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Biologia 11ºano

Ciclos de vida
A sequência de etapas de desenvolvimento que ocorrem na vida de um organismo, desde que se forma
até que produz a sua própria descendência, constitui o seu ciclo de vida.

Nos ciclos de vida devemos destacar:

▪ Alternância de fases nucleares – num ciclo de vida uma fase haploide alterna com uma fase
diploide.
▪ Fase haploide ou haplófase – compreendida entre a meiose e o momento da fecundação.
o Constituída por células haploides;
o n cromossomas;
o Resulta da meiose.

▪ Fase diploide ou diplófase – compreendida entre a fecundação e o momento da meiose.


o Constituída por células diploides;
o 2n cromossomas;
o Resulta da fecundação.

Tipos de ciclo de vida

▪ Meiose pós-zigótica – ocorre após a formação do zigoto. O organismo é haplonte. (Ex.: Espirogira)
▪ Meiose pré-espórica – ocorre na formação de esporos. O organismo é haplodiplonte. (Ex.: a
maioria das algas e plantas)
▪ Meiose pré-gamética – ocorre na formação dos gâmetas. O organismo é diplonte. (Ex.: Animais e
algumas algas).
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1. Ciclo de vida das espirogiras (alga)


A espirogira é uma alga verde filamentosa abundante em charcos e regatos.

Quando dois filamentos de espirogira se encontram próximos, formam-se, nas células desses filamentos,
saliências que crescem e entram em contacto. Entre cada duas células forma-se um canal, chamado tubo
de conjugação.

O conteúdo de cada célula de um dos filamentos condensa-se e desloca-se para o tubo de conjugação. O
conteúdo celular que se movimenta constitui o gâmeta dador, e o conteúdo celular que permanece
imóvel é o gâmeta recetor.

Após a fecundação, os filamentos desagregam-se, ficando cada um dos ovos rodeado por uma parede
espessa, em estado de vida latente, geralmente no decorrer do inverno, até as condições ambientais
voltarem a ser favoráveis. Então, o núcleo de cada ovo divide-se por meiose, formando quatro núcleos
haploides.

Três desses núcleos, geralmente, degeneram, ficando a célula com apenas um núcleo. Por divisões
mitóticas sucessivas, a partir dessa célula forma-se um novo filamento de espirogira.

Resumindo:
▪ Gâmetas morfologicamente indiferenciados;
▪ O conteúdo de um filamento move-se (gâmeta dador) em direção ao conteúdo celular de outro
filamento (gâmeta recetor);
▪ Meiose pós-zigótica
▪ Alternância de fases nucleares (devido à ocorrência de fecundação e meiose)
▪ Organismo haplonte – só o zigoto pertence à fase diploide.
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2. Ciclo de vida do polipódio (feto)


O polipódio é um feto muito comum em Portugal, sobretudo em locais húmidos.

Na época de reprodução surgem, na página


inferior do limbo das folhas, os esporângios, que,
quando jovens, contêm células-mães de esporos.

Soros – agregados de esporângios.

No decurso da reprodução sexuada, as


células-mães dos esporos contidas nos
esporângios dividem-se por meiose, originando
esporos que são libertados quando maduros. Os
esporos que caem em solo favorável germinam e
cada um origina uma estrutura verde laminar,
designada protalo.

Na face interior do mesmo, formam-se gametângios masculinos e gametângios femininos. Os


gâmetas masculinos, anterozoides, movimentam-se na água que embebe o protalo, penetram os
gametângios femininos, onde se encontra o gâmeta feminino, ocorrendo então a fecundação.

O zigoto resultante começa a desenvolver-se sobre o protalo, originando, no final, uma planta adulta.

Resumindo:

▪ Meiose pré-espórica – aquando a formação de esporos;


▪ Fecundação dependente da água;
▪ Alternância de fases nucleares;
▪ A fase diploide é mais desenvolvida e a ela pertence a planta adulta;
▪ Organismo haplodiplonte.

3. Ciclo de vida de um mamífero

Os mamíferos são organismos diplontes.

▪ Gâmetas morfologicamente diferenciados e produzidos em ovários e testículos;


▪ Meiose pré-gamética – aquando da formação de gâmetas;
▪ Alternância de fases nucleares
▪ Organismo diplonte – só os gâmetas pertencem à fase haploide.
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Relação entre o ciclo de vida dos organismos e o meio


As condições do meio interferem, de um modo geral, nas soluções de reprodução. Na espirogira, no
polipódio e plantas com flor, por exemplo, ocorre reprodução assexuada durante a época em que as
condições ambientais são propícias ao desenvolvimento rápido de indivíduos geneticamente idênticos ao
progenitor.

Nessas espécies verifica-se também reprodução sexuada, a qual garante, para além de uma diversidade dos
descendentes, a formação de estruturas que permitem a continuidade de espécies quando as condições
ambientais não são favoráveis. A influência das condições do ambiente no tipo de reprodução ocorre
também nos animais.

Exemplo: Os pulgões

Os pulgões durante a primavera e o verão, em que as condições do clima são estáveis e a alimentação é
abundante, surgem gerações de fêmeas partenogenéticas. Assim, desde a primavera, ocorre um rápido
crescimento de numerosos pulgões, que encontram na planta onde nutrição conveniente, com um
pequeno dispêndio de energia.

No fim do verão, as fêmeas dão origem a fêmeas e machos. Após o acasalamento, as primeiras põem
ovos resistentes que ficam em estado de vida latente durante todo o inverno, ficando salvaguardada a
continuidade da espécie.

Na primavera seguinte, o desenvolvimento embrionário dos ovos origina novas fêmeas


partenogenéticas (não origina machos). Essas fêmeas apresentam uma combinação genética distinta da
progenitora, por conta da reprodução sexuada, o que irá permitir uma boa adaptação, no caso de
surgirem mudanças nas condições do meio.

Intervenção humana no ciclo de vida


A atuação humana nos ecossistemas tem vindo a causar interferências no ciclo de vida de muitas
espécies, pondo em risco a preservação de algumas delas, especialmente das espécies que são mais
sensíveis a mudanças drásticas.

Interferências diretas na reprodução sexuada:

▪ As atividades industriais ou agropecuárias – provocam uma poluição química que pões em


risco o desenvolvimento dos ovos de muitas espécies ou impede mesmo a formação de gâmetas;
▪ A eliminação de habitats e, portanto, de locais de reprodução de muitos organismos.

Também têm surgido problemas graves no ciclo de vida de diversas espécies devido a alterações do
ambiente a nível global, como é o caso do aumento do efeito de estufa.

Há espécies que se conseguem adaptar às variações climáticas desencadeadas pelo aumento do efeito
de estufa. Mas há ainda outras que são mais sensíveis a alterações do ambiente correndo graves riscos
de extinção.

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