o mercado, é preciso separar os clientes por grupos. Dessa maneira, a organização
saberá como atuar e obter resultados satisfatórios.

Níveis de Segmentação

z Marketing de Massa: o objetivo desse tipo de segmentação é ofertar algo que seja possível para um grande
público. Os produtos estarão em todos os lugares, desde em uma conveniência, em um bairro de classe alta,
até em uma mercearia ou ponto de vendas na periferia. Exemplo: produtos de higiene, refrigerantes e outros; 369
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Marketing de Segmento: visa ter um grupo ainda grande de consumidores, porém um pouco mais específico
se compararmos com o marketing de massa. Vale lembrar que as pessoas/clientes são diferentes, pois suas
necessidades e desejos dizem respeito aos seus hábitos;
z Marketing de Nicho: ainda mais restrito ao ser comparado aos dois tipos anteriores. Nele, os segmentos são
divididos em subsegmentos. A organização torna-se especialista numa determinada necessidade do cliente;
z Marketing Local: a preocupação está voltada às necessidades regionais, as quais, por sua vez, são diferentes
das de outros locais. Consequentemente, a organização precisará rever seus produtos e serviços, para oferecer
melhores produtos aos seus possíveis clientes. Como exemplo, imagine uma rede de lanches, atuando em um
mercado no qual as pessoas não consomem carne bovina. Será necessário, então, que a organização se adapte,
para oferecer o produto certo;
z Marketing Individual: é o tipo de marketing direcionado aos consumidores de maneira individual. A ideia é
trabalhar de modo personalizado para cada cliente. Pode ser chamado de “marketing one by one” ou marke-
ting um a um.

Massa

SEGMENTAÇÃO
Segmento
NÍVEIS DE

Nicho

Local

Individual

Modalidades de Segmentação

z Geográfica: o mercado é segmentado por região. Cada localidade tem a sua cultura e seus valores, fazendo-se
importante verificar como será feito o marketing, a fim de que tais valores não sejam afetados. Neste sentido,
a organização buscará uma forma de trabalhar com o marketing, estudando o acesso para se chegar no local,
bem como o transporte. O intuito é descobrir a acessibilidade.

9
-3
Outra situação que podemos elencar é o centro de compras. Imagine, por exemplo, você montar um negócio

40
em um local onde as pessoas não têm acesso. Normalmente, as pessoas vão para um “centro de compras” e, mes-
mo que os custos sejam altos, ainda vale a pena; .5
33
.6

z Demográfica: são situações ligadas à idade e, neste sentido, o marketing verifica o público idade. Leva-se em
00

consideração o ciclo de vida, o domicílio e o sexo;


-0

z Comportamental: leva-se em consideração a frequência de compra, quando as pessoas compram e onde com-
os

pram. Também se verifica a lealdade do consumidor e o que ele costuma comprar com mais frequência.
nt
Sa

Uma outra análise feita é a expectativa de vida das pessoas e o estilo de vida (psicográfica). Lembre-se de
os

que expectativa de vida é diferente de ciclo de vida. No comportamento, também se estuda o interesse, o uso do
id

dinheiro, as amizades e os relacionamentos;


ol
ic

z Socioeconômica: o critério utilizado é a renda. Um ótimo exemplo que podemos citar é o marketing digital.
N

Uma organização que fará uma campanha no Facebook, Instagram ou Google, com certeza, descobrirá a faixa
io

de quanto o seu público ganha e, assim, encontrará o cliente certo para o seu produto. Vale destacar que o grau
ric

de instrução das pessoas também é verificado nessa modalidade, assim como o seu status, nível de ocupação
au

e migração;
M

z Benefícios: é aquilo que os clientes procuram. Um bom exemplo a ser citado é quando o cliente se preocupa
com a qualidade do produto ou serviço, bem como se o produto oferece prestígio a ele e um atendimento de
qualidade, demonstrando o grau de satisfação;
z Personalidade: aqui, são verificadas as suas bases culturais, atitudes e valores. Podemos dizer que, nessa
modalidade, é verificado o conjunto de crenças do cliente;
z Caracterização Econômica: a variação de mercado, o tamanho da empresa, o tamanho do mercado e a
demanda são fatores importantes para se levar em consideração no momento da segmentação.

GEOGRÁFICA DEMOGRÁFICA COMPORTAMENTAL SOCIOECONÔMICA BENEFÍCIOS


Local Idade Frequência Renda Qualidade
Região Sexo Lealdade Instrução Satisfação
Transporte Domicílio Expectativa Status Atendimento

370 Concentração Ciclo de Vida Estilo de Vida Ocupação Serviço


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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR Monetário

PERCEBIDO PELO CLIENTE

CUSTO TOTAL
Tempo
Inicialmente, é preciso entender a respeito do sig-
nificado de valor percebido pelo cliente, o que, talvez,
Energia Física
para muitos, não seja tão evidente assim. Valor é a
expectativa do cliente quanto aos benefícios do pro-
duto ou serviço em comparação aos custos ou quantia Energia Psíquica
real paga. Neste sentido, pode-se compreender que a
quantia real paga não corresponde somente ao custo
em termos de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possí-
vel aumentar o valor percebido pelo cliente?
de tempo, energia psíquica e física despendidos para
Pode-se, por exemplo:
adquirir um produto ou serviço.
z Melhorar os benefícios do produto ou serviço: des-
sa maneira, aumentará o valor total;
Importante! z Reduzir os cursos não monetários (tempo, ener-
O valor entregue ao cliente constitui a seguinte gias psíquica e física);
equação: z Reduzir os custos monetários.
VEC = VT – CT
É fato que a organização necessita de obter a
Em que VEC corresponde ao valor entregue ao satisfação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal
cliente; satisfação:
VT corresponde ao valor total;
CT corresponde ao custo total. É alcançada quando suas percepções satisfazem ou
excedem suas expectativas. A satisfação, propiciada
por um produto, serviço ou sentimento é função dire-
O valor entregue ao cliente é igual ao valor total ta do desempenho percebido e das expectativas. Se o
para o cliente menos o custo total para o cliente. O desempenho ficar distante das expectativas, o cliente
valor total para o cliente pode ser entendido como o ficará insatisfeito. Se atender às suas expectativas,
ficará satisfeito. Se exceder às expectativas ficará

9
conjunto de benefícios esperados pelo cliente, ou seja,

-3
altamente satisfeito ou encantado. (2001, p. 28)

40
a imagem, o valor pessoal, o valor dos serviços, o pró-

.5
prio valor do produto e quaisquer outros benefícios Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal feito.
33
que agreguem valor sob a ótica do cliente. No entanto, é algo necessário no mundo dos negócios. As
.6

organizações precisam concentrar-se nos clientes, em


00

suas reais necessidades, sendo o seu foco total. Somente


-0

Valor do Produto
assim conseguirão alcançar a satisfação do cliente.
os
nt
VALOR TOTAL

Valor dos Serviços


Sa

GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE


os

Valor do Pessoal
id

O cliente avaliará a todo momento a experiência


ol

para com a organização que lhe presta o serviço ou


ic

Valor da Imagem oferece o produto e muito provavelmente as duas


N

situações de maneira simultânea, pois quando se


io
ric

adquire um produto você também terá um serviço,


Já o custo total vai além do monetário, como é o nem que seja somente no momento da compra, como
au

caso do custo de tempo. Quando necessitamos de é o caso do atendimento.


M

adquirir um bem ou serviço, calculamos o tempo que E então, inicia-se uma gestão voltada à melhoria
será gasto para isso. Um bom exemplo a ser citado é da experiência do cliente perante a empresa. Para
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

quando você fica na fila do caixa do banco para pagar melhor entendimento, faz-se necessário conceituar o
uma conta – situação na qual cinco minutos parecem atendimento.
uma eternidade. Agora, se você tiver que aguardar
duas horas ou mais para que o gerente do banco o(a) z Atendimento: é um serviço oferecido com ou sem
atenda, para que consiga um financiamento imobiliá- produto.
rio, você nem perceberá o tempo passar.
Por exemplo, ao adquirir o curso preparatório
Outros custos levados em consideração são as
para o Banrisul você recebeu os dados de acesso e se
energias psíquica e física. A primeira diz respeito ao por algum motivo ficou com alguma dúvida, poderá
gasto psicológico para a tomada de decisão numa entrar em contato com o nosso setor de suporte para
situação conflitante de escolhas e a segunda diz res- resolução do problema. O que o cliente espera? Espera
peito ao gasto físico para encontrar o produto/marca que o seu problema seja resolvido e quando isso ocor-
ideal, para suprir a sua necessidade. re, acontece o atendimento com excelência/qualidade. 371
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É de suma importância fazer o que estiver ao z Confiança: é preciso criar um laço de confiança e
alcance, visando solucionar problemas sejam corri- isso claro não se consegue da noite para o dia, o
queiros ou inusitados. estreitamento ocorre à medida que a organização
O atendimento também procura ajudar o cliente nos soluciona os problemas do cliente, sejam corri-
mais variados momentos de maneira sempre respeitosa queiros ou inusitados;
com educação e cortesia. É preciso ter uma escuta ativa, z Fidelidade: como consequência, o cliente se torna
pois o cliente deseja, entre outras coisas, atenção. fiel e sempre procurará fazer negócios com a orga-
Existem certos fatores que influenciam tanto na nização. Um bom exemplo disso é quando você vai
expectativa do cliente como na experiência com a ao shopping e normalmente acaba escolhendo o
organização. Vejamos: mesmo local para almoçar;
z Comunicação: deve ser clara e precisa, utilizar
z Qualidade no local: veja como o item é importan- termos que sejam entendidos por todos. A empa-
te, você chegar no destino/local e reparar como tia (colocar-se no lugar do outro) contribuirá para
todas as coisas estão no seu devido lugar. A orga- o sucesso no momento de se comunicar com o
nização é um fator determinante, assim como cliente;
a limpeza e o ambiente arejado. É um fator tão z Organização: mais uma vez este assunto, pois a
ordem levará à organização e consequentemente
importante que podemos pegar como exemplo as
melhorará a experiência do cliente;
agências bancárias, normalmente bem organiza-
z Atenção: imagine chegar a um local para ser aten-
das, arejadas e limpas. Isso fará com que você se
dido e simplesmente ser ignorado pelo pessoal da
sinta bem no ambiente;
linha de frente, sem sombra de dúvidas deixará
z Experiência dos colaboradores: é outro fator
o cliente insatisfeito e irritado. Dar atenção é pri-
importante dento dos aspectos que influenciam os
mordial para melhorar a experiência do cliente
clientes, reparamos muito e é perceptível também;
e requer uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir.
z Desempenho: nem sempre o colaborador terá a Aliás, é mais importante ouvir do que falar;
experiência, mas você perceberá se ele está procu- z Agilidade: ninguém gosta de passar minutos ou
rando ter o melhor desempenho possível e assim horas, dependendo do que está sendo entregue,
entregar um atendimento de qualidade; aguardando ser atendido ou esperando uma solu-
z Organização no atendimento: não tem coisa pior ção para o problema. Pense em quando você vai
você se deparar com um atendimento desorgani- até uma agência bancária e pega uma fila na inten-
zado. Imagine a situação de chegar a uma agência ção de pagar uma conta, cada minuto ali será uma
bancária e não saber ao certo quando será atendi- eternidade. Por isso o atendimento deve ser ágil,
do ou simplesmente perceber situações de pessoas perfeito e eficaz.

9
sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham

-3
chegado à agência depois de você;

40
z Opinião de outros clientes: este é o item mais
.5
Confiança Fidelidade Comunicação
relevante sobre a experiência que o cliente terá
33
com a organização. Normalmente, compramos ou
.6
00

deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o


-0

que os outros têm a dizer sobre a organização.


os

Agilidade Atenção Organização


nt
Sa

QUALIDADE NO LOCAL EXPERIÊNCIA


os

Portanto, para melhoria da experiência do clien-


id

te é preciso desenvolver a confiança do cliente, criar


ol

meios para ele se sentir seguro na hora de fechar negó-


ic

cios e para isso, a organização ou a pessoa que está


N

atendendo ao cliente deverá atender às suas expecta-


io

tivas/necessidades. Saber se comunicar, ser articulado


ric

e ter comunicabilidade. Comunicabilidade é fazer-se


au

entender e tome cuidado para não confundir com


M

ser comunicativo, pois nem sempre ser comunicati-


vo fará você se fazer entender. Uma pessoa poder ser
tímida e falar pouco, mas toda vez que repassar uma
informação conseguir ser clara e objetiva.

Dica
Para não confundir:
Comunicabilidade: fazer com que as pessoas
entendam a mensagem de forma clara e precisa.
Comunicativo: gostar de conversar, de se comu-
nicar com as pessoas.

Além dos fatores, algumas competências são É preciso estar sempre em alerta em relação às
necessárias quando se trata de atendimento ao públi- demandas dos clientes, saber lidar com todas as infor-
372 co para que a experiência do cliente melhore. mações que chegam e por muitas vezes dominar a
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
tensão dos problemas que inevitavelmente acontece- que não pode ser normal é a organização continuar
rão, ou seja, ter paciência e tolerância para domar as na “mesmice”, pois vivem em um sistema aberto
emoções. e, por isso, necessitam de interagir com o ambiente
Hoje em dia, precisamos não só ter conhecimen- em busca de transformações e melhorias. O ambien-
to do trabalho que exercemos, mas também resolver te ao qual a organização pertence está em constante
uma gava variada de problemas, por isso é necessá- mudança e isso requer uma atitude rápida e dinâmica
rio participar de eventos como treinamentos e pales- por parte dos gestores.
tras, e assim aumentar o nível de conhecimento para Ademais, é importante destacar que a gestão de
melhorar as habilidades ou desenvolver novas. negócios depende de outras ciências para melhorar
Imagine que você conheça o trabalho dos outros o seu desempenho. O termo “sistema”, por exemplo,
departamentos e inicia no seu setor, ao conhecer as vem da Biologia. Entende-se, nessa ciência, que os
outras etapas ou estágios, poderá repassar as informa- sistemas envelhecem e, quando estão prestes a desa-
ções ao cliente, informando-o como será daqui para parecer (morrer), eles se transformam. Neste sentido,
frente, o cliente ficará satisfeito e não será “pego de as organizações, que são, também, consideradas sis-
surpresa”. temas, passam por um processo de transformação, em
Outro requisito importante é apresentar-se de busca da entropia negativa (renovação, rejuvenesci-
forma adequada, inclusive no quesito de se vestir de mento), para continuarem sobrevivendo no mundo
acordo com a função. As organizações, principalmen- dos negócios.
te a rede bancária, vêm se modernizando de maneira
muito rápida no uso da tecnologia e seus colaboradores
necessitam também ter conhecimento das novas tecno- Dica
logias para uma melhor fluidez de dados e informações. Entropia: envelhecimento;
Entropia negativa: revitalização, renovação,
rejuvenescimento.

APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE É possível que a organização aprenda, inclusive,


com o seu concorrente. Aliás, o concorrente deve
ORGANIZACIONAL ser uma fonte inspiradora de aprendizagem para
qualquer organização. Chamamos esse processo de
APRENDIZAGEM
benchmarking. O benchmarking é uma forma de
aprendizagem, pois visa comparar os resultados e
A aprendizagem é um processo contínuo que
imitar as melhorias práticas. Sendo assim, se a organi-
envolve tanto a organização quanto os colaboradores.
zação calculou que o concorrente tem melhores resul-

9
O colaborador precisa ser treinado para que este-

-3
tados, deverá compreender como alcançar ou mesmo
ja capacitado no exercício de suas tarefas diárias. Esse

40
ultrapassar esses resultados. A comparação entre
treinamento consiste em um processo de aprendi-
zagem a curto prazo. Isso porque ele é conduzido a .5
uma organização e outra (concorrente) chamamos de
33
Benchmarking Competitivo.
executar uma tarefa, seja ela complexa ou não. Ao ser
.6
00

treinado, adquirirá conhecimento (o saber), desen-


SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
volverá uma habilidade ou a melhorará caso já tenha
-0

uma (o saber fazer), além de mudar de atitude, ou


os

Há a necessidade – e, não, a obrigatoriedade – de a


seja, mudará a ação para fazer algo (querer fazer).
organização desenvolver-se no campo da sustentabi-
nt

Idalberto Chiavenato afirma que o treinamento


lidade. Isso significa melhorar os meios de produção,
Sa

pelo qual o colaborador passa


levando-se em conta as possíveis maneiras reduzir a
os

produção de resíduos. A forma da qual as organiza-


É o processo educacional de curto prazo aplicado de
id

maneira sistemática e organizada através do qual


ções tratam da gestão dos recursos servirá como con-
ol

as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e dutor rumo à sustentabilidade.


ic

competências em função de objetivos definidos. O Logo no planejamento estratégico da organização,


N

treinamento envolve a transmissão de conhecimen- deve-se inserir a sustentabilidade, buscando um com-


io

tos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente portamento socioeconômico alinhado às ideias de outros
ric

a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente atores, como o governo, parceiros de negócios, clientes,
au

e desenvolvimento de habilidades e competências. fornecedores e o público interno. Sem contar que o


M

Qualquer tarefa, seja complexa ou simples, é neces- envolvimento da organização com o tema em questão
sário treinamento. (CHIAVENATO, 2006) melhorará a sua imagem perante à sociedade, sendo,
portanto, uma forma de oportunidade de negócios.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

O treinamento tem, como foco, o desempenho e No entanto, é bom frisar que a sustentabilidade
visa transferir competências. Na verdade, o indivíduo, vai além do pensamento voltado às oportunidades
normalmente, já possui certas competências, mas pre- de negócio, pois deve ser uma preocupação genuína
cisa adquirir outras (competências necessárias) para por parte da organização, com o intuito de melhorar,
o preenchimento de lacunas (gaps). a cada dia, a vida das pessoas que, direta ou indireta-
É relevante mencionar o desenvolvimento, que mente, tenham ligação com ela. Estas podem ser cha-
também faz parte da aprendizagem. No entanto, este madas de “stakeholders” ou, simplesmente, “partes
servirá a médio e a longo prazo. Pode-se dizer que o interessadas”.
desenvolvimento está voltado para as carreiras e, não, Essa relação com os públicos interno e externo pas-
para as tarefas. sa por muitos desafios. A organização precisa saber
A organização, de igual modo, está em constante lidar com a população (comunidade), com grupos
processo de aprendizagem, pois seus métodos entram ambientalistas e órgãos de controle (governamentais).
em entropia (envelhecimento), algo que é normal. O 373
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A sustentabilidade tem, como base, o tripé social, ambiental e financeiro. A organização precisa ser social-
mente desejável, mas sem deixar de obter lucros e de se preocupar, ao mesmo tempo, com o meio ambiente. Não é
uma tarefa tão simples, pois requer uma boa estratégia e nada acontece de maneira imediata. Imagine, por exem-
plo, uma organização que atuará na melhoria ambiental. Pode ser que, no início, haja mais gastos que economia,
pois novas tecnologias serão necessárias, gerando custos. Neste sentido, a economia virá com o tempo.
Para Gro Harlem Brundlant, Primeira-Ministra da Noruega, a sustentabilidade é

[...] desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
suprir suas próprias necessidades”. (Relatório de Brundlant ,1987)

O Relatório de Brundtland é um documento no qual se tinha como objetivo disseminar o desenvolvimento


sustentável. Aliás, o nome propriamente dito do documento é “Our Common Future” – “Nosso Futuro Comum”.

Social

TRIPÉ DA
SUSTENTABILIDADE

Financeiro Ambiental

É importante dizer que as organizações podem melhorar a gestão voltada à sustentabilidade fazendo uso dos
5R´S. Vejamos:

z Repensar: é analisar como está o consumo da organização, se realmente todos os insumos, materiais e produ-
tos são essenciais;
z Reduzir: é verificar o que comprar, quando comprar e que quantidade, visando sempre conseguir a redução;

9
z Reaproveitar: não descartar nada sem, antes, analisar a sua possível reutilização;

-3
40
z Reciclar: antes da reciclagem, há o reaproveitamento – memorize essa ordem. No caso da reciclagem, é de

.5
suma importância separar de maneira correta, para uma melhor eficiência. As organizações costumam pos-
33
suir lugares específicos para cada item reciclado;
.6

z Recusar: é a recusa de produtos danosos ao meio ambiente e de fazer negócios com fornecedores que não se
00

preocupam com o tipo de produto que comercializam.


-0
os
nt
Sa
os

Reduzir Reutilizar
id
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5R
ic
N
io
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Recusar Reciclar
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M

Repensar

Fonte: https://www.ecoplasticossp.com.br/posts/?dt=5-rs-mudar-os-habitos-e-pensar-no-meio-ambiente-b29SMFUyLzV1YUhPK2k3ckNEVUpJ
dz09

No Brasil, tivemos a Rio-92, que juntou os países numa Conferência Mundial sobre meio ambiente e desen-
volvimento sustentável dos países. A reunião, que ficou conhecida como Eco-92, ocorreu 20 (vinte) anos depois
da reunião em Estocolmo, quando os países se reuniram, entendendo a importância de políticas voltadas à
sustentabilidade.
Na Rio-92, foi lançado o documento “Agenda 21”, que trata de um plano que objetiva o alcance do desenvolvi-
mento sustentável. A Agenda 21 faz alusão, justamente, ao século 21, no intuito de entregar um mundo sustentá-
vel para as próximas gerações.
Em 2012, tivemos o Rio + 20, mais uma reunião que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro e visava verificar os
avanços relacionados aos 20 (vinte) anos depois da primeira reunião ocorrida em 1992.
374
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atualmente, temos a Agenda 2030 que tem, como Os serviços podem ser ideias ou conceitos e, por
foco principal, a erradicação da pobreza. O nome do isso, são intangíveis. Por muitas vezes, compramos ou
documento é “Transformando o nosso mundo”. A adquirimos algo pela reputação da organização. Veja
Agenda 2030 foi concebida em 2015 no encontro em a importância de um atendimento personalizado;
Nova Iorque.
Como podemos perceber, há uma real preocupa- z Inseparabilidade: serviços, diferentemente de
ção relacionada à sustentabilidade, mesmo que seja produtos, são consumidos no momento em que são
difícil de obter resultados satisfatórios em todos os criados, portanto de maneira simultânea e não são
setores da sociedade. Deste modo, as organizações separados no instante em que é oferecido. Podemos
têm um papel importantíssimo para a concretização dizer que é indissociável. Tomemos, como exem-
dos objetivos. plo, uma aula presencial. Caso você acabe perden-
do a aula, não terá como voltar. Mesmo que você
combine com o professor de repetir essa aula, ela
nunca será a mesma, pois são muitas variáveis que
influenciam o momento de realização de uma aula;
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: z Variabilidade: diferentemente dos produtos, que
INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE, são homogêneos, os serviços são heterogêneos,
pois não têm uma certa uniformidade. O serviço
VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE é único e, cada vez que é feito, a entrega será dife-
rente. Aqui, serve o exemplo da aula também: por
Para tratar do tema, precisarei, primeiro, comen-
tar sobre o setor bancário, pois, nele, há muita com- mais que a organização se esforce para entregar
petitividade, não é mesmo? Basicamente, os bancos um serviço igual, nunca será. A variabilidade ocor-
oferecem produtos e serviços bem semelhantes, sen- re da combinação tanto de quem está entregando
do o marketing bancário algo necessário. o serviço quanto do cliente. É um resultado da
Nesse momento, você deve estar se perguntando o interação das partes;
que isso tem a ver com as características do serviço. Ini- z Perecibilidade: os serviços devem ser consumidos
cialmente, é preciso que saiba que, em termos comuns assim que são criados/produzidos, simplesmente
de comparação, os termos produto e serviço consti- pelo fato de não ser mais possível a sua utilização.
tuem coisas diferentes. Os bancos, apesar de oferece- Não é estocável/armazenável e não será feito de
rem produtos, necessitam de um ótimo serviço, para maneira antecipada.
persuadir (influenciar) o cliente. Neste sentido, o mar-
keting bancário é bem diferente dos de outros setores.
O marketing diferencial dos bancos é a imateriali- Imateriais
dade de seus produtos. Como exemplo, imagine uma

9
venda de seguros. O cliente, normalmente, fecha o

-3
Bancários Inseparáveis
seguro, por causa do contato personalizado que terá

40
com a empresa, ou seja, pelo contato pessoal. Eviden- PRODUTOS
temente, outros aspectos são também importantes, .5
33
Prestação de
Variáveis
como: o layout, o ambiente, os recursos físicos e tudo Serviços
.6

o que se possa ter uma noção de tangibilidade. Aliás,


00

esse é o “tchan” do diferencial no serviço: pegar algo


-0

Perecíveis
que é intangível e deixá-lo mais tangível.
os

Após essa breve introdução, vamos ao tema!


nt
Sa

z O que é produto?
GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS
os

Produto é algo material, tangível, estocável, dura-


id

douro. Algo que apresenta aspectos de tangibilidade,


ol

isto é, você pode pegar, sentir, apalpar. Imagine o seu Quando se fala em qualidade em serviços, precisa-
ic

desejo de trocar de celular. Você vai à loja e solicita mos pensar, primeiramente, no cliente. Ele é o foco
N

o modelo ao atendente. Com certeza, revirará o pro- de tudo, e as organizações devem identificar o que
io

duto. Fará alguns testes, verificará o layout, as cores, o satisfaz e também o que possa ser capaz de gerar
ric

o painel e, assim, por diante. Isso tudo é experimen- insatisfação.


au

tação. Com esse exemplo, buscamos mostrar que os Partindo desse pressuposto, fica mais fácil imagi-
M

produtos são mais facilmente experimentados, dife- nar como as organizações procuram agir no seu dia a
rentemente dos serviços. dia para continuar se relacionando com os já clientes
e atrair novos.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Características dos Serviços Nessa situação, algumas ferramentas voltadas à


qualidade podem ser usadas no intuito de melhorar
z Intangibilidade: não são vistos ou provados antes a qualidade em serviços. Acompanhe algumas delas
de serem adquiridos, pois a experimentação é difí- a seguir:
cil de ocorrer. Aliás, usamos outras maneiras de
experimentar, como o visual do local ou a deco-
z Ciclo PDCA: ferramenta de gestão também conhe-
ração, mas, ainda assim, é complicado de experi-
mentar antes. Vamos pensar, como exemplo, em cida como Ciclo de Deming, pois faz alusão ao teó-
um corte de cabelo. Você nunca cortou o cabelo na rico William Edwards Deming, estatístico que fez
“Barbearia do Manuel” e foi até lá pela primeira muito sucesso após a Segunda Guerra Mundial no
vez. Você só vai ter certeza de que o corte de cabelo Japão por ter contribuído com a retomada daquele
é bom depois de cortar, não é mesmo? O que pro- país em vários sentidos. Deming frisava a neces-
vavelmente você faria é ficar atento ao redor, bus- sidade de produção de alta qualidade. Esse pen-
cando a sensação de experimentação. samento estava em consonância com a filosofia 375
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japonesa; aliás, faz jus à filosofia Kaizen, que bus- „ Excelência: um dos pontos chaves, pois a exce-
ca a melhoria constante – sendo o PDCA um ciclo, lência está atrelada à qualidade. Entregar algo
logo, ele também é contínuo/constante. que, do ponto de vista do cliente, consiga satis-
fazer as suas necessidades e expectativas.
PDCA: Plan, Do, Check e Act
Definir se o produto ou serviço é de qualidade, no
final das contas, é tarefa do cliente. Algo será entendi-
„ Plan (Planejar): primeira fase do ciclo e visa
do como qualidade, do ponto de vista do cliente, quan-
estabelecer objetivos e metas. É preciso tam- do satisfaz à necessidade de quem está adquirindo.
bém escolher os métodos adequados para o
alcance dos resultados; z Vantagem Competitiva: as organizações estão
„ Do (Executar): a ideia é colocar em prática os em constante competitividade e a tendência é que
planos traçados. A implementação ou implan- ela só aumente com o passar do tempo. Para ser
tação do plano necessita oferecer treinamento competitivo no mercado, é preciso entregar algo,
aos funcionários nas atividades que deverão sempre do ponto de vista do cliente, de valor. Des-
executar; sa maneira, a organização se diferenciará dos seus
concorrentes e, assim, conseguirá destaque no
„ Check (Avaliação): checagem dos resultados
mercado que atua. Logo, ser competitivo é visar
ou processo de avaliar resultados tendo em vis- ser “único”, ter um diferencial, algo que seja difí-
ta a melhoria relacionada à eficiência, eficácia cil de copiar e sustentável ao longo do tempo. Se a
e efetividade; organização faz algo que é de fácil imitação, deixa
„ Act (Ação): depois do processo de avaliação, de ser um diferencial;
é hora de tomar uma decisão. Se estiver tudo z Os 5 R’s da Gestão da Qualidade em Serviços:
funcionando conforme o planejado, pode-se
padronizar o processo; caso contrário, haverá „ Relevância: o quanto o produto ou serviço é
ações corretivas. importante para o cliente. O agente comercial
entra no conceito crucial de ser um consultor
para o cliente ao demonstrar o quanto deter-
minado produto ou serviço será benéfico e
Plan vantajoso;
„ Reconhecimento: tem como critério ser esti-
mado, único, diferente. Imagine um atendi-
mento diferenciado, personalizado. O cliente
se sentirá valorizado e único;

9
Act Do „ Receptividade: nada como uma boa recepção,

-3
receber o cliente da melhor maneira possível,

40
com educação, cortesia, gentileza e ofertando o
.5
melhor atendimento possível;
33
„ Responsividade: repassar informações de
.6

Check
todas as fases do processo gerando, assim, con-
00

fiabilidade. Os clientes esperam isso, pois que-


-0

rem se manter informados de todas as etapas.


os

„ Relacionamento: interação contínua e dura-


z Os 6 E’s do Desempenho: eficiência, eficácia, efeti-
nt

doura. A ideia crucial é não vender produtos


Sa

vidade, execução, economicidade e excelência. ou prestar ser serviço “somente uma vez” e sim
obter a fidelidade do cliente para que consiga
os

„ Eficiência: utilização dos recursos da maneia fazer negócios sucessivas vezes.


id

certa. É fazer mais com menos. Está ligado aos


ol

meios e métodos utilizados pela organização;


ic

„ Eficácia: alcance de resultados, objetivos da


N

organização. Imagine que o banco tem como TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ-


io
ric

objetivo conquistar 1000 novos clientes no pró-


ximo mês. No final do processo, verificará se o
ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS
au

resultado foi alcançado;


M

Tratar sobre vendas é pensar em como ofere-


„ Efetividade: ações que causam impacto; tam-
cer um produto ou serviço para o cliente; portanto,
bém podem ser entendidas como alcance de
haverá necessidade de negociação. Aliás, a ideia de
resultados, mas é outra concepção ao compa-
negociar passa pela situação de ganha-ganha, pois,
rarmos com a eficácia. Os resultados, nesse as partes (cliente e empresa) devem se beneficiar. No
caso, são os dos clientes. A ação da organização caso da negociação, observamos um conjunto de ações
conseguiu satisfazer o seu público e os objeti- (etapas) que vão desde o planejamento até o controle,
vos do cliente foram alcançados; auxiliando no processo geral de vendas.
„ Execução: realização de uma tarefa. Assume Vejamos então as etapas:
papel importante medir o índice de execução
de um determinado processo da organização; z Planejamento: preparação para o processo de ven-
„ Economicidade: refere-se ao fato de se conse- das. Estabelecer objetivos e metas;
guir realmente economia. Exemplo: adquirir z Organização: compreende a abertura do processo
matéria-prima ou determinado produto pelo da venda, a apresentação do produto/serviço (de-
menor ônus possível dentro do padrão de qua- monstração), o tratamento das objeções e o fecha-
376 lidade esperado; mento da venda;
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z Controle: avaliação dos resultados e pós-vendas. Pré-Abordagem

Dentro do contexto de técnicas de vendas, encon- Esta é a etapa da busca de informações possíveis:
tramos os elementos que as compõem, que são: pré- quem são as pessoas que tomam decisões e quais as
-venda, venda e pós-vendas. Pode-se dizer que são suas características, e dos estudos focados em com-
três grandes fases, pois dentro delas existem certas preender a melhor maneira de abordagem.
etapas que, de acordo com Kotler, são: prospecção,
pré-abordagem, abordagem, demonstração, fecha- Abordagem
mento e acompanhamento.
Indica como será feita a abordagem ao cliente: de
maneira pessoal (visita), por telefonema, contato pela
Prospecção ou Qualificação
internet ou via redes sociais (Messenger, WhatsApp e
outros). Ainda podemos pensar em outra hipótese –
Pré-abordagem mala direta – encaminhar uma mensagem persuasiva
7 ETAPAS DE VENDA

para o cliente, podendo ser por e-mail (mais usual na


Abordagem atualidade) ou via correio (cada vez mais raro).
KOTLER

Demonstração do Produto ou Serviço VENDA

Fase em que haverá a apresentação, propriamente


Fechamento
dita, do produto ou serviço ao cliente. É aqui que ocorre
a necessidade de se descobrir os aspectos e fatores deter-
Acompanhamento ou Avaliação minantes que podem levar o cliente a fechar negócio.
Existem certos pontos que visam estimular o
cliente a comprar. É o caso do custo, dos serviços que
É hora de nos aprofundarmos no assunto e enten-
serão prestados, do resultado esperado, da tecnolo-
dermos melhor as três grandes fases:
gia, segurança e até mesmo responsabilidade social e
ambiental.
PRÉ-VENDA
z Demonstração
Nessa fase, teremos uma série de ações voltadas à
direção da venda, que pode ser compreendida como
Ferramenta utilizada na apresentação de vendas.
uma maneira de preparação, como observamos ante-
Prepara-se a apresentação, a participação e quanto

9
riormente na etapa de planejamento.

-3
de impacto ela vai causar. Entretanto, deve-se tomar
Aqui, verifica-se quais são os clientes de maior

40
muito cuidado para não colocar tudo a perder, como
potencial, suas necessidades e motivações, estuda-se o
comportamento de compra, a melhor forma de chegar .5
fazer comparações com concorrentes de maneira
33
depreciativa.
até ele (abordagem) e quais são os concorrentes que
.6

Lembre-se de que a apresentação é o momento de


atuam.
00

valorizar o que o produto ou serviço tem de melhor,


Olhando para as 7 etapas de acordo com Kotler,
-0

levando o cliente a um estágio de atenção, interesse,


chegamos à conclusão de que, nessa fase, trata-se das desejo e ação. Esses são entendidos como os estágios
os

três primeiras. mentais do comprador, e quem tem a tarefa de condu-


nt

zir a esses estágios é o negociador (vendedor).


Sa

Prospecção
os

„ Atenção: saber, conhecer ou ter noção de que o


A prospecção visa identificar possíveis clientes
id

produto ou serviço existe;


e, para isso, a organização precisará “ir atrás” deles,
ol

„ Interesse: importante passo no qual se faz com


encontrá-los.
ic

que o possível cliente se concentre nos benefí-


N

É bom saliente que nem toda pessoa (lead) é um cios do produto/serviço;


io

cliente potencial. Para ser entendido como cliente „ Desejo: despertar a vontade de obter os benefí-
ric

potencial, é preciso ter certos requisitos, como: neces- cios agora já conhecidos;
au

sidade de comprar, autoridade de comprar e poder „ Ação: atitude de comprar o bem ou serviço.
M

aquisitivo.
z Tratamento das Objeções
Dica
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Para lidar com as objeções, é preciso manter a


Lead: Termo utilizado no mundo do marketing tranquilidade e jamais encará-las como uma reação
digital que indica um possível cliente. É alguém de cunho pessoal. As objeções fazem parte do processo
que forneceu informações de contato – pode ser de vendas e contribuem para o próprio fechamento.
nome e telefone, nome e e-mail ou até mesmo
as três informações. Normalmente, as pessoas z Fechamento
deixam seu contato em troca de algo.
O negociador deve conduzir o cliente a fechar
negócio e uma das melhores formas para fazer isso
é ser direto e claro. Alguns negociadores/vendedores
pecam na hora crucial da venda, pois fazem mui-
to “rodeio” e não levam o cliente a fechar. É preciso
encorajar o cliente a fechar o negócio. 377
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PÓS-VENDAS O Código de Conduta Ética e Integridade da
BAGERGS tem por objetivo oferecer um entendimen-
É chegado o momento de cumprir aquilo que foi to claro sobre as condutas que orientam os negó-
prometido na apresentação do produto ou serviço. cios e relacionamentos da empresa e, que devem
estar presentes no exercício diário das atividades
O acompanhamento faz-se importante e inclui fazer
de todos os envolvidos, expressando o compromisso
pesquisas de satisfação para obter feedback e, assim, da empresa quanto aos valores morais e princípios
melhorar todo o processo. Lembre-se de que esse é de conduta nas relações interpessoais, profissionais,
um processo cíclico, contínuo e dinâmico. sociais e ambientais.
Fonte: https://www.banrisul.com.br/bmj/data/C%C3%B3digodeCon
duta%C3%89ticaeIntegridade.pdf

ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM Obs.: Vale a pena a leitura na íntegra do Código de


Ética e Norma de Conduta do Banrisul.
VENDAS A boa conduta passa pela importância da etiqueta
empresarial, definindo qual deve ser a postura ade-
Para adentrarmos no assunto, em primeiro lugar, quada mediante tantas situações que podem ocorrer.
é necessário compreender o termo ética. A Ética é Por sua vez, etiqueta empresarial passa pelo bom
uma ciência oriunda da Filosofia. Ética vem do termo comportamento e educação, cerimoniais importantes
“ethos”, que significa usos ou costumes, compreen- no trato entre as pessoas. A pontualidade, o comporta-
dendo, também, conduta, caráter e atitude. Não se mento, a forma de vestir, o jogo de cintura e o respeito
confunde, portanto, com a moral, a qual está mais são instrumentos que devem ser levados em conside-
relacionada à prática, que, por sua vez, é influenciada ração pelos profissionais de vendas.
pelo meio. Ética, pois, é adquirida pelo estudo. Não podemos esquecer que você se tornará um
negociador e, como tal, não poderá deixar-se levar
por condutas contrárias à ética, como corrupção, pro-
ÉTICA MORAL pinas, benesses ou favores imorais. Ainda, há que se
levar em consideração o complience da organização
– termo em inglês que pode ser traduzido como “estar
em conformidade com as regras e diretrizes da organi-
+ Ampla e
+ Restrita zação”, o qual visa dar segurança, minimizando riscos
Abrangente
inerentes. A busca é pela garantia do cumprimento
das regras estabelecidas, sejam de normas internas ou

9
-3
Universal Princípios e de leis que regem a conduta das organizações.

40
Cultural e Costumes
Valores

5
3. Pontualidade
3
Prática, Mutável e
.6

Teórica, Duradoura e
EMPRESARIAL

Influenciada pelo Comportamento


00
oETIQUETA

Adquirida pelo estudo


meio
-0
s

O indivíduo é um ser muito complexo. Cada um de Vestimenta


nt

nós tem uma forma de pensar e agir que, em algum


Sa

momento, pode ser certa ou errada. Essa complexi- Jogo de Cintura e Respeito
os

dade passa a ser crucial, para que tenhamos um con-


junto de regras (escritas ou não escritas) no intuito de
id

mantermo-nos no caminho.
ol

Neste sentido, pode-se dizer que necessitamos de


ic

PADRÕES DE QUALIDADE NO
N

normas e imperativos morais, para que nossas deci-


io

sões sejam pautadas de maneira mais sólida. Ainda, ATENDIMENTO AOS CLIENTES
ric

o que é certo para mim, pode ser errado para você.


SATISFAÇÃO, VALOR E RETENÇÃO DE
au

Cada um de nós possui uma linha de pensamento, a


CLIENTES
M

qual pode ser convergente ou divergente em algum


momento. Portanto, as regras são importantes para
criar uma linha de padrão na conduta tida como ideal. Quando o assunto é cliente, você já sabe que precisa
As organizações tendem a possuir um conjunto de entregar algo de valor para ele. Satisfazer às necessida-
regras, a fim de nortear o colaborador no dia a dia. Na des e atender às expectativas dele deve ser o foco das
Administração Pública, temos leis e códigos capazes de organizações. Como observamos anteriormente, o clien-
orientar o agente público. Por exemplo, o Código de Ética te terá uma determinada experiência e a sua percepção
da Administração Pública Federal – Decreto n° 1.171, de deve ser maior que a expectativa; dessa maneira, con-
1994 – trata de regras, deveres e vedações, com o intui- quistaremos o cliente e, com isso, a sua fidelidade, haja
to de demonstrar ao agente público como deve ser a sua vista o que move o atendimento hoje é o relacionamento.
conduta, tanto no exercício da função como também fora Existem certos pontos interessantes que serão
dela. benéficos para se manter um padrão de qualidade,
O Banrisul possui o próprio Código de Ética, que claro que sem “engessar” o atendimento, já que ele
visa trazer informações relacionadas à crença da ins- é um serviço e você já conhece as características que
tituição, missão, visão e valores. No quesito da ética, o norteiam o serviço.
378 Código menciona o seguinte: O atendimento tem certas utilidades, a começar:
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z Recepcionar: é o primeiro momento com o cliente z Jogo de Responsabilidade: quando o atendente
e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse não assume a responsabilidade e “joga” para os
quesito, é importante o cumprimento adequado, demais ou outros setores.
como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
(independente da idade); UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS
z Informar: todos nós esperamos receber informa- PARA VENDAS TELEMARKETING
ções compreensíveis e concisas de forma correta.
Se você não souber uma determinada informação, O telemarketing é uma estratégia de vendas por
peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente; telefone a qual consiste em uma prática comunicati-
z Orientação: um dos papéis da linha de atendimen- va bastante utilizada pelas empresas em todo o mun-
to é orientar o cliente, seja nos próximos passos ou do. Trata-se de um serviço indispensável para que as
nas situações do momento; organizações mantenham vínculos efetivos com seus
z Amenizar: é de responsabilidade também do pes- clientes, uma vez que favorece a comunicabilidade
soal da linha de frente acalmar o cliente em um entre o consumidor e a empresa.
momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar Em busca de soluções práticas e eficientes, as quais
com uma situação de conflito e “destempero”; elevem o alcance de resultados, as organizações veem
z Agilidade: o cliente tem pressa e, a depender do na prestação do serviço de telemarketing uma exce-
lente saída. Aliás, não são necessários grandes investi-
tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
mentos para a contratação desse serviço.
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
A prestação de serviço de telemarketing atua no
imprescindível;
sentido de oferecer soluções inerentes à empresa con-
z Comunicação: é o elo entre as partes, por isso, é tratante. Em geral, esse serviço contempla os seguin-
preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja tes tópicos:
entendimento no que está sendo repassado.
z Comercialização de produtos e serviços;
Você percebeu a necessidade de certos padrões para z Recuperação de créditos provenientes das dívidas
manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a organiza- de clientes;
ção conseguirá alcançar os objetivos do atendimento e z Informações sobre procedimentos e campanhas
do relacionamento interpessoal, como: a satisfação dos empresariais;
clientes, a diferenciação, o aumento de clientes, a boa z Orientações sobre a utilização de produtos.

9
interação e, claro, a qualidade no atendimento.

-3
A fim de que o atendimento de telemarketing apre-

40
MARKETING DE RELACIONAMENTO sente reais resultados à organização, é preciso que a
.5
prestadora de serviços seja qualificada e possua cre-
33
O foco do marketing de relacionamento está nos dibilidade no segmento. Ademais, deve dispor de uma
.6

equipe de profissionais capacitados e constantemente


00

clientes já existentes. É claro que toda organização dese-


treinados para a execução do trabalho.
-0

ja conquistar novos clientes, mas apostar em uma rela-


Pode-se afirmar, por fim, que todos os envolvidos
ção permanente e duradoura fará até mesmo com que a
os

no processo de prestação de serviço de telemarketing


organização consiga uma economia nos seus gastos de
nt

têm benefícios. Essa é uma modalidade de comuni-


marketing e publicidade de maneira surpreendente.
Sa

cação bem assertiva e que demanda menos gastos às


Para que uma empresa possa ter seu foco nos clien- empresas, pois, ao contratá-la, os recursos e o tempo
os

tes já existentes e não somente na angariação de novos, podem ser utilizados em outros setores da empresa.
id

conseguir apostar no marketing relacional e fidelizar


ol

seus clientes, deverá ter em atenção alguns pontos:


ic

conhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar as


N

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
io

suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade.


E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E
ric

Problemas com relacionamento e atendimento


NEGOCIAÇÃO
au

existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem


M

potencializar a perda de clientes, que normalmente


ocorrem por negligência em alguma área. O comportamento do consumidor pode ser com-
No atendimento, as negligências são conhecidas preendido como um estudo que tem como objetivo
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

como sete pecados capitais: analisar os sentimentos e as percepções que direcio-


nam o possível cliente a comprar. As decisões toma-
das pelo cliente baseiam-se nessas duas situações
z Apatia: relacionada à indiferença no tratamento,
(sentimentos e percepções). Portanto, é crucial que a
sem demonstração de interesse;
organização seja efetiva e saiba lidar com as dificul-
z Má vontade: falta de ação ou atitude por parte do
dades do dia a dia. Podemos entender esse processo
atendente; como uma jornada, avançando um passo de cada vez
z Frieza: atendimento entendido como distante, para fazer com que o cliente tome a decisão de adqui-
sem observar os desejos do cliente; rir o produto ou o serviço.
z Desdém: quando o atendente demonstra um “ar” de Os gestores devem, por meio da gestão estratégica
superioridade e trata o cliente com certo desprezo; e do marketing, estudar o comportamento dos clien-
z Robotismo: atendimento engessado; tes ou potenciais clientes. O propósito é compreender
z Apego às normas: atendimento sem flexibilidade; possíveis mudanças e, consequentemente, nivelar as 379
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ações de vendas para que o cliente continue compran- Como o BACEN é uma autarquia, pode-se dizer
do da organização. que este tem autonomia nas suas funções, não sendo
subordinado a nenhum outro órgão público. Além
O comportamento de compra complexo envolve disso, o mesmo possui diversas atribuições, como, por
um processo de três etapas. Primeiro, o comprador exemplo, a de responsabilidade pela estabilidade da
desenvolve crenças sobre o produto. Segundo, ele economia brasileira e a de regulamentação do sistema
desenvolve atitudes sobre o produto. Terceiro, ele financeiro do país1.
faz uma escolha refletida. (KOTLER, 2000, p. 199) A Resolução em estudo dispõe acerca dos princí-
pios e procedimentos a serem adotados no relacio-
Há todo um processo envolvido e, para garantir o namento entre clientes e usuários de produtos e de
sucesso, é preciso usar certas etapas para fazer com serviços financeiros, sendo, por isso, de suma impor-
que o cliente crie uma relação com o processo de ven- tância para o concurso almejado. Para o estudo desta,
das e negociação. é relevante que o leitor tenha contato com a legislação
Deve-se, primeiramente, fazer com que o clien- pura, pois as bancas costumam cobrar a literalidade
te perceba a existência de um problema (às vezes, da lei.
o cliente desconhece o seu próprio problema). Após O art. 1º, da Resolução nº 4.949, de 2021, dispõe
o reconhecimento, é preciso que a área de vendas e sobre o relacionamento entre clientes e usuários.
negociação desenvolva um trabalho capaz de mostrar Vejamos:
que a organização solucionará o problema. Quando já
se tem a consideração da solução, entra-se na fase de Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios e
ativar gatilhos mentais, como urgência e exclusivida- procedimentos a serem adotados no relacionamen-
de. Por fim, vem a decisão de compra, pois o cliente já to com clientes e usuários de produtos e de serviços
compreende o seu próprio problema e também que pelas instituições financeiras e demais instituições
existe uma solução; agora, cabe às vendas e à negocia- autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
ção oferecer o produto ou serviço que atenda a essa Brasil.
necessidade. § 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às
O que fará um cliente fechar com uma organiza- administradoras de consórcio e às instituições de
ção ou outra é a diferenciação, ou seja, entregar algo pagamento, que devem seguir as normas editadas
que realmente agregue valor, buscando sempre o pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua
competência legal.
dinamismo nas ações e enfatizando o relacionamento
§ 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento
interpessoal entre vendedores e clientes.
com clientes e usuários abrange as fases de pré-
-contratação, de contratação e de pós-contratação
Vínculos sociais e a amizade recíproca entre com- de produtos e de serviços.

9
pradores e vendedores têm um resultado favorável Pela leitura do dispositivo, podemos identificar que

-3
para as empresas de venda, tanto no lado financeiro,

40
a Resolução estipula que a relação entre clientes e
quanto na confiança com cliente, no compromisso e usuários deve ser pautada em princípios norteado-
na cooperação nos negócios, sendo importante um .5
33
res que estão dispostos no art. 2º dessa Resolução.
bom atendimento ao cliente. (DURZET, 2007, p. 98) Vejamos:
.6
00

Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no rela-


Podemos perceber que a venda vai depender do cionamento com clientes e usuários de produtos e
-0

relacionamento que ocorre entre os dois (cliente e de serviços, devem conduzir suas atividades com
os

vendedor); por isso, o vendedor deve demonstrar observância de princípios de ética, responsabili-
nt

empatia, saber ouvir, ter boa capacidade de se rela- dade, transparência e diligência, propiciando
Sa

cionar com as pessoas, aparentar-se bem e possuir a convergência de interesses e a consolidação de


excelente capacidade de negociação. Além disso, pre- imagem institucional de credibilidade, segurança
os

cisa conhecer bem o produto ou serviço que negocia e e competência.


id

saber lidar com todos os tipos de emoções.


ol

Não obstante à necessidade de observação dos


ic

princípios presentes no art. 2º, o art. 3º aponta outras


N

providências que devem ser observadas e garantidas.


io

Vejamos:
ric

Relacionamento Negociação Venda


au

Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer,


M

entre outras, as seguintes ações:


I - promover cultura organizacional que incenti-
ve relacionamento cooperativo e equilibrado com
POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM clientes e usuários; e
II - dispensar tratamento justo e equitativo a clien-
O CLIENTE: RESOLUÇÃO CMN N° 4.949, tes e usuários, considerando seus perfis de relacio-
DE 30 DE SETEMBRO DE 2021 namento e vulnerabilidades associadas.

Inicialmente, cabe destacar que o Banco Central do O art. 4º dispõe sobre os procedimentos de contra-
Brasil, BACEN, de acordo com o seu endereço eletrôni- tação e da prestação de serviços. Vejamos:
co institucional, é o guardião dos valores do Brasil. Ele
constitui uma autarquia de natureza especial, criada Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º, na con-
pela Lei nº 4.595, de 1964, e com autonomia estabele- tratação de operações e na prestação de serviços,
cida pela Lei Complementar nº 179, de 2021. devem assegurar:

1 BONA, A. BACEN: o que é e o que faz o Banco Central do Brasil? Disponível em: https://andrebona.com.br/bacen-o-que-e-e-o-que-faz-o-banco-
380 -central-do-brasil. Acesso em: 24 jun. 2021.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - adequação dos produtos e serviços ofertados ou Pública ou de empresa privada com guichês de cai-
recomendados às necessidades, aos interesses e aos xa, nos quais sejam prestados serviços do exclusi-
objetivos dos clientes e usuários; vo interesse do respectivo órgão ou entidade e de
II - integridade, conformidade, confiabilidade, segu- seus servidores ou da respectiva empresa e de seus
rança e sigilo das transações realizadas, bem como empregados e administradores, conforme a regula-
legitimidade das operações contratadas e dos ser- mentação específica sobre dependências; e
viços prestados; VI - às situações excepcionais previstas na legisla-
III - prestação, de forma clara e precisa, das infor-
ção ou na regulamentação específica.
mações necessárias à livre escolha e à tomada de
§ 2º Para fins do disposto no caput, é vedada a
decisões por parte de clientes e usuários, explicitan-
imposição de restrições quanto à quantidade de
do, inclusive, direitos e deveres, responsabilidades,
custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos exis- documentos, de transações ou de operações por
tentes na execução de operações e na prestação de pessoa, bem como em relação a montante máximo
serviços; ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quan-
IV - utilização de redação clara, objetiva e adequa- to à faculdade de o cliente ou o usuário optar por
da à natureza e à complexidade da operação ou pagamentos em espécie, salvo as exceções previstas
do serviço, em contratos, recibos, extratos, com- na legislação ou na regulamentação específica.
provantes e documentos destinados ao público, de § 3º As instituições de que trata o art. 1º devem
forma a permitir o entendimento do conteúdo e a divulgar em suas dependências e nas dependências
identificação de prazos, valores, encargos, multas, dos correspondentes no País, em local visível e em
datas, locais e demais condições; formato legível, as situações de que tratam os inci-
V - identificação dos usuários finais beneficiários de sos II, III e V do § 1º.
pagamento ou transferência em demonstrativos e § 4º O disposto neste artigo deve ser observado
extratos de contas de depósitos e contas de paga- indistintamente em relação a clientes e a não clien-
mento pré-paga, inclusive nas situações em que o tes, exceto pelas cooperativas de crédito, que devem
serviço de pagamento envolver instituições partici-
observar o disposto no § 5º.
pantes de diferentes arranjos de pagamento;
§ 5º As cooperativas de crédito devem informar em
VI - encaminhamento de instrumento de pagamen-
suas dependências, em local visível e em formato
to ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habi-
litação somente em decorrência de sua expressa legível, se realizam atendimento a não associados
solicitação ou autorização; e e quais os serviços disponibilizados, assegurando
VII - tempestividade e inexistência de barreiras, cri- nesse caso as condições previstas neste artigo.
térios ou procedimentos desarrazoados para:
a) o atendimento a demandas de clientes e usuá- O art. 6° trata da política institucional de relacio-
rios, incluindo o fornecimento de contratos, reci- namento com cliente e usuários. Observemos que diz

9
bos, extratos, comprovantes e outros documentos e

-3
a lei:

40
informações relativos a operações e a serviços;
b) a extinção da relação contratual relativa a pro-
.5
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem
33
dutos e serviços, incluindo o cancelamento de con-
manter política institucional de relacionamento
tratos; e
.6

com clientes e usuários que consolide diretrizes,


00

c) a transferência de relacionamento para outra


objetivos estratégicos e valores organizacionais, de
instituição, se aplicável.
-0

forma a nortear a condução de suas atividades em


os

conformidade com o disposto no art. 2º.


Por sua vez, o art. 5º dispõe sobre atendimento
§ 1º A política de que trata o caput deve:
nt

presencial a clientes ou usuários:


I - ser aprovada pelo conselho de administração ou,
Sa

caso inexistente, pela diretoria da instituição;


Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º
os

impedir o acesso, recusar, dificultar ou impor res- II - ser objeto de avaliação periódica;
id

trição ao atendimento presencial em suas depen- III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da
ol

dências, inclusive em guichês de caixa, a clientes ou instituição;


ic

usuários de produtos e de serviços, mesmo quando IV - ser compatível com a natureza da instituição e
N

disponível o atendimento em outros canais. com o perfil de clientes e usuários, bem como com
io

§ 1º O disposto no caput não se aplica: as demais políticas instituídas;


ric

I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança V - prever programa de treinamento de emprega-


au

prestados a terceiros, quando: dos e prestadores de serviços que desempenhem


M

a) não houver contrato ou convênio para a sua atividades afetas ao relacionamento com clientes e
prestação celebrado entre a instituição financeira usuários;
e o ente beneficiário; ou VI - prever a disseminação interna de suas dispo-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não sições; e


contemple o recebimento em guichê de caixa das VII - ser formalizada em documento específico.
dependências da instituição; § 2º Admite-se que a política de que trata o caput
II - ao recebimento de boletos de pagamento padro-
seja unificada por:
nizado pela regulamentação do Banco Central do
I - conglomerado; ou
Brasil emitidos fora do padrão, das especificações
II - sistema cooperativo de crédito.
ou dos requisitos vigentes para o instrumento;
III - ao recebimento de documentos mediante paga- § 3º As instituições que não constituírem política
mento por meio de cheque; própria em decorrência da faculdade prevista no §
IV - às instituições que não possuam dependências 2º devem formalizar a decisão em reunião do con-
ou às dependências de instituições sem guichês de selho de administração ou da diretoria.
caixa; § 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º
V - aos postos de atendimento instalados em recin- deve ser mantido à disposição do Banco Central do
to de órgão ou de entidade da Administração Brasil. 381
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O gerenciamento da Política Institucional de Rela- Para que haja fiscalização do cumprimento das
cionamento com Clientes e Usuários é regulamento normas e diretrizes principiológicas estabelecidas por
pelos arts. 7°, 8° e 9°, da referida Resolução, veja: essa Resolução, o art. 10 destaca que deverá ser indi-
cado um diretor responsável pela observância dos
Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem dispositivos dessa Resolução:
assegurar a consistência de rotinas e de procedi-
mentos operacionais afetos ao relacionamento Art. 10 As instituições de que trata o art. 1º devem
com clientes e usuários, bem como sua adequação à indicar ao Banco Central do Brasil diretor respon-
política institucional de relacionamento de que tra- sável pelo cumprimento das obrigações previstas
ta o art. 6º, inclusive quanto aos seguintes aspectos: nesta Resolução.
I - identificação e qualificação de clientes e de Art. 11 O Banco Central do Brasil poderá adotar
usuários para fins de início e manutenção de medidas complementares necessárias à execução
relacionamento; do disposto nesta Resolução.
II - concepção de produtos e de serviços;
III - oferta, recomendação, contratação ou distri-
buição de produtos ou serviços;
IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE
serviços; OUTUBRO DE 2020
V - cobrança de tarifas em decorrência da presta-
ção de serviços; A presente Resolução CMN nº 4.860, de 2020 dispõe
VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços; sobre a constituição e o funcionamento de componente
VII - coleta, tratamento e manutenção de informa-
organizacional de ouvidoria pelas instituições autori-
ções dos clientes em bases de dados;
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen).
VIII - gestão do atendimento prestado a clientes
e usuários, inclusive o registro e o tratamento de
A intenção da Resolução é explicitada no art. 1º:
demandas
IX - mediação de conflitos; Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e
X - sistemática de cobrança em caso de inadimple- o funcionamento de componente organizacional de
mento de obrigações contratadas; ouvidoria pelas instituições que especifica.
XI - extinção da relação contratual relativa a pro-
dutos e serviços; O art. 2º aponta quais instituições devem consti-
XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obri- tuir as ouvidorias:
gações; e
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria
XIII - transferência de relacionamento para outra
deve ser constituído pelas instituições autoriza-
instituição.

9
das a funcionar pelo Banco Central do Brasil que

-3
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do
tenham clientes pessoas naturais, inclusive empre-

40
caput, e em observância ao art. 4º, inciso I, as insti-
sários individuais, ou pessoas jurídicas classifica-
tuições devem estabelecer o perfil dos clientes que
.5
das como microempresas e empresas de pequeno
33
compõem o público-alvo para os produtos e servi-
porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de
ços disponibilizados, considerando suas caracterís-
.6

14 de dezembro de 2006.
00

ticas e complexidade.
Parágrafo único. Ficam dispensados de consti-
§ 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informa-
-0

tuir ouvidoria os bancos comerciais sob con-


ções relevantes para cada produto ou serviço.
trole societário de bolsas de valores, de bolsas
os

Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem:


de mercadorias e futuros ou de bolsas de valo-
nt

I - promover o equilíbrio das metas de resultados


res e de mercadorias e futuros que desempenhem
Sa

e de incentivos associadas ao desempenho de fun-


exclusivamente funções de liquidante e custodiante
cionários e de correspondentes no País com as
os

central, prestando serviços às bolsas e aos agen-


diretrizes e os valores organizacionais previstos na
tes econômicos responsáveis pelas operações
id

política institucional de que trata o art. 6º; e


nelas cursadas.
ol

II - tratar adequadamente eventuais desvios rela-


ic

cionados ao contido no inciso I. De acordo com o caput do art. 2º, a ouvidoria deve-
N

Art. 9º Em relação à política institucional de rela- rá ser constituída pelas instituições esquematizadas a
io

cionamento com clientes e usuários, as instituições seguir:


ric

de que trata o art. 1º devem instituir mecanismos


au

de acompanhamento, de controle e de mitigação de


riscos com vistas a assegurar:
M

Instituições autorizadas a Fun-


I - a implementação das suas disposições; cionar pelo Banco Central do
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive Brasil, que Tenha como Clientes
por meio de métricas e indicadores adequados;
III - a avaliação da sua efetividade; e
IV - a identificação e a correção de eventuais
deficiências. Pessoas Pessoas
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem Jurídicas Naturais
ser submetidos a testes periódicos pela auditoria
interna, consistentes com os controles internos da
instituição.
§ 2º Os dados, os registros e as informações relati- z Microempresas de Incluindo os
vas aos mecanismos de controle, processos, testes e pequeno porte empresários
trilhas de auditoria devem ser mantidos à disposi- z Microempresas individuais
ção do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo
de cinco anos.
382
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Logo em seguida, temos o importantíssimo Capítu- Brasil e as empresas não autorizadas a funcionar
lo II desta Resolução, “Da finalidade”, que aponta as pelo Banco Central do Brasil:
finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido- I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou
ria. Vejamos: mais do capital da outra, direta ou indiretamente; e
II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade: mais do capital de uma participem com 10% (dez
I - atender em última instância as demandas dos por cento) ou mais do capital da outra, direta ou
clientes e usuários de produtos e serviços que não indiretamente.
tiverem sido solucionadas nos canais de aten- § 2º O disposto no inciso II, alínea «b», do caput,
dimento primário da instituição; e não se aplica a bancos comerciais, bancos múl-
II - atuar como canal de comunicação entre a tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
instituição e os clientes e usuários de produtos financiamento e investimento, associações de pou-
e serviços, inclusive na mediação de conflitos. pança e empréstimo e sociedades de arrendamento
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, con- mercantil que realizem operações de arrendamento
sidera-se primário o atendimento habitual realiza- mercantil financeiro.
§ 3º O disposto nos incisos II, alínea «b», e IV, do
do em quaisquer pontos ou canais de atendimento,
caput, somente se aplica a associação de classe ou
incluídos os correspondentes no País e o Serviço de
bolsa que possuir código de ética ou de autorregu-
Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o
lação efetivamente implantado, ao qual a institui-
Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.
ção tenha aderido.
Perceba que o inciso I do art. 3º aponta que as ouvi-
O capítulo IV da Resolução trata especificamen-
dorias somente irão atender as demandas em última
te do funcionamento das ouvidorias, incluindo suas
instância, o que quer dizer que as demandas deverão
atribuições, formas de funcionamento, seus deveres,
passar primeiramente por outros meios e canais de
entre outras atribuições. Inicialmente, de acordo com
atendimento primário da instituição e, somente caso
o disposto no art. 6º, a ouvidoria deverá abranger as
estas não puderem ser solucionadas, então serão des-
seguintes atividades:
tinadas às ouvidorias.
Já o capítulo III desta Resolução trata da organiza-
ção e estrutura da ouvidoria: ATIVIDADES DAS OUVIDORIAS (ART. 6º)

Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí- I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento
vel com a natureza e a complexidade dos produtos, formal e adequado às demandas dos clientes e usuá-
serviços, atividades, processos e sistemas de cada rios de produtos e serviços
instituição.

9
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca

-3
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vin-
do andamento das demandas, informando o prazo pre-

40
culada a componente organizacional da ins-
visto para resposta
.5
tituição que configure conflito de interesses 33
ou de atribuições, a exemplo das unidades res-
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda
.6

ponsáveis por negociação de produtos e serviços,


no prazo previsto
00

gestão de riscos, auditoria interna e conformidade


-0

(compliance). IV - manter o conselho de administração, ou, na sua


Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvi- ausência, a diretoria da instituição, informado sobre os
os

doria pelas instituições, observadas as seguintes problemas e deficiências detectados no cumprimento


nt

situações e regras:
de suas atribuições e sobre o resultado das medidas
Sa

I - a instituição integrante de conglomerado com-


adotadas pelos administradores para solucioná-los
posto por pelo menos duas instituições autorizadas
os

a funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com-


id

partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das Dentre as atividades realizadas pela ouvidoria está
ol

instituições autorizadas a funcionar; o atendimento adequado às demandas dos clientes e


ic

II - a instituição não enquadrada no disposto no usuários de produtos e serviços. Esse atendimento


N

inciso I do caput pode compartilhar a ouvidoria deverá atender os critérios expostos a seguir:
io

constituída:
ric

a) em empresa ligada, conforme definição de que Art. 6º [...]


au

trata o § 1º; ou § 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:


M

b) na associação de classe a que seja filiada ou na I - deve ser identificado por meio de número de
bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e futuros protocolo, o qual deve ser fornecido ao demandante;
ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros nas II - deve ser gravado, quando realizado por tele-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

quais realize operações; fone, e, quando realizado por meio de documento


III - a cooperativa singular de crédito filiada a coo- escrito ou por meio eletrônico, arquivada a res-
perativa central pode compartilhar a ouvidoria pectiva documentação; e
constituída na respectiva cooperativa central, con- III - pode abranger:
federação de cooperativas de crédito ou banco do a) excepcionalmente, as demandas não recepciona-
sistema cooperativo; e das inicialmente pelos canais de atendimento pri-
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a mário; e
cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central
constituída em cooperativa central, federação de do Brasil, por órgãos públicos ou por outras entida-
cooperativas de crédito, confederação de cooperati- des públicas ou privadas.
vas de crédito ou associação de classe da categoria. § 2º O prazo de resposta para as demandas não
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea «a», pode ultrapassar dez dias úteis, podendo ser pror-
do caput, consideram-se ligadas entre si as institui- rogado, excepcionalmente e de forma justifica-
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do da, uma única vez, por igual período, limitado o 383
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
número de prorrogações a 10% (dez por cento) do adequada às demandas recebidas, com total apoio
total de demandas no mês, devendo o demandante administrativo, podendo requisitar informações e
ser informado sobre os motivos da prorrogação. documentos para o exercício de suas atividades no
cumprimento de suas atribuições.
Já o art. 7º refere-se às outras instituições que § 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser
devem atender aos critérios elencados. São essas ins- incluídos no estatuto ou no contrato social na pri-
tituições aquelas autorizadas a funcionar pelo Banco meira alteração que ocorrer após a constituição da
Central do Brasil que tenham clientes pessoas natu- ouvidoria.
rais, inclusive empresários individuais, ou pessoas § 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi-
jurídicas classificadas como microempresas e empre- das por esta Resolução relativas às instituições que
optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos
sas de pequeno porte, vide art. 2º desta Resolução.
I e III, podem ser promovidas somente pela institui-
ção que constituir a ouvidoria.
Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
I - manter sistema de informações e de controle
própria em decorrência da faculdade prevista no
das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a:
art. 5º, incisos II e IV, devem ratificar a decisão na
a) registrar o histórico de atendimentos, as infor-
primeira assembleia geral ou na primeira reunião
mações utilizadas na análise e as providências ado-
de diretoria realizada após tal decisão.
tadas; e
b) controlar o prazo de resposta;
II - dar ampla divulgação sobre a existência da Retomando novamente o conceito e as instituições
ouvidoria, sua finalidade, suas atribuições e for- referidas no art. 2º (instituições autorizadas a funcio-
mas de acesso, inclusive nos canais de comunica- nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes
ção utilizados para difundir os produtos e serviços; pessoas naturais, inclusive empresários individuais,
III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos ou pessoas jurídicas classificadas como microempre-
usuários ao atendimento da ouvidoria, por meio sas e empresas de pequeno porte), o art. 9º dita que
de canais ágeis e eficazes, inclusive por telefone, essas instituições deverão designar os nomes do ouvi-
cujo número deve ser: dor e do direito responsável pela ouvidoria:
a) divulgado e mantido atualizado em local
visível ao público no recinto das suas dependên- Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem desig-
cias e nas dependências dos correspondentes no nar perante o Banco Central do Brasil os nomes do
País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria.
na internet, acessível pela sua página inicial; § 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive desempenhar outras funções na instituição,
eletrônicos, contratos, materiais de propaganda e inclusive a de ouvidor, exceto a de diretor de admi-

9
de publicidade e demais documentos que se desti- nistração de recursos de terceiros.

-3
nem aos clientes e usuários; e

40
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múl-
c) inserido e mantido permanentemente atua- tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
lizado em sistema de registro de informações
.5
33
financiamento e investimento, associações de pou-
do Banco Central do Brasil.
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento
.6

Parágrafo único. As informações relativas às


00

mercantil que realizem operações de arrendamento


demandas recebidas pela ouvidoria devem perma-
mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obri-
-0

necer registradas no sistema mencionado no inci-


gatoriedade de constituição de comitê de audito-
so I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da
os

ria, na forma da regulamentação, o ouvidor não


data da protocolização da ocorrência.
nt

poderá desempenhar outra função, exceto a de


Sa

diretor responsável pela ouvidoria.


O capítulo V trata das exigências formais que ver- § 3º Nas situações em que o ouvidor desempe-
os

sam sobre as ouvidorias e engloba pontos específi- nhe outra atividade na instituição, essa atividade
id

cos, como formulação do estatuto ou contrato social, não pode configurar conflito de interesses ou de
ol

designação de responsáveis, designação de nomes do atribuições.


ic

ouvidor, entre outras disposições. Neste momento, é Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I,
N

importante o contato com a legislação pura, vez que, III e IV, o ouvidor deve:
io

usualmente, as bancas cobram a literalidade da lei. I - responder por todas as instituições que compar-
ric

Realizamos destaques na legislação para que tornem tilharem a ouvidoria; e


au

a leitura mais fluida e de fácil memorização: II - integrar os quadros da instituição que constituir
M

a ouvidoria.
Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a
natureza jurídica da sociedade, deve dispor, de for- Para auxiliar seu entendimento, vejamos esque-
ma expressa, sobre os seguintes aspectos: maticamente o disposto no art. 10, incluindo os incisos
I - a finalidade, as atribuições e as atividades do art. 5º mencionados:
da ouvidoria;
II - os critérios de designação e de destituição do Ouvidor deve:
ouvidor;
III - o tempo de duração do mandato do ouvi-
z I - a instituição integrante de conglomerado com-
dor, fixado em meses; e
IV - o compromisso formal no sentido de:
posto por pelo menos duas instituições autoriza-
a) criar condições adequadas para o funcionamen- das a funcionar pelo Banco Central do Brasil pode
to da ouvidoria, bem como para que sua atuação compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer
seja pautada pela transparência, independên- das instituições;
cia, imparcialidade e isenção; e z III - a cooperativa singular de crédito filiada à
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa- cooperativa central pode compartilhar a ouvido-
384 ções necessárias para a elaboração de resposta ria constituída na respectiva cooperativa central,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
confederação de cooperativas de crédito ou bran- § 2º A designação de integrantes da ouvidoria refe-
co do sistema cooperativo; ridos no caput fica condicionada à comprovação de
z IV - a cooperativa singular de credito não filiada aptidão no exame de certificação, além do atendi-
z à cooperativa central pode compartilhar a ouvi- mento às demais exigências desta Resolução.
doria constituída em cooperativa central, federa- § 3º As instituições referidas no caput devem asse-
ção de cooperativas de crédito, confederação de gurar a capacitação permanente dos integrantes da
cooperativas de crédito ou associação de classe da ouvidoria em relação aos temas mencionados no § 1º.
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se
categoria:
à formalidade prevista no caput, caso exerça a fun-
ção de ouvidor.
„ I - responder por todas as instituições que com- § 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV,
partilharem a ouvidoria; aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes da
„ II - integrar os quadros da instituição que cons- ouvidoria da associação de classe, entidade ou empre-
tituir a ouvidoria. sa que realize as atividades mencionadas no art. 6º.

Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do O capítulo VIII, por sua vez, traz a necessidade de
art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, avaliação direta da qualidade do atendimento pres-
as instituições referidas no art. 2º devem: tado pela ouvidoria. Esse assunto já foi brevemente
I - designar perante o Banco Central do Brasil ape-
abordado quando tratamos do art. 13. Observe como
nas o nome do respectivo diretor responsável pela
será realizada a avaliação direta de qualidade:
ouvidoria; e
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
Art. 16 As instituições referidas no art. 2º devem
ouvidor da associação de classe, da bolsa de valo-
implementar instrumento de avaliação direta da
res, da bolsa de mercadorias e futuros ou da bolsa
qualidade do atendimento prestado pela ouvi-
de valores e de mercadorias e futuros, ou da entida-
doria a clientes e usuários.
de ou empresa que constituir a ouvidoria.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente
aos bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos
Por fim, o capítulo VI trata da prestação de informa- de investimento, caixas econômicas e sociedades
ções e formas de divulgação das atividades desenvolvidas: de crédito, financiamento e investimento.

Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve


elaborar relatório semestral quantitativo e
qualitativo referente às atividades desenvolvidas
pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31 Art. 17 A avaliação direta da qualidade do atendi-
de dezembro. mento de que trata o art. 16 deve ser:

9
-3
Parágrafo único. O relatório de que trata o caput I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5,

40
deve ser encaminhado à auditoria interna, ao comi- sendo 1 o nível de satisfação mais baixo e 5 o nível

.5
tê de auditoria, quando constituído, e ao conselho de satisfação mais alto;
33
de administração ou, na sua ausência, à diretoria II - disponibilizada ao cliente ou usuário em
.6

da instituição. até um dia útil após o encaminhamento da


00

Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem resposta conclusiva de que trata o art. 6º, inciso
-0

divulgar semestralmente, nos respectivos sítios III, e § 2º; e


eletrônicos na internet, as informações relativas às III - concluída em até cinco dias úteis após o
os

atividades desenvolvidas pela ouvidoria, inclusi- prazo de que trata o inciso II.
nt

ve os dados relativos à avaliação direta da quali- Art. 18 Os dados relativos à avaliação mencionada
Sa

dade do atendimento de que trata o art. 16. no art. 16 devem ser:


I - armazenados de forma eletrônica, em ordem
os

Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabele-


cer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo cronológica, permanecendo à disposição do Ban-
id

de remessa de dados e de informações relativos às co Central do Brasil pelo prazo de cinco anos,
ol

atividades da ouvidoria. contados da data da avaliação realizada pelo


ic

cliente ou usuário; e
N

A avaliação direta da qualidade do atendimento II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na


io

forma por ele definida.


ric

mencionada no art. 13 é uma ferramenta de satisfa-


ção dos usuários e clientes, que avaliam o atendimen-
au

to prestado pela ouvidoria. As disposições finais da Resolução CMN nº 4.860, de


M

Seguindo o estudo da Resolução CMN nº 4.860, de 2020 estão inseridas no capítulo IX. Podemos destacar
2020, o capítulo VII trata da certificação, ou seja, ocor- as seguintes informações:
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

rerá um exame de certificação para que os integrantes


da ouvidoria que realizam as atividades do art. 6º des- z O relatório e a documentação, bem como a gra-
ta Resolução sejam considerados aptos. Acompanhe a vação telefônica do atendimento realizado pelas
seguir: ouvidorias, deverão permanecer à disposição do
Bacen pelo prazo mínimo de 5 anos;
Art. 15 As instituições referidas no art. 2º devem z O número de telefone da ouvidoria, os dados do
adotar providências para que os integrantes da diretor responsável e os dados do ouvidor deve-
ouvidoria que realizem as atividades mencionadas rão ser inseridos e mantidos permanentemente
no art. 6º sejam considerados aptos em exame de atualizados em sistema de registro de informa-
certificação organizado por entidade de reconheci- ções do Banco Central do Brasil.
da capacidade técnica.
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no Art. 20 O número do telefone para acesso gratuito à
mínimo, temas relativos à ética, aos direitos do ouvidoria e os dados relativos ao diretor responsá-
consumidor e à mediação de conflitos. vel pela ouvidoria e ao ouvidor devem ser inseridos 385
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
e mantidos permanentemente atualizados em sis- concurso do Banrisul, em especial, os dois primeiros
tema de registro de informações do Banco Central títulos da norma.
do Brasil. Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser em mente que, para melhor compreendê-la, é primor-
observado, inclusive, pela instituição que não cons- dial entender sua estrutura e identificar as ideias mais
tituir componente de ouvidoria próprio em decor- importantes da legislação. Por essa razão, é extre-
rência da faculdade prevista no art. 5º. mamente importante ler o texto de lei e tentar com-
Art. 21 O Banco Central do Brasil poderá adotar as preender os pontos mais importantes dos artigos, sem
medidas necessárias à execução do disposto nesta precisar, contudo, decorá-los.
Resolução. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!

TÍTULO I – DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA Os direitos do consumidor compreendem o pri-


meiro título do CDC. Eles se encontram disciplinados
DO CONSUMIDOR: LEI Nº 8.078, DE do art. 1º ao art. 60. Vejamos cada um deles:
11 DE SETEMBRO DE 1990 E SUAS
Art. 1 O presente código estabelece normas de pro-
ATUALIZAÇÕES
teção e defesa do consumidor, de ordem pública
e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso
A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conhe-
XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art.
cida como Código de Defesa do Consumidor (CDC),
48 de suas Disposições Transitórias.
estabeleceu as regras de proteção ao consumidor. Sua
edição foi necessária, porque, até a promulgação da
Constituição Federal de 1988 (CF, de 1988), os adqui- O art. 1º, do CDC, reporta-se a três dispositivos
rentes de produtos e serviços não possuíam normas constitucionais. A primeira proteção encontra-se no
próprias, tendo que fundamentar a defesa de seus art. 5º, XXXII, da CF, de 19882, isto é, no Título “Dos
direitos no antigo Código Civil de 1916 e nas seguin- Direitos e Garantias Fundamentais”. Assim sendo, a
tes legislações: Decreto nº 869, de 1938 (Lei de Crimes proteção ao consumidor constitui um dos direitos e
Contra a Economia Popular); Decreto-Lei nº 22.626, de deveres individuais e coletivos. Como consequência, a
1943 (Lei da Usura); Lei Delegada nº 4, de 1962, que defesa do consumidor promovida por meio do Estado
cuida da intervenção estatal no domínio econômico é uma das denominadas cláusulas pétreas.
para a garantia de distribuição de produtos de primei- Trata-se, portanto, de matéria que não pode ser
ra necessidade; Lei nº 4.137, de 1962 (Lei de Repressão objeto de modificação por meio de qualquer proposta
do Poder Econômico), que instituiu o Sistema Brasilei-

9
de Emenda Constitucional tendente a abolir ou esva-

-3
ro de Defesa da Concorrência e criou o CADE – Conse-
ziar a defesa dos direitos do consumidor.

40
lho Administrativo de Defesa Econômica, estruturado,
A segunda proteção encontra-se no art. 170, da CF,
atualmente, pela Lei nº 12.529, de 2011.
.5
de 19883, de modo que a defesa do consumidor consti-
33
Com a CF, de 1988, a defesa do consumidor adqui-
tuiu um dos princípios pelo qual a ordem econômica
.6

riu um novo patamar. Ao mesmo tempo em que a


00

defesa do consumidor passou a ser tida como um brasileira é estabelecida. Assim, a defesa do consumi-
dor é princípio de ação política do Estado brasileiro,
-0

direito fundamental, tornou-se, também, um prin-


cípio da ordem econômica. Para tanto, foi o próprio uma vez que legitima a adoção de políticas protetivas
os

legislador constituinte que determinou a elaboração para o consumidor. Como consequência, o Estado
nt

de um código para a defesa do consumidor. Assim, o poderá intervir na ordem econômica fundamentado
Sa

Congresso Nacional elaborou a Lei nº 8.078, de 1990 e na defesa e interesses dos consumidores.
os

deu efetividade ao comando constitucional para inau- Por fim, o art. 48, do Ato das Disposições Constitu-
gurar um novo microssistema de proteção.
id

cionais Transitórias, estabeleceu o prazo de 120 (cento


e vinte) dias da promulgação da CF, de 1988 para que
ol

Dica
ic

o Congresso Nacional elaborasse o Código de Defesa


N

do Consumidor. Trata-se, portanto, de uma resposta


Sabe o porquê de estudar o CDC para o concur-
io

legal protetiva.
so almejado? Porque o CDC é aplicado às ins-
ric

Embora a CF, de 1988 tenha estabelecido o prazo


tituições financeiras. É neste sentido a Súmula
au

para elaboração do CDC, observa-se que o prazo tem-


297, do Superior Tribunal de Justiça: “O Código
M

poral estabelecido pelo legislador constituinte não foi


de Defesa do Consumidor é aplicável às institui-
observado, uma vez que o Código foi promulgado em
ções financeiras”.
11 de setembro de 1990 e sua entrada em vigor ocor-
O CDC é uma norma relativamente enxuta, com- reu em 11 de março de 1991.
posta por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados Além de se reportar a estes dispositivos constitu-
em seis títulos. Em concursos públicos, a cobrança cionais, o art. 1º, do CDC, estabelece que as normas
do CDC envolve, basicamente, os tópicos conceituais; de proteção ao consumidor são de ordem pública e
as hipóteses de aplicabilidade e a própria letra da lei interesse social, ou seja, são normas cogentes (obri-
(legislação “seca”). Deste modo, o presente estudo será gatórias), que não podem ser afastadas ou modifica-
voltado para esses pontos, tendo, como parâmetro, o das pela vontade das partes e que, ao mesmo tempo
2  Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXXII - o Estado promoverá, na
forma da lei, a defesa do consumidor.
3  Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
386 V - defesa do consumidor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
em que buscam trazer equilíbrio na relação jurídica, Importante!
equalizam a diferença entre consumidor e fornecedor.
O conceito de consumidor abrange não só o
Em síntese, o CDC estabelece normas que vão regular
adquirente, como também o usuário de produtos
os contratos de consumo e limitar a autonomia da von-
ou serviços colocados no mercado de consumo.
tade, além de impossibilitar a renúncia do consumidor
quanto aos direitos estabelecidos na lei, salvo os casos
de expressa disposição em sentido contrário. Vale lem- Cumpre mencionar, ainda, que o ponto central do
brar que normas de ordem pública são aquelas que conceito envolve compreender e delimitar o âmbi-
revestem valores importantes para toda a coletividade, to de incidência da expressão destinatário final,
ou seja, distinguir relação de consumo e a relação
isto é, que transcendem aos interesses particulares.
empresarial. Nesse sentido, três correntes dominam
Observa-se, no entanto, que, para que exista a rela- os debates. A primeira é a corrente objetiva ou mar-
ção de consumo, é preciso o requisito subjetivo, ou seja, xista, que dá à expressão “destinatário final” a maior
a presença de um consumidor e de um fornecedor, amplitude possível ao considerar o adquirente como
além do requisito objetivo, isto é, uma relação que diga destinatário fático do produto ou serviço, por ter reti-
respeito ao fornecimento de um produto ou serviço. rado este do mercado, sendo indiferente se o destina-
tário adquiriu o produto ou serviço com finalidades
lucrativas ou não, como, por exemplo, a empresa que
compra couro para produzir sapatos.
RELAÇÃO JURÍDICA
A segunda corrente é a corrente subjetiva ou
DE CONSUMO
finalista, que considera consumidor somente aque-
le não profissional que adquire produto ou contrata
serviço, de modo a esgotar em si mesmo o consumo,
sem qualquer finalidade lucrativa, como, por exem-
Elementos subjetivos: plo, a pessoa que adquire o sapato. Por fim, a terceira
Elemento objetivo:
Consumidor e
Produto ou Serviço corrente é a finalista mitigada ou mista, que opta
Fornecedor por analisar o caso concreto, para enquadrar como
destinatário final, como, por exemplo, o motorista de
caminhão quando adquire o veículo ou a costureira
Para tanto, o CDC traz os seguintes conceitos nos quando adquire a máquina de costura. Cabe destacar,
arts. 2º e 3º: consumidor, fornecedor, produto e servi- por fim, que a teoria finalista mitigada leva em consi-
ço. Vejamos tais conceitos: deração a vulnerabilidade, conceito que será estuda-
do posteriormente.

9
Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
Se o caput traz o conceito de consumidor em senti-

-3
do estrito, o Parágrafo Único estabelece o conceito de

40
que adquire ou utiliza produto ou serviço como des-
consumidor em sentido coletivo, de modo a equipa-
.5
tinatário final. rar ao consumidor a coletividade de pessoas, mesmo
33
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a cole- que indetermináveis, que aja intervindo nas relações
.6

tividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que de consumo, como, por exemplo, no caso de compra
00

haja intervindo nas relações de consumo. de um alimento por uma pessoa, para ser consumido
-0

Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, por diversas outras em sua residência, de modo que,
os

pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem se todos sofrem lesão em decorrência do produto,
todos serão consumidores por equiparação, por terem
nt

como os entes despersonalizados, que desenvolvem


intervindo na relação de consumo, mesmo que sem
Sa

atividade de produção, montagem, criação, cons-


trução, transformação, importação, exportação, firmar o contrato de consumo.
os

A finalidade do conceito é garantir a proteção cole-


distribuição ou comercialização de produtos ou
id

tiva do consumidor, de modo a ampliar a abrangência


prestação de serviços.
ol

do CDC para além do consumidor individualmente


§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel,
ic

considerado na sua relação com o fornecedor, uma


N

material ou imaterial. vez que se trata de interesse que transcende ao indi-


io

§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mer- víduo, ou seja, interesse difuso, coletivo e individual
ric

cado de consumo, mediante remuneração, inclusi- homogêneo dos consumidores, conforme veremos
au

ve as de natureza bancária, financeira, de crédito pela leitura do texto do art. 81, do CDC. Atente-se ao
fato de que o art. 17 traz o conceito de consumidor
M

e securitária, salvo as decorrentes das relações de


caráter trabalhista. bystander e o art. 29, o conceito de consumidor em
sentido amplo, exposto ou virtual. Portanto, são
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

mais dois dispositivos que ampliam o conceito de con-


O caput do art. 2º traz o conceito de consumidor
sumidor e serão tratados posteriormente.
em sentido estrito, que comporta três elementos: Por outro lado, o caput do art. 3º conceitua for-
necedor como aquele que desenvolve a atividade
z Elemento Subjetivo: pessoa física ou jurídica; profissional no mercado de consumo com habitua-
z Elemento Objetivo: que adquire ou utiliza produ- lidade, especialização e com finalidade econômica.
to ou serviço; Trata-se, portanto, de um conceito amplo que engloba
z Elemento Teleológico: como destinatário final. as seguintes espécies: produtor, montador, criador,
fabricante, construtor, transformador, importador,
exportador, distribuidor, comerciante e o prestador
Portanto, consumidor é toda pessoa física ou jurí-
de serviços.
dica, independentemente se brasileira ou não, que O núcleo do conceito de fornecedor é a ativi-
adquire ou utiliza um produto ou serviço na qualida- dade desempenhada, ou seja, somente é conside-
de de destinatário final. rado fornecedor aquele que exerce a atividade de 387
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
forma profissional, com habitualidade e com finalida- a concorrência desleal e utilização indevida de
de econômica. inventos e criações industriais das marcas e nomes
Os §§ 1º e 2º, do art. 3º, trazem os conceitos dos obje- comerciais e signos distintivos, que possam causar
tos da relação de consumo, ou seja, de produto e servi- prejuízos aos consumidores;
ço. Por produto, entende-se qualquer bem, seja móvel VII - racionalização e melhoria dos serviços
ou imóvel, material ou imaterial, podendo ser forneci- públicos;
do de forma remunerada ou não (ex.: amostra grátis). VIII - estudo constante das modificações do merca-
As normas sobre as classificações dos bens não do de consumo.
estão no CDC, mas no Código Civil.
Por serviço, entende-se qualquer atividade for- O art. 4º estabelece os objetivos da Política Nacio-
necida no mercado de consumo por meio de remu- nal e enumera os princípios aplicáveis a sua elabo-
neração, seja ela direta ou indireta. A remuneração ração e planejamento. Em síntese, os objetivos da
indireta ocorre quando o custo do serviço já está Política Nacional das Relações de Consumo são cinco:
embutido no preço de outro produto ou serviço ofer-
tado pelo estabelecimento, como, por exemplo, no z Atendimento das necessidades dos consumidores;
caso de serviços de estacionamento em supermerca- z Respeito a sua dignidade, saúde e segurança;
dos e shoppings ou o oferecimento de lavagem de veí- z Proteção de seus interesses econômicos;
culos em estacionamentos ou postos de combustível. z Melhoria da sua qualidade de vida;
Portanto, há a incidência do CDC mesmo em caso de z Transparência e harmonia das relações de consumo.
prestação de serviços aparentemente gratuitos.
Sobre serviço, cumpre mencionar, ainda, que, Com relação aos princípios elencados no dispo-
quando a prestação de serviços se dá com pessoalida- sitivo, o primeiro deles é o Princípio do Reconhe-
cimento da Vulnerabilidade e da Proteção do
de e subordinação, aplica-se a Consolidação das Leis
Consumidor. Explicando melhor: o consumidor é
do Trabalho (CLT) e, não, o CDC, por se tratar de rela-
a parte mais frágil da relação de consumo, pois, em
ção de trabalho. Já no caso dos profissionais liberais,
regra, o fornecedor possui situação econômica supe-
em regra, eles podem ser enquadrados como fornece- rior, além de deter conhecimentos científicos, técnicas
dores de serviços, ressalvando-se sua responsabiliza- de elaboração do produto e execução do serviço, entre
ção mediante aferição de culpa nos termos do art. 14, outros. Por essa razão, o consumidor ocupa posição de
§ 4º, do CDC, que será explicado a frente. vulnerabilidade, de modo que, para equilibrar a rela-
ção jurídica de consumo, o CDC trata de forma desi-
Política Nacional das Relações de Consumo gual fornecedor e consumidor.
A vulnerabilidade pode ocorrer por fatores fáticos,
A Política Nacional das Relações de Consumo é tra- técnicos ou jurídicos. A vulnerabilidade fática refe-

9
tada nos arts. 4º e 5º, do CDC. Vejamos os dispositivos:

-3
re-se à própria situação socioeconômica do consumi-

40
dor face ao fornecedor, ou seja, em razão do poder
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consu-
.5
econômico do fornecedor ou do monopólio ou essen-
33
mo tem por objetivo o atendimento das necessida- cialidade do produto oferecido. A vulnerabilidade
des dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
.6

técnica está relacionada ao processo de elaboração,


00

saúde e segurança, a proteção de seus interesses fabricação ou prestação, uma vez que o consumidor,
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
-0

por não fazer parte desse processo, não detém conhe-


bem como a transparência e harmonia das relações cimento pleno sobre o produto ou serviço. Por fim, a
os

de consumo, atendidos os seguintes princípios: vulnerabilidade jurídica está ligada ao desconheci-


nt

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumi- mento do consumidor com relação aos efeitos da obri-
Sa

dor no mercado de consumo; gação que contrai junto ao fornecedor ou aos casos
II - ação governamental no sentido de proteger efe-
os

de contratos de adesão, que, por ser produzido unila-


tivamente o consumidor:
teralmente pelo fornecedor, não há possibilidade de
id

a) por iniciativa direta;


discussão de suas cláusulas pelo consumidor.
ol

b) por incentivos à criação e desenvolvimento de


O segundo princípio é o Princípio da Intervenção
ic

associações representativas;
N

Estatal, que impõe a atuação do Estado no sentido de


c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
io

proteger o consumidor. Tal proteção pode ser feita


d) pela garantia dos produtos e serviços com
ric

por iniciativa direta, como, por exemplo, no caso de


padrões adequados de qualidade, segurança, dura-
criação dos Serviços de Proteção ao Consumidor (Pro-
au

bilidade e desempenho.
con); por incentivos à criação e ao desenvolvimento
M

III - harmonização dos interesses dos participan-


tes das relações de consumo e compatibilização de associações representativas, de modo a oportuni-
da proteção do consumidor com a necessidade zar a organização dos consumidores; por meio da pre-
de desenvolvimento econômico e tecnológico, de sença do Estado no mercado de consumo, como nos
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda casos das atividades essenciais ou que digam respeito
a ordem econômica (art. 170, da Constituição Fede- ao interesse público; pela garantia dos produtos e ser-
ral), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas viços com padrões adequados de qualidade, seguran-
relações entre consumidores e fornecedores; ça, durabilidade e desempenho, de maneira a atender
IV - educação e informação de fornecedores e con- não só às necessidades dos consumidores, como a pró-
sumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com pria viabilidade de inserção de produtos e serviços no
vistas à melhoria do mercado de consumo; mercado em razão dos padrões de exigência.
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios O terceiro princípio tratado no art. 4º do CDC é o
eficientes de controle de qualidade e segurança de Princípio da Harmonização dos Interesses. Tal prin-
produtos e serviços, assim como de mecanismos cípio busca equacionar os interesses dos participantes
alternativos de solução de conflitos de consumo; das relações de consumo, de modo a compatibilizar a
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abu- proteção do consumidor com a necessidade de desen-
388 sos praticados no mercado de consumo, inclusive volvimento econômico e tecnológico do fornecedor.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em síntese, busca viabilizar os princípios nos quais se Dos Direitos Básicos do Consumidor
funda a ordem econômica com o equilíbrio nas rela-
ções entre consumidor e fornecedor. Os arts. 6º e 7º, do CDC, trazem os direitos funda-
O quarto princípio é o Princípio da Conscientiza- mentais do consumidor. Trata-se, portanto, dos prin-
ção, ou seja, o CDC impõe, como diretrizes da Políti- cípios que regem as relações de consumo, tais como
ca Nacional das Relações de Consumo, a educação e proteção à vida, saúde e segurança, educação e infor-
a informação tanto do fornecedor, como do consu- mação, não abusividade, equilíbrio contratual, pre-
midor. Por conscientização, entende-se a busca tan- venção e reparação integral, entre outros.
to pela educação formal, como, por exemplo, com a
inclusão do tema nas grades curriculares das escolas, Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
como na educação informal, como, por exemplo, nas I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os
ações dos Procons ou das associações civis. riscos provocados por práticas no fornecimento
de produtos e serviços considerados perigosos ou
O quinto princípio estabelecido no art. 4º, do CDC,
nocivos;
é o Princípio do Incentivo à Autoiniciativa. Trata-se II - a educação e divulgação sobre o consumo ade-
do incentivo à criação de meios eficientes de contro- quado dos produtos e serviços, asseguradas a liber-
le de qualidade e segurança de produtos e serviços dade de escolha e a igualdade nas contratações;
pelos fornecedores, além do incentivo aos mecanis- III - a informação adequada e clara sobre os dife-
mos alternativos de solução de conflitos, tais como os rentes produtos e serviços, com especificação cor-
métodos extrajudiciais de solução de controvérsias, reta de quantidade, características, composição,
como a arbitragem, mediação e conciliação. qualidade, tributos incidentes e preço, bem como
O sexto princípio é o Princípio da Coibição do sobre os riscos que apresentem;
Abuso, que se refere à obrigação do Estado de coibir IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
e reprimir os abusos praticados no mercado de consu- abusiva, métodos comerciais coercitivos ou des-
mo, como, por exemplo, a concorrência desleal e a uti- leais, bem como contra práticas e cláusulas abu-
lização indevida de inventos e criações industriais de sivas ou impostas no fornecimento de produtos e
marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que serviços;
possam causar prejuízos aos consumidores. V - a modificação das cláusulas contratuais que
O sétimo princípio previsto é o Princípio da Racio- estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
nalização e Melhoria dos Serviços Públicos, ou seja, revisão em razão de fatos supervenientes que as
os serviços devem ser prestados de modo adequado tornem excessivamente onerosas;
e racional. Esse princípio será retomado quando for VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-
analisado o art. 22, do CDC, que trata da obrigatorieda- moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
de de os serviços serem fornecidos de forma adequa- VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrati-
da, eficiente, segura e, no caso de serviço essencial, de vos com vistas à prevenção ou reparação de danos

9
modo contínuo por parte dos órgãos públicos ou por patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou

-3
intermédio de suas concessionárias. difusos, assegurada a proteção Jurídica, adminis-

40
O oitavo e último princípio disposto no art. 4º, do trativa e técnica aos necessitados;
CDC, é o Princípio do Estudo Constante das Modifi- .5
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusi-
33
cações do Mercado de Consumo, ou seja, a necessi- ve com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
.6

dade de constante averiguação da evolução de oferta processo civil, quando, a critério do juiz, for veros-
00

de produtos e serviços no mercado de consumo em símil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
-0

decorrência do desenvolvimento de novas tecnologias segundo as regras ordinárias de experiências;


os

ou de novos hábitos. IX - (Vetado);


X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
nt

Por outro lado, o art. 5º, do CDC, estabelece os ins-


públicos em geral.
Sa

trumentos a serem utilizados na sua execução da polí-


tica Nacional das Relações de Consumo. São eles: XI - a garantia de práticas de crédito responsável,
os

de educação financeira e de prevenção e tratamen-


id

Art. 5° [...] to de situações de superendividamento, preservado


o mínimo existencial, nos termos da regulamenta-
ol

I - manutenção de assistência jurídica, integral e


ic

gratuita para o consumidor carente; ção, por meio da revisão e da repactuação da dívi-
N

II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa da, entre outras medidas;


io

do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; XII - a preservação do mínimo existencial, nos ter-
ric

III - criação de delegacias de polícia especializadas mos da regulamentação, na repactuação de dívidas


no atendimento de consumidores vítimas de infra-
au

e na concessão de crédito;
ções penais de consumo; XIII - a informação acerca dos preços dos produ-
M

IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau- tos por unidade de medida, tal como por quilo, por
sas e Varas Especializadas para a solução de lití- litro, por metro ou por outra unidade, conforme o
gios de consumo;
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

caso.
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvi- Parágrafo único. A informação de que trata o inci-
mento das Associações de Defesa do Consumidor. so III do caput deste artigo deve ser acessível à
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tra-
pessoa com deficiência, observado o disposto em
tamento extrajudicial e judicial do superendivida-
regulamento.
mento e de proteção do consumidor pessoa natural;
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
VII - instituição de núcleos de conciliação e media- O inciso I, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito
ção de conflitos oriundos de superendividamento. de proteção à vida, saúde e segurança como direito
(Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) fundamental contra os riscos provocados por práticas
no fornecimento de produtos e serviços considerados
Pode-se dizer que se trata de um rol meramente perigosos ou nocivos. Conforme será visto a seguir,
exemplificativo. os arts. 8º a 11 são destinados à proteção à saúde e
à segurança do consumidor e à responsabilização do
fornecedor pelos acidentes de consumo. 389
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O inciso II, do art. 6º, do CDC, trata do direito à a responsabilização objetiva por fato do produto ou
educação e divulgação sobre consumo adequado, serviço (arts. 12 e 14), a vedação à denunciação da
uma vez que é direito do consumidor a educação e lide (art. 88), a prerrogativa da propositura da ação no
a divulgação sobre consumo adequado dos produtos domicílio do consumidor-autor (art. 101, inciso I, do
e serviços, visando que as escolhas sejam realizadas CDC) e a possibilidade de inversão do ônus da prova.
de modo correto e sem artimanhas. O dispositivo Por fim, o inciso X estabelece o direito à adequa-
engloba, ainda, o dever de assegurar a liberdade de da e eficaz prestação dos serviços públicos.
decidir e o acesso em igualdade de condições a outros Já nos termos do art. 7º, do CDC, os direitos estabe-
consumidores. lecidos pela norma não excluem outros decorrentes
O inciso III estabelece o direito à informação, de de tratados ou convenções internacionais, da legis-
modo a garantir ao consumidor que sejam prestadas lação interna ordinária, de regulamentos expedidos
as informações adequadas e claras sobre os diferentes pelas autoridades administrativas competentes, bem
produtos e serviços, sendo dever do fornecedor a sua
como dos que derivem dos princípios gerais do direi-
prestação. O dever de informação refere-se à especifi-
to, analogia, costumes e equidade.
cação correta de quantidade, característica, composi-
ção, qualidade, tributos incidentes e preço, além dos
Art. 7º Os direitos previstos neste código não
riscos que podem apresentar o produto ou serviço.
excluem outros decorrentes de tratados ou conven-
São desdobramentos do direito à informação a ções internacionais de que o Brasil seja signatário,
garantia da cognoscibilidade prevista no art. 46, do da legislação interna ordinária, de regulamentos
CDC, e as regras de redação dos contratos de adesão expedidos pelas autoridades administrativas com-
trazidas no § 3º e 4º, art. 54 do CDC. petentes, bem como dos que derivem dos princípios
O inciso IV trata do direito a não abusividade, ou gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
seja, a proteção contra a publicidade enganosa e abu- Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa,
siva, contra métodos comerciais coercitivos ou des- todos responderão solidariamente pela reparação
leais, assim como contra práticas e cláusulas abusivas dos danos previstos nas normas de consumo.
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
Os conceitos de publicidade enganosa e abusiva, Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção
inclusive por omissão, estão previstos no art. 37, do e da Reparação dos Danos
CDC. O elenco das práticas abusivas foi exemplifica-
do no art. 39. Por fim, a garantia de não exposição a Com relação à qualidade do produto e serviço, à
qualquer tipo de situação vexatória, constrangimento prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra-
ou ameaça no caso de inadimplência encontra-se dis- tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo
ciplinada no art. 42 e o rol das cláusulas contratuais as regras preventivas.

9
consideradas abusivas no art. 51, do CDC.

-3
40
O inciso V do art. 6º, do CDC, estabelece o direito Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer-
ao equilíbrio contratual. Por equilíbrio contratual
.5
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde
33
entende-se a garantia de modificação de cláusulas ou segurança dos consumidores, exceto os conside-
.6

contratuais que estabeleçam prestações despropor- rados normais e previsíveis em decorrência de sua
00

cionais ou sua revisão em razão de fatos superve- natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores,
-0

nientes que as tornem excessivamente onerosas. Esse em qualquer hipótese, a dar as informações neces-
direito também é denominado de princípio da modi- sárias e adequadas a seu respeito.
os

ficação das prestações desproporcionais ou princípio § 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabri-


nt

da preservação. cante cabe prestar as informações a que se refere


Sa

O inciso VI, do art. 6°, do CDC trata do direito à este artigo, através de impressos apropriados que
os

prevenção e reparação integral, de modo a impor a devam acompanhar o produto.


id

completa reparação de danos patrimoniais e morais, § 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos


e utensílios utilizados no fornecimento de produtos
ol

quer individuais, coletivos ou difusos. Por esse direito,


ic

depreende-se que o CDC veda o tarifamento de inde- ou serviços, ou colocados à disposição do consumi-
N

nização por dano moral nos contratos de consumo, dor, e informar, de maneira ostensiva e adequada,
io

ou seja, cabe ao juiz, no caso concreto, estabelecer os quando for o caso, sobre o risco de contaminação.
ric

valores indenizatórios com base nas características.


au

O inciso VII estabelece o direito ao acesso à Jus- Observa-se que o art. 8º traz a regra de que o pro-
duto ou o serviço da relação de consumo não devem
M

tiça. Portanto, ao consumidor é assegurado o acesso


aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à acarretar risco à saúde ou à segurança dos consumi-
prevenção ou reparação de danos. dores. No entanto, existem riscos considerados nor-
Esse princípio deve ser conjugado com o art. 5º, do mais e previsíveis, que são da própria natureza de
CDC, que prevê, como instrumentos de execução da determinados produtos ou serviços, como, por exem-
Política Nacional das Relações de Consumo, a institui- plo, uma serra ou um processador de alimentos, que
ção ou a manutenção de assistência jurídica, integral podem trazer determinado risco no seu manuseio.
e gratuita para o consumidor carente, a instituição Existe, também, produto ou serviço cujo grau de
de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor periculosidade ou de nocividade é mais acentuada,
e a criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas tais como no caso dos agrotóxicos ou dos serviços de
e Varas Especializadas para a solução de litígios de dedetização. Nesses casos, face à utilidade gerada com
consumo. sua colocação no mercado, é necessário que o produto
O inciso VIII, do art. 6º, do CDC, dispõe sobre o ou serviço seja acompanhado de informações ostensi-
direito à facilitação da defesa dos direitos, mani- vas e adequadas sobre sua nocividade e periculosida-
festada por diversos mecanismos, tais como a soli- de, sem prejuízo de outras medidas no caso concreto,
390 dariedade passiva na reparação de danos (art. 7º), nos termos do art. 9º.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços poten- Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilida-
cialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu- de civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e
rança deverá informar, de maneira ostensiva e o fato do produto ou serviço. Vício refere-se a uma
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculo- impropriedade ou inadequação do objeto de consumo
sidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas quanto a sua qualidade ou quantidade, atingindo a
cabíveis em cada caso concreto. esfera econômica do consumidor, como, por exemplo,
um aparelho eletrônico que não liga ou não funciona
A Lei nº 13.486, de 2017 inseriu os dois parágra- adequadamente ou um alimento embalado como 1
fos constantes do art. 8º, do CDC. O primeiro trata (um) quilo, mas que contém somente 900 (novecentos)
da obrigação do fabricante de produto industrial de gramas. Fato diz respeito ao denominado acidente de
prestar as informações relativas à segurança por meio consumo, ou seja, um defeito no produto ou serviço
de impressos apropriados que o acompanhem. Já o que vai atingir a saúde ou a segurança do consumidor,
segundo trata da exigência de higienização dos equi- como, por exemplo, um aparelho eletrônico montado
pamentos e utensílios utilizados no fornecimento de de forma errada e que pode explodir ou um alimento
produtos ou serviços, informando ostensiva e adequa- contaminado.
damente sobre eventual risco de contaminação. Os arts. 12, 13, 14 e 17 tratam da responsabilidade
O art. 10 trata da hipótese de a periculosidade ou civil pelo fato do produto ou serviço:
nocividade do produto ou serviço extrapolar o razoá-
vel. Nesse caso, o CDC veda expressamente a sua colo- Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor,
cação no mercado, como, por exemplo, nos casos de nacional ou estrangeiro, e o importador respon-
medicamentos proibidos em que os efeitos colaterais dem, independentemente da existência de culpa,
pela reparação dos danos causados aos consumido-
superam os benefícios trazidos.
res por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
No entanto, existem casos em que esse risco só
construção, montagem, fórmulas, manipulação,
é detectado após a colocação do produto ou serviço apresentação ou acondicionamento de seus pro-
no mercado. Nessa hipótese, o fornecedor é obriga- dutos, bem como por informações insuficientes ou
do a comunicar o fato imediatamente às autoridades inadequadas sobre sua utilização e riscos.
competentes e aos consumidores, mediante anúncios § 1º O produto é defeituoso quando não oferece a
publicitários, veiculados na imprensa, rádio e televi- segurança que dele legitimamente se espera, levan-
são, às suas expensas. do-se em consideração as circunstâncias relevan-
tes, entre as quais:
Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer- I - sua apresentação;
cado de consumo produto ou serviço que sabe ou II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se
deveria saber apresentar alto grau de nocividade esperam;

9
III - a época em que foi colocado em circulação.

-3
ou periculosidade à saúde ou segurança.

40
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, pos-
fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado
teriormente à sua introdução no mercado de con-
no mercado. .5
33
sumo, tiver conhecimento da periculosidade que
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou
.6

apresentem, deverá comunicar o fato imediatamen- importador só não será responsabilizado quando
00

te às autoridades competentes e aos consumidores, provar:


-0

mediante anúncios publicitários. I - que não colocou o produto no mercado;


§ 2º Os anúncios publicitários a que se refere o §
os

II - que, embora haja colocado o produto no merca-


anterior serão veiculados na imprensa, rádio e do, o defeito inexiste;
nt

televisão, às expensas do fornecedor do produto ou III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.


Sa

serviço.
os

§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de pericu- z Tipos de Responsabilidade Civil no CDC:


id

losidade de produtos ou serviços à saúde ou segu-


ol

rança dos consumidores, a União, os Estados, o „ Responsabilidade objetiva (3 elementos): Con-


ic

Distrito Federal e os Municípios deverão informá- duta (ação ou omissão) + Dano (resultado) + Nexo
N

-los a respeito. de Causalidade (a conduta gerou o resultado);


io

„ Responsabilidade subjetiva (4 elementos):


ric

Trata-se do chamado recall. Conduta (ação ou omissão) + Dano (resultado) +


au

Se por um lado o CDC busca privilegiar a prevenção, Nexo de Causalidade (a conduta gerou o resul-
M

por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por esse tado) + Culpa em sentido amplo (dolo ou culpa).
motivo que um dos direitos fundamentais do consumi-
dor é a reparação integral, sendo que a responsabilida- O art. 12, do CDC, trata do fato do produto ao atri-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

de é solidária, conforme estudado no inciso VI, do art. buir a responsabilidade objetiva do fabricante,
6º e Parágrafo Único, do art. 7º, respectivamente. Assim produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) ou
importador pelos danos causados aos consumidores
sendo, o CDC dedicou seção própria para disciplinar a
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons-
responsabilidade civil do fornecedor/prestador.
trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen-
tação ou acondicionamento de seus produtos, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas
Importante! sobre sua utilização e seus riscos. Trata-se, portanto,
de produto defeituoso, cuja responsabilidade inde-
A responsabilidade pode ser apurada em três
pende da existência de culpa.
esferas: civil, penal e administrativa. O CDC tra- Observa-se que o art. 12 é bem abrangente, uma
ta, nos arts. 12 a 25, da responsabilidade civil, vez que busca atingir toda a cadeia produtiva, isto é,
ou seja, da responsabilidade de indenizar caso a desde a concepção do produto até a sua divulgação.
conduta gere um dano ao consumidor. Assim, trata-se de rol meramente exemplificativo. 391
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Complementando o caput do § 1º, art. 12, o concei- resolver entre si a questão em conformidade com sua
tua como produto defeituoso aquele cujo risco excede participação no evento danoso.
ao esperado. Portanto, são aqueles que extrapolam
os riscos normais do produto em si, ou seja, aos ris- Art. 14 O fornecedor de serviços responde, indepen-
cos decorrentes da própria natureza do produto, ten- dentemente da existência de culpa, pela reparação
do em consideração sua apresentação, uso e riscos dos danos causados aos consumidores por defeitos
razoáveis e a época em que foi colocado em circula- relativos à prestação dos serviços, bem como por
ção, como, por exemplo, triturador de alimentos com informações insuficientes ou inadequadas sobre
a hélice solta, bateria de celular com sobrecarga ou sua fruição e riscos.
automóvel cujo airbag não funciona adequadamente. § 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
Em contrapartida, o § 2º exclui do conceito de segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias rele-
defeito o produto ou serviço que é colocado no mer-
vantes, entre as quais:
cado quando existe outro de melhor qualidade. Expli- I - o modo de seu fornecimento;
cando melhor: o fato de existirem computadores ou II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele
telefones celulares com novas tecnologias não torna se esperam;
os produtos anteriores defeituosos. III - a época em que foi fornecido.
O § 3º, por sua vez, trata das hipóteses de excluden- § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
te de responsabilidade. Assim, para afastar sua obri- adoção de novas técnicas.
gação de indenizar, deve o fornecedor provar que: § 3º O fornecedor de serviços só não será responsa-
bilizado quando provar:
z Não colocou o produto no mercado, como, por I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
exemplo, nos casos decorrentes de falsificação do II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
produto; § 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais
liberais será apurada mediante a verificação de
z Embora tenha colocado o produto no mercado, o
culpa.
defeito inexiste, ou seja, que o produto foi devida-
mente fabricado ou o serviço regularmente prestado;
O art. 14, do CDC, trata da responsabilidade obje-
z A culpa é exclusiva do consumidor ou de tercei-
tiva do fornecedor do serviço. Assim como ocorre
ro, como, por exemplo, o aparelho quando é utili-
com o produto, o acidente de consumo decorrente
zado em voltagem incorreta e pega fogo. de fato ou vício do serviço impõe, também, a respon-
sabilização do fornecedor, independentemente da
O art. 13 trata da responsabilidade objetiva do existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
comerciante. Como regra, o acidente de consumo dos aos consumidores pela existência de defeito ou
ocorre por um defeito no processo de fabricação do informações insuficientes ou inadequadas. Exemplo:
produto. Deste modo, quando se trata de fato do pro- serviço de dedetização com aplicação de veneno em

9
-3
duto, diferente do que ocorre com o vício, a responsa- dosagem acima do recomendado, de modo a causar

40
bilidade principal é sempre do fabricante, construtor, intoxicação ao consumidor.
produtor ou importador, respondendo o comerciante
.5
O § 1º, do art. 14, que traz o conceito de serviço
33
apenas quando o fabricante, o construtor, o produtor defeituoso, ou seja, aquele que não fornece a segu-
.6

ou o importador não puderem ser identificados ou, rança esperada ao consumidor, tendo em vista as cir-
00

podendo, não o são de fato. cunstâncias relevantes, entre as quais o modo do seu
-0

Geralmente, é o caso dos produtos “in natura”, isto fornecimento, o resultado e risco que dele são espera-
é, aqueles colocados no mercado sem processos indus-
os

dos e a época em que foi fornecido. Exemplo: ausência


triais ou de transformação, como uma refeição servi- de informação adequada sobre a profundidade de
nt

da em restaurante ou a venda de cereais a granel no


Sa

uma piscina em um hotel, causando lesão ao hóspede


varejo. Também há responsabilidade do comerciante que mergulhou no local.
os

no caso de o produto fornecido sem identificação cla- O § 2º, do art. 14, é semelhante ao do art. 13.
id

ra do seu fabricante, produtor, construtor ou impor- Enquanto este se refere ao produto, aquele trata da
tador. Por fim, há a responsabilidade no caso de má
ol

evolução das técnicas de execução de um serviço.


ic

conservação do produto, como nas hipóteses de pro- Assim, não se pode considerar defeituoso o serviço
N

duto com lacre violado ou mau acondicionado. somente pelo fato de existirem técnicas mais moder-
io

nas para sua execução.


ric

Art. 13 O comerciante é igualmente responsável, Já o § 3º, do art. 14, trata das hipóteses de exclu-
au

nos termos do artigo anterior, quando:


dentes de responsabilidade. De acordo com o
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o impor-
M

dispositivo, o fornecedor de serviços não será respon-


tador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação cla- sabilizado se provar que, tendo prestado o serviço, o
ra do seu fabricante, produtor, construtor ou defeito inexiste ou a culpa é exclusiva do consumidor
importador; ou de terceiro.
III - não conservar adequadamente os produtos O § 4º traz uma exceção à responsabilidade obje-
perecíveis. tiva do prestador de serviço, ou seja, a responsabi-
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento lidade subjetiva do profissional liberal. Portanto,
ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso deve ser apurada a culpa dos profissionais liberais
contra os demais responsáveis, segundo sua parti- para imputar a responsabilidade. Exemplo: serviço
cipação na causação do evento danoso. prestado por um médico em seu consultório, a res-
ponsabilidade é subjetiva, devendo verificar se houve
Em decorrência da dificuldade de prova, o Pará- negligência, imprudência ou imperícia.
grafo Único, do art. 13, estabelece a possibilidade Por fim, o art. 17 traz a noção de consumidor
de o consumidor ingressar com a demanda em face para proteger todas as vítimas do evento. Trata-se do
de todos os integrantes da cadeia de produção/for- denominado consumidor bystander, ou seja, aque-
392 necimento por meio de ação regressiva, de modo a la vítima que não participou diretamente do negócio,
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
mas sofreu as consequências do evento danoso. São ou de mensagem publicitária, podendo o consumi-
exemplos: dor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
z Aparelho celular que explode com terceiro que II - complementação do peso ou medida;
não aquele que comprou o aparelho; III - a substituição do produto por outro da mesma
z Avião que cai em uma residência e mata, além de espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, mone-
seus passageiros, os moradores do local.
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos.
Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do
aos consumidores todas as vítimas do evento.
artigo anterior.
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quan-
Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil do fizer a pesagem ou a medição e o instrumento
pelo vício do produto ou serviço. Vejamos: utilizado não estiver aferido segundo os padrões
oficiais.
Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo
duráveis ou não duráveis respondem solidariamen- Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e
te pelos vícios de qualidade ou quantidade que os 19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a
que, em razão da qualidade ou quantidade, se tornem
que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim
como por aqueles decorrentes da disparidade, com
impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes dimi-
a indicações constantes do recipiente, da embala- nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes de
gem, rotulagem ou mensagem publicitária, respei- disparidade. Exemplo: Computador cuja memória ou
tadas as variações decorrentes de sua natureza, processador é inferior ao informado nas suas especi-
podendo o consumidor exigir a substituição das ficações técnicas ou produto com quantidade inferior
partes viciadas. ao especificado na embalagem. Semelhante ao fato do
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de produto, a responsabilidade civil por vício do produ-
trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa- to também é objetiva, recaindo tanto sobre produtos
mente e à sua escolha: duráveis como não duráveis.
I - a substituição do produto por outro da mesma A durabilidade do produto ou serviço está relacio-
espécie, em perfeitas condições de uso;
nada à expectativa de sua utilidade para com o consu-
II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
midor. Assim, considera-se produto durável aquele
perdas e danos; que não se consuma imediatamente, possuindo vida
III - o abatimento proporcional do preço. útil com duração razoável, tais como, automóveis,

9
§ 2º Poderão as partes convencionar a redução celulares, computadores; já os serviços duráveis são

-3
ou ampliação do prazo previsto no § anterior, não aqueles cujos efeitos são por prazo também razoáveis,

40
podendo ser inferior a sete nem superior a cento e tais como reforma ou pintura de imóvel ou assistência
oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula .5
técnica de eletrodoméstico, entre outros.
33
de prazo deverá ser convencionada em separado, Em contrapartida, produtos não duráveis são
.6

por meio de manifestação expressa do consumidor. aqueles cujo consumo importa em destruição imedia-
00

§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das ta da substância ou em lapso temporal muito peque-
-0

alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em


no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de
razão da extensão do vício, a substituição das par-
os

tes viciadas puder comprometer a qualidade ou higiene pessoal; serviços não duráveis são aqueles
nt

características do produto, diminuir-lhe o valor ou que perduram por um prazo bem curto, tais como ser-
Sa

se tratar de produto essencial. viços de transporte, lavagem de automóvel, manicure,


os

§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa entre outros.


do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível De acordo com o caput do art. 18, complementado
id

a substituição do bem, poderá haver substituição por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e
ol

por outro de espécie, marca ou modelo diversos, consumo os produtos cujos prazos de validade este-
ic

mediante complementação ou restituição de even-


N

jam vencidos; os produtos deteriorados, alterados,


tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto
io

adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,


nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
ric

fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou,


§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura,
au

ainda, aqueles em desacordo com as normas regula-


será responsável perante o consumidor o fornece-
M

dor imediato, exceto quando identificado claramen- mentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
te seu produtor. os produtos que, por qualquer motivo, se revelem ina-
§ 6º São impróprios ao uso e consumo: dequados ao fim a que se destinam. São exemplos: os
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

I - os produtos cujos prazos de validade estejam produtos perecíveis, tais como alimentos, cujo prazo
vencidos; se encontra fora da validade ou brinquedo falsificado
II - os produtos deteriorados, alterados, adultera- ou que não atenda às normas técnicas de fabricação
dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda- ou segurança.
dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º
aqueles em desacordo com as normas regulamen- estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para
tares de fabricação, distribuição ou apresentação; sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma
III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve-
destas possibilidades:
lem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente
pelos vícios de quantidade do produto sempre que, z Pedir a substituição do produto por outro da mes-
respeitadas as variações decorrentes de sua natu- ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por
reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações produto diverso mediante complementação ou
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem restituição de eventual diferença de preço; 393
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Pedir a restituição imediata da quantia paga, mo- Dica
netariamente atualizada, sem prejuízo de even-
tuais perdas e danos; Não há, no CDC, previsão expressa de vício de
z Pedir o abatimento proporcional do preço. quantidade do serviço. No entanto, aplica-se, por
analogia, o artigo do CDC que trata do vício de
Portanto, deve-se pedir a troca do produto, o res- quantidade do produto.
sarcimento do valor pago ou a diminuição do seu
preço. O art. 22 trata dos serviços públicos, sejam estes
O consumidor não precisa aguardar o prazo legal prestados pelos órgãos públicos diretamente ou indi-
para fazer uso dessas alternativas se, em razão da retamente pelas empresas concessionárias, permis-
extensão do vício, a substituição das partes viciadas sionárias ou autorizadas.
puder comprometer a qualidade ou características do A responsabilidade pelos serviços públicos é obje-
produto, diminuir-lhe o valor ou tratar-se de produto tiva e deve o serviço ser fornecido de modo adequado,
essencial. eficiente, seguro e, no caso de serviço essencial, como
O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do serviço de água, iluminação e segurança pública, por
produto, ou seja, aquele decorrente de variação não exemplo, de forma contínua.
tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de Art. 22 Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício concessionárias, permissionárias ou sob qualquer
cujo peso não atinja ao informado na embalagem. outra forma de empreendimento, são obrigados a
Ao consumidor, cabe optar por uma destas alter- fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,
quanto aos essenciais, contínuos.
nativas:
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
total ou parcial, das obrigações referidas neste arti-
z Abatimento proporcional do preço; go, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum-
z Complementação do peso ou medida; pri-las e a reparar os danos causados, na forma
z Substituição do produto por outro da mesma espé- prevista neste código.
cie, ou por produto diverso, mediante comple-
mentação ou restituição de eventual diferença de Nos termos do art. 23, do CDC, o fato de o forne-
preço; cedor desconhecer o vício de qualidade por inade-
z Restituição imediata da quantia paga. quação dos produtos e serviços não o exime de sua
responsabilidade.
O art. 20 do CDC disciplina a responsabilidade pelos
serviços com vício de qualidade, ou seja, aquele vício Art. 23 A ignorância do fornecedor sobre os vícios

9
que o torne impróprio ao consumo ou que lhe diminua

-3
de qualidade por inadequação dos produtos e servi-
o valor, como, por exemplo, aqueles decorrentes de dis-

40
ços não o exime de responsabilidade.
paridade com relação à oferta publicitária. Disciplina,
ainda, a responsabilidade pelos serviços impróprios, .5
33
O art. 24 trata da garantia legal de adequação do
isto é, aqueles que se mostram inadequados para o fim
.6

produto ou serviço. Explicando melhor, a garantia


00

que dele se espera, assim como aquele que não atende decorre de lei e independe de termo expresso, ou seja,
às normas regulamentares de prestabilidade, tais como
-0

ela é assegurada ao consumidor independentemente


serviço de funilaria de automóvel que descasca na se- de o fornecedor estipular que não se responsabiliza
os

mana seguinte à realização; planos de prestadoras de te-


por vício no serviço ou produto.
nt

lefonia móvel com serviço indisponível; planos de saúde


Sa

sem cobertura prevista, entre outros. Nesses casos, pode


Art. 24 A garantia legal de adequação do produto
o consumidor optar pelas seguintes alternativas: reexe-
os

ou serviço independe de termo expresso, vedada a


cução dos serviços, sem custo adicional ou realização
id

exoneração contratual do fornecedor.


deste por terceiro capacitado, por conta e risco do forne-
ol

cedor; restituição imediata da quantia paga; abatimento


ic

São modalidades de garantia:


proporcional do preço.
N
io

z Garantia legal
ric

Art. 20 O fornecedor de serviços responde pelos


vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
au

consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por „ É obrigatória;


M

aqueles decorrentes da disparidade com as indica- „ Independe de termo expresso;


ções constantes da oferta ou mensagem publicitá- „ Vedada exoneração do fornecedor;
ria, podendo o consumidor exigir, alternativamente „ 30 dias produtos e serviços não duráveis;
e à sua escolha: „ 90 dias produtos e serviços duráveis.
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e
quando cabível; z Garantia contratual
II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais „ Não é obrigatória;
perdas e danos;
„ Depende de termo expresso;
III - o abatimento proporcional do preço.
„ É complementar à garantia legal.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada
a terceiros devidamente capacitados, por conta e
risco do fornecedor. Portanto, quem fixa a garantia legal é o CDC. Já as
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem partes podem fixar a garantia contratual, que é com-
inadequados para os fins que razoavelmente deles plementar a legal. Deste modo, este prazo começa a
se esperam, bem como aqueles que não atendam as valer após expirado o prazo da garantia legal. Exem-
394 normas regulamentares de prestabilidade. plo: se para determinado produto a garantia legal é de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
30 (trinta) dias, mas o fornecedor concede 7 (sete) dias Nos termos do § 1º, art. 26, o prazo decadencial
de garantia contratual. Na realidade, serão 37 (trinta tem início com a entrega efetiva do produto ou do tér-
e sete) dias no total. mino da execução do serviço. Isto significa dizer que
se um objeto, por exemplo, é comprado como presen-
Dica te, o prazo só começa a fluir com a entrega ao presen-
teado e não com a data da compra.
O prazo de garantia legal não está no art. 24. Ele
é expresso no art. 26.
Importante!
Complementando o art. 24, o art. 25 do CDC veda a
exoneração ou atenuação da garantia legal por meio
Este dispositivo é aplicado no caso de vício apa-
de contrato, ou seja, o fato de não estar previsto em rente ou de fácil constatação, ou seja, aquele
contrato não retira a garantia do produto. Exemplo, o que pode ser facilmente detectado. Caso se tra-
fato de um estacionamento fixar placas dizendo que te de vício oculto, o prazo decadencial terá início
não se responsabiliza pelo veículo não o exime de sua no momento em que ficar evidenciado o defeito,
responsabilidade. com conformidade com o § 3º.

Art. 25 É vedada a estipulação contratual de cláu-


O § 2º do art. 26 traz as hipóteses de obstaculização
sula que impossibilite, exonere ou atenue a obri-
gação de indenizar prevista nesta e nas seções
da decadência. São elas: reclamação formulada pelo
anteriores. consumidor até a resposta negativa do fornecedor e
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação a instauração de inquérito civil a cargo do Ministério
do dano, todos responderão solidariamente pela Público, até seu encerramento. Portanto, nestas hipó-
reparação prevista nesta e nas seções anteriores. teses não computa o prazo.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça Se a decadência tem por efeito extinguir o direito,
incorporada ao produto ou serviço, são responsá- a prescrição visa extinguir a ação. A prescrição para
veis solidários seu fabricante, construtor ou impor- o fato do produto ou serviço encontra-se disciplina-
tador e o que realizou a incorporação. da no art. 27 do CDC.
Assim, o prazo para que o consumidor ingresse com
Os arts. 26 e 27 do CDC estabelecem as regras sobre a ação para reparação dos danos causados por fato do
decadência e prescrição. Assim: produto ou do serviço prescreve em 5 (cinco) anos, con-
tados a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios aparentes

9
ou de fácil constatação caduca em: VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO –

-3
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de ser- INADEQUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS

40
viço e de produtos não duráveis;
.5
30 produtos e serviços não
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de
33
duráveis
serviço e de produtos duráveis. Decadência
.6

§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a 90 para produtos e servi-


00

partir da entrega efetiva do produto ou do término ços duráveis


-0

da execução dos serviços. Fato do produto ou do serviço – acidente de consumo


os

§ 2º Obstam a decadência:
Prescrição 5 anos
nt

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo


Sa

consumidor perante o fornecedor de produtos e ser-


viços até a resposta negativa correspondente, que O art. 28 do CDC trata da Desconsideração da Per-
os

deve ser transmitida de forma inequívoca; sonalidade Jurídica:


id

II - (Vetado).
ol

III - a instauração de inquérito civil, até seu encer- Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personali-
ic

ramento. dade jurídica da sociedade quando, em detrimento


N

§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decaden- do consumidor, houver abuso de direito, excesso
io

cial inicia-se no momento em que ficar evidenciado de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou vio-
ric

o defeito. lação dos estatutos ou contrato social. A descon-


au

Art. 27 Prescreve em cinco anos a pretensão à sideração também será efetivada quando houver
M

reparação pelos danos causados por fato do pro- falência, estado de insolvência, encerramento ou
duto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí- inatividade da pessoa jurídica provocados por má
tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do administração.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

conhecimento do dano e de sua autoria. § 1º(Vetado).


Parágrafo único. (Vetado). § 2º As sociedades integrantes dos grupos societá-
rios e as sociedades controladas, são subsidiaria-
Inicialmente, cumpre mencionar que o CDC traz mente responsáveis pelas obrigações decorrentes
a responsabilidade do fornecedor para os casos de deste código.
vícios aparentes ou de fácil constatação e não § 3º As sociedades consorciadas são solidariamen-
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
somente para os vícios ocultos. Para tanto, o prazo
código.
decadencial é de 30 (trinta) dias para bens não durá-
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por
veis ou 90 (noventa) dias para bens duráveis. Assim, culpa.
o consumidor possui 30 dias para reclamar de um § 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa
alimento ou medicamento e 90 dias para reclamar de jurídica sempre que sua personalidade for, de algu-
um eletrodoméstico ou eletrônico. ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores. 395
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio z A oferta obriga o fornecedor a cumprir integral-
particular das pessoas que compõem o quadro socie- mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produ-
tário de determinada empresa, sempre que haja des- to a R$ 100,00 (cem reais), mesmo que alegue que
vio de finalidade ou abuso de direito em relação à o valor correto seria R$ 130,00 (cento e trinta), é
autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica. obrigado a cumprir integralmente a oferta, pouco
Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do con- importando a alegação de que o anúncio saiu com
sumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, quer erro.
abusivos quer fraudulentos quer ilícitos.
Além disso, resguarda o consumidor no caso de Fornecedor fez a oferta e vinculou, sua responsabi-
atos culposos graves, tais como a má administração, lidade é objetiva, ou seja, independe de culpa/dolo na
que levem à falência, insolvência ou extinção da pes- oferta errada, salvo no caso de a oferta possuir erro
soa jurídica, permitindo também a desconsideração grosseiro, patente e identificável, como, por exemplo,
da pessoa jurídica. vinculou o produto por R$ 100,00 (cem reais), mas ele
A desconsideração da personalidade jurídica pre- custa R$ 1.000,00 (um mil).
vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil.
A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é z A oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi- mesmo que não constante expressamente do teor
dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento
da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na
direito, fraude ou confusão patrimonial.
aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a
concessionária se compromete a entregá-lo com o
Das Práticas Comerciais
tanque de combustível completo, mesmo que isso
não conste do contrato a ser celebrado.
As práticas comerciais estão disciplinadas nos
arts. 29 a 45, de modo a envolver a oferta, a publici- Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou
dade, as práticas abusivas, as regras para cobrança de serviços devem assegurar informações corretas,
dívidas e o tratamento dos dados dos consumidores. claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
O art. 29 trata das disposições gerais e traz o con- sobre suas características, qualidades, quantidade,
ceito de consumidor em sentido amplo, exposto ou composição, preço, garantia, prazos de validade
virtual. Assim: e origem, entre outros dados, bem como sobre os
riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores.
Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do seguinte,
Parágrafo único. As informações de que trata este
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao

9
determináveis ou não, expostas às práticas nele

-3
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
previstas.

40
.5
O art. 31, por sua vez, trata das características da
Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das
33
oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser-
hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra-
.6

viços. São característica da oferta:


ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º a todas
00

as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas


-0

z Informação correta, ou seja, verdadeira, não po-


previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten- dendo ser enganosa;
os

cial que, embora não tenham concretizado a relação


nt

de consumo, encontram-se exposto às práticas do Puffing é uma técnica admitida no ordenamento juri-
Sa

mercado, tais como oferta e publicidade. dico em que há um exagero publicitário, denominado
os

As regras acerca da oferta são tratadas nos arts. 30 dolus bônus. Exemplo: “melhor hamburger do mundo!”,
id

a 35 do CDC. Vejamos os dispositivos: “melhor sorvete que existe”. No entanto, esta técnica só
é permitida se a informação que consta na mensagem
ol
ic

Art. 30 Toda informação ou publicidade, suficien- for um dado subjetivo, isto é, aquele que varia de pessoa
N

temente precisa, veiculada por qualquer forma ou para pessoa. Portanto, pode ser melhor hamburger do
io

meio de comunicação com relação a produtos e ser- mundo para Fulano e não ser para Beltrano.
ric

viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece-


au

dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra z Informação clara e de entendimento de imediato;
o contrato que vier a ser celebrado.
M

z Informação precisa e exata. Exemplo: pacote com


20kg;
O princípio da vinculação da oferta está previsto z Informação ostensiva, sendo fácil percepção e ca-
no art. 30 do CDC. Por oferta, entende-se toda e qual- pitação;
quer manifestação de vontade do fornecedor com o z Informação em língua portuguesa;
objetivo de externar sua intenção de contratar e as
condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma
espécie de informação pré-contratual. Importante!
A oferta possui as seguintes características: É possível a utilização de Língua Estrangeira
para produtos e serviços importados, porém de
z Deve abranger toda informação ou publicidade,
forma excepcional.
desde que suficientemente precisa, de modo a
identificar o produto ou serviço ofertado pelo for-
necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio z Informação indelével, ou seja, que não se apaga com
de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi- o tempo;
396 são, folheto, cartaz, entre outros; z Informação legível (visível).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Quanto ao modo de apresentação, os produtos Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços
ou serviços devem conter as características, qualida- recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
de validade e origem, entre outros dados, tais como te e à sua livre escolha:
sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran- I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
ça do consumidor. termos da oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado-
equivalente;
res deverão assegurar peças para reposição. Exemplo:
III - rescindir o contrato, com direito à restituição
o fabricante disponibiliza um determinado equipa- de quantia eventualmente antecipada, monetaria-
mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize mente atualizada, e a perdas e danos.
tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as
peças para reposição deste na versão antiga. Uma das espécies de oferta é a publicidade. Ofer-
ta é gênero do qual comporta toda e qualquer decla-
Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão ração de vontade voltada à celebração da relação de
assegurar a oferta de componentes e peças de repo- consumo, ao passo que publicidade é a informação
sição enquanto não cessar a fabricação ou impor-
que promove comercialmente o produto ou serviço.
tação do produto.
As normas que disciplinam a publicidade são trata-
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa-
das nos arts. 36 a 38 do CDC. Vejamos os dispositivos:
ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá-
vel de tempo, na forma da lei.
Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for-
ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden-
O CDC não estabelece um prazo para que o for- tifique como tal.
necedor e/ou importador continuem com o dever de Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
como a jurisprudência entendem que o critério a ser para informação dos legítimos interessados, os
utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura- dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten-
bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos, tação à mensagem.
ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi- Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou
ção por este prazo. abusiva.
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou § 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transparên- ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
cia nas relações de consumo, de modo que haja a correta
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em

9
identificação do fabricante e do seu domicílio empresa-

-3
erro o consumidor a respeito da natureza, carac-
rial tanto na embalagem, publicidade ou em todos os

40
terísticas, qualidade, quantidade, propriedades,
seus impressos. Já o seu Parágrafo Único proíbe a publi-
.5
origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
cidade de bens e serviços por telefone, quando a chama-
33
dutos e serviços.
da for onerosa ao consumidor que a original. Exemplo:
.6

§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis-


00

operadora de celular que liga para oferecer um determi- criminatória de qualquer natureza, a que incite à
-0

nado produto ao cliente quando este se encontra fora da violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
área de cobertura gratuita, de modo a pagar pela cha- veite da deficiência de julgamento e experiência da
os

mada realizada pela própria operadora. criança, desrespeita valores ambientais, ou que
nt

seja capaz de induzir o consumidor a se compor-


Sa

Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança.
os

reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-


§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é
id

te e endereço na embalagem, publicidade e em todos


os impressos utilizados na transação comercial. enganosa por omissão quando deixar de informar
ol

Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e sobre dado essencial do produto ou serviço.
ic

§ 4º (Vetado).
N

serviços por telefone, quando a chamada for onero-


Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção
io

sa ao consumidor que a origina.


da informação ou comunicação publicitária cabe a
ric

quem as patrocina.
au

O art. 34 do CDC trata da responsabilidade pelos


M

atos dos prepostos ou representantes autônomos.


Assim, a publicidade é a prática utilizada para a
Assim, o fornecedor é solidariamente responsável
promoção de bens e serviços colocados no mercado,
pelos atos de seus agentes.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor


da sua existência e convencê-lo a adquiri-lo. Nos ter-
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli-
mos do art. 37, a publicidade deve se pautar pelo prin-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos-
cípio da boa-fé, sendo proibida publicidade enganosa
tos ou representantes autônomos.
ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor deve ter
consciência do que se trata a publicidade ao ser expos-
Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o
to a ela, sendo vedada a publicidade subliminar, isto
consumidor diante da recusa do fornecedor em cum-
é, aquela oculta.
prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha, optar por
exigir o cumprimento forçado da oferta; aceitar outro Importante!
produto/serviço equivalente; rescindir o contrato.
A publicidade subliminar ou oculta fere o princí-
pio da identificação da publicidade. 397
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O § 1º do art. 37 traz o conceito de publicidade XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
enganosa. Por publicidade enganosa entende-se aque- de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
la que induz o consumidor a erro, independentemen- inicial a seu exclusivo critério.
te de ter sido a intenção do fornecedor de enganar ou XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso
não o consumidor. do legal ou contratualmente estabelecido.
Portanto, a responsabilidade do fornecedor por XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
uma publicidade enganosa é objetiva. Exemplos de comerciais ou de serviços de um número maior de
publicidade enganosa: pacote turístico que afirma consumidores que o fixado pela autoridade admi-
contemplar o aéreo e a hospedagem e, no momento nistrativa como máximo.
da estadia, o consumidor é surpreendido com a infor- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produ-
mação de que a hospedagem não está contemplada ou tos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipó-
o fornecedor que não informa na embalagem que o tese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras
grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
produto contém glúten e lactose e o consumidor que o
adquiriu é alérgico e acaba sofrendo danos.
Já o § 2º do art. 37 traz um rol exemplificativo O art. 39 do CDC traz, em seus incisos, rol exempli-
do que considera como publicidade abusiva, tais ficativo das práticas abusivas na relação de consumo.
como a publicidade discriminatória; a exploradora No inciso I trata do condicionamento no forneci-
do medo ou superstição; a incitadora de violência; a mento do produto ou serviço ao fornecimento de
antiambiental; a indutora de insegurança; a dirigida outro produto ou serviço, ou seja, a denominada
a crianças. venda casada. Exemplo: concessão de empréstimo
Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão bancário condicionado a aquisição de seguro de vida,
do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da consulta oftalmológica condicionada à compra dos
publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici- óculos, entre outros.
dade não é enganosa ou abusiva. O inciso I do art. 39 também impede o fornecedor
de obrigar o consumidor a adquirir uma quantidade
Das Práticas Abusivas mínima ou máxima de um determinado produto. Por
esta razão, as promoções de aquisição de mais de um
As regras sobre as práticas abusivas encontram- produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2 pelo
-se nos arts. 39 a 41 do CDC. Vejamos os dispositivos: preço de 1” são de caráter facultativo e não obrigatório,
pois é permitido ao consumidor a alternativa de efetuar
Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser- a aquisição de apenas um produto da espécie, abrindo
viços, dentre outras práticas abusivas: mão do desconto oferecido, se for o caso. Quanto a limi-
I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser- tação máxima de quantidades de produtos, esta só é

9
-3
viço ao fornecimento de outro produto ou serviço, possível em situações justificáveis, como, por exem-

40
bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; plo, nos casos de adversidades climáticas ou em
II - recusar atendimento às demandas dos consumido-
.5
hipótese de racionamento de determinado produto.
33
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto-
O inciso II do art. 39 trata da recusa imotivada ao
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
.6

atendimento de demanda do consumidor, ou seja,


00

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicita-


ção prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer recusar o fornecimento de um determinado produ-
-0

serviço; to/serviço quer em relação aos consumidores de um


os

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con- modo geral, quer em relação a um consumidor espe-
nt

sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci- cífico. Exemplo: ter um determinado produto em esto-
Sa

mento ou condição social, para impingir-lhe seus que, mas recusar vendê-lo a um consumidor por ter
produtos ou serviços; com ele problemas de ordem pessoal.
os

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente O inciso III trata do fornecimento não solicitado
id

excessiva; do produto ou serviço, como, por exemplo, banco que


ol

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de disponibiliza crédito em conta do correntista como for-
ic

orçamento e autorização expressa do consumidor, ma de ofertar empréstimo ou produto que é enviado


N

ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores


io

ou entregue ao consumidor, sem solicitação prévia.


entre as partes;
ric

O fornecimento não solicitado não se confunde com


VII - repassar informação depreciativa, referente a
au

ato praticado pelo consumidor no exercício de seus amostras grátis, uma vez que neste caso, o consumidor
não tem a obrigação de pagar pelo produto ou serviço.
M

direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer O inciso IV trata do abuso da condição de espe-
produto ou serviço em desacordo com as normas cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o for-
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se necedor prevaleça da vulnerabilidade ou ignorância
normas específicas não existirem, pela Associação do consumidor para forçar a aquisição do produto ou
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili-
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, dade para o mercado de consumo, como nos casos de
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); idade, conhecimento, condição social, entre outros.
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser- O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta-
viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor
mediante pronto pagamento, ressalvados os casos
exigir vantagem manifestamente excessiva do consu-
de intermediação regulados em leis especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de
serviços. categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti-
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando zação da vantagem pleiteada.
398 da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O inciso VI refere-se à execução de serviço sem O § 1º trata da validade deste, ou seja, o orçamento
orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí- é válido pelo prazo de 10 (dez) dias, contados do rece-
vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré- bimento pelo consumidor, sendo, no entanto, possível
via elaboração de orçamento e autorização expressa do a estipulação de forma diversa.
consumido. O § 2º do art. 40 estabelece que, no caso de aprova-
O inciso VI é complementado pelo art. 40 do CDC, ção do orçamento prévio pelo consumidor, este vincu-
que trata do conteúdo, validade e efeitos do orçamen- lará fornecedor e consumidor, podendo ser alterado
to prévio elaborado pelo fornecedor. apenas pela vontade das partes.
O inciso VII trata do repasse de informações O § 3º trata do ônus ou acréscimos decorrentes da
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra- contratação de serviços de terceiros não previstos no
ticado por este no exercício de seus direitos, com o orçamento prévio. Este é de responsabilidade do for-
objetivo de garantir a devida utilização dos bancos de necedor e não do consumidor.
dados e cadastros de consumidores. Exemplo: criar
Finalizando a parte atinente as práticas abusivas,
uma lista de “maus pagadores”.
o art. 41 trata do tabelamento de preços para o for-
O inciso VIII estabelece as regras acerca da obser-
vação das normas técnicas, ou seja, se há norma necimento de produtos ou serviços. Portanto, é dever
técnica expedida pelos órgãos oficiais competentes do fornecedor respeitar os limites oficiais sob pena
regulamentando o fornecimento de produto/serviço, de responder pela restituição da quantia recebida em
compete ao fornecedor respeitá-la, sob pena de carac- excesso, monetariamente atualizada, ou de ter o negó-
terização de prática abusiva. cio desfeito pelo consumidor.
O inciso IX trata do intermediário obrigatório,
isto é, a recusa à venda de bens/serviços diretamen- Art. 41 No caso de fornecimento de produtos ou de
te a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe-
pagamento, ressalvando nos casos em que a interme- lamento de preços, os fornecedores deverão respei-
diação é regulamentada por lei. Portanto, o disposi- tar os limites oficiais sob pena de não o fazendo,
tivo afasta a figura do intermediário obrigatório em responderem pela restituição da quantia recebida
casos em que a lei não faz tal exigência. em excesso, monetariamente atualizada, podendo o
O inciso X trata da elevação de preço sem justa consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do
causa, isto é, a elevação de preços sem justificativa, negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
como, por exemplo, no caso do álcool em gel no início
da pandemia da COVID-19. As normas acerca da cobrança de dívida estão
O inciso XII trata do prazo para cumprimento de disciplinadas nos arts. 42 e 42-A do CDC. Vejamos os
obrigação, de modo a vedar que o fornecedor deixe
dispositivos:
de estipular prazo para o cumprimento de sua obriga-

9
ção ou fixe tal prazo a seu critério exclusivo. Exemplo,

-3
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor ina-
construtoras que deixam de fixar prazo para conclu-

40
são das obras. dimplente não será exposto a ridículo, nem será
O inciso XIII dispõe sobre o reajuste, de forma a .5
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
33
proibir o reajuste contratual por meio da aplicação de ameaça.
.6

fórmula ou índice diverso do legal ou contratualmen- Parágrafo único. O consumidor cobrado em quan-
00

te estabelecido. Exemplo: reajuste de planos de saúde tia indevida tem direito à repetição do indébito,
-0

fora do pactuado ou do permitido pela lei. por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, sal-
os

Por fim, o inciso XIV trata do ingresso em estabe-


lecimentos comerciais. De acordo com o dispositivo, vo hipótese de engano justificável.
nt

constitui prática abusiva permitir o ingresso de um Art. 42-A Em todos os documentos de cobrança de
Sa

número maior ao máximo permitido de consumido- débitos apresentados ao consumidor, deverão cons-
os

res em estabelecimentos comerciais ou de serviços. tar o nome, o endereço e o número de inscrição no


Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
id

Portanto, a fixação de lotação máxima fixada pela


autoridade está relacionada à segurança. Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor
ol

do produto ou serviço correspondente.


ic
N

Art. 40 O fornecedor de serviço será obrigado a


io

entregar ao consumidor orçamento prévio discri- O art. 42 disciplina a cobrança de dívidas. De


ric

minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e acordo com o dispositivo, o consumidor não poderá
equipamentos a serem empregados, as condições
au

ser submetido a qualquer tipo de constrangimento


de pagamento, bem como as datas de início e tér-
M

ou ameaça, como no caso de cobrança vexatória ou


mino dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado invasiva (carro de som anunciando o nome dos ina-
terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu dimplentes de uma empresa, por exemplo), cobrança
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

recebimento pelo consumidor. efetuada em local indevido ou por meio que possibili-
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça- te o conhecimento de terceiros (cobrança por meio de
mento obriga os contraentes e somente pode ser publicação em rede social, por exemplo).
alterado mediante livre negociação das partes. Semelhante ao art. 940 do Código Civil, o Parágrafo
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus Único do art. 42 impõe a restituição em dobro daqui-
ou acréscimos decorrentes da contratação de servi-
ços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
lo que o consumidor pagou em excesso em razão da
cobrança indevida, acrescido de correção monetária
O art. 40 do CDC estabelece as regras acerca do e juros legais, exceto nos casos de engano justificável.
orçamento prévio que deve ser entregue pelo for- Por fim, o art. 42-A traz as regras acerca de como
necedor. Neste, devem estar discriminando: valor da deve ser procedida a cobrança.
mão-de-obra, valor dos materiais e equipamentos a Com relação aos bancos de dados e cadastro de
serem utilizados, as condições para pagamento e as consumidores, suas regras estão dispostas nos arts.
datas de início e término. 43 a 44 do CDC. Vejamos os dispositivos: 399
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no Art. 46 Os contratos que regulam as relações de
art. 86, terá acesso às informações existentes em consumo não obrigarão os consumidores, se não
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de lhes for dada a oportunidade de tomar conheci-
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as mento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
suas respectivas fontes. instrumentos forem redigidos de modo a dificultar
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem a compreensão de seu sentido e alcance.
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem
de fácil compreensão, não podendo conter infor- As normas gerais de proteção contratual têm iní-
mações negativas referentes a período superior a
cinco anos. cio no art. 46 do CDC, que traz a denominada garan-
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados tia de cognoscibilidade. Trata-se do desdobramento
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por do direito à informação disciplinado no inciso III do
escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. art. 6º do CDC. Como consequência, o contrato não
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexati- obrigará o consumidor se, ao emitir sua declaração
dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua de vontade, este não possuir conhecimento prévio do
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo
clausulado, como nos casos em que a falta de clareza
de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
tuais destinatários das informações incorretas. impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato
§ 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a con- obrigará apenas o fornecedor.
sumidores, os serviços de proteção ao crédito e congê- O art. 47 trata da interpretação mais favorável
neres são considerados entidades de caráter público. ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de a parte vulnerável da relação de consumo.
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
quer informações que possam impedir ou dificultar Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. das de maneira mais favorável ao consumidor.
§ 6o Todas as informações de que trata o caput des-
te artigo devem ser disponibilizadas em formatos O art. 48 do CDC disciplina as declarações de von-
acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência, tade constantes de escritos particulares, recibos e
mediante solicitação do consumidor. pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou decla-
ração constante desses escritos particulares obrigarão
O art. 43 traz os direitos básicos dos consumido- os fornecedores.
res, que são:
Assim sendo, caso o fornecedor entregue um orça-
mento prévio ao consumidor, ele estará obrigado a
z Direito ao acesso, ou seja, a saber quais são as
informações existentes em cadastros, fichas e prestar o serviço pelo modo e pelo preço orçado.

9
-3
registo de dados pessoais e de consumo, além de

40
acesso às fontes que originaram tais informações; Art. 48 As declarações de vontade constantes de
escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-
z Direito à exclusão, isto é, de a informação negativa
.5
33
não perdurar por período superior a 5 (cinco) anos; tivos às relações de consumo vinculam o fornece-
.6

z Direito à retificação, ou seja, de ter retificado dado dor, ensejando inclusive execução específica, nos
00

incorreto constante dos arquivos de consumo; termos do art. 84 e parágrafos.


-0

z Direito à comunicação, isto é, de ser comunicado Art. 49 O consumidor pode desistir do contrato, no
quando seus dados forem inseridos nos arquivos prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do
os

de consumo. ato de recebimento do produto ou serviço, sempre


nt

que a contratação de fornecimento de produtos e


Sa

O art. 44 do CDC disciplina acerca do chamado serviços ocorrer fora do estabelecimento comer-
os

cadastro de reclamações fundamentadas, que é uma cial, especialmente por telefone ou a domicílio.
espécie de banco de dados de maus fornecedores.
id

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direi-


to de arrependimento previsto neste artigo, os valo-
ol

Art. 44 Os órgãos públicos de defesa do consumidor


ic

res eventualmente pagos, a qualquer título, durante


N

manterão cadastros atualizados de reclamações o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,


io

fundamentadas contra fornecedores de produtos e monetariamente atualizados.


ric

serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.


A divulgação indicará se a reclamação foi atendida
au

O art. 49 estabelece o instituto do direito ao arre-


ou não pelo fornecedor.
M

§ 1º É facultado o acesso às informações lá cons- pendimento, ou seja, o prazo de reflexão para com-
tantes para orientação e consulta por qualquer pras realizadas fora do estabelecimento comercial.
interessado. Seus requisitos são:
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-
mas regras enunciadas no artigo anterior e as do z Exercício do direito potestativo4 dentro do prazo
Parágrafo Único do art. 22 deste código.
legal;
z Contratação ocorrida fora do estabelecimento
Da Proteção Contratual
comercial. Exemplo: por telefone, internet, catálo-
gos, entre outros.
Na sequência, os arts. 46 a 54 estabelecem as regras
sobre a Proteção Contratual no Código de Defesa do
Consumidor. Trata-se de um rol com cláusulas consi- O prazo legal para arrependimento é de 7 dias,
deradas abusivas, além de estabelecer o conceito e os contados da assinatura do contrato ou do ato de rece-
requisitos para a validade e eficácia dos contratos de bimento do produto ou serviço.
adesão. Vejamos os dispositivos gerais:
400 4  Direito incontroverso e que não cabe discussões.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferi-
Não se trata de qualquer inadequação por vício do ao consumidor;
do produto ou serviço, mas do direito do con- XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos
sumidor de desistir da relação contratual. Não de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito
lhe seja conferido contra o fornecedor;
se demanda motivos ou explicações, desde que
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilate-
obedecido o prazo legal e a condição de ter sido ralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
a aquisição realizada fora do estabelecimento após sua celebração;
comercial. XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de nor-
mas ambientais;
Art. 50 A garantia contratual é complementar à XV - estejam em desacordo com o sistema de prote-
legal e será conferida mediante termo escrito. ção ao consumidor;
Parágrafo único. O termo de garantia ou equiva- XVI - possibilitem a renúncia do direito de indeniza-
lente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira ção por benfeitorias necessárias.
adequada em que consiste a mesma garantia, bem § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser vantagem que:
exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven- I - ofende os princípios fundamentais do sistema
do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo jurídico a que pertence;
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado II - restringe direitos ou obrigações fundamentais
de manual de instrução, de instalação e uso do pro- inerentes à natureza do contrato, de tal modo a
duto em linguagem didática, com ilustrações. ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o con-
O art. 50 do CDC trata da garantia contratual, ou sumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do
contrato, o interesse das partes e outras circuns-
seja, aquela que complementa a garantia legal discipli-
tâncias peculiares ao caso.
nada no art. 26, sendo facultativa e conferida median-
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusi-
te termo escrito, observados os seguintes requisitos: va não invalida o contrato, exceto quando de sua
ausência, apesar dos esforços de integração, decor-
z Ser padronizada; rer ônus excessivo a qualquer das partes.
z Esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o § 3º (Vetado).
prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os § 4º É facultado a qualquer consumidor ou entida-
ônus a cargo do consumidor; de que o represente requerer ao Ministério Público
z Ser entregue ao consumidor devidamente preen- que ajuíze a competente ação para ser declarada
chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento; a nulidade de cláusula contratual que contrarie o
disposto neste código ou de qualquer forma não

9
z Estar acompanhada de manual de instrução, de

-3
instalação e uso do produto em linguagem didáti- assegure o justo equilíbrio entre direitos e obriga-

40
ca, com ilustrações. ções das partes.
.5
Art. 52 No fornecimento de produtos ou serviços que
33
envolva outorga de crédito ou concessão de financia-
Ainda com relação à proteção contratual, os arts.
.6

mento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros


51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
00

requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:


abusivas. Vejamos os dispositivos:
-0

I - preço do produto ou serviço em moeda corrente


nacional;
os

Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva
nt

cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de anual de juros;


Sa

produtos e serviços que: III - acréscimos legalmente previstos;


I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
os

IV - número e periodicidade das prestações;


sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
id

natureza dos produtos e serviços ou impliquem § 1º As multas de mora decorrentes do inadimple-


ol

renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de mento de obrigações no seu termo não poderão ser
ic

consumo entre o fornecedor e o consumidor pes- superiores a dois por cento do valor da prestação.
N

soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em § 2º É assegurado ao consumidor a liquidação ante-
io

situações justificáveis; cipada do débito, total ou parcialmente, mediante


ric

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembol- redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
au

so da quantia já paga, nos casos previstos neste § 3º (Vetado).


M

código; Art. 53 Nos contratos de compra e venda de móveis


III - transfiram responsabilidades a terceiros; ou imóveis mediante pagamento em prestações,
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

abusivas, que coloquem o consumidor em desvan- consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a que estabeleçam a perda total das prestações pagas
boa-fé ou a eqüidade; em benefício do credor que, em razão do inadimple-
V - (Vetado); mento, pleitear a resolução do contrato e a retoma-
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre- da do produto alienado.
juízo do consumidor; § 1º (Vetado).
VII - determinem a utilização compulsória de § 2º Nos contratos do sistema de consórcio de pro-
arbitragem; dutos duráveis, a compensação ou a restituição
VIII - imponham representante para concluir ou das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; descontada, além da vantagem econômica auferida
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou com a fruição, os prejuízos que o desistente ou ina-
não o contrato, embora obrigando o consumidor; dimplente causar ao grupo.
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen- § 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo
te, variação do preço de maneira unilateral; serão expressos em moeda corrente nacional. 401
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em síntese, as cláusulas abusivas são todas aque- Por fim, é possível nos contratos de adesão a pre-
las que vão de encontro à proteção do CDC. Por essa visão de cláusulas restritivas de direitos do consu-
razão, o rol trazido pelo art. 51 é meramente exempli- midor. No entanto, estas devem constar de maneira
ficativo. A consequência para uma cláusula abusiva é compreensível e de fácil percepção ao consumidor.
a sua nulidade, de modo a conservar o negócio jurídi-
co, mas declarar nula a cláusula, retirando-a da rela- Das Sanções Administrativas
ção contratual e garantindo a manutenção dos demais
termos, salvo impossibilidade. Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou
A nulidade da cláusula abusiva, por ser de pleno seja, da função administrativa para promover o inte-
direito, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo resse comum por meio da atividade estatal de disci-
em casos de contratos bancários. Nesse caso, aplica-se plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os
a Súmula nº 381 do Superior Tribunal de Justiça: “Nos dispositivos:
contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de
ofício, da abusividade das cláusulas”. Art. 55 A União, os Estados e o Distrito Federal, em
O art. 54, por sua vez, disciplina os contratos de caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
adesão: atuação administrativa, baixarão normas relativas
à produção, industrialização, distribuição e consu-
Art. 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas mo de produtos e serviços.
tenham sido aprovadas pela autoridade competen- § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
te ou estabelecidas unilateralmente pelo fornece- Municípios fiscalizarão e controlarão a produ-
dor de produtos ou serviços, sem que o consumidor ção, industrialização, distribuição, a publicidade
possa discutir ou modificar substancialmente seu de produtos e serviços e o mercado de consumo,
conteúdo. no interesse da preservação da vida, da saúde,
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfi- da segurança, da informação e do bem-estar do
gura a natureza de adesão do contrato. consumidor, baixando as normas que se fizerem
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusu- necessárias.
la resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
§ 2º (Vetado).
escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito
no § 2º do artigo anterior.
Federal e municipais com atribuições para fiscali-
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigi-
dos em termos claros e com caracteres ostensivos e zar e controlar o mercado de consumo manterão
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao comissões permanentes para elaboração, revisão
corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão e atualização das normas referidas no § 1º, sen-
pelo consumidor. do obrigatória a participação dos consumidores e
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direi- fornecedores.

9
-3
to do consumidor deverão ser redigidas com desta- § 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações

40
que, permitindo sua imediata e fácil compreensão. aos fornecedores para que, sob pena de desobediên-

.5
§ 5º (Vetado) cia, prestem informações sobre questões de interesse
33
do consumidor, resguardado o segredo industrial.
.6

O contrato de adesão é uma das modalidades de


00

comercialização e comunicação em massa. Trata-se O art. 55 trata do poder de regulamentação e


-0

do instrumento colocado à disposição pelo fornecedor fiscalização. De acordo com o caput do dispositivo,
para conferir agilidade às transações comerciais, ou compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal,
os

seja, negócios jurídicos em larga escala, por meio de de modo concorrente, elaborar as normas relativas
nt

estipulações uniformes e sem a possibilidade de nego- à produção, industrialização, distribuição e ao con-


Sa

ciação por parte do consumidor, como, por exemplo, sumo de produtos e serviços. Por se tratar de compe-
os

nos contratos bancários, contratos de seguro, contra- tência “conjunta”, a União deve cuidar das normas de
tos de planos de saúde. O conceito de contrato de ade-
id

caráter geral, isto é, aplicadas a todo o país, reservan-


são é trazido no art. 54 do CDC.
ol

do aos Estados e ao Distrito Federal as normas de inte-


Características do contrato de adesão:
ic

resse regional.
N

O Brasil é uma federação, o que significa dizer


io

z Predeterminação: o consumidor não participa da que existe uma divisão interna do poder. A CF, de
ric

composição das cláusulas do contrato, pois são pre- 1988 estabeleceu como seus entes federativos a União
viamente estabelecidas pelo fornecedor ou pela auto-
au

Federal, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os


ridade competente;
M

Municípios, cada qual com autonomia e discriciona-


z Uniformidade: não possui variação significativa
riedade, além de possibilidade de se organizarem e
de um contrato para outro;
legislarem. Deste modo, compete à União estabelecer
z Rigidez contratual: é estável.
as regras do Estado brasileiro como um todo, tendo
como parâmetro a CF, de 1988. Se à União cabem as
Cumpre salientar que, nos termos do § 1º do art.
54, a mera inserção de cláusula não tem o condão de diretrizes de âmbito nacional, aos Estados compete
descaracterizar o contrato de adesão. Assim sendo, traçar as normas regionais; ao Distrito Federal, regras
pequenas modificações não são capazes de retirar seu distritais e os Municípios, as regras locais.
caráter de adesão. Já o § 1º do art. 55 estabelece que os entes da fede-
O § 2º, por sua vez, estabelece a possibilidade de ração, além de criar normas sobre as relações de
cláusula resolutória no contrato de adesão, desde que consumo, exercerão seu poder de polícia para fiscali-
alternativa e a escolha seja do consumidor. zação e controle da produção, industrialização, distri-
O § 3º trata das regras aplicadas aos contratos buição, publicidade de produtos e serviços e mercado
de adesão, que são redação em termos claros e com de consumo. O objetivo da atividade estatal é preser-
caracteres ostensivos e legíveis e tamanho da fonte var os direitos básicos do consumidor, ou seja, sua
402 não inferior ao corpo 12. vida, saúde, segurança, informação e bem-estar.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O § 3º trata da atribuição de fiscalização e controle maneira antecedente ou incidente no procedimento
do mercado de consumo. Por essa razão, o dispositivo administrativo.
estabelece que os entes da federação deverão manter Além da responsabilidade administrativa, o forne-
comissões permanentes para elaboração, revisão e cedor poderá responder tanto civilmente como penal-
atualização das normas regulatórias. mente por seus atos.
No entanto, para que essa atividade seja efetiva, Quanto aos arts. 57 a 60, eles estabelecem a forma
estabelece, ainda, a composição de tais comissões. de aplicação de cada uma das sanções administrativas:
Assim, será obrigatória a participação tanto dos con-
sumidores quanto dos fornecedores, para que os dois Art. 57 A pena de multa, graduada de acordo com
lados da relação de consumo possam tratar de seus a gravidade da infração, a vantagem auferida e a
interesses. condição econômica do fornecedor, será aplicada
Por fim, o § 4º do art. 55 dispõe acerca da possibili- mediante procedimento administrativo, revertendo
dade de notificação dos fornecedores, para que estes para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de
prestem informações sobre questões de interesse do julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao
consumidor, resguardado o segredo industrial.
consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não
Art. 56 As infrações das normas de defesa do con-
inferior a duzentas e não superior a três milhões de
sumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguin-
vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
tes sanções administrativas, sem prejuízo das de
ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
natureza civil, penal e das definidas em normas
Art. 58 As penas de apreensão, de inutilização de
específicas: produtos, de proibição de fabricação de produtos,
I - multa; de suspensão do fornecimento de produto ou servi-
II - apreensão do produto; ço, de cassação do registro do produto e revogação
III - inutilização do produto; da concessão ou permissão de uso serão aplicadas
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão pela administração, mediante procedimento admi-
competente; nistrativo, assegurada ampla defesa, quando forem
V - proibição de fabricação do produto; constatados vícios de quantidade ou de qualidade
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou por inadequação ou insegurança do produto ou
serviço; serviço.
VII - suspensão temporária de atividade; Art. 59 As penas de cassação de alvará de licença,
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; de interdição e de suspensão temporária da ativi-
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de dade, bem como a de intervenção administrativa,
atividade; serão aplicadas mediante procedimento adminis-
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento,

9
trativo, assegurada ampla defesa, quando o forne-

-3
de obra ou de atividade; cedor reincidir na prática das infrações de maior

40
XI - intervenção administrativa; gravidade previstas neste código e na legislação de
XII - imposição de contrapropaganda. consumo. .5
33
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo § 1º A pena de cassação da concessão será aplicada
.6

serão aplicadas pela autoridade administrativa, à concessionária de serviço público, quando violar
00

no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica- obrigação legal ou contratual.


-0

das cumulativamente, inclusive por medida cau- § 2º A pena de intervenção administrativa será
telar, antecedente ou incidente de procedimento
os

aplicada sempre que as circunstâncias de fato desa-


administrativo. conselharem a cassação de licença, a interdição ou
nt

suspensão da atividade.
Sa

O art., 56, por sua vez, trata das sanções admi- § 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta
os

nistrativas. Observa-se que são três as espécies de a imposição de penalidade administrativa, não
id

sanções: haverá reincidência até o trânsito em julgado da


sentença.
ol

Art. 60 A imposição de contrapropaganda será


ic

z Sanções pecuniárias: multas que decorrem do não


N

adimplemento dos deveres relativos ao consumo; cominada quando o fornecedor incorrer na prática
io

z Sanções objetivas ou reais (incidem no produ- de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do
ric

to ou serviço): apreensão, inutilização do pro- art. 36 e seus §, sempre às expensas do infrator.


§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo res-
au

duto, cassação do registro do produto, proibição


ponsável da mesma forma, freqüência e dimensão
M

de fabricação e suspensão de fornecimento de


e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espa-
produtos/serviços; ço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício
z Sanções subjetivas (vinculadas à atividade): in-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

da publicidade enganosa ou abusiva.


terdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
obra ou atividade; suspensão temporária da ati-
vidade; revogação de concessão ou permissão de
uso; cassação de licença do estabelecimento ou de RESOLUÇÃO CMN Nº 3.849, DE 25 DE
atividade; intervenção administrativa; imposição MARÇO DE 2010
de contrapropaganda, entre outros.
Esta resolução visa dispor sobre a instituição dos
O parágrafo único do art. 56 trata da respon- componentes organizacionais de ouvidoria pelas ins-
sabilidade administrativa do fornecedor. Ele tituições financeiras e demais instituições autorizadas
estabelece que tais sanções serão aplicadas pela auto- a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
ridade administrativa em conformidade com sua Conforme disposto no art. 1° desta resolução,
atribuição. Essas sanções podem ser aplicadas cumu- todas as instituições financeiras que são autoriza-
lativamente ou não. Podem, também, ser aplicadas de das pelo BCB que tenham em sua cartela de clientes 403
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pessoas físicas ou pessoas jurídicas classificadas como de valores ou as bolsas de mercadorias e de
microempresas na forma de legislação própria devem, futuros nas quais realizam operações, para
instituir componentes organizacional de ouvidoria, compartilhamento e utilização da ouvidoria
com a atribuição de atuar como canal de comunica- mantida em uma dessa entidades.
ção entre essas instituições e os clientes e usuários § 9º As instituições que fazem parte de conglo-
de seus produtos e serviços, inclusive na mediação merado financeiro podem instituir componen-
de conflitos. Vale ainda mencionar que a estrutura te organizacional único que atuará em nome
do componentes organizacional deve ser compatível de todos os integrantes do grupo.
§ 10 As instituições referidas no caput que
com a natureza e a complexidade dos produtos, ser-
não façam parte de conglomerado financei-
viços, atividades, processos e sistema de instituição.
ro podem firmar convênio com empresa não
financeira ligada, conforme definição constan-
Art. 1° [...]
te do art. 1º, § 1º, incisos I e III, da Resolução nº
§°1°[...]
2.107, de 31 de agosto de 1994, que possuir ouvi-
§ 2º As instituições a que se refere o caput devem:
doria, para compartilhamento e utilização da
I - dar ampla divulgação sobre a existência
respectiva ouvidoria.
da ouvidoria, bem como de informações com-
§ 11 Os bancos comerciais sob controle direto de
pletas acerca da sua finalidade e forma de
bolsas de mercadorias e de futuros que operem
utilização;
exclusivamente no desempenho de funções de liqui-
II - garantir o acesso gratuito dos clientes e usuá-
dante e custodiante central das operações cursa-
rios de produtos e serviços ao atendimento da
das, constituídos na forma da Resolução nº 3.165,
ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes; e
de 29 de janeiro de 2004, ficam excluídos da exigên-
III - disponibilizar acesso telefônico gratuito, cujo
cia estabelecida no caput.
número deve ser:
§ 12 Nas hipóteses previstas nos §§ 7º e 8º, o con-
a) divulgado e mantido atualizado em local e for-
vênio somente pode ser realizado com associação
mato visível ao público no recinto das suas depen-
de classe, ou bolsa de valores, ou bolsa de merca-
dências e nas dependências dos correspondentes no
País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos dorias e de futuros, ou cooperativa central, ou fede-
na internet e nos demais canais de comunicação ração ou confederação de cooperativas de crédito
utilizados para difundir os produtos e serviços da que possua código de ética e/ou de autorregulação
instituição; efetivamente implantados aos quais a instituição
b) registrado nos extratos, nos comprovantes, tenha aderido.
inclusive eletrônicos, nos contratos formalizados
com os clientes, nos materiais de propaganda e de Constituem atribuições da ouvidoria:
publicidade e nos demais documentos que se desti-

9
nem aos clientes e usuários dos produtos e serviços z Receber, registrar, instruir, analisar e dar tra-

-3
tamento formal e adequado às reclamações dos

40
da instituição; e
c) registrado e mantido permanentemente atualiza- clientes e usuários de produtos e serviços das insti-
.5
33
do em sistema de informações, na forma estabeleci- tuições referidas no caput do art. 1º que não forem
da pelo Banco Central do Brasil.
.6

solucionadas pelo atendimento habitual realizado


00

§ 3º A divulgação de que trata o § 2º, inciso I, deve por suas agências e quaisquer outros pontos de
ser providenciada inclusive por meio dos canais de
-0

atendimento;
comunicação utilizados para difundir os produtos e
z Prestar os esclarecimentos necessários e dar ciên-
os

serviços da instituição.
cia aos reclamantes acerca do andamento de suas
nt

§ 4º O componente organizacional deve ser segrega-


demandas e das providências adotadas;
Sa

do da unidade executora da atividade de auditoria


interna, de que trata o art. 2º da Resolução nº 2.554, z Informar aos reclamantes o prazo previsto para
os

de 24 de setembro de 1998, com a redação dada pela resposta final, o qual não pode ultrapassar quin-
id

Resolução nº 3.056, de 19 de dezembro de 2002. ze dias, contados da data da protocolização da


ol

§ 5º Os bancos comerciais, os bancos múltiplos, as ocorrência;


ic

caixas econômicas, as sociedades de crédito, finan- z Encaminhar resposta conclusiva para a demanda
N

ciamento e investimento, as associações de poupan- dos reclamantes até o prazo informado no inciso
io

ça e empréstimo e as sociedades de arrendamento III;


ric

mercantil que realizem operações de arrendamento z Propor ao conselho de administração ou, na sua
au

mercantil financeiro devem instituir o componente ausência, à diretoria da instituição medidas cor-
M

organizacional de ouvidoria na própria instituição. retivas ou de aprimoramento de procedimentos


§ 6º As cooperativas singulares de crédito filiadas e rotinas, em decorrência da análise das reclama-
a cooperativa central podem firmar convênio com ções recebidas;
a respectiva central, confederação ou banco coope-
z Elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao
rativo do sistema, para compartilhamento e utili-
comitê de auditoria, quando existente, e ao con-
zação de componente organizacional de ouvidoria
único, mantido em uma dessas instituições.
selho de administração ou, na sua ausência, à
§ 7º As cooperativas singulares de crédito não filia- diretoria da instituição, ao final de cada semestre,
das a cooperativa central podem firmar convênio relatório quantitativo e qualitativo acerca da atua-
com cooperativa central, ou com federação ou ção da ouvidoria, contendo as proposições de que
confederação de cooperativas de crédito, ou com trata o inciso V.
associação representativa da classe, para compar-
tilhamento e utilização de ouvidoria mantida em Art. 3º O estatuto ou o contrato social das ins-
uma dessas instituições. tituições referidas no caput do art. 1º deve
§ 8º As instituições não referidas nos §§ 5º, 6º e conter, de forma expressa, entre outros, os
7º podem firmar convênio com a associação de seguintes dados:
404 classe a que sejam afiliadas ou com as bolsas I - as atribuições da ouvidoria;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - os critérios de designação e de destituição informações, na forma estabelecida pelo Ban-
do ouvidor e o tempo de duração de seu man- co Central do Brasil.
dato; e § 5º O diretor responsável pela ouvidoria deve
III - o compromisso expresso da instituição no elaborar relatório semestral, na forma defi-
sentido de: nida pelo Banco Central do Brasil, relativo às
a) criar condições adequadas para o funcio- atividades da ouvidoria nas datas-base de 30
namento da ouvidoria, bem como para que de junho e 31 de dezembro e sempre que identi-
sua atuação seja pautada pela transparência, ficada ocorrência relevante.
independência, imparcialidade e isenção; e § 6º O relatório de que trata o § 5º deve ser:
b) assegurar o acesso da ouvidoria às infor- I - revisado pela auditoria externa, a qual deve
mações necessárias para a elaboração de manifestar-se acerca da qualidade e adequação
resposta adequada às reclamações recebi- da estrutura, dos sistemas e dos procedimentos
das, com total apoio administrativo, podendo da ouvidoria, bem como sobre o cumprimento dos
requisitar informações e documentos para o demais requisitos estabelecidos nesta resolução,
exercício de suas atividades. inclusive nos casos previstos no art. 1º, §§ 7º, 8º e
§ 1º O disposto neste artigo, conforme a natureza 10;
jurídica da sociedade, deve ser incluído no estatuto II - apreciado pela auditoria interna ou pelo comitê
ou contrato social da instituição, na primeira alte- de auditoria, quando existente;
ração que ocorrer após a criação da ouvidoria. III - encaminhado ao Banco Central do Brasil, na
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi- forma e periodicidade estabelecida por aquela
das por esta resolução relativas às instituições que Autarquia:
optarem pela faculdade prevista no art. 1º, §§ 6º e a) pelas instituições que possuem comitê de audit
9º, podem ser promovidas somente pela instituição ria, bem como pelas cooperativas centrais de cré-
que constituir o componente organizacional único dito, confederações e bancos cooperativos que
de ouvidoria. tenham instituído componente organizacional úni-
§ 3º As instituições que não instituírem componente co para atuar em nome das respectivas cooperati-
de ouvidoria próprio em decorrência da faculdade vas de crédito singulares conveniadas nos termos
prevista no art. 1º, §§ 6º a 10, devem ratificar tal do art. 1º, § 6º; e
decisão por ocasião da primeira assembleia geral b) pelas instituições referidas no caput do art. 1º, no
ou da primeira reunião de diretoria, após a forma- caso de ocorrência de fato relevante;
lização da adoção da faculdade. IV - arquivado na sede da respectiva instituição, à
Art. 4º As instituições referidas no caput do art. 1º disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo
devem designar perante o Banco Central do Brasil mínimo de cinco anos, acompanhado da revisão e
os nomes do ouvidor e do diretor responsável pela da apreciação de que tratam os incisos I e II.

9
ouvidoria. Art. 5º As instituições não obrigadas, no ter-

-3
§ 1º Para efeito da designação de que trata o caput, mos desta resolução, à remessa do relatório

40
são estabelecidas as seguintes do diretor responsável pela ouvidoria ao Ban-
disposições: .5
co Central do Brasil, devem manter os relató-
33
I - não há vedação a que o diretor responsável pela rios ainda não enviados na forma exigida pela
.6

ouvidoria desempenhe outras funções na institui- Resolução nº 3.477, de 26 de julho de 2007, na


00

ção, exceto a de diretor de administração de recur- sede da instituição, conforme previsto no art.
-0

sos de terceiros; 4º, § 6º, inciso IV.


os

II - nos casos dos bancos comerciais, bancos múl- Art. 6º As instituições referidas no caput do art. 1º
tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
nt

devem adotar providências para que todos os inte-


financiamento e investimento e associações de pou-
Sa

grantes da ouvidoria sejam considerados aptos em


pança e empréstimo, o ouvidor não poderá desem- exame de certificação organizado por entidade de
os

penhar outra atividade na instituição, exceto a de reconhecida capacidade técnica.


id

diretor responsável pela ouvidoria; e § 1º O exame de certificação de que trata o caput


ol

III - na hipótese de recair a designação do dire- deve abranger, no mínimo, temas relacionados
ic

tor responsável pela ouvidoria e do ouvidor sobre à ética, aos direitos e defesa do consumidor e à
N

a mesma pessoa, esta não poderá desempenhar mediação de conflitos, bem como ter sido realizado
io

outra atividade na instituição. após 30 de julho de 2007.


ric

§ 2º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 6º e 9º, o § 2º A designação dos membros da ouvidoria fica
au

ouvidor e o diretor responsável pela ouvidoria res- condicionada à comprovação de aptidão no exame
ponderão por todas as instituições que utilizarem
M

de certificação de que trata o caput, além do atendi-


o componente organizacional único de ouvidoria e mento às demais exigências desta resolução.
devem integrar os quadros da instituição que cons- § 3º As instituições referidas no caput do art. 1º são
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

tituir o componente de ouvidoria. responsáveis pela atualização periódica dos conhe-


§ 3º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º cimentos dos integrantes da ouvidoria.
e 10, as instituições devem: § 4º O diretor responsável pela ouvidoria deve aten-
I - designar perante o Banco Central do Brasil der à formalidade prevista no caput somente na
apenas o nome do diretor responsável pela hipótese prevista no art. 4º, § 1º, inciso III.
ouvidoria; e § 5º Nas hipóteses previstas no art. 1º, §§ 7º, 8º e
II - informar o nome do ouvidor, que deve- 10, os respectivos convênios devem conter cláusu-
rá ser o do ouvidor da associação de classe, la exigindo exame de certificação de todos os inte-
bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e de grantes das ouvidorias das associações de classe,
futuros, entidade ou empresa que constituir a entidades e empresas conveniadas, nos termos des-
ouvidoria.
ta resolução.
§ 4º Os dados relativos ao diretor responsável
pela ouvidoria e ao ouvidor devem ser inse-
ridos e mantidos atualizados em sistema de 405
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante! b) dedicam mais tempo à preparação para o atendimen-
to aos clientes.
A ouvidoria deve manter o sistema de controle c) observam os detalhes na expressão dos clientes com
atualizado das reclamações recebidas, de for- os quais falam.
ma que possam ser evidenciados o histórico d) podem contatar mais clientes do que os vendedores
de atendimentos e os dados de identificação externos.
dos clientes e usuários de produtos e serviços, e) representam os menores custos de todo o orçamento
com toda a documentação e as providências comercial.
adotadas.
4. (CESGRANRIO — 2018) Contratado para melhorar a
performance do departamento comercial, um con-
Art. 8º O Banco Central do Brasil poderá adotar sultor aconselha a utilização de compras simuladas
medidas complementares necessárias à execução como instrumento para:
do disposto nesta resolução.
Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de
a) monitorar o atendimento prestado aos clientes.
sua publicação.
Art. 10 Ficam revogadas as Resoluções nº 3.477, de
b) realizar compras diretas em ambientes digitais.
26 de julho de 2007, e nº 3.489, de 29 de agosto de c) disfarçar o lucro da empresa por meio de ações
20075. sociais.
d) simular operações financeiras pelo computador.
e) treinar a equipe através de jogos informatizados.
HORA DE PRATICAR!
5. (CESGRANRIO — 2016) Um cliente, insatisfeito com
1. (CESGRANRIO — 2018) Uma ação para aperfeiçoar o os serviços a ele prestados, entrou em contato com a
relacionamento com os clientes de um posto de ser- empresa, por telefone, para apresentar suas reclama-
viços, especificamente no que se refere à pré-aborda- ções. A empresa tem um serviço de atendimento ao
gem, é: cliente que é considerado de excelência.
Para que, efetivamente, o serviço de atendimento ao clien-
a) divulgar os diferenciais do posto para moradores e te seja considerado de excelência, é necessário que o:
profissionais que circulem pelas redondezas.
b) apurar número de veículos que circulam em frente ao a) atendente isente a empresa de responsabilidade pelo
posto e identificar o perfil dos motoristas. problema, argumentando que o serviço foi prestado e
c) treinar os frentistas para ficarem de prontidão e que o problema foi causado pelo próprio cliente que
de braço erguido, indicando a bomba certa para não definiu exatamente o que queria.

9
-3
abastecimento. b) atendente utilize a linguagem técnica da empresa ain-

40
d) promover ações que envolvam os clientes registrados da que o cliente não a entenda; dessa forma, a empresa
no programa de relacionamento do posto.
.5
passará credibilidade, demonstrando o conhecimento
33
e) mensurar a venda da linha Premium para os motoris- de todos que trabalham na empresa.
.6

tas que desejam melhor desempenho dos carros. c) cliente seja tratado com transparência e cordialida-
00

de, ainda que a situação a ser resolvida seja de difí-


-0

2. (CESGRANRIO — 2018) Depois de aguardar por um cil solução, e o problema não possa ser solucionado
imediatamente.
os

mês, o cliente finalmente recebeu o equipamento de


solda com o qual esperava melhorar a sua produtivi- d) cliente, que precisa ser atendido rapidamente, receba
nt

dade no trabalho. No primeiro dia de uso, no entanto, o a garantia de que o problema será solucionado imedia-
Sa

equipamento apresentou alguns problemas e acabou tamente, mesmo que a empresa não possa cumprir o
os

não podendo ser usado. O fabricante foi contatado e prometido.


id

recolheu o equipamento no dia seguinte para reparos. e) atendimento eletrônico seja imediato, com uma gra-
ol

Após uma semana, o equipamento pôde ser usado e vação orientando o procedimento que o cliente deve
ic

funcionou, mas seu desempenho não alcançou o nível executar, mesmo que ele tenha de esperar para falar
N

de expectativa que o cliente tinha antes da compra. diretamente com o atendente.


io
ric

A comparação entre o desempenho percebido e o 6. (CESGRANRIO — 2018) O marketing direto é uma


au

resultado obtido, em relação às expectativas do com- importante ferramenta de comunicação, que pode ser
M

prador, é denominada: exemplificada pelas ações de:

a) benefício a) merchandising
b) qualidade b) mobile marketing
c) valor total c) promoção de vendas
d) satisfação d) propaganda na internet
e) retroalimentação e) relações públicas

3. (CESGRANRIO — 2018) Uma vantagem do telemarke- 7. (CESGRANRIO — 2018) O diretor de uma empresa, ao
ting ativo sobre as vendas pessoais é que os operado- iniciar seu mandato, declarou aos demais funcioná-
res telefônicos: rios acreditar que os consumidores não compravam
os produtos da empresa em quantidade suficiente e,
a) efetuam transações mais lucrativas para a por isso, seria necessário um esforço maior de comer-
organização. cialização e promoção a partir daquele momento.

406 5 Banco Central do Brasil. Resolução nº 3.849. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2010/pdf/res_3849_v1_O.pdf.


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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Considerando-se as orientações das empresas para o A satisfação do cliente depende da:
mercado, esse diretor demonstrou seu alinhamento à
perspectiva da orientação de: a) explicação dada pela empresa com relação às falhas
de produtos ou serviços por ela oferecidos.
a) vendas b) ideia de que os consumidores somente comprarão
b) produto uma quantidade mínima de produtos ou serviços.
c) produção c) preferência dos clientes pelos produtos ou serviços
d) marketing da empresa frente aos produtos ou serviços dos
e) relacionamento concorrentes.
d) semelhança entre as preferências dos clientes-alvo
8. (CESGRANRIO — 2018) Assim como as empresas, os por produtos ou serviços similares ao oferecido pela
mercados também se modificam ao longo dos anos, empresa.
adaptando-se às transformações econômicas, políti- e) percepção que o consumidor tem a respeito do
cas e sociais. desempenho do produto ou serviço em comparação
com suas expectativas.
Uma característica do mercado, atualmente, é a:
12. (CESGRANRIO — 2018) O diretor de marketing de uma
a) ação estratégica com alto nível de monopolização de empresa não tem nenhuma informação a respeito do
mercado. comportamento do consumidor de seus produtos.
b) exigência por uma atuação ética e responsável das Como forma de obter informações rapidamente, ele
organizações. recorreu a relatórios elaborados por um instituto de
c) preferência por empresas, produtos e preços reduzidos. pesquisa. Tais relatórios contêm dados demográficos,
d) simpatia por atitudes que tragam lucros excessivos econômicos e psicográficos dos consumidores brasi-
para os empresários. leiros divididos por região.
e) utilização limitada de recursos tecnológicos e digitais.
Nesse caso, a pesquisa de mercado foi feita com
9. (CESGRANRIO — 2018) Quando se simula um proces- dados:
so, tem-se por intenção prever o maior número possí-
vel de cenários para que se possam avaliar algumas a) iniciais
situações. b) terminais
c) primários
NÃO se configura como uma intenção direta da simu- d) secundários
lação de um processo: e) intermediários

9
-3
40
a) gerar resultados. 13. (CESGRANRIO — 2018) Como forma de prever as

.5
b) realizar campanhas publicitárias. vendas da empresa, o gerente utiliza exclusivamente
33
c) mensurar o comprimento de filas. dados retirados do histórico de vendas da empresa,
.6

d) avaliar os parâmetros referentes a decisões tomadas. das médias de índices de vendas e das análises a res-
00

e) dimensionar os recursos humanos, tecnológicos e peito das variações sazonais.


-0

ambientais disponíveis.
Dessa forma, ele utiliza o método de previsão de ven-
os

10. (CESGRANRIO — 2018) O conjunto de ferramentas das denominado método de:


nt

táticas de marketing que uma empresa combina para


Sa

gerar os resultados desejados junto a seu mercado- a) intenção de compra


os

-alvo é denominado marketing mix, ou composto de b) julgamento dos executivos


id

marketing. c) levantamentos
ol

d) vendas passadas
ic

Nesse sentido, quando uma empresa está definindo e) zona piloto


N

suas atividades de disponibilização de produtos para


io

consumidores- alvo, ela está tratando do componente 14. (CESGRANRIO — 2018) O diretor de marketing propôs
ric

do composto de marketing denominado uma estratégia de promoção com elevado gasto de


au

propaganda que fosse voltada para os consumido-


M

a) praça res finais do produto da empresa. Ele acredita que os


b) preço consumidores serão induzidos à compra do produto
c) produto e demandarão dos varejistas, os quais, por sua vez,
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

d) ambiente demandarão da empresa.


e) promoção Essa estratégia de composto de promoção é denomi-
nada estratégia de:
11. (CESGRANRIO — 2018) O gerente de marketing da
empresa XYZ considera que níveis mais altos de satis- a) push
fação do cliente levam a uma maior fidelidade por par- b) atração
te dele. Dessa forma, ele orienta sua equipe para que c) pressão
todos os clientes se sintam satisfeitos ao receber os d) lealdade
serviços prestados pela XYZ. e) retenção

407
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15. (CESGRANRIO — 2018) Dados de relatórios mais d) banco tem direito a ressarcimento pelas despesas de
recentes fazem com que a diretoria da empresa pro- remessa do cartão.
jete vendas de R$40 milhões no próximo ano. O geren- e) entrega sem solicitação caracteriza prática abusiva do
te de vendas considera que a produtividade mínima fornecedor.
desejável por vendedor é de R$2 milhões e apurou que
o turnover anual de vendedores da empresa é de 30%. 19. (CESGRANRIO — 2021) K é correntista do Banco S e
possui cartões de crédito e de débito expedidos pela
Com base no método de potencial de vendas, o núme-
instituição financeira. Diante de dificuldades momen-
ro ótimo de vendedores para essa empresa é de:
tâneas, não conseguiu cobrir o total das despesas
realizadas com o seu cartão de crédito. No dia do ven-
a) 12
cimento, o banco, mediante autorização contratual,
b) 24
retirou da conta corrente de K o valor mínimo para
c) 26
efeito de pagamento parcial da dívida. Houve contes-
d) 32
tação, que foi indeferida pelo órgão interno do banco.
e) 40
Segundo as regras do Código de Defesa do Consumi-
16. (CESGRANRIO — 2018) De acordo com o Código de
dor, Lei nº 8.078/1990, essa norma contratual deve ser
Defesa do Consumidor Lei n° 8.078/1990, o fornece-
considerada:
dor de produtos e serviços que, posteriormente à sua
introdução no mercado de consumo, tiver conheci-
a) abusiva, por retirar o poder de controle das finanças do
mento da periculosidade que estes apresentem deve-
correntista.
rá comunicar o fato imediatamente às autoridades
b) regular, pois não se fundamenta em poder superior do
competentes e aos consumidores. Essa comunicação
banco.
deve ser feita por meio de:
c) questionável, pois quebra a isonomia entre os
contratantes.
a) carta simples
d) passível de impugnação administrativa.
b) correspondência registrada
e) ampla demais, por não conter previsão de valor a ser
c) telegrama
debitado.
d) editais de convocação
e) anúncios publicitários
20. (CESGRANRIO — 2016) O atendimento ao cliente é
considerado um diferencial por diversas empresas e
17. (CESGRANRIO — 2016) Sr. Z adquiriu um automóvel
instituições.
de luxo da empresa LR, tendo o bem vindo com defei-
to no sistema de freios. Constatou-se que o vício veio

9
Para isso, o atendente deve:

-3
da fábrica e não poderia ser consertado, diante da

40
sofisticação do sistema de computadores utilizado no
.5
a) priorizar o público interno, já que esse se encontra pró-
automóvel.
33
ximo e conhece os procedimentos.
.6

b) priorizar o público externo, mas tratá-lo de maneira


De acordo com as regras do Código de Defesa do Con-
00

impessoal, limitando-se ao cumprimento de proces-


sumidor, Sr. Z deverá receber:
-0

sos padronizados.
c) identificar o erro cometido por parte da empresa e pro-
os

a) valor em dobro do anteriormente pago.


curar minimizar seus efeitos, convencendo o cliente
nt

b) bem superior em qualidade ao adquirido.


de que a falha deve ser relevada, pois errar é humano.
Sa

c) bem inferior com quitação total do preço.


d) usar de rispidez e prepotência, caso o cliente tenha ati-
d) bem equivalente em condições de uso.
os

tude ríspida e arrogante.


e) bem e a devolução do preço pago.
id

e) adotar uma atitude de respeito e atenção em relação


ao cliente, e buscar a solução para seu problema ou
ol

18. (CESGRANRIO — 2021) MEK é correntista do Banco L,


ic

dúvida.
mantendo relações negociais frequentes, bem como
N

sua família. Por força desse relacionamento, possui


io

dois contratos de cartão de crédito que utiliza nas 9 GABARITO


ric

suas compras cotidianas. Em determinado dia, é sur-


au

preendido pela entrega de mais um cartão de crédito


M

1 C
que não havia solicitado. No dia seguinte, dirige- se à
agência bancária onde movimenta sua conta corrente 2 D
e apresenta o cartão, com pedido de devolução, por
não ter interesse no adicional. 3 D

4 A
Segundo as regras do Código de Defesa do Consumi-
dor, Lei nº 8.078/1990, o(a) 5 C

a) recebimento pelo consumidor leva à cobrança de anu- 6 B


idade pelo emissor. 7 A
b) pagamento não efetuado da anuidade cobrada per-
mite a inscrição do consumidor no cadastro de 8 B
inadimplentes.
c) fornecimento de cartões de créditos a clientes habi- 9 B
tuais independe de formalização de contrato.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
10 A

11 E

12 D

13 D

14 B

15 C

16 E

17 D

18 E

19 B

20 E

ANOTAÇÕES

9
-3
40
.5
33
.6
00
-0
os
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Sa
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id
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VENDAS E NEGOCIAÇÃO

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ANOTAÇÕES

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ÉTICA E DIVERSIDADE

ÉTICA APLICADA
ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES
O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa desapercebida: a diferença entre
ética e moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar a sua prova.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de estudo são princípios
fundamentais das ações e do comportamento humano. A moral, por sua vez, é uma construção social. Sendo
assim, está condicionada à sociedade que a cerca, que a contém. A moral tem um aspecto muito mais objetivo e
representa um momento e uma cultura.
A ética, como parte da filosofia, alcança locais mais distantes e discute temas mais relevantes. A ética é uma
matéria de uma ciência por excelência. A dialética da filosofia busca a verdade final das coisas. A discussão e a
oposição de ideias estabilizam os conceitos para que não mudem mais. A ética é estável, pois alcançou verdades
que superam o tempo. A ética é estável, atemporal.
A moral possui grande valor social e é uma ferramenta importante, todavia tem uma aplicação temporal e
muda no desenrolar dos eventos históricos. Portanto, ela é mutável, restrita a determinadas localizações geo-
gráficas e sociais. A moral respeita a continência, ou seja, está contida pela sociedade que a cerca. A moral está
atrelada a uma sociedade e uma época.
Alguns autores trazem ética e moral como sinônimos, mas você precisa ter muito cuidado pois, apesar de
serem semelhantes e abordarem praticamente a “mesma coisa” por perspectivas diferentes, as bancas dos con-
cursos estabelecem distinções entre esses termos. Veja uma distinção um pouco mais clara:

Universal, Princípios fundamentais

9
ÉTICA
atemporal Ações do comportamento

-3
40
.5
33
Construção social,
MORAL ligada a sua Representa um momento e uma cultura
.6

sociedade
00
-0
os

A ética tem um caráter científico, por isso, suas mudanças e aplicações ocorrem de outra forma. Sua estabilida-
de é muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em algum momento espera-se que mudanças
nt
Sa

em conceitos éticos ocorrerão, mas para execução de provas de concurso, o conceito de universalidade e estabi-
lidade é adequado.
os

Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aprofundar um pouco nos
id

seus conceitos. Para fazer isso, vamos usar a etimologia.


ol

É conveniente analisar no estudo da Ética a sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que vem do termo
ic

grego “ethos”, que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. A origem da palavra nos remete instantanea-
N

mente para o cerne de seu conceito que, apesar da dificuldade de estabelecer um significado único, nos envia a
io

um conjunto de princípios morais ou valores que dão condição à convivência humana em sociedade.
ric

Em seguida temos a origem do termo moral, que tem origem no latim e seria “mos” que tem o mesmo signifi-
au

cado de “ethos” e que deu origem à palavra “moral”.


M

É importante ressaltar que a moral varia no tempo, a depender da conjuntura social. Até o século XIX, por
exemplo, considerava-se normal que crianças trabalhassem em fábricas. Hoje, além de termos uma legislação
especial (Estatuto da Criança e do Adolescente) que protege essas crianças, a sociedade entendeu a necessidade
ÉTICA E DIVERSIDADE

de tratamento diferenciado a esse grupo vulnerável.


Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, preparamos uma tabela bastante objetiva que
vai ajudar nas revisões sobre esse assunto cobrado nas provas.

ÉTICA MORAL
Estudo filosófico, científico, universal e atemporal, baseado em Sua aplicação está voltada para a prática social em
Definição
princípios, por isso, estável um determinado local e em um determinado tempo
Não encontra limitações no tempo ou no espaço. É um estudo fi- Seu alcance está contido ao local em que se aplica
Alcance losófico e científico. Partindo da dialética, a ética pretende com- e ao período cultural em que é observada. A moral,
parar verdades até que se alcance um conceito final e estável portanto, continuamente mudará
Base Fica relacionada a longas reflexões de caráter especulativo A moral transforma a reflexão em ação
411
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expressões como: “bom com-
portamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o candidato na hora de definir se estão tratan-
do de ética ou moral, pois, apesar das distinções que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos apresentados nas ques-
tões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão.
Lembre-se: a moral muda, já a ética, enquanto ciência, permanece.

Os Valores

O direito recepciona em nosso ordenamento jurídico os valores éticos e morais, apontando-os como diretri-
zes importantes e como meios de aplicação das normas. Assim, o direito deve ser interpretado muito além das
chamadas normas jurídicas, devendo incorporar a moral em voga naquele momento ao ordenamento jurídico.
Os valores podem ser facilmente exemplificados, mas sua definição é mais complexa. Por exemplo, a vida é um
valor muito importante em nossa sociedade, juntamente com a liberdade e a propriedade. Se você reparar, verá que
existe uma relação entre os princípios e as expressões valor, direito, norma e regra.
Lembre-se: valores são objeto de uma escolha moral!
Veja um exemplo desse processo: inicialmente estabelecemos um princípio: impessoalidade, por exemplo. Em
seguida, temos que impessoalidade é a igualdade no tratamento dos cidadãos. A igualdade é um valor e vamos
respeitá-la. Aqui, só nos faltaria determinar uma norma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa definição de
valor é feita informando as pessoas dos riscos em descumprir a impessoalidade.
Ou seja, trazendo esses conceitos para a prática, desrespeitar a impessoalidade é uma improbidade admi-
nistrativa, que configura crime e possui pena. Nesse momento, temos um princípio consistente, um valor defini-
do e uma norma apresentada.

Impessoalidade é um princípio

Igualdade é um valor

9
-3
Disso deriva uma norma de conduta

40
.5
33
Descumprir a impessoalidade é
.6

improbidade administrativa
00
-0

Lei de Improbidade
Impessoalidade:
os

Administrativa:
Princípios
nt

Garantia de Princípio
Sa
os

PRINCÍPIO REGRA VALOR


id

Os princípios são juízos O papel de definir e Os princípios são juízos


de valor. Ou seja, são determinar será exercido de valor. Ou seja, são
ol

abstratos e possuem em um nível seguinte abstratos e possuem


ic

indefinição através das regras indefinição


N
io
ric
au
M

NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL


Primeiramente, vale destacar que “Ética” é uma palavra originária do grego “Ethos”, que acarreta a noção de
caráter. Para os gregos antigos, este termo carregava a noção de uma percepção individual, no qual devia ser clara
e confortável, guiando o Homem no “Bem agir”.
Já a ética empresarial, ou ainda ética das organizações, é o comportamento da empresa referente à sua con-
duta ética, ou seja, quando ela age em conformidade aos princípios morais preconizados na sociedade.
Neste sentido, inferimos que a ética empresarial funciona como os pilares morais e de relacionamento defini-
dos dentro da organização para o seu modo de atuação no mercado, diante de seus clientes, funcionários, parcei-
ros e até mesmo concorrentes. Assim, a atuação ética empresarial é aquela na qual está de acordo com os valores
estabelecidos.
Desse modo, a orientação humanística da ética empresarial é caracterizada por um conjunto de ações, projetos
e valores tendo como valor principal a vida humana, ou seja, ao bem estar social do ser humano.
O debate da ética empresarial abrange e questiona inúmeros aspectos da administração das organizações e
412 de suas relações com a sociedade.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
De forma didática, podemos classificar a sua E o que é uma organização íntegra?
abrangência em quatro categorias (ou níveis): O professor Marcelo Coimbra nos ensina que: “[...]
uma organização íntegra é aquela que consegue man-
ABRANGÊNCIA DA ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO ter, em cada uma das suas decisões, atividades ou ações
uma coerência com a sua identidade, nunca perdendo
Nível Social Nível do Stakeholder de vista os valores que a inspiram e os objetivos que ela
deve perseguir, transformando-os em ação concreta”.
Na administração e políti-
Nível Individual Atualmente, devido à complexidade das relações
cas internas
entre as partes envolvidas, o termo Compliance, ine-
rente à ética empresarial, vem ganhando destaque.
z Nível Social da Ética O termo compliance tem sua origem no verbo no
idioma inglês to comply, que significa agir de acor-
As questões éticas relacionam-se com o papel e os do com as diretrizes estabelecidas, especificações ou
efeitos das organizações na sociedade em geral. legislação, ou seja, a organização deve empenhar-
São exemplos das questões éticas envolvidas nesse -se em cumprir e fazer cumprir as regras internas e
nível: externas na qual regem suas atividades.
Na prática, cada vez mais é exigido das organiza-
„ É justo os altos executivos terem seus salá- ções uma conduta ética, transparente e responsável
rios muito maiores do que os trabalhadores perante toda a sociedade, não sendo mais aceitas ati-
operacionais? tudes e ações sem a devida integridade.
„ Pode-se aceitar a influência das empresas pri-
vadas nos pleitos eleitorais?
Importante!
z Nível do Stakeholder
Estar em compliance é estar em conformidade
Stakeholder (ou em português, parte interessa- com as leis e regulamentos (externos e inter-
da) são pessoas associadas diretamente ou indi- nos), com o objetivo de evitar fraudes, ilícitos e
retamente à organização ou que sofrem alguma desvios de conduta.
influência em suas decisões.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste
nível: Certamente, você aluno, deve estar se indagando
que esses conceitos inerentes à ética são abstratos e
de difícil aplicação no dia a dia da organização. Como,

9
„ Quais são as obrigações da organização com rela-

-3
ção ao impacto ambiental sobre as comunidades? então, aplicar isso no cotidiano da empresa? A respos-

40
„ Quais são as obrigações da empresa em infor- ta se dá por meio do famoso Código de Ética, nosso
mar os riscos de seus produtos para o consumi- próximo assunto!
.5
33
dor final? Ex.: Tabaco.
.6

A GESTÃO DE ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E


00

z Ética na administração e política internas PRIVADAS


-0
os

Neste nível, a discussão sobre a ética tem seu foco O principal mecanismo para implantar a gestão
nt

especialmente nas relações entre a organização e da ética de modo eficiente, tanto nas empresas priva-
Sa

seus empregados. das, tanto nas empresas públicas é com a elaboração e


implantação do Código de Ética e/ou conduta.
os

São exemplos das questões éticas envolvidas neste


nível: Como sabemos: documentar é preciso! Assim, o
id

código de ética é o documento utilizado para tradu-


ol

„ Quais são as obrigações da empresa com seu zir o comportamento esperado de todos os funcio-
ic
N

funcionário? nários, inclusive de dirigentes, gerentes, parceiros


io

„ Que participação os empregados devem ter nas comerciais.


ric

decisões que afetam a empresa? Aliás, o código de ética do Banrisul é matéria de


au

seu concurso! Caro aluno e futuro funcionário do Ban-


risul, dessa maneira, a instituição ao cobrar o código
M

z Nível Individual
de ética no concurso de admissão, pretende que todos
No plano individual, as questões éticas dizem res- os aprovados já ingressem conhecendo os seus direi-
peito de como as pessoas devem tratar-se uma as tos, deveres e o comportamento desejado.
ÉTICA E DIVERSIDADE

outras. De forma simples, o código de ética estabelece


São exemplos das questões éticas envolvidas neste regras essenciais que devem ser observados por todos,
nível: sem exceção, além de poder prever sanções para os
funcionários que o infringirem.
„ Quais os direitos as pessoas têm como trabalha- Em regra, inicia-se com uma mensagem da auto-
dores e seres humanos? ridade máxima (o presidente), e posteriormente
„ Que normas de conduta devem orientar as deci- encontra-se os princípios e valores adotados pela
sões que envolvem e afetam outras pessoas? organização, além do estabelecimento de direitos,
deveres, obrigações e vedações, abordando diversos
Afinal, todo este debate sobre a abrangência da éti- outros tópicos relevantes, tais como: responsabilidade
ca na Administração, tem como objetivo a transforma- social, conflito de interesses, políticas de proteção de
ção da empresa em uma organização íntegra. dados, diversidade e inclusão, etc. 413
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Normalmente, as organizações optam por produzir códigos de ética sucintos e de fácil compreensão, favore-
cendo assim a sua difusão, leitura e aplicação.
Na tabela abaixo, trazemos algumas características essenciais na elaboração de um código de ética e/ou
conduta:

SUGESTÕES PARA ELABORAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA

� Redigido de forma clara, objetiva e, se possível, coloquial


� Linguagem simples e direta, evitando dar margem a dupla interpretação
� Aprovado pela alta administração
� Revisado e alterando periodicamente com participação ativa dos funcionários

A maioria das ações inerentes à gestão da ética nas empresas privadas são compatíveis com as empresas
estatais (empresa pública e sociedade de economia mista). Dessa maneira, a principal diferença não está nas fer-
ramentas, e sim no modo como são formalizadas.
Na gestão privada é possível implantar as políticas de integridade de forma mais célere, aplicando as ações
necessárias para empresa. Já na gestão pública, respeitando o princípio da legalidade, as ações não podem ser
pautadas pela vontade da administração ou dos agentes públicos, mas sim deve-se obrigatoriamente respei-
tar a vontade da Lei.

Importante!
O princípio da legalidade impõe que o agente público observe, fielmente, todos os requisitos expressos na Lei.

Nessa lógica, na Administração Pública, a conduta ética é objeto de diversos dispositivos legais, por exemplo:

z Art. 37, da Constituição Federal de 1988:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

9
z Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

-3
40
Decreto nº 1.171, de 1994
.5
33
O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somen-
.6
00

te entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas prin-
cipalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição
-0

Federal.
os
nt

z Lei das Estatais (Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista)


Sa

Lei nº 13.303, de 2016


os
id

Art. 9º [...]
ol

§ 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e Integridade, que disponha sobre:
ic

I - princípios, valores e missão da empresa pública e da sociedade de economia mista, bem como orientações sobre
N

a prevenção de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção e fraude;


io

II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação do Código de Conduta e Integridade;


ric

III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de denúncias internas e externas relativas ao descumprimento
au

do Código de Conduta e Integridade e das demais normas internas de ética e obrigacionais;


M

IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias;
V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código de Conduta e Integridade;
VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre Código de Conduta e Integridade, a empregados e
administradores, e sobre a política de gestão de riscos, a administradores.

Outro assunto que entrou para a agenda empresarial, e assim também pode ser cobrado em sua prova, é o
debate da responsabilidade social da empresa.
A responsabilidade social empresarial consiste no conjunto de iniciativas que objetiva o desenvolvimento
sustentável, tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista social e ambiental.
Nesta perspectiva, é de suma importância o foco na dimensão ética de suas relações com as partes envol-
vidas, bem como a qualidade dos impactos da organização sobre a sociedade e o meio ambiente.

414
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para facilitar o entendimento, esquematizamos os Com isso, a criação e a manutenção de um ambien-
principais pontos na figura a seguir: te ético nas organizações contribuem para o fomento
de uma cultura focada na integridade, na qual permi-
Responsabilidade Social Empresarial te a participação de todos os atores envolvidos, bus-
cando eliminar possíveis fraudes e corrupções.
Por fim, inferimos, que para o sucesso da organi-
zação é fundamental o alinhamento de sua estrutura
� Econômico organizacional, a fim de atender a princípios éticos e
Desenvolvimento com respeito à legislação nacional, de modo a que a fun-
� Social
Sustentável
� Ambiental ção social da organização seja efetivamente cumprida.

Outro assunto já cobrado em concursos, é sobre o


modelo inicial de responsabilidade social empre-
sarial desenvolvido por Carroll, no qual se esta- CÓDIGO DE ÉTICA E DE CONDUTA DO
belecem as dimensões da responsabilidade social BANRISUL
empresarial em forma de uma pirâmide:
Prezado Candidato,

Se você chegou até aqui, é porque está buscando se


Responsabilidade preparar com qualidade para o seu certame.
Discricionária No decorrer do conteúdo, nossa equipe de profes-
sores preocupou-se em trazer todas as legislações que
demandavam muita interpretação, de maneira cla-
Responsabilidade Ética ra, precisa e dinâmica. Assim, todas as legislações e
decretos foram paulatinamente explicados, no entan-
to, nem sempre todos os conteúdos demandam forte
interpretação, por serem autoexplicativos.
Responsabilidade Legal Nestes casos, recomenda-se uma boa leitura, pois
ela será a sua melhor amiga na almejada aprovação.
Posto isso, acesse o conteúdo no seguinte link: https://
api.mziq.com/MZFILEMANAGER/V2/D/FAFDEAF-
Responsabilidade 3-7820-4EC2-9477-CE501C563C96/E541CDD3-C2F-

9
Econômica 2-277E-ED66-D0213A86B8E7?ORIGIN=1.

-3
40
Lembre-se de que a meta é estudar até passar!

.5
33
Cordialmente,
.6

Editorial Nova Concursos.


00
-0

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Carroll apud Machado


os

Filho (2020).
LEI FEDERAL Nº 11.340, DE 07 DE
nt

Veremos agora cada uma das etapas da pirâmide: AGOSTO DE 2006, “LEI MARIA DA
Sa

z Responsabilidade Econômica: envolve as obriga- PENHA” - POLÍTICA NACIONAL PARA


os

ções da empresa de ser produtiva e rentável; COIBIR A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E


id

z Responsabilidade Legal: consiste nas expectati- FAMILIAR CONTRA AS MULHERES


ol

vas que a própria sociedade tem de que as empre-


ic

sas cumpram suas obrigações de acordo com o


N

A Lei nº 11.340, de 2006, amplamente conhecida


arcabouço legal existente;
io

por Lei Maria da Penha, nasceu por força de uma


ric

z Responsabilidade Ética: consiste em ter um com-


recomendação feita ao Brasil pela Comissão de Direi-
portamento que a sociedade espera da empresa,
au

tos Humanos da Organização dos Estados America-


agindo com equidade, justiça e imparcialidade,
M

nos (CIDH/OEA). Essa recomendação pedia que o país


além de respeitar os direitos individuais;
incluísse em sua legislação mecanismos para coibir a
z Responsabilidade Discricionária (ou filantrópi-
violência doméstica e familiar contra a mulher.
ca): vai além das funções básicas tradicionalmen-
A Lei Maria da Penha tem essa denominação em
ÉTICA E DIVERSIDADE

te esperadas e diz respeito ao envolvimento da


empresa com questões relacionadas à melhoria do homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, uma
ambiente social. farmacêutica bioquímica cearense, que sobreviveu a
duas tentativas de homicídio por parte de seu então
Atualmente, com os inúmeros casos de corrupção marido: a primeira, com um tiro nas costas que a
tanto na iniciativa privada quanto na esfera pública, deixou paraplégica; e a segunda, por eletrocussão no
o comportamento ético tornou-se central nos debates chuveiro. Após 20 anos sem que houvesse o julgamen-
nas organizações. to do agressor, Maria da Penha recorreu à CIDH/OEA
Dessa maneira, a tendência é que as organizações que entendeu que houve grave omissão no caso e con-
(públicas e privadas) mais transparentes tenham denou o Brasil a indenizar a vítima, a promover com
mais credibilidades em seus relacionamentos sociais celeridade o julgamento do agressor e a implementar
e empresariais. uma legislação protetiva contra a violência doméstica
e familiar contra a mulher. 415
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Lei Maria da Penha foi inovadora em muitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-
aspectos e influenciou uma série de outras leis. -lhe asseguradas as oportunidades e facilidades
para viver sem violência, preservar sua saúde física
INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI MARIA DA PENHA e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual
e social.
Trata-se de uma lei que tem grande influência Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condi-
sobre outros dispositivos legais, por conta de seu cará- ções para o exercício efetivo dos direitos à vida, à
ter inovador, conforme veremos. segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à
cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao espor-
te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade,
Principais Inovações da Lei Maria da Penha, Lei nº
à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
11.340, de 2006
comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que
z Tipificou e definiu a violência doméstica e familiar visem garantir os direitos humanos das mulheres
contra a mulher (art. 5º); no âmbito das relações domésticas e familiares no
z Definiu as formas de violência doméstica e fami- sentido de resguardá-las de toda forma de negligên-
liar contra a mulher: física, psicológica, sexual, cia, discriminação, exploração, violência, cruelda-
patrimonial e moral (art. 7º); de e opressão.
z Determinou que a violência doméstica contra a § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público
mulher independe de classe, raça, etnia, orienta- criar as condições necessárias para o efetivo exer-
ção sexual, renda, cultura, nível educacional, ida- cício dos direitos enunciados no caput.
de e religião (art. 2º e art. 5º); Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão conside-
z Determinou que a renúncia à representação só rados os fins sociais a que ela se destina e, especial-
pode ser feita em audiência especialmente desig- mente, as condições peculiares das mulheres em
nada para tal finalidade (art. 16); situação de violência doméstica e familiar.
z Nos casos de violência doméstica e familiar contra
a mulher, proibiu as penas de prestação de cesta VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
básica ou outra prestação pecuniária, assim como MULHER
a possibilidade da substituição da pena pelo paga-
mento isolado de multa (art. 17); Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violên-
z Garantiu às mulheres em situação de violência cia doméstica e familiar contra a mulher qual-
doméstica e familiar o acesso à Defensoria Pública quer ação ou omissão baseada no gênero que
ou à Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual
lei, tanto em sede policial quanto judicial, devendo ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

9
-3
o tratamento ser específico e humanizado (art. 28); I - no âmbito da unidade doméstica, compreen-

40
z Possibilitou ao juiz o decreto de prisão preventiva dida como o espaço de convívio permanente de

.5
do agressor quando houver riscos à integridade pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
33
física ou psicológica da vítima (art. 20); esporadicamente agregadas;
.6

z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de II - no âmbito da família, compreendida como a


00

urgência (art. 22), dentre elas a suspensão da posse comunidade formada por indivíduos que são ou se
-0

ou restrição do porte de armas do agressor, assim consideram aparentados, unidos por laços natu-
como seu afastamento do lar e a proibição da apro- rais, por afinidade ou por vontade expressa;
os

ximação e do contato; III - em qualquer relação íntima de afeto, na


nt

z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de qual o agressor conviva ou tenha convivido com a
Sa

urgência à ofendida (art. 23), dentre as quais o ofendida, independentemente de coabitação.


os

encaminhamento para programa de proteção, a Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas


neste artigo independem de orientação sexual.
id

recondução ao domicílio após o afastamento do


ol

agressor etc.
De acordo com o art. 5º, a lei não visa a tratar de
ic
N

Vamos, então, analisar os pontos mais relevantes qualquer violência contra mulher, mas, sim, a violên-
io

da Lei Maria da Penha. cia contra a mulher ocorrida no âmbito da unidade


ric

doméstica, no âmbito da família, ou ainda em qual-


au

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES quer relação íntima de afeto.


É importante saber que, para que haja a aplica-
M

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e ção da Lei Maria da Penha, você deve observar se a
prevenir a violência doméstica e familiar contra a situação se configura em violência doméstica ocor-
mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constitui- rida nos termos do art. 5º da lei. Assim, no caso de,
ção Federal, da Convenção sobre a Eliminação de por exemplo, ex-namorado que agride a mulher por
Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da causa do fim do namoro, incide a Lei Maria da Penha.
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Entretanto, se a violência ocorreu por motivo que
Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros não envolva o término do relacionamento não inci-
tratados internacionais ratificados pela República dem os dispositivos da Lei Maria da Penha. Ou seja,
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Jui-
para que se dê a aplicação da Lei nº 11.340, de 2006,
zados de Violência Doméstica e Familiar contra a
devem estar presentes os seguintes pressupostos de
Mulher; e estabelece medidas de assistência e pro-
teção às mulheres em situação de violência domés- forma cumulativa:
tica e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, z vítima mulher;
raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível z violência praticada nos termos do art. 5º, da Lei nº
416 educacional, idade e religião, goza dos direitos 11.340, de 2006.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante! vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;
Em 5 de abril de 2022, a 6ª Turma do Superior III - a violência sexual, entendida como qualquer
Tribunal de Justiça firmou entendimento que a conduta que a constranja a presenciar, a manter
Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 2006) é ou a participar de relação sexual não desejada,
aplicável quando a vítima é mulher trans. No Jul- mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
gamento do Resp. 1.977.124, o STJ interpretou força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de
que a proteção prevista no art. 5º, da Lei Maria qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de
da Penha, se aplica ao gênero feminino (mulhe- usar qualquer método contraceptivo ou que a force
res, crianças, jovens, adultas idosas e, também, ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prosti-
tuição, mediante coação, chantagem, suborno ou
trans) e não se baseia apenas no sexo biológico.
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de
Com tal decisão, portanto, a mulher trans deve
seus direitos sexuais e reprodutivos;
ser considerada sujeito passivo para os termos IV - a violência patrimonial, entendida como
da proteção integral prevista na Lei nº 11.340, qualquer conduta que configure retenção, subtra-
de 2006. ção, destruição parcial ou total de seus objetos, ins-
Vale lembrar que este assunto tem relevância trumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
não só para o estudo da legislação penal espe- valores e direitos ou recursos econômicos, incluin-
cial, mas, também, para o estudo da criminolo- do os destinados a satisfazer suas necessidades;
gia, uma vez que se relaciona com a criminologia V - a violência moral, entendida como qualquer con-
queer (teoria que inclui nos estudos criminoló- duta que configure calúnia, difamação ou injúria.
gicos os diversos tipos de violência cometidos
contra as populações queer — lésbicas, gays, Dica
bissexuais, transexuais, entre outras que não
Em relação às formas de violência, previstas no
sigam o padrão normativo vigente).
art. 7º, vale uma leitura mais cuidadosa, uma vez
que a banca pode exigir a letra da lei.
Veja que a incidência da Lei Maria da Penha inde-
pende da orientação sexual dos envolvidos, ou seja, Veja abaixo as cinco formas de violência domés-
também numa relação homoafetiva feminina, haverá tica e familiar contra a mulher, acompanhados de
a aplicação dos dispositivos da Lei nº 11.340, de 2006. alguns exemplos.
Em relações homoafetivas masculinas não há previ-
são de incidência da Lei Maria da Penha. z Violência Física

9
Vale ressaltar que o homem pode ser vítima de vio-

-3
lência doméstica e familiar, porém, não será aplicada

40
Qualquer conduta que ofenda a integridade ou
a lei Maria da Penha.
.5
a saúde corporal da mulher. Exemplos: tapas, socos,
33
espancamento, atirar objetos, apertar os braços,
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a
.6

estrangular, lesionar com objetos como facas ou


00

mulher constitui uma das formas de violação dos


armas de fogo, queimar etc.
direitos humanos.
-0

z Violência Psicológica
os

Conforme o art. 6º, a violência doméstica e fami-


nt

liar contra a mulher constitui uma das formas de vio-


Sa

Qualquer conduta que cause dano emocional e


lação dos direitos humanos.
diminuição da autoestima, entre outras formas de
os

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E prejuízo à saúde psicológica. Exemplos: ameaças,


id

FAMILIAR CONTRA A MULHER perseguição, constrangimento, humilhação, manipu-


ol

lação, isolamento (proibir de sair de casa ou de falar


ic

com outras pessoas, inclusive com parentes), vigilân-


N

O art. 7º da Lei Maria da Penha apresenta uma lis-


cia constante etc.
io

ta com algumas das formas de violência doméstica e


ric

familiar contra a mulher. Note que o caput, do art. 7º,


z Violência Sexual
au

inclui a expressão “entre outras”, o que deixa claro que


se trata de uma lista exemplificativa, podendo existir
M

outras hipóteses, mesmo que não previstas nos incisos. Qualquer conduta que atinja os direitos sexuais
e reprodutivos. Exemplos: estupro (inclusive entre
Art. 7º São formas de violência doméstica e fami- marido e mulher), impedir o uso de anticoncepcio-
ÉTICA E DIVERSIDADE

liar contra a mulher, entre outras: nais, forçar a abortar, obrigar a se prostituir etc.
I - a violência física, entendida como qualquer con-
duta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; z Violência Patrimonial
II - a violência psicológica, entendida como
qualquer conduta que lhe cause dano emocional e Qualquer conduta que configure retenção, subtra-
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique
ção, destruição parcial ou total de seus objetos, ins-
e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
trumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
degradar ou controlar suas ações, comportamen-
tos, crenças e decisões, mediante ameaça, constran- valores e direitos ou recursos econômicos. Exemplos:
gimento, humilhação, manipulação, isolamento, apropriar-se do salário, controlar o dinheiro, destruir
vigilância constante, perseguição contumaz, insul- documentos pessoais, causar danos a objetos dos
to, chantagem, violação de sua intimidade, ridicu- quais a vítima goste etc.
larização, exploração e limitação do direito de ir e 417
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Violência Moral da segurança e da justiça visando a dar assistência à
mulher em situação de violência doméstica. Exemplo
Qualquer conduta que configure calúnia, difama- dessa integração buscada pela Lei Maria da Penha são
ção ou injúria. Exemplos: rebaixar a vítima por meio as Delegacias de Defesa da Mulher, onde a mulher
de xingamentos que atinjam sua índole, tentar man- vítima de violência doméstica, após o registro da ocor-
char a reputação, expor a vida íntima etc. rência, dependendo da necessidade, é encaminhada
para a Defensoria Pública (caso precise de esclareci-
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE mento quanto à medida protetiva ou ao divórcio, por
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR exemplo), para a rede de atendimento do Sistema Úni-
co de Saúde ou até mesmo para uma casa de abrigo.
Das Medidas Integradas de Prevenção Além disso, o art. 8º estabelece que o poder público
tem o dever de capacitar os profissionais envolvidos
Art. 8º A política pública que visa coibir a violên- diretamente com o atendimento à violência domésti-
cia doméstica e familiar contra a mulher far-se-á ca e familiar.
por meio de um conjunto articulado de ações da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Art. 9º A assistência à mulher em situação de vio-
Municípios e de ações não-governamentais, lência doméstica e familiar será prestada de forma
tendo por diretrizes: articulada e conforme os princípios e as diretrizes
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
Ministério Público e da Defensoria Pública com as no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de
áreas de segurança pública, assistência social, saú- Segurança Pública, entre outras normas e políticas
de, educação, trabalho e habitação; públicas de proteção, e emergencialmente quando
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas for o caso.
e outras informações relevantes, com a perspectiva § 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclu-
de gênero e de raça ou etnia, concernentes às cau- são da mulher em situação de violência doméstica e
sas, às conseqüências e à freqüência da violência familiar no cadastro de programas assistenciais do
doméstica e familiar contra a mulher, para a siste- governo federal, estadual e municipal.
matização de dados, a serem unificados nacional- § 2º O juiz assegurará à mulher em situação de
mente, e a avaliação periódica dos resultados das violência doméstica e familiar, para preservar sua
medidas adotadas; integridade física e psicológica:
III - o respeito, nos meios de comunicação social, I - acesso prioritário à remoção quando servido-
dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, ra pública, integrante da administração direta ou
de forma a coibir os papéis estereotipados que legi- indireta;
timem ou exacerbem a violência doméstica e fami- II - manutenção do vínculo trabalhista, quando

9
liar, de acordo com o estabelecido no inciso III do

-3
necessário o afastamento do local de trabalho, por
art. 1º , no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art.

40
até seis meses.
221 da Constituição Federal ; III - encaminhamento à assistência judiciária,
IV - a implementação de atendimento policial espe- .5
33
quando for o caso, inclusive para eventual ajui-
cializado para as mulheres, em particular nas Dele- zamento da ação de separação judicial, de divór-
.6

gacias de Atendimento à Mulher;


00

cio, de anulação de casamento ou de dissolução de


V - a promoção e a realização de campanhas edu- união estável perante o juízo competente.
-0

cativas de prevenção da violência doméstica e fami- § 3º A assistência à mulher em situação de violên-


os

liar contra a mulher, voltadas ao público escolar e cia doméstica e familiar compreenderá o acesso
nt

à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos aos benefícios decorrentes do desenvolvimento
Sa

instrumentos de proteção aos direitos humanos científico e tecnológico, incluindo os serviços de


das mulheres; contracepção de emergência, a profilaxia das Doen-
os

VI - a celebração de convênios, protocolos, ajus- ças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndro-


id

tes, termos ou outros instrumentos de promoção me da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros


ol

de parceria entre órgãos governamentais ou entre procedimentos médicos necessários e cabíveis nos
ic

estes e entidades não-governamentais, tendo por casos de violência sexual.


N

objetivo a implementação de programas de erra- § 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar
io

dicação da violência doméstica e familiar contra a lesão, violência física, sexual ou psicológi-
ric

mulher; ca e dano moral ou patrimonial a mulher fica


au

VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e obrigado a ressarcir todos os danos causados,
Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombei-
M

inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde


ros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos rela-
áreas enunciados no inciso I quanto às questões de tivos aos serviços de saúde prestados para o total
gênero e de raça ou etnia; tratamento das vítimas em situação de violência
VIII - a promoção de programas educacionais que doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim
disseminem valores éticos de irrestrito respeito à arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado
dignidade da pessoa humana com a perspectiva de responsável pelas unidades de saúde que prestarem
gênero e de raça ou etnia; os serviços.
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos § 5º Os dispositivos de segurança destinados
os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos ao uso em caso de perigo iminente e disponibiliza-
direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça dos para o monitoramento das vítimas de violên-
ou etnia e ao problema da violência doméstica e cia doméstica e familiar amparadas por medidas
familiar contra a mulher. protetivas terão seus custos ressarcidos pelo
agressor.
No art. 8º, a Lei Maria da Penha determina ao § 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º
poder público que sistematize uma política de ações deste artigo não poderá importar ônus de qual-
418 integradas em áreas como da saúde, da educação, quer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
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dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar Art. 10-A É direito da mulher em situação de vio-
possibilidade de substituição da pena aplicada. lência doméstica e familiar o atendimento policial
§ 7º A mulher em situação de violência domésti- e pericial especializado, ininterrupto e prestado
ca e familiar tem prioridade para matricular por servidores - preferencialmente do sexo femini-
seus dependentes em instituição de educação bási- no - previamente capacitados.
ca mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los § 1º A inquirição de mulher em situação de violên-
para essa instituição, mediante a apresentação dos cia doméstica e familiar ou de testemunha de vio-
documentos comprobatórios do registro da ocor- lência doméstica, quando se tratar de crime contra
rência policial ou do processo de violência domésti- a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:
ca e familiar em curso. I - salvaguarda da integridade física, psíquica
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de e emocional da depoente, considerada a sua con-
seus dependentes matriculados ou transferi- dição peculiar de pessoa em situação de violência
dos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o doméstica e familiar;
acesso às informações será reservado ao juiz, ao II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a
Ministério Público e aos órgãos competentes do mulher em situação de violência doméstica e
poder público. familiar, familiares e testemunhas terão con-
tato direto com investigados ou suspeitos e
O art. 9º disciplina as formas de prestação de assis- pessoas a eles relacionadas;
tência à mulher em situação de violência doméstica III - não revitimização da depoente, evitando
e familiar, dentre as quais merecem destaque, em sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos
primeiro lugar, o encaminhamento, feito pelo juiz cri- âmbitos criminal, cível e administrativo, bem
como questionamentos sobre a vida privada.
minal, da vítima para a assistência judiciária gratuita,
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de vio-
caso seja necessário o ajuizamento de ações no âmbi-
lência doméstica e familiar ou de testemunha de
to civil (uma ação de divórcio, por exemplo), confor- delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferen-
me estabelece o inciso III, do parágrafo 2º. cialmente, o seguinte procedimento
Merece destaque, ainda, o que consta nos parágra- I - a inquirição será feita em recinto especialmente
fos 4º e 5º, ou seja, a previsão de o agressor ser obri- projetado para esse fim, o qual conterá os equipa-
gado a ressarcir os custos dos serviços prestados pelo mentos próprios e adequados à idade da mulher em
SUS às vítimas de violência doméstica e familiar, além situação de violência doméstica e familiar ou teste-
dos custos dos dispositivos de segurança eventual- munha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;
mente utilizados (tornozeleiras, braceletes ou chips II - quando for o caso, a inquirição será interme-
de monitoramento eletrônico, por exemplo). diada por profissional especializado em violência
Por fim, vale ressaltar que os parágrafos 7º e 8º, doméstica e familiar designado pela autoridade
incluídos na Lei Maria da Penha em 2019, garantem judiciária ou policial;

9
-3
a prioridade na matrícula ou na transferência esco- III - o depoimento será registrado em meio eletrôni-

40
lar dos dependentes da vítima que estejam na educa- co ou magnético, devendo a degravação e a mídia

.5
ção básica. Conforme a lei, as informações relativas a integrar o inquérito.
33
esses procedimentos são sigilosas.
.6

O art. 10-A cuida do atendimento da vítima, que


00

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL deve ser feito em local apropriado pelos policiais e
-0

peritos especializados. Também deve ser prestado


de forma ininterrupta e por servidores previamente
os

Art. 10 Na hipótese da iminência ou da prática


de violência doméstica e familiar contra a mulher, capacitados, preferencialmente do sexo feminino. A
nt

mulher vítima de violência doméstica deve ser acolhi-


Sa

a autoridade policial que tomar conhecimento da


ocorrência adotará, de imediato, as providências da, protegida e respeitada no ambiente policial.
os

legais cabíveis. Merece destaque o inciso III, que cuida da revi-


id

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput des- timização, mais especificamente com a vitimização
ol

te artigo ao descumprimento de medida protetiva secundária (também chamada de revitimização ou


ic

de urgência deferida. sobrevitimização) que ocorre quando o órgão estatal


N

(polícia, MP, Judiciário etc.) fazem o ofendido se tor-


io

Tendo em vista que o primeiro contato da vítima nar vítima novamente (dessa vez, por ação do Estado,
ric

de violência doméstica e familiar com uma autorida- que faz a vítima reviver, desnecessariamente, a vio-
au

de estatal ocorre na Delegacia de Polícia, os arts. 10 lência sofrida).


M

ao 12-C trazem as principais condutas que devem ser


tomadas pelos, entre elas: Art. 11 No atendimento à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, a autoridade poli-
z a proteção policial; cial deverá, entre outras providências:
ÉTICA E DIVERSIDADE

z encaminhamento ao hospital/IML; I - garantir proteção policial, quando necessário,


z encaminhamento para assistência jurídica; comunicando de imediato ao Ministério Público e
z acompanhamento até o domicílio para eventual ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou pos-
retirada de bens.
to de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e
Destaque para a possibilidade de o delegado de seus dependentes para abrigo ou local seguro,
polícia afastar o agressor do lar, domicílio ou local de quando houver risco de vida;
convivência com a vítima, cláusula incluída pela Lei IV - se necessário, acompanhar a ofendida
nº 13.827, de 2019. para assegurar a retirada de seus pertences
É importante notar que, conforme indica o caput, do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
do art. 10, tais medidas podem ser tomadas antes V - informar à ofendida os direitos a ela con-
mesmo de a violência ocorrer (na iminência). feridos nesta Lei e os serviços disponíveis, 419
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inclusive os de assistência judiciária para o even- A maior parte dos procedimentos a serem seguidos
tual ajuizamento perante o juízo competente da pela autoridade policial (especializada no atendimen-
ação de separação judicial, de divórcio, de anulação to à mulher ou não), elencados no art. 12, são comuns
de casamento ou de dissolução de união estável. na atividade policial: ouvir a vítima, encaminhá-la ao
IML ou serviço de saúde etc. No entanto, merecem
As providências legais cabíveis a que se refere destaque:
o art. 10, encontram-se previstas no art. 11, da Lei
Maria da Penha, e consistem na proteção policial, z a concessão de medidas protetivas de urgência, a
encaminhamento para o exame de corpo de delito, pedido da vítima, cujo regramento se encontra
fornecimento de transporte (uma vez que a vítima disposto nos arts. 18 e seguintes;
normalmente não tem condições de fazê-lo por conta z a verificação da existência de registro de posse ou
própria), acompanhamento até a residência e esclare- de porte de arma de fogo por parte do agressor.
cimento à vítima acerca de seus direitos.
Ainda em relação à atuação do Delegado de Polí- Art. 12-A Os Estados e o Distrito Federal, na formu-
cia, convém lembrar duas outras medidas possíveis: a lação de suas políticas e planos de atendimento à
representação pela prisão preventiva e o afastamento mulher em situação de violência doméstica e fami-
liar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil,
do agressor do lar pela autoridade policial, que serão
à criação de Delegacias Especializadas de Atendi-
estudadas mais adiante. mento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o
Procedimentos a Serem Realizados pela Autoridade atendimento e a investigação das violências graves
Policial contra a mulher.

Art. 12 Em todos os casos de violência doméstica e O art. 12-A determina que todas as polícias civis
familiar contra a mulher, feito o registro da ocor- do país devem dar prioridade à criação de unidades
rência, deverá a autoridade policial adotar, de ime- especializadas para o atendimento à mulher vítima de
diato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo violência doméstica e familiar.
daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência Art. 12-B (VETADO).
e tomar a representação a termo, se apresentada; § 1º (VETADO).
II - colher todas as provas que servirem para o § 2º (VETADO.
esclarecimento do fato e de suas circunstâncias; § 3º A autoridade policial poderá requisitar os ser-
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) viços públicos necessários à defesa da mulher em
horas, expediente apartado ao juiz com o pedido situação de violência doméstica e familiar e de seus

9
-3
da ofendida, para a concessão de medidas prote- dependentes.

40
tivas de urgência;

.5
IV - determinar que se proceda ao exame de cor- No Projeto de Lei da Câmara 07, de 2016, o texto do
33
po de delito da ofendida e requisitar outros exames art. 12-B permitia que a autoridade policial aplicasse
.6

periciais necessários; provisoriamente medidas protetivas de urgência. Em


00

V - ouvir o agressor e as testemunhas; 2017, quando o PLC 07, 2016, tornou-se a Lei nº 13.505,
-0

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer jun- de 2017, que alterou a Lei Maria da Penha, o art. 12-B
tar aos autos sua folha de antecedentes criminais, foi vetado, por se entender que as medidas protetivas
os

indicando a existência de mandado de prisão ou deveriam somente ser aplicadas por juiz.
nt

registro de outras ocorrências policiais contra ele; Esse entendimento mudou em 2019, quando a Lei
Sa

VI-A - verificar se o agressor possui registro de Maria da Penha foi alterada pela Lei nº 13.827, de 2019,
os

porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de que passou a permitir que, em casos excepcionais, a
existência, juntar aos autos essa informação, bem
id

autoridade policial afaste o agressor do domicílio ou


como notificar a ocorrência à instituição respon-
ol

do local de convivência, mesmo sem autorização judi-


sável pela concessão do registro ou da emissão do
ic

cial prévia.
N

porte, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezem-


O § 3º, do art. 12-B, no entanto, foi aprovado e pre-
io

bro de 2003 (Estatuto do Desarmamento);


vê a possibilidade de o delegado de polícia requisitar
ric

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito


diretamente serviços públicos necessários à defesa da
policial ao juiz e ao Ministério Público.
au

mulher.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela
M

autoridade policial e deverá conter:


Art. 12-C Verificada a existência de risco atual ou
I - qualificação da ofendida e do agressor;
iminente à vida ou à integridade física ou psicoló-
II - nome e idade dos dependentes;
gica da mulher em situação de violência doméstica
III - descrição sucinta do fato e das medidas prote-
e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será
tivas solicitadas pela ofendida. imediatamente afastado do lar, domicílio ou
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser local de convivência com a ofendida:
pessoa com deficiência e se da violência sofrida I - pela autoridade judicial;
resultou deficiência ou agravamento de deficiência II - pelo delegado de polícia, quando o Município
preexistente. não for sede de comarca; ou
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao docu- III - pelo policial, quando o Município não for sede
mento referido no § 1º o boletim de ocorrência e de comarca e não houver delegado disponível no
cópia de todos os documentos disponíveis em posse momento da denúncia
da ofendida. § 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os lau- artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de
dos ou prontuários médicos fornecidos por hospi- 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual pra-
420 tais e postos de saúde. zo, sobre a manutenção ou a revogação da medida
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aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Vio-
concomitantemente. lência Doméstica e Familiar contra a Mulher a pre-
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da tensão relacionada à partilha de bens.
ofendida ou à efetividade da medida protetiva § 2º Iniciada a situação de violência doméstica e
de urgência, não será concedida liberdade pro- familiar após o ajuizamento da ação de divórcio ou
visória ao preso. de dissolução de união estável, a ação terá prefe-
rência no juízo onde estiver.
O art. 12-C cuida da possibilidade do afastamento
do agressor do lar, domicílio ou local de convivência A ofendida, caso deseje, pode propor a ação de
com a vítima, em caso de risco atual ou iminente. divórcio ou de dissolução da união estável nas varas
Como regra, o afastamento é determinado pela especializadas a que se refere o art. 14. Tal “juizado”,
autoridade judicial; excepcionalmente, quando o no entanto, não é competente para julgar a partilha de
município não for sede de comarca, o afastamento bens (divisão dos bens adquiridos durante o casamen-
pode se dar por determinação da autoridade policial to ou união estável).
(delegado de polícia) ou, na falta deste, por policial.
Se o afastamento se der por ordem de delegado ou Art. 15 É competente, por opção da ofendida, para
policial, estes devem comunicar o fato ao juiz dentro os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
do prazo máximo de 24 horas e, uma vez que o juiz I - do seu domicílio ou de sua residência;
toma ciência, ele decide pela manutenção ou não da II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
medida e comunica ao Ministério Público. III - do domicílio do agressor.
O art. 12-C, em seu § 2º, estabelece que não se
concede liberdade provisória ao agressor preso em O art. 15 traz uma regra de competência que se
duas situações: aplica somente aos processos cíveis. De acordo com
o dispositivo, a vítima pode optar por ingressar com
z quando há risco à integridade física da vítima; a ação em um dos três juizados previstos nos incisos
z quanto há risco à efetividade da medida proteti- do art. 15.
va de urgência.
Art. 16 Nas ações penais públicas condicionadas
à representação da ofendida de que trata esta Lei,
DOS PROCEDIMENTOS
só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente desig-
Disposições Gerais nada com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 13 Ao processo, ao julgamento e à execução

9
das causas cíveis e criminais decorrentes da prática

-3
O art. 16 disciplina a retratação. Os crimes que

40
de violência doméstica e familiar contra a mulher
procedem mediante ação pública condicionada à
aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo
.5
representação da vítima (manifestação inequívoca de
33
Penal e Processo Civil e da legislação específica
relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que
que tem interesse em ver o autor do crime processa-
.6

do), como ocorre, por exemplo, no crime de ameaça


00

não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.


(art. 147, do CP), a vítima pode renunciar à represen-
-0

O art. 13 estabelece a aplicação subsidiária de tação (ou seja, retratar-se), desde que o faça antes do
os

outras leis, tais como o CPC e o ECA, no que estas não oferecimento da denúncia pelo Ministério Público.
Basta, por exemplo, que a vítima compareça à Dele-
nt

forem conflitantes com as disposições da Lei Maria da


Sa

Penha. Ou seja, a aplicação da Lei Maria da Penha não gacia e manifeste sua vontade em não ver o agressor
processado.
os

impede a aplicação de outros diplomas legais, desde


que compatíveis com o que prevê a Lei nº 11.340, de Isso é válido para todo e qualquer crime que se
id

2006. proceda mediante ação penal pública condicionada


ol

à representação. No entanto, no âmbito da violência


ic

doméstica e familiar, a vítima pode, por vários moti-


N

Art. 14 Os Juizados de Violência Doméstica e Fami-


vos, ser impelida ou coagida a realizar a retratação
io

liar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária


e, por este motivo, a Lei Maria da Penha prevê que a
ric

com competência cível e criminal, poderão ser cria-


dos pela União, no Distrito Federal e nos Territó- retratação somente pode ser feita perante o juiz, em
au

rios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento audiência especialmente designada para tal fim.
M

e a execução das causas decorrentes da prática de


violência doméstica e familiar contra a mulher. Art. 17 É vedada a aplicação, nos casos de violên-
Parágrafo único. Os atos processuais poderão rea- cia doméstica e familiar contra a mulher, de penas
ÉTICA E DIVERSIDADE

lizar-se em horário noturno, conforme dispuserem de cesta básica ou outras de prestação pecu-
as normas de organização judiciária. niária, bem como a substituição de pena que impli-
que o pagamento isolado de multa.
O art. 14 determina a criação de varas especializa-
das (com alguma impropriedade técnica, a lei mencio- Um dos dispositivos da Lei Maria da Penha que
na “juizados”) que serão competentes para processar, possuem maior relevância, o art. 17 prevê, de forma
julgar e executar os casos de violência doméstica e expressa, nos casos de violência doméstica e familiar,
familiar contra a mulher. a proibição da aplicação de penas de cesta básica ou
outra prestação pecuniária e, também, pelo pagamen-
Art. 14-A A ofendida tem a opção de propor ação to isolado da pena de multa.
de divórcio ou de dissolução de união estável no Em relação ao que prevê o art. 17, vale mencionar
Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra que o STJ entende que, no âmbito da Lei Maria da
a Mulher. Penha, também não é possível realizar a substituição 421
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de pena privativa de liberdade por pena restritiva de de motivo para que subsista, bem como de novo
direitos. Tal entendimento se encontra disposto na decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Súmula 588, do STJ:
O art. 20 prevê a possibilidade de que o juiz, de
Súmula nº 588 (STJ) A prática de crime ou con- ofício, isto é, sem provocação, decrete a prisão pre-
travenção penal contra a mulher com violência ou ventiva do agressor na fase pré-processual (fase do
grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita inquérito policial). No entanto, desde 2011, o Código
a substituição da pena privativa de liberdade por de Processo Penal deixou de prever a possibilidade
restritiva de direitos. do juiz, de ofício, decretar essa medida nessa fase, de
forma que, ainda que expressa no art. 20, não pode
Medidas Protetivas de Urgência mais ser aplicada — o juiz somente pode decretar a
prisão, de ofício, depois do oferecimento da denúncia
Vistas pela doutrina como a maior conquista trazi- ou, em caso de flagrante, quando a prisão é convertida
da pela Lei nº 11.340, de 2006, as medidas protetivas em preventiva.
de urgência se encontram previstas entre os arts. 18 e
24, da Lei Maria da Penha.
Dica
Art. 18 Recebido o expediente com o pedido da Se a banca do concurso público questionar se a
ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta Lei Maria da Penha prevê a possibilidade do juiz,
e oito) horas:
de ofício, decretar a prisão preventiva na fase
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir
sobre as medidas protetivas de urgência;
pré-processual, a resposta deve ser afirmativa,
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao uma vez que, quando da modificação feita no
órgão de assistência judiciária, quando for o caso, CPP, a Lei nº 11.340, de 2006, não foi alterada.
inclusive para o ajuizamento da ação de separação
judicial, de divórcio, de anulação de casamento Art. 21 A ofendida deverá ser notificada dos atos
ou de dissolução de união estável perante o juízo processuais relativos ao agressor, especialmente
competente; dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem
III - comunicar ao Ministério Público para que ado- prejuízo da intimação do advogado constituído ou
te as providências cabíveis. do defensor público.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar
fogo sob a posse do agressor. intimação ou notificação ao agressor.
Art. 19 As medidas protetivas de urgência poderão
ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Minis- O art. 21 traz duas disposições que visam à prote-

9
-3
tério Público ou a pedido da ofendida. ção da vítima. A primeira delas é o direito de ser noti-

40
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ficada a respeito dos atos que envolvam o agressor,
.5
ser concedidas de imediato, independentemen-
sobretudo aqueles que digam respeito ao ingresso e
33
te de audiência das partes e de manifestação do
à saída da prisão. A segunda disposição, trata da inti-
.6

Ministério Público, devendo este ser prontamente


mação ou notificação ao agressor, que não pode mais
00

comunicado.
ser entregue pela vítima (fato que era muito comum
-0

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão apli-


cadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser antes do advento da Lei Maria da Penha), evitando o
os

substituídas a qualquer tempo por outras de maior contato entre as partes.


nt

eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta As medidas protetivas de urgência se dividem em
Sa

Lei forem ameaçados ou violados. duas categorias: as medidas protetivas de urgência


§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério que obrigam o agressor (art. 22) e as medidas pro-
os

Público ou a pedido da ofendida, conceder novas tetivas de urgência direcionadas à ofendida (art.
id

medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já 23 e 24).


ol

concedidas, se entender necessário à proteção da


ic

ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio,


N

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o


ouvido o Ministério Público.
io

Agressor
ric

Os pontos mais relevantes, no que diz respeito às


au

Art. 22 Constatada a prática de violência domésti-


medidas protetivas, são: ca e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei,
M

o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em


z podem ser concedidas pelo juiz, a requerimento conjunto ou separadamente, as seguintes medi-
do Ministério Público ou a pedido da vítima; das protetivas de urgência, entre outras:
z têm o prazo de até 48 horas após o recebimento I - suspensão da posse ou restrição do porte de
pelo juiz para serem concedidas, mas podem ser armas, com comunicação ao órgão competente,
determinadas de imediato; nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
z podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulati- 2003;
va, podendo ser substituídas, caso necessário. II - afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida;
Art. 20 Em qualquer fase do inquérito policial ou III - proibição de determinadas condutas, entre
da instrução criminal, caberá a prisão preventi- as quais:
va do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a a) aproximação da ofendida, de seus familia-
requerimento do Ministério Público ou mediante res e das testemunhas, fixando o limite mínimo
representação da autoridade policial. de distância entre estes e o agressor;
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão b) contato com a ofendida, seus familiares e tes-
422 preventiva se, no curso do processo, verificar a falta temunhas por qualquer meio de comunicação;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) freqüentação de determinados lugares a fim CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS
de preservar a integridade física e psicológica da PROTETIVAS DE URGÊNCIA
ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos A Lei nº 13.641, de 2018, acrescentou o art. 24-A à
dependentes menores, ouvida a equipe de aten- Lei Maria da Penha, que passou a tratar do crime de
dimento multidisciplinar ou serviço similar; descumprimento de decisão judicial e deferiu medi-
V - prestação de alimentos provisionais ou das protetivas, com a seguinte redação:
provisórios.
VI - comparecimento do agressor a programas Art. 24-A Descumprir decisão judicial que defere
de recuperação e reeducação; e medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
VII - acompanhamento psicossocial do agres- Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
sor, por meio de atendimento individual e/ou em § 1º A configuração do crime independe da competên-
grupo de apoio. cia civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas
A Lei nº 11.340, de 2006, optou por listar, nos men- a autoridade judicial poderá conceder fiança.
cionados artigos, algumas medidas mais comuns, § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação
fazendo a ressalva que outras podem ser tomadas. de outras sanções cabíveis.
Veja abaixo quais são as medidas que a lei elenca,
lembrando que podem ser aplicadas em conjunto ou A adoção desse dispositivo foi uma forma de
separadamente. emprestar maior força à aplicação das medidas prote-
tivas. Merece destaque o fato de esse crime somen-
te ser afiançável pelo juiz, afastando a hipótese de
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
fiança pelo Delegado de Polícia.
Ao mesmo tempo que o juiz pode decretar as medi-
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
das protetivas de urgência que obrigam o agressor,
previstas no art. 22, pode determinar as medidas dis-
Art. 25 O Ministério Público intervirá, quando não
postas nos arts. 23 e 24 para resguardar a vítima e até for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes
seu patrimônio. da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26 Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo
Art. 23 Poderá o juiz, quando necessário, sem pre- de outras atribuições, nos casos de violência domés-
juízo de outras medidas: tica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a I - requisitar força policial e serviços públicos de
programa oficial ou comunitário de proteção ou de

9
saúde, de educação, de assistência social e de segu-

-3
atendimento; rança, entre outros;

40
II - determinar a recondução da ofendida e a de II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particu-
seus dependentes ao respectivo domicílio, após
.5
lares de atendimento à mulher em situação de vio-
33
afastamento do agressor; lência doméstica e familiar, e adotar, de imediato,
.6

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no


00

sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda tocante a quaisquer irregularidades constatadas;
-0

dos filhos e alimentos; III - cadastrar os casos de violência doméstica e


familiar contra a mulher.
os

IV - determinar a separação de corpos.


nt

V - determinar a matrícula dos dependentes da


Os arts. 25 e 26 cuidam da atuação do Ministério
Sa

ofendida em instituição de educação básica mais


próxima do seu domicílio, ou a transferência deles Público no âmbito da Lei Maria da Penha. No âmbi-
os

para essa instituição, independentemente da exis- to criminal, o art. 25 determina a intervenção do MP


id

tência de vaga. mesmo quando este não for parte, isto é, nos crimes
ol

Art. 24 Para a proteção patrimonial dos bens da de ação penal privada (um crime contra a honra, por
ic

sociedade conjugal ou daqueles de propriedade exemplo).


N

particular da mulher, o juiz poderá determinar, Já na esfera cível, o Ministério Público deve atuar,
io

liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: por meio do inquérito civil e da ação civil, no sentido
ric

I - restituição de bens indevidamente subtraídos de promover os direitos indisponíveis da vítima (saú-


au

pelo agressor à ofendida; de, educação etc.) em situação de vulnerabilidade.


M

II - proibição temporária para a celebração de atos e


contratos de compra, venda e locação de propriedade DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela
ÉTICA E DIVERSIDADE

Art. 27 Em todos os atos processuais, cíveis e crimi-


ofendida ao agressor; nais, a mulher em situação de violência doméstica
IV - prestação de caução provisória, mediante depó- e familiar deverá estar acompanhada de advoga-
sito judicial, por perdas e danos materiais decor- do, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
rentes da prática de violência doméstica e familiar
contra a ofendida. A garantia de que a mulher esteja acompanhada
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório por um advogado, seja na esfera criminal quanto na
competente para os fins previstos nos incisos II e cível, prevista no art. 27, busca minimizar os efeitos
III deste artigo. da vitimização secundária, isto é, a possibilidade de a
vítima ser desnecessariamente constrangida na dele-
O art. 24 cuida especificamente de medidas prote- gacia ou no fórum. O descumprimento do que prevê o
tivas relacionadas ao patrimônio da vítima. artigo pode acarretar nulidade do ato praticado, caso
ocasione prejuízo à vítima. 423
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A ressalva feita ao art. 19 tem a finalidade de DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
garantir que a mulher vítima de violência doméstica
e familiar, independentemente de estar ou não com Art. 33 Enquanto não estruturados os Juizados de
advogado, possa solicitar medida de proteção. Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as
varas criminais acumularão as competências cível
Art. 28 É garantido a toda mulher em situação e criminal para conhecer e julgar as causas decor-
de violência doméstica e familiar o acesso aos rentes da prática de violência doméstica e familiar
serviços de Defensoria Pública ou de Assistência contra a mulher, observadas as previsões do Título
Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede poli- IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual
cial e judicial, mediante atendimento específico e pertinente.
humanizado. Parágrafo único. Será garantido o direito de pre-
ferência, nas varas criminais, para o processo e o
julgamento das causas referidas no caput.
Nos termos do art. 28, a Lei Maria da Penha garan-
te à mulher vítima de violência doméstica e familiar
O art. 33 teve aplicação durante o processo de imple-
a assistência judiciária, tanto na fase pré-processual
mentação da Lei Maria da Penha, enquanto se insta-
(delegacia de polícia) quanto na judicial.
lavam as varas especializadas. Durante tal as varas
criminais cumulavam as suas causas com as decorren-
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
tes de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 29 Os Juizados de Violência Doméstica e Fami-
DISPOSIÇÕES FINAIS
liar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão
contar com uma equipe de atendimento multidiscipli-
Art. 34 A instituição dos Juizados de Violência
nar, a ser integrada por profissionais especializados
Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser
nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
acompanhada pela implantação das curadorias
necessárias e do serviço de assistência judiciária.
A Lei Maria da Penha estabeleceu, no seu art. 29,
que as Varas de Violência Doméstica devem contar O art. 34, da Lei Maria da Penha, indica que tan-
com a assistência de equipes de atendimento multi- to o Ministério Público quanto a Defensoria Pública
disciplinar, integradas por profissionais das áreas: devem se estruturar para atuar junto às varas de vio-
lência doméstica e familiar, criando cargos de Promo-
z psicossocial (psicólogos e assistentes sociais); tores de Justiça e Defensores Públicos.
z jurídica (advogados);
z da saúde (médicos e enfermeiros).

9
Art. 35 A União, o Distrito Federal, os Estados e os

-3
Municípios poderão criar e promover, no limite das

40
Art. 30 Compete à equipe de atendimento multi- respectivas competências:
disciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
.5
I - centros de atendimento integral e multidiscipli-
33
reservadas pela legislação local, fornecer subsí- nar para mulheres e respectivos dependentes em
.6

dios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à situação de violência doméstica e familiar;
00

Defensoria Pública, mediante laudos ou verbal- II - casas-abrigos para mulheres e respectivos


-0

mente em audiência, e desenvolver trabalhos de dependentes menores em situação de violência


orientação, encaminhamento, prevenção e outras doméstica e familiar;
os

medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os III - delegacias, núcleos de defensoria pública, servi-
nt

familiares, com especial atenção às crianças e aos ços de saúde e centros de perícia médico-legal espe-
Sa

adolescentes. cializados no atendimento à mulher em situação de


os

violência doméstica e familiar;


id

A equipe multidisciplinar é responsável por asses- IV - programas e campanhas de enfrentamento da


violência doméstica e familiar;
ol

sorar tecnicamente o juiz na tomada de decisões, den-


V - centros de educação e de reabilitação para os
ic

tre as quais, as medidas urgentes de proteção.


N

agressores.
io

Art. 36 A União, os Estados, o Distrito Federal e


Art. 31 Quando a complexidade do caso exigir
ric

os Municípios promoverão a adaptação de seus


avaliação mais aprofundada, o juiz poderá deter-
órgãos e de seus programas às diretrizes e aos prin-
au

minar a manifestação de profissional especializa-


cípios desta Lei.
M

do, mediante a indicação da equipe de atendimento


multidisciplinar.
O poder público tem a obrigação de assegurar efe-
tiva assistência às mulheres em situação de violência
Havendo necessidade de atendimento mais espe-
doméstica e familiar, dentro do que prescrevem os
cializado, a equipe multidisciplinar pode indicar ao
princípios da Lei Maria da Penha.
juiz um profissional para que este se manifeste sobre
o caso.
Art. 37 A defesa dos interesses e direitos tran-
sindividuais previstos nesta Lei poderá ser exerci-
Art. 32 O Poder Judiciário, na elaboração de sua da, concorrentemente, pelo Ministério Público
proposta orçamentária, poderá prever recursos e por associação de atuação na área, regular-
para a criação e manutenção da equipe de atendi- mente constituída há pelo menos um ano, nos
mento multidisciplinar, nos termos da Lei de Dire- termos da legislação civil.
trizes Orçamentárias. Parágrafo único. O requisito da pré-constituição
poderá ser dispensado pelo juiz quando entender
A criação e manutenção das equipes multidiscipli- que não há outra entidade com representatividade
424 nares compete ao Poder Judiciário. adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O art. 37 se refere à legitimidade para ajuizamen- Art. 40 As obrigações previstas nesta Lei não
to de ação civil pública. A ação civil pública é regu- excluem outras decorrentes dos princípios por ela
lamentada pela Lei nº 7.347, de 1985, e tem como adotados.
objetivo proteger os interesses coletivos tais como a
honra e a dignidade de determinados grupos, no caso, A Lei Maria da Penha encontra-se em sintonia
as mulheres. com a Constituição Federal e com os tratados de direi-
Nos termos do art. 37, da Lei Maria da Penha, há tos humanos incorporados ao ordenamento jurídico
legitimidade concorrente entre o Ministério Público nacional. Desse modo, o sistema de proteção à mulher
e associação devidamente constituída há mais de um vítima de violência doméstica e familiar não se res-
ano, que tenha entre suas finalidades a promoção e tringe à Lei nº 11.340, de 2006, mas inclui obrigações
a defesa dos direitos humanos para a proposição de que constam em tais documentos, como, por exemplo
ação civil pública. Nos termos do parágrafo único, o na Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
requisito da pré-constituição pode ser excepcional- de Violência contra a Mulher e na Convenção Intera-
mente dispensado. mericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência
Vale mencionar que, além do MP e da mencionada contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará).
associação, também a Defensoria Pública tem legiti-
midade para propor ação civil pública, tendo em vista Art. 41 Aos crimes praticados com violência domés-
a previsão que consta na Lei nº 11.648, de 2007. tica e familiar contra a mulher, independentemente
da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de
Art. 38 As estatísticas sobre a violência doméstica e 26 de setembro de 1995.
familiar contra a mulher serão incluídas nas bases
de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e O art. 41 é um dos mais importantes da Lei Maria
Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de da Penha. Tendo em vista a gravidade dos crimes
dados e informações relativo às mulheres. cometidos contra a mulher nas situações da Lei Maria
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança da Penha, o legislador optou por afastar a incidência
Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão da Lei nº 9.099, de 1995, Lei dos Juizados Especiais,
remeter suas informações criminais para a base de que beneficiaria o agressor em vários aspectos.
dados do Ministério da Justiça. Por fim, os arts. 42 ao 45 cuidaram de promover
alterações em outras leis.
Conforme determina o inciso II, art. 8º, da Lei
Maria da Penha, uma das diretrizes de enfrentamento Art. 42 O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
à violência doméstica e familiar contra a mulher é a outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa
produção de estatísticas. Nesse sentido, o art. 38 indi- a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

9
ca que os Estados e o DF contribuam de forma a ali- “Art. 313 .................................................

-3
mentar um sistema nacional de dados e informações ................................................................

40
sobre as mulheres em tal situação. É pela análise das IV - se o crime envolver violência doméstica e fami-
informações que constam em tal banco de dados que .5
liar contra a mulher, nos termos da lei específica,
33
o poder público pode orientar e reorientar as medidas para garantir a execução das medidas protetivas
.6
00

de enfrentamento contra a violência. de urgência.” (NR)


-0

Vale observar que somente recentemente, por


meio da Lei nº 14.232, de 2021, é que foi criada a Polí- O art. 42, da Lei Maria da Penha, alterou a redação
os

tica Nacional de Dados e Informações relacionadas à do art. 313, do CPP, incluindo o inc. IV, no qual consta
nt

Violência contra as Mulheres (PNAINFO), com a fina- a previsão da possibilidade de o juiz decretar a prisão
Sa

lidade de reunir, organizar, sistematizar e disponibili- preventiva em crimes que envolvam violência domés-
os

zar dados e informações atinentes a todos os tipos de tica e familiar contra a mulher, com o fim de garantir
violência contra as mulheres. a execução das medidas protetivas de urgência.
id
ol

Art. 43 A alínea f do inciso II do art. 61 do Decre-


ic

Art. 38-A O juiz competente providenciará o regis-


N

tro da medida protetiva de urgência. to-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código


io

Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
ric

serão, após sua concessão, imediatamente registra- “Art. 61. ..................................................


das em banco de dados mantido e regulamentado .................................................................
au

pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o II - ............................................................


M

acesso instantâneo do Ministério Público, da Defen- .................................................................


soria Pública e dos órgãos de segurança pública e f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
de assistência social, com vistas à fiscalização e à relações domésticas, de coabitação ou de hospitali-
ÉTICA E DIVERSIDADE

efetividade das medidas protetivas. dade, ou com violência contra a mulher na forma
Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os da lei específica;
Municípios, no limite de suas competências e nos ter- ........................................................... ” (NR)
mos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias,
poderão estabelecer dotações orçamentárias especí- O art. 43 alterou o art. 61, do CP, para incluir, den-
ficas, em cada exercício financeiro, para a implemen- tre as circunstâncias agravantes genéricas, a violência
tação das medidas estabelecidas nesta Lei. doméstica e familiar contra a mulher.

Para que se efetivem as políticas públicas previs- Art. 44 O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
tas na Lei Maria da Penha é necessário que os entes dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar
federativos façam previsão, em seus orçamentos, de com as seguintes alterações:
recursos suficientes para o enfrentamento da violên- “Art. 129. ..................................................
cia doméstica e familiar contra a mulher. .................................................................. 425
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, des- Logo ficou claro que reprimir a discriminação,
cendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com meio de leis penais, é importante, mas não resolvia o
quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, pre- problema. Ainda eram necessárias mais ações no sen-
valecendo-se o agente das relações domésticas, de tido de promover a redução das desigualdades raciais.
coabitação ou de hospitalidade: Nesse contexto é que surge a Lei nº 12.288, de 20
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. de julho de 2010, que instituiu o Estatuto da Igualda-
.................................................................. de Racial e trouxe uma série de direitos da população
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será negra, assim como obrigações estatais, objetivos e metas
aumentada de um terço se o crime for cometido que dizem respeito a todos os cidadãos brasileiros.
contra pessoa portadora de deficiência.” (NR) Trata-se de um texto de 65 artigos, tratando dos
mais diversos assuntos que buscam a inclusão social
O art. 44, por sua vez, incluiu no CP a violên- da população negra; acesso à saúde; educação, cultura
cia doméstica como qualificadora do crime de lesão e lazer; liberdade de crença; acesso a terra e moradia;
corporal. trabalho e meios de comunicação.
O Estatuto da Igualdade Racial não traz nenhum
Art. 45 O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de tipo penal em seu texto (ou seja, não define crimes).
1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com Os crimes de racismo são tratados pela Lei nº 7.716,
a seguinte redação: de 1989. Como não há carga de doutrina ou jurispru-
“Art. 152. ................................................... dência sobre a Lei nº 12.888, de 2010, as questões for-
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica muladas pela banca vão fazer referência à letra da lei.
contra a mulher, o juiz poderá determinar o compa-
recimento obrigatório do agressor a programas de ESTRUTURA
recuperação e reeducação.” (NR)
A Lei nº 12.288, de 2010:
Por fim, o art. 45, da Lei Maria da Penha, acres-
centou um parágrafo ao art. 152, da Lei de Execução z Instituiu o Estatuto da Igualdade Racial;
Penal, prevendo que, nos casos de violência domés- z Alterou: a Lei nº 7.716, de 1989, que trata dos cri-
tica e familiar contra a mulher, o agressor pode ser mes e racismo; a Lei nº 9.029, de 1995, que comba-
obrigado a participar de programas de recuperação e te a discriminação nas relações de trabalho; Lei nº
reeducação durante o cumprimento da limitação de 7.347, Lei da Ação Civil Pública; e a Lei nº 10.778,
final de semana. que trata da notificação compulsória no caso de
violência contra a mulher que for atendida em ser-
viços de saúde públicos ou privados.

9
-3
LEI FEDERAL Nº 12.288, DE 20 DE O Estatuto da Igualdade Racial é estruturado em 4

40
títulos, conforme ilustrado a seguir:
JULHO DE 2010, QUE INSTITUI O
ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL, E .5
33
ESTRUTURA DO ESTATUTO
.6

SUAS ATUALIZAÇÕES
00

z Título I — Disposições preliminares: conceitos e


-0

A discriminação com base na raça, cor, descendên- definições gerais;


os

cia, origem nacional ou étnica constitui grave violação z Título II — Direitos Fundamentais: Saúde, Educa-
dos direitos humanos e é um obstáculo para que os ção, Cultura, Esporte, Lazer, Liberdade de cons-
nt

ciência e de crença e livre exercício dos cultos


Sa

seres humanos possam viver livres e iguais em digni-


dade e direitos. religiosos;
os

O Brasil é um país multicultural e multiétnico, z Título III — SINAPIR — Sistema Nacional de pro-
id

mas, no entanto, sofre com a questão da discrimina- moção da Igualdade Racial;


ol

ção, que se constitui um enorme problema social e z Título IV — Disposições finais.


ic

impede a construção de uma sociedade justa, solidá-


N

ria e igualitária. TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES:


io

A Constituição de 1988 (CF), em seu inciso III, art. 1º, CONCEITOS E DEFINIÇÕES GERAIS
ric

adotou como fundamento da República Federativa do


au

Brasil o superprincípio da dignidade da pessoa humana. O Título I do Estatuto compreende os arts. 1º ao 5º


M

Por sua vez, o inciso IV, art. 3º, da CF estabelece


e cuida das Disposições Preliminares.
como objetivo fundamental da República a promo-
A finalidade do Estatuto da Igualdade Racial, insti-
ção do bem de todos, sem preconceitos de origem,
tuído pela Lei nº 12.288, de 2010, é garantir à popula-
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação. ção negra a efetivação da igualdade de oportunidades,
Já o caput do art. 5º adota o princípio da igualdade a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e
ao afirmar que “Todos são iguais perante a lei, sem dis- difusos e o combate à discriminação e às demais for-
tinção de qualquer natureza [...]”. mas de intolerância étnica (art. 1º).
No Brasil a primeira lei a tratar do tema racismo foi Além de instituir o Estatuto e definir sua finalida-
a chamada Lei Afonso Arinos, Lei nº 1.390 de 3 de julho de, o art. 1º nos traz seis importantes conceitos.
de 1951. A lei, que previa como contravenção condu-
tas como recusar a atender, hospedar ou servir alguém Discriminação Racial ou Étnico-Racial
com base na cor ou raça, infelizmente, “não pegou”.
Foi apenas após a promulgação da CF que surgiu Art. 1º [...]
uma nova lei que veio punir de forma mais firme os Parágrafo único. [...]
crimes de racismo: a Lei nº 7.716, de 1989 (que, em I - Discriminação Racial ou Étnico-Racial: toda
426 1997, foi modificada pela Lei nº 9.459, de 1997). distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada
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em raça, cor, descendência ou origem nacional ou População Negra
étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reco-
nhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condi- Art. 1° [...]
ções, de direitos humanos e liberdades fundamentais Parágrafo único. [...]
nos campos político, econômico, social, cultural ou em IV - população negra: o conjunto de pessoas que
qualquer outro campo da vida pública ou privada se autodeclaram pretas e pardas, conforme o que-
sito cor ou raça usado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que
Em primeiro lugar, vale observar que discrimi-
adotam autodefinição análoga;
nação é um tratamento (um agir ou deixar de agir)
preconceituoso dispensado a uma pessoa ou grupo de O Brasil adota o critério da autodefinição para
pessoas (guarde isso, pois vai ajudar a diferenciar do determinar a cor ou raça da população brasileira den-
conceito de desigualdade). Veja que o estatuto esta- tre os cinco grupos que compõem a população brasi-
belece que a discriminação é racial ou étnico-racial, leira: pretos, pardos, brancos, amarelos e indígenas.
ou seja, baseia-se tanto em fatores biológicos (como Assim, no Brasil temos, por meio da autodeclaração:
a cor da pele e traços físicos) como também de etnia
(características baseadas em uma ancestralidade
comum; semelhanças culturais, linguísticas, históri- Pretos
cas e nacionais). POPULAÇÃO NEGRA
A discriminação ocorre em todas as esferas da vi-
da. Assim, por exemplo, constitui discriminação o fato Pardos
de uma pessoa, concorrendo em igualdade de condi-
ções com outros candidatos, ser excluída de um pro-
cesso seletivo para admissão em uma empresa pelo Políticas Públicas
fato de ser negra. Da mesma forma, ocorre discrimi-
nação quando se deixa de atender uma pessoa negra Art. 1º [...]
em uma lanchonete ou restaurante. Parágrafo único. [...]
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e progra-
mas adotados pelo Estado no cumprimento de suas
Dica atribuições institucionais;
Biologicamente não se pode classificar os seres De modo bem simples, políticas públicas consistem
humanos em raças; somos uma raça única. No no conjunto de medidas e programas que visam resol-
entanto, o conceito de raça é levado em consi- ver um problema público. São elas que dão forma ao
deração para quem estuda ciências humanas, país e buscam colocar em prática os direitos previstos

9
-3
entre elas o direito. na Constituição Federal e na legislação infraconstitu-

40
cional. As políticas públicas de promoção da igualda-
Desigualdade Racial
.5
de racial são um exemplo.
33
.6

Art. 1º [...] Ações Afirmativas


00

Parágrafo único. [...]


-0

II - desigualdade racial: toda situação injustifi- Art. 1º [...]


cada de diferenciação de acesso e fruição de bens, Parágrafo único. [...]
os

serviços e oportunidades, nas esferas pública e pri- VI - ações afirmativas: os programas e medidas
nt

especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa pri-


vada, em virtude de raça, cor, descendência ou ori-
Sa

vada para a correção das desigualdades raciais e


gem nacional ou étnica;
para a promoção da igualdade de oportunidades.
os
id

A desigualdade, por sua vez, não é um agir ou dei- Ações afirmativas são medidas especiais de políti-
ol

xar de agir, mas sim um fenômeno, ou melhor, situa- cas públicas (políticas públicas focalizadas) e/ou ações
ic

ção de diferenças sociais, como por exemplo o fato de privadas que visam corrigir as desigualdades raciais e
N

as populações negras serem a maioria com baixa ren- promover a igualdade de oportunidades.
io

da, dificuldade de acesso à moradia e educação etc. Exemplificando, a promoção da igualdade racial
ric

no âmbito do trabalho é um exemplo de política públi-


au

Desigualdade de Gênero e Raça ca; o estabelecimento de cotas para populações negras


M

em concursos públicos ou na seleção em empresas são


Art. 1° parágrafo único [...] exemplos de ações afirmativas.
III - desigualdade de gênero e raça: assimetria É importante saber que as políticas públicas são
existente no âmbito da sociedade que acentua a
ÉTICA E DIVERSIDADE

atribuições do Estado. Já as ações afirmativas são ado-


distância social entre mulheres negras e os demais tadas tanto pelo Estado quanto pela iniciativa privada.
segmentos sociais O art. 2º, do estatuto, afirma ser responsabilida-
de do Estado e da sociedade garantir a igualdade de
Assimetria significa grande diferença, discrepân- oportunidades a todo cidadão brasileiro independen-
cia. Diferença de gênero diz respeito à diferença entre temente de etnia ou cor da pele. Não é, pois, obrigação
homens e mulheres. A jornada total média semanal de apenas do Estado.
uma mulher é maior do que a de um homem, tendo Além dos princípios, direitos e garantias consti-
em vista a necessidade que elas têm de realizar tare- tucionais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como
fas domésticas. Quando se observa apenas as mulhe- diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de
res negras essa disparidade tende a ser maior. desigualdade étnico-racial, a valorização da igualda-
de étnica e o fortalecimento da identidade nacional
brasileira (art. 3º). 427
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O art. 4º estabelece as formas prioritárias (e não as Direito à Saúde
únicas) como se dará a participação da população negra
na vida econômica, social, política e cultural do país: A saúde é um direito fundamental de todos e dever
do Estado, conforme estabelece o art. 196 e seguin-
Art. 4º A participação da população negra, em tes da Constituição Federal. O Estatuto da Igualdade
condição de igualdade de oportunidade, na vida Racial estabelece regras específicas destinadas à saú-
econômica, social, política e cultural do País será de da população negra, direito que será garantido:
promovida, prioritariamente, por meio de:
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvi- z Pelo poder público mediante políticas universais,
mento econômico e social; sociais e econômicas;
II - adoção de medidas, programas e políticas de z Destinadas à redução do risco de doenças e outros
ação afirmativa; agravos.
III - modificação das estruturas institucionais do
Estado para o adequado enfrentamento e a supera-
O Estatuto garante a atenção integral à saúde da
ção das desigualdades étnicas decorrentes do pre-
população negra, por meio do Sistema Único de Saúde
conceito e da discriminação étnica;
(SUS), bem como que o acesso aos planos privados de
IV - promoção de ajustes normativos para aperfei-
çoar o combate à discriminação étnica e às desi-
saúde se dará sem discriminação.
gualdades étnicas em todas as suas manifestações A fim de garantir o direito à saúde da população
individuais, institucionais e estruturais; negra, será efetivada a Política Nacional de Saúde
V - eliminação dos obstáculos históricos, sociocultu- Integral da População Negra, que tem as seguintes
rais e institucionais que impedem a representação diretrizes:
da diversidade étnica nas esferas pública e privada;
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas Art. 7º [...]
oriundas da sociedade civil direcionadas à promo- I - ampliação e fortalecimento da participação de
ção da igualdade de oportunidades e ao combate às lideranças dos movimentos sociais em defesa da
desigualdades étnicas, inclusive mediante a imple- saúde da população negra nas instâncias de parti-
mentação de incentivos e critérios de condiciona- cipação e controle social do SUS;
mento e prioridade no acesso aos recursos públicos; II - produção de conhecimento científico e tecnoló-
VII - implementação de programas de ação afirma- gico em saúde da população negra;
tiva destinados ao enfrentamento das desigualda- III - desenvolvimento de processos de informação,
des étnicas no tocante à educação, cultura, esporte comunicação e educação para contribuir com a
e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios redução das vulnerabilidades da população negra.
de comunicação de massa, financiamentos públi-

9
cos, acesso à terra, à Justiça, e outros. Quanto aos objetivos da Política Nacional de Saúde

-3
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa Integral da População Negra, temos:

40
constituir-se-ão em políticas públicas destinadas
a reparar as distorções e desigualdades sociais e .5
Art. 8º Constituem objetivos da Política Nacional
33
demais práticas discriminatórias adotadas, nas de Saúde Integral da População Negra:
.6

esferas pública e privada, durante o processo de I - a promoção da saúde integral da população


00

formação social do País. negra, priorizando a redução das desigualdades


-0

étnicas e o combate à discriminação nas institui-


os

ções e serviços do SUS;


Fechando o título das Disposições Preliminares, o
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de
nt

art. 5º estabelece que, para alcançar os objetivos da informação do SUS no que tange à coleta, ao pro-
Sa

lei, é instituído o Sistema Nacional de Promoção da cessamento e à análise dos dados desagregados por
Igualdade Racial (Sinapir), que se encontra organiza-
os

cor, etnia e gênero;


do no Título III. III - o fomento à realização de estudos e pesqui-
id

sas sobre racismo e saúde da população negra;


ol

TÍTULO II - DIREITOS FUNDAMENTAIS IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população


ic

negra nos processos de formação e educação per-


N

manente dos trabalhadores da saúde;


io

Os direitos fundamentais encontram-se distribuídos


V - a inclusão da temática saúde da população
ric

entre os arts. 6º e 46, do Estatuto da Igualdade Racial.


negra nos processos de formação política das lide-
au

Cabe lembrar que os direitos fundamentais se


ranças de movimentos sociais para o exercício da
M

encontram previstos na Constituição Federal (não há participação e controle social no SUS.


direitos fundamentais decorrentes de lei). O que o
estatuto faz, então, não é criar esses direitos, mas sim O estatuto afirma, ainda, que as comunidades de
garantir seu exercício. remanescentes de quilombos receberão atenção de
saúde específica (art. 8º, parágrafo único).
Título II “Comunidades remanescentes de quilombos”, “co-
munidades negras rurais” ou simplesmente “comuni-
z Saúde; dades quilombolas” são grupos étnicos constituídos
z Educação, cultura, esporte, lazer; pelos descendentes dos escravos que, no processo de
z Liberdade de consciência, de crença e de exercício resistência à escravidão, ocuparam um território co-
de cultos religiosos; mum (quilombo) e compartilharam certas caracterís-
z Terra e moradia; ticas culturais que permanecem até os dias de hoje.
z Trabalho; São comunidades muito carentes e, por isso, necessi-
z Meios de comunicação. tam de atenção especial.
A declaração de quilombola faz-se pela autodeclara-
428 ção, nos termos do art. 2º, do Decreto nº 4.887, de 2003.
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Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos
estabelecimentos de ensino públicos, privados e comu-
Os direitos à educação, à cultura, ao esporte e ao nitários, com as escolas de educação infantil, ensino
lazer têm como eixo central o desenvolvimento pes- fundamental, ensino médio e ensino técnico, para a
soal e social. Aqui também o Estatuto se preocupou formação docente baseada em princípios de equidade,
com os interesses e as condições específicas da popu- de tolerância e de respeito às diferenças étnicas.
lação negra, de modo a contribuir para o patrimônio
cultural de sua comunidade e da sociedade brasileira. „ Por meio dos órgãos responsáveis pelas políti-
Para garantir o acesso da população negra às ativida- cas de promoção da igualdade e de educação,
des educacionais, culturais, esportivas e de lazer, os acompanhará e avaliará os programas de que
governos de todas as esferas (federal, estadual, distrital trata a seção relativa à educação, do Estatuto.
e municipal) devem adotar as seguintes providências:
z Poder Público
Art. 10 [...]
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o
„ Estimular e apoiar ações socioeducacionais
acesso da população negra ao ensino gratuito e
realizadas por entidades do movimento negro
às atividades esportivas e de lazer;
II - apoio à iniciativa de entidades que mante- que desenvolvam atividades voltadas para a in-
nham espaço para promoção social e cultural clusão social, mediante cooperação técnica, in-
da população negra; tercâmbios, convênios e incentivos, entre ou-
III - desenvolvimento de campanhas educativas, tros mecanismos;
inclusive nas escolas, para que a solidariedade „ Adotar programas de ação afirmativa.
aos membros da população negra faça parte da
cultura de toda a sociedade; É necessário saber que toda vez que a lei não
IV - implementação de políticas públicas para o
fizer menção a um Poder específico, mencionando
fortalecimento da juventude negra brasileira.
apenas “poder público”, entenda que a determina-
ção se dirige a todas as esferas: federal, estadual,
Educação
distrital e municipal. Quando o legislador quis fazer
referência a uma esfera específica, a lei identifica
A educação é direito de todos e dever do Estado e
qual, como, por exemplo, quando menciona “Poder
da família, nos termos do art. 205, da CF.
Executivo Federal”.
O Estatuto da Igualdade Racial estabelece as
seguintes disposições relativas à educação:
Cultura

9
z Obrigatoriedade do estudo da história geral da Áfri-

-3
ca e da história da população negra no Brasil, no O art. 215, da CF, garante o pleno exercício dos

40
ensino fundamental e médio (públicos e privados); direitos culturais, o acesso às fontes da cultura nacio-
.5
nal e o apoio e incentivo às manifestações culturais.
33
z Formação inicial e continuada de professores e
elaboração de material didático específico; e Por sua vez, o art. 216 define em que se constitui o
.6

patrimônio cultural nacional.


00

z Incentivo ao debate nas datas comemorativas de


O Estatuto da Igualdade Racial trata do direito à
-0

caráter cívico;
cultura nos seus arts. 17 a 20.
os

A lei assegura aos quilombolas o direito à preser-


Estabelece, ainda, uma série de deveres do poder
nt

vação de seus usos, costumes, tradições e manifestos


público. Aqui cabe chamar a atenção para um detalhe
Sa

religiosos, sob a proteção do Estado.


importante nos arts. 13 a 16 do Estatuto. Em alguns
O estatuto estabelece, ainda, uma série de deveres
os

momentos a Lei menciona Poder Executivo Federal;


do poder público:
id

em outros, apenas “poder público” (fazendo menção


a todas as esferas: federal, estadual, distrital e muni-
ol

z Garantir o reconhecimento das sociedades negras,


cipal, portanto). Para facilitar o entendimento, veja a
ic

clubes e outras formas de manifestação coletiva


N

diferença nos pontos abaixo, que contêm os deveres


da população negra, com trajetória histórica com-
io

relativos à educação.
provada, como patrimônio histórico e cultural, nos
ric

termos dos arts. 215 e 216, da CF;


au

z Poder Executivo Federal


z Dar especial atenção à preservação dos documen-
M

tos e dos sítios detentores de reminiscências histó-


„ Incentivar as instituições de ensino superior ricas dos antigos quilombos (art. 18);
públicas e privadas: z Incentivar a celebração de personalidades e datas
ÉTICA E DIVERSIDADE

comemorativas relacionadas à trajetória do samba


Art. 13 [...] e de outras manifestações culturais de matriz afri-
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e
cana, bem como sua comemoração nas instituições
apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos
de ensino públicas e privadas (art. 19);
diversos programas de pós-graduação que desen-
z Garantir o registro e a proteção da capoeira, em
volvam temáticas de interesse da população negra;
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cur- todas as suas modalidades, como bem de nature-
sos de formação de professores temas que incluam za imaterial e de formação da identidade cultural
valores concernentes à pluralidade étnica e cultu- brasileira (art. 20);
ral da sociedade brasileira; z Garantir, por meio dos atos normativos necessários,
III - desenvolver programas de extensão univer- a preservação dos elementos formadores tradicio-
sitária destinados a aproximar jovens negros de nais da capoeira nas suas relações internacionais.
tecnologias avançadas, assegurado o princípio da
proporcionalidade de gênero entre os beneficiários; 429
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Esporte e Lazer Do Acesso à Terra e à Moradia Adequada

É dever do poder público também fomentar (esti- O acesso à terra e à moradia são historicamente
mular) o acesso da população negra ao esporte e ao negados à população negra. Visando reverter tal situa-
lazer (consolidando-os como direitos sociais) (art. 21). ção, o Estatuto da Igualdade Racial prevê uma série
A capoeira, já reconhecida como patrimônio cultu- de medidas, algumas especialmente voltadas para os
ral, é também reconhecida como desporto de criação remanescentes das comunidades dos quilombos.
nacional, sendo a atividade de capoeirista reconhecida Em relação ao acesso à terra, o Estatuto prevê:
em todas as modalidades em que a capoeira se mani-
festa, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo z Poder Público
livre o exercício em todo o território nacional. O ensino
da capoeira é facultado nas instituições públicas e pri- „ Elaborará e implementará políticas públicas capa-
vadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública zes de promover o acesso da população negra à
e formalmente reconhecidos (§ 1º e § 2º, art. 22). terra e às atividades produtivas no campo;
„ Promoverá ações para viabilizar e ampliar o aces-
Direito à Liberdade de Consciência e de Crença e ao so da população negra ao financiamento agrícola;
Livre Exercício dos Cultos Religiosos „ Promoverá a educação e a orientação profissio-
nal agrícola para os trabalhadores negros e as
O estatuto estabelece a inviolabilidade de cons- comunidades negras rurais
ciência e de crença, assegurando o livre exercício dos
cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a pro- z Poder Executivo Federal
teção aos locais de culto e a suas liturgias. Visa prote-
ger manifestações religiosas tais como o candomblé, a
„ Elaborará e desenvolverá políticas públicas
umbanda, o catimbó, entre outros, e que são os princi-
especiais voltadas para o desenvolvimento sus-
pais alvos de intolerância no Brasil.
tentável dos remanescentes das comunidades
O direito à liberdade de consciência e de crença e
dos quilombos, respeitando as tradições de pro-
ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz afri-
teção ambiental das comunidades.
cana compreende:

Art. 24 [...]
z Remanescentes das Comunidades dos Quilombos
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões rela-
cionadas à religiosidade e a fundação e manuten- „ Se estiverem ocupando suas terras, é reconhe-
ção, por iniciativa privada, de lugares reservados cida a propriedade definitiva, devendo o Esta-
do emitir-lhes os títulos respectivos;

9
para tais fins;

-3
II - a celebração de festividades e cerimônias de „ Para fins de política agrícola, receberão dos

40
acordo com preceitos das respectivas religiões; órgãos competentes tratamento especial dife-
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa pri- .5
renciado, assistência técnica e linhas espe-
33
vada, de instituições beneficentes ligadas às respec- ciais de financiamento público, destinados à
.6

tivas convicções religiosas; realização de suas atividades produtivas e de


00

IV - a produção, a comercialização, a aquisição e infraestrutura;


-0

o uso de artigos e materiais religiosos adequados „ Se beneficiarão de todas as iniciativas previs-


os

aos costumes e às práticas fundadas na respectiva tas nesta e em outras leis para a promoção da
religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por
nt

igualdade étnica.
Sa

legislação específica;
V - a produção e a divulgação de publicações rela- Além disso, serão assegurados à população negra a
os

cionadas ao exercício e à difusão das religiões de assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao
id

matriz africana; crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura


ol

VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas de logística para a comercialização da produção.


ic

naturais e jurídicas de natureza privada para a Por sua vez, em relação ao direito à moradia, o
N

manutenção das atividades religiosas e sociais das poder público deve garantir a implementação de
io

respectivas religiões; políticas públicas para assegurar o direito à moradia


ric

VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunica- adequada da população negra que vive em favelas, cor-
au

ção para divulgação das respectivas religiões; tiços, áreas urbanas subutilizadas, degradadas ou em
M

VIII - a comunicação ao Ministério Público para processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâ-
abertura de ação penal em face de atitudes e práti- mica urbana e promover melhorias no ambiente e na
cas de intolerância religiosa nos meios de comuni-
qualidade de vida.
cação e em quaisquer outros locais.
Vale destacar que o estatuto menciona que o direi-
to à moradia adequada inclui também a garantia e de
O Estatuto assegura a assistência religiosa aos pra- infraestrutura urbana (rede de água, esgoto, ilumina-
ticantes de religiões de matrizes africanas internados ção, rede telefônica etc.) e dos equipamentos comunitá-
em hospitais ou em outras instituições de internação rios associados à função habitacional (escolas, áreas de
coletiva, inclusive àqueles submetidos a pena privati- lazer e cultura etc.). Além disso, o poder público deve
va de liberdade (art. 25). prestar assistência técnica e jurídica para a construção,
Além disso, o Estatuto determina que o poder a reforma ou a regularização fundiária da habitação
público tem o dever de adotar as medidas necessárias em área urbana (art. 35).
para o combate a intolerância às religiões de matrizes Deve ser facilitado, por fim, o acesso da população
africanas e à discriminação de seus seguidores. negra aos financiamentos habitacionais (art. 37).

430
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Trabalho Veja o quadro abaixo, que demonstra quem parti-
cipa do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade
O direito ao trabalho está elencado entre os direi- Racial:
tos sociais, previstos no art. 6º, da CF. Buscando garan-
tir a maior inclusão da população negra no mercado SINAPIR
de trabalho, o estatuto encarrega o poder público de Organiza e articula a implementação das políticas e serviços
implementar políticas públicas que devem observar destinados a superar as desigualdades étnicas
os compromissos assumidos pelo Brasil perante a Podem participar
comunidade internacional. Incentiva a
Instituído no mediante
participação da
O poder público deve promover ações que asse- âmbito do poder adesão: Estados,
sociedade e da
gurem a igualdade de oportunidades no mercado de público federal Distrito Federal e
iniciativa privada
trabalho para a população negra, inclusive mediante Municípios
a implementação de medidas visando à promoção da
igualdade nas contratações do setor público e o incen- O SINAPIR é instituído no âmbito do poder públi-
tivo à adoção de medidas similares nas empresas e co federal. Somente os entes federados (Estados, DF e
organizações privadas (art. 39). Municípios) podem aderir. A sociedade e a iniciativa
Especificamente, o Poder Executivo Federal pode- privada participam colaborando, mas não aderem.
rá estabelecer critérios para ampliar a participação de
negros em cargos em comissão e funções de confiança Objetivos do SINAPIR
(art. 42).
São objetivos do SINAPIR:
Dica
Art. 48 São objetivos do Sinapir:
Cargos em comissão, também chamados de I - promover a igualdade étnica e o combate às
cargos de confiança, assim como as funções de desigualdades sociais resultantes do racismo,
confiança, encontram-se previstos no inciso II, inclusive mediante adoção de ações afirmativas;
art. 37, da CF, sendo cargos de livre provimento e II - formular políticas destinadas a combater os
fatores de marginalização e a promover a integra-
livre exoneração.
ção social da população negra;
III - descentralizar a implementação de ações
Dos Meios de Comunicação afirmativas pelos governos estaduais, distrital e
municipais;
O último capítulo relativo aos direitos diz respeito IV - articular planos, ações e mecanismos volta-

9
aos meios de comunicação. É notória a baixa repre- dos à promoção da igualdade étnica;

-3
sentação da população negra nos meios de comunica- V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos

40
ção; daí a preocupação do legislador em destinar um criados para a implementação das ações afirmativas
.5
e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.
33
capítulo do estatuto ao tema.
.6

Nesse sentido, afirma a lei que a produção veicu-


Organização e Competência do SINAPIR
00

lada pelos órgãos de comunicação deve valorizar a


-0

herança cultural e a participação da população negra


É competência do Poder Executivo Federal a ela-
na história do País, de acordo com o art. 43.
os

boração do plano nacional de promoção da igualdade


Nas produções de filmes, programas e peças publi-
nt

racial, que contem as metas, princípios e diretrizes para


citárias, assim como nas salas de exibição, devem ser
Sa

a implementação da Política Nacional de Promoção da


dadas oportunidades de emprego para atores, figuran-
Igualdade Racial (PNPIR), de acordo com o art. 49.
os

tes e técnicos negros, sendo proibida a discriminação


id

de natureza política, ideológica, étnica ou artística (a


ol

exigência de contratar atores e figurantes se dá quando PODER EXECUTIVO


ic

o programa ou filme tratar de um grupo étnico deter- FEDERAL


N

minado como, por exemplo, um filme sobre um tribo


io

indígena ou uma colônia de imigrantes japoneses).


ric

No caso de filmes, programas ou quaisquer peças


au

publicitárias contratadas por órgãos e entidades da Plano Nacional


M

de Promoção da
administração pública federal direta, autárquica, ou Igualdade Racial
fundacional, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista federais deverão incluir cláusulas de
ÉTICA E DIVERSIDADE

participação de artistas negros (exceto quando abor- Metas


darem especificamente de grupos étnicos determina-
dos). Veja bem que a lei se restringiu à esfera federal.
Princípios
SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL (SINAPIR)
Diretrizes
Uma das mais importantes medidas do Estatuto da
Igualdade Racial foi instituir o Sistema Nacional de
Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), que tem o O poder público federal fica autorizado a criar um
propósito de organizar e articular as políticas e serviços fórum intergovernamental para a promoção da igual-
destinados a superar as desigualdades étnicas (art. 47). dade étnica, com o objetivo de incorporar a política 431
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nacional de promoção da igualdade étnica das ações Quanto aos recursos para o financiamento das ini-
governamentais de Estados e Municípios (§ 2°, art. 49). ciativas, dispõe o art. 57, do estatuto, que podem ter
A participação da sociedade civil na elaboração origem em:
das diretrizes das políticas nacional e regional de pro-
moção da igualdade étnica é assegurada (§ 3°, art. 49). z Recursos ordinários;
z Transferências voluntárias dos Estados, do Distrito
Das Ouvidorias Permanentes e do Acesso à Justiça e Federal e dos Municípios;
à Segurança z Doações voluntárias de particulares;
z Doações de empresas privadas e organizações não
governamentais, nacionais ou internacionais;
Cabe, ainda, ao poder público federal instituir, no
z Doações voluntárias de fundos nacionais ou
âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvido- internacionais;
rias Permanentes de Defesa da Igualdade Racial, que z Doações de Estados estrangeiros, por meio de con-
têm objetivo de receber e encaminhar as denúncias vênios, tratados e acordos internacionais.
de preconceito e discriminação com base em etnia ou
cor e para a promoção da igualdade (art. 51).
Dica
Às vítimas de discriminação étnica, para a garan-
tia de seus direitos, é assegurado o acesso: A principal fonte de financiamento das iniciativas
de promoção da igualdade racial são os recursos
z Aos órgãos de Ouvidoria Permanente; ordinários. Recursos ordinários são aqueles pro-
z À Defensoria Pública; venientes principalmente da receita de impostos
z Ao Ministério Público; e e taxas.
z Ao Poder Judiciário, em todas as suas instâncias.
Por fim, o estatuto afirma que as medidas insti-
Por sua vez, em relação ao Estado, o estatuto impõe tuídas em seu texto não excluem outras que venham
em seus arts. 51 a 55 as seguintes atribuições: a ser adotadas no âmbito de qualquer dos entes da
Federação e determina que o Poder Executivo Fede-
ral deve criar instrumentos para medir a eficácia das
z Assegurará atenção às mulheres negras em situa-
medidas previstas na lei, bem como efetuar seu cons-
ção de violência, garantida a assistência física, psí-
tante monitoramento.
quica, social e jurídica;
Os artigos finais do Estatuto se prestam a promo-
z Adotará medidas especiais para coibir a violência ver alterações em outras leis e serão dispostos a seguir
policial incidente sobre a população negra; (os dispositivos da lei que foram modificados serão
z Implementará ações de ressocialização e proteção

9
destacados em negrito):

-3
da juventude negra em conflito com a lei e exposta

40
a experiências de exclusão social; z Lei modificada: Lei de Crimes Raciais.
z O Estado adotará medidas para coibir atos de dis- .5
33
criminação e preconceito praticados por servido- Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém,
.6

res públicos em detrimento da população negra. devidamente habilitado, a qualquer cargo da


00

Administração Direta ou Indireta, bem como das


-0

Veja que dentre as medidas de atribuição do Esta- concessionárias de serviços públicos.


os

do está a de adotar medidas especiais para coibir a Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena
nt

violência policial que recai sobre a população negra.


quem, por motivo de discriminação de raça,
Sa

cor, etnia, religião ou procedência nacional,


os

Do Financiamento das Iniciativas de Promoção da obstar a promoção funcional. (Incluído pela


Igualdade Racial
id

Lei nº 12.288, de 2010)


Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa
ol

O estatuto preocupou-se, também, em tratar sobre privada.


ic
N

as formas de financiar e destinar recurso para as ini- Pena: reclusão de dois a cinco anos.
io

ciativas de promoção da igualdade racial dispostas em § 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de
ric

seu texto. discriminação de raça ou de cor ou práticas resul-


tantes do preconceito de descendência ou origem
au

O poder público deve, ao implementar os progra-


nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288,
M

mas e as ações que constam nos planos plurianuais e de 2010)


nos orçamentos anuais da União, observar as políticas I - deixar de conceder os equipamentos neces-
de ação afirmativa que constam no inciso VII, art. 4º, sários ao empregado em igualdade de condi-
do Estatuto: ções com os demais trabalhadores; (Incluído
pela Lei nº 12.288, de 2010)
Art. 4° [...] II - impedir a ascensão funcional do emprega-
VII - implementação de programas de ação afirma- do ou obstar outra forma de benefício profis-
tiva destinados ao enfrentamento das desigualda- sional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010)
des étnicas no tocante à educação, cultura, esporte III - proporcionar ao empregado tratamento
e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios diferenciado no ambiente de trabalho, espe-
cialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei
de comunicação de massa, financiamentos públi-
nº 12.288, de 2010) (Vigência)
cos, acesso à terra, à Justiça, e outros.
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação
de serviços à comunidade, incluindo atividades de
Assim como outras políticas que visem à promo- promoção da igualdade racial, quem, em anúncios
ção da igualdade de oportunidades e à inclusão social ou qualquer outra forma de recrutamento de traba-
432 da população negra. lhadores, exigir aspectos de aparência próprios
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de raça ou etnia para emprego cujas ativida- z Lei modificada: Lei nº 7.437, de 1985, que trata da
des não justifiquem essas exigências. (Incluído Ação Civil Pública
pela Lei nº 12.288, de 2010)
Art. 20 Praticar, induzir ou incitar a discriminação O art. 13 passou a vigorar acrescido do seguinte §
ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro- 2º, renumerando-se o atual parágrafo único como § 1º:
cedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa. Art. 13 [....]
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular § 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por vio-
símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou lência contra a mulher qualquer ação ou conduta,
propaganda que utilizem a cruz suástica ou gama- baseada no gênero, inclusive decorrente de discri-
da, para fins de divulgação do nazismo. minação ou desigualdade étnica, que cause morte,
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é mulher, tanto no âmbito público quanto no privado.
cometido por intermédio dos meios de comunica-
ção social ou publicação de qualquer natureza:
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá
determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi- LEI ESTADUAL Nº 13.694 - ESTATUTO
do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena ESTADUAL DA IGUALDADE RACIAL E
de desobediência
III - a interdição das respectivas mensagens ou
SUAS ATUALIZAÇÕES - CONFORME
páginas de informação na rede mundial de compu- DECRETO Nº 48.598, DE 19 DE
tadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) NOVEMBRO DE 2011
z Lei modificada: Lei nº 9.029, de 1995, que proíbe a Iniciaremos o estudo da Lei Estadual nº 13.694,
exigência de atestados de gravidez e esterilização de 2011, que institui o Estatuto da Igualdade Racial
para admissão ou permanência no trabalho. do Estado do Rio Grande do Sul. Neste sentido, ela-
boramos um material completo, abordando os princi-
Atenção: depois das modificações feitas pelo Esta- pais temas cobrados em prova, para que você tenha a
tuto da Igualdade Racial, em 2010, a Lei nº 9.029, de melhor preparação.
1995, foi novamente modificada em 2015, dessa vez O objetivo do Estatuto é a superação do preconcei-
pela Lei nº 13.146, de 2015. to, da discriminação e das desigualdades raciais, bem
como o combate à intolerância religiosa contra quais-
Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no artigo ante- quer religiões.

9
rior, as infrações do disposto nesta lei são passíveis
Neste sentido, faz-se de extrema importância o

-3
das seguintes cominações:

40
estudo na integra do art. 1º, que traz os conceitos fun-
Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e
damentais e que podem ser objeto de questão em sua
nos dispositivos legais que tipificam os cri-
.5
33
mes resultantes de preconceito de etnia, raça prova, vejamos:
.6

ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são


00

passíveis das seguintes cominações: (Redação Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto Estadual da
-0

dada pela Lei nº 12.288, de 2010) Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Reli-
Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2° desta giosa contra quaisquer religiões, como ação esta-
os

Lei e nos dispositivos legais que tipificam os crimes dual de desenvolvimento do Rio Grande do Sul,
nt

resultantes de preconceito de etnia, raça, cor ou objetivando a superação do preconceito, da discri-


Sa

deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei são minação e das desigualdades raciais.
§ 1º Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á Dis-
os

passíveis das seguintes cominações: (Redação dada


pela Lei nº 13.146, de 2015 criminação Racial toda distinção, exclusão ou
id

I - multa administrativa de dez vezes o valor do restrição baseada em raça, cor, descendência,
ol

maior salário pago pelo empregador, elevado em origem nacional ou étnica que tenha por objeti-
ic

cinqüenta por cento em caso de reincidência; vo cercear o reconhecimento, o gozo ou o exercício


N

II - proibição de obter empréstimo ou financiamen- dos direitos humanos e das liberdades fundamen-
io

to junto a instituições financeiras oficiais. tais em qualquer campo da vida pública ou privada,
ric

Art. 4º O rompimento da relação de trabalho por asseguradas as disposições contidas nas legisla-
au

ato discriminatório, nos moldes desta lei, faculta ao ções pertinentes à matéria.
M

empregado optar entre: § 2º Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á


Art. 4º O rompimento da relação de trabalho Desigualdade Racial toda situação injusti-
por ato discriminatório, nos moldes desta Lei, ficada de diferenciação de acesso e fruição
além do direito à reparação pelo dano moral, de bens, serviços e oportunidades, nas esferas
ÉTICA E DIVERSIDADE

faculta ao empregado optar entre: (Redação pública e privada, em virtude de raça, cor, des-
dada pela Lei nº 12.288, de 2010)
cendência ou origem nacional ou étnica.
I - a readmissão com ressarcimento integral de
§ 3º Para beneficiar-se do amparo deste Estatuto,
todo o período de afastamento, mediante pagamen-
considerar-se-á negro aquele que se declare,
to das remunerações devidas, corrigidas moneta-
riamente, acrescidas dos juros legais; expressamente, como negro, pardo, mestiço de
I - a reintegração com ressarcimento integral de ascendência africana, ou através de palavra
todo o período de afastamento, mediante paga- ou expressão equivalente que o caracterize
mento das remunerações devidas, corrigidas mone- negro.
tariamente e acrescidas de juros legais; (Redação § 4º Para efeito deste Estatuto, serão consideradas
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) ações afirmativas os programas e as medidas
II - a percepção, em dobro, da remuneração do especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa pri-
período de afastamento, corrigida monetariamente vada para a correção das desigualdades raciais e
e acrescida dos juros legais. para a promoção da igualdade de oportunidades. 433
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 5º O Poder Público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância para com as religiões,
inclusive coibindo a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições que exponham pessoa
ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade.

Após a leitura do art. 1º, vamos aos estudos dos conceitos nele abordados. Vejamos:

Discriminação Racial

Com relação à discriminação racial, é importante destacarmos que o § 1º, traz de forma clara que ela não se
baseia apenas em cor de pele, e sim na raça, descendência, origem nacional ou étnica.
Portanto, a discriminação racial são todas as formas de exclusão elencadas acima, que objetivam o cercea-
mento do reconhecimento, gozo ou exercício dos direitos humanos e das liberdades fundamentais em qualquer
campo da vida pública ou privada.
Vejamos um esclarecimento quanto à distinção entre raça e etnia:

z Raça: refere-se às questões biológicas, como, por exemplo, cor de pele e traços físicos da pessoa, que foram
utilizadas historicamente para identificar categorias humanas socialmente definidas;
z Etnia: refere-se às questões culturais, como, por exemplo, nacionalidade, religião, tradições etc.

Raça

DISTINÇÃO, Cor
DISCRIMINAÇÃO EXCLUSÃO OU
RACIAL RESTRIÇÃO,
BASEADO EM: Descendência

Origem Nacional

Origem Étnica

9
-3
Que tenha por objetivo

40
.5
33
Cerceamento do reconhecimento, gozo ou exercício dos direitos humanos e das
.6

liberdades fundamentais em qualquer campo da vida pública ou privada


00
-0

Desigualdade Racial
os
nt

A desigualdade social, definida no § 2º, é toda e qualquer diferenciação injustificada de acesso e fruição de
Sa

bens, serviços e oportunidades, tanto na esfera pública quanto na privada, em razão da raça, cor, descendência
ou origem nacional ou étnica.
os

Observe que, mais uma vez, o Estatuto não utiliza apenas o critério da cor de pele para conceituar a desigual-
id

dade social.
ol
ic
N

DISCRIMINAÇÃO
io

RACIAL Raça
ric
au
M

Cor
DIFERENCIAÇÃO
Toda situação INJUSTIFICADA EM
injustificada de VIRTUDE DE: Descendência
diferenciação de
acesso e fruição
Origem Nacional

Origem Étnica

Negro

Para fins do Estatuto, o § 3º, do art. 1º, define que negro é toda pessoa que se declare, expressamente, como
negro, pardo, mestiço de ascendência africana, ou através de palavra ou expressão equivalente que o caracterize
434 negro.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atenção: não confunda as definições em relação Já os programas e as ações implementadas no
à população negra, as quais estão previstas na Lei nº Estado que visam às medidas inclusivas, tanto nas
12.288, de 2010, com as da Lei Estadual nº 13.694, de esferas públicas como nas privadas, devem incluir
2011: a participação de todos, garantindo a representação
equilibrada dos diversos segmentos raciais compo-
z Lei nº 12.288, de 2010: o conjunto de pessoas que nentes da sociedade gaúcha, solidificando a democra-
se autodeclaram pretas e pardas, conforme o que- cia. Vejamos:
sito cor ou raça usado pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que Art. 2º O Estatuto Estadual da Igualdade Racial e
adotam autodefinição análoga; de Combate à Intolerância Religiosa orientará as
z Lei Estadual nº 13.694, de 2011: para benefi- políticas públicas, os programas e as ações imple-
ciar-se do amparo deste Estatuto, considerar-se-á mentadas no Estado, visando a:
negro aquele que se declare, expressamente, como I - medidas reparatórias e compensatórias para os
negro, pardo, mestiço de ascendência africana, ou negros pelas sequelas e consequências advindas do
através de palavra ou expressão equivalente que o período da escravidão e das práticas institucionais
caracterize negro. e sociais que contribuíram para aprofundar as desi-
gualdades raciais presentes na sociedade;
II - medidas inclusivas, nas esferas pública e priva-
Ações Afirmativas
da, que assegurem a representação equilibrada dos
diversos segmentos raciais componentes da socie-
As ações afirmativas são os programas e as medi-
dade gaúcha, solidificando a democracia e a parti-
das especiais para correção das desigualdades raciais cipação de todos.
e promoção da igualdade de oportunidades. O § 4º
determina que essas ações afirmativas devem ser ado-
As políticas públicas, os programas e as ações
tadas pelo Estado e pela iniciativa privada, ou seja, o
implementadas no Estado do Rio Grande do Sul são
Estatuto trouxe uma responsabilidade bipartite para
orientados pelo Estatuto Estadual da Igualdade Racial
a observância dos direitos nele previstos, cabendo ao
e de Combate à Intolerância Religiosa. Esse Estatuto
Estado e iniciativa privada (sociedade) essa obrigação.
visa a cumprir medidas reparatórias e compensató-
Portanto, é dever do Estado e da sociedade garantir
rias para os negros e medidas inclusivas.
a igualdade de oportunidades, independentemente da
A participação da população negra, em condição
raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
de igualdade na vida social, econômica e cultural do
Atenção: Cuidado para não confundir ação afir-
Estado do Rio Grande do Sul será promovida por meio
mativa e políticas públicas. Vejamos suas diferenças:
das medidas descritas pelos incisos I a VI, do art. 3º.

9
-3
Essas medidas podem ser objeto de questão em sua
z Ações Afirmativas: refere-se aos programas e as

40
prova, por isso a importância da leitura atenta do
medidas especiais adotadas pelo Estado e a inicia-
.5
artigo.
tiva privada. Nas ações afirmativas teremos um
33
trabalho em conjunto, entre Estado e iniciativa
.6

Art. 3º A participação dos negros em igualdade de


privada (responsabilidade bipartite);
00

condições na vida social, econômica e cultural do


z Políticas Públicas: refere-se às ações, iniciativas
-0

Estado do Rio Grande do Sul será promovida atra-


e programas adotados pelo Estado. Quando fala- vés de medidas que assegurem:
os

mos de políticas públicas estamos nos referindo as I - o reconhecimento e a valorização da composi-


nt

ações que o Estado sozinho realizará. ção pluriétnica da sociedade sul-rio-grandense, res-
Sa

gatando a contribuição dos negros na história, na


os

Intolerância Religiosa cultura, na política e na economia do Rio Grande


id

do Sul;
O § 5º, do art. 1º, determina que cabe ao Poder II - as políticas públicas, os programas e as medidas
ol

Público adotar as medidas necessárias de combate à


ic

de ação afirmativa, combatendo especificamente


N

intolerância religiosa, bem como coibir a utilização as desigualdades raciais que atingem as mulheres
io

dos meios de comunicação social para a difusão de negras;


ric

proposições que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou III - o resgate, a preservação e a manutenção da
au

ao desprezo, por motivos fundados na religiosidade. memória histórica legada à sociedade gaúcha pelas
tradições e práticas socioculturais negras;
M

Medidas Reparatórias, Compensatórias e Inclusivas IV - o adequado enfrentamento e superação das


desigualdades raciais pelas estruturas institucio-
nais do Estado, com a implementação de progra-
Além dos conceitos determinados pelo art. 1º, o
ÉTICA E DIVERSIDADE

mas especiais de ação afirmativa na esfera pública,


Estatuto Estadual da Igualdade Racial e de Combate à
visando ao enfrentamento emergencial das desi-
Intolerância Religiosa orientará as políticas públicas,
gualdades raciais;
os programas e as ações implementadas no Estado, V - a promoção de ajustes normativos para aperfei-
visando às medidas reparatórias e compensatórias, çoar o combate ao racismo em todas as suas mani-
assim como às medidas inclusivas. festações individuais, estruturais e institucionais;
Os programas e as ações implementadas no Esta- VI - o apoio às iniciativas oriundas da sociedade
do que visam às medidas reparatórias e compen- civil que promovam a igualdade de oportunidades
satórias têm como objetivo reparar e compensar os e o combate às desigualdades raciais.
impactos negativos gerados para os negros em decor-
rência dos anos de escravidão e práticas institucio-
nais e sociais que contribuíram para as desigualdades
raciais que ainda estão presentes em nossa sociedade. 435
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE IV - na percepção popular do processo saúde/
doença;
O direito à saúde da população negra será garan- V - na escolha da terapêutica e eficácia dos
tido pelo poder público, mediante políticas sociais e tratamentos;
econômicas, destinadas prevenção e ao tratamento de VI - no impacto do racismo sobre as doenças.
doenças geneticamente determinadas e seus agravos, Art. 7º Poderão ser priorizadas pelo Poder Público
nos termos do art. 4º. iniciativas que visem à:
O acesso universal e igualitário ao Sistema Único I - criação de núcleos de estudos sobre a saúde da
de Saúde (SUS) para promoção, proteção e recupera- população negra;
II - implementação de cursos de pós-graduação
ção da saúde da população negra será proporciona-
com linhas de pesquisa e programas sobre a saúde
do através de ações e de serviços com foco em suas
da população negra no âmbito das universidades;
necessidades.
III - inclusão da questão da saúde da população
negra como tema transversal nos currículos dos
Art. 4º A saúde dos negros será garantida median-
ensinos Médio e Superior;
te políticas sociais e econômicas que visem à pre-
IV - inclusão de matérias sobre etiologia, diagnósti-
venção e ao tratamento de doenças geneticamente
co e tratamento das doenças prevalentes na popu-
determinadas e seus agravos.
lação negra e medicina de matriz africana, nos
Parágrafo único. O acesso universal e igualitá-
cursos e treinamentos dos profissionais do SUS;
rio ao Sistema Único de Saúde - SUS - para a pro-
V - promoção de seminários e eventos para discutir
moção, proteção e recuperação da saúde da
e divulgar os temas da saúde da população negra
população negra será proporcionado através
nos serviços de saúde.
de ações e de serviços focalizados nas peculia-
Art. 8º Os negros terão políticas públicas destina-
ridades dessa parcela da população.
das à redução do risco de doenças que têm maior
incidência, em especial, a doença falciforme, as
Logo, seguindo as diretrizes acima listadas, órgãos
hemoglobinopatias, o lúpus, a hipertensão, o dia-
de saúde do Estado do Rio Grande do Sul monitorarão
betes e os miomas.
as condições da população negra para subsidiar o pla-
nejamento mediante as ações previstas no art. 5º.
DO DIREITO À CULTURA, À EDUCAÇÃO, AO
Tratando-se de moradores das comunidades de
ESPORTE E AO LAZER
remanescentes de quilombos, estes serão benefi-
ciários de incentivos específicos para a garantia do
Como não poderia ser diferente, a população
direito à saúde, incluindo melhorias nas condições
negra tem direito a participar de atividades educacio-
ambientais, no saneamento básico, na segurança ali-

9
nais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus

-3
mentar e nutricional e na atenção integral à saúde.
interesses e condições, de modo a contribuir para o

40
Não custa lembrar que as ações previstas no art.
patrimônio cultural de sua comunidade.
5º são pontos atrativos das bancas para cobrança em
.5
Para se fazer cumprir o direito a educação, o Poder
33
prova.
Público promoverá políticas e programas de ação afir-
.6
00

Art. 5º Os órgãos de saúde estadual monitorarão mativa que assegurem igualdade de acesso ao ensino
-0

as condições da população negra para subsidiar o público para os negros, em todos os níveis de educa-
ção, de forma gratuita. Além disso, o poder público,
os

planejamento mediante, dentre outras, as seguintes


ações: ainda, deverá promover o acesso dos negros às ativi-
nt

I - a promoção da saúde integral da população dades esportivas e de lazer, bem como apoiar as enti-
Sa

negra, priorizando a redução das desigualdades dades que mantenham espaço para promoção social
os

étnica; dessa população. Vejamos:


id

II - a melhoria da qualidade dos sistemas de infor-


mação do SUS no que tange à coleta, ao processa-
ol

Art. 9º O Poder Público promoverá políticas e pro-


ic

mento e à análise dos dados por cor, etnia e gênero; gramas de ação afirmativa que assegurem igualda-
N

III - a inclusão do conteúdo da saúde da população de de acesso ao ensino público para os negros, em
io

negra nos processos de formação e de educação todos os níveis de educação, proporcionalmente a


ric

permanente dos trabalhadores da saúde; sua parcela na composição da população do Esta-


au

IV - a inclusão da temática saúde da população do, ao mesmo tempo em que incentivará os esta-
negra nos processos de formação das lideranças de
M

belecimentos de ensino privado a adotarem tais


movimentos sociais para o exercício da participa- políticas e programas.
ção e controle social no SUS. Art. 10 O Estado deve promover o acesso dos
Parágrafo único. Os membros das comunidades negros ao ensino gratuito, às atividades esportivas
remanescentes de quilombos serão beneficiários de e de lazer e apoiar a iniciativa de entidades que
incentivos específicos para a garantia do direito à mantenham espaço para promoção social desta
saúde, incluindo melhorias nas condições ambien- parcela da população.
tais, no saneamento básico, na segurança alimen-
tar e nutricional e na atenção integral à saúde.
Ainda em relação à educação, o art. 11, do Estatuto,
Art. 6º Serão instituídas políticas públicas de
determina que as instituições de ensino públicas, nas
incentivo à pesquisa do processo de saúde e doença
da população negra nas instituições de ensino, com datas comemorativas de caráter cívico deverão inse-
ênfase: rir dados históricos sobre a participação dos negros
I - nas doenças geneticamente determinadas; nestes fatos. Uma observação importante a se fazer é
II - na contribuição das manifestações negras de que o art. 11 refere-se apenas as instituições de ensino
promoção à saúde; públicas.
436 III - na medicina popular de matriz africana;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Já o art. 12 prevê que, ao promoverem debates, capacitação de professores para o ensino da Histó-
palestras, cursos ou atividades, as instituições de ensi- ria e da Cultura Negras e para o desenvolvimento
no deverão respeitar a diversidade racial, convidando de uma educação baseada nos princípios da equi-
negros para discorrer sobre os temas apresentados. dade, tolerância e respeito às diferenças raciais;
V - desenvolver, elaborar e editar materiais didá-
Art. 11 Nas datas comemorativas de caráter cívico, ticos e paradidáticos que subsidiem o ensino, a
as instituições de ensino públicas deverão inserir divulgação, o debate e as atividades afins sobre a
nas aulas, palestras, trabalhos e atividades afins, temática da História e Cultura Negras;
dados históricos sobre a participação dos negros VI - estimular a implementação de diretrizes curri-
nos fatos comemorados. culares que abordem as questões raciais em todos
Art. 12 As instituições de ensino deverão respei- os níveis de ensino, apoiando projetos de pesquisa
tar a diversidade racial quando promoverem nas áreas das relações raciais, das ações afirmati-
debates, palestras, cursos ou atividades afins, con- vas, da História e da Cultura Negras;
vidando negros, entre outros, para discorrer sobre VII - apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa,
os temas apresentados. nos diversos programas de pós-graduação, que
Art. 13 O Poder Público deverá promover campa- desenvolvam temáticas de interesse da população
nhas que divulguem a literatura produzida pelos negra;
negros e aquela que reproduza a história, as tradi- VIII - desenvolver programas de extensão univer-
ções e a cultura do povo negro. sitária destinados a aproximar jovens negros de
tecnologias avançadas, assegurado o princípio da
Nos termos do art. 14, as instituições de ensino proporcionalidade de gênero entre os beneficiários.
públicas e privadas deverão oportunizar o aprendiza- Art. 16 O Estado deverá promover políticas que
do e a prática da capoeira, como atividade esportiva, valorizem a cultura “Hip-Hop” em suas manifes-
cultural e lúdica. Neste sentido, a capoeira é reconhe- tações de canto do “Rap”, da instrumentação dos
cida como desporto de criação nacional, conforme “DJs”, da dança do “break dance” e da pintura do
determina o art. 217, da Constituição Federal. grafite.

Art. 14 Nas instituições de ensino, públicas e priva- DO ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO


das, deverá ser oportunizado o aprendizado e
a prática da capoeira, como atividade esportiva, A população negra no Brasil a muito tempo sofre
cultural e lúdica, sendo facultada a participação atos de preconceitos nas mais diversas áreas e das
dos mestres tradicionais de capoeira para atuarem mais diversas formas, principalmente no que se refere
como instrutores desta arte- esporte. ao direito ao trabalho. A implementação de políticas
afirmativas que assegurem igualdade de oportunida-

9
-3
O Estado do Rio Grande de Sul deverá promover des aos negros no acesso aos cargos públicos e incenti-

40
programas de incentivo, inclusão e permanência da vo uma maior equidade para os negros nos empregos
população negra nos ensinos Médio, Técnico e Supe-
.5
oferecidos na iniciativa privada, será responsabilida-
33
rior. Para isso, o Estado deverá adotar as medidas pre- de do poder público.
.6

vistas nos incisos I a VIII, do art. 15. Além disso, visando à igualdade de oportunidades,
00

Entre esses incisos, merece destaque a obrigato- serão adotadas políticas e programas de formação
-0

riedade do estudo da história geral da África e da profissional, de emprego e de geração de renda volta-
os

história da população negra no Brasil, nos moldes dos para a população negra.
da Lei n. 9.394, de 1996, que estabelece as diretrizes e
nt
Sa

bases da educação nacional. Art. 17 O Poder Público deverá promover políticas


afirmativas que assegurem igualdade de oportuni-
os

Art. 15 O Estado deverá promover programas de dades aos negros no acesso aos cargos públicos,
id

incentivo, inclusão e permanência da população proporcionalmente a sua parcela na composição


ol

negra nos ensinos Médio, Técnico e Superior, ado- da população do Estado, e incentivará a uma maior
ic

tando medidas para: equidade para os negros nos empregos oferecidos


N

I - incentivar ações que mobilizem e sensibilizem as na iniciativa privada.


io

instituições privadas de Ensino Superior para que Parágrafo único. Para enfrentar a situação de
ric

adotem as políticas e ações afirmativas; desigualdade de oportunidades, deverão ser imple-


au

II - incentivar e apoiar a criação de cursos de aces- mentadas políticas e programas de formação pro-
M

so ao Ensino Superior para estudantes negros, fissional, emprego e geração de renda voltadas aos
como mecanismo para viabilizar uma inclusão negros.
mais ampla e adequada destes nas instituições; Art. 18 A inclusão do quesito raça, a ser registrado
III - dar cumprimento ao disposto na Lei Federal segundo a autoclassificação, será obrigatória em
ÉTICA E DIVERSIDADE

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabe- todos os registros administrativos direcionados a


lece as diretrizes e bases da educação nacional, e empregadores e trabalhadores dos setores público
na Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, e privado.
que institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera
as Leis nºs 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de
DAS TERRAS QUILOMBOLAS
13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e
10.778, de 24 de novembro de 2003, no que tange a
obrigatoriedade da inclusão da História e da Cul- As pessoas remanescentes das comunidades dos
tura Afro- brasileiras nos currículos escolares dos quilombos que estejam ocupando suas terras quilom-
ensinos Médio e Fundamental; bolas no Estado do Rio Grande do Sul têm seu direito
IV - estabelecer programas de cooperação técnica à propriedade definitiva reconhecido, nos termos do
com as escolas de Educação Infantil, Ensino Fun- art. 19, permitindo ao Estado que lhes sejam emitidos
damental, Ensino Médio e Ensino Técnico para a os títulos respectivos. 437
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 19 Aos remanescentes das comunidades de
quilombos que estejam ocupando terras quilombo- LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA
las no Rio Grande do Sul, será reconhecida a pro-
priedade definitiva das mesmas, estando o Estado PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO
autorizado a emitir-lhes os títulos respectivos, em DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA): LEI
observância ao direito assegurado no art. 68 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015, E
da Constituição Federal e na Lei nº 11.731, de 9 de SUAS ATUALIZAÇÕES
janeiro de 2002, que dispõe sobre a regularização
fundiária de áreas ocupadas por remanescentes de A proteção dos direitos das pessoas com deficiên-
comunidades de quilombos. cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen-
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL parcela da população faz parte de um discurso atual,
resultado da forma como essas pessoas passaram a
Infelizmente a participação pequena ou sub-re- ser percebidas.
presentação da população negra nas programações e É possível visualizar, ao longo da história, que as pes-
propagandas veiculadas nos grandes meios de comu- soas com deficiência foram encaradas de quatro modos
nicação de massa no Brasil significa para eles menos diferentes, conforme cada período temporal. A primeira
oportunidade de trabalho, além de demonstrar um fase foi a de intolerância em relação às pessoas com defi-
preconceito racial velado. Por essa razão, o Estatuto ciência, pois simbolizavam a impureza, o pecado, ou, até
Estadual de Igualdade Racial prevê entre os arts. 20 mesmo, o castigo divino. A segunda foi a fase marcada
a 23 algumas medidas visando melhorar a comunica- pela invisibilidade das pessoas com deficiência. Dela,
ção social da população negra. decorreu a terceira fase, marcada pelo assistencialismo
e pautada na perspectiva médica e biológica de que a
Art. 20 A idealização, a realização e a exibição das
deficiência era uma patologia e, como tal, deveria ser
peças publicitárias veiculadas pelo Poder Público
curada. Por fim, a quarta fase voltou-se para os direitos
deverão observar percentual de artistas, modelos e
trabalhadores afro- descendentes em número equi- humanos, despontando os direitos à inclusão social, com
valente ao resultante do censo do Instituto Brasilei- ênfase na relação da pessoa com deficiência e do meio
ro de Geografia e Estatística IBGE de afro-brasileiros em que ela está inserida.
na composição da população do Rio Grande do Sul. Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é
Art. 21 A produção veiculada pelos órgãos de comu- fruto de uma construção histórica. A partir de 1993,
nicação valorizará a herança cultural e a participa- a nomenclatura mudou para portadores de necessi-
ção da população negra na história do Estado. dades especiais, pessoas com necessidades especiais,

9
-3
Art. 22 Na produção de filmes, programas e peças pessoas especiais, portadores de direitos especiais ou

40
publicitárias destinados à veiculação pelas emisso- pessoas com deficiência.
ras de televisão e em salas cinematográficas, deverá
.5
Como consequência dessas mudanças no modo de
33
ser adotada a prática de conferir oportunidades de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
emprego para atores, figurantes e técnicos negros,
.6

de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o


00

sendo vedada toda e qualquer discriminação de


natureza política, ideológica, étnica ou artística. pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili-
-0

Parágrafo único. A exigência disposta no “caput” tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com
os

não se aplica aos filmes e aos programas que abor- autonomia e participação.
nt

dem especificidades de grupos étnicos determinados. Neste contexto, iniciou-se um sistema de proteção
Sa

Art. 23 Os órgãos e as entidades da Administração internacional, exigindo dos Estados um tratamento


Pública Estadual poderão incluir cláusulas de par- especializado para proteção aos direitos das pessoas
os

ticipação de artistas negros nos contratos de rea- com deficiência. Entre os instrumentos de proteção
id

lização de filmes, programas ou quaisquer outras realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direi-
ol

peças de caráter publicitário nos termos da Lei tos das Pessoas com Deficiência de 2006. O texto desta
ic

Federal nº 12.288, de 2010. convenção foi assinado no ano de 2007 e incorporado


N

§ 1º Os órgãos e as entidades de que trata este arti-


io

ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009


go incluirão, nas especificações para contratação
ric

pelo Decreto nº 6.949.


de serviços de consultoria, conceituação, produção
A importância do Decreto nº 6.949, de 2009 é imen-
au

e realização de filmes, programas ou peças publi-


sa, uma vez que ele foi o primeiro tratado internacio-
M

citárias, a obrigatoriedade da prática de iguais


oportunidades de emprego para as pessoas relacio- nal de direitos humanos a adotar a norma do artigo
nadas com o projeto ou serviço contratado. 5º, § 3º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o
§ 2º Entende-se por prática de iguais oportunida- mesmo rito de aprovação cabível para as emendas
des de emprego o conjunto de medidas sistemáticas constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres-
executadas com a finalidade de garantir a diversi- so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dade étnica, de sexo e de idade na equipe vinculada dos respectivos membros).
ao projeto ou serviço contratado. Como resultado, tal decreto passou a ter status de
§ 3º A autoridade contratante poderá, se conside- norma constitucional (mesmo valor normativo das
rar necessário para garantir a prática de iguais
normas colocadas na Constituição Federal mesmo
oportunidades de emprego, requerer auditoria por
órgão do Poder Público.
sem fazer parte dela). Por esta razão, o Brasil necessi-
§ 4º A exigência disposta no «caput» não se apli- tou promover alterações legislativas para “assegurar e
ca às produções publicitárias quando abordarem promover o pleno exercício de todos os direitos huma-
especificidades de grupos étnicos determinados. nos e liberdades fundamentais por todas as pessoas
Art. 24 Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) com deficiência”, em conformidade com o item 1 da
438 dias após sua publicação. Convenção.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei Além de conceituar pessoas com deficiência, o
nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à art. 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como
Convenção. deve ser procedida a avaliação para caracterizar
Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em essas pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que
mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146, a avaliação será realizada por uma equipe multipro-
de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden- fissional e interdisciplinar, de modo a considerar os
tificar as ideias mais importantes da legislação, uma aspectos que permeiam o indivíduo (todo o contexto
vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina social). Para determinar ou não a deficiência, a equi-
“literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais pe analisará três enfoques: biológico, psicológico e
de cada artigo com base em sua estrutura, não haven- social, considerando, para tanto:
do, para tanto, a necessidade de decorá-los. Consi-
derando os concursos anteriores, o estudo deve ter z Os impedimentos nas funções e nas estruturas do
especial atenção à parte relativa aos crimes e infra- corpo;
ções administrativas por ser esse o ponto mais cobra- z Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
do pelas bancas examinadoras. z A limitação no desempenho de atividades e a
Feitas essas considerações iniciais, bons estudos! restrição de participação.

NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que
DEFICIÊNCIA compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen-
tos normativos para a verificação da deficiência.
A Lei nº 13.146, de 2015 é dividida em duas par-
tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
princípios da Convenção sobre os Direitos das Pes- Importante
soas com Deficiência, disciplinando, além desses, os
direitos fundamentais das pessoas com deficiência. A competência é do Poder Executivo e não do
Já a parte especial é composta dos meios de proteção, Poder Legislativo.
quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual
perante à lei e aos crimes e infrações administrativas.
O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação
e entendimento da legislação. São eles:
LEI Nº 13.146, DE
2015 z Acessibilidade;
z Desenho universal;

9
z Tecnologia assistiva ou ajuda técnica;

-3
z Barreiras;

40
z Comunicação;
Parte Geral
Parte Especial z Adaptações razoáveis;.5
33
Princípios e direitos z Elemento de urbanização;
.6

Meio de proteção
fundamentais
00

z Mobiliário urbano;
-0

z Pessoa com mobilidade reduzida;


z Residências inclusivas;
os

Iniciando pela parte geral, os artigos de 1º a 3º


da mencionada Lei introduzem o tema, estabelecen- z Moradia para a vida independente da pessoa com
nt

do suas disposições gerais. De acordo com o artigo deficiência;


Sa

1º, o objetivo da legislação é assegurar e promover o z Atendente pessoal; profissional de apoio escolar;
os

exercício dos direitos e das liberdades fundamentais z Acompanhante.


id

da pessoa com deficiência em iguais condições com


Art. 3° [...]
ol

os demais, de modo a garantir sua inclusão social e


I - Acessibilidade: possibilidade e condição de
ic

cidadania. Seu parágrafo único deixa claro que a Lei


N

alcance para utilização, com segurança e autono-


nº 13.146, de 2015 decorre da Convenção (juntamente
io

mia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos,


com seus protocolos), sendo incorporada no ordena-
ric

edificações, transportes, informação e comunicação,


mento jurídico brasileiro com status de Emenda Cons-
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
au

titucional, conforme explanado. outros serviços e instalações abertos ao público, de


M

O artigo 2º preocupou-se em dar o conceito de pes- uso público ou privados de uso coletivo, tanto na
soa com deficiência. Em termos gerais, considera-se zona urbana como na rural, por pessoa com defi-
pessoa com deficiência aquela que possui impedi- ciência ou com mobilidade reduzida.
mento de longo prazo, sendo este de natureza física,
ÉTICA E DIVERSIDADE

mental, intelectual ou sensorial, que pode, de algu- Observe que a palavra-chave para entender o con-
ma forma, causar barreiras ou obstruir sua partici- ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu-
pação plena e efetiva na sociedade em igualdades lar com autonomia em espaços públicos e privados
de condições com as demais pessoas. de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia
para utilizar a tecnologia).
z Pessoa com Deficiência
Art. 3° [...]
„ Impedimento de longo prazo; II - Desenho universal: concepção de produtos,
„ Natureza física, mental, intelectual ou sensorial; ambientes, programas e serviços a serem usados
„ Causar barreiras ou obstruir sua participação por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
plena e efetiva na sociedade em igualdades de ção ou de projeto específico, incluindo os recursos
condições com as demais pessoas. de tecnologia assistiva. 439
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Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve quando requeridos em cada caso, a fim de assegu-
ser utilizado por todas as pessoas, independentemen- rar que a pessoa com deficiência possa gozar ou
te de ter ou não alguma deficiência. exercer, em igualdade de condições e oportunida-
des com as demais pessoas, todos os direitos e liber-
Art. 3° [...] dades fundamentais.
III - Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: VII - Elemento de urbanização: quaisquer compo-
produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, nentes de obras de urbanização, tais como os refe-
metodologias, estratégias, práticas e serviços que rentes a pavimentação, saneamento, encanamento
objetivem promover a funcionalidade, relacio- para esgotos, distribuição de energia elétrica e de
nada à atividade e à participação da pessoa com gás, iluminação pública, serviços de comunicação,
deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à abastecimento e distribuição de água, paisagismo e
sua autonomia, independência, qualidade de vida e os que materializam as indicações do planejamento
inclusão social. urbanístico.
VIII - Mobiliário urbano: conjunto de objetos
Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter- existentes nas vias e nos espaços públicos, super-
minado produto ou serviço às necessidades da pessoa postos ou adicionados aos elementos de urbaniza-
com deficiência, para que possa exercê-lo de forma ção ou de edificação, de forma que sua modificação
autônoma. ou seu traslado não provoque alterações substan-
ciais nesses elementos, tais como semáforos, pos-
tes de sinalização e similares, terminais e pontos
Art. 3° [...]
de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de
IV - Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, ati-
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques
tude ou comportamento que limite ou impeça a
e quaisquer outros de natureza análoga.
participação social da pessoa, bem como o gozo,
IX - Pessoa com mobilidade reduzida: aque-
a fruição e o exercício de seus direitos à acessibi-
la que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
lidade, à liberdade de movimento e de expressão, à
movimentação, permanente ou temporária, geran-
comunicação, ao acesso à informação, à compreen-
do redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade,
são, à circulação com segurança, entre outros, clas-
da coordenação motora ou da percepção, incluindo
sificadas em:
a) Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de
nos espaços públicos e privados abertos ao público colo e obeso.
ou de uso coletivo; X - Residências inclusivas: unidades de oferta do
b) Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí- Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assis-
cios públicos e privados; tência Social (SUAS) localizadas em áreas residen-
c) Barreiras nos transportes: as existentes nos sis- ciais da comunidade, com estruturas adequadas,
que possam contar com apoio psicossocial para o

9
temas e meios de transportes;

-3
d) Barreiras nas comunicações e na informação: atendimento das necessidades da pessoa acolhi-

40
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta- da, destinadas a jovens e adultos com deficiência,

.5
mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou em situação de dependência, que não dispõem de
33
o recebimento de mensagens e de informações por condições de autossustentabilidade e com vínculos
.6

intermédio de sistemas de comunicação e de tecno- familiares fragilizados ou rompidos.


00

logia da informação;
-0

e) Barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen- As residências inclusivas têm caráter de assis-


tência para aquelas pessoas com deficiência que são
os

tos que impeçam ou prejudiquem a participação


social da pessoa com deficiência em igualdade de dependentes, porém não possuem vínculos familiares
nt

condições e oportunidades com as demais pessoas; capazes de lhes dar suporte.


Sa

f) Barreiras tecnológicas: as que dificultam ou


os

impedem o acesso da pessoa com deficiência às Art. 3° [...]


id

tecnologias. XI - Moradia para a vida independente da pes-


soa com deficiência: moradia com estruturas
ol
ic

Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que adequadas capazes de proporcionar serviços de
N

impeça ou limite a participação social da pessoa com apoio coletivos e individualizados que respeitem e
io

deficiência. As barreiras podem estar nos espaços ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos
ric

públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas), com deficiência.


au

nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas


Diferentemente da residência inclusiva, a mora-
M

comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul-


dade de acesso às tecnologias (tecnológicas). dia proporciona serviços de apoio ao deficiente que
ampliarão o seu grau de autonomia.
Art. 3° [...]
V - Comunicação: forma de interação dos cidadãos Art. 3° [...]
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusi- XII - Atendente pessoal: pessoa, membro ou não
ve a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualiza- da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
ção de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- deficiência no exercício de suas atividades diárias,
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, excluídas as técnicas ou os procedimentos identifi-
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz cados com profissões legalmente estabelecidas.
digitalizados e os modos, meios e formatos aumen- XIII - Profissional de apoio escolar: pessoa que
tativos e alternativos de comunicação, incluindo as exerce atividades de alimentação, higiene e locomo-
tecnologias da informação e das comunicações. ção do estudante com deficiência e atua em todas as
VI - Adaptações razoáveis: adaptações, modi- atividades escolares nas quais se fizer necessária,
ficações e ajustes necessários e adequados que em todos os níveis e modalidades de ensino, em ins-
440 não acarretem ônus desproporcional e indevido, tituições públicas e privadas, excluídas as técnicas
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ou os procedimentos identificados com profissões a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e
legalmente estabelecidas. idosos quando estes possuem deficiência.
XIV - Acompanhante: aquele que acompanha a Importante é, também, o artigo 6º da Lei, que con-
pessoa com deficiência, podendo ou não desempe- cedeu às pessoas com deficiência plena capacidade
nhar as funções de atendente pessoal. para o exercício de seus direitos, inclusive para:

DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO z Casar ou constituir união estável;


z Exercer direitos sexuais e reprodutivos;
Os arts. 4º a 9º tratam do tema igualdade e não z Exercer o direito de decidir sobre o número de
discriminação, consubstanciados no princípio da filhos e de ter acesso a informações adequadas
promoção da igualdade presente na Convenção sobre sobre reprodução e planejamento familiar;
Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o § z Conservar sua fertilidade, sendo proibida a esteri-
1º, do art. 4º preocupou-se em definir discriminação lização compulsória;
em razão da deficiência como: z Exercer o direito à família e à convivência familiar
e comunitária;
Art. 4° [...] z Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à
§ 1° Considera-se discriminação em razão da defi- adoção, como adotante ou adotando, em igualdade
ciência toda forma de distinção, restrição ou exclu- de oportunidades com as demais pessoas.
são, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou
o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhe- Dica
cimento ou o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015,
a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimen- as pessoas com deficiência eram tidas, em regra,
to de tecnologias assistivas. como absoluta ou relativamente incapazes pelo
Código Civil. Atualmente, a regra é que elas são
Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a plenamente capazes, só sendo consideradas rela-
recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento tivamente incapazes se, por causa transitória ou
de tecnologias assistivas, tanto pelo próprio Estado, permanente, não puderem exprimir sua vontade.
como pelo particular.
Para facilitar na fixação desse conceito, vamos O artigo 7º trouxe o dever de vigilância geral apli-
esquematizá-lo para você: cável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem
comunicar às autoridades qualquer tipo de ameaça
Distinção em razão da deficiência ou violação aos direitos da pessoa com deficiência.

9
-3
Ressalta-se que seu parágrafo único dispõe que, uma

40
vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o
Distinção .5
Ministério Público deve ser informado para que adote
33
as providências para o devido cumprimento da Lei,
Restrição
.6

inclusive na forma penal.


Exclusão
00

O artigo 8º estabelece que é dever Estado, da


-0

sociedade e da família assegurar a efetivação dos


direitos das pessoas com deficiência.
os

Ação Omissão Encerrando a parte relativa à igualdade, o 9º dispõe


nt

sobre o atendimento prioritário, com as finalidades de:


Sa
os

Impedir, prejudicar ou anular o reconhecimento z Proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;


id

ou o exercício dos direitos e das liberdades z Atendimento em todas as instituições e serviços de


ol

fundamentais de pessoa com deficiência atendimento ao público;


ic

z Disponibilização de recursos, tanto humanos


N

quanto tecnológicos, que garantam atendimento


io

em igualdade de condições com as demais pessoas;


ric

Importante esclarecer que a igualdade trazida pela z Disponibilização de pontos de parada, estações e
au

Lei nº 13.146, de 2015 não é impositiva, ou seja, as ações terminais acessíveis de transporte coletivo de pas-
M

afirmativas constante da Lei não são obrigatórias às pes- sageiros e garantia de segurança no embarque e
soas com deficiência, pois, se elas não quiserem se bene- no desembarque;
ficiar dos direitos elencados, não serão obrigadas. Por z Acesso a informações e disponibilização de recur-
exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada a se sos de comunicação acessíveis;
ÉTICA E DIVERSIDADE

inscrever para as vagas reservadas, podendo concorrer z Recebimento de restituição de imposto de renda;
às vagas de ampla concorrência se assim desejar. z Tramitação processual e procedimentos judiciais e
O artigo 5º, por vez, trata da proteção da pessoa administrativos em que for parte ou interessada,
com deficiência, de modo a afastar toda forma de em todos os atos e diligências.
tortura ou outro mecanismo de redução da dignida-
de da pessoa humana ao assegurar a proteção contra Com exceção da restituição de imposto de renda e
negligência, discriminação, exploração, violência, tor- da tramitação processual prioritária, todos os demais
tura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou itens relativos ao atendimento prioritário são exten-
degradante. Seu parágrafo único traz um importante sivos ao acompanhante da pessoa com deficiência
conceito: especialmente vulneráveis. Considerando ou ao seu atendente pessoal. Como consequência,
que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por o acompanhante tem direito à preferência de atendi-
esta razão, merece a proteção especial, maior deve ser mento, ao socorro, entre outros. 441
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS necessidades, habilidades e potencialidades de
cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com I - diagnóstico e intervenção precoces;
deficiência. São eles que estudaremos neste momento. II - adoção de medidas para compensar perda ou
Veja-os a seguir: limitação funcional, buscando o desenvolvimento
de aptidões;
III - atuação permanente, integrada e articulada de
z Direitos Fundamentais
políticas públicas que possibilitem a plena partici-
pação social da pessoa com deficiência;
„ Vida; IV - oferta de rede de serviços articulados, com
„ Habitação e Reabilitação; atuação intersetorial, nos diferentes níveis de com-
„ Saúde; plexidade, para atender às necessidades específicas
„ Educação; da pessoa com deficiência;
„ Moradia; V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
„ Trabalho; pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
„ Assistente Social; respeitadas a organização das Redes de Atenção à
„ Previdência Social; Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do
„ Cultura, esporte, turismo e lazer; Sistema Único de Saúde (SUS).
„ Transporte; Art. 16 Nos programas e serviços de habilitação e
de reabilitação para a pessoa com deficiência, são
„ Mobilidade;
garantidos:
„ Acessibilidade.
I - organização, serviços, métodos, técnicas e recur-
sos para atender às características de cada pessoa
Do Direito à Vida com deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10 ao III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os demais materiais e equipamentos adequados e apoio técni-
direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum outro. O co profissional, de acordo com as especificidades de
direito à vida é inviolável, sendo, inclusive, garantido cada pessoa com deficiência;
constitucionalmente a todas as pessoas. Por conseguin- IV - capacitação continuada de todos os profissio-
te, a pessoa com deficiência tem o direito de lutar pela nais que participem dos programas e serviços.
sua vida, competindo ao Estado o dever de adotar toda Art. 17 Os serviços do SUS e do Suas deverão pro-
mover ações articuladas para garantir à pessoa
e qualquer medida para assegurar seu pleno exercício.
com deficiência e sua família a aquisição de infor-
Importante assinalar que a pessoa com deficiência
mações, orientações e formas de acesso às políticas
não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie

9
públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar

-3
de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que sua plena participação social.

40
é indispensável seu livre consentimento para a rea- Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput
lização de qualquer procedimento, exceto nos casos .5
deste artigo podem fornecer informações e orienta-
33
de atendimento de emergência em saúde e risco de ções nas áreas de saúde, de educação, de cultura,
.6

morte e nos casos em que se encontra impossibilitada de esporte, de lazer, de transporte, de previdência
00

de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este social, de assistência social, de habitação, de tra-
-0

supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes- balho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
os

soas submetidas ao instituto da Curatela). de promoção, proteção e defesa de direitos e nas


demais áreas que possibilitem à pessoa com defi-
nt

Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público


ciência exercer sua cidadania.
Sa

a proteção das pessoas com deficiência em situações


de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações
os

de risco, como nos casos de estado de emergência ou Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques-
id

calamidade pública. tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste-


ol

ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento


ic

Do Direito à Habilitação e à Reabilitação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos


N

responsáveis por prestar informações e orientações


io

adequadas com relação às políticas públicas dispo-


ric

O direito à habilitação e reabilitação está disci-


níveis, de modo a favorecer a plena participação das
plinado nos arts. 14 ao 17, dizendo respeito à garantia
au

pessoas com deficiência.


de se adotar medidas que promovam a recuperação
M

física, cognitiva e psicológica, bem como a proteção,


Do Direito à Saúde
à reabilitação e a reinserção social das pessoas com
deficiência.
O direito à saúde encontra-se estabelecido nos
arts. 18 a 26. Trata-se de um direito universal, pois
Art. 14 O processo de habilitação e de reabilitação
é um direito da pessoa com deficiência.
estabelece garantias às pessoas de modo geral, estan-
Parágrafo único. O processo de habilitação e de do, também, arrolado na Constituição Federal como
reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento um direito social.
de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões Salienta-se que o direito à saúde da pessoa com
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudi- deficiência contempla o acesso a um atendimento
nais, profissionais e artísticas que contribuam para integral, ou seja, em todos os níveis de complexidade,
a conquista da autonomia da pessoa com deficiên- seja de caráter preventivo ou para fins de tratamento,
cia e de sua participação social em igualdade de sem qualquer discriminação ou custos adicionais, com
condições e oportunidades com as demais pessoas. direito ao acompanhante, em ambientes acessíveis,
Art. 15 O processo mencionado no art. 14 desta sem se submeter a qualquer tipo de discriminação ou
442 Lei baseia-se em avaliação multidisciplinar das violência, estabelecendo, portanto, o acesso igualitário.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 18 É assegurada atenção integral à saúde da Art. 21 Quando esgotados os meios de atenção à
pessoa com deficiência em todos os níveis de com- saúde da pessoa com deficiência no local de resi-
plexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso dência, será prestado atendimento fora de domi-
universal e igualitário. cílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com garantidos o transporte e a acomodação da pessoa
deficiência na elaboração das políticas de saúde a com deficiência e de seu acompanhante.
ela destinadas. Art. 22 À pessoa com deficiência internada ou em
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas
observação é assegurado o direito a acompanhante
éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação
ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a insti-
dos profissionais de saúde e contemplarão aspec-
tuição de saúde proporcionar condições adequadas
tos relacionados aos direitos e às especificidades da
pessoa com deficiência, incluindo temas como sua para sua permanência em tempo integral.
dignidade e autonomia. § 1º Na impossibilidade de permanência do acom-
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à panhante ou do atendente pessoal junto à pessoa
pessoa com deficiência, especialmente em serviços com deficiência, cabe ao profissional de saúde res-
de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida ponsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
capacitação inicial e continuada. § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destina- § 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde
dos à pessoa com deficiência devem assegurar: deve adotar as providências cabíveis para suprir
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados a ausência do acompanhante ou do atendente
por equipe multidisciplinar; pessoal.
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre Art. 23 São vedadas todas as formas de discrimi-
que necessários, para qualquer tipo de deficiência, nação contra a pessoa com deficiência, inclusive
inclusive para a manutenção da melhor condição
por meio de cobrança de valores diferenciados por
de saúde e qualidade de vida;
planos e seguros privados de saúde, em razão de
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, trata-
sua condição.
mento ambulatorial e internação;
IV - campanhas de vacinação; Art. 24 É assegurado à pessoa com deficiência o
V - atendimento psicológico, inclusive para seus acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como
familiares e atendentes pessoais; privados, e às informações prestadas e recebidas,
VI - respeito à especificidade, à identidade de gêne- por meio de recursos de tecnologia assistiva e de
ro e à orientação sexual da pessoa com deficiência; todas as formas de comunicação previstas no inci-
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direi- so V do art. 3º desta Lei.
to à fertilização assistida; Art. 25 Os espaços dos serviços de saúde, tanto

9
-3
VIII - informação adequada e acessível à pessoa públicos quanto privados, devem assegurar o aces-

40
com deficiência e a seus familiares sobre sua con- so da pessoa com deficiência, em conformidade

.5
dição de saúde; com a legislação em vigor, mediante a remoção
33
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o de barreiras, por meio de projetos arquitetônico,
.6

desenvolvimento de deficiências e agravos adicionais; de ambientação de interior e de comunicação que


00

X - promoção de estratégias de capacitação permanen-


atendam às especificidades das pessoas com defi-
-0

te das equipes que atuam no SUS, em todos os níveis


ciência física, sensorial, intelectual e mental.
de atenção, no atendimento à pessoa com deficiência,
os

Art. 26 Os casos de suspeita ou de confirmação de


bem como orientação a seus atendentes pessoais;
nt

XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares violência praticada contra a pessoa com deficiên-
Sa

de locomoção, medicamentos, insumos e fórmu- cia serão objeto de notificação compulsória pelos
serviços de saúde públicos e privados à autoridade
os

las nutricionais, conforme as normas vigentes do


Ministério da Saúde. policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos
id

§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
ol

às instituições privadas que participem de forma Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consi-
ic
N

complementar do SUS ou que recebam recursos dera-se violência contra a pessoa com deficiência
io

públicos para sua manutenção. qualquer ação ou omissão, praticada em local


ric

Art. 19 Compete ao SUS desenvolver ações destina- público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
das à prevenção de deficiências por causas evitá-
au

sofrimento físico ou psicológico.


veis, inclusive por meio de:
M

I - acompanhamento da gravidez, do parto e do


Do Direito à Educação
puerpério, com garantia de parto humanizado e
seguro;
O direito à educação está previsto nos arts. 27 ao
ÉTICA E DIVERSIDADE

II - promoção de práticas alimentares adequadas e


saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, pre- 30, além de fazer parte do rol dos direitos sociais, pre-
venção e cuidado integral dos agravos relacionados vistos no art. 6º da Constituição Federal, de 1988.
à alimentação e nutrição da mulher e da criança; Na Lei nº 13.146, de 2015, o direito à educação
III - aprimoramento e expansão dos programas de deve ser garantido por meio de um sistema educa-
imunização e de triagem neonatal; cional inclusivo, que deve atender, com qualidade
IV - identificação e controle da gestante de alto e de modo satisfatório, as pessoas com deficiência. O
risco.
objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação
Art. 20 As operadoras de planos e seguros privados
de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que
deficiência, no mínimo, todos os serviços e produ- advenham dessa condição e favorecer a sua integra-
tos ofertados aos demais clientes. ção na comunidade.
443
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica a ampliar habilidades funcionais dos estudantes,
promovendo sua autonomia e participação;
É a escola que deve se adaptar ao aluno, bus- XIII - acesso à educação superior e à educação pro-
cando compreender suas necessidades e carac- fissional e tecnológica em igualdade de oportunida-
terísticas e não o contrário. des e condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos
Art. 27 A educação constitui direito da pessoa com de nível superior e de educação profissional técnica
deficiência, assegurados sistema educacional inclusi- e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com
vo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda deficiência nos respectivos campos de conhecimento;
a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvi- XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualda-
mento possível de seus talentos e habilidades físicas, de de condições, a jogos e a atividades recreativas,
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas carac- esportivas e de lazer, no sistema escolar;
terísticas, interesses e necessidades de aprendizagem. XVI - acessibilidade para todos os estudantes, tra-
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, balhadores da educação e demais integrantes da
da comunidade escolar e da sociedade assegurar comunidade escolar às edificações, aos ambientes e
educação de qualidade à pessoa com deficiência, às atividades concernentes a todas as modalidades,
colocando-a a salvo de toda forma de violência, etapas e níveis de ensino;
negligência e discriminação. XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
Art. 28 Incumbe ao poder público assegurar, criar, XVIII - articulação intersetorial na implementação
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar de políticas públicas.
e avaliar: § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente o
e modalidades, bem como o aprendizado ao longo disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII,
de toda a vida; XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo,
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de
visando a garantir condições de acesso, permanên- qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades
cia, participação e aprendizagem, por meio da oferta e matrículas no cumprimento dessas determinações.
de serviços e de recursos de acessibilidade que elimi- § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes
nem as barreiras e promovam a inclusão plena; da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste
III - projeto pedagógico que institucionalize o aten- artigo, deve-se observar o seguinte:
dimento educacional especializado, assim como os I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na
demais serviços e adaptações razoáveis, para aten- educação básica devem, no mínimo, possuir ensi-
der às características dos estudantes com deficiên- no médio completo e certificado de proficiência na
cia e garantir o seu pleno acesso ao currículo em Libras; (Vigência)
condições de igualdade, promovendo a conquista e

9
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando

-3
o exercício de sua autonomia; direcionados à tarefa de interpretar nas salas de

40
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
.5
primeira língua e na modalidade escrita da língua
devem possuir nível superior, com habilitação,
33
portuguesa como segunda língua, em escolas e
prioritariamente, em Tradução e Interpretação em
.6

classes bilíngues e em escolas inclusivas;


Libras. (Vigência)
00

V - adoção de medidas individualizadas e coletivas


Art. 29 (VETADO).
-0

em ambientes que maximizem o desenvolvimento


Art. 30 Nos processos seletivos para ingresso e per-
acadêmico e social dos estudantes com deficiência,
os

manência nos cursos oferecidos pelas instituições


favorecendo o acesso, a permanência, a participa-
de ensino superior e de educação profissional e tec-
nt

ção e a aprendizagem em instituições de ensino;


nológica, públicas e privadas, devem ser adotadas
Sa

VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de


as seguintes medidas:
novos métodos e técnicas pedagógicas, de mate-
os

I - atendimento preferencial à pessoa com deficiên-


riais didáticos, de equipamentos e de recursos de
id

tecnologia assistiva; cia nas dependências das Instituições de Ensino


ol

VII - planejamento de estudo de caso, de elabora- Superior (IES) e nos serviços;


ic

ção de plano de atendimento educacional especia- II - disponibilização de formulário de inscrição de


N

lizado, de organização de recursos e serviços de exames com campos específicos para que o candi-
io

acessibilidade e de disponibilização e usabilidade dato com deficiência informe os recursos de acessi-


ric

pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; bilidade e de tecnologia assistiva necessários para


au

VIII - participação dos estudantes com deficiência e sua participação;


III - disponibilização de provas em formatos acessí-
M

de suas famílias nas diversas instâncias de atuação


da comunidade escolar; veis para atendimento às necessidades específicas
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o do candidato com deficiência;
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cultu- IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e
rais, vocacionais e profissionais, levando-se em de tecnologia assistiva adequados, previamente soli-
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os citados e escolhidos pelo candidato com deficiência;
interesses do estudante com deficiência; V - dilação de tempo, conforme demanda apresen-
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos tada pelo candidato com deficiência, tanto na reali-
programas de formação inicial e continuada de zação de exame para seleção quanto nas atividades
professores e oferta de formação continuada para acadêmicas, mediante prévia solicitação e compro-
o atendimento educacional especializado; vação da necessidade;
XI - formação e disponibilização de professores VI - adoção de critérios de avaliação das provas escri-
para o atendimento educacional especializado, de tas, discursivas ou de redação que considerem a sin-
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér- gularidade linguística da pessoa com deficiência, no
pretes e de profissionais de apoio; domínio da modalidade escrita da língua portuguesa;
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e VII - tradução completa do edital e de suas retifica-
444 de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma ções em Libras.
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Do Direito à Moradia Disposições Gerais

O direito à moradia, cuja previsão encontra- Art. 34 A pessoa com deficiência tem direito ao tra-
-se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o balho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente
máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi- acessível e inclusivo, em igualdade de oportunida-
ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla- des com as demais pessoas.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado
ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir
Poder Público sua promoção e efetiva concretização.
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igual-
Art. 31 A pessoa com deficiência tem direito à moradia dade de oportunidades com as demais pessoas, a
digna, no seio da família natural ou substituta, com condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada, ou igual remuneração por trabalho de igual valor.
em moradia para a vida independente da pessoa com § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva. deficiência e qualquer discriminação em razão
§ 1º O poder público adotará programas e ações de sua condição, inclusive nas etapas de recruta-
estratégicas para apoiar a criação e a manutenção mento, seleção, contratação, admissão, exames
de moradia para a vida independente da pessoa admissional e periódico, permanência no emprego,
com deficiência. ascensão profissional e reabilitação profissional,
§ 2º A proteção integral na modalidade de residên- bem como exigência de aptidão plena.
cia inclusiva será prestada no âmbito do Suas à § 4º A pessoa com deficiência tem direito à partici-
pessoa com deficiência em situação de dependência pação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação
que não disponha de condições de autossustenta- continuada, planos de carreira, promoções, bonifi-
bilidade, com vínculos familiares fragilizados ou cações e incentivos profissionais oferecidos pelo
rompidos. empregador, em igualdade de oportunidades com
Art. 32 Nos programas habitacionais, públicos ou os demais empregados.
subsidiados com recursos públicos, a pessoa com § 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência
deficiência ou o seu responsável goza de priorida- acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.
de na aquisição de imóvel para moradia própria, Art. 35 É finalidade primordial das políticas públi-
observado o seguinte: cas de trabalho e emprego promover e garantir
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das condições de acesso e de permanência da pessoa
unidades habitacionais para pessoa com deficiência; com deficiência no campo de trabalho.
II - (VETADO); Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos
o cooperativismo e o associativismo, devem prever a

9
de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas

-3
unidades habitacionais no piso térreo e de acessibi- participação da pessoa com deficiência e a disponibili-

40
lidade ou de adaptação razoável nos demais pisos; zação de linhas de crédito, quando necessárias.
IV - disponibilização de equipamentos urbanos .5
33
comunitários acessíveis; Do Direito à Assistência Social
.6

V - elaboração de especificações técnicas no projeto


00

que permitam a instalação de elevadores.


O direito à assistência social encontra-se con-
-0

§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste templado nos arts. 39 e 40, além de fazer parte do rol
dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição
os

artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência


Federal de 1988.
nt

beneficiária apenas uma vez.


A assistência social faz parte do subsistema da
Sa

§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os cri-


térios de financiamento devem ser compatíveis com Seguridade Social, juntamente com a saúde e a previ-
os

os rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua dência social. Por assistência social entende-se o con-
id

família. junto de medidas institucionalizadas de assistência


ol

§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interes- gratuita a ser prestada a quem dela necessitar.
ic

sada nas unidades habitacionais reservadas por São seus objetivos: habilitar e reabilitar as pessoas
N

força do disposto no inciso I do caput deste artigo, com deficiência; reintegrá-las à vida comunitária;
io

as unidades não utilizadas serão disponibilizadas garantir um benefício mensal àqueles que não têm
ric

às demais pessoas. meios de prover a sua manutenção (hipossuficiente).


au

Art. 33 Ao poder público compete: Veja os artigos em sua literalidade:


M

I - adotar as providências necessárias para o cum-


primento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e Art. 39 Os serviços, os programas, os projetos e os
II - divulgar, para os agentes interessados e benefi- benefícios no âmbito da política pública de assis-
ciários, a política habitacional prevista nas legisla- tência social à pessoa com deficiência e sua família
ÉTICA E DIVERSIDADE

ções federal, estaduais, distrital e municipais, com têm como objetivo a garantia da segurança de ren-
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. da, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do
desenvolvimento da autonomia e da convivência
Do Direito ao Trabalho familiar e comunitária, para a promoção do acesso
a direitos e da plena participação social.
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiên-
O direito ao trabalho, disciplinado nos arts. 34
cia, nos termos do caput deste artigo, deve envol-
e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso.
ver conjunto articulado de serviços do âmbito
Como consequência, permite-se que a pessoa com da Proteção Social Básica e da Proteção Social
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto Especial, ofertados pelo Suas, para a garantia de
à profissão ou ao trabalho que deseja desempenhar. seguranças fundamentais no enfrentamento de situa-
ções de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de
vínculos e ameaça ou violação de direitos. 445
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§ 2º Os serviços socioassistenciais destina- lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema esco-
dos à pessoa com deficiência em situação de lar, em igualdade de condições com as demais pessoas.
dependência deverão contar com cuidadores Art. 44 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,
sociais para prestar-lhe cuidados básicos e ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con-
instrumentais. ferências e similares, serão reservados espaços
Art. 40 É assegurado à pessoa com deficiência que livres e assentos para a pessoa com deficiência, de
não possua meios para prover sua subsistência acordo com a capacidade de lotação da edificação,
nem de tê-la provida por sua família o benefício observado o disposto em regulamento.
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da § 1º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. go devem ser distribuídos pelo recinto em locais
diversos, de boa visibilidade, em todos os setores,
Do Direito à Previdência Social próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
evitando-se áreas segregadas de público e obstru-
O direito à previdência social, também integrante ção das saídas, em conformidade com as normas
do subsistema da Seguridade Social, encontra-se previs- de acessibilidade.
§ 2º No caso de não haver comprovada procura
to no art. 41. Trata de garantir à pessoa com deficiência
pelos assentos reservados, esses podem, excepcio-
segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência
o direito à aposentadoria nos termos da Lei Comple- ou que não tenham mobilidade reduzida, observa-
mentar nº 142 de 8 de maio de 2013 — redução de até do o disposto em regulamento.
10 (dez) anos de contribuição, conforme o grau da defi- § 3º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
ciência aferido em avaliação médica e social. go devem situar-se em locais que garantam a aco-
modação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
Art. 41 A pessoa com deficiência segurada do Regi- pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
me Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à da, resguardado o direito de se acomodar proxima-
aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº mente a grupo familiar e comunitário.
142, de 8 de maio de 2013. § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saí-
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao das de emergência acessíveis, conforme padrões
Lazer das normas de acessibilidade, a fim de permitir
a saída segura da pessoa com deficiência ou com
O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao mobilidade reduzida, em caso de emergência.
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no
lazer está estabelecido nos arts. 42 ao 45, tendo, como
caput deste artigo devem atender às normas de
um de seus principais objetivos, a promoção isonômi- acessibilidade em vigor.
ca à inclusão e participação da pessoa com deficiência § 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas
na vida em sociedade em todos os seus aspectos.

9
as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa

-3
Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor com deficiência.

40
maior pelo ingresso de pessoas com deficiência. § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiên-
.5
cia não poderá ser superior ao valor cobrado das
33
Art. 42 A pessoa com deficiência tem direito à cul- demais pessoas.
.6

tura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade Art. 45 Os hotéis, pousadas e similares devem ser
00

de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe construídos observando-se os princípios do dese-


-0

garantido o acesso: nho universal, além de adotar todos os meios de


I - a bens culturais em formato acessível; acessibilidade, conforme legislação em vigor.
os

II - a programas de televisão, cinema, teatro e § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão dis-


nt

outras atividades culturais e desportivas em for- ponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
Sa

seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,


mato acessível; e
1 (uma) unidade acessível.
os

III - a monumentos e locais de importância cultural


§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste arti-
id

e a espaços que ofereçam serviços ou eventos cultu-


go deverão ser localizados em rotas acessíveis.
rais e esportivos.
ol

§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual


ic

Do Direito ao Transporte e à Mobilidade


N

em formato acessível à pessoa com deficiência, sob


io

qualquer argumento, inclusive sob a alegação de


O direito ao transporte e à mobilidade está disci-
ric

proteção dos direitos de propriedade intelectual.


§ 2º O poder público deve adotar soluções desti- plinado nos arts. 46 ao 52. Tal direito objetiva comba-
au

nadas à eliminação, à redução ou à superação de ter, de modo concreto, a manifestação de barreiras na


M

barreiras para a promoção do acesso a todo patri- vida da pessoa com deficiência.
mônio cultural, observadas as normas de acessi-
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio Art. 46 O direito ao transporte e à mobilidade da
histórico e artístico nacional. pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
Art. 43 O poder público deve promover a participa- da será assegurado em igualdade de oportunidades
ção da pessoa com deficiência em atividades artísti- com as demais pessoas, por meio de identificação
cas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras
com vistas ao seu protagonismo, devendo: ao seu acesso.
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamen- § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de
to e de recursos adequados, em igualdade de opor- transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
tunidades com as demais pessoas; em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos grantes desses serviços os veículos, os terminais, as
e nos serviços prestados por pessoa ou entidade estações, os pontos de parada, o sistema viário e a
envolvida na organização das atividades de que prestação do serviço.
trata este artigo; e § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições des-
III - assegurar a participação da pessoa com deficiên- ta Lei, sempre que houver interação com a matéria
446 cia em jogos e atividades recreativas, esportivas, de nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no
de serviços de transporte coletivo. mínimo, câmbio automático, direção hidráulica,
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de vidros elétricos e comandos manuais de freio e de
acesso nos veículos, as empresas de transporte embreagem.
coletivo de passageiros dependem da certificação
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- Da Acessibilidade
ponsável pela prestação do serviço.
Art. 47 Em todas as áreas de estacionamento aberto O direito à acessibilidade encontra-se previsto
ao público, de uso público ou privado de uso coletivo nos arts. 53 ao 62. Seu objetivo é conceder igualdade
e em vias públicas, devem ser reservadas vagas pró- de condições e acesso, liberdade, autonomia e inde-
ximas aos acessos de circulação de pedestres, devi- pendência às pessoas com deficiência, competindo ao
damente sinalizadas, para veículos que transportem Poder Público amoldar e adaptar todas as suas esfe-
pessoa com deficiência com comprometimento de ras com o objetivo de garantir tratamento igualitário
mobilidade, desde que devidamente identificados. a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo barreiras impostas a elas.
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garan-
tida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada
Art. 53 A acessibilidade é direito que garante à pes-
e com as especificações de desenho e traçado de acordo soa com deficiência ou com mobilidade reduzida
com as normas técnicas vigentes de acessibilidade. viver de forma independente e exercer seus direitos
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas de cidadania e de participação social.
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a cre- Art. 54 São sujeitas ao cumprimento das dispo-
dencial de beneficiário, a ser confeccionada e for- sições desta Lei e de outras normas relativas à
necida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão acessibilidade, sempre que houver interação com a
suas características e condições de uso. matéria nela regulada:
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanís-
artigo sujeita os infratores às sanções previstas no tico ou de comunicação e informação, a fabricação
inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setem- de veículos de transporte coletivo, a prestação do
bro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) . respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
vinculada à pessoa com deficiência que possui com- II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão,
prometimento de mobilidade e é válida em todo o autorização ou habilitação de qualquer natureza;
território nacional. III - a aprovação de financiamento de projeto com
Art. 48 Os veículos de transporte coletivo terrestre, utilização de recursos públicos, por meio de renún-
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os cia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou ins-
portos e os terminais em operação no País devem trumento congênere; e

9
-3
ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por IV - a concessão de aval da União para obtenção de

40
todas as pessoas. empréstimo e de financiamento internacionais por
entes públicos ou privados.
.5
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput 33
deste artigo devem dispor de sistema de comunica- Art. 55 A concepção e a implantação de projetos
que tratem do meio físico, de transporte, de infor-
.6

ção acessível que disponibilize informações sobre


00

todos os pontos do itinerário. mação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-


nologias da informação e comunicação, e de outros
-0

§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência priori-


dade e segurança nos procedimentos de embarque e de serviços, equipamentos e instalações abertos ao
os

desembarque nos veículos de transporte coletivo, de público, de uso público ou privado de uso coleti-
nt

acordo com as normas técnicas. vo, tanto na zona urbana como na rural, devem
Sa

atender aos princípios do desenho universal, tendo


§ 3º Para colocação do símbolo internacional de
como referência as normas de acessibilidade.
acesso nos veículos, as empresas de transporte
os

§ 1º O desenho universal será sempre tomado como


coletivo de passageiros dependem da certificação
id

regra de caráter geral.


de acessibilidade emitida pelo gestor público res-
ol

§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o


ponsável pela prestação do serviço.
ic

desenho universal não possa ser empreendido, deve


Art. 49 As empresas de transporte de fretamento e
N

ser adotada adaptação razoável.


de turismo, na renovação de suas frotas, são obri-
io

§ 3º Caberá ao poder público promover a inclu-


gadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48
ric

são de conteúdos temáticos referentes ao desenho


desta Lei. (Vigência) universal nas diretrizes curriculares da educação
au

Art. 50 O poder público incentivará a fabricação de veí- profissional e tecnológica e do ensino superior e na
M

culos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans, formação das carreiras de Estado.
de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas. § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pes-
Art. 51 As frotas de empresas de táxi devem reser- quisa a serem desenvolvidos com o apoio de orga-
var 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis
ÉTICA E DIVERSIDADE

nismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências


à pessoa com deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de de fomento deverão incluir temas voltados para o
2019) (Vigência) desenho universal.
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas
ou de valores adicionais pelo serviço de táxi presta- deverão considerar a adoção do desenho universal.
do à pessoa com deficiência. Art. 56 A construção, a reforma, a ampliação ou a
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos mudança de uso de edificações abertas ao público,
fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade dos de uso público ou privadas de uso coletivo deverão
veículos a que se refere o caput deste artigo. ser executadas de modo a serem acessíveis.
Art. 52 As locadoras de veículos são obrigadas a § 1º As entidades de fiscalização profissional das
oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pes- atividades de Engenharia, de Arquitetura e cor-
soa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) relatas, ao anotarem a responsabilidade técnica
veículos de sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, de de projetos, devem exigir a responsabilidade pro-
2019) (Vigência) fissional declarada de atendimento às regras de 447
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
acessibilidade previstas em legislação e em normas Do Acesso à Informação e à Comunicação
técnicas pertinentes.
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emis- O direito ao acesso à informação e à comunica-
são de certificado de projeto executivo arquitetô- ção está disposto nos arts. 63 ao 73 da Lei. Trata-se de
nico, urbanístico e de instalações e equipamentos dispositivos cujo escopo é ampliar a ideia de acessibi-
temporários ou permanentes e para o licenciamen- lidade à informação, de maneira a contemplar qual-
to ou a emissão de certificado de conclusão de obra quer serviço ou produto.
ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às
regras de acessibilidade.
Art. 63 É obrigatória a acessibilidade nos sítios
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade
da internet mantidos por empresas com sede ou
de edificação ou de serviço, determinará a coloca-
representação comercial no País ou por órgãos
ção, em espaços ou em locais de ampla visibilidade,
de governo, para uso da pessoa com deficiência,
do símbolo internacional de acesso, na forma pre-
garantindo-lhe acesso às informações disponíveis,
vista em legislação e em normas técnicas correlatas.
conforme as melhores práticas e diretrizes de aces-
Art. 57 As edificações públicas e privadas de uso
sibilidade adotadas internacionalmente.
coletivo já existentes devem garantir acessibilidade
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilida-
à pessoa com deficiência em todas as suas depen-
de em destaque.
dências e serviços, tendo como referência as nor-
§ 2º Telecentros comunitários que receberem
mas de acessibilidade vigentes.
recursos públicos federais para seu custeio ou sua
Art. 58 O projeto e a construção de edificação de uso
instalação e lan houses devem possuir equipamen-
privado multifamiliar devem atender aos preceitos de
tos e instalações acessíveis.
acessibilidade, na forma regulamentar (Regulamento) § 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis § 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10%
pelo projeto e pela construção das edificações a que (dez por cento) de seus computadores com recur-
se refere o caput deste artigo devem assegurar sos de acessibilidade para pessoa com deficiência
percentual mínimo de suas unidades internamente visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equi-
acessíveis, na forma regulamentar. pamento, quando o resultado percentual for infe-
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para rior a 1 (um).
a aquisição de unidades internamente acessíveis a Art. 64 A acessibilidade nos sítios da internet de
que se refere o § 1º deste artigo. que trata o art. 63 desta Lei deve ser observada
Art. 59 Em qualquer intervenção nas vias e nos para obtenção do financiamento de que trata o inci-
espaços públicos, o poder público e as empresas so III do art. 54 desta Lei.
concessionárias responsáveis pela execução das Art. 65 As empresas prestadoras de serviços de tele-
obras e dos serviços devem garantir, de forma segu- comunicações deverão garantir pleno acesso à pessoa
ra, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessi- com deficiência, conforme regulamentação específica.

9
bilidade das pessoas, durante e após sua execução. Art. 66 Cabe ao poder público incentivar a oferta de

-3
Art. 60 Orientam-se, no que couber, pelas regras de aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com aces-

40
acessibilidade previstas em legislação e em normas sibilidade que, entre outras tecnologias assistivas,
técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de .5
possuam possibilidade de indicação e de ampliação
33
19 de dezembro de 2000 , nº 10.257, de 10 de julho sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
.6

de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 : Art. 67 Os serviços de radiodifusão de sons e ima-


00

I - os planos diretores municipais, os planos dire- gens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
-0

tores de transporte e trânsito, os planos de mobi- entre outros:


lidade urbana e os planos de preservação de sítios
os

I - subtitulação por meio de legenda oculta;


históricos elaborados ou atualizados a partir da II - janela com intérprete da Libras;
nt

publicação desta Lei; III - audiodescrição.


Sa

II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis Art. 68 O poder público deve adotar mecanis-
os

de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário; mos de incentivo à produção, à edição, à difusão,
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
id

à distribuição e à comercialização de livros em


IV - as atividades de fiscalização e a imposição de formatos acessíveis, inclusive em publicações da
ol

sanções; e administração pública ou financiadas com recur-


ic

V - a legislação referente à prevenção contra incên-


N

sos públicos, com vistas a garantir à pessoa com


dio e pânico.
io

deficiência o direito de acesso à leitura, à informa-


§ 1º A concessão e a renovação de alvará de fun-
ric

ção e à comunicação.
cionamento para qualquer atividade são condicio- § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive
au

nadas à observação e à certificação das regras de para o abastecimento ou a atualização de acervos


M

acessibilidade. de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de


§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilita- educação e de bibliotecas públicas, o poder público
ção equivalente e sua renovação, quando esta tiver deverá adotar cláusulas de impedimento à partici-
sido emitida anteriormente às exigências de acessi- pação de editoras que não ofertem sua produção
bilidade, é condicionada à observação e à certifica- também em formatos acessíveis.
ção das regras de acessibilidade. § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
Art. 61 A formulação, a implementação e a manu- digitais que possam ser reconhecidos e acessados
tenção das ações de acessibilidade atenderão às por softwares leitores de telas ou outras tecnolo-
seguintes premissas básicas: gias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e leitura com voz sintetizada, ampliação de caracte-
reserva de recursos para implementação das ações; e res, diferentes contrastes e impressão em Braille.
II - planejamento contínuo e articulado entre os § 3º O poder público deve estimular e apoiar a
setores envolvidos. adaptação e a produção de artigos científicos em
Art. 62 É assegurado à pessoa com deficiência, formato acessível, inclusive em Libras.
mediante solicitação, o recebimento de contas, Art. 69 O poder público deve assegurar a dispo-
boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos nibilidade de informações corretas e claras sobre
448 em formato acessível. os diferentes produtos e serviços ofertados, por
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
quaisquer meios de comunicação empregados, meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e
inclusive em ambiente virtual, contendo a especi- de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
ficação correta de quantidade, qualidade, caracte- IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia pro-
rísticas, composição e preço, bem como sobre os dutiva e de importação de tecnologia assistiva;
eventuais riscos à saúde e à segurança do consu- V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de
midor com deficiência, em caso de sua utilização, novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei produtos distribuídos no âmbito do SUS e por
nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 . outros órgãos governamentais.
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anún- Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto
cios publicitários veiculados na imprensa escrita, neste artigo, os procedimentos constantes do plano
na internet, no rádio, na televisão e nos demais específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
veículos de comunicação abertos ou por assinatura menos, a cada 2 (dois) anos.
devem disponibilizar, conforme a compatibilidade
do meio, os recursos de acessibilidade de que trata Do Direito à Participação na Vida Pública e Política
o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do pro-
duto ou do serviço, sem prejuízo da observância do
disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 de O direito à participação na vida pública e políti-
setembro de 1990 . ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, median- da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são
te solicitação, exemplares de bulas, prospectos, garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei-
textos ou qualquer outro tipo de material de divul- toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas
gação em formato acessível. de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
Art. 70 As instituições promotoras de congressos, Regionais Eleitorais.
seminários, oficinas e demais eventos de natureza
científico-cultural devem oferecer à pessoa com Art. 76 O poder público deve garantir à pessoa com
deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia deficiência todos os direitos políticos e a oportuni-
assistiva previstos no art. 67 desta Lei. dade de exercê-los em igualdade de condições com
Art. 71 Os congressos, os seminários, as oficinas as demais pessoas.
e os demais eventos de natureza científico-cultu- § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o
ral promovidos ou financiados pelo poder público direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
devem garantir as condições de acessibilidade e os das seguintes ações:
recursos de tecnologia assistiva. I - garantia de que os procedimentos, as instala-
Art. 72 Os programas, as linhas de pesquisa e os ções, os materiais e os equipamentos para votação
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas e
agências de financiamento e de órgãos e entidades de fácil compreensão e uso, sendo vedada a insta-
integrantes da administração pública que atuem no

9
lação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa

-3
auxílio à pesquisa devem contemplar temas volta-
com deficiência;

40
dos à tecnologia assistiva.
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-
Art. 73 Caberá ao poder público, diretamente ou em
.5
-se e a desempenhar quaisquer funções públicas em
33
parceria com organizações da sociedade civil, promo-
todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso
ver a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras,
.6

de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;


00

de guias intérpretes e de profissionais habilitados em


III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a
Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem.
-0

propaganda eleitoral obrigatória e os debates trans-


mitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo
os

Da Tecnologia Assistiva menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;


nt

IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e,


Sa

Os arts. 74 e 75 referem-se à tecnologia assistiva, para tanto, sempre que necessário e a seu pedido,
conceituando-a como qualquer forma de apoio neces-
os

permissão para que a pessoa com deficiência seja


sário à promoção da autonomia e independência da auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
id

pessoa com deficiência. Cabe ao Poder Público a res- § 2º O poder público promoverá a participação da
ol

ponsabilidade de desenvolver um plano específico de pessoa com deficiência, inclusive quando institucio-
ic

medidas, a ser renovado no período de quatro anos, nalizada, na condução das questões públicas, sem
N

para facilitar a criação e promoção dessas tecnologias. discriminação e em igualdade de oportunidades,


io

Além disso, tais procedimentos deverão ser avaliados, observado o seguinte:


ric

pelo menos, a cada dois anos. I - participação em organizações não governamen-


au

tais relacionadas à vida pública e à política do País e


M

Art. 74 É garantido à pessoa com deficiência acesso em atividades e administração de partidos políticos;
a produtos, recursos, estratégias, práticas, proces- II - formação de organizações para representar a
sos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que pessoa com deficiência em todos os níveis;
III - participação da pessoa com deficiência em
ÉTICA E DIVERSIDADE

maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e


qualidade de vida. organizações que a representem.
Art. 75 O poder público desenvolverá plano especí-
fico de medidas, a ser renovado em cada período de Da Ciência e Tecnologia
4 (quatro) anos, com a finalidade de: (Regulamento)
I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclu- Por último, também é estabelecido, na Lei nº 13.146,
sive com oferta de linhas de crédito subsidiadas, de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele está pre-
específicas para aquisição de tecnologia assistiva;
visto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, estimular a
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos
de importação de tecnologia assistiva, especial- criação de cursos de pós-graduação na área de tecno-
mente as questões atinentes a procedimentos alfan- logia assistiva, bem como o desenvolvimento de outras
degários e sanitários; ações com o objetivo de formar recursos humanos
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à pro- qualificados e estruturar as diretrizes dessa área de
dução nacional de tecnologia assistiva, inclusive por conhecimento. 449
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A partir do art. 78, inicia-se a parte especial. Nela,
Direta : praticar

ART.88 – CONDUTAS
constam disposições acerca do direito de acesso à
Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e
a tipificação de determinadas condutas, como crimes Indireta : induzir
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao Poder Público realizar as adaptações e propor-
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários Indireta : instigar
para a plena participação da pessoa com deficiência
no âmbito do Poder Judiciário.
Quanto ao reconhecimento igualitário perante a Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons- tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
exercício de suas capacidades. tar o exercício pleno de direitos.

CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Art. 88 [...]


§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
Os crimes e as infrações administrativas estão do agente.
dispostos nos art. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape-
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os O parágrafo primeiro traz uma hipótese de cau-
demais apresentam pena de reclusão. sa de aumento de pena. Trata-se do fato de o agen-
te, que praticou uma das condutas elencadas, ser o
z Detenção e reclusão são modalidades de penas responsável (legal ou não) por aquele que sofreu a
privativas de liberdade; discriminação. O aumento de 1/3 da pena decorre da
z Pena de reclusão é aplicada a condenações mais proximidade e do dever de cuidado para com a pes-
severas, por ser a única a admitir o regime inicial soa com deficiência. São exemplos: pais, tutores, cura-
de cumprimento fechado. Essa modalidade admite dores, guardiões, professores, médicos, cuidadores,
os três regimes de cumprimento: entre outros.

„ fechado; Art. 88 [...]


„ semiaberto; § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
„ aberto. te artigo é cometido por intermédio de meios de

9
comunicação social ou de publicação de qual-

-3
z Pena de detenção é aplicada a condenações mais quer natureza:

40
leves, uma vez que o regime inicial de cumprimento Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
será o semiaberto. A detenção admite os regimes de .5
33
cumprimento semiaberto e aberto, não admitindo o O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
.6

fechado. me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática


00

da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de


-0

Vamos ao estudo dos crimes: meios de comunicação social ou de publicação de


os

qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-


nt

Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- de, chegando ao conhecimento de um número maior
Sa

ção de pessoa em razão de sua deficiência: de pessoas.


Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Atenção: A qualificadora altera o patamar da pena
os

(penas mínima e máxima constantes do tipo penal —


id

O crime do art. 88 pode ser praticado de três preceito secundário) em razão de novas elementares
ol

modos: acrescentadas, o que faz com que ele seja um tipo


ic

derivado autônomo ou independente. Por outro lado,


N

a causa de aumento (majorante) é apenas uma hipóte-


io

z Participação direta do agente na conduta deli-


ric

tuosa: aqui, o agente age de modo a discriminar a se para que a pena possa ser aumentada.
au

pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está


no verbo praticar; Art. 88 [...]
M

z Participação indireta do agente na conduta § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá


determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
delituosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a
do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
ideia de que ela pratique a discriminação: aqui,
de desobediência:
temos dois agentes, um que desperta a atenção de I – recolhimento ou busca e apreensão dos exempla-
outro para a prática do crime e outro que, efetiva- res do material discriminatório;
mente, pratica o crime. A conduta está no verbo II – interdição das respectivas mensagens ou pági-
induzir; nas de informação na internet.
z Participação indireta do agente na conduta
delituosa ao reforçar ou encorajar uma pes- O parágrafo terceiro dispõe a consequência do
soa a praticar a discriminação: diferentemente crime cometido por intermédio de meios de comu-
da conduta de induzir, aqui, a pessoa instigada já nicação social ou de publicação de qualquer nature-
tinha a intenção de discriminar, havendo apenas za. Trata-se de medida para evitar a propagação da
um reforço/encorajamento. Temos, também, dois discriminação, uma vez que, verificada a ocorrência
agentes, um que reforça e outro que pratica. A con- de discriminação da pessoa com deficiência por estes
450 duta está no verbo instigar. meios, é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Público ou a pedido deste, determinar o recolhimento em transporte coletivo com a intenção de não pagar a
de todo o material em que está descrita a discrimina- passagem. Trata-se de crime mais brando do que o do
ção. No caso de divulgação em site de internet, pode-se art. 89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pes-
determinar a retirada do ar da página ou do conteúdo. soa com deficiência, mas aferir vantagem com a sua
situação.
Art. 88 [...] Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito
13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8°, da
da condenação, após o trânsito em julgado da deci-
são, a destruição do material apreendido. Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
soas com deficiência. Vejamos:
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
cabível), todo o material apreendido será destruído. procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de
aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven- curso ou grau, público ou privado, em razão de sua
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer deficiência;
outro rendimento de pessoa com deficiência: II – obstar inscrição em concurso público ou acesso
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e de alguém a qualquer cargo ou emprego público,
multa. em razão de sua deficiência;
III – negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de ção à pessoa em razão de sua deficiência;
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten- IV – recusar, retardar ou dificultar internação ou
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, ambulatorial à pessoa com deficiência;
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren- V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
dimento da pessoa com deficiência. ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
Já no desvio, o agente dá um destino diferente alude esta Lei;
ao bem, proventos, pensões, benefícios ou qualquer VI – recusar, retardar ou omitir dados técnicos
outro rendimento da pessoa com deficiência. As duas indispensáveis à propositura da ação civil pública
condutas são punidas com pena de reclusão de 1 (um) objeto desta Lei, quando requisitados.
a 4 (quatro) anos. § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com

9
deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é

-3
Art. 89 [...] agravada em 1/3 (um terço).

40
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios
terço) se o crime é cometido: .5
33
subjetivos para indeferimento de inscrição, de
I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven-
.6

aprovação e de cumprimento de estágio probatório


tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou
00

em concursos públicos não exclui a responsabilida-


II – por aquele que se apropriou em razão de ofício
-0

de patrimonial pessoal do administrador público


ou de profissão.
pelos danos causados.
os

§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou


nt

O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau-


dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
Sa

sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que


planos privados de assistência à saúde, inclusive
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa
os

com cobrança de valores diferenciados.


com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro-
id

§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de


fissão para o cometimento do crime.
urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3
ol
ic

(um terço).
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em
N

hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen-


io

to ou congêneres: A nova redação dada ao artigo acrescentou ao inci-


ric

Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e so I a conduta de cobrar valores adicionais por parte
au

multa. da instituição de ensino. Exemplos clássicos são as


M

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não mensalidades diferenciadas para alunos autistas
prover as necessidades básicas de pessoa com defi- (com valores a mais). O inciso II se refere à discrimi-
ciência quando obrigado por lei ou mandado. nação com relação a emprego, trabalho ou promoção.
ÉTICA E DIVERSIDADE

O inciso III ao atendimento médico e ambulatorial. O


O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa inciso IV à omissão de dados quando estes são essen-
com deficiência, de modo a dar amparo e proteção
ciais à propositura de ação civil pública ou quando
a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua
houver requisição.
vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de prestar
A Lei nº 13.146, de 2015, acrescentou parágrafos ao
assistência, mesmo quando possui o dever de cuidado
e proteção. art. 8º, da Lei nº 7.853, de 1989, estabelecendo causas
O crime do art. 91 pode ser praticado por duas de aumento de pena ao crime.
condutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o Por fim, é importante mencionar que todos os cri-
agente fica na posse ou utiliza-se de cartão magnéti- mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de
co ou meio eletrônico ou documento pessoal, com a Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete
finalidade de obter vantagem indevida para si ou para ao Ministério Público promover a ação independente-
outrem. Exemplo: utilização de carteira de passe livre mente da vontade da vítima. 451
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
à circulação com segurança, entre outros, classifi-
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE cadas em:
2000 E SUAS ATUALIZAÇÕES a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias
e nos espaços públicos e privados abertos ao públi-
DISPOSIÇÕES GERAIS co ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
Em seu art. 1º, a lei estabelece que a promoção da edifícios públicos e privados;
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiên- c) barreiras nos transportes: as existentes nos
cia ou com mobilidade reduzida se dará através de sistemas e meios de transportes;
eliminação de barreiras e de obstáculos nas vias e d) barreiras nas comunicações e na infor-
nos espaços públicos, no mobiliário urbano, na cons- mação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
trução e reforma de edifícios e nos meios de transpor- comportamento que dificulte ou impossibilite a
te e de comunicação. expressão ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de sistemas de comu-
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais e critérios
nicação e de tecnologia da informação;
básicos para a promoção da acessibilidade das pes-
soas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, mediante a supressão de barreiras e de Seguimos com as definições dispostas para as
obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliá- finalidades da Lei de promoção da acessibilidade das
rio urbano, na construção e reforma de edifícios e pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
nos meios de transporte e de comunicação.
reduzida, também dadas nos incisos do art. 2º:
Vejamos agora algumas definições que a Lei de
PESSOA COM DEFICIÊNCIA
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida confere Aquela que tem impedimento de longo prazo de natu-
em relação a sua finalidade: reza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
z Acessibilidade: possibilidade e condição de alcan- participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
ce para utilização, com segurança e autonomia, de condições com as demais pessoas
por pessoa com deficiência ou com mobilidade PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA
reduzida, de espaços, mobiliários, equipamentos
Aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade
urbanos, edificações, transportes, informação e
de movimentação, permanente ou temporária, geran-
comunicação (inciso I do Art. 2º);

9
do redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da

-3
z Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso,

40
comportamento que limite ou impeça a participa-
gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso
ção social da pessoa, bem como o gozo, a fruição
.5
33
e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à ACOMPANHANTE
.6

liberdade de movimento e de expressão, à comu- Aquele que acompanha a pessoa com deficiência, po-
00

nicação, ao acesso à informação, à compreensão, dendo ou não desempenhar as funções de atendente


-0

à circulação com segurança, entre outros (inciso II pessoal


os

do Art. 2º).
nt

Veja que a condição da Pessoa com Deficiência é


Sa

Antes de prosseguirmos com as demais definições,


é importante colocar que, nas alíneas de “a” a “d” do um impedimento de longo prazo, e, quanto à mobi-
os

inciso II do art. 2º, a Lei subdivide barreiras em: lidade reduzida, a dificuldade de movimentação
id

poderá ser permanente ou temporária, nessa últi-


ol

z Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e ma incluídos idosos, gestantes, lactantes, pessoas com
ic

nos espaços públicos e privados abertos ao público


N

criança no colo e obesos.


ou de uso coletivo;
io

z Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-


ric

Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as


cios públicos e privados;
au

seguintes definições: [...]


z Barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
M

III - pessoa com deficiência: aquela que tem impe-


mas e meios de transportes;
z Barreiras nas comunicações e na informação: dimento de longo prazo de natureza física, mental,
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor- intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
tamento que dificulte ou impossibilite a expressão uma ou mais barreiras, pode obstruir sua partici-
ou o recebimento de mensagens e de informações pação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
por intermédio de sistemas de comunicação e de condições com as demais pessoas;
tecnologia da informação. [...]
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aque-
Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas la que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
as seguintes definições: [...] movimentação, permanente ou temporária, geran-
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude
do redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade,
ou comportamento que limite ou impeça a partici-
pação social da pessoa, bem como o gozo, a frui- da coordenação motora ou da percepção, incluindo
ção e o exercício de seus direitos à acessibilidade, idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de
à liberdade de movimento e de expressão, à comu- colo e obeso;
452 nicação, ao acesso à informação, à compreensão,
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ELEMENTO DE URBANIZAÇÃO
ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO

Quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como Como mencionado, voltamos a falar dos elemen-
os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento
tos da urbanização, afinal, no interesse de seu ideal, a
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, ilumi-
Lei de promoção da acessibilidade das pessoas porta-
nação pública, serviços de comunicação, abastecimento e
distribuição de água, paisagismo e os que materializam as doras de deficiência ou com mobilidade reduzida, já
indicações do planejamento urbanístico em seu art. 1º, vem expor seu papel, que é estabelecer
as normas gerais e critérios básicos a fim de suprimir
IMOBILIÁRIO URBANO
barreiras e obstáculos, dentre outros, em vias, espaços
Conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços pú- públicos e mobiliário urbano.
blicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urba- A Lei define que o planejamento e a urbanização
nização ou de edificação, de forma que sua modificação ou das vias públicas, de parques e dos demais espaços de
seu traslado não provoque alterações substanciais nesses uso público, deverão ser concebidos e executados de
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização,
forma a torná-los acessíveis para todas as pessoas,
pontos de acesso coletivo, fontes de água, lixeiras, toldos,
inclusive para aquelas com deficiência ou com mobi-
marquises, bancos etc.
lidade reduzida.
TECNOLOGIA ASSISTIVA OU AJUDA TÉCNICA Observe o que afirma o art. 3º:
Produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, meto-
dologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à par- públicas, dos parques e dos demais espaços de
ticipação da pessoa com deficiência ou com mobilidade uso público deverão ser concebidos e executados
reduzida, visando à sua autonomia, independência, quali- de forma a torná-los acessíveis para todas as pes-
dade de vida e inclusão social soas, inclusive para aquelas com deficiência ou com
mobilidade reduzida.
Observem as diferenças entre elementos de urba- Parágrafo único. O passeio público, elemento obri-
gatório de urbanização e parte da via pública, nor-
nização e imobiliário urbano que o art. 2º, em seus
malmente segregado e em nível diferente, destina-se
incisos VII e VIII, apresenta. Inclusive, mais adiante,
somente à circulação de pedestres e, quando possível,
voltaremos a falar desses dois tópicos, pois a Lei de
à implantação de mobiliário urbano e de vegetação.
Promoção da Acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida irá deta-
O art. 4º dispõe que as vias públicas, os parques e os
lhar mais alguns pontos sobre eles.
demais espaços de uso público existentes, assim como
Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as as respectivas instalações de serviços e mobiliários

9
-3
seguintes definições: [...] urbanos deverão ser adaptados, visando a maior efi-

40
VI - elemento de urbanização: quaisquer componen- ciência das modificações, no sentido de promover mais

.5
tes de obras de urbanização, tais como os referentes a ampla acessibilidade às pessoas portadoras de deficiên-
33
pavimentação, saneamento, encanamento para esgo- cia ou com mobilidade reduzida.
.6

tos, distribuição de energia elétrica e de gás, ilumina- O parágrafo único desse artigo coloca que no míni-
00

ção pública, serviços de comunicação, abastecimento mo 5% (cinco por cento) de cada brinquedo e equipa-
-0

e distribuição de água, paisagismo e os que materiali- mento de lazer existentes nas vias públicas, parques e os
zam as indicações do planejamento urbanístico;
os

demais espaços de uso público, devem ser adaptados


VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos exis-
e identificados, tanto quanto tecnicamente possível,
nt

tentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos


Sa

para possibilitar sua utilização por pessoas com defi-


ou adicionados aos elementos de urbanização ou
ciência, inclusive visual, ou com mobilidade reduzida.
os

de edificação, de forma que sua modificação ou seu


traslado não provoque alterações substanciais nes- Deverão observar os parâmetros estabelecidos
id

ses elementos, tais como semáforos, postes de sina- pelas normas técnicas de acessibilidade da Associa-
ol

lização e similares, terminais e pontos de acesso ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) o projeto
ic

coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixei- e o traçado dos elementos de urbanização públicos e
N

ras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quais- privados de uso comunitário, neles compreendidos:
io

quer outros de natureza análoga;


ric

VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: pro- z Os itinerários e as passagens de pedestres;


au

dutos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodo-


z Os percursos de entrada e de saída de veículos;
M

logias, estratégias, práticas e serviços que objetivem


z As escadas e rampas;
promover a funcionalidade, relacionada à atividade
e à participação da pessoa com deficiência ou com z Pelo menos um sanitário e um lavatório em banhei-
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, ros de uso público existentes ou a construir em
ÉTICA E DIVERSIDADE

independência, qualidade de vida e inclusão social; parques, praças, jardins e espaços livres públicos.
IX - comunicação: forma de interação dos cida-
dãos que abrange, entre outras opções, as línguas, O § 1º do art. 6º dispõe, ainda, que eventos organi-
inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a zados em espaços públicos e privados em que haja
visualização de textos, o Braille, o sistema de instalação de banheiros químicos, deverão contar com
sinalização ou de comunicação tátil, os carac- unidades acessíveis a pessoas com deficiência ou com
teres ampliados, os dispositivos multimídia,
mobilidade reduzida, sendo o número mínimo corres-
assim como a linguagem simples, escrita e oral;
X - desenho universal: concepção de produtos,
pondente a 10% do total, garantindo-se pelo menos
ambientes, programas e serviços a serem usa- 1 unidade acessível caso a aplicação do percentual
dos por todas as pessoas, sem necessidade de resulte em fração inferior a 1.
adaptação ou de projeto específico, incluindo os
recursos de tecnologia assistiva. 453
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 6º [...] ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS OU DE
§ 1º Os eventos organizados em espaços públicos USO COLETIVO
e privados em que haja instalação de banheiros
químicos deverão contar com unidades acessí- A Lei de promoção da acessibilidade, em seu art.
veis a pessoas com deficiência ou com mobilidade 11, estatui que a construção, ampliação ou reforma
reduzida. de edifícios públicos ou privados destinados ao
§ 2º O número mínimo de banheiros químicos aces-
uso coletivo deverão ser executadas de modo que
síveis corresponderá a 10% (dez por cento) do total,
sejam ou se tornem acessíveis às pessoas porta-
garantindo-se pelo menos 1 (uma) unidade acessí-
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida,
vel caso a aplicação do percentual resulte em fra-
ção inferior a 1 (um). definindo, para essa finalidade, os seguintes requisi-
tos mínimos (§ único do art. 11):
Evidentemente, em todas as áreas de estaciona-
I - Nas áreas externas ou internas da edificação,
mento de veículos, localizadas em vias ou em espa-
destinadas a garagem e a estacionamento de uso
ços públicos, deverão ser reservadas vagas próximas
público, deverão ser reservadas vagas próximas
dos acessos de circulação de pedestres, devidamen-
dos acessos de circulação de pedestres, devidamen-
te sinalizadas, para veículos que transportem te sinalizadas, para veículos que transportem pes-
pessoas portadoras de deficiência com dificuldade de soas portadoras de deficiência com dificuldade de
locomoção, conforme disposição do art. 7º. De acor- locomoção permanente;
do com seu parágrafo único, essas vagas deverão ser II - Pelo menos um dos acessos ao interior da edi-
em número equivalente a dois por cento do total, ficação deverá estar livre de barreiras arquitetôni-
garantida, no mínimo, uma vaga, devidamente cas e de obstáculos que impeçam ou dificultem a
sinalizada e com as especificações técnicas de desenho acessibilidade de pessoa portadora de deficiência
e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes. ou com mobilidade reduzida;
III - Pelo menos um dos itinerários que comuniquem
DESENHO E LOCALIZAÇÃO DO MOBILIÁRIO horizontal e verticalmente todas as dependências e
URBANO serviços do edifício, entre si e com o exterior, deverá
cumprir os requisitos de acessibilidade de que trata
Veremos aqui mais sobre o mobiliário urbano, que esta Lei;
remete ao conjunto de objetos existentes nas vias e IV - Os edifícios deverão dispor, pelo menos, de um
banheiro acessível, distribuindo-se seus equipa-
nos espaços públicos, superpostos ou adicionados
mentos e acessórios de maneira que possam ser
aos elementos de urbanização ou de edificação,
utilizados por pessoa portadora de deficiência ou
conforme o inciso VII do art. 2º da Lei de promoção
com mobilidade reduzida.

9
da acessibilidade.

-3
40
Dentre esse conjunto de objetos, segundo seu art.
A lei dispõe também, em seus arts. 12 e 12-A, sobre
.5
8º, estão sinais de tráfego, semáforos, postes de ilu-
a reserva para pessoas que utilizam cadeira de rodas,
33
minação e quaisquer outros elementos verticais de
e de lugares específicos para pessoas com deficiência
.6

sinalização que devam ser instalados em itinerário


auditiva e visual, inclusive acompanhante, em locais
00

ou espaço de acesso para pedestres. Eles deverão ser


de espetáculos, conferências, aulas e outros de nature-
-0

dispostos de forma a não dificultar ou impedir a cir-


za similar. Dispõe, ainda, que os centros comerciais e
culação e de modo que possam ser utilizados com a
os

os estabelecimentos congêneres devem fornecer car-


máxima comodidade.
nt

ros e cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o


Sa

atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi-


Art. 8º Os sinais de tráfego, semáforos, postes de
lidade reduzida.
os

iluminação ou quaisquer outros elementos verti-


id

cais de sinalização que devam ser instalados em iti-


Art. 12 Os locais de espetáculos, conferências,
ol

nerário ou espaço de acesso para pedestres deverão


aulas e outros de natureza similar deverão dispor
ic

ser dispostos de forma a não dificultar ou impedir


de espaços reservados para pessoas que utilizam
N

a circulação, e de modo que possam ser utilizados


cadeira de rodas, e de lugares específicos para pes-
io

com a máxima comodidade.


ric

soas com deficiência auditiva e visual, inclusive


acompanhante, de acordo com a ABNT, de modo a
au

A Lei também considera, no art. 9º, a obrigatorie-


facilitar-lhes as condições de acesso, circulação e
M

dade de os semáforos para pedestres instalados em


comunicação.
vias públicas de grande circulação, ou que deem aces- Art. 12-A Os centros comerciais e os estabelecimen-
so aos serviços de reabilitação, estarem equipados tos congêneres devem fornecer carros e cadeiras
com mecanismo que emita sinal sonoro suave para de rodas, motorizados ou não, para o atendimen-
orientação do pedestre. to da pessoa com deficiência ou com mobilidade
Os elementos do mobiliário urbano devem ain- reduzida.
da ser projetados e instalados em locais que permi-
tam sejam eles utilizados pelas pessoas portadoras ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS DE USO PRIVADO
de deficiência ou com mobilidade reduzida, segun-
do o art. 10. E o art. 10-A dispõe que a instalação de Constituem requisitos mínimos de acessibilida-
qualquer mobiliário urbano em área de circulação de (edifícios de uso privado em que seja obrigatória a
comum para pedestre que ofereça risco de aciden- instalação de elevadores):
te à pessoa com deficiência deverá ser indicada
mediante sinalização tátil de alerta no piso, de z Percurso acessível que una as unidades habitacio-
acordo com as normas técnicas pertinentes. nais com o exterior e com as dependências de uso
454 comum;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Percurso acessível que una a edificação à via científicas voltadas ao tratamento e prevenção de
pública, às edificações e aos serviços anexos de uso deficiências, ao desenvolvimento tecnológico orienta-
comum e aos edifícios vizinhos; do à produção de ajudas técnicas para as pessoas por-
z Cabine do elevador com porta de entrada aces- tadoras de deficiência, bem como à especialização de
síveis para pessoas portadoras de deficiência ou recursos humanos em acessibilidade, de acordo com o
com mobilidade reduzida. art. 21 da lei estudada.
Às pessoas com deficiência visual será garantido,
Os edifícios a serem construídos com mais de um
sem custo adicional, quando por elas solicitado, um
pavimento, além do pavimento de acesso, à exceção
das habitações unifamiliares, e que não estejam kit que conterá, no mínimo (art. 21-A):
obrigados à instalação de elevador, deverão dispor
de especificações técnicas e de projeto que facilitem z Etiqueta em braile: filme transparente fixo ao
a instalação de um elevador adaptado. Acompanhe a cartão com informações em braile, com a identifi-
seguir o que dispõe a Lei nº 10.098, de 2000: cação do tipo do cartão e os 6 (seis) dígitos finais do
número do cartão;
Art. 13 Os edifícios de uso privado em que seja z Identificação do tipo de cartão em braile: pri-
obrigatória a instalação de elevadores deverão ser meiro dígito, da esquerda para a direita, identifi-
construídos atendendo aos seguintes requisitos cador do tipo de cartão;
mínimos de acessibilidade:
z Fita adesiva: fita para fixar a etiqueta em braile de
I - percurso acessível que una as unidades habita-
cionais com o exterior e com as dependências de dados no cartão;
uso comum; z Porta-cartão: objeto para armazenar o cartão e
II - percurso acessível que una a edificação à via possibilitar ao portador acesso às informações
pública, às edificações e aos serviços anexos de uso necessárias ao pleno uso do cartão, com identifica-
comum e aos edifícios vizinhos; ção, em braile de todas suas informações.
III - cabine do elevador e respectiva porta de entra-
da acessíveis para pessoas portadoras de deficiên-
cia ou com mobilidade reduzida.
Por fim, como forma de disposições finais, a Lei
Art. 14 Os edifícios a serem construídos com mais de promoção da acessibilidade, dispõe em seu art. 23
de um pavimento além do pavimento de acesso, à que, anualmente, a Administração Pública federal
exceção das habitações unifamiliares, e que não direta e indireta destinará, dotação orçamentária para
estejam obrigados à instalação de elevador, deve- as adaptações, eliminações e supressões de barreiras
rão dispor de especificações técnicas e de projeto arquitetônicas existentes nos edifícios de uso público de
que facilitem a instalação de um elevador adaptado,
sua propriedade e naqueles que estejam sob sua admi-
devendo os demais elementos de uso comum destes
nistração ou uso.

9
edifícios atender aos requisitos de acessibilidade.

-3
O Poder Público também promoverá, de acordo

40
ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE com o art. 24, campanhas informativas e educati-
COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO .5
vas dirigidas à população em geral, com a finalidade de
33
conscientizá-la e sensibilizá-la quanto à acessibilidade
.6

A fim de para garantir o direito de acesso à infor- e à integração social da pessoa portadora de deficiência
00

mação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao ou com mobilidade reduzida.


-0

transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer às pessoas


os

portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade


nt

de comunicação, o Poder Público promoverá a elimi-


Sa

nação de barreiras na comunicação e estabelecerá LEI Nº 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE


mecanismos e alternativas técnicas que tornem aces-
os

síveis os sistemas de comunicação e sinalização. 2000, E SUAS ATUALIZAÇÕES


id
ol

Art. 17 O Poder Público promoverá a eliminação A Lei nº 10.048, de 2000 completará 21 anos em
ic

de barreiras na comunicação e estabelecerá meca- 8 de novembro de 2021. Ela regula a prioridade de


N

nismos e alternativas técnicas que tornem acessí- atendimento às pessoas com deficiência e, durante
io

veis os sistemas de comunicação e sinalização às esse tempo, já sofreu algumas alterações. A mais sig-
ric

pessoas portadoras de deficiência sensorial e com nificativa foi promovida pelo Estatuto da Pessoa com
au

dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o Deficiência (Lei nº 13.146, de 2015).


M

direito de acesso à informação, à comunicação, ao Você pode se perguntar: quem terá prioridade de
trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao atendimento? A resposta está no art. 1º da Lei. Acom-
esporte e ao lazer. panhe a seguir:
ÉTICA E DIVERSIDADE

Segundo o art. 28, o Poder Público também respon- z Pessoas com deficiência;
sável por implementar a formação de profissionais z Idosos com idade igual ou superior a 60 anos;
intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais z Gestantes;
e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de z Lactantes;
comunicação direta à pessoa portadora de deficiência z Pessoas com crianças de colo;
sensorial e com dificuldade de comunicação. z Obesos.

AJUDAS TÉCNICAS Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com


idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as
Por meio dos organismos de apoio à pesquisa e das gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de
agências de financiamento, o Poder Público fomen- colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos
tará programas destinados à promoção de pesquisas termos desta Lei. 455
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A todas as pessoas citadas no art. 1º será assegu- Importante!
rado um atendimento prioritário pelas instituições
financeiras (bancos), repartições públicas e empre- A Lei nº 10.048, de 2000 utiliza a terminologia
sas concessionárias de serviços públicos. “pessoa portadora de deficiência”. Contudo, o
Além do atendimento prioritário, as empresas termo definido pela Convenção das Nações Uni-
públicas de transporte coletivo e concessionárias das é “pessoa com deficiência”.
deverão reservar assentos especiais e identificados
a idosos, gestantes, lactantes, pessoas com deficiência
e pessoas acompanhadas por crianças de colo. Caso haja ofensa à legislação específica, os infra-
tores estarão sujeitos ao seguinte, de acordo com os
incisos do art. 6º:

INFRATOR SANÇÕES
Servidor ou chefia responsá- Penalidades previstas na le-
vel pela repartição pública gislação específica
Multa de R$ 500,00 a R$
2.500,00, por veículos sem as
Empresas concessionárias de
condições de assentos iden-
serviço público
tificados e que não sigam as
normas para construção

Se, por acaso, houver reincidência, as penali-


dades poderão ser elevadas ao dobro do previsto,
segundo o parágrafo único do art. 6º.

DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO


DE 2004 – REGULAMENTA A LEI Nº
10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000 E
A LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO

9
DE 2000

-3
40
A proteção aos direitos das pessoas com deficiência
.5
33
é recente. Na realidade, a preocupação da sociedade
.6

com essa parcela da população faz parte de um discurso


00

atual, porém que se modificou ao logo da história. Nes-


-0

se sentido, é possível observar quatro fases. A primeira


fase foi a de intolerância em relação às pessoas com defi-
os

ciência. Neste período a deficiência simbolizava a impu-


nt

Art. 3º As empresas públicas de transporte e as


reza, o pecado, ou, até mesmo, o castigo divino.
Sa

concessionárias de transporte coletivo reservarão


A segunda fase foi fase marcada pela invisibilida-
assentos, devidamente identificados, aos idosos,
os

de das pessoas com deficiência. Dela decorreu a ter-


gestantes, lactantes, pessoas portadoras de defi-
id

ciência e pessoas acompanhadas por crianças de


ceira fase, marcada pelo assistencialismo e pautada
na perspectiva médica e biológica de que a deficiência
ol

colo.
ic

era uma patologia e, como tal, deveria ser curada. Por


N

fim, a quarta fase voltou-se para os direitos humanos,


Uma das significativas mudanças promovidas pelo
io

despontando os direitos à inclusão social, com ênfase


advento da Lei nº 10.048, de 2000 foi a necessidade
ric

na relação da pessoa com deficiência com o meio em


de que, para a construção de logradouros, sanitários
au

que ela está inserida. Além disso, emergia a necessi-


públicos e edifícios públicos, houvesse normas cla-
M

dade de eliminar obstáculos e barreiras que impeçam


ras destinadas a facilitar o acesso e uso desses locais
o pleno exercício de direitos humano, quer sejam eles
às pessoas com deficiência. Essas normas deverão
culturais, físicos ou sociais.
ser aprovadas para efeito de licenciamento dessas
A própria forma de se referir a essas pessoas é fru-
edificações.
to de uma construção histórica. Até o século XIX, as
pessoas com deficiência eram chamadas de inválidos.
Art. 4º Os logradouros e sanitários públicos, bem
No século XX, até a década de 60, eram denomina-
como os edifícios de uso público, terão normas de
construção, para efeito de licenciamento da respec-
dos incapazes ou incapacitados. Entre a década de 60
tiva edificação, baixadas pela autoridade compe- e a de 80, os termos utilizados eram deficientes, defei-
tente, destinadas a facilitar o acesso e uso desses tuosos ou excepcionais. De 1981 a 1987, passaram a
locais pelas pessoas portadoras de deficiência. ser chamados de pessoas deficientes. Entre 1988 e
1993, eram denominadas pessoas portadoras de defi-
Até 1 ano (12 meses) após a publicação da Lei nº ciência. A partir de 1993, a nomenclatura mudou para
10.048, de 2000, os veículos de transporte coletivo tive- portadores de necessidades especiais, pessoas com
ram que se planejar para facilitar o acesso das pessoas necessidades especiais, pessoas especiais, portadores
456 com deficiência a seu interior. de direitos especiais ou pessoas com deficiência.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dentro deste cenário, tem-se o Decreto nº 5.296, de e Municípios) e das entidades públicas da Admi-
2004, cuja finalidade é regulamentar a Lei nº 10.048, nistração Indireta (autarquias, fundações públicas,
de 2000, que trata da prioridade de atendimento a sociedades de economia mista e empresas públicas),
determinadas pessoas, e a Lei nº 10.098, de 2000, que bem como empresas privadas, quando prestadoras
trata das normas gerais e dos critérios básicos para a de serviços públicos ou quando atuarem como ins-
promoção da acessibilidade das pessoas com deficiên- tituições financeiras, devem prestar o atendimen-
cia ou com mobilidade reduzida. to prioritário às pessoas com deficiência ou com
O decreto, que é composto por 72 artigos, encon- mobilidade reduzida. Veja:
tra-se dividido em nove capítulos.
Art. 5º Os órgãos da administração pública direta,
Disposições Preliminares indireta e fundacional, as empresas prestadoras de
serviços públicos e as instituições financeiras deverão
O Capítulo I traz as disposições preliminares e dispensar atendimento prioritário às pessoas porta-
compreende os 4 primeiros artigos. Além de deixar doras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
claro o objetivo da norma, que é de servir de regula-
mentação para as leis de prioridade de atendimen- Para tanto, considera-se como pessoa com defi-
to e promoção da acessibilidade, traz as situações ciência aquela que possui limitação ou incapacida-
que ficam sujeitas ao seu cumprimento. Veja: de para o desempenho de atividade e que se enquadra
nas seguintes categorias:
Art. 2º Ficam sujeitos ao cumprimento das dispo-
sições deste Decreto, sempre que houver interação Art. 5º […]
com a matéria nele regulamentada: I - […]
I - a aprovação de projeto de natureza arquitetô- a) deficiência física: alteração completa ou par-
nica e urbanística, de comunicação e informação, cial de um ou mais segmentos do corpo humano,
de transporte coletivo, bem como a execução de acarretando o comprometimento da função físi-
qualquer tipo de obra, quando tenham destinação ca, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
pública ou coletiva; paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraple-
II - a outorga de concessão, permissão, autorização gia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
ou habilitação de qualquer natureza; hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de
III - a aprovação de financiamento de projetos com a membro, paralisia cerebral, nanismo, membros
utilização de recursos públicos, dentre eles os projetos com deformidade congênita ou adquirida, exceto
de natureza arquitetônica e urbanística, os tocantes à as deformidades estéticas e as que não produzam
comunicação e informação e os referentes ao trans- dificuldades para o desempenho de funções;
porte coletivo, por meio de qualquer instrumento, tais b) deficiência auditiva: perda bilateral, parcial

9
ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais,

-3
como convênio, acordo, ajuste, contrato ou similar; e
aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz,

40
IV - a concessão de aval da União na obtenção de
empréstimos e financiamentos internacionais por 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;
.5
c) deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade
33
entes públicos ou privados.
visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho,
.6

Cumpre esclarecer que, nos casos em que o decreto com a melhor correção óptica; a baixa visão, que
00

deve ser aplicado, mas deixa de ser, a norma traz a tri- significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor
-0

pla responsabilização: administrativa, penal e civil. olho, com a melhor correção óptica; os casos nos
os

quais a somatória da medida do campo visual em


ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a
nt

Art. 3º Serão aplicadas sanções administrativas,


ocorrência simultânea de quaisquer das condições
Sa

cíveis e penais cabíveis, previstas em lei, quando


não forem observadas as normas deste Decreto. anteriores;
os

d) deficiência mental: funcionamento intelectual


id

significativamente inferior à média, com manifesta-


O capítulo é finalizado com a previsão de gestão ção antes dos dezoito anos e limitações associadas
ol

participativa, ou seja, da possibilidade do Conselho


ic

a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas,


Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiên-
N

tais como:
cia, dos Conselhos Estaduais, Municipais e Distritais e
io

1. comunicação;
das organizações representativas de pessoas com defi-
ric

2. cuidado pessoal;
ciência acompanharem e sugerirem medidas para o 3. habilidades sociais;
au

cumprimento dos requisitos estabelecidos na norma. 4. utilização dos recursos da comunidade;


M

Nos termos: 5. saúde e segurança;


6. habilidades acadêmicas;
Art. 4º O Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa 7. lazer; e
ÉTICA E DIVERSIDADE

Portadora de Deficiência, os Conselhos Estaduais, 8. trabalho;


Municipais e do Distrito Federal, e as organizações e) deficiência múltipla - associação de duas ou
representativas de pessoas portadoras de deficiên- mais deficiências.
cia terão legitimidade para acompanhar e sugerir
medidas para o cumprimento dos requisitos esta- Para todas as demais que, não se enquadrando
belecidos neste Decreto. no conceito de pessoas com deficiência, tenham difi-
culdade para se movimentar, mesmo que tempora-
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO riamente, e esta dificuldade gere redução efetiva da
mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e per-
O Capítulo II cuida das regras acerca do atendi- cepção, o decreto enquadra como pessoa com mobi-
mento prioritário e é composto dos arts. 5º ao 7º. lidade reduzida. São exemplos os idosos (idade igual
Para tanto, estabelece que os órgãos da Administra- ou superior a 60 anos), as gestantes, as lactantes e as
ção Pública Direta (União, Estados, Distrito Federal pessoas com criança de colo. Veja: 457
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 5º […] Art. 6º […]
II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não § 2º Entende-se por imediato o atendimento presta-
se enquadrando no conceito de pessoa portadora de do às pessoas referidas no art. 5º, antes de qualquer
deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade outra, depois de concluído o atendimento que esti-
de movimentar-se, permanente ou temporariamente, ver em andamento, observado o disposto no inciso
gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, I do parágrafo único do art. 3º da Lei no 10.741, de
coordenação motora e percepção. 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso).
§ 2º O disposto no caput aplica-se, ainda, às pes- § 3º Nos serviços de emergência dos estabelecimentos
soas com idade igual ou superior a sessenta anos, públicos e privados de atendimento à saúde, a priori-
gestantes, lactantes e pessoas com criança de colo. dade conferida por este Decreto fica condicionada à
avaliação médica em face da gravidade dos casos a
No que tange ao atendimento prioritário, ele atender.
compreende tanto o tratamento diferenciado como § 4º Os órgãos, empresas e instituições referidos no
o atendimento imediato. caput do art. 5º devem possuir, pelo menos, um telefo-
O atendimento diferenciado é aquele que possi- ne de atendimento adaptado para comunicação com e
bilita o efetivo atendimento às pessoas com defi- por pessoas portadoras de deficiência auditiva.
ciência ou com mobilidade reduzida. Veja:
DAS CONDIÇÕES GERAIS DA ACESSIBILIDADE
Art. 6º O atendimento prioritário compreende tra-
tamento diferenciado e atendimento imediato às O Capítulo III trata das condições gerais da aces-
pessoas de que trata o art. 5º. sibilidade e compreende os arts. 8º e 9º. Leia com
§ 1º O tratamento diferenciado inclui, dentre atenção os nove conceitos estabelecidos pela norma:
outros:
I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços Art. 8º Para os fins de acessibilidade, considera-se:
e instalações acessíveis; I - acessibilidade: condição para utilização, com
II - mobiliário de recepção e atendimento obrigato- segurança e autonomia, total ou assistida, dos
riamente adaptado à altura e à condição física de espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das
pessoas em cadeira de rodas, conforme estabeleci- edificações, dos serviços de transporte e dos dispo-
do nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT; sitivos, sistemas e meios de comunicação e infor-
III - serviços de atendimento para pessoas com mação, por pessoa portadora de deficiência ou com
deficiência auditiva, prestado por intérpretes ou mobilidade reduzida;
pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Sinais II - barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que
- LIBRAS e no trato com aquelas que não se comuni- limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimen-
quem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, pres- to, a circulação com segurança e a possibilidade

9
tado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas
de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à

-3
neste tipo de atendimento;
informação, classificadas em:

40
IV - pessoal capacitado para prestar atendimento
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias
às pessoas com deficiência visual, mental e múlti-
.5
públicas e nos espaços de uso público;
33
pla, bem como às pessoas idosas;
b) barreiras nas edificações: as existentes no entor-
.6

V - disponibilidade de área especial para embarque


no e interior das edificações de uso público e coleti-
00

e desembarque de pessoa portadora de deficiência


vo e no entorno e nas áreas internas de uso comum
-0

ou com mobilidade reduzida;


nas edificações de uso privado multifamiliar;
VI - sinalização ambiental para orientação das pes-
os

c) barreiras nos transportes: as existentes nos ser-


soas referidas no art. 5º;
nt

viços de transportes; e
VII - divulgação, em lugar visível, do direito de aten-
Sa

d) barreiras nas comunicações e informações: qual-


dimento prioritário das pessoas portadoras de defi-
quer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossi-
os

ciência ou com mobilidade reduzida;


VIII - admissão de entrada e permanência de cão- bilite a expressão ou o recebimento de mensagens
id

-guia ou cão-guia de acompanhamento junto de por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas
ol

pessoa portadora de deficiência ou de treinador de comunicação, sejam ou não de massa, bem como
ic

nos locais dispostos no caput do art. 5º, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à
N

nas demais edificações de uso público e naquelas de informação;


io

uso coletivo, mediante apresentação da carteira de III - elemento da urbanização: qualquer com-
ric

vacina atualizada do animal; e ponente das obras de urbanização, tais como os


au

IX - a existência de local de atendimento específico referentes à pavimentação, saneamento, distribui-


M

para as pessoas referidas no art. 5º. ção de energia elétrica, iluminação pública, abas-
tecimento e distribuição de água, paisagismo e os
que materializam as indicações do planejamento
Já o atendimento imediato é aquele prestado
urbanístico;
antes de qualquer outra pessoa, depois de concluído
IV - mobiliário urbano: o conjunto de objetos
o atendimento que estiver em andamento, observan-
existentes nas vias e espaços públicos, superpos-
do, ainda, o estabelecido pelo Estatuto do Idoso. Neste
tos ou adicionados aos elementos da urbanização
ponto, cumpre esclarecer que os serviços de emergên- ou da edificação, de forma que sua modificação
cia relativos aos atendimentos à saúde, a prioridade ou traslado não provoque alterações substanciais
fica condicionada à avaliação médica, em face da gra- nestes elementos, tais como semáforos, postes de
vidade de outros casos a atender. sinalização e similares, telefones e cabines telefô-
Ainda com relação ao atendimento prioritário, o nicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises,
decreto estabelece a obrigação de os órgãos, as empre- quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;
sas e as instituições financeiras possuírem, ao menos, V - ajuda técnica: os produtos, instrumentos, equi-
um telefone de atendimento adaptado para comu- pamentos ou tecnologia adaptados ou especialmen-
nicação com e por pessoas com deficiência auditiva. te projetados para melhorar a funcionalidade da
458 Veja os dispositivos: pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
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reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, total Art. 11 A construção, reforma ou ampliação de edi-
ou assistida; ficações de uso público ou coletivo, ou a mudança
VI - edificações de uso público: aquelas admi- de destinação para estes tipos de edificação, deve-
nistradas por entidades da administração pública, rão ser executadas de modo que sejam ou se tor-
direta e indireta, ou por empresas prestadoras de nem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou
serviços públicos e destinadas ao público em geral; com mobilidade reduzida.
VII - edificações de uso coletivo: aquelas destina- § 1º As entidades de fiscalização profissional das
das às atividades de natureza comercial, hoteleira, atividades de Engenharia, Arquitetura e correlatas,
cultural, esportiva, financeira, turística, recreativa, ao anotarem a responsabilidade técnica dos proje-
social, religiosa, educacional, industrial e de saúde, tos, exigirão a responsabilidade profissional decla-
inclusive as edificações de prestação de serviços de rada do atendimento às regras de acessibilidade
previstas nas normas técnicas de acessibilidade da
atividades da mesma natureza;
ABNT, na legislação específica e neste Decreto.
VIII - edificações de uso privado: aquelas des-
§ 2º Para a aprovação ou licenciamento ou emissão
tinadas à habitação, que podem ser classificadas
de certificado de conclusão de projeto arquitetônico
como unifamiliar ou multifamiliar; e
ou urbanístico deverá ser atestado o atendimento
IX - desenho universal: concepção de espaços, arte- às regras de acessibilidade previstas nas normas
fatos e produtos que visam atender simultaneamen- técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação
te todas as pessoas, com diferentes características específica e neste Decreto.
antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, § 3º O Poder Público, após certificar a acessibili-
segura e confortável, constituindo-se nos elementos dade de edificação ou serviço, determinará a colo-
ou soluções que compõem a acessibilidade. cação, em espaços ou locais de ampla visibilidade,
Art. 9º A formulação, implementação e manu- do “Símbolo Internacional de Acesso”, na forma
tenção das ações de acessibilidade atenderão às prevista nas normas técnicas de acessibilidade da
seguintes premissas básicas: ABNT e na Lei nº 7.405, de 12 de novembro de 1985.
I - a priorização das necessidades, a programação
em cronograma e a reserva de recursos para a O art. 12 estabelece a obrigação do Poder Público e
implantação das ações; e das empresas concessionárias responsáveis pela exe-
II - o planejamento, de forma continuada e articula- cução das obras e dos serviços públicos de, na hipó-
da, entre os setores envolvidos. tese de qualquer intervenção nas vias e logradouros
públicos, garantir o livre trânsito e a circulação, de
Da Implementação da Acessibilidade Arquitetônica e forma segura, das pessoas, em especial das pessoas
Urbanística com deficiência ou com mobilidade reduzida, tanto
durante como após a sua execução.

9
O Capítulo IV trata da implementação da acessi-

-3
bilidade arquitetônica e urbanística. Esta parte é Art. 12 Em qualquer intervenção nas vias e logra-

40
subdivida em quatro seções. douros públicos, o Poder Público e as empresas
A Seção I, que compreende os arts. 10 a 13, cuida .5
concessionárias responsáveis pela execução das
33
das condições gerais para a concepção e a implanta- obras e dos serviços garantirão o livre trânsito e a
.6

circulação de forma segura das pessoas em geral,


00

ção dos projetos arquitetônicos e urbanísticos.


especialmente das pessoas portadoras de deficiên-
-0

O art. 10 estabelece que os projetos arquitetônicos


cia ou com mobilidade reduzida, durante e após a
e urbanísticos devem atender aos princípios do dese-
os

sua execução, de acordo com o previsto em normas


nho universal, tendo como referências básicas as técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação
nt

normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legisla-


Sa

específica e neste Decreto.


ção específica e as regras contidas nesse decreto. Veja:
os

Por fim, o art. 13 orienta que as regras previstas


id

Art. 10 A concepção e a implantação dos projetos nas normas técnicas brasileiras de acessibilidade
ol

arquitetônicos e urbanísticos devem atender aos devem ser observadas. Veja:


ic

princípios do desenho universal, tendo como refe-


N

rências básicas as normas técnicas de acessibili- Art. 13 Orientam-se, no que couber, pelas regras
io

dade da ABNT, a legislação específica e as regras previstas nas normas técnicas brasileiras de aces-
ric

contidas neste Decreto. sibilidade, na legislação específica, observado o


au

§ 1º Caberá ao Poder Público promover a inclu- disposto na Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001,
M

são de conteúdos temáticos referentes ao desenho e neste Decreto:


universal nas diretrizes curriculares da educação I - os Planos Diretores Municipais e Planos Direto-
profissional e tecnológica e do ensino superior dos res de Transporte e Trânsito elaborados ou atuali-
cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos. zados a partir da publicação deste Decreto;
ÉTICA E DIVERSIDADE

§ 2º Os programas e as linhas de pesquisa a serem II - o Código de Obras, Código de Postura, a Lei de


desenvolvidos com o apoio de organismos públicos Uso e Ocupação do Solo e a Lei do Sistema Viário;
de auxílio à pesquisa e de agências de fomento deve- III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
rão incluir temas voltados para o desenho universal. IV - as atividades de fiscalização e a imposição de san-
ções, incluindo a vigilância sanitária e ambiental; e
V - a previsão orçamentária e os mecanismos tribu-
O art. 11 traz a obrigatoriedade para a construção,
tários e financeiros utilizados em caráter compen-
reforma ou ampliação de edificações de uso público
satório ou de incentivo.
ou coletivo, assim como para a mudança de destina- § 1º Para concessão de alvará de funcionamento ou
ção desses tipos de edificação, de executar o projeto sua renovação para qualquer atividade, devem ser
de modo que o local seja ou se torne acessível às pes- observadas e certificadas as regras de acessibilida-
soas com deficiência ou com mobilidade reduzida. de previstas neste Decreto e nas normas técnicas de
Nos termos: acessibilidade da ABNT. 459
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º Para emissão de carta de “habite-se” ou habi- II - as cabines telefônicas e os terminais de auto-a-
litação equivalente e para sua renovação, quando tendimento de produtos e serviços;
esta tiver sido emitida anteriormente às exigências III - os telefones públicos sem cabine;
de acessibilidade contidas na legislação específica, IV - a instalação das aberturas, das botoeiras, dos
devem ser observadas e certificadas as regras de comandos e outros sistemas de acionamento do
acessibilidade previstas neste Decreto e nas nor- mobiliário urbano;
mas técnicas de acessibilidade da ABNT. V - os demais elementos do mobiliário urbano;
VI - o uso do solo urbano para posteamento; e
A Seção II, que cuida das condições específicas, é VII - as espécies vegetais que tenham sua projeção
composta pelos arts. de 14 a 27. sobre a faixa de circulação de pedestres.
Enquanto o art. 14 estabelece quais são as regras § 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo
Comutado - STFC, na modalidade Local, deverá
a serem observadas na promoção da acessibilidade
assegurar que, no mínimo, dois por cento do total
(Decreto, normas técnicas de acessibilidade da ABNT
de Telefones de Uso Público - TUPs, sem cabine,
e disposições contidas nas legislações estaduais, dis- com capacidade para originar e receber chamadas
tritais e municipais), o art. 15 cuida das regras para locais e de longa distância nacional, bem como,
o planejamento e urbanização das vias, praças, dos pelo menos, dois por cento do total de TUPs, com
logradouros, parques e demais espaços de uso públi- capacidade para originar e receber chamadas de
co (normas técnicas de acessibilidade da ABNT), tais longa distância, nacional e internacional, estejam
como construção ou rebaixamento de calçadas e ins- adaptados para o uso de pessoas portadoras de
talação de piso tátil direcional e de alerta. deficiência auditiva e para usuários de cadeiras de
rodas, ou conforme estabelecer os Planos Gerais de
Art. 14 Na promoção da acessibilidade, serão Metas de Universalização.
observadas as regras gerais previstas neste Decre- § 3º As botoeiras e demais sistemas de acionamen-
to, complementadas pelas normas técnicas de aces- to dos terminais de auto-atendimento de produ-
sibilidade da ABNT e pelas disposições contidas na tos e serviços e outros equipamentos em que haja
legislação dos Estados, Municípios e do Distrito interação com o público devem estar localizados
Federal. em altura que possibilite o manuseio por pessoas
Art. 15 No planejamento e na urbanização das em cadeira de rodas e possuir mecanismos para
vias, praças, dos logradouros, parques e demais utilização autônoma por pessoas portadoras de
espaços de uso público, deverão ser cumpridas as deficiência visual e auditiva, conforme padrões
exigências dispostas nas normas técnicas de aces- estabelecidos nas normas técnicas de acessibilida-
sibilidade da ABNT. de da ABNT.
§ 1º Incluem-se na condição estabelecida no caput:
I - a construção de calçadas para circulação de O art. 17 trata dos semáforos para pedestres, que

9
-3
pedestres ou a adaptação de situações consolidadas; devem ser equipados com mecanismo que sirva de

40
II - o rebaixamento de calçadas com rampa aces- guia ou orientação para a travessia de pessoa com

.5
sível ou elevação da via para travessia de pedestre deficiência visual ou com mobilidade reduzida, nos
33
em nível; e locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de
.6

III - a instalação de piso tátil direcional e de alerta. pessoas ou onde a periculosidade na via assim deter-
00

§ 2º Nos casos de adaptação de bens culturais imó- minar. Salienta-se que é possível a instalação do equi-
-0

veis e de intervenção para regularização urbanís- pamento em outros locais por meio de solicitação dos
tica em áreas de assentamentos subnormais, será interessados. Nos termos:
os

admitida, em caráter excepcional, faixa de largura


nt

menor que o estabelecido nas normas técnicas cita- Art. 17 Os semáforos para pedestres instalados nas
Sa

das no caput, desde que haja justificativa baseada vias públicas deverão estar equipados com meca-
os

em estudo técnico e que o acesso seja viabilizado de nismo que sirva de guia ou orientação para a tra-
outra forma, garantida a melhor técnica possível.
id

vessia de pessoa portadora de deficiência visual ou


com mobilidade reduzida em todos os locais onde
ol

O art. 16 trata das características que devem ter a intensidade do fluxo de veículos, de pessoas ou
ic
N

o desenho e a instalação do mobiliário urbano, que a periculosidade na via assim determinarem, bem
io

precisam garantir tanto a aproximação segura como como mediante solicitação dos interessados.
ric

seu uso por pessoa com deficiência visual, mental ou


O art. 18 estabelece que os espaços coletivos nas
au

auditiva, além da aproximação e do alcance visual e


manual para as pessoas com deficiência física, como edificações de uso privado multifamiliar devem aten-
M

no caso dos cadeirantes. Veja: der aos preceitos da acessibilidade na interligação de


todas as partes de uso comum ou abertas ao público.
Art. 16 As características do desenho e a instalação Tais regras se aplicam, por exemplo, aos acessos à pis-
do mobiliário urbano devem garantir a aproxima- cina, recreação, salão de festas e de reuniões, saunas
ção segura e o uso por pessoa portadora de defi- e banheiros, quadras esportivas, portarias, estaciona-
ciência visual, mental ou auditiva, a aproximação mentos e garagens, entre outros.
e o alcance visual e manual para as pessoas porta-
doras de deficiência física, em especial aquelas em Art. 18 A construção de edificações de uso privado
cadeira de rodas, e a circulação livre de barreiras, multifamiliar e a construção, ampliação ou refor-
atendendo às condições estabelecidas nas normas ma de edificações de uso coletivo devem atender
técnicas de acessibilidade da ABNT. aos preceitos da acessibilidade na interligação de
§ 1º Incluem-se nas condições estabelecida no todas as partes de uso comum ou abertas ao públi-
caput: co, conforme os padrões das normas técnicas de
I - as marquises, os toldos, elementos de sinaliza- acessibilidade da ABNT.
ção, luminosos e outros elementos que tenham sua § 1º Também estão sujeitos ao disposto no caput os
460 projeção sobre a faixa de circulação de pedestres; acessos, as piscinas, os andares de recreação, os salão
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de festas e de reuniões, as saunas e os banheiros, as O art. 22 traz a obrigatoriedade de as edifica-
quadras esportivas, as portarias, os estacionamentos ções de uso público ou coletivo possuírem sanitários
e as garagens, entre outras partes das áreas internas acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade
ou externas de uso comum das edificações de uso pri- reduzida.
vado multifamiliar e das de uso coletivo.
§ 2º O disposto no caput não se aplica às áreas desti- Art. 22 A construção, ampliação ou reforma de
nadas ao altar e ao batistério das edificações de uso edificações de uso público ou de uso coletivo devem
coletivo utilizadas como templos de qualquer culto. dispor de sanitários acessíveis destinados ao uso
por pessoa portadora de deficiência ou com mobi-
O art. 19 traz a obrigação de que, na construção, lidade reduzida.
ampliação ou reforma de edificações de uso público § 1º Nas edificações de uso público a serem cons-
exista, ao menos, um acesso ao seu interior que seja truídas, os sanitários destinados ao uso por pessoa
livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou portadora de deficiência ou com mobilidade reduzi-
dificultem a acessibilidade. da serão distribuídos na razão de, no mínimo, uma
cabine para cada sexo em cada pavimento da edi-
Art. 19 A construção, ampliação ou reforma de edi- ficação, com entrada independente dos sanitários
ficações de uso público deve garantir, pelo menos, coletivos, obedecendo às normas técnicas de aces-
um dos acessos ao seu interior, com comunicação sibilidade da ABNT.
com todas as suas dependências e serviços, livre de § 2º Nas edificações de uso público já existentes,
barreiras e de obstáculos que impeçam ou dificul- terão elas prazo de trinta meses a contar da data de
tem a sua acessibilidade. publicação deste Decreto para garantir pelo menos
§ 1º No caso das edificações de uso público já exis- um banheiro acessível por pavimento, com entrada
tentes, terão elas prazo de trinta meses a contar independente, distribuindo-se seus equipamentos e
da data de publicação deste Decreto para garantir acessórios de modo que possam ser utilizados por
acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
ou com mobilidade reduzida. reduzida.
§ 2º Sempre que houver viabilidade arquitetônica, o § 3º Nas edificações de uso coletivo a serem cons-
Poder Público buscará garantir dotação orçamen- truídas, ampliadas ou reformadas, onde devem
tária para ampliar o número de acessos nas edifica- existir banheiros de uso público, os sanitários des-
ções de uso público a serem construídas, ampliadas tinados ao uso por pessoa portadora de deficiência
ou reformadas. deverão ter entrada independente dos demais e
obedecer às normas técnicas de acessibilidade da
ABNT.
O art. 20 trata dos desníveis das áreas de circu-
§ 4º Nas edificações de uso coletivo já existentes,
lação internas ou externas quando da construção,

9
onde haja banheiros destinados ao uso público, os
ampliação ou reforma, que deverão ser transpostos

-3
sanitários preparados para o uso por pessoa por-

40
por meio de rampa ou equipamento eletromecânico tadora de deficiência ou com mobilidade reduzida
.5
de deslocamento vertical, salvo se houver outro aces- deverão estar localizados nos pavimentos acessí-
33
so mais cômodo para pessoa com deficiência ou mobi- veis, ter entrada independente dos demais sanitá-
.6

lidade reduzida. rios, se houver, e obedecer as normas técnicas de


00

acessibilidade da ABNT.
-0

Art. 20 Na ampliação ou reforma das edificações


de uso púbico ou de uso coletivo, os desníveis das
os

O art. 23 estabelece que deve haver espaços livres


áreas de circulação internas ou externas serão para os cadeirantes e assentos para pessoas com defi-
nt

transpostos por meio de rampa ou equipamento ciência ou com mobilidade reduzida nos teatros, cine-
Sa

eletromecânico de deslocamento vertical, quando mas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de
os

não for possível outro acesso mais cômodo para


espetáculos e de conferências e similares, que devem
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade
id

respeitar alguns requisitos. Veja:


reduzida, conforme estabelecido nas normas técni-
ol

cas de acessibilidade da ABNT.


ic

Art. 23 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,


N

ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con-


io

O art. 21 dispõe que, tanto os balcões de atendi-


ferências e similares, serão reservados espaços
ric

mento quanto as bilheterias em locais de uso público livres para pessoas em cadeira de rodas e assentos
au

ou coletivo e as urnas das seções eleitorais devem dis- para pessoas com deficiência ou com mobilidade
por de, pelo menos, uma parte da superfície acessí-
M

reduzida, de acordo com a capacidade de lotação


vel para atendimento às pessoas com deficiência ou da edificação, conforme o disposto no art. 44 § 1º,
mobilidade reduzida. da Lei 13.446, de 2015.
§ 1º Os espaços e os assentos a que se refere o
ÉTICA E DIVERSIDADE

Art. 21 Os balcões de atendimento e as bilheterias caput, a serem instalados e sinalizados conforme


em edificação de uso público ou de uso coletivo os requisitos estabelecidos nas normas técnicas de
devem dispor de, pelo menos, uma parte da super- acessibilidade da Associação Brasileira de Normas
fície acessível para atendimento às pessoas porta- Técnicas - ABNT, devem:
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida, I - ser disponibilizados, no caso de edificações com
conforme os padrões das normas técnicas de aces- capacidade de lotação de até mil lugares, na pro-
sibilidade da ABNT. porção de:
Parágrafo único. No caso do exercício do direito de a) dois por cento de espaços para pessoas em cadei-
voto, as urnas das seções eleitorais devem ser ade- ra de rodas, com a garantia de, no mínimo, um
quadas ao uso com autonomia pelas pessoas porta- espaço; e
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida e b) dois por cento de assentos para pessoas com defi-
estarem instaladas em local de votação plenamente ciência ou com mobilidade reduzida, com a garan-
acessível e com estacionamento próximo. tia de, no mínimo, um assento; ou 461
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - ser disponibilizados, no caso de edificações com I - ser acessíveis a pessoas com deficiência e com
capacidade de lotação acima de mil lugares, na pro- mobilidade reduzida; e
porção de: II - conter informações sobre os recursos de acessi-
a) vinte espaços para pessoas em cadeira de rodas bilidade disponíveis nos eventos.
mais um por cento do que exceder mil lugares; e
b) vinte assentos para pessoas com deficiência ou O art. 24 trata da obrigação de todos os estabele-
com mobilidade reduzida mais um por cento do que cimentos de ensino proporcionarem as condições
exceder mil lugares. de acesso e utilização de todos os seus ambientes ou
compartimentos para pessoas com deficiência ou
Importante consignar, ainda, que, nesses espaços, com mobilidade reduzida. O dispositivo refere-se,
50% dos assentos reservados para pessoas com defi- inclusive, às salas de aula, bibliotecas, instalações des-
ciência ou com mobilidade reduzida devem ter carac- portivas, áreas de lazer, aos auditórios, ginásios, labo-
terísticas dimensionais e estruturais também para o ratórios e sanitários.
uso por pessoa obesa.
Há de se mencionar o direito à meia entrada para Art. 24 Os estabelecimentos de ensino de qualquer
pessoas com deficiência não está restrito a esses espa- nível, etapa ou modalidade, públicos ou privados,
ços e assentos, mas está sujeito ao limite estabelecido proporcionarão condições de acesso e utilização de
pela Lei nº 12.933, de 2013. todos os seus ambientes ou compartimentos para
O art. 23-A estabelece que, na falta de procura com- pessoas portadoras de deficiência ou com mobili-
provada a esses espaços, os assentos podem, excepcio- dade reduzida, inclusive salas de aula, bibliotecas,
nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência auditórios, ginásios e instalações desportivas, labo-
ratórios, áreas de lazer e sanitários.
ou que não tenham mobilidade reduzida.
§ 1º Para a concessão de autorização de funcio-
namento, de abertura ou renovação de curso pelo
Art. 23-A Na hipótese de não haver procura com-
Poder Público, o estabelecimento de ensino deverá
provada pelos espaços livres para pessoas em comprovar que:
cadeira de rodas e assentos reservados para pes- I - está cumprindo as regras de acessibilidade arqui-
soas com deficiência ou com mobilidade reduzida, tetônica, urbanística e na comunicação e informa-
esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por ção previstas nas normas técnicas de acessibilidade
pessoas sem deficiência ou que não tenham mobi- da ABNT, na legislação específica ou neste Decreto;
lidade reduzida. II - coloca à disposição de professores, alunos, servi-
§ 1º A reserva de assentos de que trata o caput será dores e empregados portadores de deficiência ou com
garantida a partir do início das vendas até vinte e mobilidade reduzida ajudas técnicas que permitam o
quatro horas antes de cada evento, com disponi- acesso às atividades escolares e administrativas em
bilidade em todos os pontos de venda de ingresso,

9
igualdade de condições com as demais pessoas; e

-3
sejam eles físicos ou virtuais. III - seu ordenamento interno contém normas

40
§ 2º No caso de eventos realizados em estabeleci- sobre o tratamento a ser dispensado a professo-
mentos com capacidade superior a dez mil pessoas,
.5
res, alunos, servidores e empregados portadores de
33
a reserva de assentos de que trata o caput será deficiência, com o objetivo de coibir e reprimir qual-
.6

garantida a partir do início das vendas até setenta quer tipo de discriminação, bem como as respecti-
00

e duas horas antes de cada evento, com disponibi- vas sanções pelo descumprimento dessas normas.
-0

lidade em todos os pontos de venda de ingresso, § 2º As edificações de uso público e de uso coletivo
sejam eles físicos ou virtuais. referidas no caput, já existentes, têm, respectiva-
os

§ 3º Os espaços e os assentos de que trata o caput, mente, prazo de trinta e quarenta e oito meses, a
nt

em cada setor, somente serão disponibilizados às contar da data de publicação deste Decreto, para
Sa

pessoas sem deficiência ou sem mobilidade reduzi- garantir a acessibilidade de que trata este artigo.
os

da depois de esgotados os demais assentos daque-


le setor e somente quando os prazos estabelecidos
id

O art. 25 estabelece que, nos estacionamentos


nos § 1º e § 2º se encerrarem. externos ou internos de locais de uso público ou uso
ol

§ 4º Nos cinemas, a reserva de assentos de que trata


ic

coletivo, bem como os localizados nas vias públicas,


o caput será garantida a partir do início das vendas
N

2% do total de vagas para veículos deve ser reservado


até meia hora antes de cada sessão, com disponi-
io

para aqueles que transportem pessoas com deficiên-


ric

bilidade em todos os pontos de venda de ingresso,


cia física ou visual. Salienta-se, ainda, que, no míni-
sejam eles físicos ou virtuais.
au

mo, uma vaga deve estar em local próximo à entrada


M

principal ou ao elevador da estrutura, para facilitar a


O art. 23-B estabelece que os espaços livres para
acesso e a circulação de pedestres.
cadeirantes e os assentos reservados para pessoas
com deficiência ou com mobilidade reduzida serão
Art. 25 Nos estacionamentos externos ou internos
identificados nos mapas de assentos localizados nos das edificações de uso público ou de uso coletivo, ou
pontos de venda de ingressos e de divulgação dos naqueles localizados nas vias públicas, serão reser-
eventos, sendo eles físicos ou virtuais. vados, pelo menos, dois por cento do total de vagas
para veículos que transportem pessoa portadora de
Art. 23-B Os espaços livres para pessoas em cadei- deficiência física ou visual definidas neste Decreto,
ra de rodas e assentos reservados para pessoas sendo assegurada, no mínimo, uma vaga, em locais
com deficiência ou com mobilidade reduzida serão próximos à entrada principal ou ao elevador, de fácil
identificados no mapa de assentos localizados nos acesso à circulação de pedestres, com especificações
pontos de venda de ingresso e de divulgação do técnicas de desenho e traçado conforme o estabele-
evento, sejam eles físicos ou virtuais. cido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
Parágrafo único. Os pontos físicos e os sítios ele- § 1º Os veículos estacionados nas vagas reserva-
trônicos de venda de ingressos e de divulgação do das deverão portar identificação a ser colocada
462 evento deverão: em local de ampla visibilidade, confeccionado e
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
fornecido pelos órgãos de trânsito, que disciplina- I - adotar as providências necessárias para o cum-
rão sobre suas características e condições de uso, primento do disposto no art. 28; e
observando o disposto na Lei no 7.405, de 1985. II - divulgar junto aos agentes interessados e orien-
§ 2º Os casos de inobservância do disposto no § tar a clientela alvo da política habitacional sobre as
1º estarão sujeitos às sanções estabelecidas pelos iniciativas que promover em razão das legislações
órgãos competentes. federal, estaduais, distrital e municipais relativas à
§ 3º Aplica-se o disposto no caput aos estacionamen- acessibilidade.
tos localizados em áreas públicas e de uso coletivo.
§ 4º A utilização das vagas reservadas por veículos Por fim, a Seção IV trata da Acessibilidade aos
que não estejam transportando as pessoas citadas Bens Culturais Imóveis. Veja o que dispõe o art. 30:
no caput constitui infração ao art. 181, inciso XVII,
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997.
Art. 30 As soluções destinadas à eliminação, redu-
ção ou superação de barreiras na promoção da
O art. 26 traz a obrigatoriedade da existência de acessibilidade a todos os bens culturais imóveis
sinalização visual e tátil para orientação de pessoas devem estar de acordo com o que estabelece a Ins-
com deficiência auditiva e visual nas edificações de trução Normativa no 1 do Instituto do Patrimônio
uso público ou de uso coletivo. Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, de 25 de
novembro de 2003.
Art. 26 Nas edificações de uso público ou de uso
coletivo, é obrigatória a existência de sinalização
Da Acessibilidade aos Serviços de Transportes
visual e tátil para orientação de pessoas portado-
Coletivos
ras de deficiência auditiva e visual, em conformi-
dade com as normas técnicas de acessibilidade da
ABNT. O Capítulo V trata da acessibilidade aos serviços
de transportes coletivos. Esta parte é subdivida em
Finalizando a seção, o art. 27 cuida da obrigato- seis seções.
riedade de instalação de novos elevadores ou de sua A Seção I, que cuida das condições gerais, é com-
adaptação em edificações de uso público ou coletivo, posta pelos arts. 31 a 37 do decreto.
e da instalação em edificação de uso privado a ser O art. 31 elenca quais são os serviços de transporte
construída. a que a norma se aplica. Veja:

Art. 27 A instalação de novos elevadores ou sua Art. 31 Para os fins de acessibilidade aos serviços
adaptação em edificações de uso público ou de uso de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
coletivo, bem assim a instalação em edificação de considera-se como integrantes desses serviços os

9
-3
uso privado multifamiliar a ser construída, na qual veículos, terminais, estações, pontos de parada,

40
haja obrigatoriedade da presença de elevadores, vias principais, acessos e operação.
deve atender aos padrões das normas técnicas de
.5
33
acessibilidade da ABNT. O art. 32, por sua vez, especifica quais são os servi-
.6

ços de transporte coletivo terrestre.


00

A Seção III é composta pelos arts. 28 e 29 e trata


-0

da Acessibilidade na Habitação de Interesse Social. Art. 32 Os serviços de transporte coletivo terrestre


Enquanto o art. 28 trata das ações para assegurar as
os

são:
condições de acessibilidade nas habitações de interes- I - transporte rodoviário, classificado em urbano,
nt

se social, o art. 29 traz a competência do Ministério metropolitano, intermunicipal e interestadual;


Sa

das Cidades para aplicação de tais normas. II - transporte metroferroviário, classificado em


os

urbano e metropolitano; e
id

Art. 28 Na habitação de interesse social, deverão ser III - transporte ferroviário, classificado em inter-
ol

promovidas as seguintes ações para assegurar as municipal e interestadual.


ic

condições de acessibilidade dos empreendimentos:


N

I - definição de projetos e adoção de tipologias O art. 33 traz quais são os responsáveis pela con-
io

construtivas livres de barreiras arquitetônicas e cessão e permissão dos serviços de transporte coletivo.
ric

urbanísticas;
au

II - no caso de edificação multifamiliar, execução Art. 33 As instâncias públicas responsáveis pela


M

das unidades habitacionais acessíveis no piso tér- concessão e permissão dos serviços de transporte
reo e acessíveis ou adaptáveis quando nos demais coletivo são:
pisos; I - governo municipal, responsável pelo transpor-
III - execução das partes de uso comum, quando se te coletivo municipal;
ÉTICA E DIVERSIDADE

tratar de edificação multifamiliar, conforme as nor- II - governo estadual, responsável pelo transpor-
mas técnicas de acessibilidade da ABNT; e te coletivo metropolitano e intermunicipal;
IV - elaboração de especificações técnicas de pro-
III - governo do Distrito Federal, responsável pelo
jeto que facilite a instalação de elevador adaptado
transporte coletivo do Distrito Federal; e
para uso das pessoas portadoras de deficiência ou
IV - governo federal, responsável pelo transporte
com mobilidade reduzida.
coletivo interestadual e internacional.
Parágrafo único. Os agentes executores dos progra-
mas e projetos destinados à habitação de interesse
social, financiados com recursos próprios da União O art. 34 estabelece que os sistemas de transporte
ou por ela geridos, devem observar os requisitos coletivo devem ser concebidos, organizados, implan-
estabelecidos neste artigo. tados e adaptados segundo o conceito de desenho uni-
Art. 29 Ao Ministério das Cidades, no âmbito da versal, com o objetivo de garantir seu uso pleno, com
coordenação da política habitacional, compete: segurança e autonomia, por todas as pessoas. 463
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 34 Os sistemas de transporte coletivo são z A Seção III traz as regras de Acessibilidade no
considerados acessíveis quando todos os seus ele- Transporte Coletivo Aquaviário e compreende
mentos são concebidos, organizados, implantados os arts. 40 e 41;
e adaptados segundo o conceito de desenho univer- z A Seção IV, que compreende os arts. 42 e 43, cui-
sal, garantindo o uso pleno com segurança e auto- da das normas de Acessibilidade no Transporte
nomia por todas as pessoas. Coletivo Metroferroviário e Ferroviário;
Parágrafo único. A infra-estrutura de transporte
z A Seção V, que trata das regras de Acessibilidade
coletivo a ser implantada a partir da publicação
no Transporte Coletivo Aéreo, é composta pelo
deste Decreto deverá ser acessível e estar disponí-
art. 44;
vel para ser operada de forma a garantir o seu uso
por pessoas portadoras de deficiência ou com mobi- z A Seção VI cuida das Disposições Finais, sendo
lidade reduzida. composta pelos arts. 45 e 46.

O art. 35 assegura espaços para atendimento, ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO


assentos preferenciais e meios de acesso devidamen-
te sinalizados para o uso das pessoas com deficiência O Capítulo VI trata do acesso à informação e à
ou com mobilidade reduzida em terminais, estações, comunicação. Os arts. 47 e 48 estabelecem o prazo de
pontos de parada e nos veículos. doze meses, a contar da data de publicação do Decre-
to, para se adequar às exigências da norma e dar a
Art. 35 Os responsáveis pelos terminais, estações, acessibilidade em seus portais e sítios eletrônicos da
pontos de parada e os veículos, no âmbito de suas administração pública na rede mundial de computa-
competências, assegurarão espaços para atendi- dores (internet).
mento, assentos preferenciais e meios de acesso
devidamente sinalizados para o uso das pessoas Art. 47 No prazo de até doze meses a contar da data
portadoras de deficiência ou com mobilidade de publicação deste Decreto, será obrigatória a
reduzida. acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da
administração pública na rede mundial de com-
O art. 36 se refere à responsabilidade de imple- putadores (internet), para o uso das pessoas
mentação de tais medidas pelas empresas concessio- portadoras de deficiência visual, garantindo-
nárias e permissionárias, bem como as responsáveis -lhes o pleno acesso às informações disponíveis.
pela gestão dos serviços de transporte coletivo. § 1º Nos portais e sítios de grande porte, desde que
seja demonstrada a inviabilidade técnica de se con-
Art. 36 As empresas concessionárias e permissio- cluir os procedimentos para alcançar integralmen-
nárias e as instâncias públicas responsáveis pela te a acessibilidade, o prazo definido no caput será

9
estendido por igual período.

-3
gestão dos serviços de transportes coletivos, no
§ 2º Os sítios eletrônicos acessíveis às pessoas

40
âmbito de suas competências, deverão garantir
a implantação das providências necessárias portadoras de deficiência conterão símbolo que
.5
represente a acessibilidade na rede mundial de
33
na operação, nos terminais, nas estações, nos
pontos de parada e nas vias de acesso, de for- computadores (internet), a ser adotado nas respec-
.6

tivas páginas de entrada.


00

ma a assegurar as condições previstas no art.


34 deste Decreto. § 3º Os telecentros comunitários instalados ou cus-
-0

Parágrafo único. As empresas concessionárias e teados pelos Governos Federal, Estadual, Municipal
os

permissionárias e as instâncias públicas responsá- ou do Distrito Federal devem possuir instalações ple-
nt

veis pela gestão dos serviços de transportes cole- namente acessíveis e, pelo menos, um computador
Sa

tivos, no âmbito de suas competências, deverão com sistema de som instalado, para uso preferencial
autorizar a colocação do “Símbolo Internacional de por pessoas portadoras de deficiência visual.
os

Acesso” após certificar a acessibilidade do sistema Art. 48 Após doze meses da edição deste Decreto,
id

de transporte. a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos de


ol

interesse público na rede mundial de computadores


ic

Por fim, o art. 37 traz a obrigação de as empresas (internet), deverá ser observada para obtenção do
N

financiamento de que trata o inciso III do art. 2º.


concessionárias e permissionárias e de as instâncias
io

públicas responsáveis pela gestão dos serviços de


ric

transportes coletivos qualificarem seus profissionais O art. 49 trata das ações que devem ser imple-
au

para que eles prestem atendimento prioritário às pes- mentadas pelas empresas prestadoras de serviços de
M

soas com deficiência ou com mobilidade reduzida. telecomunicações para garantir o pleno acesso das
pessoas com deficiência auditiva ao Serviço Telefô-
Art. 37 Cabe às empresas concessionárias e per- nico Fixo Comutado (STFC), disponível para uso do
missionárias e as instâncias públicas responsáveis público em geral e no Serviço Móvel Celular ou Servi-
pela gestão dos serviços de transportes coletivos ço Móvel Pessoal.
assegurar a qualificação dos profissionais que O art. 50 estabelece prazo de seis meses para a
trabalham nesses serviços, para que prestem aten- Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL)
dimento prioritário às pessoas portadoras de defi- regulamentar os procedimentos a serem observados.
ciência ou com mobilidade reduzida. Os arts. 51 e 52 se referem à necessidade de o
Poder Público incentivar a oferta de aparelhos de tele-
Os demais artigos não possuem grande relevância fonia celular que indiquem, de forma sonora, todas as
para a sua prova. Basta que você saiba: operações e funções neles disponíveis, bem como de
aparelhos de televisão equipados com recursos tecno-
z A Seção II cuida das normas de Acessibilidade no lógicos que permitam sua utilização, de modo a garan-
Transporte Coletivo Rodoviário, compreenden- tir o direito de acesso à informação pelas pessoas com
464 do os arts. 38 e 39; deficiência auditiva ou visual.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 51 Caberá ao Poder Público incentivar a oferta O art. 56 estabelece que o projeto de desenvolvi-
de aparelhos de telefonia celular que indiquem, de mento e implementação da televisão digital no Bra-
forma sonora, todas as operações e funções neles sil deve contemplar, obrigatoriamente, os três tipos
disponíveis no visor. de sistema de acesso à informação: circuito de deco-
Art. 52 Caberá ao Poder Público incentivar a oferta dificação de legenda oculta, recurso para Programa
de aparelhos de televisão equipados com recursos Secundário de Áudio (SAP) e entradas para fones de
tecnológicos que permitam sua utilização de modo ouvido com ou sem fio.
a garantir o direito de acesso à informação às pes- O art. 57 se refere à responsabilidade da Secretaria
soas portadoras de deficiência auditiva ou visual.
de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da
Parágrafo único. Incluem-se entre os recursos refe-
Presidência da República de editar, no prazo de doze
ridos no caput:
meses, a contar da data da publicação do decreto, nor-
I - circuito de decodificação de legenda oculta;
II - recurso para Programa Secundário de Áudio
mas complementares.
(SAP); e
III - entradas para fones de ouvido com ou sem fio. Art. 57 A Secretaria de Comunicação de Governo
e Gestão Estratégica da Presidência da República
editará, no prazo de doze meses a contar da data
O art. 53 traz os procedimentos a serem observa-
da publicação deste Decreto, normas complemen-
dos para implementação do plano de medidas técni- tares disciplinando a utilização dos sistemas de
cas previstas para os serviços de radiodifusão sonora acesso à informação referidos no § 2º do art. 53, na
e de sons e imagens. publicidade governamental e nos pronunciamen-
tos oficiais transmitidos por meio dos serviços de
Art. 53 Os procedimentos a serem observados para radiodifusão de sons e imagens.
implementação do plano de medidas técnicas pre- Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput
vistos no art. 19 da Lei nº 10.098, de 2000., serão e observadas as condições técnicas, os pronuncia-
regulamentados, em norma complementar, pelo mentos oficiais do Presidente da República serão
Ministério das Comunicações. acompanhados, obrigatoriamente, no prazo de seis
§ 1º O processo de regulamentação de que trata o meses a partir da publicação deste Decreto, de sis-
caput deverá atender ao disposto no art. 31 da Lei tema de acessibilidade mediante janela com intér-
nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. prete de LIBRAS.
§ 2º A regulamentação de que trata o caput deverá
prever a utilização, entre outros, dos seguintes siste- O art. 58 trata dos mecanismos de incentivo pelo
mas de reprodução das mensagens veiculadas para Poder Público para tornar disponíveis em meio magné-
as pessoas portadoras de deficiência auditiva e visual: tico, em formato de texto, as obras publicadas no Brasil.
I - a subtitulação por meio de legenda oculta;

9
II - a janela com intérprete de LIBRAS; e

-3
Art. 58 O Poder Público adotará mecanismos de
III - a descrição e narração em voz de cenas e

40
incentivo para tornar disponíveis em meio magnéti-
imagens.
§ 3º A Coordenadoria Nacional para Integração da .5
co, em formato de texto, as obras publicadas no País.
33
§ 1º A partir de seis meses da edição deste Decreto, a
Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE da Secre-
.6

indústria de medicamentos deve disponibilizar, median-


taria Especial dos Direitos Humanos da Presidência
00

te solicitação, exemplares das bulas dos medicamentos


da República assistirá o Ministério das Comunica-
-0

em meio magnético, braile ou em fonte ampliada.


ções no procedimento de que trata o § 1º. § 2º A partir de seis meses da edição deste Decreto, os
os

fabricantes de equipamentos eletroeletrônicos e mecâ-


nt

O art. 54 estabelece que as autorizatárias e as nicos de uso doméstico devem disponibilizar, median-
Sa

consignatárias do serviço de radiodifusão de sons e te solicitação, exemplares dos manuais de instrução


imagens poderão adotar plano de medidas técnicas em meio magnético, braile ou em fonte ampliada.
os

próprio, como metas antecipadas e mais amplas do


id

que aquelas previstas pelo plano. O art. 59 estabelece que o Poder Público deve
ol

apoiar, preferencialmente, os congressos, seminários,


ic

Art. 54 Autorizatárias e consignatárias do serviço


N

oficinas e demais eventos científico-culturais que ofe-


de radiodifusão de sons e imagens operadas pelo
io

reçam os meios de acessibilidade, tais como apoios


ric

Poder Público poderão adotar plano de medidas humanos às pessoas com deficiência auditiva e visual,
técnicas próprio, como metas antecipadas e mais ou tecnologias de informação e comunicação, tais
au

amplas do que aquelas as serem definidas no âmbi- como a transcrição eletrônica simultânea.
M

to do procedimento estabelecido no art. 53. Finalizando o capítulo, o art. 60 trata do financia-


mento dos programas e das linhas de pesquisa que
O art. 55 trata da capacitação de profissionais contemplem temas voltados para tecnologia da infor-
ÉTICA E DIVERSIDADE

em LIBRAS, que é de responsabilidade dos órgãos e mação acessível para pessoas com deficiência.
entidades públicas, diretamente ou em parceria com
organizações sociais civis de interesse público e sob a Art. 60 Os programas e as linhas de pesquisa a
orientação do Ministério da Educação e da Secretaria serem desenvolvidos com o apoio de organismos
Especial dos Direitos Humanos. públicos de auxílio à pesquisa e de agências de
financiamento deverão contemplar temas voltados
Art. 55 Caberá aos órgãos e entidades da adminis- para tecnologia da informação acessível para pes-
tração pública, diretamente ou em parceria com soas portadoras de deficiência.
organizações sociais civis de interesse público, sob Parágrafo único. Será estimulada a criação de
a orientação do Ministério da Educação e da Secre- linhas de crédito para a indústria que produza com-
taria Especial dos Direitos Humanos, por meio da ponentes e equipamentos relacionados à tecnologia
CORDE, promover a capacitação de profissionais da informação acessível para pessoas portadoras
em LIBRAS. de deficiência. 465
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Mauricio Nicoli dos Santos - 000.633.540-39, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
AJUDAS TÉCNICAS com mobilidade reduzida na categoria de equipa-
mentos sujeitos a dedução de imposto de renda.
O Capítulo VII cuida das ajudas técnicas. Para tan- Parágrafo único. Na elaboração dos estudos e pes-
to, o art. 61 considera como ajudas técnicas os produ- quisas a que se referem o caput, deve-se observar o
tos, instrumentos, equipamentos ou tecnologias que disposto no art. 14 da Lei Complementar no 101, de
estejam adaptados ou foram projetados para melho- 2000, sinalizando impacto orçamentário e financei-
rar a funcionalidade da pessoa com deficiência ou ro da medida estudada.
com mobilidade reduzida, de modo a favorecer sua
autonomia pessoal, total ou assistida. O art. 65 estabelece as diretrizes que o Poder Públi-
co deve viabilizar:
Art. 61 Para os fins deste Decreto, consideram-se
ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipa- Art. 65 Caberá ao Poder Público viabilizar as
mentos ou tecnologia adaptados ou especialmente seguintes diretrizes:
projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa I - reconhecimento da área de ajudas técnicas como
portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida, área de conhecimento;
favorecendo a autonomia pessoal, total ou assistida. II - promoção da inclusão de conteúdos temá-
§ 1º Os elementos ou equipamentos definidos como ticos referentes a ajudas técnicas na educação
ajudas técnicas serão certificados pelos órgãos profissional, no ensino médio, na graduação e na
competentes, ouvidas as entidades representativas pós-graduação;
das pessoas portadoras de deficiência. III - apoio e divulgação de trabalhos técnicos e cien-
§ 2º Para os fins deste Decreto, os cães-guia e os tíficos referentes a ajudas técnicas;
cães-guia de acompanhamento são considerados IV - estabelecimento de parcerias com escolas e cen-
ajudas técnicas. tros de educação profissional, centros de ensino uni-
versitários e de pesquisa, no sentido de incrementar a
O art. 62 trata do apoio aos programas e às linhas formação de profissionais na área de ajudas técnicas;
de pesquisa que contemplem temas voltados para e
V - incentivo à formação e treinamento de ortesis-
ajudas técnicas, cura, tratamento e prevenção de defi-
tas e protesistas.
ciências ou que contribuam para impedir ou minimi-
zar o seu agravamento.
O art. 66 estabelece que a Secretaria Especial dos
Direitos Humanos deverá instituir Comitê de Ajudas
Art. 62 Os programas e as linhas de pesquisa a
serem desenvolvidos com o apoio de organismos Técnicas. Veja:
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de
financiamento deverão contemplar temas voltados Art. 66 A Secretaria Especial dos Direitos Humanos

9
-3
para ajudas técnicas, cura, tratamento e prevenção instituirá Comitê de Ajudas Técnicas, constituído

40
de deficiências ou que contribuam para impedir ou por profissionais que atuam nesta área, e que será
responsável por:
minimizar o seu agravamento.
.5
33
Parágrafo único. Será estimulada a criação de I - estruturação das diretrizes da área de
conhecimento;
.6

linhas de crédito para a indústria que produza com-


00

ponentes e equipamentos de ajudas técnicas. II - estabelecimento das competências desta área;


-0

III - realização de estudos no intuito de subsidiar a


Do mesmo modo, o art. 63 dispõe sobre o desenvol- elaboração de normas a respeito de ajudas técnicas;
os

IV - levantamento dos recursos humanos que atual-


vimento científico e tecnológico voltado para a pro-
nt

mente trabalham com o tema; e


dução de ajudas técnicas, por meio de parcerias com
Sa

V - detecção dos centros regionais de referência em


universidades e centros de pesquisa, para a produção
ajudas técnicas, objetivando a formação de rede
os

nacional de componentes e equipamentos. nacional integrada.


id

§ 1º O Comitê de Ajudas Técnicas será supervi-


ol

Art. 63 O desenvolvimento científico e tecnológico sionado pela CORDE e participará do Programa


ic

voltado para a produção de ajudas técnicas dar- Nacional de Acessibilidade, com vistas a garantir o
N

-se-á a partir da instituição de parcerias com uni- disposto no art. 62.


io

versidades e centros de pesquisa para a produção § 2º Os serviços a serem prestados pelos membros
ric

nacional de componentes e equipamentos. do Comitê de Ajudas Técnicas são considerados


au

Parágrafo único. Os bancos oficiais, com base em relevantes e não serão remunerados.
estudos e pesquisas elaborados pelo Poder Públi-
M

co, serão estimulados a conceder financiamento às


DO PROGRAMA NACIONAL DE ACESSIBILIDADE
pessoas portadoras de deficiência para aquisição
de ajudas técnicas.
O Capítulo VIII trata do Programa Nacional de
Vejamos o que dispõe o art. 64: Acessibilidade. De acordo com o art. 67, tal programa
será coordenado pela Secretaria Especial dos Direitos
Art. 64 Caberá ao Poder Executivo, com base em Humanos, por intermédio da Coordenadoria Nacional
estudos e pesquisas, verificar a viabilidade de: para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
I - redução ou isenção de tributos para a importa- (CORDE).
ção de equipamentos de ajudas técnicas que não Já art. 68 traz as ações que deverão ser prestadas
sejam produzidos no País ou que não possuam pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos.
similares nacionais;
II - redução ou isenção do imposto sobre produtos Art. 68 A Secretaria Especial dos Direitos Huma-
industrializados incidente sobre as ajudas técnicas; e nos, na condição de coordenadora do Programa
III - inclusão de todos os equipamentos de ajudas Nacional de Acessibilidade, desenvolverá, dentre
466 técnicas para pessoas portadoras de deficiência ou outras, as seguintes ações:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - apoio e promoção de capacitação e especializa- De acordo com a legislação específica sobre priorida-
ção de recursos humanos em acessibilidade e aju- de de atendimento, todas as afirmações a seguir estão
das técnicas; corretas, EXCETO que:
II - acompanhamento e aperfeiçoamento da legisla-
ção sobre acessibilidade; a) mulheres têm atendimento prioritário, caso sejam
III - edição, publicação e distribuição de títulos refe- gestantes.
rentes à temática da acessibilidade;
b) mulheres lactantes devem ter atendimento preferencial.
IV - cooperação com Estados, Distrito Federal e
c) idosas com mais de sessenta anos devem ser atendi-
Municípios para a elaboração de estudos e diag-
das preferencialmente.
nósticos sobre a situação da acessibilidade arqui-
tetônica, urbanística, de transporte, comunicação e d) homens com cinquenta anos de idade devem ter aten-
informação; dimento prioritário.
V - apoio e realização de campanhas informativas e e) homens acompanhados de crianças de colo têm aten-
educativas sobre acessibilidade; dimento prioritário.
VI - promoção de concursos nacionais sobre a
temática da acessibilidade; e 2. (CESGRANRIO — 2012) O Congresso Nacional votou
VII - estudos e proposição da criação e normatiza- a Lei no 10.048, de 08 de novembro de 2000, que tra-
ção do Selo Nacional de Acessibilidade. ta do atendimento prioritário a algumas pessoas. Em
relação ao que ficou estabelecido sobre o atendimen-
Finalizando o Decreto nº 5.296, de 2004, os arts. 69 to prioritário, considere as afirmativas a seguir.
a 72 compõem o Capítulo IX, que trata das Disposi-
ções Finais. I As empresas públicas de transporte e as concessio-
nárias de transporte coletivo reservarão assentos,
devidamente identificados, aos idosos, às gestantes,
lactantes, pessoas portadoras de deficiência e pes-
POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE soas acompanhadas por crianças de colo.
II Os logradouros e sanitários públicos, para terem suas
SOCIOAMBIENTAL DO BANRISUL – edificações licenciadas, terão normas de construção
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE destinadas a facilitar o acesso e o uso desses locais
2020 pelos portadores de deficiência.
III Os veículos de transporte público deverão ser planeja-
dos de forma que os portadores de deficiência tenham
Prezado Candidato,
garantido o acesso a seu interior.
Se você chegou até aqui, é porque está buscando se

9
Está correto o que se afirma em

-3
preparar com qualidade para o seu certame.

40
No decorrer do conteúdo, nossa equipe de profes-
a) I, apenas.
sores preocupou-se em trazer todas as legislações que .5
33
demandavam muita interpretação, de maneira cla- b) II, apenas.
.6

ra, precisa e dinâmica. Assim, todas as legislações e c) I e II, apenas.


00

decretos foram paulatinamente explicados, no entan- d) II e III, apenas.


-0

to, nem sempre todos os conteúdos demandam forte e) I, II e III.


os

interpretação, por serem autoexplicativos.


3. (CESGRANRIO — 2017) A Lei nº 13.146/2015, que
nt

Nestes casos, recomenda-se uma boa leitura, pois


dispõe sobre a Inclusão da Pessoa com Deficiência,
Sa

ela será a sua melhor amiga na almejada aprovação.


Considerando a sua extensão, é essencial a sua leitu- determina que as pessoas jurídicas de direito público,
os

ra detalhada na íntegra. Acesse o conteúdo no link: privado ou de qualquer natureza são obrigadas a garan-
id

https://www.banrisul.com.br/BOB/DOWNLOAD/BAN- tir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. Essa


lei define que a possibilidade e a condição de alcançar
ol

RISUL-RELATORIO-SUSTENTABILIDADE-2020.PDF.
ic

para utilização, com segurança e autonomia, de espa-


N

Lembre-se de que a meta é estudar até passar! ços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
io

transportes, informação e comunicação se denomina:


ric

Cordialmente,
au

Editorial Nova Concursos. a) acessibilidade


M

b) tecnologia assistiva
c) residências inclusivas
d) adaptações razoáveis
HORA DE PRATICAR! e) desenho universal
ÉTICA E DIVERSIDADE

4. (CESGRANRIO — 2017) Considera-se pessoa com


1. (CESGRANRIO — 2012) Com seu filho menor, Márcia
deficiência aquela que tem impedimento de longo pra-
vai a uma agência bancária pagar a conta de energia
zo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
elétrica às 14 horas. Como tinha compromisso agen-
o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
dado para as 14 h 40 minutos, solicitou preferência
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade
para pagamento no caixa, invocando a legislação em
em igualdade de condições com as demais pessoas.
vigor. Sua pretensão não foi atendida, uma vez que
Qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
não preenchia os requisitos legais.
mento que limite ou impeça a participação social da
pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de
seus direitos, quando existentes nos edifícios públicos
e privados, denomina-se barreira: 467
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) atitudinal b) legítima e ilegítima
b) arquitetônica c) vingadora e reguladora
c) urbanística d) receptora e doadora
d) imobiliária e) amenizadora e intensificadora
e) de planejamento
9. (CESGRANRIO — 2012) Na sociedade, há um conjunto
5. (CESGRANRIO — 2012) Em relação à acessibilidade de valores que orienta o comportamento do homem
de pessoas portadoras de deficiência ou com mobili- em relação aos outros homens, ou mesmo em relação
dade reduzida às edificações de uso público e privado, ao seu comportamento no desempenho de atividades
o Decreto no 5.296, de 2004, estabelece que os(as) profissionais.

a) edifícios privados devem ter um elevador especial, A esse conjunto de valores dá-se o nome de:
para uso, exclusivamente, das pessoas com deficiên-
cia física. a) ética
b) casas de espetáculo, teatros, cinemas, auditórios, b) honra
ginásios de esporte, entre outros recintos, deverão c) tradições
reservar, pelo menos, 10% da lotação do estabeleci- d) costumes
mento para pessoas em cadeiras de rodas, em área e) preceitos
concentrada e de boa visibilidade.
c) coxias e os camarins, áreas de acesso aos artistas, 10. (CESGRANRIO — 2014) Na medida em que é editada
não têm obrigação de ter seu acesso facilitado ou uma lei, regularmente votada pelo Congresso Nacional,
garantido a pessoas que se enquadrem nesse grupo. a qual protege as pessoas com certo grau de deficiên-
d) instituições financeiras deverão manter em seu qua- cia física, ofertando oportunidades de inserção no mer-
dro o mínimo de dois funcionários encarregados de cado de trabalho, está sendo realizado o princípio da:
prestar atendimento prioritário.
e) vias públicas deverão ter instalação de semáforos a) cidadania
para pedestres, com mecanismo que sirva de guia ou b) organização
orientação para a travessia de pessoas portadoras de c) proteção
deficiência visual nos locais onde a intensidade de flu- d) democracia
xo de veículos e de pessoas ou a periculosidade na via e) república
assim exigirem.

6. (CESGRANRIO — 2015) Um indivíduo está buscan-


9 GABARITO

9
do inspiração para prosseguir nos seus estudos e se

-3
depara com um pensamento aristotélico assim desen-

40
1 D
volvido: trata-se do produto dos usos e costumes; ela
2 .5 E
33
não existe nos homens naturalmente, pois nada do
que é natural se adquire pelo costume.
.6

3 A
00

Nesse caso, a referência do filósofo grego está rela-


-0

cionada à: 4 B
os

a) interpretação natural 5 E
nt

b) virtude moral
Sa

6 B
c) cosmologia universal
os

d) integração social 7 B
id

e) percepção individual
8 A
ol
ic

7. (CESGRANRIO — 2014) Um indivíduo sabe que deve 9 A


N

optar entre dois caminhos estabelecidos: um o que, no


io

senso comum, seria o incorreto e o outro, o correto. 10 A


ric

Ao optar pelo caminho correto, ele está seguindo um


au

rumo guiado pela:


M

a) extensão
b) virtude
ANOTAÇÕES
c) adequação
d) alternância
e) proporcionalidade

8. (CESGRANRIO — 2014) Aristóteles define duas espé-


cies de justiça: uma relativa à aplicação de penas e
estabelecimento de compensações; e outra que cuida
da distribuição dos bens e das honras.

Essas duas espécies de justiça recebem o nome, res-


pectivamente, de:

468 a) reparadora e distributiva


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