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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

AULA 2 – MANEJO DO FOGO E


ETAPAS DO COMBATE DE
INCÊNDIOS FLORESTAIS

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AULA 2 COMBATE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

 MANEJO DO FOGO

O manejo do fogo pode desenvolver-se por meio de um programa


nacional, regional ou local, devendo considerar três componentes
essenciais: prevenção,pré-supressão e combate.
Prevenção entende-se como todas as medidas, normas ou atividades
destinadas a evitar incêndios florestais.

Pré-supressão inclui as ações ou as operações para a organização dos


recursos necessários para o combate a incêndios que eventualmente
possam ocorrer. Nela devem ser consideradas a detecção, a capacitação e
o treinamento de pessoal, a disponibilização de ferramentas e
equipamentos, a organização da estrutura de comando e logística, o
estabelecimento de normas e de procedimentos e a mobilização oportuna
dos recursos requeridos para o combate e a extinção dos incêndios.
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AULA 2 COMBATE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

 MANEJO DO FOGO

Combate ou supressão é o ato de extinguir e liquidar os focos de incêndios


que ocorram, procedendo de acordo com o planejado e programado na pré-
supressão.

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AULA 2 COMBATE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

 COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

O combate aos Incêndios Florestais é o conjunto de atividades


realizadas, voltadas basicamente para a quebra do triângulo do fogo,
com a finalidade de controlar a propagação do incêndio e extinguir o
fogo.
Para a eficiência do combate, é
necessário um planejamento que
leve em conta os bens
ameaçados, os fatores do
comportamento do fogo e os
recursos disponíveis. (IBAMA,
2010).

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AULA 2 COMBATE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

 PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

I) Eliminando a vegetação, seja mediante ferramentas manuais ou


máquinas, até o solo mineral (linha de defesa) ou queimando o
combustível disponível com um fogo técnico (contrafogo ou
queima de alargamento).

II) Aumentando a umidade da vegetação, aplicando água no


combustível disponível com o uso de mangueira, aeronaves ou
bomba costal.

III) Aplicando retardante químico sobre a vegetação disponível.

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 PROCESSOS DE EXTINÇÃO DO FOGO

I) Reduzindo ou eliminando a energia produtora da reação em


cadeia (calor), por meio da aplicação de água, terra ou retardantes.

I) Impedindo que o comburente, oxigênio contido no ar


atmosférico, permaneça em contato com o combustível em
porcentagens suficientes para a combustão, cobrindo-o com terra;
usando abafadores; aplicando retardantes; provocando súbito
deslocamento de ar através de explosão...

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AULA 2 COMBATE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A detecção consiste em identificar e localizar a ocorrência do


incêndio. Uma rápida detecção possibilita o controle do fogo antes
que ele tenha se propagado ou que tenha alta intensidade (
BINÔMIO TEMPO X FOGO). Quanto menor o tempo entre o início
do fogo e o início do ataque, mais fácil será o seu controle. O
sistema de detecção de incêndios pode ser do tipo terrestre fixo,
terrestre móvel, aéreo e por satélite.

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AULA 2 COMBATE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A) Terrestre fixo: Esse sistema de detecção é baseado na


localização de pontos fixos no terreno, torres ou abrigos em pontos
mais altos do terreno, de onde se efetua o monitoramento de
determinada área e, com o auxílio alguns equipamentos como
binóculos, GPS, bússola e/ou goniômetro (instrumento para
localização da coluna de fumaça e leitura de ângulo), carta
topográfica; proceder a detecção.

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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A) Terrestre fixo

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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A) Terrestre fixo:
TRIANGULAÇÃO DE TORRES

Goniômetro

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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A) Terrestre fixo: CENTRAL DE VÍDEOMONITORAMENTO

 Otimização de mão-de-obra;
Cruzamentos com melhor precisão;
Conforto para o observador, melhores condições de trabalho;
 Registro das ocorrências por imagens (facilidade em descobrir
as causas).
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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Terrestre móvel: Sistema de detecção baseado na realização de rondas por


meios terrestres (automóveis, motocicletas, quadriciclos, bicicletas...).
 Distribuição de equipes de campo em regionais, com raios de atuação pré-
determinados.
 Opção de utilizar equipes
multifuncionais, de monitoramento ou de
vigilância.

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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Aéreo: Sistema de detecção baseado na realização de aeronaves ou veículos


aéreos não tripulados (VANT) que realizam patrulhamento de grandes extensões
territoriais.

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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Satélite: No Brasil este sistema teve início em meados de 1986 durante um


experimento de campo conjunto entre pesquisadores do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e da NASA, e vem evoluindo continuamente desde
1987 quando passou a operar.
 O monitoramento de queimadas e Incêndios Florestais em imagens de satélites é
particularmente útil para regiões remotas sem meios intensivos e locais de
acompanhamento.

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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Satélite: No Brasil este sistema teve início em meados de 1986 durante um


experimento de campo conjunto entre pesquisadores do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e da NASA, e vem evoluindo continuamente desde
1987 quando passou a operar.
 BRASIL - São utilizados todos os satélites que possuem sensores óticos
operando na faixa termal-média de 4um e que o INPE consegue receber. Dentre os
satélites utilizados no Brasil, pode-se destacar: NOAA-15, NOAA-18, NOAA-19
e METOP-B, as MODIS dos NASA TERRA e AQUA, as VIIRS do NPP-Suomi, e
as imagens dos satélites geoestacionários, GOES-13 e MSG-3, cada satélite de
órbita polar produz pelo menos dois conjuntos de imagens por dia, e os
geoestacionários geram várias imagens por hora, sendo que no total o INPE
processa mais de 200 imagens por dia especificamente para detectar focos de
queima da vegetação.

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 ETAPAS DO COMBATE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Satélite: No Brasil este sistema teve início em meados de 1986 durante um


experimento de campo conjunto entre pesquisadores do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e da NASA, e vem evoluindo continuamente desde
1987 quando passou a operar.

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

A fase de comunicação é a transferência da informação da detecção


e localização do incêndio pelo torrista até uma central e/ou os
combatentes. Esse processo geralmente é realizado por celular e/ou
rádio transmissor-receptor.

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

É a ação dos combatentes até estarem de prontidão para o início do


deslocamento, ou seja, é o intervalo de tempo após o comunicado do
incêndio até o momento do início do deslocamento. A agilidade na
mobilização depende do treinamento
e de um responsável para coordenar
essa etapa, com definições de
funções e responsabilidades dos
combatentes.

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

O deslocamento consiste na distância percorrida e no tempo gasto


pela equipe de combate desde a saída do local de mobilização até o
local do incêndio.

Após chegar ao local do incêndio, o


responsável pelo combate deve tomar
conhecimento das proporções e do
comportamento do mesmo, e a partir
daí, planejar as ações a serem
tomadas.

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Do Incêndio:
 Tamanho do incêndio;
 Velocidade de propagação;
 Intensidade do incêndio;
 Se há focos secundários e a que distância se produz;
 Qual é a forma de transmissão de calor.

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Da área:
 Topografia: pendentes, rampas, cânions etc.;
 Barreiras naturais e artificiais: rios, estradas etc.;
 Combustível: tipo, tamanho, dimensão, distribuição,
continuidade vertical e horizontal etc.;
 Tempo atmosférico: temperatura, umidade relativa, direção e
velocidade do vento;
 Hora do dia: Recordando que a temperatura, a umidade relativa e
os ventos locais mudam ao longo do dia e entre o dia e a noite .

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Dos bens ameaçados:


 Pessoas;
 Propriedades e animais;
 Bens naturais;
 Vegetação.

Da segurança dos combatentes:


 Zonas de acesso seguras;
 Rotas de escape;
 Zonas de segurança;

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Da definição de estratégias e táticas de combate:


 Onde atacar o incêndio: (pela retaguarda, pelos flancos, pela
frente);
 Como combater o incêndio (combate direto, indireto, paralelo);
 Localização da linha de defesa;
 Tipo de linha de defesa (largura etc);
 Meios necessários (aéreos, maquinários etc).

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Consiste no tempo de extinção do fogo através da eliminação de ao


menos um elemento do triângulo do fogo.

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Atividade que deve ser realizada posteriormente ao controle do fogo


para impedir que o mesmo volte a se alastrar. Nessa etapa todo
cuidado é indispensável, e em muitos casos, é necessário fiscalizar o
perímetro da ocorrência a fim de descobrir e eliminar fontes
potenciais de reativar o fogo.

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

É o momento de conferência da equipe de combatentes e de toda


estrutura utilizada no combate. Nesse momento, deve ser realizado a
limpeza e recolhimento de máquinas, ferramentas e equipamentos,
além disso, deve ser analisado a necessidade de manutenções e
reposição da estrutura danificada

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 ETAPAS DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

É à distância percorrida e o tempo de deslocamento de retorno da


ocorrência combatida. Nesse momento, deve haver comunicação
entre o responsável pelo combate e a central de comunicação, a fim
de direcionar o ponto do destino da brigada.

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AULA 2 COMBATE DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

 ERROS INACEITÁVEIS

 Demora na detecção;
 Demora na transmissão de dados;
 Demora pelo comando inicial do responsável;
 Brigada despreparada para ação imediata (disponibilidade de pessoal,
equipamentos/ferramentas em posição de ataque, máquinas em condições
de uso);
 Avaliação errônea das condições do incêndio:
- pessoal insuficiente;
- equipamentos de combate;
- maior tempo que o previsto;
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 ERROS INACEITÁVEIS

 Demora no deslocamento/ação;
 Rescaldo insuficiente;
 Não manter vigilância na área até extinção do perigo;
 Não ter avaliação posterior dos coordenadores/chefes de
brigada/monitores e supervisores da ocorrência;
 Não concentrar esforços nos momentos mais propícios para o combate.

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