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ESTADO DO ACRE

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE FEIJÓ

LEI MUNICIPAL N° 658/2015, DE 23 DE JUNHO DE 2015.

Aprova o Plano Municipal de Educação para o


decénio 2015 -2024 e dá outras providências.

0 PREFEITO DO MUNICÍPIO DE FEUÓ, Estado do Acre, no uso de suas


atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal de Feijó APROVOU e ELE SANCIONA
a seguinte Lei:
Art. 1°. Fica aprovado o Plano Municipal de Educação de que trata o Art.
214, da Constituição Federal, para o período decenal 2015-2024, nos termos do Art. 8° da Lei
n°. 13.005, de 25 de junho de 2014, que instituiu o Plano Nacional de Educação.
CAPÍTULO I
DAS DIRETRIZES

Art. 2°. São diretrizes do Plano Municipal de Educação:


1 — valorização social dos profissionais da educação;
II - erradicação do analfabetismo;
III - universalização do acesso à Educação Básica;
IV - redução das desigualdades educacionais no Município com a promoção
da inclusão e ampliação das oportunidades, com ênfase no combate a todas as formas de
discriminação;
V - melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem:
VI - promoção da gestão democrática ampliando a participação das famílias,
profissionais da educação e da sociedade na organização, definição, execução,
acompanhamento e controle das políticas públicas de educação;
VII - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos e à
diversidade sócio-cultural;
VIII - formação para o trabalho e para a cidadania com ênfase nos valores
morais e éticos nos quais se fundamenta a sociedade feijoense e o desenvolvimento do
Município;
IX - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do Município;
X - preservação da natureza em defesa do equilíbrio ecológico, considerando
o ideal de sustentabilidade e do desenvolvimento socioambiental;
XI- integração da educação pública com as políticas de desenvolvimento
sustentável, científico e tecnológico do Município.

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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE FEIJÓ

CAPITULO II
DOS OBJETIVOS

Art. 4°. São objetivos do Plano Municipal de Educação:


I - reduzir, progressivamente, a taxa de analfabetismo, com vistas à sua
erradicação definitiva, garantindo a continuidade de estudos na Educação de Jovens e Adultos;
II - ampliar, progressivamente, o acesso à Educação Infantil e aos Ensinos
Fundamental e Médio, com vistas à universalização;
III - garantir a equidade no atendimento educacional, com isonomia nas
oportunidades, nas condições para o acesso e permanência na Educação Básica e nos padrões
mínimos de qualidade do ensino aos alunos da zona urbana e da zona rural;
IV - implementar, de acordo com a Base Nacional comum, currículos que
contribuam com os esperados desenvolvimentos epistemológicos, filosóficos, biopsicossociais,
científicos, tecnológicos e culturais, inerentes ao processo de desenvolvimento do ensino e da
aprendizagem, com adoção de práticas académicas adequadas às necessidade e possibilidades
dos alunos, a qualificação para o trabalho e o preparo para o exercício da cidadania;
V - promover a educação inclusiva, garantindo a todos o direito ao acesso à
escola de qualidade, que atenda aos múltiplos interesses, necessidades e possibilidades de
aprendizagem;
VI - promover a educação diferenciada que possibilite:
a) Ampliar as oportunidades de oferta da Educação Especial em qualidade, de
acordo com as necessidades da demanda;
b) às comunidades indígenas o direito ao acesso à escola, a valorização de
suas culturas r.o próprio sistema educacional, o ensino bilíngue e processos próprios de
aprendizagem;
c) implementar as políticas e as diretrizes de Educação das relações
etnicorraciais nas práticas escolares e no cotidiano da sociedade brasileira, visando a
democratização da igualdade racial e da justiça social;
VII - promover a expansão e a democratização da Educação Profissional
integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, a ciência e a tecnologia, com vistas ao
desenvolvimento sustentável e às aptidões para a vida produtiva;
VIII - ampliar as oportunidades de Ensino Superior aos jovens feijoenses,
conforme critérios de ingresso estabelecidos pelo sistema de ensino;
IX - orientar e apoiar as escolas:
a) na definição de critérios de qualidade do ensino;
b) na redução dos índices de reprovação e evasão;

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c) na correção dos índices de distorção idade-série, a partir de programas


especiais de aceleração de aprendizagens.
X - ampliar as oportunidades de ingresso, formação, promoção e melhoria
salarial para os profissionais da educação pública;
XI - ampliar as matrículas em escolas de tempo integral;
XII - Avaliar, fortalecer e aprimorar a participação responsável da gestão
escolar do sistema público da educação no completo alcance dos objetivos de melhoria da
qualidade do ensino, do envolvimento das famílias, dos profissionais da educação e da
sociedade no processo.
Art. 5°. As metas previstas no Anexo Único desta Lei serão cumpridas no
período de vigência do PME em conformidade com as estratégias específicas.
Art. 6°. A execução e o cumprimento das metas do PME serão objeto de
monitoramento e avaliação periódica realizado pelas seguintes instâncias:
I - Secretaria Municipal de Educação (SEME);
II - Comissão de Educação da Câmara Municipal de Vereadores;
III - Conselho Municipal de Educação (CME);
IV - Comissão Municipal de Educação.
Parágrafo Único. Compete, ainda, às instâncias referidas no Art. 6°:
I - divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações do PME nos
respectivos sítios institucionais da internet;
II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das
estratégias e o cumprimento das metas do PME;
III - analisar e propor a revisão das estratégias do PME.
Art. 7°. O Município de Feijó promoverá a realização de pelo menos 2 (duas)
conferências municipais de educação durante a vigência do Plano Municipal de Educação,
precedidas de conferências municipais, articuladas e coordenadas pela Comissão Municipal de
Educação.
Art. 8°. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições contidas na Lei Municipal n° 372, de 10 de outubro de 2005.
Feijó - Acre, 23 de junho de 2015.
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PREFEITURA MUNICIPAL DE FEIJÓ
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – SEME

PME
PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Prefeito Municipal de Feijó

Hammerly da Silva Albuquerque

Secretária Municipal de Educação

Misslane Cordeiro de Aleixo

Apoio e Colaboração

Rede de Assistência Técnica da SASE/AC

Comissão de elaboração do Plano Municipal de Educação

Maria Nirce Soriano de Oliveira – Professora do Ensino Fundamental

Maria Iva Ferreira da Silva – Gestora de Escola Municipal

Maria Mirnes Soriano de Oliveira Leitão – Técnica da SEME

Carlos Nunes Kaxinawá – Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira/OPIRE

Izerlândia Braga das Chagas – Gestora de Escola Municipal

Maria Doralice Xavier de Moura – Técnica da SEME

Francisca Maria Isaias Macêdo – Secretaria Adjunta de Educação Municipal

Maria Cirlene Pontes de Paiva – Técnica da SEE

Michel Feitosa Mendonça – Representante do Ministério Público

Vangleilda Oliveira de Sousa – Coordenadora de Ensino Especial da SEME

Wisley Monteiro de Lima – Representante do Conselho Municipal da Juventude


Maria Marinete Ferreira Damasceno – Coordenadora Administrativa de Escola Municipal

Francisca Rosilene da Silva Melo – Representante do Conselho Municipal de Educação

Ana Maria das Neves Costa – Gestora de Escola Estadual

Mauro Defeson Barroso Braga – Representante da Câmara Municipal de Vereadores

José Antonio Cordeiro do Nascimento – Representante de Instituição de Ensino Superior

Rosa Maria de Souza da Silva – Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feijó

Damares Mendes Leitão – Representante da Secretaria Municipal de Saúde

Luiza Lúcia Pinheiro Leitão – Secretaria Municipal de Cidadania e Inclusão Social

José Edinei Vanderley Alves – Técnico da SEME


SUMÁRIO

Apresentação .................................................................................................................. 6

Objetivo .......................................................................................................................... 7

I – Identificação do Município ..................................................................................... 8

II - Dados do Município ................................................................................................ 9

III – Indicadores Educacionais ................................................................................... 10

IV – Apresentação das Metas do Plano Municipal de Educação ............................ 11

Meta 1 ................................................................................................................... 13
Meta 2 ................................................................................................................... 22
Meta 3 ................................................................................................................... 32
Meta 4 ................................................................................................................... 46
Meta 5 ................................................................................................................... 52
Meta 6 ................................................................................................................... 62
Meta 7 ................................................................................................................... 70
Meta 8 ................................................................................................................... 86
Meta 9 ................................................................................................................... 92
Meta 10 ................................................................................................................. 97
Meta 11 ................................................................................................................. 99
Meta 12 ............................................................................................................... 104
Meta 13 ............................................................................................................... 116
Meta 14 ............................................................................................................... 129
Meta 15 ............................................................................................................... 137
Meta 16 ............................................................................................................... 140
Meta 17 ............................................................................................................... 148
Meta 18 ............................................................................................................... 153

V – Acompanhamento e Avaliação do Plano Municipal de Educação ................. 164

VI – Referências Bibliográficas ................................................................................ 167


Apresentação

O Plano Municipal de Educação de Feijó constitui um instrumento de gestão e


planejamento democrático que transcende os desejos pessoais, definindo políticas públicas e
sociais que visam à melhoria da educação do município para o decênio 2015 - 2014. Nessa
condição sua atuação não se restringe somente ao espaço escolar, mas, como estabelece a
Constituição Federal, deve ser indicador de um projeto educacional promovido como dever
do estado e da família, e incentivado com a colaboração da sociedade, visando o pleno
desenvolvimento da pessoa.

A construção do Plano Municipal de Educação cumpre uma prerrogativa legal


prevista na Constituição Federal do Brasil - EC 59/2009 em seu artigo 214 que estabelece um
Plano Nacional de Educação com duração decenal e objetivo de articular um Sistema
Nacional de Educação em colaboração com os entes federados, na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação nº. 9.394/96 em seus o art. 9º e 87 º que propunha à União um Plano Nacional de
Educação em colaboração com Estados, Distrito Federal e Municípios e por fim a Lei Federal
Nº 13.005/2014 que disciplina o PNE – Plano Nacional de Educação.

Portanto este Plano Municipal de Educação de Feijó representa o esforço coletivo


dos munícipes, representados pela comissão responsável pela construção e elaboração do
documento base deste PME, ora instituída pela Lei Municipal / Decretos Nº 047, de 28 de
abril de 2014 e Nº 050, de 10 de Junho de 2015, que em harmonia com as metas e estratégias
do Plano Nacional de Educação - PNE e do Plano Estadual de Educação - PEE consolidou em
Audiência Pública realizada no dia 19 de junho de 2015 com a sociedade, para apresentação,
análise, avaliação e sugestão de diretrizes e estratégias para complementar o documento base
do PME que firmou-se sua efetiva construção.

Assim, este Plano Municipal de Educação apresenta um conjunto de 18 metas sobre:


I – Educação Infantil; II – Ensino Fundamental; III – Ensino Médio; IV – Educação Especial;
V – Educação de Jovens e Adultos; VI – Educação Profissional; VII – Educação Superior;
VIII – Gestão Democrática; IX – Profissionais da Educação e X – Financiamento da
Educação, que representam não só nossas intenções, mas a concretização das realizações para
alcançarmos uma educação realmente significativa para todos.

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Objetivo

O grande objetivo do Plano Municipal de Educação é em consonância com os Planos


Nacional e Estadual de Educação, alavancar mudanças na educação no Município de Feijó, de
modo a garantir uma escola efetivamente universal que possibilite o direito à educação de
qualidade, democrática em suas relações socioeducativas, plural na promoção do respeito à
diversidade e ética em sua responsabilidade de formação de valores para uma educação
cidadã, solidária e socialmente inclusiva. Para isso, tem como objetivos específicos:

 Aperfeiçoar o nível de escolaridade da população;

 Melhorar a qualidade do ensino em todos os níveis da Educação Básica;

 Garantir o acesso ao ensino obrigatório e permanência na escola, com qualidade de


aprendizagem;

 Estabelecer políticas públicas de atendimento às necessidades da educação no


município nos diferentes níveis e modalidades de ensino, visando também à
valorização dos profissionais da educação;

 Garantir a participação dos profissionais da educação, da comunidade escolar e da


sociedade civil na elaboração e implementação de Políticas Públicas que venham
realmente garantir a efetivação da qualidade da educação do município;

 Desenvolver uma educação democrática e integradora das diferentes ações educativas


para a formação integral do ser humano;

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I – Identificação do Município

1.1 - Denominação do Município: Feijó/Acre


1.2 - Código do Município: 1200302
1.3 - Criação (ato de criação): Decreto-lei nº 968 de 1928
1.4 - Evolução Histórica do Município de Feijó

Habitavam as terras do atual município de Feijó as tribos Jaminauás e Chacauás. A


primeira penetração de civilização data de 1879, com a chegada, à foz do rio Envira, do navio
Munducurus, que trouxe para a região grande número de imigrantes nordestinos. Houve lutas
com os naturais, mas, aos poucos, os nordestinos desbravaram o lugar. Subindo os rios e
igarapés, começaram a demarcar seus "domínios". Surgiram os atuais seringais. Entre eles, o
denominado "Porto Alegre", de propriedade de Francisco Barroso Cordeiro, em cuja sede
foram gradativamente, surgindo casas, novos moradores se instalando até que o General
Taumaturgo de Azevedo, então Prefeito do Departamento de homenagem ao grande vulto de
nossa Pátria. O decreto-lei nº 968, de 1928, concedeu foro de Cidade à citada Vila. O
município de Feijó, entretanto, só veio a ser instalado no ano seguinte, 1939, com terras
desmembradas dos municípios acreanos de Santa Madureira e Tarauacá, sendo seu primeiro
Prefeito e organizador Raimundo Augusto Araújo.

Quanto à formação administrativa foi elevado à categoria de vila com a denominação


de Feijó, por decreto do prefeito nº 31, de 03-05-1906, sede na vila de Feijó. Constituído do
distrito sede. Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído
do distrito sede. Pela resolução nº 15, de 14-05-1913, do prefeito do departamento do
Tarauacá, dividindo o dito departamento em 15 distritos. Elevado à condição de cidade, pelo
decreto-lei nº 968, de 1928. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município
é constituído do distrito sede. Pelo decreto territorial nº 43, de 29-03-1938, o município é
extinto, sendo seu território anexado ao município de Seabra ex - Tarauacá. Elevado
novamente à categoria de município com a denominação de Feijó, pelo decreto-lei Federal nº
968, de 21-12-1938 desmembrado de Seabra. No antigo distrito de Feijó. Constituído do
distrito sede. Instalado em 01-01-1939. No quadro fixado para vigorar no período de 1944-
1948, o município é constituído do distrito sede. Composto das zonas de Feijó, Ajubim, Bom
Sucesso, Califórnia, Foz do Jurupari, Porto Brasil e Porto Rubim. Em divisão territorial
datada de 1-Julho-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em
divisão territorial datada de 2007.

Fonte: Texto extraído do site IBGE

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II - Dados do Município

2.1 – Urbanização: A instalação do município deu-se sob o decreto nº 968 de 21 de


dezembro de 1938, sendo o governador do território do Acre, o Sr. Dr. Epaminondas Martins
e o Prefeito Municipal o Sr. Raimundo Augusto de Araújo o primeiro prefeito feijoense.

2.2 – Localização: Quanto a sua localização o município de Feijó limita-se ao norte com o
Amazonas, ao sul com o Peru, a leste com os municípios de Santa Rosa do Purus e Manoel
Urbano e a oeste com os municípios de Tarauacá e Jordão. A cidade está localizada na
margem direita do Rio Envira. Sua distância em relação à capital é de 360 km.

2.3 – Área territorial: 27.975,400 km²

2.4 – População: 32. 412 habitantes

2.5 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM 2010): 0,539

2.6 – Densidade demográfica: 1,16 habitantes por km²

2.7 – Clima: O município apresenta um clima equatorial, mas também está sob a influência
do clima tropical chuvoso quente e úmido.

2.8 – Temperatura média anual: A temperatura media anual situa-se em torno de 25º a 26º
C com pequenas variações diárias.

2.9 – Hidrografia: Rio principal: Envira. Principais afluentes: Rio Paraná do Ouro, Rio
Jurupari, Riozinho, Jaminauá e Igarapés: Diabinho, Cardoso, Aristides, Recreio, Novo Japão,
Preto, Massipira entre outros.

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III – Indicadores Educacionais

3.1 – Indicadores da Educação Básica

Ano Estabelecimentos Matrículas Docentes Turmas


2007 127 9.559 408 400
2008 139 10.234 433 438
2009 149 11.687 455 520
2010 153 11.798 513 557
2011 155 12.021 533 584
2012 153 12.030 572 600
2013 145 11.859 598 624
2014 147 12.048 654 618
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

3.2 Indicadores de Matrícula da Rede Pública de Ensino

Modalidade
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino EJA Ensino
Ano Creche Pré Anos Anos Médio Especial
Escola Inicias Finais
2010 0 1.167 5.608 2.096 1.088 1.737 102
2011 0 1.311 5.447 2.509 1.101 1.543 110
2012 0 1.188 5.139 2.688 1.093 1.796 126
2013 0 1.164 5.094 2.569 1.312 1.501 229
2014 0 1.191 5.084 2.690 1.408 1.483 192
Fonte: Inep/Censo Escolar

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IV – Apresentação das Metas do Plano Municipal de Educação

Meta 1: Ampliar a oferta de educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a cinco
anos de idade, de modo a atender 90% da população nessa faixa etária até 2016 e garantir a
oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 30% das crianças de
até três anos ao final da vigência deste PME.
Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de 9(nove) anos para toda a população de 6(seis)
a 14(catorze) anos e garantir que pelo menos 80% (oitenta por cento) dos alunos concluam
essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME.
Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze)
a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a taxa líquida de
matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento).
Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento escolar
aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo o atendimento
educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços
especializados, públicos ou comunitários, nas formas complementar e suplementar, em
escolas ou serviços.
Meta 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º( terceiro) ano do ensino
fundamental.
Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de
forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.
Meta 7: Meta 7 : Fomentar a qualidade da educação básica em todas etapas e modalidades,
com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias para
o Ideb no município de Feijó.
Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de (18) dezoito a (29) vinte e nove anos,
de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste Plano.
Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população maior de 15 (quinze) anos para 80,0%
(oitenta por cento) até 2018 e, até o final da vigência deste PME, elevar a taxa para 90% e
reduzir o índice de analfabetismo funcional em 50% (cinquenta por cento).
Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de
jovens e adultos, nos níveis fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.
Meta 11: Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio,
assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.

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Meta 12: Envidar parceria com o Estado e a União para Universalizar a Educação Básica para
todas as terras indígenas feijoenses, até o final da vigência dos Planos Municipal e Estadual
de Educação.
Meta 13: Garantir, em regime de colaboração com União e Estado, formação dos
profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurando que todos os professores e as professoras da
educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de
licenciatura na área de conhecimento em que atuam e que 90% dos servidores não docentes
tenham cursos técnicos, até o final da vigência deste plano.
Meta 14: Envidar esforços junto a União no sentido de ampliar a oferta e assegurar a
regularidade de cursos universitários, levando-se em conta as necessidades de qualificação
dos profissionais que atuam nos serviços públicos, incentivo à pesquisa e vocação econômica
do município.
Meta 15: Apoiar a formação, em nível de pós-graduação de 50% dos professores da
Educação Básica por meio de programas com instituições da Educação Superior até o último
ano da vigência desse plano e garantir a todos os profissionais e garantir a todos os
profissionais da Educação Básica formação continuada em sua área de atuação considerando
as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
Meta 16: Valorizar os (as) profissionais do magistério da rede pública municipal de Educação
Básica com a elaboração de um novo plano de carreira municipal tendo como parâmetros o
Plano de Cargo Carreira e Salário Estadual - PCCR, o Piso Salarial Nacional
Profissional/Constituição Federal inciso VIII e art. 206 e a equiparação de rendimento médio
dos professores ao de profissionais com a formação equivalente, até o final do 3º ano de
vigência deste PME.
Meta 17: Assegurar até o final do 3º (terceiro) ano de vigência do PME, a construção dos
instrumentos jurídicos e processos para a efetivação da gestão democrática da educação
pública do município de Feijó, associado a critérios técnicos de mérito e desempenho e à
consulta pública à comunidade escolar no âmbito das escolas públicas prevendo recursos e
apoio técnico da União para tanto.
Meta 18: Assegurar, através do regime de colaboração com Estado e União, a ampliação do
investimento público municipal para a manutenção e o desenvolvimento da educação básica
pública do município, contribuindo para o alcance da meta nacional de atingir no mínimo o
patamar de 7% (sete por cento) do produto interno bruto (PIB) do país no 5º ano de vigência
do PME e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.

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Meta 1: Ampliar a oferta de educação infantil na pré-escola para as crianças de quatro a
cinco anos de idade, de modo a atender 90% da população nessa faixa etária até 2016 e
garantir a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 30%
das crianças de até três anos ao final da vigência deste PME.

Diagnóstico

O indicador abaixo apresenta o tamanho do desafio que o município de Feijó tem


diante do alcance da meta, ainda que seja superior a 54,8% o percentual de crianças de 4 e 5
anos frequentando a pré – escola, conforme apresentaremos os índices abaixo.

Tabela 1.1 - Indicador de matrícula na Educação Infantil

No município de Feijó, a Educação Infantil tem sido ofertada na rede municipal e


também na rede estadual em algumas áreas rurais. Na área urbana existem 04 (quatro)
estabelecimentos da rede municipal ofertando exclusivamente ensino infantil de 04 a 05 anos.

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Tabela 1.2 - Quadro Demonstrativo de Unidades Educativas ofertando Educação
Infantil por Dependência Administrativa

Ano Total Município Estado


Rural Urbana Rural
2009 40 32 04 04
2010 38 29 04 05
2011 43 30 04 09
2012 35 27 04 04
2013 43 31 04 08
Fonte: MEC/Censo Escolar

Os dados evidenciam que o município vem ampliando gradativamente o atendimento


educacional nessa faixa etária. Conforme tabelas 1.1 e 1.2. O indicador a seguir, mostra que já
são atendidas 59% das crianças de 04 (quatro) e 05 (cinco) anos, mas ainda temos 41% de
distanciamento da universalização.

Tabela 1.3 - Quadro Demonstrativo de Matrícula da Educação Infantil por Dependência


Administrativa

Município Estado
Ano Percentual Total Urbana Rural Rural

2009 45% 1.280 770 440 70

2010 54% 1.169 708 331 130

2011 54% 1.315 805 370 140

2012 57% 1.191 747 303 141

2013 59% 1.172 711 320 141


Fonte: MEC/Censo Escolar

As escolas infantis urbanas trabalham em média com turmas formadas por 20 (vinte)
a 25 (vinte e cinco) alunos, sejam estas de 04 (quatro) ou 5 (cinco) anos, já na zona rural o
número de crianças oscila entre 20 (vinte) a 8 (oito) crianças por professor, já que nas escolas
de Ensino Fundamental com turmas de Educação Infantil temos salas com 20 (vinte) alunos.
Nas escolas indígenas temos turmas formadas a partir de 15(quinze) alunos e as turmas do
Programa Asas da Florestania Infantil são formadas de 8 (oito) a 12 (doze) crianças.

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Em relação ao atendimento de crianças de 0 (zero) a 3(três) anos de idade, os dados
apresentados pelo MEC no indicador 1B tabela 1.1, acima, referem-se às crianças de 3(três)
anos atendidas pela pré-escola nas escolas urbanas e Programa Asas da Florestania Infantil
nas áreas rurais, essas crianças completaram 4 anos após a data de corte vigente que é 31 de
março, portanto foram computadas pelo INEP como atendimento de creche. O município não
conta com nenhuma instituição de ensino que faça o atendimento dessa faixa etária, muito
embora tenha sido aprovado no Plano de Ações Articuladas-PAR (2010-2011) a construção
das duas primeiras creches do município, mas estas ainda não existem de fato.

O atendimento às crianças de 04 (quatro) e 05 (cinco) anos na zona rural em parte


acontece em escolas de ensino fundamental e ainda em domicílio por meio do Programa Asas
da Florestania Infantil, uma parceria da rede estadual e municipal, onde a primeira é
responsável pela capacitação e produção dos materiais pedagógicos e a segunda pela
contratação de agentes (bolsistas de contratação provisória) com formação em Ensino Médio,
não necessariamente em magistério, que atuam com o atendimento dessas crianças em suas
próprias residências. Já nas escolas rurais indígenas diferenciadas, as turmas são compostas
de 15 alunos por professor e acontece nas escolas de Ensino Fundamental Indígena, nas áreas
de terra indígena.

O Programa Asas da Florestania Infantil tem se constituído como principal programa


de atendimento às comunidades rurais com educação infantil, a exemplo o censo escolar do
ano de 2014 indica que 88% da matrícula de educação infantil na área rural foi efetivada por
este. Diante dos dados apresentados fica evidente a necessidade de dar continuidade ao
Programa Asas da Florestania Infantil na zona rural do município, já que em virtude da
rarefação demográfica, do êxodo rural, da impraticabilidade das vias de acesso que isolam
comunidades rurais sejam nos ramais no período de inverno, seja na região ribeirinha no
período de estiagem, é inviável a ampliação de turmas regulares de educação infantil em todas
as escolas de ensino fundamental da zona rural. Nesses casos em que as crianças não
conseguem chegar até a escola é preciso que o ensino chegue até essas crianças em seus
domicílios.

Outro desafio real para o município é a necessidade de adequação dos espaços


escolares que já realizam o atendimento tanto na zona rural quanto na zona urbana, para que
estejam de acordo com as necessidades de cuidado e brincadeira desses alunos. Uma vez que
funcionam em escolas de ensino fundamental, as escolas rurais precisam de espaços e
materiais adequados para o funcionamento das turmas infantis, por exemplo, nas escolas

15
indígenas as crianças utilizam até o mesmo mobiliário do aluno do ensino fundamental,
inadequado para sua idade.

Nas escolas urbanas, a estrutura também está longe dos padrões mínimos de
qualidade desejáveis. Das 4 escolas infantis, 3 possuem salas de aula pequenas até mesmo em
relação ao mobiliário escolar dos alunos, dificultando a movimentação das crianças e
professoras, assim como a composição dos cantinhos de interesse das crianças. Essa situação
é ainda mais grave na escola Casulo, localizada no centro da cidade, onde não existe nem
mesmo espaço para atividade ao ar livre com as crianças, os vasos sanitários são inadequados
ao tamanho das crianças e o espaço para escovação dos dentes é precário.

Ainda em relação aos espaços escolares é necessária uma adequação de todas as


unidades a fim de garantir a acessibilidade dos alunos com necessidades educacionais
especiais.

Em relação à formação dos profissionais que atuam na educação infantil da rede


municipal, são vivenciadas duas realidades distintas no município. Na zona urbana há um
quadro de profissionais com a formação desejável visto que 75% do quadro docente que atua
na educação infantil possuem habilitação em pedagogia e 25% já possuem licenciatura em
outras áreas do conhecimento. Por outro lado, na zona rural 100 % dos profissionais que
atuam na educação infantil não possuem habilitação em pedagogia, tampouco em magistério e
99% trabalham de contrato ter provisório. Note-se que os dados apresentados acima refere-se
especificamente ao ano de 2013.

O quadro fica mais grave ainda quando somado à rede estadual que realiza esse
atendimento na zona rural, em especial em comunidades indígenas. Apresentando uma
perspectiva histórica de 2007 a 2013, a tabela abaixo, evidencia que o desafio da formação
docente para esta etapa da educação básica é ainda maior, pois no cômputo total dos docentes
que atuam com crianças pequenas no município, apenas 37% possuem habilitação em nível
superior.

16
Tabela 1.4 - Formação dos Docentes da Educação Infantil que atuam na Educação
Infantil / Todas as redes

Ensino Médio -
Ensino Normal / Ensino
Fundamental Magistério Ensino Médio Superior
Em Percentual
Ano números %
2007 4 10 25 62,5% 1 2,5% 10 25%
2008 3 6,8% 31 70,5% 1 2,3% 9 20,5%
2009 6 8,6% 27 38,6% 27 38,6% 10 14,3%
2010 8 11,3% 19 26,8% 32 45,1% 12 16,9%
2011 9 11,5% 15 19,2% 37 47,4% 17 21,8%
2012 5 6,3% 5 6,3% 39 49,4% 30 38%
2013 6 7,3% 2 2,4% 43 52,4% 31 37,8%
Fonte: www.observatoriodopne.org.br

Nota-se ainda que as escolas infantis vêm funcionando sem uma proposta pedagógica
e regimento escolar próprio, mesmo que algumas urbanas já tenham iniciado seu processo de
registro de seus Projetos Politico Pedagógico, o município não conta com um Conselho
Municipal de Educação atuante, que oriente, normatize e aprove seus regulamentos e
orientações pedagógicas assim como lhes credencie junto ao Sistema Municipal de Educação.

Diante do exposto pode-se dizer que dentre os muitos desafios a superar para o
alcance dessa meta, o município de Feijó precisa: Fortalecer os caminhos encontrados para
levar educação infantil às comunidades rurais, ribeirinhos e indígenas, superando as
dificuldades de acesso a essas comunidades muitas vezes isoladas; Assegurar formação aos
professores que atuam na educação infantil rural e consolidar um quadro de professores com
formação específica, permanente; Reorganizar a matrícula urbana por zoneamento evitando
assim a superlotação de uma escola e esvaziamento de outras; Romper com a falta de
comunicação entre as instituições que acompanham os beneficiários dos programas de
transferência de renda e complementares que visam o desenvolvimento das famílias; Realizar
a necessária ampliação de prédios escolares e adequação aos padrões nacionais de qualidade
estabelecidos para a Educação Infantil e inclusão de alunos com necessidades educacionais
especiais; Oferecer condições de funcionamento ao Conselho Municipal de Educação e
garantir formação continuada a todos os profissionais que atuam com crianças pequenas
dentre outros.

17
Diretrizes

No Brasil importantes documentos legais asseguram o direito à educação infantil às


crianças de 0 a 5 anos, o primeiro deles é a Constituição de 1988 que estabelece em seu art.
208, IV - educação infantil em creche e pré-escola às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) e ainda no art. 7º, XXV -
assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
Portanto, além de ser um direito subjetivo das crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos, configura-
se também como direito das famílias e dever do Estado.

Direito reafirmado no Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069 de 1990) em


seu artigo 54, IV assegura “atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos
de idade”, ao mesmo tempo em que foram estabelecidos mecanismos de participação e
controle social na formulação e na implementação de políticas públicas para a infância.

Também ratificado na lei de Diretrizes e Bases 9394/96, a educação infantil passou a


ser considerada primeira etapa da Educação Básica onde a criança é vista como um sujeito de
direitos que ganhou uma dimensão mais ampla no sistema educacional.

Tais preceitos legais reafirmam a concepção de criança no mundo moderno, uma vez
que a criança hoje é reconhecida desde o seu nascimento, como cidadão de direitos; indivíduo
único e singular; ser social, histórico e biológico; ser competente e produtor de cultura que
dadas as suas peculiaridades precisam ser cuidadas e educadas, o que implica serem
auxiliadas em atividades que não podem realizar sozinhas; serem atendidas suas necessidades
básicas e ainda terem respeitados seus direitos à participação, construção da autonomia,
convivência social com pessoas de diferentes faixas etárias e igualdade de oportunidades à
educação. (FERNANDES, 2007)

Inserida em um contexto social e histórico, portanto sujeito e produtor de cultura, a


criança é um ser que mesmo estando em desenvolvimento é completo e que, portanto
necessita de uma educação escolar que complemente a ação da família, visando seu pleno
desenvolvimento nos “aspectos físico, psicológico, intelectual e social” (LDB art. 29 ).

Diante desta vasta gama de orientação legal e concepção de criança alicerçada


em documentos oficiais que norteiam o trabalho com a educação infantil é que este município
reafirma a oferta da educação para crianças de 0 a 5 anos como prerrogativa de direitos,
potencializadora do desenvolvimento humano e fator de equidade social uma vez que dela
têm direito os mais distintos extratos sociais da sociedade feijoense.
18
Portanto, constitui-se este Plano Municipal Educação um eixo norteador às politicas
públicas voltadas para a primeira infância, assentado na garantia de direito constitucional das
crianças pequenas à educação como elemento fundamental à sua cidadania. Reivindica,
portanto ao poder executivo municipal em parceria com governo estadual e federal,
atendimento escolar aos meninos e meninas de 0 a 3 anos que não têm creche, assim como a
ampliação da cobertura do atendimento escolar às crianças de 04 (quatro) e 05 (cinco) anos,
em especial aos das áreas rurais e comunidades indígenas, respeitando a cultura local e as
especificidades do desenvolvimento das crianças dessa faixa etária, contribuindo efetivamente
para a construção e o exercício da cidadania.

Estratégias

1.1 . Envidar esforços para assegurar a matrícula de 70% das crianças de 4 e 5 anos de idade
na educação infantil ainda no segundo ano de vigência deste Plano Municipal de
Educação (PME);

1.2 . Ampliar gradativamente a oferta de vagas para pré-escola de modo a elevar de 59%
(2013) a 90% a matrícula de crianças de 04 (quatro) e 5 (cinco) anos até o ano final de
vigência deste PME;

1.3. Atender até o final da vigência deste PME, 30 % das crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos
em creches;

1.4. Priorizar o atendimento à educação infantil em tempo integral às crianças em situação de


vulnerabilidade social;

1.5. Realizar estudo a fim de apurar o real custo aluno (Caq) da Educação Infantil Rural e
Urbano no município de Feijó até o final do primeiro ano de vigência deste PME;

1.6. Pleitear junto ao governo federal e estadual, recursos necessários a construção e


reestruturação de prédios de Educação Infantil de acordo com os padrões de infraestrutura
estabelecidos pelas diretrizes nacionais, respeitando as especificidades da região e inclusão de
alunos com necessidades educacionais;

1.7. Adequar os espaços escolares que fazem atendimento de crianças de 04 (quatro) e 5


(cinco) anos na zona rural, garantindo instalações sanitárias e para higiene pessoal das
crianças, biblioteca, espaços para brincadeira, mobiliário e materiais pedagógicos adequados
às necessidades desta faixa etária;

19
1.8. Descentralizar os recursos municipais para Educação Infantil, a fim de fomentar a
autonomia financeira das unidades educativas com Unidade Executora/Conselho Escolar e
equipe gestora, até o final do 2º ano de vigência deste PME;

1.9. Garantir a correta e totalidade da aplicação dos recursos advindos do FUNDEB e repasses
municipais para a Educação Infantil;

1.10. Mapear as necessidades de Educação Infantil em todas as comunidades rurais do


município e alimentar esse banco de dados anualmente a fim de orientar as matrículas em
creches e pré-escola rurais;

1.11. Estabelecer critérios mínimos para a formação das turmas de Educação Infantil,
proporção professor/aluno, com base nas referências nacionais e estaduais para a Educação
Infantil;

1.12. Firmar parceria com as secretarias de saúde e ação social a fim de, assessorar a escola na
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais com qualidade de atendimento;

1.13. Contratar professores (as) efetivos de creche e pré-escola com a formação inicial
mínima em pedagogia, a partir do primeiro ano de vigência deste PME, garantindo que ao
último ano de vigência deste plano todos os professores, coordenadores e gestores de
educação infantil tenham formação mínima em pedagogia;

1.14. Contratar profissionais não docentes para atuar na educação infantil que possuam no
mínimo formação em nível médio;

1.15. Estabelecer parceria com Secretaria Estadual e instituições federais de ensino superior a
fim de ofertar especialização latu sensu a professores, coordenadores pedagógicos e de ensino
e gestores escolares nos temas educação inclusiva, diversidade e educação infantil de modo a
garantir a efetivação de currículos escolares articulados às experiências e saberes das crianças
com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e
tecnológico;

1.16. Aderir a programas de avaliação da educação infantil desenvolvidos pelo MEC com
base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de
pessoal, às condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade dentre
outros indicadores relevantes;

1.17. Estimular a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades


escolares dos filhos por meio do estreitamento do vínculo escola e família;

20
1.18. Assegurar o atendimento educacional especializado às crianças de 0 a 5 anos, com
deficiência, transtornos globais altas habilidades ou superdotação, na própria escola e/ou em
instituições parceiras;

1.19 Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência das


crianças na educação infantil, em colaboração com as famílias, Secretaria de Assistência
Social, Promotoria da Infância e Secretaria Municipal e Estadual de Saúde;

1.20. Assessorar as escolas de Educação Infantil na elaboração de seus Projetos Políticos


Pedagógicos (PPPs), de modo a assegurar que ao final do quarto ano de vigência deste PME
todas as creches e pré-escolas tenham seus PPPs com a participação das famílias e
profissionais que nelas atuam, conforme orienta a LDB 9394/96, aprovados pelo Conselho
Municipal de Educação;

1.21. Fomentar a parceria entre escolas e Secretaria de Assistência Social, Conselho Tutelar e
Ministério Público, com o objetivo de monitorar e garantir a frequência das crianças
matriculadas em creches e pré-escolas;

1.22. Elaborar em parceria com as escolas infantis da rede municipal e consultoria de


instituições de ensino superior do Acre, uma Proposta Pedagógica (Referenciais Curriculares)
para o município de Feijó, que incorpore os avanços de pesquisas ligadas ao processo de
ensino-aprendizagem e as teorias educacionais no atendimento da população de 0 a 5 anos de
idade até o final do quarto ano de vigência deste PME;

1.23. Elaborar, implementar e firmar parceria com o a Secretaria Estadual de Educação, até o
final do segundo ano de vigência deste PME, uma política de formação continuada que
contemple os agentes do Programa Asas da Florestania Infantil da rede municipal e
professores indígenas da educação infantil;

1.24. Ampliar o atendimento às crianças de 4 e 5 anos das áreas rurais de difícil acesso por
meio do Programa Asas da Florestania Infantil e/ou outros que venham a ser credenciados
pelos Conselhos Estadual e/ou Municipal de Ensino com esse objetivo, assegurando às
crianças dessa faixa etária atendimento escolar na própria localidade/comunidade;

1.25. Demandar da Secretaria Estadual de Educação atendimento aos povos indígenas de


educação infantil nas respectivas comunidades, assegurando-lhes consulta prévia e informada
sobre esta oferta;

1.26. Pactuar com órgãos de proteção da criança e adolescente ações educativas voltadas para
a prevenção de todo tipo de violência contra crianças pequenas, destacando-se a sexual e

21
doméstica, inclusive capacitando equipes escolares para identificar, orientar quanto a
prevenção e denunciar tais atos.

Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de 9(nove) anos para toda a população de


6(seis) a 14(catorze) anos e garantir que pelo menos 80% (oitenta por cento) dos alunos
concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME.

Diagnóstico

O reconhecimento da educação como um direito social e subjetivo na Constituição


Federal de 1988, representa um avanço considerável na história da Educação Brasileira.
Podendo o cidadão recorrer a qualquer tempo ao Estado para que garanta as vagas suficientes
para que ocorra efetivamente o acesso ao ensino fundamental.
Já a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 em seu art. 32, define que o Ensino
Fundamental terá como objetivos a formação básica do cidadão, assim:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio


da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e
dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Outro avanço significativo foi à aprovação da Lei nº 11. 274/2006 que altera a LDB
9394/96 e institui o Ensino Fundamental de nove anos de duração com inclusão das crianças
de seis anos de idade, assegurando-lhes um tempo mais longo de convívio escolar com
maiores oportunidades de aprendizagem. Consequentemente a essa medida mais crianças são
incluídas no sistema educacional brasileiro, especialmente aquelas das camadas populares,
uma vez que as crianças oriundas das classes média e alta já se encontravam nas pré - escolas
ou classes de alfabetização.

22
Para que essas expectativas não sejam frustradas, é preciso preparar a escola para
incluir as crianças de seis anos no Ensino Fundamental, assegurando que a transição da
Educação Infantil para o Ensino Fundamental ocorra o mais natural possível.

Para tanto, conforme reconhece o Ministério da Educação em suas Orientações


para a inclusão da criança de seis anos de idade no Ensino Fundamental, se faz
necessário reorganizar as estruturas desde curricular às formas de gestão, os ambientes, os
espaços, os tempos, os materiais, os conteúdos, as metodologias, os objetivos, o planejamento
e a avaliação, de modo que as crianças se sintam inseridas e acolhidas num ambiente
prazeroso e potencializador de suas aprendizagens que respeite a singularidade da infância.

No município de Feijó, o Ensino Fundamental vem sendo assegurado em escolas das


redes municipal e estadual tanto no espaço rural quanto no urbano, conforme tabelas 2.1, 2.2,
2.3 e 2.4 das unidades educativas e matrículas por unidade administrativa respectivamente. Os
números apresentados evidenciam uma redução de unidades educativas no espaço rural e
urbano decorrente de um incipiente reordenamento da rede, ao tempo em que expressam um
aumento expressivo da matrícula nos Anos Finais do Ensino Fundamental. O que demonstra o
crescente esforço deste município em assegurar a segunda etapa do Ensino Fundamental às
comunidades rurais.

Tabela 2.1 - Unidades Educativas por dependência administrativa realizando


atendimento (1º ao 5º ano)

Ano Total Município Estado


Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana
2009 136 08 91 02 45 06
2010 140 06 92 02 48 04
2011 142 06 100 02 42 04
2012 137 05 98 02 43 03
2013 129 04 90 02 39 02
2014 105 04 90 02 15 02
(Fonte: Coordenação de Informações Educacionais e Estatística / E-mail: estatisticaac@inep.gov.br)

23
Tabela 2.2 - Unidades Educativas por dependência administrativa realizando
atendimento (6º ao 9º ANO)

Ano Total Município Estado


Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana
2009 17 03 00 00 17 03
2010 34 03 13 00 21 03
2011 45 03 25 00 20 03
2012 39 03 14 00 25 03
2013 31 03 09 00 23 03
2014 24 03 13 00 11 03
(Fonte: Coordenação de Informações Educacionais e Estatística / E-mail: estatisticaac@inep.gov.br)

Essas tabelas mostram ainda a necessidade de consolidação desse movimento de


reordenamento das redes, no sentido de que o município esteja assumindo cada vez mais o
compromisso com a oferta do Ensino Fundamental I(1º ao 5º ano) e a rede estadual assuma
exclusivamente a oferta de Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano), sobretudo no espaço urbano
do município.

A municipalização dos anos iniciais e a estadualização dos anos finais do Ensino


Fundamental, sobretudo no espaço urbano, se faz necessária para que por meio do
reordenamento das matrículas, se ampliem as condições de cumprir o que estabelece o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei nº 8.069/90 em seu art. 53, “o acesso à
escola pública gratuita será efetivado em uma unidade escolar próxima de sua residência”.

Tabela 2.3 - Matrícula por dependência administrativa (1º ao 5º Ano)

Ano Total Município Estado


Rural Urbana Rural Urbana Rural Urbana
2009 3.611 3.605 2.455 1.053 1.156 2.552
2010 3.290 2.384 2.129 1.025 1.161 1.359
2011 3.390 2.122 2.285 994 1.105 1.128
2012 3.087 2.115 1.996 1.005 1.091 1.110
2013 2.997 2.200 1.936 1.065 1.061 1.135
2014 2.997 2.177 1.946 1.002 1.051 1.175
(Fonte: Coordenação de Informações Educacionais e Estatística / E-mail: estatisticaac@inep.gov.br)

24
Tabela 2.4 - Matrícula por dependência administrativa (6º ao 9º Ano)

Ano Total Total Município Estado


Urbana Rural Urbana Rural Rural Urbana
2009 1.421 336 00 00 336 1.421
2010 1.440 675 00 280 395 1.440
2011 1.730 816 00 420 396 1.730
2012 1.775 949 00 420 529 1.775
2013 1.709 919 00 316 603 1.709
2014 1.639 1.099 00 404 695 1.639
(Fonte: Coordenação de Informações Educacionais e Estatística / E-mail: estatisticaac@inep.gov.br)

Concluindo provisoriamente a análise dos dados de matrículas das tabelas acima,


pode-se afirmar que são animadores, pois, mostram ainda que se nas séries iniciais (1º ao 5º
ano) a matrícula diminuiu, o que tem sido uma tendência nacional dada a redução das taxas de
natalidade apresentadas pelo Censo 2010, nos anos finais (6º ao 9º ano) houve um
crescimento da matrícula , em especial na zona rural, onde a matrícula de 2014 quase que
triplicou em relação ao ano de 2009. Percebe-se, portanto, a presença fundamental da rede
municipal para essa conquista na zona rural.

Em se tratando de qualidade da oferta, o quadro abaixo evidencia a necessidade de


medidas urgentes no sentido de regularizar o fluxo escolar, evitando o abandono e a
repetência. Embora tenha havido uma leve queda do índice de abandono em quase todas as
séries iniciais, é visível o crescimento nas taxas de reprovação em todas elas.

A situação fica mais grave ainda no 2º e 3º ano da primeira etapa do Ensino


Fundamental, evidenciando que a alfabetização na idade certa, conforme o Pacto Nacional
pela Alfabetização na Idade Certa até (08) oito anos, ainda é uma realidade distante de se
alcançar no município e por isso, requer atenção especial.

Tabela 2.5 – Rendimento dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental / 2012

Ano/Série Reprovação Abandono Aprovação


1º 5,7% 5,9% 88,4%
2º 30,4% 7,0% 62,6%
3º 19,5% 8,6% 71,9%
4º 11,3% 7,5% 81,2%
5º 8,6% 7,6% 83,8%
Fonte: http://www.qedu.org.br/cidade/5288-feijo/taxas-rendimento/rede-publica/rural-e-urbana

25
Já as taxas de aprovação e repetência do segundo segmento do Ensino Fundamental
embora menos elevadas que as do primeiro segmento, requerem atenção especial no que se
refere ao abandono, todas as séries apresentam índices elevados, mas os mais elevados estão
nas turmas de 7º ano.

Tabela 2.6 – Rendimento dos Anos Finais do Ensino Fundamental / 2012

Ano/série Reprovação Abandono Aprovação


6º 4,0% 6,8% 89,2%
7º 3,3% 8,5% 88,2%
8º 3,4% 6,0% 90,6%
9º 4,9% 5,5% 89,6%
Fonte: http://www.qedu.org.br/cidade/5288-feijo/taxas-rendimento/rede-publica/rural-e-urbana

Conforme expresso acima o quadro de evasão e repetência apresentados pelas


escolas de Feijó distanciam os jovens da conclusão do Ensino fundamental na idade certa, até
os 14 (catorze) anos. Conforme se pode observar abaixo no quadro de indicadores, onde
mesmo que 82% da população na faixa etária de 06 a 14 anos já estejam frequentando a
escola, apenas 50% dos que ingressam concluem na idade recomendada.

Tabela 2.7 - Indicadores do Ensino Fundamental

26
Ainda que os dados educacionais do ano de 2013, apresentados abaixo, revelem uma
pequena redução nos índices de distorção idade série, ainda estamos longe de uma situação
desejável. Com uma média geral de 42%, ou seja, a cada 100 alunos matriculados 42 estavam
com defasagem de 02 (dois) em relação à idade recomendada para a série frequentada,
conforme expressa detalhadamente os índices de distorção idade- série no município.

Tabela 2.8 - Taxa de Distorção Idade-Série - Ensino Fundamental de 8 e 9 anos- 2013

Taxa de Distorção Idade-Série - Ensino Fundamental de 8 e 9 anos- 2013


Rede Total 1º ao 5º 6º ao 9º 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Fundamental Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano Ano

Total 41,6 42,7 39,5 16,5 43,5 51,2 53,5 45,4 43,7 44,1 36,1 31
Estadual 35,9 35,8 35,9 8,9 35,3 42,7 42,5 43,9 42,4 41,8 25,5 30,1
Municipal 49,4 47,8 65,2 21,1 48,5 57,4 61,2 47,4 54,3 61 73,3 72,7
Publico 41,6 42,7 39,5 16,5 43,5 51,2 53,5 45,4 43,7 44,1 36,1 31
Total 61,6 58,8 70,7 25 54,8 65,8 74,3 73,6 70,1 68,8 74,7 68,9
Estadual 65,2 60,4 73,6 18,1 50,4 62,6 75,2 80,7 74,6 72,5 76,6 68
Municipal 59 58 65,2 27,2 56,9 67,8 73,8 64,7 54,3 61 73,3 72,7
Publico 61,6 58,8 70,7 25 54,8 65,8 74,3 73,6 70,1 68,8 74,7 68,9
Total 21,6 20,8 22,6 7,2 22,5 29,1 23,4 21,1 19,8 28,8 12,9 26,1
Estadual 18,7 12,9 22,6 4,3 17 18,6 11,3 13,4 19,8 28,8 12,9 26,1
Municipal 29,2 29,2 -- 10,5 27,8 38,8 36,4 31,6 -- -- -- --
Publico 21,6 20,8 22,6 7,2 22,5 29,1 23,4 21,1 19,8 28,8 12,9 26,1
Fonte: MEC/Inep/Censo Escola

Tais indicadores revelam a urgência de se implantar ações voltadas para a garantia da


aprendizagem de todos os alunos, assim sendo a redução da distorção idade serie a fim de
regularizar o fluxo escolar e por fim a erradicação o abandono escolar é uma necessidade
urgente do município.

Diversos fatores econômicos e sociais contribuem para a formação do quadro


apresentado. Dentre eles destacam-se a rarefação geográfica uma vez que o município possui
vasta extensão territorial, a transitoriedade das famílias trabalhadoras no campo,
predominância dos grandes latifúndios em detrimento da pequena propriedade rural, a
presença do trabalho infantil nas comunidades rurais, não é incomum encontrar crianças
trabalhando em roças de familiares nas épocas de plantio e colheita, dentre outros.

27
A formação inicial e continuada e a composição de um quadro permanente de
professores para a zona rural é outra dificuldade que precisa ser superada para que possamos
garantir a qualidade da oferta de Ensino Fundamental na zona rural.

Cabe ainda ressaltar que na zona rural a universalização do Ensino Fundamental


ainda é comprometida pela ausência de ensino do 6º ao 9º ano na maioria das comunidades
rurais em caráter regular. Esses jovens muitas vezes são atendidos pelo programa Asas da
Florestania fundamental e precisam completar uma turma de pelo menos 15(quinze) alunos
para reiniciar estudos. Visto que nem todo ano existem 15(quinze) alunos concluindo o 5º
ano, os concludentes tem que aguardar 1(um) ano sem estudar, até que se complete o número
mínimo de alunos para abrir uma turma.

Também nas comunidades indígenas o problema de formação dos professores


precisa ser superado. Segundo dados do senso escolar 2013, dos 293 professores que atuam
nessas comunidades, apenas 29(vinte e nove) possuem nível superior na área recomendada, o
que representa um déficit de aproximadamente 90% em relação ao ensino superior. Outro
dado preocupante é que ainda temos 10% dos professores das escolas indígenas, com a
formação inicial em Ensino Fundamental.

Diferente da zona rural as escolas da zona urbana encontram-se com salas


superlotadas, o que demanda a ampliação do reordenamento e da rede escolar. Os grandes
índices de evasão e repetência evidenciam ainda a necessidade de rever os conteúdos
escolares, a metodologia e avaliação adotadas, tornando-as mais atrativas e significativas para
as crianças e jovens dessas faixas etárias.

Portanto, os dados educacionais apresentados do Ensino Fundamental no município


de Feijó, apontam a necessidade de se repensar estratégias para o enfrentamento de problemas
de ordem pedagógica, mas também questões socioeconômicas e culturais do município, que
requerem ações conjuntas e articuladas com outras secretarias e esferas governamentais.

Diretrizes

O Ensino Fundamental para estudantes entre 6 (seis) e 14 (catorze) anos além de ser
constitucionalmente obrigatório, configura-se na formação mínima que deve ser garantida a
todos os brasileiros de qualquer idade. Tem ainda como objetivos básicos, o domínio da
leitura, escrita e cálculo, o desenvolvimento de capacidade de compreensão do ambiente

28
social e natural, o sistema político, as tecnologias, as artes e os valores básicos da sociedade e
família, habilitando o cidadão a atuar plenamente no meio em que vive, conforme orienta a
Lei de diretrizes e bases 9394/96 em seu art. 32.

O ingresso nas escolas de ensino fundamental por si só não garante sua


universalização, é preciso combater os altos índices de evasão, abandono e repetência,
regularizando o fluxo escolar e garantido a permanência do aluno na escola. Os programas de
aceleração de aprendizagem, recuperação paralela e outros mecanismos previstos na LDB em
seus art. 23 e 24, precisam ser garantidos nas escolas de ensino fundamental, mas acima de
tudo é preciso instrumentalizar o professor, oferecendo-lhe melhores condições de trabalho e
preparo técnico adequado para o exercício da docência.

A inclusão das crianças de 06 (seis) anos no Ensino Fundamental conforme orienta a


Lei nº 11.274/2006, não pode representar uma ruptura em processo anterior vivenciado na
escola de Educação Infantil ou na família, mas é preciso considerar suas necessidades etárias,
sociais, psicológicas e cognitivas. Para tanto, a escola precisa rever suas metodologias,
espaços e tempos escolares de modo a atender as necessidades das crianças, de acolhimento,
brincadeira e cuidado.

Também a contextualização dos conteúdos escolares e as metodologias com as quais


são apresentados às crianças devem ser questionadas e revisadas não somente em relação aos
alunos dos anos iniciais como também nos anos finais do Ensino Fundamental.

O município não pode esperar que as escolas superem esse desafio sozinhas, a
capacitação em serviço é fundamental para o conhecimento das novas metodologias e
socialização de experiências exitosas entre professores das redes estadual e municipal de
ensino assim como o estabelecimento de políticas públicas complementares se farão
necessárias para o alcance da meta de universalização e alfabetização de todas as crianças até
o terceiro ano do Ensino Fundamental e a conclusão na idade certa dos anos finais.

Estratégias

2.1. Definir estratégias de acompanhamento e avaliação dos resultados dos anos iniciais, no
âmbito da rede municipal, afim de assegurar que todas as crianças matriculadas nos anos
iniciais do ensino fundamental na idade certa, estejam alfabetizadas até o final do terceiro ano
do Ensino Fundamental;

29
2.2. Assegurar às crianças da rede municipal de ensino, em distorção idade-série matrícula
em programas educacionais de correção dessa distorção, que viabilizem avanços nos estudos
e conclusão do Ensino Fundamental com a menor defasagem idade/série possível;

2.3. Estabelecer metas de redução das taxas de abandono e repetência por Unidade Educativa
da rede municipal través da regularização do fluxo escolar, de recuperação paralela ao longo
do ano/série, garantindo a efetiva aprendizagem de todos os alunos.

2.4. Acompanhar as projeções de crescimento do IDEB estabelecidas para as escolas de 1º ao


5º ano e 6º ao 9º ano de modo a garantir que até o final de 2021 os índices municipais tenham
sido elevados a 5.2 para os anos iniciais e 5.5 para os anos finais do Ensino fundamental;

2.5. Assegurar com a parceria do Estado, o reordenamento de matrículas nas escolas da rede
estadual e municipal de modo a garantir que os alunos tenham atendimento escolar próximo
de suas residências, ao final do segundo ano de vigência deste PME;

2.6. Ampliar em parceria com União e Estado, a rede de escolas urbanas do município, de
acordo com a densidade demográfica e necessidade de atendimento de cada regional,
de modo a garantir o atendimento escolar o mais próximo possível da residência dos alunos;

2.7. Realizar em regime de colaboração com o Estado, recenseamento da população em idade


escolar para o Ensino Fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso, para
que seja efetuada chamada pública correspondente;

2.8. Definir plano de reformas, construção e/ou ampliação de escolas para o decênio de
vigência deste PME até o final do segundo ano de sua aprovação;

2.9. Garantir em articulação e cooperação com União e Estado, no prazo de 05(cinco) anos a
partir da implantação deste plano, padrões necessários de infraestrutura e de funcionamento
para todas as escolas de Ensino Fundamental, compatíveis com a realidade do Município.
Levando em conta as necessidades de :

§ Espaços adequados para práticas esportivas, atividades culturais, artísticas e recreativas;

§ Rede física ajustada às necessidades dos portadores de necessidades especiais e atividades


com a comunidade;

§ Acesso à internet e laboratórios de informática e de ciências;

§ Acervo bibliográfico para alunos e professores;

§ Salas de aula com espaço adequado à acomodação da quantidade de alunos indicada pelo
que dispõe o Parecer nº 02/97 e Resoluções CEE nº 06/98 e 08/98, assim como instrução

30
normativa nº04, de abril de 2004 da Secretaria Estadual de educação em seu art. 42º e
instrução normativa nº 001/2005 da Secretaria Municipal de Educação em seu art. 43. ou seus
respectivas substitutivos legais;

2.10. Estabelecer parcerias com Conselho Tutelar, responsáveis pela Infância e Juventude na
Comarca de Feijó, Conselho Municipal da Juventude, Sindicato de Trabalhadores Rurais e
demais órgãos de proteção à criança e adolescente, visando o combate ao trabalho infantil,
violência sexual e doméstica assim como a infrequência e evasão escolar;

2.11. Garantir em parceria com a Secretaria Estadual de Educação e Universidades Federais,


na modalidade presencial e/ou à distância, formação continuada aos professores da rede
municipal, com foco em metodologias de ensino que atendam as necessidades de
aprendizagem de todos os alunos da rede publica;

2.12. Demandar à Secretaria Estadual de Educação e Universidade Federal do Acre, formação


inicial aos professores da rede pública visando assegurar que ao final deste plano todos os
professores do Ensino Fundamental tenham habilitação mínima em Pedagogia e/ou áreas
específicas de atuação;

2.13. Garantir ao final do segundo ano de vigência deste PME a descentralização dos recursos
financeiros, possibilitando assim autonomia financeira das unidades escolares municipais;

2.14. Assessorar o processo de elaboração do Projeto Político Pedagógico das unidades


escolares incentivando a participação de toda a comunidade escolar;

2.15. Assegurar no Projeto Político Pedagógico das unidades escolares instrumentos de


acompanhamento e controle da frequência, combate à evasão e repetência, avaliação e
reclassificação de alunos com defasagem idade/ série;

2.16. Estabelecer o segundo ano de vigência deste PME como referência para que as escolas
tenham seus Projetos Políticos Pedagógicos em forma de documento escrito e aprovado pelos
conselhos estadual e municipal respectivamente;

2.17. Garantir concurso público na rede municipal de ensino, para provimento de vagas na
zona rural, reduzindo assim a rotatividade de professores desta rede;

2.18. Assegurar em parceria com a Secretaria Estadual de educação a formação em serviço, o


acompanhamento, supervisão e assessoramento pedagógico nas escolas das redes estaduais e
municipais de ensino;

2.19. Garantir no PDE e/ou Propostas Pedagógicas das Unidades Escolares os temas de
combate à violência, homofobia, preconceito de gênero e cor da pele;
31
2.20. Definir critérios de lotação de professores nos anos iniciais do ensino fundamental que
levem em conta a formação continuada dos professores em alfabetização e letramento, a
participação nos grupos de estudo na própria escola e os resultados;

2.21. Certificar professores lotado na rede municipal que participam das formações em
serviço oferecidas pela escola e secretaria, incentivando a formação de grupos de estudo na
própria unidade educativa;

2.22. Estabelecer critérios de lotação (ingresso e permanência) de professores nas turmas de


alfabetização, vinculadas à formação inicial em pedagogia, mas também à participação do
profissional em formação continuada para este fim e os resultados das avaliações
da aprendizagem dos alunos;

2.23. Pactuar com o Estado a unificação da matrícula nas turmas de alfabetização, definindo
um número máximo de alunos por professor alfabetizador de acordo com as referências
nacionais de qualidade para o ensino fundamental já no segundo ano de vigência deste PME;

2.24. Definir em regime de colaboração com o Estado, estabelecendo regras claras em relação
a permuta de professores(as) das duas redes, de modo a garantir a permanência de professores
vinculados às duas redes numa mesma escola;

Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15


(quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a
taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

Diagnóstico

A Constituição Federal de 1988 garante em seu Art. 208 inciso segundo a


progressiva universalização do Ensino Médio gratuito. Estabelece ainda em seu art. 211
parágrafo terceiro que compete aos Estados e Distrito Federal garantirem a oferta desta etapa
da educação básica.

A Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na seção IV, que trata do Ensino Médio
estabelece as finalidades e orienta um currículo para o Ensino Médio. Assim:

32
Art. 35 - O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, com duração
mínima de três anos, terá como finalidade:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

Ainda o Art. 36 da LDB orienta o currículo para o Ensino Médio a partir das
seguintes diretrizes:
I – destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado
da ciência, das letras e das artes, o processo histórico de transformação da
sociedade e da cultura, a língua portuguesa como instrumento de
comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II – adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a
iniciativa dos estudantes;
III – será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter
optativo, dentro das disponibilidades da instituição;
§ 1º - Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão
organizados de tal forma que no final do Ensino Médio o educando
demonstre:
I – domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a
produção moderna;
II – conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
III – domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao
exercício da cidadania.
§ 2º O Ensino Médio, atendida a formação geral do educando, poderá
prepará-lo para o exercício de profissões técnicas.
§ 3º Os cursos do Ensino Médio terão equivalência legal e habilitarão ao
prosseguimento de estudos.
§ 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação
profissional, poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de
Ensino Médio ou em cooperação com instituições especializadas em
educação profissional.

Ressalte-se ainda o papel das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino


Médio de 1998, que enfatizam a necessidade das “ações administrativas e pedagógicas dos
sistemas de ensino e das escolas serem coerentes com princípios estéticos, políticos e éticos,
abrangendo a estética da sensibilidade, a política da igualdade, e a ética da identidade”.
Orientam ainda a construção de propostas pedagógicas à partir de competências básicas,
conteúdos e suas formas de tratamento previstos segundo as finalidades do Ensino Médio.
Além da orientação de uma base nacional comum organizada em três grandes áreas de:
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas

33
Tecnologias; e Ciências Humanas e suas Tecnologias. (Diretrizes Curriculares Nacionais da
Educação Básica 2013).

Tabela 3.1. Unidades Educativas por Dependência Administrativa Realizando


Atendimento

Ensino Médio

Ano Urbana Rural Total

2007 1 0 1
2008 1 0 1
2009 1 0 1
2010 1 0 1
2011 1 1 2
2012 1 5 6
2013 1 13 14
http://ideb.inep.gov.br/resultado

Tabela 3.2. Matrícula no Ensino Médio

ANO ENSINO MÉDIO

Total Rural Urbano


2009 1.023 00 1.023
2010 1.098 00 1.098
2011 1.110 56 1.054
2012 1.093 76 1.028
2013 1.344 310 1.034
http://ideb.inep.gov.br/resultado

O município de Feijó conta com apenas uma unidade educativa que oferta ensino
médio, na zona urbana e não há nenhuma unidade educativa de ensino médio técnico. Porém,
na zona rural o atendimento desta etapa da educação básica se dá em 13 escolas de Ensino
Fundamental e médio, no formato Asas da Florestania Médio, específico para o atendimento
aos jovens do campo, com início de atendimento, segundo a tabela acima em 2011. Essa
oferta vem sendo garantida exclusivamente na rede estadual de ensino. A tabela de matrícula
indica um crescimento significativo no número de matrículas no Ensino Médio. Contudo, vale

34
a ressalva feita pelo Plano Estadual de Educação que afirma com base nos dados estaduais
que:

... não é de hoje que o Ensino Médio preocupa. De todas as etapas da Educação
Básica é o que apresenta os piores resultados em nível nacional, regional e estadual. No
Brasil, somente metade dos jovens consegue terminá-lo até os 19 anos e dos alunos que
chegam a concluí-lo apenas 9% aprendem o adequado em Matemática. No Acre, em 2013,
51,4% dos jovens com até 19 anos conseguiram concluir essa etapa da Educação Básica e
dos alunos que concluíram apenas 21% aprenderam o adequado em Língua Portuguesa e
3,4% em Matemática.

(PEE p 49)

Parte desse grande problema nacional e estadual, o atendimento aos jovens de 15 a


17 anos, em Feijó representa 72,7% de matrícula. Contudo, a taxa de escolarização líquida no
ensino médio (população de 15 a 17 anos) cai para 33,1%. Elevar esse percentual a 85% de
atendimento líquido até o final do ano de vigência deste PME pressupõe o enfrentamento de
problemas como os elencados abaixo.

A distorção idade-série no Ensino Médio, acontece também em decorrência das taxas


de repetência e evasão no Ensino Fundamental, os jovens já chegam ao Ensino Médio com a
idade defasada, leve-se em conta também o número de adultos que voltam à Escola depois de
vários anos que concluíram o Ensino Fundamental. Assim, a evasão e repetência precisam ser
combatidas desde as suas bases, o Ensino Fundamental.

Tabela 3.3 - Distorção Idade-Série no Ensino Médio

Ano Todas as redes

2006 56,6
2007 54,4
2008 37,9
2009 34,6
2010 34,6
2011 35,9
2012 42,8
2013 47,1
2014 42,2
Fonte: www.observatório do pne.gov.br
35
Gráfico 3.1 - Evolução das taxas de distorção idade-série no Ensino Médio

Apesar da crescente redução da distorção idade-série ao longo dos últimos 8 anos,


conforme expresso na tabela e gráfico acima, a taxa de distorção idade-série é muito elevada no
Ensino Médio. No ano de 2014, 28,2% dos alunos matriculados nessa etapa do ensino no Brasil
estavam em distorção idade-série. Na Região Norte, a situação é ainda mais grave: 44,1% , no
Acre 32,8% em Feijó 42,2% . Porém, ainda que não conste nos sítios oficiais de pesquisa,
dados do núcleo da secretaria estadual de educação no município dão conta que esse
percentual diferencia-se da área urbana para a rural, que é mais grave, o que em parte
justifica-se pelo longo período de ausência da oferta desta etapa da educação básica nas
comunidades rurais. Conforme se pôde observar nas duas primeiras tabelas acima o ensino
médio chega às comunidades rurais timidamente no ano de 2011 e vem sendo ampliado
progressivamente nos últimos três anos.

Considere- se também os casos de alunos que abandonam o Ensino Médio em


virtude dos déficits de aprendizagem do Ensino Fundamental não terem um tratamento
adequado, acompanhados da falta de incentivo e acompanhamento das famílias e currículo
escolar e metodologias pouco atrativas à faixa etária.

36
Os déficits de aprendizagem são claramente perceptíveis ao se acompanhar os
índices de proficiência em Língua Portuguesa e Matemáticos aferidos pela avaliação externa
do SEAPE referente ao último ano/série do ensino fundamental. Nota-se que até o ano de
2013, tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática, a maioria dos alunos estava
concluindo a última série/ano do Ensino Fundamental nos níveis básico e abaixo do básico.
Com um agravante em relação aos conhecimentos matemáticos que estão sempre
apresentando índices muito elevados no nível abaixo do básico e permanece assim em 2014.

Tabela 3.4 - Evolução dos Resultados do SEAPE / 9º ano Língua Portuguesa

Rede Estadual

% Proficiência Média % Por Padrão de desempenho

Edição Acre Rede Abaixo do Básico Adequado Avançado


Estadual Básico (200 a 250) (250 a 300) (acima de 300)
(0 a 200)
2009 228,2 236,2 21,7 40,7 30,3 7,2
2010 226,0 233,5 25,6 38,4 29,6 6,4
2011 234,1 238,4 18,6 41,7 32,8 6,9
2012 236,3 244,9 14,1 37,9 40,1 7,9
2013 234,6 234,7 24,6 39,4 25,9 10,1
2014 243,4 252,5 11,8 36,6 38,4 13,3
Fonte: www.seape.caedfjf

Tabela 3.5 - Evolução dos Resultados do SEAPE / 9º ano Matemática

Rede estadual

% Proficiência Média % Por Padrão de desempenho

Edição Acre Rede Estadual Abaixo do Básico Básico Adequado Avançado


(0 a 225) (225 a 275) (275 a 325) (acima de 325)
2009 234,7 244,6 33,5 43,4 19,0 4,1
2010 229,7 239,1 37,0 41,4 19,2 2,5
2011 240,0 244,7 31,9 48,0 17,2 2,9
2012 240,0 252,6 26,9 44,0 27,8 1,3
2013 240,1 246,2 32,3 40,4 23,9 3,4
2014 242,3 257,9 22,0 42,6 29,0 6,3
Fonte: www.seape.caedfjf

Explicitando melhor as informações acima, com base nas orientações do SEAPE,


dizer que um aluno encontra-se num padrão de desempenho abaixo do básico é dizer que
demonstra carência de aprendizagem do que é previsto para a sua etapa de escolaridade. Ele

37
fica abaixo do esperado, na maioria das vezes, tanto no que diz respeito à compreensão do
que é abordado, quanto na execução de tarefas e avaliações. Por isso, é necessária uma
intervenção focada para que possa progredir em seu processo de aprendizagem.

Por sua vez dizer que um aluno encontra-se no nível básico, segundo o mesmo
instrumento de avaliação externa mencionada, significa que os alunos apresentam
aprendizado mínimo do que é proposto para o seu ano escolar. Neste nível ele já iniciou um
processo de sistematização e domínio das habilidades consideradas básicas e essenciais ao
período de escolarização em que se encontra.
As tabelas de resultados do SEAPE apresentadas abaixo evidenciam que ao concluir
o 3º ano do Ensino Médio em relação aos conhecimentos de Língua Portuguesa, os alunos não
apresentam as aprendizagens adequadas ao ano/série, que conforme a escala do SEAPE seria
de 275 a 325 em proficiência leitora. Pelo contrário, saem no nível básico no padrão de
desempenho, o que corresponde de 225 a 275 na escala. Por exemplo, 82,2% dos alunos
matriculados no último ano do Ensino Médio foram aprovados, contudo saíram da educação
básica com aprendizagens mínimas do que é proposto para seu ano escolar.

Tabela 3.6 - Evolução dos Resultados do SEAPE / 3º ano do Ensino Médio – Língua
Portuguesa

Rede estadual

% Proficiência Média % Por Padrão de desempenho

Edição Acre Rede Abaixo do Básico Básico Adequado Avançado


Estadual (0 a 200) (200 a 250) (250 a 300) (acima de 300)
2009 242,9 242,1 35,0 41,4 22,6 1,1
2010 241,8 246,9 30,4 44,0 22,4 3,2
2011 255,5 253,2 28,1 40,7 27,0 4,2
2012 251,2 261,2 23,9 36,6 27,5 12,0
2013 256,1 256,2 23,3 42,7 26,7 7,3
2014 253,4 253,4 26,3 41,9 26,8 5,0
Fonte: www.seape.caedfjf

Em relação aos conhecimentos matemáticos a situação é a seguinte: na primeira


avaliação, realizada em 2009, a proficiência estava abaixo do básico, mantendo-se nesse nível
em 2010 e nos três anos seguintes (2011, 2012, e 2013, ver tabela) avançou pra o nível básico,
regredindo no ano de 2014 ao padrão de desempenho abaixo do básico, o que significa dizer
que os alunos aprovados e/ou retidos no 3º ano/série do Ensino Médio no ano de 2014

38
demonstram carência de aprendizagem do que é previsto para sua etapa de escolaridade.
Pois, ficaram abaixo do esperado, na maioria das vezes, tanto no que diz respeito à
compreensão do que é abordado, quanto na execução das tarefas e avaliações. Fica
evidente pelos resultados finais do Ensino Médio que nossa Educação Básica precisa focar na
qualidade das aprendizagens dos jovens feijoenses, pois não tem cumprido seu papel de
escola com qualidade social, visto que não vem assegurando padrões básicos de
aprendizagens a todos os usuários da escola pública.

Tabela 3.7 - Evolução dos Resultados do SEAPE / 3º ano do Ensino Médio – Matemática

Rede estadual

% Proficiência Média % Por Padrão de desempenho

Edição Acre Rede Abaixo do Básico Básico Adequado Avançado


Estadual (0 a 250) (250 a 300) (300 a 350) (acima de 350)
2009 249,7 247,2 52,7 36,0 10,2 1,1
2010 244,2 242,6 55,2 36,0 8,0 0,8
2011 256,0 251,6 52,1 34,1 13,2 0,6
2012 252,2 264,7 37,3 41,6 16,2 4,9
2013 255,2 255,1 46,7 32,0 18,7 2,7
2014 256,6 249,9 53,1 33,5 11,7 1,7
Fonte: www.seape.caedfjf

Sabendo que a distorção idade - série além de outros fatores é gerada pelas taxas de
reprovação e abandono. Outrossim, que o município conta com um programa de correção de
fluxo específico para os alunos que ingressam tardiamente no Ensino Médio, Programa
Especial de ensino Médio-PEEM, desde o ano de 2008. Achou-se por bem destacar que
mesmo já recebendo alunos com essa distorção o Ensino Médio em Feijó contribui para o
acirramento do problema. A tabela, abaixo, evidencia que entre os anos de 2008 a 2014 os
mais elevados índices de reprovação não acontecem no 1º ano/série, mas no 2º ano/série, com
exceção do ano de 2014 que o 2º ano reprovou 24.9 % dos seus estudantes e o 2º ano 21,6%,
uma diferença mínima e os percentuais muito elevados. Os dados requerem maior atenção
ainda porque as taxas de abandono no Ensino Médio rural estão se elevando anualmente, em
especial no 1º e 2º ano/série.

39
Tabela 3.8. – Taxas de Rendimento Ensino Médio – Feijó

Série/ano Ano Taxa Aprovação Taxa Reprovação Taxa Abandono

Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural

2008 85.90 0.00 0.6 0.00 13.50 0.00

2009 84.90 0.00 6.0 0.00 9.10 0.00

2010 70.90 0.0 11.3 0.0 17.80 0.0


1º ano do EM
2011 75.2 96.3 24.8 0.0 0.0 3.7

2012 62.1 88.0 28.2 0.0 9.7 12.0

2013 74.8 84.3 19.1 6.6 6.1 9.1

2014 70.1 58.8 24.9 0.0 5.0 41.2

2008 88.6 0.0 1.9 0.0 9.5 0.0

2009 83.1 0.0 11.2 0.0 5.7 0.0

2010 80.9 0.0 11.3 0.0 7.8 0.0


2º ano do EM
2011 78.2 0.0 21.8 0.0 0.0 0.0

2012 71.9 92.0 27.2 0.0 0.9 8.0

2013 78.4 80.6 21.6 12.9 0.0 6.5

2014 86.9 91.2 8.5 0.0 4.6 8.8

2008 90.5 0.0 0.5 0.0 9.0 0.0

2009 85.9 0.0 7.1 0.0 7.0 0.0

2010 88.1 0.0 0.9 0.0 11.0 0.0


3º ano do EM
2011 73.0 0.0 8.2 0.0 18.8 0.0

2012 73.9 0.0 16.1 0.0 10.0 0.0

2013 85.4 97.8 12.5 0.0 2.1 2.2

2014 89.5 92.0 3.9 8.0 6.6 0.0


Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado

Sobre o currículo escolar e metodologias pouco atrativas à faixa etária dos jovens,
mencionadas acima. Vale frisar que esse fenômeno não ocorre apenas em Feijó ou
simplesmente por falta de orientação legal. Mesmo que a identidade do Ensino Médio esteja
bem definida na LDBEN/9394/96, nas suas posteriores alterações e decorrentes Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - 1998 materializando uma base curricular
comum ao Ensino Médio brasileiro. Foi observado em estudo promovido pela UNESCO,

40
2009 apud Diretrizes Curriculares da Educação Básica 2013 que os ditames legais e
normativos e as concepções teóricas, mesmo quando assumidas por órgãos centrais de uma
Secretaria Estadual de Educação, têm fraca ressonância nas escolas e, até, pouca ou
nenhuma, na atuação dos professores. Em Feijó, sem dúvida essa é uma clara evidência de
problemas como ausência de um Projeto Político Pedagógico nas escolas que ofertam Ensino
Médio e formação continuada insuficiente aos professores do ensino médio dentre outros que
elencaremos abaixo.
Por exemplo, não se deve desconsiderar a necessidade de formação de um quadro
permanente de professores do Ensino Médio. Tomamos como referência a escola de Ensino
Médio urbana do município, José Gurgel Rabello. Segundo informações do censo escolar
2013 a escola contava com um quadro de 33 docentes sendo que destes 29 tinham formação
em nível superior e 04(quatro) ainda tinham formação em nível médio. Também o censo desta
unidade escolar de Ensino Médio registra que desses 33 docentes que atuavam nessa etapa da
educação básica, 05 eram do quadro permanente e 28 de contratação provisória. Logo se pode
inferir que a rotatividade de docentes compromete a melhoria dos índices qualitativos e
quantitativos da escola.

A tabela abaixo apresenta um quadro geral da formação docente no município e nele


percebe-se que mesmo que o número de docentes com graduação ou Ensino Superior, que
atuam no Ensino Médio, venha crescendo ao longo dos 7 anos , proporcionalmente ao
crescimento do número de docentes que estão atuando isso não apresenta nenhum avanço,
pois no ano de 2007 tínhamos 73,1% dos docentes graduados e ao longo dos outros anos esse
percentual oscila, mas em 2013 apenas 71% dos docentes atuando no Ensino Médio tinham
Ensino Superior.

Tabela 3.9 – Formação Inicial dos Docentes do Ensino Médio de Feijó

Total Ensino Ensino Médio - Ensino Ensino


Ano Fundamental Normal/Magistério Médio Superior
2007 26 0% 0 23,1% 6 3,8% 1 73,1% 19
2008 31 0% 0 12,9% 4 19,4% 6 67,7% 21
2009 36 0% 0 19,4% 7 8,3% 3 72,2% 26
2010 38 0% 0 2,6% 1 18,4% 7 78,9% 30
2011 38 0% 0 2,6% 1 0% 0 97,4% 37
2012 52 0% 0 1,9% 1 13,5% 7 84,6% 44
2013 69 1,4% 1 8,7% 6 18,8% 13 71% 49
Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado

41
Registre-se ainda a situação da formação inicial desses docentes em relação à
área/disciplina que atuam. Como se pode notar na tabela abaixo que apresenta a porcentagem
de professores do Ensino Médio que tem licenciatura na área que atuam, apesar dos avanços e
retrocessos no percentual dos anos apresentados, em 2013, último ano em análise por este
PME, apenas 15% dos docentes estavam atuando em sua área de formação.

Tabela 3.10 - Porcentagem de professores do Ensino Médio que tem licenciatura


na área em que atuam
Com Com Com licenciatura na área em
Ano Total superior licenciatura que atua

2009 100% 45 73,3% 33 40% 18 11,1% 5


2010 100% 55 89,1% 49 41,8% 23 7,3% 4
2011 100% 83 97,6% 81 91,6% 76 21,7% 18
2012 100% 74 81,1% 60 78,4% 58 35,1% 26
2013 100% 214 83,6% 179 81,3% 174 15% 32
Fonte: http://ideb.inep.gov.br/resultado

Além dos problemas supramencionados o município precisa superar ainda a


necessidade de ampliação da rede física, pois, conforme expresso em tabelas acima, conta
com apenas 1 (uma) escola ofertando exclusivamente Ensino Médio, com 12(doze) salas de
aula atendendo uma média de 37.7 alunos por turma levando-se em conta a matrícula de 2007
a 2012 e censo escolar dos referidos anos. Sabendo-se ainda que essa clientela é constituída
de alunos da área rural e urbana que caminham longas distâncias dos ramais até a cidade e/ou
moram na cidade, longe de suas famílias em casa de familiares ou outros.

Ainda tomando como referência a unidade escolar urbana de Ensino Médio pode-se
ainda nota-se a precariedade da infraestrutura e acesso às tecnologias pelo Ensino Médio de
Feijó. Registre-se que aquele prédio escolar não recebeu nenhuma reforma significativas
desde o ano de sua construção, 2003. Suas salas de aula são superlotadas, levando-se em
conta o número de alunos da matrícula inicial a cada ano e o tamanho das salas em m². Some-
se a isso a precariedade dos equipamentos, a exemplo nenhuma das doze salas de aula possui
ao menos um ventilador, são extremamente quentes, e desconfortáveis. Suas janelas de vidro
permitem a incidência total dos raios solares em professores e alunos. O laboratório de
informática existe de fato, mas não funciona, já está em desuso há anos por falta de
manutenção dos computadores e problemas com a rede elétrica, assim como os ventiladores
que deveriam estar instalados nas salas de aula.

42
A rede de internet colocada à disposição da escola não atende nem mesmo às
atividades administrativas quanto mais necessidades pedagógicas. Suas senhas precisam ser
alteradas constantemente, pois, quando em uso pelos alunos, fica tão lenta que se inviabiliza
seu uso em atividades pedagógicas.

Diante dessa breve explanação da realidade vivenciada por nosso Ensino Médio
compete-nos questionar: Qual o ensino médio que queremos? O que pode ser feito
internamente para reverter o quadro apresentado, tornando essa etapa da educação básica mais
atrativa aos jovens? Que medidas precisam ser tomadas pelo poder público municipal,
estadual e federal no sentido de resolver os problemas apresentados e universalizar o ensino
médio aos jovens de 15 a 17 assegurando-lhes educação com a qualidade que a Constituição
Nacional assevera?

Diante das orientações legais e realidade do Ensino Médio apresentada acima.


Respondendo às indagações acima este PME reivindica maiores e melhores investimentos na
formação geral de seus jovens de modo a assegurar-lhes os direitos de aprendizagens
necessários à instrumentalização para o pleno exercício da cidadania, posterior continuidade
nos estudos assim como também prepará-los para o ingresso no mercado de trabalho.

Reivindica, portanto, a Universalização, até 2016, do atendimento escolar para toda a


população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevação, até o final do período de vigência
deste PNE, da taxa líquida de matrículas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por
cento), com a qualidade advogada pela Constituição Nacional e suas legislações educacionais
subsequentes, em especial a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional /LDBEN
9394/96 . Estabelece para tanto em consonância com os Planos Nacional e Estadual de
Educação as seguintes estratégias e metas.

Estratégias

3.1. Acompanhar o processo de construção da nova matriz curricular estadual para o ensino
médio e todas as demais estratégias traçadas no Plano Estadual de Educação. Colaborando
para o alcance daquelas que envolverem o apoio das secretárias e órgão da esfera municipal.

3.2. Incentivar as escolas que ofertam Ensino Médio no município a experimentar, até o final
do primeiro ano de vigência do PEE, a proposta de organização didático-pedagógica que
contemple os conteúdos obrigatórios e eletivos no Ensino Médio;

43
3.3. Estimular a participação dos docentes deste município no programa de formação para
coordenadores pedagógicos e professores com foco na construção e implementação de
inovações didático-metodológicas, que assegurem os direitos de aprendizagem dos alunos,
ofertada pela SEE;

3.4. Demandar ao Estado e União o desenvolvimento de programa de formação para diretores


escolares com foco na construção e implementação de inovações didático-metodológicas, que
assegurem os direitos de aprendizagem dos alunos do ensino médio;

3.5. Fomentar em cooperação ao Estado a implantação de um polo do Centro de Estudo de


Línguas (CEL) com vagas aos cursos de inglês e espanhol para alunos da rede estadual de
ensino a fim de assegurar o domínio das quatro habilidades da comunicação em língua
estrangeira, prioritariamente aos alunos do Ensino Médio.

3.6. Incentivar a reestruturação do projeto político pedagógico das Unidades Educativas


ofertantes de Ensino Médio no município de acordo com as orientações estaduais assegurando
os direitos de aprendizagem dos alunos e a base nacional comum;

3.7. Assegurar o diálogo das secretarias municipais diretamente envolvidas com a promoção
do esporte, cultura e lazer e unidades escolares da educação básica públicas. Visando assim
cooperar com as ações destas que visem garantir a fruição de bens e espaços culturais, de
forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva aos estudantes da educação básica
em todas as suas modalidades, rompendo assim com as ações fragmentadas e dispersas
presentes nos sistemas de gestão das políticas públicas de esporte e lazer no município.

3.8. Apoiar as ações das escolas públicas deste município voltadas para a promoção
de programas de educação e cultura, articulados com as comunidades, com vista à ampliação
dos espaços de convivência e aprendizado para além dos espaços internos da escola;

3.9. Apoiar-se nos modelos de políticas de correção de fluxo da rede estadual, ou regionais
exitosas, com vistas a fortalecer nas escolas da rede municipal a implementação de políticas
de correção de fluxo em seus Projetos Político Pedagógicos capazes de reduzir o índice de
distorção idade-série progressivamente de modo que nenhuma Unidade Educativa do Ensino
Fundamental da rede municipal de Ensino ultrapasse o índice de 10% de distorção idade-
série ao final do último ano de vigência deste PME;

3.10. Induzir as escolas da rede municipal de ensino a estabelecer em seus Projetos Político
Pedagógico ações sistemáticas de acompanhamento pedagógico individual aos alunos do
Ensino Fundamental com padrões de desempenho abaixo do adequado, garantindo assim que

44
estes concluam essa etapa da educação básica com qualidade de aprendizagem e na
idade recomendada;

3.11. Assegurar as condições de funcionamento aos programas de correção de fluxo


pactuados com as escolas da rede municipal, para que os alunos possam alcançar os níveis de
aprendizagens adequados ao Ensino Fundamental.

3.12. Colaborar com as ações desenvolvidas pelo Estado/Secretaria Estadual de Educação no


município com vistas apoiar a permanência e o sucesso dos alunos de Ensino Médio, quando
estas estiverem ao alcance do orçamento municipal e/ou envolver a parceria de secretarias
municipais como ação social, secretaria municipal de saúde, secretaria de desenvolvimento
social, Conselho Municipal da Juventude secretaria municipal de esporte e cultura, Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e as que não foram mencionadas, mas que se fizerem
necessárias;

3.13. Demandar do Estado e União a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio
integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do campo,
das comunidades indígenas e das pessoas com deficiência;

3.14. Apoiar a política estadual de combate a infrequência no Ensino Médio , quando estas
envolverem ações articuladas com as famílias, Secretaria Municipal de Ação Social, Saúde
e Conselhos Municipais voltados para a proteção à adolescência e juventude;

3.15. Apoiar as ações do Estado voltadas para a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17
(dezessete) anos fora da escola, por meio do trabalho articulado com os serviços de
Assistência Social, Saúde e Proteção à Adolescência e à Juventude, em especial àquelas que
moram na zona rural e bairros menos favorecidos do município;

3.16. Demandar à Secretaria Estadual de Educação e cooperar na viabilização de programas


de educação e de cultura para a população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15
(quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação social e profissional para
aqueles que estejam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;

45
Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento
escolar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo o
atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes,
escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, nas formas complementar e
suplementar, em escolas ou serviços.

Diagnóstico

O município de Feijó apresenta um elevado índice de inclusão, conforme se pode


perceber pelo crescimento progressivo de matrícula dos alunos com deficiências em classes
comuns nos últimos 10 anos, conforme expresso nas tabelas 4.1 e 4.2 abaixo e especialmente
ao percentual relativo ao censo populacional de 2010 e os indicadores parciais de 2014
extraídos de sítios oficiais.
Comparado os indicadores do censo de 2010 a 2014 nota-se que no Brasil houve um
declínio de matrícula inclusiva nas classes comuns, já na Região Norte, no Estado do Acre e
especialmente o município de Feijó apresenta um crescimento significativo. A região norte
que incluía em classes comuns 83,5% em 2010, o Acre 81,0% e Feijó 75,5% passaram a
incluir 88,9%, 100% e 100% respectivamente em 2014.

Tabela 4.1- Percentual de matrículas incluídas em classes comuns no ano de 2014

46
Tabela 4.2 - Percentual de matrículas incluídas em classes comuns no ano de 2014

Fonte: http://www.observatoriodopne.org.br/metas-pne/4-educacao-especial-inclusiva/indicadores

Tabela 4.3 – Número de alunos com deficiência inclusos por ano nas etapas e
modalidades da educação básica

Municipal Estadual
Ano Total
Pré 1º ao 6º ao Eja 1º ao 6º ao Ens. Eja
Escola 5º ano 9º ano Fund. 5º ano 9º ano Médio

2009 71 03 00 00 00 44 15 04 05

2010 124 02 20 00 00 66 20 12 04

2011 129 04 33 00 01 41 33 13 04

2012 152 03 34 01 01 39 45 11 18

2013 230 04 39 02 01 70 60 32 22

Fonte: Censo Escolar/INEP 2013

Apesar dos indicadores acima serem animadores, o município deve considerar outros
desafios que comprometem a inclusão com qualidade social e de aprendizagem garantida a
todas as crianças. Por exemplo, o Censo Escolar/INEP 2013 aponta que do total de 145
escolas de educação básica em funcionamento no município apenas 15(quinze) delas
possuíam sala para Atendimento Educacional Especializado - AEE (salas de recursos
multifuncionais), esse número equivale a apenas 10% de toda a rede pública, conforme se
pode perceber nas tabelas abaixo. Pergunta-se: Como as demais escolas públicas de Feijó
asseguram o atendimento em classes multifuncionais no contra turno, já que esse é um direito
basilar que assegura a qualidade da inclusão em classes comuns?

47
Tabela 4.4 - Unidades Escolares com Salas de Recursos Multifuncionais

Estadual Municipal
Ano Total
Geral Urbana Rural Urbana Rural
2009 1 1 0 0 0
2010 3 2 0 1 0
2011 6 3 0 3 0
2012 10 4 0 4 2
2013 15 5 0 4 6
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/ Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 4.5 - Alunos com Necessidades Especiais Matriculados em Turma AEE

Total do indicador
Ano Total de alunos Percentual

2009 29 36,3%
2010 57 56,4%
2011 66 60%
2012 73 57,9%
2013 98 44,7%
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/ Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 4.6 - Acessibilidade das Escolas da Educação Básica

Total de Escolas Escolas com dependências Escola com sanitários a


acessíveis a pessoa com pessoas com deficiência
deficiências
Número % Número %
145
7 55 9 6%

Fonte: Censo Escolar/Inep/QEdu.org.br

Constituem-se grandes desafios à adaptação dos espaços escolares e suas vias de


acesso, suporte às famílias que não tem condições de conduzir seus filhos até a escola, quadro
de profissionais multidisciplinares (fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta
ocupacional e assistente social) que subsidiem o trabalho da escola no atendimento aos alunos
48
com deficiência, formação específica e continuada a professores das salas de recursos
multifuncionais e das classes regulares, continuidade das ações de sensibilização de famílias e
equipes escolares para a inclusão de alunos com deficiência nas classes regulares, assistência
à saúde da pessoa com deficiência, dentre outras.

Diretrizes

Em sua apresentação as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação


Básica, reconhece que durante muito tempo o diferente ficou à margem das escolas regulares,
em especial o aluno com deficiência, o qual era atendido em centros especializados, separados
dos alunos tidos como “normais”. Excluídos do processo educativo “normal”, apartados até
mesmo do sistema educacional enquanto organizador e provisor dos serviços educacionais.
Entretanto, tal situação já não é mais aceitável, importantes marcos internacionais
contribuíram para disseminar novas perspectivas para a educação especial. Dentre eles
podemos citar a Declaração de Jomtien (1990) que determina o fim dos preconceitos e
estereótipos de qualquer natureza na educação e a Declaração de Salamanca (1994) que
amplia o conceito de “necessidades educacionais especiais” para além das pessoas com
deficiências, incluindo neste todas as crianças que vivenciam dificuldade temporária ou
permanente na escola, seja qual for a natureza de sua dificuldade.
No Brasil um marco importante na história da educação especial é a Lei de Diretrizes
e Bases 9394/96 que define educação especial em seu Art. 58 como “modalidade de educação
escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com
deficiência”. A partir da LDB estabeleceram-se Diretrizes Nacionais para a educação especial
na perspectiva inclusiva da educação.

O histórico da Educação Especial tem revelado a forma excludente como as pessoas


com deficiência foram tratadas, deixadas à margem do processo educativo sistematizado em
escolas regulares por serem vistas como alguém incompleto e incapaz. Porém, os crescentes
movimentos pela inclusão tanto a nível internacional quanto nacional têm trazido avanços na
superação dessa visão reducionista do ser humano e contribuído para que atualmente
compreenda-se a educação na perspectiva inclusiva.

Norteada pelo entendimento de que as pessoas com deficiência podem se


desenvolver no contexto das escolas regulares é que a LDB 9394/96 define a educação
especial como modalidade de educação escolar que deve permear todos os demais níveis e
modalidades de ensino.
49
No campo teórico e legislativo essas mudanças já têm sido uma realidade, mas a
exclusão das pessoas com deficiência deixou marcas tanto nas pessoas com deficiência quanto
no imaginário social. Temos uma longa trajetória a percorrer na desconstrução de velhos
preconceitos e barreiras físicas que limitam a prática inclusiva tanto nas escolas quanto nos
demais espaços de convívio social.

Na escola, em especial o trabalho de inclusão com qualidade social precisa se


concretizar, a começar com o trabalhar com a conscientização da comunidade escolar, tanto as
famílias como as equipes gestoras das escolas precisam ter consciência da importância da
inclusão para as crianças com deficiência, mas, sobretudo àquelas tidas como “normal”,
comprometendo-se com a inclusão, para que não haja retrocesso na matrícula. Já em âmbito
municipal, na esfera administrativa, há que se tomar os devidos cuidados para não incorrer no
arcaico, porém não muito distante processo de integração, como o que aconteceu nas escolas
regulares nas décadas de 50 a 80 do século XX, onde se pressupunha que a mera matrícula
da pessoa com deficiência numa classe comum já lhes garantia o direito à educação.

O processo de inclusão também passa pela superação de obstáculos curriculares. O


currículo existente nas escolas regulares ainda não está flexibilizado para trabalhar com essa
demanda como bem explica Araújo e Hetkowski

O currículo existente nas escolas regulares ainda não está flexibilizado para
trabalhar com essa demanda a escola tem uma prática à aquisição de
conhecimentos e conteúdos, isto é, as valorizações das pessoas têm relação
com os processos cognitivos para compreender o que à escola deve
“passar” e a pedagogia a estas pessoas, com necessidades educacionais
especiais, deve favorecer todos os aspectos de desenvolvimento para
contemplar as diferenças, ou seja, fazer com que a escola supra suas
deficiências em prol ao desenvolvimento de processos ensino e
aprendizagem única e heterogênea.

As escolas precisam então assegurar em seus Projetos Políticos Pedagógicos a


flexibilização curricular necessária, assim como mudanças no seu fazer pedagógico de modo a
remover as barreiras à participação e aprendizagem de todos os alunos com deficiência ou
não. Daí a grande importância da estratégia 4.3 do PME 2014-2024 no que se refere à
formação continuada dos professores para este fim.

As condições materiais para o trabalho de estimulação e potencialização das


capacidades da pessoa com deficiência é outro passo fundamental a ser dado rumo à inclusão.
Matricular alunos com deficiência na rede requer ações articuladas dos três entes federados,
mas também e prioritariamente entre as secretarias municipais e sociedade civil organizada.

50
Com este objetivo este PME alinhado ao Plano Nacional e Estadual de Educação estabelece
as diretrizes a seguir.

Estratégias

4.1. Compor uma equipe multidisciplinar nas redes estaduais e municipais de educação a fim
de oferecer suporte técnico-pedagógico aos professores das turmas de alunos incluídos;

4.2. Envidar esforços para criar na Secretaria Municipal de Educação um quadro de pessoal
composto de cuidadores ou atendente pessoal, intérpretes e mediadores para subsidiar o
trabalho de inclusão nas escolas públicas municipais, fazendo o acompanhamento das
atividades diárias do aluno com deficiência na escola em que estiver matriculado;

4.3. Estabelecer parceria com instituições públicas de nível superior a fim de garantir na
formação continuada aos professores do ensino regular o tema inclusão e necessidades
educacionais especiais;

4.4. Garantir a adaptação de todos os prédios escolares da rede municipal de modo a torná-los
acessíveis aos alunos com deficiência até o final do segundo ano de vigência deste PME;

4.5. Fomentar a criação de salas de recursos multifuncionais em todas as escolas da área


urbana e rurais onde houver matrícula de alunos com deficiência;

4.6. Ampliar acervos de materiais das salas de recursos multifuncionais e


tecnologias assistivas voltados para o suporte ao trabalho de alunos com deficiência;

4.7. Assegurar que ao final do quinto ano de vigência deste PME, todos os professores
lotados nas salas de recursos multifuncionais sejam habilitados em libras, braile,
comunicação aumentativa e alternativa, habilidades de orientação e mobilidade;

4.8. Monitorar e avaliar o atendimento dos alunos com deficiências e altas habilidades
no contra turno nas salas de recursos multifuncionais, a fim de propor mudanças necessárias;

4.9. Estabelecer parceria com as secretarias de saúde e assistência social a fim de garantir
uma equipe de saúde especializada a atender e realizar o acompanhamento aos alunos com
deficiência matriculados nas escolas públicas de ensino;

4.10. Realizar anualmente campanhas de conscientização das famílias quanto à importância


da convivência dos alunos com deficiências na rede regular de ensino;

4.11. Assegurar em parceria com União e Estado, na educação básica pública, transporte
escolar gratuito aos alunos com deficiência que comprometa sua mobilidade até a escola;
51
4.12. Assegurar por meio da Secretaria de Obras e Programas Federais complementares a
construção de calçadas e rampas de acesso às escolas urbanas e rurais das redes municipal e
estadual, no padrão de acessibilidade;

4.13. Estabelecer parceria com secretarias de saúde estadual e municipal a fim de garantir até
o final do quinto ano de vigência deste PME, a generalização da aplicação de testes de
acuidade visual e auditiva em todas as instituições de educação infantil e do ensino
fundamental, de forma a detectar problemas e oferecer apoio adequado às crianças com
deficiência;

4.14. Ampliar acervo bibliográfico, recursos audiovisuais, equipamentos de informática e


outros recursos assistivos para as salas de recursos multifuncionais de acordo com a
necessidade da clientela;

4.15. Assegurar a inclusão, no projeto pedagógico das unidades escolares, do atendimento às


necessidades educacionais especiais de seus alunos, definindo currículo e o uso dos recursos
disponíveis e oferecendo formação em serviço aos professores em exercício;

4.16. Estabelecer cooperação com as áreas de saúde, previdência e assistência social para, no
prazo de dez anos, tornar disponíveis órteses e próteses para todos os educandos com
deficiências, assim como atendimento especializado de saúde, quando for o caso;

4.17. Apoiar as ações do governo estadual voltadas para a implantação, no município de


um Núcleo de Tecnologia Assistiva (NETA), com equipe especializada, destinado ao
atendimento de alunos com deficiência.

4.18. Firmar parceria com a Secretaria Estadual de Educação e Universidades Públicas,


visando implementar na rede pública do município ao final do segundo ano de vigência deste
PME, programa de formação continuada para professores das classes comuns e dos que
atuarão nas salas de recursos multifuncionais e coordenadores pedagógicos;

Meta 5: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º( terceiro) ano do
ensino fundamental.

Diagnóstico

Os indicadores abaixo mostram que a garantia da alfabetização com qualidade de


aprendizagem a todas as crianças de 6 anos até no máximo 8 anos ainda é um grande desafio
52
para a região do vale do Juruá e em especial para o município de Feijó, que apresenta índices
de 62,1% no ano de 2013 em relação à meta nacional que é alfabetizar 100% das crianças
nessa faixa etária.

Tabela 5.1 – Taxa de alfabetização de crianças que concluíram o 3º Ano do Ensino


Fundamental

Fonte: pne.mec.gov.br

Meta mais do que justa visto que a leitura e a escrita são fundamentais ao avanço no
processo escolar. Menosprezar a urgência em se alcançar essa meta é comprometer o sucesso
escolar dos estudantes, e por sua vez o alcance das demais metas voltadas à educação básica,
em especial as correspondentes ao fluxo escolar e aprendizagem, escolaridade média e
alfabetização.

Como bem explicita o Plano Estadual de Educação 2015- 2024 o não domínio da
leitura e escrita assim como da alfabetização em sentido amplo, agrava problemas como
distorção idade/série, reforçam as taxas de evasão e repetência, o abandono escolar e o
elevado índice de analfabetismo funcional, comprometendo a qualidade das experiências de
vida dos usuários da escola pública. Vale ainda ressaltar o destaque dado pelo Plano Estadual
de Educação quando diz que “a idade de 8 anos deve, portanto ser realmente um limite
máximo para a conclusão da alfabetização e não ser tomada como um momento ideal para
que isso aconteça”.
53
Indicadores resultantes da Prova ABC realizada em 2012 explicitam melhor como
anda a aprendizagem das crianças de 6 a 8 anos em leitura, escrita e matemática no Brasil,
região norte e no Acre.

Tabela 5.2 – Indicadores de aprendizagens

Porcentagem de crianças Porcentagem de crianças Porcentagem de crianças do


do 3º ano do Ensino do 3º ano do Ensino 3º ano do Ensino
Fundamental com Fundamental com Fundamental com
aprendizagem adequada aprendizagem adequada aprendizagem adequada em
em leitura em escrita matemática
Brasil Brasil Brasil
44,54 30,09 33,33

Norte Norte Norte


27,32 16,05 16,54

Acre Acre Acre


41,75 16,19 17,17

Fonte: www.observatoriodopne.org.br

Analisando os dados citados o Plano Estadual de Educação conclui que em nenhum


dos itens avaliados pela Prova ABC, realizada em 2012, o percentual de crianças com a
aprendizagem adequada em leitura, escrita e matemática, alcançou o percentual de 50%. O
que significa dizer que a escola não tem sido capaz de garantir, ao longo de três anos, as
condições necessárias e favoráveis à apropriação dos conhecimentos necessários ao
processo de alfabetização na língua materna e em matemática . (Plano Estadual de Educação pg.
59)

54
Mesmo que o município não tenha participado da avaliação mencionada acima os indicadores resultantes da avaliação SEAPE/CAED
2014 das redes estadual e municipal de Feijó, nos últimos 05 (cinco) anos (tabelas abaixo) explicitam melhor como está a aprendizagem de
leitura e matemática dos meninos e meninas nesta unidade territorial.

Tabela 5.3 - Evolução dos resultados do SEAPE / 3º ano – Língua Portuguesa


REDE ESTADUAL DE FEIJÓ REDE MUNICIPAL DE FEIJÓ

PROFICIÊNCIA MÉDIA % POR PADRÃO DE DESEMPENHO PROFICIÊNCIA MÉDIA % POR PADRÃO DE DESEMPENHO
REDE ABAIXO DO REDE ABAIXO DO
EDIÇÃO ACRE BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO EDIÇÃO ACRE BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO
ESTADUAL BÁSICO MUNICIPAL BÁSICO
2010 477,8 455.2 27,2 18,5 24,1 30,2 2010 464,7 444,6 30,0 20,8 23,9 25,4
2011 488,3 507,7 11,0 12,4 25,7 50,9 2011 471.0 463,8 24,8 20,4 24,2 30,6
2012 499,7 506,6 11,7 13,7 22,3 52,3 2012 480,0 466,5 25,0 16,9 25,0 33,1
2013 505.9 513,0 10,2 12,1 21,4 56,3 2013 486.1 487,6 14,9 17,6 23,7 43,7
2014 513,4 522,0 10,2 16,7 18,6 54,4 2014 496.2 479,7 20,6 15,4 20,6 43,4
Fonte dos dados: www.seape.caedufjf.

Tabela 5.4 - Evolução dos resultados do SEAPE / 3º ano – Matemática


REDE ESTADUAL DE FEIJÓ REDE MUNICIPAL FEIJÓ

PROFICIÊNCIA MÉDIA % POR PADRÃO DE DESEMPENHO PROFICIÊNCIA MÉDIA % POR PADRÃO DE DESEMPENHO

ABAIXO ABAIXO
REDE REDE
EDIÇÃO ACRE DO BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO EDIÇÃO ACRE DO BÁSICO ADEQUADO AVANÇADO
ESTADUAL MUNICIPAL
BÁSICO BÁSICO
2010 738,1 721,0 58,0 34,0 7,4 0,6 2010 732,5 721,9 55,8 36,0 8,2 0,0
2011 743,3 750,9 37,6 41,3 18,4 2,8 2011 735,0 728,4 50,3 39,5 8,9 1,3
2012 756,7 764,2 22,8 50,8 26,4 0,0 2012 747,2 740,3 41,9 41,2 16,9 0,0
2013 758,4 754,9 26,0 54,4 16,7 2,8 2013 750,4 751,5 28,8 56,3 13,6 1,4
2014 761,6 771,8 19,5 48,4 25,6 6,5 2014 753,4 750,2 33,5 49,8 13,7 3,0
Fonte dos dados: www.seape.caedufjf.

55
Considerando que a alfabetização com qualidade de aprendizagem a todas as
crianças pressupõe que alcancem níveis de proficiência avançado ou minimamente adequado.
Levando-se em conta ainda que no município de Feijó os alunos do terceiro ano do ensino
fundamental já alcançaram o nível adequado em relação a leitura desde 2011 e ainda que os
alunos da rede estadual já estejam no nível avançado desde o ano de 2010, pode-se inferir
provisoriamente que as estratégias adotadas pelas duas redes, sobretudo pela rede estadual de
educação estão se mostrando eficientes. São notórias as mudanças no quadro de proficiência
de leitura.

O quadro de resultados do SEAPE em conhecimentos matemáticos ajustados ao 3º


ano/2ªsérie mostra que os alunos da rede pública de Feijó, na primeira avaliação externa em
2010, encontravam-se abaixo do básico no padrão de desempenho e atingiram o nível básico
no ano seguinte, porém não conseguiram avançar do básico ao adequado nos últimos 4
(quatro) anos.

Diante do exposto não se pode defender esse quadro como desejável, uma vez que
ainda temos crianças chegando ao final do 3º ano do ensino fundamental com desempenho
abaixo do esperado para esta etapa da escolaridade, ou seja, situam-se na faixa de 0 a 400 na
escala de proficiência do SAEB para esta série/ano e em conhecimentos matemáticos os
alunos do 3º ano ainda encontram-se na faixa de 725 a 800 na escala do SEAPE, nível básico
em matemática. Assim sendo, o esforço das redes estadual e municipal deve convergir para
reduzir a zero os perversos índices de exclusão a aprendizagem com qualidade a todos os
alunos do município, em especial nessa faixa etária.

Por reconhecer a formação dos professores como essencial ao alcance dessa meta o
Plano Nacional de Educação- PNE estabelece em sua estratégia 5.6

Promover e estimular a formação inicial e continuada de professores para a


alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias
educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação
entre programas de pós-graduação stricto sensu e ações de formação
continuada de professores para a alfabetização.

A tabela abaixo evidencia a necessidade de o município assegurar a participação de


seus professores da rede pública em cursos de pós-graduação stricto sensu voltados para a
alfabetização, como se vê, no ano de 2013 o município contava com 0% de mestres na área da
educação, ainda que se tenha ampliado o índice de professores graduados de 25% em 2007
para 66% em 2013, esse índice ainda está aquém do desejado.

56
Tabela 5.5 – Grau de Escolaridade dos professores

Com superior Com pós-graduação


Ano completo Stricto Sensu
2007 25% 0%

2008 29,2% 0%

2009 25% 0%

2011 33,3% 0%

2012 84,1% 0%

2013 66% 0%

Fonte: www.observatoriodopne.org.br

Diretrizes

Por compreender a importância das vozes daqueles que fazem educação no


município achou-se por bem acrescentar à análise desta meta as falas de professores
formadores lotados na Secretaria Municipal de Educação- SEME, professores alfabetizadores
e gestores escolares da mesma, quando indagados sobre que fatores contribuiriam e/ou
dificultariam o alcance dessa meta no município de Feijó, em especial na rede municipal de
ensino.

Reconheceram como positivas as seguintes iniciativas em âmbito federal, estadual e


municipal respectivamente:

 Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa - PNAIC aderido pelo município no
ano de 2013, assegurando a formação continuada em serviço com foco nos conteúdos
de alfabetização e letramento e com formação em matemática a partir de 2014;
 Prática de acompanhamento em sala de aula junto aos professores e alunos pelos
coordenadores pedagógicos e formadores com foco nas atividades propostas aos
alunos, nas escolas urbanas do município tanto na rede estadual quanto na municipal;
 Formação continuada na própria escola acontecendo por meio de grupos de estudos e
planejamentos sistemáticos com interação, socialização e trocas de experiências entre
os professores alfabetizadores, também em andamento em escolas urbanas do
município;

57
 Realização de avaliações externas no município abrangendo a alfabetização, em
especial SEAPE 2009 e ANA 2013.

Interessante notar a pertinência nas falas dos professores consultados em face ao


movimento do Brasil pela alfabetização na idade certa. Conforme vem mostrando o Plano
Estadual de Educação constituem-se diretrizes fundamentais para a alfabetização de todas
as crianças na idade certa ações governamentais em âmbito nacional, estadual e
municipal dentre as quais se destacam.


 LEI Nº 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006. Que altera a redação dos arts. 29,
30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o
Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade,
como forma de garantir às crianças das camadas populares mais tempo na escola e
mais equidade de acesso ao processo formal de alfabetização;

 DECRETO Nº 6.094, DE 24 DE ABRIL DE 2007. Que estabelece o Plano de


Metas Compromisso Todos pela Educação, em especial a meta 2 estabelece como
prazo máximo até 2022 para que 100% das crianças apresentem as habilidades básicas
de leitura, escrita e matemática até os 8 anos ou até o final do 2º ano do Ensino
Fundamental, assumido pelos três entes federados esse compromisso, está sendo
monitorado e seus resultados aferidos por exames periódicos específicos a saber
SAEB e Prova ABC (substituído pela ANA) , cada uma com suas respectivas escalas
de avaliação da proficiência em leitura, matemática e escrita.

A Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA: avaliação censitária


envolvendo os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental das escolas
públicas, com o objetivo principal de avaliar os níveis de alfabetização e
letramento em Língua Portuguesa, alfabetização Matemática e condições
de oferta do Ciclo de Alfabetização das redes públicas foi incorporada ao
Saeb pela Portaria nº 482, de 7 de junho de 2013, acontece anualmente.
Fonte: http://portal.inep.gov.br/web/saeb/aneb-e-anresc

 Instituição em 2012 do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa


(PNAIC), em ação no município desde o ano de 2013.

 Avaliações externas do processo de alfabetização. No Acre, esse processo teve


início em 2006 na capital estendendo-se ao município de Feijó desde 2009. “o
58
Sistema de Avaliação da Aprendizagem Escolar (SEAPE) avalia anualmente a
aprendizagem de todas as crianças do 3º ano do Ensino Fundamental do sistema
público de ensino, com o propósito de avaliar a qualidade da alfabetização na rede
pública do Estado, identificando avanços e dificuldades”;

 LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014. Que aprova o Plano Nacional de


Educação- PNE;

 Plano Estadual de Educação- PEE e este Plano Municipal de Educação- PME que
alinhados ao PNE estabelecem estratégias para o alcance da meta.

Ainda resultante de diálogo com professores e formadores da rede municipal de


ensino, bem como da observação direta da coordenadora desta comissão de elaboração do
PME/2015-2024 no período de março de 2014 a maio de 2015, faz- se mister destacar as
seguintes dificuldades a serem superadas, em especial pela rede municipal de ensino sob pena
de comprometer não apenas o alcance da meta 4 mas todas as metas de 1 a 10, que referem-se
à qualidade da educação básica em suas etapas e modalidades. São elas:

 A rotatividade do quadro de professores dos anos iniciais do ensino fundamental


(alfabetizadores);
 Número insuficiente de coordenadores e formadores da SEME, inviabilizando as
devolutivas de formação aos professores, dado o grande número de turmas a serem
acompanhadas;
 Professores alfabetizadores que trabalham com turmas que ultrapassam o limite de 25
alunos, além dos espaços da sala de aula não serem compatíveis ao número de alunos,
na área urbana.
 Inexistência de uma política de lotação de professores, com orientações claras para as
classes de alfabetização;
 Baixo índice de grupos de estudo e planejamentos sistemáticos nas escolas com
interação, socialização e trocas de experiências entre os professores alfabetizadores, na
área rural.
 Difícil acesso às comunidades rurais fragiliza a formação continuada e o
acompanhamento pelas equipes de formadores da Secretaria Municipal de Educação-
SEME, não permitindo sua continuidade em alguns períodos do ano;
 Grande número de turmas multisseriadas na zona rural;
 Baixo índice de formação dos professores da zona rural. Apenas 6 (seis) professores
da zona rural possuíam graduação em pedagogia de um total de 96 escolas rurais; (105
professores no total), aproximadamente 20 possuem outra graduação e a grande
59
maioria apenas nível médio em Programas como PEEM, EJA MÉDIO(dados
referentes ao ano de 2013);
 Professores da área rural em situação de contratação provisória de trabalho e sem a
formação inicial necessária ao trabalho com as crianças dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, apenas 11(onze) professores permanentes de 105 no total da rede em
2013;
 Ausência de politica de valorização e lotação do professor da área rural, ocasionando
migração de professores permanentes da zona rural para a zona urbana;
 Recursos insuficientes para a realização de acompanhamento às escolas rurais;
 Pouco envolvimento dos gestores escolares nas formações e planejamentos com
professores;
 Fraca divulgação das ações da educação municipal, tais como planejamento,
formação, práticas da sala de aula;
 Ausência de um espaço próprio para formação continuada de professores da rede
municipal pela SEME;
 Ausência de planejamento estratégico que potencialize os resultados das ações desta
SEME;

Estratégias

5.1. Estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino


fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação
e valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com apoio pedagógico específico, a
fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças;

5.2. Fomentar o uso dos instrumentos de avaliação e monitoramento nacional e estadual, nas
escolas da rede municipal a fim de implementar intervenções e medidas pedagógicas
necessárias a alfabetização de todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino
fundamental;

5.3. Desenvolver programa de formação continuada e acompanhamento sistemático aos e


professores alfabetizadores das áreas rurais do município;

5.4. Fortalecer a política de formação continuada de professores alfabetizadores da rede


municipal, na perspectiva de alfabetizar plenamente todas as crianças até, no máximo o 3º ano
do Ensino Fundamental;

60
5.5. Firmar parceria com instituições de Ensino Superior Públicas a fim de assegurar a
formação inicial e continuada de professores para a alfabetização de crianças, com o
conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras,
estimulando a articulação entre programas de pós-graduação stricto sensu e ações de
formação continuada de professores para a alfabetização ;

5.6. Estabelecer com base em parâmetros nacionais e orientações curriculares estaduais,


orientações curriculares específicas para as escolas rurais de Feijó;

5.7. Apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas especificidades,
inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade
temporal.

5.8. Estimular a prática de avaliações diagnósticas da aprendizagem dos alunos nos anos
iniciais, como ferramenta para a definição de atividades pedagógicas ajustadas às reais
necessidades de aprendizagem das crianças;

5.9. Definir critérios de lotação de professores nos anos iniciais do ensino fundamental que
levem em conta a formação continuada dos professores em alfabetização e letramento, a
participação nos grupos de estudo na própria escola e os resultados de aprendizagem
apresentados nas avaliações externas;

5.10. Certificar professores lotados na rede municipal que participam das formações em
serviço oferecidas pela escola e secretaria, incentivando a formação de grupos de estudo na
própria unidade educativa;

5.11. Rever o organograma da Secretaria Municipal de Educação a fim de ajusta-lo às reais


necessidades de formação continuada e acompanhamento aos professores da rede municipal,
assim como assessoria às suas equipes gestoras na elaboração e implementação de seus
Projetos Políticos Pedagógicos, até o final do 2º ano de vigência deste Plano Municipal de
Educação;

5.12. Incentivar a prática de fóruns municipais de caráter bienal a fim de divulgar as práticas
exitosas das escolas da rede municipal de educação;

5.13. Realizar estudo dos custos com viagens de formação e acompanhamento às escolas
rurais, a fim de assegurar os recursos necessários para a sua ampliação ao longo do período de
vigência deste PME;

5.14. Fortalecer as ações de formação e acompanhamento realizadas por formadores da


SEME;

61
5.15. Estimular o planejamento das ações anuais a serem realizadas pela Secretaria Municipal
de Educação, garantido a correta aplicação dos recursos gastos com educação e a viabilidade
das ações de formação continuada e acompanhamento das unidades escolares da rede
municipal.

Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas,
de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

Diagnóstico

O município de Feijó vem aderindo ao Programa Mais Educação como forma de


assegurar aos seus jovens e crianças a ampliação da jornada escolar para 7 (sete) horas diárias
e assim, efetivar a educação em tempo integral.

Tabela 6.1- Unidades Educativas que realizam atendimento em Tempo Integral -


Programa Mais Educação

Ano Total Estadual Municipal

Rural Urbana Rural Urbana


2013 23 02 03 16 02
2012 14 02 03 07 02
2011 01 00 01 00 00
Fonte: Observatório do PNE

Tabela 6.2 - Matrícula de atendimento em Tempo Integral - Programa Mais Educação

Ano Total Estadual Municipal


2013 1.621 556 1.065
2012 1.465 833 632
2011 124 124 00
Fonte: Observatório do PNE

62
As tabelas 6.1 e 6.2 apresentadas acima revelam que a rede estadual de ensino aderiu
ao Programa Mais Educação no ano de 2011 com o atendimento de 124 (cento e vinte e
quatro) alunos. Por conseguinte a rede municipal fez sua adesão no ano de 2012 com 9 (nove)
escolas e 632 alunos fazendo parte do programa.
As tabelas acima ainda demonstram que a matrícula em tempo integral tem sido mais
significativa na rede municipal, de 632 alunos matriculados em 2012 para 1.065 alunos em
2013, praticamente duplicando a matrícula inicial, em percentual isso quer dizer que o
município neste ano foi responsável por 66% da matrícula em tempo integral e a rede estadual
33%.
Comparados os índices do Município, Estado, Região Norte e Brasil, percebe-se que
ainda há muito que se fazer para o alcance da meta, também que o maior desafio não será a
ampliação do número de escolas em tempo integral, mas assegurar que um número maior de
alunos da educação básica estejam incluídos/matriculados em tempo integral. Se em relação
ao número de escolas já estamos com 17% ofertando educação em tempo integral, o número
de alunos matriculados nesta etapa ainda é de 14%, conforme indicadores abaixo (tabelas 6.3
e 6.4).

Tabela 6.3 - Porcentagem de escolas públicas da Educação Básica com matrículas em


Tempo Integral

63
Tabela 6.4 - Percentual de alunos que permanecem pelo menos 7h em atividades
escolares

No município de Feijó alguns fatores contribuirão para o alcance da meta como a


aceitabilidade das famílias ao Programa Mais Educação e o interesse dos alunos pelos macros
campos sugeridos pelo Programa, o financiamento pelo FUNDEB, o Programa de
Alimentação Escolar PNADE e a universalização do Ensino Fundamental.

Em contrapartida, existem alguns obstáculos que podem dificultar o alcance desta


meta como, por exemplo, o município dispõe de poucos espaços culturais capazes de ancorar
as atividades extraclasses com os alunos do Programa Mais Educação. Assim ficam reduzidas
as possibilidades de parcerias fora da escola, o que limita as possibilidades de convivência
social em outros ambientes sócio- culturais enriquecedores.

Centralizando as atividades do Programa Mais Educação na escola há que se


enfrentar problemas como adequação dos espaços escolares que em sua maioria não estão
adequados nem mesmo para o atendimento das atividades regulares de seus alunos. Faltam às
escolas salas de aula adequadas, espaços para desenvolvimento de atividades recreativas,
artísticas e culturais, bibliotecas com acervos atualizados e em número suficiente para uso
pelos alunos, áreas para prática de esportes inexistentes ou em precárias condições de uso,
laboratórios e equipamentos de informática inexistentes ou com equipamentos ultrapassados e
sem condições de uso. Como se pode observar nos dados do censo escolar 2013, nas tabelas
abaixo.
64
Tabela 6.5 - Dependências das escolas da Educação Básica no município

Total Estadual Municipal


Dependências
Estadual Municipal Urbano Rural Urbano Rural
Biblioteca 15% 4% 83% 5% 33% 2%

(7 escolas) (4 escolas) (5 escolas) (2 escolas) (2 escolas) (2 escolas)

Cozinha 74% 100% 100% 71% 100% 100%

(35 escolas) (98 escolas) (6 escolas) (29 escolas) (6 escolas) (92 escolas)

Laboratório de 15% 9% 100% 2% 33% 8%


informática
(7 escolas) (9 escolas) (6 escolas) (1 escola) (2 escolas) (7 escolas)

Laboratório de 2% 0% 17% 0% 0% 0%
ciências
(1 escola) (0 nenhuma) (1 escola) (0 nenhuma) (0 nenhuma) (0 nenhuma)

Quadra de esportes 2% 1% 17% 0% 17% 0%

(1 escola) (1 escola) (1 escola) (0 nenhuma) (1 escolas) (0 nenhuma)

Sala para leitura 0% 1% 0% 0% 0% 1%

(0 nenhuma) (1 escola) (0 nenhuma) (0 nenhuma) (0 nenhuma) (1 escola)

Sala para a 11% 8% 67% 2% 100% 2%

Diretoria (5 escolas) (8 escolas) (4 escolas) (1 escola) (6 escolas) (2 escolas)

Sala para os 17% 86% 100% 5% 83% 86%


professores
(8 escolas) (84 escolas) (6 escolas) (2 salas) (5 escolas) (79 escolas)

Sala para 11% 10% 83% 0% 67% 7%


atendimento
especial (5 escolas) (10 escolas) (5 escolas) (0 nenhuma) (4 escolas) (6 escolas)

Sanitário dentro do 26% 11% 100% 15% 100% 5%


prédio da escola
(12 escolas) (11 escolas) (6 escolas) (6 salas) (6 escolas) (5 escolas)

Sanitário fora do 66% 87% 0% 76% 0% 92%


prédio da escola
(31 escolas) (85 escolas) (0 nenhuma) (31 escolas) (0 nenhuma) (85 escolas)

Fonte: Censo escolar 2013

65
Tabela 6.6 - Equipamentos que dispões as escolas da Educação Básica do município

Total Estadual Municipal


Equipamentos
Estadual Municipal Urbano Rural Urbano Rural
28% 11% 100% 17% 100% 5%
Aparelho de DVD (13 escolas) (11 escolas) (6 escolas) (7 escolas) (6 escolas) (5 escolas)
17% 11% 100% 5% 100% 5%
Impressora (8 escolas) (11 escolas) (6 escolas) (2 escolas) (6 escolas) (5 escolas)
15% 5% 100% 2% 50% 2%
Antena parabólica (7 escolas) (5 escolas) (6 escolas) (1 escola) (3 escolas) (2 escolas)
4% 5% 33% 0% 33% 3%
Máquina copiadora (2 escolas) (5 escolas) (2 escolas) (0 nenhuma) (2 escolas) (3 escolas)
11% 1% 83% 0% 17% 0%
Retroprojetor (5 escolas) (1 escola) (5 escolas) (0 nenhuma) (1 escola) (0 nenhuma)
28% 11% 100% 17% 100% 5%
Televisão (13 escolas) (11 escolas) (6 escolas) (7 escolas) (6 escolas) (5 escolas)
Fonte: Censo escolar 2013

As duas tabelas evidenciam também que o desafio do município é ainda maior por
sua rede escolar constituir-se primordialmente em escolas rurais de pequeno porte, visando
atender às comunidades de menor densidade populacional em áreas de difícil acesso, o que
com certeza demandará um maior aporte de recursos e modelo de educação integral específico
que respeite o modo de ser e viver das comunidades rurais deste município, no entanto sem
negar-lhes uma educação integral em seu sentido lato assentada em base nacional comum a
todos os cidadãos brasileiros.

Outro desafio refere-se à participação da comunidade nas atividades escolares.


Ampliar a jornada escolar significa ampliar número de atores nos processos escolares.
Gestores escolares que têm acompanhado o Programa Mais Educação nas unidades
educativas do município ressentem-se de que “os monitores não possuem uma formação na
área educacional e sentem dificuldades de ordem metodológica em desenvolver os macro
campos oferecidos. Também os recursos destinados ao pagamento dos monitores são
irrisórios, o que desestimula a continuidade das parcerias, gerando rotatividade de
monitores”.( gestores e gestoras das redes estadual e municipal de educação)

66
Diretrizes

A oferta educacional brasileira assenta-se na perspectiva da educação integral uma


vez que já em sua constituição define a todos os cidadãos o direito a uma educação de
qualidade voltada para o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (art. 205, Constituição Federal do Brasil).

Nessa perspectiva de formação integral do ser humano é que importantes marcos na


legislação educacional vem se delineando no sentido de que a educação integral deva estar
associada à educação em tempo integral onde a escola seja o centro desse processo educativo.

Um marco fundamental é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 que


estabelece em seu art. 34 § 2º “o ensino fundamental será ministrado progressivamente em
tempo integral, a critério dos sistemas de ensino” e no ar.t 87§ 5º “serão conjugados todos os
esforços objetivando a progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino fundamental
para o regime de escolas de tempo integral.”

Ampliando as definições apresentadas na LDB 9394/96 a Lei nº 10. 172 de 09 de


janeiro de 2001 que estabeleceu o Plano Nacional de Educação - PNE 2001-2011 estende em
seus objetivos e metas a ampliação do tempo escolar para além do ensino fundamental,
incluindo também a educação infantil e define como jornada escolar de tempo integral aquela
que oferece no mínimo 7(sete) horas aulas diariamente. Por sua vez o currículo escolar deve
compreender a articulação e complementariedade de atividades cognitivas, artísticas e físicas.

Visando o financiamento da educação em tempo integral o Fundeb em seu decreto de


criação considera educação básica em tempo integral a jornada escolar com duração igual ou
superior a sete horas diárias, durante todo o período letivo, compreendendo o tempo total de
permanência do aluno na escola ou em atividades escolares.

Definindo uma proposta concreta de educação em tempo integral, o Governo Federal


cria o Programa Mais Educação, pela Portaria Normativa Interministerial nº 17 de 24 de
abril de 2007, que oferecido gratuitamente às crianças e jovens do Ensino Fundamental e
Médio “visa fomentar, por meio de sensibilização, incentivo e apoio, projetos ou ações de
articulação de políticas sociais e implementação de ações socioeducativas no contra turno” e
tem como objetivos:

I. Contemplar a ampliação do tempo e do espaço educativo de suas redes


e escolas, pautada pela noção de formação integral e emancipadora;
II. Promover a articulação, em âmbito local, entre as diversas políticas
públicas que compõem o Programa e outras que atendam às mesmas
finalidades;
67
III. Integrar as atividades ao projeto político-pedagógico das redes de
ensino e escolas participantes;
IV. Promover, em parceria com os Ministérios e Secretarias Federais
participantes, a capacitação de gestores locais;
V. Contribuir para a formação e o protagonismo de crianças,
adolescentes e jovens;
VI. Fomentar a participação das famílias e comunidades nas atividades
desenvolvidas, bem como da sociedade civil, de organizações não
governamentais e esfera privada;
VII. Fomentar a geração de conhecimentos e tecnologias sociais, inclusive
por meio de parceria com universidades, centros de estudos e pesquisas,
dentre outros;
VIII. Desenvolver metodologias de planejamento das ações, que permitam
a focalização da ação do Poder Público em territórios mais
vulneráveis; e
IX. Estimular a cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
Diante das orientações legais para a efetivação de uma escola voltada para a
formação integral de seus educandos com atendimento em tempo integral, também pela
experiência acumulada das escolas que já participam do Programa Mais Educação é que o
município de Feijó entende a necessidade da ampliação da jornada escolar em especial aos
seus alunos do Ensino Fundamental.

Nessa década terá sua atenção voltada para a ampliação do Programa Mais Educação
nas escolas de Ensino Fundamental.

Estratégias

6.1. Expandir paulatinamente o atendimento escolar em jornada ampliada de modo que ao


final do 5º ano da aprovação deste PME 18% das escolas do Ensino Fundamental, estejam
funcionando em tempo integral, com atendimento de 25% de seus alunos, por meio da adesão
ao Programa Mais Educação;

6.2. Investir na melhoria da estrutura física das escolas inseridas no Programa Mais Educação,
para criação de salas e/ou espaços adequados na própria escola para o funcionamento dos
macro campos;

6.3. Garantir assessoria às escolas da rede municipal, afim de que registrem em seus Projetos
Políticos Pedagógicos suas propostas de educação em tempo integral, de acordo com as
necessidades de sua clientela;

68
6.4. Realizar estudo dos resultados alcançados pelos alunos e escolas inseridos no Programa
Mais Educação no município em relação ao rendimento escolar e resultados nas avaliações
externas até o final do segundo ano de vigência deste PME;

6.5. Divulgar resultados de pesquisa com os beneficiários do Programa Mais Educação à


comunidade local;

6.6. Firmar parceria com Rede Estadual/SEE com o objetivo de assegurar às escolas com mais
de 150 (cento e cinquenta) alunos matriculados no Programa Mais Educação um coordenador
pedagógico exclusivo ao planejamento e acompanhamento pedagógico com os monitores do
Programa na própria escola, tanto na rede estadual quanto municipal;

6.7. Garantir em parceria com Estado/SEE, a cada início de ano letivo, formação inicial dos
monitores para o desenvolvimento das atividades com os macro campos do Programa Mais
Educação;

6.8. Envidar esforços para ampliar quantitativo- qualitativamente da merenda escolar de modo
a atender os alunos das unidades rurais que estejam funcionando em tempo integral com 03
(três) refeições distribuídas em lanche, almoço e lanche, a partir do segundo ano de vigência
deste PME;

6.9. Considerar o número de alunos matriculados no Programa Mais Educação para efeito de
fornecimento de merenda escolar e lotação de merendeiras na escola;

6.10. Promover a realização de encontros anuais das equipes escolares das escolas que
participam do Programa Mais Educação e outros modelos de educação em tempo integral
para troca de experiências entre escolas .

6.11. Realizar estudo de outros modelos de escola em tempo integral desenvolvidas em


escolas brasileiras, em especial em escolas rurais, a fim de subsidiar as necessárias mudanças
no modelo adotado pelo município até o final do 2º ano de vigência deste PME;

6.12. Equipar prioritariamente as escolas que funcionam em tempo integral com laboratórios
de informática e acesso à internet, quadra de esporte coberta e espaço adequado para
realização de atividades como dança e teatro;

69
Meta 7: Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas etapas e modalidades, com
melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias para
o Ideb no município de Feijó.

IDEB 2015 2017 2019 2021


Anos Iniciais do Ensino Fundamental 4,2 4,5 4,9 5,2
Anos Finais do Ensino Fundamental 4,8 5,0 5,3 5,5
Ensino Médio 3,9 4,3 4,6 4,8
IDEA 2015 2017 2019 2021
Anos Iniciais do Ensino Fundamental 5,2 5,5 5,8 6,1
Anos Finais do Ensino Fundamental 4,7 5,0 5,3 5,5
Ensino Médio 3,9 4,3 4,6 4,8
Fonte: Plano Estadual de Educação- PEE

Diagnóstico

Essa meta justifica-se por estar intrinsecamente ligada à qualidade da educação


básica no País. Qualidade instituída como um dos princípios basilares da educação básica
nacional na Constituição Federal e reiterada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional LDBEN 9394/96 em seu art.3 inciso IX. Previamente informados pelo Plano
Estadual sobre a complexidade em se definir um conceito de qualidade da educação.
Achamos por bem apresentar em resumo o que diz o parecer CNE/ CEB Nº 11/2010 sobre tão
relevante conceito.

O referido parecer reconhece essa complexidade à medida que o apresenta como uma
construção histórica que assume diferentes significados em tempos e espaços diversos e tem a
ver com os lugares de onde falam os sujeitos, os grupos sociais a que pertencem, os
interesses e os valores envolvidos, os projetos de sociedade em jogo. Contudo, apresenta o
que é consenso nacional e internacional hoje, inclusive defendido por organismos como a
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Menciona que em documento de 2007 a UNESCO advoga uma qualidade em


educação para além da eficácia e eficiência, pois sendo um direito fundamental, deve ser
antes de tudo relevante, pertinente e equitativa. Para deixar mais claro citamos na íntegra o
que diz o parecer sobre o que significa ser relevante, pertinente equitativa:

A relevância reporta-se à promoção de aprendizagens significativas do ponto


de vista das exigências sociais e de desenvolvimento pessoal. A pertinência
70
refere-se à possibilidade de atender às necessidades e às características dos
estudantes de diversos contextos sociais e culturais e com diferentes
capacidades e interesses. E a equidade, à necessidade de tratar de forma
diferenciada o que se apresenta como desigual no ponto de partida, com
vistas a obter aprendizagens e desenvolvimento equiparáveis, assegurando a
todos a igualdade de direito à educação.
(PARECER CNE/CEB Nº: 11/2010)

Em resumo quer se dizer que consensualmente aceito na contemporaneidade é que


qualidade em educação não se restringe apenas ao rendimento escolar dos alunos, mas como
bem elucida as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica remete a
uma determinada ideia de qualidade de vida na sociedade e no planeta Terra. Portanto deve
estar alicerçada no compromisso com o ingresso, permanência e o sucesso de todos,
especialmente acesso aos grupos em desvantagem na sociedade.

O que implica assegurar aprendizagem a todos os alunos, a redução da repetência e da


distorção idade/série. Tal feito será possível à medida que se articulem poderes, governos e
instituições públicas, privadas e sociedade civil organizada na promoção de ações que viabilizem um
projeto educativo verdadeiramente relevante, pertinente e acima de tudo equânime.

Indica ainda o PARECER CNE/CEB Nº: 11/2010 que a qualidade da educação hodierna
requer que se ofereçam mais recursos e melhores condições às escolas menos providas e aos alunos
que deles mais necessitem. Ao lado das políticas universais, dirigidas a todos sem requisito de
seleção, é preciso também sustentar políticas reparadoras que assegurem maior apoio aos diferentes
grupos sociais em desvantagem. Igualmente no compromisso com o sucesso e valorização dos
profissionais da educação, recursos e melhores condições às escolas. Dentre outros
componentes já mencionados em outras metas deste Plano Municipal de Educação.

Tão abrangente e complexa é a qualidade em educação que o Plano Nacional de


Educação 2014-2024 estabelece para o alcance desta meta o maior número de estratégias de
todas as suas 20 metas. A saber, está constituída por 36 (trinta e seis) estratégias que
envolvem desde o currículo escolar, avaliação externa como instrumento de planejamento
estratégico, formação de professores e demais profissionais da educação, articulação da
educação com secretarias locais e sociedade civil organizada, gestão democrática e seus
instrumentos de participação e regime de colaboração necessário entre entes federados com
vistas a financiar e dividir responsabilidades na execução das ações necessárias à qualidade da
educação nacional.

71
Diante do exposto é preciso reconhecer que o alcance desta meta não vai depender
exclusivamente da escola e seus educadores, estes lograrão êxito em maior ou menor grau a
depender do apoio que tiverem.

Feitas as devidas considerações deter-nos-emos nos indicadores da meta. São os


próprios que a compõe: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - Anos Iniciais
do Ensino Fundamental, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - Anos Finais
do Ensino Fundamental e Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - Ensino
Médio.

Ainda que limitado. Este indicador foi criado em 2007, pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), formulado para medir a qualidade
do aprendizado nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino.
Funciona como um indicador nacional que possibilita o monitoramento da qualidade da
Educação pela população por meio de dados concretos, com o qual a sociedade pode se
mobilizar em busca de melhorias. Para tanto, o Ideb é calculado a partir de dois
componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e as médias
de desempenho nos exames aplicados pelo Inep.
As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil, para escolas e municípios, e
do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), para os estados e o País, realizados
a cada dois anos. É importante saber que as metas estabelecidas pelo Ideb são diferenciadas
para cada escola e rede de ensino, contudo todas as redes devem alcançar a média de 6 pontos
até 2022, média de sistemas educacionais dos países desenvolvidos que fazem parte da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, composto
atualmente por 65 países.

Indicadores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Vejamos como tem sido a evolução dos indicadores da meta no município por etapa da
educação básica. A tabela abaixo mostra que o IDEB dos anos iniciais do Ensino
Fundamental de Feijó, tem alcançado e superado as metas estabelecidas pelo Ministério da
Educação, Tabela 7.1. No entanto, torna-se fundamental atentar para as médias alcançadas por
cada estabelecimento de ensino, visto que há escolas cujas médias encontram-se abaixo da
projeção.

72
Tabela 7.1 - Evolução IDEB / Ensino Fundamental - Anos Iniciais

Ideb Observado Metas Projetadas

2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
2,7 3,2 3,5 4,1 4,7 2,8 3,2 3,7 4,0 4,2 4,5 4,9 5,2
Fonte: Dados do Ideb/Inep (2013)

Olhando atentamente o indicador nota padronizada do IDEB (média da proficiência


em Língua Portuguesa e Matemática, padronizada para um indicador entre 0 e 10 obtida em
determinada edição do exame realizado ao final da etapa de ensino) disponível em sítios
oficiais como Observatório do PNE nota-se que o Município vem assegurando cada vez mais
qualidade no ensino aos estudantes dessa etapa da educação básica. Acompanhando os
avanços do Brasil, da região Norte e do Acre, chegando por vezes a superá-los como ocorre
no ano de 2013, onde apresentamos os maiores índices de proficiência em Língua Portuguesa
e Matemática.

Tabela 7.2 - Nota Padronizada (Ideb) - Anos iniciais do Ensino Fundamental

Localidade 2005 2007 2009 2011 2013


Brasil 4,39 4,69 5,05 5,25 5,33
Norte 3,97 4,27 4,72 4,88 -
Acre 4,24 4,57 5,02 5,16 5,55
Feijó 4,41 4,53 4,88 5,13 5,7
Fonte: Observatório do PNE

Vejamos ainda outro indicador muito importante. A taxa de distorção idade – série
(ver tabelas 7.3 e 7.4, a seguir) é “um importante indicador de fluxo e representa a
porcentagem dos alunos de determinada localidade que não estão matriculados em uma
etapa compatível com sua idade escolar”. Como podemos observar a taxa de distorção idade
– série na rede total (pública e privada) no Brasil (para os Anos Iniciais do Ensino
Fundamental) passou de 23% em 2006 para 15,4% em 2013; na região Norte passou de
37,1% em 2006 para 25,3% em 2013; no Acre passou de 35,2% em 2006 para 26,9% em
2013 e no município de Feijó os percentuais que eram de 50,9% decresceram para 42,7%.
Contudo, ainda são muito elevados.

Registre-se que os percentuais de distorção idade- série apresentados, no contexto


geral, evidenciam as enormes desigualdades regionais de nosso país, desigualdades essas de
várias ordens, mas em especial reforçamos as já mencionadas nesse documento base:
73
socioeconômicas, culturais e geográficas. Em que pese nossas especificidades territoriais e
dificuldades locais, já mencionadas no texto base da meta 1 e 2, nesse caso as taxas de
distorção idade – série do Acre são afetadas/elevadas pelos altos índices de nosso município,
em especial pelas escolas da rede municipal, a principal ofertante de Ensino Fundamental nos
anos iniciais, na área rural. Com. 42,7 % de distorção idade- série em 2013, Feijó assume o
topo de um ranking negativo em relação ao Brasil, região Norte e no Acre. Ver tabelas
abaixo:

Tabela 7.3 - Evolução da Distorção Idade - Série / Anos Iniciais- Contexto Geral

Ensino Fundamental
Ano
Anos Iniciais
Brasil Norte Acre Feijó
2006 23,0 37,1 35,2 50,9
2007 22,6 36,7 34,7 50,3
2008 17,6 26,1 24,0 30,7
2009 18,6 29,8 26,9 38,8
2010 18,5 30,7 28,7 47,8
2011 17,8 29,5 28,9 45,6
2012 16,6 27,4 27,8 45,5
2013 15,4 25,3 26,9 42,7
Fonte: Inep /Censo Escolar

Tabela 7.4 - Evolução da Distorção Idade /Série - Anos Iniciais - Contexto Local

Ensino Fundamental
Ano Anos Iniciais
Rede Estadual Rede Municipal
2006 43,2 56,1
2007 43,8 56,0
2008 27,2 33,6
2009 35,2 41,5
2010 41,1 53,1
2011 36,5 51,9
2012 38,2 50,9
2013 35,8 47,8
Fonte: Inep /Censo Escolar

74
Visto que a distorção idade-série pode ser desencadeada por entrada tardia na escola,
mas também pela repetência e abandono escolar. Consultemos ainda como andam o
movimento e rendimento escolar de nossos estudantes dessa etapa da educação básica entre os
anos de 2007 a 2013, verificando a evolução das taxas de aprovação, reprovação e abandono
escolar no Brasil, região Norte, Acre e Feijó.

Tabela 7.5 – Rendimento: Aprovação - Reprovação - Abandono / Anos Iniciais -


Contexto geral

Ensino Fundamental Anos Iniciais


Ano Aprovação Reprovação Abandono
Brasil Norte Acre Feijó Brasil Norte Acre Feijó Brasil Norte Acre Feijó

2007 84,87 76,1 81,95 68,6 15,13 17,3 12,60 23,8 2,5 6,6 5,45 7,6

2008 82,67 78,0 85,35 68,5 17,33 16,0 10,54 22,2 2,9 6,0 4,10 9,3

2009 87,60 81,0 87,63 70,5 12,40 14,1 8,61 17,3 2,3 4,9 3,76 12,2

2010 94,12 84,5 87,98 80,2 5,88 11,4 8,72 11,5 1,8 4,1 3,29 8,3

2011 94,12 87,0 89,01 79,3 5,88 9,7 8,35 16,6 1,6 3,3 2,64 4,1

2012 87,60 87,2 89,32 75,4 12,40 9,8 8,33 17,3 1,4 3,0 2,35 7,3

2013 88,06 88,6 90,76 81,4 11,94 8,8 7,28 14,1 1,2 2,6 1,96 4,5

Fonte: Inep /Censo Escolar

Nota-se que no contexto geral apesar das oscilações dos números apresentados em
nível de Brasil e Município, o crescimento da taxa de aprovação tem sido significativa, em
especial quando falamos do Acre como um todo. Contudo, o percentual de
aprovação/reprovação em Feijó evidencia que 14,1%, dos alunos, no último ano considerado
2013, não aprendem o mínimo necessário para progredir nos estudos.

Também a taxa de abandono escolar em Feijó sempre é das maiores, mas vem sendo
reduzida gradualmente de modo que no ano de 2007 cerca de 7,6 % dos estudantes

75
matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental abandonaram a escola, já em 2013 esse
número decresceu para 4,5%, o que não deixa de ser ainda muito elevado.

Comparando os índices das redes municipal e estadual neste município, percebe-se


que a rede municipal é a responsável pelo maior percentual de abandono escolar ao passo que
as mais elevadas taxas de reprovação são apresentadas pelas escolas da rede estadual.

Tabela 7.6 – Rendimento: Aprovação – Reprovação – Abandono /Anos Iniciais -


Contexto local

Ensino Fundamental Anos Iniciais

Ano Aprovação Reprovação Abandono


Estadual Municipal Estadual Municipal Estadual Municipal
70,1 67,1 22,4 25,1 7,5 7,8
2007
75,8 62,5 16,6 26,9 7,6 10,6
2008
77,2 65,6 14,5 19,4 8,3 15,0
2009
73,7 85,3 17,8 6,6 8,5 8,1
2010
85,0 79,8 18,8 15,1 2,4 5,3
2011
83,6 75,4 18,6 16,3 5,2 9,0
2012
78,7 83,4 17,5 11,7 3,8 4,9
2013
Fonte: Inep /Censo Escolar

Indicadores dos Anos Finais do Ensino Fundamental

Observemos agora os indicadores dos anos finais do Ensino Fundamental. Percebe-


se que nos anos de 2007, 2009 e 2011 conseguiu-se até mesmo superar as metas projetadas do
Ideb. Por exemplo, no ano de 2009 superou-se a meta projetada para 2013. Contudo, no ano
de 2013 a conquista foi o alcance da meta projetada para este. Comparando o Ideb do Acre
com Brasil, região Norte e Acre, o Plano Estadual de Educação mostra em números que a
qualidade da aprendizagem dos alunos acrianos nessa etapa da educação básica evidencia os
avanços na qualidade da educação do Estado, nesse contexto pode-se dizer que o município
de Feijó vem acompanhando e até mesmo superando as médias regionais e nacionais.

76
Tabela 7.7 – Evolução do IDEB / Ensino Fundamental - Anos Finais

Ideb Observado Metas Projetadas

2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
3,5 3,8 4,5 4,3 4,4 3,6 3,7 4,0 4,4 4,8 5,0 5,3 5,5
Fonte: Dados do Ideb/Inep (2013)

A tabela abaixo apresenta a nota padronizada dos anos finais do Ensino


Fundamental. Percebe-se que no Brasil, na região norte, no Acre e no município de Feijó, o
número de alunos que concluem etapa da educação básica com uma pontuação acima do nível
adequado na Prova Brasil que é de 275 pontos em Língua Portuguesa e 300 pontos em
Matemática para o 9º ano é menor do que o resultado da nota padronizada dos anos iniciais,
vistos nas tabelas acima. Porém, percebe-se que os percentuais do município de Feijó são
superiores aos do Brasil, da região norte e do Acre. Comparado a municípios vizinhos
também se pode constatar essa mesma superioridade.

Esse é um dado relevante porque conforme explicita o Plano estadual de Educação a


qualidade da educação pressupõe que todos os alunos aprendam cada vez mais e melhor ao
longo da vida escolar. Por isso, monitorar o percentual de alunos com desempenhos
superiores aos níveis adequados de habilidades é indispensável, posto que garantir a todos os
estudantes um padrão de aprendizagem elevado é estratégico pra a equidade dos Sistemas
Educativos. (PEE)

Tabela 7.8 - Nota padronizada (Ideb) - Anos Finais do Ensino Fundamental

Localidade 2005 2007 2009 2011 2013


Brasil 4,28 4,49 4,67 4,73 4,72
Norte 4,07 4,27 4,46 4,48 -
Acre 4,13 4,29 4,61 4,6 4,77
Feijó 4,32 4,31 4,94 4,79 4,89
Fonte: Observatório do PNE

Vejamos ainda outro indicador muito importante. A taxa de distorção idade- série
nos anos finais do Ensino Fundamental. Nos 8 anos analisados, se tomarmos como base o ano
inicial 2006 e o final 2013, Feijó reduziu apenas 10,03% seu alto índice de distorção idade-
série nessa etapa da educação básica, mas indica que no decênio, aplicadas as políticas
77
adequadas, pode ser reduzido a níveis aceitáveis. Percebe-se que em 2010, 2011, 2012 e 2013
os percentuais estavam mais elevados que em 2008 e 2009. Em parte isso se deve ao fato de
que na zona rural de Feijó a etapa final do Ensino Fundamental só tenha chegado em 2010
com o Programa Asas da Florestania do 5º ao 9º ano, ofertado pela rede Estadual e Municipal.

Tabela 7.9 - Evolução da Distorção Idade / Série – Anos Finais - Contexto Geral

Ensino Fundamental
Ano
Anos Finais
Brasil Norte Acre Feijó
2006 35,4 48,4 39,5 49,8
2007 34 47,5 35,2 46,7
2008 27,4 34 25,7 35,1
2009 28,9 38,1 26,4 35,1
2010 29,6 40,7 29,8 38,8
2011 28,8 40,8 30,4 42,6
2012 28,2 40,5 30,8 41,7
2013 27,5 39,6 29,8 39,5
Fonte: Inep /Censo Escolar

Vejamos como evoluiu a distorção apenas em âmbito local. Nota-se pela tabela
abaixo que as maiores taxas de distorção ocorrem na rede municipal. Lembrando que esta
rede oferta anos finais do Ensino Fundamental desde 2010 apenas nas áreas rurais do
município. Diante do exposto pode-se afirmar que os maiores índices de distorção idade-série
ainda ocorrem nas áreas rurais. Passemos a verificar as taxas de evolução do rendimento
escolar.

Tabela 7.10 - Evolução da Distorção Idade - Série / Anos Finais - Contexto Local

Ensino Fundamental
Ano Anos Finais
Rede Estadual Rede Municipal
2006 47,8 63,6
2007 44,4 60,3
2008 35,1 -
2009 35,1 -
2010 35,1 62,3
78
2011 35,6 77,9
2012 36,2 72,4
2013 35,9 65,2
Fonte: Inep /Censo Escolar

No Contexto geral, conforme expresso na tabela abaixo fica evidente que Feijó não
conseguiu manter a crescente taxa de aprovação apresentada nos anos de 2009 e 2010, onde
superava as médias nacionais da região Norte e do Acre, mas esse é um bom indício de que é
possível assegurar melhores índices de aprovação escolar nas séries finais do ensino
fundamental feijoense, que está abaixo da média do Estado em 2013.
Interessante notar que as menores taxas de reprovação estão em Feijó, que reprova
menos que o Acre, a região Norte e o Brasil num contexto geral. Por outro lado as taxas de
abandono escolar em Feijó são superiores à média nacional e estadual, sendo inferior apenas à
média da região norte. Conclui-se então que em Feijó o abandono escolar é um problema
grave nos anos finais do ensino Fundamental.

Tabela 7.11 – Rendimento: Aprovação – Reprovação- Abandono / Anos Finais -


Contexto Geral

Ensino Fundamental Anos Finais

Ano Aprovação Reprovação Abandono

Brasil Norte Acre Feijó Brasil Norte Acre Feijó Brasil Norte Acre Feijó
2008 71,63 77,4 86,24 86,9 13,18 13,5 7,45 5,7 6,2 9,1 6,31 6,3

2009 87,79 79,2 88,70 90,9 28,37 13,5 7,45 6,8 5,3 8,0 5,13 4,8

2010 84,53 80,6 89,51 90,5 12,21 12,8 6,17 4,3 4,7 7,1 4,84 6,6

2011 85,33 81,7 90,43 89,8 15,47 12,3 5,64 2,9 4,2 6,4 4,17 5,6

2012 83,68 81,2 91,21 89,2 14,67 11,9 5,41 4,6 4,1 6,4 3,60 6,9

2013 87,10 81,7 91,26 89,3 16,32 12,4 5,19 3,9 3,6 5,9 3,25 5,3

Fonte: Inep /Censo Escola

Vejamos no contexto local como está ocorrendo o rendimento escolar nas redes
estadual e municipal. A tabela abaixo indica mais uma vez que os maiores índices de
abandono escolar ocorrem na rede municipal de Feijó e a reprovação na rede estadual. Tanto
que a diferença entre os índices de aprovação das duas redes é ínfima. Se os índices de
aprovação da rede estadual são comprometidos majoritariamente pela reprovação, os
municipais são pelo abandono escolar.
79
Tabela 7.12 - de Rendimento / Aprovação –reprovação- abandono- Anos Finais -
Contexto Local

Ensino Fundamental Anos Finais


Ano Aprovação Reprovação Abandono
Estadual Municipal Estadual Municipal Estadual Municipal
2007 89,6 78,4 5,8 5,3 4,6 16,3

86,9 100 6,8 0,0 6,3 0,0


2008
2009 90,8 100 4,3 0,0 4,9 0,0

2010 92,1 80,4 3,2 1,1 4,7 18,5


91,5 81,5 5,2 1,5 3,3 17,0
2011

2012 90,9 80,3 4,3 1,7 4,8 18,0

2013 89,2 90,1 6,0 1,0 4,8 8,9


Fonte: Inep /Censo Escolar

Indicadores do Ensino Médio

Visto que já apresentamos parcialmente os indicadores do Ensino Médio na meta 3


deste PME, limitar-nos-emos ao Ideb. A tabela abaixo retrata o Ideb do Ensino médio
acreano. Nota-se que o Ensino Médio do Acre em 2013 não acompanhou a média projetada
para este ano, mas manteve-se na projeção feita para o ano de 2011.

Tabela 7.13 – Evolução do IDEB / Ensino Médio

Ideb Observado Metas Projetadas

2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021
3,,0 3,3 3,5 3,3 3,3 3,0 3,1 3,3 3,5 3,9 4,3 4,6 4,8
Fonte: QEdu.org.br. Dados do Ideb/Inep (2013).

A tabela do contexto geral de distorção idade-série, abaixo, evidencia que a distorção


idade-serie no ensino médio feijoense são maiores que as do Brasil e do Acre. Até mesmo a
região norte tem conseguido como um todo reduzir seus índices de distorção mais que o
município.

80
Tabela 7.14 - Evolução da Distorção Idade /Série – Ensino Médio - Contexto Geral

Ano Distorção - Ensino Médio

Brasil Norte Acre Feijó


2006 44,9 63,5 47,9 56,6
2007 42,5 60,5 41,8 54,4
2008 33,7 44,4 31,3 37,9
2009 34,4 48,5 33 34,6
2010 34,5 50,0 36,3 34,6
2011 32,8 48,3 35,3 35,9
2012 31,1 47,0 34,6 42,8
2013 29,5 45,2 34,2 47,1
Fonte: Inep /Censo Escolar
Vejamos o rendimento escolar no contexto geral. A tabela abaixo indica que o
Ensino Médio de Feijó oscila para mais e para menos seu índice de aprovação. Nota-se ainda
que nos anos de 2007 a 2009 os índices de aprovação eram maiores que os de 2010 a 2013.
Essa tendência decrescente da taxa de aprovação também é percebida na região norte e no
Acre como um todo, onde o índice de aprovação de 2011 a 2013 decresceu.

Em relação aos percentuais de reprovação e abandono, o Ensino Médio de Feijó


apresenta os maiores índices de reprovação em relação ao Brasil, Região Norte e Acre. Nota-
se ainda que a reprovação cresceu de 2009 a 2013 na região Norte, no Acre e em Feijó.

Já o abandono escolar vem sendo reduzido em todo o Brasil nessa etapa da Educação
Básica. Feijó apresenta os menores índices de abandono nos últimos 3 (três anos) em relação
ao Brasil, região Norte e Acre.

Tabela 7.15 - Rendimento / Aprovação - Reprovação -Abandono - Contexto Geral

Ensino Médio
Ano
Aprovação Reprovação Abandono
Brasil Norte Acre Feijó Brasil Norte Acre Feijó Brasil Norte Acre Feijó

2007 85,59 91,0 74,46 83,1 14,41 13,7 9,53 4,3 14,9 16,4 16,02 12,6
80,71 81,2 76,63 87,2 19,29 10,3 7,96 1,0 12,8 15,7 15,42 11,8
2008
2009 90,00 85,0 77,97 84,9 10,00 10,6 8,20 7,3 11,5 11,7 13,83 7,8

2010 74,79 87,4 77,82 78,6 25,21 10,6 8,82 8,2 10,3 10,3 13,36 13,2

2011 91,18 75,4 78,54 76,1 8,82 10,7 8,83 16,7 10,6 13,9 12,63 7,2

87,84 74,9 76,92 69,3 12,16 11,3 12,17 22,8 10,1 13,8 10,90 7,9
2012
2013 92,93 75,4 77,90 80,4 7,07 11,2 11,38 15,0 8,1 13,4 10,72 4,6

Fonte: Inep /Censo Escolar

81
Sobre a proficiência em Língua Portuguesa e Matemática dos estudantes que
concluem o Ensino Médio no município, consultar a meta 3 que apresenta relatório completo
com base nas avaliações externas estaduais SEAPE, assim como taxas de rendimento escolar
no ensino médio rural e urbano.

Estratégias

7.1. Aderir e implantar as diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional
comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos
alunos para cada ano do Ensino Fundamental, pactuadas nacionalmente, respeitada a
diversidade local;

7.2. Assegurar que no quinto ano de vigência deste PME, pelo menos 70% (setenta por cento)
dos alunos do Ensino Fundamental tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em
relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e
50% (cinquenta por cento), pelo menos, o nível desejável.

7.3. Assegurar que no último ano de vigência deste PME, todos os estudantes do Ensino
Fundamental tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos direitos e
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 80% (oitenta por
cento), pelo menos, o nível desejável.

7.4. Aderir aos indicadores nacionais de avaliação institucional pactuados entre os entes
federados com base no perfil do alunado e dos docentes, nas condições de infraestrutura das
escolas, nos recursos pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em outras
dimensões relevantes, considerando as especificidades das modalidades de ensino.

7.5. Fomentar o planejamento escolar estratégico a partir do processo contínuo de


autoavaliaçao das escolas da rede municipal, por meio do uso de instrumentos de avaliação
válidos em âmbito nacional e estadual, visando a melhoria contínua da qualidade educacional,
a formação continuada dos profissionais da educação o aprimoramento da gestão
democrática;

7.6. Formalizar e executar os planos de ações articuladas dando cumprimento às metas de


qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e
financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e
profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos
pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar;
82
7.7. Assegurar apoio técnico às escolas da rede municipal para que façam uso dos resultados
das avaliações nacionais com vistas à melhoria de seus processos e práticas pedagógicas,
priorizando aquelas com Ideb abaixo da média local;

7.8. Fortalecer as ações de acompanhamento e monitoramento interno e externo às escolas,


com vistas ao alcance das metas de aprendizagem projetadas para a educação básica do
município;

7.9. Desenvolver estratégias de formação continuada a professores, coordenadores e gestores


com vistas à utilização dos resultados das avaliações internas e externas como orientadores do
planejamento e das intervenções pedagógicas das escolas e da SEME;

7.10. Divulgar bianualmente em âmbito local os resultados pedagógicos dos indicadores do


Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica Ideb das escolas das escolas de educação
básica do município, favorecendo o acompanhamento e controle social sobre a qualidade da
educação no município;

7.11. Melhorar o desempenho dos alunos da Educação Básica nas avaliações de


aprendizagem no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), de acordo com
a seguinte projeção:

PISA 2015 2018 2021

Média dos resultados em Matemática, Leitura e Ciências 438 455 473


.

7.12. Estabelecer processos de certificação das escolas de Educação Infantil norteados por
indicadores de qualidade nacionais para essa etapa da educação básica, apoiando a divulgação
de projetos exitosos e incentivando as boas práticas pedagógicas;

7.13. Estabelecer até o final do primeiro ano de vigência do PME bônus para os profissionais
das escolas municipais que alcancem as metas do IDEA e do IDEB, no caso do Ensino
Fundamental e também bonificação específica aos profissionais das escolas de educação
infantil certificadas de acordo com indicadores de qualidade específicos para etapa da
educação básica;

7.14. Instituir programas e ações de combate à evasão, ao abandono e à reprovação elevando


o índice de aprovação para no mínimo 95% em todos os anos do Ensino Fundamental ;

83
7.15. Instituir programa e ações de combate a infrequência e abandono escolar nas escolas de
Educação Infantil;

7.16. Garantir em regime de colaboração com Estado e União transporte escolar gratuito
para todos (as) os estudantes da educação do campo na faixa etária da educação escolar
obrigatória, visando reduzir a evasão escolar e o tempo médio de deslocamento dos
estudantes;

7.17. Disseminar no município o resultado das pesquisas nacionais e estaduais de modelos


alternativos de atendimento escolar para a população do campo que considere as
especificidades locais e as boas práticas nacionais e internacionais;

7.18. Envidar esforços para que com o apoio da União, até o quinto ano de vigência deste
PME todas as escolas da rede municipal tenham acesso a computadores em banda larga de
alta velocidade e triplicar, até o final da década, a relação computador/aluno (a) nas escolas da
rede pública municipal, promovendo a utilização pedagógica das tecnologias da informação e
da comunicação;

7.19. Assegurar em regime de colaboração com Estado e União que todas as escolas de
educação básica do município tenham acesso à energia elétrica, abastecimento de água
tratada, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a
espaços para práticas esportivas, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios
de ciências. Garantindo em especial a acessibilidade às pessoas com deficiência em cada
edifício escolar e universalização das bibliotecas nas escolas municipais;

7.20. Envidar esforços junto à União para implementar no município os parâmetros mínimos
de qualidade dos serviços da educação básica, pactuados entre União e demais entes
federados. Haja vista estes serem elaborados com a finalidade definir os padrões de
infraestrutura escolar, recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem como
instrumento para adoção de medidas para a melhoria da qualidade do ensino;

7.21. Informatizar integralmente a gestão das escolas públicas da rede municipal estimulando
a participação das equipes técnicas da rede municipal e estadual de educação a participar da
formação inicial e continuada ofertadas pelo governo federal por meio do Programa Nacional
de formação específico para este fim;

7.22. Garantir implementação de projetos de combate à violência nas escolas da rede


municipal, incentivando equipes escolares a participar de programas de formação continuada
oferecidas pelo governo federal com o objetivo de capacitar educadores para a detecção dos
sinais e causas da violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção de providências
84
adequadas para promover a construção da cultura da paz e um ambiente escolar seguro e
favorável a aprendizagem de todos os estudantes;

7.23. Implementar em regime de colaboração com estado e união, políticas de inclusão e


permanência nas escolas para adolescentes e jovens que se encontram em regime de liberdade
assistida e outras situações de vulnerabilidade social, assegurando os princípios da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990- Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA;

7.24. Garantir nos currículos escolares da rede municipal conteúdos sobre a história e as
culturas afro-brasileira e indígenas e implementar ações educacionais, nos termos da leis nº
10.639 de 09 de janeiro de 2003 e lei nº 11. 645 de 10 de março de étnico-racial, conselhos
escolares, 2008, assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes curriculares
nacionais, por meio das ações colaborativas com fóruns municipais de educação para a
diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil;

7.25. Fortalecer em regime de colaboração com estado e União a educação no campo de


populações tradicionais e comunidades indígenas, respeitando a articulação entre os
ambientes escolares e comunitários e garantindo: o desenvolvimento sustentável e
preservação da identidade cultural; a participação da comunidade na definição do modelo de
organização pedagógica e de gestão das instituições, consideradas as práticas socioculturais e
as formas particulares de organização do tempo; a oferta bilíngue na educação infantil e nos
anos iniciais do ensino fundamental, em língua materna e das comunidades indígenas e em
língua portuguesa; a oferta de programa para a reestruturação e aquisição de equipamentos; a
oferta de programa para a formação inicial e continuada de profissionais da educação; e o
atendimento em educação especial;

7.26. Apoiar a iniciativa estaduais e da união em desenvolver currículos e propostas


pedagógicas para as escolas do campo e comunidades indígenas do município de Feijó,
respeitadas suas diversidade cultural, língua materna, a necessidade de produção e
disponibilização de recursos didáticos específicos, inclusive aos alunos com deficiência;

7.27. Incentivar e orientar as famílias e setores da sociedade civil, a participar dos processos
de tomadas de decisões escolares e governamentais, assim como no acompanhamento da vida
escolar de seus filhos, com o propósito de que a educação seja assumida como
responsabilidade de todos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento das políticas
públicas educacionais;

7.28. Estabelecer ou Ampliar em âmbito municipal a articulação dos programas da área da


educação com outras áreas como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e

85
cultura, possibilitando a criação de uma rede de apoio integral às famílias, como condição
para a melhoria da qualidade educacional;

7.29. Fortalecer e ampliar as ações de prevenção e promoção à saúde dos estudantes e


profissionais da educação básica no município, por meio da articulação e colaboração entre
Secretarias Municipal e Estadual de Educação e suas respectivas secretarias de saúde como
condição para a melhoria da qualidade educacional;

7.30. Orientar todas as escolas e creches (que ainda serão construídas) da rede municipal de
educação a desenvolver projetos e /ou programas de leitura específicos para a etapa de
desenvolvimento e aprendizagem de seus estudantes, assegurando as condições materiais, em
especial àquelas com maiores necessidades, para a ampliação de seus acervos bibliotecários;

Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de (18) dezoito a (29) vinte e nove
anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste
Plano.

Diagnóstico

Para referendar a relevância dessa meta achamos por bem citar um fragmento da
apresentação desta meta pelo Plano Estadual de Educação - PEE onde diz com base em suas
análises de relatórios e pesquisas nacionais como Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios – PNAD que:

...faltava muito, em 2009, para o Brasil atingir a média de 8 (oito) anos de


escolaridade prevista na Constituição Federal, A elevada proporção de
analfabetos entre adultos e idosos, a baixa escolarização da população com
40 anos ou mais, as desigualdades regionais e o lento crescimento dos anos
de estudo no período 1992-2009 são fatores decisivos para a baixa
escolaridade da população brasileira...

O teto do PEE apresenta ainda as diferenças entre populações urbanas e rurais,


negros e brancos, pobres e ricos quando diz:

... a população urbana metropolitana em média 3,9 anos de estudo a mais que
a população rural; os negros terem menos 1,7 ano de estudo, em média, que
os brancos; o quinto mais rico da população ter, em média, 10,7 anos de
estudo, contra os 5,5 anos de estudo do quinto mais pobre e o grande o hiato
educacional para algumas faixas etárias da população...É fato que a
escolaridade média avançou no período 2009-2013, mas sabe-se que o
número médio de anos de estudo ainda se encontra em um patamar bastante
86
insatisfatório, especialmente quando se considera as diferenças
socioeconômicas, de etnia, de localização e dos diferentes padrões de
qualidade educativa. Oferecer o mesmo e adequado padrão de qualidade
educacional para todos é a estratégia mais poderosa para que a educação
brasileira atinja um patamar compatível com a grandeza do País.

Então esse é o tamanho do desafio do Brasil, da região norte, do Acre e do município


de Feijó, diante da urgência em assegurar ampliação da escolaridade média da população de
18 a 29 anos para 12 (doze) anos ao final do último ano de vigência do Plano Nacional de
Educação, Plano Estadual de Educação e Plano Municipal de Educação, como uma estratégia
basilar para a redução das desigualdades entre ricos e pobres, entre brancos e negros, entre a
cidade e o campo.

Feitas as necessárias considerações, vejamos como se apresenta o desafio deste


município em números.

Tabela 8.1 - População de 18 a 29 anos / Frequência à escola

População População % Frequentou % Nunca %


Total Total de creche/escola frequentou
18 a 29 anos creche/escola
32.412 6.961 21.47 5.786 83,12 1.175 16,88
Fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010

Percebe-se que segundo o censo demográfico/IBGE de 2010, Feijó contava com uma
população de 32.412 (trinta e dois mil e quatrocentos e doze) habitantes e destes, 6.961(seis
mil novecentos e sessenta e um) estavam na faixa etária de 18 a 29 anos. Portanto
representavam 21,47% da população feijoense total. Indagados pelo IBGE sobre sua
escolaridade, verificou-se ainda que 83,12% dessa população na faixa etária em análise
frequentaram a escola e 16,88% nunca estudou, ou seja, são analfabetos, tabela acima.

No Acre a Educação de Jovens e Adultos- EJA vem fazendo parte de uma estratégia
para assegurar o direito à educação básica àqueles que não concluíram na idade certa e
ampliar cada vez mais a escolaridade de suas populações. Para tanto, suas diretrizes
curriculares estão fundamentadas na formação para o exercício da cidadania e a articulação da
educação ao mundo do trabalho.

No município essa modalidade de atendimento educacional vem ocorrendo nas


escolas públicas da rede estadual e municipal na área rural e urbana e em espaços alternativos
na zona urbana, assim como no Instituto Socioeducativo do Acre- ISE/AC. Dividindo-se
assim a responsabilidade dos dois entes federados a partir de 2009: A matrícula da EJA
87
equivalente aos anos iniciais do Ensino Fundamental ocorre em unidades escolares das redes
municipal e estadual. Já a matrícula de EJA equivalente aos anos finais do Ensino
Fundamental e Ensino Médio, ainda que as turmas possam funcionar em escolas municipais,
são de responsabilidade do Estado. A tabela abaixo apresenta o histórico de matrícula em
EJA no município do ano de 2007 a 2013.

Tabela 8.2 - Matrículas na Educação de Jovens e Adultos na Rede Pública/Feijó

Ano Total Até 17 anos De 18 a 29 anos De 30 a 59 anos 60 anos ou mais


2007 1.384 268 676 403 37
2008 1.264 245 625 374 20
2009 1.567 232 660 640 35
2010 1.741 205 735 746 55
2011 1.548 170 660 662 56
2012 1.809 253 794 690 72
2013 1.518 242 648 588 40
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

A tabela abaixo apresenta como vem ocorrendo o atendimento. Percebe-se que o


maior percentual de matrícula ocorre no período noturno. Observe que no último ano em
análise a matrícula de EJA diurno representava apenas 28% da matrícula total desta
modalidade. Também se pode notar que a matrícula da EJA/Ensino Fundamental é sempre
muito superior a etapa equivalente ao Ensino Médio.

Tabela 8.3 - Porcentagem de matrículas da EJA / Por Período e Etapa de Ensino

Ano Ensino Fundamental Ensino Médio


EJA % EJA % EJA % EJA %
Diurno Noturno Diurno Noturno
2007 416 36,3 730 63,7 81 34,0 157 66,0
2008 118 11,1 945 88,9 0 0,0 201 100
2009 61 4,5 1.288 95,5 16 7,3 202 92,7
2010 11 0,7 1.524 99,3 0 0,0 206 100
2011 18 1,3 1.356 98,7 0 0,0 174 100
2012 23 1,5 1.510 98,5 0 0,0 276 100
2013 35 2,8 1.226 97,2 0 0,0 257 100
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Note na tabela a seguir o grau dessa diferença de matrícula entre o EJA fundamental
e EJA Ensino Médio em percentuais. Ficam, portanto as seguintes indagações: O que
acontece com esses alunos que ingressam na EJA Ensino Fundamental que não ingressam na
88
EJA Ensino Médio? Será que concluíram a primeira etapa da educação básica? Ingressaram
no Ensino Médio regular e/ou Programa de Especial de Ensino Médio – PEEM / PORONGA?
Ou deixaram de estudar?

Tabela 8.4 - Percentual de diferença da matrícula de EJA -Ensino Fundamental e EJA-


Ensino Médio

Ano Matrícula total do Matrícula total do Diferença em % da matrícula


Ensino Fundamental Ensino Médio no Ensino Fundamental e
Médio
2007 1.146 238 79,23
2008 1.065 201 81,12
2009 1.349 218 83,84
2010 1.535 206 86,58
2011 1.374 174 87,33
2012 1.533 276 82,00
2013 1.261 257 79,62
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Observemos agora especificamente o que ocorre com a matrícula da população na


faixa etária de 18 a 29 anos, na EJA. As tabelas abaixo, não discriminam quantos desses
jovens e adultos estão matriculados na primeira e/ou segunda etapa da Educação Básica, mas
indicam que o número dos matriculados em EJA é sempre inferior ao número dos que
necessitam de atendimento. Observe, por exemplo, apenas se compararmos os que declararam
não ter frequentado escola no censo IBGE de 2010 ( 1.175 jovens nessa faixa etária) e o número
de matrícula do ano posterior 2011(660 matriculados neste ano), ver tabela abaixo.

8.5. Tabela de Matrículas na Educação de Jovens e Adultos de 18 a 29 anos

Ano EJA – 18 a 29 anos


2007 676
2008 625
2009 660
2010 735
2011 660
2012 794
2013 648
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar

Aproximando o atendimento escolar a grupos específicos, apresentamos as três


tabelas abaixo, onde se mostra a matrícula por localização nas áreas por cor e raça, rurais e
urbana, em unidades prisionais e distribuição da matrícula de EJA entre os turnos de
atendimento no município.

89
Tabela 8.6 - Matrículas na Educação de Jovens e Adultos de 18 a 29 anos – Por
Cor/Raça

Ano Não declarada Branca Preta Parda Amarela Indígena


2007 369 37 18 228 0 24
2008 308 34 12 249 2 20
2009 287 26 9 293 1 44
2010 348 36 10 289 1 51
2011 296 61 2 224 1 76
2012 226 51 6 439 1 71
2013 217 33 6 330 2 60
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar

Tabela 8.7 - Matrículas na Educação de Jovens e Adultos de 18 a 29 – Rural e Urbana

Ano Urbana Rural


2007 338 338
2008 306 319
2009 278 382
2010 281 454
2011 216 444
2012 405 389
2013 356 292
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar

Tabela 8.8 - Matrículas de EJA em Unidades Prisionais

Ano Total
2007 0
2008 0
2009 0
2010 0
2011 6
2012 0
2013 0
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

90
Tabela 8.9 – Porcentagem de matrículas da EJA por período

Ano EJA diurno % EJA noturno %


2007 497 35,9 887 64,1
2008 118 9,3 1.146 90,7
2009 77 4,9 1.490 95,1
2010 11 0,6 1.730 99,4
2011 18 1,2 1.530 98,8
2012 23 1,3 1.786 98,7
2013 35 2,3 1.483 97,7
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Estratégias

8.1. Apoiar a iniciativa estadual em ofertar neste município EJA articulada à Educação
Profissional voltada para o mundo do trabalho para os segmentos populacionais que estão fora
escola de modo a ampliar as oportunidades de escolarização e a conclusão da Educação
Básica, com foco na população de 18 a 45 anos, assumindo cada vez mais a responsabilidade
pela oferta de EJA anos iniciais nas áreas rurais e urbanas.

8.2. Estabelecer parceria com Estado e União a fim de assegurar a oferta neste município,
além de cursos presenciais, formatos de atendimento à distância na Educação de Jovens e
Adultos para a população trabalhadora, de modo a favorecer o acesso e a conclusão da
Educação Básica para este segmento.

8.3. Incentivar a matrícula e apoiar a permanência em cursos no formato presencial e/ou à


distância da população trabalhadora deste município na faixa etária de 18 (dezoito) a 29 (vinte
e nove) anos que ainda não alcançou escolaridade mínima de 12 anos;

8.4. Garantir estrutura para a oferta da Educação Básica para jovens e adultos no município
seja extensiva àqueles que se encontram privados de liberdade, tendo o trabalho como
princípio educativo e de formação para a cidadania, a partir do reconhecimento das
especificidades de seus sujeitos;

8.5. Articular por meio da Secretaria de Assistência Social e Estado/SEE a expansão da oferta
de EJA aos beneficiários dos programas de transferência de renda, de modo a assegurar a uma
cobertura de, no mínimo, 50% da população que não concluiu a Educação Básica;

8.6. Realizar busca ativa em todos os espaços urbanos e rurais no âmbito do Município, em
parceria com áreas da assistência social, saúde e juventude, para identificar a população maior

91
de 18 anos que não concluiu a Educação Básica e assegurar atendimento adequado às suas
especificidades, em parceria com Estado.

8.7. Promover anualmente ampla campanha em rádios e/ou outros meios de comunicação
disponíveis visando sensibilizar a população jovem, adulta e idosa para a matrícula na EJA,
ampliando o atendimento e qualificando a população economicamente ativa para suprir as
demandas do mundo do trabalho.

8.8. Implementar políticas públicas no âmbito municipal que promovam a integração de EJA
com os setores da saúde, trabalho, meio ambiente, cultura e lazer na perspectiva da formação
integral dos cidadãos.

Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população maior de 15 (quinze) anos para


80,0% (oitenta por cento) até 2018 e, até o final da vigência deste PME, elevar a taxa
para 90% e reduzir o índice de analfabetismo funcional em 50% (cinquenta por cento).

Diagnóstico

Para enfatizar a relevância desta meta para o Brasil, Região Norte, Acre e o
município de Feijó, pedimos licença à comissão estadual para fazer uso na íntegra de sua
análise da situação. Onde, com base em pesquisas de dados oficiais informa que:

De acordo com dados do Relatório de Monitoramento Global da Educação para Todos, da


UNESCO, o Brasil tem 13,2 milhões de analfabetos adultos, ou seja, 8,7% da população
brasileira com 15 anos ou mais é considerada analfabeta pelos parâmetros oficiais. Porém,
quando se considera os que têm menos de quatro anos de estudos completos, o percentual de
analfabetos funcionais era de 18,3%, em 2012, segundo dados do IBGE.

O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional é obtido através de pesquisa aplicada a


cada dois anos, com amostragem de 2 mil pessoas na população de 15 a 64 anos. Na área de
língua materna, os questionários levam em conta o histórico educacional e as habilidades de
leitura e escrita, entre outros fatores.
O Inaf leva em conta o analfabetismo e outros três níveis de alfabetismo:
• Analfabetismo: não domina as habilidades medidas.
• Alfabetismo Nível Rudimentar: localiza uma informação simples em enunciados de uma só
frase, um anúncio ou chamada de capa de revista, por exemplo.
• Alfabetismo Nível Básico: localiza uma informação em textos curtos ou médios, mesmo que
seja necessário realizar inferências simples.
92
Tabela 9.1 – Indicador no Nível de alfabetismo funcional da população de 15 a 64 anos

 Alfabetismo Nível Pleno: localiza mais de um item de informação em textos mais longos,
compara informação contida em diferentes textos, estabelece relações entre as
informações (causa/efeito, regra geral/caso, opinião/fato), reconhece a informação textual
mesmo que ela contradiga o senso comum.
É preocupante verificar que 38% de pessoas no nível superior tenham atingido apenas os níveis
rudimentar e básico da escolaridade e que 8% dos que têm o Ensino Fundamental I sejam
analfabetos absolutos, ou seja, não conseguiram ler um texto curto e simples; que 84% dos que
cursaram até o nono ano tenham conseguido apenas identificar uma informação explicita em
texto muito curto o que os situou nos níveis rudimentar e básico de alfabetismo; que 65% dos
alunos que concluíram o ensino médio não alcançaram o nível pleno de alfabetismo. Como se
pode observar na tabela acima, apenas 5% da população de 15 a 64 anos com o Ensino
Fundamental I tem um nível de alfabetização plena, com o Ensino Fundamental II esse
percentual sobe para 15%, com o nível Médio atinge 35% e com o Ensino Superior, 62%. Esses
números comprovam o desafio que é o analfabetismo funcional no País, haja vista que 38% das
pessoas de 15 a 64 anos com nível superior não têm um nível pleno de alfabetização.
Mesmo com a taxa de analfabetismo caindo, é importante observar (ver gráfico abaixo) que
crescem apenas os níveis intermediários (rudimentar e básico), quando o desejável seria um
aumento em cascata, resultando em taxas cada vez mais altas de alfabetismo pleno.

Tabela 9.2 – Taxas de alfabetismo referente a população acima de 15 anos

93
Sabendo que no ano de 2010 o Censo demográfico realizado pelo IBGE informou
que a taxa de analfabetismo referente à população de 15 anos ou mais neste município era de
34,7 %. Apresentamos a partir de agora a situação do município em relação ao Brasil, região
Norte, Acre e Vale do Juruá.

O primeiro indicador abaixo evidencia que em relação ao percentual de alfabetização


da população de 15 anos ou mais de idade, em 2013 estimava-se que apenas 65% da
população feijoense de 15 anos ou mais de idade estavam alfabetizadas, logo os demais 35 %
encontravam-se em situação de analfabetismo.

Mais grave se torna a situação quando posta a situação de analfabetismo funcional,


que indica que da população de 15 ou mais escolarizada, 58,8% está entre os considerados
analfabetos funcionais, seja em que nível for. Portanto, elevar esse percentual de alfabetização
da população de 15anos ou mais para 80% em 2018 e Chegar a 90 % , assim como reduzir o
perverso índice de analfabetismo funcional em 50% até o final do ano de vigência deste PME
exigirá um esforço concentrado e articulado com outras instâncias governamentais e
secretarias municipais e estaduais atuantes no município, assim como sociedade civil
organizada. Mas acima de tudo, reconhecer o que é unanimidade entre os estudiosos do tema
que apresentam como principal medida para se resolver problemas com analfabetismo a
garantia de que não hajam novos analfabetos.

Tabela 9.3 – Taxa de alfabetização da população de 15 anos ou mais de idade

Disponível: http://simec.mec.gov.br

94
Tabela 9.4 – Taxa de analfabetismo funcional da população de 15 anos ou mais de idade

Disponível: http://simec.mec.gov.br

Buscar tardiamente a alfabetização de jovens, adultos e idosos só se faz necessário


porquê não estamos conseguindo fazê-lo na idade certa. No município de Feijó, assim como
muitos outros municípios do extremo oeste da Amazônia Ocidental, onde as condições
geográficas agravam as condições socioeconômicas, sabe-se que nas áreas rurais ocorre o
agravante de que a escola já chega tardiamente aos seus usuários.

Estratégias

9.1. Assegurar em regime de colaboração com Estado e União a expansão da oferta, na rede
pública, da educação de jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso à Educação Básica
na idade própria.

9.2. Universalizar a oferta da Educação Básica nas unidades prisionais e centros de medidas
socioeducativas assegurando a elevação da escolaridade da população privada de liberdade.

9.3. Desenvolver programa de atendimento às pessoas maiores de 60 anos, integrado com


políticas intersetoriais de atenção à pessoa idosa.

9.4. Aderir ao Pacto Estadual de Educação pela elevação da escolaridade da população jovem,
adulta e idosa deste município, redefinindo compromissos e regime de colaboração.

95
9.5. Realizar chamadas públicas no município, anualmente, para a população que se encontra
fora da escola e/ou que esteja na condição de analfabeta para matrícula na Educação de
Jovens e Adultos.

9.6. Fazer uso dos estudos produzidos pelo Comitê Estadual de Combate ao Analfabetismo
criado para acompanhar e avaliar as ações definidas no Plano Estadual de Alfabetização e
Elevação da Escolarização de Jovens e Adultos, qualificando e ampliando cada vez mais as
ações desenvolvidas no município;

9.7. Garantir as condições necessárias para o acompanhamento no município das ações


voltadas para o alcance desta e demais metas pelo Fórum Municipal de Educação;

9.8. Assegurar a continuidade de estudos aos egressos do Programa ALFA 100 no 1º


Segmento da EJA em diferentes espaços, independente do seu tempo de conclusão.

9.9. Envidar esforços para instituir no âmbito da rede municipal de educação, prêmio de
valorização ao professor alfabetizador, de crianças e/ou jovens e adultos, que ao final de cada
etapa conseguir alfabetizar 100% de seus alunos.

9.10. Articular com setores da saúde, a inclusão dos estudantes da EJA no atendimento
realizado através do Programa Olhar Brasil, com fornecimento gratuito de óculos, Brasil
Sorridente e Saúde na Escola.

9.11. Disponibilizar transporte escolar para estudantes da EJA que, comprovadamente,


necessitem de atendimento nas áreas rurais.

9.12. Estabelecer mecanismos e incentivos que integrem os segmentos empregadores,


públicos e privados deste município, e os sistemas de ensino, para promover a
compatibilização da jornada de trabalho dos empregados com a oferta das ações de
alfabetização e de educação de jovens e adultos.

9.13. Assegurar a participação dos professores de EJA da rede municipal de educação em


programas específicos de formação de professores de EJA em regime de colaboração com o
governo federal e universidades e governo estadual/Secretaria Estadual de educação.

9.14. Assegurar a partir do regime de colaboração com o Governo Estadual/Secretaria


Estadual, o uso nas escolas da rede municipal rurais, do material específico e contextualizado
à realidade do Acre para a alfabetização de jovens, adultos e idosos residentes em
comunidades isoladas e de difícil acesso, produzidos por este parceiro.

9.15. Realizar programa de busca ativa para atendimento da população com mais de 15 anos
de idade não alfabetizada ou que não tenha concluído a Educação Básica.
96
Meta 10: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de Educação
de Jovens e Adultos, nos níveis fundamental e médio, na forma integrada à educação
profissional.

Diagnóstico

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de educação destinada


àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos em idade escolar, portanto está
estabelecida legalmente na Constituição Federal do Brasil de 1988, que ao relacionar os direitos
sociais, determina, em seu art.227, prioridade absoluta aos direitos à educação e à
profissionalização.

Reafirmada ainda na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDBEN 9394/96


em seu art. 34, alterado pela lei nº 11.741/2008 que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação
profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional
e tecnológica.

Tamanha a relevância da Educação de Jovens e Adultos no cenário educativo


nacional e Estadual hodierno que o Plano Estadual de Educação reforça que:

Embora no Brasil, a EJA foi por muito tempo sinônimo de escolaridade


compensatória para pessoas que não conseguiram ir à escola quando criança, esse
conceito vem mudando entre nós, acompanhando as mudanças que vêm ocorrendo
no mundo. A EJA, como enfatiza a UNESCO, abarca o desafio da aprendizagem
contínua ao longo da vida, incluindo também a preparação para o mercado de
trabalho, que ganha relevância em tempos de crise. E, nesse contexto, a Educação
de Jovens e Adultos finca suas raízes sobre os quatro pilares apresentados por um
mundo em rápida transformação: aprender a ser, a viver juntos, a fazer e a
conhecer, na perspectiva do desafio da participação, da inclusão e da equidade,
envolvendo as dimensões individual, profissional e social.
Não há como negar que a EJA tem demandas próprias. É impossível desenvolver
programas de qualidade sem que os recursos estejam garantidos, portanto,
implementar políticas de forma mais efetiva, transparente, eficaz e responsável,
envolvendo na decisão representantes dos segmentos que participam da EJA é
essencial para a profissionalização do corpo docente e o enriquecimento dos
ambientes de aprendizagem, fundamentais para a consecução dos objetivos dessa
modalidade de ensino.

Estabelecidos brevemente os marcos legais cabe-nos apresentar o retrato da EJA


Integrada à Educação Profissional em nosso Estado. Observe, nos recortes abaixo extraídos do
sitio Observatório do PNE, que os indicadores dessa meta no Acre assim como na região Norte
e Brasil são muito desanimadores.

97
Tabela 10.1 - Porcentagem de Matrículas de Educação de Jovens e Adultos no Ensino
Fundamental, Integradas à Educação Profissional.

Tabela 10.2 - Porcentagem de Matrículas de Educação de Jovens e Adultos no Ensino


Médio, integradas à Educação Profissional.

No município não ocorre à oferta de EJA integrada à Educação Profissional.

Estratégias

10.1. Articular com a rede Estadual de Educação Profissional, a rede Federal e o Sistema S a
oferta de educação profissional técnico de nível médio no município até o final do terceiro ano
de vigência do PME;

10.2. Assegurar em regime de colaboração com Estado/Secretaria Estadual de Educação a


utilização de Educação à Distância em pelo menos 25 % da matrícula de Educação de Jovens e
Adultos seja integrada à educação profissional até o final do quarto ano de vigência do PME.

10.3. Apoiar a iniciativa do Estado em institucionalizar sistema de avaliação da qualidade de


educação profissional técnica de nível médio das redes escolares públicas e privadas que
oferecerem esta oferta no município;

10.4. Oferecer em parceria com a rede Estadual de Educação, colaboração com a rede Federal e
o Sistema S o atendimento do Ensino Médio gratuito integrado à formação profissional para as
populações do campo de acordo com a vocação econômica deste município.

98
10.5. Estimular a oferta de matrículas gratuitas da Educação Profissional técnica de nível médio
pelas entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e entidades
sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na
modalidade.

10.6. Fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na


modalidade de educação a distância, com a finalidade de ampliar a oferta e democratizar o
acesso à educação profissional pública e gratuita, assegurado padrão de qualidade;

10.7. Estimular a expansão do estágio na educação profissional técnica de nível médio e do


ensino médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo
do aluno, visando à formação de qualificações próprias da atividade profissional, à
contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude;

Meta 11: Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio,


assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público.

Diagnóstico

Tabela 11.1 - Porcentagem de matrículas na Educação Profissional do Nível Médio em


relação ao total de matrículas do Ensino Médio

Fonte: sítio Observatório do PNE

Os dados acima dão conta de que a “oferta nessa modalidade é incipiente e muito
aquém da demanda”, conforme reconhece o Plano Estadual de Educação 2015-2024. Tanto que
nessa mesma fonte os percentuais apresentados em relação ao município de Feijó
99
correspondem a 0,0%. Mesmo que os dados para o ano de 2014 ainda não estivessem
disponíveis para maior precisão dos indicadores acima, os dados do município elencados
abaixo confirmam que a oferta nessa modalidade é incipiente e muito aquém da demanda no
Brasil, na região norte e em especial no município de Feijó.

A oferta de educação Profissional Técnica em nível Médio no município de Feijó tem


sido protagonizada exclusivamente pelo Instituto de Desenvolvimento da Educação
Profissional Dom Moacyr - IDM, criado no ano de 2005 pela lei nº 1695 de 21 de dezembro de
2005, como entidade autárquica estadual com autonomia administrativa, financeira e
pedagógica, com a finalidade de formular e implementar políticas públicas de educação
profissional e o plano estadual de educação profissional.

No município o IDM atua desde o ano de 2011 com a oferta do curso de técnico em
Secretaria Escolar - PROFUNCIONÁRIO, que atendeu a um público específico das redes
escolares municipal e estadual. É importante salientar que os cursos profissionalizantes
vinculados ao Instituto Dom Moacir (IDM) são demandados ao Ministério da Educação e
Cultura – MEC e viabilizados ao Instituto por meio do Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) criado no ano de 2011 no governo da presidente
Dilma Rousseff que visa atender tanto os jovens que estão cursando ou que já concluíram o
Ensino Médio, são portanto subsequentes e concomitantes respectivamente. Como mostra
quadro abaixo

Tabela 11.2 – Cursos Técnicos ofertados em Feijó / IDM

Cursos Técnicos ofertados em Feijó – Instituto Dom Moacyr


Técnico em Secretaria Escolar:
Vagas: 44 alunos, Carga horária de 1.260 horas, oferecido pelo Instituto Dom
Moacyr nos anos de 2011 e 2012 através do Programa Nacional de Valorização
dos Trabalhadores Não Docentes da Educação – PROFUNCIONÁRIO.
Técnico em Manutenção e Suporte em Informática:
Vagas: 25 alunos, Carga horária de 1.800 horas, oferecido no período de 2012
a 2014 (aguardando formatura), vinculado ao Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego - PRONATEC.
Técnico em Logística:
Vagas: 29 alunos, Carga Horária de 900 horas, está em andamento e teve início
no ano de 2014, Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego -
PRONATEC.
Técnico em Administração:
Vagas: 40 alunos, Carga horária de 900 horas, início em 2013 (em fase de
conclusão), vinculado ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
- PRONATEC.

100
Técnico em Enfermagem:
Vagas: 22 alunos, Carga Horária de 1.800 horas, em andamento com início em
2013, vinculado ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego -
PRONATEC.
Técnico em Saúde Bucal:
Vagas: 30 alunos, Carga Horária de 1.560 horas, início em 2014 e está em
andamento, vinculado ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
- PRONATEC.
Matrícula total: 190 (cento e noventa) alunos
Dados obtidos no Núcleo da Secretaria Estadual de Educação em Feijó (atualizados em 21 de maio de 2014).

Considerando a matrícula total em cursos técnicos já ofertados e em andamento no


município, 290 (duzentos e noventa) até o ano de 2014. Considerando ainda as recomendações
da Organização Internacional do Trabalho- OIT em parte expressas no parecer CNE/CEB Nº
11/2012 quando diz que:

“O futuro do trabalho no mundo dependerá, em grande parte, do desenvolvimento


da educação, desde que se consiga garantir sólida educação geral de base para
todos e cada um dos seus cidadãos, associada a sólidos programas de Educação
Profissional para seus jovens em processo formativo e seus adultos em busca de
requalificação para o trabalho. Depende, também, fundamentalmente, do
desenvolvimento da capacidade de aprender, para continuar aprendendo neste
mundo em constante processo de mudanças. A descrição exata do futuro do
trabalho, portanto, é a descrição de uma realidade nem de longe imaginada na
virada do século e que será totalmente transformada daqui a outros dez anos ou
mais...”

Considerando ainda dados socioeconômicos do município. Em especial do último


Censo Demográfico de 2010, onde a população total era de 32.412 residentes, dos quais 12.078
se encontravam em situação de extrema pobreza, ou seja, com renda domiciliar per capita
abaixo de R$ 70,00, o que correspondia a 37,3% da população municipal. Sendo que este
percentual agrava-se ainda mais nas comunidades rurais, já que do total de extremamente
pobres, 10.079 (83,4%) viviam no meio rural e 1.999 (16,6%) no meio urbano.

Pode-se inferir que a meta do Plano Nacional de Educação de “Triplicar as


matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da
oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público”, precisa ir além do planejado
nesta Unidade da Federação. Neste caso apenas triplicar 290 vagas de cursos técnicos de nível
médio significa negar, direitos fundamentais à educação e ao trabalho, especialmente às
populações rurais. Além de comprometer ainda mais o desenvolvimento econômico e social do
município.

101
Diretrizes

A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96 incluída pela Lei nº
11.741, de 2008) atendendo ao mandato constitucional do art. 22 em seu inciso XXIV que
“estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional”, consagra a Educação Profissional e
Tecnológica entre os níveis e as modalidades de educação e ensino, situando-a na junção de
dois direitos fundamentais do cidadão: o direito à educação e o direito ao trabalho (no art. 227
da Constituição, como direito à profissionalização) garante esses direitos com absoluta
prioridade
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-
los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Consoante à LDB vigente a Resolução CNE/CEB nº 4/2010, ao definir as Diretrizes


Curriculares Gerais para a educação Básica, caracteriza a Educação Profissional Técnica de
Nível Médio, nos art. 30 até 40 assim:

Art. 30. A Educação Profissional e Tecnológica, no cumprimento dos objetivos da


educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às
dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia, e articula-se com o ensino regular e
com outras modalidades educacionais: Educação de Jovens e Adultos, Educação
Especial e Educação a Distância.
Art. 31. Como modalidade da Educação Básica, a Educação Profissional e Tecnológica
ocorre na oferta de cursos de formação inicial e continuada ou qualificação profissional
e nos de Educação Profissional Técnica de nível médio. Art. 32. A Educação Profissional
Técnica de nível médio é desenvolvida nas seguintes formas:
I - articulada com o Ensino Médio, sob duas formas:
a) integrada, na mesma instituição; ou
b) concomitante, na mesma ou em distintas instituições;
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o Ensino Médio. § 1º
Os cursos articulados com o Ensino Médio, organizados na forma integrada, são cursos
de matrícula única, que conduzem os educandos à habilitação profissional técnica de
nível médio ao mesmo tempo em que concluem a última etapa da Educação Básica.
§ 2º Os cursos técnicos articulados com o Ensino Médio, ofertados na forma
concomitante, com dupla matrícula e dupla certificação, podem ocorrer:
I - na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais
disponíveis;
II - em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais
disponíveis;
III - em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercomplementaridade,
com planejamento e desenvolvimento de projeto pedagógico unificado.
§ 3º São admitidas, nos cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio, a
organização e a estruturação em etapas que possibilitem qualificação profissional
intermediária.
§ 4º A Educação Profissional e Tecnológica pode ser desenvolvida por diferentes
estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de
trabalho, incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previstos na Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).

102
Art. 33. A organização curricular da Educação Profissional e Tecnológica por
eixo tecnológico fundamenta-se na identificação das tecnologias que se encontram na
base de uma dada formação profissional e dos arranjos lógicos por elas constituídos.
Art. 34. Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos de Educação
Profissional e Tecnológica, como os adquiridos na prática laboral pelos trabalhadores,
podem ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou
conclusão de estudos.

Estratégias

11.1 Fomentar a oferta de Educação Profissional Técnica de nível médio nas redes públicas
estaduais de ensino;

11.2. Apoiar a iniciativa da rede estadual de educação profissional articulada à rede federal e o
sistema S para ampliar o atendimento de educação profissional técnico de nível médio
no município.

11.3. Articular junto a União apoio à iniciativa do Estado em desenvolver programa para a
oferta de Ensino Médio integrado à educação profissional nas escolas estaduais do município
até o final do quarto ano de vigência do PEE.

11.4. Implementar em regime de colaboração com União e Estado programa de oferta de


Ensino Médio integrado à educação profissional para as áreas rurais de acordo com a vocação
econômica do município e do estado;

11.5. Garantir em regime de colaboração com a União e Estado, a integração de 30% da


matrícula da Educação de Jovens e Adultos no município de Feijó à educação profissional,
ainda que seja necessária a utilização de Educação à Distância, conforme expresso na
estratégia 13.4 do Plano Estadual de Educação;

11.6. Estimular a oferta de matrículas gratuitas da Educação Profissional técnica de nível médio
pelas entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e entidades
sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na
modalidade.

11.7. Acompanhar e incentivar o processo de inclusão de pessoas com deficiências, transtornos


globais do desenvolvimento e altas habilidades na Educação Profissional técnica de nível
médio;

11.8. Apoiar as iniciativas federais e estaduais de desenvolvimento de políticas afirmativas que


promovam a redução das desigualdades etnicorraciais e regionais no acesso e permanência na
educação profissional técnica de nível médio;
103
11.9. Fomentar a expansão da oferta de Educação Profissional Técnica de nível médio na
modalidade de educação à distância, com a finalidade de ampliar a oferta e democratizar o
acesso à educação profissional pública e gratuita, assegurado padrão de qualidade;

11.10. Incentivar a matrícula e permanência de jovens e adultos do município em cursos


técnicos de formação profissional, oferecidos no Município e região, conforme a necessidade
local;

11.11. Estimular a expansão do estágio Educação Profissional Técnica de nível médio e


do Ensino Médio regular, preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário
formativo do aluno, visando à formação de qualificações próprias da atividade profissional, à
contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude;

Meta 12: Envidar parceria com o Estado e a União para Universalizar a Educação Básica
para todas as terras indígenas feijoenses, até o final da vigência dos Planos Municipal e
Estadual de Educação.

Diagnóstico

Para fundamentar a relevância desta meta e estratégias propostas pelo Plano Estadual
de Educação para o alcance desta, achamos importante reiterar o que diz o relatório do
PARECER CNE/CEB Nº. 13/2012 que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Escolar Indígena, onde historiando a trajetória das lutas indígenas por
reconhecimento e regulamentação de suas causas dentre elas a educação indígena diferenciada
e bilíngue, como estratégia fundamental para preservação de suas culturas em nosso país
informa que...

A Constituição de 1988, superando a perspectiva assimilacionista que marcara toda a legislação


indigenista precedente, e que entendia os índios como uma categoria étnica e social provisória e
transitória, apostando na sua incorporação à comunhão nacional, reconhece a pluralidade cultural e o
Estado brasileiro como pluriétnico. Delineia-se, assim, um novo quadro jurídico a regulamentar as
relações entre o Estado e a sociedade nacional e os grupos indígenas. A estes se reconhece o direito à
diferença cultural, isto é, o direito de serem índios, reconhecendo-lhes “sua organização social,
costumes, línguas, crenças e tradições”. Fica, portanto, a partir da Constituição de 1988 assegurado
aos índios suas especificidades étnico-culturais, cabendo à União o dever de protegê-las, respeitá-las e
promovê-las. Essa mudança de perspectiva e de entendimento do lugar dos grupos indígenas na
sociedade brasileira propiciou a superação de concepções jurídicas há muito tempo estabelecidas,
fazendo com que a velha prática da assimilação cedesse lugar à proposição da 4 afirmação da
convivência e respeito na diferença. No âmbito da proposição desse novo marco jurídico, a educação
104
diferenciada encontra amparo legal. O art. 210, § 2º, assegura às comunidades indígenas também a
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. No art. 231 é reconhecido o
direito a sua organização social, costumes, línguas e tradições e os direitos originários sobre as Terras
que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os
seus bens. O direito a uma educação diferenciada também encontra respaldo na Lei nº 9.394/96 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que estabelece uma série de princípios gerais para o ensino,
dentre eles o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; a valorização do profissional de
educação escolar; a valorização da experiência extraescolar; a vinculação entre a educação escolar, o
trabalho e as práticas sociais, dentre outros. No que diz respeito à Educação Escolar Indígena, a atual
LDB, rompendo com o silêncio da lei anterior, regulamenta as formulações contidas na Constituição de
1988, determinando, em seu art. 78, que a União, em colaboração com as agências de fomento à
cultura e de assistência aos índios, deverá desenvolver programas integrados de ensino e pesquisa para
a oferta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: I
- proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a
reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; II - garantir aos
índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da
sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias. O art. 79 define como competência da
União, apoiar técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da Educação Escolar
Indígena, por meio de programas integrados de ensino e pesquisa, visando: I - fortalecer as práticas
sócio-culturais e a língua materna de cada comunidade indígena; II - manter programas de formação
de pessoal especializado, destinado à educação escolar nas comunidades indígenas; III - desenvolver
currículos e programas específicos, neles incluindo os conteúdos culturais correspondentes às
respectivas comunidades; IV - elaborar e publicar sistematicamente material didático específico e
diferenciado. Na esteira do que regulamenta a Constituição Federal e a LDB, o Conselho Nacional de
Educação, por meio do Parecer CNE/CEB nº 14/99 e da Resolução CNE/CEB nº 3/99, estabeleceu as
primeiras Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Escolar Indígena, definindo: fundamentos e
conceituações da educação indígena, a criação da categoria escola indígena, a definição da esfera
administrativa, a formação do professor indígena, o currículo e sua flexibilização, a flexibilização das
exigências e das formas de contratação de professores indígenas, a estrutura e o funcionamento das
escolas indígenas, bem como a proposição de ações visando à concretização de propostas de Educação
Escolar Indígena. O Parecer CNE/CEB nº 14/99, reconhece que a escola indígena é uma experiência
pedagógica peculiar e como tal deve ser tratada pelas agências governamentais, promovendo as
adequações institucionais e legais necessárias para garantir a 5 implementação de uma política de
governo que priorize assegurar às sociedades indígenas uma educação diferenciada, respeitando seu
universo sociocultural. Essas Diretrizes se constituem num marco importante no cenário educacional
brasileiro ao normatizar as experiências de educação diferenciada das comunidades indígenas. Nesse
sentido, a Resolução CNE/CEB nº 3/99, em seu art. 1°, estabelece no âmbito da Educação Básica, a
estrutura e o funcionamento das escolas indígenas, reconhecendo-lhes a condição de escolas com
normas e ordenamento jurídico próprios, e fixando as diretrizes curriculares do ensino intercultural e
bilíngüe, visando à valorização plena das culturas dos povos indígenas e à afirmação e manutenção de
sua diversidade étnica. O direito a Educação Escolar Indígena também foi contemplado no Plano
Nacional de Educação (PNE), instituído pela Lei no 10.172/2001, que vigorou até o ano de 2011. Nele
é apresentado um diagnóstico da oferta de Educação Escolar Indígena, desde o século XVI aos dias
atuais, apontando para a definição de diretrizes, objetivos e metas que dependem da iniciativa da
União e dos Estados para a implantação dos programas de Educação Escolar Indígena, bem como
ressalvando que estes só deverão acontecer com a anuência das comunidades indígenas. O direito
diferenciado a uma educação escolar voltada para os interesses e necessidades das comunidades
indígenas também é assegurado pelo Decreto nº 6.861/2009, que define a organização da Educação
Escolar Indígena em territórios etnoeducacionais. Nele é proposto um modelo diferenciado de gestão
que visa fortalecer o regime de colaboração na oferta da Educação Escolar Indígena pelos sistemas de
ensino. Em seu art. 1° determina que a Educação Escolar Indígena será organizada com a participação
dos povos indígenas, observada a sua territorialidade e respeitando suas necessidades e
especificidades. Os territórios etnoeducacionais, definidos pelo Ministério da Educação,
compreenderão, independentemente da divisão político-administrativa do País, as terras indígenas,
mesmo que descontínuas, ocupadas por povos indígenas que mantêm relações intersocietárias
caracterizadas por raízes sociais e históricas, relações políticas e econômicas, filiações linguísticas,
valores e práticas culturais compartilhados. O Decreto reafirma ainda a garantia das normas próprias
105
e Diretrizes Curriculares específicas para as escolas indígenas que, deste modo, gozam de
prerrogativas especiais na organização de suas atividades escolares com calendários próprios,
independentes do ano civil, que respeitem as atividades econômicas, sociais, culturais e religiosas de
cada comunidade, nos termos de seu art. 3°. Evidenciando a consolidação e o aperfeiçoamento do
processo de implantação deste direito específico dos povos indígenas a uma educação escolar própria,
a I Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena (CONEEI), após as etapas locais e regionais,
aprovou documento final em que são apresentadas propostas para as políticas de Educação Escolar
Indígena. Dada a importância política e pedagógica do evento para os novos rumos da Educação
Escolar Indígena, a CONEEI e seu documento final serão considerados adiante. O direito das
comunidades indígenas de participarem ativamente da elaboração e implementação de políticas
públicas a elas dirigidas e de serem ouvidas por meio de consultas livres, prévias e informadas nos
projetos ou medidas legais que as atinjam direta ou indiretamente, de acordo com a recomendação da
Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 1989, coaduna-se com os
preceitos que regulamentam o direito a educação escolar diferenciada. Poder decidir e participar no
processo de elaboração e implementação de projetos escolares é expressão das novas relações e
diálogos estabelecidos entre povos indígenas e Estado nacional. 6 No Brasil esta Convenção foi
ratificada pelo Congresso Nacional em 2002 e promulgada pelo Decreto n° 5.051/2004. O que motivou
a aprovação desta Convenção foi o fato dos povos indígenas e tribais, em muitas partes do mundo, não
gozarem dos direitos humanos fundamentais na mesma proporção que o resto da população. Há, além
disso, o reconhecimento de que tais povos deveriam assumir o controle de suas próprias instituições,
seu modo de vida e seu desenvolvimento econômico. Corroborando com esta visão que aponta para as
ideias de protagonismo e autonomia dos indígenas, é preciso dar relevo ainda à Declaração da União
das Nações Unidas sobre o Direito dos Povos Indígenas, de 13 de setembro de 2007, que reconhece a
urgente necessidade de respeitar e promover os direitos intrínsecos dos povos indígenas, que derivam
de suas próprias estruturas políticas, econômicas e sociais e de suas culturas, de suas tradições
espirituais, de sua história e concepção de vida, especialmente os direitos às terras, aos territórios e
recursos; reconhecendo, sobretudo, a urgente necessidade de respeitar e promover os direitos dos
povos indígenas assegurados em tratados, acordos e outros pactos construtivos com os Estados;
celebrando que os povos indígenas estejam se organizando para promover seu desenvolvimento
político, econômico, social e cultural, com o objetivo de pôr fim a todas as formas de discriminação e
opressão onde quer que ocorram.

Fonte: Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, 2013.

Apresentado o aparato legal que dá sustentação a meta contextualizamos a educação


indígena em Feijó, por meio de um breve relato de como se deu a implementação de escolas
indígenas na terra indígena Katukina Kaxinawá da comunidade Paroá. Esta comunidade está a
aproximadamente 20 km do perímetro urbano de Feijó e suas terras já estão legalmente
demarcadas desde 1988. Portanto, já tem uma longa trajetória na luta pelo reconhecimento do
direito a educação escolar diferenciada com a qualidade assegurada no texto constitucional a
todos os brasileiros. Portanto, este registro se faz a título de exemplo.

Registra-se na publicação Caminho da escola Huni Kui/ Secretaria de Estado e


Educação do Acre: SEE 2010 que a escola Kaxinawá Huni Kui localizada na aldeia Paroá data
de 1972, com a chegada de missionários norte americanos. Acrescenta, o professor, atual
coordenador pedagógico desta escola, Carlos Nunes Kaxinawá, que neste ano foi instituída a
primeira turma de Ensino Fundamental, que funcionava numa casa improvisada pela
comunidade, o mobiliário escolar era feito de madeira roliça, até o quadro de giz ou lousa era
106
rudimentar em madeira bruta. Relata que viram o primeiro quadro de giz em mdf no ano de
1986. Ressalta que as atividades escolares eram tão pesarosas que os indígenas suportavam
apenas duas horas de estudo por dia.

Atualmente esta escola atende ao alunado da Educação Infantil, Ensino Fundamental


anos Iniciais e Finais e Ensino Médio. No ano de 2014 registrou-se no censo Escolar/INEP 156
alunos indígenas, distribuídos entre as quatro etapas da educação básica.

A segunda escola em terras indígenas Kaxinawá, remonta ao ano de 1986, onde por
meio do professor indígena Júlio Barbosa, formou-se a primeira turma multisseriadas de 1ª a 4ª
série, a fim de atender aos indígenas da aldeia Pupunha, aproximadamente a 10 km da escola
Kaxinauá. Passados 28 anos de espera e precariedade do espaço escolar, foi construída uma
sala de aula no ano de 2013/2014, atendendo atualmente duas aldeias, Pupunha e São
Francisco.

A terceira escola indígena nesta terra foi a HUNI KUI SIÃ BELO MONTE iniciada
pelo professor HUNI KUI Carlos Nunes Kaxinauá, que vivenciando as dificuldades de acesso à
escola existente, em especial pelas crianças e adultos da aldeia Belo Monte, formou no ano de
1992 a primeira turma de Ensino Fundamental multisseriada (1ª a 4ª série na época) atendendo
uma clientela de 30 indígenas na faixa etária de 7 a 20 anos de idade. No ano de 2000 o
governo estadual, atendendo as reivindicações dessa comunidade indígena, construiu o prédio
escolar inicialmente com uma sala de aula. Atualmente essa escola conta com uma clientela de
76 alunos indígenas, das quatro etapas da educação básica e suas modalidades de EJA primeiro
e segundo segmento e EJA Médio e o Programa de Alfabetização de adultos Alfa 100.

A quarta escola nesta terra indígena foi iniciada no ano de 2013 como uma sala anexo
da escola indígena KAXINAUÁ, ainda que funcionando provisoriamente em um kupixawa
(casa de reunião da comunidade), é uma importante estratégia indígena no sentido de evitar o
abandono de suas terras pelos jovens e adultos que desejam concluir a última etapa da educação
básica. Segundo as lideranças indígenas locais, além de evitar a saída dos indígenas de suas
terras fortalece a cultura e o povo indígena, distanciando-os de problemas urbanos como:
prostituição, favelização e alcoolismo. Problemas esses comuns a partir do contato
desorganizado com outras culturas. Vejamos como estão organizadas as aldeias indígenas
feijoenses em suas respectivas comunidades e terras indígenas.

107
Terras Indígenas demarcadas em Feijó:

1. Katuquina/Kaxinawá - extensão territorial é de 23.474 hectares- localização: margem


direita do rio Envira próximo ao perímetro urbano de Feijó. A Comunidade do Paroá é
composta por 10 aldeias, são elas:

 Aldeia Novo Paraíso do SHANE IBU(Aldeia do Chefe)


 Aldeia do HUNI KUIN YUBE (Índio da jiboia)
 Aldeia Central do Paroá
 Aldeia MAE MAXIA (terra das areias)
 Aldeia Boa União
 Aldeia Novo Lugar
 Aldeia Nova Aliança
 Aldeia Belo Monte
 Aldeia São Francisco
 Aldeia Pupunha

2. Kaxinawá de Nova Olinda- extensão territorial 27.533 hectares. Localização Alto Rio
Envira (aproximadamente 5 dias de barco a partir do porto de Feijó);

3. Kulina do Envira- extensão territorial: 84.364 hectares; Localização alto Rio Envira
(aproximadamente 7 dias a de barco a partir do porto de Feijó);

4. Jaminawa do Envira: extensão territorial 82.000 hectares, localização alto rio Envira
(aproximadamente 9 dias de barco a partir do porto de Feijó);

5. Kampa Isolado- extensão territorial 247.200 hectares localização- alto rio Envira

Terras Indígenas em Processo de Demarcação:

1. Terra Kulina do Igarapé do Pau- extensão territorial: 44.050 hectares, localização NO


ALTO RIO ENVIRA (aproximadamente 8 dias de barco a partir do porto de Feijó);
2. Terra indígena Xinane – extensão territorial 175.000 hectares, localização: cabeceira
do rio Envira divisa entre Acre e Peru. (aproximadamente 15 dias de barco a partir do
porto de Feijó).

108
Registre-se ainda que as línguas indígenas dessas comunidades indígenas supracitadas,
originam-se dos troncos panos e aruak e arawá. São línguas indígenas originárias do tronco
PANO: as línguas Kaxinawá e Shanenawá. Do tronco ARUAK originam-se as línguas:
Ashaninka e do tronco ARAWÁ, origina-se o Madija.

Apresentamos um breve histórico da evolução do atendimento escolar indígena no


município, por meio das tabelas abaixo, observa-se que o crescimento de matrícula e oferta das
etapas da educação básica tem sido significativa. Nota-se que neste município já ocorre nas
aldeias indígenas a oferta de todas as etapas da educação básica e ainda a modalidade EJA.
Embora não mensurada na tabela, a educação indígena também está acontecendo em tempo
integral.

Tabela12. 1 – Matrícula nas Escolas Indígenas de Feijó por Etapa de Ensino

Ano Pré-Escola 1º ao 5º Ano 6º ao 9º Ano Ensino Médio EJA Matrícula Total


2005 91 581 0 0 40 712
2006 76 552 127 0 0 755
2007 57 512 102 0 100 771
2008 41 562 158 0 47 808
2009 64 518 195 0 105 882
2010 130 659 188 0 67 1.044
2011 140 704 216 0 148 1.208
2012 141 730 256 4 155 1.286
2013 141 760 272 67 143 1.383
2014 125 755 315 81 93 1.369
Fonte: MEC/Censo Escolar

Observe abaixo como estão distribuídas essas matrículas entre as terras indígenas e
suas respectivas escolas.

Nota-se que o atendimento escolar de educação infantil/pré- escola já está acontecendo


em 06 unidades escolares indígenas e que estas estão localizadas em terras katukina- kaxinauá e
terra indígena Kaxinawá do alto rio Envira, onde habitam os povos Katukina Kaxianuá e
Shanenawa. O ensino fundamental anos iniciais está universalizado nessas escolas. Contudo, a
oferta de ensino médio ocorre ainda em apenas duas escolas indígenas.

Tabela 12.2 - Resumo do Censo Escolar Indígena 2014

Escola Indígena Localização/Terra Pré-


1ºa5ºano 6ºa9ºano Médio Supletivo Total
indígena Escola
Huni Kui Sai Aldeia Paroá 28 92 56 0 25 201
Tekahayne Aldeia
Shanenawa Morada Nova 12 67 66 25 0 170
Moacir Brandao Nova Vida 9 23 25 19 0 76
Nova Olinda Katukina Kaxinawá 6 29 33 0 15 83

109
Pupunha Katukina Kaxinawá 15 43 35 0 0 93
Teyu Shanenawa Aldeia Cardoso 9 13 10 0 0 32
Aldeia
Simpatia/Kampa
Simpatia Isolado 0 29 0 0 0 29
Kulina do Igarapé
Igarapé Do Anjo do Anjo 0 32 0 0 0 32
Aldeia Maronawa/
Maronawa Igarapé do Pau 0 19 0 0 17 36
Aldeia Boca do
Nova Esperanca Grota/Kaxinawá 0 21 15 0 13 49
Alto Bonito II Aldeia Alto Bonito
Ashanika 0 33 0 0 23 56
Terra Nova Aldeia Alto Bonito 0 18 0 0 0 18

Uma vez que a formação de professores é basilar na garantia da qualidade da educação


em todos os seus níveis, etapas e modalidades. Apresentamos abaixo como vem evoluindo a
formação desses profissionais da educação indígena. Note que o número de professores
indígenas apenas com a escolaridade em Ensino Fundamental Incompleto não mudou muito
nos cinco anos observados. Houve um aumento significativo de professores com formação em
nível médio e o número de professores com formação superior decresceu nesse período.

Tabela 12.3 - Escolaridade dos professores que atuam nas Escolas Indígenas de Feijó

Ano Fundamental Fundamental Médio Médio Superior

Incompleto Completo Normal/Magistério

2009 11 17 24 10 0

2010 12 28 33 8 0

2011 11 23 43 4 7

2012 11 24 54 4 7

2013 10 33 86 8 4

Fonte: MEC/Censo Escolar

110
ORDEM ALDEIAS DO POLO BASE DE Nº DE POPULAÇÃO LOCAL/RIO ETNIA TERRA INDÍGENA DISTÂNCIA/POLO/ TRANSPORTE COORDENADAS
FEIJÓ FAMÍLIA ALDEIA GEOGRÁFICAS

1 Igarapé do Anjo 35 119 Alto Envira Madija Kulina do Igarapé do Anjo 86 h e 45 min. Barco 9°29’42,6”S 71°20’46,2”W
2 Boa Vista 8 59 Alto Envira Kaxinawá Nova Olinda 48h e 50min. Barco 9°05’39,2”S 70°41’81,2”W
Boca da Grota 35 108 Alto Envira Kaxinawá Kaxinawá do Sering. 8h 8°23’65,5”S 70°29’03,5”W
3 Barco
Curralinho
4 Coco Açu 27 120 Alto Envira Ashaninka Kampas Isolados 92h e 40 min. Barco 9°36’36,00”S 71°24’40,00”W
5 Nova Bananeira (Nova Floresta) 30 96 Alto Envira Ashaninka Kampas Isolados 77h 45 min. Barco 9°28’45,6”S 71°18’18,00”W
6 Califórnia 29 138 Alto Envira Madija Igarapé do Pau 2 dias + 13 h Barco 9°16’30,0”S 70°56’13,8”W
7 Formoso 68 202 Alto Envira Kaxinawá Kaxinawá de Nova Olinda 2 dias + 03 h Barco 9°07’30,6”S 70°45’43,2”W
8 Nova Olinda 67 169 Alto Envira Kaxinawá Kaxinawá de Nova Olinda 2 dias + 01 h Barco 9°06’21,5”S 70°43’00,4”W
9 Nova Olinda/Novo Segredo 8 50 Alto Envira Kaxinawá Kaxinawá de Nova Olinda 48h e 40 min. Barco 9°04’82,5”S 70°41’67,7”W
10 Nova Esperança 5 45 Alto Envira Kaxinawá Kaxinawá de Nova Olinda 8h e 40 min. Barco 8°24’02,7”S 70°30’00,3”W
11 Coqueiro 10 50 Alto Envira Madija Igarapé do Pau 2 dias + 08 h Barco
12 Limoeiro 12 52 Alto Envira Madija Igarapé do Pau 2 dias + 13 h Barco
13 Alto Bonito 25 126 Alto Envira Ashaninka Jaminawá 2 dias + 17 h Barco
14 Jaminawa 32 123 Alto Envira Madija Igarapé do Pau 2 dias + 17 h e 15 min. Barco
15 Salão 80 Alto Envira Madija Kulina do Igarapé do Anjo 2 dias + 18 h e 15 min. Barco
16 Maronawa 9 44 Alto Envira Madija Igarapé do Pau 3 dias + 05 h e 15 min. Barco
17 Terra Nova 24 87 Alto Envira Madija Kulina do Envira 3 dias + 15 min. Barco
18 Santarém 6 33 Alto Envira Ashaninka Kampas Isolados 3 dias + 09 h e 45 min. Barco
19 Riozinho 15 76 Alto Envira Ashaninka Kampas Isolados 3 dias + 18 h e 45 min. Barco
20 Simpatia 15 86 Alto Envira Ashaninka Kampas Isolados 4 dias + 06 h e 45 min. Barco
21 Sete Voltas 11 33 Alto Envira Ashaninka Kampas Isolados 4 dias + 18 h e 40 min. Barco
22 Paroá/Novo Lugar 22 74 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 2h e 35 min. Barco 8°09’07,3”S 70°23’18,8”W
23 Paredão 33 93 Baixo Envira Shanenawá Katukina Kaxinawá 35 min. Barco 8°09’07,60”S 70°23’18,1”W
24 Pupunha/ São Francisco 30 89 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 50 min. Barco 8°09’08,2”S 70°23’18,4”W
25 Paroá/ Nova Aliança 13 87 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 1h e 30 min Barco 8°09’08,7”S 70°23’17,5”W
26 Nova Ida 35 144 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 20 min Barco
27 Belo Monte 38 196 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 1h Barco 8°05’51,30”S 70°20’12,50”W
28 Paroá 114 507 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 1h e 35 min. Barco 8°04’59,60”S 70°19’11,20”W
29 Morada Nova 98 364 Baixo Envira Shanenawá Katukina Kaxinawá 15 min Barco 8°09’33,20”S 70°22’15,30”W
30 Natal 84 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 1h e 30 min. Barco 8°05’27,30”S 70°19’40,20”W
31 Boa União 78 Bixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 1h e 25 min. Barco 8°05’29,60”S 70°19’42,00”W
32 Shanenawa 12 71 BR 364 Shanenawá Katukina Kaxinawá 30 min. Carro 8°09’18,4”S 70°23’53,6”W
33 Cardoso 37 94 BR 364 Shanenawá Katukina Kaxinawá 40 min. Carro 8°09’26,1”S 70°25’08,3”W
34 Cardoso/ Quarenta 4 30 BR 364 Shanenawá Katukina Kaxinawá 45 min. Carro 8°08’35,2”S 70°23’55,8”W
35 Morada Nova/ Vitória 13 57 BR 364 Shanenawá Katukina Kaxinawá 50 min. Carro 8°08’40,1”S 70°26’32,5”W
36 Pupunha 22 108 Baixo Envira Kaxinawá Katukina Kaxinawá 40 min. Barco

111
Por reconhecermos o valor da luta das comunidades indígenas de nosso País, Estado
e Município em construir projetos de educação diferenciada em contraposição à tradição
assimilacionista e integracionista a qual estiveram sujeitos desde a colonização às décadas
finais do século XX é que este Plano Municipal de Educação estabelece como estratégia
fundamental para a implementação dos direitos educacionais das comunidades indígenas do
município de Feijó que sejam envidados esforços no âmbito municipal a fim de acompanhar,
apoiar quando se fizer necessário e o orçamento municipal tiver capacidade para tal,
respeitado ainda o que estabelece a legislação e regime de colaboração entre União, Estado e
Município, para que se potencialize as ações voltadas para o alcance da meta de
Universalizar a Educação Básica para todas as terras indígenas feijoenses, até o final da
vigência dos Planos Estadual e Municipal de Educação.

Estratégias

12.1. Realizar a chamada pública da população indígena da Educação Infantil até 2016 e
universalizar a oferta, nas próprias aldeias, de forma a atender às especificidades dessas
comunidades, garantindo, para o oferecimento a consulta livre, prévia e informada.

12.2. Envidar esforços para universalizar a oferta do Ensino Fundamental do 1º ao 5º ano e


ampliar, gradativamente, a oferta do Ensino Fundamental do 6º ao 9º ano à população
indígena, nas próprias aldeias, de acordo com as especificidades socioculturais, a
territorialidade e em consulta livre, prévia e decidida pela comunidade.

12.3. Propor consulta pública nas comunidades indígenas para identificar a demanda do
ensino fundamental para assegurar a oferta adequada.

12.4. Ampliar, gradativamente, a oferta de ensino médio à população indígena, respeitando a


territorialidade e as condições socioculturais de suas comunidades, de acordo com o
levantamento do número de alunos realizado pela SEE e a consulta livre, prévia e decidida
pela comunidade.

12.5. Implementar as tecnologias pedagógicas que combinem, de maneira articulada, os


modos próprios de ensino/aprendizagem, a organização social e o ambiente comunitário das
comunidades indígenas.

12.6. Implantar, salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada de


professores indígenas.

112
12.7. Elaborar materiais didáticos específicos em Língua Materna e portuguesa para a
alfabetização de crianças indígenas e desenvolver instrumentos de acompanhamento
pedagógico que respeitem as condições sociolinguísticas de cada povo.

12.8. Desenvolver estudos para aperfeiçoar o sistema de avaliação da educação básica,


buscando a contextualização dos indicadores e levando em consideração os múltiplos fatores
que interferem na atuação da escola, em especial as condições socioculturais e linguísticas dos
alunos indígenas.

12.9. Desenvolver programa específico para promover a regionalização da merenda escolar,


considerando os hábitos alimentares, a disponibilidade de produção local, a partir da
articulação com as comunidades indígenas e demais órgãos de governo.

12.10. Elaborar materiais didáticos específicos para educação escolar indígena e desenvolver
instrumentos de acompanhamento pedagógico que respeitem as condições sociolinguística de
cada povo.

12.11. Oferecer em parceria com o Estado programas de educação de Jovens e Adultos e EJA
nas terras indígenas para grupos que não foram contemplados com o Ensino Fundamental e
Médio na idade certa, observando as especificidades educativas dos povos, a partir de
consulta prévia, livre e informada.

12.12. Implementar, por meio do regime de colaboração, o território étnico-educacional afim


de atender especificidades socioculturais e linguísticas das comunidades envolvidas,
assegurando consulta livre prévia e informada.

12.13. Estabelecer padrões de infraestrutura para as escolas indígenas, que garantam a


adaptação às condições climáticas da região e, sempre que possível, as técnicas de edificações
próprias, de acordo com o uso social e concepções do espaço próprias de cada povo, além das
condições sanitárias e de higiene, conforme consulta livre, prévia e informada.

12.14. Desenvolver estudos para adaptar ou instituir o PDDE estadual para atender às
especificidades da educação escolar indígena.

12.15. Propor junto ao Estado e a União até o quinto ano de vigência do PME, a regularização
das escolas localizadas em terras indígenas e em áreas habitadas tradicionalmente por povos
indígenas.

12.16. Implementar programas específicos para formação de gestores e pessoal de apoio para
atender as escolas de comunidades indígenas, diretamente ou por meio de convênio com
instituição de ensino superior.

113
12.17. Elaborar materiais didáticos específicos para atender o Ensino Fundamental I e II e
Ensino Médio da educação escolar indígena contemplando as áreas de conhecimentos,
considerando as condições sociolinguística de cada povo.

12.18. Produzir material didático para ensino de segunda língua, considerando as condições
sociolinguística de cada povo.

12.19. Implementar programa de educação escolar indígena para adultos, articulado com a
educação profissional, de acordo com a demanda, desenvolvendo tecnologias e
acompanhamento pedagógico necessários, que considerem a territorialidade e as condições
socioculturais das comunidades indígenas, garantindo consulta livre, prévia e informada.

12.20. Atender, de acordo com a demanda, a oferta da educação de adultos, articulada com a
educação profissional, respeitando a territorialidade e as condições socioculturais das
comunidades indígenas voltada para sustentabilidade local, garantindo consulta livre, prévia e
informada.

12.21. Assegurar a oferta do Ensino Médio integrado à educação profissional, de acordo com
a demanda, reconhecendo experiências existentes, respeitando a territorialidade e as
condições socioculturais das comunidades indígenas, garantindo consulta livre, prévia e
informada.

12.22. Assegurar o acesso de estudantes indígenas em programas de formação para a atuação


em diferentes áreas do trabalho técnico, necessárias ao desenvolvimento de suas
comunidades, como as da tecnologia da informação, saúde, gestão territorial e ambiental,
magistério e outras.

12.23. Realizar, até o final do primeiro ano de vigência do PME, em parceria com instituições
públicas de ensino superior, estratégias que assegurem o acesso e a permanência ao ensino
superior de alunos indígenas egressos das escolas indígenas.

12.24. Possibilitar o acesso dos alunos indígenas em Programas de Pós-graduação nas


Instituições de nível superior.

12.25. Buscar parcerias junto ao Estado e a União para qualificar 25% dos docentes indígenas
em nível superior, até o sexto ano de vigência do PME, em programas específicos para
formação de professores atuantes na educação básica, das redes estadual e municipais, em
parceria com instituição pública de ensino superior.

114
12.26. Envidar esforços junto ao Estado e a União para qualificar 50% dos docentes
indígenas, até o oitavo ano de vigência do PME, em nível médio, em programas específicos
para formação de professores atuantes na educação básica, das redes estadual e municipais.

12.27. Promover a formação continuada de professores indígenas em parceria com


Instituições federais de nível superior, assegurando as especificidades da educação escolar
indígena;

12.28. Considerar as especificidades socioculturais das comunidades indígenas no provimento


de cargos efetivos para essas escolas.

12.29. Propor a criação até o final do primeiro ano de vigência do PEE, a categoria de escola
indígena no âmbito do sistema de educação do estado, para assegurar especificidade e o
aprimoramento da oferta da educação escolar indígena.

12.30. Propor a carreira específica do magistério indígena, assegurando concurso de provas e


títulos adequados às particularidades linguísticas e culturais das sociedades indígenas.

12.31. Estimular a constituição e o fortalecimento de conselhos escolares em escolas


indígenas, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar, por meio da
criação de programa específico para formação de conselheiros, de forma a assegurar suas
condições de funcionamento.

12.32. Assegurar, de acordo com a demanda, a constituição e o fortalecimento de Comitê


Executivo nas escolas indígenas, como instrumentos de gestão escolar, por meio da criação
de programas específico para formação de conselheiro, assegurando condições de
funcionamento, bem como a consulta livre, prévia e informada.

12.33. Assegurar a participação e formação de representantes dos povos indígenas nos


conselhos de acompanhamento e controle social de políticas públicas voltadas para a
educação escolar indígena.

12.34. Estabelecer parceria técnico-financeira, com os municípios e com instituições não


governamentais, onde houver educação escolar indígena para o desenvolvimento da Educação
Básica;

12.35. Assegurar as condições para a criação e manutenção de um grupo formado pela SEE,
IFES, FUNAI, organizações indígenas e indigenistas e organizações não governamentais,
com o objetivo de assessorar tecnicamente a formulação de políticas para educação escolar
indígena.

115
Apontamos ainda a necessidade de se assegurar aos estudantes indígenas transporte
escolar àquelas comunidades onde se fizer necessário. Para tanto propomos que essa
indicação de necessidade seja encaminhada à Secretaria Estadual de Educação, para que
sejam tomadas as devidas providências.

Meta 13: Garantir, em regime de colaboração com União e Estado, formação dos
profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurando que todos os professores e as professoras
da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de
licenciatura na área de conhecimento em que atuam e que 90% dos servidores não
docentes tenham cursos técnicos, até o final da vigência deste plano.

Diagnóstico

As diretrizes dessa meta já se encontram parcialmente expressas na própria meta,


quando faz referência ao art. 61 da lei de Diretrizes e bases da Educação. Contudo, para
asseverarmos a relevância desta para o Plano Municipal de educação, além dos dados
municipais citamos na íntegra os art.61 e 62 da supracitada legislação que além de identificar
quem sejam os profissionais da educação, determinam a formação mínima para atuação na
educação básica, orienta qual deva ser a finalidade e como deve ser suprida essa necessidade
em relação aos profissionais que já atuam, assim como a formação continuada, indicando
ainda as responsabilidades dos entes federados em assegurar essa formação. Verifique abaixo:

Art. 61. Consideram-se profissionais da educação


escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em
cursos reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – professores habilitados em nível médio ou superior
para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação
dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
II – trabalhadores em educação portadores de diploma
de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão,
inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado
nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma
de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº
12.014, de 2009)
Parágrafo único. A formação dos profissionais da
educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem
como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá
como fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)

116
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o
conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de
trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
II – a associação entre teorias e práticas, mediante
estágios supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de
2009)
III – o aproveitamento da formação e experiências
anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº
12.014, de 2009)

Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação


básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima
para o exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do
ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal. (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os
Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a
continuada e a capacitação dos profissionais de magistério. (Incluído pela Lei nº
12.056, de 2009).
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos
profissionais de magistério poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a
distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009).
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao ensino
presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias de educação a
distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de 2009). § 4o A União, o Distrito Federal,
os Estados e os Municípios adotarão mecanismos facilitadores de acesso e
permanência em cursos de formação de docentes em nível superior para atuar na
educação básica pública. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão a
formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica pública
mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes
matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas instituições de
educação superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame nacional
aplicado aos concluintes do ensino médio como pré-requisito para o ingresso em
cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho Nacional de
Educação - CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Art. 62-A. A formação dos profissionais a que se refere o inciso III do art. 61 far-se-
á por meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em nível médio ou superior,
incluindo habilitações tecnológicas. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que se
refere o caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior,
incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação plena ou
tecnológicos e de pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

Disponível: http://www.planalto.gov.br

Visto que a LDBEN citada remonta ao ano de 1996. Achamos procurarmos saber
como tem se efetivado no território nacional. Para isso transcrevermos o que diz o sítio
Observatório do PNE, onde comentando os dados nacionais afirma que:

Dos 2.101.408 dos docentes que atuam na Educação Básica do país, 22% não
possuem formação adequada (Censo Escolar de 2012). Nesse número se incluem
professores sem nível superior ou formados em outras áreas, como engenharia ou
saúde. Após 2006, prazo dado às redes públicas e privadas para cumprir a
obrigatoriedade do diploma de nível superior para os docentes (LDB/1996), somente
os já formados puderam participar de concursos, mas os indicadores só refletem o
117
fato a partir de 2010. Daquele ano até 2012, o número de diplomados cresceu quase
10 pontos percentuais (68,9%, em 2010, a 78,1%, em 2012). Apesar disso, mesmo
com projeções otimistas, não será possível atingir 100% em 2014, como previsto na
meta. Vale ressaltar que os dados por região mostram grande disparidade entre o
Norte e o Nordeste, onde há menos docentes com formação adequada, e as outras
regiões do Brasil. E boa parte dos professores da Educação Infantil ainda não tem
magistério nem curso superior (em 2009, eram 11%, segundo o INEP).
Para que aconteça um ganho de qualidade na formação do professor – seja ela
inicial ou continuada – é preciso que a Educação Básica entre na agenda de
prioridade das universidades. Os currículos das licenciaturas pouco tratam das
práticas de ensino e são distantes da realidade da escola pública. De modo geral, a
formação continuada se propõe a tampar os buracos deixados pela inicial.

A tabela abaixo apresenta em percentuais a evolução da formação inicial dos


professores da rede pública de Feijó. Percebe-se que ao longo dos últimos seis anos elevou-se
em 13,6 % o percentual de professores com curso superior no município. Contudo, 2 % desses
não estão habilitados segundo o art. 62 da LDBEN/9394/96, transcrito acima.

Tabela 13.1 - Porcentagem de professores da Educação Básica com curso superior

Ano Com superior Sem licenciatura Com licenciatura


2007 27,9% 114 3,2% 13 24,8% 101
2008 25,6% 111 1,6% 7 24% 104
2009 20,7% 94 0,9% 4 19,8% 90
2010 19,9% 102 1,6% 8 18,3% 94
2011 38,6% 206 1,3% 7 37,3% 199
2012 48,4% 277 2,1% 12 46,3% 265
2013 41,5% 248 2% 12 39,5% 236
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação
Disponível: http://www.observatoriodopne.org.br.

Sabendo que apenas 41,5% dos professores da Educação Básica possuíam nível
superior no ano de 2013. Apresentamos abaixo a escolaridade dos demais professores. Nota-
se que em 2013 7,2% dos professores da Educação Básica no município possuíam formação
inicial em Ensino Fundamental, 6,9% em magistério e ainda 44,5% Ensino Médio.

Tabela 13.2 - Professores da Educação Básica por Escolaridade

Ensino Ensino Médio - Ensino Ensino


Ano Fundamental Normal/Magistério Médio Superior
2007 4,4% 18 56,9% 232 10,8% 44 27,9% 114
2008 5,8% 25 50,3% 218 18,2% 79 25,6% 111
2009 6,6% 30 47% 214 25,7% 117 20,7% 94

118
Ensino Ensino Médio - Ensino Ensino
Ano Fundamental Normal/Magistério Médio Superior
2010 8% 41 37,2% 191 34,9% 179 19,9% 102
2011 6,6% 35 18,2% 97 36,6% 195 38,6% 206
2012 6,1% 35 8% 46 37,4% 214 48,4% 277
2013 7,2% 43 6,9% 41 44,5% 266 41,5% 248
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação
Disponível: http://www.observatoriodopne.org.br.

Vejamos agora em que etapa da Educação Básica estavam atuando esses professores.
Perceba na tabela abaixo que na Educação Infantil, primeira etapa deste nível escolar, em
2013 apenas 37,8% estavam habilitados com nível superior, note ainda que 52,4% tinham
concluído apenas o Ensino Médio e 7,3% ainda tinham apenas o Ensino Fundamental.

Tabela 13.3 – Grau de Escolaridade dos Professores atuantes na Educação Infantil

Ensino Ensino Médio - Ensino Ensino


Ano Fundamental Normal/Magistério Médio Superior
2007 10% 4 62,5% 25 2,5% 1 25% 10
2008 6,8% 3 70,5% 31 2,3% 1 20,5% 9
2009 8,6% 6 38,6% 27 38,6% 27 14,3% 10
2010 11,3% 8 26,8% 19 45,1% 32 16,9% 12
2011 11,5% 9 19,2% 15 47,4% 37 21,8% 17
2012 6,3% 5 6,3% 5 49,4% 39 38% 30
2013 7,3% 6 2,4% 2 52,4% 43 37,8% 31
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação
Disponível: http://www.observatoriodopne.org.br

No Ensino Fundamental registra-se uma variação ora para mais ora para menos em
relação ao percentual de professores atuando com Ensino Superior. Note que em 2012
chegou-se ao percentual de 50,1 % dos professores atuando no Ensino Fundamental estavam
habilitados em nível superior. Contudo, esse percentual decresceu para 39,5% no ano
seguinte. Sabe-se que esse fenômeno ocorre em decorrência do alto índice de contratação
provisória de professores para a zona rural. Muito chama à atenção nesta tabela que o
percentual de professores atuando no Ensino Fundamental apenas com sua própria formação
inicial não tem decrescido, pelo contrário elevou-se a cada ano. Observe que no ano de 2007
representavam 4,9 %, já em 2013 atingiu o percentual de 9,4 %.

119
Tabela 13.4 – Grau de Escolaridade dos Professores atuantes no Ensino Fundamental

Ensino Ensino Médio - Ensino Ensino


Ano Fundamental Normal/Magistério Médio Superior
2007 4,9% 15 59,5% 182 9,5% 29 26,1% 80
2008 6,5% 22 51,9% 176 18,6% 63 23% 78
2009 7,3% 24 52,3% 172 21,6% 71 18,8% 62
2010 8,4% 32 42,3% 161 34,4% 131 15% 57
2011 6,7% 27 18,4% 74 36,6% 147 38,3% 154
2012 7,7% 30 7,7% 30 34,5% 135 50,1% 196
2013 9,4% 38 6,7% 27 44,4% 180 39,5% 160
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação
Disponível: http://www.observatoriodopne.org.br
Em relação à formação inicial dos professores que atuam no Ensino Médio,
apresentadas na tabela abaixo é no mínimo surpreendente notar que no ano de 2007 havia
mais professores com formação em nível superior do que no último ano em análise, 2013
nesta etapa da Educação Básica.

Tabela 13.5 – Grau de Escolaridade dos Professores que atuam no Ensino Médio

Ensino Ensino Médio - Ensino Ensino


Ano Fundamental Normal/Magistério Médio Superior
2007 0% 0 23,1% 6 3,8% 1 73,1% 19
2008 0% 0 12,9% 4 19,4% 6 67,7% 21
2009 0% 0 19,4% 7 8,3% 3 72,2% 26
2010 0% 0 2,6% 1 18,4% 7 78,9% 30
2011 0% 0 2,6% 1 0% 0 97,4% 37
2012 0% 0 1,9% 1 13,5% 7 84,6% 44
2013 1,4% 1 8,7% 6 18,8% 13 71% 49
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação
Disponível: http://www.observatoriodopne.org.br

Sabendo que Feijó foi contemplado com programas específicos para a formação de
professores da Educação Básica em Nível Superior, como indicam as duas tabelas abaixo. O
esperado seria que o número de professores habilitados fosse crescente e não o contrário,
como ocorreu.

120
Tabela 13.6 - Cursos ofertados pela UFAC / Feijó

Ano/início Cursos Oferta de


matrícula
1992 Letras / Português 50
1996 História 50
Educação Física 50
2000 Geografia 50
Matemática 50
2002 Pedagogia 100
Letras / Português 50
Matemática 50
2006 Pedagogia 50
Ciências Biológicas 50
2007 Economia 50
2013 Pedagogia 200
2014 Pedagogia 150
2015 Letras 50
Fonte: UFAC/ Feijó

Tabela 13.7 - Cursos de Graduação ofertados pela UAB em Feijó

Ano/ Cursos Vagas ofertadas Classificados Concludentes


início
Artes Visuais 20 20 12
2007 Música 15 04 0
Teatro 15 02 01
Fonte: UAB/Feijó

Vejamos agora a situação desses professores com licenciatura na área em que atuam.
Registra-se na tabela abaixo que no Ensino Fundamental apenas 3,9 % dos professores que
atuam nessa etapa da Educação Básica na área de sua licenciatura no ano de 2013.

Tabela 13.8 - Porcentagem de professores dos anos finais do Ensino Fundamental que
tem licenciatura na área em que atuam

Com Com Com licenciatura na


Ano Total superior licenciatura área em que atua
2009 100% 1.030 8% 82 3,6% 37 1,6% 16
2010 100% 1.197 4,8% 58 3,1% 37 1,1% 13
2011 100% 1.748 37% 646 36,4% 637 4,7% 83
2012 100% 1.792 43,4% 777 40,8% 731 4,5% 81
2013 100% 1.649 31% 511 29,7% 489 3,9% 64
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação
Disponível: http://www.observatoriodopne.org.br
121
Evidencia-se nas tabelas abaixo que mesmo que o número dos professores atuantes
no Ensino Fundamental estejam habilitados em nível superior com licenciatura, no ano de
2012 para 2013, houve uma queda drásticas desses percentuais. Observe na 5ª coluna das
tabelas de formação /disciplinas em que atuam, abaixo, que esse fenômeno ocorre
pincipalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia e
Ciências.

Já se sabia que o município tem carência em formação de professores licenciados


em Matemática e Língua Portuguesa, Língua Estrangeira e Artes para o Ensino Fundamental
e Médio. Contudo, é espantoso perceber que essa carência é extensiva a todas as demais áreas
do conhecimento, se na rede estadual houve dois concursos públicos para preenchimento de
vagas na educação básica nos últimos 5 anos e ainda assim os índices de professores sem a
habilitação necessária à área de conhecimento em que atuam não reduziu.

Tabelas 13.9 - Formação de Professores que atuam no Ensino Fundamental

Tabela 13.9.1 - Disciplina / Língua Portuguesa


Com licenciatura
Com em língua
Ano Total Com superior licenciatura portuguesa
2009 100% 195 7,2% 14 3,6% 7 1,5% 3
2010 100% 235 4,7% 11 3,4% 8 1,3% 3
2011 100% 244 37,3% 91 36,9% 90 9% 22
2012 100% 246 41,9% 103 39,8% 98 6,9% 17
2013 100% 230 30,4% 70 28,7% 66 5,7% 13
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.9.2 - Disciplina / Matemática


Com Com licenciatura
Ano Total Com superior licenciatura em matemática
2009 100% 199 7,5% 15 4,5% 9 3,5% 7
2010 100% 237 4,6% 11 3% 7 1,7% 4
2011 100% 242 36,4% 88 35,5% 86 12% 29
2012 100% 248 42,7% 106 39,9% 99 10,1% 25
2013 100% 230 30,9% 71 29,6% 68 8,3% 19
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

122
Tabela 13.9.3 - Disciplina / História
Com licenciatura
Ano Total Com superior Com licenciatura em história
2009 100% 200 8% 16 3% 6 1% 2
2010 100% 232 4,7% 11 2,6% 6 0,9% 2
2011 100% 240 35,4% 85 35% 84 1,7% 4
2012 100% 249 42,2% 105 39,8% 99 1,6% 4
2013 100% 229 30,1% 69 28,8% 66 1,7% 4
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.9.4 - Disciplina / Geografia


Com licenciatura
Ano Total Com superior Com licenciatura em geografia
2009 100% 199 7,5% 15 3% 6 1,5% 3
2010 100% 226 4,9% 11 2,7% 6 1,3% 3
2011 100% 244 36,1% 88 35,7% 87 2,5% 6
2012 100% 247 42,9% 106 40,5% 100 2,8% 7
2013 100% 230 31,3% 72 30% 69 3,5% 8
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.9.5 - Disciplina / Ciências


Com licenciatura
Ano Total Com superior Com licenciatura em ciências
2009 100% 201 6,5% 13 3% 6 0,5% 1
2010 100% 235 3,8% 9 2,6% 6 0,4% 1
2011 100% 243 36,2% 88 35,4% 86 6,2% 15
2012 100% 247 42,1% 104 38,9% 96 7,3% 18
2013 100% 230 30,9% 71 28,7% 66 5,2% 12
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.9.6 - Disciplina / Educação Física


Com licenciatura
Ano Total Com curso superior Com licenciatura em Educação Física
2011 100% 233 36,5% 85 36,1% 84 2,6% 6
2012 100% 235 40,9% 96 39,1% 92 3% 7
2013 100% 204 28,9% 59 27,9% 57 2,9% 6
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

123
Tabela 13.9.7 - Disciplina / Artes

Com licenciatura
Ano Total Com curso superior Com licenciatura em artes
2011 100% 239 35,1% 84 34,7% 83 0% 0
2012 100% 246 42,3% 104 40,2% 99 0,8% 2
2013 100% 226 29,2% 66 28,3% 64 0,9% 2
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.9.8 - Disciplina / Língua Estrangeira


Com curso Com Com licenciatura em alguma
Ano Total superior licenciatura língua estrangeira
2009 100% 35 25,7% 9 8,6% 3 0% 0
2010 100% 32 15,6% 5 12,5% 4 0% 0
2011 100% 62 58,1% 36 58,1% 36 1,6% 1
2012 100% 74 71,6% 53 64,9% 48 1,4% 1
2013 100% 70 47,1% 33 47,1% 33 0% 0
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

A formação inicial dos professores atuantes no Ensino Médio apresentou um


crescimento positivo até o ano de 2011 e assim como no Ensino Fundamental decresceu no
ano seguinte, chegando ao ano de 2013 com 81,3% de professores licenciados, contudo,
apenas 15 % do total de professores estavam atuando em sua área de formação.

Tabela 13.10 - Porcentagem de professores do Ensino Médio que tem licenciatura na


área em que atuam

Com Com Com licenciatura na área em


Ano Total superior licenciatura que atua
2009 100% 45 73,3% 33 40% 18 11,1% 5
2010 100% 55 89,1% 49 41,8% 23 7,3% 4
2011 100% 83 97,6% 81 91,6% 76 21,7% 18
2012 100% 74 81,1% 60 78,4% 58 35,1% 26
2013 100% 214 83,6% 179 81,3% 174 15% 32
Fonte: Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

124
Apresentamos as tabelas abaixo a fim de identificar as maiores necessidades de
formação no Ensino Médio. Os números mais críticos como se pode ver abaixo estão nas
disciplinas de Física, Artes, língua Portuguesa, Língua Estrangeira, História e Química.
Contudo, não esqueçamos que Matemática assim como Língua Portuguesa são disciplinas
basilares do currículo da educação básica, portanto é preocupante saber que essas disciplinas
chaves do currículo estão sendo ministradas por professores sem formação específica para tal
até o ano de 2013.

Tabela 13.11 - Formação de Professores que atuam no Ensino Médio

Tabela 13.11.1 - Disciplina / Matemática


Com Com Com licenciatura
Ano Total superior licenciatura em matemática
2009 100% 6 100% 6 66,7% 4 50% 3
2010 100% 7 100% 7 42,9% 3 28,6% 2
2011 100% 7 100% 7 100% 7 57,1% 4
2012 100% 7 85,7% 6 85,7% 6 85,7% 6
2013 100% 22 86,4% 19 86,4% 19 40,9% 9
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.2 - Disciplina / Língua Portuguesa


Com Com Com licenciatura
Ano Total superior licenciatura em língua portuguesa
2009 100% 5 80% 4 60% 3 20% 1
2010 100% 7 100% 7 85,7% 6 14,3% 1
2011 100% 10 100% 10 90% 9 40% 4
2012 100% 10 90% 9 90% 9 50% 5
2013 100% 21 81% 17 81% 17 38,1% 8
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.3 - Disciplina / História


Com Com licenciatura
Ano Total Com superior licenciatura em história
2009 100% 7 71,4% 5 28,6% 2 14,3% 1
2010 100% 5 100% 5 20% 1 0% 0
2011 100% 8 100% 8 87,5% 7 12,5% 1
2012 100% 5 60% 3 60% 3 20% 1
2013 100% 22 81,8% 18 72,7% 16 4,5% 1
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

125
Tabela 13.11.4 - Disciplina / Geografia
Ano Total Com superior Com licenciatura Com licenciatura em geografia
2009 100% 5 80% 4 20% 1 0% 0

2010 100% 6 100% 6 16,7% 1 16,7% 1

2011 100% 8 100% 8 87,5% 7 50% 4

2012 100% 8 75% 6 75% 6 50% 4

2013 100% 21 81% 17 81% 17 19% 4

Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.5 - Disciplina / Química


Com licenciatura
Ano Total Com superior Com licenciatura em química
2009 100% 4 50% 2 25% 1 0% 0

2010 100% 6 66,7% 4 33,3% 2 0% 0

2011 100% 7 85,7% 6 85,7% 6 0% 0

2012 100% 6 66,7% 4 66,7% 4 0% 0

2013 100% 20 85% 17 85% 17 5% 1

Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.6 - Disciplina / Física


Com Com
Ano Total superior licenciatura Com licenciatura em física
2009 100% 3 66,7% 2 66,7% 2 0% 0
2010 100% 5 100% 5 60% 3 0% 0
2011 100% 7 85,7% 6 85,7% 6 0% 0
2012 100% 4 75% 3 75% 3 0% 0
2013 100% 19 84,2% 16 84,2% 16 0% 0
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.7 - Disciplina / Biologia


Com Com licenciatura em
Ano Total Com superior licenciatura biologia
2009 100% 3 33,3% 1 33,3% 1 0% 0
2010 100% 6 83,3% 5 33,3% 2 0% 0
2011 100% 7 100% 7 100% 7 14,3% 1
2012 100% 7 100% 7 100% 7 28,6% 2
2013 100% 20 90% 18 90% 18 15% 3
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

126
Tabela 13.11.8 - Disciplina / Filosofia
Com Com licenciatura em
Ano Total Com superior licenciatura filosofia
2009 100% 7 71,4% 5 28,6% 2 0% 0
2010 100% 4 100% 4 25% 1 0% 0
2011 100% 7 100% 7 85,7% 6 14,3% 1
2012 100% 6 83,3% 5 66,7% 4 16,7% 1
2013 100% 21 81% 17 76,2% 16 4,8% 1
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.9 - Disciplina / Educação Física


Com curso Com Com licenciatura
Ano Total superior licenciatura em Educação Física
2011 100% 6 100% 6 100% 6 50% 3
2012 100% 6 100% 6 100% 6 83,3% 5
2013 100% 8 87,5% 7 87,5% 7 50% 4
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.10 - Disciplina / Artes


Com licenciatura
Ano Total Com curso superior Com licenciatura em artes
2011 100% 7 100% 7 100% 7 0% 0
2012 100% 7 57,1% 4 57,1% 4 0% 0
2013 100% 18 77,8% 14 77,8% 14 0% 0
Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 13.11.11 - Disciplina / Língua Estrangeira


Com curso Com Com licenciatura em alguma
Ano Total superior licenciatura língua estrangeira
2009 100% 5 80% 4 40% 2 0% 0

2010 100% 9 66,7% 6 44,4% 4 0% 0

2011 100% 9 100% 9 88,9% 8 0% 0

2012 100% 8 87,5% 7 75% 6 25% 2

2013 100% 22 86,4% 19 77,3% 17 4,5% 1

Fonte: Mec/Inep/DEED/Censo Escolar / Preparação: Todos Pela Educação

127
Estratégias

13.1. Incentivar os profissionais da educação à adesão ao programa permanente de iniciação à


docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, a fim de aprimorar a formação
de profissionais para atuar no magistério da educação básica.

13.2. Aprimorar os programas de formação continuada dos profissionais da educação dos


diferentes níveis e modalidades de ensino e dos demais profissionais da educação não
docentes, que fazem parte da rede municipal de educação.

13.3. Valorizar as práticas de ensino e os estágios nos cursos de formação de nível médio e
superior dos profissionais da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação entre a
formação acadêmica e as demandas da Educação Básica.

13.4. Envidar esforços junto ao Estado e União afim de implementar cursos e programas
especiais para assegurar formação específica na Educação Superior, nas respectivas áreas de
atuação, aos docentes com formação de nível médio, não licenciados ou licenciados em área
diversa da de atuação, em efetivo exercício da docência nas unidades escolares de Educação
Básica de Feijó.

13.5. Ampliar, com a colaboração da União, do Estado e do Município, os programas de


formação em serviço que assegurem a todos os professores a possibilidade de adquirir a
qualificação mínima exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
observando as Diretrizes Curriculares Nacionais e o que é previsto no PNE.

13.6 Pactuar com Governo Estadual e Federal aos professores, em efetivo exercício na
disciplina de língua estrangeira, acesso ao programa de concessão de bolsas de estudos para
que os professores de idiomas das escolas públicas de Educação Básica realizem estudos de
imersão e aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo as línguas que
lecionem, a ser instituído pelo Governo Federal.

13.7 Assegurar em regime de colaboração com Estado e União a oferta de cursos técnicos de
nível médio e tecnológicos de nível superior destinado à formação, nas respectivas áreas de
atuação, dos (as) profissionais da educação de outros segmentos que não os do magistério.

128
Meta 14: Envidar esforços junto a União no sentido de ampliar a oferta e assegurar a
regularidade de cursos universitários, levando-se em conta as necessidades de
qualificação dos profissionais que atuam nos serviços públicos, incentivo à pesquisa e
vocação econômica do município.

Diagnóstico

Informa-nos o Plano Estadual de Educação que estabeleceu como sua 15ª meta “envidar
esforços junto a união no sentido de expandir a oferta de nível superior de modo a regular
nos 22 municípios do Acre... que o País está a meio caminho da meta estabelecida pelo
PNE”. Então vejamos qual e a situação do Acre e do município diante do contexto nacional e
também que a taxa de matrícula líquida do ano de 2013 da população de 18 a 24 anos no
Ensino Superior acreana é de 16%.

Tabela 14.1 – Percentagem de matrículas da população de 18 a 24 anos na


Educação Superior / Taxa líquida de matrícula

Localidade 2008 2009 2010 2011 2012 2013


Brasil 13,3 14 14,7 14,9 15,4 16,5
Norte 9 9,6 10,9 10,8 11 12,6
Acre 13,2 10,7 10,1 13,5 16,3 16

Importante registrar ainda que os sítios oficiais não apresentam os indicadores dos
municípios brasileiros, uma vez que para a elaboração desses dados são realizadas pesquisas
nacionais por amostragem por meio do Pnad, no caso dos dois primeiros indicadores e ainda
observação do número de matrículas criadas entre um ano e outro (entre 2012 e 2013) na
Educação Superior e que são da Rede Pública. Além de quanto este valor representa
percentualmente em relação ao total de matrículas criadas, porém igualmente limitado aos
dados regionais, estaduais e das regiões metropolitanas.

Ainda assim apresentamos os indicadores que compõe essa meta, no sítio Observatório
do PNE. São eles:

 Porcentagem de matrículas na Educação Superior em relação à população de 18 a 24


anos;
 Porcentagem de matrículas da população de 18 a 24 anos na Educação Superior e
 Porcentagem de matrículas novas na Rede Pública em relação ao total de matrículas
novas na Educação Superior.
129
Tabela 14.2 – Indicadores de matrículas na Educação Superior / População de 18 a 24
anos

Ainda que carente dessas informações a comissão de acompanhamento e avaliação


deste PME terá que envidar esforços junto as instituições de Ensino Superior atuantes no
município, para que esses sejam pelo menos disponibilizados em sítios dessas instituições e
facilitem o controle social sobre o alcance da meta no município.

Apresentamos o diagnóstico do Ensino Superior em Feijó de acordo com o censo


demográfico/IBGE de 2010. As tabelas abaixo, ainda que rudimentares, indicam que se para o
Brasil o alcance da meta nacional demandará um esforço redobrado para elevar a taxa de
escolarização bruta na Educação Superior da população de 18 a 24 anos, no município de
Feijó, esse esforço deverá ser hercúleo, contudo necessário, diante do quadro exclusivo
abaixo.

130
Tabela 14.3 - Pessoas com Ensino Superior por Cor/Raça

Amarela Branca Indígena Parda Preta Total


33 pessoas 268 pessoas 15 pessoas 278 pessoas 27 pessoas 621 pessoas
Fonte: Censo Demográfico 2010

Tabela 14.4 - Pessoas com Ensino Médio completo e Superior incompleto por Cor/Raça

Amarela Branca Indígena Parda Preta Total


48 pessoas 717 pessoas 110 pessoas 1.483 pessoas 163 pessoas 2.521 pessoas
Fonte: Censo Demográfico 2010

Tabela 14.5 - Pessoas que frequentavam Especialização de Nível Superior

Particular Pública Total


70 pessoas 19 pessoas 89 pessoas
Fonte: Censo Demográfico 2010

Tabela 14.6 – Indicadores Superior Graduação

Pessoas que frequentavam Superior de Graduação


Particular Pública Total
234 pessoas 215 pessoas 449 pessoas
Fonte: Censo Demográfico 2010

Sabedora é a população feijoense do quão desafiador é proporcionar aos seus jovens


formação em nível superior. Quer seja pela inexistência de uma oferta regular de cursos
universitários no município, quer seja, pela impossibilidade financeira de se custear um curso
universitário privado no município e ou fora dele. Fato que distancia cada vez mais as
populações menos favorecidas economicamente desse nível de escolarização.

Inexpressivo é o número de jovens feijoenses matriculados em instituições


universitárias no município. Para sustentar essa afirmação, apresentamos como exemplo,
ainda que não tenhamos consultado a idade dos 50 cursistas da recém- formada turma de
Licenciatura em Letras /Português (ano início -2015), em andamento no pólo UFAC de Feijó.
Por contraste visual, pode-se afirmar que a grande maioria dos cursistas já ultrapassou a faixa
etária que se quer ampliar o atendimento (18 a 24 anos).

Registradas as devidas considerações informamos que no município de Feijó a oferta


de Ensino Superior vem sendo timidamente assegurada por meio de instituições públicas e
131
privada. São elas, pólo da Universidade Federal do Acre - UFAC, pólo da Universidade
Aberta do Brasil - UAB e pólo da Universidade do Norte do Paraná - UNOPAR.
Consideremos o histórico destes no município. Apresentamos um breve histórico dessas
instituições no município.

O pólo da Universidade Aberta do Brasil - UAB em Feijó foi oficialmente criado


por meio do decreto nº 5.800 de 8 de junho de 2006 , com início de funcionamento em 2007,
ofertando 3 cursos dentro do Sistema Universidade Aberta do Brasil, sendo estes os cursos de
Artes Visuais, Música e Teatro. Registra-se nos anais da instituição que em Artes Visuais
foram ofertadas 20 vagas tendo sido classificados apenas 20 candidatos e destes concluíram o
curso 12 acadêmicos. O curso de Música ofertou 15 vagas e foram classificados 04 candidatos
sendo que destes não houve nenhum concludente. O curso de Teatro ofertou 15 vagas ,
classificou 02 candidatos e destes concluíram o curso apenas 01 acadêmico . Os três cursos
mencionados foram ofertados no período de 2007 a 2011.

Esta Instituição de Ensino Superior, ofertou no ano 2009 em parceria com a


Fundação Osvaldo Cruz- FIOCRUZ a especialização Latu Sensu em Gestão e Saúde, onde
foram ofertadas 50 vagas para a regional do Juruá e Envira, sendo classificados 07 candidatos
deste município e 20 de Cruzeiro do Sul. Dos 27 candidatos classificados, a turma foi
resumida assim: Do município de Feijó concluíram 02 acadêmicos e de Cruzeiro do Sul 07,
totalizando apenas 09 concludentes.

No ano de 2014 em parceria da Universidade de Ouro Preto a UAB em Feijó ofertou


ainda a especialização latu sensu em Educação Ambiental em Escolas Sustentáveis e
COMVIDA, onde foram abertas 50 vagas no polo UAB de Feijó para todo o Estado do Acre,
então foram classificados deste município apenas 04 candidatos, 01 de Sena Madureira e os
demais da capital Rio Branco. Sabe-se que destes 4 candidatos de Feijó, 2 desistiram e 2
foram transferidos para o polo UAB de Rio Branco, sendo que destes permanece no curso
apenas 01 acadêmico oriundo de Feijó.

Ainda dentro do Sistema Universidade Aberta do Brasil em parceria com a


Universidade Fluminense, houve duas ofertas da especialização em Planejamento,
Implementação e Gestão EAD, no ano de 2014. Foram disponibilizadas para a comunidade
feijoense 50 vagas no total. Contudo, foram classificados apenas 08 candidatos e destes ainda
estão cursando 03 acadêmicos.

Ainda no ano de 2014 houve oferta por este polo de 50 vagas, posteriormente
ampliada para atender o número de classificados, para a especialização latu sensu em

132
Tecnologias da Informação e Comunicação em parceria com a Universidade federal do Acre,
Secretaria de Estado de Educação e Esporte e CEDUP, onde foram classificados 53
candidatos e destes 23 concluíram.

Necessário faz-se ainda oficializar neste PME que até o ano de 2012 o polo
Universidade Aberta do Brasil-UAB em Feijó era exclusivo da Universidade Aberta do
Brasil. Porém de acordo com o Decreto nº 3.146 de 16 de janeiro de 2012, este polo
institucionalizou-se como Centro Estadual de Educação Permanente- CEDUP, ampliando sua
rede de atendimento aos cursos técnicos, os cursos de qualificação para o trabalho,
capacitação de professores da rede pública deste município e demais necessidades municipais
de formação.

Ressaltamos ainda que segundo informações obtidas neste pólo, junto à coordenação
local, estão previstos, em aguardo de edital específico, os cursos de Bacharelado em
Administração e Licenciatura em Ciências Agrárias na parceria com a Universidade Federal
do Amazonas-UFAM.

Também as Licenciaturas Sistemas em Computação e Licenciatura em Matemática,


ambos em parceria com a Universidade Federal do Acre. A tabela abaixo apresenta o resumo
das informações de cursos, matrículas e seus respectivos resultados no município.

Tabela 14.7 - Cursos de Graduação ofertados pela UAB em Feijó

Ano/ Cursos Vagas ofertadas Classificados Concludentes


início
Artes Visuais 20 20 12
2007 Música 15 04 0
Teatro 15 02 01
Fonte: UAB/Feijó

Tabela 14.8 - Cursos de Especialização ofertados pela UAB em Feijó

Ano/ Cursos Vagas ofertadas Classificados Concludentes


início
2009 * Gestão e Saúde * 50 * 07 * 02
Educação Ambiental
em Escolas
2009 Sustentáveis e 50 4 1
COMVIDA
Planejamento,
Implementação e 50 8 3 (Cursando)
2014 Gestão EAD
133
Tecnologias da
Informação e 50 53 23
Comunicação
Fonte: UAB/Feijó
* Curso ofertado para Regional do Juruá e Envira

O Pólo da Universidade Federal do Acre em Feijó foi inaugurado em 1991 e


começou ofertar cursos de graduação a partir de 1992. Desde sua inauguração o prédio do
referido Pólo só veio receber uma reforma em 2015.

O quadro de cursos ofertados pela UFAC no município de Feijó elucida que esta
Instituição de Ensino Superior no período de 2001 a 2015 voltou sua oferta de cursos
universitários exclusivamente para a formação de professores da Educação Básica, uma
necessidade urgente de formação dos professores feijoenses, demandadas pela Lei de
Diretrizes e Bases e da Educação Nacional 9394/96.

Tabela 14.9 - Cursos ofertados pela UFAC / Feijó

Ano/início Cursos Oferta de


matrícula
1992 Letras / Português 50
1996 História 50
Educação Física 50
2000 Geografia 50
Matemática 50
2002 Pedagogia 100
Letras / Português 50
Matemática 50
2006 Pedagogia 50
Ciências Biológicas 50
2007 Economia 50
2013 Pedagogia 200
2014 Pedagogia 150
2015 Letras 50
Fonte: UFAC/Feijó

Apresentamos um breve histórico da Universidade Norte do Paraná- UNOPAR,


ofertando ensino superior no município desde o ano de 2006. O credenciamento da UNOPAR
como universidade deu-se em 03/07/97 através de Decreto Federal publicado no Diário
Oficial nº 126 de 04/07/97. A partir de seu credenciamento, a UNOPAR implementou um
plano de expansão, contando hoje com 26 cursos.
Apresentamos abaixo o leque de cursos ofertados e em andamento por esta
instituição de ensino superior no município:

134
Tabela 14.10 – Cursos de Graduação ofertados pela UNOPAR - Feijó

Ano/início Cursos Oferta de Concludentes


matrícula
Letras /Português 46 15
Ciências Contábeis 41 30
2007 Superior de Recursos Humanos 31 20
Administração 57 40
Serviço Social 28 15
2008 Superior de Gestão Ambiental 41 30
História 61 50
2010 Administração 71 50
Superior de Gestão Ambiental 135 80
Letras/Português 32 15
Superior de Gestão Ambiental 68 55
2011 Superior de Recursos Humanos 49 30
Administração 37 10
2012 História 48 15
Letras /Português 55 28
Superior Gestão Hospitalar 80 40

Superior de Recursos Humanos

Pedagogia 86 Andamento

Geografia 30 Andamento
Administração 30 Andamento
Superior Gestão Hospitalar 30 Andamento
2013 Pedagogia 30 Andamento
Sociologia 20 Andamento

Educação Física 40 Andamento

2015 Pedagogia 50 Andamento


Educação física 50
Pedagogia 20 Andamento

2015 Geografia 100 Andamento

Superior de Gestão Pública 20 Andamento


Educação Física 30 Andamento
2015 Matemática 10 Andamento
2015 Superior Gestão Ambiental 10 Andamento
Fonte: UNOPAR/Feijó

135
Achamos importante ainda destacar que esta instituição de ensino superior privada
tem interesse em ampliar as instalações da Unidade Feijó, a fim de qualificar e ampliar seu
atendimento neste. Para tanto necessitará de apoio no sentido de assegurar parceria com rede
estadual e municipal de educação básica visando o estágio supervisionado dos cursos de
licenciatura, também o uso das quadras de esporte destas comunidades escolares e ginásios do
município para a realização de atividades práticas do curso de Educação Física.

Estratégias

14.1 Envidar esforços junto à União com o objetivo de ampliar a oferta de vagas, por meio da
expansão e interiorização da rede Federal de Educação Superior, da Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica e do Sistema Universidade Aberta do Brasil;

14.2 Reivindicar junto ao Ministério de Educação ampliação da oferta do Ensino Superior,


ampliando sua regularidade e o leque de cursos de acordo com a vocação econômica do
município, inclusive com ofertas de bolsas e programas.

14.3 Incentivar a população feijoense, em especial os da faixa etária de 18 a 24 anos, a


continuar a escolarização em nível superior inclusive com a promoção de programas de
incentivo em parceria com a União e o Estado.

14.4 Desenvolver políticas de acolhimento dos estudantes de Ensino Superior em programas


públicos e privados de estágio remunerado.

14.5 Reivindicar da União ampliação das estruturas necessárias à ampliação do atendimento


do pólo UAB/CEDUP neste município, assegurando as condições necessárias ao bom
funcionamento das propostas de expansão do Ensino Superior público.

14.6 Aderir a programas de incentivo ao acesso e permanência do aluno no Ensino Superior.

14.7 Assegurar apoio ao campo de estágio curricular de formação superior no âmbito


municipal;

14.8 Participar de programas que incentivem a formação de profissionais em pós-graduação e


que proporcionem espaços de produção, pesquisa científica e de inovação.

136
Meta 15: Apoiar a formação, em nível de pós-graduação de 50% dos professores da
Educação Básica por meio de programas com instituições da Educação Superior até o
último ano da vigência desse plano e garantir a todos os profissionais e garantir a todos
os profissionais da Educação Básica formação continuada em sua área de atuação
considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Diagnóstico

Apoiar a formação em nível de pós-graduação dos professores da Educação Básica é


uma importante estratégia para possibilitar ao professor o desenvolvimento e a ampliação de
competências profissionais relacionadas à área em que atua.

Tabela 15.1 - Professores da Educação Básica com Pós – Graduação em Feijó

Fonte: Observatório do PNE

É fato que o Brasil carece de professores em determinadas áreas como física,


química e biologia, por exemplo, o que reforça a necessidade de investimento substancial
tanto na formação em nível de pós-graduação como na formação continuada para que os
professores possam se qualificar para ensinar mais e melhor.

Vale ressaltar que a formação em nível de pós-graduação faz-se necessária também


na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em virtude da velocidade
com que os conhecimentos se transmutam na atualidade e da importância estratégica da
infância no desenvolvimento e na aprendizagem humana, bem como do papel fundamental da
alfabetização na sociedade do conhecimento.

Mas como podemos observar em nosso município ainda há uma grande carência
nesta área, pois apenas 10,5 % dos professores da Educação Básica cursaram Pós- Graduação,
como mostra o a tabela abaixo. O que demostra a necessidade de ampliar a oferta aos demais
profissionais da educação a referida formação.

137
Tabela 15.2 – Porcentagem de professores da Educação Básica com Pós-Graduação

Ano Total do Indicador


2007 30 7,4 %
2008 39 9%
2009 33 7,3 %
2010 31 6%
2011 45 8,4 %
2012 71 12,4 %
2013 63 10,5 %
Fonte: MEC/Inep/DEED/Censo Escolar

Observando os cursos e as vagas ofertadas nos ano de 2009 e 2014 é possível notar
que a UAB ofertou 150 vagas nos cursos de especialização em Educação Ambiental em
Escolas Sustentáveis e COMVIDA; Planejamento, Implementação e Gestão EAD e
Tecnologias da Informação e Comunicação, mas o número de candidatos classificados é
muito baixo, e menor ainda a quantidade que concluíram tais cursos.
Nesse contexto, é preciso repensar e fazer um trabalho de valorização profissional,
para que não haja tanta evasão nos poucos cursos oferecidos.

Tabela 15.3 – Cursos de Especialização ofertados pela UAB em Feijó

Ano Cursos Vagas ofertadas Classificados Concludentes


Educação
Ambiental em
2009 Escolas 50 4 1
Sustentáveis e
COMVIDA
Planejamento,
Implementação e 50 8 3 (Cursando)
2014 Gestão EAD
Tecnologias da
Informação e 50 53 23
Comunicação
Fonte: UAB/Feijó
Analisando ainda os indicadores de especialização de Nível Superior, é possível
constatar os desafios que teremos para que essa meta possa ser efetivamente alcançada. O que
exigirá esforços entre os entes federados, as instituições formadoras, principalmente as
públicas, uma vez que das 89 pessoas que fizeram especialização, apenas 19 cursaram em
instituição Pública como mostra tabela abaixo.

138
Tabela 15.4 – Indicadores de Especialização de Nível Superior

Pessoas que frequentavam Especialização de Nível Superior


Particular Pública Total
70 pessoas 19 pessoas 89 pessoas
Fonte: Censo Demográfico 2010

Estratégias

15.1. Realizar em regime de colaboração, o planejamento estratégico para dimensionamento


da demando por formação continuada e fomentar a respectiva oferta por parte das instituições
públicas de Educação Superior, de forma orgânica e articulada às políticas de formação da
União, do Estado e do município.

15.2. Ampliar parcerias para o oferecimento de cursos de formação de professores,


complementação pedagógica e pós-graduação aos docentes que atuam em todos os níveis de
atendimento da Educação Básica e na Educação Profissional.

15.3. Buscar parceria com o Estado e a União para subsidiar a atuação dos profissionais
docentes da Educação Básica, disponibilizando gratuitamente materiais didáticos e
pedagógicos suplementares em formato acessível.

15.4. Expandir programa de composição de acervo de obras didáticas, paradidáticas e de


literatura e de dicionários, e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo obras e
materiais produzidos em Libras e em Braille, sem prejuízo de outros, a serem disponibilizados
para os professores da rede pública de educação básica, favorecendo a construção do
conhecimento e a valorização da cultura da investigação.

139
Meta 16: Valorizar os (as) profissionais do magistério da rede pública municipal de
Educação Básica com a elaboração de um novo plano de carreira municipal tendo como
parâmetros o Plano de Cargo Carreira e Salário Estadual - PCCR, o Piso Salarial
Nacional Profissional/Constituição Federal inciso VIII e art. 206 e a equiparação de
rendimento médio dos professores ao de profissionais com a formação equivalente, até o
final do 3º ano de vigência deste PME.

Diagnóstico

As bases legais para a instituição de um plano de carreira aos profissionais da


Educação Básica do município de Feijó fundamentam-se na Constituição Federal de 1998,
mais especificamente em seu artigo 206. Que estabelece em seus incisos e parágrafo único

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da


lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de
provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar


pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados


profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou
adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

LEI Nº 11.738, DE 16 DE JULHO DE 2008. Regulamenta a alínea “e” do inciso


III do caput do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para
instituir o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério
público da educação básica. Em seu art 6º determina que a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de
Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009, tendo em
vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do
magistério público da educação básica, conforme disposto no parágrafo único
do art. 206 da Constituição Federal.

Sem querer omitir as demais legislações infraconstitucionais como LDB 9394/96 e


Plano Nacional de Educação 2014-2024. Considerou-se importante enfatizar o que já diz o
Plano Estadual de Educação- PEE em sua meta 17 sobre a urgência em se assegurar a
valorização da carreira do magistério. Segundo o PEE

Pesquisas nacionais e internacionais e as experiências bem-sucedidas de sistemas


educacionais ao redor do mundo e no Brasil mostram que a qualidade da educação
é, em grande medida, resultado da valorização social do professor. Embora, a
carreira do magistério, no Brasil, tenha conquistado avanços importantes na última
140
década, ainda está muito longe de atingir o nível necessário, uma vez que a
discrepância do salário pago aos professores em todo o país mostra a complexidade
e a urgência de enfrentar a questão da remuneração docente, apontada há décadas
como um dos pilares para a melhoria da qualidade da educação no país.
Se a remuneração salarial for considerada um fator relevante na escolha da
carreira, é previsível que o magistério não seja a opção preferencial dos jovens,
pois quando comparada à remuneração de outros profissionais de mesma
escolaridade, os dados mostram que a remuneração média do professor da
Educação Básica brasileira é 50% da média salarial dos trabalhadores com
formação superior, situada na faixa de R$ 3,6 mil mensais.
Segundo Paula Louzano, pesquisadora da Faculdade de Educação da USP e
doutora em educação em Havard, no Brasil “há o problema da atratividade da
carreira e da formação dos professores – e ambos estão interligados. Ao contrário
de países com ensino considerado de alta qualidade como Cingapura, Finlândia e
Canadá, no Brasil o trabalho docente é visto como algo que qualquer um pode
fazer. A maioria não escolhe ser professor, é escolhido (por falta de outras
oportunidades)”. (Plano Estadual de Educação meta 17 ver página)

Sendo ainda indicado por esta referência estadual que a formação, remuneração,
melhoria das condições de trabalho e carreira são os quatro pilares capazes de reverter o
quadro citado. Apresentemos como andam tais pilares no município.

O município de Feijó tem um plano de carreira instituído pela lei municipal nº 216 de
16 de maio de 2001. Esse sem dúvida foi um avanço positivo à época na valorização da
carreira dos profissionais da Educação Básica no município, contudo, já não atende as
necessidades atuais da rede municipal de ensino e, sobretudo a legislação vigente conforme se
pode perceber pelo exposto acima e a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31
de dezembro de 2009 e o expresso na tabela salarial do magistério, abaixo, o município já tem
06 (seis) anos de atraso em relação ao cumprimento desta legislação.

A tabela evidencia que o município mesmo que venha complementando o salário de


professores para equiparar ao piso salarial nacional, ainda não o instituiu legalmente ao plano
de carreira do magistério. Conforme alteração do plano vigente em 2010 o piso municipal dos
docentes de nível médio/magistério é de R$ 992,34 (novecentos e noventa e dois reais e trinta
e quatro centavos) ao passo que o piso nacional estabelece R$ 1.917,78 (hum mil novecentos
e dezessete reais e setenta e oito centavos).

Considerando que a jornada de trabalho dos profissionais da educação no município


é constituída de uma carga horária semanal de 30 horas e o piso nacional faz alusão a 40 h
semanais faz se necessário o seguinte cálculo para saber remuneração do professor de nível
médio/ magistério no município:

141
X = Piso Nacional x 30h = Piso do Magistério de Feijó
40 h

X =1.917,78 x 30h = R$ 1.438,33


40h

Tabela 16.1 - Tabela Salarial do Quadro Docente

Fonte: Secretaria de Finanças/PMFJ

Segundo a tabela 16.2 abaixo, foram criadas novas funções necessárias ao


funcionamento das unidades escolares, como por exemplo, agente de portaria, portanto estes e
demais profissionais do magistério não docentes, precisam ter suas carreiras regulamentadas
no Plano de Carreira. Acrescente-se a este quadro a necessidade de valorização dos
profissionais com curso Técnico/Profuncionário ou outros compatíveis à sua função.

142
Tabela 16.2 – Indicador Salarial do Quadro Técnico da Administração Municipal

Fonte: Secretaria de Finanças /PMFJ

A tabela a seguir evidencia o enorme fosso entre a remuneração do magistério


municipal comparada a outros profissionais de mesma escolaridade da administração pública.

Visivelmente os professores percebem os menores salários em relação a outros


profissionais da administração municipal com o mesmo nível de escolaridade. Comparado
apenas com a categoria administrador/economista/procurador jurídico/engenheiros/técnicos
de assuntos culturais que cujos vencimentos são de R$ 4.290,68(quatro mil duzentos e
noventa reais e sessenta e oito centavos) a remuneração média do professor da rede municipal
equivale a 34,48% da média salarial destes trabalhadores com formação superior, ou seja, está
ainda mais abaixo da média salarial nacional do magistério em relação aso demais
trabalhadores com o mesmo nível de escolaridade que é de 50%, como se pode ver na citação
do PEE acima. Se o desafio nacional é grande, o desafio do município de Feijó é muito maior.

143
Tabela 16.3 - Rendimento médio dos professores da Educação Básica e de profissionais
de outras áreas com curso superior do município de Feijó/Acre - Ano 2009-2014.

Profissões 2009 2010 2011 2012 2013 2014


Professores da Educação Básica 1.422,26 1.706,71 1.706,71 1.706,71 1.706,71 1.706,71
Profissionais em saúde (médico) 7.744,68 7.744,68 8.931,94 8.931,94 8.931,94 8.931,94
Profissionais em saúde Assistente
2.717,43 2.717,43 3.134,01 3.134,01 3.134,01 3.134,01
Social/Bioquímico
Profissionais em saúde odontólogo 4.004,63 4.004,63 4.618,54 4.618,54 4.618,54 4.618,54
Administrador/Economista/Procura
dor Jurídico/ Engenheiros/Técnico 4.290,68 4.290,68 4.948,44 4.948,44 4.948,44 4.948,44
de Assuntos Culturais.
Fonte: Secretaria de Finanças /PMFJ

A supracitada Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que trata da implementação do


piso salarial para os profissionais o magistério, além de prever os critérios para a construção
dos planos de carreira docentes. Destaca ainda que a valorização do professor passa também
por garantir-lhe boas condições para exercer seu trabalho, entende-se que ao se dedicar a um
único estabelecimento, o professor entenderá mais profundamente seus problemas e
potenciais, criando vínculos com o ambiente.

As três tabelas abaixo tratam de um aspecto da melhoria das condições de trabalho,


apresentam a porcentagem de professores por quantidade de estabelecimentos em que
trabalham no município de Feijó. Tomando por base a tabela rede pública/total percebe-se que
o município tem acompanhado o avanço mencionado pelo Plano Estadual no que diz respeito
à quantidade de estabelecimentos em que leciona o professor da educação básica no Acre
comparado às demais regiões do Brasil. Veja o que diz:

...o percentual de professores do Acre que trabalham em uma única escola é


superior ao do Brasil e de todas as regiões. Esse dado tem relevância porque
estudos mostram que a dedicação dos professores a somente uma escola,
pode trazer resultados escolares considerados positivos em termos de
aprendizagem dos alunos, uma vez que esse fator permite que os docentes
dediquem-se mais plenamente às necessidades da escola, dos alunos e da
comunidade escolar.

(Plano Estadual de Educação)

Contudo, em separado os dados das duas redes, saltam aos olhos que tanto a rede
estadual com 15 % quanto a municipal 18,7 % atuando em mais de uma escola no último ano

144
apresentado, em especial a rede municipal supera o percentual do Acre que é de 15,6 %
docentes da educação básica trabalhando em dois estabelecimentos /escolas.

Tabela 16. 4 – Docentes que trabalham nas escolas – Rede Pública

Fonte: www.observatoriodopne.org.br

Tabela 16. 5 – Docentes que trabalham nas escolas – Rede Pública Estadual

Fonte: www.observatoriodopne.org.br

Tabela 16. 6 – Docentes que trabalham nas escolas – Rede Pública Municipal

Fonte: www.observatoriodopne.org.br

145
Outro aspecto da valorização profissional e qualidade das condições de trabalho
refere-se a forma de contratação. A tabela abaixo apresenta em percentuais os professores da
Rede Pública de Feijó em situação de contrato de trabalho efetivo nos anos de 2011 a 2013.
Sem dúvida esse é mais um dos grandes desafios da qualidade da Educação Básica do
município, sendo que as duas redes de ensino apresentam ínfimos percentuais de professores
em regime de contratação permanente/efetivo.

Tabela 16.7 – Percentual de professores da Rede Pública ocupantes de cargos de


provimento efetivo

Fonte: www.observatoriodopne.org.br

Fica ainda este Plano Municipal de Educação devendo um quadro da situação de


contratação dos demais profissionais da educação, isso se deve ao fato de que o Censo Escolar
Anual, ainda não realiza anualmente o censo dos (as) profissionais da educação básica de
outros segmentos que não os do magistério, tais informações poderão ser acrescentadas
mediante solicitação do fórum permanente de acompanhamento da execução deste plano, se
assim forem oferecidas as condições necessárias, segundo a estratégia 18.5 do Plano Nacional
de Educação vigente, a saber impõe-se, “realizar anualmente, a partir do segundo ano de
vigência deste PNE, por iniciativa do Ministério da Educação, em regime de colaboração, o
censo dos(as) profissionais da educação básica de outros segmentos que não os do
magistério”.

Diante do exposto, um novo Plano de Carreira para os servidores da educação básica


do município de Feijó para além de cumprir exigência da Lei nacional nº 11.738, de 16 de
julho de 2008 que estabelece um piso nacional para os profissionais do magistério da
Educação Básica, com implantação gradual do cumprimento da jornada de trabalho em um
único estabelecimento escolar e progressiva equiparação salarial aos demais trabalhadores
com o mesmo nível de instrução, precisa equacionar outros problemas básicos como:

146
 A rede municipal conta com servidores em regime de trabalho celetista e estatutário,
que precisam ter as especificidades de seus regimes de trabalho comtempladas num
plano unificado, respeitadas as especificidades de cada um.
 Os cargos e funções previstos no plano já não contemplam as necessidades do quadro
de pessoal da rede municipal de educação, em especial aos profissionais do magistério
- técnicos em infraestrutura (no PCCR vigente) e profissionais docentes exercendo
funções em órgão central/SEME.
 De acordo com o plano vigente a progressão de carreira está vinculada a tempo de
serviço e qualificação profissional, mas a tabela salarial não acompanhou esses
avanços.

Estratégias

16.1. Constituir fórum municipal permanente com representação dos órgãos gestores da
educação e dos trabalhadores para discussão e acompanhamento da política de valorização
dos profissionais da educação básica no município, até o final do primeiro ano de vigência
deste plano;

16.2. Assegurar as condições necessárias à organização e funcionamento do fórum


permanente com representação dos órgãos gestores da educação e dos trabalhadores para
discussão e acompanhamento da política de valorização dos profissionais da educação, por
toda a vigência deste plano.

16.3. Reestruturar o Plano de Carreira dos profissionais do magistério da rede municipal


pública de educação básica, observados os critérios estabelecidos na Lei no 11.738, de 16 de
julho de 2008, e com implantação gradual do cumprimento da jornada de trabalho em um
único estabelecimento escolar;

16.4. Prever no Plano de Carreira dos profissionais da educação do município, licenças


remuneradas e incentivos à qualificação profissional, inclusive em nível de pós- graduação
stricto sensu;

16.5. Assegurar que até o final do quarto ano de vigência deste PME, 90 % dos profissionais
da educação básica da Rede Municipal sejam efetivos e 50 % dos demais profissionais do
magistério sejam do quadro permanente/contrato efetivo da escola em que esteja vinculado.

147
16.6. Realizar concursos públicos periódicos para provimento dos cargos de professor e
profissionais não docentes;

16.7. Considerar as especificidades socioculturais das escolas do campo e das comunidades


indígenas e quilombolas no provimento de cargos efetivos para essas escolas;

16.8. Definir até o final do primeiro ano de vigência do PME, um plano de gestão estratégica
que considere o fluxo dos alunos na rede, expansão das unidades de ensino e as
aposentadorias funcionais para assegurar o adequado funcionamento do sistema de ensino.

Meta 17: Assegurar até o final do 3º (terceiro) ano de vigência do PME, a construção dos
instrumentos jurídicos e processos para a efetivação da gestão democrática da educação
pública do município de Feijó, associado a critérios técnicos de mérito e desempenho e à
consulta pública à comunidade escolar no âmbito das escolas públicas prevendo
recursos e apoio técnico da União para tanto.

Diagnóstico

Apresentando o contexto dessa meta o sítio Observatório do PNE diz que esta talvez
seja a meta mais difícil de ser acompanhada por dados estatísticos, para além de uma meta
quantitativa , essa é uma meta onde a presença numérica por vezes não assegura
qualitativamente sua efetivação.

É difícil mensurar gestão democrática, ainda que já esteja estabelecida a 26 anos no


texto constitucional brasileiro e posteriormente regulamentada em sua lei complementar à
educação, a Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional/ LDB 9394/96 art. 14 onde diz
que os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do


projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes.

Tão difícil de dimensionar que neste caso o referido sítio de pesquisa de dados
educacionais oficial afirma que não há a um indicador que permita acompanhar o
148
cumprimento desta meta. No entanto, existem indicadores auxiliares que apontam para a
existência de práticas de gestão democrática.

No âmbito da escola a LDB 9394/96 já indica como instrumentos de participação da


comunidade escolar os Conselhos Escolares e o Projeto Político Pedagógico. Esses serão
usados como indicadores auxiliares para se acompanhar o alcance desta meta. Contudo, não
apenas estes.

A tabela abaixo indica que no município de Feijó essa meta não se constituirá em tão
grande desafio como será em outros municípios brasileiros. Como se pode perceber além dos
Conselhos Escolares, a administração pública municipal já assegura a gestão democrática na
administração por meio do Conselho do FUNDEB e Conselho de Alimentação Escolar .

Tabela 17.1 - Conselhos como instrumentos de Gestão Democrática no Município

Conselho do Conselho Conselho Conselho de


Ano FUNDEB Escolar Alimentar Escolar Transporte Escolar

2011 Sim Sim Sim Não


Fonte: www.observatoriodopne.org.br

Ainda falando de Conselhos enquanto instrumentos de participação e gestão


democrática se faz necessário falar do mais importante deles no âmbito da educação básica
pública dos municípios. Trata-se da existência e atuação dos Conselhos Municipais de
Educação, para isso nos apropriamos da fala de Beatriz Cortese, da coordenação de projetos
do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec)
quando comentando a existência de Conselhos Municipais diz que:

É um dado positivo a existência de conselhos em 84% dos municípios,


apesar das diferenças quantitativas entre os estados do Norte (onde apenas
65% dos municípios contam com essa instância) e os do Sudeste (90%)”,...
Os conselhos são equipamentos de controle social e devem atuar sob a
responsabilidade da população local, usuária de determinado serviço.
Entretanto, a criação e a participação da população nessas instâncias é algo
relativamente novo no Brasil, que remete à última década — na melhor das
hipóteses, aos últimos 15 anos” ...“Parece que ainda não houve tempo
suficiente para criarmos uma cultura em que a população participe
ativamente de instâncias dessa natureza. Pessoas que nunca exerceram
cargos públicos foram chamadas a tomar parte desses equipamentos e toda a
sociedade precisa buscar formas de participação.” (Fonte: Todos Pela
Educação)

149
As tabelas abaixo indicam como se efetiva a participação por meio do Conselho
Municipal de Educação existente em Feijó desde o ano de 2006. Mesmo tendo sido
legalmente instituído em 2006, o Conselho carece de registro de sua atuação à época. A tabela
ainda expressa a pouca ou nenhuma atuação deste no período pesquisado uma vez que nos
anos de 2009 onde se pergunta se realizou reunião de seus conselheiros nos últimos 12 meses
e a resposta é negativa.

Tabela 17.2 – Existência e atuação do Conselho Municipal de Educação

Tabela 17.3 - Caráter do Conselho Municipal de Educação

Nota-se ainda pela leitura da tabela 18.3 que o Conselho Municipal de Educação de
Feijó é um Conselho do tipo deliberativo, fiscalizador, normativo e consultivo. Convém
elucidar que mesmo que a institucionalização de Conselhos Municipais dependa ainda de
vontade política dos governos municipais, portanto, a ausência de Lei Federal específica deixa
os municípios a vontade quanto a definição do caráter/natureza de seus Conselhos. Pelo seu
caráter deliberativo e função normativa, o legislador municipal empoderou este Conselho da
competência de regulamentar o funcionamento do Sistema Municipal de Ensino
estabelecendo normas e ações por meio de resoluções e pareceres. Ou não, pois, como se sabe
não existe um Sistema Municipal de Ensino. Porém o município faz parte do Sistema

150
Estadual de Ensino, criado pela lei complementar nº 162, de 20 de junho de 2006. Portanto,
seu caráter é mais consultivo e de assessoramento.

Fique claro que a situação acima não é extraordinária, mas uma prerrogativa legal
instituída pela LDB 9394/96 em seu art. 8 onde diz que “os sistemas de ensino terão liberdade
de organização nos termos da lei”, permitindo ainda que o município que não quiser constituir
sistema próprio pode optar por integrar-se ao sistema estadual de ensino ou compor com ele
um sistema único de educação básica (art. 11, LDB 9394/96).

Cabe, contudo evidenciar que isso se constituirá em um problema para as escolas da


rede municipal, pois, continuam a depender do Conselho Estadual para o estabelecimento de
diretrizes para elaboração, assessoramento técnico, análise e aprovação de seus Projetos
Políticos Pedagógicos e Regimentos Internos e sobretudo o credenciamento destas. Sabe-se
que até então, em se tratando de Projeto Político Pedagógico e credenciamento de unidades
escolares, o Conselho Estadual não atende a contento nem mesmo todas as unidades escolares
da rede estadual no município. Conseguirá nesse decênio atender além das estaduais as
municipais também?

Outro indicador auxiliar importante no que se refere à observação do alcance desta


meta é a forma de escolha do diretor escolar tanto que a meta nacional, estadual e municipal
em si fazem referência direta a tal quando dizem “assegurar até o final do terceiro ano de
vigência do PME, a construção dos instrumentos jurídicos e processos para a efetivação da
gestão democrática da educação pública do município de Feijó, associado a critérios
técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar no âmbito das
escolas públicas”.

Quanto a este o município de Feijó precisa atualizar-se, pois, conta com sua Lei da
Gestão Democrática do Sistema de Ensino Público do Município de Feijó nº 371 de 19 de
julho de 2005. Embora assegure e em todos os critérios em seu arts. 4 e 5 a direção das
unidades de ensino será exercida por um gestor aprovado em exame de certificação e eleição
direta pela comunidade escolar. Não vincula /condiciona a permanência deste ao cargo
segundo os resultados das aprendizagens e permanência dos alunos sob sua responsabilidade
na escola.

Sobre esse indicador compartilhamos com a conclusão do Plano Estadual de


Educação/PEE que diz “Implementar um processo de monitoramento e avaliação da gestão
escolar com vista à transformação da escola em instituição aprendente é imprescindível para a

151
efetivação da gestão democrática. Não há gestão democrática sem o acesso, a permanência e a
aprendizagem de todos.”.

Estratégias

17.1 Fortalecer a gestão democrática nas unidades de ensino, alterando a Lei Municipal de
Gestão Democrática, com definição critérios para o exercício do cargo de diretor com base no
artigo 64 da LDB e aprimorando a qualidade da gestão da aprendizagem, da gestão estratégica
e elevação dos índices da aprendizagem de ensino.

17.2. Ampliar os programas de apoio e formação aos conselheiros dos Conselhos de:
Educação, Escolare, de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, de Alimentação
Escolar, garantindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço físico adequado,
equipamentos e meios de transporte com vista ao bom desempenho de suas funções.

17.3. Instituir um Fórum Permanente de Educação com o objetivo de coordenar as


conferências municipais assim como efetuar o acompanhamento da execução deste Plano
Municipal de Educação;

17.4. Aprimorar os processos democráticos da eleição de gestores com definição de critérios


que consideram a formação profissional, o perfil da competência e o cumprimento das
funções.

17.5 Assegurar o suporte financeiro para que o Conselho Municipal de Educação cumpra suas
funções.

17.6. Fortalecimento do Conselho Municipal de Educação, em regime de colaboração entre a


União, Estado e Município.

17.7. Estimular a constituição e o fortalecimento de Conselhos Escolares e Conselho


Municipal de Educação, como instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar e
educacional, inclusive por meio de programas de formação de conselheiros, assegurando-se
condições de funcionamento autônomo.

17.8. Estimular a participação e a consulta de profissionais da Educação, alunos e seus


familiares na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de
gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a participação dos pais na avaliação de
docentes e gestores escolares.

152
17.9. Garantir as bases legais e materiais necessários ao funcionamento do Sistema Municipal
de Educação Básica de Feijó;

Meta 18: Assegurar, através do regime de colaboração com Estado e União, a ampliação
do investimento público municipal para a manutenção e o desenvolvimento da educação
básica pública do município, contribuindo para o alcance da meta nacional de atingir no
mínimo o patamar de 7% (sete por cento) do produto interno bruto (PIB) do país no 5º
ano de vigência do PME e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao
final do decênio.

Diagnóstico

O financiamento da educação é esteio de todo e qualquer projeto educacional. Pode-


se avaliar o grau de compromisso de governos com a educação de acordo com seus
investimentos em manutenção e desenvolvimento da educação de seus governados. Assegurar
escola pública e de boa qualidade às camadas populares nem sempre foi prioridade de
governos brasileiros, tanto que mesmo que a luta por financiamento à educação remonte aos
tempos do Brasil colônia, quando estava primariamente voltada ao atendimento das elites
nacionais, foi com a Constituição de 1934 que se vincularam ao texto constitucional recursos
à educação. Ainda assim, foi suprimida das constituições seguintes, a saber, Constituição
Federal de 1937 e 1967, como bem explicita o texto base do Plano Estadual de Educação.

Sobre a importância de uma estrutura de financiamento ao sistema de educação


pública estabelecido com objetivos de assegurar oportunidades igualitárias de acesso a todos
os alunos com qualidade de resultados do ensino de modo a promover o
desenvolvimento/crescimento do país, Fernandes, Gremaud e Ulyssea (2004) apud PEE 2015-
2024, destacam que suas características principais devam ser grau de cobertura, acesso por
parte da população, eficiência na “produção da educação” e a qualidade do ensino ofertado.
Ainda segundo estes:

“Um sistema de financiamento equalizador implica necessariamente


redistribuição de recursos entre os diferentes entes federativos e, para tanto, é
necessário promover uma centralização da estrutura de financiamento.
Contudo, ainda que estruturas centralizadas de financiamento à educação produzam

153
uma maior equidade, elas são freqüentemente associadas a um maior grau de
ineficiência.”
(PEE p132)

Estabelecidas às devidas ressalvas faz-se imprescindível notar que o texto


constitucional vigente expressa o compromisso com uma educação pública de qualidade
social à medida que estabelece a educação básica como direito de todos os brasileiros,
independente de sua condição social e determina que a educação seja oferecida em igualdade
de condições garantida o acesso, a permanência, o padrão de qualidade, a valorização dos
profissionais e a gratuidade em instituições públicas, definindo ainda o financiamento desta.
Apresentamos uma visão geral a seguir.

O texto constitucional tratando do percentual de investimentos na Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino (MDE) por entes federados ficou assim definido em seu art. 212
que aplicarão nunca menos que: União 18%, Estados, Distrito Federal e Municípios 25%
respectivamente, dos recursos provenientes dos impostos. Seguindo a orientação
constitucional, o município de Feijó estabelece em sua Lei Orgânica vigente o percentual de
25% resultante de impostos e recursos provenientes de transferências, incluídas as
transferências de recursos e programas, fundos e verbas especiais à educação.

Além dos recursos vinculados constitucionalmente e que são as principais fontes de


Financiamento da Educação Pública, destinam-se a ela, os recursos provenientes do Salário-
Educação que, a partir da Emenda Constitucional n° 14/1996 (EC nº 14/1996), passou a ser
calculado em 2,5% da folha de pagamento das empresas e o percentual de 75% dos recursos
oriundos do Pré-Sal.

Consoante à Carta Magna a LDBEN define em seu artigo 74, que a União, em
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, “estabelecerá padrão mínimo
de oportunidades educacionais para o ensino fundamental, baseado no cálculo do custo
mínimo por aluno, capaz de assegurar ensino de qualidade. O custo mínimo de que trata este
artigo será calculado pela União ao final de cada ano, com validade para o ano subsequente,
considerando variações regionais no custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino”
e, em seu artigo 75, que “a ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será
exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir o padrão
mínimo de qualidade de ensino”.

Dispondo ao que estabelecem as orientações legais sobre financiamento da educação.


Delineou-se o FUNDEF em 1996 como forma de financiamento da educação, para repasse de

154
recursos ao ensino fundamental. Posteriormente, houve a ampliação do financiamento para a
educação básica pelo FUNDEB, em 2007.

Segundo a LDBEN (art.68), os recursos públicos destinados à educação são


originários de: receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; receita de transferências constitucionais e outras transferências; receita do
salário-educação e de outras transferências e, receita de incentivos fiscais e outros recursos
previstos em lei. Os artigos 70 e 71 dessa lei definem a correta aplicação dos recursos, quais
as despesas que podem ou não ser consideradas como manutenção e desenvolvimento do
ensino. O foco principal é a educação na escola e, dentro da escola, no aluno. Daí a
vinculação necessária aos objetivos básicos da instituição educacional.

Uma forma de analisar o investimento na Educação é basear-se no PIB (Produto


Interno Bruto). A tabela nº 19.1 abaixo, demonstra a evolução do percentual do PIB Nacional
investido em educação. O percentual que era 4,7% em 2000 evoluiu para 6,1% em 2011. A
meta proposta é alcançar 10 % do PIB Nacional em investimentos em educação. Segundo o
sitio Educar para Crescer Apesar de todos esses avanços o valor do investimento por aluno no
Brasil é um dos menores dos países avaliados pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico - OCDE. “Enquanto gastamos cerca de U$ 2.751 por aluno por
ano no Ensino Médio, segundo a Organização, a Rússia gastou U$ 4.100 por aluno, e países
desenvolvidos como Suíça e Estados Unidos investiram mais de U$ 10.000 por aluno no
mesmo período.”

Tabela 18. 1 - Histórico da Estimativa do Percentual do Investimento Público Total em


Educação em Relação ao Produto Interno Bruto (PIB), por Nível de Ensino - Brasil 2000
– 2011

Percentual do Investimento Público Total em relação ao PIB


(%)
Níveis de Ensino
Ano Ensino Fundamental
Todos os
Níveis de Educação Educação De 1ª a 4ª De 5ª a 8ª Ensino Educação
Ensino Básica Infantil Séries ou Séries ou Médio Superior
Anos Anos
Iniciais Finais
2000 4,7 3,7 0,4 1,5 1,2 0,6 0,9
2001 4,8 3,8 0,4 1,4 1,3 0,7 0,9
2002 4,8 3,8 0,4 1,7 1,3 0,5 1,0
2003 4,6 3,7 0,4 1,5 1,2 0,6 0,9
2004 4,5 3,7 0,4 1,5 1,3 0,5 0,8
2005 4,5 3,7 0,4 1,5 1,3 0,5 0,9
2006 5,0 4,1 0,4 1,6 1,5 0,6 0,8
155
2007 5,2 4,3 0,4 1,6 1,5 0,7 0,9
2008 5,4 4,5 0,4 1,7 1,7 0,8 0,9
2009 5,7 4,8 0,4 1,8 1,8 0,8 0,9
2010 5,8 4,9 0,4 1,8 1,7 0,9 1,0
2011 6,1 5,0 0,5 1,8 1,7 1,1 1,1
2012 6,4 5,3 0,6 1,8 1,7 1,2 1,1
2013 6,6 5,4 0,7 1,8 1,7 1,2 1,2
Fonte: Inep/MEC - Tabela elaborada pela Deed/Inep.

Notas:

1 - Utilizaram-se os seguintes grupos de Natureza de Despesa: Pessoal Ativo e Encargos


Sociais (inclusive, a estimativa para complemento da aposentadoria futura do pessoal ativo),
outras Despesas Correntes, Investimentos e Inversões Financeiras;

2 - Estão computados nos cálculos os recursos para bolsa de estudo, financiamento estudantil
e a modalidade de aplicação: Transferências Correntes e de Capital ao Setor Privado;
3 - Não se incluem nestas informações as seguintes despesas: aposentadorias e reformas,
pensões, juros e encargos da dívida, e amortizações da dívida da área educacional;
4 - Os investimentos em Educação Especial, Educação de Jovens e Adultos e Educação
Indígena foram distribuídos na Educação Infantil, no Ensino Fundamental anos iniciais e anos
finais e no Ensino Médio, dependendo do nível de ensino ao qual fazem referência. No
Ensino Médio estão computados os valores da Educação Profissional (concomitante,
subsequente e integrado);

5 - A Educação Superior corresponde aos cursos superiores em Tecnologia, demais cursos de


Graduação (Presencial e a distância) (exceto cursos sequenciais) e cursos de pós-graduação
Stricto Sensu - Mestrado, Mestrado Profissional e Doutorado (excetuando-se as
especializações Lato Sensu);

6 - Estes dados referem-se aos investimentos em educação consolidados do Governo Federal,


dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios;

7 - Para os anos de 2000 a 2003, estão contabilizados na área educacional, os valores


despendidos pelo Governo Federal para o Programa Bolsa-Escola;

8 - Nos dados enviados para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

156
(OCDE) nos anos anteriores a 2004, não estão alocados os valores do complemento para a
aposentadoria futura do pessoal ativo;

9 - Entre os anos de 2000 e 2005: para os dados estaduais, foi utilizada como fonte de
informações, um trabalho técnico realizado pelo Inep diretamente dos balanços financeiros de
cada estado; para os dados municipais do mesmo período, utilizou-se uma metodologia
baseada no percentual mínimo de aplicação de cada município, definido pela legislação
vigente;

10 - A partir de 2006, utilizaram-se como fontes de dados estaduais e municipais, o Sistema


de Informações sobre Orçamento Público em Educação - Siope -, administrado pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE;

11 - Os dados da União foram coletados do Sistema Integrado de Administração Financeira -


Siafi/STN - para todos os anos;

12 - Para o cálculo dos valores de Investimentos Públicos em Educação, utilizaram-se as


seguintes fontes de dados primários:

- Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep/MEC; -


Secretaria do Tesouro Nacional (STN); - FNDE; - Balanço Geral dos Estados e do Distrito
Federal; - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); - Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE); - Caixa Econômica Federal (CEF); - Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).

157
Tabela 18.2 - Valor Anual por Aluno Estimado – FUNDEB / Feijó - Acre
VALOR ANUAL POR ALUNO ESTIMADO – FUNDEB – ESTADO DO ACRE/FEIJÓ
Portaria Interministerial Nº 19/2013 2011 FUNDEB 2012 FUNDEB 2013 FUNDEB 2014
Portaria Portaria Interministerial nº 1360-A, Portaria Interministerial nº 16, Portaria Interministerial nº 19,
VALOR ANUAL (P/ 2014) MÍNIMO NACIONAL Interministerial 19/11/2012 17/12/2013 27/12/2013
POR ALUNO (R$2.285,57) nº 1721,
ATUALIZAÇÃO DO VALOR ATUALIZAÇÃO DO VALOR ATUALIZAÇÃO DO VALOR
07/11/2011
ALUNO 2011 P/ 2012 ALUNO 2012 P/ 2013 ALUNO 2013 P/ 2014
MODALIDADES/NÍVEL DE ENSINO V. ALUNO V. ALUNO R$ % V. ALUNO R$ % V. ALUNO R$ %
CRECHE INTEGRAL 2.596,86 3.412,72 815,86 23,91 3.024,56 -388,16 -12,83 3.622,85 598,29 16,51
PRÉ-ESCOLA INTEGRAL 2.813,27 3.412,72 599,45 17,57 3.024,56 -388,16 -12,83 3.622,85 598,29 16,51
ED. INFANTIL
CRECHE PARCIAL 1.731,24 2.100,13 368,89 17,57 1.861,27 -238,86 -12,83 2.786,81 925,54 33,21
PRÉ-ESCOLA PARCIAL 2.164,05 2.625,17 461,12 17,57 2.326,59 -298,58 -12,83 2.786,81 460,22 16,51
SÉRIES INICIAIS URBANA 2.164,05 2.625,17 461,12 17,57 2.326,59 -298,58 -12,83 2.786,81 460,22 16,51
SÉRIES INICIAIS RURAL 2.488,66 3.018,94 530,28 17,57 2.675,57 -343,37 -12,83 3.204,83 529,26 16,51
ENSINO
SÉRIES FINAIS URBANA 2.380,46 2.887,68 507,22 17,56 2.559,24 -328,44 -12,83 3.065,49 506,25 16,51
FUNDAMENTAL
SÉRIES FINAIS RURAL 2.596,86 3.150,20 553,34 17,57 2.791,90 -358,30 -12,83 3.344,17 552,27 16,51
TEMPO INTEGRAL 2.813,27 3.412,72 599,45 17,57 3.024,56 -388,16 -12,83 3.622,85 598,29 16,51
URBANO 2.596,86 3.150,20 553,34 17,57 2.791,90 -358,30 -12,83 3.483,51 691,61 19,85
RURAL 2.705,07 3.412,72 707,65 20,74 3.024,56 -388,16 -12,83 3.622,85 598,29 16,51
MÉDIO
TEMPO INTEGRAL 2.813,27 3.412,72 599,45 17,57 3.024,56 -388,16 -12,83 3.622,85 598,29 16,51
INT. ED. PROFISSIONAL 2.813,27 3.412,72 599,45 17,57 3.024,56 -388,16 -12,83 3.622,85 598,29 16,51
AEE – ATENDIMENTO EDUC ESPECIAL 2.596,86 3150,20 553,34 17,57 2.791,90 -358,30 -12,83 3.334,17 542,27 16,26
EDUCAÇÃO ESPECIAL 2.596,86 3.150,20 553,34 17,57 2.791,90 -358,30 -12,83 3.344,17 552,27 16,51
EDUCAÇÃO INDÍGENA E QUILOMBOLA 2.596,86 3.150,20 553,34 17,57 2.791,90 -358,30 -12,83 3.344,17 552,27 16,51
AVALIAÇÃO NO 1.731,24 2.100,13 368,89 17,57 1.861,27 -238,86 -12,83 2.229,45 368,18 16,51
EJA PROCESSO
INT. ED. PROFISSIONAL 2.596,86 3.150,20 553,34 17,57 2.791,90 -358,30 -12,83 3.344,17 552,27 16,51
CRECHE INTEGRAL 2.380,46 2.887,68 507,22 17,56 2.559,24 -328,44 -12,83 3.065,49 506,25 16,51
INSTITUIÇÕES CRECHE PARCIAL 1.731,24 2.100,13 368,89 17,57 1.861,27 -238,86 -12,83 2.229,45 368,18 16,51
CONVENIADAS PRÉ-ESCOLA INTEGRAL 2.813,27 3.412,72 599,45 17,57 3.024,56 -388,16 -12,83 3.622,85 598,29 16,51
PRÉ-ESCOLA PARCIAL 2.164,05 2.625,17 461,12 17,57 2.326,59 -298,58 -12,83 2.786,81 460,22 16,51

158
A avaliação dos indicadores de Feijó apresentados nas tabelas abaixo revelam que o
município tem mantido investimentos superiores aos índices constitucionais atingindo nos
últimos 3 anos, nunca menos que 27,30% das receitas de impostos e transferências vinculadas
à Educação em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. Apesar desse percentual mais
elevado as receitas municipais têm decrescido nos últimos 04 anos. Contudo, suas prestações
de conta não explicitam claramente quanto se investe em cada etapa e /ou modalidade da
educação básica de responsabilidade do executivo municipal.

DIAGNOSTICO FINANCEIRO E CONTÁBIL DO MUNICÍPIO DE FEIJÓ/AC.

Tabela 18.3 - Valores que o Município Investiu em Educação

ANO VALOR R$ Percentual


2009 Consta no sistema da PMFJ -
2010 Consta no sistema da PMFJ -

2011 Consta no sistema da PMFJ -

2012 6.600.926,37 35,30 %


2013 5.493.941,38 27,30 %
2014 5.887.532,74 27,34 %

Segundo informações da Prefeitura (Secretaria de Finanças) o período de 2009 a


2011, não consta em face da substituição do sistema INTEC para a AGILI em 2013 e não
houve uma migração do banco de dados por impedimento da INTEC para a atual empresa.

Tabelas 18.4 - Indicadores de Investimentos em Educação no Município de Feijó

ANO DE 2010
NATUREZA DA DESPESA FUNDEB PRÓPRIAS VINCULADAS
ENSINO FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ-ESCOLA) 10.940.978,20 4.150.526,55 385.091,14
EDUCAÇÃO ESPECIAL
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SALÁRIO
EDUCAÇÃO 197.786.98

ANO DE 2011
NATUREZA DA DESPESA FUNDEB PRÓPRIAS VINCULADAS
ENSINO FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ-ESCOLA) 12.987.253,10 4.435.662,37 695.700,79
EDUCAÇÃO ESPECIAL
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SALÁRIO
EDUCAÇÃO 182.917,46

159
ANO DE 2012
NATUREZA DA DESPESA FUNDEB PRÓPRIAS VINCULADAS
ENSINO FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ-ESCOLA) 14.323.781,80 4.674.285,92 786.881,33
EDUCAÇÃO ESPECIAL
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SALÁRIO
EDUCAÇÃO 269.685,00

ANO DE 2013
NATUREZA DA DESPESA FUNDEB PRÓPRIAS VINCULADAS
ENSINO FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ-ESCOLA) 13.563.286,16 5.030.844,60 759.537,91
EDUCAÇÃO ESPECIAL
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SALÁRIO
EDUCAÇÃO 243.571,36

ANO DE 2014
NATUREZA DA DESPESA FUNDEB PRÓPRIAS VINCULADAS
ENSINO FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO INFANTIL (PRÉ-ESCOLA) 14.175.391,86 5.383.876,27 694.586,54
EDUCAÇÃO ESPECIAL
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO SALÁRIO
EDUCAÇÃO 297.023,05

Os recursos que custeiam a Educação no Município são provenientes das seguintes


fontes:

Tabela 18.5 Valores contribuídos e recebidos do FUNDEB em 2013/2014

ANO VALOR R$ VALOR R$ Percentual aplicado na


remuneração do magistério
2012 Contribuição
Recebimento
Superávit
2013 Contribuição Valor R$ (Não houve) -
Recebimento 13.563.286,16 71,87%
Superávit Valor R$ (Não houve) -
Contribuição Valor R$ (Não houve) -
2014 Recebimento 14.175.391,86 62,92%
Superávit Valor R$ (Não houve) -

160
VALORES APLICADOS PELO MDE/FNDE EXERCÍCIOS 2009/2014

Tabela 18.6 - PDDE / Programa Dinheiro Direto na Escola – período 2009/2014

ANO VALOR R$
2009 64.872,60
2010 16.986,00
2011 16.805,70
2012 6.001,50
2013 7.440,00
2014 4.080,00
Total Geral do período 116.185,80

Tabela 18. 7 - PNAE / Programa Nacional de Alimentação Escolar - período 2009/2014

ANO VALOR R$
2009 185.900,00
2010 325.260,00
2011 325.800,00
2012 400.080,00
2013 398.996,00
2014 476.904,00
Total Geral do período 2.112.940,00

Tabela 18.8 - PNATE / Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar - período 2009/2014

ANO VALOR R$
2009 19.387,65
2010 27.298,54
2011 279.417,29
2012 380.704,57
2013 350.131,12
2014 280.365,09
Total Geral do período 1.337.304,26

Tabela 18.9 - Valor recebido Salário Educação em 2009/2014

ANO VALOR R$
2009 119.402,38
2010 192.661,36
2011 240.682,26
2012 269.685,00
2013 263.985,84
2014 276.608,57
Total Geral do período 1.363.025,41

161
Concluímos essa breve apresentação da meta enfatizando o que o Plano Estadual de
Educação 2015-2024 já disse sobre o desafio do financiamento da educação pública por meio
do doutor em Educação e professor da Universidade de Brasília Luiz Araújo,

“desafios previstos nas metas e estratégias recaem de forma violenta sobre os municípios, mas
também são desigualmente distribuídos (...). A esfera municipal, que dispõe de menos recursos do
fundo público, é justamente a que possui as tarefas mais espinhosas no PNE. E mais, que o PNE
oportunize uma revisão do pacto federativo na educação, colocando a União em novo patamar de
contribuição para a escolarização em nosso país.” (PEE p.133)

Porém confiantes na equalização das responsabilidades administrativas e financeiras


conforme previstas nas estratégias do Plano Nacional de Educação, a saber, estratégia 20.10
que chama à responsabilidade a União em complementar os recursos financeiros a todos os
Estados, ao Distrito Federal e aos Munícipios que não conseguirem atingir o valor Custo
aluno Qualidade Inicial (CAQI )e posteriormente do Custo qualidade aluno CAQ, estratégia
20.11 que estabelece ainda a aprovação, de Lei de Responsabilidade Educacional,
assegurando padrão de qualidade na educação básica, em cada sistema e rede de ensino,
aferida pelo processo de metas de qualidade dos institutos oficiais de avaliação educacionais e
finalmente a estratégia 20.9 que estabelece a necessidade de regulamentar o que estabelece o
art. 23 e o art. 211 da Constituição Federal, no prazo de dois anos, normatizando o regime de
cooperação/colaboração entre os entes federados ao qual muito fizemos referência nas
estratégias e metas deste Plano Municipal.

Estratégias

18.1. Garantir fontes de financiamento permanentes e sustentáveis para os níveis, etapas e


modalidades da Educação Básica, observando-se as políticas de colaboração entre os entes
federados, em especial as decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias e do § 1º do art. 75 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que tratam da
capacidade de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federado, com vistas a atender
suas demandas educacionais à luz do padrão de qualidade nacional;

18.2. Implantar no município o Custo aluno Qualidade Inicial (CAQI), nos dois primeiros
anos, e posteriormente o Custo qualidade aluno CAQ, definido pela União para a vigência do
Plano nacional e deste PME;

162
18.3. Assegurar no orçamento municipal a definição de recursos necessários à construção de
bibliotecas na rede municipal de ensino, e ampliação do espaço e do acervo bibliográfico da
biblioteca pública municipal, ou na zona urbana em tal escola pólo, até o final de ano de
vigência deste PME;

18.4. Assegurar que as metas do Plano Municipal estejam contempladas no orçamento


municipal conforme orienta o Plano Nacional, por meio PPA, LDO e LOA;

18.5. Promover a realização de estudos do orçamento municipal anual, a partir dos últimos
(10) dez anos, a fim de apresentar à população por meio do fórum municipal de educação, ao
final do 2º ano de vigência deste PME, a possibilidade de uma elevação ou não do percentual
a ser gasto com educação manutenção e desenvolvimento da educação municipal;

18.6. Ampliar e fortalecer os mecanismos de acompanhamento e controle social sobre a


aplicação dos recursos financeiros municipais a fim de dar transparência na utilização dos
recursos públicos da educação;

18.7. Assegurar que as prestações de contas do município e escolas de sua rede sejam
apresentadas em sítios oficiais e de transparência municipal;

18.8. Assegurar autonomia administrativa e financeira às unidades de ensino da rede


municipal de educação da zona urbana e rural, mormente aquelas que possuem unidade
executora, com a instituição do PDDE Municipal, através de Lei especifica;

18.9. Fortalecer os conselhos escolares e garantir a participação da comunidade na gestão


financeira das unidades de ensino;

18.10. Desenvolver política que assegure a lotação e a qualificação de profissionais para


garantir a execução dos recursos descentralizados para as unidades de ensino municipais;

18.11. Envidar esforços para efetivar no município os instrumentos oficiais que estruturam o
Regime de Colaboração pactuando recursos e responsabilidades entre os entes federados, na
organização dos seus sistemas e desenvolvimento da Educação Básica.

163
V – Acompanhamento e Avaliação do Plano Municipal de Educação

O Plano Municipal de Educação cumpre seu papel orientando políticas públicas e


ações educacionais articuladas entre os órgãos governamentais, sociedade civil organizada e
regime de colaboração entre os entes federados. Reforçando o princípio constitucional de
educação de qualidade a todos os cidadãos do Estado Nacional em seus respectivos Estados,
Municípios, Comunidades e em nosso caso aldeias.

Historiamos que este Plano em construção é o resultado do desafio lançado à


comunidade feijoense quando convidada a refletir a Educação ofertada e desejada no
Município. Os resultados desse chamado à reflexão vieram a público por meio da realização
de grupos de estudo, reuniões, visitas a instituições de ensino públicas e privada, órgãos e
entidades da comunidade e, sobretudo de encontros sistemáticos da Comissão legalmente
instituída pelo decreto municipal nº047 de 28 de abril de 2014 e sua retificação. 050 de 10 de
junho de 2015 para analisar dados e registrar as contribuições dos parceiros, sistematizar os
resultados de pesquisas e análises neste documento base ora apresentado para a apreciação.

Este documento base parcialmente apresentado nesta audiência pública por meio de
suas 18 metas e respectivas estratégias, apresentou-se para receber as devidas críticas e
necessários ajustes reivindicados pela sociedade feijoense, representados pelos presentes
àquele momento histórico para a educação de Feijó.

Destacamos que se fizeram presentes diversos setores da sociedade civil organizada.


Alguns apenas visitaram, mas 177 (cento e setenta e sete) devidamente credenciados, sabendo
de sua importância se fizeram presentes até às 18 horas daquele dia. Participando dos grupos
de trabalho, apresentações das metas e suas estratégias, fazendo proposições de acréscimos,
questionando os dados apresentados, pedindo esclarecimentos à Comissão e por fim votando
pela aprovação de todas as 18 metas e estratégias apresentadas, algumas sem nenhuma
alteração, outras com pedido de ajuste e ainda outras com acréscimos.

Portanto, esta Comissão prestigia e parabeniza pela participação ativa de


representantes da Câmara Municipal, Professores e Professoras, Gestores e Gestoras das redes
Estadual e Municipal de Educação, alunos do Ensino Médio, Lideranças e Professores e
Professoras Indígenas, Representantes de Pais e Funcionários dos Conselhos Escolares,
instituições de Ensino Superior Pública UAB/CEDUP e privada UNOPAR, Pastoral da
Criança, Coordenações das Secretarias Municipal e Estadual, Polícia Militar, representantes
de Secretarias Municipais e Estaduais no município, Conselho Municipal de Educação e
164
Sindicatos dos Professores e dos Trabalhadores Rurais, Seaprof, dentre outros que se
apresentaram como comunidade em geral. Parabéns pelo exercício de cidadania.

Antes de ser encaminhado ao executivo municipal para os devidos


encaminhamentos à Câmara de Vereadores para que este se torne legalmente o Plano
Municipal de Educação. Salientou-se aos presentes que a importância do Plano Municipal de
Educação de Feijó vem justamente dessa concretização da participação da sociedade na sua
elaboração. A legitimidade da sociedade é que garante que este seja um Plano do Município e
não um plano de governo. No entanto, a participação da sociedade não está concluída, a partir
de sua promulgação em lei é preciso que esta mesma sociedade esteja atenta e faça o
acompanhamento da sua efetiva implementação.

Os objetivos e metas deste Plano somente poderão ser alcançados com o


compromisso e participação democrática de todos os segmentos nele envolvidos. O
acompanhamento e a avaliação pelas instituições governamentais e da sociedade civil são
fatores decisivos para que aconteçam as mudanças necessárias reivindicadas por este PME.
Para tanto propomos a instituição legal de uma Comissão de Acompanhamento e Avaliação
deste PME para que acompanhe, fiscalize e preste conta à sociedade feijoense de como está o
alcance das metas e estratégias para isso deverá valer-se de dados fornecidos pelo Censo
Escolar do INEP, dos dados do IBGE e Avaliações Externas – SEAPE, SAEB, IDEB, IDEA,
ANA, ENEM, pesquisas em sítios oficiais, relatório de observações diretas e visitas realizadas
às instituições de ensino deste município dentre outros instrumentos que se fizerem
necessários para indicar a necessidade do replanejamento e adequação do Plano.

Para que o acompanhamento aconteça de maneira responsável, as avaliações do PME


serão sistemáticas e periódicas acompanhando as diretrizes do Plano Nacional de Educação e
o Plano Estadual de Educação estabelecendo um sincronismo nos mecanismos e períodos,
contribuindo para o funcionamento do Sistema Nacional de Educacional.

Diante do exposto, foi pactuado com os presentes como acontecerá o


acompanhamento deste Plano. Cônscios da importância do controle social para a efetivação e
conquista das metas previstas a partir de ações decorrentes e coerentes às diretrizes e
estratégias apresentadas. Propôs-se naquela plenária que ao nomear uma comissão para
acompanhar a efetivação do Plano, o executivo municipal deve solicitar representação da mais
ampla representatividade da sociedade civil organizada sem esquecer, sobretudo daqueles que
estiveram acompanhando de perto o processo até o momento. Listando inclusive instituições
como:

165
 Representação dos Povos Indígenas;
 Câmara de Vereadores;
 Secretaria Estadual de Educação/Núcleo Feijó;
 Secretaria de Ação Social;
 Conselho Municipal de Educação;
 Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre- SINTEAC;
 Secretaria de Finanças Municipal;
 Associação das Mulheres de Feijó;
 Secretaria Municipal de Educação- SEME;
 Ministério Público;
 Conselho Tutelar;
 Secretaria Municipal de Saúde;
 Sindicatos Rurais e Associações de Pescadores;
 Maçonaria;
 Secretaria de Segurança;
 Pastoral da Criança;
 Secretaria Municipal de Esporte;
 União Vegetal CEB;
 Instituições Filantrópicas e Religiosas;
 Instituições de Ensino Superior Públicas e Privadas;
 Centro Estadual de Educação Permanente- CEDUP e outras;

Para tanto, reforçamos e pedimos ao poder legislativo que após terem aprovado este
Plano Municipal de Educação também acompanhem e apoiem o trabalho desta Comissão de
Acompanhamento e Avaliação, representada pelos diversos segmentos da sociedade civil
das instituições públicas e. Outrossim, que apoiem e fiscalizem as ações do executivo para
que a cada 2 anos após a aprovação deste Plano possamos estar novamente aqui ou em outro
espaço deste município para uma audiência pública de prestação de conta onde possamos sair
igualmente inebriados de alegria pelos bons resultados educacionais alcançados, decorrentes
de um Planejamento Estratégico e eficaz que potencialize os recursos investidos na educação
e das parcerias necessárias com as instituições do município e em regime de colaboração com
o Estado e União.

166
VI – Referências Bibliografia

ABICALIL, Carlos. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Carlos Abicalil. PNE: os desafios da


década 2011/2020. Brasília. Centro de documentação e informação Coordenação
edições Câmara. 2011.

ACRE em Números 2013. 9ª edição.

ACRE. Lei nº_________, de ________de 2015. Plano Estadual de Educação- 2015/2024.


______SEAPE-RS-RM-WEB.pdf.Disponível:http://www.seape.caedufjf.net/wp-
content/uploads/2014/06/SEAPE-RS-RM-WEB.pdf.
_____. Caminho da Escola HUNI KUI./ Secretaria de Estado e Educação do Acre- Rio
Branco: SEE, 2010. Autoria dos professores HUNI KUI.

______. Prefeitura Municipal de Rio Branco. Secretaria Municipal de Educação. Proposta


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