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Ciclo de vida e aspectos biológicos

Unidade 1 parte 2

Flebotomíneos e culicídeos – holometábolos: metamorfose completa (ovo, larva, pupa e


adulto)
Triatomíneos – hemimetábolos: metamorfose completa (ovo, ninfa e adulto)

1. Culicídeos (mosquitos)

 Ciclo de vida holometábolo


 Após serem fertilizadas pelos machos, as fêmeas colocam de 100 a 300 ovos por
postura na superfície de recipientes que acumulam agua
 Ex: Aedes aegypti

DIAPAUSA
 Sobrevivência dos ovos durante a seca
 Viabiliza o desenvolvimento de criadouros após as primeiras chuvas

DESENVOLVIMENTO
 Em contato com a agua, as larvas eclodem dos ovos e iniciam seu
desenvolvimento em 4 etapas (larva 1 larva 4)
 Elas se movimentam bastante para buscar alimento e respirar
 Elas se desenvolvem em 4 estágios até se tornarem pupa
 No estágio de pupa elas não se alimentam e ficam na superfície da agua para
obter oxigênio
 O ciclo aquático dura de 10 a 15 dias e em temperaturas elevadas (30C)
sobrevivem por aproximadamente 7 dias
 Os adultos emergem a partir das pupas e em pouco tempo, iniciam o voo
 As fêmeas sobrevivem entre 2 a 3 semanas em zonas tropicas e 1 mês em zonas
temperadas e os machos, 1 semana
 Em áreas com temperaturas medias anuais mais elevadas, o ciclo completo de
vida do Aedes aegypti dura 25 dias para fêmeas e 15 para machos

Características fundamentais do ciclo de vida para estratégia de controle:


 Postura de ovos;
 Comportamento alimentar;
 Comportamento reprodutivo

 Os ovos da A. aegypti são depositados nas paredes internas dos recipientes com
agua, acima da linha da agua
 Os ovos podem sobreviver no recipiente em ambientes secos por mais de 6
meses
 As fêmeas A. aegypti precisam de apenas pouca quantidade de agua para
depositar seus ovos em reservatórios como copos, fontes, pneus, tambores, vasos
etc.
 Esse vetor prefere se reproduzir em reservatório de agua limpas em agua
poluídas há uma baixa viabilidade larval

FÊMEAS
 Somente as fêmeas são hematófagas, e o sangue é essencial para a produção de
ovos
 Elas detectam sua fonte de alimento pela presença de CO2, umidade, ácido
lático e sinais visuais
 As fêmeas picam pessoas e animais domésticos
 Os adultos preferem locais pouco iluminados, com umidade elevada e sem muita
movimentação de ar
 O A. aegypti é mais ativo de dia para buscar sua fonte de alimento, mesmo
quando o hospedeiro já está acordado

2. Flebotomíneos

Ciclo de vida homometábolo – ovo, larva, pupa e adulto


Ex: Lutzomyia longipalpis

CICLO DE VIDA
Após serem fertilizadas pelos machos, as fêmeas colocam os ovos em ambientes
terrestres úmidos, tais como solo, serapilheira, buracos em arvores e tocas de animais
O desenvolvimento embrionário dura de 6 a 9 dias, quando as larvas eclodem dos ovos
se desenvolvem entre 14 e 19 dias (larva 1 a larva 4) se alimentam de matéria orgânica
do solo
Os criadouros são difíceis de ser encontrados devido ao pequeno tamanho da larva e
seus movimentos lentos e grande variedade de sitio com matéria orgânica
A larva 4 sofre uma muda e passa para o para o estádio de pupa que permanece nos
criadouros por mais 8-9 dias
As pupas não se alimentam e desenvolvem a genitália e cabeça para fase adulta
O ciclo total dura entre 26 a 37 dias

ALIMENTO
 Macho e fêmea necessitam de açucares provenientes da seiva vegetal e secreção
açucarada de outros insetos
 Somente as fêmeas são hematófagas e utilizam o sangue para desenvolvimento
ovariano (o número de ovos produzidos é proporcional a quantidade de sangue
ingerida)
 O período de maior quantidade hematófaga é a noite
 A atração da fêmea ao hospedeiro é dependente de temperatura e odores
corporais
 O L. longipalpis é uma espécie generalista, alimentam-se em vários animais
domésticos e no homem e esse comportamento tem importância na trasmissao
zoonótica da leishimaniose
 A alimentação dura entre 1 a 5 minutos
 A espécie L. longipalpis realizam vários repastos sanguíneos antes da maturação
e da postura de ovos
 Pode haver variação nos hábitos alimentares ondem podem realizar repasto em
vertebrados ou em diversas espécies
 L. longipalpis e Nyssomyia whitmani alimentam-se frequentemente em galinhas

3. Triatomíneos

CICLO DE VIDA
 Ciclo de vida diferente dos demais inclui apenas ovo, ninfa e adulto por esse
motivo chamados de hemimetábolo
 A copula ocorre em 5 a 30 minutos quando o macho acopla sua genitália na
fêmea e transfere seu espermatozoide
 As fêmeas fertilizadas colocam ovos após 10 a 30 dias
 Após a eclosão dos ovos, os triatomíneos passam por 5 estágios de ninfa, que
diferem no tamanho e no desenvolvimento do botão alar (primórdio de asa)
 Os primeiros estágios (ninfa 1 a ninfa 3) são pequenos e difíceis de serem
capturados no ambiente
 As ninfas 4 e 5 apresentam maior tamanho
 Durante a mudança para fase adulta, há o desenvolvimento das asas e a genitália
fica completamente formada
 O ciclo de vida varia de 3 meses a 2 anos dependendo variação alimentar e do
ambiente
 Podem resistir a alguns meses em jejum, principalmente as ninfas no 5 estagio,
essa característica biológica é importante para a manutenção das colônias em
condições desfavoráveis

ALIMENTAÇÃO
 Para os triatomíneos a alimentação sanguínea é fundamental para o
desenvolvimento das ninfas e dos adultos e, geralmente ocorre a noite
 Sugam grandes quantidades de sangue, algumas ninfas sugam até 10 vezes o seu
próprio peso
 Uma a duas alimentações são suficientes para que ocorra a muda ou a troca do
exoesqueleto e o desenvolvimento ninfal
 A picada é indolor e não é percebida pelo hospedeiro
 As salivas dos triatomíneos contem anticoagulantes e anestésicos que inibem
reações cutâneas que poderiam indicar a presença do inseto
 Durante e logo após a sucção sanguínea (dura aprox. 15 minutos), eles defecam
e urinam, um comportamento fundamental para a transmissão do T. cruzi

ANTENAS
 As antenas possuem receptores de estímulos mecânicos, olfativos, térmicos e
hídricos, os quais são percebidos para detecção dos hospedeiros
 A presença de CO2, ácido lático, amônia e temperatura elevada são estímulos
para esses insetos

HABITAÇÃO
 Estímulos como luz artificial em habitações humanas a noite, esses insetos
quando domiciliados evitam ambientes muito iluminados
 Casas de pau-a-pique são ambientes favoráveis para o desenvolvimento de
colônias por apresentarem rachaduras nas paredes, locais escuros, úmidos,
quentes e com várias fontes alimentares (humanos e animais domésticos)
 Nessas condições a quantidade desses insetos é elevada, podendo ser de 11 mil
indivíduos

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